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A Bagaceira (1928) O Quinze (1930) Autor José Américo de Almeida Rachel de Queiroz Narrador Narrador em terceira pessoa Em terceira pessoa (onisciente) Personage ns principai s Valentim Pereira – representa o sertanejo. É destemido, altivo, preza pela “idéia fixa da honra sertaneja”. Soledade – filha de Valentim, é a beleza agreste do sertão. Pirunga – filho de criação de Valentim, a quem tributa lealdade. Ama Soledade, mas não é correspondido. Também simboliza o sertanejo valente,altivo. Dagoberto Marçau – dono de engenho, é a prepotência em pessoa, considera-se “dono da justiça”. Seduz Soledade, vê nela semelhança com a falecida mulher. Lúcio é o contraponto do pai – humano, idealista, sonhador, alimenta um amor por Soledade. Manuel Broca – suposto amante de Soledade, é morto por Valentim. Chico Bento – simboliza o vaqueiro pobre, que cuida do rebanho dos outros. É vaqueiro de Dona Maroca, na fazenda das Aroeiras. Cordulina – mulher de Chico Bento, submissa analfabeta, sempre chorosa. Tem cinco filhos com CB, o mais velho é Pedro, de doze anos. O segundo, Josias, mais dois, e o mais novo Duquinha. Vicente – é vizinho e compadre de CB, mas vive em condições melhores. È filho de fazendeiro rico, mas desde menino sonhava em ser vaqueiro. No início essa vocação era vista com desgosto pela família, especialmente a mãe, Idalina, mas depois todos passaram a admira-lo. Conceição – culta, forte de espírito, humana e possuidora de idéias avançadas para sua época, como a falta de interesse no casamento, posicionamento não apoiado por as vó, que era sua mãe de criação, Mãe Nácia. Linha de prosa Regionalismo Nordestino Regionalismo Nordestino – êxodo rural e flagelos da seca. Cenário Nordeste brasileiro, período da cana-de-açúcar e de grandes secas. Ceará, na região de Quixadá e Fortaleza. Caracterí sticas Regionalista, de transição. Linguagem Narrativa linear, na qual a fala do narrador de mescla com a dos personagens, adquirindo marcas regionais de linguagem. Fora isso é uma linguagem seca, clara, direta, natural.

Resumo Romances Regionalistas

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Page 1: Resumo Romances Regionalistas

A Bagaceira (1928) O Quinze (1930)

Autor José Américo de Almeida Rachel de Queiroz

Narrador Narrador em terceira pessoa Em terceira pessoa (onisciente)

Personagens

principais

Valentim Pereira – representa o sertanejo. É destemido, altivo, preza pela “idéia fixa da honra sertaneja”.Soledade – filha de Valentim, é a beleza agreste do sertão. Pirunga – filho de criação de Valentim, a quem tributa lealdade. Ama Soledade, mas não é correspondido. Também simboliza o sertanejo valente,altivo.Dagoberto Marçau – dono de engenho, é a prepotência em pessoa, considera-se “dono da justiça”. Seduz Soledade, vê nela semelhança com a falecida mulher.Lúcio é o contraponto do pai – humano, idealista, sonhador, alimenta um amor por Soledade. Manuel Broca – suposto amante de Soledade, é morto por Valentim.

Chico Bento – simboliza o vaqueiro pobre, que cuida do rebanho dos outros. É vaqueiro de Dona Maroca, na fazenda das Aroeiras.Cordulina – mulher de Chico Bento, submissa analfabeta, sempre chorosa. Tem cinco filhos com CB, o mais velho é Pedro, de doze anos. O segundo, Josias, mais dois, e o mais novo Duquinha.Vicente – é vizinho e compadre de CB, mas vive em condições melhores. È filho de fazendeiro rico, mas desde menino sonhava em ser vaqueiro. No início essa vocação era vista com desgosto pela família, especialmente a mãe, Idalina, mas depois todos passaram a admira-lo.Conceição – culta, forte de espírito, humana e possuidora de idéias avançadas para sua época, como a falta de interesse no casamento, posicionamento não apoiado por as vó, que era sua mãe de criação, Mãe Nácia.

Linha de prosa

Regionalismo Nordestino Regionalismo Nordestino – êxodo rural e flagelos da seca.

Cenário Nordeste brasileiro, período da cana-de-açúcar e de grandes secas. Ceará, na região de Quixadá e Fortaleza.

Características

Regionalista, de transição. LinguagemNarrativa linear, na qual a fala do narrador de mescla com a dos personagens, adquirindo marcas regionais de linguagem. Fora isso é uma linguagem seca,

clara, direta, natural.

Enredo

Assolados por uma grande seca a família de Valentim Pereira a qual é composta por sua filha Soledade e seu afilhado Pirunga se mudam da fazenda de Bondó para o engenho de Marzagão, cujo dono é Dagoberto Marçau. A mulher deste morrera no partom do filho que é Lúcio, estudante de Direito. Vai passar as férias no engenho da pai, onde se encanta por Soledade. No entanto, quando retorna nas férias seguintes fica sabendo que o pai de Soledade, Valentim está preso por ter matado o feitor Manuel Broca, acusado de seduzir sua filha. Lucio, já advogado informa ao pai sua intenção de defender Valentim e casar-se com

A historia divide-se em dois planos narrativos que acabam por se cruzar. Inicialmente trata do êxodo de Chico Bento, Cordulina e os filhos, expulsos da fazenda de Dona Maroca devido á seca. Chico Bento sonha em trabalha como seringueiro e então parte para o Norte. No caminho muitos percalços os afligem. Josias morre ao comer mandioca-brava. A seguir, passando muita fome, Chico bento abate uma cabra que avistou no caminho. No entanto, o dono aparece e lhe toma o animal. Diante da família faminta, CB se humilha pedindo pelo menos uma parte ao dono, que lhe concede as tripas da cabra. A seguir, chegando próximo a Aracape, quando Cordulina e CB acordam, seu filho mais velho,

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Soledade. Dagoberto é contrário a essas idéias e tudo se esclarece: Soledade e Lúcio são primos e fora ele, Dagoberto quem realmente seduzira a moça. Pirunga, que estivera ouvindo a conversa, conta a verdade para Valentim que, ainda preso, pede ao afilhado que “tome conta” de Dagoberto. Pirunga acaba provocando a morte de Dagoberto e o engenho é herdado por Lúcio. Anos maais tarde, em 1915, aparece no Marzagão uma mulher de beleza destruída pelo tempo, fome e seca, É Soledade que entrega aos cuidados de Lúcio seu irmão, filho dela com Dagoberto.

Pedro, tinha sumido. Pedem auxílio ao delegado da cidade, que reconhece CB, mas não o encontram. Conseguem ao menos, com o delegado, passagens para Fortaleza.Lá encontram a comadre Conceição, que trabalha num campo de concentração de exilados da seca, entregando-lhe seu filho mais novo Duqinha para ser criado por ela, que é sua madrinha. Isto para Conceição é uma realização. Ela consegue para Cordulina, Chico Bento e os dois filhos que lhes restaram passagens de navio para São Paulo. O egundo plano ocorre quando Conceição vai visitar a vó, Mãe Nácia em Quixadá e reencontra o primo Vicente. Mas por causa da seca, ela e Mãe nácia se mudam para Fortaleza, enquanto Vicente permanece no campo. Os dois se amam, mas não ficam juntos. Conceição tinha dúvidas se valia a pena casar-se com um fazendeiro semi-analfabeto e ainda s sente enciumada com os pretensos casos de Vicente com caboclas e passa a trata-lo com frieza. Ele vê nesse tratamento a impossibilidade do amor.

São Bernardo (1934) Mar Morto (1936)

Autor Graciliano Ramos Jorge Amado

Narrador

Em primeira pessoa – Paulo Honório Em terceira pessoa

Personagens

principais

Paulo Honório – ambicioso, grosseiro, brutal, tratava a todos como objetos, egoísta, desconfiado.Madalena – intelectual, generosa, humana, acaba casando-se com Paulo Honório, por quem é oprimida.

Vai deprimindo-se até que se suicida. D. Glória, tia de Madalena.Luís Padilha, antigo dono da fazenda de São Bernardo.

Casemiro - capanga que ajudou PH a matar Mendonça, velho da fazenda ao lado de SB, que PH tomou.Padre Silvestre – padre que usa a Igreja como auxílio aos poderosos.

João Nogueira – advogado de PH, usa eu conhecimento jurídico para favorecê-lo.Azevedo Gondim – jornalista que defende os interesses de PH.

Guma – pescador corajoso, destemido, um “predestinado”.Lívia – mulher de Guma. Passa a ser confundida com Iemanjá.

Franscisco – tio de Guma, o criou e ensinou as lições do mar. (Seu pai morrera, sua mãe fora embora)

Rufino – vizinho e melhor amigo de infância.Esmeralda – esposa de Rufino, se atira para Guma.

Rosa Palmeirão -

Linha de prosa

Regionalismo, mas também é prosa intimista, de análise psicológica. Narrado em primeira pessoa pelo protagonista Predomina o enfoque pesicológico.. Linguagem seca, sem marcas regionais.

Regionalismo, mas com toque romântico típico de Amado, que se insere nas “Crônicas de costume” - onde torna heróis personagens do

povo. Tem forte traço coloquial.Personagens marginalizados – predomínio de pescadores.

Cidade probre – pré-capitalista, população sofrendo mcom a alta dos alimentos

Cenário Fazenda de São Bernardo – Viçosa, Alagoas. Cais Baiano - Salvador

EnredoPaulo Honório fora abandonado pelo pai e criado pela negra Margarida, doceira. Aos dezoito tem sua primeira rel. sexual, que culmina com o assassinato de um homem (João Fagundes). Passa tempo na cadeia alimentando seu sonho de vida: enriquecer. Solto, anda pelo sertão trabalhando de enxada em fazendas, entre as quais está SB, da qual sonha em se tornar senhor. Emprestando o dinheiro que consegue

Conta-se a vida de Guma, desde o nascimento, juventude e morte. Mostra de maneira dtalhada os costumes do povo baiana, marcado fortemente pela crença em Iemanjá (ainda Inaiê, Janaína e D. Maria) – SINCRETISMO RELIGIOSO. Guma é criad pelo tio e exerce a

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a juros, vai lucrando. Consegue endividar o então dono de SB, Luís Padilha que abacá tendo que lhe vender a fazenda por uma miséria. Por meio de grande agiotagem, violência, pequenos e grandes crimes dos quais são cúmplices e auxiliadores um padre, uma jagunço, um advogado e um jornalista, enriquece. Pratica avivultura, pomicultura e algodão. Rico, começa a alimentar seu outro sonho: um herdeiro. Imagina a mulher que quer para mãe dele: morena e por volta de 30 anos, mas acaba se encantando por Madalen, loira de olhos azuis. Acerta o casamento e a moça e a tia Glória vão morar da fazenda. Madalena vai de encontro ás idéias de Paulo Honório, pois tenta melhorar a vida dos funcionários, quer lecionar na escola que ele criou na fzenda e é muito generosa. Os maus tratos do marido são seguidos, ele é rude, e desconfia que a mulher lhe trai. Ela não agüenta a pressão e acaba suicidando-se na capela. Deixa uma carta a PH, que começa a declinar. As pessoas começam a lhe abandonar, vem a crise de 1930 e SB não reage. O narrador vai mudando seu posicionamento, tmando consciência do monstro que foi,sem nem sequer ser capaz de amar o filho (então com três anos) e amarga a solidão e o isolamento decidindo escrever um livro sobre suas memórias, pelo qual busca um sentido para sua vida desperdiçada.

pescaria com seu barco saveiro Valente. Ficou conhecido entre a gente do cais quando salvou pessoas do barco Canavieiras que naufragou em tempestade forte. No dia da festa de iemanjá conhece Lívia, que desmarca seu casamento e se junta a Guma. Se casam e passam a morar com o tio Francisco. Neste meior tempo, Esmeralda não cansa de se atirar para o herói que acaba cedendo. Cheio de remorso, Guma atira o Valente contra as pedras. Quando Rufino descobre que Esmeralda o traía com um marinheiro, a mata e depois de joga no mar. Lívia está grávida. Seu filho Frderico nasce e Guma, antes empregado do armazém dos tios de Lpivia, decide que precisa retmar sua profissão. Aceita um negócio de contrabandear seda para uns árabes e junta dinheiro para compar um novo saveiro o “PaqueteVoador”. Em uma das viagens de volta o filho de um dos árabes, Antônio está se afogando e Guma o salva , mas não tem força para emergir. Morre e Lívia desolada assume a pescaria, para ficar mais próxima do mar, que era para ela sinônimo de Guma.

Abdias(1945)

Os Ratos

Autor Cyro dos Anjos Dyonélio Machado

Narrador Em primeira pessoaTerceira pessoa mas com forte estilo indireto livre (pensamentos e falas dos

personagens mesclados)

Personagens principais

Abdias – submisso, passivo, culto, confuso.Carlota- mulher de Abdias, com que tem três filhos e depois fica grávida

do quarto.Gabriela – orgulhosa, rica, vaidosa, manipuladora.

Naziazeno Barbosa –funcionário público assolado pelas dívidas da vida na cidade pré-capitalista. Angustiado, parece buscar um propósito na vida.

Adelaide – mulherMainho – filho

ChefeAlcides – amigo de Naziazeno que lhe ajuda a conseguir o dinheiro que precisava.Costa Miranda –lhe empresta cinco mil-réis para almoçar, mas acaba gastando na

roleta e perde tudo.Dr. Mondina – lhe empresta dinheiro

Linha de prosa

Romance urbano. Aprofundado na análise psicológica. Comparado com uma obra anterior de Cyro, o Amanuense Belmiro, como se fosse uma continuação só que com outros personagens. Em forma de diário, apresentando comentários líricos e reflexivos.

Romance intimista, de forte análise psicológica, onde há um narrador implícito que deixa Naziazeno livre para pensar por si, acompanhando tanto sua jornada interior quanto exterior.

Cenário Belo Horizonte – colégio de freiras francesas - UrsulinasPorto Alegre do século XXUma cidade hostil, caracterizada propositalmente sem precisão, ora sendo familiar, ora uma selva, sempre do ponto de vista do protagonista, que se sente perseguido, vigiado.

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Enredo

Abdias é professor de português e é chamado para lecionar no colégio das freiras Ursulinas, mais requisitado estabelecimento de ensino de Belo Horizonte. Vem do interior e se encanta pela aluna Gabriela a quem chama de um nome estranho por engano na chamada d primeiro dia. Esta, por ser chachota da turma nesse momento, passa a tratar o professor com frieza, o que só o faz se interessar por ela. Até que a moça começa a lhe dar atenção, pois percebe seu interesse. Gabriela nunca deixa claro suas intenções com o professor, que divaga se é possível um romance, mesmo sabendo da diferença de classe social, de idade e da dificuldade professor-aluna. Há um episódio em que Abdias chega a deixar a mulher doente em casa para ir á casa de Gabriela ouvir eletrola. Abdias perde a razão, esquece da mulher, enquanto para os leitors fica claro que Gabriela na quernada sério está só alimentando seu ego. Vai inclusive ao baile de formatura da moça, enquanto a mulher agoniza na cama. Assim, Carlota morre no parto, Abdias percebe como fora idiota, se afasta de Gabriela e decide utilizar seu cadrno de anotações (das aulas) para cmpor suas memórias.

O enredo ocorre ao longo de um dia, no qual se dá a “odisséia” do funcionário público Naziazeno Barbosa em busca de um a forma de obter dinheiro que deve ao leiteiro. São cinqüenta e três mil réis, que se não forem pagos deixarão seu filho mainho sem comida, e ele estivera doente há pouco tempo. Depois de muitas tentativas frustradas, Naziazeno consegue resgatar um anel penhorado de seu amigo Alcides. Tenta penhora-lo por mais valor na joalheria de Dupasquier, mas este não aceita o preço pedido. A saída então é pedir dinheiro emprestado a Dr. Mondina que recuperara o anel. Mondina empresta a Alcides e Naziazeno 120 mil réis, dos quais 65 ficam com o protagonista. Seguindo para casa compra manteiga e queijo (artigos de luxo para pessoas de sua classe) e ainda dois leões de borracha para Mainho. A mulher Adelaide fica muito feliz, o que o deixa aparentemente tranqüilo. No entanto, quando vai dormir, é tomado por uma terrível insônia, sonha com ratos comendo seu dinheiro e só consegue dormir quando ouve o leiteiro despejando o líquido na panela, ao lado da qual deixara o devido. O verdadeiro motivo da saga de Naziazeno não era o saldo da dívida, mas a procura do significado de sua existência. Afinal, mesmo com o pagamento ao leiteiro, o homem contraiu uma nova dívida o que indica ser isso um ciclo incessante, um destino inevitável na cidade hostil.