72

Revista Capital 62

Embed Size (px)

DESCRIPTION

r

Citation preview

Page 1: Revista Capital 62
Page 2: Revista Capital 62
Page 3: Revista Capital 62
Page 4: Revista Capital 62

Habilita-te a ganhar super prémios todos os dias e aindao super prémio final: um CAMIÃO. Já sabes, quanto maisSMS enviares do teu giro, mais chances tens de ganhar.

LIGA-TEAO MELHORDO VERÃO

/mcelpaginaoficial

O MELHOR DO VERÃO É GANHAR SUPER PRÉMIOS TODOS OS DIASEnvia SMS com a palavra VA para o 823131

SUPERPRÉMIOS

Termos e condições aplicáveis. Preço por SMS 10MT. Promoção válida até 01/03/2013 apenas para clientes pré-pago. Consulta o regulamento em www.mcel.co.mz. Linha de Apoio: 82 0557890

www.mcel.co.mz

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

AF_MagAd_Capital.pdf 1 11/12/12 5:20 PM

Page 5: Revista Capital 62

Habilita-te a ganhar super prémios todos os dias e aindao super prémio final: um CAMIÃO. Já sabes, quanto maisSMS enviares do teu giro, mais chances tens de ganhar.

LIGA-TEAO MELHORDO VERÃO

/mcelpaginaoficial

O MELHOR DO VERÃO É GANHAR SUPER PRÉMIOS TODOS OS DIASEnvia SMS com a palavra VA para o 823131

SUPERPRÉMIOS

Termos e condições aplicáveis. Preço por SMS 10MT. Promoção válida até 01/03/2013 apenas para clientes pré-pago. Consulta o regulamento em www.mcel.co.mz. Linha de Apoio: 82 0557890

www.mcel.co.mz

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

AF_MagAd_Capital.pdf 1 11/12/12 5:20 PM

Page 6: Revista Capital 62

6

ÍNDICE DE ANUNCIANTES /ADVERTS INDEX

TDM, p 02AFRITOOL, p 03SAMSUNG, p 04 MCEL, p 05 STANDARD BANK, p 08 COREBUSINESS, p 11 ZAP, p 49

NESTLE, p 51SAL E PIMENTA, p 62 REALLIFE, p 67MIRAMAR, p 69 FERTHA, p 70RADISSON, p 71 BCI, p 72

DOSSIER / DOSSIER

26BOLSA DE VALORES / STOCK EXCHANGE

48

SUMÁRIO

DOSSIER / DOSSIER NEGÓCIO / BUSINESS

26 32 36

ACTUAL / CURRENT

A aposta vai para as infraestruturasUma boa fatia dos investimentos está a concentrar-se nas infraestruturas. Ou seja, avultados mon-tantes estão a ser mobilizados como forma de suportar grandes como estradas, ferrovias, aeroportos e portos. O caso não é para menos. O ritmo de crescimento económico do país depende claramente dessa aposta.

The bet goes for infrastructuresA good chunk of investments goes to infrastructures. That is, huge amounts of money are being mo-bilized as a way of supporting large infrastructures such as roads, railways, airports and ports. This is believed to be a serious investment. Thus, the pace of the economic growth of the country clearly depends on this investment.

Para o mercado bolsista moçambicano o ano de 2012 foi marcado por um crescimento assinalável. Saiba como as Obrigações do Tesouro tiveram um contributo de 88 por cento no volume global de transacções, entre outros dados relevantes.

Remarkable growth registered in MozambiqueFor the Mozambican stock market, the year 2012 was marked by a remarkable growth. Learn how Treasury Bonds had a contribution of 88 per cent in the overall volume of transactions, and other relevant data.

Crescimento assinalável registado em Moçambique

16

TEMA DE FUNDO / B. THEME

Page 7: Revista Capital 62

7

EMPRESAS / COMPANIES

34

60

SUMMARY

DESENVOLVIMENTO EMPREENDER ESTILO DE VIDA

36 52 60 66Ernst & Young é premiada pela World FinancePela primeira vez, a World Finance, uma prestigiada revista de jornalismo financeiro, sedeada no Reino Unido, atribuiu um importante prémio à Ernst & Young Moçambique correspondente à categoria de Melhor Firma de Consultoria Fiscal.

Ernst & Young is awarded by the World FinanceFor the first time, the World Finance, a prestigious magazine in the field of financial journalism, based in the UK, has awarded Ernst & Young Mozambique a prestigious prize corresponding to the category of the Best Tax Consulting Firm.

EMPREENDER / ENTREPRENUERSHIP

O problema do lixo em Maputo e na Matola tem motivado sérios debates e a busca de soluções é uma prioridade. A Associação Moçambicana de Reciclagem (AMOR) explica através do seu presidente, Stephane Temperman, de que forma se pode gerir e valorizar os resíduos.

LOVE for garbageThe garbage problem in Maputo and Matola has prompted serious debates and the search for solutions is a priority. The Mozambican Association for Recycling (AMOR) explains through its chairman, Stephane Temperman, how solid waste can be managed and recovered.

Por AMOR ao lixo

DR

DR

DR

TEMA DE FUNDO / B. THEME

Page 8: Revista Capital 62
Page 9: Revista Capital 62

março de 2013 revista capital

9

Propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. Mao Tsé Tung, 1245 – Telefone/Fax: (+258) 21 303188 – [email protected] – Director Geral: André Dauane – [email protected] – Directora Editorial: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozme-dia. Directora Executiva: Vanize Manjate - [email protected] co.mz – Redacção: Arsénia Sithoye - [email protected]; Sérgio Mabombo – [email protected] – Secretariado Administrativo: Indira Mussá – [email protected]; Cooperação: CTA; Ernst & Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Luís Muianga, Amândio Vilanculo; Gettyimages.pt, Google.com; – Ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Capa: João Garrido – Paginação: Arlindo Magaia – Design e Grafismo: Mozmedia– Tradução: E. Vasques – Departamento Comercial: Neusa Simbine – [email protected], Loni Machava – [email protected] ; – Distribuição: Nito Machaiana – [email protected]; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.

Helga [email protected]

EDITORIAL

Quanto tempo um indivíduo perde, em média, para ir de casa para o trabalho?Haverá algum estudo feito sobre a realidade dos transportes públicos que nos per-mita saber o tempo médio de espera dos utilizadores (em grande parte trabalhado-res) em relação aos meios de transporte? Existirão cálculos feitos sobre o tempo que

os mesmos demoram a cumprir os seus trajectos? Haverá números fiáveis sobre o nível de atrasos que esses mesmos meios de transporte registam face aos seus horários de utilização?Sabemos quanto custam as tarifas, mas será que sabemos quanto custa à economia do país o tempo de espera dos utentes nas paragens de autocarro ou de chapa?O que de facto constatamos, a cada dia que passa, é que o trânsito se encontra cada vez mais infernal. Há mais e mais automóveis na estrada – ao que tudo indica, existem actualmente cerca de 200 mil só a circular em Maputo. Mas poderão existir mais.O nível de tráfego em algumas vias é insuportável e vem provocando sérios congestionamen-tos. No decurso do estrangulamento das vias de acesso, há pessoas que acordam às 3h30, em Marracuene, para chegar aos seus empregos em Maputo antes da hora de entrada, pois caso contrário chegam sempre atrasados.Para que esse esforço seja possível concorrem sobretudo os serviços dos TPM (Transportes Públicos de Maputo) e dos vulgo ‘chapas’. Mas esse esforço não é de todo suficiente e as filas nas paragens são um nítido sintoma desse problema.A administração da demanda assume-se como o meio mais rentável de aumentar a mobilida-de. À partida, o tráfego irá aumentar até com as melhores políticas, em especial nas cidades que registam um crescimento rápido, e impõe-se a implementação duma estratégia integra-da de gestão dos transportes públicos. Por outro lado, poder-se-ia desenvolver o sistema de transporte de massa rápido, incluindo o triunvirato onde participam o metro, os comboios urbanos e os corredores de autocarros. No entanto, subsistem problemas. Os comboios rápidos urbanos e o metro exigem imensos investimentos em capital fixo, logo, os corredores de autocarros ganham geralmente uma maior popularidade.Os corredores de autocarros, mais comuns em cidades latino-americanas como Bogotá (Colômbia), Curitiba e São Paulo (Brasil) e Quito (Equador) custam mais de 10 milhões de dólares por km para serem construídos. Uma alternativa mais cara, que custa aproximan-damente entre 10 e 30 milhões de dólares por km, é o comboio rápido que serve para cum-prir distâncias curtas nas cidades (em locais como Hong Kong, Kuala Lumpur e Sidney, por exemplo). E a opção mais cara de transporte de massa rápido é o sistema metropolitano de transporte subterrâneo (metro), o qual possui a maior capacidade. O custo médio de cons-trução do metro atinge, contudo, mais de 100 milhões de dólares por km, o que explica que existam menos de 200 sistemas no mundo.Quando as cidades atingem um certo tamanho e densidade, o metro é o único meio de trans-porte capaz de transportar grandes quantidades de pessoas para centros de concentração de empregos, com um cumprimento de horários acima da média.Em suma, o transporte público bem sucedido incentiva por si só o desenvolvimento de cida-des ou áreas com densidades mais altas, e reduz a distância económica entre os lugares de congestionamento. Administrar toda essa realidade exige paciência e disciplina.c

Chegar a horas

Page 10: Revista Capital 62

Property and Publishing: Mozmedia,Lda., Av. Mao Tsé Tung, 1245 – Telefone/Fax (+258) 21  303188 – [email protected] – General Director: André Dauane – [email protected] – Editorial Director: Helga Neida Nunes – [email protected] – Executive Director: Vanize Manjate - [email protected] - Journalists: Arsénia Sithoye - [email protected]; Sérgio Mabombo – [email protected] – Administrative Services: Indira Mussá – [email protected]; Partnerships: CTA; Ernst & Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Cronists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Photography: Luís Muianga, Amândio Vilanculo; Gettyimages.pt, Google.com;  – Ilustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Cover: Project – Graphic Design: Arlindo Magaia - Mozmedia –Comercial Departament: Neusa Simbine – [email protected]; Loni Machava – [email protected] - Distribution: Nito Machaiana – [email protected]; Mozmedia, Ltd; Corre Expresso; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Copies: 7.500 unities. The articles express the opinion of the authors and not necessarily from the magazine.

revista capital março de 2013

Being punctual

Helga [email protected]

10 EDITORIAL

On average, how long does an individual spend to commute to work from home?Is there any study on the reality of public transport that allows us to know the av-erage waiting time of users (particularly workers) in relation to other transport means? Are there estimates made on the time that public transport takes to follow

their routes? Are there reliable figures on the level of delays made by these means of trans-port against their schedule?We know the transport rates, but do we really know the cost of the users’ waiting time to the country’s economy?We have found that, each and every day, traffic becomes more and more infernal. More and more cars come in. By all accounts, there are now about 200 thousand cars moving only in Maputo. But there may be more.The level of traffic in some routes is unbearable and it has been creating serious traffic jams. Due to traffic jam, there are people who wake up at 3h30 in Marracuene in order to get to their workplaces in Maputo before the clock-in time, for contrary to this, they always arrive late.To meet this objective, TPM (Maputo Public Transport – State-owned) and the so-called ‘chapas’ (private-owned public transport) are above all used. But the effort made is by no means enough, and the queues at the bus stops are a clear symptom of such problem.Management of the demand is taken as the most profitable means to increase mobility. To start with, traffic will increase even with the best policies, in particular in the cities with a rapid growth, and the implementation of an integrated public transport management strat-egy is required. On the other hand, a fast mass transport system should be developed, including a system comprised by a subway, urban trains and car corridors. However, problems still remain. Fast urban trains and subways require huge investments in fixed capital. Thus car corridors often gain more popularity.It takes more than 10 million dollars to build 1km of the most common car corridors in Latin-American cities such as Bogotá (Colombia), Curitiba and São Paulo (Brazil) and Quito (Ecuador). A most expensive option, which takes almost between 10 and 30 million dollars per 1km, is the fast train, which is used for short distances in cities (in places such as Hong Kong, Kuala Lumpur and Sidney, for instances). And the most expensive option for a fast mass transport is the metropolitan subway transport system, which has more capacity. How-ever, the average cost for building a subway can go as high as above 100 million dollars per km, which is the reason why there are less than 200 systems worldwide.When cities reach a certain size and density, subway is the only means of transport capable of carrying larger quantities of people to employment hubs, with above average time compli-ance.To wrap up, a well successful public transport stimulates by itself the development of cities or higher density areas, and it reduces the economic distance between places with traffic jam. It requires patience and discipline to manage all this reality.c

Page 11: Revista Capital 62

edito

ra c

apita

l c

edito

ra c

apita

l c

Afritool

A mAis de 13 Anos A proporcionAros mAis Altos pAdrões de serviços,

com produtos de QuAlidAde, preços competitivos,ideiAs inovAdorAs, Atendimento personAlizAdo

Av. 25 de Setembro, Nr. 2009 Caixa Postal Nr. 2183

Tel. +258 21309068/328998 Fax. +258 21328997/333809

[email protected] - Moçambique

MoçAMbique TANzANiA ChiPre SwAzilâNdiA

delegAçõeS em quelimane, Tete e Nampula

Page 12: Revista Capital 62

12 BCI BANCA

Em Assembleia Geral realizada no dia 28 de Fevereiro de 2013 foram aprovadas as Contas do Exercício de 2012 de que ressalta um crescimento de 37% nos Resultados Líquidos que atingi-ram 1.239 Milhões de Meticais. Este foi o melhor resultado de

sempre alcançado, num ano caracterizado por uma conjuntura econó-mica particularmente exigente, traduzida, ao nível internacional, por um cenário de crise e contracção de investimentos e, localmente, pelo aumento significativo de competitividade no sector bancário.

Alguns indicadores relevantes:§ Número de Clientes: 563.500 (um crescimento de 38% face a

2011)§ Número de Agências: 128 (crescimento de 7%)§ Número de ATM: 320 (crescimento de 9%)§ Número de POS: 3.862 (crescimento de 57%)§ Número de Colaboradores: 1.906 (crescimento de 12%)§ Volume de negócios: 82.342 Milhões de Meticais (crescimento

de 22%).

Estes resultados evidenciam o reforço dos alicerces da identidade do Banco, assentes nos valores da Qualidade, da Ética e Transparência, aliados à clara Missão de criação de mais valor e melhor satisfação para os Clientes. Reflectem, por outro lado, o imprescindível suporte dos accionistas, a forte cultura organizacional dos recursos humanos e a confiança dos nossos Clientes Particulares e Empresas.c

Edifício Sede

Vista de baixodo Edifício Sede

Os melhores resultados de sempre

revista capital março de 2013

Page 13: Revista Capital 62

EM ALTA

EM BAIXACOISAS QUE SE DIZEM…

Uma elite gulosa «A riqueza em Moçambique está sobretudo concentrada numa elite e não está a ser distribuída com justiça no País». Padre Diamantino Antunes, missionário da Consolata.

A esperança que nasce na boca dos peritos «Felizmente, os peritos dizem que parece que estamos a sair dessa crise, pelo menos da fase mais aguda»Embaixador de Portugal, Mário Godinho de Matos, em rela-ção à crise portuguesa.

Quando a austeridade aperta a TAP«A austeridade que está a ser aplicada na TAP é populista e sem caráter técnico…»

Sindicatos da TAP, em análise ao processo salarial no âmbito da Política da Austeridade.

Os bons batem asas...«…e está a levar à emigração de técnicos altamente qualificados».Idem

AMBIENTE DE NEGÓCIOSMoçambique é a economia da Comunidade dos Países de Lín-gua Portuguesa (CPLP) onde o ambiente de negócios mais pio-rou de 2012 para este ano. No índice de Facilidade de Negó-cios 2013, divulgado pelo Banco Mundial, o país está na posição 146, numa lista de 185 países.A abertura de novos negócios, o acesso ao crédito e a protecção aos investidores prejudicaram a sua classificação.

ATRIBUIÇÃO DE CARTAS DE CONDUÇÃOAltos dirigentes do Instituto Nacional dos Transportes Ter-restres (INATTER) e dos Servi-ços de Viação, examinadores e também instrutores estão den-tro de esquemas de corrupção, segundo o jornal Moz Online.

O aluno de condução depois das aulas práticas e teóricas deve passar pela captação de dados, jun-to dos Serviços de Viação, local onde o esquema começa. O mecanismo permite que alunos, que frequentaram as aulas na especialidade de ligei-ro, possam “negociar” com os Serviços de Viação do INATTER para obter uma carta “pesados” ou “serviços públicos.”

13 CAPITOON

MCEL E EUAA MCEL, com uma doação de dois milhões de dólares e os EUA com 1.7 milhões de dóla-res juntaram-se à iniciativa de apoiar as vítimas das inunda-ções que se registaram em Ja-neiro na província da Gaza. A

contribuição destina-se à aquisição de alimentos para as populações assoladas pelo desastre natu-ral nas cidades de Chókwè, Guijá e Xai-Xai.

LUGELAO distrito de Lugela, na pro-víncia da Zambézia, poderá voltar a produzir chá nos pró-ximos tempos. Para o efeito, o Governo provincial assinou uma escritura de compra e venda com investidores priva-dos interessados na reactivação daquela unidade que outrora pertenceu à companhia Madal.

CRÉDITO AGRICOLAO crédito bancário para pro-dutores da mandioca deve-rá aumentar este ano de 8.3 milhões para 17.6 milhões de dólares. O objectivo é garantir uma produção de 14.7 milhões

de toneladas, contra 9.7 milhões de toneladas de 2012. A decisão verifica-se numa altura em que a mandioca alarga o seu mercado por constituir matéria-prima para a produção da cerveja.

março de 2013 revista capital

Page 14: Revista Capital 62

UPWARDS

DOWNWARDS

14

ThINGS PEOPLE SAY

CAPITOON

A greedy elite «The wealth in Mozambique is above all concentrated in one elite and it is not being fairly distributed across the Country ».Father Diamantino Antunes, Consolata Missionary.

The hope that stems from the mouth of experts «Fortunately, the experts state that it seems that we are reco-vering from the crisis, at least from the most critical phase»Portugal Ambassador, Mário Godinho de Matos, commenting on the Portuguese crisis.

When austerity squeezes TAP«The austerity being applied to TAP is populist and with no technical nature »TAP Unions, analysing the payment process in the context of Austerity Policy.

Brain drain...« and this is making the highly qualified staff flee».Ditto

MCEL AND USAMCEL, with a donation of two million dollars and the U.S.A with 1.7 million have joined the initiative to support the victims of the floods which occurred in January in the

province of Gaza. The contribution is intended for the purchase of food for the people affected by the natural disaster in the towns of Chokwe, Guijá and Xai-Xai.

LUGELAThe district of Lugela, in the province of Zambezia, is ex-pected to produce tea again in the near future. To this end, the provincial government has signed a deed of purchase and sale with private investors that are interested in the reactivation of that unit which has once belonged to Madal Company.

AGRICULTURAL CREDITBank credit to producers of cassava is expected to in-crease this year from 8.3 mil-lion to 17.6 million. The aim is to ensure a production of 14.7 million tonnes against

9.7 million tonnes in 2012. The decision comes at a time when cassava is extending its market due to the fact it constitutes the raw material for beer production.

BUSINESS ENVIRON-MENTMozambique is the worst economy of the Community of the Portuguese Language Speaking Countries (CPLP). Its business environment has

worsened more since 2012 to this year. In the 2013 Business Facility index which was pub-lished by the World Bank, the country is ranked 146, in a list of 185 countries. The opening of new businesses, access to credit and protection of investors are some of the reasons behind this ranking. ALLOCATION OF DRIVING LICENCESSenior leaders of the National Land Transport (INATTER) and Road Services, examiners and instructors as well are in corruption schemes, according to Moz Online newspaper. The driv-ing apprentice after the practical and theoreti-cal classes must undergo a process of data cap-turing by the Road Services, where the scheme starts. The mechanism allows the apprentices who have attended classes in the category of light vehicles to “negotiate” with the Road Ser-vices of INATTER in order to get a “heavy” or “public services” driving licence.

Soluções tecnológicasque simplificam vidas

InDUSTRy CRACkERS AnD ChOCOLATES

revista capital março de 2013

Page 15: Revista Capital 62

ACTUAL 15

O que motivou a vinda da novabase para Moçambique?A Novabase está fortemente empenhada na internacionalização das suas ofertas. Moçambique surge com duas motivações. Por um lado, o potencial do mercado Mo-çambicano: de acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional, Moçam-bique irá ter um crescimento anual de 7% até 2017, acima dos países emergentes. Por outro, temos já projectos em Moçam-bique desde 2009, e os nossos clientes so-licitavam a nossa presença neste mercado.

A empresa é líder em Tecnologias de In-formação em Portugal, mas que tipo de serviços potenciaram essa conquista?A liderança foi estabelecida e está a ser mantida por conquistarmos a confiança dos nossos clientes. Somos o conselheiro e parceiro tecnológico dos nossos clientes.A confiança só não basta a nossa oferta de serviços e produtos abrange hoje todas as necessidades de tecnologias de informa-ção de uma empresa, qualquer que seja o sector de actividade. A Novabase, mais do

que serviços, entrega soluções para pro-blemas específicos. A nossa visão passa por tornar a vida das pessoas e das empre-sas simples e feliz. Temos projectos que vão desde a imple-mentação de soluções de infra-estruturas de sistemas e comunicações até a soluções de desenho e definição de processos de negócio. Em termos práticos, e a título de exemplo, quando alguém entra numa agência ban-cária em Moçambique, existe uma grande probabilidade de interagir com soluções da Novabase sem se aperceber, porque ou implementámos componentes do equipa-mento informático, ou porque estamos a monitorizar esse equipamento 24x7.

Que serviços pretendem implementar em Moçambique? A nossa aposta inicial é mais forte na área de infra-estruturas de sistemas e comuni-cações. São as áreas de maior prioridade para os nossos clientes. Estamos também a trazer soluções inovadores implemen-tadas noutras geografias e que achamos

terem valor acrescentado para os nossos clientes no mercado moçambicano.A Novabase quer ser o parceiro tecnoló-gico dos principais bancos a operar em Moçambique, das empresas de telecomu-nicações, nomeadamente dos operadores móveis, e ter uma participação significa-tiva nos principais projectos do Governo Moçambicano.

Já possuem parceiros locais? Antevêem projectos específicos para o nosso país?A Novabase é, por natureza, um integra-dor. Ou seja, com base nos produtos dos nossos parceiros, hardware e/ou softwa-re, adicionamos os nossos serviços e apre-sentamos a melhor solução aos nossos clientes. Os parceiros com os quais esta-mos a trabalhar em Moçambique são a Cisco, a HP, Oracle, Microsoft e SAP. De alguns destes parceiros temos inclusive certificações específicas para Moçambi-que.A Novabase tem já neste momento a de-correr projectos específicos em mercados como a Banca, o Governo e Transportes.c

Soluções tecnológicasque simplificam vidas

Helga Nunes (entrevista) . João Garrido (fotos)

A Novabase é líder em Tecnologias de Infomação em Portugal e instalou-se em Moçam-bique para simplificar a vida das pessoas. Além da Europa, a empresa aposta no Médio Oriente e em África, estando presente também em Angola. Nelson Teodoro, director-geral da Novabase Moçambique, explica as vantagens das suas soluções, revelando que a mar-ca pretende ser a parceira tecnológica dos principais bancos e operadores de telecomuni-cações a operar no país, bem como ter uma participação nos projectos estruturantes do Governo.

março de 2013 revista capital

Page 16: Revista Capital 62

16 CURRENT

What triggered the establishment of Novabase in Mozambique?Novabase is strongly committed to ren-der its offers international. In Mozam-bique, it has emerged for two reasons. On one hand, the potential of the Mo-zambican market: in accordance with the International Monetary Fund forecasts, Mozambique will have an annual growth of 7% by 2017, a rate above that of emerg-ing economies. On the other hand, we’ve had projects in Mozambique since 2009, and our customers already requested our presence in this market.

Novabase is the leading IT com-pany in Portugal. But what kind of services contributed to this achievement?The leadership has been achieved and efforts are being made to maintain it for winning our customers’ confidence. We have become our customers’ technologi-cal adviser and partner. Trust only is not enough – today, our ser-vices and products delivery meet all IT

needs of any company, whatever the line of business. Novabase, more than just services, provides solutions to specific problems. Our vision includes making people’s lives and companies simple and happy. We have projects which range from im-plementation of systems and communi-cations infrastructures solutions, to so-lutions for design and definition of busi-ness processes. As an example, when someone goes to a bank in Mozambique, there is great prob-ability that they will interact or find No-vabase solutions without realizing them, because either we are implementing IT hardware or we are monitoring such hardware 24 hours a day, 7 days a week.

What kind of services do you in-tend to provide in Mozambique? Our initial commitment has more weight on systems and communications in-frastructures. These are the areas with greater priority for our customers. We are equally bringing innovative solu-

tions, which are implemented in other regions and that we consider them as adding value to our customers in the Mozambican market. Novabase wants to be not only the technological partner of major banks operating in Mozambique, but also of telecommunications compa-nies, such as mobile operators, and have significant shares with Mozambican Gov-ernment projects.

Does it possess any partner locally? Are there any prospective projects for our country?Novabase is naturally an integrator, i.e. based on our partners’ products, hard-ware/software, we add our services and bring better solutions to our customers. The partners with whom we are work-ing in Mozambique, include: Cisco, HP, Oracle, Microsoft and SAP. In addition, we have specific certifications from some of these partners for Mozambique.Novabase currently has specific ongoing projects for the Government, including in the banking and transport sectors.c

Technological solutions facilitating people’s lives

Novabase is the leading IT Company in Portugal. It was established in Mozambique with a view to simplify people’s lives. Apart from Europe, the company has branches in the Middle East and in Africa, and is equally based in Angola. Nelson Teodoro, the Managing Direc-tor of Novabase in Mozambique explains the advantages of its solutions, stating that the brand is intended to be the technological partner of major banks and telecommunications operators in the country, including having shares with Government structuring projects.

Helga Nunes (interview)

revista capital março de 2013

Page 17: Revista Capital 62

Briefing MUNDO 17

Menos peso, maior distânciaOs maiores fabricantes mundiais de automóveis tendem a reduzir o peso dos

carros substituindo o aço por mais plástico, alumínio e magnésio. A ideia é poupar combustível. O salão automóvel de Detroit exibiu mais de 50 novos modelos do géne-ro, vistos como um sinal do rejuvenescimento do mercado.

As vendas mundiais da Renault caíram 6.3% em 2012, arrastadas pela queda da pro-cura na Europa. A marca francesa vendeu 2.55 milhões de unidades. Mas no mercado europeu a queda ascende a 18%, um valor que supera o da rival Peugeot-Citroën. Já no resto do mundo, onde a presença da Renault é superior, as vendas subiram 9.1%. Em alta estiveram também as marcas low cost do grupo, como a Dacia, cujas vendas progrediram 37%. Por cá não se vê muitos modelos da marca, mas uma marca low cost seria muito bem-vinda, certamente.c

Desempenho das vendas da Renault em 2012

Descrição ProcuraVendas em 2012: 2.55 Milhões Queda da procura 6.3%Queda da procura no mercado europeu 18%Subida de vendas no resto do mundo 9.1%Subida de vendas de outras marcas do grupo 37%.

FRANÇAVendas da Renault caem 6.3 %

EUAiPhone 5surpreendepela negativaA Apple Inc cortou os pedidos de com-ponentes para o iPhone 5 em resposta a uma demanda mais fraca do que o es-perado. O mercado norte-americano já oferece indicações de que as vendas do mais recente smartphone da empresa não têm sido tão fortes quanto se previa anteriormente. As encomendas de telas do iPhone 5 para o trimestre de Janeiro a Março, por exemplo, caíram para cerca de metade do que a Apple havia projec-tado. Ao que tudo indica nem o design safa a marca e a Samsung soma e segue.c

A Economist Intelligence Unit, da publi-cação The Economist, considera a Suiça como o País com melhores oportunidades para se viver. Em segundo lugar está a Aus-trália seguida pela Noruega. O ranking, criado pelo Economist Intelligence Unit (EIU), tem a denominação de Where To Be Born Index. A unidade de análise do EIU tem como base as oportunidades de saúde, segurança e de vida próspera para

os próximos anos. A título de curiosidade, nenhum dos países do Top 10 em causa são os preferidos pelos moçambicanos como destino de migração. De acordo com o The Global Migrant Origin Databa-se, o destino preferencial de Moçambique é a África do Sul, seguido de Portugal e do Zimbabwe.Ranking Where To Be Born

1- Suiça

2- Austrália3- Noruega4- Suécia 5- Dinamarca6- Singapura7- Nova Zelândia8- Holanda9- Canadá10- Hong Kong.c

SUIÇAO melhor lugar onde pode nascer

março de 2013 revista capital

Page 18: Revista Capital 62

18 Briefing MUNDO/WORLD

COMMODITIES Cresce a demanda de petróleo

Less weight greater distanceThe world’s largest manufacturers of automobiles tend to reduce the weight of

cars replacing steel by more plastic, aluminium and magnesium. The idea is to save fuel. The Detroit motor show has exhibited more than 50 new models of this kind, which was seen as a sign of market rejuvenation.

Após dois anos consecutivos de queda, o desemprego glo-bal voltou a crescer em 2012 e a tendência é crescente. O alerta é dado pelo novo rela-tório da Organização Interna-cional do Trabalho (OIT). Só em 2012, 4,2 milhões ficaram desempregados no mundo, o que elevou o total de pes-soas sem trabalho para 197

milhões. O documento “Tendências do Emprego Global 2013” destaca que a taxa de desemprego está em 5,9%. A OIT prevê ainda que a recu-peração económica global não seja forte suficiente para que haja uma queda rápida no desemprego. Aliás, o número de pessoas que buscam trabalho deverá chegar a 210 milhões, nos próximos cinco anos.c

INDIA País é o mais generoso de todosA India é o País mais generoso do Mundo, segundo o Ranking World Giving Index 2012, que se baseia no número de pesso-as que doaram dinheiro no período de um mês, estipulado pela pesquisa. Com 165 milhões de pessoas envolvidas na doação de dinheiro, o país é seguido pelos EUA, com 143 milhões de doadores. No Top 10 do ranking figuram ainda a Indonésia em terceiro lugar (126 milhões) e a China sur-ge em quarto lugar (109 milhões), sendo que o Irão encerra a lista, com 29 milhões de doadores.c

Top 10 dos países com maior númerode doadores de capital

Ranking País Doadores

1 Índia 165

2 EUA 143

3 Indonésia 126

4 China 109

5 Tailândia 39

6 Reino Unido 37

7 Japão 36

8 Brasil 35

9 Alemanha 31

10 Irão 29

As recentes projecções da Agência Internacional de Energia (AIE) indicam que a demanda por petróleo está a crescer, impulsionada pelo mercado asiático. O orga-nismo aumentou a sua previsão de demanda para este ano em 900 mil barris por dia (bpd), totalizando 90.8 milhões de bpd.c

Ouro volta a ser bom negócioO ouro esteve entre as boas aplicações financeiras, em 2012, e deverá continuar atractivo em 2013, conforme o mercado. De acordo com OM Grupo, o maior ven-dedor de ouro e câmbio online do Brasil, os preços de ouro subiram mais do dobro, desde 2008, ano do início da crise financeira. O mercado chinês é dos mais dinâmi-cos na sua comercialização.c

DESTAQUE

Desemprego global atinge 197 milhões

Apple Inc has cut orders for the iPhone 5 components in response to weaker demand than the expected. The U.S. market already shows evidence that the sales of the company’s latest smartphone have not been as strong as it was previously expected. Orders for iP-hone 5 screens for the quarter regarding January to March, for example, fell to about half of what Apple had planned. Apparently the design does not help the brand and in the mean time Samsung gets more points and goes ahead.c

USA iPhone 5 surprises negatively

revista capital março de 2013

Page 19: Revista Capital 62

Briefing WORLD 19

FRANCERenault’s sales fall by 6.3%Renault’s worldwide sales fell by 6.3% in 2012, dragged by the fall in demand in Europe. The French make has sold 2.55 million units. But the fall in the European market amounts to 18%, a percentage that exceeds that of the rival Peugeot-Cit-roën. As for the rest of the world, where the presence of Re-nault is higher, sales have risen by 9.1%. The highlight also goes to the low cost makes of the group, such as Dacia, whose sales have risen by 37%. Note that models of this kind are not often seen here, but a low cost make would be very welcome indeed.c

Renault´s Sales Performance in 2012

Description DemandSales in 2012: 2.55 Millions Fall in demand 6.3%Fall in demand in the European market 18%Rise of sales in the rest of the world 9.1%Rise of sales of other makes of the group 37%.

SWITZERLANDThe best placeto be born

The Economist Intelligence Unit, from The Economist, considers Switzerland as the country with better opportuni-ties to live. Australia was ranked second followed by Norway. The ranking, cre-ated by the Economist Intelligence Unit (EIU), is named Where To Be Born Index. The EIU analysis unit is based on the opportunities for health, safety and prosperous life for years to come. Out of curiosity, none of the top 10 coun-tries concerned are preferred by Mozam-bicans as migration target. According to The Global Migrant Origin Database, the preferred destination of Mozambique is South Africa, followed by Portugal and Zimbabwe.Ranking Where To Be Born1 - Switzerland 2 - Australia 3 - Norway 4 - Sweden 5 - Denmark 6 - Singapore 7 - New Zealand 8 - Netherlands 9 - Canada 10 - Hong Kong.c

hIGhLIGhT

After two consecutive years of decline, the global unemployment increased again in 2012 and the trend is growing. The warning is given by the new report from the International Labour Organisation (ILO). Only in 2012, 4.2 million people were made redundant in the world, bringing the total number of people without work to 197 million. The “Global Employment Trends 2013” report highlights that the unemployment rate is at 5.9%. Moreover, ILO does not expect the global economic recovery to be strong enough so that there is a rapid fall in unemployment. In other words, the number of people seeking work is expected to reach 210 million over the next five years.c

INDIAThe most generous country of allIndia is the most generous country in the world, according to the World Giv-ing Index 2012 ranking, which is based on the number of people who donated money in a month, stated by the survey. With 165 million people involved in do-nating money, the country is followed by the U.S.A with 143 million donors. In the Top 10 ranking, Indonesia is ranked third (126 million) and China comes in fourth place (109 million), of which Iran closes the list with 29 million donors.c

Top 10 countries with the highest number of capital donors

Ranking Country Donors1 Índia 1652 USA 1433 Indonesia 1264 China 1095 Thailand 396 UK 377 Japão 368 Brazil 359 Germany 3110 Iran 29

COMMODITIESGrowing oil demand

Gold is once again a good businessGold was among the best investments in 2012 and should remain attractive in 2013, according to the market. According to OM Group, the largest seller of online ex-change and gold of Brazil, gold prices have risen more than double since 2008, the year in which the financial crisis began. The Chinese market is thought to be the most dynamic market in gold trading.c

Global unemployment reaches 197 million

Gold was among the best investments in 2012 and should remain attractive in 2013, according to the market. According to OM Group, the largest seller of online exchan-ge and gold of Brazil, gold prices have risen more than double since 2008, the year in which the financial crisis began. The Chinese market is thought to be the most dynamic market in gold trading.c

março de 2013 revista capital

Page 20: Revista Capital 62

20 Briefing ÁFRICA

Guiné Equatorial quer mais investimento do BrasilOs ministros das Relações Exteriores do Brasil e da Guiné Equatorial analisa-

ram oportunidades de intercâmbio comercial e de investimentos, na área das infra-estruturas, da agricultura familiar e da defesa.

Swazilândia: O mais caridosopaís da África Austral

A Swazilândia é o país da África Austral mais caridoso, segundo o World Giving Index 2012, um ranking sobre a matéria. No

referido ranking, a pontuação do Esta-do do rei Mswati é de 35%, nível que o coloca à frente do Lesotho (32%) e da África do Sul (30%). Em quase toda a região da África Austral, a participação

na iniciativa de doar dinheiro é avaliada numa média de 13%. A região é, aliás, a única em África e uma das duas úni-cas no mundo (a outra é representada pela Ásia Central), onde muitos países tiveram níveis elevados de participação em termos de voluntariado baseado no factor tempo mais do que propriamente na doação de dinheiro.c

Produção de chá no Burundi atinge 134 toneladas

A produção do chá seco do Burundi aumentou 3.6 por cento, passando de 8.816 toneladas em 2011 para 9.134 to-neladas em 2012. O Gabinete Burundês do Chá (OTB) teve uma contribuição em divisas que passou de 22.2 milhões de dólares, em 2011, para 26.3 milhões em 2012. Entre os factores explicativos destes desempenhos encontra-se a boa pluviometria, o interesse financeiro pe-los produtores do chá e a fertilização das plantações. Calcula-se que a produção poderá elevar-se para 12 mil toneladas até 2015, incluindo a extensão da super-fície arável e a distribuição grátis das se-mentes para os camponeses.c

Serra Leoacresceu 25% em 2012A economia da Serra Leoa, depois de ter crescido 25% em 2012, o segundo maior crescimento do mundo, prevê em 2013 um incremento no PIB na ordem dos 11.1%. A par da agricultura, dos trans-portes e das comunicações “ sectores em franca recuperação “, o País aposta sobretudo na extracção e na exportação de diamantes, mas também de minério de ferro e petróleo. c

BREVESDOS PALOPS

Escom Mining prevê iniciar extracçãode diamantesA Escom Mining prevê iniciar, em breve, a produção de diamantes na concessão de Luô e na região Tchegi, depois de quatro anos de prospec-ção. Segundo a Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), já existem boas expectativas para que o empreendimento seja lucrativo. Por outro lado, já existem recursos hu-manos treinados para responder ao desafio, assim como equipamentos posicionados para arrancar com a ex-ploração.c

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPEUso de dinheiro virtual massifica-seA adesão ao sistema de pagamento automático em São Tomé e Príncipe aumentou significativamente, tendo o número de utilizadores de cartão electrónico ultrapassado os 10 mil utentes num curto espaço de tempo. Segundo as estatísticas da SPAUT, sociedade interbancária que gere a rede de pagamentos automáticos, o volume de transacções já supera os 50 mil levantamentos nas caixas au-tomáticas, resultando num saldo su-perior a um milhão e 300 mil euros.c

DESTAQUE

O FMI projecta que sete das dez eco-nomias que mais irão crescer até 2015 sejam africanas. O organismo vaticina que a Etiópia, Moçambique, Tanzânia, Congo, Gana, Zâmbia e Nigéria são os que farão parte do re-ferido Top Ten. Na última década, a média do PIB duplicou em África e o PIB per capita cresceu 3% ao ano, o dobro da média mundial. Os anterio-res dados do FMI deram a perceber a mesma tendência da robustez das economias africanas. Há dois anos, o organismo elaborou um ranking no qual seis economias africanas se destacaram (Angola, Nigéria, Etiópia, Chade, Moçambique e Ruanda).c

revista capital março de 2013

Page 21: Revista Capital 62

Briefing AFRICA 21

Equatorial Guinea looking for more Brazil InvestmentsThe Ministers of Foreign Affairs of Brazil and Equatorial Guinea analyzed opportu-nities resulting from trade and investment exchange within the infra-structure and family agriculture and defense areas.

Swaziland: the most generouscountry in Southern Africa

Swaziland is the most generous country in Southern Africa, ac-cording to the World Giving Index 2012 ranking. Under the

said ranking, the King Mswati’s King-dom is the highest-ranked country in

Southern Africa. Its World Giving Index score of 35% puts it ahead of Lesotho (32%) and South Africa (30%). In al-most the entire Southern Africa Region, participation in donating money to charity was found to be 13%. Southern

Africa is the only region in Africa, and one of only two globally (the other be-ing Central Asia), where all countries were found to have participation levels higher for volunteering time than for donating money.c

Tea Production in Burundi achieves 134 TonsProduction of dry tea in Burundi recorded an increase of 3.6%, from 8.816 tons in 2011 to 9.134 tons in 2012. The tea parastatal, Office du the du Burundi (OTB) recorded an input in foreign cur-rency from USD 22.2 million in 2011 to USD 26.3 million in 2012. These performance explanatory factors are supported by good rains, the financial interest by tea farmers and plantation fertiliza-tion. It is estimated that the production may record an increase from 12 tons until 2015, including an agricultural land extension and free distribution of seeds for farmers.c

março de 2013 revista capital

Page 22: Revista Capital 62

22 Briefing AFRICA

Sierra Leonerecorded a growth by 25% in 2012

Sierra Leone economy, after recording 25% in 2012, the world second highest growth plans a GDP increase of 11.1% in 2013. In line with agriculture, transports

and communication - sectors in steady recovery - the country is firm, on dia-mond mining and export including iron ore and oil.c

hIGhLIGhTS

The IMF forecasts that seven out of ten economies recording an increase until 2025 shall be from Africa. Ac-cording to the IMF, Ethiopia, Mozam-bique, Tanzania, Congo, Ghana, Zam-bia e Nigeria will be part of the top ten countries. In the last decade, the GDP average doubled in Africa and GDP

per capita recorded an increase by 3% per year, double the global aver-age. Previous IMF data showed also a trend and steady African economies. Two years ago, the organization rank-ing featured six African economies, Angola, Nigeria, Ethiopia, Chade, Mo-zambique and Ruanda.c

BREVESDOS PALOPS

ANGOLAEscom Mining intends to start diamond mining

Escom Mining intends to commence, shortly, with diamond mining under Luô Concession in Tchegi region af-ter four (4) years of prospection ac-tivities. According to the Angola Na-tional Diamond Company (Endiama) there are good expectations that may lead to a very lucrative undertaking. In other hand, there are skilled hu-man resources to meet the challen-ges, as well as available equipments awaiting the mining activities.c

SÃO TOME & PRINCIPEUse of virtual money increased

Adherence to Automatic Telling Machines systems in Sao Tome and Principe increased significantly, whe-re the number of users of electronic cards is more than 10 thousands users in very short time. According to SPAUT statistics, inter banking so-ciety responsible for managing auto-matic payment network, the volume of transactions is more than 50 thou-sand withdrawals from ATM, which resulted in a balance higher than 1 300 million Euros..c

revista capital março de 2013

Page 23: Revista Capital 62

Briefing MOÇAMBIQUE 23

É hora de produzir em quantidadeA província de Sofala reergueu-se e retomou a produção de mudas de cajueiros. Por outro lado, o grupo Agriterra, a actuar em Manica, constitui o segundo actor que revela ambição, na actual necessidade de alcançar a autossuficiência agrícola. O Grupo Agriterra produz sete toneladas de banana/dia e já está cotado no Mercado Alternativo de Investimento da Bolsa de Valores de Londres.

Sofala

A província já está a recuperar o seu po-tencial de produção de castanha de caju. Para o efeito já está preparado um total de cinco campos de produção de mudas de cajueiros. Os referidos espaços estão nos distritos de Búzi, Dondo e ainda Nhamatanda e Chibabava que já con-tam com dois viveiros. Os resultados já começam a despontar, uma vez que os índices continuam a subir de ano para ano. Só no posto administrativo de Mu-xúngue, no distrito de Chibabava, exis-tem dois campos com capacidade para 25 mil plantas cada, o que oferecem um total de 50 mil mudas, anualmente.c

Agriterra

O grupo adquiriu uma exploração agrí-cola com 2500 hectares na província de Manica, adicionando banana e nozes na sua carteira de produtos. O espaço agrícola fica situado a cerca de 25 qui-lómetros da quinta de Mavonde, onde o grupo procede a reprodução de gado. A plantação de bananas já oferece sete toneladas de fruta por dia. Entretanto, o grupo projecta quantidades ainda maio-res. Os projectos ambiciosos do grupo, e a evolução dos seus negócios, já permi-tem outros voos: O organismo já está co-tado no Mercado Alternativo de Investi-mento da Bolsa de Valores de Londres.c

Negócio da Rio Tinto, em Benga, complica-se

O grupo Rio Tinto poderá vender a sua operação na mina de Benga. Uma das al-ternativas de negócio apontadas é a da mineradora poder aliar-se a empresas concorrentes que operam em Tete, como a brasileira Vale, na construção e uti-lização conjunta de infra -estruturas ferroviárias. As contas incluem um défice

de 3 mil milhões de dólares, relativo ao projecto em Tete. O facto deve-se a uma avaliação por excesso das reservas de carvão existentes em Benga e à falta de uma rede logística com capacidade para escoar o carvão extraído rumo aos portos para a devida exportação.c

Pagamentos da indústria petrolíferaao Governo sem base legal

Pagamentos feitos pelas em-presas petrolíferas ao Estado para fins de capacitação ins-titucional, treinamento e for-mação e fundos sociais para projectos das comunidades afectadas pelas operações petrolíferas não têm base legal. A constatação, feita pelo Centro de Integridade Pública (CIP), defende que é urgente que a matéria seja

regulamentada. Organizar o processo na referida perspectiva é apontado como uma via para a legalidade, transparência e boa governação. Por outro lado, segundo o CIP, seria um meio para se afastar qualquer hipótese ou possibilidade de desvio de apli-cação destes montantes. As verbas provenientes das empresas petrolíferas são pagas desde 2012, o que coloca uma necessidade urgente da matéria ser devida e legalmente regulada e regulamentada.c

março de 2013 revista capital

Page 24: Revista Capital 62

24 Briefing MOÇAMBIQUE / MOZAMBIQUE

O I Fórum de Recrutamento e de Forma-ção Contínua terá lugar em Maputo du-rante os dias 11 e 12 de Maio. O Fórum tem como objetivo aproximar as empre-sas que procuram de recrutar candida-tos moçambicanos para as suas respec-tivas operações. O evento é organizado pela Elite em parceria com o Ministério do Trabalho e a CTA.c

FACTOS E NÚMEROS

800.000 empregos na pesca. O sector pesqueiro absorve actualmente cerca de 800 mil trabalhadores.c

+ de 40.000 trabalhadores no Turismo. O sector do Turismo em-prega mais de 40 mil trabalhadores, de forma directa.c

150.000 postos na minera-ção. Este é o número de empregos gerados pela mineração artesanal.c

AGENDA

I Fórum de Recrutamento e de Formação Contínua11 e 12 de Maio

It is time to produce quantitySofala Province rose again and resumed the production of cashew saplings. On

the other hand, the Agriterra group, operating in Manica province, is the second ac-tor that reveals ambition in the current need to achieve agricultural self-sufficiency. Agriterra Group produces seven tons of banana/day and it is already quoted in the London Stock Exchange Investment Alternative Market.

Sofala

The province is already recovering its cashew nuts production potential. Thus, a total of five fields of cashew saplin-gs production have been prepared. The respective fields are located in Búzi and Dondo districts, in addition to Nhama-tanda e Chibabava which have currently two nurseries. The results have begun to emerge since the indexes continue to rise year after year. In Muxúngue (Chibabava District) administrative post alone there are two fields with capacity for 25 thou-sand plants each, which offers a total of 50 thousand seedlings per year.c

AgriterraThe acquired an agricultural field with 2500 hectares in Manica Provin-ce, adding banana and walnuts crops in its products portfolio. The agricul-tural field is located 25 km from Ma-vonde farm, where the group raises livestock. The bananas field already produces seven tons of fruit per day. Meanwhile, the group anticipates even major quantities. The group’s ambitious projects, the evolution of its business, already allow other achievements: The board is already quoted in the London Stock Exchange Investment Alternative Market. c

revista capital março de 2013

Page 25: Revista Capital 62

800,000 jobsin the fishing sector

Currently, the fishing sector absorbs about 800 thousand workers.c

40,000 + workersin the tourism sector

The tourism sector employs directly more than 40 thousand workers.c

150,000 jobs in the mining sector.This is the number of jobs generated by the artisanal mining.c

25Briefing MOZAMBIQUE 25

I Forum of Recruitment and Continuous Training 11 and 12 May

FACTS AND FIGURES

AGENDA

The I Forum of Recruitment and Con-tinuous Training will take place in Maputo on 11 and 12 May. The Forum aims to approach the companies that seek to recruit Mozambican candi-dates for their activities. The event is being organized by Elite in partner-ship with the Ministry of Labour and CTA.c

Rio Tinto business in Benga becomes difficult

Rio Tinto group may sell its shares in Benga mine. One of the business al-ternatives would be the mining com-pany to join the competing companies in Tete, such as the Brazilian Vale, for a joint construction and use of railway infrastructures.

The costs include a deficit of 3 thousand dollars for the project in Tete. This is due to the excessive evaluation of the coal reserves in Benga and to the lack of a logistics network with capacity to transport the coal extracted to the port for export.c

Oil industry paymentsto the State without legal basis

The payments made by the oil companies to the State for institutional capacity-building, training and social funds to finance projects for the affected communities due to the oil operations do not have any legal basis. This finding by the Centre for Public Integrity - Centro de Integridade Pública - (CIP) advocates that this matter needs to be urgently regulated. Organizing the pro-cess in this perspective is thought to be the way to legality, transparency and good governance. On the other hand, according to CIP, this would be the way to clear any hypothesis or chance of embezzlement of such amounts. Funds from the oil companies have been paid since 2012, which poses an urgent need to properly and legally regulate the matter.c

março de 2013 revista capital

Page 26: Revista Capital 62

26 DOSSIER

Parte significativa dos investi-mentos públicos, público-pri-vados e até mesmo privados está a concentrar-se nas infra-

estruturas, por tratar-se do alicerce que o país precisa consolidar para manter o actual ritmo de crescimento económico. Estamos a falar de montantes avultados mobilizados, dentro e fora do país, atra-vés de diferentes engenharias financeiras para suportar obras de vulto em sectores como estradas, ferrovias, aeroportos e portos. São, na verdade, empreendimen-tos estratégicos sob o ponto de vista de redução de custos de escoamento e fluxo de mercadorias de diversa natureza, bem como a ligação doméstica dos centros de produção aos mercados de consumo - um factor crítico na cadeia comercial.

Infraestruturas aeroportuárias, fer-roviárias, viárias e sociais em vistaSão exemplos destes empreendimentos

as seguintes obras em curso e/ou por ini-ciar: Temos as obras do Aeroporto Internacio-nal de Nacala, na província de Nampula. No que tange à ferrovia, existe a previsão do início da construção da linha férrea Moatize Nacala-à-Velha, este ano. Nos portos, teremos a construção do terminal de carvão de Nacala-à-Velha. Nas estra-das destaca-se o ambicioso projecto da Ponte Maputo Ka Tembe, que vai ligar o distrito municipal da Ka Tembe à cidade de Maputo e também a estrada circular.Contudo, os investimentos não se con-centram apenas em infraestruturas de aparente impacto económico imediato. As infraestruturas sociais também flores-cem um pouco por todo país, sobretudo em sectores como o da Educação, onde escolas e salas de aulas são construídas para acomodar o número de alunos que cresce de ano para ano. Temos também a saúde com obras de vulto por via dos

hospitais e centros de saúde. Fora isso, temos o abastecimento de água que tem impulsionado várias obras tendo em vis-ta o aumento das taxas de cobertura. No mercado imobiliário assiste-se tam-bém a obras de vulto, sobretudo na ca-pital do País, por se tratar do ponto que agrega maior valor comercial aos imó-veis, uma tendência que poderá mudar com novos pólos imobiliários a surgir em províncias promissoras como Tete. A iniciativa de construção é, na maioria dos casos, privada ou de singulares, sobretu-do no segmento habitacional. Porém, já se observa neste mesmo sector, uma maior intervenção do Estado, através das parcerias público-privadas estabelecidas com grupos oriundos de países experi-mentados na matéria, como é o caso da China e da Espanha.De um modo global, o cenário que se verifica no sector da construção no país, marcado por obras públicas e privadas

A aposta vaipara as infraestruturasO sector das infraestruturas é vital para dar suporte às taxas animadoras de cres-cimento do país. Ocorre, no entanto, que há muito por se fazer tendo em conta que grandes projectos económicos, como é caso da exploração do carvão, têm a sua real capacidade de produção refém de questões logísticas, por falta de infraestru-turas de escoamento. É na perspectiva de não deixar que as infraestruturas sejam o nó de estrangulamento da economia nacional, que as mesmas merecem uma especial atenção por parte do Governo.

revista capital março de 2013

Page 27: Revista Capital 62

DOSSIER 27

em diferentes sectores, é característi-co de economias em desenvolvimento, como é caso de Moçambique.

Carteira fiscal vai crescerNão se pode falar de infraestruturas sem abordar a componente financeira. Qualquer país precisa de fundos para suportar os custos da edificação de em-preendimentos nos diferentes sectores. Porém, a busca pelo financiamento, seja interno ou externo, deve ser feita de for-ma criteriosa e acima de tudo sustentá-vel, para que o seu saldo não sufoque a economia em questão. É justamente nesta abordagem que os impostos são chamados a cumprir o seu papel: encai-xar dinheiro nos cofres do Estado para que este possa financiar obras como as já mencionadas. Entretanto, isto só e possível com um sistema tributário efi-caz, eficiente e abrangente. Não se trata de aumentar os valores dos impostos,

mas sim os níveis de tributação, isto é, taxar todos aqueles que - à luz do regime fiscal vigente - devem pagar impostos. Portanto, a base tributária deve ser alar-gada e os que rendem mais devem pagar mais. Mas não se quer com isto dizer que a pressão fiscal deve incidir sobre grupos que aparentemente geram mais dividendos como é o caso dos megapro-jectos. Aliás, em finais de 2012 o minis-tro das Finanças Manuel Chang veio a público dizer que, paulatinamente, os megaprojectos contribuiriam mais para a carteira fiscal nacional. Entretanto, o governante defendeu a necessidade de haver justiça fiscal, no sentido de que todos devem pagar impostos mas ´não deve haver mais pressão para uns do que para outros´. Neste contexto, as metas de arrecadação de receitas internas para este ano são ambiciosas, estamos a falar de cerca de 114 mil milhões de meticais. Trata-se de

uma cifra que reduz, em certa medida, a dependência da ajuda externa. Entretanto, este avanço pode ser visto em duas perspectivas, a primeira re-sulta do facto do País estar a fortificar efectivamente a sua carteira fiscal; e a segunda resultaria de uma pressão cria-da pela redução do apoio externo, tendo em conta a crise económica que afecta a Europa, continente do qual maior parte dos doadores é proveniente. Numa si-tuação dessas, Moçambique viu-se for-çado a olhar para soluções domésticas para cobrir o gap deixado pelos parcei-ros de cooperação.Seja qual for a causa, a verdade é que o fortalecimento e diversificação da car-teira fiscal vai permitir ao país adquirir uma maior capacidade de financiar pro-jectos estruturantes, sobretudo no sec-tor das infraestruturas e em outros, cujo crescimento tem impacto directo na re-dução dos índices de pobreza.c

março de 2013 revista capital

Page 28: Revista Capital 62

28 DOSSIER

The infrastructure sector is important to underpin the country’s encouraging growth rates. Nevertheless, there’s much to do, taking into account that megaprojects real production capacity is hostage to logistics issues, resulting from the lack of outflow infrastructures. This is the case of the coal mining project. The idea is to prevent theses in-frastructures from being the national economy bottleneck. They deserve a special attention from the Government.

Priority goes to infrastructures

A significant portion of public, public and private and even private investments is con-centrated on infrastructures,

since they constitute the foundations that the country needs to consolidate, with a view to maintaining the current economic growth rate. We are talking about large sums mobilized nationally and abroad, using various approaches, to support large scale works in sectors such as roads, railways, airports and ports. In fact, these are strategic busi-ness ventures from the point of view of reducing costs for transport and outflow of various goods, as well as the internal connection between production centers and markets – a critical factor in the commercial chain.

Airport, railway, road and social infras-tructures in the pipelineThe following works in progress and / or

to be initiated are examples of these un-dertakings: We have the ongoing works at Nacala International Airport, in the prov-ince of Nampula. As far as the railway is concerned, the construction of the Moatize – Nacala-a-Velha railway is expected to start this year. Concerning ports, the construction of the Nacala-a--velha coal terminal is in progress. The most noteworthy road construction is the Maputo – Catembe bridge project, which will connect Ka Tembe and Ma-puto City, as well as the ring road. Therefore, investment projects are not only concentrated on infrastructures of visible and immediate economic im-pact. Social infrastructures are equally flourishing throughout the country, mainly in the sector of education, where schools and classrooms are built to ac-commodate the growing number of stu-dents, year after year. The health sector

is equally home to large scale construc-tions, i.e. hospitals and health centers. In addition, water supply has driven various construction projects with a view to increase the coverage rates. As regards the housing market, there are large scale constructions, mainly in the capital of the country, given that it adds huge commercial values to real estate, a trend which is expected to change with the new housing projects arising in promising provinces such as Tete. In most cases, the constructions are a result of private or individual initiatives, mainly in the housing seg-ment. Therefore, in the same sector a greater Government involvement can be noticed through public and private partnerships entered into with groups from countries with experience in these matters, such as is the case of China and Spain.In general, the scenario experienced

revista capital março de 2013

Page 29: Revista Capital 62

DOSSIER 29

in the country’s construction sector, which is characterized by the public and private constructions, is typical of developing economies like Mozam-bique.

Fiscal portfolio to increaseIt is out of the question to speak about infrastructure without bringing for-ward the financial component. Any country needs funds to cover construc-tion costs in the various sectors. How-ever, the search for funding, either in-ternal or externally, should be carried out judiciously, and, above all, in a sus-tainable manner so that its balance will not eventually overwhelm the econo-my. This is exactly where tax authori-ties are called for to fulfil their role: to put money into the State treasuries to allow it to fund the already mentioned constructions. Therefore, this is only possible with an effective, efficient and

comprehensive tax system. It is not about raising the amount of tax, but the levels of taxation too, i.e. to apply taxes on all those who must pay them in the light of the current tax regime. Thus, the tax base should be extended and those with higher incomes should pay more. But it doesn’t mean that the tax pressure should be on groups which apparently generate more dividends, such as is the case of mega-projects. Moreover, in late 2012 the Minister of Finance, Manuel Chang, announced publicly that, gradually, mega-projects have contributed more to the national tax portfolio. In addition, he advocated the need for fiscal justice in the sense that everyone should pay taxes, but “pressure should be put to everyone and not to a certain group only”. In this context, the internal revenue collection targets for this year are quite ambitious. We are talking about

MZM114 billion. In a way, this amount cuts down on external aid dependency. Meanwhile, this progress can be seen in two perspectives. The first results from the fact that the country is effectively strengthening its fiscal portfolio; and the second would result from a pres-sure created by reduction of external aid, taking into account the economic crisis affecting Europe, the continent from which most donors come from. In such a situation, Mozambique was compelled to find solutions internally in order to close the gap left by the de-velopment cooperation partners.Whatever the cause, the truth is that strengthening and diversifying the tax portfolio will allow the country to have a greater capacity to fund structuring projects, mainly in the infrastructure sector as well as in other sectors whose growth has a direct impact on the re-duction of poverty rates.c

março de 2013 revista capital

Page 30: Revista Capital 62

30 Foco ECONOMIA

Firmino Mucavele esclarece…Temos de corrigir, primeiro, a transparência nos negócios. Às vezes, não temos si-nais claros sobre o comportamento dos diversos sectores. É muito difícil obter infor-mação sobre o volume de investimento, o que torna difícil fazer estimativas. Não se sabe quanto é que produzimos, o que exportamos, entre outras informações

Evolução da Cadastração Fiscal de 1999 à 2012Descrição 1999 a 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 acumulado

Singulares 126.373 116.047 96.409 186.324 187.185 183.219 257.434 321.292 498.440 1.972.723

Colectivos 10.597 2.522 36.976 3.554 4.384 4.933 5.068 6.2.286 7.814 82.134

Total 136.970 118.569 133.385 189.878 191.569 188.152 262.502 327.578 506.254 2.054.857

Acumulados 255.539 388.924 578.802 770.371 958.523 1.221.025 1.548.603 2.054.857

2012 vs 2005 ―30.2 por centoAté 16 de Dezembro de 2012: 484.000 contribuintes Até 31.de Dezembro de 2013: 506.254 contribuintes Fonte: AT

FFh introduz programade autoconstrução assistida

O Fundo para Fomento de Habita-ção vai introduzir um programa de autoconstrução assistida de casas, a partir de 2013, com vista

a expandir o acesso à habitação condigna em todo país. A novidade foi dada pelo PCA do Fundo, Rui Costa, para quem os actuais projectos imobiliários não são acessíveis à maior parte dos moçambicanos. Costa deu razão a todos os que diziam que muitos dos projectos habitacionais no país não tomam em consideração a realidade e o rendimento da maior parte de moçam-

bicanos. E, como tal, o Fundo para Fo-mento de Habitação vai introduzir um programa de autoconstrução assistida. Ou seja, a instituição vai conceder um terreno infraestrutu-rado e um empréstimo para que os beneficiários construam, por conta própria, as casas que pretendem. “Nós fizemos contas e constatamos que uma casa tipo dois quando construída por empresas de construção civil cus-ta pouco mais de 1.3 milhão de meti-cais, mas se esta mesma casa for fruto

de autoconstrução chega a custar abaixo de 700 mil meticais, o que quer dizer que é possível atingir o público-alvo que pre-tendemos, pois, acima de tudo, o Fundo também tem uma missão social”, explicou o PCA do Fundo. Rui Costa explicou que o que encarece muitos dos projectos habita-cionais existentes é o somatório de todas as etapas ligadas ao alto custo dos materiais de construção, ao custo dos terrenos ou espaços e ao lucro das empresas constru-toras. “Com a autoconstrução assistida, tiramos este lucro das empresas e o preço que mui-tos interessados devem pagar para obter um terreno”, acrescentou. O Fundo pretende introduzir o pro-grama de autoconstrução em 2013, sendo que os empréstimos não vão envolver a banca, comportando in-clusive taxas de juro baixas. Por outro lado, o FFH pretende elaborar um plano estratégico para o sector de ha-bitação, a partir do próximo ano, como forma de ter algum direccionamento nas actividades que desenvolve. Recorde-se que o Governo prometeu, em 2010, promover a construção de 100 mil casas no presente mandato, mas o Fundo diz que está, neste momento, a trabalhar “sem norte”. Ora, o presente quinquénio termina em 2014, o que significa que faltam dois anos para findar o presente mandato do Gover-no, e só agora é que o Fundo vem a públi-co falar de um plano estratégico, tendo já contratado uma consultora para ajudar na produção deste instrumento orientador.c

revista capital março de 2013

Page 31: Revista Capital 62

31Focus on ECONOMY

Firmino Mucavele clarifies…First of all, we have to ensure business transparency. Sometimes, we have no clear signs on the behaviour of the various sectors. It is extremely hard to get information on the investment turnover, which makes it even difficult to work out estimates. Fur-thermore, it is nobody’s guess how much we produce, export, and among other in-formation

Evolution of the fiscal record from 1999 to 2012Description 1999 a 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Accrued

Individuals 126.373 116.047 96.409 186.324 187.185 183.219 257.434 321.292 498.440 1.972.723

Legal persons 10.597 2.522 36.976 3.554 4.384 4.933 5.068 6.2.286 7.814 82.134

Total 136.970 118.569 133.385 189.878 191.569 188.152 262.502 327.578 506.254 2.054.857

Accrued 255.539 388.924 578.802 770.371 958.523 1.221.025 1.548.603 2.054.857

2012 vs. 2005 ― 30.2 per centBy 16th December, 2012: 484.000 taxpayers By 31st December, 2013: 506.254 taxpayersSource: Tax Authority (AT)

The habitation Fomentation Fund (hFF) introduces an assisted “do-it-yourself” construction programme

As of 2013, HFF will introduce an assisted “do-it-yourself” hous-ing construction program with a view to expand the access to

decent housing across the country. The news was provided by Rui Costa, the CEO of the Fund, who advocates that the cur-rent building projects are not accessible to a greater part of Mozambicans. Mr. Costa agrees with all who said that most of the housing projects in the coun-try have not taken into account the reality and income of the majority of Mozam-bicans. And, as such, the Habitation Fomentation Fund will introduce an assisted “do-it-yourself” hous-ing construction program. In other words, the institution will grant a plot of land with infrastructures and a loan for the recipients to build, on their own account, their respective houses. “We worked out estimates and found that a two-room house built by a construction company may cost a little over MZM1.3 million, but if the same house is self-built, it may cost less that MZM700,000, which means that it is possible to reach the tar-get group because, above all, the Fund has a social responsibility mission”, explained the CEO. Rui Costa went on explaining that what makes housing projects expen-sive is the sum of all the stages related to the high cost of construction material, the

cost of parcels or plots of land as well as the constructors’ profits. “With the assisted “do-it-yourself” con-struction we remove this constructors’ profit and the price that the majority of interested parties would pay for the plot of land”, he added. The Fund intends to introduce the self-construction programme in 2013. The relevant loans will not be obtained from the banking sec-tor and will comprise low interest rates. On the other hand, as of next year, the Fund intends to design a strategic plan

for the housing sector as a way of having some guidance in its activities. It is worth recalling that in 2010, the Govern-ment pledged to promote the con-struction of 100 thousand houses throughout this mandate, but the Fund alludes to be working with no guidance so far. Now, this five-year period ends in 2014, strictly two years and a month ahead the end of this Government’s mandate, and it is only now that the Fund speaks out about a strategic plan, having already hired a consultant to assist in the design of such guiding instrument.c

março de 2013 revista capital

Page 32: Revista Capital 62

Foco NEGÓCIO32

Ambiente de negócios facilita maior produção

O Governo prossegue esforços na implementação de refor-mas económicas para a cria-ção de um ambiente propício

ao investimento no país. De entre es-sas reformas estão a implementação de uma plataforma integrada de prestação de serviços ao cidadão, cuja primeira

fase irá funcionar em balcões de atendi-mento único, em cinco cidades do País. Nos últimos anos, as reformas permiti-ram que o país atraísse inúmeros projec-tos de investimento, os quais constituem uma importante alavanca para o incre-mento da produção, o que tem propicia-do ao país aumentar as exportações.

EXPORTAÇÕESAs projecções para 2013 indicam que as exportações de bens poderão atin-gir 3.558 milhões de dólares norte--americanos, o equivalente a um cres-cimento de 14% face às previsões para o final de 2012, sustentado pelo dina-mismo dos projectos de exploração de recursos naturais, que se espera incrementem 18%, correspondendo a uma receita anual de 2.734 milhões de dólares, em face do aumento do volu-me das exportações de carvão. Prevê--se, por outro lado, que as exporta-ções tradicionais cresçam apenas 4%.

IMPORTAÇÕESDo lado das importações, espera-se um aumento de 10 por cento em 2013, para um total de 4.887 milhões de dólares, a ser determinadas pelos grandes projec-tos que se espera um crescimento de 11%, derivado do investimento em curso na ex-ploração de recursos naturais. Espera-se igualmente, que as importações não per-tencentes àquela categoria cresçam 9%. Com as variações esperadas para 2013, espera-se que o peso das importações dos grandes projectos no total das im-portações mantenha-se na ordem dos 34 por cento.

PROJECTOS DE INVESTIMENTONos últimos dois anos e meio, foram aprovados mais de 670 projectos de in-vestimento, no valor de 7.2 mil milhões de dólares americanos, susceptíveis de criar mais 82 mil postos de trabalho. Trata-se da construção de novas fábricas de proces-samento de arroz na Zambézia; de milho e ração em Tete; de algodão em Manica, e de produção de cimento, projectos flores-tais e de exploração de recursos minerais.

Bechtel entra no gás do RovumaA empresa de construção e engenharia norte-americana Bechtel foi escolhida para participar no primeiro projecto de liquefacção de gás natural (LNG, na si-gla inglesa) em Moçambique, que tem as primeiras vendas previstas para 2018. A empresa foi escolhida pela também norte-americana Anadarko para pro-jectos de engenharia e design para a fase inicial da fábrica de LNG que será construída ao largo de Cabo Delgado. A futura fábrica terá uma capacidade de produção anual de cinco milhões de mé-tricos cúbicos de gás natural liquefeito e a Anadarko prevê produzir 50 milhões de toneladas de gás natural liquefeito, no seu projecto do norte de Moçam-bique, cujas receitas poderão igualar o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçam-bique. A produção irá arrancar em 2018.

O consórcioAnadarko (36,5%). EUAMitsui e Co. (20%). JapãoEnh (15%). MoçambiqueBharat Petroleum Corp. (10%). IndiaVideocon Industries (10 %). India.PTT (8,5%) . Tailandia.c

Oportunidade de NegócioCrédito bancário para produto-res de mandioca aumentaO crédito bancário para produtores da mandioca deverá aumentar este ano 8,3 milhões de dólares para 17,6 mi-lhões de dólares, que compara com 9,3 milhões de dólares concedidos em 2012, informou a Direcção Nacional dos Serviços Agrários do Ministério da Agricultura de Moçambique. Prevê-se, com o aumento do crédito, garantir uma produção de 14,7 milhões de tone-ladas, contra 9,7 milhões de toneladas em 2012.c

revista capital março de 2013

Page 33: Revista Capital 62

Focus on BUSINESS 33

Business OpportunityEXPORTSThe 2013 projections indicate that exports of goods may reach USD3,558 million, cor-responding to a growth by 14%, in light of the forecasts for the end of 2012, under-pinned by the drive of natural resources exploration projects, which are expected to grow by 18%, corresponding to an annual revenue of USD2,734 million, in light of the increased coal export turnover. On the other hand, it is expected that traditional export will only grow by 4%.

IMPORTSAs far as imports are concerned, in 2013 it is expected an increase by 10%, correspond-ing to USD4,887 million, driven by mega-projects expecting a growth by 11%. This is triggered by the ongoing investment in the exploration of natural resources. It is equally expected that exports not pertaining to that category will grow by 9%. With variations foreseen for 2013, it is envisaged that the weight of imports under mega projects will stick to 34%.

The business environment facilitates greater production

The Government continues to endeavour towards implementation of economic reforms for the creation of an investment friendly environment in the coun-try. The implementation of an integrated platform for provision of services to citizens is among these reforms, where the first phase will focus on the

establishment of one-stop shops in five cities of the country. In the recent years, the reforms allowed the country to attract a greater number of investment projects, which are an important lever for increasing production, thus contributing to the country’s increase in exports.

INVESTMENT PROJECTS In the last two and a half years, 670 in-vestment projects were passed, which corresponds to USD7.2 million, and with a potential to generate 82,000 jobs. It concerns the construction of rice pro-cessing plants in Zambézia; maize and animal feed processing plants in Tete; cotton processing plants in Manica, and cement production plants, forest and natural resources exploration projects.

Bechtel to enter Rovuma gas businessThe American construction and engi-neering company (Bechtel) has been se-lected to join the first liquefied natural gas (LNG) project in Mozambique. The first sales are envisaged for 2018. The company was chosen by another American company (Anadarko) for en-gineering and designing projects (during the inception phase of LNG plant) which will be built along the Province of Cabo Delgado. The future plant will have an annual pro-duction capacity of 5 million cubic me-ters of liquefied natural gas in its project located in the Northern region of Mo-zambique. The relevant revenue will be equal to the Mozambique Gross National Product (GNP). The production will start in 2018.

The ConsortiumAnadarko (36,5%). USAMitsui e Co. (20%). JapanEnh (15%). MozambiqueBharat Petroleum Corp. (10%). IndiaVideocon Industries (10 %). IndiaPTT (8,5%) . Thailand.c

Increase in Banking Credit for cassava producers In accordance with the National Direc-torate for Agricultural Services from the Ministry of Agriculture of Mozam-bique, this year, the banking credit for cassava producers is expected to increase from 8.3 million to USD17.6 million, as compared to USD9.3 million allocated in 2012. With this increase in credit it is surely expected that the production will reach 14.7 million tons, against the 9.7 million tons in 2012.c

março de 2013 revista capital

Page 34: Revista Capital 62

34 Foco EMPRESA

Na cerimónia realizada no iní-cio do ano corrente, em Lon-dres Inglaterra, a Ernst & Young foi reconhecida com o

prémio correspondente à categoria de Melhor Firma de Consultoria Fiscal em Moçambique.A distinção em apreço resulta de uma pesquisa sobre Moçambique, realiza-da com base numa amostra aleatória constituída por personalidades do sec-

tor empresarial ´CEO´s, Directores--Gerais, Empresários e

Gestores – e altos funcionários gover-namentais baseados em Moçambique.Os critérios de classificação baseiam--se, de entre outros, em indicadores como o contributo efectivo das empre-sas/ instituições para o crescimento e desenvolvimento económico do país; o domínio de competências de gestão; o nível de implementação de políti-cas de governação corpora-tiva; a capacidade de inovação e o reconhe-

Ernst & Youngpremiada pela World Finance

Londres, Início de 2013 – Pela 1.ª vez, a World Finance, prestigiada revista de jornalismo financeiro, sedeada no Reino Unido, atribuiu importante prémio à Ernst & Young Moçambique.

cimento da visibilidade da imagem e marca institucional.Os prémios anuais atribuídos pela World Finance têm-se tornado nos últi-mos anos uma referência incontornável no contexto da gestão pública e privada em Moçambique. Com um painel de ju-rados com cerca de 230 anos de expe-riência agregada em jornalismo finan-ceiro, o seu objectivo, de acordo com os promotores, é, por um lado, premiar e celebrar a Excelência e, por outro, reco-nhecer e definir Padrões de Referência que deverão orientar e inspirar a actua-ção dos demais agentes económicos do mercado.Para a Ernst & Young, este prémio re-presenta mais um reconhecimento pe-los agentes económicos do trabalho desenvolvido pela empresa nos últimos anos, através da concretização de um posicionamento estratégico e de uma política de crescimento contínuo que tem por base as nossas pessoas, para além de um forte compromisso com questões de responsabilidade social e de acções de parceria no desenvolvi-mento sustentado das famílias e das empresas moçambi-canas.c

revista capital março de 2013

Page 35: Revista Capital 62

3535Focus on COMPANY

At a ceremony that took place at the beginning of the year, in London England, Ernst & Young received an award for the Best Tax Consulting firm in Mozam-bique.

This distinction comes from a research conducted in Mozam-bique on a random sample consisting of personalities from the business sector – General Managers, CEO’s, CFO´s, En-trepreneurs, managers and senior government officials ba-sed in Mozambique. The classification criteria were based on indicators such as the contribution of the companies for the growth and econo-mical development of the country; ability management com-petency; implementation of corporate governance policies; innovation and brand recognition. The annual awards by World Finance have become a rema-

rkable reference in the context of public and private manage-ment in Mozambique. With a penal of judges with an aggre-gate of 230 years of experience in financial journalism, the objective of the awards, according to the promoters is, on the one hand, acknowledge and celebrate excellence and, on the other, recognize and define reference standards that should guide and inspire the action of other economic agents in the market. For Ernst & Young this award represents one more recogni-tion by the economic agents of the commitment of the com-pany with the implementation of a strategic positioning and a policy of continuous growth based on our people, in addition to a strong commitment with social responsibility issues and partnering for the sustainable development of Mozambican families and firms.c

Ernst & Young receives award from World Finance

For the first time, the World Finance, the prestigious magazine in the field of financial journalism, based in the UK, has awarded Ernst & Young Mozambique a prestigious prize.

março de 2013 revista capital

Page 36: Revista Capital 62

IOLANDA WANE, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DOS TPM36

Helga Nunes (entrevista) . João Garrido (fotos)

A empresa TPM passou a ser tutelada pelos municípios de Maputo e Matola. Que melhorias trouxe esta decisão?A decisão de transferir a empresa para a tutela dos municípios de Maputo e Ma-tola enquadra-se dentro da estratégia mais global do Governo de descentra-lização dos serviços para junto dos ci-dadãos. Acreditamos que há vantagens em aproximar este tipo de serviços para junto dos cidadãos, neste caso dos muní-cipes. Por exemplo, em 2012, mercê de uma planificação conjunta e de um diá-logo permanente com as estruturas dos bairros, abrimos 10 novas linhas para atendimento da demanda crescente nas paragens intermédias. Esta medida per-mitiu maior frequência dos autocarros e consequente redução do tempo de espe-ra dos passageiros naquelas paragens.A inserção da empresa junto do Municí-pio permite-lhe ter uma visão mais clara das necessidades da cidade em matéria de transporte, razão pela qual a nossa participação no processo de elaboração do Plano Director de Transportes para a região metropolitana de Maputo tem sido fundamental. Este plano vai ajudar a equacionar da melhor maneira o redi-mensionamento da rede de transportes e o papel de cada actor, quer do sector pú-blico quer do privado, na prestação dos serviços de transporte.

O número de carreiras, na frota da EMTPM, ainda não cobre o nível de pro-cura. Que planos existem para solucionar esse proble-ma? Efectivamente opera-mos com uma dispo-nibilidade da frota abaixo da deman-da. A nossa abor-dagem tem sido a de privilegiar acti-vidades que asse-guram um maior número de auto-carros em circula-ção diariamente, com vista ao au-mento da taxa de cobertura no Município de Maputo. Para o efeito, em 2012 desenvolvemos acções estrutu-rantes nas dife-rentes áreas da empresa. Hou-ve um aprimo-ramento da condução pe-los tripulantes através de ses-

Frotas da TPMmais musculadasA empresa Transportes Públicos de Maputo agora é tutelada pelos municípios de Maputo e da Matola. A EMTPM, perante os actuais desafios, traçou novas estratégias e empenhou-se em muscular a sua frota, bem como a estrutura da organização. Em 2012, foram tomadas decisões que permitiram uma maior fre-quência dos autocarros e consequente redução do tempo de espera dos passageiros nas paragens. Ao mesmo tempo, o número de passageiros aumentou cerca de 51%, segundo a presidente do Conselho de Adminis-tração, Iolanda Wane.

revista capital março de 2013

Page 37: Revista Capital 62

TEMA DE FUNDO 37

sões de capacitação e da reciclagem. Por outro lado, registou-se o recrutamento de mais técnicos de manutenção, o aper-feiçoamento dos engenheiros e operários sob supervisão dos técnicos dos fabrican-tes dos nossos autocarros.Outras mais valias foram registadas na aquisição de equipamento oficinal e fer-ramentas para reforço dos meios de tra-balho; no aprovisionamento de peças e sobressalentes na dimensão dos meios de que dispomos. Estas acções contri-buíram para que a empresa aumentasse o número de passageiros transportados em 2012 na ordem dos 51%, pois atingiu 41.917.944 contra os 27.772.893 trans-portados em 2011.

Mas existe a necessidade de alocar mais autocarros…Tendo em mente o desafio de colocar o maior número de autocarros em circula-ção, na nossa estratégia para o período de 2012-2016, prevemos organizar e capaci-tar equipas especializadas para assegurar o diagnóstico e a reparação das avarias em tempo útil, de modo a que o tempo médio de reparação de um autocarro re-duza gradualmente das actuais 24h para

8h. E esta abordagem deverá ser comple-mentada com investimento anual para a renovação da frota, tendo em vista a re-dução dos custos de manutenção.Obviamente que a problemática do trans-porte na cidade de Maputo passa por uma solução de integração de todos os meios de transporte disponíveis, pois os proble-mas de transporte na cidade estão para além do número de autocarros. Por outro lado, e não menos importante, há que ter em conta outros factores que influem ne-gativamente no escoamento do tráfego e que devem ser equacionados na solução do problema de transporte na cidade da Maputo. Estamos a falar da má condução, do congestionamento e estado de conser-vação das vias, das condições dos termi-nais e paragens de maior concentração, só para citar alguns exemplos. Cada dia que passa o tempo de viagem num trajec-to leva mais tempo!Acreditamos que o estudo em curso sobre a criação de um Sistema de Transporte Integrado e a melhoria das condições que concorrem para uma maior fluidez do tráfego, com segurança e conforto para os passageiros, poderão trazer uma solução eficaz.

As novas tarifas, em vigor desde novem-bro de 2012, são consideradas insignifi-cantes face ao objectivo de cobrir os cus-tos de operação da EMTPM. Como é que pensa fazer face aos encargos e atingir o patamar dos lucros?A EMTPM é uma empresa vocacionada para o transporte público de passageiros no Município de Maputo e arredores, cumpre uma função eminentemente so-cial e deve operar com níveis de rentabi-lidade aceitáveis. Sendo assim, em 2012 a nossa atenção esteve voltada para o desenvolvimento de esforços para que a empresa opere com um nível de eficiência operacional elevado. As actividades reali-zadas com este objectivo privilegiaram a introdução de novas formas de trabalho na gestão das operações de tráfego; na introdução de um sistema de gestão inte-grada de recursos humanos; na intensifi-cação das acções de fiscalização com par-ticipação da comunidade para a redução da fraude; bem como medidas de conten-ção de custos.Os desafios para o período 2012-2016 nes-ta área prevêem a reformulação do mode-lo de gestão das operações de tráfego para se conferir uma maior operacionalidade e fiabilidade da frota a partir dos principais terminais e paragens de maior concentra-ção de passageiros; acções de reabilitação das infra-estruturas para a melhoria das condições de trabalho; a modernização da gestão de recursos humanos e finan-ceiros; o reforço da colaboração com os voluntários dos bairros e organizações da comunidade na prevenção e combate à fraude.

150 autocarros da EMTPM são movidos a gás natural. Até que ponto o uso deste combustível minimiza os custos, e como tem decorrido a experiência?Sem dúvida que o preço unitário do litro equivalente do gás natural é mais bara-to que do litro do gasóleo e neste mo-mento a nossa frota é maioritariamente composta por autocarros movidos a gás natural. Contudo, a experiência enfren-ta desafios enormes devido às rupturas de fornecimento deste combustível, que resultam em paralisações frequentes dos autocarros e, consequentemente, no não alcance dos objectivos pretendidos. Con-tudo, acreditamos que em breve estes problemas serão ultrapassados graças aos esforços em curso que têm em vista a identificação de soluções alternativas para o reforço da capacidade de abaste-cimento e de armazenamento deste com-bustível.c

março de 2013 revista capital

Page 38: Revista Capital 62

38

TPM company is now overseen by the municipalities of Maputo and Matola. What improvements has this decision brought about?The decision for the company to be over-seen by the municipalities of Maputo and Matola is within the broader strate-gy of the Government regarding the de-centralization of services to the citizens. We believe that there are advantages in bringing this type of services to citizens, in this case, to the municipalities. As an illustration, in 2012, thanks to a joint planning and an ongoing dialogue with the government structures in these muni-cipalities, we opened 10 new lines to meet the growing demand in the intermediate stops. This measure has allowed greater frequency of buses and the consequent reduction of the passengers waiting time in those bus stops.The integration of the company with the municipality allows it to have a clearer view of the city’s needs for transport, that is why our participation has been critical in the drafting of the Transport Master Plan for the metropolitan area of Maputo. This plan is expected to balance the re-di-mensioning of the transport network and the role of each actor in the best possible way, both in the public and private sectors. The number of careers in the EMTPM fleet still does not cover the level of de-mand. Are there any plans to solve this problem?Effectively, we are operating with a fleet

availability that is below the demand. Our approach has been to focus on activities that ensure a greater number of buses in daily circulation, in order to increase the coverage rate in the Municipality of Ma-puto. To this end, in 2012 we developed structuring actions in different areas of the company. There was an enhancement of driving by the crew members through training sessions and recycling. Moreo-ver, more maintenance technicians were recruited; there were capacity building sessions for engineers and technical workers under the supervision of the ma-nufacturers´ technicians of our buses.It should also be stressed that other ca-pital gains were recorded in the acquisi-tion of workshop equipment and tools for the reinforcement of the means of work; supply of parts and spare parts propor-tionally to the means at our disposal. These actions have helped the company to increase the number of passengers carried in 2012 by 51%, given that it ma-naged to achieve 41 917,944 passengers against 27 772,893 transported in 2011. But there is a need to allocate more bu-ses...Bearing in mind the challenge of getting the highest number of buses in circula-tion, in our strategy for 2012-2016, we anticipate organizing and training specia-lized teams in order to ensure the timely diagnosis and repair of faults so that the average repair time of a bus can gradu-ally reduce from the current 24 hours to

8 hours. This approach should be com-plemented with an annual investment for fleet renewal, with a view to reducing maintenance costs.It is crystal clear that the transport pro-blem in Maputo city requires the integra-tion of all the available means of transport as the transport problems in the city are far beyond the number of buses. Further-more, and not least important, other fac-tors that negatively influence the flow of traffic should be taken into consideration and should be addressed in solving the transport problem in Maputo city. We are talking about bad driving, congestion and the state of conservation of the roads, ter-minals and the bus stops with the highest concentration of passengers, just to name a few. Every day the travel time in a route takes longer!Therefore, we believe that the ongoing study on the creation of an Integrated Transportation System and the im-provement of the conditions that con-tribute to an increased flow of traffic, with safety and comfort for passen-gers, can bring an effective solution. The new tariffs, in force since november 2012, are regarded as being insignificant if they are to cover the EMTPM opera-ting costs. how are you going to bear the costs and still reach the profits level?

EMTPM is a company that is dedica-ted to the passenger public transport in the Municipality of Maputo and the surrounding area, primarily serving a

More improvedTPM Fleets

The Public Transport Company of Maputo is now overseen by the municipalities of Maputo and Matola. Due to the current challenges, EMTPM has come up with new strategies and it has endeavoured to improve its fleet as well as its organizational structure. In 2012, decisions were made that allowed a greater frequency of buses and the consequent reduction of the passengers’ waiting time at the bus stops. At the same time, the number of passengers has increased by about 51%, according

to the chairman of the Board of Directors, Iolanda Wane.

Helga Nunes (interview) . João Garrido (photos)

IOLANDA WANE, CHAIRMAN OF THE BOARD OF DIRECTORS

revista capital março de 2013

Page 39: Revista Capital 62

39BACKGROUND THEMEsocial function. Note that it should ope-rate at acceptable levels of profitability. Thus, in 2012 our attention was focused on developing efforts for the company to operate with a high level of operatio-nal efficiency. The activities undertaken within this goal favoured the introduc-tion of new ways of working in the traffic operations management; introduction of an integrated management system of human resources; enhancing surveillan-ce activities with community participa-tion in order to reduce fraud as well as cost containment measures.The challenges for the period 2012-2016 in this area include the reformu-lation of the model of traffic opera-tions management in order to provide greater functionality and reliability of the fleet from the main terminals and bus stops with higher concentration of passengers; rehabilitation of in-frastructures for the improvement of working conditions; modernization of human and financial resources mana-gement; strengthening collaboration with volunteers from the municipality areas and community organizations in preventing and combating fraud. 150 EMTPM buses are powered by na-tural gas. To what extent the use of this fuel minimizes costs, and has the expe-rience lived up to your expectations?It goes without saying that the unit pri-ce of a gallon equivalent to natural gas is cheaper than a litre of diesel and cur-rently our fleet is mostly composed of buses powered by natural gas. However, there are enormous challenges due to the disruption of fuel supply, resulting in frequent breakdowns of buses and obviously this is not within the scope of the desired objectives. Nonetheless, we believe that these problems will soon be overcome thanks to the ongoing efforts aiming at identifying alternative solu-tions for enhancing supply and storage capacity of this fuel.c

março de 2013 revista capital

Page 40: Revista Capital 62

Informação Económica MensalEconomia Moçambicana / Mozambican Economy

Fáusio MussáEconomista do Standard Bank

Mercados/Markets STANDARD BANK40

InflaçãoDados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam uma inflação mensal elevada no primeiro mês de 2013, comparativamente a igual período de 2012, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) Moçambique, de 1.35% m/m. Este comportamento do IPC revela essencialmente o impac-to negativo das cheias sobre o custo dos alimentos. Reflecte igualmente a actualização de alguns preços do cabaz do IPC que ocorre sazonalmente.A Cidade da Beira registou a inflação mensal mais elevada, de 2.10% m/m, seguida de Nampula com 1.42% m/m e Maputo com 1.06% m/m. O IPC Moçambique revela que em termos anuais, a inflação su-biu 0.71 pontos percentuais (pp) para 2.73% a/a, mas a média anual manteve uma tendência decrescente, baixando 0.19pp para 2.41%. Este comportamento foi consistente nas 3 cidades onde o IPC é calculado.Na Cidade de Maputo o IPC anual subiu 0.17pp para 2.35% a/a, mas a média caiu 0.16pp para 1.94%. Nas cidades de Nampula e Beira, a inflação anual aumentou 1.42pp e 0.91pp para 3.2% a/a e 2.9% a/a, respectivamente, com a inflação média a des-cer 0.26pp em Nampula e 0.17pp na Beira, ambas para 2.88%.Estima-se que a inflação média anual tenha atingido em Janei-ro o nível mais baixo dos últimos anos, e que comece a subir nos meses subsequentes. Apesar do impacto negativo das cheias, a inflação anual en-contra-se a níveis historicamente baixos, e as importações de bens de primeira necessidade da África do Sul têm beneficia-do de um câmbio MZN/ZAR relativamente favorável, o que nos permite manter a previsão de uma inflação a um dígito para este ano, se o preço dos comodities no mercado internacional se mantiver benigno, e se o Metical se estabilizar face ao Dólar.

InflationNational Statistics Institute (INE) monthly inflation data for January, measured by Mozambique’s Consumer Price (CPI) In-dex came high at 1.35% m/m when compared with the same period of 2012. This reflects essentially the impact of the recent floods on food costs. It also reflects a survey in some CPI items that occurs seasonally.The City of Beira recorded the highest monthly inflation at 2.10% m/m, followed by Nampula with 1.42% m/m and Maputo with 1.06% m/m. Mozambique’s CPI indicates that the annual inflation rose 0.71pp to 2.73% y/y but the average inflation continued to ease, down 0.19pp to 2.41%. This behavior was consistent across the 3 cities were CPI is calculated.

0 2 4 6 8

10 12 14 16 18 20

2005

20

06

2007

20

08

2009

20

10

2011

Ja

n/12

Feb/

12M

ar/1

2Ap

r/12

May

/12

Jun/

12Ju

l/12

Aug/

12Se

p/12

Oct

/12

Nov

/12

Dec

/12

Jan/

13

%

Inflação -Moçambique (Moz Inflation)

Anual (Year on Year)

Media (Average)

revista capital março de 2013

Page 41: Revista Capital 62

Mercados/Markets STANDARD BANK 41

Mercado MonetárioO Banco de Moçambique (BM) manteve inalteradas as suas taxas de juro de referência nos actuais níveis de 9.5% para os empréstimos overnight aos bancos comerciais, FPC e 2.25% para a facilidade de depósito, FPD. No nosso entender, o actual cenário de inflação alimenta ex-pectativas de estabilidade ou corte de 100 pontos base (pb) na da FPC, com igual probabilidade de ocorrência.Pela primeira vez em vários meses, assistiu-se em Janeiro, a uma ligeira subida das taxas de juro dos Bilhetes do Tesouro (BT’s) para o prazo de 91 dias, de 12 pontos base para 2.71%.

0

5

10

15

20

2005

2006

2007

2008

2009

Dec

-10

Dec

-11

Jan

-12

Feb-

12M

ar-1

2Ap

r-12

May

-12

Jun-

12Ju

l-12

Aug

-12

Sep

-12

Oct

-12

Nov

-12

Dec

-12

Jan

-13

%

Taxas de Juro (mercado primário)(Primary market interest rates)

FPC BT 91d (TB) FPD

Apesar de ligeira, esta subida, indica que a taxa de juro dos BT’s permanece num nível artificialmente baixo, para pressio-nar os bancos comerciais a expandirem o crédito à economia.Dados referentes ao mês de Dez/2012 indicam uma expan-são anual do crédito à economia de 18.3% a/a para o nível de MT116.2 mil milhões. A informação disponível mais recente sobre a massa mone-tária refere-se a Nov/2012 e revela uma expansão anual de 29.9% a/a para um saldo de MT177.8 mil milhões, motivado pelo forte crescimento dos depósitos bancários.Esta forte expansão dos agregados monetários ocorre num contexto de descida das taxas de juro do crédito à economia.Dados referentes ao mês de Janeiro indicam que a taxa de juro prime média dos bancos comerciais, caiu 4pb para 15.42%, com perspectivas de manter a tendência decrescente pelo fac-to de alguns bancos efectuarem muito lentamente os ajustes para baixo, para proteger as suas margens financeiras.

Mercado CambialEm Janeiro, o Metical continuou a perder terreno face ao Dólar e ao Euro, com depreciações mensais de 1.6% m/m e 4.4% m/m, respectivamente, fechando o mês ao nível de MZN/USD29.98 e MZN/EUR40.63, traduzindo-se em depreciações anuais de 10.6% a/a e 13.7% a/a. Num contexto em que o Rand se manteve relativamente fra-co internacionalmente, quebrando a barreira psicológica dos 9 ZAR por USD, o Metical ganhou algum terreno face à moeda Sul-Africana, com apreciações de 3.2% m/m e 3.6% a/a, fe-chando o mês ao nível de 3.36 MZN/ZAR.

The Maputo annual inflation increased 0.17pp to 2.35% y/y, with the average dropping 0.16pp to 1.94%. Nampula and Beira an-nual inflations rose 1.42pp and 0.91pp, respectively to 3.2% y/y and 2.9% y/y, with the average falling 0.26pp and 0.17pp, both to 2.88%. Average inflation is expected to have bottomed in Janu-ary and is likely to rise in coming months.Despite the negative impact of the recent floods, annual in-flation remains at historic low and Mozambican imports from South Africa benefits from a relatively stable exchange rate of Metical to the Rand allowing us to maintain a forecast of sin-gle digit inflation for the year. The main risk for inflation now comes from commodity prices and the stability of the Metical to the US Dollar.

Money MarketCentral Bank maintained unchanged their reference inter-est rates, with FPC - overnight lending facility interest rate, at 9.5%, and the deposit facility interest rate at 2.25%. In our view, current inflation outlook feed expectations of a sta-ble FPC with equal probability of a 100 basis points (bp) ease.For the first time in many months, the 91-day Treasury Bills (TB’s) interest rate increased in January, by 12bps to 2.71%.Despite being small, this increase, signals that TB’s interest rate remains artificially low, to force commercial banks to ex-pand their loan books. Data reported to Dec-2012 indicates an annual growth of private sector credit extension of 18.3% y/y to the level of MT116.2 billions. Latest available information on money supply reports to Nov-2012, an annual expansion of 29.9% y/y to the M3 balance of 177.8 billion mainly due to the strong growth in deposits.This expansion of monetary aggregates occurs in a context of decreasing lending interest rates.

0

5

10

15

20

25

30

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Dec

-11

Jan-1

2Fe

b-12

Mar

-12

Apr-1

2M

ay-1

2Ju

n-12

Jul-1

2Au

g-12

Sep-

12Oc

t-12

Nov

-12

Dec

-12

Jan-1

3

Agregados Monetários & Prime RateMonetary Agregates & Prime Rate

Credito a Economia (Credit to Economy) y/y%M3 y/y%Prime rate %

Data reported to January reveals a 4bps decrease in com-mercial banks average prime lending rate to 15.42%, a trend reflecting that some commercial banks decreased very slowly their lending rates, to protect their net interest margins.

Foreign Exchange MarketDuring January, the Metical continued to lose some ground to the Dollar and the Euro, with monthly depreciations of 1.6% and 4.4% m/m, respectively to the levels of MZN/USD 29.98

março de 2013 revista capital

Page 42: Revista Capital 62

Mercados/Markets STANDARD BANK42

2

3

4

5

20

25

30

35

40

45

2005

2006

2007

2008

2009

Dec

-10

Dec

-11

Jan

-12

Feb-

12M

ar-1

2A p

r-12

Ma y

-12

Jun-

12Ju

l-12

Aug

-12

Sep

-12

Oct

-12

Nov

-12

Dec

-12

Jan

-13

MT/

ZAR

MT/

USD

MT/

EUR

Taxas de Câmbio(Foreign Exchange Rates)

MT/USD MT/EUR MT/ZAR

O mercado cambial continua pressionado por uma procura de divisas superior a oferta, exacerbada pela magnitude das fac-turas de importação de combustível, traduzindo-se na venda de divisas pelo BM e na consequente redução das Reservas Internacionais Liquidas em 9% m/m para o nível de USD2.4 mil milhões.

01234567

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Dec

-11

Jan

-12

Feb

-12

Mar

-12

Apr-

12M

ay-1

2Ju

n-1

2Ju

l-12

Aug

-12

Sep

-12

Oct

-12

Nov

-12

Dec

-12

Jan

-13

Mes

es (M

onth

s)

mio

USD

(USD

mill

ions

)

Reservas Internacionais vs Cobertura Imp.(Net International Reserves vs Import Cover)

RIL (NIR) USD

Meses Cob.Import.(Import Cover Months)

Se esta postura do BM se mantiver, irá limitar a volatilidade da moeda nacional, que começou a transaccionar-se com mais frequência no intervalo de 29 a 31 MZN/USD.

Actividade EconómicaAs recentes cheias, cujo impacto está ainda em avaliação, co-locaram as populações afectadas numa situação humanitária difícil, com impacto negativo sobre a produção em vários sec-tores da actividade económica, incluindo a agricultura. Felizmente, a ajuda humanitária, tanto domestica como in-ternacional tem permitido atenuar o sofrimento das famílias afectadas. Não dispomos de dados suficientes para justificar uma revisão em baixa das expectativas de crescimento da eco-nomia moçambicana. Para além do impacto directo sobre algumas áreas cultivadas, as condições climatéricas adversas resultaram na interrupção do tráfego nalgumas estradas e linhas férreas do país. O Governo divulgou estimativas recentes que indicam que a produção global cresceu 7.6% em 2012, em linha com as ex-pectativas de crescimento do PIB, infelizmente não dispomos do detalhe por sector de actividade.c

and MZN/EUR 40.63 and annual depreciations of respectively, 10.6% and 13.6% y/y. In a month were the Rand remained relatively weak interna-tionally, breaking the psychological barrier of 9 ZAR per USD, the Metical appreciated to the SA Rand at 3.2% m/m and 3.6% y/y, closing at 3.36 MZN/ZAR.

(40)(30)(20)(10)

0 10 20 30 40 50

2006

2007

2008

2009

Dec

-10

Dec

-11

Jan

-12

Feb-

12M

ar-1

2Ap

r-12

May

-12

Jun-

12Ju

l-12

Aug

-12

Sep

-12

Oct

-12

Nov

-12

Dec

-12

Jan

-13

Taxas de Câmbio (variação % anual)Foreign Exchange Rates (y/y %change)

MT/USD

MT/ZAR

MT/EUR

> 0 MZM depreciation< 0 MZM apreciation

The foreign currency (fx) market remained pressurized by a higher fx demand exacerbated by sizable oil import bills, which resulted in Central Bank sales of fx and a 9% m/m decline in Net International Reserves to U$2.4 billion.

These interventions are likely to limit the local currency volatil-ity, which traded more recently, frequently in the 29 -31 range to the US Dollar.

Economic ActivityThe recent flooding, which impact is currently being accessed, placed many Mozambican families in a difficult humanitarian situation, with negative impact in several economic sectors, including agriculture. Fortunately, the aid, both domestic and international is help-ing to alleviate the suffering. We do not dispose enough infor-mation to justify a downward review in Mozambican economic growth prospects. The adverse weather conditions not only impacted negatively on some cultivated areas, but interrupted road and railway traffic in some regions. Government has recently disclosed recent estimates on output growth for 2012, at 7.6%, in line with GDP growth expectations; unfortunately the detail per sector is not yet available.c

revista capital março de 2013

Page 43: Revista Capital 62

43

notaEste documento foi preparado com base em informação de fontes que o Grupo Standard Bank acredita e são confiáveis. Apesar de todo o cuidado ter sido tomado na elaboração deste documento, nenhum analista ou membro do Grupo Standard Bank fornece qualquer garantia ou aceita qualquer responsa-bilidade sobre a informação contida neste documento. Todas as opiniões, previsões e estimativas contidas neste documento podem ser alteradas após a sua publicação e a qualquer mo-mento, sem aviso prévio. O desempenho histórico não é indi-cativo de resultados futuros. Os investimentos e estratégias discutidos aqui podem não ser adequados para todos os inves-tidores ou qualquer grupo particular de investidores. Este do-cumento foi elaborado para efeitos informativos, apenas para clientes do Standard Bank ou potenciais clientes e não deve ser reproduzido ou distribuído a qualquer outra pessoa sem o consentimento prévio de um membro do Grupo Standard Bank. O uso não autorizado deste documento é estritamente proibi-do. Ao aceitar este documento, concorda ser guiado pelas li-mitações que existem ou que venham a existir. Copyright 2013 Standard Bank Group. Todos os direitos reservados.

DisclaimerThis research report is based on information from sources that Standard Bank Group believes to be reliable. Whilst every care has been taken in preparing this document, no research ana-lyst or member of the Standard Bank Group gives any repre-sentation, warranty or undertaking and accepts responsibility or liability as to the accuracy or completeness of the informa-tion set out in this document. All views, opinions, estimates contained in this document may be changed after publication at any time without notice. Past performance is not indicative of future results. The investments and strategies discussed here may not be suitable for all investors or any particular class of investors. This report is intended solely for clients and pro-spective clients of members of Standard Bank Group and may not be reproduced or distributed to any other person without the prior consent of a member of the Standard Bank Group. Unauthorized use or disclosure of this document is strictly pro-hibited. By accepting this document, you agree to be bound by the foregoing limitations. Copyright 2013 Standard Bank Group. All rights reserved.

Mercados/Markets STANDARD BANK

Anexo (Appendix): Indicadores Macroeconómicos (Macroeconomic Indicators)

Indicadores (Indicators) Unidade (Unit) Escala (Scale) 2011 2012 (*) 2013(*)

PIB nominal (Nominal GDP) MZN milhoes (millions) 365.334 414.375 482.871PIB real (Real GDP) variação percentual (percent change) 7,3 7,5 8,4PIB per capita (Per capita GDP) US Dollars 606 616 649

População (Population) habitantes (Inhabitants) milhões (millions) 22,3 23,8 24,4

Inflação média (Average Inflation) - Maputo variação percentual (percent change) 10,4 2,1 7,5

Exportacoes (Exports) US Dollars mil (thousand) 2.776 3.116 3.558Importações (Imports) US Dollars mil (thousand) 4.187 4.460 4.887Cobertura importações (Import cover) Meses (months) 5,2 5,8 4,8

M3, massa monetária (M3, money supply) variação percentual (percent change) 8,2 N/D (N/A) 19,3Crédito a economia (Private sector credit ext. variação percentual (percent change) 4,6 18,3 19,0Base monetária (Reserve money) variação percentual (percent change) 8,5 19,7 18,4

Recursos Internos (Internal Resources) MZN millions 79.158 95.538 113.962Despesa Total (Total Expenditure) MZN millions 141.757 163.035 174.955Deficit Global (Global Deficit) MZN millions (62.599) (67.497) (60.993)Donativos (Grants) MZN millions 35.285 34.719 19.811Deficit após Donativos (Deficit after Grants) MZN millions (27.315) (32.778) (41.182)Crédito Interno (Internal Borrowings) MZN millions 2.619 3.150 3.573Crédito Externo (External Borrowings) MZN millions 24.696 29.629 37.609Fontes (Sources): Banco de Moçambique, Governo de Moçambique, INE, FMINotas notes: (*) previsão (forecast)

março de 2013 revista capital

Page 44: Revista Capital 62

44

revista capital março de 2013

FISCALIDADE PRICEWATERHOUSECOOPERS

“A minha relação com a PWC ajuda-me a criar o valor que procuro”

Esta é a promessa que fazemos aos nossos clientes, aos nossos colaboradores e às comuni-dades nas quais operamos.

Oferecemos uma amplitude de serviços para assessorar os nossos clientes, nas mais di-versas áreas, para enfrentar desafios e potenciar o seu des-empenho.

Local e internacionalmente, a PwC trabalha com as maiores organizações mundiais e com grandes empreendedores.

A PwC é uma rede internacio-nal e sustentada de prestação de serviços de elevado profis-sionalismo.

Os nossos serviços, entre out-ros:

Auditoria Consultoria Contabilidade Fiscalidade

PricewaterhouseCoopers Pestana Rovuma Hotel, Centro de Escritórios, 5.º andar, Caixa Postal 796, Maputo, MoçambiqueT: (+258) 21 350400, (+258) 21 307615/20, F: (+258) 21 307621/320299, E-mail: [email protected]

Recursos Minerais:Um Factor de Desenvolvimentoe sua dependência dos Mercados InternacionaisRecursos Minerais:Um Factor de Desenvolvimentoe sua dependência dos Mercados Internacionais

No passado dia 11 de Fevereiro de 2013, a PwC Moçambique realizou um “Business Bre-akfast”, visando discutir os

Recursos Minerais enquanto factor de desenvolvimento e as perspectivas futu-ras deste sector. O evento contou com a presença de S.Exa. o Vice-Ministro de Recursos Minerais da República de Mo-çambique - Dr. Abdul Razak - e de Tim Goldsmith, Partner da PwC Austrália e PwC Global Mining Leader.O encontro teve o condão de consistir numa excelente combinação do conheci-mento local sobre a área de mineração, e do seu papel no desenvolvimento do país, com o conhecimento global da PwC sobre este sector. Esta mescla e partilha de conhecimentos e experiências resultou de duas apresen-tações, sendo uma do Dr. Abdul Razak, subordinada ao tema “Recursos Minerais para o Desenvolvimento de Moçambi-que” e uma segunda da autoria de Tim Goldsmith, versando sobre as tendências actuais a nível global deste relevante sec-tor de actividade económica.E resultante da análise crítica das duas apresentações, conclui-se desde logo que para Moçambique os recursos mi-nerais constituem um valoroso factor de desenvolvimento, mas cuja exploração maciça imediata depende igualmente das tendências económicas e financeiras dos mercados internacionais, tendo presente fenómenos exógenos à escala mundial, com maior ênfase para a desaceleração económica verificada em países como a China.

Moçambique – Um novo actor na mine-ração globalAo longo da sua apresentação o Vice-Mi-

nistro dos Recursos Minerais apresentou as potencialidades e desafios da explora-ção dos recursos naturais de Moçambi-que.Mas adiante, Abdul Razak sublinhou que o país assume se cada vez mais como um novo actor de referência no mercado glo-bal de minerais, graças as vastas reservas de recursos recentemente confirmados e os projectos que iniciaram ou prevêem começar a produção.O facto ilustra também a tendência do mercado mundial em que as 40 maiores empresas continuaram a mudar para os mercados emergentes, sendo que 19 des-sas mineradoras são de ou encontram-se concentradas em mercados emergentes, como o de Moçambique.Mas os desafios que se colocam ao sector ao nível global têm implicações no país, que enfrenta dificuldades logísticas para assegurar a exploração viável dos recur-sos. “É com alguma preocupação que vemos este desfasamento entre a exploração e as infra-estruturas”, disse Abdul Razak, acrescentando que a “questão essencial é toda a logística necessária que é muito complexa e que não se constrói de um dia para o outro”. Por último, Abdul Razak adiantou que a revisão da legislação de minas e petróleo vai obrigar a um conteúdo local progres-sivamente maior em termos de bens e serviços para estes sectores, com vista a assegurar e promover o crescimento de pequenas e médias empresas locais.

As Tendências Actuais no Mercado In-ternacionalA procura mundial de recursos minerais deverá continuar alta por um longo perí-odo estimulado pelo crescimento econó-

Page 45: Revista Capital 62

45FISCALIDADE PRICEWATERHOUSECOOPERS

Recursos Minerais:Um Factor de Desenvolvimentoe sua dependência dos Mercados Internacionais

março de 2013 revista capital

Recursos Minerais:Um Factor de Desenvolvimentoe sua dependência dos Mercados Internacionais

mico da China, mas garantir a oferta será um desafio devido ao aumento dos custos de produção e redução da rentabilidade dos minérios, aliado a volatilidade dos preços, segundo a PwC.Esta foi a posição expressa e inequívoca do líder global para o sector mineiro da PwC, Tim Goldsmith, tendo acrescentado que “os desafios do futuro serão acerca de levar a oferta (de recursos minerais) atra-vés dos projectos certos”. “Continuará a mudança estrutural nos historicamente altos preços das matérias-primas, deri-vados dos elevados custos de produção e baixa rentabilidade ”, disse ainda Gol-dsmith, sublinhando contudo que este facto não garante o aumento das margens brutas.Goldsmith afirmou que apesar do certo nervosismo que os mercados demons-tram sobre a habilidade da China gerir a

sua economia e a actual transição política, aquele país demonstrou que excede sem-pre as metas de crescimento económico por si estabelecidas, agora fixadas numa expansão de 7% nos próximos cinco anos.Destacou que aquele país ainda tem uma grande taxa da sua população nas zonas rurais, que com o crescimento económico resultará numa maior urbanização, exi-gindo mais acesso a recursos minerais.Muitos países em desenvolvimento ou potências emergentes com as mesmas ca-racterísticas deverão seguir a mesma ten-dência da China em termos de crescimen-to económico e maior urbanização, o que também aumentará a procura em termos de recursos minerais. Trata-se de países como a Índia, Indoné-sia, Brasil, Rússia e diversos países afri-canos.

O Crescimento desconexo Apesar de se prever que a procura de mi-nerais se mantenha numa base larga, po-dendo não ser tão alta como recentemen-te, a oferta para satisfazer a demanda tem demonstrado ser problemática, segundo o especialista da maior empresa mundial de serviços profissionais.Goldsmith prevê que os primeiros seis meses de 2013 serão difíceis para as em-presas mineiras, referindo-se a questões como o contínuo aumento do custo de produção devido a redução da rentabili-dade das minas, custos com força de tra-balho e acesso a energia e financiamento. “Pode se ter grandes reservas mas é ne-cessário verificar qual será o custo para produzi-las”, disse Goldsmith, indicando que nos últimos meses os preços baixa-ram cerca de 10 por cento enquanto os custos aumentaram na mesma ordem.Referiu igualmente que dadas as pressões orçamentais, os governos tendem a tribu-tar mais as empresas mineradoras por ser um sector que não pode se deslocalizar.“Se as empresas mineradoras não fazem dinheiro ninguém as vai emprestar di-nheiro”, afirmou Goldsmith, indicando que os investidores parecem não acreditar no crescimento a longo prazo do sector. Os participantes ao evento, que contou com a presença de gestores seniores de empresas do ou que prestam serviços ao sector mineiro, sublinharam haver um grande futuro na indústria, apesar dos de-safios que se colocam, sobretudo na área de infra-estruturas e logística. De salientar que, estando no mercado mo-çambicano há mais de 18 anos prestando serviços de auditoria, consultoria e conta-bilidade, a PwC Moçambique é parte de uma rede mundial representada em 154 países e contando com cerca de 161.000 colaboradores.c

Page 46: Revista Capital 62

FISCALIDADE PRICEWATERHOUSECOOPERS46

“A minha relação com a PWC ajuda-me a criar o valor que procuro”

Esta é a promessa que fazemos aos nossos clientes, aos nossos colaboradores e às comuni-dades nas quais operamos.

Oferecemos uma amplitude de serviços para assessorar os nossos clientes, nas mais di-versas áreas, para enfrentar desafios e potenciar o seu des-empenho.

Local e internacionalmente, a PwC trabalha com as maiores organizações mundiais e com grandes empreendedores.

A PwC é uma rede internacio-nal e sustentada de prestação de serviços de elevado profis-sionalismo.

Os nossos serviços, entre out-ros:

Auditoria Consultoria Contabilidade Fiscalidade

PricewaterhouseCoopers Pestana Rovuma Hotel, Centro de Escritórios, 5.º andar, Caixa Postal 796, Maputo, MoçambiqueT: (+258) 21 350400, (+258) 21 307615/20, F: (+258) 21 307621/320299, E-mail: [email protected]

Mineral Resources: A Development Factorand respective dependency on International Markets

On February 11, 2013, PwC Mo-zambique held a “Business Breakfast” aimed at discussing the Mineral Resources as devel-

opment factor and future perspectives of this sector. The event was attended by the Vice–Minister of Mineral Resources of the Republic of Mozambique, Dr. Ab-dul Razak, and Tim Goldsmith, Partner of PwC Australia and PwC Global Mining Leader.The gathering had the privilege to con-sist on an excellent combination of local knowledge on mining and its role on the country’s development, with the global knowledge of PwC regarding the sector.This mix and share of knowledge and

experiences resulted from two presen-tations, being one by Dr. Abdul Razak, related to “Mineral Resources for the Development of Mozambique” and a second one by Tim Goldsmith, related to global Current Trends of this important sector of the economic activity.From the critical analysis of these two presentations, it was concluded that for Mozambique, the mineral resources con-stitutes a valuable factor of development, however its immediate massive explora-tion also depends on economic and fi-nancial trends of the international mar-kets, bearing in mind exogenous factors worldwide, with emphasis on economic slowdown on countries like China.

revista capital março de 2013

Page 47: Revista Capital 62

47FISCALIDADE PRICEWATERHOUSECOOPERS

Mineral Resources: A Development Factorand respective dependency on International Markets

Mozambique – A new player in global miningThroughout his presentation, the Vice – Minister of Mineral Resources presented the potential and challenges of exploit-ing the Mozambique natural resources.Furthermore, Abdul Razak highlighted that the country is becoming increas-ingly a new reference player on mineral global market, thanks to the extensive reserves of resources recently confirmed and the projects which initiated or plan to start production.The fact also illustrates the trend of the global market which the 40 largest com-panies continued to shift to emerging markets, with 19 of these miners being either from or primarily concentrated on emerging markets, such as Mozambique.However the challenges faced on a global perspective by the sector, have implica-tions on the country, which faces logisti-cal difficulties to ensure feasible exploi-tation of resources.“It is with concern that we see this gap between the exploitation and the infra-structure”, said Abdul Razak, adding that “the key issue is all the necessary logistic, very complex and that cannot be built from one day to another”.Finally, Abdul Razak said that the cur-rent revision of mining and oil legisla-tion will impose a progressively higher local content in terms of goods and ser-vices for these sectors, in order to ensure and promote the growth of small and medium local companies.

Current Trends on the International Ma-rketThe global demand of mineral resourc-es will continue high for a long period

stimulated by China economic growth, but to ensure the supply will be challeng-ing due to increasing of production costs and lower grades, combined with price volatility, according to PwC.This was the expressed and unequivo-cal position of the PwC global leader for mining sector, Tim Goldsmith, adding that “future will be about bringing on supply through the right projects. Con-tinued structural change to historically high commodity prices, underwritten by higher production costs and lower grades”, Goldsmith also stressed out that this fact does not guarantee increasing gross margins.Goldsmith said that despites of some nervous of the markets on the China’s ability to manage its economy and cur-rent political transition, this country has demonstrated that always exceeds the economic growth targets self imposed, now fixed at a 7% growth rate over the next five years.He stressed that the country still has a high percentage of its population on ru-ral areas and the economic growth will result on the increase of urbanization, demanding more access to the mineral resources.Many developing countries or emerg-ing powers with the same characteristics should follow the same trend of China in terms of economic growth and increased urbanization, which will also increase the demand of mineral resources.We are referring to countries such India, Indonesia, Brazil, Russia, and several Af-rican countries.

The growing disconnect Despite of foreseeing that the demand of

mineral remains, although with increas-es not as high as until now, to assure that the supply meets the demand has proven to be a problematic issue, according to the expert of the world’ largest profes-sional services firm.Goldsmith foresees that the first six months of 2013 will be difficult for min-ing companies, referring to issues as the increasing cost of production due to low-er grades of mines, employee’s costs and access to energy and funding.“You can have huge reserves but you need to see how you will produce and what will be your production costs”, said Goldsmith, indicating that in recent months the prices decreased about 10 per cent while the costs increased in the same order.He also noted that given the budgets pressures, the government tends to tax more mining companies due to be a sec-tor that cannot be relocated.“If mining companies do not make mon-ey, no one will lend them money” said Goldsmith, indicating that investors seem not to believe on the industry long term growth perspective.The event’s participants, which included senior managers of companies from or which provides services to the mining sector, stressed that there is a great fu-ture for the industry, despites of chal-lenges, particularly on infrastructure and logistics area.It should be noted that being in Mozam-bican market for over 18 years providing consultancy, assurance and account-ing services, PwC Mozambique is part of a worldwide network represented in 154 countries and with approximately 161.000 employees.c

março de 2013 revista capital

Page 48: Revista Capital 62

revista capital março de 2013

48 BOLSA DE VALORES

O ano de 2012 para o mercado bolsista moçambicano foi mar-cado por um crescimento assi-nalável, tendo os indicadores

de desempenho registado uma tendên-cia de crescimento em comparação com o ano de 2011. Em termos de valores mo-biliários cotados, registou-se uma evolu-ção crescente em quatro títulos de 2011 para 2012. O volume de transacções do mercado cresceu de 394,46 milhões de MT em 2011 para 1.796,38 milhões de MT, no final de 2012, representando um crescimento de 355,40%. As Obrigações do Tesouro tiveram um contributo de 88,0% no volume glo-bal de transacções. Por outro lado, o grande destaque foi para as acções da CDM - Cervejas de Moçambique, S.A, que registaram uma subida da cota-ção de 43,00MT no final de 2011 para 113,60MT no início de 2012, em resulta-do do aumento de capital social no valor de 40 milhões de MT, tendo-se regista-do uma maior procura destes títulos, e um volume de transacções com um peso de 6,8%, sendo assim, o segundo título com maior liquidez no mercado bolsista moçambicano, a seguir às Obrigações do Tesouro 2012.

ObrigaçõesCorporativa

2.9%

PapelComercial

2.1%Acções

7.0%Obrigaçõesdo Tesouro

88.0%

Volume de Transacções por Valores Mobiliários

Em termos da sua dimensão, a capita-lização bolsista do mercado evoluiu de 16.998,24 milhões de MT em 2011 para 31.970,75 milhões de MT em 2012, cor-respondente a uma taxa de crescimen-to de 88,08%. Este valor, equivalente a 1.079,72 milhões de USD, constitui um facto marcante na história da Bolsa de Valores de Moçambique, visto que se trata do mais elevado valor desde a sua inauguração.

Acções da CDM quase triplicam

Evolução dos Dividendos - 2012Acções da CMh – Companhia Moçambicana de hidrocarbonetos, S.A

Acções da CDM – Cervejas de Moçambique, S.A

No âmbito das suas relações exterio-res, a Bolsa de Valores de Moçambique acolherá no 2º semestre de 2013 a 44ª Reunião do CoSSE – Comité das Bolsas de Valores da SADC, que congrega a to-talidade das Bolsas de Valores da região da SADC. Esta será a quinta vez que a Bolsa de Valores de Moçambique, acolherá um evento desta envergadura, juntando os Presidentes e os mais altos quadros das Bolsas de Valores, corretores de bolsa e demais especialistas de mercado, depois de já o ter feito nos anos de 2001, 2004, 2006 e 2009. De referir que o CoSSE, reunido de 24 a 25 de Junho de 2012, em Gaberone, Botswana, definiu a necessidade de cria-ção de 3 Subcomités de trabalho para a implementação de iniciativas identifica-das no seu Plano Estratégico 2012-2016, cabendo à Bolsa de Valores de Moçam-bique, a responsabilidade pela coorde-

nação do Subcomité para a Capa-citação e Visibilidade das Bolsas de Valores, tendo como atribuições, interagir com as Bolsas de Valores, os reguladores, os corretores, os investido-res e outros intervenientes do mercado de capitais, de forma a desenvolver e co-ordenar acções de formação; fortalecer o novo website do CoSSE, ajudando os membros a actualizarem os seus websi-tes e a assegurando que a informação de cada uma das Bolsas de Valores seja dis-seminada internacionalmente.Os trabalhos dos três subcomités do CoS-SE, integrados no seu plano estratégico 2012-2016, visam fundamentalmente, o alcance do seu maior objectivo, a criação de um bloco economicamente forte a ní-vel da região da SADC, através da inter-ligação das Bolsas de Valores, mantendo cada uma delas a sua independência e autonomia.cWebsite:www.bolsadevalores.co.mz

A Bolsa de Valores de Moçambique na Região da SADC

Page 49: Revista Capital 62
Page 50: Revista Capital 62

Quotes of CDM almost triple

Evolution of Dividends - 2012CMh Shares- Companhia Moçambicana de hidrocarbonetos, S.A

CDM Shares – Cervejas de Moçambique, S.A

As part of its foreign relations, Mo-zambique Stock Exchange will host in the 2nd half of 2013 the 44th Meeting of CoSSE - Committee of SADC Stock Exchanges, which brings together all the stock exchanges in the SADC re-gion.This will be the fifth time that Mozam-bique Stock Exchange will have hosted an event of this scale, bringing togeth-er CEOs and the most senior corpo-rate executives from Stock Exchanges, brokers and other market experts af-ter having done so in the years 2001, 2004, 2006 and 2009. Note that CoSSE, which gathered from 24 to 25 June 2012 in Gaborone, Bot-swana, has identified the need to cre-ate three working subcommittees in order to implement the initiatives that were identified in its 2012-2016 Stra-tegic Plan. However, it is for Mozam-bique Stock Exchange to coordinate

the Stock Exchanges Training and Visibility Subcommittee, and one of its tasks is to interact with the Stock Exchanges, regulators, brokers, investors and other stakeholders of the capital market in order to develop and coordinate training; strengthen the new CoSSE website, helping its members to update their websites and ensuring that the information of each of the Stock Exchanges is disseminat-ed at international level.It should also be mentioned that the work of the three CoSSE subcommit-tees that is included in its 2012-2016 Strategic Plan, fundamentally aims at meeting the scope of its wider ob-jective which is the creation of an economically powerful bloc within the SADC region, through the inter-connection of Stock Exchanges while maintaining their independence and autonomy.c

For the Mozambican stock mar-ket, the year 2012 was marked by remarkable growth and the performance indicators

have registered a growth trend in com-parison with the year 2011. In terms of listed securities, there has been an in-creasing evolution by four bonds from 2011 to 2012. The market turnover has grown from MT394.46 million in 2011 to MT 1,796,380,000 at the end of 2012, representing an increase of 355.40%. On one hand, Treasury Bonds had a con-tribution of 88.0% in the total turnover. Moreover, major highlight goes to CDM shares – Cervejas de Moçambique, SA - which recorded a rise in the price from MT 43.00 at the end of 2011 to MT 113.60 in early 2012 as a result of the share capi-tal increase amounting to MT40 million. Therefore, there has been greater de-mand for these securities and there was a turnover with a weight of 6.8%, thus becoming the second with more liquidity in Mozambican stock market following the Treasury Bonds in 2012.

In terms of size, the stock market capitalization has increased from MT16, 998,240,000 in 2011 to MT31, 970,750,000 in 2012, representing a growth rate of 88.08%. This figure, equivalent to USD1.07972 billion, is a remarkable fact in the history of Mo-zambique Stock Exchange, for being the highest value since its inauguration.

Mozambique Stock Exchange in the SADC Region

Website:www.bolsadevalores.co.mz

50 STOCK EXCHANGE

revista capital março de 2013

Page 51: Revista Capital 62
Page 52: Revista Capital 62

Associação de produtores de Macuvulane:

Um laboratóriode desenvolvimento inclusivoNo posto Administrativo de Xinavane e zonas circunvizinhas, a vida sempre andou ao ritmo da maior companhia açucareira da região Sul e uma das maiores do País, ali instalada. Enquanto alguns moradores da região encontraram trabalho na fábrica e nas plantações de cana-de-açúcar, a maioria da população local vinha assistindo de longe ao desenvolvi-mento da mega-empresa sem poder comparticipar nem beneficiar dele. Este cenário tem vindo a alterar-se desde que há sete anos as atenções deixaram de se concentrar apenas na mega-empresa local para se atender também ao potencial dos pequenos produtores locais. Um projecto do Governo de Moçambique, financiado pelo Banco Africano de Desen-volvimento (BAD) construiu um pequeno sistema de irrigação e contratou a Gapi-SI para organizar a comunidade local a rentabilizar essa infraestrutura, bem como para a apoiar no acesso a serviços financeiros.

52 Perspectiva DESENVOLVIMENTO

Os actuais intensos debates aca-démicos e de política de desen-volvimento sobre “agricultura comercial versus sector fami-

liar”, “ligações de mercado”, “vias para aumento da produtividade agrícola” e, enfim, a questão de fundo que é a do “desenvolvimento económico inclusivo” são temas da máxima importância para o futuro de Moçambique. Estes debates encontram agora algumas respostas no “laboratório” que a parceria estratégica entre o Governo e a Gapi criou em Macu-

vulane. No passado dia 7 de Fevereiro, e sob o pre-texto do lançamento da primeira pedra de um centro de saúde destinado a servir a comunidade de Macuvulane, foi recorda-do que há sete anos aqueles camponeses andavam descalços e viviam em pobres cabanas de pau-a-pique. Hoje, naquela aldeia, a maioria das casas é de alvenaria, alguns têm motorizadas, outros até com-praram pequenas viaturas e as mulheres camponesas, em dias de festa, ostentam bonitas capulanas e não há criança que

passe fome e não vá à escola.No lançamento da pedra de edificação do centro de saúde da aldeia, a festa e alegria foram generalizadas. Porém, a atenção vi-rou-se para as 198 famílias que integram a cooperativa de produtores de cana de Macuvulane e à relação que ela criou com a Gapi, através da qual mobilizou assis-tência à gestão dos seus negócios, acesso a financiamentos acima de meio milhão US dólares e agora até a constituição de um banco comunitário na aldeia. Hoje, o “driver” do desenvolvimento de Magude

revista capital março de 2013

Page 53: Revista Capital 62

e Macuvulane já não é apenas a grande “Açucareira de Xinavane”.O “laboratório” de Macuvulane está a ser replicado pela Gapi em diversas zonas do País, como uma aposta de que a estratégia de desenvolvimento de Moçambique deve integrar milhões de pequenos produtores.

Exemplo de organização, de produção e de inclusãoA Associação dos Camponeses de Macu-vulane, localizada no distrito de Magude, na zona de influência da Açucareira de Xinavane, é uma das 32 Associações de agricultores, beneficiárias do então Pro-grama de Irrigação de Pequena Escala (Small Scale Irrigation Project - SSIP), da iniciativa do Governo Moçambicano que contou com financiamento do Banco Afri-cano de Desenvolvimento e assistência técnica e financeira da Gapi-SI.Em Macuvulane, o Governo construiu o regadio que abastece os cerca de 200 hectares de terra, no âmbito do SSIP, que visava aumentar de forma sustentável, o rendimento doméstico e a segurança alimentar dos pequenos produtores fa-miliares através da (1) expansão das áreas irrigadas, (2) aumento da produtividade e rentabilidade agrícola e (3) fortaleci-mento da organização e capacitação dos camponeses.Após anos de inactividade, a Associação dos Camponeses de Macuvulane foi re-lançada com o apoio da Gapi, que inter-veio com uma metodologia combinando

serviços de apoio ao desenvolvimento de negócios, criação e ou reforço das insti-tuições dos produtores, particularmente a organização de um sistema de auto-ajuda para poupança e empréstimo, que, por sua vez facilita o acesso a créditos comer-ciais para aquisição de equipamentos e meios de trabalho nas campanhas agrí-colas. A actividade central da associação é o cultivo da cana-de-açúcar, que é vendi-da à Açucareira de Xinavane, o motor de desenvolvimento da região. As produções anuais de cana realizadas pela associação nos cerca de 200has aproveitados oscilam entre as 16 a 19 mil toneladas. Dada a qua-lidade do sistema de regadio construído pelo SSIP e a assistência técnica prestada pela Açucareira de Xinavane, tem-se con-seguido produtividades superiores a 80 toneladas de cana por hectare. As receitas financeiras são boas. Contudo, desde há dois anos deram início à diversificação, investindo na produção de culturas ali-mentares. De acordo com o Presidente do Conselho da Administração da Gapi-SI, desde a sua criação, a Associação já recebeu da Gapi vários créditos que totalizam cerca de 15 milhões de meticais tendo cumprido com o plano de reembolsos dentro do prazo. E justificou o sucesso dizendo que “quando a assistência às organizações de produto-res e o acompanhamento das suas lide-ranças, bem como a avaliação e estrutu-ração das operações de financiamento são

53Perspectiva DESENVOLVIMENTO

feitas de forma profissional e com rigor, as taxas de reembolso são altas” “É uma organização exemplar de produ-tores de pequena escala. Os seus mem-bros mostram trabalho e organização, particularmente as mulheres, das quais, uma delas, é a líder do movimento. Em sete anos receberam 15 milhões e pagam as dívidas sem atraso. Estão a criar uma base económica, que dá sustento e esti-mula benefícios sociais como este centro de saúde para o qual, hoje, aqui, modes-tamente demos o nosso contributo”, disse o PCA da Gapi no âmbito do lançamento da primeira pedra para a construção de um Centro de Saúde de Macuvulane (ver caixa).“O desenvolvimento sustentado da eco-nomia de Moçambique depende do es-forço que se fizer para multiplicarmos por todo o País, organizações produtivas que integrem os produtores de pequena escala, as famílias rurais e promovam o seu potencial produtivo. Isto tem de ser feito em interligação e complementarida-de com os investimentos de maior vulto que algumas médias e grandes empresas estão a realizar. Mobilizar recursos para criar réplicas deste tipo de organizações é o objectivo estratégico da Gapi”- acres-centou o PCA da Gapi.

Empoderamento da Mulher e melhoria das condições de vida das famíliasAs acções de apoio ao desenvolvimento inclusivo implementadas pelo Governo e seus parceiros nesta associação reflec-tem-se directamente na melhoria das condições da vida das famílias. Actual-

março de 2013 revista capital

Page 54: Revista Capital 62

54 Perspectiva DESENVOLVIMENTO

mente a Associação conta com 189 mem-bros, dos quais 89 (47%) são mulheres.Mulheres trabalhadoras que ajudam na melhoria da renda familiar, construção de habitações melhoradas, dieta alimen-tar mais equilibrada, forte participação nas despesas da educação dos filhos, são alguns dos avanços relatados pelos cam-poneses de Macuvulane, como resultado do apoio da Gapi.“A força desta associação nasceu com a ajuda da Gapi. Trabalhámos nesta terra desde o período colonial, plantávamos a depender da chuva e quase nada colhía-mos. Eu nunca tive uma casa melhorada, mas hoje é o que vêem. Tenho esta casa, comprei estas cadeiras, tenho electrodo-mésticos e mobílias. Crio aves e outros animais. Não nos falta o que comer. Isto é desenvolvimento”, diz Fernando Cossa, membro-fundador da associação e secre-tário do Bairro 4 de Maguiguana.Sofia Cuacua, membro e presidente da as-sociação dos camponeses de Macuvulane está feliz porque agora pode suportar as despesas da família.“Os aconselhamentos e finaciamentos

que vieram da Gapi mudaram a nossa vida. Trabalho na associação e com este valor que recebo, consigo ajudar meu ma-rido nas despesas da casa, na escola dos nossos filhos. Antes só esperava pelo di-nheiro do meu marido”, afirma entusias-ta.“Nos últimos anos vivia em Maputo, onde trabalhava como torneiro mecânico, mas hoje voltei aqui na minha terra e levo uma vida melhor do que a que estava a levar em Maputo”, diz João Chongo, membro e funcionário da associação.A Gapi financiou diversas actividades da associação como aquisição de equipa-mentos e máquinas agrárias, nomeada-mente tractores, alfaias, adubos. Porém, a Administradora do Distrito enalteceu o apoio à constituição de uma Organização de Poupança e Empréstimo. “Um micro-banco deste tipo permite que as famílias façam uma melhor gestão ao longo do ano das receitas da cana que só ocorrem uma a duas vezes por ano. Sendo esta OPE propriedade dos camponeses locais, são eles que beneficiam das suas próprias poupanças.”c

Governo satisfeito quer réplicas de “macuvulanes” pelo PaísNo início do passado mês de Feve-reiro, a Governadora da Província de Maputo, Maria Elias Jonas, proce-deu ao lançamento da primeira pe-dra para a construção de Centro de Saúde de Macuvulane, uma oferta da Gapi-SI em Parceria com o Ban-co Árabe para o Desenvolvimento Económico de África – BADEA, que visa “premiar o esforço da associa-ção de camponeses de Macuvulane na transformação e melhoria da ac-tividade social e económica daquela comunidade”, segundo palavras do PCA da Gapi.A governadora de Maputo manifes-tou a sua satisfação com o trabalho da Associação e o papel da Gapi na organização dos produtores. Pediu que o exemplo de Macuvulane seja replicado para mais regiões da pro-víncia e do País.“Fiquei muito impressionada com o que acabei de ver aqui. Ouvi as nos-sas mamãs a lerem com muita se-gurança, a dizerem coisas positivas sobre a sua vivência,…. Sobretudo disseram algo muito importante: que para acabar com a nossa po-breza é necessário o trabalho e unidade. É essa a grande agenda do Governo. É necessário que todos juntemos os esforços pra trabalhar” – afirmou a Governadora de Maputo, congratulando a associação, a Gapi, o BAD e o BADEA pelo seu trabalho em Macuvulane.Sobre o Centro de Saúde que acaba-ra de lançar a primeira pedra para a sua construção, a chefe do Gover-no de Maputo disse que vai ajudar muito no cumprimento do Plano Económico e Social do Governo, au-mentando o acesso à saúde às co-munidades, reduzindo os índices de moralidade infantil, aumentando a taxa de partos institucionais e salvar muitas vidas.A representante do BADEA no even-to, Fátima Gimo, disse que a contri-buição da instituição financeira na construção do Centro de Saúde de Macuvulane visa apoiar socialmente a comunidade local. O BADEIA tra-balha em Moçambique desde 1974, tendo financiado, por exemplo, a re-cuperação da Açucareira de Xinan-vane.c

revista capital março de 2013

Page 55: Revista Capital 62

55UP GRADE

Passam-se três anos desde que foi anunciada publicamente a cons-trução do megaprojecto imobiliário “Cidadela da Matola”. Uma parceria

entre as empresas sul-africanas McCORMI-CK - Propriedade de Desenvolvimento, PIC - Public Investiment Corporation (detentora de 50% dos centros comerciais na África do Sul), e a empresa moçambicana SFI (consór-cio moçambicano constituído por empresas de investimento), num esforço financeiro global estimado em cerca de 220 milhões de dólares. Projectava-se construir no terreno do antigo Centro de Transmissão da Rádio Moçambi-que, na Cidade da Matola, um centro comer-cial de 46 mil metros quadrados, edifícios para escritórios, uma zona residencial, uma clínica privada e um centro de saúde, um centro desportivo e ginásio, uma zona hote-leira com centro de conferências, zona para vendas e serviços de produtos automóveis, zona de mercado grossista e várias áreas para restaurantes, parques e jardins, para além de um complexo governamental de quatro edifí-cios com diversos departamentos do Governo

da Província de Maputo, e um para o Conse-lho Municipal da Matola. O rol de realizações era de se perder o fôlego!Parcerias foram firmadas, investimentos estipulados, tarefas divididas. Enfim, o pla-no estava devidamente traçado conforme anunciou na ocasião Lúcio Sumbana, o ad-ministrador do projecto. Entretanto, nada foi erguido no local, e a mata tomou conta do espaço em questão.Previsões naquela época eram de que as obras do centro comercial iniciassem em Julho de 2010 e que durassem pelo menos 18 meses. Ou seja, por esta altura já deveríamos estar a gozar os prazeres desse templo comercial… A ideia do grupo era dar resposta ao rápido crescimento da economia moçambicana e à falta de habitação principalmente para os jovens recém-formados. Na zona residencial “Cidadela da Matola”, era suposto os jovens adquirirem casas (ou apartamentos) de qua-lidade a preços entre os 120 a 210 mil dólares. Era suposto também criar-se milhares de no-vos postos de trabalho.Na altura, e a avaliar pela pompa e circuns-tância do lançamento oficial do projecto,

algumas empresas e particulares devem ter feito a reserva de espaços para habitação, escritórios e outros empreendimentos na Ci-dadela, num ímpeto que ainda não passou de um sonho. Numa entrevista concedida pelo presidente do Município da Matola, à revista Capital em Julho de 2012, Arão Nhancale deu o seguin-te ponto de situação: «Para este projecto foi aprovado o estudo de viabilidade e de im-pacto ambiental. Foi igualmente lançada a mobilização dos fundos e dos parceiros in-teressados, sendo um projecto grande. Mas a sua materialização está nas mãos de pri-vados. O que fazemos a nível institucional é dar um suporte, aprovando os instrumentos importantes legais que nos competem, como é o caso do estudo de impacto ambiental e do apoio e aprovação do projecto de cons-trução».A verdade é que nunca mais se ouviu mais falar desde projecto, abafando assim a espe-rança dos que nele acreditaram. Para quan-do será? Eis a questão. Ou será a “Cidadela da Matola” mais um daqueles projectos que nunca irá ver a luz do dia?c

An aborted project?

Cidadela da Matola

Um projecto abortado?

It has been three years since the construction of a real estate megaproject was publicly announced - “Cidadela da Matola.” This megaproject is a result of a partnership between South Af-rican companies McCORMICK - Property Development, PIC -

Public Investment Corporation (which owns 50% of the shopping centres in South Africa) and the Mozambican company SFI (Mo-zambican consortium consisting of investment firms), in an overall financial effort estimated at around 220 million dollars.A shopping centre of 46 thousand square metres, office buildings, a residential area, a private clinic and a health centre, a sports centre and gym, a hotel area with a conference centre, an area for sales and services of automotive products, wholesale market area and several areas for dining, parks and gardens, in addition to a government complex of four buildings with various departments for the Provin-cial Government of Maputo, and one for the Municipal Council of Matola were projected to be built on the site of the former Central Transmission of Radio Mozambique, in Matola City. Anyone would run out of steam with this list of accomplishments!Note that partnerships were made, investments were stipulated and tasks were divided. Moreover, the plan had duly been drawn up as Lúcio Sumbana said on the occasion, the project manager. However, nothing has been built on the site, and the bush has taken over the space in question.Works for the building of the commercial centre were expected to start in July 2010 and they would last for at least 18 months. That

is, we should be enjoying the pleasures of this commercial temple by now...It should be underlined that the idea of the group was to respond to the rapid growth of the Mozambican economy and the lack of hous-ing especially for young graduates. In the residential area “Cidadela da Matola”, young people were supposed to acquire quality houses (or apartments) at prices ranging from 120 to 210 thousand dollars. Thousands of new jobs were expected to be generated.At the time, and by evaluating the pomp and circumstance of the official launch of the project, some companies and individuals might have booked space for housing, offices and other businesses in the Cidadela, in a momentum that is still a dream. In an interview with the Mayor of Matola city by the Capital magazine in July 2012, Arão Nhancale said the following: “For this project, the feasibility and environmental impact study has already been ap-proved. The mobilization of funds and interested partners for being a large project has also been launched. But its materialization is in the hands of the private sector. What we do institutionally is to give support, passing the required important legal instruments, such as the environmental impact study and the support and approval of the construction project. “Should the truth be told, this project has been talked about since then, thus dampening the hopes of those who believed in it. When is it going to be built? That is the key question. Or will the ‘Cidadela da Matola’ be one of those projects that will never be fulfilled?c

março de 2013 revista capital

Page 56: Revista Capital 62

56 Perspectiva AMBIENTE

Resíduos sólidosvalem dinheiro!Os focos de lixo espalhados por todos os lados são uma tónica comum na cidade de Ma-puto. O director da área de Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos e Salubridade do Mu-nicípio, João Mucavele, fala dos desafios que enfrenta em busca da gestão adequada dos resíduos sólidos. O lixo já é uma fonte de rendimento para muitas famílias, mas poderá vir a produzir ainda mais dinheiro.

Arsénia Sithoye (entrevista)

revista capital março de 2013

Page 57: Revista Capital 62

57Perspectiva AMBIENTE

Estamos num estágio que ainda não nos satisfaz, mas que já apresenta resultados. O importante é que temos uma estratégia que nos ajuda a ter uma visão, metas por alcançar e indicadores claros a serem se-guidos.

Existem parcerias com algumas entida-des públicas ou privadas para a gestão do lixo? Quantas são? Em que consistem?Existem 37 pequenas empresas constituí-das nos bairros por elementos desses mes-mos bairros, que têm contratos e são pagas pela edilidade. Estas microempresas têm a função de recolher o lixo das casas até ao ponto de transferência, que é um conten-tor de 12 metros cúbicos, o que tecnica-mente chamamos de recolha primária.Temos igualmente um contrato com uma grande empresa, a Enviro Service com a qual recolhemos os resíduos dos pontos de transferência para a deposição final. Se esta empresa tiver deficiência na recolha dos contentores, afecta imediatamente as microempresas. Entretanto, temos tido reuniões regulares com as 37 microempre-sas e com a empresa grande para correc-ções, concertações e constantes diálogos.

Que factores contribuem para a fraca gestão dos resíduos sólidos no Município de Maputo? Temos vários factores interligados entre si, sendo o primeiro, o factor meios. Na área suburbana temos as microempresas e uma grande empresa a fazerem o traba-lho. No interior da cidade há sítios em que a recolha dos resíduos sólidos é feita pelo Conselho Municipal e outra parte é feita por uma empresa.O equipamento que o Conselho Municipal possui não é o desejável, mas o possível, devido a limitações financeiras. Temos aqui viaturas que em condições normais já deviam estar arrumadas. As viaturas são exíguas. Já em termos de recursos humanos,estamos sempre em constan-te formação e treinamento, pois o factor humano é muito importante para dar res-posta ao problema da gestão de resíduos sólidos. Por outro lado, as empresas contratadas também enfrentam os mesmos proble-mas. Infelizmente têm limitações, apesar de termos conseguido essas empresas em concursos internacionais. Mesmo as microempresas que operam nos bairros foram submetidas a concursos para o apu-ramento.Ainda no que concerne aos constrangi-mentos, quero falar da consciência dos munícipes. Há uma parte, que embora pequena, perturba o sistema: não respei-tam o horário de deposição, e depositam

material impróprio como pedras, troncos e ramos. Outros acham que pelo facto de pagarem taxa de lixo devem agir como bem entendem. É verdade que a taxa é uma grande contribuição, é boa, mas está efectivamente longe de por si só responder ao trabalho de recolha e transporte do lixo.

O que tem feito o Município para solucio-nar esse problema?O Governo da cidade tem procurado par-ceiros para colmatar a parte que a taxa de lixo não cobre. Um dos parceiros é o Banco Mundial, no contexto do pró-Maputo. En-tretanto, não atinge os 100% pois na ópti-ca deles, quem produz lixo deve pagar pela recolha – poluiu, pagou - portanto, é um apoio que não será definitivo. Numa situ-ação destas, já devíamos ter agravado as taxas, mas temos consciência de que mui-tos não têm capacidade de pagar o custo real para a remoção do lixo que produzem em casa. Considerando as dificuldades, e agora com o agravamento dos “chapas”, vamos adiando e o Município procura fi-nanciar até onde pode.

Os conselhos municipais de Maputo e da Matola rubricaram recentemente um acordo de construção de um aterro sani-tário para a gestão de lixo de ambas as cidades. Que mudanças esta infraestru-tura trará para os dois municípios? Vai trazer grandes mudanças. Os dois municípios (Maputo e Matola) conscien-tes de que os munícipes devem ter acesso aos serviços desse aterro, estão a mobili-zar fundos para construir o aterro. Atra-vés de um concurso internacional vamos contratar gestores. Neste momento, a ca-pacidade económica do Município só da para construirmos um aterro. Já temos 100 hectares, que estão em processo de demarcação e vedação, e há uma comis-são mista das duas urbes para trabalhar no assunto. O aterro sanitário não vai re-duzir problemas de lixo, mas vai reduzir os problemas de saúde e a indisciplina dos catadores de lixo. O novo aterro será vedado, melhor organizado e o lixo vai ser acondicionado de forma económica e social. O lixo só vai lá depois de ter sido reduzido, reciclado, reutilizado e com-postado.

Que futuro espera a actual lixeira do hulene?A lixeira do Hulene será encerrada. Pu-blicamos recentemente um concurso público no sentido de encontrarmos um jurista para preparar um termo de refe-rência para posterior exploração de gás e energia naquela lixeira, pois lixo é di-nheiro.c

O Conselho de Ministros aprovou, em Agosto, a Estratégia de Gestão de Resí-duos Sólidos Urbanos. Decorridos três meses, qual é o estágio da implementa-ção desta estratégia?O Município de Maputo tem uma estraté-gia de gestão integrada de resíduos sólidos urbanos há mais de cinco anos. Portanto, neste plano são considerados todos os elementos que têm a ver com a gestão de resíduos sólidos. Trata-se de um Plano Director que pressupõe a consideração de todos os elementos de gestão e de todos os parceiros.Fazem parte dos principais elementos da gestão de resíduos sólidos a produção, transporte, redução, reutilização, trata-mento e deposição. Por outro lado, exis-tem os agentes, que são os produtores de lixo, os munícipes, as indústrias, o comér-cio, as empresas com quem trabalhamos na recolha e redução do lixo, algumas or-ganizações como a Livhaningo, os voluntá-rios e outros movimentos cívicos, e natu-ralmente a Assembleia Municipal. O Plano Estratégico já vem sendo imple-mentado. Saímos de uma situação em que recolhíamos 120 toneladas de lixo por dia, há cerca de 10 anos, e hoje já atingimos as 800 toneladas diárias. Isto não significa que todo o lixo produzido é recolhido, mas é sinal de que estamos a crescer.

março de 2013 revista capital

“O Plano Estratégico já vem sendo implementado. Saímos de uma situação em que recolhíamos 120 toneladas de lixo por dia, há cerca de 10 anos, e hoje já atingimos as 800 toneladas diárias. Isto não significa que todo o lixo produzido é recolhido, mas é sinal de que estamos a crescer.Estamos num estágio que ainda não nos satisfaz, mas que já apresenta resulta-dos. O importante é que temos uma estratégia que nos ajuda a ter uma visão, metas por alcançar e indi-cadores claros a serem se-guidos.”

Page 58: Revista Capital 62

58 ENVIRONMENT Outlook

he waste scattered everywhere is a common concern in Maputo city. The director of the area of Solid Waste Management and Health of the Municipality, João Mucavele, talks about the challenges he faces in search of the proper management of solid waste. Waste is now a source of income for many households, but it is likely to produce more money.

Arsénia Sithoye (interview)

The Council of Ministers approved in August the Management Strategy of Municipal Solid Waste. It has been three months now, at which stage is the implementation of this strategy?

Maputo city has put in place a strategy for the integrated management of mu-nicipal solid waste for more than five years. Note that all the elements that have to do with solid waste manage-

ment are considered in this plan. This is a Master Plan that requires the con-sideration of all management elements and partners.The main elements of the manage-

Solid wasteis worth money!

revista capital março de 2013

Page 59: Revista Capital 62

59ENVIRONMENT Outlook

Solid wasteis worth money!

ment of solid waste include production, transportation, reduction, reuse, treat-ment and disposal. On one hand, there are agents which are the producers of waste, the residents, industries, com-merce, the companies with which we work in collecting and reducing waste, some organizations like Livhaningo, volunteers and other civic movements, and naturally the Municipal Assembly.The Strategic Plan is already being im-plemented. We have passed the phase at which we used to collect 120 tons of waste per day, for about 10 years, and today we have reached 800 daily tons. This does not mean that all the waste produced is collected, but it is a sign that we are growing.We are at a stage that still does not sat-isfy us, but it already shows results. The important thing is that we have a strat-egy that helps us to have a vision, goals to be achieved and clear indicators to be followed.

Are there any partnerships with public or private entities for waste manage-ment? how many are they? In what they consist?There are 37 small businesses in the municipal areas established by ele-ments of those municipal areas, which have contracts and are paid by the mu-nicipal council. These microenterprises have the task of collecting waste from homes to the transfer point, which is a container of 12 cubic metres, which is technically called primary collection.We also have a contract with a big com-pany, Enviro Service with which we collect waste from the transfer points for final disposal. If this company has problems in collecting containers, it immediately affects microenterprises. However, we have had regular meet-ings with the 37 microenterprises and with the big company for corrections, constant consultations and dialogues.

What factors contribute to poor solid waste management in Maputo city?We have several interlinked factors, the first being the means. In the suburban area we have the microenterprises and a big company doing the work. Within the city there are places where the col-lection of solid waste is made by the Municipal Council and in the other places the collection is made by a com-pany.The equipment that the Municipal Council has is not desirable, but the possible due to financial constraints. We have cars that in normal conditions should not be on the roads. Vehicles are scanty. In terms of human resources, we are always in constant capacity building and training because the human factor is very important for addressing the problem of solid waste management.Moreover, the companies that we have hired also face the same problems. Un-fortunately they have limitations, al-though these companies were hired in international tenders. The microenter-prises operating in the municipal areas have also undergone public tenders.Still in the context of constraints, I want to talk about the awareness of the citizens. There is a segment of the citizens, although small, that disturbs the system: it does not respect the dis-posal time, and it dumps inappropriate material such as rocks, tree trunks and branches. Others think that because they pay garbage fee they should act as they please. It is true that the fee is a major contribution, it is good, but

it is actually far from responding to the work regarding the collection and transportation of waste.

What has the Municipal council done to solve this problem?The city Government has been seek-ing partners to bridge the gap that the garbage fee does not cover. One of the partners is the World Bank in the con-text of pro-Maputo. However, it does not cover 100% because in their opin-ion, who produces garbage should pay for its collection - polluted, paid - so it is not a permanent support. In such a situation, we should have increased the fees, but we are well aware that many are unable to pay the actual cost for the removal of garbage they produce at home. Considering the difficulties, and now with the increase of the price of public transport, the so called “chapas”, we keep postponing it and the Munici-pal council always tries to finance it as far as it can.

Maputo and Matola municipal councils have recently signed an agreement for the construction of a landfill for waste management in both cities. What changes will this infrastructure bring for the two municipalities?It will bring big changes. The two mu-nicipalities (Maputo and Matola) are well aware that the citizens should have access to this landfill, so they are rais-ing funds in order to build the landfill. Through an international tender we are going to hire managers. Right now, the economic capacity of the municipality is only for building a landfill. We have 100 hectares which are in the process of demarcation and fencing, and there is a joint committee from the two large cit-ies to work on it. The landfill will not re-duce waste problems, but it will reduce health problems and the indiscipline of the solid waste collectors. The new landfill will be fenced, better organized and the solid waste will be packaged in an economic and social manner. Solid waste will only go there after being re-duced, recycled, reused and composted.

What future holds for the current dumping ground of hulene?The dumping ground of Hulene will be closed. We recently have published a call for tenders in order to find a lawyer for preparing the terms of reference for further exploration of gas and energy in that dump, because solid waste is money.c

março de 2013 revista capital

Page 60: Revista Capital 62

60 EMPREENDER

Segundo Stephane Temperman, presidente da Associação Mo-çambicana de Reciclagem (AMOR), empresa sem fins lu-

crativos, fazer gestão de resíduos é dar um destino correcto a cada resíduo só-lido. Nesse âmbito, encontram-se nos municípios de Maputo e da Matola sete ecopontos - locais onde os ‘catadores’ ou outros agentes depositam os lixos reco-lhidos e destinados à reciclagem.O objectivo da AMOR é vir a ter 15 eco-pontos sustentáveis, com recolhas de 400 toneladas de resíduos por mês, ga-rantindo 50 empregos directos e 150 in-directos. «Podíamos reciclar muito mais. Mas só podemos fazê-lo num mercado que seja

pelo menos auto-sustentável», afirmou Temperman.Esta Associação tem trabalhado com o sector privado no que concerne à pres-tação de serviços e à consciencialização. Nesse sentido, a AMOR coloca caixotes para a separação de papel nas empresas, para além de proporcionar formação do pessoal de limpeza. Um dos entraves com que a AMOR se tem deparado ao longo da sua missão passa pelo modo como as pessoas pes-soas encaram a dimensão dos resíduos sólidos, mais concretamente, pelo pre-conceito que faz com que não se respeite as pessoas que trabalham com o lixo.Um dos grandes trabalhos desta associa-ção nas empresas, passa por incutir no

pessoal a valorização do trabalho à volta do lixo, para que os que lidam directa-mente com o lixo comecem a ter orgulho da sua actividade profissional. Daí a im-portância da formação na área de limpe-za e uma posterior mudança de compor-tamento de todo o pessoal da empresa. «Fazemos campanhas nas empresas, na sociedade civil, através da televisão ou rádio, produzimos flyers, partici-pamos em eventos nas universidades, escolas, entre outros locais. Os nossos serviços são mais solicitados por ins-tituições, embaixadas, Nações Unidas, ONG´s, pessoas que já têm consciência ambiental, do que por empresas por-que temem os custos», revelou Stephane Temperman.

Por AMOR ao lixoO problema do lixo em Maputo e na Matola tem motivado debates, conferências e workshops. A busca de soluções é uma prioridade. Por um lado, há falta de recursos por parte das entidades competentes. Por outro, há falta de consciencialização dos munícipes. A Associação Moçambicana de Reciclagem AMOR, face ao problema, explica através do seu presidente, Stephane Temperman, a melhor forma de gerir e valorizar os resíduos.

Arsénia Sithoye (texto)

revista capital março de 2013

Page 61: Revista Capital 62

EMPREENDER 61

Reciclagem: Óleo de cozinha já é trans-formado em biodieselA reciclagem é uma área bastante com-plexa, segundo o presidente da AMOR, que acrescenta que em Moçambique o processo vai da separação e compacta-ção dos resíduos à fase da produção de matéria-prima para as indústrias. Poste-riormente, esta é exportada para países como a África do Sul, índia, China e Pa-quistão que são os que mais compram no mercado internacional. «Fornecemos serviços aos hotéis no sen-tido de colocarmos lá o nosso pessoal para fazer a separação dos resíduos e

registarem todo o fluxo, de modo a que se quantifiquem os resíduos reciclados. Começamos também com a reciclagem de óleo de cozinha usado para trans-formá-lo em biodiesel», avançou aquele dirigente.Segundo Temperman, não há consci-ência nem respeito pela área ambiental em Moçambique pois nunca houve uma educação face à preservação do ambien-te, gestão de resíduos, da água e energia. «É preciso consciencializar as pessoas e isso começa desde pequeno», sublinha.

Como transformar o lixo em material escolarA AMOR tem em carteira um projecto de consciencialização que consiste na criação de um concurso nas escolas de Maputo e Matola, no sentido de trans-

formar o valor dos resíduos em material escolar. «Trata-se de um concurso diário, em que numa fase inicial, iremos colocar em 10 ou 15 escolas meios de separação de resíduos como lata, papel, papelão e plástico. Não queremos que as crianças comecem a vasculhar os baldes de lixo na escola, mas que comecem a fazer a separação em casa e tragam à escola. Nós vamos recolher nas escolas e trans-formar o valor dos resíduos em mate-rial escolar», explicou.No quadro do concurso, serão classifica-das mensalmente as melhores escolas e

premiadas, sendo este concurso impor-tante não só pelo impacto que causará no ensino em si, mas pela própria con-corrência entre as escolas. A participação da AMOR no projecto far-se-á através do apoio na recolha dos resíduos, na monitoria do fluxo, recicla-gem, transformação, aquisição de mate-rial para pelo menos 60 escolas de Ma-puto e Matola, até 2015. Ao todo estarão envolvidos no concurso cerca de 100 mil alunos, e, devido a este elevado numero, projecta-se a criação de uma vitrina am-biental num lugar público, onde se pos-sa mostrar como se faz uma boa gestão ambiental, compostagem, reciclagem da água, energia, entre outros.«Na África do Sul, o concurso começou há cerca de 19 anos e teve um grande impacto, e este país supera a taxa de re-

ciclagem dos países da Europa», conta o presidente da AMOR. O projecto em Moçambique poderá ar-rancar ainda este ano e conta com a par-ceria do Millenium Bim. A ideia é incutir novos hábitos nas novas gerações, por forma a mudar a consciência das pesso-as. Assim, as crianças irão adquirir uma nova consciência ambiental e poderão transmiti-la aos seus pais. A associação conta igualmente com os projectos da limpeza da praia e compostagem nos parques e jardins públicos.

Valorização do lixo Tendo as pessoas consciencializadas e os resíduos separados, há-que acrescen-tar-lhes mais valor, que neste momento é muito baixo. No que concerne ao papel e papelão, Stephane Temperman diz que a ideia é transforma-los cá em Moçam-bique, pois constituem a maior percen-tagem dos resíduos. Por mês, são exportadas 500 toneladas de lixo, das quais 300 são só de papel e papelão. Neste contexto, surgiu a iniciativa de se criar uma feira ecológica, para a pro-dução da chamada telha fibro-asfáltica através do papel usado. Trata-se de te-lhas ecológicas que absorvem menos calor e são mais flexíveis em relação às telhas convencionais, e já se encontra disponível a matéria-prima (o papelão) em quantidades suficientes para se dar início ao projecto.Estudos feitos indicam que o produto será vendido à metade do preço de uma telha normal e enquadra-se no sistema do negócio justo, uma vez que será fei-ta a distribuição do valor pelos interve-nientes no processo.Na pior das expectativas a organização espera empregar com estes projectos cerca de 250 pessoas. Neste momento, cerca de 350 famílias vivem do lixo - 250 famílias em Hulene e 150 em Malhamp-sene. E sabe-se que só a lixeira do Hule-ne produz mensalmente 800 toneladas de lixo.

Situação actual6 ecopontosGestão ambiental de cerca de 80 tonela-das recicladas por mês500 pessoas fazem a separação dos re-síduosTrabalho de consciencialização é neces-sário Resultados económicos: 18 actividades directas, 60 indirectas. Resultados socioeconómicos: 12 mem-bros trabalham na associação 3 catado-res são formalizados.c

março de 2013 revista capital

Page 62: Revista Capital 62

62 ENTREPRENEURSHIP

Tel.: +258 21 303449Fax: +258 21 303450Rua Ngungunhane nº 56 r/c Afrin Prestige Hotel

Restaurante e Serviço de Catering

Organizamos os seguintes eventos

BanquetesConferências

CocktailsPequenos almoços

Coffee BreaksCelebrações(Casamentos,

aniversários, etc.)

Restaurantee Serviço de Catering

Organizamosos seguintes evento

BanqueteConferência

CocktailPequenos almoços

Coffee BreaksCelebrações(Casamentos,

aniversários, etc.)

“Da simplicidade vem a classe”

According to Stephane Temper-man, the chairman of the Mo-zambican Association for Recy-cling (AMOR), a nonprofit orga-

nization, waste management is to give a correct destination to every solid waste. In this regard, there are seven ecopoints in Maputo and Matola cities - where gar-bage ‘collectors’ or other agents dump the waste collected for recycling pur-poses.The objective of AMOR is to have 15 sus-tainable ecopoints, with collections of 400 tons of waste per month, providing

50 direct jobs and 150 indirect jobs.“We could recycle more. But we can only do it in a market that is at least self-sustainable, “said Temperman.This Association has worked with the private sector in the provision of services and awareness campaigns. In this sense, AMOR puts bins in firms for separating paper, in addition to providing training for the cleaning staff.One of the problems AMOR has been facing throughout its mission has to do with the way people perceive the dimen-sion of solid waste, more specifically, the

prejudice people have against those who work with garbage.One of the major activities of this asso-ciation in firms is to instill in people the appreciation of the work around gar-bage, so that those who deal directly with waste can begin to take pride in their work. Hence, the importance of training staff in cleaning which results in a subse-quent change in their behavior.“We carry out campaigns in compa-nies, civil society, through television or radio; we make flyers, participate in events at universities, schools, among

LOVE for GarbageThe garbage problem in Maputo and Matola has triggered debates, conferences and workshops. The search for solutions is a priority. On one hand, there is a lack of resources by the authorities. On the other hand, there is a lack of awareness among citizens. The Mo-zambican Association of Recycling – AMOR (love), addresses the problem and its chairman, Stephane Temperman explains the best way to manage and recover the waste.

Arsénia Sithoye (text)

revista capital março de 2013

Page 63: Revista Capital 62

ENTREPRENEURSHIP 63

other places. Our services are the most requested by institutions, embassies, UN, NGOs, people who already have environmental awareness than compa-nies because they fear costs”, said Ste-phane Temperman.

Recycling: Cooking oil is already trans-formed into biodieselRecycling is a very complex area, accord-ing to the chairman of AMOR, adding that the process in Mozambique starts from the separation and waste compac-tion to the production phase of raw ma-terials for industries. Thereafter, these raw materials are exported to countries such as South Africa, India, China and Pakistan which are the countries that purchase the most in the international market.«We provide services to hotels in order to put there our personnel for them to make the separation of waste and reg-istering the entire stream, so that the recycled waste can be quantified. We started well with the recycling of used cooking oil to turn it into biodiesel, “the chairman added.According Temperman, there is no awareness or respect for the environ-mental area in Mozambique because there has never been an awareness cam-paign for the preservation of the envi-ronment, waste management, water and energy. “We need to make people aware and it starts from childhood,” he under-lined.

how to turn garbage into school sup-pliesAMOR is undertaking an awareness project which consists in creating a school contest in Maputo and Matola in order to transform the value of waste into school supplies.“It is about a daily contest, in which we

will initially put in 10 or 15 schools waste separating means such as cans, paper, cardboard and plastic. We do not want children to start rummaging through garbage pails in school, but they should begin separating it at home and bring it to school. We will collect it in schools and transform the value of waste into school supplies,” he explained.Under this contract, the best schools shall be classified monthly and awarded. Note that this contest is important not only for its impact on education itself, but also for the contest itself between schools.The participation of AMOR in the proj-ect will occur through supporting the collection of waste, stream monitoring, recycling, processing, material procure-ment for at least 60 schools in Maputo and Matola until 2015. About 100 thou-sand students altogether will be involved in the contest, and due to this high num-ber of participants, an environmental showcase in a public place is expected to be established where people can see how to do good environmental management, composting, water recycling, energy, among others.“In South Africa, the contest started about 19 years ago and it had a major impact and because of that this country surpasses the recycling rate of the Eu-ropean countries,’ says the chairman of AMOR.The project in Mozambique could begin this year and it has a partnership with Millennium Bim. The idea is to instill new habits in the younger generations in order to change people’s consciousness. Thus, children will acquire a new envi-ronmental awareness and may transmit it to their parents. The association also has other projects such as beach clean-ing and composting in parks and public gardens.

Enhancement of garbageIf people are already aware and separate waste, there is a need to add more value to them, which is currently very low. Re-garding paper and cardboard, Stephane Temperman says that the idea is to transform them in Mozambique because they represent the largest percentage of waste.Every month, 500 tonnes of waste are exported, out of which 300 are only pa-per and cardboard.In this regard, an initiative to create an ecological fair for producing the so called fibro-asphalt tile through paper came up. It is about green tiles that absorb less heat and are more flexible compared to conventional roofing tiles and raw material is already available (cardboard) in sufficient amounts to ini-tiate the project.Studies indicate that the product will be sold at half the price of a standard tile and it fits into fair trade system given that value distribution will be made by those involved in the process.In a worst case scenario, the organiza-tion expects these projects to employ about 250 people. At present, about 350 households depend on garbage - 250 households in Hulene and 150 in Mal-hampsene. It is common knowledge that only the dumping ground of Hulene pro-duces 800 tons of garbage monthly. Current Situation6 ecopointsEnvironmental management of about 80 tons of recycled waste per month 500 people make the separation of wasteAwareness raising is requiredEconomic results: 18 direct and 60 indi-rect activities.Socioeconomic outcomes: 12 members working in the association 3 collectors are formalized.c

março de 2013 revista capital

Page 64: Revista Capital 62

64 AMBIENTE Desenvolvimento sustentável

A renegociação dos contratos com os mega-projectos pode impulsionar a me-lhoria do mercado e a implementação de outros negócios em Moçambique. Esta vantagem é apenas uma gota no oceano no rol de benesses, descritos por economistas do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE).

O “forcing” feito surge em oposição às isenções fiscais concedidas aos grandes pro-jectos, uma vez que as referidas liberdades fiscais são vistas como medidas distantes dos objectivos da arrecadação de receitas do País.«Os mega-projectos actualmente contribuem com apenas 1% do OGE. Entretanto, estas companhias beneficiam de isenções fiscais que vão de 50 até 0% do IRPS, por um período considerável», segundo afirmado pela equipa do IESE. Por outro lado, aponta-se a isenção de impostos como o IVA, IRPS, SISA, durante os anos de construção e exploração. Este cenário impõe não só a necessidade de renegociação mas também o uso das possíveis receitas a arrecadar para investir em infraestruturas.

Normas internacionais devem ser obedecidas O acordo da renegociação dos contratos com os mega-projectos deve ser estabe-lecido entre os grandes projectos e o Governo, respeitando as normas de direito internacional, de acordo com a visão do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE).O organismo defende ainda a necessidade de se analisar as experiências do género, ocorridas em outros países. Segundo o IESE, um aspecto bastante comum é o argu-mento (previsível) das companhias de incutir o receio de que iniciativas do género afectem as decisões de investimento. No entanto, muitos exemplos comprovam o contrário. A Austrália, tomou a decisão de fazer uma revisão da lei de petróleo na década 80, em que se esperava um colapso no fluxo de investimentos. Mas tal não ocorreu. O mesmo país, em 2010, decidiu rever os impostos sobre minas, processo que foi acompanhado por uma reacção negativa de companhias como a Rio Tinto e outras. A ameaça das empresas era a de adiar os investimentos. Contudo, e uma vez mais, tudo não passou de um mero alarido. Nesse sentido, o IESE conclui que as deci-sões de investimento dos mega-projectos são pouco influenciadas pelos incentivos fiscais.

Impostos em função do lucroOs rendimentos é que devem ditar os níveis de impostos a serem pagos pelos mega-projectos em Moçambique, de acordo com o economista João Mosca. Este é um dos aspectos importantes a ter em conta na renegociação dos contratos com as grandes multinacionais que exploram o mercado nacional. Entretanto, o Executivo moçambicano deverá preparar-se a contento, antes de che-gar à mesa de negociações. Na óptica do economista, o Governo deverá ter infor-mação técnica sobre a área, assim como conhecer os níveis de lucro dos grandes projectos. A suposta falta de informação por parte do Executivo leva o economista a concluir que não existe base de fundamentação sobre a matéria.c

Renegociação de mega-projectos pode rentabilizar novos negóciosSérgio Mabombo (texto)

revista capital março de 2013

Page 65: Revista Capital 62

65ENVIRONMENT Sustainable development

Renegotiation of mega-projects contracts may foster the major-ity of markets and the imple-mentation of other businesses

in Mozambique. This advantage is just a drop in the ocean in the list of benefits de-scribed by economists from the Social and Economic Studies Institute - Instituto de Estudos Sociais e Económicos - (IESE). The “forcing” made appears as opposition to the tax exemptions granted to major projects, since the so called fiscal free-doms are seen as measures which differ widely from the national revenue collec-tion objectives.«Currently, mega-projects contribute with only 1% of the SB (State Budget). Meanwhile, these companies benefit from tax exemption ranging from 50 to 0% of IRPS tax, for a considerable peri-od», according to the IESE team. On the other hand, exemption is for taxes such as VAT, IRPS and SISA during the construction and exploration phases. This scenario poses not only the need to rene-gotiate the contract, but also the use of the revenues that are likely to be collected for investment in infrastructures.

International rules must be complied with The agreement for renegotiating mega-projects must be settled between major projects and the government, in compli-ance with the rules of international law, according to IESE vision.This institute further defends the need to review similar experiences from other countries. As stated by IESE, a more com-

mon aspect is the companies’ (foresee-able) argument to instil fear that similar initiatives may affect investment deci-sions. However, many examples prove the contrary. Australia decided to review the law on pet-rol in the 80s, in which a fall in the flow of investments was expected. However, this did not happen. This same country decid-ed in 2010 to review the taxes on mines, a process which had a negative reaction by companies such as Rio Tinto and oth-ers. The companies were threatening to defer investments. Once again, however, all this was just a furore. IESE concludes therefore that decisions for mega-projects investments are less influenced by fiscal incentives.

Profit-based taxesThe profits must dictate the levels of taxes to be paid by the mega-projects in Mozambique, according to the econo-mist João Mosca. This is one of the cru-cial issues to take into account in the re-negotiation of contracts with the major multinational companies operating in the national market. Meanwhile, the Mozambican executive must prepare themselves to the satisfac-tion before reaching the table of negotia-tions. For the economist, the government must have technical information of the issue as well as be aware of the level of profits made out of major projects. The alleged lack of information by the Execu-tive leads the economist to conclude that there is not any basis of justification on the matter.c

Mega-projects renegotiation may make new businesses profitableSérgio Mabombo (text)

março de 2013 revista capital

Page 66: Revista Capital 62

66 ESTILO DE VIDA

BEM VInDO AOS SEUS OUVIDOS

LUGARES PARA ESTAR

O QUE hÁ DE nOVO O Festival Marrabenta tornou--se - tal como o Gwaza Mu-thini - uma cerimónia emble-mática do mês de Fevereiro,

época do (Ukanyi) bebida tradicional feita na base do canhú, fruto silvestre típico africano. A sexta edição deste Festival realiza-da recentemente no Centro Cultural Franco Moçambicano e no distrito de Marracuene, subordinado ao tema “In-tegração de Gerações e Internacionali-zação do Festival”, teve a participação de músicos nacionais e internacionais.De Moçambique, participaram artis-tas como Neyma, Dilon Djindji, Chil-do Tomás, Roberto Chitsonzo, Alberto Mula (Manjacaziano), Xifimingwana e Cheny Wa Gune, para além dos grupos Makwaela dos TPM, Rádio Marrabenta e Orquestra Djambu. De fora do país esteve o cantor Sam Mangwana, que se popularizou na década 80/90 com os temas “Marrabenta”, “Vamos para o campo” e “Tio António”. Nascido em Kinshasa, capital da República Demo-crática do Congo, Sam Mangwana é uma rica tapeçaria de influências inter-nacionais.c

PORTUGAL E MOÇAMBIQUE

Os melhores destinosdo mundo para 2013

O portal da Globe Spots classifica Portugal e Moçambique no topo dos dez melhores destinos a visitar em 2013. Em primeiro lugar, a Globe Spot destaca Portugal, pelo velho charme do país, as praças, as ruas, o vinho do Porto, e as pastelarias, entre outros, e recomenda as

cidades de Guimarães (berço de Portugal e a capital da cultura 2012), Braga, Porto, Évora, Sintra.Entre outros lugares a conhecer, o Globe Spot sugere visitar a capela dos ossos, o palácio da Pena, as caves do vinho do Porto e o Cabo da Roca, que é o cabo mais ocidental da Europa. Em segundo lugar, ficou Moçambique. Entre os lugares de interesse, foram seleccionadas as cidades da Beira, Maputo, a Ilha de Moçambique, Inhambane, Entre Lagos e Nampula. Em destaque surgem as praias de Vilankulos e do Tofo, a viagem de comboio entre Nampula e Cuamba, e o mercado do “chapa”.c

Nós matámos o cão tinhoso” é colocado em cena

O Teatro Bando de Portugal apresentou, de 25 a 27 de Janeiro em Maputo, a peça “Nós matámos o cão tinho-

so!”, adaptado do conto do autor mo-çambicano Luís Bernardo Honwana, publicado em 1964.O Teatro Bando convidou Nuno Pino Custódio para se apropriar do texto homónimo de Luis Bernardo Honwana, texto cruel e inocente, as-sustador e comovente, cruzando o colonialismo com a vivência ingénua e trágica das crianças da guerra.Com dramaturgia e encenação a cargo de Nuno Pino Custódio e in-terpretação de Nicolas Brites, Nuno Nunes, Raul Atalaia, Rosinda Costa e Sara de Castro, o espectáculo te-

atral aborda os conflitos que enfren-tamos na escolha entre aquilo a que aspiramos e aquilo que fazemos, en-tre o que amamos e o que tememos, à semelhança da obra.Luís Bernardo Honwana nasceu em Lourenço Marques (1942) e cresceu no distrito de Moamba, onde o seu pai trabalhava como intérprete. Aos 17 anos passou a viver na capital, onde estudou e se iniciou na activi-dade jornalística. Apoiou a luta pela libertação, foi preso em 1964 e ficou encarcerado três anos, tempo du-rante o qual escreveu o livro. Após a independência do seu país, desem-penhou diversos cargos políticos, um dos quais, o de ministro da Cul-tura.c

E assim foi o Festival Marrabenta…

revista capital março de 2013

Page 67: Revista Capital 62

dezembro/janeiro revista capital

Page 68: Revista Capital 62

PLACES TO STAy

WhAT’S nEW

PORTUGAL AND MOZAMBIQUE

The world’s best destinations for 2013

The Globe Spots website ranks Portugal and Mozambique as the top ten best destinations to visit in 2013. First and foremost, Globe Spot highlights Portugal, for the old charm of the country, the squares, the streets, the Port wine and the pastries, among others and recom-

mends the cities of Guimarães (Portugal cradle and capital of culture 2012), Braga, Porto, Evora, Sintra.Among other places to visit, Globe Spot suggests visiting the chapel of bones, the Palace of Pena, the Port wine cellars and Cabo da Roca, the western-most point of Europe.Mozambique was ranked second. Amongst the places of interest cities such as Beira, Maputo, Mozambique Island, Inhambane, Entre Lagos and Nampula were selected. The highlight goes to Vilankulos and Tofo beaches, the train journey between Nampula and Cuamba, and the “chapa” market.c

“We killed the mangy dog” is placed on the stage

The Bando Theatre of Portu-gal presented from 25 to 27 January in Maputo, the play “We we killed the mangy

dog!” adapted from the story by the Mozambican author Luís Bernardo Honwana, published in 1964.The Bando Theatre invited Nuno Pino Custodio to appropriate the homonym text of Luis Bernardo Honwana, a cruel and innocent text, scary and touching, crossing colo-nialism with the naive and tragic ex-perience of children of war.With drama and staging in charge of Nuno Pino Custodio and interpreting by Nicolas Brites, Nuno Nunes, Raul Atalaia, Rosinda Costa and Sara de Castro, the theatrical performance

discusses the conflicts we face in the choice between what we aspire to and what we do, between what we love and what we fear, just like the work.Luis Bernardo Honwana was born in Lourenço Marques (1942) and grew up in the district of Moamba, where his father worked as an interpreter. At the age of 17, he went to live in the capital, where he studied and be-gan his activities as a journalist. He supported the liberation struggle, was arrested in 1964 and he was jailed for three years, the time du-ring which he wrote the book. After the independence of his country, he held various political positions, one of which, as the Minister of Culture.c

68 LIFE STYLE

WELCOME TO yOUR EARS

The Marrabenta Festival became - as Gwaza Muthini - an emble-matic ceremony of February, the time of (Ukanyi) the traditio-

nal drink made on the basis of canhú, a typical African wild fruit.The sixth edition of this Festival, which was held recently at the Centro Cultural Franco Moçambicano and also in the district of Marracuene under the the-me “Integration of Generations and In-ternationalization of the Festival,” was attended by national and international musicians.From Mozambique, musicians such as Neyma, Dilon Djindji, Childo Tomas, Roberto Chitsonzo, Alberto Mula (Man-jacaziano) Xidimingwana and Cheny Wa Gune attended the festival in addition to Makwaela groups of TPM, Marra-benta Radio and Orchestra Djambu. From abroad, musicians such as Sam Mangwana, who became popular in the late 80/90 with the themes “Marraben-ta”, “Let’s go to the field” and “Uncle Anthony” attended the festival. Born in Kinshasa, the capital of the Democratic Republic of Congo, Sam Mangwana is a rich tapestry of international influen-ces.c

And so was the Marrabenta Festival...

revista capital março de 2013

Page 69: Revista Capital 62
Page 70: Revista Capital 62
Page 71: Revista Capital 62
Page 72: Revista Capital 62