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ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DO MERCADO SEGURADOR Federações associadas empossam suas novas Diretorias em fevereiro para mandato de 2013 – 2016, com a meta de manter o ritmo de crescimento e consolidar seus respectivos segmentos ANO 88 Nº883 OUTUBRO/ NOVEMBRO/ DEZEMBRO DE 2012 CNseg premia as melhores soluções inovadoras e sustentáveis do mercado

Revista de Seguros Ano 88 nº 883 Outubro/Novembro/Dezembro de 2012

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Ano 88 nº 883 Outubro/Novembro/Dezembro de 2012

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Page 1: Revista de Seguros Ano 88 nº 883 Outubro/Novembro/Dezembro de 2012

órgão de divulgação do mercado segurador

Federações associadas empossam suas novas Diretorias em fevereiro para mandato de 2013 – 2016, com a meta de manter o ritmo de crescimento e consolidar seus respectivos segmentos

ano 88 nº883 outubro/ novembro/ dezembro de 2012

CNseg premia as melhores soluções inovadoras e sustentáveis do mercado

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Revista de Seguros – 3

Sumário

5 EntrevistaNo comando da GFIA, Frank Swedlove defende que a indústria de seguros atue internacionalmente sob os mesmos padrões regulatórios.

24 Nova Lei do Seguro Texto do projeto de lei deve sofrer alteração e a previsão é que a Comissão Especial entregue seu parecer no primeiro semestre do ano que vem.

8 Confraternização PrêmioOs vencedores de cada uma das três categorias levaram soluções inovadoras e de cunho sustentável para o cotidiano das empresas seguradoras.

28 Energia EólicaO Brasil chegou ao fim de 2012 com 82 centrais eólicas em funcionamento, segundo a Aneel. A força dos ventos impulsionam a indústria de seguros.

17 RetrospectivaMesmo com incentivos fiscais e redução da taxa de juros, o desempenho da Economia brasileira foi frustrante a cada trimestre de 2012.

32 TrânsitoCelebração pelo Dia Mundial em Memória às Vítimas do Trânsito, em 18 novembro, foi realizada pela primeira vez na cidade de São Paulo.

18 Comissões TemáticasEvento reuniu presidentes das 14 comissões para fazer um balanço do trabalho, compartilhar conhecimento e avaliar os avanços obtidos ao longo do ano.

36 OuvidoriasO mercado segurador lançou um guia de acesso às ouvidorias, uma nova ferramenta para se tornar mais forte e transparente na relação com os consumidores.

23 Portal CNseg As principais mudanças estão na estrutura e no conceito do portal, que passa a destacar a marca CNseg e a agregar os sites das Federações.

38 FederaçõesAs novas diretorias das quatro federações associadas à CNseg foram eleitas em dezembro, para o mandato de 2013 a 2016, e tomam posse em 7 de fevereiro.

PRESIDENTEJorge Hilário Gouvêa Vieira1º VICE-PRESIDENTEPatrick Antônio Claude de Larragoiti LucasVICE-PRESIDENTES NATOSJayme Brasil Garfinkel,Marcio Serôa de Araujo Coriolano,Marco Antonio RossiPaulo Rogerio CaffarelliVICE-PRESIDENTENilton MolinaWilson TonetoDIRETORESAlexandre Malucelli,Antonio Eduardo Marquez de Figueiredo Trindade,Luis Emilio Maurette,Mário José Gonzaga Petrelli,Paulo Miguel Marraccini,Pedro Cláudio de Medeiros B. Bulcão ePedro Pereira de Freitas

CONVIDADOSLuiz Tavares Pereira Filho eRenato Campos Martins FilhoCONSELHO FISCALEfetivosHaydewaldo Roberto Chamberlain da CostaLaênio Pereira dos SantosLúcio Antonio MarquesSuplentesJosé Maria Souza Teixeira Costa e Luiz Sadao ShibutaniCONSELHO SUPERIORPRESIDENTEJorge Hilário Gouvêa VieiraCONSELHEIROSAcacio Rosa de Queiroz Filho, Carlos dos Santos, Francisco Caiuby Vidigal, Jayme Brasil Garfinkel, Jorge Estácio da Silva, José Castro Araújo Rudge, José Roberto Marmo Loureiro, Luis Emilio Maurette, Marcio Serôa de Araujo Coriolano, Marco Antonio Rossi, Mário José Gonzaga Petrelli, Nilton Molina,Patrick Antônio Claude de Larragoiti Lucas, Pedro Pereira de Freitas, Paulo Rogerio Caffarelli, Thierry Marc Claude Claudon e Wilson Toneto

CONSELHEIROS NOTÁVEISAlberto Oswaldo Continentino de AraújoEduardo Baptista Vianna, João Elisio Ferraz de Campos e José Américo Peón de SáCONSELHEIROS – SINDICATOSJoão Gilberto Possiede e Júlio César Rosa REVISTA DE SEGUROSÓrgão de divulgaçãodo mercado seguradorPUBLICAÇÃO INTEGRANTEDO CONVÊNIO DE IMPRENSADO MERCOSUL – COPREME.Em conjunto com SIDEMA (Serviço Informativo do Mercado Segurador da República Argentina),EL PRODUCTOR (Publicação da Associação de Agentes e Produtores de Seguro da República Oriental do Uruguai) e Jornal dos Seguros (Publicaçãodo Sindicato dos Corretores deSeguros e de Capitalização do Estadode São Paulo).

CONSELHO EDITORIALÂngela Cunha, Luiz Peregrino Fernandes Vieira da Cunha, José Cechin, José Ismar Alves Tôrres, Neival Rodrigues Freitas,Solange Beatriz Palheiro Mendes

Editora-chefe:Ângela Cunha (MTb/RJ12.555)

Coordenação Editorial:VIA TEXTO AG. DE COMUNICAÇÃ[email protected] - 2262.5215 Jornalista Responsável:Vania Mezzonato – MTB 14.850Assistente de produção:Marcelo MezzonatoColaboradores:Bianca Rocha, Carmen Nery, Denise Bueno, Fernando Gasparini, Francisco Luiz Noel, Larissa Morais, Lenir Camimura, Márcia Alves, Marcio Godinho, Maria Luisa Barros, Sônia Araripe, Suzana Liskauskas e Vania MezzonatoFotografia:André Durão, Antonio Cruz/ABR, Pedro Mena, Roberto Turra, Rosane Bekierman, arquivo e divulgação das empresasProjeto Gráfico: Maraca Design

REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA:Gerência de ComunicaçãoSocial – CNsegAdriana Beltrão, Claudia Mara eVagner Ricardo.Rua Senador Dantas, 74/12º andar, Centro - Rio de Janeiro, RJ – CEP 20031-201Telex: (021) 34505-DFNESFax: (21) 2510.7839Tel. (21) 2510.7777www.viverseguro.org.brE-mail: [email protected]ório CNseg/Brasília – SCN/Quadra1/Bloco C – Ed. Brasília – Trade Center – sala 1607Gráfica: WalprintDistribuição: Serviços Gerais/CNsegPeriodicidade: TrimestralCirculação: 7 mil exemplaresAs matérias e artigos assinados são de responsabilidade dos autores. As matérias publicadas nesta edição podem ser reproduzidas desde que identificada a fonte.

Distribuição Gratuita

E Mais... 14 – Perspectivas 2013; 22 – Órgão Regulador; 27 – Consumidor; 31 – Escola Nacional de Seguros; 34 – Proteção Automotiva; 41 – Comportamento; 42 – Sustentabilidade; 43 – Ciclo de Palestras; 44 – Artigo Jurídico; 45 – Biblioteca; 46 – Opinião.

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Revista de Seguros – 4

Editorial

Um ano de marcas profundas

CNSEg: almoço Com a imprENSa

O mercado segurador deve chegar em 2015 com uma receita anual de R$ 400 bilhões, alcançando a inédita marca de 5,7% de participação no PIB nacional. A previsão foi feita pelo presidente da CNseg, Jorge Hilário Gouvêa Vieira, duran-te encontro com quase 40 jornalistas, em almoço realizado no Hotel Sofitel, no Rio de Janeiro, no dia 18 de dezembro.

Na pauta da conversa, os desafios e oportunidades para 2013: os produtos do microsseguro, cujo mercado potencial está estimado em 100 milhões de pessoas no País; o aumento da expectativa de vida do brasileiro, que traz bônus e ônus para a sociedade e o governo e impõe novos desafios à previdência complementar e à saúde complementar; e a regulamentação do VGBL Saúde, um novo instrumento para ajudar a custear os planos de saúde na aposentadoria dos trabalhadores.

O balanço das ações realizadas e o estabelecimento de metas para o futuro, atividades de praxe nas empre-sas e entidades nesta época do ano, revelaram o quão profícuo foi o trabalho do mercado segurador e da CNseg, em particular, ao longo do ano que se finda.

A começar pelo desempenho do setor, que passou a representar 5,7% do PIB brasileiro e mostrou sua gran-de capacidade de geração de poupança interna – o que se traduz em motivo de justa comemoração, mas também repre-senta um novo desafio para as seguradoras: manter o ritmo de crescimento no próximo ano, a despeito das adversidades da economia mundial.

O caminho não foi só de flores, mas os obstáculos que se apresentaram – muitas vezes pela incompreensão de alguns setores sobre o funcionamento do mercado – foram enfrentados pela atuação firme das 14 Comissões Temáticas da CNseg e das quatro federações que a compõem – FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap.

Para ampliar o diálogo com seus públicos de interesse e aparar as arestas da incompreensão, a CNseg promoveu debates, workshops, seminários e fóruns específicos, com foco principalmente nos consumeiristas, magistrados e nos consumidores.

O desenvolvimento de uma boa relação com os consumidores foi, aliás, um dos pontos fortes das atividades de 2012, que resultou na queda do número de reclamações contra o setor. Para cultivar este resultado, a Revista de Seguros passa a ter uma coluna fixa dedicada a este público, que estreia com os Pontos-Chave, reforçando outra iniciativa da CNseg neste sentido: a adoção de um novo portal, com design inovador e mais dinâmico, que valoriza a informação e promove uma aproximação maior com o consumidor.

Paralelamente, a CNseg empreendeu todos os esforços possíveis para inserir o mercado na onda mundial da sustenta-bilidade. Além de aderir aos Princípios para a Sustentabilidade em Seguros, a Confederação elegeu o tema como mote da segunda edição do Prêmio Inovação em Seguros Antônio Carlos de Almeida Braga e também criou uma coluna fixa na revis-ta para debater os rumos de um planeta mais sustentável.

O tema gerou a apresentação de trabalhos baseados em soluções inovadoras na disputa pelo prêmio, que trouxeram novas formas de contribuição do mercado de seguros para o futuro da sustentabilidade.

Boa leitura! Feliz 2013!

ÂNGELA CUNHAEditora

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O mercado internacional de seguros ganhou um grande aliado no último trimestre de 2012. Às vésperas da 19ª Conferência Anual da International Association of Insurance Supervisors (IAIS), realizada em Washington, de 10 a 12 de outubro, uma solenidade

marcou o início das atividades da Global Federation of Insurance Association (GFIA – www.gfiainsurance.org), que reúne 31 associações de seguros internacionais – entre

elas, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) –, que representam 87% das empresas de seguros de todo o mundo. A GFIA nasce com a missão de apontar soluções

para temas complexos que afligem a indústria de seguros mundial, como as questões relacionadas à regulação do mercado; à supervisão dos grupos internacionais; condutas

e assuntos relativos a questões financeiras, e o combate à lavagem de dinheiro.

EntrevistaFrank Swedlove

“para haver eficiência de fato é preciso

trabalhar em conjunto”

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em tempo hábil, soluções para questões inter-nacionais complexas que afetem o mercado segurador mundial, como conduta de mercado e questões comerciais; e iniciativas em relação à inclusão financeira e ao combate à lavagem de dinheiro. E terá uma atuação muito forte para es-tabelecer padrões de regulamentação e separar a área de seguros das regulamentações financei-ras que afetam os bancos e, portanto, são bem distintas da realidade do mercado segurador.

A Federação também tem a responsabi-lidade de participar ativamente das questões ligadas à criação do ComFrame, uma inciativa da IAIS, que parte da premissa de que os grupos de seguros com atuação globalizada devem ser supervisionados de forma mais colaborativa, seja pelos supervisores do País de origem ou pelos mercados em que as seguradoras venham a atu-ar. Esta forma de conduta leva a uma supervisão mais eficiente – e tornou-se necessária em fun-ção da diversidade que havia entre as práticas de supervisão e que acabava causando contratem-pos para a expansão de grupos seguradores que atuam internacionalmente.

O ComFrame está focado em encontrar áreas comuns entre os supervisores de origem e aqueles que regem os mercados onde atuam os grupos internacionais. Apesar de não ser ba-seada em regras, a proposta tem o objetivo de definir requisitos específicos para promover a convergência da supervisão.

Como a Federação vai atuar nos próximos dois

anos?

A Federação já criou dez grupos de trabalho que serão presididos por vários membros de as-sociações. Estes grupos estarão em contato entre si, permanentemente, por meio de teleconferên-cias e reuniões, a fim de definir posições. Na nossa avaliação, teremos uma ação muito mais efetiva com o estabelecimento dos grupos de trabalho.

Embora as questões de risco sistêmico sejam prioridade para o GFIA, há uma série de outras questões que iremos abordar firmemente, como o combate à lavagem de dinheiro. Tam-bém há muito trabalho a ser feito na área de conduta de mercados e vamos concentrar esfor-

EntrevistaFrank Swedlove

T rata-se de um momento ímpar para a indústria de seguros mundial. Até então, muitas associações vinham direcionando seus esforços para temas estratégicos do

setor por meio da International Network of Insu-rance Association. Porém, eram iniciativas informais que não representavam uma só voz. Agora, com a GFIA, o mercado ganha formalmente, pela primeira vez, uma federação internacional que estará focada em representar todas essas associações e desenvol-ver projetos que beneficiem a indústria de seguros em todo o mundo.

À frente desse grande desafio está Frank Swedlove, um canadense de fala mansa e objetivos firmes, que traz no currículo mais de três décadas dedicadas às áreas de seguros e finanças no setor público. Desde 2007, ele comanda Associação de Vida e Saúde do Canadá (Canadian Life and Health Insurance Association – CLHIA), que trabalha em prol das seguradoras, nos ramos Vida e Saúde, estabelecidas naquele País. Além dos conhecimen-tos técnicos sobre o setor de seguros, Swedlove é reconhecido por ter habilidades ao tratar com autoridades e defender suas posições.

Ao assumir o comando da GFIA, Swedlove terá que dividir sua agenda entre as práticas es-portivas (tênis e esqui na neve) e a luta para que a indústria de seguros atue internacionalmente sob os mesmos padrões regulatórios, para facilitar as atividades globalizadas.

Saiba como a GFIA se prepara para garantir a evolução da indústria de seguros sob o compasso de uma voz só, nesta entrevista exclusiva que ele concedeu à Revista de Seguros.

Revista de Seguros – Qual a missão da

Global Federation of Insurance Associations (GFIA)?

Frank Swedlove – A missão da GFIA é desen-volver ações para permitir que a indústria de seguros mundial possa se desenvolver global-mente. A Federação terá um papel importante para promover mudanças positivas em relação ao leque de questões que afetam o setor de seguros internacionalmente, como a evolução do debate sobre o risco sistêmico e as questões relacionadas à atuação dos supervisores e à regulamentação.

A GFIA assume o compromisso de apontar,

“As várias iniciativas globais,

adotadas desde a crise financeira

mundial, afetaram a

regulamentação do seguro e

acabaram contribuindo para a criação de uma federação focada

na defesa do setor de seguros de

forma global”

Por SUZANA LISKAUSKAS

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ços ainda para promover a abertura dos merca-dos, promovendo um comércio mais livre.

Quais os principais problemas da indústria de

seguros no mundo?

Nos últimos anos, a indústria mundial de segu-ros cresceu muito e vários Países criaram associa-ções para estudar a melhor forma de regulamentar o setor. Essas regras foram decididas em nível de governos local, estadual e federal. Mas é preciso que essas regulamentações tenham uma unici-dade para que haja um franco desenvolvimento da indústria de seguros de forma global. Se não houver uma padronização das regras, não haverá uma expansão internacional de fato. A indústria de seguros precisa interagir de forma globalizada.

Ao liderar uma iniciativa para estabelecer uma federação internacional de associações de seguros, começamos a trabalhar em prol da criação de uma só voz para o setor de seguros.

A economia mundial enfrenta diversos proble-

mas, sobretudo, na Europa. A GFIA tem alguma

estratégia para discutir o desenvolvimento do seg-

mento no Continente?

A missão da GFIA é atuar de forma globali-zada, não vamos tratar de problemas regionali-zados, mas avaliar e propor estratégias para que o mercado internacional de seguros possa se desenvolver de forma global, com eficiência.

O Brasil tornou-se um país estratégico para

investidores, e a indústria de seguros no país vem

crescendo muito nos últimos dez anos. Qual a im-

portância do mercado brasileiro para o setor inter-

nacional de seguros?

Sem dúvida, o Brasil evoluiu muito e estamos muito satisfeitos em ter a CNseg como membro, uma vez que a participação da América Latina é muito importante para que a GIFA possa de fato representar toda a atividade de seguros mundial.

Qual o maior desafio da GFIA?

O grande desafio neste momento é pro-mover o debate sobre o risco sistêmico. Esta é a nossa grande prioridade. É preciso encontrar um ambiente global em que haja consenso para

as regras que regem a atuação das seguradoras. Temos que buscar o consenso, se quisermos re-almente lutar pelo desenvolvimento da indústria de seguros em níveis internacionais.

A parte mais árdua de nosso trabalho está focada no desafio de expor as diferanças sensí-veis que existem entre bancos e seguradoras e mostrar que a atuação destes dois setores da área finaceira não implicam no mesmo risco sistêmico. A indústria de seguros em geral teve sucesso du-rante a crise financeira, ao contrário dos bancos.

Então, é preciso diferenciar as regras que conduzem as atividades de bancos e de segura-doras. Apesar de a GFIA reunir associações com origens distintas, creio que não será difícil chegar a um consenso numa série de questões.

Por que a criação de uma federação deste porte é

tão importante para a indústria mundial de seguros?

As várias iniciativas globais, adotadas desde a crise financeira mundial, afetaram a regulamen-tação do seguro e acabaram contribuindo para a criação de uma federação focada na defesa do setor de seguros de forma global. Este trabalho prévio foi importante para sedimentar o merca-do e criar uma conjuntura propícia à definição de padrões internacionais. A crise financeira intensificou esta necessidade e levou à formação da Rede Internacional de Associações de Segu-ros de alguns anos atrás, que funcionou como uma “ligação informal” entre as associações. A GFIA chegou para formalizar este cenário.

Hoje há o reconhecimento, por parte das associações de seguro de que para haver eficiên-cia de fato é preciso trabalhar em conjunto. Esta união é que vai abrir caminhos para a indústira ser mais eficaz na defesa de seus pontos de vista perante os vários responsáveis pela definição de normas internacionais.

É imprescindível para o avanço consistente da indústria de seguros que a regulação do mercado tenha, cada vez mais, uma abordagem internacional. A criação da Global Federation of Insurance Associations permitirá que o mercado trabalhe mais estreitamente com os reguladores internacionais no desenvolvimento de uma re-gulação firme e equilibrada. •

“A parte mais árdua de nosso trabalho está focada no desafio de expor as diferanças sensíveis que existem entre bancos e seguradoras e mostrar que a atuação destes dois setores da área finaceira não implicam no mesmo risco sistêmico”

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Por VANIA MEZZONATO

Confraternização prêmio

Setor de seguros alcança a participação histórica de 11% do piB em investimentos

A segunda edição do Prêmio Antônio Carlos de Almeida Braga leva a sustentabilidade para as soluções inovadoras das empresas

O desenvolvimento sustentável passa pela substituição do modelo predatório que o mundo experimenta há séculos e que nas últimas décadas se tornou inviável. A crise provoca-da por este modelo de destruição perpassa todos os aspectos da vida humana: o social (há bilhões de pessoas passando fome no mundo); o ambiental (perda da biodiversidade e contaminação do ar, água e solo); o político (as pessoas não aceitam mais apenas o poder pelo poder); e os valores (falta ética e transparência na ação dos governantes).

A avaliação foi feita por Marina Silva, durante sua palestra no almoço de confraternização da CNseg. Recém-chegada da

o desafio da sustentabilidade é a grande questão do século

Conferência de Doha, no Catar, a ex-ministra afirmou que, entre todas as crises que o mundo vive no tocante à sustentabilidade, a pior delas, na sua avaliação, é a crise de natureza ética, que imobiliza a humanidade. “Temos boa parte das respostas técni-cas para a crise que o planeta enfrenta, mas falta iniciativa para promover as mudanças necessárias”, ressaltou.

Diferentemente de outros momentos da história da huma-nidade, lembrou Marina, esta crise afeta a todos os povos do mundo, até mesmo, os índios da Região Amazônica que nunca tiveram contato com o homem branco. No entanto, ela chamou a atenção para uma notícia boa em meio a tantos problemas ambientais: o ritmo do desmatamento da Amazônia foi reduzido em 80% nos últimos anos – de 27 mil km2 de área desmatada em 2004 para 4 mil km2 em 2011.

o fracasso da rio+20Marina comparou o resultado das duas Conferências Mun-

diais para o Meio Ambiente, realizadas no Rio de Janeiro – a Rio 92 e a Rio+20. Na primeira, destacou ela, os 180 países que parti-ciparam das discussões conseguiram dar repostas à maioria dos

A sustentabilidade está em alta no mer-cado de seguros – tema da segunda edição do Prêmio Antônio Carlos de Almeida Braga Inovação em Seguros,

organizado anualmente pela CNseg, foi também o mote de um vídeo apresentado no início da cerimônia da premiação, que aconteceu no

Copacabana Palace, durante o almoço de con-fraternização do mercado, em 11 de dezembro. A escolha do tema, cujo objetivo foi reforçar o compromisso do setor com a construção de um planeta mais saudável, norteou todo o evento, que teve como mestre de cerimônias o apresen-tador Ronaldo Rosas.

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Revista de Seguros – 9

problemas que, naquela época, afligiam o planeta. Mas 20 anos depois, o desempenho não foi o mesmo. “As respostas para os desafios da agenda ambiental foram adiadas para 2015, com a

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Marina Silva: “Não é fácil enfrentar o problema da sustentabilidade e só

conseguiremos com o esforço de todos – empresas, governos, academia e pessoas

– ao mesmo tempo agora”

promessa de que lá na frente teremos as iniciativas definidas. É uma decisão incoerente com a urgência que temos, pois o planeta é um paciente na UTI”, comparou.

Afirmando que é uma pessoa “persistente”, a ex-ministra entende que é por meio da persistência que o mundo deve enfrentar o desafio de substituir o modelo econômico atual, insustentável, para um modelo que atenda às demandas atu-ais, mas também preserve o planeta para atender às gerações futuras. Algumas conquistas alcançadas pela humanidade precisam ser preservadas, mas outras precisam ser revistas. “Não é fácil enfrentar o problema da sustentabilidade e só conseguiremos com o esforço de todos – empresas, gover-nos, academia e pessoas – ao mesmo tempo agora”.

Em meio a sua palestra, Marina Silva, elogiou a iniciativa da CNseg de ter aderido aos Princípios para Sustentabilidade em Seguro (PSI, sigla em inglês), lançados durante o 48º Semi-nário Anual da IIS (International Insurance Society), em junho deste ano; e reconheceu como um compromisso da Confe-deração a escolha do tema “sustentabilidade” para o Prêmio Inovação em Seguros Antônio Carlos de Almeida Braga.

Após a exibição do vídeo, foram convidados ao palco o presidente interino da Agência Nacio-nal de Saúde (ANS), o cardiologista André Longo, e o superintendente da Susep, Luciano Portal Santanna, representantes dos órgãos reguladores do setor. Ressaltando a evolução da saúde no Brasil, tanto nas esferas dos beneficiários e da

receita quanto na qualificação dos serviços pres-tados, André Longo disse que o setor de saúde suplementar tem a seu dispor todos os pressu-postos para crescer nos próximos anos. “Temos uma classe média de mais de 100 milhões de pessoas e precisamos nos preparar para atender a esta demanda”, afirmou.

O almoço reuniu mais de 300pessoas, entreautoridades,executivos,profissionais domercado, e demaisconvidados

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Revista de Seguros – 10

Confraternização prêmio

os vencedores do prêmio inovação em Seguros

Os vencedores do Prêmio Antônio Carlos de Almeida Braga, organizado pela CNseg, foram conhecidos durante o almoço de confraternização do mercado segurador. Divididos

A colaboração intensa que marcou a re-lação da Susep com as entidades federativas do mercado de seguros, ao longo do ano, foi destacada por Luciano Santanna, que elegeu a regulamentação do microsseguro como o grande passo dado pelo mercado de seguros

em três categorias – Comunicação, Processos e Produtos – os prêmios de R$ 5 mil a R$ 15 mil foram entregues pelos execu-tivos das respectivas empresas dos premiados.

Comunicação: nesta categoria, a vencedora foi Adriana Boscov, da SulAmérica, com o trabalho “Programa de educa-ção ambiental para sustentabilidade”, sobre a estratégia de disseminação do tema sustentabilidade para os stakeholders

em direção à promoção da inclusão social no País. “Com a aprovação desses produtos vol-tados às classes populares, certamente assisti-remos ao crescimento sustentável do setor de seguros”, previu.

Para a agenda de 2013, Santanna destacou algumas medidas que visam ao desenvolvimen-to do mercado e à redução dos custos: a criação de um produto Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) para o setor de saúde; o fomento dos seguros de automóveis populares, a contra-tação de produtos à distância; e a digitalização de documentos.

Tom de otimismoEm seguida, os convidados foram sauda-

dos pelo presidente da CNseg, Jorge Hilário Gouvêa Vieira, que destacou o crescimento obtido pelo mercado de seguros ao longo do ano – bem acima do registrado por ou-tros setores da economia – e deu um tom de otimismo ao balanço das atividades em 2012.

Fernanda Bianco e o diretor do Itaú Vida e Previdência, Osvaldo do Nascimento

Rosana Gonçalves de Rosa e o presidente da Bradesco Seguros, Marco Antonio Rossi

David Pereira da Silva e o diretor do Itaú Vida e Previdência, Osvaldo do Nascimento

Andre Longo, presidente

interino da ANS

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Revista de Seguros – 11

muitas vezes, da incompreensão da sociedade a respeito de seu funcionamento. “O setor de seguros não está entre os dez segmentos da economia mais reclamados. Sabemos que o ca-minho ainda é longo, mas não podemos duvidar de que estamos no rumo certo”, avaliou.

Luciano Santanna: “Com a aprovação desses produtos voltados às classes populares, certamente assistiremos ao crescimento sustentável do setor de seguros”

“Crescemos acima do esperado, conseguimos reduzir o número de reclamações e oferece-mos mais produtos para atender à demanda da sociedade”, destacou.

Ressaltando a grande capacidade de ge-ração de poupança interna do mercado de seguros, ele informou que, até junho, o setor atingiu R$ 495,5 bilhões de investimentos con-tra R$ 451,6 bilhões em todo o ano de 2011 – alcançando a participação histórica de 11% do PIB. “Os indicadores de crescimento mostram, acima de tudo, a expansão proporcional de um elemento muito importante: a confiança do consumidor. É ele que nos permite ter um desempenho tão satisfatório”, afirmou.

Jorge Hilário também destacou a ampliação dos canais de comunicação do setor e afirmou que os resultados de 2012 comprovam que, sem uma comunicação eficiente, não haverá crescimento sustentado no mercado de seguros. Segundo ele, os desafios enfrentados pelo setor em quase todas as áreas de atuação são frutos,

internos da seguradora, entre os anos 2009 e 2011, e para profissionais do mercado segurador, de 2011 a 2012.

processos: o primeiro lugar desta categoria ficou com Ishiguro de Lima, também da SulAmérica, com o projeto de certificação digital em saúde, cujo objetivo é disseminar a cultura de redução do uso de papel no processo de fatura-mento de contas médicas-hospitalares, entre os prestadores

de serviços médicos e as operadoras de plano privado de assistência à saúde.

produtos: também da SulAmérica, Kleber Lopes de Al-meida Junior e Lívia Prata Nascimento garantiram o primeiro lugar na categoria com o trabalho “Tinta à base d’água”, que visa estimular a utilização de uma linha de tintas que usa água como solvente em sua composição.

Os premiados da SulAmérica Jean Espinosa, Kleber Lopes, Jacqueline Caballero, Adriana Boscov, Adriana Nannini, Raquel Chinaro, Aline Oliveira, Renata Soares, Rosemeire Ishiguro e Andrea Mitiko, e a ex-ministra Marina Silva (ao centro, atrás) e o presidente do Conselho de Administração da seguradora Patrick Larragoiti (no alto, à direita)

Maria de Fátima Mendes Lima e Marcos Eduardo Ferreira, presidente do Grupo BBMapfre

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Revista de Seguros – 12

Confraternização prêmio

Integraram a mesa principal do evento a

ex-ministra Marina Silva; o empresário Antonio Carlos de Almeida Braga, que dá

nome ao prêmio; o superin-tendente da Susep Luciano

Portal Santanna; o presi-dente em exercício da ANS Andre Longo; a desembar-

gadora Leila Mariano, presi-dente do Tribunal de Justiça

do Estado; os presidentes da CNseg, Jorge Hilário

Gouvêa Vieira; da FenSeg, Jayme Brasil Garfinkel; da FenaPrevi, Marco Antonio

Rossi; da FenaSaúde, Marcio Coriolano; e da FenaCap,

Marco Antonio Barros; e a diretora executiva da CNseg,

Solange Beatriz Palheiro Mendes

marcas profundasApesar dos bons indicadores de cresci-

mento, o presidente da CNseg entende que o ano de 2012 deixará marcas profundas no setor, principalmente em função das dificulda-des e obstáculos no âmbito do Judiciário, do Congresso Nacional e dos órgãos reguladores, originados, muitas vezes, segundo ele, pela incompreensão a respeito do funcionamento do setor de seguros.

“Enfrentamos importantes desafios em quase

LISTA COMPLETA DOS GANHADORES

Categoria Comunicaçãol 1º lugar: “Programa de educação ambiental para sustentabilidade”: Adriana Boscov (SulAmérica)l 2º lugar: “Academia de sustentabilidade”: Maria de Fátima Mendes Lima (BB Mapfre)l 3º lugar: “Programa Porteiro Amigo do Idoso”: Rosana Gonçalves de Rosa (Bradesco)l 3º lugar: “Projeto de campanha de combate à dengue”: Adriana Boscov e Aline Gislene de Oliveira (SulAmérica)Categoria processosl 1º lugar: “Projeto Certificação Digital em Saúde”: Rosemeire Ishiguro de Lima (SulAmérica)l 2º lugar: “Sistematização indicadores de sustentabilidade”: Adriana Boscov e Jean Pauline Espinosa (SulAmérica)l 3º Lugar: “Gestão sustentável de impressos”: Eugenio Trigueiro Rodrigues (Bradesco)Categoria produtosl 1º lugar: “Tinta à base d’água”: Kleber Lopes de Almeida Junior e Lívia Prata Nascimento (SulAmérica)l 2º lugar: “Seguro residencial com serviços ambientais”: David Pereira da Silva (Itaú)l 3º lugar: “Projeto Itaú Microcréditos”: Fernanda Bianco (Itaú)l 3º lugar: “Programa Idade Ativa”: Elizabeth Christiane Vignol Gutierrez, Andrea Mitiko Goto Hanai, Raquel Chinarro Martin e Jacqueline Caballero Minamioka (SulAmérica)l 3º lugar: “Previdência sem blábláblá”: Fabiano Lima, Adriana Nannini, Renata Soares, Natalia Pisani e Claudia Lobato (SulAmérica)

Jorge Hilário: “Os indicadores de crescimento mostram, acima de tudo, a expansão proporcional de um elemento muito importante: a confiança do consumidor. É ele que nos permite ter um desempenho tão satisfatório”

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Revista de Seguros – 13

Totens interativos:

brincando, as

crianças aprendem

a importância da

gestão de riscos e da

proteção do seguro. O

jogo foi apresentado

ao mercado durante o

almoço de

confraternização

promovido pela

CNseg

todas as áreas de atuação. Mas, como diriam os chineses, toda crise gera uma oportunidade. A CN-seg enfrentou os problemas com a atuação firme de suas comissões. Mais uma vez, provamos que a união do mercado nos torna mais fortes”, enfatizou ele, saudando os novos presidentes das Federa-ções associadas à entidade, cuja eleição aconteceu no mesmo dia da cerimônia (veja pág. 38).

Um dos momentos mais esperados da cerimô-nia foi a palestra da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva – que acabara de voltar da 18ª Confe-rência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Doha –, que deixou a plateia emociona-da. Ela afirmou que o mundo vive hoje uma crise civilizatória, que engloba aspectos econômicos, sociais, ambientais, éticos, culturais e políticos.

Também estiveram presentes ao almoço de confraternização do mercado o deputado federal e presidente da Fenacor, Armando Vergílio Neto; a presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janei-ro, Leila Mariano; os presidentes eleitos das quatro federações, Paulo Marracine (FenSeg), Oswaldo Nascimento (FenaPrevi), Marcio Coriolano (Fena-Saúde) e Marco Antonio Barros (FenaCap), além de Jayme Garfinkel, que deixou a presidência da FenSeg, e Marco Antonio Rossi, que deixou o co-mando da FenaPrevi. Entre muitas outras autori-dades, destacava-se ainda a presença de Antônio Carlos de Almeida Braga, que dá nome ao Prêmio de Inovação em Seguros. •

‘Caminhoneiro Estou Seguro’A CNseg está apostando na atração que os jogos exercem sobre o

público infanto-juvenil como mais uma forma de divulgar a cultura do seguro. No dia 16 de dezembro, foi lançado na quadra da Escola de Sam-ba do Morro Santa Marta, em Botafogo, no Rio, o jogo eletrônico “Cami-nhoneiro Estou Seguro”, desenvolvido pela Confederação em parceria com a Guanabara Games, e faz parte do projeto de educação financeira “Estou Seguro” que é promovido na comunidade do Santa Marta.

O objetivo é conscientizar a população de baixa renda sobre a importância da gestão dos riscos cotidianos, por meio de uma experiência lúdica e educativa sobre seguros para crianças e ado-lescentes. Os totens interativos ficarão disponíveis em locais estra-tégicos do Morro Santa Marta e a utilização é gratuita. As crianças e adolescentes poderão participar de campeonatos organizados pela equipe do projeto e concorrer a prêmios atrativos.

“O jogo é bastante realista, o lago parece de verdade, tem caminhão, trator, ônibus e até orelhão! A gente aprende a dirigir e ainda peguei dois seguros, um de vida e outro para consertar o caminhão. Eu não conhecia seguro, minha família só tem seguro de carro”, disse Vitor Hugo Avelar de Souza, uma das crianças que jogou diversas partidas nos totens instalados na festa.

A iniciativa do jogo é mais uma tentativa de aproximação com a comunidade do Dona Marta, onde funciona o projeto-piloto “Es-tou Seguro”, desde 2009. “Nós acreditamos que é uma forma não só eficiente de passar os conceitos do seguro, como também uma forma lúdica de lidar com esta população infanto-juvenil”, afirmou Solange Beatriz Palheiro Mendes, diretora executiva da CNseg.

Os interessados em obter qualquer tipo de esclarecimento so-bre o jogo podem contatar [email protected].

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Revista de Seguros – 14

meta é manter o ritmo de crescimento

Por MÁRCIA ALVES

O ano foi positivo para o setor de seguros, que se mostrou capaz de superar obstáculos em vários segmentos

Se 2012 pudesse ser resumido pelo mercado segurador em apenas uma palavra, mesmo com o baixo desempenho da economia no ano, esta seria ‘crescimento’. De maneira

geral, todos os ramos apresentaram desempenho positivo. Embora a economia não tenha atingido neste ano o resultado esperado, o mercado de seguros segue colhendo os frutos do aumento de renda e de consumo da população, além do au-mento do emprego formal.

Este é o caso da previdência privada, que deverá fechar o ano com 25% de crescimento e reservas da ordem de R$ 330 bilhões. Um de-sempenho “espetacular”, na avaliação de Marco Antonio Rossi, presidente da Federação Nacional de Previdência e Vida (FenaPrevi), obtido tam-bém pela operacionalização mais transparente e pela oferta de produtos inovadores.

Segundo Rossi, a melhoria de renda e a lon-gevidade estão mudando o comportamento do brasileiro. “A sociedade brasileira passou a se pre-ocupar mais com a proteção e com o futuro. Hoje, o aposentado na faixa de 60 ou 65 anos não quer

mais ir para casa botar o pijama; ele quer abrir um negócio, ter uma vida ativa e fazer novos projetos. E a previdência atende a essa nova realidade”, diz.

Ele prevê que o ritmo de crescimento acelera-do do segmento deverá manter-se pelos próximos anos, mas ressalta que ainda há muito espaço para crescer, inclusive entre as classes A e B e nos segu-ros corporativos. A redução da taxa de juros trouxe um desafio a mais para o setor, que será superado, segundo Rossi, com o esforço das empresas pela busca de maior rentabilidade.

risco futuroPara enfrentar os efeitos da queda de juros,

a receita do presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Jayme Garfinkel, é enxugar despesas administrativas e tornar mais eficientes as ferramentas de subscrição e regu-lação de sinistros. “Será importante olhar bem para o risco futuro e fortalecer as áreas de con-troles internos”, acrescenta.

Apesar desse desafio, ele informa que o desempenho dos seguros gerais atingirá neste ano todas as expectativas, alcançando um cres-cimento de 14% e receita de R$ 42,4 bilhões. Se-gundo dados da FenSeg, a carteira de automó-vel, por exemplo, deverá superar a previsão de crescimento de 12%, pois, até outubro, já havia alcançado 15,6%. Garfinkel adianta que a FenSeg espera atuar em conjunto com o governo para a redução do índice de roubo e furto de auto-móveis e que pretende continuar combatendo a atuação irregular das associações que comercia-lizam proteção veicular automotiva.

perspectivas 2013

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Revista de Seguros – 15

Uma iniciativa do go-verno que surpreendeu o mercado de seguros neste ano foi a criação da Agência Brasileira Gestora de Fundos e Garantias (ABGF). Para o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Jorge Hilário Gou-vêa Vieira, se a proposta original do governo for mantida – a de apenas atuar em áreas públicas ou quando o mercado não tiver interesse –, não haverá risco para o desenvolvimento do mercado.

Mas, ele não deixa de alertar quanto ao risco que a

avanços e retrocessos

Jorge Hilário: “A

sustentabilidade deve

permear de uma

forma pragmática

toda a cadeia do

mercado segurador,

influenciando no

comportamento

dos clientes, de

investidores, da

sociedade, de

reguladores e do

governo”

criação de um player estatal oferece à solidez do setor privado, por restringir a atuação das segu-radoras e centralizar os riscos nos cofres do go-verno. “Essa postura do governo pode sinalizar retrocesso para as resseguradoras internacionais que competem em solo brasileiro”, avalia.

Em 2012, o setor de seguro deu um im-portante passo para o seu desenvolvimento ao investir em sustentabilidade. No âmbito institucional, durante a Rio+20, o setor aderiu aos Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSI), que, entre outros propósitos, têm como foco considerar sistematicamente as questões ambientais, sociais e de governança no negócio, princípios, estratégias e operações do mercado.

Jorge Hilário reconhece que o desafio ago-ra é tornar conhecidas essas práticas de excelên-cia. “A sustentabilidade deve permear de uma forma pragmática toda a cadeia do mercado segurador, influenciando no comportamento dos clientes, de investidores, da sociedade, de reguladores e do governo”, afirma.

Jayme Garfinkel: “Será

importante olhar bem para

o risco futuro e fortalecer as

áreas de controles internos”

Marco Antonio Rossi: “A

sociedade brasileira passou

a se preocupar mais com a

proteção e com o futuro”

ARqUIVO FENAPREVI

ARqUIVO CNSEG

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ENSE

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Page 16: Revista de Seguros Ano 88 nº 883 Outubro/Novembro/Dezembro de 2012

Revista de Seguros – 16

perspectivas 2013

Soluções criativasPara o segmento de capitalização, 2012 ter-

minará com um saldo de R$ 23 bilhões de pro-visões técnicas e faturamento de R$ 17 bilhões, atingindo a meta de 20% de crescimento. No encerrar do ano, o segmento também deverá ter alcançado a marca de R$ 1 bilhão em prêmios distribuídos a clientes. O presidente da Federa-ção Nacional de Capitalização (FenaCap), Marco

Antonio Barros, atribui esse resultado, primei-ramente, à capacidade do setor de apresentar soluções criativas e flexíveis, e também à aces-sibilidade do produto, ausência de burocracia, dispensa da comprovação de renda e o aumen-to da demanda pela classe C.

Além desses fatores, a capitalização ainda conta com uma novidade para crescer ainda mais em 2013. Trata-se do microsseguro premia-do, que, na avaliação do presidente da FenaCap, deverá promover um novo ciclo de crescimento. “A redução da burocracia e das formalidades que giram em torno da contratação desse seguro vão ajudar a alavancar o microsseguro e a capi-talização”, prevê.

atos regulatóriosNo segmento de saúde, o aumento da de-

manda por serviços impulsionou o crescimento. De acordo com dados da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entre junho de 2011 e junho de 2012, o número total de beneficiários do setor cresceu 6,3%, passando de 62 milhões para 66 milhões. Na mesma base de comparação, os beneficiários de planos de assistência médica cresceram 4,3% e os de pla-nos exclusivamente odontológicos, 12,2%. As receitas das associadas da FenaSaúde cresceram 16,4% no primeiro semestre do ano.

Mas as empresas do setor enfrentaram dificuldades, sobretudo as relacionadas aos atos regulatórios. Segundo o presidente da FenaSaúde, Marcio Coriolano, este foi um ano de forte regulação na questão de aposentados e demitidos, do pool de risco, do monitora-mento assistencial, modelos de remuneração de prestadores, dentre outros. “Os ajustes no mercado são fundamentais para promover melhorias no setor”, afirma.

Igualmente importante, a seu ver, é a união de esforços entre o setor privado, governo e reguladores para definir mecanismos que pos-sam financiar adequadamente o aumento de despesas médicas e previdenciárias que conti-nuarão crescendo com a maior longevidade da população. “Não é por outra razão que temos esperança na aprovação do VGBL Saúde”, diz. •

Marcio Coriolano:

“Os ajustes no

mercado são

fundamentais para

promover melhorias

no setor”

Marco Antonio

Barros:

“A redução da

burocracia e das

formalidades vão

ajudar a alavancar

o microsseguro e a

capitalização”

ARqUIVO FENACAP

ARqUIVO FENASAúDE

Page 17: Revista de Seguros Ano 88 nº 883 Outubro/Novembro/Dezembro de 2012

Revista de Seguros – 17

retrospectiva

Desempenho da economia em 2012 foi frustrante

Por DENISE BUENO P

oucos economistas ousam arriscar pre-visões para 2013. A incerteza se dá pela fraca recuperação do PIB no terceiro trimestre de 2012. Mesmo com incentivos

fiscais e redução da taxa de juros, o desempenho da economia foi frustrante a cada trimestre.

De janeiro a março, o PIB avançou 0,1% em relação ao trimestre anterior. Nos três meses seguintes, 0,2%, e, entre julho e setembro, 0,6%, praticamente metade do que previam governo e economistas. “A recuperação está muito mais lenta do que se imaginava”, avaliou Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco.

Segundo estudos de economistas dos prin-cipais bancos do País, o desempenho do setor de serviços, com maior peso no PIB, puxou o cresci-mento para baixo. Os bancos têm grande peso

no resultado de serviços e sentiram no bolso a queda da taxa Selic e o aumento da inadimplên-cia. “Para crescer, é preciso investir na capacidade produtiva. Se o investimento não vem, a capaci-dade produtiva trava o crescimento no futuro”, afirma Goldfajn.

O economista Octávio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bra-desco, acredita que o baixo crescimento da economia em 2012 está relacionado à crise ex-terna. Para ele, tudo o que poderia dar errado deu. “Cerca de 70% do resultado do PIB deste ano foi consequência do cenário global. O restante se deve a fatores internos e regionais, que travam os investimentos governamentais”, afirma em relatório.

projeção médiaCom resultado pífio, o crescimento pre-

visto de 2012 passou de 1,5% para 1% em boa parte dos relatórios semanais divulgados pelos bancos, mas o governo mantém o otimismo. “A trajetória é positiva e o quarto trimestre vai ser melhor e assim deverá continuar a economia para 2013”, comentou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao divulgar os resultados do terceiro trimestre.

Para 2013, a projeção média dos economis-tas passou de 4,5% para 4%. “A economia está em expansão, mas o ritmo adiante pode ser mais lento do que o previsto. O consumo mostra vigor, enquanto as exportações e os investimentos fraquejam”, afirma a equipe econômica do Itaú.

Para Barros, os empresários devem reagir de forma positiva aos estímulos voltados para o setor de bens de capital, elevando os investi-mentos para 2013, o que certamente estimulará a economia. Ele se referiu à redução dos juros de financiamentos por parte do BNDES, anunciados pelo governo durante 2012. •

O crescimento do PIB, entre julho e setembro, foi praticamente a metade do que previam governo, analistas e economistas

Ministro Mantega:

apesar do resultado

pífio da economia

ao longo do ano, o

governo mantém o

otimismo e espera

desempenho

melhor em 2013

ANTONIO CRUZ/ABR

Page 18: Revista de Seguros Ano 88 nº 883 Outubro/Novembro/Dezembro de 2012

Revista de Seguros – 18

Comissões Temáticas

Um balanço dos avanços e dos desafios de cada área

Durante reunião, em novembro, superintendentes da CNseg falaram sobre o desempenho de suas comissões

Um balanço dos trabalhos realizados, o compartilhamento do conhecimento dos principais temas que impactam o setor e, sobretudo, o reconhecimento

dos avanços obtidos foram a síntese do evento que reuniu as 14 Comissões Temáticas da CNseg, em 21 de novembro, no Rio de Janeiro.

Na abertura do evento, Jorge Hilário Gou-vêa Vieira, presidente da CNseg, ressaltou o fato de 2012 ter sido um ano intenso para todas as comissões nas áreas regulatória, jurídica e fiscal. “Foi um ano de muito trabalho e de reação contra atos do governo, mas de avanços signi-ficativos. No ano que vem, devemos continuar enfrentando as interferências do governo, mas também nos antecipar e propor ações que possam evitar entraves ao desenvolvimento do mercado”, afirmou.

O esforço de cada membro das comissões foi destacado por Solange Beatriz Palheiro Men-des, diretora executiva da CNseg, que ressaltou as dificuldades das agendas, mas também o resultado do trabalho que está ganhando visi-bilidade. “Nesta gestão, ficou muito claro que a Confederação representa os interesses das federações e dos vários segmentos. Na prática, isso se dá por meio do trabalho das comissões

temáticas, que contam com representantes das federações”, ressaltou Solange Beatriz.

Discussão conjuntaDurante o evento, cada superintendente

teve a oportunidade de falar sobre suas comis-sões. Alexandre Leal, superintendente de Regu-lação da CNseg, apresentou as sete comissões desta área (Atuarial, Administração e Finanças, Assuntos Fiscais, Controles Internos, Processos de Tecnologia da Informação, Investimentos, e Resseguro) e destacou que um dos principais desafios é fazer com que os assuntos comuns a elas sejam discutidos em conjunto.

Segundo afirmou, o setor está às vésperas do encerramento de quatro consultas públicas: as da circular e da resolução sobre provisões técnicas, além das consultas sobre capital mí-nimo e capital de risco de vida individual e de previdência.

Presidente da Comissão Atuarial, Almir Martins Ribeiro, superintendente Atuarial da Marítima Seguros, observou que 2012 foi um ano atípico pela quantidade de temas que impacta-ram o setor na área atuarial. “Em 36 anos, não me lembro de um ano que tenha tido tanta ativida-de. Foram 27 reuniões em dez meses, com uma

Por CARMEN NERY

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Revista de Seguros – 19

média de 20 pessoas em cada reunião. Só na Susep foram nove reuniões para discutir o Teste de Adequação de Passivos (TAP)”, elencou.

impacto operacionalNa avaliação de Almir Ribeiro, a mudança

que talvez tenha um impacto operacional maior para as seguradoras, em relação às provisões técnicas, é a Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG). “Estão prevendo uma redução no cálcu-lo da PPNG, e há algumas mudanças previstas que envolverão mais profissionais da área de TI. Vamos tentar um prazo maior”.

Ele observou que já está em discussão uma nova base de dados sobre perdas operacionais que vai mensurar o risco operacional das se-guradoras. “A partir dessas informações serão calculados novos fatores de risco e, aí sim, pode haver um impacto maior”, alertou, ressaltando o Encontro Nacional de Atuários, que terá sua ter-ceira edição em 2013.

Trabalho árduoO presidente da Comissão de Controles

Internos, Assízio Aparecido de Oliveira, represen-tante da Zurich Brasil Seguros, lembrou o traba-lho árduo que foi desenvolvido junto à Susep,

desde a divulgação da primeira circular sobre este assunto.

O objetivo era melhorar as regras, tornando--as mais claras e de acordo com o regulamento internacional e as exigências do Grupo de Ação Financeira (GAFI). Para Alexandre Leal, a grande vitória do setor foi a publicação, pela Susep, da Circular 445, que trata dos controles para pre-venção à lavagem de dinheiro.

A Comissão de Controles Internos abrange as áreas de gestão de risco, compliance e au-ditoria interna. Assízio Oliveira fez um balanço das negociações para promover alterações na Resolução 118 e na Circular 280, que tratam das atribuições das auditorias interna e externa.

“Fizemos um substitutivo com o objetivo de evitar sobreposição, reduzir o custo das au-ditorias externas e valorizar a auditoria interna, tornando-a mais independente”, explicou ele, lembrando que em 2013 será realizada a sétima edição do Seminário de Controles Interno do Mercado Segurador e a terceira turma do curso de extensão universitária em compliance.

Cobrança de iSSPara Antonio Teles de Medeiros, presidente

da Comissão de Assuntos Fiscais e gerente de

Da esq./ dir.: Antonio Teles de Medeiros, Assízio Aparecido de Oliveira, Alexandre Leal, Wady Cury, Almir Ribeiro e Roberto Almeida

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Revista de Seguros – 20

Comissões Temáticas

Contabilidade Fiscal da Bradesco Seguros, a área ainda carece de aproximação com seu principal interlocutor, que é a Receita Federal. Ele destaca a preocupação do setor com o regime transitório – o regime de tributação instituído pela Receita, visando à neutralidade tributária, em função da adoção do modelo de contabilidade convergen-te às praticas internacionais do IFRS (International Financial Reporting Standards). O Sistema Público de Escrituração Fiscal (SPED) e a certificação digi-tal são outros itens que aumentam o trabalho e os custos operacionais, na sua avaliação.

A preocupação de Medeiros se estende ao Siscoserv – sistema de controle análogo ao Siscomex, mas voltado para a área de serviços –, que surpreendeu o setor. Ele teme que o setor de seguros seja taxado pelas Prefeituras por meio da cobrança do ISS (Importo Sobre Serviços). “Estamos preocupados com as multas eventuais em função do envio incorreto das informações. E algumas prefeituras já vêm re-querendo a emissão da nota fiscal de prestação de serviço por cada prêmio faturado”, alertou Medeiros.

As alterações feitas nos últimos cinco anos para o setor de resseguros, a partir da Resolução 168, foram ressaltadas por Wady Cury, presiden-te da Comissão de Resseguros e diretor geral de Grandes Riscos do Banco do Brasil/Mapfre. “É preciso promover a interação com as outras comissões, para se chegar a um comportamento homogêneo e possibilitar que o órgão regulador

entenda o nosso dia a dia”, conclamou.Roberto Almeida, presidente da Comissão

de Processos de TI e coordenador de Informática da Porto Seguro, convidou as demais comissões a considerarem a área de TI como uma comissão consultiva. “Estamos nos envolvendo nos negó-cios do setor cada vez mais. Por isso, nos con-videm a discutir e participar das ideias, dos pa-drões e das bases de dados”, solicitou Almeida.

Foco sustentávelTambém foram apresentadas avaliações e

perspectivas das cinco comissões vinculadas à área de Relações com o Mercado (Sustentabi-lidade, RH, Microsseguro e Seguros Populares, Ouvidoria e Relações de Consumo). Coube à su-perintendente da área, Maria Elena Bidino, relatar parte dos trabalhos institucionais da CNseg no campo da Sustentabilidade.

Entre os mais importantes, ela destacou a adesão aos Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSI); lembrou o termo aditivo ao Proto-colo do Seguro Verde, subscrito pela CNseg, o Mi-nistério do Meio Ambiente, a Secretaria de Esta-do do Ambiente do Rio de Janeiro e o Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, e outras ações que colocam o mercado no protagonismo da questão ambiental.

Em razão de compromissos profissionais, Adriana Boscov, presidente da Comissão de Sustentabilidade da CNseg e superintendente de Sustentabilidade Empresarial da SulAmérica, não participou do encontro – mas foi represen-tada por Jorge Costa Laranjeiro, coordenador de produtos da Itaú Seguros. Segundo ele, em 2013, a comissão irá alinhavar modelos para incluir as questões ambientais, sociais e de governança na política de subscrição de riscos.

Em lugar de Vanessa Pina, presidente da co-missão de RH e diretora de Capital Humano da SulAmérica, coube a Maria Aparecida Carneiro, gestora da Gestão de Pessoas da Bradesco Segu-ros, relatar os temas recorrentes na Comissão de RH, como melhor preparo da mão de obra e a retenção de talentos. Também destacou a cria-ção de três grupos de trabalho (Remuneração, Indicadores de Desempenho e Bancos de Hora),

Da esq./ dir.: Antonio Mazurek,

Gloria Faria e Washington Luis

da Silva

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Revista de Seguros – 21

cujas contribuições podem ajudar as empresas a terem uma política de RH mais proativa.

Eugênio Velasques, presidente da Comissão de Microsseguros e Seguros Populares e diretor executivo da Bradesco Seguros, destacou os projetos de 2012, como o ‘Estou Seguro’, que envolveu 17 seguradoras num trabalho pioneiro no Morro Santa Marta; a distribuição de 40 mil cartilhas de educação financeira e as demais ini-ciativas para divulgar a cultura do seguro junto a comunidades.

“Aprendemos muito com esses projetos e entendemos que é possível banir o papel. Um simples SMS permite emitir a apólice para o segurado mensalmente”, disse ele, que desta-cou como ações para 2013 o II Workshop sobre Meios Remotos, o início das vendas de micros-seguros e o lançamento do jogo ‘Caminhoneiro Estou Seguro’, um instrumento de educação sobre seguros para crianças e jovens.

reclamações via SmSPresidente da Comissão de Ouvidoria e dire-

tor de Ouvidoria do Grupo Banco do Brasil e Ma-pfre, Mário Teixeira de Almeida Rossi falou sobre as expectativas para 2013. “Entre os desafios está a criação da Ouvidoria para Microsseguros. E as seguradoras devem se preparar para receber as reclamações desse público consumidor via SMS”, alertou.

Luiz Celso Dias Lopes, presidente da Co-missão de Relações de Consumo e superinten-dente de Relações com Órgãos Reguladores da SulAmérica Seguro Saúde, lembrou que o tema

defesa do consumidor entrou definitivamente na pauta do governo. Para exemplificar, citou a decisão de agências reguladoras, como a Anatel e a ANS, de suspender as atividades de opera-doras que não estavam prestando bom atendi-mento; a elevação do Departamento de Defesa do Consumidor a status de Secretaria; e a criação do SuperCade. “Mas esta tendência de proibir algumas empresas de venderem seus produtos pode ameaçar a nossa indústria”, alertou.

assuntos JurídicosSuperintendente da Área Jurídica da CNseg,

Gloria Faria tem sob sua alçada de trabalho as Co-missões de Assuntos Jurídicos e de Relações Go-vernamentais. Washington Luis da Silva, presiden-te da primeira e diretor jurídico da Metropolitan Life Seguros e Previdência Privada, lembrou que todas as circulares passam pela sua área e infor-mou que a comissão se baseia na área jurídica da CNseg. “O jurídico hoje não se apoia apenas em legislação, tem de entender de produto, indústria e consumo”, disse ele, informando que uma das metas para 2013 é atuar em conjunto com a Ouvi-doria e a Comissão de Relações de Consumo.

Encerrando a reunião, Antonio Mazurek, presidente da Comissão de Relações Governa-mentais e diretor de Relações Governamentais da CNseg, fez um balanço da atuação da co-missão em Brasília, onde acaba de ganhar um novo escritório. E destacou o trabalho junto às comissões da Câmara e do Senado, a emenda a projetos, os contatos pessoais nos Ministérios e a atualização diária dos projetos de interesse. •

Da esq./ dir.: Luiz Celso Dias Lopes, Eugenio Velasques, Maria Elena Bidino, Mario Teixeira de Almeida Rossi, Maria Aparecida Carneiro e Jorge Laranjeiro

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Susep promete mais atenção ao microsseguro

Além de intensificar ações de fiscalização e de combate ao seguro pirata, autarquia promete mais atenção ao microsseguro

O combate ao seguro marginal – ou seguro pirata, como é chamado no mercado – foi uma das principais bandeiras levantadas pela Supe-

rintendência de Seguros Privados (Susep) em 2012. Mas não a única. “Muitas decisões impor-tantes foram tomadas ao longo do ano, que foi de muita atividade”, avalia o superintendente Luciano Portal Santanna.

Logo nos primeiros meses do ano, a autar-quia assumiu o cadastramento de corretores, realizado de forma simplificada e sem custos por meio de seu site. Pouco tempo depois, au-mentou o controle sobre a lavagem de dinheiro e, em outra frente, concretizou a aguardada re-gulamentação dos produtos de microsseguros.

FiscalizaçãoParalelamente a esse trabalho, a Susep in-

tensificou a fiscalização do setor. “Foi também um ano de fiscalização ímpar”, avalia Luciano Santanna. Segundo ele, algumas empresas não eram fiscalizadas havia mais dez anos. “Mesmo com uma equipe diminuta, conseguimos dar conta do recado”, destaca.

O uso do Termo de Ajustamento de Con-duta (TAC) em substituição às sanções às segu-radoras, que foi uma das promessas do superin-tendente ao assumir o cargo, em 2011, avançou bastante e, segundo ele, deverá ser intensificado no próximo ano. Também será mantido o com-

bate ao mercado marginal do seguro de auto-móvel e ampliado o foco para o seguro funeral.

atenção especialDe acordo com o superintendente, a co-

mercialização de microsseguro é outro assunto que merecerá atenção especial da Susep no próximo ano. “Será o momento de verificar como esse mercado, enfim, se comportará”, diz ele, que acredita num cenário mais otimista para a venda desses produtos populares. “Nós tomamos todas as medidas para evitar qual-quer tipo de problema para o consumidor”.

Para Luciano Santanna, o microsseguro é um elemento a mais a favor da evolução do setor, que, segundo sua previsão, continuará se expandindo no mesmo patamar dos dois últimos anos. “O mercado está maduro e bem regulado; e o microsseguro abrirá um novo ni-cho para as empresas. Além disso, significará o fortalecimento da poupança interna, democra-tizando o acesso de mais pessoas aos produtos deste segmento”, conclui. •

Órgão regulador

Por MÁRCIA ALVES

Luciano Santanna: “O mercado está maduro; e o

microsseguro abrirá um novo nicho para as empresas”

DIVULGAçãO

Page 23: Revista de Seguros Ano 88 nº 883 Outubro/Novembro/Dezembro de 2012

Revista de Seguros – 23

portal CNseg

Novo desenho valoriza ainda mais a informação

Por CARMEN NERY E

ntrou no ar, em 4 de dezembro, o novo portal corporativo da CNseg, totalmen-te reformulado. Mais amigável, dinâ-mico e com um desenho que valoriza

ainda mais a informação, o novo site tem a preocupação de facilitar a navegação e a rápi-da localização dos itens mais relevantes.

As principais mudanças estão na estrutura e no conceito do portal, que passa a destacar a marca CNseg e a agregar os sites de cada uma das federações associadas (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap).

As federações passam a ter uma maior autonomia em relação à exibição de notícias,

publicações e arquivos multimídias – quem digitar o endereço eletrônico de uma delas vai direto para a página inicial da entidade. Antes, o internauta era direcionado para home da Confederação, necessitando de mais um clique para chegar aonde queria.

acesso ao conteúdoAs notícias foram bastante valorizadas nesta

nova organização, exibidas nas páginas iniciais de cada um dos sites, vinculadas a imagens que ajudam a reforçar a comunicação. Isso permite valorizar ainda mais o posicionamento da CNseg, que é reconhecida como a mais importante fonte de informações sobre o setor de seguros. Nesse sentido, o novo portal também elegeu a imprensa como um de seus públicos-chave, assim como o mercado, os estudantes e a sociedade em geral.

No banner principal do site, as manchetes das notícias mais relevantes, as principais informações, campanhas e eventos são apresentados de for-ma randômica; e o usuário pode clicar em cada uma delas e ter acesso ao conteúdo. Na parte superior, logo abaixo da marca CNseg, são exibi-dos os menus temáticos – Confederação, Merca-do, Central de Serviços, Estudos, Documentação e Memória, Multimídia, Evento e Imprensa –, que direcionam todo o conteúdo do acervo.

À direita, estão os hotsites de projetos rele-vantes para a CNseg e o mercado, como o site de Sustentabilidade, o Prêmio Antônio Carlos de Almeida Braga e Estatísticas do Mercado Segura-dor. Logo abaixo, há os ícones para consulta ao FAJ-TR e o que permite a denúncia de fraudes.

O portal começou a ser reformulado a par-tir de abril, por meio de estudos e de entrevistas com gestores da confederação, das federações e das seguradoras, além de jornalistas e profis-sionais de TI. O projeto apostou nas modernas tendências usadas nos sites corporativos.

A programação visual ficou por conta da em-presa Diz’ain, também responsável pela estrutu-ração da arquitetura da informação. A ferramenta escolhida para o gerenciamento de conteúdo foi o Lumis. Nos próximos meses, haverá novas funcionalidades, como integração com redes sociais e versão para dispositivos móveis. •

Reforço da comunicação amplia o posicionamento da CNseg, reconhecida como a mais importante fonte de informações do setor

Novo portal elegeu a imprensa como um de seus públicos-chave, assim como o mercado,

os estudantes e a sociedade em geral

REPRODUçãO

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Revista de Seguros – 24

Nova lei do Seguro

Texto do projeto de lei pode sofrer modificações

Depois de ouvir especialistas do mercado, relator diz que parecer sobre PL 3555/04 deve ter substitutivo à redação atual

A Comissão Especial destinada a discutir o Projeto de Lei 3555/2004, que trata da Nova Lei Geral de Seguros, encer-rou suas atividades com previsão para

apresentar seu parecer no primeiro semestre de 2013. De acordo com o relator, deputado Arman-do Vergílio (PSD-GO), há um questionamento sobre o conteúdo do projeto que, da maneira como está, não atende ao mercado. “É cedo para dizer o que o relatório vai propor, mas a tendên-cia é que seja apresentada uma atualização para todas as legislações referentes ao mercado se-gurador, pensando em uma maneira integrada de harmonizar qualquer eventual mudança. Mas, pelo que já discutimos, começa a se desenhar um substitutivo do atual PL”.

Em 2012, a Comissão trabalhou na constru-ção de subsídios, realizando audiências públicas e um seminário sobre a questão. As atividades deverão ser retomadas em fevereiro, quando se-rão avaliadas todas as informações e será defini-do se ainda há necessidade de novas audiências. O presidente da Comissão Especial, deputado Edinho Bez (PMDB-SC), cogita a possibilidade de

enviar um grupo à Suíça para conhecer o mode-lo de uma lei única de contratos que está sendo debatido pelo parlamento europeu.

A Comissão chegou a ouvir o autor do PL 3555/04, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Para ele, o PL tem uma “espinha dorsal” voltada para a segurança jurídica e previsibilida-de, que deve ser mantida, mas considerou que as discussões estão tendendo a trabalhar a atua-lização e aperfeiçoamento das leis e normas que regem o seguro e resseguro.

Efeitos imediatosA necessidade de uma lei específica para

o setor, no entanto, foi questionada durante os debates. O presidente da CNseg, Jorge Hilário Gouvêa Vieira, afirmou que não há a necessi-dade de criação de uma lei específica para o mercado segurador, pois já existem normas em vigor, e garantiu que o PL 3555 engessa o mer-cado, impondo ônus à atividade que deverá ser repassado ao segurado.

O aumento da burocracia também foi ressal-tado pelos presidentes da FenSeg, Jayme Brasil

Por LENIR CAMIMURA

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Garfinkel; da FenaPrevi, Marco Antonio Rossi; e do Sindicato das Seguradoras RJ/ES, Luiz Tavares Pereira Filho. Eles afirmaram que a burocratização dos contratos, um dos efeitos imediatos do PL, trará a elevação do custo do seguro no País, com o consequente aumento do valor médio das co-berturas, o que limitaria o acesso da população à proteção do seguro, detendo sua expansão.

O secretário Adjunto do Ministério da Fa-zenda, Dyogo Henrique de Oliveira, que repre-sentou o ministro Guido Mantega durante uma audiência, defendeu que o sistema de seguros brasileiro é exemplo mundial de qualidade e não precisa de legislação detalhada.

Sistema de exceção A preocupação do governo é que, na tentativa

de enquadrar todos os tipos de contrato em uma única regra, crie-se um sistema de exceção, que não terá como cobrir todos os riscos, ou que irá incluir no cálculo do custo da cobertura o incre-mento da dificuldade de prever todas as situações.

A presidente da Comissão de Direito Secu-ritário da Ordem dos Advogados do Brasil, sec-

Projeto de lei: as atividades da Comissão Especial que discute o texto deverá retomar as atividades em fevereiro

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participações em eventos Audiência Pública: José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça; Dyo-go Henrique de Oliveira, secretário Adjunto do Ministério da Fazen-da, que representou o ministro Guido Mantega; Jorge Hilário Gou-vêa Vieira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg); Jayme Brasil Garfinkel, presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg); e Luiz Felipe Braga Pellon, advogado especializado em Direito do Seguro.

Seminário: Alessandro Octaviani Luis, conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade); Fabio Ulhoa Coelho, professor de Direito da PUC; José Maria Muñoz Paredes, doutor e professor de Direito Mercantil da Universidade de Oviedo (Espanha); Walter Antonio Polido, ex-diretor do IRB; Paulo Luiz de Toledo Piza, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Seguro (IBDS); Débora Schalch, presidente da Comissão de Direito Securitário OAB-SP; Nelson Eizirik, professor e ex-diretor da CVM; Roberto Westen-berger, atuário vinculado à Pricewaterhouse Coopers; Luiz Tavares Pereira Filho, presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro e Espírito Santo; Marco Antonio Rossi, presidente da Federa-ção Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi)

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Revista de Seguros – 26

Nova lei do Seguro

cional São Paulo (OAB-SP), Débora Schalch, que participou do Seminário “Nova Lei Geral de Seguros”, disse que tanto o Código Civil quanto o Código de Defesa do Consumidor atendem às questões do seguro e dos segurados, sendo suficientes para reger o setor; e descartou a criação de uma nova lei.

A maneira como os contratos de grandes riscos são tratados pelo PL 3555/04 também foi questionada na Comissão Especial. O advogado especializado em Direito Securitário Luiz Felipe Pellon, por exemplo, afirmou que o “seguro não pode existir ou se desenvolver sem o resseguro”.

indústria mundial Seguindo este parâmetro, o relator do PL,

deputado Armando Vergílio, reconheceu que é preciso ter o cuidado de não excluir o Brasil da indústria mundial de resseguro ao propor uma nova lei de contratos. Ele lembrou que o texto do projeto é anterior à Lei Complementar 126/2007, que abriu o mercado de resseguros.

“Isso também deve ser observado com bastante cuidado porque, depois da promul-gação da LC 126 e do marco regulatório legal, os grandes riscos têm que ser vistos de uma forma diferente, pois antes havia um ambiente de monopólio de resseguros, no qual o contra-

to influía muito pouco, mas que hoje é a base do resseguro. Logo, para ser negociado, o con-trato deve estar em consonância com o que é operado mundialmente”, ressaltou.

parceiro do governoO presidente da CNseg alegou que o merca-

do segurador quer ser parceiro do governo para realizar as obras de infraestrutura, evitando, assim, que “o governo brasileiro desperdice dinheiro e possa fazer investimentos com garantia”.

O mercado também sugeriu que seja dado um maior foco à regulação. Jorge Hilário informou que a CNSeg já encaminhou uma proposta ao Ministério da Fazenda e à Superin-tendência de Seguros Privados (Susep) voltada à reformulação do órgão, dando-lhe independên-cia, com mandatos e metas, alcançando, assim, uma postura moderna de regulação.

As mudanças também foram defendidas pelo professor e ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Nelson Eizirik. No seu entendimento, isso daria maior autonomia e força aos normativos do órgão, que seriam pautados na equidade dos contratos e harmonização das rela-ções de consumo. De acordo com Eizirik, poderia ser criada uma Câmara de Seguros, com o objeti-vo de discutir as novas regras do mercado. •

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Uma iniciativa da Confederação Nacio-nal das Seguradoras (CNseg) pretende contribuir para gerar maior transpa-rência na compra de seguro pelo con-

sumidor, de forma a reduzir ou mesmo eliminar eventuais frustrações que ele possa vir a ter no futuro. Seguradoras, entidades de previdência privada complementar aberta e empresas de capitalização já podem contar com a coleção Pontos-Chave, composta por nove livretos com importantes informações transcritas de forma simples e objetiva sobre os principais produtos comercializados pelo mercado.

A superintendente de Relações com o Mer-cado da CNseg, Maria Elena Bidino, explica que o público-alvo da publicação são os consumidores, para que estes conheçam melhor a cobertura que estão comprando e saber se a mesma aten-de às suas necessidades. Os livretos traduzem os conceitos técnicos do setor, o "segurês", para uma linguagem que ajuda o consumidor a decidir sobre a compra de forma consciente nos ramos de previdência privada, saúde suplementar e ca-pitalização. As publicações sobre seguros gerais ainda estão sendo finalizadas pela FenSeg.

"O segurado não lê as condições da apóli-ce, com dezenas de cláusulas. E sabemos que excesso de informação é tão danosa quanto a sua escassez. Cabe, portanto, a nós, profis-

livretos ajudam consumidor a comprar de forma consciente

Pontos-chave: o objetivo das publicações, que podem conter as cores e logomarca das empresas, é aprimorar a comunicação do mercado com consumidores

Por MARIA LUISA BARROS

Consumidor

sionais da indústria, a tarefa de encontrar esse caminho da comunicação eficaz para atingir os nossos consumidores, para torná-los conscien-tes da compra que estão efetuando", explica.

“O Brasil tem 40 milhões de pessoas na classe média, que se veem diante da oportu-nidade inédita de acesso a seguros e serviços financeiros e precisam ser educadas para consumi-los de maneira consciente”, afirma a superintendente.

A executiva acredita que iniciativas como essas possam aprimorar a comunicação do processo de venda dos produtos do merca-do com os consumidores. Essa foi uma das motivações que inspiraram a elaboração do material: redução dos processos no judiciário e das reclamações nos Procons e nas ouvidorias. "Educar, educar, educar é a palavra de ordem que se estende a todos os consumidores. Esse é desafio dos seguradores em todo o mundo: como prover as informações importantes para que o consumidor compre o produto adequa-do", diz Maria Elena Bidino.

Os livretos podem ser personalizados, com as próprias cores e logomarcas da empresa, seja no seu site ou quando do envio das infor-mações para os corretores e demais canais de distribuição. Para isso, basta acessá-lo no site da CNseg: www.CNseg.org.br. •

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Revista de Seguros – 28

Energia Eólica

os ventos sopram a favor da indústria do seguro

No balanço da matriz energética do País, a energia produzida a partir dos ventos ainda ocupa a acanhada participação de 1,5%

A força cinética dos ventos na produ-ção de eletricidade também move novos negócios na indústria de seguros. Pela desproporção entre o

grande potencial eólico do Brasil e o número ainda reduzido de usinas à base dessa fonte renovável, o aumento da participação das eólicas na matriz energética está na ordem do dia. O Programa de Aceleração do Cres-

cimento (PAC) 2, capitaneado pelo governo federal, dá prova: 19 centrais a vento entraram em operação desde

2011 e outras 68 já tiveram suas obras iniciadas. Ao todo, somarão potência de 2.291 megawatts (MW) – 8,2% dos 28.022 MW previstos para os 135 em-preendimentos elétricos do PAC.

Limpa, boa empregadora e cada vez mais competitiva, a geração eólica

vem conquistando mercado nos últimos leilões de energia nova e de reserva, pro-movidos pela Agência Nacional de Energia

Elétrica (Aneel). Em 2011, dos 5.200 MW con-tratados nesses pregões a fornecedores que ainda não puseram suas usinas em operação, 2.900 MW serão produzidos pela força dos ventos. Por conta de preços atraentes do megawatt/hora (MWh), que chegou a ser arrematado a até R$ 97, a produção eólica é a fonte alternativa que mais cresce nesses leilões desde 2009, disparada na frente das pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e das termelétricas acionadas a biomassa.

pregões da aneelO número de empreendimentos eólicos

habilitados para o leilão convocado pela Aneel em dezembro de 2012 fala por si. Dos 525 projetos avalizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia, 484 foram de centrais a vento. Para atender a demanda das dis-tribuidoras a partir de 2017, essas eólicas projetadas somam potência de 11.879 MW – 83,8% dos 14.181 MW habilitados para o leilão. Ao garantir a contratação antecipada do fornecimento, os pregões da Aneel es-timulam investimentos no setor e facilitam a aquisição de financiamentos para tirar os projetos do papel.

Os empreendimentos eólicos com ha-

Por FRANCISCO LUIZ NOEL

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Revista de Seguros – 29

bilitação técnica da EPE são cerca de 600, totalizando potência acima de 16.000 MW. Os estados do Nordeste, pela constância e velo-cidade regular de seus ventos, são destinatá-rios de três quartos desses empreendimentos

(12.000 MW), en-quanto os estados

da Região Sul ficam com o restante. Ainda que muitos

desses projetos possam não se tornar realidade, seu volume demonstra que a ge-

ração eólica chegou para ficar na agenda das empresas brasileiras de energia e de inves-tidores nacionais e estrangeiros, favorecida pelos ventos globais em favor de alternativas renováveis no setor elétrico.

presente e futuroNo balanço da matriz energética de ele-

tricidade no País, a energia produzida pelos ventos ainda ocupa, porém, a acanhada participação de 1,5% - 1.815 MW dos 119.966 MW de capacidade instalada para a geração elétrica no Brasil. As hidrelétricas detêm 66% do setor, seguidas de longe pelas termelé-tricas, com 27% de participação. De acordo com números da Aneel, o País chegou ao fim de 2012 com 82 eólicas em funcionamento. Incluídas as unidades ativas e em obras, 210 centrais a vento têm autorização outorgada pela agência.

Pela abundância de ventos e dimen-são continental, o Brasil deveria estar apostando mais na força energética das massas de ar e menos nas hidrelétricas, na visão de especialistas em tecnolo-gias eólicas e estudiosos do tema. “Os ganhos na eficiência tecnológica das eólicas, que estão tendo seus custos reduzidos em todo o mundo, são negli-

genciados”, afirma o especialista em energia Adilson de Oliveira, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A ideia de que as hidrelé-tricas são mais baratas é coisa do passado, ele observa. “Uma análise com expectativas futuras produz outro resultado: a maior competitividade da geração eólica”.

potencial eólico A situação e as perspectivas dos recur-

sos eólicos no País são esmiuçadas em livro recém-lançado pelo especialista em economia sustentável José Eli da Veiga, da Universidade de São Paulo, com estudos de Adilson de Oli-veira e do especialista em tecnologia eólica Osvaldo Soliano. Ele estima que o potencial eólico do País chega a 300 gigawatts (GW), acima dos recursos hidrelétricos. Para Olivei-ra, as eólicas poderiam ter grande papel na ampliação do parque gerador do Nordeste. “Essa expansão eólica, combinada com uma complementação de geração térmica a gás natural, é a solução econômica mais competi-tiva atualmente”, defende.

Uma central eólica, também chamada de wind farm (fazenda de vento), tem em torno de 20 aerogeradores, no modelo padrão. Cada um desses dispositivos, conhecidos como turbinas de vento, é composto por uma torre de até 80 metros de comprimento, que sustenta um rotor movido por uma grande hélice de três pás, que transmite giro a um gerador capaz de produzir 3 MW. Além de gerar postos de trabalho na construção, de forma direta e indireta, a usina acionada a vento mantém empregos depois da entrada em operação, nos serviços de manu-tenção. Os especialistas garantem que, propor-cionalmente, uma eólica gera mais trabalho por MW do que uma hidrelétrica.

“Os ganhos na eficiência tecnológica das eólicas, que estão tendo seus custos reduzidos em todo o mundo, são negligenciados”Adilson de Oliveira

Parque Eólico do Cerro Chato: 19 centrais a vento entraram em operação no Brasil, desde 2011, e outras 68 já tiveram suas obras iniciadas. Ao todo, somarão potência de 2.291 MW.

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Energia Eólica

produtos de seguroNo mercado brasileiro de seguros, o nú-

mero de companhias atuantes no segmento eólico ainda é pequeno, mas tende a aumentar à medida que essa fonte renovável de geração for ampliando sua participação na matriz ener-gética. “O seguro de uma central eólica não é diferente do de outros riscos operacionais de grande porte ou de geração de energia”, ex-plica o vice-presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Octávio Bromatti.

O procedimento central é o de inspeção técnica e avaliação dos aerogeradores, para ve-rificação de eventual histórico desfavorável do modelo ou fabricante. Os principais riscos numa eólica são os raios e vendavais. No histórico global dessa fonte renovável, já há casos de queda de torre que, em efeito dominó, provocou a derruba-da de outras – risco associado ao enfileiramento de aerogeradores muito próximos uns dos outros.

“Não significa que não haja outros riscos, como quebra de máquinas, por defeitos e ava-rias internas, ou incêndio, por superaquecimen-to e curto circuito”, observa Bromatti, diretor de Riscos Patrimoniais e Responsabilidade Civil da Zurich Seguros, uma das companhias presentes no segmento. “Na construção e montagem, os maiores riscos são de queda em função de o trabalho ser realizado em grandes alturas.”

impactos sociaisNa comparação com outras fontes de

geração elétrica, as eólicas têm impacto ambiental reduzido. “Eles são basicamente a alteração da paisagem e a influência na reprodução das aves migratórias, pois os parques eólicos muitas vezes são constru-ídos onde há ocorrência de ventos fortes e constantes, o que pode coincidir com as vias de migração das aves”, diz Octávio Bro-matti. Os impactos sociais são mais do que positivos: geração de trabalho e renda, pro-fissionalização de mão de obra e desenvol-vimento local, além de estimulo à indústria de alta tecnologia.

Para as seguradoras, o avanço da gera-ção eólica abre caminho não só para negó-cios promissores, mas também para o refor-ço da associação do setor de seguros com os valores da sustentabilidade. “Isso significa as-segurar projetos de energia sustentável por meio da proteção do seguro, quer na fase de construção, quer na de operação”, afirma o vice-presidente da Comissão de Riscos Pa-trimoniais da FenSeg. No caso das empresas de origem estrangeira, vantagem adicional é a expertise acumulada em seguros do gênero contratados em países europeus e nos Estados Unidos, onde a fonte eólica tem peso expressivo na matriz energética. •

Octávio Bromatti: “Isso significa

(associar o seguro à sustentabilidade)

assegurar projetos de energia sustentável

por meio da proteção do seguro, nas fases

de construção e de operação”

“Essa expansão eólica,

combinada com a complementação

de geração térmica a

gás natural, é a solução

econômica mais competitiva

atualmente”José Eli da Veiga

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Escola lança pós-graduação em Curitiba e Brasília

Aulas do MBA Executivo em Seguros e Resseguro devem ter início em março de 2013 nas duas cidades

A Escola Superior Nacional de Seguros (ESNS) vem expandindo sua atuação pelas principais capitais do Brasil. Em novembro, a instituição lançou

o MBA Executivo em Seguros e Resseguro em Curitiba (PR) e Brasília (DF). O curso de especia-lização deve ter início nas duas novas localida-des em março de 2013.

“A competitividade acirrada no mercado de seguros e de resseguros exige dos profissionais uma busca constante por conhecimento. Sabía-mos que existia, há algum tempo, uma demanda muito forte em Curitiba e Brasília, por isso decidi-

Por BIANCA ROCHA

mos implementar a pós-graduação nessas duas capitais”, comenta o diretor de Ensino Superior e Pesquisa da Escola Nacional de Seguros (mante-nedora da ESNS), Claudio Contador. O MBA Exe-cutivo em Seguros e Resseguro já tem turmas em diversas cidades do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas/SP e Goiânia/GO.

práticas de gestão Com 480 horas/aula, a especialização con-

ta com cinco módulos: Nivelamento, Mercado de Seguros, Gestão de Seguros, Gestão de Resseguros e Tópicos Especiais. “O conteúdo é voltado para a realidade do mercado e das empresas brasileiras. Nosso intuito é passar para o aluno os conhecimentos específicos sobre as melhores práticas de gestão no setor de seguros”, completa Contador.

As inscrições para o MBA Executivo já es-tão abertas e, segundo o diretor, a aceitação entre os profissionais da área está superando as expectativas iniciais da Escola. “Devemos ter, no mínimo, 25 alunos por turma para iniciar as aulas. Em Curitiba, por exemplo, já completa-mos esse número”, destaca.

Novas oportunidadesPara marcar o lançamento da pós-graduação

nas duas capitais, a instituição organizou, em novembro, a palestra “O Mercado de Seguros: Re-flexões sobre novas oportunidades”. Os encontros tiveram a participação, entre outros, do presidente da Escola, Robert Bittar, e do assessor da diretoria de Ensino Superior e Pesquisa, Paulo dos Santos.

“Foram eventos fundamentais para apre-sentar detalhes do curso, como grade curricu-lar, corpo docente e material didático”, ressalta o diretor, acrescentando que o próximo passo da instituição é lançar a especialização em Por-to Alegre. “Estamos na fase de planejamento e organização do cronograma”, afirma.

O curso oferecido em Curitiba e Brasília pode ser pago em 20 parcelas de R$ 696,00. Para mais informações sobre o local de inscri-ção e datas de início, basta enviar e-mail para [email protected]. •

Da esq./dir.: coordenador do MBA em Curitiba (PR), Fernando Minouro Ida; presidente da ENS,

Robert Bittar; e o assessor da Diretoria de Ensino Superior e Pesquisa da ENS, Paulo dos Santos

ROBERTO TURRA

Escola Nacional de Seguros

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Revista de Seguros – 32

Vítimas de acidentes são homenageadas em São paulo

Depois de passar pelo Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC), a celebração pelo Dia Mundial em Memória às Vítimas do Trânsito che-

gou à cidade de São Paulo. Por iniciativa da ONG Trânsito Amigo, o evento “Uma data para não ser esquecida” foi realizado dia 18 de novembro, no Parque da Juventude, com a presença de re-presentantes de outras ONGs e de familiares de vítimas. Desde 2008, a data é celebrada no Brasil, sempre no terceiro domingo de novembro, se-guindo a orientação da Organização das Nações Unidas (ONU).

Presidente da ONG Trânsito Amigo, Fer-nando Diniz disse que trazer o evento para São Paulo foi um desafio, devido ao tamanho da cidade e à complexidade do trânsito. Sua primeira escolha, entretanto, era o Rio de Ja-neiro, onde o movimento começou em 2008 – ele criou a ONG depois que perdeu o filho

Celebração pelo Dia Mundial em Memória às Vítimas do Trânsito foi realizada pela primeira vez na cidade

em um acidente de carro na Barra da Tijuca. Mas mudou de ideia depois de ver frustra-das suas tentativas de erguer um Memorial das Vítimas de Trânsito na cidade, cuja obra deverá contar com o apoio da Seguradora Líder-DPVAT.

“Não se trata de qualquer rivalidade. Porém, faz dois anos que luto para que a Prefeitura do Rio de Janeiro ceda um espaço. Tenho esperan-ça de ainda conseguir que seja construído um memorial lá e outro aqui em São Paulo”, disse. Para Diniz, o poder público tem o dever de construir estradas e ruas melhores, com sinais inteligentes e ampla fiscalização, mas também cabe às pessoas respeitar as leis de trânsito e a cidadania. “Ser civilizado é ser educado, e ser educado é respeitar o direito do outro de viver mais e melhor”, afirmou.

Trabalho de formiguinhaMãe do jovem Gilmar Rafael Souza Ya-

red, morto em maio de 2009 em acidente de carro que contou com a participação do então deputado Fernando Ribas Carli Filho, a paranaense Christiane Yared transformou sua tragédia familiar na ONG Instituto Paz no Trânsito. Em cerca de dois anos de existência em Curitiba (PR), a ONG oferece suporte às famílias das vítimas e atua em projetos sociais, como o que faz a entrega do bebê-conforto já desde a maternidade.

“Um pai perguntou se eu sabia quanto cus-tava um bebê-conforto. Respondi que não, mas sabia quanto custava um lugar no cemitério, um caixão, um choro que dura para sempre”, lembra. ”Nossa meta é ampliar o trabalho para outras cidades. Este é um trabalho de formigui-nha”, disse.

Por MÁRCIA ALVES

Fernando Diniz: “Ser civilizado é ser educado, e ser educado é respeitar o direito do outro de viver mais e melhor”

Trânsito

iNDENiZaçÕES pagaSQuantidades

Natureza da indenização

1º Semestre 2011 % 1º Semestre

2012 % 1º Semestre 2011 x 1º Semestre 2012

Morte 26.894 16% 29.770 14% 11%

Invalidez Permanente 107.403 65% 142.998 66% 33%

Despesas Médicas (DAMS) 30.814 19% 43.382 20% 41%

Total 165.111 100% 216.150 100% 31%

Page 33: Revista de Seguros Ano 88 nº 883 Outubro/Novembro/Dezembro de 2012

Revista de Seguros – 33

Crianças seguras: em Curitiba, ONG atua em projetos sociais e entrega bebê-conforto nas maternidades

Justiça benevolenteNos últimos dois anos, Davi Lopes Correia

Lima e sua família lutam para levar a julgamen-to o motorista que, no dia 24 de janeiro de 2010, embriagado, avançou o cruzamento, em João Pessoa (PB), e colidiu com o veículo em que estava sua mãe, a defensora pública Fátima Correia, morta no acidente aos 56 anos. Preso, na época, e solto 30 dias depois, sob fiança, o motorista criminoso voltou a matar no trânsito.

Novamente embriagado, ele atropelou e matou a comerciante Maria José dos Santos, de 52 anos, em junho de 2010. “Ele acreditava tanto na impunidade para esse tipo de crime que acabou reincidindo, apenas cinco meses depois, sem nenhum peso na consciência. Não fosse a benevolência da Justiça que o soltou da prisão, a dona Maria José estaria viva”, disse Davi.

Brechas da leiVestindo a camiseta da ONG “Não Foi Aci-

dente”, que luta para tornar mais severas as leis contra os crimes de trânsito, Maria Luiza Hausch contou que não tem muita esperança de ver o assassino de seu filho punido pela Justiça. Em 2009, seu filho, o médico anestesiologista Alex Hausch, de 35 anos, saiu de casa para ir a uma hamburgueria na Avenida Hélio Pelegrino, na capital paulista, mas a poucos metros do local, o veículo foi atingido por um motorista embriaga-do que disputava um racha.

Ela relatou que no início de 2012 a Justiça condenou o autor do acidente à prestação de serviços comunitários. “Antes do cumprimento, ele obteve uma interposição da apelação e dei-xou o País para morar nos Estados Unidos. Essas são as brechas da lei”, disse. •

Christiane Yared: ”Nossa meta é ampliar o trabalho para outras cidades. Este é um trabalho de formiguinha”

indenizações revelam um trânsito mais violentoAs indenizações pagas pelo seguro DPVAT no pri-

meiro semestre do ano revelam que o trânsito no Brasil está mais violento. De acordo com os dados divulgados pela Seguradora Líder, gestora do consórcio que reúne 73 seguradoras, foram pagas 216 mil indenizações no valor total de R$ 1,261 bilhão nos primeiros seis meses de 2012, contra 165 mil em 2011, o que representou um aumento de 31%.

As indenizações por morte aumentaram 11%, passando de 26,8 mil casos para 29,7 mil neste ano. Foram 33% maio-res também as indenizações por invalidez permanente, que consumiram 66% do total pago. O crescimento mais expressivo, entretanto, foi o de casos de Despesas Médicas (DAMS), que registram 41% de aumento.

Fonte: Seguradora Líder-DPVAT

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Revista de Seguros – 34

proteção automotiva

Seguros piratas lesam população e ameaçam o mercado

Por MARCIO GODINHO

Essa atividade clandestina surgiu inicialmente entre associações de caminhoneiros com objetivos de proteção mútua

O mercado ilegal de seguros de veícu-los, que floresceu no Brasil nos últi-mos anos sob o nome de programas de proteção automotiva, pode estar

lesando até um milhão de pessoas. A estimativa é de Julio Avellar, superintendente geral da Cen-tral de Serviços e Proteção ao Seguro da CNseg, que participou do evento “Programas de Prote-ção Automotiva – É seguro?”, realizado em Belo Horizonte, no dia 24 de outubro, pela Confede-ração e a Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas).

O objetivo era avaliar o tamanho e a gra-vidade desse problema que, segundo Avellar, trata-se de uma cadeia de maus feitos que só será coibida com ações articuladas do mercado segurador e do governo.

Essa atividade surgiu inicialmente entre associações de caminhoneiros com objetivos de proteção mútua. Como explicou André Belém, coordenador geral de Fiscalização Di-reta da Superintendência de Seguros Privados (Susep), os caminhoneiros se organizaram para proteger seus veículos por conta própria, já que o mercado segurador não demonstrava “capacidade ou interesse em absorver os ris-cos desse tipo de cliente”.

Contornos de negóciosO que era uma ação coletiva e solidária ga-

nhou contornos de negócio com o crescimento da economia, que levou essas cooperativas e associa-ções a disputarem mercado com as seguradoras, oferecendo novos produtos e ampliando a atuação para além de carros e caminhões usados.

Embalado pela atuação à margem da lei, livre das amarras e exigências legais do mercado segurador e pelo não recolhimento dos tributos devidos, o crescimento foi vertiginoso. Até julho de 2012, a Susep já havia identificado 300 instituições realizando operações não autorizadas de seguros em 18 estados da federação, 70% delas atuando na Região Sudeste. Algumas chegam a ter filiais ou mesmo franquias em outras regiões. O estado campeão nessa prática ilegal é Minas Gerais, onde foram identificadas 109 entidades.

O Ministério Público Federal e a Polícia Fe-deral têm agido com rigor, fechando entidades e cumprindo mandados de prisão de dirigentes. Já foram abertos 192 processos administrativos e ajuizadas 35 ações civis públicas, dez delas já com liminar para encerramento das atividades clandes-tinas. Mas somente a repressão não será suficiente se a população não se conscientizar dos riscos que corre.

Direito à informação A falta de informação faz com que as pessoas

imaginem estar comprando um seguro normal, por meio de corretores, sem saber que estão sujeitas a participar do rateio das indenizações. Segundo Angélica Carlini, advogada especialista

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Revista de Seguros – 35

no mercado segurador, só o acesso à informação adequada dará condição para o consumidor deci-dir o que consumir. “A informação nos empodera”, resume a advogada.

A questão se torna ainda mais complexa quando se sabe que há empresas seguradoras e corretores incentivando esse mercado irregular, na expectativa de faturar mais, “um verdadeiro tiro no pé”, nas palavras de André Belém. Na avaliação do advogado criminal Rodrigo Fragoso, do Rio de Janeiro, operar instituição financeira sem autoriza-ção da Susep é crime de competência da Justiça Federal e “vincula o dirigente ou administrador ao resultado criminoso”.

No ponto de vista do consumidor, Maria Laura Santos, representante do Programa de Defesa do Consumidor (Procon) de Belo Horizonte, informou que os programas de proteção automotiva confi-guram uma relação de consumo, de acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais. “Para o Procon, não há diferença entre seguro e proteção automo-tiva”, esclareceu.

produto adequadoNa visão de Roberto Barbosa, presidente da

Federação Nacional de Corretores de Seguros (Fenacor), a solução passa pelo desenvolvimento de produtos adequados a esse consumidor pelo mercado segurador. “As seguradoras não quiseram segurar riscos agravados, mas algo tem que ser feito”, reclamou o dirigente.

Uma das soluções apontadas pela CNseg é a institucionalização do mercado de peças usadas para viabilizar seguros mais acessíveis para os proprietários de veículos mais antigos. “Usar peça nova em carro antigo é uma conta que não fecha”, resumiu Julio Avellar. Ele lembra que cerca de 200 mil carros roubados e não recuperados por ano no Brasil alimentam desmanches e outras cadeias criminosas. Para ele, a oferta de peças legalizadas combate o crime pelo lado mais sensível, que é o lado econômico. •

Fraudes em seguros aumentam 16%

Além do seguro pirata, o mercado segurador é duramente im-pactado pelas fraudes em sinistros. Segundo Leonardo Girão, geren-te de Proteção ao Seguro da CNseg, a comprovação de fraude em 1,3% dos casos de sinistros representa apenas a “ponta do iceberg”.

O Sistema de quantificação de Fraude da CNseg considerou suspeitos 7,2% dos sinistros ocorridos em 2011. Em 1,95% desses casos, foi detectada a fraude, mas só houve comprovação em 1,3% deles, percentual que significou um aumento de 16% nas ocorrên-cias em relação ao ano anterior.

Em um universo de pagamento de sinistros que alcançou R$ 25,9 bilhões no ano passado, o não pagamento das fraudes comprovadas representou economia de R$ 338 milhões.

Julio Avelar

discursa na mesa

de debates do

evento, que discutiu

a extensão e a

gravidade do

mercado de

seguros ilegais

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O mercado segurador ganhou uma nova ferramenta para se tornar mais forte e transparente na relação com os consumidores. A CNseg, por meio

de sua Comissão de Ouvidoria, acaba de lançar o Guia de Acesso às Ouvidorias do Mercado Segu-rador, publicação de 40 páginas que traz nome e contatos dos ouvidores das empresas de saú-de, capitalização, previdência e vida e seguros gerais. O produto, já disponível na internet, tam-bém aborda o funcionamento das ouvidorias e apresenta conceitos envolvidos nesse meca-nismo de comunicação e conciliação. “O guia é resultado do esforço do mercado para ampliar o diálogo com o consumidor, facilitando o acesso

Por LARISSA MORAIS

Comissão de Ouvidoria da CNseg lança guia de acesso às ouvidorias das seguradoras

mais transparência entre mercado e consumidor

Ouvidores são os porta-vozes do consumidor dentro das empresas

aos ouvidores de todas as seguradoras do Brasil”, explica Solange Beatriz Palheiro Mendes, direto-ra executiva da CNseg.

O texto de abertura cita o Código de Defesa do Consumidor, criado há 22 anos, como fonte de inspiração para a concepção do guia e enfa-tiza a importância da ação das ouvidorias para promover a troca de experiências e informações entre empresas e consumidores, fortalecendo institucionalmente cada empresa e o mercado como um todo.

“Para um mercado forte, é preciso que haja empresas fortes e consumidores bem informa-dos. E o guia é uma contribuição importante nessa direção”, resume o presidente da FenaCap, Marco Antonio Barros. Para ele, as ouvidorias são parte de um arcabouço de instrumentos que fortalecem o mercado, dos quais fazem parte também os Serviços de Atendimento ao Consu-midor (SACs) e o próprio Código de Defesa do Consumidor.

“As ouvidorias são também um canal de resolução de conflitos, mas sua função é muito mais abrangente, pois promovem melhorias nos processos e aproximam empresas e consu-midores. Ao fazer o contato, o cliente oferece à companhia uma oportunidade de melhorar seus processos”, acrescenta.

referência no mercadoA criação de ouvidorias nas seguradoras

foi uma determinação da Susep, por meio da

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ouvidorias

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o consumidor e o mercado de seguros

Setembro 1990Criação do Código de Defesa do Consumidor.

Março 1991Entrada em vigor do Código de Defesa do Consumidor.

Maio 2004Susep cria a Resolução 110, na qual determina a criação de ouvidorias pelas empresas de seguros.

Outubro 2009Criação da Comissão de Relações de Consumo na CNseg.

Janeiro 2010 Lançamento do site ‘Tudo sobre Seguros’.

Maio 2011 Lançamento da cartilha ‘Estou Seguro’, em formato de gibi, destinada a esclarecer principalmente o público de baixa renda sobre os principais conceitos do mercado segurador.

Julho 2011Criação da coleção Pontos-Chave, com livretos explicativos sobre quatro produtos de capitalização, três de saúde e três de previdência.

Setembro 2012Lançamento do Guia de Ouvidorias.

Resolução 110. Marcio Coriolano, presidente da FenaSaúde e da Bradesco Saúde, conta que a empresa que preside foi a primeira a criar uma ouvidoria e o modelo adotado tornou-se referên-cia para o mercado. “A ouvidoria é um canal que dá ao consumidor acesso ao ouvidor, profissional

Freitas, lembra que, quando o Código de Defesa do Consumidor (CDC) completou 20 anos, foi lançado o guia sobre seguros de automóveis. E recentemente foi a vez do Guia de Boas Práticas em Garantia Estendida, distribuído nas redes varejistas que oferecem o produto. “É preciso dar

“É preciso dar mais transparência ao mercado e um dos caminhos para se chegar a este objetivo passa pela

melhoria do nível de informação sobre produtos e serviços”

Neival Freitas

“Há uma nova geração de consumidores dos produtos de seguros. E a ouvidoria

vai ao encontro da iniciativa do mercado de simplificar a linguagem de seus

produtos”Marco Antonio Rossi

“As ouvidorias são também canal de resolução de conflitos, mas sua função

é mais abrangente, pois promovem melhorias nos processos e aproximam

empresas e consumidores”Marcio Coriolano

“Para um mercado forte, é preciso que haja empresas fortes e consumidores bem informados. E o guia é uma contribuição

importante nessa direção”Marco Antonio Barros

diretamente vinculado ao presidente e com poderes para tomar decisões independen-tes dos órgãos opera-cionais”, explica.

Segundo Corio-lano, o modelo de ouvidoria das segura-doras em geral – e do segmento de saúde em particular – é tão bem-sucedido que está inspirando a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na criação do regulamento que irá tornar obrigatória a existência de ouvi-dorias nos planos de saúde. “quando uma queixa ou dúvida se repete nos canais de atendimento, é sinal de que algo precisa ser melhorado na comunicação. A ava-liação de consumido-res já levou à revisão do texto de alguns itens contratuais para tornar determinadas normas mais claras”, exemplifica.

relação de consumoNão é a primeira vez que as comissões temá-

ticas da CNseg criam ferramentas com o objetivo de avançar na relação com o consumidor de seguros. O diretor executivo da FenSeg, Neival

mais transparência ao mercado e um dos caminhos para se chegar a este objetivo passa pela melhoria do nível de informa-ção sobre produtos e serviços”, afirma.

Para o presidente da FenaPrevi, Marco Antonio Rossi, as ou-vidorias contribuíram significativamente para o amadureci-mento e a sofistica-ção das relações de consumo. “Este é um importante canal de mediação entre seguradoras e con-sumidores cada vez mais bem informados e exigentes”, avalia Rossi, lembrando que o mercado segurador foi um dos primeiros a se adaptar ao CDC, adotando medidas inovadoras de comu-nicação, relaciona-mento e atendimento.

“Ampliou-se a presença de jovens, de mulheres, de pessoas da classe C e do público com ida-

de acima dos 60 anos. Há uma nova geração de consumidores dos produtos de seguros. E a ouvidoria vai ao encontro da iniciativa do mercado de simplificar a linguagem de seus produtos”, explica. •

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Revista de Seguros – 38

Federações

As novas diretorias das quatro fede-rações associadas à CNseg (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap), eleitas em dezembro e com posse

programada para 7 de fevereiro, terão três anos estratégicos para consolidar seus res-pectivos mercados – seguros gerais, previ-dência privada e vida, saúde suplementar e capitalização.

Estarão à frente das entidades nos pró-ximo quatro anos Marcio Coriolano e Marco Antonio da Silva Barros, que foram recon-duzidos ao cargo na FenaSaúde e FenaCap, respectivamente, além de Paulo Marraccini e Osvaldo do Nascimento, que substituem Jayme Garfinkel, na FenSeg, e Marco Antonio Rossi, na FenaPrevi.

A sucessão nas federações, levando-se em conta a reeleição de dois presidentes e a inscri-ção de chapa única para a FenSeg , FenaCap e FenaPrevi, mostra o tom de continuidade dos programas estratégicos das entidades previstos para os mandatos de 2013 a 2016 . Nesse perío-do, eventos como a Copa do Mundo e as Olim-píadas, e as inúmeras obras de infraestrutura que exigem para sua realização, ajudarão a impulsio-nar os negócios do setor.

Por VANIA MEZZONATO

Os presidentes eleitos das quatro entidades têm a missão de consolidar o desempenho de seus respectivos mercados

metas para 2013A meta de Paulo Marraccini na FenSeg será

liderar esforços para a consolidação do mercado de seguros gerais, ao mesmo tempo em que ficará atento aos riscos que espreitam o potencial de crescimento do setor, como a nova Lei Geral de Seguros, dependendo do que for aprovado no Congresso Nacional. O fim da cobrança do custo da apólice começa a valer já em janeiro de 2013 e exi-ge a adoção de mecanismos para reduzir os custos operacionais das companhias de seguros gerais.

A atuação de Osvaldo do Nascimento à frente da FenaPrevi privilegiará a continuidade do plano diretor criado na atual gestão, da qual ele faz parte, e estará focada tanto no segmento de previdência privada quanto no seguro de vida, principalmente em alguns vetores relevan-tes para o segmento. “A questão da educação financeira será um dos pilares de nossa gestão, pois entendemos que, num cenário de juros baixos, as pessoas terão que reaprender a formar poupança. Além disso, terão que entender qual o papel do seguro nesse novo cenário e a prote-ção que os produtos proporcionam”, adianta.

Reeleito para mais um mandato, Marcio Co-riolano definiu duas prioridades para sua nova gestão à frente da FenaSaúde: a defesa da estabi-lidade regulatória e um amplo programa de co-municação com a sociedade. “Precisamos mostrar quem verdadeiramente somos e apresentar nos-sas propostas. É necessário evidenciar nossa con-tribuição à sociedade. Há muito a dizer para todos os públicos, especialmente o mais interessado: os beneficiários dos planos de saúde”.

Também reeleito, o presidente da Fena-Cap, Marco Antonio da Silva Barros, planeja criar um programa de educação financeira voltado para os consumidores de capitali-

Novos mandatos, velhos desafios

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Revista de Seguros – 39

zação. Ele quer estimular uma comunicação mais transparente e orientar o setor a adotar práticas que atendam às necessidades dos clientes, em especial da emergente classe C, que representa um contingente de mais de 50 milhões de pessoas. “Muitas dessas pessoas passaram a ter acesso ao mundo das finanças por meio dos títulos de capitalização, que reconhecidamente são uma porta de entrada para quem está dando os primeiros passos no mercado financeiro”, assinala.

Juros básicosOs segmentos representados pelas quatro fe-

derações caminham para fechar 2012 com desem-penho bem acima do observado no PIB (Produto Interno Bruto), mas ainda não há previsão para 2013, apesar do cenário positivo. Um crescimento mais robusto da economia é condição indispen-sável para as boas perspectivas do mercado, mas o comportamento da inflação e os juros básicos terão peso importante nos resultados.

Marcio Coriolano avalia que há tendência de desaceleração da demanda por planos e seguros de saúde em 2013, como resultado da menor expansão da atividade econômica do País. “Mas é preciso levar em conta o dinamismo do setor de serviços, hoje o maior comprador de planos e seguros de saúde”, destaca. Na área odontológica, segmento em que a concorrência é bastante acir-rada, a queda na taxa de crescimento pode ser maior após três anos seguidos de incorporação

intensiva de beneficiários, acredita Coriolano.O grande desafio da área de saúde é a infla-

ção médica, que ressurgiu em 2012 em virtude da recomposição das margens de preços de alguns prestadores de serviços, como hospitais e labora-tórios. Outro aspecto que preocupa é o aumento da frequência de uso dos recursos médicos, esti-mulada pelos próprios prestadores de serviço. Os fatores que vêm pressionando o custo da assis-tência à saúde estarão, certamente, na pauta de debates do setor ao longo do próximo ano.

Soluções criativasO cenário é mais suave para a área de capi-

talização. Segundo Marco Antonio Barros, a ca-pacidade de apresentar soluções criativas e flexí-veis, tanto para o consumidor final quanto para o segmento empresarial, fará com que o segmen-to dobre de tamanho nos próximos quatro anos, a contar de 2013, contribuindo para consolidar e expandir a formação da poupança interna.

Ele destaca a recente regulamentação dos microsseguros premiáveis como uma oportu-nidade excepcional para a capitalização, uma vez que representa a possibilidade de expansão concreta dos negócios e a exploração de novos canais de comercialização, proporcionando ga-nho de escala. “É um mundo novo que se abre para a capitalização e isso nos deixa otimistas em relação ao próximo ano, ainda que o cenário econômico mundial e seus reflexos no País inspi-rem cautela”, afirma. •

Novas diretorias,

da esq. para dir:

Marcio Coriolano e

Marco Antonio Barros

continuam à frente da

FenaSaúde e FenaCap,

respectivamente. Paulo

Marraccini e Osvaldo do

Nascimento substituem

Jayme Garfinkel, na

FenSeg, e Marco Antonio

Rossi, na FenaPrevi

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Federações

FenSegPRESIDENTE: Paulo Miguel Marraccini (Allianz Seguros SA). VICE-PRESIDENTES: Carlos Alberto de Figueiredo Trindade Filho (Sul América Companhia Nacional de Seguros), Luiz  Alberto Pomarole (Porto Seguro Cia. de Seguros Gerais), Marcos Eduardo dos Santos Ferreira (Mapfre Vera Cruz Seguradora SA) e Ricardo Saad Affonso (Bradesco Auto/RE). DIRETORES: André Horta Rutowitsch (Itaú Seguros SA), Edward Henry Lange (Allianz Seguros SA), Francisco Caiuby Vidigal Filho (Marítima Seguros SA), Gustavo Henrich (J.Malucelli Seguradora SA), Helio Hiroshi Kinoshita (Mitsui Sumitomo Seguros SA), Hyung Mo Sung (Zurich Minas Brasil Seguros SA), João Francisco Silveira Borges da Costa (HDI Seguros SA), Juan Pablo Barahona Flores (Liberty Seguros SA), Luis Felipe Smith de Vasconcellos (Tokio Marine Seguradora SA), Luis Felipe Lebert Cozac (Luizaseg Seguros SA) e Sidney Gonçalves Munhoz (Chubb do Brasil Cia. de Seguros).CONSELHO FISCAL – EFETIVOS: Laênio Pereira dos Santos (SulAmérica Companhia Nacional de Seguros); Lucio Antonio Marques (Companhia de Seguros Previdência do Sul) e Marcus Vinicius Cataldo de Felippe (Seguradora Líder dos Consórcios do Seguro DPVAT SA); SUPLENTES: Farid Eid Filho (Ace Seguradora SA), George Ricardo Martins de Souza (Companhia Excelsior de Seguros) e Renato Pita Maciel de Moura (Generali Brasil Seguros SA)

FenaPreviPRESIDENTE: Osvaldo do Nascimento (Itaú Vida e Previdência SA). VICE-PRESIDENTES: Pedro Cláudio de Medeiros Bocayuva Bulcão (Sinaf Previdencial Cia. de Seguros), Lúcio Flávio Conduru de Oliveira (Bradesco Vida e Previdência SA), Marco Antônio da Silva Barros (Brasilprev Seguros e Previdência SA), Luciano Snel Correa (Icatu Seguros SA) e Francisco Alves de

Diretorias eleitas para mandato 2013/2016.

Souza (União Previdenciária Cometa do Brasil – Comprev). DIRETORES: Juvêncio Cavalcante Braga (Caixa Vida e Previdência SA), Alfredo Lalia Neto (HSBC Seguros Brasil SA), Roberto Barroso (Companhia de Seguros Aliança do Brasil), Edson Luís Franco (Zurich Santander Brasil Seguros e Previdência SA), Oriovaldo Pereira Lima Filho (Previmil Previdência Complementar SA), Nilton Celente Bermudez (GBOEX Grêmio Beneficente), Everson Oppermann (Luterprev - Entidade Luterana de Previdência Privada), Claudio César Sanches (Itaú Vida e Previdência SA), Valter Hime (Generali Brasil Seguros SA), Eduardo Soares de Freitas (Mapfre Vera Cruz Previdência SA), Fabio Lins de Castro (Prudential do Brasil Seguros de Vida SA), Renato Bueno Terzi (SulAmérica Seguros de Pessoas e Previdência SA), Washington Luís Bezerra da Silva (Metropolitan Life Seguros e Previdência SA), Fábio Ohara Morita (Porto Seguro Cia. de Seguros Gerais), Richard Emiliano Soares Vinhosa (Zurich Minas Brasil Seguros SA) e Ricardo José Iglesias Teixeira (Centauro Vida e Previdência SA).CONSELHO FISCAL – EFETIVOS:  Tarcisio Jose Massote de Godoy (Bradesco Vida e Previdência SA),  Lúcio Antonio Marques (Companhia de Seguros Previdência do Sul) e Laênio Pereira dos Santos (Sul América Seguros de Pessoas e  Previdência SA). SUPLENTES: Hélio Fernando Leite Solino (QBE Brasil Seguros SA), José Maria Souza Teixeira Costa (Companhia de Seguros Aliança da Bahi) e Milton Amengual Machado (Aspecir Previdência).

FenaSaúdePRESIDENTE: Marcio de Araújo Coriolano (Bradesco Saúde). VICE-PRESIDENTES: Edson de Godoy Bueno (Amil), Gabriel Portella (Sul América), Paulo Sérgio Barbanti (Intermédica) e João Carlos Regado (Golden Cross). DIRETORES: Max Thiermann (Allianz Saúde), Eduardo Ribeiro Vidigal (Marítima), André Coutinho (Omint),

Newton Pizzotti (Porto Seguro), Marco Aurélio Couto (Tempo Saúde), Rafael Moliterno Neto (Seguros Unimed), Roberto Laganá Pinto (Care Plus), Randall Luiz Zanetti (Odontoprev), Washington Luís Bezerra da Silva (Met Life). CONSELHO FISCAL – EFETIVOS: Haydevaldo Roberto Chamberlain da Costa (Bradesco Seguros SA), Laênio Pereira dos Santos (Sul América Seguros de Pessoas e Previdência SA), Lúcio Antônio Marques (Companhia de Seguros Previdência do Sul); SUPLENTES: José Maria de Souza Teixeira Costa (Companhia de Seguros Aliança do Bahia), Ana Júlia de Vasconcelos Carepa (Brasilcap Capitalização SA) e Vitor Alt (Tempo Saúde).

FenaCapPRESIDENTE: Marco Antônio da Silva Barros (Brasilcap Capitalização SA). VICE-PRESIDENTES: Carlos Infante Santos de Castro (Sul América Capitalização SA - Sulacap), Gilberto Lourenço da Aparecida (Brasilcap Capitalização SA), Luis Alberto Charry Pereira (Caixa Capitalização SA) e Norton Glabes Labes (Bradesco Capitalização SA). DIRETORES: Alfredo Lalia Neto (HSBC Capitalização SA), Aline Ferreira Coropos (Cia Itaú de Capitalização), Luciano Snel Corrêa (Icatu Capitalização SA), Patricia Martins de Freitas de Oliveira (Santander Capitalização SA), Renato Fernandes (Mapfre Capitalização SA), Ricardo Athanásio Felinto de Oliveira (Aplub Capitalização SA) e Ronaldo Cosme Gonçalves Ferreira (Liderança Capitalização SA). CONSELHO FISCAL - EFETIVOS: Ernesto Luis Pedroso Junior (Companhia de Seguros Previdência do Sul), Haydewaldo Roberto Chamberlain da Costa (Bradesco Capitalização SA) e Sérgio Alfredo Diuana (Sul América Capitalização SA - Sulacap); SUPLENTES: Ana Júlia de Vasconcelos Carepa (Brasilcap Capitalização SA), José Maria Souza Teixeira Costa (Companhia de Seguros Aliança da Bahia) e Laerte Tavares Lacerda (Capemisa Capitalização SA).

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Revista de Seguros – 41

ARqUIVO PESSOAL

redes sociais alteram cotidiano de trabalho nas empresas

Por FERNANDO GASPARINI A

entrada da internet e das redes sociais no cotidiano da vida dos tra-balhadores que usam o computador provocou um impacto ainda difícil

de ser dimensionado pelos especialistas. A diretora de Certificação Profissional da Asso-ciação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Andrea Huggard Caine, aponta três fatores que fizeram a diferença no dia a dia da empresa – e que merecem a atenção dos empresários.

O primeiro é o aumento da informalidade nas relações. “Por um lado isso é ótimo porque é mais fácil resolver conflitos quando existe mais

informalidade”, explica. Mas por outro, afirma a diretora, é muito fácil se esquecer dos mo-mentos em que as atitudes informais não são apropriadas. Não são raros os casos em que o despojamento e o clima amistoso são usados como subterfúgio para acobertar processos e normas não cumpridos adequadamente.

Outro impacto é o aumento da transpa-rência. “Isto é um desafio para empresas no controle de suas informações. Conheço casos em que os funcionários aprenderam sobre estratégias importantes por meio de redes sociais e não pela própria empresa. Nas redes sociais, a empresa pesquisa informações sobre candidatos e os candidatos, sobre a empresa”.

mentira na webO estudante de engenharia Rogério Lins, da

Universidade Federal Fluminense lembra o caso de um colega que avisou aos professores que faltaria à aula por conta de uma doença, inclusive apresentando atestado médico. Mas foi desmen-tido por uma foto no Facebook que o mostrava numa festa. Com a chegada dos smartphones e do GPS, a mentira tem cada vez mais perna curta.

Um terceiro impacto apontado por Andrea Caine é a disseminação de conhecimentos gerais. “Existe muita informação disponível e de fácil alcance dos funcionários e, no fundo, a empresa espera que o funcionário aproveite para se atualizar sempre”, explica.

A diretora da ABRH considera natural que os jovens tenham mais facilidade em lidar com as novas tecnologias e que determinem padrões de comportamento na rede. “Os jovens usam a rede de relacionamentos para resolver problemas, investigar assuntos e trocar ideias. Os mais velhos protegem sua privacidade e tendem a ser mais cautelosos no uso das redes sociais”, avalia.

Andrea acredita que seja perfeitamente possível conciliar modernidade com ética e responsabilidade. “O importante é fazer um bom uso das ferramentas, saber o que se deve ou não publicar e lembrar que a internet tem memória longa. Tudo é muito novo na rede e a ‘cultura’ do que é o certo ou errado ainda está sendo construída”. •

Acesso à internet aumentou a informalidade nas relações, a transparência e a disseminação do conhecimento

Andrea Caine: “É

importante saber o

que se deve

ou não publicar.

Tudo é muito novo

na rede e a

‘cultura’ do que é

o certo ou errado

ainda está

sendo construída”

Comportamento

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Revista de Seguros – 42

Compromisso com o futuro do planeta

Mercado desenvolve ações para disseminar em todas as empresas as melhores práticas sustentáveis

A sustentabilidade é um conceito que faz toda a diferença em qualquer segmento da economia mundial e, no mercado de seguros, previdên-

cia privada complementar, saúde e capitali-zação deve ser visto como parte do próprio negócio. “É algo para toda a cadeia de valor praticar e inserir no seu negócio”, avalia a superintendente de Relações com o Mercado da CNseg, Maria Elena Bidino.

À frente do processo desenvolvido pela CNseg para disseminar estas melhores

práticas para todo o mercado, a superintendente destaca

iniciativas já realizadas, mas também a ne-cessidade de ainda desenvolver várias ações. “Lançamos na Rio+20 os Princípios para Sustentabilida-

de em Seguros (PSI) e houve no Rio o 48º

Seminário da Inter-national Insu-

rance Society (IIS). Foram grandes marcos. Agora criamos grupos de tra-

balho para colocar em prática o que estes marcos apontaram”, explica.

Entre os comitês estão: Educação e Comunicação; Legislação Ambiental; Mu-danças Climáticas; Materialidades e Plane-jamento Estratégico. A expectativa é que, ao longo dos próximos anos, seja possível avançar neste sentido. “É sempre impor-tante ressaltar que a sustentabilidade não se conquista da noite para o dia. É preciso construir, desenvolver processos e culturas”, lembra Maria Elena.

melhores práticas

Outra iniciativa foi a parceria firmada com a Universidade de Cambridge (Inglaterra) para compartilhar melhores práticas na redução de riscos. Em 2012, o seminário “Consumidor e Sustentabilidade” tratou do tema, que tam-bém será abordado no seminário “Política Nacional de Resíduos Sólidos”, que acontece-rá em junho de 2013.

Segundo Maria Elena Bidino, várias com-panhias seguradoras estão bem avançadas na prática da sustentabilidade, principalmente as ligadas a bancos, que estão mais adiantados neste quesito, tendo lançado os Princípios Globais do segmento em 2003. “A CNseg quer colaborar para disseminar e compartilhar os conhecimentos em sustentabilidade para todo o mercado”, afirma.

Com a experiência de quem acompanha o dia a dia deste desafio, a superintendente re-força que a sustentabilidade está muito ligada não só à prevenção dos riscos e à manutenção da vida, mas também ao bom atendimento ao consumidor. “Por isso é tão relevante que este conceito tenha ligação direta com o negócio em todas as esferas da empresa e em toda a cadeia de valor”, conclui. •

Por SÔNIA ARARIPE

Maria Elena

Bidino: “A CNseg

quer colaborar

para disseminar

e compartilhar os

conhecimentos em

sustentabilidade

para todo o

mercado”

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GSustentabilidade

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Ciclo de palestras

o representante imparcial da empresa

Por MÁRCIA ALVES N

o intuito de atender às demandas de clientes, as ouvidorias não apenas interagem com todas as áreas da empresa, como também participam

da detecção e correção de eventuais falhas nos processos. “As ouvidorias são agentes de trans-formações nas empresas”, disse o consultor Antonio Gilberto Marchesini, profissional que acumula mais de 30 anos de experiência em estratégia e gestão de operações.

Em 24 de outubro, ele participou do Ciclo de Palestras 2012 da Comissão de Ouvidoria da CNseg, no auditório do Sindicato das Segura-doras de São Paulo (Sindseg-SP), para explicar como a certificação de qualidade das ouvido-rias pode melhorar e harmonizar os processos produtivos nas empresas.

Marchesini apresentou o Sistema de Gestão da qualidade (SGq) como um meio de prepa-ração para as ouvidorias que desejam obter a Certificação ISO 9001. A certificação, cuja norma é editada pela Organização Internacional para a Normalização, nada mais é do que um modelo para a empresa que deseja formatar e implantar um sistema de gestão da qualidade.

Ele explicou que o processo de certifica-ção promove, antes da melhoria, o ajuste dos serviços para um nível previsível, citando o exemplo da empresa do ramo de alimentação McDonald’s. “Não sei dizer se o lanche é bom ou ruim, mas sei que mantém a qualidade de sempre, previsível”, disse.

Bons resultadosDe acordo com o consultor, para alcançar

bons resultados, as empresas dependem da demanda por produtos e serviços, os quais precisam, por sua vez, atingir as partes interes-sadas, ou os stakeholders. A satisfação de todas as pessoas envolvidas – clientes, funcionários, acionistas, diretoria etc. – pode ser alcançada, a seu ver, a partir da implantação do SGq. Entre outros benefícios do sistema, ele apontou a proficiência, melhoria da reputação, confia-bilidade, competitividade, maior retenção de conhecimento e aumento da produtividade.

No caso das ouvidorias, o maior ganho seria a adoção de regras claras de proce-dimentos e tratamento de reclamações de

Consultor explica como a certificação de qualidade pode contribuir para melhorar o trabalho das ouvidorias

Plateia atenta: ciclo de palestras mostrou como as ouvidorias podem ajudar na correção de eventuais falhas de processo

Ciclo de palestras

clientes. “A expectativa do cliente é ser ouvido por um representante imparcial da empresa, que apresen-te qualidade e prazo de resposta, em um processo transparente e seguro”, disse.

A percepção do consul-tor é a de que “o consumidor está descobrindo o valor ouvidoria”, o que explicaria o aumento da demanda. “Por isso, a certificação é impor-tante para a melhoria conti-nua do serviço”, afirmou. •

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Revista de Seguros – 44

Não se mexe impunemente em time que está ganhando

A falta de confiança nas regras afasta os investidores e é responsável pela diminuição do investimento global.

Os que acompanham estas notas certamente já observaram o quão recorrente se faz o tema da segu-rança jurídica. E é a ele que retorno,

desta vez em contraposição ao abuso, que se faz cada vez mais corriqueiro, da sua ferramen-ta de sustentação. A lei.

É por ela que se traduz o ideal republica-no da igualdade, que resulta no mundo dos negócios, e eles são essenciais, no respeito aos contratos. Entretanto, olha-se para um lado e vê--se a quebra contratual nas questões do pré-sal, inviabilizando novas licitações, para outro, e vê--se a interferência do Estado na renovação dos contratos de geração, transmissão e consumo de energia elétrica de fonte hídrica. E isso para ficarmos só nas questões relativas a energia.

A falta de confiança nas regras, sua mu-dança no meio do jogo, afasta os investidores e é responsável pela diminuição do investi-mento global. Mas não é só. As próprias ins-tituições pilares do regime democrático não encontram na sociedade o apoio que precisam para cumprir integralmente seu papel estabi-lizador. É o que nos revelam as consequências do chamado mensalão, onde se chocam duas concepções, a da necessidade de fortaleci-mento das instituições, com a complacência à hipertrofia do Executivo no espaço deixado pela leniência do Legislativo.

Das ameaças de desobediência às de-cisões do Supremo Tribunal Federal, cresce a visão de que ao Estado e ao partido que eventualmente o governa tudo é permitido.

Prenuncia-se, no momento em que escrevo, grave crise institucional em um confronto en-tre o STF e a mesa da Câmara.

A seguir por aí, nos afastamos cada vez mais do caminho que nos levará a uma de-mocracia moderna e eficiente, embasada no equilíbrio harmônico dos poderes constituídos. Some-se a isso tudo o desconforto produzido pela hiperatividade regulatória que tomou conta do Congresso Nacional.

Exemplo é que, tramitam a uma só vez, projetos de um novo Código Penal, um código de Processo Penal, um Código de Processo Civil, um Código Comercial, um Código Florestal. Ela-boram-se, ainda, as reformas política e tributária, sendo que estas, uma vez aprovadas, desaguarão em uma nova Lei Eleitoral e em um novo Código Tributário. A chance deste imbroglio não com-prometer a complementariedade de todas as normas produzidas, é bem pequena.

Se tal não bastasse estamos tentando produzir um código de seguro e processando alterações no CDC. Tudo isso debaixo de uma Constituição Federal que, com duas décadas de existência, já abriga mais de uma centena de emendas. É como se no patamar infraconstitu-cional estivéssemos passando o país a limpo.

Calma gente! Como diria o Ancelmo. A prudência deveria nos levar a Carlos Maximilia-no, o nosso já agora antigo hermeneuta, que recomendava cuidado na alteração do que está funcionando. Dito de maneira popular na voz da sabedoria do esporte nacional: não se mexe impunemente em time que está ganhando. •

artigo Jurídico

Por GLORIA FARIA

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GLORIA FARIA - Superintendente

Jurídica da CNseg

“Nos afastamos cada vez mais

do caminho que nos levará a

uma democracia moderna

e eficiente, embasada

no equilíbrio harmônico

dos poderes constituídos”

Page 45: Revista de Seguros Ano 88 nº 883 Outubro/Novembro/Dezembro de 2012

Revista de Seguros – 45

Biblioteca

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Cumprir metas e obter resultados em curto prazo muitas vezes levam a si-tuações em que a qualidade pode ser prejudicada. Fred Reichheld, diretor da

Bain & Company, especialista em excelência, e seu colega Rob Markey, especialista em melho-ria na experiência com clientes, abordam com clareza pontos importantes para a excelência da qualidade no livro “A Pergunta Definitiva 2.0”.

Nesta obra, traduzida por Bruno Alexan-der e Luiz O. Talu e editada pela Ed. Campus, os autores descrevem o método de aferição de qualidade de serviços denominado NPS – Net Promoter Score e nos levam a pensar em como nossas ações influenciam os clientes.

Vendedores ou não, exercemos atividades que afetam diretamente o relacionamento entre nossa empresa e seus clientes. Vendas forçadas, atendimento displicente Help Desk, entre ou-

tros, são fatores que comprometem a satisfação.Os autores nos mostram também que,

muitas vezes, a empresa obtém o que se cha-ma de lucro ruim, aquele obtido numa opera-ção cuja visão de curto prazo faz parecer lu-crativa, mas que no longo prazo, com o custo da detração do cliente, vira prejuízo. Ressaltam que relações de longo prazo, desenvolvendo com o cliente um relacionamento de parceria e de lucratividade constante, são o que se cha-ma de lucro bom, aquele que faz a empresa crescer de forma sustentável.

Na primeira parte da narrativa, citam pon-tos importantes para profunda reflexão sobre como nossas ações afetam este relacionamento. Em especial no capítulo 5, há uma descrição da metodologia de avaliação empregada, a NPS.

Na segunda parte, mencionam empresas (Apple, Verizon, entre outras) que já utilizam seus esforços para implementá-la e os ga-nhos obtidos.

O livro, rico em demonstrar a relação entre o aumento da satisfação do cliente e da lucrati-vidade, classifica-os em três categorias:

Promotores: aqueles cujo tratamento rece-bido faz com que aumentem suas compras e, principalmente, nos recomendem a seus amigos. É como se fossem parte do nosso marketing;

Neutros: são indiferentes, para quem de-vemos dispensar tratamento tal a torná-los promotores também e,

Detratores: aqueles que se consideram maltratados e, não só mudam para o concor-rente, como avisam a seus amigos para que fiquem longe de nós. Nossa obrigação é fazê--los mudar de opinião.

Nosso papel é agir de modo que nos-sos clientes se tornem nossos promotores, questionando-nos sempre: ‘O meu cliente me recomendaria?’ •

A Pergunta Definitiva 2.0Autores: Fred Reichheld e Rob MarkeyEd. Campus. 2011. 206p.

Resenha por: José Fernando BaronAnalista de sistemas, Especialista em Gestão Estratégica da Informação pela UFMGGerente de Canais da Sonda IT – Aplicativos

reflexão sobre ações que afetam os clientes

O livro mostra a relação direta que existe entre o aumento da satisfação do cliente e a lucratividade

ARqUIVO/CNSEG

Page 46: Revista de Seguros Ano 88 nº 883 Outubro/Novembro/Dezembro de 2012

Revista de Seguros – 46

opinião ANtONIO PENtEADO MENDONçA

Um ano bom, mas nem tanto!

“Com a sinistralidade

elevada e os juros em

queda, várias seguradoras

vivem o pior dos cenários, qual

seja, o aumento das despesas e a queda da

remuneração”

2012 chega ao final com o setor de seguros come-morando o sólido cresci-

mento da atividade por mais um ano. Mais que isso, chega ao final com o prognóstico de um 2013 bastante positivo, pelo menos no mesmo quesito. Não há como o ano que vem não apresentar, mais uma vez, expansão da massa segurada e do número de contratos vendidos.

Por mais que o crescimento da economia nacional chegue ao final do ano decepcio-nando parte da população, que esperava números mais consistentes, o processo de enriquecimento das classes menos favorecidas deve prosseguir ao longo de 2013, bem como a contratação de novos seguros pela massa já

segurada, mantendo o prognóstico positivo para o todo do setor.

Onde os números, em boa parte das segu-radoras, não são tão bonitos é na última linha do balanço. Por uma série de motivos, os re-sultados finais foram afetados negativamente. Nem teria como ser diferente.

Em primeiro lugar, a queda dos juros teve impacto na conta final do resultado das segu-radoras, principalmente na carteira de seguros de veículos. Neste ramo a concorrência acirra-da impede margens mais largas, o que força as seguradoras a trabalharem no limite. Como na outra ponta a sinistralidade decorrente da garantia de roubo se manteve elevada, a queda dos juros teve um peso importante no resulta-do final do ramo, com várias seguradoras apre-sentando resultado negativo, ou no máximo empatado, numa das carteiras com maior peso na maioria dos balanços.

Com a sinistralidade elevada e os juros em queda, várias seguradoras vivem o pior dos cenários, qual seja, o aumento das despesas e a queda da remuneração. As seguradoras maiores, ou mais capitalizadas, sentem menos o impacto. Mas mesmo elas devem apresentar o número da última linha num patamar inferior ao resultado final de 2011 e menor ainda se a comparação for feita com 2010.

São os ossos do ofício num mundo que ainda não sabe bem para onde vai, atuando num país que, apesar de não estar em crise, não tem um plano de crescimento que lhe per-mita correr junto com os outros países do BRIC.

De qualquer forma, em determinados momentos é melhor crescer mais ganhando menos do que ganhar mais crescendo menos. Agora, mais importante do que o lucro é au-mentar a base segurada. Feito isso, aí sim, será hora de rever as margens do negócio. •

O resultado final das seguradoras foi afetado pela queda dos juros e pela concorrência no seguro de automóveis

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ANTONIO PENTEADO MENDONÇA - Jornalista e

especialista em seguros e previdência

Page 47: Revista de Seguros Ano 88 nº 883 Outubro/Novembro/Dezembro de 2012

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Page 48: Revista de Seguros Ano 88 nº 883 Outubro/Novembro/Dezembro de 2012

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