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arquitetura | tecnologias | mercado | índices | preços de insumos | custos de serviços ano XIV | nº 66 | fevereiro 2013 | www.construirnordeste.com.br R$ 12,90 | € 5,60 RCN Editores Associados TECNOLOGIA Drenagem: solução para segurança nas rodovias ENTREVISTA José Augusto Fernandes (CNI) VIDASUSTENTÁVEL Casas sustentáveis de baixo custo ACÚSTICA URBANA NBR 15.575 ATUALIZADA: NOVO NORTE PARA TRATAMENTO ACÚSTICO NAS CONSTRUÇÕES

Revista Construir Nordeste Ed.66

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Construção civil, arquitetura, design, sustentanilidade

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arquitetura | tecnologias | mercado | índices | preços de insumos | custos de serviços

ano XIV | nº 66 | fevereiro 2013 | www.construirnordeste.com.br

R$ 1

2,90

| €

5,60

RCN

Edito

res

Asso

ciad

os

teCNologiaDrenagem: solução para segurança nas rodovias

eNtRevistaJosé Augusto Fernandes (CNI)

vidaSuStEntávElCasas sustentáveis de baixo custo

AcústicA urbAnAnbr 15.575 AtuAlizAdA: novo norte pArA trAtAmento Acústico nAs construções

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Muito além das botas e capacetes

Estabilização em longo prazo

14 SHARE

56 MOVIMENTO EM JP | Ricardo Castro

66 CONSTRuIR DIREITO | Emília Belo

73 TENDÊNCIAS | Renato Leal

87 CONSTRuIR ECONOMIA | Mônica Mercês

88 INDICADORES IVV | Danyelle Monteiro

Capa | Acústica urbana: Os novos rumos para a construção civil

aRquitetuRa | Um prédio em transformação

dia a dia Na obRa | 24

ColuNas

teCNologia | 60

Como se faz | Manutenção predial: Planejamento

iNfRaestRutuRa | Obras dão nova cara à cidade do Sertão pernambucano

eCoNomia & NegóCios | 82

16 PALAVRA

18 ENTREVISTA

22 RESPONSABILIDADE SOCIAL

26 PAINEL CONSTRuIR

30 VITRINE

38 ESPAÇO ABERTO

86 CuSTO uNITÁRIO BÁSICO – CuB

90 INSuMOS

96 ONDE ENCONTRAR

seções

Drenagem de rodovias e segurança viária

50

57

44

64

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sumário

vidaSuStEntávEl | 69

O Movimento Vida Sustentável – MVS, vem colocando o tema Sustentabilidade da Construção Civil de maneira contínua na ordem do dia, entre empresários,

profissionais, professores, estudantes e sociedade. Busca contribuir com o aperfeiçoamento e a modernização do setor, divulgando os princípios da construção

sustentável, com foco nas pesquisas e boas práticas; na divulgação de projetos, produtos e iniciativas eficientes; na multiplicação de conhecimento com a

promoção de debates e capacitação, com ênfase na geração de energia, no reúso da água e em drenagens e na gestão sustentável dos resíduos.

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caro leitor

Caro Leitor,

Os centros urbanos estão crescendo num ritmo muito acelerado. Por todo lado há uma obra, uma edificação sendo erguida. São construções que amanhã abrigarão salas comerciais ou mesmo moradias para acomo-dar a grande quantidade de pessoas e de investimentos que vêm a reboque do desenvolvimento econômico.

Arquitetos e engenheiros se empenham para otimizar os espaços e diminuir os impactos no meio ambiente, mas esbarram em décadas de falta de planejamento. O ruído produzido, hoje, nas cidades preocupa es-pecialistas de diversas áreas. Não à toa a matéria é destaque desta edição. Traçamos um panorama da Acústica Urbana na construção civil que, neste mês de março, sofre mudanças a partir da Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575.

Na reportagem, o repórter Daniel Vilarouca apresenta o case do Gru-po Sonar, na Bahia, que há 40 anos trabalha com consultoria e projetos acústicos. O tema ainda é abordado através dos aspectos fisiológicos, com a opinião do neurofisiologista Fernando Pimentel Souza. É possível também conferir os detalhes da nova NBR e o setor mercadológico.

Os passos para manter a região Nordeste no caminho do desenvol-vimento são tratados em entrevista com o economista José Augusto Fer-nandes. Ele fala sobre os resultados do projeto Nordeste Competitivo, que mapeou a infraestrutura logística de toda a nossa região e os seus principais gargalos.

A proteção e qualificação para o trabalho são focos da seção Dia a Dia na Obra, que traz à tona o tema da Segurança no Trabalho, um assunto que é a pedra no sapato de muita gente. Preocupante também é a questão do saneamento básico no Brasil. Em Petrolina, sertão pernambucano, a situ-ação é outra: a cidade recebe uma série de obras de esgotamento sanitário.

Busque inspiração na nova seção do espaço Vitrine. A ideia é que os melhores profissionais do setor nos indiquem produtos que são tendência no mercado. Quem abre (e muito bem) são os arquitetos Turíbio e Zezinho Santos.

Em São Paulo, a repórter Isabela Morais desvenda as normas e os con-ceitos necessários para a construção de um edifício hospitalar. Em Natal, Priscila Adélia Pontes fala da riqueza da cultura nordestina explorada na ambientação de restaurantes.

A drenagem das rodovias e a manutenção predial foram temas das matérias escritas por Patrícia Felix. Na primeira matéria, ela mostra que a drenagem pode garantir a segurança de quem percorre as principais ro-dovias do País. Não perca a segunda: são orientações técnicas e dicas para diminuir os custos com a manutenção do condomínio.

O caderno Construir Vida Sustentável traz reportagem sobre habita-ções populares sustentáveis, projetos que já são realidade no Brasil. Trou-xemos o exemplo de pessoas que vivem em comunidades menos favoreci-das e que, com o apoio de ONGs, conseguiram construir casas com baixo custo.

E em sintonia com o meio ambiente, por sinal, é o que deve nortear as futuras construções. Na coluna Tendências, Renato Leal mostra exemplos de países da Europa onde para comprar ou alugar um imóvel, é preciso apresentar certificações ambientais. Tem tudo isso e muito mais!

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eXpedieNte

RCN editores associadosdiretora | Elaine Lyra

conselho editorialAdriana Cavendish, Alexana Vilar, Augusto Santini, Bruno Ferraz, Carlos Valle,

Celeste Leão, Clélio Morais, Daniela Albuquerque, Eduardo Moraes, Elka Porciúncula, Francisco Carlos da Silveira, Inez Luz Gomes, Joaquim Correia, José Antônio de Lucas Simon, José G. Larocerie, Kilvio Alessandro Ferraz, Luiz Otavio Cavalcanti, Luiz Priori Junior, Mônica Mercês, Néio Arcanjo, Otto Benar

Farias, Ozéas Omena, Renato Leal, Risale Neves, Serapião Bispo, Vera Brandão, Gustavo Farache.

conselho técnico

Professores:Alberto Casado, Alexandre Gusmão, Arnaldo Cardim de Carvalho Filho, Cezar Augusto Cerqueira, Béda Barkokébas, Eder Carlos Guedes dos Santos, Eliana

Cristina Monteiro, Emília Kohlman, Fátima Maria Miranda Brayner, Kalinny Patrícia Vaz Lafayette, Simone Rosa da Silva, Stela Fucale Sukar, Yêda Povoas

publisher | Elaine Lyra

[email protected]

A diagramação é da agência noAr comunicação

editorA de conteúdo | Renata [email protected]

reportAgemChloé Buarque | Daniel Vilarouca | Isabela Morais | José Gomes Neto |

Patrícia Felix | Priscila Adélia Pontes | Renata Farache

revisão de texto

Consultexto

editor de Arte | Michael Oliveira

diAgrAmAção e ilustrAçãoMichael Oliveira

FotogrAFiA Eliane Nunes | Débora Ghelman | Gilson Santos | Jan Ribeiro | Joanna Calazans | Paulo Lopes | Miguel Ângelo | Rogério Vital | Roosevelt Cássio | Tiago Calazans

colunistAsDanyelle Monteiro I Mônica Mercês I Renato Leal I Ricardo Castro

correspondenteGustavo Farache - Rio Grande do Norte

publicidAdeTatiana Feijó | [email protected]

Pollyanny Chateaubriand | [email protected]ália Estanislau | [email protected]

+55 81 3038-1045 | [email protected]

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ceArá ns&A – Aldamir Amaral+55 85 3264.0576 | [email protected]

sAntA cAtArinA | Media Opportunities - Lúcio Mascarenhas+55 48 3025-2930 | [email protected]

rio de JAneiro | AG MAIS Aílton Guilherme+55 21 2233.8505 | +55 21 8293.6198 | [email protected]

são pAulo | Media Opportunities - Demetrius Sfakianakis+55 11 3255-2522 | [email protected]

rio grAnde do sul | Everton Luis+55 51 9986-0900 | [email protected]

pernAmbuco | Domingos Gama Filho+55 81 3428-1238 | +55 81 9996-6543 | [email protected]

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endereço e teleFonesAv. Domingos Ferreira, 890, sl 704 – Boa Viagem. Recife/PE. 51011-050

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sAlão imobiliário de pernAmbucoData: 06 a 10/03LOCaL: RECIFE/PESaLaODEIMOVEISDEPE.COM.BR

FeiconData: 12 a 16/03LOCaL: SãO PauLO/SPFEICOn.COM.BR

expo roAd brAsilData: 19 a 21/03LOCaL: SãO PauLO/SPBRazILROaDEXPO.COM.BR

bAumAData: 15 a 21/04LOCaL: aLEManhaBauMa.DE/En

FÓrum construir cAruAruData: 23/05LOCaL: CaRuaRu/PECOnStRuIRnORDEStE.COM.BR

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concrete shoWData: 28 a 30/08LOCaL: SãO PauLO/SPCOnCREtEShOw.COM.BR

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redAção/sugestões de pAutAsAvenida Domingos Ferreira, 890/704 Empresarial Domingos FerreiraPina | Recife | PE | CEP: 51 001-050

Atendimento Ao [email protected]: + 55 81 3038-1045Segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h

[email protected]

este cAnAl de comunicAção obJetivA AuxiliAr os proFissionAis dA construção em seus questionAmentos e dúvidAs relAcionAdAs à gestão e tecnologiA dA construção de ediFícios.

A busca por materiais alternativos tem sido objetivo na intenção de conse-guir soluções capazes de oferecer ganhos, qualidade e segurança nas obras de engenharia. neste sentido, quais as diferenças entre estabilização, me-lhoramento e reforço de solos?O crescimento dos grandes centros urbanos vem exigindo cada vez mais o de-senvolvimento de novas tecnologias, principalmente aquelas relacionadas à en-genharia. Assim, existem métodos que se diferenciam de acordo com o grau de alteração provocada nas propriedades do material, a quantidade a ser adicionada e o tipo de material utilizado. A estabilização modifica as características do siste-ma solo-água-ar, com estabilizadores como cimento, cal, aditivos, fibras etc., cujo objetivo é a melhoria das propriedades mecânicas. O melhoramento de solos está relacionado à utilização de métodos físicos ou químicos, e extremamente impor-tantes para as resoluções dos complicados problemas dos solos de fundação. O que difere este método da estabilização de solos diz respeito à quantidade de pro-dutos a ser adicionado ao solo. Com relação ao reforço de solos é caracterizado pela utilização de determinadas fibras, sejam dos tipos orgânicas ou inorgânicas.

*Profa. Kalinny Lafayette, D.Sc. | PEC/POLI/UPE.

quais seriam os incentivos governamentais para tornar o setor de reciclagem de rcd (resíduos de construção e demolição) mais competitivo? (João Alber-to cordeiro, estudante de engenharia civil na upe/poli, 6º período).A competitividade do setor de reciclagem de RCD (resíduos de construção e demo-lição) depende da atuação comprometida de três principais agentes: a academia (universidades e centros de pesquisa), o setor privado (os empresários) e o setor público. Dentre os papéis que poderiam ser exercidos pelo setor público, desta-carm-se os: de legislador, de fiscalizador, de financiador e de comprador. Como legislador, o setor público deveria, por exemplo, aprovar leis que regulamentassem a gestão e o uso dos agregados de RCD reciclados. O papel de fiscalizador pode-ria ser exercido por meio do acompanhamento do cumprimento da legislação e da aplicação de multas aos seus infratores. Como financiador, ele poderia, entre outras medidas, aprovar incentivos fiscais e a abertura de linhas de crédito para a aquisição de equipamentos para as usinas de beneficiamento. Como compra-dor, ele poderia, por exemplo, determinar o uso de agregados de RCD reciclados em obras públicas. Tais ações garantiriam a manutenção de mercado e a com-petitividade desses agregados, um menor custo na aquisição desse insumo pelas administrações públicas e uma postura em concordância com os conceitos de desenvolvimento sustentável.

*Prof. Eder C. G. Santos, D.Sc. | PEC/ POLI/UPE.

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cartas

ageNda

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opiniãoNa seção de Artigos do nosso portal, o CEO do Kaizen Institute Consulting Group Ruy Cortez de Oliveira faz uma análise sobre a indústria da construção civil no ano passado e afirma que produtividade é a palavra-chave de 2013. Ele acredita que o recente pacote de incentivos do governo e a busca por melhorias trazem fôlego para o setor. Já o engenheiro Guilherme Ramos, diretor da Brazil Road Expo, afirma que é momento do Brasil expandir suas fronteiras a partir de infraestrutura e logística mais eficientes e integradas e afirma que é preciso investir “pesado” na melhoria de vias e rodovias.

promoçãoEstaremos sorteando um kit da Condor. Uma das principais fabricantes de acessórios de pintura nacional, a Condor amplia seu portfólio de produtos no segmento da pintura imobiliária. A empresa tem investido na fábrica, com o aumento de novas tecnologias para reduzir custos e oferecer produtos com excelência. Curta a nossa fanpage no facebook e fique por dentro dessa e de outras promoções.

rede sociAlA revista Construir Nordeste está de cara nova no Facebook. A partir de agora, você vai ficar bem informado sobre o que é novidade e tendência no setor da construção civil e arquitetura. Também pode debater sobre assuntos polêmicos, saber sobre os principais lançamentos de produtos e participar de promoções. Para lançar a nova fase, a timeline da Construir Nordeste traz uma imagem aérea da cidade do Recife. A foto é de Luciana Ourique e retrata a principal alavanca da economia de Pernambuco, a construção. Nos próximos meses, vocês vão conferir imagens e projetos de todo o nosso Nordeste. Curta a nossa fanpage e fique de olho. | facebook.com.br/construirnordeste

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palavra

marise costa de souza duarte*

direito à cidAde sustentável: por que isso interessA A você?

No contexto das graves questões urba-nas brasileiras, em que a injustiça e a

desigualdade social caminham ao lado da agressão ao meio ambiente, o Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2001) veio inserir na Ordem Jurídica o direito à cida-de sustentável, entendido como o direito a moradia, transporte, trabalho, terra urba-na, infraestrutura, saneamento ambiental, lazer e serviços públicos para as presen-tes e futuras gerações; direitos essenciais ao gozo de uma vida com qualidade nas cidades.

Para efetivar o direito à cidade susten-tável, cabe ao município um papel fun-damental já que, segundo a Constituição Federal, é ele o executor da política de desenvolvimento urbano, que tem como objetivo ordenar o pleno desenvolvimen-to das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar dos habitantes, tendo o plano diretor como instrumento fundamental.

Nesse contexto, guiado pelo Estatuto da Cidade, os planos diretores municipais devem ter como um de seus principais objetivos que o uso do solo ocorra consi-derando a capacidade de infraestrutura da mesma área, sua fragilidade ambiental e as necessidades sociais. Aliado a isso, além de outras diretrizes postas no Estatuto da Cidade, os planos diretores devem trazer regras que venham possibilitar a recupe-ração dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização dos imóveis urbanos, de modo a permitir a justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização.

É aí que surgem dois termos, em geral pouco compreendidos, em que pese sua enorme importância na construção de cidades social e ambientalmente justas: o coeficiente de aproveitamento e a outorga onerosa do direito de construir. Mas o que essas coisas, que parecem tão complica-das, têm a ver conosco? Vejamos.

De uma forma objetiva e simplificada, podemos dizer que coeficiente de aprovei-tamento é o quanto se pode construir em um terreno.

As normas de planejamento urbano (como é o Plano Diretor) fixam esse quan-to para toda a cidade e chamam esse índi-ce (geral) de coeficiente de aproveitamento básico. Mas a fixação desse índice único para toda a cidade deve ocorrer sempre levando em conta a infraestrutura exis-tente. Em outras palavras, ao se fixar um coeficiente básico para toda a cidade, deve ser perguntado: existem sistemas de abas-tecimento de água e esgotamento sanitá-rio, de energia elétrica, de transporte e de drenagem de águas pluviais que venham atender às necessidades que essas novas construções vão trazer? Essa pergunta é de enorme importância no momento de se definir esse quanto, sob pena de se ter uma sobrecarga nos sistemas de serviços, causando problemas como aumento dos engarrafamentos, problemas no abasteci-mento de água, no fornecimento de ener-gia, de alagamento de vias, enfim, uma série de problemas que decorrem, espe-cialmente, de uma falta de compatibiliza-ção entre o índice de coeficiente fixado e a capacidade de infraestrutura da cidade.

Ocorre que existem áreas da cidade que possuem uma boa infraestrutura, ou seja, que possuem todos aqueles sistemas

em bom funcionamento e atendendo às necessidades daqueles que ali moram. Nessas áreas, onde a infraestrutura foi fei-ta pelo Poder Público ao longo dos anos — usando o dinheiro dos impostos pagos por todos — se permite construir mais do que naquelas outras, que não a possuem. Nesses casos, se fixa um índice — chama-do de coeficiente de aproveitamento má-ximo — que impõe àquele que construir acima do índice fixado para toda a cidade (coeficiente de aproveitamento básico) o pagamento de um valor que é chamado de outorga onerosa do direito de construir.

Em outras palavras, a outorga onerosa é a autorização para se construir a mais do que o índice básico fixado para toda a cidade, e que tem como objetivo a recu-peração do dinheiro que foi investido na-quela área pelo Poder Público, em favor da promoção do desenvolvimento urbano e, especialmente, em prol dos setores e seg-mentos sociais geralmente excluídos dos serviços que a cidade oferece (a chamada população de interesse social) e que moram naquelas áreas que não possuem infraes-trutura necessária.

Assim, o pagamento da outorga onero-sa passa a ter um caráter redistributivo, ou seja, de distribuição — entre todos — de benefícios dos quais apenas poucos po-dem usufruir.

Considerando que todos queremos viver em cidades sustentáveis, não parece exagero afirmar que temos tudo a ver com isso, não é mesmo?

*Marise Costa de Souza Duarte é Procura-dora do Município de Natal, Doutora em Ur-banismo (UFRN), Mestre em Direito Púbico (UFRN) e Presidente da Comissão de Direito Ambiental da OAB/RN.

o Estatuto da Cidade veio inserir na Ordem Jurídica o direito à ci-dade sustentável

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José augusto Fernandes

nordeste competitivopor Chloé Buarque

um mapeamento feito pela Confederação nacional das Indústrias (CnI), em parceria com as federações das indústrias, aponta que o nordeste precisa de R$ 25,8 bilhões na ampliação e modernização de rodovias, ferrovias, hidrovias e portos até 2020. não é pouco, mas é o necessário para evitar que o escoamento da produção da Região trave nos próximos oito anos. Chamado de Nordeste Competitivo, o projeto é o terceiro levantamento feito pela CnI no País, que deverá estudar cada região e os fluxos atuais e futuros de bens e serviços das cadeias produtivas. Foram realizados os estudos do Sul, norte e está em curso o do Centro-Oeste. O objetivo principal é auxiliar o governo a planejar, a médio e longo prazos, a infraestrutura de transporte e logística. Em entrevista à revista Construir Nordeste, o economista e diretor de Políticas e Estratégias da CnI, José augusto Fernandes, alerta: o problema é grave. É preciso melhorar a infraestrutura já. Só assim o setor produtivo brasileiro se tornará mais eficiente, mais barato e mais competitivo.

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entrevista

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Na prática, como foi realizado o Nordeste Competitivo? O Nordeste Competitivo é o terceiro de uma série de estudos que a CNI e as federações das indústrias têm desenvolvido com o objetivo de identificar os gargalos em logística e apontar os projetos necessários para melhorar a infraestrutura de transportes do País. É um projeto que busca identificar os eixos logísticos mais importantes para a competitividade da Região. O foco não é estadual. Além do Nordeste, já concluímos os levantamentos das regiões Norte e Sul. O próximo a ficar pronto, ainda em 2013, é o do Centro---Oeste. Esses estudos estão embasando a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), do Governo Federal, no levantamento das obras necessárias para melhorar a logística do País. O Nordeste Competitivo levou um ano para ser concluído, e foram feitas mais de 170 entrevistas pessoais. Nesse período, a Macrologística Consultores, contratada pela CNI, levantou informações que vão desde a avaliação do potencial econômico da Região, o mapeamento da infraestrutura existente e os atuais gargalos até uma projeção dos projetos necessários para melhorar a logística.

De acordo com o levantamento, o Nordeste precisa investir R$ 25,8 bilhões em infraestrutura até 2020 para garantir o escoamento da produção. Sem esses investimentos, o que deve acontecer? Quais são os maiores entraves da Região?A má qualidade do transporte é uma dificuldade no aumento da competitividade da indústria do Nordeste, assim como ocorre em todo o País. Se esses investimentos não forem feitos, o escoamento da produção de toda a Região ficará comprometido. As ferrovias e os portos são os principais problemas. Juntos, eles respondem por 90% do investimento necessário. As ferrovias estão deterioradas e sobrecarregadas. O levantamento mostra que pelo menos quatro

Em 2020, se nenhum investimento for feito, seis dos principais portos da Região estarão comprometidos

ferrovias estão sendo utilizadas bem acima do que a capacidade permite. Em 2020, se nenhum investimento for feito, seis dos principais portos da região estarão comprometidos. Precisamos remediar esses problemas de infraestrutura porque a cada ano surgem novos problemas que atrapalham o desenvolvimento do Nordeste e do Brasil.

O poder público não tem capacidade de sozinho fazer esses investimentos. Como se dará efetivamente a parceria público-privada? O Brasil precisa de estratégia, de investimentos elevados e de maior participação da iniciativa privada para que as deficiências da infraestrutura sejam superadas. O Estado não tem condições de investir sozinho o volume que o setor precisa, que seria em torno de 5% do PIB ao ano. Hoje o Brasil investe em torno de 2% do PIB ao ano. O Nordeste Competitivo apontou que, dos R$ 25,8 bilhões necessários até 2020, R$ 4 bilhões devem ser investidos pela iniciativa privada ou por meio de parcerias entre o poder público e o setor privado. As PPPs se aplicam aos setores que o governo quer transferir para a iniciativa privada, mas que não têm viabilidade econômica total para isso.

Das 196 obras previstas, 83 são prioritárias. Quais são os sistemas de transporte que precisam de mais investimentos e qual o prazo médio de retorno dessas aplicações? Qual será a economia gerada?O Nordeste Competitivo mostra que o retorno dos R$ 25,8 bilhões se daria

em pouco mais de quatro anos. Ou seja, todo o investimento feito nessas 83 obras prioritárias se pagaria nesse prazo em função da economia que eles poderiam gerar com custo logístico. Identificamos que as ferrovias e os portos são os que precisam de mais investimentos para se tornar competitivos. As ferrovias precisam de R$ 12,1 bilhões, e os portos, de R$ 11,1 bilhões. Os investimentos nas rodovias devem ser da ordem de R$ 2,3 bilhões, e nas hidrovias, de R$ 272 milhões.

Para o senhor, quais obras merecem destaque?As ferrovias da região merecem atenção especial. Também merecem destaque a BR – 101 e a BR – 116, que apresentam os piores gargalos entre as rodovias. Atualmente vários trechos das duas rodovias estão sendo utilizados acima da capacidade limite. O número de veículos que passa diariamente por um trecho da BR – 101 entre Maceió e Xexéu, por exemplo, é quase duas vezes superior à capacidade que a rodovia suporta. No caso dos portos, a situação mais preocupante é a do Complexo Portuário de São Luís e do Porto do Recife. A utilização deles já está acima da capacidade, e a situação vai se agravar até 2020 se nada for feito.

Responsável por 13,5% do PIB, o Nordeste apresenta graves problemas sociais, econômicos e de infraestrutura, o que provoca uma grande desigualdade em relação às outras regiões. Essa situação é evidente se compararmos os resultados do Nordeste Competitivo aos do Norte e Sul Competitivos, também já apresentados pela CNI? Qual é a situação do Nordeste em relação ao Norte e ao Sul do País? O volume de investimentos priori-tários no Nordeste é superior ao das regiões Norte e Sul, devido ao adian-tado estado de deterioração de sua malha ferroviária e do grande número de portos que necessitam de elevados investimentos. O que constatamos foi

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que no Nordeste, dos investimentos necessários para corrigir as falhas da malha de transportes, 36% são priori-tários. No Norte e no Sul, o percentual de prioritários cai para 26% e 21% do volume total, respectivamente. Ou seja, as obras no Nordeste são mais urgentes que nas outras duas regiões pesquisa-das. A diferença é que, enquanto no Nordeste a urgência é maior para in-vestir nas ferrovias e nos portos, no Sul e no Norte o foco deve ser maior nas ferrovias e nas rodovias.

Como o projeto Nordeste Competitivo será executado? Quais serão os próxi-mos passos? Existe uma agenda/plano de ação?Iniciamos com um trabalho de sensi-bilização junto ao Congresso, aos go-vernadores e ao Governo Federal. A Empresa de Planejamento e Logística (EPL) está utilizando nossos estudos como subsídio para definir prioridades do Governo Federal na área de infra-estrutura. A EPL deve apresentar ao Conit os resultados dessa avaliação. Com a conclusão do trabalho das de-mais regiões, a CNI pretende organizar eventos sobre oportunidades de inves-timentos em infraestrutura.

Além de propor as soluções de infra-estrutura, o estudo abre espaço para discussão de novas ideias e políticas que possam garantir a expansão do setor produtivo?Identificamos que é preciso integrar física e economicamente a malha de transporte da Região Nordeste com seus estados limítrofes, além de selecio-nar os sistemas de logística de menor custo, voltados tanto para o mercado interno quanto para o comércio exte-rior, e torná-los mais competitivos. A infraestrutura e a indústria são primor-diais para o crescimento econômico vi-goroso e sustentado. Esses projetos si-nalizam também para a importância do comércio exterior para a Região. Com uma melhor matriz de transportes, sur-girão novas oportunidades de negócios para integrar a Região ao mundo.

Associados os planejamentos es-tratégicos das outras regiões, em números, o que o projeto deve re-presentar para o desenvolvimento do Nordeste a médio e longo pra-zos? Qual é o impacto em outros setores? E no da construção civil especificamente?O primeiro desaf io é garantir que esses invest imentos sejam rea-l izados e que a lógica dos eixos logíst icos se revele como um dos critér ios determinantes dos inves-t imentos na Região. Isso ainda não está garantido. Invest imentos des-sa magnitude têm impacto no cur-to prazo sobre a indústr ia da cons-trução civi l . Mas os efeitos mais duradouros são sobre a competit i-vidade da estrutura de produção já existente e pelo potencial de gerar novas fronteiras de expansão de negócios. Um sistema ef iciente de logíst ica aumenta a capacidade de a Região atrair capitais nacionais e estrangeiros para at ividades que, possivelmente, não estão no nos-so horizonte. Esses novos projetos geram, por sua vez, um novo ci-clo de projetos para a indústr ia da construção civi l .

Investimentos feitos e obras reali-zadas, o Nordeste e o Brasil terão cadeias logísticas com padrões internacionais?Pesquisa feita pela CNI aponta que o Brasi l ocupa o últ imo lu-gar em um ranking que compara

a infraestrutura de transportes de 14 países com nível de desenvol-vimento semelhante. Os problemas são em todas as áreas de logíst i-ca, desde ferrovias, que por muito tempo f icaram abandonadas, até portos e aeroportos, passando pe-las rodovias. Num país de dimen-sões continentais , com movimen-tação crescente de produtos para abastecer o mercado consumidor e para exportação, é fundamental ter uma logíst ica que funcione e seja barata para garantir o abas-tecimento e cr iar competit ividade frente aos concorrentes estrangei-ros. O Nordeste tem potencial de se integrar a cadeias de valor in-ternacionais . Sem uma infraestru-tura de logíst ica adequada, não há como construir essa estratégia.

Apesar de iniciativas do Governo Federal, é consenso que a infraes-trutura não está colaborando como deveria na competitividade. Na opinião do senhor, a indústria bra-sileira será capaz de superar suas deficiências e se consolidar como uma economia competitiva exter-namente? É algo distante?Nos últ imos anos, a disponibi l ida-de de recursos para invest imentos na infraestrutura aumentou, mas a execução não alcançou a velocida-de e o volume esperados. O excesso de burocracia e a baixa ef iciência da gestão pública têm retardado a transformação dos recursos dispo-níveis em obras efet ivas. Mas o go-verno está dando sinais concretos na direção correta. Os caminhos foram dados com os anúncios de concessões, agora queremos ver a concret ização desses projetos. O quadro de deterioração da infraes-trutura desestrutura o processo de produção e aumenta os custos de transporte, a lém de postergar de-cisões de invest imento. Esses in-vest imentos em infraestrutura vão dar mais competit ividade à econo-mia brasi leira.

O Nordeste tem potencial de se integrar a cadeias de valor internacionais. Sem uma infraestrutura de logística adequada, não há como construir essa estratégia

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entrevista

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Um cheque no valor de R$ 173.500,00 foi doado, pelo Consulado do Japão no

Recife, à Creche Lar Esperança. Os recursos foram utilizados na reforma das dependências físicas da instituição. O encontro entre as duas entidades foi articulado pela Casa da Criança, que viabilizou a inscrição da reforma no edital do Consulado e mobilizou seus parceiros para a doação dos produtos necessários para a reforma da Creche. Todo o projeto arquitetônico foi desenvolvido pela Casa da Criança e seus voluntários.

Localizada no bairro da Muribeca, em Ja-boatão dos Guararapes, Pernambuco, a Cre-che Lar Esperança atende diariamente mais de 100 meninos e meninas de zero a 12 anos. Nos períodos da manhã e tarde, as crianças

FOtO

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recebem, além de aulas de reforço e orienta-ção pedagógica, formação lúdica e esportiva com contadores de história e professores de futebol, por exemplo. “Aqui, nós buscamos dar uma formação especial a estas crianças. Que-remos dar muito mais que o alimento”, comen-ta Maria Cristina Rodrigues do Nascimento, fundadora e coordenadora da Creche.

Ela iniciou o projeto como forma de auxiliar homens e mulheres que trabalhavam no antigo Lixão da Muribeca, desativado para se tornar um aterro sanitário. Com o fechamento do lixão, muitos pais não tinham com quem deixar seus filhos para sair em busca de um novo emprego. Foi aí que Vovó Cristina, como é carinhosamente conhecida entre os pequeninos, entrou em ação.

Porém, o Lar Esperança precisava de melhorias estruturais para receber bem as crianças que chegam todos os dias à Creche. Conhecendo a instituição e sabendo do edital para reformas lançado pelo Consulado do Japão no Recife, a Casa da Criança entrou em campo. Fez a inscrição do Lar Esperança na chamada e desenvolveu todo o projeto arquitetônico para reforma e ampliação das áreas físicas da entidade.

Com os recursos, foi possível construir três salas de aula, dois banheiros, um berçário, uma sala para a administração da instituição e outra para o atendimento aos pais.

“Estamos muito satisfeitos pela concretização desse apoio pelo fato de que a entidade vem realizando um importante trabalho de acolhimento e educação de crianças muito carentes da comunidade da Muribeca. Havia a necessidade de prover um espaço mais adequado para o bem-estar e o desenvolvimento das crianças atendidas”, afirma o cônsul Tadayoshi Mochizuki. A Casa da Criança tem parceria com a Creche Lar Esperança desde o ano de 2009, quando implantou o programa Cia. dos Anjos, que realiza o treinamento e a capacitação da equipe da Creche nas áreas de educação, saúde, lazer, arte e cultura. Desde que foi criado, o Lar Esperança é mantido com os esforços de Maria Cristina Rodrigues.

“O esforço de dona Cristina possibilitou a retirada de muitas dessas crianças do submundo, considerando que foram tiradas do lixão. Tive a certeza que aquele lugar merecia todo o nosso empenho para contribuir com a qualidade do atendimento oferecido. Este é um momento de grande emoção, o Consulado do Japão está proporcionando um grande salto qualitativo aos serviços desta creche, que acarretará numa melhor formação educacional”, conclui Patrícia Chalaça, presidente do Projeto Casa da Criança.

Atuando em todas as regiões do País, o Projeto Casa da Criança está presente em mais de 15 estados

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responsabilidade social

AJudA que veio de longeCom recursos vindos do Japão, a Casa da Criança reforma e amplia o Lar Esperança, uma creche que atende meninos e meninas de zero a 12 anos

por Daniel Vilarouca

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muito Além dAs botAs e cApAcetesObrigatoriedade dos EPIs e certificados de qualidade têm contribuído para uma redução nos índices de acidentes em obras de todo o País

Todos os dias, antes de pegar no ba-tente, o ritual é o mesmo: vestir o

uniforme, colocar botas e capacete. A depender do serviço que será desem-penhado no dia, acrescentar aí luvas, protetores de ouvido, óculos especiais, máscara respiratória, avental e cinto de segurança. Esta é a rotina de quem tra-balha numa obra. Todos, do servente ao engenheiro, são obrigados a utilizar os chamados EPIs (Equipamentos de Pro-teção Individual), enquanto estiverem no canteiro. A medida é para preservar a saúde e a vida do profissional e vem ajudando a diminuir o número de aci-dentes de trabalho, relacionados à cons-trução civil, no país.

Por Daniel Vilarouca

O servente de obras Luiz Cláudio, de 43 anos, sabe bem a importância dos equipamentos de proteção e faz questão de utilizá-los. Há mais de 20 anos tra-balhando na construção civil, viu mui-tos colegas de trabalho sofrerem aci-dentes e não quer ter o mesmo destino. “Antigamente, as pessoas não davam muita atenção aos equipamentos de proteção. As empresas não cobravam a utilização e os colegas também não faziam questão de usar”, relembra.

Hoje, ele trabalha na construção do edifício residencial Beach Class Santa Maria, em Boa Viagem, um empreen-dimento da construtora Moura Du-beux. Diariamente, usa todos os EPIs

fornecidos pela empresa e que são ne-cessários para exercer sua profissão. “Estamos fazendo a fundação do pré-dio que será construído, então, tenho de preparar a área retirando entulhos, varrendo e deixando tudo limpo. Ou seja, além do capacete e das botas, preciso usar luvas, máscara e óculos contra poeira e farpas”, comenta Luiz Cláudio.

política da empresa

Há 30 anos atuando no Nordeste, a construtora Moura Dubeux procura seguir todas as normas regulamen-tadoras referentes à segurança no

João Carlos Côrte Real, coordenador de Segurança do Trabalho, na Moura Dubeux, busca conscientizar os trabalhadores para a importância dos equipamentos de proteção

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dia a dia na obra

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O servente de obras Luiz Claudio, faz questão de usar todos os EPIs necessários para sua segurança no canteiro de obras

trabalho. Especialmente, as NR 18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho) e 35 (Trabalho em Altu-ra). Com um Sistema de Gerencia-mento Integrado (SGI), a empresa busca conscientizar seus trabalha-dores para a importância de utilizar os equipamentos de proteção indivi-dual num sistema que chama de Pro-teção Coletiva.

“Sempre que um novo grupo de trabalhadores é contratado pela empresa, fornecemos todos os EPIs necessários e realizamos um treina-mento com eles. O objetivo é fazer com que zelem pelo seu equipamen-to e estejam sempre atentos à se-gurança do seu colega de trabalho, verificando se ele está com todo o equipamento”, diz o engenheiro co-ordenador de Segurança no Traba-lho da Moura Dubeux, João Carlos Côrte Real.

Ele lembra que a construtora, presente em seis capitais do Nordes-te e a frente de 72 empreendimentos, foi uma das primeiras a implantar o que chama de Linha de Vida. Este é

FOtOS: Jan RIBEIRO

um sistema de proteção que liga ca-bos e cintos de segurança às vigas do prédio em construção para evitar a queda do trabalhador que atua nos pontos mais altos da obra.

“Com as medidas que adotamos, não só de segurança, mas também em outras áreas, conseguimos re-duzir consideravelmente o número de acidentes no canteiro de obras e alcançamos os certificados de quali-dade ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001 que diz respeito à saúde e se-gurança do trabalho”, destacou João Carlos.

É preciso buscar melhores resultados

Nos últimos anos, o Ministério do Trabalho e a Previdência Social têm registrado uma sensível queda nos números de acidentes de traba-lho relacionados à construção civil. Apesar do crescimento do mercado imobiliário, os índices de aciden-tes permanecem na mesma média desde 2010. Ou seja, houve uma baixa levando-se em consideração

a quantidade obras públicas e pri-vadas que estão surgindo no Brasil.

Em 2008, por exemplo, o núme-ro de acidentes de trabalho foi de 755.980 sendo 49.191 deles relacio-nados à construção civil. Já em 2010, foram registrados pouco mais 700 mil casos com 438 mortes em obras. Para buscar melhores resultados, Sindicatos da Indústria da Constru-ção Civil (Sinduscon) de todo o país têm debatido amplamente o tema da segurança no trabalho. A ideia é sensibilizar empresários para a im-portância da utilização dos EPIs e a adoção de medidas de segurança como forma de valorizar o trabalha-dor e qualificar a obra.

Em Pernambuco, o juiz Sérgio Torres, da Vara do Trabalho, tem participado de uma série de pales-tras sobre o assunto. De acordo com ele, 90% dos acidentes poderiam ser evitados com atitudes simples, como o correto alinhamento da bandeja proteção ou a colocação de cercas nos limites das lajes. Além, claro, do comprometimento dos empresários.

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tecnologiA A serviço dA mobilidAdeCom o inchaço das grandes cidades, buscar alternativas para a mobilidade urbana se tornou algo mais que urgente. Pensando nisso, o Porto Digital, cluster pernambucano de TI, realizou o I Seminário Internacional de Mobilidade (mobIT). O encontro que discutiu a relação entre mobilidade e tecnologia contou com a presença do arqueólogo espanhol John Jung, presidente do Canadian Urban Institute. Para Jung, um dos maiores desafios das comunidades é catalisar novas ideias, reter seus talentos e fazer uso desses trabalhadores, impulsionado a economia criativa e criando novos centros de inovação. Na foto, o palestrante (esquerda) com o presidente do Porto Digital, Francisco Saboya.

trocA de pneusMais uma empresa de olho na construção civil no Brasil. A Goodyer, mundialmente conhecida no ramo automobilístico, aproveita o aquecimento do mercado e entra para o setor com o lançamento de mais de 60 ferramentas. São três linhas: Elétricas e a Bateria, Manuais e Lavadoras de alta pressão. Inicialmente, mais do que atingir números de vendas e faturamento, o objetivo é mostrar ao consumidor que o padrão de qualidade e performance da Goodyer permanecem. Os produtos introduzidos no Brasil, já são vendidos em países da Europa, África e Ásia.

boA notíciADepois de quatro anos fechado, o Parque da Cidade, em Natal, terá suas obras retomadas. O espaço projetado por Oscar Niemeyer custou R$22 milhões aos cofres públicos, fechou após seis meses de uso e é considerado símbolo da irresponsabilidade pública na cidade. Até fevereiro de 2014 serão feitas melhorias nas partes elétricas, hidráulicas, de passeio público, acessos e recolocação dos elevadores, além de reestruturações no auditório, biblioteca e Centro de Educação Ambiental. O investimento de R$3,3 milhões promete transformar a área em local privilegiado para intelectuais, artistas e população. Todo o processo será acompanhado pelo escritório de Niemeyer.

tuperAntenada no mercado e seguindo a estratégia de diversificar seus negócios, a Tuper lançou uma linha de andaimes e escoras metálicas. Com investimento de R$8 milhões, foram apenas oito meses de produção – desde de pesquisas até a realização de testes de desempenho para a validação final. As grandes vantagens dos produtos está na segurança, que, além de seguir a NBR 8261/ABNT seguem rígidas normas europeias, e na produtividade. Para se ter uma ideia, o tempo de montagem do andaime fachadeiro é 100m²/hora, com três pessoas trabalhando. A Tuper, que tem sua sede em São Bento do Sul, em Santa Catarina, tem se destacado na economia nacional e apenas em 2012 faturou nada menos que R$1,2261 bilhão. Nos últimos 10 anos, a empresa mantém um impressionante crescimento anual médio de 22% e já é quinta maior processadora de aço do Brasil. A nova linha deve aumentar de 7% a 9% o faturamento da empresa no segmento da Construção Civil. Para o presidente Frank Bollmann o segredo do sucesso: formação de pessoas e tecnologia.

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bAirro plAneJAdoGarantindo a parceria com o setor público, a Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, litoral pernambucano, ganha o seu primeiro empreendimento com livre acesso à população. Com 6,6 hectares, o Parque do Paiva tem local para práticas esportivas; incluindo pista para corrida, ciclovia, quadras esportivas, além de brinquedos infantis e um mirante à beira-mar — uma iniciativa diferenciada, que conecta a mata com a praia de piscinas naturais. Detalhe importante: é o primeiro projeto de oito áreas públicas que estão previstas na reserva. O objetivo é integrar a comunidade e garantir o conceito real de bairro planejado, sem segregação social.

Ademi/pePPara acompanhar a nova aposta das construtoras, o Salão Imobiliário de Pernambuco, na sua sexta edição, vem com novidade e cria um espaço exclusivo para a apresentação dos bairros planejados que serão construídos no Estado. A expectativa deste ano é atrair 15 mil pessoas, comercializar 500 imóveis e movimentar R$130 milhões. Com 32 empresas participantes são mais de quatro mil opções de unidades ofertadas, entre apartamentos, salas comerciais e condomínios, que vão de R$150 mil a R$4 milhões. A Ademi/PE também pretende prospectar mercado e espera traçar um perfil das necessidades do consumidor. Para isso, uma pesquisa será aplicada com 500 pessoas. R$1,2 milhão foi investido no evento. Agora é conferir o Índice de Velocidade de Vendas (IVV) nos próximos meses.

inFrAestruturA “esverdeAdA”Mais uma iniciativa para repensar a estrutura logística do Brasil. Agora é a vez da bacia hidrográfica do Rio São Francisco. O projeto do Corredor Multimodal de Transporte deve ampliar, integrar e articular as estruturas hidroviária, rodoviária, ferroviária e portuária do Velho Chico, que cobre uma área de 650 mil quilômetros quadrados e abrange Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e o Distrito Federal. “Os efeitos mais importantes de um corredor multimodal de transporte são a redução dos custos de escoamento da produção e a consequente atração de mais investimentos locais, e com isso, o crescimento econômico”, afirma Elmo Vaz, presidente da Codevasf, que comanda o projeto em parceria com Banco Mundial. Dados apontam que o corredor tem potencial para reduzir custos logísticos em pelo menos 15%. Os cinco primeiros colocados no ranking do índice são Cingapura, Hong Kong, Finlândia, Alemanha e Holanda.

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painel construir

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Aos 50 Anos, imobi cresce 112% A Imobi Desenvolvimento urbano acaba de inaugurar uma nova sede, na zona sul do Recife. Com quase 1.000 metros quadrados, o prédio é uma marca das comemorações de meio século da empresa. Outro ponto importante nessa “festa” foi o resultado de 2012: a companhia cresceu 112% em relação a 2011 e prevê aumentar o faturamento em mais 25% este ano. “Conseguimos chegar aos 50 anos de atuação porque estamos sempre atentos às necessidades dos nossos clientes e ao mercado”, comenta o presidente do Grupo Imobi, Roberto Lins Filho. Para comemorar as conquistas, um grande festa com show de Toquinho e presença dos arquitetos Leonardo Moreira Lima e Tatiana Lins. Especializada em loteamentos, a companhia tem apostado em empreendimentos diferenciados em municípios da Região Metropolitana do Recife e da Zona da Mata Norte.

o mAior do reciFeA antiga fábrica da Macaxeira, desativada e abandonada desde o final da década de 1970, será transformada no primeiro parque construído pelo Governo de Pernambuco. Com área de 10 hectares e investimento de R$54,1 milhões, o Parque Urbano da Macaxeira terá uma Escola Técnica Estadual – ETE, posto de atendimento do Expresso Cidadão, biblioteca multimídia, teatro e restaurantes. Para o Secretário das Cidades, Danilo Cabral, o resgate histórico deste empreendimento é um dos pontos mais importantes a ser considerado. ”Durante o início do século XX, o local funcionou como um importante elo da indústria têxtil, empregando muitos trabalhadores. Agora, toda essa área será transformada em um imenso complexo onde os jovens irão aprender seus ofícios, poderão ter acesso a shows e palestras além de poder praticar esportes”, comemora. O espaço deve ser entregue até o final deste ano e beneficiará 400 mil moradores da zona norte do Recife.

certiFicAçãoO projeto do campus da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) em Fortaleza recebe, a certificação Processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental). Entre as diversas soluções a serem adotadas está a implantação de usinas de energia eólica, o uso de águas não potáveis (de chuva e esgoto tratado) nos vasos sanitários, mictórios e irrigação, além da utilização de brises (quebra-sol) nas fachadas de vidro, para reduzir a carga térmica dos edifícios e diminuir o uso do ar condicionado. O complexo educacional e de pesquisa utilizou o sistema construtivo de concreto moldado in loco e foi concebido dentro de conceitos de sustentabilidade, que incluem, por exemplo, a gestão da água, de energia e de resíduos. A construção teve início em janeiro de 2013 e a conclusão está prevista para dezembro de 2014.

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A partir desta edição,

a Vitrine traz dicas de

renomados arquitetos e

engenheiros sobre o que é

tendência e novidade no setor

da construção civil. Aqui,

você vai conferir e saber o que

eles pensam sobre produtos

e técnicas para o seu

projeto. Para abrir a seção,

convidamos os renomados

Turíbio e Zezinho Santos.

A dupla dividiu com a Construir

Nordeste o que é mais atual em

revestimentos, imprimindo o seu

estilo. Juntos, eles têm um dos

mais conceituados escritórios

de arquitetura do Recife,

com projetos realizados em

cidades como Salvador, Aracaju, Maceió, João

Pessoa; além de Portugal e

nos Estados Unidos.

vitrine | estilo

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lAdrilhos hidráulicos Uma forma divertida, elegante e atraente de inserir um pouco de regionalismo nos projetos. A variedade de desenhos e cores permite grande flexibilidade e diferentes resultados. Ainda mais quando os ladrilhos fazem par com materiais considerados mais nobres, como mármore, aço e madeira longe de evocar sempre uma atmosfera mais rústica, os ladrilhos podem parecer extremamente sofisticados, dependendo da escolha do desenho, das cores e dos materiais que o acompanharão. Sugestão: LADRILHOS BARBACENA | Valor médio: a partir de R$ 277,50/m² | ladrilhosbarbacena.com.br

* Todos as imagens são projetos do escritório Santos & Santos Arquitetura

mármoreSempre em chapas grandes; cortadas sob medida,

melhor ainda. Mármore será sempre mármore.

pisos em mAdeirAQuando necessário, usamos os carpetes de madeira. Mas nada substitui a madeira de verdade, quer em tábuas corridas ou tacos, em formatos arrojados, como o taco palito, ou tradicionais, como o parquet. Madeira, como o mármore, é sempre madeira. Sugestão: INDUSPARQUET | Linha Ecostrato | Valor médio: R$ 334,00/m² | indusparquet.com.br

silestoneCores fortes, com personalidade, são sempre uma constante em nossos projetos. E o Silestone é forma de introduzir cor em bancadas de banheiros e cozinhas. Além disso, pela resistência e qualidade. Sugestão: SILESTONE | Valor médio: R$ 413,40/m² | silestone.com.br

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monitorAmento remotoSe existe uma palavra capaz de definir a nova usina de asfalto Ciber — uma das cinco marcas que compõem o Grupo Wirtgen — essa palavra é inovação. O equipamento tem como principal novidade o monitoramento remoto. A gerência de Engenharia da Ciber explica que, através de um programa fornecido pela fábrica, o cliente pode acessar as informações no seu computador. Nesse equipamento, há ainda a possibilidade de processar Pavimento Asfáltico Reciclado (RAP) através da instalação de opcionais | wirtgenbrasil.com.br

tecnologiA norte-AmericAnAA Mecan apresenta ao mercado brasileiro o Quikdeck. O produto é produzido a partir de tecnologia norte-americana, sendo uma inovação mundial no segmento de plataformas de acesso ou apoio. A plataforma de trabalho suspensa auxilia processos de manutenção, montagem e construção em que são encontrados desafios de altura, difícil acesso ou mesmo instabilidade e restrição ambiental, como é o caso de pontes, viadutos, plataformas de petróleo e unidades industriais | mecan.com.br

mAis compActAção e menos pAssAdAsOs rolos compactadores Hamm alcançam maior grau de compactação com menor número de passadas. O sistema vibratório com número eficiente de golpes por segundo no pavimento garante o alto desempenho. Outra vantagem dos equipamentos Hamm é a economia de combustível que eles proporcionam. O modelo 3411 é destinado à terraplanagem e é fabricado em duas versões: uma com cilindro liso, para compactação de solos granulares, e outra com cilindro pata de carneiro, para compactação de solos coesivos. O modelo se destaca por sua versatilidade de aplicações e apresenta tecnologia revolucionária no que diz respeito ao desempenho, design e operação | wirtgenbrasil.com.br

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vitrine | brasil expo road

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eFeito 3-dA Incefra traz a grife Incefra Digital HD, que reúne revestimentos cerâmicos para piso e parede com impressão em alta definição e efeito 3-D. O sistema digital cria perfeição de imagem, com reproduções visuais ilimitadas, incluindo veios, texturas e variações de tonalidades semelhantes aos materiais naturais. As peças cerâmicas são desenvolvidas sem repetição de imagens, resultando em combinações muito mais reais. A impressão em 3-D ainda permite que a aplicação dos esmaltes acompanhe toda a superfície, realçando baixos e altos-relevos, com qualidade de imagem igual ou superior a 300 dpi | incefra.com.br

resistênciA e economiAOs pisos e revestimentos DAUD, além de muito resistentes a fatores climáticos e maus tratos, são uma solução moderna, econômica e ecologicamente correta. Fabricados em placas emborrachadas de diversos tamanhos e em 14 cores, estão disponíveis nos modelos liso, botão, pastilha, frisado, corrugado e canelado. A empresa utiliza, na fabricação de seus produtos, cerca de 150 toneladas mensais de materiais derivados de reciclagem de pneus. Os pisos podem ser fixados com cola ou argamassa | daud.com.br

soFisticAção em revestimentosA Vitruvio Revestimentos traz para a próxima edição da feira uma seleção de produtos especiais voltados para o mercado de luxo, como a linha Perlata, com efeitos de textura em gesso polido e brilho suave. A gama de cores oferecida cria todos os requisitos para um interior perfeito e funcional, ideal para revestir paredes de uso comercial e residencial, sobretudo em áreas de tráfego elevado. Versátil e durável, o acabamento é resistente ao atrito, antibacteriano e antichamas | vitruviorevestimentos.com.br

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Vitrine | expo reVestir

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tecnologiA no bAnhoA Astra traz para o Brasil um produto sofisticado para quem busca um tratamento diferenciado na hora do banho. A banheira com cachoeira é um produto voltado para o mercado de alto luxo e possui um design inovador, com curvas retas e suaves. É o único modelo no Brasil com metais sanitários retráteis, acionados através de um painel de controle sensível ao toque, e que vem com moldura de LED. Os jatos de água da cachoeira podem ser controlados em até três opções de intensidade. Além disso, para trazer ainda mais relaxamento para o usuário, a banheira vem com almofada dupla, seis jatos de hidromassagem e cromoterapia com luzes de LED em seis cores diferentes | astra-sa.com.br

redução de energiAO Painel Extreme LED é o mais novo lançamento da Lâmpadas Golden para ambientes que demandam muitas horas de luzes acesas. De embutir no teto, slim e funcional, ele reúne em uma única peça luminária, equipamento e lâmpada, o que facilita sua instalação. Está disponível em três modelos com formatos que se adequam às demandas estéticas e ocupacionais das áreas em que serão utilizados: quadrado (29,5cm) com 20W, quadrado (60cm) com 42W e retangular (1,20cm) com 45W. O Extreme LED Painel é uma alternativa às luminárias com lâmpada fluorescente tubular e fluorescente compacta, com uma redução no consumo de energia de até 50% e o mesmo fluxo luminoso I lampadasgolden.com.br

tendênciAsA Madeira de Demolição.com aposta em peças exclusivas e um novo conceito que envolve a mistura de sua matéria prima primordial – a madeira reaproveitada de antigos casarões, cruzetas de postes e dormentes de trem -, a materiais nobres e sofisticados, como a laca, o vidro e o alumínio. Na nova linha, tampos, portas, pisos modulados, deck de cruzetas, pergolados unem o rústico e o moderno as peças que unem o rústico e o moderno. A Madeira de Demolição.com faz parte do tradicional Grupo São Gabriel e surgiu em 2009, impulsionada pela demanda por produtos ecologicamente corretos I www.madeiradedemolicao.com.br

vitrine | feicon

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mobiliário e design de superFícieA d.uas design se firma em Pernambuco e já deixa uma ótima impressão. Criada por duas amigas de infância, a empresa tem como foco aliar duas atividades: design de mobiliário e design de superfície. Os móveis, restaurados ou criados pela própria marca, recebem estampas exclusivas e pensadas especialmente para cada estilo de produto. A marca também se propõe a comercializar outros produtos para casa com as estampas exclusivas e os tecidos vendidos a parte, estes, a base de fibras naturais e estampados com tintas a base de água, que garantem uma impressão ecologicamente correta, voltados especialmente para decoração | duasdesign.com

duchA lorencolor - lorenzettiA ducha LorenColor possui espalhador com LEDs de alta performance nas opções de cores: azul, vermelha, verde e branca. O produto possui design clean e ótima vazão, mesmo em baixa pressão, que proporciona, junto à exposição das cores, um banho revigorante e único. A ducha de teto LorenColor funciona por meio de energia elétrica e possui controle de longa distância, alimentado por pilhas, o que possibilita maior versatilidade na instalação, podendo ser também embutido diretamente na parede | lorenzetti.com.br

tecnologiA hd pArA pisosO Grupo Elizabeth apresenta a coleção de porcelanatos Full HD, que reúne revestimentos cerâmicos e porcelanatos, para piso e parede, com impressão em alta definição. A tecnologia permite a reprodução de materiais naturais, como a madeira e a pedra com a máxima fidelidade de suas caraterísticas estéticas, incluindo veios, texturas e tonalidades. Destaque para o porcelanato Full HD Deck, que reproduz o aspecto natural da madeira | grupoelizabeth.com.br

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Toda edificação está sujeita à ação de intempéries. Com base nisso, os engenheiros Ednéia alcântara de Barros e Silva e Luiz Priori Jr. em parceria com a arquiteta Maria de Fátima Ribeiro de Gusmão Furtado, desenvolveram um estudo em que investigam o nível de resiliência em cidades costeiras do nordeste, como Recife e Olinda.

resumo

Projeto de pesquisa aprovado pelo Programa Nacional de Pós-Doutorado da Capes-PNPD/2011, processo nº APQ-0344-6.05/11, que está sendo desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimen-to Urbano da Universidade Federal de Pernambuco pela Eng. Dra. Edinéa Alcântara de Barros e Silva e pelo Eng. Dr. Luiz Priori Jr., sob a coordenação da Arq. Profa. Dra. Maria Da Fátima Ribeiro de Gusmão Furtado.

pAlAvrAs-chAve

Mudanças climáticas; resiliência urbana; cidades costeiras.

resiliênciA urbAnA de cidAdes costeirAs: um recurso pArA enFrentAr As mudAnçAs climáticAs

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espaço aberto

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IntroduçãoEste projeto de pesquisa objetiva desenvolver uma ferramenta de planejamento urbano para avaliar o nível de resiliência em cida-

des costeiras do Nordeste do Brasil, tomando como referência, especificamente, as cidades do Recife e de Olinda. A resiliência urbana é abordada a partir das suas três dimensões principais, que definem os três eixos que estruturam a investigação: a resiliência da cidade (infraestrutura e sistema de gestão), a resiliência das comunidades (social), e a resiliência institucional (instrumentos de planejamento e controle e legislação pertinente).

O recorte espacial da pesquisa contemplou — para a coleta de dados e aplicação da metodologia — as cidades do Recife e de Olinda. Todavia, a metodologia definida poderá ser aplicada às cidades costeiras do Nordeste do Brasil — situadas na faixa compreendida entre o Estado do Ceará e a foz do Rio São Francisco, pela semelhança climatológica — ou adaptada a outras cidades, desde que sejam feitos os ajustes necessários. O recorte temporal foi feito buscando-se conhecer a realidade atual de convivência com os eventos existentes e realizar previsões para contextos futuros, no período de 30 anos.

O estudo empírico está sendo feito em três etapas:i. Pesquisa exploratória em cidades e estados brasileiros atingidos por catástrofes que possam vir a ocorrer nas duas cidades

estudadas.ii. Diagnóstico da situação e da estrutura de gestão existente no Recife e em Olinda (defesa civil, planejamento, manutenção

e limpeza do sistema de drenagem, etc.).iii. Diagnóstico da vulnerabilidade, visando identificar a resiliência infraestrutural necessária para que as soluções em situa-

ções de catástrofes sejam exitosas. iv. Diagnóstico de vulnerabilidades de comunidades de baixa renda que enfrentam situações de alagamentos e deslizamentos

de barreiras.v. Previsão do potencial de resiliência para superação das vulnerabilidades diagnosticadas. A partir desses diagnósticos, estão sendo feitos prognósticos para o desenvolvimento de um sistema de indicadores, que

permitirão aos gestores das cidades costeiras avaliarem o grau de resiliência desses municípios, ou seja, sua capacidade de enfrentar os eventos resultantes das mudanças climáticos na região.

Justificativa e importância da pesquisa O painel de alto nível do Secretário-geral das Nações Unidas sobre sustentabilidade global, através do Programa das Nações

Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma, 2012), alerta que a mudança climática é um risco para todos os países e pessoas, sendo esses riscos particularmente graves para os mais pobres do mundo. De acordo com esse órgão, os principais impactos esperados serão na:

1. Agricultura – através da redução na produtividade, particularmente, em baixas latitudes (onde está situada a maioria dos países em desenvolvimento).

2. Disponibilidade de água – com mudança nos padrões de precipitação pluviométrica e menor disponibilidade de água em algu-mas regiões, tais como nos trópicos áridos do Nordeste do Brasil.

3. Desertificação dos solos – com aumento na degradação e desertificação dos solos, como no semiárido do Nordeste brasileiro. 4. Saúde humana. 5. Elevação do nível do mar – com prováveis ameaças à existência de comunidades em países com grandes áreas costeiras, como

o Brasil.Segundo dados apresentados no relatório da Organisation for Economic Co-operation and Development (OCDC) (NICHOLLS

et al., 2008) sobre as Cidades Portuárias com Maior Exposição e Vulnerabilidade às Mudanças Extremas do Clima, das 136 cidades do mundo com mais de 1 milhão de habitantes (em sua área metropolitana) mais vulneráveis ao aumento do nível do mar, dez estão no Brasil, sendo cinco na Região Nordeste, entre elas, a cidade do Recife.

De acordo com recentes análises de padrões populacionais, estima-se que 634 milhões de pessoas vivam em áreas costeiras com altitude menor que 10 m acima do nível do mar (BEATLEY, 2009). Como é o caso da Região Metropolitana do Recife.

A colonização e o desenvolvimento do Brasil deram-se a partir do litoral, pela zona costeira, que ainda acomoda a maioria das cidades mais populosas do País. No caso específico do Nordeste do Brasil, as capitais e maiores cidades, incluindo as três grandes metrópoles urbanas — Fortaleza, Recife e Salvador —, estão localizadas na costa. Nos nove estados da Região, mais da metade da população vive na Região Metropolitana da capital, ou seja, no litoral. Como também, devido à carência das vias para escoamento da produção, os principais centros industriais da Região estão localizados em regiões portuárias, como as de Suape, em Pernambuco; Camaçari, na Bahia; e Pecém, no Ceará.

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Estruturação metodológicaO estudo em discussão é um misto de pesquisas quantitativa e qualitativa, uma vez que, na definição dos aspectos e subaspectos

relevantes para a resiliência de cidades costeiras aos referidos desastres, estão sendo empregadas entrevistas semiestruturadas, grupos focais, pesquisas bibliográfica e documental, análises estatísticas, delphi, e técnicas de ponderação e parametrização.

A replicação ou reformulação dos prognósticos é outra estratégia adotada para proporcionar robustez à pesquisa. A es-colha dos casos, portanto, obedecerá à lógica de buscar prever resultados semelhantes, com replicação literal, e buscar resultados contrastantes previsíveis, ocorrendo a replicação teórica, de forma a fornecer uma base convincente para as proposições iniciais, por sua revisão ou confirmação.

Para efeito de povoamento e calibragem do sistema, serão usados dados e informações referentes às cidades do Recife e de Olinda — obtidos por meio do diagnóstico da infraestrutura urbana e do arranjo institucional existente nos órgãos de planejamento, de obras e da defesa civil dos dois municípios e da análise dos programas e projetos existentes que lidam com a temática. Os dados es-tão sendo levantados através de exame de documentos existentes, visitas técnicas e entrevista com técnicos municipais da defesa civil, de controle urbano, de limpeza urbana, das URBs ou de empresas de obras. E, para a avaliação do potencial de resiliência comunitária, no nível local, estão sendo estudadas comunidades que sofrem com alagamento, inundações e deslizamentos de barreiras.

Com base no arcabouço teórico-metodológico dos sistemas de indicadores na revisão de literatura e no conhecimento da realidade, será desenvolvido um modelo/matriz das categorias a serem analisadas para avaliar a resiliência de uma cidade. O cruza-mento do diagnóstico das cidades com a matriz de análise resultará na avaliação da resiliência de cada uma delas.

Entendendo as mudanças climáticasSegundo o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), a mudança climática constitui-se em uma alteração no estado

do clima que pode ser identificada por modificações na temperatura média e/ou na variabilidade de suas propriedades e que persiste durante um longo período de tempo, tipicamente por décadas ou mais (IPCC, 2012).

Numa abordagem simplificada, as mudanças climáticas derivam do fenômeno caracterizado como aquecimento global, que tem a causa basilar no acúmulo excessivo de gases que causam o chamado efeito estufa (CO2 – dióxido de carbono; CO – monó-xido de carbono; CH4 – metano). Esses gases ficam retidos e formam uma camada ao redor do planeta, que age como uma espécie de escudo, impedindo que os raios infravermelhos sejam rebatidos de volta ao espaço, retendo-os assim na atmosfera e elevando a temperatura da Terra.

A mudança climática pode ser por causa de processos naturais constrangentes internos ou externos ou alterações antro-pogênicas persistentes na composição de atmosfera ou no uso da terra, que aceleram o ciclo do carbono no planeta com a extração e queima de petróleo e carvão, além das queimadas de florestas e das emissões de metano das grandes hidrelétricas, das plantações inundadas — como as de arroz — e dos grandes rebanhos de gado.

As emissões anuais globais de dióxido de carbono entre 1990 e 2009, aumentaram em aproximadamente 38%. Além disso, foi constatada uma evolução no crescimento dessa taxa após o ano 2000. É preocupante observar que, na ausência de mudanças significativas — políticas e econômicas —, será difícil limitar o aumento global da temperatura a 2 °C e que uma provável elevação da temperatura na Terra de 2,5 a 5 °C, até o final do século XXI, colocará milhões de vidas em risco.

Segundo o United Nations International Strategy for Disater Reduction (UNISDR), os efeitos locais das mudanças climá-ticas são incertos. Resultados de recentes projetos de avaliação na alteração da frequência, intensidade, extensão espacial, ou duração (no tempo e no clima) de eventos climáticos extremos — incluindo condições climáticas e eventos hidrometeorológicos, como ondas de calor, eventuais chuvas pesadas, secas e ciclones tropicais — demonstram que as mudanças climáticas, num contexto de crescente vulnerabilidade, vão gerar uma propensão para efeitos adversos graves, que gerarão maiores esforços nos sistemas humanos e natu-rais, em muitos lugares ao redor do mundo.

A mudança climática também é susceptível de trazer um aumento no número e na distribuição espacial de alguns vetores de doenças infecciosas — uma vez que o aumento da temperatura média permite uma expansão da área em que muitas das chamadas doenças tropicais podem sobreviver e procriar, como os mosquitos que espalham a malária, a dengue e a filariose.

A resiliência urbanaO relatório Gerenciamento de Riscos de Eventos Extremos e Desastres para Avançar na Adaptação às Mudanças Climáticas,

produzido pelo IPCC (2012), define resiliência como “a habilidade de um sistema e seus componentes para antecipar, absorver, aco-modar ou recuperar-se dos efeitos de potenciais eventos perigosos num período de tempo e de maneira eficiente, garantindo através desse processo a preservação, restauração ou melhoria das suas estruturas e funções básicas” (IPCC, 2012. p. 34).

Cidades resilientes têm um sistema construído que pode adaptar-se a mudanças, como uma diversidade de transportes, sistemas

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de uso do solo e múltiplas fontes de energia renovável que possibilitarão à cidade sobreviver em tempos de escassez no suprimento de petróleo.

Numa cidade resiliente, cada degrau do desenvolvimento e da requalificação deverá fazê-la mais sustentável: reduzir a sua pegada ecológica (consumo de terra, água, materiais e energia e reduzir a geração de resíduos sólidos e emissões) para que ela possa ade-quar-se melhor na capacidade dos ecossistemas locais, regionais e globais. A resiliência precisa ser aplicada a todos os recursos naturais, com os quais a cidade conta. Quanto mais uma cidade puder minimizar a sua dependência de recursos, como os combustíveis fósseis, num período em que há uma redução no suprimento devido ao aumento na demanda global, mais resiliente ela será.

Uma cidade resiliente será um lugar melhor para se viver. Entre os benefícios de uma cidade resiliente está a melhora, no geral, das condições de saúde física e mental dos habitantes; a maior facilidade de locomoção, mesmo em áreas com elevada densidade populacional; comunidades de uso misto que permitam o fácil deslocamento a pé e proporcionem diversas opções de trânsito; melhor qualidade e frescor dos alimentos produzidos localmente; eficiência de recursos energéticos; maior acessibilidade; e ambientes fechados mais saudáveis.

ConclusõesCom o aumento da temperatura média da superfície global, a maioria das cidades vai experimentar ondas de calor; as temperaturas

no centro das “ilhas de calor” podem ser vários graus mais elevadas do que nas áreas circundantes; nas cidades tropicais, a diferença de temperatura pode chegar a 10 ºC no final da noite.

É importante ressaltar a contribuição de soluções arquitetônicas para amenizar ou acrescer o desconforto térmico nas edi-ficações, que deverão ser diretamente afetadas com o aumento da temperatura. Modelos e materiais construtivos desenvolvidos para diferentes realidades climáticas podem não ser uma solução ideal em nível local, como as fachadas envidraçadas presentes nas inúmeras torres de vidro expostas nas cidades nordestinas, inadequadas para países tropicais.

Falhas no enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos nas áreas urbanas podem deixar seus habitantes vulneráveis a uma série de desastres que convergem para três eixos: danos aos assentamentos urbanos, falhas no abasteci-mento de água e no fornecimento de eletricidade. Nas cidades brasileiras, dois graves efeitos decorrem do aumento das chuvas intensas: os alagamentos e os escorregamentos de encostas, sendo a situação mais grave nas metrópoles de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte, de Salvador e do Recife.

Um motivo de preocupação para as populações das cidades litorâneas do Nordeste do Brasil é com a elevação do nível do mar, uma vez que, atualmente, o nível estático no mar está aumentando na ordem de aproximadamente 2 mm/ano (pela média dos últimos 100 anos) e em torno de 3 mm/ano (pela média dos últimos 15 anos), em resposta ao aquecimento global. A previsão é de que o nível do mar se elevará entre 18 e 58 cm até o final do século. Como se trata de um fenômeno imprevisível, o ensejo de desencorajar o desenvolvi-mento de novos projetos em áreas litorâneas baixas, bem como a mudança, o abandono ou a proteção dessas áreas nas cidades é questão com graves desdobramentos econômicos para as metrópoles litorâneas brasileiras que apresentam nas suas áreas costeiras os imóveis e terrenos de maior valor imobiliário.

Cidades e regiões metropolitanas contribuem para as alterações climáticas e, ao mesmo tempo, são vulneráveis aos impactos de potenciais mudanças climáticas. Impactos climáticos vão resultar de tendências de mudança no mundo do clima, mas afetarão indi-víduos e regiões de forma diferente. Alguns efeitos das mudanças climáticas são de mais fácil previsão de que outros. Muitos impactos — incluindo os resultantes do aumento do nível do mar, das ondas de calor, de inundações e de secas — variam de acordo com o grau de destruição e a resposta local. As cidades são mais vulneráveis pela sua natureza complexa, situação que pode ser agravada pelas condições de infraestrutura urbana e pelas concentrações de moradores pobres em situação de risco.

Referências BEATLEY, Timothy. 2009. Planning for coastal resilience: best practices for calamitous times Island Press, Washington.IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change. Managing the risks of extreme events and disasters to advance climate change

adaptation. Special Report, 2012.NICHOLLS, R. J. et al. 2008. Ranking Port Cities with High Exposure and Vulnerability to Climate Extremes: Exposure Estimates,

OECD Environment Working Papers, Nº 1, OECD Publishing. http://dx.doi.org/10.1787/011766488208PNUMA. 2012. Povos Resilientes Planeta Resiliente – Um Futuro Digno De Escolha. Relatório do painel de alto nível do secretário-

-geral das Nações Unidas sobre sustentabilidade global. Nova York.UNISRD – United Nations International Strategy for Disaster Reduction. 2012. How to Make Cities More Resilient. A contribution

to the global campaign 2010 – 2015.

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dAnos mecÂnicos em geogrelhA cAusAdos por resíduos de construção e demolição reciclAdos

Onde: (-) = não ocorrência da lesão.

Tabela 1 – Danos mecânicos na geogrelha provocados pelo lançamento e compactação dos RCD-R.

*Prof. Eder Carlos Guedes dos Santos e Felipe araújo Silva Barbosa

A adoção de técnicas de construção sus-tentáveis vem se tornando, cada vez

mais, uma das principais necessidades do mundo moderno. Viver de forma ambien-talmente correta deixou de ser uma opção e passou a ser uma exigência de toda a socie-dade. Nesse cenário, dentre os vários setores da economia, a Indústria da Construção Ci-vil (ICC) destaca-se pela elevada geração de resíduos. Em algumas cidades brasileiras, os resíduos gerados pela ICC chegam a repre-sentar algo em torno de 70% da massa dos resíduos sólidos urbanos (RSU).

Isso faz com que a ICC enfrente hoje um grande desafio: ser motor de crescimento e de geração de investimentos e, ao mesmo tempo, adotar o conceito de desenvolvimento sustentável em seus processos construtivos. Atento a isso, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou a Resolução nº 307/2002, que estabelece diretrizes para a diminuição, a reciclagem e a disposição adequada dos resíduos de construção e de-molição (RCD) no País. Com o objetivo de investigar o uso de resíduos de construção e demolição reciclados (RCD-R) em obras geotécnicas, foram avaliados os parâmetros físicos desses resíduos e os danos mecânicos provocados em geossintético decorrentes dos processos de lançamento e de compac-tação [com equipamento tipo “sapo”] de uma camada de 0,20 m de espessura desses resíduos. Foram empregadas amostras de RCD-R “mistos” — compostos por solo e partículas de concreto, argamassa e cerâ-micas — coletadas ao longo de 7 meses. O geossintético utilizado foi uma geogrelha de polipropileno (PP), que possui a função pre-dominante de reforço de pavimento, dadas as suas características de alta resistência e de abertura de malha.

A análise granulométrica dos RCD-R revelou a predominância de areia e pedregu-lho na sua composição (Figura 1). O estudo

da composição gravimétrica revelou que, em média, 65% da massa dos RCD-R é constitu-ída por solo (material passante na peneira de 4,8 mm de abertura). Os RCD-R apresenta-ram-se possuidores de excelentes parâmetros geotécnicos, com baixa variabilidade; não plásticos; e com pouca expansibilidade. Nas análises dos danos mecânicos nas amostras de geossintético, foram empregados os critérios propostos por Biling et al (1990 apud SIEIRA, 2003). A Tabela 1 apresenta o resumo dos da-nos provocados pelo lançamento de RCD-R — a partir de diferentes alturas de queda — e sua posterior compactação. Observou-se o aumento do número de lesões em função da elevação da altura de queda dos RCD-R.

Felipe Araújo Silva BarbosaEstudante de Engenharia Civil na UPE/Poli.

Gravidade da lesão Dano mecânico 0,00 m

Altura de queda 1,00 m Altura de queda 2,00 m

Severa Corte - - -Alta Talho - - -

Média Incisão - - -Baixa Contusão 5 18 25Leve Desgaste 2 - 3

*Prof. Eder Carlos Guedes dos Santos Eng. Civil pela UPE/Poli Mestre em Geotecnia pela EESC-USP e Doutor em Geotecnia pela Universidade de Brasília.

A baixa variabilidade nos parâmetros das amostras investigadas indica a adoção de um processo de beneficiamento padro-nizado na usina recicladora. As análises dos danos mecânicos demonstrou a importância do controle da altura de queda dos RCD-R na fase de execução da obra. No entanto, a constatação da ocorrência de lesões de bai-xa e leve gravidades não compromete o uso de RCD-R com geossintéticos, uma vez que tais danos podem ser considerados na fase de projeto sem gerar grandes repercussões téc-nico-econômicas. Conclui-se que os RCD-R apresentaram um alto potencial para uso não só em obras com geossintéticos, mas também em diversos tipos de obras geotécnicas.

Figura 1 – Curvas granulométricas das amostras de RCD-R.

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por Daniel Vilarouca

AcústicA urbAnA: os novos rumos pArA A construção civil

Os desenvolvimentos econômico e urbano trazem uma crescente demanda por transporte, habitação, eletrodomésticos e mais uma infinidade de utensílios que facilitam a vida moderna. Mas facilidade não é sinônimo de tranquilidade. O som produzido por carros, equipamentos de som e britadeiras, por exemplo, podem causar danos à saúde. Por isso, a associação Brasileira de normas técnicas (aBnt) atualizou a norma de Desempenho nBR 15.575, que obriga os novos empreendimentos da construção civil a incluir o tratamento acústico em seus projetos.

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FOtO: DEBORah GhELManO crescimento desenfreado dos grandes centros urbanos produz ruidos acima dos aceitáveis pelo organismo humano e já começa a ameçar a saúde da população

Ao escrever e dirigir o filme O Som ao Redor (2012), o cineasta per-

nambucano Kleber Mendonça Filho quis tratar, entre outros assuntos, do efeito que os sons urbanos exercem so-bre as relações humanas. O ronco do carro, o latido do cachorro, o toque da campainha, a bola quicando na parede, a máquina de lavar trabalhando, o aspi-rador de pó ligado. Em cada uma des-sas situações, o objeto principal da cena parece ter voz própria e chega a trazer transtornos a quem está próximo.

O ruído produzido nas grandes cida-des é fruto da aceleração nos desenvol-vimentos econômico e urbano, que, sem planejamento, atrai pessoas em busca de melhores oportunidades de trabalho e vida. O jornal norte-americano The New York Times, por exemplo, classifi-cou a obra de Kleber Mendonça como “o primeiro grande filme brasileiro sobre o crescimento recente do País”.

Assim como é recente a onda de crescimento no Brasil, é nova também a

discussão sobre acústica urbana. Poucas décadas atrás, só se pensava em revesti-mento acústico para espaços como tea-tros e cinemas. Porém, com o aumento populacional das grandes cidades e a consequente elevação no nível de deci-béis produzidos nos centros urbanos, arquitetos, engenheiros e construtoras têm buscado soluções acústicas para empreendimentos residenciais. O prin-cipal objetivo é diminuir a emissão ou a recepção de sons no ambiente, garan-tindo assim o conforto, a tranquilidade e, muitas vezes, o sono de quem adquire um imóvel.

Há 40 anos no mercado, o Grupo So-nar, da Bahia, trabalha com consultoria em projetos acústicos. Sua equipe de técnicos e especialistas ajuda a identi-ficar, a partir de critérios ambientais e urbanos, qual o melhor revestimento a ser usado na obra. “Levamos em con-sideração não só as necessidades e as normas acústicas, mas também as de-mais normas de resistência mecânica, ao

fogo, etc.”, comenta Olavo Fonseca Filho, presidente do Grupo.

Segundo ele, quem possui uma re-sidência sem tratamento acústico pode aplicar o revestimento em um dos cô-modos da casa. Nesses casos, o inves-timento varia entre R$ 20 mil e R$ 70 mil, a depender do material usado e do metro quadrado do imóvel onde será aplicado o material.

“Quando se trata de uma edificação já existente, o custo de instalação da proteção acústica tende a ser mais ele-vado, tornando-se necessária a execução de uma obra civil, muitas vezes, na casa do vizinho. O que causa, além de tudo, um grande desgaste de relacionamento entre os mesmos”, alerta.

Morador de Salvador, o psicólogo Roberto Woolf mudou de vizinhança mais de duas vezes até achar um aparta-mento onde pôde construir o que chama de “bunker acústico”. Trata-se de uma edificação de 32 m² com janelas duplas, portas à prova de som e paredes de aço.

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“Resido próximo ao circuito de trios elétricos. No Carnaval, muitos vizinhos viajam para ficar distante do barulho. Eu me tranco no espaço que construí e não ouço absolutamente nada”, afirma o psicólogo.

Ele mora no 11º andar, a cobertura do edifício, e aproveitou o espaço para cons-truir o “bunker”. De acordo com Woolf, o investimento foi de aproximadamente R$ 50 mil, quase um terço do valor total do imóvel, mas ele não se arrepende. Diz que, se necessário, faria tudo outra vez para manter a sua tranquilidade e saúde em dia.

Independentemente do momento em que o revestimento acústico será apli-cado ao imóvel, durante a sua constru-ção ou depois de pronto, é importante entender que existem dois tipos de tra-balho: o condicionamento acústico e o isolamento acústico. No primeiro caso, o revestimento é feito para melhorar a pro-pagação do som no interior do recinto. O serviço é feito com materiais leves e porosos para a perfeita absorção sonora.

Já o isolamento acústico propõe que o som não saia ou sequer entre no am-biente. É o formato indicado para re-sidências, pois impede que o ruído da vizinhança seja ouvido por quem está dentro do imóvel. O material usado nes-se tipo de revestimento é mais pesado e de grande densidade, respeitando a Lei da Massa. Ou seja, quanto mais denso, mais isolante. Aqui, são usadas as portas acústicas, janelas com vidros especiais, paredes de grande densidade ou drywall com enchimento em lã mineral (rocha, vidro, pet).

quando o som passa a ser prejudicial

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), na Europa, os transtornos fisiológicos causados por ruídos já preo-cupam mais que os problemas decorren-tes da poluição do ar, pois se propagam sem danos visíveis e imediatos, como ocorreria em catástrofes e demolições, por exemplo. As pessoas estão expostas ao ruído sem saber que isso pode lhes trazer algum mal a curto, médio ou lon-go prazo.

Ainda de acordo com a OMS, em ati-vidade, o organismo humano suporta, sem causar nenhum dano à saúde, um limite máximo de 50 decibéis. Estudos do neurofisiologista Fernando Pimentel de Souza (UFMG) apontam que ruídos acima desse valor levam a um primeiro estágio de incômodo caracterizado pela falta de concentração, irritabilidade e estresse.

Durante o sono, ou seja, em repouso, esse limite cai para 30 decibéis. Qual-quer barulho que ultrapasse essa mar-ca pode despertar uma pessoa. “Se isso acontece seguidas vezes, alcançamos a privação do sono, que leva a problemas cardíacos, respiratórios, gástricos, além dos psíquicos, como ansiedade e depres-são”, diz o professor da Universidade Fe-deral de Minas Gerais.

Nesse sentido, Marcos Holtz, da Harmonia Acústica, empresa que há 19 anos presta consultoria em projetos acústicos, recomenda que, ao adquirir um imóvel, o comprador esteja atento a fatores como: qualidade das janelas, espessura das lajes (acima de 15 cm são recomendadas), espessura e característi-cas dos elementos divisórios. “O isola-mento acústico de equipamentos como motobombas e casa de máquinas de elevadores também deve ser checado”, alerta Holtz.

agora é Norma

No Brasil, ainda não existe uma lei específica que determine a quantida-de máxima de decibéis produzida em um ambiente. O que há são códigos fragmentados que legislam sobre igre-jas e salões de festas de edifícios, por

exemplo. Para piorar, estados e municí-pios criam leis próprias sobre poluição sonora que se desencontram quanto ao limite aceitável de ruído.

Como ainda não há um texto que determine esse limite, o jeito é se blin-dar contra todo esse barulho que vem de fora. Por isso, a construção civil tem buscado a opinião de especialistas em acústica urbana e disponibilizado no mercado produtos que ajudam a dimi-nuir o impacto dos ruídos nas edifica-ções, como pisos flutuantes, isotubos, janelas duplas, portas à prova de som, etc.

Em países da Europa e nos Estados Unidos, as construções devem possuir um consultor em acústica que acom-panhe todas as fases da obra, desde o projeto até a sua entrega. Por aqui, a As-sociação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) atualizou a Norma de Desem-penho NBR 15.575, que pretende dar um novo norte a essa situação.

A Norma está dividida em seis partes, que determinam parâmetros mínimos para o isolamento acústico nas constru-

ções e atuam sobre as áreas de sistemas estruturais, pisos, vedações verticais (internas e externas), sistemas de co-bertura e sistemas hidrossanitários. “A Norma não tem status de lei, mas tem força obrigatória e confere qualidade aos empreendimentos. Qual construtora não vai querer se adequar a esse contro-le de qualidade, que gera credibilidade e agrega valor à empresa?”, opina o per-nambucano Francisco Buarque, consul-tor em projetos acústicos.

Código CivilArt. 615. Concluída a obra de acor-

do com o ajuste, ou o costume do lugar, o dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e dos planos dados ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza.

Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente, pode, quem encomendou a obra, em vez de enjeitá-la, recebê-la com abatimento do preço.

Poucas décadas atrás, só se pensava em reves-timento acústico para espaços como teatros e cinemas

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A NBR 15.575 foi publicada em feve-reiro deste ano, entra em vigor neste mês de março, e as empresas têm 120 dias para se adequar a ela. Advogados orien-tam que, a partir da Norma, ao adquirir um imóvel, o comprador esteja atento às cláusulas contratuais. Ao término da obra, caso alguma das soluções acústicas não esteja de acordo com o contrato de compra, o novo proprietário pode soli-citar ajustes ou mesmo um abatimento no preço final do imóvel.

o mercado precisa de mais profissionais

De acordo com Olavo Fonseca Filho, presidente do Grupo Sonar, na Bahia, o número de pessoas interessadas em apli-car o revestimento acústico em suas re-sidências mais que dobrou nos últimos 5 anos. O mercado parece promissor, mas,

segundo dados da Sociedade Brasileira de Acústica (Sobrac), apenas 72 profis-sionais do ramo estão em atividade no País.

Preocupados com essa escassez e vi-sando a aplicação da Norma de Desem-penho ABNT NBR 15.575, a Escola Po-litécnica da Universidade de São Paulo (USP) criou um curso de pós-graduação em Engenharia Acústica de Edifícios e Ambiental. Com 240 horas-aula, sendo 120h de aula e 120h de trabalho, a es-pecialização teve sua primeira turma formada no ano de 2012 e contou com 25 alunos.

“Para promover o curso, estabelece-mos contato com o Instituto Superior Técnico de Lisboa, que é referência no estudo da engenharia e da arquitetura no mundo. O Instituto nos ajudou na

formatação da grade curricular e na preparação dos professores”, comenta o coordenador do curso, o professor Alex Abiko.

Voltado para profissionais da enge-nharia e arquitetura, a pós-graduação da Poli-USP tem como conteúdo os temas: Som e Ruído; Acústica das Edi-ficações; Ruído e Vibrações: Princípios e Controle; e Acústica Experimental e Previsional.

O professor Abiko destaca que a Sobrac foi uma importante parceira na captação de recursos e alunos para a promoção do curso. Foi através do site da Sociedade que toda a divulgação do curso foi realizada. “A procura foi grande, e todos os alunos concluíram o curso certificados e prontos para o mercado de trabalho”, afirma.

O certificado de conclusão de curso é fornecido pela Fundação para o De-senvolvimento Tecnológico da Enge-nharia (FDTE), um grupo criado em 1973, por professores da Poli-USP. Para 2013, a coordenação do curso, que faz parte do Departamento de Constru-ção Civil da Escola, já está à procura de novos alunos e buscando aprimorar a sua grade curricular de acordo com as novas técnicas e necessidades do mercado.

ruídos (decibéis – db) eFeitos negAtivos

30 Dificuldade em conciliar o sono

40 Dificuldade na comunicação oral

45 Provável interrupção do sono / Perda da qualidade do sono

50 Incômodo diurno

55 Incômodo diurno forte

65 Comunicação verbal extremamente difícil

75 Perda da audição a longo prazo

110 - 140 Perda da audição a curto prazo

FOtO: DIVuLGaÇãOO projeto do Grupo Sonar para o garage band do Edifício MontMartre, na Bahia, recebeu porta acústica e parede isolante

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FEvEREIRO 201350 FEvEREIRO 2013 51FEvEREIRO 201350 FEvEREIRO 2013 51

arquitetura

por Isabela Morais

Imagine um espaço de funcio-namento ininterrupto, capaz de

oferecer serviços variados – des-de alimentação até cirurgias –, que assegure conforto e tranquilida-de e com potencial para se alterar sem interromper suas atividades. E tudo isso com garantia de vida útil de, no mínimo, 50 anos. Esses são alguns dos elementos que devem es-tar sobre a mesa de trabalho de um arquiteto hospitalar. Como superar o desafio? Além do conhecimento técnico para conciliar, em um único

um prédio em trAnsFormAção

edifício, as evoluções tecnológicas da medicina e o bem-estar dos pa-cientes, os profissionais do ramo precisam dominar questões da ad-ministração hospitalar.

O tamanho de um hospital é mensurado por seu número de lei-tos. Uma unidade pequena possui de 25 a 49 leitos e uma média, de 50 a 149. Um edifício grande tem ca-pacidade de 150 a 500 internações. Acima disso, o edifício é tido como de porte especial. Há outras formas de classificação, como por tipo (de

emergência, pediátrica, maternida-de, obstétrica, etc.) e por dependên-cia (federal, estadual, particular de finalidade lucrativa ou de assistên-cia gratuita). Outro fato importante é a área de influência que caracteri-za a instituição: regional, distrital, nacional ou internacional.

Para um arquiteto, qualquer que seja a classificação, identificar e compreender o perfil hospitalar é fundamental. Quem vê Jorge Do-mene Escobar em uma roda de con-versa com médicos, pode jurar que

Os conceitos e normas por detrás da construção de um edifício hospitalar

Fachada externa do INCA. A obra está prevista para terminar em 2014

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ele atua no ramo da medicina. Ledo engano. Escobar compreende os jargões e as técnicas da medicina, porque conhecer a rotina dos pro-fissionais da saúde é essencial para que ele, arquiteto hospitalar há mais de 30 anos e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, possa trabalhar. “Eu vou a reuniões, assisto a cirurgias e vejo os proce-dimentos de perto. Os médicos não sabem decodificar suas próprias di-ficuldades em termos arquitetôni-cos. Eles querem alguma coisa, mas não sabem o quê. Nós é que vamos descobrir para eles”, conta.

Além disso, é importante enten-der o empreendimento como parte integrante de um sistema de atenção à saúde mais amplo. “Um hospital não é uma unidade isolada”, destaca. Por isso, o trabalho de um arquiteto hospitalar se aproxima da tarefa de um urbanista: identificar as neces-sidades de uma população e, prin-cipalmente, conhecer o funciona-mento e relações entre os serviços e atividades.

De acordo Escobar, as carac-terísticas físicas e funcionais das construções hospitalares são mui-to dinâmicas. Fora as atividades de cuidado com a saúde, o hospital desempenha funções de hotelaria e indústria, pois também recepciona, hospeda e alimenta pacientes e vi-sitantes e processa insumos como roupas, materiais esterilizados, me-dicamentos, gases, tecnologias da informação, hidráulica, etc. “O edi-fício hospitalar é muito complexo, é uma obra inacabada”, avalia. Para resolver essa equação, o arquiteto precisa trabalhar com flexibilida-de. O projeto deve prever expansões para um tempo mínimo de 50 anos. Sem pensar nas futuras alterações, o prédio estará fadado a ter uma vida útil curta. “Quando o hospital não é projetado com essa conceituação, ele entra em rápida obsolescência.”

Reformas e manutenção não po-dem interferir no andamento das

atividades. A regra é mudar sem derrubar. “É como abastecer um avião no ar. Não se pode parar um hospital para fazer ajustes”, com-para. Uma estratégia é usar espa-ços intersticiais e shafts. Segundo Escobar, materiais pré-fabricados não são indicados, pois eles podem não se adequar às necessidades do projeto. Pisos elevados, forros fal-sos e dutos verticais são outras di-cas. “Se o hospital vai mudar, você tem que ter materiais práticos”. Já Márcia Cristina Brandão, da MHA Engenharia, lembra que a arquite-tura hospitalar deve considerar uma

infinidade de tubos, dutos, filtros, válvulas e caixas específicas. “O re-sultado depende da integração do arquiteto com o consultor respon-sável pelas instalações”, ela avalia. Para a construção, o drywall é a tec-nologia que veio para ficar.

Outro ponto importante é a seto-rização. O projeto deve ter cuidado especial com o posicionamento dos ambientes, tendo em vista a necessi-dade de aproximar ou afastar ativi-dades. A segregação de circulações ordena o f luxo de pacientes, visitan-tes, médicos, etc. “Uma enfermeira chega a andar 12 quilômetros por

Desde 2008, a MHA Engenharia comanda a ampliação do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo

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arquitetura

dia. Além disso, todo paciente pre-cisa deambular, ele não pode ficar parado. Deve-se pensar nesses espa-ços”, recomenda Escobar.

A localização correta também aperfeiçoa aspectos operacionais ao aproximar áreas comuns, como por exemplo, o setor de apoio ao diag-nóstico com as unidades de emer-gência e as caldeiras com os serviços a vapor, como nutrição, lavanderia e esterilização. Sobretudo, a dis-tribuição dos espaços pode evitar as infecções hospitalares provoca-das pelo cruzamento de materiais limpos e contaminados. Segundo

a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 14% dos pacientes no Brasil são infectados durante a internação, índice considerado alto.

Márcia Cristina destaca: a qua-lidade espacial não pode ficar de lado. Detalhes como as cores, os materiais de acabamento, o mobili-ário e a iluminação não podem ser descuidados. Já é consenso entre especialistas, que a arquitetura hos-pitalar auxilia o processo de cura. Um estudo da Universidade de Pit-tsburgh provou que uma exposição maior ao sol diminui o estresse e a dor dos pacientes. Na Universidade

de Delaware, cientistas concluíram que pacientes colocados próximos a janelas ou quadros com paisagens se recuperavam mais rápido. “É essen-cial fazer ambientações que agra-dem as pessoas”, diz. Nesse sentido é possível promover o aumento da utilização da luz natural e de obras de arte.

Em 2009, a MHA Engenharia participou da elaboração do projeto de integração do campus do Insti-tuto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro. A obra, prevista para terminar em 2014, irá concentrar as áreas de pesquisa, assistência e educação em um só lugar. O obje-tivo é que o INCA se torne a maior e mais moderna referência de assis-tência ao câncer no Brasil. Em 2010, o projeto foi premiado pelo Ameri-can Institute of Architects, dos Es-tados Unidos. A empresa recebeu também, em 2011, dois prêmios no VIII Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa, nas categorias master e projetos na área da saúde.

Desde 2008, a empresa está à frente da ampliação de 90 mil m² do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Um dos desafios foi conci-liar as expectativas do cliente com o que é tecnologicamente viável. Dos três blocos previstos, dois incluirão área de exposições, central de inter-nação, administração, leitos de UTI cardiológica, núcleo de especialida-des, salas de centro cirúrgico, nove pavimentos de internação, restau-rantes e capela. Já o terceiro blo-co, terá docas para recebimento de consignados, academia e lan house, refeitório para mais de 600 pessoas, leitos de UTI cardiológica, centro de reabilitação com ginásio e pisci-na e laboratórios.

As principais normas para a edi-ficação dos estabelecimentos de assistência à saúde estão previstas na RDC nº50, de 2002, do Ministé-rio da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O documento prevê que atividades de

Jorge Domene Escobar é arquiteto, administrador hospitalar e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP

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recebimento, descontaminação, la-vagem e separação de materiais são “sujas” e devem ser realizadas em ambientes próprios. Sempre que um paciente for atendido, o ambiente deve trazer lavatórios para a higie-nização das mãos. O mesmo recurso é obrigatório em locais de manuseio de insumos, amostras, medicamen-tos e de alimentos.

As pias devem ter torneiras que dispensem o contato das mãos para fechar. Para ambientes destinados a procedimentos invasivos, ou onde haja contato com feridas, deve exis-tir, além de sabão líquido, disposi-tivo para antissépticos. Em lavabos cirúrgicos, não pode haver torneira de pressão com temporizador. Para o acabamento de paredes, pisos, tetos e bancadas é previsto o uso de materiais resistentes à lavagem, priorizando superfícies monolíticas,

com o menor número possível de ra-nhuras e frestas. Em salas de cirur-gia, os tetos devem ser contínuos.

Márcia e Escobar concordam que o mercado da arquitetura hos-pitalar é muito restrito. “A procura

Os médicos não sabem decodificar suas próprias dificuldades em termos arquitetônicos. Eles querem alguma coisa, mas não sabem o quê Nós é que vamos descobrir para eles

pelo serviço é grande, mas há pou-cos profissionais competentes para atuar”, comenta a arquiteta. Sobre as organizações que tratam do tema, Márcia destaca a Associação Bra-sileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH), que além de cursos organizados pelas regionais, possui uma programação de congressos a cada dois anos.

Já Escobar avalia positivamente dois cursos de especialização em Latu Sensu para sistemas de saúde e arquitetura hospitalar. Um é o ofe-recido pela Universidade Federal da Bahia e o outro, Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro. Ele conclui: “Há uma enorme carência de profis-sionais qualificados e capacitados. Os empregadores acabam improvi-sando profissionais das mais diver-sas áreas para conseguir desenvol-ver seus produtos e serviços”.

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FOtOS: ROGÉRIO VItaL

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arquitetura | interiores

por Priscila adélia Pontes

O Restaurante Camarões Potiguar, inaugu-rado há oito anos, está localizado no principal bairro turístico da capital do Rio Grande do Norte, Ponta Negra. Seu projeto foi inspirado pela arquitetura vernacular e pelos princípios da bioconstrução. Isso quer dizer que foram empregados materiais e recursos do próprio ambiente em que a edificação foi construída.

Quatro materiais básicos foram utilizados na construção: barro, algodão, fibra de coco e cabaças. A arquiteta Viviane Teles dedicou um

cAmArões potiguAr tem culináriA e Ambiente regionAlistA

ano à elaboração do projeto. Oito meses foram necessários para finalizar a obra que carrega o orgulho do próprio estado no nome. Potiguar é todo aquele que nasce nesse estado nordes-tino, que tem como capital a cidade do Natal.

“Eu fiz o primeiro tijolo do Camarões na minha mão. Um tijolo cru, não cozido, feito de barro misturado com fibra de coco. Ele foi testado em laboratório para comprovar a resistência à compressão e à brasão”, explica a arquiteta.

Seguindo ao pé da letra o que a arquitetura vernacular defende, Viviane aproveitou toda a areia disponível no local da obra, tudo que estava ali bem próximo e que normalmente te-ria outro destino, para construir o piso e as pa-redes. A alvenaria foi feita de tijolo de adobe, muito utilizado na época do Brasil Colonial, e de superadobe, que é uma técnica desco-berta do arquiteto egípcio Nader Khalili. Isso fez com que o custo energético fosse menor do que se tivesse ignorado a riqueza de bens

O aconchego e a elegância do sertão do nordeste nos mínimos detalhes preparados à mão

O salão de entrada foi ampliado para acomodar os clientes que esperam por uma mesa

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naturais. “Para o teto foi preciso pensar em algo que não destoasse da harmonia dada ao lugar pela regionalidade. Foi usada uma espuma de algodão natural, sem tingimento”, diz.

O Restaurante Camarões Potiguar tem duas grandes luminárias que juntas (da recepção e do salão principal) totalizam 4.500 cabaças. Nelas foram aplicadas uma resina feita com produtos naturais para conser-vação. A engrenagem das luminárias é composta apenas por resto de madeira e fio de náilon. “Eu queria um elemento representativo. Fui à feira de São José de Mipibu e encontrei a cabaça, que é usada no sertão”, lembra Viviane.

O regionalismo também é uma marca do restaurante. “Na época que eu fazia pós-graduação, uma das críticas estava voltada para os projetos que deixavam de lado a representação histórica que carregavam. Arqui-tetura é uma das formas de arte mais perenes, porque deixa a marca de uma época, representa uma cultura, um instante econômico”, analisa Teles.

A madeira utilizada para mesas e cadeiras é a sucupira. Muito valo-rizada devido à propriedade resistente, entrou em extinção. O projeto acústico foi pensado para acomodar cerca de 500 pessoas. Foi necessário calcular a reverberação sonora considerando os materiais que seriam utilizados. “A própria alvenaria é absorvente, o piso e o teto também”, afirma Viviane Teles.

O proprietário do restaurante, Fernando Medeiros, natural do mu-nicípio de Acari, Seridó do RN, destaca que a arquiteta conseguiu dar forma a tudo aquilo que ele desejava para o Camarões Potiguar. Aliando culinária regional com um ambiente peculiarmente nordestino. “A pro-posta inicial para o restaurante era de uma gastronomia regional, que usasse predominantemente ingredientes locais.” Ele acrescenta que para criar a atmosfera informal, típica da região, foram feitas outras adapta-ções, como servir os pratos em louça de barro.

“Você entra no Camarões Potiguar e sabe que está em Natal, no Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil. Nós temos uma cultura mundial extraordinária, milenar. Eu queria que as pessoas entrassem lá e não es-quecessem onde estavam, esse foi meu objetivo, e eu acho que consegui isso”, acredita a arquiteta.

Reformas trazem ainda mais conforto

No ano passado, sob o comando da arquiteta Rita Macedo, o Res-taurante Camarões Potiguar passou por reformas. A primeira delas aconteceu no terraço. O ambiente que anteriormente era destinado aos fumantes, foi fechado e climatizado. Com sistema de iluminação adap-tável, o sistema de som independente foi todo decorado com movelaria rústica, típica do restaurante.

Essa adaptação foi necessária para se adequar à lei que impede a pre-sença de fumantes em áreas fechadas. Para esse público, foi criada uma área a céu aberto. O espaço é um jardim ornamentado com plantas na-turais e iluminação suave.

A recepção também foi ampliada. O novo ambiente tem 80 lugares entre mesas e sofás. Nessa área o cliente já pode fazer o pedido dos pratos de entrada, petiscos e bebidas vendidos. É lá também que fica localiza-da a adega do restaurante, com espaço para até 3.700 garrafas de vinho. Devido à reforma na recepção, foi necessário alterar a fachada do restau-rante, ampliando, assim, a área lateral da casa e sua entrada.

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ricardo castro

cinco estrelAs

A arquiteta Bethânia Tejo conclui mais um projeto arquitetônico e de interiores espetacular: o hotel Cabo Branco Atlântico. O novo empreendimento de João Pessoa chegou para enriquecer ainda mais o mercado hoteleiro do estado. O Cabo Branco Atlântico possui uma cobertura cinco estrelas, com piscina de borda infinita, móveis de design e vista espetacular para o mar do Cabo Branco. O espaço promete ser um dos mais concorridos para turistas e vips da cidade.

top 10 O ano de 2013 na área da arquitetura e decoração promete ser movimentadíssimo! E quem deu o pontapé inicial neste segmento foi o casal de empresários André Bezerra e Maíra Feitoza, que comandam a franquia de uma das marcas de móveis planejados mais “IN” do Brasil, a Bontempo. Na quarta-feira, 23 de janeiro, eles promovem um almoço vipérrimo na bela cozinha gourmet da loja, reunindo um seleto grupo de arquitetos e decoradores. O encontro foi em torno do TOP 10, uma ação local criada por eles para premiar os 10 profissionais que mais especificaram a Bontempo em seus projetos em 2012. O almoço teve como Chefs os talentosos Felipe Pessoa e Marcela Araújo, que comandam com sucesso o restaurante Quintal Restô.

holAndA`s gArden plAce Entregue na noite de quinta-feira, 27 de dezembro de 2012, o novo empreendimento do Grupo Holanda, comandado pelos empresários Aldenor, Alisson e Adelaide Holanda: o Holanda`s Garden Place, localizado no bairro do Jardim Luna, em João Pessoa. Os futuros moradores tem a tranquilidade do padrão do Grupo, que está no mercado pessoense, desde 1975, e sempre se destacando por sua inovação, oferecendo o que há de melhor. A cerimônia de entrega foi abençoada pelo pastor Estevam Fernandes e contou com a presença de muitos convidados.

mv proJetos

Foi um sucesso, na noite de terça-feira, 19 de fevereiro, o coquetel de lançamento do novíssimo showroom da MV Projetos, no bairro do Bessa, em João Pessoa. As empresárias Andreza e Andréia Nascimento receberam convidados especiais, entre arquitetos e parceiros, em torno de um coquetel by chef Suely Almeida. O DJ Bruno Martins embalou a noite de lançamento. As arquitetas Giuliana Lins e Jane Maia assinaram todo o showroom.

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MOVIMENTO JOÃO PESSOA

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obrAs dão novA cArA à cidAde do sertão pernAmbucAnoPetrolina está entre as 100 maiores cidades brasileiras, mas isso não a impede de apresentar problemas em serviços básicos como saneamento

por Daniel Vilarouca

Petrolina, no sertão pernambucano, contraria todas as características

de uma cidade do interior. Distante 721 km da capital, Recife, é uma das maiores produtoras de uva do Vale do São Francisco, tem economia estável e mais de 80% do seu território é saneado. Agora, uma série de obras, capitaneadas pela Prefeitura e a Compesa, pretende implantar esgotamento sanitário em mais quatro áreas da região, elevando para 100%

o nível de saneamento do município. A medida beneficia a população nos campos da saúde e meio ambiente.

Com recursos próprios e do Governo Federal, mais R$ 100 milhões serão investidos, até o fim do primeiro semestre de 2014, para o completo saneamento da cidade de Petrolina. Com a iniciativa, serão atendidos os bairros do Centro, Alto Cassimiro, Cacheado e a bacia do Dom Avelar. Este último, é formado por outras

cinco comunidades: Mandacaru, Terras do Sul, Vila Débora, Padre Cícero e Santa Luzia.

Dona Maria é uma das moradoras da Santa Luzia e, desde que se mudou para o local, há três anos, espera pela chegada do saneamento na área. Mãe de três filhos, ela improvisou na hora de descartar o esgoto que sai da sua casa, mas percebe que a me-dida é paliativa e já começa a apresentar falhas. “O cano que leva o esgoto para a

Projeto do Corredor Norte-Sul irá beneficiar cinco cidades.

Os recursos são do Governo Federal e servirão para a implantaçao de esgotamento sanitário e a construção de estações de tratamento

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infraestrutura

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rua já está entupido e a água fica empossada aqui na frente quando lavo roupa”, comen-tou, mostrando como faz para desobstruir o cano.

Residindo no bairro desde 1992, o fun-cionário público Francisco Luiz de Souza compactua da realidade vivida por Dona Maria e sonha com dias melhores. Segundo ele, os adultos conseguem conviver com o problema, mas as crianças são as principais afetadas. “São muitos os casos de diarreia en-tre elas e, tudo isso, devido à falta de esgoto tratado. Ter o saneamento e a pavimentação da nossa comunidade são as nossas princi-pais reivindicações e seriam um verdadeiro presente nestes 25 anos de existência do bair-ro”, diz o morador.

prefeitura e Compesa retomam parceria

As dificuldades enfrentadas por Dona Maria e Francisco Luiz de Souza parecem estar bem perto do fim. Este ano, a Prefei-tura de Petrolina, juntamente à Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), retoma uma série de obras de saneamento na bacia Dom Avelar e em outros bairros da cidade.

Para o Dom Avelar, serão investidos R$ 9,5 milhões na implantação de todo o sistema de esgotamento sanitário da área. A este valor, serão acrescidos outros R$ 4,6 milhões para a conclusão dos mesmos serviços no Antônio Cassimiro. Os bairros estão localizados na região norte de Petro-lina e, de acordo com o gestor de obras do município, Rogério Valença, a retomada desses trabalhos é um enorme ganho para a população. “No futuro, essas obras pro-porcionarão mais saúde, qualidade de vida e pavimentação para os moradores da ci-dade”, argumenta. O trabalho tem conclu-são prevista para julho de 2013.

Outros R$ 30 milhões serão direciona-dos para serviços de urbanização do bairro do Cacheado. Lá, o sistema de esgoto será implantado, as ruas pavimentadas e 298 moradias serão construídas. A verba para o serviço veio do Ministério das Cidades, do Governo Federal, e começa já neste mês de março.

Com a Compesa, a Prefeitura inicia a requalificação de todo o esgotamento

O saneamento básico em números no Brasil

- Atendimento em água potável: quando consideradas as áreas urbanas e rurais do País, a distribuição de água atinge 81,1% da população.

- O atendimento em coleta de esgotos chega a 46,2% da população brasileira. - Do esgoto gerado, apenas 37,9% recebe algum tipo de tratamento. A região com maior índice de esgoto tratado é a Centro-Oeste, com 43,1%.

- Crescimento das ligações: entre 2009 e 2010, houve um crescimento de 2,2 milhões de ramais de água e de 2,4 milhões de ramais de esgo-tos no País.

- Consumo de água por habitante no Brasil: apresentou crescimento de 7,1% em 2010. Com relação a 2009: o consumo diário por habitante alcançou os 159 litros. A região com menor consumo é a Nordeste, com 117 litros por habitante por dia; já a região com maior consumo é a Sudeste, com 186 litros por habitante por dia.

- Perda de água: a média de perdas de água (faturamento) diminuiu 1,2 pontos percentuais em 2010 em relação a 2009, atingindo 35,9%.

- Receitas totais geradas pelos serviços de água e esgotos: alcançaram os R$ 70,5 bilhões em 2010.

- Investimentos: em 2010, os investimentos do Governo em água e esgotos atingiram R$ 8,9 bilhões.

- Postos de trabalho: em 2010, o setor de saneamento criou 64 mil novos postos de trabalho, atingindo um total de 671 mil empregos diretos e indiretos criados pelo setor.

Fonte: Instituto Trata Brasil/FGV

Dona Maria tem de chacoalhar e bater no cano que fica embaixo da pia até desobstruí-lo para a água seguir seu curso

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infraestrutura

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sanitário do Centro. Com recursos na ordem de R$ 65 milhões, a Companhia pretende implantar 34 quilômetros de tubulação e trocar outros 22 quilômetros de canos já existentes. “Com este traba-lho, a bacia do Centro levará Petrolina a ser a primeira cidade banhada pelo São Francisco a tratar o esgoto jogado no rio”, afirma o gerente regional da Companhia, Reginaldo Lopes.

Além das novas tubulações, o serviço implica na reforma das estações de tra-tamento de esgoto localizadas na Cohab VI, Rio Corrente, São Gonçalo, Manoel dos Arroz e Pedra do Bode. Essas esta-ções terão a função de bombear o esgoto coletado para tratamento. Com a conclu-são de todas essas obras, a Compesa ainda terá condições de, futuramente, ampliar o número de ligações de esgoto na cida-de. “A nossa meta é ampliar a cobertura sanitária de Petrolina para 100%”, diz o gestor da Companhia Pernambucana de Saneamento.

um mapa do saneamento brasileiro

O último Atlas do Saneamento, publicado no portal do Instituto Brasileiro de Geo-

grafia e Estatística (IBGE), revelou que 45% dos brasileiros têm acesso irregular à rede de

A cada R$ 1 investi-do em obras de coleta e tratamento de esgotos, a economia é de R$ 4 em atendimentos na área de saúde. Os dados são da Organização Mun-dial da Saúde

FOtOS: GILSOn SantOSCom 4.757 km², Petrolina tem mais de 80% do seu território saneado. As novas obras irão levar esgotamento sanitário para 100% das residências do município

esgoto e mais de 30% dos municípios não têm qualquer serviço de saneamento básico. O grande problema é que essas falhas no descarte do esgotamento sanitário levam a dificuldades em outras áreas de assistência básica, como a saúde. Nas áreas em que falta tratamento de esgoto e coleta de lixo é muito comum a pro-liferação de doenças como diarreia, esquistos-somose, dengue, leptospirose, cólera e outros males. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada R$ 1 investido em obras de coleta e tratamento de esgotos, a eco-nomia é de R$ 4 em atendimentos na área de saúde.

O chefe do Departamento de Saúde Am-biental da Ensp/Fiocruz, Paulo Barrocas, alerta que a população também tem sua parcela de culpa nos problemas com o saneamento bási-co dos municípios. “Existe uma cultura de que a solução para a poluição é a diluição. Então, muitas pessoas acreditam que jogando o lixo nos rios e canais ele vai se diluir. O que não é verdade. Isso só aumenta os níveis de contami-nação e a proliferação de doenças”, conclui.

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tecnologia

por patrícia Felix

drenAgem de rodoviAs e segurAnçA viáriA

Em meses de chuva, quando o excesso de água na pista é uma das principais

causas de acidentes, é grande a preocu-pação com a segurança nas rodovias que cortam as cidades.

A última pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Transpor-tes (CNT) revelou que as más condições das pistas é uma das principais causas de acidentes. A falta de infraestrutura, além de fazer vítimas, gera um rombo na eco-nomia. Em um ano, nas estradas federais, por exemplo, quase R$ 16 bilhões foram perdidos. A pesquisa aponta que quase dois terços das rodovias pavimentadas do País estão em situação regular (33,4%), ruim (20,3%) ou péssima (9%). Outros 27,4% estão em bom estado; e 9,9%, em

ótimo. Foram avaliados 95.707 quilôme-tros de estrada.

Erosão, alagamentos e pistas escor-regadias são resultado de vias mal pre-paradas. Drená-las é uma forma de in-terceptar e captar a água, conduzindo-a para um deságue seguro. Assim, evita-se o acúmulo na superfície e, consequen-temente, é atestada a segurança dos que utilizam a via.

A água é levada para um lugar onde não possa causar erosão ou qualquer tipo de dano à natureza. Sua retirada é conce-bida através de um projeto de engenharia, no qual são elaborados estudos, cálculos e dimensionamento dos dispositivos que irão compor o sistema de drenagem. Sua implantação, para que tenha eficácia e

durabilidade, deve ser feita atendendo rigorosamente o prescrito nas especifica-ções de construção do Dnit.

Além das ocorrências relacionadas à hidroplanagem, uma boa drenagem evita a formação de buracos, panelas, afunda-mentos de trilhos de rodas e trincas no pavimento. Segundo Marcos Jabor, gerente do setor de Hidrologia e Drenagem da Di-retoria de Projetos do DER-MG, hoje a hi-droplanagem está relacionada com a maio-ria dos acidentes em dias chuvosos. “Se pensarmos que vivemos em um país tropi-cal, onde ficamos meses sem a incidência de chuva, e que, de um dia para o outro, temos chuvas torrenciais, uma boa drena-gem não só ajuda a manter o pavimento íntegro, como evita graves acidentes.”

Criar um plano de drenagem com soluções e tecnologias eficientes garante a segurança das pessoas que trafegam em rodovias de todo o País

O Plano de Drenagem da Fórmula Indy precisou se adequar às necessidades do complexo do Anhembi. O local também é dedicado a feiras e desfiles de escolas de samba

FOtO: ROOSEVELt CáSSIO

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A drenagem de pavimentos está di-vidida em três tipos: superficial, subsu-perficial e profunda. Fernando Hermann Wickert, diretor da ACO Soluções em Drenagem, empresa responsável pelo plano de drenagem da Fórmula Indy, diz que, no caso da segurança viária, é preci-so estar atento, principalmente, à drena-gem superficial. “Nunca devemos esque-cer que, se as drenagens subsuperficial e profunda não estiverem corretas, possi-velmente irão comprometer a drenagem superficial.”

Com a obra finalizada, o trabalho não para. A manutenção da drenagem deve ser feita rotineiramente. Todos os anos, o sistema deve sofrer, no mínimo, uma inspeção antes e outra após o período de chuvas, quando então serão identificadas todas as necessidades de serviço para manter os dispositivos funcionando da forma como foram projetados.

Existem ferramentas e softwares que, além de agilizar a elaboração dos proje-tos, trazem qualidade e confiabilidade para o plano. “Essa é uma área que tem

avançado muito no Brasil, porém esta-mos ainda distantes dos países desenvol-vidos”, diz Jabor.

fórmula indy

A Fórmula Indy é exemplo de uma dre-nagem eficiente. Realizar um projeto foi essencial, nesse caso, para garantir a segu-rança dos atletas.

O circuito está localizado dentro da ci-dade de São Paulo, onde se tem um grave problema de infiltração de água no solo, principalmente em torno do Rio Tietê. “Problemas com água na pista são ina-ceitáveis pelos organizadores da Fórmula Indy, por isso foi exigida uma drenagem eficiente que pudesse garantir a segurança dos pilotos e dos espectadores quando os carros estão a mais de 300 km/h”, enfatiza Fernando Wickert.

“Propusemos um plano de drenagem em que evitaríamos o acúmulo de água na pista. Esse era o maior desafio, já que a corrida ocorre em maio, mês com alto índice de chuvas na cidade de São Paulo.

Procuramos solucionar os problemas mais graves pontualmente, pois o tempo de exe-cução também era um desafio. Consegui-mos instalar uma grande quantidade de canais em um espaço curtíssimo de tempo, solucionando, dessa forma, os problemas de drenagem existentes”, explica Wickert.

Foram utilizadas no plano tecnologias personalizadas para que as necessidades do cliente fossem atendidas. A empresa utilizou-se de canaletas de drenagem mo-nolíticas de alta resistência (Monoblock RD200 20.0), proporcionando uma dre-nagem eficaz e evitando o risco de soltar alguma grelha durante a corrida, o que poderia ser fatal para o piloto ou para os espectadores. Fernando destaca que a for-ça que o carro exerce, a 300 km/h, tanto no pavimento como na canaleta, foi le-vada em conta na escolha desse sistema, garantindo, assim, 100% de segurança ao circuito.

Como o sistema de drenagem foi utili-zado em todo o complexo do Anhembi, na escolha da solução também foram levados em consideração as feiras e o Carnaval que

Referência em sistemas de drenagem, os tubos de Polietileno de Alta Densidade substituem materiais como concreto e cerâmica FOtO: DIVuLGaÇãO

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tecnologia

ocorrem no complexo. “Os carros alegóricos têm características únicas, e a forma do nosso canal também proporcionou total segurança para o evento”, destaca.

tecnologia

Para Marcos Jabor, a forma de construir não mudou muito, mas, em termos de mate-riais, têm aparecido produtos que reduzem o tempo de construção, melhoram a eficiência e o desempenho dos dispositivos, facilitando inclusive os serviços de manutenção.

Neste ano, a Brazil Road Expo, único even-to de grande porte na América Latina 100% focado nos setores de pavimentação, infra-estrutura viária e rodoviária, traz um painel sobre a drenagem nas rodovias. A empresa Tigre, marca que se utiliza de uma avançada tecnologia nesse tipo de sistema, estará pre-sente na feira.

Desde seu início, ao introduzir no merca-do dos EUA a primeira tubulação corrugada de Polietileno de Alta Densidade (Pead), a Advanced Drainage Systems Inc. (ADS), da Tigre, tem desenvolvido, continuadamen-te, produtos para sistemas de drenagem que marcam uma referência na indústria.

Esse produto substituiu muitos materiais

utilizados em sistemas de drenagem. Ao com-binar a integridade e a resistência estrutural da tubulação corrugada com uma parede in-terna lisa de condutividade hidráulica supe-rior, os tubos são uma alternativa importante que podem substituir o concreto e o material

cerâmico, por exemplo.Logo foram desenvolvidos os Tubos N-12

de Dupla Parede, mediante a combinação da mais alta qualidade de matérias-primas com um desenho inovador, para obter juntas es-tanques a materiais sólidos e água, graças ao desenvolvimento do sistema ponta e bolsa. Com a tubulação lisa na superfície interna, sua velocidade de fluxo é mais eficiente, po-dendo ter as inclinações melhoradas.

Em época de chuvas, se você não tem rodovias, ruas e avenidas preparadas, ganhará uma série de problemas

O engenheiro civil Guilherme Ramos é quem comanda a 3ª edição da Brazil Road Expo. Este ano a feira destaca o tema drenagem de rodovias FOtO: ELIanE nunES

O material não se deteriora por ser quimi-camente inerte e ter uma alta resistência quí-mica com o seu espectro de pH de 1,25 a 14. A cor preta é para que o produto não se danifique com a exposição solar (raios UV). Seu material é corrugado por fora para suportar manejos bruscos e achatamento excessivo sem que seja fraturado. Com um recobrimento de 30 cm por cima do tubo, resiste à passagem do tráfego pesado máximo admissível em estradas.

De acordo com Guilherme Ramos, enge-nheiro civil e diretor da Brazil Road Expo, o trabalho de drenagem muitas vezes precisa ser de conscientização. “A tecnologia existe, mas as pessoas não a utilizam. Em época de chuvas, se você não tiver rodovias, ruas e avenidas prepa-radas, ganhará uma série de problemas.”

Marcos Jabor explica que, só no Brasil, aconteceram, no ano de 2011, mais de 1 mi-lhão de acidentes com 45 mil mortes e 376.589 feridos. Se imaginarmos que 10% das mortes tenham alguma relação com a drenagem, isso que dizer que morreram 4.500 pessoas tendo como causas o excesso de água na pista e/ou dispositivos de drenagem mal concebidos ou malfeitos. É preciso buscar, em todo o País, so-luções de drenagem que possam proporcionar mais segurança para as pessoas que utilizam nossas vias e rodovias.

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por Patrícia Felix

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mAnutenção prediAl: plAneJAmentoCom a devida orientação e através de um plano de manutenção eficiente, custos operacionais do condomínio são reduzidos significativamente

Na edição 65, conferimos que man-ter um prédio em boas condições

exige conhecimentos técnicos e admi-nistrativos. Com o objetivo de apre-sentar novas ideias e soluções, a partir desta edição, resolvemos destrinchar, com a ajuda da engenheira civil Ana Karina Lessa, Mestre em Administra-ção e especialista em Gestão da Qua-lidade na Construção Civil, as etapas para a realização de um projeto de ma-nutenção eficaz.

O primeiro passo é entender a im-portância da prevenção. O planeja-mento para uma manutenção predial eficiente abrange, principalmente, a prevenção do problema.

prevenção

A manutenção preventiva é de ex-trema importância porque impede que uma dificuldade maior aconteça. Atra-vés da prevenção, evita-se que o pro-blema atinja os condôminos — o pré-dio é conservado e o custo reduzido.

Esse tipo de manutenção é dividido em duas classes: preventiva sistemáti-ca — onde as intervenções são feitas obrigatoriamente após um período de tempo; e a preventiva de condição — baseada em uma análise da situação do equipamento, instalação ou sistema.

De acordo com Ana Karina Lessa, a manutenção preventiva deve ser o mo-delo adotado. “Quando as falhas têm consequências tão severas a ponto de prejudicar o desempenho da estrutura predial ou quando elas não são total-mente aleatórias, portanto, permitem que intervenções periódicas aumentem

O condomínio do síndico Cláudio Eymael abriga 256 apartamentos e emprega 31 pessoas empenhadas em manter o prédio em boas condições

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como se faz

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a confiabilidade dos recursos, a pre-venção é o mais adequado”, diz.

Já no caso da manutenção corretiva, como o próprio nome diz, o objetivo é corrigir falhas ou defeitos a partir do momento em que aparecem. Essa falha é imprevisível. “Ela pode ser de solução rápida ou pode causar grandes transtornos em relação à segurança, condições de uso e operações do sis-tema. E ainda pode prejudicar a ima-gem do empreendimento”, ressalta Ana Karina.

planejamento

Ao elaborar um Plano de Manuten-ção Predial, é preciso ter conhecimento técnico referente às atividades de ins-peção e manutenção preventiva, assim como das condições adequadas de fun-cionamento de cada elemento da estru-tura predial. Também é importante co-nhecer a realidade do condomínio em análise, pois é necessário considerar o estado de conservação atual do imóvel e aspectos econômicos, além de esta-belecer as prioridades do condomínio.

São tidos como prioridade, ao se fa-zer um plano, a segurança e o conforto

dos usuários; a redução de custos ope-racionais, tanto em relação ao con-sumo de água e energia, por evitar desperdícios, quanto para que as ma-nutenções corretivas sejam evitadas; a conservação do imóvel, aumento da vida útil; e a sua valorização.

“O síndico deve procurar profis-sionais especializados no assunto para auxiliar na elaboração do Plano de Ma-nutenção, pois é este que vai orientar as atividades de conservação do imóvel e a previsão financeira do condomí-nio”, destaca Karina.

O condomínio do síndico Cláudio Eymael, na zona sul do Recife, abriga 256 apartamentos e emprega 31 pes-soas. A organização e participação dos moradores é essencial na hora de mon-tar o plano de manutenção do prédio. Ele explica que quando é percebida a necessidade de se fazer uma manuten-ção, seja ela preventiva ou corretiva, o plano é estudado e levado para uma assembleia formada pelas comissões compostas pelos próprios condômi-nos. Pedreiros, encanadores e eletri-cistas são contratados para os serviços menores. Já para os o mais complexos, como o do sistema elétrico de alta

voltagem, a opção é por uma empresa especializada.

Cláudio, que há treze anos repre-senta o prédio de alguma forma, seja como conselheiro, vice-síndico ou sín-dico, afirma que atuar nesse meio foi mais fácil, já que ele trabalhava com manutenção. “Eu trabalhei na área e adquiri experiência. Para uma pessoa que não conhece o assunto, é compli-cado”. O síndico ainda destaca que as dificuldades aparecem, e, quando isso ocorre, os técnicos são chamados.

Para quem não entende do assunto ou quer entender mais, existem cursos próprios para pessoas que lidam com essa área, como gerentes, engenheiros, técnicos, supervisores de equipes e até síndicos e administradores de condo-mínios. Visão estratégica da manu-tenção predial, estratégias e roteiros de inspeção, gerenciamento de recur-sos humanos, aspectos legais e gestão de qualidade são alguns dos assuntos abordados nas aulas. A Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (Abraman) e o Sindicato da Habitação de Pernambuco (Secovi-PE) são exemplos de instituições que ofere-cem esse tipo de curso.

Redução do consumo

O simples acompanhamento ou monitoramento do uso dos equipamentos e instalações permite a visualização de formas para reduzir custos. A manutenção é altamente relevante para evitar desperdícios relacionados a custos operacionais, como consumo de energia acima do dimensionado ou desperdícios de água, por exemplo.

Um aparelho de ar-condicionado sem manutenção pre-ventiva consome mais energia elétrica para produzir a mesma condição climática que outro com a manutenção realizada. Um sistema hidráulico sem acompanhamento pode abrigar peque-nos vazamentos não percebidos, que poderiam ser evitados. um elevador com problemas, além de maior consumo de ener-gia e oferecer riscos aos usuários, incide em custos relativos à presença de um ascensorista para controlar o funcionamento e evitar acidentes. Equipamentos a gás, como aquecedores de água, se mal regulados, consomem mais, aumentando os custos operacionais.

O acompanhamento do sistema predial, por meio de manu-tenção preventiva e inspeções sistemáticas, pode proporcionar

a redução de custos operacionais, pois equipamentos em ótimo estado de conservação consomem menos energia, menos água, menos gás ou exigem menor esforço e desgaste da mão de obra durante o seu uso.

Ainda podem ser identificadas possibilidades de mudanças de hábitos que interferem no consumo ou mesmo a substituição de tecnologias por equipamentos ou sistemas mais econômicos, como por exemplo, implantação de sistema de captação de água de chuva ou sistema de sincronia nos elevadores.

A manutenção predial pode ser uma ferramenta poderosa para contribuir com a sustentabilidade econômica das organiza-ções, principalmente as sem fins lucrativos como condomínios residenciais.

Os investimentos necessários irão variar de acordo com cada condomínio. Conforme descrito na NBR 5674 (1999), estudos realizados em diversos países, para diferentes tipos de edifica-ções, demonstram que os custos anuais envolvidos na operação e manutenção das edificações em uso variam entre 1% a 2% do seu custo inicial.

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emília belo*

cidAdes e bAirros plAneJAdos: Aspectos Jurídicos relevAntes

Não é novidade que o mercado imobi-liário está aquecido. A demanda está

crescente para imóveis de todas as classes sociais. O déficit habitacional da população de baixa renda, bem como a manutenção do programa Minha Casa Minha Vida, trazem uma perspectiva, ao menos para os imóveis populares, que esse boom ainda deve permanecer pelos próximos anos. É nisso que os empresários do setor imobili-ário estão apostando, quando do desenvol-vimento de projetos de grande porte, que visam à construção de milhares unidades residenciais. Os projetos são tão ousados que pretendem criar verdadeiros bairros ou até cidades.

Para o desenvolvimento de um empre-endimento desse porte é necessário que o empresário esteja atento a alguns aspectos.

Iniciemos pela segurança na escolha do imóvel. O primeiro passo do empre-endedor é exigir a realização de uma due diligence do imóvel, que é uma análise quanto à existência de risco na construção do empreendimento naquele terreno. Essa análise envolve uma avaliação dos atuais e antigos proprietários, de dívidas vincula-das ao bem, restrições urbanísticas e am-bientais. Sem essas análises, não é possível garantir qualquer tipo de segurança ao empreendimento.

Escolhido o imóvel, é necessário definir qual negócio jurídico será realizado com o proprietário do bem. Os negócios mais realizados são: compra e venda, parceria, consórcio, permuta financeira ou física.

Outro passo é a adequação jurídica do empreendimento ao master plan desenvol-vido. É característica desse tipo de projeto, a presença de um mix de produtos. O bair-ro ou cidade não possui apenas imóveis com destinação residencial, é frequente o planejamento de áreas comerciais. É necessário realizar um trabalho jurídico para que, quando da comercialização das

unidades, haja uma vinculação do proprie-tário ao tipo de atividade definida para o local, de forma a se garantir que o empre-endimento será mantido com as peculiari-dades planejadas, atendendo aos morado-res que lá se instalarão.

No desenvolvimento de áreas residen-ciais, o empreendedor possui um leque de opções jurídicas para desenvolvimento de produtos. É provável que existam, no mes-mo empreendimento, áreas de loteamento, loteamento fechado, incorporação e con-domínio. É necessário conhecer as peculia-ridades de cada modalidade para a escolha adequada dos produtos a serem ofertados.

Identificamos, ainda, que o segredo de um empreendimento como esse, com prazo de implementação de médio/longo prazo, é a existência de um vínculo entre as unidades entregues, de forma que o em-preendedor possa interferir nas mesmas, garantindo ao menos a limpeza e segu-rança do local. Esse vínculo pode se dar através da constituição de uma Associação de Condomínios e/ou Moradores, com a cobrança de uma pequena taxa desses associados.

Dentre os vários assuntos urbanísticos relevantes, ressaltamos a necessidade fre-quente de alteração da Lei de Uso e Ocu-pação do Solo ou Plano Diretor da Cida-de, para ampliação da Zona de Expansão Urbana. Nesse momento, aparece o ques-tionamento quanto ao termo inicial de in-cidência de IPTU, que é após a aprovação

do projeto, e não de quando a área passa a ser enquadrada como de expansão urbana. Dessa forma, por economia tributária, é re-comendável que seja realizado um master plan global, mas que os projetos imobiliá-rios sejam encaminhados para aprovação da Prefeitura separadamente, conforme a etapa do empreendimento que será de-senvolvida. Ressaltamos, entretanto, que é apenas com a aprovação do projeto que se terá a segurança da legislação urbanís-tica e ambiental aplicável. Dessa forma, em determinadas situações, pode ser mais interessante aprovar de logo o projeto imo-biliário localizado em Zona de Expansão Urbana, mesmo que se inicie o pagamento do IPTU sobre o bem.

Para desenvolvimento de um bairro ou cidade planejada, é frequente, ainda, a ne-cessidade de realização de trabalho junto ao Poder Legislativo Municipal, visando uma contraprestação pela instalação do empreendimento naquela região.

Por fim, ressaltamos aspectos ambien-tais. É essencial que seja desenvolvido um estudo prévio de viabilidade ambiental do imóvel para garantir o cronograma e a se-gurança de desenvolvimento do empreen-dimento. É recomendável, ainda, que seja realizado um licenciamento ambiental de forma integrada, e não por etapas do em-preendimento, o que implicará ganho de tempo para o empreendedor, facilitando a aprovação dos projetos etapa a etapa.

*Emília Belo é titular da área de Direito Imo-biliário da Queiroz Cavalcanti Advocacia e Mestra em Ciências Jurídicas pela Universi-dade de Lisboa.

É essencial que seja desenvolvido um estudo prévio de viabilidade ambiental do imóvel

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Construir direito

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EntrevistaBenedito abbud : a sustentabilidade é para pessoas

ano IV | nº 15 | fevereiro 2013

TendênciasO colunista Renato Leal fala sobre certificações, marketing e imagem

cAsAs populAres e sustentAbilidAde uma possibilidade real

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ii eNCoNtRo de diReito Na CoNstRuçÃo Civil Com RefeRÊNCia a publiCaçÃo da NoRma de desempeNHo NbR 15575

87 CApAONG Verdever transforma resíduos em materiais de construção de habitações populares

77 BOAS pRátICAS

72 COlunA Eu DIGOOs desafios da construção pensando no amanhã

73 tEnDÊnCIAS Certificações, marketing e não só...

74 EntREvIStAO arquiteto Benedito Abbud traz novas ideias sobre o paisagismo sustentável

PROGRaMaÇãOSinduscon/PE dia 03/04/13

08:30CREDENCIAMENTO

09:00ABERTuRA

09:15APRESENTAÇÃO DO MOVIMENTO VIDA SuSTENTÁVEL Coordenadores do MVS Palestrantes: Engº Serapião Bispo Ferreira Neto - SINDUSCON/PE Engº José Renildo Guedes dos Anjos - SINDUSCON/PEElaine Lyra - REVISTA CONSTRUIR NORDESTE Renato Leal - REVISTA CONSTRUIR NORDESTE

09:40TEMA I - Visão Geral como Instituição da NBR 15575Palestrante: Georgia Grace - CBIC

10:40INTERVALO

11:00TEMA II – Visão Geral das Implicações Jurídicas da NBR 15575Palestrante: Carlos Pinto Del Mar – DEL MAR e ASSOCIADOS ADVOGADOS

12:00INTERVALO ALMOÇO (LIVRE)

14:00TEMA III – Sistema Construtivo dentro da Norma

15:00TEMA IV – TECNISA – Modelo de Empresa em Atendimento a NBR 15575

16:00NTERVALO

16:15TEMA V – Desempenho Térmico e Acústico

17:15Palestrante: Hugo Borrego – Amorim Cork Composites – soluções termo-acústica, com utilização de cortiça

18:15DEBATE

18:40ENCERRAMENTO

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sumário

ageNda

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os desAFios dA construção pensAndo no AmAnhãangelo Just*

A indústria da construção civil tem sido obrigada, nos últimos anos, a modernizar conceitos, em atendimento a uma revolu-ção que atinge a sociedade em todos os ní-veis, notadamente no que se refere às ques-tões de atenção ao uso dos recursos físicos e naturais durante a execução de uma obra. Já era o tempo em que o noticiário informava que, para cada três prédios construídos, um deles era jogado fora como entulho.

Gradativamente, o corpo técnico das construtoras vem tomando ciência do con-ceito de sustentabilidade e dos três pilares que o norteiam, que envolvem não apenas os aspectos ambientais, mas também eco-nômicos e socioculturais. A concepção de um edifício sustentável deixou de ser um objetivo platônico, mas se tornou uma pos-sibilidade real, cujos benefícios podem ser medidos no bolso a partir do maior poder de venda alcançado.

Não se pode negar o quanto a execução de uma obra pode ser agressiva ao meio em que se encontra em decorrência do uso in-discriminado de matérias-primas obtidas sem critérios de controle, da coleta e do transporte da energia necessária para o seu beneficiamento e uso, além dos transtornos causados à sociedade, desde o ruído prove-niente do estaqueamento ou máquinas de corte, até o engarrafamento provocado pe-los caminhões estacionados de forma não planejada para a descarga no meio das ruas e calçadas. Os indicadores informam que só a indústria cimenteira produziu no mundo o equivalente a 2 bilhões de toneladas de monóxido de carbono em 2012, com pers-pectiva de mais do que dobrar esse número num período de 30 anos.

O problema se instaura quando pensa-mos: se não há desenvolvimento sem infra-estrutura, como se preparar para esse cres-cimento sem comprometer as necessidades das próximas gerações? Por outro lado, não é papel do construtor executar as suas obras sem que seja adequadamente remunerado, levando ainda em conta os riscos envolvi-dos na atividade.

Atualmente, há várias alternativas dis-poníveis para se executar uma edificação sustentável sob o ponto de vista ambiental dentro das nossas características e regio-nalidades, iniciando por um planejamento voltado para essas ações. Nesse aspecto, destacam-se o uso de materiais provenien-tes de jazidas conhecidas e controladas, o emprego de projetos de instalações prediais que privilegiem a redução no consumo de energia elétrica e a reutilização da água ser-vida, a reciclagem e reaproveitamento dos materiais desperdiçados na obra, o que pas-sa, inclusive, pela cultura da coleta seletiva de entulhos, entre outros. Todas essas ações são de fácil implantação nos canteiros de obras e, se ainda não chegam perto do que se observa em países mais desenvolvidos, ao menos representam os passos iniciais.

Sob o aspecto sociocultural, o conceito de uma construção sustentável deve envol-ver o bem-estar do futuro usuário daque-le imóvel, de todos envolvidos, de forma direta ou indireta, na execução da obra e ainda daqueles que possam ter o seu dia a dia influenciado por aquela atividade. No primeiro caso, evidentemente, há muitos aspectos construtivos que podem melhorar o bem-estar dos usuários, como, por exem-plo, o conforto termoacústico, que pode ser proporcionado a partir do emprego de materiais isolantes nas vedações verticais *Ângelo Just é gerente de Habitação da Tecomat

(paredes) e horizontais (tetos e pisos), e que resultam no incremento na sua qualidade de vida.

No caso dos operários envolvidos na obra, não se pode admitir a utilização das técnicas arcaicas de execução de alguns dos sistemas nas obras, nas quais os profissio-nais precisam desprender esforços manuais que, se não os esgotam fisicamente, redu-zem de forma sensível a produtividade deles e, por consequência, a motivação em traba-lhar. Nesse caso, pode-se citar o exemplo da execução de argamassa de revestimento em paredes, cuja técnica de aplicação manual com colher se utiliza desde os primórdios da construção, causando um esforço re-petitivo inconcebível para o momento em que vivemos. Já dispomos de mecanização para transporte e projeção das argamassas na parede, que reduz os prazos necessários para a conclusão do serviço, com emprego reduzido de mão de obra direta.

Por fim, existem ainda aqueles que nada têm a ver com a realização da obra, no en-tanto sofrem todo dia com os transtornos causados por ela. Quem nunca reclamou daquela obra que está com o caminhão de descarga de material parado na faixa lateral da via para descarregar no horário de pico de trânsito local?

Contudo, de nada adianta esses aspectos serem implementados se aquele empre-endimento não for sustentável financeira-mente. O grande desafio atual do mercado de construção na região, que as empresas mais avançadas e envolvidas no processo já conseguiram superar, é o de encontrar esse equilíbrio no planejamento de obras, que atenda aos aspectos ambientais da sustenta-bilidade e associe os planos socioculturais e, evidentemente, o retorno financeiro legíti-mo a qualquer atividade produtiva.

A concepção de um edifício sustentável deixou de ser um ob-jetivo platônico, mas se tornou uma possi-bilidade real

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eu digo

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Hoje já há empresasque só se instalam em prédios sustentáveis.Política das suas matrizes

energética dos prédios do país de forma individual e agregada. Lá, é lei. Aqui, o sistema já existe, e espera-se que um dia se torne lei (Procel Edifica).

Quando falamos das certificações — sejam elas LEED, AQUA ou BRE-EAM —, práticas já consolidadas nos países desenvolvidos, percebemos que o mesmo vem ocorrendo pelo lado de cá. Ainda temos poucas edificações com processos concluídos, mas já somos o 5º país com mais projetos LEED no mun-do. Isso em função do avanço que vem ocorrendo nessa matéria nos estados do Sul e Sudeste do Brasil e que começam a aparecer nas principais capitais do Nordeste.

Não me parece que haja dúvidas de que as construções do futuro deverão ser sustentáveis nos seus projetos, na obra e no produto final e eficientes em termos de consumo de água e energia, pois já temos a tecnologia, e será ine-vitável a pressão do consumidor e da legislação. Nesse contexto, traço aqui algumas sugestões:

1. Ao fazer a análise do que custará se enquadrar em alguma das certifica-ções disponíveis, não se esqueçam de considerar a possibilidade de vender o produto de forma mais rápida e com melhor preço, em função dessa dife-renciação. Não há dúvidas de que um

De uma forma bastante simplifica-da, a missão intrínseca do marke-

ting é fazer com que as empresas perce-bam as expectativas dos seus clientes e consigam entregar aquilo que eles dese-jam pelo preço que eles estão dispostos a pagar. É sua atribuição, também, per-cepcionar as tendências e mutações que vêm ocorrendo e que afetam o setor no qual a empresa está inserida e que serão determinantes do sucesso das empresas a longo prazo, adequando-as às novas tendências.

Dentro dessa perspectiva, estamos percebendo, já há alguns anos, nas eco-nomias mais desenvolvidas e até nas emergentes, o impulso que vem toman-do as atividades ligadas à sustentabili-dade e eficiência energética. Além da-quelas mais amplas associadas ao meio ambiente, aos poucos, as populações começam a sensibilizar-se com esse tema, numa perspectiva de preservação do planeta, mas também nas questões ligadas ao consumo de energia e água e à qualidade do ar interior. A escassez de água e o encarecimento da energia são componentes que também começam a sensibilizar o cidadão e as empresas.

Os próprios governos estão investin-do bastante no sentido de aumentar a eficiência energética dos consumidores, de uma maneira geral, e dos seus pré-dios, em particular.

O que lá fora já é uma realidade, no Brasil, é uma tendência que também vejo como irreversível. Um exemplo pontual: em Portugal, não se pode ven-der ou alugar um imóvel se não houver uma certificação energética do mesmo. Ou seja, o proprietário, o comprador e o inquilino sabem em que nível se en-contra o imóvel em termos de eficiência energética. E o governo acompanha de forma global a qualidade da eficiência

prédio certificado é um prédio com menor custo operacional, e esse é um bom argumento de venda. Considerem também a possibilidade de angariarem clientes de maior prestígio, agregando valor ao empreendimento. Hoje já há empresas que só se instalam em prédios sustentáveis. Política das suas matrizes.

2. Quanto mais cedo as empresas começarem a certificar os seus empre-endimentos, mais cedo será percepcio-nada, pelos seus clientes, como uma empresa inovadora e atenta às novas tendências da construção. E nos parece evidente que, com as constantes viagens ao exterior, com acesso às informações que a web propicia, o que hoje são sinais ou tendências amanhã passarão certa-mente a ser exigências.

3. Esse posicionamento de marketing será ainda mais útil quando a demanda desacelerar, e que passe a ser necessá-rio um maior esforço para a venda dos empreendimentos, esforço este normal-mente traduzido em descontos no preço final.

4. Ser sustentável será um atributo também associado à qualidade da edifi-cação, tal como os materiais utilizados, a localização e o projeto arquitetônico.

5. Cada vez mais — e agora falan-do dos empreendimentos comerciais, como empresariais e shopping centers — esse apelo vem se consolidando em função de algumas empresas já exigi-rem a certificação para neles se insta-larem e já exigirem custos energéticos menores e uma melhor qualidade do ar.

Quando começar parece ser a grande questão. Esperar que os seus concor-rentes saiam na frente não me parece uma boa política. Pois será a eles que a imagem de um empreendimento ou de uma construtora sustentável estará associada.

Renato Leal

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tendências

certiFicAções, mArKeting e não sÓ...

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entrevista

por Chloé Buarque e Renata Farache

ArquiteturA e desenvolvimento sustentável

Benedito abbud

Com mais de 40 anos de carreira, o paisagista Benedito abbud é considerado um inovador. Formado em arquitetura pela Faculdade de arquitetura e urbanismo da universidade de São Paulo (uSP) e pós-graduado e mestre pela Fau (uSP), fundou a sua própria empresa em 1981. De lá para cá, já assinou mais de 5 mil projetos paisagísticos, desenvolvidos em todo o Brasil e países como a argentina, o uruguai e angola. Em entrevista à revista Construir nordeste, abbud fala sobre desenvolvimento urbano e paisagismo sustentável, e afirma: “a sustentabilidade não é feita para o meio ambiente. Ela é feita para os homens”.

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Todo jardim é sustentável? Como implantar a sustentabilidade no paisagismo? Nem todo jardim é sustentável. Um jardim sustentável, na verdade, gasta o mínimo de água e precisa do mínimo de cuidado e manutenção. Para isso, é fundamental utilizar espécies de plan-tas da região. Por exemplo, ao contrá-rio do que se imagina, a grama não é uma vegetação das mais sustentáveis. Ela não é nativa, requer irrigação boa e constante, além de podagem. É pre-ciso ter cuidados com os preconceitos. É necessário também avaliar os mate-riais utilizados, que não podem agre-dir o meio ambiente e devem induzir à educação ambiental. São materiais re-ciclados, que não precisam de grandes processamentos e ainda que ajudam o fluxo ambiental. Para elucidar: a água que cai no solo, é interessante que ela continue penetrando-o. Se usarmos um piso impermeável, estamos modi-ficando o fluxo natural. Para esse caso, podemos aplicar um piso drenante. Na Abbud desenvolvemos um piso de concreto aerado. Ele é cheio de “bura-quinhos”, que fazem com que 90% água que cai nele penetre 90%. É uma solu-ção. É possível pavimentar sem imper-meabilizar. Esses são alguns aspectos.

Devido ao crescimento de edifícios e bairros sustentáveis, o paisagismo tem sido item fundamental nos pro-jetos arquitetônicos? Qual é o papel do paisagismo no desenvolvimento sustentável urbano?Sim, principalmente porque ele é a tra-dução da natureza. As áreas arboriza-das minimizam a formação das ilhas de calor das cidades. Essas ilhas são terrí-veis para a saúde urbana, e a arboriza-ção ajuda da seguinte forma: melhora a ventilação e mantém a temperatura relativamente constante durante o dia e à noite, evitando os picos quentes e frios como o clima de deserto. Além disso, é possível diminuir a poluição do ar, melhorar muito a qualidade da paisagem e produzir sombras. Vale também destacar que o paisagismo é fundamental para a qualidade de vida

das pessoas. É uma melhoria na quali-dade ambiental e social. Todos querem morar perto de áreas verdes, já que estão associadas a locais de recreação e lazer. Parece uma bobagem, mas há 10 anos, quando se falava em ecologia, não se falava em pessoas. Era como se o ser humano fosse o mal e a natureza fosse o bem. Só que nós existimos. O planeta não vai morrer, ele muda, ele se adapta. Já tivemos várias situações em que o planeta matou os seres vivos, como os dinossauros. A sustentabili-dade é das e para as pessoas, é para a sociedade.

Mas com o crescimento desordena-do das cidades e a necessidade de se reinventar os grandes espaços urba-nos, os espaços livres são cada vez menores. Quais são as alternativas para “esverdear” essas áreas? É importante destacar que a legislação está cada vez mais rigorosa, exigindo áreas permeáveis cada vez maiores e áreas livres nos loteamentos atreladas a sistemas de lazer — sem contar as áreas de preservação permanentes ao longo dos corpos d’água, áreas para proteção de nascentes, etc. Uma boa opção de sustentabilidade são os te-tos verdes. É uma forma de amenizar a irradiação solar. O sol bate na cida-de, nas coberturas e nas paredes dos edifícios, nos asfaltos. São superfícies que refletem calor. E a vegetação ajuda a minimizar o problema. De que for-ma? A vegetação transpira, aumentan-do a umidade. A partir daí, faz melhor a ventilação e a qualidade do ar; além de criarem-se barreiras de som, dimi-nuindo a poluição sonora. Outra ideia bastante viável é aproveitar subsolos

de estacionamentos para criar espaços de lazer — parques para as crianças ou local para a prática de esportes. É fazer do problema uma solução.

E a tecnologia?Nós criamos um sistema de irrigação por capilaridade que retém a água de chuva e irriga as plantas. A água de chuva cai, passa pelo jardim e é re-servada na parte inferior do jardim e superior da laje, criando uma lâmina de água. Com o sol, essa água evapora. Ou seja, ela “puxa” (tem os pavios em-baixo) a água que está no reservatório e alimenta novamente o jardim. Tudo isso sem a necessidade de eletricidade, de bombas e de outros reservatórios.

Os jardins verticais também são tendência...Os jardins verticais ajudam muito na minimização do calor que provém das paredes. Para as paredes, temos duas soluções. A primeira alternativa são artifícios, elementos (cerâmica, concreto, plástico) que são montados sobre a parede como um jardim. Esse jardim pode ser cultivado através de solo ou de hidroponia (irrigação). Mas também é possível ter trepadeiras para cobrir as paredes. Principalmente as faces oeste, que no Nordeste absorvem muito calor, deixando os ambientes muito quentes. Uma possibilidade é trepadeira unha-de-gato, que cresce naturalmente, sem a necessidade de apoio, criando o desejado sombrea-mento. Ela absorve o calor do sol para fazer a fotossíntese e impede a entrada do calor, além de não irradiá-lo para a cidade — uma dupla função. Outro aspecto importante é a beleza, ajudan-do a verdejar os espaços urbanos, em geral muito áridos. É uma forma muito barata, simples e sustentável.

Então o paisagismo não é apenas uma realidade para empreendimentos de alto padrão? É possível popularizar o paisagismo? Já temos exemplos de iniciativas em habitações populares? Isso é uma falsa ideia. O paisagismo já pode ser feito com custo relativamente

No Brasil, nós temos até políticas ambientais bem arrojadas, mas infelizmente muito teóricas, baseadas naquilo que seria o ideal

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entrevista

baixo e pode agregar qualidade de vida para todos os padrões. Nós temos um case bem-sucedido. Desenvolve-mos algumas soluções para a Compa-nhia de Habitação Popular do Estado de São Paulo (CDHU). São habitações para populares que recebem de zero a três salários mínimos de renda. Lá utilizamos a trepadeira Partenocissus tricunspidata nos prédios populares. Ela fica folhada no verão (minimizan-do o calor dentro dos apartamentos) e as folhas caem no inverno (deixando o calor do Sol aquecer a habitação). Essa trepadeira também evita picha-ções, que é um grande problema para o público dsse padrão, evitando futu-ros gastos com pintura e mantendo o espaço bonito para a comunidade.

Nesse caso, podemos dizer que o se-tor público já começa a prever o pai-sagismo como parte do planejamen-to de obras? Começa a existir agora. Ainda existe o olhar de que o urbanismo é algo de luxo. Vou fazer uma crítica. A maior parte dos hortos florestais do Brasil é praticamente abandonada, quan-do poderiam produzir mudas e ár-vores nativas para arborizar nossas regiões. Como o Norte e o Nordeste, por exemplo, que têm cidades que são muito quentes e não têm árvore. Então, é fundamental que os órgãos governamentais atentem para essa questão, porque nós estamos falando de qualidade de vida, qualidade am-biental, qualidade social, qualidade pessoal.

Qual é a situação do Brasil em ter-mos de políticas ambientais? Em que avançamos? O que ainda é preciso fazer? No Brasil, nós temos até políticas ambientais bem arrojadas, mas in-felizmente muito teóricas, baseadas naquilo que seria o ideal, tornando-as inviáveis. É interessante essa visão até um certo ponto. Não é que a legisla-ção seja ruim. Mas penso que preci-sa ser mais prática, mais próxima da

realidade. Por exemplo, não adian-ta exigir o plantio de árvores. Como plantar árvores se não temos espaço? Não é a árvore que é a solução do problema. Ela pode ser até um trans-torno, um obstáculo nas calçadas. O conceito sempre é de que sombra é ár-vore, e aí é que entram as trepadeiras, as paredes verdes, os pergolados. Nós precisamos ter, nas cidades brasilei-ras, planos; racionalizar os espaços; rever as políticas de calçadas (muito estreitas). As legislações precisam ser entendidas como um todo, precisam ser casadas. Mas existem bons movi-mentos e penso que estamos no cami-nho certo.

No Brasil, ainda não existe o curso para formação acadêmica de um pai-sagista. Qual é a opinião do senhor sobre o assunto? Na minha opinião, deveria haver pri-meiramente cursos de pós-graduação nas escolas de Arquitetura e Agro-nomia (o meu caso) para que depois pudessem existir professores, se fazer cursos de graduação muito controla-dos pelo MEC. Primeiro precisamos formar pessoas para formar outras pessoas, precisamos de bons professo-res — ou serão cursos de graduação fracos.

O senhor pode fazer uma análise do paisagismo contemporâneo no Bra-sil? Como somos vistos fora do País?Burle Marx foi o maior paisagista do século XX. Isso deu muito prestígio

para nós. Por isso, o trabalho dos pro-fissionais brasileiros tem sido muito respeitado. O problema é que hoje, mundialmente, as pessoas não estão mais interessadas em saber como é o jardim da sua casa. Elas estão interes-sadas em saber como é o jardim da sua cidade. E, infelizmente, o Brasil ainda tem pouco trabalho nessa área.

O senhor acredita que existe realmen-te uma preocupação da indústria e do mercado com a sustentabilidade? Tanto no Brasil quanto em outros paí-ses, a sustentabilidade tem sido muito utilizada como marketing, agregando valor à marca. Acredito que é o pre-ço inicial a ser pago. Mas, sem dúvi-da, é um caminho sem volta e muito importante.

Qual é o projeto que o senhor não fez, mas gostaria de executar? Sempre é no próximo trabalho que posso aplicar o que acabei de apren-der com os erros e acertos do último projeto, uma oportunidade de criar soluções inovadoras e diferenciadas. Sendo assim, estou sempre muito an-sioso pelo novo trabalho. Cada um de-les tem características próprias que o torna especiail.

O senhor acabou de assinar o projeto do Parque da Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, em Per-nambuco? O que podemos destacar?O parque é um desenho que se inspira nas formas da natureza e une dois ele-mentos naturais: o mar e a mata. No projeto, destacamos o uso da vegeta-ção do entorno, fazendo a transição da Mata Atlântica até a Mata da Restinga, típica das áreas de praias, incluindo os coqueirais e culminando na praia. Ti-vemos o cuidado de preservar as espé-cies locais, inclusive as ameaçadas em extinção, como a mangaba. Também destacamos o uso de pavimentações drenantes e os equipamentos e brin-quedos para todas as faixas etárias, como parques infantis e espaços para a prática de esportes.

O paisagismo já pode ser feito com custo relativamente baixo e pode ser considerado valor de qualidade de vida para todos os padrões

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Boas práticas

conscientizAção nA brA BR – 101 é uma empresa recifense que alia arte, reciclagem e design. O desenvolvimento dos seus produtos é feito, em sua maioria, com materiais naturais, tendo pneus como matéria-prima principal. O ateliê tem esse nome porque a rodovia BR – 101, que corta o País do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, funciona como uma enorme via de troca de informações e cultura. No Brasil, são produzidos milhões de pneus por ano, e quase metade é descartada de forma incorreta. Estima-se que mais de 100 milhões de pneus inutilizados estão depositados no meio ambiente. Nesse sentido, a empresa, que também promove a reflexão sobre a destinação correta de materiais usados, tem como objetivo a realização de um projeto social para capacitar as comunidades em torno da BR – 101. Através de oficinas que possibilitem investir na formação artesanal, desenvolver a consciência ecológica e multiplicar o número de comunidades criativas capazes de gerar renda, o projeto pretende formar artesãos conscientes.

elevAdor sustentávelA Otis Elevator Company, uma empresa da United Technologies Corporation, está lançando um elevador residencial mais sustentável e econômico. O produto elimina a necessidade de energia trifásica, pode ser operado em energia solar e utiliza tecnologia a bateria para continuar em operação quando a energia elétrica acaba. O elevador é até 75% mais eficiente do que os elevadores tradicionais. O sistema necessita de 12 vezes menos energia instalada da rede elétrica comparado ao elevador residencial Gen2 padrão e sua tecnologia é capaz de extrair energia renovável de fontes como painéis solares ou turbinas eólicas.

menos poluição pArA revestimentosAtravés do piso monolítico, a Miaki Revestimentos apresenta ao mercado a melhor alternativa não poluente para revestimentos. Feito à base de resina, o material pode ser colocado sobre o piso anterior e não apresenta juntas, diminuindo o tempo da obra e o acúmulo de resíduos. Ao revestir um piso antigo, evita-se a produção de entulho, o aluguel de caçambas, a regularização e o nivelamento do piso, o barulho, o trabalho e o tempo dos empreiteiros. “Quando pensamos em pequenos espaços, talvez esse argumento não seja tão evidente. Mas numa área de mil metros quadrados, por exemplo, a enorme quantidade de lixo, barulho e horas trabalhadas é evitada”, diz Michel Anargyrou, diretor da Miaki Revestimentos.

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capa

Em Feira Nova, o projeto Mulheres Recriando Vidas atendeu mais de 100 famílias. Dona Sueli Camilo comemora

Sustentabilidade e moradia. Dois temas que atualmente cami-

nham lado a lado. O primeiro tem um alcance voltado aos padrões que incluem todo tipo de realidade. Desde a concepção de preservação do meio ambiente, passando pelo trabalho e renda da população, até o tipo de residência que se deseja morar. Já o segundo aborda uma necessidade tão básica quanto edu-cação e saúde, por exemplo. E o

ideal, que seria um meio termo en-tre ambas, é mais do que possível. É plausível.

no quesito casas populares, a sustentabilidade também se faz presente e impõe o seu modo de conceber e realizar as novas cons-truções. não desperdiçar resíduos e reaproveitar todo tipo de material — orgânico ou não — são a base de sustentação para uma comunidade melhor. Seja ela urbana ou rural.

Isso, é claro, com uma participa-ção ampla de todos os segmentos envolvidos. Desde moradores das comunidades contempladas aos componentes de organizações pú-blicas e privadas. até mesmo de voluntários.

a sustentabilidade passa pela participação e integração das comu-nidades no contexto dos projetos de construção e edificação de casas populares. Essa é a concepção da

morAdiAs simples, mAs com sustentAbilidAdeas casas populares podem ser construídas com o máximo de harmonia entre o meio ambiente e as boas condições de vida para o cidadão

por José Gomes neto

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FOtO: JOanna CaLazanS

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organização não governamental ha-bitat para a humanidade Brasil, que atua no País desde 1992. ao longo de 20 anos, a entidade desenvolve diversos e variados projetos Brasil afora, como o Varjadas e Mulheres Recriando Vidas, realizados em dois municípios situados na zona da Mata de Pernambuco.

O projeto Varjadas ocorreu entre 2006 e 2009, na cidade de Passira, que fica a 77 quilômetros do Reci-fe. Surgiu por intermédio de uma solicitação da Igreja Metodista e da associação de bordadeiras. “além das casas em si, construímos lá cisternas, fomentamos o desenvol-vimento local, com a conquista de uma escola de Ensino Fundamental e um posto de saúde. tudo isso com as parcerias firmadas entre nós, a comunidade e outras OnGs e gru-pos privados”, relembra o diretor--executivo nacional da habitat para a humanidade Brasil, Demóstenes andrade de Moraes.

no projeto Mulheres Recriando Vidas, em Feira nova, município também a 77 quilômetros da ca-pital pernambucana, foi a vez de a Organização das Mulheres da Bacia do Goitá solicitar a participação daquela comunidade no programa da OnG. “a partir de então chega-mos até eles e efetivamos as cons-truções de casas sustentáveis”, diz Demóstenes.

De acordo com o dirigente, a OnG já promoveu mais de 500 mil solu-ções habitacionais sustentáveis na rede de 90 países espalhados nos cinco continentes do planeta. “aqui no País, são mais de 8 mil famílias que tiveram suas habitações ergui-das com a participação dos seus próprios beneficiários (moradores) e de voluntários brasileiros e es-trangeiros”, garante.

Demóstenes andrade explica que as casas são construídas a partir do momento em que a comunidade en-tra em contato com a OnG. Por ini-ciativa própria ou mesmo por parte do poder público. “São pessoas que

moram de aluguel em barracos. as comunidades são passíveis de regu-lamentação fundiária.”

“Elaboramos um projeto de inclu-são ampla dessas famílias, damos o apoio técnico em parceria com os poderes públicos (nas três esfe-ras) e com empresas privadas, que têm sua responsabilidade social, além de outras OnGs”, completa o dirigente.

a integração e sustentabilidade das comunidades são realizadas de maneira difusa. “além do déficit de moradia, as pessoas têm necessida-des diversas, como educação, saú-de, alimentação, trabalho, renda. É

preciso alinhar todos esses anseios para que haja, de fato, a sustentabi-lidade dessas famílias.”

Os materiais utilizados, como ti-jolos, madeira e cimento, são todos certificados e atendem aos padrões estabelecidos pelo mercado. tudo para que não haja qualquer tipo de problema para os futuros donos das casas. “a educação ambiental é in-serida nos nossos projetos, e conta-mos com a efetiva participação de todos”, conclui.

Com sede no Recife e em São Paulo, além dos estados da Bahia e de Goiás, a habitat para a humani-dade Brasil já esteve presente em outros seis estados.

Voluntariado

um dos braços fortes do habitat para a humanidade é justamente o voluntariado. Seja esse contingen-te de dentro ou mesmo de fora do País. É desse personagem que ema-na uma das energias propulsoras

que fazem casas sustentáveis serem erguidas. Com suor, solidariedade e vontade de transformar uma reali-dade severa em algo mais humano.

natural de Liverpool, cidade por-tuária do norte da Inglaterra, o casal de profissionais liberais veio pela primeira vez à américa do Sul. na bagagem, dois objetivos: conhecer novas culturas e contribuir para o programa de construção sustentá-vel de uma comunidade rural de Fei-ra nova, a 77 quilômetros do Recife.

a relações-públicas Linda Moore e o jornalista Craig Moore passaram uma semana em Pernambuco. Vi-venciar e atuar no projeto Mulheres Recriando Vidas lhes trouxe satisfa-ção e entusiasmo. “Estamos muito contentes em poder contribuir para uma vida melhor dessas famílias. É muito gratificante”, revela Linda. O projeto começou em 2010 e está em execução. Segundo Demóstenes Moraes, as 20 primeiras casas foram entregues aos moradores. Cada uni-dade tem 42 metros quadrados e é constituída de dois quartos, sala, co-zinha e banheiro.

O critério de escolha do volunta-riado é feito a partir de cada unida-de da habitat para a humanidade, seja no Brasil ou em cada país de origem. “Mas é interessante ob-servar que eles (voluntários) é que escolhem o destino”, relata a co-ordenadora de voluntariado Maria helena Moraes. “além de despesas com passagens e hospedagens, eles ainda têm que contribuir com a do-ação de uS$ 600,00 para o destino, sendo uS$ 400,00 para o escritório nacional e uS$ 200,00 para o proje-to com o qual se comprometeram.”

Verdever

Já no Sudeste, o destaque fica por conta da OnG Verdever. Com fi-liais nas cidades de São Paulo, uba-tuba e Itamonte, a Verdever con-tribui com a sustentabilidade em três pilares: Lixo Zero, Arquitetura Sustentável e Energia Renovável

A sustentabilidade é uma realidade irreversí-vel no mercado nacional

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capa

Dona Sofia Araújo, uma das beneficiadas do projeto Varjada. Além da casa, ela recebeu uma cisterna de 16 mil litros

— reaproveitando todos os tipos de resíduo descartado pelas comuni-dades, transformando-os em novos elementos limpos para construção sustentável. “Ensinamos a tecnolo-gia aos moradores e às populações carentes — uso de terra crua api-loada (taipa de pilão) e reaprovei-tamento dos resíduos sólidos e or-gânicos com o intuito de solucionar duas das maiores problemáticas do mundo contemporâneo: acúmulo de lixo e carência de habitação. Hoje 44% da humanidade não tem casa e qualidade de vida”, conta a presi-dente da Verdever, Márcia Macul.

Porém, nem tudo são flores para a realidade sustentável em que o universo da Verdever atua. De acor-do com Márcia Macul, como utilizam materiais alternativos, em substi-tuição aos materiais convencionais (tipo cimento e ferro), não há uma divulgação à altura do trabalho.

“não se disseminam essas tecnolo-gias na grande mídia por questões de ordem econômica. O mercado impede que essa demanda seja re-percutida com maior ênfase.”

na opinião de Márcia Macul, a ausência de políticas públicas para a habitação popular sustentável é uma realidade muito distante da ideal. O quadro é defasado, e não há uma preocupação essencial do poder público para com o desdo-bramento causado por essa lacuna. “a falta de política pública é a falta de vontade que cerca toda a classe, principalmente nestes dois temas: acúmulo de lixo e habitação popu-lar. não há cidade no País com mais de 10% de reaproveitamento de lixo. E isso é sanidade pública, hi-giene, saúde. Projetos sustentáveis de moradia popular ainda são raros, somente se usam materiais conven-cionais, como o cimento, que hoje

colabora com 10% do aquecimento da atmosfera. O máximo que se fala é um aquecedor solar”, critica.

Como solução, Macul vislumbra a adesão a uma lei nacional que, por ora, conta apenas no papel. “O Bra-sil está muito atrasado, e, até 2014, todas as cidades devem se alinhar à Política nacional dos Resíduos Sóli-dos / Responsabilidade Reversa. Lei que não é ainda obedecida por ne-nhum município”, aponta.

a OnG ganhou o Concurso Sus-tainable Urban Housing, das Fun-dações Ashoka / Rockefeller, para essa ideia ser multiplicada nos 32 países das américas do Sul e Cen-tral. atualmente estão formando parceria com cientistas e tecnó-logos da Estônia (amparados pela união Europeia), que já possuem equipamentos para tratar de aterros consolidados e novos descartes em prol de reaproveitamento total, Lixo

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FOtO: PauLO LOPES

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O Selo Casa Azul é uma metodologia de classificação socioambiental de projetos de empreendimentos habitacionais financiados pela Caixa Econômica Federal. O Selo é o primeiro sistema de classificação da sustentabilidade de projetos habitacionais ofertado no Brasil e desenvolvido para a realidade da construção habitacional brasileira.

São 53 ideias sustentáveis que podem ser incorporadas aos projetos na sua concepção e são divididas em seis categorias

de avaliação: Qualidade Urbana; Projeto e Conforto; Eficiência Energética; Conservação de Recursos Materiais; Gestão da água; e Práticas Sociais.

O Selo possui três níveis de gradação: bronze, prata e ouro. Para obter o Selo, o projeto deve atender a, no mínimo, 19 critérios de avaliação, que dão direito ao nível bronze do Selo. O Selo é voluntário e pode ser pleiteado por construtoras, prefeituras, incorporadoras, companhias de habitação, associações e cooperativas.

zero capaz de transformar todas as cidades brasileiras em municípios verdes sustentáveis.

na avaliação do coordenador do conselho de meio ambiente do Sin-dicato da Indústria da Construção Civil em São Paulo (SindusCon-São Paulo), andré aranha, a sustenta-bilidade é uma realidade irrever-sível no mercado nacional. no seu entendimento, as casas populares abrangem um nicho mercadológico considerável. “Cada vez mais, as em-presas recebem certificações sobre

construções sustentáveis. A tendên-cia é que os imóveis comerciais divi-dam espaço agora com os habitacio-nais, desde pequenas intervenções às mais abrangentes”, atesta.

Questionado sobre a viabilidade econômica dessa iniciativa, andré aranha garante que é uma oportuni-dade de se fazer grandes negócios. Como a sustentabilidade é um con-ceito ainda relativamente novo no setor de construção civil, nada como adequar-se às novas expectativas. “Os benefícios estão atrelados ao

Selo Casa azul da Caixa Econômi-ca Federal, onde há uma série de critérios a observar por parte dos empreendedores.”

E o setor de casas populares tem sido objeto de discussão em inú-meros seminários realizados pelos empresários do ramo. andré ara-nha afirma que é natural e gradati-va a filosofia de implementação da sustentabilidade nos canteiros de obras. “hoje em dia isso está bas-tante assimilado pelas pessoas que fazem o mercado”, completa.

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estAbilizAção em longo prAzoConstrução civil inicia o ano em ritmo de desaceleração. apesar do desempenho abaixo do esperado, especialistas seguem confiantes na recuperação do setor para o segundo semestre

A indústria da construção civil co-meçou 2013 com o pé no freio.

Em janeiro, o indicador de evolução do nível de atividade em relação ao usual ficou em 46,4 pontos, número abaixo dos 50 pontos, o que eviden-cia atividade aquém da esperada para o mês. O cenário pessimista também se refletiu na oferta de empregos. O número de empregados no primeiro mês do ano ficou em 45,8 pontos. No mesmo período do ano anterior, o

por Isabela Morais

índice era de 49. Os indicadores va-riam de 0 a 100. Valores menores que 50 indicam queda. A utilização da ca-pacidade de operação (UCO), indica-dor que mede o volume de recursos, mão de obra e maquinário usados pelas empresas, registrou o menor nível em 12 meses, aproximadamen-te 68%. Como comparação, em abril do ano passado, a taxa chegou a 72%. Os números variam de 0% a 100% a partir da série iniciada em janeiro de

2012. Os dados são da Sondagem da Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da In-dústria, de 1º a 18 de fevereiro, com 440 empresas do ramo de todo o País, sendo 154 pequenas, 192 médias e 94 grandes.

Para Danilo Garcia, economista da Confederação Nacional da Indústria, os números coletados revelam que a indústria da construção civil iniciou o novo ano ainda ligada ao cenário

O número de empregados na construção civil caiu 3,2 pontos de janeiro de 2012 até janeiro de 2013 FOtO: Jan RIBEIRO

FEvEREIRO 201382 FEvEREIRO 2013 83

economia e negócios

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mais desfavorável observado no final de 2012. Em dezembro, o nível de ati-vidade em relação ao usual registrou índice de 46,5 pontos. O número de empregados foi de 46,1 pontos. “Os dados de janeiro apontam para uma continuidade da situação mais nega-tiva, flagrada no ano passado”, avalia. A causa da desaceleração foi o pró-prio desaquecimento da economia brasileira em geral. “O setor não pas-sou ileso à desaceleração da econo-mia que temos observado nos últimos anos. A própria redução da compra de imóveis e os menores investimen-tos acabaram afetando negativamente nosso setor, e agora estamos passando por um momento não muito favorá-vel”, afirma.

Ana Maria Castelo, economista e coordenadora da construção civil da Fundação Getulio Vargas, explica que os índices divulgados pela sondagem mostram que a construção cresceu em um ritmo lento, seguindo o mo-vimento que atinge progressivamen-te o setor desde o segundo semestre de 2012, mas não indica sinais de estagnação. A mesma interpretação também se aplica aos índices relacio-nados ao número de empregados. A construção não deixou de empregar em 2013, mas está gerando empre-gos de maneira mais lenta do que nos anos anteriores. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e De-sempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego divulgados em setembro, a construção civil foi o segundo setor que mais empregou no Brasil durante os seis primeiros me-ses de 2012. No período, foram cria-dos aproximadamente 205 mil postos de trabalho com carteira assinada. O setor só perdeu para o de serviços, que gerou 469 mil empregos. Mesmo empregando tanto, em comparação com os dados do ano interior, houve queda.

Um fator que puxou os números econômicos da construção para baixo foi o fraco desempenho do segmen-to imobiliário. Apesar de também ter afetado de modo indiscriminado

a área de infraestrutura, a economia mais fraca do País reduziu fortemente os negócios de imóveis, o que pesou para o resultado da construção em geral. “Estamos vindo de um ciclo de lançamentos menores nos últi-mos dois anos, com vendas menores, logo após o fim de um ciclo anterior robusto, com muitas obras. O que as pesquisas mostram é que o seg-mento imobiliário apresentou uma queda mais forte”, explica a econo-mista. Outras causas que contribuí-ram para a má performance do setor foram as reduções dos investimentos das empresas e a queda dos investi-mentos do setor público em obras de infraestrutura.

expectativas

De acordo com a sondagem da Confederação Nacional da Indústria,

as expectativas dos empresários da construção para os próximos meses são positivas. Os quatro indicadores avaliados (nível de atividade, novos empreendimentos e serviços, compras de insumos e matérias-primas e nú-mero de empregados) apresentaram números superiores a 50. O otimis-mo, porém, foi discreto. Em todos os itens, as taxas foram menores do que as verificadas no mesmo mês do ano interior. As projeções para o nível de atividade caíram de 62,2 pontos para 59,3 pontos. O índice para novos em-preendimentos e serviços registrou a mesma queda. Já o indicador de com-pras de insumos e matérias-primas foi de 62,2 pontos para 57,6 e o índice do número de empregados baixou de 60,8 para 56,5 pontos.

Para Danilo Garcia, a redução do otimismo é sinal de que o tempo permanecerá fechado e de que não

FEvEREIRO 201382 FEvEREIRO 2013 83

Fonte: Confederação Nacional da Indústria

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há previsão para uma recuperação consistente do setor até o final do primeiro semestre de 2013. “Nossos indicadores de expectativa estão bem acima dos 50 pontos, o que indica uma situação positiva. Só não é pos-sível afirmar que o reestabelecimen-to da construção civil acontecerá em um período de quatro, cinco ou seis meses. Não há qualquer previsão de melhora em curto prazo”.

O cenário ruim, todavia, tem tudo para mudar em longo prazo. Ana Maria Castelo acredita na recupera-ção do setor ainda em 2013. Para a economista, a construção civil deve crescer entre 3,5% e 4% este ano. Em outubro de 2012, Ana Maria já havia afirmado a mesma expectativa du-rante a Reunião da Conjuntura da Diretoria do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP). A análise foi reafirmada mesmo após a divul-gação da sondagem da Confederação Nacional da Indústria.

“Nos seis primeiros meses do ano, o crescimento será lento. Acre-ditamos em um desenvolvimento

mais forte e sustentável a partir do segundo semestre”, opina. No ritmo esperado pela economista, a cons-trução civil deverá se desenvolver

pouco acima da média da economia brasileira. Apesar do Ministério da Fazenda manter uma expectativa de crescimento de cerca de 4%, os economistas do mercado financeiro preveem uma taxa entre 3% e 3,5%. Ou seja, construção civil e economia

nacional andarão próximas. Em anos anteriores, o setor manteve uma taxa de ascensão muito superior à média nacional. De acordo com a economista, o governo federal vem sinalizando que pode se render à necessidade de promover parcerias e concessões para a iniciativa priva-da com o objetivo de tornar viável os investimentos em infraestrutu-ra. A ação estimularia ainda mais o desenvolvimento do setor. “Se o in-vestidor privado não participar da economia, certamente haverá uma redução das expectativas.” Durante a reunião do SindusCon-SP, Ana Maria também defendeu reduções pontuais em tributos e a redução dos encargos previdenciários.

Os números de 2012 e 2013 pas-sam longe dos índices alcançados em 2011, quando a construção civil re-gistrou um de seus melhores momen-tos na história. Para os economistas, a “grande era da expansão” parece ter chegado ao fim. Resta esperar que o setor se estabilize e passe a crescer em correspondência com à média de expansão da economia nacional.

Danilo Garcia, economista da CNI, afirma que 2013 começou com o cenário desfavorável do ano passado FOtO: MIGuEL ânGELO/CnI

FEvEREIRO 201384 FEvEREIRO 2013 85

economia e negócios

Os números de 2012 e 2013 passam longe dos índices alcançados em 2011, quando a cons-trução civil registrou um de seus melhores momentos na história

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FEvEREIRO 201386 FEvEREIRO 2013 87

custo unitário básico - cub

Os valores abaixo referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Estes custos unitários foram calculados con-

forme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes--diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.” Os preços unitários dos insumos constantes do lote básico foram cotados no período de: 1 à 23 de Dezembro de 2012. A partir de fevereiro/2007, com a entrada em vigor da NBR 12.721/2006, adotamos o projeto-padrão R-16-N como o novo CUB PADRÃO do SINDUSCON/PE, e passamos a divulgar os valores referentes a materiais, mão de obra, despesas administrativas e equipamentos, que formam este CUB Padrão, bem como suas variações percentuais no mês, no ano e em 12 meses.

proJetos pAdrão de AcAbAmentoprojetos- -pAdrões

r$/ m²

vAriAção percentuAl

mensAlAcumulAdo

no AnoAcum. em 12 meses

RESIDENCIAIS

R-1 (Residência Unifamiliar)

Baixo R-1-B 1.094,69 0,46% 10,64% 10,64%

Normal R-1-N 1.331,87 0,69% 11,10% 11,10%

Alto R-1-A 1.695,17 0,85% 10,40% 10,40%

PP-4 (Prédio Popular)Baixo PP-4-B 1.004,53 0,72% 8,76% 8,76%

Normal PP-4-N 1.253,99 0,61% 11,18% 11,18%

R-8 (Residência Multifamiliar)

Baixo R-8-B 948,88 0,61% 8,61% 8,61%

Normal R-8-N 1.071,23 0,62% 10,06% 10,06%

Alto R-8-A 1.362,98 0,84% 10,54% 10,54%

R-16 (Residência Multifamiliar)Normal R-16-N 1.044,97 0,64% 9,90% 9,90%

Alto R-16-A 1.346,04 0,63% 9,74% 9,74%

PIS (Projeto de Interesse Social) PIS 721,42 0,74% 9,85% 9,85%

RP1Q (Residência Popular) RP1Q 1.033,33 0,41% 8,76% 8,76%

COMERCIAIS

CAL-8 (Comercial Andares Livres)Normal CAL-8-N 1.208,26 0,29% 9,82% 9,82%

Alto CAL-8-A 1.329,02 0,45% 10,44% 10,44%

CSL-8 (Comercial Salas e Lojas)Normal CSL-8-N 1.025,70 0,23% 9,62% 9,62%

Alto CSL-8-A 1.159,54 0,52% 10,65% 10,65%

CSL-16 (Comercial Salas e Lojas)Normal CSL-16-N 1.367,86 0,37% 9,56% 9,56%

Alto CSL-16-A 1.545,63 0,63% 10,56% 10,56%

GI (Galpão Industrial)GI 577,88 0,34% 7,98% 7,98%

discriminAção vAlor(r$/m2)vAriAção percentuAl

mensAl no Ano em 12 meses

CuB DE MATERIAIS 548,65 1,22% 7,69% 7,69%

CuB DE MÃO DE OBRA 447,79 0,00% 10,70% 10,70%

CuB DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS 42,25 0,00% 36,95% 36,95%

CUB DE EQUIPAMENTOS DE OBRA 6,28 0,00% 4,84% 4,84%

CuB TOTAL 1.044,97 0,64% 9,90% 9,90%

vaRiaçÃo do Cub-padRÃo: R-16-N

Fevereiro de 2013

Page 87: Revista Construir Nordeste Ed.66

Depois de muito falar, mostrar da-dos e insistir que um dos setores

que mais movimenta a economia é o da construção civil, o Governo Federal vem se posicionando corretamente em muitas questões para dinamizar mais e mais esse segmento econômico. Quer seja com obras de infraestrutura, quer seja com incentivos à aquisição de moradias.

Observando a fatia que cabe à ques-tão habitacional, além das ações já rea-lizadas, é necessário também atualizar o limite máximo para o uso do Fun-do de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para aquisição de imóveis. Entre os objetivos do FGTS, dito pelo próprio Governo ao instituí-lo, está o de “Proporcionar ao trabalhador au-mento de sua renda real, pela possibi-lidade de acesso à casa própria”. Nesse sentido, muitos apontam que nem li-mite deveria existir; afinal, esse é um recurso conquistado pelo trabalhador e como tal deveria ser usado por ele para adquirir a tão sonhada casa pró-pria, independentemente do valor. Mas outros defendem que esses re-cursos devam apenas ser direcionados para moradias para as classes de renda mais baixa, como se a necessidade por moradia fosse apenas desses consu-midores. Mas, se essa discussão não evolui no sentido de eliminar o limite, deve ao menos evoluir para revisá-lo, pois, pelo que assistimos nos útimos anos em termos de elevação dos pre-ços dos imóveis, essa revisão já passou da hora, excluindo muitos consumi-dores que esperam poder fazer uso do seu recurso — se não para quitar, que seja para reduzir seu endividamento junto aos agentes financiadores.

A regra em vigor diz que o teto para financiamentos habitacionais com uso dos recursos do FGTS é de até R$ 500 mil. Esse teto foi revisado pela última vez em 2009, quando saiu de R$ 350 mil para os atuais R$ 500 mil (43% de ampliação). Só que, de 2009 para cá, não houve mais revisão e isso tem excluído muitas pessoas que desejam adquirir e/ou adquiriram seus imó-veis. Para os que compraram há alguns anos, ainda na planta, por exemplo, havia a “certeza” de poder liquidar e/ou amortizar seu saldo devedor no momento do repasse, tendo em vista o valor do imóvel à epoca se enquadrar no teto da regra. Entretanto, com a va-lorização do valor do metro quadrado nos últimos anos, esse teto foi há mui-to superado, gerando descasamento e aflição para o consumidor quando descobre esse fato.

Para se ter uma ideia, só em 2012, de acordo com a pesqusia Fipe-ZAP, a valorização do preço do metro qua-drado no composto nacional atingiu 13,7%; e estou apenas me referindo ao ano de 2012. Estatísticas outras (ante-riores à implantação do índice Fipe--ZAP) apontam para uma valorização acumulada de 2009 a 2012, de no mí-nimo, 60%. Então, aplicando-se esse índice mínimo, o citado teto deveria

sair dos atuais R$ 500 mil para, pelo menos, R$ 800 mil. As apostas do mer-cado são para R$ 750 mil, o que daria uma variação de 50%.

Essa é uma questão urgente que o Governo não deve ignorar, e acredito que não ignorará, tendo em vista as medidas de incentivo ao setor, como a recentemente divulgada desonera-ção da folha de pagamento das em-presas de construção civil (MP 601 de 20/12/12).

Mas há quem diga que essa eleva-ção abalaria o volume de recursos do FGTS, que também tem outros objeti-vos além do acima citado, destinando--se também a “Formar um fundo de indenizações trabalhistas; oferecer ao trabalhador, em troca da estabilidade no emprego, a possibilidade de formar um patrimônio; formar fundo de re-cursos para o financiamento de pro-gramas de habitação popular, sanea-mento básico e infraestrutura urbana”.

Entretanto, fica a informação que a própria gestora do FGTS, a Caixa Eco-nômica Federal, através de um parecer sobre essa questão, divulgou: apenas 0,2% dos trabalhadores brasileiros têm renda necessária para comprar imó-veis nesse patamar, não havendo assim “agressão” maior ao volume do fundo. A casa própria é direito de todos, as-sim como o FGTS é direito de quem trabalhou para consegui-lo.

Já pAssou dA horA de revisAr: os consumidores AguArdAm!

*Mônica Mercês é economista, as-sessora de Planejamento e Inteli-gência de Mercado da Diretoria da Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário – QGDI.

Mônica Mercês*

É necessário também atualizar o limite máximo para o uso do FGTS para aquisição de imóveis

FEvEREIRO 201386 FEvEREIRO 2013 87

construir economia

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FEvEREIRO 201388 FEvEREIRO 2013 89

IndIcadores

M ais um ano passou e o mercado imobiliário da Região Metro-

politana do Recife (RMR) continuou aquecido, registrando um quantitati-vo de vendas superior ao apresenta-do em 2011, atingindo o número de 7.238 unidades em 2012, 30,2% maior que em 2011, quando o total de ven-das de imóveis residenciais atingiu 5.560 unidades.

Fatores como uma baixa taxa de desocupação (5,7% em novembro/12), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atrela-dos ao aumento do rendimento médio da população ocupada, à expansão do

crédito imobiliário e ao efeito mul-tiplicador na economia, causado pe-los investimentos que aportam desde 2007 no Estado de Pernambuco, ex-plicam, em parte, o que hoje acontece no mercado da RMR.

Não por acaso, na Pesquisa do Ín-dice de Velocidade de Vendas (IVV), realizada pela Federação das Indús-trias do Estado de Pernambuco há mais de 17 anos, a média anual de 2012 se manteve na casa dos 13% pelo terceiro ano consecutivo, além da recuperação do estoque, com 8.051 unidades residenciais novas lançadas na Região Metropolitana do Recife

*Danyelle Monteiro é economista, conse-lheira do Conselho Regional de Economia de Pernambuco (Corecon-PE) e atua na Uni-dade de Pesquisas Técnicas da Fiepe.

Danyelle Monteiro*

vendas

2012: um Ano Aquecido e de novAs centrAlidAdes pArA o mercAdo imobiliário do grAnde reciFe

bairros abs % 1quarto 2quarto 3quartos 4quartos

Muribara (S. Lourenço) 1.322 18,3 0 1.322 0 0

Boa Viagem 1.108 15,3 405 246 260 197

Ipojuca (centro) 792 10,9 0 762 25 5

Candeias 489 6,8 0 460 29 0

Imbiribeira 279 3,9 0 266 13 0

Paulista (centro) 277 3,8 0 277 0 0

Boa Vista 259 3,6 153 40 23 43

Peixinhos 256 3,5 0 256 0 0

Rosarinho 237 3,3 70 50 81 36

Madalena 176 2,4 0 0 170 6

Apipucos 158 2,2 0 8 19 131

Casa Amarela 141 1,9 0 19 113 9

Jardim Paulista 128 1,8 0 96 32 0

Arthur Lundgren 122 1,7 0 35 87 0

Cordeiro 101 1,4 0 33 68 0

Torre 93 1,3 0 55 31 7

Cabo 92 1,3 72 20 0 0

Paiva 90 1,2 0 0 26 64

Espinheiro 89 1,2 1 62 26 0

Outros 1.029 14,1 62 376 449 142

Total 7.238 100,0 763 4.383 1.542 640

no ano, superior inclusive aos lança-mentos de 2010 (5.374 unidades) e de 2011 (5.072 lançamentos).

Aprofundando nossa análise em relação ao ano de 2012, o que a pes-quisa do IVV apontou foi o surgi-mento de novos bairros, a exemplo de Muribara, em São Lourenço da Mata, cidade da Copa, destaque em vendas no ano (18,3% do total), assim como o Centro e Praia de Muro Alto, em Ipojuca (somando 11,4% do total), Arthur Lundgren e Conceição, em Paulista, e Paiva. Quem não gostaria de morar perto do trabalho (exemplo de Ipojuca) ou adquirir seu primeiro imóvel aproveitando os subsídios do Programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida (MCMV) ou até mesmo um imóvel na praia?

A tendência dos imóveis residen-ciais novos comercializados no Gran-de Recife, segundo a pesquisa do IVV, é de apartamentos cada vez meno-res, com área privativa de até 50 m² (44,3% das vendas de 2012), seguida por aqueles com área entre 51 e 60 m² (20,4% dos imóveis novos comercia-lizados no ano), além do surgimento de novos bairros e, consequentemente, da intensificação das atividades nesses e em outros bairros que começaram a aparecer na pesquisa recentemente, a exemplo de Rio Doce, do Centro de Paulista (desde 2009) e do Centro de Camaragibe (desde 2011).

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INSUMOS

JAneiro-2012 - cotação no período de 05 a 23-01-2012.Esta seção contém a listagem de preços unitários de insumos para construção civil. Responsabilidade técnica do engenheiro Clelio Fonseca de Morais (CREa nº 041752. titular da CM-assessoria de Obras Ltda.) Fone: (81) 3236.2354 - 9108.1206 | [email protected] | www.cleliomorais.com.br Assinantes da Revista Construir Nordeste têm desconto de 50% sobre o preço da assinatura anual da lista de preços de serviços, contendo a listagem resumida de preços unitários (com preços unitários de materiais e mão de obra separados); um quadro com diversos indicadores econômicos e setoriais dos últimos 13 meses, e mais outras informações interessantes para o setor.

AglomerAntes

Cal hidratado Calforte Narduk kg 0,58 Cal hidratado Calforte Narduk (saco com 10 kg)

sc 5,78

Cimento Portland kg 0,430

Cimento Portland (saco c/ 50 kg) sc 21,71

Cimento branco específico Narduk kg 1,02 Cimento branco específico Narduk (saco com 40 kg)

sc 40,99

Gesso em pó de fundição (rápido) kg 0,42 Gesso em pó de fundição (rápido) (saco com 40kg)

sc 16,98

Gesso em pó para revestimento (lento) kg 0,34 Gesso em pó para revestimento (lento) (saco com 40kg)

sc 13,67

Gesso Cola kg 1,63

Gesso Cola (saco com 5kg) sc 7,67

ArteFAtos de cimento

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/9x19x39cm(2,5MPa)

un 1,55

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/12x19x39cm(2,5MPa)

un 1,75

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/14x19x39cm(2,5MPa)

un 2,07

Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/14x19x39cm(4,5MPa)

un 2,40

Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/19x19x39cm(4,5MPa)

un 3,05

Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU's aberta 60x40x40cm

un 56,33

Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU's fechada 60x40x50cm

un 71,97

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's aberta 70x50x40cm

un 74,83

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's aberta 70x45x60cm

un 86,33

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's fechada 70x45x60cm

un 73,00

Elemento vazado de cimento Acinol-CB2/L com 19x19x15cm

un 2,80

Elemento vazado de cimento Acinol-CB6/L/Veneziano 25x25x8cm

un 4,20

Elemento vazado de cimento Acinol-CB7/L/Colmeia com 25x25x10cm

un 4,90

Elemento vazado de cimento Acinol-CB/9/Boca de Lobo 39x18x9cm

un 4,20

Lajota de concreto natural lisa para piso de 50x50x3cm

m2 15,13

Lajota de concreto natural antiderrapante para piso de 50x50x3cm

m2 16,10

Meio fio de concreto pré-moldado de 100x30x12cm

un 15,50

Nervura de 3,00m para laje pré-moldada com SC=200kg/m2

m 8,17

Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2)

m2 28,00

Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2)

m2 30,50

Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2)

m2 32,67

Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2)

m2 35,50

Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/25 Mpa (34pç/m2)

m2 33,67

Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/35 Mpa (34pç/m2)

m2 37,33

Piso de concreto vazado ecológico (tipo cobograma)

m2 31,83

Tubo de concreto simples de 200mm classe PS1

m 12,60

Tubo de concreto simples de 300mm classe PS1

m 19,12

Tubo de concreto simples de 400mm classe PS1

m 27,92

Tubo de concreto simples de 500mm classe PS1

m 35,68

Tubo de concreto simples de 600mm classe PS1

m 55,25

Tubo de concreto simples de 800mm classe PS1

m 105,30

Tubo de concreto simples de 1000mm classe PS1

m 154,60

Tubo de concreto simples de 1200mm classe PS1

m 230,00

Tubo de concreto armado de 300mm classe PA2

m 45,00

Tubo de concreto armado de 400mm classe PA2

m 56,15

Tubo de concreto armado de 500mm classe PA2

m 73,00

Tubo de concreto armado de 600mm classe PA2

m 106,00

Tubo de concreto armado de 800mm classe PA2

m 187,25

Tubo de concreto armado de 1000mm classe PA2

m 249,50

Tubo de concreto armado de 1200mm classe PA2

m 469,00

Verga de concreto armado de 10x10cm m 12,62 Vigota treliçada para laje B12 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 4,00m

m 8,13

Vigota treliçada para laje B12 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 4,00m

m 8,72

Vigota treliçada para laje B16 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 6,00m

m 7,32

Vigota treliçada para laje B16 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 6,00m

m 7,91

Vigota treliçada para laje B20 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 7,00m

m 7,38

Vigota treliçada para laje B20 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 7,00m

m 12,97

Vigota treliçada para laje B25 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 8,00m

m 7,62

Vigota treliçada para laje B25 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 8,00m

m 14,53

Vigota treliçada para laje B30 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 9,00m

m 8,12

Vigota treliçada para laje B30 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 9,00m

m 8,91

ArteFAtos de Fibrocimento

Caixa d'água cônica CRFS de 250 litros c/tampa Brasilit

un 79,02

Caixa d'água cônica CRFS de 500 litros c/tampa Brasilit

un 150,16

Caixa d'água cônica CRFS de 1000 litros c/tampa Brasilit

un 252,86

Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX superior Brasilit

un 4,10

Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX inferior Brasilit

un 4,10

Cumeeira articulada TKO superior para Kalhetão CRFS Brasilit

un 49,90

Cumeeira articulada TKO inferior para Kalhetão CRFS Brasilit

un 49,90

Cumeeira normal CRFS TOD 5G 1,10m Brasilit

un 34,37

Cumeeira normal CRFS TOD 10G 1,10m Brasilit

un 34,33

Cumeeira normal CRFS TOD 15G 1,10m Brasilit

un 34,33

Telha Kalheta 8mm de 3,00m Brasilit un 147,67

Telha Kalheta 8mm de 4,00m Brasilit un 181,95

Telha Kalheta 8mm de 5,50m Brasilit un 215,30

Telha Kalheta 8mm de 6,00m Brasilit un 239,94

Telha Kalheta 8mm de 6,50m Brasilit un 254,74

Telha Kalhetão 8mm de 3,00m CRFS Brasilit un 221,43

Telha Kalhetão 8mm de 6,70m CRFS Brasilit un 451,29

Telha Kalhetão 8mm de 7,40m CRFS Brasilit un 513,73

Telha Kalhetão 8mm de 8,20m CRFS Brasilit un 612,43

Telha Kalhetão 8mm de 9,20m CRFS Brasilit un 618,47

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 1,22x0,50m Brasilit

un 7,01

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,13x0,50m Brasilit

un 12,48

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,44x0,50m Brasilit

un 12,07

Telha Maxiplac de 6mm com 3,00x1,06m Brasilit

un 115,55

Telha Maxiplac de 6mm com 4,10x1,06m Brasilit

un 180,08

Telha Maxiplac de 6mm com 4,60x1,06m Brasilit

un 186,39

Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,22x1,10m Brasilit

un 25,80

Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,53x1,10m Brasilit

un 31,67

Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,83x1,10m Brasilit

un 37,17

Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,13x1,10m Brasilit

un 43,55

Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,44x1,10m Brasilit

un 49,93

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,22x1,10m Brasilit

un 31,20

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,53x1,10m Brasilit

un 37,83

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,83x1,10m Brasilit

un 44,63

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,13x1,10m Brasilit

un 52,27

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,44x1,10m Brasilit

un 62,87

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,22x1,10m Brasilit

un 39,50

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,53x1,10m Brasilit

un 49,70

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,83x1,10m Brasilit

un 59,50

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,13x1,10m Brasilit

un 69,70

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,44x1,10m Brasilit

un 79,90

AgregAdos

Areia fina m3 40,00

Areia grossa m3 45,00

Saibro m3 38,33

Barro para aterro m3 23,33

Barro para jardim m3 35,00

Pó de pedra m3 43,33

Brita 12 m3 75,00

Brita 19 m3 75,00

Brita 25 m3 73,33

Brita 38 m3 66,67

Brita 50 m3 63,33

Brita 75 m3 64,00

Pedra rachão m3 53,67

Paralelepípedo un 0,40

Meio fio de pedra granítica m 10,00

ArgAmAssA prontA

Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno (saco 20kg)

sc 5,75

Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno

kg 0,29

Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo (saco 20kg)

sc 11,55

Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo

kg 0,58

Argamassa Megaflex AC-III Narduk alta resistência (saco 20kg)

sc 21,93

Argamassa Megaflex AC-III-E Cinza Narduk alta resist. (saco 20kg)

sc 23,21

Massa para alvenaria (saco 40kg) sc 11,05 Reboco pronto Reboduk Narduk interno (saco 20kg)

sc 4,59

Reboco externo pronto (saco 20kg) sc 5,51

Rejunte aditivado interno (saco 40kg) sc 42,86

Rejunte aditivado interno Narduk kg 1,07

Page 91: Revista Construir Nordeste Ed.66

| FEvEREIRO 201390 | FEvEREIRO 2013 | | 91

insumos

Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm - rolo com 400m

un 187,78

Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm - rolo com 250m

un 99,75

Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm - rolo com 500m

un 185,34

bombAs centríFugAs

Bomba centrífuga trifásica de 1/2 CV Schneider

un 522,67

Bomba centrífuga trifásica de 3/4 CV Schneider

un 558,00

Bomba centrífuga trifásica de 1 CV Schneider

un 591,00

Bomba centrífuga trifásica de 1 1/2 CV Schneider

un 795,33

Bomba centrífuga trifásica de 2 CV Schneider

un 855,67

Bomba centrífuga trifásica de 3 CV Schneider

un 696,40

Bomba centrífuga trifásica de 5 CV Schneider

un 1.368,87

Bomba centrífuga trifásica de 7,5 CV Schneider

un 1.690,17

Bomba centrífuga monofásica de 1/4 CV Schneider

un 450,67

Bomba centrífuga monofásica de 1/2 CV Schneider

un 559,00

Bomba centrífuga monofásica de 3/4 CV Schneider

un 642,67

Chave de proteção magnética trifásica até 5CV WEG

un 154,33

Chave de proteção magnética trifásica até 7,5CV WEG

un 157,67

Chave de proteção magnética trifásica até 10CV WEG

un 200,00

Bóia para bomba com 10 amperes un 47,00

Bóia para bomba com 20 amperes un 47,07

cArpetes

Carpete Flortex Tradition Grafite da Fademac com 3mm

m2 11,23

Carpete Reviflex Diloop Grafite da Fademac com 4mm

m2 12,15

concreto usinAdo

Concreto usinado FCK=10MPa m3 236,50

Concreto usinado FCK=15MPa m3 240,50

Concreto usinado FCK=15MPa bombeável m3 261,00

Concreto usinado FCK=20 MPa m3 256,50

Concreto usinado FCK=20 MPa bombeável m3 277,50

Concreto usinado FCK=25 MPa m3 281,33

Concreto usinado FCK=25 MPa bombeável m3 295,00

Concreto usinado FCK=30 MPa m3 293,00

Concreto usinado FCK=30 MPa bombeável m3 315,00

Concreto usinado FCK=35 MPa m3 310,00

Concreto usinado FCK=35 MPa bombeável m3 332,50

Taxa de bombeamento m3 32,50

esquAdriAs de Alumínio

Janela de alumínio com bandeira m2 336,67

Janela de alumínio sem bandeira m2 303,33 Janela de alumínio tipo basculante 0,60x1,00m

m2 336,67

Porta de alumínio com saia e bandeira m2 450,00

esquAdriAs de Ferro

Gradil de ferro c/cantoneira L de 1.1/4" e barras de 1"x1/4"

m2 283,33

Portão de ferro em chapa preta nº 18 (cant.) m2 326,67 Portão em tela de ferro quadrada 13mm e fio 12

m2 510,00

Tubo de ferro preto de 2" m 18,37

Tubo de ferro preto de 4" m 38,76

Tubo de ferro preto de 6" m 90,87

Tubo de ferro galvanizado de 2" m 31,12

Tubo de ferro galvanizado de 2.1/2" m 38,98

Tubo de ferro galvanizado de 4" m 86,13

equipAmentos contrA-incêndio

Adaptador de 2.1/2"x1.1/2" un 54,40

Adaptador de 2.1/2"x2.1/2" un 68,37 Caixa de incêndio com 75x45x17cm para mangueira predial

un 236,00

Chave Storz un 17,67

Esguicho Jato sólido de 1.1/2" un 54,33

Extintor de água pressurizada 10 litros un 120,00

Extintor de CO2 de 6kg un 461,00

Extintor de pó quimico 4kg un 99,93

Extintor de pó quimico 6kg un 110,60

Extintor de pó quimico 8kg un 145,33

Extintor de pó quimico 12kg un 179,33 Mangueira predial de 1.1/2" x 15m com união

un 219,33

Mangueira predial de 1.1/2" x 30m com união

un 466,67

Porta corta fogo P90 de 0,80x2,10m un 919,50

Porta corta fogo P90 de 0,90x2,10m un 912,50

Registro Globo 45° de 2.1/2" un 136,50 Tampa de ferro fundido de 60x40cm "incêndio"

un 234,00

Tampão cego de 1.1/2" T.70 articulado un 60,12

esquAdriAs de mAdeirA

Porta em compensado liso semi-oca de 0,60x2,10x0,03m

un 60,85

Porta em compensado liso semi-oca de 0,70x2,10x0,03m

un 55,25

Porta em compensado liso semi-oca de 0,80x2,10x0,03m

un 55,75

Porta em compensado liso semi-oca de 0,90x2,10x0,03m

un 64,67

Porta em compensado liso de 0,60x2,10x0,03m EIDAI

un 68,30

Porta em compensado liso de 0,70x2,10x0,03m EIDAI

un 66,55

Porta em compensado liso de 0,80x2,10x0,03m EIDAI

un 74,02

Porta em compensado liso de 0,90x2,10x0,03m EIDAI

un 84,44

Porta em fichas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 167,30

Porta em fichas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 198,07

Porta em fichas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 242,67

Porta em fichas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m

un 241,77

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 182,00

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 203,00

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 219,25

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 154,26

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 160,26

Porta em amolfadas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 185,67

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m

un 216,00

Grade de canto em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte

un 45,33

Grade de caixa em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte

un 106,33

Grade de caixa em Jatobá até 1,00x2,10m para verniz ou cera

un 55,00

equipAmentos

Retroescavadeira 580H, 4x4 (com operador)

h 75,83

Andaime tubular de 1,5x1,0m (2peças=1,00m)

mês 12,00

Betoneira elétrica de 400L sem carregador mês 330,57

Compactador CM/13 elétrico mês 363,33

Compactador CM/20 elétrico mês 673,67

Cortadora de piso elétrica mês 597,67

Furadeira industrial Bosch ref. 1174 mês 151,00

Guincho de coluna (foguete) mês 302,33

Mangote vibratório de 35mm mês 81,67

Mangote vibratório de 45mm mês 81,67

Motor elétrico para vibrador mês 90,67

Pistola finca pinos mês 177,50

Pontalete metálico regulável (1 peça) mês 6,33

Serra elétrica circular de bancada mês 146,67

Ferros

Ferro CA-25 de 12,5mm kg 3,01

Ferro CA-25 de 20mm kg 3,26

Ferro CA-25 de 25mm kg 3,21

Ferro CA-50 de 6,3mm kg 3,68

Ferro CA-50 de 8mm kg 3,70

Ferro CA-50 de 10mm kg 3,49

Ferro CA-50 de 12,5mm kg 3,25

Ferro CA-50 de 16mm kg 3,27

Ferro CA-50 de 20mm kg 3,38

Ferro CA-50 de 25mm kg 3,16

Ferro CA-50 de 32mm kg 3,05

Ferro CA-60 de 4,2mm kg 3,38

Ferro CA-60 de 5mm kg 3,41

Ferro CA-60 de 6mm kg 3,33

Ferro CA-60 de 7mm kg 3,30

Ferro CA-60 de 8mm kg 2,61 Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2)

kg 5,74

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2)

m2 5,57

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2)

kg 5,54

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2)

m2 8,49

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2)

kg 5,50

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2)

m2 9,89

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2)

kg 5,64

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2)

m2 12,41

Forros, divisÓriAs e serviços de gesso

Bloco de gesso com 50x65x7,5cm para parede divisória

un 7,50

Placa de gesso lisa para forro com 65x65cm

un 3,25

Rodateto de gesso - friso com largura de até 6cm aplicado

m 15,00

Rodateto de gesso - friso com largura de até 15cm aplicado

m 18,00

Rodateto de gesso - friso com largura de até 20cm aplicado

m 20,00

Junta de dilatação de gesso em "L" de 2x2cm aplicada

m 12,50

Junta de dilatação de gesso em "L" de 3x3cm aplicada

m 18,00

FerrAgens de portA

Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1500 LaFonte

un 4,31

Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1410 LaFonte

un 4,55

Dobradiça em latão cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 90 LaFonte

un 8,74

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 521 E-CR LaFonte

un 81,22

Conjunto de fechadura interna ref. 521 I-CR LaFonte

un 61,11

Conjunto de fechadura para WC ref. 521 B-CR LaFonte

un 60,25

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 436E-CR LaFonte

un 56,31

Conjunto de fechadura interna ref. 436I-CR LaFonte

un 46,41

Conjunto de fechadura para WC ref. 436B-CR LaFonte

un 46,41

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 2078 E-CR LaFonte

un 73,87

Conjunto de fechadura interna ref. 2078 I-CR LaFonte

un 49,67

Conjunto de fechadura para WC ref. 2078 B-CR LaFonte

un 54,59

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 608E-CR LaFonte

un 127,63

Conjunto de fechadura interna ref. 608I-CR LaFonte

un 101,49

Conjunto de fechadura para WC ref. 608B-CR LaFonte

un 101,49

Rejunte aditivado flexível externo (saco 40kg)

sc 58,69

Rejunte aditivado flexível externo Narduk kg 1,47

ArAmes

Arame galvanizado nº 10 BWG liso 3.40mm kg 5,71 Arame galvanizado nº 12 BWG liso 2.76mm kg 5,79

Arame galvanizado nº 14 BWG liso 2.10mm kg 6,47

Arame galvanizado nº 16 BWG liso 1.65mm kg 6,85

Arame galvanizado nº 18 BWG liso 1.24mm kg 8,09

Arame recozido 18 BWG preto kg 6,67 Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm - rolo com 250m

un 117,42

Page 92: Revista Construir Nordeste Ed.66

| FEvEREIRO 201392 |

INSUMOS

Lajota de granito verde ubatuba de 15x30x2cm

m2 132,75

Bancada de granito verde ubatuba de 60x2cm

ml 174,34

Divisória de box em granito verde ubatuba 7x2cm

ml 23,43

Soleira de granito verde ubatuba de 15x2cm

ml 29,17

Rodapé de granito verde ubatuba de 7x2cm

ml 19,67

impermeAbilizAntes

Acquella (galão de 3,6 litros) gl 67,03

Acquella (lata de 18 litros) lata 297,90

Bianco (galão de 3,6 litros) gl 32,33

Bianco (balde de 18 litros) bd 140,02

Compound adesivo (A+B) (2 latas=1kg) kg 39,18 Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (galão de 3,6 litros)

gl 32,85

Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (balde de 18 litros)

bd 133,45

Frioasfalto (galão de 3,9 kg) gl 23,60

Frioasfalto (balde de 20kg) bd 117,17

Neutrol (galão de 3,6 litros) gl 56,48

Neutrol (lata de 18 litros) lata 224,48

Vedacit (galão de 3,6 litros) bd 16,35

Vedacit (balde de 18 litros) bd 64,78

Vedacit rapidíssimo (galão de 4 kg) gl 40,59

Vedacit rapidíssimo (balde de 20kg) bd 147,88

Vedaflex (cartucho com 310ml) cart 26,47

Vedapren preto (galão de 3,6 litros) gl 37,69

Vedapren preto (balde de 18kg) bd 147,88

Vedapren branco (galão de 4,5 kg) gl 69,45

Vedapren branco (balde de 18kg) bd 215,04

Sika nº 1 (balde de 18 litros) bd 57,66

Igol 2 (balde de 18kg) bd 136,43

Igol A (balde de 18kg) bd 201,48

Silicone (balde de 18 litros) bd 170,01

mAdeirAs

Assoalho de madeira em Ipê de 15x2cm m2 71,74

Assoalho de madeira em Jatobá de 15x2cm m2 78,05

Rodapé de madeira em Jatobá de 5x1,5cm m 8,93 Lambri de madeira em Angelim Pedra de 10x1cm

m2 29,50

Folha de "fórmica" texturizada branca de 3,08x1,25m

un 47,97

Folha de "fórmica" brilhante branca de 3,08x1,25m

un 43,47

Estronca roliça tipo litro m 1,80

Barrote de madeira mista de 6x6cm m 5,82

Sarrafo de madeira mista de 10cm (1"x4") m 2,87

Tábua de madeira mista de 15cm (1"x6") m 4,25

Tábua de madeira mista de 22,5cm (1"x9") m 5,61

Tábua de madeira mista de 30cm (1"x12") m 8,09 Madeira serrada para coberta (Massaranduba)

m3 2.379,00

Peça de massaranduba para coberta de 7,5x15cm

m 26,93

Peça de massaranduba para coberta de 6x10cm

m 18,39

Barrote de massaranduba para coberta de 5x7,5cm

m 9,53

Ripa de massaranduba para coberta de 4x1cm

m 4,74

Prancha de massaranduba para escoramento de 3x15cm

m 14,88

Prancha de massaranduba para escoramento de 5x15cm

m 28,53

Chapa de madeira plastificada de 10mm c/1,10x2,20m

un 41,18

Chapa de madeira plastificada de 12mm c/1,10x2,20m

un 46,61

Chapa de madeira plastificada de 15mm c/1,10x2,20m

un 55,93

Chapa de madeira plastificada de 17mm c/1,10x2,20m

un 71,45

Chapa de madeira plastificada de 20mm c/1,10x2,20m

un 81,88

Chapa de madeira resinada de 6mm c/1,10x2,20m

un 17,72

Chapa de madeira resinada de 10mm c/1,10x2,20m

un 25,98

Chapa de madeira resinada de 12mm c/1,10x2,20m

un 30,12

Chapa de madeira resinada de 15mm c/ 1,10x2,20m

un 36,26

Chapa de madeira resinada de 17mm c/1,10x2,20m

un 41,99

mAteriAis elétricos e teleFÔnicos

Eletroduto em PVC flexível corrugado de 1/2"

m 1,12

Eletroduto em PVC flexível corrugado de 3/4"

m 1,53

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2" (vara com 3m)

vara 4,00

Eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4" (vara com 3m)

vara 5,35

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1" (vara com 3m)

vara 7,85

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4" (vara com 3m)

vara 10,83

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2" (vara com 3m)

vara 13,53

Eletroduto em PVC rígido roscável de 2" (vara com 3m)

vara 17,30

Eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2" (vara com 3m)

vara 36,58

Eletroduto em PVC rígido roscável de 3" (vara com 3m)

vara 44,20

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2"

un 1,05

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4"

un 1,18

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1"

un 1,78

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4"

un 2,65

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2"

un 3,08

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2"

un 5,10

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2"

un 12,40

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3"

un 14,33

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2"

un 0,43

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4"

un 0,67

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1"

un 0,89

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4"

un 1,40

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2"

un 1,78

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2"

un 2,80

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2"

un 8,00

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3"

un 9,68

Bucha de alumínio de 1/2" un 0,30

Bucha de alumínio de 3/4" un 0,43

Bucha de alumínio de 1" un 0,62

Bucha de alumínio de 1.1/4" un 0,84

Bucha de alumínio de 1.1/2" un 1,01

Bucha de alumínio de 2" un 1,89 Bucha de alumínio de 2.1/2" un 2,40 Bucha de alumínio de 3" un 2,93 Arruela de alumínio de 1/2" un 0,19 Arruela de alumínio de 3/4" un 0,28

Arruela de alumínio de 1" un 0,48

Arruela de alumínio de 1.1/4" un 0,64

Arruela de alumínio de 1.1/2" un 0,80

Arruela de alumínio de 2" un 1,02

Arruela de alumínio de 2.1/2" un 1,24

Arruela de alumínio de 3" un 2,36

Caixa de passagem em PVC de 4"x4" un 3,06

Caixa de passagem em PVC de 4"x2" un 1,79 Caixa de passagem sextavada em PVC de 3"X3"

un 2,82

Caixa de passagem octogonal em PVC de 4"X4"

un 3,00

Soquete para lâmpada (bocal) com rabicho un 1,60

Soquete para lâmpada (bocal) sem rabicho un 1,79

Cabo de cobre nú de 10mm2 m 4,07

Cabo de cobre nú de 16mm2 m 5,63

Cabo de cobre nú de 25mm2 m 7,84

Cabo de cobre nú de 35mm2 m 11,24 Cabo flexível de 1,5mm2 com isolamento plástico

m 0,50

Cabo flexível de 2,5mm2 com isolamento plástico

m 0,82

Cabo flexível de 4mm2 com isolamento plástico

m 1,48

Cabo flexível de 6mm2 com isolamento plástico

m 2,04

Cabo flexível de 10mm2 com isolamento plástico

m 3,76

Cabo flexível de 16mm2 com isolamento plástico

m 5,87

Cabo flexível de 25mm2 com isolamento plástico

m 11,24

Cabo flexível de 35mm2 com isolamento plástico

m 13,65

Fio rígido de 1,5mm2 com isolamento plástico

m 0,52

Fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico

m 0,83

Fio rígido de 4mm2 com isolamento plástico

m 1,42

Fio rígido de 6mm2 com isolamento plástico

m 2,17

Fita isolante de 19mm (rolo com 20m) un 10,16

Disjuntor monopolar de 10A Pial un 8,25

Disjuntor monopolar de 15A Pial un 6,92

Disjuntor monopolar de 20A Pial un 7,25

Disjuntor monopolar de 25A Pial un 8,28

Disjuntor monopolar de 30A Pial un 7,25

Disjuntor tripolar de 10A Pial un 43,46

Disjuntor tripolar de 25A Pial un 43,33

Disjuntor tripolar de 50A Pial un 45,16

Disjuntor tripolar de 70A Pial un 71,90

Disjuntor tripolar de 90A Pial un 68,53

Disjuntor tripolar de 100A Pial un 68,26

Disjuntor monopolar de 10A GE un 5,38

Disjuntor monopolar de 15A GE un 5,25

Disjuntor monopolar de 20A GE un 5,50

Disjuntor monopolar de 25A GE un 5,50

Disjuntor monopolar de 30A GE un 5,50

Disjuntor tripolar de 10A GE un 45,00

Disjuntor tripolar de 25A GE un 41,25

Disjuntor tripolar de 50A GE un 42,00

Disjuntor tripolar de 70A GE un 69,35

Disjuntor tripolar de 90A GE un 60,00

Disjuntor tripolar de 100A GE un 60,00

Quadro de distribuição de energia em PVC para 3 disjuntores

un 12,43

Quadro de distribuição de energia em PVC para 6 disjuntores

un 39,83

Quadro de distribuição de energia em PVC para 12 disjuntores

un 70,85

Quadro metálico de distribuição de energia para 12 disjuntores

un 119,99

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 12 disjuntores

un 37,73

grAnitos

Granilha nº 02 (saco com 40kg) sc 10,40

Granilha nº 02 kg 0,17 Bancada em granito cinza andorinha de 60x2cm c/1 cuba,test.e esp.

m 163,30

Divisória de box em granito cinza andorinha de 7x2 cm

m 19,93

Soleira de granito cinza andorinha de 15x2 cm

m 24,95

Rodapé de granito cinza andorinha com 7x2cm

m 16,70

Lajota de granito cinza andorinha de 50x50x2cm

m2 103,08

Lajota de granito preto tijuca de 50x50x2cm

m2 118,30

Lajota de granito preto tijuca de 15x30x2cm

m2 124,33

Bancada de granito preto tijuca de 60x2cm m 215,77

Divisória de box em granito preto tijuca 7x2 cm

m 30,37

Soleira de granito preto tijuca de 15x2 cm m 37,00

Rodapé de granito preto tijuca de 7x2cm m 25,33

Lajota de granito verde ubatuba de 50x50x2cm

m2 115,17

Page 93: Revista Construir Nordeste Ed.66

| FEvEREIRO 201392 | FEvEREIRO 2013 | | 93

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Pratis

cj 6,20

Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Pratis

cj 12,20

Suporte padrão 4"x2" Pial Pratis un 0,61

Suporte padrão 4"x4" Pial un 1,23

Placa cega 4"x2" Pial Pratis un 2,13

Placa cega 4"x4" Pial Pratis un 5,04 Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Plus

cj 8,75

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Plus

cj 15,33

Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Plus

cj 21,58

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Plus

cj 11,45

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Plus

cj 21,58

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Plus

cj 18,90

Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Plus

cj 16,26

Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Plus

cj 18,75

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Plus

cj 7,24

Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Plus

cj 16,13

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial Plus

cj 13,68

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Plus

cj 11,03

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Plus

cj 10,50

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Plus

cj 8,23

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Plus

cj 8,46

Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Plus

cj 13,59

Suporte padrão 4"x2" Pial Plus un 1,00

Placa cega 4"x2" Pial Plus un 2,20

Placa cega 4"x4" Pial Plus un 5,43 Haste de aterramento Copperweld de 5/8"X2,40m com conectores

un 22,35

Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Pratis

cj 10,40

Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Pratis

cj 16,80

Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Plus

cj 14,65

Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Plus

cj 22,38

Cabo telefônico CCI 50 - 1 par m 0,33

Cabo telefônico CCI 50 - 2 pares m 0,47

Cabo telefônico CCI 50 - 3 pares m 0,78

Cabo telefônico CCI 50 - 4 pares m 1,12

Cabo telefônico CCI 50 - 5 pares m 1,31

Cabo telefônico CCI 50 - 6 pares m 1,69 Quadro metálico de embutir para telefone de 20x20x13,5cm

un 51,30

Quadro metálico de embutir para telefone de 30x30x13,5cm

un 81,56

Quadro metálico de embutir para telefone de 40x40x13,5cm

un 119,85

Quadro metálico de embutir para telefone de 50x50x13,5cm

un 144,44

Quadro metálico de embutir para telefone de 60x60x13,5cm

un 212,33

Quadro metálico de embutir para telefone de 80x80x13,5cm

un 356,38

Quadro metálico de embutir para telefone de 120x120x13,5cm

un 895,48

mAteriAis hidráulicos

Caixa sifonada de PVC de 100x100x50mm c/grelha branca redonda

un 7,46

Caixa sifonada de PVC de 100x125x50mm c/grelha branca redonda

un 10,55

Caixa sifonada de PVC de 150x150x50mm c/grelha branca redonda

un 17,38

Caixa sifonada de PVC de 150x185x75mm c/grelha branca redonda

un 17,83

Ralo sifonado quadrado PVC 100x54x40mm c/grelha

un 4,64

Adaptador de PVC para válvula de pia e lavatório

un 1,31

Bucha de redução longa de PVC soldável para esgoto de 50x40mm

un 1,25

Curva de PVC soldável para água de 20mm un 1,08

Curva de PVC soldável para água de 25mm un 1,34

Curva de PVC soldável para água de 32mm un 3,07

Curva de PVC soldável para água de 40mm un 6,00 Joelho 90° de PVC L/R para água de 25mm x 3/4"

un 1,80

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1/2"

un 0,87

Joelho 90° de PVC roscável para água de 3/4"

un 1,55

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1"

un 2,33

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/4"

un 5,90

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/2"

un 6,93

Joelho 90° de PVC roscável para água de 2"

un 13,70

Joelho 90° de PVC soldável para água de 20mm

un 0,29

Joelho 90° de PVC soldável para água de 25mm

un 0,43

Joelho 90° de PVC soldável para água de 32mm

un 1,25

Joelho 90° de PVC soldável para água de 40mm

un 2,85

Joelho 90° de PVC soldável para água de 50mm

un 3,02

Joelho 90° de PVC soldável para água de 65mm

un 13,74

Joelho 90° de PVC soldável para água de 75mm

un 46,08

Joelho 90° de PVC soldável para água de 85mm

un 56,33

Joelho 90° c/visita de PVC soldável para esgoto de 100x50mm

un 8,78

Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 40mm

un 0,98

Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 50mm

un 1,57

Joelho 45° de PVC soldável para esgoto de 50mm

un 2,00

Junção simples de PVC soldável para esgoto de 100x50mm

un 9,68

Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 3/4" CR/CR Deca

un 61,20

Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 1.1/2" CR/CR Deca

un 96,18

Quadro metálico de distribuição de energia para 20 disjuntores

un 123,50

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 20 disjuntores

un 46,33

Quadro metálico de distribuição de energia para 32 disjuntores

un 181,95

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 32 disjuntores

un 66,10

Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de embutir

un 28,90

Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de sobrepor

un 29,35

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Pratis

cj 5,72

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Pratis

cj 10,10

Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Pratis

cj 13,64

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Pratis

cj 7,55

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Pratis

cj 13,70

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Pratis

cj 12,38

Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Pratis

cj 11,70

Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Pratis

cj 14,90

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Pratis

cj 5,97

Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Pratis

cj 12,55

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial Pratis

cj 7,85

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Pratis

cj 8,90

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Pratis

cj 10,55

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Pratis

cj 5,68

Page 94: Revista Construir Nordeste Ed.66

| FEvEREIRO 201394 |

INSUMOS

Tubo de PVC soldável de 40mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 40,00

Tubo de PVC soldável de 50mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 48,45

Tubo de PVC soldável de 60mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 78,73

Tubo de PVC soldável de 75mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 118,33

Tubo de PVC soldável de 85mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 132,29

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 40mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 21,15

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 50mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 33,92

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 75mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 41,78

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 100mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre(vara c/6m)

vara 54,75

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 150mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 132,83

Válvula de retenção horizontal com portinhola de 2" Docol

un 145,50

Vedação para saída de vaso sanitário un 5,21

Adesivo para tubos de PVC (tubo com 1 litro)

litro 25,83

Solução limpadora para tubos de PVC (tubo com 1 litro)

litro 24,46

mAteriAis de pinturA

Fundo sintético nivelador branco fosco para madeira (galão)

gl 70,67

Selador PVA(liqui-base) para parede interna (galão)

gl 23,87

Selador PVA(liqui-base) para parede interna (lata c/18 litros)

lata 110,35

Selador acrílico para parede externa (galão) gl 23,27

Selador acrílico para parede externa (lata c/18 litros)

lata 98,83

Massa corrida PVA (galão) gl 10,53

Massa corrida PVA (lata c/18 litros) lata 32,57

Massa acrílica (galão) gl 22,90

Massa acrílica (lata c/18 litros) lata 93,03

Massa à óleo (galão) gl 41,33

Solvente Aguarrás (galão c/5 litros) gl 57,56

Tinta latex fosca para interior (galão) gl 23,57

Tinta latex fosca para interior (lata c/18 litros)

lata 101,93

Tinta latex para exterior (galão) gl 40,10

Tinta latex para exterior (lata c/18 litros) lata 175,93

Líquido para brilho regulador (galão) gl 45,07

Líquido para brilho regulador (lata c/18 litros)

lata 223,47

Tinta acrílica fosca (galão) gl 43,13

Tinta acrílica fosca (lata c/18 litros) lata 181,90

Textura acrílica (galão) gl 22,27

Textura acrílica (lata c/18 litros) lata 96,73

Impermeabilizante à base de silicone para fachadas (galão)

gl 57,46

Verniz marítimo à base de poliuretano (galão)

gl 49,60

Tinta antiferruginosa Zarcão (galão) gl 64,10

Esmalte sintético acetinado (galão) gl 60,73

Esmalte sintético brilhante (galão) gl 50,77

Tinta à óleo (galão) gl 41,64

Tinta à óleo para cerâmica (galão) gl 66,67

Tinta acrílica especial para piso (galão) gl 30,63 Tinta acrílica especial para piso (lata c/18 litros)

lata 144,30

Tinta epoxi: esmalte + catalizador (galão) gl 135,97

Diluente epoxi (litro) l 16,30

Lixa para parede un 0,42

Lixa para madeira un 0,38

Lixa d'água un 0,90

Lixa para ferro un 1,75

Estopa para limpeza kg 6,35

Ácido muriático (litro) l 3,56

Cal para pintura kg 0,68

Tinta Hidracor (saco com 2kg) sc 3,26 Massa plástica 3 Estrelas (lata com 500gramas)

lata 4,95

mAteriAis pArA instAlAção de águA quente

Tubo de cobre classe "E" de 15mm (vara com 5,00m)

un 60,40

Tubo de cobre classe "E" de 22mm (vara com 5,00m)

un 96,31

Tubo de cobre classe "E" de 28mm (vara com 5,00m)

un 113,68

Tubo de cobre classe "E" de 35mm (vara com 5,00m)

un 202,30

Tubo de cobre classe "E" de 54mm (vara com 5,00m)

un 374,96

mAteriAis sAnitários

Assento sanitário Village em polipropileno AP30 Deca

un 75,95

Assento sanitário almofadado branco TPK/A5 BR1 Astra

un 42,86

Assento convencional branco macio TPR BR1 em plástico Astra

un 15,20

Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Azálea branco gelo Celite

un 263,23

Conjunto bacia com caixa Saveiro branco Celite

un 163,90

Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena branco gelo Deca

un 280,83

Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena cinza real Deca

un 277,45

Bacia sanitária convencional Azálea branco gelo Celite

un 120,53

Bacia sanitária convencional Targa branco gelo Deca

un 236,83

Bacia sanitária convencional Izy branco gelo Deca

un 67,68

Bacia sanitária convencional Ravena branco gelo Deca

un 123,95

Bacia sanitária convencional Ravena cinza real Deca

un 125,95

Bacia sanitária convencional Village branco gelo Deca

un 169,30

Registro de gaveta Targa (base 4509+acab. C40 710 CR/CR) 1" Deca

un 43,12

Registro de gaveta Bruto B1510 de 1.1/2" Fabrimar

un 48,33

Registro de pressão Targa 1416 C40 de 3/4" CR/CR Deca

un 63,15

Tê de PVC roscável de 1/2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 1,23

Tê de PVC roscável de 3/4" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 1,72

Tê de PVC roscável de 1" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 4,31

Tê de PVC roscável de 1.1/4" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 9,13

Tê de PVC roscável de 1.1/2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 11,50

Tê de PVC roscável de 2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 18,80

Tê de PVC soldável de 25mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 0,63

Tê de PVC soldável de 60mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 17,00

Tê de PVC soldável de 75mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 31,80

Tê de PVC soldável de 85mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 50,10

Tubo de ligação para bacia de 20cm com anel branco Astra

un 4,52

Tubo de PVC roscável de 1/2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 18,57

Tubo de PVC roscável de 3/4" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 24,36

Tubo de PVC roscável de 1" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 51,80

Tubo de PVC roscável de 1.1/4" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 65,46

Tubo de PVC roscável de 1.1/2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 78,92

Tubo de PVC roscável de 2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 121,13

Tubo de PVC soldável de 20mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 8,03

Tubo de PVC soldável de 25mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 11,56

Tubo de PVC soldável de 32mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 25,06

mAteriAis de inox

Pia aço inox lisa c/1,20m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 135,83

Pia aço inox lisa c/1,40m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 176,43

Pia aço inox lisa c/1,80m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 270,83

Pia aço inox lisa c/1,80m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat

un 468,87

Pia aço inox lisa c/2,00m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 292,22

Pia aço inox lisa c/2,00m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat

un 481,76

Cuba em aço inox retangular, de 55x33x14cm, sem válvula, Franke Douat

un 141,63

Tanque em aço inox, de 50x40cm, com válvula, Franke Douat

un 401,60

Mictório em aço inox, de 1,50m, completo, Franke Douat

un 612,50

Válvula para pia de aço inox, de 3 1/2"x1 1/2", Franke Douat

un 16,42

mármoresBancada de mármore branco rajado de 60x2cm

m 130,20

Bancada de mármore branco extra de 60x2cm

m 416,53

Bancada de mármore travertino de 60x2cm

m 197,47

Lajota de mármore branco extra de 30x30x2cm

m2 116,40

Lajota de mármore branco rajado de 15x30x2cm

m2 62,67

Lajota de mármore branco rajado de 30x30x2cm

m2 58,33

Lajota de mármore travertino de 30x30x2cm

m2 101,67

Lajota de mármore travertino de 15x30x2cm

m2 96,67

Rodapé em mármore branco rajado de 7x2cm

m 14,00

Rodapé em mármore travertino de 7x2cm m 21,33 Soleira em mármore branco extra de 15x2cm

m 48,33

Soleira em mármore branco rajado de 15x2cm

m 21,33

Soleira em mármore travertino de 15x2cm

m 31,00

Page 95: Revista Construir Nordeste Ed.66

| FEvEREIRO 201394 | FEvEREIRO 2013 | | 95

insumos

Válvula de descarga Hydra Max de 1.1/2" ref. 2550504 Deca

un 130,16

Válvula cromada para lavatório ref.1602500 Deca

un 25,47

Válvula cromada para lavanderia ref. 1605502 Deca

un 32,86

Válvula de PVC para lavatório un 2,93 Válvula de PVC para tanque ou pia de cozinha

un 2,93

outros

Corda de nylon de 3/8" kg 15,68 Tela de nylon para proteção de fachada m2 3,38 Bucha para fixação de arame no forro de gesso

kg 4,00

Pino metálico para fixação à pistola com cartucho

un 0,59

Cola Norcola (galão com 2,85kg) gl 31,71 Cola branca (pote de 1 kg) kg 6,92

Bloco de EPS para laje treliçada m3 208,75

produtos cerÂmicos

Tijolo cerâmico de 4 furos de 7x19x19cm mil 393,33

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x10x19cm mil 186,50

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x15x19cm mil 326,67

Tijolo cerâmico de 8 furos de 9x19x19cm mil 421,39

Tijolo cerâmico de 8 furos de 12x19x19cm mil 474,39 Tijolo cerâmico de 18 furos de 10x7x23cm

mil 605,00

Tijolo cerâmico aparente de 6 furos (sem frisos) de 9x10x19cm

mil 400,00

Tijolo cerâmico maciço de 10x5x23cm mil 417,50 Telha em cerâmica tipo colonial (Dantas) - 35un/m2

mil 420,00

Telha em cerâmica tipo colonial (Itajá) - 32un/m2

mil 770,00

Telha em cerâmica tipo calha Paulistinha (Quitambar) - 22un/m2

mil 950,00

Telha em cerâmica tipo colonial Simonassi (Bahia) - 28un/m2

mil 2.250,00

Telha em cerâmica tipo colonial Barro Forte (Maranhão) - 25un/m2

mil 1.640,00

Tijolo cerâmico refratário de 22,9x11,4x6,3cm

mil 1.285,80

Massa refratária seca kg 0,72 Taxa de acréscimo para tijolos paletizados(por milheiro)

mil 50,00

Bloco de cerâmica de 30x20x9cm para laje pré-moldada

mil 720,00

pregos e pArAFusos

Prego com cabeça de 1.1/4"x14 kg 5,96

Prego com cabeça de 2.1/2"x10 kg 5,98 Parafuso de 5/16"x300mm em alumínio para fixação de telhas

un 1,28

Arruela de alumínio para parafuso de 5/16" un 0,16 Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 5/16"

un 0,17

Porca de alumínio para parafuso de 5/16" un 0,15 Parafuso de 1/4"x100mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,31

Parafuso de 1/4"x150mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,52

Parafuso de 1/4"x250mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,71

Parafuso de 1/4"x300mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,92

Arruela de alumínio para parafuso de 1/4" un 0,17 Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 1/4"

un 0,12

Porca de alumínio para parafuso de 1/4" un 0,10

revestimentos cerÂmicos

Cerâmica Eliane 10x10cm Camburí White tipo "A"

m2 17,45

Cerâmica Eliane 20x20cm Camburí branca tipo "A" PEI4

m2 14,45

Porcelanato Eliane Platina PO(polido) 40x40cm

m2 38,09

Porcelanato Eliane Platina NA(natural) 40x40cm

m2 33,15

Cerâmica Portobello Prisma bianco 7,5x7,5cm ref. 82722

m2 23,65

Cerâmica Portobello Linha Arq. Design neve 9,5x9,5cm ref. 14041

m2 30,73

Cerâmica Portobello Patmos White 30x40cm ref. 82073

m2 21,65

Azulejo Eliane Forma Slim Branco BR MP 20x20cm

m2 17,17

Azulejo liso Cecrisa Unite White 15x15cm tipo "A"

m2 16,41

revestimentos de pedrAs nAturAis

Pedra Ardósia cinza de 20x20cm m2 12,33 Pedra Ardósia cinza de 20x40cm m2 13,33 Pedra Ardósia cinza de 40x40cm m2 14,67 Pedra Ardósia verde de 20x20cm m2 20,03 Pedra Ardósia verde de 20x40cm m2 26,00 Pedra Ardósia verde de 40x40cm m2 26,42 Pedra Itacolomy do Norte irregular m2 20,67

Balcão de cozinha em resina c/1,00x0,50m c/1 cuba marmorizado Marnol

un 69,56

Balcão de cozinha em resina c/1,20x0,50m c/1 cuba granitado Marnol

un 80,53

Misturador para lavatório Targa 1875 C40 CR/CR Deca

un 240,10

Misturador para pia de cozinha tipo mesa Prata 1256 C50 CR Deca

un 372,30

Misturador para pia de cozinha tipo parede Prata 1258 C50 CR Deca

un 359,60

Torneira para tanque/jardim 1152 C39 CR ref. 1153022 Deca

un 56,50

Torneira para lavatório 1193 C39 CR (ref.1193122) Deca

un 52,12

Torneira para pia de cozinha Targa 1159 C40 CR Deca

un 86,85

Torneira de parede p/pia de cozinha 1158 C39 CR ref. 1158022 Deca

un 55,50

Torneira de parede para pia de cozinha Targa 1168 C40 Deca

un 180,75

Torneira de mesa para pia de cozinha Targa 1167 C40 Deca

un 179,30

Torneira para lavatório Targa 1190 C40 CR/CR (ref. 1190700) Deca

un 94,52

Ducha manual Evidence cromada 1984C CR Deca

un 153,10

Pedra Itacolomy do Norte serrada m2 27,34 Pedra São Thomé Cavaco m2 33,00 Pedra Cariri serrada de 30x30cm m2 17,34 Pedra Cariri serrada de 40x40cm m2 17,67 Pedra Cariri serrada de 50x50cm m2 18,00 Pedra sinwalita de corte manual m2 21,00 Pedra Sinwalita serrada m2 27,67 Pedra portuguesa (2 latas/m2) m2 15,33 Pedra Itamotinga Cavaco m2 15,67 Pedra Itamotinga almofada m2 18,33 Pedra Itamotinga Corte Manual m2 20,67 Pedra Itamotinga Serrada m2 26,67 Pedra granítica tipo Canjicão Almofada m2 32,00 Pedra granítica tipo Rachão Regular de 40x40cm

m2 27,00

Solvente Solvicryl Hidronorte (lata de 5 litros)

lata 33,00

Resina acrílica Acqua Hidronorte (galão de 3,6 litros)

gl 38,80

revestimentos vinílicos e de borrAchA

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 1,6mm com flash

m2 36,17

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm com flash

m2 42,29

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm sem flash

m2 47,23

Piso de borracha pastilhado Plurigoma de 50x50cm para colar

m2 18,08

telhAs metálicAs

Telha de alumínio trapezoidal com 0,5mm m2 30,00 Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,5mm

un 100,02

Telha de alumínio trapezoidal com 0,4mm m2 25,20 Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,4mm

un 87,71

vidros

Vidro impresso fantasia incolor de 4mm (cortado)

m2 27,44

Vidro Canelado incolor (cortado) m2 27,04 Vidro aramado incolor de 7mm (cortado) m2 91,29 Vidro anti-reflexo (cortado) m2 30,21 Vidro liso incolor de 3mm (cortado) m2 23,20 Vidro liso incolor de 4mm (cortado) m2 29,38 Vidro liso incolor de 5mm (cortado) m2 37,22 Vidro liso incolor de 6mm (cortado) m2 43,48 Vidro liso incolor de 8mm (cortado) m2 66,74 Vidro liso incolor de 10mm (cortado) m2 83,10 Vidro laminado incolor 3+3 (cortado) m2 110,63 Vidro laminado incolor 4+4 (cortado) m2 131,42 Vidro laminado incolor 5+5 (cortado) m2 161,29 Vidro bronze de 4mm (cortado) m2 42,74 Vidro bronze de 6mm (cortado) m2 65,06 Vidro bronze de 8mm (cortado) m2 102,18 Vidro bronze de 10mm (cortado) m2 131,07 Vidro cinza de 4mm (cortado) m2 36,46 Vidro cinza de 6mm (cortado) m2 57,54 Vidro cinza de 8mm (cortado) m2 86,12 Vidro cinza de 10mm (cortado) m2 108,62 Espelho prata cristal de 3mm (cortado) m2 49,04 Espelho prata cristal de 4mm (cortado) m2 73,27 Espelho prata cristal de 6mm (cortado) m2 108,79 Vidro temperado de 10mm incolor sem ferragens (cortado)

m2 128,83

Vidro temperado de 10mm cinza sem ferragens (cortado)

m2 149,49

Vidro temperado de 10mm bronze sem ferragens (cortado)

m2 169,32

Tijolo de vidro 19x19x8cm ondulado un 10,31 Junta de vidro para piso m 0,40

Massa para vidro kg 1,15

mão de obrA

Armador h 5,60 Azulejista h 5,60 Calceteiro h 5,60 Carpinteiro h 5,60 Eletricista h 5,60 Encanador h 5,60 Gesseiro h 5,60

Graniteiro h 5,60 Ladrilheiro h 5,60 Marceneiro h 5,60 Marmorista h 5,60 Pastilheiro h 5,60 Pintor h 5,60 Serralheiro h 5,60

Telhadista h 5,60 Vidraceiro h 5,60 Pedreiro h 4,65 Servente h 3,42

Bacia sanitária convencional Village cinza real Deca

un 173,83

Cuba de embutir oval de 49x36cm L37 branco gelo Deca

un 47,78

Cuba de embutir redonda de 36cm L41 branco gelo Deca

un 46,93

Cuba sobrepor retang. Monte Carlo 57,5x44,5cm L40 branco gelo Deca

un 76,00

Lavatório suspenso Izy de 43x23,5cm L100 branco gelo Deca

un 71,90

Lavatório suspenso Izy de 39,5x29,5cm L15 branco gelo Deca

un 58,70

Lavatório c/ coluna Monte Carlo de 57,5x44,5cm L81 branco gelo Deca

un 140,92

Lavatório de canto Izy L101 branco gelo Deca

un 73,73

Lavatório c/ coluna Saveiro de 46x38cm branco Celite

un 49,45

Bolsa de ligação para bacia sanitária BS1 de 1.1/2" Astra

un 2,30

Caixa de descarga sobrepor 8 lts. c/engate e tubo ligação Fortilit/Akros/Tigre

un 18,45

Chicote plástico flexível de 1/2"x30cm Fortilit/Akros/Amanco/Luconi

un 2,88

Chicote plástico flexível de 1/2"x40cm Fortilit/Akros/Luconi

un 3,63

Chuveiro de PVC de 1/2" com braço un 5,66 Chuveiro cromado de luxo ref. 1989102 Deca

un 203,30

Parafuso de fixação para bacia de 5,5x65mm em latão B-8 Sigma (par)

par 7,27

Parafuso de fixação para tanque longo 100mm 980 Esteves (par)

par 12,13

Parafuso de fixação para lavatório Esteves (par)

par 10,76

Sifão de alumínio fundido de 1" x 1.1/2" un 46,95 Sifão tipo copo para lavatório cromado de 1"x1.1/2" Esteves

un 71,50

Sifão de PVC de 1" x 1.1/2" un 7,38 Fita veda rosca em Teflon Polytubes Polvitec (rolo com 12mm x 25m)

un 3,02

Tanque de louça de 22 litros TQ-25 de 60x50cm branco gelo Deca

un 260,33

Coluna para tanque de 22 litros CT-25 branco gelo Deca

un 70,60

Tanque de louça de 18 litros TQ-01 de 56x42cm branco gelo Deca

un 185,35

Coluna para tanque de 18 litros CT-11 branco gelo Deca

un 68,63

Tanque de louça sem fixação de 18 litros de 53x48cm branco Celite

un 163,45

Tanque em resina simples de 59x54cm marmorizado Resinam

un 47,10

Tanque em resina simples de 60x60cm granitado Marnol

un 50,55

Page 96: Revista Construir Nordeste Ed.66

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| FEvEREIRO 201396 |

Page 97: Revista Construir Nordeste Ed.66

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