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ARQUITETURA AÇO ARQUITETURA AÇO & Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 30 junho de 2012 Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 30 junho de 2012 Construção sustentável

Revista Arquitetura e Aço - 30

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Revista Arquitetura e Aço - 30

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Page 1: Revista Arquitetura e Aço - 30

ARQUITETURA AÇOARQUITETURA AÇO&Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 30 junho de 2012Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 30 junho de 2012

Construção sustentável

Page 2: Revista Arquitetura e Aço - 30

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NORTE: Belem, PA: 91 3255-7555

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SUL: Joinville, SC: 47 3461-5300Porto Alegre, RS: 51 3302-7308

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Para este número de ArquiteturA & Aço, selecionamos, como sempre, obras nas quais o sistema construtivo em aço se mostrou a solução mais apropriada devido a características como flexibilidade, compatibilidade com outros mate-riais, alívio de carga nas fundações ou menor prazo de execução. Mas também, e principalmente, por incorporar diversas questões que contribuem para maior sustentabilidade na construção, tais como a redução de desperdício de material, redução de ruído e pó durante a obra, menor produção de entulho e necessidade de transporte. Sem contar que ao final do ciclo de vida destas edificações o aço será totalmente recuperado e reciclado.

Um bom exemplo é a reformulação da sede do Escritório Zanettini, em São Paulo, com a desmontagem e reaproveitamento da estrutura do antigo prédio, para implantação em outro endereço.

Buscamos apresentar obras de tipologias variadas, como o Centro de Distribuição da Avon, no interior de São Paulo, projeto de Roberto Loeb e Associados que, além da plasticidade e elegância, incorpora diversas soluções que lhe valeram o selo Leed Gold, do Green Building Council (GBC). Trazemos, ainda, o Edifício Nações Unidas, em São Paulo, que também recebeu certificação pelo GBC e o cuidadoso projeto da nova sede corporativa da Teckma.

Outra obra significativa é a Praça Victor Civita, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. O projeto pioneiro de revitalização de uma área degradada tornou o espaço público uma referência em sustentabilidade no Brasil.

Já a Casa Natura se destaca como obra certificada pelo processo Alta Qualidade Ambiental (AQUA), concedido pela Fundação Vanzolini, que propõe uma aborda-gem ampla e integrada da construção sustentável. Com os postos ecoeficientes da rede Ipiranga, mostramos a versatilidade e benefícios da construção com o sistema light steel framing.

Apresentamos também uma entrevista com a professora Danielly Borges Garcia, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unileste (MG) e pesquisadora dos impactos ambientais gerados na construção civil.

Para completar este número, a Academia de Ciências da Califórnia, totalmente reformulada pelo arquiteto Renzo Piano, mostra, na prática, uma visão integral de sustentabilidade aplicada a um museu e incorporada em seu dia a dia.

Boa leitura!

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Uma edição inteiramente dedicada à construção sustentável!

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sumárioFoto da capa:

Academia de Ciências da Califórnia – São Francisco (USA)

Arquitetura & Aço nº 30junho 2012

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14.10.06.04. 18.

28.26.22. 34.32.

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04. Características que elevam o aço à categoria de material sustentável. 06. Maior Centro de

Distribuição da Avon tem certificado Leed. 10. Defensor incansável das construções ecoeficientes,

Siegbert Zanettini fala sobre a reestruturação de sua sede. 14. Com a Praça Victor Civita, a Levisky

Arquitetos recupera terreno contaminado e revitaliza espaço público. 18. Conforto ambiental e menores

custos operacionais na nova sede da Teckma, na capital paulista. 22. Em Santo André (SP), Casa Natura

foi construída em sintonia com os ideais da marca. 26. Em entrevista, a professora Danielly Borges Garcia,

da Unileste (MG), fala sobre aço e sustentabilidade. 28. Distribuidora de combustível Ipiranga utiliza

sistemas industrializados para a implantação de conceitos sustentáveis. 32. Edifício Nações Unidas integra

rol de edifícios corporativos com certificação Leed Silver. 34. Reformulada por Renzo Piano, Academia

de Ciências da Califórnia é o primeiro museu do mundo a receber o Leed Platinum Duplo.

ENDEREÇOS 38

ACONtECE 36

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4 &ARQUITETURA AÇO

O aço na construção da sustentabilidade

Na busca pela susteNtabilidade Na coNstrução civil, é esseNcial coNsiderarmos todo o ciclo de vida da edificação, desde a coNcepção, até o fiNal de sua vida útil. é preciso lidar com todas as etapas já Na elaboração do projeto, trazeNdo soluções para respoNder de forma adequada aos importaNtes desafios ambieNtais, sociais e ecoNômicos relacioNados ao empreeNdimeNto.

são questões amplas, que eNvolvem decisões desde a escolha da implaNtação às coNdições e custos de operação; a seleção dos materiais utilizados, a avaliação do impacto da obra em seu eNtorNo e defiNições do coNforto térmico, acústico e visual proporcioNado aos usuários. além disso, há a ateNção com os aspectos sociais relacioNados aos trabalhadores eNvolvidos ou à comuNidade. é Neste coNtexto que o aço revela todo o seu poteNcial para coNtribuir com o avaNço da coNstrução susteNtável, apreseNtaNdo vaNtageNs como:

> Não Polui o meio ambieNte: o aço é obtido a partir do minério de ferro, que é um dos elementos mais abundantes no planeta. Do pro-cesso de produção resulta um material homogêneo, que não libera substâncias que agridem o meio ambiente;

> uso de coProdutos: os coprodutos resultantes da produção do aço também podem ser utilizados na construção civil. Os agregados siderúrgicos são usados na produção de cimento e podem ser empre-gados na pavimentação de vias e como lastro em ferrovias;

> ecoNomia de temPo Na execução: o aço permite maior veloci-dade da construção, visto que os componentes, na sua maioria, são produzidos fora do canteiro de obra. O tempo de construção é mais curto, minimizando os incômodos causados à vizinhança;

> ecoNomiza materiais e dimiNui os imPactos: o menor peso da estrutura em aço reduz as fundações e escavações, gerando menor retirada de terra que, consequentemente, diminui as viagens de caminhões para sua remoção e a necessidade de áreas para descarte; Fo

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> maximiza a ilumiNação Natural com ecoNomia de eNergia: a alta resistência do aço permite estruturas com vãos mais amplos. Telhados e fachadas leves e transparentes favorecem a iluminação natural e, consequentemente, a economia de energia elétrica;

> durabilidade: existem diversas maneiras de proteção efetiva do aço contra corrosão, seja por meio de revestimento metálico ou pintura, ou ambos, que são cada vez mais aplicados diretamente às chapas ou à estrutura durante o processo de fabricação;

> Flexibilidade: edificações com estrutura em aço oferecem máxi-ma liberdade ao empreendimento, tanto na fase de operação como em futuras adaptações. As construções podem ser facilmente modi-ficadas ou ampliadas para se adaptarem a novos usos;

> o aço é iNFiNitameNte reciclável: o aço pode ser reciclado em sua totalidade sem perder nenhuma de suas qualidades. Devido a suas propriedades magnéticas, que não são encontradas em nenhum outro material, o aço é facilmente separado de outros materiais, possibilitan-do elevados índices de reciclagem.

Consumo

DescarteUsuário

Sucata

Reciclagem

Produção de bens intensivos em aço

Na página anterior, separação magnética de sucata de aço, que é incorporada à fabricação de um novo aço (foto 1). Este aço é solidificado em placas (foto2), e posteriormente conformado em produ-tos, como perfis estruturais (foto 3)

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Leveza, fLexibiLidade, rapidez e precisão. Estas são as carac-terísticas do aço apontadas pelo arquiteto Roberto Loeb para justi-ficar o uso do material em diversos elementos da obra do Centro de Distribuição (CD) da Avon, inaugurado em 2011 em Cabreúva, interior de São Paulo. “Em construções com grandes áreas e vãos e que usam em sua estrutura um misto de aço e concreto, o aço, especialmente por sua resistência, tem se mostrado muito adequado”, afirma.

Outra opção pela utilização do material foi o conceito de sus-tentabilidade que envolve o projeto. Tudo foi pensado para garan-tir o máximo de eficiência energética, gestão e economia de água, de resíduos, conforto termoacústico, entre outros aspectos que envolvem uma obra sustentável. Para Loeb, o aço entra neste contexto porque tem longa vida útil, não produz resíduos, ofere-

ce soluções de alto desempenho tanto para isolamento térmico quanto para isolamento acústico, gerando econo-mia de energia, entre outros fatores. Como resultado, a obra recebeu o certificado Leadership in Energy and Environmental Design (Leed Gold), concedido pelo United States Green Building Council (USGBC).

Considerado muito mais do que um galpão, o CD segue o conceito de uma minivila. Localizado num terreno de 270 mil m2, são 94 mil m2 de área construída,

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Na entrada do Centro de Distribuição, um grande espelho d'água separa os ambientes e ajuda a melhorar o conforto térmico. A ponte em rampa e sua cobertura, projetadas em estrutura de aço, conectam a área de acesso e a de armazenamento

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Além de Atender à função operAcionAl, mAior centro de distribuição dA Avon no mundo, é o único com certificAção leed Gold

sendo que só o CD, instalado num volu-me metálico, ocupa quase 60 mil m2. O restante são áreas de apoio, como escritórios, vestiários, refeitório, esta-cionamento e até creche para os filhos dos funcionários. No total, a empre-sa anunciou investimentos de R$ 150 milhões no projeto – o maior Centro de Distribuição da Avon no mundo e o único com certificado Leed.

Logo na entrada, após o estaciona-mento, fica a recepção, sobre um espe-lho d’água, que ajuda a garantir o con-

forto térmico do ambiente. Uma rampa construída com estrutura metálica, coberta por telha de aço e com forro em madeira, leva ao galpão. No seu interior, a passarela de 3 m de largura por 400 m de comprimento, feita com vigas metálicas e pilares e lajes de concre-to, garante a interligação de todos os ambientes.

Atendendo a uma necessidade do cliente, uma parede corta--fogo divide o espaço do galpão em dois setores: um para o estoque e outro para a expedição das encomendas. O local também conta com um mezanino metálico de aproximadamente 7 mil m2 e uma área para operações de embalagem, com esteiras, de 42 mil m2.

Com área de cobertura e fechamento lateral estrutu-rados em aço, o galpão principal conta com isolamento termoacústico, tanto nas laterais como na cobertura. Para um

Exemplo de valor

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melhor condicionamento, as laterais são compostas de telhas onduladas metálicas em sanduíche, com inters-tício preenchido por lã de rocha. Na cobertura, também com telhas ondu-ladas, o isolamento é feito com lã de vidro e revestidas na face inferior com laminado plástico, que fica aparente. Aberturas zenitais e brises na parte inferior das paredes garantem ilumi-nação e ventilação naturais.

Entretanto, para que sejam obtidos os resultados positivos de um proje-to sustentável, são necessárias ações de grande complexidade, tais como: elaboração de estudos sobre impactos ambientais da construção, enquadra-mento e cumprimento da legislação ambiental e dos requisitos da certifi-cação, estão entre os principais itens que precisam ser levados em conta. No CD da Avon, a interação com a comu-nidade local resultou em mais de 3,5 mil funcionários contratados. Já a ado-ção de um plano de gestão de resíduos desviou dos aterros sanitários locais quase 100% dos resíduos gerados pela obra. Somam-se a estas estratégias outras como o controle de erosão e estudos de desempenho energético e análise do entorno. A própria escolha da cidade de Cabreúva foi feita por proporcionar facilidade de logística – o município está localizado próximo a quatro importantes mercados para a Avon: São Paulo, Campinas, Jundiaí e Sorocaba. (c.e.) M

Localizados em blocos diferentes, restaurante e escritórios conectam-se por rampas e passarelas. No bloco administrativo, os brises inclinados de madeira

são apoiados por vigas metálicas. Abaixo, destaque para a passarela metálica no galpão principal. Ao lado, parede corta-fogo se sobressai na fachada

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> Projeto arquitetônico: Roberto Loeb e Luis Capote

> Área do terreno: 270 mil m²

> Área construída: 94 mil m²

> Aço empregado: ASTM A572 GR42

> Volume do aço: 2.600 t

> Projeto estrutural: MHA Engenharia

> Fornecimento da estrutura metálica: Codeme Engenharia

> Execução da obra: Serpal Engenharia e Construtora

> Local: Cabreúva, SP

> Data do projeto: 2009

> Conclusão da obra: 2011

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Um dos Pioneiros no Uso do aço no Brasil, o arquiteto Siegbert Zanettini faz parte da primeira geração de professores doutores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Paulo (FAU-USP) que soube, desde sua formação, no final da década de 1950, aliar conhecimento teórico à prática profissional. Autor de projetos como a Escola Panamericana de Arte, o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e o Fórum Verde, em Brasília, entre muitos outros, tem no Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio de Janeiro, o projeto que sintetiza os conceitos arquitetônicos aplicados no exercício da profissão. No Cenpes, o arquiteto novamente explorou diversas possibilidades no uso do aço, ao mesmo tempo investindo em inovação e sustentabilidade.

Filho de marceneiro, desde cedo teve contato com a matéria e entendi-mento da necessidade do conhecimen-to dos materiais, seja a madeira, o aço ou o concreto. Para ele, a arquitetura é o equilíbrio e a harmonia entre o mundo racional e a sensibilidade. Justamente o que ele conseguiu colocar em práti-ca no Cenpes: “Não fazemos arquite-tura independente das demais ciên-cias, pois, se observadas globalmente, conferem visão sistêmica importante,

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No Cenpes, vista interna do piso de ligação entre os blocos de laboratórios. No projeto ecoeficiente, o arquiteto explorou todas as possibilidades do aço

Incansável defensor das construções ecoefIcIentes, para o arquIteto sIegbert ZanettInI a sustentabIlIdade é Inerente a bons projetos em qualquer época

A boa arquitetura

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afinal uma obra não se resolve no can-teiro, é pré-resolvida, planejada e proje-tada”. Por outro lado, entende que não é possível pensar a arquitetura sem sen-sibilidade. “A arquitetura precisa cau-sar encantamento, sonho. É necessário estar além do tempo para pensar em sustentabilidade, em ecoeficiência.”

Quem conhece um pouco de sua obra sabe que os princípios fundamen-tais que, hoje, são amplamente divul-gados para as construções ecossusten-táveis sempre nortearam todas as suas criações. Em primeiro lugar, o projeto arquitetônico está inserido em um con-texto urbano, que é único e específico. “Além disso, cada projeto requer uma solução própria. Edifícios construídos com grandes panos de vidro e que rece-bem sol em todas as faces não são sus-tentáveis e são incompatíveis com as condições climáticas brasileiras”, diz.

Apesar de essas discussões não serem novidade entre os pro-fissionais ou no próprio meio acadêmico, Zanettini continua sendo um incansável defensor da boa arquitetura que, a seu ver, é sempre sustentável. A plasticidade de um projeto, a maneira como se inte-gra à paisagem, o contexto histórico e cultural no qual se insere, bem como as possibilidades de reciclagem estão sempre presentes em suas obras e são a prova de que, quando bem-aplicados, os processos industrializados podem favorecer a sustentabilidade de uma construção. “Além dos dados de implantação, relevo e clima, é fundamental pensar que edifícios são feitos para pessoas, pois algumas vezes esquece-se disso”, conclui.

Laboratório de inovaçõesA construção da sede do escritório Zanettini em São Paulo, edifi-cação erguida em 1987, a partir de um sistema industrializado em aço, rápido, econômico e vantajoso, principalmente em função da inflação galopante daquele período, foi considerada uma das obras mais inovadoras da época. Para se ter ideia, foram necessá-rios pouco mais de 20 dias para a montagem das estruturas, que chegaram ao canteiro de obras com pintura final de fábrica.

O edifício foi composto por duas grandes treliças laterais con-traventadas na horizontal pelas lajes. Zanettini destaca que tal

Redução de tempo e custos se somam à leveza da sede do escritório Siegbert Zanettini, construída em 1987, onde a opção pelo sistema industrial em aço respondeu à necessidade de projetar um espaço mutante

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modulação criou a possibilidade de um espaço altamente flexí-vel. E foi a partir desta obra, utilizada quase como um laboratório, que a avaliação do desempenho de diversos sistemas permitiu o aperfeiçoamento dos novos projetos, e também inovações, tais como o uso de elementos telescópios em esquadrias e painéis de fechamento para absorver sem patologias as dilatações e contra-ções da estrutura.

Montagem e desmontagem Após quase 25 anos, quando o arquiteto decidiu mudar de ende-reço, graças à racionalidade do projeto, 100% da estrutura metá-lica existente foi desmontada em apenas dez dias. Todos os componentes metálicos foram preservados para demonstrar, na prática, a sustentabilidade de toda a construção.

Devido às mudanças na legislação e diversas exigências por parte da Prefeitura de São Paulo, de acordo com o arquiteto, o projeto para a reconstrução do edifício deverá ter algumas modificações. “Serão necessários recuos maiores, o que impede a montagem integral das duas grandes treliças que sustentam todo o edifício”, afirma. Em função do sistema estrutural em aço, as modificações necessárias poderão ser feitas com facilidade e a obra será concluída até 2013. (n.F.) M

Estruturalmente, o edifício foi montado a partir de duas grandes treliças laterais, enquanto as lajes, feitas em duas etapas, ofereciam contraventamen-to e amarração à edificação. Abaixo, a sequência de imagens da desmontagem e, ao final, o armazena-mento dos perfis para a nova obra

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da sustentabilidadeCom a Praça ViCtor CiVita, terreno Contaminado é reCuPerado e reVitaliza esPaço PúbliCo

Espaço aberto

Um grande deque sustentado por estrutura metálica impede o contato com o solo contaminado. A Praça possui uma área verde com cerca de 80 árvores; um palco para espetáculos com arquibancada coberta para 300 pessoas; equipamentos de ginástica ao ar livre; pista de caminhada e centro de convivência para a terceira idadeDi

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ResgataR um teRReno degRadado pela atividade industrial no bairro paulistano de Pinheiros e devolvê-lo como área de lazer públi-ca foi o objetivo do projeto da Praça Victor Civita, viabilizado por meio de uma parceria entre o Grupo Abril e a Prefeitura de São Paulo.

Responsável pelo projeto, o Escritório Levisky Arquitetos utili-zou o aço de forma intensiva para criar uma estrutura suspensa sobre o terreno contaminado pela incineração de medicamentos e pelo armazenamento de lixo.

“O aço fez parte de todas as edificações, desde a fundação e estruturação do piso da Praça, passando pelas novas instalações e até as intervenções nos elementos estruturais existentes”, destaca a arquiteta Adriana Levisky.

A Praça Victor Civita está instalada em uma área com mais de 13,6 mil m2, no qual um deque de 1.800 m2 dá acesso a várias edifi-cações: uma arena coberta para eventos, ao Museu da Reabilitação, implantado no edifício do antigo incinerador, ao Centro da Terceira Idade, à Oficina de Educação Ambiental, ao Núcleo de Investiga-ção de Águas e Solos subterrâneos e à Praça de Paralelepípedos. As atividades realizadas nestes equipamentos contribuem para a diversificação do uso público do espaço e para a disseminação de conhecimentos ligados à sustentabilidade.

Praça-barcoDe acordo com a arquiteta, devido ao uso anterior do local e pelo fato de cinzas contaminadas do incinerador terem sido ali enterra-das, não era possível remover os materiais e o contato com o solo deveria ser mínimo. Na verdade, foi preciso isolar o solo contamina-do com uma nova camada posta sobre a anterior. A área também

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> Projeto arquitetônico: Levisky Arquitetos | Estratégia Urbana

> Área construída: 2.650 m²

> Área do terreno: 13.648 m²

> Aço empregado: ASTM A572 GR50

> Volume do aço: 135 t

> Projeto estrutural: Heloisa Maringoni / Companhia de Projetos

> Fornecimento da estrutura metálica: Jodi Estruturas Metálicas

> Execução da obra: Even Construtora

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: 2006/2007

> Conclusão da obra: 2008

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contava com árvores de raízes espalhadas e um solo característico da várzea do Rio Pinheiros. Devido a estas circunstâncias, a Praça teve uma característica única: configura uma plataforma elevada flutuando sobre o solo, sem no entanto tocá-lo. Para isso, foram utilizadas estacas e vigas metálicas.

“Os caminhos do deque de madeira se conectam ao piso elevado de concreto, também sobre estrutura metálica, e no mesmo nível, levando às demais edificações e complementando o programa de atividades da Praça”, explica Adriana Levisky. Segundo ela, a estru-tura em aço facilitou tanto a modulação do projeto, quanto o apoio do deque de madeira, material escolhido para a maior parte do piso. Para os elementos arquitetônicos sobre a Praça, a arquiteta destaca a obtenção de grandes vãos e formas arquitetônicas diferenciadas com o uso do aço.

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1 Entrada principal

2 Equipamentos para ginástica

3 Deque

4 Arquibancada e banheiros

5 Arena coberta

6 Centro da 3ª Idade

7 Antigo incinerador – Museu da Reabilitação

8 Praça de Paralelepípedos

9 Oficina das Crianças

detalhe 1 - Corte tiPo deCk 1

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A cobertura do auditório tem vão livre de 10,5 m e balanço frontal de 6,3 m. Já a arquibancada tem cober-tura com vão livre de 20 m e 6,5 m de balanço frontal. Em ambas foram uti-lizadas treliças compostas por perfis tubulares, com diâmetros de 168 mm e 88 mm, e perfis de chapa dobrada.

Na estrutura do deque foram uti-lizados perfis laminados com alturas de 150 mm e 250 mm. Por fim, os abri-gos têm balanços de 3,3 m, compostos por perfis de altura variável e perfis de chapa dobrada. Além destes, os demais edifícios receberam reforços e comple-mentos, tais como escadas e mezani-nos em aço.

PaisagismoAlém de todas as interferências do ponto de vista técnico para a recupera-ção do terreno e instalação de um espa-ço público sustentável, o projeto paisa-gístico também foi elaborado de acordo com princípios rigorosos. Assinado pelo arquiteto paisagista Benedito Abbud, baseia-se no Termo de Referência para a recuperação de áreas degradadas, desenvolvido pelos órgãos ambientais da Prefeitura de São Paulo.

Em toda a Praça foram plantadas diferentes espécies originais da flora paulista. O local dispõe, ainda, de espa-ço para compostagem e uma horta circular, atividades que integram o programa de educação ambiental realizado com crianças e exibido ao público. Também integra o progra-ma o plantio de culturas, a exemplo do algodão e do milho, acrescido de outras questões como as relativas à eficiência energética. (e.C.) M

O projeto foi elaborado a partir de premissas sustentáveis visando a redução de entulho, baixo consumo de energia, utilização de materiais reciclados, legalizados e certificados, reuso de água, aquecimento solar e manutenção da permeabilidade do solo. Abaixo, imagem do deque que se estende na diagonal do terreno, propondo um percurso que enfatiza a pers-pectiva natural do espaço e convida o usuário a percorrer os caminhos da Praça

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18 &ARQUITETURA AÇO

Em benefício de todos SiStema induStrializado, flexibilidade, conforto ambiental

e menoreS cuStoS operacionaiS na nova Sede da teckma

A estrutura em aço conferiu esbeltez à fachada, que recebeu grandes panos de vidro em seu fechamento. Ao lado, o contraventamento em V e as instalações aparentes tornaram-se elementos de destaque na sala de reuniões, conferindo contemporaneidade ao espaço, bem como a todo o projeto

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Depois De operar em diversas sedes por ela reformadas, a Teckma, empresa de montagens eletromecânicas e ins-talações industriais, resolveu investir em uma nova sede. A premissa era a de que o edifício, localizado na Mooca, zona leste de São Paulo, deveria abri-gar todas as necessidades da empre-sa, ser sustentável e deixar o máximo de instalações aparentes, reforçando a imagem corporativa da Teckma no mercado. O desafio foi assumido pela arquiteta Andréa Gonzaga, que privi-legiou a criação de um edifício com um sistema estrutural em aço, além de diversos outros sistemas comple-mentares industrializados, que garan-tiram a redução do impacto ambiental da construção.

Em um terreno de 900 m2, a edifi-cação é composta por dois subsolos, tér-reo, mezanino e mais dois pavimentos

superiores. A área de atendimento a clientes e funcionários concen-tra-se no térreo e no mezanino. No primeiro piso estão os departa-mentos administrativos e no segundo, a equipe de engenharia.

Instalações à mostraSegundo a arquiteta, o layout atendeu integralmente às necessida-des da empresa, pois além de acomodar todos os departamentos possibilita a realização de ampliações no número de pavimentos, por exemplo, se houver aumento no número de funcionários. Esta flexibilidade se deve à adoção do sistema estrutural em aço, a partir do térreo e com apenas os subsolos em concreto. Andrea afirma que a estrutura em aço, além de mais rápida na execução, conferiu valor estético ao edifício e permitiu que as instalações hidráulicas, elétricas e de ar-condicionado ficassem aparentes. “Tivemos o cui-dado para que estas instalações ficassem organizadas e estetica-mente agradáveis nos ambientes”, destaca a profissional.

Com o objetivo de tornar a estrutura ainda mais marcante, aplicou-se tinta intumescente na cor marrom, solução que conferiu ao aço cor e proteção ao fogo, simultaneamente. Os contraventa-mentos aparentes da estrutura, posicionados na caixa envidraçada dos elevadores e na sala de reuniões, também deram um aspecto contemporâneo e arrojado à construção.

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Estrutura idealO aço permitiu uma estrutura mais esbelta e, consequentemente, panos de vidro maiores e generosa entrada de luz natural. Dentro do edifício, os grandes vãos facilitam a circulação do ar, contribuin-do para o conforto térmico.

A busca por eficiência energética e conforto ambiental foi uma meta importante em todo o projeto. “Utilizamos vidros com pro-teção solar que reduzem em até 40% o custo de energia com ar--condicionado e 20% com iluminação”, ressalta a arquiteta. Ao todo, a economia de energia é da ordem de 1.200 kw/h por ano.

Este tipo de revestimento, que bloqueia até 65% do calor exter-no, sem perda de qualidade óptica, assegurou a integração visual com o entorno e acesso à vista privilegiada do Parque da Mooca, vizinho à edificação. Brises foram instalados na face norte do edifí-cio, diminuindo a incidência direta de raios solares e contribuindo na otimização dos sistemas de iluminação artificial e de ar-con-dicionado. Estes sistemas são automatizados, e, por isso, mais efi-cientes e econômicos. As informações de consumo são registradas e monitoradas com o intuito de promover o acompanhamento e a melhoria constante dos resultados.

Outra premissa é o reaproveitamento de água pluvial, por meio de um sistema de captação e filtragem que conta com um reservatório de 50 m3 instalado no subsolo. A água é reaproveitada para as des-cargas dos banheiros, irrigação e serviços de limpeza e jardinagem.

O posicionamento estratégico das escadas visa privilegiar este meio de circulação em relação aos elevadores, economizando, assim, energia elétrica. A face sul do edifício recebeu dois terraços, que ampliam a área de sombreamento e trazem mais conforto aos usuários. A cobertura conta com placas de poliuretano expandido, que impedem a transmissão do calor da laje do último piso para o interior do prédio. Figuram, ainda, no projeto paisagístico do edifício espécies típicas da flora brasileira, muitas vezes raras em grandes centros como São Paulo.

De modo geral, pode-se dizer que o emprego de sistemas cons-trutivos industrializados reduziu significativamente a produção de entulho. A solução, além de trazer menor impacto à vizinhança durante a fase de execução, reduzindo ruído, poeira e a movimen-tação de caminhões, tornou a construção mais rápida e econômica.

Mesmo sem buscar certificação pelos selos conhecidos no mer-cado, a nova sede da Teckma incorpora os modernos conceitos da construção sustentável, desde a seleção dos materiais e métodos construtivos, até a busca por menores custos de operação. (e.C.) M

> Projeto arquitetônico: Andréa Gonzaga

> Área construída: 2.322,45 m²

> Área do terreno: 900 m²

> Aço empregado: ASTM A572

> Volume do aço: 200 t

> Projeto estrutural: Kurkdjian e Fruchtengarten Eng. Associados

> Fornecimento da estrutura metálica: Engemetal

> Execução da obra: SM3 Engenharia

> Local: São Paulo,SP

> Data do projeto: 2007

> Conclusão da obra: 2009

O térreo tem pé-direito duplo e grande integração visual com o exterior

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Um bom exemplo de aplicação dos princípios da construção sustentável é encontrado na cidade de Santo André (SP), onde, em agosto de 2010, foi inaugurada a Casa Natura, a sexta aberta pela companhia e a primeira a receber o selo Alta Qualidade Ambiental (AQUA). As demais provêm de obras preexistentes, reformadas para também serem dedicadas ao treinamento de quase 1 milhão de con-sultoras que têm fortalecido a imagem da marca nos últimos anos.

Com 250 m2, a unidade do ABC foi projetada pelo escritório Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz (FGMF Arquitetos). Os profissio-nais explicam que substituíram as reformas por construções indus-trializadas, concebidas de acordo com os preceitos da boa arquite-

In natura A edificAção foi construídA em sAnto André sob conceitos sustentáveis e em sintoniA com os ideAis dA mArcA

tura e sustentabilidade, que incluiu o uso do aço. Optar por soluções deste tipo também significou uma redução do desperdício de material em relação à construção tradicional.

“Trata-se de um dos sistemas estru-turais de grande porte com mais carac-terísticas sustentáveis”, afirmam os arquitetos, pois além de 100% reciclá-veis, as estruturas em aço proporcio-nam significativa redução de resíduos

Além das funções estruturais, as vigas metálicas aparentes se destacam como os primeiros elementos arquitetônicos no generoso recuo que separa as áreas pública e privada

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dos, que inclui: auditórios para atividades de treinamento; área de exposição e experimentação dos produtos; área de convívio e área administrativa.

De acordo com os arquitetos, o emprego do aço nesta unidade foi associado a outros sistemas construtivos industrializados, que, além de tornarem a obra mais rápida, econômica e menos traumá-tica para a vizinhança, tanto em relação ao nível de ruído da obra quanto da geração de pó, contribuiu com a criação de um canteiro de obra limpo e com quase nenhuma geração de entulho.

No projeto, além das funções estruturais, as vigas metálicas aparentes se destacam como os primeiros elementos arquitetôni-cos no generoso recuo que separa as áreas pública e privada.

Certificação AQUAA Casa Natura de Santo André foi a primeira construção comer-cial a receber o certificado de Alta Qualidade Ambiental (AQUA). Para merecer o selo, adaptado pela Fundação Vanzolini a partir da metodologia francesa Démarche Haute Qualité Environnementale (HQE), a construção precisa receber boas notas numa avaliação que observa nada menos que 14 quesitos: relação com o entorno; escolha

Acesso ao segundo pavimento feito por escada e demais elementos metálicos

na obra, além de serem produzidas de maneira exata e controlada.

A intenção era reforçar, por meio da construção, os conceitos de sustentabi-lidade, tão defendidos pela empresa. O mesmo projeto serve de modelo a outras construções, e pode ser adaptado e reproduzido. No caso de Santo André, os arquitetos informam que por ser um lote alugado, a solução adotada foi a mais apropriada, uma vez que permite que o imóvel seja desmontado e reciclado.

Sistema únicoA Casa Natura foi construída com estru-tura em aço, sobre a qual os arquitetos aplicaram de forma livre os fechamen-tos, bem como brises-soleil e pergolados, para configurar os ambientes, segundo um programa e linguagem padroniza-

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> Projeto arquitetônico: FGMF Arquitetos e Epigram Group

> Área construída: 250 m2

> Aço empregado: aço de maior resistência à corrosão

> Volume do aço: 14 t

> Projeto estrutural: Oppea Engenharia

> Fornecimento da estrutura metálica: Grupo Imesul

> Execução da obra: BR Construções

> Local: Santo André, SP

> Data do projeto: 2009

> Conclusão da obra: 2010

de produtos, sistemas e processo; canteiro de obras; gestão de ener-gia; gestão da água; gestão dos resíduos; manutenção; confortos higrotérmico, acústico e olfativo; bem como qualidade sanitária dos ambientes, ar e água.

De acordo com a equipe, trata-se de um processo inteligente de avaliação, uma vez que considera uma ampla gama de fatores relevantes à certificação. Para isso, foram realizados processos de auditorias presenciais, realizadas em todas as fases do projeto, em que todos os itens foram avaliados, segundo os níveis bom, supe-rior e excelente. Os arquitetos lembram que nesta avaliação nada pode estar abaixo da categoria "bom".

Respeito à naturezaA construção também presta atenção especial à orientação do sol e às condições de ventilação, a fim de favorecer a entrada de luz natural nos ambientes, ao mesmo tempo em que minimiza o uso do ar-con-dicionado. Os jardins foram compostos com espécies locais, melhor adaptadas ao ciclo pluviométrico da região, reduzindo a necessidade de regas. Outro cuidado em relação à escolha da vegetação foi que servisse à subsistência dos pássaros originários da fauna local.

Do ponto de vista da sustentabilidade, a Casa Natura atendeu, de fato, a todas as solicitações. O projeto foi erguido em um ter-reno bem-estruturado, com disponibilidade de energia elétrica e saneamento básico. Os arquitetos lembram que este também é um quesito fundamental, pois solicitar estes serviços demanda tempo

adicional e novas obras de infraestru-tura. Além disso, antes de escolher o local de implantação, foi realizada aná-lise da região, considerando-se também a maneira como os usuários chegariam ao show-room e, principalmente, a dis-ponibilidade de transporte público, fator que representa economia e uma opção menos poluente de mobilidade. (F.r.) M

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a professora Danielly Borges garcia, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unileste (MG), defendeu, em 2011, sua tese de doutorado denominada "Metodologia de Avaliação de Sistemas Construtivos a partir da Avaliação de Ciclo de Vida – aplicação de um sistema estrutural em aço". Nesta entrevista, ela fala sobre o conceito de sustentabilidade aplicado ao uso do aço enquanto sistema construtivo. “O aço é um material reciclável podendo, uma vez esgotada a vida útil da edificação, retornar sob forma de sucata ao forno das usinas.” Neste contexto, para ela, o conceito deve ser entendido no seu sentido amplo, amplo, uma vez que engloba todas as atividades do ser humano e concilia aspectos ambientais, econômicos, sociais e culturais.

AA – Em sua opinião, as empresas brasileiras estão de fato preocu-padas com a sustentabilidade dos empreendimentos, ou apenas embarcam na causa como mera ferramenta de marketing?DG – A banalização do conceito de sustentabilidade é evidente, bem como os interesses mercadológicos que estão por trás do uso da “quali-dade dos edifícios”. Em primeiro lugar, deve-se identificar a qual aspec-to da sustentabilidade está se referindo. Erroneamente, o conceito está sendo ligado apenas ao aspecto ambiental, enquanto as dimensões sociais, econômicas e culturais são igualmente importantes dentro do conceito. Mesmo considerando o aspecto ambiental, exaltar apenas características ou sistemas isolados nos empreendimentos é incorrer em “verniz verde”, ou greenwashing. A sustentabilidade ambiental passa por aspectos mais abrangentes, tais como uma implantação com o mínimo de impacto para o entorno, seleção de materiais de menor impacto no meio ambiente e formas alternativas de energia, só para citar alguns. Indiscutivelmente, o uso de aquecedores solares e sistemas de utilização de água de chuva são benéficos, mas não são suficientes para caracterizar um empreendimento como sustentável, como em geral o mercado costuma classificar as edificações quando fazem uso de algum destes sistemas.

AA – Até que ponto pode-se afirmar que um produto ou edifício é sustentável e quando dizer que se trata de greenwash?DG – O greenwash está relacionado ao uso indevido ou exagerado de uma característica de menor impacto ambiental de um produ-to, sem esclarecimentos e com a omissão de outras características que seriam importantes para o entendimento do grau ecológico do empreendimento. O uso do termo “sustentável” para um produto ou

edifício deve ser observado com des-confiança, pois ainda não existe uma regra para definir o grau de sustenta-bilidade dos edifícios ou de produtos. O que existe são edifícios e produtos com menores “impactos ambientais”.

AA – O termo edifícios sustentáveis tal como é aplicado no Brasil correspon-de aos edifícios verdes ou ecológicos. O aspecto sustentabilidade nestes locais é, na maioria das vezes, tratado como nos países desenvolvidos?DG – Uma das principais atribuições destacadas nestes edifícios são as estra-tégias para geração de energia e dimi-nuição do gasto energético com cale-fação. No Brasil, as preocupações são outras. A nossa matriz energética é de fonte renovável. E predomina a deman-da para refrigeração. Além disso, o alto grau de industrialização da construção civil nos países desenvolvidos traz can-teiros de obra mais limpos e com menor

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desperdício. Esta deve ser considerada a questão principal da construção civil brasileira, e que gera a maior mudança de pensamento em termos de projeto e de processos construtivos.

AA – Quais critérios devem ser consi-derados na especificação de materiais?DG – A especificação de materiais geral-mente tem sido baseada em algumas características ecológicas, definindo-se materiais preferenciais, que produzam menor impacto no meio ambiente. Os quesitos abordados pelos fabricantes estão relacionados à proximidade entre a fabricação dos materiais e a obra. Estes critérios podem ser úteis na ausência de informações mais precisas acerca do desempenho dos materiais, mas podem gerar erros, ou descartar materiais que sejam mais vantajosos, como no caso dos industrializados. O correto é avaliar ou obter informações sobre o impacto ambiental dos materiais ao longo do seu ciclo de vida, por meio da metodologia de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV).

AA – Como o aço pode contribuir na construção sustentável?DG – O detalhamento da estrutura valo-riza a etapa de projeto e favorece a coor-denação modular, reduzindo desperdí-cios na obra. Mesmo quando há perda de material, este volta para o início do ciclo por meio de sucata, que abastece os fornos elétricos. Além disso, o uso das estruturas metálicas cria demanda por sistemas construtivos compatíveis. Desta forma, são desenvolvidos e compatibi-lizados novos sistemas pré-fabricados, que acarretam na industrialização dos

demais componentes. O desmonte das estruturas em aço também é uma grande vantagem à medida que diminuiu a geração de resíduos.

AA – Quer dizer, desta maneira é possível reduzir até a demanda pelo próprio material utilizado?DG – Sim. Em um futuro não muito distante, edifícios inteiros pode-rão ser desmontados e darão origem a novas construções. Mesmo ao fim da vida útil do edifício, o aço é um dos materiais de mais fácil separação no montante de uma demolição. A utilização de sucata na fabricação do material reduz significativamente a quantidade de minério de ferro extraído da natureza, por exemplo, e isso sem dúvida traz vantagens ao meio ambiente.

AA – É correto dizer que materiais com melhor desempenho são mais caros? Como garantir o desempenho, por exemplo, em habita-ção de interesse social?DG – Os materiais por si só não garantem uma obra sustentável, mas sua utilização bem-concebida em um projeto pode assegurar desempenhos de segurança, habitabilidade e adequação ambiental. Neste caso, é muito importante a compatibilização entre os materiais e processos construtivos. Os materiais, por sua vez, devem passar pela conformidade, mas atender ao desempenho estabelecido só quan-do fazem parte de um sistema construtivo. O que é inaceitável é a economia feita com a falta de qualidade dos produtos. A garantia da qualidade deve vir antes mesmo da discussão sobre sustentabilidade e o simples atendimento às normalizações já representa um grande passo em direção à sustentabilidade na construção.

AA – Como a Sra. avalia os sistemas de certificação da construção sustentável no país?DG – Os sistemas de certificação, ou indicadores de sustentabilida-de, são importantes para a difusão de parâmetros ecoeficientes nos empreendimentos. Entretanto, seu uso abarca uma parcela mínima da construção civil brasileira. O foco dos indicadores de sustentabili-dade são edifícios de alto padrão, a maioria comercial, cuja certifica-ção alia uma imagem ecoeficiente à empresa. Além disso, muito deve ser feito para adequar ou criar critérios que correspondam à realidade brasileira. Uma iniciativa recente e importante é o selo Casa Azul elaborado pela Caixa Econômica Federal para habitação popular. A adesão ao selo é voluntária, e não está vinculada aos financiamentos dos empreendimentos. (n.f.) M

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O primeirO pOstO 100% ecoeficiente no Brasil foi construído em Porto Alegre (RS) pela Ipiranga, uma das maiores distribuidoras de combustível do país. De acordo com a companhia, mudanças nos conceitos operacionais visaram aspectos ambientais e econômicos, uma vez que é parte da estratégia da empresa buscar soluções para melhorar o desenvolvimento sustentável da marca. A eficiência na utilização de recursos naturais e o reaproveitamento de resíduos, por exemplo, são ações cada vez mais colocadas em prática pela Ipiranga.

As soluções para as obras civis que, a partir de então, formaram um novo conceito para este tipo de instalação, privilegiou o uso de sistemas pré-fabricados, como estruturas steel framing nas lojas e instalações de apoio e coberturas single deck para a área de abas-tecimento. Na unidade de Dourados (MS), entregue em 2010, e com 2 mil m2 de área, sendo 280 m2 destinados à loja, a pré-montagem das estruturas na fábrica levou cerca de dez dias e a montagem em canteiro foi feita em 12 dias, com equipe de apenas cinco homens.

Em todas as obras são utilizadas treliças, tesouras e lajes estruturais, montadas com os mesmos perfis leves. Segundo o arquiteto Alexandre Santiago, gestor do departamento técnico

A fim de reduzir os impActos AmbientAis, ipirAngA utilizA sistemAs industriAlizAdos nA construção de novAs unidAdes

Ecoeficiência nos postos

da Flasan, empresa responsável pelo fornecimento do steel framing, todos os perfis empregados são do tipo U nas dimensões 90 x 40 x 12,5 mm, com espessuras de 0,80 mm e 0,95 mm e conformados a frio. Estes perfis, por sua vez, formam quadros estruturais contraventados, utilizados como pare-des autoportantes, que sustentam toda a construção.

Segundo a Ipiranga, além do ganho de tempo, visto que para a constru-ção dos postos o sistema está sendo três vezes mais rápido que o conven-cional em alvenaria, um dos objetivos no uso do steel framing foi minimizar os impactos da construção ao gerar menos resíduos, aproveitando-se as vantagens de uma obra a seco.

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> Projeto arquitetônico: Ipiranga Petróleo

> Área construída: 280 m² (loja)

> Aço empregado: ZAR350 Z275 (aço galvanizado de alta resistência)

> Volume do aço: 8,5 t

> Projeto estrutural: Francisco Carlos Rodrigues

> Fornecimento da estrutura metálica: Flasan

> Execução da obra: 3R Engenharia

> Local: Dourados, MS

> Data do projeto: abril de 2010

> Conclusão da obra: julho de 2010

Na página ao lado, loja em funcionamento em Maringá (PR), com recursos como controle de iluminação, ar-condicionado ecológico, sistema de captação de água da chuva, entre outros. Ao lado, etapa de montagem das estruturas da loja de Dourados (MS), em steel framing

As unidades da Ipiranga ainda con-tam com sistemas de controle inteligen-te de iluminação, dispositivos de som-breamento de vitrines, ar-condicionado ecológico, domus de iluminação natural no interior da loja, sistema de captação e aproveitamento de água da chuva, aquecimento solar de águas, venezia-nas de ventilação natural e exaustão no entreforro, coleta seletiva de resíduos, coleta e destinação correta de resíduos de lubrificação, entre outros sistemas.

A empresa está adaptando todos os seus postos de serviço aos conceitos de sustentabilidade. Para os 150 postos construídos recentemente, já foram adotados os novos padrões, e a expec-tativa é chegar, ainda em 2012, a 300 novos postos em todo o Brasil. (N.F.) M

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Alto desempenho do empreendimento gArAntiu certificAção leed nA cAtegoriA silver

Edifício

Nações UnidasLocaLizado na MarginaL Pinheiros, em São Paulo, o Edifício Nações Unidas é formado por duas torres (a Torre 1 com 16 pavimen-tos e a Torre 2 com 14 pavimentos), além de quatro subsolos destina-dos a vagas de garagem, totalizando 64 mil m2 de área construída. Em 2010, o empreendimento obteve a certificação Leadership In Energy and Environonmental Design (Leed) na categoria Silver, con-cedido pelo United States Green Building Council (USGBC).

O selo foi concedido com base no desempenho obtido nas fases de projeto e obra, cuja avaliação reconheceu soluções e tecnolo-gias sustentáveis capazes de reduzir o impacto ambiental, con-siderando-se as áreas internas, comuns e fachadas de ambos os edifícios. Projetado para ser um moderno conjunto comercial, o empreendimento cumpre os critérios que definem edifícios cor-porativos com padrão internacional: materiais de alta qualidade,

conforto para os usuários e preocupa-ção com o meio ambiente.

De acordo com o arquiteto respon-sável pela obra, Mauro Halluli, geren-te de projetos da Edo Rocha Espaços Corporativos, devido à localização do terreno – em via de tráfego intenso, com restrições físicas para a entrega de suprimentos devido à falta de espaço no canteiro – e levando-se em considera-ção os aspectos sustentáveis, a solução estrutural mais apropriada foi a adoção de estrutura mista em aço e concreto. “A velocidade de execução foi excepcional,

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Abaixo, da esquerda para direita, estrutura mista em aço e concreto garantiu rapidez de execução, economia e proteção ao fogo nos pilares; detalhe da ponte de ligação entre os blocos em treliça de aço e laje steel deck; a estrutura de aço suporta a carga de montagem e depois, associada ao concreto, a carga de trabalho

pois em cada andar as estruturas foram montadas em quatro dias, sendo auto-portantes até três pavimentos”, diz.

Além disso, o sistema construtivo misto foi muito positivo em relação à redução significativa de materiais como madeira e concreto, quesito fun-damental e indispensável aos precei-tos sustentáveis. Halluli explica, ainda, que, em função disso, a quantidade de resíduos gerados foi baixa. O uso de for-mas e cimbramentos também foram menores, sem contar que a maioria das

> Projeto arquitetônico: Edo Rocha Espaços Corporativos

> Área construída: 64 mil m²

> Aço empregado: aço de maior resistência à corrosão; ASTM A572 G50

> Volume do aço: 2.200 t (estrutura metálica) e 1.000 t (armaduras)

> Projeto estrutural: Codeme (estrutura metálica) e Engeserj (estrutura de concreto)

> Fornencimento da estrutura metálica: Codeme

> Execução da obra: WTorre

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: 2007

> Conclusão da obra: 2009

formas utilizadas para os pilares eram de aço e não de madeira. “Basicamente, tentamos utilizar ao máximo o conceito de uma obra seca: divisórias em dry wall ou painéis de concreto celular, lajes tipo steel deck, fachada industrializada, com elementos prontos para montagem e caixilharia unitizada”, destaca.

Outros aspectos sustentáveisPara obter a certificação, a obra teve de dispor ainda de alguns recur-sos para economia energética e também hídrica. A cobertura vegetal executada sobre o telhado foi mais uma das soluções. Denominada green roof, ou telhado verde, auxilia na diminuição do calor e também tem a função de absorver o escoamento das águas pluviais. A vanta-gem é que, depois de armazenada, a água é tratada e utilizada para outras funções, como irrigação do jardim e lavagem de áreas comuns.

Outro cuidado foi com o ar-condicionado, insuflado pelos pisos elevados dos andares. O arquiteto explica que na sequência o ar é retirado pelas luminárias e encaminhado aos fan coils, de onde é reciclado e reutilizado. Quanto aos fechamentos, nas fachadas, os vidros adotados são reflexivos e não absorvem calor excessivo, pois, apesar de permitirem a passagem da luz, bloqueiam a entrada do sol, que é responsável pelo aquecimento do ambiente.

Para obter a certificação, o empreendimento teve de atender a diversos requisitos de desempenho ambiental, tanto na fase de pro-jeto quanto na construção. Os mesmos devem ser mantidos durante toda a operação.

De um modo geral, pode-se dizer que a localização privilegiada do empreendimento, somada à qualidade da concepção arquitetônica e dos materiais empregados conferiu ao conjunto posição de destaque no cenário paulistano. (n.F.) M

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Natureza protegidaRefoRma assinada poR Renzo piano tRansfoRma academia de ciências da califóRnia

em uma das obRas mais sustentáveis do mundo

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“Explorar, Explicar E protEgEr o mundo natural.” O lema da Academia de Ciências da Califórnia, fundada em 1853, em São Francisco, e a primeira instituição científica no oeste dos Estados Unidos, nunca foi tão atual. Após a reformulação de suas insta-lações, comandada pelo arquiteto genovês Renzo Piano, o local é, hoje, símbolo máximo de construção sustentável e ostenta o título de primeiro museu do mundo que, em 2008, recebeu o certificado Leadership In Energy and Environonmental Design (Leed) na cate-goria Platinum, do United States Green Building Council (USGBC). Em 2011, após receber mais de 5 milhões de visitantes, tornou-se a primeira com um duplo certificado Leed Platinum.

Localizada em uma área de 4 km2, no Parque Golden Gate, a obra tem 38 mil m2 de área construída e significou a demolição da maioria dos 11 prédios originais da Academia, erguidos entre 1916 e 1976, que abrigavam aquário, planetário, museu de história natural, um habitat de florestas tropicais, além de ambientes administrati-vos, de serviços, áreas de exposição, entre outros – e sua aglutina-ção em um único bloco, cujas funções são organizadas em volta de uma praça central, com a mesma orientação do conjunto original.

Próximos a esta praça, em espaços circulares, ficam o Domo do

Planetário Morrison, a Biosfera da Floresta Tropical do Museu de História Natural Kimball e o acesso ao Aquário Steinhart, que fica no subsolo. Juntos, representam o espaço, a terra e o oceano. O conjunto é unificado pela cobertura, onde estes espaços circulares produ-zem como correspondência ondulações semiesféricas em sua superfície. Uma série de claraboias nas ondulações per-mite tanto a entrada de luz quanto a criação de um sistema de ventilação natural. A cobertura conta com um telhado “verde”, composto de espécies resistentes à seca, que reduzem a rega, e que utiliza como substrato bandejas de fibra de coco, preenchidas com solo fértil.

Estruturado principalmente com pilares de aço de seção circular, ele-mentos esbeltos que pouco interferem

A cobertura viva ondulada serve de isolamento térmico, além de absorver 98% da chuva que cai sobre ela. Em todo o perímetro da cobertura, foram incorporadas 60 mil células fotovoltaicas que produzem 10% da energia consumida pela edificação

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no espaço interno, o museu tem uma forte integração com o exte-rior por meio de grandes painéis de vidro transparente. A estrutura em aço da cobertura acompanha a ondulação do teto.

De acordo com a equipe de desenvolvimento do projeto, esta cobertura proporciona excelente isolamento ao manter a tempera-tura interior cerca de 10 graus mais frio do que um telhado-padrão. Além disso, outra função é a redução do efeito urbano de ilha de calor, permanecendo cerca de 40 graus mais frio do que um telhado normal.

Com esta abordagem, o edifício deverá consumir de 30% a 35% menos energia que o exigido pelo órgão certificador. Soma-se aos benefícios citados a absorção de 98% de todas as águas pluviais, fato que impede o escoamento de poluentes no ecossistema. Outro recurso interessante foi o uso de produtos à base de tecido tipo "jeans" como isolamento de todas as paredes do edifício. O produto é composto de 85% de conteúdo reciclado pós-industrial e usa algodão, um recurso renovável, como um dos seus principais ingredientes.

“Com a nova Academia, estamos criando um museu que é visualmente e funcionalmente conectado ao seu entorno, meta-foricamente levantando um pedaço do parque e inserindo um prédio por baixo”, diz Renzo Piano. “Por meio da arquitetura sus-

tentável e do design inovador, estamos adicionando um novo e vital elemento ao Golden Gate Park e expressando a dedicação da Academia para com a responsabilidade ambiental”, comple-ta o arquiteto.

Reaproveitamento do açoCom base na premissa de reaproveita-mento, do total de aço utilizado, 12 mil toneladas vieram da reciclagem da anti-ga estrutura da Academia. Já o concreto – tanto o utilizado na obra quanto nas 9 mil toneladas retiradas dos prédios demolidos e destinadas à construção de uma estrada na cidade Richmond (oeste da Califórnia) – foi incrementado com 20% de agregado siderúrgico (coproduto obtido do processo de produção do aço). No total, mais de 90% dos resíduos de

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Vista da fachada principal da edificação

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Cultura sustentável

Para a geração de energia elétrica, em volta de toda a cobertura foi instalada uma faixa com 60.000 células fotovoltaicas. Estes painéis solares vão gerar cerca de 213.000 kw/h de energia por ano, o que significa o fornecimento de até 10% da eletricidade necessária. A utilização da energia solar evita também a emissão de gases geradores do efeito estufa para a atmosfera.

A fim de incentivar a criação de uma cultura sustentável, a Academia dispõe de outros recursos que vão além dos referentes à construção, arquitetura e design local. Ao chegar ao museu, por exemplo, o visitante encontra bicicletários e postos de abastecimento para veículos elétricos. Além disso, uma série de posturas, tais como reciclagem de materiais, reuso de água, sistemas de controle de energia e água, e mesmo o uso de transporte público ou bicicletas por parte de 70% dos funcionários, bem como um plano contínuo de ações sustentáveis asseguram que esta cultura veio para ficar.

demolição da antiga Academia foram reaproveitados. Sobre o espaço, o uso do aço se destaca por permitir sua produção fora do local da obra, o que ajudou a garantir velocidade, limpeza no canteiro de obra e redução da capacidade de armazenamento de materiais.

A Academia de Ciências da Califórnia é um dos dez projetos--piloto do tipo "green building" desenvolvidos pela Secretaria do Meio Ambiente de São Francisco como modelos funcionais de arquitetura pública sustentável. “Ao aproveitarmos o uso dos recur-sos, reduzindo o impacto ambiental, nosso espaço serve como um modelo educacional e demonstra como os seres humanos podem viver e trabalhar em formas ambientalmente responsáveis”, afirma o diretor executivo da Academia, Gregory Farrington. Segundo ele, a nova unidade integra arquitetura e paisagem e ajuda a definir novos padrões de eficiência energética e de sistemas de engenharia ambientalmente responsáveis, em um prédio público. (c.E. e S.p.) M

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Acima, a praça onde foram instalados dois domos. Um abriga o planetário em que são projetadas imagens fornecidas pela NASA; o outro é transparente e expõe ecossistemas de quatro diferentes florestas equatoriais e tropicais. A sustentabilidade foi uma das preocupações do arquiteto ao promover a reforma dos espaços

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Uma das âncoras do plano de revitalização da região portuária do Rio de Janeiro, o Museu do Amanhã está sendo construído no Píer Mauá, ocupando uma área de 12,5 mil m2. O projeto concebido pelo renomado arquiteto espanhol Santiago Calatrava será uma construção sustentável, por isso a utilização de recursos naturais do local – a água da Baía de Guanabara, que será utilizada na climatização do interior do museu – e a captação de energia solar. O prédio terá, em sua parte superior externa, grandes estruturas em aço que se movimentam como asas contínuas e sequenciais, servindo ainda como base para placas fotovoltaicas, que farão a

captação da energia solar. Trata-se de um espaço dedicado

às ciências, porém com formato diferenciado dos museus de história natural ou de ciência e tecnologia já conhecidos, que lidam com os vestígios do passado ou com as evidências do presente. Ao contrário, será um ambiente de experiências, com um percurso de visitação que permite vislumbrar possibilidades do futuro, perceber como será a vida dos seres humanos e a do planeta nos próximos 50 anos. O objetivo é a criação de um museu para que o homem possa trilhar o caminho do imaginário e realizar, de forma mais consciente e ética, suas escolhas para o amanhã.

Em seu entorno também será implantada uma grande área verde, com paisagismo desenvolvido pelo escritório carioca Burle Marx e Cia. Com cerca de 30 mil m2, o espaço terá, ainda, área de lazer, ciclovia e um espelho d’água, que envolverá todo o prédio.

O Museu do Amanhã é uma iniciativa do Projeto Porto Maravilha da Prefeitura do Rio de Janeiro, com realização da Fundação Roberto Marinho, por meio de uma parceria do Governo do Estado e da Finep, apoio da Rede Globo e da Secretaria Especial de Portos. As obras foram iniciadas no final de 2011 e a inauguração está prevista para 1º semestre de 2014.

mUseU do amanhã

ACONTECE

A primeira no Brasil a obter a certificação Alta Qualidade Ambiental (AQUA) na etapa de concepção, a futura Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade (Escas), projeto dos arquitetos Newton Massafumi e Tânia Regina Parma, é uma iniciativa de uma indústria fabricante de

cosméticos em parceria com o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE). Inserida dentro de uma área de preservação ambiental, em Nazaré Paulista (SP), a edificação prioriza estratégias de arquitetura bioclimática e relacionamento com o seu entorno.

Contudo, o desnível acentuado do lote se apresentou como

um desafio na implantação do programa. Para tanto, a partir do prolongamento dos terraços existentes e de um eixo estruturador no sentido transversal ao declive, foram dispostos os blocos edificados que se interligam por meio de duas transposições verticais, que dão acesso a todos os pavimentos.

escola sUperior de conservação e sUstentabilidade (escas)

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Segundo os arquitetos, o efeito sinergético alcançado pela composição adequada de materiais resulta em ganhos, onde surgem soluções estruturais mais leves e econômicas, entre as quais o aço e a madeira. O sistema estrutural parte de poucos pontos de apoio no solo que se decompõem em ramos, que se abrem em direção às coberturas, formando unidades estruturais, semelhantemente à estrutura das árvores. “Toda a parte estrutural é composta por peças pré-fabricadas e montadas no local, gerando menor desperdício e maior controle técnico”, explicam

os profissionais. O emprego de uma única solução de estrutura, fechamento e cobertura, e que se repete em todas as edificações, representa maior economia no processo.

outros aspectos Ao longo das curvas de nível serão

instalados reservatórios horizontais para captação e armazenamento da água da chuva, a fim de prover o solo da umidade necessária. O programa arquitetônico está distribuído em quatro blocos: administrativo, pedagógico, habitacional, lazer e serviços, além

das torres de transposição vertical. O conjunto das edificações está

disposto no terreno de forma a tocar minimamente o solo. A orientação das edificações, sobretudo para as áreas de permanência prolongada, permite o aproveitamento da iluminação natural no interior dos ambientes, que também contarão com sistemas de ventilação permanente e controlada. Os vedos externos, a maioria com venezianas, deverão proporcionar a filtragem da incidência direta da luz, favorecendo, ao mesmo tempo, a circulação do ar nos ambientes internos.

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ElEvação longitudinal

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Endereços

> Escritórios dE ArquitEturAAndréa GonzagaEnd.: Alameda dos Jurupis, nº 1.005, cj 32, São Paulo (SP)Tel.: (11) 5533-5171www.andreagonzaga.com.br

Edo Rocha Espaços Corporativos End.: Avenida das Nações Unidas, nº 11.857, 8º andar, São Paulo (SP)Tel.: (11) 5505-1255www.edorocha.com.br

FGMF ArquitetosEnd.: Rua Mourato Coelho, nº 923, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3032-2826

Ipiranga Petróleowww.ipiranga.com.br

Levisky Arquitetos | Estratégia UrbanaEnd.: Rua Luís Alberto Martins, nº 90, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3721-3296www.leviskyarquitetos.com.br

Renzo PianoEnd.: Via Rubens 29, 16158, Genova ItalyTel.: +39 010 61 711E-mail: [email protected]

Roberto Loeb e Associados End.: Rua José Maria Lisboa, nº 1.077, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3081-6344E-mail: [email protected]

Zanettini Arquitetura Planejamento e Consultoria Ltda.End.: Rua Chilon, nº 310, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3849-0394 E-mail: [email protected]

> sistEMAs dE FEcHAMENto LAtErAL, coBErturAs E stEEL dEcKFlasanEnd.: Av. Barão Homem de Melo, nº 2.400, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3078-2400www.flasan.com.br

> ProJEto EstruturALCompanhia de Projetos Ltda.End.: Rua Mourato Coelho, nº 69, 06, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3061-2603

Francisco Carlos RodriguesTel.: (31) 3409-1044

Kurkdjian e Fruchtengarten Eng. AssociadosEnd.: Rua George Eastman, nº 160, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3758-8416

Oppea EngenhariaEnd.: Av. Santo Amaro, nº 1.932, São Paulo (SP)Tel.: (11) 2589-1990

> EstruturA MEtÁLicACodeme EngenhariaEnd.: BR 381, Km 421, Distrito Industrial Paulo Camilo, Betim (MG)Tel.: (31) 3303-9000E-mail: [email protected]

EngemetalEnd.: Rua Pedro Paulo Celestino, nº 150, Diadema (SP) Tel.: (11) 4070-7070www.engemetal.com.br

Grupo ImesulTel.: (67) 3411-5700www.grupoimesul.com.br

Jodi Estruturas MetálicasEnd.: Rua Pedro Cubas, nº 86, Piqueri, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3991-0110E-mail: [email protected]

> coNstrutorAs3R EngenhariaEnd.: Rua Lucídio Lago, nº 96, Rio de Janeiro (RJ)Tel.: (21) 2218-6090

BR ConstruçõesEnd.: Rua Dr. Eduardo Amaro, nº 239, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3254-8439www.br-construcoes.com.br

Even ConstrutoraEnd.: Rua Hungria, nº 1.400, 3º andar, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3466-3836www.even.com.br

MHA EngenhariaEnd.: Av. Maria Coelho Aguiar, nº 215, Bloco F, 8º andar, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3747-7711 E-mail: [email protected]

Serpal Engenharia e ConstrutoraEnd.: Av. Ibirapuera, nº 2.332, Torre 1, 9º andar, São Paulo (SP) Tel.: (11) 5087-6550www.grupoadvento.com/serpal

SM3 EngenhariaEnd.: Rua Bernardino de Campos, nº 318, cj. 23/24, São Paulo (SP) Tel.: (11) 5533-3920www.sm3engenharia.com.br

WTorre S.A.End.: Rua George Eastman, nº 280, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3759-3300www.wtorre.com.br

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- Engradamento metálico - Projetos e detalhamentos - Painéis (engenharia/arquitetura)- Materiais de proteção térmica - Galvanização- Tintas - Software- Distribuição e Centros de Serviço - Telhas (coberturas/fechamentos)- Parafusos e elementos de fixação - Montagem- Fabricantes de estruturas em aço

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divulgue sua marca, produtos e serviços.

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Material para publi ca ção:Contribuições para as próximas edições podem ser enviadas para o CBCA e serão avaliadas pelo Conselho Editorial de Arquitetura & Aço.É desejável o envio das seguintes informações, em mídia digital: desenhos técnicos do projeto, fotos da obra, dados do projeto (local, cliente, data do projeto e da construção, autor do projeto, projetista estrutural e construtor) e referências do arquiteto (telefone, endereço e e-mail).

expediente

Revista Arquitetura & Aço é uma publicação trimestral do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) produzida pela Roma Editora.CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar20040-007 – Rio de Janeiro/RJTel.: (21) [email protected]

Conselho EditorialCatia Mac Cord Simões Coelho – Aço BrasilRoberto Inaba – UsiminasRonaldo do Carmo Soares – Gerdau AçominasSilvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão

Supervisão TécnicaSidnei Palatnik

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Roma Editora Rua Lisboa, 493 – 05413-000 – São Paulo/SPTel.: (11) [email protected]

DireçãoCristiano S. BarataCoordenação EditorialNádia Fischer

RedaçãoCamila Escudero, Evelyn Carvalho, Fábio Rodrigues, Nádia Fischer e Sidnei Palatnik

RevisãoDeborah Peleias

EditoraçãoCibele Cipola (edição de arte), Luiz Marques e Emílio Fim Neto (estagiários)

Pré-impres são e Impres sãowww.graficamundo.com.br

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A&A nº 01 - Edifícios EducacionaisA&A nº 02 - Edifícios de Múltiplos AndaresA&A nº 03 - Terminais de PassageirosA&A nº 04 - Shopping Centers e Centros ComerciaisA&A nº 05 - Pontes e Passarelas A&A nº 06 - ResidênciasA&A nº 07 - Hospitais e ClínicasA&A nº 08 - IndústriasA&A nº 09 - Edificações para o EsporteA&A nº 10 - Instalações ComerciaisA&A nº 11 - Retrofit e Outras IntervençõesA&A nº 12 - Lazer e Cultura A&A nº 13 - Edifícios de Múltiplos AndaresA&A nº 14 - Equipamentos UrbanosA&A nº 15 - Marquises e EscadasA&A nº 16 - Coberturas A&A nº 17 - Instituições de Ensino IIA&A nº 18 - EnvelopeA&A nº 19 - Residências IIA&A nº 20 - Indústrias IIA&A Especial – Copa do Mundo 2014A&A nº 21 - Aeroportos A&A nº 22 - Copa 2010A&A nº 23 - Habitações de Interesse SocialA&A nº 24 - MetrôA&A nº 25 - Instituições de Ensino IIIA&A nº 26 - Mobilidade UrbanaA&A nº 27 - Soluções RápidasA&A nº 28 - Edifícios CorporativosA&A Especial – Estação Intermodal de Transporte

Terrestre de PassageirosA&A nº 29 - Lazer e Cultura

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Tecnologia do Nióbio:Reduzindo emissão de CO 2

O uso do nióbio como microl igante aumenta a resistência e a tenacidade dos aços simultaneamente, permitindo o uso de estruturas com menores espessuras. Estruturas mais leves resultam no uso mais ef iciente e racional de recursos; menor custo f inal e menor emissão de CO 2.

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Para informações: 11 3094 6550 ou [email protected]

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Da fundação à estrutura, os perfis estruturais Gerdau proporcionam racionalidade, eficiência e rapidez ao processo construtivo. Produzidos em

aço de alta resistência, em ampla variedade de bitolas, oferecem flexibilidade aos projetos e permitem ganhos no custo geral da obra. Um compromisso

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