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Revista do Meio Ambiente 19

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Edição 19 da Revista do Meio Ambiente

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2 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 019 - OUTUBRO - 2008

REBIA – Rede Brasileira de InformaçãoAmbiental - organização da sociedade civil,sem fins lucrativos, dedicada à democratiza-ção da informação ambiental com a propos-ta de colaborar na formação e mobilizaçãoda CIDADANIA AMBIENTAL planetáriaatravés da edição e distribuição gratuita daRevista do Meio Ambiente, Portal do MeioAmbiente e do boletim digital Notícias doMeio Ambiente (CNPJ 05.291.019/0001-58)http://www.portaldomeioambiente.org.br/rebia/conheca.asp

FUNDADOR DA REBIA E EDITOR (vo-luntário)Escritor e jornalista VILMAR SidneiDemamam BERNA - Prêmio Global 500 daONU Para o Meio Ambiente e Prêmio Verdedas Américashttp://www.portaldomeioambiente.org.br/

Expediente

Fontes Mistas

A Revista do Meio Ambiente é im-pressa em papel ecoeficiente couchè daVotorantim Celulose e Papel – VCP pro-duzido com florestas plantadas deeucalipto, preservando matas nativas. ( AVCP só realiza o plantio de eucalipto emáreas onde não existia mata, normalmenteem regiões onde havia produção agrícolaou pecuária. Por isso, ao invés dedesmatar, o plantio de eucalipto é com-plemento de floresta nativa. Embora umaplantação homogênea tenha menos diver-sidade, as florestas VCP mantêm rema-nescentes de Mata Atlântica. Nos levan-tamentos da fauna e flora, foramregistrados, ao longo de 10 anos de traba-lho, mais de 1.000 espécies nativas devegetais, cerca de 500 espécies de aves,sendo 100 raras ou ameaçadas de extinçãoe aproximadamente 250 espécies de ou-tros animais, muitos deles também amea-çados, como a onça pintada e o macacomono carvoeiro). A VCP possui ISO14.000 em todas as suas unidades e figurano índice Dow Jones de Sustentabilidade(DJSI), que reúne ações das maiores em-presas do mundo consideradas as melho-res em relação ao desempenho econômi-co, boas práticas ambientais e sociais. AUnidade Florestal da VCP Capão Bonitoconquistou, em setembro de 2005, o cer-tificado FSC (Forest StewardshipCouncil) – ou Conselho Internacional deManejo Florestal –, que atesta o manejoecologicamente correto, socialmente jus-to e economicamente viável da floresta,bem como o cumprimento das leis vigen-tes.Mais informações: Gestão: http://www.vcp.com.br/Meio+Ambiente/G e s t a o + A m b i e n t a l / d e f a u l t . h t m ;Proje tos :h t tp : / /www.vcp .com.br /Meio+Ambiente/Projetos+Ambientais/default.htm ; Performance: http://www.vcp.com.br/Meio+Ambiente/Performance+Ambiental/default.htm

REDAÇÃOTrav. Gonçalo Ferreira, 777 - casarão daPonta da Ilha, Jurujuba - 24370-290 Niterói,RJ - Telfax.: (21) [email protected]

MARKETING E PUBLICIDADERIO: Murilo Continentino (21) 9142-9101 - [email protected]ÍLIA: Emília Rabelo (061) 9114-6769 / (21) [email protected]://www.portaldomeioambiente.org.br/anunciar/anunciar.asp

ASSESSORIAGustavo da Silva Demamam Berna, biólogomarinho(21) 9719-3974 [email protected] da Silva Demamam Berna – (21)9952-0304 [email protected]ês Santos de Oliveira, bióloga – (21)2610-7365 – [email protected]

PESSOA JURÍDICAA REBIA mantém parceria com a OSCIP AS-SOCIAÇÃO ECOLÓGICA PIRATINGAÚNApara a administração financeira da Revista

do Meio Ambiente: CNPJ: 03.744.280/0001-30 - Rua Maria Luiza Gonzaga, nº 217 - nobairro Ano Bom - Barra Mansa, RJ CEP:23.323.300 - Representante: PresidenteEDUARDO AUGUSTO SILVA WERNECHTels: (24) 3323-4861 (ACIAP), Celular: (24)[email protected]

ASSINATURASA distribuição dirigida é gratuita, mas para as-segurar o recebimento pelo correio é precisopagar os custos de envio e postagem. Na pági-na http://www.portaldomeioambiente.org.br/JMA-Assinar/JMA-Assinar.asp você pode as-sinar agora pagando apenas R$ 70,00 por anoatravés de depósito à ASSOCIAÇÃO ECO-LÓGICA PIRATINGAÚNA no Banco Itaú -agência 6105-1 c/c 12.983-4 - CNPJ:03.744.280/0001-30IMPRESSÃO: Grafmec (21) 2577-5221PRODUÇÃO GRÁFICA: LL Divulgação EditoraCultural Ltda. www.lldivulga.com.br –[email protected] /Os artigos, ensaios, análises e reportagens as-sinadas expressam a opinião de seus autores,não representando, necessariamente, o pon-to de vista das organizações parceiras e daREBIA.

VilmarBerna/Contatos: [email protected] (021) 9994-7634Telfax: (021) 2610-2272

DIRETORIA DA REBIAPresidente do Conselho Deliberativo: JCMoreira, jornalistaPresidente do Conselho Diretor: RicardoHarduim, biólogoPresidente do Conselho Fiscal: Flávio Le-mos, psicólogo

CONSELHO CONSULTIVO DA REBIAhttp://www.portaldomeioambiente.org.br/rebia/conselho.aspAmyra El Khalili, Aristides Arthur Soffiati,Bernardo Niskier, Carlos Alberto Muniz, DavidMan Wai Zee, Flávio Lemos de Souza, KeylahTavares, Paulo Braga, Ricardo Harduim,Roberto Henrique de Gold Hortale (Petrópolis,RJ), Rogério Álvaro Serra de Castro, RaulMazzei, Rogério Ruschel.

Faça parte da REBIA e associe-se à luta voluntária pela formaçãoe o fortalecimento da cidadania socioambiental planetária.

Um mundo melhor, ambientalmente sustentável e mais justo, é possível, mas dependede sermos capazes de fazermos escolhas diferentes das que nos conduziram ao atualestado de crise socioambiental.

Entretanto, para que a sociedade seja capaz de fazer estas escolhas melhores, a Rede Brasileira de Informa-ção Ambiental - REBIA se propõe a colaborar, voluntariamente e sem fins lucrativos, unindo-se a demais

redes e parceiros públicos e privados, para formar e fortalecer a rede da CIDADANIA socioambiental no Brasil através daoferta de serviços continuados de INFORMAÇÃO socioambiental de qualidade, com foco nos que não podem se defender dasconseqüências econômicas e ambientais desta crise civilizatória, a saber, os seres humanos excluídos, os animais, o meioambiente. Para se associar acesse: http://www.portaldomeioambiente.org.br/JMA-PopUpRebia/index.asp

2008 - OUTUBRO - EDIÇÃO 019 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 3

Por Vilmar SidneiDemamam Berna*

* Vilmar é escritor e jornalista ambiental, é fundador da REBIA – Rede Brasileira de Informação Ambiental e editor da Revista do MeioAmbiente e do www.portaldomeioambiente.org.br Em 1999, ganhou o Prêmio Global 500 da ONU Para o Meio Ambiente e em 2003 oPrêmio Verde das Américas. Contatos: [email protected]

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iante de númeroscrescentes de des-matamento no Bra-

Desmatamento, ética,consumo responsável

sil, o Ministro Carlos Mincacerta ao propor a criação doCIDE como uma ferramenta degestão interna do governo poisirá permitir o compartilhamentona tomada das decisões e tam-bém das responsabilidades di-ante desta questão gravíssimaem nosso país. O CIDE coloca,na prática, a transversalidadedefendida pela ex-MinistraMarina Silva. Entretanto, só oCIDE não pode ser uma vari-nha mágica para dar soluçãoao problema. Assim, sua cria-ção não vem de forma isolada,mas no conjunto de uma sériede 12 medidas. O país e nossasflorestas torcem pelo Ministroe sua equipe, por que do su-cesso deles depende mudar oatual ritmo de destruiçãoambiental.

As críticas devem ser vis-tas como importantes para oaperfeiçoamento da gestão.Num país democrático não é

ético pretender não dar ouvi-dos aos críticos numa tentati-va de desqualificá-los como sefossem apenas adversários po-líticos, ou gente com interes-ses contrariados, ou movidaapenas por inveja e ciúme. Pormais bem preparados que se-jam os técnicos e administra-dores que estão no poder, nãosabem tudo, não podem tudo eprincipalmente diante de fatosgravíssimos para o país, comoo desmatamento, que exigemmuito mais que as 12 medidaspropostas. Faltou, por exem-plo, incluir o fortalecimento eenvolvimento mais efetivo deoutro conselho federal, oCONAMA que além dos repre-sentantes dos seis ministériosdo CIDE, inclui representan-tes das demais altas esferas dopoder executivo, legislativo ejudiciário, de órgãos militaresdo país, da sociedade civil, dainiciativa privada, entre ou-tros, logo, um conselhosuperimportante que precisaser prestigiado e fortalecido

como espaço democrático dediscussão para este e outrostemas ambientais, , por que foipara isso que foi criado, evi-tando deixar que se torne ape-nas num espaço de referendoentre o que o governo quer enão quer aprovar.

Também salta aos olhos nopacote das 12 medidas a faltade ações e investimentos emeducação ambiental e comuni-cação ambiental, por que con-ter o desmatamento exige mui-to mais que pretender colocarum guarda atrás de cada árvo-re. Para envolver a socieda-de no esforço de conter odesmatamento o governo pre-cisará cuidar com maior cuida-do e dar prioridade e investirmais em educação ambiental ecomunicação ambiental paraque os consumidores possamfazer escolhas melhores, con-sumindo com cada vez maisresponsabilidade, exigindo oselo de origem ambientalmentecorreta nos produtos de ma-deira que adquirir.

O próprio Ministro Mincreconheceu em sua ‘Carta aosAmbientalistas” - que publi-camos na íntegra na ediçãoanterior -, que a velocidade emque o governo consegue fe-char uma carvoaria não é amesma com que consegue ge-rar empregos para realocar es-tes trabalhadores numa no-va atividade econômica am-bientalmente legal no mesmolugar. Então, a tendência é aatividade ambiental ilegal re-começar assim que o fiscal vi-rar as costas. E como meio am-biente e justiça social andamjuntas, quando a fiscalização

chega é comum encontrar, alémdo crime ambiental, também ocrime contra trabalhadoressubmetidos à escravidão. O cri-minoso que os contratou sabebem dos riscos e por issomesmo trata de colocar-seinalcançável aos braços da lei,atuando através de laranjas.

Tem muita gente ganancio-sa e sem escrúpulos que apos-ta na ilegalidade e se ocultaentre as pessoas de bem nossetores de agricultura, pecuá-ria, madeireiro, carvoeiro, side-rúrgico, e outros intensivos derecursos naturais, que são ne-cessários e imprescindíveisnuma sociedade como a nossaque precisa de bens de consu-mo que dependem da explora-ção destes recursos naturais.Por isso, é estratégico para ocombate ao desmatamentoidentificar e fortalecer as pes-soas e organizações sérias quetrabalham honesta e correta-mente, como os setores de ma-deira manejada e certificada,por exemplo. Uma forma demais rapidamente deixar expos-tos os que apostam na ilegali-dade e na ganância para enri-quecerem rápido e de qualquerjeito, separando o ‘joio do tri-go’, sob pena da sociedadeachar que são todos ‘farinhado mesmo saco’. E não são. Éimportante investir nisso, paraestimular e fortalecer as pes-soas de bem que existem nes-tes setores - e que são maioria-, a fazerem o ‘dever de casa’,identificando o expulsando oscriminosos que se escondementre eles, além de negar apoioaos maus políticos e aos cor-ruptos.

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Desmatamento

INPE revela que desmatamento naAmazônia cresceu 134% em agosto

Por LuanaLourenço

Odesmatamento na Amazôniaem agosto foi 134% maior queem julho, de acordo com os

números do Sistema de Detecção emTempo Real (Deter) divulgados em 29/09 pelo Instituto Nacional de PesquisasEspaciais (Inpe). Em agosto, os alertasregistraram 756 quilômetros quadradosde novas áreas desmatadas, em compa-

ração com os 323 quilômetros quadra-dos detectados no mês anterior. Secomparado com o mesmo período de2007, quando o Inpe registrou 230 qui-lômetros quadrados no mês de agosto,o crescimento chega a 228%.

Pelo terceiro mês consecutivo,o Pará foi indicado como o estado commaior devastação. Em agosto, o Inpe

registrou 435,27 quilômetros quadradosde desmatamento no estado, 57% dototal. Mato Grosso aparece em segui-da, com 229,17 quilômetros quadradosde novos desmates, seguido porRondônia, com 29,21 quilômetros qua-drados. Cálculo do Deter consideraas áreas que sofreram corte raso(desmatamento completo) e as que es-tão em degradação progressiva.

A cobertura de nuvens sobre os esta-dos da Amazônia Legal no período impe-diu a visualização de 26% da área, princi-palmente nos estados do Amapá e deRoraima, que “não puderam sermonitorados adequadamente”, de acor-do com relatório do Inpe.

A taxa anual de desmatamento, me-dida pelo Programa de Cálculo doDesflorestamento da Amazônia (Prodes)deve ser divulgada até o fim do semes-tre. O número é calculado com base noacumulado de novos desmatamentosverificados pelo Deter entre agosto de2007 e julho de 2008. No período, odesmate chegou a 8,1 mil quilômetrosquadrados, 64% maior que nos 12 me-ses anteriores.

Fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br/ noticias/2008/09/29/materia.2008-09-29.9957263875/view

Opinião

E

Por Luiz Prado

Amazônia - Verdades e Mentiras

ntão, nem o ministro CarlosMinc tem que “se explicar” coma justificativa de que não leu o

Enquanto rolam os ciúmes e outras ceninhas decorrentes da muito justa e apropriada divulgação dopapel do INCRA no desmatamento da Amazônia, vale a publicação de uma imagem daquilo que seencontra fora dos olhares dos turistas em quase todas as cidades da região: pobreza, falta desaneamento básico, inexistência de serviços médicos, e muito mais. Na foto, uma mulher limpa umpeixe às margens do rio nas proximidades dos esgotos da pequena cidade, que ali são despejados. A transmissão de doenças é certa como 2 e 2 são quatro.

documento antes - documentos do servi-ço público, exceto quando classificadoscomo confidenciais, são de domínio pú-

blico -, e nem a turma INCRA, respon-sável pelos anêmicos assentamentos ru-rais em todo o Brasil, precisa ”fazer bi-quinho”.

Ministros não têm que ler todos osdocumentos por uma questão de “pre-

caução” e nem o INCRA tem que ficar fis-calizando o que fazem os pequenos pro-dutores rurais “assentados”. Afinal, odesmatamento total é permitido nos ca-sos de mineração (para exportar minériobarato e de baixo valor agregado para

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países ricos), para a geração de energiaelétrica (para abastecer esses algumbeneficiamento desses minérios, na eta-pa que requer mais energia), e para todasas iniciativas assuntos “de interesse so-cial”. E não vale para assentamentos depequenos produtores?

Na verdade, a imprensa e os brasilei-ros de um modo geral sofrem de um malcomum: o pensamento mágico. Uma leipode não ser legítima, o caboclo do inte-rior da Amazônia pode nem saber que elaexiste, até porque ela, em nome daproteção à natureza, pode contrariar anatureza… humana, aquela dos habitan-tes da região que também querem melho-rar o seu nível de renda e a sua qualidadede vida (tanto a que é imposta pelo napalmcultural da Rede Globo quando o meroacesso aos serviços básicos de educa-ção, saúde, energia elétrica, telecomuni-cações).

Tudo bem, todos sabem que o serhumano é que é o grande problema. Masé possível simplesmente retirá-lo do ce-nário amazônico… ou planetário? Não! Então, seria mais interessante que alguémconseguisse explicar a tal regra nascidaem 2001, por Medida Provisória de FHC,para dar à imprensa internacional um arde severidade, segundo a qual 80% daspropriedades rurais devem se mantercomo “reserva legal”. Por que 80% e nãoos anteriores 50% ou outro percentualqualquer? Apenas em função do pensa-mento mágico?

Os caboclos foram informados disso? A turma de Xapuri cumpre? Não! A cadadia mais os próprios caboclos criamgado. O “modo de produção” extrativistajá se revelou um sonho do passado e oideal de preservação integral ou quase da“Hiléia”, floresta indomável, terá que serrevisto, como já está sendo, na prática, enão apenas pelos grandes, mas tambémpor alguns milhões de pequenos.

A não divulgação da lista muitoantes é que se constituiu em verdadei-ra crime de “lesa pátria”: sonegação deinformações à Nação. Difícil saberonde terminava a fidelidade partidáriae começava a abulia mal mascarada pelafalsa aparência da existência de umbastião de resistência ideológica den-tro do governo. Ideologia caracteriza-da pelo esforço para encaixotar a reali-dade dentro de um conjunto de con-ceitos teóricos.

É a própria ”natureza da lei” que deve

ser questionada. Ela pode ser legal e nãolegítima e/ou não ser aplicável.

Quem quer a proteção integral das flo-restas amazônicas, em lugar da proteçãodas unidades de conservação claramentedefinidas e demarcadas? O governo daNoruega que compra caças de guerra mi-lionários para proteger as suas potenci-ais reservas de petróleo no Ártico (maisgases causadores de mudanças climáti-cas) e doa uns carminguás para a prote-ção das florestas com o objetivo deacalmar a consciência pesada dos seuseleitores? Assim não vale. O paraíso, noimaginário do caboclo, não é mais a flo-resta, mas Oslo, a Noruega, com a suaelevadíssima renda per capita, a sua redede seguridade social, e a sua realeza en-volvida nas trampas dos desertos verdes- do tipo Aracruz Celulose - que produ-zem “madeira certificada”.

Na imagem abaixo, capa de um tablóide

do Acre, um jacaré tenta nadar em meioao Igarapé São Francisco, coberto de lixoe garrafas PET. Uma homenagem ao jubi-leu do cinismo dos noruegueses, ingle-ses - que invadem e massacram para as-segurar mais petróleo - e da União Euro-péia em geral.

Fonte: http://www.luizprado.com.br/2008/10/02/amazonia-verdades-e-mentiras/

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Por Gustavo daS. D. Berna*

A Rede Brasileira de Informação Ambiental – REBIA envia gratuita e diariamente umboletim digital para cerca de 30.000 leitores cadastrados atualizado com 10 novas notíciasambientais por dia. Para receber o boletim basta acessar o Portal do Meio Ambiente(www.portaldomeioambiente.org.br) e se inscrever. É gratuito.Selecionamos algumas notícias que foram destaque neste período.

Notícias do Meio Ambiente

O Fortalecimento da Gestão Participativadas Águas - 10 anos de Articulação dosComitês de Bacias Hidrográficas do Brasil

Neste ano de 2008, oFórum Nacional de Comitêsde Bacias Hidrográficas rea-liza seu décimo Encontro Na-cional com a expectativa dapresença de 2.000 participan-tes e representantes dos 150Comitês de Bacia atualmenteinstalados no território brasi-leiro. Implantados em 18 Es-tados da Federação e em dis-cussão para serem instaladosnos demais Estados, os Comi-tês de Bacias Hidrográficasganham maior importânciadentro do Sistema quando seconstata que, dentro destesplenários, encontram-se repre-sentantes de todos os segmen-tos, seja o poder público, usu-ários ou a sociedade civil or-ganizada, que, em discussãointegrada, participativa e com-partilhada, definem o futuro

X ENCONTRO NACIONAL DE COMITÊS DE BACIAS

HIDROGRÁFICAS - RIO DE JANEIRO - 10 A 14 DE NOVEMBRO

DE 2008

de suas bacias hidrográficas,buscando sempre a melhoriapara a qualidade e quantidadede suas águas. O X EncontroNacional de Comitês de Ba-cias Hidrográficas, portanto,além de apontar para uma sim-bólica reflexão pelos dez anosde articulação dos Comitês deBacia dentro dos SistemasNacional e Estaduais, retratao fortalecimento da gestãoparticipativa e comparti-lhada, evidenciada assimcomo único caminho para asustentabilidade dos recursoshídricos dentro do solo brasi-leiro. Os objetivos do Encon-tro são: Possibilitar queos Comitês de Bacias Hi-drográficas identifiquem asoportunidades e desafios paraa promoção da gestão integra-da das águas, de forma

participativa e descentraliza-da, de modo a apontar para atoda a sociedade a efetivasustentabilidade dos recursoshídricos; Integrar todos os or-ganismos e segmentos quecompõem e participam do Sis-tema Nacional de RecursosHídricos, sejam públicos ouprivados, visando possibilitara discussão participativa ecompartilhada no setor; Dis-cutir os cenários futuros noque se refere aos recursoshídricos no Brasil visando es-tabelecer metas e diretrizespara a efetivação das políticaspúblicas ligadas à água eminterface como desenvolvi-mento.

Maiores informações:www.rebob.org.br ou http://www.ecbhs.com.br

O Brasil vai sediar nos dias26, 27 e 28 de novembro umdos mais importantes eventosde meio ambiente do mundo:o “Diálogos da Terra no Pla-neta Água”, que nesta ediçãoirá discutir os principais temasambientais da agenda mundi-al e seus reflexos sobre os re-cursos naturais, especialmen-te os hídricos. A agenda será

Evento é um dos mais importantes da agenda ambientalmundial e este ano terá a água como tema central

O Núcleo de Eco-jornalistas de Alagoas(NEJ-AL) disponibilizouem seu site diversas repor-tagens produzidas por jor-nalistas do Estado que abor-dam o meio ambiente. O ma-terial, em sua maioria ins-crito no Prêmio OctávioBrandão de JornalismoAmbiental, foi veiculado ememissoras de TV locais, tra-zendo denúncias de agres-são à natureza e mostrandoações de preservação am-biental desenvolvidas pelopoder público e a iniciativaprivada. Para ver as matéri-as acesse www.nejal.com.bre, após abrir a página, cliqueno ícone ECO-REPÓRTER.Será preciso baixar um pro-grama - de 3 minutos apro-ximadamente – antes devisualizar a reportagem.

NEJdivulga

reportagensambientais

da TV

orientada por quatro temasprincipais: Água e mudançasclimáticas, Energias renová-veis para uma sociedade sus-tentável, Novas abordagenspara o planejamento territoriale Solidariedade e cooperaçãoSul-Sul. Esta será a primeiravez que a Green Cross Brasilrealiza o ‘Diálogos da Terra’na América Latina e o fará em

parceria com a Fundação Re-nato Azeredo e apoio do Go-verno do Estado de MinasGerais, por meio das secreta-rias de Ciência, Tecnologia eEnsino Superior e Meio Am-biente e DesenvolvimentoSustentável. Cerca de 1.800pessoas, de todos os continen-tes, são esperadas no Minas-centro, em Belo Horizonte,

Minas Gerais. Entre elas, no-mes históricos da políticamundial que hoje atuam na de-fesa do meio ambiente, comoo russo Mikhail Gorbachev,ex-presidente da União Sovi-ética, presidente de honra daCruz Verde Internacional e daFundação Gorbachev.Mais informações:www.dialogosdaterra.org.br

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* Gustavo é biólogo Marinho, pós-graduado em meio ambiente na COPPE/UFRJ, assessor científico da REBIA – Rede Bra-sileira de Informação Ambiental – [email protected] (21) 9719-3974.

Brasileira conquista “oscar”das áreas naturais protegidas

Maria Tere-za Jorge Pá-dua, con-selheira daFundação OBoticário, éuma das ven-cedoras do

Fred Packard Award 2008. Oconceituado prêmio reconheceo trabalho de indivíduos que sededicam à criação de unidadesde conservação em todo o mun-do. Maria Tereza Jorge Páduafaz parte da história da conser-vação da natureza no Brasil.“Esse prêmio é para o Brasil.Todas as pessoas que trabalha-ram comigo ao longo da minhavida devem se sentir premia-das”, agradece Maria Tereza.Ela é a terceira pessoa do Brasila receber o prêmio, que foi cri-ado em 1982 e é promovido pelaComissão Mundial de ÁreasProtegidas (WCPA) da IUCN.Os outros brasileiros já home-nageados foram Miravaldo deJesus Siguara, em 1982, e Al-mirante Ibsen de Gusmão Câ-mara, em 1992. Entre os par-ques nacionais que Maria Tere-za ajudou a criar estão o daChapada Diamantina, o da Ser-

Destaque Ambiental

ra Geral, o de Atol das Rocas(primeira unidade de conserva-ção da vida marinha do Brasil),de Fernando de Noronha, daSerra da Capivara (o primeirode caatinga), do Pico da Nebli-na, e boa parte dos parques daAmazônia. Em 1986, junto comoutros conservacionistas, crioua Fundação Pró-natureza(Funatura), a segunda organi-zação não-governamental a sepreocupar com a conservação danatureza no Brasil. Maria Te-reza presidiu a Funatura pornove anos e, lá, ajudou a criarno Brasil as primeiras ReservasParticulares do Patrimônio Na-tural (RPPN). Outra grande con-quista da Funatura foi a criaçãodo Parque Nacional do GrandeSertão Veredas, a primeira áreade conservação do Cerrado(savana brasileira). Maria Tere-za ainda ajudou a idealizar pro-jetos importantes para a conser-vação da natureza que existematé hoje e são verdadeiras refe-rências, como o Projeto Tamar(para a proteção das tartarugasmarinhas), o Projeto Peixe-boi eo Centro de Pesquisa para a Con-servação de Aves Silvestres(Cemave).

A partir de janeiro, a Cai-xa Econômica Federal passa-rá a exigir comprovação douso de madeira legal por par-te das construtoras e empresasdo segmento imobiliário. Amedida faz parte do acordode cooperação entre o Minis-tério do Meio Ambiente, aCAIXA e o Instituto Brasilei-ro do Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Reno-váveis (Ibama) assinado em30/09/08, pela presidente dobanco, Maria Fernanda Ra-

CAIXA exigirá uso de madeira legal emempreendimentos imobiliários

mos Coelho. Essa ação sus-tentável da CAIXA visa esti-mular o uso de madeiras deorigem legal em obras e em-preendimentos habitacio-nais financiados pelo banco etambém na construção e re-forma de instalações e unida-des próprias, que deverá seracompanhada do Documentode Origem Florestal (DOF).“A exigência do documentopermitirá que as madeiras uti-lizadas sejam oriundas de flo-restas nativas com planos de

manejo florestal, ou com au-torização de desmatamento –devidamente licenciadas peloórgão ambiental competente,ou de florestas plantadas, complanos de manejo florestal li-cenciados”, explica a presi-dente da CAIXA. A CAIXAexigirá que as construtorasapresentem até o final da obrao DOF das madeiras nativasutilizadas e uma declaraçãocontendo as espécies, quanti-dades e destino final das ma-deiras na obra. O DOF é ge-

rado pelo Ibama e pode serobtido no site da instituição -www.ibama.gov.br. Madeirasde origem legal são as madei-ras de espécies nativas acom-panhadas do DOF ou deespécies exóticas acom-panhadas da nota fiscal dacarga. As madeiras certifica-das agregam, em seu proces-so produtivo, além do DOF,exigências e característicasambientais e sociais esti-puladas por certificadorascredenciadas.

Mais informações: CaixaEconômica Federal - Tel.: (61)3206-8543/6943/8022/8775

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Foruns Rebia

A Rede Brasileira de Informação Ambiental – REBIA mantém seis fóruns de debates que reúnem hoje cerca de 3.000 membros queexercem sua cidadania ambiental ativa através da troca de informações e de campanhas e ações cidadãs em defesa dos direitos de todosao meio ambiente ecologicamente equilibrado, conforme assegurado no artigo 225 da Constituição Brasileira. Para participar basta

acessar o Portal do Meio Ambiente (www.portaldomeioambiente.org.br ) e se inscrever. É gratuito. Selecionamos alguns dos temas queforam debatidos nos Fóruns REBIA recentemente. PARTICIPE!

Para saber como fazer uma denúncia ambiental, ou como organizar uma Campanha Ambiental, veja na seçãoCIDADANIA AMBIENTAL ATIVA do www.portaldomeioambiente.org.br

Cidadania Ambiental Ativa

Moderador/coordenador: jornalista ambiental Fabrício Fonseca Ângelo, mestre em CiênciaAmbiental pela UFF e especialista em Informação Científica e Tecnológica pela Fiocruz:www.midiaemeioambiente.blogspot.com e www.informacaoambiental.blogspot.com -Contatos: [email protected]

Rebia Nacional

A Área de Proteção Ambiental deAlgodoal (localizado na AmazôniaAtlântica, no litoral nordeste do esta-do do Pará, no município de Maracanã- http://www.algodoal.com ) vive in-tensa e contínua degradação em todosos sentidos. A situação de abandonoda APA choca os mais insensíveis tu-ristas. Em qualquer feriado, tudo se re-pete: as dunas da Praia da Princesa vi-ram banheiros para uma multidão e li-xeira para os comerciantes; a juventu-de da ilha, desempregada e cada vezmais viciada em pasta de cocaína, pra-tica furtos e compromete o que semprefoi atrativo na ilha: a tranqüilidade; asruas da vila de Algodoal ficam imun-das; ninguém sabe direito o que é APAe a SEMA faz campanha de educaçãoambiental pra meia-dúzia dos milharesde visitantes da ilha. Os órgãos públi-cos que têm obrigação de salvar a APAde Algodoal são incapazes de se relaci-onarem com demandas populares, nãoestão nem aí para Algodoal e não vãofazer nada. Por meio de uma Ação CivilPública, a Justiça Federal concedeu tu-tela antecipada à Suatá e determinou

A ilha do Algodoal corre risco de morte

que a lei fosse cumprida, ou seja,União, Governo Estado do Pará e Pre-feitura de Maracanã teriam que fazerseus deveres de casa. O único quecumpre com a determinação é o Gover-no do Estado, que age com má vonta-de, cumpre protocolos e não consegueresolver nada. Estamos cansados detanto blefe. Depois de tanta luta, a rea-lidade da ilha continua a mesma, aliás,piorou e piora a cada dia. Queremos oenvolvimento da Governadora AnaJúlia nas questões da APA, queremosa participação do Secretário do MeioAmbiente Valmir Ortega. Queremos apriorização da APA de Algodoal na po-lítica pública deste estado, porqueimplementar a APA de Algodoal é soci-almente justo, economicamente viávele ecologicamente correto. - Márcio Luis- Suatá - Associação Pró-Ilha de Algo-doal / Maiandeua –

(Postado por Por Marcelo Tas -http://marcelotas.blog.uol.com.br/a r c h 2 0 0 8 - 0 9 - 1 6 _ 2 0 0 8 - 0 9 -30.html#2008_09-30_20_43_21-5886357-0 em seu blog)

Abaixo assinado em prol das al-ternativas de traçado e tecnológicaspara o topo da Serra do Mar na amplia-ção da BR 116/SP-PR em discordância àfragmentação da Serra São Lourencinho,suas cabeceiras de drenagem e dos

Movimento Cidadania pela Serra São Lourencinho

habitats naturais desta Mata Atlântica deNeblina. Assine agora: http://www.petitiononline.com/Serra/petition-sign.html(enviado por Terræ SP [email protected] )

Moderadores: Paulo Pizzi - Biólogo, associado do

Mater Natura - Instituto de Estudos Ambientais:

http://www.maternatura.org.br / e-mail:

[email protected] e Juliano Raramilho -

professor no Colégio Agrícola Estadual de

Cambará/PR, coordenador das Salas Verdes de

Cambará/PR e Canitar/PR: [email protected]

Rebia Sul

Depois de 20 anos de luta, a Orlado Guaíba, o mais nobre, valioso ecobiçado patrimônio público de Por-to Alegre, continua ameaçada pelospoderes Executivo e Legislativo mu-nicipais, a serviço dos interessesdos setores imobiliário e da constru-ção civil.

A ORLA do Guaíba é um espa-ço que faz parte da identidadepaisagística, de lazer e de cultura dePorto Alegre. Sua preservação ain-da não está garantida para as futu-ras gerações. NÃO ao projeto Pon-tal do Estaleiro!!! O projeto prevê aconstrução de um complexoarquitetônico (6 prédios) de 60 milmetros quadrados na área do antigoEstaleiro Só. Cada prédio terá volu-me igual ao nosso Hospital das Clí-nicas.

Participe::www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/1571

Entidades: AGAPAN, MOVI-MENTO PORTO ALEGRE VIVE, ONGSOLIDARIEDADE, MOVIMENTOVIVA GASÔMETRO, MOVIMENTORIO GUAHYBA.(enviado para a REBIA SUL porEduardo Cezimbra [email protected] )

Abaixo-Assinado emDefesa da Orla doGuaíba

2008 - OUTUBRO - EDIÇÃO 019 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 9

Coordenador da Rebia Sudeste: Gerhard Sardo – jornalista e ativista ecológico, Niterói, RJ - http://www.gerhardsardo.com.br/ e-mail:[email protected]. Moderadores: Juliano Raramilho - professor no Colégio Agrícola Estadual de Cambará/PR, coordenador das Salas

Verdes de Cambará/PR e Canitar/PR: [email protected] e Tatiana Trevisan - [email protected] - Graduada em Ciências Biológicasda Universidade de São Paulo (USP - 2005), cursou o colegial na Austrália (1997).

Rebia Sudeste

A Rede de Ongs da Mata Atlânti-ca, a Reserva da Biosfera da UNESCO,a FASE, a REBIA – Rede Brasileira deInformação Ambiental, a AssociaçãoEcológica Piratingaúna e demais or-ganizações ambientalistas lançaram acampanha “Não afoguem as ilhas doParaíba” na tentativa de mobilizar aopinião pública e impedir a constru-ção de três barragens para hidrelétri-cas (Itaocara, Barra do Pomba eCambuci) previstas para a região doNoroeste Fluminense que, segundo os

“Não afoguem as ilhas do Paraíba”ambientalistas, irão inundar 700 ilhasdo Rio Paraíba do Sul e provocar aextinção de espécies como a lagostade São Fidelis (Macrobachiumcarcinus) e a piabanha (Bryconinsignis), entre outras, além de preju-dicar a sobrevivência de centenas depescadores artesanais terão suas ren-das comprometidas. Para assinar:ht tp: / /www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/1558.Mais informações:www.ilhasrioparaiba.blogspot.com

Registro uma vitória da cidadaniaem defesa dos direitos e interesses daspopulações indígenas, na salvaguar-da da proteção do patrimônio públicoe social, do meio ambiente e dos inte-resses difusos e coletivos com a notí-cia “LLX suspende investimentos naconstrução de um porto em Peruíbe”,publicada pelo Jornal o GLOBO em 3/10/08. Agradeço em nome das entida-des Terrae, Mongue, SOS Manancial,PROESP e Povo Tupí Guarani, co-au-tores da Petição “Diga Não à constru-ção de um porto em Peruíbe ao lado daJuréia e do Parque da Serra do Mar”,da qual tive a honra de ser a relatora, atodos que participaram e deram suporteà esta mobilização e em especial aosmais de 6500 ( seis mil e quinhentos )cidadãos e entidades (http://www.pet i t iononline.com/Serra/

Uma luta de sucesso: Suspensão do PortoBrasil, em Peruíbe, ao lado da Juréia

petition-sign.html ) - Léa Corrêa Pin-to - [email protected] - Cen-tro de Referência do Movimento da Ci-dadania pelas Águas Florestas e Mon-tanhas Iguassu Iterei - Serra SãoLourencinho- SP (enviado por AmyraEl Khalili - [email protected] - PARABÉNS LEA!!!!! Rei-teramos o nosso apoio à sua pessoacomo cidadã na mobilização: Diga Nãoà construção de um porto em Peruíbeao lado da Juréia. Aproveitamos paraagradecer sua postura ética nas repre-sentações junto ao Ministério Públicoe nas comunicações destes procedi-mentos. Sua agilidade e transparênciacolaboram muito para reafirmarmoseste apoio! São atributos de Mulherespela Paz que fazem deste país a espe-rança de um lugar muito melhor! QublátFalastinía (Bjs Palestinos)

Recorrer ao judiciário é o ultimo recursopara tentar barrar o absurdo da lei Munici-pal 4.899/08, publicada no Diário Oficial daCidade do Rio de Janeiro no dia 18/08/08,após ser sancionada pelo Prefeito CésarMaia, que extingue o Parque Ecológico doMendanha (atual Parque Natural Munici-

Assine contra a extinção doParque do Mendanha (RJ)

pal da Serra do Mendanha - renomeado de-vido ao SNUC), para transformá-lo em umaÁrea Especial de Interesse Social. De autoriado vereador Jorge Felippe. Esta unidade deconservação é uma das mais bem preserva-das do município e uma das raras com a situ-ação fundiária resolvida. Ela é coberta com a

Floresta Ombrófila Densa mais bem con-servada da Cidade do Rio de Janeiro e detoda a Região Metropolitana do Estado doRJ. E por incrível que pareça só agora estásendo estudada, inclusive com a desco-berta de uma nova espécie de anfíbio (ain-da em descrição). A área precisaria dereassentamentos (ou redelimitação) e atéde ampliação, para proteger o restante dafloresta que está fora do parque e para ex-cluir uma área rural. Já existem pessoas in-vadindo o lugar, e o tempo é curto! Paraassinar: www.PetitionOnline.com/1320free/petition.html - Jorge Antônio LourençoPontes, Biólogo M.Sc.Outra opinião: Vereador Jorge Felippe -Prezados Senhores, antes de proceder aqualquer juízo de valor a respeito da minhaLei que dá a titularidade a aqueles que du-rante décadas defendem, impedindo inva-sões na área do Parque Ecológico doMendanha, sugiro aos senhores conhece-rem um pouco da minha história em defesadaquele manancial e verdadeira jóiaambiental que exige de todos nós, cari-nho, atenção, zelo e compromissopreservacionista. O Parque Ecológico doMendanha foi criado, por Emenda de mi-nha autoria no Plano Diretor Decenal doRio de Janeiro, Lei Complementar nº 16, em1992. Em 1993, mais uma vez por Lei deminha autoria concretizei a criação do Par-que Ecológico do Mendanha, através daLei nº 1958/93. Desde aquela época umapreocupação envolve a todos que queremo melhor para aquela região: Qual destinoserá dado a aquelas famílias que lá residemhá mais de 80 anos (algumas) e que duran-te décadas e décadas são os verdadeirasguardiães daquelas terras, impedindo in-vasões e fazendo todo e qualquerenfrentamento na preservação daqueleecoambiente. Minha Lei não beneficia es-peculação, não permite loteamentos, ape-nas e exclusivamente titula a esses defen-sores e preservasionistas do Parque Eco-lógico do Mendanha. Lembrem-se, naque-la região tão extensa não existe nenhumguarda, ninguém, exceto aqueles que lá re-sidem para defendê-la diuturnamente. A Câ-mara de Vereadores foi sábia ao aprovaresta Lei, mantendo naquelas terras os seusmaiores defensores. E apenas estes serãobeneficiados. - Vereador Jorge Felippe([email protected])

10 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 019 - OUTUBRO - 2008

Moderador/coordenador: biólogo e educador ambiental Eric Fischer Rempe, sediado em Brasília (0xx61) 34252073Contatos: [email protected]

Rebia Centro-Oeste

Senhor Carlos Minc, Ministro doMeio Ambiente, as organizações abaixoassinadas, vêem por meio desta expres-sar sua preocupação com as informa-ções veiculadas pela imprensa (O Glo-bo,23/08/08) sobre a possibilidade de li-beração para a instalação de usinas deálcool e açúcar da área da Bacia do AltoParaguai (BAP) e no Pantanal, regiãohoje interditada por Resolução do Con-selho Nacional de Meio Ambiente. Asinformações provocaram dúvidas e gran-des preocupações para a sociedade bra-sileira e em particular para aquelesque defendem a integridade dosecossistemas pantaneiros.

Entendemos que mesmo com os es-clarecimentos posteriores trazidos a pú-blico em outras notícias da própria im-prensa e do Ministério do Meio Ambi-ente, as dúvidas foram mantidas, princi-palmente, porque acompanhados de de-clarações do senhor sobre uma possí-vel “faixa de exclusão para além do Pan-tanal”. O que viria a ser esta faixa? Amesma é citada no ZEE de Mato Grossoe Mato Grosso do Sul. Considerandoque o marco legal já estabelecido é cla-ro: a BAP.

Organizações Ambientalistas Reagem a Minc ContraUsinas a Álcool no Pantanal

Lembramos que a Política Nacional deRecursos Hídricos, estabelecida pela LeiFederal nº 9.433/97, tem como um de seusfundamentos a bacia hidrográfica como aunidade de planejamento adequada paraestabelecer a conservação das águas dopaís. O Plano Nacional de RecursosHídricos, que está sendo implementadoem todo o país, segue as prerrogativas daPolítica Nacional.

O Pantanal, como é de vosso conhe-cimento, depende fundamentalmente daquantidade e qualidade das águas que sãoproduzidas e ele chega de toda a bacia enão apenas de uma ‘faixa de exclusão’. Oespírito da Resolução Conama é o de ga-rantir as condições para que a dinâmicadas águas siga garantindo a imensabiodiversidade e gerando vida, trabalhoe renda para milhares de pessoas que de-pendem destas condições. Grandes exten-sões de monoculturas canavieiras comuso de biocidas, a exemplo do que acon-tece em outras regiões, e indústrias depotencial poluidor como as de açúcar eálcool devem ser mantidas fora da bacia.Estas são as razões que geraram lutas his-tóricas, de dezenas de anos.

Aproveitamos esta oportunidade

para solicitar os dados e informaçõessobre o Zoneamento Agro-ecológico daCana, apresentado por diversas vezescomo a solução para localização ade-quada de empreendimentos sucro-alcooleiros, mas com andamentos, atéagora, desconhecidos pela sociedade.Também entendendo necessário colocarsob vossas considerações diretas, es-tas e outras questões, solicitamos a aber-tura de uma data em sua agenda parauma reunião com organizações envolvi-das na defesa do Pantanal.

Assinam: Aspadama, Ecoa - Ecologia eAção, Econg - Organização Não Go-vernamental de Defesa do Meio Ambi-ente e do Patrimônio Cultural deCastilho e Região, Fórum de Meio Am-biente de Mato Grosso – Formad,Fórum Carajás, Fundação Ecotropica,Instituto Centro Vida – ICV, VidaPantaneira, Núcleo deEcomunicadores dos Matos – NEM, Or-ganização de Cultura, Cidadania e Am-biente – OCCA, WWF-Brasil

(enviado por Allison Ishy [email protected] )

Rebia Nordeste

Pessoal, seria bom formarmos um coletivo nordestino para essa importante capacitação, no Recife. Quem tiver sugestões, socialize aqui, paravermos os caminhos. Saudações harmoniosas - Liliana Peixinho - Coordenação Rebia-Nordeste [email protected] (71 - 8769-5927)

Durante os dias 26 e 27 de setembro,representantes de ONGs do Nordeste ligadasa preservação da Mata Atlântica reuniram-seem Recife para a oficina de capacitação doProjeto “A Mata Atlântica e sua biodiversidadeno contexto da mitigação das mudanças cli-máticas – A contribuição da sociedade civil”.Os participantes receberam capacitação natemática das mudanças climáticas e do seqües-tro de carbono. Com isso a RMA pretendeformar multiplicadores entre as instituições

RMA oferece capacitação em Mercado de Carbonocom o objetivo de difundir informações sobre abiodiversidade, a importância socioeconômica,potenciais de conservação , recuperação e ser-viços ambientais da Mata Atlântica.

A Mata Atlântica é consideradaPatrimônio Nacional pela Constituição Fede-ral. Inicialmente cobria 15% do território brasi-leiro. Hoje em relação à área original do bioma,restam aproximadamente 8% de remanescentesde vegetação primária. É considerado o segun-do bioma mais devastado.

A Rede de Organizações Não Go-vernamentais da Mata Atlântica (RMA) foicriada em 1992 durante a Rio – 92 por 46ONGS. Hoje são mais de 300 filiadas nos 17estados onde o bioma está presente. A insti-tuição tem como objetivo a defesa, preserva-ção, conservação e recuperação da MataAtlântica através da promoção de intercâm-bio de informações de mobilização, da açãopolítica coordenada e do apoio mútuo entreas instituições.

Coordenador: Efraim Neto, 22 anos, é jornalista e editor doECOBlog - www.efraimneto.zip.net membro da RedeBrasileira de Jornalismo Ambiental e da Rede de Comunica-ção Ambiental da América Latina e Caribe (RedCalc) [email protected]

Coordenadora / Moderadora Rebia Nordeste – Seção Bahia:Liliana Peixinho, pós-Graduada em Midia e Meio Ambiente.MBA em Turismo e Hotelaria, Especialização em JornalismoAmbiental e Jornalismo Digital - [email protected] ewww.amigodomeioambiente.com.br

2008 - OUTUBRO - EDIÇÃO 019 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 11

Moderador/coordenador: Evandro J. L. Ferreira, pesquisador do INPA-ACRE/Curador do Herbário PZ/UFAC - Blog http://ambienteacreano.blogspot.com/ - Tel.068-3228-1642/068-3223-3153 [email protected]

Rebia Norte

- “Sou o homem de um milhão de hecta-res”, apresenta-se, sem exagero, JoséCarlos Nunes Silva, 43 anos. Ele é oúnico fiscal de um território de seis ve-zes o tamanho da cidade de São Paulo,a reserva extrativista Chico Mendes, noAcre. Vinte anos depois do assassina-to do líder seringueiro, símbolo da de-fesa da floresta, a área desmatada naunidade de conservação federal queleva seu nome cresceu 11 vezes e ogado, que não deveria estar lá segun-do o projeto original, chega a quase 10mil cabeças. O desmatamento alcança6,3% da área total, segundo o Sipam(Sistema de Proteção da Amazônia).Apesar da queda recente no ritmo dasmotosserras, o percentual se aproximado limite máximo de desmatamento ad-mitido e -mais importante- coloca emxeque as chances de o extrativismo im-

A morte do Chico Mendes terá sido em vão?pedir o abate da floresta.

O ministro Carlos Minc (Meio Ambi-ente) reconhece na pressão da pecuáriasobre unidades como a Chico Mendes,tanto uma alternativa de sobrevivênciana floresta como resultado das dificul-dades do Estado para zelar por áreas pro-tegidas. “A gente sabe que tem muitoboi pirata lá, até por causa da pobreza”,afirma.

O baixo preço da borracha e a dificul-dade de escoar a produção durante anoslevaram quase ao abandono das árvoresque Chico Mendes e outros seringuei-ros defendiam com seus próprios cor-pos, contra a ação de fazendeiros, noschamados “empates” dos anos 70,uma forma pacífica de impedir osdesmatamentos. “Da seringueira não sevive mais não, se não tem gadinho, nãodá”, justifica Creviano Pereira de Lima,

cuja família mantém 100 cabeças de gadona colocação Gafanhoto. Filho de ex-se-ringueiro, o rapaz não se anima, por ora,a abastecer a fábrica estatal de preserva-tivos recém-inaugurada em Xapuri. Ale-ga atrasos nos primeiros pagamentos deR$ 4,10 por quilo da borracha. Esse pre-ço inclui o pagamento de R$ 0,70 porserviços ambientais.

O abate de árvores já superou o limi-te legal de 10% no emblemático SeringalCachoeira, cuja desapropriação foi o pivôdo assassinato de Chico Mendes, em de-zembro de 1988, a mando do antigo donoda área, Darly Alves da Silva. O presi-dente da associação dos moradores doCachoeira, Raimundo Monteiro, atribuios 13% de desmatamento à “teimosia”dos assentados: “Gado tem bastante”.(Fonte: Marta Salomon, da Folha de S.Paulo - enviado por Evandro Ferreira)

12 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 019 - OUTUBRO - 2008

Mudanças Climáticas IPor Efe, emWashington

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A concentração atual de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera aumentou de forma dramática em2007 e provavelmente é a maior nos últimos 20 milhões de anos, segundo um relatório publicado pelaorganização Global Carbon Project.

Concentração de CO2 na atmosfera é amaior em 20 milhões de anos, diz estudo

relatório CarbonBudget and Trends2007 (Planos e Me-

tas de Carbono 2007, em tra-dução livre) apontou que noano passado a concentraçãode CO2 foi de 2,2 ppm (partespor milhão), ante os 1,8 ppm

em 2006 e acima dos 2 ppm demédia do período 2000-2007.“A atual concentração é a mai-or durante os últimos 650 milanos e provavelmente duran-te os últimos 20 milhões deanos” afirmaram os autores.

China e Índia foram os paí-

ses onde mais aumentaram asemissões de CO2, um dos gasesresponsáveis pelo aquecimen-to global. O relatório constatouque, em 2006, a China ultrapas-sou os Estados Unidos como omaior emissor de CO2 do plane-ta e que a Índia, em breve, setransformará no terceiro maioremissor global, ao ultrapassar aRússia. Mais da metade dasemissões atuais de CO2 provêmdos países menos desenvolvi-dos, mas o relatório destacouque, de uma perspectiva histó-rica, os países em desenvolvi-mento que representam 80% dapopulação mundial só somam20% das emissões totais reali-zadas desde 1751.

De fato, os países mais po-bres do mundo, com uma po-pulação de 800 milhões de pes-soas, “contribuíram com menos

OMinistério do MeioAmbiente lançou ofi-cialmente o Plano Na-

cional de Mudanças Climáticas(PNMC) no último dia 25 de se-tembro. Participaram do lança-mento os ministros Carlos Minc,do Meio Ambiente, SérgioRezende, da Ciência e Tecno-logia, e a secretária nacional deMudanças Climáticas e membrodo IPCC, Suzana Khan.

Na abertura, o ministroCarlos Minc enfatizou que o

Brasil tem compromissos inter-nacionais no tocante a metas deemissão dos gases efeito estufa(GEE) apesar de não estar entreos países Parte do anexo I.

Segundo ele há seis anos ogoverno federal vem, juntamen-te com o Fórum Brasileiro deMudanças Climáticas (FBMC)pesquisando e participando deeventos ligados aos efeitos dasmudanças climáticas. “Esse pla-no é produto de vários ministé-rios – 13 ao todo. Não é defini-

tivo, pois faremos uma consultapública onde ouviremos as opi-niões da população”, disse.Essa participação será feita atra-vés de audiências públicas epela internet.

De acordo com Minc o pla-no ainda está em fase de conclu-são, pois alguns dados não es-tão atualizados, “nosso últimolevantamento de emissão deGEEs é de 1.994. Acreditamosque em um ano esses dados jáestarão em ordem”, avaliou.

de 1% destas emissõesacumulativas”. O relatório des-tacou que oceanos e terra acu-mularam 54% das emissões hu-manas de CO2 realizadas entre2000 e 2007, mas também cons-tatou que “a eficiência destessumidouros para recolher CO2diminuiu 5% nos últimos 50anos”, tendência que continu-ará no futuro. Outro dado des-tacado pelo estudo é que odesmatamento é responsávelpelas emissões líquidas de 1,5bilhão de toneladas de dióxidode carbono ao ano.

O desmatamento na Américado Sul e na América Central foiresponsável por 41% deste nú-mero, enquanto outros 43% pro-cederam da Ásia e 17% da África.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u449053.shtml

Plano Nacional de Mudanças Climáticas é lançadosob críticas e expectativas

Por Fabrício Ângelo*

O ministro também confir-mou que apesar do Brasil nãofazer parte dos países que sãoobrigados, pelo Protocolo deQuioto, a diminuir a emissão dosGEEs, o governo federal esperaa adesão dos setores produti-vos, “vários setores foramconsultados e a maioria tem avontade de colaborar com amitigação”.

A secretária nacional de Mu-danças Climáticas, SuzanaKahn, destacou como pontos

Mudanças Climáticas II

2008 - OUTUBRO - EDIÇÃO 019 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 13

renovável, com o potencial deredução de emissões de 3 tone-ladas de CO2 por tonelada deferro processado na siderurgiaentre outras.

• Buscar manter elevada aparticipação de energiarenovável na matriz elétrica, pre-servando posição de destaqueque o Brasil sempre ocupou nocenário internacional. Segundoo MMA, o Ministério das Mi-nas e Energia estuda a realiza-ção de um leilão específica parafonte eólica, além da expansãode energia fotovoltaica e utiliza-ção de resíduos urbanos parafins energéticos.

• Fomentar o aumento sus-tentável da participação debiocombustíveis na matriz detransportes nacional e, ainda,atuar com vistas à estrutu-ração de um mercado interna-cional de biocombustíveissustentáveis. Aumentar a pro-dução de etanol em 11% aoano passando a produção de25,6 bilhões de litros para 53,2bilhões de litros. Aumentartambém a produção dobiodiesel em em mais de 60%.

• Eliminar a perda líquida daárea de cobertura florestal noBrasil, até 2015.

• Dobrar a área de florestasplantadas no Brasil de 5,5 mi-lhões de ha para 11 milhões deha em 2015, sendo 2 milhões deha de espécie nativa e recupera-ção econômica e ambiental de100 milhões de há de pastosdegradados.

• Procurar identificar os im-pactos ambientais decorrentesda mudança do clima e fomentaro desenvolvimento de pesqui-sas científicas para que se pos-sa traçar uma estratégia queminimize os custos sócio-eco-nômicos de adaptação do País.

Impactos na Mata AtlânticaSegundo o Programa das

Nações Unidas para o MeioAmbiente (PNUMA) as flores-tas plantadas do Brasil repre-sentam cerca de 1% da cobertu-ra florestal do País com aproxi-

madamente 53 mil quilômetrosquadrados e estão localizadasprincipalmente no bioma MataAtlântica. Essa cobertura flores-tal tem sido reduzida ao longodo tempo. Em um período deapenas 15 anos a Mata Atlânti-ca teve desmatada 8% de suacobertura original.

Dentro do PNMC, apenasum parágrafo cita diretamentepolíticas ambientais para obioma. Intitulado Mudanças Cli-máticas e Possíveis Alteraçõesnos Biomas da Mata Atlântica,uma pesquisa analisará os efei-tos da mudança climática naMata Atlântica do Rio de Janei-ro. Por meio da elaboração demapa, espera-se conhecer quaisas possíveis alterações dobioma para o final do século 21,com base em 15 modelos do Pa-inel Intergovernamental deMudanças Climáticas.

As críticasInstituições ambientais e

pesquisadores do tema critica-ram o PNMC, considerandosuas metas e prazos muito tími-dos. Segundo o GreenpeaceBrasil, o documento não res-ponde à altura os desafios quetemos hoje. Para algumas pro-postas, não há metas; para ou-tras, faltam os prazos ou meca-nismos para atingi-las. “Na me-lhor das hipóteses, o plano éuma decepção. Na pior, umaembromação. Os desafios dasmudanças climáticas exigem ur-gência e maior comprometimen-to do governo”, avalia MarceloFurtado, diretor executivo daONG. Para Furtado a meta paraeficiência energética, de acordocom o plano, é chegar aos 10%até 2030, quando poderíamosobter índices entre 35% a 50%.

De acordo com o físiconuclear e professor JoséGoldenberg o plano não deve-ria ter sido apresentado. “Nãovejo utilidade em levá-lo à Co-missão Interministerial ondepoderá ser usado para legitimaras atuais políticas que o Gover-no Federal tem conduzido e que

principais do plano o aumentode 0,5 para 20% nos projetos deCogeração, que é a produçãosimultânea de energia térmica eenergia elétrica a partir do usode um combustível convencio-nal (gás natural, óleo combustí-vel, diesel e carvão) ou algumtipo de resíduo industrial (ma-deira, bagaço de cana, casca dearroz, etc.). A diminuição de emis-são de CO2 pelo setor de petró-leo e gás, siderurgia limpa, coma utilização de carvão advindode áreas de reflorestamento,extinção da utilização de CFC eaproveitamento de matrizesenergéticas renováveis comoenergia eólica e solar.

Para Sério Rezende, minis-tro da Ciência e Tecnologia, oplano demonstra a preocupaçãoe o compromisso que o país temcom as mudanças climáticas.“Desde 1984 o MCT está envol-vido com as questões climáti-cas, quando foi criada uma Co-ordenação de Mudanças Climá-ticas dentro do ministério. Nosúltimos três anos essa questãoganhou uma maior dimensão, epor isso foi criada a Rede Clima,que juntamente com vários ou-tros setores do MCT vem reali-zando pesquisas sobre o tema”,finalizou.

O PNMC estará disponívelpara consulta pública e suges-tões até o dia 31 de outubro nosite do Ministério do Meio Am-biente (www.mma.gov.br)

O Plano Nacional de MudançasClimáticas

O documento de 150 pági-nas traz como pontos principais:

· Fomentar aumentos de efi-ciência no desempenho dossetores produtivos na buscaconstante do alcance e das me-lhores práticas, como o aumen-to de 0,5 para 20% da cogeraçãono mercado de energia do Bra-sil, o estabelecimento de açõespara promover a atenuação dacurva de crescimento das emis-sões de GEEs pela Petrobras,fomentar a substituição do car-vão mineral pelo carvão vegetal

me parecem insuficientes paraenfrentar a gravidade do pro-blema das mudanças climáticastanto no País como no mundo”.

Já o secretário-executivo doFórum Brasileiro de MudançasClimáticas, Luiz Pinguelli Rosadisse que não existe ainda umplano. Há matéria-prima boapara um plano, mas como dar aredação final é o problema.

O Fórum Brasileiro de ONGse Movimentos Sociais para oMeio Ambiente e o Desenvolvi-mento (FBOMS), em carta reme-tida a imprensa , afirma que “umplano sério em qualquer temaou área deve ter objetivose ações que possam sermensuráveis, verificáveis erelatáveis. Isso se traduz emmetas e compromissos para osdiferentes setores da economiae da sociedade, bem como res-ponsabilidades e atribuiçõespara os diferentes níveis degoverno. O Brasil não pode, emfunção de sua responsabilida-de comum e diferenciada, fugirdo debate sobre a adoção decompromissos nacionais quesinalizem na direção dadesaceleração do crescimentodas emissões, estabilização eposterior redução, em prazoscompatíveis com a necessidademundial de conter o aquecimen-to global nos níveis indicadospelo IPCC”.

* Fabrício Fonseca Ângelo éjornalista ambiental, mestre emCiência Ambiental pela UFF eespecialista em Informação Ci-entífica e Tecnológica pelaFiocruz. É o moderador daREBIA NACIONAL(www.midiaemeioambiente.blogspot.com e www.informacaoambiental.blogspot.com) -Contatos: [email protected]

Nota do editor: baixe o Planode Mudanças Climáticas até31/10/2008 no link: http://rbambiental.blog.terra.com.br/plano_nacional_sobre_mudancas_climaticas

14 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 019 - OUTUBRO - 2008

Por Antonio Cianciullo(jornal La Repubblica,22-09-2008)

A

Cidadania Ambiental

Dia 23 de setembro é o Earth Overshoot Day[Dia da Ultrapassagem dos Limites da Terra]: a hora da bancarrotaecológica. A ONU prevê que, sem adoção de medidas, em 2050ultrapassaremos este limite cada vez mais cedo, no dia 1º de julho.

A partir do dia 23 desetembro, o Planeta Terraentrou no vermelho: ‘Jáexaurimos os recursos doano’, alertam os cientistas.

partir do dia 23 de setembro,segundo os cientistas, es-tamos consumindo mais re-

Se o modelo dos Estados Unidos fosseestendido a todo o planeta, precisaríamosde 5,4 Terras. Com o estilo do Reino Unidose desce a 3,1 Terras. Com a Alemanha a2,5. Com a Itália a 2,2.

cursos do que a natureza consegue serecuperar e renovar. Nosso estilo devida está ‘comendo’ o capital biológicoacumulado em mais de três bilhões deanos de evolução da vida, comprome-tendo diretamente o futuro dos que vi-rão depois de nós, que disporão de cadavez menos recursos para suprir as mes-mas necessidades que agora. Nem mes-mo uma superintervenção como a dogoverno dos Estados Unidos para taparos buracos dos bancos americanos bas-taria para reequilibrar nossa relação como planeta.

É o dia em que a renda anual à nossadisposição acaba e os seres humanos vi-vos continuam a sobreviver pedindo umempréstimo ao futuro, ou seja, retirandoriqueza aos filhos e aos netos. A data foicalculada pelo Global FootprintNetwork, a associação que mensura apegada ecológica, ou seja, o sinal quecada um de nós deixa sobre o planeta re-tirando aquilo de que necessita para vi-ver e eliminando o que não lhe servemais, os rejeitos.

O dia 23 de setembro não é uma datafixa. Por milênios o impacto da humani-dade, em nível global, foi irrelevante noque se refere à ação produzida peloseventos naturais que modelaram o pla-neta. Com o crescimento da população(o século vinte começou com 1,6 bilhõesde seres humanos e concluiu com 6 bi-lhões de seres humanos) e com o cresci-

mento do consumo (o energético aumen-tou 16 vezes durante o século passado)o quadro mudou em períodos que, doponto de vista da história geológica, re-presentam uma fração de segundo.

Em 1961 metade da Terra era sufici-ente para satisfazer as nossas necessi-dades. O primeiro ano em que a huma-nidade utilizou mais recursos do que osoferecidos pela biocapacidade do plane-ta foi 1986, mas, daquela vez ocartãozinho vermelho se ergueu no dia31 de dezembro: o dano ainda era mo-derado. Em 1995 a fase do supercon-sumo já devorara mais de um mês de ca-lendário: a partir de 21 de novembro aquantidade de madeira, fibras, animaise verduras devoradas ia além da capa-cidade dos ecossistemas de se regene-rarem; a retirada começava a devorar ocapital à disposição, num círculo vicio-so que reduz os úteis à disposição econstringe a antecipar sempre mais omomento do débito.

Em 2005, o Earth Overshoot Day caiuno dia 2 de outubro. Neste ano já o adi-antamos para o dia 23 de setembro: jáconsumimos quase 40 por cento a maisdo que aquilo que a natureza pode ofe-recer sem se empobrecer.

Segundo as projeções das NaçõesUnidas, o ano no qual – se não se toma-rem providências – o vermelho vai dis-parar no dia primeiro de julho será 2050.Isto significa que na metade do séculoprecisaremos de um segundo planeta àdisposição. E, visto que é difícil levantarpara aquela época a hipótese de uma

transferência planetária, será preciso blo-quear o superconsumo agindo numa du-pla frente: tecnologias e estilos de vida.

O esforço inovador da indústria deponta produziu um primeiro saltotecnológico relevante: no campo doseletrodomésticos, da iluminação, da ca-lefação das casas, da fabricação de al-gumas mercadorias o consumo se redu-ziu notavelmente. Mas, também os esti-los de vida desempenham um papel re-levante.

Para nos convencermos disso bastaconfrontar o débito ecológico de paísesnos quais os níveis de bem-estar são se-melhantes. Se o modelo dos Estados Uni-dos fosse estendido a todo o planeta,precisaríamos de 5,4 Terras. Com o esti-lo do Reino Unido se desce a 3,1 Terras.Com a Alemanha a 2,5. Com a Itália a 2,2.“Temos um débito ecológico igual a me-nos do que a metade daquele dos States,mesmo para nossa adesão às raízes daprodução tradicional e para a liderançano campo da agricultura biológica, a demenor impacto ambiental”, explicaRoberto Brambilla, da rede Lilliput que,junto com a WWF, cuida da difusão doscálculos do rastro ecológico. “Mas, tam-bém para nós a caminhada para o obje-tivo da sustentabilidade é longa: servem-nos menos obras prejudiciais como aPonte sobre o Estreito e mais refloresta-mento para reduzir a emissão de gás ser-ra e os desmoronamentos”.

(Colaboração enviada por Marco LeãoGelman: :[email protected])

2008 - OUTUBRO - EDIÇÃO 019 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 15

Por CynthiaRosenburg eAline Ribeirowww.empresaverde.globolog.com.br/

A

Oportunidade

Aquecimento global geraoferta de empregos verdes

força-tarefa mundial para redu-zir o aquecimento do planetaestá surtindo efeito na gera-

ção de empregos. É o que diz o relatório“Empregos Verdes: Trabalho Decente emum Mundo Sustentável e com BaixasEmissões de Carbono”, da OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT). Segun-do o estudo, os chamados “empregos ver-des” – aqueles relacionados às novastecnologias ambientais - estão em prati-camente todas as áreas que têm se adap-tado às reduções da emissão de CO2,

como a construção civil, de energiasrenováveis, na agricultura, na indústria enos serviços.

Nas próximas décadas, diz o relatório,os investimentos em energias alternativasdeve criar mais de 20 milhões de “empre-gos verdes” – serão 12 milhões só na áreade biocombustíveis. No Brasil, o setor maispromissor é o de reciclagem. Cerca de 500mil trabalhadores já estão empregados nopaís reciclando ou reaproveitando materi-ais. A pesquisa ressaltou que o Brasil élíder mundial na reciclagem de latas de alu-

mínio, com 170 mil trabalhadores somentenessa área.

Uma outra pesquisa coordenadapelo professor de arquitetura Carlos An-tônio Leite Brandão, do Ieat (Institutode Estudos Avançados Transdisci-plinares), diz que a função de “lixólogo”será a profissão do futuro. Segundo aFolha de S.Paulo, ele aponta que as ca-racterísticas socioambientais, culturais etecnológicas atuais direcionam à neces-sidade de novas funções no mercado detrabalho.

Nuclear

Denúncia: água consumida em Caetité (BA)está contaminada por urânio

Ativistas do Greenpeace coletam amostra de água contaminada em poço de Juazeiro,Caetité (BA). (Greenpeace / Lunaé Parracho)

SÃO PAULO — Relatório Ciclo do Perigo - Impactos da Produçãode Combustível Nuclear no Brasil, do Greenpeace, apontaproblemas na área de influência da mina da estatal IndústriasNucleares do Brasil (INB) e exige investigação sobre as condiçõesde saúde da população local.

Após oito meses de investigação,o Greenpeace encontroucontaminação radioativa em

amostras de água usada para consumohumano, coletadas na área de influênciadireta da mineração de urânio no municípiode Caetité, na Bahia (BA). A mina e umaunidade de beneficiamento de urânio sãogerenciadas pela Indústrias Nucleares doBrasil (INB). A denúncia, que demonstraque a geração de energia nuclear éperigosa e poluente desde a sua origem,faz parte do relatório Ciclo do Perigo -Impactos da Produção de CombustívelNuclear no Brasil, que o Greenpeace lançounesta quinta-feira (16/10) em São Paulo.

“A denúncia é muito grave e reforça anecessidade de uma investigaçãoindependente urgente sobre a qualidadeda água e as condições de saúde dapopulação que vive no entorno da INB”,afirma Rebeca Lerer, coordenadora dacampanha de Energia Nuclear doGreenpeace. “O caso mostra que osimpactos e riscos da energia nuclearcomeçam na origem do combustível quealimenta as usinas de Angra dos Reis e oPrograma Nuclear Brasileiro”.

16 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 019 - OUTUBRO - 2008

Confira nosso site especial dadenúncia (http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/ciclo-do-perigo)

A coleta das amostras de água paraconsumo humano e animal foi feita poruma equipe do Greenpeace em abril de2008, em pontos localizados dentro de umraio de 20 quilômetros ao redor damineração de urânio da INB em Caetité.As amostras foram encaminhadas a umlaboratório independente credenciado noReino Unido para a realização de análises.Pelo menos duas amostras de águaapresentaram contaminação por urâniomuito acima dos índices máximossugeridos pela Organização Mundial daSaúde (OMS) e pelo Conselho Nacionalde Meio Ambiente (Conama).

A amostra de água colhida de um poçoartesiano a cerca de oito quilômetros damina apresentou concentrações de urâniosete vezes maiores do que os limitesmáximos indicados pela OMS, e cincovezes maiores do que os especificadospelo Conama. Outra amostra, coletada deuma torneira que bombeia água de poçosartesianos da área de influência direta doempreendimento da INB, estava com odobro do limite estabelecido pela OMS eacima do índice Conama.

Baixe o relatório em http://w w w . g r e e n p e a c e . o r g / b r a s i l /documentos/nuclear/ciclo-do-perigo

Segundo os habitantes dascomunidades que utilizam água das fontesanalisadas, a INB colhe amostras emintervalos regulares para análises, mas asinformações sobre a qualidade da águanão são repassadas à população. Uma vezliberado no meio ambiente, o urânio entrana cadeia alimentar humana pelo consumode água ou de alimentos contaminados,como leite e vegetais. De acordo com abibliografia médica e científica disponível,a ingestão contínua de urânio, ainda queem pequenas doses, pode causar danosà saúde, tais como ocorrência de câncer e

problemas nos rins.“Os sentimentos das populações

dos municípios de Caetité e de LagoaReal são de silêncio e indiferença, talvezpelo resultado de uma imposição daINB”, afirma Osvaldino Alves Barbosa,padre da catedral de Caetité. “Masquando o assunto aparece, as pessoasficam apreensivas, com medo e atéaterrorizadas.”

Segundo padre Osvaldino, o desafioagora é articular com a sociedade civil adivulgação das informações necessárias,exigir dos governos do Estado e federalo respeito aos direitos humanos dapopulação e monitoramento dosque trabalham na mina e vivem nascomunidades do entorno dela, bem comogarantir a investigação independente donível de radioatividade na águaconsumida por todos.

“Para isso instituímos em Caetité umaComissão Paroquial de Meio Ambientepara tentar concretizar essas demandas”,afirma padre Osvaldino.

O relatório Ciclo do Perigo revelaque os riscos de contaminação da águaforam apontados no EIA/Rima doempreendimento, sendo, assim, velhosconhecidos da INB e dos órgãoslicenciadores e fiscalizadores daatividade de mineração do urânio -Ibama e Comissão Nacional de EnergiaNuclear (CNEN). O estudo detalhaainda problemas e controvérsias nolicenciamento ambiental e nuclear, alémde infrações e acidentes ocorridos naoperação de extração, beneficiamentoe transporte do urânio.

Para atender a demanda decombustível com a eventual construçãode Angra 3, o setor nuclear planejaduplicar a capacidade produtiva anual daINB de 400 para 800 toneladas de yellowcake (concentrado de urânio) e iniciar aexploração da mina de urânio de SantaQuitéria, no Ceará.

“Enquanto os verdadeiros impactosda mineração de urânio em Caetitépermanecem desconhecidos, o governoLula adota políticas de incentivo à geraçãonuclear no Brasil, ignorando os altosriscos e custos sociais e ambientais dessatecnologia. Os interesses comerciais emilitares na mineração do urânio efabricação de combustível nuclear estãofalando mais alto do que a segurança dapopulação e do meio ambiente no país”,afirma Rebeca Lerer. “A poluição e operigo da energia nuclear começam namineração e culminam com os rejeitosaltamente radioativos que saem dasusinas nucleares. A sociedade brasileiranão quer conviver com ameaças nuclearese depósitos de lixo radioativo.”

O Greenpeace e entidades sociais eambientais da Bahia encaminharam adenúncia ao Ministério Público Federalda Bahia, exigindo a realização deinvestigação independente sobre a fontee extensão da contaminação, bem comoas condições de operação da INB e ocumprimento das condicionantesdispostas no licenciamento ambiental. Aorganização também solicitou ao INGA –Instituto de Gestão das Águas, dogoverno da Bahia, que suspenda asoutorgas de água concedidas à INB atéque a contaminação seja solucionada.

Mais informações: Greenpeace Brasil - RuaAlvarenga, 2.331, Butantã - São Paulo, SP,Brasil - 05509-006 – www.greenpeace.org.br(O Greenpeace é uma organização global eindependente que promove campanhas paradefender o meio ambiente e a paz, inspirandoas pessoas a mudarem atitudes ecomportamentos. Nós investigamos, expomose confrontamos os responsáveis por danosambientais. Também defendemos soluçõesambientalmente seguras e socialmente justas,que ofereçam esperança para esta e para asfuturas gerações e inspiramos pessoas a setornarem responsáveis pelo planeta. )

INB rebate acusações sobre contaminação por urânio em Caetité A empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB) emitiu nota rebatendo as acusações feitas pelo Greenpeace de que a

exploração de urânio na mina de Caetité seria responsável por uma suposta contaminação da água potável do município,localizado no sertão da Bahia. Abaixo, segue a íntegra do comunicado:

Greenpeace, no seu habitualtom alarmista, divulgou o rela-tório ‘Ciclo do Perigo – Impac-

tensa reportagem do jornal da RedeRecord no dia 15/10/08 para dar seqüên-cia, no dia seguinte, com uma entrevistacoletiva às principais mídias do país so-bre o mesmo assunto.

Tanto na reportagem da televisão

como na coletiva, essa ONG pretendeu dara impressão do descaso com que as In-dústrias Nucleares do Brasil (INB), admi-nistram a unidade produtiva de Caetité,única mina de urânio brasileira, levandoperigo ao meio ambiente e às populações

“Otos da Produção de Combustível Nuclearno Brasil’, com o aparato que caracterizasuas ações, primeiramente por uma ex-

2008 - OUTUBRO - EDIÇÃO 019 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 17

que vivem no entorno dessa mineração.A ONG está em Caetité e arredores

desde abril deste ano promovendo diver-sas reuniões em comunidades da regiãoem conjunto com a ‘pastoral do meio am-biente’. Em agosto desse ano foi realiza-da audiência pública convocada por es-sas entidades visando a mobilizar a soci-edade e autoridades.

De imediato a INB repudia frontalmen-te as infundadas acusações já que suaoperação não apresenta qualquer evidên-cia de contaminação ambiental ou que te-nha colocado em risco a saúde dessaspopulações.

A contaminação com urânio de duasamostras de água, por eles coletadas e ana-lisadas na Inglaterra e que, levianamente,pretendem evidenciar a poluição causadapelas operações da empresa, precisam es-tar suportadas por estudos que demons-trem essa relação de causa e efeito. Osprogramas da INB, esses sim tecnicamen-te demonstráveis, indicam exatamente ocontrário. A INB realiza aproximadamente16 mil análises ambientais por ano e aolongo de 8 anos de operação montou umbanco de dados que lhe permite assegu-rar que opera dentro dos limites estabele-cidos pelos órgãos de licenciamento.

Os municípios de Caetité e seus vizi-nhos abrangem o que se conhece como‘Província Uranífera de Caetité’, que sig-nifica que o urânio encontra-se dissemi-nado por toda a região, há mais de 500milhões de anos, e que ele ocorre sob di-versas formas, dimensões e profundida-des. Ao se perfurar um poço, é possívelque ele atravesse um desses pequenoscorpos uraníferos que certamente irá con-taminar a água ali acumulada. Esta é a ra-

zão porque a INB, ao realizar perfuraçõespara atender às comunidades do entorno,só libera a sua utilização após comprova-da inexistência de urânio.

Além do mais, as amostras citadasforam retiradas de locais distando maisde 8 km da mina, distância esta que, pe-los detalhados e sérios estudos técni-cos realizados, comprovam a impossibi-lidade da migração do urânio até aque-las localidades, nos teores alardeados.

Novamente de maneira leviana, pre-tendeu também o Greenpeace associar oscasos de câncer existentes na região coma lavra da mina de urânio, sem apresentarnenhum indício ou embasamento cientí-fico.

A INB, diferentemente do que afirma aONG, possui um relacionamento amistosoe de respeito com a maioria da populaçãoque vive no seu entorno, participando devárias iniciativas de cunho social, rece-bendo visitas de diferentes segmentos dascidades e vilas, e levando informações àssalas de aula, seminários e variados even-tos que ocorrem na região.

Ressalte-se que a maioria dos mais de400 trabalhadores que atuam na unidadede produção mora nas cidades onde, con-vivendo com outros moradores, discuteassuntos sobre as atividades da empresa.

É oportuno lembrar que as atividadesda INB são permanentemente fiscalizadaspor órgãos com a estatura profissional eética da Comissão Nacional de Energia Nu-clear (CNEN), do Instituto Brasileiro doMeio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis (IBAMA), do Ministério doTrabalho, do Ministério da Saúde, da Se-cretaria de Meio Ambiente e RecursosHídricos do Estado da Bahia, que rece-

bem sistematicamente todos os dados einformações produzidos pela empresa,além de outros por eles exigidos. A unida-de também recebe freqüentemente visitasde especialistas de universidades brasi-leiras e estrangeiras que coletam e anali-sam essas informações necessárias aosseus estudos e cujos resultados referen-dam aqueles obtidos pela empresa.

A INB reafirma a sua constante preo-cupação com todos os aspectos relacio-nados à saúde dos seus empregados eassociados do empreendimento, bemcomo ao meio ambiente como um todo,não tendo qualquer pendência ou rela-ção obscura com qualquer das partes aci-ma mencionadas.

Caetité

Estranhamente, no relatório produzi-do pelo Greenpeace lê-se a seguinte afir-mativa: ‘considerando o escopo limita-do, esta pesquisa não responde totalmen-te se a operação de mineração de urâniocausa contaminação ambiental no entor-no da mina de Caetité. A natureza uraníferados minerais que ocorrem na área podesignificar que a contaminação é resulta-do de uma mobilização natural dosradionuclídeos naturais’.

Esta afirmativa mostra claramentecomo é tendenciosa e alarmista a divul-gação feita pelo Greenpeace levando dú-vidas e desconfiança à sociedade e, es-pecialmente no caso de Caetité, medo àsua população”.

Mais informações:Indústrias Nucleares do Brasil S.A. –INB [email protected] [email protected]: ( 24) 3357-8654

Fonte: Fonte Nuclearnº. 20 – 2010/2008 da ABEN -Associação Brasileira de EnergiaNuclear

18 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 019 - OUTUBRO - 2008

Por CynthiaRosenburg eAline Ribeiro

A

Meio Ambiente Urbano

“É impressionante o estrago que a construção civil gera sobre os recursosnaturais. Este é o setor da economia que mais impacta o meio ambiente.Prestem atenção nesses números: as edificações consomem em média 12% daágua doce, 70% da eletricidade, emitem 40% dos gases estufa e geram 65% dosresíduos. O Cidades e Soluções já mostrou como o chamado greenbuilding, ouconstrução sustentável, já abriu espaços importantes nos mercados da Europa eEstados Unidos. Agora chegou a vez de mostrar o que acontece por aqui noBrasil.” - Por Andre Trigueiro, apresentador do “Cidades e Soluções” e doGlobonews. (http://especiais.globonews.globo.com/cidadesesolucoes/ )

Carta de Soluções propõe mudançassustentáveis às Cidades brasileiras

No dia 20/11/2008 está previsto o CongressoEcopolis Florianópolis. Para se manter

informado: http://www.gbcbrasil.org.br/pt/

index.php?pag=eventos.php

utoridades renomadas do cená-rio político nacional, Deputa-dos Federais, Ministros, Sena-

dores, Governadores e Prefeitos, repre-sentantes do Green Building Council Bra-sil, especialistas em meio ambiente e líde-res comunitários acabam de formatar umaCarta de Soluções com propostas ecolo-gicamente corretas para tornar as cida-des brasileiras um exemplo na preocupa-ção com a sustentabilidade e a qualidadede vida dos cidadãos. A Carta, que temcomo objetivo propor diretrizes a seremseguidas pela Administração Pública dacidade, contempla, entre outros pontos,a criação de uma legislação para prédiosverdes e a adoção de políticas de investi-mentos em saneamento e de reciclagemde resíduos sólidos.

A proposta, composta por oito itens,foi criada após a realização do Seminário“Gestão de energia para uma cidade ver-de”, promovida pela Fundação Liberda-de e Cidadania. A intenção é incorporarna cidade uma nova maneira de agir, en-carando a natureza como fator de produ-ção finito e dotado de valor econômicoque, se bem usado, pode trazer muitosbenefícios, inclusive, econômicos.

Uma das propostas é adotar políticasespecíficas de proteção e ampliação deáreas verdes, bem como uma legislaçãopara edificação sustentáveis. SegundoThassanee Wanick, fundadora e presi-dente do Conselho Deliberativo do GBCBrasil, ter o apoio da prefeitura é essenci-al para transformar com mais rapidez omercado da construção civil em direção àsustentabilidade. “Os Green buildings tra-zem muitos benefícios sociais, ambientaise, inclusive, econômicos, mas a popula-ção brasileira precisa de um estímulomaior para começar a mudança.”

Além disso, a Carta sugere a imple-mentação de políticas de transporte pú-blico adequadas a um sistema viário quepermita maior fluidez e eficiência na cir-culação urbana e a recuperação e am-pliação de espaços públicos, articuladacom políticas sociais integradas e de se-gurança comunitária como foco em gru-pos sociais e áreas vulneráveis à vio-lência urbana.

Outro ponto importante é a elaboraçãode políticas de investimentos em sanea-mento e de reciclagem de resíduos sóli-dos, articuladas com as políticas preventi-vas de saúde pública. “O processo de ur-banização, não só em Salvador, mas emoutras cidades do país, ocorreu de formaacelerada e desordenada, comprometen-do gravemente a qualidade de vida daspessoas. E é esse cenário que queremoscomeçar a mudar”, conclui GustavoKrause, ex-Ministro do Meio Ambiente, ex-Ministro da Fazenda, ex-Prefeito de Recifee ex-Governador de Pernambuco.

1. Resgatar o planejamento urbanocomo ferramenta democrática, dialógicae contínua, capaz de definir trajetóriasem busca da cidade desejada pela cole-tividade.2. Implantar o governo de proximidadepor meio de gestão urbana, transparen-te, descentralizada, austera, articuladacom a sociedade civil, eficiente e ágilna prestação de serviços públicos e noatendimento da demandas da cidada-nia.3. Utilizar os instrumentos legais, fis-cais e financeiros consagrados no Es-

Diretrizes propostas pela Carta de Salvadortatuto da Cidade, recepcionados pelosPlanos Diretores e pelas Leis de Uso doSolo de modo a assegurar o crescimentoordenado e sustentável das cidades.4. Adotar políticas de transporte públicoadequadas a um sistema viário que per-mita fluidez e eficiência na circulação ur-bana, contribuindo, desta forma para odesenvolvimento econômico, social eambiental da cidade.5. Adotar políticas de estímulo a setoresdinâmicos da economia urbana em co-nexão com as oportunidades oferecidaspela economia global.

6. Adotar políticas de investimentos emsaneamento e de reciclagem de resídu-os sólidos, articuladas com as políticaspreventivas de saúde pública.7. Adotar políticas de recuperação e am-pliação de espaços públicos, articula-das com políticas sociais integradas ede segurança comunitária como foco emgrupos sociais e áreas vulneráveis à vi-olência urbana.8. Adotar políticas específicas de pro-teção e ampliação de áreas verdes becomo legislação indutora de edificaçãoverde.

2008 - OUTUBRO - EDIÇÃO 019 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 19

Por FernandoMarcelo Tavares*

O

Rebia Sudeste

O pré-sal e o Meio Ambiente

debate que se aprofunda sobrea destinação dos recursosadvindos da exploração das

camadas do pré-sal no litoral sul/sudes-te ainda não abordou um ponto muitoimportante em toda esta discussão: aquestão ambiental. Ou seja, num momen-to em que se sabe que é preciso mi-nimizar o aquecimento global através deadoção de técnicas limpas e sustentá-veis, investindo-se em fontes de energiaalternativas em substituição aos combus-tíveis fósseis, surgem, das profundezas,40 bilhões de barris de petróleo, cujasemissões correspondentes estarão na at-mosfera nos próximos anos, alimentandoainda mais o ciclo do aquecimento glo-bal.

Impensável, com as novas postu-ras empresariais diante da questãoambiental, em especial da própriaPetrobras nos dias de hoje, que nãose considere os custos ambientais daexploração e os contemple na conta-bilidade geral dos custos, investimen-tos e repartições. Mais especificamen-te, neutralizar todo o carbono que ge-rar na exploração do pré-sal, com alogística operacional e com potencial

poluidor do próprio petróleo produzi-do. Investindo-se em tecnologias lim-pas, estruturando novos procedimen-tos, e plantando árvores, bilhões deárvores necessárias à neutralização eque nossos mananciais hídricos agra-deceriam muito, aliás, insumo sem oqual não se explora coisa alguma emlugar nenhum.

A discussão sobre onde aplicar os lu-cros é grande. Como se estivéssemos di-ante do gênio da lâmpada tendo que es-colher um desejo, no caso o da inclusãosocial e cultural que uns entendem devaser feito através da educação, outro dasaúde e mais um que quer ver os recur-sos investidos em habitação. Discussãojusta e interessante, até mesmo para per-cebermos as dimensões exatas de nos-sas misérias.

Mas, é preciso re-arrumar bois e car-roça. Primeiro os custos, depois, seviável, os lucros. Assim, investimentosem logística e infra-estrutura nas locali-dades operacionais, pagamentos deroyalties preferencialmente às cidadesimpactadas, a neutralização do carbono,além do planejamento estratégicoparticipativo nas regiões envolvidas, de-

vem ser prioritariamente garantidos.A exploração do pré-sal não pode repe-tir o erro do passado que impactou de-masiadamente cidades como Macaé,que de uma hora para outra envolveu-se num turbilhão transformando-se, dabucólica “Princesinha do Atlântico” àprovíncia petrolífera que dá suportepara a produção de 86% da produçãonacional de petróleo.

O planejamento que faltou na im-plantação da Bacia de Campos nãopode faltar no Pré-sal. Tem a questãograve da pesca, a atividade maisimpactada pela produção off-shore depetróleo e gás. É preciso recuperar osmanguezais no continente e formar pes-queiros induzidos fora da rota offshore.É preciso organizar os pescadores. Épreciso repensar o descarte de resídu-os orgânicos pelas plataformas e embar-cações em alto mar, permitido por nor-ma internacional, mas que têm provoca-do impactos aqui e por isso deve sermudado. Tem a questão da mão-de-obrae da atração de pessoal desqualificado,e o conseqüente surgimento de favelasem áreas de risco e de preservaçãoambiental. É preciso garantir que odesenvolvimento se dê de forma dis-tributiva em várias regiões simultanea-mente.

Estas demandas não são miçangas,nem devem ser substituídas porprojetinhos para inglês ver nas revistasde responsabilidade social. São custosoperacionais prioritários com referênciaconsolidada.

Feito isso, noves fora, aí sim, deve-se passar à discussão de como vai serusado o excedente para minimizar o so-frimento do povo brasileiro, que merecedesfrutar deste tesouro. Se abaixando opreço da gasolina, investindo-se em edu-cação, saúde, habitação, esporte para to-dos ... carências não faltam para seremsupridas.

Ilusão achar que o Pré-sal vai resol-ver todos os problemas. Não vai. Porisso este impasse diante do gênio. Tirarde mil, um só desejo.

* É Jornalista e ambientalista

20 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 019 - OUTUBRO - 2008

Por Andrea Vialli*

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SustentabilidadeA

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Brasil e a Rússia devem ser osúnicos grandes países do mun-do a atingir 2050 com um ba-

Brasil terá ‘superávit’ambiental em 2050

dentes de carbono, provenientes deenergia limpa e recursos florestais” dizJosé Roberto Kassai, professor de con-tabilidade da faculdade de Economia eAdministração (FEA/USP) e um dos res-ponsáveis pelo estudo, que envolveuseis pesquisadores da universidade, deáreas tão diversas como contabilidade ebiologia.

O mundo em déficitO mundo, segundo o estudo, terá um

déficit econômico-ambiental estimado emUS$ 15,3 trilhões, ou 23,7% do PIB mun-dial. “Só Brasil e Rússia terão condiçõesde continuar crescendo sem maiorespressões sobre o meio ambiente”, ava-lia. O estudo completo será divulgado emum seminário no dia 13 de outubro, naCâmara Americana do Comércio(Amcham), em São Paulo.

Para Kassai, o balanço positivo parao País pode se traduzir em oportunida-des de negócios. “Se o Brasil souberaproveitar esse trunfo, poderá recebervolumosos investimentos estrangeiros,

tanto para projetos de geração de crédi-tos de carbono quanto em compensa-ções financeiras para manter as florestasintactas.”

Ou seja: o Brasil tem vantagensclaras quanto à possibilidade de con-ciliar a manutenção do tão sonhadocrescimento econômico e ainda serum exemplo de preservação ambientalpara o mundo. Mas precisa se esfor-çar para isso: criar alternativas paraque a floresta valha mais em pé do quederrubada e manter sua vocação paraas fontes de energia mais limpas -apesar da sedução fácil do petróleo dopré-sal...

O estudoA amostra considerada pelos pro-

fessores da USP incluiu sete países degrande relevância no mundo moderno,que representam 68% do PIB e 50% dapopulação do mundo. A metodologiatambém foi inovadora: usando a equa-ção básica da contabilidade empre-sarial (ativo - passivo = patrimônio lí-quido), os pesquisadores calcularam opatrimônio líquido ambiental de cadapaís. Ou seja, qual o custo do cresci-mento econômico em relação à preser-vação e manutenção dos recursosnaturais.No cálculo entraram variáveiscomo o PIB, o consumo médio de ener-gia da população per capita de cadapaís, suas reservas florestais e matrizenergética.

Resultados: Brasil e Rússia terãopatrimônio líquido ambiental com supe-rávit em 2050. O Brasil terá um superávitde US$ 544 bilhões e a Rússia, de US$156 bilhões.

Países como os EUA e China serãoos maiores deficitários ambientais, comUS$ 2,72 trilhões e US$ 3,26 trilhões, res-pectivamente.

Fonte: http://blog.estadao.com.br/blog/vialli/

lanço positivo entre crescimento da eco-nomia e conservação dos recursos natu-rais. No caso brasileiro, a matrizenergética mais limpa e as florestas dãoao País mais preparo para enfrentar asmudanças climáticas e mais oportunida-des de negócios nesse campo. É o quemostra estudo da USP, que calculou obalanço dos países em relação às mudan-ças climáticas.

Com base na metodologia contábilempresarial, a pesquisa avaliou o esto-que de recursos naturais e o saldo en-tre as emissões e capturas de gasescausadores de efeito estufa em sete pa-íses - Brasil, Rússia, Índia, China, Esta-dos Unidos, Alemanha e Japão - até2050.

“No cenário previsto para 2050, oBrasil terá um superávit de US$ 544 bi-lhões, patrimônio suficiente para conti-nuar crescendo e ainda contribuir posi-tivamente para a Terra com cotas exce-

2008 - OUTUBRO - EDIÇÃO 019 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 21

os próximos cinco anos, muitasempresas serão forçadas a reco-nhecer que seus programas de

Os dez erros mais comuns daResponsabilidade Social Empresarial

nhuma conexão com a estratégia do negó-cio e a gestão da companhia. Se o conceitonão se encontra no cerne do negócio,as tomadas de decisão focadas em sus-tentabilidade tendem a ser superficiais, frá-geis e com pequeno alcance. Minimizam osefeitos, mas não dão conta das causas daspressões sociais e ambientais que as em-presas enfrentam hoje.

4) Visão pouco sofisticada do conceito –Muitas empresas conhecem o conceitoaté o capítulo dois. Na falta de uma com-preensão mais aprofundada, não conse-guem distinguir entre duas funções daresponsabilidade social: proteger os ati-vos mediante a adoção de atitudessocioambientalmente responsáveis e cri-ar valor por meio de inovação em produtose serviços. Acabam preferindo a primeira,mais simples, menos desafiadora. Esque-cem-se de desenvolver capacidade insta-lada para superar o desafio da segunda.

5) Inabilidade para ouvir stakeholders –Embora o relacionamento com as partesinteressadas seja elemento comum nosdiscursos de RSE nem todas as empre-sas estão preparadas para fazê-lo com aintensidade que a tarefa exige. Faltam,sobretudo, políticas mais claras, canaisapropriados e instrumentos capazes deescutar, compreender e incorporar nagestão do negócio o que pensam e que-rem os stakeholders.

6) Velhas competências gerenciais –Sustentabilidade significa construir o fu-turo no presente. As mudanças necessá-rias para a implantação do conceito nonegócio exigem novas competênciasgerenciais, como, por exemplo, estabele-cer interação produtiva com as partes in-teressadas. E elas andam em falta. Não épossível atender ás demandas do futurousando habilidades, ferramentas e mode-los de pensamento do passado.

7) Abordagem globalizada – No caso dasempresas globais, a maioria dos progra-

mas obedece à agenda da matriz. A uni-formização é um equívoco, tanto porqueaposta na falsa idéia de que existe umareceita quanto porque atropela um dosconceitos inerentes à RSE: a diversida-de. Sem respeito ás diferenças de cadapaís ou comunidade, os programas ten-dem a soar descolados da realidade naqual deveriam se inspirar.

8) Abordagem desigual – Em muitas com-panhias, as práticas de RSE funcionam bempara uma área e não para outras. É o caso,por exemplo, da empresa que faz controlede emissão de carbono, mas continua lan-çando resíduos nos rios de uma comunida-de ou fazendo vistas grossas para o traba-lho infantil. Essas contradições sustentamuma percepção da sociedade de que asações sustentáveis ocorrem por conveni-ência e não por convicção.

9) Orientação top-down – As empresasimpõem seus programas de cima parabaixo, sem o envolvimento de funcioná-rios e colaboradores no processo. Umdos efeitos mais ruins da gestão não-participativa é que ela afasta o compro-misso, desperdiça a potencial energia decolaboração e desestimula a circulaçãode idéias necessárias para criar culturainterna de sustentabilidade.

10) Incapacidade de focar a inovação –A falta de visão de futuro, a abordagemsub-estratégica e a persistência de com-petências gerenciais empoeiradas acabamcolocando a RSE muito mais no campo dorisco (proteção de ativos) do que no daoportunidade (criação de valor). As em-presas falham ao deixar de ver a susten-tabilidade como processo contínuo deinovação de modelos de gestão e estraté-gias de negócio. Este é um equívoco pre-sente que pode custar caro no futuro.

* Ricardo Voltolini é publisher darevista Idéia Socioambiental e diretor deIdéia Sustentável [email protected]

Por RicardoVoltolini

Nresponsabilidade social impactaram menosdo que deveriam nos negócios e não cons-truíram o valor que deles se esperava. Estaé a opinião de especialistas da Anders &Winst Company, importante escritório in-ternacional de consultoria em susten-tabilidade. Um modo de evitar frustraçõesfuturas –segundo os analistas – pode serconsertar hoje dez equívocos normalmentecometidos na gestão do conceito.

Didático, e ao mesmo tempo pro-vocativo, o roteiro “O que Não fazer” sin-tetiza várias reflexões apresentadas nessacoluna ao longo de 2007. Vamos a ele:

1) Falta de visão – Poucas são as compa-nhias que estabelecem uma visão de futu-ro para a RSE, projetando o que desejamser num horizonte de 10 anos. A maioria seconcentra em respostas para mudançasno presente. Esta visão auto-centrada e decurto prazo, apesar de conveniente, preju-dica a construção de um parâmetro maisamplo. Prega a velha sabedoria que quemnão sabe aonde chegar acabará mesmonão chegando a lugar nenhum.

2) Resistências às mudanças – As empre-sas costumam realizar, sem receios, as mo-dificações em práticas e as iniciativassimples demandadas pela RSE de RSE.Fazem bem, portanto, a mudança de pe-quena escala. O problema está em implan-tar as de grande escala, que exigem revo-luções organizacionais e novas aborda-gens de gestão. É da essência da RSEbuscar novas formas de gerar riqueza. Asempresas, no entanto, preferem não dei-xar a zona de conforto mental, por enten-derem que o risco de curto prazo da mu-dança pode não compensar o ganhonegocial de longo prazo gerado por ela.

3) Sub-estratégia – Nas corporações e queo conceito não foi adotado como valor pelaprincipal liderança, a RSE acaba sendo fun-ção de departamentos específicos, sem ne-

Gestão Ambiental

22 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 019 - OUTUBRO - 2008

O

Notícias sobre os animais

O silêncio deles é grito de socorro

vídeo é mesmo muito chocante,brutal! http://www.petatv.com/tvpopup/video.asp?video

“Virá o dia em que a matança de um animal será considerada crime tanto quanto o assassinato deum homem.” - Leonardo da Vinci

=fur_farm&Player=wm&spee. Não preci-sa vê-lo por completo.

Por favor, ganhe uns minutos doseu tempo e assine esta petição (Maisinformações: [email protected]). Comuma câmera escondida, filmaram animaistendo sua pele retirada enquanto aindaestavam vivos, dizem que para permitirum corte limpo. Depois as carcaças sãojogadas em pilhas ainda vivos e por maisou menos 10 minutos o coração bate eolhos piscam e as patas dos animaizinhostremem. Teve um que levantou a cabeça efixou os olhos ensangüentados diretopara câmera. Os seus silêncios atingemfundo cada um de nós. Protegendo osanimais tornamo-nos maiores. O planetanão é nosso, apenas o dividimos entretodos... Faça também chegar esta mensa-gem a quem você considera ser sensívela esta causa. Escreve o seu nome e so-brenome no fim da lista e envie para seuscontactos.(enviado pela ASSOCIAÇÃO IPÊ [email protected] )

O cachorro usa a pata tentando acordar seu amigo que estava morto, vítima deatropelamento. E quando alguma pessoa tentava ajudar, ele rosnava e afugentava os que seaproximavam dele. Apesar do tráfego pesado, o cachorro não abandonava seu amigo. (vejamais fotos desta sequência em http://falandonalata.wordpress.com/2008/04/05/quem-e-o-irracional-fidelidade-caninapra-sonia/ )

Campanhapelo fim do usode animaisem circos!

Assine em http://www.petitiononline.com/plcircos/ESTAMOS PERTO DAS 19.000ASSINATURAS! Precisamos de mais!Divulguem! Participem! http://www.petitiononline.com/plcircos/

“O circo ensina as crianças a rir da dig-nidade perdida dos animais. Nesse caso,a ‘humanização’ dos bichos reflete cla-ramente a falta de humanidade das pes-soas projetada em um macaco de vesti-do, camuflada sob os risos.” - OlegárioSchmitt

“A questão não é, eles pensam? Ou, eles falam? A questão é, elessofrem?” - Jeremy Bentham

De acordo com recentes pesquisascientíficas, os animais são seressencientes, ou seja, eles têm capacida-de emocional para sentir dor, medo, pra-zer, alegria e estresse, além de teremmemória e, até mesmo, saudades. Epara gerar uma reflexão sobre o tema,a TV Cultura leva ao ar, na SemanaMundial de Proteção aos Animais, odocumentário “Animais, Seres Sen-

cientes” (Brasil, 2008, 52"). O filme seráapresentado nesta quinta-feira (9/10),às 23h10, na faixa Especial Cultura.Mais informações:http://www.nejal.com.b /informativo22.htm

(colaboração enviada pelo Núcleo deEcojornalistas de Alagoas (NEJ-AL) [email protected] )

Emoção animal

2008 - OUTUBRO - EDIÇÃO 019 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 23

Dia Mundial dos Animais

Animais e Espiritualidade

http://www.portaldomeioambiente.org.br/JMA-FrasesFamosas.asp

“Os animais dividem conosco oprivilégio de terem uma alma.” -Pythagoras

“Há um evento conseqüente comrespeito aos filhos da humanidade eum evento conseqüente com respeitoao animal, e há para eles o mesmoevento conseqüente. Como morre um,assim morre o outro; e todos têmapenas um só espírito, de modo quenão há nenhuma superioridade dohomem sobre o animal, pois tudo évaidade. Todos vão para um só lugar.Todos eles vieram a ser do pós e todoseles retornam ao pó.” – Eclesiastes3: 19 – 20.

“Eu temo pela minha espéciequando penso que Deus é justo.” -Thomas Jefferson

“Matar animais por esporte, prazer,aventura e por suas peles, é umfenômeno que é ao mesmo tempo cruele repugnante . Não há justificativa nasatisfação de uma brutalidade dessas.”- Sua Santidade Dalai Lama (1935)

“Todas as coisas da criação sãofilhos do Pai e irmãos do homem... Deusquer que ajudemos aos animais, senecessitam de ajuda. Toda criatura emdesgraça tem o mesmo direito a serprotegida.” - São Francisco de Assis

“A vivissecção é o pior de todosos piores crimes que o homem estáatualmente cometendo contra Deus esua bela criação.” - MahatmaGandhi

“O Senhor é bom para todos, e assuas misericórdias estão sobre todas assuas criaturas.” - Salmos 145:9

“Se vires deitado debaixo da suacarga o jumento daquele que teodeia, não passarás adiante;certamente o ajudarás a levantá-lo.”- Êxodo 23:5

“Quem mata um boi é como o quetira a vida a um homem.” - Isaías66:3

“De que serve a mim a multidão devossos sacrifícios? diz o Senhor. Estoufarto dos holocaustos de carneiros, eda gordura de animais cevados; e nãome agrado do sangue de novilhos, nemde cordeiros, nem de bodes, quandovindes para comparecerdes perantemim. Quem requereu de vós isto? Queviésseis pisar os meus átrios? Nãocontinueis a trazer ofertas vãs.” - Isaías1:11-13

“Respeite os mais velhos e celebreos jovens. Mesmo insetos, a grama e asárvores você deve nunca maltratar.” -Ko Hung (284-363 AC - Confucionista -Taoísta)

“A compaixão pelos animais estáintimamente ligada a bondade decaráter, e pode ser seguramenteafirmado que quem é cruel com osanimais não pode ser um bom homem.”- Arthur Schopenhauer

“Todos os seres vivos buscam afelicidade; direcione sua compai-xão para todos.” - Mahavamsa(Budista)

24 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 019 - OUTUBRO - 2008

A

ÁrvorePor DanielaMendes Lista oficial traz 472 espécies da flora

brasileira ameaçadas de extinção

instrução normativa atualizandoa lista foi assinada, em 19/09, peloministro Carlos Minc em soleni-

Ministro Carlos Minc, Sec. deMeio Ambiente do RJ,Marilene Ramos, e o Pres. doJardim Botânico do RJ, ListzVieira, durante cerimônia deLançamento da Lista dasEspécies da Flora Ameaçadade Extinção e do contador deárvores. Foto: Jefferson Rudy/MMA.

dade no Instituto Jardim Botânico do Riode Janeiro (JBRJ), com a presença do pre-sidente do JBRJ, Lizst Vieira; da secretáriade Biodiversidade e Florestas do MMA,Maria Cecília Wey de Brito; da SociedadeBotânica do Brasil, Paulo Guínter Wíndish;do diretor de pesquisa científica do JBRJ,Fábio Scarano, e do diretor de Conserva-ção da Biodiversidade do MMA, BráulioDias, entre outros representantes da aca-demia e da sociedade civil.

Segundo Minc, o desafio agora é coibiro crime ambiental, criar mais unidades deconservação, estimular a criação de RPPNse tomar medidas para impedir o corte, o trans-porte e a comercialização de espéciesameaçadas. “Essa lista coloca para nós umasérie de desafios para revertermos o quadroda destruição da biodiversidade e todos te-mos um papel importante a desempenhar”,disse o ministro.

De acordo com a instrução normativa,que deve ser publicada no Diário Oficial daUnião na próxima semana, as espécies cons-tantes da lista são consideradas prioritáriaspara efeito de concessão de apoio financei-ro à conservação pelo governo federal esua coleta será efetuada somente com au-torização do órgão ambiental competente.

Também constam da lista das ameaçadas,12 espécies de importância madeireira que jáintegram a lista de 1992. A nova lista adicionauma única espécie de interesse madeireiro,o “pau-roxo” (Peltogyne maranhensis), daAmazônia. Entre as outras espécies de usoeconômico estão algumas de uso alimentí-cio (caso do palmito/juçara), medicinal(jaborandi), cosmético (pau-rosa) e também

ornamental. O jaborandi e o pau-rosa tam-bém já constam da lista de 1992.

O crescimento no número de espéciesem relação à lista anterior reflete não ape-nas o aumento das pressões antrópicassobre a vegetação de diferentes regiõesbrasileiras ocorrido ao longo das últimastrês décadas, mas também um melhor nívelde conhecimento sobre a flora brasileira ea participação de uma parcela mais expres-siva da comunidade científica no processode elaboração da lista.

No que se refere às regiões brasileiras,o Sudeste apresenta o maior número deespécies ameaçadas (348), seguido do Nor-deste (168), do Sul (84), do Norte (46) e doCentro-Oeste (44). Neste contexto, MinasGerais (126), Rio de Janeiro (107), Bahia(93), Espírito Santo (63) e São Paulo (52) sãoos estados com maior número de espéciesameaçadas.

Este fato é um reflexo da presença, par-ticularmente nas regiões Sudeste e Nor-deste, dos biomas com maior númerode espécies ameaçadas, caso da MataAtlântica, bem como o fato de essas duasregiões concentrarem os estados cujabiodiversidade é mais bem conhecida.

Espécies com deficiência - Uma segundalista elaborada pela Fundação Biodiversitasinclui as espécies com deficiência de dados(Anexo II da Instrução Normativa assinadapelo ministro Carlos Minc disponível nosite do MMA), composta de 1.079 espéci-es. Este grupo refere-se a espécies cujasinformações (distribuição geográfica, ame-aças/impactos e usos, entre outras) sãoainda deficientes, não permitindo seuenquadramento com segurança na condi-ção de ameaçadas. As espécies constantes

do anexo II da lista de flora ameaçada nãoestarão sujeitas às restrições previstas nalegislação em vigor.

De acordo com a secretária deBiodiversidade e Florestas, Maria CecíliaWey de Brito, um dos importantes desafiosque o MMA assume ao editar novas listasde espécies ameaçadas é assegurar queessas espécies sejam retiradas das listas e,da mesma forma, as que estão com dadosinsuficientes sejam esclarecidas.

Para isso, o MMA, juntamente com oInstituto Chico Mendes de Conservaçãoda Biodiversidade e com o Instituto de Pes-quisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e,em parceria com outros ministérios e a so-ciedade civil organizada, estão aprimoran-do mecanismos para a integração de esfor-ços visando incrementar ações voltadas aoconhecimento da biodiversidade presentenos diversos biomas brasileiros e a recupe-ração das espécies ameaçadas.

Com a divulgação da nova lista, o MMAplaneja desenvolver, juntamente com suasvinculadas, um plano estratégico coorde-nado pelo JBRJ voltado à efetiva conser-vação e recuperação das espécies amea-çadas. Este plano seguirá as diretrizesestabelecidas pelas Metas Nacionais deBiodiversidade para 2010, da Conabio, queincluem, entre outros pontos, a elabora-ção de planos de ação e a criação de GruposAssessores para todas as espécies amea-çadas de extinção; a conservação efetivada totalidade das espécies ameaçadas emÁreas Protegidas; a conservação em cole-ções ex situ de 60% das espécies de plantasameaçadas e a inclusão de 10% das espé-cies de plantas ameaçadas em programasde recuperação e restauração.

A primeira lista das Espécies da FloraBrasileira Ameaçadas de Extinção foi edita-da em 1968 (Portaria IBDF nº 303), com ainclusão de 13 espécies. A segunda ocor-reu em 1980 (Portaria IBDF nº 1471), com aadição de uma espécie à lista anterior. Emjaneiro de 1992 foi publicada uma nova lis-ta, (Portaria Ibama nº 6-N), desta vez com ainclusão de 107 espécies. Três meses após,por meio da Portaria Ibama nº 37-N, foi edi-tada uma nova lista, com 108 espécies.

Veja lista no link: http://www.mma.gov.br/estruturas/ascom_boletins/_arquivos/83_19092008034949.pdf

2008 - OUTUBRO - EDIÇÃO 019 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 25

A

ClimaPor Luiz Pradowww.luizprado.com.br Mudanças Climáticas, “Chaminés de

Metano” e Políticas de Adaptação

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essas alturas, falar num rankingmundial de países responsá-veis pelas emissões de gases

causadores de mudanças climáticas já écoisa do passado. E o presente está pas-

sando cada vezmais rapidamente. A formulação depolíticas de adap-tação a essas mu-danças é cada vezmais urgente.

Um estudoque será publi-cado em brevepela AssociaçãoGeofísica dosEUA trará as con-clusões de umaextensa pesqui-sa que vem sendorealizado há anos

na região do Ártico, indicando queimensos estoques de metano estão sen-do liberados de maneira acelerada emdecorrência do aquecimento dos ocea-nos.

O metano tem impactos sobre as mudanças climáticas 20 vezes maiores do queo carbono. A quantidade total de metano estocada sob o Ártico – estimam oscientistas – é muito maior do que aquela contida no conjunto das reservas

mundiais de carvão.

Num correio eletrônico enviado donavio de pesquisas Jacob Smirmitskyi porum dos coordenadores do projeto, o dou-tor Orjan Gustafsson, da Universidade deEstocolmo, na véspera do término da co-leta de dados, ele afirma: “Uma extensaárea de liberação de metano foi encontra-da. Em amostras anteriores, medimos ní-veis elevados de metano dissolvido. On-tem, pela primeira vez, documentamosemissões tão intensas que o metano nãose dissolvia na água do mar e subia até asuperfície sob a forma de bolhas.”

Na década de 90, não houve qualquerdetecção desse tipo de anomalia nas mui-tas expedições realizadas por cientistasda Academia Nacional de Ciênciasda Rússia. A partir de 2003, altasconcentrações de metano começaram aser detectados na região, o que levou àrealização de novas medições, com ins-trumentos mais sofisticados e sensíveis.

Agora, concentrações de metano até100 vezes superiores aos níveis normaisforam detectadas em dezenas de milha-res de quilômetros quadrados na região.

“Ninguém sabe em quantas outrasáreas emissões similares podem estaracontecendo na extensa costa do Sibéria”,afirmou o doutor Gustafsson. “Nós de-tectamos elevados níveis de metano logoacima do oceano e ainda muito mais nascamadas superficiais de água.”

As temperaturas do Ártico elevaram-se 4º. C nas últimas décadas, reduzindode maneira acentuada a cobertura de geloda região durante os períodos de verão. Os cientistas temem uma aceleração rápi-da das mudanças climáticas em decorrên-cia do fato de que sem a cobertura de geloos oceanos absorvem muito mais calordo que ocorre quando o gelo reflete a luzsolar de volta para o espaço.

Comprova-se, assim, a existência deum feed back positivo que tende a acele-rar as mudanças climáticas de maneiraexponencial. Mas não faltarão aquelesque dirão que os fatos constatados porcientistas da melhor reputação e de dife-rentes nacionalidades são apenas“catastrofistas”.

Mais de 50% de todo o carbonoexistente no planeta está no fundodo mar, sob a forma de hidratos demetano. É mais do que todas asreservas de materiais fósseis,todos os seres vivos e todas asminas de carvão somadas.

Fontes: http://www.independent.co.uk/environment/climate-change/exclusive-the-methane-time-bomb-938932.html e www.qmc.ufsc.br/.../artigos/hidratos_metano.html

26 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 019 - OUTUBRO - 2008

É

ArtigoPor MaurícioAndrés Ribeiro (*)

Psicoeconomia e ambiente

cada vez mais clara a importân-cia das questões subjetivas paraa teoria e a prática em relação ao

“Existem recursos suficientes neste planeta para atender às necessidades de todos, mas nãoo bastante para satisfazer o desejo de posse de cada um.” - Mahatma Gandhi

meio ambiente e para o comportamento hu-mano na economia. Nos modelos mentaisestão fincadas as raízes do consumismo, dapressão sobre os recursos naturais, daagressão e destruição da biosfera, daextinção de espécies, das mudanças climá-ticas. É também na subjetividade que seencontram os potenciais e os recursos maisvaliosos para desenvolver comportamen-to ecologizado e amigável em relação à na-tureza e para ecologizar a economia.

A economia é movida por impulsos epor motivações psicológicas que, quandopredatórias, destroem o equilíbrio ecológi-co. A psicoeconomia – assim como outroscampos emergentes como a economia docomportamento, a neuroeconomia e a eco-nomia evolucionária - tratam da relaçãoentre a psicologia e a atividade econômica,e de como as necessidades, expectativas,esperanças e aspirações subjetivas influ-enciam e formam as demandas de consumoe de produção. Edgar Morin observa que aeconomia carrega em si necessidades, de-sejos, e paixões humanas que ultrapassamos meros interesses econômicos.1

Na economia, trabalha-se com a ofertae a demanda. Demanda e necessidade têmum forte componente subjetivo. Deman-das são distintas de necessidades, que tam-bém são diferentes de desejos e de aspira-ções. A economia é movida por desejos oumedos próprios ou induzidos de fora paradentro. O desejo pode ser por um bem ma-terial ou de consumo, e pode ser o desejopor algo intangível e imaterial, como porexemplo, a felicidade. Desejos ou sonhosde consumo constituem impulsos básicosdos consumidores.

Uma parte do consumo deriva de ne-cessidades biológicas, como, por exemplo,saciar a fome. A propaganda para o consu-mo explora os aspectos psicológicos, desatisfação, segurança, conforto, comodi-dade, sobrevivência, e também manipulaos instintos básicos. Assim, por exemplo, o

medo e o pânico, referentes a perigos ima-ginários ou reais, insuflam a produção econsumo de armas; o desejo de alterar es-tados de consciência insufla o mercado dedrogas; o desejo de velocidade infla a in-dústria de automóveis; o anseio pela belezaalimenta o mercado da moda e dos cosmé-ticos, bem como as cirurgias plásticas.Subliminares, a propaganda e o marketinginduzem, influenciam, provocam hipnosepelo desejo. Os desejos de consumo indu-zidos pela propaganda são manipuladossubliminarmente, inclusive nas crianças.(Por essa razão em alguns países é restritaa propaganda voltada para os muito jo-vens, presas fáceis das ilusões e estímulosda propaganda na TV).

Ecologizar demandas e substituí-las poroutras que sejam ecologicamente menosdestrutivas é, também, um processo psico-lógico e subjetivo, pois implica em dissol-ver, reduzir ou eliminar certos tipos de de-sejo. Reduzir ou reorientar a demanda é,portanto, um processo mental, relacionadocom a razão e o conhecimento objetivo, mastambém com o equilíbrio ou o desequilíbrioemocional, os sentimentos, instintos e in-tuições subjetivas. O atendimento acríticoe não seletivo a demandas do mercado pre-cisa ser abolido da prática econômica, poisdemandas ilimitadas exercem pressão ilimi-tada sobre a capacidade de suporte do am-biente, levando rapidamente à degradaçãoclimática e ambiental.

Ao conhecer os processos psicológi-cos, pode-se lidar com o desejo, dissolvê-lo ou saciá-lo; até mesmo; superá-lo. A psi-cologia pode ajudar a responder algumasquestões:

· Como se formam os desejos e os me-dos?

· Qual é a nossa relação individual ecoletiva com os desejos e sua satisfação?

· É possível dissolvê-los, superá-los,saciá-los?

· Que aspirações mais elevadas, intan-gíveis, não-materiais e ideais é necessáriocultivar?

· Por que se deseja algo que é negativo

para a saúde ambiental, o clima e para o meioambiente?

· Como reduzir o atendimento a deman-das não essenciais e aumentar o atendi-mento a necessidades básicas?

· Como identificar o que é uma demandanão essencial ou que não atende a neces-sidades básicas?

· A sociedade deve impor interdições,restrições ou multas ao atendimento de de-sejos que se mostrem antiecológicos?

· Como opera a psicologia de pessoasque resistem e recusam o consumo de bense serviços e o processo que as leva a optarpor esse modo de vida?

Diferenciar o que sejam necessidadesbásicas do que são demandas supérfluas éum exercício cada vez mais necessário. Nolimite, para evitar impactos ambientais eclimáticos, será necessário suprimir deman-das supérfluas. É preciso, portanto, ques-tionar as demandas, estimular a frugalidadee onerar as demandas destrutivas.

Trabalhar sobre os processos psico-lógicos que aumentam demandas ilimita-das, reverter e transformar tais desejos enecessidades, podem ser formas de redu-zir as pressões sobre o ambiente e de mi-tigar a degradação ambiental, as mudan-ças climáticas e suas conseqüências ne-fastas.

Da mesma forma como o marketing, apublicidade e a propaganda atuam sobre oinconsciente e excitam o desejo de consu-mo, também poderiam, caso houvesse cons-ciência, vontade e impulso coletivos, pro-mover o desejo por saúde ambiental, com aredução da demanda por bens cujo proces-so de produção é destrutivo, degradador,poluidor.

(*) Autor de Ecologizar e de Tesouros daIndia - www.ecologizar.com.br /[email protected] Os interessados no tema da psicologiaeconômica tem uma boa fonte de consultanos trabalhos de Vera Rita de MelloFerreira. Ver http://www.verarita.psc.br/portugues.php?id=psico

2008 - SETEMBRO - EDIÇÃO 019 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 27

Energia e Meio Ambiente

Por Bernardo Niskier

s grandes multinacionais pare-cem estar preocupadas com aspróprias emissões de gases do

Grandes empresas optam por eficiênciaenergética para reduzir emissões

Aefeito estufa (GEE). Ao menos isto é o queaponta uma pesquisa realizada pelaEcosecurities em parceria com a con-sultoria norte-americana ClimateBiz. Aampla maioria (88%) das 65 empresas con-sultadas afirma já empregar medidas deneutralização das emissões ou diz planejarfazê-lo no futuro. Ações que promovam aeficiência energética são as preferidas(96,7%), seguido pelo uso de energiasrenováveis (80%), como biomassa, eólica,biogás vindo de aterros sanitários e agri-cultura e pequenas centrais hidrelétricas.

Além da eficiência energética, as medi-das mais comuns entre aqueles que já pro-movem ações são campanhas de mudançade comportamento dos empregados emelhorias na logística do transporte. Ape-nas 8,7% efetivamente trocaram fontes fós-seis por renováveis. “Talvez isto chame aatenção para a falta de opções de tarifas de

renováveis competitivas por parte dos for-necedores de eletricidade ou dificuldadesdas companhias com a microgeração”, afir-ma o relatório que traz os resultados dapesquisa.

Projetos de desmatamento evitado oureflorestamento ainda dividem as opini-ões. Entre os entrevistados, 63,5% disse-ram que gostariam de ter as emissões com-pensas por tais projetos. Porém quandoquestionados quais atividades não inves-tiriam com este objetivo, os projetos dedesmatamento evitado perdem apenaspara as grandes hidrelétricas, recebendo34,9% dos votos. Historicamente asneutralizações têm sido feitas através doplantio de árvores, porém depois de ex-postos problemas de gerenciamento, mui-tas empresas que fornecem este serviçoforam fortemente criticados pela mídia. Paraos organizadores da pesquisa, contudo,há um retorno de interesse por este tipo decompensação de emissões. “Existem ago-ra diversas organizações e ONGs respeita-

das que administram esquemas de plantiode árvores e fornecem benefícios para acomunidade local, assim como entregamas reduções verificadas de emissões pro-metidas”, comentam no relatório. Segun-do eles, os compradores estão sendo atra-ídos pelo duplo benefício do projeto (so-cial e ambiental), porém ainda há um esta-do de alerta no mercado com relação àseriedade das empresas que os gerenciam.“Como o mercado do MDL (Mecanismode Desenvolvimento Limpo) falhou emapoiar os projetos florestais em larga esca-la por causa de complicações metodoló-gicas, o mercado voluntário está bemposicionado para absorver tais projetos”,dizem os organizadores da pesquisa.

Faça o download da pesquisa no site daEcosecurities (em inglês) – http://www.ecosecurities.com/Standalone/Carbon_Offsetting_Trends_Survey_2008/default.aspx?PageId=227 (Enviado paraa coluna Envolverde/CarbonoBrasil)

28 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 019 - OUTUBRO - 2008

ArtigoPor Leonam dosSantos Guimarães

O rganização das Nações Unidas(ONU) criou, através da Comis-são Mundial para o Meio Ambi-

Uma das definições mais simples e difundi-das é de autoria de Lester Brown, doWorldwatch Institute, que diz: “Desenvol-vimento sustentável é progredir sem dimi-nuir as perspectivas das gerações futuras”.A definição do Conselho Mundial Empre-sarial sobre Desenvolvimento Sustentável- WBCSD, instituição que congrega váriasempresas ao redor do mundo, diz: “Desen-volvimento sustentável significa adotar es-tratégias de negócio que atendam às ne-cessidades da organização, do ser huma-no, da comunidade, ao mesmo tempo quemantêm os recursos naturais para as próxi-mas gerações”. A definição de Pontes &Bezerra em “Organizações Sustentáveis” é:“Descobrir e utilizar uma nova consciênciaque nos permita progredir em todas as di-mensões ecológicas (humana, social, eco-nômica e ambiental), apoiando, conservan-do e restaurando todos os recursos que oplaneta coloca à nossa disposição para asfuturas gerações”.

Todos os seres humanos que vivemsobre a Terra desejam o melhor para si mes-mos, para seus filhos, parentes e amigos.Isto significa que temos estado ignorantesdo que estamos causando ao nosso plane-ta no decorrer destes anos que se seguiramà revolução industrial. O desenvolvimentosustentável é um guia moderno que propi-cia a todos os segmentos da sociedade umabússola com a qual podemos medir o nos-so progresso, um novo tipo de progresso,que propicie educação básica e culturapluralista; saúde e nutrição adequadas;moradia e trabalho dignos; meio ambienteconservado; energia limpa e renovável; lazere entretenimento para todas as idades e co-municação e mobilidade mundiais.

Para que isto aconteça, devemos todosnos unir em torno de projetos sustentáveis,que levem ao crescimento ao mesmo tempoem que mantêm a base estrutural da vida.Educar nossas crianças; pressionar as em-presas, enquanto consumidores, para quesejam ecologicamente corretas e socialmen-te justas; votar em candidatos a cargospúblicos realmente comprometidos comestas causas fundamentais e tantas outrasações podem ser levadas a cabo por cada

um de nós para que possamos fazer a dife-rença.

Do ponto de vista empresarial, o con-ceito de desenvolvimento sustentável estáse tornando cada dia mais importante. Atra-vés de ações concretas, grandes empresasao redor do mundo, inclusive no Brasil, es-tão buscando incorporar este conhecimen-to em seus processos através de diferentesabordagens e ferramentas, preparando-seassim para serem “competitivas” e diferen-ciadas no novo milênio. Já não é mais umaquestão de modismo na administração, esim uma questão de sobrevivência do nos-so planeta. As grandes corporações estãocomeçando a entender que existe um outromodelo de crescimento, que já não bastaapenas crescer sozinha, é preciso compar-tilhar este crescimento com todos as partesinteressadas, fazendo assim um mundo ga-nha-ganha-ganha.

A questão do desenvolvimento susten-tável é, indubitavelmente, uma das mais ár-duas que se colocam aos tomadores de de-cisão em todos os níveis, sejam públicosou privados. Neste terreno, idéias realmen-te inovadoras se misturam constantementeàs mais estapafúrdias utopias, e grandesimpulsos de humanismo generoso mesclam-se a hipocrisias com variadas motivações.Deste modo, torna-se hoje urgente alcan-çar uma clarificação dos principais concei-tos envolvidos se quisermos realmente evi-tar as verdadeiras catástrofes ecológicasque se vislumbram para um futuro mais oumenos próximo.

O desenvolvimento sustentável preten-de criar um modelo econômico capaz degerar riqueza e bem-estar e, ao mesmo tem-po, promover a coesão social e impedir adestruição da natureza. Por isso coloca naberlinda o modelo de produção e consumoocidental, que ameaça o equilíbrio do pla-neta.

A primeira interpretação do termo, queconsidera incompatível o desenvolvimentoeconômico com respeito ao ambiente, foilançada em 1972 em um informe do chamado“Clube de Roma”. Esse enfoque, entretanto,por ser solidário apenas em relação à natu-reza e não aos países em desenvolvimento,

O que é desenvolvimento sustentável ?Antes o mundo era pequeno porque a Terra era grande. Hoje o mundo é muito grande porque a Terra é pequena.- Gilberto Gil

Leonam dos Santos Guimarães é engenheironaval (PhD) e nuclear (MSc), é Assistente daPresidência da ELETRONUCLEAR

ente e Desenvolvimento, o conceito de De-senvolvimento Sustentável: um modelo quebusca satisfazer as necessidades presen-tes, sem comprometer a capacidade dasgerações futuras de suprir suas próprias ne-cessidades - utilizar recursos naturais semcomprometer sua produção, fazer proveitoda natureza sem devastá-la e buscar amelhoria da qualidade de vida à sociedade.

A integração e o equilíbrio econômico,as preocupações sociais e ambientais sãofundamentais para a conservação da vidahumana na Terra. Para que esses objetivossejam alcançados é preciso lançar um novoolhar para como produzimos e consumimos,como vivemos, trabalhamos, como nos re-lacionamos com as pessoas e como toma-mos decisões. O conceito é revolucionárioe como todas as idéias originais, alavancadebates fervorosos entre governantes ecidadãos sobre como atingir estasustentabilidade.

Existem muitas definições formais des-te termo dadas pelos vários autores e insti-tuições ligadas ao tema ao redor do mundo.

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é altamente criticável pela sua inerenteassimetria, na medida que esses países nãopoderiam interromper um crescimento emdireção a um desenvolvimento que aindanão foi atingido. Essa crítica conduziu à in-terpretação atual, que abrange os aspectoseconômicos (crescimento do Terceiro Mun-do), sociais (integração e solidariedade en-tre os Hemisférios Norte e Sul) e ambiental(preservação dos bens mundiais de todos eregeneração dos recursos naturais).

O governo brasileiro adota a definiçãoutilizada pelo documento “Nosso futurocomum”, publicado em 1987, também co-nhecido como Relatório Bruntland, em quese concebe o desenvolvimento sustentá-vel como sendo “o desenvolvimento quesatisfaz as necessidades presentes, semcomprometer a capacidade das gerações fu-turas de suprir suas próprias necessidades”.Esse relatório, elaborado pela ComissãoMundial sobre o Meio Ambiente e Desen-volvimento criada pelas Nações Unidas pre-sidida pela então Primeira-Ministra da No-ruega, Gro-Bruntland, faz parte de uma sé-rie de iniciativas que reafirmam uma visãocrítica do modelo de desenvolvimento ado-tado pelos países industrializados e repro-duzido pelas nações em desenvolvimento,em que se ressaltam os riscos do uso ex-cessivo dos recursos naturais sem consi-derar a capacidade de suporte dosecossistemas. O relatório aponta para a in-compatibilidade entre o desenvolvimentosustentável e os padrões de produção econsumo vigentes.

A formulação do conceito de desenvol-vimento sustentável implica, então, o reco-nhecimento de que as forças de mercado,abandonadas a sua livre dinâmica, não ga-rantiriam a não-destruição dos recursosnaturais e do ambiente, ou seja, os objeti-vos conflitantes do desenvolvimento eco-nômico se tornariam incompatíveis no lon-go prazo.

Analisando-se esse conceito numaperspectiva histórica recente, pode-se ve-rificar que estamos tratando de uma res-posta ecológica e socializante ao ideárioneoliberal, já que a noção de “compatibili-dade a longo prazo” nasceu da críticaultraliberal dos discípulos de Hayek, agru-pados notadamente na Universidade deChicago, às distorções monetárias pratica-das correntemente após 1945 pelos Esta-dos desejosos de dinamizar a qualquer pre-ço seu crescimento, baseando-se, muitasvezes de forma equivocada, nas idéias deKeynes que, falecido em 1946, já não podia

responder a estas argumentações.Os “Chicago boys” explicavam que a

inflação crônica que essas práticas provo-cavam acabaria por tornar insustentável ocrescimento assim “turbinado”. Asdistorções do sistema de preços, o encare-cimento progressivo das importações, asaltas especulativas de certos bens e a es-cassez em outros setores levariam ao equi-valente, dentro da ordem econômica, a um“infarto”: a “estagflação”, combinação deestagnação e inflação. Dito de outra forma,existiria, para cada economia individualmen-te considerada, um ritmo ótimo de cresci-mento não inflacionário que garantiria àsociedade ganhos duráveis. Formidávelmáquina antiestatizante e antiplanificadora,essa teoria original do desenvolvimentosustentável em macro-economia levou, ini-cialmente, a “purgas monetárias” que es-tancaram o crescimento por alguns anos (osdois primeiros anos da era Reagan, 1980-1982, por exemplo) e a reformas que reduzi-am o poder das autoridades políticas embenefício de Bancos Centrais fortes e inde-pendentes.

Desorientados por essa vitória espeta-cular do pensamento liberal no final dosanos 70, alguns economistas anglo-saxõesde esquerda, mais individualistas que a ge-ração precedente e mais consciente, tam-bém, dos grandes danos econômicos e so-ciais provocados pelo gigantismo dos es-tados socialistas, sobretudo a União Sovi-ética, preferiram responder a MiltonFriedman e seus discípulos não refutando,mas reinventando seu novo paradigma:sim, realmente existe, em matéria de cresci-mento, certos limites que não devem serultrapassados, mas eles não são exclusiva-mente quantitativos e monetários mas, an-tes de tudo, qualitativos e ambientais. Seesses limites não forem respeitados, o cres-cimento se voltará contra ele mesmo.

Os bens não divisíveis que são o ar, aágua, a clorofila dos vegetais, mas tambéma infra-estrutura básica e a produção deenergia, não podem ser inteiramente entre-gues à produção privada. Esses “novos eco-nomistas” mostravam os limites para as tro-cas comerciais de bens não renováveis, cujopreço não integrava sua virtual escassezno longo prazo. Desta forma estavarestabelecida a necessidade de um planeja-mento estatal para produção e consumo decertos bens e se deflagrava, no plano teóri-co, uma nova síntese entre mercado (nocurto prazo e para bens renováveis facil-mente, assim como “divisíveis” entre indi-

víduos) e planejamento estatal (no longoprazo e para bens difíceis tanto de renovarcomo de dividir). O socialismo foi então sal-vo do desastre soviético pela ecologia.

A noção de desenvolvimento sustentá-vel, sob essa forma, surge como incontes-tável e, portanto, irresistível: mas como se-ria possível planejar as ações dos atoreseconômicos sem impor sanções aos even-tuais “contraventores” desse planejamen-to global? A impunidade levaria os Estados“virtuosos”, cumpridores do planejamen-to, a se auto-imporem sacrifícios vãos, jáque os Estados “contraventores” poderi-am ignorá-lo. E quais seriam esses“contraventores”? O espectro é muito am-plo: iria das centenas de milhões de agricul-tores e pecuaristas do terceiro mundo, quepraticam queimadas e desmatamento parapreparar o solo, às centenas de milhões deautomobilistas poluidores do norte do pla-neta, passando pelos mineiros de carvão eindustriais do mundo ex-socialista.

A partir desse impasse nascem as maispesadas e inoperantes demagogias. Entre-tanto, alguns grandes princípios vêm sur-gindo à tona neste debate, em geral confu-so e verborrágico, mas nenhum deles é defácil operacionalização. Por exemplo, É pos-sível interromper a devastação das gran-des florestas tropicais desde que seus ha-bitantes sejam pagos diretamente para lhesconservar e reflorestar. Sem essa subven-ção direta, que deveria ser globalizada, ospobres do terceiro mundo buscarãomaximizar sua renda em detrimento do pla-neta. Também é possível gerir globalmentee de uma maneira mais econômica a águadoce disponível, desde que haja uma trans-ferência adequada de recursos do Nortepara o Sul. Será também necessário aceitar,sob formas evidentemente muito regulamen-tadas e subvencionadas, um início do co-mércio de água.

Como numa bicicleta, humanidade temsuperado, desde o início dos tempos, osdesequilíbrios constantes do avanço emdireção à melhoria de suas condições ma-teriais de vida. Somente grandes saltostecnológicos nos domínios da produçãode energia, da biotecnologia e do contro-le do clima, obtidos por meio de grandesprogramas de desenvolvimento científi-co de natureza estatal, serão suscetíveisde superar as dificuldades atuais. Infeliz-mente, porém, são raros os adeptos dodesenvolvimento sustentável que têmessa confiança nos progressos da ciên-cia e tecnologia.

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N

Pesquisa AmbientalPor Felipe Lobo,O Eco

o domingo (05/10), os cidadãosda pátria tupiniquim cumpriramum dever cívico: votar nas elei-

E o Brasil descobre sua fauna alada

Pesquisador com um pica-pau-do-parnaíba, no Tocantins. (Foto: Guilherme Silva)

ções municipais. A data, no entanto, tam-bém foi marcada pelo lançamento da séti-ma Lista de Aves do Brasil, organizadapelo Comitê Brasileiro de RegistrosOrnitológicos (CRBO). Agora, o país podese gabar de possuir a segunda maiorbiodiversidade de pássaros do mundo,atrás apenas da Colômbia. No dia em quemuitos prefeitos e vereadores receberãoquatro anos para trabalhar em benefíciodo povo e da natureza, será anunciadoque por estas terras voam 1.822 espécies,vinte e duas a mais do que informava arelação do ano passado.

Braço da Sociedade Brasileira de Or-nitologia, o comitê tem uma rede de 40profissionais espalhados por todo o paíse no Exterior. Desde 1981, o grupo é res-ponsável por analisar o volume de avesque circulam em território nacional, masapenas a partir de 2005 a relação passou aser anual. Para isso, usam todos os da-dos e artigos científicos sobre os pássa-ros brasileiros publicados em revistas

especializadas, de todo o Planeta. O re-sultado é gratificante: desde que o traba-lho começou, o número de espécies co-nhecidas cresceu cerca de 14%. “É umarelação direta com o maior volume de pes-quisadores andando nas fronteiras doBrasil, identificando aves conhecidas emoutros países, por exemplo”, diz JoséFernando Pacheco, diretor do CRBO.

Além da abundância de pesquisado-res, os ornitólogos responsáveis pela listaacreditam que há, basicamente, três mo-tivos por trás desse crescimento: avesde fato descobertas pela ciência; animaisredescobertos; ou antes consideradossub-espécies que subiram de status. Ocaso mais emblemático do trabalho, se-gundo Alexandre Aleixo, atende pelonome de pica-pau-do-parnaíba (Celeusobrieni). “Até o fim de 2006, só era co-nhecido um único exemplar, coletado nocomeço do Século 20 no sertão do Piauí.Ninguém o havia observado em vida, sa-bia como ele cantava ou em que tipo deambiente morava. Chegamos a ficar emdúvida se era um híbrido ou se já estavaextinto”, explica o curador da Coleção

Ornitológica do Museu Paraense EmílioGoeldi. Mas, no final daquele ano, a avefoi avistada no Tocantins e, a partir deinformações sobre sua vocalização e eco-logia, algumas populações foram encon-tradas em outros estados, como noMaranhão. “Para se ter uma idéia, essaespécie nem entrou na última lista da UniãoInternacional para a Conservação da Na-tureza (UICN) de espécies ameaçadas deextinção. Já tinham desistido dela”, con-ta Aleixo, que também é um dosorganizadores do catálogo de aves brasi-leiras. Apesar de não saberem exatamenteo número de indivíduos do pica-pau-do-parnaíba, as chances de que ele estejavulnerável são grandes. “Em apenas doisanos, conseguimos mais dados sobre obicho do que em 80 anos. Mas, agora quea UICN está revisando sua relação de avesem perigo, ele é um candidato forte a en-trar na relação”, completa.

Variações ameaçadasApesar do exemplo do pica-pau nor-

destino, o maior aliado ao descobrimentode novas espécies de aves no Brasil, ex-plica Aleixo, é o incremento nas ferramen-tas utilizadas para avaliar os bichos. Se,anos atrás, o principal mecanismo parainvestigar um tipo de pássaro era amorfologia, agora os biólogos contam comaparelhos digitais para gravar os cantos,a genética e a biologia molecular. “São ins-trumentos importantes, pois revelam ou-tros aspectos do processo de formaçãodas espécies”, diz o pesquisador.

Os resultados obtidos com atecnologia são visíveis. A maioria das avesdescobertas entre 2007 e 2008 já era co-nhecida da Ciência, mas como sub-espé-cies. Ou seja, pássaros que antes eramconsiderados pequenas variações gené-ticas de outros grupos subiram de cate-goria graças a estudos mais elaboradosque comprovaram sua independênciaevolutiva. É o caso, por exemplo, do anti-go papa-formiga-cantador (Hypocnemiscantador), animal endêmico da Amazôniaque, na verdade, tem seis parentes. “Umcálculo feito para a Amazônia produzido

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nos últimos anos mostrou que, em média,para cada ave estudada, três novas e mui-to semelhantes são descobertas”, afirmaAleixo.

Segundo Pacheco, diretor do CRBO,não há como dizer qual região do Brasilforneceu mais novidades. Apenas é pos-sível afirmar que as áreas de floresta, comoa Mata Atlântica e a Amazônia, têm maiorpossibilidade de apresentar bichos sin-gulares do que o Cerrado. “Mas a verda-de é que as espécies aparecem quandoum grupo é estudado, independente dalocalização geográfica. O gêneroScytalopus, que vive na Mata Atlântica,basicamente, dobrou o seu número deespécies em cinco anos. Graças ao con-junto de pesquisadores fazendo teses ededicados ao grupo”, explicou.

De acordo com a UICN, 219 aves noBrasil têm algum risco de desaparecer.Ainda é cedo para dizer que o acréscimodesta relação será proporcional ao incre-mento na biodiversidade, mas tudo leva acrer que sim.

Segundo o curador do Museu Goeldi,é comum que as antigas sub-espécies te-nham uma distribuição geográfica muitopequena, fato que gera vulnerabilidade

imediata. De toda forma, a comunidadecientífica está espantada com o volumedestas aparições – o que certamente de-terminará um conjunto cada vez maiorde aves catalogadas pelos ornitólogos.

Futuro promissorDas 1.822 aves brasileiras, 232 são

endêmicas do país, ou seja, não podemser vistas em nenhum outro lugar do glo-bo. Ainda assim, Aleixo considera o co-nhecimento do tema muito incipiente poraqui. “Comparativamente, é possível quetenhamos boas noções sobre os pássa-ros em relação ao que sabemos acercade plantas e outros animais. Mas mesmoeste selo é imperfeito”, diz. Em sua vi-são, é necessário investir forte emtaxonomia – que é a ciência da identifi-cação – e encará-la como estratégia deconservação.

“É possível que estudos taxo-nômicos revelem que você tem mais deuma espécie de onça e de arara-azul, porexemplo. E isso fará uma diferença enor-me para quem trabalha no campo, comsua preservação direta. É ela que definea base de uma coisa que se chama espé-cie”, relata. “O problema é que, no mun-

do inteiro, os conceitos de taxonomia econservação ainda caminham separa-dos”, finaliza.

Confiantes no sucesso da lista e dosestudos, Aleixo e Pacheco confiam queos futuros catálogos feitos pelo CRBOcrescerão de forma aritmética. Linhas definanciamento feitas por mecanismospúblicos ou por grandes entidades semfins lucrativos são apontadas como umcaminho seguro, assim como ofereci-mento de novas bolsas de pós-gradua-ção para quem deseja se especializar naárea.

Afinal, como o movimento das asasdos pássaros, o dinamismo da Ciência éimpressionante: depois da confecção dalista de 2008, novas descobertas já fo-ram publicadas em revistas internacio-nais. Novidades à vista para o ano quevem.

Para ver a lista completa acesse: http://www.cbro.org.br/CBRO/listabr.htm

Fonte: http://www.oeco.com.br/index.php/reportagens/37-reportagens/19843-e-o-brasil-descobre-sua-fauna-alada

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A

Cidadania e Consumo Responsável

Nossas escolhas fazem a diferença

sociedade de consumo produzcarências e desejos (materiais esimbólicos) incessantemente.

Os indivíduos passam a ser reconhecidos,avaliados e julgados por aquilo que conso-mem, aquilo que vestem ou calçam, pelocarro e pelo telefone celular que exibem empúblico. O próprio indivíduo passa a seauto-avaliar pelo que tem e pelo que conso-me. Mas é muito difícil estabelecer o limiteentre consumo e consumismo, pois a defi-nição de necessidades básicas e supérflu-as está intimamente ligada às característi-cas culturais da sociedade e do grupo a quepertencemos. O que é básico para uns podeser supérfluo para outros e vice-versa.

A felicidade e a qualidade de vida têmsido cada vez mais associadas e reduzidasàs conquistas materiais. Isto acaba levan-do a um ciclo vicioso, em que o indivíduotrabalha para manter e ostentar um nível deconsumo, reduzindo o tempo dedicado aolazer e a outras atividades e relações so-ciais. Até mesmo o tempo livre e a felicida-de se tornam mercadorias que alimentameste ciclo.

O consumo é o lugar onde os conflitosentre as classes, originados pela participa-ção desigual na estrutura produtiva, ga-nham continuidade, através da desigual-dade na distribuição e apropriação dos bens.O resultado dessa desigualdade é que ape-nas 20% da população mundial, que habitaprincipalmente os países afluentes do he-misfério norte, consomem 80% dos recur-sos naturais e energia do planeta e produzmais de 80% da poluição e da degradaçãodos ecossistemas. Enquanto isso, 80% dapopulação mundial, que habitam principal-mente os países pobres do hemisfério sul,ficam com apenas 20% dos recursos natu-rais. Para reduzir essas disparidades so-

ciais, permitindo aos habitantes dos paísesdo sul atingirem o mesmo padrão de consu-mo material médio de um habitante do nor-te, seriam necessários, pelo menos, maisdois planetas Terra!

Consumo responsávelSe quisermos avançar na direção de um

consumo responsável, devemos começarmudando algumas atitudes no nosso dia-a-dia. Antes de comprar, pergunte a si mesmo:• Necessito realmente do produto que voucomprar?• É de boa qualidade? Como posso ter cer-teza disso?• É possível consertá-lo, reutilizá-lo oureciclá-lo?• Posso compartilhá-lo com outras pesso-as?• Escolhi o produto que faz menos mal aomeio ambiente?

Na hora da compra, devemos verificar se:• os produtos não danificam o meio ambien-te em seu processo de elaboração (emis-sões e resíduos contaminantes) e descarte,depois que termina seu ciclo de vida.• as informações importantes sobre o pro-duto estão especificadas nas etiquetas ecorrespondem ao real conteúdo da embala-gem.• existe uma certificação ambiental expedidapor uma entidade independente.• o serviço estatal de defesa do consumidorefetua permanentemente testes para com-parar os produtos de um mesmo tipo, a fimde ter produtos de melhor qualidade, maisduráveis e que danifiquem menos o meioambiente.

Além disso, podemos:• incentivar a criação de instrumentos le-gais para impedir os anúncios publicitáriosenganosos;• exigir que as agências de publicidade ofe-reçam mais informações pertinentes sobreos produtos, de forma a promover uma esco-lha mais consciente por parte do consumi-dor e que a publicidade dirigida a crianças ejovens seja a mais saudável possível.

O consumidor responsável deve cobrarpermanentemente uma postura ética e res-ponsável de empresas, governos e de ou-tros consumidores. Deve, ainda, buscar in-

formações sobre os impactos dos seus há-bitos de consumo e agir como cidadão cons-ciente de sua responsabilidade em relaçãoàs outras pessoas e aos seres do planeta.

As empresas devem agir de forma social-mente e ambientalmente responsáveis emtodas as suas atividades produtivas. Nessesentido, responsabilidade social empresarialsignifica adotar princípios e assumir práticasque vão além da legislação, contribuindo paraa construção de sociedades sustentáveis.

Os governos devem garantir os direitoscivis, sociais e políticos de todos os cida-dãos; elaborar e fazer cumprir a Agenda 21,por meio de políticas públicas, de programasde educação ambiental e de incentivo ao con-sumo sustentável. Além disso, devem incen-tivar a pesquisa científica voltada para a mu-dança dos níveis e padrões de consumo efiscalizar o cumprimento das leis ambientais.

Vivemos em um país onde a eliminaçãoda pobreza, a diminuição da desigualdadesocial e a preservação do nosso ambientedevem ser prioridades para consumidores,empresas e governos, pois todos são co-responsáveis pela construção de socieda-des sustentáveis e mais justas.

A economia solidária, por exemplo, é umaforma de consumo ao mesmo tempo respon-sável ambiental e socialmente. É uma práticade colaboração e solidariedade, inspirada porvalores culturais que colocam o ser humanocomo sujeito e finalidade da atividade econô-mica, ao invés da acumulação da riqueza e decapital. Baseia-se numa globalização mais hu-mana e valoriza o trabalho, o saber e acriatividade, buscando satisfazer plenamen-te as necessidades de todos. Constitui-senum poderoso instrumento de combate à ex-clusão social e congrega diferentes práticasassociativas, comunitárias, artesanais, indi-viduais, familiares e cooperação entre campoe cidade. (http://www.fbes.org.br )

Fonte: Manual de Educação para oConsumo Sustentável, 2005, editadopelo Ministério do Meio Ambiente –MMA ([email protected]),Ministério da Educação – MEC([email protected] / www.mec.gov.br/secad/educacao ambiental) eInstituto Brasileiro de Defesa doConsumidor – IDEC(www.idec.org.br)

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