40
Empresas pedem mais tempo para publicar balanço Itália planeja economizar ¤ 20 bilhões Maior banco privado leva para o campo a disputa com a maior instituição financeira do país e que também é líder em cobertura de safras. P26 Medidas de estímulo ao consumo e ao crédito anunciadas recentemente pelo governo vão dar novo impulso à economia brasileira no fim do ano. P10 Itaú vai disputar seguro rural com BB Começa a corrida por uma apólice de US$ 95 bi PIB volta a crescer no 4º trimestre Danilo Verpa/Folhapress Companhias abertas querem que CVM recue na decisão de reduzir de 45 para 30 dias prazo para balanços trimestrais. P28 Seguradoras preparam o arsenal de propostas e argumentos para brigar pela cobertura dos ativos da Petrobras. A apólice, hoje nas mãos de Itaú, Allianz e Mapfre, vence em 2012 e será objetivo de licitação. P27 Em meio a mais uma reestruturação do grupo, empresário contrata o banco para passar adiante sua empresa de cosméticos. P19 DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA DIRETOR ADJUNTO (RJ) RAMIRO ALVES Uma das maiores redes de varejo de eletroeletrônicos do mercado brasileiro está à procura de oportunidades na única região do país onde não está presente; dinheiro para expansão virá do próprio caixa da companhia. P18 Pacote de socorro à economia, lançado pela Itália, deve subir impostos e a idade para aposentadoria P32 Máquina de Vendas tem R$ 200 mi para aquisições no Sul do país Silvio Santos chama Barclays para vender Jequiti PUBLISHER RICARDO GALUPPO DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA Emocionante até o último jogo — que deu o título ao Corinthians —, o Brasileirão mostra que tem potencial para movimentar grande volume de receitas, mas ainda perde feio para os torneios europeus. P4 Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, analisa o momento econômico, fala de alianças políticas e questiona a “falta de autonomia do BC”. P8 SEGUNDA-FEIRA, 5 DE DEZEMBRO, 2011 ANO 3 | N O 571 | R$ 2,00 www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br “Todo governo tem pacto com o diabo” Alan Moricir/Ag. O Dia ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO INDICADORES 2.11.2011 TAXAS DE CÂMBIO JUROS COMPRA VENDA META EFETIVA Dólar comercial (R$/US$) Euro (R$/) Selic (ao ano) 1,7860 2,4038 11,00% 10,90% 1,7880 2,4049 BOLSAS VAR. % ÍNDICES Bovespa — São Paulo Dow Jones — Nova York FTSE 100 — Londres -0,44 -0,01 1,15 57.885,85 12.019,42 5.552,29

revista Brasil econômico17

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: revista Brasil econômico17

Empresas pedemmais tempo parapublicar balanço

Itália planejaeconomizar¤ 20 bilhões

Maior banco privado leva para o campo a disputacom a maior instituição financeira do país e quetambém é líder em cobertura de safras. ➥ P26

Medidas de estímulo ao consumo e ao créditoanunciadas recentemente pelo governo vão dar novoimpulso à economia brasileira no fim do ano. ➥ P10

Itaú vai disputarseguro rural com BB

ComeçaacorridaporumaapólicedeUS$95bi

PIB volta a crescerno 4º trimestre

Danilo Verpa/Folhapress

Companhias abertasquerem que CVM recue nadecisão de reduzir de 45para 30 dias prazo parabalanços trimestrais. ➥ P28

Seguradoras preparam o arsenal depropostas e argumentos para brigar pelacobertura dos ativos da Petrobras. A apólice,hoje nas mãos de Itaú, Allianz e Mapfre, venceem 2012 e será objetivo de licitação. ➥ P27

Em meio a mais uma reestruturação do grupo, empresário contrata o banco para passar adiante sua empresa de cosméticos. ➥ P19

DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTADIRETOR ADJUNTO (RJ) RAMIRO ALVES

Uma das maiores redes de varejo de eletroeletrônicos do mercado brasileiro está à procura de oportunidadesna única região do país onde não está presente; dinheiro para expansão virá do próprio caixa da companhia. ➥ P18

Pacote de socorroà economia, lançadopela Itália, deve subirimpostos e a idade paraaposentadoria ➥ P32

Máquina deVendas temR$200mipara aquisições no Sul do país

SilvioSantoschamaBarclaysparavenderJequiti

PUBLISHER RICARDO GALUPPODIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA

Emocionante até o último jogo — que deu o título ao Corinthians —,o Brasileirão mostra que tem potencial para movimentar grande volumede receitas, mas ainda perde feio para os torneios europeus. ➥ P4

GustavoFranco,ex-presidentedoBancoCentral,analisaomomentoeconômico, faladealiançaspolíticasequestionaa“faltadeautonomiadoBC”. ➥ P8

SEGUNDA-FEIRA, 5 DE DEZEMBRO, 2011ANO 3 | NO 571 | R$ 2,00

www.brasileconomico.com.brmobile.brasileconomico.com.br

“Todo governo tempacto comodiabo”

Ala

nM

ori

cir/

Ag

.OD

ia

ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO

INDICADORES 2.11.2011TAXAS DE CÂMBIO

JUROS

COMPRA VENDA

META EFETIVA

Dólar comercial (R$/US$)

Euro (R$/€)

Selic (ao ano)

1,7860

2,4038

11,00% 10,90%

1,7880

2,4049

BOLSAS VAR. % ÍNDICES

Bovespa — São Paulo

Dow Jones — Nova York

FTSE 100 — Londres

-0,44

-0,01

1,15

57.885,85

12.019,42

5.552,29

Page 2: revista Brasil econômico17

ERRATA

A reportagem “Natura vai utilizar rede deconsultoras como fiscais de leitura” (publicadana página 15 da edição de 30/11/2011) contémdois dados equivocados. O primeiro, emrelação à força de vendas da Natura, retratao número de 1,1 mil profissionais (consultorasNatura). A Natura esclarece que possui hojeuma rede de 1,362 milhão de consultoras,sendo 1,131 milhão no Brasil e cerca de 230 milno exterior. Além disso, a empresa informaque o Projeto Trilhas beneficiará cerca de2 mil municípios em todo país, e não 975,como consta na reportagem.

ConstruídopelaVarigemseustemposdeglória,oTropicalHoteldeManaus,quejáfoiconsideradoomaisluxuosodoBrasil,seráleiloadoestasemanaparaquitardívidas.EstáavaliadoemR$187milhões. ➥ P22

E lá vamos nós novamente com mais medidas do governo pa-ra estimular a economia. O velho uso de IOF e IPI para estimu-lar o consumo não apenas cheira a falta de imaginação, masbeira o inócuo num momento em que a economia mundial pas-sa por grave risco por conta do euro. O problema aqui é quetudo o que o governo tem feito desde o começo do ano é foca-do no crescimento de curto prazo a qualquer custo. O gover-no do primeiro semestre praticamente se envergonhava dasmedidas de austeridade, como se estas não fossem algo natu-ral a se fazer. O governo do segundo semestre está ao natural,aproveitando uma crise internacional que se alastra. Issoabriu espaço para o início de políticas fiscal e monetária agres-sivas. Já estamos nesse ritmo sem ruptura na Europa e com ainflação no teto da meta. Como será se de fato tivermos umacrise mais grave? O que o governo poderá tirar da cartola paraestimular ainda mais a economia? Não muito mais, talvez que-da do compulsório, cortes adicionais, mas poucos da Selic, eum empuxo fiscal mais significativo.

O ponto disso tudo não são as medidas em si, mas a quase ver-gonha que o governo sente de entregar o primeiro ano do gover-no Dilma com crescimento de 3% e correndo o risco de o segun-do ano novamente entregar crescimento nessa faixa. Mas quan-do se disse que temos condições de crescer muito mais do queisso sem gerar inflação? Não fizemos mais reformas estruturaisrelevantes nos últimos anos e o mundo não mais colaborará. As-sim, como imaginar crescer de forma sustentada e elevada commeras políticas de curto prazo? Pois o ponto é que justamenteestamos reeditando a política do arroz com feijão do governoSarney. Àquela altura, não se sabia o que fazer com a hiperinfla-ção montada e só restava administrar o dia a dia. Agora, não sabe-mos o que fazer para crescer no longo prazo, então voltemos paraadministrar o curto prazo. Meros ajustes para estimular o cresci-mento de 2012 não são apenas irrelevantes, mas tiram o foco doque deveria ser incentivado. O Brasil sempre apresentou capaci-dade de renovação em momentos de crise. Não aproveitamos aúltima para fazer reformas estruturais. Parece que não vamos fa-zer isso novamente. Como se não houvesse mais o que fazer paradar sustentação à expansão de longo prazo. O teste maior do go-verno será em 2013 e 2014, quando estivermos com chances deretomada mais forte da economia. Nesse momento, a inflaçãovoltará mais virulenta do que voltou nos últimos dois anos.

Esse arroz com feijão tem sido o resumo da política econômi-ca brasileira nos últimos dois anos, período que tenho escritopara este jornal. Se escrevesse mais dois anos, acredito quenão apenas veríamos mais do mesmo, mas com uma leve ten-dência de piora. Mas, como tudo na vida tem seu ciclo, encer-ro aqui minha aventura de colunista no BRASIL ECONÔMICO, umpouco descontente com os descaminhos pelos quais o país temoptado, mas feliz pelo espaço a mim concedido. E que a medio-cridade reinante em Brasília tenha a vida curta que todos espe-ramos que tenha. ■

Ex-símbolode luxoamazônicovaiapregão

A ministra do Desenvolvimento Social,TerezaCampello,contestou dados sobre a pobreza de adolescentes divulgados peloFundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). ➥ P12

Indústria terá22centrosdeinovaçãoe tecnologianoBrasil

OpresidentedaConfederaçãoNacionaldaIndústria(CNI),RobsonBragadeAndrade, esperaqueosetorcresçacercade4%noanoquevem.Paraesteano,aexpectativaédeumataxamenorqueadocrescimentodoProdutoInternoBruto(PIB)nacional,emtornode2,4%.Paraaumentarovolumederecursosdisponíveisparainvestimentosindustriais,porém,éprecisoqueosetorsemodernize.“Ainovaçãoéfundamentalparadaràsempresasbrasileirascondiçõesdecompetição”,disseele.SegundoAndrade,serão criadospelaCNInopaís22institutosdeinovaçãoetecnologia.Cadaumatenderáaumramodiferente,permitindooacessodasempresasamodernoslaboratóriosdepesquisaedesenvolvimento.

Avanço Sérgio ValeEconomista-chefe da MB Associados

Robson Bragade AndradePresidente daConfederaçãoNacional daIndústria (CNI)

FernandoHaddadMinistro daEducação

Miguel Angelo/CNI

OPINIÃO

Governobrasileiro rebatedadosdoUnicef

CursosdebaixaqualidadesãopunidospeloMEC

OMinistériodaEducação,comandadoporFernandoHaddad, cortoumais1.287vagasem58cursosqueobtiveramresultadoinsatisfatórionaúltimaediçãodoExameNacionaldeDesempenhodeEstudantes(Enade).Amedidaatingegraduaçõesnasáreasdeeducaçãofísica,serviçosocialefonoaudiologia,quetiveramnota1ou2noConceitoPreliminardeCursode2010.Oindicador,quevariade1a5,medeaqualidadedeensinodeumcursoapartirdodesempenhodosestudantesnoEnadeeoutrosquesitos,comoatitulaçãodocorpodocenteeainfraestruturadainstituição.

CARTAS

ABr

Marcello Casal/ABr

Com relação à reportagem “Bradesco estámais próximo de adquirir Losango” (publicadana página 28 da edição de 29/11/2011), apósadquirirem a Losango, talvez tenham se esquecidode cuidar do principal fator para que umaempresa verdadeiramente funcione: AS PESSOAS!Sem elas, nada poderia dar certo. A prova dissoestá neste momento polêmico e demorado derepasse do que “sobrou” da maior e mais brilhanteempresa já existente no ramo financeiro que foia Losango. Hoje, segundo a imprensa, a Losangoestá reduzida a uma carteira de inadimplênciaelevada e crescente, ações trabalhistas deex-funcionários pedindo equiparação bancáriae com a área comercial sofrendo a pressãodo mercado lojista para reabertura do crédito,conforme vimos recentemente pelo depoimentodo dono de uma das maiores redes de varejodo Brasil. Torçamos para que os novos acionistasconsigam resgatar o que já foi orgulho nacionalpara todos nós, clientes, consumidores, lojistase ex-funcionários: a Losango! Boa sorte a todos!

Alberto MagnosBelo Horizonte (MG)

Patética esta acusação do ex-comunistaRoberto Freire no artigo “A bolinha que valeuum banco” (publicado na página 2 da ediçãode 2/12/2011). Estapafúrdia foi a versão de queo candidato Serra tenha sido atingido porum defeito de compressão de vídeo digital.

José Antonio Meira da RochaFrederico Westphalen (RS)

Com relação ao artigo “A reação à crise”(publicado na página 3 da edição de 1º/12/2011),a discutida crise mundial do momentodecorre de especulação e má gestão públicae econômico-financeira, e não de produção.Aí está a nossa vantagem, o diferencial tropical doBrasil. Terras, climas variados e uma populaçãojovem precisando, no entanto, de melhorias naeducação para garantir a nossa provisão internae o excedente para a exportação. Inovar é precisoe empreender é fundamental. Importa, também,desenvolver as modernas ferramentas parao desafio da globalização, os cinco caracteres dacompetitividade, os 5C: capacitação, cooperação,comunicação, compromisso, confiança. O Brasilprecisa ser o país do presente, aprimorando,cada vez mais, a estratégia desenvolvimentistacom a interiorização do progresso e a reduçãodos desníveis regionais. Vamos avançar.

Paulo Cesar BastosSalvador (BA)

Trabalho na área florestal há mais de 20 anoscomo operador de máquina florestal e nuncavi tanto investimento e interesse no ramo.Fico muito contente com o aumento de empresaspara fabricação de celulose.

Sergio Morais de SantanaSão Miguel Arcanjo (SP)

Política do arroz com feijão

NESTA EDIÇÃO

Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas,11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP).E-mail: [email protected] mensagens devem conter nome completo,endereço, telefone e assinatura. Em razão deespaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-seo direito de editar as cartas recebidas.Mais cartas em www.brasileconomico.com.br

O teste maior do governo será em 2013e 2014, quando estivermos com chancesde retomada mais forte da economia

Retrocesso

2 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 3: revista Brasil econômico17

Não é para menosque o número de frentes

mais que dobrou nesteprimeiro ano de legislaturaem relação a igual período,em 2007: até o momentoexistem 115 em funcionamentoante 49, segundo dados daSecretaria da Mesa.

Vai entrar um “jabuti”na Medida Provisória

549/11. Trata-se do perdãodas dívidas do ImpostoTerritorial Rural dascomunidades quilombolas.A Receita Federal nem sabequanto é, mas o Parlamentodiz que é impagável.

Quase um bureau decomunicação. Assim estãosendo vistas as Frentes

Parlamentares por técnicosda Câmara dos Deputados.A explicação: elas dão muitomais exposição na mídia do quea participação em comissões.

Wagner Bittencourt,da SAC, quer melhorar

a logística do transportede órgãos para transplante nopaís, que já têm prioridadede pouso, à frente, inclusive,do avião presidencial.Aguarda-se resolução da Anac.

A ação é coordenadacom o programa Ciências

Sem Fronteiras por meiodo qual o governo brasileiroquer aumentar o númerode estudantes brasileiros noexterior. Os EUA estão beminteressados.

● O Departamento de Estadoamericano e o CNPQ

inauguram na próxima semanaum espaço para pesquisacientífica. Os EUA vãodisponibilizar seus arquivos, livrose revistas na área de ciências.

E o cai-não-cai do ministro do Trabalho, Carlos Lupi(PDT),hein? Ao que tudo indica, esta semana serádecisiva: a presidente Dilma Rousseff vai mandá-loembora, o próprio vai entregar o chapéu ou seuspartidáriosvão forçar sua saída. Depois darecomendação da Comissão de Ética, tudo mudou.

● ●

Recentes relatórios demonstraram que os brasileiros sofrerão maisproblemas de saúde nos próximos anos, especialmente o câncer.De certo modo, pode-se afirmar que o que sofremos hoje se deve àdesatenção dada a vetores da doença tais como pesticidas nos ali-mentos e outras modalidades de contaminação. O diferencial éque hoje, ao contrário de algumas décadas, temos mais informa-ções sobre os efeitos da contaminação sobre a saúde humana, ain-da que continue difícil se assegurar políticas efetivas de prevençãouma vez que se opõem a interesses específicos das indústrias envol-vidas. Outra barreira para a implementação dessas políticas é o fa-to de que elas muitas vezes são de difícil mensuração e os resulta-dos se manifestam a médio e longo prazo. Do ponto de vista eleito-ral, estas circunstâncias dificultam o convencimento dos gover-nantes a investirem em prevenção: a inauguração de um hospitaltem mais impacto eleitoral do que as políticas garantidoras de boaalimentação, saneamento básico, água potável e ar limpo.

Diante desse contexto, é importante que o eleitor compreen-da que na escolha dos seus representantes e governantes este-jam contempladas ações de prevenção, até mesmo porque oscustos da inação são pagos pelos contribuintes.

Nos últimos dias, participei de uma discussão entre a socieda-de civil e órgãos governamentais paulistas sobre o Litoral Norte,em continuidade à ideia de se estabelecer um pacto pela sustenta-bilidade da região. Ficou evidente o custo da omissão em relaçãoà fiscalização de ocupações irregulares no litoral de São Paulo.Apenas um projeto de reassentamento nos bairros-cota de Cuba-tão significará ao contribuinte paulista investimentos da ordemde R$ 1 bilhão, sendo importante ressaltar nesse caso que esta ini-ciativa tem sido considerada dentro e fora do Brasil como o me-lhor projeto de habitação social sustentável do mundo.

Entretanto, tais investimentos são necessários pela ineficáciade políticas habitacionais e de fiscalização do Estado em reprimira ocupação irregular, que, aliás, é patrocinada, na maioria das ve-zes, por prefeitos, vereadores e deputados. No caso do Litoral Nor-te, o que vemos é uma tendência a piora dos padrões de balneabili-dade de suas praias em função desta ocupação irregular em quepese os esforços em investimentos em saneamento. Mas, o quemais me chamou atenção em relação aos índices de balneabilida-de: a Cetesb deixou de adotar coletas mais frequentes no períododa temporada, como estabelecido por Resolução da Secretaria Es-tadual do Meio Ambiente, voltando a promover apenas coletas se-manais. Explico: quando a Cetesb divulga o índice de balneabili-dade está se baseando em cinco coletas semanais, de modo queestá realizando um desserviço à população que muitas vezes acre-dita usufruir de uma praia de boa qualidade e vai voltar das fériascom hepatite, otite e outros problemas de saúde. Provavelmenteisto ocorre sob alegação de que as coletas exigem muitos servido-res que normalmente saem de férias no período de janeiro e feve-reiro. Na gestão Mário Covas (95-98), se estabeleceu que neste pe-ríodo amostras seriam coletadas no mínimo 3 vezes por semana,exatamente porque neste período temos uma população flutuan-te superior a residente, além de ser o período de chuvas. Com apalavra, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e a Cetesb. ■

Nãoéumabala,é tiroteiomesmo!

Apesar dasconfusões recentes no Senado para aaprovação da DRU, o Palácio do Planalto culpamesmo seu líder naCâmara, Cândido Vaccarezza(PT-SP), pela situação. No início do ano, o Executivoquis enviar a proposta, mas o deputado disseque era melhor deixar para o segundo semestre.

Afinaldecontas,aculpaédequemmesmo?

O sinal vermelho acendeu na cúpula econômica do Executivo: faltam três semanas — leia-se novedias úteis, no costume parlamentar — para o fim do período legislativo e nada de o Senado aprovara DRU, a parcela de recursos do orçamento federal que o governo pode aplicar como desejar.

Amanhã será dada mais uma cartada para tentar apaziguar até mesmo a base aliada, que, assim co-mo a oposição, vincula a votação desejada pelo governo à apreciação da regulamentação da Emenda29 e sua previsão de mais recursos para a saúde. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), deveapresentar a seus pares proposta alternativa aos 10% das receitas brutas da União que a oposição quer.O novo percentual deve ser fechado oficialmente hoje, mas não deve ficar muito perto do teto.

Com isso, o governo pretende mostrar boa vontade com a causa da saúde e obter dos senadores amesma atitude com relação à DRU. A estratégia foi definida na quinta-feira à noite durante reuniãoentre a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e o secretário-executivo do Ministério daFazenda, Nelson Barbosa. ■

SIMONE [email protected]

Valter Campanato/ABr

Cresce o número de empresas independentes baseadas emcompartilhamento de ideias — seja no ambiente virtual, seja no físico —que mostram eficiência para tirar sonhosdo papel. ➥ P16

Fabio FeldmannConsultor em sustentabilidade

Compartilharpararealizarsonhos

A rede de franquia de serviços e produtos de beleza tem planosde expandir seus negócios fora do Brasil. A companhia já atuanosEstados Unidos, na América Central e em Portugal. ➥ P24

A Cetesb deixou de adotar coletasmais frequentes na temporada

Embellezepreparaexpansãonoexterior

MOSAICO POLÍTICO

Colunista está em férias

AFP

Ph

oto

A balneabilidade das praias

➤Dilma RousseffPresidente, levandorecado de seuantecessorbrasileiro a HugoChávez,da Venezuela

Pedro Venceslau

CURTAS

PRONTO, FALEI

Sinal de alerta soa na cúpula do governo

“Lulaachaacarecadelemaisbonita”

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 3

Page 4: revista Brasil econômico17

Após liderar 25 das 38 rodadasdo Brasileirão de 2011, o Corin-thians confirmou o favoritismopara a última rodada da compe-tição, empatou em zero a zerocom o Palmeiras e sagrou-secampeão do torneio. O campeo-nato é hoje o 6º mais valoriza-do em todo o mundo, valendoUS$ 1,3 bilhão (o equivalente aR$ 2,32 bilhões), segundo da-dos da Pluri Consultoria.

Mas apesar de aparecer en-tre as maiores potências da bo-la, o campeonato nacional ain-da está longe de oferecer, foradas quatro linhas, a mesmaqualidade que jogadores têmapresentado dentro de campo.

“A valorização do Campeo-nato Brasileiro deve-se aobom momento pelo qual passao país. Mas a questão que fica écomo esse período positivo se-rá aproveitado para termosum resultado concreto para oesporte”, avalia o economistaFernando Pinto Ferreira, sócio

da Pluri Consultoria, espe-cializada em pesquisa de mer-cado, gestão e marketing do es-porte.

O resultado dessa disparida-de é o público médio na casados 15 mil torcedores por parti-da, índice muito baixo para opaís que tem cinco títulos deCopa do Mundo. Como compa-ração, o Barcelona somou na úl-tima temporada 1,6 milhão detorcedores em seus jogos, maisque o triplo do Corinthians naedição deste ano do Brasilei-rão, que foi o time que mais le-vou torcedores ao estádio notorneio com 556 mil.

“Se não conseguimos atrairpúblico, é porque não temos fei-to um marketing efetivo sobreo torneio. Nos próximos anos, oprincipal desafio será aumentaressa média acima dos 20 mil tor-cedores por jogo”, avalia AmirSomoggi, diretor da área Espor-te Total da consultoria BDORCS, ao citar a melhora na ven-da antecipada dos ingressos co-mo uma das soluções.

No total, o Campeonato Bra-

sileiro deste ano atraiu cercade 5,7 milhões de torcedorespara os estádios, número quesupera a edição do ano passadomas que fica abaixo do campeo-nato de 2009, quando o públi-co total do torneio foi de 6,8milhões. O principal motivopara essa queda é o fechamen-

to dos maiores estádios do paíscomo Maracanã, Mineirão eCastelão por conta das obraspara a Copa do Mundo de 2014.

Receita em altaEnquanto a média de públiconos estádios está longe daideal, a arrecadação do Brasilei-rão 2011 deve atingir 8% de au-mento sobre o ano passado pas-sando da casa dos R$ 120 mi-lhões. O resultado deve-se àmelhora da economia nacio-nal, que tem possibilitado avenda de ingressos mais carosa cada ano apesar das precáriascondições internas das arenas.

De acordo com levantamen-to da BDO RCS, o preço médiodos ingressos no torneio nacio-nal passou de R$ 9,23 na edi-ção de 2005 para R$ 20,65 esteano, uma alta de 123,7% emapenas seis anos.

Hegemonia paulistaEntre os clubes que mais arre-cadaram com o torneio, o Co-rinthians liderou com folga aochegar próximo dos R$ 20 mi-

lhões, cerca de R$ 8 milhões amais que o segundo colocado,o São Paulo, que atingiu R$ 11,2milhões. A explicação é que otime do Parque São Jorge tevenão só o maior público comotambém o preço médio do in-gresso mais alto do torneio,atingindo R$ 34 por jogo.

Nesse quesito, o Palmeiras fi-cou na terceira posição com o in-gresso valendo R$ 26 em média.O fato fez o time aparecer nasexta posição entre os clubesque mais faturaram mesmo ocu-pando a 12ª posição em público.

Apesar da maior arrecada-ção com ingressos, o diretor daBDO RCS aponta outras áreas aserem exploradas pelo clubes.“A receita não vem apenascom bilheteria. Temos que me-lhorar também a arrecadaçãona parte interna dos estádios”,aponta Somoggi. Ele argumen-ta que os camarotes das arenasmodernas correspondem a45% da receita de um jogo ape-sar de seu público representarapenas 15% do total de torcedo-res no estádio. ■

Fábio [email protected]

Editora: Eliane Sobral [email protected]

Corinthians é campeão do 6ºtorneiomais valioso domundo

DESTAQUE Futebol

Nelson Almeida/AFP

DivulgaçãoHOMENAGEM

Mesmo na lista dos maiores campeonatos do globo, Brasileirão ainda sofre com público e renda nos jogos

Valor médio dosingressos em jogosda competiçãosubiu 123,7% nosúltimos seis anos,passando de R$ 9,23em 2005 paraR$ 20,65 este ano

Futebol sedespede de Sócrates

Personalidades do futebol, políticose admiradores se despediramontem do ex-jogador Sócrates,falecido na madrugada dedomingo. O Corinthians, clube queele defendeu, lamentou a morte doex-jogador. “Hoje (ontem), queseria um dia apenas de alegria peladecisão do Brasileirão, começoutriste para o futebol brasileiro”.Sócrates foi um dos maiores ídolosda história do clube, disputou 297jogos, marcou 172 gols e venceutrês campeonatos paulistas.“O Corinthians e sua torcida sedespedem com tristeza do Magrão(apelido), mas também ficamosagradecidos pela honra de tervisto um dos maiores jogadoresda história do futebol vestindoa camisa alvinegra.”

JogadoresdoCorinthianscomemoramaconqusitadoquintotítulonacionaldaequipe

4 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 5: revista Brasil econômico17

O ano de 2012 prometepara o futebol no país com

os times brasileiros aumentandosuas receitas e expectativa poruma temporada recheada decraques espalhados pelo Brasil.

Com clássicos nas últimasrodadas, disputa por pontos

corridos se consolida no país emelhora o retorno para asmarcas que têm o futebol comoferramenta de comunicação.

Brasil entra para a elitefinanceira do futebol tendo

representantes nos rankings detorneio e o jogador mais valiososdo mundo, segundo relatóriorealizado pela Pluri Consultoria.

● ●●➤ ➤➤LEIA MAIS

CoCoCoCoooC mpmpmpmpmpmmpmppmppararararaaaaarrreee eeeee osososososososs n nn nnnnnnúmúmúmúúmúmúmúmúúúmererererereeerrososososososs d d ddddddeeeee eeee rrerererererereee dndndndndndnddndnda aaaaa e eeeeee púpúpúpúpúpúpúúpúúblblblblblblblicicicciciccicoo o ooooo eenenenenenentrttrttrrtrtt eee eeeee totottototooooddaddadadadadadass s sss ss asasasasasasasa eeeee eeeedididididididddd çõçõçõçõçõõçõõõç esesseseseseseses p p p ppppppororororororr p p pppp ppononononnonnono totototototott s s sss ss cococococoorrrrrrrrrrrrr diddidididididdososososososso eeeeee vvvvvv vvejejeejejejejejejja aa aa aaaaaaCoCoCCoCoooC mpmpmpmpmpmppm ararararaaaaarrreeeeeee osososososososs nnnnnúmúmúmúmúmúmúmú ererererereeeerrosososososossso ddddddddeeeee eeee rrererererererere dndndndndndndnndnda aaaaa e eeeee púpúpúpúpúúúúp bbbbbbb iiciciciciccicoo o oooooo eenenenenennntrtrtrrttrtrtrtt eee eeee e totottototoooot ddadaddadadadassssss asasasasasasasaas eee eeeedidididididddd õçõçõçõçõõçõesesseseseseseses pppppppororororororr p pppp ononononnonnoo tototototototott s s sssss cocococoorrrrrrrrrrrrriididididididididdososososososo eeeeee vvvvvvv jejeejejejejejejja aaaa aaaaa ososososososo c cccccc ccclululululululuuuuubebbebebebbebbbb s s sss e eeeee esesesesesesese tttátátáttátáádiididididididdd osososoososososos qq qqqq qqqueueueeueueueeueueue rrrrrrrecececececececebebebebebebebbebebererererererreeramamammamaamamamm o oooo mm mmmmmmm iaiaiaiaiaiaiaiororororororr n n nnnnn úmmúmúmúmúmúmúmúmúú ererererreeeroooo oooo dededededededeed ttttttorororororrorcecececceeeeeccedodododododododdd rererererereerreres ss sss s nnnenenenenenestststststststeeee eeee aanananaanananna oo ooooososososososs cccccllllululuuuuuubbbbebebebebbb ssssss eeeee esesesesesstátátáttátáááá iididididddd osossosossosossos q qqqqq eeeueueueeueueuu rrrrececececeec bbbebebebebebbererererramammamaamam oooo mmmmmmmmaaaaa ororrorroroo nnnnnnnúúmúmúmúmúmúmúmúm rererereree oooooo ddedededededededede ttttttorororrorcecceceeeedddodododododd rreererereesssssss nnnneneee tstststststeeeeee aaanananananoooooooCompare os números de renda e público entre todas as edições por pontos corridos e veja os clubes e estádios que receberam o maior número de torcedores neste ano

TOTAL DE TORCEDORES

5 ESTÁDIOS COM A MAIOR ARRECADAÇÃO

BRASILEIRÃO EM NÚMEROS

0

30

60

90

120

150

52,5

2004

2004

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011*

2011*

MÉDIA DE PÚBLICO, EM MIL PESSOAS

VascoFlamengoBahiaSão PauloCorinthians

8,0

14,8

55,4 52,5

80,0

101,2

125,7

112,8 113,1

5 TIMES COM A MAIOR ARRECADAÇÃO, EM R$ MILHÕES

17,9

11,29,1 8,6 6,6

R$ 206,5 milvenda média de ingressos por jogo R$ 206,5 mil

5,4 milhõesde público total

63,9 miltorcedores foi o maior público

do campeonato no jogo São Paulo 1 X 2 Flamengo

63,9 mil 732pessoas assistiram

América MG 1 X 3 Coritiba,pior público do torneio

732

INTERNACIONAL

313,8 mil

SÃO PAULO

403,3 mil BAHIA

399,9 mil

FLAMENGO

389,2 mil

*faltando uma rodada para o final do campeonato

PACAEMBU

R$ 20,7 milhões

ENGENHÃO

R$ 19,7 milhõesMorumbi

R$ 10,7 milhões

Pituaçu

R$ 9,1 milhões

OLÍMPICO

R$ 5,

9 milhõe

s

Fonte: Brasil Econômico ( com base com base nos dados da CBF)

ARRECADAÇÃO TOTAL, EM R$ MILHÕES

CORINTHIANS

520,5 mil

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 5

Page 6: revista Brasil econômico17

193,4 193,4

126,1 126,1 110,4 110,4

96,4 96,4 89,7 89,7

68,4 68,4

34,2 34,2 31,4

27,3 19,2 SANTOS

SANTOS SANTOS

NEYMAR JR.

PH GANSO

SÃO PAULO

INTERNACIONAL

CORINTHIANS

VASCO

CHUTANDO ALTO

Fontes: Pluri Consultoria e Brasileconômico

136,7

123,1

88,9

75,2

75,2

61,5

61,5

57,4

57,4

SANTOS LIDERA RANKINGS DE TIME...

A ascensão da economia brasi-leira frente à europeia tem se re-fletido também nos negóciosda bola levando o “país do fute-bol” a ter representantes emrankings de jogadores e tor-neios mais valiosos de todo omundo. E a tendência é que oBrasil aumente ainda mais apresença nessa elite financeirapor conta dos primeiros passosem direção à profissionalizaçãodo futebol no país e pela melho-ra da estrutura do esporte nospróximos anos por sediar a Co-pa do Mundo de 2014.

Em levantamento realizadopela Pluri Consultoria, espe-cializada em pesquisa de mer-cado, gestão e marketing doesporte, o Campeonato Brasi-leiro aparece na sexta posiçãoentre os torneios mais valori-zados atualmente, cerca deUS$ 1,3 bilhão (o equivalentea R$ 2,3 bilhões). Nessa mes-ma colocação, o atacante Ney-mar aparece no ranking queaponta os jogadores mais valio-sos do globo atualmente, sen-do estipulado em €50 milhões(cerca de R$ 122 milhões).

“Os quatro maiores centrosdo futebol europeu dominamentre 70% e 80% do merca-do de elite”, afirma o eco-nomista Fernando PintoFerreira, responsável pelorelatório realizado pela Plu-ri Consultoria, citando apredominância de Inglater-ra, Espanha, Itália e Alema-nha no esporte. “Mas o Bra-sil já figura entre os paí-ses intermediários ao la-do de Portugal, Rússia eFrança, é o que apresentaas melhores condições pa-ra avançar no mercado dabola”, comenta.

Liderança distanteEntre os campeonatos, aPremier League, da Ingla-terra, aparece como o maisvalioso de todo o mundo,cerca de US$ 4,6 bilhões, quasequatro vezes mais que o Brasilei-rão. Além disso, a segunda divi-são inglesa é a décima do ran-king com valor estipulado emUS$ 800 milhões.

“No Brasil, não colocamos40 mil torcedores em todas aspartidas pois não é apenas o jo-go em si que atrai a pessoa parao estádio. Na Europa, o futebolé visto como entretenimento”,avalia Amir Somoggi, diretor

da área Esporte Total da consul-toria BDO RCS.

Já o atacante Neymar come-çou a figurar entre as princi-pais estrelas da bola no mêspassado, quando apareceu nalista da Fifa para concorrer amelhor jogador de futebol esteano. Apesar de craques comoRomário, Ronaldo e Ronaldi-nho Gaúcho já terem lideradotanto a eleição da Fifa quanto otítulo de jogador mais valiosodo planeta, o inédito é que Ney-mar aparece em ambos osrankings atuando por um clu-be brasileiro.

Esse fato também demonstraa maior força financeira dos clu-bes do país, que passam a brigarde igual para igual com as maio-res potências europeias peloscraques da bola. “Além da me-lhora da economia brasileira, aexplicação para a permanênciado Neymar é que ele é específi-co e dificilmente teremos outroigual no mercado”, diz Ferreira.

Entre os clubesAlém de ter o jogador mais valio-so do país atualmente, o Santosé o time brasileiro melhor colo-cado entre entre os clubes maisvaliosos do mundo, aparecendona 27ª posição. A equipe da VilaBelmiro está cotada em €141 mi-lhões (equivalente a R$ 345 mi-lhões). Entre os 100 primeirosdo ranking aparecem oito clu-bes brasileiros: São Paulo (56º),Internacional (64º), Corin-thians (78º), Vasco da Gama(86º), Flamengo (92º), Flumi-nense (98º) e Grêmio (100º),além do próprio Santos.

“O cenário futuro aponta paraos brasileiros entre as potênciasdo esporte”, diz o diretor da Plu-ri Consultoria. Apesar da tendên-cia, o país ainda está longe de al-cançar a ponta da tabela. O Bar-celona, líder do ranking, estáavaliado em US$ 1,5 bilhão,o mesmo que a soma dosoito melhores times bra-sileiros. ■

Fábio [email protected]

Futebol brasileiro entrana elite financeira da bola

Neymar está avaliadoem R$ 122 milhõese é o primeirojogador brasileiroa aparecer entreos mais valiososdo mundo mesmoatuando no país

País já tem representantes entre os primeiros colocados nos rankingsde jogadores e torneios mais valorizados do esporte em todo o mundo

DESTAQUE Futebol

Llu

isG

ene/

AFP

6 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 7: revista Brasil econômico17

Maior ídolo do futebol brasileiro no momento, Neymar é o único brasileiro a aparecer na lista, em US$ milhões

193,4

126,1 110,4

96,4 89,7

68,4

34,2 31,4 31,4

27,3 27,3 19,2 19,2

LEANDRO DAMIÃO

LUCAS

OSCAR

SÃO PAULO INTERNACIONALINTERNACIONAL

1º LIONEL MESSI(Barcelona)

2º Cristiano Ronaldo(Real Madrid)

3º Andrés Iniesta(Barcelona)

4º Cesc Fàbregas(Barcelona)

136,7 136,7

123,1 123,1

88,9 88,9

75,2 75,2

75,2 75,2

68,4

61,5 61,5

61,5 61,5

57,4 57,4

57,4 57,4

5º Wayne Rooney(Manchester United)

6º Neymar Jr.(Santos)

7º David Villa(Barcelona)

8º Xavi(Barcelona)

9º Fernando Torres(Chelsea)

(Anzhi Makhachkala)

10º Samuel Eto’o

OS 10 JOGADORES MAIS VALIOSOS DO MUNDO

...E DE JOGADORES MAIS VALIOSOS DO PAÍS, EM US$ MILHÕES

Além do time campeão, do me-lhor jogador do torneio ou dogol mais bonito da competição,o Campeonato Brasileiro desteano teve entre os destaques aconsolidação da disputa porpontos corridos com a tabela dejogos sendo encerrada com clás-sicos regionais. A mudança deucerto e foi coroada por maisuma edição de muita emoçãocom o torneio sendo encerradopelo quarto ano consecutivo naúltima rodada, feito não alcan-çado por nenhuma competiçãoeuropeia nos últimos anos.

Ao evitar as polêmicas dasedições de 2009 e 2010, quandohouve suspeitas de clubes te-rem feito “corpo mole” paraprejudicar seus rivais estaduaisnas últimas rodadas, o Campeo-nato Brasileiro ganha força tam-bém junto aos patrocinadorespelo maior retorno dos investi-mentos realizado no torneio enos clubes.

“Se é um formato que estábom para os times e para os tor-cedores, só pode estar bom paraas marcas também”, afirmaMárcio Santoro, presidente daAfrica, agência de publicidadedetentora da conta da cervejaBrahma, marca que tem o fute-

bol em sua estratégia de comuni-cação. “Essa fórmula é vencedo-ra pois todo mundo ganha comela”, completa.

Retorno garantidoNa área de negócios, um dos

fatores que coloca a disputa porpontos corridos à frente do siste-ma mata-mata (quando há umafinal para decidir o torneio) é acerteza de que a marca estampa-da nas camisas ou placas publici-tárias serão exibidas em todasas 38 rodadas do campeonato.

Na disputa antiga, um timeque ficasse de fora da fase finaldisputava menos jogos que osmelhores colocados, fato queprejudicava seus patrocinado-res. “Com os pontos corridos oretorno é garantido”, aponta opresidente da Africa.

Para o consultor Amir Somog-gi, da BDO RCS, a edição do Bra-sileirão 2011 foi a melhor desdeque o novo sistema foi adotado,em 2003. Desde então, apenasem três edições o torneio nãofoi decidido na última rodada.

“A disputa por pontos corri-dos permite que vários torneiosocorram simultaneamente”,diz ele, citando a melhora comos clássicos regionais nas últi-mas rodadas. “Depois das polê-micas dos últimos anos, essa edi-ção coroou essa fórmula”. ■

Com dinheiro em caixa ecraques em campo, 2012 promete

Divulgação

Divulgação

Disputa ganha forçacom clássicos no final

Infografia: Alex Silva

Amir SomoggiDiretor da áreaEsporte Total daBDO RCS

Eliane [email protected]

Márcio Santoropresidente daagência Africa

O “Joia” fica no Santos. O Fa-buloso estará em plena for-

ma e o Imperador, final-mente, recuperado (ecom vários quilos a me-nos, por favor). LeandroDamião, que já aconteceuem 2011 vai explodir noano que vem. O Grêmio jáse garantiu com o Gladia-dor e diz que vai atrás domanager Luxemburgo. Háainda a expectativa de “re-patriação” de Carlito Tevez

e, quem sabe, de Nilmar. Se Ro-naldinho Gaúcho passar maisuma temporada no Brasil, 2012talvez seja o ano com o maior nú-mero de estrelas em campo. Es-petáculo garantido ou o seu di-nheiro de volta.

Fora das quatro linhas, 2012será também, o ano em que osclubes estarão com os cofrescheios como nunca antes na his-

tória do Brasileirão.A briga pelos direitos de trans-

mitir o melhor campeonato de fu-tebol do mundo encheu o caixade Corinthians e Flamengo, comestimados R$ 100 milhões e, emmenor proporção, o de São Pau-lo, Santos, Vasco e Fluminense,que levarão para casa, cada um,algo entre R$ 60 milhões e R$ 80milhões, no triênio 2012/2014. APortuguesa, campeão da Série B,está em negociações, e Manoelda Lupa já avisou que não exibeseu elenco na telinha por menos

de R$ 35 milhões.Mas o dinheiro que vem da

TV é apenas uma parte do queos clubes arrecadam ao longodo ano. À exceção do Flamengo,que não conseguiu capitalizar avolta de Gaúcho como se espera-va, os clubes aprenderam a utili-zar técnicas de marketing. Aospoucos, vão percebendo, e ex-plorando o fato, de não haver ati-vo mais atraente e valioso nomundo dos esportes que o escu-do do time do coração. Corin-thians faz escola nesse quesito eo Santos tem se mostrado o alu-no mais aplicado da turma.

Além de bissexto, 2012 é umano esportivo, por conta dos Jo-gos Olímpicos de Londres. E,em anos que têm esse carimbo,o dinheiro de patrocínio jorracom mais facilidade. Se as pers-pectivas são pessimistas no pla-no da economia global, pelo me-nos no futebol, 2012 promete.Agora é esperar, e torcer, pelopróximo campeão. ■

“Se é um formato que estábom para os times e para ostorcedores, só pode estar bompara as marcas também. Essafórmula é vencedora pois todomundo ganha com ela”

“A disputa por pontos corridospermite que vários torneiosocorram simultaneamente.Depois das polêmicas deoutros anos, essa ediçãocoroou essa fórmula”

O departamentode marketing doCorinthians estáfazendo escola, e oSantos se mostra oaluno mais aplicado

Marcas têm maior retorno com competição por pontos corridos

Fábio [email protected]

PONTO DE VISTA

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 7

Page 8: revista Brasil econômico17

EMBATES,DEBATESEACORDOS

Antonio Carlos Magalhães (morto em 2007) foi um dos principais caboseleitorais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso até que, ao serobrigado a renunciar ao mandato de senador, em 2001, ACM rebateu afalta de apoio acusando FHC de ser conivente com a corrupção.

Em 2009, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso emAlagoas, agradeceu e elogiou o então senador Fernando Collor, seualiado no Congresso e membro da base governista. Vinte anos antes, osdois se enfrentaram numa disputa presidencial marcada por baixarias.

Acordos políticos com ex-inimi-gos em prol da governabilida-de, arrochos fiscais que causamdesemprego para se chegar aocontrole da inflação ou a des-truição de florestas em busca dodesenvolvimento econômico.Todas são escolhas semelhantesàs de Fausto, o homem da lendaalemã que fez um pacto com odemônio para obter poder eque, no fim, ganhou os céus co-mo recompensa por seus feitos.“Todo governo está permanen-temente negociando, fazendoescolhas”, diz o economista eex-presidente do Banco CentralGustavo Franco ao traçar parale-los entre a lenda e o desenvolvi-mento econômico, em especialo brasileiro. “A ideia do pactode Fausto é uma junta perma-nente para qualquer governo,que está sempre às voltas cominstrumentos para se chegar aoprogresso”, disse ao Brasil Eco-nômico ao comentar sua partici-pação — ele escreve o prefácio eposfácio — no livro de HansChristoph Biswanger, Dinheiroe Magia - Uma crítica da econo-mia moderna à luz de Fausto deGoethe, já nas livrarias e que se-rá tema de aula-debate de Fran-co na Casa do Saber, hoje à noi-te em São Paulo.

E o diabo com isso?No livro, que analisa a econo-mia da segunda parte do clássi-co da literatura escrito por Goe-the, Fausto é visto como um em-preendedor e realizador e Mefis-to, ou o demônio, apenas comodetentor de uma tecnologia —foi ele, na história, quem criouo papel-moeda e junto com elea inflação. “A noção relativa en-tre o bem e o mal reflete um uni-verso de valores adaptados àmoderna economia na qualFausto se destaca como em-preendedor — e é isso que o levaaos céus”, escreve Binswanger.Para Gustavo Franco a mensa-

gem da tragédia não é louvar ocomportamento do Fausto, massim mostrar que o homem querealiza acaba sendo compensa-do pela comunidade onde vivea despeito do preço ou das bar-baridades cometidas por ele emprol de suas realizações. E isso,vale para os governos.

“A tragédia do desenvolvi-mento brasileiro não tem a vercom os quadrantes ideológicosda corrupção e do mal”, escre-ve Franco, lembrando que o su-cesso econômico absolveu colo-nizadores, escravocratas e —mais recentemente — os respon-sáveis pela desigualdade e pelahiperinflação. “É um belo retra-to: os governantes, tentandobuscar um nível mais alto deprogresso têm sempre que nego-ciar com as forças do mal. De al-guma maneira isso representa ocusto do progresso, pessoal ousocial”, diz, enfatizando que tra-ta-se de um pacto com demô-nio — que neste caso para longeda conotação religiosa. Afinal,Goethe — quem originou todaessa discussão — era ateu. ■

FHC e ACM: de aliado a inimigo no CongressoLula X Collor: da baixaria na TV ao palanque

Elaine [email protected]

Lula Marques/Folhapress

“Todo governotem umpactocom o diabo”

Fotos: divulgação

Trocas de favores e decisões com custo elevado em prol do bemmaior são dilemas da economia moderna, diz Gustavo Franco

“A gente tolera até acorrupção. O políticoque rouba mas faz éexaltado. A genteaceita porque ele écarismático e aeconomia vai bem.Não nos importamoscom os meios desdeque os fins sejamatingidos

Gustavo FrancoEconomista

BRASIL

Editora: Elaine Cotta [email protected]: Ivone Portes [email protected]

8 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 9: revista Brasil econômico17

Luís Carlos Prestes, em gesto surpreendente, apoiou a candidatura deGetúlio Vargas à presidência, em 1950: “não posso colocar dramas pessoaisacima dos interesses do partido.” Anos antes, Getulio enviara a esposa dePrestes, Olga Benário, grávida, a uma câmara de gás nazista.

Gustavo Franco foi um dosidealizadores do Plano Real, éprofessor de Economia e sóciofundador da Rio Bravo Investi-mentos. Mas nesta entrevista,ele fala como ex-presidentedo Banco Central, que vê a in-flação como tributo disfarça-do que incide especialmentena renda dos mais pobres, cau-sando desigualdades e que,justamente por isso, tem deser combatida. Ao citar Faus-to (leia ao lado), ele lembraque no Brasil a inflação é histo-ricamente tolerada em prol deum bem considerado maior: odesenvolvimento. “E isso nãoé bom”, diz, ao analisar açõesrecentes do Banco Central.

O Sr. concorda com os cortesde juros apesar de a inflaçãoainda estar fora da meta?É inegável que nos últimos anoso regime de metas foi enfraque-cido, ainda que o jeitão da eco-nomia internacional e o desa-quecimento economia brasilei-ra podem ter dado lógica ao pro-cesso de redução dos juros. Asensação que ficou foi de que

houve influência política clarana decisão e que isso enfraque-ceu o regime de metas e a auto-nomia do Banco Central.

Isso não justificaria a queda?O que a gente vê agora é umacombinação de política monetá-ria numa versão expansionistae um controle fiscal que é quasemais expansionista que contra-cionista, adotado junto com me-didas pontuais de estimulaçãoda economia e do consumo co-mo as da semana passada. E Issotudo nos faz crer que estamosprovocando inflação.

Há quem defenda inflaçãoem troca de crescimentomaior...A inflação é uma tributação dis-farçada que incide especial-mente nos mais pobres produ-zindo desigualdade e que a gen-te tolera em nome de um bemmaior que é o desenvolvimen-to. A gente tolera até a corrup-ção, o político que rouba masfaz. Ele é simpático, carismáti-co e a economia vai bem, entãopouco importa se ele é ladrão.Nós, como sociedade, não esta-mos nos importando com osmeios, desde que os fins sejamatingidos. E isso não é uma ex-clusividade brasileira.

Os fins justificam os meios?O mundo moderno tem essa ca-racterística. O que homem querealiza acaba sendo recompen-sado. A sociedade perdoa. É co-mo Fausto que foi para o céuapesar de ter feito um pactocom o demônio.

Isso vale para os governos?Sim. A ideia do pacto (com o de-mônio) de Fausto é permanentepara qualquer governo, que es-tá sempre às voltas com medi-das que precisam ser adotadaspara se chegar ao progresso.

Ou seja, todo governos tem,de certa maneira, um pactocom o diabo?Sim, é claro que tem. ■ E.C.

Em 1990, em busca de apoio para a construção dos Cieps, o entãogovernador do Rio, Leonal Brizola, se aproximou de Collor depois detê-lo enfretado na disputa presidencial de 1989. Mas isso lhe rendeugrande desgaste político: Brizola apoiou o impeachment, em 1992.

Da eleição de 1989 ao impeachment de 1992 Prestes X Vargas: a política está acima de tudo

Eduardo Knapp/Folhapress

“Influência políticaenfraquece o BC etira a sua autonomia”

Crédito de foto

MarcosValério é preso emBeloHorizonte

Sérgio Borges

Jose Cruz/ABr

As decisões de reduzir a taxa básica de juros — hoje em 11% o ano — apesarde a inflação ainda estar em alta e fora da meta são criticadas por Franco

Há uma combinaçãode política monetárianuma versãoexpansionista eum controle fiscaladotado junto commedidas estimulaçãodo consumo. Isso nosfaz crer que estamosprovocando inflação

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado peloMinistério Público Federal como operador do esquema que ficouconhecido domo mensalão, foi preso na sexta-feira (2) em BeloHorizonte acusado de fraudes em registros de terras na Bahia. Oempresário ficou conhecido em 2005, quando estourou o escândalo domensalão, em que parlamentares e partidos da base do ex-presidenteLula supostamente receberiam dinheiro para apoiar o governo. Reuters

Franco:o tamanhodosgovernoseocustodo

progressosãoenormes

ENTREVISTA GUSTAVO FRANCO Economista e ex-presidente do Banco Central

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 9

Page 10: revista Brasil econômico17

As projeções para o Produto In-terno Bruto (PIB) no terceiro tri-mestre deste ano — cujo resulta-do oficial será conhecido ama-nhã — apontam para algo muitopróximo de zero. Mas a estagna-ção parece já ter data para aca-bar: no quarto trimestre, espera-se retomada do crescimento eaumento do PIB acima de 0,5%.

E foi a indústria, novamente,a responsável por limitar a ex-pansão brasileira — mesmo dian-te de medidas expansionistas co-mo as anunciadas semana passa-da pelo governo para estimular oconsumo. “A gente não entendeque a demanda interna esteja de-sacelerando fortemente. A desa-celeração está muito focada naindústria, os investimentos so-frem muito por conta disso e de-vem ter queda de 3,8% no tercei-ro trimestre”, avalia a economis-ta Fernanda Consorte, do San-tander. Em outubro, a produçãoindustrial teve queda de 0,6%.

InfluênciasA desaceleração do nível de ati-vidade observada no terceiro tri-mestre é reflexo do aperto mo-netário implementado pelo Ban-co Central entre janeiro e julho;de uma taxa de câmbio médiaem torno de R$ 1,60 até julho(que atrapalhou a produção in-dustrial e as exportações) e dacontenção fiscal do governo aolongo do ano. Junte-se a isso acrise externa, que dá sinais con-sistentes de deterioração desdeagosto e se reverteu em piora naconfiança dos empresários.

ProjeçõesNesse contexto, o banco San-tander espera retração de 0,2%entre julho e setembro na com-

paração com o trimestre ante-rior. Além do fraco desempe-nho da indústria nacional, aprojeção pressupõe desacelera-ção no setor de serviços e noconsumo das famílias.

A Tendências Consultoria émais otimista e estima alta de0,3% no terceiro trimestre, masos fatores determinantes nãosão diferentes. “Enquanto o PIBcresce 0,3%, a indústria temqueda de 0,7%”, diz a economis-ta Alessandra Ribeiro.

Há, no entanto, um consensonas projeções: de que a econo-mia vai retomar o caminho docrescimento a partir do quartotrimestre. Contudo, a indústriaserá, novamente, o fator de revi-

são das estimativas. A Tendên-cias, por exemplo, prevê PIBem alta de 0,9% no último tri-mestre do ano, conta que já in-clui queda de 0,2% na indús-tria. “Nossa projeção ganhouviés de baixa por causa do resul-tado da indústria que veio piordo que imaginávamos”, dizAlessandra. Já o Santander espe-ra PIB com expansão de 0,8%.

Essa revigorada na atividadecontará com os efeitos do recen-te desmonte das restrições aocrédito implementadas no finalde 2010. Na última quinta o go-verno apresentou novas medi-das de renúncia fiscal para in-centivar o consumo e, com isso,garantir mais crescimento. ■

AlessandraRibeiroEconomista daTendênciasConsultoria

PRESIDENTE

“Não sou propriamente romântica”,diz Dilma sobre fala de Lupi

Divulgação

COMÉRCIO

Brasil reabre importações de carne bovinamaturadae desossada do Paraguai

A presidente Dilma Rousseff usou de ironia ao comentar se adeclaração de “amor” do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, influenciousua decisão de mantê-lo no cargo, mesmo diante de novas denúnciascontra ele. Indagada se a declaração de Lupi, feita durante sessão naCâmara em novembro, havia influenciado sua decisão, Dilma disse não ser“propriamente romântica”, e que suas análises são “objetivas”. Reuters

Jock Fistick/Bloomberg

Economiaretomaráexpansão no4º trimestre

“Enquanto o PIB cresce0,3%, a indústriatem queda de 0,7%” DESONERAÇÕES

As importações de carne bovina do Paraguai foram reabertas na últimasexta-feira pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa). Mas apenas será permitida a entrada de carne maturada edesossada através da cidade fronteiriça de Ponta Porã, em Mato Grossodo Sul. As importações estavam suspensas em razão de um foco deaftosa registrado no interior do Paraguai. ABr

Estímulos recentes do governocontribuem para novo vigor na atividade

Consumo das famíliasvai sustentar ocrescimento do PIB

BRASIL

PIB

TRIMESTRAL AO ANO

PRODUÇÃO INDUSTRIAL

Tendências Santander

TERMÔMETRO ECONÔMICO

Projeções para o PIB e produção industrial

Fontes: IBGE, Santander e Tendências

-0,6

0,0

0,6

1,2

4º TRIM/20113º TRIM/20110,0

1,5

3,0

4,5

20122011

0,3%

-0,2%

0,9% 0,8% 3,3%

3,0%

3,7% 3,5%

0,0

1,5

3,0

4,5

20122011

0,5% 0,6%

3,6%

2,0%

O consumo das famílias, quetem peso próximo a 60% no PIBnacional, vai ganhar impulsocom as medidas de estímulo ebenefícios fiscais concedidaspelo governo na última semana,acredita a economista daTendências Consultoria,Alessandra Ribeiro. Entre outrospontos, o pacote do governoreduz ou zera o Imposto sobreProdutos Industrializados (IPI)para produtos da linha branca.Ela avalia que um cenáriomarcado por taxas dedesemprego historicamentebaixas, ganhos de renda eperspectiva de alta de cerca de14% no salário mínimo no iníciodo ano é um convite ao consumo.“Todos esses elementos, aliadosao processo de juros em baixa,dão suporte adicional à demandae vão se refletir em maiscrescimento. Além disso,essas medidas chegam nummomento em que o consumoquase não desacelerou.”

Kerim Okten/Bloomberg

Eva [email protected]

Fracodesempenhoda indústrialimitaresultadodaeconomianoterceiro trimestre

10 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 11: revista Brasil econômico17

Depois de um 2011 sofrível, a in-dústria brasileira entrará em2012 com perspectivas mais po-sitivas. Pelo menos é o que mos-tram as projeções. O Santan-der, por exemplo, estima cresci-mento de 0,6% neste ano e de2% no ano que vem. Já a Ten-dências Consultoria espera algopróximo de 0,5% de expansão— a projeção anterior era de al-ta de 1%, número que foi revisa-do para baixo depois da quedade 0,6% em outubro. Para oano que vem a estimativa é decrescimento de 3,6%.

“A situação geral da indús-tria melhora porque o BancoCentral voltou a cortar os ju-

ros. Há ainda uma contribui-ção do câmbio, que na proje-ção de 2012 ficará em torno deR$ 1,80”, pondera a economis-ta do Santander Fernanda Con-sorte. Ela também avalia que aalta do salário mínimo em7,5% em termos reais, que fo-menta diretamente o varejo,também acaba afetando positi-vamente o setor industrial.

O sócio da Tendências Con-sultoria Juan Jensen, atribui amelhora da indústria no anoque vem a um momento de ma-turação de investimentos. “Issotraz ganhos ante os produtos im-portados, apesar de a ociosida-de ainda ser grande”, avalia.

Crise externaA crise externa é o principal fatorde risco aos investimentos das em-presas em 2012, segundo estudodivulgado pela Confederação Na-cional da Indústria (CNI) na sexta-feira. Para 75,7% dos empresá-rios, as incertezas em relação aodesempenho da economia globalpodem comprometer planos deexpansão. A pesquisa aponta que42,2% das empresas adiaram oucancelaram investimentos.

Para 2012, 74,6% dos investi-mentos terão como foco o merca-do doméstico e apenas 3,7% dasempresas vão focar os investi-mentos principalmente ou exclu-sivamente fora do país. ■ E.R.

Produção da indústria deve melhorar em 2012

ESPORTE

AldoRebelo diz que cabe agora aos órgãosde controle análise de convênios com ONGs

INVESTIGAÇÃO

MinistérioPúblicodoTrabalho investigacontrataçãoilegaldeestrangeirosnaChevron

O Ministério do Esporte concluiu o exame dos convênios comorganizações não governamentais (ONGs) suspeitas de irregularidades,segundo o ministro Aldo Rebelo. Os contratos agora serão avaliadospelos órgãos de controle e fiscalização, como o Tribunal de Contas daUnião e a Controladoria-Geral da União (CGU). Sobre as obras da Copa,ele disse acreditar que todos os estádios vão estar prontos até 2014. ABr

0,6%é a estimativa de crescimento daprodução industrial neste ano doSantander. Para o PIB, o bancoprojeta alta de 3% em 2011.

2%é a projeção do Santanderpara a alta na produção industrialem 2012, com um crescimentoda economia de 3,5%.

O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro informou que abriuinvestigações para apurar as condições de segurança e a contrataçãoilegal de trabalhadores estrangeiros da petrolífera Chevron naplataforma da empresa no Campo de Frade, onde ocorreu umvazamento de óleo no início de novembro. A companhia afirmaque a situação dos funcionários foi feita em condições legais. ABr

Segundo estudoda CNI, 74,6% dasindústrias pretendeminvestir para atenderprincipalmenteou exclusivamenteo mercadodoméstico em 2012

PERSPECTIVAS

Impulso ao nível de atividade doméstico vai contribuir para que o setor industrial registre níveis melhores de produção no próximo ano

Rogério Santana/Reuters

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 11

Page 12: revista Brasil econômico17

Pré-candidatoà Prefeitura deSão Paulo naseleições do anoque vem, An-drea Mataraz-zo é o únicotucano no plei-to sem “voos”

em disputas eleitorais. Com 55anos, o atual Secretário de Cul-tura do estado paulista sai deseu gabinete no complexo daEstação Júlio Prestes, no cen-tro da capital, para colocar seunome à prova nas urnas.

Ele disputará a vaga no PSDBem prévias ao lado dos colegassecretários Bruno Covas (MeioAmbiente) e José Anibal (Ener-gia), e também do deputado fe-deral Ricardo Tripoli. Apesar delonge das “cédulas” eleitorais,Angelo — seu primeiro nome denascença — sempre conduziusua carreira muito próximo dospoderes executivos de São Pau-lo, seja dentro da prefeitura oudo Palácio dos Bandeirantes. Is-to lhe rendeu posição privilegia-da no PSDB local, além de desta-que em capas de revista.

No serviço público, começoucomo secretário estadual deEnergia e presidente da Compa-nhia Energética de São Paulo(Cesp) no governo Mario Covas.Em 2005, assumiu a sub-prefei-tura da Sé na gestão municipalde José Serra. No ano seguinte,com a posse de Gilberto Kassab

na prefeitura, acumulou o cargode secretário de Coordenaçãodas 31 subprefeituras da capital.O apoio à cultura e a atençãoaos serviços públicos da cidadeforam suas marcas no governo,com especial cuidado sobre oprojeto de revitalização da No-va Luz — ainda inacabado.

A amizade com José Serra, noentanto, não vingou em apoioao seu ex-vice-prefeito nas elei-ções municipais de 2008. Mata-razzo optou pelo palanque tuca-no de Geraldo Alckmin, ao in-vés da campanha kassabista.Em 2012, as prévias ainda estãosem data marcada — antes ou de-pois de março, divergem líderestucanos —, mas debates já estãoem andamento. “Todos (pré-candidatos) são bastante expe-rientes, o que dá conforto ao PS-DB”, afirma Duarte Nogueira, lí-der tucano na Câmara dos Depu-tados. A escolha interna conta-rá com os votos de mais de 20mil filiados do partido, diz. Comum currículo próximo às lide-ranças, será o bom contato deMatarazzo com aliados alckmis-tas e serristas que medirá o su-cesso de seu “voo” em 2012. ■

O governo brasileiro comproumais uma briga com órgãos in-ternacionais. Agora foi a vezda ministra do Desenvolvimen-to Social, Tereza Campello,que na última sexta-feira (2)contestou dados sobre pobre-za de adolescentes divulgadospelo Fundo das Nações Unidaspara a Infância (Unicef).

Em relatório, o Unicef apon-tou que aumentou o percen-tual de adolescentes brasilei-ros de 12 anos a 17 anos que vi-vem em famílias de extremapobreza (até um quarto de salá-rio mínimo per capita). Segun-do o documento, entre 2004 e2009, o percentual passou de16,3% para 17,6%, enquanto asituação de extrema pobrezada população em geral caiu de12,4% para 11,9% no período.A ministra afirmou que a pro-porção de adolescentes extre-mamente pobres no Brasil di-minuiu, ao contrário do quemostram os dados do Unicef.“Temos hoje menos jovens en-tre 12 anos e 17 anos pobres eextremamente pobres do quetínhamos em 2004.”

Os dados, apresentados pelaministra, demonstram que apopulação de adolescente ex-tremamente pobre caiu deaproximadamente 11,5%, em

2004, para 7,6%, em 2009. Sig-nifica que a quantidade de ado-lescentes nessas condições pas-sou de 6,58 mil para 4,44 mil.“Tivemos uma melhora no per-fil de renda dos jovens, dascrianças, muito importante.”

Segundo Tereza Campello,houve um erro metodológicono relatório do Unicef, queusou o salário mínimo para fa-zer os cálculos. Para a ministra,o salário mínimo não pode serusado como indexador para sa-ber a variação de renda porqueele cresceu acima da inflação.“À medida que o salário míni-

mo cresce e você o usa como in-dexador, acaba errando a con-ta. Temos de usar o indexadorde preços, como o INPC”, disse.

RetaliaçõesEm abril, o governo brasileiro de-cidiu retaliar a Comissão Intera-mericana de Direitos Humanosda Organização dos Estados Ame-ricanos (OEA), após a entidadepedir a interrupção das obras dausina de Belo Monte, no Pará.Por ordem da presidente DilmaRousseff, o governo anunciou asaída do órgão a partir de 2012 esuspendeu o repasse de verba àentidade previsto para este ano,da ordem de US$ 800 mil.

Na semana passada, a presi-dente Dilma rebateu análise daOrganização para a Cooperaçãoe Desenvolvimento Econômico(OCDE) sobre impactos da desa-celeração mundial no Brasil. Aorganização projetou expansãomenor para a economia mun-dial em 2012, de 3,4%, contra3,8% neste ano, e divulgou queisso irá esfriar a economia brasi-leira. Sem citar a fala da OCDE,no mesmo dia, Dilma afirmouque o “Brasil tem todas as condi-ções de continuar crescendo, oseu povo continuar consumin-do e as suas empresas produzin-do”. ■ Redação com ABr

Eduardo Knapp/Folhapress

PERFIL POLÍTICO ANDREA MATARAZZO

RECEITA2

Fim da pirataria pode aumentar arrecadaçãoem R$ 30 bilhões por ano, estima secretário

Rafael [email protected]

RECEITA1

Apreensão de produtospiratas triplica em seis anos

O fim da pirataria e da circulação de produtos contrabandeadosno Brasil poderia aumentar a arrecadação tributária emR$ 30 bilhões por ano e gerar 2 milhões de empregos formais.A estimativa é do secretário executivo do Ministério da Justiça,Luiz Paulo Barreto, “Há um custo social muito alto por trásda pirataria, que gera muitos prejuízos para o Brasil.” ABr

Antonio Cruz/ABr

De cargo de confiançaà estreia nas urnas

Brasil rebate mais uma vezdados de órgão internacional

O governo apreendeu R$ 1,27 bilhão em produtos falsos,contrabandeados e piratas em 2010, segundo relatório da ReceitaFederal. O montante de apreensões triplicou nos últimos seis anos,de acordo com o Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP).Entre as mercadorias mais apreendidas em 2011, os cigarros lideramo ranking. Até novembro, chegaram a 4,52 milhões de pacotes. ABr

Ministra Tereza Campello contesta relatório do Unicef queaponta aumento da pobreza entre adolescentes brasileiros

Governo apontaque houve um errometodológico norelatório do Unicef,que usou o saláriomínimo parafazer os cálculos

As prévias tucanasainda estão sem datamarcada — antesou depois demarço, divergemlíderes do partido

BRASILMarcello Casal Jr/ABr

ELEIÇÕES2012

TerezaCampello:“Tivemosumamelhoranoperfil derendados jovens”

Sobrinho-netodeconde,Matarazzo

também foiembaixadornaItáliaem 2001

12 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 13: revista Brasil econômico17

Projeto arquitetônico: Roberto Candusso. Projeto de paisagismo: Alex Hanazaki. Projeto de decoração das áreas comuns: Dado Castello Branco. Memorial de Incorporação registrado sob R-1 da Matrícula nº 210.610 em 24/11/2011 no 15º Oficial de Registro de Imóveisda comarca da capital do estado de São Paulo. Incorporadora Responsável: Brookfield São Paulo Empreendimentos Imobiliários S.A. - Av. das Nações Unidas, 14171 - Marble Tower - 14º andar - CEP: 04794-000 - Brooklin Novo - São Paulo - SP. Lopes - Creci/SP: J-19585.

PERSPECTIVA ILUSTRADA DA FACHADA

Prepare-se para evoluir seu conceito de morar: baixe um leitor de QR Code

no seu celular para ler o código ao lado ou acesse http://goo.gl/4XsPn e assista o vídeo.

Unimos uma localização nobre,

a genialidade de projetistas

de renome e a qualidade Brookfield.

Living e Terraço com PÉ-DIREITO DUPLO.Opções com mezanino.

PENTHOUSESde 162 a 197 m²4 d o r m s ( 2 s u í t e s ) o u 4 s u í t e s

Dado Castel lo Branco,Arquiteto de Inter iores

Alex Hanazaki,Paisagista

Rober to Candusso,Arquiteto

RUA NOVA YORK X MICHIGAN X ARIZONA - BROOKLIN

Tel.: 3522-1500

www.conceitopremiado.com.br

VISITE O DECORADO POR DADO CASTELLO BRANCO

L A N Ç A M E N T O

Vendas: Incorporação e Construção:

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 13

Page 14: revista Brasil econômico17

A oposição está mais perto deimpedir a votação, em primeiroturno, da proposta de emenda àConstituição (PEC) que trata daDesvinculação de Receitas daUnião (DRU) — medida que per-mite ao governo gastar livre-mente 20% de seus recursos.Três emendas que podem atra-sar a tramitação da matéria, noSenado, já têm 26 assinaturasde apoio. Para ser protocoladana mesa diretora da Casa, umaemenda precisa de 27 assinatu-ras e os oposicionistas esperamconseguir na próxima semana,para cada uma delas, pelo me-nos mais quatro assinaturas, ga-rantindo assim uma margem pa-ra o caso de algum senador dabase aliada retirar o nome.

A apresentação de emendasfaz com que a PEC da DRU vol-tasse para análise da Comissãode Constituição e Justiça do Se-nado, o que atrasaria sua trami-tação e impediria que fosse vo-tada antes do dia 22 de dezem-bro. As três emendas que estãoperto de serem apresentadassão da liderança do Democra-tas. Duas delas retiram do cál-culo da DRU algumas contribui-ções sociais e os recursos doPrograma de Integração Social(PIS). A terceira faz um escalo-namento para a Desvinculaçãode Receitas da União pelos pró-ximos quatro anos, reduzindo5 pontos percentuais a cadaano, de modo que em 2015 aDRU seria de apenas 5%.

A presidente Dilma Rousseffdeve fazer a convocação ex-traordinária do Congresso paravotação da PEC.

Pela Constituição, o recessolegislativo começa no dia 22 dedezembro, prazo consideradoarriscado por parlamentares pa-ra votação em dois turnos daDRU, antes que o mecanismoatual perca a validade em 31 dedezembro. ■ ABr

INVESTIMENTOS

Recursos do BNDES para financiarobras deinfraestrutura vão crescer 10% em 2012

ENERGIA

Demanda brasileira por energiacrescerá 78% até o ano de 2035

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES), Luciano Coutinho, anunciou que os desembolsos dainstituição para o setor de infraestrutura, em 2012, deverão crescerem torno de 10%. Na avaliação de Coutinho, esses investimentos vãoajudar o país a manter em crescimento a atividade produtiva e, comisso, neutralizar eventuais efeitos internos da crise econômica. ABr

A demanda mundial por energia aumentará em um terço entre 2010e 2035, apesar do cenário de crise internacional, de acordo comdados da edição 2011 do anuário World Energy Outlook, divulgado pelaAgência Internacional de Energia (AIE). Segundo o documento,a procura mundial por energia primária registrou um salto de 5% em2010. No Brasil, o crescimento deve chegar a 78% no período. ABr

A apresentaçãode emendas fará comque a PEC da DRUvolte para análiseda Comissão deConstituição e Justiça

BRASILAntonio Milena

Oposiçãoquer impedirflexibilizaçãode verbas

14 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 15: revista Brasil econômico17

O PSD, de Gilberto Kassab, teráque encaminhar ao Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE) a relaçãode candidatos a deputado fede-ral que se filiaram ao partido —os eleitos e os não eleitos na elei-ção do ano passado. A legendatambém terá que citar a listados partidos de onde esses polí-ticos saíram. A criação da legen-da foi autorizada pela JustiçaEleitoral no final de setembro.

A determinação é do minis-tro Marcelo Ribeiro, relator doprocesso em que o PSD pedeaumento de sua cota no FundoPartidário. De acordo com a le-gislação, todos os partidos têmdireito a dividir entre si 5% dofundo. Os 95% restantes sãodistribuídos levando em consi-deração os votos recebidos nasúltimas eleições para deputa-do federal.

No pedido encaminhado aoTSE, o PSD argumenta que suabancada tem 52 deputados fede-rais e que esse fato torna a legen-da apta a participar da divisãoda maior parte da verba do fun-do. De acordo com o ministroRibeiro, o processo contarácom a participação dos partidosque ficaram desfalcados com adesfiliação de políticos que fo-ram para o PSD.

CâmaraO presidente da Câmara, depu-tado Marco Maia (PT-RS), criouhá duas semanas um grupo detrabalho para definir os espaçosque o PSD terá na Câmara — oassunto será discutido por co-missões da Casa nos próximosdias. Maia declarou ser necessá-rio, por causa da presença doPSD, acertar a proporcionalida-de dos partidos na Câmara. Se-gundo ele, estão sendo feito to-dos os esforços para encontraruma solução política para aco-modar o novo partido, que nas-ceu com 55 deputados. ■ ABr

ÍNDICEDEPREÇOS

Inflaçãodos paulistanos acelera para 0,60%em novembro puxada por alimentação

AEROPORTOS

Movimento em dezembro deste ano devecrescer 13,6% na comparação com 2010

A inflação na cidade de São Paulo, medida pelo Índice de Preços aoConsumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas(Fipe), acelerou para 0,60% em novembro, contra 0,39% em outubro,Das sete classes de despesas, apenas Habitação desacelerou nacomparação com outubro, indo de 0,66% para 0,41%. Alimentação,que passou de 0,53% para 0,74%, puxou o índice geral. Reuters

Mais de 16 milhões de passageiros deverão circular pelos aeroportosbrasileiros em dezembro, número 12% superior à média deste anoe 13,6% maior do que o verificado em dezembro de 2010, estimou aAgência Nacional de Aviação Civil (Anac). Entre as medidas para ajudara atender a demanda do fim de ano está o início das operações, aindaneste mês, do novo terminal do aeroporto de Guarulhos (SP). ABr

A determinaçãoé de Marcelo Ribeiro,relator do processoem que o PSD pedeaumento de sua cotano Fundo Partidário

Divulgação

Justiça pedelista dedeputadosdo PSD

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 15

Page 16: revista Brasil econômico17

Em um mundo dominado porgrandes corporações, o simplesplano de fugir do modelo de fi-nanciamento de governo ou ini-ciativa privada para a criação deprojetos, ainda parece mais so-nho do que iniciativa empreen-dedora. Mas atualmente o com-partilhamento de ideias e recur-sos entre pessoas vem viabili-zando novos projetos e mudan-ça a forma de se fazer negócios.Uma prova disso são duas em-presas nacionais, Trampolim eYou Create. A primeira, no am-biente virtual, oferece serviçospublicitários a preços acessí-veis. A outra tenta acolher emum espaço amplo detentores deprojetos promissores para queestes se tornem realidade.

Baseado no conceito de cro-wdsourcing , a You Create é aprimeira agência colaborativade marketing no Brasil. Este mo-delo, que tem como plataformaum site, democratiza o acessodas micro e pequenas empresasaos serviços de publicidade, tra-dicionalmente oferecidos poragências e com um custo eleva-do. “Trabalho com marketinghá mais de vinte anos. Tenhonotado que havia grande de-manda das pequenas empresaspelo serviço. Como estamos emuma época que antecede os

grandes eventos esportivos, oque fomenta a concorrência, viespaço para criar o negócio paraajudar empresas na comunica-ção”, diz o publicitário MarceloUrsini, idealizador do site.

O modelo permite que o clien-te crie o próprio projeto, colo-que a demanda na rede e digaquanto quer pagar. Assim, osprofissionais cadastrados que seinteressarem pela proposta ofe-recem seu trabalho, como emum leilão. Rodrigo Shultz, donodo consultório neurológico Cia-nu, fez uma breve apresentação

da sua clínica e pediu a criaçãode um logotipo. “Há algum tem-po percebia a necessidade deuma identificação para o negó-cio. Vi no You Create a possibili-dade de resolver essa pendên-cia sem gastar muito. Fiquei sa-tisfeito com o resultado”, diz.

Segundo Ursini, caso o clien-te não aprove nenhuma das op-ções oferecidas, pode pedir a de-volução do depósito, feito ante-cipadamente. O valor do servi-ço é o melhor incentivo para tes-tar a nova forma. A economiapor utilizar o site pode chegar a90%. Um logotipo custa cercade R$ 4.000 em uma agência depublicidade tradicional. “Aquijá foi feito por R$ 400”, diz. Eleexplica que quanto maior o va-lor oferecido, aumentam aschances de receber bons traba-lhos. “Os profissionais commais experiência procuram me-lhor remuneração”, afirma.

Incubadora de ideiasLocalizada em uma espaçosa ca-sa dos anos 1950 em Perdizes,São Paulo, a Trampolim se desta-ca por ofertar serviços além doque é esperado de uma adminis-tradora de coworking. Lá, osprofissionais que buscam um es-paço são bem-vindos. Mas ain-da melhor acolhidos são os em-preendedores que apresenta-rem projetos promissores aos só-cios da Trampolim. “O objetivoé criar uma incubadora de

ideias, que podem vir a ser gran-des negócios”, diz Stepan No-rair, arquiteto e um dos sócios.

Norair diz que o aluguel de es-paço para trabalho tem o objeti-vo apenas para pagar as contas fi-xas do imóvel. O conceito é trans-formar ideias em negócios, ouempreendimentos mal geridosem empresas bem sucedidas. Es-sa é a aposta dos seis donos, quepretendem unir suas habilida-des, que vão desde a área admi-nistrativa até a fotografia, paraapoiar o nascimento ou ascensãode um negócio promissor.

“Pretendemos ajudar tam-bém com o networking que pos-suímos. O financiamento, porexemplo, ficará a cargo de inves-tidores que buscam oportunida-des, os quais tenho acesso e pos-so intermediar”, afirma o conta-dor e sócio Andrei Bordin. Nacontrapartida, os escolhidos pa-ra ter sua ideia apadrinhada di-videm o controle da empresacom os gestores da Trampolim.“Só nos interessa se for nessesmoldes, mas a participação nãodeve passar de 30%”.

A experiência estreou com su-cesso alavancando a CerebeloDesign, agência de publicidadeque necessitava de maior con-trole administrativo. “A deman-da de clientes já aumentou 15%e a expectativa é que o fatura-mento, em 12 meses, cresça100%, diz Renato Vicari, res-ponsável pelo negócio”. ■

Priscilla Arroyoe Regiane de [email protected]

PORTAIS DE INTELIGÊNCIACOLETIVA

Opoder da colaboraçãopara fazer negócios

TERÇA-FEIRA

EMPREENDEDORISMO

Vaquinha, colaboração100% nacional

GrowVC, mercadoglobal para “startups”

Crowdspring, serviçosgráficos para PMEs

Kunigo, solução paraprojetos on-line

Cresce número de empresas independentes baseadas em compartilhamento de ideias,seja no ambiente virtual ou físico, e mostram eficiência para tirar sonhos do papel

Sediado em Porto Alegre, oVakinha.com.br tem como focolevar para a internet uma práticacomum no dia a dia das pessoas:a vaquinha. O site gratuitopermite a um grupo de pessoasarrecadarem dinheiro para umpropósito específico, por meio deuma conta eletrônica, onde acontribuição pode ser mandadapor meio de pagamento on-line.

Pequenas e médiasempresas são asmais beneficiadascom a práticade troca coletiva deexperiências e, claro,o preço mais baratodos serviços oferecidos

Portal de crowdfunding cujoobjetivo é montar umacomunidade de investidorese empreendedores globais.Funciona assim: com 75% dastaxas pagas pelos usuáriosfoi criado um fundo deinvestimento, que aplica empequenas empresas quese destacaram na comunidade.A associação é gratuita.

Plataforma que trabalha comde crowdsourcing, criandooportunidades para designerse para pequenas e médiasempresas. A pessoa que precisade determinado produto gráficoanuncia no site o preço quepretende pagar pelo serviço, e osdesigners fazem uma espéciede concurso; o trabalho escolhidofica com o prêmio em dinheiro.

A proposta do site é simples:a pessoa interessada publica umaideia ou um problema, que podeaberto ao público ou fechado,e conta com a colaboraçãode outras pessoas gratuitamentepara desenvolver ou solucionarsuas questões. O site brasileiroé gratuito e atualmente contacom 1.717 pessoas trabalhandoem 962 projetos.

Kickstarter, fundo praprofissionais liberais

ECONOMIA CRIATIVA

A plataforma funciona como umfundo para artistas, designers,cineastas, músicos, jornalistas,investidores, que podem utilizaro site para publicar suas ideiase principalmente, incentivo paracontinuar o trabalho.O financiamento só acontece,no entanto, quando o profissionalcumprir suas próprias metasde arrecadação de recursos.

QUARTA-FEIRA

EDUCAÇÃO/GESTÃO

StepanNoraireAndreiBordin,sóciosdaTrampolimpretendemcriarincubadorade ideias

16 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 17: revista Brasil econômico17

A exportação de bens e serviçosligados à economia criativa noBrasil aumentou de US$ 2,4 bi-lhões, em 2002, para US$ 7,5 bi-lhões, em 2008. O volume, noentanto, ainda é inferior ao ob-servado em outros países, comoa China, que exportou em 2008US$ 84 bilhões em bens e servi-ços do segmento.

A conclusão é do Relatório deEconomia Criativa 2010 das Na-ções Unidas. A chefe do Progra-ma de Economia Criativa daConferência das Nações Unidassobre Comércio e Desenvolvi-mento (Unctad), Edna dos San-tos-Duisenberg, enfatizou que,

apesar do crescimento, o Brasilainda não se encontra entre os20 maiores produtores do setor,liderado por China, Estados Uni-dos e Alemanha.

“Houve um avanço significa-tivo no Brasil nesses anos, maso país ainda tem posição tími-

da, principalmente se pensar-mos em países onde essa econo-mia é mais desenvolvida, comoa China. Diante disso, a gentepercebe que existe espaço parareforçarmos a economia criati-va, que ainda tem potencial su-butilizado no país”, disse ela.

A representante da Unctadenfatizou que a criação da Secre-taria de Economia Criativa, liga-da ao Ministério da Cultura, re-presenta uma importante estra-tégia para incrementar o desen-volvimento do setor. Ela citou,ainda, algumas medidas que de-vem ser observadas para impul-sionar a atividade, entre elas aampliação do financiamento eda concessão de crédito específi-co a empreendedores da área eo fortalecimento das redes deformação e capacitação de jo-vens criativos. ■ ABr

Brasil avança em criatividade

SEXTA-FEIRA

TECNOLOGIAQUINTA-FEIRA

SUSTENTABILIDADE

Planejando umBrasil criativoÉ difícil conceituar Economia Criativa, mas nós sabe-mos onde ela está. No Brasil, o tema vem ganhando des-taque e, apesar de ser reconhecido mundialmente porsua diversidade cultural e potencial criativo, o país ain-da carece de políticas públicas de fomento neste cam-po. Assim, a iniciativa de criar a Secretaria da Econo-mia Criativa no Ministério da Cultura insere o tema naagenda governamental do país e reposiciona a culturacomo eixo de desenvolvimento do estado brasileiro. Apartir do lançamento do Plano da Secretaria da Econo-mia Criativa em setembro, damos um passo importan-te, pois o documento ritualiza e inaugura no governo fe-deral o compromisso do MinC em dialogar com os seg-mentos criativos, os empresários, os artistas, as agên-cias de fomento, as universidades, com a população bra-sileira, enfim, com os diversos setores da sociedade, pa-ra formular, implementar e monitorar políticas públi-cas no rumo de um novo desenvolvimento.

As crises sociais, econômicas, ambientais e culturaisque vivemos são expressões concretas de que o modelomoderno de desenvolvimento econômico, fundamenta-

do na acumulação da ri-queza e do mero cresci-mento do Produto In-terno Bruto, está emfranca decadência. Porsua vez, constituições econvenções internacio-nais não impediram osefeitos perversos de umsistema capitalista quereforçou o abismo en-tre ricos e pobres, espe-cialmente, nos paísesperiféricos.

A consulta públicapara a construção cole-tiva das metas do Plano

Nacional de Cultura, também merece ser festejado, poissimboliza o compromisso do MinC em avançar nos pro-cessos de institucionalização da cultura, a partir daconstrução do seu Sistema Nacional. É preciso avançarno pacto federativo; é preciso consolidar as políticas decultura nos estados e municípios brasileiros enquantoestratégias de desenvolvimento local e regional, a par-tir de uma nova economia produzida pelos segmentoscriativos brasileiros.

São premissas da nova Secretaria a inovação, a inclu-são, a sustentabilidade e a diversidade cultural. Diversida-de cultural que não se limita a ser compreendida somen-te como um patrimônio digno de valorização, mas que,para nós, é recurso fundamental para um novo desenvol-vimento, um alicerce sólido para uma nova economia.

Os desafios são instigantes. Necessitamos de pesqui-sas, de indicadores e de metodologias que garantam aconfiabilidade dos dados desta nova economia. Carece-mos de novas linhas de crédito para fomentar os em-preendimentos criativos brasileiros. Precisamos cons-truir uma nova educação para as competências criati-vas, e devemos, ainda, propor novos marcos legais paraesta economia, sejam eles tributários, trabalhistas e ci-vis que nos permitam avançar.

A economia criativa traduz uma mensagem esperan-çosa. Sabemos que nenhum modelo econômico por elaproduzido em outras nações nos caberá. Precisamosconstruir o nosso modelo, o brasileiro. Nós retomamosa difícil tarefa de repensar, de reconduzir, de liderar osdebates e a formulação de políticas sobre a cultura e odesenvolvimento no Brasil, com a missão de transfor-mar a criatividade brasileira em inovação e a inovaçãoem riqueza. ■

Murillo Constantino

●PALAVRAS-CHAVE

Apesar do avanço significativoda economia criativa no Brasil,o país ainda não está entre osvinte maiores produtores dosetor, segundo relatório da ONU

Coworking é um escritóriocolaborativo que proporcionaunião de um grupo de pessoasque trabalham no mesmolocal mas são independentes.Geralmente compartilhamvalores semelhantes e buscamsinergia. A vantagem é a trocade experiências, o que podealavancar os negócios. No Brasil,a prática acontece desde 2008.Os escritórios com essaconcepção são comumentemontados em casarões, comoo caso da Trampolim, que depoisde passarem por uma reformase constituem no ambiente idealpara fomentar a criatividade.

O crowdfunding, oufinanciamento pela multidão natradução literal do inglês, é umaforma de utilizar a colaboraçãode várias pessoas, mesmo que empequenas quantias, para viabilizarações, negócios e projetos. Já oque é chamado de crowdsourcing(compartilhamento pelamultidão) é um modo de utilizaro conhecimento coletivo evoluntário de pessoas espalhadaspela internet para resolverproblemas, criar conteúdo esoluções ou desenvolver novastecnologias. O Wikipedia é frutode uma iniciativa feita com acooperação de várias pessoas.

Ampliação dofinanciamentoe concessãode crédito aempreendedoresdevem ganharmais atençãopara impulsionara atividade

Os desafios sãoinstigantes.Precisamos depesquisas, deindicadores ede metodologiasque garantama confiabilidadedos dados destanova economia

CLÁUDIA LEITÃOSecretária de EconomiaCriativa do Ministérioda Cultura

Coworking, modelopara troca de ideias

Crowdfunding, parafinanciar as multidões

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 17

Page 18: revista Brasil econômico17

Em março de 2010, três mesesapós o anúncio de fusão entrePonto Frio e Casas Bahia, Ricar-do Nunes, dono da Ricardo Ele-tro, e Luiz Carlos Batista, funda-dor da rede Insinuante, se uni-ram para formar a Máquina deVendas. Esta foi a saída encon-trada pelos empresários para ba-ter de frente com as duas pri-meiras colocadas no ranking dovarejo de eletroeletrônicos.

Algum tempo depois, Nunese Batista convenceram EriveltoGasquez, da City Lar a entrar nanova empresa. A conversa tam-bém funcionou com RichardSaunders, da Eletroshopping.Nenhuma das operações envol-

veu dinheiro e todas as bandei-ras foram mantidas, fatos que fi-zeram alguns especialistas emvarejo desconfiarem se a asso-ciação entre as quatro empresasnão se tratava apenas de umacentral de compras. Porém,após quase dois anos de criação,seus sócios continuam unidos e,juntos, estão dispostos a com-prar uma rede no Sul do país.

FinanciamentoOutro passo importante dadopela Máquina de Vendas foi acriação de uma financeira emparceria com a Losango, do HS-BC. O banco injetou R$ 500 mi-lhões na companhia para forne-cer cartão de crédito em co-mum para todas as bandeiras daholding, além de crédito diretoao consumidor. ■ C.E.

Empolgado com as medidas deestímulo ao crédito anunciadasna semana passada, Luiz CarlosBatista, presidente do conselhoda Máquina de Vendas, começaa fazer planos. A companhia vaireservar R$ 200 milhões paraadquirir uma rede varejista noSul do país, única região ondenão possui lojas. “A ideia é com-prar a totalidade ou parte deuma varejista e manter a ban-deira regional”, afirma.

Se conseguir tirar seu planodo papel, o dinheiro vai sair docaixa da empresa. Será a primei-ra vez que a Máquina de Vendascrescerá por meio de uma aqui-sição. A união entre a mineiraRicardo Eletro e baiana Insi-nuante, que formou a Máquinade Vendas em março de 2010,se deu através de uma associa-ção e não envolveu dinheiro. Omesmo aconteceu quando acompanhia incorporou a CityLar, do Mato Grosso, e a Ele-troshopping, de Pernambuco.

PossibilidadesOpções não faltam para a Máqui-na de Vendas. No Rio Grande doSul, a Benoit, com 168 lojas e aLebes, com 104, podem estar namira da companhia pelo desem-penho de vendas. Em Santa Ca-tarina, a Salfer, dona de 208pontos de venda, a Berlanda,com 187, e a Koerich, proprietá-ria de 80 lojas, estão entre asmais conhecidas. No Paraná, aMercadomóveis é uma marcaforte, com 145 unidades e tam-bém pode ser alvo de oferta.

Resta saber quem a Máquinade Vendas vai conseguir con-vencer, já que alguns empresá-rios parecem não estar interes-sados em se desfazer de seus ne-gócios e têm demonstrado apeti-te para compras. É o caso de Nil-son Berlanda, que no mês passa-do adquiriu a também catari-nense Gavazzoni.

“Em São Paulo temos umaboa presença com o nosso co-mércio eletrônico e, por enquan-to, estamos satisfeitos. Agora, onosso foco é mesmo o Sul. Nomomento não há nenhuma ne-gociação em andamento, atéporque estávamos avaliando o

comportamento do mercadobrasileiro frente a crise. Mas ago-ra estamos otimistas, o governoestá nos apoiando e isso passa se-gurança”, diz Batista.

Na semana passada, o governoanunciou a redução do Impostosobre Produtos Industrializados(IPI) para eletrodomésticos de li-nha branca (geladeira, máquinade lavar roupa e fogão). Outramedida que beneficiará o varejoé a redução de 3% para 2,5% daalíquota do Imposto sobre Opera-ções Financeiras (IOF) para crédi-to destinado a pessoa física. An-tes do pacote, a Máquina de Ven-das tinha uma expectativa de fa-turar R$ 7,2 bilhões em 2011. De-pendendo da reação do consumi-dor à medida, este número podeser maior, acredita Batista.

Em 2012, a Máquina de Ven-das vai inaugurar cerca de 50 lo-jas, mesmo número de pontosde vendas abertos este ano. Aotodo, a companhia possui 900lojas espalhadas por 301 cida-des brasileiras. ■

Ruy Barata Neto eCintia [email protected]

Empresa foi criada para baterPonto Frio e Casas Bahia

MáquinadeVendas temR$200milhões para comprarnoSul

Thiago Teixeira/Isto é

City Lar e Eletroshoppingtambém se juntaram à Máquinade Vendas, criada em 2010

Controladora da Ricardo Eletro e da Rede Insinuante mira redes no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

A ideia é comprara totalidade ou partede uma varejista deeletroeletrônico noSul do país e mantera bandeira regional

Luiz Carlos BatistaPresidente do conselhoda Máquina de Vendas

EMPRESAS

Batista:primeiraaquisiçãodogrupoformadopelauniãodaRicardoEletroeda Insinuante

Editora: Eliane Sobral [email protected]: Estela Silva [email protected]

Patricia Nakamura [email protected]

Varejistas com destaque no Sul do país

AS OPÇÕES DA MÁQUINA DE VENDAS

Fontes: empresas

EMPRESASEDE Nº DE LOJAS

SALFER BERLANDA

BENOIT

MERCADOMÓVEIS

LEBES

KOERICH

1

2

3

4

5

6

208

187

168

145

104

80

PR

SC

RS

1 2

3

4

5

6

JoinvilleCuritibanos

Lajeado

Ponta Grossa

São Jerônimo

Florianópolis

18 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 19: revista Brasil econômico17

O grupo Silvio Santos contratouo banco Barclays para vender aJequiti, sua divisão de cosméti-cos. O banco tem o mandato pa-ra vender a companhia integral-mente ou apenas uma participa-ção para um sócio estratégico.O Barclays foi o banco que nego-ciou a venda da Braspag, divi-são de soluções de pagamentose serviços financeiros do grupoSilvio Santos, para a Cielo, nocomeço deste ano.

“Temos preferência por umsócio porque acreditamos que onegócio tem potencial para cres-cer muito mais”, diz GuilhermeStoliar, presidente do grupo esobrinho do empresário SilvioSantos. Stoliar está no comandoda companhia desde a saída doexecutivo Sebastião Sandoval,depois da descoberta de umrombo bilionário no banco Pana-mericano, vendido para o BTGPactual em 2010.

O grupo decidiu contar coma ajuda de um banco para ven-der a operação depois da desis-tência da empresa americanaCoty Beauty de fazer negócio.Com uma carta de compromis-so de compra, a Coty passou cer-ca de três meses analisando a Je-quiti. A Coty é uma das maiores

fabricantes de perfumes e cos-méticos dos Estados Unidos etem licença para fabricar produ-tos de marcas globais como Cal-vin Klein e Adidas.

“A Coty desistiu do negóciodepois que a crise financeira pio-rou nos últimos tempos”, afir-ma Stoliar.

A venda da Jequiti faz partedo esforço de desmobilizaçãodo grupo Silvio Santos para pa-gar dívidas e reorganizar a es-trutura depois da venda do Pa-namericano. Em maio, o grupovendeu as operações da redede varejo Baú para o Magazine

Luiza. A Braspag foi vendidaem junho. Com as duas transa-ções, o grupo embolsou cercade R$ 150 milhões.

Segundo Stoliar, todo o di-nheiro dessas vendas tem sidousado para amortizar a dívidado grupo. E não será diferentecom os recursos que entraremna negociação da Jequiti.

O executivo não revela o totaldo endividamento. Segundo apu-rou a reportagem do BRASIL ECO-NÔMICO, o valor supera R$ 400milhões — metade disso era refe-rente a dívidas do Baú. A redemultiplicou a dívida a partir de2009, com a compra de aproxi-madamente 100 lojas da Du-dony, do Paraná. A rede para-naense estava em recuperaçãojudicial e tinha um passivo demais de R$ 100 milhões na oca-sião. Essa dívida permaneceucom o grupo Silvio Santos de-pois da venda para a Luiza.

A Jequiti, que comercializaseus produtos no sistema portaa porta, deve encerrar 2011 comfaturamento de R$ 400 mi-lhões, segundo o presidenteLázaro do Carmo Junior. Apesardo crescimento, a empresa temum longo caminho para encos-tar nos rivais do setor, como aAvon e Natura. Em 2010, apenasa Natura registrou receita líqui-da de R$ 5,1 bilhões. ■

Ficou para o ano que vem o pla-nejamento da sucessão do em-presário Silvio Santos no coman-do dos negócios. Em agosto, ogrupo decidiu interromper ostrabalhos da Cambridge Advi-sors to Family Enterprise, doconsultor americano John Da-vis, contratado em abril parapropor um novo estilo de ges-tão e estruturar o plano de su-cessão de Silvio Santos.

Professor de Harvard, Davisé considerado um dos maioresespecialistas em gestão e suces-são de empresas familiares domundo. No Brasil, ele já prestouserviços para grandes gruposempresariais, como no proces-so de escolha do executivo An-dré Johannpeter, filho de JorgeGerdau, para presidir o grupo si-derúrgico da família. Tambémorientou a transição do coman-do do Pão de Açúcar, em 2003,quando Abilio Diniz convocouum executivo para assumir a ad-ministração da rede varejista.

“Estamos dando prioridade aoutros valores porque ainda te-mos muito rescaldo do incêndioque vivemos aqui”, diz Guilher-me Stoliar, presidente do gru-po, referindo-se ao rombo demais de R$ 4 bilhões descobertono banco Panamericano. “Te-mos que nos dedicar a reorgani-zar o grupo, vender ativos e pa-gar dívida. Davis deve voltar nosegundo semestre de 2012.”

Um dos trabalhos de Davis

era treinar as seis filhas de Sil-vio - Cintia, Silvia, Daniela, Pa-trícia, Rebeca e Renata - comofazer parte das empresas. O pro-cesso poderia identificar seuma delas teria o perfil para co-mandar o grupo ou se elas deve-riam ficar fora dos negócios e sereunir numa holding.

Não é a primeira vez que Sil-vio Santos desiste de planejar asucessão. Ele já procurou o con-sultor Renato Bernhoeft, espe-cialista no assunto. Em 2011, ogrupo espera faturar R$ 2 bi-lhões, com lucro de R$ 10 mi-lhões, revertendo perdas de qua-se R$ 100 milhões em 2010. ■

Sucessão no comandodo grupo é adiada de novo

Denise [email protected]

Silvio Santos contrataBarclays para vender Jequiti

Divulgação

Especialista americano foicontratado para reestruturarnegócios da família

Pfizer compra fabricante do Imedeen

Antonio Cruz/ABr

Divulgação

Grupoprecisaderecursosparataparrombobilionário dobancoPanamericano

Um dos trabalhosde Davis era identificarse uma das seisfilhas do empresárioe apresentadorteria o perfiladequado paracomandar as empresas

Temos preferênciapor um sócioporque acreditamosque a Jequiti tempotencial paracrescer muito mais

Guilherme StoliarPresidente do Grupo Silvio Santos

Os nutricosméticos se transformaram nos queridinhos do mercado.Desde que Nestlé e L’Oréal criaram Innéov, joint-venture queresultou nas chamadas pílulas da beleza, a Sanofi comprou a francesaOenobiol, e a Pfizer acaba de fechar a compra da dinamarquesaFerrosan, dona de Imedeen, que atua no Brasil há 11 anos.A incorporação da marca pela Pfizer deve fortalecer o produtoe incendiar o segmento em 2012. Françoise Terzian

ApósBaúePanamericano,SilvioSantosse

despededaJequiti

Daviséconsideradoumdosmaioresespecialistas

emgestãodeempresasfamiliaresdomundo

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 19

Page 20: revista Brasil econômico17

PETRÓLEO

ShellvendeparticipaçãoembloconaBaciadeSantosparaQueirozGalvãoeBarraEnergia

BEBIDAS

Heinekencompra 918 pubs do RoyalBank of Scotland por US$ 646 milhões

Sandy Huffaker/Bloomberg

A holandesa Heineken, terceira maior cervejaria do mundo, comprou918 pubs administrados pelo Galaxy Pub Estate, uma empresa doRoyal Bank of Scotland Group, por US$ 646 milhões. Com a aquisição,a Heineken fica com 1.380 pontos de venda na Grã-Bretanha. Deacordo com a empresa, o negócio “é um voto de confiança no mercadobritânico”, uma vez que 25 pubs são fechados semanalmente no país.

A Royal Dutch Shell foi autorizada a vender sua participação de 20%no bloco BMS-8, na Bacia de Santos, à Queiroz Galvão Exploraçãoe Produção e à Barra Energia Petróleo e Gás, segundo comunicadoda Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).Cada uma das compradoras ficará com 10% do campo, segundoo comunicado da autarquia. O valor do negócio não foi divulgado.

EMPRESAS

LEIA E ASSINE O BRASIL ECONÔMICO

Curitiba

O Brasil vive um momento único. Inovador, competitivo e sustentável, o país é admirado e reconhecido em todo o mundo. Nossos produtos e serviços chegam cada vez mais a novos mercados e são comprados por sua qualidade, criatividade e tecnologia. Com o apoio da Apex-Brasil, a empresa de perfumaria e cosméticos O Boticário se consolidou em Portugal. Leve sua empresa para outros países e descubra que exportar pode ser um bom negócio para você e para o Brasil. Acesse www.apexbrasil.com.br/exportareinovar.

20 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 21: revista Brasil econômico17

DERMOCOSMÉTICOS

Drogaria Onofre venderá dermocosméticosda Germaine de Capuccini com exclusividade

TELECOMUNICAÇÕES

Justiça australiana prorroga proibiçãoda venda do Galaxy Tab, da Samsung

Divulgação

A Drogaria Onofre vai comercializar a marca espanholade dermocosméticos Germaine de Capuccini nas unidades deSão Paulo e Porto Alegre. Até então, os produtos da marca só eramencontrados em alguns spas do país e a comercialização era voltadapara profissionais da área da medicina estética. A Germaine de Capucciniestá há 45 anos no mercado, em mais de 82 países. Thais Moreira

A justiça australiana prorrogou a liminar pedida pela Apple que proíbea venda do Galaxy Tab, da Samsung, por pelo menos uma semana.A Samsung está envolvida em uma batalha judicial com a Apple sobrequebra de patentes de tablets e smartphones em pelo menos 10 países.A empresa sul-coreana é a maior fabricante mundial de smartphones,mas está distante no mercado de tablets, liderado com folga pela Apple.

0800 021 0118 (São Paulo e demais localidades). e (21) 3878-9100 (Capital do RJ)

Lisboa

COM O APOIO DA APEX-BRASIL, SEU PRODUTO PODE FAZER

MUITO SUCESSO NO EXTERIOR.EXPORTAR É INOVAR.

Aponte o seu celular e assista

aos cases da Apex-Brasil.

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 21

Page 22: revista Brasil econômico17

Goback

FRASE

Com investimento de R$ 40milhões, está abrindo neste mêsna Bahia o hotel Matiz Salvador,de três e quatro estrelas.O empreendimento terá304 apartamentos distribuídosem duas torres interligadas.O hotel será o primeiro doNordeste administrado pelogrupo de gestão Hotelaria Brasilque, além da marca própriaMatiz, cuida de endereços dasbandeiras internacionais BestWestern e Sol Inn, do Grupo Meliá.

Fotos: divulgação

Mais de 3,6 mil brasileiros foram deportados dos EUA ao longo de 2011,segundo planilhas do U.S. Immigration and Customs Enforcement.O número é 9,4% superior ao do ano passado e o maior desde 2008.Ao todo, o Tio Sam mandou 396.906 estrangeiros em situação ilegalno país de volta para seus países neste ano. Dos deportados, 90%se enquadram nas categorias consideradas “prioritárias”: pessoassob acusação criminal, suspeitos de ameaçar a segurança nacional,fugitivos ou reincidentes na violação de leis imigratórias.

MARCADO● Grace Lieblein, presidente da GM do Brasil, vai pilotaro microfone do seminário "A eficiência da gestão femininacom qualidade e sensibilidade", que reunirá Lidem, Lidee Jlide na sexta-feira, no auditório Omint, em São Paulo.● O economista Octávio Barros, diretor do Departamentode Pesquisas Econômicas do Bradesco, palestra hoje na5ª Conferência Anual sobre Gestão de Tesouraria Internacionalpara Empresas no Brasil, no Hotel Transamérica, em São Paulo.

A gigante francesa Leroy Merlin está tirando da betoneiraum novo modelo de loja de material de construção no Brasil.O grupo acaba de abrir em Ribeirão Preto (SP)o seu primeiro drive thru do país.A unidade de 5,7 mil metros quadrados tem duas faixas liberadaspara o trânsito de veículos dentro da loja. A filial também teráserviço de aluguel de máquinas, em parceria com a empresa Degraus.

Gigante no martelo

Com dois endereços no Rio deJaneiro, o bar de tapas ¡Venga!está aterrissando em São Paulo.O ponto gastronômico chega àcapital paulista em dobradinhacom a Companhia Tradicionaldo Comércio - proprietária dosbares Original, Pirajá, Astor,Sub e BottaGallo, das pizzariasBráz e Quintal do Bráz,e da Lanchonete da Cidade.A estreia do ¡Venga! na Garoaserá na Vila Madalena, famosopolo da boemia da metrópole.

Efervescência

LURDETE ERTEL [email protected]

O polo de Camaçari (BA) volta a ser palco do anúnciode mais um investimento nesta segunda-feira.Está previsto para hoje o lançamento oficial da fábricada Peroxy Bahia, que vai produzir 40 toneladas/anode peróxido de hidrogênio (água oxigenada).A empresa, de capital turco, pretende oxigenar ummercado com oferta restrita: hoje, apenas duas outrasindústrias produzem a matéria-prima no Brasil.

Depois do Maksoud Plaza,de São Paulo, mais umantológico hotel brasileirovai para o martelo.Está programado para estasemana o leilão do TropicalHotel de Manaus, que jáfoi o maior empreendimentohoteleiro de luxo do Brasil.Avaliado em R$ 187 milhões,o complexo está sendo levadoà venda para pagamentode dívidas, por requerimentoda Centrais Elétricas do Nortedo Brasil S/A (Eletronorte).Integrande da rede hoteleira

criada pela Varig nos seustempos de glória, o TropicalManaus é atualmentecontrolado pelo Bancodo Brasil, que tem ashipotecas do hotel, oferecidasem troca de um empréstimo.O imóvel também temdívidas atrasadas como Instituto Nacionaldo Seguro Social (INSS).Com 1.400 apartamentos,o Tropical Manaus ficaem localização privilegiadaàs margens do Rio Negro,em plena selva amazônica.

ENCONTRO DE CONTAS

Pétalasnoconcreto

A TAM acaba de aterrissar postosde vendas em mais quatro lojasda rede Casas Bahia na regiãometropolitana de São Paulo.Com os quiosques instalados emlojas do grupo em São MiguelPaulista, Taboão da Serra,Santo André e São Bernardo, aempresa aérea passa a ter balcõesem 10 lojas de Casas Bahia.

Brota nesta semana, em SãoPaulo, o novo negócio da jovemempresária Luciana Moraes,filha de José Roberto Ermíriode Moares, do Grupo Votorantim.Amanhã, a herdeira inaugurano Shopping Cidade Jardima loja Verbena Flores - umaboutique que une arranjosflorais a presentes temáticos.Graduada em marketing pela

ESPM, Luciana teve a inspiraçãopara o negócio durante atemporada em que estudouem Paris, na França.Depois de trabalhar como traineena Votorantim por dois anos,a jovem plantou seu próprionegócio, que já desabrocha comcontratos corporativos: a novaloja decorou evento da Chandon,realizado no final de semana.

A modelo e apresentadora Adriane Galisteuacaba de fechar contrato com a Sony Brasil.Íntima dos flashes, a loira será a nova garota-propagandada linha de câmeras profissionais NEX da empresa.Adriana estreia no novo papel nesta semana,com o lançamento da campanha "Desafio Sony Nex C3".

Olé!

Check-innobalcão

“Ele(Pelé)tomouremédioerrado...Estavaconfusoenãosabiaoquedizia.Eusugiroquedapróximavezeletomeamedicaçãoadequadaantesdecomeçarafalar.Equetroquedemédico”

Olhaaborboleta!

Comprassemsairdocarro GIRO RÁPIDO

Maradona, ironizando opiniãode Pelé, que considerou Neymarmelhor que o argentino Messi.

Hospedagembaiana

22 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 23: revista Brasil econômico17

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 23

Page 24: revista Brasil econômico17

A cesta de Natal continuaum dos brindespreferidos. Wladimir H.Brasiel, diretor-geralda Cestas Nobre, diz quesua empresa produzentre 500 mil e 600 milunidades e já encerrouo período de vendas.Ele destaca que o públicoespera o presente.E quem recebe, diz, querqualidade e variedadede produtos na cesta.

Cuidadosaocontratartrabalhador temporário

Quase9milhõesdepessoasnoFarmáciaPopular

Executivos do Japan Institute ofPlant Maintenance virão a SãoPaulo na próxima semana para aentrega do prêmio às empresasque utilizam seu método TotalProductive Management (TPM)para evitar todo tipo de perdas.Alguns dos usuários: Sabesp,Sandvik, Commins e Fibrasa. Quemorganiza é a Loss Prevention.

Monica Leonardi, diretora daLa Spaziale, marca italianade máquinas de café, diz nãohaver dúvidas de que o brasileiroestá receptivo a experimentarnovas formas de preparaçãodesta bebida preferida.Leonardi é especialista e já foiproprietária da Café Terra Brasil,torrefadora de café gourmet.

Diretores do sindicato dosfeirantes de São Paulo —metrópole onde, de terça adomingo, funcionam quase milfeiras livres — falam em nova fasede crescimento do setor.Acreditam em um impulso graçasao poder aquisitivo do consumidoradepto do binômio qualidade epechincha no preço. Contestam oalegado processo de retraçãono número de feiras e dizem que“a maioria está na periferia, longedos olhos dos que esquecemque existe este lado das cidades”.

O parque industrial paulistano viveo êxodo de empresas e a cidadeassume ares de grande centro decomércio e serviços. Mesmo assim,a Fiesp registra 26 mil fábricasna região expandida da capital,composta por oito municípiosvizinhos e responsáveis pelaexportação de US$ 6,5 bilhõesaté setembro deste ano.

Marcelo Pugliesi, diretor de novosnegócios da Direct Talk, especialistaem tecnologia para atendimentoao consumidor, elaborou algumasdicas para melhorar a relaçãoempresa/cliente. São palavrasde ordem como: 1 - Esteja ondeo consumidor está;2 - Uniformizações no atendimento;3- Equipes motivadas.

O Brasil é o segundo maiorfabricante mundial de fogos deartifício. Com as festas, eleiçõesmunicipais e os grandes eventosesportivos que vêm por aí,executivos como Eduardo YassuoTsugiyama, preveem um tempode grande demanda. Tsugiyama,que preside a AssociaçãoBrasileira de Pirotecnia(Assobrapi), levanta dados sobreo setor e ao mesmo tempose preocupa em oferecer cursosa quem trabalha ou pretendetrabalhar com fogos de artifício.

Ao final do ano aumenta a contratação de trabalhadores temporários. Paraquem emprega é necessário ter uma boa justificativa para esta admissão.Vitor Almeida, diretor da consultoria BDO RCS, comenta haver patrões quenão levam em conta obrigações trabalhistas. Entre outros ele cita o direitoà remuneração igual à dos colegas na mesma função na empresa, férias,13º proporcional, descanso semanal remunerado e Fundo de Garantia.

CestadeNataldevesermaisdoquebásica

Governo e oposição tentam hoje, no Congresso, um acordo paraaprovar a Emenda 29, que estabelece patamar mínimo aosinvestimentos em programas de saúde. O Farmácia Popular —totalmente subsidiado pelo governo federal — é citado como exemplode sucesso. Na Abrafarma, representante de 28 redes de farmácias,um estudo mostra que o programa movimentou, de janeiroa setembro, R$ 213 milhões e atendeu quase 9 milhões de clientes.

TRÊSPERGUNTASA...

Produtos de higiene e belezainteressam a todos os públicos eclasses sociais. Marcas brasileirastêm sucesso internacional.

Fora do Brasil, em que regiõesse encontra a Embelleze?Estamos nos Estados Unidos, naAmérica Central e em Portugal.Mas o Brasil é diferente destesmercados. Lembro que háno mundo 28 tipos de cabelos.

Aqui temos todos estes tiposde cabelos, dada a diversidadee miscigenação da população.

A oferta de matéria-primaprivilegia a indústriabrasileira...Há vantagem, sim, mas não osuficiente para dispensarmos aimportação. O público exigenovidades como o argan, doMarrocos, ou o bambu, da China.A próxima onda do consumoserá um produto à base debambu para fortalecer o cabelo.

Este mercado aindaé parâmetro válido paramedir classe social?Se o poder aquisitivo melhora,é natural o aumento do consumo.Só que entendo não haveruma ou outra classe socialconsumidora de produtos dehigiene e beleza. De certo modo,todos compram, porque eles sãoessenciais à qualidade de vida.

Embelleze, firme no Brasil,agora mira o exterior

Fotos: divulgação

AGENDA● Hoje, em Belo Horizonte,o Sebrae reúne pequenos e médiosempreendedores e empresasfranqueadoras. É o Minas Franquia.● Será quinta, no Solar da Imperatriz,no Rio, o lançamento do GreenProject Awards Brasil. Prêmio apoiaa sustentabilidade.

PrêmioaquemutilizaométodoTPM

Vice-presidente doSistema Embelleze

O mercado da beleza cresce hámais de duas décadas no país.Tudo é motivo para evolução.Quando algumas faixasde público sofrem com aautoestima, as pessoas reageme dão tratos ao corpo. Quandoé a vez do otimismo, tambémé razão para se embelezar.No Brasil, este segmento temcaracterísticas próprias.Em um ano, nas prateleiras,20% dos produtos sofremalterações. É um fator que nãopreocupa Jomar Beltrame,vice-presidente do SistemaEmbelleze, rede nacional commais de 200 franquias ativas

em todo o país. Sua empresa —que produz e comercializa 100milhões de unidades/ano —participa firme de um mercadoque movimenta R$ 27 bilhões,com previsão de chegar aosR$ 50 bilhões dentro dospróximos quatro anos. Noconjunto do setor de higienepessoal e beleza, o Brasilé o terceiro mercado mundiale primeiro no consumode sabonete e esmalte. Aexperiência da Embelleze nestaárea altamente competitiva levoua empresa ao exterior, onde templanos para se consolidar noprazo de três a cinco anos.

Otimismonasfeiras livresdacidadedeSãoPaulo

IndústriaspaulistanasexportaramUS$6,5bi

PAULO VIEIRA LIMA [email protected]

Regraparamelhorararelaçãoempresa/cliente

Brasileirosabeoqueébomnahoradepedir café

PODER DE COMPRA

Setordefogosdeartifícioprevêumaboafase...JOMAR BELTRAME

EXPRESSAS

24 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 25: revista Brasil econômico17

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 25

Page 26: revista Brasil econômico17

A disputa das seguradoras noscampos brasileiros vai começara esquentar no ano que vem. OItaú se prepara para operarcom seguro agrícola no segun-do semestre de 2012, onde en-frentará a concorrência do Ban-co do Brasil, nome mais tradi-cional neste segmento e que fir-mou parceria estratégica nesteano com a Mapfre, ampliando acarteira na modalidade.

O diretor de soluções corpo-rativas de seguros do Itaú, An-tonio Trindade, conta que inco-moda o fato de a seguradora fa-zer parte de uma instituição fi-nanceira grande e não oferecerseguro agrícola. “Posso traba-lhar, em um primeiro momen-to, com uma expertise interna-cional e com clientes do pró-prio banco”, diz.

A ideia do Itaú é fornecer apó-lices separadas para itens comoequipamentos, armazenamen-to e transporte de safra e garan-tia de preço mínimo. “A estraté-gia vai ser atingir pequenos emédios agricultores, por meiode aproximação com as coope-rativas do setor”, ressalta.

Segundo o diretor técnico deseguros rurais do Grupo BB Ma-pfre, Glaucio Toyama, a cartei-

ra agrícola do grupo deve fe-char este ano com R$ 300 mi-lhões em prêmios emitidos, amesma performance de 2010 ea maior do mercado.

Luiz Carlos Meleiro, superin-tendente de agronegócios daAllianz — que deve fechar oano com R$ 26 milhões em prê-mios emitidos, crescimento de15% frente a 2010 —, diz que háespaço para novos concorren-tes. Hoje, poucas seguradorasatuam com seguro agrícola,sendo elas a própria Allianz, BBe Mapfre, Nobre, Porto Seguroe UBF. “A atração de mais segu-radoras é um dos objetivos doMinistério da Agricultura”, diz.

As empresas interessadas de-vem estar adimplentes, ter pro-dutos aprovados pela Superin-tendência de Seguros Privados(Susep) e ter conhecimento so-bre a área. O executivo diz quea falta de concorrência se dá pe-lo fato de o seguro agrícola seruma modalidade que não pro-porciona um retorno rápido, for-çando as empresas a basearemseus resultados na aplicação dereservas técnicas, e não com aprópria venda de apólices.

O seguro agrícola cobre ris-cos causados por adversidadesclimáticas, permitindo ao clien-te recuperar o capital investidoem sua lavoura em caso de da-no. O governo brasileiro possuium programa que reduz em até70% o preço da apólice para pe-quenos e médios produtores,subsídio que as seguradoras rei-vindicam que seja de R$ 800milhões no próximo ano. Em2010, foi de R$ 270 milhões.

Mesmo com este incentivo,retomado em 2005, o seguroainda não deslanchou no Bra-sil. Dados da Susep mostramque, de janeiro a julho desteano, foram emitidos R$ 91,7 mi-lhões em prêmios — conside-rando apólices com e sem ga-rantia do Fundo de Estabilida-de de Seguro Rural (FESR), quecobre os sinistros. Mas é no se-gundo semestre que o segurocostuma ter maior demanda,

por conta da renovação de apó-lices de grandes culturas comoa soja. Neste período de 2010,os prêmios emitidos estavamem R$ 358,9 milhões. O volu-me ainda é baixo se considera-da a dimensão do Brasil. Esti-mativas do Ministério da Agri-cultura revelam que apenas 8%da área plantada brasileira têmseguros e o governo quer atin-gir o nível de 35% em 2016.

Mas as perspectivas para amodalidade são positivas porconta da extinção do FESR ,existente desde 1950, para acriação de um Fundo de Catás-trofe, que está em fase de regu-lamentação, com previsão pa-ra 2012. “Hoje o fundo é retroa-limentado pelas seguradoras,em função dos prêmios emiti-dos e, se houver catástrofe,provavelmente ele fica desco-berto”, explica Meleiro. No no-vo fundo, o governo vai entrarcom R$ 2 bilhões, sendo que asseguradoras continuam a ali-mentá-lo, e ao longo de doisano, o governo colocará maisR$ 2 bilhões.

A entrada do novo concorren-te e a possibilidade de finaliza-ção da regulamentação do fun-do prometem dar mais fôlego àmodalidade a partir de 2012. ■

Flávia [email protected]

Divulgação

Itaú Segurosvai enfrentarBB no campo

■ BB E MAPFRECarteira agrícola dogrupo segurador devechegar neste ano a

R$300mi

Luiz CarlosMeleiroSuperintendentede agronegóciosda Allianz

“A atração de maisseguradoras é um dosobjetivos do Ministérioda Agricultura”

Seguradora do Itaú pretende oferecer em 2012 apólice paraprodutores agrícolas, começando com clientes do próprio banco

■ ALLIANZCarteira agrícolada seguradora devechegar neste ano a

R$26mi

CARTEIRA DE GRANDES RISCOS DO ITAÚ

Seguradora quer incluir seguro agrícola em seu portfólio, mas modalidade terá pouco impacto em um primeiro momento

Fonte: Itaú Seguros

PARTICIPAÇÃO NA CARTEIRA

R$ 1,1 bilhãoem prêmios em 12 meses finalizados em junho deste ano

Itaú emitiu

24%18%

16%12%

7%6%

5%4%4%

2%2%

0 5 10 151515 202020 252525GARANTIA + FIANÇA

OPERADOR PORTUÁRIO

RESPONSABILIDADE CIVIL DE EXECUTIVOS

AERONÁUTICO

MARÍTIMO

RESPONSABILIDADE CIVIL

RISCO DE ENGENHARIA

EMPRESARIAIS

PETRÓLEO

TRANSPORTES

PATRIMONIAIS

Trindade,do Itaú,queroferecerseguroparapequenosemédiosprodutoresagrícolasem2012

FINANÇAS

■ ITAÚ SEGUROSSeguradora do banco temuma carteira total deseguros corporativos de

R$ 1,1 bi

Editora: Maria Luíza Filgueiras [email protected]: Priscila Dadona [email protected]

26 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 27: revista Brasil econômico17

A seguradora do banco Itaú te-rá um desafio importante em2012: manter em sua carteira aapólice bilionária da Petrobras,conquistada em licitação hádois anos. “O Itaú está interes-sado em renovar esse contra-to”, diz o diretor de soluçõescorporativas de Seguros do ban-co, Antonio Trindade.

Em março do ano passado,um consócio formado por Itaú,Allianz e Mapfre venceu a licita-ção da Petrobras referente a ris-cos operacionais, riscos de pe-tróleo, responsabilidade civilgeral, transporte nacional e in-ternacional e responsabilidadecivil aeronáutica. A apólice ti-nha valor segurado de US$94,9 bilhões e rendeu às empre-sas um prêmio de US$ 49,6 mi-lhões. Passado um ano de vi-gência da apólice, a estatal re-novou o seguro com as mes-mas empresas, prerrogativa docontrato que havia sido firma-do. Em 2012, no entanto, a Pe-trobras vai abrir outra concor-rência para a apólice, que entra-rá em vigor em março.

De acordo com Trindade,muitas seguradoras vão se em-penhar em levar este contrato,tendo em vista a ausência degrandes sinistros da petrolífera.A Allianz, que entrou no consó-cio com uma fatia de 30% daapólice da Petrobras, diz que co-mo ainda não há definições so-bre a concorrência, prefere nãose pronunciar. O Grupo Segura-dor Banco do Brasil e Mapfre,por sua vez, afirma que tem in-teresse e está apto a participarda concorrência.

As seguradoras que ficaramde fora da concorrência em2010 também planejam entrar.

Entre elas, a RSA Seguros, quetem metade de sua receita deR$ 400 milhões ao ano advindade seguro para transportes, dizque tem intenção de participarna licitação desde que seja paraoferecer cosseguro na área emque tem maior expertise.

“Se for seguro transporte,nós queremos oferecer para aPetrobras”, diz Thomas Batt, di-retor-executivo da empresa,que chegou a considerar a possi-

bilidade de participar da licita-ção no ano passado e chegou atravar conversas iniciais com aestatal sobre o assunto.

Segundo Newton Queiróz, di-retor de óleo e gás da Aon, demodo geral, as apólices de segu-ro no setor de energia devem fi-car mais caras em 2012 por con-ta de grandes sinistros interna-cionais que penalizaram as res-seguradoras. “Esses sinistrosvão refletir nas renovações fei-tas a partir de 1º de janeiro, queterão elevação do valor entre10% e 15%”, afirma.

No caso da Petrobras, é preci-so considerar que desde o fecha-mento da última apólice a em-presa ampliou as atividades, oque eleva o valor do patrimôniosegurado. Por outro lado, a em-presa não teve sinistros relevan-tes neste período.“A Petrobrasé um caso ímpar, com sinistrali-dade baixíssima, é uma empre-sa de excelência e reconhecidamundialmente, então tem umdos melhores programas e me-lhores taxas de seguro”, ressal-ta Queiróz. ■ F.F.

O Grupo Banco do Brasil Mapfrevai ampliar em 2012 o leque deprodutores com possibilidadede contratação de um seguroagrícola com cobertura adicio-nal para faturamento com a sa-fra. Em julho deste ano, o grupolançou o BB Seguro Agrícola Fa-turamento, que garante indeni-zação ao produtor de soja no ca-so de perda de receita por contade danos climáticos à lavouraou de queda do preço da culturaproduzida. Ele funciona comoum derivativo — instrumentode proteção usado no mercadofinanceiro —, mas com uma rou-pagem de seguro, uma vez queé comercializado como uma co-bertura adicional nas apólices.

“Neste produto, só trabalha-mos com a cultura de soja, masqueremos ampliar para outrasduas commodities com alta li-quidez no próximo ano”, diz odiretor técnico de seguros ru-

rais do Grupo BB Mapfre, Glau-cio Toyama.

O produto funciona da seguin-te maneira: se o produtor esperavender 100 sacas de soja porUS$ 30, a um faturamento deUS$ 3 mil, mas por algum motivotiver problema na colheita ou que-da de preço no mercado que o le-ve a faturar um valor menor, o se-guro arca com até 75% do fatura-mento que era esperado. Nesteano, a seguradora esperava fechar3 mil apólices com essa coberturaadicional, mas apenas 600 negó-cios foram feitos. Apesar disso, ogrupo tem a expectativa de atin-gir toda a sua carteira de soja coma cobertura em dois anos. ■ F.F.

Corrida por apólicebilionária da Petrobras

BB Mapfre vai ampliargarantia para faturamento

Divulgação

SemIOF, dólar fechasemanaabaixodeR$1,80

Rodrigo Capote

Proteção de US$ 94,9 bilhõesestá nas mãos de Itaú, Allianze Mapfre, mas vence em 2012

Grupo lançou neste anocobertura de até 75% dereceita para produtores de soja

Daniel Acker/Bloomberg

Seguradora esperaestender para outrasduas commoditiesproteção vendidahoje apenas paraprodutores de soja

A Petrobras é umcaso ímpar, comsinistralidade baixae reconhecidamundialmente, entãotem uma das melhorestaxas de seguro

Newton QueirózDiretor de Óleo e Gás da Aon

AVISO DE PREGÃO ELETRÔNICO N° 189/2010OBJETO: AQUISIÇÃO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOSEDITAL: Disponível das 09:00hs às 11:00hs e das 14:00hs às 16:00hs, nos dias úteis, no COMRJ. a) Recebimento das proposições de preços até às 10:00 horas do dia 15/12/2011, exclusivamente por meio eletrônico, conforme formulário disponi-bilizado no endereço www.comprasnet.gov.br.b) Sessão pública na Internet para recebimento dos lances: aberta às 10:00 horas do dia 15/12/2011, no mesmo endereço www.comprasnet.gov.br.End. Av. Brasil 10.500/Olaria/ Rio de Janeiro, RJ - Tel. (21) 2101-0812 ou Fax (21) 2101-0815Acesso ao Edital no site-www.comrj.mar.mil.br

MARINHA DO BRASIL

CENTRO DE OBTENÇÃO DA MARINHANO RIO DE JANEIRO (COMRJ)

O dólar comercial encerrou a semana passada abaixo de R$ 1,80, apósmedidas anunciadas pelo governo para estimular o crescimento,incluindo a extinção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) parainvestidor estrangeiro na bolsa. A moeda fechou em baixa de 0,78%, aR$ 1,788 na venda, a sexta queda consecutiva. Segundo a Economatica,a desvalorização de 5,77% do dólar Ptax na semana passadafoi a 7ª maior registrada pela moeda perante o real desde 1965.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL/RJ

Pregão Presencial por SRP nº 05/2011

Data: 16/12/2012 às 13:00 horas.Endereço: Av. Presidente Wilson, nº 194, Térreo – Centro – Rio de Janeiro - RJObjeto: Fornecimento de poltronas giratórias. Valor do edital: R$ 7,95Edital disponível no sítio www.tre-rj.jus.br

Aviso de Licitação

Últimaapólice firmada,em2010, rendeuUS$49,6milhõesàsseguradoras

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 27

Page 28: revista Brasil econômico17

O ano nem terminou e as empre-sas listadas na bolsa brasileira jáestão apreensivas com a publica-ção do balanço referente ao pri-meiro trimestre de 2012. Issoporque o prazo para a elabora-ção do documento foi encurta-do de 45 dias para 30 dias após oencerramento do período. Apreocupação é ainda maiorquando analisado o universo deempresas que não conseguiramcumprir o prazo regulamentaratual: 66, de um um total de640 empresas, não entregaramo informe trimestral de julho asetembro de 2011, segundo da-dos da Comissão de Valores Mo-biliários (CVM).

O presidente do Instituto Bra-sileiro de Relações com Investi-dores (Ibri), Luiz Fernando Ro-lla, acredita que a regra, edita-da pela autarquia no final de2009 (Instrução nº 480), coloca-rá em risco os avanços obtidosem governança corporativanos últimos anos, uma vez queo novo prazo poderá impactara exatidão e a qualidade das in-formações publicadas ao merca-do. “A publicação do balançopassa pelo parecer do auditorindependente, revisão e apro-vação do comitê de auditoria,conselho de administração econselho fiscal. Esse processoleva tempo e, se encurtado,comprometerá a qualidade dodocumento”, pondera.

Para ele, a evolução do merca-do de capitais brasileiro trouxemais obrigações aos executivosque atuam nos comitês e no con-selho de administração. “O queantes levávamos de três a quatrodias para analisar, hoje levamais de uma semana. Com a re-dução do prazo teremos um con-

flito entre as boas práticas de go-vernança corporativa e a agilida-de que essas informações chega-rão ao mercado.”

Outro ponto levantado peloexecutivo diz respeito ao portedas companhias. “Empresas queconsolidam os resultados de con-troladas e/ou coligadas depen-dem do envio das informaçõesdas mesmas para concluir o pro-cesso. E este será ainda maiscomplexo se essas empresas tam-bém forem listadas na BM&FBo-vespa”, completa Rolla, quetambém é diretor de finanças ede relações com investidores(RI) da Cemig.

Ele cita como exemplo o casoda própria Cemig, controladorada Light que, por sua vez, detémuma participação na RenovaEnergia. “Todas as empresas ci-tadas têm capital aberto. Imagi-na o prazo hábil que a Renova te-rá para concluir esse proces-so?”, indaga Rolla.

Para Antonio Coló, presiden-te da consultoria SCA, as empre-sas que passarão por mais apuropara se adaptar são as de médio

porte e que atuam em setores co-mo construção civil e agronegó-cios. No primeiro caso, a dificul-dade está na complexidade deconvergir os números às regrasinternacionais de contabilida-de. No setor agro, por exemplo,o fato de uma mesma empresaatuar em várias frentes de negó-cios torna a elaboração do balan-ço um verdadeiro desafio. “Emcontrapartida, bancos e empre-sas de grande porte não enfren-tarão problemas pois têm equi-pe para cumprir com a regra.”

O assunto é tão preocupante,na opinião de Rolla, que o IBRI en-viou documento à CVM solicitan-do a manutenção do prazo em 45dias. Maria Helena Santana, presi-dente da autarquia, disse que o as-sunto será analisado, embora nãotenha dado pistas sobre a possibi-lidade de acatar ao pedido doIBRI e da Associação Brasileiradas Companhias Abertas (Abras-ca). “As empresas naturalmenteirão se adaptar ao novo em decor-rência da obrigatoriedade. Aquestão é saber a que preço issoserá feito”, questiona. ■

DÍVIDAPRIVADA

OSX avalia emitir títulos emmoeda estrangeira até julho

INSOLVÊNCIA

Inquéritosobre irregularidades nobanco Morada é prorrogado por 30 dias

Vanessa [email protected]

André Luiz Mello/O Dia

CVM sobpressão paramanter prazode balanços

O Banco Central prorrogou por 30 dias o prazo para a conclusãodo inquérito que apura irregularidades no Banco Morada, que estásob intervenção desde 28 de abril, segundo comunicado distribuídona sexta-feira. Em outubro, o BC decretou a liquidação extrajudicialdo banco e confirmou insolvência da instituição e violação dasnormas atestando existência de passivo a descoberto.

Divulgação

Henrique Manreza

Maria HelenaSantanaPresidenteda CVM

INSTRUÇÃO480

A OSX Brasil, controlada por Eike Batista, avalia a emissão de títulosem moeda estrangeira para financiar sua terceira plataforma depetróleo, disse ontem Roberto Monteiro, diretor financeiro. A OSXavalia duas estratégias para levantar recursos até julho. Uma delasé um empréstimo de 12 anos de US$ 850 milhões e a outra é emissãode títulos de curto prazo combinada com empréstimo bancário.

Empresas alegam que redução de 45 para 30dias comprometerá qualidade de informação

A Instrução CVM nº 480, dedezembro de 2009, prevê queo Formulário de InformaçõesTrimestrais (ITR) deve serentregue pelo emissor de valoresmobiliários no prazo de um mêscontado da data de encerramentode cada trimestre. Já oFormulário de DemonstraçõesFinanceiras Padronizadas (DFP)deve ser entregue pelascompanhias nacionais em atétrês meses após o encerramentodo exercício social.

FINANÇAS

“O assunto (pedido paramanter o prazos atuais paraos balanços) será avaliado”

Novasdatasparaentregadeformuláriosapartirde2012

■ EM FALTADe 640 empresas,total que não entregoubalanço trimestral foi de

66■ MUDANÇAHoje divulgação tem de serentregue em45 dias. Apartir de 2012, prazo será de

30 dias

ParaLuizFernandoRolla,do Ibri,osnovosprazospodemimpactar

naexatidãodas informações

28 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 29: revista Brasil econômico17

Se por um lado a norma está co-locando algumas empresas empolvorosa, por outro especialis-tas acreditam que a antecipaçãodo prazo será benéfica tanto aosinvestidores quanto às própriascompanhias. “Quanto mais rápi-do o investidor tiver acesso à in-formação, mais rápido poderátomar sua decisão de aplica-ção”, ressalta Antonio Coló, pre-sidente da consultoria SCA.

A opinião é compartilhadapor Luiz Fernando Rolla, presi-dente do conselho de adminis-tração do Instituto Brasileiro de

Relações com Investidores(Ibri). “A redução do prazo iráproporcionar uma sincroniamaior entre os eventos corpora-tivos em andamento e a divulga-ção das informações. Isso é im-portante uma vez que as açõespodem estar atrativas e o inves-tidor terá como avaliar isso.”

Do ponto de vista das compa-nhias, Roberto Mendes, diretorde relações com investidores(RI) da Localiza, diz a que elabo-ração prévia dos resultados finan-ceiros permite que a empresa to-me decisões baseadas em infor-mações contábeis e não em infor-mações extra-contábeis. “Umacompanhia não pode tomar umadecisão se a informação não éconfiável”, acredita.

A locadora de automóveis éum exemplo de companhia quese estruturou para entregar osinformes trimestrais o mais bre-ve possível. “Iniciamos um pla-nejamento estratégico há qua-tro anos, quando definimos queno 3º dia útil as áreas envolvi-

das na publicação nos resulta-dos trimestrais enviaram os da-dos para serem consolidados”,explica Mendes.

Atualmente a Localiza é umadas primeiras a reportar os resul-tados trimestrais à Comissão deValores Mobiliários (CVM). “Es-sa antecipação nos dá certa van-tagem às demais companhias,uma vez que por algum tempotemos atenção integral tantodos investidores quanto dos ana-listas”, completa Mendes.

Quem também sentirá os efei-tos das mudanças nos prazos sãoos analistas de mercado. “A publi-cação dos balanços ficarão con-centradas em uma única sema-na, sobrecarregando o trabalho

desses agentes”, lembra Rolla.Paulo Barbosa, diretor da au-

ditoria Baker Tilly Brasil, acre-dita que as empresas que enca-minham o documento à CVMpróximo ao encerramento doprazo não irão alterar suas roti-nas.“As companhias terão quebuscar maior eficiência de for-ma a cumprir os prazos trimes-trais”, acredita.

Segundo o executivo, a roti-na das firmas de auditoria nãoserão fortemente impactadas.“As companhias terão de 15 a20 dias para fechar os balance-tes trimestrais e enviá-los aosauditores independentes, queterão outros 10 dias para emitiro parecer.” ■ V.C.

Murillo Constantino

REGULAÇÃO

BC determina liquidação extrajudicialda São Paulo Corretora por fraude

Investidor sai ganhando com maiorrapidez na divulgação dos números

CAPTAÇÃOEXTERNA

Petrobras conclui emissão de ¤ 1,85 bilhãono exterior com títulos de seis a dez anos

Sincronia maior entre os eventoscorporativos em andamentoe os resultados é ponto favorável

O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial da São PauloCorretora de Valores e da Rotula Crédito, Financiamento e Investimento.A autoridade monetária tornou indisponíveis os bens em nome daSão Paulo, e também do ex-presidente, Jorge Ribeiro dos Santos.Em 2010, a corretora havia sido penalizada pela Comissão de ValoresMobiliários, acusada de compras fraudulentas em opções de dólar.

A Petrobras concluiu a captação externa no valor de €1,85 bilhão.Os títulos para vencimento em março de 2018 somaram €1,25 bilhão,com cupom de 4,875% e rendimento ao investidor de 5,066%.Já a emissão para março de 2022 chega a €600 milhões, com cupomde 5,875% e ganho de 5,977%. A oferta foi realizada em duasetapas EUA. A conclusão está prevista para esta sexta-feira, dia 9.

A Localiza éum exemplo decompanhia que seestruturou paradivulgar resultadostrimestrais o maisbreve possível

Para

ibu

na, S

ão

Pau

lo

PROGRAMA PRÓ-RESIDÊNCIA

Os Ministérios da Saúde e da Educação possibilitam a abertura de residência médica para formação de profissionaisnas especialidades e nas regiões onde eles são mais necessários.

ABATIMENTO NO SALDO DO FIES

Médicos formados pelo FIES terão abatimento em seus saldos devedores, com valor proporcional ao período que trabalharem em um dos 2.282 municípios com carência de profissionaisna atenção básica.

PROGRAMA NACIONAL DE VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL DA ATENÇÃO BÁSICA

Beneficia profissionais recém-formadosnas especialidades prioritárias do Ministério da Saúde e que optaram por atuar nas áreas mais necessitadas. Além disso, bônus para concursos de residência, supervisão e apoio aos profissionais.

PROGRAMA TELESSAÚDE BRASIL REDES

O Governo Federal oferece às equipes de Saúde da Família (ESF) uma segunda opinião à distância, assegurando ao cidadão e ao profissional maiorsegurança no diagnóstico e tratamento.

Conheça os principais incentivos:

O Governo Federal oferece incentivos para levar médicos para mais perto da população.

Onde quer que ela esteja, nos bairros carentes das grandes cidades ou nas cidades do interior. São melhores condições de trabalho, qualidade de vida, oportunidade de crescimento e realização profissional. Quantomais médicos perto de você, mais saúde para o Brasil.

Informe-se www.medicospertodevoce.com.br

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 29

Page 30: revista Brasil econômico17

DI

AÇÕES

MULTIMERCADOS

RENDAFIXA

Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.12 meses No ano adm. (%) (R$)

Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.12 meses No ano adm. (%) (R$)

Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.12 meses No ano adm. (%) (R$)

ITAU EQUITY HEDGE ADV MULT FI 1/dez 12,80 11,25 2,00 10.000HSBC FIC FI MLT CRD PRIV LP STAR 1/dez 11,96 10,96 0,40 30.000CAPITAL PERF FIX IB MULT FIC 1/dez 11,27 10,37 1,50 20.000BB MULTIM TRADE LP ESTILO FICFI 1/dez 10,97 10,08 1,50 -ITAU PERS K2 MULTIMERCADO FICFI 1/dez 10,73 9,80 1,50 50.000ITAU PERS MULTIE MULT FICFI 1/dez 10,66 9,76 1,25 5.000ITAU EQUITY HEDGE MULTIM FI 1/dez 10,41 9,50 2,00 5.000BB MULTIM CONSERV LP MIL FICFI 1/dez 8,03 7,24 2,00 1.000ITAU PERS MULT MODERADO FICFI 1/dez 5,44 4,80 2,00 5.000ITAU PERS MULT ARROJADO FICFI 1/dez 3,33 2,77 2,00 5.000

Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.12 meses No ano adm. (%) (R$)

Em busca de clareza sobre juros e PIB

SUPER PREM REF DI PRS FICFI 2/dez 11,21 10,33 0,75 250.000BB REF DI LP PREM ESTILO FIC FI 1/dez 11,15 10,22 0,70 100.000BB REFERENCIADO DI LP 50 MIL FICFI 1/dez 10,83 9,92 1,00 50.000ITAU PERS MAXIME REF DI FICFI 2/dez 10,79 9,94 1,00 80.000HSBC FIC FI REFER DI LP EXTRA 2/dez 9,86 9,11 2,00 2.000ITAU SUPER REF DI FICFI 2/dez 9,12 8,42 2,50 1.000BB NC REF DI LP PRINC FIC FI 1/dez 8,86 8,14 2,47 100HSBC FIC REF DI LP POUPMAIS 2/dez 8,70 8,05 3,00 30ITAU PREMIO REFERENC DI FICFI 2/dez 7,48 6,92 4,00 1.000BRAD FIC DE FI REF DI HIPER 2/dez 7,23 6,70 4,50 100

BB ACOES PETROBRAS FIA 1/dez (9,74) (17,13) 2,00 200ITAU ACOES FI 1/dez (16,09) (15,65) 4,00 1.000BRADESCO FIC DE FIA 1/dez (18,92) (18,48) 4,00 -BRADESCO BA FIC DE FIA 1/dez (19,15) (18,70) 4,00 -BRADESCO FIC DE FIA MAXI 1/dez (19,22) (18,77) 4,00 -BRADESCO FIC DE FIA IV 1/dez (19,26) (18,80) ND -BB ACOES V RIO DOCE FI 1/dez (19,73) (19,26) 2,00 200UNIBANCO BLUE FI ACOES 1/dez (20,67) (20,12) 5,00 200SANTANDER FIC FI ONIX ACOES 1/dez (21,49) (20,28) 2,50 100ALFA FIC DE FI EM ACOES 1/dez (28,80) (28,19) 8,50 -

ITAU PERS RF MAXIME FICFI 2/dez 11,22 10,36 1,00 80.000BB RENDA FIXA LP 90MIL FIC FI 1/dez 11,16 10,23 0,80 90.000BB R FIXA LP PREM 50 MIL FICFI 1/dez 10,93 10,01 1,00 50.000BB RENDA FIXA LP 50 MIL FICFI 1/dez 10,92 10,00 1,00 50.000BB R FIXA LP PLUS ESTILO FIC FI 1/dez 10,91 10,00 1,00 50.000BRAD FIC DE FI RF MERCURIO 2/dez 9,54 8,77 2,50 5.000BRADESCO FIC DE FI RF VENUS 2/dez 8,43 7,77 3,50 100ITAU PREMIO RENDA FIXA FICFI 2/dez 7,73 7,18 4,00 300BB RENDA FIXA LP 100 FICFI 1/dez 7,45 6,86 4,00 100BANRISUL SUPER FI RF 2/dez 7,05 6,62 4,50 100

Maria Luíza [email protected]

INVESTIMENTOS

Máxima58.979,52

Mínima 57.618,32

Fechamento*57.885,85

IBOVESPA (EM PONTOS)

57.400

57.750

58.100

58.450

58.800

18h17h16h15h14h13h12h11h

Fonte: BM&FBovespa *2/12/2011

Maior clareza sobre o tamanho total do ciclode afrouxamento monetário nos mercadosemergentes e maduros e sobre a intensidadeda desaceleração econômica em curso é oque investidores e economistas esperam co-mo desfecho para esta semana. No Brasil, osajustes de expectativa virão com a divulga-ção do Produto Interno Bruto (PIB) do tercei-ro trimestre amanhã e na leitura das entreli-nhas da ata do Comitê de Política Monetária(Copom) na quinta-feira. No exterior, comdefinição de taxa de juros na Zona do Euro ena Inglaterra e a precificação e demandanos leilões de títulos de países europeus.

Na cena nacional, aumentaram as avalia-ções de que o PIB pode ser uma surpresa ne-gativa, uma vez que se esperava estabilida-de do segundo para o terceiro trimestre eagora pululam análises de uma variação novermelho possa ser divulgada pelo governo.Corroboram com isso a retração pelo tercei-ro mês consecutivo, em outubro, da produ-ção industrial mensal e até mesmo o pacotede estímulo ao consumo e renúncia fiscalanunciados pelo Ministério da Fazenda na úl-tima quinta-feira — sinal claro de preocupa-ção com o ritmo exibido nos indicadores re-centes de atividade econômica e industrial.

“Um dado negativo gera dúvida em rela-ção quarto trimestre, se a recuperação vaiacontecer”, pondera Marianna Costa, eco-nomista da Link, que tem estimativa de altade 0,2% do PIB. “O IPCA fechado de novem-bro, a sondagem de serviços feita pela Fun-dação Getulio Vargas e dados de produçãoautomotiva da Anfavea ajudarão a dar maisclareza sobre atividade.”

A Concórdia Corretora e o Banco Fatorprojetam variação nula no PIB do terceirotrimestre. O economista do Itaú, Aurélio Bi-calho, já vê sinais do indicador abaixo do es-

timado inicialmente pelo banco para o quar-to trimestre. “A surpresa negativa da pro-dução industrial em outubro levou a préviado PIB mensal Itaú Unibanco para uma va-riação ligeiramente negativa na compara-ção com setembro (queda de 0,1%), apósajuste sazonal (prévia anterior era de estabi-lidade na margem)”, destaca Bicalho. “Des-ta maneira, aumentou a chance de o cresci-mento do PIB no último trimestre ser aindamais fraco do que a nossa projeção correntede 0,5% em relação ao terceiro trimestre,com ajuste sazonal.”

O ritmo econômico vai pautar a decisãodo Copom sobre taxa de juros e a expectati-va em torno da ata é antever os primeirospassos da autoridade monetária em 2012.“As reuniões do BC inglês e da Zona do Eurosão importantes também para dar sinaliza-ção do tamanho de afrouxamento monetá-rio”, destaca Marianna. Já na ponta de ativi-dade, há rodada internacional do indicadorde serviços, uma semana depois dos indica-dores de manufatura. “É especialmente im-portante nos Estados Unidos, onde serviçosrespondem por 70% do PIB, e na Europa”,reforça a economista. O PIB preliminar daZona do Euro será divulgado amanhã.

Ajudam a demonstrar e também a definiro apetite dos investidores os leilões de títu-los públicos na França, hoje, na Alemanha eem Portugal na quarta-feira. Nos últimos lei-lões, os países europeus não conseguiram co-locar todo o montante ofertado e ainda tive-ram que arcar com o pedido de taxas entreas mais altas da história para convencer osinvestidores a comprarem os papéis, in-cluindo dívida alemã. Além disso, será o pri-meiro movimento de mercado após a açãoconjunta dos bancos centrais da região, Esta-dos Unidos, Japão, Suíça e Canadá. ■

INDICADORES E EVENTOS DA SEMANA

Fontes: Banco Fator e Concórdia Corretora

SEGUNDA-FEIRA (5/12)0h30 | (China) — Sondagem PMI Serviços — HSBC7h | (Zona do Euro) — PMI Composto7h30 | (Zona do Euro) — Confiança do consumidor8h | (Zona do Euro) — Vendas do varejo8h30 | (Brasil) — Relatório Focus11h | (Brasil) — Balança comercial semanal12h | (França) — Leilão de títulos públicos 13h | (EUA) — Novos pedidos da indústria

TERÇA-FEIRA (6)8h | (Zona do Euro) — PIB8h | (Brasil) — Sondagem de serviços9h | (Alemanha) — Pedidos das fábricas 9h | (Brasil) — PIB

QUARTA-FEIRA (7)7h30 | (Reino Unido) — Produção industrial8h | (Brasil) — IGP-DI8h15 | (Alemanha) — Leilão de títulos públicos8h30 | (Portugal) — Leilão de títulos públicos9h | (Alemanha) — Produção industrial

10h30 | (Brasil) — Produção de veículos12h30 | (Brasil) — Índice de commodities18h | (EUA) — Crédito ao consumidor21h50 | (Japão) — Conta corrente

QUINTA-FEIRA (8)8h30 | (Brasil) — Ata do Copom9h | (Brasil) — IPCA 10h | (Reino Unido) — Definição de taxa de juros10h45 | (Zona do Euro) — Definição de taxa de juros11h30 | (EUA) — Número de auxílio desemprego16h30 | (Zona do Euro) — Início do encontro de líderes21h50 | (Japão) — PIB

SEXTA-FEIRA (9)0h | (China) — Preços ao consumidor e ao produtor5h | (Brasil) — IPC-Fipe5h | (Alemanha) — Conta corrente e preços ao consumidor7h30 | (Reino Unido) — Balança comercial8h | (Brasil) — Prévia do IGP-M9h | (Brasil) — Emprego e salário11h30 | (EUA) — Balança comercial

*Taxa de performance. Ranking por número de cotistas.Fonte: Anbima. Elaboração: Brasil Econômico

30 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 31: revista Brasil econômico17

GOVERNANÇA FUNDOIMOBILIÁRIORAYMONDJAMES

Corretora recomendaação da Hering e vêdesempenho positivo

Daycoval pretendeaderir ao Nível 2da Bovespa

A Hering, segunda maior varejistade roupas do Brasil, teve arecomendação das ações elevadade “market perform”(iguala performance do mercado)a “outperform” (acima domercado) pela Raymond James &Associates. “De acordo coma administração, as lojas infantispiloto estão apresentandoresultados positivos,” disseramos analistas da Raymond James,incluindo Guilherme Assis, emrelatório. “Recomendamosque investidores se antecipem aesse anúncio, que deve destravarum valor ainda oculto, já que ospreços atuais não refletem essepotencial positivo adicional”.

O conselho de administraçãodo banco Daycoval aprovoua adaptação do estatuto paralistar suas ações no Nível 2 degovernança corporativa da BM&FBovespa. As alterações precisamser submetidas a uma assembléiageral de acionistas. O Nível 2supõe adoção de regras maisrígidas de transparência e maiorpoder de decisão aos acionistas.O segmento exige das empresaspraticamente todos os requisitosdo Novo Mercado, com exceções,como possibilidade de manterações preferenciais (sem direitoa voto). Contudo, as ações PNlistadas no Nível 2 dão direito devoto em fusões e incorporações.

Carteira da UM paradezembro inclui cotasde shopping no Rio

“Umas e outras para 2012: um eurovalerá um dólar, ou então ummarco comprará duas libras esterlinas.O que você prefere?”

@empiricus_ind,gestora independente

“RDCD3 recuou 6,4% hojecom um volumaço. Devolveutodo o lucro dos últimos dias”

@Marcos_Moore, analista daXP Investimentos, comenta o desempenho

negativo das ações da Redecard,que na semana caíram 2,05%

A UM mudou sua carteira defundos imobiliários paradezembro e substituiu o fundoHotel MaxInvest (HTMX11B), peladesvalorização das cotas, porpapéis da RB Capital GeneralShopping SulaCap, cujo ganhoestimado é de 85% do CDI.A UM manteve a BB VotorantimJHSF, pela proximidade daconclusão do Continental Tower,o Presidente Vargas (PRSV11),de olho nos impactos positivosde eventos como Olimpíadas; RioBravo Renda Corporativa (FFCI11),por ter 100% dos imóveisalugados; AnhangueragEducacional (FAED11B) e o CHSGRecebíveis Imobiliários (CSBC11).

HOME BROKER

BOLSASobeedescenasemana

17,34%foi a valorização da MRV ON na semana, melhor desempenhoentre a carteira do Ibovespa no período. Na ponta oposta,o papel da Marfrig ON registrou desvalorização de 9,53%.

Deite este anúncio na altura dos seus olhos e veja o que aumenta as vendas, valoriza as marcas

e contribui para o desenvolvimento do país.

4 de Dezembro. Dia Mundial da Propaganda.

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 31

Page 32: revista Brasil econômico17

Use conscientementeo seu 13º salárioA gratificação de Natal, o popularmente conhecido13º salário, é um benefício utilizado em alguns paísespago pelas empresas a seus empregados. No Brasil,este dinheiro faz a alegria como renda “extra” defim de ano.

Boa parte dos brasileiros utiliza esta gratificação pa-ra consumir, comprando presentes para dar de final deano a familiares e amigos. Porém, uma pergunta se fazimportante: Estou usando o 13º salário da melhor ma-neira possível? Este questionamento pode ser respon-dido com dicas de organização de finanças pessoais pa-ra o fim de ano, divididas em três partes iguais:

1) Separe um terço para gastar! Ninguém é de ferro!Todos nós devemos usar o fruto de nosso trabalho tam-bém para o prazer, para presentear alguém ou parauma viagem de férias. Vale a pena se presentear!

2) Com a outra parte, organize gastos do início doano e planeje o pagamento de impostos como IPTU,IPVA e matrícula dos filhos, além do material escolar.

3) Reserve um terço do 13º para investir pensandona sua qualidade de vida no futuro! Muitos especialis-tas financeiros orientam separar um terço deste impor-tante benefício para reforçar os investimentos.

Para reforçar a tese de que este investimento podecontribuir para sua qualidade de vida, imagine um tra-balhador que tenha salário de R$ 4,5 mil, do qual con-siga guardar R$ 1,5 mil.Como estamos realizando uminvestimento para longo prazo, acima de 5 anos, umaexcelente alternativa são os fundos de ações.

O investidor que realizou este investimento após aestabilização econômica nos últimos 16 anos haveriainvestido R$ 22,5 mil. Devido à tendência de queda doCDI no longo prazo utilizamos a poupança como refe-rência em um investimento de renda fixa, na qual estevalor se transformaria em R$ 26.882, com uma valori-zação de 19,48% do capital investido.

No entanto, caso houvesse sido orientado a iniciarseus investimentos em um fundo de ações que acom-panhe o Ibovespa, o patrimônio investido teria setransformado em R$ 42.188, com valorização de87,51%. Note que o investidor que realizou o investi-mento nos fundos de ações obteve rendimento 4,5 ve-zes superior ao que decidiu aplicar na poupança.

Muitos investidores utilizam o fundo de ações quan-do o seu horizonte de investimento é de longo prazo,sendo indicada a diferentes objetivos, como a comple-mentação da aposentadoria, a compra de sua casa pró-pria, o casamento dos filhos etc.

Não é possível mensurar o bem-estar gerado ao pre-sentear alguém ou o prazer com uma viagem com suafamília, mas vale a pena utilizar conscientemente estaparcela do 13˚ salário com a finalidade de garantir atranquilidade e segurança no futuro. Lembre-se queas decisões tomadas hoje refletirão em seu bem-estare de sua família no futuro. ■

Em 16 anos deinvestimento, quemaplicou R$ 22.500obteve R$ 26.889 napoupança, com altade 19,48%. Esse mesmovalor no fundo deações renderia 87,51%,para R$ 42.188

Fabiano PessanhaConsultor de investimentos daGeração Futuro Corretora de Valores

INVESTIMENTOS

BOLSAS INTERNACIONAIS (COMPORTAMENTO NA SEMANA)

1.190

1.205

1.220

1.235

1.250

2/DEZ28/NOV

S&P 500

Fonte: Rosenberg Consultores Associados (www.rosenberg.com.br)

5.300

5.375

5.450

5.525

5.600

2/DEZ28/NOV

FTSE-100

5.700

5.800

5.900

6.000

6.100

2/DEZ28/NOV

DAX

11.400

11.575

11.750

11.925

12.100

2/DEZ28/NOV

DOW JONES

(EM MIL PONTOS)

2.510

2.534

2.558

2.582

2.606

2.630

2/DEZ28/NOV

NASDAQ

Muitos especialistas financeirosorientam separar um terçodo 13º salário para reforçar osinvestimentos e assim garantirqualidade de vida no futuro

32 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 33: revista Brasil econômico17

RENTABILIDADE HISTÓRICA CAPTAÇÃO LÍQUIDA HISTÓRICA

CAPTAÇÃO POR CATEGORIA

RENTABILIDADEACUMULADA

CDI 12,38 9,88 9,75 10,55Ibovespa -41,22 82,66 1,04 -20,21IBrX -41,77 72,84 2,62 -15,32Dólar 31,94 -25,49 -4,31 10,95

ÍNDICES 2008 2009 2010 2011

Curto Prazo 78.549,08 11.119,30 15.413,01 -4.293,70 544.101,46 530.813,38 13.288,08Referenciado DI 231.306,36 9.062,81 11.137,66 -2.074,86 409.923,61 410.230,97 -307,36Renda Fixa 591.686,25 15.708,72 20.293,09 -4.584,37 654.463,78 582.556,13 71.907,65Multimercados 393.710,36 4.722,69 8.834,84 -4.112,15 276.939,45 327.190,22 -50.250,77Cambial 938,49 6,07 31,97 -25,91 688,50 745,36 -56,86Dívida Externa 533,27 0,07 0,06 0,01 47,86 9,10 38,76Ações 172.220,74 488,31 576,70 -88,39 33.536,89 34.815,44 -1.278,55Previdência 223.886,48 1.462,14 577,05 885,10 62.522,27 41.843,42 20.678,85Exclusivo Fechado 4.663,22 0,00 0,00 0,49 2.859,06 194,07 2.665,00FIDC 61.484,63 2.843,13 2.334,20 508,93 107.651,70 110.111,97 -2.460,27Imobiliário 4.690,28 ND ND ND ND ND NDParticipações 67.004,95 55,15 10,25 44,90 16.196,73 1.939,91 14.256,81Off-Shore 49.147,27 ND ND ND ND ND NDTotal Geral 1.879.821,38 45.468,39 59.208,83 -13.739,95 2.108.931,31 2.040.449,97 68.481,34

1 30.883,14 9.546,99 29.755,15 53.083,432 -17.892,58 17.227,67 27.778,04 3.228,743 -36.409,83 52.156,59 37.963,96 23.871,744 -32.489,28 13.233,12 21.694,15 -11.702,56

AÇÕESIBOVESPA Ativo -2,09 -4,66 -17,37 -16,21Dividendos -0,64 -2,03 -2,97 -1,17IBrX Ativo -1,42 -4,73 -17,24 -15,09Livre -0,87 -4,11 -11,29 -9,17Sustent/Governança -1,61 -5,62 -16,80 -15,80RENDAFIXACurto Prazo 0,26 0,81 10,49 11,56Referenciado DI 0,26 0,84 10,77 11,86Renda Fixa 0,28 0,92 11,40 12,80Renda Fixa Índices 0,30 1,42 13,54 15,65MULTIMERCADOSMacro 0,37 1,12 10,34 11,47Multiestrategia 0,40 1,24 9,39 11,67Juros e Moedas 0,23 0,75 11,59 13,03

TRIMESTRE 2008 2009 2010 2011

Tipos Semana Mês Ano 12 Meses

Categoria PL Semana No AnoAplicações Resgates Captação Líquida Aplicações Resgates Captação Líquida

POUPANÇARendimento

Balanço da indústria brasileira de fundos

0,53%é a valorização das cadernetas com aniversário hoje. No mês passado,até dia 28, a captação líquida (depósitos menos saques) ficou negativaem R$ 3,83 bilhões, totalizando saldo de R$ 410,30 bilhões.

(em R$ milhões)

(em %)

(em R$ milhões)(em %)

1,71

1,75

1,79

1,83

1,87

2/DEZ28/NOV

1,310

1,318

1,326

1,334

1,342

1,350

2/DEZ28/NOV

DÓLAR (R$/US$) EURO (US$/€)

Fonte: Rosenberg Consultores Associados (www.rosenberg.com.br)

MOEDAS (COTAÇÕES DE FECHAMENTO) JURO FUTURO

9,5

10,2

10,9

11,6

55

,2

9

6

3600d1800d960d840d720d360d330d300d270d240d210d180d150d120d90d60d30d

COMMODITIES METÁLICAS(Índices – Base: 25/nov=100)

Fonte: FSP. Elaboração: Rosenberg & Associados

1/NOV/111/DEZ/11 R$

US$

(CDI em % ao ano)

97

98

99

100

101

102

1/DEZ30/NOV29/NOV28/NOV25/NOV

2.290

2.310

2.330

2.350

2.370

NOV/11JUN/11

2.160

2.195

2.230

2.265

2.300

NOV/11JUN/11

FUNDOS DE INVESTIMENTOS

APLICAÇÕES RESGATES CAPTAÇÃO LÍQUIDA

50

70

90

110

130

NOV/11JUN/11

(EM R$ BILHÕES)

Fonte: Anbima (www.comoinvestir.com.br)

Patrimônio líquidoDISTRIBUIÇÃO POR CATEGORIA

Curto prazo4,18%

Referenciado DI12,03%

Renda fixa 31,48%

Multimercados 20,94%

Ações9,16%

Previdência11,91%

Demais10,03%

Fonte: Anbima (www.comoinvestir.com.br)

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 33

Page 34: revista Brasil econômico17

34 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 35: revista Brasil econômico17

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 35

Page 36: revista Brasil econômico17

Dilma Pena, presidente daCompanhia de Saneamento Bá-sico do Estado de São Paulo (Sa-besp), destaca a importânciade estar entre os destaques doprêmio de líderes empresariaisna categoria de Gestão Ambien-tal. Segundo a executiva, é to-talmente possível ter resulta-do sendo uma empresa públi-ca, desde que a gestão leva àsaúde financeira da empresa.Para Dilma Pena, um dos efei-tos do prêmio é colocar em evi-dência o fato de o segmento,até pouco tempo desconheci-do como negócio, poder seruma atividade empresarial etrazer bons resultados.

Em sua opinião, qualé a importância do PrêmioLíderes do Brasil?O prêmio é muito importante,tanto para o Estado de São Pau-lo, como para o saneamentobrasileiro, porque saneamentoé qualidade de vida, recupera-ção da qualidade dos nossosrios, lagos e córregos. Além dis-so, é segurança de que o índicede mortalidade infantil irá dimi-nuir e é uma condição hoje pa-ra a competitividade das nossascidades. Cidades que não têmsaneamento não são competiti-vas e a liderança da Sabesp sig-nifica que a atividade pode e de-ve ser eficiente para atingir a

A posição de destaque que o Bra-sil alcançou nos últimos anos co-locou o país na condição de can-didato à quinta — ou até mesmoà quarta — maior economiamundial. Esta mudança de pata-mar só foi possível graças aos es-forços das lideranças nacionais,tanto da economia, como da po-lítica do país. E para reconhecero trabalho dos brasileiros que es-crevem esta história, o BrasilEconômico e o Grupo de Líde-res Empresariais (Lide) entrega-rão, esta semana, no dia 7, o Prê-mio Líderes do Brasil.

Na ocasião, um grupo com-posto por 60 empresas, dividi-das em 20 categorias será pre-miado. Um em cada categoria,no entanto, será apontado co-mo o mais destacado em suaárea de atuação. A solenidadeacontecerá no auditório do Palá-cio dos Bandeirantes, a sede dogoverno de São Paulo e terátransmissão direta para todo opaís pela emissora SBT.

O principal objetivo do prê-mio é reconhecer de formamais clara as empresas e os ges-tores que, com seu talento, seuconhecimento do mercado esua coragem para correr riscos,estão assumindo um novo pata-mar. Um exemplo disso é LuizaHelena Trajano, presidente doMagazine Luiza, que está entreos destaques do prêmio na cate-goria de Varejo. “Luizinha”, co-mo é conhecida no meio empre-sarial, circula por todo o Brasilministrando palestras e apresen-tações sobre varejo.

Formada em Direito e Admi-nistração de Empresas, Luiza éresponsável pelo grande saltoda empresa no mercado vare-jista, que atualmente contacom 720 lojas, em 16 estados emais de 24 mil colaboradores ese orgulha de o Brasil ter eleitouma mulher para a Presidên-cia da República.

“Com a evolução da nova eco-nomia, as mulheres vêm ga-nhando espaço no mercado detrabalho, principalmente com aDilma, a primeira presidentemulher”, afirma a empresária

em entrevista ao Brasil Econô-mico durante o Fórum Econômi-co de Barueri realizado no últi-mo sábado (3) pelo Lide, presidi-do por João Dória Junior.

Trajano acredita que a elei-ção da presidente Dilma foi omarco da ascensão femininaem cargos de gestão pública eprivada. “Representar as mu-lheres e os líderes do Brasil éuma responsabilidade muitogrande, me orgulho de ter essecompromisso e fazer muito poreste país maravilhoso”, afirma.

Estímulo ao empreendorismoO governador do estado de SãoPaulo, Geraldo Alckmin, cargo

que ocupa pela terceira vez,também é destaque do PrêmioLíderes do Brasil na categoriaGovernança e Transparência.Alckmin acredita que a premia-ção é de extrema importânciapor estimular o empreendedo-rismo. “O prêmio valorizaquem investe, quem gera em-pregos, quem empreende e criaoportunidades”, afirma.

Segundo o governador, oBrasil, tem, por meio do Lide,a oportunidade de evidenciar acapacidade de superação dos lí-deres. “Não é fácil, num paísque tem a carga tributária altís-sima em relação ao desenvolvi-mento do mercado, a taxa dejuros, que é uma das maioresdo mundo, o câmbio e moedasupervalorizados, uma buro-cracia infernal, custo alto. En-tão os empreendedores brasi-leiros têm uma capacidadeenorme de superar obstácu-los”, afirma Alckmin.

Alckmin foi vice-governa-dor entre 1995 e 2001 e gover-nador de São Paulo por doismandatos consecutivos, entre2001 e 2006. Em 2006 foi candi-dato à presidência da Repúbli-ca pelo PSDB, sendo derrota-do. Em 2008 foi candidato àprefeitura paulistana. Já ocu-pou o cargo de secretário de De-senvolvimento do estado deSão Paulo. Nas eleições de2010, foi eleito governador doestado de São Paulo com50,63% dos votos válidos.

ÂnimoSegundo Edson de Godoy Bue-no, cofundador da Amil, o prê-mio é de extrema relevância pa-ra dar continuidade à motiva-ção das pessoas. “Quando umexecutivo recebe um prêmio,não é ele quem recebe, mas sima organização. Isso para darenergia para todas as pessoas en-volvidas”, afirma.

Bueno é médico formado pe-la UFRJ (Universidade Federaldo Rio de Janeiro) com especiali-zação em Cirurgia Geral e Resi-dência no Hospital da Santa Ca-sa do Rio de Janeiro. O empresá-rio é um dos responsáveis pelaconstrução de um dos maioresgrupos de saúde do país.■

Geraldo AlckminGovernadordo estadode São Paulo

Editora: Jiane Carvalho @[email protected]

Thais [email protected]

ESPECIAL LÍDERES DO BRASIL

“Saneamento

Líderes quecolocaramoBrasilemdestaque

“O prêmio valoriza queminveste, gera empregos e criaoportunidades, o que não é fácilnum país cuja carga tributáriaé altíssima e a taxa de jurosuma das maiores do mundo”

Temos uma estratégia de investir R$ 1,8 bi ao ano até

Prêmio “Líderes do Brasil” quer reconhecer, de forma mais clara,as empresas e os gestores que estão assumindo novos desafios

ENTREVISTADILMA PENA Presidente da Companhia de Saneamento

36 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 37: revista Brasil econômico17

universalização dos serviços. Éirreal e ilusório pensar que vaise chegar a 100% de água trata-da e distribuída a todos os domi-cílios e a 100% de coleta e todoo esforço coletado e tratadocom o prestador de serviços desaneamento que não seja efi-ciente. Neste sentido, eu achoque a Sabesp estar entre esteprêmio de líderes empresariaistem um significado muito im-portante para o país. Isso mos-tra que é possível sim ser efi-ciente e dar resultado sendouma empresa pública e de umsetor que era até pouco tempoabsolutamente desconhecidocomo uma atividade empresa-

rial, e hoje nós podemos provarque o saneamento pode ser co-nhecido e pode ser uma ativida-de empresarial eficaz, eficientee que para universalizar, estaempresa tem de dar lucro.

Por que é importante que umacompanhia de saneamentoseja eficaz e tenha um bombalanço e saúde financeira?Porque os investimentos do se-tor de saneamento são vultosos esão imobilizados no momentoinicial, ou seja, a imobilização sedá no momento da implantaçãoda infraestrutura. Então vocêtem um alto perfil de endivida-mento. E para você ter um perfil

de endividamento compatívelcom a atividade de saneamento,que é uma atividade de baixo re-torno, você tem que ter condi-ções de buscar no mercado o fi-nanciamento a menor custo, e is-so só é possível conseguir se hou-ver saúde financeira e demons-trar segurança financeira. Não éà toa que na última sexta-feiranós tivemos a informação daStandard & Poor´s que o ratingda Sabesp passou, no mercado in-ternacional, para BB+, e no mer-cado nacional, para AA+. Então,é muito importante esse prêmionão só para o estado de SP e paraa Sabesp, mas também para o se-tor do saneamento brasileiro.

Qual é a previsãode investimentospara o próximo ano?Nós temos uma estratégia deinvestir uma média de R$ 1,8bilhão ao ano até o final da dé-cada. Este patamar de investi-mentos vem desde 2007, en-tão é uma estratégia de inves-timento para se chegar à uni-versalização em toda a áreade atuação da Sabesp, incluin-do a região metropolitana. ASabesp atua em 364 municí-pios, ela venda água no ataca-do para mais cinco municí-pios e atende a 68,9% da po-pulação total do Estado deSão Paulo. ■

A nota de risco da Sabespno mercado internacional

é BB+ e no nacional está em AA+,segundo a Standard & Poor’s.A companhia pública concorreao prêmio Líderes do Brasil

Dilma PenaPresidenteda Sabesp

Aposta nocapital humano

Fotos: Tiago Archanjo/Imagem Paulista

precisa ser eficiente e dar lucro”

Ética e governançasão temas do evento

“Cidades que não têmsaneamento não sãocompetitivas e a liderançada Sabesp significa quea atividade pode e deve sereficiente para atingir auniversalização dos serviços”

INVESTIMENTO

ENCONTRO

o final da década, com o objetivo chegar à universalização em toda a área de atuação da Sabesp, incluindo a região metropolitana

Edson de Godoy Bueno,médico-cirurgião: em 1971,comprou o primeiro hospital, e,após outras aquisições, fundou aAmil Assistência Médica em 1978.É o atual presidente do Conselhode Administração e diretorpresidente da companhia. Em2010, sua empresa, a Amilpar, teveuma receita operacional de R$ 7,8bilhões, montante 56% superiorao de 2009, e Ebitda Ajustadode R$ 605,9 milhões. “Essecrescimento foi produto de todoo investimento que realizamos noaprimoramento do nosso capitalhumano e na tecnologia, que nospermite gerir nossos processoscom excelência”, afirma.

GESTÃO AMBIENTAL

EdsondeGodoyBueno:médico-cirurgiãone fundadordaAmil

LuizaHelenaTrajano,presidentedo

MagazineLuiza

Empresário e políticos sereuniram, no final de semana,no Fórum Econômico de Barueri(SP), evento realizado pelo Lide -Grupo de Líderes Empresariais.Fundado em 2003 peloempresário João Dória Junior,o Lide conta, atualmente, com826 empresas associadas,que representam 46% do PIBprivado nacional e tem o objetivode difundir e fortalecer osprincípios éticos de governançacorporativa no Brasil.Na próxima quarta-feira, em SãoPaulo, o Brasil Econômico, emparceria com o Lide, entregará,o Prêmio Líderes do Brasil.

Básico do Estado de São Paulo (Sabesp)

JoãoDoriaJunior,doLide,EdsondeGodoyBueno, daAmilpar,ogovernadorpaulista,GeraldoAlckmineoprefeitodeBarueri,RubensFurlan

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 37

Page 38: revista Brasil econômico17

Ontem, o primeiro-ministro ita-liano, Mario Monti, acelerou osplanos para aprovar um pacotede austeridade de ¤ 20 bilhõesdestinado a auxiliar as finançasda Itália e a combater a criseque ameaça a zona euro.

A reunião de gabinete sobre opacote que prevê aumento deimpostos e cortes nos gastos,originalmente agendada para es-ta segunda-feira, foi antecipadapara o domingo, após reuniõescom líderes de partidos e sindi-catos, informou o gabinete doprimeiro-ministro.

Entre as reformas previstasestão um aumento da idade pa-ra aposentadoria de muitos tra-balhadores, a liberalização deserviços profissionais, aumen-to de impostos para contribuin-tes com renda mais alta e no-vos tributos sobre bens priva-dos e habitação.

As medidas vêm antes deuma das semanas mais impor-tantes desde a criação da moe-da única na Europa, há mais deuma década. Está marcada paraquinta e sexta-feira uma reu-nião de líderes europeus, emBruxelas, com o objetivo de bus-car um plano mais amplo de res-gate para o bloco.

“A escolha é entre adotar du-ras medidas de austeridade e ini-ciar o resgate do euro ou a Itálianão ser mais capaz de ficar depé e corrermos o risco de colap-so do euro”, diz Emma Marcega-glia, presidente do lobby dos

empregadores italianos. A Itá-lia, com uma dívida pública decerca de 120% do Produto Inter-no Bruto, está no centro de cri-se da Europa, desde que o ren-dimento dos seus títulos de 10anos subiram para cerca de 7%,semelhante aos níveis vistosquando países como a Grécia ea Irlanda foram forçados a bus-car um resgate. A adoção deum pacote de resgate é vista co-mo vital para o restabelecimen-

to da credibilidade da Itália nosmercados financeiros apósuma série de promessas não-cumpridas pelo governo ante-rior, do ex-primeiro-ministroSilvio Berlusconi. Sindicatos di-zem que os cortes vão atingirmais fortemente os trabalhado-res pobres e pensionistas, mashá pouco sinal de oposição polí-tica aos planos, que devem seraprovados antes do Natal. ■

Reuters e agências

EUROPA

Françae Alemanha reiniciam rodada denegociações para combater crise do euroO presidente francês, Nicholas Sarkozy, e a chanceler alemã, AngelaMerkel, têm encontro previsto hoje para tratar de temas urgentena agenda europeia. O principal será a discussão sobre a revisão doTratado de Lisboa, que rege a comunidade de países, para permitira criação de um mecanismo centralizado de controle dos orçamentos.O segundo ponto é a discussão de um novo aperto fiscal no bloco.

Alberto Pizzoli/AFP

Medidas contra crise naItália chegama ¤20 bi

Turquia inspira partidos islamitas

Divulgação

Matthew Staver/Bloomberg

Os islamitas, fortalecidos comos avanços eleitorais no mun-do árabe se inspiram no mode-lo turco, mas para consegui-rem o mesmo sucesso, preci-sam priorizar os desafios eco-nômicos em seus países afeta-dos pelo desemprego e pela po-breza, dizem analistas.

“Eles veem a Turquia comomodelo, pois o sucesso da AKP

melhorou muito a vida dos tur-cos”, afirmou à AFP Shadi Ha-mid, diretor de pesquisas doCentro Brookings de Doha.

A AKP, Partido da Justiça edo Desenvolvimento, no po-der na Turquia, é ponto deapoio dos islamitas. O Ennah-da, vencedor nas eleições naTunísia, afirma seguir aberta-mente o modelo turco.

Segundo os analistas, a econo-mia será o critério de julgamen-to dos islamitas marroquinos, tu-nisianos e egípcios, quando colo-carem em marcha seus gover-nos. “Eles ganharam porque fica-ram ao lado dos pobres” graçasa redes de caridade, e a “econo-mia se tornou prioridade", disseAbdel Bari Atwane, redator che-fe do jornal Al Qods el Arabi. ■

Neste sábado, a página maisnegra da história econômicaargentina completou 10 anos. Em3 de dezembro de 2001, o governodo presidente Fernando de la Rúa,que tinha como ministro daEconomia Domingo Cavallo,bloqueou quase US$ 70 bilhõesde correntistas, em uma açãodesesperada para conter o saquegeneralizado de dinheiro dosbancos. A medida provocou fúriapopular, com saques e 33 mortesem confrontos de manifestantescom a polícia. O “Corralito”provocou um bola de neveque levou de la Rúa a renunciarno dia 20, abrindo um vácuono comando da Casa Rosada.

Pacote discutido ontem prevê aumento de impostos e cortes nos gastos do país

Entre as reformasprevistas estão oaumento da idadepara aposentadoria,mais impostos paracontribuintes de altacom renda, além denovos tributos sobrebens privados

Boa gestão econômicatornou o país exemploa movimentosreligiosos na Tunísia,Marrocos e Egito

A região de Castilla-La Mancha,no centro da Espanha, célebreterra das aventuras de DomQuixote, aplicou um segundoplano de austeridade paraeconomizar ¤ 350 milhões,em linha com os esforços dogoverno espanhol em ajustaros pesados gastos das regiõesautônomas como tentativapara reduzir o déficit público.Um primeiro plano havia sidoanunciado no fim de agosto,com redução de ¤ 1,8 bilhão , querepresenta 20% do orçamentoanual da unidade administrativa.entre as novas medidas estãoo corte de 13% no salários brutodos funcionários públicos.

MUNDOFabrizio Bensch/Reuters

BREVES

LaMancha,a terradeDomQuixote, apertamaisocintocomacrise

“Corralito”argentino,quebloqueouUS$70bi,completadezanos

Opacotedoprimeiro-ministroMarioMonti vaiatingirmaisfortementeostrabalhadorespobresepensionistas

PRIMAVERA ÁRABE

38 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011

Page 39: revista Brasil econômico17

IDEIAS/DEBATES [email protected]

A Iniciativa para a Recuperação de Ativos Roubados (StAR), ação conjuntado Banco Mundial e do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Deli-to, acaba de divulgar o instigante estudo “Como os corruptos utilizam as es-truturas legais para ocultar bens roubados e o que fazer a respeito”. O traba-lho mostra como os subornos, a malversação de verbas e bens do Estado eoutros atos criminais ocultam-se em meio a estruturas legais, como empre-sas fantasmas, fundações e organizações diversas. O tema é de alto interesseda sociedade brasileira, considerando que, a despeito dos avanços políticos eeconômicos das últimas três décadas, não conseguimos exorcizar os fantas-mas da improbidade, que continuam nos assombrando.

Uma das mais relevantes recomendações do relatório ressalta a importânciado trabalho realizado pelos provedores de serviços legais, financeiros, adminis-trativos e gestão. Trata-se de uma referência direta à atividade de outsourcing.De fato, a eficácia e a ética dessa atividade contribuem de modo significativopara que organizações sérias, corretas e jamais coniventes com a corrupção se-jam utilizadas inadvertidamente por indivíduos inescrupulosos. No Brasil e nomundo, há dramáticos exemplos de companhias de alta credibilidade e reco-nhecimento, surpreendidas por ações dolosas de executivos e colaboradores.O caso Enron, no início da primeira década deste século, ficou conhecido co-mo exemplo do mau uso da contabilidade para manipular mercados e propi-ciar o enriquecimento ilícito de executivos. No âmago da crise do sub-primenos Estados Unidos, em 2008, também há claros vícios na emissão e replicaçãode títulos imobiliários. Verifica-se, assim, que os equívocos no setor privadotêm consequências tão ou mais danosas do que na área pública.

Nesse contexto, os princípios contábeis criados pela Resolução nº 750/93 doConselho Federal de Contabilidade, e os aperfeiçoamentos da legislação e dasnormas nacionais e internacionais, tornam-se cada vez mais importantes, em es-pecial numa conjuntura de economia aquecida e com grande expansão dos mer-cados, como a atual. É muito pertinente que as corporações organizem-se ade-quadamente e com acesso fácil às suas informações contábeis. Por isso, é funda-mental que os princípios basilares da contabilidade sejam assimilados como valo-res intrínsecos do universo corporativo. A corrupção, além da questão moral, éti-ca e legal, reduz muito a competitividade da economia de qualquer país.

No Brasil, sabe-se que o problema é responsável pelo desvio de parcela ex-pressiva do dinheiro arrecado à sociedade por um dos sistemas tributáriosmais onerosos e burocráticos do mundo. Por isso, quanto mais eficazes fo-rem os mecanismos de controle, as boas práticas da gestão, a competência etransparência da contabilidade, maiores serão os benefícios para a Nação.Não se pode permitir que a minoria corrupta continue desperdiçando o di-nheiro público e/ou comprometendo a saúde financeira e a sobrevivênciadas empresas. Por isso, nada mais pertinente do que o título da matéria so-bre o novo estudo da StAR, estampado em manchete no website do BancoMundial:”Mais transparência, menos delinquência”. ■

Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas VasconcellosDiretor-Presidente José MascarenhasDiretores Executivos Alexandre Freeland, Paulo Fraga e Ricardo Galuppo

Diretor de Redação Joaquim CastanheiraDiretor Adjunto Costábile NicolettaDiretor Adjunto (RJ) Ramiro AlvesDiretor de Arte Pena Placeres

Editores Executivos Arnaldo Comin,Gabriel de Sales, Jiane Carvalho, Thaís [email protected]

Central de Assinantes e Venda de Assinaturas Marcia Farsura(Gerente), Felipe Santiago da Silva (Supervisor de Vendas), Con-ceição Alves (Supervisão)

São Paulo e demais localidades 0800 021 0118Rio de Janeiro (Capital) (21) 3878-9100De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14hwww.brasileconomico.com.br/[email protected]

Central de Atendimento ao Jornaleiro (11) 3320-2112

Sucursal RJ - Rua Joaquim Palhares, 40 - Torre Sul – 7º andar –Cidade Nova – CEP 20260-080 – Rio de Janeiro (RJ)Fones (21) 2222-8701 e (21) 2222-8707

Condições especiais para pacotes e projetos [email protected] (11) 3320-2015(circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais)

ImpressãoEditora O Dia S.A. (RJ)Diário Serv Gráfica & Logística (SP)FCâmara Gráfica e Editora Ltda. (DF/GO)

BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa JornalísticaEconômico S.A.

Redação, Administração e PublicidadeAvenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar,CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP),Fone (11) 3320-2000 - Fax (11) 3320-2158

Vagner Jaime RodriguesMestre em contabilidade, sócio da TrevisanOutsourcinge professor da Trevisan Escola de Negócios

Nas últimas duas décadas, uma avalanche de pesquisas tem revelado queaumenta o nível de estresse e ansiedade dos profissionais de praticamentetodas as áreas. Os sintomas se apresentam como angústia, queixa de doresmusculares, insônia ou queda da qualidade do sono, problemas gastroin-testinais e, nos casos mais graves, até depressão. Nas análises mais simplis-tas, esse fenômeno é resultante de uma vida cada vez mais agitada, do am-biente excessivamente competitivo no trabalho e das pressões profissio-nais e sociais. Pesquisa da International Stress Management Associationde 2004 havia apontado que 70% dos brasileiros sofriam de estresse no tra-balho, percentual próximo aos registrados em países como Inglaterra e Es-tados Unidos, o que comprova uma tendência mundial. Outros estudosmostram, todavia, que fatores específicos de determinadas carreiras ele-vam o nível de estresse e ansiedade dos profissionais.

Recente levantamento de um site norte-americano revelou que as 10 car-reiras mais estressantes são, pela ordem, piloto de avião, relações públicas,executivos de empresas, fotojornalista, repórter, executivo publicitário, ar-quiteto, corretor de bolsa, técnico de emergência médica e corretor de imó-veis. Na outra ponta, nas carreiras menos estressantes — se por acaso isso épossível — estão, também pela ordem, o audiologista, nutricionista, enge-nheiro de software, programador, assistente de dentista, fonoaudiólogo, filó-sofo, matemático, terapeuta ocupacional e quiroprático.

Não é difícil enumerar as razões da terceira posição dos executivos no ran-king. Eles vivem situações estressantes inerentes à função que exercem, co-mo a responsabilidade pelas estratégias e decisões, a necessidade de correrriscos, de atingir metas ambiciosas e superar a concorrência.

Os altos executivos, principalmente os CEOs, vivem uma situação para-doxal que aumenta a tensão e a ansiedade. Por um lado, eles são instados aassumir o lugar do dono com o poder de tocar o negócio, sendo responsá-veis pelo desempenho e sucesso ou fracasso do negócio. Por outro lado, po-dem ser demitidos a qualquer momento como ocorre com os demais colabo-radores da empresa. Ou seja, da noite para dia, podem perder o status, asvantagens, o poder e às vezes o glamour do cargo.

Outros fatores aumentam o estresse, como a insegurança no trabalho, omedo de perder o emprego, jornadas excessivas e cobranças exageradas.As empresas também contribuem para aumentar as incertezas e a ansieda-de dos profissionais quando não têm um bom clima organizacional ouquando não adotam políticas transparentes e justas de avaliação de desem-penho, de remuneração e de promoção.

Mais recentemente, especialistas passaram a incluir entre as causas do au-mento do estresse dos profissionais a dificuldade do executivo de conciliaros interesses da organização a seus interesses pessoais familiares.

Por tudo isso, a qualidade de vida tornou-se moeda de troca na contrata-ção de executivos. ■

Mais transparência

RiodeJaneirobaterecordededoaçãodeórgãos

Marcelo MariacaPresidente da Mariaca & Associatese professor da Brazilian Business Scholl

A corrupção, além da questão moral,ética e legal, reduz muito a competitividadeda economia de qualquer país

As causas do estresse corporativo

Altos executivos, principalmente os CEOs,vivem uma situação paradoxalque aumenta a tensão e a ansiedade

PONTO FINALO número de doações de órgãos no Rio de Janeiro bateu, este ano, o recorde de 2004.Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o Programa Estadual de Transplantes (PET)registrou, até agora, 110 doações, três a mais que em 2004, quando foram doados107 órgãos. No ano passado, o programa recebeu 80 doações e, em 2007, apenas 67.Ainda segundo a secretaria, desde abril de 2010, quando o governo do estado criouo programa, uma série de medidas foi adotada para ampliar a captação e o númerode transplantes. Uma delas foi firmar parcerias com hospitais particulares. ABr

Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011 Brasil Econômico 39

Page 40: revista Brasil econômico17

A receita do sucesso

O preço global do petróleo pode mais do que dobrar,caso os países do Ocidente considerem bloquear a ca-pacidade de Teerã de exportar a matéria-prima, infor-mou o ministério das relações exteriores do Irã. “Umassunto tão sério elevaria o preço do petróleo para cer-ca de US$ 250 o barril”, disse Ramin Mehmanparast,porta-voz do ministério.As conversações a respeito de sanções mais pesadas

sobre o programa nuclear do Irã aumentaramdesde queas Nações Unidas publicaram um relatório contendo in-formações de que havia evidências de que Teerã traba-lhava na construção de uma bomba atômica. De acordocom o governo do Irã, seu programa nuclear é inteira-mente pacífico.Na semana passada, o senado norte-americano vo-

tou a favor de penalizar instituições financeiras es-trangeiras que façam negócios com o banco centraldo Irã, o principal canal das receitas do petróleo. AUnião Europeia, por sua vez, está considerando baniro petróleo importado da república islâmica. Restrin-gir os fluxos de petróleo do quinto maior exportador

do mundo poderia causar sérios impactos no atual ce-nário da economia global. “As consequências de seimpor sanções ao óleo e ao gás devem ser totalmenteconsideradas antes que qualquer ação seja tomada al-guma”, disse Mehmanparast.Devido a crise mundial, o porta-voz do ministério

não acha que os países do Ocidente estejam em condi-ções de aplicar estas sanções. “Eu não acredito que a si-tuaçãomundial, especialmente doOcidente, esteja pre-parada para levantar estas discussões.” ■ Reuters

Dmitry Astakhov/AFP

Fabio Rodrigues Pozzebom

STR/AFP

Existe um fenômenoquepoucos observamquandoo as-sunto éo espantoso crescimentodo futebol brasileiro co-mo negócio, retratado com precisão pelo repórter FábioSuzuki nesta edição do BRASIL ECONÔMICO. Desde 2003,quandooBrasileirão passou a ser disputado emdois tur-nos pelo sistemade pontos corridos, existe clareza sobreo regulamento. Edesde 2006, quandopassoua ser dispu-tadopor 20clubes, nãoexiste quemnão saiba queo cam-peão será o timeque somarmais pontos ao fimdas 38 ro-dadas. Também é claro que o campeonato começa sem-pre no final de abril (ou início demaio) e termina no iní-ciodedezembro—oquepermitequeosclubesmais pro-fissionalizados adotem uma ferramenta indispensável aqualquernegócio: o planejamento. É lógicoque as condi-ções de regulamento e calendário não eliminam, apenasdificultaram a ação de fabricantes de resultados. Mastambém é lógico que elas deram à disputa uma transpa-rência inédita desde 1971, quando seorganizouoprimei-ro campeonato nacional digno desse nome. A evoluçãosó teve início neste século e foi acelerada. Mas é precisoavançarmais. É preciso, por exemplo,melhorar a quali-dadedas arbitragens. Épreciso, também,quea transmis-sãodas partidas deixede ser ummonopólio e que os clu-bes possam ter canais próprios para a transmissão deseus jogos. Mesmo com tudo isso, o ambiente em tornodo futebol já não é tão suspeito como no tempo em queEurico Miranda, o ex-presidente do Vasco da Gama, eravisto como um exemplo de cartola eficiente. Seus hábi-tos eram suspeitos, mas ele vencia. Hoje, muitos clubes(ouso dizer que amaioria) estão nasmãos de gente séria.É por essemotivo que oBrasileirão já ocupa a sexta posi-çãono rankingdo valor dos principais campeonatos na-cionais de futebol. Conforme a reportagem publicadanesta edição, ele vale US$ 1,3 bilhão. Émuito dinheiro.

O número é promissor, mas parece certo que o fute-bol brasileiro, comonegócio, aindanão alcançouamaio-ridade.Não faz tanto tempoassim, ninguémtinha ame-nornoção sobre aorigemnemsobreodestinododinhei-ro que movia o futebol. Hoje, os clubes são obrigados apublicar seus balanços. As demonstrações financeirasaindanão são perfeitas e, em suamaioria, aindanão têma chancela de auditores independentes. Mas é inegávelque hámais clareza sobre a origemdodinheiro quemo-vimenta o esporte e muito menos espaço para o caixa 2nos clubes. Os clubes da primeira e da segunda divisãovivemde“recursos contabilizados”: osdireitos de trans-missãode suas partidas, as cotas depatrocínio, o comér-cio dos direitos sobre os passes dos atletas e as rendasdos jogos (o mais irrisório desses valores). Este ano, os380 jogos da primeira divisão renderammais ou menosR$ 120milhões. Émuito? Bem... o atacante Neymar, doSantos Futebol Clube, ganha R$ 3 milhões por mês. Ouseja, apenas esse atleta custa a seu clube mais de umquarto da bilheteria de todos os jogos da primeira divi-são. Nada contra o salário de Neymar. Aliás, seria ótimose houvesse outros 20 jogadores com omesmo talento eos mesmos vencimentos. Mas isso só acontecerá no diaem que o negócio futebol alcançar sua maturidade. ■

Lupi pede demissão

Ricardo [email protected]

Cerca de 108 milhões de eleitores russos foram às ur-nas escolher 450 deputados que irão compor a DumaEstatal, câmara baixa do Parlamento Russo. O partidoRússia Unida, do primeiro-ministro Vladimir Putin,não conseguiu conquistar a maioria dos votos, segun-do pesquisas de boca de urna. Resultados preliminares— aproximadamente 40% das urnas haviam sido apu-radas até o fechamento dessa edição — apontava paraa mesma direção. A perda da maioria parlamentar pe-la Rússia Unida, que tinha dois terços das cadeiras elhe permitiu mudar, sozinho, a Constituição do país,representa a primeira derrota eleitoral do partido des-de que foi estabelecido, há dez anos. Putin disse que oseleitores mantiveram a Rússia Unida “como o principalpartido político”, completando que “com o resultado,podemos garantir o desenvolvimento estável do nossoEstado.” ■ Reuters e Bloomberg

Pressionado, JoãoHavelange renuncia ao COIJoãoHavelange renunciou ao seu cargo no ComitêOlím-pico Internacional (COI), emmeio às suspeitas de corrup-ção que envolvem o ex-presidente da Fifa. É o que afir-ma reportagem publicada ontem pela agência de notí-ciasAssociated Press. Segundo fonte próxima ao ex-car-tola, alegando problemas de saúde, Havelange optou porenviar uma carta renunciando de suas funções comomembro do COI. Ele estava no posto desde 1963. A re-

núncia teria sido feita na última quinta-feira. O nome deHavelange aparece entre os beneficiados do esquema decorrupção com a empresa ISL, que vendia direitos de TVda Fifa. Segundo a rede BBC, a propina seria de cerca de6milhões de libras esterlinas. Em junho, o COI começoua investigar o caso. Havelange seria suspenso, ou atémesmo expulso, na próxima quinta-feira. Com a renún-cia, as investigações devem ser arquivadas. ■

O regulamento e o calendário nãoeliminam, apenas dificultaram a açãode fabricantes de resultados. Masderam à disputa mais transparência

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), pediu de-missão do cargo após reunião com a presidente DilmaRousseff, na tarde de ontem. Em nota divulgada noblog doMinistério do Trabalho, Lupi afirma que sua de-missão é causada pela “perseguição política e pessoalda mídia que venho sofrendo há dois meses sem direitode defesa e sem provas”. Com a queda de Lupi, são seteos ministros afastados no primeiro ano do governo deDilma Rousseff: Antonio Palocci (Casa Civil), AlfredoNascimento (Transportes), Nelson Jobim (Defesa),Wag-ner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo) eOrlan-do Silva (Esporte). ■ Redação

www.brasileconomico.com.br

Primeiro-ministro russo sofre derrota nas urnas

ÚLTIMA HORA

Preço do petróleopode dobrar

Brasil Econômico é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A., com sede à Avenidadas Nações Unidas, 11.633, 8º andar - CEP 04578-901 - Brooklin - São Paulo (SP) - Fone (11) 3320-2000Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118 -Rio de Janeiro (Capital) (21) 3878-9100 - [email protected]É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômica S.A.

40 Brasil Econômico Segunda-feira, 5 de dezembro, 2011