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adriana-costa
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Esste documento é um resumo sobre funções hiperbólicas subdividindo-se em directas e inversas.
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C. Funcoes hiperbolicas directas
Vamos agora introduzir as funcoes hiperbolicas, apresentar algumas das suas proprieda-
des e esbocar os seus graficos.
C1. Seno hiperbolico
O seno hiperbolico e a funcao
sh : R −→ R
x 7−→ex − e−x
2.
(15)
Trata-se de uma funcao contınua, ımpar e estritamente crescente, logo injectiva. Possui
um unico zero, a origem. Alem disso, limx→+∞
shx = +∞, limx→−∞
shx = −∞.
x
y
x
2
y
y = shx, x ∈ R, CDsh = R y = ch x, x ∈ R, CDch = [1,+∞[
C2. Cosseno hiperbolico
O cosseno hiperbolico e a funcao
ch : R −→ R
x 7−→ex + e−x
2.
(16)
Trata-se de uma funcao contınua e par. Logo, nao e injectiva. Nao possui zeros e atinge
um mınimo na origem, com valor ch 0 = 1. Alem disso, limx→+∞
ch x = limx→−∞
ch x = +∞.
C3. Tangente hiperbolica
A tangente hiperbolica e a funcao definida por
th : R −→ R
x 7−→sh x
ch x,
(17)
ou seja, por
th x =ex − e−x
ex + e−x, x ∈ R. (18)
4
Trata-se de uma funcao contınua, ımpar e estritamente crescente, logo injectiva. Possui
um unico zero, em 0. Alem disso,
limx→+∞
th x = limx→+∞
ex − e−x
ex + e−x= lim
x→+∞
e2x − 1
e2x + 1= lim
x→+∞
1 −1
e2x
1 +1
e2x
= 1, (19)
pelo que o grafico da th possui uma assımptota horizontal de equacao y = 1, para
x → +∞. Da imparidade da th, existe outra assımptota horizontal de equacao y = −1,
para x → −∞. Tem-se ainda CDth = ] − 1, 1[ .
x
y
1
-1
x
y
1
-1
y = th x, x ∈ R, CDth = ] − 1, 1[ y = coth x, x ∈ R\{0}, CDcoth = R\[−1, 1]
C4. Cotangente hiperbolica
A cotangente hiperbolica e a funcao definida por
coth : R\{0} −→ R
x 7−→ch x
shx,
(20)
ou seja, por
coth x =ex + e−x
ex − e−x, x ∈ R\{0}. (21)
Trata-se de uma funcao contınua, ımpar e sem zeros. Apesar de nao ser monotona, e
estritamente decrescente para x > 0, onde toma valores positivos, e para x < 0, onde
toma valores negativos. Logo e injectiva. Da definicao (21), sai que
limx→0+
coth x = +∞ , limx→+∞
coth x = 1, (22)
pelo que o grafico da coth possui uma assımptota horizontal de equacao y = 1, para
x→+∞, e uma assımptota vertical de equacao x = 0. Da imparidade da coth , existe
outra assımptota horizontal de equacao y = −1, para x→−∞. Tem-se ainda CDcoth =
R\[−1, 1] .
5
C5. Algumas propriedades
A partir das definicoes (15), (16), (18) e (21) das funcoes hiperbolicas, com manipulacoes
algebricas simples, e facil verificar que estas funcoes verificam as seguintes propriedades:
(i) ch2x − sh2
x = 1 , ∀x ∈ R;
(ii) ch x + shx = ex , ∀x ∈ R;
(iii) sh(−x) = − sh x , ∀x ∈ R;
(iv) ch(−x) = ch x , ∀x ∈ R;
(v) th2x +
1
ch2x
= 1 , ∀x ∈ R;
(vi) coth2x −
1
sh2x
= 1 , ∀x ∈R\{0};
(vii) sh(x + y) = sh x ch y + ch x sh y , ∀x, y ∈ R;
(viii) ch(x + y) = ch x ch y + shx sh y , ∀x, y ∈ R;
(vii) sh(x − y) = sh x ch y − ch x sh y , ∀x, y ∈ R;
(viii) ch(x − y) = ch x ch y − shx sh y , ∀x, y ∈ R.
Demonstracao
(i) Seja x ∈ R, qualquer. Entao
ch2x − sh2
x =
(
ex + e−x
2
)2
−
(
ex − e−x
2
)2
=1
4
(
e2x + 2 + e
−2x − e2x + 2 − e
−2x)
= 1.
(viii) Sejam x, y ∈ R, quaisquer. Entao
chx ch y + sh x sh y =ex + e−x
2·
ey + e−y
2+
ex − e−x
2·
ey − e−y
2
=ex+y + ex−y + e−x+y + e−x−y
4+
ex+y − ex−y − e−x+y + e−x−y
4
=ex+y + e−x−y
2= ch(x + y).
As restantes alıneas demonstram-se de maneira semelhante.
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D. Funcoes hiperbolicas inversas
Vamos agora definir as funcoes hiperbolicas inversas. Como vimos na subseccao C, as
funcoes sh, th e coth sao injectivas, enquanto que a funcao ch nao e injectiva e, portanto,
nao sera invertıvel. Para esta ultima, iremos considerar uma restricao apropriada.
D1. Argumento do seno hiperbolico
A funcao sh definida em (15) e contınua, bijectiva e possui inversa contınua. Trata-se
da funcao argumento do seno hiperbolico, que se define por
argsh : R −→ R
y 7−→ argsh y,(23)
onde
x = argsh y , y ∈ R ⇐⇒ y = shx , x ∈ R. (24)
Mas, para x ∈ R , tem-se
y = sh x ⇐⇒ y =ex − e−x
2
⇐⇒ y =e2x − 1
2ex⇐⇒ e
2x − 2yex − 1 = 0. (25)
A ultima condicao em (25) traduz uma equacao do segundo grau na incognita ex.
Tratando-a com a formula resolvente, sai
ex = y ±
√
y2 + 1 ,
sendo a solucao com o sinal + a unica admissıvel, uma vez que
ex
> 0 , ∀x ∈ R e y −√
y2 + 1 < 0 , ∀y ∈ R.
Mas
ex = y +
√
y2 + 1 ⇐⇒ x = log(
y +√
y2 + 1)
,
donde
argsh y = log(
y +√
y2 + 1)
, ∀y ∈ R. (26)
As expressoes (23) e (26) definem completamente a funcao argsh.
D2. Argumento do cosseno hiperbolico
A funcao ch definida por (16) nao e injectiva, logo, nao e invertıvel. Como tal, definire-
mos a inversa da seguinte restricao bijectiva e contınua
ch : [0,+∞[ −→ [1,+∞[x 7−→ ch x,
(27)
7
x
y
1x
y
y = argsh x, x ∈ R, CDargsh = R y = argch x, x ∈ [1,+∞[ , CDargch = [0,+∞[
que se designa por argumento do cosseno hiperbolico e que e tambem uma funcao
contınua. Representa-se por
argch : [1,+∞[ −→ [0,+∞[y 7−→ argch y,
(28)
onde
x = argch y , y ∈ [1,+∞[ ⇐⇒ y = ch x , x ∈ [0,+∞[ . (29)
Mas, para x ≥ 0 , tem-se
y = ch x ⇐⇒ y =ex + e−x
2
⇐⇒ y =e2x + 1
2ex⇐⇒ e
2x − 2yex + 1 = 0. (30)
A ultima igualdade de (30) traduz uma equacao do segundo grau em ex, donde
ex = y ±
√
y2 − 1 .
Como x ≥ 0 =⇒ ex ≥ 1, a solucao com o sinal + e a unica admissıvel (a solucao com o
sinal − corresponderia a inversa da restricao do ch para x ≤ 0). Mas
ex = y +
√
y2 − 1 , x ≥ 0 , y ≥ 1 ⇐⇒ x = log(
y +√
y2 − 1)
, x ≥ 0 , y ≥ 1,
donde
argch y = log(
y +√
y2 − 1)
, y ∈ [1,+∞[ . (31)
A funcao argumento do cosseno hiperbolico fica completamente definida por (28) e (31).
D3. Argumento da tangente hiperbolica
A funcao tangente-hiperbolica definida em (17) e injectiva mas nao e sobrejectiva. Para
poder inverter, basta considerar
th : R −→ ] − 1, 1[x 7−→ th,
(32)
8
que e bijectiva e, portanto, e invertıvel. Sendo contınua num intervalo, a sua inversa e
contınua. Trata-se da funcao argumento da tangente hiperbolica, que se define por
argth : ] − 1, 1[ −→ R
y 7−→ argth y,(33)
onde
x = argth y , y ∈ ] − 1, 1[ ⇐⇒ y = th x , x ∈ R. (34)
Para x ∈ R , y ∈ ] − 1, 1[ , tem-se
y = th x ⇐⇒ y =ex − e−x
ex + e−x⇐⇒ y =
e2x − 1
e2x + 1
⇐⇒ e2x (1 − y) = 1 + y ⇐⇒ x = log
(√
1 + y
1 − y
)
,
donde
argth y = log
(√
1 + y
1 − y
)
, y ∈ ] − 1, 1[ , (35)
completando-se a definicao do argumento da tangente hiperbolica com (33) e (35).
x
y
1
-1 x
y
1-1
y = argth x, x ∈] − 1, 1[, y = argcoth x, x∈R\[−1, 1] ,CDargth = R CDargcoth = R\{0}
D4. Argumento da cotangente hiperbolica
A funcao cotangente-hiperbolica definida em (20) e injectiva mas nao e sobrejectiva.
Consideremos entaocoth : R\{0} −→ R\ [−1, 1]
x 7−→ coth(36)
que e bijectiva e, portanto, e invertıvel. A sua inversa e contınua. Trata-se da funcao
argumento da cotangente hiperbolica, que se define por
argcoth : R\ [−1, 1] −→ R\{0}y 7−→ argcoth y
(37)
9
onde
x = argcoth y , y ∈ R\ [−1, 1] ⇐⇒ y = coth x , x ∈ R\{0}. (38)
Para x ∈ R\{0} , y ∈ R\ [−1, 1] , tem-se
y = coth x ⇐⇒ x = log
(√
y + 1
y − 1
)
,
pelo que
argcoth y = log
(√
y + 1
y − 1
)
, y ∈ R \ [−1, 1], (39)
ficando assim completa a definicao da funcao argumento da cotangente hiperbolica,
atraves das expressoes (37) e (39).
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