Revisão Para o Concurso Do DPE PR 2014

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  • Reviso de vspera de prova Concurso de Defensor Pblico DPE/PR 2014

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    REVISO PARA O CONCURSO DE DEFENSOR PBLICO DPE/PR 2014

    Mrcio Andr Lopes Cavalcante

    DIREITO CONSTITUCIONAL Sistema de cotas: constitucionalidade

    O sistema de cotas em universidades pblicas, com base em critrio tnico-racial, CONSTITUCIONAL. No entanto, as polticas de ao afirmativa baseadas no critrio racial possuem natureza transitria. STF. Plenrio. ADPF 186/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 25 e 26/4/2012 (Info 663 STF).

    tambm constitucional fixar cotas para alunos que sejam egressos de escolas pblicas. STF. Plenrio. RE 597285/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 9/5/2012 (Info 665 STF).

    PROUNI: constitucionalidade

    O programa Universidade para Todos (PROUNI), institudo pela lei 11.096/2005, constitucional. STF. Plenrio. ADI 3330/DF, rel. Min. Ayres Britto, 3.5.2012.

    Inconstitucionalidade de cobrana de taxa de alimentao em instituio pblica

    inconstitucional que instituio pblica de ensino profissionalizante cobre anuidade para custear despesas com a alimentao dos alunos. Tal prtica viola o art. 206, IV e o art. 208, VI, da CF/88. STF. 1 Turma. RE 357148/MT, rel. Min. Marco Aurlio, julgado em 25/2/2014 (Info 737).

    Sigilo bancrio e TCU

    O TCU NO detm legitimidade para requisitar diretamente informaes que importem quebra de sigilo bancrio. STF. Segunda Turma. MS 22934/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, 17.4.2012.

    Interveno federal

    O descumprimento voluntrio e intencional de deciso transitada em julgado configura pressuposto indispensvel ao acolhimento do pedido de interveno federal. Para que seja decretada a interveno federal em um Estado-membro que tenha deixado de pagar precatrios necessrio que fique comprovado que esse descumprimento voluntrio e intencional. Se ficar demonstrado que o ente no pagou por dificuldades financeiras no h interveno. STF. Plenrio. IF 5101/RS, IF 5105/RS, IF 5106/RS, IF 5114/RS, Min. Cezar Peluso, 28.3.2012 (Info 660 STF).

    STF no admite a teoria da transcendncia dos motivos determinantes

    O STF no admite a teoria da transcendncia dos motivos determinantes. Pg

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    No se pode utilizar a reclamao, que uma via excepcional, como se fosse um incidente de uniformizao de jurisprudncia. STF. Primeira Turma. Rcl 11477 AgR/CE, rel. Min. Marco Aurlio, 29/5/2012 (Info 668 STF).

    Abstrativizao do controle difuso

    O STF no acolhe a teoria da abstrativizao do controle difuso. No houve mutao constitucional do art. 52, X, da CF/88. Para a maioria dos Ministros, a deciso em controle difuso continua produzindo, em regra, efeitos apenas inter partes e o papel do Senado o de amplificar essa eficcia, transformando em eficcia erga omnes. STF. Plenrio. Rcl 4335/AC, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 20/3/2014 (Info 739).

    Modulao de efeitos em recurso extraordinrio

    possvel a modulao dos efeitos da deciso proferida em recurso extraordinrio com repercusso geral reconhecida. Para que seja realizada esta modulao, exige-se o voto de 2/3 (dois teros) dos membros do STF (maioria qualificada). STF. Plenrio. RE 586453/SE, red. p/ o acrdo Min. Dias Toffoli, 20/2/2013 (Info 695 STF).

    Resoluo do TSE pode ser objeto de ADI

    A Resoluo do TSE pode ser impugnada no STF por meio de ADI se, a pretexto de regulamentar dispositivos legais, assumir carter autnomo e inovador. STF. Plenrio. ADI 5104 MC/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 21/5/2014 (Info 747).

    Procedimento para homologao judicial de acordo de alimentos com a participao da Defensoria Pblica

    CONSTITUCIONAL lei estadual que regula procedimento para homologao judicial de acordo sobre a prestao de alimentos firmada com a interveno da Defensoria Pblica. Isso porque tal legislao est inserida na competncia concorrente (art. 24, XI, da CF/88). STF. Plenrio. ADI 2922/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/4/2014 (Info 741).

    Procedimentos do inqurito policial

    INCONSTITUCIONAL lei estadual que preveja a tramitao direta do inqurito policial entre a polcia e o Ministrio Pblico. CONSTITUCIONAL lei estadual que preveja a possibilidade de o MP requisitar informaes quando o inqurito policial no for encerrado em 30 dias, tratando-se de indiciado solto. STF. Plenrio. ADI 2886/RJ, red. p/ o acrdo Min. Joaquim Barbosa, julgado em 3/4/2014 (Info 741).

    Prioridades na tramitao dos processos judiciais

    INCONSTITUCIONAL lei estadual que prev prioridade na tramitao para processos envolvendo mulher vtima de violncia domstica. A fixao de prioridades na tramitao dos processos judiciais matria de Direito Processual, cuja competncia privativa da Unio (art. 22, I, CF/88). STF. Plenrio. ADI 3483/MA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/4/2014 (Info 741).

    Lei estadual que obriga nibus a serem adaptados para portadores de necessidades especiais

    CONSTITUCIONAL lei estadual que determine que as empresas concessionrias de transporte coletivo intermunicipal devam fazer adaptaes em seus veculos a fim de facilitar o acesso e a permanncia de pessoas com deficincia fsica ou com dificuldade de locomoo.

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    A competncia para legislar sobre trnsito e transporte da Unio (art. 22, XI da CF). No entanto, a lei questionada trata tambm sobre o direito acessibilidade fsica das pessoas com deficincia, que de competncia concorrente entre Unio, os Estados e o Distrito Federal (art. 24, XIV). STF. Plenrio. ADI 903/MG, rel. Min. Dias Toffoli, 22/5/2013 (Info 707).

    Ccontrole jurisdicional de polticas pblicas

    A CF/88 e a Conveno Internacional sobre Direitos das Pessoas com Deficincia asseguram o direito dos portadores de necessidades especiais ao acesso a prdios pblicos, devendo a Administrao adotar providncias que o viabilizem. O Poder Judicirio, em situaes excepcionais, pode determinar que a Administrao Pblica adote medidas assecuratrias de direitos constitucionalmente reconhecidos como essenciais, sem que isso configure violao do princpio da separao de poderes. STF. 1 Turma. RE 440028/SP, rel. Min. Marco Aurlio, julgado em 29/10/2013 (Info 726).

    DIREITO ADMINISTRATIVO

    Autotutela e contraditrio

    A Administrao Pblica pode anular seus prprios atos quando estes forem ilegais. No entanto, se a invalidao do ato administrativo repercute no campo de interesses individuais, faz-se necessria a instaurao de procedimento administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa. Assim, a prerrogativa de a Administrao Pblica controlar seus prprios atos no dispensa a observncia do contraditrio e ampla defesa prvios em mbito administrativo. STF. 2 Turma. RMS 31661/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/12/2013 (Info 732).

    Suspenso cautelar de gratificao supostamente indevida

    Durante o processo administrativo instaurado para apurar a legalidade de determinada gratificao, a Administrao Pblica pode determinar, com fundamento no poder cautelar previsto no art. 45 da Lei

    a sua validade no mbito do procedimento aberto. STF. 2 Turma. RMS 31973/DF, Rel. Min. Crmen Lcia, julgado em 25/2/2014 (Info 737).

    Prazo prescricional contra a Fazenda Pblica

    O prazo prescricional aplicvel s aes de indenizao contra a Fazenda Pblica de 5 (CINCO) anos, conforme previsto no Decreto 20.910/32, e no de trs anos (regra do Cdigo Civil), por se tratar de norma especial, que prevalece sobre a geral. STJ. 1 Seo. REsp 1.251.993-PR, Rel. Min. Mauro Campbell, julgado em 12/12/2012 (Info 512 STJ).

    Se o servidor pblico responder a processo administrativo disciplinar e for absolvido, ainda assim poder ser condenado a ressarcir o errio, em tomada de contas especial, pelo Tribunal de Contas da Unio. STF. 1 Turma. MS 27867 AgR/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 18/9/2012 (Info 680 STF).

    Acumulao de cargos e teto

    A acumulao de proventos de servidor aposentado em decorrncia do exerccio cumulado de dois cargos de profissionais da rea de sade legalmente exercidos, nos termos autorizados pela CF/88, NO se submete ao teto constitucional, devendo os cargos ser considerados isoladamente para esse fim. STJ. 2 Turma. RMS 38.682-ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/10/2012 (Info 508 STJ).

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    Tratando-se de cumulao legtima de cargos, a remunerao do servidor pblico no se submete ao teto constitucional, devendo os cargos, para este fim, ser considerados isoladamente. Se houvesse vinculao ao teto haveria um enriquecimento sem causa por parte do Poder Pblico. STJ. 2 T. AgRg no AgRg no RMS 33.100/DF, Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 07/05/2013.

    Devoluo ao errio e servidor que recebeu de boa-f da Administrao

    No possvel exigir a devoluo ao errio dos valores recebidos de boa-f pelo servidor pblico, quando pagos indevidamente pela Administrao Pblica, em funo de interpretao equivocada de lei. STJ. 1 Seo. REsp 1.244.182-PB, Min. Benedito Gonalves, julgado em 10/10/2012 (recurso repetitivo).

    Convocao de candidato apenas pelo Dirio

    Viola o princpio da razoabilidade a convocao para determinada fase de concurso pblico ou para nomeao de candidato aprovado apenas mediante publicao do chamamento em Dirio Oficial quando passado muito tempo entre a realizao ou a divulgao do resultado da etapa imediatamente anterior e a referida convocao, uma vez que invivel exigir que o candidato acompanhe, diariamente, com leitura atenta, as publicaes oficiais. STJ. 2 Turma. AgRg no RMS 35.494-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20/3/2012.

    Nomeao tardia

    A nomeao tardia a cargo pblico em decorrncia de deciso judicial NO gera direito indenizao. STJ. 3 Turma. REsp 949.072-RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 27/3/2012 (Info 494 STJ).

    No legtimo o corte no fornecimento de servios pblicos essenciais quando a inadimplncia do consumidor decorrer de dbitos pretritos, o dbito originar-se de suposta fraude no medidor de consumo de energia apurada unilateralmente pela concessionria e inexistir aviso prvio ao consumidor inadimplente. STJ. 2 Turma. AgRg no AREsp 211.514-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/10/2012.

    Suicdio de preso: responsabilidade objetiva

    A Administrao Pblica est obrigada ao pagamento de penso e indenizao por danos morais no caso de morte por suicdio de detento ocorrido dentro de estabelecimento prisional mantido pelo Estado. Nessas hipteses, no necessrio perquirir eventual culpa da Administrao Pblica. Na verdade, a responsabilidade civil estatal pela integridade dos presidirios OBJETIVA. STJ. 2 Turma. AgRg no REsp 1.305.259-SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 2/4/2013 (Info 520).

    Demisso motivada de empregados de SEM e EP

    Servidores de empresas pblicas e sociedades de economia mista, admitidos por concurso pblico, no gozam de estabilidade (art. 41da CF/88), mas sua demisso deve ser sempre motivada. STF. Plenrio. RE 589998/PI, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20/3/2013.

    Prova emprestada utilizada em processo administrativo

    possvel a utilizao, em processo administrativo disciplinar, de prova emprestada validamente produzida em processo criminal, independentemente do trnsito em julgado da sentena penal condenatria. Isso porque, em regra, o resultado da sentena proferida no processo criminal no repercute na instncia administrativa, tendo em vista a independncia existente entre as instncias. STJ. 2 Turma. RMS 33.628-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 2/4/2013 (Info 521). possvel utilizar, em processo administrativo disciplinar, na qualidade de prova emprestada, a interceptao telefnica produzida em ao penal, desde que devidamente autorizada pelo juzo criminal

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    STJ. 1 Seo. MS 16.146-DF, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 22/5/2013 (no divulgado em Info).

    Aplicao da pena de demisso, em PAD, pela prtica de improbidade administrativa

    possvel a demisso de servidor por improbidade administrativa em processo administrativo disciplinar. Infrao disciplinar grave que constitui ato de improbidade causa de demisso do servidor, em processo administrativo, independente de processo judicial prvio. STJ. 3 Seo. MS 14.140-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 26/9/2012 (no divulgado em Info).

    Depois do servidor j ter sido punido, possvel que a Administrao, com base na autotutela, anule a sano anteriormente cominada e aplique uma nova penalidade mais gravosa?

    NO. A deciso administrativa que pe fim ao processo administrativo, semelhana do que ocorre no mbito jurisdicional, possui a caracterstica de ser definitiva. Logo, o servidor pblico j punido administrativamente no pode ser julgado novamente para que sua pena seja agravada mesmo que fique constatado que houve vcios no processo e que ele deveria receber uma punio mais severa. Assim, a anulao parcial do processo administrativo disciplinar para adequar a penalidade aplicada ao servidor, consoante pareceres do rgo correspondente, ensejando aplicao de sano mais grave ofende o devido processo legal e a proibio da reformatio in pejus. STJ. 3 Seo. MS 10.950-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 23/5/2012 (no divulgado em Info).

    Intimao do processado

    Em processo administrativo disciplinar no considerada comunicao vlida a remessa de telegrama para o servidor pblico recebido por terceiro. STJ. 3 Seo. MS 14.016-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 29/2/2012.

    Excesso de prazo para concluso do PAD

    pacfica a jurisprudncia do STJ no sentido de que o excesso de prazo para a concluso do processo administrativo disciplinar no gera, por si s, qualquer nulidade no feito. O excesso de prazo s tem o condo de macular o processo administrativo se ficar comprovado que houve fundado e evidenciado prejuzo, pois no h falar em nulidade sem prejuzo (pas de nulit sans grief). STJ. 2 Turma. RMS 33.628-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 2/4/2013 (Info 521).

    No se aplica o princpio da insignificncia no caso de Infrao disciplinar

    Deve ser aplicada a penalidade de demisso ao servidor pblico federal que obtiver proveito econmico indevido em razo do cargo, independentemente do valor auferido (no caso, eram apenas 40 reais). Isso porque no incide, na esfera administrativa, o princpio da insignificncia quando constatada falta disciplinar prevista no art. 132 da Lei 8.112/1990. STJ. 1 Seo. MS 18.090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 8/5/2013 (Info 523).

    Prescrio das infraes administrativas

    A Lei n. 8.112/90 prev a seguinte regra:

    Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrio, a autoridade julgadora determinar o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.

    O art. 170 prev que, mesmo estando prescrita a infrao, possvel que a prtica dessa conduta fique registrada nos assentos funcionais do servidor. Em outras palavras, ele no ser punido, mas em seu histrico ficar anotado que ele cometeu essa falta.

    O art. 170 da Lei n. 8.112/90 compatvel com a CF/88?

    NO. O art. 170 da Lei n. 8.112/1990 INCONSTITUCIONAL.

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    Para o STF, esse dispositivo viola os princpios da presuno de inocncia e da razoabilidade, alm de atentar contra a imagem funcional do servidor. STF. Plenrio. MS 23262/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/4/2014 (Info 743).

    Candidato com surdez unilateral no deficiente

    Surdez unilateral: NO considerada deficincia para fins de concurso pblico.

    Cegueira unilateral: considerada deficincia para fins de concurso pblico.

    Investigao social

    A jurisprudncia entende que o fato de haver instaurao de inqurito policial ou propositura de ao penal contra candidato, por si s, no pode implicar a sua eliminao. A eliminao nessas circunstncias, sem o necessrio trnsito em julgado da condenao, violaria o princpio constitucional da presuno de inocncia. Assim, em regra, para que seja configurado antecedente criminal, necessrio o trnsito em julgado. STJ. 2 Turma. AgRg no RMS 39.580-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 11/2/2014 (Info 535).

    Conceito de cargo tcnico para os fins do art. 37, XVI, b, da CF/88

    A CF/88 permite a acumulao de um cargo de professor com outro tcnico ou cientfico (art. 37, XVI, b). Somente se pode considerar que um cargo tem natureza tcnica se ele exigir, no desempenho de suas atribuies, a aplicao de conhecimentos especializados de alguma rea do saber. No podem ser considerados cargos tcnicos aqueles que impliquem a prtica de atividades meramente burocrticas, de carter repetitivo e que no exijam formao especfica. Nesse sentido, atividades de agente administrativo, descritas como atividades de nvel mdio, no se enquadram no conceito constitucional. STF. 1 Turma. RMS 28497/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acrdo Min. Crmen Lcia, julgado em 20/5/2014 (Info 747).

    Aposentadoria especial

    SMULA VINCULANTE 33-STF: Aplicam-se ao servidor pblico, no que couber, as regras do Regime Geral de Previdncia Social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, pargrafo 4, inciso III, da Constituio Federal, at edio de lei complementar especfica.

    Ao de improbidade contra agentes polticos de competncia do juzo de 1 instncia

    Para o STJ, a ao de improbidade administrativa deve ser processada e julgada nas instncias ordinrias, ainda que proposta contra agente poltico que tenha foro privilegiado no mbito penal e nos crimes de responsabilidade. STJ. Corte Especial. AgRg na Rcl 12.514-MT, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em 16/9/2013 (Info 527).

    Art. 10 da Lei 8.429/92 e comprovao de efetivo prejuzo aos cofres pblicos

    Para a configurao dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 10 da Lei n. 8.429/92 indispensvel a comprovao de que tenha havido efetivo prejuzo aos cofres pblicos. Se no houver essa prova, no h como condenar o requerido por improbidade administrativa. Tendo ocorrido dispensa de licitao de forma indevida, mas no sendo provado prejuzo ao errio nem m-f do administrador, no se verifica a ocorrncia de ato de improbidade administrativa. STJ. 1 Turma. REsp 1.173.677-MG, Rel. Min. Napoleo Nunes Maia Filho, julgado em 20/8/2013 (Info 528).

    Atraso na prestao de contas: necessidade de provar o dolo

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    A ausncia de prestao de contas, quando ocorre de forma dolosa, acarreta violao ao Princpio da Publicidade. Todavia, o simples atraso na entrega das contas, sem que exista dolo na espcie, no configura ato de improbidade. STJ. 2 Turma. AgRg no REsp 1.382.436-RN, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20/8/2013 (Info 529).

    Liberao de veculo retido

    Smula 510-STJ: A liberao de veculo retido apenas por transporte irregular de passageiros no est condicionada ao pagamento de multas e despesas. STJ. 1 Seo. Aprovada em 26/03/2014.

    DIREITO PENAL

    PRINCIPAIS NOVIDADES LEGISLATIVAS SOBRE DIREITO PENAL DE 2012 E 2013 LEI 12.650/2012 (PRESCRIO PENAL)

    Os termos iniciais da prescrio esto previstos nos incisos do art. 111 do Cdigo Penal: Art. 111 - A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, comea a correr: I - do dia em que o crime se consumou; II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanncia; IV - nos de bigamia e nos de falsificao ou alterao de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. Este artigo, em sua redao original, traz:

    Uma regra geral para os crimes consumados (ou seja, regra vlida para quase todos os crimes consumados); e

    Uma regra geral para os crimes tentados (ou seja, regra vlida para quase todos os crimes tentados);

    Trs excees (ou seja, trs regras especficas para alguns tipos de crimes). As regras e as excees so as seguintes:

    Regra geral no caso de crimes consumados

    O prazo prescricional comea a correr do dia em que o crime se CONSUMOU.

    Regra geral no caso de crimes tentados

    O prazo prescricional comea a correr do dia em que CESSOU A ATIVIDADE CRIMINOSA.

    1 regra especfica: crimes permanentes

    O prazo prescricional comea a correr do dia em que CESSOU A PERMANNCIA.

    2 regra especfica: crime de bigamia

    O prazo prescricional comea a correr do dia em que O FATO SE TORNOU CONHECIDO.

    3 regra especfica: crime de falsificao ou alterao de assentamento do registro civil

    O prazo prescricional comea a correr do dia em que O FATO SE TORNOU CONHECIDO.

    Obs: existem outras regras de termo inicial estabelecidas por leis especiais, como a Lei de Falncia (p. ex.), ou por conta de entendimentos jurisprudenciais, como no caso dos crimes habituais. Vamos nos concentrar, no entanto, apenas nas regras previstas no Cdigo Penal.

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    O que fez a Lei n. 12.650/2012?

    A Lei n. 12.650/2012 acrescentou o inciso V no art. 111 do Cdigo Penal prevendo uma nova regra especfica para o termo inicial da prescrio: Art. 111. A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, comea a correr: V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianas e adolescentes, previstos neste Cdigo ou em legislao especial, da data em que a vtima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo j houver sido proposta a ao penal.

    4 regra especfica: crimes contra a dignidade sexual

    de crianas e adolescentes

    O prazo prescricional comea a correr do dia em que a vtima completar 18 (dezoito) anos,

    salvo se a esse tempo j houver sido proposta a ao penal.

    LEI 12.653/2012 (ART. 135-A DO CP)

    A Lei n. 12.653/2012 incluiu um novo tipo no Cdigo Penal: o crime de condicionamento de atendimento mdico-hospitalar emergencial.

    Art. 135-A. Exigir cheque-cauo, nota promissria ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prvio de formulrios administrativos, como condio para o atendimento mdico-hospitalar emergencial: Pena - deteno, de 3 (trs) meses a 1 (um) ano, e multa. Pargrafo nico. A pena aumentada at o dobro se da negativa de atendimento resulta leso corporal de natureza grave, e at o triplo se resulta a morte.

    LEI 12.737/2012 (INVASO DE DISPOSITIVO INFORMTICO)

    Art. 154-A. Invadir dispositivo informtico alheio, conectado ou no rede de computadores, mediante violao indevida de mecanismo de segurana e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informaes sem autorizao expressa ou tcita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilcita: Pena - deteno, de 3 (trs) meses a 1 (um) ano, e multa.

    Um crime no pode ser absorvido por uma contraveno penal

    O princpio da consuno aplicvel quando um delito de alcance menos abrangente praticado pelo agente for meio necessrio ou fase preparatria ou executria para a prtica de um delito de alcance mais abrangente. Com base nesse conceito, em regra geral, a consuno acaba por determinar que a conduta mais grave praticada pelo agente (crime-fim) absorve a conduta menos grave (crime-meio). O STF decidiu que o agente que faz uso de carteira falsa da OAB pratica o crime de uso de documento falso, no se podendo admitir que esse crime seja absorvido (princpio da consuno) pela contraveno penal de exerccio ilegal da profisso (art. 47 do DL n 3.688/41). No possvel que um crime tipificado no Cdigo Penal seja absorvido por uma infrao tipificada na Lei de Contravenes Penais. STF. 1 Turma. HC 121652/SC, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/4/2014.

    As agravantes (tirante a reincidncia) no se aplicam aos crimes culposos

    As circunstncias agravantes genricas no se aplicam aos crimes culposos, com exceo da reincidncia.

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    STF. 1 Turma. HC 120165/RS, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/2/2014.

    Condenao por fato posterior ao crime em julgamento no gera maus antecedentes

    Na dosimetria da pena, as condenaes por fatos posteriores ao crime em julgamento no podem ser utilizados como fundamento para valorar negativamente a culpabilidade, a personalidade e a conduta social do ru. STJ. 6 Turma. HC 189.385-RS, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 20/2/2014.

    No configura infrao penal o exerccio da profisso de flanelinha sem cadastro nos rgos competentes

    O exerccio, sem o preenchimento dos requisitos previstos em lei, da profisso de guardador e lavador autnomo de veculos automotores (flanelinha) no configura a contraveno penal prevista no art. 47 do Decreto-Lei 3.688/1941 (exerccio ilegal de profisso ou atividade). STJ. 5 Turma. RHC 36.280-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 18/2/2014.

    O princpio da autodefesa no alcana aquele que se atribui falsa identidade

    tpica a conduta do acusado que, no momento da priso em flagrante, atribui para si falsa identidade (art. 307 do CP), ainda que em alegada situao de autodefesa. STJ. 3 Seo. REsp 1.362.524-MG, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 23/10/2013.

    Substituio da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos no trfico de drogas

    O fato de o trfico de drogas ser praticado com o intuito de introduzir substncias ilcitas em estabelecimento prisional no impede, por si s, a substituio da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, devendo essa circunstncia ser ponderada com os requisitos necessrios para a concesso do benefcio. STJ. 6 Turma. AgRg no REsp 1.359.941-DF, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 4/2/2014.

    Converso da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade e necessidade de contraditrio e ampla defesa

    imprescindvel a prvia intimao pessoal do reeducando que descumpre pena restritiva de direitos para que se proceda converso da pena alternativa em privativa de liberdade. Isso porque se deve dar oportunidade para que o reeduncando esclarea as razes do descumprimento, em homenagem aos princpios do contraditrio e da ampla defesa. STJ. 5 Turma. HC 251.312-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 18/2/2014.

    Consumao do delito de estupro de vulnervel (art. 217-A do CP)

    A consumao do delito de estupro de vulnervel (art. 217-A do Cdigo Penal) se d no apenas quando h conjuno carnal, mas sim todas as vezes em que houver a prtica de qualquer ato libidinoso com menor de 14 anos. No caso, o agente deitou-se por cima da vtima com o membro viril mostra, aps retirar-lhe as calas, o que, de per si, configura ato libidinoso para a consumao do delito de estupro de vulnervel. O STJ entende que inadmissvel que o Julgador, de forma manifestamente contrria lei e utilizando-se dos princpios da razoabilidade e da proporcionalidade, reconhea a forma tentada do delito, em razo da alegada menor gravidade da conduta. STJ. 6 Turma. REsp 1.353.575-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 5/12/2013.

    Descaminho O descaminho tambm considerado um crime contra a ordem tributria, apesar de estar previsto no art.

    334 do Cdigo Penal e no na Lei n. 8.137/90. Desse modo, aplica-se o princpio da insignificncia ao crime de descaminho.

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    Crimes ambientais Admite-se o princpio da insignificncia no caso de crimes ambientais. Esta a posio do STF (HC 112563/SC) e do STJ (AgRg no REsp 1320020/RS).

    Contrabando No se aplica o princpio da insignificncia no caso de contrabando, tendo em vista o desvalor da conduta do agente (HC 110964, Relator Min. Gilmar Mendes, 2 Turma, julgado em 07/02/2012).

    No se aplica o princpio da insignificncia ao:

    Estelionato contra o INSS (estelionato previdencirio)

    Estelionato envolvendo FGTS

    Estelionato envolvendo o seguro-desemprego

    CONSTITUCIONAL a aplicao da reincidncia como agravante da pena em processos criminais (art. 61, I, do CP). STF. Plenrio. RE 453000/RS, rel. Min. Marco Aurlio, 4/4/2013.

    possvel haver homicdio qualificado praticado com dolo eventual? No caso das qualificadoras do motivo ftil e/ou torpe: SIM No caso de qualificadoras de meio: NO STF. 2 Turma. HC 111442/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 28/8/2012.

    Iniciado o trabalho de parto, no h falar mais em aborto, mas em homicdio ou infanticdio, conforme o caso, pois no se mostra necessrio que o nascituro tenha respirado para configurar o crime de homicdio, notadamente quando existem nos autos outros elementos para demonstrar a vida do ser nascente. STJ. 5 Turma. HC 228.998-MG, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 23/10/2012.

    inconstitucionalidade a interpretao segundo a qual a interrupo da gravidez de feto anencfalo seria conduta tipificada nos arts. 124, 126 e 128, I e II, do CP. A interrupo da gravidez de feto anencfalo atpica. STF. Plenrio. ADPF 54/DF, rel. Min. Marco Aurlio, 11 e 12/4/2012.

    A materialidade do crime de homicdio pode ser demonstrada por meio de outras provas, alm do exame de corpo de delito, como a confisso do acusado e o depoimento de testemunhas. Assim, nos termos do art. 167 do CPP, a prova testemunhal pode suprir a falta do exame de corpo de delito, caso desaparecidos os vestgios. STJ. 6 Turma. HC 170.507-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 16/2/2012.

    A ausncia do laudo pericial no impede que a materialidade do delito de leso corporal de natureza grave seja reconhecida por outros meios, como testemunhas e relatrios de atendimento hospitalar. STF. 2 Turma. HC 114567/ES, rel. Min. Gilmar Mendes, 16/10/2012.

    possvel o furto hbrido se a qualificadora for objetiva

    Smula 511-STJ: possvel o reconhecimento do privilgio previsto no 2 do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.

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    I Ocorre concurso formal quando o agente, mediante uma s ao, pratica crimes de roubo contra vtimas diferentes, eis que caracterizada a violao a patrimnios distintos. II No possvel aplicar o crime continuado para o caso de ru que apresenta reiterao criminosa a indicar que se trata de delinquente habitual ou profissional. III possvel a condenao simultnea pelos crimes de roubo majorado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, 2, I, do CP) e formao de quadrilha armada (art. 288, pargrafo nico, do CP), no havendo a bis in idem. Isso porque no h nenhuma relao de dependncia ou subordinao entre as referidas condutas delituosas e porque elas visam bens jurdicos diversos. STF. 2 Turma. HC 113413/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 16/10/2012.

    necessrio que a arma utilizada no roubo seja apreendida e periciada para que incida a majorante do art. 157, 2, I, do Cdigo Penal? NO. O reconhecimento da referida causa de aumento prescinde (dispensa) da apreenso e da realizao de percia na arma, desde que o seu uso no roubo seja provado por outros meios de prova, tais como a palavra da vtima ou mesmo de testemunhas. STF. 1 Turma. HC 108034/MG, rel. Min. Rosa Weber, 7/8/2012. No entanto, se a arma apreendia e periciada, sendo constatada a sua inaptido para a produo de disparos, neste caso, no se aplica a majorante do art. 157, 2, I, do CP, sendo considerado roubo simples (art. 157, caput, do CP). O legislador, ao prever a majorante descrita no referido dispositivo, buscou punir com maior rigor o indivduo que empregou artefato apto a lesar a integridade fsica do ofendido, representando perigo real, o que no ocorre na hiptese de instrumento notadamente sem potencialidade lesiva. Assim, a utilizao de arma de fogo que no tenha potencial lesivo afasta a mencionada majorante, mas no a grave ameaa, que constitui elemento do tipo roubo na sua forma simples. STJ. 6 Turma. HC 247.669-SP, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 4/12/2012.

    Se um maior de idade pratica o roubo juntamente com um inimputvel, esse roubo ser majorado pelo concurso de pessoas (art. 157, 2 do CP). A participao do menor de idade pode ser considerada com o objetivo de caracterizar concurso de pessoas para fins de aplicao da causa de aumento de pena no crime de roubo. STF. 1 Turma. HC 110425/ES, rel. Min. Dias Toffoli, 5/6/2012. STJ. 6 Turma. HC 150.849/DF, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 16/08/2011.

    A cola eletrnica, antes do advento da Lei n. 12.550/2011, era uma conduta atpica, no configurando o crime de estelionato. STJ. 5 Turma. HC 245.039-CE, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 9/10/2012.

    O estelionato previdencirio crime permanente ou instantneo de efeitos permanentes? Quando praticado pelo prprio beneficirio: PERMANENTE. Quando praticado por terceiro diferente do beneficirio: INSTANTNEO de efeitos permanentes. STF. 1 Turma. HC 102049, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/11/2011. STJ. 6 Turma. HC 190.071/RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 02/05/2013.

    Se a pessoa, aps a morte do beneficirio, passa a receber mensalmente o benefcio em seu lugar, mediante a utilizao do carto magntico do falecido, pratica o crime de estelionato previdencirio (art. 171, 3, do CP) em continuidade delitiva. Segundo o STJ, nessa situao, no se verifica a ocorrncia de crime nico, pois a fraude praticada reiteradamente, todos os meses, a cada utilizao do carto magntico do beneficirio j falecido. Assim,

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    configurada a reiterao criminosa nas mesmas condies de tempo, lugar e maneira de execuo, tem incidncia a regra da continuidade delitiva prevista no art. 71 do CP. A hiptese, ressalte-se, difere dos casos em que o estelionato praticado pelo prprio beneficirio e daqueles em que o no beneficirio insere dados falsos no sistema do INSS visando beneficiar outrem; pois, segundo a jurisprudncia do STJ e do STF, nessas situaes, o crime deve ser considerado nico, de modo a impedir o reconhecimento da continuidade delitiva. STJ. 6 Turma. REsp 1.282.118-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 26/2/2013.

    Venda de CDs e DVDs falsificados (violao de direito autoral art. 184 do CP)

    SMULA 502-STJ: Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se tpica, em relao ao crime previsto no artigo 184, pargrafo 2, do Cdigo Penal, a conduta de expor venda CDs e DVDs piratas.

    Para que seja configurado o crime de denunciao caluniosa exige-se dolo direto. No h crime de denunciao caluniosa caso o agente tenha agido com dolo eventual. STF. 2 Turma. HC 106466/SP, rel. Min. Ayres Britto, 14/2/2012.

    A causa de aumento prevista no 2 do art. 327 do Cdigo Penal aplicada aos agentes detentores de mandato eletivo (agentes polticos). STF. 2 Turma. RHC 110513/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 29/5/2012.

    O uso de documento falso absorvido pelo crime de sonegao fiscal quando constitui meio/caminho necessrio para a sua consumao. Constitui mero exaurimento do delito de sonegao fiscal a apresentao de recibo ideologicamente falso autoridade fazendria, no bojo de ao fiscal, como forma de comprovar a deduo de despesas para a reduo da base de clculo do imposto de renda de pessoa fsica. STJ. 5 Turma. HC 131.787-PE, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 14/8/2012.

    No h ilegalidade na autorizao de interceptao telefnica, busca e apreenso e quebra de sigilo bancrio e fiscal, antes do lanamento do crdito tributrio, quando as medidas investigatrias so autorizadas para apurao dos crimes de quadrilha e falsidade ideolgica, tambm imputados ao investigado. STJ. 5 Turma. HC 148.829-RS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 21/8/2012.

    O porte de arma de fogo desmuniciada configura crime. STF. 2 Turma. HC 96759/CE, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 28/2/2012. STJ. 5 Turma. HC 184.557/MG, Rel. Ministra Laurita Vaz, julgado em 07/02/2012.

    A posse ou o porte apenas da munio (ou seja, desacompanhada da arma) configura crime. Isso porque tal conduta consiste em crime de perigo abstrato, para cuja caracterizao no importa o resultado concreto da ao. STF. 2 Turma. HC 113295/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 13/11/2012.

    Se a arma de fogo encontrada no interior do caminho dirigido por motorista profissional, trata-se de crime de porte de arma de fogo (art. 14 do Estatuto do Desarmamento). O veculo utilizado profissionalmente NO pode ser considerado local de trabalho para tipificar a conduta como posse de arma de fogo de uso permitido (art. 12). STJ. 6 Turma. REsp 1.219.901-MG, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 24/4/2012.

    A posse legal de armas de fogo deve dar-se em conformidade com o Estatuto do Desarmamento e seu decreto regulamentador. Uma das exigncias do Estatuto do Desarmamento que os proprietrios de armas de fogo faam seu registro no rgo competente. No caso de armas de fogo de uso restrito este

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    registro deve ser feito no Comando do Exrcito (art. 3, pargrafo nico, da Lei). Mesmo que o indivduo possua autorizao para portar armas de fogo por conta do cargo que ocupa (ex: magistrado), ele dever obedecer legislao que rege o tema e fazer o registro da arma no rgo competente. STF. 2 Turma. HC 110697/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, 25/9/2012.

    Abolitio criminis temporria

    Smula 513-STJ: A abolitio criminis temporria prevista na Lei n. 10.826/2003 aplica-se ao crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numerao, marca ou qualquer outro sinal de identificao raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente at 23/10/2005.

    No caso do crime previsto no art. 89 da Lei n. 8.666/93, exige-se: a) que tenha havido resultado danoso (dano ao errio) para que ele se consuma (trata-se de crime material); b) que o agente tenha elemento subjetivo especial (dolo especfico), consistente na inteno de violar as regras de licitao. STJ. Corte Especial. APn 480-MG, Rel. originria Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para acrdo Min. Cesar Asfor Rocha, julgado em 29/3/2012.

    Qual o regime inicial de cumprimento de pena do ru que for condenado por crime hediondo ou equiparado? O regime inicial nas condenaes por crimes hediondos ou equiparados (como o caso do trfico de drogas) no tem que ser obrigatoriamente o fechado, podendo ser tambm o regime semiaberto ou aberto, desde que presentes os requisitos do art. 33, 2, alneas b e c, do Cdigo Penal. STF. Plenrio. HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli, 27/6/2012. STJ. 3 Seo. EREsp 1.285.631-SP, Rel. Min. Sebastio Reis Junior, julgado em 24/10/2012.

    O entendimento do STJ e do STF no sentido de que a causa de aumento prevista no art. 9 da Lei de

    Crimes Hediondos foi revogada tacitamente pela Lei n. 12.015/2009, considerando que esta Lei revogou o art. 224 do CP, que era mencionado pelo referido art. 9. STF. Primeira Turma. HC 111246/AC, rel. Min. Dias Toffoli, 11/12/2012.

    Corrupo de menores

    SMULA 500-STJ: A configurao do crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criana e do Adolescente independe da prova da efetiva corrupo do menor, por se tratar de delito formal.

    A ausncia de apreenso da droga no torna a conduta atpica se existirem outros elementos de prova aptos a comprovarem o crime de trfico. STJ. 6 Turma. HC 131.455-MT, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 2/8/2012.

    Para que fique caracterizado o crime de associao para o trfico (art. 35 da Lei 11.343/2006) exige-se que o agente tenha o dolo de se associar com PERMANNCIA e ESTABILIDADE. Dessa forma, atpica a conduta se no houver nimo associativo permanente (duradouro), mas apenas espordico (eventual). STJ. 6 Turma. HC 139.942-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 19/11/2012.

    No autofinanciamento para o trfico o agente responder apenas pelo art. 33 c/c art. 40, VII, da Lei de Drogas, ficando excludo o delito do art. 36

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    Se o agente financia ou custeia o trfico, mas no pratica nenhum verbo do art. 33: responder apenas pelo art. 36 da Lei de Drogas.

    Se o agente, alm de financiar ou custear o trfico, tambm pratica algum verbo do art. 33: responder apenas pelo art. 33 c/c o art. 40, VII da Lei de Drogas (no ser condenado pelo art. 36).

    STJ. 6 Turma. REsp 1.290.296-PR, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 17/12/2013.

    Imagine a seguinte situao hipottica: Em uma operao policial, foi presa uma organizao criminosa voltada ao trfico de drogas. Segundo as investigaes, Pablo, um dos integrantes do grupo, alm de ter em depsito e vender a droga, era tambm o responsvel por financiar a organizao criminosa, fornecendo os recursos necessrios para que fossem compradas as drogas. Pablo praticava, portanto, aquilo que a doutrina chama de autofinanciamento do trfico, ou seja, a situao em que o agente atua ao mesmo tempo como financiador e como traficante de drogas. Diante desse contexto, Pablo foi denunciado pela prtica dos crimes de trfico de drogas (art. 33) e financiamento ao trfico (art. 36) em concurso material. O STJ considerou correta a tipificao? Nos casos de autofinanciamento, o agente dever responder pelos arts. 33 e 36 em concurso? NO. Segundo decidiu a 6 Turma do STJ, o agente praticou apenas o delito de trfico de drogas (art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006) com a causa de aumento prevista no art. 40, VII.

    Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor venda, oferecer, ter em depsito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar: Pena - recluso de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. (...) Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei so aumentadas de um sexto a dois teros, se: VII - o agente financiar ou custear a prtica do crime.

    O agente que atua diretamente na traficncia, executando, pessoalmente, as condutas tipificadas no art. 33 e que tambm financia a aquisio das drogas, deve responder apenas pelo crime previsto no art. 33 com a causa de aumento prevista no art. 40, VII, sendo afastado o crime do art. 36. O financiamento ou custeio ao trfico ilcito de drogas (art. 36) delito autnomo aplicvel somente ao agente que NO tem participao direta na execuo do trfico, limitando-se a fornecer os recursos necessrios para subsidiar a mercancia. Ao prever como delito autnomo a atividade de financiar ou custear o trfico (art. 36), o objetivo do legislador foi estabelecer uma exceo teoria monista e punir o agente que no tem participao direta na execuo no trfico e que se limitada a fornecer dinheiro ou bens para subsidiar a mercancia, sem praticar qualquer conduta do art. 33. Assim, nas hipteses em que ocorre o AUTOFINANCIAMENTO para o trfico ilcito de drogas, como no caso concreto, no h que se falar em concurso material entre os crimes dos arts. 33 e 36, devendo o agente ser condenado pela pena do trfico (art. 33), com a causa de aumento de pena do art. 40, VII, da Lei de Drogas. Se o agente que faz autofinanciamento fosse condenado pelos arts. 33 e 36, haveria bis in idem. Alm disso, chegaramos concluso de que o art. 40, VII nunca poderia ser aplicado em conjunto com o art. 33.

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    Resumindo: Se o agente financia ou custeia o trfico, mas no pratica nenhum verbo do art. 33: responder apenas

    pelo art. 36 da Lei de Drogas. Se o agente, alm de financiar ou custear o trfico, tambm pratica algum verbo do art. 33: responder

    apenas pelo art. 33 c/c o art. 40, VII da Lei de Drogas (no ser condenado pelo art. 36).

    Lei de drogas: vedao combinao de leis no tempo

    Smula 501-STJ: cabvel a aplicao retroativa da Lei 11.343/06, desde que o resultado da incidncia das suas disposies, na ntegra, seja mais favorvel ao ru do que o advindo da aplicao da Lei 6.368/76, sendo vedada a combinao de leis.

    O 4 do art. 33 da Lei n 11.343/2006 tambm equiparado a crime hediondo

    Smula 512-STJ: A aplicao da causa de diminuio de pena prevista no art. 33, 4, da Lei n. 11.343/2006 no afasta a hediondez do crime de trfico de drogas.

    LEI MARIA DA PENHA

    A qualificadora prevista no 9 do art. 129 do CP aplica-se tambm s leses corporais cometidas contra HOMEM no mbito das relaes domsticas. STJ. 5 Turma. RHC 27.622-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 7/8/2012.

    No h violao do princpio constitucional da igualdade no fato de a Lei n. 11.340/06 ser voltada apenas proteo das mulheres. STF. Plenrio. ADC 19/DF, rel. Min. Marco Aurlio, 9/2/2012.

    A Lei presume a hipossuficincia da mulher vtima de violncia domstica

    O fato de a vtima ser figura pblica renomada no afasta a competncia do Juizado de Violncia Domstica e Familiar contra a Mulher para processar e julgar o delito. Isso porque a situao de vulnerabilidade e de hipossuficincia da mulher, envolvida em relacionamento ntimo de afeto, revela-se ipso facto, sendo irrelevante a sua condio pessoal para a aplicao da Lei Maria da Penha. Trata-se de uma presuno da Lei. STJ. 5 Turma. REsp 1.416.580-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 1/4/2014.

    O art. 33 da Lei Maria da Penha determina que, nos locais em que ainda no tiverem sido estruturados os Juizados de Violncia Domstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularo as competncias cvel e criminal para as causas decorrentes de violncia domstica e familiar contra a mulher. Esta previso no ofende a competncia dos Estados para disciplinarem a organizao judiciria local. STF. Plenrio. ADC 19/DF, rel. Min. Marco Aurlio, 9/2/2012.

    Aos crimes praticados com violncia domstica e familiar contra a mulher no se aplica a Lei dos Juizados

    Especiais (Lei n. 9.099/95), mesmo que a pena seja menor que 2 anos. STF. Plenrio. ADI 4424/DF, rel. Min. Marco Aurlio, 9/2/2012.

    No cabvel transao penal nem para crimes nem para contravenes penais praticadas com violncia domstica A transao penal no aplicvel na hiptese de contraveno penal praticada com violncia domstica e familiar contra a mulher.

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    STJ. 6 Turma. HC 280.788-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 3/4/2014.

    Toda leso corporal, ainda que de natureza leve ou culposa, praticada contra a mulher no mbito das relaes domsticas crime de ao penal INCONDICIONADA. STF. Plenrio. ADI 4424/DF, rel. Min. Marco Aurlio, 9/2/2012.

    possvel a aplicao da Lei Maria da Penha para violncia praticada por irmo contra irm, ainda que eles nem mais morem sob o mesmo teto. STJ. 6 Turma. HC 184.990-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 12/06/2012.

    possvel que a agresso cometida por ex-namorado configura violncia domstica contra a mulher

    ensejando a aplicao da Lei n. 11.340/06. STJ. 5 Turma. HC 182.411/RS, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu (Desembargador convocado do TJ/RJ), julgado em 14/08/2012.

    Descumprimento de medida protetiva de urgncia no configura crime de desobedincia

    O descumprimento de medida protetiva de urgncia prevista na Lei Maria da Penha (art. 22 da Lei 11.340/2006) no configura crime de desobedincia (art. 330 do CP). STJ. 6 Turma. REsp 1.374.653-MG, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 11/3/2014.

    ROUBO 1) O que pode ser considerado arma? Para os fins do art. 157, 2, I, podem ser includos no conceito de arma:

    a arma de fogo;

    a arma branca (considerada arma imprpria), como faca, faco, canivete;

    e quaisquer outros "artefatos" capazes de causar dano integridade fsica do ser humano ou de coisas, como por exemplo uma garrafa de vidro quebrada, um garfo, um espeto de churrasco, uma chave de fenda etc.

    2) Se o agente emprega no roubo uma arma de brinquedo, haver a referida causa de aumento? NO. At 2002, prevalecia que sim. Havia at a Smula 174 do STJ afirmando isso. Contudo, essa smula foi cancelada, de modo que, atualmente, no crime de roubo, a intimidao feita com arma de brinquedo no autoriza o aumento da pena. 3) necessrio que a arma utilizada no roubo seja apreendida e periciada para que incida a majorante? NO. O reconhecimento da causa de aumento prevista no art. 157, 2, I, do Cdigo Penal prescinde (dispensa) da apreenso e da realizao de percia na arma, desde que provado o seu uso no roubo por outros meios de prova. Se o acusado alegar o contrrio ou sustentar a ausncia de potencial lesivo na arma empregada para intimidar a vtima, ser dele o nus de produzir tal prova, nos termos do art. 156 do Cdigo de Processo Penal. 4) Se, aps o roubo, foi constatado que a arma empregada pelo agente apresentava defeito, incide mesmo assim a majorante? Depende:

    Se o defeito faz com que o instrumento utilizado pelo agente seja absolutamente ineficaz, no incide a majorante. Ex: revlver que no possui mecanismo necessrio para efetuar disparos. Nesse caso, o revlver defeituoso servir apenas como meio para causar a grave ameaa vtima, conforme exige o caput do art. 157, sendo o crime o de roubo simples;

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    Se o defeito faz com que o instrumento utilizado pelo agente seja relativamente ineficaz, INCIDE a majorante. Ex: revlver que algumas vezes trava e no dispara. Nesse caso, o revlver, mesmo defeituoso, continua tendo potencialidade lesiva, de sorte que poder causar danos integridade fsica, sendo, portanto, o crime o de roubo circunstanciado.

    5) O Ministrio Pblico que deve provar que a arma utilizada estava em perfeitas condies de uso? NO. Cabe ao ru, se assim for do seu interesse, demonstrar que a arma desprovida de potencial lesivo, como na hiptese de utilizao de arma de brinquedo, arma defeituosa ou arma incapaz de produzir leso (STJ EREsp 961.863/RS). 6) Se, aps o roubo, foi constatado que a arma estava desmuniciada no momento do crime, incide mesmo assim a majorante? NO. A utilizao de arma desmuniciada, como forma de intimidar a vtima do delito de roubo, caracteriza o emprego de violncia, porm, no permite o reconhecimento da majorante de pena, j que esta est vinculada ao potencial lesivo do instrumento, pericialmente comprovado como ausente no caso, dada a sua ineficcia para a realizao de disparos (STJ HC 190.067/MS). 7) Alm do roubo qualificado, o agente responder tambm pelo porte ilegal de arma de fogo (art. 14 ou

    16, da Lei n. 10.826/2003)? Em regra, no. Geralmente, o crime de porte ilegal de arma de fogo absorvido pelo crime de roubo circunstanciado. Aplica-se o princpio da consuno, considerando que o porte ilegal de arma de fogo funciona como crime meio para a prtica do roubo (crime fim), sendo por este absorvido. Voc poder encontrar assim no concurso: (Promotor/MPRO 2010) O delito de roubo majorado por uso de arma absorve o delito de porte de arma (afirmativa CORRETA). A conduta de portar arma ilegalmente absorvida pelo crime de roubo, quando, ao longo da instruo criminal, restar evidenciado o nexo de dependncia ou de subordinao entre as duas condutas e que os delitos foram praticados em um mesmo contexto ftico, incidindo, assim, o princpio da consuno (STJ HC 178.561/DF). No entanto, poder haver condenao pelo crime de porte em concurso material com o roubo se ficar provado nos autos que o agente portava ilegalmente a arma de fogo em outras oportunidades antes ou depois do crime de roubo e que ele no se utilizou da arma to somente para cometer o crime patrimonial. Ex: Tcio, s 13h, mediante emprego de um revlver, praticou roubo contra Caio, que estava na parada de nibus (art. 157, 2, I, CP). No mesmo dia, por volta das 14h 30min, em uma blitz de rotina da polcia (sem que os policiais soubessem do roubo ocorrido), Ticio foi preso com os pertences da vtima e com o revlver empregado no assalto. Em um caso semelhante a esse, a 5 Turma do STJ reconheceu o concurso

    material entre o roubo e o delito do art. 14, da Lei n. 10.826/2003, afastando o princpio da consuno. Veja trechos da ementa desse julgado mencionado acima:

    1. O princpio da consuno aplicado para resolver o conflito aparente de normas penais quando um crime menos grave meio necessrio ou fase de preparao ou de execuo do delito de alcance mais amplo, de tal sorte que o agente s ser responsabilizado pelo ltimo, desde que se constate uma relao de dependncia entre as condutas praticadas (Precedentes STJ). 2. No caso em apreo, observa-se que o crime de porte ilegal de arma de fogo ocorreu em circunstncia ftica distinta ao do crime de roubo majorado, porquanto os pacientes foram presos em flagrante na posse do referido instrumento em momento posterior prtica do crime contra o patrimnio, logo, em se tratando de delitos autnomos, no h que se falar em aplicao do princpio da consuno. (...) (HC 199.031/RJ, Rel. Ministro Jorge Mussi, 5 Turma, julgado em 21/06/2011)

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    Outro julgado recente do STF no mesmo sentido:

    1. Caso no qual o acusado foi preso portando ilegalmente arma de fogo, usada tambm em crime de roubo trs dias antes. Condutas autnomas, com violao de diferentes bens jurdicos em cada uma delas. 2. Inocorrente o esgotamento do dano social no crime de roubo, ante a violao posterior da incolumidade pblica pelo porte ilegal de arma de fogo, no h falar em aplicao do princpio da consuno. (...) (RHC 106067, Relatora Min. Rosa Weber, 1 Turma, julgado em 26/06/2012)

    DIREITO PROCESSUAL PENAL LEI 12.736/2012

    A Lei n. 12.736/2012 estabeleceu que o exame da detrao deve ser feito j pelo juiz do processo de conhecimento, ou seja, pelo magistrado que condenar o ru. Dessa forma, foi imposto um novo dever ao juiz na sentena condenatria, qual seja, o de analisar se o ru ficou preso provisoriamente, preso administrativamente ou internado no curso do processo e, caso tenha ficado, esse tempo dever ser descontado, pelo magistrado, da pena imposta ao condenado. Quadro comparativo:

    ANTES da Lei n. 12.736/2012 DEPOIS da Lei n. 12.736/2012

    A detrao era realizada pelo juiz das execues penais.

    A detrao realizada pelo juiz do processo de conhecimento, no momento em que proferir a sentena condenatria. Obs: o juzo das execues penais continua tendo a possibilidade de fazer a detrao, mas de forma subsidiria.

    Na prolao da sentena, o juiz no examinava se o condenado possua direito detrao.

    Na prolao da sentena, o juiz tem o dever de fazer a detrao.

    O regime inicial de cumprimento da pena era fixado com base na pena total imposta (sem considerar eventual direito detrao).

    Na fixao do regime inicial o juiz dever descontar, da pena imposta, o tempo de priso provisria, de priso administrativa ou de internao do condenado.

    LEI 12.961/2014 (DESTRUIO DE DROGAS APREENDIDAS) Veja comentrios no site.

    possvel que a autoridade policial realize a conduo coercitiva do investigado at a Delegacia de Polcia para que preste esclarecimentos. STF. 1 Turma. HC 107644/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 6.9.2011.

    O Ministrio Pblico pode realizar diretamente a investigao de crimes. No exerccio de investigao criminal, o membro do Ministrio Pblico pode requerer ao juzo a interceptao telefnica dos investigados. A eventual escuta e posterior transcrio das interceptaes pelos servidores do Ministrio Pblico no tm o condo de macular a mencionada prova, pois no passa de mera diviso de tarefas dentro do prprio rgo, o que no retira do membro que conduz a investigao a responsabilidade pela conduo das diligncias. STJ. 5 Turma. HC 244.554-SP, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 9/10/2012.

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    Nos crimes de autoria coletiva, no necessria a descrio MINUCIOSA e INDIVIDUALIZADA da ao de cada acusado. Basta que o MP narre as condutas delituosas e a suposta autoria, com elementos suficientes para garantir o direito ampla defesa e ao contraditrio. Embora no seja necessria a descrio PORMENORIZADA da conduta de cada denunciado, o Ministrio Pblico deve narrar qual o vnculo entre o denunciado e o crime a ele imputado, sob pena de ser a denncia inepta. STJ. 5 Turma. HC 214.861-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 28/2/2012.

    Determinada pessoa comete peculato (art. 312 do CP) contra a Administrao Pblica estadual, apropriando-se indevidamente de certas quantias, delito de competncia da Justia Estadual. Esse indivduo omite o recebimento de tais rendimentos na declarao do imposto de renda, cometendo,

    assim, crime de sonegao fiscal (art. 1, I, da Lei n. 8.137/90), de competncia da Justia Federal. Entre esses dois delitos h uma conexo instrumental, probatria ou processual (art. 76, III, do CPP), razo pela qual devero ser julgados conjuntamente. Compete Justia Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competncia federal e estadual (Smula 122 do STJ). de se ressaltar que a competncia da Justia Federal permanece mesmo estando a ao penal pelo crime contra a ordem tributria suspensa, em razo da adeso ao REFIS (parcelamento da dvida tributria), porquanto aplica-se, por analogia, o disposto no art. 81, caput, do CPP. STJ. 3 Seo. CC 121.022-AC, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 10/10/2012.

    Imagine que X foi preso trazendo mercadoria proibida do exterior (contrabando) e, durante a busca, foi encontrado um revlver que lhe pertencia. No h conexo entre estes crimes. Logo, devero ser julgados separadamente. Assim, o contrabando ser julgado pela Justia Federal e o porte de arma de fogo pela Justia Estadual. STJ. 3 Seo. CC 120.630-PR, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ-PE), julgado em 24/10/2012.

    Imagine que A foi preso trazendo consigo maconha e dinheiro falso. No h conexo entre estes crimes. Logo, devero ser julgados separadamente. Assim, o trfico de drogas ser julgado pela Justia Estadual e o delito de moeda falsa pela Justia Federal. STJ. 3 Seo. CC 116.527-BA, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 11/4/2012.

    A competncia da Justia Federal para processar e julgar aes penais de delitos praticados contra indgena somente ocorre quando o processo versa sobre questes ligadas cultura e aos direitos sobre suas terras, ou, ainda, na hiptese de genocdio. STJ. 3 Seo. CC 38.517-RS, Rel. Min. Assusete Magalhes, julgado em 24/10/2012.

    Crimes contra a honra praticados pelas redes sociais da internet: competncia da JUSTIA ESTADUAL (regra geral) STJ. CC 121.431-SE, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 11/4/2012.

    Divulgao de imagens pornogrficas de crianas e adolescentes em pgina da internet: competncia da JUSTIA FEDERAL STJ. 3 Seo. CC 120.999-CE, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ-PE), julgado em 24/10/2012.

    Troca, por e-mail, de imagens pornogrficas de crianas entre duas pessoas residentes no Brasil: competncia da JUSTIA ESTADUAL

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    STJ. 3 Seo. CC 121215/PR, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ/PE), julgado em 12/12/2012.

    Crime de reduo condio anloga de escravo: competncia da Justia Federal. RE 541627, Relatora Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, julgado em 14/10/2008.

    Compete Justia Estadual (e no Justia Federal) processar e julgar crime de estelionato cometido por particular contra particular, ainda que a vtima resida no estrangeiro, na hiptese em que, alm de os atos de execuo do suposto crime terem ocorrido no Brasil, no exista qualquer leso a bens, servios ou interesses da Unio. STJ. 3 Seo. CC 125.237-SP, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 4/2/2013.

    Competncia no caso de aes envolvendo o FUNDEF I Ao PENAL: a competncia ser sempre da Justia Federal. II Ao de IMPROBIDADE: Se houve complementao de recursos pela Unio: competncia da Justia Federal. Se no houve complementao de recursos pela Unio: competncia da Justia Estadual. STF. 2 Turma. HC 100772/GO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 22/11/2011. STJ. 3 Seo. CC 123.817-PB, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 12/9/2012.

    A competncia para o processo e julgamento de crimes contra a sade pblica, dentre eles o art. 273, 1-B, I, do CP concorrente aos entes da Federao (Unio e Estados). Somente se constatada a internacionalidade da conduta, firma-se a competncia da Justia Federal para o cometimento e processamento do feito. STJ. 3 Seo. CC 119.594-PR, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ-PE), julgado em 12/9/2012.

    Em regra, cabe Justia Estadual processar e julgar os crimes contra o meio ambiente, excetuando-se apenas os casos em que se demonstre interesse jurdico direto e especfico da Unio, suas autarquias e fundaes. STJ. 3 Seo. AgRg no CC 115.159-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/6/2012.

    O ru, por meio de fraude, obteve, para si, um benefcio previdencirio que era pago em agncia do INSS localizada no Estado A. Depois de algum tempo recebendo, o benefcio foi transferido para uma agncia do INSS no Estado B, quando, ento, foi descoberta a fraude. A competncia para julgar este estelionato previdencirio ser da Justia Federal do Estado A. Segundo decidiu o STJ, no caso de ao penal destinada apurao de estelionato praticado mediante fraude para a concesso de aposentadoria, competente o juzo do lugar em que situada a agncia onde inicialmente recebido o benefcio, ainda que este, posteriormente, tenha passado a ser recebido em agncia localizada em municpio sujeito a jurisdio diversa. STJ. 3 Seo. CC 125.023-DF, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 13/3/2013.

    A competncia originria por prerrogativa de funo dos titulares de mandatos eletivos firma-se a partir da diplomao. STJ. 5 Turma. HC 233.832-PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/9/2012.

    O foro especial por prerrogativa de funo no se estende a magistrados aposentados. Desse modo, aps se aposentar, o magistrado (seja ele juiz, Desembargador, Ministro) perde o direito ao foro por prerrogativa de funo, mesmo que o fato delituoso tenha ocorrido quando ele ainda era magistrado. Assim, dever ser julgado pela 1 instncia.

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    STF. Plenrio. RE 549560/CE, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 22/3/2012.

    vlida a descoberta da autoria de crimes praticados pela internet mediante acesso, pelas autoridades, a dados mantidos em computador de lan house utilizado pelo agente. Vale ressaltar que o acesso ao computador no revelou o contedo da comunicao criminosa, mas somente quem foi o autor das comunicaes. O teor das correspondncias j tinha sido tornado pblico pelas pessoas que receberam as mensagens e as mostraram s autoridades. No necessria prvia ordem judicial e consentimento do usurio temporrio do computador quando, cumulativamente, o acesso pela investigao no envolve o prprio contedo da comunicao e autorizado pelo proprietrio da lan house, uma vez que este quem possui a disponibilidade dos dados neles contidos. STF. 1 Turma. HC 103425/AM, rel. Min. Rosa Weber, 26/6/2012.

    No necessrio mandado judicial para que seja realizada a busca por objetos em interior de veculo de propriedade do investigado quando houver fundadas suspeitas de que a pessoa esteja na posse de material que possa constituir corpo de delito. Ser, no entanto, indispensvel o mandado quando o veculo for utilizado para moradia do investigado, como o caso de cabines de caminho, barcos, trailers. STJ. 6 Turma. HC 216.437-DF, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 20/9/2012.

    Os 6 e 7 do art. 7 do Estatuto da OAB preveem que documentos, mdias e objetos pertencentes a clientes do advogado investigado, bem como demais instrumentos de trabalho que contenham informaes sobre clientes, somente podero ser utilizados caso estes clientes estejam sendo formalmente investigados como partcipes ou coautores pela prtica do mesmo crime que deu causa quebra de inviolabilidade. STJ. 6 Turma. HC 227.799-RS, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 10/4/2012.

    ilcita a gravao de conversa informal entre os policiais e o conduzido ocorrida quando da lavratura do auto de priso em flagrante, se no houver prvia comunicao do direito de permanecer em silncio. STJ. 6 Turma. HC 244.977-SC, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 25/9/2012.

    Se o ru confessa o crime, mas suas declaraes no representam efetiva colaborao com a investigao policial e com o processo criminal nem fornecem informaes eficazes para a descoberta da trama delituosa, ele no ter direito ao benefcio da delao premiada. STJ. 6 Turma. HC 174.286-DF, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 10/4/2012.

    A interceptao telefnica subsidiria e excepcional, s podendo ser determinada quando no houver outro meio para se apurar os fatos tidos por criminosos, nos termos do art. 2, inc. II, da Lei n. 9.296/1996. Desse modo, ilegal que a interceptao telefnica seja determinada apenas com base em denncia annima. STF. Segunda Turma. HC 108147/PR, rel. Min. Crmen Lcia, 11/12/2012.

    Se uma autoridade com foro privativo mantm contato telefnico com pessoa que est com seu telefone grampeado por deciso de juiz de 1 instncia, a gravao dessas conversas NO nula por violao ao foro por prerrogativa de funo considerando que no era a autoridade quem estava sendo interceptada. STJ. 6 Turma. HC 227.263-RJ, Rel. Min. Vasco Della Giustina (Des. convocado do TJ-RS), julgado em 27/3/2012.

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    Segundo o art. 6, da Lei n. 9.296/96, os procedimentos de interceptao telefnica sero conduzidos pela autoridade policial (Delegado de Polcia Civil ou Federal). O STJ e o STF, contudo, entendem que tal acompanhamento poder ser feito por outros rgos, como, por exemplo, a polcia militar (o que ocorreu no caso concreto), no sendo atribuio exclusiva da autoridade policial. STF. 2 Turma. HC 96986/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 15/5/2012.

    Em relao s interceptaes telefnicas, o prazo de 15 dias, previsto na Lei n 9.296/96, contado a partir do dia em que se iniciou a escuta telefnica e no da data da deciso judicial. STJ. 6 Turma. HC 113.477-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 20/3/2012.

    I As interceptaes telefnicas podem ser prorrogadas sucessivas vezes pelo tempo necessrio, especialmente quando o caso for complexo e a prova indispensvel. II A fundamentao da prorrogao pode manter-se idntica do pedido original, pois a repetio das razes que justificaram a escuta no constitui, por si s, ilicitude. STJ. 5 Turma. HC 143.805-SP, Rel. originrio Min. Adilson Vieira Macabu (Desembargador Convocado do TJRJ), Rel. para o acrdo Min. Gilson Dipp, julgado em 14/2/2012.

    No necessria a transcrio integral dos dilogos captados por meio de interceptao telefnica. Basta que sejam transcritos os trechos necessrios ao embasamento da denncia oferecida e que seja entregue defesa todo o contedo das gravaes em mdia eletrnica. No entanto, no haver, em princpio, qualquer irregularidade caso o juiz da causa entenda pertinente a degravao de todas as conversas e determine a sua juntada aos autos. STF. Plenrio. AP 508 AgR/AP, rel. Min. Marco Aurlio, 7/2/2013.

    inconstitucional o art. 44 da Lei n. 11.343/2006 na parte em que probe a liberdade provisria para os crimes de trfico de drogas. Assim, permitida a liberdade provisria para o trfico de drogas, desde que ausentes os requisitos do art. 312 do CPP. STF. Plenrio. HC 104339/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 10/5/2012.

    A fuga do acusado do distrito da culpa fundamentao suficiente para a manuteno da custdia preventiva ordenada para garantir a aplicao da lei penal. STJ. 5 Turma. HC 239.269-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 13/11/2012.

    Determinado juiz decreta a interceptao telefnica dos investigados e, posteriormente, chega-se concluso de que o juzo competente para a medida era o Tribunal. Esta prova colhida ilcita? No necessariamente. A prova obtida poder ser ratificada se ficar demonstrado que a interceptao foi decretada pelo juzo aparentemente competente. No ilcita a interceptao telefnica autorizada por magistrado aparentemente competente ao tempo da deciso e que, posteriormente, venha a ser declarado incompetente. Trata-se da aplicao da chamada teoria do juzo aparente. STF. 2 Turma. HC 110496/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 9/4/2013.

    No h nulidade processual na recusa do juiz em retirar as algemas do acusado durante a audincia de instruo e julgamento, desde que devidamente justificada a negativa. STJ. 6 Turma. HC 140.718-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 16/10/2012. Sequestro uma medida cautelar, de natureza patrimonial, cabvel no processo penal, por meio da qual o juiz determina a reteno dos bens adquiridos pelo investigado ou acusado com os proventos (lucros) do crime.

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    No acarreta nulidade o deferimento de medida cautelar patrimonial de sequestro sem anterior intimao da defesa. Na hiptese de sequestro, o contraditrio ser diferido em prol da integridade do patrimnio e contra a sua eventual dissipao. Nesse caso, no se caracteriza qualquer cerceamento defesa, que tem a oportunidade de impugnar a determinao judicial, utilizando os instrumentos processuais previstos na lei para tanto. STJ. 6 Turma. RMS 30.172-MT, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 4/12/2012.

    possvel a propositura de ao penal quando descumpridas as condies impostas em transao penal. STJ. 6 Turma. HC 217.659-MS, Rel. originria Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para acrdo Min. Og Fernandes, julgado em 1/3/2012.

    indevida a manuteno, na folha de antecedentes criminais, de dados referentes a processos nos quais foi reconhecida a extino da pretenso punitiva estatal. O reconhecimento do advento da prescrio da pretenso punitiva, com a consequente extino da punibilidade, originou ao patrimnio libertrio do recorrente o direito excluso de dados junto aos rgos de persecuo, restando s instituies de registros judiciais a determinao do efetivo sigilo. STJ. 6 Turma. RMS 29.273-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 20/9/2012.

    No processo CIVIL, o MP e a Defensoria Pblica possuem algum benefcio de prazo?

    MP: SIM Defensoria Pblica: SIM

    Prazo em qudruplo para contestar.

    Prazo em dobro para recorrer.

    Fundamento: art. 188 do CPC.

    Contam-se em dobro todos os seus prazos.

    Fundamento: LC 80/94.

    No processo PENAL, o MP e a Defensoria Pblica possuem algum benefcio de prazo?

    MP: NO Defensoria Pblica: SIM

    Em matria penal, o MP no possui prazo recursal em dobro (STJ EREsp 1.187.916-SP, j. em 27/11/2013).

    Tambm em matria penal, so contados em dobro todos os prazos da DP (STJ AgRg no AgRg no HC 146.823, j. em 03/09/2013).

    Reconhecimento da inimputabilidade penal pelo juiz togado na absolvio sumria da 1 fase do procedimento do Tribunal do Jri

    No procedimento do Tribunal do Jri, o juiz pode, na fase do art. 415 do CPP, efetivar a absolvio imprpria do acusado inimputvel, na hiptese em que, alm da tese de inimputabilidade, a defesa apenas sustente por meio de alegaes genricas que no h nos autos comprovao da culpabilidade e do dolo do ru, sem qualquer exposio dos fundamentos que sustentariam esta tese. STJ. 5 Turma. REsp 39.920-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 6/2/2014.

    No procedimento da Lei de Drogas, o interrogatrio continua sendo o primeiro ato da audincia

    No julgamento dos crimes previstos na Lei 11.343/2006, legtimo que o interrogatrio do ru seja realizado antes da oitiva das testemunhas. STJ. 6 Turma. HC 245.752-SP, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 20/2/2014.

    JULGADOS SOBRE EXECUO PENAL PROGRESSO PARA O REGIME ABERTO

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    O art. 114, inciso I, da Lei de Execues Penais, exige do condenado, para a progresso ao regime aberto, a comprovao de trabalho ou a possibilidade imediata de faz-lo. Segundo a 5 Turma do STJ, esta regra deve ser interpretada com temperamentos, pois a realidade mostra que, estando a pessoa presa, raramente ela possui condies de, desde logo, comprovar a existncia de proposta efetiva de emprego ou de demonstrar estar trabalhando, por meio de apresentao de carteira assinada. Desse modo, possvel a progresso mesmo sem o cumprimento desse requisito, devendo o apenado, aps conseguir a progresso, demonstrar que conseguiu a ocupao lcita, sob pena de ser cassado o benefcio. STJ. 5 Turma. HC 229.494-RJ, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 11/9/2012.

    CONDIES ESPECIAIS PARA A PROGRESSO AO REGIME ABERTO

    Smula 493-STJ: inadmissvel a fixao de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condio especial ao regime aberto.

    NO SE ADMITE A PROGRESSO PER SALTUM Progresso per saltum significa a possibilidade do apenado que est cumprindo pena no regime fechado progredir diretamente para o regime aberto, ou seja, sem passar antes pelo semiaberto. A jurisprudncia do STF e do STJ afirmam que a progresso per saltum no possvel na execuo penal. Assim, se o apenado est cumprindo pena no regime fechado, ele no poder ir diretamente para o regime aberto, mesmo que tenha, em tese, preenchidos os requisitos para tanto. O STJ editou a Smula 491 veiculando este entendimento. Smula 491-STJ: inadmissvel a chamada progresso per saltum de regime prisional. STJ. 3 Seo, DJe 13/8/2012

    PRTICA DE FALTA GRAVE E INTERRUPO DA CONTAGEM DO TEMPO PARA A PROGRESSO

    O cometimento de falta disciplinar grave pelo apenado determina a interrupo do prazo para a concesso da progresso de regime prisional. (STJ. 3 Seo. EREsp. 1.176.486-SP, Rel. Min. Napoleo Nunes Maia Filho, julgados em 28/3/2012).

    Falta grave e livramento condicional Vale ressaltar que, no caso do livramento condicional, a falta grave no interrompe o prazo para obteno do benefcio. Smula 441-STJ: A falta grave no interrompe o prazo para obteno de livramento condicional. REVOGAO DO TEMPO REMIDO EM CASO DE FALTA GRAVE

    O art. 127 da LEP determina que, em caso de falta grave, o juiz poder revogar, no mximo, at 1/3 (um tero) do tempo remido. Da leitura desse dispositivo legal se infere que o legislador pretendeu limitar somente a revogao DOS DIAS REMIDOS (benefcio da remio), razo pela qual no merece acolhida a pretenso de se estender o referido limite aos demais benefcios da execuo. STF. 2 Turma. HC 110921/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 22/5/2012.

    SOBREVINDO NOVA CONDENAO A CONTAGEM DO PRAZO PARA OS BENEFCIOS INTERROMPIDA

    Sobrevindo nova condenao ao apenado no curso da execuo, a contagem do prazo para concesso de benefcios interrompida, devendo ser feito novo clculo com base no somatrio das penas restantes a serem cumpridas. STJ. HC 210.637-MA, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 6/3/2012.

    IMPOSSIBILIDADE DE EXECUO PROVISRIA DA MEDIDA DE SEGURANA

    A medida de segurana se insere no gnero sano penal, do qual figura como espcie, ao lado da pena. Logo, no cabvel a execuo provisria (antecipada) da medida de segurana, semelhana do que ocorre com a pena aplicada aos imputveis. (STJ. 5 Turma. HC 226.014-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, em 19/4/2012).

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    AUSNCA DE VAGA EM HOSPITAL DE CUSTDIA

    ilegal a manuteno da priso de acusado que vem a receber medida de segurana de internao ao final do processo, ainda que se alegue ausncia de vagas em estabelecimentos hospitalares adequados realizao do tratamento. STJ. 6 Turma. RHC 38.499-SP, Rel. Min. Maria Thereza De Assis Moura, julgado em 11/3/2014.

    DURAO DA MEDIDA DE SEGURANA

    Em se tratando de medida de segurana aplicada em substituio pena corporal, prevista no art. 183 da Lei de Execuo Penal, sua durao est adstrita ao tempo que resta para o cumprimento da pena privativa de liberdade estabelecida na sentena condenatria, sob pena de ofensa coisa julgada. STJ. 6 Turma. HC 130.162-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 2/8/2012.

    INDULTO

    No possvel a concesso de indulto a ru condenado por trfico ilcito de drogas, ainda que tenha sido aplicada a causa de diminuio de pena prevista no art. 33, 4, da Lei 11.343/06. STJ. 6 Turma. HC 167.825-MS, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Des. cov. TJ-PE), em 16/8/2012.

    DIREITO CIVIL

    NOME DA PESSOA NATURAL Conceito de nome O nome da pessoa fsica um sinal (elemento de identificao) que individualiza a pessoa, fazendo com que ela seja diferenciada dos demais membros da famlia e da sociedade.

    Importncia A pessoa, ao praticar os atos da vida civil, identifica-se por meio do nome que lhe foi atribudo no registro de nascimento. Desse modo, toda pessoa tem que ter, obrigatoriamente, um nome. A pessoa recebe o nome ao nascer e este a acompanha mesmo depois da sua morte, considerando que ser sempre identificada por esse sinal (exs: inventrio, direitos autorais). Veremos mais frente que, em alguns casos, possvel a mudana do nome, mas de forma excepcional.

    Natureza jurdica (teorias sobre o nome) Existem quatro principais teorias que explicam a natureza jurdica do nome: a) Teoria da propriedade: segundo esta concepo, o nome integra o patrimnio da pessoa. Essa teoria

    aplicada no caso dos nomes empresariais. No que tange pessoa natural, o nome mais do que o mero aspecto patrimonial, consistindo, na verdade, em direito da personalidade.

    b) Teoria negativista: afirma que o nome no um direito, mas apenas uma forma de designao das pessoas. A doutrina relata que era a posio adotada por Clvis Bevilqua.

    c) Teoria do estado: sustenta que o nome um elemento do estado da pessoa natural. d) Teoria do direito da personalidade: o nome um direito da personalidade. a teoria adotada pelo CC

    (art. 16): toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.

    Proteo do nome O direito ao nome protegido, dentre outros, pelos seguintes diplomas: Conveno Americana de Direitos Humanos (art. 18). Conveno dos Direitos da Criana (art. 7). Cdigo Civil (art. 16). Princpio da imutabilidade relativa do nome Em regra, o nome imutvel. o chamado princpio da imutabilidade relativa do nome civil.

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    A regra da inalterabilidade relativa do nome civil preconiza que o nome (prenome e sobrenome), estabelecido por ocasio do nascimento, reveste-se de definitividade, admitindo-se sua modificao, excepcionalmente, nas hipteses expressamente previstas em lei ou reconhecidas como excepcionais por deciso judicial (art. 57, Lei 6.015/75), exigindo-se, para tanto, justo motivo e ausncia de prejuzo a terceiros (REsp 1138103/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, Quarta Turma, julgado em 06/09/2011). Vejamos as excees em que a alterao do nome permitida. 1) No primeiro ano aps atingir a maioridade civil

    Previsto no art. 56 da Lei de Registros Pblicos (Lei n. 6.015/73):

    Art. 56. O interessado, no primeiro ano aps ter atingido a maioridade civil, poder, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que no prejudique os apelidos de famlia, averbando-se a alterao que ser publicada pela imprensa.

    Observaes:

    feito mediante processo administrativo.

    Dever haver um requerimento, de forma pessoal ou por procurao, por parte do interessado.

    No necessrio que tal formulao seja feita por meio de advogado.

    No precisa ser declarado nenhum motivo (trata-se de possibilidade de troca imotivada);

    No pode prejudicar os apelidos de famlia (patronmicos);

    Ser averbada a alterao no registro de nascimento e publicada pela imprensa. 2) Retificao de erros que no exijam qualquer indagao para sua constatao imediata Previsto no art. 110 da LRP:

    Art. 110. Os erros que no exijam qualquer indagao para a constatao imediata de necessidade de sua correo podero ser corrigidos de ofcio pelo oficial de registro no prprio cartrio onde se encontrar o assentamento, mediante petio assinada pelo interessado, representante legal ou procurador, independentemente de pagamento de selos e taxas, aps manifestao conclusiva do Ministrio Pblico. 1 Recebido o requerimento instrudo com os documentos que comprovem o erro, o oficial submet-lo- ao rgo do Ministrio Pblico que o despachar em 5 (cinco) dias. 2 Quando a prova depender de dados existentes no prprio cartrio, poder o oficial certific-lo nos autos. 3 Entendendo o rgo do Ministrio Pblico que o pedido exige maior indagao, requerer ao juiz a distribuio dos autos a um dos cartrios da circunscrio, caso em que se processar a retificao, com assistncia de advogado, observado o rito sumarssimo. 4 Deferido o pedido, o oficial averbar a retificao margem do registro, mencionando o nmero do protocolo e a data da sentena e seu trnsito em julgado, quando for o caso.

    Observaes:

    feito mediante processo administrativo;

    Os erros a serem corrigidos so aqueles facilmente perceptveis, ou seja, que no exigem qualquer indagao para a sua constatao imediata. Tais erros podero ser corrigidos de ofcio pelo Oficial no prprio cartrio, mediante petio assinada pelo interessado, representante legal ou procurador;

    O interessado no precisa de advogado;

    O interessado no paga selos ou taxas;

    indispensvel a prvia manifestao do MP (prazo: 5 dias);

    O Oficial pode certificar informaes a fim de produzir a prova necessria retificao;

    Se o MP entender que o pedido exige maior indagao, requerer ao juiz a distribuio dos autos, situao em que o processo administrativo ser transformado em judicial (com a necessria assistncia de advogado). O rito o sumarssimo;

    Exemplo dessa retificao: o nome do rapaz consta como Renata, ao invs de Renato.

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    3) Acrscimo ou substituio por apelidos pblicos notrios Previsto no art. 58 da LRP:

    Art. 58. O prenome ser definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substituio por apelidos pblicos notrios.

    Obs: deve ser feito por meio de ao judicial. 4) Averbao do nome abreviado, usado como firma comercial ou em atividade profissional Previsto no 1 do art. 57 da LRP:

    Art. 57 (...) 1 Poder, tambm, ser averbado, nos mesmos termos, o nome abreviado, usado como firma comercial registrada ou em qualquer atividade profissional.

    5) Enteado pode adotar o sobrenome do padrasto Previsto no 8 do art. 57 da LRP:

    Art. 57 (...) 8 O enteado ou a enteada, havendo motivo pondervel e na forma dos 2 e 7 deste artigo, poder requerer ao juiz competente que, no registro de nascimento, seja averbado o nome de famlia de seu padrasto ou de sua madrasta, desde que haja expressa concordncia destes, sem prejuzo de seus apelidos de famlia.

    Observaes:

    Deve haver motivo pondervel;

    O requerimento feito ao juiz;

    Ser averbado o nome de famlia do padrasto ou madrasta;

    indispensvel que haja a concordncia expressa do padrasto ou madrasta;

    No pode haver prejuzo aos apelidos de famlia do enteado.

    6) Pessoas includas no programa de proteo a vtimas e testemunhas

    Previsto no 7 do art. 57 da LRP e no art. 9 da Lei n. 9.807/99:

    Art. 57 (...) 7 Quando a alterao de nome for concedida em razo de fundada coao ou ameaa decorrente de colaborao com a apurao de crime, o juiz competente determinar que haja a averbao no registro de origem de meno da existncia de sentena concessiva da alterao, sem a averbao do nome alterado, que somente poder ser procedida mediante determinao posterior, que levar em considerao a cessao da coao ou ameaa que deu causa alterao.

    7) Por via judicial, com motivo declarado, por sentena, aps oitiva do MP Previsto no caput do art. 57 da LRP:

    Art. 57. A alterao posterior de nome, somente por exceo e motivadamente, aps audincia do Ministrio Pblico, ser permitida por sentena do juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alterao pela imprensa, ressalvada a hiptese do art. 110 desta Lei.

    Observaes:

    Processo judicial de jurisdio voluntria;

    Obrigatria a oitiva do MP;

    Decidido pelo juiz por sentena;

    Ser competente o juiz a que estiver sujeito o registro;

    Arquiva-se o mandado no Registro Civil de Pessoas Naturais;

    Publica-se a alterao pela imprensa; Exemplos de alterao do nome com base nesse art. 57: Alterar o prenome caso exponha seu portador ao ridculo;

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    Retificar o patronmico constante do registro para obter a nacionalidade de outro pas (o STJ j reconheceu o direito de suprimir incorrees na grafia do patronmico para que a pessoa pudesse obter a cidadania italiana. REsp 1138103/PR)

    Alterar o nome em virtude de cirurgia de retificao de sexo. 8) Casamento Segundo o CC-2002, o cnjuge pode acrescentar sobrenome do outro. Tanto a mulher pode acrescentar o do marido, como o marido o da mulher.

    CC-2002/Art. 1.565 (...) 1 Qualquer dos nubentes, querendo, poder acrescer ao seu o sobrenome do outro.

    Em regra, o sobrenome do marido/esposa acrescido no momento do matrimnio, sendo essa providncia requerida j no processo de habilitao do casamento. Imagine agora a seguinte situao: marido e mulher se casaram e, no momento da habilitao do casamento, no requereram a alterao do nome. possvel que, posteriormente, um possa acrescentar o sobrenome do outro? SIM. A 4 Turma do STJ decidiu que aos cnjuges permitido incluir ao seu nome o sobrenome do outro, ainda que aps a data da celebrao do casamento. Vale ressaltar, no entanto, que esse acrscimo ter que ser feito por intermdio da ao de retificao de registros pblicos, nos termos dos arts. 57 e 109 da Lei de Registros Pblicos (Lei n. 6.015/1973). Assim, no ser possvel a alterao pela via administrativa, mas somente em juzo. STJ. 4 Turma. REsp 910.094-SC, Rel. Raul Arajo, julgado em 4/9/2012. Exemplo: Ricardo Oliveira casou-se com Izabel Fontana. No processo de habilitao, no foi solicitada a mudana de nome. Desse modo, aps o casamento, os nomes permaneceram iguais aos de solteiro. Ocorre que, aps 5 anos de casada, Izabel decide acrescentar o patronmico de seu marido. Para tanto, Izabel procura o Cartrio (Registro Civil) onde foi lavrada sua certido de casamento e pede essa providncia ao Registrador Civil. Este poder fazer essa incluso? NO. Izabel e Ricardo devero procurar um advogado e este ajuizar uma ao de retificao de registro pblico, com base nos art. 57 e 109 da LRP, expondo a situao. O juiz, aps ouvir o Ministrio Pblico, poder determinar que Izabel inclua em seu nome o patronmico de seu marido, passando a se chamar Izabel Fontana Oliveira. 9) Unio estvel Se duas pessoas vivem em unio estvel, possvel incluir o patronmico de um deles no nome do outro? Ex: Carlos Andrade vive em unio estvel com Juliana Barbosa. permitido que Juliana acrescente o patronmico de seu companheiro e passe a se chamar Juliana Barbosa Andrade? SIM, tambm possvel, conforme entendeu o STJ. Foi aplicado, por analogia, o art. 1.565, 1 do CC, visto acima, que trata sobre o casamento. Como a unio estvel e o casamento so institutos semelhantes, possvel aplicar a regra de um para o outro, pois onde impera a mesma razo, deve prevalecer a mesma deciso (ubi eadem legis ratio ibi eadem dispositio). STJ. 4 Turma. REsp 1.206.656GO, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/10/2012. Exigncias para o acrscimo do patronmico do companheiro: Segundo decidiu o STJ, so feitas duas exigncias para que a pessoa possa adotar o patronmico de seu companheiro:

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    a) Dever existir prova documental da relao feita por instrumento pblico; b) Dever haver a anuncia do companheiro cujo nome ser adotado. 10) Separao/Divrcio Regra: na separao e no divrcio, o nome mantido, salvo se a pessoa que acrescentou o sobrenome de seu cnjuge desejar retir-lo. Exceo: somente haver a perda do sobrenome contra a vontade da pessoa que acrescentou se preenchidos os seguintes requisitos: 1) Houver pedido expresso do cnjuge que forneceu o sobrenome; 2) A perda no pode causar prejuzo identificao do cnjuge. Ex: Marta Suplicy; 3) A perda no pode causar prejuzo identificao dos filhos; 4) Estar provada culpa grave por parte do cnjuge.

    Direito imagem: existe ofensa mesmo que a veiculao no tenha carter vexatrio A ofensa ao direito imagem materializa-se com a mera utilizao da imagem sem autorizao, ainda que no tenha carter vexatrio ou que no viole a honra ou a intimidade da pessoa, e desde que o contedo exibido seja capaz de individualizar o ofendido. A obrigao de reparao decorre do prprio uso indevido do direito personalssimo, no sendo devido exigir-se a prova da existncia de prejuzo ou dano. O dano a prpria utilizao indevida da imagem. STJ.