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RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO DA REVISÃO DO PDM DO SOBRAL DE MONTE AGRAÇO Julho de 2013

REVISÃO DO PDM DO SOBRAL DE ONTE AGRAÇO · Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 8 1 I NTRODUÇÃO O atual Plano Diretor Municipal de Sobral

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RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO 

DA 

REVISÃO DO PDM 

DO SOBRAL DE MONTE AGRAÇO 

 

 

 

Julho de 2013 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 1

ÍNDICE 1  Introdução ..................................................................................................................... 8 

2  Enquadramento do concelho na região ........................................................................ 11 

3  Execução do Plano ....................................................................................................... 14 

3.1  Objetivos enunciados no Plano ................................................................................... 14 

3.2  Uso do solo e Gestão Urbanística ............................................................................... 16 

3.2.1  Uso do solo .......................................................................................................... 16 

3.2.2  Áreas Urbanas ..................................................................................................... 17 

3.2.3  Áreas de Regime Especial .................................................................................... 22 

3.2.4  Planos de Ordenamento ..................................................................................... 22 

3.2.5  Gestão urbanística ‐ Dinâmica de Ocupação do solo .......................................... 23 

3.2.6  Operações Urbanísticas ....................................................................................... 30 

3.3  Sistemas de Infraestruturas ........................................................................................ 34 

3.3.1  Infraestruturas..................................................................................................... 34 

3.3.2  Equipamentos Coletivos ...................................................................................... 35 

3.3.3  Rede Viária e de Transportes .............................................................................. 43 

3.4  Requalificação Urbana ................................................................................................ 48 

4  Principais Fatores de Mudança na Estrutura do Território ............................................ 49 

4.1  Indicadores Demográficos e Recursos Humanos ........................................................ 49 

4.1.1  Evolução da População Residente ....................................................................... 49 

4.1.2  Densidade Populacional e povoamento.............................................................. 51 

4.1.3  Estrutura Etária da População ............................................................................. 54 

4.1.4  Indicadores Demográficos ................................................................................... 56 

4.1.5  Estrutura Familiar ................................................................................................ 58 

4.2  Indicadores Socio‐Económicos .................................................................................... 58 

4.2.1  Níveis de qualificação .......................................................................................... 58 

4.2.2  Taxa de Atividade e local de trabalho ................................................................. 60 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 2

4.2.3  Índice de Renovação da População Ativa ............................................................ 63 

4.2.4  Sectores de Atividade .......................................................................................... 63 

4.2.5  Situação na Profissão .......................................................................................... 64 

4.3  Emprego e atividades económicas .............................................................................. 65 

4.3.1  Estrutura empresarial .......................................................................................... 65 

4.3.2  Agricultura ........................................................................................................... 67 

4.3.3  Indústria Transformadora ................................................................................... 74 

4.4  Parque habitacional .................................................................................................... 76 

5  Avaliação da Qualidade do Ambiente........................................................................... 79 

5.1  Abastecimento de água ............................................................................................... 79 

5.2  Drenagem e Tratamento de Águas Residuais ............................................................. 82 

5.3  Recolha e Tratamento de Resíduos Sólidos ................................................................ 84 

5.4  Outros Indicadores Ambientais ................................................................................... 85 

5.4.1  Poluição de Origem Urbana ................................................................................ 85 

5.4.2  Poluição por Actividades Agrícolas e Pecuárias .................................................. 86 

5.4.3  Poluição Industrial ............................................................................................... 86 

5.4.4  Energias alternativas e renováveis ...................................................................... 87 

6  Novos Objetivos de Desenvolvimento .......................................................................... 88 

6.1  Apreciação Global ....................................................................................................... 88 

6.2  Opções Estratégicas do PROTOVT ............................................................................... 90 

6.3  Novos objetivos de desenvolvimento ......................................................................... 92 

7  Critérios de sustentabilidade a adotar ........................................................................ 100 

8  O Processo de Revisão do PDM .................................................................................. 105 

8.1  Fases e peças essenciais ............................................................................................ 105 

8.2  O processo participativo e de decisão ...................................................................... 109 

 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 3

Índice de Figuras 

Figura 1 – Localização de Sobral de Monte Agraço e principais acessibilidades. ....................... 11 

Figura 2 – Sistema Urbano do PROTOVT. .................................................................................... 12 

Figura 3 – Áreas Urbanas delimitadas no PDM’96, com principal rede viária. ........................... 18 

Figura 4 – Alvarás emitidos no concelho de Sobral de Monte Agraço, segundo o destino da obra, entre Janeiro de 1999 e Junho de 2013. ............................................................................ 24 

Figura 5 – Alvarás emitidos no concelho de Sobral de Monte Agraço, segundo a freguesia da obra, entre Janeiro de 1999 e Junho de 2013. ............................................................................ 25 

Figura 6 – Alvarás emitidos no Concelho de Sobral de Monte Agraço, segundo o tipo de obra de Janeiro de 1999 a Junho de 2013. .......................................................................................... 26 

Figura 7 – Alvarás para habitação, segundo o tipo de construção, por aglomerado na freguesia de Santo Quintino, entre Janeiro de 1999 e Junho de 2013. ...................................................... 28 

Figura 8 – Alvarás para habitação, segundo o tipo de construção, por aglomerado na freguesia de Sapataria, entre Janeiro de 1999 e Junho de 2013. ............................................................... 29 

Figura 9 – Alvarás para habitação, segundo o tipo de construção, por aglomerado na freguesia de Sobral de Monte Agraço, entre Janeiro de 1999 e Março de 2013. ...................................... 30 

Figura 10 – Rede Viária Principal (existente e proposta) ............................................................ 45 

Figura 11 – Evolução da população no concelho e nas freguesias de Sobral de Monte Agraço. 50 

Figura 12 – Variação da População nas freguesias de Sobral de Monte Agraço. ....................... 51 

Figura 13 – Densidade Populacional nas freguesias de Sobral de Monte Agraço. ..................... 52 

Figura 14 – Distribuição da População, segundo a dimensão dos Lugares (2011), por freguesia ..................................................................................................................................................... 52 

Figura 15 – População Residente por Lugares. ........................................................................... 53 

Figura 16 – Pirâmide Etária do Concelho de Sobral de Monte Agraço (efectivos relactivos). .... 54 

Figura 17 – Evolução da qualificação académica no concelho do Sobral de Monte Agraço, entre 2001 e 2011 ................................................................................................................................. 59 

Figura 18 – População Residente em Sobral de Monte Agraço e empregada noutro município (2011) .......................................................................................................................................... 62 

Figura 19 – Distribuição da população ativa por sectores de atividade no concelho de Sobral de Monte Agraço, 1981, 2001 e 2011 .............................................................................................. 63 

Figura 20 – População Residente Activa empregada segundo sector de actividade (2011) ...... 64 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 4

Figura 21 – Quantidade de empresas existentes no concelho de Sobral de Monte Agraço, entre 1999 e 2010 ..................................................................................................... 65 

Figura 22 – Evolução da Estrutura etária dos produtores agrícolas, Concelho de Sobral de Monte Agraço (1999 e 2009) ...................................................................................................... 69 

Figura 23 ‐ Classes de Superfície Agrícola Utilizada das explorações agrícolas no Concelho de Sobral de Monte Agraço (1999 e 2009) ...................................................................................... 70 

Figura 24 ‐ Principais culturas temporárias, em Sobral de Monte Agraço (1999 e 2009) .......... 71 

Figura 25 ‐ Culturas temporárias, segundo a SAU, nas freguesias do Concelho de Sobral de Monte Agraço (2009) .................................................................................................................. 72 

Figura 26 ‐ Principais culturas permanentes, em Sobral de Monte Agraço (1999 e 2009) ........ 72 

Figura 27 ‐ Culturas permanentes, segundo a SAU, nas freguesias do Concelho de Sobral de Monte Agraço (2009) .................................................................................................................. 73 

Figura 28 – Quantidade de empresas de Indústria Transformadora existentes no concelho de Sobral de Monte Agraço, entre 1999 e 2010................................................. 74 

Figura 29 – Evolução da forma de ocupação dos alojamentos no concelho do Sobral de Monte Agraço, 1981, 2001 e 2011 .......................................................................................................... 78 

Figura 30 – Sistema de Abastecimento de Águas do Oeste ........................................................ 80 

Figura 31 – Esquema de Sistema de Saneamento de Águas do Sobral. ..................................... 83 

 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 5

Índice de Tabelas  

Tabela 1 – Caracterização do PDM’96, segundo classe e categoria de espaço. ......................... 16 

Tabela 2 – Evolução da população dos principais aglomerados. ................................................ 18 

Tabela 3 – Evolução das Áreas Industriais (1996 a 2013). .......................................................... 21 

Tabela 4 – Áreas no Concelho de Sobral de Monte Agraço submetidas a Áreas de Regime Especial ........................................................................................................................................ 22 

Tabela 5 – Alvarás para novas construções, por freguesia, entre 1999 e Junho 2013. .............. 26 

Tabela 6 – Alvarás para habitação, segundo o tipo de construção, por freguesia, entre 1999 e Junho de 2013. ............................................................................................................................ 27 

Tabela 7 – Operações de Loteamento Urbano com alvará na freguesia de Santo Quintino, entre Janeiro de 1996 e Março de 2013. .............................................................................................. 31 

Tabela 8 – Operações de Loteamento Urbano com alvará na freguesia de Sapataria, entre Janeiro de 1996 e Março de 2013. .............................................................................................. 32 

Tabela 9 – Operações de Loteamento Urbano com alvará na freguesia de Sobral de Monte Agraço, entre Janeiro de 1996 e Março de 2013. ....................................................................... 33 

Tabela 10 – Rede de Equipamentos Escolares no Concelho de Sobral de Monte Agraço. ......... 36 

Tabela 11 – Avaliação da execução das medidas de intervenção propostas para o Reordenamento da Rede Educativa de Sobral de Monte Agraço no âmbito da Carta Educativa. ..................................................................................................................................................... 37 

Tabela 12 – Rede de Equipamentos de Aoio Social no Concelho de Sobral de Monte Agraço. . 39 

Tabela 13 – Equipamentos de Saúde no Concelho de Sobral de Monte Agraço. ....................... 40 

Tabela 14 – Equipamentos de cultura e recreio no Concelho de Sobral de Monte Agraço. ...... 41 

Tabela 15 – Equipamentos desportivos no Concelho de Sobral de Monte Agraço. ................... 42 

Tabela 16 – Espaços verdes no Concelho de Sobral de Monte Agraço. ..................................... 42 

Tabela 17 – Outras funções e equipamentos no Concelho de Sobral de Monte Agraço. .......... 43 

Tabela 18 – Estradas Nacionais no concelho de Sobral de Monte Agraço. ................................ 44 

Tabela 19 – Estradas Municipais no concelho de Sobral de Monte Agraço. .............................. 46 

Tabela 20 – Caminhos Municipais no concelho de Sobral de Monte Agraço. ............................ 46 

Tabela 21 – Variação da População Residente nos concelhos do Oeste, entre 1991 e 2011. .... 49 

Tabela 22 – Evolução da população residente, segundo a dimensão dos lugares (1991‐2001). 53 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 6

Tabela 23 – População segundo os grandes grupos etários em 2011. ....................................... 55 

Tabela 24 – População residente por local de residência em 2005, à data dos censos de 2011. ..................................................................................................................................................... 56 

Tabela 25 – Índices demográficos, por unidade geográfica, de 2001 e 2011. ............................ 56 

Tabela 26 – Índices demográficos, por unidade geográfica, de 2001 e 2011. ............................ 57 

Tabela 27 – Dimensão média da Família, por unidade geográfica, de 1991 a 2011. .................. 58 

Tabela 28 – Taxa de analfabetismo, por unidade geográfica, de 1991 a 2011. .......................... 59 

Tabela 29 – População Residente segundo o nível de ensino (2011). ........................................ 60 

Tabela 30 – Taxa de Atividade por unidade geográfica, de 2001 e 2011. .................................. 61 

Tabela 31 –Local de trabalho da população empregada ............................................................ 61 

Tabela 32 – Índice de Renovação da População em Idade Ativa, de 2001 e 2011. .................... 63 

Tabela 33 – População Residente Ativa empregada segundo sector de atividade e a situação na profissão (2011) .......................................................................................................................... 65 

Tabela 34 – Empresas no concelho de Sobral de Monte Agraço e na região Oeste segundo o escalão de pessoal ao serviço, em 2010. .................................................................................... 66 

Tabela 35 – Estrutura Empresarial por sector de atividade segundo a CAE‐Rev.3, no concelho de Sobral de Monte em 2010. ..................................................................................................... 66 

Tabela 36 ‐ População familiar com tempo de atividade agrícola, no Concelho de Sobral de Monte Agraço e no Oeste (2009) ................................................................................................ 67 

Tabela 37 – Evolução da população agrícola familiar, no concelho de Sobral de Monte Agraço e nas freguesias entre 1999 e 2009 ............................................................................................... 67 

Tabela 38 – Mão‐de‐obra agrícola, por regime de duração, no concelho de Sobral de Monte Agraço e nas freguesias entre 1999 e 2009 ................................................................................ 68 

Tabela 39 – Número de explorações e superfície agrícola utilizada ‐ SAU (hectares), em 1999 e 2009 ............................................................................................................................................. 69 

Tabela 40 ‐Composição da Superfície Agrícola Utilizada, em Sobral de Monte Agraço (1999 e 2009) ........................................................................................................................................... 71 

Tabela 41 ‐ Produção Animal (Efetivos e Explorações), em Sobral de Monte Agraço (1999 e 2009) ........................................................................................................................................... 73 

Tabela 42 – Distribuição das empresas e do emprego na Indústria Transformadora, por ramo de atividade, 2010 ....................................................................................................................... 75 

Tabela 43 – Evolução do número de alojamentos e de edifícios, entre 1991 e 2011 ................ 76 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 7

Tabela 44 – N.º total e densidade de alojamentos familiares, por unidade territorial, em 1991 e 2001. ............................................................................................................................................ 77 

Tabela 45 – Forma de Ocupação dos alojamentos por unidade geográfica, 2011 ..................... 78 

Tabela 46 – Serviços presentes nos alojamentos Familiares de Residência Habitual, 2011 ...... 78 

Tabela 47 – Níveis de atendimento em percentagem da população residente em aglomerados populacionais à data de execução do PDM’96 ........................................................................... 79 

Tabela 48 – Níveis de atendimento, à data de execução do PDM’96, no concelho do Sobral de Monte Agraço em relação a redes de drenagem de águas residuais. ........................................ 82 

Tabela 49 – Aerogeradores instalados no concelho de Sobral de Monte Agraço ...................... 87 

Tabela 50 ‐ Articulação entre os Domínios Estratégicos da Estratégia «Sobral 2020» e os Eixos Estratégicos do PROTOVT ........................................................................................................... 97 

 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 8

 

1 INTRODUÇÃO 

O  atual  Plano  Diretor Municipal  de  Sobral  de Monte  Agraço,  ratificado  pela  Resolução  do Conselho de Ministros n.º 134/96, de 27 de Agosto publicada no Diário da República, I Série‐B, encontra‐se temporalmente distante do prazo máximo de vigência preconizado no âmbito do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão do Território, que impõe a sua revisão, decorridos 10 anos após a entrada em vigor ou a sua última revisão1. 

Ademais, ao longo destes 17 anos, decorreram profundas alterações a nível nacional, regional e local de diferente índole – politicas, sociais, económicas, demográficas, culturais, ambientais, entre outras, com elevadas repercussões não só na vivência das populações, mas também no território, tornando o atual PDM, um documento desatualizado relativamente à realidade em que  foi  desenhado.  Desta  forma,  tem  toda  a  pertinência,  dotar  o município  de  um  novo Instrumento  de  Gestão  do  Território,  capaz  de  proceder  a  uma  gestão  e  ordenamento  do território mais eficaz, e, paralelamente, servir de suporte a um novo ciclo de desenvolvimento.  

A  revisão do  PDM’96,  advém  assim da necessidade de  adaptação das  situações  reais  a um instrumento  regulador  que  se  encontra  desatualizado  e  cujo  prazo  de  vigência  já  venceu, devendo  ser  corrigidos  erros  e omissões  verificados  e melhorados os  seus  instrumentos de suporte. A  este  nível  refira‐se  que  uma  das  grandes  falhas  dos  PDM´s  de  primeira  geração reside  no  tipo  de  cartografia  produzida,  que  teve  por  base  cartas  militares  1:25.000  em suportes  analógicos,  o  que  gerou  incongruências  gráficas  e  propostas  de  ordenamento distantes da atual realidade, cartas de RAN e REN inadequadas e delimitação de aglomerados urbanos  fora de contexto atual. Esta cartografia, embora  transposta para SIG, gera elevadas dificuldades à gestão urbanística. 

Para  além  da  necessidade  de  rever  a  cartografia  existente,  esta  deverá  ser  alargada  e incrementada,  incorporando  e  adaptando‐se  às  alterações  legislativas  que  ocorreram  no período de vigência deste PDM. 

De referir ainda a desatualização da informação estatística, que serviu de base ao Plano, e que inevitavelmente  conduziu  às  suas  conclusões,  proveniente  de  anteriores  Recenseamentos Gerais da População, datados de 1981 e 1991,  sendo  fundamental apoiar o novo plano em informação atualizada e rigorosa, decorrente de  levantamentos de campo, de bibliografia de referência e, fundamentalmente, de fontes de informação recentes, sendo este um momento muito oportuno, em face da recente disponibilização de dados do CENSOS 2011.  

Ainda que o PDM seja um instrumento que regule o uso, ocupação e transformação do solo, a sua definição e do respetivo modelo territorial deverá ser capaz de transpor a estratégia e o modelo de desenvolvimento municipal que se quer implementar.  

                                                            1 De acordo com o nº3 do artigo 98º do Decreto‐Lei nº 46/2009 de 20 de Fevereiro “os planos diretores municipais são obrigatoriamente revistos decorrido que seja o prazo de 10 anos apos a sua entrada em vigor”.  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 9

Desde  a  aprovação  do  PDM,  atualmente  em  vigor,  foram  produzidas  sucessivas  alterações legislativas  algumas  das  quais  provocaram  profundas  inflexões  na  estrutura  e  quadro  legal para o ordenamento do território em Portugal, designadamente: 

• Lei de Bases do Ordenamento do Território ‐ Lei nº 48/98, de 11 de Agosto, com a sua versão mais recente publicada pela Lei nº 54/2007, de 31 de Agosto 

• Regime  Jurídico  dos  Instrumentos  de  Gestão  Territorial  ‐  DL  380/99,  de  22  de Setembro,  com  a  sua  versão  mais  recente  publicada  pelo  DL  46/2009,  de  20  de Fevereiro 

• Regime  Jurídico da Urbanização e da Edificação  ‐ DL nº 555/99, de 16 de Dezembro, com a sua versão mais recente publicada pelo Decreto‐Lei nº 26/2010, de 30 de Março  

• Avaliação Ambiental Decreto‐Lei nº 232/2007 de 15 de Junho 

• Regime  Jurídico  da  Reserva  Ecológica Nacional  – Decreto‐Lei  nº  239/2012,  de  2  de Novembro 

• Regime  Jurídico  da  Reserva  Agrícola  Nacional  –  Decreto‐Lei  nº  73/2009,  de  31  de Março 

• Regulamento Geral do Ruído – Decreto‐Lei nº 9/2007, de 17 de Janeiro 

• Decreto‐Regulamentar 9/2009, de 29 de Maio, que estabelece conceitos técnicos nos domínios do ordenamento do território e do urbanismo a utilizar nos instrumentos de gestão territorial 

• Decreto‐Regulamentar 10/2009, de 29 de Maio, que estabelece a cartografia a utilizar nos  instrumentos  de  gestão  territorial,  bem  como  na  representação  de  quaisquer condicionantes 

• Decreto‐Regulamentar  11/2009,  de  29  de  Maio,  que  estabelece  os  critérios  de classificação  e  reclassificação  do  solo,  bem  como  os  critérios  e  as  categorias  de qualificação do solo rural e urbano, aplicáveis a todo o território nacional 

Para além da alteração do quadro  legal,  importa ainda referenciar a publicação em 2007 do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (Lei nº 58/2007, de 4 de Setembro), e, em 2009, do Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do  Tejo  (RCM  nº  64‐A/2009,  de  6  de  Agosto).  O  PROT‐OVT  visa  a  espacialização  de estratégias de desenvolvimento territorial nos territórios do Oeste, Médio Tejo e Lezíria do Tejo, havendo que  avaliar os  seus  impactes  e  as  implicações da  sua  implementação no quadro do desenvolvimento e ordenamento do município. 

O  Relatório  Fundamentado  de  Avaliação  da  Execução  do  Plano  Diretor Municipal  de Sobral de Monte Agraço (PDMSMA) que seguidamente se apresenta deverá acompanhar, para  efeitos  de  fundamentação,  a  deliberação  camarária  que  determinará  a  revisão  do Plano, dando assim cumprimento ao requisito  legal plasmado na portaria n.º 1474/2007, de  16  de  Novembro,  que  veio  concretizar  as  alterações  introduzidas  no  Decreto‐Lei nº380/99 de 22 de  Setembro pelo Decreto‐Lei nº 316/2007 de 19 de  Setembro,  a qual estabelece no nº 2 do artigo 3º que  “ a deliberação  camarária é acompanhado por um relatório  fundamentado  de  avaliação  da  execução  do  Plano  Diretor  Municipal  e  de 

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identificação  dos  principais  fatores  de  evolução  do  município  (…)  devendo  constar  do mesmo os seguintes aspetos: 

a) Níveis  de  execução  do  plano,  nomeadamente  em  termos  de  ocupação  do  solo, compromissos  urbanísticos,  reservas  disponíveis  de  solo  urbano,  níveis  de infraestruturação, equipamentos, acessibilidades, condicionantes e outros critérios de avaliação relevantes para o município; 

b) Identificação dos fatores de mudança da estrutura do território; 

c) Definição de novos objetivos de desenvolvimento para o município e dos critérios de sustentabilidade a adotar. 

Ao  longo do presente documento pretende estabelecer‐se o quadro referencial de avaliação do PDM em vigor, e simultaneamente preparar pontes para o processo de revisão em face das necessidades atuais e futuras do concelho e das suas perspectivas de desenvolvimento.  

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2 ENQUADRAMENTO DO CONCELHO NA REGIÃO 

O concelho de Sobral de Monte Agraço localiza‐se na região Oeste, integrando a NUT III com a mesma designação. 

 

Figura 1 – Localização de Sobral de Monte Agraço e principais acessibilidades. 

O  território  do  Oeste  faz  parte  da  região  de  Lisboa  embora  integre,  para  efeitos  de financiamentos comunitários, a região Centro.  

Esta  região é estruturada pelo eixo definido pela A8 que articula os aglomerados de Torres Vedras, Caldas da Rainha e Alcobaça, atravessando diversos concelhos e conectando‐os com Lisboa, mas também com outros centros urbanos de elevada relevância nacional como Leiria, ou mesmo Coimbra. As  renovadas  condições de acessibilidade, de que  resultou a  crescente proximidade  face  a  Lisboa,  originaram  novas  dinâmicas  territoriais,  visíveis  desde  logo  pelo apreciável crescimento demográfico e difusão da mancha urbana ao longo da rede viária. Por sua vez, a proximidade ao  litoral torna esta área fortemente atrativa, designadamente para a segunda residência. 

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O modelo  de  povoamento  caracteriza‐se  pela  elevada  dispersão,  que  se  relaciona  com  a dimensão  da  propriedade  e  a  forma  típica  de  organização  em  casais,  sobressaindo  depois alguns  centros urbanos. Nos últimos  20  anos houve uma  forte disseminação dos pequenos aglomerados  e  do  modelo  difuso  de  povoamento.  As  áreas  periurbanas  dilataram‐se,  a edificação  linear  ao  longo  das  vias  e  do  litoral  proliferou  e  os  tecidos  agro‐florestais fragmentaram‐se.  

O Oeste encontra‐se plenamente  integrados nas  lógicas de estruturação  funcional da  região metropolitana  de  Lisboa,  constituindo  uma  área  de  expansão  natural  (há  semelhança  da Lezíria do Tejo) e alternativa à  localização metropolitana de  infraestruturas, equipamentos e atividades.  Esta  área  caracteriza‐se,  ainda,  pela  relevância  das  atividades  agrícolas, nomeadamente a nível de fruticultura e de produtos hortícolas frescos, ao ar livre e em estufa, com  uma  importância  decisiva  na  competitividade  e  no  desenvolvimento  socioeconómico regional. 

As  características  geomorfológicas  marcadas  pelo  surgimento  de  algumas  elevações potenciadoras  da  ocorrência  de  condições  de  vento  favoráveis  ao  seu  aproveitamento energético, marcam  também a paisagem do Oeste, sobretudo na área mais a Sul  (Sobral de Monte Agraço e Arruda dos Vinhos) e limites destes concelhos com Torres Vedras e Alenquer, sendo notória a proliferação de parques eólicos instalados na região a partir do início/meados da primeira década do Século XX. 

O concelho de Sobral de Monte Agraço encontra‐se no  interior sul do Oeste, numa área em que  o  reforço  das  acessibilidades  contribuiu  para  uma  maior  articulação  com  Lisboa, afirmando‐se como uma extensão da coroa periférica da AML, com uma crescente procura da segunda residência. 

 

Figura 2 – Sistema Urbano do PROTOVT. 

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No  sistema urbano  regional do PROTOVT  (Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo), Sobral de Monte Agraço surge num  interface entre as duas seguintes redes inter‐regionais: 

• O”  Eixo  Urbano  do  Oeste”  que  evidencia  intensos  processos  de  urbanização, suscitados pela boa acessibilidade a Lisboa e a Leiria, constituindo uma centralidade urbana em rápida transformação vertebrada pela A8 e suportada em três importantes pólos (Torres Vedras, Caldas da Rainha e Alcobaça), assumindo os dois primeiros uma importância regional. Sobral de Monte Agraço é marcado pela elevada proximidade a Torres Vedras, centro urbano que tem conseguido capitalizar a importância desta sub‐região, associada à  construção da A8 e ao desenvolvimento dos  sectores agrícola e alimentar. 

• O “Eixo de Conectividade com a Área Metropolitana de Lisboa”, que se estende de Torres Vedras até Benavente, afirma‐se como uma extensão da AML sustentada em dois  eixos  rodo‐ferroviários  –  A8/  Linha  do  Oeste  e  A1/  Linha  do  Norte,  sendo marcado  pelos  fortes  relacionamentos  pendulares  com  Lisboa  e  aposta  na atratividade  residencial  e  dos  serviços.  Este  eixo  de  conceção  evidencia  uma  forte ligação do Sobral com a Lezíria do Tejo, designadamente o eixo Vila Franca‐Carregado‐Azambuja, evidente pelas  tradições  tauromáquicas, mas  também pelos movimentos pendurares, associada às bacias de emprego aqui existentes. 

Sobral  de Monte  Agraço  constitui  um  centro  urbano  complementar,  com  funções  urbanas menos  diversificadas,  mas  fundamentais  na  sustentação  da  coesão  territorial  e  na consolidação de redes de proximidade.  

No contexto da grande região OVT merece ainda especial atenção a importância das atividades agro‐industriais  e  respetivos  serviços  de  apoio,  que  poderão  ser  conciliadas  com  outras atividades  de  investigação  e  desenvolvimento,  bem  como  com  novas  formas  de  turismo ligadas à natureza e à ruralidade (ecoturismo, turismo rural, turismo de aventura).  

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3 EXECUÇÃO DO PLANO 

3.1 Objetivos enunciados no Plano O  PDM´96  teve  na  base  seis  eixos  estratégicos  de  desenvolvimento  ancorados  numa perspetiva de “mobilização  integrada das diversas potencialidades do concelho”, com  realce para o papel do sector terciário. Esses eixos, nos quais foi considerado que existia margem de intervenção foram os seguintes: 

[1] Traduzir  o  potencial  de  atração  residencial  do  concelho  no  desenvolvimento  de  usos residenciais de qualidade. 

Nesta  perspetiva  “deverão  ser  criadas  condições  de  acolhimento  de  habitações unifamiliares  e  de  segundas  residências,  favorecendo‐se  neste  caso  a  recuperação  de casais rurais ou de habitação tradicional nos aglomerados”. 

[2] Articular  o  crescimento  populacional  e  a  fixação  de  segundas  residências  com  o crescimento de serviços mais evoluídos. 

Potenciar  este  efeito  acarreta  “um  grande  esforço  de  organização  que  passará  por adequados padrões de qualidade e por uma articulação dos horários de  funcionamento dos  serviços  (comercializáveis)  com  os  tempos  livres  da  população”.  Ou  seja  este  eixo pressupõe uma redefinição de horários, com abertura ao fim de semana, de forma a poder haver  o  usufruto  por  parte  de  população  com  diferentes  hábitos  de  consumo  e  com residências secundárias. É ainda aqui mencionado a perspetiva de se desenvolverem novos serviços de recreio, lazer e restauração. 

[3] Assumir  uma  vocação  regional  no  domínio  da  comercialização  de  determinados produtos 

Este eixo tem na base a área de  influência supra‐local, assumida por Sobral de Monte no comércio  de  carnes  (a  retalho)  e  pressupõe  o  seu  alargamento  a  outros  produtos, nomeadamente dos frescos provenientes da agricultura e pecuária “exigindo, todavia, uma grande capacidade organizativa dos pequenos e médios produtores”.  

[4] Desenvolver serviços de apoio à Área Metropolitana de Lisboa 

Implica  o  desenvolvimento  de  nichos  de  prestação  de  serviços,  aproveitando  a proximidade ao mercado da Área Metropolitana. Nesta perspetiva foram destacadas duas áreas de possível desenvolvimento: 

a) a organização de realizações de âmbito cultural e comercial altamente especializadas, (mostras, exposições). Estadias curtas que poderiam ser complementadas com outros domínios  como  a  qualidade  ambiental,  o  património  cultural,  a  gastronomia  e  a enologia. 

b) A  realização  de  ações  no  domínio  dos  negócios,  da  ciência  ou  de  âmbito  social (reuniões, seminários, conferências), valorizando um ambiente  semi‐rural, mas paras as quais  seria necessário a criação de equipamento hoteleiro ou a  recuperação para esse fim de património construído. 

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[5] Promover o desenvolvimento industrial 

Este  eixo  contempla  a  construção  de  uma  zona  industrial  junto  a  Seramena,  para acolhimento  de  unidades  industriais,  bem  como  um  conjunto  de  atuações complementares numa perspetiva de mobilização da iniciativa endógena: 

c) Promover a formação profissional, nomeadamente nos domínios da comercialização e gestão 

d) Estimular  os  agentes  económicos  locais  ao  estudo  das  oportunidades  de  novas atividades no concelho 

e)  Divulgar a informação relevante e estimular a concretização de ideias inovadoras 

f) Criar espaços para o acolhimento de pequenos projetos 

[6] Criar as condições de sobrevivência e rendabilização da agricultura 

A  agricultura  assume  um  papel  essencial  no modelo  de  desenvolvimento  preconizado, quer  como  elemento  complementar  de  atividades  de  pequena  escala  nos  serviços  e industria, quer como elemento de preservação da paisagem e  fator de atração de novas procuras (recreio, turismo, residência). 

É  preconizado  um modelo  assente  na  pequena  agricultura  intensiva  e  a  tempo  parcial, valorizando as potencialidades para a produção de frescos (incluindo produções pecuárias) para  o  grande  mercado  metropolitano.  A  vinha  também  apresenta  potencialidades embora exija um grande esforço de restruturação para incremento da qualidade. 

A preservação dos  solos agrícolas, gerindo de  forma adequada as pressões para a  sua transformação é um dos grandes objetivos do PDM. 

Numa perspetiva  instrumental, os objetivos prioritários para o desenvolvimento  sustentado de  Sobral  de Monte  Agraço,  vertidos  para  o  PDM,  referem‐se  à  satisfação  das  condições básicas  de  vida  da  população  instalada  e  ao  incentivo  à  fixação  e  desenvolvimento diversificado das atividades económicas, através de: 

• melhoria das redes de estradas e caminhos municipais e de transportes, e reforço da rede  de  acessibilidade  interna  articulada  com  a  projetada  renovação  da  rede  de acessibilidade nacional; 

• melhoria das condições de vida da população através do completamento das redes de saneamento básico; 

• completamento  da  cobertura  de  equipamentos  de  ensino,  apoio  social,  formação profissional, desportivos e recreativos, e da eliminação dos fatores de degradação do ambiente; 

• consolidação  da  estrutura  urbana  das  áreas  urbanas  com  funções  centrais  na  rede urbana concelhia – sobral de Monte Agraço, Pêro Negro e Sapataria; 

• defesa do ambiente, da paisagem e dos valores culturais associado á valorização das potencialidades naturais e da identidade cultural; 

• incentivo  à  rearborização  das  áreas  abandonadas  e  à  reestruturação  para  maior competitividade económica das atividades agrícola e silvícola; 

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• incentivo à fixação de pequenas e médias indústrias, comércio e serviços; 

• incentivo ao desenvolvimento de atividades turísticas, culturais e sociais, e à fixação de equipamentos turísticos – estabelecimentos hoteleiros e similares de hoteleiros, agro‐turismo de habitação; 

• incentivo ao desenvolvimento de atividades de animação, recreativas e culturais. 

3.2 Uso do solo e Gestão Urbanística  

3.2.1 Uso do solo  Na estrutura de ordenamento do PDM’96  foram definidas classes de espaço em  função dos usos dominantes e preferenciais do  solo, as quais  se dividem no  conjunto de  categorias de espaço, expostos na tabela seguinte. 

Tabela 1 – Caracterização do PDM’96, segundo classe e categoria de espaço. 

Classes de espaço  Categorias de espaço

Espaço urbano (510,49 hectares)  ‐ (9,8%) 

 

Área urbanizada mistaÁrea urbanizada habitacional Área urbanizada de equipamento Área urbanizada verde de proteção e enquadramento Área urbanizada verde agrícola 

Espaço urbanizável (91,05 hectares) ‐ (1,75%)  

Área urbanizável mistaÁrea urbanizável habitacional 

Espaço industrial (52,19 hectares) ‐ (1%)  

Área industrial existenteÁrea industrial proposta 

Espaço agrícola (2714,22 hectares) ‐ (52,09 %) 2 

Área agrícola da RANÁrea agrícola não incluída na RAN; Área agro‐pastoril 

Espaço florestal (655,88 hectares) ‐ (12,59 %)  

Área de floresta de produçãoÁrea de mata e mato de proteção Área silvo‐pastoril 

Espaço‐canal de infraestrutura  Rede nacional de estradasRede municipal de estradas e caminhos Rede ferroviária  Rede geral de transporte de energia em AT Rede de saneamento básico ‐ conduta adutora 

Espaço cultural (438,68ha)‐ (8,42%)  

Fonte: PDMSMA e Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

As áreas ocupadas por cada classe de espaço resultam de um levantamento grosseiro sobre as cartas do PDM’96,  sendo  apenas um  valor  aproximado, dado que  as mesmas  apenas estão vetorizadas. Por sua vez, com exceção dos principais aglomerados urbanos (Sobral, Sapataria e Pero Negro), a cartografia encontra‐se à escala 1:25.000, com um baixo pormenor e exatidão pouco rigorosa. De qualquer modo, conclui‐se que no respeitante ao regime de uso do solo, segundo  a  sua  classificação,  cerca  de  11,55%  das  áreas  são  integradas  em  solo  urbano, enquanto  a  grande maioria  do  território  concelhio  está  afeto,  predominantemente,  a  solo 

                                                            2 As áreas de espaço agrícola e florestal, não são as que constam do PDM, mas sim as que resultaram do levantamento de campo efectuado, em 2007, no âmbito da elaboração do Plano Municipal de Defesa da Floresta, por serem os dados que o Departamento de Gestão Urbanística dispõe. 

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rural, havendo ainda uma área significativa de espaço cultural (8,42%), que são áreas sensíveis do ponto de vista natural e cultural. 

3.2.2 Áreas Urbanas O Regime  Jurídico dos  Instrumentos de Gestão Territorial  (RJIGT) define  solo urbano  como, “aquele para o qual é  reconhecida vocação para o processo de urbanização e de edificação, nele  se  compreendendo  os  terrenos  urbanizados  ou  cuja  urbanização  seja  programada, constituindo o seu todo o perímetro urbano.” Conforme a referida definição e o regulamento do Plano Diretor Municipal de Sobral de Monte Agraço, podemos avançar que se encontram sob solo urbano os Espaços Urbanos, os Espaços Urbanizáveis e os Espaços Industriais. 

No PDM’96 as áreas urbanas de Sobral de Monte Agraços  foram devidamente  identificadas, delimitadas e hierarquizadas nos seguintes quatro níveis: 

• Nível I: Sobral de Monte Agraço   

• Nível II: Pêro Negro 

• Nível III: Sapataria 

• Nível IV: Almargem; Outeiro; Santo Quintino; Seramena; C. Campos; Monfalim; Pontes Monfalim;  Bouco;  Godeis;  Paço;  Guia;  São  Martinho;  Pé  do  Monte;  Vale  de  Vez; Zibreira  de  Fetais; Molhados;  Folgados;  Sabugos; Martim Afonso;  Calçada;  Pinheiro; Ponte Panasco; Silveira; Cachimbos; Alqueidão; Bispeira; Gozundeira; Chã; Patameira; Moitelas; Serreira; Casais; Casais da Fonte; Alcareia; Fetais; Freiria. 

Os três primeiros foram individualizados e selecionados de acordo com o peso populacional, a evolução demográfica existente e expectável e as características funcionais. À Vila do Sobral e a  Sapataria  foram  agregados  alguns,  pequenos,  lugares  localizados  junto  do  respetivo perímetro de expansão.  

Quanto  ao  critério  populacional  dos  3  principais  aglomerados,  apenas  Sobral  e  Pêro Negro possuíam mais de 500 habitantes. O primeiro detinha 1.535 habitantes, enquanto no segundo esse valor era de 504 residentes. Sapataria apenas detinha 387 moradores, mas foi integrado nesta hierarquia por ser o terceiro núcleo e deter uma importância funcional assinalável.  

Os restantes correspondem à  individualização de pequenos núcleos, não tendo sido definida nenhuma metodologia  objetiva  para  a  sua  seleção,  para  além  da  dimensão  populacional. Também  não  foram  estudadas  as  relações  e  dinâmicas,  pelo  que  não  foi  definido  um verdadeiro sistema urbano. 

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 Figura 3 – Áreas Urbanas delimitadas no PDM’96, com principal rede viária. 

Fonte: PDMSMA (produção própria) 

A  figura que  se  segue evidencia a  localização dos aglomerados de acordo  com a hierarquia conferida no PDM’96. 

Passados 20 anos, os 3 principais núcleos aumentaram a população, embora com diferentes dinâmicas de crescimento: 

• Sobral de Monte Agraço, onde se  localiza a sede de concelho, com uma variação de população  próxima  dos  90%,  viu  reforçado  o  seu  papel  como  maior  núcleo populacional. 

• O aglomerado da Sapataria, que apenas foi integrado como um dos núcleos principais pela  importância funcional, foi aquele que apresentou o maior crescimento (95,6%), ultrapassando mesmo em população, Pêro Negro. 

• Pêro  Negro  afrouxou  a  sua  dinâmica  de  crescimento,  sendo  ultrapassado  por Sapataria, como segundo aglomerado mais importante. 

Tabela 2 – Evolução da população dos principais aglomerados. 

Lugares  Freguesia  1991  2011  Var. 1991/2011 

SMA  SMA + S. Quintino 

1535  2887  88,1% 

Pêro Negro  Sapataria  504  609  20,8% 

Sapataria  Sapataria  387  757  95,6% 

Fonte: PDM e INE, Recenseamento Geral da População 

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A elevada dinâmica de crescimento destes 3 núcleos, em particular de Sapataria e de Sobral de Monte Agraço, reforçaram o distanciamento aos restantes aglomerados, e por conseguinte o seu papel nas dinâmicas funcionais. 

Mais à  frente analisaremos as consequências das dinâmicas populacionais, nos processos de edificação e na ocupação do território, avaliando o grau de concretização das reservas urbanas disponíveis e dos compromissos urbanísticos. 

De  forma  a  facilitar  a  gestão  dos  aglomerados  urbanos  e  a  percecionar  melhor  o  seu zonamento no PDM’96, as áreas de nível  I,  II e III (urbano e urbanizável) foram demarcadas em 2 plantas de ordenamento à escala 1:2000: 

• Planta de ordenamento da área urbana de Sobral de Monte Agraço,  

• Planta de ordenamento da área urbana de Sapataria+ Pêro Negro 

Os  restantes  aglomerados  apenas  foram  demarcados  na  planta  1:25.000,  identificando  o espaço urbano e o espaço urbanizável, embora  com  reduzido pormenor na  individualização das categorias de espaço. 

3.2.2.1 Espaços Urbanos De  acordo  com  o  regulamento  do  PDM’96,  no  espaço  urbano  são  consideradas  diferentes categorias de espaço, de acordo com o uso dominante diferenciado do solo, onde é autorizada a construção de  infraestruturas urbanísticas e edificações através de  licenciamento municipal de loteamento urbano e de construção: 

• Área Urbanizada Mista (UM) 

• Área Urbanizada Habitacional (UH) 

• Área Urbanizada de Equipamentos (UH) 

• Área urbanizada verde de proteção e enquadramento (VP) 

• Área urbanizada verde agrícola (VA)  

Consoante o grau de desenvolvimento e de  integração na estrutura urbana, as categorias de espaço urbano são diferenciadas nas seguintes áreas homogéneas: 

a) Zona a preservar (P)  

b) Zona consolidada (C)  

c) Zona a reabilitar (R)  

Para estas zonas são apresentados diferentes parâmetros de intervenção, de acordo também, com o nível hierárquico do aglomerado.   

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3.2.2.2 Espaços Urbanizáveis O  espaço  urbanizável  é  caracterizado  por  poder  vir  a  adquirir  as  características  do  espaço urbano no período de vigência do PDM’96. É constituído pela área de reserva para expansão a curto e médio prazo, incluída em perímetro urbano. 

No  espaço  urbanizável  são  consideradas  diferentes  categorias  de  espaço  consoante  o  uso dominante  diferenciado  do  solo,  onde  é  autorizada  a  construção  de  infraestruturas urbanísticas  e  edificações,  através  de  licenciamento municipal  de  loteamento  urbano  e  de construção: 

• Área Urbanizada Mista (UM) 

• Área Urbanizada Habitacional (UH) 

Consoante a prioridade de urbanização, as categorias do espaço urbanizável são diferenciadas nas  seguintes  zonas,  constituindo  áreas  homogéneas,  bem  caracterizadas  e  diferenciadas quanto ao seu desenvolvimento urbanístico: 

a)  Zona  programada  (p)—correspondente  às  zonas  do  espaço  urbanizável  onde simultaneamente  existam  terrenos  abrangidos  por  processos  de  loteamento  urbano aprovados, ou com parecer de viabilidade, e disponham de infraestruturas urbanísticas, ou da possibilidade técnica e económica para a sua implantação a curto prazo; 

b)  Zona  não  programada  ou  de  reserva  (n/p)  —  correspondente  às  zonas  do  espaço urbanizável não abrangidas pelas condições que caracterizam a zona programada. 

Para estas zonas são também apresentados diferentes parâmetros de  intervenção, de acordo também, com o nível hierárquico do aglomerado.   

3.2.2.3 Espaços Industriais  De  acordo  com o  regulamento do PDM’96 o espaço  industrial  é  caracterizado pelo  elevado nível de infraestruturação, desenvolvido segundo uma rede viária estruturante, servido por vias de  comunicação,  estacionamentos,  infraestruturas  de  saneamento  e  de  abastecimento  com características  e  capacidades  adequadas  destinado  à  implantação  de  estabelecimentos  e atividades  industriais  não  integráveis  em  espaço  urbano  ou  espaço  urbanizável,  bem  como ainda armazéns, serviços e atividades de apoio ou induzidas e de grande superfície comercial. 

No espaço industrial do PDM’96 são consideradas as seguintes categorias de espaço: 

• Área industrial existente 

• Área industrial proposta 

São classificados como existentes as seguintes áreas industriais: 

• Espinheira (freguesia Sobral de Monte Agraço) 

• Seramena (freguesia de Santo Quintino) 

• Casais da Macieira (freguesia de Sapataria)  

• Molhados (freguesia Sapataria)  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 21

• Chãos (freguesia Sobral de Monte Agraço)  

Como propostas, estão classificadas as seguintes áreas industriais: 

• Espinheira – zona de expansão 

• Seramena – zona de expansão 

• Pêro Negro (freguesia Sapataria) – nova área industrial 

Durante o período de vigência do PDM’96 as áreas industriais tiveram o desenvolvimento que se expõe na tabela que se segue. 

Tabela 3 – Evolução das Áreas Industriais (1996 a 2013). 

Áreas Industriais   Evolução 

Espinheira   Área de expansão avançou cerca de 60%. Foram infraestruturados pela Câmara Municipal  cerca de 5,5 hectares, em 1997.  Loteamentos em 1999 e 2006. Os lotes são privados. 

Da  zona  infraestruturada  estão ocupados 9  lotes,  faltam ocupar  3.  Parte não infraestruturada ainda não tem qualquer ocupação. 

Seramena  Zona Industrial em decadência. Área de expansão não avançou. 

Matadouro encerrou, empresa de madeiras em dificuldades,  vai‐se mantendo empresa de barcos insufláveis. 

Casais da Macieira  É  uma  pecuária  (vacaria),  classificada  no  PDM´96  como  área  industrial, mantendo‐se ainda o mesmo uso.  

Molhados “Casal dos Caixeiros” 

Antigos aviários delimitados no PDM’96 como “área industrial”.  

Os aviários foram encerrados e está a decorrer o processo de licenciamento de loteamento  industrial,  para  reconversão  de  uso  para  pequenas  e  médias indústrias, aproveitando os pavilhões industriais pré‐existentes. 

Chãos  Antiga Adega Cooperativa, classificada como “área industrial” no PDM’96. Com o seu encerramento ainda não existe outro tipo de utilização. 

Pêro Negro  Nova área industrial prevista no PDM´96 mas que não avançou. 

Como  se  depreende  da  análise,  as  áreas  industriais  previstas  não  tiveram  a  concretização desejada, podendo‐se apontar os seguintes problemas essenciais: 

• Todos  os  terrenos  das  áreas  industriais  são  propriedade  privada,  o  que  dificulta  a atuação autárquica sobre o território.  

• Espinheira – Tem 3  lotes disponíveis na área  infraestruturada, pelo que ainda não se justificou avançar com a restante área. A não concretização do IC11, com nó de ligação previsto para esta área teve um impacto negativo no desenvolvimento previsto. 

• Seramena  –  Esta  área  industrial  teve  alguma  procura  por  parte  de  promotores privados, no entanto, nenhuma se concretizou essencialmente por falta de acesso à EN 115 e devido aos preços dos terrenos e/ou  falta de disponibilidade dos proprietários para a sua venda. Apesar de não haver nenhumas infraestruturas no local esse não foi o principal obstáculo. 

• Pêro  Negro  –  De  acordo  com  a  informação  disponibilizada  pela  Divisão  de  Obras, Urbanismo  e Ambiente  (DOUA)  esta  área  industrial  não  teve  nenhuma  procura  por 

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parte  de  promotores  privados,  apesar  de  estar  junto  à  saída  da  A8.  Propriedade privada de pequena dimensão e desconhecimento da classificação de solos. 

3.2.3 Áreas de Regime Especial 

O  PDM’96  integra  também  áreas  de  REN  e  de  RAN,  as  quais  ocupam  cerca  de  57%  do concelho. 

Tabela 4 – Áreas no Concelho de Sobral de Monte Agraço submetidas a Áreas de Regime Especial 

Classes de espaço  ha % em relação à área total do município 

REN  1653,14 31,73

RAN  1319,79 25,33

Fonte: PDMSMA e Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

De acordo com o levantamento efetuado sobre a Planta de Condicionantes, a Reserva Agrícola ocupa  uma  área  de  1.319,79  hectares  e  a  Reserva  Ecológica  de  1.653,14  hectares, representando respetivamente 25,33 % e 31,73 % do total da área concelhia. 

Apesar desta contagem ser apenas uma aproximação, dado não haver informação digitalizada, assiste‐se  uma  elevada  percentagem  de  território  afeto  a  áreas  de  regime  especial.  Esta deverá ser reavaliada à luz do ordenamento agro‐florestal pretendido. Verifica‐se também que estas áreas, nomeadamente as  incluídas em REN, constituem em alguns casos, manchas com maior  ou menor  extensão,  dispersas  no  território  concelhio,  sem  configurar  uma  estrutura territorial com coerência ecológica.  

Por fim deverá ser atendido a ocupação edificada, que existe em quase toda as classes de uso do  solo,  e  de  igual modo  nas  áreas  incluídas  nos  regimes  da  REN  e  RAN.  É  os  casos  dos seguintes  aglomerados:  Ponte  Panasco  (REN);  Casal  Rabo  do  Gato  (RAN);  Casal  da  Várzea (RAN); Brandão (RAN e REN); e, Pobrais (RAN e REN). 

3.2.4 Planos de Ordenamento 

3.2.4.1 Planos Municipais de Ordenamento O  regulamento  definiu  um  conjunto  de  Unidades  Operativas  de  Planeamento  e  Gestão (UOPG),  área  sujeitas  a  regulamentação  e  gestão  urbanística  própria,  conferidas  por  plano municipal de ordenamento do território. 

Nessa medida, o regulamento propõe a promoção dos seguintes planos: 

a) Planos de Urbanização 

• Vila de Sobral de Monte Agraço (*); 

• Pêro Negro; 

• Sapataria; 

• Área industrial proposta de Seramena; 

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• Área industrial proposta da Espinheira 

b) .Planos de Pormenor  

• Zona a preservar da vila de Sobral de Monte Agraço (*). 

As  unidades  operativas  de  planeamento  e  gestão  assinaladas  com  (*)  constituíam  uma primeira  prioridade  no  horizonte  do  PDM,  mas  não  chegaram  a  ser  concretizadas formalmente. Para a Vila de Sobral de Monte Agraço foram desenvolvidos 3 estudos ‐ “planos de  expansão”,  pelo  GAT  de  Torres  Vedras,  que  embora  não  entrando  na  classificação  de Instrumentos de Gestão do Território, serviram de guião para as operações de loteamento. 

Nas áreas industriais propostas houve os seguintes processos: 

• Na Espinheira foi desenvolvido um estudo de ordenamento, que serviu de base à execução  das  infraestruturas  por  parte  da  Câmara  Municipal,  mas  não  houve nenhum plano formal.  

• Em  Seramena  foi  elaborado,  no  G.A.T.  de  Torres  Vedras,  um  estudo  prévio  de urbanização, mas nunca teve uma versão final. 

3.2.4.2 Outros Planos de Ordenamento Incidem sobre o território concelhio outros planos de hierarquia superior que tendo surgido no período de vigência do PDM’96, constituem‐se como elementos a ter em conta no processo de revisão,  em  termos  da  necessidade  de  compatibilização  entre  instrumentos,  e  da  própria redefinição das estratégias de desenvolvimento do concelho, enquadradas por esse conjunto diversificado de referências: 

• Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo – PROT‐OVT (aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 64‐A/2009, de 26 de agosto,  e  retificada  pela  Declaração  de  Retificação  n.º  71‐A/2009,  de  2  de outubro).´ 

O Aviso n.º 10517/2010 do Diário da República, 2.ª série — N.º 102 — 26 de Maio de 2010 publica  a  aprovação da  alteração do PDM por  alteração decorrente da publicação  do  PROT‐OVT,  nomeadamente  dos  seus  artigos  29º  (edificação  no espaço  agrícola),  30º (Edificação  em parcela de  terreno  servida por  arruamento público) e 35º (edificação no espaço florestal) 

• Plano de Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Oeste (apenas parte do concelho), em vigor desde 2001 

• Plano  de Gestão  da  Região  Hidrográfica  das  Ribeiras  do Oeste  (após  consulta publica está em fase de finalização) 

• Plano Regional de Ordenamento Florestal do Oeste (PROF do Oeste)  ‐ Aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 14/2006, de 17 de Outubro. DR n.º 200, Série I 

3.2.5 Gestão urbanística ­ Dinâmica de Ocupação do solo   

O  reduzido  rigor e a baixa qualidade gráfica das peças desenhadas do PDM’96  torna muito difícil  quantificar  as  áreas  alvo  de  intervenção,  nomeadamente  nos  pequenos  perímetros 

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urbanos de nível  IV. Esta situação  inviabiliza o apuramento com precisão da percentagem de espaço  urbano  e  urbanizável  que  foi  alvo  de  ocupação  ao  longo  do  tempo  de  vigência  do PDM’96. 

Face  a este  condicionalismo, optou‐se por efetuar  a  avaliação da dinâmica de ocupação do solo com base no  levantamento da dinâmica de urbanização que ocorreu no concelho, tendo por suporte a base de dados disponibilizada pela Câmara Municipal, com os alvarás de obra emitidos desde 1999 (data a partir da qual os dados são comparáveis e fidedignos, apesar do PDM ter entrado em vigor em 1996) até Junho de 2013. 

Complementou‐se  a  análise  com  a  informação  sobre  as  licenças  de  alvará  emitido  para  as operações de loteamento urbano, ao longo do mesmo período de tempo. Embora nem todos estejam  concretizados  trata‐se de  compromissos urbanísticos privados que  correspondem  a reservas de solo urbano ou urbanizável. 

Como os  investimentos de  iniciativa privada que exercem maior  influência na  transformação da ocupação do  solo  são, precisamente os alvarás de obras e de  loteamento, consideramos que a  informação  recolhida permite percecionar as  tendências de  transformação e as várias fases de formação e evolução da ocupação, como seguidamente analisaremos. 

3.2.5.1 Alvarás de construção A figura que se segue evidência os alvarás de obra emitidos entre 1999 e Junho de 2013, de acordo com o  tipo de utilização. A  sua observação evidencia a  intensa atividade construtiva entre o final da década de noventa e o início do século XX, com especial notoriedade nos anos de  2000  e  2003.  A  partir  de  2006  é  notória  uma  tendência  decrescente  de  processos submetidos  a  apreciação,  em  particular  após  2009,  o  que  estará  relacionado  com  a  crise económica e financeira do país, que começou a sentir com especial notoriedade nessa altura, com extraordinário impacto no mercado da construção e do imobiliário. 

 Figura 4 – Alvarás emitidos no concelho de Sobral de Monte Agraço, segundo o destino da obra, entre Janeiro de 

1999 e Junho de 2013. Fonte: C.M.S.M.A: Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

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O  uso  funcional  predominante,  dos  alvarás  emitidos  pela  autarquia,  tem  como  destino  a habitação (74,0%), o que confirma a existência de uma intensa dinâmica habitacional ao longo do tempo de vigência do PDM´96. 

Em  termos das atividades económicas os processos  relacionados com o comércio e  serviços representaram  6,1%  e  a  indústria  apenas  2,8%,  o  que  confirma  a  reduzida  dinâmica  desta última  atividade.  Os  processos  denominados  como  agrícolas  exibem  igualmente  uma proporção  diminuta  (2,1%),  embora  os  armazéns  (2,1%)  e  os  anexos  (2,9%)  estejam frequentemente ligados com o apoio da atividade agrícola em pequenas propriedades rurais. 

O maior número de alvarás de obra  (44,8%)  localizou‐se em Santo Quintino, aquela que tem maior dimensão, seguindo‐se Sapataria (29,8%) e Sobral de Monte Agraço (25,5%). Em todas, sem exceção, sobressai a habitação, embora com maior notoriedade para Santo Quintino onde 78% dos alvarás de obra destinam‐se a este uso, enquanto nas outras duas  freguesias esse valor é  respetivamente de 70,5% e 72%. Em Sobral de Monte Agraço merecem destaque os alvarás para comércio e serviço  (10,4% dos alvarás de obra emitidos na  freguesia), o que se relaciona com o peso da dinâmica funcional na Vila do Sobral. 

 

Figura 5 – Alvarás emitidos no concelho de Sobral de Monte Agraço, segundo a freguesia da obra, entre Janeiro de 1999 e Junho de 2013. 

Fonte: C.M.S.M.A: Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

Relativamente ao tipo de obra pretendido, as construções novas encontram‐se numa primeira linha com 66,2% dos alvarás. Existe ainda um significativo número de processos de alteração e ampliação,  traduzidas em operações distintas e variadas, mas que  têm como  fim a melhoria das condições de habitabilidade, propiciando uma qualificação do nível de vida da população. 

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Figura 6 – Alvarás emitidos no Concelho de Sobral de Monte Agraço, segundo o tipo de obra de Janeiro de 1999 a Junho de 2013. 

Fonte: C.M.S.M.A: Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

3.2.5.2 Produção Habitacional Como se pode verificar na tabela seguinte, a quase totalidade dos alvarás de novas construção, entre 1999 e  Junho de 2013 destinou‐se habitação  (80,2%), verificando‐se um acréscimo de 683 casas no mercado de habitação, distribuídas pelas três freguesias do concelho. 

Tabela 5 – Alvarás para novas construções, por freguesia, entre 1999 e Junho 2013. 

Tipo Utilização 

Santo Quintino  Sapataria Sobral de Monte 

Agraço Total Geral 

Nº  %  Nº  %  Nº  %  Nº  % 

HABITAÇÃO  312  45,7%  199  29,1%  172  25,2%  683  80,2% 

OUTROS DESTINOS  26  48,1%  19  35,2%  9  16,7%  54  6,3% 

GARAGEM  20  58,8%  9  26,5%  5  14,7%  34  4,0% 

ANEXO  10  52,6%  6  31,6%  3  15,8%  19  2,2% 

AGRÍCOLA  7  38,9%  8  44,4%  3  16,7%  18  2,1% 

COMÉRCIO E SERVIÇOS  5  35,7%  4  28,6%  5  35,7%  14  1,6% 

INDUSTRIA  8  57,1%  1  7,1%  5  35,7%  14  1,6% 

ARMAZÉM  4  30,8%  4  30,8%  5  38,5%  13  1,5% 

COMÉRCIO / HABITAÇÃO     0,0%  2  66,7%  1  33,3%  3  0,4% 

Total Geral  392  46,0%  252  29,6%  208  24,4%  852  100,0% 

Fonte: C.M.S.M.A: Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

Aos novos fogos, podem  juntar‐se 249 resultantes de processos de alteração e ampliação 13 de legalização e 9 de reconstrução, o que perfaz um total de 954 alojamentos. 

 

 

 

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Tabela 6 – Alvarás para habitação, segundo o tipo de construção, por freguesia, entre 1999 e Junho de 2013. 

 Tipo de Construção 

Freguesias  Total Geral 

Santo Quintino  Sapataria  Sobral de Monte Agraço Nº  % 

CONSTRUÇÃO NOVA  312  199  172  683  71,6% 

AMPLIAÇÃO  81  38  22  141  14,8% 

ALTERAÇÃO  44  26  38  108  11,3% 

LEGALIZAÇÃO  5  4  4  13  1,4% 

RECONSTRUÇÃO  6  3  0  9  0,9% 

Total Geral  448  270  236  954  100,0% 

Fonte: C.M.S.M.A: Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

Por freguesia, é Santo Quintino que apresenta um maior número de alvarás de habitação, quer em novas, quer para alterações, ampliações, reconstrução, ou outras.  

Para  melhor  percecionar  as  transformações  ocorridas  no  território  a  nível  habitacional  e avaliar o seu  impacto na evolução morfológica do povoamento, apresentamos seguidamente os alvarás por aglomerado, em cada freguesia.  

Freguesia de Santo Quintino 

Freguesia  marcadamente  rural,  na  área  sul/sudeste  do  concelho,  com  um  povoamento marcado pelo disperso e pela existência de um conjunto diverso de pequenos aglomerados. Numa pequena área conflui com o centro urbano de Sobral de Monte Agraço.  

A  produção  habitacional  ao  longo  do  tempo  de  vigência  do  PDM’96  é marcada  por  uma dispersão por diversos  aglomerados  embora  com  reforço de  alguns núcleos,  com particular destaque para o eixo Fetais/Zibreira de Fetais e ainda Almargem, Sabugos, Martim Afonso e Chã. Todos estes núcleos estavam classificados como áreas urbanas de nível IV. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 28

 

Figura 7 – Alvarás para habitação, segundo o tipo de construção, por aglomerado na freguesia de Santo Quintino, entre Janeiro de 1999 e Junho de 2013. 

Fonte: Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 29

Existem no entanto, outros, não classificadas na hierarquia urbana do PDM’96, mas com um crescimento  relevante,  de  que  é  o  caso mais  paradigmático  Zibreira  de  Fé, mas  também, Valdevez, Fetais dos Carneiros, Fetais dos Pretos ou Vermões, entre outros. 

Da observação da edificação de novas habitações evidencia‐se assim a localização preferencial numa área a Nordeste do concelho, que se estende pelos núcleos de Fetais, Zibreira de Fetais, Fetais  dos  Pretos  e  Fetais  dos  Carneiros,  com  uma  quantidade  significativa  dos  alvarás  a acontecerem nos espaços  intersticiais, ou  seja  fora das áreas urbanas, aumentando assim o disperso. 

Freguesia de Sapataria 

Localizada a Sul/Sudoeste do concelho,  integra dois aglomerados com classificação relevante na hierarquia dos aglomerados urbanos do PDM’96: Pêro Negro, com nível II e Sapataria com nível  III. Nas últimas duas décadas registou uma dinâmica de crescimento relacionado com a melhoria das acessibilidades, nomeadamente com a A8. 

 

Figura 8 – Alvarás para habitação, segundo o tipo de construção, por aglomerado na freguesia de Sapataria, entre Janeiro de 1999 e Junho de 2013. 

Fonte: C.M.S.M.A: Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 30

O aglomerado com o desenvolvimento habitacional mais relevante foi Sapataria, cujos novos traçados  viários  beneficiaram  o  crescimento  populacional,  bem  como  o  desenvolvimento económico.  Por  sua  vez,  Casais  de  São  Martinho  também  teve  uma  expansão  relevante, propiciada pela proximidade a Mafra e ao Nó da A8 da Malveira.  Já Pêro Negro, não  teve a expansão expectável no PDM’96, embora seja o terceiro aglomerado a crescer na freguesia.

Freguesia de Sobral de Monte Agraço 

A  freguesia  de  Sobral  de  Monte  Agraço  é  aquela  que  apresenta  uma  estrutura  mais concentrada do povoamento, com a maior parte do desenvolvimento habitacional a acontecer no centro urbano com o mesmo nome, o qual coincide com a sede de concelho. 

 

Figura 9 – Alvarás para habitação, segundo o tipo de construção, por aglomerado na freguesia de Sobral de Monte Agraço, entre Janeiro de 1999 e Março de 2013. 

Fonte: C.M.S.M.A: Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

O aglomerado de Sobral de Monte Agraço, é aquele que assume maior expressão não só não freguesia, mas também no concelho. 

3.2.6 Operações Urbanísticas Os  loteamentos e sua evolução ao  longo do tempo são  igualmente um  indicador  importante da  transformação do uso do  solo e da dinâmica urbana do município durante o período de vigência do PDM’96.  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 31

A  identificação  das  áreas  comprometidas  com  loteamentos,  em  cada  uma  das  freguesias  é realizada nas três tabelas seguintes, tendo por base a informação disponibilizada pela Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA), sobre os alvarás emitidos após 1996. 

Tabela 7 – Operações de Loteamento Urbano com alvará na freguesia de Santo Quintino, entre Janeiro de 1996 e Março de 2013. 

Numero alvará de loteamento 

Área (m2)  Número de Lotes  Tipologia 

Casal das Figueiras 

3/03  843,3  1  unifamiliar 

Casal da Fonte 

1/07  1.569  1  unifamiliar 

Fetais 

2/02  2160  1  unifamiliar 

Freiria 

2/00  2.680  4  unifamiliar 

1/03  10.768,8  15  unifamiliar 

Total Freiria  13.448,8  19 

Lages de freiria 

1/99  4.741  4  unifamiliar 

Martim Afonso 

3‐A/99  12.190  18  unifamiliar 

Nogueiras 

2/01  407  1  unifamiliar 

Outeiro 

1/05  7.513  8  unifamiliar 

Valdevez 

4/99  3.653  3  unifamiliar 

3/00  3.064  3  unifamiliar 

2/05  13.207  13  unifamiliar 

Total Valdevez  19.924  19  unifamiliar Zibreira de Fetais 

5/05  5.640  5  unifamiliar 

2/06  6.701,4  6  unifamiliar 

Total Zibreira de Fetais  12.341,4  11 

Total de áreas comprometidas Freguesia 

de Santo Quintino 75.137,50  85 

 

Fonte: C.M.S.M.A: Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 32

Tabela 8 – Operações de Loteamento Urbano com alvará na freguesia de Sapataria, entre Janeiro de 1996 e Março de 2013. 

Numero alvará de loteamento 

Área (m2)  Número de Lotes  Tipologia 

Casais de S. Martinho 

2/98  13.480  13  unifamiliar 

1/09  9.501  10  unifamiliar 

Total Casais de São martinho 

22.981  23  unifamiliar 

Godéis 

3/06  3.459  4  unifamiliar 

Pêro Negro 

7/05  10.043  11  unifamiliar 

Sapataria 

1/00  2.310  2 1 unifamiliar e 1 

multifamiliar ‐ 5 fogos 

1/02  24.520  35  unifamiliar 

1/04  11.740  16  unifamiliar 

2/07  2.150  1  unifamiliar 

Total Sapataria  40.720  54   

Serreira 

1/98  464  1  unifamiliar 

3/02  3.950  1  unifamiliar 

3/05  1.800  1  unifamiliar 

Total Serreira  6.214 3 

Total de áreas comprometidas Freguesia 

de Sapataria 83.417  95 

 

Fonte: C.M.S.M.A: Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 33

Tabela 9 – Operações de Loteamento Urbano com alvará na freguesia de Sobral de Monte Agraço, entre Janeiro de 1996 e Março de 2013. 

Numero alvará de loteamento 

Área (m2)  Número de Lotes  Tipologia 

Bispeira 

2/03  5.000  5  unifamiliar 

Espinheira 

3/99  6.667  2  indústria 

1/06  16.573  4  indústria 

Total Espinheira  23.240  6 Patameira 

3/04  6722  7  unifamiliar 

SMA 

3/98  15.040  10 multifamiliar ‐ 75 fogos ‐ 18 

T2 e 57 T3 

4/02  5.690  6  multifamiliar ‐ 41 fogos 

4/05  4.549,26  3  unifamiliar 

Total SMA  25.279,26  19 Via Galega 

2/99  3.217  2  unifamiliar 

1/01  3.036  1  unifamiliar 

6/05  11.610  11  unifamiliar 

2/09  5.862  1  unifamiliar 

Total Via Galega  23.725  15 Total de áreas 

comprometidas Freguesia de Sobral de Monte Agraço 

83.966,26  52  

Fonte: C.M.S.M.A: Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

Em termos de balanço geral dos níveis de execução do Plano, é possível adiantar as conclusões que se seguem, com base na observação das tabelas e na análise da informação disponível:  

• A extensão das áreas classificadas como urbanas e urbanizáveis no PDM’96 acolheram todas  as  novas  urbanizações  submetidas  a  licenciamento  camarário,  entre  1996  e 2013, havendo uma área comprometida de 24.2521,1 hectares, o que ainda assim está muito aquém dos 91, 05 hectares identificados como área urbanizável.  

• As  maiores  operações  de  loteamento  urbano,  evidenciadas  pela  área  ocupada  e número  de  fogos  localizam‐se  em  Sapataria  e  em  Sobral  de Monte  Agraço, muito embora  a  informação  disponível  não  permita  aferir  o  grau  de  concretização  dos alvarás.  Por  sua  vez, houve  algumas  urbanizações que  foram  concretizadas durante este período de tempo, mas os compromissos foram anteriores a 1996, portanto em data anterior à entrada em vigor do PDM’96. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 34

• Na freguesia de Santo Quintino, reforça‐se o padrão de povoamento disperso dos seus aglomerados, onde é privilegiada a habitação unifamiliar e uma maior dimensão média dos fogos. Nesta freguesia, onde todas as áreas urbanas são de nível IV, há uma área comprometida de 7,52 hectares, estando a maior dinâmica em Freiria, Martim Afonso, Valdevez e Zibreira de Fetais. 

• Na  freguesia  de  Sapataria,  sobressai  claramente  o  aglomerado  de  Sapataria, considerado de nível  III no PDM’96, mas cuja dinâmica ultrapassou claramente Pêro Negro, classificado como nível II. 

• Na  freguesia do Sobral de Monte Agraço  sobressaem as  intenções de construção no aglomerado na vila do Sobral. 

São ainda apresentados desenhos à escala 1:5.000 dos núcleos urbanos de nível  I,  II,  III – Sobral  de  Monte  Agraço,  Pêro  Negro  e  Sapataria  com  a  implantação  territorial  dos loteamentos nos respetivos perímetros urbanos. A delimitação foi desenhada a partir das peças desenhadas do PDM’96 que apresentando uma qualidade gráfica muito deficiente dificultam a identificação rigorosa dos zonamentos realizados. 

Por sua vez, nas áreas consagradas como de nível IV, o mapeamento à escala 1:25.000 em base  vetorial,  impossibilita  a  delimitação  com  precisão  dos  perímetros  urbanos  e  dos respetivos compromissos urbanísticos. No decorrer da  revisão do plano, nomeadamente na  fase de proposta de delimitação do  solo de urbanização programada  é  fundamental proceder  à  redefinição  destas  áreas  ajustando‐as  à  respetiva  vocação,  no  contexto  das estruturas urbanas e paisagísticas em que se inserem ou com as quais se relacionam.  

3.3 Sistemas de Infraestruturas  

3.3.1 Infraestruturas A análise detalhada dos níveis de execução do PDM’96 no que diz  respeito aos  sistemas de Infraestruturas  ‐  Sistema  de  Abastecimento  de  Água,  Sistema  de  Tratamento  de  Águas Residuais e Sistema de Recolha e Tratamento de Resíduos Sólidos – apresenta‐se mais adiante, integrada no capítulo referente à Avaliação da Qualidade Ambiental do Concelho (Capítulo 5). 

No  que  se  refere  ao  abastecimento  de  água  a  principal  conclusão  remete‐nos  para  o  nível globalmente satisfatório dos níveis de execução do Plano. Todos os núcleos com mais de 100 habitantes  são  servidos  com  abastecimento  público,  sendo  a  taxa  de  atendimento  da população próxima dos 100%. 

Ao  longo  da  última  década  e  meia  o  sistema  de  saneamento  sofreu  uma  profunda reformulação,  com  a  construção  de  infraestruturas  de  suporte  como  as  Estações  de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e respetivos sistemas de saneamento, o que permitiu uma melhoria da cobertura da população servida, estimando‐se atualmente uma capacidade para servir cerca de 80% da população. 

A nível da recolha de resíduos sólidos urbanos, o município revela uma média de 585 kg por habitante e uma percentagem 22% de resíduos recolhidos seletivamente, verificando‐se uma situação  mais  positiva  que  a  média  da  região  Oeste  (464  kg/habitante  e  9%  de  recolha seletiva), sendo, esta, uma área onde houve uma melhoria assinalável.  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 35

3.3.2 Equipamentos Coletivos Seguidamente será efetuada a avaliação do grau de concretização das  intervenções previstas no  PDM’96,  no  que  refere  à  rede  de  equipamentos  coletivos,  comparando  o  que  estava inicialmente previsto, com o que atualmente existe.  

Estes equipamentos, que fornecem serviços básicos essenciais de apoio às populações, ajudam a  estruturar  o  território,  sendo  fundamentais  para  a  qualidade  de  vida  dos  habitantes  e desenvolvimento  do  concelho.  De  referir  no  entanto  que,  numa  parte  significativa,  são administrados  e  geridos  por  entidades  ao  nível  do  poder  central,  estando  também dependentes  de  normativos  e  legislação  nacional  (sobretudo  a  nível  de  Ministério  da Educação, Ministério da Saúde e Ministério da Administração Interna). 

3.3.2.1 Educação O  Parque  Escolar  de  Sobral  de Monte  Agraço  está  agregado  no  Agrupamento  de  Escolas Joaquim Inácio da Cruz Sobral que reúne todas as escolas do concelho, concretamente: 

• Escola Básica e Secundária de Sobral de Monte Agraço (sede) 

• EB1 / JI de Sobral e Santo Quintino (2 salas JI e 11 salas EB) 

• EB1/JI de Almargem, freguesia de Santo Quintino (1 sala JI e 1 sala EB) 

• JI de Pêro Negro, freguesia da Sapataria (1 sala) 

• EB1 de Pêro Negro, freguesia da Sapataria (2 salas) 

• EB1/JI de Pontes de Monfalim, freguesia de Santo Quintino (1 sala JI) 

• Centro Escolar da Sapataria (3 salas JI e 8 salas EB) 

É  ainda  disponibilizada  oferta  de  Pré‐Escolar  na  Associação  Popular  de  Sobral  de Monte Agraço, a qual dispõe de 3 salas de JI. 

A  rede de estabelecimentos escolares do município sofreu uma profunda alteração, desde a elaboração do PDM’96 até, sobretudo a nível de ensino pré‐escolar e do primeiro ciclo, muito por força da mudança das medidas de política de âmbito nacional, mas também de um forte investimento do município nesta área. 

A  tabela  seguinte  confronta o existente e proposto nos estudos do PDM’96,  com o que  foi executado.  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 36

Tabela 10 – Rede de Equipamentos Escolares no Concelho de Sobral de Monte Agraço. 

Níveis   Existente  Proposta PDM’96 Execução

Jardim  de Infância/Pré‐Escolar 

1  em  Sobral de  Monte Agraço  1  em Sapataria 

1  em  Pêro  Negro para cobrir  todos  os aglomerados até ao nível III. Mais  uma  sala  em  SMA (em 2002) ‐para uma taxa de cobertura de 30%. Agregar  ensino  pré‐escolar/jardim‐de‐infância  nos  edifícios existentes com 1ºciclo 

Executado o previsto: - JI de Pêro Negro (1 sala) - JI em SMA (2 salas) novas instalações Agregação de JI a EB: - Requalificação da EB1/JI de Almargem (1 sala JI) 

- Requalificação  da  EB1/JI  de  Pontes  de Monfalim (1 sala JI) 

Novo Centro Escolar da Sapataria  (3 salas JI) 

1º ciclo EB  EB  em  13 aglomerados (21 salas) 

Rede escolar foi considerada satisfatória 

Reestruturação do Parque Escolar: - Novo  Centro  Escolar  de  Sapataria  (8 salas) 

- Novo EB1 / JI de Sobral e Santo Quintino; - Encerramento  EB1  de Moitelas;  EB1  de Silveira,  EB1 de  Serreira,  EB1 de  Freiria, EB1  de  Fetais;  EB1  de  Casais;  EB1  de Patameira; JI e EB1 Sapataria 

Requalificação - EB1/JI de Almargem; EB1 de Pêro Negro; EB1/JI de Pontes de Monfalim  

2º e 3º ciclos EB 

Sobral  de Monte Agraço 

Nova  escola  em  Pêro Negro  –  aglomerado  de nível  II  ‐a  concretizar  em 2002 

Não foi concretizada a nova escola em Pêro Negro 

Ensinos secundário e técnico‐profissional 

Sobral  de Monte Agraço (secundário) 

Ficarão  localizados somente  em  Sobral  de Monte Agraço  

Manteve‐se  o  previsto  –  localização  do ensino secundário na vila do Sobral  

Fonte: PDMSMA e CMSMA 

Muitas das alterações aqui evidenciadas tiveram por base a Carta Educativa do município com horizonte 2006‐2013, a qual  inclui, para além da caracterização rigorosa dos equipamentos e da  população,  propostas  concretas  para  uma  organização  mais  eficaz  e  eficiente  desses mesmos equipamentos, para criação de outros (caso se verifiquem necessário) ou mesmo para estabelecimento de novas dinâmicas que permitam, possibilitem e promovam, uma Educação mais  adaptada  e  adequada  aos  novos  desafios  que  a  sociedade  de  hoje  coloca  a  todos  os parceiros da Educação (Escola, Família, Autarquias e Sociedade em geral). 

Apesar  da  Carta  Educativa  não  dever  ser  considerada  imutável,  mas  antes  capaz  de  se reajustar  às  dinâmicas  existentes  ou  previsíveis,  constitui  um  importante  instrumento  de programação e de concretização da política educativa. O quadro seguinte evidencia o grau de execução das principais medidas de  intervenção propostas para o Reordenamento da Rede Educativa, o qual deve ser levado em consideração no futuro PDM. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 37

Tabela 11 – Avaliação da execução das medidas de intervenção propostas para o Reordenamento da Rede Educativa de Sobral de Monte Agraço no âmbito da Carta Educativa. 

Medida  Tipo de Intervenção Proposta Execução

Jardim‐de‐infância  de Pêro Negro  

Construção  de  novo  edifício para albergar o atual  JI  (com 2 salas e 1 polivalente) 

Não foi concretizado 

Alteração da Tipologia da EB1 de Serreira  

Alterar  a  tipologia  da  EB1  de Serreira para EB1/JI de Serreira  

Concretizado,  mas  posteriormente  foi encerrada por ter poucos alunos 

Centro  Escolar  da Freguesia  de  Santo Quintino  

Ampliação  da  atual EB1/JI  de Pontes  de  Monfalim  com  a Construção  de  Raiz  de  novas infraestruturas  

Não  foram  feitas novas  infraestruturas, nem criado o centro escolar. 

Houve  apenas  obras  de melhoramento (refeições,  instalações  sanitárias,  sala polivante e envolvente). 

Ampliação  da  EB1/JI  de Almargem  

Ampliação  da  EB1/JI  de Almargem  

Não foi concretizado a ampliação 

Apenas  se  realizaram  obras  para refeitório e cozinha 

Centro  Escolar  da Freguesia de Sapataria  

Criação  de  Raiz  de  um  novo estabelecimento  de  ensino, localizado  na  Sapataria  e  que substituirá a EB1 de Sapataria e JI de Sapataria  

Concretizado

Centro  Escolar  da Freguesia  de  Sobral  de Monte Agraço  

Alteração  de  Tipologia  da  EBI para EB1/JI 

Adaptação de algumas  salas da EBI para JI 

Concretizado a alteração de  tipologia e a adaptação de algumas salas 

Ampliação  da  ES/3  e Alteração da Tipologia da ES/3 para EB2,3/S  

Criação  de  mais  10  salas  de aula.  

Alteração  de  tipologia  de  ES/3 para EB2,3/S  

A  ES/3  não  foi  ampliada,  mas  foi remodelada para albergar o 2º ciclo. 

Foi  alterada  a  tipologia  de  ES/3  para Escola Básica e Secundária 

Construção  do  Pavilhão Gimnodesportivo  da Escola Secundária  

Construção de Raiz do Pavilhão Gimnodesportivo 

Não foi concretizado. 

É utilizado o pavilhão do “Monte Agraço Futebol Clube” através de protocolo 

Fonte: Carta Educativa e CMSMA  

Verifica‐se que muitas das ações propostas foram concretizadas, com especial relevância para o Centro Escolar de Sapataria. Aquelas que não o  foram deverão ser  reavaliadas de  forma a verificar se se mantêm os pressupostos que estão na base das propostas apresentadas.  

Decorrente da  implementação da Carta Educativa e de Medidas de Política do Ministério da Educação, foram encerradas 8 escolas do 1º ciclo: Moitelas, Silveira, Freiria, Fetais, Monfalim, Serreira, Patameira e Sapataria. A maioria  foi  cedida para a  respectiva associação da Aldeia (Moitelas, Silveira, Freiria e Patameira, Serreira), a de Monfalim  foi entregue à Associação e Caçadores e a de Sapataria será para Creche. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 38

3.3.2.2 Equipamento de Apoio Social Os  equipamentos  de  apoio  social  são  essenciais  para  apoiar  determinados  estratos  mais desfavorecidos da população. Aquando da elaboração do PDM’96 estes equipamentos foram caracterizados  como bastante deficitários,  essencialmente nos  serviços de  creche  e  tempos livres, sendo o jardim de o infância e os equipamentos de apoio à 3ª idade os mais difundidos pelo território.  

De  acordo  com  a  Carta  Social3,  a  rede  de  equipamentos  sociais,  atualmente  existente  no concelho é a seguinte: 

Equipamentos de Infância e Juventude 

• 1  creche  (Sobral  de Monte Agraço)  com  capacidade  para  70  utentes  pertencente  à Associação Popular de Sobral de Monte Agraço (IPSS). 

• 1 Centro de Atividades de Tempos Livres  (Sobral de Monte Agraço) com capacidade para 128 utentes pertencente à Associação Popular de Sobral de Monte Agraço (IPSS). 

Equipamentos para Pessoas Idosas 

• 4 Estruturas Residenciais para Idosos (Lar de Idosos e Residência) 

o Quinta das Cores (Sabugos, Santo Quintino) com capacidade para 15 utentes, pertencente a “Entregerações – Apoio Social a crianças e idosos SA” – privado. (inicio da atividade em 2001) 

o Solar  de  S.  Jorge  (Casais  de  São  Martinho)  ‐  Residencial  de  Repouso  e Recuperação  (Sapataria)  com  capacidade  para  15  utentes,  pertencente  a “Regina e Carlos Lda”‐ privado. (inicio da atividade em 1992) 

o Lar de Grandes Dependentes (Sobral de Monte Agraço), com capacidade para 26  utentes,  pertencente  à  Santa  Casa  da Misericordia  de  Sobral  de Monte Agraço 

o Lar da Nossa Senhora da Vida (Alto dos Fetais, Sobral de Monte Agraço), com capacidade para 57 idosos, pertencente à Santa Casa da Misericordia de Sobral de Monte Agraço 

• 1 Centro de Dia (Nossa Senhora da Vida), no Alto dos Fetais, com capacidade para 25 idosos, da Santa Casa da Misericordia de Sobral de Monte Agraço 

A tabela seguinte confronta o existente e o proposto no PDM, com o que foi executado a nível de equipamentos sociais.  

                                                            3 http://www.cartasocial.pt 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 39

Tabela 12 – Rede de Equipamentos de Apoio Social no Concelho de Sobral de Monte Agraço. 

Tipologia  Existente  Proposta PDM’96 Execução 

Creche  Inexistentes  no concelho  (previsão  de necessidade  em  1991 para 64 crianças). 

A  curto  prazo,  2  salas  de creche  em  SMA  com capacidade para 50 crianças 

Para  2002  mais  uma  sala destinada  a  25  crianças  em SMA 

Foi  concretizada  a  creche  da Associação Popular de Sobral de  Monte  Agraço  (APSMA) na vila do Sobral. Conta  com 5 salas (3 salas são novas). 

A  creche  da  Sapataria  está em projeto 

Centro  de Atividades  de Tempos Livres 

1 em Sobral de Monte Agraço 

Criação  de  instalações  nos aglomerados de  nível  I,  II  e III. Em Sapataria previsto só para 2002. 

Taxa de cobertura de 30% 

A Associação  Popular  de Sobral  de  Monte  Agraço (APSMA)  conta  com  2  salas de  ATL.  Sapataria  também tem uma sala de CES. 

Com  o  alargamento  do horário  escolar  do  1º  ciclo  e incorporação  das  AEC  esta valência  deixou  de  ser  tão necessária. 

Lar de Idosos  2 Lares (Sobral e Casais de  S.  Martinho)  – média  de  40  utentes em  cada.  Estimado falta  para  mais  20 utentes  

1 unidade em Pêro Negro

Taxa  de  cobertura  de  10% (população mais de 65 anos) 

Renovação  e  ampliação  do Lar  de  Nossa  Senhora  da Vida  pertencente  à  Santa Casa  da  Misericórdia  de Sobral  de  Monte  Agraço (SCMSMA). 

Existem  atualmente  4 estruturas  residenciais  para idosos  (lar  de  idosos  e residência). 

Centro de Dia  1 em Sobral de Monte Agraço 

1 unidade SMA

1 unidade em Pêro Negro 

Taxa de cobertura de 10% 

Centro  de  dia  SMA (Misericórdia)  ‐  novas instalações,  com  capacidade para 25 utentes. 

Não  existe  centro  de  dia  em Pêro Negro. 

Fonte: Carta Social e CMSMA 

Da observação da situação torna‐se evidente a melhoria da cobertura das estruturas de apoio social a nível de creches e de lares de idosos. O desenvolvimento dos trabalhos de revisão do PDM deverá aferir se esta é suficiente em face da estrutura demográfica (atual e projetada), das medidas de política e das próprias necessidades da população. 

Uma nota final para a  importância de duas Instituições Particulares de Solidariedade Social: a Associação Popular de Sobral de Monte Agraço (APSMA) na área da infância e Juventude e a Santa Casa da Misericórdia de Sobral de Monte Agraço (SCMSMA) no apoio aos idosos. 

3.3.2.3 Serviços de Saúde A  cobertura  do  concelho  encontra‐se  estruturada  em  torno  do  Centro  de  Saúde  Sobral  de Monte Agraço  (pertencente ao Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Sul), o qual conta com as seguintes extensões de saúde associadas: 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 40

• Unidade  de  Cuidados  de  Saúde  Personalizados  Sobral  de Monte  Agraço  ‐  Polo  de Sapataria 

• Atendimento Complementar Sobral de Monte Agraço 

• Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Sobral de Monte Agraço 

• Unidade de Cuidados na Comunidade Sobral de Monte Agraço 

As  novas  instalações  do  centro  de  saúde  entraram  em  funcionamento  no  inico  de  2013  e vieram  substituir  as  antigas  e  degradadas  que  funcionavam  num  prédio  de  habitação  que dificultava o acesso a idosos e a pessoas com mobilidade reduzida. 

O Hospital de  referência é o “Hospital Beatriz Ângelo”,localizado em Loures,  inaugurado em 2012, mas com grandes problemas  iniciais para a deslocação da população mais dependente do concelho, dado que não existiam transportes públicos para aquele local. Esse problema foi ultrapassado com o início a 1 de Julho de 2013 de uma nova carreira Sobral – Loures (Hospital), após uma  intensa negociação do Município  com  as  entidades  envolvidas:  IMT  –Instituto da Mobilidade e dos Transportes, AMTL – Autoridade Metropolitana de Transportes de  Lisboa, empresa transportadora, Hospital Beatriz Ângelo e Ministério da Saúde. 

A tabela seguinte confronta o existente e o proposto no PDM, com o que foi executado.  

Tabela 13 – Equipamentos de Saúde no Concelho de Sobral de Monte Agraço. 

Existente  Proposta PDM’96 Execução 

Serviços  existentes  satisfazem  a procura 

Instalações hospitalares inativas 

 

1  unidade  de  extensão  do  centro médico de SMA 

1 Farmácia em Pêro Negro 

Dinamização  das  instalações hospitalares 

Novos Centros de Saúde em SMA  (inaugurado em 2013) e Sapataria. 

Não  existe  farmácia  em Pêro Negro. 

Hospital  de  apoio  é  o “Hospital de Loures” 

Fonte: Ministério da Saúde 

Verifica‐se que as condições de assistência local à população melhoraram consideravelmente, com as novas instalações do Centro de Saúde do Sobral e a extensão na Sapataria.  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 41

3.3.2.4 Cultura e Recreio O PDM’96 caracteriza os equipamentos de cultura e de recreio como bastante diversificados. A tabela seguinte evidencia o existente, o previsto e o executado. 

Tabela 14 – Equipamentos de cultura e recreio no Concelho de Sobral de Monte Agraço. 

Existente  Proposta PDM’96 Execução

1 arquivo municipal (SMA) 

1  biblioteca  municipal (SMA) 

1 cine‐teatro (SMA) 

21  associações  culturais/ recreativas/desportivas 

1  biblioteca  em  Pêro  Negro(extensão  da  biblioteca municipal  do  SMA,  para  dar apoio  à  unidade,  proposta,  do ensino básico do 2º e 3º ciclo) 

 

Não  foi  concretizada  a  biblioteca  em Pêro Negro, nem tão pouco a EB23. 

Foram  efectuadas  outras intervenções: 

- Requalificação  do  Cine‐Teatro  em SMA  

- Novas  bibliotecas  em  SMA  e Sapataria 

- Recuperação  de  Património Histórico  Militar  associado  às Invasões e a edificação do Centro de Interpretação das Linhas de Torres 

Fonte: CMSMA 

Da observação da  tabela verifica‐se que a generalidade das  intervenções nos equipamentos culturais (novas ou requalificações) concretizadas durante o período em análise, não estavam previstas no PDM’96. São exemplo a requalificação do Cine‐Teatro e as novas bibliotecas em Sobral de Monte Agraço e na Sapataria.  

Pelo  efeito  estruturante  na  dinamização  da  atividade  cultural  e  turística, merece  particular destaque a recuperação e dinamização do Património Histórico Militar associado às  Invasões Francesas no âmbito do projeto de cooperação  intermunicipal “Rota Histórica das Linhas de Torres”,  que  passou  por  um  conjunto  de  ações  complementares  e  integradas  em  vários municípios. No concelho do Sobral foram levadas a cabo as seguintes realizações: recuperação do Forte do Alqueidão e dos complementares (Forte do Simplício e dos Machados); criação de um núcleo de  apoio  aos  visitantes;  recuperação do Moinho do  Forte Novo;  e, definição de circuitos pedonais.  

De forma complementar, mas com um extraordinário potencial estruturante, destaca‐se ainda a instalação do Centro de Interpretação das Linhas de Torres, num edifício quatrocentista em pleno centro histórico da vila do Sobral, assumindo‐se como o polo aglutinador do traçado das linhas de Torres. 

3.3.2.5 Desporto e espaços verdes O  PDM’96  caracteriza os  equipamentos desportivos destinados  a  servir os  residentes  como deficitários.  Embora  seja  mencionado  que  a  fraca  dinâmica  demográfica  prevista  limita  a diversificação  deste  tipo  de  equipamentos,  bem  como  o  número  de  unidades  a  criar,  foi proposto apetrechar a sede de concelho com uma pista de atletismo e uma piscina coberta. 

A  tabela  seguinte  confronta  o  existente,  o  previsto  e  o  executado  em  matéria  de equipamentos desportivos. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 42

Tabela 15 – Equipamentos desportivos no Concelho de Sobral de Monte Agraço. 

Existente  Proposta PDM’96 Execução

5 campos de jogos 

1 pavilhão desportivo 

1 pista de atletismo (SMA)

1 piscina coberta (SMA) 

Piscina coberta em SMA 

Não  existe  pista  de  atletismo  em SMA 

Foi requalificado o Parque Municipal de  Jogos  do  Sobral  (renovação  dos balneários,  novo  piso  sintético, recuperação do espaço envolvente) 

Fonte: CMSMA 

A  piscina  municipal,  existente  desde  2002,  num  complexo  composto  por  piscina  com  25 metros, tanque de aprendizagem com 5 metros e bancada com capacidade para 125 pessoas, permite, em  articulação  com a estrutura escolar, disponibilizar aulas de natação gratuitas a todos os alunos do 1º ciclo. A requalificado do Parque Municipal de Jogos permitiu também a criação de melhores condições para a prática desportiva. 

Já  em  termos  de  espaços  verdes  o  PDM’96  apontava  o  concelho  como  relativamente  bem servido, já que apetrechado com um Parque Urbano e com todos os aglomerados de nível I,II e III a possuírem espaços relativos à estrutura verde secundária. Para complementar este grupo de  equipamentos  apenas  foi  previsto  uma  unidade  de  desporto  livre,  a  qual  não  foi concretizada, tendo em sua substituição surgido um novo Parque Urbano. 

A tabela seguinte expressa o previsto e o executado em matéria de espaços verdes. 

Tabela 16 – Espaços verdes no Concelho de Sobral de Monte Agraço. 

Existente  Proposta PDM’96 Execução 

1 Parque Urbano em SMA 

Todos os aglomerados de nível I,II e III  possuem  espaços  relativos  à estrutura verde secundarária 

(concelho  bem  servido  de  espaços verdes)  

Construção  de  uma  unidade  de desporto  livre  para  completar  os espaços verdes existentes 

 

Mais  um  parque  urbano em SMA 

Não  existe  unidade  de desporto livre 

Fonte: CMSMA 

3.3.2.6 Outros equipamentos Para além dos equipamentos atrás expostos, os quais, na generalidade,  contêm  critérios de programação objetivos, existe um outro conjunto de equipamentos também referenciados no PDM’96. A tabela seguinte expressa o existente, o previsto e o executado para cada um. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 43

Tabela 17 – Outras funções e equipamentos no Concelho de Sobral de Monte Agraço. 

Tipologia  Existente  Proposta PDM’96 Execução 

Correio  e Telecomunicações 

1  agência  da  Rodoviária Nacional 

Serviço  de  Taxis  disperso no  concelho.  SMA,  Pero Negro  e  Sapataria  são servidas por táxi 

1 estação de  correios em SMA 

1  unidade  de  correios para Pêro Negro a  curto prazo 

1  posto  de  telefónico publico  em  todos  os lugares  dos  3  níveis hierárquicos 

Nova  Estação  Central de  Camionagem (Autocarros  Boa Viagem) em SMA 

Posto  CTT  em Sapataria  (Junta  de Freguesia) 

Não  existe  posto  CTT em Pêro Negro 

Não  existe  posto telefónico  público  em Pêro Negro 

Prevenção  e Segurança Publica 

1  Instalação  da  GNR  em SMA 

1  instalação  bombeiros em SMA 

Não  consideraram  estes equipamentos  em termos de programação 

Novo  quartel  da  GNR em  SMA  (inaugurado em 2012) 

Novo  quartel  BV  em SMA 

Fonte: CMSMA 

Avaliação 

Da  programação  de  equipamentos  elaborada  no  PDM’96,  uma  quantidade  significativa  foi concretizada, embora nalguns casos tal não tenha acontecido, muito por força de alterações de medidas de política que originaram alterações nas formas de programação como é o caso dos equipamentos escolares. 

Ao  longo  da  vigência  do  Plano  o município  não  se  circunscreveu  aos  espaços  planeados, verificando‐se uma boa capacidade de investimento e dinamização de um conjunto de novos equipamentos  que  causaram  impacto  positivo  junto  da  população,  constituindo  uma mais valia para a população do concelho de Sobral de Monte Agraço. 

3.3.3 Rede Viária e de Transportes O concelho de Sobral de Monte Agraço é servido por rodovia e ferrovia, merecendo cada uma destas redes uma análise específica. 

3.3.3.1 Rede rodoviária Estradas Nacionais 

A rede de Estradas Nacionais do concelho de Sobral de Monte Agraço é retratada, no PDM’96, segundo as seguintes características gerais: 

• Existem cerca de 31,3 km de Estradas Nacionais (12,5km de 1ª classe; 11,5 km de 2ª classe e as restantes são de 3ª classe). 

• As  estradas  existentes  são  asfaltadas  e  asseguram  a  ligação  a  todos  os  concelhos limítrofes,  no  entanto  o  documento  é  omisso  quanto  ao  estado  de  conservação  e características. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 44

• A cobertura do território assegurada pelas estradas nacionais é de 0,60 km/km2, valor muito superior ao do distrito de Lisboa (0,30 km/km2). 

A  tabela  seguinte  inventaria  a Rede Viária Nacional  à  data  dos  estudos  do  PDM’96,  com  a respetiva reclassificação, ou seja com a designação que estas vias apresentam atualmente. 

Tabela 18 – Estradas Nacionais no concelho de Sobral de Monte Agraço. 

Designação/classificação  Povoações servidas Freguesias atravessadas 

Pontos extremos  Extensão(km) À data  Atual 

EN 115  N – 115  S.M.Agraço, SeramenaChãos 

S. QuintinoS.M. Agraço 

Lim.  Conc.  A.  dos Vinhos  –  Lim.  Conc. Alenquer 

8,5 

EN 115‐3  N ‐ 115‐3   S. Quintino Lim.  Conc.  Alenquer – EN 115 

2,5 

EN 248  N‐ 248  A.  Pedrogão; S.M.Agraço;  Pinheiro; Adega Pontes de Monfalim 

S.M. AgraçoS. Quintino  

Lim.  Conc.  Torres Vedras – Lim.  Conc.  A.  dos Vinhos 

6,5 

EN 248‐1  N‐ 248‐1 S.M.AgraçoBarqueira 

S.M. Agraço 

Lim.  Conc.  Torres Vedras – EN 248 

2,0 

EN 248‐2  N‐248‐1‐2 Sabugos  S. Quintino Lim.  Conc.  A.  dos Vinhhos – EN 533 

1,5 

EN 9‐2  N 9‐2  Pêro Negro SapatariaS.M. Agraço 

Lim.  Conc.  Mafra  – EN 374 

1,5 

EN 374  R 374  Sapataria;  Pêro  Negro; C. Novo C. do Cochim; Perna de Pau; Nogueiras; Malgas 

SapatariaS.M. Agraço 

Lim.  Conc.  Mafra  – Lim.  Conc.  Torres Vedras 

7,0 

Fonte: PDMSMA e CMSA 

O  PDM’96  faz  referência  ao  “novo  Plano  Rodoviário  Nacional  de  1985”,  posteriormente atualizado  através  do  PRN  2000,  que  define  a  Rede  Rodoviária  Nacional  como  sendo constituída  pela  Rede  Fundamental  composta  por  Itinerários  Principais  (IP)  e  pela  Rede Complementar. Embora não estando previsto nenhum IP, previam‐se dois IC: 

• O atravessamento, a Norte, do IC 11, com nó de ligação a Sobral de Monte Agraço 

• A proximidade do IC 1 que sendo exterior ao concelho lhe é adjacente a Poente, com nó de ligação a Pêro Negro 

A  figura que  se  segue evidência a estrutura principal da  rede viária municipal,  identificando ainda  a  localização  dos  Itinerários  Complementares,  sendo  que  o  IC1  foi  concretizado, designando‐se A8, mas o IC 11 não, desconhecendo‐se previsão para a sua implementação. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 45

 

Figura 10 – Rede Viária Principal (existente e proposta) Fonte: PRN2000; produção própria 

Estradas Municipais 

A  rede  de  estradas  e  caminhos municipais,  ao  assegurar  uma  permeabilidade mais  fina  do território, detém uma importante função de complementaridade da rede nacional viabilizando a  mobilidade  no  concelho  do  Sobral,  de  residentes,  trabalhadores,  ou  simplesmente  de visitantes. 

Os  elementos  disponíveis  não  permitiram,  aos  estudos  do  PDM’96,  fazer  uma  análise detalhada sobre a rede viária municipal, dado que se desconhecia o estado de conservação e as  características principais,  este problema mantém‐se, pelo que  continua  atual  a proposta desenvolvida  nos  estudos  do  PDM  para  efetivação  de  um  banco  de  dados  atualizado  das infraestruturas viárias, de forma a facilitar e agilizar a gestão e o planeamento do concelho. 

A  rede municipal  inventariada,  não  é muito  diferente  da  que  existe  atualmente. Na  tabela seguinte expõe‐se a rede de estradas municipais, sendo a única alteração a integração da EM 534‐1. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 46

Tabela 19 – Estradas Municipais no concelho de Sobral de Monte Agraço. 

Designação  Traçado/Povoações servidas Freguesias atravessadas 

Extensão (km) 

EM 530  R 374 – Moitelas – EM 531Moitelas Pêro Negro 

Sapataria 2,0 

EM 531  EN 115 – Alcareia‐ A‐do‐Baço – Cachimbos –Cabêda – R 374 Moita 

SapatariaS. Quintino 

2,0 

EM 532  Cachimbos – Cabêda – R 374Patameira; Gosundeira; A dos Moinhos Ponte; Cabeda; Cachimbos 

S.M. AgraçoS. Quintino 

16,0 

EM 533  Pontes de Monfalim – Batalha – EN 115Batalha;  Pedralgo;  Carneira;  Pontes  de Monfalim 

S. Quintino 4,5 

EM 533‐1  EN 248 (Adega) – EM 533 (Monfalim)Monfalim; Adega 

S. Quintino 1,5 

EM 534  EN 248 (Pinheiro) – Chã – EN 115‐3 (Calçada) – CM 1234 (Martim Afonso) Pinheiro; Abadia; Fetais; Calçada 

S. Quintino 2,5 

EM 534‐1  EN 115 (Chãos) – EM 534 (Chã) S. Quintino 2,0 EM 535  EN 115 – Via Galega 

Via Galega; Água de Pedrogão S.M. Agraço 

1,0 

EM 536  R 374 – Guia – SerreiraGodeis;Molhados; Guia; Serreira 

Sapataria 

4,5 

EM 614  Seramena – Outeiro Seramena; Almargem 

S. Quintino 1,0 

Fonte: PDM e CMSMA 

A rede de caminhos municipais  também se manteve estável, desde a data de elaboração do PDM. Os caminhos que existem atualmente são os que se expõem na tabela que se segue. 

Tabela 20 – Caminhos Municipais no concelho de Sobral de Monte Agraço. 

Designação  Traçado  Freguesias atravessadas 

CM 1093  R 374 – Patameira de Cima S.M. AgraçoCM 1112  EN 115‐3  (Calçada) – Zibreira de Fetais –

limite do concelho S. Quintino

CM 1176  Pêro Negro ‐ Bispeira S.M. AgraçoCM 1209  R 374 – Zibreira da Fé S. QuintinoCM 1210  EN 248‐1 – Barqueira ‐ Cachimbos S.M. AgraçoCM 1211  EN 115 (Seramena) – Vermões – Casais de 

Santo Quintino S. Quintino

CM 1211‐1  CM 1211 – Pedreira S. QuintinoCM 1212  EM 530 – Valdevez S. QuintinoCM 1213  EN 115 – Casal Barqueiro ‐ Alqueidão S. QuintinoCM 1216  EM 531  (Casal Rabo do Gato) – Silveira –

Bouco ‐ Fetelaria Sapataria

CM 1234  EN 248 – Martim Afonso S. QuintinoCM 1358  R 374 – Godéis SapatariaCM 1361  EM 533 ‐ Pedralvo S. Quintino

Fonte: CMSMA 

O  concelho apresentava uma densidade  viária municipal de 1,31  km/km2, muito  superior à densidade viária da rede nacional, já de si muito elevada. 

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Analisando a  cobertura da  rede  viária,  verificava‐se uma boa acessibilidade  inter‐freguesias, havendo unicamente uma ligeira penalização de Santo Quintino. No entanto, esta análise não entra em linha de conta com as condições de conservação e as características geométricas das vias, aspetos que também condicionam a acessibilidade. 

O PDM’96 apresentava as seguintes intenções de intervenção: 

• Concretização dos IC´s previstos no PRN (IC1 e IC11), mais os respetivos nós de acesso. 

• Construir uma variante à EN 115 nas proximidades de Sobral de Monte Agraço, o que libertaria o tráfego de passagem, criando condições próprias à expansão urbana. 

Entre estas, apenas o  IC1foi concretizado, bem como a respetiva variante a Pêro Negro. O  IC 11  que  deveria  ligar  Peniche  à Marateca,  pela  nova  ponte  do  Carregado,  atravessando  o concelho a Norte,  tem sofrido atrasos sucessivos,  tendo mesmo visto o EIA chumbado entre Peniche  e  Torres  Vedras,  por  afetar  «extensas  áreas  agrícolas»  em  solos  valiosos  onde  se concentram várias explorações hortícolas». De momento, não existe qualquer previsão para a sua concretização. A variante à EN 115 também não foi realizada. 

Ao longo dos últimos anos a rede municipal foi alvo de diversas intervenções que embora não se encontrassem propostas no PDM  vieram melhorar as acessibilidades municipais. Existem ainda  algumas  vias  não  classificadas,  mas  que  têm  uma  importância  fundamental  na deslocação das populações, salientando‐se as seguintes: 

• Santo Quintino ‐ Monfalim 

• Casais de Santo Quintino – Valdevez 

• Casais de Santo Quintino – Zibreira da Fé 

Avaliação 

A nível das grandes propostas de acessibilidades constantes do PDM’96, foi concretizado o IC1 (atual A8) com respetivo nó de acesso em Pêro Negro, não tendo sido  levado a cabo o  IC11 por opções estratégicas nacionais que ultrapassam o município, bem como a variante à EN 115.  

A ausência de um banco de dados atualizado das  infraestruturas viárias, dificulta a gestão e planeamento das  vias e, bem  assim,  a  aferição da  sua evolução. Embora não  seja possível analisar com um nível de detalhe pormenorizado, a deslocação pelas estradas do concelhos evidencia que, não obstante as permanentes obras de conservação e manutenção das vias, estas, nalguns  locais  (sobretudo a Nordeste) apresentam alguma degradação,  sobretudo na ligação  entre  os  pequenos  aglomerados.  Esta  manutenção  é  dificultada  pela  elevada densidade viária e condições orográficas do concelho. 

Por  sua  vez,  os  transportes  coletivos municipais,  atualmente,  não  se  afiguram  como  uma alternativa  credível  ao uso da  viatura privada em  função dos horários espaçados e de não abrangerem todas as localidades. 

3.3.3.2 Rede ferroviária O concelho do Sobral de Monte Agraço é atravessado pela linha do Oeste, numa extensão de 10  kms,  sendo  servida  pela  estação  de  Pêro  Negro  e  por  três  apeadeiros  em:  Sapataria, Zibreira/Gosundeira e Jeromelo/Casais de São Martinho.   

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O PDM’96 faz referência ao Plano de Modernização e Recuperação dos Caminhos de Ferro de 1988/94, o qual prevê diversas ações para a Linha do Oeste, embora sem horizonte temporal definido: 

1‐ Duplicação e eletrificação até Torres Vedras 

2‐ Remodelação e melhoramento das estações; 

3‐ Reclassificação, supressão e automação das passagens de nível 

Todas  estas  ações  estão  a  cargo  da  CP/REFER,  não  tendo  o  plano  sido  implementado,  por opções  estratégicas  que  ultrapassam  o  município.  Apenas  foi  efetuada  a  automação  das passagens  de  nível. Desta  forma,  apesar  da  proximidade  do  caminho  de  ferro,  este  não  se constitui como uma alternativa válida na maioria das deslocações, da população, para  locais mais distantes, nomeadamente para Lisboa. 

3.4 Requalificação Urbana  Como pôde ser constatado ao longo deste relatório, verifica‐se que a intervenção do município não se circunscreveu às propostas observadas no PDM’96, havendo preocupação de qualificar o concelho e de garantir uma maior qualidade de vida da população, aproveitando  também oportunidades de financiamento por parte dos fundos estruturais. 

Nesta  perspetiva  deve  ser  realçada  a  aposta  na  requalificação  e  regeneração  urbana  e económica dos aglomerados urbanos, em especial na sede de concelho– a vila do Sobral. De forma a  ir ao encontro deste desígnio a autarquia  levou a cabo um conjunto de  intervenções de qualificação do espaço urbano, com consequente melhoria das condições de vida dos seus habitantes e das condições para estar e visitar o Sobral. 

Neste âmbito, salientam‐se as seguintes ações: 

• Recuperação do edifício da Biblioteca Municipal 

• Recuperação do Cineteatro Municipal 

• Recuperação  da  praça Dr.  Eugénio Dias  (praça  da  Câmara)  e  de  toda  a  envolvente destes espaços (infraestruturas e espaços de uso publico) 

• Requalificação do Mercado Municipal 

• Requalificação da Praceta das Bandorreiras  

• Requalificação da Praceta 25 de Abril e da Av. Marquês de Pombal 

• Melhoria das acessibilidades dos espaços públicos 

De salientar que no âmbito da intervenção na praça Dr. Eugénio Dias houve o envolvimento da população  residente  no  local,  de  forma  a  motivar  para  a  melhoria  da  manutenção  do edificado, o que veio a acontecer. 

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4 PRINCIPAIS FATORES DE MUDANÇA NA ESTRUTURA DO TERRITÓRIO 

A avaliação dos fatores de mudança será centrada na evolução dos principais  indicadores de caracterização  do  concelho.  Para  o  efeito  recorreu‐se  a  informação  de  diversas  fontes, designadamente  às  estatísticas  oficiais  do  Instituto  Nacional  de  Estatística,  bem  como  à existente no município e em bibliografia diversa. 

O sucesso dos indicadores depende da qualidade e facilidade de obtenção dos dados de base (qualitativos e quantitativos), devendo, preferencialmente, estarem disponíveis  tanto para o ano de referência (publicação do PDM), como para o presente. No entanto, esta coincidência é na  generalidade  muito  difícil  de  obter,  nomeadamente  no  que  respeita  à  informação  do Recenseamento Geral da População, efetuado em períodos decenais no início de cada década, pelo que se teve de recorrer a períodos aproximados, ou seja entre 1991 e 2011. Nos casos em que não é possível obter dados comparáveis para 1991, teve de se utilizar os de 2001. 

4.1 Indicadores Demográficos e Recursos Humanos 

4.1.1 Evolução da População Residente A dinâmica demográfica será analisada de acordo com a dimensão, a distribuição e a estrutura da população, de  forma  a  compreender  as  tendências de desenvolvimento  do  concelho  do Sobral de Monte Agraço e contribuir para delinear os novos objetivos e  linhas estratégicas a desenvolver no âmbito do processo de revisão do PDM. A análise concelhia será, sempre que se justifique, relacionada com o contexto regional (Oeste) e Nacional (Continente), de forma a melhor compreender as dinâmicas territoriais vigentes. 

Tabela 21 – Variação da População Residente nos concelhos do Oeste, entre 1991 e 2011. 

Unidade Territorial Nº  Variação (%) 

1991  2001  2011  1991‐2001  2001‐2011  1991‐2011 

Continente  9375926  9869343  10047083  5,3%  1,8%  7,2% 

Oeste  314.390  338.711  362.523  7,7%  7,0%  15,3% 

Alcobaça  53.073  55.376  56.676  4,3%  2,3%  6,8% 

Bombarral  12.727  13.324  13.193  4,7%  ‐1,0%  3,7% 

Caldas da Rainha  43.205  48.846  51.729  13,1%  5,9%  19,7% 

Nazaré  15.313  15.060  15.158  ‐1,7%  0,7%  ‐1,0% 

Óbidos  11.188  10.875  11.772  ‐2,8%  8,2%  5,2% 

Peniche  25.880  27.315  27.753  5,5%  1,6%  7,2% 

Alenquer  34.098  39.180  43.267  14,9%  10,4%  26,9% 

Arruda dos Vinhos  9.364  10.350  13.391  10,5%  29,4%  43,0% 

Cadaval  13.516  13.943  14.228  3,2%  2,0%  5,3% 

Lourinhã  21.596  23.265  25.735  7,7%  10,6%  19,2% 

Sobral de Monte Agraço  7.245  8.927  10.156  23,2%  13,8%  40,2% 

Torres Vedras  67.185  72.250  79.465  7,5%  10,0%  18,3% 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População 

De acordo com os resultados do recente Recenseamento Geral da População, do ano de 2011, o Concelho de  Sobral de Monte Agraço  conta  com 10.156 habitantes,  tendo  registado, na 

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última  década  um  crescimento  populacional  de  13,8%,  apenas  superado,  no  Oeste,  por Arruda dos Vinhos. 

Apesar de Sobral de Monte Agraço apenas representar 2,8% da população e 2,3% da área do Oeste  foi  o  segundo  concelho  que  mais  cresceu  nas  últimas  duas  décadas,  com  um impressionante acréscimo de 40,2% de residentes. Este aumento populacional, que  foi mais significativo  na  década  de  90,  deveu‐se  essencialmente  às  oportunidades  criadas  com  a construção da A8, que potenciou a fixação de nova população à procura de melhores padrões de  vida  com qualidade  residencial  e  ambiental,  juntando  assim  a proximidade  ao emprego, muitas  vezes na Área Metropolitana,  com um  ambiente de  ruralidade, e  ainda  a  apreciável oferta de equipamentos e serviços por parte do município. 

Esta dinâmica contrariou a projeção efetuada aquando dos estudos do PDM’96, no qual era expectável um  ligeiro acréscimo da população  invertendo a tendência de perda verificada na década de noventa. Nessa medida foi estimado para 2002 uma população próxima dos 7.300 indivíduos, enquanto os Censos de 2001 registaram 8.927, ou seja verificou‐se um acréscimo de 23% relativamente ao previsto. Por sua vez, previa‐se que Santo Quintino continuasse a perder  efetivos  populacionais,  o  que  não  aconteceu,  embora  seja  a  freguesia  com crescimento menos acentuado. 

 Figura 11 – Evolução da população no concelho e nas freguesias de Sobral de Monte Agraço. 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População 

Não obstante o crescimento generalizado em todas as freguesias, a dinâmica populacional não se fez de forma uniforme pelas três freguesias do concelho. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 51

 

Figura 12 – Variação da População nas freguesias de Sobral de Monte Agraço. Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População 

Santo Quintino,  com  3.706 habitantes  em  2011,  é  aquela que menos  cresceu nos últimos vinte anos, mas ainda assim  teve um acréscimo de 29%. Esta  freguesia é a que ocupa uma maior área e detém mais população, embora venha a perder  significado,  já que o  seu peso populacional está a decrescer. Em 1960 detinha 50,6% da população do concelho, enquanto em 2011 esse valor desceu para 36,5%.  

Já  a  freguesia  de  Sobral  de  Monte  Agraço,  que  integra  a  sede  de  concelho,  com  um crescimento de 61%, nos últimos vinte anos, foi aquela onde se registaram acréscimos mais acentuados. Por sua vez, Sapataria aumentou a população em 36%, com a particularidade de este  ter  sido mais acentuado na última década, o que estará associado à  localização numa área marcada pela forte acessibilidade à A8. 

Assim,  as  dinâmicas  populacionais  ocorridas  nas  duas  últimas  décadas,  vieram  alterar  por completo a situação plasmada nos estudos do PDM’96, no qual o concelho de Sobral de Monte Agraço estava referenciado como “pouco atrativo relativamente às áreas exteriores do distrito de Lisboa”. 

4.1.2 Densidade Populacional e povoamento Fruto  do  crescimento  demográfico,  a  densidade  populacional  do  concelho,  medida  pelo número de habitantes por km2, tem vindo a incrementar, subindo de 138,5 hab/km2 em 1991 para  195  hab/km2  em  2011,  embora  exista  alguma  disparidade  na  ocupação  do  território entre as freguesias que o compõem. 

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Figura 13 – Densidade Populacional nas freguesias de Sobral de Monte Agraço. Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População 

A  freguesia  de  Santo Quintino, marcada  por  uma maior  ruralidade,  presença  de  pequenos núcleos e povoamento disperso, ocupa mais de metade da  superfície do  concelho, detendo uma menor densidade de ocupação. Por sua vez a freguesia do Sobral de Monte Agraço, mais urbana, que integra a sede de concelho (principal aglomerado urbano), é aquela que apresenta uma maior densificação. Sapataria, com dois núcleos significativos – Sapataria e Pêro Negro – surge com valores intermédios e próximos da média do concelho. 

 Figura 14 – Distribuição da População, segundo a dimensão dos Lugares (2011), por freguesia 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População 

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A distribuição da população por lugares confirma a existência de um povoamento disperso, no qual sobressaem os três núcleos atrás referenciados – Sobral de Monte Agraço, Pêro Negro e Sapataria. 

 

Figura 15 – População Residente por Lugares. Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População (tratamento próprio) 

Como  fica  evidente  na  leitura  da  figura  anterior,  o  peso  dos  lugares  com menos  de  100 habitantes assume especial relevância na freguesia de Santo Quintino. 

Tabela 22 – Evolução da população residente, segundo a dimensão dos lugares (1991‐2001). 

Pop. Res 1991  Pop. Res 2011 

Nº  %  Nº  % 

Isolado  236  3,3%  383  3,8% 

Menos de 100 habitantes  1722  23,9%  2077  20,5% 

De 100 a 199 habitantes  1987  27,6%  1925  19,0% 

De 200 a 499 habitantes  1213  16,9%  1912  18,8% 

De 500 a 999 habitantes  504  7,0%  1366  13,5% 

De 1000 a 1999 habitantes  1535  21,3%  0  0,0% 

Mais de 2000  0  0,0%  2493  24,5% 

Total  7197  100,0%  10156  100,0% 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População (tratamento próprio) 

Da análise evolutiva da população residente segundo a dimensão dos aglomerados, entre 1991 e 2011, retiram‐se as seguintes conclusões: 

• A  população  isolada  aumentou  o  seu  peso  absoluto  e  relativo,  contrariando  a tendência de decréscimo verificada até 1991. Esta situação estará relacionada com um aumento  da  procura  desta  tipologia  por  parte  de  alguns  novos  residentes,  que procuram  edificar  em  áreas  isoladas  e  em  estreito  contacto  com  a  natureza  e  o ambiente de ruralidade, incrementando assim o disperso. 

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• Incremento do peso da população a residir em lugares entre 500 e 900 habitantes, o que se deve ao crescimento dos aglomerados de Sapataria (757 habitantes em 2011) e Pêro Negro (609 habitantes em 2011). 

• Aumento  exponencial  do  núcleo  urbano,  sede  de  freguesia  de  Sobral  de  Monte Agraço, que passou de 1535 residentes em 1991 para 2493 em 2011, o que constitui um crescimento de 62,4%. 

• Aumento do peso absoluto e relativo da população a residir em núcleos entre 200 e 499  habitantes,  sendo  estes  particularmente  expressivos  em  Santo  Quintino, designadamente:  Chãs  com  276  habitantes;  Fetais  com  270,  Almargem  com  216  e Seramena  com  202.  Existem  ainda  394  residentes  no  núcleo  urbano  do  Sobral pertencente  a  esta  freguesia.  Na  Sapataria  existem  dois  núcleos  com  estas características: São Martinho com 273 habitantes e Serreia com 281. 

• Decréscimo do peso relativo e absoluto dos núcleos entre 100 e 199 habitantes o que estará diretamente relacionado com o incremento de alguns destes aglomerados, que passaram para o grupo imediatamente a seguir, ou seja de 200 a 400 habitantes. 

• Os pequenos lugares com menos de 100 habitantes aumentaram o seu peso absoluto, embora tenham perdido um pouco de significado relativo. 

4.1.3 Estrutura Etária da População A  composição  por  níveis  etários  da  população  irá  dar  indicações  úteis  sobre  o  futuro  do concelho  apresentando‐se,  simultaneamente,  como  causa  e  consequência  do  padrão  de evolução populacional. 

 Figura 16 – Pirâmide Etária do Concelho de Sobral de Monte Agraço (efectivos relactivos). 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População (tratamento próprio) 

A  pirâmide  etária  representa  a  distribuição  da  população  por  sexos  e  idades. A  análise  da evolução  de  1991  para  2011  expressa  o  resultado  das  dinâmicas  demográficas  das  últimas décadas, sendo possível obter as seguintes conclusões: 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 55

• Alargamento da faixa etária dos adultos maduros, essencialmente entre os 30 e os 54 anos,  o  que  resulta  do movimento  de  fixação  de  nova  população  localizada  neste grupo de idades. 

• Alargamento da base da pirâmide, por  incremento do número  relactivo de  crianças entre os 0 e os 4 anos, o que se relaciona com a chegada de população jovem que teve como consequência o incremento de população em idade fértil. 

• Diminuição da proporção de crianças e jovens (sobretudo entre os 10 e os 25 anos) o que a prazo poderá ditar um estreitamento da parte central da pirâmide. 

• Alargamento do topo da pirâmide, por incremento da população mais idosa, o que se deve ao aumento da esperança média de vida. 

Da análise da distribuição da população por grandes grupos etários conclui‐se que o concelho apresenta, em 2011, uma maior proporção de crianças e jovens e de população ativa do que o Oeste. Por conseguinte regista uma menor quantidade relativa de idosos. 

Tabela 23 – População segundo os grandes grupos etários em 2011. 

Unidade Territorial 

Crianças‐Jovens 0 ‐ 14 anos 

População Activa 15 ‐ 64 anos 

População idosa 65 e mais anos 

N.º  %  N.º  %  N.º  N.º 

Continente  1.484.120 14,8% 6.625.713 65,9% 1.937.788  19,3%

Oeste  54.957 15,2% 234.715 64,7% 72.868  20,1%

Concelho  1.690 16,6% 6.643 65,4% 1.823  17,9%

Santo Quintino  623 16,8% 2.429 65,5% 654  17,6%

Sapataria  539 17,7% 1.990 65,4% 515  16,9%

Sobral de Monte Agraço  528 15,5% 2.224 65,3% 654  19,2%

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População (tratamento próprio) 

Existem,  no  entanto,  algumas  diferenças  no  interior  do  território,  sobretudo  a  nível  dos grupos etários extremos, ou  seja  crianças e  jovens até aos 14 anos e população  idosa  (com idades superiores a 65 anos): 

• A  freguesia da Sapataria, com um elevado crescimento na última década, é aquela que regista  uma  maior  quantidade  de  crianças  e  jovens,  o  que  significa  que  muita  desta população recente serão casais com  filhos pequenos e/ou que entretanto nasceram. Por contraponto, é aquela que tem menos idosos. Uma análise mais fina da população adulta permite concluir que é a freguesia que tem uma maior proporção de população entre os 25 e os 64 anos.4  

                                                            4 Em Sapataria 56,6% da população tem idade entre os 25 e os 64 anos, enquanto em Santo Quintino esse valor é de 55,2% e na freguesia do Sobral é de 55%. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 56

Tabela 24 – População residente por local de residência em 2005, à data dos censos de 2011. 

   Conc. Sobral de Monte Agraço 

Santo Quintino 

Sapataria  Sobral de Monte Agraço 

Total  10156  3706  3044  3406 

Ainda não tinha nascido  5,5%  5,2%  6,5%  5,0% 

Sem alteração de residência  68,2%  71,4%  67,5%  65,4% 

Com alteração de residência  26,2%  23,4%  25,9%  29,6% 

Dentro da mesma freguesia  30,1%  26,4%  20,9%  40,6% 

Proveniente de outra freguesia do mesmo município 13,4%  13,4%  8,6%  17,2% 

Proveniente de outro município  50,7%  55,1%  62,2%  38,0% 

Proveniente do estrangeiro  5,7%  5,2%  8,2%  4,3% 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População (tratamento próprio) 

• A  freguesia de Sobral de Monte Agraço é a que apresenta uma proporção mais elevada nas  classes  de  população  idosa  e menos  jovens.  É  aqui  que  se  localizam  as  áreas  com franjas de população mais idosa, sobretudo no centro histórico.  

Por outro lado é importante referir que uma quantidade significativa de novos residentes desta  freguesia  já  residiam no  concelho.  Tal  como  se pode  ver pela  tabela  anterior, da população com alteração de residência 17,2%  já residiam noutra  freguesia do município, enquanto 40,6% fizeram‐no dentro da mesma freguesia. Estes movimentos de mobilidade interna  serão  de  população  numa  idade mais madura  que  procura melhores  condições para  habitar,  bem  como maior  proximidade  a  equipamentos  e  a  funções  centrais.  Por contraponto os novos residentes de Sapataria provêm sobretudo de outros municípios. 

• A freguesia do Santo Quintino encontra‐se numa situação  intermédia, sendo aquela que tem uma estrutura etária mais próxima da média do concelho, o que se relaciona com as características do seu  território, misturando área urbana com componente rural onde se encontram alguns novos núcleos de crescimento. 

4.1.4 Indicadores Demográficos A  evolução  da  população  é  refletida  nos  indicadores  demográficos  que  se  apresentam  nas duas tabelas seguintes. 

Tabela 25 – Índices demográficos, por unidade geográfica, de 2001 e 2011. 

Unidade Territorial Índice juventude   Índice de envelhecimento   Índice de tendência 

2001  2011  2001  2001  2011  Var.  2001  2011  Var. 

Continente  95,7  76,6  ‐20,0%  104,5  130,6%  25,0%  100,7  92,1  ‐8,6% 

Oeste  86,9  75,4  ‐13,2%  115  132,6%  15,3%  101,7  89,4  ‐12,2% 

Sobral de Monte Agraço 85,8  92,7  8,0%  116,5  107,9%  ‐7,4%  105,1  102,1  ‐2,8% 

Santo Quintino  94,1  95,3  1,3%  106,2  105,0%  ‐1,1%  117,8  89,9  ‐23,7% 

Sapataria  77,1  104,7  35,8%  129,7  95,5%  ‐26,4%  80,9  133,8  65,4% 

Sobral de Monte Agraço 84,1  80,7  ‐4,0%  118,9  123,9%  4,2%  112,3  89,4  ‐20,4% 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População (tratamento próprio) 

No  índice de  juventude  constata‐se que o  concelho de  Sobral de Monte Agraço,  com uma variação positiva na ordem dos 8%, contraria a tendência negativa da região e do continente. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 57

Em 2011 continua a registar um valor mais alto do que a média da região e do país: em cada 100 idosos existem cerca de 92 jovens, enquanto na região essa proporção é de 100 para 75. 

Ao nível da freguesia, é Sapataria que apresenta o valor mais positivo, ou seja, por cada 100 idosos existem  cerca de 105  jovens. Por oposição,  a  freguesia do  Sobral é  a que  apresenta índice de juventude menos expressivo, mas ainda assim superior à média da região.  

O índice de envelhecimento calcula o inverso do índice de juventude. Comparando o índice do concelho com o do Oeste, verifica‐se que Sobral de Monte Agraço regista um menor índice, o que denota uma maior vitalidade da estrutura demográfica, o que mantém o concelho a um nível positivo do que a região e o continente.  

Na  última  década,  Sobral  de  Monte  Agraço  rejuvenesceu  a  sua  estrutura  demográfica, contrariando a tendência nacional e regional. Em 2001, o concelho apresentava 116 idosos em cada 100 jovens, passando para o registo de 108 idosos em cada 100 jovens (menos 7,4%). Por sua  vez,  a  região  Oeste  sofreu  um  agravamento  deste  indicador  na  ordem  dos  15%  e  o continente de 25%. 

Ao nível  inter‐freguesias, a maior proporção de população  jovem está sediada em Sapataria, apresentando  este  indicador  uma  redução  de  (‐26,4%),  resultado  do  reforço  da  população jovem sobre a  idosa. Por contraponto a freguesia de Sobral de Monte Agraço, foi a única em que aumentou a proporção de idosos relativamente aos jovens, mas mantendo‐se ainda assim a níveis inferiores às unidades territoriais de referência (Oeste e Continente). 

O índice de tendência indica‐nos se uma determinada unidade geográfica está atravessar um período de rejuvenescimento ou de envelhecimento. Em 2011, o concelho de Sobral de Monte Agraço apresentou um registo um pouco superior a 100, o que indica que mantém os valores da  natalidade mínimos  para  assegurar  a  renovação  de  gerações,  embora  tenha  descido  na última década. Existe no  entanto, uma diferente  comparticipação das diferentes  freguesias, sendo Sapataria aquela em que o rejuvenescimento da população mais se verificou. 

A tabela seguinte evidencia o comportamento da relação de dependência entre a população inativa (jovem ou idosa) e a população ativa. 

Tabela 26 – Índices demográficos, por unidade geográfica, de 2001 e 2011. 

Unidade Territorial Rel. Dep. Jovens  Rel. Dep. Idosos  Rel. Dep. Total 

2001  2011  Var.  2001  2011  Var.  2001  2011  Var. 

Continente  23,3  22  ‐3,9%  24,3  30  21,4%  48  52  8,8% 

Oeste  23,3  24  0,9%  26,8  31  16,8%  50  55  9,2% 

Sobral de Monte Agraço 23,3  26  9,4%  27,2  28  1,5%  51  53  5,0% 

Santo Quintino  25,4  26  1,2%  27  27  0,4%  53  53  0,6% 

Sapataria  21,3  27  27,2%  27,7  26  ‐6,5%  49  53  7,7% 

Sobral de Monte Agraço 22,5  24  5,8%  26,8  30  10,1%  50  53  7,7% 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População (tratamento próprio) 

Começando  pelo  índice  de  dependência  dos  jovens,  verifica‐se  que  os  valores  em  2011 aumentaram  em  relação  a  2001,  resultado  do  aumento  da  população  com  idade  inferior  a catorze  anos  relativamente  à  população  ativa  (15‐64  anos).  Apesar  desta  situação  se  ter 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 58

verificado em  todas as  freguesias, a maior relevância vai para Sapataria que  foi o  local onde este índice mais incrementou. 

Por  sua  vez o  índice de  dependência dos  idosos  apresenta, no  concelho,  valores próximos entre 2001 e 2011, embora com ligeira tendência de incremento. No entanto este indicador é muito mais favorável no concelho (28 idosos por cada 100 ativos) do que no Oeste (31 idosos por cada 1000 ativos) e no Continente (30 idosos por cada 100 ativos). 

A situação inter‐freguesia é bastante diferenciada, sendo no Sobral que o peso dos idosos mais se faz notar, havendo 30 por cada 100 ativos, enquanto na Sapataria essa proporção é de 26 para 100. 

Por último, analisando o índice de dependência total, que mede o peso conjunto dos jovens e dos  idosos na população potencialmente ativa, verifica‐se que em 2001 o concelho de Sobral de Monte Agraço (53) apresentava um índice ligeiramente inferior ao da região (55), resultado do maior peso da população ativa no concelho.  

4.1.5 Estrutura Familiar A  estrutura  familiar  também  sofreu  algumas  alterações  nos  últimos  anos. A  este  propósito cabe  referir que a evolução da dimensão média da  família no concelho de Sobral de Monte Agraço  sofreu um decréscimo entre 1991 e 2011, há  semelhança da  tendência do  território nacional, o que resulta essencialmente do envelhecimento da população (aumento do peso de famílias  unipessoais  com  65  e mais  anos)  e  da  diminuição  dos  níveis  de  fecundidade  nas mulheres em idade fértil. 

Tabela 27 – Dimensão média da Família, por unidade geográfica, de 1991 a 2011. 

Unidade Territorial  1991  2001  2011 

Continente  3,11 2,82 2,60

Oeste  2,97 2,76 2,58

Sobral de Monte Agraço 

2,85 2,75 2,63

Santo Quintino  2,80 2,70 2,60

Sapataria  2,78 2,88 2,72

Sobral de Monte Agraço 

3,00 2,71 2,60

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População (tratamento próprio) 

No último  ano  censitário  a dimensão média da  família  era de  2,63  indivíduos no  concelho, ainda assim um registo superior ao Oeste e ao Continente. A freguesia da Sapataria, com mais casais  jovens e onde o peso da população  idosa é menor, é aquela onde as famílias também têm uma maior dimensão. 

4.2 Indicadores Socio­Económicos 

4.2.1 Níveis de qualificação Os níveis de qualificação académica da população residente no concelho de Sobral de Monte Agraço sofreram uma melhoria significativa nos últimos anos, nomeadamente no que respeita 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 59

à redução da taxa de analfabetismo e ao  incremento do número de  indivíduos com níveis de qualificação mais elevados (ensino secundário e ensino médio e superior). 

Tabela 28 – Taxa de analfabetismo, por unidade geográfica, de 1991 a 2011. 

Unidade Territorial  1991 2001 2011

Continente  10,93 8,93 5,20

Oeste  14,44 11,06 6,09

Sobral de Monte Agraço 

14,59 11,66 6,25

Santo Quintino  19,35 14,3 6,92

Sapataria  16,1 12,59 6,61

Sobral de Monte Agraço 

6,39 7,85 5,22

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População  

Como  se  pode  observar  na  tabela  anterior,  a  taxa  de  analfabetismo  decresceu consideravelmente,  embora  seja  ainda  superior  ao  contexto  regional  e,  sobretudo,  ao nacional. A freguesia do Sobral de Monte Agraço, mais urbana, é aquela onde a taxa é menor. 

Figura 17 – Evolução da qualificação académica no concelho do Sobral de Monte Agraço, entre 2001 e 2011 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População (tratamento próprio) 

Por  sua vez, no último período  inter‐censitário o peso da população com ensino  secundário passou de 8,8% para 13%, enquanto o superior cresceu de 3,4% para 8,2%. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 60

Tabela 29 – População Residente segundo o nível de ensino (2011). 

Unidade Territorial Sem nível de ensino 

Básico ‐ 1.º ciclo 

Básico ‐ 2.º ciclo 

Básico ‐ 3.º ciclo 

Secundário  Pós‐secundário 

Superior 

Continente  18,8%  25,4% 13,2% 16,3% 13,5% 0,8%  11,9%

Oeste  20,2%  27,0% 13,6% 16,7% 13,0% 0,8%  8,7%

Sobral de Monte Agraço  21,0%  26,7% 14,3% 15,9% 13,0% 0,9%  8,2%

Santo Quintino  21,6%  27,7% 14,9% 15,4% 12,2% 0,8%  7,4%

Sapataria  22,5%  27,7% 13,9% 15,9% 11,8% 1,0%  7,3%

Sobral de Monte Agraço  19,0%  24,6% 14,1% 16,5% 15,1% 0,9%  9,8%

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População  

O  concelho  apresenta  uma  estrutura  de  habilitações  relativamente  semelhante  à  região, embora mais baixa que a média do continente. A freguesia do Sobral é aquela que apresenta um perfil de habilitações mais  elevado,  enquanto  Santo Quintino  e  Sapataria partilham um idêntico percurso escolar dos  seus habitantes. De  referir, no entanto, que  se atendermos à evolução recente da última década foi em Sapataria que o perfil mais se alterou, ao haver uma maior progressão de qualificações mais elevadas. 5 

Independentemente de algumas diferenças no padrão de evolução das  freguesias, a nota de destaca vai para a alteração substancial do perfil de qualificação da população do concelho, relativamente ao diagnosticado aquando dos estudos do PDM’96 no qual foi identificado que a instrução da população era baixa, resumindo‐se quase unicamente à instrução primária, a que acrescia um elevado analfabetismo. 

Esta alteração do padrão de escolaridade, se bem que ainda baixo quando comparado com os níveis europeus, está relacionada não só com a tendência estrutural do seu incremento devido à  introdução  de  novas  políticas  e  condições  para  o  ensino  mais  abrangente  como  a escolaridade obrigatória, mas  também à chegada de nova população mais qualificada, como no caso de Sapataria. 

4.2.2 Taxa de Atividade e local de trabalho A  taxa de atividade  refere‐se à  razão entre a população que  faz parte da  força de  trabalho (empregados  ou  desempregados)  e  a  população  residente,  numa  determinada  área  e  num determinado tempo. Permite, não só,  inferir qual o grau de dependência de uma população, mas também o potencial de mão de obra disponível para as empresas locais.  

                                                            5 Entre 2001 e 2011 houve um incremento de 313% de residentes com ensino superior na Sapataria, enquanto no concelho essa média foi de 172%, por sua vez os residentes com ensino secundário em Sapataria aumentaram 108% para uma média concelhia de 68%. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 61

Tabela 30 – Taxa de Atividade por unidade geográfica, de 2001 e 2011. 

Unidade Territorial  2001 2011

Continente  48,4 47,58

Oeste  47,6 47,35

Sobral de Monte Agraço 

48 49,42

Santo Quintino  46,2 49,84

Sapataria  48 49,18

Sobral de Monte Agraço 

50,2 49,18

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População  

Na  última  década  a  taxa  de  atividade  do  concelho  teve  um  acréscimo  de  cerca  de  1,5% contrariando  a  tendência  da  região  e  do  continente,  o  que  resulta  do  reforço  do  peso  da população ativa, maioritariamente novos residentes que chegaram ao concelho. Por freguesia, apenas  houve  uma  quebra  em  Sobral  de Monte  Agraço  devido  ao  aumento  da  população idosa. 

A observação do  local de emprego da população  ativa  indica‐nos que mais de metade dos residentes  em  Sobral  de Monte  Agraço  não  trabalha  neste  concelho,  o  que  confirma  a tendência  de  afirmação  como  um  local  para  residir,  de  uma  população  que  trabalha  na proximidade ou mesmo em Lisboa. 

Tabela 31 –Local de trabalho da população empregada 

 Continente 

Oeste  SMA (conc.) 

Santo Quintino 

Sapataria  SMA 

Total  4150252  152172  4575  1654  1383  1538 

Reside e trabalha no concelho de residência  65,0%  69,3%  44,5%  45,4%  34,3%  52,8% Em casa 3,5%  3,6%  3,5%  4,4%  3,5%  2,5% 

Na freguesia onde reside 28,3%  36,2%  27,8%  21,6%  20,5%  40,9% 

Noutra freguesia do município onde reside 33,1%  29,5%  13,2%  19,3%  10,2%  9,4% 

Noutro município  33,3%  29,2%  54,7%  53,7%  64,9%  46,5% 

No Estrangeiro  1,7%  1,4%  0,8%  0,8%  0,9%  0,7% 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População  

Em Sapataria, freguesia, como já vimos, de crescimento mais recente, muito associado ao nó da A8, quase 70% dos residentes trabalham fora do concelho. Por oposição a freguesia sede, onde  se  localiza  o  centro  urbano  de  referência  e,  por  inerência,  os  principais  serviços  e equipamentos, é aquela cujos residentes exercem menos movimentos pendulares, mas ainda assim muito superiores à média da região e do país. Estes números devem ser analisados com a máxima  atenção  dado  que  indiciam  uma  dificuldade  do  concelho  para  atrair  atividades económicas, capazes de gerar emprego entre a população local. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 62

 

Figura 18 – População Residente em Sobral de Monte Agraço e empregada noutro município (2011) Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População (tratamento próprio) 

Os concelhos que mais recebem trabalhadores provenientes de Sobral de Monte Agraço são Lisboa e Mafra, com a particularidade, neste último, da população ser oriunda essencialmente da  freguesia de Sapataria6.  Já nas deslocações para Lisboa há uma maior  igualdade entre as diferentes freguesias. Numa segunda coroa de  influência surgem Arruda dos Vinhos, Torres Vedras e Loures,  sendo que para Arruda, vai essencialmente população de Santo Quintino7. Para  Loures  sobressai  Sapataria  e  para  Torres  os  residentes  no  Sobral.  Existe  depois  uma terceira coroa de influência Ribatejana, constituída por Vila Franca e Alenquer, havendo ainda uma  distribuição  por  diversos  outros  concelhos  da  Área  Metropolitana  de  Lisboa  onde sobressai Sintra e Oeiras. 

                                                            6 Dos 456 residentes que vão trabalhar para Mafra 317, ou seja 70% provém da freguesia de Sapataria  

7 Dos 250 residentes que vão trabalhar para Arruda, 186, ou seja 70% provêm da freguesia de Santo Quintino 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 63

4.2.3 Índice de Renovação da População Ativa O índice de renovação da população ativa relaciona o volume potencial da população que está a  entrar  no mercado  de  trabalho  com  o  volume  potencial  da  que  está  a  sair  da  atividade, dando‐nos indicações sobre a capacidade de rejuvenescimento da população em idade ativa. 

Tabela 32 – Índice de Renovação da População em Idade Ativa, de 2001 e 2011. 

Unidade Territorial  2001  2011 

Continente  141,3  92,78 

Oeste  128,3  89,40 

Sobral de Monte Agraço  139  93,84 

Santo Quintino  124,3  94 

Sapataria  125  91,98 

Sobral de Monte Agraço  176,4  95,27 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População  

Os  números  evidenciam  um  decréscimo  da  capacidade  de  rejuvenescimento,  seguindo  a tendência da  região e do continente, embora a situação do concelho seja um pouco melhor que  estes  dois  níveis  de  análise.  Todas  as  freguesias  registam  dificuldade  para  substituir  a população ativa, dado que por 100  residentes entre os 50 e os 55, o número de habitantes entre  os  20  e  29  é  sempre  inferior,  o  que  confere  índices  inferiores  a  100.  A  agravar  a tendência, verifica‐se que este panorama apenas ocorreu no último período  inter‐censitário, tendo havido um decréscimo deste  índice em  todas as  freguesias e em particular no Sobral, aqui, notoriamente, devido ao envelhecimento da sua população residente, já atrás abordado. 

4.2.4 Sectores de Atividade A distribuição da população empregada por sector de atividade dá‐nos uma indicação sobre a base  económica  concelhia,  embora  só  em  parte,  dado  que  muitos  dos  habitantes  não trabalham no concelho. 

 

Figura 19 – Distribuição da população ativa por sectores de atividade no concelho de Sobral de Monte Agraço, 1981, 2001 e 2011 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 64

A  estrutura  da  população  ativa  no  concelho  está  sobretudo  sustentada  no  sector  terciário (70%  em  2011). As  atividades  ligadas  ao  comércio  e  serviços  registaram  um  extraordinário aumento  nos  últimos  30  anos,  quebrando‐se  por  completo  a  relativa  homogeneidade existente em 1981,  cujos dados  serviram de base aos estudos do PDM’96. Desde essa data houve  uma  notória  quebra  dos  ativos  no  sector  primário,  designadamente  na  agricultura, havendo também uma ligeira quebra do emprego na indústria. 

 

Figura 20 – População Residente Activa empregada segundo sector de actividade (2011) Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População  

A análise por freguesia evidencia que é a mais urbana (Sobral de Monte Agraço) que apresenta uma dinâmica de  terciarização mais acentuada. Por  sua  vez, o peso do  sector  secundário é mais  representativo  nas  freguesias  de  Santo  Quintino  e  Sapataria,  enquanto  o  do  sector primário é residual na economia do concelho, nas diferentes sub‐unidades territoriais. 

4.2.5 Situação na Profissão A  forma de  trabalho que  predomina  no  concelho de  Sobral de Monte Agraço  é o  trabalho assalariado (77,8%), situação que foi reforçada desde a elaboração do PDM’96, altura em que o trabalho por conta de outrem correspondia a 67,4% do total de ativos.  

Os  trabalhadores  por  conta  própria  perderam  peso  pela  perda  de  importância  do  sector agrícola,  que  é  aquele  onde  é  mais  evidente  esta  forma  de  trabalho,  muito  associado  à pequena dimensão das propriedades e à auto‐subsistência. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 65

Tabela 33 – População Residente Ativa empregada segundo sector de atividade e a situação na profissão (2011) 

   Total  Empregador Trab. por conta própria 

Trab. familiar não remunerado

Trabalhador por conta de outrem 

Membro de cooperativa  

Outra situação 

Total  4575  12,6%  8,3%  0,5%  77,8%  0,1%  0,8% 

Sector primário  136  19,1%  25,0%  5,9%  50,0%  0,0%  0,0% 

Sector secundário  1234  13,1%  6,6%  0,0%  79,6%  0,2%  0,5% 

Saector terciário  3205  12,1%  8,2%  0,4%  78,3%  0,0%  1,0% 

Sector terciário (social) 

1089  5,1%  5,7%  0,3%  87,2%  0,0%  1,7% 

Sector terciário (económico) 

2116  15,7%  9,5%  0,5%  73,7%  0,0%  0,7% 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População  

4.3 Emprego e atividades económicas 

4.3.1 Estrutura empresarial A evolução empresarial de Sobral de Monte Agraço na última década foi marcada por algumas oscilações, mas com ligeira tendência de quebra relativamente a 1999.  

 

Figura 21 – Quantidade de empresas existentes no concelho de Sobral de Monte Agraço, entre 1999 e 2010 Fonte: INE, Anuário Estatístico  

Em 2010 existiam em Sobral de Monte Agraço 1.102 empresas, o que representa menos 8% do que em 1999, mas ainda assim com uma recuperação em relação a 2008. A representatividade do concelho na região Oeste é de apenas 2,6%, o que também está condizente com a reduzida dimensão populacional e territorial. 

A maior parte das empresas estabelecidas no concelho possuem menos de 10 trabalhadores, o que revela a importância das unidades de pequena dimensão, ainda mais acentuada do que na média  da  região Oeste. No  Sobral  existem  apenas  duas  unidades  de maior  dimensão  com registo entre 50 e 249 trabalhadores, em 2010.  

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Tabela 34 – Empresas no concelho de Sobral de Monte Agraço e na região Oeste segundo o escalão de pessoal ao serviço, em 2010. 

Unidade Territorial  Total 

0 ‐ 249 250 ou mais Total 

Menos de 10 

10 ‐ 49  50 ‐ 249 

 Oeste Nº  42.159 42.143 40.439 1.530 174    16

%  100,00% 99,96% 95,92% 3,63% 0,41%  0,04%

Sobral de Monte AgraçoNº  1.102 1.102 1.054 46  2   0

%  100,00% 100,00% 95,64% 4,17% 0,18%  0,00%

Fonte: INE, Anuário Estatístico  

Como  se  pode  observar  pela  tabela  seguinte,  a  distribuição  das  empresas  por  ramo  de atividade evidencia um predomínio do comércio (29,6%), secundado pela construção (11,7%) e pelas atividades administrativas e serviços de apoio (11,3%). 

Tabela 35 – Estrutura Empresarial por sector de atividade segundo a CAE‐Rev.3, no concelho de Sobral de Monte em 2010. 

   Empresas   Pessoas ao serviço   Dimensão média  

(trab./empresa) Nº  %  Nº  % 

Total  1.102  100,0%  2.799  100,0%  2,5 Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca. 

71  6,4%  126  4,5% 1,8 

Indústrias transformadoras  86  7,8%  645  23,0%  7,5 Electricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio. 

2  0,2%  ...  ...   

Construção  129  11,7%  315  11,3%  2,4 Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos. 

326  29,6%  814  29,1% 2,5 

Transportes e armazenagem.  50  4,5%  213  7,6%  4,3 

Alojamento, restauração e similares.  57  5,2%  131  4,7%  2,3 Actividades de informação e de comunicação. 

11  1,0%  ...     

Actividades imobiliárias.  24  2,2%  37  1,3%  1,5 Actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares. 

77  7,0%  130  4,6% 1,7 

Actividades administrativas e dos serviços de apoio. 

125  11,3%  140  5,0% 1,1 

Educação.  38  3,4%  61  2,2%  1,6 Actividades de saúde humana e apoio social. 

49  4,4%  78  2,8% 1,6 

Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas. 

21  1,9%  34  1,2% 1,6 

Outras actividades de serviços.  36  3,3%  46  1,6%  1,3 Fonte: INE, Anuário Estatístico  

Por  sua vez as atividades mais  importantes para a base económica do Concelho ao nível do emprego são o comércio e a  indústria, sendo esta a atividade com uma maior dimensão das unidades, ainda que diminuta. 

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A  evolução  das  atividades  empresariais  não  pode  ser  analisada  de modo  direto  devido  à alteração  de  CAE, mas  ainda  assim  é  possível  retirar  algumas  conclusões  comparando  os valores de 2010 com os dados disponíveis no anuário estatístico de 1999: 

• Nas actividades em declínio mais acentuado destaca‐se a agricultura, que à data detinha 179 empresas, a que corresponde um decréscimo de 60,34% na última década.  

• Outras actividades como a indústria transformadora, a construção ou o comércio também sofreram quebras embora não tão acentuadas.  

• Em sentido contrário, verifica‐se um reforço dos serviços, nomeadamente de “atividades administrativas  e  dos  serviços  de  apoio”,  ao  qual  não  é  alheia  a maior  urbanização  do concelho, com consequente necessidade de dar resposta à população local. 

4.3.2 Agricultura A  análise  da  atividade  agrícola,  que  seguidamente  se  desenvolve,  tem  por  base  alguns indicadores  significativos  do  Recenseamento  Geral  da  Agricultura  (INE,  1999  e  2009), referencial  de  dados  estatísticos  sectoriais  com  uma  caracterização  mais  detalhada  do território. A existência de dados atualizados e comparáveis no tempo, permitiu a análise deste ponto, com um maior nível de detalhe. 

Tabela 36 ‐ População familiar com tempo de atividade agrícola, no Concelho de Sobral de Monte Agraço e no Oeste (2009) 

Total  Produtor  Cônjuge Outros membros 

da família 

Nº  %  Nº  %  Nº  % 

Oeste  37281  13651  36,6%  11367  30,5%  12263  32,9% 

Sobral de Monte Agraço  968  383  39,6%  284  29,3%  301  31,1% 

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 2009. 

A  maior  parte  da  área  agrícola  encontra‐se  distribuída  por  explorações  familiares, demonstrando a  importância económica e  social desta atividade. No Concelho de Sobral de Monte Agraço, a população familiar com atividade no sector primário/explorações agrícolas é constituída por 968  indivíduos (produtores, cônjuges e outros membros) representando 2,6% da população agrícola familiar do Oeste. 

Tabela 37 – Evolução da população agrícola familiar, no concelho de Sobral de Monte Agraço e nas freguesias entre 1999 e 2009 

Unidade Territorial  1999  2009  Var 1999/2009 Nº  %  Nº  % 

Oeste  70745 37281    ‐47,3% Sobral de Monte Agraço  1977 2,8% 968 2,6%  ‐51,0% Santo Quintino  905 45,8% 517 53,4%  ‐42,9% Sapataria  849 42,9% 318 32,9%  ‐62,5% Sobral de Monte Agraço  223 11,3% 133 13,7%  ‐40,4% 

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 1999 e 2009. 

O maior volume de população agrícola  familiar concentra‐se na  freguesia de Santo Quintino (53,4%), seguindo‐se Sapataria (32,9%) e Sobral de Monte Agraço (13,7%), facto que pode ser justificado  no  caso  de  Santo  Quintino,  por  esta  unidade  territorial  ser  mais  extensa  e concentrar um maior volume de população. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 68

Apesar  do  número  apresentado  poder,  ainda,  ser  considerado  significativo  ‐  dado  que  a população  agrícola  familiar  do  concelho  representa  cerca  de  24%  da  população economicamente ativa e 11,4% da população residente com mais de 15 ano  ‐ na década em análise assistiu‐se a uma perda de mais de metade da população agrícola familiar. Esta quebra foi mais significativa em Sapataria, onde os novos residentes  têm um cariz mais urbano. Por sua vez, é em Santo Quintino que existe uma maior representatividade da população agrícola familiar. 

Tabela 38 – Mão‐de‐obra agrícola, por regime de duração, no concelho de Sobral de Monte Agraço e nas freguesias entre 1999 e 2009 

1999  2009  Var 1999/2009 Nº  %  Nº  % 

Mão‐de‐obra agrícola total  1578  100%  813  100%  ‐48,5% Tempo completo  291  18,4%  84  10,3%  ‐71,1% 

Tempo parcial  1287  81,6%  729  89,7%  ‐43,4% Mão‐de‐obra agrícola familiar  1491  94,5%  749  92,1%  ‐49,8% 

Tempo completo  231  15,5%  52  6,9%  ‐77,5% Tempo parcial  1260  84,5%  697  93,1%  ‐44,7% 

Mão‐de‐obra agrícola não familiar 

87  5,5%  64  7,9%  ‐26,4% 

Tempo completo  60  69,0%  32  50,0%  ‐46,7% Tempo parcial  27  31,0%  32  50,0%  18,5% 

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 1999 e 2009. 

O  sector  agrícola  é  caracterizado  pelo  alto  nível  de  pluriatividade. O  qual  foi  reforçado  na última década. Com efeito, em 2009, 89,7% da mão de obra agrícola dedicava‐se à atividade a tempo parcial, sendo esse valor de 81,6% em 1999. 

As  características  da  população  agrícola  familiar  associadas  ao  nível  de  escolaridade  e  de formação,  revelam que a maioria possui um nível de escolaridade bastante  reduzido,  sendo que 21% não tem qualquer habilitação e 63% detém unicamente o ensino básico. Apenas 5,5% detém  formação  superior,  podendo  estes  estar  associados  à  profissionalização  de  algumas explorações. 

Apenas, 5,8% dos  indivíduos frequentaram ações/cursos de formação profissional agrícola ou superior  agrícola,  sendo  que  a  atividade  é  exercida maioritariamente  com  conhecimentos adquiridos exclusivamente por via prática (78,1%). 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 69

 

Figura 22 – Evolução da Estrutura etária dos produtores agrícolas, Concelho de Sobral de Monte Agraço (1999 e 2009) 

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 1999 e 2009. 

Os produtores agrícolas propriamente ditos (autónomos e empresários, sendo que a tipologia de produtor autónomo corresponde a 95,6% do total de produtores agrícolas), são uma classe marcada pelo envelhecimento (a par de um baixo nível de instrução e formação profissional), que se traduziu em 2009 no elevado peso dos chefes de exploração com  idade superior a 65 anos,  o  que  poderá  acarretar  algumas  limitações  no  tocante  ao  rejuvenescimento  da população agrícola. 

Em  termos evolutivos, as  linhas  seguintes  traçam a  tendência verificada ao  longo da última década (1999‐2009): 

• O  número  de  explorações  registou  um  forte  decréscimo  (‐42,2%),  acompanhado  pela intensa diminuição da população agrícola familiar (‐51%); 

• A Superfície Agrícola Utilizada decresceu na ordem dos 23,8%, acompanhando a tendência do  número  de  explorações,  embora  de  forma  menos  acentuada,  o  que  resulta  no incremento da SAU por exploração; 

• A proporção de produtores agrícolas com  idade superior a 65 anos aumentou 8% e com idade  inferior  a  35  anos  diminuiu  1%,  relação  que  evidencia  uma  dificuldade  de rejuvenescimento dos ativos do sector. 

No Concelho de Sobral de Monte Agraço, o número total de explorações agrícolas ascendia em 2009,a 401, o que corresponde a 3,3% do Oeste.  Já a superfície agrícola utilizada com 2.579 hectares,  era  um  pouco  mais  significativa,  o  que  resulta  numa  dimensão  média  das explorações  superior  no  concelho.  Apesar  do  decréscimo  do  número  de  explorações  e  da superfície agrícola utilizada, entre 1999 e 2009, a dimensão média das explorações  teve um incremento, o que pode resultar em melhores condições para a produção. 

 

Tabela 39 – Número de explorações e superfície agrícola utilizada ‐ SAU (hectares), em 1999 e 2009 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 70

 Unidades Territoriais 

1999  2009  Variação 1999/2009 

Nº Expl  SAU (ha) Dim. Média Nº Expl SAU (ha) Dim. Média  Nº Expl  SAU (ha)

Oeste  20.756  94.428 4,5 12.304 73.490 6,0  ‐40,7%  ‐22,2%

Sobral de Monte Agraço 694  3.384 4,9 401 2.579 6,4  ‐42,2%  ‐23,8%

Santo Quintino  303  1.552 5,1 220 1.435 6,5  ‐27,4%  ‐7,5%

Sapataria  309  1.135 3,7 129 711 5,5  ‐58,3%  ‐37,4%

Sobral de Monte Agraço 82  697 8,5 52 432 8,3  ‐36,6%  ‐38,0%

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 1999 e 2009. 

Como  se pode  comprovar pelos dados do RGA o  impacto  territorial da  atividade  agrícola  é muito  diferenciado  no  Concelho.  Em  Santo  Quintino  existe mais  de metade  da  superfície agrícola utilizada no concelho (55,6%) e 45,9% das explorações, o que se justifica pela elevada ruralidade mas  também  pela maior  dimensão.  Por  sua  vez  a  freguesia  do  Sobral,  a mais pequena e a que detém o polo urbano mais significativo, é aquela em que a dimensão média das explorações é superior, por contraponto com Sapataria onde estas são mais diminutas. 

 

Figura 23 ‐ Classes de Superfície Agrícola Utilizada das explorações agrícolas no Concelho de Sobral de Monte Agraço (1999 e 2009) 

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 1999 e 2009. 

A  evolução  da  estrutura  fundiária  entre  os  dois  períodos  em  análise  caracteriza‐se  pelo aumento da expressão das explorações entre 20 e 50 hectares, quer em termos relativos, quer absolutos  (passaram  de  509  hectares  para  803  hectares),  o  que  significa  o  incremento  da dimensão que permite componentes de agricultura extensiva.  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 71

Tabela 40 ‐Composição da Superfície Agrícola Utilizada, em Sobral de Monte Agraço (1999 e 2009) 

   1999  2009 

Var. 1999/2009 Ha  %  Ha  % Total  3384 100,0% 2579 100,0% ‐23,8% Terras aráveis  2266 67,0%  1854 71,9%  ‐18,2% 

Culturas temporárias 2171 64,2%  1674 64,9%  ‐22,9% 

Pousio 95  2,8%  180  7,0%  89,5% Horta familiar  62  1,8%  23  0,9%  ‐62,9% Culturas permanentes  657  19,4%  465  18,0%  ‐29,2% Pastagens permanentes 400  11,8%  236  9,2%  ‐41,0% 

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 1999 e 2009. 

No  cômputo  geral  (quer  em  termos  de  número  de  explorações  quer  de  superfície  agrícola utilizada) o concelho do Sobral é marcado pelo predomínio das terras aráveis, que englobam as  culturas  temporárias  e o pousio, podendo  estas  estar  inseridas, ou não, num  regime de rotação. A ocupação predominante das terras com culturas temporárias, onde a dimensão da propriedade é superior, justifica a sua maior dimensão média relativamente ao Oeste, que tem uma expressão superior das culturas permanentes8 

  Figura 24 ‐ Principais culturas temporárias, em Sobral de Monte Agraço (1999 e 2009) 

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 1999 e 2009. 

Nas culturas temporárias, ou seja aquelas cujo ciclo vegetativo não excede um ano ou que são ressemeadas  com  um  intervalo  que  não  ultrapassa  os  cinco  anos,  destacam‐se  culturas forrageiras  (sobretudo  aveia  forrageira)  e  a  cultura  de  cereais  para  a  produção  de  grão (cevada, aveia e  trigo). Apesar de alguma quebra,  sobretudo da  segunda, ambas as culturas mantêm a liderança ao longo da última década. 

Observando a dispersão territorial das culturas temporárias, é evidente a sua preponderância em Santo Quintino, freguesia onde os cereais para grão assumem especial  importância. Já as culturas  forrageiras  distribuem‐se  de  forma  mais  equitativa  pelo  território.  As  culturas 

                                                            8 No Oeste, em 2009, 42,2% da Superfície Agrícola Utilizada compreendia Culturas Permanentes, enquanto as culturas temporárias correspondiam a 41,7%. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 72

hortícolas,  com  menor  expressão  no  território,  assumem  apenas  algum  significado  em Sapataria  e  na  freguesia  do  Sobral  (aqui menos)  o  que  será  favorecido  pela Várzea  do  Rio Sizandro  e  afluentes,  onde  existem  terras  com  elevado  potencial  para  os  produtos hortofrutícolas.  

 Figura 25 ‐ Culturas temporárias, segundo a SAU, nas freguesias do Concelho de Sobral de Monte Agraço (2009) 

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 1999 e 2009. 

No que  respeita às explorações permanentes, ou seja culturas não  integradas em  rotação e que  ocupam  as  terras  por  5  ou  mais  anos,  destaca‐se  produção  vinícola  (com  86,5%  da superfície das culturas permanentes), embora com uma quebra na área ocupada entre 1999 e 2009. 

 

Figura 26 ‐ Principais culturas permanentes, em Sobral de Monte Agraço (1999 e 2009) Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 1999 e 2009. 

A dispersão territorial das culturas permanentes evidencia uma prevalência da vinha, embora com particular notoriedade em Santo Quintino. Na freguesia do Sobral existem algum olival e frutos frescos (exceto citrinos), embora sem grande expressão no âmbito concelhio. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 73

 Figura 27 ‐ Culturas permanentes, segundo a SAU, nas freguesias do Concelho de Sobral de Monte Agraço (2009) 

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 1999 e 2009. 

Merece ainda referência a atividade pecuária, com um importante significado de produção de carne e de leite, existindo uma vertente empresarial, mas também como fonte de rendimento alternativo de algumas famílias. 

Tabela 41 ‐ Produção Animal (Efetivos e Explorações), em Sobral de Monte Agraço (1999 e 2009) 

Efectivo animal 

Bovinos  Suínos  Ovinos  Caprinos  Equídeos Aves  Coelhos Colmeiase cortiçospovoados

Total 

1999  Nº de Explor. 

90  68  139  22  65  427  239  6  1056 

N.º animais  3024  10496  5190  189  100  23887  2013  34  44933 

% de explor. 

8,5%  6,4%  13,2%  2,1%  6,2%  40,4%  22,6%  0,6%  100% 

N.º Animais /explor. 

34  154  37  9  2  56  8  6  ‐‐‐‐‐ 

2009 

Nº de Explor. 

57  23  104  30  28  139  39  2  422 

N.º animais  3568  6895  2275  169  105  35283  261  5  48561 

% de explor. 

13,5%  5,5%  24,6%  7,1%  6,6%  32,9%  9,2%  0,5%  100% 

N.º Animais /explor. 

63  300  22  6  4  254  7  3  ‐‐‐‐‐‐‐ 

Variação 

% explora   ‐36,7%  ‐66,2%  ‐25,2%  36,4%  ‐56,9%  ‐67,4%  ‐83,7%  ‐66,7%  ‐60,0% 

Nº animais   18,0%  ‐34,3%  ‐56,2%  ‐10,6%  5,0%  47,7%  ‐87,0%  ‐85,3%  8,1% 

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 1999 e 2009. 

No  âmbito  da  produção  pecuária  salienta‐se  a  produção  de  aves  (presente  em  32,9%  das explorações com uma média de 254 cabeças por unidade produtiva) e de ovinos (presente em 24,6%  das  explorações  com  uma média  22  cabeças  por  unidade  produtiva).  A  suinicultura 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 74

apesar de apenas representar 5,5% das explorações é aquela que detém, em termos médios, unidades com maior número de animais (300). 

As  indústrias  da  suinicultura  e  da  avicultura  (produção  e  transformação)  deparam‐se, atualmente, com problemas ambientais, de infraestruturas e de escoamento do produto. Estes problemas  serão  de  difícil  solução  porque  os  produtores  da  Região  têm  vindo  a  perder capacidade negocial junto dos agentes comerciais, acarretando dificuldades para o necessário investimento  em  equipamentos  de  tratamento  de  efluentes  ou  em  melhoria  de infraestruturas. 

Em termos evolutivos, a maior quebra no número de explorações, entre 1999 e 2009, deu‐se precisamente na suinicultura e avicultura, bem como na produção de coelhos e colmeias. No entanto, a avicultura, apesar de perder unidades, ganhou em número de cabeças o que indica uma maior capacidade competitiva empresarial.  

4.3.3 Indústria Transformadora A  indústria  transformadora  era  em  2010,  de  acordo  com  os  dados  disponíveis  no  Anuário Estatístico a segunda atividade com maior preponderância no emprego, no Concelho de Sobral de Monte Agraço, com 645 postos de trabalho em 2009.  

Verifica‐se, no entanto, uma dinâmica decrescente desta  atividade empresarial  ao  longo da última  década,  tendo  o  concelho  perdido  99  unidades  entre  1999  e  2010.  Essa  quebra aconteceu um pouco em todos os sectores, embora com maior expressão na  indústria têxtil, na qual desapareceram 22 empresas. 

 

Figura 28 – Quantidade de empresas de Indústria Transformadora existentes no concelho de Sobral de Monte Agraço, entre 1999 e 2010 

Fonte: INE, Anuário Estatístico  

Os  dados  mais  recentes  relativamente  ao  número  de  empresas  e  emprego  na  indústria transformadora  do  concelho  de  Sobral,  permitem  identificar  os  dois  ramos  com  maior expressão, sobre os quais se pode tirar as seguintes conclusões: 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 75

• O sector  industrial mais relevante é a  Indústria Alimentar, mantendo uma tendência que  já  existia  em  1999.  Apesar  de  ter  havido  alguma  quebra  (menos  3  empresas) ocupava em 2010 quase metade dos ativos do sector industrial. 

• A Fabricação de produtos metálicos, exceto máquinas e equipamentos é o segundo sector,  particularmente  em  número  de  empresas,  tendo  vindo  a  registar  um decréscimo  significativo.  Este  sector, mais  fragmentado  e  com  unidades  de menor dimensão,  está  ligado  a  pequenas  iniciativas  empresariais  que  envolvem  um  vasto conjunto  de  segmentos  que  fornecem  outras  atividades  como  a  agricultura,  a construção civil ou o comércio. 

Tabela 42 – Distribuição das empresas e do emprego na Indústria Transformadora, por ramo de atividade, 2010 

  

Empresas Pessoas ao serviço 

(2010) Dimensão média 

Nº  %  Nº  %   

Indústrias alimentares  33  38,4%  299  46,4%  9,1 

Fabricação de têxteis.  2  2,3%  ...  ...  ... 

Indústria do vestuário.  3  3,5%  3  0,5%  1,0 

Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, exceto mobiliário; fabricação de obras de cestaria e de espartaria 

5  5,8%  16  2,5%  3,2 

Fabricação de pasta, de papel, cartão e seus artigos.  1  1,2%  ...  ...  ... 

Impressão e reprodução de suportes gravados  3  3,5%  33  5,1%  11,0 

Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais, exceto produtos farmacêuticos. 

2  2,3%  ... ...  ... 

Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas. 

2  2,3%  ...  ...  ... 

Fabricação de produtos metálicos, exceto máquinas e equipamentos. 

20  23,3%  106  16,4%  5,3 

Fabricação de equipamento elétrico  1  1,2%  ...  ...  ... 

Fabricação de máquinas e de equipamentos, n. e.  1  1,2%  ...  ...  ... 

Fabricação de outro equipamento de transporte  1  1,2%  ...  ...  ... 

Fabricação de mobiliário e de colchões.  6  7,0%  14  2,2%  2,3 

Outras indústrias transformadoras.  2  2,3%  ...  ...  ... 

Reparação, manutenção e instalação de máquinas e equipamentos. 

4  4,7%  ...  ...  ... 

Total Indústria Transformadora 86  100,0%  645  100,0%  7,5 

Fonte: INE, Anuário Estatístico  

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4.4 Parque habitacional  A  análise  evolutiva  das  últimas  duas  décadas  evidencia  um  forte  incremento  da  produção habitacional, expressa pelo elevado aumento de alojamentos familiares e de edifícios. À data do  Recenseamento Geral  da  População  de  2011  existiam  no  concelho  de  Sobral  de Monte Agraço  4.113  edifícios  e  5.297  alojamentos  familiares,  o  que  representa  um  acréscimo,  no período em análise, respetivamente de 62,5% e 52,4%. 

No  referente  à  tipologia  dos  alojamentos  familiares,  verifica‐se  que  a  quase  totalidade  são alojamentos  familiares  clássicos.  Os  alojamentos  não  clássicos,  alojamentos  precários, portanto com reduzidas condições de habitabilidade são pouco significativos, não sendo este um problema para o concelho. Dos poucos que havia, na última década houve uma melhoria significativa tendo passado de 16 para apenas 3. 

Tabela 43 – Evolução do número de alojamentos e de edifícios, entre 1991 e 2011 

Tipologia   1991 2001 2011  Var 1991/2011

Total alojamentos  3262 4333 5303  62,6%

Alojamentos Familiares  3259 4325 5297  62,5%

Clássicos  3254 4309 5294  62,7%

Não Clássicos  5 16 3  ‐40,0%

Barracas ‐ 4 0  ‐

Casas rudimentares de madeira ‐ 2 0  ‐

Móveis ‐ 3 0  ‐

Improvisados ‐ 7 3  ‐

Outros ‐ 0 0  ‐

Alojamentos colectivos  3 8 6  100,0%

Estabelecimentos hoteleiros ou similares ‐ 0 2  ‐

Convivências ‐ 8 4  ‐

Apoio social ‐ 5 4  ‐

Educação ‐ 0  ‐

Militar ‐ 0  ‐

Prisional ‐ 0  ‐

Religiosa ‐ 0  ‐

Saúde ‐ 1 0  ‐

Trabalho ‐ 0  ‐

Outras  ‐ 2 0  ‐

Edifícios  2698 3409 4113  52,4%

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População  

Por  sua  vez,  os  alojamentos  coletivos  registados  foram  apenas  6. Dois  deles  referem‐se  a estabelecimentos hoteleiros e similares (existentes na freguesia de Sobral de Monte Agraço) e quatro  são  para  “convivências”,  ou  seja,  espaços  destinados  a  ser  ocupados  por  um  grupo numeroso de pessoas submetidas a uma autoridade como, por exemplo, instituições de apoio social  (lar  de  idosos,  orfanato),  de  educação  (colégio,  seminário,  internato,  etc.),  de  saúde (hospitais), de função religiosa (mosteiro, convento), prisional, militar ou de trabalho. No caso do  concelho,  todos os alojamentos  coletivos  com  tipologia de  “convivências” destinam‐se a apoio social, localizando‐se 1 em Santo Quintino, 1 na freguesia do Sobral e 2 em Sapataria. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 77

Tabela 44 – N.º total e densidade de alojamentos familiares, por unidade territorial, em 1991 e 2001. 

Unidade Territorial 

Área (km2) 

1991  2011  Variação 

Nº  % Aloj/ km2  Nº  % 

Aloj/ km2 

1991/ 2001 

2001/ 2011 

1991/ 2011 

Oeste  2486  171884  1,9% 69,1 223479 2,4% 89,9 5,8%  22,8%  30,0%

Sobral de Monte Agraço (conc.) 

52,1032  3259  100,0% 62,5 5297 100,0% 101,7 32,7%  22,5%  62,5%

Santo Quintino  29,0018  1367  41,9% 47,1 2071 39,1% 71,4 24,6%  21,6%  51,5%

Sapataria  14,4046  999  30,7% 69,4 1483 28,0% 103,0 16,0%  28,0%  48,4%

Sobral de Monte Agraço 

8,6968  893  27,4% 102,7 1743 32,9% 200,4 63,8%  19,1%  95,2%

  Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População    

A análise evolutiva das últimas duas décadas evidencia um  forte  incremento da produção habitacional,  em  todas  as  freguesias,  de  tal  forma  que  o  crescimento  do  número  de alojamentos familiares do concelho foi o dobro da média da região Oeste (30%). 

A nível de freguesias, Santo Quintino concentra o maior número de alojamentos, embora seja aquela em que a densidade de ocupação é menor, em resultado da sua elevada área. Por sua vez,  tem vindo a perder alguma preponderância,  tendo passado a sua representatividade de 41,9% em 1991 para 39% em 2011. 

A freguesia de Sobral de Monte Agraço apesar de possuir a área mais pequena, foi aquela em que  o  crescimento  foi  superior,  sendo  igualmente  a  que  registou  maior  densificação habitacional, a qual passou de uma média de 103 alojamentos por km2, em 1991, para 200 alojamentos  em 2011.  Este  forte  crescimento  aconteceu  essencialmente na última década dos anos 90, com um acréscimo de cerca de 64%, por oposição aos 19% da primeira década do século XXI. 

Já  Sapataria,  se  olharmos  para  as  duas  décadas  em  que  o  PDM’96  está  em  vigor,  foi  a freguesia na  qual houve uma menor  variação dos  alojamentos, no  entanto,  foi  aquela  que mais cresceu no último período inter‐censitário. 

No que respeita à análise da intensidade de ocupação residencial, medida através do seu tipo de  ocupação  (habitual,  vaga,  uso  sazonal),  verifica‐se  que  existe  uma  clara  supremacia  da residência habitual, embora o número de  fogos vagos,  com um  crescimento  significativo na última década, deva merecer uma atenção cuidada, de  forma a determinar com exatidão as razões para número tão significativo (superior à região e ao continente).

O número de alojamentos desocupados é particularmente elevado na freguesia do Sobral de Monte Agraço, o que deverá ser justificado pelo falecimento dos proprietários ou por pessoas que  compraram outros  apartamentos, deixando os  anteriores desocupados. Nas  áreas mais rurais os alojamentos vagos estarão relacionados com o abandono de algumas aldeias como acontece em Alqueidão.  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 78

Tabela 45 – Forma de Ocupação dos alojamentos por unidade geográfica, 2011 

 

 

 

 

 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População  

Por  sua  vez,  o  uso  sazonal,  perdeu  relevância  na  última  década,  dado  que  houve  um movimento de passagem de segunda residência para primeira. Ou seja, famílias que numa fase inicial adquiriram para residência de fim de semana e férias e que acabaram por passar a fazer um uso habitual. 

 

Figura 29 – Evolução da forma de ocupação dos alojamentos no concelho do Sobral de Monte Agraço, 1981, 2001 e 2011 

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População  

Em  termos dos serviços existentes nos  fogos de residência habitual verifica‐se uma melhoria significativa das condições de habitabilidade, nos últimos vinte anos, com uma cobertura que atualmente já se aproxima dos 100%.  

Tabela 46 – Serviços presentes nos alojamentos Familiares de Residência Habitual, 2011

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População  

Unidade Territorial Total  Residência 

habitual Residência secundária 

Vago 

Continente  5627555  68,0%  19,5%  12,5% 

Oeste  223479  62,2%  23,8%  14,0% 

Sobral de Monte Agraço (conc.)  5297  72,3%  9,8%  17,9% 

Santo Quintino  2071  68,5%  13,7%  17,8% 

Sapataria  1483  74,7%  8,9%  16,4% 

Sobral de Monte Agraço  1743  74,8%  6,0%  19,2% 

Serviços c/ água 

canalizada c/ retrete  c/esgotos 

c/ banho ou duche 

Sobral de Monte Agraço ‐ 1991 (conc.) 73,5%  78,1%  ‐‐‐‐‐  77,4% 

Sobral de Monte Agraço ‐ 2011 (conc.) 99,1%  99,0%  99,4%  97,9% 

Santo Quintino  98,9%  98,8%  99,3%  97,3% 

Sapataria  98,8%  98,9%  99,2%  97,8% 

Sobral de Monte Agraço  99,5%  99,4%  99,6%  98,5% 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 79

A situação mais preocupante situa‐se ao nível das habitações com banho ou duche, existindo ainda 82 em que não havia esta cobertura à data do recenseamento de 2011. 

5 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO AMBIENTE 

Neste  capítulo  pretende‐se  demonstrar  a  realidade  concelhia  no  que  refere  à infraestruturação dos  sistemas municipais: abastecimento de água,  saneamento básico e de gestão de resíduos, para um eficaz funcionamento e uma gestão racionalizada, tendo em conta uma melhor e maior promoção da qualidade ambiental do município. Serão ainda analisados outros indicadores ambientais relevantes relativamente às principais fontes de poluição. 

5.1 Abastecimento de água Segundo  o  PDM’96  o  concelho  de  Sobral  de  Monte  Agraço  caracterizava‐se  por  fracas condições  hidrogeológicas,  com  captações  insuficientes  para  satisfazer  as  necessidades  em água do concelho, o que obrigava a receber água da EPAL, através de um sistema que servia igualmente Arruda dos Vinhos, o qual  teve obras de  reforço e melhoria,  iniciadas em 1989, devido à incapacidade de satisfazer as necessidades dos dois concelhos.  

Em termos gerais o concelho tinha, à data da elaboração dos estudos, níveis de abastecimento ainda  insuficientes,  havendo  uma  quantidade  significativa  de  população  abastecida  por fontanários, sendo uma parte significativa em aglomerados com mais de 100 habitantes. 

Tabela 47 – Níveis de atendimento em percentagem da população residente em aglomerados populacionais à data de execução do PDM’96 

Tipo de abastecimento 

População abastecida 

Santo Quintino  Sapataria Sobral de Monte Agraço 

Total Concelho 

EPAL  %  82% 63% 95%  80%Furos  ou  nascentes com  rede  de distribuição doméstica 

%  6% 4% ‐  4%

Povoações  S.  Quintino, Outeiro, Alcarela e Casal da Fonte 

A ligar ao sistema muito 

breve 

‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐

Sem  rede  de distribuição (fontanários) 

%  12% 33% 5%  16%

Povoações  Alqueidão, Casais,  Casal Barqueiro, Pedralvo,  Vale de  Vez  e Cachimbos 

Guia,  Moitelas, S.  Martinho, Serreira,  Silveira e Casal da Fonte das Pombas 

Patameira  de Cima, Cachimbos  e Chãos 

‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐

Fonte: PDMSMA 

Os principais problemas detestados a nível de abastecimento de água eram os seguintes: 

• Fracas condições hidrogeológicas do concelho; 

• Necessidade de obter água  fora do concelho  (EPAL) o que  leva a que o sistema seja muito extenso e complexo (adutores muito extensos e várias estações elevatórias) por conseguinte com uma execução e manutenção onerosa; 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 80

• Existência  de  povoações  com  mais  de  100  habitantes  que  ainda  não  tinham abastecimento de água no domicílio. 

No PDM foi definido o objetivo de servir com abastecimento ao domicilio todas as populações residentes em aglomerados, com prioridades para os que possuem mais de 100 habitantes:  

• Freguesia de S, Quintino ‐Casais e Vale Vez 

• Freguesia de Sapataria – Moitelas, S. Martinho e Serreira 

Esse objetivo foi comprido na plenitude. Todos os núcleos com mais de 100 habitantes estão servidas com abastecimento público, sendo a taxa de atendimento da população próxima dos 100%. 

Desde 2003, Sobral de Monte Agraço pertence ao Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água  e de  Saneamento  do Oeste  (SMAASO),  gerido pela  empresa Águas do Oeste  S.A. Trata‐se  de  um  sistema  de  adução  em  alta,  ou  seja,  distribui  a  água  aos  municípios, conduzindo‐a  até  aos  reservatórios,  a  partir  dos  quais  a  responsabilidade  pela  distribuição domiciliária fica a cargo dos municípios.  

 

Figura 30 – Sistema de Abastecimento de Águas do Oeste Fonte: Águas do Oeste 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 81

O concelho  integra o Subsistema de Abastecimento de Água aos Municípios de Arruda dos Vinhos  e  Sobral  de  Monte  Agraço,  o  qual  tem  origem  no  Aqueduto  do  Alviela,  junto  a Castanheira  do  Ribatejo,  construído  em  1992  e  sob  exploração  das  Águas  do Oeste  desde Outubro de 2004. O sistema em causa envolve quatro estações elevatórias, nove reservatórios e cerca de 28 km de condutas. 

O Reservatório de Moinho do Céu I, localizado no concelho de Arruda, alimenta por gravidade os diversos reservatórios municipais do Sobral de Monte Agraço, nomeadamente: 

• Reservatório de Moinho do Céu II; 

• Reservatório de Sobral de Monte Agraço; 

• Reservatórios de Santo Quintino e de Vermões . 

De modo a permitir o  reforço no abastecimento de água ao município de Sobral de Monte Agraço, a Águas do Oeste procedeu a algumas intervenções: 

• Duplicação/  substituição  dos  troços  de  conduta  mais  degradados,  nomeadamente entre Adega e Sobral, numa extensão aproximada de 1 km;  

• Aumento,  a médio  prazo,  da  capacidade  de  bombagem  da  central  elevatória  inicial (Castanheira do Ribatejo).  

Por sua vez, a recente interligação deste sistema ao de Alenquer / Torres Vedras / Mafra, entre as localidades da Corujeira e Sobral de Monte Agraço, veio permitir uma elevada flexibilidade no abastecimento de água aos municípios de Arruda dos Vinhos e, essencialmente, a Sobral de Monte Agraço, para além do reforço do abastecimento a estes dois municípios. 

Avaliação 

No  período  decorrido  a  responsabilidade  da  distribuição  de  água  passou  para  as Águas  do Oeste, S.A., empresa concessionária do Sistema de Abastecimento e Distribuição de Água aos Concelhos do Oeste. 

No  entendimento  do  cumprimento  das  metas  traçadas  em  termos  de  satisfação  das necessidades  do  Concelho  e  do  serviço  e  abrangência  de  cobertura  dos  aglomerados populacionais  ao  nível  do  abastecimento  de  água,  considera‐se  que  os  objetivos  foram cumpridos, atingindo‐se a cobertura de todos os núcleos com mais de 100 habitantes e uma taxa de atendimento da população próxima dos 100%. 

No  domínio  da  manutenção,  extensão  e  remodelação  da  rede  interna,  o  município  tem prosseguido  o  esforço  de melhoria, muito  embora,  se  verifique  a  necessidade  de  algumas intervenções como o reforço do abastecimento a Sapataria, onde as condutas já estão aquém do necessário devido à expansão demográfico e urbana.  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 82

5.2 Drenagem e Tratamento de Águas Residuais 

Em  1996,  o  Concelho  de  Sobral  de Monte Agraço  apresentava‐se  deficitário  em  termos  de redes de drenagem de águas residuais domésticas e ainda mais no tratamento de efluentes. Não havia nenhuma ETAR no concelho sendo as águas residuais recolhidas pelas poucas redes existentes e lançadas nos meios recetores naturais sem qualquer tratamento, originando uma elevada poluição das mesmas. O mesmo acontecia com os efluentes de algumas explorações pecuárias. A tabela seguinte expõe os níveis de atendimento existentes à data da elaboração do PDM’96, verificando‐se que o concelho se encontrava pior servido do que em  termos de abastecimento de água. 

Tabela 48 – Níveis de atendimento, à data de execução do PDM’96, no concelho do Sobral de Monte Agraço em relação a redes de drenagem de águas residuais. 

Níveis de atendimentoda população 

Percentagem de população residente em aglomerados 

População servida por redes de drenagem 

46%

População “não servida”por redes de drenagem 

54%

Fonte: PDMSMA e Anuário Estatístico 

Os principais problemas detetados em relação à drenagem e tratamento de águas residuais domésticas foram os seguintes: 

• Ausência de tratamento de águas residuais domésticas; 

• Funcionamento pouco satisfatório das redes de drenagem existentes; 

• Elevado número de povoações com mais de 100 habitantes e com abastecimento de água ao domicilio que não têm redes de drenagem de águas residuais; 

• Existência de  linhas de água com  sinais de poluição com origem nas águas  residuais domésticas. 

No PDM’96 foi definido como objetivo servir, com rede de drenagem e tratamento, todas as povoações com 100 ou mais habitante, de acordo com as seguintes prioridades: 

a) Dotar a Vila de SMA de rede de drenagem separativa e de uma ETAR; 

b) Dotar as povoações de nível II (Pêro Negro e Sapataria) de idênticos serviços de redes e tratamento; 

c) Dotar com redes de drenagem e tratamento todas as restantes povoações com mais de 100 habitantes 

Os  dois  primeiros  objetivos  podem  considerar‐se  concretizados,  embora  o  primeiro  só  em parte, dado que  a  rede de drenagem  separativa  só existe nas  zonas novas. Por outro  lado, algumas povoações com mais de 100 habitantes permanecem ainda sem rede de saneamento o que impede a efetivação plena do terceiro objetivo.  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 83

De acordo com o previsto no PDM’96, foi construída pelo município a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Sobral de Monte Agraço (iniciada em 1997 e concluída em 2000 com subsequente ligação ao sistema) bem como a de Zibreira de Fetais (em 1999/2000). 

A  partir  de  2005  o  sistema  de  recolha  de  águas  residuais  passou  para  as Águas  do Oeste, ficando a gestão das ETAR a cargo desta empresa, enquanto a recolha domiciliária continua a cargo do município. 

 

Figura 31 – Esquema de Sistema de Saneamento de Águas do Sobral. Fonte: Extrato de Sistema de Saneamento de Águas do Oeste 

Atualmente o município é servido por quatro sistemas de saneamento: 

• Sistema de Saneamento da Sobral de Monte Agraço,  com  Início de exploração por parte da Águas do Oeste em 2005. Integra a ETAR adquirida ao município e serve parte das freguesias de Santo Quintino e de Sobral de Monte Agraço. 

• Sistema de Saneamento de Zibreira de Fetais, com Início de exploração por parte da Águas do Oeste  em 2005.  Integra  a  ETAR  adquirida  ao município  e  serve parte das freguesias de Santo Quintino e de Sobral de Monte Agraço. 

• Sistema de Saneamento de Gozundeira,  com  início de exploração em 2013,  integra uma  ETAR  nova  e  serve  parte  das  freguesias  de  Santo  Quintino,  Sobral  de Monte Agraço e Sapataria. 

• Sistema de Saneamento de Pontes de Monfalim, com  início de exploração em 2012, integra uma ETAR nova e serve parte das freguesias de Santo Quintino e de Sobral de Monte Agraço (concelho de S. Monte Agraço) e de parte das freguesias de Arranhó e Santiago dos Velhos (concelho de Arruda dos Vinhos). 

Os  níveis  de  atendimento  em  2009  atingiam  os  65%  de  população  servida  com  redes  de saneamento.  Com  a  conclusão  das  ETAR  estão  criadas  as  condições  para  as  ligações domésticas, havendo capacidade para servir cerca de 80% da população. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 84

Avaliação 

No período decorrido, a  responsabilidade do  sistema de  recolha de águas  residuais passou para as Águas do Oeste, S.A., embora a recolha domiciliária continue a cargo do município. 

O Concelho, aquando da elaboração do PDM’96 apresentava grandes carências ao nível da drenagem de águas residuais, dado que as redes existentes serviam apenas 46% da população residente em aglomerados, o que tinha como consequências a elevada poluição das linhas de água. 

Durante a vigência do Plano foram realizadas diversas intervenções que permitiram aumentar a quantidade de população  servida com  sistemas de drenagem de águas  residuais, embora ainda existam alguns locais com sistemas diferenciados de saneamento, havendo um esforço grande da Câmara para promover a ligação à rede local. 

Os problemas infraestruturais identificados no PDM’96, de forma geral, foram resolvidos. No entanto, existem situações pontuais de linhas de água com sinais de poluição com origem nas águas  residuais domésticas,  resultante de efluentes de pequenas  redes de saneamento que descarregam em linhas de água.  

5.3 Recolha e Tratamento de Resíduos Sólidos 

À data da execução do PDM’96, a recolha de resíduos sólidos, era feita em todas as povoações do  concelho,  com  frequência  variável.  Esta  recolha  não  era  seletiva,  sendo  o  depósito  dos detritos  efetuado  na  Lixeira Municipal,  localizada  perto  da  povoação  de  Cabeda  onde  se verificava  um  sistema  de  tratamento  parcial  “Aterro  a  Céu Aberto”. Nada  é mencionado  a respeito de resíduos industriais. 

Os principais problemas detetados no PDM´96, a nível de recolha e tratamento de resíduos sólidos foram os seguintes: 

• Deficiente tratamento dos resíduos sólidos urbanos; 

• Povoações com recolha apenas uma ou duas vezes por semana; 

• Lançamento indisciplinado de resíduos sólidos, nalguns locais, por parte da população 

Os estudos do PDM’96 indicavam duas hipóteses para o tratamento de resíduos sólidos: 

1) Execução de um Aterro que trataria os resíduos sólidos do Concelho; 

2) Execução de um Aterro Sanitário  Intermunicipal que  trataria os  resíduos  sólidos dos Concelhos de Sobral de Monte Agraço e Arruda dos Vinhos 

Em  relação à  frequência e  recolha de  resíduos  sólidos, era  tido por  conveniente planear os circuitos de forma a fazer: 

- recolha diária em SMA e Pêro Negro 

- 3 vezes por semana em todas as outras povoações 

Em 1997 é  criado o  Sistema Multimunicipal de Valorização e Tratamento de RSU do Oeste, bem como a Resioeste – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos SA. Desde essa data os 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 85

resíduos da região Oeste, e por conseguinte os resíduos do Sobral de Monte Agraço, passam a ser geridos de uma forma integrada. 

As  condições  de  tratamento  e  valorização  de  resíduos  do  Sobral  foram  alteradas  com  a construção de dois tipos de infra‐estrturas: 

• A estação de transferência de Arruda/Sobral, inaugurada em 03‐12‐2011, onde o lixo indiferenciado é armazenado em caixas compactadoras antes de ser transportado para o Aterro do Oeste. 

• A entrada em funcionamento do aterro do Oeste, em 2002. 

Este processo permitiu o encerramento da Lixeira Municipal. 

A Valorsul, constituída em 2010, resultante da  fusão da Valorsul, S.A. e da Resioeste S.A é a entidade  responsável  pelo  tratamento  e  valorização  dos  resíduos  sólidos  urbanos  de  19 municípios das regiões de Lisboa e do Oeste, integrando também o Sobral.  

Quanto ao sistema de recolha seletivo, existem ecopontos em 25 áreas urbanas, sendo que os três principais aglomerados têm mais do que um ecoponto (Sobral de Monte Agraço ‐17, Pêro Negro – 2 e Sapataria – 3). 

Avaliação 

Durante  o  período  de  vigência  do  PDM’96,  as  condições  de  tratamento  e  valorização  dos resíduos  sólidos  urbanos  alteraram‐se  substancialmente.  A  concretização  do  Sistema Multimunicipal  de  Valorização  e  Tratamento  de  RSU  do  Oeste  permitiu  a  construção  dos equipamentos  necessários  para  o  tratamento  dos  resíduos  sólidos  urbanos  do  concelho  de Sobral de Monte Agraço, bem como o encerramento da Lixeira Municipal, diminuindo assim eventuais problemas ambientais, como a contaminação dos lençóis subterrâneos de água. 

5.4 Outros Indicadores Ambientais  

5.4.1 Poluição de Origem Urbana De acordo com o PDM’96, o carácter doméstico da poluição evidenciava‐se nas linhas de água onde eram descarregados, devido à presença no efluente de teores elevados de azoto nas suas várias  formas  e de  coliformes  totais  e  fecais.  Esta  situação  era originada pela descarga das águas  residuais  (essencialmente,  águas  de  lavagem  e  águas  de  evacuação  de  excreta)  sem qualquer  tipo de  tratamento prévio,  verificando‐se  as maiores  concentrações de poluentes, com elevada carga orgânica, a jusante dos núcleos urbanos. 

Com as realizações que foram, entretanto, concretizadas ao nível de saneamento e recolha e deposição de resíduos sólidos (como se pode retirar da leitura dos capítulos anteriores), estes problemas  foram minimizados,  embora  persistam  situações  pontuais  de  poluição,  devido  à descarga de efluentes de pequenas redes de saneamento.  

A  um  outro  nível,  foi  também  identificado  a  existência  de  depósitos  ilegais  de  resíduos volumosos e de RCD (Resíduos de Construção e Demolição) muitas vezes originários de outros concelhos.  Esta  situação  carece  de  maior  fiscalização,  bem  como  de  campanhas  de sensibilização  em  parceria  com  outras  entidades,  como  as  escolas,  ou  mesmo  autarquias vizinhas. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 86

5.4.2 Poluição por Actividades Agrícolas e Pecuárias O  problema  principal,  apontado  no  PDM’96,  relaciona‐se  com  a  pecuária  (nomeadamente suinicultura) cujo efeito nocivo se  faz sentir nas águas superficiais e subterrâneas e, embora em menor grau nos solos. 

As  fontes  identificadas  no  PDM’96,  como mais  significativas,  que  estavam  na  origem  deste problema, localizavam‐se nos seguintes aglomerados: 

• Sapataria (matadouro de suínos, abate de aves e pocilga) 

• Godeis (criação de suínos) 

• Casal do Olival (criação de aves, vacaria) 

• Perna de Pau (matadouro de suínos) 

• Seramena (criação de suínos, bovinos) 

• Caixeiros (aviário) 

• Zibreira da Fé (pocilga) 

• Casal – Milharado – Mafra (pocilga) 

• Barqueira (curral) 

• Sobral de Monte Agraço (vacaria) 

Atualmente muitas  destas  explorações  encontram‐se  encerradas,  havendo  no  entanto  que avaliar,  no  desenvolvimento  dos  trabalhos  de  caracterização  e  diagnostico  no  âmbito  da revisão do PDM, a evolução da situação de cada uma delas, bem como de outras que possam ter  surgido,  devendo  também  ser  aferidos  os  sistemas  de  tratamento  associados  a  estas unidades agro‐pecuárias. 

O  PDM’96  faz  também menção  aos  eventuais  efeitos  nocivos  pela  utilização  incorreta  de pesticidas e adubos, quer a nível de poluição de solo e efluentes quer diretamente na saúde humana.  

Todavia  percecionou‐se  uma  melhoria  significativa  desta  área,  devido  a  alterações regulamentares e ao encerramento de algumas unidades. 

5.4.3 Poluição Industrial Destilarias e Lagares de Azeite 

A poluição  ligada à actividade  industrial referenciada no PDM’96 relaciona‐se essencialmente com actividades conexas com a agricultura: destilarias e lagares de azeite 

• As destilarias geram efluentes  com elevada  carga orgânica, os quais antes de  serem lançados na  linha de água deverão sofrer um tratamento rudimentar constituído por neutralização e arrefecimento. 

• Segundo o PDM, a concentração em matéria orgânica das águas ruças provenientes do fabrico do azeite, é cerca de 100 vezes superior à das águas residuais domésticas.  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 87

Atualmente  já  não  existem  lagares  de  azeite  nem  destilarias  pelo  que  não  são  fontes  de poluição a considerar. 

O  PDM  não  faz menção  outras  atividades  industriais  geradoras  de  poluição,  devendo  esta situação ser revista no decorrer dos estudos de revisão, quer do ponto de vista de localização e inventário, quer de identificação de sistemas de tratamento e eventuais fontes de poluição.  

5.4.4 Energias alternativas e renováveis A orografia do  concelho,  caracterizado por um  relevo modelado e diversificado  com  formas arredondadas e encostas  com declives acentuados, associado à existência de um  regime de ventos  favorável,  conferem  ao  território  um  elevado  potencial  para  o  desenvolvimento  de energia  eólica, o que  levou  a uma  elevada procura para  a  instalação de  infraestruturas, há semelhança do que aconteceu na maior parte da região Oeste. 

O  quadro  seguinte  evidencia  a  capacidade  instalada  no  concelho  do  Sobral,  bem  como  a respetiva  localização,  sendo  evidente  a  concentração  de  processos  entre  2003  e  2008  e  a localização de parques eólicos em diferentes áreas do território. 

Tabela 49 – Aerogeradores instalados no concelho de Sobral de Monte Agraço 

Empreendimentos Eólicos Verde Horizonte S.A.  

Pedrogal – S. Quintino 

Proc. de Obras n.º 521/2003  Licença de Obras n.º 5/2005  Potência 3 Aerog. c/ MW cada 

Proc. de Obras n.º 1130/2004 

Licença de Obras n.º 8/2005  Potência 1 Aerog. c/ 2MW 

Proc. de Obras  n.º 544/2008  Licença de Obras n.º 71/2008  Potência 2 Aerog. c/ 2MW  

SERE – Sociedade Exploradora de Recursos Elétricos, S.A. 

Montijo – Sobral de Monte Agraço 

Proc. de Obras n.º 458/2004  Licença de Obras n.º 1/2005  Potência 1 Aerog. c/ 2MW 

Picoto – S. Quintino 

Proc. de Obras n.º 745/2008  Licença de Obras n.º 70/2008  Potência 1 Aerog. c/ 2MW 

Tecneira – Tecnologias Energéticas S.A. 

Passarinho – Sapataria 

Proc. de Obras n.º 233/2005  Licença de Obras n.º 93/2005  Potência 5 Aerog. c/ 2MW cada 

Passarinho – Sapataria 

Proc. de Obras n.º 222/2006  Licença de Obras n.º 37/2006  Potência ‐ 1 Aerog. c/ 2MW 

Vale Cordeiro – Sapataria 

Proc. de Obras n.º 907/2006  Licença de Obras n.º 6/2007  Potência ‐ 1 Aerog. c/ 2MW 

Monte Agraço – Energias Alternativas Lda. 

Forte do Alqueidão – S. Quintino 

Processo de Obras n.º 875/2003 

Licença de Obras n.º 118/2004  Potência 5 Aerog. c/3MW 

Fonte: C.M.S.M.A: Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente (DOUA) 

A implantação da energia eólica implica a instalação das infraestruturas necessárias, tanto para os projetos no  terreno como para o escoamento da energia elétrica gerada, podendo existir restrições  à  sua  localização  determinadas  por  necessidades  de  defesa  de  valores  naturais, patrimoniais ou outros, ou ainda por estratégias de ordenamento do  território em  face das diferentes utilizações que lhe podem ser dadas. A dispersão do povoamento também constitui uma  limitação,  dado  que  a  localização  dos  parques  eólicos  obriga  ao  respeito  de 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 88

distanciamentos mínimos às habitações por causa do ruído, o que, por vezes, inviabiliza a sua implantação em condições de rentabilidade. 

Em  face  da  importância  das  energias  alternativas  e  do  potencial  que  representa  para  o concelho a sua  instalação, esta terá que ser uma matéria considerada na revisão do PDM’96 sendo  fundamental  conhecer  quais  as  áreas  com  maior  potencial  para  aproveitamento energético em  condições de  rentabilidade. A  inexistência desta  figura no PDM´96 acarretou elevados problemas para o licenciamento das unidades atualmente instaladas. 

6 NOVOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO 

6.1 Apreciação Global O  presente  relatório  procurou  caracterizar  a  execução  do  PDM´96,  bem  como  o desenvolvimento  do  território,  nos  dezassete  anos  subsequentes  à  sua  entrada  em  vigor, designadamente, de 1996 a 2013. Da avaliação efetuada, é possível concluir que, nas quase duas  décadas  que  decorreram  desde  o  início  do  plano,  com  a  definição  dos  respetivos objetivos estratégicos, foram muitas as transformações que ocorreram.  

O concelho de Sobral de Monte Agraço assistiu a um desenvolvimento assinalável associado à dinâmica  urbanística  e  populacional  e  à  melhoria  das  condições  socioeconómicas, educacionais,  de  disponibilidade  de  infraestruturas  e  de  equipamentos,  criando  uma significativa melhoria nas condições de qualidade de vida da população. 

A  demografia  das  últimas  duas  décadas  registou  um  acréscimo  de  2.911  indivíduos,  o  que representa  uma  variação  de  40,2%  (13,8%  no  último  período  inter‐censitário).  Fruto  deste acréscimo que  resultou em  grande medida da elevada  capacidade de  atracão populacional, sobretudo  de  casais  jovens,  o  concelho  de  Sobral  de  Monte  Agraço  rejuvenesceu  a  sua estrutura demográfica, contrariando a tendência nacional e regional.  

Verificou‐se  ainda  uma  alteração  significativa  do  perfil  de  qualificação  da  população  do concelho, com a redução do analfabetismo e o incremento do nível escolar, se bem que esteja ainda abaixo dos padrões médios europeus. 

Como consequência da dinâmica demográfica e da procura de novas habitações assistiu‐se a um  forte  incremento  da  produção  habitacional,  expressa  pelo  elevado  aumento  de alojamentos familiares e de edifícios.  

À  data  do Recenseamento Geral  da  População  de  2011  existiam  no  concelho  de  Sobral  de Monte Agraço 4.113 edifícios e 5.297 alojamentos familiares, o que representa um acréscimo, no período em análise, respetivamente de 62,5% e 52,4%.  

O uso  sazonal, muito  significativo na década de 90, perdeu alguma  importância nos últimos anos, dada a  tendência de passagem de  segunda para primeira habitação, num movimento positivo de fixação de novos habitantes.  

Pelo  contrário,  o  crescimento  do  número  de  fogos  vagos,  ocorrido  na  última  década,  deve merecer  uma  atenção  cuidada,  dado  que  reflete  o  abandono  de  algumas  habitações,  com especial  relevância  no  centro  urbano  do  Sobral  de Monte  Agraço  e  em  algumas  aldeias, podendo gerar uma degradação do parque habitacional. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 89

Em termos de condições existentes nos fogos de residência habitual verifica‐se uma melhoria significativa  da  habitabilidade  nos  últimos  vinte  anos,  com  uma  cobertura  dos  serviços presentes nos alojamentos que se aproxima dos 100% na atualidade.  

Na  população  ativa  por  sector  de  atividade,  verificou‐se  uma  profunda  transformação, ocorrendo uma elevada quebra na agricultura e uma intensa terciarização, acompanhada pela diminuição do peso do sector secundário.  

Neste período destaca‐se ainda a evolução positiva verificada no aumento da população ativa, que eleva o potencial de efetivos a integrar o processo produtivo, se bem que mais de metade dos  residentes  no município  do  Sobral  trabalhe  noutro  concelho,  o  que  é  consequência  da tendência  de  afirmação  do município  como  um  local  para  residir,  de  uma  população  que trabalha na proximidade ou mesmo em Lisboa. 

A  nível  empresarial  verifica‐se  uma  redução  do  número  de  unidades  e  uma  dificuldade  de atrair e  fixar empresas de maior dimensão, comprovada pelo reduzido dinamismo das zonas industriais. Das zonas  industriais propostas no PDM’96 apenas  foi  infraestruturada e  loteada parte da  zona de  expansão da  Espinheira. As  restantes não  avançaram.  Esta dificuldade de captação de investimento pode ser justificada, em parte, pela não concretização do IC 11 que condicionou a acessibilidade à área Nordeste do Concelho e ao centro urbano do Sobral, bem como o desenvolvimento da Zona Industrial de Seramena. 

Por sua vez, a concretização do A8, veio  introduzir renovadas condições de acessibilidades e novas dinâmicas territoriais, resultado da crescente proximidade a Lisboa, o que se traduziu na forte dinâmica urbanística e populacional na área Sudoeste do Concelho.  

A zona da Sapataria, que se  localiza próximo do nó de acesso,  foi aquela onde ocorreu uma maior dinâmica, que extravasou  largamente o previsto no PDM’96. Por  sua vez Pero Negro, teve um crescimento abaixo das expectativas.  

No período em análise, assistiu‐se a uma larga melhoria da cobertura de equipamentos e das condições  de  infraestruturas  básicas  e  de  suporte  à  qualidade  de  vida,  algumas  não diretamente  relacionadas  com as propostas do PDM’96, mas que  resultaram da vontade de dar reposta às necessidades da população ou da alteração de medidas de política sectorial.  

O abastecimento de água teve um elevada melhoria, tendo‐se verificado um aumento do nível de cobertura a todos os aglomerados. A drenagem de águas residuais e respetivo tratamento aumentou significativamente a cobertura. A  recolha de  resíduos sólidos alargou‐se de  forma extensiva  a  todo  o  território  do  concelho.  Conclui‐se  que  a  atuação  nestes  domínios  foi largamente positiva, assegurando assim a  sua contribuição para uma melhoria da qualidade ambiental do Concelho. 

Em relação à análise sobre a Rede Viária interna, a ausência de um banco de dados atualizado das  infraestruturas viárias, situação  já detetada no PDM’96, dificulta a gestão e planeamento das vias e a aferição da sua evolução ao  longo deste período. No entanto a deslocação pelas vias  do  concelho  evidencia  que,  não  obstante  as  permanentes  obras  de  conservação  e manutenção,  estas,  nalguns  locais  (sobretudo  a Nordeste)  apresentam  alguma  degradação, essencialmente  na  ligação  entre  os  pequenos  aglomerados.    Esta manutenção  é  dificultada pela elevada densidade viária e condições orográficas do concelho. 

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No que refere à avaliação dos níveis de execução do PDM´96, foram diversas as condicionantes à sua concretização, dadas as característica típicas de PDM´s de primeira geração, nos quais: 

a. Era evidente alguma fragilidade da reflexão estratégica que dificultou a criação de um conceito/estratégia de suporte ao modelo de estruturação territorial; 

b. Os  mecanismos  de  produção  de  cartografia  eram  insipientes,  não  estando  ainda disponíveis Sistemas de Informação Geográfica, ferramenta essencial para a produção de cartografia digital, atualização e georreferenciação de base de dados, bem como para a gestão e monitorização do plano. 

Os principais problemas colocados à gestão urbanística prendem‐se em grande medida com a natureza e a escala da cartografia apresentada. As peças desenhadas à escala 1:25.0000, sobre uma  cartografia  desatualizada  (cartas  militares),  num  território  marcadamente  rural,  com alterações  fisiográficas  relevantes  e  a  proliferação  de  pequenos  aglomerados,  criam dificuldades à compreensão dos limites rigorosos de zonamento, verificando‐se assim: 

• Dificuldade de compreender a carta de Ordenamento; 

• Dificuldade de leitura das delimitações da REN e da RAN;  

• Dificuldade de interpretar os perímetros urbanos dos aglomerados de nível IV. 

A avaliação da dinâmica urbana, efetuada com base na evolução dos alvarás de obra emitidos e dos alvarás de licenciamento, evidenciou a forte atividade construtiva, a maioria destinada a fins habitacionais ocorrida essencialmente até 2008. A dinâmica mais elevada ocorreu na vila do  Sobral  e  em  Sapataria,  embora  seja  evidente  uma  pulverização  um  pouco  por  todo  o território, com a edificação, por vezes, em espaços fora do perímetro urbano.  

Na  revisão  do  PDM’96,  que  terá  ao  dispor  cartografia  digital  e  um  sistema  de  informação geográfico  mais  eficaz,  é  fundamental  reavaliar  as  futuras  necessidades  de  expansão  dos perímetros  urbanos  com  base  em  critérios  rigorosos  e  numa  programação  detalhada, especificando‐se  que  espaços  livres  e  edificados  são  efetivamente  necessários  para  o desenvolvimento estratégico do concelho de Sobral de Monte Agraço nos próximos anos. 

6.2 Opções Estratégicas do PROTOVT A estratégia e a proposta de revisão do PDM deverão integrar e compatibilizar o conteúdo da política municipal  de  ordenamento  do  território,  de  urbanismo  e  demais  políticas  urbanas, com as orientações estabelecidas pelos Instrumentos de Gestão Territorial de âmbito superior. Nessa medida, não podem deixar de ser levadas em linha de conta os quatro eixos estratégicos (e respetivos objetivos) do PROTOVT que seguidamente se expõe: 

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Eixo Estratégico 1 ‐ Ganhar a Aposta da Inovação, Competitividade e Internacionalização 

• Renovar o modelo de crescimento económico, valorizando os recursos endógenos da região, promovendo  pólos  de  competitividade  e  tecnologia,  afirmando  lógicas  sectoriais  ou  de atividades  relacionadas  e  organizadas  em  clusters  ou  redes  e  dinamizando  a  renovação económica urbana e revitalização da actividade económica em centros urbanos. 

• Apostar na qualificação territorial através do reforço de infraestruturas de internacionalização, acolhendo  atividades  produtivas,  logísticas  e  de  serviços,  e  da  afirmação  de  um  leque  de especializações  regionais  nas  áreas  do  turismo,  cultura,  desporto  e  lazer,  acolhimento empresarial, agricultura/agro‐alimentar, ambiente, recursos energéticos endógenos, e pesca e aquicultura. 

• Potenciar  a  utilização  eficiente  das  infraestruturas  de  transportes  existentes  ou  a  criar, promovendo‐se  a  elaboração  e  implementação  de  um  Plano  Regional  de  Transportes, impulsionando‐se  a  criação  de  uma  estrutura  de  coordenação  dos  transportes  regionais  e aumentando a acessibilidade aos centros urbanos e outros pólos/equipamentos relevantes. 

• Fomentar  a  iniciativa  empresarial  e  o  empreendedorismo,  garantindo  a  ligação  das  redes empresariais aos Centros de Investigação e às Universidades, e promovendo uma melhoria dos parques empresariais existentes. 

• Apostar na qualificação humana, através do reforço da capacidade de qualificação técnica para a  agricultura,  floresta  e  pesca,  do  apoio  ao  desenvolvimento  das  atividades  económicas associadas à produção cultural, e da orientação da prestação dos serviços públicos com base na utilização das TIC. 

Eixo  Estratégico  2:  Potenciar  as  vocações  territoriais  num  quadro  de  sustentabilidade ambiental 

• Proteger e valorizar os recursos naturais, patrimoniais e culturais através de medidas que os integrem  na  gestão  do  planeamento  territorial  regional  e  municipal,  numa  perspetiva  de coesão territorial e reforço da identidade regional. 

• Apostar no desenvolvimento sustentável das atividades de turismo e lazer, nomeadamente o touring cultural e paisagístico, através da identificação de temas e recursos a preservar para a constituição de rotas turísticas, considerando a localização de referência das “portas do mar”, e do apoio a estratégias de  comunicação e marketing que estruturem a procura dos produtos culturais regionais. 

• Potenciar o aproveitamento das atividades agrícolas, florestais, nomeadamente as associadas à exploração de produtos verdes (agro‐florestais e energias renováveis), conciliando‐as com as dinâmicas urbanas e as áreas  fundamentais para a conservação da natureza e da paisagem e promover o aproveitamento dos recursos geológicos, numa perspetiva de compatibilização dos valores naturais e patrimoniais com as componentes económica e social. 

• Dar continuidade à aposta no aproveitamento da energia eólica da Região, e gerir a procura de energia através de políticas de planeamento do licenciamento urbanístico, de sensibilização e educação de populações e agentes económicos. 

• Identificar a distribuição espacial dos perigos naturais, tecnológicos e ambientais no território regional, e promover a gestão adequada das águas residuais e de resíduos de origem agrícola e não  agrícola,  tomando  em  consideração  a  saúde  pública  e  segurança  de  pessoas  e  bens,  a ocupação atual do território e as projeções da sua utilização futura. 

 

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Eixo Estratégico 3: Concretizar a visão policêntrica e valorizar a qualidade de vida urbana 

• Reforçar e consolidar os subsistemas urbanos regionais, mitigando a dicotomia litoral/ interior no sentido da estruturação de uma rede urbana polinucleada, integrando soluções de carácter plurimunicipal  no  âmbito  dos  sectores  do  abastecimento  público  de  água  e  saneamento  de águas residuais e reforçando complementaridades e sinergias em redes de equipamentos para as áreas da saúde, educação, cultura, desporto e lazer. 

• Apostar na qualificação dos centros urbanos através da valorização dos recursos patrimoniais e frentes ribeirinhas, da recuperação dos espaços urbanos desqualificados, e do estabelecimento de  redes  de  equipamentos,  assegurando  condições  de  acessibilidade  e  de  mobilidade adequadas.  e  criar  condições  para  o  aparecimento  de  estruturas  de  nível  concelhio vocacionadas para  a  reabilitação urbana, e promoção e  recuperação do parque habitacional dos Centros Históricos, de modo a melhorar a sua atratividade. 

• Apostar em formas de turismo alternativas, materializadas nas áreas urbanas e nos pequenos aglomerados  tradicionais,  com  base  na  valorização  dos  recursos  do  património  cultural, requalificando Fátima como centro urbano de Turismo Religioso. 

• Apostar na qualificação dos  recursos humanos, valorizando a oferta de ensino profissional e politécnico,  e  alargando  a  gama  de  oferta  de  serviços  coletivos  e  de  interesse  público suportados na Internet e na utilização das TIC aos centros urbanos de menor dimensão. 

Eixo Estratégico 4: Descobrir as novas ruralidades 

• Incrementar e  consolidar, de  forma  sustentável,  a  competitividade das  fileiras de produção agrícola, florestal e agro‐pecuária, valorizando os produtos de grau elevado de diferenciação e qualidade,  e  garantindo  uma  valorização  ambiental,  paisagística,  da  biodiversidade  e  dos recursos naturais, e da valência turística dos espaços rurais. 

• Requalificar  e  consolidar  a  agricultura  de  regadio,  associada  à  promoção  de  mecanismos sustentáveis  de  gestão  das  infraestruturas  e  dos  recursos  naturais,  e  redimensionando  as estruturas de transformação e comercialização. 

• Inovar  ao  nível  da  articulação  urbano‐rural,  diversificando  a  economia  e  as  funcionalidades agrícola e não agrícola associadas ao espaço rural, dirigida por uma utilização sustentável dos recursos naturais e do património  rural e apostando numa  ruralidade qualificada, através do desenvolvimento  de  competências  técnicas,  da  melhoria  da  organização  dos  sectores produtivos, e do alargamento da gama de oferta de serviços coletivos e de  interesse público suportados na Internet e na utilização das TIC. 

6.3 Novos objetivos de desenvolvimento  Ao  longo  do  período  de  vigência  do  PDM´96  foram  profundas  as  alterações  das  condições económicas, sociais, culturais e ambientais, bem como de muita legislação de enquadramento, o que implica o redireccionamento dos objectivos de desenvolvimento do concelho, de forma a fazer face a novos e exigentes desafios.  

Com efeito, as alterações introduzidas na programação do solo, a necessidade de definição de uma  estrutura  ecológica municipal,  a maior  consciencialização  sobre  as  questões  sociais  e ambientais, são abordagens que requerem uma nova estratégia de intervenção dos processos de planeamento e de gestão do território. 

Por outro  lado, ao contrário do que ocorreu aquando da elaboração do PDM’96, existe agora um conjunto de instrumentos de gestão territorial e de documentos de orientação estratégica de âmbito nacional e regional, que balizam e devem orientar a revisão do Plano. Neste campo 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 93

o PROTOVT, atrás mencionado, assume particular importância pela visão, estratégia e modelo territorial que propõe para a região Oeste. 

A “Estratégia de Desenvolvimento Territorial”, que seguidamente se expõe, de modo sumário, reequaciona os objetivos de desenvolvimento do concelho, considerando todos os fatores de mudança  expostos  ao  longo  do  presente  documento  bem  como  o  novo  contexto  de enquadramento  nos  mecanismos  e  instrumentos  de  política  previstos  nos  níveis  de governação europeu, nacional e regional para o período de 2014 a 2020. 

A  definição  desta  "Estratégia  de  Desenvolvimento  Territorial"  decorreu  de  um  diagnóstico prospetivo aprofundado e de um processo de reflexão interna, com o executivo e técnicos do município,  através  da  realização  de  quatro  workshops  temáticos  de  desgin  thinking  na perspetiva  de  marketing  territorial  participado  e  sustentável.  A  partir  desta  reflexão estratégica,  estabeleceu‐se:  uma  Visão  Prospetiva;  quatro  Finalidades  ou Objetivos,  e;  três Domínios  Estratégicos  que  incorporam  os  “novos  objetivos  de  desenvolvimento”  da “Estratégia de Desenvolvimento Territorial”, que funciona em articulação com o PROTOVT. 

Estas  linhas  de desenvolvimento deverão  constituir o ponto de partida  para  a definição  da estratégia de revisão do PDM. Não obstante, a possibilidade de se efetuar algum ajustamento, decorrente  de  um  processo  posterior  de  reflexão  e  participação  ‐  alargada  e  aberta  à sociedade  civil  e  com  as  forças  vivas  da  região  (de  forma  a  garantir  a  incorporação  das principais preocupações e interesses da comunidade). 

A estratégia de atuação, deverá, igualmente constituir‐se como uma matriz de referência para toda a atuação no Concelho, que obviamente não se esgota na elaboração do PDM e que se prevê dinâmica, processual e flexível. 

A Visão Prospetiva refletida e assumida para o Concelho no âmbito deste trabalho, considera, de  modo  integrado,  as  perspetivas  de  desenvolvimento  demográfico,  social,  económico, ecológico/ambiental,  territorial,  cultural,  político  e  institucional,  numa matriz  que  realça  o valor  identitário diferenciador do  concelho na  fronteira da Área Metropolitana de  Lisboa. É definida do seguinte modo: 

Visão Prospetiva: Sobral 2020 – Um concelho Inteligente, Sustentável e Inclusivo, em que o Humanismo é um padrão de orientação e a Harmonia é uma busca contínua. 

Nesta abordagem, perspetiva‐se: 

• Um concelho onde no centro de  tudo estão AS PESSOAS e a COMUNIDADE, garantindo qualidade de vida e a inclusão integral de todas as gerações. 

• Um  concelho  capaz  de manter  a  identidade,  valorizar  o  património  e  a  tradição,  num território entre o Oeste e o Ribatejo, às portas de Lisboa, potenciando as oportunidades de inovação e aventura oferecidas pelas amenidades rurais.  

• Um concelho com oferta territorial diferenciadora, a partir de um sistema produtivo agro‐florestal sustentável, onde se desenvolve um renovado espírito criativo, empreendedor e responsável, com um forte sentido de inovação tecnológica, artística e criativa, associada à qualificação contínua do tecido produtivo e da população. 

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Decorrente  desta  visão,  sem  prejuízo  de  uma maior  clarificação  e  discussão,  resultante  da Participação Pública a que alude o nº2 do artº 77º do DL 46/09, de 20 de Fevereiro, e dos mecanismos  de  discussão  e  participação  alargada  a  desenvolver  no  âmbito  da  validação  e concretização  da  Estratégia  “Sobral  2020”,  surgem  como  determinantes  para  o enquadramento do processo de revisão do PDM, as seguintes finalidades ou grandes objetivos de desenvolvimento: 

• MANTER A  IDENTIDADE TERRITORIAL – Porque se considera que a matriz  identitária do Concelho  é  o  elo  fundamental  da  ligação  entre  gerações  diferentes  de  um  mesmo território e da preservação de valores humanistas e solidários que estão na base da efetiva inclusão dos cidadãos na comunidade. Esta identidade, no interface cultural entre o Oeste e  o  Ribatejo,  visível  nas  paisagens  e  no  património  edificado,  relatada  nas  histórias, incorporada nas tradições e na cultura local, tem aspetos simbólicos únicos e de valor que permitem  reforçar  a  construção  coletiva  de  novas  comunidades  e  ruralidades.  A identidade territorial existente tem um forte potencial de alimentação da inovação criativa ligada  a  novos  empreendedorismos,  novas  oportunidades  e  vivências.  A  identidade territorial é também uma mais valia diferenciadora em processos de comunicação externa e de afirmação do território. Por estes motivos esta finalidade funciona como o ponto de partida do processo de desenvolvimento desta comunidade local. 

• PROMOVER  A  SAÚDE  e  BEM‐ESTAR  DA  POPULAÇÃO  –  Porque  se  considera‐se  que  a saúde  (o máximo bem‐estar  físico, psicológico e  social do  indivíduo na comunidade) é o elemento  chave  de  medição  da  qualidade  de  vida  de  um  território,  sendo,  por  esse motivo,  o  principal  alicerce  de  uma  comunidade  sustentável  em  contínuo  progresso, estendendo‐se às áreas do desporto, do lazer, do cuidado aos mais necessitados, do apoio às  pessoas  com  dificuldades  motoras,  do  acesso  à  informação  e  à  educação (nomeadamente para os hábitos saudáveis e as práticas de cidadania ativa no seio de uma comunidade  segura  e  saudável).  Nesta  medida  esta  é  a  segunda  finalidade  que  se preconiza  para  a  qualificação  e  desenvolvimento  sustentado  do  Concelho  de  Sobral  de Monte Agraço, estando na base da terceira finalidade. 

• PROMOVER A SUSTENTABILIDADE  INTEGRAL – Considera‐se que a  sustentabilidade dos níveis  de  qualidade  de  vida,  progressivamente melhores,  atingidos  neste  território  são apenas possíveis num contexto de busca contínua da  inclusão dos cidadãos, ouvindo‐os, envolvendo‐os  e  promovendo  a  sua  participação  ativa  nos  processos  de  decisão  e  de aprendizagem coletiva (independentemente das suas condições económicas). Resultam de um processo de desenvolvimento integrado, com equilíbrios sistémicos e dinâmicos, entre as diversas dimensões como a natureza, a cultura, a sociedade, a economia e a política que importa  preservar  e  melhorar.  Esta  finalidade  serve  de  suporte  para  a  inovação  e  a competitividade do Concelho num horizonte regional e nacional. 

• FOMENTAR A COMPETITIVIDADE E A INOVAÇÃO – Considera‐se que todo o processo de desenvolvimento  territorial deste  concelho poderia desaproveitar as elevadas  condições de  localização,  de  patrimónios,  de  condições  identitárias,  de  qualidade  de  vida  e  de sustentabilidade  se não existisse esta  finalidade que, por um  lado, permite  gerar novas dinâmicas de valorização e novos processos de afirmação e emancipação, dos indivíduos e das organizações locais, por outro, cria as condições favoráveis para a emergência de uma atitude empreendedora e responsável, capaz de traçar novos rumos e enfrentar desafios 

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muito para além dos  limites do Concelho e do  tempo  (de crise) que se vive no contexto nacional. 

Estas finalidades concretizam‐se a partir do fomento da transparência e da participação, com a preocupação de articular e trabalhar em rede, com diversos parceiros, através de processos e projetos  empreendedores,  inovadores  e  criativos,  realizados  em  torno  de  3  domínios estratégicos: 

• SOBRAL INCLUSIVO – em que a Cidadania e a Coesão são os elementos chave;  

• SOBRAL  SUSTENTÁVEL  –  Em  que  a  Identidade  e  a  Qualificação  são  os  elementos chave;  

• SOBRAL  INTELIGENTE  –  Em  que  a  Competitividade  e  a  Inovação  são  os  elementos chave.  

 

Estes  domínios  sintetizam  as  linhas  de  força  que  poderão  nortear  o  desenvolvimento  do concelho.  Formam  um  todo  integrado,  articulado  e  sinérgico,  que  pretende  qualificar  a imagem e a atratividade do território para investidores, visitantes e turistas, numa atitude de Marketing Territorial Participado e Sustentável. 

Cada  um  dos  Domínios  Estratégicos  de  Intervenção  referidos  anteriormente  integra  um conjunto  coerente  de  objetivos  estratégicos  a  que  o  PDM  deverá  dar  resposta,  devendo incorporar ao mesmo tempo, de forma dinâmica, um conjunto de Programas, Ações e Projetos capazes de enquadrar as prioridades de política e de  financiamento do próximo período de programação dos Fundos Estruturais. 

Seguidamente expõe‐se os objetivos de cada um dos domínios. 

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SOBRAL INCLUSIVO – Cidadania e Coesão 

• Promover  a  dignidade  humana  e  a  saúde  integral  (o  máximo  bem‐estar  físico, psicológico e social) para todos os cidadãos. 

• Garantir  a  oferta  de  serviços  qualificados  de  apoio  à  infância,  família  e  à  terceira idade. 

• Desenvolver  a  educação  para  a  cidadania  responsável  e  ativa  e  a  qualificação  dos cidadãos. 

• Dinamizar projetos de promoção de inclusão e de criação de emprego inclusivo. 

• Promover a diversidade sócio‐ cultural e artística. 

• Reforçar as parcerias locais e as redes sociais 

SOBRAL SUSTENTÁVEL ‐ Identidade e Qualificação 

• Manter a matriz marcadamente rural do concelho, consolidando a sua identidade e melhorando a sua visibilidade. 

• Afirmar a vila do Sobral como centro urbano relevante, capaz de criar condições para a dinamização da atividade económica local, a fixação de população, sobretudo jovem, e o desenvolvimento de funções fundamentais para a coesão territorial e a consolidação das redes de proximidade.  

• Desenvolver as aldeias como bases de uma rede de proximidade e como âncoras de desenvolvimento do espaço rural envolvente, promovendo a regeneração rural integrada, combinando lazer com inovação agro‐pecuária e turismo rural. 

• Promover o ordenamento (rural e urbano) e a reabilitação dos espaços construídos, desenvolvendo estratégias de requalificação que contemplem a participação das comunidades e a mobilização de outros atores. 

• Reforçar e melhorar as condições de circulação interna e a acessibilidade com o exterior. 

• Promover uma estruturação equilibrada do território que valorize as complementaridades entre espaços rurais e urbanos. 

• Valorizar o património natural, rural e paisagístico criando condições de visitação, sustentabilidade e de usufruto. 

• Promover o adequado ordenamento agro‐florestal promovendo aa sustentabilidade e multifuncionalidade dos espaços agrícolas e florestais. 

 

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SOBRAL INTELIGENTE ‐ Competitividade e Inovação 

• Dinamizar a criação de infraestruturas avançadas de telecomunicações e sistemas de acesso ao e‐business que aumente o potencial de atratividade territorial. 

• Qualificar e valorizar as Zonas Industriais existentes e o tecido económico instalado. 

• Programar  e  dinamizar  “espaços  de  negócios”  para  acolhimento  de  atividades económicas de pequenas e médias empresas. 

• Promover  o  empreendedorismo  responsável,  de  pequena  escala,  baseado  na criatividade e inovação. 

• Dinamizar a criação de emprego inovador, nomeadamente nos sectores agrícola, do turismo, da saúde, do bem‐estar e da qualidade de vida. 

• Criar  redes  privilegiadas  de  inovação  com  os  atores  (internos  e  externos) designadamente com universidades e centros de investigação. 

A  perspetiva  de  desenvolvimento  traçada  encontra  elevados  níveis  de  articulação  com  o PROTOVT  (Plano  Regional  de  Ordenamento  do  Território  do  Oeste  e  Vale  do  Tejo), Instrumento  de  Gestão  do  Território  que  dá  orientações  para  a  elaboração  dos  planos especiais,  intermunicipais  e  municipais  de  ordenamento  do  território,  distinguindo‐se,  no entanto, do planeamento físico tradicional pela forte componente estratégica que encerra.  

A  ambição  prospetiva  para  o  Oeste  e  Vale  do  Tejo  consubstancia‐se  em  quatro  opções estratégicas de base territorial, que se articulam com os três domínios definidos da "Estratégia de Desenvolvimento Territorial Sobral 2020". 

Tabela 50 ‐ Articulação entre os Domínios Estratégicos da Estratégia «Sobral 2020» e os Eixos Estratégicos do PROTOVT 

Eixos Estratégicos Proposta PROTOVT  

Domínios Estratégicos Sobral 2020 

Eixo 1 Ganhar a aposta da 

inovação, competitividade e internacionalização 

Eixo 2 Potenciar as vocações 

territoriais num quadro de 

sustentabilidade ambiental 

Eixo 3 Concretizar a visão 

policêntrica e valorizar a 

qualidade de vida urbana 

Eixo 4 Descobrir as 

novas ruralidades 

SOBRAL INCLUSIVO   

 

SOBRAL SUSTENTÁVEL   

 

SOBRAL INTELIGENTE    

 

 Legenda: 

 Relação Forte: 

 Relação Média: 

 Relação Fraca: 

 

 

Assim constata‐se que os Domínios Estratégicos de "Sobral 2020" contribuem do modo que se segue para a concretização das opções traçadas para o futuro da Região Oeste e Vale do Tejo. 

• O  Domínio  «SOBRAL  INCLUSIVO  –  cidadania  e  coesão»,  desenhado  para  garantir  a melhoria contínua da qualidade da população, tem uma relação média e relevante com os eixos estratégicos 2, 3 e 4 do PROTOVT. Refira‐se a este propósito que o documento de carácter  regional  não  define  nenhum  eixo  estratégico  específico  para  a  temática  da 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 98

qualidade de vida da população ou a inclusão, mais difícil de territorializar, assumindo que estes objetivos resultam do desenvolvimento integrado dos vários eixos.  

• O Domínio «SOBRAL SUSTENTÁVEL  ‐  Identidade e Qualificação»  integra, com uma forte relação,  os  eixos  estratégicos  2,  3  e  4  do  PROTOVT,  possuindo  alguma  articulação relevante  (considerada de nível médio)  também com o eixo 1 do PROTOVT, no seguinte modo: 

o O eixo estratégico 1 do PROTOVT, na medida em que se refere essencialmente à componente de valorização económica, contribui de algum modo para a dimensão de qualificação do Concelho que orienta este domínio estratégico; 

o O eixo estratégico 2 do PROTOVT  (Potenciar as vocações territoriais num quadro de  sustentabilidade  ambiental)  tem  expressão  nos  objetivos  de:  «Valorizar  o património  natural,  rural  e  paisagístico  criando  condições  de  visitação, sustentabilidade e de usufruto» e «Promover o ordenamento (rural e urbano) e a reabilitação dos espaços construídos, desenvolvendo estratégias de requalificação que  contemplem  a  participação  das  comunidades  e  a  mobilização  de  outros atores»; 

o O  eixo  estratégico  3  do  PROTOVT  (Concretizar  a  visão  policêntrica  e  valorizar  a qualidade de vida urbana) tem expressão nos objetivos de: «Reforçar e melhorar as condições de circulação  interna e a acessibilidade com o exterior», «Promover uma  estruturação  equilibrada  do  território  que  valorize  as  complementaridades entre espaços  rurais e urbanos.», «Afirmar a vila do Sobral como centro urbano relevante, capaz de criar condições para a dinamização da actividade económica local, a  fixação de população, sobretudo  jovem, e o desenvolvimento de  funções fundamentais  para  a  coesão  territorial  e  a  consolidação  das  redes  de proximidade»; 

o O eixo estratégico 4 do PROTOVT (Descobrir as novas ruralidades) tem expressão direta  nos  objetivos  de  «Manter  a  matriz  marcadamente  rural  do  concelho, consolidando a sua identidade e melhorando a sua visibilidade» e «Desenvolver as aldeias  como  bases  de  uma  rede  de  proximidade  e  como  âncoras  de desenvolvimento  do  espaço  rural  envolvente,  promovendo  a  regeneração  rural integrada, combinando lazer com inovação agro‐pecuária e turismo rural»; 

• O  Domínio  «SOBRAL  INTELIGENTE  ‐  Competitividade  e  Inovação»  expressa‐se  em concordância  com  o  eixo  estratégico  1  do  PROTOVT  (Ganhar  a  Aposta  da  Inovação, Competitividade  e  Internacionalização),  com  o  qual  estabelece  uma  forte  relação  de articulação, e possui uma relação considerada média com os eixos 3 e 4 nas componentes de  estruturação  territorial  e  valorização  da  qualidade  de  vida  urbana,  bem  como  na inovação a partir das novas ruralidades.  

Com a orientação definida por esta “Estratégia de Desenvolvimento Territorial”, o futuro PDM deverá  contribuir para que o Concelho  seja  capaz de apresentar uma oferta  integrada para residentes, investidores, visitantes e turistas:  

aos residentes (habitar e viver): 

• Boa qualidade das estruturas e infraestruturas básicas de qualidade de vida 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 99

• Boas condições de acesso às ofertas sociais, de saúde e educação a todos os públicos 

• Boas condições de acesso físico e digital  

• Boas  condições  de  uso  da  biblioteca,  cineteatro,  piscinas,  e  de  outros  serviços municipais indutores de inclusão socioeconómica e cultural 

• Oferta educativa alargada, garantindo elevadas condições de acessibilidade a todos os seus residentes 

aos investidores: 

• Boas acessibilidades rodoviárias, em bom estado 

• Boas acessibilidades digitais  

• Apoio no desenvolvimento de redes, parcerias e processos de negócio 

• Oportunidade  de  instalação  para  micro‐empresas  em  áreas  especificamente preparadas para o efeito 

• Mais valias de localização  

• Boas  condições de  criação de  emprego  e de  formação  em  articulação  com diversas entidades  dos  sectores  empresarial  e  do  ensino  superior  ou  investigação  e desenvolvimento 

aos visitantes e turistas:   

• Boas  condições  de  usabilidade  do  património,  nomeadamente  dos  percursos pedestres e do  rio  Sizandro, numa ótica de promoção da  saúde, do bem‐estar e da educação cívica e ambiental  

• Boas  condições  de  visitação  e  de  consumo  de  produtos  e  de  serviços  baseados  no património local (designadamente, o dos recursos associados às Linhas de Torres) e no turismo para a 3ª idade 

• Animação  turística  e  oferta  diversificada  de  atividades  de  aventura  e  lazer,  com componentes artística, criativa e de inovação em espaço rural 

• Experimentação da gastronomia e da  tauromaquia, «marcadores  identitários» deste concelho, participando em feiras temáticas e outros eventos de cariz identitário local 

Com  esta  abordagem  estratégica,  pretende‐se  desenvolver  um  conjunto  de  dinâmicas territoriais que, devidamente enquadradas pelo PDM, permitam a atracção e  fixação de pessoas e  recursos estruturais para a melhoria  contínua das  condições de qualidade de vida dos cidadãos, de visitação e de turismo, bem como de  investimento e  instalação de negócios num processo de revitalização e revalorização contínua do território.  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 100

 

7 CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE A ADOTAR 

A  inclusão  da  temática  da  sustentabilidade  no  PDM  representa  a  introdução  de  novas preocupações  no  planeamento  urbano,  de  forma  a  garantir  que  o  processo  de desenvolvimento das comunidades, das suas atividades e do território abrangido, se processa de modo equilibrado e inserido num quadro duradouro de gestão dos recursos. 

Os  critérios  de  sustentabilidade  encontram‐se  ligados  às  estratégias  e  linhas  de  acção definidas para o território e às dinâmicas territoriais que se pretendem estabelecer no âmbito do mesmo,  nessa medida  deverão  estar  em  articulação  com  a  estratégia  definida  para  o município. 

O  conceito de desenvolvimento  sustentável  tem  implícito o  “compromisso de  solidariedade com as gerações  futuras”,  refere‐se a um modo de desenvolvimento capaz de  responder às necessidades  do  presente  sem  comprometer  a  capacidade  de  crescimento  das  gerações vindouras. 

As  abordagens  a nível de  sustentabilidade urbana  têm  vindo  a  ganhar peso,  através de um conjunto diverso de  iniciativas, projetos e programas a nível  internacional e europeu, como a Carta de Alborg (1994), a iniciativa “Cidades Europeias Sustentáveis”, a Carta de Leipzig sobre as Cidades Europeias Sustentáveis ou a definição de Agendas XXI Locais, entre outros. 

A nível dos  Instrumentos de Planeamento e Ordenamento do Território, nomeadamente nos Planos Municipais de Ordenamento do Território, a temática da sustentabilidade ainda está a dar  os  primeiros  passos,  não  obstante  a  introdução  da  obrigatoriedade  da  “Avaliação Ambiental Estratégica”, que constitui um processo contínuo e  sistemático de  identificação e avaliação das consequências ambientais de um determinado plano ou programa. 

Um  Plano  Diretor  Municipal  é  um  documento  regulamentador  do  planeamento  e ordenamento do  território que  traduz e  torna explícitos os objetivos, diretrizes e normas de desenvolvimento para o município,  cruzando várias políticas e programas num horizonte de médio prazo (cerca de 10 anos). A sua aplicação tem fortes implicações na gestão do território e na qualidade de vida da população, o que  torna  inevitável o desenvolvimento de critérios orientadores sólidos que coloquem a “sustentabilidade” no cerne das questões a ponderar. 

A “sustentabilidade” resulta do cruzamento das múltiplas variáveis de um sistema complexo, dinâmico e  integrado. No município do Sobral de Monte Agraço, a sustentabilidade do PDM que entrará em revisão, estará associada a um conjunto de factores críticos e de critérios de sustentabilidade  que  poderão  servir  de  base  para  a  elaboração  de  um  sistema  de monitorização e avaliação a criar no âmbito deste instrumento de gestão. 

Tal entendimento  implica que desde as etapas de desenvolvimento programático da  revisão do  PDM,  até  à  sua  implementação,  se  avalie  em  que  medida  o  Concelho  se  encontra preparada para dar resposta às exigências das várias dimensões de sustentabilidade. 

No  âmbito  deste  PDM,  a  sustentabilidade  pode  ser  analisada  em  dois  patamares complementares.  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 101

Por  um  lado,  no  que  se  refere  às  suas  dimensões  estruturais,  considerando  as  de  carácter sociocultural, ambiental (relacionada com os ecossistemas naturais e a utilização de recursos não  renováveis),  territorial  (relacionada  com  as  componentes  não  naturais  da  paisagem)  e económica.  

Por  outro,  no  que  se  refere  à  sustentabilidade  operacional,  considerando  as  dimensões  da tecnologia, das finanças e da componente político‐institucional. 

Para  que  a  avaliação  da  sustentabilidade  possa  ser mais  rigorosa,  considerou‐se  relevante esclarecer  o  que  se  entende  por  cada  uma  destas  dimensões,  neste  contexto.  Assim,  nas dimensões de sustentabilidade estrutural considerou‐se: 

• Sustentabilidade  sociocultural  –  considera  que  o  território  deve  oferecer oportunidades de  inclusão e promover a  coesão  social;  criando  igualdade de acesso aos  recursos e serviços sociais, bem como à educação e ao emprego. Esta dimensão integra ainda a valorização dos recursos patrimoniais (no respeito pelo equilíbrio entre tradição  e  inovação),  com  dinamização  da  criatividade  e  a  diversificação  da  oferta cultural. Esta sustentabilidade é mais facilmente garantida através da dinamização de processos inclusivos de participação e de cidadania activa. 

• Sustentabilidade Ambiental (relaciona‐se com os ecossistemas naturais e utilização de recursos não renováveis) – considera a preservação dos recursos naturais na produção de  recursos  renováveis e na  limitação de uso dos  recursos não‐renováveis;  limitação do  consumo  de  combustíveis  fósseis  e  de  outros  recursos  esgotáveis  ou ambientalmente  prejudiciais,  substituindo‐os  por  recursos  renováveis  e  inofensivos; redução do volume de resíduos e de poluição, por meio de conservação e reciclagem; autolimitação  do  consumo material;  utilização  de  tecnologias  limpas;  definição  de regras para proteção ambiental. 

• Sustentabilidade  Espacial  ou  Territorial  –  considera  a  procura  do  equilíbrio  na configuração  rural‐urbana,  um  ordenamento  integrado  e  uma  melhor  distribuição territorial da dinâmica urbana  e das  atividades  económicas; melhorias no  ambiente urbano,  designadamente  na  vila  do  Sobral  de  Monte  Agraço;  superação  das disparidades  internas e  inter‐regionais e a elaboração de estratégias ambientalmente seguras para áreas ecologicamente frágeis. 

• Sustentabilidade Económica – relaciona‐se com a preparação do Concelho para fazer face às exigências do sistema económico, assente na qualidade dos recursos humanos, na competitividade das empresas, nos apoios  infraestruturais e funcionais ao sistema económico  e  na  capacidade  de  relacionamento  e  inserção  na  economia  regional, nacional e, eventualmente, internacional. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 102

Nas dimensões de sustentabilidade operacional são considerados: 

• Sustentabilidade Tecnológica – relaciona‐se com os processos de inovação tecnológica e digital que  se afirmam como alicerces estruturais da efetivação da estratégia e do PDM, do tratamento e da partilha de informação. 

• Sustentabilidade Financeira – relaciona‐se com a capacidade de aproveitar e gerir os recursos  financeiros disponíveis, visando a eficácia e sustentabilidade das atividades, dos processos e das dinâmicas territoriais enquadradas no futuro PDM. 

• Sustentabilidade  Político‐institucional  –  relaciona‐se  com  a  capacidade  política  e institucional  (nacional,  regional  e  local)  para  a  implementação  do  plano  e  com  o desenvolvimento de  relações de parceria. Compreende a estrutura e  funcionamento das instituições incluindo instituições do Estado; organizações não governamentais da Sociedade Civil (ONG) e empresas. 

Estas dimensões de sustentabilidade poderão dar origem a Critérios de Sustentabilidade, que poderão  alimentar  a  criação  de  indicadores  e metas,  bem  como  enquadrar  a  escolha  dos fatores  críticos  de  sustentabilidade.  Assim,  como  grandes  critérios  de  sustentabilidade  a adotar, apresentam‐se, a título indicativo, os que se sintetizam nos quadros seguintes. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 103

 Dimensão  Critérios de sustentabilidade estrutural

Sócio‐Cultural 

Satisfação das necessidades básicas (habitação, saúde, educação, emprego  Promoção da participação cívica e do associativismo Promoção do emprego e empregabilidade Divulgação do Património nomeadamente associado às Linhas de Torres  Valorização das Tradições e promoção da Identidade Cultural e do Sentimento de Pertença  

Ambiental 

Protecção do solo com diferentes aptidõesUtilização de energias renováveis Uso racional da água Eficácia dos Sistema de Abastecimento e Tratamento da Água para Consumo Eficácia dos Sistemas de Tratamento de Águas Residuais Eficácia dos Sistema de Gestão de Resíduos Concretização da estrutura ecológica Minimização dos níveis de poluição 

Espacial ou Territorial 

Qualificação do património histórico e construídoDesenvolvimento de espaços qualificados de relação e convívio Integração  das  áreas  rurais  nas  estratégias  de  desenvolvimento  territorial  das áreas urbanas Potenciação da multifuncionalidade dos espaços rurais Contenção dos perímetros urbanos e áreas de expansão Conservação e reabilitação do património natural, rural e urbano  Promoção da mobilidade sustentável e do transporte colectivo Melhoria das acessibilidades Definição de estrutura ecológica municipal Uso e ocupação do solo sustentável 

Económica 

Reforço da competitividade do tecido produtivo localDiversificação económica com integração entre sectores produtivos e crescimento das trocas internas Criação de Espaços de Encontro e de Fomento de Negócios Dinamização  de  Equipamentos/Infraestruturas  para  Acolhimento  e  Apoio  de Actividades Económicas Fomento da ligação a Instituições de Investigação / Inovação Tecnológica Acessibilidades  digitais  garantidas  em  pontos  fulcrais  do  território, designadamente em sistemas de banda larga fiáveis.  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 104

 

Dimensão  Critérios de sustentabilidade operacional

Tecnológica 

Digitalização  dos  processos  de  comunicação  dentro  das  autarquias  e  das autarquias com os seus interlocutores  Existência de informação digital sobre o território (designadamente no âmbito de SIG)  disponível,  mobilizável  e  partilhável  de  modo  simples  e  universalmente acessível, com garantia de segurança de dados e de diferentes níveis de acesso  

Financeira 

Sistema  de  gestão  financeira  da  autarquia  agilizado,  flexível,  de  acordo  com  as condicionantes legais existentes  Acesso  a  fundos estruturais de desenvolvimento no  âmbito dos  financiamentos comunitários, nacionais e regionais.   Diversificação  de  fontes  de  receitas  para  projectos  e  serviços  oferecidos  em parceira 

Político‐institucional 

Potencial de concertação estratégica ao nível regional e sub‐regional Modernização das autarquias e organização de acordo com padrões de gestão e liderança ao nível dos melhores padrões de desenvolvimento organizacional para pequenas e médias organizações Reforço da dimensão de apoio ao desenvolvimento económico do concelho e à captação de recursos Qualidade de comunicação interna, de motivação e comprometimento de todos os recursos humanos (dirigentes e técnicos) no projecto de desenvolvimento da autarquia ao longo do processo de concretização do PDM Qualidade do relacionamento e da comunicação externa Promoção de processos de participação nas tomadas de decisão dos projectos de desenvolvimento territorial e dos instrumentos de gestão territorial Transparência nos processos de tomada de decisão e da gestão 

 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 105

8 O PROCESSO DE REVISÃO DO PDM 

8.1 Fases e peças essenciais De  forma a orientar o desenvolvimento dos  trabalhos apresentamos as várias  fases e peças, essenciais para a concretização de um Plano Diretor Municipal, tendo por base a legislação em vigor. Apresenta‐se  também  uma  proposta  de  calendarização  de  24 meses,  que  resulta  do cruzamento normas de procedimentos com os prazos específicos da legislação em vigor e com o  tempo considerado  razoável  tendo em conta o conhecimento do que são estes processos, muito  embora  esta  possa  sofrer  alterações  pelo  facto  de  se  encontrar  dependente  de  um conjunto  diverso  de  fatores  e  de  procedimentos,  nem  sempre  controláveis  pela  equipa  de projeto. 

FASES  PRINCIPAIS MOMENTOS 

FASE  1  ‐ DELIBERAÇÃO  DE 

INÍCIO DE REVISÃO 

DO  PLANO DIRETOR MUNICIPAL  DE 

ACORDO  COM 

RELATÓRIO  DE 

FUNDAMENTAÇÃO 

TÉCNICA 

a) O documento de Deliberação deverá indicar:• O prazo para a respetiva elaboração; • Sujeição do PDM a Avaliação Ambiental Estratégica; • O período de participação preventiva, não inferior a 15 dias, para a 

formulação  de  sugestões  e  apresentação  de  informações  pelos interessados  sobre  quaisquer  questões  que  possam  ser consideradas  no  âmbito  do  respetivo  procedimento  de elaboração. 

b) A Deliberação de início de Revisão do Plano Diretor Municipal deverá contemplar, ainda, um Relatório de Fundamentado de Avaliação da Execução do Plano Diretor Municipal em vigor e de identificação dos principais fatores de evolução do município, incidindo sobre: • Níveis de execução do Plano, nomeadamente Ocupação do solo, 

Compromissos urbanísticos, Reservas disponíveis de solo urbano, Níveis  de  infraestruturação,  Equipamentos,  Acessibilidades, Condicionantes; 

• Fatores de mudança da estrutura do território; • Definição de novos objetivos de desenvolvimento e  identificação 

dos critérios de sustentabilidade. 

c) Constituição da Comissão de Acompanhamento • Reunião  preparatória  com  a  CCDR  para  definição  das  entidades 

que integram a Comissão de Acompanhamento; • CCDR assegura a publicação da Comissão de Acompanhamento. 

2 MESES

FASE  2  – DEFINIÇÃO  DA 

ESTRATÉGIA  PARA O MUNICÍPIO 

Definição do quadro estratégico para o desenvolvimento do território do município. 

2 MESES

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 106

FASES  PRINCIPAIS MOMENTOS 

FASE 3 – FASE DE CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO 

PLANO DIRETOR MUNICIPAL

Estudos de Caracterização, incidindo sobre os seguintes aspectos: 

• Enquadramento Regional, no Oeste e no relacionamento com a Área Metropolitana de Lisboa Norte, e identificação dos principais IGT; 

• Caracterização Biofísica e Climática, onde  se  inclui Paisagem, Solos, entre outros; 

• Caracterização Ambiental, como por exemplo resíduos, qualidade do ambiente sonoro e riscos naturais e tecnológicos; 

• Ocupação atual do solo e povoamento; • Caracterização sociodemográfica, onde se inclui igualmente o parque 

habitacional e as projeções demográficas; • Caracterização  socioeconómica,  onde  será  abordada  a  estrutura 

económica,  qualificação  económica  e  da  população,  movimentos pendulares, …; 

• Sistema urbano; • Equipamentos; • Infraestruturas; • Acessibilidades e transportes; • Património. 

7 MESES

AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

A primeira fase da AAE, que coincide com os estudos de caracterização do processo  de  revisão  do  PDM,  estrutura‐se  em  três  momentos metodológicos (DGOTDU, 2008): 

• Construção  do  quadro  de  referência  relativo  a  outros  planos  e programas, com os quais o PDM se deve compatibilizar; 

• Definição do âmbito e dos objetivos da AAE, bem como dos factores ambientais  que  estruturam  a  avaliação  estratégica,  apoiada  em critérios e indicadores dedicados; 

• Implementação  do  processo  de  consulta  e  acompanhamento  das entidades com responsabilidades nas diferentes áreas de intervenção do PDM, para aferição do âmbito, objectivos e factores ambientais e respectivos critérios e indicadores. 

RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL

Estudos para a elaboração da Reserva Ecológica Nacional Bruta, ou seja, identificação dos  vários  sistemas e da  sua ocorrência, de acordo  com o Decreto‐Lei 166/2008, de 22 de Agosto. 

RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL

Delimitação  a  elaborar  em  articulação  com  a  Direção  Regional  de Agricultura e Pesca de Lisboa e Vale do Tejo. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 107

FASES  PRINCIPAIS MOMENTOS 

FASE 4 ‐ MODELO 

TERRITORIAL 

PLANO DIRETOR MUNICIPAL

O modelo territorial traduz o esquema global de ordenamento município e  reflete  as  orientações  da  estratégia  de  desenvolvimento,  e  é apresentado, em termos genéricos entre os Estudos de Caracterização e a Proposta de Plano Diretor Municipal. 

2 MESES

AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICAEm articulação com o momento de construção do Modelo Territorial do PDM, o processo de AAE deve procurar identificar os efeitos significativos e  as  alternativas  seguindo  quatro momentos metodológicos  (DGOTDU, 2008): 

• Analisar as tendências de evolução e de desenvolvimento territorial; • Identificar  as  ações  ou  intervenções  a  desenvolver  que  possam  ter 

efeitos significativos no ambiente; • Analisar  os  pontos  de  vista  e  comentários  relevantes  dos  grupos 

representativos dos diferentes interesses; • Identificar  estratégias  e  soluções  alternativas  de  desenvolvimento 

territorial; • Reanalisar  as  opções  inicialmente  consideradas  na  definição  do 

âmbito da AAE; • Escolher  as  melhores  estratégias  e  soluções  de  desenvolvimento 

territorial. 

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 108

FASES  PRINCIPAIS MOMENTOS 

FASE  5  – PROPOSTA  DE 

PLANO  DIRETOR MUNICIPAL 

A Proposta de PDM é constituída pelos seguintes documentos: • Regulamento; • Planta  de  ordenamento,  que  representa  o modelo  de  organização 

espacial  do  território  municipal,  de  acordo  com  os  sistemas estruturantes  e  a  classificação  e  qualificação  dos  solos  e  ainda  as unidades operativas de planeamento e gestão definidas; 

• Planta de condicionantes que  identifica as servidões e  restrições de utilidade  pública  em  vigor  que  possam  constituir  limitações  ou impedimentos a qualquer forma específica de aproveitamento; 

A Proposta de PDM, de acordo com o RJIGT e com a Portaria nº 138/2005, de 2 de Fevereiro, é acompanhada com os seguintes documentos: • Relatório,  que  explicita  os  objetivos  estratégicos  do  plano  e  a 

respetiva  fundamentação  técnica,  suportada  na  avaliação  das condições  económicas,  sociais,  culturais  e  ambientais  para  a  sua execução; 

• Relatório ambiental no qual se  identificam, descrevem e avaliam os eventuais efeitos significativos no ambiente, resultantes da aplicação do  plano  e  as  suas  alternativas  razoáveis  que  tenham  em  conta  os objetivos e o âmbito de aplicação territorial respetivos; 

• Programa  de  execução  contendo  disposições  indicativas  sobre  as intervenções  municipais  previstas,  bem  como  sobre  os  meios  de financiamento das mesmas; 

• Planta de enquadramento regional; • Planta da situação existente com a ocupação do território municipal à 

data da elaboração do plano; • Relatório e/ou planta com a  indicação das  licenças ou autorizações 

de  operações  urbanísticas  emitidas,  bem  como  das  informações prévias favoráveis em vigor; 

• Carta da Estrutura Ecológica Municipal; • Cartografia de Risco; • Carta educativa; • Mapa de ruído; • Carta da RAN; • Carta da REN; • Ficha de dados estatísticos. 

6 MESES

FASE 6 – CONCERTAÇÃO E APROVAÇÃO DA 

DELIMITAÇÃO DE 

REN 

PLANO DIRETOR MUNICIPAL

De  acordo  com  o  Artigo  76º  do  Regime  Jurídico  dos  Instrumentos  de Gestão Territorial  ‐  “O acompanhamento da elaboração da proposta de Plano Diretor Municipal  inclui  a  concertação  com  as  entidades  que,  no decurso  dos  trabalhos  da  comissão  de  acompanhamento,  formulem objeções às soluções definidas para o futuro plano”. 

RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL 

Na  ausência  da  publicação  das Orientações  Estratégicas,  a  proposta  de delimitação da REN é sujeita a parecer da Comissão Nacional da REN. 

1 MÊS

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 109

FASES  PRINCIPAIS MOMENTOS 

FASE  7  – INQUÉRITO PÚBLICO 

De  acordo  com  o  Artigo  77º  do  Regime  Jurídico  dos  Instrumentos  de Gestão  Territorial,  concluído o período de  acompanhamento  e, quando for  o  caso,  decorrido  o  período  adicional  de  concertação,  a  câmara municipal  procede  à  abertura  de  um  período  de  discussão  pública, através de aviso a publicar no Diário da República e a divulgar através da comunicação  social e da  respetiva página da  Internet, do qual  consta a indicação do período de discussão, das eventuais sessões públicas a que haja lugar e dos locais onde se encontra disponível a proposta, o respetivo relatório  ambiental,  o  parecer  da  comissão  de  acompanhamento,  os demais pareceres eventualmente emitidos, os resultados da concertação, bem  como  da  forma  como  os  interessados  podem  apresentar  as  suas reclamações, observações ou sugestões. 

O período de discussão pública deve ser anunciado com a antecedência mínima de 5 dias, e não pode ser inferior a 30 dias úteis. 

A câmara municipal ponderará as reclamações, observações, sugestões e pedidos  de  esclarecimento  apresentados  pelos  particulares,  ficando obrigada  a  resposta  fundamentada  perante  aqueles  que  invoquem, designadamente: 

• A  desconformidade  com  outros  instrumentos  de  gestão  territorial eficazes; 

• A  incompatibilidade  com  planos,  programas  e  projectos  que devessem ser ponderados em fase de elaboração; 

• A  desconformidade  com  disposições  legais  e  regulamentares aplicáveis; 

• A eventual lesão de direitos subjetivos. 

Findo  o  período  de  discussão  pública,  a  Câmara Municipal  pondera  e divulga, designadamente  através da  comunicação  social e da  respectiva página da  Internet, os  respetivos  resultados e elabora a  versão  final da proposta para aprovação. 

3 MESES

FASE 8 – PARECER FINAL DA CCDR 

Concluído  o  projeto  de  versão  final  do  Plano  Diretor Municipal,  e  de acordo com o Artigo 78º do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, este é enviado à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional  territorialmente  competente,  a  qual  pode  emitir  parecer  no prazo  de  10  dias,  improrrogáveis,  a  notificar,  sendo  o  caso,  à  Câmara Municipal e à Assembleia Municipal. 

1 MÊS

8.2 O processo participativo e de decisão A revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço deverá integrar mecanismos de participação de todos  os  agentes  locais,  ao  longo  do  processo  de  elaboração  (designadamente  através  de apresentações,  debates,  “workshops”,  e  outros  eventos  de  mobilização,  envolvimento, negociação e comprometimento).  

A  participação  poderá  ser  promovida  para  todos  os  agentes  abrangidos  no  processo  de planeamento, aspirando a que todos se identifiquem e se comprometam com o processo e os documentos a produzir, nomeadamente: 

• Colaboradores das diferentes Divisões e Serviços Municipais  

Relatório de Fundamentação da Revisão do PDM de Sobral de Monte Agraço 110

• Responsáveis e  técnicos da Administração Central, nomeadamente as entidades com responsabilidades nesta matéria  

• Membros das Assembleias e Juntas de Freguesia,  

• Representantes de Associações,  

• Promotores privados 

• População em geral (residentes possuidores de 1ª e 2ª habitação) 

O processo participativo e de articulação entre os diferentes agentes envolvidos, públicos e privados, poderá passar pelas seguintes acções: 

• articulação  com  os  diferentes  serviços municipais  –  para  recolha  de  informação  e elaboração – definição de papéis, objectivos e resultados por cada um dos serviços; 

• mobilização e envolvimento de cidadãos e de representantes de diversas entidades; 

• criação de comissão de acompanhamento e de grupos de trabalho temáticos;  

• reuniões periódicas com a comissão de acompanhamento e os grupos de trabalho; 

• entrevistas, oficinas e reuniões de trabalho com cidadãos e representantes; 

• estruturação e produção de informação relevante para o processo; 

• difusão  sistemática  de  informação  sobre  os  trabalhos  em  curso  e  abertura  ao necessário feedback da população em geral, para a concretização de uma participação activa, informada, responsável e consciente; 

• maximização  dos  sistemas  de  informação  geográfica,  na  revisão  do  PDM  e  na  sua posterior monitorização, implementados de uma forma coordenada e estruturada em todos os serviços municipais. 

Note‐se que, neste processo, o SIG poderá ser uma ferramenta fundamental para auxiliar na divulgação da  informação constante no PDM, permitindo, para além da elaboração de material de trabalho destinada aos especialistas das diferentes áreas, tornar acessível ao público a informação que se deva partilhar.