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Processo abrasivo de geometria não definida, caracterizado por grandes profundidades de corte e altas taxas de remoção de cavaco em um só passe, ou poucos passes. Contém comparações com outros tipos de processos, e tipos de retificação creep-feed, a máquina aplicada e características construtivas, tecnologia e parâmetro empregados, ferramentas utilizadas no processo, como as limitações e aplicações do processo de retificação creep-feed.
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SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA - UNISOCIESC
CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC
EDUARDO FELIPI MACHADO
EWERTON SCHROEDER TAVARES VIEIRA
RETIFICAÇÃO CREEP-FEED
Joinville
2015
SUMÁRIO
1 RETIFICAÇÃO CREEP-FEED ........................................................................ 3
1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO ......................................................... 3
2 TIPOS DE RETIFICAÇÃO CREEP-FEED ...................................................... 6
2.1 PSEUDO CREEP-FEED .............................................................................. 6
2.2 TRUE CREEP-FEED.................................................................................... 6
2.3 CONTINOUS-DRESS CREEP-FEED .......................................................... 7
3 MÁQUINA – CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS .................................. 10
4 TECNOLOGIA E PARÂMETROS ................................................................. 13
4.1 INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE PERIFÉRICA DO REBOLO Vc ............... 13
4.2 INFLUÊNCIA DA PROFUNDIDADE ae E AVANÇO DA MESA Vft ............. 13
4.3 INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES DE DRESSAMENTO............................. 14
4.4 INFLUÊNCIA DE RETIFICAÇÃO UP- E DOWN-CUT ................................ 14
4.5 COMPARAÇÃO ENTRE OS PROCESSOS ............................................... 15
4.5.1 Aspectos Tecnológicos Superficiais da Retificação Creep-Feed ..... 16
5 FERRAMENTAS ........................................................................................... 18
6 LIMITAÇÕES ................................................................................................ 20
7 APLICAÇÕES ............................................................................................... 21
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 23
3
1 RETIFICAÇÃO CREEP-FEED
A retificação creep-feed compreendida como notáveis taxas de remoção
de material com alta qualidade superficial, foram obtidas pela primeira vez no
início da década de 50. Caracterizada por formar um perfil negativo na peça por
meio do rebolo na posição longitudinal periférica. Neste método o eixo da
ferramenta é paralelo à superfície da peça a ser usinada. Sendo um processo de
grandes profundidades de corte e retirada de material relativamente alta, e
consequente baixo avanço da mesa, retirando material em um passe ou em
apenas alguns passes (MARINESCU, HILTCHINER, UHLMANN, ROWE e
INASAKI, 2007).
1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO
O avanço do rebolo é ortogonal à superfície da peça, sendo o parâmetro
ae, a profundidade na direção da superfície da peça, como ilustra a Figura (1). A
retificação creep-feed é usualmente caracterizada por profundidades ae maiores
do que 0,5 mm e avanços da mesa Vft menores que 40 mm/s. No corte do
material, podem-se ter variações na profundidade na direção da superfície da
peça ae de 0,1 até 6 mm e variações de velocidade periférica do rebolo Vc
normalmente de 25 até 45 m/s (MARINESCU, HILTCHINER, UHLMANN, ROWE
e INASAKI, 2007).
Figura 1 – Parâmetros da Retificação creep-feed.
Fonte: Adaptado de Marinescu, Hitchiner, Uhlmann, Rowe e Inasaki (2007).
4
Onde o parâmetro q é positivo no caso do rebolo usinar na mesma direção
em que está rotacionando, e em sentido contrário, no entanto o valor do q é
negativo.
Todos os processos de retificação, no qual a velocidade periférica do
rebolo é acima dos valores usuais de 35 até 45 m/s, podem ser classificados
como retificação de alta velocidade. Retificações de alta velocidade podem ser
usadas para a usinagem de materiais como aço, carbonetos de tungstênio,
plásticos e cerâmicas com rebolos especificamente adaptados. As vantagens da
retificação de alta velocidade são alta qualidade superficial, menores tempos de
usinagem, baixo desgaste da ferramenta e baixa força de retificação
(MARINESCU, HILTCHINER, UHLMANN, ROWE e INASAKI, 2007).
Tabela 1 – Parâmetros dos Processos de Retificação Reciprocating, Creep-feed e High-
Performance.
Fonte: Adaptado de Marinescu, Hitchiner, Uhlmann, Rowe e Inasaki (2007).
Na Tabela 1, Q’w = ae.Vft, mostra diferença entre a retificação creep-feed
de outros processos existentes de retificação, mas que não serão abordados
porque este não é o objetivo deste texto, apenas para caracterização do
processo de retificação creep-feed (MARINESCU, HILTCHINER, UHLMANN,
ROWE e INASAKI, 2007).
O que pode ser observado pela Figura (2), é que o processo convencional
de retificação reciprocating necessita de vários pequenos passes com avanços
de mesa mais elevados, enquanto que o processo creep-feed a profundidade de
corte é maior e em sequência altas taxas de retirada de material em baixo avanço
da mesa. Reduzindo o tempo despendido não retificando e eliminando impactos
adversos do rebolo nos finais da peça, a produtividade é aumentada enquanto a
geometria do rebolo é mantida por mais tempo (MACHINING, 1999).
5
Figura 2 – Comparação entre retificação reciprocating e retificação creep-feed.
Fonte: Adaptado de Machining volume 16, de ASM Handbook.
Na Figura (2) observa-se a diferença entre o processo convencional em
(a), com a usinagem creep-feed retirando grande quantidade de material em (b)
e a vantagem do processo creep-feed em (c) reduzindo o tempo de corte em
vazio por conta da profundidade de corte retirando em apenas um ou poucos
passes sobre a peça (MACHINING, 1999).
6
2 TIPOS DE RETIFICAÇÃO CREEP-FEED
Existem três diferentes tipos de retificação creep-feed, como segue:
2.1 PSEUDO CREEP-FEED
No qual a profundidade de corte é pequena, ou seja, é retirado da peça
uma fina camada de material na direção transversal, portanto, o comprimento do
arco de contato é pequeno (MARINESCU, HILTCHINER, UHLMANN, ROWE e
INASAKI, 2007). Em outras palavras, é usado para geometrias com seções
transversais estreitas.
A estreita seção transversal da geometria permite o uso de retíficas
convencionais com controle hidráulico. Velocidades de mesa, embora sejam
baixas em relação a padrões convencionais como retificação reciprocating, não
requerem controle mecânico preciso como retíficas true creep-feed. Retificação
pseudo creep-feed podem fornecer maior produtividade do que a retificação
reciprocating, mas não pode competir com a retificação true creep-feed.
Rebolos usados para pseudo creep-feed não necessitam ser altamente
porosos como rebolos de true creep-feed, por causa da aplicação do refrigerante
e os requerimentos de remoção de cavaco não são tão exigentes. Em alguns
casos, rebolos convencionais serão aceitáveis, embora rebolos muito porosos
proverão a melhor performance (THREE FACES OF CREEP-FEED GRINDING).
2.2 TRUE CREEP-FEED
Caracterizado pelo arco de contato bastante longo, no qual oferece altas
taxas de remoção de material com corte total da profundidade em somente um
passe. Isso oferece grande potencial para aumento de produtividade e precisão.
O processo também proporciona uma estabilidade dimensional maior
(MARINESCU, HILTCHINER, UHLMANN, ROWE e INASAKI, 2007).
Por causa da maior área de contato, os rebolos para a retificação true
cree-feed devem ser mais macios do que rebolos convencionais. Assim, pode-
se dizer também que altas taxas de remoção de material exigem maior
7
refrigeração dentro da interface do rebolo, requerendo uma estrutura tão aberta
quanto possível, para o líquido penetrar mais facilmente nos poros entre os
abrasivos.
A retificação true creep-feed requer máquinas especialmente projetadas,
mas podem propiciar altas taxas de remoção de metal enquanto produz uma
peça de melhor qualidade. O processo é especialmente benéfico em aplicações
onde tolerâncias apertadas e repetibilidade são importantes (THREE FACES OF
CREEP-FEED GRINDING).
Figura 3 – Caracterização da retificação true creep-feed.
Fonte: Adaptado de Machining volume 16, de ASM Handbook.
A Figura (3) exemplifica a diferença da retificação true creep-feed para
com as demais, por seu longo arco de contato.
2.3 CONTINOUS-DRESS CREEP-FEED
O rebolo é afiado e perfilado enquanto a peça é retificada, ao invés de ser
entre ciclos de retificação. Este tipo de retificação proporciona maiores taxas de
remoção de metal do que o tipo true creep-feed. Sendo verdade também, que a
retificação continous-dress aumenta a estabilidade dimensional.
A retificação continous-dress requer máquinas especialmente projetadas.
Elas devem conter todos os atributos necessários às máquinas para retificação
true creep-feed e além disso conter compensadores de velocidade do eixo do
rebolo. Estes são necessários, devem aumentar a velocidade do eixo do rebolo
à medida que seu diâmetro diminui durante a operação, o compensador deve
assegurar que o rebolo opere em uma velocidade superficial constante.
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A medida na qual o dispositivo de dressamento avança em direção ao
rebolo e à medida que o rebolo avança devem ser perfeitamente sincronizados
para compensar o desgaste do rebolo, caso contrário seria impossível retificar a
peça.
Continuous-dress oferece a mais alta taxa de remoção de material e a
melhor continuidade de forma e estabilidade dimensional. Sistema de retificação
que cuidadosamente deve ser controlado, para garantir uma operação de
sucesso.
Compensação do desgaste do rebolo é ilustrado na Figura (4), a
diminuição do diâmetro é compensada por ambos, avanços do rebolo e cilindro
de dressamento em direção à peça (THREE FACES OF CREEP-FEED
GRINDING).
Figura 4 – Sistema de compensação, continuous-dress creep-feed.
Fonte: Adaptado de Machining volume 16, de ASM Handbook.
A Figura (4) mostra o sistema de compensação do diâmetro durante o
processo continuous-dress, em (a) posição inicial e (b) mantendo o corte paralelo
na peça, como exemplifica a linha tracejada.
A Figura (5), mostra as peculiaridades de cada subdivisão do processo de
retificação creep-feed, conforme explicado anteriormente.
9
Figura 5 – Subdivisões da retificação creep-feed.
Fonte: Adaptado de Machining volume 16, de ASM Handbook.
A Figura (5) – (a) exemplifica a retificação pseudo creep-feed, (b)
retificação true creep-feed e (c) retificação continuous creep-feed.
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3 MÁQUINA – CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
Uma das máquinas que trabalha com o processo creep-feed é a máquina
conforme a Figura 6. Fabricada e vendida pela Zemo, é uma retífica CNC, que
pode trabalhar com diversos tipos de superfície, conforme figuras mostradas a
seguir.
As alterações que as máquinas que trabalham com o processo creep-feed
devem ter em relação as máquinas que trabalham pelo processo normal, são
eixos e componentes com uma resistência maior, pois no momento da usinagem
sofrem pressões de cortes muito elevada e tudo isso não pode prejudicar o
dimensional da peça. Ainda mais quando se trata de retificação que é um
processo utilizado para usinagens precisas.
Figura 6 – Retificadora GL-600-P.
Fonte: Zema.
11
Figura 7 – Posicionador axial e radial.
Fonte: Zema.
Figura 8 – Componentes adaptados para retificação de laterais de canais.
Fonte: Zema.
12
Figura 9 – Retificadora GL-600-P realizando usinagem cilíndrica.
Fonte: Zema.
Figura 10 – Retificadora Plana CNC Creep-Feed da Magerle.
Fonte: Hitekmfg.
Como pode se observar nas figuras anteriores, as máquinas que
trabalham com o processo creep-feed são máquinas modernas. Conforme
pesquisas feitas todas trabalhavam por comando CNC.
13
4 TECNOLOGIA E PARÂMETROS
Os parâmetros mais importantes na retificação creep-feed são velocidade
periférica do rebolo Vc, avanço da mesa Vft, e profundidade na direção da
superfície da peça ae (MARINESCU, HILTCHINER, UHLMANN, ROWE e
INASAKI, 2007).
4.1 INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE PERIFÉRICA DO REBOLO Vc
Devido ao longo arco de contato e a profundidade de corte, as forças
tendem a serem altas, no qual, geram altas temperaturas na zona de trabalho.
Altas forças ocasionam deslocamentos na máquina, assim, à imprecisões
dimensionais na peça. Estas forças podem ser reduzidas com passes únicos. E
isto é possível com o aumento da velocidade do rebolo, no qual produz cavacos
de menor espessura e um menor número de arestas de corte ativa. Além disso,
aumentando a velocidade do rebolo geralmente resultam em uma redução no
desgaste da ferramenta e uma menor rugosidade superficial da peça
(MARINESCU, HILTCHINER, UHLMANN, ROWE e INASAKI, 2007).
4.2 INFLUÊNCIA DA PROFUNDIDADE ae E AVANÇO DA MESA Vft
O tempo de máquina no processo de retificação é crucialmente
influenciado pela profundidade ae e o avanço Vft. Um aumento da taxa específica
de remoção de material deve-se ao aumento da profundidade, ou ao avanço da
mesa, este envolve altas forças na retificação e uma elevada temperatura devido
à grande espessura do cavaco. (MARINESCU, HILTCHINER, UHLMANN,
ROWE e INASAKI, 2007).
14
4.3 INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES DE DRESSAMENTO
No caso da retificação creep-feed, condições contínuas são necessárias ao
processo. O dressamento contínuo acontece por um afiador separado e um
dispositivo na retífica. Este procedimento garante que o rebolo tenha a afiação
necessária todo o tempo de contato e tenha o perfil desejado. Um dressamento
contínuo do rebolo permite baixas ou constantes, forças de retificação e
temperaturas de processo e favorável comportamento de desgaste no processo
creep-feed (MARINESCU, HILTCHINER, UHLMANN, ROWE e INASAKI, 2007).
4.4 INFLUÊNCIA DE RETIFICAÇÃO UP- E DOWN-CUT
As variantes dos processos de retificação up and down podem ser
definidas, no caso se o vetor de corte e de movimentação da mesa tiverem a
mesma direção no ponto de contato entre o grão abrasivo e o material, o
processo é definido como down-grinding. No caso de up-grinding, os vetores de
corte e movimentação da mesa são em diferentes direções.
Por causa do processo de contato na aresta de corte e consequente
formação do cavaco, down-grinding usualmente proporciona menores
rugosidades superficiais e além alta qualidade superficial no caso de materiais
dúcteis. Devido às melhores qualidades superficiais, baixo desgaste e menores
forças de retificação, down-grinding é recomendado e pode ser requerido para
mais eficiência na formação do cavaco. No caso de usinagem com pequenas
taxas de remoção de material, esta variante do processo tem apenas um
pequeno efeito positivo na temperatura na zona de máximo contato. No caso de
up-grinding, a temperatura na zona de contato cai rapidamente por conta de
melhores condições do lubrificante refrigerante. Tem definitivamente baixas
temperaturas na zona de contato durante a usinagem com rotações contrárias
com alta profundidade de corte na direção da superfície da peça (ae), altos
avanços de mesa e ao mesmo tempo, altas performances de corte, uma vez que
a eficiência do lubrificante refrigerante tem efeito significativo (MARINESCU,
HILTCHINER, UHLMANN, ROWE e INASAKI, 2007).
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4.5 COMPARAÇÃO ENTRE OS PROCESSOS
A usinagem de materiais metálicos com retificação creep-feed oferece um
número de vantagens em contraste à retificação reciprocating:
a) Redução do tempo de retificação em 50% a 80% por meio de uma
performance de corte superior;
b) Baixo desgaste de aresta levando a uma boa estabilidade do perfil;
c) Qualidade superficial superior;
d) Menores forças em um único grão;
e) Menores temperaturas na zona de contato (MARINESCU, HILTCHINER,
UHLMANN, ROWE e INASAKI, 2007).
Figura 11 – Comparação de parâmetros dos processos de retificação.
Fonte: Adaptado de Marinescu, Hitchiner, Uhlmann, Rowe e Inasaki (2007).
A Figura (11) exemplifica as principais diferenças dos processos por meio
dos parâmetros de cada tipo de retificação. Assim como também, a tabela 2,
mostrando com mais detalhes as diferenças entre eles.
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Tabela 2 - Comparação de parâmetros dos processos de retificação.
Fonte: Adaptado de Marinescu, Hitchiner, Uhlmann, Rowe e Inasaki (2007).
A tabela 2, ajuda na caracterização do processo de retificação creep-feed,
bem como a diferença existente com a retificação reciprocating, de forma prática
e simples, com detalhes importantes de cada tipo de processo de abrasão.
4.5.1 Aspectos Tecnológicos Superficiais da Retificação Creep-Feed
Dentre as vantagens tecnológicas do processo, pode-se citar:
a) Maior tempo efetivo de retificação (reciprocating): perda de tempo
com o rebolo fora de contato com a peça, enquanto faz a reversão da
mesa, podendo exceder o tempo efetivo necessário para retificar a peça,
enquanto que o processo creep-feed utiliza-se de uma profundidade de
corte maior e apenas um passe, faz com que se ganhe tempo de
processo.
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b) Menor tendência à vibração: o aumento da profundidade de corte
associado com a retificação creep-feed produz uma grande interface entre
o rebolo e a peça. Este aumento de interface, combinado com menores
avanços de mesa, tem uma tendência a estabilizar alguma vibração que
possa ocorrer durante o processo de retificação.
c) Aumento das características de conservação de forma: o rebolo
penetra na peça vagarosamente e apenas uma vez, gerando uma forma
completa que compensa a carga sobre toda a face do rebolo. Entrada
devagar e única elimina o cisalhamento de partículas abrasivas que
ocorre com a repetidos choques do rebolo nos cantos peça na retificação
reciprocating.
d) Menores danos térmicos: em retificação convencional de superfície,
com altas profundidades de corte e aumento da velocidade de rotação do
eixo e avanço da mesa, calor é gerado e transferido à peça. Mas na
retificação creep-feed, o calor é um moderado constante influxo
distribuído sobre uma área muito maior. O resultado é que um grande
volume do material da peça é aquecido a temperaturas máxima e média
menores. Embora a temperatura máxima possa alcançar um ponto alto
suficiente para causar danos térmicos à frente do rebolo, o material
afetado será removido durante o processo de retificação (MARINESCU,
HILTCHINER, UHLMANN, ROWE e INASAKI, 2007).
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5 FERRAMENTAS
A seleção do abrasivo é baseada principalmente nas propriedades do
material da peça e nas condições secundárias durante o processo de retificação,
por exemplo, o uso de lubrificante refrigerante. As maiores forças na retificação
creep-feed e temperaturas na zona de trabalho, requerem um tipo correto de
ligante correto do rebolo, já que a dureza do rebolo está ligada a capacidade do
rebolo em manter os grãos abrasivo juntos ao rebolo.
No caso de retificação reciprocating, o rebolo deve absorver a tensão do
impacto devido a mudança de rotação síncrona e rotação contrária e às altas
forças de retificação em um único grão. No caso da retificação creep-feed, forças
de impacto e em um único grão são menores. Assim, altos gradientes térmicos
devem ser absorvidos na zona de trabalho.
Mais aspectos que influenciam na seleção da ferramenta são o formato
do cavaco, no qual é crucialmente afetado pelo material da peça. No caso de
retificação reciprocating, são usualmente mais curtos e grossos. Em contraste,
os cavacos são relativamente finos e longos no caso da retificação creep-feed.
A combinação de abrasivo grão/abrasivo deve ser selecionada de modo que os
cavacos possam ser facilmente retirados da zona de trabalho sem atrito adicional
na peça e/ou acúmulo excessivo de cavaco. Por isso, tem que ter espaço
suficiente disponível para o cavaco. Uma estrutura aberta do rebolo permite
significante aumento do transporte de fluido na zona de trabalho por meio do
refrigerante nos poros. Isto resulta em um aprimorado transporte de calor, no
qual possui uma significância especial no caso da retificação creep-feed
(MARINESCU, HILTCHINER, UHLMANN, ROWE e INASAKI, 2007).
A tabela 3, mostra exemplos de rebolos disponíveis para operação creep-
feed. Sendo a granulometria em relação ao tamanho de grão, diretamente ligado
ao acabamento da usinagem, e quanto maior o número da granulação menor é
o grão abrasivo, pois mais fina é peneira utilizada na separação do grão
(CESCONETTO, MATCZAK E DICKMANN, 2009).
19
Tabela 3 – Rebolos para retificação creep-feed.
Fonte: Norton-abrasivos.
A dureza relacionada ao ligante, outrossim, um rebolo de maior dureza
significa que o ligante possui alta capacidade de manter os grãos abrasivos
juntos ao rebolo, dificultando o desprendimento da estrutura da ferramenta, e as
letras do alfabeto iniciando em “A” significa que são “extra macio” e assim
sucessivamente até a letra “Z” que são considerados “extra duro”
(CESCONETTO, MATCZAK E DICKMANN, 2009). E conforme visto na tabela 3
estes rebolos são considerados “extra macio”, “macio” e “médio” dureza de grão
abrasivo.
A estrutura é definida como o espaçamento entre os grãos abrasivos e o
ligante. Sendo que quanto maior o espaçamento, mais poroso é o rebolo, podem
ser classificados como estruturas de espaçamento aberto, médio e fechado,
neste caso quanto maior o número mais espaçado é a estrutura do rebolo. E
quanto maior o espaçamento mais facilmente o cavaco é eliminado e melhor a
condição de refrigeração da ferramenta (ABRASIVOS).
Em relação à liga de rebolo, é o material que mantém os grãos abrasivos
na forma de rebolo, ou seja, é o ligante utilizado no rebolo, serve para manter os
grãos abrasivos unidos em forma de estrutura do rebolo, e quando necessário
solta o grão desgastado para formar novas arestas de corte, sendo o ligante o
que define a dureza do rebolo (ABRASIVOS).
20
6 LIMITAÇÕES
Este é um excelente processo para linhas de produção, porém para
pequenas retiradas de material pode não ser tão útil. Sabendo que sua
velocidade de avanço é baixa comparada aos outros tipos de retificação.
A peça e o suporte devem possuir uma boa resistência a flexão pois a força
de corte gerada é alta. O fluido refrigerante é outra limitação, já que as
temperaturas de corte são mais elevadas, com isso exige-se diferentes tipos de
fluidos.
Também pode-se citar o custo, por ainda ser uma tecnologia relativamente
nova, cada componente, máquina e acessório tem um valor agregado maior
(MACHINING, 1999).
Outra limitação, pode-se citar que o processo corrobora em um rápido
crescimento da temperatura na zona de contato (MARINESCU, HILTCHINER,
UHLMANN, ROWE e INASAKI, 2007).
21
7 APLICAÇÕES
As vantagens da retificação creep-feed são curtos tempo de usinagem,
menor rugosidade superficial, perfil aprimorado e precisão dimensional. Na
produção industrial em grande quantidade, existem dois campos de aplicação da
retificação creep-feed no qual alta performance de corte e alta qualidade dos
componentes são necessários. Retificação creep-feed é usado para usinar
sulcos profundos com paredes laterais paralelas e perfis com contornos estreitos
e profundos e/ para materiais difíceis de retificar. É aplicado no processo de
fabricação de rotores, com aberturas de até 30 mm de profundidade na superfície
do componente, como exemplifica a Figura (12), principalmente materiais
endurecidos. Um segundo campo de aplicação para a retificação creep-feed é
fabricação de pás de turbinas de superligas a base de níquel. Nesse caso, peças
com diferentes perfis, quando alto requerimento de precisão geométrico é
necessária e também qualidade superficial (MARINESCU, HILTCHINER,
UHLMANN, ROWE e INASAKI, 2007).
Figura 12 – Retificação do rotor.
Fonte: Norton-abrasivos.
Nas Figuras (12) – (a) aplicação de retificação creep-feed em rotores (b)
caracterização da movimentação do rebolo-peça na usinagem do perfil do
produto.
22
Figura 13 - Exemplo de peça retificada por meio de retificação cree-feed.
Fonte: Norton-abrasivos.
Nas Figuras (13) – (a) retificação de canais de rotores e (b) Grau de
remoção alcançado pela operação. Além disso, as maiores exigências são feitas
na ausência de influência de calor nas subcamadas superficiais da peça.
Retificação creep-feed satisfaz estas condições de trabalho concedendo altas
taxas de remoção e qualidade superficial (MARINESCU, HILTCHINER,
UHLMANN, ROWE e INASAKI, 2007).
23
REFERÊNCIAS
ABRASIVOS Disponível em <http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasivan/processoscorte_arquivos/Abrasivos.pdf>. Acesso em: 10 set. 2015.
ÁRVORE DE ENTRADA Disponível em <http://www.zema.com.br/arvore-de-entrada.html>. Acesso em: 09 set. 2015.
CESCONETTO, Alice Casagrande; MATCZAK, Fernando Paupitz e DICKMANN, Thiago. Rebolos. Florianópolis: UFSC, 2009.
Machining Volume 16, de ASM Handbook. 9ª ed. ASM International, 1999.
MARINESCU, Ioan D.; HILTCHINER, Mike; UHLMANN, Eckart; ROWE, W. Brian e INASAKI, Ichiro. Handbook of Machining with Grinding Wheels. Florida: CRC Press, 2007.
NORTON-ABRASIVOS Disponível em <http://www.norton-abrasivos.com.br/uploadedFiles/SGnortonabrasivosbr/Documents/ITN048%20-%20Creep-Feed.pdf>. Acesso em: 10 set. 2015.
PRECISION CNC GRINDING SERVICES Disponível em <http://www.hitekmfg.com/precision-cnc-grinding-services-land-based-industrial-gas-turbines.html>. Acesso em: 09 set. 2015.
THREE FACES OF CREEP-FEED GRINDING Disponível em <http://www.abrasive-form.com/documents/Three%20Faces%20of%20Creep-Feed%20Grinding.pdf>. Acesso em: 06 set. 2015.