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7/23/2019 REVISTA BERESHIT
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Ao longo dessas 28 pginas, voc, lei-
tor (a), ter a oportunidade de conhecer
mais sobre a relao entre a f e a cincia,mas pelo ponto de vista do dilogo. Du-
rante as matrias voc poder perceberque abordamos o ponto de vista cient-
co e o da f sobre o mesmo tema.A proposta da revista Bereshit jus-
tamente essa: mostrar que, diferenteda mdia convencional, a f e a cincia
no se contradizem, pode haver um di-
logo entre as duas, que acreditar emDeus no significa abrir mo de mto-
dos cientficos, nem de pesquisa, nemde investigao.
Comeamos esclarecendo o signicadoda f e o da cincia, e a importncia de
ambas para a sociedade. Apresentamos
um dos pioneiros do estudo da f, SantoAgostinho, como ele abordava essa ques-
to e como seus ensinamentos so vli-dos at os dias atuais.
Nessa edio, voc ir conhecer umpouco mais sobre os dinossauros, porm
de uma maneira diferente, pela viso b-
blica. Alm de contar aquilo que a cinciaj descobriu, fomos alm e buscamos evi-
dncias bblicas da sua existncia.No poderamos falar do dilogo entre
a f e a cincia sem mostrar exemplosreais de cientistas que creem em Deus e
no abrem mo de trabalhar com o que
amam, de pessoas que se sentem to vontade em um laboratrio como em
uma igreja.O destaque dessa edio, ca por con-
ta da matria de capa que apresenta as
Jornalista responsvel: Rafaela de Almeida GarciaRedao: Rafaela de Almeida Garcia
Projeto Grco/diagramao: Paula Carolina Rabelo Vinhas
Imagens: Banco Freepik
O QUE ?
PIONEIROS
CAPA
SER CIENTISTA
PERFIL
CINCIA NA BBLIA
NA MDIA
HISTRIA DA TERRA
ARTIGO
SAIBA +
4
7
9
14
16
19
21
22
25
26
O que f? O que cincia?
Santo Agostinho: a relao entre fe razo
Evoluo, criao ou obra de umdesigner?
possvel ser cientista e cristo?Crer em Deus e na cincia?
Cientista que cr: Karl Heinz Kienitz
O que o livro mais vendido nomundo tem a nos dizer
A temtica f e cincia j ganhou
espao em blogs
Dinossauros, lenda ou realidade?
EINSTEIN E = m.c
Dicas de filmes e livros
EDITORIALNDICE
EXPEDIENTE
A cincia sem a religio manca,a religio sem a cincia cega
- Albert Einstein
trs principais teorias que se propem a
estudar a nossa histria: Evoluo, Cria-
cionismo e Design Inteligente. Qual aorigem de cada uma delas e no que se di-
ferenciam. A Bereshit ir te apresentar abase dessas teorias.
Outro destaque dessa edio a matriaque aborda a cincia nas Escrituras, j que
quando a Bblia foi escrita ainda no exis-tiam termos cientcos como tomo, pr-
ton, clulas, etc, e nem equipamentos que
pudessem medi-los. Ser que a Bblia podeter antecipado descobertas cientcas?
Essa edio tambm ir te apresen-tar dois dos mais conhecidos blogs que
abordam a temtica f e cincia: Cria-cionismo e Darwin e Deus. Tambm
preparamos algumas sugestes de livros
para voc que deseja se aprofundar ain-da mais no assunto.
Tenha liberdade para conhecer outroponto de vista, longe de conceitos pr-es-
tabelecidos que veem apenas conito, emalgo que pode se tornar um dilogo pac-
co. Esperamos que a Bereshit te leve a
pensar fora da caixa!Como diria um dos telogos cristos
mais respeitados desse sculo, com ps--doutorado em biofsica molecular e
doutorado em teologia pela Universida-de de Oxford, Alister McGrath, Abraar
a f crist no implica cometer suicdio
intelectual. Pense nisso e tenha umaboa leitura!
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BERESHIT | 2015
O que f?Saiba o que f para cristos e muulmanos
Ora, a f a certeza daquilo que espera-mos e a prova das coisas que no vemos.
Essa a principal descrio do que fsegundo a carta aos Hebreus, no primeiro
versculo do captulo 11 (Nova Verso In -
ternacional). A palavra f tem duas ori-gens:pistiaefdes.Pistia derivada do grego e signica
acreditar. Esse o signicado mais co -
mum, porm no o mais completo. Por-que no basta crer, preciso compreender
a razo pela qual se acredita em algo, est
chamada a f racionada.A segunda origem da palavra f vem
do latimfdes, que vai alm de acreditar,tambm agrega o conceito de delida-
de, ou seja, necessrio que se seja elao objeto da f. Falando em f religiosa,
estamos falando em Deus, seguindo esse
conceito, necessrio ser el a Deus e se -guir os seus preceitos.
Segundo o padre missionrio Redento-rista, Lucas Emanuel Almeida, a origem
da f crist Jesus Cristo. Sendo que aencarnao de Jesus, descrita em Joo
1. 1-18, um marco, um divisor de guas
na Histria da Humanidade, que passa aregistrar os acontecimentos com antes de
Cristo (a.C) e depois de Cristo (d.C).O cristianismo surge com o testemunho
dos discpulos que acompanhavam Jesus,assim a f no Cristo ressuscitado cresce
e comea a ganhar cada vez mais espao.
Em sntese, comea com a Igreja Catli-ca, que depois de sofrer o Cisma, no ano de
1054, v-se separada entre o Ocidente e oOriente. Mais tarde, no sculo XVI nasceu
O que cincia?Conhea mais sobre a cincia e sua importncia
para a sociedade
A cincia est mais presente do nossodia a dia do que imaginamos, mas mesmo
assim nos parece algo to distante e fei-ta por homens de jaleco branco, cabelos
bagunados e culos, que passam a vidadentro de um laboratrio envolvidos com
experimentos em meio a vidrarias e subs-
tncia perigosas. Mas, a cincia muitomais do que isso e mesmo assim pode ser
simples como uma observao!A cincia nasce da observao de fa-
tos que desaam o interesse e desper -tam a curiosidade. Desse modo comea
o processo cientco, da observao, da
pesquisa, levantamento de dados e pelabusca de explicaes. Essas explicaes
precisam ser testadas e comprovadas, ouseja, submetidas a algum tipo de experi-
mentao para que sejam aceitas na co-munidade cientca.
Um pouco de histria
O termo cincia tem origem no latimscientia e signica conhecimento ou
saber. um sistema de conhecimentos queso testados e comprovados pelo mtodo
cientco. Assim a cincia abrange o
O QUE ?
A f cristse baseia noanncio doReino de Deuspregado porJesus Cristo
Pe. Lucas Emanuel
o Protestantismo com Lutero e comeou asurgir diversas ramicaes da f crist. E
a partir do sculo XX movimentos protes-tantes zeram nascer o Pentecostalismo.
Hoje, a F Crist vivida de diversas ma-
neiras, arma o padre Lucas Almeida.Para o pastor do Ministrio Consolador
de Israel, Fbio Cassiano, a origem da fcrist reconhecer Jesus como o Messias
prometido por Deus que salva a huma-nidade. Cremos que Jesus o Messias
prometido, o redentor da humanidade, o
Filho de Deus de acordo com as profeciasdo Antigo Testamento hebreu. Seguimos
seus ensinos registrados no Novo Testa-mento, comenta o pastor.
Tanto catlicos como evanglicos acre-ditam que a base da f crist a vida e as
obras de Jesus Cristo, registradas no Novo
Testamento e a prtica dos ensinos que eledeixou como modelo de vida. A f crist se
baseia no anncio do Reino de Deus prega-do por Jesus Cristo e na ao dos discpulos
que, depois da experincia da ressurreio,comearam a difundir a mensagem que
aprenderam e testemunharam de Jesus,
ressalta o padre Lucas Almeida.Segundo o padre Lucas Almeida a f
para os cristos permite acreditar na vida,nas buscas pessoais que cada um faz para
atingir sua felicidade. Quem acredita, sem-pre alcana, diz a letra de uma msica. E isso
verdade, se voc cr em Deus e em suas ca-
pacidades, voc tem mais fora para correratrs de seus sonhos e objetivos, comenta.
J o pastor Fbio Cassiano ressalta a im-portncia da f como conexo a Deus, como
um meio de chegar at aquele, que para oscristos, o Ser mais importante do univer-
so. A f o meio pelo qual nos conectamoscom o sobrenatural de Deus, sem f no
temos nada, nenhum acesso ou relaciona-
mento com Deus, como est escrito em He-breus 11.6: Sem f impossvel agradar a
Deus, pois quem dEle se aproxima precisacrer que Ele existe e que recompensa aque-
les que o buscam, arma.Segundo o diretor de assuntos islmicos
da Federao das Associaes Muulma-
nas do Brasil (FAMBRAS), sheikh KhaledTaky El Din, a origem da f islmica a
mesma da do judasmo. necessrio sa-ber que Jesus veio quando as leis de Moi-
ss haviam sido abandonadas, o homemhavia se desviado da servido de um nico
Deus para vrios deuses e a magia (ou fei-
tiaria) era o vcio mais predominante; aveio Jesus. O mesmo se repetiu depois de
Jesus, e do mesmo jeito que a Mensageme o nascimento de Jesus foram estranhos,
ou seja, constituam um desao pesadssi-mo aos oponentes, o mesmo est aconte-
cendo novamente com o Islam. A histria
se repete, arma o sheikh.No Islam a palavra f (imani em rabe)
signica basicamente acreditar em Deus etudo quanto se relaciona com a oniscincia
innita dele, tudo informado nas Escritu-ras enviadas atravs dos profetas e men-
sageiros. A ligao entre o muulmano e
Deus, atravs dos profetas e mensageiros a base da credibilidade sobre qual ele de-
pende para construir sua esperana rme.O sheikh Khaled Taky El Din ressalta que
a importncia da f que tudo o que Deusinformar, atravs de fontes is, a palavra
original, o muulmano acredita e defendecontra qualquer alterao. E acreditar em
Deus, o muulmano entende, plenamente,
que o seu equilbrio mental depende disso,caso contrrio, estaria mergulhado nas d-
vidas sobre muitas questes que no tmrespostas por outra forma, por mais sos-
ticada a cincia possa ser, e que tais dvi-das resultariam em frustraes que cau-
sariam um comportamento inadequado,
tornando-se incontrolvel, como se fosseum carro sem motoristas, comenta. .
conjunto de conhecimento de vrias reasque podem ser comprovados, podemos
agrup-los em trs ramos: cinciasnaturais, fsicas e sociais.
Segundo o professor doutor do Institu-to Tecnolgico de Aeronutica (ITA), Karl
Heinz Kienitz, foi na cultura europeia no
do nal da Idade Mdia, em meio ao cris-tianismo que se apresentaram condies
adequadas para o desenvolvimento domtodo experimental da cincia da forma
como conhecemos. Cristos como RobertGrosseteste e o seu aluno Roger Bacon
(sculo XIII) estiveram entre os primei-
ros a enfatizar o uso da experimentaopara aferir armaes sobre fenmenos
naturais, e deixaram clara uma slida mo-tivao para tal, enraizada numa viso de
mundo crist, arma Kienitz.Cientistas cristos estiveram como al-
guns dos pioneiros, mas Kienitz ressalta
que uma viso de mundo crist no foi abase da cincia moderna.A base da cin-
cia moderna foi o rduo trabalho de pes-soas de intelecto invejvel, tenazmente
dedicadas ao estudo da natureza. Mas suaviso crist do mundo decisivamente as
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BERESHIT | 2015PIONEIROS
Aurelius Augustinus, mais conheci-
do como Santo Agostinho, nasceu emTagaste, norte da frica (atual regio
da Arglia), no dia 13 de novembro de354. Era o filho primognito do pago
Patrcio e de Mnica, uma fervorosacrist que procurava ensinar ao filho a
doutrina religiosa. considerado um
dos maiores pensadores do cristianismo,sendo um dos pioneiros no dilogo entre
a f e a razo.Agostinho foi educado em Cartago,
com muito interesse em cincia e filoso-fia, tornando-se professor de retrica e
crendo na doutrina maniquesta, que se
fundamentava na crena de que o mun-
do era regido por duas foras, o bem eo mal. A influncia de Santo Ambrsio(339 374) foi fundamental na conver-
so de Agostinho ao cristianismo.Aps a sua converso, Agostinho se de-
dicou ao estudo das Sagradas Escrituras,
a teologia e a escrever suas obras, queso consideradas destaques na Filoso-
fia. Ao todo foram 113 obras, sem con-tar as cartas e os sermes. A maioria de
suas obras surgiram em consequnciados problemas que a Igreja de sua po-
ca enfrentava, parecendo ultrapassar os
limites de seu tempo e exercendo umagrande influncia tanto na Idade Mdia
quanto nos dias de hoje.
motivou e favoreceu no desenvolvimentoe uso do mtodo cientco, arma.
Eles foram seguidos pelos primeiroscientistas modernos, cristos como Agri-
cola, Kepler, Pascal e Boyle. Sculos maistarde, o cristo James Joule continuaria a
enfatizar a ligao positiva entre f crist e
cincia ao dizer que aps conhecer e obe-decer vontade de Deus, o prximo alvo
deve ser conhecer algo dos Seus atributosde sabedoria, poder e bondade evidencia-
dos nas obras de Suas mos. Pois a cin-cia mostrou servir de modo excelente para
conhecer, explorar e fazer bom uso das
obras de Suas mos de tudo aquilo queDeus criou, completa Kienitz.
Por que a cincia to
importante?A cincia um das responsveis pelodesenvolvimento econmico, tecnolgico,
poltico e social de um pas. comum as-sociarmos a cincia com a descoberta de
curas para algumas doenas, formulao
de vacinas, mas ela mais do que isso.Tudo a nossa volta est relacionado com
a cincia, com descobertas e resultados deanos de pesquisas.
Com a cincia podemos compreender omundo ao nosso redor, o nosso organis-
mo, desenvolver novas tecnologias, mas
como tudo, ela deve ser regulamentada,investigada e ser responsvel. A cincia
tem viabilizado grandes transformaes
Em 2008 o investimento em Pesquisa e
Desenvolvimento (P&D) em So Paulo atingiu
1,52% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto
no Brasil este percentual ficou em 1,14% do PIB e
no Brasil sem considerar So Paulo o percentual
representou 0,95% do PIB.
vividas pela humanidade, especialmen-te as tecnolgicas. Mas quando a cincia
utilizada em alguma nova aplicao, nacriao de alguma indstria, proporcio-
nando novos postos detrabalho e elevandoos padres de vida, ela tambm perturba o
que . Novas leis e regulamentos precisam
ser feitos e novas expresses de maldadecontidos, comenta Kienitz.
Kienitz no considera o Brasil, comoum todo, sem cultura cientfica, em par-
ticular no estado de So Paulo existe umambiente relativamente favorvel para
a cincia, embora a timidez de investi-
mento em pesquisa e desenvolvimentoprevalecente na maioria das empresas
ainda seja um problema tambm para oestado paulista. o que aponta o Pro-
grama FAPESP de Indicadores de Cin-cia, Tecnologia e Inovao em So Pau-
lo (2010): em 2008 o investimento emPesquisa e Desenvolvimento (P&D) em
So Paulo atingiu 1,52% do PIB (Produto
Interno Bruto), enquanto no Brasil estepercentual ficou em 1,14% do PIB e no
Brasil sem considerar So Paulo o per-centual representou 0,95% do PIB.
O cientista tambm tem um papelfundamental para o progresso cientfi-
co. [o cientista deve] aplicar o mtodo
cientfico com tica e responsabilidade.E importantssimo observar que tica e
responsabilidade transcendem o mtodocientfico, completa.
Santo Agostinho:a relao entre a fe a razo
Para Agostinho, a f era o caminho da
verdade, mas er a a razo a melhor ma-neira de provar a validade das verdades.
"Credo ut intelligam, in-telligo ut credam"
Segundo o frei Luiz Antonio Pinheiro, da
Ordem de Santo Agostinho (OSA), Agosti-
nho construiu um modelo de pensamentoem que razo e f se articulam de manei-
ra estruturalmente mediata, de um mododinmico e fecundo, a ponto de constituir
um crculo que compreenda as Escrituras,cuja mxima vem sintetizada na expresso
"Credo ut intelligam, intelligo ut credam"
(Creio para entender e entendo para crer).
A f uma espcie de pensamento que as-sente, ela se traduz como um modo de pen-sar com assentimento por parte daquele
que pensa. O homem pensa e ao faz-lo sedebrua naquilo que est pensando. Sem o
pensamento no haveria a f. Ainda que as
verdades da f no sejam demonstrveis,isto , que possam ser provadas, possvel
demonstrar o acerto de se crer nelas, e essatarefa cabe razo, arma o frei.
O mesmo, Agostinho diz acontecer coma razo, ela no elimina a f, pelo contr-
rio, fortalece-a e ambas se complemen-
tam. Assim o homem no pode acreditarem algo sem ter conhecimento daquilo
que o far crer, da mesma forma que ele
Programa FAPESP de Indicadores de Cincia,Tecnologia e Inovao em So Paulo (2010)
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BERESHIT | 2015
no pode pensar sem crer naquilo emque se cr. A mxima agostiniana leva
o homem a ver o mundo dentro dessasduas realidades que se entrecruzam.
No se pode separar essas duas verten-
tes do conhecimento, completa o freiLuiz Antonio Pinheiro.
Para o escritor e telogo, Felipe Aqui-no, a f para Agostinho crer que Deus
seja o criador de todas as realidadesvisveis e invisveis e viver segundo as
suas leis. Para Agostinho nossa origeme destino Deus. Tudo para ele se re-
sumia na primeira frase de sua grande
obra Consses: Tu nos criastes paraTi e nossa alma no ter descanso en-
quanto no descansar em Ti. ParaAgostinho a f era viver com Deus, por
Deus, para Deus e em Deus. Para eleestar distante de Deus estar distante
de si mesmo: sem Deus o homem est
alienado de si prprio, e s pode reen-contrar-se encontrando-se com Deus.
S em Deus encontra a sua verdadeiraidentidade, arma.
E a razo o uso do intelecto parabuscar a verdade objetiva, seja na fsica
(natureza) ou na metafsica (revelao
divina). Agostinho conseguiu rela-cionar a f e a razo devido ao fato
de ambas serem dadas por Deus.A f orienta a razo e a razo aju-
da a entender a Revelao divina,com a losoa, as lnguas antigas,
paleontologia, arqueologia, fsica,
qumica, etc. Com a sua imensacultura obtida antes de sua conver-
so, ele pode unir a f e a razo de
maneiras harmoniosas, onde umaauxilia a outra. Para Agostinho a ffortalece a razo e a orienta, res-
salta Felipe Aquino.
Para o frei Luiz Antonio Pinheiro,Agostinho pensava a frente do seu
tempo e no se limitava a respostasprontas, ele procurava dialogar
com a sua poca, buscandocompreend-la, isso se tornava um
Agostinho foi canonizado por aclamaopopular, e reconhecido como Doutor daIgreja, em 1292, pelo papa Bonifcio VIII.
Evoluo,criao ouobra de umDesigner?
Conhea as trs teorias que se propema estudar a nossa histria
A humanidade vem buscando respostas h muito tempo para as perguntas que mais nos intrigam. O que j
temos como certo que a origem e o desenvolvimento da vida envolvem mistrios, descobertas e hipteses. umtema que permite muitos estudos, mas que tambm pode gerar polmicas entre a f e a cincia.
Deixando os debates de lado e os pontos de vistas pessoais de cada um sobre as diferentes formas de se pensarsobre isso, vamos apresentar as trs principais teorias que com dedicao e empenho vm procurando as respos-
tas e solues para dvidas que permeiam a humanidade: Teoria da Evoluo, Criacionismo e Design Inteligente.
Credo ut
intelligam,
intelligo
ut credam
(Creio para
entender eentendo
para crer).
desao e tanto. Felipe Aquino acreditaque outro desao vivido e vencido por
Agostinho era estudar as obras de Platoe conseguir extrair o que harmonizava
com a f catlica. O mesmo zeram
outros santos doutores da Igreja, comoSanto Ambrsio, Santo Anselmo, Santo
Alberto Magno, So Toms de Aquino,etc. Certamente foi um desao poder
no sculo IV fazer uso dos clssicosda Antiguidade, ltrando o que no se
coadunava com os Evangelhos, armao escritor.
Seus ensinamentos no se detinham
a sua poca, para o frei Luiz Antonio,se Agostinho vivesse neste sculo ele
entraria em dilogo com o homem con-temporneo e faria suas reexes sobre
as convices que desenvolveu ao longode sua vida, sua investigao sobre a f
e a razo encontraria espao para dialo-
gar nos dias de hoje.O frei Luiz Antonio ressalta que
existem perguntas fundamentais quemais cedo ou mais tarde acabamos nos
fazendo, como: de onde vim? Qual aorigem do universo? A morte o m?
Quem sou eu? Talvez ns no concor-
demos hoje com todas as respostas queAgostinho deu a essas perguntas funda-
mentais. No entanto, ns concordamoscom ele na importncia dessas pergun-
tas e na atitude existencial fundamentalque a inquietude e a busca.[...] Num
mundo marcado por tantas transforma-
es, mudanas rpidas, que apresentatantas propostas de verdade, felicidade
e beleza para o ser humano, a busca
contnua por algo mais, ajuda a no sedeixar manipular pelas ideologias, fun-damentalismos, reducionismos antro-
polgicos. Nesse sentido, o pensamento
agostiniano tem uma mentalidade fe-cundante para os dias atuais. No nos
d respostas prontas, mas nos instiga,nos provoca, nos ilumina em nossas
buscas, arma o frei.
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Teoria da EvoluoA evoluo est relacionada mu-
dana ou transformao, o naturalista
Jean-Baptiste Antoine de Monet, maisconhecido como (cavaleiro de) Lamar-
ck, considerado por muitos como oprecursor da Biologia Evolutiva. Ele
publicou o livro Filosoa Zoolgicano incio do sculo XIX, mais precisa-
mente em 1809. Esta obra foi bastante
inuente e antecipou em 50 anos o li-vro mais importante dessa rea: A Ori-
gem das Espcies, de Charles Darwin.Segundo o bilogo e doutorando em -
losoa (Universidade Federal do Cear),Maxwell Morais de Lima Filho, ideias
sobre a transformao dos organismos
biolgicos so bastante antigas, se con-trapondo conceitualmente s ideias xis-
tas o xismo propem na biologia quetodas as espcies foram criadas como so
pelo poder divino, e assim permaneciam,imutveis, sem que ocorressem mudan-
as na sua descendncia. Jean-Baptiste
Lamarck, Charles Darwin, Ernst Mayre Stephen Jay Gould so evolucionistas
porque explicam a modicao dos or -ganismos por meio de mecanismos na-
turais, a despeito de suas divergnciastericas. As concepes evolucionistas
de Ernst Mayr e Stephen Jay Gould, por
exemplo, levaram em conta conceitostericos provenientes da gentica, os
quais eram desconhecidos por Lamarcke Darwin. Tanto Lamarck quanto Da-
rwin sabiam que as caractersticas eramtransmitidas de pais para lhos. Entre-
tanto, nem o naturalista francs nem
o ingls sabiam explicar quais eram aestrutura e o mecanismo responsveis
pela transmisso hereditria, comenta.Lamarck e Darwin desconheciam al-
gumas expresses que hoje so familiares
a qualquer estudante do Ensino Mdio
como cido desoxirribonucleico (DNA),genes, mutao, recombinao gnica, leisde Mendel, etc, isso devido a poca e con-
texto tecnolgico/cientco que viveram.
Para Maxwell Morais existem vriasevidncias favorveis a biologia evolutiva,
alm disso, segundo ele seria essa uma dasreas de maior prestigio na comunidade
cientca. Uma dessa evidncias que oregistro fssil mostra que o nosso planeta
j foi habitado por microrganismos, ve-getais e animais que no existem mais.
Segundo o bilogo, a quantidade de esp-
cies atuais representa uma frao muitopequena em relao ao nmero de esp-
cies extintas. Esse registro mostra, porexemplo, que os ancestrais de golnhos e
baleias possuam patas traseiras, arma.Outra evidncia que merece destaque
so as estruturas que possuem a mesma
funo que podem ter evoludo de modoindependente (divergncia evolutiva),
por exemplo, as asas de uma liblula e
de um carcar servem para voar, mascomo evoluram independentemente,so rgos anlogos (tm a mesma fun-
o em diferentes tipos de seres vivos,
mas que possuem origem embrionria eestruturas diferentes). O bilogo ressalta
outa evidncia muito importante, que abiologia evolutiva pode explicar e predi-
zer a presena de estruturas atroadas eno funcionais como os olhos cegos dos
peixes verncolas (rgos vestigiais).
sabido que os ancestrais dos peixes ca-verncolas enxergavam. Alm disso, te-
mos conhecimento que evolutivamentedesvantajoso possuir olhos em ambientes
desprovidos de luz, arma o bilogo.
Jean-BaptisteLamarck, CharlesDarwin, Ernst Mayre Stephen Jay Gouldso evolucionistasporque explicama modificao dosorganismos pormeio de mecanismosnaturais, a despeitode suas divergncias
tericas
CriacionismoCriacionista qualquer pessoa, que
por suas convices, aceita a ideia da
existncia de um Ser superior, exter-no ao universo e que seria a origem, de
cada parte do espao, dos planetas edos seres vivos. Segundo o presidente
da Associao Brasileira de Pesquisa daCriao (ABPC), Christiano P. da Silva
Neto, o criacionismo uma estrutura de
pensamento que rene as pessoas quese consideram criacionistas. O termo
criacionismo identifica o movimentoque teve incio na primeira metade do
sculo passado, quando cientistas cris-tos se reuniram em uma primeira as-
sociao criacionista com o objetivo de
investigar cientificamente as origensdo universo e da vida. O criacionismo,
tanto quanto o evolucionismo, uma in-terpretao de fatos da natureza relacio-
nados com as origens do universo e davida. Os fatos aqu i referi dos, oco rreram
no passado, de modo que a interpreta-
o correspondente se faz com base nosresultados da pesquisa cientfica condu-
zida pelos cientistas, em fatos histri-cos, quando isso possvel, e em con-
jecturas (hipteses) quando esses fatosse mostram inacessveis, comenta.
O objetivo desses cientistas era pro-
duzir uma cincia das origens com boaqualidade, sem definies e conceitos
que no condizem com a realidade danatureza, conduzindo essa pesquisa com
padro de investigao cientfica. Aquesto que, quando se fala no debate
CRIAO X EVOLUO, muitos incli-
nam-se a entender isso como RELIGIOX CINCIA. O conceito de que ambas
so incompatveis tem sido amplamen-te apregoado, desde os tempos de Co-
prnico. Ainda hoje, para a maioria dos
cientistas, criacionismo sinnimo de
religio, e religio algo completamen-te anticientfico e fora da realidade. Estepensamento os tem mantido alheios e
omissos no que diz respeito a examinar e
at mesmo tomar conhecimento do quese desenvolve nessa rea. Vrias crticas
tm sido levantadas no sentido de mini-mizar e ridicularizar o movimento cria-
cionista, afirma o presidente da ABPC.O presidente da ABPC ressalta que
a cincia moderna escolheu o natura-lismo como sua estrutura bsica. Isso
determinou a concluso de que todos
os fenmenos da natureza podem serexplicados naturalmente. O problema
que no dispomos da menor compro-vao d e que este sej a o c enrio c orreto
e isto significa correr o risco de pro-duzir explicaes que no correspon-
dem realidade dos fatos, explicando
naturalmente o que possivelmente nopode ser explicado desse modo [...]A
verdade que ningum pode dizer, por
certo, o que ocorreu no passado maisremoto das nossas origens, mas todospodemos avaliar se as explicaes da-
das so aliceradas em fatos e, princi-
palmente, se foram desenvolvidas coma devida iseno. Esta observao
muito importante porque, assim comoo criacionismo tem forte apelo a quem
professa uma religio, o evolucionis-mo tambm exerce forte atrao aos
que professam o atesmo, completa.
importante ressaltar que o cria-cionismo no faz uso de argumentos
teolgicos ou religiosos para chegaras suas concluses e nem extrai os
seus resultados da narrativa bblica.
A verdade que ningum pode dizer, por certo, o queocorreu no passado mais remoto das nossas origens, mas todospodemosavaliar se as explicaes dadas so aliceradas em fatose, principalmente, se foram desenvolvidas com a devida iseno
Christiano P. da Silva Neto
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Teoria do DesignInteligente (TDI)
Essa a mais recente entre as trs te-
orias que abordamos nessa edio, a TDI
conhecida como uma teoria de detecode design. A TDI tem como proposta ana-
lisar um objeto de estudo e vericar se elepossui informao que lhe confere as ca-
ractersticas de um design intencional ouse produto do acaso, resultado de foras
ou leis naturais. Everton Fernando Alves,mestre em Cincias da Sade (Universida-
de Estadual de Maring) e autor do e-book
Teoria do Design Inteligente: evidnciascientcas no campo das Cincias Biolgi-
cas e da Sade, ressalta que a TDI no secompromete com os estudos da Cosmogo-
nia, ou seja, essa teoria no se preocupaem estudar a origem da vida e do universo,
mas em analisar as estruturas biolgicascomplexas existentes no tempo presente.
A ideia da existncia de design na natu-reza no algo recente, proposta desde os
antigos lsofos gregos (Plato e Aristte-
les). Mas o argumento de design se tornoupopular atravs da famosa tese de William
Paley, publicada em 1802, conhecida comoa tese do relojoeiro. Entretanto, o design
inteligente, como uma teoria cientca,
surgiu ocialmente em 1993 em Pajaro
Dunes, Califrnia (EUA) em uma reunio- coordenada pelo fundador do movimen-
to do design inteligente Dr. Phillip John-
son - com alguns dissidentes da cinciaevolucionista tida como paradigma pela
cincia atual, comenta Everton Alves.Ao contrrio das outras teorias, a TDI
se limita a rea das cincias biolgicas,deixando de lado as outras reas das ci-
ncias naturais. Ao contrrio da teoria
da evoluo, a TDI se apoia em lei cien-tca da biologia (lei da biognese), que
arma que a vida somente provm devida. Isso vai contra a proposta da bio-
logia evolutiva histrica (naturalismolosco) a qual defende, sem nenhum
fundamento cientco, que o primeiroser vivo se originou de matria inorgni-
ca (abiognese), arma Everton Alves.Diferente do criacionismo, a TDI no
pretende identicar a fonte de intelign-
cia e nem a origem do universo. O focoprincipal da TDI detectar informao
existente na natureza e no buscar a ori-gem dessa informao, no sentindo de um
projetista (designer). O papel do desig-
ner poderia ser atribudo ao Deus judai-
co-cristo, a uma raa humana vinda do
futuro, aos extraterrestres, a TDI defendea incluso de possiblidades. Embora a
informao complexa e especca por sis aponte para a existncia de uma mente
inteligente, pois indica um propsito in-tencional. apenas nesse argumento te-
olgico de design (componente losco)que o criacionismo e o design inteligen-
te convergem, comenta Everton Alves.
A TDI uma teoria ainda muito jovem,com pouco mais de 20 anos e ainda no
aceita pela comunidade cientca, ra-zo pela qual os prprios tericos que
a defendem so contra seu ensino nasescolas. Segundo Everton Alves, a TDI
possui todas as caractersticas neces-srias para ser considerada uma teoria
originalmente cientca, conforme a
denio de teoria proposta pela Aca-demia Nacional de Cincias dos EUA
(National Academy of Sciences, NAS).Alguns cientistas dizem que crer em
um planejador pseudocincia, poispara eles nada indica a interveno desse
ser. Para Everton Alves, esse argumen-to se deve ao fato da cincia ter adotado
a teoria da evoluo como paradigma naacademia. H 150 anos a cincia baniu
a possibilidade de que exista algo alm
de matria e energia nesse universo. No fcil combater e descontruir uma cren-
a profundamente enraizada na cinciacomo o caso do naturalismo losco,
a propsito, cheio de lacunas e hiptesesimaginativas que no podem ser testadas
em laboratrio. O que curioso, visto queos pais da cincia no tinham essa per-
cepo como Galileu Galilei, Jahannes
Kepler, Isaac Newton, Gregor Mendel,Louis Pasteur, entre muitos outros. A ci-
ncia na verdade foi criada e baseada napercepo da existncia de um ser inteli-
gente que regia as leis e a ordem do uni-verso e da vida. E desde aquela poca at
hoje as evidncias de um ser inteligentesempre existiram. Principalmente nas
ltimas dcadas, perodo em que a cin-
cia acumulou uma quantidade imensa dedados, e a maior parte deles corrobora a
ideia de design, embora a mdia tente blin-dar o darwinismo a todo custo, ressalta.
A ideia da existnciade design na naturezano algo recente,
proposta desde os
antigos filsofos gregos(Plato e Aristteles)
Essas so algumas das teorias que procuram compreender e dar sen-
tido a nossa histria. Cada uma com seu ponto de vista, peculiaridadese argumentos. So as diferenas que as tornam to importantes para
quem acredita e as defende como ponto de vista. Aceitar a evoluo, a
criao ou a inuncia de um Designer opo e direito de cada um,porm o respeito deve ser a base de qualquer discusso.
Everton Fernando Alves
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BERESHIT | 2015SER CIENTISTA
possvel ser cientista e cristo?Crer em Deus e na cincia?Conhea a histria de trs cientistas quecreem em Deus
comum ouvir que cincia e f no po-dem caminhar juntas, que no possvel
ser cientista e acreditar em Deus, ser cris-to e trabalhar em laboratrios, lidar com
pesquisas. Por que um cientista iria crer
em Deus? Por que um cristo iria se envol-ver com a cincia, crendo que Deus tem as
respostas para tudo?Grandes nomes da cincia foram ca-
pazes de conviver com a sua crena semdeixar de trabalhar com o que ama, como
Isaac Newton (matemtico e fsico), Ales-
sandro Volta (fsico), Louis Pasteur (mi-
crobilogo e qumico), Maria GaetanaAgnesi (linguista, lsofa e matemtica),Michael Faraday (fsico e qumico), entre
muitos outros.Conhea um pouco da histria de al-
gumas pessoas que se sentem to von-
tade em uma igreja quanto em um labo-ratrio.
Agrinaldo Jacinto do Nas -cimento Junior - Licenciado eBacharelado em Qumica (Universidade
Estadual de Maring). Mestre e Doutor
na rea de Fsico-Qumica (Universida-de Federal do Pernambuco).
Os Cus proclamam a Glria de Deus
e o firmamento anuncia as obras de suasmos (Salmos 19: 1)
Decidiu seguir a carreira cientca naquinta srie, depois que sua me disse
que ser paraquedista no era prosso.
Depois de considerar tantas prosses,no terceiro ano do ensino mdio, eleoptou
por ser qumico sob a inuncia do pro -fessor Joo Edson Ferro. Eu costumava
me dar bem na disciplina de Qumica erealizar experimentos me parecia ser bem
divertido e desaador. Gosto de desaos,
ainda mais quando dizem que ningum
fez ainda, comenta.Agrinaldo nasceu em um lar cristo.Cresceu escutando as histrias da Bblia
e sempre foi muito sincero em escutar etentar entender as vontades e as ideias de
outras pessoas, independente da f.As-
sim, eu sempre coloquei a minha f emprova, principalmente ao analisar outras
possibilidades de crenas, entretanto,at hoje a minha f tem sido conrmada.
Deste modo, penso que desde criana noapenas tive inuncia dos meus pais, mas
possua uma inclinao natural em acre-
ditar no Deus bblico, arma o qumico.Ele diz no sentir nenhuma diculda-
de em ser um cientista cristo no Brasil.
Sinto diculdade de ser cientista no Bra-sil, pois aqui cientista no considerado
prosso, embora trabalhemos na maioriadas vezes mais do que 8 horas por dia. [...]
Os meus colegas de carreira sempre me
respeitaram, independente da orientaoreligiosa deles. Eu gostaria de enfatizar
que sou da Igreja Adventista do StimoDia. Digo isso, pois, os meus professores
poderiam implicar com a minha crenaao tentar me forar a trabalhar aos sba-
dos (dia que considero sagrado segundo
a interpretao bblica), entretanto fo-
ram compreensveis e sempre conseguimodicar meus horrios de disciplinas,remarcar avaliaes ou outras atividades.
Alm disso, pude conviver com muitosoutros colegas e professores brilhantes
que tambm compartilhavam da f em
Cristo e inclusive colegas ateus que meinspiraram muito na minha formao
como cientista, arma.
Paulo Afonso Pavani Jnior
Engenheiro qumico (Universidade
Metodista de So Paulo) e Mestre em
Cincias pelo Instituto Tecnolgico deAeronutica (ITA).
Quando abro a porta de uma nova
descoberta j encontro Deus l dentro(Albert Einstein)
Sua histria com a cincia comeou des-de criana, quando ele se interessava pelas
estrelas, pelos planetas, adorava assistir
lmes de co cientca, entre os heriso seu favorito era o Mac Gyver. Com uma
decincia fsica na perna esquerda, Pava-ni conta que desde pequeno precisou de
cuidados especiais para locomoo. Euprecisei fazer 14 cirurgias e sou alrgico a
vrios remdios. Entrei em coma 3 vezes,
ento, eu penso que sou uma pessoa muito
especial e Deus tem um propsito muitogrande para mim, seno eu j estaria mor-to h muito tempo, comenta.
Sobre ser cientista e cristo, Pavanidiz se sentir muito a vontade com isso.
Quando eu tinha uns 20 anos e comea-
va a minha vida universitria eu tive unsmomentos de atesmo em minha vida.
Chegava a me calar quando o assunto erareligio, nessa poca eu tinha um certo
constrangimento em falar de Deus.Masera porque eu estava muito triste com a
Igreja, pela manipulao, corrupo e
pela distoro das ideias que ela implan-tava (e ainda implanta) nas cabeas das
pessoas. Mas uma nova etapa chegou,
minha esposa apareceu, vieram os lhos,vieram meus alunos, tudo isso foi acon-
tecendo para meu amadurecimento comolho de Deus, arma.
Rodolfo de Paula Vieira graduado em Educao Fsica e Mestrado
em Cincias Biolgicas (Univap), Doutora-do em Patologia e Ps-doutorado em Ati-
vidade Fsica e Imunopatologia Pulmonar(Faculdade de Medicina USP), Ps-dou-
torado em Imunologia da Asma (Albert-
-Ludwigs Universityof Freiburg, Alema-
nha), Ps-doutorado em Atividade Fsica eImunopatologia Pulmonar (Bolsa Prmioda European Respiratory Society/Marie
Curie Foundation/European Union).Deus amou ao mundo de tal manei-
ra que deu seu filho unignito para que
todo o que nele cr no perea mas tenhaa vida eterna(Joo 3:16)
Devido a alguns problemas pessoais,Rodolfo comeou a sua histria com a
f ainda muito novo, aos 11 anos de ida-de. Sua vida com a cincia comeou no
primeiro ano do ensino mdio, quando
realizou um curso para formao de tc-nico da Confederao Brasileira de Cul-
turismo e Musculao. Aprendi a reali-
zar pesquisa bibliogrfica em literaturacientfica internacional, e desde ento
comecei a estudar com bases nos artigoscientficos muito mais do que em livros.
Isso se intensificou muito, quando esta-
va fazen do o segundo ano da graduaoem Educao Fsica, comecei a realizar
iniciao cientfica e me apaixonei pelapesquisa, comenta.
Rodolfo, que j teve experincias in-ternacionais, acredita que ser cientista
cristo no Brasil bem mais tranquilo do
em outros pases, pois aqui j existe uma
abertura maior para se falar e discutir arespeito de f. Segundo ele, em seu tra-balho, f e cincia nunca entraram em
conflito. Posso afirmar explicitamenteque boa parte de toda a pesquisa que te-
nho realizado, o incio, as ideias so ins-
piradas pela f em Deus e embora muitosde meus colegas pesquisadores achem
isso muito louco, eles respeitam bas-tante, pois veem os resultados que tenho
obtido, comenta.Para Rodolfo a Bblia a revelao da
vontade de Deus para sua vida. Uma
carta de amor de um Pai Amoroso quedeseja ensinar seus filhos a viverem nes-
sa vida e aps a morte fsica, afirma.
7/23/2019 REVISTA BERESHIT
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BERESHIT | 2015PERFIL
Cientista que cr:Karl Heinz Kienitz
Karl Heinz Kienitz, cristo, 54 anos, nas-
ceu em So Paulo (SP), em uma famliacrist. Em 1990, Karl concluiu o doutora-
do em Engenharia Eltrica na Eidgens-sische Technische Hochschule Zrich
(ETHZ), Sua. Atualmente, professor
titular do Instituto Tecnolgico de Aero-
nutica (ITA) e coordena o Programa dePs-Graduao em Engenharia Eletrnicae Computao do ITA.
Alm disso, ele foi bolsista da FundaoHumboldt e pesquisador visitante do Cen-
tro Aeroespacial Alemo (DLR) nos anos
1996/1997 e 2004/2005, e da Universi-dade Tcnica de Berlim entre dezembro
de 2012 e fevereiro de 2013. Karl mem-bro da Coordenao de Engenharia I da
FAPESP. Atua nas reas de EngenhariaEltrica e Engenharia Aeroespacial, com
nfase em Sistemas e Controle.
Sua histria com a f crist comeou du-rante sua adolescncia, quando ele acei-
tou o amor de Deus, conforme descritoem Joo 3.16-18, e suas consequncias na
vida pessoal. J sua histria com a cinciacomeou na escola, Karl conta que sempre
gostou de matemtica e das cincias natu-rais, especialmente fsica e qumica.
Toda a sua formao foi em engenharia
eltrica. Hoje, ele trabalha com engenha-ria de controle e de sistemas, mas tambm
tem atuado pontualmente em pesquisaoperacional e engenharia biomdica.
Karl mantm um site, F e Cincia, ondeele compartilha contedos que colabo-
ram para uma reexo objetiva sobre ci -
ncia e f crist. Para ele, a cincia noversa sobre Deus, e sim sobre as coisas
que Ele criou.
Como voc relaciona a f e a
cincia?
Vejo f e cincia como complementares.
pela f que encontro respostas a pergun-tas existenciais. com o mtodo cientco
que entendo como funcionam as coisas
criadas. com uma combinao de ambas
que exero minha prosso de engenhei-ro: cincia permite obter alternativas de
soluo para problemas de engenharia;minha f d suporte soluo de dilemas
motivacionais, ticos, morais e relacio-nais.
E h ainda nuances mais sutis em mi-nha percepo da relao
entre f e cincia. H coi-
sas que encontro na Bbliaque me ajudam a confiar
no mtodo cientfico comouma ferramenta til. Entre
outras, a Bblia nos revelaque Deus consistente em
seu governo da criao, e
no cheio de caprichos, porexemplo em Romanos 1.20:
Pois os seus atributos invi-sveis, o seu eterno poder e
divindade, so claramente vistos desdea criao do mundo, sendo percebidos
mediante as coisas criadas, de modo que
eles so inescusveis. Assim, de ante-mo espero descobrir padres regulares
no estudo da natureza, e a isso que seprope o mtodo cientfico.
Como ser um cientista cristo no
Brasil?
Um cristo pode trabalhar normalmentecomo cientista no Brasil. No me lembro
de ter sido discriminado pela minha fembora j tenha ouvido histrias de dis-
criminao contadas por outros. A discri-minao de cristos no meio acadmico
foi comum, por exemplo, no leste europeu
durante a hegemonia sovitica.
Quais so as suas maioresdifculdades?
Minha maior diculdade ouvir com pa-cincia discursos ideologicamente con-
taminados acerca de da relao entre fe cincia e da relao entre tecnologia e
sociedade.
Em algum momento as duas entra-
ram em conito?
Cincia natural no conita com a f cris-
t; a segunda favoreceu o surgimento daprimeira. Como disse Max Planck, a prova
mais imediata da compatibilidade entre f
crist e cincia natural, mesmo sob an-lise detalhada e crtica, o fato histrico
de que justamente os maiores cientistas
de todos os tempos, homens como Kepler,Newton, Leibniz, foram cristos. Mas al-
guns cientistas e alguns telogos estiveramem conito em vrias ocasies ao longo da
histria por motivos que precisam ser es-tudados e entendidos, para que aprenda-
mos as lies pertinentes.
E como expli-
car a cincia
crendo em
Deus?
Cincia dependede certos pres-
supostos devi-damente organi-
zados acerca do
mundo. Foi nacultura europeia
do nal da IdadeMdia, permeada
pelo Cristianismo, que condies adequa-das a esse respeito se apresentaram propi-
ciando o desenvolvimento do mtodo ex-
perimental da cincia como o conhecemos.Cristos como Robert Grosseteste e o seu
aluno Roger Bacon (sculo XIII) estiveramentre os primeiros a enfatizar o uso da ex-
perimentao para aferir armaes sobrefenmenos naturais, e deixaram clara uma
slida motivao para tal, enraizada numa
viso de mundo crist. Foram seguidospelos primeiros cientistas modernos pro-
priamente ditos, cristos como Agricola,Kepler, Pascal e Boyle. Sculos mais tarde,
o cristo James Joule continuaria enfati-zando a ligao positiva entre f crist e
cincia ao dizer que "aps conhecer e obe-
decer vontade de Deus, o prximo alvodeve ser conhecer algo dos Seus atributos
de sabedoria, poder e bondade evidencia-dos nas obras de Suas mos.
Criacionismo, evolucionismo, de-
sign inteligente, em qual dessas te-
orias o senhor acredita?
A pergunta pressupe que criacionismo,
evolucionismo e design inteligenteso termos bem denidos. No concordo
com o pressuposto, pois h vrias formasde criacionismo, um nmero signicativo
de variantes da teoria da evoluo, e osdefensores do design inteligente tambm
no so unnimes em vrios aspectos do
seu entendimento. Tanto detalhes quantopontos importantes de todas essas teorias
tm sido alteradas inmeras vezes ao lon-
go das ltimas quinze dcadas. Portantodeixo o debate aos especialistas. Estou
convicto de que Deus criou todas as coi-sas; reconheo tambm que estamos em
condies pouco favorveis para discutir
especialmente em nvel de pormenores deprocesso a questo das origens, nossas e
daquilo que nos rodeia.
Por que alguns cientistas e religio-
sos insistem em crer em um conito
entre f e cincia?
H pessoas que alegam conito entre ci-ncia e f crist porque elas: no possuem
conceitos consistentes de f e cincia; oupossuem motivos ideolgicos para dogma-
tizar uma incompatibilidade entre f cris-t e cincia, que de fato no existe, nesse
grupo se enquadram muitos aderentes do
materialismo e do naturalismo. FrancisCollins, geneticista e ex-diretor do Proje-
to Genoma Humano, diz que a noo deque voc deve escolher entre um e outro
[cincia e f] um mito terrvel que temsido proposto, e que muitas pessoas tm
aceito sem real oportunidade de examinar
a evidncia.
Como isso pode ser mudado?
Adotando conceitos consistentes de f e
cincia, e removendo ideologia e dogma-tismo da discusso. Tenho buscado fazer
isso na pgina Internet de F e Cincia.
Sendo um cientista, o que a Bblia
representa para o senhor?
Como cientista, fao coro a Arthur
Schawlow, ganhador do Prmio Nobel deFsica de 1981, que nos considera afortu-
nados em termos a Bblia, e especialmente
o Novo Testamento, que nos fala de Deusem termos humanos muito acessveis, em-
bora tambm nos deixe algumas coisas di-fceis de entender.
O que o senhor diria a um jovem
cientista que cr em Deus e que ama
a cincia?
Eu diria que ele (a) escolheu a prosso
certa.
pela f queencontro respostasa perguntasexistenciais. como mtodo cientficoque entendo comofuncionam as coisascriadas.
KarlHeinz/Arqu
ivoPessoal
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BERESHIT | 2015CINCIA NA BBLIA
O que o livromais vendidono mundo tem anos dizer
A Bblia uma coleo de livrosque nos contam histrias,
revelaes, e quem sabe,
at cincia
H pouco mais de 50 anos a Bblia considerada o livro mais vendido, e conse-
quentemente o mais lido, do mundo. Soaproximadamente 3,9 bilhes de cpias
espalhadas pelos continentes, podendo
ser encontrada completa ou em partes em mais de 2 mil lnguas diferentes.
No Brasil no seria diferente. Em 2012,uma pesquisa realizada pelo Instituto Pr-
-Livro sobre os hbitos de leitura da popu-lao apontou que a Bblia continua sendo
o livro mais lido por brasileiros, mesmo
resultado da edio anterior (2007). Apesquisa questionou os participantes so-
bre os gneros que costumavam ler, a B-blia foi citada por 42%, cada entrevistado
selecionou em mdia trs gneros.
Falar da Bblia falar de uma coleo delivros. A palavra Bblia se originou primei-ro no latim bblia, com origem no grego
biblos era uma folha de papiro, usada no
sculo XI a.C. para a escrita. Um pequenorolo de papiro era chamado de biblione
vrios deste eram conhecidos como umaBblia, ou seja, Bblia signica uma cole-
o de vrios livros. Ao todo so 66 livrosreunidos e divididos em duas partes: so
39 livros escritos antes de Cristo, na An-
tiga Aliana (ou Antigo Testamento), e 27livros escritos depois de Cristo, na Nova
Aliana (ou Novo Testamento).Para os cristos, a Bblia um livro ni-
co, que foi inspirado por Deus e escrita pordiversos sacerdotes, reis, profetas, poetas,
escribas que registraram suas histrias,
seus relacionamentos com Deus e mensa-gens/revelaes que receberam do autor
de sua f. Segundo a Sociedade Bblica doBrasil, com o passar dos anos esses relatos
foram reunidos em trs grupos de livros,conhecidos em hebraico como: Torah (Lei),
so os primeiros cinco livros da Bblia, co-
nhecido como Pentateuco; Neviim (Profe-tas) inclui os profetas anteriores (Josu,
Juzes, Samuel e Reis) e os outros profetasposteriores (Isaias, Jeremias, Ezequiel e os
doze profetas menores); Ketubim (Escri-tos) rene os outros livros, entre os quais
Salmos, Provrbios, J, Eclesiastes e tam-
bm Esdras e Neemias, Daniel, e os livrosde Crnicas, que aparecem em ltima posi-
o no cnone hebraico.Durante muito tempo os crticos ques-
tionaram a veracidade e autenticidadedos textos bblicos, devido a quantidade
de cpias e qual seria o risco de o conte-
do ter sido modicado durante os sculosque se passaram.
Segundo a Sociedade Bblica do Brasil,no que diz respeito a Bblia, a maior des-
coberta arqueolgica do sculo XX so
os rolos do mar Morto ou documentosde Qumran. Foi preciso uma dcada (de
1947 at 1956) para reunir esses docu-mentos que foram encontrados na regio
conhecida como deserto da Judeia, aos ar-redores do mar Morto, em Israel.
Entre o que foi encontrado, o destaque
para o Primeiro Rolo de Isaas, umacpia completa do texto de Isaas, esti-
ma-se que foi escrito no segundo sculoa.C.. Prximo de outro rolo de Isaas, foi
encontrado um comentrio sobre Habacu-
que e vrios fragmentos de outros livros da
Segundo o mestre em teologia, Michel-
son Borges, a Bblia no um livro cient-co, mas quando ela aborda cincia ela se
antecipou em milnios. Um exemplo dissoest registrado no livro de J 26:7, texto
escrito por volta de 1600 a.C., h maisde 3500 anos: Ele estende o norte sobre
o caos e suspende a Terra sobre o nada
(Verso Bblia Judaica Completa). Deacordo com pesquisas, quem escreveu o
livro de J teria sido Moiss, que foi criadopela lha do fara, estudou nas melhores
escolas da poca e aprendeu a cincia egp-cia. Hoje esse nada chamamos de vcuo.
Moiss estudou em que universidade? Na
Federal do Egito, a teoria vigente sobre aTerra dizia que ela era plana e sustentada
por cinco colunas. Por que Moiss quan-do escreve o incio do Antigo Testamento
ele no registra a teoria cientca mais co-nhecida na poca? Ele descarta essa tese
e escreve que a Terra, estranhamente para
um egpcio daquele tempo, seria suspen-sa no nada. Seria loucura para um egpcio
daquele tempo, para os cientistas da po-ca. No entanto Moiss escreve aquilo que
Deus revelou a ele, arma Michelson Bor-ges.
Ainda no livro de J, no capitulo 28:25encontramos outra possvel referncia a
algo que a cincia s desenvolveria muitos
anos depois, o barmetro: Quando Eledeterminou a fora do vento e parcelou
as guas por medidas(Verso Bblia Ju-daica Completa). Michelson ressalta que
esse instrumento s foi criado em 1643
pelo fsico e matemtico italiano Evange-lista Torricelli. Naquela poca dizer que
o ar teria peso seria uma coisa um tantoestranha. No entanto o barmetro pode
demonstrar que o ar exerce uma pressosobre ns, isso j estava na Bblia, com-
pleta Michelson.
No livro de Isaas 40:22 encontramosque Ele, o que se assenta acima do crculo
da Terra [...], sugere que a Terra possa serredonda, se essa hiptese for real, o texto
se antecipa em 2500 anos a Cristvo Co-lombo, Coprnico e Galileu Galilei.
Muito antes do surgimento do teles-
cpio, por volta do sculo 7 d.C., os cien-tistas da poca acreditavam que sabiam
o nmero exato de estrelas no Universo.Ptolomeu pensava que existiam 1056 es-
trelas, enquanto Kepler, mais tarde, con-tou 1005. Hoje sabemos que existem mais
de 100 bilhes de estrelas, isso s na nossa
galxia. O consenso entre os astrnomos que impossvel contar as estrelas. A B-
blia j dizia isso em Jeremias 33:22 Como impossvel contar as estrelas do cu ou
os gros de areia das praias, assim serimpossvel contar a famlia de Davi, meu
servo, e os levitas, que me servem.Um dos textos que mais chama a aten-
o est em Gnesis 17:11-22, ele relata um
pacto entre Deus e Abrao. O pacto seriarmado e demonstrado atravs da circun-
ciso nos homens que deveria ser realizadano oitavo dia de vida ainda beb. Emmett
Antiga Aliana. Segundo os historiadores,essas so as cpias mais antigas do texto
hebraico que j foram descobertas. Parao mestre em teologia, Michelson Borges,
essa descoberta representou uma com-
provao de que os textos bblicos noperderam a sua essncia e nem veracida-
de ao longo dos sculos. At essa desco-berta dos manuscritos do mar Morto, a
verso bblica mais antiga datava de 900d.C., ou seja, essa descoberta era de uma
verso bblica 1000 anos mais antiga do
que a verso mais antiga que tinham atento. Ao comparar as verses, depois de
muita pesquisa, pode se perceber que osmanuscritos do mar Morto provaram que
o texto bblico foi preservado ao longo dos
sculos, arma.
Michelson refora que se essa Bblia erade 250 a.C. signica que era a verso usa-
da no tempo de Jesus. Jesus falou muitasvezes: errais por no conheceis as Escritu-
ras... examinai as Escrituras, Cristo esta-
va autorizando aquela verso e se aquelaverso corresponde a verso que temos
hoje podemos dizer que a Bblia que estu-damos hoje compatvel, a mesma que
Jesus leu, estudou e recomendou no tem-po dele, comenta.
A Bblia pode ter antecipado descobertas cientficas?Holt e Rustin Mcintosh, siologistas ame-
ricanos, armam que um beb recm-nas-cido corre muitos riscos de hemorragias
entre o 2 e o 5 dia de vida. Eles observa-ram que devido ao fato de que um impor-
tante coagulador do sangue, a vitamina K,ser produzido em menor quantidade entre
o 5 e 7 dia, o risco aumenta. Um outro
fundamental para a coagulao do sangue:a protombina.
No terceiro dia de vida, a protombinadisponvel no corpo de 30%, mas no oi-
tavo dia de vida, ela se eleva a uma taxasuperior ao normal: 110%. Nos outros dias
ela volta ao normal de 100%, isso signi-
ca, que no oitavo dia de vida um beb temmais protombina do que qualquer outro
momento de sua vida. Abrao no ques-tionou a Deus. Se questionasse Deus teria
que explicar algo que ele no entenderianaqueles dias, primeiro ele no tinha a
mnima ideia do que era a circulao san-
gunea. Do ponto de vista da coagulao,naquele tempo no tinha anestesia nem
recursos mdicos e contavam apenas como poder de cicatrizao natural do corpo,
no oitavo dia esse recurso funcionariamuito melhor que nos dias anteriores.
Como Abrao podia saber disso? Foi umarevelao do criador da protrombina, res-
salta Michelson.
7/23/2019 REVISTA BERESHIT
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BERESHIT | 2015
A temtica f e cinciaj ganhou espao em
blogs
NA MDIA
Conhea duas pginas consideradas referncias na rea
Com o avano da internet e a facilidade
de comunicao que ela proporciona, os
blogs surgiram como uma das ferramen-
tas mais populares no meio digital para
compartilhar contedos especcos sobre
determinado tema.
De acordo com um dos maiores diret-
rios de blogs do mundo, o Technorati, en-
tre os milhes de blogs j criados, existem
cerca de 2,5 mil com contedos cientcos
em cincias da sade e aproximadamente
20 mil com perl pseudocientco, pois
no so mantidos necessariamente por
instituies acadmicas. Destes, de mil a
1,2 mil so escritos por estudantes de ps-
-graduao, ps-doutores, professores de
cincias ou universitrios e alguns por jor-
nalistas especialistas.
Geralmente, esses blogs oferecem
opinies sobre temas atuais nas mais
diferentes reas do conhecimento ou
procuram atrair a opinio de cientistas
em assuntos relacionados a literatura ou
poltica cientfica.
No Brasil, dois dos mais conhecidos blo-
gs que abordam a temtica f e cincia
so: Criacionismo e oDarwin e Deus.
CriacionismoMichelson Borges jornalista, formado
na Universidade Federal de Santa Cata-
rina (UFSC). Mestre em Teologia pelo
Centro Universitrio Adventista de So
Paulo (UNASP), foi professor de Hist-
ria em Florianpolis e editor do jornal da
Rdio Novo Tempo daquela cidade, lugar
em que ele tambm apresentava um pro-
grama de divulgao cientca. editor da
revista Vida e Sade, da Casa Publicadora
Brasileira, e autor dos livros A Histria
da Vida, Por Que Creio, Nos Bastidores
da Mdia (publicado em espanhol, com o
ttulo Detrs de los Medios), Esperana
Para Voc, da Srie Grandes Imprios e
Civilizaes, composta de seis volumes, e
do livroA Descoberta(em coautoria). Mi-
chelson membro da Sociedade Criacio-
nista Brasileira, participa de seminrios
criacionistas em diversos lugares.
Michelson conta que o blog Criacio-
nismo surgiu em 2005, quando os blogs
estavam comeando no Brasil. Resolvi
experimentar o recurso, pensando em
divulgar e arquivar minhas pesquisas e
minhas ideias relacionadas com cincia e
religio, arma.
Segundo ele, o blog chega a alcanar
nove mil acessos dirios, as pessoas que
acessam uma vez voltam mais vezes porterem encontrado o que buscavam. O p-
blico do blog composto por uma maioria
adventistas do Stimo Dia, mas tambm
atrai leitores de diversas religies, ateus,
agnsticos.
Como jornalista, Michelson sabe que
precisa se manter atualizado sobre os as-
suntos que aborda em seu blog, ele conta
que esse o seu maior desao. Manter-
-me bem informado, mesmo com o pouco
tenho de que disponho para esse trabalho
voluntrio. Alm disso, enfrento uma ver-
dadeira batalha contra o tempo na tenta-
tiva de responder aos muitos e-mails que
recebo diariamente, comenta.
Entre todos os assuntos que ele trata
no blog, seus preferidos so as evidn-
cias de Design Inteligente na natureza
e as maravilhas da criao que apontam
para o Criador.
Darwin e DeusReinaldo Jos Lopes jornalista de
cincia, formado na Universidade de
So Paulo (SP), catlico, nasceu em So
Carlos (SP), atualmente colabora com a
Folha de SP em sua cidade natal, aps
passar quase trs anos como editor de
Cincia+Sade na capital paulista.
Reinaldo mestre e doutor tambm pelaUSP em Estudos Lingusticos e Liter-
rios em Ingls, com trabalhos sobre a
obra de J. R. R. Tolkien. Reinaldo au-
tor dos livros Os 11 maiores mistrios do
Universo, Alm de Darwin e Deus como
Ele nasceu. O jornalista est preparando
um livro sobre a pr-histria do Brasil.
Segundo Reinaldo, o blog Darwin e Deus
surgiu quando ele deixou o cargo de edi-
tor de Cincia na Folha de SP e estava com
vontade de fazer algo mais pessoal, no era
fcil encontrar material em portugus so-
bre o dilogo entre cincia e religio, Rei-
naldo se props a fazer algo inovador. Co-
mecei a escrever de forma regular sobre
esses temas em 2007, quando eu trabalha-
va no G1 [portal de notcias] e z uma s-
rie de reportagens chamada Cincia da F,
cuja proposta era mais dizer o que a cin-
cia revelava sobre a histria das religies
e o fenmeno religioso de maneira geral.
Quando voltei pra Folha no tive muito es-
pao para continuar falando disso, at que
apareceu a oportunidade e a receptividade
em 2013, arma.
Analisando os comentrios escritos nas
matrias, Reinaldo acredita que tanto reli-
giosos quanto ateus acessam seu blog.
Sua histria com a f comeou quando
ele ainda era criana, Reinaldo se conside-ra um catlico fervoroso e acredita que
importante escrever sobre a f. Escrever
sobre isso importante porque, para o
bem e para o mal, a f religiosa uma for-
a transformadora no mundo e precisa ser
bem compreendida, comenta.
O seu interesse pela cincia da mesma
forma que com a f, vem desde pequeno.
Reinaldo conta que queria ser bilogo,
mas acabou optando pelo jornalismo,
acredita que a cincia tem um tremendo
impacto no mundo e na maneira como as
pessoas pensam.
No fcil escrever sobre um assunto
que gera tantos debates, existem desaos
a serem vencidos. Quase tudo desaa-
dor, mas talvez o mais difcil seja conven-
cer os leitores ou alguns deles que eu no
tenho uma agenda oculta, um plano para
converter as pessoas, quero apenas discu-
tir fatos e ideias da maneira mais honesta
possvel, ressalta.
Reinaldo acredita que a f a cincia
podem caminhar juntas, uma vez que a
cincia nos ajuda a pensar com clareza e
rigor sobre as leis da natureza, enquanto
a f crucial para nosso senso de certo e
errado e na nossa busca de significado.
Entre os temas das matrias que escre-
ve, os seus favoritos so evoluo huma-na e origens da Bblia.
Criacionismo
Darwin e Deus
Quem escreve: Michelson Borges jornalista emestre em Teologia
Quem escreve: Reinaldo Jos Lopes jornalista, mestre e doutor em estudos
lingusticos e literrios em ingls
O que aborda: criacionismo bblico, cincia,comportamento (ligados a princpios bblicos),temas que promovam debate e/ou dilogo sobref ou ausncia dela, entre outros.
O que aborda: estudos sobre evoluo, arqueologia, psicologia, histria, dilogoentre cientistas e lderes religiosos, entre outros.
Onde ler: http://www.criacionismo.com.br/
Onde ler: http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/
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MichelsonBorges/ArquivoPessoal
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BERESHIT | 2015
Dinossauros,lenda ou realidade?
HISTRIA DA TERRA
O que acaboucom esses
grandes,segundo acincia e areligio
Os dinossauros foram
criaturas enormes que
podiam chegar at20 metros de altura,
como o Argentinos-
sauro (Argentinosaurus
huinculensis) a maior es-pcie j encontrada, e que
segundo os cientistas viveram
na Terra h milhes de anos.A origem da palavra dinossau-
ro grega e signica lagarto ter-
rvel, foi em 1842 que o ingls Richard
Owen props o uso do termo Dinosauriapara classicar os grandes esqueletos de
rpteis extintos que haviam sido recm
descobertos no Reino Unido. O primeiroa ser catalogado foi o Megalossauro, em
grego: lagarto grande.Segundo o pesquisador Cahue Sbrana,
os dinossauros surgiram h cerca de 225milhes de anos, no perodo Trissico, vi-
veram durante o Jurssico e foram extin-
tos no m do ltimo perodo da Era Meso-zica, o Cretceo (h 65 milhes de anos).
O planeta Terra era mais quente e mido,os teores de oxignio na atmosfera eram
mais elevados, todos estes fatores favore-ciam o desenvolvimento dos rpteis, ar-
ma o pesquisador.O mestre em geotecnia e diretor da sub-
-sede brasileira do Geoscience Research
Institute, Nahor Neves de Souza Jnior,acrescenta que estudos mostram que a
poca em que os dinossauros viveram, foium perodo de grandes transformaes
no nosso planeta. O estudo das rochasfanerozicas em geral, e das mesozicas
em particular (contm fsseis de dinos-
sauros), nos permite reconhecer possveisfenmenos geolgicos globais cataclsmi-
cos e contnuos (impactos de meteoritos,
mortandade em massa, ao devastadora
de megatsunamis, erupes vulcnicas deamplitude global, etc.). Portanto, as ro-
chas que contm dinossauros, bem comoas demais rochas fanerozicas, apontam
para um planeta em convulso (destruiodos ecossistemas), arma.
No Brasil j foram registradas 21 esp-
cies de dinossauros, registros so encon-trados principalmente nos estados do Rio
Grande do Sul, So Paulo, Minas Gerais eCear. Provavelmente, o maior j iden-
ticado refere-se ao Titanossauro(grupodos saurpodes), que atingiram mais de
12 metros de comprimento, pesando em
torno de 9 toneladas, superior ao pesode um elefante africano adulto, comenta
Nahor Neves.Uma das teorias mais aceitas para
a extino dos dinossauros que ummeteoro tenha atingido a Terra e com isso
dizimado essas espcies. O impacto teriasido to intenso que exterminou as formas
de vida atingidas de maneira imediata,
em curto prazo matou os animais e asplantas em regies mais distantes e a
longo prazo afetou toda a Terra. Comoconsequncia, provocou fenmenos como
chuvas cidas, cobrindo a atmosfera compoeira, assim dicultando a entrada de luz
solar. A principal evidncia desse evento
um no extrato de argila rica em irdio(metal de transio, duro, frgil, pesado,
de cor branco prateado). O irdio no encontrado com facilidade na crosta da
Terra, contudo abundante em meteoros.No interior da Terra tambm existem
concentraes de irdio mais elevadas
do que na superfcie, porm em menoresteores que em meteoritos, arma o
pesquisador Cahue Sbrana.
Outra teoria que busca responder a essaquesto, abrange o dilvio bblico. No
campo da geologia, as evidncias parecem
apontar para uma histria fanerozicamarcada por eventos cataclsmicos, cont-
nuos e de abrangncia global A GrandeCatstrofe, que perfeitamente compa-
tvel com a narrativa bblica do Dilvio,ressalta Nahor Neves.
E a Bblia, o que diz sobre osdinossauros?
Agora considere Behemot, a quem eu
z junto com voc. Ele come grama comoum boi. Que fora tem em seus lombos!
Que poder, nos msculos de seu ventre!Ele pode fazer sua cauda ser dura como
um cedro, os msculos em suas coxas socomo cordas, seus ossos so como canos
de bronze e seus membros, como traves de
ferro. Ele classicado como primeiro en-
tre as obras de Deus. Somente seu criador
pode ser aproximar dele com sua espada.As montanhas produzem alimento para
ele, ali, onde todos os animais selvagens
brincam. J 40. 15 20 (verso: BbliaJudaica Completa)
Segundo o mestre em teologia, Michel-son Borges, neste trecho bblico a palavra
Behemotfoi traduzida como crocodilo ouhipoptamo, por mencionar um animal
muito grande, poderoso, cuja cauda se er-
7/23/2019 REVISTA BERESHIT
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BERESHIT | 2015gue como o cedro rvore que pode medir15 metros de circunferncia e ter quase 30
metros de altura, os poetas hebreus consi-
deravam o cedro-do-lbano como smbolode poder e majestade esse animal possui
msculos poderosos e se alimenta de ve-getais. Parece que essa descrio no se
encaixa para a traduo de hipoptamo oucrocodilo, alguns pesquisadores acreditam
que essa poderia ser uma descrio de um
Braquiossauro. A Bblia no mencionar
a palavra dinossauro no quer dizer que
eles no existiram, a palavra gato tambmno est na Bblia isso no quer dizer que
ela no reconhea que os gatos existam,arma.
A Bblia no poderia citar esses animaisusando a palavra dinossauros, j que ela
s foi criada em 1842, pelo ingls RichardOwen. A Bblia pode descrever animais que
podem ser ou no os dinossauros, mas sem
usar essa palavra relativamente to novaque Moiss no poderia ter utilizado em sua
poca para escrever o livro de J.Deus criou os dinossauros? Essa outra
pergunta que geraes buscam respostas.O dinossauro um animal incrvel, mas
suas caractersticas como predador ferozcom dentes gigantescos parecem no com-
binar muito com a viso de que se tem de
um Deus amoroso que, segundo a Bblia,teria criado todos os seres. Ser que Deus
tambm criou os tubares para serem o queso hoje? Ou Deus criou os tubares ori-
ginais que no eram mquinas de matar eeram paccos? Mas houve algo chamado
pecado que trouxe grandes problemas paraa criao, no apenas para o ser humano
e alguns animais, no todos, acabaram setransformando, adaptando-se as situaes
se tornando predadores carnvoros, co-
menta Michelson Borges.
Alm do meteoro...A teoria mais aceita para a extino que
um cometa teria atingindo nosso planeta,
levantando uma grande quantidade de po-
eira, impedindo a penetrao de luz solare assim criando uma era glacial. Em 1978,
uma equipe de engenheiros da companhiaestatal de petrleo do Mxico, iniciou uma
extensa pesquisa na costa norte da pro-vncia mexicana de Yucatn, a expedio
se deparou com algo que no imaginavamencontrar.
Esses pesquisadores encontraram uma
cratera com quase 180 km de dimetro, o
que mais tarde seria suposto que meteo-
ritos e asterides tenham a aberto na nossa
superfcie e assim levado os dinossauros e
tantas outras espcies extino. A dvida se essa hiptese poderia explicar a enormequantidade e variedade de fsseis encontra-
dos em todos os demais continentes, inclu-sive na Antrtida.
Segundo Michelson Borges, a explicaomais comum entre os evolucionistas seria
que tanto os dinossauros quanto os outrosanimais teriam morrido prximos a riachos
e que em algum momento tenham sofrido
uma enchente e transbordado. Com o passardo tempo, sedimentos cobertos dessas car-
caas teriam se fossilizado. Entretanto, isso encontrado em todos as partes do planeta,
em todos os continentes. Uma reportagemno jornal Folha de So Paulo (09/01/15)
mostra uma pesquisa que diz que os dinos-sauros tiveram morte em agonia, pois, ge-
ralmente, nos fsseis eles esto com as bo-
cas semiabertas, a cabea para trs e a caudaem curva. Por essas razes paleontlogos
acreditam que os dinossauros morreram nagua e as correntes deixaram os ossos nes-
sa posio. Tudo indica que eles morreraminstantaneamente, foram sepultados ali vi-
vos e no sua carcaa depois de terem sidomortos por fome, doena ou coisa parecida.
H fosseis que mostram alguns peixes no
momento que estavam devorando outros,haviam seres vivos dando luz no momento
em que foram sepultados. Tudo indica que acatstrofe foi repentina. Quanto sedimento
seria necessrio para sepultar animais des-sas dimenses?, ressalta Michelson Borges.
Uma outra pesquisa realizada por arque-logos chineses mostra que foram encontra-
das mais de 3 mil pegadas de dinossauros,
um detalhe: todas apontando para a mesmadireo. Os cientistas acreditam que as mar-
ARTIGO
Eu poderia qualicar de infantis, ououtro qualicativo pouco elegante, as pes-
soas que cam discutindo sobre o tema ohomem veio do macaco. Ao contrrio, de-
sejo transmitir a alegria que tenho, quan-
do armo que tanto o homem quanto omacaco, ambas as espcies foram criadas
(como alis todas as espcies animadasexistentes no universo), nasceram da de-
ciso do Criador, de criar tudo que existe.
Como voc deseja chamar o Criador douniverso? Tem gente que no gosta da pa-
lavra Deus, porque ele o princpio de
tudo, em tudo e em todos. Eu acho maisfcil cham-lo de .
Mistrio o homem sempre procu-
rou e ainda procura explicar o mistrio douniverso.
Quem tem f? Aceita o mistrio, o mi-lagre, por f. Trata-se de uma ddiva, um
dom outorgado pelo . Alguns cientistas
j aceitam esse milagre por f; enquantoalguns cientistas chamam o milagre de
acaso ou campo predisposto a explodir.
Pergunta: e o que explodiu, foi feito,criado por quem? Pelo professor acaso?
Existem cientistas como Richard Hawkins,que mostrou ter dio palavra de Deus.
Paralelas: duas linhas que caminhamlado a lado na mesma direo, mantendo
sempre a mesma distncia entre si. Visual-
mente, entretanto, acontece uma deforma-
o, e.... no innito elas acabam se encon-
trando, superpondo-se, sobrepondo-se,dando a impresso de uma s linha.
F e cincia so paralelas
Gostamos de comparar: falando em f,tomamos a Bblia Sagrada como base.
Falando em cincia, tomamos a direodada por Albert Einstein, considerado o
grande da cincia (aquele que foi infor-
mado sobre a big-bang - a grande explo-so ocorrida quando Deus decidiu criar
tudo que existe). Estamos escrevendo emlinguagem telegrca para que no se
transforme em livro, este pequeno artigo.
Estudar e crer no mistrio divino, pre-ciso. Prtons, nutrons, neutrinos, el-
trons, ftons, quarks, glons, so partcu-
las que compem os tomos.
A matria composta de tomos, mol-culas, clulas, que vo se agregando, for-
mando estruturas, organismos, seres vivosaos milhes, cada um com as suas prprias
caractersticas. Tais palavras pertencemao vocabulrio cientco, mas tambm
pertencem, ou esto na Bblia em forma de
parbolas.
A palavra vida pertence as duas cate-gorias: na cincia e na Bblia, em Gnesis
1:20, o ensinamento o mesmo: a vida co-meou na gua:
gua = 2 tomos de hidrognio, agrega-
do a 1 tomo de oxignio.gua = 80% do universo e tambm do
corpo humano.
No princpio o Esprito Santo (energia)movia-se sobre a face das guas (matria).
Com a velocidade (c) dos prtons, el-trons, ftons, neutrinos e demais compo-
nentes do tomo, houve luz.
Einstein recebeu sua famosa frmula
E=mc, onde:E= energia m= matria c= quadrado da
velocidade da luzA astrofsica explicando a criao do
universo.
Compare na Septuaginta, com os trs
primeiros versos de Gnesis no captulo 1,
e veja que 300 anos antes de Cristo, os trsprimeiros versos escreveram a frmula dobig-bang. Ainda nos 1 e 2 captulos de
Gnesis, temos o homem completo, des-cendendo do homindeo, do homem de
neanderthal, etc.
A cada tempo, o homem consegue des-
cobrir um pouco mais sobre a criao,o universo, mas na realidade, nada sabe,
porque o nito jamais conseguir explicaro innito.
O objetivo deste artigo, despertar noleitor a vontade de conhecer mais.
EINSTEINE = m.cPor Cypriano Marques Filhocas sejam de seis tipos diferentes de dinos-
sauros, isso h mais de 100 milhes de anos.
As pegadas foram encontradas na provncia
de Shandong, no leste do pas chins, va-riam de 10 cm a 80 cm e pertencem a vriasespcies como o tiranossauro, o hadrossau-
ro e o celurosauro. Segundo a agncia denotcias ocias da China, Xinhua, os arque-
logos acreditam que as pegadas apontam
uma migrao ou uma tentativa em pnicode escapar dos predadores. Que predador
seria esse capaz de colocar em fuga dinos-sauros como hadrossauro, tiranossauro,
animais carnvoros e herbvoros que noconviviam, todos fugindo juntos na mesma
direo, centenas deles, parece que isso nocorresponde aos fatos. Que predador seria
esse? Tinha que ser algo muito espantoso
muito grande, refora Michelson Borges.Michelson Borges cita um trecho do livro
Origens, do doutor Ariel Roth, um reno-mado cientista suo quase todas as trilhas
de pegadas, no Coconino, indicam que osanimais estavam caminhando morro aci-
ma, e essa mesma situao se percebe parao leste do Arenito De Chelly (...). Alm disso,
h forte evidncia de que os animais produ-ziram essas trilhas sob a gua, ao invs desobre as dunas do deserto, como sugere a
interpretao evolucionista. No seria pos-svel todas essas pegadas morro acima te-
rem sido deixadas por animais fugindo dasguas do dilvio?(Origens, p.215).
Analisando as possibilidades, esse ce-nrio pode parecer favorvel, so vrios
animais de espcies distintas fugindo na
mesma direo. As pegadas indicam queeles estavam subindo e foram impressas
na lama, isso sugere a catstrofe hdricaque varreu esses animais para longe e s
temos hoje as pegadas reveladas depois demuito tempo, completa Michelson.
7/23/2019 REVISTA BERESHIT
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SAIBA +
A linguagem de Deus - Um cientista apresenta evidnciasde que Ele existe (Francis S. Collins)
Neste livro, Francis Collins, ex-diretor do instituto Nacional de Pesquisa do Genoma
Humano (EUA), procura esclarecer o dilema existente entre a f em Deus e a f na ci-ncia. Collins apresenta evidncias, expe que a religio e os conhecimentos cientcos
no so incompatveis, mas sim complementares. Para o pesquisador nosso dever le-
var em considerao todo o poder das perspectivas cientca e espiritual para entender-mos tanto aquilo que enxergamos quanto aquilo que no enxergamos.
O teste da f os cientistas tambm creem (Rute Bancewicz)Dez cientistas reconhecidos internacionalmente como pesquisadores notveis contam suas
histrias de vida e como relacionam a sua f com a atividade cientca. Por que escolheram sercientistas? Por que abraaram o cristianismo? Alguns eram ateus; outros, agnsticos; e ain-
da outros foram apresentados ao cristianismo quando crianas. Todos, em algum momento,
mudaram de opinio ou rearmaram o que creem. Mas por que O Teste da F? O desaolevantado , muitas vezes, o de que Deus uma iluso e que a cincia removeu a necessidade da
f em qualquer coisa que seja. Como os cientistas cristos respondem a isso? Todos eles foramtreinados para pensar e testar ideias at o limite. Se tanto a sua f, quanto a sua cincia forem
buscas genunas pela verdade, precisamos ouvir o que eles tm a dizer.
Teoria do Design Inteligente: evidncias cientfcas no campodas Cincias Biolgicas e da Sade (Everton Fernando Alves)
Atualmente, tem havido um grande questionamento se a origem da vida mais bem explica-da pelo acaso ou design. A Teoria do Design Inteligente tem tido crescente ateno, tornando-se
um tema de debate e investigao principalmente no campo das Cincias Biolgicas e da Sade.Este livro te apresentar uma perspectiva cientca ainda pouco explorada. Aqui, voc encon-
trar evidncias da assinatura de um projeto intencional nas estruturas biolgicas complexas
presentes na natureza e nos seres vivos.
Bblia em linguagem cientfca (Cypriano Marques Filho)A Bblia pode ser lida nas mais diferentes verses e interpretaes, seja para homens
de negcios, empresrios, mulheres, adolescentes, crianas. E agora, chega algo para os
estudiosos e cientistas.
F e cincias so paralelas (Cypriano Marques Filho)Este livro veio para ncar bandeira no territrio onde alguns vem operando, tentan-
do colocar em oposio a f e a cincia. Este livro chega em tempo oportuno s mos deprofessores, alunos, cientistas, enm, de homens e mulheres que tem o dever de formar
a opinio de toda uma gerao. Cypriano traz um ponto de vista bblico e cientco.
Deus no est morto (flme dirigido por Harold Cronk)Quando o jovem Josh Wheaton (Shane Harper) entra na universidade, ele conhece
um arrogante professor de losoa (Kevin Sorbo) que no acredita em Deus. O aluno
rearma sua f, e desaado pelo professor a comprovar a existncia de Deus. Comeauma batalha entre os dois homens, que esto dispostos a tudo para justicar o seu ponto
de vista - at se afastar das pessoas mais importantes para eles.
7/23/2019 REVISTA BERESHIT
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