View
221
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Revista do Sistema Fecomércio MS, produzida pela Infinito Comunicação Empresarial.
Citation preview
Nosso ambientePodar ou extrair árvore sem autorização configura crime ambiental. Saiba mais.
Tecnologia & Inovação Agilidade e mais espaço
no arquivo digital de documentos empresariais.
P U B L I C A Ç Ã O D O S I S T E M A F E C O M É R C I O M A T O G R O S S O D O S U L | A N O 2 | E D I Ç Ã O N º 1 4 | J U L H O / A G O S T O 2 0 1 3
Gestão & Finanças: A arte de separar o jurídico do pessoal
Campo Grande: Cidade para quem quer
fazer e acontecer
EDISON FERREIRA DE ARAÚJOPresidente do Sistema Fecomércio
de Mato Grosso do Sul
Ninguém duvida que este ano de 2013 está sendo diferente dos últ imos. Acompanhamos o povo brasi leiro se organizando, independentemente da classe social, econômica e da vocação política. Impossível ficarmos imunes ao clamor da massa. Há muito que batalhamos por um País mais honesto, mais atento às necessidades básica da população. Temos urgência em vários setores e sabemos que poder público e privado precisam unificar suas ações para a conquista de um ponto de equilíbrio e atender às demandas de quem quer saúde, educação, alimento, trabalho. Sem barganhas, sem que o interesse individual sobressaia ao interesse coletivo.
O Sistema Fecomércio MS preza pela sua missão. Federação do Comércio, SESC, SENAC e Instituto de Pesquisa Fecomércio têm projetos e ações que ajudam a gerar renda, a melhorar a qualidade de vida pessoal, coletiva e também na empresa. Oferecemos qualificação profissional, educamos para o trabalho, sempre atentos ao que o mercado exige. Um mercado formado por pessoas, pelo povo brasileiro.
De olho na vocação turística do Estado, queremos oferecer qualificação na área de hotelaria e turismo, por exemplo. A Escola de Gastronomia do Senac MS, em Campo Grande, poderá capacitar gratuitamente cerca de mil pessoas por ano. Esse projeto está orçado, aprovado mas ainda não saiu do papel por falta da liberação para a compra de um terreno de apenas 63 metros. Queremos comprar para oferecer este presente para a Capital que completará 114 anos em agosto. Uma cidade que mostra sua pujança econômica formada por moradores que querem criar raízes e também frutificar.
Nas páginas desta edição, conversamos com profissionais que apostam no futuro desta cidade. Um município que precisa se organizar para trazer mais espaços para eventos, elaborar mais parcerias público-privada a fim de que possamos agir no coletivo.
E outras reportagens trazem dicas e sugestões que podem otimizar o trabalho e a carreira. Vale a pena aproveitar a leitura.
Palavra do Presidente
Carreira & Mercado A secretária é o primeiro contato com o cliente e, por isso, precisa estar alinhada aos valores da empresa e desenvolver habilidades de comunicação e organização.
Nosso Ambiente & Cidadania Para evitar multas pesadas, todo cuidado é pouco na poda e remoção de árvores. O primeiro passo é consultar o órgão ambiental do município.
Economia MS
Campo Grande mostra sua pujança e alia o desenvolvimento à qualidade de vida.
Capa06
P U B L I C A Ç Ã O D O S I S T E M A F E C O M É R C I O M A T O G R O S S O D O S U L | A N O 2 | E D I Ç Ã O N º 1 4 | J U L H O / A G O S T O 2 0 1 3
O crescimento da cidade pede estrutura, mas faltam espaços para eventos.
Comércio & Serviços 10Seu imóvel foi tombado ou está na área de interesse histórico? Saiba como fazer disso um aliado.
Legislação12
30.Estratégia Coletivas, parceladas ou corridas, as férias são essenciais para que o colaborador renove as energias e volte ainda mais pró-ativo à empresa.
20.
24.
32.
34.
Sumário
Ponto de Vista Às vésperas de completar dois anos de funcionamento, o Shopping Norte Sul Plaza registra índices de crescimento de vendas que impressionam, revela Marne Prates.
04 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
Empresário do mês A entrevista é com Daniel Amado Felicio. O empresário se mostra incansável na busca contínua pela profissionalização do setor.
Entrevista A partir de agosto de 2014 começam a valer as metas e acordos setoriais da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Quem explica mais é o especialista no assunto, João Vieira.
SESC MS SESC Empresa alia eficácia no ambiente de trabalho ao bem-estar dos colaboradores e oferece programação com hábitos saudáveis.
Arquivos digitais são cada vez mais usados para proteger documentos e economizar espaço nas empresas.
Tecnologia & Inovação14Na organização financeira uma tônica é indispensável: manter as finanças pessoais longe do caixa da empresa.
18
Sindical Na prevenção de acidentes, observar as notas regulamentadoras do Ministério do Trabalho é fundamental, uma tarefa que conta com as CIPAs como importantes aliadas.
Cidades Ivinhema tem pouco menos de meio século e foi a entrada de novos projetos que garantiram o desenvolvimento da cidade.
SENAC MS A modalidade EAD, Ensino a Distância, fica mais ágil e mais aderente às necessidades dos estudantes.
38.
42.
46.
50.
54.
Gestão & Finanças
PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO MSEdison Ferreira de Araújo
DIRETORIA
1° VICE-PRESIDENTEDenire Carvalho
2° VICE-PRESIDENTEJosé Alcides dos Santos
1° SECRETÁRIOHilário Pistori
2° SECRETÁRIORicardo Massaharu Kuninari
1° TESOUREIROSebastião José da Silva
2° TESOUREIRORoberto Rech
SUPLENTES DA DIRETORIAValdir Jair da Silva; Carlos Roberto Bellin;
Benjamin Chaia; Álvaro José Fialho; Cláudio Barros Lopes
SINDICATOS REPRESENTADOS PELA FECOMÉRCIO/MS
Sindicato Comércio Varejista Produtos Farmaceuticos Est MS / Sind do Com
Atacadista e Varejista de Dourados MS / Sindicato do Com Varejista de Gen Aliment de Campo Grande / Sindicato do Com Varejista
de Materiais de Construção de Campo Grande MS / Sindicato do Comércio Varejista de
Navirai MS / Sindicato do Comércio Varejista de Paranaiba MS / Sindicato do Comércio Varejista de Ponta Pora MS / Sindicato dos
Centros de Formação de Condutores de Mto Grosso do Sul / Sindicato dos Despachantes do Estado de Mato Grosso do Sul / Sindicato
dos Empregadores no Comércio de Nova Andradina MS / Sindicato dos Representante Comerciais do Estado de Mato Grosso do Sul
/ Sindicato dos Proprietários de Salões de Barbearia e Cabeleireiro Institutos de Beleza e
Similares de MS / Sind Revendedores Veiculos Aut de Campo Grande MS / Sindicato do Comércio Varejista de
Aquidauana / Sindicato do Comércio Varejista de Campo Grande / Sindicato do Comércio
Varejista de Corumbá / Sindicato do Comércio Varejista de Três Lagoas / Sindicato dos Comerciantes de Aparecida do Taboado
SUPERINTENDENTE DA FECOMÉRCIO/MSReginaldo Henrique Soares Lima
DIRETOR SUPERINTENDENTE IPFThales de Souza Campos
DIRETOR REGIONAL DO SENAC/MSVitor Mello
DIRETORA REGIONAL DO SESC/MSRegina Ferro
COORDENADORA DE COMUNICAÇÃONúbia Cunha
EDIÇÃO: Infinito Comunicação Empresarial [email protected]: Infinito Comunicação Empresarial
EDITORA-CHEFE: Neusa Pavão – MTB/MS 035
REPORTAGEM: Neusa Pavão MTB/MS 035,Fernanda Mathias MTB/MS 041, Vera Halfen MTB/RS 8291, Michele Abreu MTB/MS 1142, Marineiva Rodrigues MTB/MS 114 e Willian Franco MTB/SP 0059397
REVISÃO: Vanderlei Verdolin
PUBLICIDADE: Cândido da Costa Silva
FOTOS: Mário Bueno MTB/MS 166
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Futura e EI • Elaboração de Ideias
COMERCIALIZAÇÃO: Departamento de Relações com o Mercado – FECOMÉRCIO MS
GESTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Ionise Catarina Piazzi Tavares
CONSULTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Thais [email protected]
Rua Almirante Barroso, 52, Bairro AmambaíCEP: 79008-300 - Campo Grande/MSFone: (67) 3321-6292 / Fax: (67) 3321-6310
Fecomércio MS Conheça um pouco mais sobre a lei que disciplina a coleta e tem normas para o destino e tratamento de resíduos urbanos.
Terra de oportunidades e realizações
Capa
Campo Grande alcançou o status de uma capital jovem, interiorana, mas aberta ao novo, ao desenvolvimento. Com população diversifica-da, tem uma identidade diferente, resultado da somatória de quem a constrói há 114 anos.
Raio XCom base nos dados da Estimativa Populacional 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
Campo Grande já passou dos 800 mil habitantes (805.397) e é o terceiro município mais populoso da Região Centro-
Oeste. Segundo o último Censo do IBGE, do ano de 2010, Campo Grande tinha 786.797 mil habitantes, desses 381.333
homens e 405.464 mulheres, o que corresponde a 32% da população de Mato Grosso do Sul. A taxa de urbanização era
de 98,7%, maior índice do Estado. A cidade tem população jovem, com maior parte da população entre os 20 e os 29
anos, são 146.865 moradores nessa faixa. Em segundo, estão os que têm entre 30 e 39 anos e que somam 137.861. Maior
polo econômico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande tem Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 13,8 bilhões, o que torna
a cidade a 15ª capital do País e o terceiro maior PIB da Região Centro-Oeste.
Vagner Bertoli chama a atenção para a qualificação da mão de obra, um dos
maiores desafios atuais da cidade. “Trabalhadores capacitados é essencial para que
tudo caminhe bem. A falta de qualificação precisa ser resolvida. Sem esse aporte não
acontece a segunda etapa, que é o crescimento”.
>> Empreendedorismo
Com 65 anos de história com Campo Grande, a família Buainain é um exemplo de
quem acreditou na Capital, na época pertencente ao Estado de Mato Grosso. A marca
São Bento se consolidou no setor de medicamentos. “A empresa decidiu investir no
município porque sempre reconheceu o potencial para crescer e se transformar em
referência no País”, conta o diretor de Vendas e Marketing da Rede de Drogarias São
Bento, Luiz Fernando Buainain.
A Rede São Bento pode ser considerada visionária, um radar de por onde a cidade
irá crescer mais. São 53 lojas só na Capital, localizadas em regiões estratégicas. Para
detectar esses pontos com grandes chances de expansão física e economicamente, o
diretor explica que há, na empresa, um departamento destinado à expansão de lojas,
cujos profissionais fazem o mapeamento das regiões visando à abertura de novas
drogarias. A família pretende continuar investindo na Capital que, segundo Luiz
Buainain, tem um mercado potencialmente rico e com crescimento no consumo. “O
desenvolvimento urbano e socioeconômico alcançado pela cidade nos últimos anos é
notório e não deve sofrer desaceleração”.
O presidente da Fecomércio MS, Edison Araújo concorda com o empresário. O
comércio varejista continua sendo o sustentáculo da economia local e estadual,
contribuindo com mais de 60% da arrecadação de ICMS e com mais de 70% da
geração de emprego e renda. “A Capital de Mato Grosso do Sul é um bom destino para
investimentos e o empresário que aqui aportar e trouxer um projeto bem estruturado,
não vai se decepcionar”.
SOMOS SOLO FÉRTIL PARA O DESENVOLVIMENTO, DIZ BERTOLI
‘‘NÃO SOFREREMOS DESACELARAÇÃO’’, APOSTA BUAINAIN
08 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
a quantidade de voos diários é pequena. Então, são vários requisitos que
precisamos cumprir para captar mais eventos”. Enquanto não há um novo
espaço, a estratégia é manejar os eventos entre Campo Grande,
Dourados, Bonito e Corumbá, cidades que também oferecem estruturas
de maior porte. “Em Três Lagoas há apenas centros pequenos e com o
número de indústrias que tem o município poderia atrair muitos eventos,
mas aí recaímos novamente na preocupação com a rede hoteleira porque
hoje já não se acha hotel por lá”, explica a presidente da Fundtur.
>> Força própria
Nilde destaca ainda que, dados da Organização Mundial de Turismo e
da International Congress and Convention Association (ICA) apontam que
80% dos eventos que ocorrem no mundo estão entre pequenos e médios.
E quando os pequenos eventos estão em pauta, os hotéis têm desempe-
nhado um importante papel, com a oferta de auditórios e captação
dessas agendas.
Com fluxo de 300 pessoas por semana, participantes de eventos
realizados nos auditórios próprios, o Novotel de Campo Grande, grupo de
hotéis da rede Acoor, é a unidade no País com mais eventos sociais. São
sete auditórios com tamanhos diferenciados que recebem eventos diariamente como treinamentos, videoconferências, seminários,
encontros, lançamentos de marcas, com clientes que vão de empresas do setor automobilístico à indústria de cosméticos. A captação
é feita com visitações às empresas locais e também com ações da rede, em outros estados, uma forma de garantir ocupação do hotel
mesmo em períodos de baixa temporada. Para se ter uma ideia da procura, em abril deste ano já estavam previstos na agenda do
hotel eventos para março e agosto de 2014. “Temos nossos clientes considerados habitués, que realizam eventos constantes e para os
quais há uma tarifa diferenciada, válida o ano inteiro e também o cartão de fidelidade que permite uma pontuação em todas as
unidades do mundo, com a troca dos bônus por descontos nas tarifas ou resgate de prêmios”, explica Camila Gonzales Alves, chefe de
eventos da unidade Campo Grande.
A ESTRATÉGIA DA REDE DE HOTÉIS É OFERECER AUDITÓRIOS COM CAPACIDADE
DIFERENCIADA
PARA NILDE BRUM, É PRECISO MAIS OFERTA NA REDE HOTELEIRA, MAIS LINHAS AÉREAS E ESPAÇO QUE
UNA SALÃO DE EXPOSIÇÃO COM AUDITÓRIOS
arquivos mais antigos foram resgatados da empresa terceirizada
gestora de documentos e também convertidos em dados digitais. “A
manipulação dos documentos deve ser realizada por equipe
específica para evitar a degradação de contratos, comprovantes e
outros documentos importantes”, ensina Jenifer. Enquanto o arquivo
antigo é armazenado na empresa gestora, o arquivo físico “quente”, ou
seja, aquele utilizado com maior frequência, permanece na empresa.
Com mais de 800 funcionários e uma grande movimentação de
documentos nos departamentos de Recursos Humanos e Pessoal,
criar uma rotina de digitalização é uma tarefa árdua, mas Jenifer
destaca que as vantagens compensam o esforço. “A empresa ganha
em espaço físico, em tempo, na captura mais fácil de informações e na
manutenção da integridade dos documentos físicos, que não são
manipulados durante todo o tempo e por qualquer colaborador, de
maneira indistinta”. Para não perder informação, o departamento de TI
conta com rotinas próprias de backup, considerando os documentos
que são mais acessados, e criando mecanismos de proteção às
informações que são digitalizadas e disponibilizadas para consulta
dentro da rede interna.
>> Filão
Na esteira das necessidades, crescem os filões. E o serviço de
armazenamento e digitalização de documentos não escapa à regra.
Há três anos no mercado sul-mato-grossense a Arquivar, que atua em
17 estados brasileiros, além do Distrito Federal, gerencia hoje em
Mato Grosso do Sul mais de 560 milhões de documentos de 40
empresas e suas filiais, registrando crescimento anual de 30% a 40%
na demanda por serviços. “A principal vantagem da digitalização é o
acesso rápido e imediato à documentação, sem a necessidade do
deslocamento do usuário até um arquivo específico, gerando
aumento de produtividade laboral e garantindo a segurança e a
rastreabilidade do documento físico”, explica o diretor executivo da
Arquivar, Lucas Engel.
Os custos médios variam em função do tipo de serviço contrata-
do, se um sistema de organização mais ou menos aprofundado ou até
mesmo a demanda for apenas pela locação de espaço físico para
guardar os documentos. “O ideal é que a empresa se adapte à
necessidade do cliente, para atendê-lo da melhor maneira possível,
sem que ele esteja pagando por um serviço que não utiliza”, diz Lucas.
Para a guarda mensal, o custo médio varia de R$ 1,50 e R$ 3,00, por
caixa arquivo; de R$ 15,00 a R$ 30,00 para organização, dependendo
da demanda solicitada. A digitalização segue a mesma lógica, com o
custo variando de R$ 0,10 a R$ 0,20.LUCA ANGEL, DA ARQUIVAR:
560 MILHÕES DE DOCUMENTOS SOB CUIDADOS
PARA JENIFER, ECONOMIA DO ESPAÇO FÍSICO E INTEGRIDADE DOS DOCUMENTOS
SÃO BENEFÍCIOS DA NOVA TECNOLOGIA
15CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
Nosso Ambiente & Cidadania
Poda legalSe a árvore em frente ao seu comércio oferece risco de queda, procure o quanto antes o órgão ambiental do município.
Em um Estado que tem entre seus pontos altos a farta presença de
árvores nas ruas das cidades, manejar este recurso natural depende
de regras rigorosas. Principalmente quando o fiscal é a própria população
que atenta está para denunciar qualquer excesso. Para fazer a poda,
mesmo que seja ornamental, é necessária autorização das prefeituras.
Extrações, só em casos extremos. Por isso é importante procurar o órgão
ambiental do município assim que perceber risco de queda e se
resguardar.
PESQUISA DO IBGE AFIRMA QUE A CAPITAL É A MAIS ARBORIZADA DO PAÍS; DE CADA 100 CASAS, 96 TÊM, NO MÍNIMO, UMA ÁRVORE
NA PRINCIPAL AVENIDA DA CAPITAL, ESTA ÁRVORE SE ESCORA E BRIGA PARA CONTINUAR A OFERECER SOMBRA FARTA
RODRIGO: MULTA PARA PODAS E EXTRAÇÕES SEM
COMUNICAR O PODER PÚBLICO
“ÁRVORE NÃO TEM FUNÇÃO APENAS PAISAGÍSTICA”, AFIRMA SUBSECRETÁRIA
DE MEIO AMBIENTE
Podar ou extrair uma árvore sem anuência do poder público
configura crime ambiental, conforme previsto pela Lei Federal nº
9.605, de 1998. “A pena prevista é de multa e detenção de três
meses a um ano, além da multa administrativa da prefeitura”, alerta
o delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão a
Crimes Ambientais e Proteção ao Turista (Decat), Rodrigo Yassaka.
Em Campo Grande, a prefeitura recebe de 100 a 120 pedidos
de autorização para poda e retirada de árvores todos os meses. Os
pedidos são protocolados na Central de Atendimento ao Cidadão
e avaliados pelo Departamento de Fiscalização Ambiental e de
Postura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Urbano (Semadur), que autoriza ou não. Quem
faz poda ou remoção sem autorização fica sujeito às sanções
previstas pela Lei Municipal 184, de setembro de 2011, que dispõe
sobre o Plano Diretor de Arborização Urbana no Município de
Campo Grande. A multa é salgada, varia de R$ 300 a R$ 1,2 mil.
>> Interior
O procedimento é semelhante nos demais municípios do
Estado. A engenheira agrônoma Cornélia Cristina Nagel, subsecre-
tária de Meio Ambiente de Nova Andradina, explica que, após o
pedido ser protocolado, é feita uma vistoria e o cidadão é
orientado sobre como fazer corretamente a poda ou remoção. “A
orientação é fundamental porque se não podar corretamente
pode causar a morte da planta”, explica a engenheira, lembrando
que em locais onde há fiação elétrica é orientado sempre que se
procure a empresa de energia para que a poda seja feita com
segurança.
As extrações somente são autorizadas em casos extremos, em
que não há uma solução para amenizar os riscos ou danos
causados pela planta. “A árvore não tem somente a função
paisagística e, sim, a de proporcionar conforto térmico, sombra
para quem transita pelas ruas, às residências e comércios do
entorno e vários outros benefícios como quebrar o vento, reduzir a
poeira e ruídos”, explica Cornélia. A prefeitura também estimula a
arborização, doando mudas e informando a população sobre os
locais adequados para o plantio de cada espécie.
AR
QU
IVO
PE
SS
OA
L
21CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
>> Valor agregado
Da ornamentação ao conforto térmico, a arborização é cada vez mais associada à qualidade de vida. E com esse mote a
Vanguard Home incorporou palmeiras cinquentenárias a um de seus empreendimentos na Capital agregando charme e valor ao
prédio, que levou o nome Garden das Palmeiras. O local antes era uma chácara e, quando a empresa comprou, o dono pediu que
as palmeiras fossem preservadas, pois eram especiais para ele e tinham mais de 50 anos. Agregadas ao projeto, as plantas atraem
pássaros e agradam aos moradores. Algumas foram inclusive replantadas em uma área que foi nomeada “Bosque São Francisco”,
onde cerca de 2 mil mudas características do cerrado foram plantadas por moradores, funcionários e clientes em setembro de
2011.
NESTE PRÉDIO, AS PALMEIRAS DO ANTIGO PROPRIETÁRIO DO TERRENO FORAM
INCORPORADAS AO EMPREENDIMENTO
MA
RC
OS
VO
LLK
OP
F
>> Perdas e danos
Para a comerciante Geruza de Araújo Nunes, proprietária
da Prestígio Sorvete de Campo Grande, três quedas seguidas
de árvores, em maio do ano passado, representaram prejuízo
de R$ 3 mil só em consertos, sem contar com os dias de
comércio parados nem o risco de a árvore ter atingido
alguém durante a queda. “Perdemos a venda da semana do
Dia das Mães, uma das que têm maior movimento no ano”,
lamenta.
Geruza e o esposo, Josedan, chegaram a registrar um
boletim de ocorrência de Preservação de Direito, lembrando
que vários empresários da região já haviam pedido a
remoção das plantas diante do risco de queda, mas desisti-
ram de ingressar com ação pedindo indenização. “Um vizinho
nosso que teve o carro destruído por uma árvore já está há
seis anos na Justiça sem resposta”, justifica a comerciante.
Vendas prejudicadas por causa da queda da árvore e registro de B.O.
AR
QU
IVO
PE
SS
OA
L
22 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
das discussões nas câmaras setoriais e representantes no Conama. Sem a presença das nossas entidades representan-tes maiores nessas discussões, as decisões seriam feitas à revelia do nosso setor e certamente não atenderia nossas necessidades e condições.
C&C – Qual o maior desafio para cumprir as diretrizes do Plano Nacional de Resíduos Sólidos?
João Vieira – O maior desafio para o setor público será implementar os aterros sanitários em todos os municípios brasileiros até 2014. Para o nosso setor será, a exemplo de outros, como os pneus e embalagens de agrotóxicos, estabelecer um processo de logística reversa, que seja operacionalmente possível, em consonância com a indústria e com o poder Público. Mas creio, realmente, que a tendência é haver uma flexibilização nos prazos, porque o que se vê é um grande comprometimento e engajamento de todos na solução deste problema. Mas as metas em termos de datas são um pouco distantes da nossa atual realidade.
Comércio&Cia - O que sugere ser feito para diminuir essa distância?
João Vieira – A sugestão que faço, e não haveria outra, é o investimento na qualificação dos educadores nas escolas, pois somente com cidadãos educados e conscientes, empregados e empregadores, jovens e adultos, poderemos por em prática as ações ne ces sá r ia s p a ra a d i minui ção, reciclagem e destinação correta dos res íduos sól idos. Pouquíss imos municípios depositam os resíduos em aterros controlados isto é, lixões com uma disposição melhorada em células, com cobertura do lixo, sem a presença de catadores mas, ainda, sem a impermeabilização do fundo, captação do chorume e drenagem do gás produzido.
Comércio&Cia – Quais os benefícios operacionais de as empresas implantarem o sistema de coleta seletiva?
João Vieira – É importante que se compreenda que a coleta seletiva é a primeira parte de um processo enorme chamado reciclagem de lixo. A adoção da seleção do próprio lixo pelas empresas facilita em demasia a coleta destinada à reciclagem deste material. Portanto as empresas do setor terciário devem ater-se a esta importan-te etapa que é a segregação do seu lixo, ou resíduo, por tipo, facilitando sua distinção e contribuindo para a logística reversa que nada mais é do que garantirmos que os produtos que nos chegam novos para comercializarmos, encontrem o caminho correto de volta após seu uso para sua reutilização ou reprocessamento.
Comércio&Cia - Quais produtos podem integrar a
logística reversa? Existe um prazo para essa ser colocada em prática?
João Vieira - O Artigo 33 da Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos diz que são agrotóxicos (seus resíduos e embalagens), pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes (seus resíduos e embalagens), lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, produtos eletroeletrônicos e seus componentes. Recentemente outros segmentos foram incluídos, como os medicamen-tos, por exemplo. Com relação aos prazos, existem segmentos que já foram regulamentados através de resoluções do IBAMA e praticam a logística reversa há anos, como as embalagens de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus e etc. Mas os prazos são definidos em função dos avanços das negociações realizadas entre Governo e setor privado nas reuniões visando os acordos setoriais que foram propostos na Lei, e caso não “evoluam para um acordo “ o tema será imposto pelo Governo, através da Legislação.
Comércio&Cia – Hoje várias empresas já adotaram a separa-ção do lixo seco, muitas empirica-mente. Há algum protocolo a ser seguido para otimizar e garantir eficácia neste processo?
João Vieira – O que garante a par t ic ipação no processo de reciclagem de lixo é a disponibiliza-ção e a coordenação eficiente de um programa de coleta seletiva, seja em uma empresa, condomínio,
bairro ou cidade. O cuidado que as empresas que já adotaram a reciclagem de material seco devem ter, assim como de qualquer outro material, é o do escoamento desse material para o mercado de recicladores, sucateiros, etc. Já vi muitos programas bem estruturados de coleta seletiva fracassarem por não planejarem corretamente a sua capacidade de colocação desse material no mercado comprador.
Comércio&Cia – E quanto à reutilização de recursos, quais as possibilidades do uso desse instrumento nas empresas do setor terciário?
João Vieira – O principal setor a lançar mão dessa ferramenta é o de turismo e hotelaria. Apesar de o consumo sustentável ser uma obrigação de todos nós, estes dois setores são os que estão mais diretamente relacionados com a necessidade de combater o desperdício e reutilizar este importante e finito recurso natural que é a água potável. Muitos prédios públicos e privados contam hoje com instalações para captação e reutilização das águas das chuvas para fins de irrigação e lavação das instalações, além de substituição por descargas sanitárias com duas calibragens, dependendo da utilização.
‘‘Já vi muitos programas bem estruturados
fracassarem por não planejarem a sua
capacidade".
26 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
Estratégia
Tempo para recarregar as baterias Planejamento das férias reduz impacto nos processos da empresa e garante produtividade do colaborador.
Instituídas por Lei e previstas pela Constituição Federal, as férias são indispensáveis para que o
colaborador renove suas energias e retorne ainda mais pró-ativo à empresa. Para que não haja
um baque com a saída temporária do funcionário, é preciso planejamento, de preferência em
parceria com o colaborador. O psicólogo Júlio Nelson Cheda explica que, além de garantir o
descanso e redução dos níveis de estresse do colaborador, as férias também trazem resultados
positivos à própria empresa.
"Há pessoas que têm muito medo de tirar férias, principalmente em empresas grandes, porque
acham que vão sair do ambiente de trabalho e, quando voltarem, serão desligadas ou que não
conseguirão pegar o ritmo e que a produtividade vai cair, mas é justamente o contrário. Elas vão
chegar com energias renovadas, prontas para apresentarem projetos e ter uma atitude muito
mais proativa do que teria seguindo a rotina constantemente”.
Mas para isso, lembra o psicólogo, é importante que o trabalhador dedique o tempo livre ao
lazer e descanso e não se envolva em atividades desgastantes como reformas, nem aproveite o
tempo vago para investir em um segundo trabalho.
PARA O PSICÓLOGO JÚLIO CHEDA, ALÉM DE GARANTIR A REDUÇÃO DOS NÍVEIS DE ESTRESSE, AS FÉRIAS TRAZEM BENEFÍCIOS PARA A EMPRESA
Campo Grande e as oportunidades para o mercado varejista
Marne Prates Superintendente
A Capital de Mato Grosso do Sul apresenta um imensurável potencial de crescimento, não só para o setor varejista, mas, para diversos segmentos como construção civil e serviços. Toda a Região Centro-Oeste do País traz esse potencial hoje, como revelou o IBGE em seu último levantamento. É a segunda região brasileira mais bem colocada em PIB per capita (R$ 24.939,12), a frente até do Sul do Brasil (R$ 22.720,89).
Campo Grande é uma cidade que vem se desenvolvendo a passos largos e se apresentando como um ótimo campo de pesquisa para empreendimentos futuros também. Aliás, todo grande negócio de sucesso é resultado de um longo estudo. É preciso conhecer, entender e definir seu público-alvo para levar até ele o melhor que seu empreendimento pode proporcionar.
A vinda de novos grupos e novos empresários dispostos a investir nesse mercado é um reflexo desse potencial ascendente que já vem sendo observado por especialistas há um bom tempo. Com a aproximação de uma população com 1 milhão de habitantes em Campo Grande, o Norte Sul Plaza foi caracterizado desde o início, como um “divisor de águas”, já que durante 20 anos a cidade contava apenas com um empreendimento no segmento de shopping center.
Com esses novos negócios se instalando, juntos, vamos fortalecer esse mercado e abrir as portas para muitos outros. Esse cenário na verdade é um “melhor aproveitamento” da cidade que hoje é maior polo econômico do Estado com investimentos crescentes na indústria e nos setores de comércio e serviços.
Viemos agregar valor a esse mercado e atender a uma outra parcela de Campo Grande que vive e trabalha em uma região extremamente populosa e que há tempos exigia um local onde pudesse encontrar serviços, lazer e um centro de compras. Estamos falando de uma área de influência com mais de 250 mil pessoas. Trouxemos operações inéditas no Estado como Etna, Centauro Sports, Magic Games, Burguer King e Cinépolis, considerada hoje a maior rede de cinemas da América Latina, além de uma praça de alimentação com 25 operações. São quase quatro mil pessoas empregadas diretamente e indiretamente há dois anos.
As estratégias do nosso empreendimento para se destacar ainda mais não têm segredos e podem ser tomadas como modelo por todos. Buscamos sempre nos diferenciar na qualificação, profissionalismo e no melhor atendimento. O que só pode resultar em excelência para o nosso consumidor final que são os nossos clientes. O mercado de shoppings centers hoje no Brasil exige isso cada vez mais e vivencia um dos melhores momentos, seguindo uma tendência mundial.
No Brasil, 2012 foi o ano recorde de inaugurações de shoppings nos últimos 13 anos. Foram 27 aberturas. O que traz uma perspectiva ainda mais otimista para o nosso negócio e nossos concor-rentes. Esses são dados da Abrasce, Associação Brasileira de Shoppings Centers, que também traz outras boas notícias para os investidores desse negócio. Há público para todos! A média nacional é de quase 400 milhões de visitantes mensais, em um segmento que apresentou alta de 11% nas vendas em 2012, faturamento de R$ 119,5 bi e traz expectativa de 12% a mais para este ano.
Às vésperas de seu segundo aniversário, o Norte Sul Plaza alcançou fluxo “fiel” de 600 mil frequentadores por mês. Resultado de uma rápida maturação e crescimento ascendente de 25% em vendas em comparação aos meses anteriores. E assim como Campo Grande, todos esses fatores representam um investimento em potencial para os empresários do varejo e demonstra a consolidação de um mercado de shoppings centers que chega para ficar em Mato Grosso do Sul.
Ponto Vistade
32 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
Empresário do Mês
A busca incessante pela qualidadeProfissionalização é a palavra de ordem para o empresário Daniel Amado Felicio, que há 15 anos vem trabalhando para aprimorar os serviços de sua empresa, a Funcional Prestadora de Serviços Técnicos Ltda, e nos últimos anos também elevar os padrões de qualidade do setor como um todo, com ações desenvolvidas pelo Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Urbana e Ambiental, Coleta de Lixo, Controle de Pragas, Serviços Temporários e Serviços Terceirizados de Natureza Continuada do Estado de Mato Grosso do Sul (SEAC/MS), do qual é presidente. Nas próximas linhas, Daniel conta a trajetória de sua empresa até atingir a condição de referência no mercado de serviços terceirizados. Natural de Campo Grande, Daniel é formado na área de Administração de Empresas pela Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, pós-graduado em Especialização em Administração Financeira e Orçamento pelo INPG/UCDB e atua ainda como diretor regional para o Estado de Mato Grosso do Sul da CEBRASSE (Central Brasileira do Setor de Serviços).
DANIEL: PROFISSIONALIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
COMO DIFERENCIAL
34 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
muitas vezes, o empresário não consegue fazer a composição
adequada e trabalha com um valor inexequível, levando ao
prejuízo. Aí é que tem todo um estudo por trás, porque uma das
características principais da terceirização é, além de otimizar o
processo, a reposição da mão de obra. É preciso ter uma
estatística bem definida e todos os fatores interferem: se o
contratado vai ser homem ou mulher; se a jornada vai ser de
segunda a sábado ou segunda a sexta; acidente; rotatividade;
afastamentos; maternidade. Desenvolvemos um trabalho em
conjunto com especialista da área que se baseou na Fundação
Getúlio Vargas (FGV), com dados do Ministério do Trabalho
daqui.
Outro problema discutido há 20 anos é a regulamentação da
atividade, que está no Congresso Nacional. Esse marco
regulatório vai trazer muita segurança ao setor porque hoje,
com exceção das questões de jurisprudência, o segmento é
pautado no Enunciado nº 331 do Tribunal Superior do Trabalho
(TST).
Comércio & Cia – Quantas empresas a Funcional atende
hoje no Estado, qual a área de atuação e quadro de funcioná-
rios?
Daniel Felicio – Hoje atendemos em torno de 50 a 60
clientes. É focada no setor privado, que representa 80% de nossa
carteira. O pouco que temos de cliente público são órgãos
Federais, como EMBRAPA, IBAMA e INSS, entre outros com
estrutura menor. Nosso foco está na área industrial, atendemos
empresas como a Camargo Corrêa (Intercement), Brasil Foods,
ADM e Votorantim, mas atuamos também no comércio, em
condomínios, supermercados, concessionárias, grupos
privados detentores de concessões públicas, grande empresas
de mídia, além das unidades do SESC no Estado. Hoje a
Funcional tem aproximadamente 400 funcionários em Mato
Grosso do Sul e está expandindo as atividades para o Estado do
Mato Grosso, onde já possui filial.
Comércio & Cia - Qual foi o principal ingrediente para
construir credibilidade no mercado nesta área de atuação?
Daniel Felicio – Eu diria que seriedade, disciplina, dedicação
e boa gestão são fundamentais. Como estamos falando de uma
prestação de serviço de natureza continuada com predominân-
cia de mão de obra, fica claro que as relações de trabalho passam
a ter grande importância nesse relacionamento entre prestador
e contratante, principalmente porque o labor se dá no ambiente
do segundo. Aí existe todo um cuidado para que esse contratan-
te não responda, ainda que subsidiariamente, por uma
demanda trabalhista, pois o nosso papel também é preservá-lo
quanto a estas questões. Na nossa composição de custos temos
provisões como 13º, férias, afastamentos, acidentes, exigindo
acompanhamento efetivo por parte do nosso pessoal adminis-
trativo. Uma empresa que recebe essas antecipações mensal-
mente precisa fazer a boa gestão desses recursos para não se ver
em dificuldade quando chegar o momento de arcar com as
obrigações inerentes a eles. Não se pode simplesmente utilizar
esse dinheiro como capital de giro. Outro fator extremamente
importante e valorizado é a capacitação, o treinamento e o
acompanhamento na execução dos trabalhos.
Comércio & Cia – Quais os cuidados para escalonar a
equipe considerando que os funcionários vão atuar dentro
das empresas?
Daniel Felicio – A gente procura manter uma estrutura que
envolve qualidade e acompanhamento do trabalho. Temos a
coordenação central e o nosso RH que cuida do recrutamento,
36 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
A EMPRESA É FOCADA NO SETOR PRIVADO E ELE REPRESENTA 80% DA
CARTEIRA DE CLIENTES
seleção, capacitação e integração do funcionário ao setor para
conhecer a cultura da empresa em que está entrando. A
supervisão operacional acompanha os contratos constante-
mente, fazendo check list da qualidade dos serviços e atendendo
qualquer eventualidade. Existem supervisores que acompa-
nham os trabalhos in loco, inclusive no interior do Estado. Aliás,
uma grande dificuldade do mercado é achar supervisor pronto
no mercado. Temos uma parceria com a Abralimp, através da
Universidade Abralimp que forma essa mão de obra gerencial
de coordenação e supervisão. Às vezes um instrutor vem para cá
ou mandamos alguém para São Paulo para passar por um
período de maturação. O treinamento e capacitação do pessoal
operacional ficarão a cargo da parceria com o Instituto Profac,
vinculado ao Sindicato, onde toda a metodologia será desenvol-
vida por um consultor de São Paulo especializado na área de
asseio e conservação.
C&C – Por falar no Sindicato de Empresas de Asseio e
Conservação, quais as ações da entidade programadas para
2013?
Daniel Felicio – Uma já se consolidou. O Sindicato conquis-
tou a representação da limpeza urbana e coleta de resíduos em
Mato Grosso do Sul e, este ano todas as empresas do Estado que
atuam na coleta de lixo, limpeza urbana e varreção passam a ser
abrangidas pelo SEAC/MS. Antes existia um sindicato nacional
que foi extinto, estávamos sem representante patronal, vamos
representar as empresas conduzindo as negociações trabalhis-
tas. Para isso houve todo um procedimento, com assembleia
interna, alteração do estatuto da entidade, registro em cartório e
trâmite no Ministério do Trabalho (em fase de conclusão).
Também consolidamos a certidão de regularidade que
contribuiu para a moralização do mercado. A certidão é assinada
em conjunto entre sindicato laboral e patronal para atestar a
regularidade da empresa prestadora de serviço e pode ser
solicitada sempre que a mesma for participar de concorrência
ou certame ou mesmo para o tomador acompanhar a situação
da sua parceira. Os dois sindicatos (laboral e patronal) fazem
uma diligência em relação às obrigações das empresas – se
estão sendo cumpridas integralmente no que tange à conven-
ção coletiva e obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias.
Quem está andando direitinho não terá nenhum problema e
essa emissão é feita de forma rápida e sem burocracia.
Também teremos o lançamento do manual de orientação ao
tomador de serviço e a divulgação e implantação do sistema de
controle de composição de custos para evitar preços inexequí-
veis, desenvolvido pelo consultor econômico da FEBRAC –
Federação Nacional das Empresas de Serviços e Limpeza
Ambiental, Vilson Trevisan. Outra situação que está se consoli-
dando é que criamos a partir da última negociação coletiva um
fundo de formação em que as empresas contribuem com um
valor por funcionário, por mês, e neste segundo semestre vamos
constituir uma associação para atuar como uma escola de
capacitação. Para isso contamos com a parceria do Sindicato dos
Trabalhadores e do Ministério Público do Trabalho. Neste
segundo semestre os nossos trabalhadores estarão sendo
capacitados pelo menos nas principais cidades, como Campo
Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá. Estamos formando
um multiplicador, que vai correr o Estado fazendo essa
capacitação. Queremos melhorar a qualidade do serviço e criar
um itinerário de formação de maneira que o trabalhador tenha
perspectiva de crescimento dentro do segmento, o que
estimula o crescimento e a valorização da atividade.
C&C – Como esse tipo de serviço vem sendo demandado
nos últimos anos? E o que se desenha para o setor?
Daniel Felicio – A procura advinda do setor público se
manterá, pois a estrutura institucional desse setor não mudará
muito. Mas como tem aumentado a vinda de empresas, desde
varejo até indústrias, entendo que a procura tem crescido. A
terceirização está sendo bastante discutida, as empresas
procuram terceirizar cada vez mais e estão sendo mais
criteriosas. E isso é bom. Participei recentemente de um
seminário em São Paulo e tive oportunidade de conviver com
grandes tomadores de serviço, que constituem em sua estrutura
um setor voltado para avaliação do prestador de serviço,
implantando em muitos casos as SLAs, ou Acordos de Nível de
Serviço. Elas contratam empresas que gerenciam o prestador de
serviço, avaliam documentação e, através de indicadores,
avaliam a qualidade do serviço, emitindo notas de desempenho.
Com esse tipo de ferramenta, as empresas ficam mais à vontade
para contratar e as prestadoras de serviço mais preparadas e
aptas a serem fidelizadas como parceiras.
37CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
400 FUNCIONÁRIOS PARA ATENDER
AS EMPRESAS
DIV
ULG
AÇ
ÃO
FU
NC
ION
AL
Cidades
Ivinhema: comércio e indústria em expansão
38 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
Água Azul, vamos entregar 68 unidades agora em julho e mais 60
nos próximos meses, com previsão de entrega de mais 50
unidades brevemente”, disse o prefeito para o jornal.
Ainda de acordo com ele, 120 terrenos serão distribuídos para
servidores municipais que ganham até três salários mínimos.
“Vamos iniciar a construção de 182 casas no Bairro Triguinã;
projeto em parceria com a Caixa”.
Em relação a projetos para instalação de novas empresas no
município, Tuta destaca que “nos próximos meses, cerca de 80 a
100 novas empresas iniciam processo de instalação. Pretendemos
adquirir área na saída para Deodápolis, para dar início à organiza-
ção do Polo Industrial, atendendo anseios das empresas de médio
e grande porte que trará desenvolvimento ao município e
oferecendo oportunidades de trabalho aos moradores”.
>> Comércio e Serviços
De acordo com o presidente da Associação Comercial e
Industrial de Ivinhema - ACIIV, Valentim Peixoto, o setor de
comércio e serviços saltou de 863 empresas, em 2010, para 1.051
unidades, registradas até janeiro de 2013, apontando crescimen-
to de 21,8% no período.
Peixoto frisa que “até 2007, muitos empresários fecharam
suas portas ou foram para outras localidades, por falta de
perspectiva e crescimento do município. Mas a partir de 2008
tudo começou a se inverter com a implantação da usina de etanol
em Angélica. Fizemos um trabalho em parceria com Sebrae MS e
prefeitura, junto aos empresários mostrando as oportunidades de
negócios no município e na região”.
Para atender à demanda de mão de obra, foram ministrados
cursos de capacitação em gestão empresarial, consultorias,
informatização, atendimento, entre outros. “O comércio se
transformou totalmente, estabilizou, e hoje é o setor que mais
emprega no município, com cerca de 70% dos trabalhadores com
carteira assinada”, pontua Valentim.
De acordo com o presidente da ACIIV, “Ivinhema caminha
para ser um polo regional, com uma perspectiva de crescimento
de 7% até final do ano, no comércio, em relação a 2012”.
>> Usina
A inauguração da unidade sucroenergética, do Grupo
Adecoagro, no final de abril deste ano, proporcionou oferta de
mais de duas mil vagas de trabalho, impulsionando o desenvolvi-
mento econômico. O investimento é superior a R$ 2 bilhões, com
capacidade para moer seis milhões de toneladas de cana-de-
açúcar nesta primeira fase de implantação e previsão de processar
10,4 milhões de toneladas por ano.
A nova unidade em Ivinhema é a segunda sucroenergética do
Grupo, que possui várias instalações industriais distribuídas pelas
regiões mais produtivas do Brasil, Argentina e Uruguai, onde
produz mais de 1 milhão de toneladas de produtos agrícolas,
SETOR DE COMÉRCIO E SERVIÇOS REGISTRA
CRESCIMENTO DE 21,8%
DESDE 2008, CIDADE TEM APRESENTADO INDICADORES
DE CRESCIMENTO
CIDADE APRESENTARÁ CRESCIMENTO DE 7% ESTE ANO,APOSTA VALENTIM
JHO
NI C
AB
RA
L
DIV
ULG
AÇ
ÃO
/PR
EF
EIT
UR
A
39CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
DIV
ULG
AÇ
ÃO
/PR
EF
EIT
UR
A
incluindo açúcar, etanol, eletricidade, milho, trigo, soja, arroz e
produtos lácteos, entre outros.
Peixoto destaca que “ainda temos espaço para comércio,
fábricas e indústrias, bem como hotelaria, fábricas de roupas,
calçados, lazer, pisciculturas, granjas de suínos e aves, prestadores
de serviços para usina de etanol e açúcar”.
>> Histórico
O município de Ivinhema foi criado pela Lei nº 1.949, de 11 de
novembro de 1963. Em 1961, chegaram as primeiras turmas de
trabalhadores e no dia 1º de setembro se iniciaram as construções
dos pavilhões para instalação de sua infraestrutura.
Ivinhema existe graças à visão, arrojo pioneiro, confiança e à
fé de um paulista de nome Reynaldo Massi, que sempre acreditou
na pujança deste Estado, adquirindo terras, grandes áreas de
matas, com a finalidade de construir e implantar uma cidade,
projetada dentro da mais avançada técnica de urbanização.
Em 25 de novembro de 1957, foi constituída uma empresa
que teria sob sua responsabilidade a orientação, os estudos da
região, planejamento das áreas adquiridas e sua racional
utilização, bem como traçar um programa para a sua infraestrutu-
ra e a realização de um sonho. Nascia a Someco S/A (Sociedade de
Melhoramentos e Colonização), que durante dois anos forneceu
dados, elementos e condições para que o urbanista brasileiro
Francisco Prestes Maia pudesse projetar a sede do município de
Ivinhema, para uma população de 60 mil habitantes.
Em uma área de 400 alqueires, dividida em quatro zonas
distintas: área central, comercial, residencial, operária e industrial,
divididas em oito bairros: Piravevê, Guiray, Vitória, Água Azul,
Triguenã, Itapoã, Centro e Industrial.
Com a chegada das primeiras turmas de trabalhadores
braçais em 1961, iniciou-se a derrubada da mata virgem. A golpes
de machados, foices, enxadões e outras ferramentas manuais, foi
aberta uma clareira em plena mata para servir de campo de pouso
para pequenos aviões, único meio de transporte que se poderia
utilizar para chegar à região. No dia 23 de agosto de 1961 pousou
o primeiro avião trazendo administradores da empresa que iriam
coordenar, intensificar e fiscalizar os trabalhos de derrubada.
No dia 1º de setembro de 1961, data histórica para Ivinhema,
foi colocado fogo na área recém-derrubada destinada à cidade.
Desse momento em diante era iniciada a demarcação de uma
área de 7.788 alqueires de mata bruta, onde foram encontrados
vestígios de acampamentos, contando a história dos primeiros
colonizadores ou "ervateiros" fronteiriços e paraguaios que se
dedicavam a exploração de erva-mate, por concessão do Governo
Federal e a Companhia Mate Laranjeiras.
Fonte: IBGE
CHEGADA DA USINA ABRIU VAGAS PARA EMPREGO E UM NOVO
CENÁRIO ECONÔMICO
O RIO IVINHEMA FAZ LIMITE DA CIDADE COM
NOVA ANDRADINA
O MUNICÍPIO IRÁ COMPLETAR
50 ANOS
DIV
ULG
AÇ
ÃO
/PR
EF
EIT
UR
A
40 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
DIV
ULG
AÇ
ÃO
/PR
EF
EIT
UR
A
DIV
ULG
AÇ
ÃO
/PR
EF
EIT
UR
A
Logística reversa: responsabilidade compartilhada entre indústria, comércio e consumidores
Fecomércio MS
42 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada
em agosto de 2010, por meio da Lei nº 12.305, disciplina a
coleta, o destino e o tratamento dos resíduos urbanos domésti-
cos, industriais e os perigosos. O Art. 3º, inciso XII, da mesma Lei,
refere-se à logística Reversa, que se caracteriza por um conjunto
de ações e procedimentos para viabilizar a coleta e restituição
dos resíduos sólidos, para reaproveitamento em seu ciclo ou em
outros ciclos produtivos, bem como outra destinação final
ambientalmente adequada.
Edison Araújo, presidente do Sistema Fecomércio MS,
destaca que existe uma preocupação diária com a destinação do
lixo, em especial com os eletroeletrônicos, baterias, pneus,
papelão, enfim, todo material vendido no comércio. “É louvável a
iniciativa dos empresários que, sem a obrigatoriedade da Lei, já
se preocuparam em coletar e dar destino certo aos resíduos.
Agora, a Lei veio para generalizar tal atitude e garantir qualidade
de vida e preservação do meio ambiente”.
O envolvimento do comerciante nesse contexto está em
negociação pelo seu representante, a Confederação Nacional do
Comércio (CNC), daqual também participam a Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional da
Agricultura (CNA) e o Governo Federal, que estão reunidos para
definir quais e como serão aplicadas as normas previstas em lei.
SETOR TERCIÁRIO TERÁ DE DISPOR DE LOCAIS ESPECÍFICOS PARA O DESCARTE
CNC E FECOMÉRCIO MS ALINHADOS PARA AUXILIAR EMPRESÁRIOS A SE ADEQUAREM À LEI
43CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
Indústria e comércio já estão alinhados; basta regulamen-
tar o processo que se inicia na indústria, chega ao comércio
que é o agente que vende ao consumidor e cabe a este último
identificar os locais disponíveis para depositar os resíduos
sólidos, que deverão estar dentro das lojas revendedoras
desses produtos.
>> Ação da CNC
Para isso, a CNC, CNI, CNA e governo estão reunidos para
distribuir equitativamente as responsabilidades, sendo que
para o comércio caberá, em alguns casos a serem definidos,
locais apropriados para o recolhimento desse material. O custo
de recolhimento e tratamento desses resíduos caberá ao
fabricante, porém, não isenta o comércio de suas responsabili-
dades.
Os empresários do comércio não precisam se preocupar de
que forma precisam adequar suas empresas. Basta esperar
pelos resultados das negociações entre os órgãos representati-
vos das classes com o governo Federal e aguardar as
Resoluções que serão publicadas no Diário Oficial.
A principal preocupação do governo Federal e dos órgãos
ambientalistas é com o lixo tóxico e para isso, os setores que
produzem esse material, já recebem orientação para descarte
desses resíduos. As embalagens de agrotóxicos foram as
primeiras a ter a logística definida, com início dos trabalhos em
2002. Em junho deste ano, foi a vez das embalagens de
lubrificantes e óleos automotivos ter as normas implantadas
no País, aos moldes do que já está em uso há alguns anos, nas
regiões Sul, Sudeste e estados localizados no litoral e Minas
Gerais.LEI ESTABELECE AÇÕES E PROCEDIMENTOS
PARA COLETA E DESTINAÇÃO CORRETA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
SÍLVIA: PALESTRAS PELO BRASIL SOBRE
AS EXIGÊNCIAS DA NOVA LEI
Na lei 12.305, em seu Art. 33, estão elencados os produtos
tóxicos que precisam ser descartados conforme determinação.
São eles: embalagens de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus,
óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, lâmpadas
fluorescentes, produtos eletroeletrônicos e seus componen-
tes.
>> Distribuição estratégica
De acordo com a especialista em questões ambientais,
Silvia Martarello Astolpho, “a logística nasce de uma antiga
estratégia de guerra, que possibilitava distribuir armamentos e
suprimentos bélicos a soldados colocados em pontos
estratégicos nos territórios. Hoje, o conceito é aplicado para
possibilitar a distribuição de mercadorias de consumo, uma
vez que estas partem de suas fábricas e devem ser distribuídas
estrategicamente por todo o País, com vistas a seu consumo”.
Silvia explica que a logística reversa imposta pela Lei
acrescentou, em sua definição, o desenvolvimento social, uma
vez que a mesma poderá possibilitar a geração de trabalho,
emprego e renda, quando estabelecida em grandes territórios,
como é o caso do Brasil.
A consultora frisa que mesmo antes da entrada em vigor da
PNRS, houve crescente interesse na recuperação de produtos e
materiais já utilizados ou descartados, em função do esgota-
mento dos recursos naturais. “Esse interesse foi impulsionado
pela Lei e pode ser a chave para suportar o crescimento
contínuo da população e o consequente aumento do
consumo”, finaliza.
44 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
A Fecomércio MS, empenhada em orientar os empresários
de Mato Grosso do Sul em relação ao recolhimento e devolu-
ção dos resíduos sólidos às indústrias, realizou, em maio, o
workshop “Você sabe o que fazer com o lixo?”. A instituição
trouxe João Vieira de Almeida Neto, Especialista em Saúde
Coletiva e mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento
Regional, para proferir palestra e discutir os impactos da lei
para o setor terciário.
O objetivo do workshop foi o de esclarecer ao setor do
comércio quais as normas que começam a entrar em vigor.
Cerca de 200 empresários participaram do evento.
Thomaz de Aquino Silva Júnior, engenheiro e sócio-
proprietário da empresa Thomaz Auto Service, foi um dos
participantes do evento. O empresário explica que são
separados os resíduos recicláveis dos não recicláveis. “Estopa,
graxas, peças, filtros dos automóveis são colocados em
recipientes específicos. Contratamos uma empresa que
recolhe esses resíduos, para dar um destino final. A cada
carregamento, recebo uma declaração dessa empresa
informando que os resíduos foram incinerados ou tiveram
outra destinação dentro das normas”.
Em relação aos materiais oleosos, Thomaz frisa que existe
todo um processo de tratamento que retira os resíduos
tóxicos, liberando apenas a água para o esgoto. “Todo esse
processo de coleta e separação de resíduos e o tratamento dos
óleos, gera custo para a empresa”, destaca.
O empresário acredita que faltam projetos ambientais que
orientem o setor da indústria e comércio e que a implantação
das normas e as exigências, sejam feitas de forma gradual.
Thomaz conta que não é o que acontece. A fiscalização chega
e impõe mudanças e o não cumprimento de prazo, resulta em
multas pesadas. A participação mais atuante dos governos
também é sentido pelo setor. “Oferecer linhas de crédito para
que o empresário cumpra com as adaptações é necessário”,
diz.
Vivian Celeste Souza Ramos, gerente do supermercado
Serve Sempre, ressalta que o workshop otimizou a troca de
experiências entre as empresas e ampliou os contatos. “Serviu
para vermos que a maioria dos empresários enfrenta o mesmo
problema: quem faz a coleta e de que forma esse lixo é
descartado ou reaproveitado”.
O lixo gerado pelo supermercado é, na quase totalidade,
caixas de papelão e plástico. Vivian explica que fez um acordo
com uma empresa de reciclagem. “Eles levam o material de
graça e em troca, deixam o local limpo”, diz.
Deodato Janio da Costa, que também participou do
workshop, destaca que sempre procura atualizar-se em
relação a descarte de lixo, porém, ele ressalta que os resíduos
que sua empresa gera, são materiais que precisam de mais
atenção e cuidado. “Nosso lixo é praticamente resíduo
químico. Nós descartamos tinta e estopas, por exemplo, e
temos consciência que é um lixo altamente poluente e
contaminante”.
Janio sugere que o Sindicato da categoria apresente um
plano de descarte desse tipo de lixo, com eficiência e de
acordo com as normas ambientais. “O governo também
precisa tomar iniciativas mais eficientes para que a lei seja
cumprida”, diz.
Em relação ao workshop, Janio reforça que pode perceber
que “a Fecomércio está interessada em resolver o problema do
descarte do lixo junto com os empresários. Isso é elogiável”.
DISCUSSÃO DOS IMPACTOS DA LEI FOI TEMA DE WORKSHOP ORGANIZADO
PELA FECOMÉRCIO MS
PREOCUPAÇÃO MAIOR É COM SETORES QUE PRODUZEM LIXO TÓXICO;
A LEI VALE PARA TODOS
“OFERECER LINHAS DE CRÉDITO PARA AS ADAPTAÇÕES”, SUGERE THOMAZ
Senac lança portal nacional de educação a distância O panorama da educação a distância indica boas perspectivas para os próximos anos. A adesão a essa modalidade tem aumentado e a qualidade dos cursos é cada vez mais aprimorada e, dessa forma, os trabalhadores começaram a ver esse tipo de formação com bons olhos e passaram a investir na profissionalização.
DIV
ULG
AÇ
ÃO
SE
NA
C
MAIOR OFERTA DE CURSOS É UM DOS BENEFÍCIOS DO PORTAL NACIONAL46 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
Os benefícios das ações de qualidadede vida na empresa Líderes e gestores devem propiciar a melhor qualidade de vida possí-vel no trabalho e manter seus colaboradores satisfeitos e dedicados à empresa; no final todos ganham.
O SESC MS entende que a eficácia das ações desempenhadas no ambiente de
trabalho deriva do bem-estar dos colaboradores. Dessa forma, o sucesso de um
negócio está diretamente relacionado à qualidade de vida dos profissionais e, por isso, é
importante implantar ações que desenvolvam o bom desempenho dos colaboradores. É
por isso que o SESC MS, por meio do programa SESC Empresa, vai oferecer uma progra-
mação ampla, que contemple as mais diversas ações fomentando dentro das empresas,
uma rotina de hábitos saudáveis. O programa é válido para os trabalhadores do comércio
e seus dependentes.
DESTAQUE PARA A SOCIABILIZAÇÃO E Á QUALIDADE DE VIDA
50 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
O SESC MS quer destacar a socialização e o acesso à
qualidade de vida integrando as empresas de Mato Grosso do
Sul aos programas, levando em consideração o perfil de cada
uma. A diretora regional do SESC, Regina Ferro, explica que a
implantação do SESC Empresa visa destacar uma ação
específica que atenda o perfil exato dos colaboradores,
mantendo a proposta de reforçar o papel das empresas na
busca por ambientes de trabalho mais humanos com a
realização de campanhas educativas, eventos culturais,
seminários e atividades de lazer nas empresas propiciando
assim o desenvolvimento do ambiente organizacional.
“É essencial oferecer, aos trabalhadores, condições para
que se desenvolvam pessoalmente e cumpram uma gestão
adequada das questões cotidianas relativas ao trabalho,
levando em consideração a saúde, o bem-estar no ambiente de
trabalho, gerando resultados produtivos. Por isso o SESC quer
estar nas empresas, oferecendo programas esportivos e
culturais”, comenta Regina.
>> Como Funciona
A analista em Educação e Saúde do SESC, Michelle Peruzzo,
esclarece que a empresa que procura o aumento dos resultados
dentro de um ambiente de trabalho adequado pode procurar o
SESC que, inicialmente avaliará o perfil da empresa, diagnosti-
cando a saúde dos colaboradores e formulando uma ação
adequada.
“É essencial oferecer, aos trabalhadores, condições para
que se desenvolvam pessoalmente e cumpram uma gestão
adequada das questões cotidianas relativas ao trabalho,
levando em consideração a saúde, o bem-estar no ambiente de
trabalho, gerando resultados produtivos. Por isso o SESC quer
estar nas empresas, oferecendo programas esportivos e
culturais”, comenta Regina.
“Por meio do contato com a realidade da empresa,
buscamos adequar o dia a dia do trabalhador a uma rotina
saudável, com ações que elevem a qualidade de vida desse
profissional. Por exemplo, se a empresa apresenta um quadro
de colaboradores com diabetes, vamos distribuir no calendário
dessa empresa, diferentes ações educativas, que melhorem a
alimentação e também acrescentem a prática de exercícios
físicos, conscientizando os trabalhadores a hábitos saudáveis,
melhorando assim o estado de saúde e elevando o desempe-
nho no trabalho”, explica Michelle.
51CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
OFERECER CONDIÇÕES PARA UMA GESTÃO ADEQUADA DAS QUESTÕES RELATIVAS AO TRABALHO COM SAÚDE
E BEM-ESTAR NO AMBIENTE DE SERVIÇO
PROJETO IRÁ ESTIMULAR PARTICIPAÇÃO E ENVOLVIMENTO
DOS COLABORADORES
A assessora de Produtos Sociais do SESC, Rachiel
Capillé, comenta que a meta deste ano é alcançar
aproximadamente 45 mil atendimentos, com ações
dentro da própria empresa em um período médio de
três meses. “Nesse período o SESC Empresa aplicará
uma série de atividades específicas dando suporte para
as turmas diagnosticadas como Empresa Diabética,
Empresa Hipertensa, Empresa Obesa, Empresa
Estressada, essas ações têm como objetivo reverter os
problemas existentes na empresa, transformando os
resultados nas vendas e na produtividade”.
Rachiel explica que para estimular a participação
dos colaboradores, ao final do segundo mês, uma
avaliação será realizada com os colaboradores de cada
turma aquela que tiver o melhor desempenho será
premiada.
“A turma vencedora terá um dia voltado aos
cuidados do corpo e da mente, com oficinas de yoga,
pilates, dança de salão e axé, além da estação transfor-
mação, que inclui serviços de quick-massage,
massagem redutora, shiatsu, limpeza de pele, corte de
cabelo, design de sobrancelha e maquiagem”.
Ao final de todas as atividades aplicadas, o SESC
oferece para as empresas diferentes formas de manter
a qualidade de vida, propiciando aos colaboradores
cursos voltados para a área de artes visuais, dança,
implantando grupos de caminhada, passeios ciclísti-
cos, assim como as consultorias nutricionais, peças
teatrais, serviços odontológicos, turismo social, enfim,
tudo que diz respeito à qualidade de vida disponível
nas unidades do SESC.
Regina Ferro enfatiza que para o sucesso da
implementação de programas de qualidade de vida
depende, “por um lado o comprometimento dos
colaboradores em fazer boas escolhas quanto aos
hábitos saudáveis e às atitudes de enfrentamento à
adversidade e, por outro lado, da empresa em poder
fornecer condições necessárias para que essas escolhas
aconteçam”.
52 CO M É R C I O & C I A JULHO/AGOSTO 2013
FORMATOS DIFERENCIADOS PARA
CADA TIPO DE PÚBLICO
COMPROMETIMENTO DOS COLABORADORES EM FAZER BOAS ESCOLHAS QUANTO AOS
HÁBITOS SAUDÁVEIS