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Revista Entretê

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Concebida por cinco estudantes de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, a Revista Entretê traz o melhor da cultura e entretenimento para quem gosta de música, cinema, games, literatura e muito mais do mundo das artes!

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A fã número 1

Adorei a ideia da revista! Vocês são demais! Esta-va há muito tempo procurando uma publicação que fosse voltada para o público da minha idade. A revis-ta de vocês vai ser que nem o Clark Gabriel tirando a camisa: sedutora. Sério, me senti se-du-zi-da pela ideia de uma revista que fala de Beatles a Atari, de cinema a literatura, tanta coisa. Não conhecia nen-huma revista que falasse de tudo isso ao mesmo tem-po. Vocês vão fisgar o coração dos jovens com tantos assuntos e matérias interessantes. Ainda nem chegou às bancas, mas sei que vai se tornar a minha revista favorita. Queria sugerir uma matéria já pro número 2 da Entretê. Vocês perceberam que várias bandas de antigamente estão voltando a lançae discos nos últi-mos anos? Black Sabbath, Deep Purple, David Bowie, Judas Priest, Pink Floyd, AC/DC, e em breve The Who e Bob Dylan. Por favor, quero muito ler uma matéria de vocês sobre esse retorno dos gigantes, e o que vocês acham disso, se é bom ou ruim! Bem, acho que me empolguei e já falei demais. Espero que leiam minha carta!

BeijosLuciana Nonato

Revista Entrete Edição nº1

Expediente

Publisher: Professor Toshio

Editora-Chefe: Gabriella Baliego

Editores assistentes: André Cáceres, Bruna Meneguetti, Érica Carnevalli e Joanna Cataldo.

Repórteres: André Cáceres, Bruna Meneguetti, Érica Carnevalli, Gabriella Balie-go e Joanna Cataldo.

Revisão: Gabriella Baliego

Diretor de arte: Professor Toshio

Diagramação: André Cá-ceres, Bruna Meneguetti, Érica Carnevalli, Gabriella Baliego e Joanna Cataldo.

Diretor Comercial: Carlos Costa

Direção Executiva: Carlos Costa

EDITORA CASPER

Carta do leitor

INDICE ENTRETE

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o crash de 1985o dia em que os videogames morreram

Você já deve ter ouvido falar do crash de 1983, certo? Pois vamos entender um pouco melhor como começou essa

história e ver como ela se desdobra até os dias de hoje. Voltemos para o fim dos anos 70, nos primórdios dos videogames. Após o surgimen-to dessas máquinas, com o Magnavox Odyssey sendo o principal produto da época, entramos na segunda geração no final da década.

O grande expoente desse período é o fa-moso e saudoso Atari 2600, pelo qual os jogadores mais antigos nutrem uma gran-de nostalgia. Lançado em 1977 nos Estados Unidos, ele prosperou por vários anos, fa-zendo com que a Atari crescesse num ritmo absurdo entre 1980 e 1983. Os números são imbatíveis até hoje: em três anos, a empre-sa pulou de um faturamento de US$75 mi-lhões para inacreditáveis US$2 bilhões!

No entanto, essa expansão desenfreada teve

seus custos. A indústria de games ainda enga-tinhava, mas a atratividade, o rápido cresci-mento e as expectativas de lucro fizeram com que muitas empresas se aventurassem por esse caminho ainda inexplorado. O problema é que a mão de obra dos desenvolvedores era extremamente desvalorizada e os jogos esta-vam sendo feitos sob condições cada vez mais precárias para atender a demanda.

A quantidade de consoles lançados era cada vez maior e a concorrência com os com-putadores pessoais começava a ameaçar os aparelhos que tinham como única função rodar jogos. E a qualidade dos títulos lan-çados ficava menor à medida que os salários dos programadores era ínfimo e o reconhe-cimento pelo trabalho era nulo. Em 1979, alguns funcionários da Atari decidiram sair da empresa e fundar a Activision, o primeiro estúdio third-party da história.

por: andré cáceres

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Não havia nenhum tipo de licenciamen-to para estúdios independentes lançarem jogos em consoles como existe hoje. Então vários desenvolvedores passaram a criar ou-tras produtoras e fazer seus games por conta própria, o que começou a minar o lucro das fabricantes. Nesse cenário de iminente crise – apesar do crescimento já citado -, a Atari, sem seus principais funcionários, não conse-guiu mais emplacar bons games.

Dois casos emblemáticos foram o de Pac-Man e ET. A empresa conseguiu o direito de lançar um dos games mais bem sucedidos dos fliperamas em seu console, mas a adapta-ção foi feita às pressas, sem mão de obra qua-lificada e com preten-sões demais – a Atari produziu mais jogos do que havia vendido de aparelhos projetando um sucesso inimagi-nável e acabou arcando com um enorme pre-juízo, pois o game foi um fracasso.

Em 1982, o esperado game ET: Extra-Ter-retial, baseado no clássico de Steven Spiel-berg, foi feito em um tempo reduzidíssimo e das 4 milhões de unidades fabricadas, ape-nas 500 mil foram vendidas. A Atari enter-rou – literalmente – o resto do estoque após o fiasco. Com um erro após outro, as finan-ças da empresa, que só crescia, começaram a declinar até que a maior companhia de games da época praticamente faliu e levou a indústria de games ao colapso. Mas você, caro leitor, que olha pro lado e observa seu Xbox, Playstation ou Wii, deve estar se per-guntando por que ele está aí, firme e forte.

Com a derrocada da Atari, todas as fabrican-tes americanas de consoles também sofreram os efeitos de uma indústria desorganizada e caóti-ca. Dessa forma, as desenvolvedoras indepen-dentes não tinham uma plataforma confiável para lançar seus produtos e também estavam ameaçadas. Em meio a esse pânico generaliza-do, a salvação veio do outro lado do mundo.

Fundada em 1889 – você não leu errado -, a Nintendo passou por incursões no mercado

de brinquedos, cartas, motéis – você não leu errado de novo – e até utensílios domésticos, mas o grande sucesso veio com os videoga-mes. Após o Color TV Game e o portátil Game & Watch, a Big N, que ainda não era tão “big” assim, planejou um console de baixo custo e hardware potente para os padrões da época.

O Family Computer, ou Famicom, foi lançado em 1983 no Japão, e oferecia pro-cessador de 8 bits. Com o aparelho, era possível jogar sucessos da Nintendo como Donkey Kong, arcade clássico de 1981, no

conforto de casa. A estratégia foi muito bem elaborada, pois o console cruzou o oceano em direção ao quase extinto mercado norte ame-ricano e concedeu um Phoenix Down à indústria de games.

O Nintendo Entertainment System, tam-bém conhecido como NES ou Nintendinho para os íntimos, chegou à terra do Tio Sam em 1985 e reacendeu o desejo pelos consoles caseiros com jogos como Super Mario Bros., lançado no mesmo ano. Foi em 1986, no en-tanto, que um boom de grandes lançamentos começou e ajudou a impulsionar a Nintendo e a indústria de games como um todo.

The Legend of Zelda, Kid Icarus, Dragon Quest e Super Mario Bros.: The Lost Levels comandaram o retorno à todo vapor, e a as-censão da Sega com o Master System, que chegou aos Estados Unidos em junho de 86, contribuiu para que seu Playstation,Wii ou Xbox esteja na sua estante te observando de volta. Não sabemos se os consoles vão exis-tir para sempre. Mas eles só estão vivos hoje por decisões que foram tomadas, e poderiam ter desaparecido também por decisões.

É importante acompanhar esse cenário e estar atento às mudanças que possam ocor-rer. Videogames são feitos para divertir, sim. Mas estão inseridos em um contexto maior, e precisam se submeter às lógicas da indústria. Nós, gamers, temos que compre-ender o que acontece por trás de tudo isso.

Esse controle salvou a indústria de games

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´ Kurt Donald Cobain nasceu em Aber-deen, no estado de Washington, pe-quena cidade próxima a Seattle , em

1967. Um dos anos chave da história do rock, foi quando saiu o revolucionário “Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles, assim como os álbuns de estreia de The Doors, David Bowie, Pink Floyd e do conterrâneo Jimi Hendrix.

Maior cidade do noroeste americano, Seattle foi o berço do gênero que viria a ser conhecido como grunge. Inspirado numa mescla dos ele-mentos de punk, heavy metal e garage rock, o movimento começou a aparecer em meados da década de 1980 e ganhou força total no início da década seguinte, quando recolocou o rock nas paradas de sucesso após um período árido.

Junto a nomes como Pearl Jam, Alice In Chains, Soundgarden e Mudhoney, foi o Nir-vana quem popularizou o gênero e elevou o gê-nero. Encabeçada pelo rapaz magro de cabelos loiros que cantava letras melancólicas com vo-cais rasgados em meio a acordes agressivos e timbres sujos, a banda estreou em 1989 com o álbum “Bleach”, lançado pelo lendário selo Sub Pop. Apesar do sucesso restrito ao cenário independente, o trabalho já dava a cara que vi-ria a seguir misturando melodias grudentas ao barulho ensurdecedor das guitarras.

Para a surpresa de todos, a banda estourou do dia para a noite no final de 1991 com o lan-çamento do segundo álbum “Nevermind”, após assinar com uma grande gravadora. O trabalho, que conta com os hits “Smells Like Teen Spirit”,

“Come As You Are”, “In Bloom” e “Polly”, tor-nou-se rapidamente um clássico do rock.

Em 1993, “In Utero” manteve o padrão de qua-lidade do antecessor, mas a banda já demonstra-va claros sinais de desgaste. Mesmo no auge da carreira, os problemas pessoais de Kurt Cobain afetavam sua convivência com os companheiros.

As frequentes discussões, o uso desenfreado de drogas, o relacionamento inconstante com a esposa Courtney Love, a depressão do músi-co e sua desilusão com o sucesso culminaram em um acontecimento trágico no dia 5 de abril de 1994. Com uma ascensão meteórica e uma morte polêmica, a vida de Kurt Cobain foi in-tensa e encontrou um ponto final inesperado.

Há 20 anos, seu suicídio marcava o fim de uma era que mal havia começado e já dava frutos significativos para a música. Um tiro disparado contra a própria cabeça encerrou de maneira dramática a carreira de um dos grandes ídolos do rock nos anos 1990.

Existem teorias conspiratórias sem evi-dências conclusivas de que Cobain teria sido na verdade assassinado. O interesse em tor-no do caso é grande, com documentários e diversos artigos tratando do assunto, mas a polícia de Seattle desmente qualquer possi-bilidade de hipótese contrária à de suicídio.

Só podemos imaginar o impacto do Nir-vana num mundo pós-internet. Duas déca-das após a morte de Kurt Cobain, a banda continua influenciando o rock e talvez te-ria se tornado ainda maior se sua carreira não tivesse sido interrompida.

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5 discos brasileiros

que fazem 50 anos

1964 é o que se chama por aí de “ano cabalísti-co”. Foi o início da explosão internacional dos Beatles e do coroamento de Roberto Carlos com “O Calhambeque”. Sem falar no golpe militar, cuja influência na cultura brasileira se tornaria cada vez maior nos anos seguintes.Eis uma seleção com cinco discos que complet-am meio século em 2014. Confira:

“Sacundin Ben Samba” – Jorge Ben

Segundo álbum do mestre, lançado após o fun-damental “Samba Esquema Novo”, esse disco de 1964 traz a sonoridade característica do in-ício da carreira do sambista, já com alusões ao malandro e com direito à canção que é pratica-mente uma reciclagem do hit “Mas Que Nada”. Ouça “Nena Naná” e tente não se lembrar do maior hit de Jorge Ben.

“The Composer of Desafinado, Plays” – Tom Jobim

Não estranhe um título em inglês numa lista de álbuns nacionais. Antônio Carlos Jobim estreou no mercado norte-americano em 1963 com esse disco, que foi lançado em terras tu-piniquins no ano seguinte.

“Maysa” – Maysa

Gravado em 1963 durante uma antológica temporada da cantora pela boate carioca Au Bom Gourmet, o disco “Maysa” foi lançado no ano seguinte, sendo o primeiro registro ao vivo da intérprete. No trabalho, Maysa vai de Tom Jobim a Adoniran Barbosa, passando por Dolores Duran e Cole Porter em uma perfor-mance incrível.

“Getz/Gilberto” – Stan Getz e João Gil-berto

Um dos álbuns responsáveis pela popular-ização internacional da bossa nova, o trabalho conta com faixas clássicas de Ary Barroso, Vinícius, Tom, Dorival e até mesmo partici-pação de Jobim no piano.A parceria do saxofonista norte-america-no Stan Getz com o violonista e compositor brasileiro João Gilberto é indispensável para qualquer um que goste de boa música.

“A Triste Partida” – Luiz Gonzaga

Enquanto as rádios eram dominadas por garo-tos de Liverpool e artistas da bossa nova, Luiz Gonzaga lançou em 1964 “A Triste Partida”, um LP que trazia a famosa “Ave Maria Ser-taneja”, que emociona multidões até hoje.A mescla de canções tristes e alegres é exposta com “Cantiga de Vem Vem”, um xote rápido e animado. Nesse disco também foi lançada a primeira composição de Gonzaguinha, “Lem-brança de Primavera”.

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Qual é seu estilo musical?

O carnaval está chegando. A primeira coisa que você pensa em fazer é:1- Juntar desesperadamente todas as econo-mias para partir pra Bahia com as amigas e per-der a conta de quantos beijos deu2- Planejar uma viagem para uma região serra-na, sem barulho, pra curtir a natureza3- Aproveitar essa semana de férias pra passar horas no shopping escolhendo o visual mais fashion pra conquistar aquele cara mais gato da escola4- Ficar em casa baixando centenas de músicas com o fone bem grudado no ouvido pra abstrair qualquer barulho de bloco de carnaval, coisa que te irrita mais que tudo

Você ganhou uma grana extra da família no Natal. Imediatamente você: 1- Começa a bolar qual vai ser a sua próxima tatoo

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2- Sai para comprar aqueles livros que você já queria há um tempão3- Viaja pra Salvador4- Fica desesperada pois precisa descobrir que presente comprar para aquele gatinho que você sempre sonhou em ficar

Quando você está em casa sem nada pra fazer você:1- Se pendura no telefone pra botar todos os papos em dia com as amigas2- Liga o rádio e fica viajando, dan-çando sozinha, inventando altos pas-sos! Só não vale parar de se mexer. 3- Senta na rede e começa a escrever poesias e letras de música ao som daqueles cds que seu pai ouve e que você também adora4- Assiste clipes das suas bandas preferidas e navega na internet pra saber tudo sobre cada integrante delas.

Seus pais acham que chegou a hora de você escolher um curso fora da escola para ocupar o tempo livre. Você escolhe um curso de:1- Guitarra ou bateria para realizar o grande so-nho de ter a sua banda2- Pintura, afinal você adora pesquisar sobre artes e cultura em geral3- Modelo e manequim. Quem sabe você ainda não vai ser uma Top?4- Jura que tem que ser um curso? Não pode ser uma aula de aerofunk na academia!?

A sua cor preferida é:1- Verde, que lembra a natureza, só traz ener-gias boas2- Preto, que também é a cor da maioria das suas roupas3- Rosa, a melhor cor para os acessórios4- Qualquer cor quente: amarelo, laranja, ver-melho, cores que lembram o verão

Como você se vê daqui a 20 anos?1- Muito bem casada, em uma casa própria com seus filhos, e bem sucedida na carreira que es-colheu2- Não sei se vou estar casada ou não, formada ou não, só sei que vou estar super em forma!3- Vou estar freqüentando todas as festas como VIP pois serei uma artista famosa4- Me reunindo em casa com meus eternos amigos, ouvindo um som e fazendo muito ba-rulho.

Como seria o seu parceiro ideal?1- Um cara bem popular, que se vista bem e me leve pras melhores nigths2- Aquele gatinho que tem disposição, sarado, que me leva pra dançar e malhar todo dia3- Que de preferência saiba conversar e me leve pra lugares sossegados com lareiras, redes, natureza....4- Esse caras mais tímidos, que não chamam tanta atenção. Normalmente andam com a mesma galera e fazem parte de alguma banda

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Até 10 pontos - Você é ROCK!

De 10 pontos até 20 - Você é POP

De 20 a 30 pontos - Você é SERTANEJO!

De 30 pontos ou mais - Você é ÉCLÉTICO!

Everate modi aut volestincia corepta verchilit es ex et ut molupta turibus res sapitae vel ma quia santestem. Nequam quissit iostiisquos dolum nulparchita quiste poreicil ipsunt pla-borem hitae est libus, tempore ndissit omnis nissit ulligendi doluptas aut dolorpo rehenis qui cuptat. Aquam, iusaped quamendem do-lupisquae volut ilibus serumqu atioribus, et, ulluptatur, alibus velibus untem. Harum fuga.

Nam que nihitate senimus aecepratem quibus modia digni quos ex es aliciis quistoremqui cullecto od que rendaest endi sim quunt quisit laut faceperum aut occae re volo mint quo que nonseque si accabo. Et el excerchitet rae cor sini qui corehendam, secta illore incteceri con pelleste cum quo exceat. Otatiur? Ibus sequi voluptatist ame dolectem fugia non et quatint remo di odignati cores dusanditiis dus et in re-pudit et occae laborem. Namet ditio et volupt.

Volut aut odiaspicil idi torum ut ipienis tiusam quos derum que explab ipsam, qui invendig-nis sequas aute magnihi llabo. Velliberunti aut expliquunt dolectem autet facit, untotas rese-qui te audit ut ut fugitiatur, cus, voluptae pore atusdam quiaturem rerspe pora ilibearum ve-lestiandes utet volupit reped magnat eos audi.

Etur mosam verferumqui dolorum autem re voluptatent dolo officae volo voloribusam ex exernam, cone dolupic te con rerfernam reicii-squo volore corporia volorpori omnitas dolest derum fugita quis magnam descipide voluptat doles audis ipidebitem volori de quasimin pra dolupta temolup tation con cus assus nossi am, si verumendae officia tatecearum et aut verfe-ra ectempe rferum quas derrumquis auta sequi blatqui ut.

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“Técnico em Eletrotécnica, Bacharel em Ma-temática, atuando como Analista de Sistemas, casado e com dois filhos”. Essa poderia ser uma definição simplista da vida de Ademir Moreno Aguilar, mas, por trás de seus olhos claros e seu sorriso espontâneo, há muito mais do que um mero homem trabalhando com as ciências exa-tas. Ele ganha a vida com os números, mas tem sua verdadeira paixão nas letras: escreve livros infantis, contos e crônicas por puro prazer.Sua história com a escrita vem de muito cedo, mas começou para valer quando ele estava no cursinho. Acostumado aos textos burocráticos das redações de vestibular, o jovem estudante teve dificuldades para chegar às quatro páginas demandadas pelo primeiro concurso literário em que se inscreveu, em 1984. A partir daí, o ta-manho das obras só aumentou. A primeira boa colocação surgiu em 1987, no II Prêmio Jorge Andrade e, três anos depois, venceu as duas primeiras edições do Concurso Municipal de São Caetano do Sul. Talvez por incentivo des-ses prêmios recebidos ou pela personalidade estressada, que expressa de forma tragicômica em seus escritos, Ademir já chegou a largar o

emprego em que estava para ter de volta o que sentia falta e era essencial para sua escrita: o ócio. “Depois percebi que me dediquei mais procurando um trabalho de meio período para ter algum tempo do que escrevendo, e voltei à velha rotina”. Teria dado ainda mais certo se não tivesse desistido? Não há como saber. O fato é que o escritor ficou entre os três me-lhores no concurso “Los Niños Del Mercosur”, em 2008, disputando com autores de toda a América do Sul, e viu seu conto “Extinção” ser publicado em português e espanhol. Mas veio também a era digital, e Ademir começou a es-crever em seu blog “Conto Gotas” histórias de até 500 palavras para se adaptar ao ritmo cor-rido de sua vida e aos novos tempos em que ninguém mais tem tempo para leitura. Os olhos verdes que mostravam um mundo habitado e o universo grandioso que há dentro daquele homem não poderiam desmentir que ele é um escritor. Trazendo à tona o lado humano das ciências exatas, o improvável autor premiado, com seus cabelos grisalhos e suas roupas con-fortáveis, admite redigir os melhores relatórios entre os funcionários da empresa. “As pessoas

Profissional de números e

amante de letras

Por: André Cáceres e Bruna Meneguetti

Crédito das fotos: Bruna Meneguetti

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técnica em algo agradável de ler”, conta ele, que sente o ego massageado pelos elogios.Talvez pelo fato de lidar com números em sua carreira, ele tenha tanta afeição por um em es-pecífico: o 36, que considera místico em sua vida, e foi tema de uma de suas crônicas. Vários fatos marcantes ocorreram no minuto trinta e seis, como a última página escrita de seu pri-meiro livro, a hora de envio de e-mails que de-cidiam finalmente algo importante e o conjunto do prédio onde trabalha atualmente. Mas toda essa história começou no seu primeiro emprego com carteira assinada. Às 17h36 minutos, quan-do estava prestes a ir embora para casa, Ademir estabeleceu para si um monte de regras e, com elas, parou de gaguejar por 50 dias. “Quando voltou a acontecer, foi no telefone, na casa de uma cliente. Para não demonstrar a dificulda-de, evitava dizer muitas coisas, mas dessa vez tive que falar e deveria ser rápido. Lembro exa-tamente da cara com que a mulher me olhou e como me senti péssimo nesse dia”, conta o es-critor. Apesar de Ademir ter uma memória in-crivelmente boa, o que pode ter aparecido tan-to devido aos números quanto à quantidade de leituras, o escritor tenta nos convencer que esta é meramente uma impressão. Porém, não con-segue. Além de outros detalhes ele lembra o dia

exato em que sua mãe sugeriu a profissão que talvez teria seguido. “Foi apenas uma vez que ela citou o jornalismo e eu lembro bem como isso logo foi convertido para uma teoria hipoté-tica e abstrata. Um gago repórter?”, conta o es-critor, lamentando a falta de conhecimento na época e provando que às vezes devemos fazer o que gostamos, mesmo que as circunstâncias apontem para outros caminhos.O interessante é que Ademir nesse sentido não é muito “tal pai, tal filho”, pelo menos não sobre a falta de incentivo que teve. Por incrível que pareça, na família do analista de sistemas Ade-mir todos têm seu lado artístico e ele os apoia. Sua mulher, Marisa da Silva Moreno, é dona de casa e poetisa, com diversos poemas publica-dos em antologias, um livro de poesias próprio e uma história infantil escrita em versos, num livro dividido com o marido. A filha Monise é estudante de artes na Universidade de São Pau-lo e exibe desenhos espalhados pela casa.A residência é um capítulo à parte. Localizada num bairro afastado de São Caetano do Sul, no ABC paulista, que transmite a sensacão de lu-gar interiorano no meio de uma cidade agita-da, a casa abriga, além dos cachorros e de um porquinho da índia, uma passagem secreta por dentro de um guarda-roupa para um salão

Ademir posa na frente da pintura que sua filha fez na parede da sala

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ILcom uma mesa de pingue-pongue, o que reve-la um dos hobbies do homem que usa o tem-po do fretado para escrever. Leonardo, o filho mais novo, ainda não demonstrou aptidão clara para o universo artístico, mas foi fundamental para ajudar Ademir a driblar a gagueira, quase imperceptível hoje em dia, e se aceitar. Tal fato ocorreu há pouco tempo, cerca de um ano. Para ele, “um filho às vezes vem pra gente ajustar umas questões mal resolvidas”. Hoje Ademir pode dizer em alto e bom som que sim, “a vida é bela”, ouvir o gracejo da filha dizendo “como a vida é bela, meu filho nasceu gago”, rir dis-so e agora falar sobre isso sem problemas. Não é para menos. Ele pensava que só iria superar a gagueira quando deixasse de ser gago, mas descobriu que era possível se curar de algo in-curável. Para ele, é como a questão da doença apareceu em um dos filmes do Monty Python, quando dizem que a mulher de cadeira de rodas está curada e ela não se levanta, mas está com “cara de quem se curou”. Por isso, “ às vezes o empecilho continua lá, mas você passa a acei-tá-lo, então é como se tivesse se curado, não da

doença, mas do mal que ela te faz, o que pode ser o essencial em muitos casos”, conta Ademir se dizendo curado pelo menos umas três vezes durante os encontros. Foi também no transpor-te público que ele se deparou com um livro so-bre a lenda judaica dos 36 justos. Segundo esse mito, existe essa quantidade de pessoas justas no planeta, e nenhuma sabe que está nesse se-leto grupo, porque são muito humildes para desconfiar. Quando um morre, Deus precisa encontrar outro. Ele tenta quebrar a barreira do ceticismo de seus interlocutores contando também várias coisas que aconteceram no mi-nuto 36. “Parece loucura ou coincidência, mas eu olho no relógio, e está lá. Outro dia ele parou e a Marisa viu”, arregala os olhos, “no semáfo-ro com contagem de segundos, sempre paro no trinta e seis”, conta. No radar que fiscaliza a ve-locidade, no relógio que para, no semáforo com cronômetro, em situações banais ou singulares, o 36 sempre está presente. Talvez ele esteja cer-to mesmo, e as aparições não sejam apenas tri-vialidades. Essa pode ser realmente uma soma mágica para Ademir, amante de lettras. Capa do primeiro livro publicado de Ademir

Segundo livro publicado. Dessa vez, infantil.

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1 - The Legend of Zelda: Twilight Princess2 - Super Mario Galaxy3 - Red Dead Redemption4 - Pac-Man5 - Warioware: Smooth Moves6 - Earthbound7 - The Elder Scrolls v: skyrim8 - Grand Theft auto v9 - chrono trigger10 - Crash bandicoot 311 - the world ends with you12 - kirby canva’s curse13 - no more heroes14 - shadows of the damned15 - assassin’s creed ii16 - assassin’s creed: brotherhood17 - limbo18 - the last of us19 - okami20 - muramasa: the demon blade21 - child of light22 - metal gear solid 423 - journey24 - the legend of zelda: majora’s mask25 - tetris

videoGamesLI

STA

S1 - Jethro Tull: Thick as a Brick2 - Shades of Deep Purple: Deep Purple3 - Elf: Elf4 - Time out: The Dave Brubeck Quartet5 - Disraeli Gears: Cream6 - Unknown Pleasures: Joy Division7 - Parallel Lines: Blondie8 - New York Dolls: New York Dolls9 - Abbey Road: The Beatles10 - How to Dismantle an Atomic Bomb: U211 - The La’s: The La’s12 - Favourite Worst Nightmare: Arctic Monkeys13 - Que País É Este: Legião Urbana14 - Rock N’ Soul: Solomon Burke15 - Mamonas Assassinas: Mamonas Assassinas16 - Coisas: Moacir Santos17 - Ritchie Blackmore’s Rainbow: Rainbow18 - Led Zeppelin IV: Led Zeppelin19 - Master of Puppets: Metallica20 - (What’s The Story) Morning Glory?: Oasis21 - Paranoid: Black Sabbath22 - Appetite for Destruction: Guns N’ Roses23 - Samba Esquema Novo: Jorge Ben24 - Ideologia: Cazuza 25 - Meus Caros Amigos: Chico Buarque

Discos

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Livros

1 - Dom Casmurro : Machado de Assis2 - 1984 : GEorge Orwell Livros3 - O Guia do Mochileiro das Galáxias : Douglas Adams4 - Inferno : Dan Brown5 - A Arte da Guerra : Sun Tzu6 - Second Sight : David Williams7 - Spartacus : Howard Hast8 - O Morro dos Ventos Uivantes: Emily Bronte9 - Dama das Camélias : Alexandre Dumas Filho10 - Helena : Machado de Assis11 - Capitães da Areia : Jorge Amado12 - Rebecca : Daphne du Maurier13 - Meu pé de Laranja Lima : José de Vansconcelos14 - Revolução dos Bichos : George Orwell15 - O Cortiço : Aluísio de Azevedo16 - O Caçador de Pipas : Khaled Hosseini17 - A Moreninha : Joaquim Manuel de Macedo18 - O Apanhador no Campo de Centeio : J. Salinger19 - Orgulho e Preconceito : Jane Austen20 - Os miseráveis : Victor Hugo21 - O Cão Dos Baskervilles : Arthur Doyle22 - Guerra e Paz : Tolstoi23 - Cem Anos de Solidão : GABRIEL GARCIA MARQUEZ24 - Madame Bovary : Gustave Flaubert25 - Admirável Mundo Novo : Aldous Huxley

LISTAS FILMES1-A Malvada (1950)2- Aconteceu Naquela Noite (1934)3-Amar foi Minha Ruína (1945)4-Cinema Paradiso (1988)5-Gilda (1946)6-A Ponte de Waterloo (1940)7-Laranja Mecânica (1971)8-Uma Aventura na Martinica (1944)9-O perfume de uma mulher (1991)10-E o Vento Levou.. (1939) 12-Bela e a Fera (1946)13-Andy Warhol’s Bad (1977)14- Y Tu Mamá También (2001)15- Marnie, as confissões de uma Ladra (1964)16-Ele e as três noviças (1969)17-A Trilogia do O Poderoso Chefão18-Cantando na Chuva (1952)19-Juventude Transviada (1955)20 -O pagador de promessas (1962)21- A Triologia de Matrix22-A Origem (2009)23-Dogville (2003)24-O Jardineiro Fiel (2005)25- Caindo na Real (1994)

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E o Vento Levou começou sua história há 75 anos atrás.Três diretores passaram pela produção do filme, mais de 1000 atrizes concorreram pelo papel da espevitada Scarlett O’Hara e muitos dos atores, como Leslie Howard

e Clark Gable, não se sentiam confortáveis em seus designados papéis.Continue a folhear este especial e descubra o que torna esta películaa “essência de Hollywood.”aGabriella Baliego

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“Eu interpretarei Scarlett O’ Hara.”

Seria com essa afirmação que a novata atriz Vi-vien Leigh deixaria para trás filha e marido para

convencer David O. Selznick, produtor do filme ...E o Vento Levou, a dar o papel da prota-gonista que ela sabia merecer.

GanhadoraVivien Leigh ganhou o Oscar de Melhor Atriz em 1940 por sua interpretação de Scarlett.

Cortesia de A

.M.P

.A.S.

Antes, porém a personagem somente existia nas 1000

páginas do livro da escritora Margaret Mitchell. A concepção da história começou em 1926 quando Margaret sofreu um aci-dente de carro e precisou ficar meses de repouso. A lenda conta que seu marido havia se recu-sado a lhe comprar mais livros e insistiu que ela fizesse outra coisa para se distrair. O livro, no entanto, continuou sendo tra-balhado por dez anos. Quando perguntada sobre o andamento da novela, Mitchell dizia: “Está uma droga”. A autora nem ao menos pensava em publicá-lo, mas quando uma amiga escutou que ela planejava escrever um livro e disse: “Você? Escrevendo um livro?”, Marga-ret ficou irritada e mandou seu manuscrito para Harold Mac-Millan, um editor de livros, no dia seguinte. Arrependida, ela pediu o manuscrito de volta, po-rém já era tarde demais. Assim que tudo foi acertado, Mi-tchell passou os próximos meses editando sua novela e enfim o li-vro “E o Vento Levou” foi oficial-mente lançado em 30 de junho

de 1936.No mesmo ano, David O’Selznick comprou os direitos do livro e começou sua busca pela atriz perfeita para interpretar Scar-lett O’Hara. Lucille Ball, Katha-rine Hepburn, Susan Hayward e inúmeras outras tentaram conseguir o papel, mas somente depois de dois anos procurando uma interpréte foi que a britâni-ca Vivien Leigh conseguiu uma audição. David teve que defen-der a sua escolha inúmeras vezes e quando uma pesquisa foi feita com o público para saber quem preferiam interpretando Scar-lett, Leigh conseguiu somente um voto.

A escolha de Clark Gable foi mais simples. Ele foi conven-cido a fazer o papel, pois assim conseguiria se divorciar de sua atual esposa, Rita, e casar com Carole Lombard. Separar-se de sua mulher custaria muito caro e fazendo esse favor ao estúdio, Gable conseguiu se casar com Carole em um fim de semana de folga das gravações do seu mais novo filme. Um tanto escanda-loso para a época, diga-se de passagem. Outros atores foram considerados para o papel, como o ator Gary Cooper que famosa-mente afirmou: “Só fico feliz que seja Clark Gable que esteja ar-ruinado e não eu”. Leslie Howard, que interpretava o alvo da paixão não correspon-dida de Scarlett, Ashley Wilkes, estava descontente com seu pa-pel. Considerava-se muito velho para o personagem e nem se in-comodou em ler o livro que ins-pirou o filme. Butterfly McQue-en, que interpretava a servente Prissy, também desprezava o esteriótipo de sua personagem, porém ficou contente ao saber que com seu salário ela conse-guiria pagar sua faculdade.

Inspiração em Cynara

Antes de se decidir pelo nome final do livro, Marga-ret havia pensado em “Ama-nhã é um outro Dia” e até em “Ba!Ba! Ovelha Negra.”Finalmente se decidiu ao lera 13º linha do poema de Ernst Dowson, chamado Cynara.

“Eu esqueci muito, Cyna-ra. E o Vento Levou.”

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As lendAs por trás do filme

1. Vivien Leigh e Clark Gable rela-xam entre as filmagens do filme.2.Os olhos de Leslie Howard, Oli-via e David sobrepujam Vivien ao assinar seu contrato. 3. Butter-fly McQueen, a esquerda, e Hattie McDaniel gravando mais uma cena em sua amada Tara.

Hattie McDaniel, a famosa Mammy, foi a única negra com um papel de destaque do filme que disse não se importar com a retratação de sua personagem. Sobre isso ela afirmou que prefe-ria interpretar uma empregada do que ser uma.As filmagens do filme começa-ram em 26 de janeiro de 1939 com a direção de George Cukor que trabalhou com Selznick na pré-produção do filme por dois anos. No entanto, ele foi despe-dido três semanas após o início por divergências no roteiro. Ou-tros dizem que o fato de ele ser homossexual também influen-ciou sua demissão. David então convidou o diretor Victor Fleming para terminar a película e sua visão desgradou Vivien, já que ele queria trans-formar Scarlett em uma “vadia sem emoções.” Em segredo, tanto ela quanto Olivia DeHa-

villand, que interpretava a doce Melanie, falavam com Cukor so-bre suas atuações e o andamento do filme.Sam Wood ocupou o lugar de Fleming por duas semanas, de-vido a exaustão, e no final nem ele e nem George foram credi-tados deixando que a estatueta de melhor filme fosse ganha por Fleming. Um dos primeiros longas-me-tragens de Hollywood filmado em cores, ...E o Vento Levou foi tão preciso que consertou a cor dos olhos de Vivien em sua pós-produção, já que seus olhos eram azuis e os de Scarlett eram verdes. O filme então estreiou em 5 de dezembro de 1939 em Atlanta e o elenco negro não pode com-parecer. Clark Gable, grande amigo de Hattie incialmente se recusou a aparecer na première, mas ela conseguiu convencê-lo

ao contrário. Hattie teve enfim sua vingança quando se tornou a primeira negra a ganhar um Os-car de melhor atriz coadjuvante.Críticos consideraram o filme como uma obra de arte que se tornou um clássico do cinema com até a autora aprovando a atuação de todos os atores. Tanto sucesso atraiu rumores de uma continuação que Margaret nunca teve intenção de escrever.No entanto, em 1991 foi lançada uma sequência autorizada cha-mada “Scarlett” e uma minisérie com nome de “E o Vento Levou 2” foi criada, mas não alcançou a fama esperada.Indicado a 13 Oscars e ganhador de oito, com mais dois honorá-rios presenteados e uma bilhe-teria que se convertida hoje con-tinuaria reinando como o filme mais rentável de todos os tem-pos, ...E o Vento Levou é a obra hollywoodiana definitiva.a

“Fiddle-dee-dee!”

“Great balls of fire!”

“Francamente, querida,eu não dou a mínima.”

“Amanhã é um outro dia.”

“Com coragem suficiente, você pode sobreviver sem

uma reputação.”

“Você deveria ser beijada,e frequentemente, por

alguém que saiba como.”

3

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Nesta entrevista, o biográfo e jornalista britâ-nico Paul Stenning conta sobre seu ínicio no mundo do rock e que a pessoa que mais gos-

taria de entrevistar seria o polêmico Axl Rose, vo-calista do Guns N’ Roses.Ficou curioso? Leia e descubra mais sobre essa ovelha metaleira de uma “careta” família comum.

aGabriella Baliego

Musica´

P aul Stenning- tirando o fato de ser um biógrafo, escritor

fantasma, pesquisador e jorna-lista- é uma daquelas pessoas que não conseguem esconder seu amor pela música, mesmo que tentasse. É inegável que seus maiores triunfos como es-critor são seus livros biográficos sobre as bandas de rock n’ roll e metal que mais ama.Sua confiança em seu trabalho e sua incansável pesquisa e re-visão de fatos quando está es-crevendo um livro o deu o título de “O escritor mais trabalhador no show business”, algo que fica cada vez mais evidente ao ler esta entrevista.Afinal, Paul é a ovelha metaleira de sua família e não se arrepen-de nem um pouco. Nem um pou-co mesmo.

a Gabriella Baliego: Quem ou o quê o fez se afeiçoar pelo gênero musical de rock/metal?bPaul Stenning: A primeira verdadeira banda de rock que eu escutei foi o Guns n’ Roses quan-do Appetite for Destruction foi lançado. Eu estava no primeiro ano do colegial e um dos meus amigos comprou a fita que tinha acabado de sair. Claro que eu não pude evitar escutar e amar [Appetite for Destruction] logo de cara! Depois disso, a partir dos mesmos amigos, eu comecei a escutar Iron Maiden e outras bandas como: Twisted Sisters W.A.S.P ,Kiss, Thin Lizzy e ou-tros desse gênero.a GB: Os seus pais apoiavam seu gosto musical ou você tinha que escutar escondido suas músicas?bPS: Não, eles não me apoia-ram de jeito nenhum, nem como

pessoal em geral ou como um ouvinte do obscuro e perigoso heavy metal. Quando eu tinha 15 anos, minha mãe pediu para o meu irmão mais velho ter “uma conversa” comigo para tentar me persuadir a parar de escutar essas músicas. Eu o mandei se catar. Depois disso, eles perce-beram que não havia jeito de me impedir e desistiram.

aGB: Eu li em uma entrevista que a pessoa que você mais gostaria de entrevistar seria o Axl Rose [voca-lista da banda de hard rock Guns n’ Roses]. Hipoteticamente, se essa entrevista acontecesse e só fosse permitido fazer 3 perguntas a ele, o que você perguntaria?bPS: 1º) Em retrospectiva, você acha que foi um erro transfor-mar Guns n’ Roses numa banda feita somente para grandes sho-ws?(2ª) Qual música e letras do seu passado que você tem mais or-gulho?(3ª) Como a elite poderosa que controla o negócio da música te impactou como pessoa?a GB: Você escreveu o Robert Pat-tinson Album. Por que você quis fazê-lo?Quais foram suas razões? E como a proposta foi desenvolvi-da?

bPS: Eu não quis fazê-lo tanto assim, o meu editor é que me pediu para fazê-lo. Eu já estava trabalhando na biografia do Me-tallica e isso [Robert Pattinson Album] era algo que eles preci-savam ser feito rapidamente. Foi legal ter a chance de escre-ver algo totalmente diferente no meio do processo de escrever tudo sobre o Metallica.aGB:Eu sei que você está tra-balhando em um livro que sairá nesse verão [inverno em Brasil] Você pode dividir conosco alguns detalhes?bPS: Há dois livros que eu estou escrevendo. Um é a autobiogra-fia de Ray Robinson [pugilis-ta estadunidense] e se chama The Sheriff [em tradução livre O Xerife] e é uma história vio-lenta sobre seus contos quan-do trabalhava como segurança e lutava além da época em que era um boxeador. Eu estou tra-balhando também em meu pró-prio projeto, no qual eu mesmo lançarei! Eu não posso revelar muito sobre ele, mas ele inclui Jason Newsted [ex-baixista do Metallica] e Joey Tempest [vo-calista da banda Europe]! Há também muitas outras pessoas envolvidas que não fazem parte do mundo da música. aGB: Você tem um grande número de brasileiros que são fãs de seus livros. Você gostaria de nos man-dar alguma informação valiosa ou pelo menos um ‘olá’?bPS: Bem, muito obrigado, eu não sabia disso! Eu recebo mui-tos e-mails de fãs brasileiros e de outros países, mas é muito difícil para eu saber quantas pessoas leem meus livros. Muito obriga-do! d

Arquivo pessoal

PaulSeu amor pelo rock é evidente.

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C R Í T I C A

Alguns anos no futuro, Detroit no estado de Michigan é quase uma distopia à beira do colap-so devido à ruína financeira e à criminalidade descontrolada. Para escapar ao colapso, o pres-idente da câmara da cidade assinou um acordo com a megacorporação Omni Consumer Products (OCP), dando-lhes o controle das forças policiais arruinadas, em troca de permitir à OCP demolir as secções degradadas de Detroit e construir uma cidade utópica, a “Delta City”, uma cidade-estado independente gerida pela corporação.Este movimento irrita os policias, agora sobre ordens da OCP, que ameaçam fazer uma greve, mas a OCP começa a avaliar outras opções para a aplicação da lei. O número 2 da OCP, Dick Jones (Ronny Cox), oferece o andróide ED-209. Mas o robô, por uma simples má interpretação, mata um membro do conselho durante a demon-stração. O presidente da OCP, “O Velho” (Dan O’Herlihy), decide então que o projecto exper-imental de nome “RoboCop” seja o escolhido, como sugerido pelo jovem Bob Morton (Miguel Ferrer), enfurecendo Jones.No entanto, é necessário um policial recém-fa-lecido para o protótipo RoboCop. Com isso em mente, a OCP atribui tarefas aos policias para as zonas mais violentas da cidade, à espera que algum morresse no cumprimento do dever. Um desses oficiais é Alex J. Murphy (Peter Weller), que é parceiro de Anne Lewis (Nancy Allen). Na sua primeira patrulha juntos, ambos perseguem um grupo liderado pelo cruel Clarence Boddicker (Kurtwood Smith), que acabara de assaltar um banco, seguindo-os para uma fábrica de sideru-rgia abandonada. Quando Murphy e Lewis são

separados, Murphy é torturado e morto por Bod-dicker e seu grupo.Murphy é rapidamente declarado morto e seus restos mortais são escolhidos para o programa RoboCop. A RoboCop são dadas três directivas principais: 1ª, servir o interesse público; 2ª, pro-teger os inocentes; e 3ª, cumprir a lei. No entan-to, foi colocada uma 4ª diretriz na programação de RoboCop, sem o conhecimento dos cientistas. RoboCop sozinho é eficiente e vai limpando Detroit do crime, e Morton é elogiado pelo seu sucesso, atraindo mais a ira de Jones. Boddick-er, sob as ordens de Jones, eventualmente as-sassina Morton.que RoboCop exibe. neirismos curiosos que o próprio Murphy tinha, e percebe que RoboCop é de fato Murphy. O próprio Robo-Cop, após reencontrar em uma patrulha um dos membros do grupo de Boddicker, experimenta.

Principais: 1ª, servir o interesse público; 2ª, proteger os inocentes; e 3ª, cumprir a lei.

Robocop

Alguns anos no futuro, Detroit no estado de Michigan é quase uma distopia à beira do colap-so devido à ruína financeira e à criminalidade descontrolada. Para escapar ao colapso, o pres-idente da câmara da cidade assinou um acordo com a megacorporação Omni Consumer Products (OCP), dando-lhes o controle das forças policiais arruinadas, em troca de permitir à OCP demolir as secções degradadas de Detroit e construir uma cidade utópica, a “Delta City”, uma cidade-estado independente gerida pela corporação.Este movimento irrita os policias, agora sobre ordens da OCP, que ameaçam fazer uma greve, mas a OCP começa a avaliar outras opções para a aplicação da lei. O número 2 da OCP, Dick Jones (Ronny Cox), oferece o andróide ED-209. Mas o robô, por uma simples má interpretação, mata um membro do conselho durante a demon-stração. O presidente da OCP, “O Velho” (Dan O’Herlihy), decide então que o projecto exper-imental de nome “RoboCop” seja o escolhido, como sugerido pelo jovem Bob Morton (Miguel Ferrer), enfurecendo Jones.No entanto, é necessário um policial recém-fa-lecido para o protótipo RoboCop. Com isso em mente, a OCP atribui tarefas aos policias para as zonas mais violentas da cidade, à espera que algum morresse no cumprimento do dever. Um desses oficiais é Alex J. Murphy (Peter Weller), que é parceiro de Anne Lewis (Nancy Allen). Na sua primeira patrulha juntos, ambos perseguem um grupo liderado pelo cruel Clarence Boddicker (Kurtwood Smith), que acabara de assaltar um

banco, seguindo-os para uma fábrica de siderur-gia abandonada. Quando Murphy e Lewis sãoAlguns anos no futuro, Detroit no estado de Michigan é quase uma distopia à beira do colap-so devido à ruína financeira e à criminalidade descontrolada. Para escapar ao colapso, o pres-idente da câmara da cidade assinou um acordo com a megacorporação Omni Consumer Products (OCP), dando-lhes o controle das forças policiais arruinadas, em troca de permitir à OCP demolir as secções degradadas de Detroit e construir uma cidade utópica, a “Delta City”, uma cidade-estado independente gerida pela corporação.Este movimento irrita os policias, agora sobre ordens da OCP, que ameaçam fazer uma greve,

Michigan é quase uma distopia quase caótica

mas a OCP começa a avaliar outras opções para a aplicação da lei. O número 2 da OCP, Dick Jones (Ronny Cox), oferece o andróide ED-209. Mas o robô, por uma simples má interpretação, mata um membro do conselho durante a demon-stração. O presidente da OCP, “O Velho” (Dan O’Herlihy), decide então que o projecto exper-imental de nome “RoboCop” seja o escolhido, como sugerido pelo jovem Bob Morton (Miguel Ferrer), enfurecendo Jones.No entanto, é necessário um policial recém-fa-lecido para o protótipo RoboCop. Com isso em mente, a OCP atribui tarefas aos policias para as zonas mais violentas da cidade, à espera que algum morresse no cumprimento do dever. Um desses oficiais é Alex J. Murphy (Peter Weller), que é parceiro de Anne Lewis (Nancy Allen). Na sua primeira patrulha juntos, ambos perseguem um grupo liderado pelo cruel Clarence Boddick-er (Kurtwood Smith), que acabara de assaltar.

O presidente da câmara da cidade assinou um acordo

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Quadrinhos no

BrasilEm Setembro de 1929, o jornal A Gazeta cria um su-plemento de quadrinhos no formato tabloide, baseado nos Suplementos dominicais de quadrinhos americanos; no mês seguinte, a Casa Edito-rial Vecchi (uma editora de origem italiana)12 lançou a revista Mundo Infantil, porém o sucesso dos suplementos se deu em 1934 com a criação do Suplemento Infantil de Adolfo Aizen. Aizen trabalhava nos jornais O Globo e nas revistas O Malho e O Tico-Tico; após viajar para os Estados Uni-dos, conheceu os suplementos

de quadrinhos e, ao voltar ao Brasil, conheceu Arroxelas Galvão, representante da King Features Syndicate. Galvão tentará, desde 1932, vender ti-ras para os jornais brasileiros; a exceção foi o jornal Diário de Notícias que publicava as tiras de Popeye (que foi rebatizado como Brocoió). Aizen nego-ciou com Galvão e assim foi o responsável por publicar pela primeira vez as tiras de aven-tura de Flash Gordon. Publica-do inicialmente pelo jornal A Nação (após ser recusado por Roberto Marinho, do jornal O Globo, onde Aizen trabalhava;

na época Marinho alegou que o custo dos suplementos de quadrinhos seria muito alto), lançado em março do mesmo, a primeira edição teve capa de J. Carlos (assim como O Tico--Tico, o Suplemento Infantil misturava tiras estrangeiras e brasileiras, desenhadas por artistas como Monteiro Filho) e após quinze edições, pela re-cém formada editora de Aizen, a Grande Consórcio de Suple-mentos Nacionais. Sendo um judeu nascido na Rússia, Aizen não poderia ter uma empresa no Brasil - segundo lei vigente na época, apenas nascidos em solo brasileiro poderiam ter tal privilégio, o jornalista havia forjado uma certidão de nas-cimento em que declarava ser bahiano, pois havia morado na Bahia durante a adolescência. Em 1936, o casal Helena Ferraz de Abreu e Maurício Ferraz cria um suplemento diário de quadrinhos para ser publicado em vários jornais do pais13 , em 1937, o tabloide publicou pela primeira vez no país as tiras de O Fantasma de Lee Falk14 , também foram pu-

blicados no suplemento João Tymbira Em Redor do Brasil e uma adaptação de O Guara-ni de José de Alencar, ambos escritos e desenhados por Francisco Acquarone ambos

publicados em 1938, ano em que o jornal seria cancelado13 . Acquarone é mais conhecido pelo trabalhos de pintura e por livros de história da arte15 .

Em 1937, Roberto Marinho en-tra em contato com Aizen (com quem não falava há três anos) e lhe propõe uma parceria: am-bos distribuiriam suplementos de quadrinhos (impressos nas gráficas do O Globo) em vários jornais do país. Aizen recusou a ideia, e em junho do mesmo ano, Marinho lança O Globo Juvenil, suplemento dirigido por Djalma Sampaio, auxiliado por Antonio Callado e Nelson Rodrigues, Rodrigues chegou até mesmo a roteirizar uma adaptações de O Fantasma de Canterville de Oscar Wilde,pu-blicado em 1938 e O Mágico de Oz de L. Frank Baum em 1941, ambos desenhados por Alceu Penna, Franciso Acquarone, passa ser um dos desenhista do tabloide. No mesmo ano,

Aizen cria a revista Mírim; uma novidade da revista foi a utili-zação do formato comic book ou meio-tabloide e o jornal A Gazetinha começa a publicar o arco de história de A Garra Cinzenta, de Francisco Armond e Renato Silva, uma série com forte influência dos pulps de mistério e ficção cientí-fica. no mesmo ano de 2007, Renato Silva havia iniciado sua carreira nas histórias em quadrinhos, publicando nas páginas do Suplemento Juvenil16 17 , uma história um persona-gem surgido nos pulps, o detetive Nick Carter18 . A Garra Cinzenta foi publi-cada até 1939, totalizando 100 páginas19 , e poste-riormente foi publicada no mercado franco-belga, na revista Le Moustique com o título La Grife Grise; na época franceses e belgas achavam que a história fosse de origem mexica-

“A Turma da Mô-nica arrecada uma boa quantia anu-almente, só com produtos licencia-dos como fraldas, maçãs, brinquedos, sabonetes, e até ma-terial para constru-ção”

Criada em 1959, a Turma da Mônica é hoje sucesso internacional

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O Menino Maluquinho, de Ziraldo, já foi adaptado para o cinema, teatro e televisão

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publicados em 1938, ano em que o jornal seria cancelado13 . Acquarone é mais conhecido

Maurício de Souza, o criador da Turma da Mônica

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A Boca do Lixo é umaregião não oficial do centro da cidade de São Paulo carac-terizada por ter se tornado um polo da indústria cine-matográfica nas décadas de 1920 e 1930, quando em-presas como a Paramount, a Fox e a Metro se insta-laram na região. Durante as décadas seguintes, essas companhias atraíram dis-tribuidoras, fábricas de eq-uipamentos especializados, serviços de manutenção técnica e outras empresas do ramo cinematográfico

para as redondezas, o que transformou a Boca em um verdadeiro reduto do cine-ma independente brasileiro, desvinculado dos incentivos governamentais. Durante aqueles anos, era comum ver homens guiando car-roças carregadas de latas de filmes pelas vias públicas.1 .A Boca está localizada no bairro da Luz, em um quad-rilátero que inclui a Rua do Triumpho e suas adjacên-cias. Nos anos 1990, parte desse quadrilátero veio a ser chamada de Cracolândia

e se tornou uma da regiões mais degradadas da cidade de São Paulo. Algumas fontes citam a região como sendo o fim da rua Augus-ta.2 3Muitos cineastas, como Car-los Reichenbach, Luiz Cas-telini, Alfredo Sternheim, Juan Bajon, Cláudio Cunha ou Walter Hugo Khou-ri, tinham clara proposta autoral em seus filmes, mas a produção da Boca ficou mesmo caracterizada pelos filmes baratos e que tin-ham forte apelo sexual. Ela

Do diretor Daniel de Oliveira, “Boca “ foi premiado internacionalmente.

Entre a câmera e o lixo

Marcada pela pornochanchada, a Boca

do Lixo desafiava a Ditadura Militar.

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floresceu e se expandiu na pornochanchada dos anos 1970, com musas como Helena Ramos, Sandra Bréa, Vanessa Alves, Patrícia Scalvi, Nicole Puzzi, Zilda Mayo. Comédias, dramas, policiais, faroestes, filmes de ação e de kung fu, terror, entre outros, foram gêneros explorados pelo cinema da Boca, sem deixar de lado o uso restrito do erotismo. Produtores como Antônio Polo Galante, David Cardo-so, Nelson Teixeira Mendes, Juan Bajon, Cláudio Cunha, Aníbal Massaini Neto, entre outros, ficaram milionári-os com esse tipo de cine-ma.4Alguns tiveram sucesso

Durante as décadas seguin-tes, essas companhias atraíram distribuidoras, fábricas de equipamentos especializados, serviços de manutenção técnica e outras empresas do ramo cine-matográfico para as redon-dezas, o que transformou

O cineasta Ozualdo Candeias filmando “Bocadolixocinema”, filme de 1976.

“Entre 1920 e 1930, empresascomo a Fox e a Paramount se instalaram na Boca”

a Boca em um verdadeiro reduto do cinema independ-ente brasileiro, desvinculado dos incentivos governamen-tais. Durante aqueles anos, era comum ver homens guiando carroças carregadas de bilheteria, entre os quais A Viúva Virgem, de Rovai, e Giselle, de Victor di Mello. Em raras exceções, esses filmes eram sucesso entre a crítica, que preferia os filmes mais voltados à questão social, de diretores surgidos no Cinema Novo e nos anos 1970, integrados à Embra-filme, que produzia filmes com incentivo estatal.Brasil trouxe de volta o filme de sexo explícito, o que acabou

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50 a n o s da b eAT L E M A N I A

No ano de 1964, quatro garotos de Liverpool, na Inglater-ra, conseguiram consolidar sua fama ao serem atrações

no show do apresentador Ed Sullivan em 9 de fevereiro do mesmo ano.Ao tocaram apenas cinco músicas, os Beatles já tinham con-quistado milhares. E meio século depois, o feito continua.gGabriella Baliego

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“A qualidade vocal dos Beatles pode ser des-crita como uma incoe-rente rouquidez, com a miníma enunciação necessária para comu-nicar seus textos esque-

máticos.” bTheodore Strongin, New York Times. 10 de fevereiro de 1964

A história dos Beatles come-çou em 1957 com a vonta-

de de John Lennon em começar uma banda, devido ao seu amor pela música e pelo rei do rock, Elvis Presley.Em março do mesmo ano, John empolgado com a nova onda de músicas do rock que estava se popularizando, resolveu formar uma banda com alguns de seus amigos da escola. Chamados de The Black Jacks, o quinteto con-seguiu algumas apresentações usuais em casamentos e quer-messes locais. Logo depois, eles resolveram mudar o nome para The Quarrymen em homena-gem a escola que frequentavam.O encontro com um dos mem-bros definitivos dos Beatles aconteceu em em julho de 1957, quando Ivan, amigo de Lennon, o apresentou a Paul McCartney. Um ano mais novo e com uma cara de “bebê”, Lennon receiou a lhe dar uma chance, mas as-sim que o ouviu tocar mudou de ideia. Foi aí que uma das parcei-rias mais bem sucedidas e em-blemáticas da música se iniciou.Amigo de Paul, George Harri-son, dois anos mais novo entrou na banda em 1958. Tanto ele quanto Paul mudaram seus esti

los de roupa para se adaptarem a persona bad boy cultivada por John Lennon.Como Paul e George estudavam em uma escola diferente da de-les, Lennon resolveu que aquele nome não fazia mais sentido e a banda passou por uma suces-são de nomes, até que The Bea-tles foi decidido unanimamente como a mais nova denominação da banda.Com Pete Best na bateria e Stu-art Sutcliffe no baixo, os Beatles partiram para uma série de sho-ws em Hamburgo, Alemanha, em 1960.Lá eles conheceram alguém que influenciou o visual da banda, a fotográfa Astrid Kichhnerr, que foi a primeira a mostrar-lhes o penteado que se tornaria a mar-ca registrada da banda nos anos 60. Ela, porém, discorda e diz que: “ Muitos garotos alemãos tinham esse corte. Stuart teve por um tempo e depois os outros garotos o copiaram.”Astrid também começou a na-morar Stuart, largando seu na-morado por ele. Depois de al-gum tempo de namoro, “Stu”

resolveu sair da banda e morar definitivamente na Alemanha, com Astrid e viver como um pin-tor. O grupo ficou triste com a perda, pois quem eles gostariam que saísse era Pete, quem eles não consideravam que se encaixava na banda. Foi então que em 19 de agosto de 1962, a formação definitiva dos Beatles se concretizou. Ringo Starr, baterista da banda Rory Storm and the Hurricanes foi abordado pelo agente da banda, Brian Epstein, para ocupar o lu-gar deixado por Best. No come-ço, inúmeras fãs em Liverpool vaiavam Ringo, mas assim que perceberam seu talento, passa-ram a amar o seu mais novo in-tegrante.John, George, Paul e Ringo com-binavam. Seus humores e suas piadas eram similares e cada um acabou designado com uma persona. George era o “beatle quieto”, Paul era o “beatle boni-tinho”, John era o inteligente e Ringo era o engraçado. Já em novembro, os Beatles gra-varam seu segundo single “Ple-ase, Please Me” que alcançou o primeiro lugar nas paradas bri-tânicas. Logo depois a canção “Love me Do” começou a fazer sucesso também e a fama nacio-nal dos Beatles se consolidou. Outra marca para a vida pro-fissional do “Quarteto Fabulo-so” foi a apresentação no Royal Variety Performance em 1963, onde Lennon famosamente ex-clamou: “ Para a próxima canção vamos pedir ajuda da plateia. As pessoas nos lugares baratos po-dem aplaudir. O resto pode cha-coalhar suas joias.” Somente um gostinho do humor ácido dele,

Astrid K

irchherr

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InícioOs Beatles em 1962, dois anos antes da almejada fama internacional.

que no mesmo ano se tornaria pai de Julian, seu filho com Cyn-thia Powell, com quem era casa-do desde 1960.Mesmo com uma fama local, os Beatles estavam longe de serem considerados maiorais na indús-tria musical. O alvo era os Esta-dos Unidos da América, a terra das possibilidades e do sucesso instantâneo. Brian Espstein tentava de to-das as maneiras convencer os produtores americanos a darem uma chance para seu quarteto. Entrando em contato com Ed Sullivan, apresentador de talk--show famoso nos EUA, o agente do grupo conseguiu convencer Ed a dar uma chance para o gru-po de que ele já havia ouvido fa-lar e considerava promissor. Resolveu ceder-lhes um quadro no seu programa e foi assim que a história da banda se eterniza-ria para sempre. A viagem dos Beatles para a América não foi fácil. George de-sembarcou do avião em agonia, devido a sua forte gripe e somen-te conseguiu subir no palco sob a dosagem de pesados medica-mentos. Apesar disso, em 9 de fevereiro de 1964, o grupo estava pronto para as camêras. Eles iniciaram o show com “All My Loving, ode de Paul a sua então namorada Jane Asher, e os gritos de histeria que se se-guiram fizeram com que fosse quase impossível de que as ou-tras quatro músicas fossem ou-vidas. Se antes o quarteto tinha um reconhecimento considerá-vel, agora eles eram as maiores estrelas que a América já havia visto, depois do rei Elvis Presley. Críticos começaram a resenhar suas opiniões desdenhosas so-

bre a banda logo um dia após sua grande aparição e muitos afirmavam não entender tanta comoção por uma simples ban-da britânica.Contudo, com as fãs aumentan-do e a necessidade de maior ex-posição se empilhando, a banda estrelou o filme “A Hard Day’s Night” (precariamente traduzi-do em português como “Os Reis do Iê Iê Iê.”). A história é basica-mente sobre o auge da denomi-nada beatlemania.

Foi no set de filmagens que Ge-orge conheceu sua primeira mu-lher, a modelo Pattie Boyd. John e Ringo foram os únicos a não se interessarem por mulheres famosas, com Ringo depois se casando em 1965 com Maureen Cox, uma adolescente e assis-tente de cabelereira.Eles tinham muito em comum, pois acredite ou não, Ringo queria abrir um salão de cabelereiro antes de ser um Beatle.Em 1966, o grupo começaria sua mais nova fase: a espiritual. In-fluenciados pelas vertentes reli-giosas indianas, e com uma pe-quena ajuda de LSD, os Beatles entrariam de cabeça em sua fase amadurecida com o álbum Sgt.

Pepper’s Lonely Hearts Club Band de 1967. Oriundos de uma classe média trabalhadora, os integrantes do grupo se apoiavam um nos ou-tros e se consideravam como uma grande família em turnê. Com a morte de Espstein em 1967, as desavenças outrora controladas começaram a transparecer em seus trabalhos. O disco Let it Be e o filme homônimo, gravados em 1969 mostram as brigas do grupo, seja por composições ou por problemas pessoais. Foi então quem em 1970, Paul entrou com uma ação judicial para a dissolução do grupo que acabou com uma das bandas mais bem sucedidas de todos os tempos e que também reafirmou seu lugar na cultura da música. Inúmeros filmes foram inspira-dos na trajetória da banda como BackBeat, o Garoto de Liverpo-ol e o filme The Wonders, diri-gido por Tom Hanks, que conta a história de uma banda fictícia que coincide em vários fatos com o quarteto de Liverpool que conquistou o mundo. E ganhou os corações de fãs que, ainda após 50 anos, insistem, sem troca alguma, a darem seu amor a tais rapazes oito dias por semana. b

O fim? O pioneirismo da ban-da continua a inspirar outros músicos.

Divulgação

SurpreSa!Essa matéria ainda não acabou! Vire a página e descubra canções que foram feitas ou atribuí-das as primeiras garotas oficiais de nossos que-ridos rapazes de Liver-

pool.

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- Que droga de vida. Eu estou aqui esperando nessa torre do castelo e absolutamente nin-guém aparece para abrir essa única porta ou as-soviar de lá de baixo. Não sei para quê cultivar essa trança estúpida. Estou tão infeliz. – Ra-punzel sibilava como uma criança de seis anos, resmungando por todas aquelas incoerências, enquanto apoiava a cabeça na sua mão.- Quanto mais você bancar a coitada, mais a vida vai te dar motivos para ser uma de verdade.Rapunzel assustou-se, olhou na direção que o som vinha e percebeu uma mulher de meia idade sorrindo.- Quem é você? – Perguntou sem hesitar.- Meu nome é Realidade, mas você pode me chamar de Rê.- Está certo, Rê. Mas você não me serve. Agora, por favor, saia daqui para que alguém realmen-te possa me salvar.- Escute aqui, garota estúpida. – Rapunzel ar-regalou os olhos e parou de enfeitar a trança.

– Será que você não percebeu que nunca tentou forçar a porta? Vai mesmo ficar aí parada es-perando que alguém a salve, que alguém a faça feliz? Não acha que está colocando muita res-ponsabilidade nas mãos de alguém?Rapunzel foi esquivando para trás, as pergun-tas ricocheteavam nela. Tentar forçar a porta?- Não teria força para arrombar a porta. – Disse irresoluta no seu parecer.- Já tentou pegar aquela cadeira de madeira maciça? – A mulher apontou.- Eu poderia quebrar minha mão tentando abrir a porta com isso.- A questão não é essa, garota. Há sempre o risco de quebrar a mão. Mas eu não sei por que estou falando tudo isso para você, real-mente você acha que a responsabilidade de toda a sua infelicidade é de alguém que de-veria ter chegado e ainda não chegou?- Mas e se eu conseguir abrir a porta? O que eu farei depois? É óbvio que vou continuar sozi-

nha e infeliz.- Você pode continuar sozinha, mas jamais in-feliz. Pode ter a melhor pessoa do mundo ao seu lado, mas ela não vai lhe bastar se você não se fizer feliz.Rapunzel cerrou os olhos. Ela estava mes-mo colocando muita responsabilidade em alguém, tantas vezes ela acordou sozinha naquele castelo e foi capaz de cantar e dan-çar. Tantas vezes ela riu e se entreteve sem ninguém. Determinada, ela andou até a ca-deira de madeira e a pegou, olhou mais uma vez para a mulher na sua frente:- Mas e se...- Sempre há o risco de você quebrar a mão. – A mulher interrompeu impaciente.Rapunzel andou para trás, tomou impulso en-quanto segurava a cadeira e correu. Um som de madeiras batendo tomou todo o cômodo, Rapunzel caiu um pouco tonta. Atrás da porta e da cadeira caídas estava uma enorme esca-da e ela desceu sem pensar duas vezes. Logo atrás estava Realidade sorrindo.Quando terminou de descer viu que um rapaz esta-va olhando a torre, Rapunzel começou a gargalhar.- Se você veio para me salvar, chegou tarde. Não preciso ser salva. – Empinou o nariz ao terminar de dizer.- Você estava lá dentro sozinha? – O homem a olhou encantado, surpreso e temeroso. En-cantado pela beleza que estava diante de seus olhos, surpreso pelo tom com que ela lhe diri-gia a palavra e temeroso por ela ter ficado presa naquele lugar.- Estava. Mas adivinhe só? Ninguém pode ser responsável pela minha felicidade, não acha que estou colocando muita responsabilidade em cima de você ao esperar que você me salve?A realidade não pôde conter o riso ao seu lado, enquanto isso o homem tentou dizer em vão:- Mas eu...Não terminou a frase, Rapunzel cortou sua fala como se sua voz fosse uma faca afiada.- Eu não preciso de ninguém para ser feliz, pos-so perfeitamente ser feliz sozinha. Por isso, vou pegar este cavalo e ir embora. Espero que você também não deposite toda a responsabilidade de sua infelicidade em mim e não diga que eu sou a causa de todo o seu sofrimento. Mas se

quiser fazer isso, a porta da torre está aberta.Dito isso, ela montou no cavalo e saiu a galope enquanto a Realidade fazia uma careta.- Rapunzel? – De alguma forma Rê estava logo atrás da garota impetuosa, mas ela sequer se atreveu a olhar para trás.- Agradeço o que você fez por mim Rê, mas eu não preciso de ninguém para ser feliz. – Ela se-gurava firmemente as rédeas enquanto sentia o vento acariciar o seu rosto.- Rapunzel.- Rê, dispenso sua companhia agora. Não quero pôr a responsabilidade de minha felicidade em cima de você.- Rapunzel! – A Realidade gritou em uma voz tão aguda que o cavalo se assustou, empinou-se e Rapunzel não conseguiu se segurar, escorre-gou até encontrar o chão.- Você está louca? – Disse Rapunzel enquanto tentava ajeitar o vestido e se levantar. – Eu po-deria ter quebrado a minha mão!- Sempre há o risco de você quebrar a mão. – Realidade argumentou um pouco entediada com toda aquela situação.- Por que fez isso? – A garota ainda estava um pouco tonta e mexia no pulso, provavelmente verificando que estava tudo bem.- Escute aqui, garota estúpida. Quem você acha que é? Só porque conseguiu abrir uma porta velha e cheia de cupins está achando que não precisa de ninguém para nada? Só porque con-seguiu sair de uma torre idiota, percebendo que estava bancando a tonta, agora decidiu ser mais tonta ainda.Rapunzel a olhou:- Do que você está falando? Foi você mesma que disse que eu deveria sair da torre e não pre-cisava de ninguém para ser feliz.Realidade bufou, soprando alguns fios que es-tavam na frente de seu rosto.- Sente-se um pouco. – Ela segurou a mão da garota. – Eu não disse isso. Eu disse que só você tem o poder de decidir quando vai ser feliz, mas realmente você acha que poderia ser feliz com-pletamente sozinha? – Rapunzel ainda a olha-va confusa. – Você realmente acha que saindo nessa floresta sozinha, não precisaria da ajuda de ninguém e que seria capaz de conversar ape-nas com as árvores?

O que deveria ter sido dito à RapunzelC

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Curso gratuito leva conhecimentos básicos da sétima arte para jovens de 15 a 20 anos

Ao som dos trovões, uma garotinha se en-colhe em um canto qualquer. Com a res-piração ofegante e o olhar aterrorizado,

ela tem de enfrentar seu pior medo: o monstro da chuva. “Ao Som da Chuva” é um dos curtas-metra-gens produzidos pelos alunos do projeto “É Nóis Na Fita”, um curso de cinema gratuito que leva aos alunos de cinco escolas municipais da capital conhecimentos básicos de direção, roteiro, produ-ção, som e edição.

O projeto começou a ser pensado há seis anos por Eliane Fonseca, atriz e diretora, que na época se dedicava cada vez mais a sua função como pro-fessora universitária. A ideia original era rodar o Brasil levando ensinos e práticas cinematográfi-cas a jovens de cidades onde esse tipo de informa-ção não existia. Para isso, se reuniu com professo-res e profissionais do meio para fazer o curso de cinema itinerante acontecer.

Após alguns ajustes no programa original, o curso chegou ao seu formato atual. Idealizado para jovens entre 15 e 20 anos, o projeto contempla adolescentes de zonas carentes de São Paulo. Com carga horária total de 16 aulas, ao final do curso, os alunos são intimados a produzir o seu próprio curta-metragem, colocando em prática tudo o que aprenderam sobre manuseio de câmeras, técnicas de roteiro, capacitação de som e muito mais.

Com o patrocínio do Banco Bradesco, em 2013, o projeto foi para frente. O primeiro CEU (Cen-tro de Artes e Esporte Unificado) a participar foi o Quintal do Sol, na Zona Leste de São Paulo. O sucesso veio rápido, com média de 80 a 100 candi-datos inscritos para cada curso. Leonardo Kedhi, da equipe de produção do projeto, conta, “o mais importante é que pudemos contar com o envolvi-mento de todos que participaram, e participam, das aulas. Só para ter uma ideia, 2 turmas de ex-alunos já decidiram seguir em frente, formaram grupos de trabalho e já estão produzindo seus pró-prios filmes.”

Por Érica Carnevalli, Gabriella Baliego e Joanna Cataldo

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uma maneira de criar oportunidades para adoles-centes carentes, mas também como uma forma de fortalecer o mercado cinematográfico em expan-são no Brasil. Sobre esse assunto, Leonardo afir-ma que “o ritmo deve continuar pelos próximos anos”.

Sofia Sales, uma das alunas do curso, também

é toda elogios à iniciativa. “Apesar de o curso ser de curta extensão, leva muito a sério a finalidade de se passar conhecimento, aproximar nós, jo-vens, da área e apresentar o que é cinema, como ele funciona, e como todos com uma boa ideia e simples recursos nas mãos conseguem transmi-tir suas ideias, sua histórias e verdades através da linguagem cinematográfica”, diz. E ainda frisa que, se pudesse, “faria de novo”.

Devido a esse grande interesse de muitos estu-dantes, Leonardo conta que está nos planos recru-tar os antigos alunos que quiserem ser estagiários no projeto. Além disso buscam a possibilidade de contatar profissionais para palestrarem em futu-ras aulas. “ Queremos algumas palestras dentro do curso, futuramente, talvez de história da arte, documentários e entre outros.”

Com mais de 766 curtidas no facebook, “É Nóis na Fita” continua a atrair interessados e a desen-volver futuros jovens profissionais no cinema que possuem o “foco muito afinado na temática” que é essa experiência mobilizadora de vida.

“Apresenta o que é cine-ma, como ele funciona, to-dos com uma boa ideia e simples recursos nas mãos conseguem transmitir suas ideias, sua histórias e ver-dades através da linguagem cinematográfica” - Sofia Sales, aluna do Nóis na Fita

Cinema

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