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TEORIA GERAL DO PROCESSO RESUMO – MATERIA PROVA GLOBAL Jáder Benedito Araújo Direito – 4 o . Período – Noite Cap. 23 - Ministério Público (TGP – Ada Pellegrini Grinover. Pág. 226 ) O Judiciário trabalha com Competência; o Ministério Público, com Atribuição. Judiciário – Competência. Ministério Público – Atribuição. O Ministério Público é uma Instituição Uma e Indivisível, o que quer dizer que o Ministério Público e qualquer um de seus membros têm acesso a todos os Processos. A falta de atuação do Ministério Público irá gerar a nulidade dos atos processuais, desde que seu representante (Promotor de Justiça) seja devidamente intimado. Normalmente tem de 03 a 04 Varas Cíveis por Promotor de Justiça. O Ministério Público tem uma função extremamente relevante na vida em sociedade. É o titular da Ação Penal Pública. Não está submetido a nenhum tipo de controle de sua autonomia jurídica. Existem “N” atribuições do Ministério Público. Pode instaurar inquérito civil para que venha em seguida a ação civil pública para atuar na solução dos problemas. Acompanhar, fiscalizar, tomar posição em defesa da sociedade. Quando o Ministério Público está atuando ele está beneficiando você! É o responsável pela Fiscalização da Ordem Jurídica, é o Fiscal da Lei. O Ministério Público surgiu em 1.603 nas Ordenações Filipinas. Seus Princípios são: - Unidade; - Indivisibilidade;

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TEORIA GERAL DO PROCESSORESUMO – MATERIA PROVA GLOBAL

Jáder Benedito AraújoDireito – 4o. Período – Noite

Cap. 23 - Ministério Público (TGP – Ada Pellegrini Grinover. Pág. 226)

O Judiciário trabalha com Competência; o Ministério Público, com Atribuição.

Judiciário – Competência.Ministério Público – Atribuição.

O Ministério Público é uma Instituição Uma e Indivisível, o que quer dizer que o Ministério Público e qualquer um de seus membros têm acesso a todos os Processos.A falta de atuação do Ministério Público irá gerar a nulidade dos atos processuais, desde que seu representante (Promotor de Justiça) seja devidamente intimado.Normalmente tem de 03 a 04 Varas Cíveis por Promotor de Justiça.O Ministério Público tem uma função extremamente relevante na vida em sociedade.É o titular da Ação Penal Pública.Não está submetido a nenhum tipo de controle de sua autonomia jurídica.Existem “N” atribuições do Ministério Público.Pode instaurar inquérito civil para que venha em seguida a ação civil pública para atuar na solução dos problemas.Acompanhar, fiscalizar, tomar posição em defesa da sociedade. Quando o Ministério Público está atuando ele está beneficiando você!É o responsável pela Fiscalização da Ordem Jurídica, é o Fiscal da Lei.O Ministério Público surgiu em 1.603 nas Ordenações Filipinas. Seus Princípios são:- Unidade;- Indivisibilidade;- Independência Funcional.

Ser una e indivisível a Instituição significa que todos os seus membros fazem parte de uma só corporação e podem ser indiferentemente substituídos um por outro em suas funções, sem que com isso haja alguma alteração subjetiva nos processos em que oficiam (quem está na relação processual é o Ministério Público, não a pessoa física de um promotor ou curador).

Ser independente significa, em primeiro lugar, que cada um de seus membros age segundo sua própria consciência jurídica, com submissão exclusivamente ao direito, sem ingerência do Poder Executivo, nem dos juízes e nem mesmo dos órgãos superiores do próprio Ministério Público.Por outro lado, a independência do Ministério Público como um todo identifica-se na sua competência para "propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas e títulos" (Const., art. 127, § 2º) e para elaborar "sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias" (art. 127, § 3º).

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O Ministério Público é, na sociedade moderna, a instituição destinada à preservação dos valores fundamentais do Estado enquanto comunidade. Define-o a Constituição como "instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis" (art. 127).

Outras regras de primordial importância, são a exclusividade da ação penal pública e a titularidade da ação civil pública "para a proteção do patrimônio público e social, do meio-ambiente e de outros interesses difusos e coletivos" etc. A proibição de prestar serviços a entidades públicas é também um fator de valorização do Ministério Público e sua independência, a qual fica valorizada, ainda, pelas limitações impostas ao Chefe do Executivo, para a nomeação e destituição do Procurador-Geral.

Garantias – (TGP – Ada Pellegrini Grinover. Pág. 230)

A Constituição da República oferece uma série de garantias ao Ministério Público como um todo e aos seus membros (arts. 127-130).

Art. 128. O Ministério Público abrange:§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:I - as seguintes garantias:b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa.

Entre as garantias do Ministério Público como um todo destacam-se: a) a sua estruturação em carreira;b) a sua relativa autonomia administrativa e orçamentária; c) limitações à liberdade do Chefe do Executivo para a nomeação e destituição do Procurador-Geral;d) a exclusividade da ação penal pública e veto à nomeação de promotores ad hoc.

Funções Institucionais:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.

- Promover inquérito Civil e Ação Civil Pública;- Agir indistintamente defendendo direitos e interesses coletivos, de grande gama da sociedade, não interesses individuais e homogêneos (cada um de nós pode propor ação em defesa de nossos interesses);

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- Defender os interesses dos indígenas;- Aquilo que lhe compete por força de suas atribuições;- Exercer o controle externo da atividade policial;- Requisitar diligências investigatórias e instaurar inquéritos policiais;- Exercer outras funções que lhe forem conferidas;- A legitimação do Ministério Público não impede a legitimação de terceiros (Ex.: Associação de donas de casa que solicitou a mudança do indexador do dólar para outro indexador);- Os integrantes do Ministério Público devem residir na Comarca onde estiverem lotados;- Nomeado em ordem de classificação em concurso; três anos como advogado ou outra atividade jurídica;- Chegou o processo encaminha imediatamente para o Promotor.

O Ministério Público não pode ter vinculação político-partidária.

Aos promotores são estas as principais garantias outorgadas pela Constituição e Lei Orgânica: a vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos, tra-dicionalmente reservados aos juízes e agora concedidos aos promotores de justiça; ingresso aos cargos iniciais mediante concurso de provas e títulos; promoção voluntária, por antiguidade e merecimento, alternadamente, de uma para outra entrância ou categoria e da entrância ou categoria mais elevada para o cargo de Procurador de Justiça.

A Constituição Federal de 1988 impõe aos membros do Ministério Público uma série de impedimentos destinados a preservar-lhes a independência funcional e a indispensável imparcialidade no exercício de suas funções. Além do veto à representação judicial e consultaria de entidades públicas (art. 129, inc. IX), proibe ainda o do exercício da advocacia (art. 128, § 5º, inc. I, b), o de receber honorários, percentuais ou custas, o de participar de sociedade comercial, o do exercício de outra função pública, salvo uma de magistério e o de atividades político-partidárias.

A chefia do Ministério Público da União é exercida pelo Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República após aprovação pelo Senado Federal.

Cap. 24 – O Advogado (TGP – Ada Pellegrini Grinover. Pág. 226)

Dá-se o nome de jurista às pessoas versadas nas ciências jurídicas, como o professor de direito, o jurisconsulto, o juiz, o membro do Ministério Público, o advogado (integrante da categoria dos juristas).

O advogado aparece como integrante da categoria dos juristas, tendo perante a sociedade a sua função específica e participando do trabalho de promover a observância da ordem jurídica e o acesso dos seus clientes à ordem jurídica justa.A Constituição de 1988 deu, pela primeira vez, estatura constitucional à advocacia, entre as "funções essenciais à Justiça", ao lado do Ministério Público e da Advocacia-Geral da União.

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Assim, a seção III desse capítulo trata "da Advocacia e da Defensoria Pública", prescrevendo, no Art. 133 C.R./88 - O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.O art. 2º do Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil - reafirma a indispensabilidade do advogado à administração da justiça, no caput; e, no § 3º do mesmo dispositivo, estabelece sua inviolabilidade por atos e manifestações ocorridos no exercício da profissão, nos limites da própria lei (art. 7º, § 2º).A denominação advogado é privativa dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (art. 3º do Estatuto). Tem-se que advogado é o profissional legalmente habilitado a orientar, aconselhar e representar seus clientes, bem como a defender-lhes os direitos e interesses em juízo ou fora dele. Objeto de ação direta de inconstitucionalidade com relação a vários de seus dispositivos, o Supremo Tribunal Federal suspendeu liminarmente a eficácia do artigo que prescreve a obrigatoriedade do advogado perante os juizados especiais, vislumbrando na prescrição legal ofensa no princípio constitucional de amplo acesso à justiça.As atividades do advogado se desdobram em duas frentes: a advocacia judicial e a extrajudicial. Disse a mais conceituada doutrina que o advogado, na defesa judicial dos interesses do cliente, age com legítima parcialidade institucional. O encontro de parcialidades institucionais opostas constitui fator de equilíbrio e instrumento da imparcialidade do juiz.Expresso, nesse sentido, o § 2º do art. 2º do Estatuto: "no processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público".

Defensoria Pública.A institucionalização da Defensoria Pública (art. 134 C.R./88) constitui séria medida direcionada à realização da velha e descumprida promessa constitucional de assistência judiciária aos necessitados.A Constituição fala agora, mais amplamente, em "assistência jurídica integral e gratuita" (art. 5º, inc. LXXIV), que inclui também o patrocínio e orientação em sede extrajudicial ("advocacia preventiva"). E às Defensorias (União, Estados, Distrito Federal e Territórios) incumbem "a orientaçãojurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados" (art. 134 C.R./88).

Natureza Jurídica da Advocacia.Diz-se tradicionalmente que a advocacia é uma atividade privada, que os advogados são profissionais liberais e que se prendem aos clientes pelo vínculo contratual do mandato, combinado com locação de serviço.Modernamente formou-se outra corrente doutrinária, para a qual, em vista da indispensabilidade da função do advogado no processo, a advocacia tem caráter público e as relações entre patrono e cliente são reguladas por contrato de direito público.Diante de nosso direito positivo considera-se a advocacia, ao mesmo tempo, como ministério privado e indispensável serviço público, para concluir que se trata do exercício privado de função pública e social.

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O advogado que renunciar ao mandato continuará a representar o outorgante pelos dez dias seguintes à intimação da renúncia, salvo se for substituído antes do término desse prazo. O processo não se suspende em virtude da renúncia (inclusive, não deixam de fluir eventuais prazos).Entre os juízes de qualquer instância, os advogados e os membros do Ministério Público não há hierarquia nem subordinação, devendo-se todos consideração e respeito recíprocos (Estatuto, art. 6º).

Deveres e Direitos do Advogado.Para assegurar o bom desempenho de sua elevada missão social, o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil atribui ao advogado uma longa série de deveres e direitos. Todo o capítulo II do Título I do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil é dedicado aos Direitos do Advogado (arts. 6º e 7º). Com relação aos Deveres, foram substituídos pelo cap. VIII, intitulado "Da Ética do Advogado".Assim, pelo Estatuto vigente, são Deveres do Advogado:a) proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia; b) manter a independência em qualquer circunstância, no exercício da profissão; c) não deter-se, no exercício da profissão, pelo receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade; d) responsabilizar-se pelos atos que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa, sendo solidariamente responsável com seu cliente em caso de lide temerária, desde que com ele coligado para lesar a parte contrária, o que será apurado em processo específico; e) obrigar-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina (arts. 31, 32 e 33). Dentre os Direitos do Advogado (arts. 6º e 7º), ressaltam-se os seguintes: a) exercer com liberdade a profissão, em todo o território nacional; b) ter respeitada, em nome da liberdade de defesa e do sigilo profissional, a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua correspondência e comunicações, inclusive telefônicas ou afins, salvo caso de busca e apreensão determinada por magistrado e acompanhada de representante da Ordem; c) comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; d) presença de representante da Ordem, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, à comunicação expressa à Seccional da Ordem; e) não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala do Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela Ordem, e, na sua falta, em prisão domiciliar. A prisão em flagrante, com as cautelas acima descritas, só pode dar-se em caso de crime inafiançável (§ 3º do art. 7º).

Ordem dos Advogados do Brasil.A Ordem dos Advogados do Brasil é hoje serviço público, dotado de personalidade jurídica e forma federativa, tendo por finalidade:

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a) defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático de Direito, os direitos humanos e a justiça social, além de pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas; b) promover, com exclusividade, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda aRepública Federativa do Brasil. Para tanto, a Ordem dos Advogados do Brasil não mantém qualquer vínculo funcional ou hierárquico com órgãos da Administração Pública, sendo privativo o uso da sigla "OAB" (art. 44 do Estatuto).

São requisitos especiais para a inscrição no quadro de advogados:a) diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada; b) aprovação em exame de ordem (art. 8º, incs. II e IV, e § 2º).

Para a inscrição no quadro de estagiários é requisito especial a admissão em estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, sendo obrigatório o estudo do Estatuto e do Código de Ética e Disciplina (art. 9º inc. II, e § 1º). O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro é privativo dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (Estatuto, art. 3º).

Exame de Ordem e Estágio.Uma das finalidades da Ordem dos Advogados do Brasil é a de proceder à seleção de seus próprios membros, habilitando-os ao exercício da advocacia. Essa seleção abrange a verificação da idoneidade moral do candidato; da inexistência de incompatibilidade entre a advocacia e o exercício de cargo, função ou atividade do candidato, para assegurar a independência do advogado, evitar a indevida captação de clientela e impedir o abuso de influências; e, finalmente, da chamada capacitação profissional.A aferição dessa capacitação profissional faz-se através do exame de ordem, para o bacharel, e pela admissão em estágio profissional de advocacia, para o estagiário. São dispensados do exame de ordem os ex-membros da Magistratura e do Ministério Público.

A imunidade do advogado à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal Autor: Thiago Braga Junqueira Orientador: Marcos Paulo Veríssimo

1. Introdução.

Constituição Federal, Art 133: O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

O Constituinte Originário, através do artigo 133 da Magna Carta, consagrou um princípio – o da essencialidade da Advocacia – e instituiu uma garantia – a da inviolabilidade do advogado. O princípio da indispensabilidade tem um sentido institucional. Ele erige a Advocacia à condição jurídica de instituição essencial à ativação da função jurisdicional do Estado, de órgão imprescindível à formação do Poder Judiciário e também de instrumento essencial à tutela das liberdades públicas.

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A proclamação da inviolabilidade do Advogado, por seus atos e manifestações no exercício da profissão, traduz uma significativa garantia do exercício pleno dos relevantes encargos cometidos pela ordem jurídica a esse indispensável operador do direito. Ao tratar da imunidade do advogado, contudo, o constituinte estabeleceu uma norma constitucional de eficácia limitada, exigindo lei regulamentadora que definisse a efetiva imunidade do advogado. A cargo, portanto, do legislador ordinário, este elaborou a lei 8.906, sancionada no dia 4 de julho de 1994, que ficou conhecida como Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (EOAB). Dentre outras disposições, o Estatuto da OAB cuidou também da imunidade profissional conferida ao advogado, satisfazendo assim a vontade do constituinte, e neste sentido estabeleceu o seguinte:

Art. 7o. – São direitos do advogado:§ 2o. – O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer.

Assim ficou disciplinada a matéria, dando efetiva validade à imunidade profissional do advogado. A garantia, que agora assumia feições concretas, conferida à classe dos advogados foi, contudo, posta a prova quando se objetivava provar sua inconstitucionalidade. O Estatuto da OAB foi objeto de ação direta de inconstitucionalidade (ADIn) proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).Argüia a autora inúmeros vícios de inconstitucionalidade no referido estatuto e apontava, com sensível intensidade, a patente incompatibilidade da imunidade conferida ao advogado com o texto constitucional. Acreditava que o Estatuto não respeitava a isonomia, colocando em níveis diferentes advogados, magistrados e membros do Ministério Público. Apontava também que o Estatuto, ao estabelecer que os eventuais excessos cometidos por advogados seriam julgados pelos tribunais de ética da própria OAB, constituía grave lesão ao princípio da igualdade e do que veda à lei de excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão a direito individual. Não foi assim, porém, que entendeu o tribunal encarregado de proferir a última palavra em matéria constitucional. Em um julgamento apertado, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou constitucional a imunidade conferida ao advogado pela lei 8.906, suspendendo, contudo, a eficácia do dispositivo “desacato”, acolhendo o argumento de que a ausência da imputabilidade do crime de desacato tornaria inócua a polícia judiciária.Deste modo o STF se posicionou a favor da imunidade material do advogado, ao conferir ao profissional imunidade nos crimes de injúria e difamação, quando cometidos no exercício de sua profissão. Na voz do Ministro Marco Aurélio, autor do voto vencedor, sintetiza-se a posição do plenário no dia cinco de outubro de 1994: “[O Estatuto da OAB] potencializou, penso, o desempenho profissional voltado à cidadania, à defesa dos direitos dos cidadãos, obstaculizando qualquer enfoque que, de alguma forma, pudesse inibir a atuação do advogado”.

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Cap. 25 – Competência (Teoria Geral do Processo – Ada Pellegrini Grinover. Pág 246)

Competência: exata medida da Jurisdição.

A Jurisdição é una e indivisível. Mas o exercício da Jurisdição é distribuído, pela Constituição e pela Lei Ordinária, entre os muitos Órgãos Jurisdicionais.Há uma relação de adequação legítima entre o processo e o órgão jurisdicional (noção concreta da competência – Celso Neves).

O Juiz está vinculado aos seguintes quesitos, criados por Chiovenda:1o. quesito: Território – Comarca/Estado/União.2o. quesito: Matéria – Natureza do Litígio/causa.3o. quesito: Pessoa – Partes.4o. quesito: Valor – Jurisdição (Comum; Especial; Juizados).

1 o . quesito : Território – Comarca/Estado/União: o Território é a Circunscrição da atuação do Juiz. O Juiz irá prestar a Jurisdição na exata medida da sua competência. O Juiz não poderá prestar a Jurisdição fora do seu território, não poderá extrapolar os limites geográficos de sua Comarca (Território = Comarca); de seu Estado; da União. Mas se falamos em Tribunais Superiores, é a nível Nacional.

2 o . quesito : Matéria – Natureza do Litígio/causa: a competência em relação à Matéria se dá em relação às grandes Comarcas, onde há uma sub-especialização. Você irá ajuizar uma ação de Direito Trabalhista na Vara de Família? Não! O Juiz da Vara de Família é incompetente para julgar a ação trabalhista.A distribuição é eletrônica; busca-se com isto nivelar a distribuição, havendo a equidade na distribuição das ações para as diversas varas. A incompetência em relação à Matéria decorre da sub-especialização e é (In)competência Absoluta.

3 o . quesito : Pessoa – Partes: a competência em relação à Pessoa é Competência Absoluta. A competência se fixa em relação à pessoa. Por exemplo, uma ação contra o Governador do Estado deve ser iniciada, ser julgada no Tribunal de Justiça (Competência Absoluta).

4 o . quesito : Valor – Jurisdição (Comum; Especial; Juizados): toda causa tem um Valor (art. 258 CPC: A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato). O valor da causa pode também indicar a competência.

OBSERVAÇÕES:

- Comarca = Município? Não! Comarca é uma Unidade Judiciária.

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Município é uma Unidade Político-administrativa. Há Comarca que é formada por diversos municípios.

- Fórum = Foro? Não! Fórum é o edifício onde fica a Sede Administrativa da Comarca. Foro é o Foro da Comarca. O Foro de...

- Juízo = Juiz? Não! Juízo é a Instituição. Juiz é aquele que está investido da Função Jurisdicional. É a Pessoa.

- Prefeitura = Município? Não! Prefeitura é a Sede onde se localiza a Administração Municipal. Município é a Pessoa Jurídica de Direito Público Interno. É uma Unidade Político-administrativa.

- Entrância = Instancia? Não! Entrância é o degrau da carreira da Magistratura: STF STJ Tribunal Entrância Especial 2a. Entrância 1a. Entrância

A Entrância Especial foi interiorizada. O advogado pode se inscrever de Ipatinga, por exemplo, para vir de lá para o Tribunal de Justiça de Belo Horizonte.OBS.: o Juizado Especial não tem 1a. Entrância, 2a. Entrância, não tem carreira.1a. Entrância: Vara única – Clínica Geral.2a. Entrância: Juiz se inscreve para o que lhe interessar (Cível, Criminal, Trabalho, Família, etc.). Uma vez inscrito, há um prazo para que desista. Promoções são por merecimento e antiguidade, alternadamente.

Instância é Grau de Jurisdição: 1o. Grau: Juiz de Direito. 2o. Grau: Tribunal de Justiça. Não há 3o. Grau, há o Supremo Tribunal Federal (STF).

Cap. 26 – Competência Absoluta e Relativa (TGP – Ada Pellegrini Grinover. Pág 257)

Competência: como já vimos, Competência é a exata medida da Jurisdição, ou seja, a quantidade de jurisdição cujo exercício é atribuído a cada órgão ou grupo de órgãos.É o interesse público pela perfeita atuação da Jurisdição que prevalece: na distribuição da Competência entre Justiças diferentes (Competência de Jurisdição), entre Juízes Superiores e Inferiores (Competência Hierárquica: Originária ou Recursal), entre varas especializadas (Competência de Juízo) e entre Juízes do mesmo órgão Judiciário (Competência Interna).

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Em princípio, prevalece o interesse das partes apenas quando se trata da distribuição Territorial da Competência (Competência Territorial ou de Foro).A Competência pode ser Relativa ou Absoluta.

Competência Relativa – é prorrogável, isto é, a vontade das partes ou a eleição de foro pode modificar as regras da competência. O valor da causa é também um fator importante para determinação de competência, este é um fator relevante. Pois há justiças que só julgam causas até determinadas quantias, tal qual se dá nas justiças de pequenas causas.A Incompetência Relativa será realizada através de Exceção (defesa) na Contestação. Compete ao Réu argüir, através de Petição, a Incompetência do Juízo, da Comarca, indicando o Juiz que ele aponta como Incompetente. Segundo o Art. 300 do CPC: Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. Os atos decisórios são nulos; deve-se suspender o processo até que se decida acerca desta exceção de incompetência. Esta decisão não é demorada, talvez na própria audiência o Juiz pode verificar com o autor.Ex.: nas Relações de Consumo, o Consumidor é o destinatário final de um produto, é aquele que compra para uso próprio, não para revenda. Em caso de algum problema o Consumidor ajuíza a ação no seu domicílio; mas o fornecedor entra com uma ação de incompetência relativa, dizendo que a ação deve ser ajuizada no foro da Empresa. Mas o Código de defesa do Consumidor (CDC) é Norma Especial e deve ser seguida. Logo, na própria audiência o Juiz decide que a ação foi devidamente ajuizada e que não cabe a exceção de incompetência relativa. Trata-se de relação de consumo, o domicílio é o do consumidor, a lei Especial vigora sobre a Lei Geral.

Competência Absoluta - Competência determinada pelo interesse público, isto é, competência que não pode jamais ser modificada (Improrrogável, não admite modificação). Iniciado o processo, se o juiz receber uma causa que está fora de sua competência, este pronunciará a sua incompetência, ainda que nada aleguem as partes, e enviará à justiça respectiva/Juiz competente para julgamento (somente os atos decisórios são nulos). As partes não podem dispor da justiça. A Incompetência Absoluta se dá em série de Preliminar na Contestação, não se fazendo uso da Exceção. Segundo o art. 301, II do CPC: Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:II - incompetência absoluta.

Ações de Direito Real (Direito Absoluto), qualquer Direito relativo a bens imóveis, ajuíza-se a ação no Foro de ação do imóvel/da coisa (Foro rei sitae -  Foro determinado pela localização da coisa de que se cogita em um processo). Se o Juiz recebe a ação fora do Foro onde está situado o imóvel, a Incompetência é Absoluta.Já a relação Jurídica de Direito Obrigacional se decide no Foro de domicílio das partes, não no Foro rei sitae. Deve-se examinar onde será cumprida a obrigação para se determinar o Foro.Logo:Incompetência Relativa: é por meio de Exceção; é Prorrogável.Incompetência Absoluta: é por meio de Preliminar; é Improrrogável.

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Existe a possibilidade de se mudar a Competência? É possível mudá-la? Sim!

Absoluta: argüida mediante Preliminar, em sede de Contestação. Atos Decisórios não produzem nenhum resultado, porque o Juiz é Incompetente.Incompetência

Relativa: argüida mediante Exceção, em sede de Contestação.

Se o Juiz é incompetente, ele não pode sequer avaliar o mérito, sob pena de nulidade do processo.Toda matéria que diz respeito à Justiça Federal decorre de sua especialização, que é exclusiva da Justiça Federal. Somente à Justiça Federal compete dizer se é incompetente ou não. A Justiça Estadual não pode sequer tratar se é incompetente ou não.Quem alegar a Incompetência terá que indicar qual Juízo é competente.

A Competência Territorial (de Foro) é a que mais vem disciplinada nas leis processuais, principalmente no Código de Processo Penal e no Código de Processo Civil. As regras básicas, o chamado Foro Comum, são as seguintes:a) No Processo Civil, prevalece o Foro do domicílio do Réu.b) No Processo Penal, o Foro da consumação do delito.c) No Processo Trabalhista, o Foro da prestação dos serviços ao empregador (no Foro do trabalhador, por ser ele a parte hipo-suficiente da relação. Prevalece o Foro do hipo-suficiente e ele não pode renunciar a este privilégio que a lei lhe deu).

Em se tratando de Competência Relativa, em termos de Território, nas relações de consumo a ação deverá ser ajuizada no Foro de domicílio do consumidor.

Deve haver Segurança Jurídica, credibilidade da Prestação Jurisdicional.

Quando se passa em branco a argüição de Incompetência Absoluta ou Relativa, por meio de Exceção, a isto chamamos Perpetuatio Jurisdictionis. De acordo com o princípio da Perpetuatio Jurisdictionis, a determinação da competência para exame de certa causa se dá no início do processo, com a propositura da ação. Estabelecido o órgão jurisdicional competente, ele o será até o final do processo, ainda que o critério de competência venha a ser alterado futuramente.

Conexão; Continência.

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- Existe a possibilidade de se mudar a Competência? É possível mudá-la? Sim!Quando se trata de Competência em razão de Valor ou Território; Objeto ou Causa de pedir (Fatos – o que gerou o ajuizamento da ação), dentro destas perspectivas pode-se mudar a Competência em razão da Conexão (elo entre duas ações distintas).

- Valor Conexão Objeto ou Fatos- Território Continência Causa de pedir

Ex.:- Objeto: Locação.- Causa de Pedir: Inadimplemento. - Condomínio: ajuíza ação de despejo. - Inquilino: ajuíza ação de pagamento em consignação. Varas diferentes; mesma Comarca: - Um Juiz decreta o despejo; - Um Juiz decreta o recebimento do pagamento.

Para se evitar isto, aplicam-se as Conexões. Quando há Causas conectas, uma na 5a. Vara Cível, outra na 30a., por exemplo, o Juiz que primeiro mandou citar é que irá julgar.Art. 219 CPC.  A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.Art. 263 CPC. Considera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuída, onde houver mais de uma vara. A propositura da ação, todavia, só produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. 219 depois que for validamente citado.Hoje, vale o que foi citado validamente em 1o. lugar.O Juiz terá que julgar as duas ações simultaneamente, conciliando-as (Simultanious Processus). Ex.: 5a. Vara Cível Consignação Pago

30a. Vara Cível Despejo Improcedente

OU:

5a. Vara Cível Consignação Não Pago

30a. Vara Cível Despejo Procedente

Continência: Quando o objeto de uma ação é de maior relevância que a outra. Pedido mais amplo abarca o pedido menor.

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Ex.: 5a. Vara Cível: Consignação. 30a. Vara Cível: Despejo + Rescisão Contratual. Vai para a 30a. Vara Cível.

- Existe a possibilidade de se argüir a Incompetência entre dois Juízes? É o chamado “Conflito Negativo de Incompetência”.

Conflito Positivo de Incompetência:O conflito positivo ocorre quando dois Juízes (pode ser um Juiz e um Tribunal, dois Tribunais, Tribunais Superiores, etc.) se acham Competentes para julgar um caso. Por exemplo, um Juiz Federal (vinculado ao TRF) e um Juiz Estadual (vinculado ao TJ-MG) se acham Competentes para julgar o mesmo crime. É suscitado o Conflito Positivo de Competência e quem decide qual o Juiz competente para julgar o caso é o STJ (uma vez que os Juízes fazem parte de Tribunais diferentes - Constituição, art. 105, I, d).

Conflito Negativo de Incompetência:O Promotor oferece a denúncia para um Juiz Criminal de Contagem, mas o Juiz se acha Incompetente para julgar a causa, pois acha que a competência é do Juiz de Belo Horizonte e, portanto, remete os autos para o Juiz de Belo Horizonte.O Juiz de Belo Horizonte, ao receber os autos, também se acha incompetente e acha que é o Juiz de Contagem que tinha que julgar. É suscitado o Conflito Negativo de Competência e quem decide qual o Juiz Competente é o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (uma vez que ambos são vinculados à este Tribunal).

Também podem suscitar o Conflito de Competência, além do Juiz, qualquer uma das partes (quando o Juiz se acha Competente e também quando o Juiz se acha Incompetente). Há Incompetência ainda por recusa de uma das partes; por Impedimento, Suspeição, Incompetência (quando o Juiz não será imparcial,por ter interesse na causa, ou por razão de parentesco, etc.).

Impedimento: 15 dias prazo de resposta.

Juízes do mesmo Estado: Decisão de Competência cabe ao TJ.Juízes de Estados diferentes, um Juiz Estadual e um Federal: Decisão de Competência do STJ.

Cap. 27 – Ação – Natureza Jurídica (TGP – Ada Pellegrini Grinover. Pág 265)

Vedada em princípio a Autodefesa e limitadas a Autocomposição e a Arbitragem, o Estado moderno reservou para si o exercício da Função Jurisdicional, como uma de suas tarefas fundamentais. Cabe-lhe, pois, solucionar os conflitos e controvérsias surgidos na sociedade, de acordo com a norma jurídica reguladora do convívio entre os membros desta. Mas a Jurisdição é inerte e não pode ativar-se sem provocação, de modo que cabe ao titular da pretensão resistida invocar a função jurisdicional, a fim de que esta atue diante de um caso

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concreto. Assim fazendo, o sujeito do interesse estará exercendo um direito (ou, segundo parte da doutrina, um poder), que é a ação, para cuja satisfação o Estado deve dar a prestação jurisdicional.Ação, portanto, é o direito ao exercício da atividade jurisdicional (ou o poder de exigir esse exercício). Mediante o exercício da ação provoca-se a Jurisdição, que por sua vez se exerce através daquele complexo de atos que é o processo.

Direito de ação: O Estado, através da Constituição da República, me dá o Direito de ação, ao me sentir lesado. O Direito de ação me confere o direito de ir a Juízo para fazer valer a minha pretensão, a pretensão que eu entenda de que seja titular.

Desforço Imediato de Posse: resquício da autotutela, em que eu posso defender a minha posse. O Estado nem sempre está presente para me defender.

Na Democracia, a maioria manda, mas os Direitos da minoria são respeitados.No Estado Democrático de Direito, o próprio Estado edita as leis e estas delimitam a atividade do próprio Estado.

Quando uma pessoa se sente lesada por determinado ato, o Estado lhe garante o Direito de Ação.

O Direito de Ação é o exercício daquele Direito que a Constituição nos fornece, de ação. E um arcabouço de leis (CPC, CPP, etc.) é que nos auxiliam com o Direito de Ação.

Demanda é o ato pelo qual alguém pede para o Estado a prestação da atividade Jurisdicional. São sinônimos de demanda: pleito; causa. Exige a lei que toda demanda apresentada em Juízo contenha os seguintes Elementos da Ação: Partes, Pedido, Causas de Pedir (Fatos), Fundamentos Jurídicos.

Partes: o sujeito ativo – autor (que vem pedir em Juízo uma medida jurisdicional); e o sujeito passivo – réu (contra quem irá incidir a pretensão do sujeito ativo).

Pedido: é o objeto da demanda. Sinônimo de pretensão, mérito. Pode-se pedir indenização, alimentos, separação, anulação de contrato, condenação de um acusado, despejo, etc.

Causas de Pedir/Fatos: é o evento que gerou a pretensão do sujeito ativo/autor (exeqüente). Qual a causa que me fez ir a Juízo com minha pretensão? É o inadimplemento, a ameaça, a lesão. É aquilo que autoriza o autor vir a Juízo. A violação do Direito que se pretende proteger é que leva à causa de pedir.

Fundamentos Jurídicos: são as regras de Direito pertinentes ao caso e das quais o demandante extrai a sua conclusão (a norma penal incriminadora; as regras sobre locação e despejo, etc.).

Pedido Imediato Mediato

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Sr. Juiz , condene “A” a pagar o valor de R$x a “B”.

Pedido Imediato Pedido Mediato Pedido Imediato é o que está mais próximo; No exemplo acima, próximo e/ou Pedido Mediato é o que está mais distante. distante do Juiz.

Pedido MediatoSr. Juiz , declare que X é meu pai. Pedido Imediato OBS.:Simulação: nula desde a origem.

Pedido ImediatoSr. Juiz, declare a simulação e com isso a nulidade do negócio jurídico. Pedido Mediato

Longo foi o caminho para chegar a tais conceitos, como se verá a seguir, no estudo das várias teorias sobre a natureza jurídica da ação.

Teoria Imanentista.A Teoria Imanentista confundia o Direito de Ação com o próprio Direito Material, ou seja, não se distinguia ação do direito subjetivo material.Assim sendo, só poderia propor a ação quem tivesse na verdade um Direito Material, se tivesse razão.Pela escola denominada clássica ou imanentista (ou, ainda, civilista, quando se trata da ação civil), a ação seria uma qualidade de todo direito ou o próprio direito reagindo a uma violação.Tal conceito reinou incontrastado, através de várias conceituações, as quais sempre resultavam em três conseqüências inevitáveis: não há ação sem direito; não há direito sem ação; a ação segue a natureza do direito. Foi a teoria de Savigny seguida, entre nós, por João Monteiro, Clóvis Bevilacqua.

Ação Direito MaterialEstático e Movimento

Portanto, na Teoria Imanentista o Direito de Ação é o próprio Direito Material. De acordo com Daniel Assunção, o Direito de Ação é considerado o próprio Direito Material em movimento, reagindo a uma ameaça de agressão ou agressão. O Direito de Ação é o Direito Material em movimento.

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O Código Civil de 1916 é altamente Patrimonialista e Imanentista. Foi idealizado por Clóvis Bevilacqua.

A Polêmica Windscheid-Muther.O ponto de partida para a reelaboração do conceito de ação foi a célebre polêmica entre os romanistas Windscheid e Muther, travada na Alemanha em meados do século passado. Muther, combatendo algumas idéias de Windscheid, distinguiu nitidamente direito lesado e ação. Desta, disse, nascem dois direitos, ambos de natureza pública: o direito do ofendido à tutela jurídica do Estado (dirigido contra o Estado) e o direito do Estado à eliminação da lesão, contra aquele que a praticou. Apesar de replicar com veemência, Windscheid acabou por aceitar algumas idéias do adversário, admitindo um direito de agir, exercível contra o Estado e contra o devedor. Assim, as doutrinas dos dois autores antes se completam do que propriamente se repelem, desvendando verdades até então ignoradas e dando nova roupagem ao conceito de ação.

Duas correntes principais disputam a explicação da natureza do direito de ação:a) a Teoria Concretista ou Concreta;b) a Teoria Abstrata.

a) Teoria Concretista - A ação como Direito autônomo e concreto.Foi Wach, ainda na Alemanha, que elaborou a Teoria do Direito Concreto à tutela jurídica. Esta teoria diz que a ação é um Direito autônomo, o Direito de ação e o Direito Material não são a mesma coisa. O Direito de ação apenas existe se o Direito Material é procedente, se é devido. A Teoria Concretista reconhece que o Direito de ação é autônomo. A ação é um Direito autônomo porque é diferente do Direito material, pois a ação é exercida contra o Estado (do qual exige-se a proteção jurídica) e o Direito Material contra o réu (do qual se exige a sujeição). Entretanto, o direito de ação só existiria quando a sentença fosse favorável. Modalidade dessa teoria é a formulada por Bulow, para quem a exigência de tutela jurisdicional é satisfeita pela sentença justa. Ainda à teoria concreta filia-se Chiovenda, que, em 1903, formula a engenhosa construção da ação como direito potestativo. O direito de ação dirige-se contra o adversário, correspondendo-lhe a sujeição. Tende-se à produção de um efeito jurídico em favor de um sujeito e com ônus para o outro, ou seja, configura a ação como um direito que pertence a quem tem razão contra quem não a tem. Visa à atuação da vontade concreta da lei, tendo assim um caráter concreto. Não deixa, portanto, de ser o direito à obtenção de uma sentença favorável.

OBS.:Ação Declaratória Negativa: por exemplo, se um pai entra com uma ação em que pede ao Juiz que sentencie que ele não é o pai. Neste exemplo, o Direito Material (Paternidade) não existe. A Teoria Concretista não explica.Esta Teoria é apenas histórica (mas cai em concursos).

b) Teoria Abstrata - A ação como direito autônomo e abstrato.A Teoria Abstrata diz que ação é uma coisa, Direito Material é outra coisa. São autônomos. O Direito de ação é independente do Material. O direito de ação independe da existência

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efetiva do direito material invocado: não deixa de haver ação quando uma sentença justa nega a pretensão do autor, ou quando uma sentença injusta a acolhe sem que exista na realidade o direito subjetivo material.Segundo Daniel Assunção, são características da Teoria Abstrata: o Direito de ação é amplo, abstrato, genérico e incondicionado (ponte para a Teoria adotada pelo Brasil, a Teoria Eclética). O Direito de ação não necessita de nenhuma condição para existir, é Autônomo.Antes mesmo que Chiovenda lançasse sua doutrina, Degenkolb já criara na Alemanha, em 1877, a teoria da ação como direito abstrato de agir (Teoria Abstrata).O Estado está obrigado a exercer a função jurisdicional, proferindo uma decisão, que tanto poderá ser favorável como desfavorável. Sendo a ação dirigida ao Estado, é este o sujeito passivo de tal direito.Carnelutti configura a ação como direito abstrato e de natureza pública, mas dirigida contra o juiz e não contra o Estado.

Teoria Eclética.Nosso CPC é totalmente voltado para a Teoria Eclética. É a Teoria Abstrata “Temperada”. O Direito de ação é “condicionado” a alguns “requisitos”, a algumas condições.O Direito de ação é autônomo mas condicionado. Só haverá o Direito de ação se preenchidas as condições da ação, que são requisitos analisados à partir da relação de Direito Material.OBS.: Direito de Petição Direito de ação. Eu posso peticionar qualquer coisa e tenho o Direito de que o Juiz analise minha petição. Mas para o Direito de ação tenho que cumprir as condições da ação, os requisitos.As condições da ação são matéria de ordem pública e podem ser verificadas a qualquer momento do Processo, segundo a Teoria Eclética.Se o juiz verificar que estão presentes todas as condições, deverá ser julgado o mérito, não podendo ser extinta a ação (Teoria da Asserção). Por esta Teoria da Asserção, o órgão judicial ao apreciar as condições da ação, o faz a vista do que fora alegado pelo autor, sem analisar o mérito, abstratamente, admitindo-se em caráter provisório, a veracidade do que fora alegado. Em seguida, por ocasião da instrução probatória, aí sim, apura-se concretamente o que fora alegado pelo autor na petição inicial. Em resumo, basta a demonstração das condições da ação pelo demandante, sem que seja necessário, de plano, sua cabal demonstração.O risco da Teoria da Asserção é o autor mentir e o Juiz ter que levar o processo até o julgamento do mérito. Analisa-se a ação apenas no 1o. momento. A doutrina de Liebman.Digna de destaque é a concepção de Liebman, processualista italiano que permaneceu entre nós durante o período da Segunda Guerra Mundial, influenciando profundamente a evolução da ciência. O autor a define como direito subjetivo instrumental e, mais do que um direito, um poder ao qual não corresponde a obrigação do Estado, igualmente interessado na distribuição da justiça. Dá por exercida a função jurisdicional somente quando o juiz pronuncie uma sentença sobre o mérito (isto é, decisão sobre a pretensão material deduzida em juízo), favorável ou desfavorável que seja.Essa doutrina, que desfruta de notável interesse no Brasil, dá especial destaque às condições da ação (possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade ad

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causam), colocadas como verdadeiro ponto de contato entre a ação e a situação de direito material.

Natureza Jurídica da ação.Caracteriza-se a ação, pois, como uma situação jurídica de que desfruta o autor perante o Estado, seja ela um direito (direito público subjetivo) ou um poder. Trata-se de direito público subjetivo, por ter como objeto uma prestação positiva por parte do Estado (obrigação de dare facere, praestare): a facultas agendi do indivíduo é substituída pela facultas exigendi. Nessa concepção, que é da doutrina dominante, a ação é dirigida apenas contra o Estado (embora, uma vez apreciada pelo juiz, vá ter efeitos na esfera jurídica de outra pessoa: o réu, ou executado). Nega-se, portanto, ser ela exercida contra o adversário isoladamente, contra este e o Estado ao mesmo tempo, ou contra a pessoa física do juiz.

Condições da Ação (TGP – Ada Pellegrini Grinover. Pág 274)

As Condições da Ação são condições para que legitimamente se possa exigir o provimento jurisdicional. Mas ainda que a resposta do juiz se exaura na pronúncia de carência da ação (porque não se configuraram as condições da ação), terá havido exercício da função jurisdicional.

Art. 267, VI, CPC: Extingue-se o processo, sem julgamento do mérito:VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual.

1- Possibilidade Jurídica do Pedido. 2- Legitimidade das partes.3- Interesse de agir.

Essas condições estabelecem a necessidade de se fazer uma avaliação prévia, desde quando o Juiz recebe a petição, para se certificar da validade da pretensão.Pretensão: requerer para si: Auspuch: Direito Alemão; Pretesa: Direito Italiano.

O ideal de Justiça é que o Juiz de a cada um o que é seu.O que temos é o acesso à Jurisdição.A lei não impede o acesso à Jurisdição, porque alguém quer ser justiçado, busca amparo ao que está pedindo, busca o que lhe foi tirado indevidamente.Violar Direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, dá direito à Pretensão.

Para se pretender alguma coisa, tem-se que atender alguns quesitos:

1- Possibilidade Jurídica do Pedido: o Direito prevê essa possibilidade de alguém ir a Juízo, a fazer o pedido? Às vezes a lei não ampara, como por exemplo, em dívida de jogo

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(proibido no Brasil), dívida de tráfico de drogas. Em tais situações, é proibido levar a Juízo e. mesmo que alguém o faça, o Estado se nega a dar a Prestação Jurisdicional.

2- Legitimidade das partes: você tem que ser o titular da pretensão, a pessoa que poderá exercitar esta pretensão em Juízo. O Código de Processo Civil enuncia expressamente no art. 6º: "ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei".

3- Interesse de agir: você tem que atender a três providências: a necessidade do Provimento Jurisdicional (ou sentença), a adequação do tipo do provimento, a utilidade do provimento (sentença). É preciso que em cada caso concreto a Prestação Jurisdicional (sentença) solicitada seja necessária e adequada.

Liebman considerou que, havendo uma impossibilidade jurídica do pedido, haveria uma improcedência do pedido e, assim sendo, haveria apenas duas condições da ação: o interesse de agir; e a legitimidade das partes.O julgador, ao receber a Inicial, tem que analisar os pressupostos judiciais e as condições da ação.

Quando se fala de objeto formal (formalidade) e de objeto material, o objeto material é o mérito. Entre o objeto formal e o objeto material, tem-se a Decisão Saneadora Interlocutória (DSI – reconhece os pressupostos e condições da ação) e parte-se para a produção de provas, análise dos Fatos, para se chegar ao objeto material (mérito).Na DSI, analisado que o objeto formal (forma) está em ordem, analisa-se o mérito.Pró-Judicato: pró Juiz. Não se pode discutir o que já se decidiu, a coisa julgada. Julgado o objeto formal, analisa-se o mérito.

Violado o Direito, nasce para o titular a Pretensão. A Decisão Saneadora Interlocutória (DSI) comporta o “Agravo Retido” e/ou o “Agravo de instrumento”.O Agravo Retido será julgado antes do Recurso de Apelação.Rito Sumário: entra-se apenas com o Agravo Retido.

Não se pode confundir carência de ação com improcedência do pedido. Ou o autor será carente de ação ou improcedente, ou um ou outro.

Cap. 28 – Classificação das Ações (TGP – Ada Pellegrini Grinover. Pág 281)

Temos 03 ações:- Ação de Conhecimento;- Ação Executiva;- Ação Cautelar.Não confundir Classificação das Ações com Classificação das Sentenças.- Ação de Conhecimento: Pretensão: a razão de ser que o leva a ir a Juízo para discutir sua Pretensão, é a Sentença (é o ápice do processo, é onde o Juiz irá analisar sua Pretensão e dizer se ela procede ou não). Sentença Típica é aquela com Resolução de Mérito; Sentença Atípica é aquela sem Resolução de Mérito.

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Quando falamos em Cognição (desfecho do processo) falamos em Devido Processo Legal.

Ação de Cognição Pretensão Sentença (Típica ou Atípica) Conhecimento (D.P.L.) (Pedido) Fatos já (Conhecimento) analisados E-J

RJDP Juiz tem interesse nesta Relação Jurídica de Direito Processual, para proferir a sentença.

A R RJDM Obs.: Lide Sociológica. Juiz não tem interesse nessa relação.

A Sentença terá um cunho Declaratório (o Juiz irá declarar, por exemplo, que julga procedente o pedido), Condenatório (por exemplo, condenará ao pagamento de Pensão Alimentícia e, neste caso, também à herança).Para que haja a Sentença o processo tem que ser legítimo (atendendo ao Devido Processo Legal).

Declaratório: Paternidade.Condenatório: Alimentos/Herança.

E-J

RJDP Bilateralidade do Processo; Contraditório. Está instalada a Lide Processual.

R A RJDM

Acao Executiva: Processo Executivo.

Processo Executivo: realização de um Direito pré-existente. Busca-se a efetividade, a execução deste Direito pré-existente.

OBS.: o cumprimento (Execução) dá efetividade à Sentença. O pedido tem que ser efetivado, materializado.

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Valor Devido.

Processo Título Líquido, Certo e Exigível. Executivo Vencido. Alguma dúvida da existência da prestação.

INADIMPLEMENTO

Realiza-se o Processo Executivo.

Citar, Pagar em 03 dias, Penhora, mandar a Leilão, Pagar o autor. (Obs.: o Bem de Família é Impenhorável).

Processo Defesa Embargos do Devedor Embargos à ExecuçãoExecutivo Desconstituir o Título Executivo Reduzir o Valor do Débito

Há o Devido Processo Legal tanto no Processo Executivo quanto na Defesa.

Na Execução: Nos Embargos:

E-J E-J

RJDP RJDP

A R E E RJDM RJDMCredor Devedor Embargante Embargado Devedor Credor (Autor) (Réu)

Ação Cautelar: cautela, zelo. Busca garantir uma situação. O Juiz nomeia um Fiel Depositário para resguardar determinado bem até que se tenha a ação de conhecimento. O

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Fiel Depositário tem que cuidar do bem para preservar a sua inteireza. O processo cautelar serve para preservar, para resguardar o bem da relação judicial litigiosa.Requisitos:- Fumus Boni Iuris: Fumaça do bom Direito.- Periculum in Mora: Perigo da Demora (demora da Prestação Jurisdicional – Sentença).Ação Penal – (TGP – Ada Pellegrini Grinover. Pág 283)

Ação Penal:- Pública (movida pelo Ministério Público): - Incondicionada (regra geral é ser incondicionada a ação pública); - Condicionada (representação do ofendido; requerimento do Min. da Justiça).

- Privada (movida pelo Ofendido): - Típica; - Personalíssima; - Subsidiária da Pública.

Na Ação Penal Pública Incondicionada, para promovê-la, o Ministério Público independe da manifestação da vontade de quem quer que seja. Não se faz necessário a representação do ofendido, pois não há lógica, por exemplo, que em um crime de homicídio seja necessário a representação da vítima.Decadência: não sendo realizada no prazo, decai.

Ação Penal Privada Personalíssima: só pode ser iniciada pelo interessado, por seu representante legal ou sucessor.

Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: se o Ministério Público não toma a iniciativa, o interessado toma. O Ministério Público é o dono da lide e, em sua ausência, a parte interessada propõe a ação, para que não decaia o prazo. Serve para suprir a ausência da denúncia.

O prazo previsto para a Ação Penal, para o julgamento, é de 06 meses entre a data do ato e o Tribunal do Júri, o que não é possível nos dias de hoje.

Dissídio Individual Relação Empregados X Patrões.

AçãoTrabalhista(Pág. 284) Dissídio Coletivo Sindicatos X Patrões. (Categorias) (Empresas)

Dissídio Individual: Reclamações Trabalhistas. Insatisfação do Empregado com seu Empregador.

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Dissídio Coletivo: Categorias, Sindicatos de Trabalhadores contra as Empresas.

Ação Individual: Sentença inter partes, entre as partes.

Ação Coletiva: Sentença erga omnes, contra todos.Cap. 29 – Exceção: A Defesa do Réu (TGP – Ada Pellegrini Grinover. Pág 288)

Se o Autor propõe a ação, obviamente o Réu tem que propor a sua Defesa. A essa Defesa proposta pelo Réu chamamos de Exceção. Art. 190 C.C. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão. Se você não é acionado, você não tem do que se defender.Quando o Autor propõe uma ação contra o Estado-Juiz, este aciona o Réu, que poderá resistir contra a ação do Autor; quando o Réu responde, por sua vez é o Autor que resiste. Dá-se a esse fenômeno o nome de bilateralidade da ação, que tem por conseqüência a bilateralidade do processo.Em virtude da direção contrária dos interesses dos litigantes, a bilateralidade da ação e do processo desenvolve-se como contradição recíproca. O réu também tem uma pretensão, a pretensão a que o pedido do autor seja rejeitado, a qual assume uma forma antitética à pretensão do autor. É nisso que reside o fundamento lógico do Contraditório; e seu fundamento constitucional é a ampla garantia do direito ao processo e do acesso à justiça.

Exceção.Diante da ação do autor, fala-se da "exceção" do réu, no sentido de contradizer. Exceção, em sentido amplo, é o poder jurídico de que se acha investido o réu e que lhe possibilita opor-se à ação que lhe foi movida. Por isso, dentro de uma concepção sistemática do processo, o tema da exceção é virtualmente paralelo ao da ação.

Reconvenção. Art. 315 do CPC. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.O réu contra o autor fundado na mesma RJDM, duas ações distintas na mesma RJDP. O réu reconvém e contesta. Art. 297 CPC. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção.

E-J E-J

RJDP RJDP

A R LIDE R A RJDM RJDM BILATERALIDADE DO PROCESSO

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Autor propõe ação contra o réu; o réu responde; porque o autor tem que manifestar? Para impugnar a contestação do réu. Bilateralidade do Processo; Contraditório.

Teoria das Exceções.

Art. 190 CC. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.

Se não houver ação, não haverá exceção (defesa do réu).Ao falarmos em ação, temos que falar obrigatoriamente em defesa. A prescrição é a mesma para ambos os casos.O simples fato do réu ficar revel não implica necessariamente em procedência do pedido. Mas se ele não intervém no processo, se procedente o pedido, poderá ser totalmente.

Responsabilidade Subjetiva:- Dano;- Nexo Causal; - Culpa.Só precisamos destes três elementos para solicitar a Responsabilidade Subjetiva, se o réu ficar revel, o que ocasionará?- Dano: provado por documentos;- Nexo: o ato culposo provocou o dano?- Culpa: provas; perícia (depende); testemunhas. A culpa tem que ser comprovada.O autor desiste da ação, muitas vezes, porque o réu é revel. Na sentença há improcedência do pedido.Revelia não induz procedência.Mas há certas situações que a revelia induz confissão (inadimplemento de pagamento, por exemplo).A defesa é imperativa, mas, se não houver, o autor tem que produzir provas que comprovem a culpa do causador do dano.Só teremos defesa se tivermos ação.

Ação Defesa duas pretensões postas em Juízo.

O réu, quando responde ao Estado-Juiz, contra a pretensão do autor (Resistência – resiste a pretensão do autor), está propondo uma ação contra o autor. O Juiz tem que julgar: o pedido do autor procede? O pedido do réu procede? O Juiz terá que dizer isto na sentença. Temos uma LIDE processual fundada nos FATOS (ver o que diz Calamandrei).

Bilateralidade do Processo.Quando há uma pretensão e uma resistência, temos a Lide. O autor responde ao Estado-Juiz, o autor obrigatoriamente tem que impugnar a resposta do réu; aparece aí a figura do Contraditório. Está presente o Devido Processo Legal.

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A fundamentação é importante na sentença. O Juiz tem que dizer porque ele rejeita a sua pretensão, se for o caso.Art. 59 CP. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.

Cap. 36 – Teoria das Provas (TGP – Ada Pellegrini Grinover. Pág 371)

A primeira questão que temos que atentar é que a prova deve ser lícita, tem que ser produzida com autorização judicial, sob pena de ser anulada.Nenhuma prova ilícita produz efeitos, basta provar a ilicitude.Não pode haver dúvida alguma sobre a licitude das provas.

Presunção: de um fato conhecido tira-se uma conclusão que pode não ser verdadeira. Presume-se.