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mar - abr 2012 | ed. 38 Publicação Oficial do Sincomércio Guarulhos COMÉRCIO R E V I S T A SERVIÇOS FORMAÇÃO PROFISSIONAL MERCADO DE TRABALHO COMPETITIVO EXIGE MAIS PREPARO CONHEÇA A BICICLOTECA PERFIL AMILTON FIORIN DECRETO GUARULHOS DE CARA NOVA +

Revista Comércio + Serviços | Ed.38

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Revista Comércio + Serviços | Ed.38

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Publicação Ofi cial do Sincomércio Guarulhos Publicação Ofi cial do Sincomércio Guarulhos Publicação Ofi cial do Sincomércio Guarulhos

COMÉRCIOR E V I S T A

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL MERCADO DE TRABALHO COMPETITIVO

EXIGE MAIS PREPAROCONHEÇA A BICICLOTECA

PERFIL AMILTON FIORIN

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CONHEÇA A BICICLOTECA

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PERFILPERFILAMILTON FIORIN

DECRETOGUARULHOS DE CARA NOVA

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A primeira edição de 2012 da Revista Comércio + Serviços foi um sucesso. Nosso objetivo é repetir esse resultado a cada bimestre. Nesta segunda edição do ano discutimos muito sobre qual matéria iria para a capa. Acabamos decidindo por aquela que trata da formação profissional. Estamos próximos de grandes

eventos, que apesar de serem breves – Copa do Mundo e Olimpíadas não duram mais do que sessenta ou setenta dias somados – ensejam legados extraordinários. Tanto na experiência da sociedade em abrigar acontecimentos tão grandiosos como na formação de capital humano. Talvez tenhamos problemas com obras inacabadas, mas tenho certeza que o povo estará preparado a altura.

O Sincomércio, não é de hoje, tem se preocupado com a preparação de mão de obra para o comércio. É claro que Guarulhos vai ganhar muito com esses eventos e quem estiver pronto para receber os turistas fará a diferença. Vai faturar mais aquele que tiver em seus quadros pessoas preparadas e treinadas. Nesta edição mostramos o que tem sido feito pela entidade nesse sentido Leiam com atenção a matéria de capa e façam contato conosco, se engajem.

Apresentamos também detalhes da parceria entre o Sincomércio e a Green Card, operadora de cartões refeição. Não se trata de mais um meio de alimentar o funcionário, mas de uma solução legal para isso. O empresário deve ficar atento para não cometer erros que poderão causar graves prejuízos no caso de um contencioso trabalhista. A base da parceria prevê total apoio legal às empresas para se inscreverem no PAT e trabalharem dentro das determinações legais.

De outra legalidade, desta vez com relação ao decreto “Guarulhos de Cara Nova”, fala a matéria da página 18. O assunto está longe de se esgotar e a própria administração pública ainda escorrega nele. Entrevistamos o secretário de Desenvolvimento Urbano que falou um pouco da aplicação das medidas.

Aproveitem a leitura e, mais uma vez, chamo a todos que participem da entidade. Utilizem os canais amplamente divulgados, faça diferença!

José de Oliveira PortásioPresidente

em busca de medalhas

e x P e d i e n t e

Presidente

José de Oliveira Portásio

Secretário

José Marinho da Silva

Tesoureira

Maria Ap. Marcondes de Oliveira

Diretor Social

Aparecido Padilha Martins

Conselho Editorial

José de Oliveira Portásio

Aparecido Padilha Martins

José Marinho da Silva

Maria Ap. Marcondes

Valdir Canoso Portásio

Editor

Valdir Canoso Portásio

Jornalista Responsável

Valdir Canoso Portásio

MTb - 64965/SP

Redatores e Repórteres

Ariane Soares | MTb - 65781/SP

Valdir Canoso Portásio

Colaboração

Mario H. Motoshima

Comercial

Eduardo Lopes

Projeto Gráfico e Editoração

Renan Guedes

Design

Refestelo 11 7429.0238

11 5252.4838

e d i t O r i a l

Page 4: Revista Comércio + Serviços | Ed.38

7Opinião“Abre Aspas...

8nova ParceriaGreen Card

5CulturaBicicloteca

14CapaFormação Profissional

19ColunaMario H. Motoshima

10 PerfilAmílton Fiorin

18decretoCara Nova

s u m á r i O e s P a ç O d O l e i t O r

Participe também da revista Comércio + serviços!Envie suas mensagens ou sugestões:[email protected]

ou pelo telefone11 2475.7575 | Depto. de Comunicação

@sinco_guaru

facebook.com/sincomercio.guarulhos

4 | ComérCio + ServiçoS

“suCessOGostei da mudança do material da revista, ficou mais atrativa. Fiquei contente também em tê-la de volta em mãos, depois de ter fica-do alguns meses sem recebê-la. Achei impor-tante e parabenizo a iniciativa da entidade em mostrar o anuário encartado aos seus associados e colaboradores o trabalho feito em prol do comércio.

marlene seixasCumbica

eCadJá sabia da existência do Ecad, e da sua fiscali-zação nas casas de shows, mas em comércios, e espaços públicos? É de se admirar. Espero que a cobrança seja justa, e que não haja ir-regularidades na distribuição dos valores arre-cadados. Interessante a matéria.

Carlos albertoPimentas

saCOlinha da disCórdiaRealmente o caso das sacolas plásticas tem trazido muita discórdia e todo tipo de crítica dos usuários. Depois de tantas manifestações contra o fim da distribuição gratuitas, já era de se esperar que a campanha fosse banida. Se a mudança acontecesse de forma justa e clara, talvez, não teriam ocorrido tantas opi-niões contrarias.

Paula marquesMaia

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C u l t u r a

A paulicéia desvairada de Mario de Andrade, Adoniran Barbo-sa, Itamar Assumpção e tantos outros nomes ilustres também

abriga uma população quase invisível. Quase, porque cidadãos como Robson Cesar Correia de Mendonça, nascido ala-goano e feito gaúcho, a fazem visível.

Mendonça nasceu em Maceió, capital do Estado das Alagoas e criou-se em Alegrete, no Rio Grande do Sul. Pequeno agropecuarista em pagos gaúchos, resol-ve se desfazer dos bens e rumar para São Paulo com o sonho de abrir um negócio. Logo ao pisar em solo paulistano é ilu-dido por estelionatários. Perde os bens e os sonhos. Pouco tempo depois, perde também a família – mulher e dois filhos - num acidente rodoviário, em viagem que faziam a Juazeiro do Norte. Por mui-to pouco não perde a dignidade.

Muitos abrigos, albergues e brigas depois, esse gaucho-alagoano de 52 anos, vira refe-rência, funda e preside a “Associação dos Mo-radores em Situação de Rua de São Paulo”.

Explica que o termo moradores de rua esconde um conceito errado. “Se o cara morar na rua o carro passa por cima dele, ele mora na calçada, embaixo de uma marquise (...) o termo correto é morado-res em situação de rua. São pessoas que moram em albergues, abrigos, moradias provisórias, cortiços, favelas e que, de uma hora para outra, podem estar em uma cal-çada, embaixo de uma ponte, numa pra-ça...”, ensina o presidente.

ESPaçoO escritório do “Movimento Estadual da Po-pulação em Situação de Rua”, no centro ve-lho de São Paulo, mal abriga um nome tão grande. Um espaço pequeno, porém man-tido com orgulho e vitalidade, que mostra um pouco do universo afetivo e cultural desse homem de fala firme e olhar decidi-do. Em uma das muitas prateleiras repletas de livros surge altaneiro o símbolo do Gre-mio Foot Ball Porto Alegrense (sic), em outra uma cuia de mate se mistura a mais livros, ainda desorganizados, todos recebidos em doação para o projeto que é hoje a menina dos olhos de Robson: a Bicicloteca.

O ex-morador de rua conta, orgulhoso, que depois de ser expulso de vários al-bergues por não compactuar com maus tratos e com a total falta de interesse dos administradores, reuniu um grupo de al-bergados e, juntos, fundaram a associação. “Juntei o pessoal dos albergues e disse que a partir daquele dia daria a minha vida em prol da nossa dignidade”. Explica em um tom severo de quem não se curva diante do poder e do conhecimento alheio. “Che-garam a me dizer, quando apresentei um oficio na prefeitura, que eu deveria antes aprender a escrever direito e eu respondi para o digníssimo funcionário público que ele poderia, antes de bancar o cavalo co-migo, me ajudar a corrigir os erros! Por es-sas e por outras – cheguei a ser preso por desacato - arrumei muitos desafetos, mas também muitos amigos que têm sido fun-damentais no caminhar da nossa luta”.

a iDEiaFoi no Albergue Nacional da Esperança, pouco tempo depois, que se deparou com a obra do escritor inglês George Orwell, “A Revolução dos Bichos”, e acor-

lETRaS SobRE RoDaSBiCiCLOTECA, uMA idEiA quE ABRE HORizOnTES, inCLui E ACOLHE quEM nãO TEM ACESSO à CuLTuRA E à LEiTuRApor Valdir Portasio

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SERviçoApoie o projeto, acessewww.bicicloteca.com.br e saiba como participar.

dou para um fato que estava ali, diante dele e para o qual ainda não tinha dado conta. Organizar de vez o movimento. “Se os bichos do livro puderam, eu tam-bém posso”, conta Robson sobre o que pensou depois de ler a ficção de Orwell.

Foi nesse passo e com “a faca entre os dentes” que foi se tornando conhecido e reconhecido como liderança, não só pela população em situação de rua, mas também por administradores públicos, políticos e ativistas do terceiro setor.

PRoJEToComo representante da Agenda 21, foi convidado para uma cerimônia de plan-tio de árvores na Biblioteca Mario de Andrade, na rua da Consolação. Estariam presentes autoridades como o secretário do Meio Ambiente do município de São Paulo, Eduardo Jorge e representantes de ONGs ligadas ao meio ambiente. Titu-beou, não queria ir. “Não vou perder meu tempo e meu almoço para puxar saco e dar cartaz para políticos (...) acabei indo, faço parte da Agenda 21 e é importante estar presente em atos que promovem a consciência ecológica”. Falou mais alto o espírito guerreiro sem saber que naquele

dia a ideia que vinha sendo apresentada há tempos em secretarias e entidades beneficentes sem ter atenção de nin-guém, seria abraçada.

O presidente da ONG Mobilidade Verde, Lincoln Paiva, estava no ato e conhecia o desejo de Robson Mendonça de criar uma biblioteca itinerante. Pediu o pro-jeto e pouco tempo depois entregaria o primeiro veículo, pronto para o trabalho. Daí em diante foi só arrumar voluntários e colocar a bicicloteca na rua. Na maior parte do tempo, porém, é o próprio Ro-bson que conduz o triciclo que custou pouco para chamar a atenção da mídia e da população de rua. Mas segundo seu criador, a iniciativa não serve apenas aos moradores de rua, qualquer pessoa – e muitas fazem isso – que quiser se cadas-trar e levar um exemplar do acervo pode fazê-lo. “Meu objetivo não é ter o livro de volta, é fazê-lo circular, mas mesmo as-sim retornam em 99,9% das vezes”, con-ta, sobre o método de circulação.

MéToDo“Fazemos um cadastro simples, sem quese exigência nenhuma”, explica. “Quando ainda estava em situação de rua, ia a uma biblioteca, sempre carre-gando minha bagagem – um saco cheio de documentos, cobertor, etc – e queria retirar um livro, me pediam compro-vante de residência. Quando dizia que morava em albergue ouvia sempre que aquilo não é moradia (...) se resolvia ficar para ler era hostilizado pelos frequen-tadores que torciam o nariz porque na imaginação deles, morador de rua chei-ra mal mesmo quando toma banho ”,

conta Robson com muita mágoa mas ao mesmo tempo com alegria de quem fez da revolta um projeto social.

“Quem pensa que morador de rua é ignorante, que não gosta de ler, está muito enganado”, revela Robson. “Co-nheço histórias fantásticas de vidas que têm se transformado para melhor nesse pouco mais de meio ano de Bici-cloteca”, acrescenta.

A primeira doação ao projeto foi feita antes mesmo da existência do veículo. “A Nina Orlow, representante do Brasil na Agenda 21, me ligou para dizer que es-tavam desmontando uma biblioteca em Santo Amaro e perguntar se eu queria o acervo. Eu disse que sim (...) foram 12 mil volumes que ficaram por um tempo guardados e agora fazem parte do patri-mônio da Bicicloteca”, lembra.

O trabalho da biblioteca itinerante não impede que o ativista dê continui-dade à luta por dignidade e pelo cum-primento da lei municipal n.12316/97, conhecida como lei do morador de rua. “Se essa lei fosse cumprida, a maio-ria dos problemas que acontecem com essa população não existiria (...) mas lei é uma coisa que pega quando benefi-cia o rico, para o pobre a coisa muda um pouco”, reclama .

“Não vou perder meu tempo e meu

almoço para puxar saco e dar cartaz

para políticos

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Robson Mendonça

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“Aprende (sic) a escrever an-tes de trazer ofícios aqui...” Essa frase foi ouvida pelo ativista e presidente da

Associação dos Moradores em Situação de Rua de São Paulo, Robson Mendonça, ao entregar um documento requisitando espaço na Praça da Sé para realização de evento voltado à população de rua.

Não foi um ato isolado, nem mesmo incomum. É fácil encontrar na impren-sa – escrita, falada e televisada – mani-festações de preconceito aos, segundo esses meios, maus falantes da língua. O jornalista Fernando Jorge, em artigo pu-blicado na Revista Imprensa nº 231 em janeiro de 2008, destaca o comporta-mento do ex-presidente Fernando Hen-rique Cardoso: “Escarnecendo da esco-laridade de Lula, o senhor FHC declarou no 3º Congresso do PSDB, realizado em Brasília. Nós queremos brasileiros me-lhor educados, e não brasileiros lidera-dos por gente que despreza a educação, a começar pela própria “.

Em seguida, o jornalista explica que o sociólogo e ex-presidente criticou a falta de cultura do Lula usando construções erradas. “O ex-professor da USP não sabe que é impróprio, antes dos particípios, recorrer às formas sintéticas do compa-rativo de superioridade dos adjetivos bem e mal...”. Neste caso, conclui o crítico, a construção deveria ter sido feita com

a forma analítica mais bem. “Nós quere-mos brasileiros mais bem educados...”, seria a expressão correta.

Não importa, enfim, a forma que FHC usou, mas o contexto. Outros exemplos podem ser encontrados em textos e dis-cursos de FHC e de jornalistas de prestí-gio. Enumero alguns, ainda retirados da mesma fonte:

“...se tivermos errados, nós mudaremos.”(OESP 18-03-1995)

O verbo estar foi trocado pelo verbo ter. A frase certa seria: “Se estivermos errados, nós mudaremos”.

“Estado e União são capazes de atender aos reclames da população”.

(OESP, 25/01/1997)

Reclame significa propaganda, anún-cio. Reclamos, sinônimo de reclamação, é que seria o correto.

Esses e outros tantos escorregões sobre o liso mármore da norma culta da língua portuguesa fazem parte do repertório re-tórico do político que ecoou o preconceito estigmatizado pelas classes dominantes.

Falaram mais alto o velho preconceito e arrogância de sempre.

No prólogo da obra “A Norma Oculta”,

o linguista Marcos Bagno cita o colega britânico James Milroy: “Numa época em que a discriminação em termos de raça, cor, religião ou sexo não é publicamente aceitável, o último baluarte da discrimina-ção social explícita continuará a ser o uso que uma pessoa faz da língua”. Foi exata-mente esse tratamento dado a Mendon-ça quando tentou entregar um ofício para um funcionário público paulistano.

Arrogância inaceitável, crença primiti-va relacionar como incapaz e desclas-sificado quem utiliza a língua fora dos padrões da norma culta. Até quando seremos obrigados a conviver com a cultura da erudição ou, como se vê, fal-sa erudição? Reflexão que conduz a ou-tra: para que serve erudição se não para lançar olhares analíticos, problematiza-dores, para as questões humanas?

Vaidade e poder não estão entre as mo-

tivações mais nobres! .

O P i n i ã O

" a b r e a s P a s . . .

*sobre o título: Caetano Velloso adapta, na letra de “Língua”, frase de Fernando Pessoa “...minha pátria é a língua portuguesa...”. Apropriei-me porque carrega todo o peso sociolinguístico que pretendi transmitir no texto.

por Valdir Portasio

Saiba MaiS:A nORMA OCuLTALíngua & Poder na Sociedade BrasileiraMarcos Bagno – Ed. Parábola

A LínGuA dE EuLáLiANovela SociolinguísticaMarcos Bagno – Ed. Contexto

MiNHa PÁTRia é MiNHa lÍNGUa

| 7ComérCio + ServiçoS

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8 | ComérCio + ServiçoS

O Sindicato do Comércio Varejista de Guarulhos estabelece a primeira par-ceria de 2012 com a empresa Green Card, fornecedora de serviços no seg-

mento de vales e cartões refeição e alimentação.

Há mais de 23 anos no mercado nacional, a Green Card S.A, faz parte do Grupo Green Card que mantém outras cinco empresas nos ramos gráfico, navegação, construção naval e finan-ceiro. Possui aproximadamente 100 mil estabe-lecimentos credenciados, e está presente em todos os Estados brasileiros. Com a parceria, a empresa vem trabalhando forte em Guarulhos, credenciando estabelecimentos e expandindo o portfólio de convênios.

Ter o selo Green Card no estabelecimento é muito fácil e sem custo de implementação. Bas-ta que o comércio já seja conveniado da Rede-card e, em breve, do sistema Cielo, que abrange várias bandeiras de crédito e débito.

O Sincomércio, após alguns meses de negocia-ção, optou pela Green Card, por ser uma empresa com longo e bem avaliado histórico no segmen-to, bem como pela participação e preocupação efetiva com questões que ultrapassam o mundo dos negócios e alcançam o interesse social.

PaTA Green Card é credenciada pelo Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT), instituído em 1976 pelos Ministérios do Trabalho, da Saúde e da Fazenda, que objetiva melhorar as condições nu-tricionais e a qualidade de vida dos trabalhadores, garantindo incentivos – como benefícios fiscais e trabalhistas – para as empresas que fazem parte do programa. Atualmente o PAT (lei nº6. 321) be-neficia mais de 11 milhões de trabalhadores.

SiNCoMéRCioe GREENCaRD

fecham parceriaassociados siNcomércio têm descoNtos especiais

em taxas admiNistrativas

por Ariane Soares

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P a r C e r i a

| 9ComérCio + ServiçoS

O cadastro no PAT garante às empre-sas isenção de encargos sociais sobre o custo da refeição fornecida. Assim como podem alcançar isenção de até 4% no imposto de renda devido sobre o lucro tributado. Pesquisas do Ministério do Tra-balho e Emprego apontam que trabalha-dores cujas empresas garantem alimen-tação produzem mais, faltam pouco e se atrasam menos. Além das consequên-cias positivas indiretas como vida mais saudável e redução da fadiga.

O programa ainda exige que restau-rantes conveniados cumpram regras sanitárias impostas pelo ministério da saúde, ga-rantindo segurança alimentar aos trabalhadores.

Importante ressaltar que apenas as empresas inscritas no PAT e usuárias de um dos sistemas de cartão alimenta-ção estarão seguras quanto a não incorporação aos salários de verbas, mesmo que sejam de caráter econômico livran-do-as do efeito cascata dos encargos sociais.

“Até um restaurante que for-nece refeição aos funcionários está sujeito à incorporação desse benefício aos salários dos funcionários se não estiver inscrito no PAT e não formalizar a entrega da verba”, informa o diretor comercial, da Green Card, Jorge Elias Oliveira.

vaNTaGENSOs associados Sincomércio têm des-contos nas taxas administrativas e aten-dimento especial na aquisição dos ser-viços da Green Card, como segurança contra fraudes, consultoria gratuita para as empresas se cadastrarem no Progra-ma de Alimentação ao Trabalhador (PAT) e campanhas de incentivo. “Daremos amplo suporte e acompanhamento aos clientes em suas empresas, quando ne-cessário e solicitado”, ressalta a assessora comercial da Green Card em São Paulo, Fabiane Souza .

serViçOMais informações referentes ao PAT podem ser encontradas no portal http://portal.mte.gov.br/pat/. O associado Sincomércio que de-sejar adquirir o cartão Green Card deve entrar em contato pelo tele-fone 2475.7575/ 3255.8190, ou pelo e-mail: [email protected]. A Green Card man-terá plantão no Sincomércio todas as quintas-feiras das 9h às 17h30.

Com PAT(Fornece o Benefício ao Funionário)

Sem PAT(não Fornece o Benefício ao Funcionário)

desPesa ValOr r$ desPesa ValOr r$

CARTãO AliMEnTAçãO 2,640,00 AliMEnTAçãO 2,640,00

inSS 00,00 inSS 316,80

FGTS 00,00 FGTS 211,20

inSS (Funcionário) 00,00 inSS (Funcionário) 211,20

FéRiAS 00,00 FéRiAS 320,00

inSS 00,00 inSS 38,40

FGTS 00,00 FGTS 25,60

inSS (Funcionário) 00,00 inSS (Funcionário) 25,60

13º SAláRiO 00,00 13º SAláRiO 240,00

inSS 00,00 inSS 28,80

FGTS 00,00 FGTS 19,20

inSS (Funcionário) 00,00 inSS (Funcionário) 19,20

tOtal 2,640,00 tOtal 3,840,00

QUaDRo CoMPaRaTivoConsiderando 1 funcionário com benefício de R$ 120,00/mês por 2 anos (22 meses + 2 férias)

não foram considerados juros, multas e correções dos recolhimentos

Page 10: Revista Comércio + Serviços | Ed.38

P e r f i l

Trouxe alguns papéis com mui-tas linhas escritas em tinta azul. Anotações que seriam usadas para acordar as lembranças de

60 anos de trabalho no comércio. Fez pouco, ou quase nenhum uso da cola, cuidadosamente elaborada.

Conforme fala, uma brisa desloca o pó acumulado na velha mobília e abre, uma por uma, as gavetas do escani-nho do tempo. Foram os móveis, aliás, personagens que atuaram de maneira constante na vida desse neto de italia-nos que, como muitos, saíram do velho mundo em busca de oportunidades em terras brasileiras.

Natural de Monte Alto, meio oeste paulista, o menino Amilton José Fiorin, acompanha os pais, em meados dos anos 40, que se mudam para Guarulhos. Seu Otávio Fiorin (o pai), trabalha como caseiro em uma pequena propriedade na região onde é hoje o bairro de Torres Tibagi. Parte da infância foi vivida nessa

SEiS déCAdASde comerciário a comerciaNte, testemuNha o deseNvolvimeNto e as mudaNças de costumes de Guarulhos

por Valdir Portásio

região entre os trilhos do trem da Can-tareira e o Grupo Escolar José Alves de Cerqueira César, na Vila Galvão. “Nos dias que estávamos atrasados pegávamos o trem, só uma estação, de Tibagi até a Vila Galvão”, conta Fiorin.

Mas a vida de criança se esgota logo com a necessidade de trabalhar. Con-segue no Juízo Privativo de Menores de São Paulo, uma Autorização Provisória Para o Trabalho e em 1952, aos 12 anos, se emprega na loja Rádio “Eletro Guaru-lhos” de propriedade do Sr. Heitor Re-

ganelli. Nessa época não era permitido que menores de 14 anos trabalhassem, por isso a necessidade da autorização. Hoje esse documento não existe mais e a idade mínima para o trabalho é de 16 anos. A empresa situada na Rua D. Pedro II pagava ao menor, cuja função registrada era a de auxiliar de escritório, a quantia de 600 cruzeiros.

Guarulhos em 1952 já era um muni-cípio emergente. Apesar da distância relativa da capital ainda ser grande por conta da precariedade dos transportes e da comunicação, a cidade vivia uma revolução silenciosa. Havia apenas 48 anos que ganhara status de município e já dava mostras do desenvolvimento econômico que seria palco. Em 1956 a cidade contava com 250 olarias (estas em processo de encolhimento), 90 in-dústrias de grande porte, 80 pequenas fábricas, 40 portos de extração de areia e três matadouros. Foi esse nesse cenário que Amilton Fiorin passou a atuar como menor trabalhador.

Amilton José Fiorin

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A cidade, apesar da latência desen-volvimentista, ainda apresenta carac-terísticas quase rurais. “Nessa época, anos 50, até o final da década passa-va boiada na Rua D. Pedro II (...) vinha pela Timóteo Penteado, descia a Emílio Ribas (...) seguia depois para o mata-douro onde é hoje o Tiro de Guerra (...) atravessava a Dutra! Os carros paravam para a boiada passar”.

Na loja, o pequeno comerciário conhe-ce um senhor, vendedor de rádios que se tornaria figura ilustre na cidade. “o ex-prefeito Oswaldo De Carlos (falecido em setembro de 2010) era vendedor de rádios quando eu era criança (...) trazia os radinhos a pilha, tudo embaixo do braço, como mostruário...”. As lembranças vão

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saltando da me-mória e Amilton se empolga com saudosismo quan-do relembra que a loja que lhe deu a primeira oportu-nidade de empre-

go, foi a pioneira na venda de discos fonográficos, instru-mentos musicais, fogões a gás e televiso-res, esses últimos já no final da década de 50. As lembranças incluem até os artis-tas de sucesso, aqueles que a “freguesia” procurava mais. “Comecei a trabalhar no ano em que Francisco Alves, o Rei da Voz, morreu em acidente de automóvel na Via Dutra (...) vendia muito”, conta Fiorin sobre o artista que teve o carro incendia-do após se chocar de frente com um ca-minhão na região de Pindamonhangaba, quando voltava para o Rio de Janeiro. Se recorda de outros como a dupla Tonico e Tinoco, o grupo Demônios da Garoa, Roberto Luna, Gregório Barrios, Francis-co Canaro, com sua orquestra de tangos e “Nelson Gonçalves, o nosso Nelsão, era campeão de vendas com A Volta do Bo-êmio e Nega Manhosa”, vai relatando e modulando a voz carregada de saudade.

Daquela época, conta, restou apenas a Casas Pernambucanas que ainda fun-ciona no mesmo local de hoje.

LAZERMas a vida não era só trabalho. Aos fins de semana a população de Guarulhos se entregava a lazeres bem diferentes dos de hoje. “O Silvio Santos vinha, normalmente aos domingos, fazer um show de músi-

“...o ex-prefeito Oswaldo De Carlos (falecido em setembro de 2010) era

vendedor de rádios quando eu era criança

”quando eu era criança

”quando eu era criança

Selo da Odeon RecordsEm ordem abaixo: Nelson Gonçalvez.Roberto Luna, Francisco Canaro, Francisco Alves e Gregório Barrios

Autorização Provisória para Trabalho

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Page 12: Revista Comércio + Serviços | Ed.38

12 | ComérCio + ServiçoS

ca e humor com uma macaca (...) nessa época era conhecido como “O Perú que Fala”, conta Fiorin, lembrando do início de carreira do apresentador-empresário que tinha como partner uma chipanzé, a macaca Chita. Personagem inspirado na companheira do ator Johnny Weissmuller, o primeiro Tarzan do cinema.

Mas parece que um dos passatempos preferidos da juventude da época era o footing. Prática que consistia no ir e vir em uma rua movimentada à guisa de arran-jar namorada(o). As moças caminhavam de um lado da rua e os rapazes do outro, flertando com os escolhidos. Isso acon-tecia aos sábados, domingos e feriados, começando no anoitecer e terminando no máximo às 22 horas.

O cronista Lourenço Diaféria, no livro “Brás – Sotaques e Desmemórias”, des-creve de maneira poética essa prática: “... o footing como o nome deixa claro, era feito a pé (...) era o desfile de cora-ções palpitantes que queriam mostrar que morar no Brás era um privilégio (...) ali se encontravam os sotaques, se dis-paravam olhares, se expediam bilhetes não escritos, mas subentendidos, se apertavam as mãos com tais intenções veladas, mas sinceras, que a pele sua-va como uma fonte luminosa (...) todo tipo de promessas acontecia no footing (...) ao contrário do que disse o poeta, amar, ali, era verbo transitivo...” . E assim era no Brás, no Bexiga, na Barra Funda e na Guarulhos dos anos 50.

Os circos também faziam parte da roti-na da cidade. “Os maiores eram monta-

dos no campo do Esporte Clube Paulista, o clube de futebol mais forte de Guaru-lhos. Sabe onde era o campo? _ Na praça Getúlio Vargas...” lembra Amilton, com um ar de suspense.

Os restaurantes completavam as op-ções para o lazer. O Bar Record, da família Mota “um dos primeiros a servirem pizza em Guarulhos” e o IV Centenário eram os mais frequentados.

CoMERCiÁRio a CoMERCiaNTEAs lembranças incluem uma lista exten-sa de lojas que faziam parte do centro comercial da cidade. Nomes das empre-sas atrelados aos proprietários, demons-trando que já nessa época, de início de

carreira, Amilton carrega talento e óti-mos requisitos para liderança. Foram lembrados nomes como: A Preferida, padaria pertencente à família Hatje, a empresa Mesquita & Marques, início da loja Caça & Pesca e depois Comer-cial Mesquita e O Cine República do Sr. Antonio Pratici, futuro proprietário do, também extinto Cine Star, espaço que hoje abriga o plenário da Câmara dos Vereadores de Guarulhos.

a CoMbiNaçãoDesse conhecimento somado ao bom trânsito entre os empresários que fez sur-gir o convite do Sr. Adel Salman Rabah - que já era comerciante no ramo de louças e alumínio - para que Fiorin se associas-se a ele em um novo empreendimento. Surge ai a Amdel. Contração dos nomes

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Fachada da Amdel Móveis

Jogo dos Comerciantes

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“Perigoso, um negro forte que trabalhava de engraxate e fazia ponto em frente a um atacadista de cereais, a casa Mukuno, que era solicitado para carregar sacarias e durante os carnavais sempre aparecia fantasiado de índio”. Recorda-se também do Barbicha, um senhor magro, peque-no que fazia serviços de Office boy para os comerciantes, assim como de João de Deus, conhecido como “Boca de Lata”, que fazia anúncios do comércio cami-nhando pela rua com um megafone.

Nessa altura a cidade já demonstra os contornos do que virá a ser nas décadas seguintes. Mas ainda conserva algumas tradições. Uma delas é o jogo de futebol anual entre comerciários e comerciantes da Rua D.Pedro II. A data é o 24 de mar-ço, dia comemorativo do aniversário da cidade que depois seria mudado para 8 de dezembro. “A terceira mudança, de freguesia para vila, ocorreu em 1880, de acordo com a Lei Provincial nº 34, de 24 de março de 1880. Foi aprovada pela Assembleia Legislativa Provincial e san-cionada pelo então presidente Laurin-do Abelardo de Brito...”., segundo o livro “Guarulhos - Espaço de Muitos Povos”.

SoCiEDaDECom o olhar para o futuro, em 1987 re-solve transformar o espaço ocupado pela loja de móveis em um shopping vertical, modelo baseado na conhecida Galeria Pagé, no centro de São Paulo. O empreendimento – Central Shopping - teve 20 lojas em variados segmentos do comércio. Na ocasião a loja de móveis foi transferida para Av. Esperança e lá fun-cionou por mais 13 anos.

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dos sócios, Amilton e Adel. De início foi uma loja pequena, instalada na segunda metade da Rua D. Pedro II, em um ponto adquirido ao Sr. Aarão David, que depois fundou a “primeira fábrica de colchões or-topédicos do Brasil, a Durocrim”, lembra.

Logo iniciaram construção de prédio próprio na esquina das Ruas Luiz Gama e D. Pedro II. Enquanto a empresa cami-nha, Amilton se envolve com lideranças do comércio e passa a compor, durante várias gestões a diretoria do Clube dos Diretores (hoje Dirigentes) Lojistas de Guarulhos (CDL) e Associação Comercial e Industrial de Guarulhos (ACIG - hoje Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos – ACE). Dessa época vai lem-brando de alguns nomes de figuras que transitavam no velho centro comercial.

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Central Shopping

A parceria entre os dois comerciantes dura 19 anos e só é rompida por questões econômicas. O negócio deixou de ser interessante por conta da chegada das grandes redes que inviabilizavam preços e crédito. Preferiram migrar para outros negócios em separado e explorar o patri-mônio de outras maneiras. Amilton casa-se em 1972 com a Sra. Maria da Concei-ção, a “Maria da Padaria Símbolo”, têm três filhos, Luciana, Lucimara e Amilton Jr. .

O olhar do comerciante se reaviva quando fala dos netos, três, Marcello, Murillo e Matheus. Mas algo parece que o desagrada. É fácil de adivinhar. Os três netos não torcem pelo Palestra. Pior, mui-to pior. São corintianos!

Apesar de estar longe dos negócios e do enorme revés que sofreu quanto teve a loja, situada na Av. Emílio Ribas, no Jar-dim Tranquilidade, totalmente queimada em primeiro de janeiro de 2008, ainda carrega entusiasmo e forças para, vez por outra, voltar para o balcão, e geren-ciar negócios de amigos. São 60 anos de trabalho dedicado ao comércio no mais amplo sentido .

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Dom, maestria, tino para con-duzir um negócio em am-biente comercial amador, formavam a essência das

habilidades para um exímio empreen-dedor. Tino comercial bastava. Porém, a realidade hoje é diferente. Herdar esse dom não é suficiente para manter um comércio. Os tempos são outros. Quem achar que a experiência inata é o bas-tante poderá ser derrubado pelos novos ventos do mercado.

Raramente o senso empreendedor vem de berço, porém não é suficiente para enfrentar um mercado altamente competitivo e profissional. A comer-ciante e prestadora de serviço, Fátima Vasconcelos, da Polipé, é a prova de que apenas o tino comercial não basta para gerenciar um negócio. Para acompa-nhar as evoluções do mercado ela conta que vive em busca de novos conheci-mentos, participando de cursos e pales-tras. “Hoje temos ferramentas oferecidas

“TiNo CoMERCial” baSTa?

formação é requisito para iNserção No mercado de trabalho

por instituições de ensino que ajudam a desenvolver habilidades comerciais”, destaca a empresária, que mantém seu negócio há 30 anos.

Fátima queixa-se da ausência de mão-de-obra qualificada. “Faltam profissio-nais capacitados para contratarmos. O ideal seria que já viessem com alguma formação”, reforça.

A ideia de que cursos de formação não são chave de entrada para o mercado de trabalho, não funciona mais. Eles abrem a porta para o futuro. “Pessoas estrutura-das e preparadas conseguem sobreviver sem sofrer, ou apanhar do mercado”, opi-na a professora do curso de Administra-ção da Universidade Guarulhos – UNG, Líslei Rosa de Freitas. Ainda acrescenta dizendo que “99% das vezes, a pessoa chega a um ponto da vida profissional no qual é preciso buscar formação para se consolidar, mesmo aqueles que her-daram o dom para o negócio.”

FoRMação GRaTUiTa PaRa o CoMéRCioCom a finalidade de oferecer qualifi-cação profissional e preparação básica para quem deseja ingressar no merca-do de trabalho e não tem possibilidade de arcar com cursos pagos, a Secretaria do Trabalho da Prefeitura de Guaru-lhos criou programas gratuitos como o CTMO - Cursos de Qualificação Social e Profissional, e o POJ – Programa Oportu-nidade ao Jovem.

O CTMO criado há mais de 40 anos, objetiva a capacitação profissional e so-cial de jovens e adultos que procuram

por Ariane Soares

“...já existem dois cursos voltados ao comércio, um

deles é o de ‘logística, marketing e vendas’

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inserção no mercado de trabalho. Atual-mente oferece 13 cursos que abrangem diversas áreas, como mecânica, elétrica, informática, telemarketing, artesanato, corte e costura, cabeleireiro, controle de medidas, entre outros.

Os cursos que duram em média dois meses são voltados aos moradores de Guarulhos que possuem baixa renda per capta e idade mínima de 16 anos. Já são aproximadamente 29 mil pessoas forma-das, sendo cerca de duas mil ao ano.

A secretária do trabalho e precursora de tais programas, Maria Helena Gonçalves, conta que atualmente já existem dois cursos voltados ao comércio, um deles é o de “Logística, Marketing e Vendas”, do CTMO, e o outro é o de “Vendedor em Comércio Varejista”, do POJ, feito em par-ceria com o Sincomércio.

Maria Helena ainda destaca que os cur-sos, básicos ou avançados, são desenvol-vidos de acordo com a necessidade do mercado. “Dependemos da possibilida-de de empregabilidade, a Secretaria do Trabalho é aberta ao diálogo com o em-pregador para adequar melhor o perfil dos cursos”, afirma.

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O curso de “Logística, Marketing e Vendas”, que é considerado avançado, visa formar um profissional capacitado a exercer atividades na operacionalização logística, desde a escolha de fornecedo-res, compras, estocagem, até a distribui-ção aos clientes, abrangendo o marke-ting para vendas dos produtos.

De acordo com o coordenador geral do CTMO, Joildo Silva Souza, existe a possi-bilidade de que até junho seja incluso na grade outro curso totalmente direciona-do ao comércio varejista. “Em parceria com o Sincomércio já estamos vendo a possibilidade de criarmos um curso mais focado no comerciante, atendendo suas necessidades”, afirma.

FoRMação DE JovENS PaRa CoMéRCio O POJ que tem por missão atender à faixa etária que vai dos 16 aos 21 anos em situação de vulnerabilidade social, completa 10 anos de existência em julho deste ano. Entre os critérios para inserção no programa o participante deve possuir a menor faixa de renda familiar per capta, equivalente a 45% do salário mínimo, es-tar em situação de risco familiar, ter con-dições precárias de moradia, ser membro

de família com maior número de filhos ou dependentes ou portadores de ne-cessidades especiais, estar estudando e não exercer atividade remunerada.

Atualmente o POJ oferece 14 cursos di-ferentes, em dois turnos, manhã e tarde, entre eles o de “Vendedor em Comér-cio Varejista.” “Temos duas turmas, com 50 jovens. O novo curso surgiu a partir das reivindicações dos comerciantes no sentido de que faltam investimentos na formação desta área”, expõe a coordena-dora pedagógica do POJ, Heloisa Maria.

São cerca de 9 mil jovens formados

desde 2002. Para que eles se mante-nham até o final do curso a prefeitura oferece benefícios como vale transporte, vale refeição de R$ 90,00 mensais, seguro de vida coletivo e auxílio financeiro de R$ 120,00 mensais. Os benefícios estão con-dicionados à frequência dos alunos nas atividades. Todos os cursos oferecidos são executados em parceria com outras secretarias, como a de cultura, educa-ção e esportes, autarquias e empresas municipais, que contribuem para o cres-cimento do projeto, cedendo espaços para a realização das aulas.

No curso “Vendedor em Comércio Va-rejista”, ministrado pela consultora e res-ponsável pelos programas de formação do Sincomércio, Zina Costa, o jovem se torna apto para atuar como profissional de vendas em diversos níveis de aten-dimento, como auxiliar, assistente, aten-dente, balconista ou mesmo vendedor. Além de abordar e recepcionar clientes, investigando e atendendo necessidades

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de consumo tanto no atendimento de balcão como telefônico.

oPiNiõES“Espero aprender muito com esse curso e entrar numa empresa boa, porque ar-rumando um emprego vou poder pagar minha faculdade e garantir meu futuro”, conta Emilyn Vitalino, aluna do POJ.

Daisy Nascimento de 20 anos, conta que soube do curso por meio de uma as-sistente social do Telecentro - centro de inclusão digital e social - mantido pela prefeitura, e confessa que ser chamada foi uma surpresa, pois já não tinha ex-pectativas de que conseguiria participar. “Espero aprender a profissão e ingressar no mercado de trabalho. Preciso traba-lhar para ajudar minha família e criar meu filho”, declara.

Segundo a coordenadora do POJ, a grande dificuldade apresentada pelos alunos é em relação à escrita, leitura e raciocínio lógico. “Infelizmente atende-mos jovens com muitas dificuldades, para isso temos oficinas que oferecem conteúdos de áreas especificas para que o aluno aproveite da melhor forma”, destaca. Em um dia da semana o aluno participa da oficina de matemática, por-tuguês, no outro artes cênicas e visuais ou informática, o restante dos dias são destinados à formação geral e profissio-nal. Atualmente são 31 educadores que lecionam, com formação superior e ex-periência na área.

SabER MaiSO Sincomércio também tem a preocupa-ção de formar capital humano para atu-ar junto ao comércio, e para isso criou o Programa Saber Mais que neste ano está investindo em formação continuada, conteúdos mais aprofundados e públi-cos específicos.

Só em 2011 o programa qualificou apro-ximadamente 3.500 pessoas. Todos os

cursos, palestras e jornadas são realizados em parceria com instituições como Senac, Sebrae e a prefeitura de Guarulhos.

Para a coordenadora do programa, o comerciante consegue identificar as necessidades do consumidor e atender demandas, porém, aponta isso como fator insuficiente para manter um ne-gócio lucrativo. “Uma administração profissionalizada exige conhecimentos formais de gestão financeira, de pesso-as e de estoques além da competência para atender as necessidades do consu-midor”, explica.

A atividade no comércio é tida como porta de entrada para o mercado de tra-balho e uma das poucas que admitem mão-de-obra com pouca ou nenhuma qualificação. Essa característica, apesar de apresentar como ponto positivo a primei-ra chance de trabalho, acaba provocando uma grande rotatividade, prejudicial tan-to ao empregado quando ao emprega-dor. “O Programa Saber Mais surgiu com a intenção de minimizar a carência de for-mação técnica do gestor, para gerenciar o negócio e vem evoluindo para qualificar também o jovem que busca chances nes-se segmento”, destaca Zina.

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ENCaMiNHaMENToSNo início de ambos os programas, tanto POJ quanto CTMO, os participantes são automaticamente cadastrados no Centro Integrado de Emprego e Trabalho (CIET), da Secretaria do Trabalho.

“Quando surgem vagas referentes ao curso do participante, ele é encaminha-do à empresa que gerou a demanda”,

conta Souza, ressaltando que o propósito central do progra-ma é inserir o participante no mercado de trabalho.

O programa Saber Mais do Sincomércio, também tem a preocupação de conduzir o aluno ao mercado, por meio do pro-grama Talentos do Comércio, que capta currículos de interessados em trabalhar no comércio, divulga vagas de empresá-rios e promove capacitação profissional, além de aproximar, entidade, empresários e prestadores de serviços.

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Todos os programas de formação ci-tados foram pensados e adaptados a necessidades reais. Prefeitura, Senac, Sebrae e Sincomércio são órgãos, ins-tituições e entidades voltadas para o trabalho social e tentam repercutir e sin-cronizar exigências de mercado e mão-de-obra, estudando e suprimindo defici-ências. “Estamos com as portas abertas para quem entender que conhecimento é pré-requisito para o sucesso”, afirma o presidente do Sincomércio, José de Oli-veira Portásio .

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Carro do Talentos do Comércio

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As regras que dispõem sobre o uso do espaço publicitário na cidade têm sofrido constantes modificações. Um primeiro

texto, discutido e aprovado pela comis-são composta pelo poder público e en-tidades representativas, foi transforma-do no Decreto Municipal 27.630 de 22 de abril de 2011. Essa regulamentação, porém, não vingou. Em 17 de outubro do mesmo ano foi, então, assinado ou-tro decreto de número 29.330 que revo-gou o anterior e alterou diversos artigos previamente discutidos e aprovados no texto anterior.

As adaptações e mudanças foram ne-cessárias, segundo o secretário de De-senvolvimento Urbano, Alvaro Garruzi. “Buscamos o diálogo, não queremos que nada seja radical e não podemos sair na rua mandando arrancar todas as publici-dades, de maneira unilateral (...) o intuito do projeto é buscar qualidade visual.”

POlêmiCaRegras importantes como a medida má-xima para ocupação das fachadas de empresas comerciais foram alteradas para o dobro, no decreto de outubro de 2011. Essa entre outras alterações foram feitas à revelia da comissão, que deixou de ser consultada. “Houve muita polêmi-

ca acerca de alguns pontos, não quise-mos radicalizar e tentamos ouvir outras lideranças”, explicou Garruzi.

Muitas alterações foram importantes e apenas a aplicação prática poderia levar à percepção da necessidade de mudan-ça, porém algumas parecem ter saído de acordos de gabinete. Garruzi, no entan-to, afirma que o olhar da prefeitura foi de-mocrático, insistindo sempre no diálogo. “Sabemos que há muitas distorções ain-da e por isso já temos agendada reunião para a próxima quarta-feira – 4 de abril - com as áreas responsáveis pela fiscali-zação”, informa. “Nosso maior problema é com relação aos outdoors, que ainda não estão cumprindo as determinações do decreto, precisamos intensificar a fiscali-zação nessa área”, destaca.

Bastante polêmico durante as primeiras discussões foi o artigo que proibiu total-mente, no texto original, os painéis lumino-sos intermitentes. Esses grandes televisores que veiculam publicidade e notícias. O de-creto em vigor, porém, permitiu a instala-ção desses equipamentos desde que não prejudiquem a visibilidade e a sinalização de trânsito. Como aparece no Artigo 4, pa-rágrafo VI, que também restringe o período em que não poderão estar ativados: entre às 22hs e às 7hs do dia seguinte.

A reportagem da Revista Comércio + Serviços constatou por várias vezes que esses grandes painéis nunca são desliga-dos. “Não temos essa informação, precisa-mos checar isso e tomar as providências necessárias”, reconheceu o secretário.

fisCalizaçãOMuitos comerciantes têm sido visitados por fiscais da Secretaria do Desenvolvi-mento Urbano para conferir a legalidade dos anúncios, e outros tantos se adequado ao novo texto. Porém há descontentamen-to geral quando se fala sobre isonomia. Empresários que aderiram ao projeto recla-mam que muitos vizinhos, concorrentes ou não, nunca foram visitados e continuam com fachadas que extrapolam medidas, encobrem as novas publicidades e, em úl-tima instância, continuam poluindo visual-mente a paisagem urbana.

Alvaro Garruzi se comprometeu fornecer rapidamente dados sobre fiscalização e as novas diretrizes que serão discutidas e tra-çadas na próxima reunião do grupo técnico da Secretaria do Desenvolvimento Urbano. Nosso compromisso é de repercutir em breve este assunto no site do Sincomércio – www.sincomercioguarulhos.com.br .

Baixe o decreto na íntegra em nosso

site: www.sincomercioguarulhos.com.br

completos seis meses da assiNatura, decreto que reGulameNta publicidade em Guarulhos aiNda capeNGa

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Quase um ano depois da assina-tura do decreto “Guarulhos de Cara Nova” é visível que pouco foi feito pela questão estética

e higienização da paisagem urbana na cidade de Guarulhos. Montes de painéis gigantescos em lugares irregulares, facha-das fora dos padrões disputando espaço com outras já enquadradas às exigências do novo decreto , distribuição irregular de materiais de divulgação nas ruas e como consequência muita sujeira.

Esse decreto, com regras que reduzem áreas de exposição de anúncios tem, além de regulamentar o uso do espaço urbano, um viés reflexivo que propõe a mudança de muitos paradigmas embaladores da ati-vidade. Vai mobilizar a tomada de posição pela sociedade em prol de uma cidade mais bonita, agradável e com qualidade de vida. ”Precisamos cuidar da cidade para simplesmente nos sentirmos bem vivendo nela”, afirma José Eduardo Tibiriçá, vice- pre-sidente de relações político-institucionais da ASBEA (Associação Brasileira dos Escritó-rios de Arquitetura), na revista Propaganda, edição 546.

PolUiçãoA comunicação humana desenvolveu recur-sos para se concretizar que vão do gestual, da fala, dos gritos aos discursos. A publicida-de relativizou isso e o que se vê nas cidades é uma verdadeira confusão de informações, mensagens e signos que mais se aproximam de ruídos inaudíveis e indistintos. No “pre-gão”, tanto visual quanto sonoro, cada um grita mais alto do que o outro na ânsia de fazer a mensagem chegar ao destino.

Não há farol que balize esse confuso oce-ano comunicativo. O pesquisador e PhD

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decreto “Guarulhos de Cara Nova”, como também no primogênito paulistano “Cidade Limpa”. Ambos vêm humanizando a cidade e revelando belezas até então escondidas.

A capital paulista apresenta o exemplo do Edifício Copan, construído entre as dé-cadas de 50 e 60 e até hoje sem nenhum trabalho mais profundo de restauração, apesar de ter sido – e ainda ser- um dos pontos de referência da arquitetura pau-listana. O prédio, com o advento da nova lei, poderá ser restaurado, com incentivos e participação da iniciativa privada.

Já em Guarulhos, prédios abandonados e construções inacabadas não faltam. Mas a cidade tem alguns tesouros ainda es-condidos. Basta dar uma volta por regiões comerciais e observar mais atentamente o que se esconde por detrás dos letreiros das lojas. Resta saber se a prefeitura e os órgãos envolvidos terão o mesmo empe-nho nesse decreto, pois contém medidas importantes que regulamentadas e segui-das, beneficiarão o setor publicitário que se alimenta da busca por soluções criativas para um mercado cada vez mais exigente .

Mario H. Motoshima é publicitário, dire-tor de criação da TAG - Agência de Publicida-de & Propaganda

CiDaDE liMPa oU DE CaRa Nova?

por Mario H. Motoshima

Coluna

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da Universidade de lehigh, na Pensilvânia, James Maskulka, afir-ma que há um limite a partir do qual a quantidade de anúncios publicitários no espaço urbano passa a irritar , em vez de atrair a atenção dos interlocutores e de seduzi-los. Certamente essa fron-teira já foi rompida.

O que se observa como modelo é a crença de que locais muito cheios, abar-rotados de gente e por derivação de raciocí-nio, de informação, atrai mais a atenção e in-cita a ideia de credibilidade. Como quando procuramos um restaurante em uma rodo-via. Normalmente o parâmetro de escolha é a quantidade de clientes, ambientes muitos vazios podem transmitir a impressão de ine-ficiência. Porém, no caso da comunicação essa relação não vale.

EXEMPloSA Times Square, em Nova York, não é re-ferência de eficiência publicitária, apenas se tornou um lugar curioso, um ponto de atração turística. A boa mensagem deve ser enxuta, direta e limpa. Há milhares de razões e conceitos nos campos da própria ciência da comunicação, semiótica e biologia que apontam para outro sentido. A tendência no mundo todo indica a valorização dos imóveis e a conservação das fachadas originais. Tanto pela questão estética como de segurança. Muitos prédios que abrigam comércios es-condem por detrás das fachadas verdadeiras bombas relógio prontas para explodirem. Grandes painéis ocultam má conservação generalizada e risco iminente de acidentes.

Essa propensão das políticas públicas valorizarem a arquitetura em prejuízo aos espaços publicitários redundou não só no

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