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FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIA
RETRATO
YARA HELENA FALCONI
São Paulo 2018
FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIA
RETRATO
YARA HELENA FALCONI
Trabalho de conclusão do Curso de
Fotografia da Escola Focus São Paulo
em 2018.
Orientador: Prof. Dr. Enio Leite
São Paulo 2018
FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIA
“Um retrato é quase um milagre”
Bob Wolfenson
São Paulo 2018
FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIA
Agradeço a dedicação, a gentileza e o
profissionalismo com que os Professores Enio Leite e
Paulo Gomes dedicaram ao meu caminho rumo ao
mundo da fotografia.
São Paulo 2018
Sumário resumo ............................................................................................................................... 6
ABSTRACT ........................................................................................................................ 6
Introdução ......................................................................................................................... 7
1-Breve história da fotografia........................................................................................... 7
2- O retrato e a fotografia ................................................................................................. 8
3 - Equipamentos ............................................................................................................ 10
4- As principais técnicas utilizadas ............................................................................... 11
4.1- A luz ........................................................................................................................... 13
5- Fotografia como negócio .......................................................................................... 15
6- Dez fotógrafos de destaque ...................................................................................... 17
Luiz Garrido ..................................................................................................................... 17
Bob Wolfenson ................................................................................................................ 18
Irving Penn ....................................................................................................................... 19
Annie Leibovitz ................................................................................................................ 20
Richard Avedon .............................................................................................................. 21
Herb Ritts ......................................................................................................................... 22
Vânia Toledo .................................................................................................................... 23
Daryan Dornelles ............................................................................................................. 24
Marcio Scavone ............................................................................................................... 26
Diane Arbus ..................................................................................................................... 27
Referências Bibliográficas..............................................................................................28
6
RESUMO
Este trabalho se destina a apresentar um dos grandes temas da fotografia: o
retrato, sua origem histórica e o seu lugar na sociedade como um todo. Serão
apontadas as técnicas e equipamentos utilizados na sua realização, a fotografia
como negócio, bem como os principais profissionais da fotografia que se
destacam no tema.
ABSTRACT
The purpose of the following essay is to present one of the oldest photography
styles: The Portrait and Its historical context and place in society as a whole.
It will be presented the techniques and equipment currently used in the making
of a photography, as well as the way business works in this field.
PALAVRAS-CHAVES
Fotografia, retrato, portrait, fotógrafo, luz, iluminação
7
Introdução
Fotografia. Foto Grafia. Escrever com Luz. A fotografia é o processo de permite
registrar imagens por meio de uma câmera escura. Anteriormente ao advento digital,
seria mais apropriado dizer que se tratava do registro e da reprodução de uma imagem
capturada por uma câmera escura através de processos e reações químicas em
superfícies adequadas para tanto.
1. Breve história da fotografia
Há registros de que a história da fotografia tenha origem na Antiguidade quando, no
século 4a.c., alquimistas descobriram a possibilidade de se projetar imagens através da
passagem de luz por um pequeno orifício em uma câmera escura.
Posteriormente, em um grande salto no tempo, em 1525 d.c. foi descoberto que os
sais de prata eram sensíveis à luz e, ainda, permitiam a fixação da imagem refletida de
um objeto.
Referida descoberta trouxe uma revolução para o que viria a ser o que hoje
chamamos de fotografia pois, a partir de muitos experimentos, na primeira metade do
século XVII, foi comprovada pelo professor de medicina Johann H. Schulze a
possibilidade de se registrar uma imagem tal qual se aventou na Antiguidade, com a
combinação de sais de prata e o uso da luz.
Um século depois, em 1826, Joseph Nicéphore, um inventor francês, conseguiu,
finalmente, fixar a imagem capturada através do processo comprovado anteriormente
sobre uma placa composta por vários metais e camadas com diferentes componentes.
Embora tenha havido muito experimento prévio, na história se encontram dois nomes
que surgiram paralelamente, o inglês Henry Talbot e o pintor e inventor francês Louis
Mandé Daguerre.
Ao passo que Talbot documentou a possibilidade de se fixar imagens usando um
papel tratado com cloreto de prata e, posteriormente, mergulhá-lo numa solução de sal
trazendo como resultado um negativo que poderia ser copiado várias vezes, Daguerre,
que ganhou fama como o “pai da fotografia moderna”, trazia uma imagem positiva como
resultado da utilização de uma fina chapa de cobre revestida com sais de prata e vapor
de mercúrio, invento que passou a ser denominado Daguerreótipo pela Academia de
ciências de Paris.
8
A questão ainda recaía no custo dessa reprodução de imagem, pois o processo era
restrito aos ricos. Os menos abastados ainda recorriam aos pintores retratistas para o
registro de imagens pessoais e de família.
A partir daí começou a busca por melhorias nos processos mecânicos e químicos que
nos trouxe o nome Kodak, do americano George Eastman Kodak que, se utilizando dos
estudos e invenções anteriores, fundou a Eastman Kodak Company, desenvolvendo
posteriormente a tecnologia de filmes, barateando as câmeras fotográficas e iniciando aí
sua popularização.
Até que a fotografia ganhasse o status de arte passou-se muito tempo e surgiram
várias polêmicas, tendo em vista que, anteriormente a esse tipo de registro, utilizava-se o
trabalho, os traços, o estilo e o talento dos pintores que não concebiam ser arte um
processo que envolvia muito pouco de seu autor, que se utilizava de procedimentos
mecânicos, físico e químicos.
Referida polêmica não teve força no Brasil que abraçou a novidade, trazida em
meados de 1940 pelo Abade Louis Compte, considerando-a uma invenção europeia
maluca, tornou-se um modismo.
Muito se caminhou até os dias de hoje e, mesmo o advento do filme e,
posteriormente, a introdução de câmeras compactas e descartáveis que revolucionaram
o uso da fotografia, ficaram obsoletos e já caíram em desuso para a maioria das pessoas.
Com a chegada da fotografia digital que passou a dispensar os filmes, ficando ainda
mais acessível sua utilização como hobby, vieram também os telefones portáteis, os
chamados telefones celulares, hoje verdadeiros computadores de bolso. Referidos
telefones trazem em seu corpo uma câmera fotográfica capaz de satisfazer a grande
maioria do público pois oferece a um custo mínimo um instantâneo de viagem, registro de
família e, mais importantes segundo os novos hábitos, os autorretratos, os famosos
selfies, fotos que, embora possam resultar em resoluções inferiores em relação às
câmeras DSLR, têm grande aceitação diante da rapidez e portabilidade.
2. O retrato e a fotografia “O rosto humano não é
uma coisa, como supõe o vulgar, nem permanece o mesmo. Ele abriga
infinitas variedades [...] você deve sentir o que ele significa e mergulhar na
alma escondida. O retrato pictórico é então pintura de reminiscência e da
concepção do caráter com o objeto diante de nós para auxiliar a memória
e o entendimento.” William Hazlitt, On a portrait of an English Lady, by
Vandyke, 1826.
Desde os primórdios o homem é retratado pelas artes, seja em traços rudimentares,
na forma de escultura, desenhos, pintura e fotografia.
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Diz-se que a primeira forma de representação imagética do homem se deu pelo
contorno de sua sombra e posterior preenchimento com cores. É a figura humana que de
certa maneira inicia qualquer representação de imagem e, consequentemente a pintura.
De acordo com o historiador da arte Professor Denis Donizetti Bruza Molino, “A figura
humana é louvada como o motivo inaugural da pintura. Com ela surge o retrato, que
supõe a semelhança da imagem com o modelo.”
A origem da palavra retrato vem do italiano ritratto, fazer a efígie de uma pessoa, do
latim Retractus, particípio passado de retrahere, de re-, para trás, mais Trahere, tirar,
puxar, algo como tirar fora uma imagem.
Há registros de retratos em encáustica (pinturas realizadas com cera) que datam dos
séc. I e II cujas imagens se destinavam a identificar o corpo dentro dos sarcófagos
(retrato funerário).
Após ser utilizado pelos egípcios, romanos e gregos, o retrato se consolida como
gênero no séc.XIV e um dos primeiros retratos de que se tem notícia data de 1360 e está
exposto no Louvre (Giovanni, o Bom). A partir daí figuram personalidades no mundo
artístico que influenciaram gerações, como Michelangelo (1475-1564) que retratava com
perfeição a fisionomia humana através de esculturas, desenhos e pinturas, como
Rembrandt, famoso pela iluminação peculiar com uma única fonte de luz, que
emprestava realidade e expressão às suas obras, e muitos outros, com escolas e estilos
diferentes entre si.
A arte do retrato vem ao encontro dos desejos da corte e da burguesia de registrar e
exibir sua imagem na vida pública e privada.
Com o advento do então daguerreotipo, a sociedade mais abastada passou a ser
imortalizada com as primeiras fotografias.
Muito se modificou em relação à tecnologia, aos custos, à técnica, aos materiais e
estilos, mas os anseios da sociedade moderna em se ver retratada se mantiveram fiéis
aos dos antepassados.
Uma das áreas mais nobres da fotografia, o retrato exige muito mais do que técnica. É
fundamental que o retratado seja captado em sua essência, que a fotografia mostre muito
mais do que o simples registro. E para isso é necessário somar à técnica muita
sensibilidade.
Segundo o fotógrafo Juan Esteves, um retrato bom é aquele que, antes de tudo, capta
a atenção do espectador. “Essa é a essência do gênero”, diz.
De acordo com Michel Comeau, fotógrafo e editor do On Protrait, comunidade online
dedicada à fotografia de retrato, “Para chamar uma foto de retrato, você precisa de
consentimento”.
10
Para que se obtenha um bom retrato, é importante que ele não passe a ideia de
artificialidade e para isso é exigido do fotógrafo, além de técnica, muita paciência e
perspicácia para extrair do retratado aquilo que mais se aproxima de sua personalidade.
Em alguns casos, quando o retratado é um executivo ou uma figura pública habituada
a esse tipo de exposição, é inevitável que a pessoa já se coloque no seu melhor ângulo
ou mesmo apresente a expressão que a coloque na sua zona de conforto.
Por outro lado, quando o ato de ser fotografado parece oferecer desconforto ou
timidez, o retratado tende a se retrair e não oferecer o seu melhor ao profissional.
Nos retratos de família deve-se buscar expressões que revelem harmonia. Quando há
crianças e bebês envolvidos a preocupação é manter os pequenos interessados.
Em todos os casos, fica a cargo do fotógrafo criar um ambiente de cumplicidade e
conforto para que ao longo do tempo as tensões comecem a desvanecer. Criada a
empatia, o fotógrafo tem mais possibilidades de obter expressões faciais que podem
enriquecer o produto final.
Para que isso ocorra, é importante que o profissional estude o fotografado, se informe,
saiba que ele é, o que faz, do que gosta. Desse modo será mais fácil captar uma imagem
que represente sua personalidade.
Há ocasiões em que o retratado não dispõe de tempo, restando muito pouco a fazer.
Nesse caso, o profissional faz uma foto padrão e ao longo dos cliques, ao perceber que a
pessoa está mais descontraída ou ainda, faz algumas expressões reflexivas ou mesmo
reativas, faz o clique. É a hora em que o trabalho começa.
Outro ponto fundamental, seja em estúdio ou locação, é a prévia preparação do
ambiente e da iluminação.
No estúdio ou em ambiente externo, deve-se estudar a locação previamente, prestar
atenção nos detalhes, verificar as diversas possibilidades de cenário trará riqueza no
produto final. Analisar as condições climáticas, a iluminação ambiente, a estrutura física e
a infraestrutura elétrica trará agilidade e segurança para o trabalho a ser executado.
Somando-se a isso, deve-se levar em conta o enquadramento, que poderá ser um
close, um plano médio ou mesmo um plano americano, tendo em vista que são os tipos
de enquadramentos mais utilizados em um retrato.
3. Equipamentos
Um fotógrafo deve conhecer muito bem o seu equipamento para que na hora das fotos
ele não tenha que gastar tempo com ajustes e pré-preparo.
Câmera, lentes, Flash, rádio flash, flashmeter, sombrinha, rebatedores, softboxes,
tripés, todos esses equipamentos auxiliam na busca pela perfeição da imagem. No
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entanto, com técnica, nada impede que se possa conceber um bom retrato apenas com
uma câmera, lente e boa luz natural. O flash e um rebatedor acrescentarão qualidade à
fotografia e assim será com os demais equipamentos que vão acrescentando detalhes
sutis que elevarão o retrato.
Uma das lentes recomendadas em livros e manais de fotografia para uma imagem de
retrato é a 50mm por sua luminosidade, embora deva ser evitada caso se pretenda obter
closes, pois ela irá distorcer a imagem. Lentes de 85mm, 135mm, teles e meias teles
também são amplamente utilizadas. Objetivas mais curtas trarão mais intimidade, as
muito longas poderão deixar o fotógrafo muito afastado do modelo, exigindo que ele fale
mais alto, podendo passar uma ideia de agressividade aos mais retraídos.
Um flash que poderá ser acoplado na sapata da Câmera pode atender a necessidade
de um fotógrafo de retratos. Nesse caso, e sempre a depender da luz ambiente, o flash
deve ser utilizado sempre direcionado pra cima, rebatido no teto ou com um cartão, ou ao
lado do fotografado, nunca de frente.
Um tripé para flash e sombrinha. Nesse caso também se faz necessário um rádio flash
para que o flash e a câmera estejam sincronizados.
Rebatedores, que podem vir em kits de rebatedores branco, preto, prata e dourado. O
branco oferece uma luz difusa, o preto corta a luz, o rebatedor prata reflete a luz e
oferece uma luz fria e o dourado reflete uma luz mais quente.
Um flashmeter, ou fotômetro de mão, oferece ao fotógrafo a possibilidade de ser mais
assertivo quanto à luz, medindo tanto a luz ambiente quanto a luz gerada por flashes, ao
passo que o fotômetro embutido na câmera mede apenas a luz refletida.
Soft box, Hazy, Octabox e beauty dish são caixas de iluminação que, acopladas em
tripés e posicionadas em diversos ângulos do assunto/modelo a ser fotografado oferecem
uma luz suave, difusa, criando uma luz branda, evidenciando detalhes, suavizando as
sombras, e oferecendo tons de pele mais agradáveis.
4. As principais técnicas utilizadas
São várias as técnicas utilizadas nas fotografias de retratos que vão da escolha das
lentes, à iluminação, passando pela ambientação, produção, direção, enquadramento e
composição.
Primeiramente é necessário verificar-se qual é o ambiente que se quer ou que é
necessário fotografar. Estúdio? Locação? Ambiente interno ou externo?
Como já mencionado, é o preparo prévio que oferece ao fotógrafo segurança na hora
de executar o seu trabalho, além de demonstrar ao fotografado profissionalismo e
confiabilidade.
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O planejamento do que se quer como resultado pode favorecer enormemente o
trabalho a ser executado. É fundamental se comunicar com o modelo, envolvendo-o,
criando cumplicidade para que venham expressões faciais e corporais com naturalidade.
Mesmo que seja para se obter uma única foto de um personagem que não tem muito
tempo. Seja ele um executivo, um ator, um político, uma pessoa comum, uma família.
Pessoas acostumadas a serem fotografadas tendem a utilizar fórmulas já testadas,
seu melhor ângulo, uma expressão que já provou que dá certo. Cabe ao fotógrafo
perspicácia para obter uma expressão inédita.
Feito isso, o fotógrafo passa a interagir com o fotografado de modo a obter as fotos
desejadas. É o que se chama de direção.
Há vários estilos de se dirigir uma foto de pessoas, alguns fotógrafos são mais
ousados, outros mais eloquentes, há os que falam alto ou são engraçados, e existem os
mais discretos. O importante é que o profissional se conheça e compreenda qual o estilo
de direção que mais se assemelha à sua personalidade para que o estilo adotado seja
verdadeiro e não pareça forjado.
O primordial é ter a pessoa a ser retratada segura, confiante. Saber ressaltar atributos
e poses do modelo, sem resvalar no elogio gratuito, ajuda a elevar sua autoestima.
Distraí-lo também pode ser útil, faz com que ele relaxe e não pense na foto. Pedir para o
fotografado limpar os óculos, abotoar a camisa ou coisa parecida pode render algumas
poses naturais.
Cada sessão fotográfica tem seu tempo de aquecimento, pico e esfriamento. Embora
a direção possa estimular o ânimo do fotografado, deve-se prestar atenção nessa
particularidade e compreender que a sessão chegou ao fim.
O fotógrafo enviado a fotografar executivos e pessoas muito ocupadas experimentará
uma dinâmica completamente diferente daquelas pessoas que o contrataram para fazer
um book de recordação, seja por vaidade ou para registrar momentos da vida, da família,
dos filhos.
Ao retratar-se uma família, deve-se buscar a harmonia entre os seus membros, por
isso iniciar conversas amenas pode favorecer a naturalidade com que interagem uns com
os outros.
Retratos de bebês e crianças, por sua espontaneidade, oferecem uma gama de
expressões únicas por isso exigem do fotógrafo muita paciência para registrar o momento
exato.
Como crianças e bebês podem se sentir enfadados com o ambiente do estúdio, deve-
se pensar em recursos lúdicos, seja um brinquedo barulhento para atrair a atenção dos
pequenos na hora do clique, seja uma antessala confortável com alguns recursos como
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por exemplo, folhas de papel e lápis de cores, uma programação infantil em um monitor
ou TV, brinquedos, livros infantis e até alguns doces.
Além de saber lidar com os pequenos, o fotógrafo também deve fazer uma leitura dos
pais que, na maioria, excessivamente vaidosos em relação aos seus filhos, depositam a
expectativa da fotografia perfeita plasticamente, atuando, inclusive, como diretores de
cena e muitas vezes impedindo que as crianças ajam com naturalidade.
Uma conversa prévia com os pais é fundamental para que se possa contar sobre o
método de trabalho, definir prioridades, o que se espera – dos dois lados- e o que pode
ocorrer ao longo de uma sessão, como por exemplo uma criança se sentir intimidada na
frente dos pais ou o bebê chorar, se cansar, etc.
A mesma conversa deve ser realizada com os modelos adultos antes do início de uma
sessão fotográfica. Informação nunca é demais e pode auxiliar na compreensão e
colaboração de todos.
Após finalizar a sessão ainda restam as etapas de edição das fotos, quando serão
realizadas pequenas correções na imagem e, por fim, a impressão.
Pelo exposto, restam alguns tópicos que merecem ser destacados:
- Conhecer o equipamento
- Focar no rosto e, principalmente, nos olhos é fundamental em um retrato.
- Com um fundo indesejado, caso não seja possível mudá-lo, optar por closes ou
maior abertura para desfocá-lo.
- Em ambiente externo, estudar as condições de iluminação natural e definir o melhor
horário para as fotos. Dias de muito sol resultam em sombras fortes, preferir as primeiras
horas da manhã ou no final da tarde. Dias nublados oferecem a melhor luz.
- O corte vertical é o mais indicado para um retrato, a menos que se queira incluir na
cena elementos que fortaleçam a imagem e a personalidade do fotografado. Nesse caso,
deve-se observar a regra dos terços.
- Ao fotografar com flash não fazê-lo voltado diretamente ao retratado. Usá-lo rebatido.
4.1 A luz
A iluminação merece um tópico especial, devido a sua importância na fotografia como
um todo e, sobretudo, no retrato.
Primeiramente, temos que considerar a luz natural, a luz disponível na natureza,
advinda do sol, da luz do dia, que oferecerá inúmeras variações no resultado de uma
fotografia a depender na luminosidade do dia e, sobretudo do horário em que se
fotografa.
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Ao ar livre, os melhores horários para se conceber um ensaio fotográfico são entre 7h
e 9h durante a manhã e entre 15h e 17h pela tarde, para que se obtenha o melhor do sol
e da luminosidade do dia.
Com poucos recursos, pode-se utilizar a luz natural e um flash acoplado em um tripé
e uma sombrinha.
Caso se note algumas sombras indesejadas, pode-se mudar a posição do rosto
elevando-o minimamente em direção à luz, reduzindo eventuais sombras e olheiras. Com
um rádio flash, um softbox colocado na lateral do modelo, a 45 graus, e alguns difusores
e rebatedores - que podem ser até mesmo folhas de isopor -, a luz pode ganhar
resultados positivos significativos.
Em se tratando de ambientes mais equipados tecnologicamente, um fundo neutro,
luzes de fundo, luzes laterais, luz frontal, difusores, rebatedores, tapadeiras e flash
podem oferecer resultados surpreendentes em um retrato.
Importante observar a posição da luz, se frontal, lateral, se frontal ou lateral superior,
se frontal ou lateral inferior, etc., pois a fisionomia do retratado terá conotações
completamente diferentes.
Há 6 principais maneiras de se posicionar a luz, quais sejam:
Luz ampla, ou broad light, considerada (assim como a luz curta) um estilo de
iluminação que pode ser aplicado em qualquer padrão de luz a ser adotado, é a
iluminação cuja luz principal ilumina o lado do rosto mais próximo voltado para a câmera.
Adiciona volume a um rosto mais oblongo.
Luz curta, ou short light, a fonte de iluminação principal ilumina a lateral do rosto mais
distante da câmera, enquanto que a face voltada para a câmera ganha sombra. Enfatiza
os contornos do rosto e tende a causar um efeito emagrecedor.
Luz dividida, ou split light: como o próprio nome diz, esse posicionamento de
iluminação divide o assunto em duas metades, uma mais iluminada e a outra menos, com
mais sombra. Esse padrão de luz confere dramaticidade. A fonte de iluminação deve
estar posicionada lateralmente a 90 graus do assunto.
Luz curva, ou loop light, cria uma pequena sombra no nariz sobre as bochechas
conferindo beleza. Para esse efeito, a fonte principal de luz deve estar ligeiramente acima
do nível dos olhos e aproximadamente a 30 ou 45 graus da câmera.
Luz Rembrandt, ou Rembrandt light, assim denominada a partir do padrão de
iluminação utilizado nas pinturas do pintor holandês, confere uma espécie de triângulo de
luz no centro do rosto. Para se obter esse efeito, deve-se ter certeza de que o olho do
lado do rosto que está na sombra tenha uma ponta iluminada, bem como que haja luz no
olhar. Confere suntuosidade ao retratado.
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Luz borboleta, ou butterfly light, cria uma pequena sombra em forma de borboleta sob
o nariz do fotografado ao se posicionar a principal fonte de luz acima e atrás da câmera.
Confere glamour, bem como enfatiza menos as rugas do que a iluminação lateral. Para o
efeito, pode-se complementar a iluminação posicionando-se um refletor sob o queixo.
Como dito anteriormente, o posicionamento da luz pode ser complementado com
outros recursos como difusor, rebatedores ou uma luz de cabelo, por exemplo. A luz de
cabelo posicionada discretamente atrás e levemente abaixo do fotografado conferirá
uma iluminação glamourosa nos cabelos.
Já o difusor e os rebatedores, bem posicionados, emprestarão efeitos diferentes à
iluminação do modelo. O difusor pode proporcionar uma luz suave, criando uma sombra
clara sobre a modelo. O rebatedor prateado amplia a incidência de luz. O dourado dá
uma aura dourada à pele, uma coloração de tonalidade mais quente e fica melhor
utilizado em peles mais bronzeadas ou morenas. Peles muito brancas podem ganhar
uma coloração.
5. Fotografia como negócio
Toda e qualquer área profissional que se queria adotar, seja por paixão ou mesmo
por necessidade, deve ser estruturada anteriormente.
Além de dominar a técnica e buscar aprimoramento sempre, obter conhecimento
sobre o seguimento no mercado é fundamental. Estudos sobre as maiores tendências,
sobre quem são os grandes nomes, os profissionais da área, o que fazem, como fazem,
o que já tem muito por aí, o que falta, quanto se cobra, qual o capital inicial mínimo,
capital de giro, e por aí vai.
É necessário que se mapeie o produto e o cliente desejado: “qual o tipo de serviço
quero oferecer?”, “qual o tipo de cliente quero almejar? quem é ele, o que faz, do que
gosta, quais são os seus sonhos e anseios? aonde ele se diverte?”. Com algumas
perguntas respondidas já se pode iniciar uma campanha de marketing nas redes sociais
adequadas ao produto e cliente.
É preciso saber se comunicar, ampliar a bagagem cultural para poder circular entre
vários meios com confiança. Deve-se fazer networking visitando locais aonde pode
circular seu público alvo, frequentar exposições, galerias, workshops. Todos os contatos
são possíveis clientes, façam eles parte de sua vida profissional, pessoal ou familiar.
Como se trata aqui de fotografia de retratos, ou seja, pessoas, o profissional deve
compreender um pouco sobre psicologia para melhor atender o seu público, seja uma
família, um casal com ou sem filhos, crianças, bebês recém nascidos, executivos, atores
e atrizes, personalidades diversas, diferentes vivências e egos que devem ser
satisfeitos.
16
O estudo permanente é mandatório em qualquer área profissional.
Há profissionais que estudam, inclusive, maquiagem, para que possam usufruir
melhor do uso da luz.
Todas essas informações devem fazer parte da vida de qualquer empreendedor,
seja para vender picolés ou fotografias é necessário estudo e que se tenha um
planejamento para que se possa responder a essas e a tantas outras perguntas.
O fotógrafo que deseja encarar a fotografia como um negócio se depara com
questões que vão além de sua paixão pela fotografia. É necessário passar a encarar a
fotografia como empresa, “EUpresa/ o eu empresa” como se diz por aí. Encarar o fato de
que fotografia a partir de agora não é um hobby, não é um trabalho pontual, é um
negócio. É claro que isso não impede que o amor pelo ofício traga benefícios para o
profissional, para o resultado final do produto e, consequentemente para o cliente.
Como toda empresa, há que se pensar em alguns pontos basilares como um Plano
de Negócios com um bom estudo de viabilidade.
Antes de tudo deve-se ter em mente que o fotógrafo deverá estruturar seu negócio
considerando os seguintes aspectos e como lidará com cada um: 1) Financeiro/Contábil,
2) Administrativo, 3) RH, 4) Vendas, 5) Marketing, 6) Jurídico, 7) Atendimento ao cliente,
8) Edição e 9)Fotografar.
Todos esses itens podem ser realizados pelo próprio fotógrafo e exigem certo grau
de comprometimento e muita organização. Com o tempo, e à medida em que o negócio
se consolida, o fotógrafo passa a poder ter um auxiliar, assistente ou mesmo um
contingente deles.
Como diz a fotógrafa e professora de marketing e negócios na fotografia Silvia
Martins, “- Ou você contrata, ou você terceiriza, ou você faz.”.
Um estudo de viabilidade no início de tudo pode clarear questões como o retorno do
investimento empregado, por exemplo. Câmeras, lentes, flashes, tripés, computador,
softwares, e por aí vai, são os primeiros investimentos e, a depender do grau do
investimento, pode-se obter um retorno em aproximadamente 3 anos, por isso é
necessário ter uma retaguarda financeira antes de se lançar em uma nova empreitada.
Segundo o SEBRAE, a maioria das pequenas empresas, de todas as áreas, fecha
suas portas com menos de um ano de atuação, sendo que 7% fecham por falta de lucro,
20% encerram o negócio por falta de capital e quase 50% dos pequenos empresários do
Brasil não sabem precisar se têm lucro ou prejuízo, o que nos faz constatar que o que
falta é gestão adequada de recursos.
Vendido um trabalho, como e quanto cobrar? Anteriormente, é necessário que haja
um contrato com todos os termos que envolvem o trabalho que será entregue. E esse
17
contrato deve ser personalizado, por isso, ainda que se encontre inúmeros modelos na
internet, deve-se consultar um advogado para se certificar de que o seu teor atende as
suas necessidades.
Quanto ao valor, deve-se evitar cair na armadilha da guerra de preços e vender um
serviço por um preço muito inferior ao do mercado. Guardadas as devidas proporções –
é claro que um fotógrafo de renome e com muitos anos de experiência tem uma
capacidade maior de ganho-, o profissional da área precisa valorizar o seu produto e
pesquisar a média de valores cobrados para fazer a sua tabela de preços para não se
desvalorizar.
Para agregar valor ao serviço prestado, primeiramente, mostre seu cartão de visitas,
que é o seu trabalho, fotos de trabalhos anteriores contendo seu estilo e sua técnica de
maneira bem apresentada, seja em uma rede social, num site ou blog, em forma de
fotobook ou num meio digital adequado como um notebook ou ipad. Ofereça também a
possibilidade de entregar outros produtos além da fotografia desejada inicialmente,
como fotobooks, cartões e outros.
A remuneração no âmbito nacional pode variar bastante, devido ao tamanho
continental do país e suas diferenças econômicas. Em São Paulo, a Associação de
Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo divulga uma tabela com
valores de saídas de até três horas que varia entre R$ 547,00 e R$ 845,00 de até 5 horas
que varia de R$872,00 a R$1.343,00.
Uma boa pesquisa de mercado fará com que o profissional iniciante se sinta seguro ao
cobrar o valor escolhido, mas antes de mais nada ele deve verificar o seu custo para montar
sua planilha de preços. O uso, manutenção e desgaste do equipamento, aluguel do espaço,
luz, água, telefone, internet, sua hora de trabalho, etc.
6. 10 Fotógrafos de destaque
Observando os inúmeros fotógrafos que obtiveram reconhecimento com fotografia de
retratos, verifica-se que muitos deles iniciaram sua carreira na moda ou, ainda, foram
imortalizados por registros da vida cotidiana. Os fotógrafos elencados a seguir foram
escolhidos por sua relevância em momentos e estilos distintos, e a escolha não tem a
pretensão de oferecer uma lista dos melhores em detrimento de outros profissionais.
Luiz Garrido – Carioca, nascido em 1945, iniciou sua carreira como repórter
fotográfico em 1968, após abandonar uma futura carreira de economista. De Paris, foi
correspondente da extinta revista Manchete, e no ano seguinte ficou em evidência ao
realizar em Berlim o registro de uma campanha pela paz mundial promovida pelo casal
John Lennon e Yoko Ono. Ao voltar para o Brasil, dois anos depois, passa a fotografar
18
moda e publicidade, fundando, em 1982, a agência Casa da Foto, com Ricardo de Vicq,
Levindo Carneiro e Paulo Pinho. Ganha o prêmio Abril em quatro edições diferentes e é
considerado o fotógrafo publicitário do ano de 1983 pela Associação Brasileira de
Propaganda. Trabalhou para veículos como Vogue (Brasil e França), Elle (Brasil),
Playboy, GQ entre outros. É autor do livro Retratos, da Ed. iPhoto.
Dono de uma técnica e composição impecáveis, mostra em seus retratos tudo aquilo
que o personagem carrega.”Meus retratos são críticos. Não tenho retrato bonito com luz
perfeita. A diferença é o lado que mostro. Não gosto de foto bela tecnicamente falando.
Ela é boa quando causa emoção e mostra a alma da pessoa, quando você consegue
extrair essa emoção. Se não for assim jogo fora, apago na hora.” Diz em uma das
inúmeras entrevistas que concedeu.
Foi assunto na imprensa em 2017 por conta da polêmica série Heróis, na qual retratou
celebridades.
Bob Wolfenson - paulistano nascido em 1954 é um dos maiores fotógrafos da
América latina. Começou a fotografar com 12 anos e aos 16 foi fazer estágio como
19
fotógrafo na Editora Abril. Em 1974 passou a ser fotógrafo freelancer nas revistas da
Editora e, em 1978 monta seu primeiro estúdio. Achando-se medíocre profissionalmente,
como relata na exposição “Retratos”, no Espaço Cultural Porto Seguro - SP, em 1982
viaja para os Estados Unidos para se aprimorar. Lá trabalhou como assistente do
fotógrafo Biil King.
Ao voltar para o Brasil depois de um ano e meio, começou a ganhar espaço no
mercado de moda e logo em seguida passou a fazer editoriais para a revista Playboy.
Tem uma carreira de sucesso, recheada de várias exposições, livros e prêmios.
Revistas especializadas passaram a fazer reportagens sobre seu trabalho, como a
Revista Gráfica e a francesa PHOTO. O acervo do MASP abriga duas de suas fotos.
Além dos vários livros, lançou a revista “55”, cujo conteúdo abarcava imagem, moda,
comportamento e fotografia. Em 2002, lançou a revista “S/Nº” que sucedeu a anterior.
Em seus mais de 50 anos de carreira e inúmeras exposições e prêmios, está em
cartaz no Espaço Cultural Porto Seguro – SP com a exposição “Retratos”.
Irving Penn – americano, (1917-2009), estudou no Philadelphia Museum School of
Industrial Art e foi um dos mais importantes fotógrafos de moda dos anos 50 e 60. Sua
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primeira capa para a Vogue américa foi em 1943 e dez anos depois de muitas capas e
trabalhos relevantes fundou o seu próprio estúdio em Nova York e continuou a fotografar
personalidades do mundo da arte, da moda e do cinema.
Atualmente suas obras estão expostas no Instituto Moreira Salles –IMS-SP organizada
pelo The Metropolitan Museum of Art em colaboração com a Fundação Irving Penn em
uma retrospectiva em homenagem aos 100 anos de seu nascimento. São mais de 230
fotografias, dentre elas há trabalhos iniciais, retratos de povos indígenas na América
Latina e personalidades.
Annie Leibovitz - americana, iniciou sua carreira na revista Rolling Stone, veículo que
lhe deu reconhecimento público. Ao ser enviada para retratar o ex-beatle John Lennon,
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em sua casa, a pedido do músico, acabou retratando o casal Yoko-Lennon com ele nu. A
fotografia estampou a capa da revista e, segundo Lennon, ela conseguiu captar na foto
exatamente como era a vida do casal.
Nos anos 80 foi colaboradora da revista Vanity Fair onde tinha total liberdade para
criar. Fotografava celebridades e editoriais de moda, cujos cenários caros e oníricos
rendiam cliques memoráveis. Nesse momento passou a ser reconhecida e requisitada
para fazer editoriais de vários veículos de moda e comportamento, inclusive a Vogue
américa, cuja temida Editora Anna Wintour assegurava que o investimento na fotógrafa
valia a pena, pois ela entrega uma imagem que ninguém mais conseguiria.
Uma das fotógrafas mais conhecidas no mundo, faz parte do grupo de artistas que têm
domínio sobre cenografia, arte e moda. Apresenta características marcantes e imprime
um ar de magia e sonho em suas imagens. Nos retratos, apresenta trabalhos com tom
intimista que, na maioria das vezes, seguem um roteiro estabelecido.
Em sua trajetória, publicou 6 livros. Sua biografia pode ser vista no documentário
“Annie Leibovitz – a vida através das lentes”.
.
Richard Avedon – americano, (1923 – 2004), teve seu primeiro contato com a fotografia
aos 12 anos e, durante a Segunda Guerra Mundial, serviu as forças armadas como
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fotógrafo. Foi durante os dois anos em que serviu que adquiriu os conhecimentos
técnicos que o levariam a ser um mestre na área dos retratos.
Em 1942 era o fotografo contratado da revista Harper´s Bazaar. Em 1965 passou a
trabalhar para a Vogue, onde ficou até 1988. De 1947 a 1984, fotografou as coleções de
moda de Paris todos os anos. Foi freelancer, fotografou peças publicitárias para várias
grifes, desenvolveu trabalhos para a New Yorker, e várias outras revistas.
Embora fosse um grande fotógrafo de moda, era tido como um dos mais importantes
retratistas do mundo, tendo celebridades como Marilyn Monroe e os Beatlesentre seus
retratados mais famosos, juntamente com andarilhos, personagens anônimos da
sociedade e pacientes psiquiátricos.
Herb Ritts – (1952 – 2002), americano, começou na fotografia informalmente, no final
dos anos 1970, fotografando seus amigos da indústria cinematográfica. As portas se
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abriram para o mundo da fotografia profissional quando fotografou os atores Jon Voight e
Rick Schröder no set de filmagens de O Campeão, de Franco Zeffirelli, após sua foto ser
publicada na revista Newsweek.
Conhecido por fotografar celebridades do mundo todo, personagens da cena musical e
editoriais de moda, quase sempre em preto e branco. Foi com seu estilo cru e sua marca
registrada pelos tons de cinza, preto e branco que registrou personalidades como o Dalai
Lama, Madonna, Jack Nicholson, entre outros.
Além de seu trabalho fotografando celebridades, transitava em diversas outras áreas.
Dirigia vídeo clipes, fotografava capas de discos, campanhas publicitárias e de moda.
Entre as imagens que mais marcaram o seu trabalho estão a cantora Madonna usando
orelhas e Mickey e o ensaio que realizou na África com mulheres Masai.
Vânia Toledo – Brasileira de Minas Gerais, nascida em 1945, formada em Ciências
Sociais, iniciou sua carreira de fotógrafa no jornal Aqui São Paulo nos anos 1978, no qual
foi editora de fotografia. Em 1981 abriu seu próprio estúdio e foi colaboradora de revistas
nacionais como a Vogue, Claudia, Veja e Istoé, e das internacionais Time e Life, entre
outras.
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No seu currículo também constam capas de livros, discos e diversas publicações, mas
sua fama é mesmo de retratista. Suas lentes registraram, em sua maioria em preto e
branco, diversas personalidades da cena cultural brasileira, sobretudo dos palcos e
bastidores do teatro, uma paixão confessa.
É autora de dois livros de grande sucesso, um com nus masculinos chamado Homens
e outro, Personagens Femininos, no qual retrata atrizes brasileiras encarnando
personagens escolhidos por cada uma delas, que lhe rendeu vários prêmios.
Este ano, esteve em cartaz na exposição “Tarja Preta”, no Museu da Diversidade
Sexual, em São Paulo, exibindo trabalhos de toda a sua carreira e fotografias produzidas
especialmente para a mostra.
Daryan Dornelles – Carioca, nascido em 1971, com formação em Cinema, entrou na
fotografia por acaso. Em uma entrevista para a revista Noize (noize.com.br) conta que,
quando era nadador do Vasco, aos 24 anos, se cansou da profissão e decidiu parar. Foi
quando o treinador disse que precisava de umas fotos dos atletas. Com uma câmera
emprestada de amigos, se embrenhou no desfio e nunca mais parou.
Suas fotografias célebres rendem uma outra história de acasos. Apaixonado por
música desde a adolescência, estava sempre por perto das bandas, vendo shows, se
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oferecendo pra fotografar os músicos, conta. Até que um dia o guitarrista da banda Barão
Vermelho, Fernando Magalhães, o indicou para fotografar uma outra banda. A tal banda
gostou, o Fernando também. E então ele foi convidado a fotografar o disco do Barão
Vermelho.
Vinte anos depois, e depois de muitas capas de discos, ele lançou uma compilação
intitulada “Retratos Sonoros” que resume sua carreira em mais de 150 imagens dos
personagens da música.
Retratista por definição, diz que não gosta de fotografar shows, e que seus retratos
são frutos de muita pesquisa e pré-produção. Se prepara muito antes de partir para a
fotografa em si. Estuda a locação, o figurino e o resultado que deseja. Quando não
escolhe a locação, opta por um fundo neutro. “É preciso conhecer música e história da
música, das artes, da moda. Quando vou fotografar um músico, fico ouvindo o som dele
por horas.”, diz.
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Marcio Scavone – Paulista, de 1952, entrou para o mundo da fotografia ainda criança,
fotografando com a câmera do seu pai e aos 16 anos já era assistente de fotógrafo.
Quatro anos depois fotografava para importantes campanhas publicitárias.
Na década de 1970 foi para Londres estudar fotografia e em 1977 retorna ao Brasil
para montar um estúdio voltado ao mercado publicitário, área que deu bastante êxito
para sua carreira.
Os anos 1990, de volta a Londres, viu seu trabalho pessoal ganhar força e foi
fotografando retratos voltados à publicidade que inspirou uma edição especial da Vogue,
em 1992.
Embora seja detentor de diversos prêmios na área da publicidade, o tema que mais se
identifica é o retrato.
Em 2002 lança o livro “Luz Invisível” no qual reúne 150 retratos de personalidades do
mundo das artes, do esporte entre outros.
Com estilo inovador, entre 1994 e 2001, foi responsável pelos retratos de executivos
em uma seção fixa na revista Carta Capital. “Há alguns anos, os executivos não estavam
acostumados a posar para um fotógrafo de revistas. Foi uma catequese.”, disse na
época.
Seu trunfo é pensar a foto antes, saber o que pretende daquela imagem antes de fazê-
la. É estudar o personagem. Sair de casa com uma imagem pré-concebida e aproveitar
todas as outras que surgirem durante a sessão fotográfica.
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Diane Arbus - Americana, (1923 – 1971), começou sua vida de fotógrafa na área da
publicidade e moda, nos anos 1940. Com seu marido também fotógrafo criou uma bela
coleção e os trabalhos do casal figuravam em diversas revistas.
No final dos anos 1950 Diane Arbus rumou o seu trabalho para um lado mais
independente e, embora tímida e reservada, nos moldes da fotografia de rua, passou a
fotografar estranhos em lugares inusitados, como hospitais psiquiátricos, necrotérios,
circos, hotéis sujos e outros lugares que fugiam do lugar comum, fotografando prostitutas,
travestis e toda a sorte de personagens mundanos que para ela eram celebridades.
A excentricidade de suas imagens lhe rendeu fama e embora a qualidade de suas
imagens não fosse considerada refinada eram impactantes aos olhos do público.
Se tornou uma das maiores influências do Século 20, tendo sido, inclusive, retratada
pela atriz Nicole Kidman o filme de ficção “Fur”.
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Referências Bibliográficas
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do Rio Pardo, SP Editora Viena, 2017.
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