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Você está preparado para a geração Z? Do limão uma limonada: as empresas que estão driblando a crise ENTREVISTA • Renato Meirelles e seu olhar sobre a classe média brasileira NOVEMBRO DE 2015 • Nº 3 • ANO II E c o n o m i a c o m p a r t i l h a d a u m m e r c a d o s e m l i m i t e s

Revista Empreenda Jovem

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3ª edição | Ano 2 | 2015

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Page 1: Revista Empreenda Jovem

• Você está preparado para a geração Z?

• Do limão uma limonada: as empresas que estão driblando a crise

ENTREVISTA • Renato Meirelles e seu olhar sobre a classe média brasileira

N O V E M B R O D E 2 0 1 5 • N º 3 • A N O I I

Economia compartilhada

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Page 2: Revista Empreenda Jovem

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EDITORIAL

Empoderar o jovemivemos um tempo formidável. O mun-do se transforma em velocidade ex-ponencial e suas novidades efetiva-

mente impactam a todos. Negócios, rotinas, relações sociais, culturas. Para

onde se olha há mudança, cenário revelador de que viveremos uma realidade diferente a cada ano. Cá no Brasil, enfrentamos nossos próprios desa�os. Crises e crises, e o país pa-rece caminhar para a consolidação da perda de sua maior oportunidade histórica, em ter-mos de economia.

Ao mesmo tempo, pela primeira vez em toda a história humana, é o jovem quem detém o po-der do conhecimento. Não mais o ancião, dizem especialistas. E por um golpe do destino, neste mesmo período, o Brasil vivenciará a maior con-centração de jovens em relação ao restante da população de toda a sua história. O Brasil nun-ca foi – e talvez nunca voltará a ser – tão jovem.

Ou seja, ao mesmo tempo em que o país cla-ma por ação e transformação, está sendo forja-da uma enorme legião de jovens capacitados, éticos, inteligentes e atentos ao que acontece no mundo e no Brasil. Jovens que nasceram com a internet, que não entendem e não aceitam tan-ta ine�ciência, não admitem intolerância, cor-rupção, desperdício, desmatamento, injustiça. Jovens sérios. Cidadãos do mundo – e do bairro –, aptos a realizar a transformação necessária, ou até muito mais do que ela.

Essa força precisa ser utilizada. E cada vez mais. Trabalhamos nesse exato sentido porque acreditamos que o empoderamento do jovem é o empoderamento do otimismo, da melhor alter-nativa, da esperança. Há um enorme potencial

V

Luiz Felipe de almeida coelho Presidente da Fecaje

a ser empregado em benefício do Brasil, que, aliás, já começa a entregar, a se sentir o respon-sável pela realização do acredita ser o correto, para si e para todos. E isso contribuirá decisiva-mente para a construção do nosso melhor ca-minho. A melhor chance do Brasil são os jovens.

Assim, é muito importante que se busque a maximização da “utilidade desse ativo”, na linguagem corporativa. Que se a�rme, se acre-dite nessa força e que se dê atenção a sua ade-quada formação e canalização. E que se use, que se use logo.

Nesta edição, buscamos compartilhar conhe-cimentos que evidenciam e sugerem caminhos novos, oportunidades, boas práticas e bons exem-plos. Buscamos, em essência, contribuir para a intensi�cação do processo de empoderamento do jovem empreendedor capixaba.

Boa leitura.

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CONHEÇA A EXPERIÊNCIA DE QUEM ESTÁ APROVEITANDO A

CRISE PARA CRESCER

A MESMA PERGUNTA, DOIS PONTOS DE VISTA. COM QUAL VOCÊ SE IDENTIFICA?

OS Z CHEGAM AO MERCADO DE TRABALHO COM

NOVOS CONCEITOS E VISÕES DE MUNDO

ECONOMIA COMPARTILHADA E AS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO QUE ELA GERA

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Federação Capixaba de Jovens Empreendedores (Fecaje)

Produção e comercializaçãoPreview Editora(27) 3225.6119

Jornalista ResponsávelBe�y Feliz

textosAriani Caetano

Projeto Gráfico / DiagramaçãoLink Editoração(27) 3337.7249

ImpressãoGrá�ca e Editora GSA

PRESIDENTELuiz Felipe de Almeida Coelho

VICE-PRESIDENTEDuar Pignaton

sECRETÁRIA eXECUTIVALorena Zucatelli

DIRETOR DE PLANEJAMENTONaone Garcia

DIRETOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAISAdriano Gomes Ohnesorge

DIRETOR aDJUNTO DE RELAÇÕES INSTITUCIONAISRodrigo Piassi

DIRETOR DE eSTRATÉGIA POLÍTICARobson Malacarne

DIRETOR DE tIRodrigo Missagia Hulle

DIRETOR aDJUNTO DE tIClayton Silva

DIRETOR DE INOVAÇÃO Renzo Oliveira Santos Colnago

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Dizem que o fundador do Wal-Mart, Sam Walton, certa vez teria dito a seus diretores: “Convoquei esta reunião sobre a crise para dizer que resolvemos não entrar nela”. Verdade ou não, a frase de Walton nunca foi tão dita e repetida, pelo menos por empresários que estão vendo neste momento de di�culdades uma oportunidade de inovar e crescer. Eles não são muitos, mas quem está praticando o mantra de Walton tem muito a ensinar

e janeiro a junho deste ano, 232 mil em-presas foram abertas em todo o Brasil.

Ponto para os brasileiros empreendedores? Nem tanto. No mesmo período, 191 mil fecha-ram as portas, vítimas da cegueira causada pela crise �nanceira pela qual passa a economia bra-sileira. Os dados são da Secretaria da Micro e Pe-quena Empresa (SMPE), com base nos cadastros das Juntas Comerciais de todo o Brasil, e só cor-roboram o que todo mundo já sabe: o momento é de incerteza, cautela e moderação nas ações.

“A história nos mostra que toda crise é pas-sageira, porém os remédios são amargos e o tempo para que os efeitos positivos tenham e�-cácia vai depender de vários fatores, inclusive políticos”, a�rma o gerente da Unidade de Aces-so à Inovação e Tecnologia do Sebrae/ES, Mário

D Ariani Caetano

EMPRESA

chorar ou vender lenços?

Leonardo carrareto triplicou o

faturamento da WIs educação abrindo novos

cursos e criando programa de

fidelidade

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R E V I S T A E M P R E E N D A J O V E M 7

A gente só inovaquando se questiona, se faz mais perguntas e observa com mais

criatividade”Leonardo Carrareto

Barradas. Segundo ele, para superar o pessimis-mo e manter os negócios, o empresário precisa reduzir custos, manter o ponto de equilíbrio, di-minuir o endividamento, eliminar desperdícios e adiar ou diminuir despesas.

Felizmente, tem gente fazendo mais do que simplesmente praticar esse conselho. Na con-tramão das estatísticas mais pessimistas, há em-presários fazendo o negócio crescer e prosperar, criando novas atividades e reformatando suas metodologias de trabalho.

É o caso de Leonardo Carrareto, diretor-exe-cutivo da WIS Educação, criada em 2011 como uma empresa de cursos de Marketing. Até 2014 foi possível apenas criar e ofertar cursos com foco principalmente em Marketing digital, mas em 2015, como já havia vislumbrado Leonardo, não. Com as perspectivas bastante negativas para este ano e os inúmeros desa�os que elas impo-riam, o empresário se antecipou e resolveu mu-dar o foco da empresa, tornando-a uma escola de inovação. Com isso, novos cursos passaram a ser ofertados, em quatro novas áreas – Moda, Arquitetura, Gestão do esporte e Criatividade –, além dos tradicionais de Marketing e Comuni-cação. “O fato de termos nos antecipado à cri-se tem dado uma visibilidade até maior para a WIS”, conta Leonardo.

Para a mudança existir e dar certo, foi pre-ciso que ele e sua empresa se abrissem a par-cerias, passando a contar com uma estrutura do que ele chama de curadores, que são os res-ponsáveis por selecionar e preparar os cursos das novas áreas, que o próprio Leonardo não domina. “Essas pessoas são parceiros de negó-cios. Se eu não me abrisse para parcerias, iria morrer sozinho”, diz.

Segundo o empresário, outras ações foram implementadas, como a disponibilização de mais horários para os cursos, para atrair mais inte-ressados, e também a inauguração de um espaço próprio, e não mais a sublocação de salas para os cursos. Falando assim até parece que todas essas

mudanças exigiram um grande investimento �-nanceiro, não é? Não. O mínimo possível, e para que isso fosse feito com muita segurança, a WIS criou ainda uma espécie de programa de �de-lidade, em que os alunos pagam um valor men-sal durante um ano e podem fazer sete cursos da casa nesse período. Com isso, além de o alu-no ganhar descontos, os custos �xos da empre-sa �cam praticamente garantidos, a�nal, cria-se uma previsibilidade da receita, que ajuda a empresa a manter sua estrutura.

“Inovação é encontrar uma forma nova e me-lhor de fazer as coisas. Quando você encontra de-sa�os, esse é o cenário mais fértil para fazer as coi-sas. Nos períodos de crise é quando mais se fala em inovação. É nele que se encontra mais resis-tência, e mais resistência te leva a inovar. Na zona de conforto, a gente não inova. A gente só inova quando se questiona, se faz mais perguntas e ob-serva com mais criatividade”, defende Leonardo, cujas receitas triplicaram quando comparadas às que ele teve no mesmo período no ano anterior.

De acordo com ele, a comunicação precisou ser mais ousada para se obter os resultados que ele objetivava, mas, ao mesmo tempo, ele re�ete que talvez não tivesse chegado aos novos dire-cionamentos se não fosse a crise. “Crise é o me-lhor momento para você inovar. E inovação, que-rendo ou não, te diferencia e distingue os líderes dos seguidores”, ensina o empresário.

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EMPRESA

FRANQUEAR PARA CRESCERSeguindo a mesma cartilha, Alexandre Ma�ra, sócio e diretor-executivo da Tourlines, colocou em prática justamente no ano que se desenha-va como um dos piores da década um projeto que já estava sendo pensado havia dois anos. A empresa, uma operadora de turismo com mais de 20 anos no mercado capixaba e com unida-des em outros estados do Brasil, abriu-se a fran-quias, como modelos inclusive home o�ce.

Hoje são mais de 60 franquias da Tourlines no Brasil inteiro, mais concentradas no Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, mas também no Nordeste e Sul. “A empresa continua sendo uma operadora, com a vantagem de ter uma rede de franquias. O benefício de ser franquia é que você consegue uma expansão muito rápi-da da sua marca. E enquanto operadora e forne-cedora, consegue uma �delidade de 100%. Com esse volume criado da rede própria de franquias, conseguimos diminuir diversos custos, inclusi-ve para que o negócio do franqueado seja mais competitivo”, explica Alexandre.

O modelo da Tourlines contempla franquias de lojas físicas, de conversão e de home o�ce. Esta exige um investimento de R$ 6.600, o que representa para o fraqueado também uma opor-tunidade, já que o permite montar um negócio com uma série de benefícios, como �exibilidade

e custos �xos reduzidos, e ainda atuar num mo-delo moderno de negócios, que tem tudo a ver com os dias de hoje.

“O conceito da rede é interessante nos tem-pos de crise porque você consegue com poucos recursos implantar diferenciais no mercado. Como no ano passado não tínhamos franquias, neste ano estamos experimentando um cresci-mento de quase 100% no faturamento da rede própria. As franquias têm colaborado com um aporte de 20% no faturamento total da empre-sa”, a�rma o empresário.

Ainda de acordo com ele, tendo uma rede 100% �el e exclusiva, a empresa acaba garantin-do uma receita que, se não fosse ela, estaria sen-do dividida entre todos os concorrentes. “O mer-cado de turismo é muito fragmentado, e com a rede própria a gente se estabelece e tem um re-sultado melhor.”

Para Alexandre, a necessidade obriga a ser mais criativo, ao passo que quando o mercado está em ascensão, o empresário acaba se acomo-dando. “Quando estamos em crise, temos que criar alternativas para que as coisas aconteçam. É sempre um momento de repensar a empresa e rever a estrutura, para ver se algo está incha-do. Do ponto de vista da inovação do negócio, a crise é o melhor momento”, avalia.

Franqueando o negócio, alexandre maffra mantém mais de 60 novas unidades, que colaboram com um aporte de 20% no faturamento da tourlines

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ESTE É O MOMENTOO gerente Mário Barradas, do Se-brae/ES, é da mesma opinião. “Ino-var é preciso, assim como criar no-vos serviços ou ampliar os existen-tes. É preciso ouvir o que os clien-tes estão dizendo, entendê-los e atendê-los com soluções, e não ape-nas com produtos e serviços, de for-ma descomplicada e ágil”, reforça.

Para o consultor, este também é o momento para se reciclar e bus-car quali�cação pro�ssional, tan-to para o empresário quanto para seus colaboradores. “Em épocas de crise é muito importante partici-par de um número maior de even-tos para ter uma avaliação externa da crise e do cenário traçado para o futuro. É um ótimo momento tam-bém para o compartilhamento de

experiências e soluções adotadas por outros empresários que estão vivendo a mesma situação”, ensina.

Outra solução, segundo ele, é otimizar os processos produtivos e rotinas administrativas da empre-sa. “Não reduzir o investimento em Marketing só porque as vendas estão baixas. É justamente nessa situação que o empresário deve investir mais ainda para atrair clientes para o seu negócio. Uma boa estratégia é o in-vestimento em Marketing digital, pois além de ser mais barato do que o convencional, pode ter seus resul-tados mensurados nos mínimos de-talhes. O empresário também deve ter um plano de mídia competente, isto é, um plano que alcance o seu mercado e este o entenda.”

O QUE NÃO FAZER EM MOMENTOS DE CRISE

1) Descuidar da gestão do negócio: o empre-sário jamais deve negligenciar o gerencia-mento e o controle do capital de giro. Deve evitar os bancos ou tentar negociar taxas mais atrativas, seja para empréstimos ou descontos de duplicatas. Evitar o factoring.

2) não incentivar a criatividade: o empresá-rio deve colocar a sua criatividade e de seus colaboradores para trabalhar. Ele deve estar aberto a sugestões e não deve criar qualquer tipo de barreira a mudanças. Em momen-tos de crise é que avaliamos de forma mais

contundente o valor que poderíamos estar entregando aos clientes e que ainda não foi agregado ao nosso produto ou serviço.

3) tomar decisões precipitadas: a redu-ção massiva de pessoal é desaconselhável, tal qual fazer contratações indiscrimina-damente. Devemos sempre lembrar que existe um “depois da crise” e é preciso pen-sar nele. O empresário tem que imaginar como pode �car o setor e planejar a busca de novos mercados e produtos para quan-do a crise terminar.

Fonte: Mário Barradas, Sebrae/ES

Para o gerente do sebrae/es mário Barradas este é o momento de ouvir os clientes, qualificar-se e otimizar os processos

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Ariani Caetano

s novatos da geração Z, ou seja, os nas-cidos a partir do início dos anos 90,

compõem o novo time escalado para o mercado de trabalho. Até 2020 eles serão 20% da mão de obra e já estão inaugurando novos hábitos corporativos. Não é para menos. Esse pessoal está levando para dentro do escritório seus conceitos, perspectivas e visões de mun-do. E isso muda muita coisa no jogo de tabulei-ro das gerações.

Eles são imediatistas, mais empreendedores, menos focados em dinheiro e preferem traba-lhar de casa. Os Z também prezam a honestida-de, cresceram imersos na tecnologia e se ente-diam com uma semana típica de trabalho. Mais importante ainda: eles sabem muito bem o que querem, para a vida e o trabalho.

Uma pesquisa realizada pela líder mundial em recrutamento especializado Robert Half em parceria com a comunidade global de estudan-tes, acadêmicos e líderes de negócios Enactus com 770 jovens da geração Z, por exemplo, mostra ao mundo quais são seus sonhos de carreira. Para 41% dos entrevistados, as empresas médias são

o local ideal para trabalhar, seguido de grandes companhias (38%) e startups (14%). O estudo tam-bém mostra que 45% preferem trabalhar em sa-las individuais a dividir espaço com outros cole-gas, mas quando o assunto é comunicação, 74% preferem conversar pessoalmente.

O equilíbrio entre a vida pessoal e pro�ssio-nal é a principal preocupação de carreira para esses jovens (28%). Depois vêm questões como ganhar dinheiro (26%) e garantir um emprego estável (23%). A estabilidade na empresa, entre-tanto, dependeria das oportunidades de cresci-mento pro�ssional, já que 32% dos entrevista-dos esperam gerenciar equipes em cinco anos. Nem os chefes escapam de tanta exigência. Para 38% dos jovens Z, honestidade e integridade são o que mais importam nos chefes, bem como a capacidade de compartilhar experiências (21%).

“Pelo fato de já terem nascido em contato com a internet e viverem conectados com o mundo digital, essa geração já vem com um ‘plus’ para encarar os desa�os do mercado: espontaneida-de, dinamismo, criatividade e inovação são ca-racterísticas dessa geração e que são muito bem

O

Primeiro vieram os baby bommers, os X, os Y e agora os Z. A sopa de letrinhas engrossou, e estes últimos já estão dando expediente

no mercado de trabalho. Se bem que “dar expediente” não é bem o que eles querem

CARREIRA

Osem campo

Z entram

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vistas pelo mercado de trabalho”, destaca a só-cia e consultora em Recursos Humanos da Psi-coespaço, Juliana Cardoso.

Segundo ela, essa geração não se contenta com rotinas e muito menos em permanecer por anos na mesma empresa, fazendo carreira ou até mesmo pensando em se aposentar. “Isso pa-rece estar muito distante da realidade deles. Por exemplo, o sonho da geração formada em 1999 era iniciar a vida pro�ssional ocupando cargos de estágio ou trainee em grandes empresas, cons-truindo uma carreira até chegar ao cargo de ge-rente ou diretor. Hoje, já é totalmente diferen-te. O mundo e as pessoas mudaram, e com eles o comportamento dos jovens. As empresas pre-cisam acompanhar essa tendência também. Os gestores precisam aproveitar ao máximo o per-�l dessa geração enquanto eles ainda fazem par-te de seu quadro de funcionários, pois, salvo ex-ceções, pode ser que em um ano ele já tenha to-mado outros rumos.”

E se os Z entram no mercado de trabalho já sabendo o que querem, as empresas também precisam se adequar para incorporar esses jo-vens aos seus quadros sem gerar con�itos com as outras gerações. “Tanto os pro�ssionais da ge-ração Z quanto de outras gerações precisam sa-ber se relacionar, estar abertos a novas ideias e novos desa�os e a pensar fora da caixa, pois se corre o risco de irem de encontro a culturas or-ganizacionais mais conservadoras e engessadas. Cada geração tem a sua contribuição, e buscar o equilíbrio é fundamental. O objetivo é minimi-zar os con�itos que podem ser gerados. O foco dos empregadores deve ser sempre buscar me-lhorar as relações interpessoais”, avalia Juliana.

Na empresa de tecnologia ISH, por exemplo, os Z foram naturalmente sendo contratados por conta das características das oportunidades de emprego que a empresa oferece, que são muito atrativas a esse público. “A empresa se relacio-na com eles oferecendo oportunidades de es-tágio com possibilidade de efetivação, além de

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Espontaneidade, dinamismo,

criatividade e inovação são características

dessa geração”Juliana Cardoso

cargos iniciais para conhecimento do trabalho, com acompanhamento extremamente próxi-mo de líderes e gestores e demais pro�ssionais mais experientes, proporcionando um espaço de aprendizado técnico e comportamental no am-biente organizacional, além da possibilidade de conquistar novos cargos conforme seu desem-penho”, revela a gerente de Recursos Humanos da empresa, Mirella Destefani.

Como a gestora mesmo já observou, “esses jo-vens são mais curiosos e interessados em assun-tos diversos, estão o tempo todo conectados e se informando sobre qualquer assunto, contribuin-do com criatividade e inovação às suas atividades. Trazem também um novo formato de relaciona-mento com o trabalho e com as pessoas. Por se-rem críticos e questionadores, criam um ambiente rico de novas ideias e pontos de vista diferentes”.

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CARREIRA

eLes QUeRem cResceRHá poucos meses na ISH Tecnologia, o estagiá-rio de Service Desk Thalles Trancoso, de 19 anos, personi�ca bem o jovem da geração Z, a�nal, sua maior motivação pro�ssional é o crescimento na carreira. “Acredito que não ter limites quando se trata de crescer, atingir metas, realizar contatos e se vincular a diversos outros tipos de pro�s-sionais. Isso é muito mais proveitoso e contribui melhor para o meu desenvolvimento pro�ssio-nal do que apenas um bom salário”, diz.

Thalles também é do time que acredita que sua produtividade aumentaria bastante se tra-balhasse de casa. “Pro�ssionais que trabalham de casa precisam ter grande responsabilidade e compromisso com a empresa, mas me adap-taria muito bem. Um ambiente confortável e �exível (em casa ou na própria empresa) con-tribui bastante para a produtividade dos fun-cionários”, avalia.

Com 23 anos, o técnico em microinformáti-ca da ISH Lucas Pereira da Silva também acre-dita que o crescimento pro�ssional é seu maior motivador pro�ssional. Reconhecimento sala-rial, para ele, é importante, mas consequência da tão almejada ascensão pro�ssional. “Os jovens da minha geração estão cada vez mais em bus-ca de um aprendizado numa velocidade muito acelerada, pois a informação e o conhecimento

estão disponíveis na palma da mão e em todos os lugares. Minha motivação é ter a oportuni-dade de aplicar meus conhecimentos em novas situações, adquirir novas experiências e opor-tunidades”, diz.

Para ele, a prática de trabalho em home o�-ce e a �exibilidade nos horários bem que pode-riam ser regra nas empresas atualmente. “Sin-to que a minha produtividade �ca ainda melhor quando trabalho de casa. Entretanto, é de fun-damental importância estabelecer uma relação de con�ança com a empresa e se comprometer com prazos e entregas.”

Por meio de um banco de horas, e desde que previamente acordado com o gestor, a ISH per-mite ao funcionário trabalhar de casa ou �exi-bilizar seu horário, o que possibilita ao funcio-nário conciliar sua rotina pro�ssional com suas demais necessidades.

“A empresa realiza pesquisas de mercado para oferecer propostas atraentes de remune-ração e benefícios para esse público. Também possuímos área de vivência com mesa de sinu-ca, videogame, espaço para refeições e jardim”, revela Mirella. Regalias? Não, apenas pequenas gentilezas a quem contribui com ideias, opiniões e propostas diferentes de trabalho e que trazem bons resultados.

thalles, mirella e Lucas:os Z são muito bem-vindos na empresa de tecnologia

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AS GERAÇÕES

• Nascidos logo após a Segunda Guerra Mundial.

• Preferem empregos �xos e estáveis.

• Querem ser reconhecidos por sua experiência, não pela capacidade de inovação.

• Workaholics, hoje ocupam cargos de diretoria e gerência, exercendo funções de che�a, muitas vezes em nível estratégico.

• Nascidos entre o início dos anos 60 e �nal dos 70.

• Fazem uso dos recursos tecnológicos promovidos pela geração anterior e sentem-se à vontade com eles.

• Caracterizam-se por certa resistência ao que é novo e insegurança em perder o emprego para os mais jovens.

• Querem atingir os objetivos pro�ssionais e, ao mesmo tempo, ter qualidade de vida.

• Nascidos entre o �nal dos anos 70 e início dos anos 90.

• Conhecidos pelo potencial inovador, têm como principal característica a capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo.

• Desejam novas experiências e querem rápida ascensão pro�ssional.

• Querem movimento e inovar a qualquer custo.

• Nascidos a partir do início dos anos 90.

• Vivem numa realidade de total conexão com a internet.

• Têm um per�l mais imediatista, querendo tudo para agora.

• Comportam-se de forma mais individual e prezam muito a honestidade.

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Ariani Caetano

qualidade de vidaqualidade de vidapara melhorar apara melhorar a

Desenvolver o mercado �nanceiro

CASE

Você sabe o que é private equity? Trata-se de uma

atividade �nanceira em que instituições

investem essencialmente em empresas que

não são listadas em bolsa de valores com o objetivo de alavancar seu desenvolvimento.

Foi para trabalhar prioritariamente com esse tipo de

operação que a Apex Partners foi fundada,

há quase três anos

udo começou com dois jovens em-preendedores, Tiago Pezo�i e Fernan-

do Cinelli, com experiência no mercado �-nanceiro e em gestão, respectivamente. Com uma boa base em business, conferida especialmente pela formação na Fucape, eles fundaram a Apex, com recursos de poupança e que teria como mis-são buscar oportunidades de compra de empre-sas em economia real no mercado, dar a ela um choque de gestão, melhorar sua performance e fazer sua venda, em um período pré-de�nido.

“Realizar a compra de empresas e dar o cho-que de gestão sempre foi o nosso foco. Juntamos investidores, fazemos aquisição da empresa, as-sumimos a gestão e depois oferecemos esse in-vestimento para o mercado. Nesse modelo, temos hoje seis lojas do Gira�as. Analisamos o negócio, vimos que ele fazia sentido, calculamos o mon-tante total do investimento e fomos ao mercado buscar esse recurso. O primeiro investimento foi de cerca de R$ 1 milhão, separados em dez co-tas de R$ 100 mil. A primeira loja está operando desde o ano passado, e desde o começo sabíamos

T Ariani Caetano

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qualidade de vida

Desenvolver o mercado �nanceiro

qualidade de vida

Desenvolver o mercado �nanceiro

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que não seria uma loja só, porque você não con-segue gerar economias de escala e aumentar a margem com uma loja só. E hoje estamos com seis unidades: shoppings Moxuara, Vitória, Bou-levard, Mestre Álvaro e Praia da Costa e Carone Mall”, explica o head Marketing da Apex Part-ners, Pedro Chieppe Ferraço.

Esse tipo de investimento é uma oportunida-de para muitos investidores que querem parti-cipar dos ganhos, mas não têm acesso ao mer-cado, não querem empreender ou não têm tem-po de gerir mais um negócio. “A Apex dá a essa pessoa a oportunidade de ser dona de uma em-presa sem precisar estar envolvido no seu dia a

dia, sem estar em sua gestão, e isso constitui a maior vantagem para o investidor”, conta Pedro.

De acordo com ele, a empresa hoje tem uma estrutura de 14 sócios, sendo que nove atuam diretamente no negócio, e cerca de 20 funcio-nários, numa média de idade de 25 anos. “Quan-do a pessoa entra para a Apex, a gente diz que a quer como sócia. Isso porque nesse tipo de mer-cado não tem pro�ssional meia boca, só de alta performance. Temos uma equipe enxuta que dá conta de fazer vários negócios. A juventude de hoje em dia não vê graça mais em ir para mul-tinacionais viver aquela hierarquia de nunca ver seu diretor, não ter opinião. Então, tentamos

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Pedro chieppe e Fernando cinelli, ceo da apex Partners

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trazê-los para as decisões e rotinas, criando um ambiente que colabore para o desenvolvimen-to. A gente quer a pessoa que sonha, que vive com isso”, a�rma o empresário.

A empresa atua como uma holding controla-dora que possui duas unidades de negócio: Finan-ças Corporativas e Investimentos Proprietários. Nestes são estruturados clubes de investimentos, como é o caso da AFS, controladora dos restau-rantes Gira�as, mas que têm por objetivo ter ou-tras marcas no portfólio. Além disso, a Apex Part-ners também trabalha com �nanças corporativas, com uma espécie de aconselhamento �nanceiro.

O serviço, que foi inicialmente feito somente para a própria empresa, passou a ser oferecido para o mercado, com boa aceitação. “Temos como dife-rencial promover o desenvolvimento do mercado �nanceiro, do mercado de capitais e da qualida-de de vida. Em países do norte e na Europa, você tem mercados muito desenvolvidos e melhores oportunidades de investimento e isso, de alguma forma, vai impactando na melhoria da qualida-de de vida. No Espírito Santo, não tem ninguém fazendo isso. Então, através da nossa vontade de empreender a gente viu a oportunidade de atuar nesse mercado”, diz Pedro.

“Temos metas �nanceiras e de capital so-bre gestão, mas a curto prazo queremos ser

reconhecidos como o principal player do mer-cado �nanceiro do Espírito Santo, de forma que qualquer pessoa ou empresa que precise de uma assessoria, antes de qualquer contato, veja a Apex como um potencial parceiro para ajudá-la nesse momento. A Apex existe porque busca revolucio-nar o mercado �nanceiro no Espírito Santo, com foco em melhorar a qualidade de vida no Estado. E nosso principal diferencial é essa relação mui-to próxima com os investidores, além de o mais transparente possível, porque o nosso melhor co-mercial é o investidor satisfeito”, revela Pedro. Para ele, há muitas oportunidades no Estado, apesar de o momento ser de muitas incertezas. “Ele se de-senvolveu e agora está na hora de o ciclo fazer a volta, com novos gestores assumindo as empre-sas. É neste momento que você vê oportunidades.”

A receita do sucesso? Promover uma ges-tão muito próxima ao investidor e participati-va. “Nossos investidores podem, de alguma for-ma, participar e opinar sobre a gestão do negó-cio, claro que respeitando sempre a governança corporativa. Uma coisa é você ser investidor do BTG, e nunca ver o seu sócio ou o gestor do seu fundo; outra é você ter sempre contato, conhe-cer os relatórios e os números pessoalmente. As-sim, os investidores vão se conhecendo e fazen-do negócios entre eles, o que vira um ecossiste-ma muito pró-business”, re�ete Pedro.

1 6

Queremos ser reconhecidos

como o principal player do mercado

financeiro do Espírito Santo”

Pedro Chieppe Ferraço

CASE

OUTROS NEGÓCIOS

Além das seis unidades do Gira�as, que compõem a Apex Food Service, a empre-sa tem buscado outras fontes de inves-timento. Uma delas é uma aquisição no mercado de agronegócio, que ainda está em estudo, e outra é no mercado imobi-liário. Em parceria com uma incorporado-ra, a empresa está buscando investidores para a construção de um residencial de 77 unidades na Reta da Penha, em Vitória.

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ENTREVISTA

Ela surgiu, se consolidou e hoje 56% dos brasileiros pertencem a ela. A classe

média é um fenômeno social e econômico que vem ganhando força e,

cada vez mais, de�nindo os rumos do país. Para ter ideia de sua importância,

a classe emergente vai movimentar R$ 1,35 trilhão

somente neste ano. Não é pouco. Como a�rma

Renato Meirelles, “as classes C e D têm um jeito

de lidar com a adversidade que faz com que �quem

mais preparadas para momentos de crise.”

De olhoDe olhonela

De olhoDe olhonela

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Se a classe média brasileira

formasse um país, estaria no G20 do

consumo mundial”Renato Meirelles

e há um especialista em mercados emergentes no Brasil, é ele. O comu-

nicólogo, colunista e articulista de veícu-los da imprensa nacional Renato Meirelles fun-dou e preside o Data Popular, instituto criado em 2001 que é pioneiro e referência no conhe-cimento das classes C, D e E. A empresa atua no desenvolvimento de estudos e análises para en-tender o comportamento do novo brasileiro que cresceu socialmente depois de mudanças econô-micas da última década. Após conduzir pesqui-sas mercadológicas, liderar processos de inova-ção de produtos e auxiliar no desenvolvimento de marcas e planos de marketing para compa-nhias nacionais e multinacionais, o Data Popu-lar se tornou especialista na realização de estra-tégias de negócios para o consumidor brasileiro.

Renato também foi colaborador do livro “Va-rejo para baixa renda”, publicado pela Funda-ção Getúlio Vargas, e autor do “Guia para en-frentar situações novas sem medo”, publicado pela Editora Saraiva. Em 2012, integrou a co-missão que estudou a Nova Classe Média, na Se-cretaria de Assuntos Estratégicos da Presidên-cia da República. E em 2013, fundou o Data Fa-vela, especializado em análises profundas so-bre as comunidades brasileiras. No Data Po-pular, especi�camente, conduziu diretamen-te mais de 300 estudos sobre o comportamen-to do consumidor emergente.

o DATA POPULAR É PIONEIRO E REFERÊNCIA EM PESQUISAS COM AS CLASSES c, D E e. POR QUE ESTUDAR ESSE

UNIVERSO SOCIAL?O Data Popular começou em

2001, quando ninguém acredi-tava em classe média. Há quase 15

anos estudamos com lupa a importância econômica do mercado emergente brasileiro. No início, a gente até levou prejuízo porque as empresas não acreditavam que a classe mé-dia fosse virar esse fenômeno que virou hoje. A classe média surgiu e se consolidou. Hoje, o Data Popular faz pesquisas e ajuda as empre-sas no que se diz respeito ao desenvolvimento de estratégias de negócios para as classes C e D.

e COMO PODEMOS DEFINIR A CLASSE c? eLA É O MAIOR FENÔMENO SOCIAL NO BRASIL?No Data Popular, não trabalhamos com classe so-cial. Trabalhamos com classe econômica, que é, basicamente, renda e vai de R$ 354 a R$ 1.240 (por pessoa da família). Pode parecer baixo uma família ser classi�cada como classe média, mas trata-se de classe econômica e não de classe so-cial. Com o aumento do emprego formal, a eco-nomia começou a crescer. E isso fez a classe mé-dia crescer. O auge foi em 2010.

a CLASSE c AINDA É O MOTOR DE CONSUMO NO PAÍS? o QUE ISSO REPRESENTA?Hoje 56% dos brasileiros são da classe C, que vai movimentar R$ 1,35 trilhão neste ano. A classe C cresceu muito nos últimos e vai con-tinuar crescendo. Se a classe média brasilei-ra formasse um país, estaria no G20 do con-sumo mundial. Apesar da insatisfação com os rumos da economia, a classe média está oti-mista com a vida pessoal e acredita que a vida vai melhorar em 2015.

Ariani CaetanoS

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ENTREVISTA

FALANDO EM ECONOMIA, COMO A CLASSE MÉDIA TEM DRIBLADO A CRISE?Como o PIB parou de crescer e a economia parou de alavancar, o mau humor da classe C é mui-to grande. O que a gente tem visto hoje é uma classe C correndo para pagar as contas. Nossas pesquisas mostram que boa parte dos traba-lhadores da classe C faz bico para ter uma ren-da extra. Do outro lado, troca as marcas caras por mais baratas, estoca produto quando está em promoção, faz compras coletivas no ataca-do, pesquisa mais os preços e reaproveita me-lhor os alimentos.

nESTES TEMPOS DE INSTABILIDADE ECONÔMICA E POLÍTICA, QUAIS SÃO AS DIVERGÊNCIAS E CONVERGÊNCIAS DE PENSAMENTO E COMPORTAMENTO ENTRE AS CLASSES a E B E c, D E e?O brasileiro sabe se virar e transformar cri-se em oportunidade. Enquanto a classe C está vendendo lenço, a classe A está chorando. Para a classe C, crise não é exceção. Crise é regra. O brasileiro da classe C cresceu na crise, apren-dendo a se virar. No Brasil, mais de 2 milhões de pessoas divide o plano de wi-� com os ami-gos. As classes C e D têm um jeito de lidar com a adversidade que faz com que �quem mais preparadas para momentos de crise, mesmo sem ter tanta poupança, sem crédito, sem as opções que as classes A e B têm.

o BRASILEIRO, DE FORMA GERAL, ESTÁ OTIMISTA OU PESSIMISTA COM ESSE PANORAMA ECONÔMICO E POLÍTICO?Como a economia parou de crescer, os sonhos dos brasileiros foram perdendo forças. Temos hoje em dia um brasileiro mal-humorado e pes-simista com os rumos da economia e da políti-ca do país. A população anseia por um discurso que ofereça uma nova perspectiva para o Bra-sil. O brasileiro quer mudanças sim, mas não a qualquer custo. Ele quer saber para onde vai.

oS REFLEXOS DE TODOS ESSES DESAFIOS (DESEMPREGO, JUROS ALTOS, INFLAÇÃO...) SÃO CAPAZES DE DEFINIR UMA NOVA CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA? HAVERÁ MUDANÇA NOS ESTRATOS MOTIVADA PELAS CONSEQUÊNCIAS DA CRISE?Não acredito em retrocesso. Acontece que o Brasil veio de uma trajetória de crescimento da economia e aumento do otimismo muito gran-de nos últimos anos. Tivemos um overpromise (excesso de expectativa) em relação ao futuro e, como isso não se concretizou, trouxe insegu-rança à população.

UMA PESQUISA RECENTE DO DATA POPULAR MOSTROU QUE 92% DOS ELEITORES CONCORDAM QUE “TODO POLÍTICO É LADRÃO”. tEMOS UMA NOVA CONSCIÊNCIA POLÍTICA SURGINDO OU SÃO ECOS PASSAGEIROS DE INSATISFAÇÃO?Quando a gente fez essa pesquisa, nosso objeti-vo era entender o real peso que a corrupção ti-nha na sociedade brasileira e quanto ela estava associada à classe política ou se era algo exclu-sivo do atual governo. Conseguimos perceber diferenças claras entre as pessoas que avaliam de forma negativa o governo. Separamos o elei-torado insatisfeito com o governo em dois gru-pos. De um lado, estão os oposicionistas, repre-sentados por 36% do eleitorado. São pessoas que não votaram na presidente Dilma e que avaliam o governo como ruim ou péssimo. Mas a gente

Para a classe C, crise não é exceção.

Crise é regra.”

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percebeu também o grupo dos insatisfeitos ou decepcionados com o governo. Eles represen-tam 44% do eleitorado. São pessoas que vota-ram na presidente Dilma ou têm uma lembran-ça positiva do governo Lula, mas que avaliam o governo atual da presidente Dilma como ruim ou péssimo. Mas o que os unem? A insatisfação com o governo. O que os separa? A visão de Bra-sil, a visão de Estado, o tipo de governo que eles acreditam ser melhor para o Brasil. Esses 44%, que são maioria, estão decepcionados porque a presidente Dilma não conseguiu implemen-tar a visão de Estado que eles imaginavam ser ideal, aumentando o Bolsa Família, ampliando o Mais Médicos e fazendo com que o Prouni e o Fies consigam atender mais pessoas.

a CRISE QUE VIVEMOS É MAIS ECONÔMICA, POLÍTICA OU DE PERSPECTIVA? POR QUÊ?É verdade que várias crises assolam o país, mas a maior crise que o Brasil vive hoje é a falta de perspectiva. O brasileiro não enxerga uma luz no �m do túnel. O Brasil tinha a hiperin�ação, es-tava em crise, mas a população sabia para onde estava indo. Hoje, o brasileiro tem di�culdade de enxergar para onde está indo, e isso aumen-ta a insegurança.

Várias crises assolam o país, mas a maior é a

falta de perspectiva”

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PINGA-FOGO

“Neste momento em que o país discute seus rumos para enfrentar uma crise política e econômica, qual deve ser o tamanho da participação e interferência do Estado?”FIZEMOS ESSA PERGUNTA PARA OS ESPECIALISTASARLINDO VILLASCHI E FÁBIO OSTERMANN. CONFIRA A OPINIÃO DELES.

Qual é a sua opinião?

REQUALIFICANDO A PARTICIPAÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA BRASILEIRAA necessária presença do Estado na economia brasileira precisa ser redirecionada. De fonte de incentivos a grandes empresas nacionais e es-trangeiras e ao capital �nanceiro mundializa-do, é chegada a hora de o Estado voltar-se para o fomento e o apoio às micro, pequenas e mé-dias empresas (MPMEs). Estas são, em sua gran-de maioria, de capital nacional e as maiores ge-radoras de emprego e multiplicadoras de renda na economia. Mas, diante da volatilidade das �-nanças internacionais, evitam riscos inerentes a essa volatilidade e, por isso, são muito caute-losas na hora de investir e de inovar.

Instrumentos de crédito, incentivos e poder de compra do governo devem priorizar MPMEs em áreas que vão desde o fornecimento de bens e serviços a ações governamentais.

Esse redirecionamento para que o país vol-te a crescer menos dependente de suas expor-tações de commodities intensivas em recursos naturais não renováveis necessita de uma re-quali�cação da forma como o governo brasilei-ro desenha e operacionaliza políticas de desen-volvimento. Instrumentos importantes como o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica

Federal precisam ser repensados a partir das especi�cidades de MPMEs. O apoio à competiti-vidade nos mercados interno e externo dessas empresas necessita de novos conteúdos nos in-centivos e �nanciamentos à ampliação da capa-cidade produtiva e a inovações, principalmente as de maior conteúdo tecnológico.

Para que esse apoio se torne efetivo, é neces-sária a requali�cação de instâncias de poder pú-blico e em seus níveis federal, estadual e muni-cipal, bem como nas instâncias de representa-ção empresarial e da sociedade civil.

Como o uso do cachimbo faz a boca torta, mudar a prioridade desses diversos agentes de grandes conglomerados para as MPMEs é tarefa complexa. Mas deve ser buscada, se é que o Brasil quer construir uma economia contem-porânea, como o que acontece no chamado mundo desenvolvido.

arlindo Villaschi é economista e professor

de economia da Universidade Federal

do espírito santo (Ufes)

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R E V I S T A E M P R E E N D A J O V E M 2 3

MAIS BRASIL, MENOS BRASÍLIAUm dos grandes debates de ideias subjacentes ao embate político no Brasil passa necessaria-mente pela participação do governo na econo-mia. Alguns ainda teimam a ignorar esse de-bate, acreditando tratar-se apenas uma mera questão numérica ou contábil. Essa incom-preensão do alcance da economia em nossas vidas é, aliás, um dos principais componentes do nosso fracasso econômico – a�nal, quan-do a opinião pública em sua maioria acredita que “ninguém come crescimento econômico”, o trabalho de políticos demagogos é imensa-mente facilitado.

Quando falamos em emprego, por exem-plo (variável econômica visceralmente liga-da ao próprio crescimento/desenvolvimento econômico de uma nação), ainda impera en-tre nós, infelizmente, a mentalidade de que é o governo quem cria empregos. Nada mais lon-ge da realidade.

Um político só “cria emprego” quando au-menta o número de funcionários públicos ou subsidia a contratação de empregados na ini-ciativa privada. De um modo ou de outro, ele não está “criando” empregos, mas meramente transferindo-os de um lado para outro da eco-nomia. Explico: o dinheiro para pagar o salá-rio dos funcionários do governo ou das em-presas subsidiadas vem dos impostos que pa-gamos; esses impostos vêm de dinheiro que, de outra forma, estaria livremente circulando no mercado em mãos de cidadãos e empresas que o alocariam de acordo com suas preferências e valorações subjetivas. Ao tomar recursos da sociedade para alcançar seus �ns, o governo acaba eliminando oportunidades de criação de emprego no setor privado.

Só quem cria emprego é o empreendedor, por meio da inovação e do processo de desco-bertas de lucro não aproveitadas no merca-do. Ao vislumbrar novas maneiras de alocar

os recursos existentes que gerem mais satis-fação aos seus consumidores, o empreendedor cria riqueza e, com ela, novas oportunidades de trabalho em pro�ssões que nem se imagi-nava que poderiam existir.

O melhor que um governante pode fazer é eliminar barreiras e obstáculos ao processo de descoberta de oportunidades empreende-doras no mercado. Reduzir a burocracia, dimi-nuir a tributação, dar mais autonomia às par-tes para que possam cooperar livremente de acordo com seus próprios interesses. Tentar agir ativamente em nome da criação de pos-tos de trabalho vai apenas criar distorções no mercado, bene�ciando grupos poderosos que dispõem de canais políticos para in�uenciar a tomada de decisão na formulação de políticas públicas supostamente pró-emprego. Sempre à custa do consumidor e, em especial, do tra-balhador mais pobre e menos quali�cado, a quem só resta o desemprego ou a informalida-de, pois os eventuais contratantes de sua mão de obra menos produtiva terão menos recur-sos para contratá-lo.

A atual crise coloca frente à nossa classe po-lítica uma nova oportunidade para, do alto de sua arrogância dirigista, demonstrar humilda-de e entender que é mais fácil um humilde pipo-queiro criar um emprego do que um presiden-te da República fazê-lo. Para termos mais cres-cimento econômico e, é claro, mais empre-go, precisamos de mais Brasil e menos Brasília!

Fábio ostermann é cientista político,

fundador e membro da coordenação

nacional do movimento Brasil Livre (mBL)

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?ESPECIAL

?compartilharcompartilhar

Você está preparado para

Net�ilx, Amazon, Uber, Airbnb... Você pode até não utilizá-los, mas certamente já ouviu falar deles. Junto a outras centenas de aplicativos de compartilhamento, eles estão no cerne de discussões cada vez mais polêmicas que, acima de tudo, revelam que a economia compartilhada é (ou deveria ser) o melhor modelo econômico, principalmente para países em desenvolvimento. Mas o que é a�nal, a economia compartilhada, de compartilhamento ou ainda economia colaborativa?

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A economia compartilhada é uma

forma mais e�ciente de distribuir recursos do que outros modelos”

Fabro Steibel

rosso modo, esse modelo econômi-co pode ser de�nido como aquele que

tira a ociosidade de um recurso (produ-to, serviço ou mesmo tempo) compartilhando-o com outras pessoas. É o que acontece, por exemplo, quando você começa a alugar para estranhos aquela prancha velha que não vê o mar há tempos ou aquele quartinho no seu apartamento para quem precisa �car por pou-cos dias na sua cidade. Parece mais um claro exemplo de gentileza entre estranhos, não é? Em tese, sim, mas de forma remunerada e cri-teriosa e cujas possibilidades se ampliaram so-bremaneira graças à internet.

Não é exagero dizer que foi a grande rede que possibilitou o acesso de quem quer fazer algo a alguém que precisa de alguma coisa. Si-tes e aplicativos como Aliexpress, Mercado Livre e OLX estão aí para provar isso. Nenhum deles vende nada do que anuncia e nenhum tem esto-que, mas eles permitem que compradores encon-trem vendedores e exibem os rankings de con-�ança construídos a partir das próprias expe-riências de compra das pessoas. Da mesma for-ma, o Uber não tem uma frota ou o Airbnb não é dono de milhares de imóveis pelo mundo, mas eles unem quem precisa dos serviços com quem os tem para oferecer, amarrando tudo numa rede que só faz aumentar e cujas cifras só ten-dem a crescer.

Para se ter ideia da importância que vem ganhando a economia compartilhada, segun-do dados da Price Water House Coopers, a pro-jeção de movimentação global desse tipo de economia em 2025 é de US$ 335 bilhões. Só em 2013, o sistema movimentou cerca de US$ 3 milhões, de acordo com a revista Forbes. E o melhor: 70% dos entrevistados de uma pes-quisa da consultoria Nielsen na América La-tina estariam dispostas a participar de servi-ços de compartilhamento. Ainda tem dúvida de que na colaboração pode estar uma exce-lente oportunidade de negócio?

“O que �ca cada vez mais claro é que a eco-nomia compartilhada é uma forma mais e�cien-te de distribuir recursos do que outros mode-los. Isso porque ela é mais descentralizada, me-nos burocrática, responde à demanda mais rá-pido, é mais granular. Basta que o recurso ocio-so exista para você começar a utilizá-lo”, ressal-ta o professor do mestrado em Economia Criati-va da ESPM-Rio Fabro Steibel.

De acordo com ele, se o presente já é compar-tilhado, o futuro será ainda mais. “O que a gente vê é uma multiplicação de intermediários, para

Ariani CaetanoG

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ESPECIAL

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termos cada vez mais pequenos e médios ato-res atuando nessa corrente de serviços. Até por-que é mais sustentável, e�ciente e rápido criar novos usos para coisas que já existem”, a�rma.

Segundo o professor, esse é um mercado sem limites. “A cada dia teremos mais tipos de serviços sendo oferecidos. No caso de quartos comparti-lhados, por exemplo, a cada dia vão surgir mais quartos, de diferentes tamanhos. A internet per-mite a interação em grande escala, mas o que es-tamos vendo é só o começo do que ela pode fazer.”

Para além das potencialidades desse mer-cado compartilhado, há que se ressaltar que

ele ainda colabora para, cada vez mais, pro�s-sionalizar os negócios na chamada economia tradicional. “O aplicativo do Uber, por exemplo, tem o esquema da reputação do motorista e da transparência das transações. A partir do mo-mento que a gente passa a valorizar mais isso, o mercado de táxis se transforma. Não há per-da de mercado para a economia compartilha-da, quando se há, principalmente, transparên-cia, qualidade, custos competitivos. O que a gen-te espera é que a partir da economia comparti-lhada, as empresas possam remodelar seus mo-delos de negócio”, observa Fabrício.

COMPARTILHAR COMO OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOSe você não tiver nem um quartinho, nem uma prancha para alugar, ainda assim pode fazer par-te dos negócios que a economia do compartilha-mento tem proporcionado. Basta que possa ofe-recer o seu ou contratar o tempo ocioso dos ou-tros. Esse é o modelo do negócio que o cicloati-vista Rafael Darrouy criou na empresa de en-tregas Pedivela. Duas particularidades, entre-tanto, tornam o negócio especial. Primeiro, nele

não há carros ou motos, mas apenas bikes, tra-zendo à tona o lado cicloativista de seu funda-dor. Segundo, a empresa não tem funcionários, mas aproveita, para efetuar as entregas, o tem-po ocioso das pessoas e também a rota que os ci-clistas já fazem em seus deslocamentos diários.

“Hoje temos 500 ciclistas cadastrados. Lan-çamos as demandas em grupos de WhatsApp e os ciclistas dizem se aceitam ou não fazer as

os ciclistas Rômulo Passos e Gabriel moreira fazem entregas para a Pedivela todos os dias, estão no topo do ranking e pegam geralmente as encomendas que melhor remuneram.

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Quem não está se mexendo para

repensar seus negócios está fadado a caducar

nesse universo”Fabrício Noronha

entregas. Além disso, temos um sistema de re-putação. Os ciclistas mais bem avaliados �cam no topo do ranking e pegam as cargas que pe-dalam menos e pagam mais. Entre nossos cola-boradores, há estudantes, funcionários públicos, pessoas que trabalham só à noite e que passam o dia pedalando”, explica Rafael.

Hoje é possível encontrar cerca de 25 ci-clistas da Pedivela nas ruas de Vitória, peda-lando em bikes próprias ou especiais, criadas pela empresa para carregar até 500 litros ou 150 kg de carga. Com essa bicicleta adapta-da, fabricada por Rafael e uma pessoa de São Paulo, a empresa pôde proporcionar um pre-ço ainda menor, cobrado por parada. Com isso, transportadoras estão procurando a Pedive-la para fazer o quilômetro �nal das entregas.

Comparando os modais, enquanto um carro consegue fazer 30 paradas por dia, a empresa de Rafael é capaz de fazer até 300, e tem feito atualmente de 70 a 80.

“A rede é mais �exível. Você aproveita o tem-po ocioso das pessoas. Além disso, não acredito nos sistemas verticalizados. A Pedivela acredita no empoderamento das pessoas e só admite ci-clistas apaixonados por pedalar e que queiram mudar a realidade da cidade. A�nal, os centros urbanos estão cada vez mais se fechando para carros e só as bikes vão conseguir fazer essa ca-pilaridade logística”, conta Rafael.

De acordo com ele, um ciclista que pedala para a Pedivela tem a possibilidade de ganhar até R$ 6 mil, dependendo do tempo que tem dis-ponível e das especi�cidades da carga.

ENCONTRAR E REUNIR PESSOASUm grande evento foi a forma encontrada pela Lab.Muy Arte e Cultura Digital para aproximar produtores de música, cinema, moda, arte e de-sign com um público interessado por manifes-tações culturais que estão, digamos, meio fora do circuito. O intercâmbio cultural promovido pela empresa pode ser conferido todos os anos na Fábrica.Lab In�nitas, na Fábrica de Ideias, em Jucutuquara, Vitória. A curadoria do evento bus-ca e convida artistas e produtores culturais para a grande rede de interação, cujas atividades são gratuitas e transmitidas ao vivo pela internet.

A ideia surgiu em 2013, quando mais de 17 mil pessoas e 250 artistas estiveram presentes na primeira edição do evento. Além disso, mais de 3 milhões de pessoas puderam participar onli-ne, acompanhando a programação pela internet. “Viemos do universo dos coletivos, do comparti-lhamento, da cultura livre, da produção de forma horizontal e realizamos projetos assim”, conta o sócio da Lab.Muy, Fabrício Noronha.

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Com esse conceito, a empresa criou um modelo em que ela encontra e reúne produtores culturais para que eles apresentem suas criações para um grande público, de modo que sua arte se transfor-me também no seu negócio. O círculo é virtuoso. “A Fábrica.Lab é a materialização do desejo de aju-dar a construir uma cena criativa, unido potên-cias criativas e fazendo-as multiplicar. Conectar pessoas é o jeito que a gente trabalha. Uma coi-sa comum a todos os participantes é a oportuni-dade de ser visto, de se expressar, de ser valori-zado, de o público ter a oportunidade de gostar daquilo e se interessar em consumir”, completa.

E se o festival acontece �sicamente, é graças à internet que grande parte desses talentos são descobertos. É lá também que eles se imortalizam,

já que toda a programação da Fábrica.Lab vira conteúdo e vai parar na rede, onde ainda mais pessoas podem ter acesso aos artistas. Além de gerar inúmeras possibilidades e contatos, o fes-tival mostra a eles que sua produção, seja ela de música, moda, arte, design, tem a potencialida-de de se tornar um negócio.

“Tem pessoas que estão preparadas para isso e outras não. Há muita resistência de entender esse universo ou como a gente se interessa por coisas que não têm essa pegada comercial. Os ve-lhos modelos ruíram. Quem não está se mexen-do para repensar seus negócios está fadado a ca-ducar nesse universo. O caminho é estar aber-to o tempo todo para se renovar. Há mil ferra-mentas e modelos.”

na Fábrica.Lab, produtores culturais podem apresentar suas criações para um grande público

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ARTIGO

Integridade e Leianticorrupção empresarial

a Lei Anticorrupção Empresarial, que en-trou em vigor em janeiro do ano passa-do e foi impulsionada pelas manifesta-

ções populares de junho de 2013, veio, na verda-de, cumprir compromissos que o Brasil havia as-sumido no plano internacional, especialmente a convenção da Organização de Cooperação e De-senvolvimento Econômico (OCDE), de 1997, que prevê a adoção pelos países signatários de ins-trumentos legais para responsabilizar empre-sas que participassem de ações ilícitas junto à administração pública, nacional ou estrangeira.

“Tanto rouba quem vai à horta quanto quem �ca à porta”, diz um velho adágio português.

Por isso, dentre as principais novidades da Lei 12.846 está a responsabilização

objetiva das pessoas jurídicas por atos lesivos à administração pú-

blica, o que signi�ca, em ou-tras palavras, que uma em-presa poderá ser respon-sabilizada, por exemplo, se qualquer de seus fun-cionários entregar ou sim-

plesmente oferecer vanta-gem indevida a um agente pú-

blico, ainda que a alta cúpula ou a direção daquela mesma corporação

não tenha dado ordem nesse sentido, não tenha tomado conhecimento ou até mesmo não tenha se bene�ciado daquela conduta.

Nesse sentido, provada a conduta do funcio-nário pelas autoridades públicas, a empresa será responsabilizada e poderá sofrer pesadas san-ções, como multa, que pode chegar a 20% do fa-turamento bruto do último exercício anterior, e proibição, por até cinco anos, de receber em-préstimos de instituições �nanceiras públicas

Se não existir a figura do corruptor,

não haverá o corrupto”

marcelo Zenkner Secretário de Estado de Controle

e Transparência

ou controladas pelo poder público, como Ban-des e BNDES, dentre outras.

Uma importante defesa que pode ser utiliza-da em tais casos é a demonstração pela empre-sa que ela implementou previamente mecanis-mos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregulari-dades (“compliance”), bem como que ela apli-ca efetivamente códigos de ética e de conduta. O Brasil incorpora em seu ornamento jurídico, assim, as mais modernas ferramentas legislati-vas de combate à corrupção, as quais partem da premissa de que se não existir a �gura do cor-ruptor, não haverá o corrupto.

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ARTIGO

Estratégia política como modo detransformar o ecossistema empreendedor

É sabido que em tempos de “crise” ocorre a reprodução de discursos dicotômicos que polarizam as instituições Estado, mercado

e sociedade, o que tende a prejudicar a relação en-tre esses atores na busca de soluções de desenvol-vimento. A Diretoria de Estratégia Política, cien-te desse cenário, buscou formas de problemati-zar essa relação, desenvolvendo suas ações a par-tir do seguinte questionamento: Qual deve ser a prioridade de ação da Fecaje? Como atuar para articular jovens empreendedores e interferir nos projetos de sociedade em discussão?

Um dos caminhos para responder a esse ques-tionamento foi a realização de fóruns de forma-

ção política, e esse espaço se con�gurou como lugar de escuta, aprendiza-

gem e proposição de planos de ação. Num primeiro momen-

to buscou-se compreender os diversos pensamentos polí-ticos, econômicos e ideoló-gicos, com o propósito de identi�car as ideias contra-

ditórias reveladas em seus discursos. O intuito foi ler es-

sas lacunas como oportunidade de atuação da Fecaje. Mais do que

buscar o discurso mais coerente, a postu-ra foi valorizar a diversidade de conhecimentos e compreender as propostas de desenvolvimen-to de cada pensamento.

Como resultado dessa trajetória de discus-sões e aprendizados, a Fecaje assimilou o pa-pel do empreendedorismo como instrumento de transformação da sociedade. Vislumbrou-se que o Estado e a iniciativa privada não podem, simplesmente, atuar como instituições de fo-mento ao comportamento empreendedor, mas

A Fecaje assimilou o papel

do empreendedorismo como instrumentode transformação

da sociedade”

Robson malacarneDoutor em Administração pela Mackenzie e

Universidade de Lisboa e professor efetivo do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).

Associado da Adesjovem, da Fecaje e do Observatório Capixaba da Juventude

é necessário repensar os pilares que colaboram ou não para a con�guração de um ecossistema inovador e empreendedor.

Nesse sentido, a Diretoria de Estratégia Políti-ca da Fecaje, com apoio de todas as entidades as-sociadas à federação, aproximou-se da Endeavor para repensar os pilares que servem de base para o desenvolvimento de uma cidade empreendedora (ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano, cul-tura). Destaca-se que a Endeavor é responsável pela pesquisa “Índice de Cidades Empreendedo-ras”, que avalia os indicadores no Brasil, demons-trando as lacunas e oportunidades de desenvol-vimento de cada município.

O desa�o está lançado, e se você também acre-dita que o associativismo jovem e o empreende-dorismo são instrumentos de transformação da sociedade, não �que de fora desse movimento, ve-nha participar e ajudar a escrever essa história. Fique atento à fanpage da Fecaje, onda são lan-çadas todas as datas do Fórum de Formação Po-lítica com seus respectivos temas. Até o próximo!

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3 4

CONHECIMENTO

capacitação.com.brNão vale dizer que não tem tempo nem dinheiro. A revista Empreenda Jovem elaborou um roteiro com dicas de instituições que oferecem cursos a distância de forma totalmente gratuita. Clique e matricule-se!

VEDUCAO portal lista cursos abertos online de institui-ções de ensino, além de aulas e palestras das me-lhores universidades do Brasil e do mundo, como Harvard, Stanford, Yale e MIT.WWW.VEDUCA.COM.BR

ENDEAVOREm sua seção de cursos, o Endeavor oferece capa-citação para empreendedores iniciantes e também para aqueles que querem alavancar o negócio.WWW.CURSOS.ENDEAVOR.ORG.BR

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS (FGV)A instituição brasileira é a primeira a ser mem-bro do Open Course Ware Consortium (OCWC), um consórcio de instituições de ensino de diver-sos países que oferecem conteúdos e materiais didáticos sem custo pela internet.WWW.FGV.BR/FGVONLINE/CURSOS/GRATUITOS

SEBRAEAlém de cursos para quem quer empreender, ofe-rece também, de forma online, conceitos e dicas para o sucesso do empreendimento.WWW.EAD.SEBRAE.COM.BR

REDE SENAI DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAO Senai oferece cursos gratuitos a distância sobre temas transversais que desenvolvem capacidades para a iniciação no mundo do trabalho ou para a atualização das competências pro�ssionais.WWW.SENAI.BR/EAD/TRANSVERSAIS/

EDUK.MEO site tem como objetivo ensinar de forma sim-ples e prática como se constroem sites e como se tornar bem sucedido utilizando as ferramen-tas de marketing digital.WWW.EDUK.ME

BMF & BOVESPAA BMF & Bovespa oferece cursos na área �nan-ceira, cujos temas vão desde �nanças pessoais a renda �xa e fundo de investimento imobiliário.WWW.BMFBOVESPA.COM.BR

SENADO FEDERALOferecidos pelo Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), todos os cursos são gratuitos e possuem te-mas relativos ao Poder Legislativo, política, ad-ministração pública e orçamento, entre outros.WWW12.SENADO.GOV.BR

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SENARO Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Se-nar) oferece na modalidade a distância cursos sobre campo sustentável e empreendedorismo e gestão de negócios, entre outros temas.WWW.EADSENAR.CANALDOPRODUTOR.COM.BR

FUNDAÇÃO BRADESCOA Escola Virtual da Fundação Bradesco disponi-biliza cursos online nas categorias Administra-ção, Aperfeiçoamento/Comportamental, Banco de Dados, Desenvolvimento de Aplicativos, Ges-tão e Governança e Informática.WWW.EV.ORG.BR

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3 6

NA REDE

Ferramentas poderosasA convite da CDL Jovem para o Projeto Ino-va Varejo, a Imagina Coletivo buscou e testou mais de 300 ferramentas inovadoras que im-pulsionam os varejistas. As mais relevantes foram selecionadas baseadas em três pilares:

fácil usabilidade, baixo custo e escalável em di-ferentes cenários. Conheça algumas dessas fer-ramentas e experimente você também. Quem sabe uma delas não é exatamente aquilo que faltava no seu negócio?

PIGGYPEGo QUE É: aplicativo para gerar �uxo de clientes nas lojasFUNÇÃO: atrair visitantes para dentro das lojas, através de in-centivos monetários. O lojista deve baixar o aplicativo, adicio-nar créditos na conta e criar campanhas para atrair clientes. Clientes que tiverem o aplicativo encontram a loja no mapa, visitam-na e ganham dinheiro. O custo de cada visita é deter-minado pelo lojista.cUSTOS: o aplicativo é grátis, e o lojista paga pela campanha. Se ele quiser pagar R$ 0,50 por cada visita, vai gastar R$ 200 para que 400 pessoas sejam atraídas até a loja. E só gasta com aqueles que visitarem e registrarem com o aplicativo. As cam-panhas podem ser direcionados por per�l, sexo, idade e horá-rio de divulgação.oNDE ENCONTRAR: www.piggypeg.com.br e Google Play

HOOTSUITEo QUE É: serviço online e aplicativo de gestão de redes sociaisFUNÇÃO: gerenciar redes sociais de modo integrado. Auxilia a presença de empresas em Facebook, Twi�er, Instagram e mais de 100 tipo de redes sociais. Com um painel claro, permite pro-gramar posts, administrar interação com o público e analisar o sucesso/fracasso de publicações com relatórios.cUSTOS: é grátis para gerenciar até três redes sociais. O Plano Pro (para empresas) pode ser testado sem custo por 30 dias. Depois disso passa a ser cobrado R$ 8,99/mês, possibilitando gerenciar mais de 50 redes sociais, com um melhor sistema de agendamento de postagens e mais usuários podendo edi-tar os conteúdos.oNDE ENCONTRAR: www.hootsuite.com/pt,App Store e Google Play

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R E V I S T A E M P R E E N D A J O V E M 3 7

TAMOJUNTO o QUE É: portal na internet com dicas para microempreendedoresFUNÇÃO: facilitar a vida de microempreendedores. O portal é alimentado com constância com videoaulas e artigos sobre diversos assuntos que interessam às pessoas que estão abrin-do um negócio, como dúvidas �nanceiras, gestão de pessoas, diferenciação, comunicação etc. Ele também disponibiliza al-gumas ferramentas em Excel para download, como Cadastro de Clientes e Fluxo de Caixa.cUSTOS: gratuitooNDE ENCONTRAR: www.tamojunto.org.br

CIELO MOBILEo QUE É: aparelho de cartão e aplicativo para receber pagamentosFUNÇÃO: receber pagamentos através de cartão de crédito e débito. O leitor de cartão da Cielo é grátis, e o lojista paga uma mensalidade de R$ 11,90 para tê-lo funcionando. É preciso ter um smartphone ou tablet para sincronizar o aplicativo com a máquina. A principal vantagem do Cielo Mobile é que ele libe-ra pagamentos em débito em até um dia útil. As taxas tradicio-nais são 3,19% para débito e 4,05% para crédito.cUSTOS: taxa mensal de R$ 11,90oNDE ENCONTRAR: www.cielo.com.br/cielo-mobile, App Store e Google Play

MAILCHIMPo QUE É: serviço de e-mail marketingFUNÇÃO: enviar email-marketing para clientes. O MailChimp permite criar listas de e-mail, enviar mensagens personaliza-das e gerir resultados de forma simples, certi�cando que tudo esteja dentro das leis antispam. Possui uma galeria de layouts pré-desenhados e prontos para serem usados nos e-mails.cUSTOS: permite enviar gratuitamente até 12 mil e-mails para até 2 mil clientes por mês. Os planos pagos oferecem e-mails ilimitados, com variação apenas na quantidade de clientes que vão recebê-los, e começam a partir de US$ 10/mês.oNDE ENCONTRAR: www.mailchimp.com, App Store e Google Play

TAMOJUNTO o QUE É:FUNÇÃO:é alimentado com constância com videoaulas e artigos sobre diversos assuntos que interessam às pessoas que estão abrin-do um negócio, como dúvidas �nanceiras, gestão de pessoas, diferenciação, comunicação etc. Ele também disponibiliza al-gumas ferramentas em Excel para download, como Cadastro de Clientes e Fluxo de Caixa.cUSTOS:oNDE ENCONTRAR:

CIELO MOBILEo QUE É: FUNÇÃO:débito. O leitor de cartão da Cielo é grátis, e o lojista paga uma mensalidade de R$ 11,90 para tê-lo funcionando. É preciso ter um smartphone ou tablet para sincronizar o aplicativo com a máquina. A principal vantagem do Cielo Mobile é que ele libe-ra pagamentos em débito em até um dia útil. As taxas tradicio-nais são 3,19% para débito e 4,05% para crédito.cUSTOS:oNDE ENCONTRAR:

MAILCHIMPo QUE É: FUNÇÃO:permite criar listas de e-mail, enviar mensagens personaliza-das e gerir resultados de forma simples, certi�cando que tudo esteja dentro das leis antispam. Possui uma galeria de layouts pré-desenhados e prontos para serem usados nos e-mails.cUSTOS: até 2 mil clientes por mês. Os planos pagos oferecem e-mails ilimitados, com variação apenas na quantidade de clientes que vão recebê-los, e começam a partir de US$ 10/mês.

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JURÍDICO

Empreender é criar, mas de

forma organizada. Empreender é sair da zona de

conforto”

a vontade de ingressar na advocacia passa pelo sonho de consti-

tuir um negócio de sucesso. No entanto, nem todo pro�ssional que deseja avançar nessa jor-nada compreende os desa�os do empreendedorismo.

A inserção do jovem advo-gado no mercado ou a manu-tenção do advogado mais expe-riente requer uma releitura de

posicionamentos adota-dos na forma de atua-

ção no meio foren-se e nas aproxi-mações com os possíveis clien-tes. É preciso em-

preender direito!Posicionamen-

to estratégico é um importante passo a ser

dado pelo advogado empreen-dedor. Para saber como se po-sicionar no mercado, torna-se importante estabelecer o pla-nejamento pessoal e, só então, o plano de negócios. Nessa pers-pectiva, esclarece Daniel Gole-man, em sua obra “Foco”, que o desenvolvimento da compreen-são das coisas passa pela tríade “foco interno, foco no outro e foco externo”.

É melhor iniciar um em-preendimento em carreira in-dividual ou constituir uma

sociedade? Quanto deve ser investido na estrutura física? Como alcançar clientes? Esses são alguns questionamentos feitos pelo jovem advogado ao abrir seu escritório. Tais ques-tionamentos, todavia, não bas-tam. O planejamento pessoal, que antecede ao plano de negó-cios, vai além. O objetivo desse planejamento é o autoconheci-mento. O empreendedor jurídi-co avança na carreira quando mergulha dentro de si e assu-me o controle de sua trajetória.

Empreender é criar, mas de forma organizada. Empreender é sair da zona de conforto. Como proposto por Peter Drucker, o ato de empreender precisa se pautar numa “inovação delibe-rada”. Ninguém inova sem pai-xão, sem comprometimento e sem preparo.

Alguns jovens advogados costumam escolher a advocacia e constituir o escritório, poster-gando o planejamento para de-pois. Essa não é a escolha pru-dente para se consolidar no mer-cado. Um empreendimento de sucesso demanda a estrutura-ção de um plano de negócios.

O plano de negócios se faz com escolha de valores para a atividade a ser implementa-da no escritório, de�nição da missão e da visão, segmentação

de clientes e compreensão do mercado, busca pela quali�ca-ção diferenciada e implemen-tação da gestão contábil, �nan-ceira e administrativa.

Ainda utilizando as ideias de Peter Drucker, o empreende-dorismo requer quatro estraté-gias, a saber: “com tudo e para valer”, “ataquem onde eles não estão”, “descobrir e ocupar um nicho” e “mudar as característi-cas de um setor”. Tais ferramen-tas têm suas próprias especi�-cidades e não podem ser adota-das em quaisquer negócios jurí-dicos. Cada estratégia pode com-binar com determinado serviço e não se ajustar a outro.

Como escolher qual estra-tégia adotar? Buscando orien-tações com pro�ssionais das áreas de estratégia, marketing e gestão empresarial. Criar um diferencial de carreira é se preocupar com parcerias e estudos em outras áreas do conhecimento, como contabi-lidade, economia e psicologia.

Por �m, como ponderado pelo �lósofo Lúcio Sêneca, “mui-tas coisas não ousamos empreen-der por parecerem difíceis; en-tretanto, são difíceis porque não ousamos empreendê-las”. Aqui, então, está o grande desa�o do jurista contemporâneo: em-preender direito, com o Direito.

Empreender direito:um novo desafio na advocacia

Bruna Lyra Duque é doutora e mestre

do Programa de Pós-Graduação

stricto sensu em Direitos e Garantias

Fundamentais da Faculdade de Direito

de Vitória (FDV), especialista em

Direito empresarial, professora de Direito

civil da graduação e da pós-graduação Lato sensu da FDV

e advogada do Lyra Duque advogados

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MERCADO

Da criação de um novo so�ware até a inclusão de serviços, pas-sando pelo lançamento de pro-

dutos, depende da atuação dos geren-tes de projeto. Eles planejam, executam e coordenam seu time. E, cada vez mais, essa função vem sendo desempenhada por pro�ssionais mais jovens.

Como os per�s das gerações estão em constante transformação, a presen-ça desses pro�ssionais traz uma aborda-gem mais dinâmica aos projetos. No Ba-nestes, nem sempre é necessário que eles tenham pleno domínio do negócio para tomarem frente de importantes produ-tos e serviços do banco.

A técnica bancária Rosana Sathler Nascimento, de 31 anos, por exemplo, é a gerente do projeto Banestes Celu-lar. Ela trabalha na Gerência de Crédi-to Comercial Pessoa Jurídica do banco e trabalhou no desenvolvimento do aplicativo, mesmo não possuindo ligação com sua área de atuação.

“É uma experiência incrível. Esse projeto é complexo e rico em detalhes. A equipe do Banes-tes Celular se atentou a tudo.

Foram construídos dois sistemas e ou-tros oito foram modi�cados. Muito bom aprendizado”, destacou Rosana.

O Banestes Celular permite aos clien-tes realizarem transações bancárias, re-carga de pré-pago, pagamento de contas com leitura de códigos de barras e aces-sar faturas dos cartões Banescard e Visa. Até o �nal deste ano, novas funcionali-dades serão incluídas.

E o jovem analista de TI Leonardo Mel-lo de Moura, 33 anos, é o gestor do Ba-nestes SMS. Ele conta que foi necessário identi�car os pontos fracos e fortes do serviço ofertado no mercado, além de re-cuar no tempo certo em alguns processos.

“Gerenciar esse projeto tão importan-te tem sido desa�ador. Ele me proporcio-na conhecer vários setores do banco e

pro�ssionais, além de entender melhor a integração dos

sistemas. Nosso sucesso ocorreu por engaja-mento da equipe”, frisou Leonardo.

O Banestes SMS permite aos clientes

acompanhar as transações realizadas em contas correntes, poupança e car-tões de crédito. São serviços como trans-ferências bancárias, DOC/TED, agenda-mento de transações e compras com o cartão Banescard (débito e crédito) e Ba-nestes Visa (débito).

Com mais 20 anos de casa, o gerente-geral de Projetos do Banestes, Genilson Gomes Corradi, reforça a ideia de que não é imprescindível que o gerente de pro-jeto (GP) seja especialista no assunto ou tenha tempo de trabalho.

Para ele, é importante que o pro�s-sional conheça a metodologia de geren-ciamento de projetos e apresente habi-lidades como comprometimento, moti-vação, comunicação, capacidade de aná-lise, resolução de con�itos e liderança.

“O conhecimento especí�co que o pro-�ssional possa não ter é repassado

pela equipe do projeto, que são técnicos no assunto.

É a presença das quali-dades de gestão no GP

que permite o sucesso do projeto”, ressaltou Genilson.

Jovens gerentes de projeto

3 9R E V I S T A E M P R E E N D A J O V E M

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4 04 0

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

D

Lorenge conectada às demandas

socioambientais

uas Conexões da Lorenge, uma na ca-tegoria Institucionais e outra na Be-

nefícios, entretanto, trazem ganhos não só para a empresa e seus públicos, mas tam-

bém para o meio ambiente. Por meio da Cone-xão Recriar, a empresa utiliza resíduos das obras para criar arte e cidadania, conferindo ao que seria entulho um novo signi�cado.

“A Conexão Recriar foi criada pensando nos benefícios socioambientais mesmo. Pegamos material de obra e damos a ele um reúso, en-volvendo ONGs que transformam esse resíduo

em objetos de decoração e pequenos jogos e ain-da os revende, criando renda para os artesãos. Hoje são mais ou menos dez associações par-ceiras, que trabalham geralmente com madei-ra e ferro”, conta o diretor comercial da Loren-ge, Samir Ginaid.

De acordo com ele, há a intenção de �rmar parcerias com organizações que trabalhem com outros materiais, como tubo de PVC, por exem-plo. “A tendência é ampliar essa Conexão. O mo-vimento é crescente, e entendemos como um be-nefício muito grande para a sociedade e o meio

É uma tendência que estamos

antecipando, mas que no futuro será o

comportamento padrão das empresas”

Samir Ginaid

Depois de ter mudado sua marca e passado por um rebranding, a Lorenge criou inúmeras ações para aperfeiçoar a forma de se relacionar com seus públicos. Para isso, criou o que chama de Conexões, com o objetivo de lidar com assuntos de interesse da empresa, otimizando os processos

e melhorando a qualidade do atendimentoAriani Caetano

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ambiente, já que deixamos de descartar mate-riais e proporcionamos matéria-prima para as associações se desenvolverem”, a�rma.

Já dentro da categoria Benefícios, a Conexão Sustentável relaciona-se ao uso de práticas sus-tentáveis tanto na Lorenge quanto nas unidades que a empresa entrega. Elas estão relacionadas ao aproveitamento de água da chuva, aqueci-mento solar e coleta seletiva, entre outras for-mas de preservar recursos e o meio ambiente.

“Essa Conexão engloba todas as ações em produtos que a Lorenge faz pensando em sus-tentabilidade, tem a ver com as tecnologias que a empresa entrega no produto acabado. Então, qualquer item de economia e ecologia que está presente em uma obra se enquadra nessa Cone-xão”, explica Samir.

Segundo o diretor, sustentabilidade é um conceito que sempre foi observado pela empre-sa, que já entregava suas obras com um ou ou-tro item ecológico. Com a criação da Conexão, entretanto, essa prática �cou ainda mais evi-dente e institucionalizada. Por isso, os novos lançamentos sempre contam com itens susten-táveis, sejam eles certi�cados por órgãos com-petentes ou não. “O importante mesmo não é a

ONGs transformam esse resíduo de construção em objetos de decoração e pequenos jogos, produzindo renda para os artesãos.

SEDE CERTIFICADAAtualmente, a própria sede da Lorenge, na Enseada do Suá, em Vitó-ria, conta com a certi�cação Leed (Leadership in Energy and Environ-mental Design – Liderança em Energia e Design Ambiental), em nível Ouro. A construtora é, o�cialmente, a primeira e única empresa no Espírito Santo a ter uma obra com o título, que é concedido pela or-ganização internacional World GBC (World Green Building Council – Conselho Mundial para Construções Verdes) aos edifícios que se en-quadram em conceitos mundiais de sustentabilidade.

Para conquistar o selo, a sede da construtora, localizada na Ensea-da do Suá, foi construída com uma estrutura moderna e e�ciente em relação à sustentabilidade ambiental. O projeto e o planejamento leva-ram em consideração fatores ambientais locais, uso de materiais não agressivos e com e�ciência comprovada, dentre outros.

Sede da Lorenge conta com a certi�cação Leed, em nível Ouro

certi�cação, mas sim trazer essa inovação, que é algo que o cliente futuro vai exigir. Além dis-so, fazemos isso para trazer uma economia futu-ra para o cliente. É uma tendência que estamos antecipando, mas que no futuro será o compor-tamento padrão das empresas.”

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OMO MANTER UMA BOA ALIMENTAÇÃO NO DIA A

DIA, EM MEIO À CORRERIA DESTES TEMPOS MODERNOS?

Hoje, é muito comum que as pessoas recorram aos alimentos que são mais práticos, mas não são sau-dáveis: lanches fast-food, congelados, sanduíches ou até mesmo shakes. A recomendação é que as pessoas evitem ao máximo esse tipo de alimen-tação e busquem opções que sejam práticas, mas também saudáveis. Minhas dicas seriam:

1. Para quem não consegue preparar sua própria refeição: optar pelas marmitas light/�t , que estão super em alta e podem ser entregues no seu trabalho/casa.

2. Congelar alimentos em casa: separar um dia da semana e preparar as marmitas, congelar e consumir aos poucos.

3. Escolher restaurantes de qualidade próximos ao trabalho/casa, que não tenham muitas “tentações”.

VIDA SAUDÁVEL

C Be�y Feliz

Marmitas saudáveis e inteligentes

Especialista em Obesidade

e Emagrecimento, Nutrição Clínica

e Esportiva, a nutricionista da

Academia Bodytech e da Clínica Espaço Terapêutico, Carol

Sessa, alerta sobre as tentações à mesa, dá

dicas para garantir uma alimentação

equilibrada e saudável e ensina o passo a passo para

montar uma marmita saborosa e inteligente

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R E V I S T A E M P R E E N D A J O V E M 4 3

sE A PESSOA NÃO PODE ALMOÇAR EM CASA, TEM QUE COMER EM RESTAURANTES (CADA VEZ MAIS PROIBITIVOS NESTES TEMPOS DE CRISE) OU OPTA POR SELF-SERVICES (COM AQUELA ENORMIDADE DE OPÇÕES), COMO NÃO CEDER ÀS TENTAÇÕES DA MESA?Para evitar chegar com muita fome ao restau-rante, a primeira dica seria fazer pequenas re-feições antes do almoço. Por exemplo: café da manhã e um ou dois lanches no meio da manhã, além do consumo adequado de água. Outra dica que costumo dar seria começar montando o pra-to pelas saladas cruas/cozidas (você ocupará a maior parte do espaço com elas) e depois colo-car carne, arroz e feijão.

cOMO MONTAR UMA MARMITA SAUDÁVEL? QUAIS ALIMENTOS DEVEM COMPOR ESSE MIX? Recomendo fazer aquele prato “básico”: arroz, feijão, proteína e salada. Essa salada deve ser

bem variada, contendo folhas cruas, legumes cozidos e com a maior variedade de cor possí-vel. O arroz e o feijão podem e devem fazer par-te da rotina diária, independente de a pessoa ter objetivo de perda ou ganho de peso. A proteína pode variar de acordo com o consumidor, mas é interessante que seja escolhida uma proteína magra (frango grelhado / peixe assado / carne magra de boi / ovo cozido) ou mesmo proteína vegetal, no caso dos vegetarianos.

QUE ALIMENTOS JAMAIS DEVERIAM COMPOR UMA MARMITA SAUDÁVEL?Alimentos com alto teor de gordura saturada e sódio devem ser evitados, como bacon, queijos amarelos, linguiças e embutidos em geral. Além de frituras, tipo batata, aipim, banana, bife empa-nado etc. Cuidado também com molhos prontos para saladas, normalmente muito ricos em sódio.

MAIS BARATO E SAUDÁVELSe você é do tipo que torce o nariz para a ideia de fazer as refeições em marmita, saiba que essa é uma prática cuja demanda tem aumen-tado muito, especialmente nos grandes cen-tros urbanos, que abrigam muitas empresas. Muitas pessoas têm optado por comprar ali-mento em quentinhas porque, dessa forma, economizam com idas a restaurantes.

Outro fator é a falta de tempo. Muita gen-te leva horas no percurso de ida e volta en-tre casa e trabalho e não consegue chegar em casa com ânimo de preparar seu próprio al-moço ou jantar. Tudo isso resulta em com-pras de refeições já prontas. Entre os clientes desse negócio que prospera estão, além das pessoas físicas, instituições, hospitais, esco-las e empresas em geral.

Bem, mas se você não quer comprar comi-da pronta, vale a pena parar alguns minutos

e planejar uma lista de itens que vão compor suas refeições, para ter sempre à mão comida saudável e compatível com sua dieta alimentar. A�nal, quem se programa não é pego despreve-nido ou de surpresa quando bate “aquela fome” ou aquela vontade de comer “algo diferente”.

Entre os tipos de alimentos mais comuns estão atum light, ovos cozidos, água, chás, io-gurtes e frios fatiados lights, mas o segredo está na forma de armazená-los. Para garantir segurança no transporte e acondicionamen-to, pre�ra sempre potes cujas tampas vedem bem o conteúdo. E para assegurar-se da tem-peratura desejável, vale a pena investir em bol-sas térmicas para carregar os alimentos. Al-guns modelos em neoprene, coloridos e mo-dernos, têm feito sucesso entre os adeptos das marmitas, mas cabe a cada um eleger o que melhor se adapta ao seu estilo e necessidade.

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4 44 4

EU INDICOAGENDA

O Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de

Pequenas Empresas (Egepe) já está com sua data em 2016 agendada. A nona edi-ção será realizada na Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, de 16 a 18 de março.

O Egepe terá como tema central “Empreendedorismo e pequenas em-presas: novos contextos e novas con�-gurações”, a�nal, discutir o tema ino-vação pela perspectiva da transferên-cia de tecnologia no contexto das PMEs é um desa�o para a mudança, para o crescimento e para novas oportunida-des de negócios.

Nesse contexto, no IX Egepe preten-de levar à discussão temas emergentes, como novas con�gurações das PMEs e das pequenas propriedades rurais; em-presas familiares e agricultura familiar;

ensino do empreendedorismo na edu-cação básica; modelo de negócio, alian-ças, redes e cooperação estratégica; in-ternacionalização de PMEs; motivações, barreiras e modos de entrada; contex-to das pequenas propriedades rurais e suas con�gurações; competências e for-mas de operar das PMEs para cocriação de valor; perspectivas de crescimento das PMEs em um ambiente de inova-ção e transferência de tecnologia; for-mação empreendedora, e perspectivas para o mercado.

A programação do evento prevê a realização de palestras plenárias, apre-sentação de trabalhos cientí�cos em ses-sões simultâneas, sessões informais de diálogo interativo entre pesquisado-res sêniores e os participantes (open space sessions) e lançamento de livros, além de outras atividades de interação

e networking. A programação do even-to contempla, também, atividades ar-tísticas e culturais típicas do Rio Gran-de do Sul e passeios turísticos ao �nal do evento. mais informações emwww.egepe.org.br/2016

4 4

A Feira do Empreendedor, promovida pelo Sebrae/SP, será realizada entre os dias 20 e 23 de fevereiro de 2016, das

10 às 21 horas, no Anhembi Parque – Pavilhão Norte Sul. O evento deve reunir mais de 120 mil pessoas. Em 2015, 104 mil visitaram o evento.

A Feira do Empreendedor oferece a empresários soluções para incrementar um negócio já existente ou dicas de abertura de empresa. Em um espaço de 30 mil metros quadrados, cer-ca de 400 empresas já con�rmadas vão expor seus produtos e serviços. Haverá ainda oportunidade de receber consulto-rias individuais, acompanhar palestras, conhecer tendências e fazer a formalização como microempreendedor individual (MEI), além de obter informações sobre microcrédito e orien-tações referentes à melhoria na gestão do negócio próprio.mais informações emwww.feiradoempreendedor.sebraesp.com.br

FeIRa PaRa emPReenDeDoRes

emPReenDeDoRIsmo e PeQUenas emPResas

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4 5R E V I S T A E M P R E E N D A J O V E M

MERCADO

muita gente sonha em abrir um negócio e ser seu pró-prio patrão, mas realizar esse

sonho não é fácil. Exige perseverança, disciplina e recursos para começar a investir. E é justamente aí que está a dificuldade da maioria das pessoas: conseguir o dinheiro necessário para começar um empreendimento ou in-vestir no negócio que possui. Esse obs-táculo vem sendo superado por diver-sas pessoas de várias partes do Espíri-to Santo com a ajuda do programa Nos-socrédito, que atende empreendedores de micro e pequeno porte, formais e

informais, com linhas de crédito que vão até R$ 20 mil.

O valor pode parecer baixo, mas foi o su�ciente para milhares de pessoas dos 78 municípios do Espírito Santo come-çarem ou investirem no próprio negó-cio. Com 12 anos de atuação, o progra-ma tem no acumulado de atividades R$ 550 milhões investidos para quase 125 mil empreendedores.

De acordo com o Banco de Desen-volvimento do Espírito Santo (Bandes), coordenador do programa, o Nossocré-dito tem o objetivo de levar desenvolvi-mento a regiões e pessoas normalmente

excluídas do sistema �nanceiro tradi-cional, além de con�gurar um instru-mento de desenvolvimento econômico em um meio de inclusão social. “O Nos-socrédito impulsionou muitos empreen-dedores para entrarem no mercado for-mal e se tornarem empresários. Muitos saem da faixa do microcrédito depois de um tempo e procuram �nanciamen-tos maiores para expandir e moderni-zar seu negócio. Esse é o maior resulta-do do Programa para nós. Temos con-vicção que estamos no caminho certo”, destaca o diretor de Crédito e Fomento do Bandes, Everaldo Colode�i.

Nossocrédito ajuda a realizarsonho do negócio próprio

PoDeR FemInInoDe todos os contratos de microcréditos �rma-dos pelo Nossocrédito, as mulheres são res-ponsáveis por 56% deles. Os homens respon-dem pelos outros 44% dos �nanciamentos.

As atividades mais procuradas são ligadas ao comércio, que representam 59% dos contra-tos. O setor de serviços responde por 26%, seguido pelo de produção, com 15%.

conDIÇÕes oPeRacIonaIsO Nossocrédito atende empreendedores formais e informais, com �nanciamento de até R$ 20 mil e juros a partir de 1,4% ao mês. Os clientes do programa são aten-didos por pro�ssionais capacitados pelo Bandes, os agentes de crédito. Na capaci-tação desses pro�ssionais há a preocupa-ção de não só ensinar as técnicas de aná-lise econômico-�nanceira, mas também trabalhar aspectos comportamentais. “O agente é membro da comunidade, ele atua e conhece as potencialidades locais. É um pro�ssional que sabe identi�car as carên-cias e as oportunidades onde o crédito pode

ser instrumento de inclusão social no mu-nicípio. Seu papel é fundamental”, desta-ca Colode�i.

O programa funciona por meio de uma parceria entre o Bandes, Banestes, Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), prefeituras e Sebrae/ES. O Nossocrédito está presente em todos os municípios do Espíri-to Santo. Os endereços de todas as agências do Nossocrédito estão disponíveis no site do Bandes (www.bandes.com.br). Outras infor-mações podem ser obtidas no Bandes Aten-de: 0800 283 4202.

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EU INDICO

Colocar nossos pontos fortes para tra-balhar é inicialmente reconhecê-los. Quando usamos nossos pontos for-tes para nos diferenciar, obtemos maior êxito em nossas atividades e, por conseguinte, adquirimos maior prazer e qualidade de vida em nossa caminhada pro�ssional e pessoal. Marcus Buckingham traz no livro “Empenhe-se! Ponha seus pontos

fortes para trabalhar” passos fáceis de serem seguidos para o leitor con-seguir empenhar-se e diferenciar-se. Outro fator muito importante que o autor destaca é aprender a neutra-lizar seus pontos fracos, para que não atrapalhem o desenvolvimento.

VÂNIA GOULART,

COACH PROFISSIONAL

Acabei de ler “Pensamentos de-sordenados acerca do amor a Deus”, de Simone Weil. São cartas escritas pela autora, de formação humanística, que foram editadas por admiradores após sua mor-te. O livro é tão singular quanto a história de vida dessa �lósofa bem-dotada. Na obra, por meio de diversos textos, Simone colo-ca em xeque concepções cristãs históricas sem, no entanto, abrir

mão de sua fé. Contemporânea de Simone de Beauvoir, ela graduou-se à frente desta e não foi menos ousada em suas exposições. É dela a célebre frase “A família é prosti-tuição legalizada. A esposa é uma amante reduzida à escravidão”, estopim de sua transferência de cidade e escola.

XUXU NEFFA,

DIRETORA DO GRUPO NEFFA

O que é mais provocante em “Li-derança para tempos de incer-teza”, de Margaret J. Wheatley, é a sua sensibilidade para tratar de questões sérias e tão presen-tes na psicodinâmica organiza-cional moderna com um mis-to de segurança e leveza. Para Wheatley, as organizações hu-manas podem funcionar como sistemas criativos e auto-orga-nizadores, capazes de produzir resultados inovadores com pes-soas comprometidas. Com essa perspectiva, a autora enfatiza o papel fundamental da liderança

e discute temas correlatos de modo instigante, concreto e, ao mesmo tempo, poético. Para isso, vale-se de considerações técnicas, orientações práticas, imagens, poemas e metáforas. Em tempos caóticos, uma leitura imprescindível sobre questões organizacionais desa�adoras, repleta de argumentos fortes e muitas sutilezas, numa aborda-gem surpreendente.

MANOEL CARLOS ROCHA LIMA,

GERENTE DE INOVAÇÃO NA GESTÃO E CULTURA EMPREENDEDORA DA SEGER

E COORDENADOR DO INOVES

Colocar nossos pontos fortes para tra-balhar é inicialmente reconhecê-los. Quando usamos nossos pontos for-tes para nos diferenciar, obtemos maior êxito em nossas atividades e, por conseguinte, adquirimos maior prazer e qualidade de vida em nossa caminhada pro�ssional e pessoal. Marcus Buckingham traz no livro “Empenhe-se! Ponha seus pontos

O que é mais provocante em “Li-derança para tempos de incer-teza”, de Margaret J. Wheatley, é a sua sensibilidade para tratar de questões sérias e tão presen-tes na psicodinâmica organiza-cional moderna com um mis-to de segurança e leveza. Para Wheatley, as organizações hu-manas podem funcionar como sistemas criativos e auto-orga-nizadores, capazes de produzir resultados inovadores com pes-soas comprometidas. Com essa perspectiva, a autora enfatiza o papel fundamental da liderança

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ESPAÇO DA CONAJE

AEvento reunirá jovens empresários e empreendedores de vários estados brasileiros de 24 a 27 de novembro

nacional de Jovens empreendedores

Rio de Janeiro recebe 21º Congresso

capital �uminense sediará, de 24 a 27 de novembro, a 21ª edição do Congres-

so Nacional de Jovens Empreendedores (21º Conaje). Com o tema “Redes Empreen-

dedoras”, o evento abordará a inovação gerada

quando diferentes elementos de um mesmo ecos-sistema se conectam para gerar valor comparti-lhado – pessoas, organização e ecossistema. De 24 a 26, a programação será voltada para reunião de Diretoria, Conselho e Assembleia Geral Ordinária

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(AGO) da Confederação Nacional dos Jovens Em-presários (Conaje), debates sobre projetos e ações da instituição, além de jantar em homenagem às personalidades e pessoas que contribuem para o desenvolvimento sustentável do empreende-dorismo no país. Já no dia 27, vão ocorrer pales-tras, painéis e demais atividades do 21º Conaje, além de programações paralelas.

Desenvolvido por meio de parceria entre Conaje e os movimentos de jovens empreen-dedores nos estados, o congresso busca ain-da difundir o empreendedorismo para a ge-ração de novos negócios e parcerias, promo-ver aprendizado técnico e humano, além de

fortalecer a representatividades das entida-des jovens do Brasil.

A expectativa dos organizadores é reunir jovens empresários e empreendedores de di-versos estados brasileiros. Estão previstos de-bates sobre empreendedorismo social, forma-ção de lideranças, Agenda Brasil + Empreen-dedor 2.0, empreendedorismo na gestão pú-blica, zonas integradas de serviços, lideran-ças no Mercosul, agricultura e inovação e ro-dadas de negócios, entre outros. As informa-ções sobre inscrições estão disponíveis nos si-tes redesempreendedoras.com (sem o www) e www.conaje.com.br.

24 DE NOVEMBRO (TERÇA-FEIRA)9 às 18h: reunião de Diretoria da Conaje

Sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ)

25 DE NOVEMBRO (QUARTA-FEIRA)9 às 18h: Assembleia Geral Ordinária da

Conaje / Sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ)

26 DE NOVEMBRO (QUINTA-FEIRA)9 às 12h: Assembleia Geral Ordinária da

Conaje / Sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ)

27 DE NOVEMBRO (SEXTA-FEIRA)21º Conaje / Sede da Federação da Indústria do Rio de Janeiro (Firjan)8h: Welcome e credenciamento9h: Abertura e debate “Conectando

Redes Empreendedoras”10h15: Empretalks10h55: Co�ee break11h25: Empretalks13h05: Almoço14h35: Painéis temáticos16h35: Cerimônia de encerramento 16h50: Resultado Agenda Brasil

+ Empreendedor 2.017h10: Palestra com o ministro Augusto

Nardes (Tribunal de Contas da União)18h10: Palestra “Rio – Cidade Olímpica”,

com Pedro Paulo Carvalho19h10: Coquetel de encerramento

PROGRAMAÇÃO PRÉVIA (SUJEITA À ALTERAÇÃO)

CONVIDADOSeduarda La Rocque ministro

augusto nardes

Vitor Gomes

Pedro Paulo carvalho

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CASE DE ENTIDADE

papel da Federação das Empresas Ju-niores do Espírito Santo (Juniores) é trabalhar para as empresas juniores,

ajudando na sua regularização, geran-do estímulos para que elas tenham as

melhores práticas, legitimando seu trabalho, garantindo que trabalhem em conformidade e expandindo o movimento, ou seja, atingindo mais empresas juniores.

A Juniores, mesmo sendo uma instituição re-cente, existindo há apenas sete anos, já passou por grandes desa�os e hoje entrega um portfó-lio de programas que permite um trabalho cada vez melhor junto às empresas juniores. Além dis-so, é responsável por uma rede mais participati-va e com mais credibilidade e reconhecimento.

Um desses programas é o Desenvolve Ju-niores, projeto de desenvolvimento pelo qual a cada 15 dias são realizados treinamentos on-line para empresários juniores. Com isso, a Fe-deração conseguiu se aproximar mais das em-presas juniores (EJs) em todo o Estado. Além disso, outros projetos foram reformulados para melhores objetivos, como o Padrão Ju-niores, que coleta e analisa resultados e dados de toda a rede do Movimento Empresa Junior (MEJ) capixaba, e o Prêmio Juniores, realizado em parceria com o Sebrae e Nest Coworking, que avalia e premia as melhores práticas das EJs a partir de quatro pilares: resultado, res-ponsabilidade socioambiental, inovação e tec-nologia e empreendedorismo.

A Juniores, entendendo que a crise trouxe oportunidades para as EJs – que oferecem servi-ços de qualidade com o preço abaixo do mercado

–, criou uma ação com o objetivo de ser uma vi-trine para suas empresas juniores. Sendo assim, a Rodada Empreendedora surgiu, como uma fei-ra de negócios dentro dos shoppings da Sá Ca-valcante e que posicionou as empresas junio-res enquanto opção de qualidade e preço aces-sível no mercado.

Por haver um grande número de iniciativas de empresas juniores em diversas cidades do in-terior capixaba, a Juniores criou também o Dia Junior, como parte do objetivo de interiorização. Esse evento ocorreu nas quatro cidades do Es-tado em que há um grande número de empre-sas juniores. São Mateus, Alegre, Santa Teresa e Vitória (que engloba a Grande Vitória) recebe-ram o evento, que, para abordar o empreende-dorismo, levou palestrantes e treinamentos do Desenvolve Juniores, além de palestras motiva-cionais e grandes personalidades que inspira-ram os participantes.

Pensando na realidade do Brasil, que passa por crises de lideranças em algumas instâncias, e por ter ciência de que o Movimento Empresa Junior é um grande formador de jovens cons-cientes e capazes de grandes transformações, mais um evento foi criado: o Encontro de Líde-res, ocorrido no início do ano para trabalhar e capacitar as lideranças do MEJ, aumentando o impacto dos jovens líderes que surgem cada vez mais por causa das empresas juniores.

Por meio do Café com Juniores, a Presidên-cia visitou as empresas juniores em busca de conhecer com mais proximidade os empresá-rios e suas realidades. Já com o Carreira Junio-res, as habilidades dos empresários juniores

O

e consegue expansãoJuniores desenvolve gestão

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foram mapeadas, para constituir um banco de dados com perfis que podem ser oferecidos às empresas que possuem contato com a Federa-ção, a fim de fazer uma ponte com o merca-do de trabalho.

Assim, para expandir o Movimento Empresa Junior e ter mais jovens impactados com essa iniciativa, foi lançado o EJ Aspirante. Por meio dele, uma empresa Junior que ainda não é fe-derada pode, ao �nal de um processo, se fede-rar. A previsão é que mais seis vão entrar na rede no �nal do ano por meio desse programa, totalizando 14 EJs.

“Quando assumimos a Juniores neste ano, percebemos que o fato de o Estado ser peque-no poderia ser encarada como uma oportuni-dade e não como uma fraqueza, e nos esforça-mos para usar essa característica para ter um movimento ainda mais forte. Hoje as nossas empresas se comunicam muito mais e os re-sultados são melhores”, diz a presidente da Ju-niores, Sophia Nardoto.

Estar dentro da Fecaje também foi muito importante para a forma como a Juniores se desenvolveu e ampliou sua representativida-de. Ela fechou várias parcerias com outras en-tidades, além de renovar o contato com os go-vernos municipais e estadual. Hoje, ela possui um projeto de lei estadual e também atua di-retamente na articulação do projeto de lei na-cional que visam à regulamentação das empre-sas juniores, principalmente dentro das insti-tuições de ensino.

Neste ano, a equipe de comunicação da Ju-niores fez uma das maiores entregas do ano: re-formulou a identidade visual da Federação, mos-trando o amadurecimento da rede a partir de co-res mais fortes e da utilização do ninho do co-libri – pássaro símbolo do Estado – como ícone.

A Juniores está numa crescente há um tem-po, cada vez mais importantes no MEJ nacio-nal. No ano passado, ela realizou o Encontro Nacional de Empresas Juniores, contando com

a participação de mais de 1.800 pessoas. Assim, o Espírito Santo se tornou um dos protagonis-tas no ramo, conseguindo representantes capi-xabas na diretoria da Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Junior).

E com o tema “Voem, gigantes!” – da frase “Ser Junior no Brasil é ser gigante pela própria natu-reza” – a Juniores desenvolve neste ano mais uma edição do Encontro Capixaba de Empresas Junio-res (Encej). No �nal de semana dos dias 12 a 14 de dezembro, em Domingos Martins, no Eco da Flo-resta, são esperadas cerca de 300 empresários ju-niores de todo o Brasil para re�etirem na projeção dos jovens no mercado, no propósito e na atua-ção do Movimento Empresa Júnior na sociedade.

Hoje as nossas empresas se

comunicam muito mais e os resultados

são melhores”Sophia Pinto Nardoto

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ENTIDADES

Com a missão de fortalecer o movimento lojista jovem, a CDL Jovem de Vitória tem apoiado a criação de novas en-tidades no Espírito Santo. É o caso da CDL Jovem de Marataízes/Itapemirim e da CDL Jovem de Aracruz. “Esse trabalho vai ao en-contro do desejo da coordenação nacional da CDL Jovem, que é fortalecer as entidades regionais, dando a sua devida representa-tividade”, afirmou o coordenador da CDL Jovem no Es-pírito Santo, Adriano Gomes Ohnesorge, que presidiu a

reunião plenária para iniciar a formação da CDL Jovem de Aracruz, em julho. Adriano acrescentou que a CDL Jo-

vem tem inspirado outras iniciativas se-melhantes pelo Brasil. “A Associação Bra-sileira de Panificadores (Abip), atenta à renovação da sua diretoria, também vai criar o seu grupo jovem. Em agosto, es-tive em um evento que eles realizaram

na Costa do Sauípe, na Bahia, para falar das experiências das CDLs Jovem.”

novas entidades no interior

O projeto “A juventude quer mais”, realizado pela Agência de Desenvolvimento Social Jovem (Adesjovem) em parce-ria com o Centro Salesiano do Menor Aprendiz (Cesam), já está na segunda etapa das oficinas de audiovisual. Na primeira, 12 jovens participaram da iniciativa, e pro-duziram um curta-metragem sobre direitos humanos. Agora, mais 19 adolescentes estão tendo a oportunidade de fazer uma produção audiovisual depois de terem au-las teóricas e práticas na oficina. Segundo o presidente da Adesjovem, Sandayvit Tosato, o principal objetivo do projeto é contribuir para a redução da violência escolar.

“Queremos, por meio de atividades lúdicas, promover a reflexão sobre as diversas formas de violência no espaço estudantil”, afirma.

A iniciativa proporciona aos adolescentes participarem de todo o processo de produção de um curta, como elabo-ração de roteiro, �gurino, gravação e edição, entre outros. De acordo com o estudante Jackson Luiz da Silva Oliveira, 15, as o�cinas podem auxiliá-lo futuramente. “Aprendi muitas coisas que utilizarei na pro�ssão que escolhi, que é o Jornalismo. Outra coisa que gostei é que tivemos aulas práticas e pudemos manusear a câmera”, diz.

O�cinas de curta para reduzir violência escolar

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EJCAD realiza Semana de administração

Encej em dezembro em Pedra Azul

A Ufes abrigou, de 30 de setembro a 2 de ou-tubro, a terceira edição da Semana de Ad-ministração, evento organizado pela Em-presa Júnior de Consultoria em Adminis-tração (EJCAD) e que serve como uma ca-pacitação extra aos futuros administrado-res do Estado, com palestras, workshops e rodas de discussão.

Neste ano, o evento trouxe o tema “Que-brando paradigmas e protagonizando seu

futuro”, que fez os estudantes repensarem so-bre a realidade imposta e projetarem um fu-turo melhor para eles e para o país. Outra dis-cussão que revirou a cabeça dos congressistas presentes no evento foi o slogan “Hackeando trajetórias”. A ideia da organização do evento era mostrar que a cultura hacker não é o que as pessoas comumente pensam, e sim uma for-ma de pensar o novo, de inovar e de alcançar resultados antes inalcançáveis.

O maior evento do Movimento Empresa Júnior do Espírito Santo já tem data marcada. O Encontro Capixaba de Empre-sas Juniores (Encej) será realizado entre os dias 12 e 14 de dezembro, com o tema “Voem, gigantes!”, que tem o intuito de estimular os empresários juniores a se lançarem no mercado, mostrando que eles estão prontos, e fazendo com que eles se re-conheçam como gigantes capazes de alçar grandes voos, utilizando os obstáculos como trampolim para subir cada vez mais alto.

Idealizado pela Juniores, instância de representativida-de das empresas juniores a nível estadual, o Encej acontece anualmente com diferentes temas a cada edição. Com três dias de programação, os congressistas terão a oportunidade

de participar de palestras, workshops, rodas de discussão, di-nâmicas e premiações.

O Hotel Eco da Floresta, em Pedra Azul, município de Do-mingos Martins foi o escolhido para ser a casa do Encej. O

evento será imersivo, ou seja, com todos os congressistas reunidos e todas as pro-gramações e integrações em um só lugar. A previsão é de que 250 congressistas par-ticipem do evento, entre empresários ju-niores de EJs federadas e não federadas do

Espírito Santo e membros do movimento de diversos luga-res do país. Para participar é necessário fazer uma pré-ins-crição no site sistema.encej.com.br e esperar pelo e-mail de con�rmação da vaga.

• BÁRBARA PROÊZApresidente do Conselho da Juniores no ano 2012 e analista do Sebrae

• JOVACY PETERadvogado

• WAGNER BESSAespecialista em jogos cooperativos

• MARCELO LAGEpós-júnior, empreendedor e especialista em inovação

• DANTE LOPESdesenvolvedor da Empreendi na Rede

• TIO FLÁVIOespecialista em comunicação e gestor da Tio Flávio Cultural

PALESTRANTES

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ENTIDADES

Em prol da sociedade livre

cindes Jovem reúne jovensempreendedores do ESCom o objetivo de integrar os jovens empreendedores do Estado, desde 2005 o Cindes Jovem vem estimulando a tro-ca de experiências pro�ssionais e sociais visando à forma-ção de novos líderes. A ideia é formar ges-tores que poderão contribuir para o desen-volvimento do Espírito Santo.

Entre as ações desenvolvidas pela or-ganização estão palestras, visitas técnicas às empresas, rodadas de negócios e ações sociais. “Queremos construir um futuro diferente e inovador para o nosso Estado, incentivando a geração de novas ideias que façam frente às necessidades de desenvolvimento”, a�rma o presiden-te da entidade, Vitor Lomba.

O trabalho no Cindes Jovem é voluntário, mas traz im-portantes benefícios para os seus participantes, como networking, troca de ideias com empresários mais expe-

rientes, além de aquisição de conhecimen-tos em gerenciamento de projetos, plane-jamento estratégico e gestão orçamentá-ria, entre outros.

O Cindes Jovem é mantido pelo Cen-tro da Indústria do Espírito Santo (Cindes), que é um órgão ligado à Federação das In-dústrias do Espírito Santo (Findes). Pode

participar qualquer jovem de 16 a 34 anos que tenha espí-rito inovador. Quem tiver interesse basta se cadastrar no site www.cindesjovem.com.br ou ligar para (27) 3334-5647.

O Students for Liberty (conhecido como Estudantes pela Liberdade no Brasil) é a maior organização estudantil do mundo. Presente em mais de 105 países e em todos os es-tados da Federação brasileira, o SFL tem como objetivo for-mar, desenvolver e empoderar jovens lideranças com os valores e princípios que fundamentam a sociedade livre.

O EPL acredita que uma nação próspera, plural e pací�ca necessita de maior tolerância à diversidade de ideias, respei-to aos direitos individuais e valorização do empreendedoris-mo. Por isso, busca tornar o ambiente educacional mais re-ceptivo aos princípios da liberdade individual, ampliando o conhecimento da juventude sobre a importância da econo-mia de mercado como meio para possibilitar o desenvolvi-mento humano, social e econômico de todos.

Em junho de 2015, o SFL promoveu a Conferência Esta-dual do Estudantes pela Liberdade no Espírito Santo, em Vi-tória, no auditório da Rede Gazeta de Comunicações. O even-to teve público de 200 pessoas e recebeu, dentre outros pa-lestrantes, Bruno Garschagen (foto), Bene Barbosa, Arilton Teixeira, Kim Kataguiri e Renzo Colnago.

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Banestes

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secom