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1 COMÉRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011 Legislação Cidades Crianças x Consumo PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DO SISTEMA FECOMÉRCIO MATO GROSSO DO SUL | ANO 1 | EDIÇÃO Nº 4 | SETEMBRO/OUTUBRO 2011 Cobrança do ICMS do e-commerce divide opinião de advogados tributaristas. Para a CNC, a situação gera a bitributação e não pode penalizar o consumidor Dourados desponta no setor agrícola, mas há necessidade de mais investimentos para fomentar a gestão comercial e empresarial do município Uma relação de sutileza e sagacidade no mundo dos negócios Aniversário Com 34 anos , MS comemora a chegada de novos empreendimentos que apostam em um futuro promissor Comércio & Serviços Turismo de Eventos e Negócios fomenta o comércio em MS e levanta a discussão sobre o planejamento da infraestrutura

Revista Comércio & Cia - 4ª Edição

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Quarta Edição da Revista Comércio & Cia, do Sistema Fecomércio MS

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  • 1 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    LegislaoCidades

    Crianas x Consumo

    P U B L I C A O B I M E S T R A L D O S I S T E M A F E C O M R C I O M A T O G R O S S O D O S U L | A N O 1 | E D I O N 4 | S E T E M B R O / O U T U B R O 2 0 1 1

    Cobrana do ICMS do e-commerce divide opinio de advogados tributaristas. Para a

    CNC, a situao gera a bitributao e no pode penalizar o consumidor

    Dourados desponta no setor agrcola, mas h necessidade de mais investimentos para fomentar a gesto comercial e empresarial do municpio

    Uma relao de sutileza e sagacidade no mundo dos negcios

    AniversrioCom 34 anos , MS comemora

    a chegada de novos empreendimentos que apostam

    em um futuro promissor

    Comrcio & Servios

    Turismo de Eventos e Negcios fomenta o comrcio em MS

    e levanta a discusso sobre o planejamento da infraestrutura

  • 2 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

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  • 3COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    EDISON FERREIRA DE ARAJOPresidente do Sistema Fecomrcio

    de Mato Grosso do Sul

    Nos ltimos meses, a regio Centro-Oeste notcia nas mdias nacionais por razes, at

    h pouco tempo, no to comuns aos brasileiros. Mato Grosso do Sul, em especial, est se

    tornando um celeiro de talentos profissionais, de novas opes de mercado de trabalho

    e, acima de tudo, desperta a ateno de grandes empreendedores do Pas pelos nmeros

    positivos que a economia do Estado tem gerado. Em Campo Grande, de acordo com o

    ndice de Consumo das Famlias (ICF), divulgado em julho pela CNC, entre as famlias que

    moram na capital aumentou em 5% a inteno de ir s compras em relao a junho/2011.

    importante esclarecer que, dentre os indicadores que compem esse ndice, o que

    tem tido reao mais importante o da avaliao do emprego atual. Dados do Cadas-

    tro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) reforam a informao. Este ano, o

    segmento econmico do Estado que mais aumentou o nmero de empregos formais foi o

    de servios de alojamento, alimentao, reparao e manuteno, com gerao de3.574

    empregos, ou seja, 20 novas vagas por dia. Em junho, o nmero de vagas geradas em MS

    bateu recorde: foi o maior em dez anos, com mais de 3,5 mil novos postos de trabalho com

    carteira registrada.

    Otimismo tambm est em alta em MS: pesquisa da CNC apontou que 64,5% das famlias

    campo-grandenses esperam melhorias profissionais at o final do ano. Dos entrevistados,

    59,3% afirmaram que a renda familiar est melhor do que o mesmo perodo do ano passa-

    do, e, 39,2% contam que esto consumindo mais. A Revista Voc S/A divulgou que Campo

    Grande a 48 melhor cidade do Brasil para se construir uma carreira profissional.

    Informaes que nos orgulham e mostram a responsabilidade que temos, mas que no

    nos surpreendem nem mesmo causam receios. O Sistema Fecomrcio MS (SESC, SENAC e

    Instituto) refora o compromisso de trabalhar sempre com profissionalismo, competncia

    e excelncia, seja nas aes e nos servios ou no oferecimento das melhores oportunida-

    des para nossos parceiros nos assuntos relacionados ao nosso fazer.

    Nesta edio, mostramos como empresrios j esto se preparando para atender uma

    clientela exigente, sabedora do que quer e muito observadora: as crianas e os adoles-

    centes, que sero homenageados em outubro. Tambm vimos otimismo daqueles que

    trabalham nos setores de turismo de eventos e, ainda, as boas novas sobre os investimen-

    tos nos aeroportos, inclusive, de municpios que tambm tm alta expectativa de

    crescimento econmico.

    Por tudo o que est ocorrendo e pelo otimismo que o setor do comrcio de

    bens, de servios e de turismo tem pela frente, que Mato Grosso do Sul

    tem muito a comemorar nesses 34 anos de vida.

    Parabns Mato Grosso do Sul!

    Parabns a todos ns que fazemos a vida acontecer todos os dias!

    Palavra do Presidente

  • 4 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    SumrioP U B L I C A O B I M E S T R A L D O S I S T E M A F E C O M R C I O M A T O G R O S S O D O S U L | A N O 1 | E D I O N 4 | S E T E M B R O / O U T U B R O 2 0 1 1

    Crianas e jovens so responsveis por um aumento de 15% nas vendas de 2011. De olho neste mercado, empresrios, pais e psiclogos adotam estratgias para enfrentar esse novo perfil de consumidor

    Dourados a segunda maior cidade do Estado. Com uma populao miscigenada, como todo o restante do Pas, ainda recebe influncia dos povos paraguaios e indgenas

    O presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroporturia (INFRAERO), Gustavo do Vale, comenta a estrutura em MS

    06 20 24Capa

    12. Economia MS O aumento da inflao no primeiro semestre despertou o questionamento: seria resultado do crescimento econmico do Estado ou mera questo pontual? Especialistas falam sobre o assunto.

    16. Homenagem Mato Grosso do Sul completa mais de trs dcadas de existncia. Estudiosos, cientistas, historiadores e admiradores falam sobre o cenrio econmico e social deste Estado.

    28. Comrcio & Servios Turismo de Negcios e Eventos responsvel por 30% do movimento no setor e pressiona empreendedores para investir em infraestrutura e qualificao.

    32. Estratgia Pesquisa de ps-venda e de opinio so ferramentas usadas pelas empresas para conhecer melhor os interesses dos consumidores e aprimorar o atendimento.

    34. Carreira & Mercado Uma profisso que ganhou glamour e hoje considerada uma das mais promissoras no setor gastronmico. O chef j um dos profissionais mais requisitados pelo segmento.

    37. Sindical A partir desta edio, entidades da base sindical da FECOMRCIO MS abordam questes histricas, falam sobre desafios e perspectivas para o setor.

    40. Tecnologia & Inovao Empresrios que no utilizam informao tecnolgica como ferramenta de gesto esto h duas dcadas atrasados. Informao a alma do negcio.

    Cidades Entrevista

  • COMRCIO & CIA MARO/ABRIL 2011

    PRESIDENTE DA FECOMRCIO/MSEdison Ferreira de Arajo

    DIRETORIA

    1 VICE-PRESIDENTEDenire Carvalho

    2 VICE-PRESIDENTEJos Alcides dos Santos

    1 SECRETRIOHilrio Pistori

    2 SECRETRIOManoel Ribeiro Bezerra

    1 TESOUREIROSebastio Jos da Silva

    2 TESOUREIRORoberto Rech

    SUPLENTES DA DIRETORIARicardo Massaharu Kuninari; Valdir Jair da

    Silva; Carlos Roberto Bellin; Benjamin Chaia; lvaro Jos Fialho; Cludio Barros Lopes;

    Wilson Dalbem

    CONSELHO FISCALOswaldo Fernandes; Jonas Chaves Junior;

    Leila Denise Kemp

    SUPLENTES DO CONSELHO FISCALVicente Domingos Alves de Arruda; Elenice Alves Perez; Domingos Sergio Barreto da

    Silva

    DELEGAO FEDERATIVAEdison Ferreira de Arajo; Jos Alcides dos

    Santos

    SUPLENTES DA DELEGAO FEDERATIVA

    Denire Carvalho; Sebastio Jos da Silva

    IFMSThales de Souza Campos; Diogo Rondon;

    Regiane Dede

    SINDICATOS REPRESENTADOS PELA FECOMRCIO/MS

    Sind. do Com. Atacadista e Varejista de Dourados; Sind. do Com. Varejista de Amambai; Sind. do Com. Varejista de

    Aquidauana e Anastcio; Sind. do Com. Varejista de Campo Grande; Sind. do

    Com. Varejista de Corumb; Sind. do Com. Varejista de Gneros Alimentcios de Campo Grande; Sind. do Com. Atacadista e Varejista

    de Materiais de Construo de Campo Grande; Sind. do Com. Varejista de Navira; Sind. do Com. Varejista de Paranaba; Sind. do Com. Varejista de Trs Lagoas; Sind. do Com. Varejista de Ponta Por; Sind. do Com.

    Varejista de Produtos Farmacuticos de MS; Sind. dos Despachantes Comerciais do

    Estado de Mato Grosso do Sul;Sind. dos Representantes Comerciais do Estado de Mato Grosso do Sul; Sind. dos Centros de Formao de Condutores de

    Veculos do MS; Sind. dos Revendedores de Veculos Automotores de C. Grande

    DIRETORA REGIONAL DO SENACRegina Ferro

    DIRETORA REGIONAL DO SESCIrene Maria Buainain

    Federao investe em palestras, workshops e seminrios para incentivar ainda mais o empreendedorismo entre empresrios e trabalhadores das vendas do varejo

    Carto Empresarial, da ASSETUR, oferece benefcios e vantagens para usurios do transporte coletivo e tambm para empresrios

    38 Fecomrcio MS

    44. Ponto de Vista Reeleito presidente da Federao das Indstrias de MS, Srgio Longen defende o planejamento das aes para a ampliao das polticas de desenvolvimento industrial.

    46. Empresrio do Ms Ariclenes Bento Vicentim, dono da Rede ABV Supermercados, conta a trajetria de sucesso e de desafios em um segmento competitivo.

    50. SENAC MS Com aes pautadas nos princpios da incluso social e educacional, o SENAC MS oferece igualdade de condies, acessibilidade, estrutura e tcnicos capacitados nos cursos profissionalizantes.

    52. Legislao Especialistas garantem que no h base legal para a partilha da cobrana do ICMS como foi implantada, embora sob o ponto de vista de justia fiscal ainda h controvrsias.

    56. SESC MS Escola de Ensino Mdio, a ESEM, com quatro anos de existncia, j excelncia no ensino e uma das mais disputadas de todo o Pas.

    58. Nosso Ambiente & Cidadania Piso ttil gera surpresa e indignao aos empresrios e usurios afirmam que faltam orientao e alinhamento de aes.

    64. Gesto & Finanas Lderes do setor produtivo de MS e da regio Centro-Oeste se renem para reivindicar mais benefcios e garantir competitividade para os Estados.

    62 Parcerias

    EDIO: Infinito Comunicao [email protected]

    EDITORA-CHEFE: Neusa Pavo MTB/MS 035

    REPORTAGEM: Neusa Pavo, Fernanda Mathias MTB/MS 041, Marineiva Rodrigues MTB/MS 114, Rosana Siqueira MTB/MS 08, Marta Ferreira MTB/MS 097, Diogo Rondon

    REVISO: Vanderlei Verdoim, Lcia Helena Paula do Canto

    FOTOS: Mrio Bueno MTB/MS 166; Edson Ribeiro MTB/MS 50

    PROJETO GRFICO E DIAGRAMAO: Estdio i7 LTDA-ME

    COMERCIALIZAO: Departamento de Relaes com o Mercado - FECOMRCIO/MS

    GESTORA DE RELAES COM O MERCADO: Ionise Catarina Piazzi Tavares

    CONSULTORA DE RELAES COM O MERCADO: Ctia de [email protected]

    Rua Almirante Barroso, 52, Bairro Amamba, CEP: 79008-300, Campo Grande/MS Fone: (67) 3321-6292 / Fax: (67) 3321-6310

  • Comerciantes se preparam para melhorar o faturamento; consumidores so exigentes e atentos s novidades do mercado

    6 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    J uma realidade. Cada vez mais, o consumismo est presente na vida de crian-as e adolescentes. Mais vulnerveis e ainda com o esprito crtico em formao, eles so os responsveis pelo crescimento constante das vendas de brinquedos no Brasil. Os meios de comunicao e as indstrias, sem legislao especfica para esse assunto, a todo momento oferecem novidades que despertam o interesse desses pequenos consumidores - principalmente quando o assunto brinquedo.

    Dia das Crianas

    Capa

    AMBIENTES INTERATIVOS NA RIHAPPY MOTIVAM A EXPERIMENTAO E, POR CONSEQUNCIA, A COMPRA PELO PRODUTO

  • NMEROS

    Segundo o levantamento da Associao Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ), a indstria brasileira do setor faturou R$ 3,1 bilhes em 2010, um avano de 11% sobre o exerccio anterior. A meta para este ano, com investimento de R$ 200 milhes em lanamentos de produtos e na modernizao das fbricas, crescer mais 15%. O perodo de aumento nas vendas quando se aproxima o Dia das Crianas. Em 2010, as vendas realizadas na semana de 5 a 11 de outubro cresceram 12% na comparao com a mesma semana de 2009, segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comrcio - Dia das Crianas, superando a expectativa dos empresrios brasileiros, que previam um cresci-mento de 10,3%.

    7COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    De acordo com o estudo, o Dia das Crianas foi a melhor data nacional para o setor em 2010. Em MS, o terceiro melhor perodo de vendas no va-rejo, perdendo apenas em volume para o Natal e o Dia das Mes. Responsvel por 0,6% do Produto In-terno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no pas, o setor de brinquedos tem boas perspectivas para este ano, principalmente pelo surgimento de

    novos fabricantes. Em Mato Grosso do Sul, segundo dados divulga-dos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) na Pesquisa Mensal de Comrcio, referentes ao ms de outubro de 2010, o crescimento foi de 9,2% nas vendas em comparao com o mesmo pe-rodo do ano anterior, superando a mdia nacional

    que registrou alta de 8,8%.

    PERSPECTIVA

    Para este ano, os lojistas esto cautelosos. A perspectiva sempre de boas vendas, mas o setor est em alerta. A avaliao do empresrio Jaime Egdio Ferreira, proprietrio de duas lojas de brin-quedos em Campo Grande, a Mega Toys. Segundo Ferreira, nos primeiros seis meses deste ano as ven-das caram cerca de 30%, quando comparadas com o mesmo perodo do ano passado. Todos esses meses, as vendas esto menores quando comparadas com o mesmo ms no ano passado, que para ns foi um ano muito positivo. Sobre as perspectivas para o Dia das Crianas, o

    empresrio cauteloso na hora de fazer as proje-es. Acredito que no v superar as vendas

    do ano passado, quando alcanamos um crescimento de 20%. Mas se chegar

    prximo disso, est timo.

    BRINQUEDOS QUE ESTIMULAM A IMAGINAO E A INTERATIVIDADE SO IMPORTANTES PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

  • 8 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Para tentar reverter a situao, Jaime Ferreira aposta na campanha publicitria para atrair os olha-

    res dos pequenos consumidores e, com eles, os pais. Estamos preparando um material especfico para o Dia das Crianas, mostrar as novidades do mercado, as tendncias e, assim, incentivar as vendas. Vamos apostar na divulgao. Uma das maiores redes de brinquedos no Brasil, a RiHappy, que atua em quase todos os Estados com mais de 80 lojas, mais otimista. Segundo o diretor de Marketing Mario Honorato, a expectativa de um aumento de 10% nas vendas aqui na capital, em re-lao ao ano passado. O diretor explica que o ritmo de consumo em 2011 no est sendo o mesmo de 2010, mas que ainda assim os nmeros so positivos. Quando o assunto concorrncia, principalmente

    com a indstria chinesa, Honorato explica que o pro-blema do Brasil chama-se impostos. Com uma alta tributao, vrios projetos tornam-se inviveis. Hoje temos que entender que vivemos em um mundo glo-balizado, buscando todas as alternativas existentes. A estratgia para atrair os clientes est na variedade dos produtos, alm de oferecer sempre as tendncias do mercado. Trabalhamos com todas as novidades no setor de brinquedos, oferecendo seis mil itens aos nossos consumidores. Para se manter como uma das lderes do merca-

    do no setor, a RiHappy investe tambm na qualifica-o constante dos funcionrios, alm de oferecer um atendimento diferenciado aos clientes. Outro fator a comunicao constante com o pblico, por meio de revistas e informativos. A empresa mantm uma revis-ta voltada para seu pblico-alvo, com brincadeiras, ati-vidades e anncio de lanamentos de produtos. Outra ferramenta de comunicao um Newsletter semanal, que enviado aos clientes que se cadastram no site da empresa. Para incentivar a compra, uma das estra-tgias utilizadas oferecer ambientes interativos nas lojas, onde as crianas se divertem com os brinquedos, motivando, com a experimentao, a compra. Nosso objetivo a satisfao do nosso cliente, por isso pro-curamos oferecer os melhores produtos e um atendi-mento personalizado, com qualidade, afirma.

    SABER BRINCAR

    Mas os pais precisam ficar atentos na hora de se desdobrarem para atender aos desejos dos filhos. Segundo a psicloga de crianas e adolescentes Ana Elizabete Arruda, com experincia de 30 anos na rea, a tendncia das crianas hoje, na hora de escolher um brinquedo ou uma brincadeira, optar por jogos eletrnicos, pelo computador e, com isso, esto per-

    dendo o hbito de brincar, o que pode trazer srias

    ALM DE CHAMAR A ATENO DOS PEQUENOS CONSUMIDORES COM NOVIDADES E TENDNCIAS DO MERCADO, A MEGA TOYS INVESTE EM DIVULGAO

  • consequncias para o futuro. As crianas de hoje no brincam mais, no tm o hbito da leitura, esto per-dendo a capacidade de fantasiar e isso preocupan-te. Hoje os brinquedos j veem prontos; a criana s observa o brinquedo brincar, no cria, no participa dessa criao e, dessa forma, no constri seu prprio desenvolvimento. Na avaliao da psicloga, o excesso de tecnologia dificulta o processo de desenvolvimento natural da criana. Hoje ela est mais isolada, brincando sozinha. No aprende a socializar, a lidar com pequenos atritos e frustraes e isso trar consequncias na fase adulta. Brincar absolutamente necessrio e os pais devem tomar conscincia da importncia da brincadeira sau-dvel, dar mais ateno para os filhos, brincar com eles, contar histrias. A criana precisa desenvolver a interatividade, no s com os pais, mas com outras crianas tambm. Ela pode usar o brinquedo da moda, os jogos eletrnicos, mas no se restringir a isso.

    9COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    A CRIANA PRECISA INTERAGIR NO S COM OS PAIS, MAS COM OUTRAS CRIANAS TAMBM. PODE USAR O BRINQUEDO DA MODA, OS JOGOS ELETRNICOS, MAS NO SE RESTRINGIR A ISSO, AFIRMA ANA ELIZABETE

    PARA ESPECIALISTAS, BRINCADEIRAS TRADICIONAIS, AO AR LIVRE, AUXILIAM NO PROCESSO DE SOCIALIZAO

  • 10 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    A doutora em Educao da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ngela Maria Costa d uma dica para os pais perceberem o sinal de alerta do consumismo dos filhos. Ela explica que quando os pais percebem que comprometeram uma grande parte de seu salrio em compras de brinquedos, e que isso fica visvel quando chega a fatura do carto de crdito ou o carn de lojas, hora de refletir sobre a questo. Dessa forma, os pais esto criando um mundo irreal para seus filhos, que vo crescendo com a iluso de que tudo pode estar ao seu alcance. Ela tambm faz um alerta sobre o papel da escola nesse processo. papel dela preparar a criana para viver em sociedade, complementando a educao da famlia. Preos, custos, lucros, dvidas, juros, contas, consumismo desenfreado tm que ser objetos de estudo da matemtica e de discusso em sala de aula. Aprender a fazer um controle de gastos, a partir da receita, deveria ser uma atividade regular na escola.

    CONSUMISMO

    Outro alerta da psicloga sobre o consumismo

    infantil. Uma criana consumista tende a se tornar um adulto consumista. Os pais precisam usar o bom-

    senso na hora dos apelos das crianas que, muitas ve-zes, usam chantagem emocional.Os pais tm a capa-cidade de julgar o que melhor para o seu filho. A jornalista Helose Gimenes, me da pequena Maria Fernanda, de 3 anos, conta que - apesar da pouca idade - , a menina tem paixo por bonecas e

    roupas, mas afirma que consegue, ainda, controlar os desejos da filha. Eu procuro explicar a situao para ela, que naquele momento a mame no pode com-prar e ela entende. Helose explica que se preocupa com o consumismo da filha e que por isso nem sem-pre atende aos pedidos da pequena. Meu marido e eu conversamos com ela, explicamos que deve cuidar das suas coisas, dar valor ao que tem, mas sem ape-go material e que nem sempre podemos ter o que se quer. Nos preocupamos com a formao dela.

    VARIEDADE DE PRODUTOS, TENDNCIAS E DIVULGAO SO AS ESTRATGIAS PARA FOMENTAR AS VENDAS

  • 11COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

  • 12 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Economia MS

    Superior mdia nacional e bem acima do estipulado como meta pelo Conselho Monetrio Nacional (CMN), o avano da inflao no primeiro semestre deste ano, na capital, assustou e despertou o ques-tionamento: seria esta disparada resultado do prprio crescimento econmico do Estado ou uma questo pontual, relacionada ao elevado ndice de reajuste de energia aplicado em abril? Para o coordenador do Ncleo de Estudos e Pesquisas Econmicas e Sociais da Anhanguera - Uniderp Celso Corra, responsvel por calcular o ndice de Preos ao Consumidor de Campo Grande, resulta principalmente da alta do insumo, mas o aumento da massa salarial tambm fez peso.

    O que a gente pensa de imediato que Campo Grande est se tornando uma cidade mais cara para se viver. Porm, por muito tempo ficamos abaixo do ndice nacional e da meta do CMN. Neste ano podemos culpar a energia eltrica, porque o impacto maior veio em abril. E h de se considerar que a alta superior aos 18% continua produzindo efeitos em cascata por, pelo menos, at quatro meses aps a aplicao do reajuste, por conta do encarecimento de custos no comr-cio e no setor de servios. Logo no incio do ano, os impostos tambm pesaram, com destaque para o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que teve acrscimos importantes em vrios bairros, em consequncia da valorizao imobiliria que veio a reboque de obras pblicas.

    Depois de assustar o campo-grandense, inflao tende a seguir meta nacional

    MELHORIAS NO PROCESSO INTERNO PARA DIMINUIR EFEITO DO AUMENTO DA ENERGIA ELTRICA AUXILIARAM A NO REPASSAR O PREO AOS PRODUTOS E, CONSEQUENTEMENTE, AO CONSUMIDOR

    CELSO CORRA: ENERGIA ELTRICA, COMBUSTVEIS E MUITO TEMPO COM NDICE INFLACIONRIO ABAIXO DO NACIONAL E DA META DO CMN CONTRIBURAM PARA AUMENTO DA INFLAO

  • 13COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    UM ALVIO NO BOLSO

    Isso sem contar os preos de combustveis que dis-pararam nos primeiros meses, por causa da reduo da oferta de etanol por conta da destinao da safra produo de acar, atendendo demanda do mer-cado internacional. Em junho, primeiro ms de defla-o do ano, a reduo dos preos nas bombas foi um alvio para o bolso do consumidor. Outra corrente que exerce presso a melhoria de renda da populao, que reflete diretamente no consumo e, por conse-quncia, desequilibra a relao de procura e oferta, fazendo com que os preos subam. No acumulado de janeiro a junho deste ano, a in-flao na Capital foi de 4,16%. Em 12 meses foi 7,46%. Neste ano, as maiores altas foram verificadas nos gru-pos Educao, com 9,82%, Vesturio - 8,26%, Habita-o - 6,69% e Sade - 6,20%. O nico grupo com in-flao acumulada negativa foi o de Alimentao, com -1,21%. Quanto inflao acumulada nos ltimos 12 meses, destacam-se Vesturio - 10,71%, Educao - 10,34%, Habitao - 8,58% e Sade - 7,94%. A meta do CMN para o ano de 2011 de 6,5%, sendo o centro da meta de 4,5% com uma tolerncia de 2%.

    PARA-CHOQUE

    O setor de alimentao, que foi o que segurou o custo de vida na Capital, tambm foi um dos que passou por maior desafio com o reajuste da energia eltrica. O presidente da Rede Econmica de Super-mercados Edson Veratti afirma que parte do custo foi absorvido com as melhorias dos processos internos, sendo este o grande desafio do varejista para que no seja afetado pelo gatilho automtico dos reajustes

    da energia, que , em certa medida, herana de uma poca de inflao. Com o aumento da ren-

    da da populao, os super-mercados tambm sentiram

    o aquecimento do consu-mo, especialmente por pro-

    dutos de maior valor agre-gado e as compras ficaram menos espaadas. O inte-ressante que essas classes sabem pesquisar e quando um produto aumenta de preo procura substituir por outro. o caso do frango que acaba sendo o substituto natural de outra carne, observa Edson. Neste segundo semestre, a tendncia que a tr-gua iniciada em junho continue e que o drago da in-flao fique sob controle. As medidas adotadas pelo governo federal para reduo do crdito j surtiram efeito e a expectativa, segundo o professor Celso Corra, que o ndice de Campo Grande encerre 2011 dentro ou bem prximo da meta.

    ALIMENTAO FOI O NICO GRUPO QUE TEVE INFLAO ACUMULADA NEGATIVA NOS LTIMOS MESES

    VERARDI: AS NOVAS CLASSES FAZEM PESQUISA DE PREO E SUBSTITUEM PRODUTOS MAIS CAROS

  • 14 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

  • 15COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

  • 16 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Homenagem

    Prestes a completar 34 anos e com uma populao de quase 2,5 mi-lhes de habitantes, segundo dados

    do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) 2010, Mato Grosso do Sul tem se destacado na econo-

    mia nacional, mas ainda com muitos

    desafios a enfrentar. Situado em uma posio geogrfica privilegiada na Amrica do Sul, hoje o Estado tenta diversificar seu perfil socioeconmi-co, que por muitos anos foi domina-do pelo binmio boi e soja.

    Pujante e com fertilidades mil, MS completa 34 anos

    CAMPO GRANDE

    CORUMB

    DOURADOS

    TRS LAGOAS

  • 17COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    DIVERSIFICANDO PRODUTO

    Mato Grosso do Sul j ocupa lugar de destaque no cenrio nacional e internacional envolvendo o plan-tio de florestas. Tradicional produtor de carne e soja, o Estado, com aproximadamente 400 mil hectares de florestas plantadas, lidera o processo de expanso no Brasil. O exemplo vem da regio leste, Trs Lagoas. Por quase um sculo, a pecuria dominou na regio de forma absoluta. A histria comeou a mudar na dca-da de 1970. Procurando alternativas para diversificar as propriedades, o Governo do Estado incentivou o plantio de eucalipto, que cresce muito bem na regio. Os reflexos dos incentivos cultura j eram expressivos. Em 2010, Mato Grosso do Sul aumentou 30% a rea plantada em relao ao ano anterior, con-forme dados da Associao Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF). No levantamento, MS aparece com 378.195 hectares de eucalipto e 13.857 hectares de pinus, totalizando 392.052 hectares de florestas plantadas. Outro exemplo deste novo mo-mento da histria sul-mato-grossense o acelerado

    crescimento da indstria sucroalcooleira com incre-

    mento da gerao de energia renovvel (termoel-tricas base de biomassa) e as indstrias de celulose que se concentram na regio do Bolso. Corroborando com o processo de crescimento

    econmico e o desenvolvimento de outras regies, houve a retomada da indstria de minerao na re-gio de Corumb, desaquecida com o surgimento da crise em fins de 2008 e incio de 2009.

    Outro fator importan-te para o aquecimento da economia foi a expanso do setor da construo civil, im-pulsionada pelo programa

    governamental Programa de Acelerao do Crescimen-to (PAC), criado para comba-ter a crise mundial que podia atingir o Brasil.

    Para o presidente da FECOMRCIO MS Edison de Arajo, esse movimento, ligado ao crescimento e de-senvolvimento, est mudando a matriz econmica do Estado que, com aporte de grandes indstrias, passa a depender menos do binmio econmico boi/soja. As pesquisas recentes apontam que o grande sus-tentculo econmico de MS o setor do Comrcio de

    Bens, Servios e Turismo que contribui com 2/3 do PIB do Estado, organizado em segmentos de micro, pe-quenos e grandes estabelecimentos comerciais para bem atender o consumidor.

    ESTRUTURA E LOGSTICA

    Os desafios esto em manter a expanso das opor-tunidades, contemplando as diferentes regies do Estado, de forma a levar benefcios de forma descon-centrada para toda sua populao. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), em 2010, foram gerados 27.975 empregos celetistas (com carteira assinada) em Mato Grosso do Sul. Os setores de atividade eco-nmica que mais contriburam para essa expanso foram: Servios (+10.177 postos), Indstria de Trans-

    MS J CONTA COM MAIS DE 378 MIL HECTARES DE EUCALIPTO

  • 18 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    formao (+ 7.596 postos), Comrcio (+7.436 postos) e Construo Civil (+2.128). Na avaliao do economista Paulo Ponzini, evi-dente o crescimento do Estado ao longo dos anos, mas a preocupao a necessidade da diversificao da produo, que no foi planejada pelos gestores nesses 34 anos. Ainda falta melhorar a logstica, pois produzi-mos e ainda no temos condies ideais de escoao. Ponzini tambm alerta para a necessidade de fo-mentar o mercado interno com um planejamento so-bre a localizao estratgica do Estado. Quem faz isso muito bem o municpio de Trs Lagoas, que utiliza a infraestrutura do estado de So Paulo. Para o doutor em Geografia Econmica e Poltica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Tito Carlos Machado de Oliveira, esse crescimento que tem sido registrado est dentro da normalidade e at com

    nmeros positivos, crescendo acima da mdia nacio-nal de um a dois pontos percentuais. Por outro lado,

    ainda mantm o mesmo perfil econmico dos anos de 1980. Segundo o professor, se levarmos em conta a si-tuao econmica do Estado na poca da criao do novo Estado, MS estava entre as trs unidades federa-tivas que se mantinham independentes dos repasses do Governo Federal, tendo uma economia suficiente para sua prpria manuteno. Hoje o Estado deveria estar em uma escala de desenvolvimento bem maior. Faltou planejamento e o Estado acabou necessitando de recursos externos para se desenvolver e essa or-ganizao que necessria at hoje. Somos um Estado

    com uma populao muito reduzida e, ainda assim, temos quase 80 mil analfabetos e 200 mil analfabetos funcionais, isso representa quase 10% da populao, um nmero muito alto. E o impacto disso uma mo de obra sem qualificao, que poderia ser facilmente resolvida.

    ESTADO PROMISSOR

    O casal de empresrios Milla Resina Batalha e Car-los Humberto Batalha Jnior, donos do Firulas Caf, em Campo Grande, acreditou no potencial do Estado e investiu em algo ainda pouco explorado na regio. O Estado est se desenvolvendo muito, o que possi-bilita investir por aqui. O que realmente importante para ns a qualidade de vida, a possibilidade de tra-balhar perto de casa, de estar com a famlia, o clima, os amigos, diz Milla. O casal pretende ampliar o neg-cio abrindo filiais ao interior do Estado. Para o jovem empreendedor Alexandre Silva de Paula, 27 anos, Mato Grosso do Sul tem um grande potencial para quem pretende investir na regio. Ele dono da pizarria Pedao da Pizza, em Campo Grande, e, com o pai Ademir Alves de Paula, uniu a experincia e a inovao. Segundo ele, o segredo para o empre-endimento estar dando certo. Meu pai j tinha ex-perincia em outras empresas, principalmente com a parte prtica e eu cuido

    da rea administrativa, com uma viso mais inovadora. Juntamos tudo e deu certo.

    A CONSTRUO CIVIL IMPULSIONA O CRESCIMENTO ECONMICO DE MS; EM 2010, FORAM CRIADAS MAIS DE 2 MIL VAGAS COM CARTEIRA ASSINADA

  • 19COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

  • 20 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Cidades

    Dourados, cidade em expanso e desenvolvimentoLocalizado a 198 quilmetros da Capital, Dourados caracteriza-se por ser o segundo maior mu-nicpio de Mato Grosso do Sul, com uma populao de 181.869 habitantes de acordo com o ltimo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). A cidade um polo de servios e produo agropecuria da regio sudoeste do Estado, tendo a economia fundamentada no comrcio de servios, produo e beneficiamento de gros, alm da pecuria.

    A cidade recebe o nome do rio que banha o municpio, Dourados, que tem 370 km de extenso e banha 12 municpios. O nome tambm se deve grande quantidade de peixes da espcie Dourado nele existente. Dourados possui o segundo maior PIB do Estado, R$ 2,87 bilhes de acordo com dados do IBGE, tendo exportado no ano de 2008 cerca de 148 milhes de dlares. Os setores agropecurio e industrial respondem por 21% do PIB e o setor de Comrcio, Bens, Servios e Turismo por 79%.

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    PARQUE ARNULPHO FIORAVANTE

  • 21COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    INCENTIVOS

    Em plena expanso comercial e industrial e em busca de se tornar mais atrativa para os empreendedores, o governo municipal criou o Programa de Incentivos para o Desen-volvimento Socioeconmico. O empresrio pode receber o terreno para a instalao do empreendimento, servios de infraestrutura necessrios edificao de obras civis e de vias de acesso, reduo ou iseno de taxas e do Imposto sobre Servios (ISS), bem como incentivo ao turismo receptivo. O Programa tambm oferece a reduo de impostos, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Sempre objetivando a gerao de empregos, o municpio est reformulando a lei de incentivo fiscal, pela qual a prefeitura conceder benefcios e, em contrapartida, as em-presas tero por obrigao contratar mo de obra local. De acordo com o prefeito Murilo Zauith, para monitorar essa parceria est sendo criado o Centro Integrado de Atendimen-

    to ao Trabalhador. Alm disso, o prefeito trata como prioridade a qualificao profissional da mo de obra local. Hoje, o mercado de trabalho est muito exigente e a tendncia ficar ainda mais. As empresas que chegam a Dourados e as j existentes encontram dificuldades na contratao de funcionrios. Estamos desenvolvendo o Projeto Qualifica Dourados que tem como objetivo principal atender s necessidades de qualificao no municpio. J estamos com aes nos bairros mais distantes, como Parque das Naes, Jquei Clube, Novo Horizonte, Cana e outros.

    DESENVOLVIMENTO

    De acordo com o empresrio Valter Alegretti, proprietrio de lojas de roupas e cala-dos que h 36 anos trocou o interior de So Paulo e resolveu investir em Dourados por acreditar no potencial econmico do municpio, a qualificao da mo de obra um pro-cesso que est crescendo gradativamente. Sentimos que estamos melhorando cada vez mais, nos surpreendendo em comparao a outros grandes centros; temos que investir no ser humano, pois ele insubstituvel a qualquer mquina. Segundo o presidente do Sindicato do Comrcio Atacadista e Varejista de Dourados Valter Mrio Silva Castro, o comrcio vive um momento muito importante no processo de desenvolvimento do municpio, tornando a categoria cada vez mais forte, tanto na cidade quanto na regio da Grande Dourados. Segundo a prefeitura, o comrcio da cidade movimenta cerca de 1,8 bilho de reais ao ano. Dourados possui grandes empresas instaladas em seu territrio, como redes de supermercados e varejo, e outras j demonstram interesse em investir na cidade.

    MURILO ZAUITH: INCENTIVOS FISCAIS, SIM, MAS EMPRESRIOS TERO DE CONTRATAR MO DE OBRA LOCAL

    O SETOR SUCROENERGTICO SE DESTACA NO MUNICPIO; J SO 14 USINAS E S NA SO FERNANDO SO MAIS DE 3.500 TRABALHADORES

    O SETOR DO COMRCIO DE BENS, SERVIOS E TURISMO RESPONDEM POR 79% DO PIB DO MUNICPIO

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    INFRAESTRUTURA

    Ainda segundo a prefeitura, no setor industrial, destaca-se o sucroenergtico. So 14 usinas em fun-cionamento que investem milhes de reais na cidade. Dourados tem tudo para se tornar o Polo Sucroener-gtico de Mato Grosso do Sul, por seu posicionamento

    estratgico, pois estar em breve inserida na Ferroeste (que sai de Maracaju e vai at o porto de Paranagu/PR) e na Ferrovia Norte-Sul, por meio do ramal do Panta-nal, que sai de Panorama, passa por Dourados e ir at Porto Murtinho, ligando a cidade at o Porto de Santos,

    em So Paulo. Assim, o municpio ser um importante

    entroncamento ferrovirio do Brasil. Atualmente, a maior indstria de Dourados a Usina So Fernando Acar e lcool, do grupo Bertin/Bumlai, que emprega 3.500 funcionrios e avaliada em 1,6 bi-lho de reais. Em pleno funcionamento, a usina ainda est em fase de construo, devendo ser uma das maio-res e mais modernas do mundo.

    O setor sucroenergtico deu novo impulso a Dou-rados. Alm da So Fernando, que referncia para a regio, vrias outras usinas esto instaladas ao redor da cidade. Como cidade-polo, Dourados tem atrado uma srie de empresas de manuteno e de prestao de servios. Recentemente estivemos em Sertozinho, interior de So Paulo, para conhecer as indstrias do

    setor que funcionam l e convidar os empresrios a co-nhecerem o potencial de Dourados. Os investimentos no setor esto apenas comeando, uma nova Usina j est em implantao, a Dourados Acar e lcool, con-clui Murilo Zauith.

    DIVERSIDADE TNICA

    Dourados o municpio brasileiro com a maior con-centrao de indgenas residentes em rea urbana. So cerca de 10 mil indivduos das etnias Terena e Guarani Caiu. As aldeias Jaguapiru e Bororo esto localizadas a poucos minutos do centro da cidade. O municpio tam-

    bm absorve grande influncia do Paraguai que est a 100 km de distncia, na fronteira. Estima-se que 30% da populao de Dourados tenha algum lao paraguaio. Assim, as duas culturas, indgena e paraguaia, exercem

    forte influncia sobre o costume local.

    A cidade tambm se caracteriza por ser um centro

    universitrio. No municpio esto instaladas duas uni-versidades pblicas, a Universidade Federal da Gran-de Dourados (UFGD) e Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), alm de instituies privadas como a Universidade da Grande Dourados (UNIGRAN) e Universidade Anhanguera-Uniderp. O municpio oferece tambm diversas opes de lazer, os moradores costumam fazer caminhadas nos parques ambientais Antenor Martins e Arnulpho Fio-ravante - os dois com grandes lagos artificiais e rea verde. Na regio central destacam-se o Parque dos Ips e a Praa Antnio Joo, que acaba de ser revitali-zada, tornando-se um ponto de encontro da socieda-

    de douradense.

    Para os amantes do cinema, a cidade possui trs salas de exibio, localizadas no Shopping Avenida Center, que abrange diversas lojas e praa de alimen-tao. Para aqueles que preferem curtir a noite, a cida-de conta com 54 restaurantes e 7 bares localizados na rea central.

    No que se refere ao turismo, Dourados caracteriza--se pela realizao de negcios e eventos. So 1.052 apartamentos com 1.815 leitos em hotis e pousadas, cuja taxa de ocupao geralmente est na casa dos 80%. Entre as festas e eventos mais conhecidos desta-cam-se a Festa do Peixe, Exposio Agropecuria (Ex-poagro), Fiesta Paraguaya, Festa de Nossa Senhora de Caacup e o Bon Odori.

    DOURADOS O SEGUNDO MAIOR MUNICPIO COM UMA POPULAO DE QUASE 182 MIL HABITANTES

    SEGUNDO A PREFEITURA, O SETOR COMRCIO MOVIMENTA CERCA DE 1,8 BILHO DE REAIS AO ANO

    10 MIL INDIVDUOS DAS ETNIAS TERENA E GUARANI RESIDEM NA CIDADE

  • 23COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

  • 24 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Comrcio&Cia - Numa pesquisa divulgada em janeiro pela Agncia Nacional de Aviao Civil (ANAC), onde passageiros de todo Pas avaliaram os aeroportos, o de Campo Grande foi considerado o segundo pior en-tre elencados no Brasil. Mato Grosso do Sul a porta de entrada para receptivos de grande importncia, como o Pantanal Sul-Mato-Grossense e o municpio de Bonito. Sabemos que h projetos para reforma e ampliao do terminal. Como a INFRAERO vem acom-panhando a questo? Gustavo do Vale - A INFRAERO est atenta ao cresci-mento da movimentao de passageiros nos aeropor-tos administrados pela empresa e para Campo Grande a situao no diferente. Para isso, a empresa planeja uma srie de melhorias para o aeroporto da cidade. A principal delas a construo de um novo Terminal de Passageiros, que ser viabilizada com a ampliao da rea onde o aeroporto est instalado. Esse processo faz parte de um Acordo de Cooperao Tcnica assinado em dezembro de 2009, que prev que a rea atual, de 1,08 mil hectares, seja aumentada para 2,41 mil hec-tares. Para isso, o Governo sul-mato-grossense dever desapropriar e tornar de utilidade pblica uma rea de 1,33 mil hectares. Ao todo, devero ser feitas 52 desa-propriaes. Cerca de R$ 20 milhes sero destinados pelo Estado para as aes de desapropriao. O Acordo envolve ainda a participao dos Comandos do Exrcito e da Aeronutica.

    O turismo brasileiro passa por um momento importante, reflexo direto da melhoria de renda da populao e tambm da concorrncia entre empresas areas, que barateou o preo das passagens e favoreceu as viagens. O crescimento rpido do fluxo nos aeroportos de todo o Pas imps ao Governo o desafio de alinhar a estrutura dos terminais demanda, as-sunto sobre o qual o presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroporturia (INFRAERO) Gustavo do Vale fala nesta edio da Comrcio & Cia. Mineiro de Caratinga, Antnio Gustavo Matos do Vale nasceu a 28 de abril de 1951. Com formao superior nas reas de Cincias Contbeis, Administrao de Empresas e Cincias Econmicas, Gustavo j ocupou cargos de destaque no Banco Central do Brasil, no Banco Mercantil do Brasil S. A.; na IBM do Brasil Ltda.; Siderrgica Montana S. A.; BMG Seguros S. A.; Banco de Minas Gerais S. A. Nesta entrevista o presidente da INFRAERO detalha os investimentos que sero realizados nos trs aeroportos de Mato Grosso do Sul.

    preciso pensar nos passageiros de hoje.

    C&C - O que caber Infraero neste processo e qual o cronograma destas obras? INFRAERO caber realizar os projetos bsico e executi-vo do novo Terminal de Passageiros, das duas pistas de pouso e do Terminal de Cargas. Alm disso, a estatal se responsabilizar pela alterao do Plano Diretor e pos-terior envio Agncia Nacional de Aviao Civil (ANAC) para anlise. O prazo para esse acordo ser executado, in-cluindo os estudos e as licitaes para as obras, de trs anos a partir da assinatura. Em outra linha de ao, a INFRAERO iniciou um plane-jamento para ampliar a atual sala de desembarque do Aeroporto de Campo Grande, que passar de 322,3 m para 612,4 m, um aumento de 90%, alm de contar com mais uma esteira de bagagem. Com esse trabalho, o pas-sageiro ter mais conforto e rapidez para desembarcar na cidade. Estamos dependendo agora de uma reformu-lao do layout do espao - que depende do remaneja-mento de uma rea comercial - para definirmos prazos e valores. C&C - Temos hoje, por exemplo, apenas um porto para desembarque com uma nica esteira, ao passo que somente nos quatro primeiros meses do ano o movimento no Aeroporto cresceu 40%. Quais as mu-danas que devem ser implementadas para suportar esse aumento de demanda e j prevendo os prxi-mos anos?

    Entrevista

    Presidente da INFRAERO Gustavo do Vale fala sobre o boom nas viagens e o esforo do governo para adequar a infraestrutura dos aeroportos demanda

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    A primeira ao a ser iniciada a ampliao da sala de de-sembarque, que aumentar em 90% e ter mais uma es-teira de bagagem. Para isso, a INFRAERO far uma reade-quao do espao, o que viabilizar a obra. Por ou-tro lado, a empresa tambm planeja a construo do novo Terminal de Passageiros, como citado anterior-mente, para ampliar a capacidade do Aeroporto In-ternacional de Campo Grande.Nossos nmeros apontam que, aps as obras, o Ter-minal ser capaz de receber at 5,2 milhes de pas-sageiros por ano. Esse trabalho est em execuo e o nosso objetivo deixar o Aeroporto de Campo Grande e de outras cidades do Pas adequados para atender demanda do setor areo brasileiro.

    C&C - Que outros projetos tm para as cidades do interior? Alm de Campo Grande, a INFRAERO administra mais dois aeroportos em Mato Grosso do Sul. So os terminais de Ponta Por e Corumb que, apesar de serem de menor porte, so aeroportos estrat-gicos, uma vez que esto em regio de fronteira e responsveis por atender as demandas locais. Jun-tos, esses dois aeroportos recebero R$ 8,23 milhes em investimentos.Entre essas melhorias est o recapeamento da pista de pouso do Aeroporto de Ponta Por. Ao todo, R$ 6,44 milhes sero investidos na obra, que vai aper-feioar o nvel de segurana das operaes de pouso e decolagem. Alm dessa melhoria, a INFRAERO vai investir R$ 1,79 milho na construo das novas cer-cas operacionais e de segurana desses aeroportos. C&C - O que a atual estrutura dos aeroportos do interior permite? importante destacar que esses aeroportos j con-tam com estruturas para receber voos domsticos e internacionais, desde que em coordenao com outros rgos pblicos (Polcia Federal, Receita Fe-deral, Anvisa e Vigiagro) para viabilizar as operaes desses voos. Dessa forma, caso haja demanda de voos interna-cionais, a INFRAERO moni-tora o desempenho da es-trutura para receber os voos com o objetivo de executar

    adequaes para possveis ampliaes em funo da demanda.

    C&C - Apesar de no ser subsede da Copa de 2014,

    todos os Estados devem se beneficiar com a vinda de turistas do mundo inteiro, da a importncia dos aeroportos estarem estruturados mesmo antes, para a Copa das Confederaes. Esses eventos de-finiram mudanas nos projetos de reestruturao dos aeroportos de MS? De que maneira? Esses eventos apenas reforam a necessidade dos ae-roportos estarem adequados ao crescimento da de-manda pelo transporte areo, que j tem se destacado nos ltimos anos, principalmente com o desempenho da economia nacional. Dessa forma, a INFRAERO tem planejado os seus investimentos em infraestrutura para garantir que os aeroportos sob nossa adminis-trao recebam as obras necessrias para atender ao fluxo de viajantes que utilizam o aeroporto, seja para lazer ou para negcios. C&C - De um modo geral, como o Senhor avalia a es-trutura aeroporturia do Pas? Todos ns, funcionrios da INFRAERO, somos conscientes do grande desafio que temos pela fren-te. Sabemos o quanto preciso fazer em pouco tem-po para garantir mais conforto aos usurios do nosso transporte areo. Sabemos tambm que a capacidade de muitos aeroportos est se esgotando e que a de-manda dos nossos clientes s vem crescendo, o que paradoxalmente timo para o Pas, mas aumenta, e muito, o nosso trabalho.

    C&C - Hoje quais so os principais desafios perante o aumento das viagens areas? Nossa preocupao com o momento atual. Devemos pensar no curto prazo, no passageiro que transita hoje nos aeroportos brasileiros e, em especial, os por ns administrados. preciso admitir que a infraestrutura brasileira, em especial a aeroporturia, foi surpreendi-

    da com o crescimento acele-rado da presena de novos segmentos de consumidores no transporte areo, o que motivo de satisfao, j que isso significa mais um reflexo positivo do crescimento eco-nmico do Brasil.

  • COMRCIO & CIA MARO/ABRIL 2011

  • 28 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Comrcio & Servios

    Lucrativo, turismo de negcios explode e pressiona infraestrutura da CapitalDuas vezes mais rentvel que o turismo de passeio, o de negcios e eventos responsvel por 30% dos visitantes recebidos em Mato Grosso do Sul, com parada obrigatria na Capital e muitas vezes tambm em Bonito. A prosperidade desse segmento chama os organizadores para a necessidade de planejamento, uma vez que a concentrao de eventos em um nico perodo sobrecarrega a infraestrutura da cidade, da hotelaria ao setor gastronmico.

    A queixa de quem trabalha com logstica antiga: faltam leitos para alojar visi-tantes quando h grandes eventos. Faltam mesmo? Vrios elos da cadeia ga-rantem que a estrutura suficiente, mas preciso se organizar em funo de uma agenda para evitar o acmulo de encontros, congressos, seminrios, workshops, jornadas em um nico perodo, o que satura a estrutura disponvel e, por outro lado, gera longos perodos de ociosidade para hotis, locadoras de veculos e de-mais agentes do trade.

    TAXISTAS COMEMORAM O AUMENTO DE 20% NAS CHAMADAS PELO SERVIO EM QUATRO ANOS

    SETOR CHAMA A ATENO DE ORGANIZADORES PARA OS PERODOS DE SOBRECARGA E DA BAIXA TEMPORADA, DA HOTELARIA AO SETOR GASTRONMICO

  • 29COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    aos hotis. Os taxistas so os primeiros a fazer uma reciclagem sobre como melhor atender o turista, te-rem conhecimento mnimo de uma lngua estrangei-ra, dos pontos tursticos, dos hotis, bares e restau-rantes, enfim, conhecerem a cidade em que vivem. A ABIH/MS tambm est capacitando 214 funcionrios da rede hoteleira de Campo Grande no Curso Bem Receber Copa, oferecido pelo Ministrio do Turismo. Cristina diz que a construo do Aqurio do Pan-tanal traz uma nova perspectiva para o turismo da Capital, que hoje se baseia principalmente em even-tos e negcios por falta de atrativos. Ela tambm observa que a cidade carece de um novo Centro de Eventos, com capacidade de lotao maior que a do Centro de Convenes Rubens Gil de Camillo, que comporta 1.049 pessoas no auditrio principal, no Manoel de Barros, 135, no Pedro de Medeiros, 109 no Tertuliano Amarilha e 196 no auditrio Germano de Barros Souza.

    VISITANTE VALIOSO Presidente da Fundao de Turismo de Mato Grosso do Sul, Nilde Brum refora que h um dfice estimado entre 1.500 e 1.800 leitos, considerando que hoje existem 4.500 na Capital. Sobre reordenar o calendrio, Nilde observa que os pe-rodos de realizao dos eventos so determinados pelos prprios circuitos das entidades e na maioria das vezes fixados em determinada poca do ano. Eles tm a periodicidade deles, o que procuramos atrair novos eventos, que sejam distribudos ao logo do ano, para suprir essa sazonalidade. O primeiro se-mestre mais fraco e no s aqui, no mundo inteiro. Segundo Nilde, em 2009 o segmento de negcios e eventos trouxe ao Esta-

    OLHO NO CALENDRIO Presidente da Federao de Conventions and Vi-sitors Bureaux de Mato Grosso do Sul e proprietrio da Yes Rent a Car Marco Antnio Lemos conta que 2010 foi um ano atpico, com muitos eventos, que impulsionaram a locao de veculos de 30% a 40% comparada a 2009. Este ano est mais arrefecido, mas esperado que no segundo semestre haja uma concentrao maior de eventos, um fator natural do mercado. Condio essa que precisa ser trabalhada e muda-da, defende o empresrio. Precisamos de um traba-lho focado na captao de eventos para o primeiro semestre. H um acmulo muito grande no segun-do semestre e isso provoca problemas de hotelaria. As pessoas que trabalham nesse setor no tm h-bito de consultar o calendrio da cidade, fazer uma pesquisa para ver o que est programado para de-terminados perodos. No temos um dfice muito grande de leitos, o que existe uma m distribuio do calendrio. Essa organizao fundamental para proporcionar um turismo de qualidade e causar uma boa impresso da cidade. Marco Antnio lembra que o prprio Convention Bureau disponibiliza um calen-drio de eventos, raramente consultado - diz ele - por falta de hbito. A presidente da Associao Brasileira da Indstria de Hotis, seccional de Mato Grosso do Sul (ABIH/MS), Cristina Busse enftica: No adianta apenas construir hotis, pois se no for feito um equacio-namento dos eventos a rede hoteleira ter picos de grande lotao e perodos de ocupao extrema-mente baixa, o que pode ocasionar queda na quali-

    dade dos servios prestados e at mesmo levar hotis a fecharem suas portas.

    Quanto s aes coordenadas para garantir um bom atendimento ao turista, Cristina diz que os desafios per-sistem, mas j h avanos, como a capa-citao de funcionrios dos Centro de Atendimento ao Turista (CAT) com cur-

    sos de ingls, espanhol, braile, libras e a implantao do nibus executi-

    vo que leva turistas do Aeroporto

    MARCO ANTONIO ESPERA UM SEMESTRE MAIS PRODUTIVO, COMO FOI O ANO DE 2010, QUANDO OS EVENTOS AUMENTARAM A LOCAO DE CARROS EM AT 40% A MAIS DO QUE O ANO ANTERIOR

    PARA NILDE BRUM, AS INSTITUIES TM DE REORDENAR AS DATAS DE EVENTOS PARA SUPRIR SAZONALIDADE

    CRISTINA BUSSE TAMBM APOSTA NO EQUACIONAMENTO DOS EVENTOS

  • 30 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    do 30% dos 1,3 milho de visitantes, ou seja, 390 mil turistas. A mdia de permanncia de trs dias e a movimentao econmica gerada de 50% a 100% superior aos US$ 120,00 a US$ 150,00 dirios gastos pelos que vm a passeio. Isso porque o turista de pas-seio geralmente j vem com pacote fechado e uma previso de gastos, enquanto que os participantes de

    eventos e negcios viajam por conta das empresas e recebem dirias que so injetadas na economia local, desde a prpria inscrio nos eventos, gastos com o setor gastronmico, compras de suvenir e lazer no perodo noturno. Que o diga o presidente do Sindica-to dos Taxistas de Campo Grande (SIN-TXI), Joo Santana. O fluxo 40% maior no Aeroporto Internacional de Campo

    Circuito internacional Hoje, segundo a presidente da Fundao de Turismo, Campo Grande, Bonito, Corumb e Dourados so as cidades que tm melhores equipamentos para receber eventos. A Organizao Mundial do Turismo tem sinalizado que de 70% a 80% dos even-tos no mundo so de pequeno e mdio porte, exatamente tama-nho que as cidades de MS comportam. Nilde Brum revela: por isso temos trabalhado na captao de eventos, desde cientficos aos esportivos, em parceria com os Conventions e entidades de classe. Fruto desse esforo, Bonito receber em 2012 o primeiro evento cadastrado pela Associao Internacional de Congressos e Convenes (ICCA), o Congresso Internacional da Associao para Biologia Tropical e Conservao (Association for Tropical Biology and Conservation), que vai reunir em cinco dias uma mdia de 1.200 pessoas, entre professores universitrios e pesquisadores, de cerca de 30 pases, para estudos na rea de biologia tropical e conservao.

    Organizao Em junho, a Capital sediou o Congresso Internacional da Carne, com pblico de 1.400 participantes, segundo a organizao. Diretora da Agncia Mais Viagens, responsvel pela logstica e dos palestrantes e convidados, Cassi-lene Vieira Carneiro afirma que trabalha com dez hotis de categoria a partir de 3 estrelas, que tiveram com ocu-pao total durante o evento. Conseguimos garantir a hospedagem porque bloqueamos com antecipao essas reservas, mas ainda falta estrutura tanto em leitos quanto locais para realizao dos eventos. Cassilene calcula que nos ltimos trs anos a deman-da em funo do turismo de eventos e negcios tenha crescido em torno de 40% e acredita que a localizao estratgica de Campo Grande em relao aos polos emis-sores, como So Paulo, seja um dos fatores responsvel pela procura. A gerao de divisas, porm, no para por a. Em torno de 30% do pblico acabam esticando para outros destinos tursticos, como Bonito, Pantanal e mes-mo a regio da fronteira como Ponta Por.

    Grande trouxe reflexos diretos nos quilmetros roda-dos pelos 438 carros que integram a frota da Capital. Tivemos um aumento de 20% nas corridas de quatro anos para c. Alm do movimento maior no aeropor-to, a demanda na rede hoteleira aumentou as chama-das para o trajeto hotel-reparties pblicas, Centro de Convenes e locais do evento. Incluindo as sadas noturnas, quando os turistas saem para jantar, lanchar ou se divertir. A reao no movimento em funo dos visitantes que vm a negcios ou para eventos foi a mesma per-cebida nos bares e restaurantes, segundo o diretor da Associao Brasileira de Bares e Restaurantes, seccio-nal de Mato Grosso do Sul (ABRASEL/MS) Paulo Ortiz. um pblico muito interessante, geralmente os tu-ristas vm em grupos e quando so muitas pessoas fazem as reservas antecipadas.

    CASSILENE: RESERVA ANTECIPADA GARANTIU O BOM ATENDIMENTO A TODOS OS PARTICIPANTES DE UM CONGRESSO

    JOO SANTANA - SINTXI

  • 31COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    W W W . I N N F O M A S T E R . C O M . B R

    X

    SOLUESESPECIAIS EMTECNOLOGIA DAINFORMAOPARA PEQUENAS,MDIASE GRANDES EMPRESASE PROFISSIONAISLIBERAIS

    3026-1876 Antnio Maria Coelho, 4236

  • 32 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Estratgia

    A estratgia indispensvel para que o contato no seja inoportuno ou incuo, alerta o administrador Carlos

    Henrique da Silva, da empresa Gesto e Negcios, Inteligncia Competitiva e So-lues Empresariais. Alm de escolher o melhor momento para a ligao, pre-ciso saber prender a ateno de quem est do outro lado da linha: O script

    deve ser bem-construdo e estimulan-te. Deve conter uma motivao para a participao do cliente em responder. Ele lembra que, alm de demonstrar o interesse em ouvir o quanto o cliente ficou satisfeito, a pesquisa ajuda a re-duzir os possveis riscos e problemas da empresa porque alinha os interesses das duas partes envolvidas no negcio.

    Ps-venda valoriza o cliente e ajuda a aprimorar o atendimentoNegcio fechado, trabalho concludo? No para quem quer manter o relaciona-mento com a clientela. O ps-vendas fundamental para conhecer a perspectiva do cliente sobre o atendimento recebido, ponto determinante para que ele volte a comprar ou faa indicao, a famosa propaganda boca a boca. Sabendo disso, muitos empresrios buscam esse feedback.

    CARLOS HENRIQUE: PESQUISA REDUZ RISCOS E PROBLEMAS DA EMPRESA

  • A DOSE EXATA

    Fbio Pina, scio da FFA Consultoria em Pes-

    quisas, observa que, dependendo do produto que negociado, qualificar e quantificar a opinio do consumidor crucial, especialmente quando tem alto valor agregado. No razovel imaginar uma ps-venda para um saco de arroz ou feijo, mas imperioso para quem vende um automvel, um computador ou algo de uso muito especfico e tcnico. A pesquisa de avaliao normalmente bem-aceita, principalmente nas compras relevan-

    tes. Para as mais corriqueiras pode gerar o efeito oposto ao desejado e irritar o cliente ao ser relativamente invasivo. O gerente de assis-

    tncia tcnica da Fiat Enzo Walcyr da Silva Martins res-salta que a ps-venda deve estar aliada qualidade para

    33COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    que os problemas detectados sejam resolvidos no menor tempo possvel. Por isso, h uma reunio mensal para que as equipes mensurem a evolu-o dos servios a partir do contato com os clien-tes pelo telefone. Alm de mostrar que a gen-te est interessado, as ligaes para lembrar de revises, por exemplo, tambm mostram que te-mos um bom controle da nossa cartela de clientes. Desde 2002 usamos o sistema de pesquisa de avaliao dos servios e percebemos que o cliente se sente valorizado. Alguns esto ocupados, mas a maioria receptiva e observo que estou ganhando pontos, diz o dono da tica George Floyd Abdul Messih Tchatcha. O empresrio afirma que o contato tambm ajuda a fixar a marca na memria do cliente. Nos dias 19 e 20 de outubro, Fbio Pina vai falar sobre Gesto de Resultados no Varejo e, nos dias 22 e 23 de novembro, a vez do consultor Carlos Henrique da Silva abordar o tema Gesto de Dados e Pesquisa no Varejo, em Campo Grande.

    PS-VENDA DEVE ESTAR ALIADO QUALIDADE PARA QUE OS PROBLEMAS SEJAM REALMENTE RESOLVIDOS COM AGILIDADE E NA PROPORO QUE O CLIENTE DESEJA

    ABDUL TCHATCHA DIZ QUE SEUS CLIENTES SE SENTEM VALORIZADOS E A ESTRATGIA AJUDA A FIXAR O NOME DA EMPRESA

    PESQUISA DE AVALIAO BEM- ACEITA NAS COMPRAS RELEVANTES. PARA AS MAIS CORRIQUEIRAS PODE GERAR EFEITO OPOSTO AO DESEJADO PELO EMPRESRIO , AFIRMA FBIO PINA

  • 34 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Procura-se profissional de gastronomia

    Quem tem o seu, segura; e quem ainda precisa de um profissional vai ter de oferecer condies atrati-vas para preencher a vaga. No mercado de gastronomia de Mato Grosso do Sul, a relao de procura e oferta est invertida: os empresrios tm de garimpar colaboradores, desde garons e auxiliares at cozinheiros. Estes ltimos so os que mais tm feito falta ao mercado. Um bom cozinheiro hoje ganha entre R$ 2.000 e R$ 2.500, observa o presidente doSindicatodos Hotis,Restaurantes,Barese Simi-lares de Campo Grande JosGilberto Petinari.

    Carreira & Mercado

    Crescimento da cidade e falta de mo de obra qualificada faz deste um dos segmentos mais promissores

    SALRIOS QUE VARIAM AT ACIMA DE R$ 2.500,00 MENSAIS CHAMAM A ATENO DE PROFISSIONAIS. NO SENAC MS OS CURSOS ESTO LOTADOS

  • 35COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Proprietrio do Yotedy, em Campo Grande, ele conta que formou sua equipe, hoje com 48 pro-fissionais, ao longo de 13 anos, e para manter todos preciso valoriz-los e proporcionar cursos de re-ciclagem. Quando necessita de mais colaboradores para eventos, o desafio grande. Dependendo do evento precisamos contratar 80 garons. Em nosso mercado, a demanda muito grande, e a solicitao maior sempre por cozinheiros.

    SEGMENTO BOMBANDO Dados do Cadastro Geral de Empregados e De-sempregados (CAGED) corroboram com essa cons-tatao. De janeiro a junho deste ano, o segmento econmico do Estado que mais aumentou o nmero de empregos formais foi justamente o de servios de alojamento, alimentao, reparao e manuteno, com gerao de 3.574 empregos, ou seja, 20 vagas por dia. Se o mercado procura, a busca por qualificao

    vem a reboque. O coordenador pedaggico da rea de Turismo

    e Hospitalidade do SENAC MS Thalis Maciel Ferreira

    Rosa afirma que o plane-jamento estratgico para este ano j considerou a demanda em alta e foram oferecidos quatro cursos para aperfeioamento,

    todos com procura ace-lerada. Temos a abertura

    de novos shoppings e hotis que bus-

    cam profis-

    sionais com qualificao. So investidores que, muitas vezes, vm de fora do Estado e tm outra viso e exi-gncia em relao mo de obra. Thalis lembra que o segmento gastronmico am-plo, envolve uma gama extensa de profissionais, gar-ons, auxiliares de limpeza, cozinheiros, salgadeiros, pizzaiolo, sushiman e outros. Os cursos vo desde os mais bsicos ps-graduao pelo Ensino a Distncia (EAD). A partir de 2013, o mercado tambm contar com o suporte do novo Restaurante Escola do SENAC, que ser instalado em uma rea no bairro Jardim dos Estados. A fase de elaborao do projeto.

    NO YOTEDY, COMPETIES ENTRE AS EQUIPES DO GRUPO OBRIGAM CRIAO DE NOVOS PRATOS, AUMENTAM ENTROSAMENTO DO GRUPO E FACILITAM TROCA DE CONHECIMENTOS

    JOS GILBERTO PETINARI D A DICA: VALORIZAR E OFERECER CURSOS DE CAPACITAO PARA GARANTIR PROFISSIONAIS SEMPRE DISPOSTOS E CRIATIVOS

  • 36 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Unimed Campo Grande (sede)Rua da Paz, 883 - (67) 3389-2425 / 2421 / 2677Centro Mdico Unimed Rua Abro Jlio Rahe, 1440 - (67) 3321-5600Hospital Unimed Campo GrandeAvenida Mato Grosso, 4.566 - (67) 3318-6610

    Um exame preciso contribui para um diagnstico correto e, logo, um tratamento eficaz.

    O Laboratrio Unimed Campo Grande possui os equipamentos e profissionais capacitados para realizar exames de anlises clnicas em diversas especialidades. E ainda, o nico laboratrio do Estado e o primeiro do Sistema Unimed Brasil a receber o selo do PALC Programa de Acreditao de Laboratrios Clnicos, o maior programa de acreditao do setor na Amrica Latina.

    Por isso, para garantir a sua tranquilidade e a segurana da sua sade, escolha o Laboratrio Unimed Campo Grande.

    Postos de Coleta

    Laboratrio UnimedCampo Grande.

    Preciso e seguranaque garantem

    sua sade.

    ESTACIONAMENTO PRPRIO

    De MS para o Brasil Profissionais de gastronomia de Mato Grosso do Sul tambm se destacam no cenrio nacional. o caso do chef Marclio Galeano, que docente do SE-NAC Campo Grande h quase dois anos e participou recentemente do programa Super Chef, da apresen-tadora global Ana Maria Braga. Foi a oportunidade de conhecer grandes chefs, que, alm de pessoas maravilhosas, so competidores com currculos in-vejveis. E o mais importante a troca de conheci-mento entre todos os profissionais que ali estiveram, com suas culturas, processos e habilidades peculiares a cada um.Marclio ministra curso de formao do Cozinheiro Bsico e j certificou mais de 120 alunos. Para a diretora regional do SENAC MS Regina Ferro, a seleo pelo docente prova a qualidade dos profissionais contratados pela Instituio. Privile-giamos as competncias pessoais. Por isso, temos o melhor quadro de profissionais do Estado, capacita-dos para ensinarem tudo o que sabem.

    CHEF MARCLIO GALEANO, QUE PARTICIPOU DO PROGRAMA SUPER CHEF, DA REDE GLOBO. PRIVILEGIAR AS COMPETNCIAS PESSOAIS DOS DOCENTES DO SENAC GARANTE QUADRO DE PROFISSIONAIS DO MAIS ALTO NVEL, AFIRMA DIRETORA DO SENAC MS REGINA FERRO

  • 37COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Sindical

    Atualmente, o Sindicato possui 130 empresas filia-das, que buscam por meio dele obter condies favorveis para o seu bom funcionamento e desen-volvimento. Dourados o segundo maior municpio de Mato Grosso do Sul e o setor de servios comrcio e turismo responde por 79% (cerca de R$ 1,8 bilho) do PIB da cidade, considerado o segundo maior de nosso Estado.

    EM DEFESA DO COMRCIO

    De acordo com o presidente do Sindicato Valter Mario Castro, o SINDICOM tem fomentado o associa-tivismo entre os empresrios, buscado nos rgos governamentais o respeito pela classe, combatendo a informalidade, existncia de empresas clandestinas e a racionalizao dos impostos. Tem procurado, ain-da, proporcionar produtos e servios seus associa-dos, como marketing associativo, projetos ambientais e sociais, palestras e workshops, assessoria jurdica, pesquisas sazonais, entre outros. Ao longo dos anos, o Sindicato tem crescido em vrios aspectos. Atu-almente somos reconhecidos como defensores do

    comrcio de Dourados. O Sindicato, pre-ocupado com seus sindicalizados e

    representados, assinou uma parceria

    com o Instituto FECOMRCIO, Fun-dao Manoel de Barros e a Facul-dade Anhanguera-Uniderp que vai

    contemplar pesquisas sazonais nas datas de maior

    Representatividade forte garante apoio dos empresrios no Sindicato do Comrcio Varejista e Atacadista de DouradosCriado em 5 de abril de 1991, o Sindicato do Comrcio Varejista e Atacadista de Dourados (SINDICOM) vem trabalhando com o objetivo de fortalecer e lutar pelos interesses da classe patronal, contribuir para a proteo e a longevidade das empresas representadas e com papel de complementar produtos e servios que permitam melhorar sua sustentabilidade.

    VALTER MRIO CASTRO FOI REELEITO PRESIDENTE DO SINDICOM ESTE ANO

    movimentao para que os dados sirvam de apoio e tambm para ajudar na tomada de decises. Neste ano, j foram feitas quatro pesquisas: Pscoa, Dia das Mes, Dia dos Namorados e dos Pais, e, o mais impor-tante, o resultado das vendas, que aumentaram mui-to em relao ao ano passado. Hoje, o SINDICOM, em parceria com a FECOMRCIO, SESC e SENAC formam o maior benfeitor da classe empresarial de Doura-dos, afirma Valter.

    PARCERIAS POSITIVAS

    Ainda com relao parceria com a Federao do Comrcio de Mato Grosso do Sul, Valter afirma que a instituio tem sido o elo entre a entidade e a clas-se patronal. A FECOMRCIO tem sido de extremo apoio para os sindicatos, nos oferecendo ferramen-tas, como o Sistema de Excelncia em Gesto Sindical (SEGS) e o Programa de Desenvolvimento Associati-vo (PDA), auxiliando assim para que possamos ofere-cer um servio de excelncia para nossas empresas. As ferramentas do SEGS e PDA, oferecidas pela Confederao Nacional do Comrcio (CNC) em par-ceria com a FECOMRCIO MS, tm o objetivo de levar melhorias no que se refere gesto e operacionaliza-o. O SINDICOM se destaca pela participao maci-a em todas as reunies e eventos realizados. Ainda no nosso plano de desenvolvimento associativismo estamos com aes de marketing e, com o apoio do PDA, em 30 dias aumentamos nosso nmero de filia-es para 130, um crescimento de 44%.

  • 38 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Fecomrcio MS

    Manter o empresrio atualizado, com acesso informao e s novas ferramentas existentes no mercado para que a gesto do negcio se torne cada vez mais competitiva e eficaz. O mundo globalizado e com fluxo intenso de informaes e negcios sugere um rpido proces-so decisrio, alicerado na anteviso das possibilidades macroeconmicas e tambm regionais. Atenta a esse processo, a FECOMRCIO MS est desenvolvendo palestras, workshops, seminrios voltados aos empresrios, firmando a misso de promover condies favorveis para que as em-presas do comrcio de bens, servios e turismo gerem resultados positivos e promovam o desen-volvimento da sociedade.

    Federao promove eventos para empresrios se atualizarem no mundo dos negcios

    TEMAS ATUAIS E QUE ESTIMULAM EMPREENDEDORES PARA ATUAR COM MAIS COMPETNCIA, EXCELNCIA E QUALIDADE NOS SERVIOS E PRODUTOS

  • 39COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    TEMAS ATUAIS a disseminao do conhecimento, compartilhan-do com os associados toda a competncia e exceln-cia que existe no meio empresarial. Para atingir esse objetivo, a FECOMRCIO MS tem desenvolvido um trabalho intenso para trazer consultores renomados, de vrias partes do Pas, para dar dicas, sugestes que podem ser usadas nos empreendimentos. Os assun-tos so variados, como gesto, empreendedorismo, varejo, tecnologia e mdias digitais. Temas atuais e que no podem estar fora da agenda do empresrio

    comprometido em se manter no mercado e atento s exigncias do consumidor. Para a gestora do Departamento de Relaes com o Mercado da FECOMRCIO MS Ionise Piazzi, responsvel pela organi-zao dos eventos, as aes somente so possveis por meio da parceria firmada pela Federao. O SEBRAE MS um dos mais for-tes aliados nessa trajetria. O xito se deve tambm unio entre SESC, SENAC, sindi-catos e demais empresas que entendem a importncia do investimento no capital hu-mano. At o fim de 2011, j sero 11 even-tos, palestras e workshops realizados pela Federao de Mato Grosso do Sul. Em se-tembro, por exemplo, ser feita a palestra Voc do Tamanho dos seus Sonhos, com Csar Souza, um dos dez palestrantes mais requisitados do Brasil, de acordo com a re-vista Exame e Jornal O Globo. O evento ter como objetivo apresentar passos para tor-nar objetivos e metas em realidade, possi-bilitando - por meio da determinao pes-soal, motivao e estmulo - transformar os sonhos em projeto de vida. Csar tambm

    abordar temas como planejamento, motivao, per-sistncia, comprometimento, determinao e esprito de equipe.

    HISTRICO DE SUCESSO Em junho deste ano, a Fecomrcio/MS e Sebrae/MS promoveram uma palestra solidria com o renomado maestro Joo Carlos Martins, realizada no centro de convenes Rubens Gill de Camilo, em Campo Grande. O evento reuniu 1.146 espectadores que arrecadaram 3.439 latas de leite em p destinadas a entidades ca-rentes filiadas ao Programa SESC Mesa Brasil. De acordo com a administradora de empresas, Marlene Souza, a noite com o maestro foi inesquec-vel. A histria de vida dele um exemplo de supe-rao e de como no devemos nos abater diante das barreiras que a vida nos impe, e no s isso, a noite foi um espetculo. Impossvel no se emocionar com sua msica. Outro evento de destaque foi o Seminrio de Em-preendedorismo Digital, realizado em junho na Capi-tal. O evento contou com a realizao de palestras com renomados profissionais da rea, tais como Pedro Na-daf, Natan Schiper, Roberto Dias Duarte e Silvio Meira. Para Gilda Santa Cruz, encarregada do setor de marketing de uma loja de suprimentos da Capital, o seminrio de empreendedorismo foi extremamente construtivo e vai auxiliar em muito em seu dia a dia no trabalho. Participei de todas as palestras, achei o seminrio interessantssimo, em especial gostei muito da participao do Silvio Meira que tratou sobre as re-des sociais no mundo dos negcios. um assunto que me interessa principalmente por fazer parte da minha rotina de trabalho, achei extraordinria a forma como ele falou sobre o tema, tratando este assunto de uma forma clara e objetiva, nos colocando a par deste mun-do digital que se faz cada vez mais presente dentro das empresas.

    Eventos21/09 - Workshop - Gesto de Liderana no Varejo de Bens, Servios e Turismo - Csar Souza - Local: Sebrae

    22/09 - Palestra: Voc do tamanho dos seus sonhos - Csar Souza - Local: Sebrae

    19 e 20/10 - Workshop - Gesto de dados de pesquisa no Varejo - Fabio Pina - Local: Sebrae

    22 e 23/11 - Workshop - Carlos Henrique - Gesto de Resultados no Varejo - Carlos Henrique - Local: Sebrae

    24/11 - Palestra: Consumo, Comportamento, Valores e Comunicao dos Diferentes tipos de Consumidor Brasileiro - Renato Meirelles - Local: SESC HORTO

    COM A PALESTRA DO MAESTRO JOO CARLOS MARTINS, A FECOMRCIO MS PROPS QUE EMPRESRIOS ANALISASSEM TEMAS COMO SUPERAO DE DESAFIOS E OBSTCULOS PARA MELHORAR A GESTO DE SUAS VIDAS PESSOAIS E PROFISSIONAIS

  • 40 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Informao, matria-prima do sucesso de um negcio

    Tecnologia & Inovao

    Programas de informtica so indispensveis para organizao das empresas

    Todos os cases de empresas bem-sucedidas na atualidade trazem, em algum contexto, a utilizao da informao como ferramenta bsica para bons resultados. Podem ser dados, levantamentos, pesquisas que so da empresa e utilizadas em seus proces-sos, a informao que o empreendimento ou gestores propagam ou, mesmo, a que eles captam dos clientes, parceiros e do mercado. Parafraseando o ditado mais que repetido: informao, hoje, tambm, constitui a alma do negcio.

  • 41COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    MUNDO VIRTUAL, POSSIBILIDADES REAIS

    Formada por um biolgo e um jornalista, a em-presa 8020 Marketeria Digital, de Campo Grande, visualizou no ambiente virtual um negcio a ser desenvolvido na cidade e no Estado. A empresa costuma ser citada como referncia no desenvol-vimento de perfis de empresas nas mdias sociais mais conhecidas, como Twitter e Facebook, mas

    trabalha com um leque de opes bem maior, como relata um dos proprietrios Estevo Rizzo, que criou a empresa com o amigo Lucas Reino, jornalista. O trabalho vai desde a avaliao da usabilida-de, palavra esquisita que indica o quo fcil ou dificil navegar em um site, desenvolvimento e alimentao de perfis nas pginas de relaciona-mento, at o posicionamento da empresa no am-

    biente virtual, incluindo a criao de nome, logo-marcas e desenvolvimento de publicidade para a internet. Fazemos tudo o que se refere ao am-biente digital, explica Rizzo. Bilogo de formao, ele fala como publicitrio. E pensa tambm. Diz que os empresrios locais ainda no despertaram como deveriam para a utilizao da informtica como ferramenta de gesto. Em muitos casos, avalia, isso ocorre por pura falta de entendimento do que se trata.

    E a forma como o empresrio lida com ela pode abrir ou fechar novas portas. Estar conectado com o mundo, traduzido hoje em sociedade da informao, no mais uma vantagem; uma necessidade impe-riosa, como alerta o consultor Slvio Meira, que parti-cipou, em junho, de workshop em Campo Grande. O evento tratou das mdias sociais, uma das queridinhas do momento quando o tema a comunicao das em-presas com o mercado.

    Meira, doutor em computao que j foi considera-do pela revista Info Exame uma das cem pessoas mais importantes das tecnologias da informao no Brasil, comentou que a aplicabilidade dessas ferramentas no mundo dos negcios irreversvel e o empresrio deve estar atento s mudanas na rea.

    MAIS PERTO DO CLIENTE?

    Slvio Meira observou que as formas de dilogo com o consumidor oferecidas pela internet facilitam a vida do empresrio, se bem-aproveitadas. Ele argu-mentou que, antigamente, o empreendedor gastava tempo e dinheiro para descobrir as preferncias da sua clientela e o que ela buscava de novo ou de diferente no mercado. No precisa ser mais assim, atesta. A in-

    ternet proporciona o que esse novo consumidor quer do seu produto, do seu negcio, e como ele avalia esse servio. Os dados esto todos ali, a um click da tecla, totalmente de graa. possvel detectar tendncias, ouvir o que o pblico tem a dizer pelas mdias sociais. O consultor categrico. Se o empresrio no

    prestar ateno e no se envolver com a nova realida-de desse mundo virtual, vai deixar de lado um conhe-cimento de duas dcadas que j est sendo usado pelo concorrente. H de se atentar que, com a poltica de incentivos do governo brasileiro fabricao de tablets, compu-tadores portteis que podem ser carregados para todo lado e permitem acesso internet em qualquer lugar. Achar esse cliente on-line cada vez mais fcil e quem no acompanha essa transformao j est ficando para trs. A concorrncia muito mais acirrada hoje, porm os mecanismos para chegar e satisfazer o clien-te so bem mais fceis de serem detectados.

    SLVIO MEIRA: POSSVEL DETECTAR TENDNCIAS, OUVIR O QUE O PBLICO TEM A DIZER PELAS MDIAS SOCIAIS, SEM CUSTO PARA O EMPRESRIO

  • 42 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    TECNOLOGIA MADE IN MS Exportar tecnologia para comunicao de dados o que a Nastek (National Sistem of Techonology) vem fazendo desde 2004. Criada por trs profissionais da

    engenharia, a empresa for-nece e monitora sistemas

    para comunicao de dados. Hoje, sua atuao domina-da pelo mercado de energia

    eltrica, para o qual desen-volve e opera sistemas para transmisso de dados via r-dio e satlite.

    Um desses sistemas foi o vencedor, em 2009, do pr-

    mio Inovao e Produtividade de Mdia e Grande Indstria do Prmio Confederao Nacional das In-dstrias (CNI). O produto que deu a premiao Nas-tek foi o Sistema de Despacho Mvel (SDM). O SDM permite que as ordens de servio envolvendo a rede de energia eltrica sejam repassadas por meio de um esquema de comunicao mvel hbrido, que envolve rdio, internet e o uso do GPS.

    Um dos fundadores da empresa, o enge-

    nheiro eletricista Jos

    Vanderley Scucuglia, conta que o sistema foi desenvolvido ainda quando ele era pro-fessor universitrio e havia dificuldade de transformar em produ-to de mercado. Scugu-

    glia se orgulha de dizer

    que o SDM uma tecnologia sul-mato-grossense sem concorrente no mercado internacional.

    A cartela de clientes da Nastek, que tem 13 empre-sas de energia eltrica no Pas, entre elas a Enersul, e ainda o Exrcito Brasileiro, comprova a aceitao. De trs criadores no incio da empresa, hoje so 50 fun-cionrios. Destes, 27 so engenheiros que, em seus laboratrios, trabalham para desenvolver novos pro-dutos, que logo estaro pelo mundo afora, comemora Scucuglia. Um primeiro contato j foi assinado, para fornecimento de equipamentos na Colmbia.

    NO LABORATRIO DA NASTEK, ENGENHEIROS TRABALHAM NO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS EQUIPAMENTOS. EMPRESA EMPREGA 27 PROFISSIONAIS DA REA

  • 43COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

  • 44 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    SRGIO LONGEN

    Empresrio do setor de alimentos e presidente da FIEMS - Federao das

    Indstrias de Mato Grosso do Sul

    A fora da indstria em Mato Grosso do Sul uma realidade evidenciada pela gerao de 121.612 empregos distribudos por um total de 9.746 estabelecimentos industriais, responsveis pela gerao de US$ 2,1 bilhes de receita com a venda de produtos industrializados em 2010. um vigoroso desempenho que, de um lado, comprova a definitiva diversificao da nossa matriz econmica e, de outro, indica que ainda h um longo caminho para avanar no processo de industrializao. Somos um Estado jovem, que percorre trechos desta jornada que reque-rem ajustes no seu percurso, notadamente, no que diz respeito necessi-dade de descentralizar o processo de industrializao, direcionando investi-mentos para regies com potencialidades distintas. Entendemos que ajudar a indstria a crescer ajudar o Brasil e Mato Grosso do Sul a crescerem juntos. Mais importante, ainda, contribuir para a evoluo das pessoas, com novas oportunidades, mais empregos e aumento de renda, auxiliando tambm o

    crescimento do setor do comrcio, pois um no sobrevive sem o outro. Envolvimento dos setores - Ao edificarmos o pilar da sustentabilidade e a certeza do crescimento ordenado nos municpios, contribumos para a

    diversificao da nossa matriz econmica, ganhando a indstria e tambm o comrcio. Nesse sentido, necessria a elaborao de um planejamento para definio de uma poltica pblica que amplie as oportunidades do desenvol-vimento industrial para outras regies do Estado, por exemplo, a fronteira e o norte, alm de reas especficas no cone-sul e centro, possibilitando, des-sa forma, a elevao do poder de compra do trabalhador no comrcio. Por isso mesmo, j estamos articulando a consolidao de um movimento envol-vendo o Governo do Estado, as prefeituras, as bancadas federal e estadual e as lideranas representativas de cada regio para traar um plano de aes conjuntas com o setor produtivo, representado pelo FIEMS, FECOMRCIO e Federao da Agricultura e Pecuria de Mato Grosso do Sul (FAMASUL). Alm disso, fundamental que possamos contar com uma nova poltica industrial no Estado que se proponha a tratar dos principais entraves para a nossa expanso, como a reviso dos incentivos fiscais, a elaborao e exe-cuo de um plano estadual de logstica integrada, reviso tributria que contemple tambm as pequenas e mdias empresas industriais, alm da am-pliao da oferta de cursos profissionalizantes, fortalecimento da educao a distncia e educao bsica nos municpios, melhorias para os trabalhadores da indstria com aes de sade e segurana no trabalho e requalificaes dos trabalhadores. So questes institucionais que precisam ser adequadas a nossa realidade industrial em um esforo que rena iniciativa privada e po-der pblico. Ao mesmo tempo, j temos em andamento um Plano de Aes do Sistema FIEMS para dar conta dessas novas demandas e ampliar o nosso apoio produo.

    Integrar para desenvolverDIVULGAO FIEMS

    Ponto de Vista

  • 45COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

  • 46 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    Essa uma das principais receitas do vigor com o qual a Rede ABV Supermercados, sediada em Dourados, vem avanando na regio sul do Estado. O dono da rede AriclenesBento Vicentimconta essa trajetria de sucesso e tambm fala sobre os desafios, como dificuldade em obter crdito com taxas compatveis atividade. Como muitos comerciantes, no final da dcada de 1980, ele iniciou o empreendimento de forma modesta, com 10 funcionrios e, hoje, a rede tem 12 lojas no Estado e emprega mais de mil trabalhadores. O plano agora dobrar o faturamento e o nmero de unidades em apenas quatro anos. A meta ousada, mas nem to difcil quando se tm a favor o planejamento cuidadoso e boa visibilidade de mercado.

    O segredo a boa gesto do fluxo de caixa, afirma o dono da Rede ABV

    Comrcio & Cia - Quando a rede foi implantada em

    Dourados,como foi essa deciso e qual era o cen-rio econmico da cidade naquela ocasio?

    Ariclenes Vicentim - A rede teve seu incio em 1/9/1987 na cidade de Caarap. Em julho de 1999, inauguramos nossa loja em Dourados - Abev Al-bino Torraca. Esse municpio sempre despontou como um centro pujante e promissor. Na poca, al-gumas redes mdias e pequenas estavam parando por deficincias tcnicas, o que representou uma oportunidade.

    C&C - Quais os principais percalos que surgiram

    nos primeiros anos e qual o elemento fundamen-

    tal para superar os desafios?Ariclenes - Comeamos quase do zero, em uma loja que tinha de 8 a 10 funcionrios, enfrentando difi-culdades, como pouca experincia no negcio e falta de caixa, em uma cidade pequena de aproxi-madamente 20.000 habitantes. Para superar as difi-

    Ariclenes Vicentim

    Empresrio do Ms

    culdades, tivemos persistncia, disciplina e ousadia, sempre buscando a inovao (como exemplo, fomos uma das primeiras empresas a implantar o cdigo de

    barras na regio).

    C&C - Quantas lojas so na cidade e no Estado hoje

    e quantos colaboradores a rede tem? Qual o plano

    de expanso para os prximos anos?

    Ariclenes - No Estado temos 12 lojas; destas, 7 esto em Dourados, totalizando 1.050 colaboradores. Que-remos at 2015 dobrar o faturamento e a quantidade de lojas.

    METAS OUSADAS PARA PRXIMOS ANOS, AFIRMA ARICLENES

  • 47COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    mas seguramente um ponto muito importante a se

    destacar no intuito de minimizar vulnerabilidade s sazonalidades da economia a adoo de uma boa gesto de fluxo de caixa. Na prtica, comprar o que vende na quantidade certa e no momento certo, re-ceber no tempo certo e vender com a margem que o mercado permite no menor tempo possvel. No en-tanto, podemos dizer que, se o diagnstico fcil, a aplicao do remdio depende de um conjunto de fatores, que varia desde a capacitao dos profissio-nais que trabalham a cadeia de abastecimento at uma boa estratgia de posicionamento de mercado.

    No h uma frmula mgica, mas, seguramente, h pontos de extrema ateno. Um deles o complexo de sortimento (mix de produtos) que deve ser limi-tado e adaptado ao pblico-alvo a ser atendido. Ou-tro ponto de extrema relevncia a competitividade das margens em consonncia com a competitividade dos preos em relao ao mercado. To importante

    C&C - H algum treinamento especial para os

    colaboradores para manter o padro de aten-

    dimento em todas as lojas? Se h, como feito

    esse treinamento?

    Ariclenes - Realizamos o treinamento de integrao na admisso do colaborador. Nesse treinamento so

    trabalhados vrios assuntos, como misso, viso, va-lores e tambm a qualidade no atendimento. Aps a entrada do colaborador, procedemos anualmente a

    reciclagem e qualificao dele.C&C - Em todos esses anos de experincia, qual o

    principal fator pelo qual o empresrio do segmen-

    to de supermercados deve se conduzir para que

    no sofra tanto com as sazonalidades econmi-

    cas? Ter um estoque bem regulado? Manter uma

    proporo de produtos bsicos, sempre maior que

    de suprfluos? Ter boa margem para negociar?Ariclenes -A questo complexa em sua amplitude,

    EM TRS DCADAS, A REDE ABEVE AMPLIOU O EMPREENDIMENTO PARA 12 LOJAS NA GRANDE DOURADOS

  • 48 COMRCIO & CIA MAIO/JUNHO 2011

    C&C - O segmento de supermercados foi um

    dos que mais cresceu

    nos ltimos anos. Qual

    a estratgia para se

    manter firme e com liderana diante de ta-

    manha competitividade?

    Ariclenes - Buscando inovao, treinamento dos co-laboradores e aproveitando as oportunidades por meio de parcerias com os fornecedores. O ramo de supermercados tem um trip que precisa ser muito bem-administrado: fornecedor, cliente e a prpria empresa com seus funcionrios. Esse o segredo do sucesso no nosso negcio.

    C&C - O fato de Dourados estar prximo ao Para-

    guai impe grande concorrncia, especialmente

    agora que o dlar est to baixo? Qual a estima-

    tiva de perda nas vendas que o Pas vizinho possa

    estar causando aos supermercados da regio?

    Ariclenes -Na rea de bebidas (vinhos e destilados), perfumaria e eletrnicos, acreditamos que as com-pras efetuadas no Pas vizinho nos retirem de 70% a 80% das vendas.

    C&C - Hoje qual a grande dificuldade do empre-srio: os impostos ou conseguir crdito para giro

    com boas taxas de juros?

    Ariclenes - A maior dificuldade o acesso a linhas de crdito com juros e prazos aceitveis, pois as que os bancos comerciais oferecem penalizam, em muito, o financeiro da empresa, por causa do curto prazo para pagamento e das taxas fora da realidade para o ramo supermercadista. Quanto aos impostos, acre-dito que se a informalidade diminuir generalizada-mente no representar problema para ningum.

    claro que a carga tributria brasileira est fora do contexto mundial.

    quanto ser competitivo, parecer competitivo, nes-te sentido a comunicao com o mercado tambm

    de extrema relevncia. O posicionamento de pre-

    os deve ser fruto de cons-tante avaliao no intuito de construir com o cliente o relacionamento ganha ganha que j h tanto se discute com as indstrias. Essa regra vale tanto para momentos de crise quanto para pocas de expanso.C&C - A ascenso das classes C e D refletiu direta-mente no consumo de alimentos e tambm de pro-

    dutos de limpeza. Na sua rede foi perceptvel essa

    mudana no patamar de consumo? Que produtos,

    por exemplo, que no so de primeira necessidade

    e passaram a ter mais sada?

    Ariclenes - Sim. Foi perceptvel o aumento de con-sumo dos itens de maior apelo das classes C e D. No entanto, h categorias que crescem ou produtos que crescem que no, necessariamente, so direcionados a essas classes. Como exemplo de produtos e seg-

    mentos que crescem e no so direcionados s clas-ses C e D, podemos destacar o segmento de produtos orgnicos e macrobiticos, o aumento de demanda pelo segmento de panificao, em especial a procura por pes i