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Revista Capital 66

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2 JULHO 2013 · Capital Magazine

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6 JULHO 2013 · Capital Magazine

26 Check up ao sector da Saúde

O sector da saúde em Moçambique consome mais de 10% do Orçamen-to do Estado, e mesmo assim não se encontra à altura de satisfazer a demanda. A estratégia traçada para 2013 passa por continuar a expandir o acesso aos cuidados de saúde assim como melhorar a qualidade dos servi-ços prestados. Mas a tarefa não será fácil.

30 Petróleo em Moçambique é só uma questão

de tempo! Em Moçambique fala-se sempre em

energia e minas. E quando se pensa que os temas já estão esgotados, eis que surge algo de novo e diferente. Da Conferência Internacional sobre Energia ficou a ideia de que há mais recursos por descobrir, incluindo o petróleo, e que o País pode vir a estar entre os três mais poderosos de África até 2025.

34 Refinaria de biocombustíveis adiada por complexidade do processo

A refinaria de biocombustíveis, cuja instalação estava agendada para este ano segundo o presidente da Petrobras-Biocombustíveis, vai ter de esperar por um futuro mais risonho. Ao mesmo tempo, fica adiada a mistura obrigatório de combustí-veis fósseis e de biocombustíveis, processo que poderia contribuir para a redução da factura de importação.

50 Alto desempenho através da gestão de risco

Uma gestão de risco atempada pode fazer a diferença entre melhorar os resultados e manter ou alcançar o alto desempenho de um negócio. Um estudo global da Accenture sobre gestão de risco revelou que 80% dos gestores consideram que a área de gestão de risco é essencial para lida-rem com a volatilidade do mercado e a complexidade organizacional ac-tual. Saiba mais com um testemunho de Rui Mariano, senior manager da Accenture.

Sumário

Destaques

propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. MaoTséTung, 1245 – Telefone/Fax: (+258) 21 303188 – [email protected] – Director Geral: André Dauane – [email protected] – Directora Editorial:HelgaNeida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Directora Executiva: VanizeManjate - [email protected] co.mz – Redacção: ArséniaSithoye - [email protected];Sérgio Mabombo – [email protected] – Secretariado administrativo: Indira Mussá – [email protected]; Cooperação: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Luís Muianga, Amândio Vilanculo; Gettyimages.pt, Google.com; – ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Capa: Evolution Studio– paginação: Arlindo Magaia – Design e Grafismo: Mozmedia – tradução: Janetra Serviços, E.I. – Departamento Comercial: Neusa Simbine – [email protected], LoniMachava – [email protected] ; – Distribuição:Ímpia– [email protected]; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.

Dossier Economia

Tema de Fundo

Check upao sector da Saúde

Petróleo em Moçambique é só uma questão de tempo!

Standard Bank prevêabrandamento da economia moçambicana

26 30

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CapaEconomia refémde infraestruturas

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Capital Magazine · Julho 2013 7

Editorial

Houve avanços significativos em relação aos principais indicadores de desenvolvimento humano e social de Moçambique, com uma diminuição substancial nas áreas de mortalidade materno-infantil e bons indicadores no que diz respeito à esperança de vida.

Mas, ao mesmo tempo, Moçambique possui também uma das maiores incidências de tuberculose, figurando entre os 22 países mais afectados por aquela doença do mundo, estimando que se registem cerca de 40.000 novos casos por ano. E a princi-pal causa de doença e mortalidade no país é a malária.

Para piorar o quadro da saúde, calcula-se que, actualmente, um médico esteja para 25 mil habitantes; que 50% das crianças sofram de desnutrição crónica e que as taxas de seroprevalência atinjam 11%, em Moçambique.

Nos últimos anos, alguns esforços foram direccionados para ex-pandir o acesso à saúde, segundo dados divulgados pelo African Economic Outlook. As dotações totais destinadas aos sectores prioritários para 2012 ascenderam a 23.355 milhões de meticais, sendo que o sector da Saúde absorveu 20,3% da despesa total, excluindo os donativos para encargos com a dívida.

Em Moçambique, o sector da Saúde não se encontra à altura de satisfazer a demanda, apesar de ser dos que mais recebem do Orçamento do Estado. Este ano, o sector da Saúde irá receber 10,3%, a terceira maior fatia depois da Educação e da Agricultura e Desenvolvimento. Não obstante, e apesar dos esforços feitos, o nosso país possui o desafio de disponibilizar um bolo orçamental cada vez maior para a Saúde, uma vez que o crescimento popula-cional não cessa.

A estratégia traçada para 2013 passa por continuar a expandir o acesso aos cuidados de saúde, e melhorar a qualidade dos servi-ços prestados. Aliás, torna-se premente aumentar a cobertura dos serviços de saúde, expandir as unidades hospitalares, melhorar o acesso aos medicamentos, aumentar o número de profissionais de saúde bem como a sua carga salarial.

A propósito de carga salarial, em Janeiro passado, médicos de todo o país cumpriram oito dias de greve, uma manifestação que registou uma adesão de cerca de 90%. Os motivos dos protestos englobavam os baixos salários, a melhoria de condições de traba-lho, a revisão do estatuto do médico, entre outras reivindicações. Como consequência, realizaram-se conversações e negociações, mas as greves continuaram e a fila dos utentes nos hospitais foi aumentando.

Este é o estado actual da nossa Saúde.

Bem-vindoO estado da nossa Saúde

Foco Empresa

Perspectiva Gás

Empreender

LAM procura atingir recorde

A inovaçãona organização de eventos

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Conversãode automóveis decorre

a todo o gás

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8 JULHO 2013 · Capital Magazine

Contents

property and Edition: Mozmedia, Lda., 1245 MaoTséTung Av., – Telephone/Fax: (+258) 21 303188 – [email protected] – Managing Director: André Dauane – [email protected] – Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Executive Director:VanizeManjate - [email protected] co.mz – Editorial Staff: ArséniaSithoye - [email protected]; Sérgio Mabombo – [email protected] – administrative Secretariat: Indira Mussá – [email protected]; Cooperation: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Columnists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; photography: Luís Muianga, Amândio Vilanculo; Gettyimages.pt, Google.com; – illustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Cover: Evolution Studio– page make-up: Arlindo Magaia – Design and Graphics: Mozmedia – translation: Janetra Serviços, E.i. –Commercial Department: Neusa Simbine – [email protected], Loni Machava – [email protected] ; – Distribution: Ímpia – [email protected]; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registration: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - printing: 7.500 copies. The articles reflect the authors’ opinion, and not necessarily the magazine’s opinion. All transcript or reproduction, partial or total, is authorised provided that the source is quoted.

28 Check-up in the health sector

In Mozambique, the sector consumes more than 10% of the State Budget, and still it is not in a position to meet the demand. The strategy set for 2013 also envisages the expansion of ac-cess to health care as well as the im-provement of the quality of services provided. But it is not going to be an easy task.

32 Oil in Mozambique ... it’s just a matter of time!

In Mozambique, people always talk about energy and mining. And when it is thought that the topics are exhausted, there is always something new and different. In the Internatio-nal Conference on Energy, titled CEI, it was learnt that there is much more in terms of resources to be discovered, including oil, and the country has the chance to become one of the three most powerful countries in Africa by 2025.

35 Biofuel refinery delayed by the complexity of the process

The the biofuels refinery, whose implantation was scheduled for this year, will have to wait for a brighter future according to the CEO of Petrobras-Biofuels. At the same time, the mandatory blending of biofuels and fossil fuels has also been postpo-ned, a process that would lead to the reduction of import bill.

52 High performance through risk management

A timely risk management can make a difference between improving the results and maintaining or achieving high performance of a business. A shared global study by Accenture on risk management revealed that 80% of managers believe that the risk management area is essential to deal with the market volatility and the cur-rent organizational complexity. Learn more about it with the testimony of Rui Mariano, a senior manager at Accenture.

Highlights

Dossier Economy

Background Theme

Check-upin the health sector

Oil in Mozambique ...it’s just a matter of time!

Standard Bank anticipatesa slowdown in the Mozambican economy

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CoverEconomy hostageby infrastructure

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Capital Magazine · JULHO 2013 9Capital Magazine · Março 2013 9

There was significant progress in relation to the key indica-tors of Mozambique’s human and social development, with a substantial decrease in the areas of maternal and child mortality and good indicators with regard to life expectancy.

But at the same time, Mozambique also has one of the highest rates of tuberculosis and it is ranked among the 22 most affected countries by that disease in the world. Note that it is estimated that about 40,000 new cases are recorded per year. And the main cause of illness and mortality in the country is malaria.

To worsen the health framework, it is estimated that, at present, a medical doctor is for 25 000 inhabitants, out of which 50% of children suffer from chronic malnutrition and the prevalence rates reach 11% in Mozambique.

In recent years, some efforts have been directed to the expan-sion of access to health care, according to the data released by the African Economic Outlook. The total appropriations for the priority sectors for 2012 amounted to MZN 23,355 million, and the health sector absorbed 20.3% of total expenditure, exclud-ing donations for charges on loans.

In Mozambique, the health sector is not in a position to meet the demand, although it is one of the sectors which get the most from the State Budget. This year, the health sector will receive 10.3%, the third largest share after Education, Agriculture and Development. Nevertheless, and despite the efforts that have been made, our country has the challenge of providing an increased budgetary pie for the Health sector, given that the population growth never ceases.

The strategy set for 2013 envisages the expansion of access to health care, and the improvement of the quality of services provided. In fact, the coverage of health services should be increased urgently, hospitals should be expanded, access to medicines should be improved, and the number of health pro-fessionals should be increased as well as their wages.

With regard to the wages, last January, doctors around the coun-try served eight days of strike, a demonstration that registered an adherence of about 90%. The reasons for the protests en-compassed low wages, the improvement of working conditions, and the review of the status of a doctor, among other claims. As a result, there were talks and negotiations, but the strikes con-tinued and the queue of the users in hospitals also increased.

This is the present state of our Health sector

WelcomeThe state of our Health sector

Editorial

Enterprises Focus

Gas Outlook

LAM seeks to hit record

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Vehicle conversion takes place at full speed

Capital Magazine · Julho 2013 9

Entrepreneurship

Innovationin organizing events

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Banca/ BCI

BCI adere ao Programade Relançamento do Sector Privado através de PME

O BCI celebrou a adesão à Fase II do Programa de Relançamento do Sector Privado (PRSP II), um Fundo no valor global de MZM 120.000.000,00 (Cento e Vinte Milhões de Meticais) direccio-

nado ao financiamento às Pequenas e Médias Empresas (PME’s), para a abertura de linhas de crédito destina-das à agricultura e à industrialização rural, nas províncias de Sofala, Manica e Zambézia.O envolvimento do BCI no quadro deste mecanismo de financiamento reveste-se de um carácter diferenciador na medida em que, para além das responsabilidades comuns às outras instituições financeiras signatárias, o Banco assume o papel de depositário do Fundo em apreço.

O Acordo e o Regulamento que suportam este mecanismo foram assinados nas instalações do Ministério da Indústria e Comércio (MIC), numa cerimónia dirigida pelo Ministro de tutela, Dr. Armando Inroga, tendo o BCI sido representado pelo seu Presidente da Comissão Executiva, o Dr. Paulo Sousa, na presença de Quadros Superiores de ambas as Instituições.

Nos termos dos documentos assinados, são elegíveis para as linhas de crédito os agricultores envolvidos na produção de arroz e de outras culturas previstas no Plano de Acção para a Produção de Alimentos (PAPA) nos Distritos de Nicoadala, Mopeia, Quelimane, Namacurra e Maganja da Costa (Província de Zambézia) e nos Distritos de Dondo, Búzi e Beira (Província de Sofala). São também elegíveis as entidades interessadas na prestação de serviços agrícolas, comercialização

e agro-indústria da cadeia dos cereais nas Províncias de Sofala, Manica e da Zambézia, em 4 componentes principais previamente identificadas:

• Linha de Crédito para o financiamento da Agricultura; • Linha de Crédito para a Comercialização Agrícola e Serviços Agrícolas; • Linha de Crédito para a Agro-indústria; •Leasing mobiliário.

Intervindo na ocasião, o Ministro da Indústria e Comércio contextualizou, em breves palavras, o âmbito do surgimento do Fundo e as finalidades, sublinhando o interesse do Governo moçambicano ver reforçadas as iniciativas que visem dotar o sector privado e, em particular, as PME’s de instrumentos que as ajudem a aumentar os níveis de empregabilidade e competividade, de forma a melhor responderem às crescentes exigências suscitadas pelos mega-projectos e aos

desafios de integração na SADC.

Por sua vez, o Dr. Paulo Sousa, enfatizou a relação histórica que o BCI vem mantendo com diversas iniciativas empresariais de origem local, destacando a sua relevância para o desenvolvimento económico do País e para a projecção do próprio Banco. Renovou, por outro lado, o compromisso e a disponibilidade do BCI no sentido de materializar com sucesso os propósitos previstos no âmbito dos protocolos rubricados.

O BCI, no quadro do seu posicionamento estratégico e de mercado, e, em particular, no âmbito da criação e disponibilização de soluções de financiamento às PME, associa-se a mais esta iniciativa, disponibilizando-se desde já, através dos diversos canais ao dispôr na sua Rede Comercial, a prestar o apoio necessário aos seus Clientes relativamente aos critérios e demais procedimentos técnicos para o acesso e implementação deste Programa.c

10 JULHO 2013 · Capital Magazine

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12 JULHO 2013 · Capital Magazine

Banca BCI

BCI has celebrated the accession to the Phase II of the Private Sector Recovery Programme (PRSP II), a fund amounting to MZM 120,000,000.00 (One hundred and Twenty Million

MT) directed to finance the Small and Medium Enterprises (SME’s), as well as to open credit lines for agriculture and rural industrialization in the provinces of Sofala, Manica and Zambezia.The BCI involvement under this funding mechanism is of distinctive character in that, in addition to the common responsibilities to the other financial institutions that are signatory to this Facility, the Bank also assumes the depositary role of the Fund in question.

Both the Agreement and the Regulation

that support this mechanism were signed at the premises of the Ministry of Industry and Commerce (MIC), in a ceremony conducted by the respective Minister responsible, Dr. Armando Inroga and BCI was represented by its Chief Executive Officer, Dr. Paulo Sousa, in the presence of senior staff from both institutions.

Under the terms of the signed documents, the farmers involved in the production of rice and other crops in accordance with the Action Plan for Food Production (PAPA) in the Districts of Nicoadala, Mopeia, Quelimane, Namacurra and Maganja da Costa (Province of Zambezia) and in the districts of Dondo, Buzi and Beira (Province of Sofala) are eligible. The entities interested in providing agricultural services, trading and agro-industry of the chain of cereals in Sofala,

BCI adheres to the Private Sector Recovery Programme through the SMEs

Manica and Zambezia are also eligible in the 4 main components that have been previously identified:

• Credit line for Agricultural Funding; • Credit line for Agricultural Commercialization and Services; • Credit line for Agro-Industry;

• Leasing of movable property.

On one hand, speaking on the occasion, the Minister of Industry and Trade briefly contextualized the scope of the emergence of the Fund and its purposes, emphasizing the importance of the Mozambican government in strengthening initiatives that aim at providing the private sector and in particular the SMEs with instruments that help them raise employability and competitiveness levels in order to better respond to the increasing demands raised by the mega-projects and the integration challenges in the Southern Africa Development Community.

On the other hand, Dr. Paulo Sousa emphasized the historical relationship that BCI has maintained with various local business initiatives, highlighting its relevance to the country’s economic development and for the projection of the Bank. Moreover, he also renewed the commitment and the availability of BCI to successfully materialize its intended purpose under the protocols that have been initialed.

BCI, as part of its strategic positioning and market, and in particular, within the creation and provision framework of financial solutions to the SMEs, is associated with this initiative, and henceforth is available, through various channels in its Commercial Network, to provide all the necessary support to its customers with regard to the criteria and other technical procedures for access purposes and for the implementation of this program.c

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Capital Magazine · JULHO 2013 13

Capitoon

COISAS QUE SE DIZEM

EM alta

ESPERAR PElO GOvERnO “Evidentemente que renegociar faz parte de qualquer processo em que se tem um contrato na mesa. Até ao mo-mento, o Governo não abordou esse assunto, mas se abordar, estamos prontos para dialogar aquilo que seja necessário” .Ricardo Saad, director-geral da vale Moçambique, in “O País”.

CRESCIMEnTO COM quAlIDADE “Não se deve apenas procurar um crescimento de sete por cento. Tem de ser sete por cento de um crescimento de qualidade, crescimento de qualidade que não é ape-nas forte, mas também sustentável, justo, que aborda as desigualda-des e não deixa ninguém atrás”.Donald Kaberuka, presidente do Banco Africano de Desenvol-vimento (BAD).

EM BaiXa

PROFESSORES ABAnDOnAM AlunOSMais de mil professores abandonam em média cinco dias de leccionação de aulas por mês, no distrito de Pebane (Zambézia), alegadamente para o levantamento dos seus salários nas cidades de Quelimane e Mocuba. O facto está relacionado com a falta de uma instituição bancária naquele distrito costeiro da província da Zambézia. O director do Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia em Pebane, Manuel Matique, considera o assunto como sendo preocupante.

PESCA SEM OFICInAS nAvAIS A falta de oficinas de reparações navais está a condicionar a manutenção mecânica das embarcações que se dedicam à actividade piscatória de grande e média escala, na costa da província de Nampula. As empresas pesqueiras, que operam naquele ponto do banco de Sofala, são forçadas a encaminhar as respectivas embarcações às cidades da Beira e Maputo, em caso de avarias ou necessidade de manutenções rotineiras, o que representa custos adicionais com combustíveis, lubrificantes e pessoal.

GuERRA EnTRE ECOnOMISTAS E“Devemos situar o fiasco de Ke-neth Rogoff e Carmen Reinhart (economistas) no contexto mais am-plo da obsessão pela austeridade: O evidente desejo dos legislado-res, políticos e peritos de todo o mundo ocidental em contornarem o problema do desemprego e, como troca, utilizar a crise económica como desculpa para reduzir drasticamente os programas sociais”. Paul Krugman, nobel da Economia.

ROuBAR O FuTuRO “Se alguém pode dizer-se roubado, não são os actuais pensionistas, mas os nossos filhos e netos, que suporta-rão as enormes dívidas dos últimos 20 anos, e não apenas na Segu-rança Social”. César das neves, economista português.

RECuPERAçãO DE EMPRESáRIOS EM FAlênCIA O ambiente de negócios no país acaba de ganhar um novo estímulo com a aprovação pelo Governo dos mecanismos que permitem a recuperação de empresários em falência bem como a simplificação de procedimentos para o licenciamento de actividade comercial. Um dos pressupostos do novo regime é de que nos casos de falência ou insolvência, procura-se recuperar a empresa para que não só beneficiem os credores, mas também os trabalhadores que querem ver os seus postos mantidos.

SADC COM FunDO DE DESEnvOlvIMEnTOA Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) encontra-se a acertar questões específicas para a implementação do projecto de criação de um fundo de desenvolvimento. A decisão do estabelecimento do fundo de desenvolvimento da região foi tomada, no ano passado em Luanda, durante a cimeira dos Chefes de Estado e de Governo, tendo sido proposto um capital inicial de 1.2 biliões de dólares norte-americanos. A instituição financeira vai financiar projectos de insfraestruturas e iniciativas privadas de grande impacto social.

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14 JULHO 2013 · Capital Magazine

ThIngS pEOplE SAy

UpWaRDS

POOR MAnAGEMEnT OF ExPECTATIOnS “With these options, it will be too difficult to manage the citizens’ expectations and justify why the country’s population, whose majority is poor, should wait quite a long time to see changes in their lives, while major projects are ex-tracting abysmal proportions from the country’s generated wealth”, Rogério Ossemane, economist and researcher, commenting on the mega-projects’ contribution to the revenue.

BuSInESS PEOPlE WITHOuT FOOD “There can’t be effective de-velopment of Mozambique without Mozambicans. Clear policies for the inclusion of Mozambicans in structuring projects must be put in place.”Rogério Manuel, chairman of the Confederation of Economic Associations of Mozambique (CTA).

DOWNWaRDS

TEACHERS ABAnDOn STuDEnTSMore than a thousand teachers drop five days of classes in average per month in the district of Pebane (Zambezia), allegedly in order to collect their salaries in the cities of Quelimane and Mocuba. This situation is due to lack of a bank in that coastal district of the province of Zambezia. The Director of the Education, Youth and Technology District Services in Pebane, Manuel Matique, considers it as alarming.

FISHInG WITHOuT nAvAl WORKSHOPS The lack of naval repair workshops is jeopardising the mechanical maintenance of vessels engaged in the large and medium-scale fishing activities on the coast of the province of Nampula. Fishing companies, which operate at that point of the Sofala Bank, are forced to send their vessels to the cities of Beira and Maputo, in case of breakdowns or routine maintenance, which represents additional costs on fuels, lubricants and personal.

PlAyInG AROunD WITH TAx AvOIDAnCE “In what territory are the assets traded (by the oil company ENI)? If there are gaps in the law on business taxation, there must be negotiation. The country must be-nefit from these transactions”, Jenik Radon, highly respected American legal specialist and uni-versity lecturer, commenting on EnI’s avoidance of paying taxes in the transaction of the Rovuma Basin gas block.

DISGuSTInG CORRuPTIOn “Any decent person in Mozambique, who lived and lives Frelimo’s tradition, feels annoyed by the small, medium and major corruption, the infamous commissions paid under the table, the illicit enrichment against the law and the mo-ral”, Colonel Sérgio viera, in an interview with Savana newspaper.

Capitoon

RECOvERy OF BAnKRuPT EnTREPREnEuRSThe business environment in the country has just been given fresh impetus with the approval of the mechanisms by the Government that allow the recovery of bankrupt entrepreneurs and the streamli-ning of procedures for the licensing of commercial activity. One of the assumptions of the new regime is that in cases of bankruptcy or insolvency, the company should be recovered so that both the creditors and the workers who want to see their jobs maintained can benefit.

SADC DEvElOPMEnT FunD The Southern Africa Development Community (SADC) is to settle specific issues towards the implementa-tion of a development fund establishment project. The decision to establish the development fund for the region was taken last year in Luanda, during the Summit of Heads of States and Governments, and a seed capital of USD 1.2 billion was proposed. The financial institution will finance infrastructure projects and private initiatives with great social impact.

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Actual/Current

Os amantes da mais antiga cerveja moçambicana, a Laurentina Clara, podem apreciar o rótulo criado especialmente para os 80 anos da marca. Esta edição especial, produzida na quantidade limitada de aproximadamente 200 mil garrafas de 330 ml e 550 ml, está a ser vendida por todo o país para

que qualquer pessoa possa apreciar ou coleccionar.

Trata-se de uma edição com a mesma garrafa, o mesmo preço, mas com um rótulo diferente que simboliza prestígio, tradição e herança da marca ao longos dos anos. O rótulo, partilhado com os consumidores fiéis da Laurentina clara foi concebido por Laurentino Brinco, um estudante de design do Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC), depois de um desafio lançado a algumas instituições de ensino e do qual resultaram 46 propostas.

Produzida há 80 anos, a Laurentina depressa se impôs entre as marcas mais conhecidas de cervejas africanas. Hoje, faz parte de um alargado portfolio de marcas nacionais (2M, Manica, Impala, Raiz) e internacionais (Castle Lite, Grolsch) da CDM - Cervejas de Mocambique, afiliada da multinacio-nal SABMiller, uma das maiores cervejeiras mundiais. c

laurentina com rótuloespecial aos 80 anos

Lovers of the older Mozambican beer, Laurentina Clara, can appreciate the label created especially for the 80th anniversary of the brand. This special edi-tion, produced in a limited quantity of approximately 200 000 bottles of 330 ml and 550 ml, is being sold across the country so that everyone can enjoy or

make a collection.

It is an edition with the same bottle, same price, but with a different label that symbolizes prestige, tradition and herita-ge of the brand along the years. The label, shared with loyal consumers of Laurentina clara, was clearly designed by Lau-rentino Brinco, a design student at the Higher Institute of Arts and Culture (ISArC), after a challenge was launched to some educational institutions which resulted in 46 proposals.

Laurentina, which was produced 80 years ago, has establi-shed itself among the best known brands of African beers. Today, it is part of a broad portfolio of national brands (2M, Manica, Impala, Raíz) and international ones (Castle Lite, Grolsch) of CDM – Cervejas de Moçambique, a subsidiary of the multinational SABMiller, one of the largest brewers in the world.c

laurentina with a special label at the age of 80

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Capital Magazine · JULHO 2013 17

Briefing MUNDO

Indianos sem fôlego para acompanharchineses e brasileiros nos investimentos

AS EMPRESAS indianas têm sido incapazes de manter a mesma velocidade das suas contrapartes brasileiras e chinesas na corrida à exploração de recursos minerais em Moçambique, segundo revela uma pesquisa conduzida pelo investigador Loro Horta. Num artigo intitulado “O elefante tropeça na savana”, Horta refere que as autoridades indianas não estão a ser capazes de aproveitar a força de seu sector privado, que inclui grandes grupos, como a Tata e Reliance, preferindo sem sucesso reproduzir a abordagem da forte intervenção estatal da China.

Relembra-se que o projecto do consórcio Ricon, formado pelos grupos estatais indianos Rites e Ircon, que visava reconstruir a linha de Sena, foi marcado por muita controvérsia devido a alegados padrões de má qualidade e corrupção. Aliás, o consórcio foi saneado do projecto. As autoridades indianas, citadas por Horta, explicam as dificuldades, comparando-se com a China. Explicam que a Índia é uma democracia com um parlamento independente, o que torna difícil aprovar projectos. Contudo, o Brasil tem sido mais ágil em semelhante circunstâncias.c

países do Sulmenos competitivos que do leste da Europa

EnTRE oito economias do Sul e do Leste Europeu, Portugal só é mais competitivo do que a Grécia e pontua ao lado da Itália e Espanha. Os três países do Sul perdem para Eslováquia, Polónia, República Checa e Hungria, de acordo com um ranking de competitividade desenvolvido pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) em parceria com a empresa de consultoria de Augusto Mateus.O índice sintético de competitividade é construído a partir de 48 indicadores agrupados em seis dimensões consideradas relevantes para a definição da competitividade de um País: crescimento actual e potencial, emprego e salários, investimento e poupança, globalização medida pela inserção nos fluxos de comércio internacional, endividamento e posicionamento na implementação da estratégia “Europa 2020”, e estratégia de competitividade europeia.Entre as seis dimensões consideradas, o investimento e o endividamento são as duas em que Portugal pontua pior, ficando em penúltimo lugar em ambas. No mercado de trabalho, Portugal fica atrás da República Checa, Polónia e Itália, penalizado essencialmente pela sua elevada taxa de desemprego.c

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18 JULHO 2013 · Capital Magazine

Briefing MUNDO/WORLD

Europa: Única zona do mundodesenvolvido em recessão

A unIãO Europeia é a única zona do mundo desenvolvido que permanece em recessão, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que comparam os dados mais recentes sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB), relativos ao primeiro trimestre deste ano.O PIB médio da UE recuou 0.1% nos três primeiros meses de 2013 em comparação com o trimestre anterior, em que havia caído 0.5%. Na Zona Euro, a recessão é mais prolongada (seis trimestres consecutivos de queda do PIB, na que é a série

mais longa de recuo do PIB desde que o euro foi lançado, em 1999) e também mais profunda, tendo a economia sofrido uma contracção de 0.6% na recta final de 2012, seguida de uma nova queda de 0,2% nos três primeiros meses deste ano.Enquanto na Europa a recessão persiste ainda que menos acentuada, no Japão e nos Estados Unidos a retoma ganha algum balanço. O PIB japonês cresceu 0.9% no primeiro trimestre deste ano, depois de ter fechado 2012 a crescer 0.3%; nos Estados Unidos, a economia progrediu 0.9% no primeiro trimestre, após 0.1%.c

DESTAquE

Maioria dos portugueses discorda do memorando com a troikaA maior parte dos portugueses acha que o Governo de Pedro Passos Coelho deve denunciar ou renegociar o Memorando de Entendimento que assinou com a troika. A conclusão é de um inquérito da Eurosondagem.A pesquisa avança que apenas 12% dos inquiridos acha que o memorando está bem desenhado. No que diz respeito ao relacionamento entre o Governo e a troika, 45.4% acha que se tem caracterizado por uma cedência excessiva de Passos Coelho e Vítor.Os portugueses parecem estar também pessimistas em relação aos resultados do ajustamento. O inquérito mostra que 55.1% antecipa que Portugal ficará “em piores condições, com a economia em colapso e mais desemprego” e apenas 11.8% acha que o país passará a ter melhores perspectivas para o futuro.c

Indians out of breath to accompany the Chinese and Brazilians in investments

InDIAn companies have been unable to maintain the same speed of their Brazilian and Chinese

counterparts in the race to the mineral resources in Mozambique, as revealed by a survey conducted by the researcher Loro Horta.

In an article titled “The Elephant stumbles in the savanna,” Horta says that the Indian authorities are not being able to leverage the strength of its private sector, including large groups such as Tata and Reliance, unsuccessfully preferring to reproduce the approach of strong state intervention in China.It should be recalled that the consortium project of Ricon, comprised by the Indian state groups Rites and Ircon, which aimed to rebuild the Sena line, was marked by much controversy due to the alleged poor quality standards and corruption. Incidentally, the consortium was removed from the project.Indian officials, quoted by Horta, explain the difficulties, comparing them with China. They explain that India is a democracy with an independent parliament, making it difficult to approve projects. However, Brazil has been more responsive in similar circumstances.c

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Capital Magazine · JULHO 2013 19

Briefing WORLD

Most Portuguese think that the Government of Pedro Passos Coelho must terminate or renegotiate the Memorandum of Understanding signed with the troika. The conclusion comes from a survey by Eurosondagem.The research refers that only 12% of respondents think that the memorandum is well designed. With regard to the relationship between the Government and the troika, 45.4% think that it is characterized by excessive lending of Passos Coelho and Victor.The Portuguese seem to be too pessimistic about the results of the adjustment. The survey shows that 55.1% anticipates that Portugal will be “worse off, with the collapsing economy and more unemployment” and only 11.8% think the country will have better prospects for the future.c

Southern Countries less competitive than Eastern Europe

AMOnG eight economies of the Southern and Eastern Europe, Portugal is only more competitive than Greece and it is ranked next to Italy and Spain. The three Southern countries lose to Slovakia, Poland, Czech Republic and Hungary, according to the competitiveness ranking developed by the CGD in partnership with the consulting firm of Augusto Mateus.The competitiveness synthetic index is constructed from 48 indicators grouped into six dimensions regarded as relevant to the definition of a country’s competitiveness, namely: current and potential growth, employment and wages, savings and investment, globalization measured by the insertion in international trade flows, indebtedness and positioning in the implementation of the “Europe 2020” strategy and the European competitiveness strategy.Among the six dimensions considered, Portugal is only ranked the worst as regards investment and indebtedness, thus ranking second to last in both. In the labour market, Portugal lags behind the Czech Republic, Poland and Italy, essentially penalized for its high unemployment rate.c

Europe: the only part of the developed world in recession

THE EuROPEAn Union is the only part of the developed world that remains in recession, according to the data by the Organization for Economic Cooperation and Development (OECD) comparing the most recent data on the evolution of the Gross Domestic Product (GDP) for the first quarter of this year.The average EU GDP fell by 0.1% in the first three months of 2013 compared with the previous quarter, which was down by 0.5%. In the euro zone, the recession is longer (six consecutive quarters of falling GDP, which is the longest series

of GDP shrinkage since the euro was launched in 1999) and also deeper, and the economy suffered a contraction by 0.6% in the final stretch of 2012, followed by a further fall by 0.2% in the first three months of this year.While in Europe the recession persists although less pronounced, in Japan and the U.S. the recovery gains some balance. The Japanese GDP grew by 0.9% in the first quarter of this year, after having grown by 0.3% at the end of 2012; in the United States, the economy has advanced 0.9% in the first quarter, after 0.1%.c

HIGHlIGHTS

Most Portuguese disagree with the memorandum with the troika

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Capital Magazine · ABRIL 2013 21

Briefing ÁFRICA

Moçambiqueé 25º no rankingde segurança da internet

O RElATóRIO de Ameaças à Segurança na Internet da ASymantec Corp’s coloca Moçambique na 25º posição em termos de segurança de uso de Internet, em África, num ranking composto por 30 países do continente. O documento mede o nível de vulnerabilidade de cada país aos ataques de cibernautas mal intencionados. Pior do que Moçambique são a República Democrática do Congo, Madagáscar, Ruanda, Djiboti e Burkina Faso, numa classificação liderada pelo Egipto. O documento avança ainda que aumentaram em 42% os ataques informáticos de 2011 para 2012. Trata-se, sobretudo, de ataques que visam roubar a propriedade intelectual e que têm atingido cada vez mais o sector industrial bem como as pequenas empresas. Este grupo de empresas são, aliás, o alvo de 31% de todos os ataques.Os cibercriminosos são atraídos por informações relacionadas com as contas bancárias das organizações, dados de clientes, propriedade intelectual e do

conhecimento, que, muitas vezes, carecem de práticas adequadas de segurança.c

Bancos públicosargelinos apostamtudo na habitação

OS BAnCOS públicos argelinos deverão injectar 12 biliões de euros na construção de mais de 250 mil casas até ao final de 2014, segundo o presidente executivo do Crédit Populaire d’Algérie (CPA), Mohamed Djellab. Trata-se do maior investimento imobiliário em África de todos os tempos e um dos mais importantes investimentos a nível mundial. Para o efeito, o CPA, o maior de todos os bancos públicos argelinos, assinou uma convenção com a Empresa Nacional de Promoção Imobiliária (ENPI) que visa financiar os seus projectos de construção para mais de 150 mil casas. A Argélia prevê a construção, até ao final de 2014, de 800 mil casas, no quadro de um programa de investimentos públicos destinados a melhorar as infraestruturas de base do país e a habitação. Moçambique possui um programa idêntico (curiosamente até 2014, inserido no plano quinquenal do Governo), que prevê a construção de um

milhão de casas, mas sem grandes níveis de investimento público.c

Nedbank entrana estruturado Banco Único

O nEDBAnK, um dos principais bancos da África do Sul, entrou para o sector bancário em Moçambique, com a aquisição de 36.4% da Gevisar, uma empresa de jogo-holding que tem o controlo accionário do Banco Único. Trata-se de uma parceria em prol do crescimento do banco moçambicano. A operação custou ao Nedbank 24.4 milhões de dólares americanos, passando o banco sul-africano e o consórcio português Gevisar a deter iguais participações no Banco Único. A participação detida pelos investidores moçambicanos continua a mesma (27.2%). Gevisar é uma parceria entre os grupos portugueses Visabeira (30%) e Américo Amorim (70%), que antes controlava 72.8% do Banco Único. O Nedbank junta-se assim ao First National Bank, grupo ABSA e ao Standard Bank, outros bancos reputados em África, e que actuam em Moçambique.c

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22 JULHO 2013 · Capital Magazine

Briefing AFRICA

Mozambique ranks 25th

in the field of internet Security

THE SECuRITy Threat of the Internet Report by ASymantec Corp’s places Mozambique on the 25th position in terms of security with regard to the Internet use in Africa, in a ranking consisting of 30 countries on the continent.The document measures the level of vulnerability of each country against the malicious attacks from surfers. The Democratic Republic of Congo, Madagascar, Rwanda, Burkina Faso and Djiboti are said to be worse than Mozambique, in a ranking led by Egypt.The document also refers that there has been an increase of cyber attacks by 42% from 2011 to 2012. Above all, it is about attacks aimed at stealing intellectual property and more and more such attacks have been targeting the industrial sector as well as small businesses. Indeed, this group of companies is said to be the target of 31% of all attacks.Cybercriminals are captivated by information concerning the organizations’ bank accounts, customer data, intellectual property and knowledge, which often lack proper security practices.c

algerian public banks go all in housing

ACCORDInG to the chief executive of Crédit Populaire d’Algérie (CPA), Mohamed Djellab, Algerian public banks should inject 12 billion Euros in order to build more than 250,000 houses by the end of 2014.It is thought to be the largest real estate investment in Africa of all

time and one of the most important investments worldwide. To this end, the CPA, the greatest of all the Algerian public banks, has signed an agreement with the National Real Estate Development Company (ENPI), aiming at funding their construction projects for more than 150,000 houses.Algeria plans to build by the end of 2014, 800 000 houses as part of a public investment program aimed at improving the country’s basic infrastructure and housing. Mozambique has a similar program (oddly enough by 2014, included in the government five-year plan), which provides for the construction of one million houses, but without high levels of public investment.c

Nedbank enters Banco Unico’s structure

nEDBAnK, one of the leading banks in South Africa, has joined the banking sector in Mozambique, with the acquisition of 36.4% of Gevisar, a game-holding company that has a shareholding control over Banco Unico. It is a partnership intended for the growth of the Mozambican bank.The operation cost the Nedbank USD24.4 million, and the South African bank and the Portuguese consortium Gevisar now hold equal stakes in Banco Unico. Note that the stake held by Mozambican investors remains the same (27.2%).Gevisar is a partnership between Visabeira (30%) and Américo Amorim (70%) Portuguese groups which previously controlled 72.8% of Banco Unico. Thus, the Nedbank joins the First National Bank, ABSA Group and Standard Bank, which are other reputable banks in Africa acting in Mozambique.c

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24 JULHO 2013 · Capital Magazine

Briefing MOÇAMBIQUE

Mídia em Moçambiqueé estável

uMA pesquisa da IREX conclui que o clima político, social e da mídia em Moçambique é estável. O relatório do Índice de Sustentabilidade da Mídia 2012 para Moçambique mostra que há um nível razoável de liberdade de expressão e uma pluralidade de fontes de informação no país.O Índice revela ainda que não obstante existir algum nível de interferência pelas autoridades (especialmente em relação às autoridades distritais que interferem no trabalho das rádios comunitárias) no trabalho dos meios há um ambiente saudável para o desenvolvimento dos órgãos de informação.O documento denuncia a existência de autocensura por parte de jornalistas. Este problema está relacionado, entre outras coisas, com a dependência de alguns jornalistas de patrocinadores na política e no sector empresarial, lê-se na pesquisa. Neste contexto, a pesquisa aponta que um dos principais desafios do sector consiste nos órgãos de informação virem a ter rendimentos suficientes para sustentar as suas operações ao longo do tempo, além da obtenção de facilidades de acesso ao financiamento no sentido de expandirem as suas actividades. Devido a limitações financeiras no sector, os salários dos jornalistas em Moçambique continuam baixos, o que limita suas oportunidades para o desenvolvimento profissional e de especialização, constata a pesquisa.c

OPORTunIDADE DE nEGóCIO

Sonatrach da Argélia interessada no negóciode gás em Moçambique

A PETROlíFERA estatal argelina Sonatrach está a negociar a aquisição de uma participação nos blocos na bacia do Rovuma em Moçambique operados pelos grupos Anadarko Petroleum e ENI.Além do objectivo de participar na exploração dos blocos já concedidos em regime de concessão, a empresa também quer concorrer a novos blocos quando as autoridades moçambicanas os colocar a leilão.O interesse da estatal argelino coincide com a intenção de venda pelos grupos Anadarko Petroleum, dos Estados Unidos de América, e Videocon Industries, da Índia, de uma parcela de 10% no bloco da Bacia de Rovuma. As duas companhias esperam arrecadar seis biliões de dólares nesta operação. A Sonatrach equaciona ainda entrar no negócio do gás, através da compra de parte da participação da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH).c

A EMPRESA de telefonia móvel Vodacom lançou um novo serviço denominado M-Pesa, com o objectivo de facilitar as transacções financeiras, sem que os seus utilizadores precisem de ter acesso ou de possuir uma conta bancária. Só para ter uma ideia, com o serviço M-Pesa, um cliente pode transferir dinheiro para outro, e o último recebê-lo em qualquer loja Vodacom, ou por um representante autorizado do serviço. O M-Pesa trará múltiplas vantagens, tais como permitir o pagamento de serviços água, luz e telefone, além da transferência de crédito e da compra de recarga.

O governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, reconheceu que o novo serviço bancário via telemóvel poderá aumentar a concorrência no mercado bancário, reduzir a falta de bancos que ainda assola o país, uma vez que 67 dos 128 distritos ainda não possuem instituições bancárias.Em África, o M-Pesa foi lançado no Quénia, em 2007, pelo grupo Vodafone e está agora em oito países do continente, movimentando mais de 17 milhões de utilizadores. A nível mundial, o serviço abrange cerca de 220 milhões de pessoas.c

vodacom lança serviço financeiro

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Capital Magazine · JULHO 2013 25

Briefing MOZAMBIQUE

BuSInESS OPPORTunITy

Algeria’s Sonatrach interested in gas businessin Mozambique

THE AlGERIAn state oil company, Sonatrach, is negotiating the acquisition of a stake in the blocks of the Rovuma basin in Mozambique operated by Anadarko Petroleum and ENI groups.Besides participating in the exploration of the blocks already granted under concession, the company also wants to run the new blocks if the Mozambican authorities happen to put them up for auction.The interest of the Algerian state coincides with the intention of selling by the Anadarko Petroleum group, from the United States of America, and Videocon Industries, from India, a 10% share of the block in the Rovuma Basin. The two companies hope to raise six billion dollars in this operation. Sonatrach is also planning to enter the gas business through the purchase of the National Hydrocarbon Company (ENH) stake.c

Media in Mozambiqueis stable

A SuRvEy by IREX concludes that the media political and social environment in Mozambique is stable. The report of the Media Sustainability Index 2012 for Mozambique shows that there is a reasonable level of freedom of expression and plurality of information sources in the country.The Index also refers that although there is some level of interference by the authorities (especially in relation to the district authorities interfering in the work of community radios) in the media work, there is a healthy environment for the development of the media.The document denounces the existence of self-censorship by journalists. “This issue is related, among other things, to the dependence of some journalists on “sponsors” in politics and in the business sector,” it is read in the study.In this regard, the research shows that one of the main challenges of the sector consists of the fact that these should have sufficient income to sustain their operations over time, in addition to obtaining easy access to financing in order to expand their activities.It is also pointed out in the study that, “Due to financial constraints in the sector, the salaries of journalists in Mozambique remain low, which limits their opportunities for professional development and expertise,”.c

THE MOBIlE phone company, Vodacom, has launched a new service called M-Pesa, with the aim of facilitating financial transactions without their users having access to or own a bank account. As an illustration to that, with the M-Pesa service, a customer can transfer money to another customer, and the latter will receive it in any Vodacom store, or by an authorized representative of the service.M-Pesa will bring many advantages, such as allowing payment services of water, electricity and telephone, as well as transfer of credit and purchase of vouchers.

The Governor of the Mozambique’s Central Bank, Ernesto Gove, acknowledged that the new mobile banking service would increase competition in the banking market, reducing the problem of shortage of banks in the country, since 67 out of the 128 districts still do not have banks.In Africa, “M-Pesa” was launched in Kenya in 2007 by Vodafone Group and it is now in eight countries of the continent, handling more than 17 million users. Globally, the service covers approximately 220 million people.c

vodacom launches financial service

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26 JULHO 2013 · Capital Magazine

Check upao sector da SaúdeRegra geral, a Saúde é um sector bastante frágil nos países pobres. Em Moçambique, o sector consome mais de 10% do Orçamento do Estado, e mesmo assim não se encontra à altura de satisfazer a demanda. A estratégia traçada para 2013 passa por continuar a expandir o acesso aos cuidados de saúde assim como melhorar a qua-lidade dos serviços prestados.

Calcula-se que em Moçambique um médico esteja para 25 mil habitantes; que 50% das crianças sofrem de desnutri-ção crónica; que as taxas de seroprevalência estão em 11%

e que a incidência da malária e da mortalidade materno-infantil também sejam muito altas.Os problemas são infindáveis no que toca ao atendimento médico... Em qualquer unidade hospitalar do País, observa-se uma grande incapacidade face à demanda dos utentes. Muitas vezes, registam-se enchentes de do-entes que se dividem pelas enormes filas de espera. E, na pior das hipóte-ses, alguns desses casos resultam em óbitos.Se a saúde é um dos factores-chave do desenvolvimento, então está justificada a redobrada atenção do Governo, cuja meta para este ano é aumentar a cobertura dos serviços de saúde à escala nacional, de acordo com o Plano Económico e Social para 2013, aprovado pela Assembleia da República em Dezembro de 2012.

Maior cobertura dos serviços de saúde, precisa-se!

O esforço engloba a entrada em fun-cionamento do Hospital Provincial de Maputo, uma unidade há muito esperada pela população da cidade e província de Maputo. A mesma irá ter a capacidade de internamento de 400 camas e vai contribuir para a melhoria do acesso aos cuidados de saúde, incluindo os serviços especializados, além de que irá descongestionar substancialmente o Hospital Central de Maputo. As obras do Hospital Pro-vincial de Maputo iniciaram em 2009 e estão orçadas em sete milhões de dólares norte-americanos, financiados por parceiros internacionais. Recorde--se que os prazos de conclusão e a entrada em funcionamento daquele hospital foram sendo adiados devido a atrasos nos desembolsos por parte dos financiadores.Ainda no quadro da expansão dos serviços de saúde, o Executivo prevê

iniciar a construção de dois hospitais distritais nas províncias de Inhambane e Gaza, e a reabilitação e ampliação de quatro hospitais distritais em Cabo Delgado, Zambézia, Tete e Sofala.Ainda este ano, a construção do Hospital Geral de Nampula será ini-ciada e prosseguirão os trabalhos de construção do Hospital Central de Quelimane.

Só expandir hospitais não é suficiente…

As contas para este ano contemplam, igualmente, a qualidade dos serviços prestados e o acesso aos medicamen-tos. Nesse contexto, Moçambique po-derá assistir à ampliação do Armazém Nacional de Medicamentos (CMAM) e à construção de novos armazéns nas cidades de Nampula e Nacala. A par disso, enocntram-se previstas mais 22 unidades sanitárias para oferecer assistência materna e neonatal hu-manizada (Maternidades Modelo) que passarão a totalizar 79 em todo o país.

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Capital Magazine · JULHO 2013 27

DOSSIER

Combate a doenças

Indicador Meta para 2013

Nº de crianças que beneficiam do TARV pediátrico 44.909

Nº de adultos com infecção HIV avançada que recebem o TARV (terapia anti-retroviral) combinado segundo os protocolos nacionais

321.640 (Total) 118.423 (masculinos) 203.217 (femeninos)

Aumentar a taxa de despiste da Tuberculose De 49% para 85%

Alcançar a Taxa de sucesso de Tuberculose 86%

Aumentar a proporção de doentes com Tuberculose/HIV com acesso ao TARV

de 35% para 50%

Aumentar a Cobertura de Pulverização Intradomiciliária (Malária)

85% (3.556.853)

Distribuição de redes mosquiteiras de longa duração às províncias

Distribuir mais de 95% das 1200.000 redes adquiridas

Fonte: Plano Económico e Social 2013

E para minimizar o défice de pessoal da saúde e melhorar a qualidade dos serviços, serão formados 2.010 técnicos de níveis médio e básico nas Instituções de Formação do MISAU, nas províncias de Niassa, Cabo Del-gado, Nampula, Tete, Manica, Sofala, Inhambane, Gaza e Cidade de Mapu-to. Paralelamente, serão colocados 3.239 profissionais de saúde de nível superior, médio e básico em todas as províncias.Para completar o quadro dos esforços no sector, pretende-se também trei-nar praticantes de medicina tradicio-nal e vendedores de medicamentos tradicionais na conservação caseira dos recursos medicinais.Tendo em conta os desafios que se impõem, o sector da Saúde é também dos que mais recebem do Orça-mento do Estado. Para uma despesa aprovada de cerca de 175 biliões de meticais, este ano o sector da Saúde vai receber 10,3%, a terceira maior fatia depois da Educação (18,6%) e da Agricultura e Desenvolvimento (12,6%).Vistos desta forma, os recursos alo-cados à Saúde parecem muitos, mas com um crescimento populacional de 2.3% ao ano, o país enfrenta o de-safio de disponibilizar um bolo orça-mental cada vez maior para o sector.

Médicos e os salários baixos

Outro grande problema que Moçam-bique enfrenta no domínio da Saúde é a falta de motivação do pessoal do sector. E como nada pode estar tão mal que não possa piorar, em Janeiro, médicos de todo o país cumpriram oito dias de greve, que registou uma adesão de cerca de 90%. Os motivos dos protestos abrangiam os baixos salários, a melhoria de condições de trabalho, a revisão do estatuto do médico, entre demais reivindicações. Os médicos exigiam, então, um sa-lário-base até 20 mil meticais, e um subsídio mínimo de renda de casa entre 15 e 20 mil meticais.

Dados para infografia

Défice de médicos

Número total de médicos em Moçambique: cerca de 1.200População moçambicana: 24 milhões

Orçamento total aprovado para 2013: 175 biliões de meticais

Orçamento para a área da Saúde

áreas prioritárias de aplicação do OE

Educação:

Agricultura e Desenvolvimento:

Saúde:

Estradas:

Abastecimento de água e obras públicas:

18,6%

12,6%

10,3%

10,7%

5,9%

Durante a greve, a situação nos hospitais piorou e os serviços bási-cos tiveram de ser assegurados por profissionais militares e estrangeiros. O fim da greve apenas foi possível mediante um acordo formalizado pela Associação Médica de Moçam-

bique (AMM) e o Ministério da Saúde, com a resolução da questão salarial com efeitos a partir de Abril. Entre-tanto, em Maio, o Governo reajustou o salário dos médicos em 15%, proporção ainda longe satisfazer a classe. c

Page 28: Revista Capital 66

28 JULHO 2013 · Capital Magazine

Check-up in thehealth sector

Generally, the health sector is very fragile in poor countries. In Mozambique, the sector consumes more than 10% of the state budget, and still it is not in a position to meet the demand. The strategy set for 2013 also envisages the expansion of access to health care as well as the improvement of the quality of services provided.

It is estimated that in Mozambique a doctor is for 25,000 inhabitants; 50% of children suffer from chron-ic malnutrition and that prevalence rates are at 11% and the incidence of malaria and maternal and infant

mortality is also very high.The problems are endless when it comes to health care ... In any hospital in the country there is a great lack of capacity to meet the users’ demand. Often, there are crowds of patients who are divided by huge waiting lines. And, at worst, some of these cases result in death.If health is a key development factor, then the increased attention of the Government is justified, whose goal this year is to increase the coverage of health services nationwide, according to the 2013Economic and Social Plan passed by the Parliament in December 2012.

Increased coverage of health services is required!

The effort includes the entry into operation of the Provincial Hospital of Maputo, a unit that is long awaited by the population of Maputo city and province. The hospital will have a capacity of 400 inpatient beds and it is expected to contribute to improving access to health care, including specialized services, and that it is hoped that it will substantially relieve the Maputo Central Hospital. Note that the works of the Provincial Hospital of Maputo began in 2009 and are estimated at seven million U.S. dollars, funded by international partners. It should be remembered that the deadlines for completion and commissioning of the hospital were postponed due to delays in disbursements by the lenders.Also within the expansion framework of the health services, the

Executive board expects to start the construction of two district hospitals in the provinces of Inhambane and Gaza, and the rehabilitation and expansion of four district hospitals in Cabo Delgado, Zambezia, Tete and Sofala.Later this year, the construction of the Nampula General Hospital will begin and the construction works of the Central Hospital of Quelimane will also continue.

Expanding hospitals only is not enough ...

The budget for this year also includes the quality of services provided and access to medicines. In this regard, Mozambique may experience the expansion of the National Drug Warehouse (CMAM) and the construction of new warehouses in the cities of Nampula and Nacala. In addition, the construction of 22 more health facilities is also anticipated in

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Capital Magazine · JULHO 2013 29

DOSSIER

Combating diseases

Indicator Target for 2013

Number of children benefiting from pediatric ART 44.909

Number of adults with advanced HIV infection receiving combined ART (antiretroviral therapy) according to the national protocols

321,640 (Total) 118,423 (males) 203.217 (females)

Increasing the rate of Tuberculosis screening From 49% to 85%

Achieving Tuberculosis Success Rate 86%

Increasing the proportion of patients with TB/HIV with access to ART

From 35% to 50%

Increasing Intra-domiciliary Spray Coverage (Malaria) 85% (3.556.853)

Distribution of long lasting mosquito nets to the provinces

Distribution of over 95% of 1,200,000 networks acquired

Source: 2013 Economic and Social Plan

order to provide humanized maternal and neonatal care (Model Maternity) that will total 79 across the country.And in order to minimize the deficit of health personnel and improve the quality of services, 2010 basic and medium level technicians will be trained in the MOH Training Institutions in the provinces of Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Tete, Manica, Sofala, Inhambane, Gaza and Maputo City. In parallel, 3239 higher, medium and basic level healthcare professionals will be deployed in all provinces.To complete the effort framework in the sector, the training of traditional healers and sellers of traditional medicines in the conservation of homemade medicinal resources is also anticipated.Given the challenges facing the health sector, this is also one of the sectors that get the most of the State Budget. For an approved state expenditure of about MZN 175 billion, this year the health sector will receive 10.3%, the third largest share after education (18.6%) and Agriculture and Development (12.6%).Viewed this way, the resources allocated to the health sector seem to be many, but with a population growth of 2.3% per year, the country faces the challenge of providing an increased budgetary pie for the sector.

Doctors and low wages

Another major problem facing Mozambique in the field of health is the lack of staff motivation in the sector. And as nothing can be so bad that it cannot get worse, in January, doctors around the country served eight days of strike, which registered an adherence of about 90%. The reasons for the protests covered low wages, improved working conditions, the review of the status of a doctor, among other claims. Doctors pushed for a wage basis of up to MZN 20,000, and a minimum house rent subsidy between MZN 15 and MZN 20 000.

Data for info graphics

Deficit of doctors

Total number of medical doctors in Mozambique: about 1200Mozambican population: 24 million

Total approved budget for 2013: MZN 175 billion

Budget for the Health Sector

Priority areas for the implementation of the State Budget (SB)

Education:

Agriculture and Development:

Health:

Roads:

Water supply and public works:

18,6%

12,6%

10,3%

10,7%

5,9%

During the strike, the situation worsened in hospitals and the basic services had to be provided by military professionals and foreigners. The end of the strike was only possible through an agreement formalized by the Medical Association of Mozambique (AMM)

and the Ministry of Health, with the resolution of the salary issue with effect from April. However, in May, the government adjusted the salary of doctors by 15%, a proportion that is still far from meeting the needs of the medical class. c

Page 30: Revista Capital 66

Se os vários pesquisadores e analistas não estiverem equivocados nos seus estudos e opiniões sobre o futuro de Moçambique, este país não pode ser menos do que a “Terra

Prometida”!Na conferência Internacional sobre energia, que decorreu em Maio na capital moçambicana, Arsénio Mabote, CEO do Instituto Nacional de Petróleos, lançou um dado interessante: “A história das descobertas na Bacia do Rovuma é apenas uma história de início. É de sucesso, mas é de início. Podemos ainda ter muitas surpresas agradáveis, revelou no encontro intitulado CEI – Challenges in The Energy Industry.

O facto é que todas as descobertas de gás já anunciadas ocorreram num raio de apenas 50 Km, o que é insignificante para uma bacia sedimentar tão vasta quanto a de Moçambique, com uma extensão de cerca de 2.500 Km. Além disso, as características geológicas deste vasto país, dão por quase certa a presença do recurso energético que move a economia mundial. “Com um pouco mais de investimentos podemos encontrar não só o gás mas também petróleo”, garante Mabote. Actualmente, a quantidade de gás existente é de cerca de 170 triliões de TCF, que colocam Moçambique entre os mais importantes actores mundiais. No Rovuma encontram-se as maiores empresas

petrolíferas do mundo que lideram os consórcios que por lá operam: a Anadarko, dos Estados Unidos, e a ENI, da Itália.

Assédio internacional crescente

Face às expectativas e factos, o Governo não tem outra escolha senão retirar os freios na concessão das áreas de pesquisa e lançar novos concursos ainda este ano, em resposta às diversas solicitações colocadas por empresas internacionais.As concessões haviam sido interrompidas, no ano passado, para dar lugar à preparação da respectiva legislação, mas logo que esta esteja aprovada, os

Petróleo em Moçambique é só uma questão de tempo!Não há verdades acabadas! Em Moçambique fala-se sempre em energia e minas. E quando se pensa que os temas estão esgotados, há sempre algo novo, diferente. Na Conferência Internacional sobre Energia, intitulada CEI, ficou-se a saber que há muito mais recursos por descobrir, incluindo o petróleo, e que o país tem a possibilidade de

vir a estar entre os três mais poderosos de África até 2025.

30 JULHO 2013 · Capital Magazine

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Foco ECONOMIA

concursos retomam. O Governo avisa, entretanto, que não se vai concentrar apenas nas pesquisas petrolíferas no mar (offshore), mas que irá dar alguma primazia às pesquisas em terra (Onshore). A explicação é que, um furo de, por exemplo, 2.000 metros na bacia do Rovuma custa 100 milhões de dólares, mas em terra custa entre quatro a cinco milhões de dólares. “Significa que se desobrirmos recursos na zona Onshore, será muito mais fácil e barato produzir, e vamos capitalizar esse investimento para criar indústrias”.

É possível estar entre os mais poderosos de áfrica numa década

“Somos capazes de estar entre as três economias mais poderodas de África até 2025”. Este é o cenário óptimo previsto pelo economista sénior do Millennium bim, Omar Mithá, e por Mussá Ussman, Assessor económico do Ministério da Planificação e Desenvolvimento. Ambos tomam como base o potencial energético que o país apresenta e a estabilidade macroeconómica. Mas avisam: realizar esse sonho passa por reduzir a dependência externa, investir fortemente em infra-

estruturas, melhorar o ambiente de negócios e, sobretudo, começar a pensar em transformar e utilizar os recursos energéticos em benefício da indústria e consumo interno, antes de exportar.

uma necessidade: Diversificar a matriz energética

Diversificar a matriz energética acabou por ser o ponto de convergência, defendido primeiro pelo vice-ministro da Energia, Jaime Himede. Aqui o foco passa por eliminar o défice energético estimado em mais de 60%, alimentar a indústria nacional e exportar o excedente. A principal sugestão é aproveitar o potencial hídrico e a localização geográfica privilegiada para produzir energia eólica, hídrica, solar, biomassa, além de electricidade através de barragens hidroeléctricas.De acordo com o representante da HCB, Daniel Chirinza, o principal projecto em carteira é a viabilização da HCB Central Norte, cuja capacidade poderá atingir os 1.250 Megawwatts, lembrando que a Central Sul, em operação, tem uma capacidade instalada de 2.300 Mw, mas explora 2.045 Mw. Contudo, os diferentes

estudos de viabilidade da HCB Norte apenas terminam no fim do próximo ano.O Ministério da Energia, representado pelo Director Nacional adjunto de Energia Eléctrica, Ortígio Nhanombe, destaca a “espinha dorsal”, uma linha que vai ligar o Centro ao Sul do país e a Barragem de Mpanda Nkuwa, cujas obras ainda não começaram.

uma ideia inovadora

O sector do meio ambiente é um agente produtor de energia eléctrica através de vários mecanismos. A experiência trazida por Enrique Catiblanques, representante da Visabeira, dá conta da possibilidade de produzir electricidade a partir da queima de resíduos urbanos e do tratamento de águas residuais. São processos relativamente baratos e que, não sendo suficientes para resolver o problema do défice energético, podem dar um significativo contributo na redução do défice.Por isso, Castiblanques aconselha as autoridades a adoptarem políticas tarifárias que promovam este tipo de soluções, sobretudo porque o acesso ao financiamento é o maior obstáculo à expansão do acesso à energia.c

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32 JULHO 2013 · Capital Magazine

If the various researchers and analysts are not wrong in their stud-ies and opinions on the future of Mozambique, this country cannot be less than the “Promised Land”!In the International Conference on

Oil in Mozambique ... it’s just a matter

of time!There are no finished truths! In Mozambique, people always talk about energy and mining. And when it is thought that the topics are exhausted, there is always something new and different. In the International Conference on Energy, titled CEI, it was learnt

that there is much more in terms of resources to be discovered, including oil, and the country has the chance to become one of

the three most powerful countries in Africa by 2025.

Energy, held in May in the Mozambican capital, Arsenio Mabote, the CEO of the National Oil Institute, put forward an interesting fact: “The history of discoveries in the Rovuma Basin is just the beginning of a story. It is successful, but it is early. We can still have many pleasant surprises ... “revealed at the meeting titled CEI - Challenges in The Energy Industry.The fact is that all the previously announced gas discoveries occurred within a radius of only 50 km, which is negligible for a sedimentary basin as wide as that of Mozambique with an extension of about 2,500 Km. In addition, the geological characteristics of this vast country almost confirm the presence of an energy source that drives the world economy. “Besides gas, with a little more investment we can also find oil,” says Mabote.At present, the existing amount of gas is about 170 trillion TCF, placing Mozambique among the most important players in the world. In Rovuma, there are the largest oil companies in the

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Focus on ECONOMY

world leading the consortia that operate there namely: Anadarko, from the United States, and ENI from Italy.

Growing international harassment

Given the expectations and facts, the Government has no choice but to pull the brakes on granting of prospecting areas and launch new tenders this year, in response to several requests made by international companies.The awards were discontinued last year in order to allow for the preparation of its legislation, but once this is approved, tenders will be resumed.The government warns, however, that it will not only focus on oil research offshore, but it will give some priority to research onshore. The explanation is that a hole, for example, 2000 meters in the Rovuma basin costs 100 million dollars, but onshore it costs between four to five million dollars.“It means that if resources are discovered onshore, it will be much easier and cheaper to produce, and such investment will be

capitalized in order to create industries.”

It is possible to be among the most powerful countries in Africa within a decade

“We are able to be among the three most powerful economies in Africa by 2025.” This is the optimal scenario predicted by the senior economist of the Millennium bim, Omar Mitha, and by Mussa Ussman, economic adviser at the Ministry of Planning and Development. Both take as their basis the energy potential that the country has and the macroeconomic stability. But they warn: in order to realize that dream it is important to reduce external dependence, invest heavily in infrastructure, improve the business environment and, above all, start thinking about transforming and using energy resources for the benefit of industry and domestic consumption, before exporting it.

A need: Diversifying the energy matrix

Diversifying the energy matrix turned out to be the point of convergence, first championed by the Deputy Minister of Energy, Jaime Himede. The focus here is to eliminate the energy deficit estimated at over 60%, feed the domestic industry and export the surplus.The main suggestion is to harness the water potential and the favorable geographical location for the production of the wind, water and solar energy, biomass and electricity through hydroelectric dams.According to the representative of HCB, Daniel Chirinza, the main project in the portfolio is to make the Central North HCB, whose capacity could reach 1,250

Megawatts. It should be noted that the South Power plant, in operation, has an installed capacity of 2,300 MW, but it explores 2,045 Mw. However, different feasibility studies of HCB North only finish at the end of next year.The Ministry of Energy, represented by the Deputy National Director of Electricity, Ortígio Nhanombe, highlights the “backbone”, a line that will connect the Center to the South of the country and the Mpanda Nkuwa Dam, whose works have not started yet.

An innovative idea

The environment sector is a producer of electricity through various mechanisms.

The experience brought about by Enrique Catiblanques, a Visabeira representative, reports on the possibility of producing electricity from the burning of urban waste and wastewater treatment. These are relatively cheap processes and not being sufficient to solve the problem of energy deficit, they can make a significant contribution in reducing the deficit.Therefore, Castiblanques advises the authorities to adopt pricing policies that promote this type of solutions, especially as access to finance is a major obstacle to the expansion of access to energy.c

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34 JULHO 2013 · Capital Magazine

Em Maio, a Capital ficou a saber que a refinaria de biocombus-tíveis, cuja instalação estava agendada para este ano, terá de esperar para um futuro ainda por definir. A promessa de que

a infraestrutura avançaria em 2013 foi feita por Miguel Rossetto, presidente da Petrobras-Biocombustíveis, uma empresa brasileira com larga experi-ência no ramo e que apoia Moçam-bique na estratégia de produção de biocombustíveis.No quadro da última visita a Moçam-bique do antigo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em Novem-bro de 2012, Rossetto afirmara que já iam avançadas as negociações com o Governo através dos ministérios da Energia e a Petromoc, e que a produ-ção de etanol começaria no próximo ano.Entretanto, o vice-ministro da Energia, Jaime Himede, explicou à Capital que a implementação dos respectivos pro-jectos requer, primeiro, a instalação de

fabriquetas para comprimir o óleo da jatropha (planta usada como matéria--prima principal na produção do eta-nol) e avançar com a intenção.Além disso, “é importante que tenha-mos a produção e comercialização da jatropha em quantidades industriais”, o que ainda não está a acontecer.Assim, fica cada vez mais distante de se concretizar a Estratégia de Biocom-bustíveis, aprovada pelo Governo em 2009, e que deveria ter entrado em vigor em 2012. Trata-se de uma inicia-tiva que consiste na mistura de 10% do etanol em 90% de gasolina e 3% de biodiesel com 97% de gasóleo, o que iria reduzir em 22 milhões de dólares os custos de importação de combustíveis, avaliada em cerca de 500 mihões de dólares anuais. Gradu-almente, prevê-se que o país evolua para a mistura de até 20% dos bio-combustíveis em combustíveis fósseis, para reduzir ainda mais os custos de importação, que afectam duramente as divisas nacionais.

A experiência está em prática em vários países, incluindo no Brasil, um dos maiores produtores e consumi-dores de biocombustível do mundo, onde 5% do biodiesel é misturado ao diesel, prevendo-se a adição desta mistura até 7% este ano, 10% em 2016 e 20% até 2020.Para concretizar esta ideia em Moçam-bique, o Governo pretende facilitar a comercialização da jatropha para alimentar a máquina industrial que se vai instalar.A produção de biocombustíveis vai exigir também a plantação da cana--de-açúcar. Aqui o desafio é que o bio-diesel não concorra com a produção do açúcar. Para este objectivo, Moçam-bique conta com o apoio da Petrobrás na Companhia do Sena, em Marromeu, na província de Sofala.No mundo, os maiores produtores e consumidores de biocombistíveis incluem, além do Brasil, os Estados Unidos, Alemanha, Colômbia, Argenti-na, entre outros.c

Foco NEGÓCIO

Refinaria de biocombustíveis adiada por complexidade

do processo

Refinaria de biocombustíveis adiada por complexidade

do processoFica também adiada a mistura obrigatória de combustíveis fósseis e biocombustíveis, processo que conduziria à redução da factura de importação, no quadro de uma ini-

ciativa introduzida, em 2009, pelo Governo.

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Capital Magazine · JULHO 2013 35

Biofuel refinery delayed by the

complexity of the process

The mandatory blending of biofuels and fossil fuels is also postponed, a process that would lead to the reduc-

tion of import bill, as part of an initiative introduced in 2009 by the Government.

In May, the Capital learned that the biofuels refinery, whose implan-tation was scheduled for this year, will have to wait for an uncertain future. The promise that the infras-tructure would advance in 2013

was made by Miguel Rossetto, the CEO of Petrobras-Biofuels, a Brazilian company with extensive experience in the sector and also supporting Mo-zambique on the biofuels production

strategy.Under the last visit to Mozambique by the former Brazilian President, Luiz Inacio Lula da Silva, in November 2012, Rossetto said that negotiations with the Government through the ministries of Energy and PETROMOC had already been initiated and etha-nol production would begin in the following year.However, the Deputy Minister of

Focus on BUSINESS

Energy, Jaime Himede, told the Capital that the implementation of the pro-jects requires, first, the installation of sweatshops to compress jatropha (a plant used as the main raw material for ethanol production) oil and then proceeding with the intent.Moreover, “it is important to have the production and marketing of jatropha in industrial quantities”, which is not happening yet.Thus, the realization of the Biofuels Strategy becomes increasingly distant, approved by the Government in 2009, which should have come into force in 2012. It is an initiative that consists of a mixture of 10% of ethanol in 90% of gasoline and 3% of biodiesel with 97% of diesel fuel, which would redu-ce by 22 million the costs of importing fuel, valued at about USD 500 million annually. Gradually, it is expected that the country will evolve into a mixture of up to 20% of biofuels in fossil fuels to further reduce import costs, which severely affect the national currencies.The experience is being put into prac-tice in several countries, including Bra-zil, one of the largest producers and consumers of biofuels in the world where 5% of biodiesel is blended with diesel. The addition of this mixtu-re to 7% this year, 10% in 2016 and 20% by 2020 is also expected.In order to realize this idea in Mo-zambique, the Government intends to facilitate the commercialization of jatropha to fuel the industrial machine that will be installed.Note that the biofuel production will also require planting the sugar cane. The challenge here is that biodiesel does not compete with the production of sugar. For this purpose, Mozambi-que has the support of Petrobras in the Sena Company, in Marromeu, in the province of Sofala.In the world, the largest producers and consumers of biofuels include, besi-des Brazil, the United States, Germany, Colombia, Argentina, among others.c

Page 36: Revista Capital 66

O evento, no qual o Banco apresentou ao empresari-ado local as tendências da economia nacional e mundial, de modo a orientá-los na tomada de decisões, serviu,

também, para expor o seu “expertise” nas áreas de petróleo, gás e infra-estruturas. De acordo com o economista Fáusio Mussa, um dos quatro oradores

O Standard Bank reviu em baixa as perspectivas de crescimentoda economia nacional, para 2013, no Economic Briefing, ocorrido

em Abril passado, em Maputo.

Standard Bank prevêabrandamento da economia

moçambicana

Economic Briefing 2013

do Economic Briefing, projecta-se, para 2013, uma desaceleração no crescimento da economia moçambicana, de uma média de 7.4 por cento, registada na última década, para 6 por cento, devido às cheias que fustigaram o País, nos primeiros meses de 2013. “Tomando em consideração o impacto negativo das cheias, revimos em baixa as nossas previsões de crescimento económico para 2013, para um nível de 6 por cento, abaixo da média da última década, de 7.4 por cento, e abaixo das projecções iniciais do Governo de 8.4 por cento, mas prevê-se que a inflação média anual se mantenha a um dígito”, frisou aquele economista.Como factores que concorrem para a desaceleração do crescimento económico nacional, indicou “as fortes chuvas que assolaram o País nos primeiros meses do corrente ano, com

36 JULHO 2013 · Capital Magazine

David Humphrey“Sem infra-estruturas, a economia moçambicana não pode crescer tão rapidamente quanto deveria, razão pela qual há que iniciar primeiro por desenvolver infra-estrutu-ras para facilitar o transporte das mercadorias

impacto negativo sobre a produção agrícola e danos em infra-estruturas, o que originou a interrupção, por um período de cerca de três semanas, das exportações do carvão mineral de Moatize a partir do Porto da Beira”.Não obstante a previsão de desaceleração da economia, o Standard Bank considera que Moçambique continua a ser a economia com melhor desempenho na África Austral, conforme referiu Yvette Babb, economista do Grupo Standard Bank especializada em mercados emergentes, outra oradora

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Capital Magazine · JULHO 2013 37

TEMA DE FUNDO

do Economic Briefing. “Infelizmente a África do Sul, um dos países mais importantes, enfrenta problemas no seu crescimento económico, esperando crescer apenas 2.5 por cento, em contraste com as expectativas de Moçambique”, frisou.

Crescimento refémde infra-estruturas

O especialista em energia e infra-estruturas do Grupo Standard Bank, David Humphrey, que dissertou, durante o Economic Briefing, sobre “A

importância de ter as infra-estruturas funcionais em Moçambique, considera que o País deve investir em infra-estruturas para acelerar o seu crescimento.Segundo Humphrey, para que “a economia moçambicana possa crescer rapidamente, com a descoberta de recursos naturais, o País tem que priorizar a construção de infra-estruturas, sobretudo estradas, linhas férreas e portos, incluindo infra-estruturas de gás natural e carvão mineral”.“Sem infra-estruturas, a economia moçambicana não pode crescer tão rapidamente quanto deveria, razão pela qual há que iniciar primeiro por desenvolver infra-estruturas para facilitar o transporte das mercadorias, depois desenvolver factores de maior valor, como portos e ainda infra-estruturas para petróleo, gás natural e carvão mineral”, referiu David

Humphrey. Assumindo os avultados investimentos já efectuados pelas companhias internacionais nas áreas de carvão e gás, conforme indicou David Humphrey, o desafio que agora se coloca ao Governo moçambicano é o de saber como tirar proveito desse investimento e obter receitas. “O Governo pode identificar os projectos que quer priorizar e a forma como quer fazer, determinar os papéis do sector público e privado, indicando igualmente as leis e as regulamentações a serem seguidas e os Bancos, como o Standard Bank, podem indicar o papel que pretendem desempenhar no processo, concedendo empréstimos ou então usar as nossas facilidades de comércio ou transacção em moeda estrangeira, para que esses projectos possam ser realizados da forma mais rápida e eficiente possível”, frisou.

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Para encerrar o Economic Briefing, o especialista em petróleo e gás do Grupo Standard Bank, Simon Ashby-Rudd, demonstrou aos presentes o “expertise” do banco na matéria, tendo contado experiências de aconselhamento a empresários nos mercados sul-africano e nigeriano e, ainda, dissertado sobre “O efeito das descobertas de gás em Moçambique”.No decurso da sua dissertação, o especialista realçou os investimentos que o Standard Bank está a realizar para potenciar as suas operações em Moçambique, por forma a apoiar a participação de investidores locais e estrangeiros nos projectos de mineração e no processo de produção de Gás Natural Liquefeito (LNG).Segundo Ashby-Rudd, “transportar gás natural à costa moçambicana vai levar quatro a cinco anos, podendo isso ser

o factor catalizador para um grande desenvolvimento, consubstanciado principalmente na construção de plantas para a produção de etanol”.“Estes empreendimentos todos terão um impacto em termos de investimento de capital e investimento directo estrangeiro”, indicou, realçando que a produção do gás natural liquefeito será operada e mantida pelas grandes empresas petrolíferas”.Com efeito, sugeriu que, para envolver o empresariado nacional e a comunidade local no processo de exploração do gás natural, se deveria “listar as empresas privadas na Bolsa de Valores de Moçambique (BVM). Em Joanesburgo, nós como Standard Bank já estamos a desenvolver esse projecto com o Governo moçambicano, pois as oportunidades para os investidores locais serão maiores em termos de

prover serviços às grandes empresas”.Num outro desenvolvimento, Simon Ashby-Rudd referiu que “o Standard Bank tem uma forte presença bancária, em Moçambique, de maneira que qualquer empreendedor que venha com uma ideia realística poderá ser financiado”. Disse ainda que o Governo tem que “encorajar a participação local, para que o projecto de gás natural liquefeito seja realizado e catalize a economia nacional, como a força motriz chave”. “O Governo já está a fazer um trabalho muito bom, visando a implementação de um ambiente favorável ao investimento, pois há um diálogo muito aberto entre todos os intervenientes e nós estamos a ver que há progressos significativos nessa área, daí que estamos confiantes”, finalizou Simon Ashby-Rudd.c

Catalizador da economia

38 JULHO 2013 · Capital Magazine

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Capital Magazine · JULHO 2013 39

BACKGROUND THEME

In this event, the Bank presented to the local business community the trends of both the national and world economy, so as to guide them in decision-making and the bank also had an opportunity to

expose its “expertise” in the field of oil, gas and infrastructure.According to the economist, Fausio

Mussa, one of the four speakers at the Economic Briefing, a slowdown in the growth of the Mozambican economy is anticipated for 2013, from an average of 7.4 percent recorded in the previous decade to 6 percent, due to the floods that hit the country in the early months of 2013.“Taking into account the negative

impact of the floods, we have revised downwards our forecasts for 2013 economic growth to a level of 6 per cent, below the average of the last decade, 7.4 percent, and below the 8.4 percent initial projections of the Government, but it is also expected that the average annual inflation will remain at single digit “, said the economist.

2013 Economic briefing

Standard Bankanticipates a slowdown in the Mozambican economy

Standard Bank has revised growth prospectsof the national economy for 2013 downwards

in the Economic Briefing held last April in Maputo.

David Humphrey“Without infrastructure, the Mozambican economy cannot grow as quickly as it should, which is why the country should first start by developing infrastructure in order to facilitate the trans-port of goods

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He also pointed out the following factors as contributing to the slowdown in the domestic economic growth “the heavy rains that hit the country in the early months of this year, with a negative impact on agricultural production and damage to infrastructure, which led to the interruption of the export of coal from Moatize to Beira Port for a period of about three weeks.”Despite the forecast of economic slowdown, Standard Bank believes that Mozambique remains the best performing economy in Southern Africa, as pointed out by Yvette Babb, an economist from the Standard Bank Group specialized in emerging markets, another speaker at the Economic Briefing.“Unfortunately South Africa, one of the most important countries, is facing problems in its economic growth, hoping to grow only by 2.5 percent, as opposed to the expectations of Mozambique,” he said.

Growth hostage to infrastructure

The specialist in energy and infrastructure from the Standard Bank Group, David Humphrey, who spoke during the Economic Briefing on the importance of having functioning infrastructure in Mozambique, believes that the country should invest in infrastructure in order to accelerate its growth.According to Humphrey, for “the Mozambican economy to grow

rapidly, with the discovery of natural resources, the country has to prioritize the construction of infrastructure, especially roads, railways and ports, including natural gas and coal infrastructure.”“Without infrastructure, the Mozambican economy cannot grow as quickly as it should, which is why the country should first start by developing infrastructure in order to facilitate the transport of goods, and then it should develop greater value factors such as ports and even oil, natural gas and

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coal infrastructure, “said David Humphrey. Taking into account the large investments already made by international companies in the areas of coal and gas, as indicated by David Humphrey, the challenge now posed to the Mozambican government is to learn how to take advantage of this investment and get recipes.“The government can identify the projects it wants to prioritize and the way to do so, determine the roles of the public and private sector, also indicating the laws and regulations to be followed and the banks, such as Standard Bank, may indicate the role they wish to play in the process, providing loans or using our facilities for trade or transaction in foreign currency, so that these projects can be completed as quickly and efficiently as possible, “he said.

Catalyst for economyTo terminate the Economic

Briefing, the specialist in oil and gas from the Standard Bank Group, Simon Ashby-Rudd showed to those present the “expertise” of the bank in the matter, having talked about experiences regarding advisory to entrepreneurs in the South African and Nigerian markets and he also lectured on “The effect of gas discoveries in Mozambique”.During his speech, the expert emphasized the investments that the Standard Bank is undertaking to boost its operations in Mozambique in order to support the participation of local and foreign investors in the mining projects and in the production process of Liquefied Natural Gas (LNG).According to Ashby-Rudd, “transporting natural gas to the Mozambican coast will take four to five years, and this could be the catalyst factor for a big development, mainly embodied in

the construction of plants for the production of ethanol.” “These projects will all have an impact in terms of capital investment and foreign direct investment,” he said, stressing that the production of liquefied natural gas will be operated and maintained by the major oil companies.”In effect, he suggested that, in order to engage the national business community and the local community in the process of natural gas exploration, one should “list the private enterprises in the Mozambique Stock Exchange (BVM). In Johannesburg, we, as Standard Bank, are already developing this project with the Mozambican government, given that the opportunities for local investors will be higher in terms of providing services to large companies.”Simon Ashby-Rudd also went further stating that “Standard Bank has a strong banking presence in Mozambique, in such a manner that any entrepreneur that comes to the bank with a realistic idea can be financed.”He also added that the government has to “encourage local participation, so that the liquefied

natural gas project is undertaken and can boost the national economy, as a key driving force.”Simon Ashby-Rudd ended his speech by stating that “The Government is already doing a very good job, aiming at implementing a conducive environment for investment, as there is a very open dialogue between all players and we can see that there is significant progress in this area, that is why we are confident.”c

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O rEgImE dOS prEçOS dE TranSfErênCIa Em mOçamBIquE

Orlanda Niquice*

Está em discussão a proposta de regulamentação do regime dos Preços de Transferência em Moçambique.

É sabido que no ordenamento jurídico moçambicano a

matéria dos Preços de Transferência, internacionalmente conhecida por Transfer Pricing, resume-se a apenas um artigo e encontra-se espelhada no artigo 49.º, do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (CIRPC), aprovada pela Lei n.º 34/2007.

Esta matéria já vinha consagrada no anterior CIRPC aprovado pelo Decreto 21/2002 de 30 de Julho, no entanto, até à presente data não está a ser aplicada, possivelmente por falta de regulamentação que defina a aplicação prática desta norma e as obrigações acessórias a ela associadas.

Assim, é na perspectiva de definição da sua aplicação prática que se pretende regulamentar o regime dos preços de transferência, estando em preparação o referido Regulamento.

Com o intuito de chamar a atenção dos sujeitos passivos sobre a possível entrada em vigor deste regulamento, propusemo-nos a tecer breves considerações sobre a matéria e o significado prático da sua adopção.

O Princípio dos Preços de Transferência e a razão da sua existência

O regime dos Preços de Transferência foi adoptado em muitos regimes fiscais a nível mundial e tem sido aplicado

rigorosamente pelas respectivas Autoridades Fiscais. Não é por acaso que esta matéria regularmente consta da lista de questões fiscais que os investidores estrangeiros querem ver esclarecidas previamente a investirem em Moçambique.

Em síntese, o preço de transferência corresponde ao valor cobrado por uma entidade a uma outra com a qual mantem uma relação especial. Estas relações especiais podem originar a fixação de preços artificiais, por forma a concentrar o lucro numa ou noutra entidade do grupo.

Em rigor, o controlo fiscal sobre os Preços de Transferência surgiu com o objectivo de evitar que a manipulação dos preços praticados internamente nos grupos económicos pudesse gerar distorções no mercado de livre concorrência , principalmente a nível de tributação, originando uma transferência indirecta do lucro e, consequentemente, uma redução de receita fiscal. Este controle de preços é feito tanto entre entidades residentes como entre entidades residentes e as que residam em outros Países.

Os preços de transferência são regidos pelo arm’s length principle introduzido pelas orientações da OCDE em 1995, tendo sido largamente adoptado por diversos Países, como referido anteriormente.

O “arm’s length principle” ou o princípio da plena concorrência significa que o preço acordado entre entidades relacionadas deve ser determinado como se as mesmas estivessem a contratar com total independência, obedecendo as regras do mercado. Portanto, toda a

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FISCALIDADE PRICEWATERHOUSECOOPERS

O rEgImE dOS prEçOS dE TranSfErênCIa Em mOçamBIquEvez que se verificar uma transacção entre partes relacionadas que não respeite o arm’s lenght principle, ou seja, que se constate divergência entre o preço praticado e aquele de livre concorrência, a Administração Fiscal deve exercer o controlo sobre esse preço com o objectivs de evitar a transferência de lucros de uma entidade para a outra.

A Proposta de Regulamento do Regime dos Preços de Transferência

O Regulamento presentemente em preparação terá como alvo todas as entidades que efectuem transacções comerciais com outras entidades com as quais existe uma relação especial.

O principal corolário que advém da aprovação deste Regulament, é a obrigatoriedade do sujeito passivo de adoptar métodos ou o método mais apropriado para a determinação do preço para cada operação que realize com uma entidade relacionada, dado que caberá a este provar que as condições acordadas obedeceram ao princípio do “arm’s length”, ou seja, são as mesmas que seriam acordadas entre entidades independentes.

Consequentemente, nos termos da proposta, todas as entidades que possuam relações comerciais com entidades relacionadas deverão dispor de um processo de documentação fiscal, o qual conterá informação e documentação respeitantes à política adoptada na determinação dos preços de transferência, por forma a provar que as condições acordadas seriam as mesmas se se tratasse

de entidades não relaciondas. No entanto, cumpre destacar que, de

acordo com a referida proposta, ficarão dispensados do cumprimento desta obrigação os sujeitos passivos que, no exercício anterior, tenham atingido um valor anual de vendas líquidas e outros proveitos, inferior a 2.500.000,00 Meticais.

Com a entrada em vigor deste Regulamento, as empresas que tenham relações comerciais com entidades relacionadas terão de fazer um exercício inerente à análise, determinação e justificação dos preços praticados entre elas, para que não haja distorções no preço acordado, sob pena de sofrer uma correcção fiscal.

Quanto ao âmbito de aplicação, o Regulamento aplicar-se-á a operações entre entidades relacionadas, realizadas entre o sujeito passivo de IRPC ou do IRPS e uma entidade não residente, as operações entre a casa-mãe e o seu estabelecimento estável situado em Moçambique, incluindo as realizadas entre um estabelecimento estável e outros estabelecimentos estáveis da mesma entidade situados fora de Moçambique e as operações entre entidades residentes, sujeitos passivos do IRPC ou dos IRPS.

Se analisarmos o âmbito de aplicação acima descrito, concluiremos que as importações e exportações de bens ou de serviços entre entidades relacionadas estarão abrangidas por este regime.

A aprovação deste Regulamento era expectável dado que, como referido anteriormente, o CIRPC já fazia referência

ao regime dos preços de transferência, embora, de acordo com a nossa experiência, este tipo de correcção nunca tenha sido efectuada por inexistência de regulamentação prática nesse sentido.

Com este Regulamento, a Administração Fiscal espera arrecadar mais impostos provenientes das correcções fiscais a efectuar ao lucro das empresas que tenham negócios com entidades relacionadas.

Cumpre-nos deixar uma nota aos sujeitos passivos no sentido de ponderar rigorosamente, aquando da determinação dos preços com entidades relacionadas e, mais importante, manter toda a documentação que comprove a observância do “arm’s lenght principle” por forma a evitar correcções fiscais inesperadas à matéria colectável. c

(*) [email protected]

PricewaterhouseCoopers Legal PwC

Este artigo é de natureza geral e meramente informativa, não se

destinando a qualquer entidade ou situação particular, e não substitui

aconselhamento profissional adequado para um caso concreto. a

pricewaterhouseCoopers legal não se responsabilizará por qualquer dano ou

prejuízo emergente de uma decisão tomada (ou deixada de tomar) com base

na informação aqui descrita.

Page 44: Revista Capital 66

44 JULHO 2013 · Capital Magazine

FISCALITY PRICEWATERHOUSECOOPERS

“A minha relação com a PWC ajuda-me a criar o valor que procuro”

Esta é a promessa que fazemos aos nossos clientes, aos nossos colaboradores e às comunidades nas quais operamos.

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THE TranSfEr prICIng SySTEm In mOzamBIquE

Orlanda Niquice*

The regulatory proposal for the Transfer Pricing scheme is under discussion in Mozambique.

It is common knowledge that in the Mozambican legal system the Transfer Pricing

matter, internationally known as Transfer Pricing, boils down to only one item and it is mirrored in Article 49 of the Tax Code on Corporate Income Tax (IRPC Code ), approved by the Law no. 34/2007.

This matter had already been enshrined in the previous IRPC Code approved by the Decree 21/2002 of 30 July; however, it has not been applied up to date, possibly due to lack of rules defining the practical application of this standard and incidental obligations associated to it.

Thus, it is within the definition perspective of its practical application that the transfer pricing scheme is intended to be regulated, and its Regulation is under preparation.

In order to draw the attention of taxpayers about the possible entry into force of this regulation, brief considerations on the matter and the practical significance of its adoption will be given in this regard.

The Principle of Transfer Pricing and the reason for its existence

The transfer pricing system has been adopted in many tax schemes worldwide and has been rigorously applied by the respective tax Authorities. It is no coincidence that this matter regularly

appears on the list of tax issues that foreign investors want to see clarified prior to investing in Mozambique.

In short, the transfer pricing is the amount charged by an entity to another with which it has a special relationship. These special relationships may lead to artificial pricing in order to focus the profit on one or another group entity.

Strictly speaking, the tax control on transfer pricing has emerged in order to prevent the manipulation of domestic prices in economic groups from leading to distortions in the free competition market and especially the level of taxation, resulting in an indirect transfer of profit and consequently, a reduction in tax revenue. This price control is done both between resident entities and between resident entities and those residing in other countries.

Note that transfer pricing is governed by the arm’s length principle introduced by the OECD Guidelines in 1995, and it was widely adopted by many countries, as mentioned above.

The “arm’s length principle” means that the price agreed between related entities shall be determined as if the same were to hire with complete independence, according to the market rules. Therefore, whenever there is a transaction between related parties that do not respect the arm’s length principle, that is to say, there is divergence between the price charged and that of the free competition, the tax

Page 45: Revista Capital 66

Capital Magazine · JULHO 2013 45

FISCALITY PRICEWATERHOUSECOOPERS

THE TranSfEr prICIng SySTEm In mOzamBIquEauthorities shall exercise control over that price in order to avoid the transfer of profits from one entity to another. The Regulation Proposal for the Transfer Pricing Scheme

The Regulation currently under preparation will target all entities that do business with other entities with which there is a special relationship.

The main corollary that stems from the adoption of this regulation is the obligation of the taxpayer to adopt methods or the most appropriate method for determining the price for each operation that is performed with a related entity, as it will be up to this to prove that the agreed conditions obeyed the principle of “arm’s length”, that is to say, they are the same principles as they would be agreed between independent entities.

Consequently, under the proposal, all entities that have business relationships with related parties shall have a process of tax documents, which contain information and documentation related to the policy adopted in the determination of transfer pricing in order to prove that the conditions agreed would be the same if they were not related entities.

However, it should be noted that, according to this proposal, taxable persons, who in the previous year reached an annual value of net sales and other income less than MT 2 500 000.00, will be exempted from this obligation.

With the entry into force of this Regulation, companies that have business relationships with related entities will have to do an exercise inherent to the analysis, determination and justification of prices between them, so that there is no distortion at the agreed price, otherwise they will suffer a correction tax.

With regard to the scope of the application, the Regulation will be applied to the transactions between related parties, held between the taxpayer of the IRPS or IRPC and a non-resident entity, transactions between the parent company and its permanent establishment situated in Mozambique, including those carried out between a permanent establishment and other permanent establishments of the same entity outside of Mozambique and transactions between resident entities, IRPS or IRPC taxpayers.

If the scope described above is analyzed, it can be concluded that the imports and exports of goods or services between related entities are covered by this system.

The adoption of this Regulation was already expected given that, as mentioned earlier, the CIRPC already made reference to the transfer pricing system, although, according to our experience, this type of correction has never been effected due to the lack of practical regulation in this regard.

With this Regulation, the Tax Administration hopes to raise more taxes

from the tax adjustments to be made to the profit of the companies that have business with related parties. A note should be left to the taxpayers in order for them to think carefully when determining the prices with related parties and, most importantly, they should keep all the documentation certifying compliance with the “arm’s length” principle in order to avoid unexpected tax adjustments to the taxable. c

(*) [email protected]

PricewaterhouseCoopers Legal PwC

this article is of a general nature and purely informative, and not intended for any particular situation or entity, and it does not replace professional

advice for a particular case. Cool pricewaterhouseCoopers shall not be

liable for any damages or loss arising from a decision made (or lack of) based on the

information herein.

Page 46: Revista Capital 66

lAM procura atingir recordeApesar da interdição de sobrevoar o espaço eupropeu, as Linhas Aéreas de

Moçambique têm a perpectiva de sobrevoar os céus de toda a África Austral,de ampliar as rotas domésticas e a frota, e ultrapassar a cifra de um milhão

de passageiros transportados.

a companhia aérea de bandei-ra, a LAM, acaba de reforçar a sua frota de aeronaves que vão possibilitar o alcance de níveis recorde no transporte de passageiros e a abertura

de novas rotas domésticas e regio-nais para este ano.A administradora delegada da com-panhia, Marlene Manave, revelou que a empresa dispõe, actualmente, de um Boeing 737-500, três aerona-ves Embraer-190, três Bombardier Q-400, três Embraer-120 e dois Embraer-145, que totalizam 12 apa-relhos, abrindo assim a possibilidade de oferecer ao mercado mais de um milhão de lugares para o presente ano, um crescimento de 22% compa-rativamente a 2012”.A administradora delegada disse ainda que com a frota ampliada, a Linhas Aéreas de Moçambique vai posicionar aeronaves nas provícias de Tete e Nampula, ligando assim as províncias entre si, assim como rotas abrir novas rotas regionais como Beira-Joanesburgo, Tete--Joanesburgo, Nampula-Joanesburgo,

Nampula-Dar-Es-Salaam e Pemba--Joanesburgo. O nosso país vive um momento parti-cularmente de glória face a um cresci-mento económico que é impulsionado pelos projectos de mineração e pro-dução de gás natural. Como forma de fazer face a estes desafios, a LAM está em processo de reestruturação da sua rede de serviços bem como da opti-mização e expansão da frota, visando simplificar a companhia de bandeira ao serviço de todos os moçambicanos e cidadãos de outras nacionalidades que procuram os nossos serviços”, revelou.“Estes planos vão facilitar o alcance de um objectivo estratégico de cresci-mento de mercado, ao mesmo tempo que maximize a sua rentabilidade”, sublinhou Manave.

quanto à segurança, nem tudo vai mal

A LAM está, ao mesmo tempo, a apostar em questões de segurança, não obstante a manutenção da sua interdição em sobrevoar o espaço

Foco EMPRESA

Dados para infografiaFrota actual da LAM

Aeronaves UnidadesBoeing 737-500 1Embraer-190 3Bombardier Q-400 3Embraer-120 3Embraer-145 2TOTAL 12

Rotas nacionais e regionais a apostar em 2013

Tete-NampulaBeira-Joanesburgo Tete-Joanesburgo Nampula-Joanesburgo Nampula-Dar-Es-Salaam Pemba-Joanesburgo.

FONTE: LAM

aéreo europeu, por alegada inobser-vância das normas neste domínio.“A LAM está a desenvolver programas para melhorar os seus processos de gestão. Esta aposta levou-nos a aderir ao certificado ISO 9001:2008, sendo a LAM particularmente, uma das poucas companhias que tem certificação em toda a sua cadeia de valor”.c

46 JULHO 2013 · Capital Magazine

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48 JULHO 2013 · Capital Magazine

lAM seeks to hit record

Despite having been banned from flying over the European airspace, the Mozambique Airlines is plan-ning to over fly all of the southern Africa airspace, as well as to expand its domestic routes and fleet, and

surpass the one million passengers figure.

Data for infographicsLAM’s current fleet

Aircrafts UnitsBoeing 737-500 1Embraer-190 3Bombardier Q-400 3Embraer-120 3Embraer-145 2TOTAL 12

National and regional routes for 2013

Tete-NampulaBeira-Joanesburgo Tete-Joanesburgo Nampula-Joanesburgo Nampula-Dar-Es-Salaam Pemba-Joanesburgo.

SOURCE: LAM

Focus on COMPANY

The Mozambican flagship air-line company, LAM, has just reinforced its aircrafts’ fleet that is expected to make the company hit record levels in passenger transport and open

new domestic and regional routes this year.The delegated administrator of the company, Marlene Manave, revealed that currently the company has a Boeing 737-500, three Embraer-190 aircrafts, three Bombardier Q-400, three Embraer-120 and two Em-braer-145, totalling 12 aircrafts thus opening the possibility to “bring to the market more than one million

seats for this year, a 22% increase compared to 2012.”The delegated administrator also said that with the expansion of the fleet, the Mozambican Airlines com-pany will place the aircrafts in the provinces of Tete and Nampula, thus connecting the provinces and will also open new regional routes such as Beira-Johannesburg, Tete-Johan-nesburg, Nampula-Johannesburg, Nampula-Dar-Es-Salaam and Pemba-Johannesburg.“Our country is experiencing a mo-ment of glory, particularly in the face of the economic growth that is driven by the mining projects and the natural

gas production. In order to face these challenges, LAM is in the process of restructuring its network services as well as the optimization and fleet expansion, aiming at simplifying the flagship company in the service of all Mozambicans and other nationalities who seek our services,” she said.Manave also pointed out that “these plans will allow us achieve one market growth strategic objective, while maxi-mizing profitability.”

As for security, not everything goes wrong

LAM is, at the same time, focusing on security issues despite maintaining its ban on flying over the European airspace for alleged failure to comply with the standards in this field.“LAM is developing programs to im-prove its management processes. This commitment has led us to adhere to ISO 9001:2008, and LAM is, particu-larly, one of the few companies that have certification across their value chain.”c

Page 49: Revista Capital 66

Capital Magazine · JULHO 2013 49

Page 50: Revista Capital 66

GESTÃO E ESTRATÉGIA

É necessário estar atento à glo-balização, às novas regras do comércio internacional e às consequências da crise financei-ra internacional sobre os espa-ços económicos existentes. Por

outras palavras, há que estar vigilante e atento ao modo como se efectua a abordagem à gestão de risco, que mais não é do que uma vantagem competiti-va num mundo incerto.Um estudo global da Accenture sobre gestão de risco, que inquiriu executi-vos de 397 organizações de 10 secto-res, revelou que 80% destes profissio-nais consideram que a área de gestão de risco é essencial para lidarem com a volatilidade do mercado e a comple-xidade organizacional actual. Muitos desses gestores afirmaram mesmo que a sua empresa está a ponderar um reforço dos seus investimentos futuros em capacidades de gestão de risco.No momento actual, de incerteza glo-bal, há lições que se devem aprender, para que no futuro não se efectuem os mesmos erros.Com a situação actual da nossa eco-nomia, é aconselhável reconhecer a necessidade de fazer melhor, de que é possível e imprescindível aperfeiçoar o desempenho das organizações e posi-cionarmo-nos para o crescimento sus-tentado. Mas, ser eficaz requer também que as empresas passem a integrar a gestão de risco de forma transversal,

e com ela restaurar a confiança e criar uma plataforma mais forte, integrada e alinhada, para melhoria do desempe-nho numa variedade de condições de negócio.De modo a criar organizações de alto desempenho a Accenture sugere uma estratégia de gestão de risco assente em cinco etapas:Etapa 1: Definição de guidelines estra-tégicas. Defina quais os objectivos que a empresa deseja alcançar através de um programa de gestão de risco. Para delinear estes objectivos, efectue en-trevistas a interlocutores oriundos de vários níveis da pirâmide hierárquica. Nas conversas questione, entre outros aspectos, acerca daquilo que eles esperam de um programa de gestão de risco e informe, tanto quanto possível, o resto da equipa/organização dos ob-jectivos. Lembre-se que é importante não ser visto como “o controller”.Etapa 2: Determine a direcção a dar ao modelo de gestão de risco. Defina até que ponto a organização está disposta a arriscar. Para obter essa mensuração, avalie todo o tipo de riscos, desde o risco de mercado, ao risco de crédito, passando pelos riscos operacionais e estratégicos.Etapa 3: Escolha o modelo mais ade-quado. Na posse da informação colhida na etapa 2, identifique o quanto a sua empresa está disponível a investir em risco diariamente. Para identificar e

confirmar estes valores, defina e utilize indicadores de desempenho e, da sua análise, avalie em que medida estes estão dentro da zona de conforto de risco da sua empresa.Etapa 4: Efectue a análise de falhas. Se a empresa já efectua análise à gestão de risco, compare o que tem com a nova estratégia e perceba o que deve fazer para o futuro. Lembre-se que as lacunas podem estar na gestão, nos suportes à própria gestão, nas meto-dologias adoptadas, nas pessoas, nas ferramentas. Analise todos os tipos de falhas e foque o seu esforço da identificação e definição de planos de correcção/mitigação do risco.Etapa 5: Trace um mapa de linhas estratégicas. Comece pela etapa da transição e descreva as acções neces-sárias para transformar a estratégia em realidade, nunca perdendo de vista a discussão ao mais alto nível sobre a in-tegração daquilo que pretende. Só com a interacção de todos conseguirá criar uma espécie de mapa rodoviário que funcionará para a organização como o programa.Por último, é necessário ter em conta que uma gestão de risco eficaz deriva da cultura da organização e que exis-tem especialistas que podem ajudá-lo a alcançar altos níveis de desempenho, e dotar a sua empresa de uma vanta-gem competitiva num mundo em cons-tante mudança. c

RuI MARIAnO SEnIOR MAnAGER DA ACCEnTuRE

Alto desempenho atravésda gestão de riscoUma gestão de risco atempada pode fazer a diferença entre melhorar resultados e manter ou alcançar o alto desempenho de um negócio.

50 JULHO 2013 · Capital Magazine

Page 51: Revista Capital 66

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Page 52: Revista Capital 66

MANAGEMENT AND STRATEGY

RuI MARIAnO SEnIOR MAnAGER AT ACCEnTuRE

High performancethrough risk management

A timely risk management can make a difference between improvingor maintaining outcomes and achieving high performance of a business.

52 JULHO 2013 · Capital Magazine

attention is required to global-ization, to the new interna-tional trade rules and to the consequences of the interna-tional financial crisis on the existing economic spaces. In

other words, there is a need to be vigilant and aware of the approach to risk management, which is nothing more than a competitive advantage in an uncertain world.A global study by Accenture on risk management, which surveyed execu-tives from 397 organizations in 10 industries, found out that 80% of these professionals regard the risk management area as essential for dealing with market volatility and the current organizational complex-ity. Most of these managers said that their company is considering an increase of its future investments in risk management capabilities.At the present moment of global uncertainty, there are lessons that should be learned so that the same mistakes will not be made in the future.With the current state of our econ-omy, it is advisable to recognize the need to do better and that it is possible and essential to improve the performance of organizations as well as positioning ourselves for sustained growth. But, in order to be effective, companies should start integrating risk management across the board, and with it restore confi-dence and create a stronger platform,

integrated and aligned for improved performance in a variety of business conditions.In order to create high-performance organizations, Accenture suggests a risk management strategy based on five steps:Step 1: Definition of strategic guide-lines. The objectives the company wants to achieve through a risk management program should be de-fined. To delineate these objectives, interlocutors from various levels of the hierarchical pyramid should be interviewed. In conversations, among other things, they should be questioned about what they expect from a risk management program and as much as possible, the rest of the team/ organization objectives should be informed. It should be remem-bered that it is important not to be seen as the “controller”.Step 2: The direction to be given to the risk management model should be determined. The extent to which the organization is willing to risk should be defined. For this measure-ment, all types of risks from market risk, credit risk, through the opera-tional and strategic risks should be assessed.Step 3: The most suitable model should be chosen. In possession of the information gathered in step 2, the extent at which the company is available to invest in risk daily should be identified. To identify and confirm these values, performance

indicators and their analysis should be set and used, and the extent they are within the comfort zone of the company should be assessed.Step 4: Failure analysis should be carried out. If the company already performs risk management analysis, what the new strategy has should be compared and what to be done in the future should be understood. It should be remembered that gaps may be in the management, in the management support itself, in the methodologies adopted, in the people as well as in the tools. All the types of faults should be analyzed and effort should be focused on identifying and defining corrective plans/risk mitigation.Step 5: A strategic lines map should be drawn. It should start with the transition stage and the actions needed to transform strategy into reality should be described, without ever losing sight of the discussion at the highest level on the integra-tion of what is wanted. Only with the interaction of all will it be possible to create a kind of a road map that will work for the organization as a program.Finally, it is necessary to take into account the fact that an effective risk management derives from the orga-nizational culture and that there are experts who can help the company achieve high levels of performance, and have a competitive advantage in a changing world.c

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54 JULHO 2013 · Capital Magazine

Em Moçambique, cerca de 250 veícu-los foram convertidas para o gás num espaço de cinco anos. É um número bastante pequeno a avaliar pela frota global, estimada em 500 mil carros, mas é significativo, pelo despertar da

consciência dos cidadãos, da importância em aderir à conversão das suas viaturas.Com estes números, a adesão é inequivoca-mente positiva, considera o presidente da Autogás, João Neves. A Autogás é a empresa licenciada para operar na conversão de carros.“Os moçambicanos já acreditam que afinal de contas o Gás Natural é uma solução al-ternativa e muito mais barata, afiançou Das Neves, adiantando que parte significativa da conversão acontece ao nível de empresas.“Temos, por exemplo, a empresa Transpor-tes Lalgy que já converteram dez carros (Turismo), ainda não entraram na conversão dos camiões mas os carros administrativos, dos funcionários e de funcionamento da

empresa foram convertidos”.Naquela empresa, a conversão já está a mostrar resultados: a poupança nos com-bustíveis está na ordem dos 67%, “o que é muito significativo, sendo grandes conhece-dores da gestão de frotas e do impacto des-sa poupança na gestão de muitas viaturas”.Além da Lalgy, já ederiram muitas outras empresas como O Peixe da Mamã que está a distribuir os seus produtos com uma frota carros movidos a gás, e a empresa Mo-zambique Distribuition Service - MDS que também faz um trabalho do género, além de várias outras pequenas empresas.

Mas a vantagem de usar gás não é só poupar...

Os carros movidos a gás, praticamente não deitam fumo, sendo por isso menos tóxico para o meio ambiente o que significa que menos doenças respiratórias e uma res-posta à altura da necessidade de travar os

efeitos negativos das mudanças climáticas.Em relação a poupar custos, que adopta o sistema de gás natural passa a gastar muito menos e a poupança pode atingir cerca de 60%. Sob este ponto de vista, o Governo deixa de pagar divisas para importar com-bustíveis e não tem que subsidiar. Isto tem um impacto positivo para as contas do estado. Aliás, o Relatório do Plano Social Económi-co de 2010/2011 indica que os subsídios que o Governo já pagou para os combus-tíveis foram acima dos 150 milhões de dólares.Existem no mundo mais de 16 milhões de carros movidos a gás e pelo menos seis países têm mais de um milhão de carros a funcionar a gás. Isto é, com uma frota total de 500 mil carros, há países que, neste momento, tem pelo menos o dobro de toda a frota do país inteiro a funcionar a gás: Paquistão, Irão, Argentina, Bolívia entre outros.

Conversãode automóveis decorre a todo

o gás A Autogás, empresa que está a implementar o projecto

de utilização de gás natural nos transportes desde 2008, está numa fase de expansão que engloba a abertura

de mais postos de abastecimento. Os números actuais ainda não são satisfatórios, mas o respectivo presi-

dente, João das Neves, considera positivo o avanço, e vai mais longe: quer atingir 10% da quota do mercado em 10

anos.

Page 55: Revista Capital 66

Capital Magazine · JULHO 2013 55

Perspectiva GAS

Há possibilidade de acesso ao gás em qualquer lugar

Há quem diga que não faz a conversão porque não é possível encontrar postos de abastecimento em caso de longos percur-sos. João das Neves explica que não é bem assim. Ou seja, a empresa ou pessoa faz grandes consumos e passa por necessida-des, pode-se firmar um contrato no sentido de colocarmos postos de abastecimento ao longo dos percursos e eles garantirem que irão converter os seus carros para o sistema de Gás Natural. Só assim podemos avançar. O que acontece muitas vezes é que os po-tenciais consumidores não querem assumir o compromisso de que vão aderir.

A meta é chegar a 10% da quota de mercado em 10 anos

No entanto, o Gás Natural nunca será uma

expressivo. Assim, os outros 90% vão ter que continuar a usar gasolina e diesel. O volume de vendas da Autogás ronda os os 350 mil litros por mês, o que é pouco e precisamos de ainda mais. Entretanto, acredita-se que a partir do momento em que os três novos postos entrem em fun-cionamento estarão criadas as condições também para uma grande campanha de massificaçao das conversões.

Falta de informação entre as reazões da fraca adesão

A experiência mostra que a fraca adesão está relacionada com quatro factores, nomeadamente a resistência a mudanças, falta de informação, os que querem ver para acreditar, e a existência de poucos postos de abastecimento, afirmou o presidente da Autogás. Em relação aos chapas, a situação é mais preocupante. Os transportes semi--colectivos são um problema que não vai ser só resolvido com as acções da Autogás”. A realidade mostra que existem no mercado cerca de 2.500 chapas a circularem e que estão totalmente descapitalizados, com uma frota obsoleta, carros com 20 anos ou mais, entretanto, os donos não têm capacidade para fazer a manutenção, muito menos para substituí-los. Apesar disso, há Já 250 chapas a circularem a gás, mas sentimos que neste momento os chapas não tem capacidade de por si sós aderirem a este sistema.c

solução de substituição de outros combus-tíveis a 100%. Temos a consciência disso e o nosso desafio é termos daqui há 10 anos uma quota de 10% do mercado, o que significa que nesse período o Estado poupa-rá 500 milhões de dólares pela substituição dos combustíveis, com 80 mil carros a circu-larem a gás. “Isso tem um impacto positivo na economia do país e nós achamos que é

Outros dados:Frota actual de automóveis: 500 mil

Automóveis que funcionam a gás: 248Automóveis que funcionam a gás no mundo: 16 milhões

2%

15%

82%

Estado

Empresas

Individuais

27%

5%

21-40 Anos

40-60 Anos

Mais de 60 Anos

68%

Page 56: Revista Capital 66

56 JULHO 2013 · Capital Magazine

of those savings on the management of many cars.”Besides Lalgy, many other companies such as “O Peixe da Mamã” which is distributing its products with a fleet of gas-powered cars, and Mozam-bique Distribution Service - MDS which is also in a similar business and several other small businesses have already adhered to the conver-sion.

But the advantage of using gas is not all about saving ...

Gas-powered cars hardly take off exhaust smoke, so they are less toxic to the environment which means that fewer respiratory illnesses and a response that meets the need to curb the negative effects of climate change.With regard to costs saving, those

vehicle conversion takes place at full speed

The Autogas, the company that is implementing the project using natural gasin transport since 2008, is in an expansion phase that includes the opening of more

stations. The current figures are still not satisfactory, but its chairman,João das Neves, considers the advancement as positive and goes further:

he wants to reach 10% of market share in 10 years.

In Mozambique, about 250 ve-hicles were converted into gas in a period of five years. It is a rather small figure judging by the global fleet, estimated at 500,000 ve-hicles, but it is significant, by the

awareness of the citizens with regard to the importance of adhering to the conversion of their vehicles.The chairman of Autogas, João Neves, believes that with these figures, “membership is unequivocally posi-tive,”. Note that Autogas is a com-pany that was licensed in order to operate in the vehicle conversion.“Mozambicans already believe that, after all, natural gas is an alternative and it is much cheaper,” secured Das Neves, adding that a significant part of the conversion happens at the company level.“We have, for instance, the transport company Lalgy which has already converted ten cars (sedan), although it has not yet converted trucks but the administrative cars for staff and company operations have already been converted.”In the company, the conversion is already showing results: the sav-ings in fuel is at 67%, “which is very significant, for being connoisseurs of fleet management and for the impact

Page 57: Revista Capital 66

Capital Magazine · JULHO 2013 57

Thus, the other 90% will have to continue to use gasoline and diesel.The sales volume of Autogas is around 350 liters per month, “which is little and we need more.” None-theless, it is believed that from the moment the three new stations come into operation, the conditions for a large mass campaign conver-sion will have been created.

lack of information among the reasons for poor adherence

Experience shows that poor ad-herence is related to four factors, namely the resistance to change, lack of information, those who want to see in order to believe, and the existence of fewer gas stations, said the chairman of Autogas.As regards public transport, the so called chapas, the situation is even more disturbing. “The semi-collec-tive transport is not a problem that will be solved only with the Auto-gas’ actions.”The reality shows that there are about 2,500 chapas circulating and they are totally undercapitalized, with an obsolete fleet, cars with 20 or more years. However, the owners are unable to do maintenance, let alone replacing them.Nevertheless, there are already 250 gas-powered chapas, “but we feel that at this moment the so-called chapas have no capacity to adhere to the system without support.”.c

who adopt the natural gas system start spending a lot less and the savings can reach about 60%. In this respect, the government stops paying foreign currency to import fuel and does not have to subsidize. Therefore, this has a positive impact on the state accounts.Incidentally, the “the 2010/2011 Economic Social Plan Report indi-cates that the subsidies that the government had already paid for the fuels were above USD150 million.”Worldwide, there are over 16 million gas-powered cars and at least six countries have more than one million gas-powered cars. That is to say, with a total fleet of 500,000 cars, there are countries that, at present, have at least the double of the entire gas-powered fleet of the whole country: Pakistan, Iran, Argentina, Bolivia and among others.

There is a possibility of access to gas anywhere

There are people who claim that they have not converted their cars because it is not possible to find

petrol stations in case of long jour-neys. João das Neves explains that “this is not quite so.” To put it more simply, “the company or person makes great fuel consumption and undergoes some needs, in this case a contract can be signed in order to put filling stations along the route and they should ensure that they will convert their cars to natural gas system. Only then can we move forward.”What often happens is that potential consumers do not want to commit to that contract.

The goal is to reach 10% of the market share in 10 years

However, Natural Gas is never a solution to replace other fuels to 100%. “We are well aware of this and our challenge is to have within 10 years, a 10% share of the mar-ket, which means that in this period the state will save USD500 million by replacing fuels”, with 80,000 gas-powered cars.” This has a positive impact on the country’s economy and we believe that it is significant.”

GAS Outlook

Other data:Current fleet of vehicles: 500 000

Gas-powered vehicles: 248Gas-powered vehicles in the world: 16 million

27%

5%

21-40 Years Old

40-60 Years Old

Over 60 Years Old

68%

2%

15%

82%

State

Companies

Individuals

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58 JULHO 2013 · Capital Magazine

EMPREENDER

Rey“Não podemos aceitar que sempre se recorra a uma empresa de eventos da África do Sul para organizar algo com alto padrão de qualidade.

A inovaçãona organizaçãode eventosSantos & Rey (S&R) é uma marca recente mas que já pontua no fornecimento de serviços de organização de eventos. Constituída em Março de 2012, a empresa S&R rapidamente conquistou a simpatia dos seus clientes, garantindo elevados níveis de exigência tanto no fornecimento de estruturas de decoração como na prestação de serviços de organização de eventos formais e de entretenimento. Saiba como tudo aconteceu em tão pouco tempo.

melhor do que a de 2012, como forma de oferecer comodidade às empresas expositoras e aos que visitarem o recinto”, revelou Teodósio Rey, direc-tor da S&R. O angolano Teodósio Rey é, junta-mente com o empresário português Filipe Santos, o responsável pela constituição da S&R – Estruturas e Eventos, numa iniciativa que visa inovar no mercado moçambicano. Só na FACIM 2012 foi necessário investir pouco mais de dois milhões de dólares na importação de material diverso.Rey disse à revista “Capital” que o sucesso das estruturas, tendas e piso na FACIM 2013 foi determinante para que tivessem a responsabilidade de organizar a inauguração do Hospital Privado de Maputo e o quinto ani-versário da reversão da Hidroeléc-trica de Cahora Bassa (HCB) para o Estado moçambicano. a

S&R foi a responsável pela instalação das estruturas que deram corpo aos pavilhões e ao espaço de espectáculos da Feira Internacional de Maputo (FACIM) 2012 e, ac-

tualmente, já se encontra a preparar a edição 2013 do maior evento de negócios de Moçambique. “Fomos bastante acarinhados, no ano passado, mas nem por isso vamos vacilar, e este ano teremos uma FACIM

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Rey afirma que não pode prescin-dir da qualidade dos serviços que presta e oferecer o mínimo aos que os procuram, na medida em que não pretende “acomodar-se” com o fornecimento de um nível de serviços que não corresponde às suas pró-prias exigências. “Não podemos aceitar que sempre se recorra a uma empresa de eventos da África do Sul para organizar algo com alto padrão de qualidade. Nós temos capacidade aqui em Moçambique e é preciso valorizar isso”, apontou o mesmo.A parceria na organização do festival AzGo, que se realizou recentemente, na zona da Costa do Sol, na cidade de Maputo, foi uma prova de que a S&R está preparada para realizar eventos de entretenimento de grande dimen-são, em Moçambique, tal como já fez, através de entidades parceiras, em Angola e Portugal.

Beira, Tete e nampula serão novas apostas

O empresário Teodósio Rey avançou que já havia contactos concretos no sentido de expandir a sua actividade para as diferentes capitais provinciais de Moçambique, começando pela Beira, Tete e Nampula. “Esta é mais uma prova de que esta-mos aqui para ficar e não para investir com objectivos imediatos. Nestas cida-des teremos parceiros locais, que vão

contar com o nosso apoio material e técnico para a prestação destes servi-ços a todos interessados, como forma de garantir igual nível de qualidade de serviço em todos os pontos do País”, acrescentou.A ideia da S&R é que, antes da em-presa conseguir estabelecer-se em todas capitais provinciais, as entida-des da Beira, Tete e Nampula sirvam os distritos mais próximos da sua área de actuação. Neste momento, a companhia emprega 25 pessoas, das quais apenas dois especialistas por-tugueses que vêm transmitir a expe-riência que possuem na montagem das estruturas para os eventos.

unidade de fabrico de estruturas para breve

A S&R pretende instalar uma unidade

de fabrico de estruturas de alumínio, ainda este ano, como forma de criar uma independência no abasteci-mento deste tipo de equipamentos, ao invés de se recorrer à importa-ção dos mesmos. A unidade fabril deverá receber, numa primeira fase, um investimento de pouco mais de 20 milhões de dólares, devendo o empreendimento crescer à medida que o Mercado procura os produ-tos. “Projectamos exportar os nossos produtos e serviços para a Suazi-lândia, África do Sul e outros países da Região, mas queremos fazer isso como uma marca moçambicana de qualidade e com capacidade reco-nhecida internacionalmente”, acres-centou Teodósio Rey, com os olhos postos no futuro.c

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Innovationin organizing

eventsSantos & Rey (S & R) is a new brand which is already sco-ring in the provision of services in the area of organizing

events. Established in March 2012, the company S & R has quickly won the sympathy of its clients, by ensuring

high levels of demand both in the provision of decorative structures and formal organization of events and enter-

tainment. Learn how it all happened so quickly.

ReyWe cannot accept the fact that we always have to resort to an events company in Sou-th africa in order to organize something with high quality standard.

S & R was responsible for the installation of the structures that gave substance to the pavilions and the show venue of Maputo International Fair (FACIM) in 2012 and,

currently, it is already preparing the 2013 edition of the largest business event of Mozambique.“We were very cherished last year, but by no means will we waver, and this year we will have a better FACIM than 2012, as a way of offering conve-nience to the exhibitors and to those who visit the venue,” said Teodosio Rey, the S & R Managing Director.The Angolan Teodosio Rey is, along with the Portuguese businessman, Filipe Santos, the person respon-sible for the establishment of S & R - Structures and Events, an initia-tive that seeks to innovate in the Mozambican market. Only in 2012 FACIM, there was a need to invest a

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ENTREPRENEURSHIP

little more than two million dollars in importing various materials.Rey told the Capital magazine that the success of structures, tents and floor at FACIM in 2013 was crucial in order to have the responsibility of organizing the inauguration of Maputo Private Hospital and the fifth anniversary of the reversal of the Cahora Bassa (HCB) for the Mozambi-can State.Rey claims that he cannot ignore the quality of the services and offer the least to those who seek them, in that he does not want to “settle down” to providing a level of service that does not meet his own requirements.Rey also pointed out that “We cannot accept the fact that we always have to resort to an events company in South Africa in order to organize something with high quality standard. We have capacity here in Mozambique and we need to enhance it.”

The partnership in the organization of the AzGo festival, held recently in Costa de Sol, in Maputo city, was a proof that S & R is prepared to hold large scale entertainment events in Mozambique, as it has already done so through partner organizations in Angola and Portugal.

Beira, Tete and nam-pula will be the new targets

The entrepreneur, Teodosio Rey, said that there are already concrete con-tacts towards expanding its activities to the different provincial capitals of Mozambique, starting from Beira, Tete and Nampula.“This is another proof that we are here to stay and not to invest with immedi-ate objectives. In these cities we will have local partners, who will rely on our material and technical support to provide these services to all stakehold-ers in order to ensure the same level of service quality in all the parts of the country, “he added.The idea of S & R is that before the company can establish itself in all

the provincial capitals, entities from Beira, Tete and Nampula should serve the closest districts to their area of operation. At present, the company employs 25 people, two being Portuguese specialists who have come to share their experience in assembling structures for events.

Manufacturing plant for structures coming soon

R & S plans to set up an aluminum structures manufacturing unit still this year as a way of creating inde-pendence in the supply of this type of equipment, rather than importing it. Initially, the plant should receive an investment of a little more than USD20 million, and the enterprise is expected to grow as the market de-mand for the product grows.“We envisage exporting our products and services to Swaziland, South Africa and other countries in the region, but we want to do so as a Mozambican brand with quality and recognized ca-pacity internationally,” said Teodosio Rey, with the eyes set on the future.c

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PANORAMA

TExTO Antoine Blanca

Onu, áfrica:um falhanço partilhado

desde a sua fundação, logo após a Segunda Guerra Mundial, a ONU demonstrou uma grande ambição africana. Não que o continente estivesse em condições de partici-par nos debates de São Francisco

(onde decorreu a Assembléia Geral Constituinte: a libertação do colonialismo ainda se encontrava em gestação). Mas a nova organização que se pretendia universal, era forçada a constatar a quase ausência de um dos seus mundos: o de África e dos Africanos.

Se o mandato do Secretário Geral Trygve Lie (norueguês) foi preenchido pela ins-talação administrativa dos escritórios em Nova-Iorque e conturbado pela guerra fria (Trygve Lie acabou por se demitir), o de Dag Hammarskjold seria o da desco-lonização. Logo, também, o mandato de África.O terrível drama do Congo ex-belga carrega em si todas as doenças mortais que afectaram, e continuam a afectar o continente: luta impiedosa das grandes potências para controlarem as riquezas do solo e do sub-solo sem se importarem

antoine Blanca

nASCIDO em 1936, Antoine Blanca efectua os estudos primários e secundári-os na Argélia.Estudante nas universidades de Toulouse,

com a soberania de cada Estado, guerras étnicas ou religiosas que resultavam no enfraquecimento da autoridade e inde-pendência de governos inexperientes, atentados à integridade territorial das novas nações ... Dag Hammarskjold foi o único responsável da Organização a encarar de frente estas pragas devasta-doras.Estava-se num contexto de guerra fria.Ocidentais e Soviéticos atacaram o Secretário Geral. Aliás, como todo o novo Movimento dos Não Alinhados. O sueco perdeu a vida neste combate (um “acidente” de avião nunca devidamente explicado, na noite de 17 para 18 de Se-tembro de 1961). Depois da ocorrência, o Secretariado Geral apenas avança com cuidados notórios. As suas operações só resultam quando os “Grandes” lhe dão luz verde. Foi o caso na independência da Namíbia no seguimento da queda do muro de Berlim, do fim das “guerras civis” (?) em Angola e Moçambique coincidindo, mais ou menos, com o fim do “Apartheid”, da resolução frágil da questão sudanesa... Todos os outros gran-des problemas ainda não têm solução: continuamos a perguntar-nos quem é o verdadeiro responsável do Kivu e quan-do terá lugar o referendo que decidirá o futuro do Sahara Ocidental.Entretanto, o sistema das Nações Uni-das concentra a sua acção nas agências especializadas (FAO, PAM, UNICEF, PNUE, OMS, UNESCO...) e os Estados Africanos enviam para Nova Iorque chefes de mis-são e embaixadores sem interesse e sem verdadeira motivação. Uma confissão de falhanço da política tanto da ONU como africana.c

Argel e na Sorbonne (faculdade de letras), inicia a sua carreira no ensino.Jornalista durante alguns anos (Director de redacção da revista “Comunas e Regiões de França”) muda de rumo em 1981 ao tornar-se Embaixador itinerante para os países da América Latina e Caraíbas. Seguidamente é nomeado Embaixador de França na Argen-tina (1984 – 1988).Em Janeiro de 1989, o Secretário Geral da ONU (Javier Pérez de Cuéllar) nomeia-o número 2 da Organização (director geral para o Desenvolvimento e Cooperação Económica Internacional).Esta alta função será suprimida por Boutros Boutros Ghali e Antoine Blanca regressa ao Quai d’Orsay em Paris.Nomeado Embaixador de França em Wash-ington, junto da Organização dos Estados Americanos (OEA), termina a sua carreira diplomática como Embaixador no Perú.Publicou uma biografia de Salvador Allende e uma obra sobre a vida de seu pai: Itin-erários dum republicano espanhol.Mais recentemente, colaborou no trabalho literário colectivo sobre os campos de refu-giados espanhóis da guerra civil, na África do Norte, então francesa “Sables d’exi” – Areias de exílio).

Biografia

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MARK’IT PUBLICIDADE & EXPOSIÇÃO DE MARKETING

A TwoRedPens apresenta orgulhosamente a Exposição de Mark’It de 15 a 16 de Agosto de 2012. A iniciativa vai-se realizar no estádio de Mbombela. Esta será a primeira exposição de publicidade e marketing pela Lowveld business para Lowveld business.

A região de Lowveld de Mpumalanga tem vindo a registar um enorme crescimento económico nas últimas duas décadas. Os Negócios na nossa área cresceram e diversificaram-se e agora as indústrias podem apoiá-los. Mais do que nunca, tornou-se crucial para os negócios publicita-rem, posicionarem-se e diferenciarem-se nesta plataforma de negócios competitivos com as estratégias efectivas de marketing.

A Publicidade e marketing na Lowveld já não precisam de uma experiência intimidativa, morosa ou dispendiosa. Os investidores também já não precisam de visitar as regiões vizinhas para en-contrar especialistas em Publicidade e Marketing. A TwoRedPens, um negócio de marketing e publicidade em Nelspruit, acredita que existe uma pletora de publicidade e soluções de marke-ting na Lowveld disponíveis para todos os negócios dentro da Lowveld, grandes ou pequenos.

A Mark’It fará ofertas de publicidade e marketing mais acessíveis sejam para o negócio local juntando estas indústrias locais sob o mesmo tecto, durante dois dias. A entrada será livre com a apresentação de cartões de visitas, no registo de entrada. Venha conhecer os líderes das indús-trias da publicidade e de Marketing da Lowveld, da publicidade do pequeno sector do mercado para os maiores e mais fortes.

Mark’It dá as oportunidades às indústrias de publicidade e marketing para se apresentarem pro-fissionalmente, e pessoalmente, para os proprietários de negócios e gestores de marketing na grande região da Lowveld. Acreditamos que este tipo de plataforma de marketing, que verá os expositores a apertarem as mãos dos potenciais clientes, (frente a frente), é um importante acréscimo para outras maneiras de alcançar o grupo alvo de audiência na Lowveld.

Os expositores da Mark’it a expor os seu produtos & serviços serão destas categorias:

• Órgãos de publicidade / Meios publicitários• Brindes Promocionais / Corporativos• Desenhadores Gráficos• Consultores de Marketing• Publicidade Exterior “Outdoor Advertising”• Alojamento de páginas web-designers• Tipografia / serigrafia • Planeadores de Eventos• Ponto de Venda - material de publicidade• Retalho & Exibição• Sociedades Industriais

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Capital Magazine · JULHO 2013 67

PANORAMA

TExTAntoine Blanca

un Africa:A shared failure

Since its founding, shortly after the World War II, the UN has shown a great African ambition. This is not because the continent was able to par-ticipate in the San Francisco’s

debates (which hosted the General Constitutive Assembly: the liberation from colonialism was still in gesta-tion). But the new organization which was thought to be universal was forced to realize the almost complete absence of one of its worlds: Africa

and the Africans.If the mandate of the Secretary-General, Trygve Lie (Norwegian) was filled in by the installation of the administrative offices in New-York and troubled by the cold war (Trygve Lie ended up resigning), the Dag Hammarskjold’s mandate would be that of decolonization. Soon, as well, it would be Africa’s mandate.The terrible tragedy of the former Belgian Congo carries within itself all the deadly diseases that have affected and continue to affect the continent: ruthless struggle

antoine Blanca

BORn in 1936, Antoine Blanca attends the primary and secondary education in Algeria. He was a student at the universities of Toulouse, Algiers and

of the great powers to control the wealth of the soil and sub-soil without regard to the sovereignty of each State , ethnic or religious wars that resulted in the weake-ning of the authority and independence of the inexperienced governments, atta-cks on the territorial integrity of the new nations ... Dag Hammarskjold was the solely responsible for the Organization to tackle these devastating pests head on. Note that, it was in a Cold War context.Westerners and Soviets attacked the Secretary General. Incidentally, just like all the new Non-Aligned Movement. The Swede lost his life in this battle (a plane “accident” never properly explained, on the night of 17 to 18 September 1961). After the incident, the General Secreta-riat only advances with notable care. Its operations only work out when the “Gre-at” powers give it the green light. That was the case of Namibia’s independence following the fall of the Berlin Wall, the end of “civil wars” (?) in Angola and Mozambique coinciding, more or less, with the end of “Apartheid”, the fragile resolution of the Sudanese issue ... All the other major problems still do not have a solution: we keep asking ourselves who is the real responsible for Kivu and when will the referendum to decide the future of Western Sahara be held.However, the UN system focuses its activities on the specialized agencies (FAO, WFP, UNICEF, UNEP, WHO, UNESCO ...) and the African States send the heads of mission and ambassadors to New York with no interest and real motivation. This is a confession of policy failure from both the UN and the African states.c

Sorbonne (faculty of humanities), where he began his career as a teacher.

He was a journalist for a few years (edito-rial Director of the “Communes and Re-gions of France” magazine) and in 1981 he becomes Ambassador at large for the Latin America Countries and the Caribbean. Soon after that he was appointed French Ambassador in Argentina (1984-1988).In January 1989, the UN Secretary General (Javier Pérez de Cuéllar) appoints him as the number 2 of the Organization (Director General for Development and International Economic Cooperation).This high position was then eliminated by Boutros Boutros Ghali and Antoine Blanca returns to Quai d’Orsay in Paris.Then, he was appointed as French Ambas-sador in Washington, along with the Orga-nization of American States (OAS), and his diplomatic career comes to an end after becoming Ambassador in Peru. He has published Salvador Allende’s biography and a book on the life of his father: Itineraries of a Spanish republican.More recently, he has collaborated on a collective literary work on the Spanish refu-gee camps of the Civil War, in North Africa, then French (Sables d’exil - Sands of exile).

Biography

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68 JULHO 2013 · Capital Magazine

Mozmédia:Tel. 21303188 | Fax.21303189

Av. Mao Tsé Tung Nr. 1245Maputo-Moçambique

A informação que gera conhecimento

The information that leads to knowledge

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ESTILOS DE VIDA

Capital Magazine · JULHO 2013 69

Mia vencePrémio Camões

O escritor moçambicano Mia Couto foi distinguido com o maior galardão literário em Língua Portuguesa. Mia sagra-se assim o vencedor da 25.ª edição do Prémio Camões, que distingue, anual-

mente, um autor da literatura portuguesa.O júri integrou os escritores José Eduardo Agualusa e João Paulo Borges Coelho, o jornalista José Carlos Vasconcelos, a catedrática Clara Crabbé Rocha, o crítico Alcir Pécora e o embaixador e membro da Academia Brasileira de Letras Alberto da Costa e Silva.A reunião decorreu no Palácio Gustavo Capanema, sede do Centro Internacional do Livro, na Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.José Carlos Vasconcelos referiu a propósito que foi «ponderado tudo o que significa [a obra de Mia Couto] nas literaturas de Língua Portuguesa e na de Moçambique». «Ao longo de 30 anos de publicação, ele construiu uma vasta obra ficcional carac-terizada pela inovação estilística e profunda humanidade, o que tem sabido renovar na sua produção», acrescentou o jurado na sua apreciação.A obra de Mia Couto, foi inicialmente muito valorizada pela criação e inovação verbal, mas tem tido uma cada vez maior solidez na estrutura narrativa e capacidade de transportar para a escrita a oralidade. Aliás, considera-se que a obra de Mia Couto con-seguiu «passar do local para o global».O Prémio Camões foi criado, no ano de 1988, por Portugal e pelo Brasil com o intuito de distinguir um autor de língua por-tuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriqueci-mento do património literário e cultural da língua comum.Em 2012, a distinção foi atribuída ao

escritor brasileiro Dalton Trevisan e no ano anterior ao escritor português Manuel António Pina.Ferreira Gullar (2010), Arménio Vieira (2009), António Lobo Antunes (2007), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Pepetela (1997), José Saramago (1995) e Jorge Amado (1994) também já foram distinguidos com o Prémio Camões, que, na sua primeira edição, reconheceu a obra de Miguel Torga. O prémio atribuído este ano a Mia Couto vem assim pontuar a comemoração dos seus 30 anos de vida literária.

BIOGRAFIAMia Couto nasceu na Beira, Moçambique, em 1955. Foi jornalista e professor e é actualmente biólogo e escritor. As suas obras estão traduzidas em mais de 20 línguas. Entre outros prémios e distinções (de que se destaca a nomeação, por um júri criado para o efeito pela Feira Internacional do Livro do Zimbábwè, de Terra Sonâmbula como um dos 12 melhores livros africanos do século XX). Venceu a primeira edição do Prémio José Craveirinha, o maior Galardão da Literatura moçambicana. Foi galardoado, pelo conjun-to da sua vasta obra, com o Prémio Vergílio Ferreira 1999 e com o Prémio União Latina de Literaturas Românicas 2007. Ainda em 2007 foi distinguido com o Prémio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura pelo seu romance O Outro Pé da Sereia.O seu livro Jesusalém foi considerado um dos 20 livros de ficção mais importantes da rentrée literária francesa por um júri da estação radiofónica France Culture e da re-vista Télérama. Foi igualmente galardoado, em 2011, com o Prémio Eduardo Lourenço, pela sua contribuição para o desenvolvi-mento da Língua Portuguesa.c

Mozmédia:Tel. 21303188 | Fax.21303189

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A informação que gera conhecimento

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70 JULHO 2013 · Capital Magazine

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Capital Magazine · JULHO 2013 71

The Mozambican writer, Mia Couto, was awarded the highest literary award in Portuguese Language. Mia thus becomes the winner of the 25th Edition of Camões Prize, which annually distinguishes an author of

the Portuguese literature.The jury was composed of writers such as José Eduardo Agualusa and João Paulo Borges Coelho, the journalist José Carlos Vasconcelos, the professor Clara Crabbé Rocha, the critic Alcir Pécora and the Am-bassador and member of the Brazilian Academy of Humanities, Alberto da Costa e Silva.

The meeting took place at the Gustavo Capanema Palace, at the headquarters of the Book International Centre, at the Na-tional Library Foundation of Rio de Janeiro.José Carlos Vasconcelos stated on the occasion that “everything was examined with regard to the value of [the work of Mia Couto] in the Portuguese and Mozambican literature.”“Over 30 years of publication, he has built a vast fictional work characterized by stylistic innovation and deep humanity, which he has been able to renew in his production,” added the jury in its assessment.Mia Couto´s work was initially highly val-ued by the creation and verbal innovation, but it has had a growing soundness in the narrative structure and in the capacity to carry the oral communication to the writ-ten work. Incidentally, Mia Couto´s work is regarded as having “moved from the local to the glob-al level.”

The Camões Prize was created in 1988 both by Portugal and Brazil in order to dis-tinguish one Portuguese speaking author who, by the intrinsic value of his work, has contributed to the enrichment of the liter-ary and cultural heritage of the common language.In 2012, the prize was awarded to the Brazilian writer, Dalton Trevisan and in the previous year it was awarded to the Portu-guese writer, Manuel Antonio Pina.Ferreira Gullar (2010), Armenio Vieira (2009), Antonio Lobo Antunes (2007), So-phia de Mello Breyner Andresen (1999), Pepetela (1997), José Saramago (1995) and Jorge Amado (1994) have also been awarded the Camões Prize, which in its first edition recognized Miguel Torga´s work.The prize awarded to Mia Couto this year has come to mark the celebration of his 30 years of literary life.

BIOGRAPHyMia Couto was born in Beira, Mozambique, in 1955. He was a journalist and teacher and currently he is a biologist and writer. His works have been translated into over 20 languages. Among other awards and distinctions (the nomination by a jury to the effect created by the International Book Fair from Zimbabwe, Sleepwalking Land as one of the 12 best African books of the twentieth century stands out).He has also won the first edition of José Craveirinha Prize, the largest Mozambican Literature Award. Furthermore, he was awarded, by the whole of his vast work, the 1999 Virgilio Ferreira Prize and the 2007 Latin Union Prize of Romance Lit-erature. In 2007, he was also awarded the Passo Fundo Zaffari & Bourbon Literature Prize for his novel The Other Mermaid´s Foot.His book, Jesusalém, was considered as one of the most important 20 fiction books of the French literary rentrée by a jury formed by a French radio station, France Culture, and the Télérama maga-zine. In 2011 he was also awarded the Eduardo Lourenço Prize for his contribu-tion to the development of the Portu-guese Language.c

LIFE STYLE

Mia wins Camões Prize

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Environment SUSTAINABLE DEVELOPMENT

MoçambiqueO governo está preocupado com a sonegação dos reais volumes de cubagem da ma-deira a ser exportada, bem como a tendência de muitos operadores em exportarem madeira em torro.

Os Governos de Moçambique e da China apelaram às empresas Chinesas que operam no exterior, particularmente em Moçambique, para

cumprirem com a legislação florestal vigente, a fim de garantir uma gestão sustentável dos recursos florestais no país. Os dois governos manifestaram esta posição durante uma capacitação sobre as Normas para Gestão Sustentável para as empresas Chinesas que operam em Moçambique, promovido por Moçambique e China, com o apoio

técnico do WWF.A capacitação, que teve lugar nos dias 30 e 31 de Maio na cidade de Pemba, tinha como alvo as empresas Chinesas que operam em Moçambique na área florestal, e visava, dentre outros, dotá-las de uma melhor compreensão sobre o contexto legal, institucional, social e cultural onde as empresas madeireiras Chinesas operam em Moçambique assim como as directrizes legais existentes na China, visando o maneio sustentável de florestas.Os dois dias de treinamento,

resultado da colaboração entre Administração Florestal Estatal (SFA) da China e a Direcção Nacional de Terras e Florestas (DNTF) do Ministério da Agricultura de Moçambique, juntaram mais de 50 participantes, a maioria representantes de empresas Chinesas envolvidas na exploração e gestão florestal e comércio de madeira, vindos das 8 províncias mais importantes no que diz respeito à produção e comercialização de madeireira em Moçambique. Um balanço preliminar indica que estavam representadas no curso

Empresas Chinesas que operam em Moçambique deverão cumprir com a legislação local para gestão sustentável de recursos florestais

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Com o apoio do WWFA informação, imagens e opiniões emitidas nesta página não reflectem necessariamente o ponto de vista do WWF Mozambique Country Office.

cerca de 35 empresas madeireiras.Falando na cerimónia de abertura, o Governador da província de Cabo Delgado, Eliseu Machava, disse que o treinamento deverá contribuir para o aprofundamento do conhecimento sobre o sector florestal em Moçambique, o que irá garantir que as florestas Moçambicanas sejam geridas de forma sustentável e os dois países tenham uma cooperação saudável neste sector.“O governo está preocupado com a sonegação dos reais volumes de cubagem da madeira a ser exportada, bem como a tendência de muitos operadores em exportarem madeira em torro. Com este curso, o governo espera que muitas destas questões sejam discutidas de forma aberta entre as duas partes. Espera-se também que o encontro contribua para a redução da maioria das práticas nocivas às florestas”, afirmou o Governador. Falando durante o evento, os participantes apresentaram várias inquietações, dependendo do local de origem de cada um, sendo que os aspectos comuns apresentados têm a ver com a fraca capacidade de absorção do mercado Moçambicano, o que faz com que as empresas estejam limitadas em produzir certo tipo de produtos, e as dificuldades de interpretação da legislação florestal Moçambicana por alguns operadores.Respondendo a estas e outras questões apresentadas, o Director Nacional de Terras e Florestas (DNTF) de Moçambique, Simão Pedro, enfatizou na necessidade de as empresas Chinesas que operam em Moçambique investirem no processamento secundário da madeira localmente, como forma de dar valor acrescentado ao produto, ao mesmo tempo que irão contribuir para criação de mais postos de trabalho. O governante também

pediu às empresas participantes que cumprissem integralmente com a legislação Moçambicana vigente no sector de florestas.Por seu lado, o Director do Departamento de Planeamento de Desenvolvimento e Gestão Financeira da Administração Florestal Estatal (SFA) da China, Dr. Fu Jianquan, disse que é importante aumentar o investimento Chinês em Moçambique, e, tendo neste momento muitas empresas Chinesas a operar em Moçambique, é muito importante que estas cumpram com as normas e legislação vigente no país, como forma de consolidar estes investimentos e parceria.“As nossas empresas devem agir de acordo com a legislação local, e o nosso governo sempre tem vindo a trabalhar neste sentido. As empresas Chinesas deverão trabalhar em estreita colaboração com o Governo Moçambicano, para garantir uma gestão sustentável dos recursos florestais”, acrescentou Dr. Jianquan.Em Julho de 2011, uma delegação da Direcção Nacional de Terras e Florestas do Ministério da Agricultura de Moçambique, visitou a China e manteve encontros com o Embaixador de Moçambique na China e com representantes Seniores da SFA, liderados pelo seu Director Geral-Adjunto, o Sr. Su Ming. Durante estes encontros foram identificadas potenciais áreas de cooperação entre a DNTF e a SFA, tendo as duas instituições concordado em se assinar um Memorandum de Entendimento para a cooperação no sector florestal.Algumas das áreas prioritárias identificadas para cooperação foram o fortalecimento da Legislação, o fortalecimento da capacidade técnica e financeira das empresas Chinesas com concessões florestais em Moçambique, de modo que possam implementar os planos de maneio de forma efectiva,

a promoção de parcerias entre empresas Moçambicanas e Chinesas para a implementação de planos de maneio, a facilitação da transição dos operadores com licenças simples para concessionários florestais, a tradução e disseminação da legislação florestal nos dois países, o promoção de reflorestamento com o envolvimento das comunidades locais e o sector privado, a criação e partilha de bases de dados sobre o corte e comércio ilegal de madeira, informação sobre os mercados e o melhoramento da indústria de processamento de madeira, para garantir que a madeira tenha um valor acrescentado em Moçambique antes da sua exportação.Falando nas vésperas do treinamento, o Coordenador do Programa de Florestas do WWF em Moçambique, Rito Mabunda, afirmou que apenas com boa cooperação entre Moçambique e China poderá conduzir futuro mais sustentável para as florestas em Moçambique visto que a exploração florestal em Moçambique decorre em volta de investimentos de operadores chineses.“O facto de 20% das concessões florestais serem detidas por cidadãos chineses e cerca de uma centena de empresas chinesas estarem envolvidas na compra e exportação de madeira em Moçambique, mostra o quão importante é trabalhar com empresas chinesas se pretendermos influenciar as práticas de exploração, transporte e exportação de madeira no país”, disse MabundaRecorde-se que em Moçambique existe a percepção de que são as Empresas Chineses que trabalham no sector florestal as mais implicadas no comercio ilegal da madeira. O WWF, atravês dos seus escritórios em Moçambique, China e Tanzânia tem vindo a facilitar a cooperação entre as duas instituições Governamentais da China e Moçambique.c

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