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ESCOLA DA PONTE PORTO - PORTUGAL ‘Ela é bem diferente do modelo convencional, mas seu idealizador garante que funciona muito bem.’ José Francisco - Diretor da Escola da Ponte Métodos diferentes de aprendizagem Ambientes com idades misturadas Escola onde os pais tem participação ativa ‘ A vida começa todos os dias...’ Érico Veríssimo ‘ Não tenho caminho novo, o que tenho de novo é o jeito de caminhar.’ Thiago Mello

Revista Escola da Ponte, Portugal

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Material elaborado pelos alunos da disciplina de Projeto Arquitetônico III - Professora: Flora Mendes

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ESCOLA DA PONTE

PORTO - PORTUGAL

‘Ela é bem diferente do modeloconvencional, mas seu idealizadorgarante que funciona muito bem.’ José Francisco - Diretor da Escola da Ponte

Métodos diferentes de aprendizagem

Ambientes com idades misturadas

Escola onde os pais tem participação ativa

‘ A vida começa todos os dias...’ Érico Veríssimo

‘ Não tenho caminho novo, o que tenho de novo é o jeito de caminhar.’ Thiago Mello

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Apresentando...

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A escola da ponte é uma escola que surpreende por ter uma metodologia diferenciada e inovadora, e mesmo tendo várias críticas negativas, ela rompeu barreiras e mostrou uma grande e v o l u ç ã o n a e d u c a ç ã o . Uma das principais diferenças na Escola da Ponte é o fato de ela não possuir turmas, não ter alunos separados por classes ou idade, por não ter professores dando aulas com giz e lousa, não terem campainhas separando o tempo de uma aula à outra e n ã o p o s s u i r p r o v a s e n e m n o t a s .

Figura 1 - Escola da Ponte

Figura 2 - Escola da Ponte

Metodologia e adaptação

Os alunos não são divididos em anos letivos, mas sim, colocados em três ciclos, que unidos correspondem ao ensino fundamental. A didática é feita por grupos de aproximadamente seis pessoas em torno de um tema de interesse comum, convidam professores para ser o assessor deste grupo. Eles ajudam com informações bibliográficas e com Internet. É estabelecido, de comum acordo, um programa de trabalho de duas semanas. Depois desse tempo de leitura e pesquisa, eles se reúnem para avaliar o que aprenderam ou deixaram de a p r e n d e r . ( F i g u r a 1 )

Ao entrar na escola depara-se com uma grande sala com muitas mesinhas, crianças pequenas, crianças grandes, algumas com síndrome de Down, todas juntas no mesmo espaço, cada uma fazendo a sua atividade, algumas crianças lendo ou escrevendo e outras consultando livros e internet. Alguns professores assentados às mesinhas junto das crianças, ninguém fala alto, todos sussurram r e s p e i t a n d o o s i l ê n c i o . ( F i g u r a 2 )

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As aulas são dinâmicas para que os alunos possam de expressar livremente através de teatros, desenhos, dança, músicas, jogos, eventos e mais. ( F i g u r a s 3 e 4 ) Como não se tem provas da forma tradicional, eles possuem várias outras maneiras de avaliar o aluno, uma delas é pelo sistema de portfólio, que é um conjunto de evidências de aprendizado. Ou seja, eles trabalham a avaliação levando em conta emoções, atitudes básicas diante de uma escola, o afeto, coisas que uma prova tradicional não consegue avaliar. Também há a auto-avaliação, onde o aluno tem que aprender a r e c o n h e c e r s u a s f a l h a s e a c e r t o s .

Figura 3 - Escola da Ponte

Figura 4 - Escola da Ponte

Figura 5 - Associação de Pais da Escola da Ponte

Figura 6 - Associação de Pais da Escola da Ponte

Como eles lidam com as crianças mais bagunceiras? Antigamente se tinha o Tribunal de alunos, que funcionava da seguinte maneira: quando um menino ou uma menina se comportava de maneira a perturbar a ordem nos termos que eles mesmos estabeleciam, o tribunal entrava em ação e providências disciplinares eram tomadas. Ou seja, nem os professores e nem o diretor eram responsáveis pela discipl ina dos a lunos desordeiros e sim a comunidade das crianças que cuidava disso. Professores e diretor podiam, assim, se dedicar aos desafios prazerosos de aprender junto com os alunos. Mas com o passar do tempo eles começaram a perceber que essa maneira de lidar com as crianças era de punição e não de recuperação. Então, com isso surgiu outra maneira de manter a ordem e foi chamada de comissão de ajuda. Funciona da seguinte maneira: quando algum aluno começa a apresentar problemas de comportamento, essa comissão se adianta e nomeia colegas para ajudá-lo, com a missão de estar sempre por perto do dito aluno. Quando se percebe que ele vai fazer algo inadequado, os colegas entram em ação para tentar dissuadi-lo.

A participação dos pais é muito importante na educação dos alunos na Escola da Ponte. Todos os meses há reuniões, aos sábados à tarde, pois há muito que explicar aos pais sobre o que é feito na escola. Se os pais desejarem, pode ir todos os dias conversar com os professores. Vendo a necessidade da participação dos pais na escola, os professores os ajudaram a criar a Associação de Pais da Escola da Ponte, onde os pais participam, não só para acompanhar o desempenho educacional dos seus filhos, mas também participam de eventos e encontros da escola, onde ajudam na avaliar e organizar junto com professores e alunos. (Figuras 5 e 6)

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x ALUNOESCOLA

Destrói a figura do professor autoritário

Há professor especializados, mas as aulas não são separadas em disciplinas

Agrega os pais nas instâncias decisórias

No topo da hierarquia da escola está o conselho de pais, responsável pelo o que

a Ponte é e será

Prática dos valores de autonomia, solidariedade, responsabilidade

e democraticidadeO orientador é, essencialmente,

um promotor da educação

O trabalho do aluno é supervisionado permanentemente por um orientador

educativo, ao qual é atribuido a função de tutor do aluno

Escola e Aluno

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x ALUNOESCOLA

Uma comissão de ajuda formada por 21 alunos auxilia para resolver os problemas

mais graves colocados na assembléia

As decisões da comissão se guiam pelos direitos e deveres que consideram

fundamentais para aquele ano

Decidem democraticamente na assembléia da escola os direitos e deveres que

consideram fundamentais para aquele anoNão são divididos por série ou faixa etária, mas sim entre iniciação, consolidação eaprofundamento, de acordo com seusavanços pessoas e o tempo em que

estão no projeto

Novos grupos surgem a cada projeto ou tema de estudo

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Página da Associação de Pais da Escola da Ponte no Facebook.

A Escola da Ponte tem como principal pilar a comunicação com a comunidade. São os próprios pais e familiares que defendem a escola de questionamentos, oriundos do governo e de outras instituições, que surgem pelo fato da escola abolir alguns métodos tradicionais. Todas as decisões são previamente discutidas, de forma democrática, em uma assembleia composta pelos alunos, pais e professores, todos com igual voz. A liberdade de expressão e escolha, a responsabilidade dada ao aluno, e a solidariedade entre todos que compõe esse p r o j e t o , f a z c o m o q u e e l e p r o s p e r e . As reuniões são marcadas via internet em uma página do Facebook onde os pais mantém contato com a escola. Para visualizar a página, é só procurar “Associação de Pais da Escola da P o n t e ” n o F a c e b o o k .Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/jose-pacheco-escola-ponte-479055.shtml

Escola e Sociedade

Escola e Sociedade

Governo

Professores

PaisAlunos

Assembléia

Solidariedade

Liberdade

Responsabilidade

rop atsopmoc

composta por

com

po

sta por

Fluxograma representando a relação da Escola com a Sociedade.

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O edifício onde funciona hoje a E s c o l a d a P o n t e f o i t o t a l m e n t e aproveitando não mudando assim sua forma para acompanhar o ensino. Mas sim, se adaptando as condições que o edifício proporcionava. Há um sonho de um edifício com outro conceito de espaço. 12 arquitetos, ex-alunos que conhecem bem a proposta da escolar desenvolveram um projeto. Esse projeto inclui uma área que é chamada de centro da descoberta. Há também pequenos nichos hexagonais, destinados aos pequenos grupos e às tarefas individuais. Estão previstas ainda amplas avenidas e alguns cursos d'água, onde se possa mergulhar os pés para conversar, além de um lugar para cochilar. As novas tecnologias da informação devem estar espalhadas por todos os lados para ser democraticamente utilizadas pela comunidade, o que já conseguiram.

Porem, a riqueza da arquitetura da Escola da Ponte reside no fato dos espaços serem bem mais amplos do que as salas de aulas brasileiras, permitindo que se tenha bancadas e estantes disponíveis para dispor os materiais necessários ao trabalho, além das mesas e cadeiras, sempre organizadas em g r u p o s .

Na unidade em Vila das Aves são quatro espaços para o trabalho dos alunos, metade para o Núcleo de Iniciação (no momento há crianças que estão do 1° ao 5° ano escolar) e a outra metade para o Núcleo de Consolidação (no momento há crianças e adolescentes que estão do 3° ao 10° ano e s c o l a r ) .

Arquitetura

Figura 07 - Implantação

Figura 08 - Interior da escola

Figura 09 - Externo da escola

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Na unidade em Vila das Aves há um refeitório, que não acomoda todos de uma única vez e por essa razão para os mais novos o almoço começa às 12h e para os maiores pe las 12h30. A par te administrativa e a secretaria também funcionam em duas pequenas salas interligadas. Num dos corredores, fixados na parede, estão os cabides com os nomes de cada aluno. Neles são deixados os casacos, guarda-chuvas e sacolas. O pátio é, relativamente amplo e em um dos lados há uma quadra descoberta. Não há biblioteca fora dos espaços, apenas uma estante com alguns livros de literatura infantil, um tapete e algumas almofadas, colocadas num canto, após subir a escada de acesso ao pavimento superior. Também n ã o h á s a l a e s p e c í fi c a p a r a o s computadores, pois eles estão espalhados pelos espaços e são utilizados por estudantes e professores, conforme agendamento.

O Núcleo de Aprofundamento (há adolescentes que estão do 7° ao 11° ano escolar) está funcionando, distante cerca de 15km de Vila das Aves e todas as manhãs um ônibus para em frente a Escola, em Vila das Aves, para apanhar os adolescentes, retornando no final da tarde. Os dois espaços que atendem ao Núcleo de Iniciação ficam em pavimentos diferentes, com acesso através de uma escada. Em cada um deles existem dois ambientes interligados, pois não há divisórias separando-os. Em cada ambiente trabalham cerca de 27 crianças e é importante destacar que as crianças de 6/7 anos, que estão chegando à Escola, ficam agrupadas juntas, para se iniciarem no Projeto da Escola e também trabalharem voltadas para o processo de alfabetização. Em cada espaço do Núcleo de Consolidação trabalham 40 adolescentes, enquanto no Aprofundamento as salas são bem menores.

Fonte da pesquisa:(http://www.claudiasantarosa.com/entrevistas0002.php);(http://editora.unoesc.edu.br/index.php/roteiro/article/viewFile/349/97);(http://pontedaescola.blogspot.com.br)

Figura 10 - Cotidiano da escola

Figura 11 - Escola

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E no Brasil?

O rio de janeiro recebeu uma nova proposta de ensino semelhante à escola da ponte. A aposta para dar a 180 crianças e jovens da Rocinha uma educação diferenciada e alinhada com o século 21.

A escola pretende analisar todas as habilidades do a l u n o , t a n t o a s n ã o c o g n i t i v a s q u a n t o comunicação, senso crítico, autoria. Cada aluno terá um ficha de aprendizado pessoal, com pontos para desenvolver ou aprender. Em vez de professores tradicionais, agora os alunos terão mentores, orientadores, juntos formando famílias, grupos, separados em oficinas em grandes mesas proporcionando um aprendizado diferenciado.No "GENTE", o aluno está no centro do processo de aprendizagem. Por isso, as a l terações arquitetônicas realizadas no prédio da escola têm como objetivo proporcionar uma nova utilização pedagógica para o espaço.

Foram criados espaços amplos e abertos, possibilitando o trabalho coletivo de alunos e professores, transformando o ambiente em local atrativo ao aprendizado, com identidade v i s u a l e m o b i l i á r i o p r ó p r i o s . Toda essa modificação também visa adequar a escola aos novos equipamentos que disponibilizarão a vanguarda da tecnologia p a r a o s a l u n o s e p r o f e s s o r e s . O designer Jair de Souza e o Grupo do Rio ass inam o pro je to de ambien tação e programação visual da escola.

Fontes:http://gente.rioeduca.net/http://porvir.org/porfazer/rio-inaugura-escola-sem-salas-turmas-ou-series/20130125

Figura 12 - Escola Gente, Rio de Janeiro

Figura 13 - Ambiente interno da Escola Gente

Figura 14 - Ambiente interno Escola Gente

Figura 15 - Alunos da Escola Gente

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Disponível em: http://m.youtube.com/watch?v=8ccgfHfVAdc

Créditos

�‘Era uma escola muito engraçada, Não tinha teto, não tinha nada.Ninguém podia entrar nela não, Porque na escola não tinha chão.Ninguém podia dormir na rede,Porque na escola não tinha parede.Ninguém tem prova, não tem divisãoPois diferentes as idades sãoMas ela não é tradicionalNa Vila da Aves, em Portugal.’Canção criada pelos autores do trabalho.

Disciplina de Projeto Arquitetônico III (UNIFOR) - T3CDEF 5 EF - Professora Flora MendesFevereiro - 2014