16
Tudo sobre o mundo da Dança de Salão Revista 1° Edição TOP FIVE DJ ZÉ DO LAGO EDDIE TORRES Entrevista exclusiva com o rei do mambo Matéria: Passos Aéreos Seção Moda&Estilo CALLeJERO: A MARCA DOS SALSEIROS

Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Há pouco mais de 1 ano, a Baila Mundo vem mostrando que é uma empresa de divulgação da dança de salão que se compromete com o fortalecimento e valorização deste segmento. Hoje ela faz parte do cotidiano de milhares de amantes da dança de salão no Brasil e no mundo, por meio dos conteúdos divulgados em seus canais de comunicação: site, página do Facebook, perfis no Twitter, Instagram, Google Plus e canal do YouTube. Agora estamos lançando a Revista Baila Mundo com o propósito de levar a mais pessoas tudo o que acontece no mundo da dança de salão. Nesta primeira edição, trazemos como capa um dos maiores ícones da dança social mundial: Eddie Torres, que nos recebeu em uma entrevista exclusiva e nos falou da história da salsa e mambo que em determinado momento se mistura com a sua. Também trazemos para essa edição, uma matéria sobre movimentos acrobáticos, com o intuito de conscientizar as pessoas em relação a preocupação com a segurança em sua realização. Para isso, a Baila Mundo conv

Citation preview

Page 1: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição

Tudo sobre o mundo da Dança de Salão

Revista 1° Ed

içã

o

TOP FIVE

DJ ZÉ DO LAGO

EDDIE TORRESEntrevista exclusiva com o rei do mambo

Matéria: Passos Aéreos

Seção Moda&Estilo CALLeJERO: A MARCA DOS SALSEIROS

Page 2: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição

Há pouco mais de 1 ano, a Baila Mundo vem mostrando que é uma empresa de divulgação da dança de salão que se compromete com o fortalecimento e valorização deste segmento.

Hoje ela faz parte do cotidiano de milhares de amantes da dança de salão no Brasil e no mundo, por meio dos conteúdos divulgados em seus canais de comunicação: site, página do Facebook, perfis no Twitter, Instagram, Google Plus e canal do YouTube.

Agora estamos lançando a Revista Baila Mundo com o propósito de levar a mais pessoas tudo o que acontece no mundo da dança de salão. Nesta primeira edição, trazemos como capa um dos maiores ícones da dança social mundial: Eddie Torres, que nos recebeu em uma entrevista exclusiva e nos falou da história da salsa e mambo que em determinado momento se mistura com a sua.

Também trazemos para essa edição, uma matéria sobre movimentos acrobáticos, com o intuito de conscientizar as pessoas em relação a preocupação com a segurança em sua realização. Para isso, a Baila Mundo conversou com 8 profissionais especialistas no assunto, que acumulam títulos nacionais e internacionais em competições de alta performance.

Uma das marcas mais conhecidas entre os salseiros do Brasil complementa a nossa seção de moda, a Callejero. E para aumentar o repertório de músicas dos nossos leitores o DJ Zé do Lago, que já tocou no exterior e em todos os estados brasileiros, dá dica das 5 músicas mais pedidas.

Esperemos que você leitor curta a nossa revista que preparamos especialmente para você!

EQUIPE BAILA MUNDO

COLABORARAM PARA ESTA REVISTA:

Gledson Silva – proprietárioJulia Pera – jornalista

PARA ANUNCIAR:[email protected](11)9 8209-9366

Tudo sobre o mundo da Dança de Salão

Revista

www.bailamundo.com.br

2

facebook.com/bailamundo

@bailamundo

youtube.com/bailamundo

Page 3: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição
Page 4: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição

A Baila Mundo falou com o criador desta marca de camisetas que caiu no gosto dos salseiros do Brasil e do Mundo: Rodrigo, que diz ter estampas para lançar novidades até 2049 fala que a primeira camiseta ficou pronta em 2006!

Ele diz que o que falta é tempo, pois tem que conciliar isso com a vida de designer gráfico. Mas, promete que quando se aposentar vai se dedicar 100%! Ele também nos contou que essa é a sua forma de por para fora o que ele não consegue dançar. Expondo de alguma maneira esse amor/paixão pela salsa, sendo através da arte, dos desenhos e dos grafismos nas camisetas.

“Tem gente que pinta, grafita, enfim, eu resolvi transformar isso em uma imagem que joga no peito. O que tem muito a ver com a salsa.” - Rodrigo Reis -

seção moda estilo&

4

Page 5: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição

A marca dos salseirosBaila Mundo: Conta para nós, como surgiu a ideia? Como começou a produzir essas super estampas?

Rodrigo Reis: Hummm, rs! Tudo começou em 2002. Já tinha ouvido falar de salsa aqui no Brasil por uma amiga e já havia ido ao bar Conexion Caribe. Mas, a conheci de verdade em uma viagem para a Austrália. Na verdade, fui para lá com o intuito de aprender inglês, mas também queria me enturmar, conhecer pessoas, interagir e isso era muito difícil com meu inglês primário, que só sabia falar: oi, meu nome é Rodrigo, tudo bem? Tchau, rs! Foi quando percebi que muita gente dançava salsa e que era um ritmo muito gostoso, então era isso, eu tinha que fazer aulas! Foram ótimas, então comecei a sair com o pessoal da academia e me diverti demais.

Voltando ao Brasil eu só queria experimentar mais daquela sensação. Então continuei fazendo aulas. Logo conheci o novo congresso de salsa do Brasil organizado pela Cia Conexión Caribe, com o Douglas Mormahi e Ricardo Garcia a frente de tudo. Como bom designer, vi que a parte visual do congresso era muito precária e pedi para tomar a frente disso, dando uma nova cara para a divulgação do evento.

Fiquei mais próximo de todo o movimento salseiro por conta disso e o Douglas sempre me lembrava que eu tinha portas abertas para fazer o que quisesse lá dentro. E a paixão crescia! Eu queria poder falar disso com todo mundo do trabalho, sair para qualquer lugar mostrar meu amor a salsa. Então pensei que precisava de uma camiseta com a salsa estampada! Procurei muito na internet, o Ricardo me ajudou. Só conseguia achar coisas muito comerciais, como o M de MC Donald escrito Mambo, queria algo mais fashion. Porque não eu mesmo fazer? Produzir? Era isso!

Passei meses no Brás (bairro de São Paulo conhecido principalmente pela venda de roupas no atacado e tecidos) tentando aprender como confeccionar camisetas, mas foi difícil viu?! Não tive

ajuda fácil, tive que aprender na raça. E em 2006, saíram do forno os três primeiros modelos!

Foi no congresso de salsa que tentei vender. Mas as pessoas só passavam, olhavam desconfiadas e não levavam. Pensei, o que fazer?

As camisetas já estavam produzidas, pagas. Decidi presentear os professores! Claro! Foi a melhor propaganda. Todos os alunos viram os cortes bacanas, diferenciados e ai começaram a me procurar!

De lá para cá cresci muito. As pessoas me passam a sensação de que já estou em casa, de que a Callejero sempre existiu! Todos querem as novidades, escolher um modelo para si.

A ideia era essa mesma, eu queria produzir as camisas para serem usadas e m b a l a d a s e a u l a s . B o n i t a s e confortáveis.

Baila Mundo: E da onde vem o nome? Callejero?

Rodrigo Reis: No começo eu queria colocar: “Echo em Cuba”. Até que um amigo que havia acabado de voltar da Espanha falou que tinha uma gíria por lá que o pessoal fala: Callejero que se comparava, sem tradução perfeita, mas sim livre, ao bom malandro carioca. Porque literalmente significa rueiro, aquele cara que está sempre na rua. A medida que vou viajando vou vendo que a palavra tem conotações distintas nos países hispânicos. No Chile, por exemplo, é uma palavra normal, qualquer um que não para em casa é callejero. Mas no Panamá se é falado para uma mulher significa que ela é garota de programa.

Aqui se mistura com a marca, que se auto descreve. São aqueles que curtem os bons bailes, o bom malandro que vive da salsa.

No meu site ( ) na www.callejero.com.brparte do quem somos descreve bem esse sentimento.

Baila Mundo: Você se obriga a lançar uma nova coleção em alguma época determinada do ano?

Rodrigo Reis: Tenho feito sempre no final do ano. Mas estou querendo mudar isso. Quero lançar a cada dois meses, deixar o face da marca ativo sempre com algumas novidades. Essa é a ideia para o segundo semestre desse ano.

Baila Mundo: Alguém já encomendou camisas de fora do Brasil?

Rodrigo Reis: Já! Tenho algumas histórias! Teve um americano que descobriu a gente, veio para o Brasil, conseguiu meu celular, me ligou, eu levei as camisetas até ele e ele comprou todas! Rs! Tem um mexicano que veio para o Brasil, me conheceu no congresso, e sempre me pede encomenda! E também já mandei para o Japão, Alemanha e Eslováquia!

Baila Mundo: Planos para a marca que pode adiantar?

Rodrigo Reis: Me falta hoje um braço feminino. Porque sou homem, sei fazer estampa de homem, sei fazer camiseta. Por isso sei que dou um ar masculino a coisa. Falta essa orientação feminina, para dar um charme, criar alguma coisa mais diferenciada!

A minha feminina hoje é feita por uma sócia, mas ela não cria, a especialidade dela é confecção. Então seria meu grande desafio agora, sair um pouco do básico no feminino. Criar uma coisa mais delicada.

5

Page 6: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição
Page 7: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição

Matéria:

PASSOS

AÉREOSA Baila Mundo entrevistou quatro grandes casais de profissionais da dança. Fomos procurá-los pela referência que são quando o assunto é passos aéreos, pegadas e portés. Kleire Tavares, Ricardo Mello, Diego Maia, Bárbara Rodrigues, Fabiana Terra, Patrick Oliveira, Marcelo Grangeiro e Damyla Maria.

Marcelo Grangeiro e Damyla MariaFoto: edu fuica

7

Page 8: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição

rangeiro conta que por volta da década de 30, com a explosão das Big Bands nos Estados Unidos, um cara chamado Frankie Manning, participava de bailes onde bandas disputavam entre si para chamar a atenção e eram acompanhadas por pessoas que também competiam dançando na pista.

Então, ele resolveu treinar um movimento que fosse além do que era dançado no salão, nascendo desde então o primeiro movimento acrobático que deu origem a um novo estilo de swing dance primeiramente chamado de Crazy Dance e depois de Lindy Hop. Fabiana Terra, acrescenta que grande parte da inspiração destes movimentos veio do circo, onde essas movimentações já existiam a mais de 1000 anos, tendo como exemplo as pirâmides humanas do circo chinês.

No Brasil, Grangeiro fala que esse tipo de movimentação pode ter sido iniciado na década de 40 por conta da vinda de um grupo de lindy hop para o Rio de Janeiro, mais especificamente no Cassino da Urca, onde eles faziam seus shows. Esses, eram para durar em torno de três semanas, só que em função da 2° Guerra Mundial eles acabaram passando muito mais tempo aqui, cerca de 11 meses, onde visitaram diversos estados brasileiros, sempre utilizando acrobáticos em suas apresentações. “Foi uma das primeiras vezes que os brasileiros viram esse tipo de movimentação na dança”, acrescenta.

Dança nas Alturas

E quando a pergunta é: E como são vistos esses movimentos agora? A resposta foi unânime, pois todos concordam que a aplicação desses movimentos estão principalmente ligados a alta performance e competições. Que não são movimentos para serem executados no salão, na dança social. A não ser pequenos truques, como cadeirinha, poses e cambrés.

Em relação a utilização deste tipo de movimentação nas apresentações, todos eles concordam que não são obrigatoriamente necessárias. “Apesar de eu adorar fazer acrobacias, não acho que ela seja uma necessidade. Pois, conheço vários shows que a mulher não sai do chão e mesmo assim são maravilhosos.” (Kleire Tavares).

“Nós sempre tivemos o cuidado de colocar a dança em primeiro lugar e a pegada como artifício para embelezar a dança” (Patrick Oliveira e Fabiana Terra).

Mas, se o dançarino se propõe a fazer, ele deve se preocupar com sua boa execução. Para isso, acreditam que isso está muito ligado as característica físicas, como força, condicionamento e equilíbrio. E até mesmo as psicológicas, como confiança e intimidade com o parceiro.

G

Conheça melhor nossos entrevistadosKleire Tavares dança a 12 anos e

Ricardo Mello a 10 anos, dançaram juntos por quase 7 anos e sempre trabalharam com apresentações de alta performance. Tudo começou no Salsa Open Brasil. Eles se adaptaram a esse tipo de competição, pois sabiam que no exterior os profissionais utilizavam movimentações aéreas e correram atrás.

Diego Maia e Barbara Rodrigues. São parceiros a 7 anos. Começaram a parceria para uma competição de salão, sem movimentações aéreas, e logo após decidiram se arriscar no Salsa Open Brasil. Desde então, são reconhecidos pela qualidade de suas apresentações.

8

Page 9: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição

“E existem movimentos que são três, quatro coisas dessas juntas. Isso não é uma regra, foi uma forma que a gente achou de trabalhar cada uma dessas ações, de conseguir transportar isso para a nossa dança, o nosso corpo e ensinar. Porque quando a gente vê um movimento e conseguimos conceituar, caracteriza-lo, fica mais fácil para treinarmos ele.”

Para o dia de treinar essa movimentação todos recomendam aquecimento e alongamento:

“Não existe comprovação de que a pessoa não sofrerá nenhuma lesão ao fazer alongamento antes do treino. Mas os pesquisadores da educação física defendem que o músculo alongado tem uma menor probabilidade de se lesar. Já o aquecimento, a ativação dos músculos do abdômen, membros inferiores, costas e ombro é essencial.” – Marcelo.

Outro ponto que todos defenderam também é em relação a exercícios importantes para desenvolver conexão com o parceiro, a confiança, cumplicidade; exercícios de plié e de encaixe de coluna. Que a prática é melhor sempre em colchões, areia, gramado, não no cimento de primeira. E procurar o auxílio de outra pessoa, para ver de fora o que está acontecendo, principalmente de um profissional gabaritado, é muito importante.

A pegada é um movimento que podemos “realizar no salão”. Como o elevador do forró e cadeirinha no samba. Apesar de existir muita discussão se isso pode ou não ser feito no salão, Marcelo e Damyla se declararam contra, acham que salão é lugar para se dançar a dois. Mas, acreditam que podem sim ser feitos desde que não prejudique ninguém como no final do baile quando a pista está vazia.

Sem ver e copiar

Os acrobáticos são todos os movimentos que a dama passa com os dois pés virados para cima. Como a estrelinha (foto 1). O porté são os que os cavalheiros sustentam as damas. Como aquele movimento muito conhecido do filme Dirty Dance (foto 2). E o aéreo são aqueles em que a dama fica solta no ar. A panqueca é um exemplo (foto 3).

“Acho que a preparação do corpo é muito importante tanto quanto a técnica. Pois, quanto mais força e alongamento você tiver, mais fácil você vai aprender a técnica e aperfeiçoar a execução deste tipo de movimento.” (Diego Maia).

Patrick Oliveira acrescenta que o excesso de confiança pode também ser um complicador: “Se a pessoa que sabe o movimento corre o risco de errar, imagina aquela que acha que sabe.”

Outro ponto seria o da preparação para a execução deste tipo de movimentação, Diego e Bárbara contaram que no início da carreira já deixaram de se preparar e isso ocasionou em uma lesão na coluna do Diego e até hoje ele sofre com isso. Eles desaconselham totalmente o “ver no vídeo e copiar”.

Patrick e Fabiana falam que no começo da parceria chegaram a procurar um professor de circo para fazer aulas, pois naquela época essa era a grande referência em portés, mas que hoje existem profissionais da dança de salão especialistas nisso, que trabalham para o aperfeiçoamento dessas técnicas.

Marcelo e Damyla, em sua metodologia de aula conceituam o que é: pegada, acrobático, aéreo e porté. Como cada um sendo de uma “família” diferente.

Marcelo Grangeiro e Damyla Maria. Ambos nasceram e se conheceram no Maranhão, são parceiros de vida e de dança (a 7 anos). Já ganharam juntos o quadro “Se vira nos 30” do programa do Faustão na TV Globo e o programa “Dança acrobática” do canal SBT. Ele é formado em educação física, pós graduado em dança de salão, já participou da dança dos famosos (também do Faustão) e diz que a 14 anos a sua vida é dançar! Ela contou que dança desde os 12 anos e já foi professora de diversos eventos importantes no Brasil e no mundo.

Fabiana Terra e Patrick Oliveira. Ela este ano completa 20 anos de dança e ele 13 anos. Juntos já participaram de diversos campeonatos nacionais e internacionais. Foram um dos casais brasileiros pioneiros no World Salsa Open, onde já ficaram entre os 5 melhores casais de salsa do mundo. Todas as coreografias contaram com movimentações aéreas.

9

Page 10: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição

Eddie Torres, o Rei do Mambo, é

considerado o mais popular dançarino de salsa no estilo New York do mundo. Ministra aulas e dança a mais de 4 décadas e tem formado milhares de dançarinos, entre eles nomes como Delille Thomas (Mambo D), Wilton Beltre (o fundador da Santo Rico Dance Company), Adolfo Indacochea, Franklin Diaz, Frankie Martinez e Seaon Bristol. Ele já esteve duas vezes aqui no Brasil, em 2012 e 2013.

Dessa última vez, foi em um dos eventos mais conhecidos pelos bailadores brasileiros, a Semana da Cultura Latina. E é claro que a Baila Mundo estava presente e conseguiu uma entrevista exclusiva com esse grande professor internacional!

“Uma figura iluminada”, é assim que a maioria das pessoas que chegam perto dele o definem. Um Porto Riquenho de alma, nascido e criado em Nova Iorque, nos disse logo no começo da entrevista que adorou o nome do evento, pois ama a valorização da cultura latina. E que amou a recepção das pessoas e o encantou muito a presença de vários jovens na sua aula, que ainda acham que ele pode ensinar muito. Aqui seguem algumas palavras sobre a evolução da salsa e o que acha das suas constantes quedas e recuperações:

O que conhecemos hoje como salsa já teve pelo menos três épocas na minha visão. A primeira na década de 40, 50, no Palladium em Nova Iorque, onde a dança era só conhecida como mambo e chá-chá-chá e só dançavam passinhos na pista, como os que hoje chamamos de shines. A próxima época foi a minha, em que aprendemos os passinhos e acrescentamos as figuras, os passos em casal. Hoje em dia temos isso tudo combinado com os passos aéreos, acrobacias ou adagio. E as coisas estão muito interessantes, pois se uniram várias influências, vemos inserindo o jazz, o balé, o contemporâneo, o moderno, o hip hop, o flamenco. Eu gosto muito, pois sempre misturei tudo em minha dança e aulas. Ao meu ponto de vista é um progresso, não compartilho da opinião que temos que ficar só no tradicional.

EDDIE TORRES‘O melhor é o que vivi,

as recordações, porque

a vida se vai muito rápido’

10

Page 11: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição

BM: Porque você acha que a salsa era muito popular a alguns anos no Brasil, enchia qualquer pista e agora não é mais?

Eddie: A minha opinião é de que sempre existe uma dança nova chegando na aérea. Que as pessoas sempre querem aprender coisas novas. Vão sempre se interessar pela novidade. Mas, isso já aconteceu algumas vezes, até mesmo em Nova York. O que não quer dizer que salsa vai sumir ou não vai voltar a crescer por aqui. Quando iniciei a minha vida de dançarino o mambo estava em baixa, mas junto com Tito Puente recuperamos essa cultura. E deixa eu contar uma coisa, Tito nunca gostou do nome salsa, ele dizia que a diferença entre mambo e salsa era simples: Mambo se dança e a salsa se come! Rs!

Quando me perguntavam se eu ensinava salsa eu sempre respondia: eu dizia que ensinava mambo, mas colocava muita salsa em cima para dar sabor. Porque quando começam a mudar o nome, podem mudar e dar fim a qualquer coisa, sua língua, tradição e assim se perde a cultura latina. Mas é bom o mundo inteiro conhecer essa dança, mesmo que seja com nome de salsa.

BM: O que acha dos dançarinos brasileiros?

Eddie: Os brasileiros são poli rítmicos, conseguem mexer a cabeça para um lado, o braço para outro e o tronco para outro, rs. Sempre sentindo o ritmo, como uma sinfonia. Adoro ver no baile vocês dançando o samba, quero aprender um pouco. Porque mesmo com 63 anos acho que não posso parar de ser aluno! Porque nunca

acho que aprendi tudo, tenho que manter a mente aberta.

BM: Então nos conte um pouco como é ser considerado o rei do mambo?

Eddie: Vivemos em uma época que existe muita competição. A competição é boa. Mas sempre devemos manter o respeito! O mais importante é o respeito! Admiração também. Não tente ser melhor que ninguém, seja melhor que você mesmo, faça o seu melhor.

Sei que me chamam de o Rei do Mambo. Mas acho que tudo isso, a fama, o dinheiro, não importam. O melhor é o que vivi, as recordações, porque a vida se vai muito rápido, por isso não podemos desperdiçá-la discutindo, brigando se dançar salsa no 1 é melhor que no 2, se o estilo porto riquenho é melhor que o cubano, tudo isso é bobeira. Disfrutem sua vida, aproveitem os momentos.

Quando volto para a minha casa é sempre a melhor hora. Porque sei que vou encontrar a minha família, minha esposa Maria. Eu viajo o mundo todo, mas para mim não existe melhor lugar do que minha casa, minha cama com minha esposa. Eu agradeço todos os dias por esse dom que Deus me deu, pois me fez ter a oportunidade de viajar, conhecer o mundo e pessoas maravilhosas, tenho amigos por todo o mundo.

Por fim, quero deixar um grande beijo e abraço para todos os brasileiros maravilhosos! É sempre ótimo estar com vocês, espero reencontrá-los o quanto antes.

Entrevista exclusiva com o rei do Mambo

11

Page 12: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição
Page 13: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição

TopFive

SalsaAsí - La Sucursal S.A.

SambaSexta-Feira Carioca - Banda Black Rio

ZoukTá bom - 2Much

BoleroZé do Caroço - Mariana Aydar

ForróDom do amor - Ó do Forró

As músicas mais pedidas!

Page 14: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição
Page 15: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição

Escolas Professores

#VempraDançaFelipe Moreno Contato: (11) 96459 4320 (tim) / (11) 2668-4445 (comercial)Facebook: Felipe Moreno / E-mail: [email protected]ão: ABC paulista e grande são PauloRitmos: sertanejo, dança de salão, aero dance e ritmos latinos.

Geyse CarvalhoContato: (11) 982450762 / [email protected]ão: São PauloRitmos: forró, sertanejo, gafieira, bolero, zouk, salsa e bachata.

Daniel Lessa e Letícia BernardesContato: (11) 967607728 / E-mail: [email protected]ão: São PauloRitmos: dança de salão. Show / Workshop / Aulas Particulares

Paulo Victor Contato: (11) 96663-1130 / [email protected]/PauloVictorFCRegião: São PauloRitmos: dança de salão e zouk.

Vanessa JardimContato: (11) 98292-6529 / [email protected]/vanessa.jardim.dancaRegião: São PauloRitmos: aulas especializadas de samba de gafieira, coreografias,direcionamento coreográfico e grupos fechados.

SOUL ARTES ESTÚDIO DE DANÇALocalizado na Al. Itu, 167 - Cj. 25 | Jd. Paulista | São Paulo - SP - Fone: (55.11) 3253.1837 | 96882.7418 | 99223.7443www.soulartestudiodedanca.com.br

ESPAÇO NAKASONEUnidade Jardins: Alameda Itu,167 - cj 21 Jardins/SP -Unidade ABC: Rua Aimorés, 360 - Vila Alzira/Santo AndréContato: (11) 2712-2009 / (11) 976-039-900 / [email protected] / Facebook: espaconakasone / Twitter: @edsonnakasone

Page 16: Revista Baila Mundo: tudo sobre o mundo da dança de salão - 1ª edição