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Entrelinhas Decidindo o Futuro O pré -vestibular é o momento de tensão na vida dos jovens Mais: A busca incessante dos jovens na internet por co- municação, informação e diversas outras coisas O consumo de álcool está acontecendo cada vez mais cedo e um dos moti- vos é a sociabilização . A Oneomania,uma doença pouco conhecida,mas com um famoso sintoma,a compulsão por compras . 11 JUN/2012 - ANO 00 - Nº1

Revista Entrelinhas

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Uma revista de comportamento.

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EntrelinhasDecidindo o Futuro O pré -vestibular é o momento de tensão na vida dos jovens

Mais:

A busca incessante dos jovens na internet por co-municação, informação e diversas outras coisas O consumo de álcool está acontecendo cada vez mais cedo e um dos moti-vos é a sociabilização. A Oneomania,uma doença pouco conhecida,mas com um famoso sintoma,a compulsão por compras.

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Supervisão: Dulce Albarez

Edição: Marialice Emboava

Reportagem: Aimée Nery

Débora Ferreira

Michelle Oliveira

Samantha Lopes

Fotografia: Samantha Lopes

Débora Ferreira

Michelle Oliveira

Aimée Nery

Capa: Aimée Nery Padilha

Samantha (Colaboradora)

Ilustradores: Aimée Nery

Diagramação: Samantha Lopes

Apoio à diagramação:

Aimée Nery

Débora Ferreira

Michelle Oliveira

Impressão: Gráfica Futura

Editorial

É comum ouvir generalizações sobre o comportamento dos jo-vens. Nada mais comum do que ouvir que eles são desligados e despreocupados. Pode-se dizer, no entanto, que os jovens pos-suem várias faces, que para os outros parecem ser contraditórias, mas, na verdade, eles sabem lidar muito bem com elas.

O jovem que se diverte no bar com os amigos, que passa horas no computador, que consome compulsivamente, pode ser o mes-mo que se dedica, que se preocupa com o próprio futuro e com o do planeta também.

A Revista Entrelinhas, por isso, traz, nessa edição, matérias que mostram os diversos comportamentos de diferentes jovens, mas que poderiam estar unidos em um único indivíduo.

Os jovens não são todos iguais. As faces e as formas de eles se manifestarem como indivíduo é que são múltiplas, embora acredite-se que os objetivos sejam os mesmos: aproveitar a vida, vivendo-a da melhor maneira. Boa Leitura!

ExpEdiEntE

http://fca.pucminas.br/verbo/

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“Quando eu não tenho o que comprar, começo a inventar as coisas que eu preciso.”

Camila Onerio, 24, estudante de publicidade, conta sobre sua vida de consumista e que compra para ter o sentimento de pertencimento ao grupo.

Aimée Nery Padilha

O que muitos já sabiam, agora foi comprovado pelo IBOPE: real-mente mulheres fazem mais com-pras que homens. Segundo o es-tudo realizado, atualmente cerca de 35 milhões de brasileiros realizam compras com frequência mínima de 30 dias. Desse total quase 25 mil-hões são mulheres (71%) e ho-mens são apenas aproximada-mente de 10 milhões (29%) .

Mas o que muitos não sabem é que essa vontade incontrolável de com-prar pode ser uma doença, a chamada

Oneomania. Como é o caso da com-pradora compulsiva Camila Onerio. Ela alega como principal fator de sua compulsão, a criação e educação que os pais lhe deram. Sempre lhe com-pravam tudo que o queria, quando queria. Nunca ouvia um não. E conta que só percebeu que seu consumo estava exacerbado, quando começou a comprar coisas que não tinha ne-cessidade e que seu armário estava repleto de coisas que não usava.

A jovem acredita que as coisas que possuí ou aparenta ter influen-

ciam na formação da opinião que as pessoas fazem a seu respeito. Baseada nisso, quase sempre a in-tenção por trás das compras que realiza é de adquirir um padrão de beleza e status social. Quase nunca é porque está precisando de algo.

Propaganda, ela afirma não a in-fluenciar tanto, talvez pelo fato de cursar Publicidade e Propaganda e ter conhecimento das ferramentas que são utilizadas para levar as pessoas à compra. Entretanto, opiniões de ter-ceiros e a moda são sim fatores deci-

Camila e seu quarda roupa repleto de coisas que apenas comprou e nunca usou

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sivos na hora de adquirir algo novo. “Tem uma coisa que eu não achava bonito, como o sapato Oxford, mas por eu ver que tem muita gente us-ando, começo a achar, e quero com-prar também”, relata estudante.

Outra coisa que Camila alia ao seu comportamento consumista é o fato de que os alunos do curso de graduação normalmente possuem um estilo diferenciado, e para se sentir pertencente a esse grupo, pas-sou a adquirir roupas e objetos que se adequavam ao estilo do grupo. ”Eu quero ter um estilo que ao me olhar as pessoas me associem a uma publicitária, eu acho que isso é bom para a minha imagem”, afirma.

De acordo com a professora de psicologia da PUC-MG, Márcia Stengel, os grupos sociais são for-mados através da semelhança e o compartilhamento de valores que julgam importantes. E como os in-divíduos pertencem a uma socie-dade que é consumista para todos independente das classes, as pessoas passaram valer por aquilo que elas possuem ou aparentam ter. “Como na juventude os grupos sociais são mais importantes que em outros mo-mentos da vida, então eles terão uma logica de que para pertencer a um grupo que usa determinado objeto, é necessário tê-lo”, ressalta a doutora.

A futura publicitaria relata que muitas vezes realiza compras para aliviar o stress, raiva, vazio e a tris-teza, mas sabe que na verdade com-prar , apenas propicia um momento

de esquecimento dos problemas. Segundo a psicóloga Márcia,

a psicanalise trabalha com a ideia de que o ser humano é o sujeito da falta e o tempo inteiro na vida busca a completude, o que na reali-dade não existe. Cada pessoa busca isso de forma diferente, alguns no trabalho, os workaholics, uns na relação amorosa e outros na compra.

A professora esclarece a com-pulsão não é a doença em si, e sim um sintoma de problemas psíqui-cos. E se o individuo não buscar tratamento, ele continuará com-prando, ou poderá desenvolver out-ro tipo de compulsividade, como, tornar-se um comedor compulsivo, bulímico, jogador compulsivo, en-tre outros. “Serão sintomas distintos, mas todos ligados pela compulsão, pelo exagero”, ressalta Márcia.

Entretanto, o consumismo não afeta Camila apenas de maneira neg-ativa. Ela relata que esse seu com-portamento a auxilia no momento de vender algum produto. Por en-tender o lado do consumidor, con-segue avaliar qual a melhor maneira de influenciar as pessoas a comprar.

Ela afirma ter noção que sua relação com as compras não é nor-mal e por isso já procura tratamento, “Percebi que minha relação com o consumo não era normal, porque quando eu não tenho o que comprar, eu começo a inventar as coisas que eu preciso”, confessa a estudante.

Camila quer se casar e sabe que precisará poupar. Devido a esse

propósito, evitar os gastos está sendo mais fácil, pois diversas vezes plane-jou economizar, mas acabou caindo em tentação. Ela está tentando se controlar: bloqueou cartões de cred-ito e evita ir a shoppings. “Sei que existe tratamento psicológico, mas a vontade de mudar tem que partir de você, se não nada disso vai adi-antar. Eu não quero passar dificul-dade por causa das minhas compras. Eu quero ter minha casa, meu carro e pra isso eu preciso parar de gastar supérfluos”,afirma a graduanda.

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Decidindo o FuturoO pré-vestibular é momento de tensão na vida dos jovens a partir dos

16 anos.

Época de vestibular é época de de-

sespero. Jovens brasileiros, a partir

dos 16 anos, começam a se prepa-

rar para os processos seletivos das

universidades que desejam ingres-

sar. Os meses anteriores ao teste

são de dedicação e apreensão. São

horas dedicadas aos cursinhos, liv-

ros e cadernos. É muito café e muita

força para aguentar. Falta hora para

comer e há quem diga, falta hora

para respirar com tranquilidade.

Baladas, namoro e passeios com a

própria. “Costumo fazer simulados

online e procuro me informar sobre

diversos assuntos, vejo aulas em

vídeo e procuro por provas de outros

anos”, relata. Ao contrário de Anna,

a estudante Bárbara Abrahão prefe-

riu estar em um curso preparatório.

“Faço curso de manhã e a tarde estudo

em casa revisando matérias, refazen-

do e resolvendo exercícios”, conta.

Estar preparado intelectualmente

é importante, mas isso não é sufi-

ciente. Para se fazer uma boa prova,

o candidato deve também preparar o

emocional. A maior dificuldade da

maioria dos vestibulandos é o con-

trole das emoções. São dias e meses,

e em alguns casos, anos sofrendo

antecipadamente por esse desafio.

Chega o dia esperado e o nervos-

ismo pode tomar conta e atrapalhar

o raciocínio. Segundo a professora

da PUC Minas e psicóloga Márcia

Stengel, o jovem deve evitar pren-

der-se só aos estudos. Deve procurar

sair e distrair algumas vezes.

o Emocional

Lorrayne Queiroz, 18, desde que

se formou no segundo grau está se

Michelle Oliveira

família e com os amigos por esse

período são com pouca frequência.

É quase impossível fazer o ves-

tibular sem informar-se sobre os

principais atuais acontecimentos

nacionais e mundiais. O estudante

deve ler sites informativos, jornais,

revistas, assistir aos noticiários ou

qual for o seu suporte preferido.

Anna Carolina Domiciano, 19, re-

solveu não ingressar em um curs-

inho preparatório e diz estar estu-

dando com várias apostilas por conta

Realidade dos vestibulandos.Foto: Michelle Oliveira

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Michelle Oliveira

dedicando aos estudos. Segundo ela,

o desequilíbrio emocional é muito

grande e para se acalmar, procura

sair com os amigos. “O mais difícil

é a administração do tempo, medo

de não passar na universidade fed-

eral e o descontrole emocional”, diz.

Já a jovem Letícia Leiva, 16, ainda

está aprendendo a se adaptar a toda

essa pressão. Ela afirma que o medo

é muito grande. “É um passo muito

grande a ser dado. Eu tenho muito

medo de não conseguir”, desabafa.

a Escolha

Um dos maiores problemas nessa

fase é a escolha do curso que quer in-

gressar. É uma escolha difícil por se

tratar da escolha do que quer como

profissão nos próximos anos. Segun-

do Márcia Stengel, essa decisão sem-

pre gera estresse e é complicada já

que há muita pressão sobre o jovem.

“O pré-vestibulando deve pesquisar

sobre as profissões para ficar mais

inteirado sobre a decisão”, afirma.

Letícia Leiva diz que desde pequena

sempre gostou de arte e de se rela-

cionar, por isso sua escolha foi Co-

municação Social com habilitação

em Publicidade e Propaganda. “É

uma área que eu realmente gosto, já

ajudei alguns profissionais no ramo

nos seus trabalhos e aí tive certeza

de que é isso mesmo que eu quero”,

conta. Em contrapartida, Bárbara

Abrahão diz que a escolha do curso

foi difícil. “Sempre tem aquela pes-

soa para te desanimar e te criticar

em relação à escolha feita”, relata.

Apesar do sofrimento, o pré-vestibu-

lar é uma parte inesquecível da vida.

As escolhas devem ser feitas com

calma e o momento merece maior

atenção. “É hora de levar a vida mais

a sério e decidir o futuro. É preciso

pensar muito antes de seguir um

caminho”, reconhece a estudante

Letícia Leiva.

DICAS!PARA SE ACALMAR!

Saia com alguns amigos para poder acalmar. (Lorrayne)

PARA ALCANÇAR! Importante é não dar ouvidos e ir em busca dos seus objetivos.

(Bárbara)

O GRANDE DIA! Para a hora da prova, a dica é dormir bem e se alimentar bem, além de ir com a certeza de

que não adianta se desesperar. (Anna)

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Uma dose de distraçãoO consumo de álcool está começando cada vez mais cedo e um dos

motivos é a sociabilização

No bar, na festinha com os ami-gos, no churrasco em família, para descontrair, para sociabilizar. Várias ocasiões e motivos para “tomar uma com a galera”. As pesquisas apon-tam o aumento do consumo de bebi-das alcoólicas entre os jovens, além de mostrar que ele está começando cada vez mais cedo. Segundo uma pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), divulga-da dia 13 de abril de 2012, feita com 1507 estudantes na cidade de Botu-catu, 40% dos alunos de ensino mé-dio consumiram bebida alcoólica no

último ano; 38,8% dos estudantes de ensino fundamental, que têm entre 7 e 14 anos, já experimentaram bebida alcoólica.

O consumo precoce de álcool está ligado, geralmente, a fatores sociais e culturais, envolvendo, muitas ve-zes, questões de relacionamento. Em geral, os jovens começam a ingerir álcool no próprio ambiente familiar, com consentimento dos pais. Um fator que influencia esse início é a necessidade de se sentir integrado a um grupo. Os jovens são incentiva-dos pelos amigos a consumir álcool para se sentir melhor, para ficar mais

descontraídos. Nota-se que, para os jovens o “barzinho” é um ponto de encontro, um lugar de descontração, de fuga do stress da faculdade e do trabalho.

O jovem Rafael Seabra, 20 anos, acredita que sair pra beber não é, ne-cessariamente, uma forma de socia-bilização, mas que acaba se tornan-do uma desculpa para aqueles que bebem. Ele afirma que começou a beber aos 17 anos nas “saídas com os amigos”, e que tenta não exagerar na quantidade de bebida: “Tem que saber maneirar”, diz.

A psicóloga Isabela Saraiva, co-ordenadora do Estágio de Prática de

Grupo de jovens amigos bebendo: para os jovens o bar pode ser um lugar de sociabilização Foto: Samantha Lopes

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Samantha Lopes

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Atenção ao Usuário de Álcool e Dro-gas da clínica de psicologia da PUC Minas afirma: “O começo do uso do álcool, na nossa cultura, é favorecido pelos próprios valores construídos, que dizem respeito aos modos de sociabilidade. Quase todas as nossas formas de sociabilização envolvem ingestão de álcool. Existe um marke-ting, também para o uso do álcool.”. Sobre o comporta-mento dos jovens, Isabela acrescen-ta: “Na juventude existe a vontade de viver grandes emo-ções, competições como, quem bebe mais, quem bebe mais sem passar mal. Isso gera um aumento na quan-tidade do consumo, mas não é isso, necessariamente, que vai causar um problema de dependência no futuro.”

O uso abusivo de bebidas alcoóli-cas pelos jovens além de poder levar a dependência, pode ocasionar ainda outros problemas, como dificuldade no aprendizado, e causar doenças hepáticas precocemente. Mas além de problemas físicos como esses, os efeitos do álcool estão ligados a questões sociais. Por ter como carac-terística o fato de desinibir o usuário, as bebidas alcoólicas podem fazer aquele que a consome agir impulsi-vamente e de maneira inconsequen-te, provocando situações arriscadas.

Acredita-se, por exemplo, que os jo-vens que estão embriagados tendem a ter relações sexuais sem usar pre-servativo, o que pode ter como con-sequência uma gravidez indesejada, ou mesmo, a obtenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Outra circunstância de risco que pode ser ocasio-nada pelo con-sumo de álcool é a associação dessa droga lí-cita ao volante. Embora dados como o do Mi-nistério da Saú-de mostrem que 75% dos aciden-tes de trânsito estão associados ao consumo de

álcool, muitos insistem em beber e dirigir.

De acordo com Isabela Saraiva, para evitar que o consumo de álcool e demais drogas seja excessivo, os pais devem educar os filhos de forma autônoma, ou seja, educar para que no futuro eles possam tomar as pró-prias decisões de forma consciente. Ela acredita que a proibição não é a melhor maneira de evitar a ingestão de álcool. “O correto não é fazer um discurso totalmente repressor e proi-bitivo, mas dizer que a possibilida-de de consumir existe, porém é uma possibilidade de risco.”, esclarece. A psicóloga afirma que a educação não deve ter como base o moralismo,

mas deve estar pautada na responsa-bilização.

Outro resultado da pesquisa feita pela FMB é o fato de as estudantes do sexo feminino serem os usuários

mais propensos a “beber com em-briaguez”. A estudante universitária Raquel Latorre diz que ingeriu álco-ol pela primeira vez aos 15 anos por influência de amigos que a incenti-varam a beber.

Sobre o aumento do consumo entre as jovens, Raquel diz: “Acre-dito que as mulheres não estão se sentindo mais oprimidas por alguns antigos valores da sociedade e estão se sentindo no direito de poder con-sumir álcool sem serem mal vistas pelas outras pessoas.”, ressalta a es-tudante. “Também por acharem que beber é uma forma de socializar e estar próximas de outras pessoas. E em alguns casos, como qualquer pes-soa, pode ser uma forma de ‘esque-cer temporariamente’ os problemas”, acrescenta. Aos 22 anos, Raquel afir-ma que não consome bebida alcoóli-ca com frequência.

“Quase todas as nossas formas de sociabilização en-

volvem ingestão de álcool. Existe um marketing, tam-

bém para o uso do álcool.”, afirma a psicóloga Isabela

Saraiva.

Consumo de álcool cresce entre os jovens

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Quem está atrás da outra tela?A busca incessante dos jovens na internet por comunicação, informação

e diversas outras coisas

Escrever cartas saiu de moda? Os jovens de hoje vem trocan-do o ato de escrever cartas, ligar, e até visitar um amigo, por sentar em frente a um computador e ficar cara a cara com o outro, mesmo que tenha uma tela os separando. Alguns se escondem atrás da tela, outros já usam a tela para se expor.

Entre os brasileiros, o desejo de se comunicar com outras pessoas é o principal motivo de acessar a internet.

De acordo com os últimos da-dos publicados pelo IBGE, no ano de 2007, 83,2% dos usuários se co-nectaram à internet para fins de co-municação; em segundo lugar está a atividade de lazer, que conta com 68,6% de usuários. A educação e o aprendizado, que em 2005 liderava a lista do uso da internet com 71,7%, passaram a ser 65,95% dos usuários. O acesso à internet para a leitura de jornais e revistas foi de 48,6%. Enquanto que 84,0% das mulheres têm como finalidade para o uso da internet a comunicação com outras pessoas, os homens são 82,3%. Para os homens o segundo lugar é o la-zer, já as mulheres é a educação.

De acordo com a psicóloga Már-cia Stengel, professora do curso de Psicologia da PUC Minas, os jovens vão pesquisar de tudo na internet,

desde informação, redes sociais a jogos. E, diferentemente da geração mais velha que usa a internet mais para fins de trabalho, para os jovens, a internet é essencial. “Acho que não conseguiriam viver sem ela”, relata.

A psicóloga ainda conta que está fazendo uma pesquisa de campo so-bre o que os jovens vão buscar na in-ternet, mas ainda não tem resultados.

Samuel Miguel Silva, de 22 anos, que passou um período morando no interior de Minas, João Molevade,

Débora de Almeida

longe da família que mora em BH, diz que se conecta à internet nas ho-ras vagas. Segundo ele, a internet não tráz danos ao jovem, desde que usada com consciência. Ele prefere estudar na internet a buscar um li-vro. Samuel ainda relata que internet e redes sociais não são coisa só de jovens, “Meu avô usa mais as redes sociais do que eu, ele briga comi-go por não usar muito”, argumenta.

As redes sociais a cada dia au-mentam seu número de usuários, o

O mundo dentro da tela (Reproduzido por Débora)

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Jovens passam boa parte do tempo conectados ( Débora de Almeida)

Brasil passou no final de abril deste ano a ser o segundo país com mais usuários do facebook. De acor-do com Márcia Stengel, são nessas redes sociais que pessoas se mos-tram ou se escondem atrás da tela. Aqueles que são tímidos, muitas vezes, não conseguem se relacionar com outras pessoas, mas atrás da tela tudo muda. Muitos são os casos de pessoas que fogem da solidão e se escondem atrás da tela. Para Sa-muel Silva, a internet não resolve

o problema da solidão. “Não existe um contato real com a outra pessoa, é um alívio passageiro”, observa.

Alguns são viciados, outros a usam com moderação, e há pessoas que se quer gostam de internet. Será que tem como viver nesse mundo globalizado sem internet? Segundo a atendente Larissa Jênifer Ganda Ro-drigues, 22 anos, internet é dispen-sável na vida; “Não tenho paciência de mexer com internet”, declara.

Para o Psicólogo Edilson Ferrei-

ra, os jovens devem fazer uso da internet, porém devidamente instru-ídos por familiares.

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