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Revista S uinocultura PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS • ANO 2 • Nº 05 • ABR/MAI • 2012 Revista da REGISTRO GENEALÓGICO DE SUÍNOS: o certificado de garantia do produtor ABCS lança campanha de incentivo com objetivo de aumentar o fluxo de animais registrados junto ao MAPA. Levantamento da entidade revela que concentração setorial também atinge mercado de genética suína. DB DANBRED 15,29% SADIA 10,80% PENARLAN 8,32% TOGIPS 6,31% OUTROS 16,26% AGROCERES PIC 39,40% GENETIPORC 3,62%

Revista 5ª edição

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Revista daSuinoculturaPUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS • ANO 2 • Nº 05 • ABR/MAI • 2012

Revista da

RegistRo genealógico de suínos: o certificado de garantia do produtor

ABCS lança campanha de incentivo com objetivo de aumentar o fluxo de animais registrados junto ao MAPA. Levantamento da entidade revela que concentração setorial também atinge mercado de genética suína.

DB DanBreD15,29%

SaDia10,80% PenarLan

8,32%

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ouTroS16,26%

agrocereS Pic39,40%

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A suinocultura brasileira sempre viveu crises. Mais ou menos graves, mais ou menos frequentes, crise e suinocul-tura caminham juntas nesse nosso brasilzão. Ao longo das crises, milhares de suinocultores ficaram pelo cami-

nho, tiveram que buscar outras formas de sustento. E, como a roda da história não pára, a sina continua. Além de não parar, a roda da história anda girando mais rapidamente, as crises têm ocorrido mais amiúde e sua gravidade parece ter aumentado – pelo menos é assim que sentimos. O número de suinocultores diminui cada vez mais e os sobrevi-ventes se apavoram. O que fazer pra ficar vivo?

Os problemas que temos de enfrentar são cada vez mais complexos. A tecnologia de produção exige cada vez mais do suinocultor, mas produzir bem já não basta. É preciso participar da organização da produção, da comercia-lização doméstica e do mercado externo. Além de fôlego, essas novas atividades do suinocultor exigem estudo, preparação, conhecimento e união. O tempo passa rápido. Produzimos hoje pensando nas próximas gerações. Mas deveríamos nos apoiar na força do associativismo, na competência já comprovada pela operação das granjas e na capacidade de organização que teremos que demonstrar daqui para frente.

O preço do milho está aí, não vai baixar. Podem dizer os especialistas que as perspectivas são mais positivas para os próximos meses, mas sabem que tem sido gradual e continuo o aumento do valor desse grão nos últimos anos. O que nos resta agora, suinocultores, é saber onde está instalada essa crise. No setor da indústria, dentro dos frigorí-ficos, não é. Na ponta, no varejo, nos supermercados, também não. Mas quem está vivendo a crise agora? Nós. Com o mercado comprando mais, brasileiro aumentando a média salarial, colocando mais carne no prato, como pode o suinocultor estar em crise? Pergunto a vocês. Alguém está ficando com a fatia desse bolo que não é pequena! Se estamos em crise o consumidor deveria se beneficiar, mas isso não está acontecendo.

Os russos nos fecharam as portas e nossos gran Hermanos, os argentinos também. Abrimos o mercado para a China e EUA, mas a guerra não está ganha, e continua feroz. A lida apenas está começando. A proteína animal que produzimos já conquistou o paladar brasileiro. Cabe a nós, liderar o processo que vai resultar em conquista efetiva de mais espaço nos pontos de venda. Fazendo valer a qualidade do nosso produto lá na ponta.

Precisamos parar de nos reunir apenas nos momentos de crise se quisermos um futu-ro diferente desse para a suinocultura. Temos por missão principal trabalhar estruturas po-líticas que livrem o setor definitivamente do espasmo de crises desnecessárias e para isso contamos com apoio e parceria de cada suinocultor, de cada entidade, de cada cooperati-va. Só assim podemos sair dessa história que não pára, e encerramos de vez essa sina tão continua em nosso setor.

Marcelo LopesPresidente da Associação Brasileira

dos Criadores de Suínos

Editorial

Expediente

ABCS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS

Sede Brasília / Setor de Indústrias GráficasQuadra 01 | Lote 495 |Ed. Barão do Rio Branco Sala 118 | CEP: [email protected]

CONSELHEIRO PRESIDENTE

Marcelo Lopes (DF)

CONSELHEIRO FINANCEIRO

José Arnaldo C. Penna (MG)

CONSELHEIRO TÉCNICO

Marcelo Plácido Correa (BA)

CONSELHEIRO DE RELAÇÕES DE MERCADO

Valdecir Folador (RS)

CONSELHEIRO ADMINISTRATIVO

Irineu Wessler (PR)

JORNALISTA RESPONSÁVEL

Tayara Beraldi

PROJETO GRÁFICO

Cannes Publicidade / Duo Design

DIAGRAMAÇÃO

Duo Design

A ABCS consciente das questões ambientais e sociais, utiliza papéis com certificação (Forest Stewardship Council) na impressão deste material. A certificação FSC garante que a matéria-prima é proveniente de florestas manejadas de forma ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável, e outras fontes controladas. Impresso na Gráfica Coronário - Certificada na Cadeia de Custódia - FSC.

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Índice

6 Giro ABCSABCS busca entendimento com MAPA e Ministério da Fazenda para acelerar liberação de milho / 6

Encontro de suinocultores em Toledo/PR fortalece necessidade de uma lei da integração / 6

ABCS pede apoio de senadora para solucionar a crise dos integrados / 7

De Vento em Popa: ABCS participa do 4º SeminárioNacional DB-DanBred / 7

ABCS pede apoio de senadora para solucionar a crise dos integrados / 8

Mais de 350 produtores participam no Circuito do Conhecimento em Minas Gerais e Goiás / 8

Blog da Suinocultura Brasileira traz noticias atuais sobre o setor / 9

11 CApAABCS inicia Campanha de incentivo ao Registro Genealógico / 11

14 MerCAdo & CotAçõeS

O que não engorda, mata! / 14

17 entreviStA Ana Amélia Lemos: Cargo de Senadora, sangue de jornalista / 17

20 por dentro do Setor

Formação de equipe e líderes na suinocultura / 20

24 reSultAdoS pndS

São PAuLo / Maior centro consumidor do país inicia ações do PNDS / 26

Rio GRAnde do SuL / Estratégia dos gaúchos é aprimorar a produção e qualificar pequenas e médias indústrias de suínos / 28

BAhiA / PNDS intensifica ações de produção no estado da Bahia / 29

MinAS GeRAiS / Conjunto de ações do PNDS em Minas Gerais contribui para o avanço da suinocultura estadual / 30

CeARá / Produção sustentável: esse será o foco do PNDS no Ceará em 2012 / 32

diStRito FedeRAL / PNDS intensifica ações na indústria no DF e oferece ao produtor treinamentos gratuitos / 33

GoiáS / PNDS em Goiás: focar no produtor e aprimorar as ações na indústria / 34

eSPiRito SAnto / Estado investe na qualificação do produtor de suínos / 36

40 ASSoCiAtiviSMo e neGóCioS

Inovações Organizacionais e Produtivas Dinamizam o Setor de Suínos / 40

42 entre AMiGoSPfizer: o futuro da suinocultura e a tomada de decisões / 42

PIC: 50 anos de uma história de inovação / 44

Genétiporc reúne representantes da suinocultura no Canadá / 45

Diretor da Poli-Nutri é homenageado como Personalidade do Agronegócio Brasileiro na Avesui 2012 / 45

46 SABor SuBliMeCostela Piano / 46

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Diante do agravamento da crise que assola os produtores de suínos do

país, a associação Brasileira dos Cria-dores de Suínos (ABCS) está buscando novos entendimentos junto ao Minis-tério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e Ministério da Fazenda para acelerar a liberação de milho nos estados da re-gião sul do país. Segundo informações repassadas pelo MAPA, em reunião jun-to a ABCS realizada na tarde de ontem (19), as reivindicações da entidade que defendem o aumento para 27 tonela-das por mês de milho balcão para cada produtor, com ou sem a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), a R$ 21,00 a

saca para o Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC), através da Por-taria nº 144 e a inclusão do estado de São Paulo nos leilões de milho previstos na Portaria nº 143, estão em processo de avaliação pelo Ministério da Fazenda, órgão res-ponsável pela execução da política econômica nacional.

“Estamos trabalhando estra-tegicamente para buscar novos entendimentos com o Ministério da Fazenda”, explica o presidente da ABCS, Marcelo Lopes e reforça que no-vas resoluções precisam ser apresenta-das com urgência. “O setor precisa de

subsídios o quanto antes, já que uma medida emergencial efetiva deve ser implantada enquanto há momentos de crise como esse”, desabafa. u

Giro ABCS

Depois de promover um amplo debate no Rio Grande do Sul e

Santa Catarina sobre as principais difi-culdades enfrentadas pelos produto-res que trabalham com esse sistema e também apresentar os principais pon-tos do Projeto de Lei 8.023/2010, do

deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), e o PLS 330/2011, da senadora Ana Amé-lia Lemos (PP-RS), que estabelecem condições, obrigações e responsabi-lidades nas relações contratuais entre produtores integrados e agroindús-trias integradoras, chegou a vez dos

suinocultores paranaenses.No dia 14 de abril, a en-

tidade junto da Associação Regional dos Suinocultores (Assuinoeste) e parceiros, realizou o 3º Fórum de Sui-nocultores Integrados na cidade de Toledo/PR, onde estiveram presentes mais de 300 produtores de suínos da região, também preocu-

pados com a necessidade de se criar uma lei que regulamente a relação de integração. “A suinocultura brasileira precisa de atenção do governo, e a ABCS está em busca da solução para estes anseios”, reforçou o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.

Para o presidente da Assuinoeste, Darci José Backes, o suinocultor integra-do também está em condições difíceis, tanto quanto o independente. “Hoje não ganha para pagar os custos”, afir-ma. Na opinião dele, a crise serve para reforçar a necessidade dos produtores, através de entidades representativas de classe e representantes políticos reivindicarem a criação de uma lei para regular os sistemas de integração. u

Encontro dE suinocultorEs Em tolEdo/Pr fortalEcE nEcEssidadE dE uma lEi da intEgração

Presidente da ABCS se reúne com diretor Conab para pedir aumento de oferta de grãos.

aBcs Busca EntEndimEnto com maPa E ministério da fazEnda Para

acElErar liBEração dE milhoAlterações na Portaria nº 144 e 143 são as principais reivindicações da entidade

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dE VEnto Em PoPa: aBcs ParticiPa do 4º sEminário nacional dB-danBrEd

O presidente da Associação Brasilei-ra dos Criadores de Suínos (ABCS),

Marcelo Lopes, e o presidente da Asso-ciação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Luis Folador, estiveram reunidos em março com a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) discutindo a crise que afeta os produtores integrados de suínos. As entidades pediram o apoio da sena-dora para que o projeto, de sua autoria, seja colocado em discussão o quanto antes no Senado Federal.

A proposta está pronta para co-meçar a ser discutida na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Sena-do. Na análise da ABCS, a crise que afeta os produtores integrados de suínos da Doux Frangosul, que estão precisando recorrer à Justiça para receber os paga-

mentos atrasados da empresa, poderia ser evitada caso os projetos de lei que regulamentam as relações contratuais entre produtores e agroindústrias já tivessem sido aprovados pelo Con-gresso Nacional.

Durante a reunião, a senadora se mostrou preocupada com o problema que envolve os produtores integrados re-

latado pelos presidentes das associações e afirmou que irá conversar com relator da proposta, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), para tentar acelerar a tramitação da matéria. “Penso que aqui no Senado podemos trabalhar com mais celeridade este projeto. Meu interesse é proteger o mais fraco. Considero o Projeto um mar-co regulatório”, afirmou a Senadora. u

aBcs PEdE aPoio dE sEnadora Para solucionar a crisE dos intEgrados

Em reunião, Senadora Ana Amélia afirma buscar agilidade na aprovação do Projeto de Lei.

Uma suinocultura unida e reforçada de informações

e perspectivas, esse foi o senti-mento dos cerca de 300 convi-dados selecionados que partici-param do 4º Seminário Nacional DB-DanBred, realizado a bordo no navio Vison of the Seas.

Na programação, espe-cialistas em política, econo-mia, mercado e produção anteciparam aos participantes expectativas e perspectivas para este ano e para a próxima década na produção mundial e mercado para carne suína.

A jornalista e comentarista da Globo News, Cristiana Lôbo, abriu a programação traçando um comple-to cenário da economia brasileira permeada pelas jogadas políticas e jogos de poder. Para a equipe da ABCS presente no encontro, a proposta do Seminário foi bastante inovadora e trouxe informações relevantes ao pú-blico do setor.

Para encerrar a programação a pa-lestra “Navegando com sucesso” com aventureira Familia Schurmann surpre-endeu os participantes com os relatos das aventuras de 10 anos vivendo no mar, a bordo de um veleiro. u

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Giro ABCSGiro ABCS

O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS),

Marcelo Lopes, esteve reunido com o ministro da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA), Men-des Ribeiro Filho, na última semana de março, pedindo soluções para a crise que afeta a suinocultura brasileira. A reu-nião contou com a presença de representantes das associa-ções estaduais de suinoculto-res dos estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso e São Pau-lo. Diante das reivindicações, o ministro Mendes Ribeiro Filho afirmou que tomará providên-

cias imediatas contra a crise que assola os produtores de suínos do país.

No encontro, o presidente da ABCS apresentou as demandas con-

sideradas mais urgentes para a sobre-vivência da atividade nos próximos meses. “O preço pago pelo suíno vivo nas granjas está sendo muito inferior ao seu custo de produção. Isso corresponde a R$3,5 bilhões de prejuízo ao ano para o setor” . Durante a audiência, o ministro Mendes Ribei-ro afirmou estar ao lado do produtor de suínos, e afirmou que vai buscar junto aos órgãos responsáveis saídas para amenizar a crise. “Vocês têm um ministro que acredita na suinocul-tura como um grande fortalecedor do agronegócio brasileiro”, afirmou Mendes. “Faremos de 2012 o ano da suinocultura”, disse o ministro. u

Minas Gerais e Goiás foram os primeiros estados a dar início ao

“Circuito do Conhecimento” realizado pela Associação Brasileira dos Cria-dores de Suínos (ABCS), com objetivo apresentar novas técnicas de gestão, oportunidades de investimento e capacitação na granja, além de uma versão atualizada do mercado suiníco-la no país e estratégias para o fortaleci-mento do suinocultor brasileiro.

Durante os eventos, foram apre-sentadas também as possibilidades de qualificação profissional oferecido via PNDS. Os produtores também puderam conhecer mais a respeito dos números do agronegócio brasi-leiro através da palestra “O papel do Agronegócio na Transformação do Brasil” ministrada pelo Dr. Marcos Fava

Neves, engenheiro agrônomo pela ESALQ/USP e Doutor em Administra-ção, tomaram também conhecimen-to sobre as ações realizadas pela ABCS em prol da melhoria da suinocultura brasileira, além de conhecerem as di-retrizes da campanha de incentivo ao Registro Genealógico.

Segundo o presidente da ABCS, Mar-celo Lopes, o registro de animais é muito maior do que a certificação da qualidade do rebanho, por isso o produtor precisa se conscientizar da necessidade da exi-gência do mesmo junto às empresas de genética. “Ele é a sobrevivência do asso-ciativismo nessa atividade”, afirma. u

aBcs Busca aPoio do ministro da agricultura Para solucionar a crisE na suinocultura

Representantes das associações estaduais de suinocultura buscam junto ao MAPA soluções para a crise no setor.

mais dE 350 ProdutorEs ParticiPam no circuito do conhEcimEnto Em minas gErais E goiás

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Lançado em Brasília no mês de março, o novo veículo de comunicação

do setor suinícola será voltado para os produtores e demais interessados na área de suinocultura. O blog tem como objetivo trazer um panorama especial sobre as articulações das demandas que cercam a criação de suínos. Realizado em parceira com o RuralBR – um dos mais conceituados sites do agronegócio

brasileiro – e a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), este canal de comunicação abordará questões como a produção integrada e o aumento do consumo de carne suína pelo próprio mercado interno, além do acréscimo das exportações, que colocam a suinocultu-ra no topo das discussões.

Escrito pelo presidente da ABCS, Marcelo Lopes, o blog apresentou em seu primeiro post um panorama geral da suinocultura brasileira em 2011 e abordou as perspectivas para a ativi-dade neste ano. “Iniciamos 2012 com a magnífica notícia de que o consumo de carne suína no Brasil atingiu os 15,1 Kg per capita ano. O número mostra que, em mais um ano consecutivo, a

suinocultura brasileira teve no mercado interno sua principal base de susten-tação, ultrapassando inclusive a meta estabelecida pelo Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), prevista para 2012 junto ao Se-brae nacional”, destacou o presidente.

Com atualização diária, o blog espera ser um contato direto com o produtor, abordando a realidade da atividade, reforçando suas qualidades e alertando aos setores públicos e pri-vados as dificuldades enfrentadas pelo suinocultor no seu dia a dia. u

Para conferir o blog da Suinocul-tura Brasileira, acesse: http://blogs.ruralbr.com.br/suinoculturabrasileira

Blog da suinocultura BrasilEira traz noticias atuais soBrE o sEtor

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A Associação Brasileira dos Cria-dores de Suínos iniciou neste ano uma campanha inédita de incentivo ao re-gistro genealógico de suínos. Há mais de 50 anos respondendo pelos regis-tros de suínos de reprodução, a entida-de é a única delegada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), legalmente autorizada para emitir o Certificado de Registro Gene-alógico de Suínos no Brasil. Instituído como uma exigência legal do Ministé-rio da Agricultura que, por meio da Por-taria nº 1303 de 1956, autorizou a ABCS realizar o Registro Genealógico de suí-nos em todo o Brasil, o documento é a garantia de que o animal é fruto de um processo de melhoramento genético.

“Somente com esse certificado é possível comprovar que os suínos de reprodução (machos e fêmeas) foram produzidos em granjas certificadas pelo MAPA”, explica o superintenden-

te do registro genealógico da ABCS, Valmir Costa da Rosa. O objetivo da campanha é garantir ao produtor de suínos do Brasil que as empresas de

melhoramento genético de suínos cumpriram todos os requisitos técni-cos exigidos pela Instrução Normativa 19, que regulamenta a produção de suínos geneticamente melhorados e exige que as granjas núcleo e mul-tiplicadoras detenham o registro de Granja de Reprodutores Suídeos Cer-tificada (GRSC).

“Sabemos da responsabilidade das empresas de melhoramento genético de suínos que trabalham no Brasil, mas somente o certificado do registro genealógico pode com-provar ao produtor de suínos a qualida-de genética e sanitár ia do

Capa

Objetivo da ação é aumentar o fluxo de animais registrados junto ao MAPA e garantir a qualidade sanitária do rebanho suíno

aBcs inicia camPanha dE incEntiVo ao rEgistro gEnEalógico

o registro genealógico é a garantia de que animal é fruto de um processo de melhoramento genético.

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animal comprado”, sintetiza o mé-dico veterinário e diretor executivo da ABCS, Fabiano Coser. A ABCS vem agora trabalhando junto à Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura para vincular a emissão da Guia de Trânsito Animal – GTA dos animais de reprodução ao certificado de registro genealógico, como explica Ênio Marques, Secretário de Defesa

Agropecuária do Ministério da Agri-cultura, “não é coerente termos uma excelente norma de controle da pro-dução dos suínos de genética através das regras do GRSC, se não controlar-mos também o trânsito dos animais de reprodução através do registro genealógico. Não podemos permitir a comercialização de animais para re-produção que não são provenientes de granjas que detenham o certifica-do de GRSC” finaliza o secretário.

Atualmente, seis empresas de material genético detêm 84% de todas as vendas dos animais de repro-dução do rebanho suíno brasileiro, de acordo com os dados disponibi-lizados pelo sistema de registro da ABCS. Em 2011, a empresa Agroceres PIC emitiu 39,4% dos registros, em 2º lugar no ranking está a Genética Suína DB-Danbred, com 15,29%; abaixo a Sadia, com 10,8% e, em 4º lugar está a PenArLan, com 8,32% dos registros emitidos. As empresas Topigs e Géné-tiporc encerram o ranking com 6,31% e 3,62%, respectivamente. Ou seja, apenas três empresas concentram mais de 65% do mercado de suínos de reprodução. Os dados reforçam

DB DanBreD15,29%

SaDia10,80%

PenarLan8,32%

TogiPS6,31%

ouTroS16,26%

agrocereS Pic39,40%

geneTiPorc3,62%

FONTE: SERVIçO OFICIAl DE REGISTRO GENEAlóGICO DE SuíNOS DO BRASIl/ABCS/MAPA

Participação no mercado de genética suína

Seis empresas de material genético detém cerca de 84% de todas as vendas

dos animais reprodutores

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que o setor de genética de suínos também vive um cenário de concen-tração que se repete ao longo de ou-tros elos da cadeia produtiva.

A campanha de incentivo ao re-gistro genealógico já foi realizada nos meses de março e abril na cidade da Ponte Nova e Pará de Minas, em Minas Gerais, em Goiânia e na cidade Toledo, no Paraná. Nos meses de Junho será a vez de Patos de Minas e do estado do Rio Grande do Sul, já em agosto a ação acontece no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Nosso produtor precisa saber que o registro garante a quali-dade dos seus animais, mas também mantém viva toda a atividade associa-tivista que trabalha a seu favor”, encerra o presidente da ABCS, Marcelo Lopes. u

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Mercado & Cotações

A suinocultura brasileira passa por um momento delicado, em que a

alta dos insumos, associada à falta de assertividade do poder público com o produtor, fazem dessa situação uma catástrofe na cadeia produtiva da carne suína. Os suinocultores de todo o Brasil vêm sofrendo com os altos preços do milho e da soja – que são os principais insumos da ração animal –, ao ponto de muitos abandonarem a atividade por estarem pagando para produzir.

O Estado de São Paulo, por exem-plo, segundo dados da Conab e da Em-brapa Suínos e Aves, possui o custo de produção estimado em R$ 2,75 por qui-lo de suíno vivo para uma granja de ciclo completo, sendo que o milho represen-ta por volta de 60% deste custo. Confor-me os indicadores do CEPEA/ESALQ, os produtores de suínos comercializaram seus animais num valor médio de R$ 2,06 por quilo vivo, variando entre R$ 1,90 e R$ 2,33 na praça (valor retirado para São Paulo no dia 11 de abril de 2012: http://www.cepea.esalq.usp.br/suino/). Ou seja, para cada quilo vivo de suíno vendido pelos produtores de São Paulo, existiu um prejuízo de R$ 0,695. Fazendo um cálculo simples, para uma granja que comercializa 500 animais por mês, com animais de 100 quilos, o prejuízo ao produtor é de R$ 34.761,75 no período. O mesmo cenário se repete nos outros estados, onde os produtores vivem situação semelhante: o custo de produção elevado – sendo que o milho e a soja chegam a 80% desses custos – e baixos preços pagos pelo suíno vivo.

O problema é que quando com-parado ao mês de abril de 2010 e o

mesmo período deste ano, vemos que o preço da saca de milho subiu por volta de R$ 10,00 para os diferentes estados do país, ou seja, sofreu um au-mento de 55% do valor em apenas dois anos, enquanto que no mercado de suínos houve gradativa desvalorização dos valores pagos ao produtor.

Uma das melhores formas de anali-sar o “fôlego” do suinocultor na atividade é arelação de troca “suíno x milho”, que se resume a quantos quilos de milho o produtor consegue comprar com a venda de 1 quilo de suíno vivo. O ideal para se manter na atividade, segundo especialistas, é de comprar no mínimo 8 quilos de milho para cada quilo de suíno vendido. No momento, os produtores conseguem comprar apenas 4,4 quilos de milho, quase a metade do que seria considerado ideal. Vale lembrar, para este mesmo período em 2010, o produ-tores tinham uma relação de compra de 9,5 quilos de milho para cada quilo do animal vendido, numa média nacional.

Uma “luz no fim do túnel”O que pode dar “fôlego” é a pro-

dução do milho safrinha, previsto para colheita em junho deste ano, estimado em 30,6 milhões de toneladas. A previ-são é 34% superior as 22,83 milhões de toneladas de milho colhidas na safrinha de 2011, segundo analistas de Safras & Mercados. Portanto, se a safrinha for boa em todas as regiões, o Brasil não terá pro-blemas de abastecimento e os preços de comercialização do cereal devem cair.

No entanto, o que vai interferir fortemente nos preços é a intenção de plantio norte americana. Vale ressaltar,

houve uma quebra de 33 milhões de toneladas na última safra colhida nos EUA. Essa foi a segunda queda ame-ricana seguida e, quando somado ao baixo estoque mundial e à tirar cres-cente demanda chinesa, formam os principais fatores responsáveis pelas altas cotações do cereal atualmente.

Segundo o Departamento de Agri-cultura dos Estados Unidos (USDA), em seu primeiro relatório oficial com as estimativas para a safra 2012/13, os agri-cultores americanos estão plantando a maior safra de milho desde o fim da Se-gunda Guerra, que começou a ser cul-tivada nas primeiras semanas de abril. Para analistas da corretora Newedge USA, os números divulgados pelo USDA devem dar sustentação aos preços do milho até a colheita da próxima safra, no terceiro trimestre. Portanto, ao analisar apenas este fator, a tendência é de baixa dos preços para 2013.

Apesar disso, o produtor não pode arcar com prejuízos hoje, contando com a probabilidade de baixa nos preços do milho amanhã. O produtor precisa de políticas púbicas emergen-ciais e de longo prazo que têm sido so-licitadas pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). A entidade tem trabalhado continuamente no acompanhamento e desenvolvimento das medidas, projetos de lei, portarias, entre outros. No entanto, muito pouco se vê de respostas do poder público.

O Governo esqueceu-se do suinocultor

Num cenário como o do agronegó-cio brasileiro, com problemas comuns

o quE não Engorda, mata!As altas cotações dos insumos, quando somados aos baixos preços

praticados mercado de suínos , deixam aos produtores duas situações: assumir os prejuízos com a atividade ou abandoná-la.

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como logística ineficiente, alta carga tributária, custo cada vez maior da ener-gia elétrica e valor crescente da mão-de-obra, cria-se uma forte necessidade do suinocultor brasileiro por políticas públicas mais participativas e eficientes.

No entanto, vemos o cenário com-pletamente oposto: o aumento as-cendente da carga tributária, a falta de investimento na infraestrutura, medi-das emergenciais fracas e atrasadas, e a demora do legislativo em aprovar leis que impactam no agronegócio.. Ao se-tor cabe pressionar fortemente o poder público, exigindo medidas efetivas e, para isso, o produtor precisa de união.

Existem várias medidas que o Poder Público pode adotar para solu-cionar esta crise. Abaixo as principais reinvindicações da ABCS:� Criar uma política de garantia de

preço mínimo (PGPM) para a carne

suína, a exemplo de outras cadeias. Em tramitação Projeto de Lei Nº 7.416/2010 do Senador Valdir Raupp;

� Mais transparência nas relações de mercado, prevenindo a especulação:

� Seja através da inclusão da cadeia de suínos no PL 5198/2005 do Deputado Ronaldo Caiado, que estabelece que frigoríficos infor-mem seus números de abate;

� Ou pela inclusão da suinocultura na Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), criada pela CNA junto com o Ministério da Agricultura (MAPA) que monitora a movimentação de animais através das GTAs e do siste-ma de rastreabilidade (SISBOV);

� Políticas de mais suprimentos e esto-que de milho, bem como de regula-ção de preços.

A aprovação dos projetos citados é de suma importância para a suino-cultura brasileira e, para tanto, a ABCS tem trabalhado no apoio de parlamen-tares comprometidos com os assuntos do agronegócio brasileiro para que vo-tem estes projetos. Estas medidas não solucionariam todos os problemas do suinocultor, certamente fortaleceria muito o setor produtivo. No entanto, o que vai ditar o sucesso ou fracasso delas será a união dos suinocultores e a capacidade de desenvolver parcerias com lideranças importantes para que haja velocidade e seriedade na sua implementação.u

� VICtOR AyRESEngEnhEirO AgrônOMOAssessor técnico da ABCS

[email protected]

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O que mudou na sua avaliação do Congresso Nacional depois da senho-ra se tornar Senadora e como avalia hoje o trabalho dos parlamentares?

Eu tinha, antes de chegar aqui, os mesmos preconceitos e a mesma opi-nião, nem sempre verdadeira a respeito do Congresso: pouco trabalho, muito gasto e pouca eficácia. Ao chegar aqui vi que trabalhamos muito, há um des-gaste grande, porque não é só o traba-lho de Comissões, votações, de Plenário. Você tem uma demanda muito grande para atender as pessoas que vem do Rio Grande do Sul. Muitos chegam sem conhecer Brasília, às vezes prefeitos, ve-readores, ou dirigentes de instituições e você precisa dar suporte e apoio. É

uma diversidade de temas porque não sou uma Senadora de um determinado setor, atendo todas as demandas, da agricultura, pecuária, indústria, ensino superior, saúde, segurança pública, área social, entre outras. A gente acaba traba-lhando 12, 14, até 16 horas, ininterrupta-mente. É realmente bem diferente da-quilo que eu imaginava. Eu até às vezes digo que um jornalista deveria ficar 10 dias aqui acompanhando um senador para ver como é o trabalho parlamentar.

Quais as principais bandeiras de trabalho que a senhora defende no Senado?

Como disse anteriormente, não atuo apenas em setor. Participo de

seis comissões técnicas e sou vice-presidente da Representação Bra-sileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul). Atuei intensamente no de-bate relacionado ao Código Florestal no Senado para garantir segurança jurídica aos milhões de produtores brasileiros, aliando produção com sustentabilidade, tenho feito alertas permanentes e cobranças em relação a fatores como a pesada carga tribu-tária e a deficiência logística que são entraves ao setor produtivo. Tenho projetos em vários setores. Entre eles o PL 40/11, que autoriza o acesso dos bancos cooperativos aos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para fins de concessão de crédi-

Essa mistura tem resultado em grandes soluções para setor de integração na suinocultura brasileira. Conheça Ana Amélia Lemos, a mulher à favor do suinocultor no Senado

cargo dE sEnadora, sanguE dE jornalista

Natural de Lagoa Vermelha, municí-pio gaúcho, localizado no norte do

estado com pouco mais de 27 mil habi-tantes, a Senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS), tem dedicado seu mandato ao progresso do setor pecuário brasileiro, com especial atenção à suinocultura brasileira. A frente das Comissões de As-suntos Econômicos, Desenvolvimento Regional e Turismo e Agricultura e Re-forma Agrária, anunciou em 15 de mar-ço de 2010, seu afastamento do Grupo RBS para ingressar na vida política.

Durante os últimos 40 anos, pas-sou por diversos veículos de comu-nicação do Estado. Foi produtora da Rádio Guaíba, repórter de economia do Jornal do Comércio e apresenta-dora na Rádio Difusora. Foi contratada

pela TV Gaúcha, RBS TV, e, nos últimos 20 anos trabalhou em Brasília, onde se tornou diretora do Grupo RBS até en-gradar na carreira política.

Autora do Projeto de Lei 330/2011 que dispõe sobre a parceria de pro-dução integrada agropecuária, esta-belecendo condições, obrigações e responsabilidades nas relações con-tratuais entre produtores integrados e agroindústrias integradoras, Ana Amélia conta na entrevista os esforços voltados à agricultura e pecuária nacio-nal, além de detalhes sobre o encami-nhamento do PL junto à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

Confira a matéria da mulher mais ativa politicamente quando o assun-to é suinocultura:

Entrevista

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to rural e já foi aprovado pelo Senado. Também assinei todas as CPIs para in-vestigar denúncias de irregularidades e tenho uma política de economicida-de nos gastos no meu gabinete.

A senhora tem uma história junto ao agronegócio brasileiro, como senadora quais as principais contri-buições que o parlamento pode dar para este setor?

Quando fiz a campanha dizia que não seria uma fazedora de leis, porque acho que o Brasil já tem leis demais e que são pouco cumpridas. Quando cheguei aqui me dei conta que havia um vazio em muitos setores, por exem-plo, no âmbito do agronegócio não existe um marco regulatório na relação dos chamados integrados.

Sobre esse assunto, como a senhora avalia o atual modelo de integração entre produtores e agroindústrias?

Esta é uma cadeia da economia muito importante, porque todo o pro-cesso de exportação da cadeia do fran-go, do suíno, do leite, é basicamente da relação do sistema integrado. E não há, portanto, nenhuma segurança jurídica nesse processo. O que aconteceu no

Rio Grande do Sul com a Doux, deixan-do produtores da região, sem pai nem mãe ou pendurados no pincel, como se diz, é por falta exatamente de um comprometimento legal das respon-sabilidades do integrador com o inte-grado. Ficaram no prejuízo os menores, os pequenos. Tive a idéia de formatar um marco regulatório para os integra-dos. E não saiu da minha cabeça, foi uma discussão ampla, com todos os setores envolvidos, sejam das integra-doras e dos integrados e aí surgiu essa

discussão e conseguimos organizar um projeto. Penso de cobertura para a área de suinocultura, área de avicultu-ra, laticínios e também fumo, que é um setor muito importante na área da inte-gração. Essa matéria tem como relator o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que

é o presidente da Comissão da Agricul-tura e Reforma Agrária.

A falta de um canal de diálogo entre produtores e indústria tem levado há um desgaste no sistema de inte-gração. Um dos pontos do PLS 330 é a criação das Comissões para Acom-panhamento e Desenvolvimento da Integração e Solução de Contro-vérsias (CADISC), como isso pode melhorar o sistema de integração?

A falta de uma coordenação e de um entendimento em torno das cadeias produtivas tem gerado muitos problemas quando acontecem, por exemplo, como agora, uma seca. Só no caso de laticínios, o Rio Grande do Sul perdeu 30% de sua produção. No caso de grãos, impacta sobre cooperativas, fornecedores de insumos, setor de máquinas, sistema financeiro. Nós per-demos a metade da safra, na média, no Rio Grande do Sul, em soja. No milho tem uma perda grande também por-que são todas culturas de verão.

As cadeias produtivas não ope-rando com harmonia, com solidarie-dade, o que tende a acontecer é de a corda arrebentar no lado mais fraco. Da mesma maneira como o CADISC,

no caso dos integrados, o nosso propósito é que ele funcione como um poder moderador de equilíbrio entre todos os integrantes desse processo. Isso vai dar uma melhor segurança para as partes envolvidas nisso, e, claro, mais segurança jurídica e, também, no próprio desem-penho do setor. Vai ter mais estímulo para trabalhar por conta dessa situação de maior tranqüilidade.

Desde 1998 temos PL’s que procuram dar um ordena-mento jurídico para o sistema de integração, mas nenhum

o que aconteceu no Rio Grande do Sul com a doux, é por falta exatamente de

um comprometimento legal das responsabilidades do

integrador com o integrado.

Entrevista

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deles foi adiante. Quais os encami-nhamentos políticos que farão o PLS 330 caminhar para a aprovação no Congresso Nacional?

A Câmara tem 513 deputados, já o Senado tem 81 parlamentares. O fato de ser uma casa menor, uma Casa da República, aqui cada Estado tem igual representação, são três senadores por Estado, dá uma facilidade maior porque o andamento de um projeto depende dessa relação que você es-tabelece. Seja na comissão onde ele começa, seja na elaboração do contato co o relator, seja no apressamento da votação pelas diversas comissões, em que o senador que está encarregado disso trabalha. Além isso, também é permitido que as entidades interessa-das, quando querem que esse projeto ande, como agora em relação ao PRS 72/2010, todos os estados exportado-res vieram aqui para defender junto aos líderes e imediatamente está sen-do aprovado. Da mesma forma, com esse projeto dos integrados, as cate-gorias deveriam, com seus respectivos senadores trabalharem para pedir que apressem, inclusive ao relator, senador Acir Gurgacz (PDT-RO).

As entidades mostram muito inte-resse pela aprovação imediata des-sa proposta. O prazo para que isso ocorra pode então depender dessa pressão?

Sim. A pressão de categorias im-portantes como essa é fundamental. Eu não vejo uma mobilização grande em relação a isso. Penso que seria mui-to mais eficaz e que poderíamos votar até o final do primeiro semestre se tivesse uma intensa mobilização da in-dústria e das entidades que represen-tam os produtores. Falta mobilização e pressão sobre as comissões, especial-mente sobre o relator.

Qual a mensagem que a senhora dei-xa para os suinocultores brasileiros?

A suinocultura brasileira é um setor fundamental. Por falta de uma política de longo prazo, uma política de Estado, enfrenta crises cíclicas por-que como exporta para países como a Rússia, um país que não tem uma regularidade nas compras e nos con-tratos. Acho que o governo tem que estar mais sensibilizado para ampliar os mercados consumidores de carne suína brasileira que é de muito boa

qualidade. Temos que nos preocupar com a questão sanitária que poderá abrir espaço para exportar para países que estão com as portas fechadas. Espero que o ministro Mendes Ri-beiro Filho consiga colocar todos os Estados brasileiros livre de aftosa com vaci-nação. Hoje só Santa Cata-rina é livre de aftosa sem vacinação, uma exigência cada vez mais frequente em países compradores de carne suína.

Ve ja que todas são medidas necessárias para formar, digamos, uma po-lítica geral de apoio. Não

apenas isso, mas o apoio creditício, ou quando há um problema de seca ou perda, fundo de catástrofe, seguro rural para os produtores, garantias de produção. Pois cada vez que há uma crise, os produtores correm na hora da

comercialização, tentando ver se go-verno compra para a merenda escolar, mostrando que a carne é boa, tudo isso é importante. Agora, a gente não percebe um esforço do governo para resolver de uma vez tudo isso. O que só acontecerá com decisão política para que seja criada uma política de longo prazo para um setor tão impor-tante como este, formado na maioria por pequenos e médios produtores que operam nos integrados. u

Falta mobilização e pressão sobre as

comissões, especialmente sobre o relator, por parte

do produtor.

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Nas últimas décadas, a suinocultura brasileira evoluiu em termos de

eficiência e melhoria na produtividade, com busca de animais de menor teor de gordura e maior carne magra na car-caça. A suinocultura é uma atividade pecuária bem consolidada no Brasil, com um mercado interno em franco crescimento, conforme comprovado pela atividade do PNDS conduzido pela ABCS.

A mão de obra brasileira, relativa-mente barata em relação à Europa e Estados Unidos, sempre foi vista como uma das vantagens competitivas do país. Mas, nos últimos anos, com o crescimento da economia nacional, redução do desemprego e a crescente migração da população para as regiões urbanas, a disponibilidade de mão de obra capacitada para trabalhar em granjas tem se reduzido consideravel-mente. Esta situação determina uma automação cada vez maior e a am-pliação do tamanho das unidades de

produção, buscando ganhos de escala para otimizar a escassa mão de obra e o alto custo dos equipamentos. Aliado a estes fatores temos um mercado con-sumidor mais exigente, impondo aos produtos exigências como segurança alimentar, restrição a uso de antibióti-cos, proteção ambiental e conceitos de bem estar animal na criação dos animais, sendo fundamental, o com-primento de regras que assegurem a execução destes critérios dentro da produção de suínos.

Desta forma, na suinocultura atual e dos próximos anos seguramente não ha-verá espaço para uma gestão amadora. Somente granjas com uma gestão zoo-técnica, econômica e de pessoas eficaz permanecerão no mercado.

Formação de equipes e qualificação de talentos

A definição de equipe está base-ada no foco de todas as pessoas em torno de um mesmo objetivo, com cla-

reza da divisão de responsabilidades, das fronteiras e limites de suas ações e atribuições.

O objetivo de definir funções é uma excelente forma de garantir que a rotina seja cumprida. Facilitando, a identificação de pessoas que não aten-dam a sua função dentro da empresa e as que mais se destacam dentro de suas atividades.

Toda a equipe precisa da condu-ção de um líder que tenha habilidade de manter um clima positivo, comu-nicar com eficiência em todos os ní-veis da hierarquia da empresa (acima e abaixo de seu cargo), aproveitem os pontos for tes de cada pessoa ajustando-a a melhor função para seu perfil e conseguem conciliar um ambiente agradável com a seriedade no trabalho.

A habilidade da comunicação e o conhecimento teórico e prático da ati-vidade que gerencia são fundamentais. Os colaboradores realizam as tarefas e

formação dE EquiPE E lídErEs na suinocultura

Por dentro do setor

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aceitam melhor as mudanças quando se convencem e acreditam que aquela é a melhor forma de realizá-las.

Contratação e formação de equipes

Na hora da contratação, os fun-cionários devem ser selecionados de acordo com seu perfil psicológico A definição do perfil dos cargos é funda-mental para o sucesso da contratação e a montagem de uma equipe eficaz, por se tratar de uma atividade muito peculiar, com alta tecnologia e ritmo industrial, mas executada no meio ru-ral. Portanto o colaborador precisa:� Gostar de lidar com animais e não

ter aversão à material biológico e ao cheiro;

� Saber trabalhar em equipe;� Ter escolaridade mínima para o

cargo que almeja;� Ter comprometimento com resul-

tados;� Ter experiência prévia, dependen-

do do cargo;� Se dispor a morar na granja (quan-

do for o caso).Além disso, é preciso contratar

pessoas automotivadas, ou seja, aque-las pessoas que já trazem consigo âni-mo e entusiasmo, cuja função da em-presa seja a árdua tarefa de manter essa motivação. Após o desafio da contra-tação acertiva, a formação técnica dos colaboradores é fundamental. Mesmo pessoas que já tenham experiência com suinocultura, obrigatoriamente devem passar por treinamentos que esclareçam a metodologia de traba-lho e os manejos utilizados na nova empresa, sob pena de introduzir e/ou perpetuar “vícios” adquiridos ao longo da vida profissional.

A melhor ia do desempenho pessoal está intimamente ligada ao conhecimento das pessoas sobre as atividades que estão realizando. Quanto mais esclarecidas, maior a

capacidade das pessoas em reali-zar as tarefas da melhor forma, de identificar inconformidades com o recomendado e de sugerir medidas adequadas para melhorar o desem-penho. Uma das pré-condições para o aprendizado é a motivação. Se o co-laborador não estiver motivado para aprender, não há possibilidade de crescimento do ser humano. Como a produção de suínos é altamente especializada e seu manejo é rico em detalhes que fazem toda a diferença no resultado, é muito importante que as pessoas sejam treinadas e retreina-das em intervalos regulares de tempo para que as atividades consolidadas não se percam e as novidades sejam incorporadas ao manejo.

É uma tendência natural que as pessoas deixem de realizar peque-nas atividades ao longo do tempo, independentemente do seu nível de escolaridade. O uso de avaliações periódicas de cada trabalhador é excelente, quando seu objetivo for bem claro entre todos. O colaborador deverá conhecer como está indo, mês a mês, para poder ele próprio acom-panhar seu desempenho e mesmo superar-se. Somente assim, poderá fazer do treinamento em serviço um caminho para resultados, que é a meta. Os pontos fortes trazem bene-fícios para a granja e as limitações das pessoas impedem o aumento da pro-dutividade e crescimento. O quanto antes se descubra os pontos fortes e as limitações de uma equipe, melhor. Mais importante do que as limitações em si, é a capacidade de reconhecê-

las e trabalhá-las adequadamente. Na maioria das vezes as limitações são conseqüências de falta de treinamen-to, falta de atenção e ou falta de uma adaptação do colaborador novato ao trabalho/empresa.

Dicas para estimular um bom relacionamento inter

pessoal na granja:� Desenvolver um espírito de coo-

peração e trabalho em equipe;� Fazer pesquisas periódicas de cli-

ma organizacional;� Permitir que as crises e limitações

pessoais possam ser tratadas no ambiente profissional;

� Manter um canal de comunicação aberto com a equipe, como forma de minimizar tensões dúvidas acerca dos relacionamentos;

� Desenvolver uma gestão mais aberta e participativa;

� Utilizar-se de franqueza e sinceri-dade, facilitando o feedback.

Ferramentas de motivaçãoQuase sempre a motivação é di-

retamente associada a “pagar bem” e certamente nem sempre isto é uma verdade absoluta. É fato que, assegurar aos colaboradores salário suficiente para se manterem e as suas famílias, ao menos nas questões básicas, certa-mente é importante. É a sensação de que essas condições estão razoavel-mente garantidas.

A pirâmide abaixo é um exemplo de atribuição de importância ao que realmente importa para a equipe:

Algumas formas relativamente simples de como motivar:

� Salário justo (mercado);� Política de benefícios;� Perspectiva de crescimento;� Treinamento constante interno e ex-

terno (participação em congressos);� Comunicação clara;

O treinamento não é apenas uma despesa, mas investimento necessário cujo retorno pode ser altamente compensador para a

organização.

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Carne Suína: a Visão do Consumidor

telefone (31) 3819 [email protected]

www.suinfest.com.br

Dia 04 de julho (quarta-feira) Dia 05 de julho (quinta-feira)

Abertura Seminário: “Carne Suína: a visão do consumidor”.

Abertura para visita aos estandes.

Refeições fora do lar: uma oportunidade para carne suína – Enzo Donna.

Coffe Break.

Como vender carne suína para a classe C – Renato Meireles.

Debate.

Encerramento feira.

13h

14h

14:30

14:3015:30

16h

17h

23h

Suíno, frango e boi: competição e tendências-Lygia Pimentel

Abertura para visita aos estandes.

Coffe Break.

Debate.

Como formar uma tropa de elite – Paulo Storani.

Encerramento feira.

13h

14h

16h

23h

15h

15:30

Local: Centro de eventos BabilôniaPonte Nova - MG

Pr ojeto

Por dentro do setor

Auto realização

Auto estima

Sociais

Segurança

necessidades Básicas

REALIzAçãO DO SEU PRóPRIO POTENCIAL, AUTO-DESENVOLVIMENTO, CRIATIVIDADE, AUTO-ExPRESSãO

AUTO CONFIANçA, INDEPENDÊNCIA, REPUTAçãO

SENTIMENTO DE ACEITAçãO, AMIzADE, SENTIMENTO DE PERTENCER AO GRUPO

PROTEçãO SUA E DA SUA FAMÍLIA, ESTABILIDADE NO LAR E NO EMPREGO

SOBREVIVÊNCIA, ALIMENTAçãO, ROUPA E TETO

pirâmide de Maslow

� BRUNO ZINAtO CARRARO MédiCO vEtErináriO integrall Soluções em produção animal

[email protected]

� Sistema de premiação;� Condições de trabalho;� Condições de moradia e lazer

quando morar na granja;É importante termos ciência que

a suinocultura precisa se transformar rapidamente para acompanhar a ten-dência nacional de urbanização da po-pulação e consequente cada vez mais redução da mão de obra disponível e qualificada para o setor agropecuário. Problema este enfrentado décadas atrás nos países desenvolvidos. u

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Carne Suína: a Visão do Consumidor

telefone (31) 3819 [email protected]

www.suinfest.com.br

Dia 04 de julho (quarta-feira) Dia 05 de julho (quinta-feira)

Abertura Seminário: “Carne Suína: a visão do consumidor”.

Abertura para visita aos estandes.

Refeições fora do lar: uma oportunidade para carne suína – Enzo Donna.

Coffe Break.

Como vender carne suína para a classe C – Renato Meireles.

Debate.

Encerramento feira.

13h

14h

14:30

14:3015:30

16h

17h

23h

Suíno, frango e boi: competição e tendências-Lygia Pimentel

Abertura para visita aos estandes.

Coffe Break.

Debate.

Como formar uma tropa de elite – Paulo Storani.

Encerramento feira.

13h

14h

16h

23h

15h

15:30

Local: Centro de eventos BabilôniaPonte Nova - MG

Pr ojeto

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resultados pnds

3 dIstrIto FederalSENSIbILIzAÇÕES 12.549CAPACITAÇÕES 625AÇÕES 26MuNICíPIOS 3

2 BaHIaSENSIbILIzAÇÕES 50.515CAPACITAÇÕES 1.002AÇÕES 45MuNICíPIOS 22

1 CearÁSENSIbILIzAÇÕES 31.655CAPACITAÇÕES 557AÇÕES 26MuNICíPIOS 9

4 GoIÁsSENSIbILIzAÇÕES 87.068CAPACITAÇÕES 2.059AÇÕES 39MuNICíPIOS 9

Page 25: Revista 5ª edição

5 MInas GeraIsSENSIbILIzAÇÕES 38.075CAPACITAÇÕES 975AÇÕES 36MuNICíPIOS 14

7 santa CatarInaSENSIbILIzAÇÕES 3.205CAPACITAÇÕES 783AÇÕES 21MuNICíPIOS 13

6 espÍrIto santoSENSIbILIzAÇÕES 3.789CAPACITAÇÕES 989AÇÕES 23MuNICíPIOS 8

9 são pauloINíCIO DAS AÇÕES EM 2012.

7

6

1

4

5

pnds eM ação

2

3

9

8 rIo Grande do sulSENSIbILIzAÇÕES 48.608CAPACITAÇÕES 2.030AÇÕES 23MuNICíPIOS 11

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São Paulo

Atualmente, São Paulo representa o maior polo econômico do país e

realiza apenas na capital cerca de 860 mil transações de cartão de crédito por dia, conta com 240 mil lojas, e 34 mil indústrias, além de outras cifras impressionantes quando o assunto é consumo. Considerado polo do agro-negócio brasileiro e sede de muitas empresas do setor suinícola, o estado detém ainda 120 mil matrizes em seu território e representa o quinto maior estado produtor do país.

“Seu potencial consumidor como um todo, aliado a renda média de sua população configura São Paulo como um dos principais incentivos e pro-pulsores para a continuidade e consis-tência das ações do PNDS em âmbito nacional”, comentou o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, ao receber a in-formação sobre a adesão.

A primeira ação do Projeto Na-cional de Desenvolvimento da Sui-nocultura (PNDS) começou com o pé

direito, num estan-de  de 140m² que recebeu produtores, parceiros do setor, fornecedores e pro-fissionais de açou-gues durante o “Cur-so de Capacitação em Tecnologias de Cortes Suínos”, reali-zado ao vivo durante a AveSui América La-tina 2012, no stand do Sebrae-SP que apresentou o  PNDS

no estado. A ação inédita faz parte do plano de ações do Projeto na cidade de São Paulo para intensificar o consu-mo de carne suína, que acontece em

parceria com a Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), o Sebrae-SP.

Para Pedro Fernandes, diretor do Sindicato Varejista de Carnes Frescas de São Paulo – parceiro da ação –, o treinamento proporcionou aos pro-fissionais de diferentes casas de car-nes presentes uma oportunidade de inovar. “Alguns profissionais com mais

40 anos de profissão não conheciam todos os cortes apresentados aqui. ”, comenta.

“Essa foi uma grande oportunida-de de sensibilizar os visitantes sobre os diferentes cortes de carne suína e ain-da apresentar a qualidade dos nossos produtos”, comentou o diretor do Cow-pig, Renato Sebastiani.

Ações futurasNo evento também foram reali-

zadas reuniões com os produtores e escritórios regionais do Sebrae-SP para início de discussões das ações.  Com foco nas cidades de São Paulo, Cam-pinas, Ribeirão Preto e São José dos Campos, expectativa é que o projeto amplie rapidamente o consumo de carne suína entre os paulistas. “São Paulo é o maior mercado consumidor do País e nossa expectativa é de que o consumo per capita cresça num prazo curto”, afirma a consultora do Sebrae-SP, Paula Ornellas.

A ABCS coordenará ao lado do Sebrae-SP e APCS, via PNDS, ações nos diversos segmentos cadeia produtiva e pretende comtemplar os 3 elos que compõem o Projeto: produção, indus-trialização e comercialização. “Nossa previsão é atuar no varejo, possibilitar consultorias às indústrias e investir na capacitação dos suinocultores e colaboradores de granjas e ainda levar o que há de mais moderno em tecnologia de cortes suínos aos super-mercados e açougues dessas cidades”, reforça a coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado. u

O estado de São Paulo é considerado estratégico na meta do aumento de consumo da carne suína

maior cEntro consumidor do País inicia açõEs do Pnds

Primeira ação no estado reúne produtores de suínos e representantes do Sebrae-SP na Avesui.

Considerado polo do agronegócio brasileiro e sede de muitas empresas

do setor suinícola, o estado detém ainda 120 mil

matrizes

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Rio Grande do Sul

Reconhecido como o segundo maior estado exportador de suínos

do Brasil, o Rio Grande do Sul contem-pla inúmeras plantas de abates suínos voltadas às especificações e exigências internacionais. Neste ano, o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Sui-nocultura (PNDS) pretende trazer para as pequenas e médias agroindústrias e frigoríficos suínos, que têm sua pro-dução voltada para o mercado interno, tecnologias avançadas e técnicas de aprimoramento e boas práticas de pro-dução e qualidade, agregando assim maior valor ao produto final e também a qualidade exigida cada vez mais pe-los consumidores brasileiros.

Em mais um plano de ações para o estado em parceira com a Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS) e o Sebrae/RS, o pro-jeto buscará neste ano a identificação e o mapeamento de micro e pequenas agroindústrias. O objetivo é treinar os colaboradores dessas empresas, por meio de cursos e consultorias, como por exemplo, a capacitação em cortes suínos, consultorias de Boas Práticas de Fabricação (BPF), além de implantar melhorais na prática de fabricação de

embutidos. “A partir desta primeira ação as indústrias da Região do Planalto, do Norte e do Vale do Taquari poderão se adequar aos padrões do processo industrial visando maximizar os resulta-dos de cada operação e de cada produ-to obtido”, explica a gestora de agrone-gócios do Sebrae/RS, Miriam Menezes.

Com a parceria do Senar/RS, o elo da produção trará a qualificação modu-lar “Treinamento em Produção e Manejo de suínos”, com foco na capacitação e formação de colaboradores e funcioná-rios de granjas e cooperativas por meio da metodologia do Programa de Quali-ficação Profissional em Suinocultura.

“O treinamento em produção e manejo é a peça chave para a capa-citação do suinocultor, pois mostra a eles as várias formas de cuidar corre-tamente de suas granjas”, comenta o Presidente Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (AC-SURS), Valdecir Folador. Até o final do mês de maio, o PNDS realizará mais 3 módulos junto aos produtores gaú-chos: manejo da creche, de reprodu-ção e de maternidade.

Com a ajuda de parceiros como o SEBRAE e SENAR/RS já foi possível for-

mar diversas turmas no Rio Grande do Sul, que serão divididas em cursos para a qualificação de gerentes de granjas e a capacitação nos módulos de manejo do PNDS.

“A forma com que foi desenvol-vido os trabalhos de sensibilização pela Acsurs foi de grande valia para o projeto da suinocultura, no sentido da sensibilização para os cursos Modula-res do Senar”, explica Lívia Machado, coordenadora nacional do PNDS. Ao todo foram 10 Cooperativas e Agroin-dústrias visitadas, com capacitações programadas aos produtores e colabo-radores de granjas de grupos significa-tivos como a BRFoods, Alibem e Cotrel. “Isso comprova a eficiência do PNDS ao coordenar essa iniciativa junto ao Se-nar Nacional e no estado com o apoio

efetivo do Senar/RS que oferece gratui-tamente os cursos para a suinocultura brasileira”, encerra a coordenadora.

Já na área de comercialização, o PNDS no estado buscará formar parcerias de peso com a Secretaria de Educação e também com as Co-ordenadorias Municipais. O intuito é ampliar a capilaridade das ações desse elo, como a capacitação de merendeiras, testes de aceitabilidade da carne suína em escolas do estado, além da orientação a  nutricionistas e profissionais da saúde. u

Estratégia dos gaúchos é aPrimorar a Produção E qualificar PEquEnas E médias

indústrias dE suínos

ACSURS junto a equipe do PNDS e do Sebrae/RS organizam o plano de trabalho do estado

o treinamento em produção e manejo

é a peça chave para a capacitação do suinocultor

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Em busca de uma estrutura cada vez mais sólida para a suinocultura

regional, a Associação Baiana dos Sui-nocultores (ABS), lança por meio do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) em parceria com o Sebrae/BA, seu plano de traba-lho para 2012. Com foco na produção de suínos, o projeto visa capacitar o elo base da cadeia, abrangendo mé-todos e processos desempenhados ao longo do ciclo produtivo, oferecendo aos produtores a oportunidade de introduzir nas suas propriedades novos conceitos de gestão e gerenciamento com foco na qualidade de produção.

Neste ano, a entidade terá suas ações focadas no oeste do estado, região que segundo a Secretar ia da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) é uma das que mais crescem economicamente em fun-ção da exploração agropecuária. Por seu crescimento continuo na criação de suínos e pela parceria de importan-tes empresas e produtores, a região é considerada pela ABS uma das mais importantes para o desenvolvimento da atividade no estado.

Em sua segunda etapa nesse ano, o programa de Inovação e Tecnologia em Suinocultura (SUINTEC), será uma das grandes ações do estado.

Com mais de 15 regiões participan-tes e mais de 20 granjas atendidas em 2011, o projeto estruturado para levar ino-vação e tecnologia às granjas produtoras de suínos, tem o objetivo de melhorar a eficiência do processo produtivo. Em par-ceria com o  Sebrae/BA, a ação identifica as fragilidades do ciclo, desenvolve análi-se qualitativa sobre os principais pontos e retorna para identificar a evolução.

Para Lucia Leite, Gestora do Projeto Suinocultura na Bahia no Sebrae/Ba o SUINTEC é um reforço primordial as granjas da região. “A importância do pro-jeto está no desenvolvimento, capaci-tações e consultorias de cunho técnico e gerencial destinadas às granjas pro-dutoras de suínos do estado da Bahia. O propósito é torná-las mais qualificadas e produtivas”. Por conta dos resultados satisfatórios da 1ª fase, este ano o Sebrae em parceria com a ABCS e a ABS estará

implementando a 2ª fase do programa, onde constarão ações de melhoria das granjas que foram apontadas no diag-nóstico realizado na 1ª fase encerrada ao final de 2011. Os produtores de suí-nos contarão também com o Programa de Capacitação Total da Suinocultura, já desenvolvido no ano passado, mas que em 2012 tem seus temas voltados para o meio ambiente e a sustentabilidade.

O plano traz ainda o treinamento nos módulos do Programa Capacita-ção Profissional em Suinocultura de-senvolvido em parceria com o SENAR Nacional. Segundo José Márcio Fer-nandes Caruso, coordenador de pro-gramas do Senar/BA, “preparar esses colaboradores, levar até ele informa-ções atualizadas e coerentes com a sua atividade, cria uma padronização no processo referente à carne suína”, diz.

O presidente da Associação Baiana de Suinocultura (ABS), Marcelo Plácido, acredita que a junção de todas as ações do PNDS fortificará o desenvolvimento da suinocultura no estado. u

Consultorias do SUintEC e mini cursos sobre gestão e meio ambiente ajudam na qualificação dos produtores

Pnds intEnsifica açõEs dE Produção no Estado da Bahia

Com foco na produção, a Associação Baiana de Suinocultura lança ações do PNDS em 2012.

Bahia

Preparar esses colaboradores, levar até ele informações

atualizadas e coerentes com a sua atividade, cria uma

padronização no processo

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Minas Gerais

Completando a terceira região de Minas Gerais a participar do Pro-

jeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), as cidades do Centro-Oeste mineiro (Pará de Minas, Itaúna, Divinópolis, Nova Serrana, Bom Despacho e Formiga) serão for-tes parceiros que irão auxiliar no de-senvolvimento das ações no estado.

Com coordenação da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG), a Cooperativa dos Granjeiros do Oeste de Minas (CON-GRAN), Cooperativa dos Produtores Rurais do Oeste de Minas Gerais (COO-PEROESTE), Cooperativa dos Suinocul-tores Paraminenses (COSUIPAM), junto da Rede ABC Supermercados, Frigorí-fico Adell e Arapé Agroindústria, estão previstos diversos cursos através do Senar estadual para capacitação dos suinocultores em manejo da granja e novas técnicas de produção.

E como uma nova proposta é sempre bem-vinda, a região implantará a “Cultura da Cooperação” que tem o objetivo de mostrar aos produtores a importância de união e do crescimento conjuntos, proporcionando assim uma alavancagem da suinocultura na região. Segundo Lisiany Marinho, Analista do Sebrae/MG, “O projeto vem para ajudar a fortalecer as cooperativas como um todo, além de contar com algumas técnicas para estimular a interação e principalmente, como o próprio nome diz, a cooperação entre elas”.

Ainda para o produtor de suínos, os parceiros oferecerão o curso de “Qualificação Profissional em Suino-

Em 2012, atividades são voltadas para o varejo e capacitação de produtores

conjunto dE açõEs do Pnds Em minas gErais contriBui Para o aVanço da

suinocultura Estadual

Definição das ações do PNDS no estado de Minas Gerais contam a com a parceria da Cosuipam

Cooperoeste acredita nas capacitações do PNDS e investe no projeto em 2012

Cogran visa a capacitação de seus produtores em manejo de granjas e novas técnicas de produção.

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cultura” que é realizado em parceria com o Senar/MG, para as granjas da região. Segundo o presidente do Con-selho de Administração da Coopero-este, Inácio Jeunon Diniz, o PNDS é um forte aliado para essa qualificação. “A cooperativa decidiu investir no PNDS por ser um programa bem estrutura-do e elaborado que visa melhorar as condições de trabalho do produtor”, diz. Com o foco também na indústria e na comercialização da carne suína, de abril a dezembro o PNDS promoverá a consultoria industrial no frigorifico Adell proporcionando a melhoria na gestão do custo para maior produtivi-dade e eficiência industrial.

Já na cidade de Ponte Nova/MG, conhecida por ser grande polo de produção suína, responsável por mais de 30% da carne produzida no estado, o PNDS pretende realizar treinamentos com representantes comercias do fri-gorífico Saudali, implantar campanhas de marketing em supermercados da região e investir na capacitação dos produtores por meio de cursos mo-

dulares que tem como foco o geren-ciamento da granja. Para o presidente da ASSUVAP, Fernando Soares, o PNDS está sendo reconhecido pelos produ-tores da cidade e isso tem reforçado sua importância para a suinocultura re-gional. “Acredito que todo esse esforço

pode fazer a diferença”, conclui.O plano de trabalho da região,

conta ainda com apoio para a rea-lização a 7ª Suinfest – Feira Mineira de Suinocultura, que neste ano leva atualização, novidades tecnológicas e oportunidades de troca de experiên-cias do setor ao suinocultor de Minas Gerais. Com o tema “Carne suína a visão do consumidor”, o PNDS levará palestras do sócio-diretor do instituto de Pesquisas Data Popular, Renato Meirelles, e do especialista em merca-dos emergentes, Enzo Donna, diretor da ECD Food Service.

O polo suinícola de Patos de Minas em que as ações do Projeto Na-cional de Desenvolvimento da Suino-cultura são desenvolvidas em parceria com a Associação dos Suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Astap) e Suinco desde 2010, irá focar

nesse na área de comercialização jun-to aos supermercados do Triângulo Mineiro. Além disso será montado na Fenamilho o Mundo da Suinocultura, um espaço onde a comunidade vai conhecer as verdades e desmistificar os preconceitos em relação a carne suína. Haverá ainda uma palestra realizada pelo Sebrae/MG sobre a Importância da Carne Suína com o Dr. Bactéria, conhecido pelo quadro no Fantástico, além de curso de cortes para açougueiros da cidade. Serão realizados também os cursos de Qua-lificação Modular junto ao Senar/MG para os produtores da região.

Missão Internacional Com o objetivo de projetar os

próximos anos de trabalho do PNDS no estado de Minas junto aos parcei-ros, o Sebrae MG promoverá a partici-pação de lideranças da suinocultura da Assuvap, Saudali , Astap, Suinco e Abcs em uma missão técnica interna-cional na França e Espanha, que acon-tece em maio.

O objetivo da missão técnica é co-nhecer o sistema de comercialização de carne suína nestes países e sua efi-ciência na oferta de cortes suínos ao mercado. “Creio que essa ação poderá ser o diferencial neste ano, pois pro-porcionará conhecimento único aos participantes”, comentou o técnico o Sebrae/MG da Microrregião de Ponte Nova, Cláudio Gontijo. u

Reunião define as ações do PNDS para o polo de Ponte Nova, em parceria com a Assuvap e Saudali.

Reunião define as ações do PNDS para o polo de Patos de Minas, em parceria com a Astap e Suinco.

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Com o intuito de contribuir para a capacitação profissional e auxiliar

o produtor no gerenciamento de sua granja, o Projeto Nacional de Desen-volvimento da Suinocultura (PNDS), em parceria com a Associação de Sui-nocultores do Ceará (ASCE), Sebrae/C e FAEC, terá neste ano sua atuação no es-tado voltada para a área de produção de suínos e meio ambiente. Dentre as ações está a segunda fase do Programa de Inovação e Tecnologia Produtiva na Suinocultura (SUINTEC). Ação que já

capacitou mais de 10 granjas no ano passado visa uma consultoria individu-alizada, com levantamento completo de rotinas de manejo adotadas nas granjas, seguido de avaliação dos pro-cedimentos em uso além de identifica-ção das metas de desempenho.

Neste ano, como resultado da primeira etapa do diagnóstico, será agregada a essas granjas a consul-tor ia ambiental no processo por meio da parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC). Para Germano Blhum, assessor de diretoria do Sebrae/CE, o

programa é uma forma eficiente de auxiliar o produtor na manutenção de sua propriedade e conscientiza-lo para sustentabilidade da produção. “O processo de capacitação da temática do meio ambiente na atividade rural tem um significado maior já que para muitos é considerada uma grande vilã. Creio que desta forma o processo de capacitação poderá instrumentali-zar o homem do campo para que ele possa desempenhar sua atividade de forma economicamente viável, eco-

logicamente cor-reta e socialmente justa”, diz. Com o apoio d i reto da FAEC será possível diagnosticar a situ-ação ambiental de cada granja.

C o m f o c o também na indús-tria o PNDS reali-zará no Frigorifico Guaiuba consul-toria de “Boas Prá-

ticas de Fabricação em Agroindústria”, com objetivo de solucionar questões relacionadas ao processo produtivo, na manipulação de alimentos e higie-nização da indústria. O foco é ampliar a qualidade de produção e, conse-quentemente, favorecer consumidor que terá no mercado produtos que atendem cada vez mais suas necessi-dades e exigências. A ação trará ainda consultorias de marcas e embalagens ao frigorifico, solução importante que se torna elemento decisivo para o cliente na hora da compra de qual-quer produto.

Segundo Paulo Helder, presi-dente da Associação dos Suinoculto-res do Ceará (ASCE), a parceria com essas empresas fortifica as ações de desenvolvimento da suinocultura no estado. “Preparar estas empresas para que trabalhem de forma orga-nizada e ofereçam um produto de qualidade ao consumidor fortifica o elo da indústria e contribui para que a carne suína seja vista de outra for-ma, aumentando assim o consumo pela população”.

Promover e valor izar a carne suína é o elo que concretiza todas as ações do PNDS, por isso, a ASCE também investirá na sensibilização e capacitação de nutricionistas e profis-sionais da saúde, para que conheçam a nova realidade de produção da car-ne suína e seus aspectos técnicos nu-tricionais, auxiliando na orientação da população quanto a saudabilidade dessa proteína. Para Paula Braga, Ges-tora do PNDS na ASCE, as ações em feiras e eventos é o que motiva pro-dutores e consumidores a um novo olhar sobre a carne suína. “A partici-pação em feiras como a Pecnordeste onde as pessoas podem conhecer novos cortes degustar a carne e saber sobre a saudabilidade do produto for-tifica não só a comercialização, mas todos os elos da cadeia”, diz. u

Ceará

Produção sustEntáVEl: EssE sErá o foco do Pnds no cEará Em 2012

Projeto leva programas como o SUintEC e consultorias ambientais para o estado

Entidades do Ceará organiza seu plano de trabalho com foco na produção sustentável

o foco é ampliar a qualidade de produção e, consequentemente, favorecer consumidor

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As ações do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura

(PNDS) no Distrito Federal irão abran-ger durante todo o ano atividades voltadas para o suinocultor, seja com visitas técnicas de orientação sobre as principais novidades referentes a suinocultura e a atual situação de seu negócio, ou com treinamentos gratuitos voltados para a evolução técnica do Também com foco na in-dústria e no Festival Sabor Suíno serão trabalhadas diversas ações ao longo do ano.“Daremos continuidade no trabalho junto às granjas associadas, levando também novos serviços de apoio às indústrias locais e diversas ações para o varejo a favor da imagem da suinocultura”, explica a gerente executiva da Associação dos Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSUIN), Daniela Albuquerque.

Em parceria com a DFSUIN e o

Sebrae/DF, as regiões administrativas de Taguatinga, Ceilândia, Sobradinho e Gama receberão consultorias especia-lizadas em cortes suínos, por meio de treinamentos voltados a profissionais de açougue de supermercados e casa de carnes. A indústria é o foco do plano de trabalho deste ano e, com isso, seis

ações estão previstas para que este elo da cadeia seja fortificado. Dentre elas está, o workshop para colaboradores dos frigoríficos, com foco em soluções nas áreas de cortes e embalagens, consultoria de cortes para açougues e minimercados atendidos pelos frigo-ríficos associados, que envolverá cam-

panha promocional do produto suíno diretamente no ponto de venda, con-sultoria para implantação de software de gestão, consultoria em Boas Práticas de Fabricação e consultoria ambiental.

“A DFSUIN reúne produtores e frigoríficos como seus associados, o que permite uma discussão rica para elaboração do plano de trabalho e nos atenta a focar no desenvolvimento com equidade de ações dos elos”, refor-ça a coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado.

A realização do 4º Festival Sabor Suíno, conhecido por levar à carne suí-na aos cardápios de renomados restau-rantes de Brasília, é uma das principais ações voltadas para a comercialização.

Segundo pesquisas, o percentual das despesas com alimentação fora de casa no total das despesas das famílias cresceu de 24,1% para 31,1%, em 2011, ou seja, já representa quase um terço dos gastos com alimentos, o que re-força a importância de ações voltadas para a refeição fora do lar. “Nossa ex-

pectativa é que os resultados do PNDS desse ano ultrapassem o números alcançados em 2011, principalmente com o Sabor Suíno, que tem con-quistado mais consumidores a cada edição”, reforça a analista do Sebrae/DF, Patrícia Ferreira Batista.

O presidente da DFSUIN, Alexan-dre Cenci, acredita que a junção de todas as ações fará a diferença, “Não existe uma fórmula mágica, é preciso trabalhar a cadeia de forma integrada, pois só a soma deste trabalho a mé-dio e longo prazo proporcionará um produto de qualidade ao consumidor, viabilizando alcançar a meta de consu-mo”, explica. u

Distrito Federal

Pnds intEnsifica açõEs na indústria no df E ofErEcE ao Produtor

trEinamEntos gratuitosna capital do Brasil o atendimento aos produtores e frigoríficos são foco das atividades em 2012

Reunião com a DFSUIN debate sobre as ações para a região em 2012

nossa expectativa é que os resultados do PndS desse

ano ultrapassem o números alcançados em 2011

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Góias

Com objetivo de incrementar o con-sumo de carne suína na cesta do

consumidor, o estado de Goiás lança o seu plano de ações 2012 do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Sui-nocultura (PNDS). A proposta de ações do estado tem como prioridade o sui-nocultor goiano. Por meio de cursos e treinamentos, a Associação Goiana de Suinocultores (AGS), junto ao Sebrae/GO e o Senar/GO, pretende ampliar o número de produtores envolvidos nas capacitações do projeto. Para isso, a entidade levará aos suinocultores e gerentes de granjas programas que incentivam as melhorias no processo

de gestão da granja e nas atividades praticadas na propriedade rural.

No curso de Qualificação Profis-sional em Suinocultura, uma capaci-tação modular criada pelo PNDS em parceria com o SENAR Nacional que pretende reciclar o conhecimento dos produtores e trazer novas técnicas de manejo na produção de suínos, já fo-ram formadas turmas nas granjas Santa Luzia, São Tomé, Master, Nossa Senhora Aparecida e Rio Verde, para o módulo de qualificação de gerentes de granja. “Já no mês de maio, daremos conti-nuidade à capacitação nessas cinco granjas cadastradas, onde iniciaremos

os cursos modulares voltados aos co-laboradores, que contarão com os te-mas: manutenção de granjas, de repro-dução, de maternidade, de creches, de terminação e por fim o módulo fábrica de ração”, explica a gerente executiva da AGS, Crenilda Neves. A expectativa dos organizadores é formar mais de 10 turmas de capacitação somente na região de Rio Verde.

Outra oportunidade de ampliar o conhecimento dos suinocultores da região é o Programa de Qualidade Total Rural, em parceria com Sebrae e Na área de indústria, a entidade pro-moverá consultorias para implantar as

Após atingir recordes de capacitações em 2011, entidade estadual foca na capacitação ao produtor do estado

Pnds Em goiás: focar no Produtor E aPrimorar as açõEs na indústria

PNDS em reunião com Agigo, AGS, Sebrae/GO, FAEG e Senar/GO consolida as ações no estado com objetivo de capacitar mais produtores.

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Boas Práticas de Fabricação (BPF) em agroindústrias do estado, buscando melhorias na qualidade de produção e conferindo maior competividades e adequação às exigências do mercado consumidor. A entidade também pre-tende também implementar Boas Prá-ticas de Produção em algumas granjas do estado via Sebrae/GO.

Na área de indústria, a entidade promoverá consultorias para implantar as Boas Práticas de Fabricação (BPF) em agroindústrias do estado, buscando melhorias na qualidade de produção e conferindo maior competividades e adequação às exigências do mercado consumidor. Pretende se também implementar Boas Práticas de Produ-ção  em algumas granjas  do estado via Sebrae/GO.

Para Júlio Cesar Carneiro, presi-dente da AGS, a entidade neste ano reforçou as ações voltadas para o produtor. “Para uma suinocultura de qualidade é preciso preparar o suino-cultor e os colaboradores nas granjas, a AGS acredita e está investindo nisso fortemente em 2012”, comenta. Ain-da para o presidente, o diferencial das ações realizadas a AGS está no incentivo direto ao consumo da car-ne suína, “junto a merendeiras e as donas de casas, estamos atingindo resultados cada vez mais expressivos. Creio que essa mobilização faz toda a diferença”, encerra.

Assim como em 2011, a AGS con-tinuará com as atividades junto ao Projeto Agrinho, considerado um dos maiores programas de respon-sabilidade social do Sistema Faeg/Senar. Desenvolvido em parceria com prefeituras, secretarias estadual e mu-nicipal de educação, agricultura e meio ambiente e instituições privadas, o Pro-grama Agrinho qualifica os professores para que levem temas relevantes para dentro das salas de aula. A intenção é

garantir que as crianças, ainda na fase inicial de sua formação escolar, tenham contato com assuntos que as façam desenvolver a consciência ambiental e moral. Segundo gestora de Projeto do Sebrae/GO, Larissa de Souza, o da parceria  levar também para as crianças um novo olhar sobre a carne suína. “Se-rão palestras com nutricionistas e cur-sos para as merendeiras em relação ao preparo da carne suína para a merenda escolar”, diz.

Por meio de ações na área de co-mercialização, a AGS pretende também oferecer ao consumidor informações mais práticas sobre a qualidade e sau-dabilidade da carne suína, disponibi-lizando em inúmeros supermercados a carne suína in natura de qualidade e capacitando profissional em cortes suí-nos, para que o consumidor tenha ainda mais motivos para colocar a carne suína em seu cardápio diário. A novidade nes-ta área é o Festival Gastronômico que será realizado em Goiânia.

Para ampliar a sensibilização, a en-tidade estará presente em renomadas feiras de agropecuárias do estado e também em encontros promovidos pela Associação Goiana de Supermer-cados (AGOS) como a 67ª Exposição Agropecuária do Estado de Goiás, que contará não só com a mini-granja de suínos, mas também com gibis infantis no intuito de conscientizar crianças e jovens sobre a saudabilidade da carne suína e da transformação do porco-banha, para o suíno de hoje.

“A AGS é um parceira muito com-prometida e, com apoio da FAEG, FUNDEPEC, SEBRAE E SENAR/GO e demais parceiros, traz ao PNDS um diferencial que possibilita ampliar de forma significativa o leque de ações. Isso nos permite apostar que é possí-vel atingir a meta ousada para 2015”, reforça Lívia Machado, coordenadora nacional do PNDS. u

Para uma suinocultura de qualidade é preciso preparar o suinocultor e os colaboradores nas granjas, a AGS acredita e está investindo nisso fortemente em 2012

Produtores e parceiros conhecem o plano de trabalho de Goiás em 2012

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Espirito Santo

O estado que em 2012 apresentou os maiores resultados de aumen-

to de consumo da carne suína em supermercados, tem neste ano seus olhos voltados para o produtor de suí-nos e a gestão da granja. Nas ações do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), a Associação dos Suinocultores do Espírito Santo (ASES), em parceria com o Sebrae/ES, a produção será o ponto forte em 2012. Seguindo objetivo de informar e qualificar os profissionais, as atividades no estado contam com o treinamento realizado em parceria com o Senar/ES, conhecido como “Qualificação Profis-sional em Suinocultura”, que tem como meta buscar a formação e reciclagem dos colaboradores e funcionários de granjas. Até o final do ciclo serão reali-zados seis módulos de aprendizagem. A primeira etapa já contou com 17 participantes e abordou o tema “Manu-tenção de Granja Suína”.

Dentre as ações também está a possibilidade de implantação do Pro-

grama de Inovação e Tecnologia em Suinocultura (SUINTEC), realizado com sucesso nos estados da Bahia e Ceará e que agora proporcionará aos produto-res capixabas uma consultoria indivi-dualizada nas granjas, observando as rotinas e avaliando os procedimentos, para assim identificar as metas de de-sempenho e posteriormente avaliar os resultados de cada propriedade. “O foco das nossas ações em 2012 está concentrado na qualificação do pro-dutor, porque entendemos que o sui-nocultor é o primeiro responsável em produzir qualidade e precisamos torná-lo apto para isto” explica o Nélio Hand, secretário executivo da ASES.

A missão técnica para os produ-tores do estado é também mais uma novidade que a ASES apresenta ao produtor de suínos. A ação levará os profissionais junto com os dirigentes da ASES para a região de Ponte Nova/MG, conhecida pela grande concen-tração de animais e também pelo alto grau de produtividade e de tecnolo-

gia instalados. O analista técnico da Unidade de Agronegócio do Sebrae/ES, Thiago Costa, reforçou que a atu-ação do PNDS no estado esse ano é “da porteira para dentro”. “Precisamos capacitar nosso produtor, dar a ele oportunidade de produzir um animal cada vez mais tecnificado, por isso, nesse ano ofereceremos consultorias também por meio do Sebraetec”, afirma. Conhecido com um suporte tecnológico oferecido pelo Sebrae, o programa conta com serviços presta-dos por empresas especializadas em tecnologia e inovação, para buscar so-luções de otimização dos resultados da gestão, além de aperfeiçoar pro-cessos ou produtos de pequenos ne-gócios, tornando-o mais competitivo e melhor preparado para o mercado.

Projeto prevê também para o Espírito Santo a implantação de Boas Práticas de Fabricação em frigoríficos e agroindústrias da região. A consultoria tem como objetivo solucionar ques-tões relacionadas às necessidades de

neste ano, entidade fortifica atividades no elo mais importante da cadeia

EsPírito santo inVEstE na qualificação do Produtor dE suínos

Equipe da ASES se reúne para elaboração das ações do PNDS no estado.

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melhorias no processo produtivo, trei-namento dos funcionários na manipu-lação de alimentos e higienização na indústria, assim como, adequar os seus produtos as exigências do mercado/legislação e melhorar a qualidade de seus produto e serviços.

Já na área de comercialização, a entidade reforçará as atividades para consolidar o comercio da carne suína e investir ainda na diversidade de ações, trazendo conceitos diferenciados para introdução do produto na merenda escolar e também nas refeições cole-tivas de grandes empresas e órgãos públicos. Também planejam dar con-tinuidade a campanha de marketing “Um novo olhar sobre a carne suína”, considerada importante ferramenta de popularização dos cortes suínos e am-pliar sua presença para novos estabele-cimento. Segundo os coordenadores, as ações estão distribuídas para acon-tecer em todo o estado, com ênfase nas regiões sul do Espírito Santo.

Além da campanha, o plano de ações da entidade inclui ainda partici-pações em feiras e eventos regionais, como a Semana do Comércio Empre-endedor, a Expovinhos e também na ACATS (Feira da Associação Capixaba de Supermercados). Neste ano, a ASES junto ao Sebrae/ES planejam

estar presentes também no Giro Gastronômico que acontece na Feira do Mármore – o estado é o principal produtor e o maior exportador de rochas ornamentais do país –, e tam-bém na Gastronomiefest, evento que valoriza a culinária típica alemã. O PNDS participará ainda do 1º Festival do Leitão no Rolete de Cachoeiro do Itapemirim, como o objetivo de informar a população da região sobre

os novos formatos e possibilidades de consumo que a carne suína oferece. Para melhor expor estes formatos será ministrada uma aula show gas-tronômica demonstrando os cortes especiais, como picanha, filé mignon e carne moída. O encontro, contará com palestras técnicas sobre temas relevantes para a produção de suínos.

Entusiasmado com os resultados alcançados em 2011, o presidente

da ASES, José Puppin, acredita no su-cesso do projeto também neste ano e pretende dar seguimento às ações iniciadas e intensificar as atividades do projeto no Espírito Santo.  “A expecta-tiva da ASES é que possamos efetivar ações que tragam sempre resultados representativos para o setor. Creio que o produtor precisa ainda sentir os refle-xos do projeto com maior intensidade em seu negócio, por isso, neste ano in-vestimos em ações voltadas a esse elo da cadeia” diz José Puppin Presidente do Conselho Deliberativo da ASES.

A coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado, explica que as ações do estado neste ano estão mais concentradas no atendimento ao pro-dutor e também a indústria, sem deixar de lado o varejo. “A ASES tem essa ca-pacidade impressionante de trabalho sistêmico e de resultado ao lado do SEBRAE/ES. São grandes as expectati-vas para as ações de 2012 no Espírito Santo”, reforça a coordenadora.

Para concluir o processo de des-mistificação da carne suína, a ASES junto aos parceiros também realizará palestras para nutricionistas de facul-dades e universidades da Grande Vitó-ria, com intuito de preparar e informar esses profissionais sobre a importância da carne suína para a saúde humana. u

Produtores do estado de Espirito Santo realizam atividades do Senar, “Qualificação profissional em suinocultura”.

o produtor precisa ainda sentir os reflexos do projeto com maior intensidade em seu negócio, por isso, neste ano investimos em ações

voltadas a esse elo da cadeia

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A análise de uma década na cadeia de suínos mostra importantes

transformações que dinamizaram o se-tor, abrindo caminho para uma vigoro-sa expansão. Vale ressaltar que a carne suína é a mais produzida e consumida no mundo, com 40% do total.

Com 3,4 milhões de toneladas, o Brasil tem quase 4% da produção mun-dial, sendo o quarto maior produtor e quarto maior exportador, com US$ 1,4 bilhão exportados. É mais um caso de sucesso do agro brasileiro, pois em 2000 o Brasil exportava apenas US$ 100 milhões. São mais de 50 mil sui-nocultores, e estima-se um volume de empregos diretos e indiretos próximo a 1 milhão de pessoas.

Surpreendem as inovações em governança e gestão. Hoje existem empresas especializadas em cada eta-pa do processo de produção, desde o desmame (do nascimento até 24 dias), a creche (24 a 63 dias) e a terminação (dos 63 aos 170 dias, quando o animal é abatido).

Na governança vale ressaltar, entre outras, o trabalho de duas associações. A ABCS (Associação Brasileira dos Cria-dores de Suínos) vem fazendo grande trabalho de representação setorial, de-fesa dos interesses, difusão de informa-ções técnicas, de mercado e de marke-ting, visando desenvolver o mercado interno, via o PNDS (Plano Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura).

Fruto de 360 ações em mais de 100 municípios, o consumo per capta pulou para 15 kg/hab/ano, um cresci-mento considerável. Fora isto, contri-buiu para capacitar 13 mil profissionais e 2 mil produtores. A meta é atingir 18 kg em 2015. Faz parte da agenda da ABCS modernizar o sistema de regis-

tro de suínos, cuidar de uma política de abastecimento de milho, incluir a carne suína na política de garantia de preços mínimos do Governo Federal e investir na modernização e expansão produtiva.

A indústria exportadora, através da ABIPECS, vem fazendo brilhante traba-lho de desenvolvimento de mercados e remoção de barreiras e quotas. Cerca de 60% do mercado mundial, princi-palmente o mais rentável (Japão, EUA, Coréia, México) é injustificavelmente fechado para exportações do Brasil, que acaba ficando muito dependente do mercado russo, que sempre encon-tra alguma coisa para complicar. Vale ressaltar que o setor de suínos é penali-zado pela questão da religião, pois mu-çulmanos não comem suínos, sendo grandes consumidores de frango.

Interessantes casos de formação de associações e cooperativas de pro-dutores, tal como a Coosuiponte (Co-operativa dos Suinocultores de Ponte Nova - MG), vem contribuindo de ma-

inoVaçõEs organizacionais E ProdutiVas dinamizam o sEtor dE suínos

Associativismos e Negócios

o setor produtivo precisa ter acesso a grãos com

menores custos e melhorar o uso de mão de obra.

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neira inovadora em ações coletivas dos produtores, dinamizando as relações e promovendo competitividade.

O setor mostra um caso exitoso de integração vertical, o frigorífico Saudali, em Ponte Nova (M.G.). Um investimento de R$ 80 milhões feito por 42 suinocultores, que entregam o volume de suínos proporcional à sua participação acionária, agregando valor com 290 produtos processados, gerando arrecadação de R$ 4,5 mi-lhões de impostos/ano e salários para 850 pessoas, ocupando o mercado de Minas Gerais.

Pesa contra o setor produtivo o au-mento dos preços dos grãos, além dos tradicionais custos que se elevam no Brasil, advindos das questões trabalhis-tas, ambientais, de logística, energia, tributárias e de custo de capital (juros). Reflexo desta condição insustentável, em comparação com os EUA, o custo de produção no Brasil pulou de US$ 0,90/kg para US$ 1,44/kg em dez anos. O custo nos EUA subiu de US$ 1,29 para US$ 1,40. Conseguiu-se a proeza de ficar mais caro que nos EUA. Também competem com o Brasil, no acesso a

mercados, a União Européia e o Cana-dá. Da mesma forma, o custo industrial do frigorífico Saudali pulou de 44 cen-tavos/kg em 2008 para 60 centavos/kg em 2011. É a nota triste do custo Brasil, que em nada evolui, aliás, só piora.

O setor produtivo precisa ter aces-so a grãos com menores custos e me-lhorar o uso de mão de obra. Enquanto que nos EUA um homem cuida em mé-dia de 150 matrizes, no Brasil a média é inferior, podendo chegar a apenas 40 matrizes. Existe ainda espaço na agen-da privada para redução de custos.

Hoje a situação de custos, em algu-mas regiões, não permite a mínima mar-gem para a sustentabilidade econômica do produtor. Foram reportados custos ao redor de R$ 2,60/kg, e preços recebi-dos abaixo de R$ 2,40/kg. Esta situação de aumento de custos inclusive tem levado a tensões no modelo de integra-ção do sul do Brasil, um dos mais admi-rados do mundo e um dos principais fatores que possibilitou hoje ao Brasil ter empresas que são lideres mundiais em proteína animal.

Removendo-se estas amarras, a sui-nocultura tem condições de alavancar suas exportações da mesma forma que fizeram as cadeias de bovinos e aves. Exportações são concentradas em poucas empresas, que podem melho-rar a coordenação e o processo de ex-portação visando valorização dos pro-dutos e sustentabilidade econômica.

O setor produtor integrado vem clamando por um “Consesuínos”, tal como o Consecana.

Pode ser outra interessante inova-ção para complementar toda a bonita e inovadora história recente dos suínos em termos de produção e governança aqui relatada.

Texto feito a partir de imersão em regiões produtoras de MG e debate

com empresários. u

� MARCOS FAVA NEVES Professor titular de planejamento e estratégia

na FEA/USP Campus ribeirão Preto

Coordenador científico do Markestrat.

hoje a situação de custos, em algumas regiões, não

permite a mínima margem para a sustentabilidade econômica do produtor

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De 10 a 12 de abril, a Pfizer Saúde Animal, empresa líder do mer-

cado, reuniu mais de 190 convidados, entre l ideranças da suinocultura brasileira, representantes e parceiros comerciais, para a sétima edição do Shaping the Future, em Natal/RN. O evento, realizado desde 2006, vem trazendo inovação para a cadeia da suinocultura. Neste ano, a proposta foi inovadora, com o tema “Os re-sultados do amanhã são os reflexos das decisões de hoje”, coerente às necessidades que os agentes do setor vivem à frente de empresas, as-sociações, instituições e também do negócio rural.

Jorge Espanha, Diretor da Pfizer Saúde Animal Brasil, reforçou em seu discurso de abertura que a empresa é sinônimo de inovação e vive a busca constante de soluções para as princi-pais necessidades no campo veteriná-rio. “Temos investido fortemente em pesquisa com o propósito de trazer novidades ao setor.  E estamos aqui reunidos para ampliar nossa consciên-cia sobre a tomada de decisões e sua relação com o futuro”.

Com palavras firmes e assertivas, César Souza, um dos maiores especialistas brasileiros em liderança, au-tor de livros de sucesso, como “Você é do Ta-m a n h o d o s Seus Sonhos”, “Você é o Líder da Sua Vida” e responsá-vel pela palestra de aber-tura do evento, alertou os presentes quanto ao mito sobre o papel de líder.

O primeiro mito é justamente o de que liderança é sinônimo de carisma. “Apesar de carisma não ser algo muito bem explicado”, comenta ele e explica “É simpatia? É falar bem? É ser bem-humorado e extrovertido?”. Já o segun-do mito é o de que o líder já nasce líder, pronto, com as características de um líder. Souza também quebrou paradig-mas sobre a visão da concorrência. “O maior concorrente está sempre dentro de casa, na falta de um rumo claro, com decisões equivocadas”, explicou.

Ainda para ele “a essência de um líder é a capacidade de influen-ciar pessoas”, e completa: “o líder

deve ter a capacidade de não apenas dizer aonde ir,

mas também por aonde seguir ”.

Como exem-plo, o empre-sário abordou o p o s i c i o n a -

mento do fun-dador da empresa

de cosméticos Natura, Luiz Seabra. “Ouvi dele que o negócio da Natura era virar ‘uma página na

o futuro da suinocultura E a tomada dE dEcisõEs

Entre Amigos

Presidente da ABCS, Marcelo Lopes, junto do presidente da Pfizer, Jorge Espanha no Shaping the Future, em Natal/RN

Jorge Espanha, Diretor da Pfizer Saúde Animal Brasil, reforçou em seu discurso de abertura que a empresa é sinônimo de inovação

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história da perfumaria mundial’. Ele não falou de volume, nem de ser líder de mercado, falou do que lhe move o coração e é com isso que ele mobiliza as pessoas”, comentou.

Nesta mesma linha de raciocínio, o ex-diretor corporativo de RH da Natura, Rogério Cher, mostrou ferramentas para atuar em parceria com a geração Y. “É estar conectado a uma causa. Profissionais cada vez mais querem empresas que deem algum sentido para suas vidas”.

“Os temas abordados trouxe-ram aos produtores, empresários e colaboradores presentes uma visão diferenciada sobre a realidade das corporações. Vi em muitos momentos, explicações para o que vivemos no nosso dia a dia e orientações preciosas em como prosseguir em casos tão es-pecíficos”, comentou o presidente da ABCS, Marcelo Lopes e reforçou “creio que encontros como esse podem fazer diferença lá na frente, nos resultados futuros da nossa atividade, ou do que queremos para ela”.

Além de noções de comporta-mento, o evento também nos propor-cionou um importante panorama na-cional e internacional do agronegócio, com a palestra do analista da MBAgro Alexandre Mendonça de Barros, que apresentou diferentes mudanças na agricultura brasileira e o futuro da pro-dução de grãos nos próximos anos e sua influencia direta na produção de carnes no Brasil. A edição também con-tou com palestrantes internacionais da Pfizer Saúde Animal/EUA.

Para encerrar, o diretor do Data Popular, Renato Meirelles, reforçou o caminho seguido pela ABCS de investir no consumo do mercado interno. “A Nova Classe Média Brasi-leira aumentou seu poder aquisitivo e quer mais carne no prato, querem oportunidade mais certeira para a carne suína?”. u

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A Pig Improvement Company (PIC) comemora 50 anos em 2012. Fun-

dada em 1962, a PIC nasceu das discus-sões promovidas por um grupo de sui-nocultores junto a pesquisadores no Reino Unido. Chamado de “Wallingford Pig Study Group”, o objetivo era obter um suíno híbrido antevendo o futuro do mercado de carnes, cuja tendência já apontava para um consumo prefe-rencial de cortes mais “magros”.

No Brasil, chega em 1977 por meio de uma joint venture com a

Agroceres, dando origem a Agroce-res PIC. A parceria está completando

35 anos e foi responsável pela intro-dução de suínos híbridos de genética superior na suinocultura brasileira, até então for-mada basicamente por animais puros.

A iniciativa produziu uma verdadeira revolu-ção na produção suiní-cola do País, que já ca-minhava na substituição do suíno tipo banha para o tipo carne. A criação da

Agroceres PIC possibilitou ainda a in-trodução de toda uma série de novos conceitos de produção e manejo, fun-damentais para o avanço da atividade no Brasil.

Hoje, a PIC é líder mundial em genética suína, com suas linhagens respondendo pelo abate anual de 110 milhões de suínos. De-tém ainda o maior banco de dados da indústria genética, o PICTraq, e investe US$ 20 milhões/ano em pesquisas, sen-

do uma das subsidiárias da Genus plc. u

Pic: 50 anos dE uma história dE inoVação

A saúde do leitão é o seu maior prêmio.Mas não custa nada ganhar também

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Saiba como na 4ª capa desta edição.

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012Na presença de várias autorida-

des, a exemplo da secretária de Agricultura do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, a cerimônia teve início com homenagens a destacados representantes do setor, entre os quais o veterinário e também diretor da Poli-Nutri, Julio Flavio Neves, agraciado como Personalidade do Agronegócio Brasileiro, por sua longa história de de-votamento a essa importante área de nossa economia. “O melhor desses 40 anos é perceber que evoluiu o agrone-

gócio e evoluíram o País e a sua gente também e muito especialmente por causa do agronegócio”, declarou após receber a honraria.

Médico-veterinário formado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Julio Flavio Neves é mestre em Ciência Animal pela universidade norte-ame-ricana da Flórida, membro fundador do Colégio Brasileiro de Nutri-ção Animal (CBNA), membro do Conselho de Administra-ção do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) e vice-presidente para a América do Sul da Feedlatina.

À frente da Poli-Nutr i Alimentos S. A., uma das lí-deres em nutrição animal no Brasil, Julio comemora o

bom desempenho da empresa, que recentemente aumentou em 40% sua capacidade produtiva, tendo hoje quatro unidades fabris em pontos estratégicos do território nacional — Osasco (SP), Maringá (PR), Eusébio (CE) e Treze Tílias (SC) —, além do Centro de Distribuição em Lajedo (PE), mais de 80 representantes comerciais e cerca de 700 funcionários. u

O evento foi realizado entre os dias 26/02/12 e 02/03/12 nas cida-

des de Quebec e Toronto – Canadá e reuniu profissionais de cooperativas, agroindústrias, técnicos e consultores, que juntos representaram cerca de um milhão de matrizes.

O projeto batizado de “Vamos Que-brar o Gelo” contou com uma programa-ção de cinco dias formada por visitas téc-nicas, workshop tecnológico e passeios.

A empresa aproveitou o momento para lançar a sua nova matriz comercial, Fertilis 25, produto que já é sucesso em

países como Canadá e EUA.Apoiaram o projeto as em-

presas MigPlus, Vetanco, Bo-ehringer Ingelheim, Gestal (Ca-nadá)  e  Ro-Main (Canadá). O Suino.Com também foi parceiro

da Genetiporc e divulgou toda a co-bertura do evento. u

gEnétiPorc rEúnE rEPrEsEntantEs da suinocultura no canadá

Grupo em visita ao Hotel de Gelo (Quebec)

dirEtor da Poli-nutri é homEnagEado na aVEsui 2012

NUTRIÇÃO ANIMAL

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É a “sobra” da “toilette” feita para preparação da Coroa de Costela. Indispensável “selar” a carne no fogo alto antes, para depois levá-la ao assar lentamente.

Sabor Sublime

Costela Piano

Fritas de Batata BaroaIngredientes (04 pessoas)600g de Batata Baroaóleo de MilhoManteiga

Algumas receitas de carne suína no churrasco aparecem com grande destaque em diversas culturas. Porém, a associação da carne suína com o molho Barbacue talvez seja o exemplo mais exuberante, já que é por si só responsável por estruturar milhares de restaurantes, especialmente no sul dos Estados Unidos. Com vocês, a carne suína no churrasco, uma grande e nova notícia apoiada em fundamentadas antigas verdades.

Cozinhar a batata baroa em ponto “al dente”. Descascar e cortar em cubos. Fritar no óleo de milho até ficar douradinha. Na finalização, escorrer o óleo e incorporar uma colher de sopa de manteiga.

Dicas para o churrasco: Acompanhamento:

Modo de Fazer

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