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CONFERÊNCIASDE ESCOLA DOMINICAL
2016REGIÃO SUDESTE
25' CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL24, 25,26 e 27 de março de 2016
REGIÃO NORTE
26aCONFERENCIA DE ESCOLA DOMI21, 22,23 e 24 de julho de 2016
REGIÃO SUL
27' CONFERENCIA DE ESCOLA DOMINICAL22,23, 24 e 25 de setembro de 2016
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I otrimestre 2016
JUSTIÇA E GRAÇA
Um Estudo da Doutrina da Salvação
na Carta aos Romanos
Comentarista: Natalino das Neves 1° trimestre 2016
Lição 1
Conhecendo a Carta aos Romanos 3
Lição 2
A Necessidade dos Gentios 10
Lição 3A Necessidade Espiritual dos Judeus 18
Lição k
A Necessidade Universal de SaLvação 25
Lição 5
A Justificação pela Fé 32
Lição 6
Bênçãos da Justificação AOLição 7
Adão e 0 Pecado kl
Lição 8
Cristo e a Graça Sk
Lição 9
Mortos para o Pecado 62
Lição 10
0 Jovem e a Consagração v69
Lição 11
0 Jovem e a Comunidade 76
Lição 12
0 Jovem e o Estado 83
Lição 13
0 Jovem e a Lei do Amor 90
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DA REDAÇAO
C&D
CASA PUBLICADORA DAS
ASSEMBLEIAS DE DEUS
Presidente da Convenção Geral das
Assembleias de Deus no Brasil
José Wellington Bezerra da Costa
Presidente do Conselho Administrativo
José Wellington Costa Júnior
Diretor Executivo
Ronaldo Rodrigues de Souza
Gerente de Publicações
Alexandre Ctaudino Coelho
Consultoria Doutrinária e Teológica
Antonio Gilberto e
Claudíonor de Andrade
Gerente Financeiro
Josafá Franklin Santos Bomfim
Gerente de Produção
Jarbas Ramires Silva
Gerente ComercialCícero da Silva
Gerente da Rede de Lojas
João Batista Guilherme da Silva
Chefe de Arte & Design
Wagner de Almeida
Chefe do Setor de Educação Cristã
César Moisés Carvalho
Comentarista
Natalino das Neves
Editora
Telma Bueno
Designer, Diagramação e Capa
Suzane Barboza
Fotos
Shutterstock
RIO DE JANEIRO CPAD Matriz
Av. Brasil. 344 0 1 - Bangu - CEP21852-002Rio de Janeiro - RJTeL (21) 2*0 6-73 13 - Fax: (21) 2406-7326F-m ail [email protected]
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JUSTIÇA E GRAÇA Um Estudo da Doutrina
da Salvação na Carta aos Romanos
Neste trimestre, estudaremos a res
peito da Epístola aos Romanos. Paulo
de forma brilhante revela como Deus
nos Libertou, em Jesus Cristo, do poder
do pecado e do jugo da lei.
Ao ler a epístola você vai perceber
que o objetivo de Paulo era refutar os
judaizantes, pois estes, erroneamente
ensinavam que os gentios deveriam
obedecer a lei judaica. Então Paulo
mostra que em Jesus estamos livres da
lei e do poder do pecado.
Nossa salvação não é resultado da
observância da lei, do esforço humano,
mas é o resultado da graça de Deus.
Recebemos a salvação por meio da fé,
da bondosa graça de Deus, Somente
pela fé o homem pecador pode ser
justificado diante de Deus.
Paulo faz na Carta aos Romanos, uma
des crição detalhada do nosso “alvaráde Liberdade cr istã”. Sim, Jes us Cristo
já nos libertou de todo jugo. Em Cristo
somos livres. O pecado já não tem mais
domínio sobre nós, pois já morremos
para o mundo e ressuscitamos com
Cristo para a vida eterna.
Que Deus o abençoe,
Até o próximo trimestre.
Com unique-se com a ed itora da
revista de JovensPor carta: Av. Brasil, 3 4 4 0 1 - Bangu
CEP: 21852-002 - Rio de Janeiro/RJ
Por e-maiL [email protected]
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03/01/2016
CONHECENDO A CARTA
AOS ROMANOSTEXTO DO DIA
“Porque nele se descobre ajustiça de Deus de fé em fé,
como está escrito: Mas o justoviverá da fé”(Rm 1.17).
SÍNTESE
A epístola do apóstolo Pauloaos romanos é leitura indis-
pensável para entendermos 0plano de salvação gratuita deDeus, revelado no evangelho
de nosso Senhor Jesus Cristo.
AGENDA DE LEITURASEGUNDA -R m 1.1,5Paulo justifica suas creden-
ciais de apóstoloTERÇA - Rm 1.130 apóstolo já havia tentado ira Roma
QUARTA - At 18.1-3Priscila e Áquila já conhecia Paulo
Q U IN TA -R m 16.1-2Febe, uma diaconisa da igreja
de CencreiaSEXTA - Rm 116Paulo não tinha vergonha doevangelho de Cristo
SÁBADO - Rm 1170 Evangelho revela a justiçade Deus
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OBJETIVOS
C O N H E C ER a autor ia, data e local da escr ita da Epís
tola aos Romanos;
M O S T R A R o s d e s t i n a t á r i o s e o p r o p ó s i t o d a C a r t aaos Romanos;
C O M P R E E N D E R a g ra tid ã o de P a u lo e m f a v o r da
com unid ad e cr istã em Roma.
INTERAÇÃO
Carola) professor(a), vamos iniciar um novo trimestre comum dos escritos com maior profundidade teológica e, ao
mesmo tempo, com o cuidado pastoral do apóstolo Paulo.
Nesta epístola vamos perceber a paixão do apóstolo pela
pregação do Evangelho, nunca satisfeito com os resultados,
sabendo que podia oferecer sempre mais pelo Reino de Deus.
Durante a caminhada deste trimestre, convido você a se co
locar no lugar do autor e vive nciar cada momento ao estudar
os textos bíblicos. Que este não seja simplesmente mais umtrimestre, mas que faça a diferença em sua vida cristã e na
de seus alunos. Aproveite cada aula, cada momento para se
aproximar mais de Deus, reconhecer sua justiça e seu amor
para com o ser humano. Caminharem os juntos por 13 lições,
por isso, esperamos que seja agradável e produtivo para você.
O comentarista do trimestre é o pastor Natalino das Neves.
Ele é mestre e doutorando em Teologia pela Pontifícia Uni
versidade Católica do Paraná - PUC.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), sugerimos que você faça a leitura de toda a
epístola aos Romanos e todas as lições desta revista. Na se
quência estude a lição específica que vai lecionar, destacando
os principais pontos. Se possível, consulte literaturas quefalem sobre o assunto e prepare um esboço sobre a lição,
destacando os pontos principais de cada tópico em forma
de frases.
Durante a aula, não leia a revista com os(as) alunos(as), mas
apresente os pr incip ais pontos e incentive a participação de
todos. Estimule os(as) alunos(as) a estudarem previamente
a tição em suas casas.
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TEXTO BÍBLICO
Romanos 1.1-7, 8,13,16,17
1 Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado
para apóstolo, separado para o evangelho de Deus,
2 o qual antes havia prometido pelosseus profetas nas Santas Escrituras,
3 acerca de seu Filho, que nasceu dadescendência de Davi segundo a carne,
4 declarado Filho de Deus em poder,segundo o Espirito de santificação,pela ressurreição dos mortos - Jesus
Cristo, nosso Senhor,
5 pelo qual recebem os a graça e oapostolado, para a obediência da féentre todas as gentes pelo seu nome,
6 entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo.
7 A todos os que esta is em Roma,
amados de Deus, chamados santos:Graça e paz de Deus, nosso Pai, e doSenhor Jesus Cristo.
8 Primeiramente, dou graças ao meuDeus por Jesus Cristo, acerca de vóstodos, porque em todo o mundo éanunciada a vossa fé.
13 Não quero, porém, irmãos, que ignoreisque muitas vezes propus ir ter convosco(mas até agora tenho sido impedido)para também ter entre vós algum fruto,
como também entre os demais gentios.16 Porque não me envergonho do evan
gelho de Cristo, pois é o poder de Deuspara salvação de todo aquele que crê,primeiro dojudeu e também do grego.
17 Porque nele se descobre a justiça deDeus de fé em fé, como está escrito:Mas o justo viverá da fé.
COMENTÁRIO
r INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos a respeito da primeira epístola do cânon pau-
lino, que apesar de ter um enfoque pastoral, é a mais longa e mais teológica
de todas su as epístolas. Movido pela paixão que tinh a pe la evangelização
dos gentios e o desejo de conhecê-los pessoalmente, 0 apóstolo escreveu,excep cionalme nte, para um a igreja que ele não havia fundado. Paulo pre
cisava au x i liar a com unidade, formada em sua m aior ia por gentios e um a
minoria de judeus, que enfrentava confl i tos com relação aos requis itos
ne ces sários p ara a justificaç ão diante de Deus. N esta epístola 0 apóstoLo
apresenta um espe tacular tratado para d em on strar que a just i f icaç ão se
dá por meio da fé e não petas obras.
I - PRIMEIRAS QUESTÕES1. Autoria, data e loca l da escrita. A
autoria paulina da Epistola aos Romanos
não é colocada em dúvida. Entretanto,
desta vez, Pauto não escreveu com suas
próprias mãos, mas ditou a carta ao co
pista Tércio, provavelmente conhecido
dos irmãos da igreja de Roma, pois ele
aproveita para enviar-lhes saudações
(Rm 16.22). A epístola foi escrita durante
os três meses que o apóstoLo esteve em
Corinto, hospedado na casa de Gaio,
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em sua terceira viagem missionária,
aproximadamente no final do ano de 56
e início de 57 d. C. Paulo movido pelo
ardor missionário de aLcançar a Espanha
(Rm 15,24), após levantar ofertas para as
igrejas gentílicas para ajudar a comu
nidade de Jerusalém, anuncia que fará
escala na igreja de Roma, com a certeza
de que seria abençoado e abençoaria
a igreja romana com a mensagem do
Evangelho (Rm 15,25-29).
2. A cidade de Roma. Para Roma
afluíam pessoas de todas as partesdo Império Romano por meio de um
moderno sistema de estradas, Pesqui
sas arqueológicas demonstram que
era habitada desde a Era do Bronze,
cerca de 1500 a. C, neste período foi
submetida a invasões de vários povos
como os gregos, etruscos e outros.
Portanto, na cidade de Roma, devidoa essa miscigenação, havia as mais
diversas religiões e filosofias da época,
Na área religiosa, era famosa pelo seu
politeísmo e superstições. Os deuses
do panteão grego foram adotados pelos
romanos, todavia seus nomes originais
foram trocados. Entre os principais
deuses romanos estão: Júpiter, Juno,
Apoio, Marte, Diana, Vénus, Ceres e
Baco. Quando o apóstolo Paulo chegou a
Roma, cerca de 60 d. C„ encontrou uma
população diversificada e cosmopolita.
Os monumentos públicos lembravam
aos visitantes o poder, as tradições e
a amplitude do Império Romano. Notempo do apóstolo em Roma havia cerca
de um milhão de habitantes.
3. A comun idade jud aica em Roma.
Judeus de todas as classes sociais viviam
em Roma ou a visitava. Arqueólogos
descobriram nas ruínas romanas várias
inscrições com nomes das mais varia
das origens e também nomes judaicos,
inclusive as inscrições nas catacum bas
judaicas indicam que a metade dos
judeus tinha nomes latinos, provavel
mente obtidos por emancipação da
escravidão. A comunidade juda ica era
bem representada na capital do império,
a ponto de no primeiro século consti
tuir o maior centro judaico do mundo
antigo, tendo pelo menos 13 sinagogas
na cidade. Os judeus contavam com a
simpatia da população. Isto se refletia
na prática judaica de fazer prosélitos,a ponto de terem como convertidos ao
judaísmo pessoas como Fúlvia, esposa
de senador; Pompeia, esposa de Nero:
e Flávio Clemente, primo de Domiciano,
entre outros. Entre os prosélitos no dia
de Pentecostes, provavelmente estavam
vários romanos.
O P e n s e !“A Epístola aos Rom anos é o prin -
cipal livro do Novo Testamento e o mais puro Evangelho, tão valio-so que um cristão não só deveria saber de memória cada palavra dela, mas têla consigo diaria-mente, como o pão cotidiano de
sua alma"(Martinho Lutero).
O Ponto Importante A comunidade jud aica em Roma era forte e provocava conflitos na comunidade cristã po r meio da influência sobre judeus converti-
dos ao cristianismo.
II - OS DESTINATÁRIOS E O PROPÓSITO DA EPÍSTOLA1. Endereço e saudaç ão (Rm 1.1-7).
A epístola de Paulo tinha um en dereço
certo: a comunidade cristã em Roma.
Ele inicia com uma apresentação se
melhante às demais epístolas que
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escreveu, entretanto, como ele não
conhecia a comunidade cristã em Roma.
acentua suas credenciais de servo,
apóstolo e escolhido de Deus (Rm
1.1- 7), se igualando aos profetas do AT
(Am 3.7; Jr 25.4; 1.5). Em sua saudação,
argumenta que o Evangelho que ele
conhecera já havia sido predito pelos
profetas. Na sequência, aborda a ação
da Trindade, enfatizando a encarnação
de Cristo, demonstrando sua humani
dade, bem como sua divindade sob a
ação do Espírito Santo. Defende seuapostolado, como recebido de Deus
para a salvação das pessoas chamadas
à obediência. Estimula a comunidade,
afirmando que eles faziam parte desse
povo escolhido.
2. A comunidade cristã em Roma.
Aproximadamente cinco anos depois
de escrita a carta, o apóstolo chegaà Roma. Mais tarde do que planejado
e em condições (transporte de prisio
neiros) que não imaginava na época da
escrita. A comunidade cristã em Roma
provavelmente foi fruto da facilidade de
locomoção proporcionada pelo comércio
mundial e a diáspora judaica, como os
romanos que estiveram no Pentecostes
(At 2). A igreja em Roma era constituída
por jud eu s e gentios, sendo que estes
últimos foram se tornando a maioria. Esta
diferença foi mais acentuada depois do
decreto do Imperador Cláudio que baniu
osjudeus de Roma, aproximadamente
em 49 d.C, incluindo Áquila e Priscila (At18.1- 3). A composição da igreja pode ser
percebida na lista de Rm 16.1-5, maioria
de gentios e presença feminina (11 mu
lheres e 18 homens).
3. O propósito da epístola. A paren
temente não tinha um único propósito,
Pelo menos quatro podem ser identifica
dos: a) missionário: evidente sentimento
paulino de que o trabalho missionário na
Ásia e na Grécia já estava completo (Rm
15.19,20) e tencionava levar o Evangelho
até a Europa; b) doutrinário: exposição
de forma didática e compreensiva
das verdades centrais do Evangelho,
provável deficiência devido à ausência
de um líder apostólico; c) apologético:
argumentação sobre a justificação pela
fé não parece ser simplesmente informa
tivas, mas uma oposição aos judaizantes
que estavam atuando na cidade (Rm14-15); d) didático: principalmente na
seção de prática geral, sobre a moral
e a conduta cristã (Rm 12-15), que tem
por alvo ensinar, informar e iluminar, e
não meramente resolver determinados
problemas.
O Pense!0 apóstolo Paulo depois de fazer um grande trabalho na Ásia e na Grécia, não se deu por satisfeito e começa novo projeto para alcan-çar almas para Cristo em regiões distantes como Roma e Espanha.
Jovem, você está satisfeito com o que já fez peto Evang elho? Você
pode fazer mais e melhor?
O Ponto Importante A com unidade cristã em Roma não foi fundada por Paulo e na época da escrita não tinha nenhum dos principa is Líderes da igreja para orientálos. Por isso, o apóstolo dedica uma epístola
com profundidade doutrinária para orientar e defendera men-sagem do Evangelho.
III - A GRATIDÃO DE PAULO E AJUSTIÇA DE DEUS REVELADA1. Paulo agrad ece a Deus pela co
munidade cristã em Roma (Rm 1.8-15).
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Após as saudações (1.1-7), Paulo faz
uma oração de agradecimento pelos
cristãos romanos, demonstrando seu
interesse pela comunidade (Rm 1.8-15).
O fato de Paulo não ser o fundador
da igreja não o impediu de orar e
reconhecer a fé e o trabalho de seus
membros. Seu exemplo evidencia que
o interesse coletivo deve estar acima
dos interesses pessoais. Ele nos dá um
exemplo de como deve ser conduzi
das as atividades no Reino de Deus.
A comunidade em Roma deve ter sesentido amada, pois o apóstolo tem o
cuidado de manifestar o seu desejo
ardente de estar com eles, bem como
informar que já havia tentado estar
com eles, porém sem sucesso. Muitas
pessoas são maltratadas por meio de
interpretações teo lógicas antibíblicas
que intimidam e provocam pavor, diferente do apóstolo Paulo que fortalece
e encoraja o grupo, sem descu idar da
verdade do Evangelho.
2. Paulo era testemunha da jus tiça
de Deus revelada pelo poder do Evan
gelho (Rm 1.16), O apóstolo reconhecia
a situação em que estava diante de
Deus antes de conhecer a Jesus e a
mudança que o Evangelho fez em sua
vida, após o encontro no caminho de
Damasco (At 9). Da mesma forma que
os jude us e alguns judeu-cristã os que
não conseguiam se desvincular de
forma definitiva do jugo da lei judaica,
ele havia dedicado grande parte de suavida em defesa dessa religião e tentado
impor o peso destas doutrinas e crenças,
pensando estar na direção e vontade
de Deus. Convicto de sua justificação
peta fé e não pelas obras, testifica o
seu amor ao Evangelho, a ponto de
afirmar: “Porque não me envergonho do
evangelho de Cristo, pois é o poder de
Deus para salvação de todo aquele que
crê”(Rmi.16). No século atual, enquanto
muitas pessoas estão se identificando
como cristãos evangélicos para tirar
vantagem, outros continuam negando
sua fé por temer as represálias. Jovem,
defenda a bandeira do Evangelho.
O Pense!Um versículo da Epístola aos Romanos (Rm 1.17) foi a mola propulsora para transformar a
realidade da humanidade, mudou a história ocidental por meio da Reforma Protestante.
© Ponto ImportanteO apóstolo Paulo deu um grande
exemplo de quem valoriza o coletivo e não os interesses pessoais. Uma vida verdadeira-
mente transformada pela justiça de Deus revelada por meio da Epístola aos Romanos.
SUBSÍDIO
“O escrito que mais se aproxima
d e um a a pr e se n ta ç ã o te ológ i c asistemática é a epístola aos Romanos, a única epístola, entre as seis,escrita para uma igreja que Paulo nãofundou. Todavia, o foco, mesmo nocaso de Romanos, não é a teologiaem geral, mas a apresentação da
mensagem da sa lvação. Embora
Paulo não tivesse visitado a igreja,ele esperava ser bem recebido comoapóstolo de Deus e encontrar apoiopara seus planos de plantar igrejasnas regiões ocidentes do ImpérioRomano" (ZUCK, Roy B. Teologiado Novo Tes tam en to í.ed. Rio deJaneiro: CPAD, 2008, p. 271).
8 JOVENS
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ESTAN TE DO PROF ESSOR
CABRAL, Elienai. Romanos: O evangelho da justiça de Deus. led.
Rio de Janeiro: CPAD, 1986.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry, i.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
ZUCK, Roy B, TeoLogia do Novo Testamento, í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que a epístola foi escrita por Paulo, por volta de 57 a.C, na
cidade de Corinto, durante a terceira viagem m issionár ia de Paulo. A comunidade cristãde Roma não foi fundada por Paulo, mas ele se ocupou em reforçar para a comunidade
a revelação da justiça de Deus por meio da fé, tema central da epístola e fundamento
para o desencadeamento da Reforma Protestante do Século XVI.
HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição quem foi o autor, qual a data e o local da escrita da Epístola aos
Romanos?A EpístoLa aos Romanos foi escrita pelo apóstolo Paulo, em 57 d.G, na cidade de
Corinto, durante a sua terceira viagem missionária.
2. Quais eram os principais deuses romanos?
Entre os principais deuses romanos estão: Júpiter, Juno, Apoio, Marte, Diana,
Vénus, Ceres e Baco,
3. Quando e por quem os jud eu s foram banidos de Roma? Qual casal estava entre
os jude us banidos?
O imperador Cláudio baniu os judeu s de Roma em 49 d.C„ por meio de um d e
creto, Entre os judeus banidos estava Áquila e Priscila (At 18.1-3).
4.0 apóstolo Paulo foi o fundador da comunidade cristã em Roma?
Não.
5. Qual o versículo da Epístola aos Romanos influenciou a teologia de Martinho
Lutero, o principal protagonista da Reforma Protestante?
Romanos 1.17.
Anotações
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A NECESSIDADE
DOS GENTIOSTEXTO DO DIA
“[...] os quais, conhecendo a jus-tiça de Deus (que são dignos
de morte os que tais coisaspraticam), não somente as fa-zem, mas também consentem
aos que as fazem" (Rm 1.32).
AGENDA DE LEITURA
SÍNTESE
A obra da criação revela0 conhecimento natural eracional de Deus. Por isso,
0 ser humano não temcomo a legar desco nhecer a
existência de Deus.
SEGUNDA-Rm 1.18
A ira de Deus
TERÇA - Rm 1.20A criação revela as coisas invisíveis
QUARTA - Rm 1 .21-22É loucura não reconhecer aglória de Deus
QUINTA - Rm 1-23-27A Bíblia condena a prática da
relação sexual entre pessoas domesmo sexo
SEXTA - Jo 16 .8-110 Espírito Santo é quem conven-ce do pecado e da justiça de Deus
SÁBADO - Rm 1.32
0 consentimento da injustiça À
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r OBJETIVOS
R EC O N H EC ER que o conhecimento natural e racional
de Deus não é suficiente para a salvação;
C O N S C I E N T I Z A R d e q u e a i d o l a t r i a ( d e s p r e z o p e l aglória de Deus) induz o ser humano à perversão;
R E C O N H E C E R q u e s o m e n t e o c o n h e c i m e n t o e x p e -
r ien cial de Deus l iberta da i ra do Todo-Poderoso.
INTERAÇÃO
Caro(a) professor(a), dentre os assuntos a serem abordadosna lição de hoje, tem um polêmico. É o que trata da relação
de pessoas do mesmo sexo (homoafetivas). Prática que tem
sido incentivada pela mídia e pelos meios sociais, com vistas
à tolerância e disseminação pela sociedade. Falar sobre esse
assunto até nas igrejas que tem a Bíblia como regra de fé
e conduta, tem sido rechaçada por algumas pessoas como
uma prática discriminatória. Outras desejam tornar em lei a
proibição de se falar do assunto nos púlpito. Portanto, o temadeve ser tratado com cuidado e, acim a de tudo, alicerçado na
Palavra de Deus e abordado com amor e bom senso.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em geral, os professores de Escola Dominical, adotam o
modelo trad iciona l de ensino. Os alunos ficam sentados unsatrás dos outros, em fila. O modelo mais moderno e eficiente
para o processo de ensino aprendizagem, em especial para
um grupo de jovens, é a disposição das cadeiras em círculo
ou semicírculo. Professor(a) que fica no mesmo nível e en
volvido entre os alunos facilita a reLação e o aprendizado. Se
a estrutura da sala de aula permitir, experimente usar esta
formação e dar oportunidades para que os jovens participem
com suas considerações. Seja receptível às ideias, mesmo que
sejam contrárias à sua opinião, pois os jovens precisam ser
convencidos por argumentos e não por imposição. Certamente,
se sentirão mais envolvidos e importantes. Com isso, serão
os principais promotores da Escola Dominical.
JOVENS 11
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TEXTO BÍBLICO
Romanos 1.18-27
18 Porque do céu se manifesta a ira de
Deus sobre toda impiedade e injustiçados homens que detêm a verdade eminjustiça;
19 porquanto o que de Deus se podeconhecer neles se manifesta, porqueDeus lho manifestou.
20 Porque as suas coisas invisiveis. desde a criação do mundo, tanto o seueterno poder como a sua divindade,
se entendem e claramente se veempelas coisas que estão criadas, paraque eles fiquem inescusáveis;
21 porquanto, tendo conhecido a Deus,não o glorificaram como Deus, nemlhe deram graças; antes, em seusdiscursos se desvaneceram, e o seucoração insensato se obscureceu.
22 Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.23 E mudaram a glória do Deus incor
ruptível em semelhança da imagemde homem corruptível, e de aves, ede quadrúpedes, e de répteis.
24 Pelo que também Deus os entregouàs concupiscências do seu coração,à imundícia, para desonrarem o seucorpo entre si;
25 pois mudaram a verdade de Deusem mentira e honraram e servirammais a criatura do que o Criador, queé bendito eternamente. Amém!
26 Pelo que Deus os abandono u àspaixões infames. Porque até as suasmulheres mudarqrn o uso natural, nocontrário à natureza.
27 E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher,se inflamaram em sua sensualidadeuns para com os outros, varão comvarão, cometendo torpeza e receben
do em si mesmos a recompensa queconvinha ao seu erro.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A história da humanidade demonstra que 0 ser humano sempre buscou aDeus, m as falhou porque 0 busca da form a errada. A pro cura pe los interesses
pessoais e atendimento aos desejos pecam inosos d om inaram os povos. No
texto a ser estudado o apóstolo argumenta que todo ser humano, criado à
imagem e sem elhança de Deus, tem c on sciência da existência divina, pois
a próp ria naturez a é a prova desta existência. Mesmo reconh ecendo a ex is
tência, se faz necessário um relacionamento mais estreito com este Deus.
I - CONHECIMENTO DE DEUSPARA SALVAÇÃO (Rm 1.18-20)1. As injus tiças provocam a ira de
Deus (v. 18), O texto (perícope) começa
com o testemunho dos céus, demons
trando a observância divina sobre tudo
o que acontece na terra. A atenção
é para as práticas de injustiças que
são praticadas, principalmente, pelas
pessoas que detêm o poder sobre os
demais seres humanos, oprimindo-os
na busca do benefício próprio. Estas
práticas provocam a “ira de Deus", que
é uma linguagem antropopática para
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que o ser humano em sua Limitação
possa entender e reproduzir o agir di
vino. O Deus de justiça não pode ser
conivente com práticas de injustiças e
desumanização. O termo “ira de Deus”
não é compreendido por muitas pes
soas, alegando que Deus é amor e não
poderia agir com atos de vingança ou
rigorosos. As expressões “Deus é amor"
e “Deus éjustiça”não são contraditórias,
pois um Deus de Amor deve proteger
os injustiçados por meio da justiça. Toda
injustiça é pecado (1 Jo 5.i7a-ARA) e aspráticas de injustiça serão julgadas por
Deus, no tempo determinado por Ele.
2 .0 conhecimento natural e racional
não liberta da ira de Deus (v. 19,20a).
O conhecimento natural e racional de
Deus é acessível a todo ser humano. O
apóstolo argumenta que as coisas visíveis
criadas por Deus são do conhecimentode todas as pessoas e representam
as coisas invisíveis, que podem ser
deduzidas pela lógica. Para Paulo não
existe o ateu em estado puro, pois pelas
coisas criadas é possível se descobrir
Deus. Como explicar o funcionamento
do universo, com milhares de galáxias,
além das conhecidas, e a harmonia entre
elas? O reconhecimento de um Deus
que governa tudo isso pode se explicar
racionalmente. O caminho da descoberta
de Deus está aberto a todos. Todavia, o
conhecimento experiencial é somente
por meio da fé e é manifesto mediante
a produção de frutos de justiça. O autoresclarece o tema da justificação por meio
da fé nos capítulos 3 e 4 da epístola.
3. A falta de conhecimento experien
cial de Deus é indesculpável (v. 20b).
Os argumentos do subtópico anterior
demonstram que o ser humano não
tem como justificar suas práticas de
injustiças por não conhecera Deus. Por
outro lado, o fato de reconhecer a exis
tência de Deus não caracteriza que esta
pessoa praticará a justiça. Na época do
apóstolo, como nos dias que vivemos,
existem muitas pessoas que se dizem
religiosas e praticantes da Palavra, mas
infelizmente sdgsjiráticas não condiziam
com o Evangelho que era ensinado peLo
apóstolo. Dessa forma, a carteira de
membro ou de ministro do evangelho
não serve para se justificar diante de
Deus, mas sim uma vida coerente como evangelho e que manifesta o fruto do
Espírito na vida, No meio pentecostal,
a cultura que predomina é de que as
manifestações dos dons espirituais são
sinônimos de espiritualidade e santidade.
Tal enfase leva-ndfe a desprezar o fato
de que a santidade é evidenciada pelo
fruto do Espírito (GL 5.22).
O Pense!Romanos demonstra que o Evan-
gelho revela a jus tiça de Deus por meio da fé, porém também evidencia a ira de Deus sobre o pecado.
O Ponto ImportanteQuando a Bíblia menciona anecessidade do conhecimentode Deus, não é o conhecimentoteórico, mas 0 conhecimento experiencial, isto é, conhecer sobreDeus com Ele.
II - RECONHECIMENTO DA GLÓRIA DE DEUS (Rm 1.21-27)1. A falta do reconhecimento da Gló
ria de Deus induz à ingratidão (vv.21,22).
O versículo 21 usa a expressão “tendo
conhecido a Deus, não o glorificaram
como Deus", ou seja, aqui trata de uma
pessoa que reconhece a existência de
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Deus por meio do conhecimento natural,
mas não o reconhece como Senhor. Uma
coisa é reconhecer a existência, outra
é reconhecer adequadamente a Deus.
Algum as pessoas, mesm o sabendo da
existência do Criador, têm como motiva
ção seu interesse pessoal, priorizando a
busca do poder, do prazer e da zona de
conforto, mesmo que para conquistar
precise praticar a injustiça. Esta prática
é denominada por algumas pessoas
como “ser esperto". Como diz o apóstolo,
“dizendo-se sábios, tornaram-se loucos",pois agir desta forma é loucura para Deus.
Por isso, a necessidade de reconhecer
a glória de Deus, ser grato por tudo que
Ele tem nos proporcionado e, em tudo.
glorificar ao nome do Senhor. Jovem,
você tem sido grato a Deus?
2. O antropocen trism o am bicio
na transformar a Glória de Deus emobjeto (v.23). Quando o ser humano
passa a ser o centro de todas as coisas
(antropocentrismo), Deus é considerado
como se fosse um objeto à disposição
da vontade daquele. O apóstolo critica
a prática d e tentar transformar a glória
do Deus incorruptível em objetos de
imagem de criaturas (v. 23), como se
fossem sagradas e capazes de atender
os desejos pessoais (Sl 103.20; Jr 2.11).
Aqui, precisamos conceituar idolatria
como tudo aquilo que o ser humano
coloca no lugar ou antes de Deus e para
sua própria glória. Algumas pessoas por
não se prostrar diante de uma imagemde escultura pensam não praticar ido
latria. No entanto, quando as pessoas
não reconhecem Deus como único
Absoluto, acabam por substituí-lo por
coisas (status social, cargo ministerial,
bens, entre outros) ou pessoas. O fato
de não termos imagens de escultura em
nossas igrejas não garante a ausência
de idolatria. Jovem, o que você tem
priorizado em sua vida? Qual o lugar
de Deus?
3. O antropocentrism o perverte o
plano original para a sexualidade (vv.
24-27). Às pessoas que não reconhecem
a glória de Deus. o apóstolo afirma que
Deus os entrega às suas próprias concu
piscências, Estas pessoas são inclinadas a
buscar sua satisfação pessoal e uma das
formas citadas é a relação sexual entre
pessoas do mesmo sexo, diferente doprojeto original de Deus (Gn 1.27; 2.18).
No mundo greco-romano da época do
apóstolo a pederastia era estimulada e
inclusive vista como perfeição sexual.
Contudo, Paulo condena essa prática,
que tem se tornado cada vez mais po
pular nos dias atuais. Por isso, devemos
estar preparados para tratar do assunto edas pessoas com esse comportamento
sexual, quer fora, quer da própria igreja.
É a nossa obrigação falar-lhes do amor
de Cristo.
O Pense!0 ser humano que não se entrega
à vontade de Deus, o Criador o entrega à sua própria vontade.
O Ponto Importante A idolatria ocorre quando colocamos outras prioridades antes de Deus.
III - O CONHECIMENTO EXPE-RIENCIAL DE DEUS QUE LIBERTADO PODER DO PECADO (Rm1.28-32)1. O desprezo pelo conhecimento
exp erien cialde Deus conduz à perver
sida de (v. 28-3 ia). O apóstolo amplia os
atos de perversidade que as pessoas que
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não se importam em buscar o conheci
mento experiencial de Deus. A pessoa
que tem o conhecimento experiencial
com Deus, sente a presença dEle cons
tantemente, pois o Espirito Santo tem
liberdade para orientá-la, bem como
adverti-la quando estiver propensa a sair
da vontade do Pai, mantendo-a na fé de
Cristo. Essa é a grande diferença entre
aquele que conhece a Deus e aquele que
não conhece. Existe um ditado popular
que diz “fulano não tem nada a perder".
Aqueles que não conhecem experien-cialmente a Deus pensam não ter nada
a perder e se entregam às suas próprias
con cup iscênc ias, “estando cheios de
toda iniquidade" (v. 29). Entretanto, o
apóstolo afirma que serão juLgados
sob a ira de Deus. Portanto, todos têm
“muito a perder".
2. O desprezo pelo conhecim ento
experiencial de Deus torna o ser hum a
no irreconciliável (v. 3ib-3 2a). A pessoa
que se entrega à perversidade e não dá
ouvidos ao Espírito Santo, o meio que
Deus proveu para nos convencer do
pecado, da justiça e dojuízo (Jo 16.8-11).
Desse modo, se torna "irreconciliável",
pois rejeita o único meio de se religar
com Deus. Entretanto, isso ocorre por
que ele não se importa com Deus e não
o contrário. Esta pessoa sozinha não
consegue vencer sua tendência para a
prática do pecado e da injustiça. O fato
é que nem todas as pessoas vão chegar
ao conhecimento da verdade. Por mais
que essa afirmação nos incomode, as
pessoas são livres para aceitar ou não
o Caminho. Não podemos mudar as
pessoas, elas mudarão somente se
quiserem e derem abertura ao Espírito
Santo. Quem rejeita o projeto de Deuspara salvação abraça o projeto que torna
a mentira em verdade.
O Pense!“O que me preocupa não é nem o
grito dos corruptos, dos violen-
tos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... 0 que me preocupa é o silêncio dos bons’ (Martin Luther King Júnior).
O Ponto ImportanteTodas as pessoas estão sujeitas ao erro e ao pecado, mas aquelas que se submetem a Deus e se im-portam com a sua vontade, dão
ouvido ao Espírito Santo e não se comprazem na vida de pecado.
Quando as pessoas não reconhecem
Deus como único Absoluto, acabam porsub stituí-lo por coisas (status social, cargo
ministerial, bens, entre outros) ou pesso as.
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SUBSÍDIO 1
“Paulo já era cristão há mais de 24
anos. Durante esse tempo, passara por
muitas experiências e grandes decep
ções. Sua mente, porém, abría-se para
Jesus como uma flor se abre ao soL Ama
durecera na vida cristã, e o Evangelho
de Cristo era-lhe, mas que nunca uma
preciosa realidade. Em sua carta, Paulo
decidiu proclamar o Evangelho em sua
plenitude. Suas palavras, ditadas a Tércio.
visavam convencer os romanos de quetodos, gentios ou judeus, precisavam
da salvação provida por Deus em seu
Único Filho. Deus a oferecia como um
dom; bastava ao homem recebê-la de
graça. Homem algum pode, por esforço
próprio, ser reto e aceitável a Deus" <BALL,
Charles Fergunson. A Vida e os Tempos
do Apóstolo Paulo. Rio de Janeiro: CPAD,1998. p, 150).
Caro professor, o pecado e a injustiça, que desfiguram
a so cieda de e tornam a vida tão
penosa, têm como resultado o divino
julgamento sobre a humanidade
por rejeitar a Cristo e optar pela
imoralidade. O crime e a injustiça
expressam a natureza pecaminosa
do homem e se constituem numarepresentação dojulgamento divino
do pecado" (RICHARDS, Lawrence
O, G uia do Leitor da Bib lia: Uma
análise de G ênesis a Apolocalipse
capítulo por capitulo. i2.ed. Rio de
Janeiro; CPAD, 2012, p, 737)-
SUBSÍDIO 2
“Tod os fazem m ais ou me nos
o que sabem que é mau e omitem
o que sabem que é bom, de modoque ninguém se pode permitir ale
gar ignorância. O poder invisível de
nosso Criador e a divindade estão tão
claramente manifestados nas obras
que têm feito de modo que até os
idólatras e os gentios maus não têm
desculpas. Eles seguiram de maneira
néscia a idolatria, e as criaturas racionais trocaram a adoração do Criador
glorioso por animais, répteis e imagens
sem sentimento. Se apartariam de
Deus até perderem todo o vestígio da
verdadeira religião, se a revelação do
Evangelho não os houvesse impedido.
Os fatos são inavegáveis, quaisquer
que sejam os pretextos estabelecidosquanto à suficiência da razão humana
para descrever a verdade divina e a
obrigação moral, ou para governar
bem a conduta. Estas coisas mostram
simplesmente que os homens deson
ram a Deus com as idolatrias e suas
superstições mais absurdas, e que se
degradaram a si mesmo com os mais
vis afetos e obras mais abom ináveis”
HENRY. Matthew. Comentário Bíblico
de Matthew Henry.ied. Rio de Janeiro:
CPAD, 2002, p. 925).
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ESTAN TE DO PROF ESSOR
BALL, Charles Fergunson. A Vida e os Tempos do Apóstolo Paulo.i.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry. í.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
Ê m C ONC L US ÃO ................ „....
Nesta lição aprendemos que a criação é uma prova evidente da existência de Deus, o
ser soberano que se ira contra as práticas de injustiça. Para não ser consumido pela
ira divina é preciso ter um conhecimento experiencial de Deus, pois o conhecimento
natural e racional não é suficiente para salvação.
HORA DA REVISÃO
1. De acordo com a lição, algumas pessoas afirmam que a expressão “Deus é amor"
é conflitante com a expressão “Deus é ju st iça ”. De acordo com a lição estas ex
pressões são contraditórias?
As expressões “Deus é amor”e “Deus é just iça ”não são contraditórias, pois um
Deus de Amor deve proteger os injustiçados por meio da justiça.
2. As igrejas evangélicas não possuem em seus templos imagens de esculturas.
Esta atitude garante a ausência de idolatria na igreja?
O fato de não termos imagens de escultura em nossas igrejas não garante a
ausência de idolatria, pois a idolatria é tudo aquilo que você coloca no lugar, ou
antes, de Deus.
3. Os cristãos evangélicos afirmam que a Bíblia condena a relação entre pessoas
do mesmo sexo. Qual a base bíblica no Novo Testamento para tal afirmação?
A base bíblica está na afirmação do apóstolo Paulo em Romanos 1.26,27: “Pelo que
Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram
o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os varões,
deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para
com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos
a recompensa que convinha ao se u erro”.4. De acordo com a lição, quando uma pessoa pode se tornar irreconciliável com Deus?
A pessoa que se entrega à perversidade e não dá ouvidos ao Espírito Santo, o
meio que Deus proveu para nos convencer do pecado, da justiça e do juízo Uo
16.8-11) se torna “irreconciliável”, pois rejeita o único meio de se religar com Deus.
5. Segundo a lição, o apóstolo Paulo afirma ser suficiente não praticar a injustiça?
Não. O apóstolo ensina que consentir com a injustiça também se constitui uma
prática injusta.
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LIÇÃO
317/01/2016
A NECESSIDADEESPIRITUAL DOS
JUDEUS
TEXTO DO DIA
“Mas é judeu 0 que 0 é no
interior, e circuncisão, a que é
do coração, no espírito, não naLetra, cujo Louvor não provém
dos homens, mas de Deus”
(Rm 2.29).
SÍNTESE
Os jud eu -cristão s por terem
recebido a reveLação direta de
Deus e se dizerem cumpri
dores da Lei desprezavam os
gentios, mas Paulo demonstra
que a Lei e a circuncisão não
justificam 0 ser humano.
AGENDA DE LEITURA
S E G U N D A - R m 2.1
Quem julga e faz o mesmo con
dena a si mesmoTE R Ç A-R m 211Deus não faz acepção de pessoas
QUARTA - Jr 3 133Deus tem aliança com quem
tem a Lei escrita no coração
QUINTA-Rm 228
O ritualismo não justificaninguém
SEXTA - Gn 12.1-3A promessa da bênção a Abraão
SÁBADO - Rm 221-24
Quem ensina a Palavra e não prá
tica desonra 0 nome de Deus
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OBJETIVOS
•DEFENDER a afirmaçao de que a Lei nao foi suficiente
para a justificação do ser humano;
•M O STR AR que quem ensina e não pratica o que ensinaé um hipó crita e está debaixo da ira de Deus;
•DE M O N STR AR que o ritual serve apenas como um sinal
externo, como exemp lo da circuncisão, e não jus tifica o
ser humano diante de Deus.
INTERAÇÃO
Caro(a) professor(a), um tema que precisa de uma atençãoespecial é a hipocrisia. Não é possível, como diz um ditado
popular, "tapar o sol com a peneira". Infelizmente, existem, no
meio cristão evangélico, pessoas com atitudes semelhantes
as dos judeus citados por Paulo. Elas querem impor sobre as
demais normas e regras que a Bíblia não exige, um jugo pesado
e impraticável. Pessoas boas de discurso, que falam de forma
bonita sobre o Evangelho, mas que não se comporta adequa
damente na igreja, no lar, trabalho, escola e na sociedade em
geral. Crentes que têm envergonhado o Evangelho e a Igreja.Um debate bem conduzido sobre o assunto poderá contribuir
para uma sensibilização, para a necessidade de se viver uma
vida íntegra e coerente diante das pessoas e de Deus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Sugerimos que você faça uma atividade em grupo para exem
plificar o ensino do tópico II desta lição. Para isso, solicite doisvoluntários ou duas voluntárias. Enquanto as demais pessoas
assistem, coloque uma venda nos olhos de um(a) voluntário(a)
e peça para o(a) outro{a) voluntário(a) para guiá-lo(a) numa ca
minhada pela sala ou pátio, não permitindo que retire a venda,
como se fosse uma pessoa cega. Na sequência, coloque a venda
nos olhos do(a) outro(a) voluntário(a) e peça para um guiar o
outro, aLternadamente. Após a atividade, peça para cada volun-
tário(a) expressar qual o sentimento que teve nas duas funções
exercidas, bem como a opinião do público que presenciou aatividade. Depois de ouvir a todas as pessoas, explique que os
judeu-cristãos se achavam perfeitos e queriam guiar os gentios
por acharem que eram cegos, mas que Paulo esclarece que os
judeus também eram cegos. Na realidade era um cego tentan
do guiar outro cego. Os judeus se achavam superiores, porém
diante de Deus estavam condenados como os gentios que não
reconheciam a Deus. Tanto judeus como gentios precisavam da
misericórdia e graça de Deus para se justificarem diante dEle.
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TEXTO BÍBLICO
Romanos 2.1-11
1 Portanto, és inescusável quando julgas,
ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquiloem que julgas a outro: pois tu, quejulgas, fazes o mesmo.
2 E bem sabemos que o juízo de Deusé segundo a verdade sobre os quetais coisas fazem.
3 E tu, ó homem, que julgas os que fazemtais coisas, cuidas que, fazendo-as tu,
escaparás ao juízo de Deus?
4 Ou desprezas tu as riquezas da suabenignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidadede Deus te leva ao arrependimento?
5 Mas, seg undo a tua dureza e teucoração impenitente, entesouras ira
para ti no dia da ira e da manifestaçãodo juízo de Deus,
6 o qual recompensará cada um segundoas suas obras,
7 a saber: a vida eterna aos que, comperseverança em fazer bem, procuramglória, e honra, e incorrupção;
8 mas indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes à verdadee obedientes à iniquidade:
9 tribulação e angústia sobre toda alma
do homem que faz o mal, primeiramente do judeu e também do grego;
10 glória, porém, e honra e paz a qualquerque faz o bem, primeiramente ao judeue também ao grego;
11 porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Paulo se dirige aos jud eu -cristã os de Roma, jude us que haviam se convertido ao
cristianismo, m as que ainda estavam marcados pelo poder da Lei e não se sentiam
à vontade (devido a opressão do jugo da Lei po r longa data) com a me nsag em da
justificação p or meio da fé. O comportame nto dos jud eu -cristã o s colocava-os,
da me sm a form a que os gentios citados na lição passada, debaixo da ira divina,
pois tamb ém desprezavam a salvação gratuita ofertada por Deus e m Cristo. A
I - OS JUDEUS NECESSITAVAMSE LIBERTAR DO JUGO DA LEI(Rm 2.1-16)1.0 julgamento mediante a Lei provoca
a ira de Deus (w. 1-10). Os judeu-cristãos,possivelmente, ficaram satisfeitos com
as palavras que Paulo dirigiu aos gentios
(1.18-32). Agora, o comportamento deles é
questionado. Eles, influenciados pela cultura
que os gerou, tinham o hábito de julgar as
pessoas por não cumprirem a Lei judaica. O
que preocupa é que eles haviam deixado 0
judaísmo para se inserirem no cristianismo,
mas continuavam no legalismo como os
gáLatas (Gl 3,1-5). O apóstolo afirma que da
mesma forma que os gentios provocaram
a ira de Deus pela sua conduta pecaminosa, os judeus também estavam sob o
julgamento da ira divina pelo legalismo. Na
realidade, a causa era a mesma, a busca
da glória para si por meio da manifestação
das obras (antropocentrismo/egocentris-
mo). Eles queriam impor um jugo sobre as
pessoas, que nem mesmo Deus requeria.
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Jugo que somente Jesus poderia libertar
(Ver Mt 11.28-30).
2. Deus não faz acepção entrejudeu e
gentio (v. 11). Deus sempre vai primar pela
justiça. Alguns cristãos evangélicos tem
uma tendência em pensar que Deus privi
legia osjudeus em detrimento aos outros
povos. Isto é um engano. Um bom exemplo
é a atuação dos profetas, que profetizavam
a justiça de Deus tanto para as nações
inimigas como para o seu próprio povo,
em especia l os líderes civis e religiosos.
O parâmetro utilizado é a culpabilidade,ou seja, o julgamento é sobre a prática da
injustiça e não a nacionalidade ou a origem
das pessoas. Este comportamento de
discriminação, comum ao ímpio, às vezes
está presente na comunidade evangélica,
onde o critério não é a justiça, mas sim a
origem ou outros fatores que privilegiam
uns em detrimento de outros. Deus nãoage assim, “porque, para com Deus, não
há acepção de pessoas" (v. 11). Jovem, você
tem feito acepção de pessoas?
3. Os gentios que não conhecem a Lei
serãojulgados pela sua consciência moral
(w. 12-16). Um questionamento comum
é como será o julgamento das pessoas
que nunca tiveram a oportunidade de
conhecer o Evangelho. Paulo nesta pas
sagem nos traz uma explicação didática
quando se refere ao julgamento sobre
os gentios que não conheciam a Lei. Ele
afirma que “quando os gentios, que não
têm lei, fazem naturalmente as coisas
que são da lei, não tendo eles lei, para simesmos são lei”, ou seja, seriam julgados
não pelo conhecimento da Lei, mas pela
prática da Lei, sem mesmo a conhecer.
As pessoas geralmente priorizam a fé em
Cristo, isto é bom e louvável, mas será
que o mais importante para o ser humano
não seria ter a fé de Cristo, mesmo não o
conhecendo? Por exemplo, uma pessoa
que tenha nascido em um ambiente sem
oportunidade de ouvir falar de Jesus, mas
a sua consciência moral, como criatura
formada à imagem de Deus, pratica o
que Jesus ensinou, em especial o amor,
deveria ser julgad a e conden ada? Um
judeu-cristão da época de Paulo diria que
sim. Jovem, e você, o que diz?
© Pense! Jovem, como podemos ter a Paiavra de Deus em nosso interior,
escrita em nosso coração?
O Ponto ImportanteDeus não dá um tratamento dife-
renciado aos judeus, mas os julga da mesma maneira que julga os
gentios, pelas suas atitudes.
II - O S J U D EU S N ECESSITA V A MABAN DON AR A HIPOCRISIA (Rm
2.17-24)1. O sjud eu s se achavam superiores
por terem recebido a Lei (vv. 17,18). Os
judeus, numa linguagem jovem, “acha
vam que estavam podendo”por terem
“por sobrenome judeu”. Afinal de contas,
segundo a tradição, foi o povo de Israel
por meio de Moisés, seu grande líder,
o receptor da Lei dada diretamente por
Deus. Este povo poderia ter no mínimo
duas atitudes: a) se sentir superior aos
demais povos pela revelação exclusiva
de Deus: b) se sentir privilegiado, mas
acima de tudo, responsável pela transmissão, de forma humilde, da revelação
recebida para o bem coletivo, Osjudeus
escolheram a primeira opção, se sentiam
como insubstituíveis. Quantas pessoas
que se dizem participantes do povo de
Deus que imitam o comportamento dos
judeus? Fechadas entre quatro paredes
JOVENS 21
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se sentem como os únicos abençoados
por Deus e julgam as pessoas que não
fazem parte de seu grupo. Jesus advertiu
que seremos julgado s com o julgamento
com que julgarmos (Mt 71-5). Jovem, o
que você acha de pessoas que vivem
julgando as demais?
2. Os jud eus ensinavam a teoria, mas
não viviam o que ensinavam (w. 19-23).
Existe um treinamento vivencial para lide
res em que as pessoas colocam vendas
nos olhos, simulando uma vida de cego
para perceber as dificuldades que elestêm, enquanto outro companheiro o guia
entre alguns obstáculos, Quem está sendo
conduzido precisa confiar no seu guia, e o
guia precisa ser comprometido para não
tirar vantagem, mas cuidar com carinho da
pessoa que está guiando. O apóstolo afirma
que osjudeus se achavam em condições
de conduzir os gentios, para eles cegos, pornão receberem a luz da revelação. Todavia,
o apóstolo assevera que eles também
eram cegos e não estavam credenciados
para conduzir ninguém. Paulo aponta a
evidência, o comportamento hipócrita
dos judeu-cristãos, que ensinavam a Lei,
mas não praticavam e não conseguiam ser
exemplo. A atitude judaica faz lembrar o
ditado popular “faz o que eu mando, mas
não faça o que eu faço", O que faziam bem
era julgar os gentios.
3. Osjud eus envergonhavam o nome
de Deus (v. 24). Neste verso o apóstolo trata
da consequência das atitudes dosjudeu-
cristãos citadas no subtópico anterior. Aspessoas estão atentas para o comporta
mento das outras, principalmente, quando
estas professam uma fé diferenciada e se
vangloriam de fazer parte de determinado
grupo. Como o comportamento dosjudeus
era hipócrita, eles acabavam sendo os
piores diante de Deus. O texto diz que os
gentios blasfemavam contra Yahweh de
vido ao comportamento repreensível dos
judeus. No meio das comunidades cristãs
evangélicas também existem pessoas com
comportamento parecido ao dosjudeus
(Mt 13.24-30; 36-43), Por isso, precisamos
estar constantemente nos examinando,
assim como nos exorta o apóstolo em
outra epístola (1 Co 11.28-32), acerca de
não desonrarmos a Deus e não sermos
julgados com o mundo.
© Pense! Jovem, você tem saído das quatro paredes para evangelizar outras
pessoas ou, como os judeus, tem se comportado como se a salvação
fosse exclusiva para você?
O Ponto ImportanteOs judeu cristã os por se acharem
superiores aos gentios os despre-zavam, viviam uma vida hipócrita
não praticando o que ensinavam
e, por isso, Paulo afirma que os gentios blasfemavam de Deus.
III - OS JUDEUS PRECISAM SELIBERTAR DO RITUALISMO (Rm
2.25-3-8)
1. O sjud eu s exigiam a circuncisão,
mas eram incircuncisos de coração
(2.25-29). A circuncisão, uma operação
cirúrgica que remove o prepúcio, uma
peLe do órgão sexual masculino, um sinal
externo que representa a fidelidade do
judeu com sua fé e sua nação. Esse ritual
era tão relevante para identificar ojud eucom sua fé, que na época do Império
Grego muitosjudeus apóstatas, para ga
rantir a fidelidade aos gregos, reverteram
a circuncisão por meio de cirurgias. A
circuncisão para ojudeu era obrigatória
e motivo de vanglória por pertencer ao
“povo escolhido”. Mas o apóstolo afirma
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que a fidelidade não se evidencia pelo
exterior e por ritualismo, como defendiam
os judeus, mas a evidência era interna, no
coração. Entretanto, isso não significava
que o exterior não é importante, mas sim
que o interior do ser humano que trans
forma seu exterior e não o contrário. Jesus
disse que o ser humano é contaminado
pelo que está dentro do seu coração e
não no seu exterior (Mt 715).
2. Osjude us não souberam aprovei
tar o privilégio de receber a revelação
divina (Rm 3.1,2). A leitura descuidada daepístola pode dara impressão que Paulo
desmerece o privilégio do povo judeu de
receber a revelação de Deus. Entetanto,
esse não é o caso. Ele tem como precioso
o privilégio judaico, mas reprova a atitude
de não saberem valorizar esta prerrogativa.
O recebimento direto da revelação divina, a
Palavra escrita, bem como a representaçãoda circuncisão é considerado como um
favorecimento honroso. Na realidade, Deus
escolheu o povo de Israel para abençoar
toda a humanidade. Eles foram colocados
como intermediários das bênçãos de Deus,
para que a promessa de Abraão de que
por meio dele seriam benditas todas as
nações da terra (Gn 12,3), alcançasse não
somente os seus descendentes, Como
têm se comportado os membros de nossa
igreja ao se verem como receptores das
bênçãos de Deus? Existe alguma relação
com a atitude dos jud eus?
O Pense! Algumas pessoas tentam manter as aparências, valoriza a exterioridade e o ritualismo. Deus valoriza o que está no mais íntimo dos corações.
@ Ponto Importante A tradição é importante, mas não pode sobrepor ao poder da Palavra.
SUBSÍDIO
“Por que haveria Deus de sepreocupar com o homem perdido,incrédulo, ingrato e desobediente?
Por que haveria de prover a expiaçãodo pecado desse homem, que Lhedeu as costas, preferindo ouvir a vozda antiga serpente, quando todos osmeios para sua felicidade estavamà sua d isposição? Somente peLa
Bíblia, a Palavra de Deus reveladae inspirada, é que podemos obter
a lgumas respostas consistentes,A expiação foi necessária por doisgrandes motivos: a santidade deDeus e a pecaminosidade do homem. O pecado do homem, faceà santidade divina, provocava a ira
de Deus. Alguns conceitos precisamser identificados para entender-semelhor o significado da expiação.
Diz a Bíblia: Tu és tão puro de olhos,que não podes ver o mal e a vexaçãonão podes contempLar; por que, pois,olhas para os que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpiodevora aquele que é mais justo doque ele?’ (Hc 1.13). O pecado causoutremenda perturbação à relação do
homem com Deus, afrontando suasantidade, de tal modo que a ira deDeus exige sua condenação. A Biblia
diz que ‘sem derramamento de sangue não há remissão' (Hb 9.22), ou ohomem seria morto, derramando seupróprio sangue, ou alguém teria demorrer em seu lugar. No Antigo Tes
tamento, os animais inocentes foramsacrificados aos milhões em lugar dohomem pecador. Mas o sangue dosanim ais ap ena s ‘cob riam ’ (expiavamde forma imperfeita) o pecado dohomem" (RENOVATO, Elinaldo. Deuse a Bíblia, i.ed. Rio de Janeiro: CPAD,2008, p. 56).
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ESTAN TE DO PROF ESSOR
RENOVATO, Elinaldo. Deus e a Bíblia. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
CONCLUSÃONesta lição aprendemos que os judeus que se achavam perfeitos e privilegiados por
serem os receptores da revelação de Deus e portadores da Lei, diante de Deus estavam
na mesma condição que os gentios que não reconheciam ao Senhor como deveriam.
Portanto, ambos os grupos acabaram injustificados. Para alcançar a justificação os
judeus precisavam abandonar a vida de hipocrisia, baseada em ritualismo e sinais
externos, bem como os gentios precisavam se converter.
HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, por que o apóstolo Paulo afirma que os judeus estavam na
mesma condição dejulgamento do que os gentios?
O apóstolo afirma que da mesma forma que os gentios provocaram a ira de Deus
pela sua conduta pecaminosa, os jud eu s também estavam sob o julgamen to da
ira de Deus pelo legalismo.
2. Com o se daria o julgamento dos gentios que não conheciam a Lei?
Os gentios seriam juLgados não pelo conhecimento da Lei, mas pela prática daLei, sem mesmo a conhecer.
3. Qual era a evidência de que os judeu-cristão s também eram cegos, assim como
julgavam os gentios?
A evidência era o comportamento hipócrita dos judeu-cristã os, que ensinavam
a Lei. mas não praticavam e não conseguiam ser exemplo.
4 .0 que é a circuncisão e o que representa para os jude us ?
A circuncisão é uma operação cirúrgica que remove o prepúcio, uma pele do
órgão sexual masculino, um sinal externo que representa a fidelidade do judeu
com sua fé e sua nação.
5. Qual 0 exemplo dado na lição para explicar que, às vezes, Deus transforma a
maldade humana em bênção para o ser humano?
O exemplo dado é o relato de José. Quando ele, após ser vendido como escravo
para os egípcios pelos próprios irmãos, Deus o acompanha e o transforma no
segundo homem do Egito. No reencontro deste com seus irmãos, após a morte
de seu pai, ele os tranquiliza, dizendo que o mal que intentaram contra ele, Deushavia transformado em bem (Gn 50.15-21).
Anotações_________________________________________
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LIÇÃO
42^/01/2016
A NECESSIDADEUNIVERSAL DE
SALVAÇÃOTEXTO DO DIA
“Ora, nós sabemos que tudoo que a lei diz aos que estão
debaixo da lei o diz, para quetoda boca esteja fechada e
todo o mundo seja condená-vel diante de Deus”(Rm 3.20).
SÍNTESE
Todo ser humano estava con-denado pela Lei, que aponta0 pecado humano. SomenteDeus poderia apresen tar um
meio alternativo para a neces-sidade universal de salvação.
AGENDA DE LEITURA
SEG UN DA -Rm 3-9Judeus e gentios estão na
mesma condição diante DeusTERÇA - Rm 3.10
Sem a graça de Deus, não hánenhum justo
QUARTA - Rm 3-11-170 pecador que não ouve 0Espírito Santo
QUI NTA - Rm 3.19
A Lei não justificaSEXTA - Rm 3-24-25A lei serve apenas para apon-tar a solução
SÁBADO - Rm 3-20
0 ser humano não tem como se 1
justificar por meio de suas o bra s^ J
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OBJETIVOSia :......
M O STR AR que os judeus e gentios necessitam de um
meio eficaz para salvação;
R EC O N H EC ER que a humanidade necessita encontraro caminho da paz;
E X P L I C A R q u e a h u m a n i d a d e n e c e s s i t a d a s o l u ç ã o
para o pecado.
INTERAÇÃO
Caro(a) professor(a), precisam os cam inhar lentamente junto
com o apóstolo Paulo. Perceba a paciência e o cuidado de um
bom mestre nas Lições que estudamos até aqui, o que con
tinuará também nas lições posteriores. 0 apóstolo começa
com a saudação, apresentando suas credenciais, elogiando
o que os membros da igreja de Roma tinham de positivo,
incentivando-os a continuarem no Caminho. Ele demonstra
seu carinho e a vontade de estar com eles. Testemunha o poder
do Evangelho em sua vida e a importância de perseverar nele,
de fé em fé. Em seguida, ele começa apresentar a condição de
indesculpabilidade dos gentios e judeus até chegar ao momentodesta lição atual. Neste estágio do comentário do apóstolo, por
meio de forte argumentação, ele demonstra que todos nós,
independente de raça, cor, gênero, classe social, entre outros,
estamos na mesma situação (mesmo barco) e necessitamos
de um a mesma solução para a justificação diante de Deus.
— ^ ^ O R I E N T A Ç Ã O P E D A G Ó G I C A
Para exemplificar a situação de igualdade entre judeus e gentios
e da humanidade, sugerimos que utilize a figura de uma canoa
com algumas pessoas dentro. As pessoas devem estar em lados
opostos. Diga que as pessoas do lado oposto da canoa simbolizam
os judeus. Os gentios estão em lados diferentes, mas ambos na
mesma canoa. Diga que a canoa apresenta um furo em um dos
lados e se a situação atual continuar é inevitável o naufrágio. No
entanto, os personagens que estão do lado que não apresenta o
furo se sentem protegidos, não correndo o risco de morrerem
afogados. Estes são como cegos, por não querer ver que estão
na mesma canoa, sujeitos a mesma sentença: morrerem afoga
dos. Esta era a atitude dos judeus que se julgavam protegidos
pela Lei e a circuncisão, mas que Paulo demonstra estarem na
mesma condição dos gentios, injustificados e condenados à ira
de Deus. Judeus e gentios no mesmo barco e em situação de
risco fatal, pois o barco está furado.
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TEXTO BÍBLICO
Romanos 3.9-20
9 Pois quê? Somos nós mais excelentes?
De maneira nenhuma! Pois já dantesdemonstramos que, tanto judeuscomo gregos, todos estão debaixodo pecado,
10 como está escrito: Não há um justo,nem um sequer.
11 Não há ninguém que entenda; não háninguém que busque a Deus.
12 Todos se extraviaram e juntamentese fizeram inúteis. Não há quem façao bem, não há nem um só.
13 A sua garganta é um sepulcro aberto:com a língua tratam enganosamente;peçonha de áspides está debaixo deseus lábios;
14 cuja boca está cheia de maldição eamargura.
15 Os seus pés são ligeiros para derramarsangue.
16 Em seus caminhos há destruição emiséria;
17 e não conheceram o caminho da paz.
18 Não há temor de Deus diante de seusolhos.
19 Ora, nós sabemos que tudo o que a leidiz aos que estão debaixo da lei o diz,para que toda boca esteja fechada etodo o mundo seja condenável diantede Deus.
20 Por isso, nenhuma carne será justificadadiante dele pelas obras da lei, porquepela lei vem o conhecimento do pecado.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nas lições anteriores vimos que nem os gentios com seu conhecimento na
tura l e racional, nem os jude us com a Lei e a circun cisão, foram justificad os
diante de Deus. Co m o o conceito de mun do juda ico se divide entre jud eu s e
gentios, 0 apóstolo apresenta a realidade de que todos são indesculpáveis e
pre cisam de um m eio eficaz de salvação. Para isso, ele prim eiro reforçará oconceito de que tanto judeus como gentios eram indesculpáveis, em seguida
demonstrará 0 estado pecaminoso do ser humano no sentido universal e
esclarecerá que a Lei era insuficiente para justificação e salvação de qualqu er
ser humano, apontando para Cristo como a saída.
I - OS JUDEUS E GENTIOS NECESSITAVAM DE UM MEIO EFICAZ
PARA SALVAÇÃO (Rm 3 9)1. A filosofia humana não apresentou o
caminho da salvação. “Pois que?", o início
do versículo demonstra que o apóstolo
está dando continuidade a üm assunto
anterior, a indesculpabilidade dos gentios
e judeus. Os gentios, influenciados pela
filosofia grega, buscaram chegar ao co
nhecimento de Deus e da salvação por
meio do raciocínio humano. Os filósofos
trouxeram grandes contribuições tantopara a ciência como para a teologia,
basta ver a influência destes nos Pais da
Igreja. Entretanto, a revelação divina está
acima do raciocínio humano, que apenas
consegue obter “lampejos" da revelação
maior, que somente é possível por meio
do Espírito Santo. A filosofia levou muitas
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pessoas a acharem que o ser humano
pudesse, por meio de sua competência
intelectual, entender Deus e sua obra.
Por exemplo, no século passado um
movimento que sobressaiu foi o cienti-
ficismo que, influenciado pelo avanço da
tecnologia, entendia que poderia resolver
o problema da humanidade. Infelizmente,
a resposta foi as duas guerras mundiais.
2. A lei e a circuncisão não libertaram
o jud eu. Conforme visto na lição anterior,
osjudeus se achavam superiores aos
gentios por serem os receptores da Lei eque mantinham sua identidade e exclusi
vismo por meio da circuncisão, um ritual
obrigatório e que apenas aumentava mais
a arrogância e a hipocrisia dosjudeus. Eles
também não obtiveram êxito na justificação
diante de Deus. A religiosidade não salva.
Algumas pessoas buscam a religiosidade, a
manutenção de uma aparência de pureza,espiritualidade e santidade, ou seja, uma
vida hipócrita que não liberta ninguém.
A Bíblia recomenda que congreguemos
e que vivamos uma vida de amor, com
objetivos comuns, a não termos uma vida
de religiosidade baseada no legalismo.
Jovem, você é um religioso ou um ver
dadeiro discípulo de Cristo?
3. Sentença igual para todas as p es
soas. O apóstolo continua o versículo com
uma pergunta interessante: “Somos nós
mais excelentes?" Ele agora se dirige a
Igreja de Cristo, formada por um único
corpo e vários membros, coloca todas
as pessoas “no mesmo barco", debaixoda mesma sentença (Rm 2.1). A pergunta
chama todas as pessoas que se dizem
discípulas de Cristo a refletir. ELe mesmo
responde: “De maneira nenhuma!”Nós,
como membros da igreja, não somos
melhores ou piores do que os gentios e
judeus da época de Paulo, mas estamos na
mesma condição, humanamente falando,
indesculpáveis diante de Deus. O apóstolo
vai desenvolvendo, cuidadosamente, uma
abordagem para que os membros da igreja
reconheçam sua condição de pecadores
e dependentes da graça de Deus, por
meio de Jesus. Eles precisam aprender
que, mesmo salvos, precisam manter o
“velho homem”sob controle.
O Pense!Não adianta recorrerás filosofias
humanas nem à religiosidade ou
ao legalismo para alcançara paz.
O Ponto ImportanteNão adianta ter pressa para
apresentara solução sem antes analisar o problema.
II - A HUMANIDADE NECESSITA
ENCONTRAR O CAMINHO DA PAZ(Rm 3,10-18)1. Não há nenhum justo sequer (vv.
10-12). A partir deste versículo o autor faz
vários recortes do Antigo Testamento,
chamando assim, a escritura judaica para
testemunhara culpa universal, tanto de
judeus como dos gentios. Inicia citando
Salmo 14 para demonstrar que toda hu
manidade estava corrompida pelo pecado.
Conforme já vimos, ninguém consegue
ser justo por si mesmo, pois nossa natu
reza é má. Por isso, devemos entender
que ninguém é melhor do que o outro e
adotarmos uma posição de humildade
e misericórdia. O único justo por méritopróprio foi Jesus. Postura de superioridade
por se considerar espiritualmente menos
falível, como osjudeus, conduz à ruína.
Jesus, em diversas ocasiões, criticou a
hipocrisia dos mestres da lei e fariseus,
e se coLocou ao lado dos excluídos da
sociedade. Como discípulos de Jesus,
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devemos compreender que o evangelho
é boa nova de salvação e não de hipo
crisia e superioridade. Jovem, você tem
se considerado superior ao seu próximo?
2.0
ser humano, sem Deus, não consegue vencer o poder da carne (w. 13-16).
O autor prossegue citando os SaLmos 5.10
e 1404 para falar sobre o perigo da língua
e das trapaças. Para discorrer sobre este
assunto, Tiago 3.1-12 é leitura obrigatória.
Tiago destaca como um membro tão
pequeno pode causar tantos males. O
ser humano que consegue domar tantosanimais, tecnologias, entre outras coisas
não consegue domar sua língua, pois o
autor diz que quem consegue é perfeito.
O apóstolo continua citando o Salmo 10.7
e Isaías 59.7 para falar sobre a boca cheia
de maldições e de amargor e os pés
velozes para derramar sangue e causar
ruína e desgraça. Por isso, o cuidado quetemos que ter com o que dizemos, em
vez de amaldiçoar que sejamos fonte
de bênçãos para as demais pessoas,
Assim, como também com as atitudes
de impiedade e injustiça, denúncia que
o autor cita aqui e que perpassa toda a
epístola, Com essa exortação fica claro
que todos necessitamos constantemen
te nos submeter ao Espírito Santo para
vencermos o poder da carne,
3. A hum anidade não alcan ça a paz
a não ser em Cristo (vv. 17,18). Paulo fa
zendo referências ao Antigo Testamento
(Is 59.8; Sl 36.2), destaca a busca sem
sucesso da humanidade pela paz pornão terem aprendido a temer a Deus. O
Livro de Provérbios tem como um dos
temas centrais o temor do Senhor como
o princípio de toda a sabedoria. Esta vida
de sabedoria é possível somente com a
fé de Cristo, aprendendo com o exemplo
que Ele deixou, Não é servir a Deus por
ter medo de ir para o inferno, mas sim
ter um conhecimento experiencial tão
profundo com Ele, que o ser humano não
se vê vivendo de outra forma, a não ser
servindo a Ele. Este é o caminho da paz,que não significa uma vida sem conflitos,
mas a paz apesar dos conflitos e aflições
(Jo 16.33). Quando sou questionado: “tudo
tranquilo?", eu costumo dizer: “tranquilo
não, mas em paz. A tranquilidade não
depende de mim, mas a paz sim".
O Pense!Você tem vivido em paz? A paz que excede todo entendimento, que pre-
valece mesmo nas tempestades?
O Ponto ImportanteOs judeu s davam muito valor aos escritos do Antigo Testamento, onde se apegavam para justificar
suas crenças e atitudes.
III- A HUMANIDADE NECESSITADA SOLUÇÃO PARA O PECADO(Rm 3.19,20)1. A lei tem a função de mostrar ao
ser humano sua condição de pecador
(v. 19). No versículo 19, o autor justifica o
porquê da utilização dos textos do AT:
“Ora, nós sabemos que tudo o que a lei
diz aos que estão debaixo da lei o diz, para
que toda boca esteja fechada e todo o
mundo seja condenável diante de Deus"
(v. 19). Fica evidenciado qual o propósito
da epístola até este momento, ou seja.
demonstrar que toda a humanidade, judeuou gentia, tem uma dívida pelo pecado
que é impagável. Dessa forma, abre-se
o caminho para apresentar a grande
revelação de Deus para a humanidade
que é apresentada na epístola, as boas
novas da salvação para uma humanidade
em pecado e que não têm como pagar
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sua dívida. Aqui é apresentada a função
específica da Lei que é conscientizar todo
ser humano de que e le é um pecador e
carece da graça e misericórdia de Deus.
2. O ser humano não pode se just i
ficar pelas suas próprias obras (v. 20a).O apóstolo, então apresenta o motivo
da culpabilidade da humanidade citada
anteriormente: “Por isso, nenhuma carne
será justificada diante dele pelas obras da
lei". O ser humano pode se gloriar de suas
obras perante as demais pessoas, mas
perante Deus não encontrará justificativa,
pois nem mesmo Abraão alcançou por
méritos (Rm 4.1-3). Se houvesse um só
ponto ou característica do ser humano
que o pudessejustificar, existiriam outros
caminhos para se alcançar a justifica
ção além do caminho da morte e cruz
apresentado por Jesus, e certamente
os homens escolheriam o caminho maissimples. Paulo descarta qualquer possibi
lidade de o ser humano se gloriar diante
de Deus e, semelhante à prática usual de
Jesus, usou da autoridade da Escritura
para esta afirmação. Mas, como se dá a
justificação será assunto da próxima lição.
O Pense! Jovem, se todas as pessoas são iguais perante Deus, com tendên-
cias a pecar e não tendo como se justificar petas suas obras, porque existem tantas pessoas nasigrejas, dizendose discíputas de Cristo, que se vangtoriam e agem como se fossem melhores e mais
santas do que as outras?
O Ponto Importante0 fato de a Lei não ser suficiente para jus tificar o ser humano, não quer dizer que ela não teve uma função específica. Segundo Paulo, ela serviu como “aio"para condu-
z ir o pecador até Cristo.
SUBSÍDIO
“!...] Falsos mestres dizendo-secristãos ensinavam que depois dorecebimento da salvação, o cristão
tinha de obedecer a todas as normas e regulamentos da Lei do AntigoTestamento. Paulo entrou em açãopara corrigir este falso ensino. Elemostrou que a salvação é um domgratuito de Deus, recebido mediante afé na obra expiatória de Jesus Cristo,dom esse gratuito, proveniente da
graça de Deus. Para serem salvos osgálatas não dependiam das obras, etambém não dependiam disso paracontinuarem salvos. A lei do AntigoTestamento não podia evitar que o serhumano, não importando quão bomfosse, praticasse o mal: entretanto,esta mesma lei o declarava culpado.A decisão para obedecer ou desobe
decer à Lei era responsabilidade decada pessoa que a recebia. Se alguémescolhesse desobedecer à Lei teriade arcar as inevitáveis consequências.Lendo a história da nação de Israelno Antigo Testamento, vemos queo povo escolhido de Deus desobedeceu à Lei muitas vezes e sofreu
por causa da desobediência. Deussabia que o homem por seu próprio
esforço não podia cumprir a Lei. Eispor que Ele concedeu-lhe que oferecesse sacrifícios substitutos comoexpiação pelo pecado. Tais sacrifícioseram repetidos continuamente, porserem imperfeitos, mas quando veio
o Senhor Jesus Cristo, o sacrifícioperfeito, Ele ofereceu-se uma vezpara sempre como nossa expiação ecumpriu todas as exigências da justalei divina" (GILBERTO, Antônio. O Frutodo Espírito: A plenitude de Cristo na
vida do Crente, i.ed. Rio de Janeiro:CPAD, 2004. pp.147-148).
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ESTAN TE DO PROF ESSOR
GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito: A píenitude de Cristo na vida
do Crente. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que toda humanidade esta na mesma situação de culpabili
dade diante de Deus, pois nem a Lei, circuncisão nem a filosofia puderam justificar o
ser humano.
HORA DA REVISÃO
1. Conforme a lição, somos melhores ou piores do que os judeus e os gentios da
época do apóstolo Paulo?
Estamos na mesma condição. Nós, como membros da igreja não somos melhores
ou piores do que os gentios e jud eus da época de Paulo, mas estamos na mesma
condição, humanamente falando, indesculpáveis diante de Deus e dependentes
da graça de Deus, por meio de Cristo Jesus.
2. Ouem foi alvo de crítica de Jesus por hipocrisia religiosa?
Jesus, em diversas ocasiões, criticou a hipocrisia dos mestres da lei e fariseus.3. Cua is os textos do Antigo Testamento utilizados pelo autor para falar sobre o perigo
da língua e trapaças e qual leitura do Novo Testamento, segundo o comentarista
da lição é obrigatória?
O autor cita os Salmos 5.10 e 140.4 para falar sobre o perigo da língua e das tra
paças. Para discorrer sobre língua, Tiago 3.1-12 é uma Leitura obrigatória.
4. Oual o versículo que o autor da Epístola aos Romanos utiliza para justificar a
utilização de textos do Antigo Testamento?
O versículo ig: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo
da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável
diante de Deus" (Rm 3.19).
5. Oual era a função da Lei?
A função da Lei era dar consciência tanto a jud eus como gentios de sua culpabi
lidade e conduzi-los à Cristo, a solução para o pecado da humanidade.
Anotações
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LIÇÃO
531/01/2016
A JUSTIFICAÇÃO
PELA FÉTEXTO DO DIA
“[...] isto é, a justiça de Deuspeia fé em Jesus Cristo
para todos e sobre todos osque creem; porque não hádiferença”(Rm 3.22).
SÍNTESE
Abraão foi a figura didática ade-quada para a explicação paulina
da justificação pela fé, pois foijustificado antes da circuncisão
e da lei, sem obras meritórias,mas somente peta fé.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA - Rm 3.21Somos justificados peta fé
T E R Ç A - G l 16,9Alguns dos gálatas depois dejustificados, foram tentados aretroceder
Q U A R T A - R m 4 .1-8A justificação de Abraão foi umpresente de DeusQUINTA - Rm 4.9-16
Abraão foi justificado antes dacircuncisão e da lei
SE XT A -H b 1 1.18 Abraão acreditava que Deuspoderia ressuscitar Isaque
SÁBADO - Gn 121-9
A justificação de Abraão foium protótipo da fé cristã
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OBJETIVOS
• APRESENTAR a doutrina da justificação pela fé;
• CONSCIENTIZAR da insuficiência da lei para a justificação;
• EXPLICAR porquê Paulo utilizou a figura de Abraão
para esclarecer a doutrina da justificação pela fé.
INTERAÇÃO
Chegamos ao ponto central da Epístola aos Romanos, o momento
em que Pauto cuidadosamente preparou para apresentar a grande
novidade, a revelação da verdadeira justiça de Deus, que se cons
titui na doutrina da justificação pela fé, já indicada em Romanos1.17. Até este momento, Paulo teve o cuidado para demonstrar
que o judeu e o gentio estavam em situação de igualdade, que
todos pecaram e destituídos estavam da glória de Deus. Ele cons
cientizou seus destinatários da dependência de uma alternativa
para salvação, de outra forma, estariam condenados. No auge da
expectativa, apresenta a solução, a salvação somente é possível
por meio do sacrifício de Cristo, pois os sacrifícios do Antigo
Testamento foram transitórios e somente encobriam os pecados.
Qual o preço então? Paulo afirma que o ser humano precisa
apenas ter fé e aceitar 0 pagamento de sua dívida por Cristo. Para
comprovar aos judeu-cristãos ou cristãos judaizantes, utiliza o
maior argumento deles, a figura de Abraão. Ele era utilizado pelos
judeus como modelo da justificação pelas obras, mas, com base
em Gênesis 15.6, Paulo demonstra que Abraão não foi justificado
pelas obras, mas pela fé, antes da circuncisão e da lei. Com isso,
o apresenta como pai de todo aquele que crê como ele, no Deus
do impossível e com poder para ressuscitar (Hb 11.18). O capítuloq é uma obra prima do apóstolo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Sugerimos a simulação de um júri. Para isso, você precisará dedicar
pelo menos uns 25 minutos de sua aula. Os alunos devem ler a
parábola do fariseu e do publicano que se encontra em Lucas
18.9-14. Divida a turma em dois grupos, um grupo para defender
os argumentos do fariseu e 0 outro para defender os argumentos
do publicano. Dê uns 5 minutos para os grupos se organizarem
e definirem um representante de cada grupo para defender (ad
vogado) seu personagem escolhido (fariseu ou publicano) diante
do juiz, que será você professorfa). Dê oportunidade para que
cada um argumentar e depois contra-argumentar. No final dê 0
veredito final conforme registrado em Lucas 18.9-14. Aproveite
para explorar os conceitos da doutrina da justificação pela fé.
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TEXTO BÍBLICO
Romanos 3.21-31
21 Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a
justiça de Deus, tendo o testemunhoda Lei e dos Profetas.
22 isto é, a justiça de Deus pela fé emJesus Cristo para todos e sobre todosos que creem; porque não há diferença.
23 Porque todos pecaram e destituídosestão da glória de Deus,
24 sendo justificados gratuitamente petasua graça, pela redenção que há emCristo Jesus,
25 ao qual Deus propôs para propiciaçãopela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça peta remissão dospecados dantes cometidos, sob apaciência de Deus;
26 para demo nstração da sua justiçaneste tempo presente, para que ele
seja justo e justificador daquele quetem fé em Jesus.
27 Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não!Mas pela lei da fé,
28 Concluímos, pois, que o homem éjustificado pela fé, sem as obras da lei.
29 É, porventura. Deus somente dosju-deus? E não o é também dos gentios?
Também dos gentios, certamente.
30 Se Deus é um só, que justifica, pelafé, a circuncisão e, por meio da fé, aincircuncisão,
31 anulamos, pois, a lei pela fé? De maneiranenhuma! Antes, estabelecemos a lei.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, irem os estu dar a do utrina da justifaca ção pela fé, que foi 0 grande
fundamento teológico util izado por Lutero na Reforma Protestante. Paulo
vai esclarece r 0 que ele já h avia indicado no pr im eiro capítulo (Rm
I - A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (Rm 3 21-26)1. O qu e é a doutrina da ju stif ica
ção pe la fé ? A doutrina da justificação
pela fé é o cerne da teologia paulina,
utilizada especialmente quando em
confronto direto com o ensino jud aicoou dos judeu-cristãos, que defendiam
que o homem encontra a graça de Deus
quando cumpre a vontade divina por
meio da lei judaica. Paulo contra-ar-
gumenta que basta ao ser humano
ter fé na eficácia do sacrifício de Cristo
na cruz para Deus o declara r justo. Os
gálatas são chamados à atenção por
Paulo por desprezar este sacrifício e
misturar a justificação com a santifi
cação, confiando nas obras de justiç a
(Gl 1.6,9), o que Paulo chama de “outro
ev an ge lho ”. Martinho Lutero quando
traduziu Romanos 3.28, acrescentou“somente" para d ar ênfase, ficand o
assim o texto: “[...1pela fé somente". Do
ponto de vista linguístico, Lutero tinha
razão de traduzir assim, pois apesar de
o fato das pa lavra s “so m en te” e “só ”
terem sido omitidas, esse é realmente
o sentido do texto.
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2 .0 aspecto forense da doutrina da
justificação peta fé. O termo forense
está relacionado ao sistema e práticas
judiciais. Neste caso, tem a ver com o
conceito da d eclaração jud icia l divina,
Para facilitar o entendimento, vamos
ilustrar a figura do supremo tribunaL de
Deus. Neste tribunal, toda a humanidade
tem uma dívida impagável. Entretanto,
Cristo por meio de sua morte na cruz
deposita no “Banco do Céu”o valor
suficiente para saldar a dívida de toda
a humanidade. Desse modo, individualmente, quem reconhece o depósito
efetuado por Cristo, pela fé, requisita
a Deus, o Supremo Juiz, a absolvição
pelos pecados (dívida) cometidos,
indicando para pagamento o depósito
feito por Jesus. O juiz divino, ciente do
depósito realizado, credita na conta do
réu (Gn 15.6) e o declara justo. Assim,aquele(a) que inic ialmente estava
condenado(a) pela ira de Deus, com
a justificação, passa a ter a sentença
divina retirada, reconciliado com Deus
gratuitamente, em Cristo.
3. Jesu s e a doutrina da jus tifica
ção pe la fé. A doutrina da justificação
pela fé está presente na mensagem
propagada por Jesus, como pode ser
constatada em diversas parábolas e
também no seu próprio estilo de vida.
Paulo apresenta uma compreensão
da mensagem de Jesus maior do que
quaLquer outro autor do Novo Testa
mento. Um ensinamento tão crucialcomo a doutrina da justificação não
poderia estar ausente nos ensinamen
tos do “Mestre dos m estres”, o Senhor
Jesus Cristo. Os conceitos permeavam
toda sua pregação do evangelho. Um
dos exemplos clássicos é o relato do
encontro de Jesus com o ladrão que
estava ao seu lado na cruz. Por meio
de sua fé em Cristo, o ladrão recebeu
a promessa de que estaria com Ele no
paraíso (Lc 23.43), sem exigir nenhum
sacramento, obra ou ritual para quealcançasse a justificação. Outro exemplo
é a parábola do fariseu e do sam arita-
no (Lc 18.9-14). que será analisada no
tópico seguinte.
O Pense! A doutrina da just if icação peia
fé foi o princípio fundamental da Reforma.
© Ponto Importante Apesa r de Jesus não fa lar especificamente ou de forma sistematizada sobre a doutrina da justificação pela fé. seus con-
ceitos permeiam seus ensinos e
modo de vida.
II - A INSU FICIÊN CIA DA LEIPARA A JUSTIFICAÇÃO (Rm3 27-31; Lc 18.9-14)1 . A ju st iça do homem é como
trapo de imundícia (vv.27-30). Como
poderia um pecador, um ser humano
decaído e miserável, sobreviver diante
do tribunal de um Deus absolutam ente
santo e justo? A justiça inerente do
homem é insuficiente para a justifi
cação, considerada como trapos de
imundícia (Is 64.6; Fp 3.8,9), sendo
necessária uma justiça superior que
está fora do homem e que Lhe sejaatribuída. A essência da justificação
é de que o homem é perdoado com
justiça, entretanto, é preciso entender
que taljustiça alcançada por Cristo por
sua perfeita obediência e o sacrifício
de si mesmo, sendo posteriormente
atribuída ao crente. Essa justificação traz
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como efeito o perdão, a paz com Deus
e a certeza da salvação. As boas obras
não são consideradas como causa, mas
como consequências da justificação.
Antes da justificação, Deus é um juizirado que mantém a condenação da
lei, mas após ajustificação inocenta e
trata o pecador como filho.
2. A parábola do fariseu e do pu-
blicano (Lc 18.9-14). Os fariseus ob
servavam os mais rigorosos padrões
legalistas com jejuns, orações, esmolas
e outros rituais que excediam as leiscerimoniais mosaicas. Jesus apresenta
por meio da parábola algo que chocou
seus ouvintes: colocar um cobrador de
impostos, considerado, traidor pelos
judeus, em melhor posição, quanto à
justificação, do que um fariseu. A lição
de Jesus é clara: O publicano reconhe
cia que sua dívida era muito alta e não
tinha condições de pagá-la, a única
coisa que poderia fazer era rogar pela
misericórdia de Deus. Não recorreu a
obras que havia realizado, nem ofereceu
fazer nada, simplesmente rogou que
Deus fizesse por ele o que ele próprio
não podia fazer, somente baseado nafé e misericórdia divinas. Por outro
lado, o fariseu demonstrou arrogância,
confiando que os jejun s realizados,
dízimos e outras obras consideradas
justas, o tornariam aceito por Deus.
Uma cobrança de retribuição. Porém
Jes us afirma que dos dois, som ente o
pub licano foi justificado.3. Ajustificação pela fé e a santi
ficação (v. 31). O apóstolo tem o cui
dado para não ser entendido como
um Libertino, sem regras e disciplina.
Ajustificação peta fé não significa que
uma vez justificado, o crente pode fazer
o que bem entender. Precisa-se tomar
c u i d a d o c om a lg um a s a f i r m a ç õe s
teológicas, como por exemplo, a que
ensina que "uma vez salvo, salvo para
sempre". Ajustificação, como já vimos,
é imediata, instantânea. No entanto,uma vez justificado, o crente deve
manter sua vida de comunhão com
Deus e desenvolver a santificação,
que é progressiva. Alguns críticos da
Bíblia afirmam que Paulo contradiz
Tiago, porque este assegura que a fé
é comprovada pelas obras. Isto é um
equívoco, pois eles tratam de momentosdiferentes da saLvação. Paulo fala da
justificação, que é mediante a fé e acon
tece instantaneamente na conversão
(ato estático), enquanto Tiago fala da
santificação que vai sendo desenvolvida
após a conversão (processo contínuo).
O Pense!Jovem, já pensou em quão gran-
diosa é a misericórdia de Deus e quão infinito é seu amor, a ponto de dar seu único fiLho para mor-
rer e pagar 0 preço pela dívida que era sua?
© Ponto ImportanteNão se pode confu ndir jus tific a-
ção com santificação.
III - ABRAÃO COMO EXEMPLODA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (Rm
4.1-25)1. A jus tificaç ão de Abraão não foi
por obras meritórias (vv. 1-8). Paulonão evita o campo escolhido pelos
seus adversários, mas refreia os judeus
que se gloriavam por serem filhos de
Abraão. Ele cita Gênesis 15.6 por fazer
parte da Escritura hebraica, totalmente
aceita pelos judeus, para demonstrar
que Abraão foi justificado, pela fé e
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não por qualquer obra efetuada. Paulo
passa a trabalhar com o significado de
“creditar" usado pe la primeira ve z na
epístola para demonstrar que Abraão
foi justificado não porque tinha crédito
com Deus, mas porque a fé demons
trada de qu e D eus pod e just ificar o
impio gratuitamente foi creditada em
sua conta, o suficiente para sua jus
tificação. Para reforçar o argumento,
Paulo utiliza também a figura de Davi,
citand o o Sa lm os 32.1,2 Portanto, a
justificação vem a nós gratuitamente
como um presente.
2, A just ificaç ão de Abraão não foi
por meio da circuncisão (vv. 9-16). Um
dos argumentos mais fortes utilizados
pela epístola aos Romanos é da pater
nidade de Abraão de todos aqueles
que creem, desenvolvido em Romanos
4 9-12. O período em que Abraão foidec larado justo pela sua fé na palavra
de Deus, conforme descrito em Gênesis
15.6, correspondia a uma época bem
anterior à sua circuncisão. Se a fé e a
justificação de Abraão ocorrem antes
da circuncisão, ele também é pai dos
gentios, que creem independentes
de circuncisão. Os versículos 13 a 16
trazem um novo elemento, a antítese
entre a lei e a promessa. Esclarece que
a lei mosaica foi estabelecida depois
da p romessa e justificação de Abraão
pela fé (430 anos depois). Portanto,
não influenciou na justificação. Dessa
forma, Abraão foi justificado antes da
circuncisão e do estabelecimento da
Lei, por não serem requisitos neces
sários para a justificação .
O Pense! Abraão demonstrou uma fé ainda maior, pois creu na res-
surreição de seu filho (Hb 11.18), mesmo antes de haver qualq uer menção de ressureição na Bíblia.
O Ponto Importante
Se tivesse alguém que pudesse se r justificado por obras, Abraão o seria, com toda certeza. Mas o apóstolo contrapõe a jus tific a-ção pelas obras citando o livro de Gênesis 15.6 que afirma ter sido Abraão justificado pela fé, e não pelas obras.
Ajust ificaç ão pela fé não significa que
uma vez justificado , o crente pode fazer
o que b em entender.
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SUBSÍDIO
Caro professor, "Deus
nos ordena que ensinemos os jovens.Os jove ns de hoje são os líderes de
amanhã. Eles estabelecem metas,
fazem escolhas e vivem a vida le
vando em conta suas decisões. O
ministério de ensino de jovens deve
ser excelente.
Os jovens encontram -se numa
encruzilhada. As pessoas que estãoem contato com as crianças de hoje
têm a sensação agourenta de uma
crise acelerada e problemática. Algo
deve ser feito. Há uma urgência
sobre o ministério da mocidade, e
aqueles que a consideram de baixa
prioridade.
Ensinar os jovens é importantepara a nossa igreja, por causa do
período em que se encontram na
vida. Decisões cruciais são tomadas
à medida que passam para a maiori
dade. Nós os ensinamos, não apenas
para amp ará-los como jovens, mas
também para ajudá-los a se tornar
líderes adultos.
Procuramos formar neles as
qualidades e características da maio
ridade cristã. Nosso mais profundo
desejo é que o andar cristão dos
jovens torne-se um estilo de vida, no
conhecimento da Palavra de Deus
e de Jesus Cristo, nosso Salvador.Os jovens procuram respostas,
e, na maioria das vezes, seguem
seus líderes”(GANGEL, Kenneth O;
HENDRICKS, Howard, G. ManualdeEnsino para o Educador Cristão í.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 149).
“Por Jesus Cristo, somos libertos daantiga lei, para andarmos 'em novidade
de vida' (Rm 6.4; veja também Jr 31-31-34)-
O que quer isso dizer? Que por estarmoslivres da Lei, podemos viver como bemquisermos? Certamente que não! Significaque agora o Espírito de Cristo em nóshabita e que a nossa nova natureza daparte de Deus está no controle. Esta novanatureza nada tem a ver com a satisfação de desejos maus ou egoístas; seu
propósito e prazer é obedecer e agradara Deus. A nova natureza possibilita aocrente obedecer a Deus e viver uma vidaque agrada ao Senhor. U. Quanto mais ocrente viver e andar segundo o Espírito,e tendo a Palavra de Deus como a suaregra de fé e modo de proceder, ele viverávitoriosamente neste mundo, vitória estasobre os adversários de nossa alma, a
saber: o pecado, o mundo, nós mesmos(a carne) e o Diabo e seus poderes (vejaGl 5.16-18,25; Rm 8.1-16). [J Resumamoso que isto significa: 1) A pessoa que ésalva pela fé em Jesus Cristo e assimpermanece já não está sob o jugo da leido Antigo Testamento; 2) A partir de sua
conversão a Cristo, o Espírito Santo passa
a habitar no crente e lhe comunica umanova natureza espiritual; 3) Enquanto ocrente entrega incondicionalmente ocontrole de sua vida ao Espírito Santo,ele vive uma vida cristã vitoriosa sobreo pecado, o mundo, o Diabo e o 'eu'; 4)O que determina a conduta do crentedoravante é o controle do Espírito sobre
sua vida, à medida que ele o permite.Em Cristo, o crente, como nova criaturaespiritual, não está mais sob o domínioda Lei, nem da velha natureza e suasinclinações”(GILBERTO, Antônio. O
Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. i.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2004, p. 148).
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ESTAN TE DO PROF ESSOR
GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito: A ptenitude de Cristo na vida do
crente,í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
CONCLUSÃO
Aprendemos que a justificação peta fé é uma doutrina bíblica que acertadamente
exclui a necessidade de obras meritórias para a salvação do ser humano, porém não
abre possibilidade para 0 antinomismo e precede a santificação.
HORA DA REVISÃO
1.Conceitue a da doutrina da justificação pela fé.
A doutrina da justificação pela fé é o cerne da teologia paulina, utilizada especial
mente quando em confronto direto com o ensino judaico ou dos judeu-cristão s,
que defendiam que o homem encontra a graça de Deus quando cumpre a vontade
divina por meio da lei judaica.
2. De acordo com a lição, qual é a situação final da pessoa que está condenado pela
ira de Deus e reconhece o sacrifício vicário de Cristo e requisita sua justificação
ao Supremo Juiz?Aquele(a) que inicialmente estava condenado(a) pela ira de Deus, com a jus
tificação é retirada a sentença divina (declarado justo), reconciliado com Deus
gratuitamente, em Cristo.
3. Cite uma parábola de Jesus que demonstra que a lei e as obras são insuficientes
para a justificação diante de Deus,
A parábola do fariseu e do samaritano (Lc 18.9-14).
4. Explique quaLa diferença entre a justificação e a santificação (Paulo x Tiago).
A justificação se dá mediante a fé e acontece instantaneamente na conversão (atoestático), enquanto a santificação que vai sendo desenvolvida após a conversão
(processo contínuo).
5. Por que Paulo utilizou a figura de Abraão para exempLificar a doutrina da justifi
cação pela fé?
Porque o exemplo de Abraão demonstra que ele foi justificado antes da circuncisão
e da lei, e sua fé constitui um protótipo da fé cristã, por crer incondicionalmente
em Deus e no seu poder de ressuscitar.
Anotações
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07/02/2016
BÊNÇÃOS DA
JUSTIFICAÇÃOTEXTO DO DIA
“Porque, se nós, sendo in im i-gos, fomos reconciliados com
Deus pela morte de seu Filho,muito mais, estando já recon-ciliados, seremos salvos pela
sua vida”(Rm 5.10).
SÍNTESE
A justificação por meio da féé acompanhada de muitosbenefícios, 0 que motiva o
crente a manter sua fidelidadea Deus, independente das
circunstâncias.
AGENDA DE LEITURA
S E G U N D A - R m & lA justificação e a paz com Deus
TERÇA - Rm 52Firmes pela graça de Deus
QUARTA - Rm S3 A
A justificação proporcionagozo na alma
Q U I N T A - R m S5A justificação nos garante
esperançaS E X T A -R m 5.8 A justificação assegura a certezado amor de Deus por nós
SÁBADO - Rm 5 1 1 A justificação certifica a nossareconciliação com Deus
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OBJETIVOS
■MOSTRAR as bênçãos da paz com Deus;
■ANALISAR a bênção do regoz ijo na tribulações;
• EXPLICAR a bênção da salvação passada e presente.
INTERAÇÃO
Esta lição é um marco na epístoLa aos Romanos. A justificação
traz consigo alguns benefícios que são concedidos por Deus,
dentre estes benefícios está a bênção do regozijo nas tribula-
ções, o que pode parecer contraditório para alguns. Há quemdiga que não é uma bênção, mas uma apologia ao sofrimento.
Por isso, a dificuldade de algumas pessoas lidarem com si-
tuações adversas, às quais todas as pessoas inevitavelmente
estão sujeitas. Jesus afirmou que teríamos aflições (Jo 16.33).
Um relato que alguns leitores da Bíblia têm dificuldade de
entender é que logo após a ascensão de Jesus, os discípulos
que foram perseguidos e maltratados pelo amor ao Evangelho
se diziam alegres e glorificavam a Deus por se acharem dignosde sofrerem por amor ao nome de Jesus. Talvez, essa seja a
maior dificuldade de aceitação para alguns, as demais bênçãos
são mais fáceis de aceitação e entendimento.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Sugerimos que nesta aula você separe três grupos. Cada grupoficará responsável para analisar um dos tópicos e você atuará
como orientador destes grupos. Nos grupos geralmente têm
alguns líderes naturais que poderão conduzir a conversa nos
respectivos grupos, você pode designar os líderes ou deixar
que escolham entre si, 0 que seria m ais apropriado. A primeira
atividade será o estudo de cada tópico pelos grupos, você
pode dar aproximadam ente uns 15 minutos para a tarefa. Na
sequência, cada grupo deverá apresentar seu assunto, abrindo
para os demais para uma ponderação geral. Sugerimos utiliza r
algo em torno de 30 minutos para essa atividade. Você deverá
ser o moderador da turma e fazer as considerações finais. O
tempo sugerido serve apenas como referência, você deverá
adaptar de acordo com 0 tempo disponibilizado pela sua
superintendência de Escola Dominical.
JOVENS 41
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TEXTO BÍBLICO
Romanos 5.1-11
1 Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz
com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;2 peto qual também temos entrada
pela fé a esta graça, na qual estamosfirmes; e nos gloriamos na esperançada glória de Deus.
3 E não somente isto, mas também nosgloriamos nas tribulações, sabendoque a tributação produz a paciência;
4 e a paciência, a experiência; e a ex
periência, a esperança.
5 E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramadoem nosso coração pelo Espírito Santoque nos foi dado.
6 Porque Cristo, estando nós ainda fracos,morreu a seu tempo pelos ímpios.
7 Porque apenas alguém morrerá por
um justo; pois poderá ser que pelobom alguém ouse morrer.
8 Mas Deus prova o seu amor para
conosco em que Cristo morreu por
nós, sendo nós ainda pecadores.
9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos porele salvos da ira.
10 Porque, se nós, sendo inimigos, fomosreconciliados com Deus pela morte
de seu Filho, muito mais, estando járeconciliados, seremos salvos pelasua vida.
11 E não somente isto, mas tambémnos gloriamos em Deus por nossoSenhor Jesus Cristo, pelo qual agora
alcançamos a reconciliação.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A justificaçã o se dá por me io da fé no po der regen erador da m orte de Jesus.
A pa rtir deste m ome nto, o cristão ressurge em novidade de vida de forma
sim ilar à ressu rreição de Cristo. A justificação elim ina a culpa e rec on cilia 0
ser humano com Deus. Esta nova situação traz alguns benefícios, reforçadospelo correto sentimento motivador do amor de Deus, que não envergonha
0 crente na sua esperança e nem nos sofrimentos em nome dEle. À
I - A BENÇÃO DA PAZ COM DEUS(Rm 5.1,2)1. Paz com Deus. O ímpio não tem
paz porque vive na prática do pecado (Is
57.21; S l 73.3). Diferente da pessoa just ificada, cujos pecados não lhe são mais
imputados, portanto reconciliada com
Deus (2 Co 5.18,19). Esta reconciliação
traz a paz com Deus, pois o castigo ao
qual estávamos condenados é imputado
sobre Jesus, que nos traz a paz (Is 53.5).
O sacrifício de Jesus derruba a parede
que separa o ser humano de Deus (At
10.36; Ef 2.14), sendo “religado”(signifi
cado de religião) com Deus. Existe uma
diferença entre estar em “paz com Deus”
e ter a “paz de Deus". A paz com Deus ésomente para aqueles que conservam
sua vida em constante comunhão com
Deus (Is 26.3; Jo 14.27; Fp 4.7). Diferente
do incrédulo, o salvo vive no Espírito e,
assim como o Espírito é eterno, eterna
será a sua paz com Deus. Jovem, você
está em paz com Deus?
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2. A bênção do acesso à graça de Deus.
Somente em Jesus pode ser evidenciada
a gratuidade da justificação, pois somente
Ele pode redimir o pecador de sua condição
no tribunal de Deus (Rm 3.24). A vida de
pecado é uma vida que conduz à morte,uma vida de opressão debaixo da culpa e
da solidão espiritual, mas na justificação se
aplica ajustiça para a vida eterna por meio
de Cristo (Ef 2.5-8, Rm 5.21), Semelhante
mente à vitória de Cristo sobre a morte
por meio de sua ressurreição, as pessoas
justificadas vencem a morte que traz o
pecado e ressurgem vivificadasjuntamente
com Cristo, tudo pela graça de Deus (Ef 2.6),
Esta graça de Deus, acessada somente
pela fé (Ef 2.18; Rm 412; Hb 4,16), fortalece
o crente por não estar mais debaixo da lei,
nem do domínio do pecado (Rm 6.14,15).
Somos o que somos pela graça de Deus
(1 Co 15.10), por isso devemos ser gratos aEle por tudo.
3. Esperança da glória de Deus. As
pessoas justificadas são bem-aven
turadas, pois nelas repousa a grande
esperança da manifestação da glória
de Deus (Tt 2.13). Muito diferente de
uma pessoa que leva sua vida à mar
gem da Bíblia, alimentada de alegrias emotivações efêmeras e passageiras. Os
justificados são transformados de glória
em glória (2 Co 3.18), ou seja, se tornam
já participantes da glória de Deus como
herdeiros juntamente com Cristo, para
também com Ele serem glorificados
(Rm 8.17). Esta é a grande diferença
entre ser criatura e ser filho de Deus.
A primeira condição é genérica, sendo
característica natural de tudo e todos
os seres criados, a segunda é somente
para as pessoas que foram justificadas.
A Bíblia informa que ainda não sabemos
como haveremos de ser, mas clarifica
que seremos semelhantes ao Cristo
glorificado e adverte-nos a manter esta
condição, possível somente por meio da
manutenção da obediência (1 Jo 3.1-3).
Jovem, guarda o que tens!
O Pense!Jovem, você já pensou no valor de estar em paz com Deus?
O Ponto Importante A velocidade da dissem inação do conhecimento, o consumismo
acirrado e a valorização exacer-bada do ter em detrimento do ser, têm tirado a paz da maior parte da humanidade. Enquanto isso, aquele(a) que é justificado(a) desfruta da paz com Deus, bênção da justificação pela fé.
II - BÊNÇÃO DO REGOZIJO NAS
TRIBULAÇÕES (Rm 5.3-5)1. As tribulações conduzem à matu
ridade. No caminho para a glória, citado
anteriormente (Rm 8.17), as tribulações
são inevitáveis. Jesus não prometeu uma
vida sem conflitos, mas afirma categori
camente que passaríamos por aflições
(Jo 16.33). Ele não engana para ganhar
seguidores. Na própria história do povo
de Israel podemos ver as tribulações que
serviram para a maturidade espiritual (Dt
8,15,16). Nossa caminhada não é diferente,
Paulo assevera que as tribulações nos
levam à perseverança, à experiência
(caráter aprovado), e à esperança que
não confunde. Portanto, quando você
pede a Deus mais experiência e espe
rança, mesmo que inconscientemente,
você está pedindo por mais aflições,
que o levarão à experiência, que por sua
vez lhe trará esperança. Um processo
contínuo de causa e efeito. Tiago afirma
que é motivo de alegria o passar por
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várias provações, pois por meio delas
se obtém experiência, com vistas a al
cançar a coroa da vida, prometida aos
que amam a Deus (Tg 1.2-4,12).
2. O crente, nas tribulações, tem a
certeza do amor de Deus. Um texto bem
conhecido da epístola aos Romanos é
o do capítulo 8, versículos 35-39, Neste
texto vemos o apóstolo relacionar uma
série de intempéries indesejáveis na vida
de um ser humano, mas conclui que
mesm o estas coisas não são suficientes
para separar uma pessoa salva de Deus,Quantos exemplos existem na Bíblia de
pessoas que abriram mão de praticamen
te tudo de valor que tinham ou poderiam
ter, inclusive da própria vida, constran
gidas pelo amor de Deus. Basta lermos
Hebreus 11, na galeria dos heróis da fé,
para constatarmos isto. Quem mantém
sua fidelidade à Deus, independente dascircunstâncias, pode perceber o amor
de Deus, a exemplo do grande Mestre
Jesus, Ele no Getsêmani, sentindo a dor
do cálice a ser tomado, questiona este
“abandono", m as ao final se submete à
vontade de Deus por saber que tudo era
por amor, inclusive sua morte.
3. O amor de Deus é provado pela
morte vicária de Cristo. O Espírito Santo
nos faz perceber o amor de Deus para
conosco (v.5). Amor que pode ser evi
denciado pela doação de Deus, mesmo
sabendo que não tínhamos possibilidade
de retribuir esse amor por sermos fracos
(v, 6). O apóstolo afirma que morrer poralguém justo não seria considerado algo
tão incomum (v. 7), pois ao longo da
história há vários registros de pessoas
que deram sua vida por uma pessoa
amada, um líder carismático ou uma
causa maior; mas um justo morrer pelos
injustos pecadores, isso nunca havia sido
visto. Por isso, a grande demonstração
de amor de D eus pela humanidade é o
fato de Cristo ter morrido por nós, "sendo
nós ainda pecadores”(v,8). Devemos ter
em mente este amor, principalmente
nos momentos de tribulações, saben
do que muito maior sofrimento Jesus
passou para que fôssemos justificados
e participantes da glória presente e da
glória que haveremos de ter.
O Pense!“O ju sto tem paz em sua reLação com Deus, mas aflição em sua re-lação com o mundo porque vive no Espírito’ (Martinho Lutero).
O Ponto Importante A paz com Deu s não significa ausência de conflitos e tribu-lações, mas ter paz mesmo nas
adversidades.
III - A BÊNÇÃO DA SALVAÇÃOPASSADA E PRESENTE (Rm 5.9-n)1. A saLvação no passado. Com o é
grande a satisfação de saber que um
dia no passado tivemos o privilégio de
experimentar a justificação mediante a
fé em Jesus Cristo pregada por Paulo.O que seria de nós se não tivéssemos
feito esta dec isão? Onde nós estaríamos
hoje? Quem nós seríamos? Estaríamos
vivos ou não? Certamente não seríamos
melhores do que somos e, acima de tudo,
continuaríamos na condição de pecado
res, condenados ao julgamento da ira de
Deus, na condição de inimigos dEle (v. 9;
Rm 2.5; 3.5). O apóstolo afirma que fomos
reconciliados com Deus quando ainda
éramos seus inimigos devido aos nossos
pecados, mas fomos reconciüados gratui
tamente, sem nenhuma condição prévia
a não ser a fé em Jesus. Algumas pessoas
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se esquecem das bênçãos do passado.
Seja grato a Deus e não se esqueça de
nenhum de seus benefícios do passado.
Esta lição veio para lembrar você disso,
assim como os autores veterotestamen-tários, repetidamente fizeram com Israel.
2. A salvação no presente. Nos escri
tos do apóstolo Paulo fica evidenciada a
gratidão peta mudança que o encontro
com Cristo provocou em sua vida. A
mudança deu a ele uma convicção que
o ajudou a superar as dificuldades do
dia a dia. Antes de conhecer a Cristoele tinha uma posição privilegiada no
ambiente judaico, uma posição almejada
por muitas pessoas. Quando escreveu a
Epístola aos Romanos, ele já não tinha
mais aquele status, mas a experiência
da justificação o libertou do domínio
do pecado e deu-lhe a segurança que
nunca havia conquistado com sua vidareligiosa pregressa. A garantia da salva
ção presente e da comunhão com Deus
proporcionavam ao apóstolo a convicção,
pouco antes de sua morte, de ter comba
tido um bom combate e guardado a fé (1
Tm 4.6,7). Segurança garantida somente
às pessoas, que por meio de uma vida
devotada e de santidade, mantêm seu
ideal de obediência e gratidão a Cristo.
O Pense!0 que Leva as pessoas que já conheceram 0 Evangelho a abrir mão das bênçãos decorrentes da
ju stificação?
SUBSÍDIO
Romanos 5“Resumo do capítulo. O crente agora
se posiciona num relacionamento único
com Deus que promove uma novaperspectiva sobre toda a vida (5.1-5).Essa perspectiva tem a sua origem naconvicção de que um Deus que estavadisposto a abrir mão de seu Filho paraenviá-lo a nós, sem dúvida, trabalharáem nós, agora que somos seus (vv. 6-11).
DESTAQUES
‘Pois’ (5.1). Como cristãos, todosnós nos deleitamos com o que Pauloestá prestes a explicar, a dependênciado sacrifício de Cristo por nós e nossafé nele.
Uma litania de bênçãos (5.1-5). Observar em especial: 1) a paz com Deus:2) o acesso a Deus e à graça; 3) a alegriaem nossas perspectivas futuras; 4) umanova perspectiva sobre o sofrimentoe, 5) uma esperança segura em Deusque paga dividendos presentes numasensação contínua do seu amor por nós.Jamais despreze o verdadeiro cristianismo. O relacionamento com J esus écomo a mesa farta de um banquete,de uma festa que podemos usufruir
aqui e agora”(RICHARDS, Lawrence O.Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse Capitulo por Capitulo. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2012, p. 741).
O Ponto Importante A justificação pela fé não garante a salvação de uma vez por to-
das, mas traz benefícios que nos auxiliam a nos mantermos firmes nas promessas de Deus, gratos pela salvação, desfrutando e aguardando a glorificação definitiva com Deus.
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ESTAN TE DO PROF ESSOR
RICHARDS, Lawrence O Guia do Leitor da Bíblia: Uma a nálise de Gênesis a
Apocalipse Capítulo por Capitulo, í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que a justificação, além de ser gratuita, traz consigo muitas
outras bênçãos como a paz com Deus.
HORA DA REVISÃO
1. O que derruba a parede que separa o ser humano de Deus?
O sacrifício de Jesus derruba a parede que separa o ser humano de Deus (At
10.36; Ef 2.14), sendo “religado”(significado de religião) com Deus.
2. Qual o conselho dado por Tiago em Tiago 1.2-4,12?
Tiago nos aconselha a nos alegrarmos quando passarmos por várias provações,
pois por meio delas obtém experiência, com vistas alcançar a coroa da vida,
prometida aos que amam a Deus.3. Segundo a Epístola aos Romanos, como Deus demonstrou seu amor pela huma
nidade?
A grande demonstração do amor de Deus pela humanidade é o fato de Cristo
ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8),
4. Segundo a lição, quando um crente pede por mais experiência e esperança, o
que na realidade ele está pedindo?
Quando o crente pede a Deus mais experiência e esperança, mesmo que incons
cientemente, ele está pedindo por mais aflições, que conduzirão à experiência,que por sua vez lhe trará esperança, Um processo contínuo de causa e efeito,
5. Segundo a lição, o que proporcionava ao apóstolo a convicção de ter combatido
um bom combate, pouco antes de sua morte?
A garantia da salvação presente e da comunhão com Deus proporcionava ao
apóstolo a convicção, pouco antes de sua morte, de ter combatido um bom
combate e guardado a fé (1 Tm 4.6-7).
Anotações_________________________________________
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ADÃO E O PECADO
TEXTO DO DIA“Pelo que, como por um homem
entrou o pecado no mundo, e
pelo pecado, a morte, assimtambém a morte passou a todos
os homen s, por isso que todos
pecaram" (Rm 5.12).
AGENDA DE LEITURA
SÍNTESE
A ofensa do pecado deum ser humano trouxe 0
juízo de Deus sobre toda ahumanidade e demandou
uma solução universal para 0pecado, Jesus Cristo.
S E G U N D A - R m 5 1 20 pecado de uma pessoa
influenciou negativamente 0destino de toda a raça humana
TERÇA - Rm 3.23 Todos os seres humanos sãopecadores
QUARTA - Rm 5.12 O pecado gera a morte
Q U I N T A - R m s i4Adão é 0 primeiro e único tipode Cristo
SE X TA -Rm 5-20A lei veio para majorar o pecado
SÁBADO - Rm 5J21A graça de Cristo reina pela ju stiç ^ J
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OBJETIVOS
• MOSTRAR que o pecado de Adão suscitou a morte;
• SABER que a Lei serve para evidenc iar ainda mais o
pecado;
• ENTENDER como o pecado de uma pessoa resultou
no juízo de Deus sobre toda a humanidade.
INTERAÇÃO
Nesta Lição a ênfase será dada à relação de Adão com o pecado por
meio de sua desobediência à vontade divina Na próxima Lição o
enfoque será na justiça gratuita oferecida por Deus por meio do
sacrifício de Cristo. Por isso, é importante tomar o cuidado para
não antecipar o enfoque da próxima Lição, mas fazer a transição
entre as duas Lições nas considerações finais (conclusão) para
que o aluno possa diferenciar os enfoques dados, bem como se
motivar a estudar antecipadamente a próxima Lição.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, uma das questões a serem tratadas na Lição é a
proliferação do pecado a partir de Adão para toda a huma
nidade, isso mediante a influência cultural que herdamos e
que moldam nossa cosmovisão de mundo (valores, crença,
costumes, entre outros). Desse modo, sugerimos que após a
conclusão do primeiro tópico da lição, promova um debateem grupo. Como sugestão, você poderá utilizar os seguintes
questionamentos:
-Se você tivesse nascido em um país distante e com cultura
diferente, como por exemplo, o Irã, qual ser ia a sua visão de
mundo?
-No que, possivelmente, você acreditaria?
-Qua is, provavelmente, seriam suas práticas rotineiras?
Após o debate em grupo, abra para um comentário geral entre
os grupos. Se tiver dificuldade quanto ao tempo, o debate
poderá ser aberto diretamente ao grupo como um todo.
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TEXTO BÍBLICO
Romanos 5.12-20
12 Pelo que, como por um homem entrouo pecado no mundo, e pelo pecado, amorte, assim também a morte passoua todos os homens, por isso que todospecaram.
13 Porque até à lei estava o pecado nomundo, mas o pecado não é imputadonão havendo lei.
14 No entanto, a morte reinou desdeAdão até Moisés, até sobre aqueles
que não pecaram à semelhança datransgressão de Adão, o qual é a figuradaquele que havia de vir.
15 Mas não é assim o dom gratuito comoa ofensa; porque, se, pela ofensa deum, morreram muitos, muito mais agraça de Deus e o dom pela graça,que é de um só homem, Jesus Cristo,abundou sobre muitos.
16 E não foi assim o dom como a ofensa,
por um só que pecou; porque o juízoveio de uma só ofensa, na verdade, paracondenação, mas o dom gratuito veiode muitas ofensas para justificação.
17 Porque, se, pela ofensa de um só, amorte reinou por esse, muito mais osque recebem a abundância da graçae do dom da justiça reinarão em vidapor um só, Jesus Cristo.
18 Pois assim como por uma só ofensaveio o juizo sobre todos os homens para
condenação, assim também por um sóato de justiça veio a graça sobre todosos homens para justificação devida.
19 Porque, como, pela desobediência deum só homem, muitos foram feitospecadores, assim, pela obediênciade um, muitos serão feitos justos.
20 Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado
abundou, superabundou a graça;
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
0 pecado entrou no mu ndo p or m eio do prim eiro ser huma no e como co n
sequ ência veio também à morte. O pecado se proliferou e gerou conseq u
ências para toda a raça hum ana. O exemplo de Adão d em onstra a carência
humana da graça de Deus.
I - O PECADO DE ADÃO SUSCITOU MORTE1. O pec ado entrou no mundo por
meio de Adão (v. 12). Nos dois primeiros versículos, Paulo não menciona o
nome de Adão e muito menos o de Eva,
mas para ele, o cuLpado pela entrada
do pecado no mundo foi Adão. Não
adiantou Adão transferir a culpa para
Eva, assim como tem sido uma prática
comum aos seres humanos, transferir
suas culpas para alguém ou algum
acontecimento, em vez de assumir a
responsabilidade pelos seus atos. Neste
texto, Paulo não demonstra preocupaçãocom a origem do mal, mas sim com a
forma que o pecado entrou no mundo.
A transgressão de Adão é explicitada
no relato da Queda (Gn3), quando ele
rejeitou seguir o caminho traçado por
Deus para seguir seu próprio caminho,
o resultado foi a condenação. Adão
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tinha uma recomendação: não comer
da árvore do conhecimento do Bem e
do Mal. Uma oportunidade de desobe
decer que desen cadeou uma vontade
de transgredir. O livre-arbítrio do ser
humano, qualidade que o distingue dos
demais seres viventes, pode ser exercido
' até mesmo na desobediência a Deus.
2. A morte entrou no mundo por
meio do pecado (v. 12). Adão foi a porta
de entrada do pecado no mundo e o
pecado por sua vez, a porta de entrada
para a morte. Neste texto, a interpretação para a morte se refere tanto a morte
física como espiritual, como punição pela
desobediência humana, uma referência
a Gênesis 2.17 e 3.19. Toda causa tem
sua consequência. As pessoas, às vezes,
confundem o perdão com a repercussão
da consequência dos atos falhos. Uma
pessoa que se rende a Cristo e deixa avida de pecado, como já vimos em lições
anteriores, é imediatamente justificado
diante de Deus (declarado justo), mas
as consequências pelos erros já co
metidos ele continua responsável. Por
exemplo, vamos supor que esta pessoa
tenha cometido um assassinato antes
da conversão, com o arrependimento
e abandono da prática Deus a perdoa,
mas não assume a responsabilidade
de livrá-lo de uma prisão. O que Deus
garante é estar com ele na prisão. Em
outras palavras, todo pecado tem sua
consequência.
3. A morte sobreveio para toda ahumanidade porque todos pecaram (v.
12). Paulo continua abordando a relação
entre o pecado e a morte, agora com uma
abrangência maior, referindo-se todos
os seres humanos, uma vez que todos
pecaram (Rm 3.23). Existe uma discussão
teológica se todos pecaram em Adão, ou
seja, o pecado de Adão foi transferido
para toda a humanidade ou se o pecado
é de responsabilidade individual de cada
ser humano. Seguiremos a linha de que,
contaminados pelo pecado de Adão,
todos os demais seres humanos também
pecaram, sendo cada um responsável
pela sua própria desobediência. Em
resumo, podemos dizer que o pecado
original de Adão levou-nos ao pecado
experimental, afastando-nos de Deus.
O Pense!Jovem, você tem assumido suas responsabilidades? Tem reconhe-
cido as consequências naturais de seus atos falhos ou tem ques-
tionado a Deus?
© Ponto Importante A vida, muitas vezes, acaba se n-
do uma relação de causa e efeito.
II - A LEI DE STA CA O PECADO
(vv. 13,14)1 . 0 pecado existia antes da lei (vv.
13,14). Paulo afirma que o pecado existia
antes da lei. Todavia, será que existe na
história do mundo, algum local onde
não tenha havido nenhum tipo de lei?
Certo que a lei mosaica realmente ainda
não existia neste período, mas regras já
existiam antes desta lei. Como já visto, o
próprio Adão recebera recomendação
(regra) de como proceder no jardim do
Éden, a ordem de não comer do fruto
da árvore do conhecimento do bem edo mal. Paulo já havia falado a respeito
da ausência de lei no capítulo 2, quando
falou sobre os gentios. Deus não deixa a
conduta do ser humano sem uma régua
de medir, independente da lei mosaica
há a lei da própria consciência (Rm 2.14-
16). Esta lei escrita no coração testifica
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“juntamente a sua consciência e os seus
pensamentos, quer acusando-os, quer
defend en do -os”. Portanto, não significa
que as ações antes da Lei não eram
julgadas. Por isso, a afirmação “a morte
reinou desde Adão até Moisés" (5,14).
2. A lei desponta o ser humano em
sua fraqueza (v.14). Onde existe lei, existe
transgressão. No relato da Queda, vemos
a tendência do ser humano em buscar
atender seus interesses. O exemplo de
Adão demonstra certa inclinação do
ser humano para a desobediência. Estainclinação aumenta quando se impõe
regras. Existe um ditado popular que
diz: “Aquilo que é proibido acaba sendo
mais desejado". O que é proibido chama
a atenção das pessoas, por isso a difi
culdade do ser humano em cumprir a
lei. No entanto, como já visto em lições
anteriores, a lei tem uma função, apontaro pecado do ser humano, a sua fraqueza.
Quando se identifica o pecado e se re
conhece a necessidade de correção, se
faz necessário uma solução redentora. A
solução no Antigo Testamento foram os
sacrifícios, que eram soluções transitórias
e paliativas. Mas, eles também tiveram
sua função, apontar para o sacrifício
perfeito de Cristo.
3. Adão, um tipo antagônico de Jesus
(v.14). Pela primeira e única vez a Bíblia
cita explicitamente um personagem
com o tipo de Cristo “o qual é a figura
daquele que havia de vir" (v. 14). Adão
como figura de Cristo com resultadoscontrários, Enquanto, Adão representa os
efeitos negativos pela sua desobediência
à vontade de Deus, Cristo representa os
efeitos positivos pela sua obediência
incondicional a Deus. Os efeitos positivos
de Cristo serão abordados na próxima
lição. O ato de Adão, representante da
humanidade, exemplifica a aplicação da
correção sobre o pecado, independente
da lei, como citado por Paulo: “porque,
para com Deus, não há acepção de
pessoas. Porque todos os que sem lei
pecaram sem lei também perecerão:
e todos os que sob a lei pecaram pela
lei serão julgados" (Rm 2.11,12). Todavia,
como já citado, com o advento da Lei
de Moisés o pecado foi ainda mais evi
denciado. Isso não significa que ele já
não existia, mas é como se o "holofote"
estivesse direcionado para outro lugar.
© Pense! Jovem, como está sua consciência?
O Ponto ImportanteNão existe na história, Lugar ou data, um tempo em que não existisse regra, escrita ou não, para orientar o comportamento humano.
III - A OFENSA DE ADÃO ACARRETOU NO JUÍZO DE DEUS SOBRE TODA HUMANIDADE (vv.15-21)1. A sentença divina proferida sobre a
ofensa do pecado (v. 15-19). A sentença
dada por Deus a Adão é extensiva a todos
os seres humanos que seguiram o seu
exemplo, ou seja, cada pessoa se tornou
pessoalmente pecadora e, portanto, des
tituída da glória de Deus (Rm 3.23). A trans
gressão de Adão foi sua desobediência a
uma ordem divina expressamente reveladapor Deus, o que diferencia o pecado de
Adão dos demais. A ofensa foi majorada
com a promulgação da Lei Mosaica, pois
quanto mais evidente for a manifestação
da lei, maiores serão as transgressões (Rm
5.20). Ultimamente, tem sido difundida na
mídia condenações e aplicações da pena
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de morte em países que tem esta prática
normatizada. Se a ampliação do rigor da
lei realmente funcionasse, nestes países
não haveria transgressão. Para a “pena
de morte espiritual”existe uma saída, o
renascimento proporcionado pela justi
ficação por meio da fé em Cristo.
2. A morte reinou por causa da ofensa
do pecado (v. 20). Existem três conceitos
básicos sobre a morte: a) a morte física,
a qual toda humanidade está sujeita; b)
a morte espiritual, que ocorre quando o
ser humano vive na prática do pecado;c) a morte eterna, a pior de todas, pois
ocorre quando não há mais possibilidade
de mudança de situação, trata-se da
condenação da separação eterna de
Deus. Estas mortes são consequências da
transgressão humana, a relação de causa
e efeito. De modo geral, as pessoas têm
dificuldade para lidar com a morte devidoà tendência natural pela vida. Os crentes
geralmente afirmam que querem estar
com Deus, mas se possível sem precisar
passar pela morte. Ao longo da história
da humanidade existem relatos da busca
pela vida prolongada ou eterna. O Evan
gelho aponta o caminho para esta vida,
com ou sem a presença da morte, Jesus.
@ Pense!Você também estava condenado a mesma sentença do injusto, a morte eterna, mas peia graça de Deus sua sentença foi revertida em bênção e vida eterna com
Deus, Jovem, o quanto você tem sido grato a Deus por isso?
SUBSÍDIO
“Em Rom anos 1— 3, Paulo arg umentou que toda humanidade estáperdida nas garras do pecado, tanto
jud eu s com o gentios. Em Romanos 4,ele mostrou que a justificação pela fétambém está universalmente disponível a todos aqueles que creem queDeus manterá a promessa que fez noevang elho — tanto para os gentioscomo para os judeus.
Agora, Pauto dá um passo atrás,
apenas por um momento, para perguntar como pode ser isso. Como todosos homens tornaram-se pecadores? Ecomo a vida pode ser oferecida a todos?
Como contexto, precisamos entender uma coisa importante sobreo relacionamento entre 'pecado' e'pecados'. Enquanto 'pecados' sãoatos de iniquidade ou transgressões
à Lei de Deus, o 'pecado' é algo diferente. Ele se refere àquele defeitoessencial da natureza humana quedistorce o caráter moral do homem,obscurece sua inteligência e o incitaem direção ao mal. De acordo com aterminologia bíblica, esta condição éfrequentemente mencionada como
'morte', não no sentido biológico, masespiritual”(RICHARDS, Lawrence O.Comentário Histórico-Cultural doNovo Testamento.i.ed. Rio deJaneiro:
CPAD, 2014, p. 300).
O Ponto ImportantePara PauLo, a condição humana caracterizase peia rejeição a Deus e sua revelação, além de ser marcada peia hostilidade rotinei-ra em relação a Ele" (Roy Zuck).
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ESTAN TE DO PROF ESSOR
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento.
í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014,
ZUCK, Roy B Teologia do Novo Testamento. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendem os que o pecado entrou no mundo por meio de um ser humano
e como consequência veio a morte e a condenação.
HORA DA REVISÃO
1 . Qual a recomendação que Deus deu a Adão e ele desobedeceu?
A recomendação dada por Deus a Adão foi de não comer da árvore do Conhe
cimento do Bem e do Mal.
2. Quando Deus perdoa o pecado de alguém Ele também retira as consequências
naturais do pecado? Explique.
Não. Quando uma pessoa se rende a Cristo e deixa a vida de pecado é imediata
mente justificado diante de Deus (declarado justo), mas as consequências pelos
erros já cometidos ele continua responsável.
3. Paulo diz no versículo 13 que o pecado não é imputado não havendo lei. Na se
quência diz que o pecado surgiu antes da lei. Como explicar que a morte reinou
de Adão até a Lei (v. 14)?
Paulo menciona a lei colocada na própria consciência do ser humano (Rm 2.14-
16), e por essa lei as pesso as eram julgadas. Por isso, a afirmação “a morte reinou
desde Adão até Moisés”(v. 14).
4.
Paulo aponta Adão como um tipo de Cristo. Explique:Adão é um tipo antagônico de Cristo. Enquanto, Adão representa os efeitos ne
gativos pela sua desobediência à vontade de Deus, Cristo representa os efeitos
positivos pela sua obediência incondicional a Deus.
5. Segundo a lição, qual a solução para a “pena de morte espiritual”?
A solução é o renascimento proporcionado por meio da justificação pela fé
em Cristo.
Anotações
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LIÇÃO
CRISTO EA GRAÇA
TEXTO DO DIA“Pois assim como por uma só
ofensa veio o juízo sobre todos
os homens para condenação,assim também por um só atode justiça veio a graça sobre
todos os homens para justifi-cação de vida’’(Rm 5.18).
SÍNTESE
A condenação eterna veio pela
ofensa de um ato de desobedi-
ência do primeiro Adão, porém
0 dom gratuito da salvação
veio de um ato de obediência
de Cristo, que justifica toda
pessoa que nEle crê.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA- R m s i5Peta desobediência de Adão a
morte passou a reinarTERÇA - Rm 14.17 Pela obediência de Cristo veio
um novo reino de justiça
QU AR TA -Rm 5.16 O dom gratuito da salvação
QU INTA-At 9 4O apóstolo antes de conhecer a
graça de Cristo perseguia a igreja
SEXTA - Rm S20A lei veio para que a ofensa do
pecado abundasse
SÁBADO - Rm 10 4Jesus é 0 fim da lei
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OBJETIVOS
• EXPLICAR que a graça de Cristo porporcion a justiça
e vida;
• MOSTRAR o que é a graça de Cristo;
• SABER que a graça de Cristo reina pela justiça para
a vida eterna.
INTERAÇÃO
Caro(a) professor(a), esta lição é uma continuidade da lição
anterior, que enfatizou a desobediência de Adão, e suasconsequências, pecado-condenação-morte. O assunto desta
tição é ma is “agradável”, pois a ênfase está na graça de C ris
to. Ao lermos a respeito da condenação sobre o pecado de
Adão e sua descendência, podemos não entender o objetivo
da criação do ser humano, se considerarmos que não tinha
como se justificar. Todavia, uma questão reLevante e pouco
explorada nos estudos sobre o tema é o fato de Deus ter
retido o julgamento sobre a humanidade até que a basepara absolvição no julgamento fosse providenciada, a morte
expiatória de Cristo. O que torna ainda m ais interessante é a
iniciativa proativa de Deus de ter planejado a solução, antes
da fundação do mundo (Ef 1.4; 1 Pe 1.20; Ap 13.8; 17.8). Motivo
suficiente para nos mobilizarmos contra a prática do pecado
e sermos gratos pela misericórdia e graça de Deus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professorfa), para a aula de hoje sugerimos uma dinâmica.
Você vai precisar providenciar uma cópia da tabela abaixo,
mas somente a coluna à esquerda com os dados referentes
a Adão. Os alunos vão preencher a segunda coluna. Para a
realização desta atividade, reserve alguns minutos no final da
aula para 0 preenchimento e também para que façam algumas
considerações. O propósito é revisar o conteúdo aprendido.
RELAÇÃO TIPOLÓGICA ENTRE ADÃO E CRISTOADÃO CRISTO
Transgressão Justiça
Desobediência Obediência
Condenação Justificação
Pecado Graça
Morte Vida
JOVENS 55
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TEXTO BÍBLICO
Romanos 5.15-21
15 Mas não é assim o dom gratuito comoa ofensa; porque, se, peta ofensa de
um, morreram muitos, muito mais agraça de Deus e o dom peta graça,que é de um só homem, Jesus Cristo,abundou sobre muitos.
16 E não foi assim o dom como a ofensa,por um só que pecou; porque o juízoveio de uma só ofensa, na verdade, paracondenação, mas o dom gratuito veiode muitas ofensas para justificação.
17 Porque, se, peta ofensa de um só, amorte reinou por esse, muito mais osque recebem a abundância da graçae do dom da justiça reinarão em vidapor um só, Jesus Cristo.
18 Pois assim como por uma só ofensaveio o juízo sobre todos os homenspara condenação, assim também por
um só ato dejustiça veio a graça sobretodos os homens para justificação devida.
19 Porque, como, pela desobediência deum só homem, muitos foram feitospecadores, assim, peta obediênciade um, muitos serão feitos justos.
20 Veio, porém, a tei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado
abundou, superabundou a graça;
21 para que, assim como o pecado reinouna morte, também a graça reinassepeta justiça para a vida eterna, porJesus Cristo, nosso Senhor.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Ao estudarmos Romanos 5 .1 -1 1 nós vimo s que os crentes são justificados e
reco nciliados com Deu s por m eio da fé no sacrifício de Cristo. Este conceito da
certeza da salvação po r meio de Crist o é reforçado no texto que vam os e studar
nesta lição (Rm 5.15-21), com a informação pa ulina de que a graça de Cristo vai
além do que mera anu lação do pecado, pois ma is do que simp lesme nte an ularos efeitos do pecado, outorga ao crente a vida etern a com Deus. A
I - A GRAÇA DE CRISTO PROPORCIONA JUSTIÇA E VIDA (vv. 15-19)1. A graça de Cristo abundou so
bre todos os que creem (v.15). Neste
momento o apóstolo não faz mais uso
da dicotomia entre judeus e gentios, a
abordagem da história da redenção é
realizada em um escopo universal. A
dicotomia agora é entre o relacionamento
de dois homens: o primeiro e o segundo
Adão (Cristo). A parte da humanidade que
se relaciona com o primeiro Adão está
debaixo da sentença de morte por causa
da desobediência e pecado, enquanto
a outra parte tem a segurança da vida
eterna por causa da obediência e graça
de Cristo, que abundou e desfez os efei
tos do pecado. Em Cristo a humanidade
renasce para uma vida plena com Ele. A
graça tem muito mais a oferecer, o tempo
da graça é eterno, portanto, infinitamente
maior do que o tempo da escravidão no
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pecado e morte espiritual A participação
na morte (justificação) e na ressurreição
de Cristo (glorificação), faz-nos passar
da morte para a vida.
2. O dom gratuito da salvação veio
de muitas ofensas parajustificação (vv.
16,19). O apóstolo chama o pecado de
Adão de ofensa para contrastar com a
palavra "dom". Enquanto o pecado de
Adão trouxejulgamento e condenação
para muitos, a obra de Cristo na cruz foi
abundante sobre muitos, aqueles que
reconheceram seu sacrifício pela fé,sendo justificados. Se a condenação
daqueles que estão em Adão é certa,
muito mais garantida é a vida eterna por
meio da graça e do dom da salvação
para as pessoas que estão em Cristo. O
contraste entre a condenação introduzida
por Adão e a justificação assegurada
por Cristo, traz de volta o tema centralde que a justificação está disponível
para “todo s os que c reem ”(Rm 3.22).
Como vimos a justificação é exclusiva
para os que creem e não para “todos",
como afirmam alguns que defendem o
universalismo (salvação para todas as
pessoas, justas ou injustas).
3. A graça de Cristo trouxe um reino
dejustiça (vv. 17-19). Pela desobediência
de Adão a morte passou a reinar, enquan
to Cristo pela sua obediência trouxe um
novo reino dejustiça, paz e alegria no
Espírito Santo (Rm 14,17). Desse modo, é
inconcebível que os que conheceram a
Cristo e se dizem cristãos salvos deixemde se esforçar em benefício do reino
de Deus e pela justiça, como PauLo vai
enfatizar nos próximos três capítulos
(Rm 6-8). Quem pertence a Cristo deve
observar sua vida de obediência como
vem os em Filipe ns es 2.8: “ach ado na
forma de homem, humilhou-se a si
mesmo, sendo obediente até à morte e
morte de cru z”. A obediência de Cristo
à vontade revelada de Deus envolve
uma vida toda, assim também o crente
deve e nvo lver-se no reino da justiça,
obedecendo à vontade revelada de
Deus em sua Palavra.
© Pense!“Que um único erro de alguém deveria ser respondido com
julgamento, é perfeitamente compreensível: que o acúmulo
do pecado e da culpa de todas as eras deveria ser respondido
com o livre dom de Deus, esse é o milagre dos milagres, muito além da compreensão humana"
(Granfield).
O Ponto Importante A graça de Cristo está disponível
a todos, mas somente as pesso-as que creem na obra de Cristo a desfrutarão, pessoas que se
submetem de forma contínua à vontade revelada de Deus.
II - A G RA ÇA DE CR ISTO (v. 20)
1. Paulo era testemunha viva de
alguém que havia sido privado pela
lei. A ênfase muda, agora não é mais
a dicotomia entre Adão e Jesus, mas a
lei. O apóstolo tinha propriedade para
faLar sobre a privação daqueles que
estavam debaixo da Lei. Certamente
ele tinha em mente a rejeição de Jesus
pelos jud eu s, a lém de o terem entre
gado aos romanos para ser crucificado.E o próprio Paulo, quando motivado
pelo rigor da lei perseguia os cristãos,
pensando estar fazendo um favor para
Deus. Paulo e os jud eu s de sua época,
pela lei, afundaram no pecado. O que
disse Jesus com relação aos jude us e
seus algozes, durante sua crucificação?
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Foram somente palavras de perdão e
misericórdia “Pai, perdoa-lhes, porque
não sabem o que fazem”(Lc 23.34a).
Para Paulo, no caminho de Damasco,
Ele disse: “Saulo, Sau lo, por que me
persegues?" (At 9.4). A graça de Cristo
superabundou para Paulo e de m aisju -
deus que creram nEle. Paulo não podia
deixar de testemunhar da liberdade que
ele alcançou em Cristo.
2. Paulo e seu relacionamento com
os crentes judaizantes. Novamente
o ensino apostólico entra em conflitocom a doutrina de redenção sinagogaL
judaica, pois para os crentes judaizantes
o cumprimento concreto da lei constitui
o homem justo diante de Deus. O cum
primento da lei, segundo o ensinamento
judaico, garante ao judeu um tesouro
para a absolvição no dia do julgamento.
Os judeus não conheciam outra formade salvação a não ser pela lei, este era o
cerne da doutrina judaica. O zelo d em a
siado fazia com que eles confiassem em
suas próprias obras e impedia que eles
alcançassem a justificação para qual a lei
aponta. Os judeus deveriam ter deixado
de procurar estabelecer a sua própria
justiça pela prática da lei porque por
ela ninguém será justificado, visto que
todos, judeus e gentios, estão debaixo
do pecado. PauLo, mesmo não havendo
consenso pleno, jamais rompeu com os
apóstolos jude u-cristão s. Contudo, o
apóstolo entendeu seu chamado e spe
cial, evangelizar aos gentios, conhecidoscom o “os sem lei", mas justificados por
meio de Cristo Jesus.
3.0 legalismo na Igreja de Cristo. O
conteúdo histórico-redentor da doutrina
de Paulo demonstra que a única base
para a justificação é a morte e ressurrei
ção de Cristo, sendo que Jesus é o fim
da Lei para justificação de todo aquele
que crê (Rm 10.4). Com isso, é possível
compreender nossa insuficiência, culpa
e dependência da graça de Deus. O
problema do legalismo não é somente
algo dojudeu, mas está presente como
uma tentação para os cristãos também. É
comum hoje encontrar crentes legalistas
que não se dão conta da incoerência de
sua s posições, e les afirmam confiar em
Cristo como Salvador, mas sentem que
precisam fazer algo para merecer a sua
salvação. Pastores se debatem contra olegalismo de suas ovelhas. Problemas
de depressão espiritual têm, por vezes,
como raiz uma apreensão defeituosa e
distorcida da justificação pela fé, Ademais,
na evangelização do povo brasileiro é
imprescindível focalizar que Cristo põe
fim à tendência humana de pensar que
se pode “comprar" com obras a eternasalvação.
O Pense!Pelo pecado de Adão veio a lei para demonstrar a incapacidade de o ser humano se salvar.
O Ponto Importante0 apóstolo Paulo havia “bebido"do exclusivismo da lei judaica, mas uma vez experimentado a graça de Cristo e liberto, dedica prati-
camente todo o período de seu ministério para pacientemente esclarecer os cristãos judaizantes que a salvação ocorre por meio da
fé em Cristo, gratuitamente.
III - A GRAÇA DE CRISTO REINA PELA JUSTIÇA PARA A VIDAETERNA (v. 21)1. Deus faz justiça. A base para absol
vição no julgam ento divino é a morte de
Cristo e, antes da primeira vinda de Jesus,
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Deus fazendo justiça, não havia dado o
castigo devido pelos pecados de todas
as gerações anteriores. Portanto, reteve
seu julgamento e fez de Cristo o meio de
propiciação mediante sua morte, após
ter ajuntado os pecados do mundo e
lançado sobre Cristo. Na morte de Cristo
Deus demonstra ojulgamentojusto e na
sua ressurreição a prova de sua justiça.
Conforme já visto, a ideia legal de um
ambiente forense é demonstrada no fato
de Cristo ter sofrido a morte de cruz em
nosso lugar, Ele que sem pecado, foi feitopecado por nós, para que nEle fossemos
feitos justiça de Deus. Aqueles que estão
em Cristo, pela fé, são absolvidos no
julgamento de Deus.
2. A absolvição pela fé em Cristo.
Cristo realizou aquilo que é impossível
aos homens, para obter-lhes a justiça, a
qual ele lhes oferece gratuitamente pela
fé, à parte das obras da lei. Os judeus
deveriam, portanto, ter compreendido
que Cristo, para aquele que crê, põe um
fim a esta maneira errônea de buscar a
jus tiça peLas obras da lei. Conforme já
parcialmente mencionado, Paulo não
está afirmando que a lei foi abolida, eleestá tratando a partir da perspectiva da
experiência dos crentes, do problema
do legalismo dos judeus: Cristo, para
o crente, é o fim do legalismo. A graça
de Deus é dada sem lei, ou seja, é
uma experiência caracterizada pela
alegria que causa, pois não exige de
quem recebe nenhum pressuposto
ou preparo, simplesmente é um puro
presente que jorra de Deus sobre sua
criação humana. Uma vez justificado,
basta ao crente manter sua fé obediente
em Cristo para ter uma vida eterna com
Deus, não descuidando de sua salvação,seu bem mais precioso.
O Pense! Jovem, que vida você tem escolhido? A vida da desobedi-
ência à vontade de Deus, como o exemplo de Adão, ou a vida de obediência, como o exemplo de
Cristo?
O Ponto Importante0 fruto da desobediência humana
só pode desfrutar do complexo gerado a partir de Adão: pecado
condenaçãomorte. Mas todas as pessoas que seguirem o exemplo
de obediência de Jesus desfruta-
rão da salvação completa: justiça justifica çã ovida eterna.
A única base para a justificação é a
morte e ressurreição de Cristo, sendo queJesu s é o fim da lei para justificaç ão d e
todo aquele que crê (Rm 10.4).
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SUBSIDIO 1
“!...] Jesus é o segundo Adão, ofundador de uma nova raça de homens e mulheres nos quais a vida foi
restaurada. Ao estabelecer novo relacionamento, através de Jesus Cristo, oFilho de Deus, nos afastamos do reinodo pecado para o reino da justiça e davida, onde reina a graça. Somos finalmente capaze s de nos tornar aqueleque, segundo a intenção de Deus, ahumanidade sempre teria sido.
Aplicação. É dificil entender a razãoexata por que ou como tudo isso éverdade. No entanto, não podemosduvidar que o pecado de Adão causou uma grande mutação em nossaraça. e se tornou a fonte inesgotáveldo pecado e do sofrimento. O pecadode Adão mudou seu relacionamentocom Deus, e também modelou nossa
inata atitude em relação ao Senhor.No final, 'pecado' e 'morte', e tam
bém 'vida' e justiça' são todos termosrelacionais, pois seu significado maisprofundo reflete a verdade sobre anatureza de nosso relacionamento comDeus. Não é somente o que fazemosque nos transforma em pecadores;
é o fato de estarmos alienados deDeus. Não é o que fazemos que nossalva, pois o que pode salvar é orelacionamento com Ele. E no evangelho, através de Jesus Cristo, isto setornou agora disponível a todos nós"(RICHARDS, Lawrence O. ComentárioHistórico-Cultural do Novo Testamento. i,ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2014, p. 301).
SUBSIDIO 2
“GraçaO conceito de graça é multiforme
e sujeito a desdobramentos nas Es
crituras Sagradas. No AT, hen, favor,é o favor imerecido de um superiora um subalterno. No caso de Deus edo homem, hen é demonstrado pormeio de bênçãos temporais, emboratambém o seja por meio de bênçãosespirituais e livramentos, tanto nosentido fisico quanto no espiritual Ur
31.2; Êx 33.19). Hesed, benevolência, éa firme benevolência expressa entreas pessoas que estão relacionadas,e particularmente em alianças nasquais Deus entrou com seu novo povoe nas quais sua hesed foi firmementegarantida (2 Sm 7.15).
Na literatura grega a palavra charis tinha os seguintes significados: (1) Era
usada para aquilo que causava atração,tal como a graça na aparência ou nafaLa. (2) Era usada quanto a um favor.
Mas foi somente com a vinda deCristo que a graça assumiu seu significado pleno. O seu auto-sacrificio éa graça propriamente dita (2 Co 8.9).Essa graça é absolutam ente gratuita.
Quando recebida pelo crente, elagoverna sua vida espiritual com pon do favor sobre favor. Ela capacita,fortalece e controla todas as fases davida. Consequentemente, o cristão dágraças (charis) a Deus pela riquezasda graça em seu dom inefável (2 Co9.15)" (Dicionário Bíblico Wycliffe i,ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p, 876).
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ESTAN TE DO PROF ESSOR
RICHARDS, Lawrence O. Com entário Histó rico-Cu ltural do
Novo Testamento, í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
RICHARDS, Lawrence O, Guia do leitor da BíbLia: Uma análise de Gênesis aApocalipse Capitulo por Capítulo. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
CONCLUSÃO
Nesta lição, estudamos a relação tipoLógica entre Adão e Cristo (segundo Adão) e foi
possível constatar 0 que eles trazem de similar é o fato de ter 0 ato de cada um, deso
bediência e obediência, respectivamente, implicado em consequências para os grupos
que pertencem a eles, morte eterna separada de Deus ou vida eterna com Deus.
HORA DA REVISÃO
1. Por que o apóstolo cham a o pecado de Adão de “ofensa”?
O apóstolo chama o pecado de Adão de ofensa para contrastar com a palavra dom.
2.0 que defende o universalismo?
O universalismo defende que no julgamento final todas as pessoas serão salvas,
independente de terem sido justas ou não durante sua vida terrena.
3 .0 que Jesus disse durante sua crucificação com a respeito dos judeus e seus algozes?
Jesus disse somente palavras de perdão e misericórdia: “Pai, perdoa-lhes, porque
não sabem o que fazem”(Lc 23.34a).
4-Qual era o cerne da doutrina jud aica ?
A crença de que o cumprimento da lei garante ao judeu um tesouro para a absol
vição no dia do julgamento. Os jud eu s não conheciam outra forma de salvação
a não ser pela lei, este era o cerne da doutrina judaica.5. Explique a frase: Deus faz justiça, uma vez que não julgou o ser humano antes
da morte de Cristo.
A base para absolvição no julgamento divino é a morte de Cristo e, antes da
primeira vinda de Jesus, Deus fazendo justiça, não havia dado o castigo devido
pelos pecado s de todas as gerações anteriores. Reteve seu julgamento e fez de
Cristo o meio de propiciação.
Anotações
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28/02/2016
MORTOS PARA
0 PECADO
TEXTO DO DIA“De sorte que fomos sepulta-dos com ele pelo batismo na
morte; para que, como Cristoressuscitou dos mortos pelaglória do Pai, assim andemosnós também em novidade de
vida’’(Rm 6.4).
SÍNTESE
0 crente uma vez justificado,
morre para 0 pecado e passa
a ter a mente de Cristo, que
conduz sua emoção, sua
vontade e seus membros para
a prática da justiça de Deus.
AGENDA DE LEITURA
S E G U N D A - R m 6 .1^0 crente não pode abusar da
graça de DeusT E R Ç A -R m 6.70 crente morre para 0 pecado
na justificação
Q U A RT A -Cl 2.12 0 crente é sepultado no batis-
mo nas águas
QUINTA - F l 3-27
0 crente é batizado em Cristo
SEXTA - 1 Co 1554:1 Ts 4.16-18 A glorificação de Cristo com sua res-
surreição é a garantia que o crente
satvo terá um corpo glorificado
S Á B A D O -C l3.1-3; Ef 2.6 0 crente é ressuscitado com C ris to ^
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[•
i OBJETIVOS
• CONSCIENTIZAR de que após a justificação o crente
deve manter uma v ida de santificação;
• SABER que após a justificação o crente assume umanova posição diante de Deus;
• RECONHECER que após a justificação o crente deve
viv er em novidade de vida.
*
INTERAÇÃO
Paulo inicia esta perícope com um questionamento: "Que
diremos, pois?”. Este questionamento parece ser um a formade pressentimento de objeções que pairavam no ar sobre a
doutrina da justificação pela fé. Às vezes, ao ler a epístola,
tem-se a impressão que Paulo está sendo muito repetitivo,
mas se olharmos atentamente chegaremos a conclusão de que
ele está solidificando pontos que são importantes e que não
podem ficar com dúvidas, pois se não for assim, os prejuízos
poderiam ser grandes.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓ GICA ^
Professorfa), para comentar sobre a luta constante que o ser
humano tem entre mortificar o desejo da carne de pecar e
fortalecer o espírito fazendo a vontade de Deus, sugerimos
que utilize a ilustração abaixo, bem conhecida e disponível
nas redes sociais:
Uma noite, um velho índio falou ao seu neto sobre o combateque acontece dentro das pessoas. Ele disse:
- Há uma batalha entre dois lobos que vivem dentro de todos
nós. Um é Mau - É a raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto,
cobiça, arrogância, pena de si mesmo, culpa, ressentimento,
inferioridade, orgulho falso, superioridade e ego. O outro é
Bom - É alegria, fraternidade, paz, esperança, serenidade,
humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade,
verdade, compaixão e fé.
0 neto pensou nessa luta e perguntou ao avô:
- Qual lobo vence?
O velho indio respondeu:
- Aquele que você alimenta.
Aproveite a ilustração para aplicar o tema desta lição, en
fatizando que o cristão somente conseguirá morrer para o
pecado se deixar de alim entar as obras da carne em sua vida e
alimentar sua alma, fazendo a vontade de Deus, como fez Jesus.
JQVENS 63
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TE X TO BÍBLIC O
Romanos 6.1-8
1 Que diremos, pois? Permaneceremos
no pecado, para que a graça seja maisabundante?
2 De modo nenhum! Nós que estamos
mortos para o pecado, como viveremos
ainda nele?
3 Ou não sabeis que todos quantos fo
mos batizados em Jesus Cristo fomos
batizados na sua morte? 7
4 De sorte que fomos sepultados com
ele pelo batismo na morte; para que, 8como Cristo ressuscitou dos mortos
pela glória do Pai, assim andemos nós
também em novidade de vida.
5 Porque, se fomos plantados juntamentecom ele na semelhança da sua morte,
também o seremos na da sua ressurreição;
6 sabendo isto: que o nosso velho ho
mem foi com ele crucificado, para que
o corpo do pecado seja desfeito, a fim
de que não sirvamos mais ao pecado.
Porque aquele que está morto está
justificado do pecado.
Ora, se já morremos com Cristo, cremosque também com ele viveremos;
COMENTÁ RIO
INTRODUÇÃO
No texto a ser estudado, Paulo ap resenta u m problem a que pode sur gir
dependendo da interpretação da nova posição diante de Deus, perdoado
gratuitamente e l ivre em Cristo. Nesta l ição vamos refletir a respeito das
mud anças que ocorrem com o crente após a just i f icação. Veremos que
após a justificaçã o, o salvo: deve m o rre r para o pecado e oc up ar um a nova
posição d iante de Deus, andando em no vidade de vida.
I - O JUSTIFICADO DEVE MOR
RER PARA O PECADO (vv.l-4, 6,7)1. A má interpretação da justificação
pela fé (v.i). A doutrina da justificação
pela fé não era tão fácil de ser assimilada
por alguém que viveu anos debaixo do
jugo da Lei. Imagine um judeu que viveu
a vida toda sendo ensinado que a observância da Lei deveria ser rigorosa, pois
era o único meio para se justificar diante
de Deus. Coloque-se no lugar dele. De
repente, aparece um judeu que há pouco
tempo havia se convertido para uma
nova religião (cristianismo), anunciando
que Deus enviou o seu Filho como ser
humano, permitindo que Ele morresse
em uma cruz, levando a maldição de toda
a humanidade sobre si e oferecendo o
perdão gratuito a todas as pessoas que
o reconheça como Deus, Praticamente
tudo o que ele havia aprendido e tentado
praticar é colocado por terra. Considere,
então, ele aceitando esta pregação doEvangelho. Alguns conversos ao cristia
nismo, considerando a “facilidade”da vida
na graça, continuavam ou acham que
poderiam continuar na prática do pecado,
confiando no perdão imerecido de Deus.
2. Advertência contra o abuso da
graça (v.2). O comportamento libertino
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apontado no tópico é a preocupação
do apóstolo: “Que diremos, pois? Per
maneceremos no pecado, para que a
graça seja mais abundante?”(v.i). Este
problema não é exclusivo da época daIgreja Primitiva, ainda hoje alguns cristãos
interpretam equivocadamente a ação
da graça de Cristo, Estes afirmam que
uma vez justificados pela fé em Cristo,
justificados para sempre. Para eles, a
vida que a pessoa leva não interferirá
mais em sua salvação, pois Deus não
retiraria o dom da salvação já dado aocrente. Paulo é incisivo em sua resposta:
“De modo nenhum!" (v. 2). O fato de ser
justificado gratuitamente não dá o direito
de abusar da graça de Cristo (Gl 5.1,13),
contrariamente, devem os ser cada vez
mais grato pela sua graciosidade e se
espelhar no seu exemplo de vida. A
liberdade que Cristo nos dá não é para
fazermos o que quisermos, mas para
viver uma vida genuinamente cristã.
3. Justificados e mortos para o pe
cado. Conforme já visto anteriormente,
o crente em Cristo é declarado justo no
tribunal de Deus, mas ao mesmo tem
po o velho homem morre legalmente,
crucificado com Cristo, e ressurge como
uma nova vida em sua ressurreição
(2 Co 5.17). Na morte de Cristo Deus
demonstra o julgam ento justo e na sua
ressurreição prova sua justiça. Algun s
teólogos defendem que o crente morre
e ressurge no batismo nas águas, como
um sacramento obrigatório para salvação, entretanto o crente é crucificado
e morto na justificação (v.7). O batis
mo nas águas é um ato público para
atender uma ordenança que formaliza
simbolicamente o que já ocorreu, seu
sepultamento (Cl 2,12). Entretanto, aqui
não se trata especificamente da obra
do Espírito Santo (1 Co 12.13: Gl 3,27). 0
salvo não pode mais servir ao pecado,
pois a morte do escravo o liberta de sua
escravidão (v. 6).
© Pense!0 fato de estarmos justificad os peia graça de Cristo, não nos dá 0 direito de abusarmos da Uberda-
de em Cristo, mas sim seguirmos
0 exemplo de vida de Jesus.
O Ponto ImportanteO apóstolo Paulo parece ser repetitivo no ensino sobre a doutrina da justificação pela fé, entretanto, o que pode ser per-
cebido é a dedicação do apóstolo para não deixar brecha para más
interpretações ou abusos dos crentes.
II - MORTOS PARA O PECADO(vv. 3-11)
1. Con hecend o a nova posição em
Cristo (vv. 3,5-7,9). O batismo nas águas
já citado, é uma bela representação da
nova posição do salvo em Cristo (v.3),
morto para o pecado (debaixo da água)
justificado e reconciliado com Deus (ao
sair da água). O crente justificado sendo
sepultado pela morte para o pecado e
surgindo para uma nova vida em Cristo,
uma nova disposição na relação com
Deus. Esta nova posição assegura a
vida eterna com Deus, mas também
exige uma aproximação com a vida de
obediência de Cristo, não priorizando asi mesmo e seus desejos, mas o bem
da coletividade, o Reino de Deus. Uma
nova identidade, não mais relacionada
ao primeiro Adão, mas da descendência
de Cristo, o segundo Adão, e membro de
sua família. Esta nova vida, não significa
que o crente nunca mais irá pecar, mas
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que não viverá na prática do pecado,
como seu escravo. Portanto, uma vez
justificados (instantaneamente), sigamos
a santificação (processo continuo) durante
toda a vida ou até o arrebatamento da
Igreja.
2. Vivificados em Cristo (w.8-11). A
nova vida com Cristo é uma vida separada
e de intimidade, vivida com o propósito
de nunca mais morrer espiritualmente.
Identificados com a morte de Cristo,
da mesma forma que Ele sofreu pelo
evangelho, o salvo também passarápor aflições (Jo 16.33). Todavia, acima
de tudo, também identificados com sua
ressurreição (v.5-7), em que teve a vitória
decisiva sobre o pecado e retorna com
o corpo glorificado de igual modo ga
rante ao salvo a transformação do corpo
corruptível em um corpo incorruptível,
como 0 de Cristo (1 Co 15.54; 1 Ts 4.16-18).
Mas a promessa não é somente para o
futuro, 0 presente também é contempla
do, pois a nova vida não é conquistada
pela própria força, mas pela graça de
Cristo que sustenta o fiel, até o ponto de
suportar as diversas adversidades (Rm
8.35). Como instrui a palavra do apóstolo
para Timóteo, quando este se achava só
no ministério: “fortifica-te na graça que
há em Cristo Jesus" (2 Tm 2.1).
3. Embaixadores de Cristo na Terra.
Cristo cumpriu sua missão e retornou
ao Pai, porém, como Igreja não nos
retirou do mundo (Jo 17), mas deixou-
nos para representar-lhe, anunciandoseu evangelho, Morto e vivificado com
Cristo, o cristão vive agora guiado pelo
Espírito Santo, como embaixador de
Cristo, conforme Paulo afirma à igreja de
Corinto: “isto é, Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não lhes
imputando os seus pecados, e pôs em
nós a palavra da reconciliação. De sorte
que somos embaixadores da parte de
Cristo, como se Deus por nós rogasse.
Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo
que vos reconcilieis com Deus”(2 Co
5.19,20). Quem era condenado e sem
esperança, passa a ser embaixador de
Deus, anunciando o poder do Evange
lho, revelação da justiça de Deus que
transforma o ser humano e o prepara
para a vida eterna.
O Pense!Você tem sido grato pela sua
nova posição diante de Deus?
O Ponto Importante0 batismo é a formalização públi-
ca que simboliza o sepultamento
do crente, que já morreu para o
pecado em sua justificação.
III - MORTO PARA O PECADO E
EM NOVIDADE DE VIDA (vv, 12-14).
1. Que m reina na nova vid a não
é mais o pecado (v. 12). O cristão ao
receber a nova natureza durante o
processo da justificaçã o não aceita
mais o reinado do pecado, não sente
mais prazer em se submeter aos seus
próprios desejos, mas sua consciência
é orientada pelo Espírito Santo que o
convence do pecado, da justiça e do
juízo (Jo 16.8-11). Na época do apóstolo,
se dizer cristão era risco de morte e de,
no mínimo, preconceito, Atualmente, tem
se tornado em determinados meios até“chique”se dizer evangélico ou “go spel”.
Algumas pessoas têm se infiltrado na
comunidade evangélica, se dizendo
convertidas, mas com propósito de
explorar as ovelhas do aprisco de Jesus.
Fazem toda a pose teatral nas igrejas,
mas fora delas continuam com a mesma
66 JOVENS
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vida de antes. No entanto, a orientação
bíblica é que, uma vez justificado, o
crente deve andar em novidade de vida,
embora ainda com o corpo de pecado
e morte (Rm 6.11; 7.24).
2. Libertando os mem bros do cor
po do domínio do pecado (vv. 13,14a).
A intimidade com Cristo leva a uma
mudança de mentaLidade, em que as
coisas que agradam a Deus são as que
passam a orientar a vontade e as atitu
des do crente. No nosso corpo físico,
os membros atendem os comandos docérebro (mente). No sentido espiritual
não é diferente, pois uma vez tendo
a mente de Cr isto conduz-nos por
completo à vontade de Deus. A pessoa
que tem a mente de Cristo discerne as
coisas espirituais, mesmo no mundo
material e usa os membros do corpo a
serviço da justiça (2 Co 2.14,15). O “velhohomem" tinha uma mente insubmissa
ao Espírito Santo e entregue ao domínio
do pecado, mas o salvo submete sua
mente ao controle do Espírito Santo,
assim a paz de Deus, que excede todo
entendimento, guarda seu coração e
seus sentimentos (Fp 4.6-7) e, conse
quentemente, conduz seus membros
para a prática da justiça.
O Pense!Quem está reinando em sua vida?
Ao analisaras características de quem vive uma vida vitoriosa debaixo da graça, você consegue
se incluir nesta forma de vida?
@ Ponto Importante A mente do crente justificado é renovada e dirigida pela intuição do Espírito, que passa a conduzir
a emoção, a vontade e os mem-
bros do seu corpo físico para a prática da justiça.
SUBSÍDIO
Romanos 6
“Vv.1,2. 0 apóstolo é muito completo
ao enfatizar a necessidade da santidade.
Não a elimina ao expor a livre graça do
Evangelho, mas mostra que a conexão
entre justificação e a santidade é inse
parável. O pensamento de continuar em
pecado para que a graça abunde, deve
ser aborrecido, Os crentes verdadeiros
são mortos para 0 pecado, portanto, não
devem segui-lo. Ninguém pode estar
vivo e morto ao mesmo tempo. Néscioé quem, desejando estar morto para
o pecado pensa que pode viver nele.
Vv. 3-10, O batismo ensina a ne
cessidade de morrer para o pecado, e
viver em relação a toda a obra ímpia e
iníqua como se tivesse sido sepultado,
e ressuscitar para andar com Deus em
uma nova vida, Os professos ímpiospodem ter o sinal exterior de uma
morte para o pecado e de um novo
nascimento para a justiça, mas nunca
saíram da família de Satanás para a
família de Deus.
A natureza corrupta, chamada ve
lho homem, porque derivou de Adão,
o nosso primeiro pai, em todo crente
verdadeiro esta crucificada com Cristo, pela graça derivada da cruz. Está
enfraquecida e em estado moribundo,
mesmo que ainda lute pela vida, e até
pela vitória. Porém, todo o corpo do
pecado, seja o que for que não con
corde com a santa lei de Deus, deve
ser abandonado para que o crente não
seja mais escravo do pecado, mas vivapara Deus e encontre alegria em seu
serviço" (HENRY, Matthew. Comentário
Bíblico de Matthew Henry í.ed, Rio de
Janeiro: CPAD, 2002, p. 931).
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ESTANTE DO PROFESSOR
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry. í.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que o apóstolo tinha uma preocupação que o incomodava:
a possibilidade de má interpretação da doutrina da justificação peLa fé e a prática da
libertinagem. Por isso, reforça a necessidade da santidade.
HO RA DA REVISÃO
1. Qual a preocupação do apóstolo quanto à má interpretação sobre a doutrina da
justificação pela fé expressada em Romanos 6.1,2?
A preocupação do apóstolo é qu e as pessoas, em espec ial os judeu-cristãos,
pudessem entender que a “facilidade" da justificação pela fé, sem obras, liberasse
o crente para pecar, confiante no perdão gratuito de Deus.
2. A nova posição do crente justificado significa que ele não mais pecará? Explique:A
nova posição do crente justificado diante de Deus não significa que o crente nunca
mais irá pecar, mas que não viverá na prática do pecado, como seu escravo.
3. Qual o texto bíblico em que Paulo afirma que somos embaixadores de Cristo?
Paulo afirma que somos embaixadores de Cristo em 2 Coríntios 5.20: “isto é, Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus
pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embai
xadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois,
da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus".
4. De acordo com a lição, o que acontece quando uma pessoa tem a mente de Cristo?
A pessoa que tem a mente de Cristo, permite que o Espírito Santo conduza suaemoção, sua vontade e os membros do corpo físico. A pessoa discerne as coisas
espirituais, mesmo no mundo material e usa os membros do corpo a serviço da
justiça (2 Co 2.14-15).
5. Qual a orientação dada na lição para as pessoas que querem viver uma vida
vitoriosa debaixo da graça de Cristo?
Quem quer viver uma vida vitoriosa debaixo da graça de Cristo precisa aprender
a primar por um bom testemunho (Cl4.5), seguira paz com todos, santificação e
sem raiz de amargura (Hb 12.14-15), perdoar (Ef 4.32), amar com amor fraternal edar honra aos outros (Rm 12.10), dentre outras atitudes incentivadas pela Bíblia.
Anotações
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0 JOVEM EA
CONSAGRAÇÃOTEXTO DO DIA
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelacompaixão de Deus, que
apresenteis o vosso corpo emsacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso
culto racional”(Rm 12.1).
AGENDA DE LEITURA
SÍNTESE
O culto que agrada a Deusnão é mecânico e rotineiro,mas o culto espiritual, que é
oferecido no dia a dia da vidado crente.
SEGUNDA - Rm 12.1
O culto a Deus não pode ser
uma simples rotinaTERÇA - Rm 12.2
0 jovem não pode ser moldadopelo mundo
QUARTA - Hb 103
0 sacrifício do AntigoTestamento era limitado
QUINTA - U o 5.190 mundo jaz no maligno
S EX TA -Pv 237A maneira como vemos omundo
SÁBADO - Rm 12.12
Uma mente renovada À
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OBJETIVOS
EXPLICAR a necessidade do cuidado com o corpo
para a consagração a Deus;
DESCREVER a importância da renovação da mentepara o crente não ser moldado pelo padrão do mundo.
INTERAÇÃO
Caro(a) professorfa), de forma geral em nossas igrejas, quando se
ouve algum comentário a respeito do texto bíblico de Romanos
12.1,2, a ênfase é dada para a liturgia do culto, destacando o cuLtoonde há bastante movimento com o culto mais racional e inte
lectual. Nesta lição iremos perceber que o ensino de Paulo vai
além, desmistificando a cultura do Antigo Testamento de que
o único local para oferecer o culto a Deus é no Templo. Paulo
esclarece que o culto deve ser espirituaL e oferecido em todo
momento e envolve todas as áreas do ser humano. Portanto,
o nosso culto de domingo começa logo após o seu encerra
mento, ou seja, não tem fim. Devemos estar constantemente
oferecendo-nos como culto espiritual a Deus, assim poderemos
verdadeiramente experimentar qual é a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professorfa}, a Lição de hoje abre espaço para que você trabalhealgumas questões pouco comentadas e ensinadas em nosso
meio, mas que são fundamentais para a vida cristã bem-su
cedida. O primeiro tema é a respeito da mordomia do corpo
{primeiro tópico), subtópico 3, a consagração do corpo a Deus.
Em geral os crentes não recebem orientações a respeito da
necessidade de termos uma aLimentação saudável e dos cui
dados que devemos ter com a nossa saúde. Infelizmente, nas
cantinas e comemorações de nossas igrejas, geralmente não
há muitas opções saudáveis, como por exemplo, frutas e sucos
naturais. A falta de cuidado com o corpo tem consequências
terríveis. Os problemas de saúde impedem que as pessoas
trabalhem em prol do Reino de Deus. Outro tema importante
e com respeito a identificação da vontade de Deus. Muita
vezes, o fazer a vontade divina está cercado de misticismo,
prejudicando muitos crentes.
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TE X T O BÍB LIC O
Romanos 12.1,2
1 Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão
de Deus, que apresenteis o vosso corpoem sacrifício vivo, santo e agradável aDeus, que é o vosso culto racional.
2 E não vos conformeis com este mundo,
mas transformai-vos pela renovação
do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável
e perfeita vontade de Deus.
COMENTÁ RIO
INTRODUÇÃO
Nesta Lição, vamos refletir a respeito de como você pode consagrar um
culto racionaL a Deus, como pode ter uma mente renovada e como pode
ex pe rim en tar qu al seja a boa, perfeita e agradáv el von tade de Deus.
I - A CONSAGRAÇÃO DO CULTO
RACIONAL1. Consag rando o corpo como sa
crifício vivo. No Antigo Testamento, a
liturgia tinha como uma das práticas
principais o sacrifício de animais. Estes
rituais serviram para apontar para Cristo
e encobrir os pecados, mas não eram
eficazes para removê-los (Hb 10.3,4).
As pessoas justificadas passam a ter
acesso ao sacrifício único e perfeito
realizado por meio de Cristo, porém, isso
não elimina a liturgia e a consagração
a Deus, pelo contrário, exige-se uma
consagração autêntica e não simples
mente algo mecânico e repetitivo. Paulo
esclarece como entrar em comunhãocom Deus, uma vez que os antigos
rituais não eram mais necessários. O
culto agora deveria ser realmente es
piritual, onde o adorador entrega sua
própria vida, seguindo o exemplo de
Jesus, o corpo do crente passa a ser o
lugar de encontro e da comunhão, lugar
privilegiado na adoração, o templo do
Espírito Santo (l Co 3.16; 6.19).2. Consagrando o corpo em san
tidade. O apóstolo orienta o crente a
oferecer o corpo como sacrifício vivo,
mas ele acrescenta que deve ser um
corpo santo. No AT a santidade era
preocupação dos sacerdotes. O povo
era responsável por levar o sacrifício
a ser oferecido, mas era o sacerdote
que o oferecia, ele que deveria tomar
as precauções previstas na lei mosaica,
tanto para quem oferecia como para
o sacrifício em si (Êx 28.1-4; Lv 4.3; 21;
23.12; Hb 8.7,8). Devido à sua limitação,
o sacrifício deveria ser repetido várias
vezes (Hb 10.3). Na nova aliança, o crentenão precisa mais de intermediário, pois
cada crente possui um sacerdócio santo
para oferecer o sacrifício espiritual e
agradável a Deus (1 Pe 2.5). O crente
passa a adorar a Deus por meio de seu
próprio corpo, de forma integral (corpo
e alma). Oferecer um corpo santo é ofe
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recer corpo e alm a de forma exclusiva
(separada) para Deus, o culto espiritual,
3. Co nsa grand o o corpo de forma
agradável a Deus. Deus se interessa
pelo interior das pessoas, onde está
o verdadeiro eu, mas é inegável que o
interior reflete no exterior. Desse modo,
como devemos cuidar do templo do
Espirito Santo?
Esta lição é um bom momento para
refletirmos sobre a mordomia do corpo,
para que possamos consagrá-lo a Deus
de forma agradável Dentre vários cuidados, pode ser citada a alimentação
saudável (Pv 23.2; Gl 5.22,23). Alguns
crentes levam uma vida desregrada e
quando as consequências deflagram
no corpo eles correm para Deus, como
se Ele tivesse obrigação de curar. No
entanto, devemos oferecer o melhor
ao nosso corpo para que estejamosprontos para o serviço do Mestre. Isso
é agradável a Deus.
O Pense!“Cristia nism o não é apenas ir à igreja aos domingos. É viver 24horas por dia com Jesus Cristo"(Billy Graham).
O Ponto ImportanteO crente na nova aliança não precisa mais oferecer sacrifícios de animais, mas deve apresentar seu corpo como sacrifício vivo, seguindo 0 exemplo de Cristo.
II - A RENOVAÇÃO DA MENTE (v.2a)1. A mente renovada não se acomoda
ao padrão estabelecido pelo sistema
dominante do mundo (v. 2). A cultura
tem um poder expressivo na formação
da cosmovisão e no comportamento das
pessoas. O sistema dominante do mundo,
que segundo a Bíblia “jaz no maligno" (1
Jo 5.19), tem seus meios para manter sua
ideologia e controle sobre o comporta
mento das pessoas. A educação, a mídia,
a televisão, os jornais, entre outros meios
de comunicação tornaram-se ferramen
tas eficazes para moldar o pensamento
dominante de acordo com os interesses
do poder dominante. Por isso, o crente
deve estar atento, conhecendo a Bíblia
e mantendo uma vida de comunhão
com Deus para ser influenciado pelas
coisas que são de cima (Jo 3) e não pelas
forças que dominam o mundo secular,sem Deus. Os jovens pela sua rede de
relacionamentos estão mais expostos
a esta influência, dessa forma precisam
ser fortes para influenciar e não serem
influenciados.
2. A me nte renovada pelo Espírito
Santo (v. 2). Só o Espírito Santo por
meio da Palavra é capaz de renovar anossa mente, mas esse processo não
acontece de forma passiva. O Espírito
Santo nos auxilia, mas nós temos de
querer e buscar uma mente renovada
permanentemente, Antes do Evange
lho, a mente da pessoa é alimentada
pela sua natureza pecaminosa, mas
depois do Evangelho, sua mente deve
se ocupar das coisas de Deus (Fp 4.8),
pois recebe o poder de discernir as
coisas espirituais (1 Co 2.14-16). As
maiores batalhas espirituais acontecem
no campo da mente. O Espírito Santo
orienta o ser humano sobre a vontade
de Deus. A diferença é que a pessoaque ainda não se rendeu a Deus não dá
ouvidos ao Espírito Santo e procura agir
de acordo com sua vontade, buscando
ter vantagem em tudo. Jesus disse que
onde estiver o tesouro do ser humano
ai estará também o seu coração e sua
mente (Mt 6.21-24).
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3. A mente renovada transform a o
modo de vida (v. 2). Enquanto as pes
soas sem Deus vivem de acordo com
o padrão estabe lecido pelo mundo, os
crentes devem viver uma vida de formaque tudo o que fizerem seja para a glória
de Deus (1 Co 10.31). O que se espera
de uma pessoa que teve um encontro
com Cristo é que viva de maneira digna,
(para não ser oprimido pela sua própria
consciência), e que seja irrepreensí
vel. Essa recomendação não é para o
crente se excluir do mundo, rejeitar osamigos, se isolar dos relacionamentos,
mas mudar a conduta, demonstrando
o impacto do Evangelho em sua vida.
Apesar da natureza corrompida e de
viver em um m undo q ue “ja z no ma
ligno", o crente precisa ter uma vida
consagrada a Deus. A maneira como
vemos o mundo interfere na maneiracomo agimos (Pv 23.7), por isso devemos
seguir a vida no Espírito, a fim de que
tenhamos “força, amor e moderação" (2
Tm 1.7), sendo fiel a Deus independente
das circunstâncias (Fp 4.11-13).
© Pense!“0 que mais precisamos hoje em dia não é de mais Cristianismo, e sim de mais cristãos verdadei-ros" (BiLly Graham).
O Ponto Importante0 crente não deve amoLdarse ao mundo.
SUBSÍDIO 1
“Uma coisa é crer na mensagemdo Cristianismo; outra coisa é ser umcristão. Uma coisa é crer que Jesusé o Filho de Deus, que morreu e ressuscitou ao terceiro dia; outra coisaé fazer dEle o Senhor da sua vida.Uma coisa é citar passagens bíblicas;outra coisa é viver de acordo com aPalavra de Deus. [...] Jesus espera queos seus seguidores dêem muito fruto.Para darem frutos, os ramos (cristãos)
devem estar ligados à videira (Jesus).U Para vivermos uma vida justa e
consistente, precisam os examinar decontínuo os nossos corações. Quando
o nosso coração ou a nossa menteestão envolvidos com pensamentospecaminosos, estes podem facilmentetransformar-se em desejo ardente.
Uma vez que estamos emocionalmente envolvidos, em geral agimos deacordo com os nossos pensamentos.É em nosso coração ou mente que abatalha é travada. Precisamos buscar a Deus de todo o nosso coração.Quando agimos dessa forma, o EspíritoSanto nos lembra do que precisamosfazer para vivermos uma vida que seja
agradável ao Senhor”(TRASK, ThomasE.; GOODALL, Waide I. Um retornoà Vida Santificada: De volta para a Palavra: um chamado à autoridade da Bíblia. í.ed, Rio de Janeiro: CPAD,2001, pp. 187-205).
O Espírito Santo nos auxilia,
mas nós temos de querer e
buscar um a m ente renovada
permanentemente.
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SUBSÍDIO 2 SUBSÍDIO 3
Rogo-vos, pois, irmãos' é um apelosentido e desejoso de alguma coisa.Depois de Paulo haver apresentado
os pontos doutrinários acerca da salvação para gentios e judeus, agora sepreocupa em exortar a igreja quantoaos deveres cristãos. A expressão‘rogo-vos, pois irmãos1é um conviteespecial, em vista de tudo o que Deusé capaz de fazer por seu povo.
'...pela paixão de Deus’. Este trecho
é, em outras versões, traduzidos por'misericórdia'. A saLvação é baseadanessa misericórdia de um Deus grandioso e justo, cuja ação mediadora, navida do crente, possibilitou a nossasalvação. É, por ela e por causa dela,que Paulo apela: ‘...que apresenteisvossos corpos'.
1 2 . 1 que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus'. Que podemos entender por'apresentar vossos co rp os? É atravésdo corpo e dos seus membros que anossa natureza interior se manifesta.O apelo de Paulo é um apelo à consagração. O ato de consagrar algum acoisa implica em dedicar e separar
essa coisa.Oferecer os nossos corpos em sa
crifício vivo implica em reconhecer que
Deus está pronto a abençoar. Porém,quando o apelo vem com 'apresenteis'indica o que o crente pode fazer paracumprir e fazer o que Deus quer quefaça. A consagração envolve dois atos:
o de Deus e o nosso. O nosso ato éapresentar-nos: o de Deus é tornar-nos aptos para pôr em prática a suavontade" (CABRAL, Elienai. Romanos:0 Evang elho da Justiça. 8,ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005, pp. 134,135)-
"12.1... 'sacrifício vivo’. Não significaum sacrifício físico literal, mas espiritual. No AT os sacrifícios eram literais.
No NT, a ordem dos sacrifícios coti-nua, mas dentro de uma pespectivaespiritual.
'12.1... que é o vosso culto racional'.
Isto é nossos atos e serviços a Deusdevem ser feitos conscientemente. Apalavra culto aparece no original gregotatreio que significa serviço. O termo
'racional' é o mesmo que razoável,inteligente, isto é, que saiba o que
está fazendo, para que e como fazeresse culto. Não significa que devamoscultuar a Deus dirigidos pela nossamente, mas devemos dispor a nossamente para que o Espírito Santo dirijae oriente o nosso culto a Deus.
'12,2 e não vos conformeis com
este mundo'. A que se refere? A palavra mundo no grego é kosmos, quesignifica: ordem de coisas; sistema.A palavra século no grego é aion esignifica 'o pensamento predominanteda época. Os dois termos 'mundo' e'século' estão interligados nos significados. Porém, o conselho de Paulo: 'É
não vos conformeis com este m undo’significa não entrar na forma do mundo,mas na forma de Deus. A forma domundo é o sistema espiritual satânicoque domina o mundo das criaturashumanas" (CABRAL, Elienai. Romanos:O Evangelho da Justiça. 8.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005, p. 135>-
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ESTANTE DO PROFESSOR
GABY, Wagner Tadeu cios Santos As doenças do Século ie d Rio de Janeiro: CPAD. 2008.
TRASK, Tho mas E ; GOODALL, Waide I. Um retomo à Vid a Santificada In:
De volta para a Pa lavra Um cham ado à autoridade da Bíblia.ied.
Rio de Janeiro: CPAD, 2001, P. 187-205.
CONCLUSÃO
Nesta lição nos aprendemos que atualmente muitas pessoas ainda têm 0 templo como
0 Local mais importante de adoração (cultura do AT), mas Paulo derruba esse conceito e
diz que o culto espiritua l que agrada a Deus é continuo na vida do crente. A renovação
da mente vem com a conversão, mas como um processo, uma luta constante contra anatureza decaída do ser humano. 0 crente precisa fazer uma entrega completa para
ser trabalhado pelo Espírito Santo (Rm 8.1-4).
jH ^ ^ H O R A DA REVISÃO ,
1. Ajustificação pela fé elimina a necessidade de consagração? Explique.
Não. Os justificados passam a ter acesso ao sacrifício único e perfeito realizado
por meio de Cristo, porém isso não elimina a liturgia e a consagração a Deus,pelo contrário, exige-se uma consagração autêntica e não simplesmente algo
mecânico e repetitivo.
2. Segundo a lição, qual foi função dos sacrifícios do Antigo Testamento?
Os sacrifícios do AT serviram para apontar para Cristo e encobrir os pecados, mas
não eram eficazes para removê-los (Hb 10.3-4).
3. Segundo a lição, 0 que se espera de uma pessoa que teve um encontro com Cristo?
O que se espera de uma pessoa que teve um encontro com Cristo é que viva de
maneira digna, para não ser oprimido peta sua própria consciência, ser irrepreensíveL4. Uma pessoa justificada tem sua mente renovada automaticamente e de forma
permanente? Explique.
Só o Espírito Santo por meio da Palavra é capaz de renovar a nossa mente, mas
esse processo não acontece de forma passiva. O Espírito Santo nos auxilia, mas
nós temos que querer e buscar ter uma mente renovada permanentemente.
5. 0 crente tem como discernir o que é agradável a Deus? Qual a base bíblica?
Sim. A Bíblia nos exorta a aprender como discernir o que é agradável a Deus em
Efésios 5.10.
Anotações_________________________________________
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0 JOVEM EA
COMUNIDADE
TEXTO DO DIA“A m ai-vo s cord ialmen te unsaos outros com amor frater
nal, preferindo-vos em honrauns aos outros”(Rm 12.10).
AGENDA DE LEITURA
SÍNTESE
A comunidade cristã é
constituida de diversidade,
tanto de pessoas como de dons,
e para conviver e valorizar as
diferenças é preciso priorizar o
amor fraternal.
SEG UN DA - Rm 1230 jovem deve saber o que convém
TERÇA - Rm 12.100 jovem deve honrar aos demais
QUARTA - Rm 12.150 jovem deve se alegrar com
os que se alegram
Q UIN TA -Rm 12.5Em Cristo, somos muitos
SEXTA - Rm 12.4Nem todos os membros do
corpo tem a mesma função
SÁBADO - Rm 12.18
No que depender de você, te
nha paz com todas as pessoas
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OBJETIVOS
• MO STRAR que em Cristo somos um só corpo;
■SABER con viver na comunidade cristã, sendo con-
duzido pelo amor fraterno.
INTERAÇÃO
Caro(a) professorla), a comunidade da igreja de Roma era cons-
tituída por pessoas que pertenciam à classe rica, como altos
oficiais, bem como pessoas da classe mais pobre da sociedade,
os escravos. Aliado a isso, ainda temos a distinção entre judeus
e gentios, entre outras diferenças, como a diversidade de dons e
funções distribuídas entre a comunidade cristã de Roma. A reco-mendação do apóstolo não foi sem pretensão ou como que sem
destinatários específicos. Mesmo sendo uma comunidade cristã,
seus membros tinham dificuldade de lidar com a diversidade. A
advertência de Paulo para que os membros se considerassem
como um único corpo, que se amassem fratemalmente, que não
devolvessem mal por mal, mas que tratassem uns aos outros
com honra e humildade.
ORIENTAÇÃO PED AGÓGICA
Para exemplificar a obtenção de melhores resultados quando o
trabalho é realizado em grupo e não individualizado, sugerimos
a utilização da dinâmica das varinhas, pois é simples e objetiva.
Material: Um feixe com aproximadamente 15 varinhas {pode
ser de churrasco ou outra varinha improvisada).
Atividade: Solicite 4 voluntários(as) entre os alunos;
Solicite que um(a) dos voluntários(as) quebre uma das var i-nhas (atividade fácil). Solicite que o(a) segundo(a) voluntário(a)
quebre os dois pedaços das varinhas que foram quebradas
pelo(a) voluntário(a) anterior, um de cada vez (tarefa fácil para
demonstrar que mesmo com tamanho diferentes, a varinha
sozinha da mesma forma pode ser quebrada facilmente);
Solicite que o(a) terceiro(a) voluntario(a) quebre 3 varinhas ao
mesmo tempo (tarefa possível, porém com mais dificuldade);
Solicite que quarto(a) voluntário(a) quebre 10 varinhas ao mes-
mo tempo (tarefa praticamente impossível de ser realizada).
Após as atividades colher as percepções dos alunos e alunas
da sala sobre as Lições que podem ser extraídas da dinâmica,
considerando 0 tema da lição. Ao final, você como professor(a)
faça as considerações finais, enfatizando a importância do
trabalho em conjunto, mesmo na diversidade (tamanho da
varinha), para obtenção de maiores resultados, bem como para
fortalecimento e proteção da comunidade.
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TEXTO BÍBLICO
Romanos 12.3-11
3 Porque, pela graça que me é dada,digo a cada um dentre vós que nãosaiba mais do que convém saber, masque saiba com temperança, conformea medida da fé que Deus repartiu acada um,
4 Porque assim como em um corpotemos muitos membros, e nem todosos membros têm a mesma operação,
5 assim nós, que somos muitos, somos
um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dosoutros.
6 De modo que, tendo diferentes dons,segundo a graça que nos é dada: se é
profecia, seja ela segundo a medidada fé;
7 se é ministério, seja em ministrar: seé ensinar, haja dedicação ao ensino:
8 ou o que exorta, use esse dom emexortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; oque exercita misericórdia, com alegria.
g O amor seja não fingido. Aborrecei omal e apegai-vos ao bem.
10 Amai-vos cordialmente uns aos outros
com amor fraternal, preferindo-vos emhonra uns aos outros.
11 Não sejais vagarosos no cuidado;sede fervorosos no espírito, servindoao Senhor;
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta l ição vamos refletir a respeito dos seguintes assuntos: a formação
da comunidade em um só corpo; o compartiLhamento do sofr imento, a
alegria em com unidade e a necessidade de um a atitude pacífica, tolerante
e benevolente na comunidade cristã.
I - UM SÓ CORPO (Rm 12.3-8)l . Saiba respeitar os l im ites nos
relacionamentos sociais (v.3). O após
tolo, antes de iniciar com as orientações
doutrinárias, relembra os destinatários
sobre a autoridade de seu apostolado,
recebido pela graça de Deus e a serviçodo Reino de Deus. Paulo podia chamar
atenção para seu ministério, pois por mais
responsabilidade que Deus havia colo
cado sobre ele, seu comportamento era
de servidão e humildade. Seu exemplo
constrangia seus destinatários a receber
seus ensinamentos. Em seguida, ele
adverte os crentes romanos a não ir além
do que a capacidade e a vocação dadas
por Deus permitem. Provavelmente, entre
a comunidade havia pessoas que ultra
passavam seus limites no relacionamento
interpessoal. Esta é uma característica
mais comum entre os jovens, às vezes,movidos pela ansiedade, que causa a
impaciência excessiva, vão além dos
limites estabelecidos, extraviando-se.
Você tem respeitado os limites nos
relacionamentos?
2. Valorize e use o seu dom para
benefício da coletividade (vv. 4,5)- Paulo
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dá continuidade às suas orientações,
demonstrando o motivo da advertência
quanto aos limites no relacionamento.
Evidencia que a comunidade é um
corpo social, em que Deus imprime sua
marca especial, a diversidade. Paulo,
para ilustrar esta ação inclusiva e gra
ciosa de Deus, utiliza a figura do corpo
humano, como faz também de forma
mais detalhada em i Coríntios 12.12-27.
Cada parte do corpo tem a sua função,
mesmos os considerados mais fra
cos ou menos honrosos, funcionandocomo engrenagens interdependentes,
trabalhavam harmoniosamente. Neste
conjunto, se uma das engrenagens
não fizer seu papeL ou avançar em seus
limites prejudica o resultado como um
todo. Paulo tem por objetivo demonstrar
que na igreja o funcionamento é idêntico,
os membros recebem os mais diversos
dons de Deus, que devem ser utilizados
para o benefício da coletividade e não
para proveito próprio.
3. A sinerg ia traz m ais ben efício
(vv. 6-8). Na sequência, o apóstolo
começa a relacionar a diversidade de
dons na igreja. O primeiro dom citado
é o da profecia, que deve ser segundo
a medida da fé, sem excesso. Dife
rente do que vemos muitas vezes nas
comunidades pentecostais, em que as
pessoas não se satisfazem de entregar
o que Deus manda, mas preferem im
provisar ou dizer o que Deus não disse.
Na seq uên cia aborda sobre o ministro,o educador, o conseLheiro, assistente
social, o administrador e quem assiste
aos doentes, idosos, deficientes, entre
outros (misericórdia), enfatizando que
devem exercer seu dom com dedicação
e não buscando projeção pessoal, mas
visando atender a necessidade coletiva,
com simplicidade e humildade. Uma
recomendação perfeitamente aplicável
aos nossos dias. Que bênção seria se to
das as pessoas que receberam dons ou
ocupam cargos em nossa comunidade
simplesmente exercessem seu papel.
O Pense!Se quiser chegar rapidamente a
seu objetivo pessoal, vá sozinho. Mas, se quiser ir longe, chegar
com segurança e obter melhores resultados, caminhe junto com
seus irmãos e irmãs na fé (co-munidade cristã). Melhor é che-
gar mais longe, com segu rança e
contribuir para a coletividade.
O Ponto ImportantePor mais que nas igrejas tenhamos
pessoas de variadas classes sociais,
talentos e dons, Paulo afirma que
em Cristo todas as pessoas fazem parte de um único corpo.
II - OS MEMBROS DA COMUNI
DADE (vv. 9-16)
1. A com unida de cristã se constitui
por meio do amor fraterno (vv. 9-13).
Paulo passa a dar orientações para que
o corpo social (comunidade cristã) se
mantenha em comunhão e saudável.
Ele adverte que o amor não pode ser
hipócrita, mas fraternal, honrando uns
aos outros. Será que havia hipocrisia
entre os crentes romanos? Se Paulo
estava recomendando, certamente
havia. O maior probLema de estar forada vontade de Deus é quando a pes
soa não reconhece suas falhas, pois
ass im não poderá corrigir a “rota” Não
podem os perder o caminho do céu por
caprichos pessoais. Na época de Paulo
as igrejas passavam por várias dificulda
des, tanto externas como internas, isso
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devia estar acabando pouco a pouco
com a esperança de alguns, bem como
os distanciando da comunidade. PauLo
sabia que o caminho da vitória seria a
comunhão, aproximação e a comunica
ção das necessidades entre eles e entre
eles e Deus. Aproximação necessária
em nossas comunidades ainda hoje,
principalmente nos grandes centros.
2. Participe dos sofrimentos e das
aLegrias uns dos outros (v. 15). O após
tolo procura atacar dois sentimentos
reprováveis, respectivamente, a invejae a desumanidade. Há quem diga que
alegrar com os que se alegram é mais
difícil do que chorar com os que cho
ram, devido à inveja que domina alguns
corações, mesmo nas comunidades
cristãs. Há pessoas que não conseguem
se alegrar com a felicidade do irmão,
pois o vee m como um “concorrente"em qualquer área da vida (sentimental,
profissional, ministerial, pessoal, etc).
Por outro lado, tem pessoas que não se
dedicam a dar um ombro amigo quando
alguém está passando por situação de
calamidade. Momento este em que um
simples abraço, ou mesmo a companhia
silenciosa, pode significar muito. Todavia,as preocupações da vida têm deixado
alguns cristãos desum anos em relação
ao sofrimento alheio.
O Pense!Como acontecia na igreja de Roma, uma das qualidades que
têm feito falta nas igrejas de hoje é a capacidade de trabalhar com a diversidade e manter o amor fraternal entre a comunidade.
O Ponto ImportanteQuando os membros da comuni-
dade fazem dos dons um fim em si mesmo, ela deixa de ser um corpo.
SUBSÍDIO 1
"Diversidade (1 Co 12.14-20). Todaessa escritura mostra com nitidezque o corpo, sendo um, tem muitosmembros. A Igreja é uma diversidade na unidade. O apóstolo Paulo,preocupado com as dissensões quesurgiam no seio da igreja em Corinto,exortou-a com estas palavras: 'Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nomede nosso Senhor Jesus Cristo, quedigais todos uma mesm a coisa e que
não haja entre vós d issensões; antes,sejais unidos, em um mesmo sentidoe em um mesmo parecer’ (1 Co 1.10).A diversidade no corpo não rouba aunidade que deve existir nele. Todosos membros funcionam obedecendoà mesma cabeça, e nenhum membro
faz qualquer coisa independente ou
isoladamente. Outrossim, a variedadede igrejas cristãs, independente dospontos de vista, são o Corpo de Cristo.Cada igreja local em sentido particularé o corpo de Cristo; não uma parte deCristo em toda a terra, independentede seus costumes regionais, e sim umapluralidade (diversidade), uma unidade.Na volta do Senhor entenderemos
melhor esse mistério. As liderançasna igreja local devem conscientizaros crentes do papet importante eindispensável que cada qual tem nocorpo, para que o mesmo não sofraatrofia espiritual.
Mutualidade (1 Co 12.21,25,26). O que
significa mutualidade? Nada mais que
permutação, troca, reciprocidade. Esta escritura de Paulo destaca o papel de cadamembro do corpo que deve funcionar,mas precisa dos demais membros paraum funcionamento eficiente”(CABRAL,Elienai. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. ted. Rio de Janeiro:CPAD, 2003, p. 156).
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SUBSÍDIO 2 SUBSÍDIO 3
A vida em comunidade exigeconduta pacífica, tolerante (Rm12.14,17-21)
A ninguém pagueis mal por mal(v. 14,17-18). As palavras d e Je sus em
Mateus 5.44 são repetidas por Paulo: "Bendizei os que vo s m ald ize m ”.
Será que alguém, além de Jesus, jáconseguiu cumprir integralmente
esta recome ndação? Mesmo no meio
cristão existe uma grande dificuldade
para bendizer (falar bem) das pessoasque falam mal a seu respeito ou fazer
o bem aos que lhes fazem mal.. Ima
gine o impacto para as pessoas que
convivem com você, se presenciarvocê falando bem de alguém que temprocurado te prejudicar. Isso é cristia
nismo genuíno. Pelo contrário, qual
seria o impacto negativo presenciaruma m aldade contra alguém que lhefez o bem? Devemos procurar a paz
com todas as pessoas, ainda que emmuitas situações não seja possível,
como deixa transparecer o próprioapóstolo quando diz: “Se for possível,
quanto estiver em vós, tende paz com
todos os homens" (Rm 12.18).
Os que se vingam são vencidospelo seu sentimento (v. 19). Paulo
afirma que a vingança pertence aDeus e que não devemos vingar anós mesmos (v.19; Dt 32.35). Outra
recomendação difícil e semelhantea anterior, pois a fonte da dificulda de
é a mesma, o amor desordenado a simesmo e a intolerância com os errosalheios. Isso é comum acontecer em
ambientes de disputa acirrada por
cargos, posição ou privilégios. Nestecontexto, geralmente, as pessoas nãomedem as consequências para atingir
seus objetivos. A Bíblia recomenda “nãodeis lug ar ao diabo”(EF 4.27). Pauloordena, mas dai lugar a ira (v. 19), que
neste contexto significa entregar-sepacientemente e suportar a ira de
quem cometeu o erro, assim, Deus ovingador, entrará com seu socorro. Deoutra forma, mesmo sendo ofendido,
se tomar a vingança para si não deixarálugar ao socorro divino, e trará juízosobre si. Jovem, não se vingue, mas
dê lugar ao socorro divino!Vença o mal com o bem (vv. 20-21).
Provérbios 25.21 nos ensina qu e “seo que te aborrece tiver fome, d á-lh epão para comer; e. se tiver sede, dá-
lhe água para b eber”. A orientação épara tratar o inimigo (aquele que nutre
inimizade por você) com bondade, pois
isso poderá envergonhá-lo a ponto dese arrepender do que fez e buscar areconciliação. Este gesto faz lembrar a
figura materna, filhos que são ingratose desobedientes à mãe. esta retribui
com carinho e cuidado aos filhos, quese sentem constrangidos e pedemperdão à sua mãe.
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ESTAN TE DO PROF ESSOR
CABRAL, ELienai. Mordomia Cristã: Apren da como Servir Melhor a Deus. led.
Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
» C ON C LU SÃO
Nesta lição aprendemos que as pessoas devem respeitar os limites nos relacionamentos
interpessoais e fazer uso do dom recebido em benefício da coletividade, pois unidos,com certeza, os resultados são mais positivos.
HORA DA REVISÃO1. Segundo a lição, com o Deus imprime sua marca especial na comunidade cristã?
Deus imprime sua marca especial na comunidade cristã por meio da diversidade.
2. Qual a figura que Paulo utiliza para demonstrar a importância de trabalharmos
harmoniosamente com a diversidade na igreja?
Paulo utiliza a figura do corpo humano.
3. Por que algum as pessoas afirmam que é mais dificil alegrar com os que se a le
gram do que chorar com os que choram?Para algumas pessoas é mais difícil alegrar com os que se alegram devido à
inveja que os domina. Pessoas que não conseguem se alegrar com a felicidade
do irmão, principalmente se for considerado, de alguma forma um concorrente
em qualquer área da vida.
4. Segundo a lição, havia hipocrisia entre os crentes romanos?
Sim. A igreja passava por várias dificuldades.
5. Segundo a lição, o que Paulo quis dizer quando recomenda para dar lugar à ira?
Significa entregar-se pacientemente e suportar a ira de quem cometeu o erro,assim, Deus o vingador, entrará com seu socorro.
Anotações
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0 JOVEM EO ESTADO
TEXTO DO DIA
“Porque os magistrados nãosão terror para as boas obras,
mas para as más. Queres tu,pois, não temer a autoridade?Faze o bem e terás Louvor dela"
(Rm 13.3).
SÍNTESE
Todas as autoridades sãoconstituídas por Deus para
proteger 0 bom cidadão.Os jovens cristãos devem
submissão a elas, desde quesuas ordens não sobreponham
aos principios bíblicos.
AGENDA DE LEITURA
S E G U N D A - R m 13 .1As autoridades constituídas
TERÇA - Rm 13.2 Quem resiste as autoridades
QUARTA - Rm 13 4 Os magistrados são constitu-ídos para punirem os maus
QUINTA - Rm 13.5 0 respeito às autoridades
S E X T A -S l 62O poder é propriedade exclu-siva de Deus
SÁBADO - At 5.29É melhor obedecer a Deus
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OBJETIVOS
MOSTRAR que todas as autoridades são constituídas
com a perm issão de Deus;
EXPLICAR que a submissão às autoridades constituídas,desde que não seja contra os princípios divinos é bíblica;
SABER que precisamos ter uma atitude responsável
diante das obrigações com as autoridades e o Estado.
INTERAÇÃO
A recomendação de Paulo foi para que os cristãos de Roma
fossem su bm issos às autoridades do Estado, pagassem os
impostos e tributos estabelecidos e que a igreja mantivesse
um bom relacionamento com o Estado para manter a paz re-
lativa existente, bem como a liberdade religiosa. Os conceitos
bíblicos continuam os mesmos, o respeito pelas autoridades
e o pagamento rigoroso dos impostos e tributos, entretanto o
contexto brasileiro é diferente do contexto do Império Romano
na época do apóstolo Paulo. Dessa forma, devemos incentivar
o compromisso com os conceitos bíblicos, mas também umaparticipação maior dos membros das igrejas da gestão pública,
com bom senso e contribuindo para um a sociedade mais justa.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para esta aula sugerimos a utilização da dinâmica chamada de
“brainstorming" ou “tempestade cerebral“, para os mineiros “toróde palpites". Para aplicar à dinâmica, utilize o quadro abaixo:
RELAÇAO IGREJA E ESTADO NO SÉCULO XXI
VANTAGENS DESVANTAGENS
O quadro acima poderá ser reproduzido conforme as suas
possibilidades. Reserve pelo menos uns 10 minutos da aula
para a atividade. Solicite que os aluno s deem suas sugestões
sobre quais as vantagens e desvantagens da relação entre
igreja e Estado na atualidade, mas antes oriente que ninguém
poderá criticar a ideia de outra pessoa, todas as sugestões
deverão se r aceitas e anotadas. Após a rodada de sugestões,
juntamente com o grupo selecione quais sugestões são mais
apropriadas e reflita sobre elas.
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TEXTO BÍBLICO
Romanos 13.1-7
1 Toda alma esteja sujeita às autoridades
superiores; porque não há autoridadeque não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.
2 Por isso, quem resiste à autoridaderesiste à ordenação de Deus; e osque resistem trarão sobre si mesmosa condenação.
3 Porque os magistrados não são terrorpara as boas obras, mas para as más.
Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela.
4 Porque ela é ministro de Deus para
teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme,pois não traz debalde a espada; porqueé ministro de Deus e vingador paracastigar o que faz o mal.
5 Portanto, é necessário que lhe estejaissujeitos, não somente pelo castigo,mas também pela consciência.
6 Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus,atendendo sempre a isto mesmo.
7 Portanto, dai a cada um o que deveis: a
quem tributo, tributo; a quem imposto,imposto; a quem temor, temor; a quemhonra, honra.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃONesta Lição vamos refletir a respeito dos seguintes temas: o estabeleci
mento de todas as autoridades por Deus; as autoridades como ministros
a serviço de Deus e a submissão às autoridades pelo jovem cristão.
I - AS AUTORIDADES SÃO ESTA
BELECIDAS POR DEUS (Rm 13.1,2)1. A relação da igreja de Roma com
o Estado. Quando Paulo escreveu a
Epístola aos Romanos, havia relativa
paz entre o Estado e a igreja. Entretanto
devido este texto estar no final desta
epístola, alguns teólogos sugerem ha
ver pelo menos algum sinal de rebeldia
por parte de alguns membros da igrejaem relação ao Estado. O imperador na
época era Nero (54-68) e, neste período,
por todo o império surgiam rebeliões
contra o imperialismo romano, que
eram sufocadas pelas legiões roma
nas. Alguns anos antes da escrita da
epístola foram deflagradas algumas
insurreições como a dos jude us de
Alexandria, que influenciou no decreto
do Imperador Cláudio em 49 d. C„ que
expulsou os judeus de Roma, incluindo
Priscila e Áquila. Na data da escrita da
epístola, o decreto já havia caducado e
os dois já estavam entre os m embros
da comunidade cristã em Roma. A
principal questão das revoltas eram
os impostos e tributos obrigatóriospelo império.
2. Tod as as autoridades são co ns
tituídas por Deus (v.i). Considerando o
histórico citado no subtópico anterior, bem
como a tradição do Antigo Testamento
que apresenta o poder como propriedade
exclusiva de Deus (Sl 62) e a autoridade
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política como instrumento de Deus tanto
para proteção como para o castigo Ur 27;
Is 10.5,6; 41.1-7; 44.28). Por isso, apóstolo
procura incentivar a manutenção da
relação de paz entre o Estado e Igreja.
Paulo usa do bom senso e afirma que
todas as autoridades estão debaixo da
ordem divina e foram constituídas por
Deus. Por isso devem ser respeitadas.
No entanto, a afirmação de Paulo não
significa uma obediência absoluta, pois
iria contra os princípios éticos cristãos e
sua própria afirmação em Romanos 1.18,em que previa a ira de Deus sobre práticas
que eram comuns ao império ditatorial
romano. Veremos em tópicos posteriores
que Paulo orienta o respeito às autorida
des, mas desde que suas ordens e ações
não fossem contraditórias à autoridade
maior que é a Palavra de Deus.
3. A insubm issão às autoridadestraz condenaçã o (v. 2). Paulo age com
prudência, procurando evitar um mal
maior, como ocorreu com a perseguição
de Nero em 64 d. C. Os judeus eram tes
temunhas disso. Eles tinham privilégios
expressivos no Império Romano, pois
a religião jud aica estava legalmente
registrada entre as permitidas. Algu
mas práticas e rituais judaicos estavam
garantidos por lei dentro das muralhas
de Jerusalém, como a dieta alimentar,
a lei do sábado, proibição de imagens
de escultura, inclusive o império rati
ficava a lei judaica de pena de morte
para quem violasse os átrios internosdo Templo de Jerusalém. Todavia,
quando comunidades judaicas foram
insubmissas às autoridades romanas,
elas foram massacradas como já ci
tado anteriormente. Paulo não queria
isso para a igreja, por isso orientou os
membros a terem boa relação com o
Estado para garantir a liberdade pessoal
e de cultuar a Deus.
O Pense!“Uma pergunta crítica em nossos
dias gira em torno de com que rigor nós, cristãos, devemos aplicar o princípio de Paulo de sujeição aos governantes" (Lawrence Richards).
O Ponto importantePaulo demonstrou ter bom senso ao lidar com as autorida-
des de Estado, visando sempre o bem estar das pessoas e a liber-dade religiosa para os cristãos.
II - AS AU TOR I D AD E S D O E S TA
D O E S TÃO A S E RV I ÇO D E D E U S
(Rm 13 .3-5)l. As autoridades são constituídas
para proteger os bons cidadãos (v.3). Paulo recorre a tradição do Antigo
Testamento e se baseia em textos
como Provérbios 8.15,16 e Isaías 11.1-
g, que afirmam a constituição das
autoridades por Deus para o exercício
da justiça e manutenção da ordem
na sociedade. Conforme já c itado,
devemos considerar o contexto de
Paulo na época da escrita da carta,
em que havia relativa paz no império
em relação à igreja. Neste período a
igreja era vista como uma ramificação
do judaísmo, uma religião permitida.
Devido a esta confusão, o cristianismo
não era incomodado. Desse modo,sendo uma religião “legalizada", todo
cuidado seria importante para não
perder essa prerrogativa e liberdade. A
maior dificuldade da igreja, na realidade,
era com os judeus que perturbavam
o exercício do ministério do apóstoLo
devido ao legalismo. Portanto, neste
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contexto, os cristãos eram protegidos
legalmente pelas autoridades romanas.
2, As autoridades são constituídas
para punir os maus cidadãos (v. 4). O
versículo anterior (v. 3) termina com a
frase: “faze o bem e terás louvor dela".
Os cristãos não se envolvendo em ne
nhum delito não seriam incomodados
pelos magistrados, antes seriam vistos
como bons cidadãos, que mereciam
ser protegidos. Uma vida sossegada,
conforme o conselho de 1 Timóteo 2.1,2:
“Admoesto-te, pois, antes de tudo, quese façam deprecações, orações, inter
cessões e ações de graças por todos
os homens, pelos reis e por todos os
que estão em eminência, para que te
nhamos uma vida quieta e sossegada,
em toda a piedade e honestidade”. No
entanto, as pessoas de fora da igreja,
ainda dominadas pelo pecado, tinhama tendência de descumprir as leis de
ordem estabelecidas pelos magistra
dos. Para estes não haveria proteção,
mas sim a punição prevista em lei e,
consequentemente, a falta de paz, com
o Estado e com Deus, devido aos seus
delitos e pecados.
3. A submissão não deveria ser por
medo do castigo (v.5). Paulo introduz
um conceito que demonstra a supe
rioridade da verdadeira moralidade
cristã, que é motivada não pelo medo
do castigo, mas por algo muito maior,
O cristão verdadeiro não serve a Deus
por ter medo de punições humanas oude ir para o inferno, mas pelo amor e
gratidão à Deus pela sua justificação
por meio da fé no sacrifício vicário de
Cristo. Diferente do ímpio, que poderia
deixar de cometer delitos, mas por
medo da punição das autoridades cons
tituídas, o que não demonstra atitude
interior. A recomendação paulina era
uma submissão com foco em Deus e
não somente na lei humana. O jovem
cristão deve ter uma consciência pura
e honrada (2 Tm 1.5; At 24.6: Hb 13.7:1Pe.1.6), não fraca (1 Co 8.7.12), nem má
(Hb 10.22: Tt 1.15) ou cauterizada (1 Tm
4.2). Agindo assim, viverá em paz com
Deus e com as autoridades constituídas.
O Pense!Por que você tem se submetido
a Deus? Por medo de ir para o inferno ou po r am or a E le e pela gratidão ao sacrifício de Cris to?
O Ponto Importante As autoridades são constituí-
das por D eus para proteger os bons cidadãos e para punir as práticas de injustiça dos maus
cidadãos.
III - O JOVEM CRISTÃO DEVE SESUBMETER ÀS AUTORIDADES(Rm 13.6,7)1. Os jovens cristãos devem pagar os
impostos e tributos (v. 6). O pagamento
de impostos é uma medida necessária
para manutenção da ordem, infraestru-
tura e outros recursos necessários para
sustentabilidade da sociedade. Contu
do, este pagamento era um problema
para uma série de grupos judaicos,
dos menos radicais (fariseus) aos mais
radicais e revolucionários (zelotes), que
entendiam ser um crime, uma ofensa àsua religião e ao Deus de Israel, pagar
impostos para um povo estrangeiro e
dominador do povo israelita. Isto não
parecia ser uma preocupação de Je
sus, que incentivou o pagamento (Mt
22.21: 17.25-27: Lc 20.20-25), nem de
Pauto, que recomenda o pagamento,
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reforçando que é para suportarem fi
nanceiramente os "ministros de Deus"
para manutenção da ordem e proteção
dos bons cidadãos, como os cristãos.
Na época do apóstolo o imperialismo
romano não dava ao povo oportunidade
de participar da gestão pública.
2. Os crentes devem pagar a todos o
que é devido (v.7). A ênfase paulina para
estas questões monetárias (impostos e
tributos) denota alguns pontos de atenção
para a comunidade de Roma, não poderia
ser por acaso. Provavelmente, Paulo sabiadas práticas de alguns membros da co
munidade que Lhe preocupava, temendo
alguma consequência não somente de
forma individual como também para a
igreja. Pauto vai além, afirmando que
devemos pagar os tributos e impostos,
mas também o temor e a honra. Nos
escritos de Paulo, quando se refere ahonra, tem origem na palavra grega
time, que também pode ser traduzida
por “respeito, estima e consideração", e
é sempre atribuída a pessoas. Enquanto,
que a palavra grega fobos, traduzida para
temor, é atribuída a Deus e a Jesus (Rm
3.18; 8.15; 2 Co 5.11; 7,1; Ef 5.21). Devemos
respeitar as pessoas, mas temer a Deus,
a fonte de toda autoridade.
O Pense!“A forma como Deus controla homens maus é pondo homens maus sob controle" (Martinho Lutero).
O Ponto ImportantePaulo afirma que os cristãos também deveriam cumprir com suas obrigações como cidadãos e honraras autoridades. Porém, enfatiza que, acima de tudo, deveriam temer e adorar a Deus, a fonte de toda autoridade.
SUBSÍDIO
“O princípio de Paulo para se relacionar com o governo secular é essencialmente o dos jud eus babilônios.
A ordem: Toda alma esteja sujeita àsautoridades superiores' (13.1-7) é claroparalelo à expressão: A lei do soberano é a lei para nós'. Paulo, porém,é cuidadoso ao apresentar uma baseteológica para a sujeição às autoridadesseculares (13.1). Ele argumenta que opróprio Deus ordenou o governo. Isto
não significa que Deus tenha ordenadoum governo em particular, tal com o
'governo dos Estados Unidos'. O quePaulo está dizendo é que Deus estruturou o mundo de seres humanos detal forma, que haverá autoridades esubmissos, governantes e cidadãos.Aquele que se considera c idadão
deve responder apropriadamente aogoverno, caso contrário violará a ordemda sociedade divinamente ordenada.
Aquele que faz isso se achará emrebelião contra Deus. Paulo continuaexplicando por que Deus ordenou este
estado de coisas (13.3,4). Ele o fez parapromover a paz pública. A missão deum governo é ‘portar a espada'. Nisto o
governo é o ‘ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o maL’. Istonão sugere que o governo seja o servoconsciente de Deus, ou que o governoseja responsável por estabeLecer leisque estejam em conformidade com ospadrões bíblicos. Em vez disso, Pauloargumenta que a própria natureza
que o sistema de governo-governadoque Deus criou Leva os governantes apunir aqueLes que fazem o m al - embenefício dos interesses da própriasociedade." (RICHARDS, Lawrence O.Com entário H istór ico-Cu ltura l doNovo Testamento. í.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2014, p. 321).
88 JOVENS
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ESTAN TE DO PROF ESSOR
RICHARDS, Lawrence O, Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento.
í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
.............. CONCLUSÃO ^
Nesta lição, aprendemos que todas as autoridades são constituídas por Deus e que a
insub missão a elas traz incômodo, pois elas foram estabelecidas para proteger os bons
cidadãos e punir os maus.
HORA DA REVISÃO
1. Na época da escrita da epístola, qual era a situação da relação entre a igreja e o
Estado?
Quando Paulo escreveu a Epístola aos Romanos havia relativa paz entre o Estado
e a igreja.
2 .0 que provocou o decreto do imperador Cláudio em 49 d. C, em que foram ex
pulsos os jud eus de Roma, inclusive Priscila eÁ qu ila?
Alguns anos antes da escrita da epístola foram deflagradas algumas insurreições,
como a dos judeus de Alexandria, que influenciaram no decreto do ImperadorCláudio em 49 d. C.
3- Segundo a lição, qual o embasamento de Paulo para afirma que as autoridades
são constituídas por Deus?
Paulo recorre a tradição do AT, com embasamento em textos como Provérbios
8.15-16 e Isaías 11.1-9, que afirmam que as autoridades são constituídas por Deus
para praticar a justiça e para manter a ordem na sociedade.
4. Paulo afirma que a submissão não deveria ser somente para evitar o castigo
romano, mas também pela consciência. Explique:
O cristão verdadeiro não serve a Deus por ter medo de punições humanas ou de
ir para o inferno, mas pelo amor e gratidão à Deus pela sua justificação pela fé
por meio do sacrifício vicário de Cristo.
5. Considerando que Deus é quem estabelece todas as autoridades, qual a maneira
providenciada por ele para as autoridades executivas e legislativas no Brasil?
No Brasil, atualmente, Deus estabelece as autoridades por meio do voto de cada
cidadão brasileiro, que tem o direito de eleger os cargos executivos e legislativos.
Anotações__________________________________
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0 JOVEM EA LEI
DO AMOR
TEXTO DO DIA
“A nin gu ém devais coisa
alguma, a não ser o amor com
que vos ameis uns aos outros;porque quem ama aos outros
cumpriu a lei”(Rm 13.8).
SÍNTESE
Paulo, a exemplo de Jesus,
resume o cumprimento da lei
na prática da lei do amor.
AGENDA DE LEITURA
SEG UN DA -Rm 13.8aO cristão e as dívidas
TE R Ç A -Rm 13.8bA única divida recomendada é
0 amor
QUARTA - Êx 2225 ; Dt 23.190 judeu e seu próximo
QUINTA - Dt 15.1-8 ; 23.200 judeu não considerava 0
estrangeiro como seu próximoSEXTA - Lc 1021-21
O ensino de Jesus a respeito do
próximo
SÁBADO - Rm 13.9-10Toda a lei se resume em amar
ao próximo
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OBJETIVOSi ■r ' ■<rrniiiin>iiii rimimjii» ■ rmftii» ’Ma— ha.', n i rifrifr
• MOSTRAR como realizar um planejamento económi-
cofinanceiro para evitar a contração de dívidas;
• CONSCIENTIZAR da necessidade de exercitar o amorincondicional.
INTERAÇÃO
A leitura do Sermão do Monte (Mt 5-7) irá contribuir de forma
significativa para o entendimento da lição. O conteúdo deste
sermão, provavelmente, era muito popular no meio cristão, ainda
que pudesse provocar sentimentos de aversão pela profundidade
de seu ensinamento para a vida cristã verdadeira. Dentro de umcontexto em que a lei continuava sendo exigida pelos judeus e
influenciava os judeu-cristãos, bem como do conflito que gerava
na comunidade cristã formada por judeus e gentios, a mensagem
de que toda a lei se resumia em uma frase: “Amarás ao teu próximo
como a ti mesmo”, causava certo incômodo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Sugerimos a utilização da dinâmica conhecida como “desejar aopróximo 0 que deseja a si mesmo”. Divida a turma em grupo. So
licite que cada grupo elabore algum tipo de atividade que gostaria
que o outro grupo realizasse. A atividade terá melhor resultado
se ela for primeiro escrita em um papel e, depois de solicitado
pelo(a) professorfa), ser lida em voz alta para que todos possam
ouvir. A próxima etapa é você dizer para as pessoas o nome da
dinâmica, sugerimos a seguinte frase: “Neste momento, antes de
vocês executarem a atividade, quero lhes informar qual é 0 nomedesta dinâmica: Desejar ao próximo o que deseja a si mesmo”.
Não é necessário executar a atividade sugerida pelos partici
pantes, pois a simples citação é o suficiente para uma reflexão.
0 resultado desta dinâmica, geralmente, é que se não todos, um
dos grupos, irá sugerir uma atividade complexa ou que exponha
o outro grupo ou pessoa. Porém, se as pessoas forem coerentes e
amorosas, facilitando a atividade para o próximo, o grupo deverá
ser parabenizado pela atitude. Entretanto, independente do resul
tado está dinâmica proporcionará algumas reflexões para 0 grupo.Como sugestões, nós destacamos os seguintes questionamentos:
Se você soubesse que o seu próprio grupo fosse executar a ati
vidade, teria sugerido a mesma?
Qual 0 nosso comportamento como cristãos na nossa rotina diária?
O resultado desta dinâmica foi semelhante ou difere o mandamento
de Jesus para amar ao próximo como a ti mesmo?
Conclua a atividade fazendo suas considerações finais e apli
cação para a lição estudada.
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TEXTO BÍBLICO
Romanos 13.8-10
8 A ninguém devais coisa alguma, a não
ser o amor com que vos ameis uns aosoutros; porque quem ama aos outroscumpriu a lei.
g Com efeito: Não adulterarás, nãomatarás, não furtarás, não darás falso
testemunho, não cobiçarás, e, se háalgum outro mandamento, tudo nestapalavra se resume: Amarás ao teu
próximo como a ti mesmo,
10 O amor não faz mal ao próximo; desorte que o cumprimento da lei é oamor.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta l ição, vamos refletir a respeito dos seguintes assuntos: o problema
da dívida e sua relação com a lei do amor, a dívida do amor com base no
exemplo de Jesus e 0 cumprimento da lei por meio do amor.
I - NÃO DEVA NADA A NINGUÉM
(Rm 13.8)1. A dívida no Antigo Testamen
to. "A ninguém devais coisa aLguma”
(13.8a). A dívida incomodava muito o
povo judeu, desd e os tempos antigos.
Nos tempos bíblicos, Israel tinha uma
economia predominantemente agrícola
e os empréstimos, quando realiza
dos, tinham o objetivo de auxiliar os
camponeses em momentos de crise
financeira. A lei protegia os judeus que
estivessem nessas condições, visando
coibir a exploração da desgraça de
um compatriota (Êx 22.25; Dl 23.19; Lv
25.35), enquanto que aos estrangeiros
era permitida a cobrança de juros (Dt15.1-8; 23.20). Para tomada de emprés
timos eram exigidas garantias como
penhor pela dívida, que poderia ser
um objeto pessoal (Dt 24.10; Jó 24.3),
hipoteca de uma propriedade (Ne 5),
fiança de um financiador (Pv 6.1-5). Em
não havendo garantia, não sendo pago
a dívida, o deved or era vendido com o
escravo (Êx 22.3; 2 Rs 4.1; Am 2.6; 8.6),uma das co ndições m ais humilhantes
e desumanas do mundo Antigo,
2. A dívida no Novo Testamento. No
Antigo Testamento o em préstimo tinha
mais um caráter de fiLantropia. Todavia,
pouco antes do Novo Testamento, no
períodojudaístico com Hilel, começaram
as mudanças no procedimento devido
a ampliação da economia comercial em
Israel, principalmente com adaptação
para não cumprimento integral do ano do
jubileu, em que todas as dívidas tinham
que ser perdoadas a cada sete anos (Dt
15,1). Na época do Novo Testamento, a
falta de pagamento passou a ser punida por meio de prisão (Mt 18.23-35;
Lc 12.57-59) o que não estava previsto
no código levítico. Jesus aconselhou
atitudes amigáveis e hospitaleiras, o
bom senso, para busca de solução dos
problemas de dívidas, em vez de coer
ção legal (Mt 5.25,26). O conhecimento
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da relação devedor e credor nos ajuda
a entender a condição do ser humano
pecador/devedor que fora liberto em
Jesus, gratuitamente (Rm 6.18-22; 1 Co
6.20; 723; Tt 2.14).
3. O jove m cristã o e a dívida . O
conflito gerado pelo relacionamento
entre devedor e credor, leva Paulo a
se posicionar contra a contração de
dívidas (Rm 13.8a), A igreja hoje não
vive mais naquele contexto do Antigo
Testamento, em que a liberação de
empréstimos se caracterizava maiscomo uma atitude de caridade com
quem tinha menos poder aquisitivo,
as condições econômicas são bem
diferentes, pois o que se prioriza não
é a ajuda mútua, mas o lucro a todo
custo. No entanto, as consequências
do endividamento não são tão dife
rentes daquele contexto, pois muitaspessoas têm prejudicado sua vida
pessoal, conjugal, bem como a vida
espiritual pelo descuido nesta área.
Não tem como desconsiderar este
contexto na citação de Paulo no início
do versículo 8. Como está sua vida
financeira? Seja prudente!
O Pense! Jesus, utiliza várias vezes a figura da dívida para expressar a condição do ser humano, o devedor sem condições de quitar a dívida, diante de Deus, o credor compassivo.
O Ponto Importante0 entendimento do contexto so cioeconômico da época de Paulo, que foi construído ao longo da história do povo de Israel, auxilia no entendimento da mensa-
gem do apóstolo, bem como do Evangelho.
II - A ÚNICA DÍVIDA RECOMENDADA É O AMOR (Rm 13.8b)1. Jesus, o maior exemplo da lei do
amor. Durante o estudo dos capítulos
anteriores da epístola ficou evidenciado
a condição dos seres humanos diante
de Deus, condenados por uma dívida
impagável. Condição alterada para todas
as pesso as justificadas gratuitamente
pela fé no sacrifício de Cristo, que foi
motivado unicamente pelo am orà hu
manidade pecadora (Rm 5.8), passando
a condição de livres da dívida e do pecado (Mt 6.12; Rm 4; 6.23). O ser humano
ingrato e pecador tem Jesus como fiador
de sua dívida, conforme Hebreus 7.22
“de tanto melhor concerto Jesus foi feito
fiador”. Dessa forma, a dívida d e quem
é salvo em Cristo não é com a lei e a
carne, que exigem servidão (Rm 8.12),
mas a Deus, não por obrigação e sim porgratidão pelo amor revelado em Cristo,
por meio da obediência voluntária (Mt
18.27; Lc 7.41,42). Jesus deu o exemplo
a ser seguido.
Quem é servido deve amor a quem
serve. Paulo foi servido pelos judeu-
cristãos de Jerusalém, a quem ele
era grato e ao escrever a Epístola aos
Romanos demonstra a retribuição do
amor para com a igreja em Jerusalém ,
levando donativos para socorrê-Los no
momento da dificuldade (Rm 15.26,27). O
apóstolo não se sentia devedor somente
aos de Jerusalém de quem recebera o
Evangelho, mas de todas as pessoas,conhecidas ou desconhecidas, inde
pendente da origem: “Eu sou devedor
tanto a gregos como a bárbaros, tanto
a sábios como a ignorantes" (Rm 1.14).
A dívida que Paulo reconhecia deve ser
a mesma a ser reconhecida por todo
cristão justificado gratuitamente pela fé
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no amor de Deus, retribuindo ao Senhor
por meio do serviço ao próximo para
que alcancem os mesmos privilégios
recebidos, a salvação e a vida eterna
com Deus.
2. O perdão de Deus é uma dívida
de amor ao próximo. Paulo aponta
para os cristãos de Roma, o que serve
para a igreja de todos os tempos, a
grande dívida do cristão salvo para
com Deus, a ser paga com o amor ao
próximo (v, 8b). O uso metafórico do
pecado como dívida era uma práticacomum dos jude us e Jesus também
faz uso dela, não para reforçar e cobrar
o ser humano pela sua dívida, mas
para enfatizar a grandiosidade da
graça de Deus (Lc 741.42), bem como
o dever de quem foi perdoado por
Deus (verticalmente) também perdoar
quem o ofendeu (horizontalmente).
O perdão ao próximo (na horizontal),
após a justificação, é colocado como
uma condicional para o perdão de
novas dívidas (na vertical; Mt 6.12; Mt
18.21-35). Algumas, senão a maioria
das pessoas, estão despercebidas
da realidade da mensagem na oração
do Pai Nosso: “Pe rdo a-no s as nossa s
dívidas, assim como nós perdoamos
aos nossos devedores" (Mt 6.12).
O Pense!
Você tem servido da mesma for-ma que as pessoas 0 servem?
O Ponto ImportanteDeus ama as pessoas de tal
maneira, que as perdoa gracio-
samente e as justifica, mas exige de quem recebeu esta graça a
mesma atitude de perdão para
com o próximo.
Quem ama não deseja o mal a outra pessoa (v. 10). Viver
o evange lho do am or proposto pelo c ristianismo é gerar
no coração das pessoas, que antes apenas enxergavam
afronta, miséria e morte, a compaixão pelo próximo, Atransformação da vida dos romanos pelo evangelho os
conduziu para a ajuda mútua, amizade e a cum plicidade
de orar uns pe los outros. E les receberam a espera nça de
uma nova realidade permeada pelo amor divino impreg
nado nas pessoas, diferente da antiga fé imprecatória
que buscav a a morte dos inimigos. A dívida co ntraída
pelo amor é uma dívida que nunca poderá ser liquidada,
portanto, a ação de amar e fazer o bem para as pessoas
nunca poderá cessar. A prática do amor une as p essoas
na mesma esperança de construir um mundo mais justo,
cada vez melhor para se viver. Esta é a “verdadeira reli
gião" (o que religa co m Deus) defen dida por Cristo, a do
amor, que não deseja o mal para o próximo.
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SUBSÍDIO 1 SUBSIDIO 2
“Os cristãos devem evitar os gastosinúteis e ter o cuidado de não contrairdívida que não podem pagar. Também
devem se afastar de toda a especu lação aventureira e do s com promissosprecipitados, e de tudo o que possaexpô-los ao perigo de não dar a cadaum o que é devido. Não devais nada aninguém. Dai a cada um o que lhe fordevido. Não gasteis convosco aquiloque deveis ao próximo. Contudo,
muitos dos que são muitos sensíveisaos problemas pensam pouco sobre
o pecado de endividar-se.O amor ao próximo inclui todos
os deveres da segunda tábua (dosmandamentos). Os últ imos cincomandamentos se resumem nesta leireal: “Ama rás ao teu próximo como ati mesmo": com a mesma sinceridade
com que te amas a ti mesmo, aindaque não na mesma medida e grau.O que ama o seu próximo como a simesmo desejará o bem estar de seupróximo. Sobre este se edifica a regrade ouro; fazer o que queremos que osfaçam. O amor é um principio ativo de
obediência a toda a lei. Não somente
devemos evitar o dano às pessoas,aos reLacionamentos, à propriedadee ao caráter dos homens, mas também não devemos fazer nenhumaclasse nem grau de maio a ninguém,e devemos nos ocupar em ser úteisem cada situação da vida’ (HENRY,Matthew. Comentário Bíblico de
Matthew Henry. íe d . Rio de Llaneiro:CPAD, 2002, p. 943).
Quem ama como Jesus amou cumprea lei (v. 8c). A mensagem do amor incondi
cional de Jesus é reforçada pelo apóstolo
Paulo, um verdadeiro consolo aos cristãosem Roma, diante de uma realidade marcada pelo desafio de vivera sua fé em meioao imperialismo romano, uma sociedadenorteada pela guerra, pela ambição e peladisputa de poder. A mensagem do evangelho aproxima ricos e pobres, senhorese escravos, Do amor dependem toda a
lei e os profetas (Mt2240).Jesus ensinouqual abrangência do amor ao próximocom a parábola do bom samaritano (Lc1027-37):um amor não limitado às pessoas da própria nação, da mesma religião,da liderança, mas também as pessoasdistantes, inclusive inimigas. Diferente doconceito que o judeu tinha de “próximo"(Lv 19.18,34; Mt 543). Os judeus buscavam
atender o aspecto externo e jurídico da Leie, por isso, nunca conseguiram cumpri-la.Quem ama o próximo cumpria a lei emsua plenitude (Rm 13.8C-10).
O resumo dos Mandamentos é “amarásao teu próximo como a ti mesmo’ (v, 9). Jesusfd questionado sobre qual seria o maior ou
prindpaldos mandamentos e S e apresenta
dois. o primeiro relacionado ao amora Deuse o segundo fòi “amarás o teupróx íT iooorno
a ti mesmo’ (Mt 736-40; Mc 1228-34), umacitação de Levitico 1918. Jesus utilizando amesma fonte utilizada pelos judeus para
justificar a aplicação do aspecto externoejurídico da Le i destaca o sentido moralda Lei, harmonizando o Antigo e o Novo
Testamento (Mt 517-48). Paulo parece tertido acesso ao conteúdo do Sermão doMonte proferido por Jesus, implidto em suaafirmação em Romanos 13.9, deixando daroque quem ama não tira o que é do outro ouo prejudica de alguma forma. Da mesmaforma Paulo resume o cumprimento da leipara os cristãos da Galácia O 514).
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ESTAN TE DO PROF ESSOR
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry. í.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
î ùCONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que o cristão deve ter um cuidado especial com sua vida eco
nôm ica e financeira, evitando con trair dívidas. A ún ica dívida recomendada por Paulo
é a dívida do amor, contraída por todas as pessoas que foram justificadas mediante a
fé em Cristo, pois o amor de Deus nos constrange a amar o próximo.
HORA DA REVISÃO
1. Quando um judeu precisava de empréstimo e não tinha garantia, qual era o
procedimento adotado?
Em não havendo garantia, não sendo pago a dívida, o devedor era vendido como
escravo (Ex 22.3; 2 Rs 4.1: Am 2.6; 8.6), uma das condições mais humilhantes e
desumanas.
2. Q ual a importância de conhecer a relação devedor e credor (dívidas) no AT e N T?
O conhecim ento da relação devedo r e credor (dívidas), além de dem onstrar asrelações entre devedor e credor, ajuda a entender a condição do ser humano
pecador/devedor que fora liberto em Jesus, gratuitamente (Rm 6.18-22; 1 Co
6.20; 723; Tt 2.14).
3. Quem foi o fiador do ser humano, uma vez que tinha uma dívida impagável e não
tinha nada em garantia para entregar? Qual a base bíblica?
O ser hum ano teve Jesus como fiador de sua dívida, conforme Hebreus 7 22 “de
tanto m elhor concerto Je sus foi feito fiador”
4. Qual a lição que a oração do Pai Nosso traz sobre o perdão?O perdão ao próximo (na horizontal), após a justificação, é colocado como uma
condicional para o perdão de novas dívidas na vertical (Mt 6.12).
5. Segundo Paulo, quem cumpre a lei em sua plenitude?
Quem ama o próximo cumpre a lei em sua plenitude (Rm 13.8c).
Anotações
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Armínio e seus escritos
As doutrinas bíblicas e teológicas, com opassar do tempo, foram desenvolvidas eaperfeiçoadas, de tal forma que a teologiaque temos hoje é fruto de um longo processode pesquisa bíblica, meditação e debates nabusca do que o homem entende ser aquiloque Deus realmente falou em sua Palavra.
Uma das mais importantes doutrinas teoló-gicas é a da Salvação. A Reforma Protestantetrouxe luz aos debates da salvação pela fé,e homens como Lutero, Calvino e Armínioprocuraram estudala com afinco. No Brasil,prevalece o entendimento da teologia deArmínio no tocante à Salvação, respaldado
nos seguintes pontos:
• A Palavra de Deus não oferece qualquerargumento que afirme que Deusdetermina quem vai para o céu ou não;
• Cristo morreu por todos indistintamente,
mas apenas aqueles que crerem serãosalvos;
• A pessoa que vai ser salva depende dagraça de Deus, pois por si mesma, nãotem a capacidade de crer;
• O pecador possu i o livrearbítrio deaceitar ou não a salvação.
Obra: ARMÍNIO, Jacó. As Obras de Armínio.Rio de Janeiro: CPAD. 2015
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C O N F E R Ê N C I A M U N D I A L P E N T E C O S T A L
S Ã O P A U L O - B R A S I L
60 ANOS DECELEBRAÇÃONAFAMÍLIAPENTECOSTAL
7 ^ ’ tsC t e i a i e s