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Revista de Domingo

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Jornalismo de verdade

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Jornal de Fato | DOMINGO, 10 de junho de 2012

ao leitor

• Edição – C&S Assessoria de Comunicação• Editor-geral – Wil liam Rob son• Edi to ra – Izaira Talita• Dia gra ma ção – Rick Waekmann• Projeto Gráfico – Augusto Paiva• Im pres são – Grá fi ca De Fa to• Re vi são – Gilcileno Amorim e Stella Sâmia• Fotos – Carlos Costa, Marcos Garcia, Cezar Alves e Marcelo Bento• In fo grá fi cos – Neto Silva

Re da ção, pu bli ci da de e cor res pon dên cia

Av. Rio Bran co, 2203 – Mos so ró (RN)Fo nes: (0xx84) 3323-8900/8909Si te: www.de fa to.com/do min goE-mail: re da cao@de fa to.com

Do MiN go é uma pu bli ca ção se ma nal do Jor nal de Fa to. Não po de ser ven di da se pa ra da men te.

Ocangaço é um dos momentos importantes na his-tória do Nordeste brasileiro. A construção desse “movimento”, assim como de seus personagens,

revela uma parte da história que possui diversos ângulos. Nesta semana, pesquisadores e interessados no tema se en-contram em Mossoró para o XIV Fórum do Cangaço, evento que faz parte da programação do Mossoró Cidade Junina. Na reportagem de Izaíra Thalita, especialistas falam sobre os sofrimentos impostos às mulheres nesse período histórico.

Em outra reportagem, DOMINGO mostra um trabalho bem interessante realizado numa escola pública de Mossoró, que tem o objetivo de estimular a percepção dos alunos pa-ra a produção audiovisual. Uma mostra de documentários foi a estratégia utilizada pela coordenação da iniciativa. No resultado de tudo isso, narrativas interessantes que revelam histórias pouco contadas nas telas.

Na seção de entrevista, uma conversa com um prodígio do esporte mossoroense. A menina Alice Melo, de 17 anos, que saiu de Mossoró para São Paulo e tem conquistado im-portantes prêmios em competições nacionais de ciclismo. Ela fala sobre as dificuldades, mas, acima de tudo, sobre os sonhos e desafios, que agora, com apoio de empresários paulistas e da família, parecem estar mais próximos.

Mas, tem muito mais ainda. Gastronomia, dicas de saúde e mais reportagens. Não perca esta leitura.

Bom domingo.

Esdras MarchezanChefe de Reportagem

editorial

em focoO cangaço

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A relação entre seu bairro e a questão ambiental

Meio ambiente

A coluna mais deliciosa que você já leu!

Os vídeos produzidos pelos alunos do Aída Ramalho

A violência nos sertões na época do cangaço

Rafael Demétrius esclarece sobre qual é o momento certo de pedir demissão

Adoro comer

Educação

Capa

Coluna

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)( Envie sugestões e críticas para oe-mail: [email protected]

Orepórter bateu na porta do único casebre ainda habita, em meio da caatinga transfor-

mada em garranchos. Fora pautado pa-ra uma reportagem sobre os efeitos da seca no sertão cearense, mais exata-mente no Juazeiro do Padrinho Padre Cícero.

Doente das pernas, mal podendo sentar na rede espichada ali na sala de chão de barro batido, ainda mais asmá-tico, seu Francisco, voz cansada – Pode entrar, moço. Abanque-se –, apontado-lhe um tamborete de assento de couro furado no meio, num canto da sala.

O rapaz apresentou-se: repórter do jornal O Povo, de Fortaleza, montava uma reportagem sobre a seca. Nunca vira coisa assim em toda a sua vida: os-sadas por todo canto, casas desabitadas, mata de garranchos... De vida, só uns escassos urubus manchando de tisna um céu cruamente azul. Desesperado.

Pôde perceber, por trás dos óculos escuros de seu Francisco, um olho de pálpebras vazias. Foi de uma furada de espinho de jurema, correndo a cavalo atrás de uma rês – contou-lhe o velho. Comovido, a morder os lábios como a

DENÚNCIA DE PENA EM BRASA

JOSÉ NICODEMOS*

conto

conter as lágrimas, o jovem repórter ou-via a seu Francisco: uma história de vida igual à de todos os moradores dali. Vida sem futuro nenhum. Dos diabos.

O resto da vida sem um “aposento”, tudo lhe fora negado na cidade. Não teve jeito. O jeito foi ficar morrendo ali na-quele mundo seco, sem poder arribar para a capital, ele e a mulher, também doente das pernas e mais com um caro-ço que não tem tamanho na boca do es-tômago. Remédio ali do mato mesmo. E até isso não tem mais, a seca.

Ouvindo-lhe a narrativa, como nem nos romances regionais que já havia lido, o repórter, o lápis parado entre os dedos, sem ânimo para escrever uma linha se-

quer, pensava na grande injustiça social do Brasil, em particular nas grandes apo-sentadorias, que lhe estavam no conhe-cimento: honorários patifes que nunca trabalharam, e que tudo obtiveram pelos recantos de que é pródiga a safadeza na gerência da coisa pública.

E o que seria uma reportagem sobre os efeitos da estiagem, tecnicamente uma visão externa daquele mundo seco, se transformou numa denúncia contra a previdência social, com suas concessões de luxo e suas negações prontas – mal explicadas. A boa vida em cima do tra-balho nas fábricas e oficinas e, mais tris-temente, da produção agrícola para a fome do país.

Nunca vira coisa assim em toda a sua vida: ossadas por todo canto, casas desabitadas, mata de garranchos...

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entrevista

Aciclista mossoroense Alice Melo vem conquistando a cada dia mais destaque no cenário do esporte nacional. Apesar da pouca idade, apenas 17 anos, ela tem participado de competições contra atletas adultas e obtido grandes resultados. Atualmente, ela reside em São Paulo, onde treina no Centro de Excelência de Americana e tirou um tempinho

para falar sobre sua paixão pelo esporte, suas vitórias e o futuro. Confira:

ALICE MELO

Por Izaíra Thalita - [email protected] | Twitter: @izairathalita

“Depois da linha pensei... Eu consegui!”

DOMINGO – Como você passou a se interessar pelo ciclismo como esporte?

ALICE MELO - Minha história no ciclismo surgiu por uma paixão demon-strada por meu pai ao esporte, que, com o tempo, essa grande paixão me con-quistou e tornou-se um amor incondi-cional! No princípio tudo era apenas um passa tempo, onde todos os finais de semana praticava com gosto. Com o tempo surgiram muitas provas e destaque, dentre eles muitos feitos, como ser a primeira ciclista de Mossoró na categoria Speed, ser a mais jovem a participar de Copas Norte/Nordeste a

participar e conquistar medalhas.

COMO surgiu a oportunidade de ir ao Centro de Excelência em Americana/SP?

GRAÇAS ao apoio de minha amável família e meus amigos, consegui compe-tir em várias provas, dentre elas as Olimpíadas Escolares, onde recebi o con-vite de fazer o teste para integrar o pro-jeto de Excelência no ciclismo nacional, por intermédio do Renato Buck, um téc-nico muito conhecido no estado de São Paulo por destacar vários talentos do ciclismo de base, no masculino e femi-nino. Participei da competição Volta do

Futuro, onde me caracterizei bem na clas-sificação geral, mas infelizmente sofri um tombo, apesar deste fato, ambos os téc-nicos ressaltaram minha determinação e estilo de ciclista, o que seria ideal para integrar o projeto. Estou há quase quatro meses no projeto e hoje sou campeã brasileira de Scrath, modalidade no veló-dromo e vice-campeã brasileira da prova Por Pontos e Perseguição Individual, as-sim como terceiro lugar na prova de con-trarrelógio na estrada.

VOCÊ acha que o ciclista profission-al tem pouco apoio para treinar aqui no

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entrevista

Rio Grande do Norte? Qual a maior di-ficuldade que você percebe em relação a isso?

SIM. O principal fator é a questão do estado não ter tradição nesta modali-dade esportiva, o que impossibilita, se-gundo os próprios empresários, o re-torno financeiro, influenciando direta-mente na formação de equipes profis-sionais, impossibilitando a participação de tais equipes em provas importantes. No estado de São Paulo, a tradição é maior, muitas competições e campeona-tos, assim como vários adeptos da mo-dalidade, o que ressalta o mercado. Equipes buscam divulgar marcas e es-petáculo de esporte, se tal não for visto, não existe patrocínio.

COMO você define o Centro de Americana enquanto oportunidade pra você?

NESTE pouco tempo que estou no projeto, tive muitas oportunidades, den-tre elas, participar, sem dificuldades, do campeonato brasileiro de ciclismo 2012 e conseguir ótimos resultados! Assim como deixar em vista muitos sonhos, dentre eles, integrar a seleção brasileira, como aconteceu com alguns amigos que foram selecionados para participar do Pan-americano Junior 2012, acontecido na Guatemala. Infelizmente, tinha aca-bado de chegar e ainda não tinha sido “vista” pelo técnico da seleção, mas um dos técnicos do projeto ressaltou que preciso apenas de tempo, pois tenho po-tencial e irei conseguir meu espaço na próxima convocação. (Isso me deixou muito animada!). Portanto aqui vejo os meus sonhos se encaminhando!

COMO está sendo em relação a sua família e a adaptação por aí?

VIAJEI para São Paulo, “cega”! Parece até engraçado, mas acho que se não bus-casse vir com essa forma de pensamen-to, ficaria simplesmente em minha casa e perderia essa grande oportunidade. Sou o tipo de pessoa que quando busco metas, principalmente sonhos, vejo ap-enas onde posso chegar e desvalorizo as dificuldades, pois sei que se for ressaltá-las irei fracassar... Sempre demonstrei meu amor pelo ciclismo a minha família. Meu pai, apesar da insegurança e de al-gumas lágrimas, por parte de minha mãe e irmã, encontrou algumas palavras que foram cruciais: “Iremos deixar nossa filha perder o sonho que não consegui obter?”. Essas palavras definiram tudo, minha mãe não excitou junto a minha irmã protetora. Fui surpreendida pela viagem, ao receber o telefonema de Fran-cisco Carlos, que fornecia a passagem... Viagem em pleno Carnaval sozinha.

VOCÊ obteve um excelente resul-tado no campeonato Brasileiro? Expli-que melhor sobre o desafio de vencer essa competição e as diferentes mo-dalidades...

SURPREENDI-ME com o resultado! Achava que iria me sobressair no Con-trarrelógio na estrada, pois seguindo as características, sou uma boa contrarre-logista, ou seja, me destaco nas provas de ritmos constantes, onde se pedala uma determinada quilometragem no melhor tempo. O velódromo para me é uma grande novidade e imagina ser campeã brasileira em algo novo!? Sen-sação ótima! Fui campeã na prova de Scrath; Vice-campeã na prova Por Pontos e Perseguição Individual, além do ter-ceiro lugar no Contrarrelógio. No veló-dromo existem dois tipos de atletas: Ve-locistas e Fundistas. Velocista, atletas de velocidade, que se destacam em provas curtas, como 200m, 500m, 1.0000 e Kei-rin, onde saí com um grupo de atletas em vácuo de moto durante três voltas, depois saindo e deixando para a disputa dos atletas. Fundistas, atletas de provas de fundo, provas duradouras que podem ser similares a provas de resistência, mas que acontecem em velódromo, tais pro-vas são Scrath, com apenas uma chega-da; Por Pontos, onde se têm seis chega-das, existindo a somatória de pontos, maior número de pontos, campeã defini-do e Perseguição Individual, Contra o tempo no Velódromo, percorremos 3.000m no velódromo de 250m.

QUAL seu objetivo agora?NO CENTRO de Excelência somos

associados ao projeto, mas temos que ter filiação em alguma cidade, em meu caso e de minhas companheiras de equipe, Wellyda Rodrigues e Caroline Borges, somos filiadas à Americana, in-tegrando a Equipe Lidra Americana. Portanto a preparação é exclusiva na busca de representar bem nos Jogos Re-gionais, que acontecem neste mês e Jo-gos Abertos, ocorrentes em outubro. Ressalto também o forte desejo de par-ticipar da competição Governador Dix-sept Rosado, ainda estamos avaliando a viagem, mas acredito que tudo vai ser positivo para a participação da Lidra Americana.

O QUE você gostaria quando pensa na expansão do esporte aqui no RN e mesmo em Mossoró?

O MAIOR fator que impossibilita a buscar por metas no esporte, colocando-me na situação, é a questão da estru-tura e infraestrutura que acabamos não recebendo, de maneira geral! Tenho plena consciência que os projetos de in-

centivo ao esporte são fundamentais, obviamente que tais projetos devem ser expostos à realidade e não simplesmente ficar em folhas. Sofri muito com relação a não ter como me altossustentar no es-porte, onde se não fosse por meus pais e alguns amigos empresários não teria a chance nem ao menos de comprar meu equipamento esportivo. O principal passo agora seria pôr em prática a questão de bolsa atleta no estado, se existir, pois nunca recebi nada do tipo. Tenho certeza que muitos atletas quer-em participar de provas importantes, seja qual for a modalidade, receberem tal incentivo, vai possibilitar a divulga-ção do estado e consecutivamente sua realização esportiva. Outro fator seria apresentar, de forma rígida, aos em-presários os benefícios que o patrocínio ao atleta pode representar. Existe a lei de incentivo ao esporte, mas em tantos cantos que andei na busca de patrocínio, alguns simplesmente recusaram, pois para eles não teria lucro, ou seja, não sabiam da lei de incentivo.

POR QUE você acha que os adoles-centes se interessam pouco por esportes em geral?

NÃO ponho culpa no Facebook, re-firo-me à tecnologia em si, pois sei que ele não seria fator primordial, mas a questão da influência pode sobressair, hoje tenho várias amigas que pedalam, não sei se por moda, por ver tantos prat-icando o esporte, mas de maneira geral o esporte por hobby está conquistando seu espaço hoje em dia, apesar de ter muitos outros que aderem ao sedenta-rismo. Acredito que o esporte nasce em cada um, a paixão vai surgi por meio de influências e o amor esportivo por meio da prática.

PARA finalizar, deixe um incentivo para quem deseja seguir no esporte como você.

O que uma jovem de 17 anos poderia dizer? Não sei se podem levar a vida ou simplesmente ignorar... Acho que de-vemos ser cegos em alguns momentos, principalmente naqueles momentos que ambos são testados e postos a viajar soz-inhos para um lugar até então descon-hecido, onde irão enxergar apenas uma coisa, seu sonho! Seguir, seguir e seguir, buscar ser cego para o não e tentar a busca pelo triunfo, esquecendo as tantas dificuldades e lembrando apenas de uma coisa: “Eu quero, eu posso e eu consigo!”. Eu quero, pois não iria desistir dos meus objetivos, eu posso, pois estava naquela competição, eu consigo, pois estava a uma volta de vantagem no pelotão! De-pois da linha pensei... Eu consegui!

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Novo OlharProjeto elaborado por professores da Escola Aída Ramalho estimula a produção de documentários pelos alunos num contexto educativo

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educação

Estrada de Ferro foi um dos temas abordados em documentário e ganhou o primeiro lugar

Estrada de Ferro foi um dos temas abordados em documentário e ganhou o primeiro lugar

Asala de aula não é apenas o es-paço onde o professor ensina e o aluno aprende. Muitas são

as possibilidades de aprendizado quan-do há uma proposta interativa, que ul-trapassa o espaço físico da sala de aula e, com isso, permite novos olhares sobre o que se aprende.

Essa foi a visão do professor de His-tória Marcos Aurélio, da Escola Estadu-al Aída Ramalho, ao lançar a ideia de uma proposta interdisciplinar de ensino-aprendizagem através do projeto Novo Olhar.

Com a clara intenção de aproximar os alunos das questões sociais que estão mais perto, ou seja, no próprio municí-pio, os alunos do terceiro ano do ensino médio foram desafiados a produzir do-cumentários sobre temas considerados importantes na atualidade, ressaltando a cultura, a história, as necessidades do cidadão, a influência tecnológica e os

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educação

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Novo olharTemas dos vídeos inscritos pelos alunos (3 anos) da Escola Estadual Aída Ramalho ao Prêmio Jovem Cineasta

Professores envolvidos

Qualidade de Vida e Patrimônio Público

Segurança, Corrupção e impunidade (3° lugar)

Mossoró Capital da Cultura

Crescimento e Urbanização (2° lugar)

Educação Ambiental da Escola à Comunidade

os Efeitos da informatização

Caminhando nos Trilhos (1° lugar)

Educação no Trânsito

Augusto Cesar (Matemática)

Maria Elizete (Coord. Pedagógica)

Sidney Barbosa (Biologia)

Maria Inês (Informática)

Marcos Aurélio (História)1

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2345

impactos ambientais, todos localizados em Mossoró.

“Esse projeto foi voltado à cidadania, para que ao final eles pudessem ter uma visão diferente sobre as realidades do-cumentadas”, explica Marcos Aurélio, que conta ter obtido apoio de alguns pro-fessores na proposta interdisciplinar (veja quadro com temas dos documen-tários e professores envolvidos na inicia-tiva).

EXPERIÊNCIAPara a realização dos documentários,

os alunos ousaram na criatividade. Con-taram com a ajuda técnica de algumas filmadoras e realizaram roteiro e edição das imagens sozinhos.

Os alunos tiveram a oportunidade de pesquisar o tema e escolher os entrevis-tados para os documentários. Ao final, alunos e professores destacaram a expe-riência positiva e a possibilidade de apro-fundar alguns assuntos.

“Sabemos que a educação é um tra-balho em longo prazo, mas essa experi-ência mudou, com certeza, a postura deles em relação aos assuntos aborda-dos”, afirma o professor.

Para estimular os jovens estudantes, Marcos Aurélio obteve apoio da Câmara Municipal e realizou o Prêmio Jovem Ci-neasta. Convidou profissionais da cultu-ra local, da área do audiovisual e do jor-nalismo para julgar os trabalhos e pre-miar os três melhores.

O primeiro lugar ficou para o docu-mentário “Caminhando nos trilhos”, so-bre a história da estrada de ferro em Mossoró. O segundo lugar ficou para o grupo dos alunos, que falaram sobre o crescimento urbano da cidade, e o ter-ceiro lugar, para o documentário “Segu-rança, corrupção e impunidade”. Os jo-vens receberam troféus, e as duas pri-

meiras colocações, valores de R$ 500,00 e R$ 300,00, respectivamente.

Agora, o próximo passo é socializar as produções audiovisuais em canais locais de televisão e posteriormente na rede social de vídeos na internet.

A proposta é que no ano que vem o projeto continue, mas, para isso, o pro-fessor fala da importância de uma adesão dos demais professores.

“Queremos continuar com o projeto, mas só farei se contar com apoio e adesão dos demais professores a essa proposta interdisciplinar, num envolvimento de todas as disciplinas”, completa Marcos Aurélio.

Professor Marcos Aurélio buscou dar um caráter interdisciplinar à proposta

Alunos que participaram do projeto: aprendizado em grupo

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Um cenário violentoUm cenário violento

Imaginar os sertões do Nordeste nas décadas de 20 a 30 é mergulhar num contexto social de muitas necessidades e violência. Nos tempos que marcou uma das fases do cangaço, a violência se dava não apenas através dos cangaceiros.

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Cangaceiros e volantes andavam armados;

Mulher ferrada pelo cangaceiro

Zé Baiano exemplifica

tipos de violência.

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Professor Lemuel Rodrigues, historiador e presidente da SBEC: “A violência se dava não apenas pelos cangaceiros”.

Os sertões do nordeste brasilei-ro no início do século XX foram o cenário e o refúgio de pesso-

as que derramaram muito sangue. Além da seca castigante, do descaso político, do total abandono da população pobre do Nordeste, ainda era preciso sobrevi-ver ao cenário de grande violência e de ausência de direitos. No período compre-endido entre 1920 e 1930, já não havia mais o cangaço romântico praticado por cangaceiros que se mostravam próximos do povo e foi época marcada pelo canga-ço mais violento, em que são muitos os exemplos de matança com o proposto de roubar e de ampliar a fama dos seus íco-nes.

No entanto, a violência não estava apenas refugiada na caatinga, nas temi-das figuras dos cangaceiros. É o que ex-plica o professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), historiador Lemuel Rodrigues. Lemuel é atualmente o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e ressalta que este é o tema central do XIV Fórum do Cangaço – ‘Violência nos sertões do Nordeste no Tempo do Can-gaço’ – que acontecerá nesta semana de 12 a 14 de junho na Universidade Poti-guar (UnP). “O Fórum neste ano será realizado em parceria com o Curso de Direito da UnP, trazendo duas temáticas com caráter interdisciplinar: A violência contra a mulher e a liberdade de impren-sa. Teremos alunos das áreas da História, Direito, Ciências Sociais, Comunicação Social, Pedagogia, Serviço Social, dentre outras”, explica Lemuel.

Para uma compreensão da temática da violência no contexto do cangaço, Le-muel lembra que é preciso entender a violência de forma ampla:

“Precisamos lembrar que o sertanejo sofria a seca e tinha poucas oportunida-des. Se não fosse comerciante, se não tivesse acesso aos estudos como as famí-lias da elite, seria agricultor, policial ou cangaceiro. Era o tempo do coronelismo em que os grandes fazendeiros detinham o poder político, oprimiam e mandavam na polícia e esta atendia aos seus interes-ses. Esse era o cenário na época. O Esta-do não oferecia proteção e nem garantia dos direitos e o cidadão precisava se ar-mar para defender a sua vida e de sua família. Por isso a violência não estava apenas no cangaço”, explica.

A mulhER SERTANEjANesse ambiente, o professor lembra

sobre como a mulher sertaneja dessa época, totalmente subserviente ao mo-delo patriarcal, era alvo constante de violência:

“A mulher dessa época sofria violên-

cia do Estado que a considerava inferior. Mas ela era alvo de violência dentro da própria família. Não se podia falar de ci-dadania à mulher como se fala hoje. Al-gumas mulheres se destacaram, mas foram casos isolados dentro de uma so-ciedade puramente machista”, analisa.

Quando observados os casos de vio-lência a mulheres pelos cangaceiros, havia o sequestro de meninas para que elas lhes servissem no bando, quando não eram violentadas, ou mesmo ferra-das (com ferro quente) no rosto como acontecia com as vítimas do cangaceiro Zé Baiano.

Nesse sentido, o Fórum pretende mostrar qual era o cenário da constitui-ção da época, como as leis tratavam as mulheres e de que modo a imprensa des-se período tratava a temática do cangaço, geralmente com o olhar da burguesia da época.

“Sabemos que existem pesquisado-res que olham o cangaceiro como ban-dido e outros que o observam como fru-tos da sociedade dessa época. Porém, o que prevaleceu enquanto memória na imprensa é a visão do cangaceiro como bandido, perigoso e violento, e precisa-mos pensar mais sobre esses discursos. Sabemos que a própria polícia na época agia com a mesma violência em relação aos cangaceiros, uma prova disso é a imagem das cabeças degoladas quando do ataque surpresa ao bando de lampião. Uma prática (de degola) que remete a outros momentos da história como foi

feito com Tiradentes, por exemplo. Era uma forma de mostrar poder e de que servisse de exemplo para os outros”, re-lembra Lemuel.

Dizem alguns pesquisadores que com a entrada de algumas mulheres ao ban-do de Lampião, houve uma maior sensi-bilização para os atos de crueldade con-tra inimigos e contra outras mulheres:

“As mulheres, de acordo com alguns pesquisadores, sensibilizaram o ambien-te do cangaço porque a própria presença feminina ali acalmava. Elas humaniza-ram as feras”, ressalta Lemuel Rodri-gues.

O FóRumQuem deseja discutir melhor o tema

pode participar da programação que in-clui na terça a primeira conferência, dia 12/06, às 21h, com o tema “O código do sertão: violência e resolução de conflitos” com o professor Francisco Linhares Fon-teles Neto (CE) e lançamento do livro “A outra face do cangaço: vida e morte de um praça” de autoria de Antônio Vilela.

No dia 13, haverá a mesa-redonda com o tema Violência contra a mulher no tempo do cangaço com as debatedoras Juliana Pereira Ischiara (CE) e Susana Goretti Lima (RN), com moderação de Rosimeiry Florêncio Rodrigues.

No último dia do Fórum, 14, o tema “Narrativas sobre cangaço na imprensa” com os debatedores Anildomá Willans Souza (PE) e Wescley Rodrigues Dutra (PB) com moderação de Marcílio Lima Falcão.

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# saiba mais sobre a osteoartroseSINTOmASo sintoma mais importante é a dor, que geralmente aparece durante os exercícios. Sua intensidade pode variar de ligeiro a invalidante. outros sintomas são: aumento do volume articular (devido aos osteófitos e quistos ósseos), estalos ao movimento e degeneração muscular. Não há alterações do estado geral nem extra-articulares.

Para saber mais: www.dorarticular.com.br.

A DORA dor indica que algo não está funcionando bem e sua correta avaliação por parte do clínico pode ser de grande ajuda para o diagnóstico. Em reumatologia, a dor sentida após um longo período de descanso indica a presença de uma enfermidade inflamatória, enquanto a dor sentida durante uma atividade física é mais característica em uma doença degenerativa. A diminuição dos movimentos pode provocar consequentemente atrofias musculares e outras alterações degenerativas da articulação que agravam o quadro inicial.

CARACTERíSTICASA doença é de caráter crônico, de evolução lenta e sem comprometimento sistêmico de outros órgãos, afetando as articulações periféricas e axiais, mais frequentemente as que suportam peso. Na grande maioria dos indivíduos se desenvolve de maneira silenciosa. Habitualmente, atinge uma ou mais articulações de forma autolimitada, embora, em alguns casos, se apresente de forma generalizada. Tem caráter universal, com algumas diferenças interraciais, conforme a articulação acometida.

10 Jornal de Fato | DOMINGO, 10 de junho de 2012

balançaSe você está obeso ou perdeu peso e sente dores nas articulações, pode estar acometido pela osteoartrose

Além da saúde

Abalança não mente. Algu-mas vezes cruel, outras amiga, ela revela quanto

você perdeu ou ganhou de peso. Nos seus exercícios em casa ou na academia pre-ferida, no entanto, podem estar ocorren-do danos e transformações nas suas ar-ticulações. São danos pequenos que no início você nem é capaz de notar. Com o tempo, o que era apenas um simples des-conforto vira dores generalizadas que incomodam o corpo inteiro.

Para pelo menos 10% das pessoas acima de 40 anos, o que está ocorrendo é a manifestação da osteoartrose, infe-lizmente um dos mais novos tormentos com o qual as “balzaquianas” terão de conviver, pois incide, predominante-mente, no sexo feminino, na idade adul-ta entre a quarta e quinta década e no período da menopausa, sendo que essa incidência aumenta com a idade.

É bom lembrar também que esse mal não ataca apenas as que praticam exer-cícios, mas todos – especialmente mu-lheres – mesmo que a atividade física se limite a caminhar até a padaria – ou até o boteco mais próximo.

A osteoartrose é uma enfermidade degenerativa que afeta a articulação e as extremidades ósseas. Evolui lentamente e sua incidência aumenta com a idade. As artroses afetam primeiro as articula-ções que suportam peso, em especial os quadris e os joelhos. Certas atividades, a obesidade e as fraturas alteram a dis-tribuição do peso sobre a cartilagem, predispondo à artrose.

A enfermidade degenera a cartila-gem articular, mudando os ossos de po-sição e evolui para um quadro avançado de dor. Fatores como o estresse e a he-rança genética podem desencadear o processo da doença, que é progressiva e chega a atingir 80% das mulheres acima dos 70 anos. Entre as que alcançam os 85 anos, a incidência é de 100%.

Dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia apontam para o cresci-mento da doença em todo o mundo, prin-cipalmente no Brasil, que apresenta um

aumento de 20% de casos registrados a cada ano. São mais de 200 mil brasileiras a desenvolver a doença. Não há nenhuma razão especial para que esse mal esteja nos atacando – o fato, simplesmente, é que estamos vivendo mais.

A artrose não mostra sintomas signi-ficativos em sua fase inicial, caracteriza-da por perda de massa óssea e deterio-ração do tecido ósseo, o que provoca deformidades nas articulações – princi-palmente nos joelhos e quadris. As dores chegam a confundir-se até mesmo com as de noites maldormidas, mau jeito, es-forço repetitivo, o uso excessivo do com-putador, por exemplo, e os exercícios físicos. Dentro desse cenário, a artrose é considerada uma enfermidade negli-genciada e mal diagnosticada, pois se confunde com muitas outras.

DÉCADA DO OSSOA incidência dessa patologia aumen-

ta com a idade, estimando-se atingir 85%

da população até os 64 anos, sendo que aos 85 anos ela é universal.

TRATAmENTO PRECOCESem cura definitiva, o que existe no

mercado são medicamentos que aliviam a dor e atenuam os sintomas. Diante dis-so, o mais importante continua sendo o diagnóstico precoce, de forma que o tra-tamento adequado possa ser iniciado ra-pidamente, associado à correção da pos-tura e a novos hábitos no dia a dia. Assim, pode-se evitar deformidades irreversíveis e justificar tantos outros esforços.

O melhor a fazer é informar-se sobre ela. Em geral, ao surgimento de sintomas como a dor, dificuldade de movimentos e deformidades nas articulações, já se deve buscar um médico.

É através das informações e da busca imediata pelo médico que se permite acesso às práticas necessárias para que a doença não comprometa sua qualidade de vida.

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11Jornal de Fato | DOMINGO, 10 de junho de 2012

Diante do crescimento de Mossoró, faz parte da gestão municipal planejar a necessidade de áreas verdes e de ações que reduzam o impacto ao meio ambiente

meio ambiente

O crescimento de Mossoró c h a m a a

atenção da população, mas também dos ges-tores, planejadores, estudiosos, arquitetos e urbanistas, enfim, por aqueles que vis-

lumbram os efeitos que esse crescimen-to urbano pode produzir, se alguns cui-dados não forem tomados e se o Muni-cípio não fizer uso dos instrumentos que possui, como o Plano Diretor, o Código de Obras, Posturas e Edificações, o Có-digo de Meio Ambiente de Mossoró, dentre outros.

Hoje, fala-se de uma urbanização que busque integrar-se ao meio am-

biente sem degradação ou danos, mas, na realidade, as coisas acontecem de forma diferente.

“Em Mossoró, o desenvolvimento urbano e habitacional vem desmatando seriamente o bioma caatinga, tanto que Mossoró está na listagem do Ministério do Meio Ambiente das vinte cidades que mais desmataram nos últimos anos, em detrimento desse crescimento urbano”, destaca o professor Ramiro Gustavo, pesquisador pela Universidade do Es-tado do Rio Grande do Norte (UERN).

A engenheira agrícola Maria Clara Torquato explica que o aumento da pre-ocupação com as questões ambientais no espaço urbano pela sociedade e ace-leramento dos processos de degradação do meio influenciaram diretamente na

localização e construção desses empre-endimentos, através da utilização do marketing ambiental e materiais publi-citários que fazem alusão à moradia co-mo um bem-estar transmitido pelo ver-de, microclima agradável, segurança e qualidade de vida.

“Os prejuízos resultantes da especu-lação são muitos e abrangem tanto as-pectos ambientais, sociais e econômicos. Em relação aos aspectos ambientais, a construção e a ocupação imobiliária po-dem estar associadas ao desmatamento, evasão da fauna e flora, perda de espécies nativas, impacto visual, maiores custos para o tratamento da água, a alteração da topografia e exposição do solo, alte-ração do microclima local, diminuição da infiltração da água pluvial no solo, au-mento da susceptibilidade a processos erosivos, aumento de particulados (po-eira), diminuição do nível de água do lençol freático e consequentemente mu-danças no sistema de abastecimento de água. E é sob esse contexto que se des-taca a importância das áreas verdes e sua influência sobre a cidade, a fim de mitigar os efeitos prejudiciais da urbanização e na melhora das condições ambientais em áreas urbanizadas”, explica.

DE FATOEstas são algumas opiniões sobre a

questão urbana e o meio ambiente em Mossoró. Durante toda a próxima sema-na, o JORNAL DE FATO produzirá uma série de reportagens sobre questões am-bientais: problemas, debates e iniciati-vas positivas de ações sustentáveis. As reportagens serão produzidas tanto para a versão impressa quanto para o site, através de vídeos, fotos, reportagens es-peciais e material colaborativo.

Para tanto, a redação vai elaborar um mapeamento dos principais problemas ambientais através da colaboração dos mossoroenses. A equipe de reportagem do DE FATO quer que a população con-tribua com vídeo, foto e denúncia dos problemas perto dela.

O conteúdo será postado no mapea-mento disponível e alimentado diaria-mente no portal do DE FATO (www.de-fato.com).

A iniciativa tem por objetivo aproxi-mar os debates relacionados ao meio ambiente e ao desenvolvimento susten-tável, tendo em vista a reunião da Rio+20 e a Semana do Meio Ambiente.

Para colaborar com a série de maté-rias relacionadas ao seu bairro, o(a) leitor(a) pode enviar e-mail para o repór-ter Higo Lima [email protected] - ou ainda participar nas redes sociais (Facebook e Twitter) do jornal.

Dimensão ambiental

Page 12: Revista de Domingo

12 Jornal de Fato | DOMINGO, 10 de junho de 2012

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Conquistar e manter clientes são tarefas das mais difíceis para qual-quer empresa. Os consumidores estão cada vez mais exigentes, as empresas são praticamente iguais e o mercado muitas vezes

desleal. As empresas que não se adequarem às novas realidades do mer-cado estarão sujeitas ao fracasso e, fracasso nas organizações significa fa-lência. Cabe aos empresários, diretores de empresas e à gerência em geral tomar as decisões para conquistar os clientes, mas, sobretudo, para mantê-los. De nada vale conquistar em um mês e perder no outro. Estatísticas dão conta que um cliente satisfeito conta sobre a empresa ou o produto para apenas duas pessoas, já o cliente insatisfeito conta para cerca de dez pes-soas. Não precisa ser nenhum PHD para saber o que é o melhor, oferecer ou não oferecer um bom atendimento aos seus clientes. O banco deve atender bem seus correntistas; o supermercado deve atender bem seus consumidores; o seu Zé da padaria deve atender bem seus clientes; o polí-tico deve atender bem seus eleitores; o professor deve atender bem seus alunos… De fato, o atendimento aos clientes é de suma importância para todas as organizações. A pergunta que fica é a seguinte: como você tem trabalhado o atendimento em sua empresa? Seus funcionários estão trei-nados e motivados para oferecer o melhor aos seus clientes? Seus clientes falam bem de sua empresa? Portanto, esse é o grande desafio do século para as organizações, ou o atendimento aos clientes passa a ser prioridade ou muitas empresas vão perecer. Todos os colaboradores das organizações devem atuar para encantar os clientes, quanto mais encantados os clientes ficarem, maior será o retorno financeiro a todos. Superar as expectativas sempre, esse é o caminho! Para ajudar você e sua empresa a atender bem, que tal conferir dez dicas simples e eficientes?

RAFAEL DEMETRIUS

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O primeiro passo é saber quem é seu cliente. O que ele quer? Quais suas necessidades? Seus desejos? Isso pode ser feito de diversas maneiras. O mais importante é ter uma visão clara sobre o perfil do seu cliente.

Crie uma imagem que facilmente o identifique, preste atenção em sua apresentação pessoal, cuidado com a roupa que você veste, ela deve estar sempre limpa e bem passada. As mulheres não podem exagerar nos decotes e na maquiagem. Os homens devem fazer a barba rotinei-ramente. Outras situações ainda devem ser evitadas como: exagero no uso do perfume; tatuagens em demasia e em locais de muita exposição como o rosto; e o cabelo despenteado ou com corte extravagante.

Cative os outros de forma que sorriam para você com facilidade e since-ridade. Para trabalhar com atendimento o maior requisito é: Amar o Ser Humano. Você deve adorar o contato com as pessoas, se isso for um fardo para você, com certeza é hora de mudar de profissão.

Procure sempre o lado positivo das coisas, utilize-se de elogios e busque ser generoso. Assim, as pessoas responderão com alegria e positivimos. Em muitos casos o cliente se encanta não pelo produto ou serviço, mas pela forma como é atendido. Pessoas que demons-tram simpatia, cordialidade e disposição estimulam os clientes a comprar mais ou simplesmente retornar o contato. De modo geral, as pessoas gostam de ambientes agradáveis, onde se sintam bem. A postura de quem atende pode favorecer esta sensação.

Diaconia (termo cristão), significa: serviço ao próximo, servir à me-sa. Diaconia e Missão, palavras que dificilmente se separam, nos desafiam a entendê-las melhor dando-nos a oportunidade de colocá-las em prática cada vez mais.Atender é servir! Não se esqueça disso. Agregue valor ao seu ser-viço, sua estratégia todos podem copiar, mas seu coração, ninguém cópia. Coloque o coração naquilo que você faz.

Independentemente da área em que atue, fique atendo às solicitações dos clientes internos ou externos e evite o “isso não é comigo”. Inde-pendente da sua função na empresa, você é responsável pelo bom aten-dimento do cliente.

Sorria e imagine que “hoje é um dia em que você ainda não viveu” e que valerá a pena vivê-lo intensamente. Procure não ficar de cara feia, escorado pelos cantos da empresa, ou com cara de poucos ami-gos. Mostre-se disponível e interessado pelas pessoas principalmen-te pelos seus clientes. Procure manter uma postura positiva diante do cliente.

Evite a agressividade com as pessoas, respeite totalmente os espa-ços e os direitos de todos. Independente de quem está certo ou er-rado, nós não temos o direito de agredir física ou verbalmente o próximo.

Ouvir os clientes é básico para quem quer manter uma relação positi-va com eles. Porém, ouvir apenas não basta. É preciso mais. É neces-sário escutar seu cliente. Ou seja, interpretar o que ele diz e o que ele não diz. É ampliar a percepção. Há clientes que gostam de falar, outros gostam de ver, e ainda há os que gostam de experimentar. Fique aten-to a estas características e procure agir conforme cada um. Mantenha uma postura de adaptação ao perfil de cada cliente. ”.

Para atender bem seus clientes é necessário estar em constante atua-lização. Leituras, cursos, auto avaliação e avaliação dos clientes são formas de aprimorar seu atendimento com foco na melhoria contínua. Descobrir o que os concorrentes ou colegas estão fazendo também é uma boa estratégia de desenvolvimento desta relação. Por isso, seja um eterno aprendiz.

Os melhores espaços

1 - Conheça seu cliente:

3 - Cuide de sua imagem:

5 - Saiba gostar de pessoas:

7 - Seja positivo e otimista:

9 - Servir (diaconia) -

2 - Saiba que todos fazem parte do atendimento:

4 - Acordes todas as manhas de bom humor:

6 - Jamais seja agressivo:

8 - Ouça e interaja

10 - Aprimore

10 dicas para atender bem o

seu cliente

sua carreira

Page 13: Revista de Domingo

13Jornal de Fato | DOMINGO, 10 de junho de 2012

PEDRO FERNANDES DE OLIVEIRA NETO*

Apalavra para o poeta é material a ser instrumentalizado para a fundação de universos próprios

– universos que correm ao lado do mundo comum, o enformam, conformam e de-formam. Por isso, a palavra é sempre mó-vel e viva, ainda que pareça matéria iner-te; inesgotável, ainda que pareça ter seu sentido cerrado num conceito em estado de dicionário; sempre livre, ainda que pa-reça matéria presa no papel. No caso de Augusto dos Anjos, a palavra adquire mo-bilidade, vivacidade, inesgotabilidade e liberdade da condição de oralidade e ob-tém a encenação e um tom vocal muito próprio. Não há como ler Eu – livro-enigma que fecha um século neste 2012 – sem que tenhamos na nossa frente uma boca deslocada do corpo que enuncia e encena a beleza verborrágica da palavra, toda ela pulsante e refigurada nos seus versos. Apropriar-se da leitura da poesia do pa-raibano é primeiro um exercício mental de reconstrução da unidade leitora. É ne-cessário incorporar uma dicção nova. É necessário foragir-se da introspecção e se deixar levar por uma voz que galga o si-lêncio do papel e assume um ritmo frené-tico. Pulsa aí aquilo que na poesia de Cas-tro Alves também se faz ouvir: um eu-lí-rico que tem na oralização da palavra a existência viva e plena do plasma poético. Apenas na poesia do poeta paraibano a voz do eu-oralizador deve ajustar-se à medida do descompasso da consciência do eu-lírico, que não se limita por uma verticalidade ou horizontalidade da linha dorsal que sustenta o texto.

Nos poemas do Eu, por mais que se configure um desarranjo natural do po-ema, em nenhum é possível nos guiar por uma consciência lúcida. Em Augusto dos Anjos irá sempre predominar um desar-ranjo da própria consciência lírica que é constantemente invadida por uma per-turbação vinda da própria psicologia do poeta ou do seu contato com a externa-lidade das coisas, que transforma cada

PELOS CEM ANOS DA POESIA DE AUGUSTO DOS ANJOS )(

verso numa unidade disforme do corpo do poema. Essa disformidade não condiz, evidentemente, com o plano formal do texto. É notório que o poeta engendra o poema num esquema que rompe com a forma tradicional, mas esse rompimento restringe-se ao material vocabular. Do ponto de vista da composição ainda esta-mos diante de versos e estrofes bem de-senhadas. A consciência lírica, no entan-to, nascente dos signos que compõem o poema, é visivelmente tomada por uma perturbação transgressora. Movimento esse só palpável, por exemplo, em poetas como o contemporâneo Roberto Piva, com

um diferencial evidente: o cenário no qual estão imersos ambos os poetas obedecem cada um sua particularidade. E parece findar aí porque se olharmos até para as condições de aparecimento dos dois po-etas no âmbito de uma tradição lírica bra-sileira encontraremos suas semelhanças. A poesia de Eu é constantemente tomada por um motivo visionário ou ainda pelo desregramento dos sentidos, como se es-tes fossem condições verdadeiras para a sua existência. Funde-se, através do des-velamento da nudez vitalícia e o anda-mento da vida, entre autor e obra, um compromisso absoluto que extrapolam os

limites da expressão racional. A consci-ência da sua lírica poética é sistematica-mente abalada ou convulsionada pelo estranhamento frente a ordem natural e aparente das coisas e um encantamento pulsional pela desordem e pela primitivi-zação de tudo.

Se o poeta é um fingidor, Augusto dos Anjos é já desde o título que imprimiu à sua obra. A primeira pessoa da cadeia dos pronomes pessoais se mostra como uma unidade solitária, mas essa unidade será totalmente corrompida com as movências assumidas pelo seu posicionamento nos pouco mais de cinquenta poemas de que se compõe o seu livro, cada um com forças muito díspares e universos próprios. Ao se mostrar na voz de uma sombra (falo do poema de abertura, Monólogo de uma sombra), tal como o anjo torto de Drum-mond, a consciência separada do poeta encaminha-lhe ao trajeto que por ele de-verá ser percorrido. O poeta tomará para si suas palavras e transmuta-se em sujei-to-sombra, localizando a entrância das coisas o seu estado de permanência.

Os movimentos internos do Eu apon-tam para a conformação de uma atmosfera ora densa ora conflituosa, ora em repouso ora conturbada. O poeta, no entanto, não está reduzido a um desses sentidos apenas; sua consciência perturbada é resultante da peleja própria do poeta fruto de sua ativi-dade liliputiana frente à ordem do univer-so. Ao encontrar-se como um mundo já em si desencantado, sua tarefa é ainda mais árdua e a saída parece está na subversão do comum em imagens estonteantes a pon-to de náusea no leitor. Cem anos depois, o conjunto de atributos monstruosos dese-nhados pelo poeta se corresponde positi-vamente com as limitações do homem perante o próprio homem. Sua angústia é da palavra. Por mais que outros mundos sejam fabricados a partir dela, tudo parece se reduzir na impossibilidade da plenitude, apontando-nos para uma inesgotabilidade do sentido das coisas.

* Pedro Fernandes de Oliveira Neto, é aluno do Doutorado em Literatura Comparada – PPGeL/UFRN/Capes

artigo

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“Cem anos depois, o conjunto de atributos monstruosos desenhados pelo poeta se corresponde positivamente com as limitações do homem perante o próprio homem.

Page 14: Revista de Domingo

Um dos poucos – ou o único – restaurante de comida natu-ral em Mossoró é o Aluá. Ele fica na rua do Sesi, pertinho do cemitério. Nunca vi divulgação em lugar algum, mas a todos que eu pedi referência, sempre me falaram da ex-celente comida. O local é pequeno, bem tranquilo. Há um cuidado em preparar coisas diferentes e lights ao mesmo tempo. Com várias opções de salada, carne de soja, e até feijão preto, é uma boa pedida para aquela segunda-feira da dieta. O preço também é bem acessível. Destaque para o escondidinho de carne de soja com banana, o quiche de legumes e o peixe ao molho de tomate.

Quem mora nas imediações do bairro Alto de São Ma-noel já viu um ponto bem aconchegante, pertinho da praça da UPA: é o Açaí da Praça. Comandando por Cecília, professora e cantora do Grupo Vina, a pro-posta é apresentar um produto caprichado em um ambiente diferente e com boa música. O carro-chefe é o açaí, mas o cardápio é composto por panquecas recheadas, tapiocas doces e salgadas, cuscuz recheado com queijo e carne de sol etc. Lembrando ainda que toda segunda-feira tem música ao vivo e toda quarta-feira tem preço promocional. Eles também fazem en-trega! O número é (84) 3314-0684.

Dica para os naturebas

Açaí e boa música

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DAVI MOURA

14 Jornal de Fato | DOMINGO, 10 de junho de 2012

Aproveite e acesse o http://blogadorocomer.blogspot.com para conferir esta e outras delícias!

adoro comer

O Arno Fresh Express é um novo "brinquedo" para as nossas cozinhas. Rala e fatia com muita eficiência. Composto por um charmoso motor com cantos arredondados que lembra muito um moedor de carne; 5 cones coloridos, sendo 3 raladores e 2 fatiadores; e um suporte de acrílico onde se encaixam os cones. O motor funciona somente quando acionado, economizando ainda mais energia. No geral, tudo que foi testado nele ficou perfeito. Você pode encontrá-lo no Hiper Bom Preço por cerca de R$ 299,00. É caro, mas os atributos compensam. Fora que ainda é superfácil de montar e limpar, poupando o seu tempo.

*Dica da Patrícia Veras, colunista do Blog Adoro Comer da sessão Paty na Cozinha.

O Sandubar é uma lanchonete bastante tradicional de Mossoró, liderada pelo grande Dedé, professor das an-tigas. Hoje fica em frente à praça do Mercado do Alto da Conceição. As pizzas são enormes e bastante rec-headas – ficaram famosas na cidade justamente por causa disso. O item principal do cardápio é o sanduíche, que de normal não tem nada: ele é totalmente "artesa-nal", você monta seu sanduba do jeito que quiser. Tem até uma listinha pra você marcar um X nos itens que deseja. Confira: (84) 3321 6725.

Para se refrescar após a farra do São João, nada melhor que água de coco. É rica em minerais, em sódio e potás-sio, sendo ideal para repor o líquido perdido depois de atividades físicas. O coco fresco, ainda fechado, pode ser conservado por 2 meses. Depois de aberto, a polpa deve ser consumida no mesmo dia ou conservada em geladeira por até 5 dias. 300ml da bebida fornecem 80kcal e por isso o consumo deve ser moderado se você está querendo perder peso.

*Dica da Kaline Melo, colunista do Blog Adoro Comer da sessão Dica da Nutricionista.

Um bom whisky deve ser tomado puro, em tempera-tura relativamente baixa – mas que não chegue a ser gelado, no chamado estilo “cowboy”. A adaptação brasil-eira da bebida leva água de coco. Tem um sabor muito marcante e deve ser ingerida com muito apreço. Quan-to mais envelhecido ele for, melhor será. Podemos citar o Johnnie Walker, Red Label e Black & White – para citar os mais populares. Ainda há o Logan, Old Parr, Chivas Regal, Jhonnie Walker Black Label, todos são muito bons, encorpados, aromáticos.

*Dica do Bruno Viana, colunista do Blog Adoro Comer da sessão Adoro Beber.

Mais uma engenhoca na cozinha

Para os fãs de um bom sanduba

Hidratação

E por falar em água de coco

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15Jornal de Fato | DOMINGO, 10 de junho de 2012

adoro comer

CAMARÃO GGprato do chef Manoel Castro, do Thermas

com ESPUMA DE MARACUJÁ, PURÊ DE MANDIOQUINHA e RISOTO DE QUEIJO DE COALHO

INGREDIENTES

• Camarão GG 100g• Maracujá• Cebola• Alho• Azeite• Creme de leite• Mel de abelha• Licor Cointreau

• Mandioquinha • Creme de leite• Manteiga • Sal a gosto

COMO FAZER

PURÊ DE MANDIOQUINHA

• Coloque o alho e a cebola, deixe dourar, em seguida coloque os camarões. Deixe refogar por 5 minutos em fogo alto.• Quando estiver refogado, flambe o camarão com o Cointreau. Em seguida coloque o suco de maracujá, o creme de leite e o fio de mel.• Deixe no fogo por 3 minutos e está pronto. Sirve com o purê de mandioquinha e o risoto de queijo de coalho.

• Coloque a mandioquinha pra cozinhar. Quando estiver bem cozida, passe em uma peneira e em seguida coloque o creme de leite, manteiga e o sal a gosto. Está pronto pra servir

• Coloque a manteiga na frigideira com o alho e a cebola. Deixe dourar. Em seguida adicione o arroz e deixe no fogo por 2 minutos, colocando o caldo conforme a textura. Depois de pronto, coloque o queijo de coalho. Sirva em seguida.

• Arroz arbóreo • Cebola • Manteiga• Alho • Queijo coalho • Caldo de peixe

RISOTO DE QUEIJO DE COALHO

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