REVISTA BERESHIT

  • Upload
    rafaela

  • View
    252

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    1/15

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    2/15

    Ao longo dessas 28 pginas, voc, lei-

    tor (a), ter a oportunidade de conhecer

    mais sobre a relao entre a f e a cincia,mas pelo ponto de vista do dilogo. Du-

    rante as matrias voc poder perceberque abordamos o ponto de vista cient-

    co e o da f sobre o mesmo tema.A proposta da revista Bereshit jus-

    tamente essa: mostrar que, diferenteda mdia convencional, a f e a cincia

    no se contradizem, pode haver um di-

    logo entre as duas, que acreditar emDeus no significa abrir mo de mto-

    dos cientficos, nem de pesquisa, nemde investigao.

    Comeamos esclarecendo o signicadoda f e o da cincia, e a importncia de

    ambas para a sociedade. Apresentamos

    um dos pioneiros do estudo da f, SantoAgostinho, como ele abordava essa ques-

    to e como seus ensinamentos so vli-dos at os dias atuais.

    Nessa edio, voc ir conhecer umpouco mais sobre os dinossauros, porm

    de uma maneira diferente, pela viso b-

    blica. Alm de contar aquilo que a cinciaj descobriu, fomos alm e buscamos evi-

    dncias bblicas da sua existncia.No poderamos falar do dilogo entre

    a f e a cincia sem mostrar exemplosreais de cientistas que creem em Deus e

    no abrem mo de trabalhar com o que

    amam, de pessoas que se sentem to vontade em um laboratrio como em

    uma igreja.O destaque dessa edio, ca por con-

    ta da matria de capa que apresenta as

    Jornalista responsvel: Rafaela de Almeida GarciaRedao: Rafaela de Almeida Garcia

    Projeto Grco/diagramao: Paula Carolina Rabelo Vinhas

    Imagens: Banco Freepik

    O QUE ?

    PIONEIROS

    CAPA

    SER CIENTISTA

    PERFIL

    CINCIA NA BBLIA

    NA MDIA

    HISTRIA DA TERRA

    ARTIGO

    SAIBA +

    4

    7

    9

    14

    16

    19

    21

    22

    25

    26

    O que f? O que cincia?

    Santo Agostinho: a relao entre fe razo

    Evoluo, criao ou obra de umdesigner?

    possvel ser cientista e cristo?Crer em Deus e na cincia?

    Cientista que cr: Karl Heinz Kienitz

    O que o livro mais vendido nomundo tem a nos dizer

    A temtica f e cincia j ganhou

    espao em blogs

    Dinossauros, lenda ou realidade?

    EINSTEIN E = m.c

    Dicas de filmes e livros

    EDITORIALNDICE

    EXPEDIENTE

    A cincia sem a religio manca,a religio sem a cincia cega

    - Albert Einstein

    trs principais teorias que se propem a

    estudar a nossa histria: Evoluo, Cria-

    cionismo e Design Inteligente. Qual aorigem de cada uma delas e no que se di-

    ferenciam. A Bereshit ir te apresentar abase dessas teorias.

    Outro destaque dessa edio a matriaque aborda a cincia nas Escrituras, j que

    quando a Bblia foi escrita ainda no exis-tiam termos cientcos como tomo, pr-

    ton, clulas, etc, e nem equipamentos que

    pudessem medi-los. Ser que a Bblia podeter antecipado descobertas cientcas?

    Essa edio tambm ir te apresen-tar dois dos mais conhecidos blogs que

    abordam a temtica f e cincia: Cria-cionismo e Darwin e Deus. Tambm

    preparamos algumas sugestes de livros

    para voc que deseja se aprofundar ain-da mais no assunto.

    Tenha liberdade para conhecer outroponto de vista, longe de conceitos pr-es-

    tabelecidos que veem apenas conito, emalgo que pode se tornar um dilogo pac-

    co. Esperamos que a Bereshit te leve a

    pensar fora da caixa!Como diria um dos telogos cristos

    mais respeitados desse sculo, com ps--doutorado em biofsica molecular e

    doutorado em teologia pela Universida-de de Oxford, Alister McGrath, Abraar

    a f crist no implica cometer suicdio

    intelectual. Pense nisso e tenha umaboa leitura!

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    3/15

    4 5

    BERESHIT | 2015

    O que f?Saiba o que f para cristos e muulmanos

    Ora, a f a certeza daquilo que espera-mos e a prova das coisas que no vemos.

    Essa a principal descrio do que fsegundo a carta aos Hebreus, no primeiro

    versculo do captulo 11 (Nova Verso In -

    ternacional). A palavra f tem duas ori-gens:pistiaefdes.Pistia derivada do grego e signica

    acreditar. Esse o signicado mais co -

    mum, porm no o mais completo. Por-que no basta crer, preciso compreender

    a razo pela qual se acredita em algo, est

    chamada a f racionada.A segunda origem da palavra f vem

    do latimfdes, que vai alm de acreditar,tambm agrega o conceito de delida-

    de, ou seja, necessrio que se seja elao objeto da f. Falando em f religiosa,

    estamos falando em Deus, seguindo esse

    conceito, necessrio ser el a Deus e se -guir os seus preceitos.

    Segundo o padre missionrio Redento-rista, Lucas Emanuel Almeida, a origem

    da f crist Jesus Cristo. Sendo que aencarnao de Jesus, descrita em Joo

    1. 1-18, um marco, um divisor de guas

    na Histria da Humanidade, que passa aregistrar os acontecimentos com antes de

    Cristo (a.C) e depois de Cristo (d.C).O cristianismo surge com o testemunho

    dos discpulos que acompanhavam Jesus,assim a f no Cristo ressuscitado cresce

    e comea a ganhar cada vez mais espao.

    Em sntese, comea com a Igreja Catli-ca, que depois de sofrer o Cisma, no ano de

    1054, v-se separada entre o Ocidente e oOriente. Mais tarde, no sculo XVI nasceu

    O que cincia?Conhea mais sobre a cincia e sua importncia

    para a sociedade

    A cincia est mais presente do nossodia a dia do que imaginamos, mas mesmo

    assim nos parece algo to distante e fei-ta por homens de jaleco branco, cabelos

    bagunados e culos, que passam a vidadentro de um laboratrio envolvidos com

    experimentos em meio a vidrarias e subs-

    tncia perigosas. Mas, a cincia muitomais do que isso e mesmo assim pode ser

    simples como uma observao!A cincia nasce da observao de fa-

    tos que desaam o interesse e desper -tam a curiosidade. Desse modo comea

    o processo cientco, da observao, da

    pesquisa, levantamento de dados e pelabusca de explicaes. Essas explicaes

    precisam ser testadas e comprovadas, ouseja, submetidas a algum tipo de experi-

    mentao para que sejam aceitas na co-munidade cientca.

    Um pouco de histria

    O termo cincia tem origem no latimscientia e signica conhecimento ou

    saber. um sistema de conhecimentos queso testados e comprovados pelo mtodo

    cientco. Assim a cincia abrange o

    O QUE ?

    A f cristse baseia noanncio doReino de Deuspregado porJesus Cristo

    Pe. Lucas Emanuel

    o Protestantismo com Lutero e comeou asurgir diversas ramicaes da f crist. E

    a partir do sculo XX movimentos protes-tantes zeram nascer o Pentecostalismo.

    Hoje, a F Crist vivida de diversas ma-

    neiras, arma o padre Lucas Almeida.Para o pastor do Ministrio Consolador

    de Israel, Fbio Cassiano, a origem da fcrist reconhecer Jesus como o Messias

    prometido por Deus que salva a huma-nidade. Cremos que Jesus o Messias

    prometido, o redentor da humanidade, o

    Filho de Deus de acordo com as profeciasdo Antigo Testamento hebreu. Seguimos

    seus ensinos registrados no Novo Testa-mento, comenta o pastor.

    Tanto catlicos como evanglicos acre-ditam que a base da f crist a vida e as

    obras de Jesus Cristo, registradas no Novo

    Testamento e a prtica dos ensinos que eledeixou como modelo de vida. A f crist se

    baseia no anncio do Reino de Deus prega-do por Jesus Cristo e na ao dos discpulos

    que, depois da experincia da ressurreio,comearam a difundir a mensagem que

    aprenderam e testemunharam de Jesus,

    ressalta o padre Lucas Almeida.Segundo o padre Lucas Almeida a f

    para os cristos permite acreditar na vida,nas buscas pessoais que cada um faz para

    atingir sua felicidade. Quem acredita, sem-pre alcana, diz a letra de uma msica. E isso

    verdade, se voc cr em Deus e em suas ca-

    pacidades, voc tem mais fora para correratrs de seus sonhos e objetivos, comenta.

    J o pastor Fbio Cassiano ressalta a im-portncia da f como conexo a Deus, como

    um meio de chegar at aquele, que para oscristos, o Ser mais importante do univer-

    so. A f o meio pelo qual nos conectamoscom o sobrenatural de Deus, sem f no

    temos nada, nenhum acesso ou relaciona-

    mento com Deus, como est escrito em He-breus 11.6: Sem f impossvel agradar a

    Deus, pois quem dEle se aproxima precisacrer que Ele existe e que recompensa aque-

    les que o buscam, arma.Segundo o diretor de assuntos islmicos

    da Federao das Associaes Muulma-

    nas do Brasil (FAMBRAS), sheikh KhaledTaky El Din, a origem da f islmica a

    mesma da do judasmo. necessrio sa-ber que Jesus veio quando as leis de Moi-

    ss haviam sido abandonadas, o homemhavia se desviado da servido de um nico

    Deus para vrios deuses e a magia (ou fei-

    tiaria) era o vcio mais predominante; aveio Jesus. O mesmo se repetiu depois de

    Jesus, e do mesmo jeito que a Mensageme o nascimento de Jesus foram estranhos,

    ou seja, constituam um desao pesadssi-mo aos oponentes, o mesmo est aconte-

    cendo novamente com o Islam. A histria

    se repete, arma o sheikh.No Islam a palavra f (imani em rabe)

    signica basicamente acreditar em Deus etudo quanto se relaciona com a oniscincia

    innita dele, tudo informado nas Escritu-ras enviadas atravs dos profetas e men-

    sageiros. A ligao entre o muulmano e

    Deus, atravs dos profetas e mensageiros a base da credibilidade sobre qual ele de-

    pende para construir sua esperana rme.O sheikh Khaled Taky El Din ressalta que

    a importncia da f que tudo o que Deusinformar, atravs de fontes is, a palavra

    original, o muulmano acredita e defendecontra qualquer alterao. E acreditar em

    Deus, o muulmano entende, plenamente,

    que o seu equilbrio mental depende disso,caso contrrio, estaria mergulhado nas d-

    vidas sobre muitas questes que no tmrespostas por outra forma, por mais sos-

    ticada a cincia possa ser, e que tais dvi-das resultariam em frustraes que cau-

    sariam um comportamento inadequado,

    tornando-se incontrolvel, como se fosseum carro sem motoristas, comenta. .

    conjunto de conhecimento de vrias reasque podem ser comprovados, podemos

    agrup-los em trs ramos: cinciasnaturais, fsicas e sociais.

    Segundo o professor doutor do Institu-to Tecnolgico de Aeronutica (ITA), Karl

    Heinz Kienitz, foi na cultura europeia no

    do nal da Idade Mdia, em meio ao cris-tianismo que se apresentaram condies

    adequadas para o desenvolvimento domtodo experimental da cincia da forma

    como conhecemos. Cristos como RobertGrosseteste e o seu aluno Roger Bacon

    (sculo XIII) estiveram entre os primei-

    ros a enfatizar o uso da experimentaopara aferir armaes sobre fenmenos

    naturais, e deixaram clara uma slida mo-tivao para tal, enraizada numa viso de

    mundo crist, arma Kienitz.Cientistas cristos estiveram como al-

    guns dos pioneiros, mas Kienitz ressalta

    que uma viso de mundo crist no foi abase da cincia moderna.A base da cin-

    cia moderna foi o rduo trabalho de pes-soas de intelecto invejvel, tenazmente

    dedicadas ao estudo da natureza. Mas suaviso crist do mundo decisivamente as

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    4/15

    6 7

    BERESHIT | 2015PIONEIROS

    Aurelius Augustinus, mais conheci-

    do como Santo Agostinho, nasceu emTagaste, norte da frica (atual regio

    da Arglia), no dia 13 de novembro de354. Era o filho primognito do pago

    Patrcio e de Mnica, uma fervorosacrist que procurava ensinar ao filho a

    doutrina religiosa. considerado um

    dos maiores pensadores do cristianismo,sendo um dos pioneiros no dilogo entre

    a f e a razo.Agostinho foi educado em Cartago,

    com muito interesse em cincia e filoso-fia, tornando-se professor de retrica e

    crendo na doutrina maniquesta, que se

    fundamentava na crena de que o mun-

    do era regido por duas foras, o bem eo mal. A influncia de Santo Ambrsio(339 374) foi fundamental na conver-

    so de Agostinho ao cristianismo.Aps a sua converso, Agostinho se de-

    dicou ao estudo das Sagradas Escrituras,

    a teologia e a escrever suas obras, queso consideradas destaques na Filoso-

    fia. Ao todo foram 113 obras, sem con-tar as cartas e os sermes. A maioria de

    suas obras surgiram em consequnciados problemas que a Igreja de sua po-

    ca enfrentava, parecendo ultrapassar os

    limites de seu tempo e exercendo umagrande influncia tanto na Idade Mdia

    quanto nos dias de hoje.

    motivou e favoreceu no desenvolvimentoe uso do mtodo cientco, arma.

    Eles foram seguidos pelos primeiroscientistas modernos, cristos como Agri-

    cola, Kepler, Pascal e Boyle. Sculos maistarde, o cristo James Joule continuaria a

    enfatizar a ligao positiva entre f crist e

    cincia ao dizer que aps conhecer e obe-decer vontade de Deus, o prximo alvo

    deve ser conhecer algo dos Seus atributosde sabedoria, poder e bondade evidencia-

    dos nas obras de Suas mos. Pois a cin-cia mostrou servir de modo excelente para

    conhecer, explorar e fazer bom uso das

    obras de Suas mos de tudo aquilo queDeus criou, completa Kienitz.

    Por que a cincia to

    importante?A cincia um das responsveis pelodesenvolvimento econmico, tecnolgico,

    poltico e social de um pas. comum as-sociarmos a cincia com a descoberta de

    curas para algumas doenas, formulao

    de vacinas, mas ela mais do que isso.Tudo a nossa volta est relacionado com

    a cincia, com descobertas e resultados deanos de pesquisas.

    Com a cincia podemos compreender omundo ao nosso redor, o nosso organis-

    mo, desenvolver novas tecnologias, mas

    como tudo, ela deve ser regulamentada,investigada e ser responsvel. A cincia

    tem viabilizado grandes transformaes

    Em 2008 o investimento em Pesquisa e

    Desenvolvimento (P&D) em So Paulo atingiu

    1,52% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto

    no Brasil este percentual ficou em 1,14% do PIB e

    no Brasil sem considerar So Paulo o percentual

    representou 0,95% do PIB.

    vividas pela humanidade, especialmen-te as tecnolgicas. Mas quando a cincia

    utilizada em alguma nova aplicao, nacriao de alguma indstria, proporcio-

    nando novos postos detrabalho e elevandoos padres de vida, ela tambm perturba o

    que . Novas leis e regulamentos precisam

    ser feitos e novas expresses de maldadecontidos, comenta Kienitz.

    Kienitz no considera o Brasil, comoum todo, sem cultura cientfica, em par-

    ticular no estado de So Paulo existe umambiente relativamente favorvel para

    a cincia, embora a timidez de investi-

    mento em pesquisa e desenvolvimentoprevalecente na maioria das empresas

    ainda seja um problema tambm para oestado paulista. o que aponta o Pro-

    grama FAPESP de Indicadores de Cin-cia, Tecnologia e Inovao em So Pau-

    lo (2010): em 2008 o investimento emPesquisa e Desenvolvimento (P&D) em

    So Paulo atingiu 1,52% do PIB (Produto

    Interno Bruto), enquanto no Brasil estepercentual ficou em 1,14% do PIB e no

    Brasil sem considerar So Paulo o per-centual representou 0,95% do PIB.

    O cientista tambm tem um papelfundamental para o progresso cientfi-

    co. [o cientista deve] aplicar o mtodo

    cientfico com tica e responsabilidade.E importantssimo observar que tica e

    responsabilidade transcendem o mtodocientfico, completa.

    Santo Agostinho:a relao entre a fe a razo

    Para Agostinho, a f era o caminho da

    verdade, mas er a a razo a melhor ma-neira de provar a validade das verdades.

    "Credo ut intelligam, in-telligo ut credam"

    Segundo o frei Luiz Antonio Pinheiro, da

    Ordem de Santo Agostinho (OSA), Agosti-

    nho construiu um modelo de pensamentoem que razo e f se articulam de manei-

    ra estruturalmente mediata, de um mododinmico e fecundo, a ponto de constituir

    um crculo que compreenda as Escrituras,cuja mxima vem sintetizada na expresso

    "Credo ut intelligam, intelligo ut credam"

    (Creio para entender e entendo para crer).

    A f uma espcie de pensamento que as-sente, ela se traduz como um modo de pen-sar com assentimento por parte daquele

    que pensa. O homem pensa e ao faz-lo sedebrua naquilo que est pensando. Sem o

    pensamento no haveria a f. Ainda que as

    verdades da f no sejam demonstrveis,isto , que possam ser provadas, possvel

    demonstrar o acerto de se crer nelas, e essatarefa cabe razo, arma o frei.

    O mesmo, Agostinho diz acontecer coma razo, ela no elimina a f, pelo contr-

    rio, fortalece-a e ambas se complemen-

    tam. Assim o homem no pode acreditarem algo sem ter conhecimento daquilo

    que o far crer, da mesma forma que ele

    Programa FAPESP de Indicadores de Cincia,Tecnologia e Inovao em So Paulo (2010)

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    5/15

    8 9

    BERESHIT | 2015

    no pode pensar sem crer naquilo emque se cr. A mxima agostiniana leva

    o homem a ver o mundo dentro dessasduas realidades que se entrecruzam.

    No se pode separar essas duas verten-

    tes do conhecimento, completa o freiLuiz Antonio Pinheiro.

    Para o escritor e telogo, Felipe Aqui-no, a f para Agostinho crer que Deus

    seja o criador de todas as realidadesvisveis e invisveis e viver segundo as

    suas leis. Para Agostinho nossa origeme destino Deus. Tudo para ele se re-

    sumia na primeira frase de sua grande

    obra Consses: Tu nos criastes paraTi e nossa alma no ter descanso en-

    quanto no descansar em Ti. ParaAgostinho a f era viver com Deus, por

    Deus, para Deus e em Deus. Para eleestar distante de Deus estar distante

    de si mesmo: sem Deus o homem est

    alienado de si prprio, e s pode reen-contrar-se encontrando-se com Deus.

    S em Deus encontra a sua verdadeiraidentidade, arma.

    E a razo o uso do intelecto parabuscar a verdade objetiva, seja na fsica

    (natureza) ou na metafsica (revelao

    divina). Agostinho conseguiu rela-cionar a f e a razo devido ao fato

    de ambas serem dadas por Deus.A f orienta a razo e a razo aju-

    da a entender a Revelao divina,com a losoa, as lnguas antigas,

    paleontologia, arqueologia, fsica,

    qumica, etc. Com a sua imensacultura obtida antes de sua conver-

    so, ele pode unir a f e a razo de

    maneiras harmoniosas, onde umaauxilia a outra. Para Agostinho a ffortalece a razo e a orienta, res-

    salta Felipe Aquino.

    Para o frei Luiz Antonio Pinheiro,Agostinho pensava a frente do seu

    tempo e no se limitava a respostasprontas, ele procurava dialogar

    com a sua poca, buscandocompreend-la, isso se tornava um

    Agostinho foi canonizado por aclamaopopular, e reconhecido como Doutor daIgreja, em 1292, pelo papa Bonifcio VIII.

    Evoluo,criao ouobra de umDesigner?

    Conhea as trs teorias que se propema estudar a nossa histria

    A humanidade vem buscando respostas h muito tempo para as perguntas que mais nos intrigam. O que j

    temos como certo que a origem e o desenvolvimento da vida envolvem mistrios, descobertas e hipteses. umtema que permite muitos estudos, mas que tambm pode gerar polmicas entre a f e a cincia.

    Deixando os debates de lado e os pontos de vistas pessoais de cada um sobre as diferentes formas de se pensarsobre isso, vamos apresentar as trs principais teorias que com dedicao e empenho vm procurando as respos-

    tas e solues para dvidas que permeiam a humanidade: Teoria da Evoluo, Criacionismo e Design Inteligente.

    Credo ut

    intelligam,

    intelligo

    ut credam

    (Creio para

    entender eentendo

    para crer).

    desao e tanto. Felipe Aquino acreditaque outro desao vivido e vencido por

    Agostinho era estudar as obras de Platoe conseguir extrair o que harmonizava

    com a f catlica. O mesmo zeram

    outros santos doutores da Igreja, comoSanto Ambrsio, Santo Anselmo, Santo

    Alberto Magno, So Toms de Aquino,etc. Certamente foi um desao poder

    no sculo IV fazer uso dos clssicosda Antiguidade, ltrando o que no se

    coadunava com os Evangelhos, armao escritor.

    Seus ensinamentos no se detinham

    a sua poca, para o frei Luiz Antonio,se Agostinho vivesse neste sculo ele

    entraria em dilogo com o homem con-temporneo e faria suas reexes sobre

    as convices que desenvolveu ao longode sua vida, sua investigao sobre a f

    e a razo encontraria espao para dialo-

    gar nos dias de hoje.O frei Luiz Antonio ressalta que

    existem perguntas fundamentais quemais cedo ou mais tarde acabamos nos

    fazendo, como: de onde vim? Qual aorigem do universo? A morte o m?

    Quem sou eu? Talvez ns no concor-

    demos hoje com todas as respostas queAgostinho deu a essas perguntas funda-

    mentais. No entanto, ns concordamoscom ele na importncia dessas pergun-

    tas e na atitude existencial fundamentalque a inquietude e a busca.[...] Num

    mundo marcado por tantas transforma-

    es, mudanas rpidas, que apresentatantas propostas de verdade, felicidade

    e beleza para o ser humano, a busca

    contnua por algo mais, ajuda a no sedeixar manipular pelas ideologias, fun-damentalismos, reducionismos antro-

    polgicos. Nesse sentido, o pensamento

    agostiniano tem uma mentalidade fe-cundante para os dias atuais. No nos

    d respostas prontas, mas nos instiga,nos provoca, nos ilumina em nossas

    buscas, arma o frei.

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    6/15

    10 11

    BERESHIT | 2015

    Teoria da EvoluoA evoluo est relacionada mu-

    dana ou transformao, o naturalista

    Jean-Baptiste Antoine de Monet, maisconhecido como (cavaleiro de) Lamar-

    ck, considerado por muitos como oprecursor da Biologia Evolutiva. Ele

    publicou o livro Filosoa Zoolgicano incio do sculo XIX, mais precisa-

    mente em 1809. Esta obra foi bastante

    inuente e antecipou em 50 anos o li-vro mais importante dessa rea: A Ori-

    gem das Espcies, de Charles Darwin.Segundo o bilogo e doutorando em -

    losoa (Universidade Federal do Cear),Maxwell Morais de Lima Filho, ideias

    sobre a transformao dos organismos

    biolgicos so bastante antigas, se con-trapondo conceitualmente s ideias xis-

    tas o xismo propem na biologia quetodas as espcies foram criadas como so

    pelo poder divino, e assim permaneciam,imutveis, sem que ocorressem mudan-

    as na sua descendncia. Jean-Baptiste

    Lamarck, Charles Darwin, Ernst Mayre Stephen Jay Gould so evolucionistas

    porque explicam a modicao dos or -ganismos por meio de mecanismos na-

    turais, a despeito de suas divergnciastericas. As concepes evolucionistas

    de Ernst Mayr e Stephen Jay Gould, por

    exemplo, levaram em conta conceitostericos provenientes da gentica, os

    quais eram desconhecidos por Lamarcke Darwin. Tanto Lamarck quanto Da-

    rwin sabiam que as caractersticas eramtransmitidas de pais para lhos. Entre-

    tanto, nem o naturalista francs nem

    o ingls sabiam explicar quais eram aestrutura e o mecanismo responsveis

    pela transmisso hereditria, comenta.Lamarck e Darwin desconheciam al-

    gumas expresses que hoje so familiares

    a qualquer estudante do Ensino Mdio

    como cido desoxirribonucleico (DNA),genes, mutao, recombinao gnica, leisde Mendel, etc, isso devido a poca e con-

    texto tecnolgico/cientco que viveram.

    Para Maxwell Morais existem vriasevidncias favorveis a biologia evolutiva,

    alm disso, segundo ele seria essa uma dasreas de maior prestigio na comunidade

    cientca. Uma dessa evidncias que oregistro fssil mostra que o nosso planeta

    j foi habitado por microrganismos, ve-getais e animais que no existem mais.

    Segundo o bilogo, a quantidade de esp-

    cies atuais representa uma frao muitopequena em relao ao nmero de esp-

    cies extintas. Esse registro mostra, porexemplo, que os ancestrais de golnhos e

    baleias possuam patas traseiras, arma.Outra evidncia que merece destaque

    so as estruturas que possuem a mesma

    funo que podem ter evoludo de modoindependente (divergncia evolutiva),

    por exemplo, as asas de uma liblula e

    de um carcar servem para voar, mascomo evoluram independentemente,so rgos anlogos (tm a mesma fun-

    o em diferentes tipos de seres vivos,

    mas que possuem origem embrionria eestruturas diferentes). O bilogo ressalta

    outa evidncia muito importante, que abiologia evolutiva pode explicar e predi-

    zer a presena de estruturas atroadas eno funcionais como os olhos cegos dos

    peixes verncolas (rgos vestigiais).

    sabido que os ancestrais dos peixes ca-verncolas enxergavam. Alm disso, te-

    mos conhecimento que evolutivamentedesvantajoso possuir olhos em ambientes

    desprovidos de luz, arma o bilogo.

    Jean-BaptisteLamarck, CharlesDarwin, Ernst Mayre Stephen Jay Gouldso evolucionistasporque explicama modificao dosorganismos pormeio de mecanismosnaturais, a despeitode suas divergncias

    tericas

    CriacionismoCriacionista qualquer pessoa, que

    por suas convices, aceita a ideia da

    existncia de um Ser superior, exter-no ao universo e que seria a origem, de

    cada parte do espao, dos planetas edos seres vivos. Segundo o presidente

    da Associao Brasileira de Pesquisa daCriao (ABPC), Christiano P. da Silva

    Neto, o criacionismo uma estrutura de

    pensamento que rene as pessoas quese consideram criacionistas. O termo

    criacionismo identifica o movimentoque teve incio na primeira metade do

    sculo passado, quando cientistas cris-tos se reuniram em uma primeira as-

    sociao criacionista com o objetivo de

    investigar cientificamente as origensdo universo e da vida. O criacionismo,

    tanto quanto o evolucionismo, uma in-terpretao de fatos da natureza relacio-

    nados com as origens do universo e davida. Os fatos aqu i referi dos, oco rreram

    no passado, de modo que a interpreta-

    o correspondente se faz com base nosresultados da pesquisa cientfica condu-

    zida pelos cientistas, em fatos histri-cos, quando isso possvel, e em con-

    jecturas (hipteses) quando esses fatosse mostram inacessveis, comenta.

    O objetivo desses cientistas era pro-

    duzir uma cincia das origens com boaqualidade, sem definies e conceitos

    que no condizem com a realidade danatureza, conduzindo essa pesquisa com

    padro de investigao cientfica. Aquesto que, quando se fala no debate

    CRIAO X EVOLUO, muitos incli-

    nam-se a entender isso como RELIGIOX CINCIA. O conceito de que ambas

    so incompatveis tem sido amplamen-te apregoado, desde os tempos de Co-

    prnico. Ainda hoje, para a maioria dos

    cientistas, criacionismo sinnimo de

    religio, e religio algo completamen-te anticientfico e fora da realidade. Estepensamento os tem mantido alheios e

    omissos no que diz respeito a examinar e

    at mesmo tomar conhecimento do quese desenvolve nessa rea. Vrias crticas

    tm sido levantadas no sentido de mini-mizar e ridicularizar o movimento cria-

    cionista, afirma o presidente da ABPC.O presidente da ABPC ressalta que

    a cincia moderna escolheu o natura-lismo como sua estrutura bsica. Isso

    determinou a concluso de que todos

    os fenmenos da natureza podem serexplicados naturalmente. O problema

    que no dispomos da menor compro-vao d e que este sej a o c enrio c orreto

    e isto significa correr o risco de pro-duzir explicaes que no correspon-

    dem realidade dos fatos, explicando

    naturalmente o que possivelmente nopode ser explicado desse modo [...]A

    verdade que ningum pode dizer, por

    certo, o que ocorreu no passado maisremoto das nossas origens, mas todospodemos avaliar se as explicaes da-

    das so aliceradas em fatos e, princi-

    palmente, se foram desenvolvidas coma devida iseno. Esta observao

    muito importante porque, assim comoo criacionismo tem forte apelo a quem

    professa uma religio, o evolucionis-mo tambm exerce forte atrao aos

    que professam o atesmo, completa.

    importante ressaltar que o cria-cionismo no faz uso de argumentos

    teolgicos ou religiosos para chegaras suas concluses e nem extrai os

    seus resultados da narrativa bblica.

    A verdade que ningum pode dizer, por certo, o queocorreu no passado mais remoto das nossas origens, mas todospodemosavaliar se as explicaes dadas so aliceradas em fatose, principalmente, se foram desenvolvidas com a devida iseno

    Christiano P. da Silva Neto

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    7/15

    12 13

    BERESHIT | 2015

    Teoria do DesignInteligente (TDI)

    Essa a mais recente entre as trs te-

    orias que abordamos nessa edio, a TDI

    conhecida como uma teoria de detecode design. A TDI tem como proposta ana-

    lisar um objeto de estudo e vericar se elepossui informao que lhe confere as ca-

    ractersticas de um design intencional ouse produto do acaso, resultado de foras

    ou leis naturais. Everton Fernando Alves,mestre em Cincias da Sade (Universida-

    de Estadual de Maring) e autor do e-book

    Teoria do Design Inteligente: evidnciascientcas no campo das Cincias Biolgi-

    cas e da Sade, ressalta que a TDI no secompromete com os estudos da Cosmogo-

    nia, ou seja, essa teoria no se preocupaem estudar a origem da vida e do universo,

    mas em analisar as estruturas biolgicascomplexas existentes no tempo presente.

    A ideia da existncia de design na natu-reza no algo recente, proposta desde os

    antigos lsofos gregos (Plato e Aristte-

    les). Mas o argumento de design se tornoupopular atravs da famosa tese de William

    Paley, publicada em 1802, conhecida comoa tese do relojoeiro. Entretanto, o design

    inteligente, como uma teoria cientca,

    surgiu ocialmente em 1993 em Pajaro

    Dunes, Califrnia (EUA) em uma reunio- coordenada pelo fundador do movimen-

    to do design inteligente Dr. Phillip John-

    son - com alguns dissidentes da cinciaevolucionista tida como paradigma pela

    cincia atual, comenta Everton Alves.Ao contrrio das outras teorias, a TDI

    se limita a rea das cincias biolgicas,deixando de lado as outras reas das ci-

    ncias naturais. Ao contrrio da teoria

    da evoluo, a TDI se apoia em lei cien-tca da biologia (lei da biognese), que

    arma que a vida somente provm devida. Isso vai contra a proposta da bio-

    logia evolutiva histrica (naturalismolosco) a qual defende, sem nenhum

    fundamento cientco, que o primeiroser vivo se originou de matria inorgni-

    ca (abiognese), arma Everton Alves.Diferente do criacionismo, a TDI no

    pretende identicar a fonte de intelign-

    cia e nem a origem do universo. O focoprincipal da TDI detectar informao

    existente na natureza e no buscar a ori-gem dessa informao, no sentindo de um

    projetista (designer). O papel do desig-

    ner poderia ser atribudo ao Deus judai-

    co-cristo, a uma raa humana vinda do

    futuro, aos extraterrestres, a TDI defendea incluso de possiblidades. Embora a

    informao complexa e especca por sis aponte para a existncia de uma mente

    inteligente, pois indica um propsito in-tencional. apenas nesse argumento te-

    olgico de design (componente losco)que o criacionismo e o design inteligen-

    te convergem, comenta Everton Alves.

    A TDI uma teoria ainda muito jovem,com pouco mais de 20 anos e ainda no

    aceita pela comunidade cientca, ra-zo pela qual os prprios tericos que

    a defendem so contra seu ensino nasescolas. Segundo Everton Alves, a TDI

    possui todas as caractersticas neces-srias para ser considerada uma teoria

    originalmente cientca, conforme a

    denio de teoria proposta pela Aca-demia Nacional de Cincias dos EUA

    (National Academy of Sciences, NAS).Alguns cientistas dizem que crer em

    um planejador pseudocincia, poispara eles nada indica a interveno desse

    ser. Para Everton Alves, esse argumen-to se deve ao fato da cincia ter adotado

    a teoria da evoluo como paradigma naacademia. H 150 anos a cincia baniu

    a possibilidade de que exista algo alm

    de matria e energia nesse universo. No fcil combater e descontruir uma cren-

    a profundamente enraizada na cinciacomo o caso do naturalismo losco,

    a propsito, cheio de lacunas e hiptesesimaginativas que no podem ser testadas

    em laboratrio. O que curioso, visto queos pais da cincia no tinham essa per-

    cepo como Galileu Galilei, Jahannes

    Kepler, Isaac Newton, Gregor Mendel,Louis Pasteur, entre muitos outros. A ci-

    ncia na verdade foi criada e baseada napercepo da existncia de um ser inteli-

    gente que regia as leis e a ordem do uni-verso e da vida. E desde aquela poca at

    hoje as evidncias de um ser inteligentesempre existiram. Principalmente nas

    ltimas dcadas, perodo em que a cin-

    cia acumulou uma quantidade imensa dedados, e a maior parte deles corrobora a

    ideia de design, embora a mdia tente blin-dar o darwinismo a todo custo, ressalta.

    A ideia da existnciade design na naturezano algo recente,

    proposta desde os

    antigos filsofos gregos(Plato e Aristteles)

    Essas so algumas das teorias que procuram compreender e dar sen-

    tido a nossa histria. Cada uma com seu ponto de vista, peculiaridadese argumentos. So as diferenas que as tornam to importantes para

    quem acredita e as defende como ponto de vista. Aceitar a evoluo, a

    criao ou a inuncia de um Designer opo e direito de cada um,porm o respeito deve ser a base de qualquer discusso.

    Everton Fernando Alves

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    8/15

    14 15

    BERESHIT | 2015SER CIENTISTA

    possvel ser cientista e cristo?Crer em Deus e na cincia?Conhea a histria de trs cientistas quecreem em Deus

    comum ouvir que cincia e f no po-dem caminhar juntas, que no possvel

    ser cientista e acreditar em Deus, ser cris-to e trabalhar em laboratrios, lidar com

    pesquisas. Por que um cientista iria crer

    em Deus? Por que um cristo iria se envol-ver com a cincia, crendo que Deus tem as

    respostas para tudo?Grandes nomes da cincia foram ca-

    pazes de conviver com a sua crena semdeixar de trabalhar com o que ama, como

    Isaac Newton (matemtico e fsico), Ales-

    sandro Volta (fsico), Louis Pasteur (mi-

    crobilogo e qumico), Maria GaetanaAgnesi (linguista, lsofa e matemtica),Michael Faraday (fsico e qumico), entre

    muitos outros.Conhea um pouco da histria de al-

    gumas pessoas que se sentem to von-

    tade em uma igreja quanto em um labo-ratrio.

    Agrinaldo Jacinto do Nas -cimento Junior - Licenciado eBacharelado em Qumica (Universidade

    Estadual de Maring). Mestre e Doutor

    na rea de Fsico-Qumica (Universida-de Federal do Pernambuco).

    Os Cus proclamam a Glria de Deus

    e o firmamento anuncia as obras de suasmos (Salmos 19: 1)

    Decidiu seguir a carreira cientca naquinta srie, depois que sua me disse

    que ser paraquedista no era prosso.

    Depois de considerar tantas prosses,no terceiro ano do ensino mdio, eleoptou

    por ser qumico sob a inuncia do pro -fessor Joo Edson Ferro. Eu costumava

    me dar bem na disciplina de Qumica erealizar experimentos me parecia ser bem

    divertido e desaador. Gosto de desaos,

    ainda mais quando dizem que ningum

    fez ainda, comenta.Agrinaldo nasceu em um lar cristo.Cresceu escutando as histrias da Bblia

    e sempre foi muito sincero em escutar etentar entender as vontades e as ideias de

    outras pessoas, independente da f.As-

    sim, eu sempre coloquei a minha f emprova, principalmente ao analisar outras

    possibilidades de crenas, entretanto,at hoje a minha f tem sido conrmada.

    Deste modo, penso que desde criana noapenas tive inuncia dos meus pais, mas

    possua uma inclinao natural em acre-

    ditar no Deus bblico, arma o qumico.Ele diz no sentir nenhuma diculda-

    de em ser um cientista cristo no Brasil.

    Sinto diculdade de ser cientista no Bra-sil, pois aqui cientista no considerado

    prosso, embora trabalhemos na maioriadas vezes mais do que 8 horas por dia. [...]

    Os meus colegas de carreira sempre me

    respeitaram, independente da orientaoreligiosa deles. Eu gostaria de enfatizar

    que sou da Igreja Adventista do StimoDia. Digo isso, pois, os meus professores

    poderiam implicar com a minha crenaao tentar me forar a trabalhar aos sba-

    dos (dia que considero sagrado segundo

    a interpretao bblica), entretanto fo-

    ram compreensveis e sempre conseguimodicar meus horrios de disciplinas,remarcar avaliaes ou outras atividades.

    Alm disso, pude conviver com muitosoutros colegas e professores brilhantes

    que tambm compartilhavam da f em

    Cristo e inclusive colegas ateus que meinspiraram muito na minha formao

    como cientista, arma.

    Paulo Afonso Pavani Jnior

    Engenheiro qumico (Universidade

    Metodista de So Paulo) e Mestre em

    Cincias pelo Instituto Tecnolgico deAeronutica (ITA).

    Quando abro a porta de uma nova

    descoberta j encontro Deus l dentro(Albert Einstein)

    Sua histria com a cincia comeou des-de criana, quando ele se interessava pelas

    estrelas, pelos planetas, adorava assistir

    lmes de co cientca, entre os heriso seu favorito era o Mac Gyver. Com uma

    decincia fsica na perna esquerda, Pava-ni conta que desde pequeno precisou de

    cuidados especiais para locomoo. Euprecisei fazer 14 cirurgias e sou alrgico a

    vrios remdios. Entrei em coma 3 vezes,

    ento, eu penso que sou uma pessoa muito

    especial e Deus tem um propsito muitogrande para mim, seno eu j estaria mor-to h muito tempo, comenta.

    Sobre ser cientista e cristo, Pavanidiz se sentir muito a vontade com isso.

    Quando eu tinha uns 20 anos e comea-

    va a minha vida universitria eu tive unsmomentos de atesmo em minha vida.

    Chegava a me calar quando o assunto erareligio, nessa poca eu tinha um certo

    constrangimento em falar de Deus.Masera porque eu estava muito triste com a

    Igreja, pela manipulao, corrupo e

    pela distoro das ideias que ela implan-tava (e ainda implanta) nas cabeas das

    pessoas. Mas uma nova etapa chegou,

    minha esposa apareceu, vieram os lhos,vieram meus alunos, tudo isso foi acon-

    tecendo para meu amadurecimento comolho de Deus, arma.

    Rodolfo de Paula Vieira graduado em Educao Fsica e Mestrado

    em Cincias Biolgicas (Univap), Doutora-do em Patologia e Ps-doutorado em Ati-

    vidade Fsica e Imunopatologia Pulmonar(Faculdade de Medicina USP), Ps-dou-

    torado em Imunologia da Asma (Albert-

    -Ludwigs Universityof Freiburg, Alema-

    nha), Ps-doutorado em Atividade Fsica eImunopatologia Pulmonar (Bolsa Prmioda European Respiratory Society/Marie

    Curie Foundation/European Union).Deus amou ao mundo de tal manei-

    ra que deu seu filho unignito para que

    todo o que nele cr no perea mas tenhaa vida eterna(Joo 3:16)

    Devido a alguns problemas pessoais,Rodolfo comeou a sua histria com a

    f ainda muito novo, aos 11 anos de ida-de. Sua vida com a cincia comeou no

    primeiro ano do ensino mdio, quando

    realizou um curso para formao de tc-nico da Confederao Brasileira de Cul-

    turismo e Musculao. Aprendi a reali-

    zar pesquisa bibliogrfica em literaturacientfica internacional, e desde ento

    comecei a estudar com bases nos artigoscientficos muito mais do que em livros.

    Isso se intensificou muito, quando esta-

    va fazen do o segundo ano da graduaoem Educao Fsica, comecei a realizar

    iniciao cientfica e me apaixonei pelapesquisa, comenta.

    Rodolfo, que j teve experincias in-ternacionais, acredita que ser cientista

    cristo no Brasil bem mais tranquilo do

    em outros pases, pois aqui j existe uma

    abertura maior para se falar e discutir arespeito de f. Segundo ele, em seu tra-balho, f e cincia nunca entraram em

    conflito. Posso afirmar explicitamenteque boa parte de toda a pesquisa que te-

    nho realizado, o incio, as ideias so ins-

    piradas pela f em Deus e embora muitosde meus colegas pesquisadores achem

    isso muito louco, eles respeitam bas-tante, pois veem os resultados que tenho

    obtido, comenta.Para Rodolfo a Bblia a revelao da

    vontade de Deus para sua vida. Uma

    carta de amor de um Pai Amoroso quedeseja ensinar seus filhos a viverem nes-

    sa vida e aps a morte fsica, afirma.

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    9/15

    16 17

    BERESHIT | 2015PERFIL

    Cientista que cr:Karl Heinz Kienitz

    Karl Heinz Kienitz, cristo, 54 anos, nas-

    ceu em So Paulo (SP), em uma famliacrist. Em 1990, Karl concluiu o doutora-

    do em Engenharia Eltrica na Eidgens-sische Technische Hochschule Zrich

    (ETHZ), Sua. Atualmente, professor

    titular do Instituto Tecnolgico de Aero-

    nutica (ITA) e coordena o Programa dePs-Graduao em Engenharia Eletrnicae Computao do ITA.

    Alm disso, ele foi bolsista da FundaoHumboldt e pesquisador visitante do Cen-

    tro Aeroespacial Alemo (DLR) nos anos

    1996/1997 e 2004/2005, e da Universi-dade Tcnica de Berlim entre dezembro

    de 2012 e fevereiro de 2013. Karl mem-bro da Coordenao de Engenharia I da

    FAPESP. Atua nas reas de EngenhariaEltrica e Engenharia Aeroespacial, com

    nfase em Sistemas e Controle.

    Sua histria com a f crist comeou du-rante sua adolescncia, quando ele acei-

    tou o amor de Deus, conforme descritoem Joo 3.16-18, e suas consequncias na

    vida pessoal. J sua histria com a cinciacomeou na escola, Karl conta que sempre

    gostou de matemtica e das cincias natu-rais, especialmente fsica e qumica.

    Toda a sua formao foi em engenharia

    eltrica. Hoje, ele trabalha com engenha-ria de controle e de sistemas, mas tambm

    tem atuado pontualmente em pesquisaoperacional e engenharia biomdica.

    Karl mantm um site, F e Cincia, ondeele compartilha contedos que colabo-

    ram para uma reexo objetiva sobre ci -

    ncia e f crist. Para ele, a cincia noversa sobre Deus, e sim sobre as coisas

    que Ele criou.

    Como voc relaciona a f e a

    cincia?

    Vejo f e cincia como complementares.

    pela f que encontro respostas a pergun-tas existenciais. com o mtodo cientco

    que entendo como funcionam as coisas

    criadas. com uma combinao de ambas

    que exero minha prosso de engenhei-ro: cincia permite obter alternativas de

    soluo para problemas de engenharia;minha f d suporte soluo de dilemas

    motivacionais, ticos, morais e relacio-nais.

    E h ainda nuances mais sutis em mi-nha percepo da relao

    entre f e cincia. H coi-

    sas que encontro na Bbliaque me ajudam a confiar

    no mtodo cientfico comouma ferramenta til. Entre

    outras, a Bblia nos revelaque Deus consistente em

    seu governo da criao, e

    no cheio de caprichos, porexemplo em Romanos 1.20:

    Pois os seus atributos invi-sveis, o seu eterno poder e

    divindade, so claramente vistos desdea criao do mundo, sendo percebidos

    mediante as coisas criadas, de modo que

    eles so inescusveis. Assim, de ante-mo espero descobrir padres regulares

    no estudo da natureza, e a isso que seprope o mtodo cientfico.

    Como ser um cientista cristo no

    Brasil?

    Um cristo pode trabalhar normalmentecomo cientista no Brasil. No me lembro

    de ter sido discriminado pela minha fembora j tenha ouvido histrias de dis-

    criminao contadas por outros. A discri-minao de cristos no meio acadmico

    foi comum, por exemplo, no leste europeu

    durante a hegemonia sovitica.

    Quais so as suas maioresdifculdades?

    Minha maior diculdade ouvir com pa-cincia discursos ideologicamente con-

    taminados acerca de da relao entre fe cincia e da relao entre tecnologia e

    sociedade.

    Em algum momento as duas entra-

    ram em conito?

    Cincia natural no conita com a f cris-

    t; a segunda favoreceu o surgimento daprimeira. Como disse Max Planck, a prova

    mais imediata da compatibilidade entre f

    crist e cincia natural, mesmo sob an-lise detalhada e crtica, o fato histrico

    de que justamente os maiores cientistas

    de todos os tempos, homens como Kepler,Newton, Leibniz, foram cristos. Mas al-

    guns cientistas e alguns telogos estiveramem conito em vrias ocasies ao longo da

    histria por motivos que precisam ser es-tudados e entendidos, para que aprenda-

    mos as lies pertinentes.

    E como expli-

    car a cincia

    crendo em

    Deus?

    Cincia dependede certos pres-

    supostos devi-damente organi-

    zados acerca do

    mundo. Foi nacultura europeia

    do nal da IdadeMdia, permeada

    pelo Cristianismo, que condies adequa-das a esse respeito se apresentaram propi-

    ciando o desenvolvimento do mtodo ex-

    perimental da cincia como o conhecemos.Cristos como Robert Grosseteste e o seu

    aluno Roger Bacon (sculo XIII) estiveramentre os primeiros a enfatizar o uso da ex-

    perimentao para aferir armaes sobrefenmenos naturais, e deixaram clara uma

    slida motivao para tal, enraizada numa

    viso de mundo crist. Foram seguidospelos primeiros cientistas modernos pro-

    priamente ditos, cristos como Agricola,Kepler, Pascal e Boyle. Sculos mais tarde,

    o cristo James Joule continuaria enfati-zando a ligao positiva entre f crist e

    cincia ao dizer que "aps conhecer e obe-

    decer vontade de Deus, o prximo alvodeve ser conhecer algo dos Seus atributos

    de sabedoria, poder e bondade evidencia-dos nas obras de Suas mos.

    Criacionismo, evolucionismo, de-

    sign inteligente, em qual dessas te-

    orias o senhor acredita?

    A pergunta pressupe que criacionismo,

    evolucionismo e design inteligenteso termos bem denidos. No concordo

    com o pressuposto, pois h vrias formasde criacionismo, um nmero signicativo

    de variantes da teoria da evoluo, e osdefensores do design inteligente tambm

    no so unnimes em vrios aspectos do

    seu entendimento. Tanto detalhes quantopontos importantes de todas essas teorias

    tm sido alteradas inmeras vezes ao lon-

    go das ltimas quinze dcadas. Portantodeixo o debate aos especialistas. Estou

    convicto de que Deus criou todas as coi-sas; reconheo tambm que estamos em

    condies pouco favorveis para discutir

    especialmente em nvel de pormenores deprocesso a questo das origens, nossas e

    daquilo que nos rodeia.

    Por que alguns cientistas e religio-

    sos insistem em crer em um conito

    entre f e cincia?

    H pessoas que alegam conito entre ci-ncia e f crist porque elas: no possuem

    conceitos consistentes de f e cincia; oupossuem motivos ideolgicos para dogma-

    tizar uma incompatibilidade entre f cris-t e cincia, que de fato no existe, nesse

    grupo se enquadram muitos aderentes do

    materialismo e do naturalismo. FrancisCollins, geneticista e ex-diretor do Proje-

    to Genoma Humano, diz que a noo deque voc deve escolher entre um e outro

    [cincia e f] um mito terrvel que temsido proposto, e que muitas pessoas tm

    aceito sem real oportunidade de examinar

    a evidncia.

    Como isso pode ser mudado?

    Adotando conceitos consistentes de f e

    cincia, e removendo ideologia e dogma-tismo da discusso. Tenho buscado fazer

    isso na pgina Internet de F e Cincia.

    Sendo um cientista, o que a Bblia

    representa para o senhor?

    Como cientista, fao coro a Arthur

    Schawlow, ganhador do Prmio Nobel deFsica de 1981, que nos considera afortu-

    nados em termos a Bblia, e especialmente

    o Novo Testamento, que nos fala de Deusem termos humanos muito acessveis, em-

    bora tambm nos deixe algumas coisas di-fceis de entender.

    O que o senhor diria a um jovem

    cientista que cr em Deus e que ama

    a cincia?

    Eu diria que ele (a) escolheu a prosso

    certa.

    pela f queencontro respostasa perguntasexistenciais. como mtodo cientficoque entendo comofuncionam as coisascriadas.

    KarlHeinz/Arqu

    ivoPessoal

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    10/15

    18 19

    BERESHIT | 2015CINCIA NA BBLIA

    O que o livromais vendidono mundo tem anos dizer

    A Bblia uma coleo de livrosque nos contam histrias,

    revelaes, e quem sabe,

    at cincia

    H pouco mais de 50 anos a Bblia considerada o livro mais vendido, e conse-

    quentemente o mais lido, do mundo. Soaproximadamente 3,9 bilhes de cpias

    espalhadas pelos continentes, podendo

    ser encontrada completa ou em partes em mais de 2 mil lnguas diferentes.

    No Brasil no seria diferente. Em 2012,uma pesquisa realizada pelo Instituto Pr-

    -Livro sobre os hbitos de leitura da popu-lao apontou que a Bblia continua sendo

    o livro mais lido por brasileiros, mesmo

    resultado da edio anterior (2007). Apesquisa questionou os participantes so-

    bre os gneros que costumavam ler, a B-blia foi citada por 42%, cada entrevistado

    selecionou em mdia trs gneros.

    Falar da Bblia falar de uma coleo delivros. A palavra Bblia se originou primei-ro no latim bblia, com origem no grego

    biblos era uma folha de papiro, usada no

    sculo XI a.C. para a escrita. Um pequenorolo de papiro era chamado de biblione

    vrios deste eram conhecidos como umaBblia, ou seja, Bblia signica uma cole-

    o de vrios livros. Ao todo so 66 livrosreunidos e divididos em duas partes: so

    39 livros escritos antes de Cristo, na An-

    tiga Aliana (ou Antigo Testamento), e 27livros escritos depois de Cristo, na Nova

    Aliana (ou Novo Testamento).Para os cristos, a Bblia um livro ni-

    co, que foi inspirado por Deus e escrita pordiversos sacerdotes, reis, profetas, poetas,

    escribas que registraram suas histrias,

    seus relacionamentos com Deus e mensa-gens/revelaes que receberam do autor

    de sua f. Segundo a Sociedade Bblica doBrasil, com o passar dos anos esses relatos

    foram reunidos em trs grupos de livros,conhecidos em hebraico como: Torah (Lei),

    so os primeiros cinco livros da Bblia, co-

    nhecido como Pentateuco; Neviim (Profe-tas) inclui os profetas anteriores (Josu,

    Juzes, Samuel e Reis) e os outros profetasposteriores (Isaias, Jeremias, Ezequiel e os

    doze profetas menores); Ketubim (Escri-tos) rene os outros livros, entre os quais

    Salmos, Provrbios, J, Eclesiastes e tam-

    bm Esdras e Neemias, Daniel, e os livrosde Crnicas, que aparecem em ltima posi-

    o no cnone hebraico.Durante muito tempo os crticos ques-

    tionaram a veracidade e autenticidadedos textos bblicos, devido a quantidade

    de cpias e qual seria o risco de o conte-

    do ter sido modicado durante os sculosque se passaram.

    Segundo a Sociedade Bblica do Brasil,no que diz respeito a Bblia, a maior des-

    coberta arqueolgica do sculo XX so

    os rolos do mar Morto ou documentosde Qumran. Foi preciso uma dcada (de

    1947 at 1956) para reunir esses docu-mentos que foram encontrados na regio

    conhecida como deserto da Judeia, aos ar-redores do mar Morto, em Israel.

    Entre o que foi encontrado, o destaque

    para o Primeiro Rolo de Isaas, umacpia completa do texto de Isaas, esti-

    ma-se que foi escrito no segundo sculoa.C.. Prximo de outro rolo de Isaas, foi

    encontrado um comentrio sobre Habacu-

    que e vrios fragmentos de outros livros da

    Segundo o mestre em teologia, Michel-

    son Borges, a Bblia no um livro cient-co, mas quando ela aborda cincia ela se

    antecipou em milnios. Um exemplo dissoest registrado no livro de J 26:7, texto

    escrito por volta de 1600 a.C., h maisde 3500 anos: Ele estende o norte sobre

    o caos e suspende a Terra sobre o nada

    (Verso Bblia Judaica Completa). Deacordo com pesquisas, quem escreveu o

    livro de J teria sido Moiss, que foi criadopela lha do fara, estudou nas melhores

    escolas da poca e aprendeu a cincia egp-cia. Hoje esse nada chamamos de vcuo.

    Moiss estudou em que universidade? Na

    Federal do Egito, a teoria vigente sobre aTerra dizia que ela era plana e sustentada

    por cinco colunas. Por que Moiss quan-do escreve o incio do Antigo Testamento

    ele no registra a teoria cientca mais co-nhecida na poca? Ele descarta essa tese

    e escreve que a Terra, estranhamente para

    um egpcio daquele tempo, seria suspen-sa no nada. Seria loucura para um egpcio

    daquele tempo, para os cientistas da po-ca. No entanto Moiss escreve aquilo que

    Deus revelou a ele, arma Michelson Bor-ges.

    Ainda no livro de J, no capitulo 28:25encontramos outra possvel referncia a

    algo que a cincia s desenvolveria muitos

    anos depois, o barmetro: Quando Eledeterminou a fora do vento e parcelou

    as guas por medidas(Verso Bblia Ju-daica Completa). Michelson ressalta que

    esse instrumento s foi criado em 1643

    pelo fsico e matemtico italiano Evange-lista Torricelli. Naquela poca dizer que

    o ar teria peso seria uma coisa um tantoestranha. No entanto o barmetro pode

    demonstrar que o ar exerce uma pressosobre ns, isso j estava na Bblia, com-

    pleta Michelson.

    No livro de Isaas 40:22 encontramosque Ele, o que se assenta acima do crculo

    da Terra [...], sugere que a Terra possa serredonda, se essa hiptese for real, o texto

    se antecipa em 2500 anos a Cristvo Co-lombo, Coprnico e Galileu Galilei.

    Muito antes do surgimento do teles-

    cpio, por volta do sculo 7 d.C., os cien-tistas da poca acreditavam que sabiam

    o nmero exato de estrelas no Universo.Ptolomeu pensava que existiam 1056 es-

    trelas, enquanto Kepler, mais tarde, con-tou 1005. Hoje sabemos que existem mais

    de 100 bilhes de estrelas, isso s na nossa

    galxia. O consenso entre os astrnomos que impossvel contar as estrelas. A B-

    blia j dizia isso em Jeremias 33:22 Como impossvel contar as estrelas do cu ou

    os gros de areia das praias, assim serimpossvel contar a famlia de Davi, meu

    servo, e os levitas, que me servem.Um dos textos que mais chama a aten-

    o est em Gnesis 17:11-22, ele relata um

    pacto entre Deus e Abrao. O pacto seriarmado e demonstrado atravs da circun-

    ciso nos homens que deveria ser realizadano oitavo dia de vida ainda beb. Emmett

    Antiga Aliana. Segundo os historiadores,essas so as cpias mais antigas do texto

    hebraico que j foram descobertas. Parao mestre em teologia, Michelson Borges,

    essa descoberta representou uma com-

    provao de que os textos bblicos noperderam a sua essncia e nem veracida-

    de ao longo dos sculos. At essa desco-berta dos manuscritos do mar Morto, a

    verso bblica mais antiga datava de 900d.C., ou seja, essa descoberta era de uma

    verso bblica 1000 anos mais antiga do

    que a verso mais antiga que tinham atento. Ao comparar as verses, depois de

    muita pesquisa, pode se perceber que osmanuscritos do mar Morto provaram que

    o texto bblico foi preservado ao longo dos

    sculos, arma.

    Michelson refora que se essa Bblia erade 250 a.C. signica que era a verso usa-

    da no tempo de Jesus. Jesus falou muitasvezes: errais por no conheceis as Escritu-

    ras... examinai as Escrituras, Cristo esta-

    va autorizando aquela verso e se aquelaverso corresponde a verso que temos

    hoje podemos dizer que a Bblia que estu-damos hoje compatvel, a mesma que

    Jesus leu, estudou e recomendou no tem-po dele, comenta.

    A Bblia pode ter antecipado descobertas cientficas?Holt e Rustin Mcintosh, siologistas ame-

    ricanos, armam que um beb recm-nas-cido corre muitos riscos de hemorragias

    entre o 2 e o 5 dia de vida. Eles observa-ram que devido ao fato de que um impor-

    tante coagulador do sangue, a vitamina K,ser produzido em menor quantidade entre

    o 5 e 7 dia, o risco aumenta. Um outro

    fundamental para a coagulao do sangue:a protombina.

    No terceiro dia de vida, a protombinadisponvel no corpo de 30%, mas no oi-

    tavo dia de vida, ela se eleva a uma taxasuperior ao normal: 110%. Nos outros dias

    ela volta ao normal de 100%, isso signi-

    ca, que no oitavo dia de vida um beb temmais protombina do que qualquer outro

    momento de sua vida. Abrao no ques-tionou a Deus. Se questionasse Deus teria

    que explicar algo que ele no entenderianaqueles dias, primeiro ele no tinha a

    mnima ideia do que era a circulao san-

    gunea. Do ponto de vista da coagulao,naquele tempo no tinha anestesia nem

    recursos mdicos e contavam apenas como poder de cicatrizao natural do corpo,

    no oitavo dia esse recurso funcionariamuito melhor que nos dias anteriores.

    Como Abrao podia saber disso? Foi umarevelao do criador da protrombina, res-

    salta Michelson.

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    11/15

    20 21

    BERESHIT | 2015

    A temtica f e cinciaj ganhou espao em

    blogs

    NA MDIA

    Conhea duas pginas consideradas referncias na rea

    Com o avano da internet e a facilidade

    de comunicao que ela proporciona, os

    blogs surgiram como uma das ferramen-

    tas mais populares no meio digital para

    compartilhar contedos especcos sobre

    determinado tema.

    De acordo com um dos maiores diret-

    rios de blogs do mundo, o Technorati, en-

    tre os milhes de blogs j criados, existem

    cerca de 2,5 mil com contedos cientcos

    em cincias da sade e aproximadamente

    20 mil com perl pseudocientco, pois

    no so mantidos necessariamente por

    instituies acadmicas. Destes, de mil a

    1,2 mil so escritos por estudantes de ps-

    -graduao, ps-doutores, professores de

    cincias ou universitrios e alguns por jor-

    nalistas especialistas.

    Geralmente, esses blogs oferecem

    opinies sobre temas atuais nas mais

    diferentes reas do conhecimento ou

    procuram atrair a opinio de cientistas

    em assuntos relacionados a literatura ou

    poltica cientfica.

    No Brasil, dois dos mais conhecidos blo-

    gs que abordam a temtica f e cincia

    so: Criacionismo e oDarwin e Deus.

    CriacionismoMichelson Borges jornalista, formado

    na Universidade Federal de Santa Cata-

    rina (UFSC). Mestre em Teologia pelo

    Centro Universitrio Adventista de So

    Paulo (UNASP), foi professor de Hist-

    ria em Florianpolis e editor do jornal da

    Rdio Novo Tempo daquela cidade, lugar

    em que ele tambm apresentava um pro-

    grama de divulgao cientca. editor da

    revista Vida e Sade, da Casa Publicadora

    Brasileira, e autor dos livros A Histria

    da Vida, Por Que Creio, Nos Bastidores

    da Mdia (publicado em espanhol, com o

    ttulo Detrs de los Medios), Esperana

    Para Voc, da Srie Grandes Imprios e

    Civilizaes, composta de seis volumes, e

    do livroA Descoberta(em coautoria). Mi-

    chelson membro da Sociedade Criacio-

    nista Brasileira, participa de seminrios

    criacionistas em diversos lugares.

    Michelson conta que o blog Criacio-

    nismo surgiu em 2005, quando os blogs

    estavam comeando no Brasil. Resolvi

    experimentar o recurso, pensando em

    divulgar e arquivar minhas pesquisas e

    minhas ideias relacionadas com cincia e

    religio, arma.

    Segundo ele, o blog chega a alcanar

    nove mil acessos dirios, as pessoas que

    acessam uma vez voltam mais vezes porterem encontrado o que buscavam. O p-

    blico do blog composto por uma maioria

    adventistas do Stimo Dia, mas tambm

    atrai leitores de diversas religies, ateus,

    agnsticos.

    Como jornalista, Michelson sabe que

    precisa se manter atualizado sobre os as-

    suntos que aborda em seu blog, ele conta

    que esse o seu maior desao. Manter-

    -me bem informado, mesmo com o pouco

    tenho de que disponho para esse trabalho

    voluntrio. Alm disso, enfrento uma ver-

    dadeira batalha contra o tempo na tenta-

    tiva de responder aos muitos e-mails que

    recebo diariamente, comenta.

    Entre todos os assuntos que ele trata

    no blog, seus preferidos so as evidn-

    cias de Design Inteligente na natureza

    e as maravilhas da criao que apontam

    para o Criador.

    Darwin e DeusReinaldo Jos Lopes jornalista de

    cincia, formado na Universidade de

    So Paulo (SP), catlico, nasceu em So

    Carlos (SP), atualmente colabora com a

    Folha de SP em sua cidade natal, aps

    passar quase trs anos como editor de

    Cincia+Sade na capital paulista.

    Reinaldo mestre e doutor tambm pelaUSP em Estudos Lingusticos e Liter-

    rios em Ingls, com trabalhos sobre a

    obra de J. R. R. Tolkien. Reinaldo au-

    tor dos livros Os 11 maiores mistrios do

    Universo, Alm de Darwin e Deus como

    Ele nasceu. O jornalista est preparando

    um livro sobre a pr-histria do Brasil.

    Segundo Reinaldo, o blog Darwin e Deus

    surgiu quando ele deixou o cargo de edi-

    tor de Cincia na Folha de SP e estava com

    vontade de fazer algo mais pessoal, no era

    fcil encontrar material em portugus so-

    bre o dilogo entre cincia e religio, Rei-

    naldo se props a fazer algo inovador. Co-

    mecei a escrever de forma regular sobre

    esses temas em 2007, quando eu trabalha-

    va no G1 [portal de notcias] e z uma s-

    rie de reportagens chamada Cincia da F,

    cuja proposta era mais dizer o que a cin-

    cia revelava sobre a histria das religies

    e o fenmeno religioso de maneira geral.

    Quando voltei pra Folha no tive muito es-

    pao para continuar falando disso, at que

    apareceu a oportunidade e a receptividade

    em 2013, arma.

    Analisando os comentrios escritos nas

    matrias, Reinaldo acredita que tanto reli-

    giosos quanto ateus acessam seu blog.

    Sua histria com a f comeou quando

    ele ainda era criana, Reinaldo se conside-ra um catlico fervoroso e acredita que

    importante escrever sobre a f. Escrever

    sobre isso importante porque, para o

    bem e para o mal, a f religiosa uma for-

    a transformadora no mundo e precisa ser

    bem compreendida, comenta.

    O seu interesse pela cincia da mesma

    forma que com a f, vem desde pequeno.

    Reinaldo conta que queria ser bilogo,

    mas acabou optando pelo jornalismo,

    acredita que a cincia tem um tremendo

    impacto no mundo e na maneira como as

    pessoas pensam.

    No fcil escrever sobre um assunto

    que gera tantos debates, existem desaos

    a serem vencidos. Quase tudo desaa-

    dor, mas talvez o mais difcil seja conven-

    cer os leitores ou alguns deles que eu no

    tenho uma agenda oculta, um plano para

    converter as pessoas, quero apenas discu-

    tir fatos e ideias da maneira mais honesta

    possvel, ressalta.

    Reinaldo acredita que a f a cincia

    podem caminhar juntas, uma vez que a

    cincia nos ajuda a pensar com clareza e

    rigor sobre as leis da natureza, enquanto

    a f crucial para nosso senso de certo e

    errado e na nossa busca de significado.

    Entre os temas das matrias que escre-

    ve, os seus favoritos so evoluo huma-na e origens da Bblia.

    Criacionismo

    Darwin e Deus

    Quem escreve: Michelson Borges jornalista emestre em Teologia

    Quem escreve: Reinaldo Jos Lopes jornalista, mestre e doutor em estudos

    lingusticos e literrios em ingls

    O que aborda: criacionismo bblico, cincia,comportamento (ligados a princpios bblicos),temas que promovam debate e/ou dilogo sobref ou ausncia dela, entre outros.

    O que aborda: estudos sobre evoluo, arqueologia, psicologia, histria, dilogoentre cientistas e lderes religiosos, entre outros.

    Onde ler: http://www.criacionismo.com.br/

    Onde ler: http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/

    LEIA MAIS

    MichelsonBorges/ArquivoPessoal

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    12/15

    22 23

    BERESHIT | 2015

    Dinossauros,lenda ou realidade?

    HISTRIA DA TERRA

    O que acaboucom esses

    grandes,segundo acincia e areligio

    Os dinossauros foram

    criaturas enormes que

    podiam chegar at20 metros de altura,

    como o Argentinos-

    sauro (Argentinosaurus

    huinculensis) a maior es-pcie j encontrada, e que

    segundo os cientistas viveram

    na Terra h milhes de anos.A origem da palavra dinossau-

    ro grega e signica lagarto ter-

    rvel, foi em 1842 que o ingls Richard

    Owen props o uso do termo Dinosauriapara classicar os grandes esqueletos de

    rpteis extintos que haviam sido recm

    descobertos no Reino Unido. O primeiroa ser catalogado foi o Megalossauro, em

    grego: lagarto grande.Segundo o pesquisador Cahue Sbrana,

    os dinossauros surgiram h cerca de 225milhes de anos, no perodo Trissico, vi-

    veram durante o Jurssico e foram extin-

    tos no m do ltimo perodo da Era Meso-zica, o Cretceo (h 65 milhes de anos).

    O planeta Terra era mais quente e mido,os teores de oxignio na atmosfera eram

    mais elevados, todos estes fatores favore-ciam o desenvolvimento dos rpteis, ar-

    ma o pesquisador.O mestre em geotecnia e diretor da sub-

    -sede brasileira do Geoscience Research

    Institute, Nahor Neves de Souza Jnior,acrescenta que estudos mostram que a

    poca em que os dinossauros viveram, foium perodo de grandes transformaes

    no nosso planeta. O estudo das rochasfanerozicas em geral, e das mesozicas

    em particular (contm fsseis de dinos-

    sauros), nos permite reconhecer possveisfenmenos geolgicos globais cataclsmi-

    cos e contnuos (impactos de meteoritos,

    mortandade em massa, ao devastadora

    de megatsunamis, erupes vulcnicas deamplitude global, etc.). Portanto, as ro-

    chas que contm dinossauros, bem comoas demais rochas fanerozicas, apontam

    para um planeta em convulso (destruiodos ecossistemas), arma.

    No Brasil j foram registradas 21 esp-

    cies de dinossauros, registros so encon-trados principalmente nos estados do Rio

    Grande do Sul, So Paulo, Minas Gerais eCear. Provavelmente, o maior j iden-

    ticado refere-se ao Titanossauro(grupodos saurpodes), que atingiram mais de

    12 metros de comprimento, pesando em

    torno de 9 toneladas, superior ao pesode um elefante africano adulto, comenta

    Nahor Neves.Uma das teorias mais aceitas para

    a extino dos dinossauros que ummeteoro tenha atingido a Terra e com isso

    dizimado essas espcies. O impacto teriasido to intenso que exterminou as formas

    de vida atingidas de maneira imediata,

    em curto prazo matou os animais e asplantas em regies mais distantes e a

    longo prazo afetou toda a Terra. Comoconsequncia, provocou fenmenos como

    chuvas cidas, cobrindo a atmosfera compoeira, assim dicultando a entrada de luz

    solar. A principal evidncia desse evento

    um no extrato de argila rica em irdio(metal de transio, duro, frgil, pesado,

    de cor branco prateado). O irdio no encontrado com facilidade na crosta da

    Terra, contudo abundante em meteoros.No interior da Terra tambm existem

    concentraes de irdio mais elevadas

    do que na superfcie, porm em menoresteores que em meteoritos, arma o

    pesquisador Cahue Sbrana.

    Outra teoria que busca responder a essaquesto, abrange o dilvio bblico. No

    campo da geologia, as evidncias parecem

    apontar para uma histria fanerozicamarcada por eventos cataclsmicos, cont-

    nuos e de abrangncia global A GrandeCatstrofe, que perfeitamente compa-

    tvel com a narrativa bblica do Dilvio,ressalta Nahor Neves.

    E a Bblia, o que diz sobre osdinossauros?

    Agora considere Behemot, a quem eu

    z junto com voc. Ele come grama comoum boi. Que fora tem em seus lombos!

    Que poder, nos msculos de seu ventre!Ele pode fazer sua cauda ser dura como

    um cedro, os msculos em suas coxas socomo cordas, seus ossos so como canos

    de bronze e seus membros, como traves de

    ferro. Ele classicado como primeiro en-

    tre as obras de Deus. Somente seu criador

    pode ser aproximar dele com sua espada.As montanhas produzem alimento para

    ele, ali, onde todos os animais selvagens

    brincam. J 40. 15 20 (verso: BbliaJudaica Completa)

    Segundo o mestre em teologia, Michel-son Borges, neste trecho bblico a palavra

    Behemotfoi traduzida como crocodilo ouhipoptamo, por mencionar um animal

    muito grande, poderoso, cuja cauda se er-

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    13/15

    24 25

    BERESHIT | 2015gue como o cedro rvore que pode medir15 metros de circunferncia e ter quase 30

    metros de altura, os poetas hebreus consi-

    deravam o cedro-do-lbano como smbolode poder e majestade esse animal possui

    msculos poderosos e se alimenta de ve-getais. Parece que essa descrio no se

    encaixa para a traduo de hipoptamo oucrocodilo, alguns pesquisadores acreditam

    que essa poderia ser uma descrio de um

    Braquiossauro. A Bblia no mencionar

    a palavra dinossauro no quer dizer que

    eles no existiram, a palavra gato tambmno est na Bblia isso no quer dizer que

    ela no reconhea que os gatos existam,arma.

    A Bblia no poderia citar esses animaisusando a palavra dinossauros, j que ela

    s foi criada em 1842, pelo ingls RichardOwen. A Bblia pode descrever animais que

    podem ser ou no os dinossauros, mas sem

    usar essa palavra relativamente to novaque Moiss no poderia ter utilizado em sua

    poca para escrever o livro de J.Deus criou os dinossauros? Essa outra

    pergunta que geraes buscam respostas.O dinossauro um animal incrvel, mas

    suas caractersticas como predador ferozcom dentes gigantescos parecem no com-

    binar muito com a viso de que se tem de

    um Deus amoroso que, segundo a Bblia,teria criado todos os seres. Ser que Deus

    tambm criou os tubares para serem o queso hoje? Ou Deus criou os tubares ori-

    ginais que no eram mquinas de matar eeram paccos? Mas houve algo chamado

    pecado que trouxe grandes problemas paraa criao, no apenas para o ser humano

    e alguns animais, no todos, acabaram setransformando, adaptando-se as situaes

    se tornando predadores carnvoros, co-

    menta Michelson Borges.

    Alm do meteoro...A teoria mais aceita para a extino que

    um cometa teria atingindo nosso planeta,

    levantando uma grande quantidade de po-

    eira, impedindo a penetrao de luz solare assim criando uma era glacial. Em 1978,

    uma equipe de engenheiros da companhiaestatal de petrleo do Mxico, iniciou uma

    extensa pesquisa na costa norte da pro-vncia mexicana de Yucatn, a expedio

    se deparou com algo que no imaginavamencontrar.

    Esses pesquisadores encontraram uma

    cratera com quase 180 km de dimetro, o

    que mais tarde seria suposto que meteo-

    ritos e asterides tenham a aberto na nossa

    superfcie e assim levado os dinossauros e

    tantas outras espcies extino. A dvida se essa hiptese poderia explicar a enormequantidade e variedade de fsseis encontra-

    dos em todos os demais continentes, inclu-sive na Antrtida.

    Segundo Michelson Borges, a explicaomais comum entre os evolucionistas seria

    que tanto os dinossauros quanto os outrosanimais teriam morrido prximos a riachos

    e que em algum momento tenham sofrido

    uma enchente e transbordado. Com o passardo tempo, sedimentos cobertos dessas car-

    caas teriam se fossilizado. Entretanto, isso encontrado em todos as partes do planeta,

    em todos os continentes. Uma reportagemno jornal Folha de So Paulo (09/01/15)

    mostra uma pesquisa que diz que os dinos-sauros tiveram morte em agonia, pois, ge-

    ralmente, nos fsseis eles esto com as bo-

    cas semiabertas, a cabea para trs e a caudaem curva. Por essas razes paleontlogos

    acreditam que os dinossauros morreram nagua e as correntes deixaram os ossos nes-

    sa posio. Tudo indica que eles morreraminstantaneamente, foram sepultados ali vi-

    vos e no sua carcaa depois de terem sidomortos por fome, doena ou coisa parecida.

    H fosseis que mostram alguns peixes no

    momento que estavam devorando outros,haviam seres vivos dando luz no momento

    em que foram sepultados. Tudo indica que acatstrofe foi repentina. Quanto sedimento

    seria necessrio para sepultar animais des-sas dimenses?, ressalta Michelson Borges.

    Uma outra pesquisa realizada por arque-logos chineses mostra que foram encontra-

    das mais de 3 mil pegadas de dinossauros,

    um detalhe: todas apontando para a mesmadireo. Os cientistas acreditam que as mar-

    ARTIGO

    Eu poderia qualicar de infantis, ououtro qualicativo pouco elegante, as pes-

    soas que cam discutindo sobre o tema ohomem veio do macaco. Ao contrrio, de-

    sejo transmitir a alegria que tenho, quan-

    do armo que tanto o homem quanto omacaco, ambas as espcies foram criadas

    (como alis todas as espcies animadasexistentes no universo), nasceram da de-

    ciso do Criador, de criar tudo que existe.

    Como voc deseja chamar o Criador douniverso? Tem gente que no gosta da pa-

    lavra Deus, porque ele o princpio de

    tudo, em tudo e em todos. Eu acho maisfcil cham-lo de .

    Mistrio o homem sempre procu-

    rou e ainda procura explicar o mistrio douniverso.

    Quem tem f? Aceita o mistrio, o mi-lagre, por f. Trata-se de uma ddiva, um

    dom outorgado pelo . Alguns cientistas

    j aceitam esse milagre por f; enquantoalguns cientistas chamam o milagre de

    acaso ou campo predisposto a explodir.

    Pergunta: e o que explodiu, foi feito,criado por quem? Pelo professor acaso?

    Existem cientistas como Richard Hawkins,que mostrou ter dio palavra de Deus.

    Paralelas: duas linhas que caminhamlado a lado na mesma direo, mantendo

    sempre a mesma distncia entre si. Visual-

    mente, entretanto, acontece uma deforma-

    o, e.... no innito elas acabam se encon-

    trando, superpondo-se, sobrepondo-se,dando a impresso de uma s linha.

    F e cincia so paralelas

    Gostamos de comparar: falando em f,tomamos a Bblia Sagrada como base.

    Falando em cincia, tomamos a direodada por Albert Einstein, considerado o

    grande da cincia (aquele que foi infor-

    mado sobre a big-bang - a grande explo-so ocorrida quando Deus decidiu criar

    tudo que existe). Estamos escrevendo emlinguagem telegrca para que no se

    transforme em livro, este pequeno artigo.

    Estudar e crer no mistrio divino, pre-ciso. Prtons, nutrons, neutrinos, el-

    trons, ftons, quarks, glons, so partcu-

    las que compem os tomos.

    A matria composta de tomos, mol-culas, clulas, que vo se agregando, for-

    mando estruturas, organismos, seres vivosaos milhes, cada um com as suas prprias

    caractersticas. Tais palavras pertencemao vocabulrio cientco, mas tambm

    pertencem, ou esto na Bblia em forma de

    parbolas.

    A palavra vida pertence as duas cate-gorias: na cincia e na Bblia, em Gnesis

    1:20, o ensinamento o mesmo: a vida co-meou na gua:

    gua = 2 tomos de hidrognio, agrega-

    do a 1 tomo de oxignio.gua = 80% do universo e tambm do

    corpo humano.

    No princpio o Esprito Santo (energia)movia-se sobre a face das guas (matria).

    Com a velocidade (c) dos prtons, el-trons, ftons, neutrinos e demais compo-

    nentes do tomo, houve luz.

    Einstein recebeu sua famosa frmula

    E=mc, onde:E= energia m= matria c= quadrado da

    velocidade da luzA astrofsica explicando a criao do

    universo.

    Compare na Septuaginta, com os trs

    primeiros versos de Gnesis no captulo 1,

    e veja que 300 anos antes de Cristo, os trsprimeiros versos escreveram a frmula dobig-bang. Ainda nos 1 e 2 captulos de

    Gnesis, temos o homem completo, des-cendendo do homindeo, do homem de

    neanderthal, etc.

    A cada tempo, o homem consegue des-

    cobrir um pouco mais sobre a criao,o universo, mas na realidade, nada sabe,

    porque o nito jamais conseguir explicaro innito.

    O objetivo deste artigo, despertar noleitor a vontade de conhecer mais.

    EINSTEINE = m.cPor Cypriano Marques Filhocas sejam de seis tipos diferentes de dinos-

    sauros, isso h mais de 100 milhes de anos.

    As pegadas foram encontradas na provncia

    de Shandong, no leste do pas chins, va-riam de 10 cm a 80 cm e pertencem a vriasespcies como o tiranossauro, o hadrossau-

    ro e o celurosauro. Segundo a agncia denotcias ocias da China, Xinhua, os arque-

    logos acreditam que as pegadas apontam

    uma migrao ou uma tentativa em pnicode escapar dos predadores. Que predador

    seria esse capaz de colocar em fuga dinos-sauros como hadrossauro, tiranossauro,

    animais carnvoros e herbvoros que noconviviam, todos fugindo juntos na mesma

    direo, centenas deles, parece que isso nocorresponde aos fatos. Que predador seria

    esse? Tinha que ser algo muito espantoso

    muito grande, refora Michelson Borges.Michelson Borges cita um trecho do livro

    Origens, do doutor Ariel Roth, um reno-mado cientista suo quase todas as trilhas

    de pegadas, no Coconino, indicam que osanimais estavam caminhando morro aci-

    ma, e essa mesma situao se percebe parao leste do Arenito De Chelly (...). Alm disso,

    h forte evidncia de que os animais produ-ziram essas trilhas sob a gua, ao invs desobre as dunas do deserto, como sugere a

    interpretao evolucionista. No seria pos-svel todas essas pegadas morro acima te-

    rem sido deixadas por animais fugindo dasguas do dilvio?(Origens, p.215).

    Analisando as possibilidades, esse ce-nrio pode parecer favorvel, so vrios

    animais de espcies distintas fugindo na

    mesma direo. As pegadas indicam queeles estavam subindo e foram impressas

    na lama, isso sugere a catstrofe hdricaque varreu esses animais para longe e s

    temos hoje as pegadas reveladas depois demuito tempo, completa Michelson.

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    14/15

    26

    SAIBA +

    A linguagem de Deus - Um cientista apresenta evidnciasde que Ele existe (Francis S. Collins)

    Neste livro, Francis Collins, ex-diretor do instituto Nacional de Pesquisa do Genoma

    Humano (EUA), procura esclarecer o dilema existente entre a f em Deus e a f na ci-ncia. Collins apresenta evidncias, expe que a religio e os conhecimentos cientcos

    no so incompatveis, mas sim complementares. Para o pesquisador nosso dever le-

    var em considerao todo o poder das perspectivas cientca e espiritual para entender-mos tanto aquilo que enxergamos quanto aquilo que no enxergamos.

    O teste da f os cientistas tambm creem (Rute Bancewicz)Dez cientistas reconhecidos internacionalmente como pesquisadores notveis contam suas

    histrias de vida e como relacionam a sua f com a atividade cientca. Por que escolheram sercientistas? Por que abraaram o cristianismo? Alguns eram ateus; outros, agnsticos; e ain-

    da outros foram apresentados ao cristianismo quando crianas. Todos, em algum momento,

    mudaram de opinio ou rearmaram o que creem. Mas por que O Teste da F? O desaolevantado , muitas vezes, o de que Deus uma iluso e que a cincia removeu a necessidade da

    f em qualquer coisa que seja. Como os cientistas cristos respondem a isso? Todos eles foramtreinados para pensar e testar ideias at o limite. Se tanto a sua f, quanto a sua cincia forem

    buscas genunas pela verdade, precisamos ouvir o que eles tm a dizer.

    Teoria do Design Inteligente: evidncias cientfcas no campodas Cincias Biolgicas e da Sade (Everton Fernando Alves)

    Atualmente, tem havido um grande questionamento se a origem da vida mais bem explica-da pelo acaso ou design. A Teoria do Design Inteligente tem tido crescente ateno, tornando-se

    um tema de debate e investigao principalmente no campo das Cincias Biolgicas e da Sade.Este livro te apresentar uma perspectiva cientca ainda pouco explorada. Aqui, voc encon-

    trar evidncias da assinatura de um projeto intencional nas estruturas biolgicas complexas

    presentes na natureza e nos seres vivos.

    Bblia em linguagem cientfca (Cypriano Marques Filho)A Bblia pode ser lida nas mais diferentes verses e interpretaes, seja para homens

    de negcios, empresrios, mulheres, adolescentes, crianas. E agora, chega algo para os

    estudiosos e cientistas.

    F e cincias so paralelas (Cypriano Marques Filho)Este livro veio para ncar bandeira no territrio onde alguns vem operando, tentan-

    do colocar em oposio a f e a cincia. Este livro chega em tempo oportuno s mos deprofessores, alunos, cientistas, enm, de homens e mulheres que tem o dever de formar

    a opinio de toda uma gerao. Cypriano traz um ponto de vista bblico e cientco.

    Deus no est morto (flme dirigido por Harold Cronk)Quando o jovem Josh Wheaton (Shane Harper) entra na universidade, ele conhece

    um arrogante professor de losoa (Kevin Sorbo) que no acredita em Deus. O aluno

    rearma sua f, e desaado pelo professor a comprovar a existncia de Deus. Comeauma batalha entre os dois homens, que esto dispostos a tudo para justicar o seu ponto

    de vista - at se afastar das pessoas mais importantes para eles.

  • 7/23/2019 REVISTA BERESHIT

    15/15