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    O d o n t o h e b i a t r i a e m s a ú d e p ú b l i c a H e b i a t r y o d o n t o l o g y i n p u b l i c h e a l t h A u t o r e s :    Revista Adolescência e Saúd e http://www.adolescenciaesaud e.com/imprimir.a sp?id=44 1 de 6 24/11/2014 22:56

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    O d o n t o h e b i a t r i a e m s a d e p b l i c a

    H e b i a t r y o d o n t o l o g y i n p u b l i c h e a l t h

    A u t o r e s : Ana Beatriz Nery da F. Cordeiro1, Ana Karina F. C. Calderan Correa2, Sidney Alverni Eloyda Hora3, Antnio Carlos Avelino de Pontes4

    Resumo:A adolescncia um perodo de profundas transformaes, quando so revistos e consolidados valores e atitudes,requerendo, portanto, ateno e linguagem especiais. Nesse momento, geralmente o jovem se sente adulto e seentristece quando tratado como criana. Ao mesmo tempo, fica angustiado quando se sente criana e lhe soexigidos comportamentos adultos. A palavra hebe, em grego, significa juventude. Em razo disso, a "hebiatria"destina-se ao estudo da juventude. Portanto a odontohebiatria direciona e insere o adolescente, na faixa etria de 10 a20 anos de idade, num programa educativo preventivo e curativo, enfocando, quando necessrio, os aspectos estticoe cosmtico to valorizados nessa fase, levando em considerao que o direcionamento e o apoio nessa etapa soinestimveis, pois estaremos contribuindo para a formao de uma gerao saudvel no conceito mais amplo dapalavra. A odontologia voltada para o adolescente requer algo mais que tcnico-cientfico, uma vez que se ocupa deum indivduo passando por intensas modificaes biolgicas, psicolgicas e sociais. Temos que desenvolver umalinguagem especfica e um tratamento adequado aos seus anseios. Devem-se respeitar suas necessidades especficasem relao prpria linguagem e modificaes comportamentais, estimulando um modelo de promoo da sadeassociado valorizao do sorriso em sade pblica.

    Abstract:Adolescence is characterized as a period of deep transformations, when values and attitudes are reviewed andconsolidated, what requests special attention and language. At this time, youths usually feel as adults, and become sadwhen they are treated as children. At the same time, they get upset when they feel as children and are demandedadult behaviors. The word hebe in Greek means youth. Thus, "hebiatry" is destined to the youth's study, and hebiatryodontology addresses and inserts the adolescent, in the age group from 10 to 20 years, in an educational, preventiveand healing program that focus, when necessary, on the aesthetic and cosmetic aspects so valued in that phase,taking into account that support in that stage is priceless, because we will be contributing to the formation of a healthygeneration in the widest concept of the word. The dentistry directed to adolescence requests something more thantechnician-scientific, once it is in charge of an individual, going through intense biological, psychological and socialmodifications. We have to develop a specific language and an appropriate treatment to their longings. Their specificneeds should be respected in relation to their own language and behavior modifications, stimulating a model of healthpromotion that values the smile in public health.

    INTRODUOA universalidade do acesso s aes e aos servios para promoo, proteo e recuperao da sade um dosprincpios do Sistema nico de Sade (SUS) institudo pela constituio brasileira de 1988. O Estatuto da Criana e doAdolescente (ECA) em vigor j proclama que ambos tm direitos vida e sade mediante a efetivao de polticaspblicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso em condies dignas de existncia. Aosgestores de polticas pblicas brasileiras cabe o desafio de cumprir essa premissa, desenvolvendo aes que melhorema qualidade de vida das pessoas.Entre os principais avanos, destaca-se a aprovao do ECA, em 1990, regulamentando o artigo 227 da Constituio

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  • Federal de 1988, o qual incorpora os princpios adotados pela Conveno sobre os Direitos da Criana aprovada pelaAssemblia Geral da Organizao das Naes Unidas (ONU) em 1989. Tal normativa promove importante mudana deparadigma para a proteo da infncia e da adolescncia, reconhecendo os adolescentes como sujeitos de direito e noobjetos de interveno do Estado, da famlia ou da sociedade. A poltica de atendimento criana e ao adolescentetambm estabelece a forma descentralizada e o atendimento municipalizado, facilitando a integrao entre os diversossetores que podero planejar e articular polticas comuns de ateno populao juvenil a partir de sua realidadelocal.A adolescncia, considerada uma etapa da vida entre a infncia e a fase adulta, marcada por um complexo processode crescimento e desenvolvimento biopsicossocial associado vulnerabilidade em relao aos agravos da sade. Nessecontexto, a sade bucal tambm est inserida e espera-se que a universalizao do acesso propicie a ampliao dacobertura dos servios odontolgicos ao adolescente. Cabe ao Programa Odontohebiatria em Sade Pblica enfatizar osaspectos preventivos da sade bucal, assim como participar de forma integrada com os servios especializados napromoo de sade geral dessa faixa etria.O objetivo desta publicao subsidiar os profissionais de sade, gestores estaduais e municipais, rgos einstituies que atuam na rea da sade do adolescente, a fim de fornecer elementos essenciais ao processo detomada de decises na elaborao de polticas pblicas direcionadas ao atendimento nos servios de sade,principalmente para que os direitos dos adolescentes sejam amplamente divulgados e discutidos pela sociedade,possibilitando assim que eles se tornem cidados participativos de seus direitos e deveres pblicos, em mbito social,educacional e de sade.Trata-se de pesquisa bibliogrfica que insere a sade bucal como parte integrante e inseparvel da sade geral doindivduo, relacionada diretamente com as condies de saneamento, alimentao, moradia, trabalho, educao,renda, transporte, lazer, liberdade, acesso e posse da terra, aos servios de sade e informao.A importncia da compreenso do processo sade/doena o primeiro passo para o entendimento de que as aes eos servios de sade bucal devem ser direcionados para o bem-estar da populao, garantindo sua qualidade de vida.

    ODONTOHEBIATRIA EM SADE PBLICAA Conveno dos Direitos da Criana da ONU, a Constituio Federal e o ECA listam diversos direitos queprioritariamente devem ser alvos da proteo pelo Estado, a fim de garantir uma existncia digna e o desenvolvimentopleno da criana e do adolescente. Dessa forma que a criana e o adolescente, alm dos direitos fundamentaisinerentes a qualquer ser humano, tm mais alguns que lhes so especiais pela sua prpria condio de pessoa emdesenvolvimento.Embora a grande maioria dos pases possua sistemas democrticos, esses sistemas dificilmente representam osjovens, que se sentem distantes dos mesmos e desconfiam de seus principais protagonistas, o que contribui para umavida societria repleta de dvidas, anseios, descrditos e dificuldades de sociabilizao, afetando a auto-estima e,muitas vezes, banalizando a prpria sade.A adolescncia uma fase de desenvolvimento humano caracterizada como perodo de profundas transformaes,quando so revistos e consolidados valores e atitudes, e requer, portanto, uma linguagem especial. Estamostrabalhando com uma faixa etria que apresenta muitas peculiaridades e necessita de cuidados e ateno em diversasreas. O direcionamento e o apoio nessa etapa da vida so inestimveis, pois estamos contribuindo para a formaode uma gerao saudvel no mais amplo conceito da palavra.A especialidade comeou a ganhar corpo na dcada de 1950 nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil existe desde1974 no Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo (HC-FMUSP). Segundo aOrganizao Mundial da Sade (OMS), adolescncia o perodo entre os 10 e os 20 anos de idade.A palavra hebe, em grego, significa "juventude", numa referncia deusa grega da juventude. Etimologicamente apalavra "hebiatra" formada pelo antepositivo heb + o pospositivo iatra. Heb(e) antepositivo, do grego hb, s,juventude, adolescncia; vigor da mocidade. Em funo disso, a "hebiatria" destina-se ao estudo da juventude, sendo,portanto, hebiatra o profissional da rea de sade responsvel pelo atendimento de crianas e adolescentes; peloacompanhamento do seu desenvolvimento psicossocial, de sua interao social e de questes relacionadas comdrogas, sexualidade, violncia e assistncia mdica.Do ponto de vista biolgico, nenhuma outra etapa da vida extra-uterina marcada por tantas mudanas rpidasquanto a adolescncia. E o crescimento e o desenvolvimento so muito peculiares, bem diferentes daqueles da infnciae da vida adulta. Alm das mudanas fsicas, o jovem tambm modifica sua forma de pensar, de encarar o "novomundo". Movido pela curiosidade, muitas vezes ele pode se expor a riscos, principalmente quando est com o grupo deamigos.A consulta com o hebiatra o momento em que o adolescente se sente vontade para expor suas dvidas epreocupaes em relao a tantas mudanas dessa fase. Da surgem questes referentes a drogas, sexualidade (oprimeiro beijo, a primeira relao sexual), preocupaes com o corpo, alimentao, exerccios fsicos exagerados etc. Ohebiatra acompanha o desenvolvimento fsico, prevenindo ou tratando doenas, e atua tambm discutindo questesrelacionadas com as esferas socais e psicolgicas. Entre outros cuidados, ao contrrio do que muitos imaginam, o

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  • programa de vacinao no exclusivo da infncia. Os adolescentes tambm precisam estar adequadamenteimunizados.Na odontologia, denominamos odontohebiatria o projeto que visa promover a preveno da sade bucal por meio deatividades socioeducativas, palestras direcionadas sensibilizao, tcnicas de higiene oral com escovaosupervisionada e atendimentos curativos adequados. Aliar estratgias educativas s atividades preventivas,enfatizando os cuidados com a sade, pode contribuir para o conhecimento e autocapacitao em sade bucal. Atpouco tempo atrs, para alguns especialistas havia uma falta de continuidade entre os tratamentos odontopeditricose odontolgicos nos adultos. Pensando nisso, profissionais odontlogos em sade pblica pensaram em atuar naodontohebiatria, pois perceberam que o adolescente ficava sem um tratamento direcionado. Quando saa daodontopediatria, no se encaixava na clnica para adultos, ou seja, criava-se uma lacuna, deixando o adolescente,paciente hebitrico, fora dos atendimentos prioritrios em sade pblica.A odontohebiatria direciona e insere o adolescente na faixa etria entre 10 e 20 anos de idade num programaeducativo preventivo e curativo na rea da odontologia. importante ressaltar que os critrios biolgicos, psicolgicose sociais tambm devem ser considerados na abordagem conceitual da adolescncia e da juventude.A odontologia voltada para o adolescente requer algo mais que tcnico-cientfico, uma vez que se ocupa de umindivduo passando por intensas modificaes biolgicas, psicolgicas e sociais. A puberdade um parmetro universalque ocorre de modo semelhante em todos os indivduos, enquanto a adolescncia um fenmeno singularcaracterizado por influncias socioculturais que vo se concretizando por meio de reformulaes constantes de cartersocial, sexual, de gnero, ideolgico e vocacional. Por isso a importncia do atendimento multidisciplinar, com oenvolvimento das mais diversas reas assistenciais da sade pblica.Quando se considera a situao precria do saneamento bsico, dos deficientes abastecimento e tratamento da gua edo aporte insuficiente (qualitativo e quantitativo) de alimentos para a populao, aliado ingesto de carboidratos emexcesso, sem orientaes nutricionais adequadas para a idade, entende-se porque o Brasil o terceiro pas do mundoem incidncia de crie.A Estratgia Sade da Famlia (ESF) uma diretriz prioritria do Ministrio da Sade na ateno bsica na qual podemser solucionados, em mdia, 80% dos problemas de sade de uma populao. As equipes de sade bucal na ESF somodelos de reorientao das prticas em sade bucal, valendo-se tanto de aes curativas quanto de promoo epreveno, com vistas recuperao da sade dos indivduos. Uma das formas de evitar o agravo da situao seriapromover a sade e o desenvolvimento dos adolescentes no contexto da ateno bsica, a partir de aes implantadaspela ESF, pois crianas e adolescentes tambm esto sujeitos a muitas formas de doenas orais periodontais, quepodem variar de uma apresentao clnica leve e reversvel at destruio ssea generalizada, culminando com aperda dos dentes.Odontlogos que utilizam a odontohebiatria tm postura diferenciada diante do paciente adolescente, o que vai almda abertura de boca para o profissional, havendo a criao de vnculo, confiana e valorizao da sade.A motivao quanto higiene bucodentria na adolescncia uma difcil tarefa, pois envolve a modificao de hbitosadquiridos durante toda a infncia. O profissional, durante a motivao, deve lanar mo de diversos recursos, comoescova de dentes, fio dental, macromodelos, folhetos explicativos, evidenciadores de biofilme e material audiovisualpara ensinar aos adolescentes tcnicas de higienizao, com escovao supervisionada.A escovao mecnica o mtodo mais utilizado para o controle do biofilme, porm sozinha no capaz de removerdepsitos de placa bacteriana em todas as superfcies dentais. Para a remoo do biofilme interdental, o fio dental um instrumento altamente eficaz.O odontoebiatra deve encorajar seu uso pelos adolescentes, fazendo com que se torne hbito dirio. Muitas vezes, porfalta de informao e motivao, os jovens tendem a desprezar sua utilizao, pensando que s a escovao mecnicaj suficiente.O aumento na velocidade de crescimento, a mudana na composio corporal, a atividade fsica, a menarca (nasmeninas) e a espermarca (nos meninos), que caracterizam o incio da puberdade, so fatores que influenciamdiretamente as necessidades nutricionais.Essas transformaes exercem importante efeito sobre o comportamento alimentar do adolescente, que tende a vivero momento atual, no se interessando pelas conseqncias de seus hbitos alimentares, que, muitas vezes,representam fatores de risco para a instalao de doenas crnicas na vida adulta. Assim, tornam-se imprescindveis aanlise e a orientao dos hbitos alimentares do paciente hebitrico. Visto que os hbitos alimentares seguempadres culturais e socioeconmicos, recentes estudos tm demonstrado a relao entre qualidade de vida e sadebucal por meio dos aspectos de comportamento dos jovens, como atividade fsica, dieta alimentar, higiene bucal,hbito de fumar e consumo de bebidas alcolicas.Acreditamos que as pesquisas sobre o estilo de vida dos adolescentes sejam fundamentais para o seu atendimento epara planejar programas de sade, contribuindo para aquisio de hbitos saudveis e a conscientizao da famliasobre seu papel na formao integral do adolescente, considerandose a influncia dos fatores genticos e da heranacultural na determinao do padro alimentar.

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  • Na adolescncia, os hbitos de fumar e ingerir bebidas alcolicas representam formas de aproximao do grupo deamigos de maior convivncia social. Entretanto fundamental alertar o paciente hebitrico de que o hbito de fumarprovoca a reduo dos nveis sricos de vitamina C, aumentando a vulnerabilidade aos cnceres bucal, de laringe e deesfago.Devemos orientar os adolescentes a adotar uma alimentao balanceada, tendo em vista que a obesidade uma dasdoenas nutricionais que mais tem aumentado nos ltimos anos e est relacionada, em geral, com sedentarismo,hbitos alimentares inadequados e velocidade das refeies. Cerca de 80% dos adolescentes obesos tornam-se adultosobesos, e os fatores de risco, como hipertenso arterial, doenas coronarianas e alterao do perfil lipdico, j ocorremnesse grupo.Durante a adolescncia, o envolvimento com a nutrio assume aspectos singulares e muito importantes, o que justificado pelo fato de o indivduo adquirir, nessa fase da vida, 25% de sua estatura e 50% de peso definitivo.Com relao sade bucal, preciso reconhecer que o papel da dieta alimentar no se restringe apenas formaodo biofilme e ao desenvolvimento da crie. A ingesto de alimentos saudveis diariamente contribui para odesenvolvimento da ocluso, alm de participar do processo de cicatrizao e do aumento da resistncia s infeces.Podemos desenvolver a anlise dos hbitos alimentares do paciente hebitrico e planejar orientaes individuais ou empequenos grupos, pois nessa faixa etria so importantes os grupos de referncia, como amizades, namoro, escola,trabalho e famlia.Na busca da identidade, os adolescentes ainda carregam referenciais anteriores, mesmo que contestados. Os aspectosassociados ao ambiente lhes fornecero alternativas; opes inusitadas, como modismos alimentares; ou novasprticas, como o uso de drogas, entre as quais o lcool. No vlida a abordagem moral do problema criado pelosvcios, pois est em jogo muito mais do que simples noes de certo ou errado, que no acompanham a grandevariedade de fatores desencadeantes dessas situaes, sempre referentes ao binmio adolescente ambiente. Nessesentido, a atuao da dinmica familiar nas vivncias dos jovens motiva comportamentos e aes que podem serreproduzidos de maneira definitiva.Embora os adolescentes possam ter independncia de escolha com relao prpria alimentao, algumasrecomendaes devem ser enfatizadas com o propsito de melhorar as condies nutricionais durante a adolescncia,com base em hbitos alimentares saudveis, dietas variadas, aumento do consumo de frutas e vegetais, ingesto dealimentos ricos em clcio, diminuio do consumo de acar refinado e gorduras saturadas, restrio do uso debebidas cidas, ressaltando a importncia do caf da manh, da regularidade na alimentao e do jantar em famlia.Posto que os adolescentes no se interessam pela prpria sade, eles sero mais atrados se forem enfatizados osefeitos benficos da dieta sobre a aparncia de seus dentes, o desempenho nos esportes e a atrao fsica. Entretantoeles devem ser conscientizados do papel negativo do consumo de drogas, lcool e fumo e incentivados prtica deatividade fsica regular, no excessiva, assim como outras atitudes positivas para a sade, por seus benefcios sadebucal.A manuteno uma das fases mais importantes na prtica odontolgica. No exclusividade de nenhumaespecialidade, mas um compromisso da profisso para com a melhoria e o estabelecimento da sade. Devemoscontrolar, observar, educar e agir de acordo com a necessidade do paciente para obtermos o sucesso almejado,preservando sempre.

    CONCLUSOA odontohebiatria em sade pblica surgiu para reorganizar a prtica e a qualificao de aes e servios oferecidos narea de ateno bsica da sade bucal, reunindo uma srie de aes voltadas aos adolescentes, com ampliao deacesso ao tratamento odontolgico gratuito populao, segundo princpios e diretrizes do SUS. Tal programa foidirecionado superao do abandono e da falta de compromisso com a sade bucal dos adolescentes, objetivandosuperar as desigualdades trazidas pela restrio de acesso ao tratamento, bem como eliminar esse cartereminentemente mutilador intrnseco que a ausncia de informao e preveno.Um mundo para as crianas e adolescentes, como diz o Relatrio das Naes Unidas de 2002, aquele onde todas ascrianas e adolescentes desfrutam de vrias oportunidades para desenvolver sua capacidade em meio seguro e comsade. Para tanto preciso considerar que a odontohebiatria um ponto de partida da odontologia, em parceria comoutras reas da sade, para a compreenso das injunes que cercam o aparecimento de um novo campo de saber eprtica profissional.A adolescncia, como conceito plural, engloba componentes biolgicos, emocionais e socioculturais. Lidar com essasituao complexa exige das equipes multidisciplinares de sade uma abordagem integral dos problemas detectados.Os modelos tradicionais da ateno mdica e de sade pblica, trabalhados de forma isolada e independente, norespondem s necessidades dessa populao. A mudana de comportamento ou de hbito apenas um dos objetivosda educao em sade pblica. O propsito da educao a libertao humana, ou seja, a transformao dosindivduos em sujeitos de seu prprio aprendizado e participantes de atividades que desenvolvam um pensamentocrtico capaz de analisar o contexto social de seus problemas para buscar solues.Reverter esse cenrio com integralidade de aes pblicas em sade o que se pretende atingir com esse modelo de

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  • atuao. A integralidade entendida como um conjunto articulado e contnuo de aes e servios preventivos ecurativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os nveis de complexidade do sistema. acondio primordial da assistncia a adolescentes e jovens, tanto do ponto de vista da organizao dos servios emdiversos nveis de complexidade (promoo, preveno, atendimento a agravos e doenas, e reabilitao), quanto dacompreenso dos aspectos biopsicossociais que permeiam as necessidades de sade desses grupos populacionais.

    BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA1. Abreu MHNG, Werneck MAF. Sistema Incremental no Brasil: uma avaliao histrica. Arq Odontol.1998;34(2):121-31.2. Amarante LM, Jitomirski F, Amarante CLF. Flor: benefcios e controvrsias dos programas de fluoretao. Rev BrasOdontol. 1993;50(4):22-30.3. Anais da 7a Conferncia Nacional de Sade, 1980, Braslia. Braslia, DF: Centro de Documentao do Ministrio daSade. 1980.4. Antunes JLF, Frazo P, Narvai PC, Bispo CM, Pegoretti T. Spatial analysis to identify differentials in dental needs byarca-based measures. Community Dent Oral Epidemiol. 2002;30:133-42.5. Antunes JLF, Pegoretti T, Andrade FP, Junqueira SR, Frazo P, Narvai PC. Ethnic disparities in the prevalence ofdental caries and restorative dental treatment in Brazilian children. Int Dent J. 2003;53:7-12.6. Antunes JLF, Peres MA, Jahn GMJ, Levy BBS. The use of dental care facilities and oral health: a multilevel approachof schoolchildren in the Brazilian context. Oral Health Prev Dent. 2006;4(4):287-94.7. Bader JD, Shugars DA, Bonito AJ. A systematic review of selected caries prevention and management methods.Community Dent Oral Epidemiol. 2001;29:399-411.8. Basso ML. Consideraciones sobre la atencin odontolgica del adolescente. Rev Assoc Odontol Argent.1987;75(4):141-4.9. Birkeland JM, Haugejorden O, Fehr FR. Analyses of the caries decline and incidence among Norwegian adolescents1985-2000. Acta Odontol Scand. 2002;60(5):281-9.10. Bloch KV, Coutinho ESF. Fundamentos da pesquisa epidemiolgica. In: Medronho RA, Carvalo DM, Bloch KV, LuizRR, Werneck GL. Epidemiologia. So Paulo: Editora Atheneu. 2003;107.11. Brasil. II Conferncia Nacional de Sade Bucal. Braslia, 1993. Braslia: CFO. Relatrio final. 1993.12. Brasil. Conselho Nacional de Sade. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo sereshumanos. Braslia: Ministrio da Sade. 1996. Resoluo 196.13. Brasil. Constituio (1988). Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia, DF: Senado. 1988.14. Brasil. Ministrio da Justia. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispe sobre o estatuto da criana e doadolescente e d outras providncias. Dirio Oficial da Unio, 16 julho 1990; Seo. 1. p. 13.563.15. Brasil. Ministrio da Sade. Diretrizes da Poltica Nacional de Sade Bucal. Acesso em: 21/09/04. Disponvel emURL: .16. Bruno-Ambrosius K, Swanholm G, Twetman S. Eating habits, smoking and toothbrushing in relation to dentalcaries: a 3-year study in Swedish female teenagers. Int J Paediatr Dent. 2005;15(3):190-6.17. Burt BA. Prevention policies in the light of the changed distribution of dental caries. Acta Odontol Scand.1998;56(3):179-86.18. Bussadori, SK, Masuda, M. Odontohebiatria. Editora Santos. 2005.19. Cangussu MCT. Crie dental: fatores de promoo e proteo em adolescentes. Salvador/BA. UFBA. Instituto deSade Coletiva. Mestrado. 1998.20. Cangussu MCT, Castellanos RA et al. Crie dentria em escolares de 12 e 15 anos de escolas pblicas e privadasde Salvador, Bahia, Brasil, em 2001. Pesquiodontol Brasil 2002;16(4):379-384.21. Castellanos RA. Aspectos epidemiolgicos de crie dental em escolares brancos e no-brancos de ambos os sexosinternos em sete orfanatos da cidade de So Paulo em 1972. Rev Sade Pblica 1974;8:51-62.22. Chaves SCL, Vieira-da-Silva LM. A efetividade do dentifrcio fluoretado no controle da crie dental: umametanlise. Rev Sade Pblica 2002;36(5):598-606.

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    1. Cirurgi-dentista; especialista em Dentstica Restauradora pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);especialista em Sade Coletiva pela Faculdade de Cincias Sociais Aplicadas (FACISA).2. Cirurgi-dentista; especialista em Sade Coletiva pela FACISA.3. Assistente social; especialista em Psicopedagogia com nfase em Clnica pela Faculdade Santa Helena (FSH).4. Assistente social.

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