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1 Julho I Extra Classe -

Revista Extra Classe - Julho 2013

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Publicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação em Educação Pública do RN.

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1Julho I Extra Classe -

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Coordenação GeralJosé Teixeira da Silva , José Rômulo Arnaud Amâncio

e Maria de Fátima Oliveira Cardoso

Diretoria de OrganizaçãoMaria Vicência A. dos Santos e Francisco de Assis Silva

Diretoria de Administração e FinançasMaria Luzinete Leite de O. Pinto e Cristiane Medeiros Dantas

Diretoria de Assuntos JurídicosVera Lúcia Alves Messias e Milton Urbano Aires

Diretoria de ComunicaçãoIonaldo Tomaz da Silva e Francisco Leopoldo Nunes

Diretoria de Relações SindicaisMarcondes Alexandre da Silva eFrancisco Alves Fernandes Filho

Diretoria de Formação Sindical e EducacionalEliane Bandeira e Silva e Alcivan Medeiros da Silva

Diretoria de Cultura e LazerMaria Beatriz de Lima e Joildo Lobato Bezerra

Diretoria de Organização da CapitalEnoque Gonçalves Vieira e Sérgio Ricardo de C. de Oliveira

Diretoria de Relações de GêneroMaria Inês de Almeida Morais e Maria Gorete dos Santos

Diretoria de AposentadosMarlene Sousa de Moura e José Arimateia França Lima

Diretoria de Org. dos Funcionários da EducaçãoRaimunda Nadja de V. Costa

João Willams da Silva

Diretoria de Admi. da Casa do Trabalhador em EducaçãoSimonete Carvalho de Almeida

Diretoria de Org. da Educação InfantilSandra Regina de Moura e Gidália Ferreira de Andrade

Suplentes do Conselho DiretorJosé Emerson E. da Silva Francelino, Marilanes França de

Souza, Maria de Fátima Costa, Inalda Teixeira de Lira, EdvarNunes Duarte, Jucyana Myrna Teixeira da Silva

Jornalistas responsáveis:Leilton Lima DRT/RN 579Gisélia Galvão DRT/RN 672Gilberto Oliveira DRT/RN 1641

Av. Rio Branco, 790 - Centro - Natal/RN - Fones:(84)3211-4434ou (84)3211-4432 I E-mail: [email protected]

www.sintern.org.br

Av. Cel. Estevam, 1139 - Cond. CECOM - Sala 09 - AlecrimNatal/RN - Fone/fax: (84)3212-2388

E-mail: [email protected]

Editorial

Diagramação: Marknilson BarbosaRevisão: Silvaneide Dantas

O Sinte-RN sempre foi um Sindicato de força. Mashoje o Sindicato dos trabalhadores em educação pública do RNconsolida-se como uma potência de luta da classe trabalhadoraque vem se tornando uma referência nacional de poder políticoe organização.

Ao reeleger a atual diretoria, a categoria investiu nacontinuidade de uma linha política que está reinventando a lutaa cada gestão. Uma aliança entre a experiência e a inovaçãodos seus diretores.

Assim, hoje o Sinte-RN é uma das instituições maisinfluentes na sociedade potiguar. Aliás, essa união com asociedade também faz parte da estratégia de ação do Sindicatoque investe em confiabilidade e respeito diante da população.Quem tem o poder pode, óbvio! Mas já não dá mais paramassacrar os trabalhadores em educação e sair impune.

O Sinte-RN ampliou a potência do seu megafone. Estáem sintonia com a categoria e com a sociedade através de umsistema integrado de comunicação. (Veja na pág. 6) A AssessoriaJurídica tem colecionado vitórias históricas no processosjudiciais. Organicamente, o Sindicato se espalha pelo Interiorcomo um coral marinho levando vida política aonde haviadeserto de justiça social.

Assim, se bater de frente com os trabalhadores emeducação sempre foi um erro estratégico, hoje é cavar o buracopara se enterrar politicamente. Isso representa uma ampliaçãode força de classe que não está mais dependente unicamenteda greve; em que pese esse ainda ser um instrumento muitoeficaz, nem sempre é preciso fazer uso dele. Muitas vezes,basta lançar mão do respeito conquistado e da mobilização socialpara que o direito aconteça.

A diferença de tratamento já conquistada pela categorianas negociações com os governantes é prova disso e umexemplo que deverá ser seguido por todo o movimento sindical,com o pleno apoio do Sinte-RN.

O maior Sindicato étambém o mais influente

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“O Sinte-RN ampliou apotência do seu

megafone.”

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luta da classetrabalhadora só

tem eficáciaquando afeta os

interesses do patrão opressor.A melhor forma de fazer issoé golpeando aquilo que é maisvital para o capitalista: olucro. Paralisar a produçãode indústrias ou a venda nocomércio funciona porqueproduz um prejuízo maior emrelação ao que a classepatronal perde, cedendo osdireitos aos trabalhadores.Trata-se, portanto, doinstrumento mais forte deluta.

Sabendo disso, agreve faz parte do arsenal de

AQuem tem o povo

como patrão tem quelutar diferente

A direção do SINTE-RN tem colocado em práticaum jeito novo de fazer greve

ESTR

ATÉG

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E LU

TA

DADADADADA REDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃO

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luta de todas ascategorias, in-clusive daquelasque atuam nosetor público.Na educaçãonão é diferente.Aliás, o grito degreve é rotinanas assembleiasdo Sinte-RN,p r o f e r i d oexaustivamentepor grupos maisagressivos eintempestivos.

A pon-deração dadiretoria do

Sindicato sobre aestratégia, a forma

e o momento deentrar e sair são

vistos por essesgrupos, no mínimo,

como complacênciapelos governantes. Pela

visão apressada dessessegmentos, a greve é umaespécie de bálsamo milagrosoresponsável pela cura detodos os problemas enfren-tados pelos trabalhadores.Não é bem assim, sobretudono que diz respeito aostrabalhadores do setorpúblico.

As diferenças desegmento ditam as diferen-ças de estratégias. De formadireta o operário ou comer-ciário prestam serviço aopatrão. No caso do servidorpúblico, esse patrão é asociedade, incluindo elepróprio. Diferentemente dainiciativa privada, o poder dedecisão administrativa dacoisa pública está nas mãosde um governante que, emtese, deveria representar osinteresses da coletividade, oque obviamente não ocorre.

Como a greve sem-pre prejudica o patrão e, nocaso do serviço público, essepatrão somos nós mesmos,a paralisação acaba se vol-tando contra a parte maisfrágil. É fácil entender issoquando observamos osprejuízos que sofremos commovimentos grevistas de

outros setores de prestação deserviços públicos, como é ocaso dos transportes coletivos,médicos, policiais etc.

Dito isso, parece queo instrumento da greve não seaplicaria ao serviço público.Nada disso! As conquistasacumuladas através de grevesna educação comandadas peloSinte-RN estão aí para provarque é um instrumento eficaz deluta também para osservidores.

ConsideraçãoÉ crucial levar em

consideração as carac-terísticas que são específicaspara cada setor. No caso dosserviços públicos, a grevefunciona de maneira diferente.Em vez de causar prejuízosfinanceiros, a interrupção dostrabalhos até ajuda o governoa economizar. A saída,portanto, é esquecer osmétodos que funcionamapenas quando o foco é oprejuízo financeiro e priorizaro desgaste em outro capital: opolítico.

Para desgastar ocapital político do Go-vernante, é preciso convencera sociedade a ficar do lado dosseus prestadores de serviço econtra os desmandos. Issoacontece quando é ressaltadaa justeza da luta e o mere-cimento dos servidores. Asociedade pode ficar a favor domovimento, mas pode, ainda,integrar-se a ele, o que o

tornaria praticamente in-vencível!

O foco do Sinte-RNé nesse último ponto. Porisso, a diretoria tem investidoem todos os instrumentos quepossibilitem o vínculo com asociedade, sobretudo pais ealunos. Em primeiro lugar, épreciso ter responsabilidadena hora de entrar nomovimento grevista e de sairdele. Greves em momentoserrados, sem apoio social ou doconjunto da categoria, causamprejuízos de ordem financeirae política para todos. É precisocuidado para não vulgarizar oinstrumento da greve, nemfazê-lo voltar-se contra os inte-resses da própria categoria.

Para a direção doSinte-RN greve é realmente orecurso derradeiro. Antes dasua deflagração, é precisoesgotar todas as possibilidadesde negociação. Outra partefundamental é a comunicação.A direção do Sinte-RN entendeque a sociedade precisa estarsempre inteirada dos problemasenfrentados pela categoria, bemcomo do seu esforço ecompetência.

E isso não podeocorrer apenas durante asgreves.

Pensando assim, oSinte-RN mantém umaassessoria de comunicação ehá mais de 10 anos criou oExtraclasse TV, que hoje élíder de audiência no horário(ver matéria na pág. 6) Nosso

sindicato é o único no Norte/Nordeste, e um dos poucos doBrasil, a possuir um sistemaintegrado de comunicaçãoenvolvendo programas de TVe de rádio, site, redes sociais,revista e boletins. É tambémé o Sindicato que mais usaanúncios pagos em televisãoe com maior presença nosnoticiários da imprensa.

É claro que tudo issotambém é imprescindível paraalcançar e mobilizar a maiorcategoria de trabalhadores doEstado, espalhada por todosos recantos do Rio Grande doNorte.

Sem a participação dacategoria, toda a estrutura e aestratégia de luta desen-volvida pela diretoria doSindicato, teria muito poucavalia. A força da luta e otamanho da vitória estãodiretamente ligados aparticipação de cada um dostrabalhadores em educação.

Essa participação,juntamente com a união depais e alunos, forma a equa-ção necessária também nahora de encerrar um mo-vimento grevista.

Nos momentos degreve, a direção está sempredisposta a se manter noenfrentamento, mas tem aconsciência de que sem oapoio da grande maioria dacategoria e a aliança com asociedade, a continuidade domovimento provoca odescrédito da categoria, dianteda sociedade e da própriacategoria nas lutas vindouras.

ConquistasEsse entendimento tem

produzido grandes conquistaspara os trabalhadores emeducação. Também tem validoa confiança da sociedade e dacategoria na atual direção doseu Sindicato. A greve con-tinua sendo o maior ins-trumento de luta da classetrabalhadora, mas o Sinte-RNtem dado lições do que se devee o que não se deve fazer paraque continue assim .

“No caso dos serviços públicos, agreve até ajuda o governo a

economizar. A saída, portanto, éesquecer os métodos que

funcionam apenas quando o foco éo prejuízo financeiro e priorizar o

desgaste em outro capital: opolítico.”

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COM

UN

ICA

ÇÃO

esquisa do Ibopeaponta que a TVpotiguar tem um líder

de audiência nos domin-gos, das 9h às 9:10h, o

Extraclasse TV. A notíciasurpreendeu a todos, já que aaudiência do programa doSinte-RN supera um programanacional veiculado pela todopoderosa Rede Globo deTelevisão.

São mais de 200 mil te-lespectadores acompanhandosemanalmente as notícias eopiniões da luta em defesa daescola pública e dos seusprofissionais. Os dados são daaudiência individual, que medequantas pessoas estão emfrente ao aparelho de TVligado no programa. Apesquisa foi realizada emNatal, no final do ano passado.

PHá treze anos, o

programa faz parte daestratégia de luta do Sinte-RN. Segundo o diretor decomunicação do Sindicato,Ionaldo Tomaz, o Extra-classe TV é um dosprincipais trunfos da luta dacategoria e uma ousadia doSindicato da educação.“Somos pioneiros no Norte/Nordeste e o único Sindicatodo Brasil a manter umprograma com essas carac-terísticas”, comemora.

EntusiasmoA coordenadora geral

do Sinte-RN recebeu apesquisa do Ibope comentusiasmo: “Isso só mostraque estamos no caminho

certo. No entanto, amplia aindamais a responsabilidade desteSindicato. Temos que trabalharpara atender a maior categoriade servidores do Estado e agoratemos a prova de que nossaresponsabilidade também seestende a toda a sociedade”,avalia.

O conteúdo do pro-grama é determinado por umConselho Editorial que se reúnetodas as terças-feiras. Aprioridade é a luta da educação,mas a mensagem é dirigida atoda a sociedade. Depois dedeterminado o seu conteúdo, otrabalho fica a cargo daAssessoria de Comunicação doSindicato, que atua em conjun-to com a produtora Mais Video.

Ibope aponta programa doSINTE-RN como líder de audiência

Extraclasse TV supera programa veiculado na TV Globo

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DADADADADA REDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃO

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Milhares de pessoas acessam a luta doSINTE-RN através da Internet

O surgimento das redessociais mudou definitivamentea maneira de interação entre osindivíduos e as instituições. Aestratégia de dar totalvisibilidade social à luta dostrabalhadores em educaçãonão poderia deixar de lado esseinstrumento. A categoria, alémde ficar muito bem informada,

pode participar ativamentecomentando e sugerindomelhorias e estratégias para aluta em defesa da educaçãopública.

De 1º de janeiro a 31de maio de 2013, o portal doSINTE/RN foi visitado maisde 222 mil vezes por 57 milpessoas.

A cada visita, foramvisitadas quase três páginas.Assim, essas visitas pro-duziram mais de 630 milvisualizações de páginas dosite.

É importante ressaltarque o Google Analyticscontabiliza esses dados apartir dos aparelhos usados

para acessar o site (com-putadores, tablets e smart-phones), e não necessaria-mente as pessoas.

O número de acesso estásempre crescendo. Do total devisitantes, 23,07% foram denovos acessos, enquanto76,9% foram de pessoas queretornaram ao site .

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O perfil do SINTE/RN no microblog Twittertem 800 seguidores. Osseguidores podem acom-panhar em poucos ca-racteres as notícias mais

TWITTER e YOUTUBE

A página do SINTE/RN foi criada nodia 15 de maio de 2012, para mobilizar eparticipar das discussões da categoria narede. Apesar do sucesso do site, a entidadeganhou mais visibilidade e abriu espaço paraparticipação direta dos filiados. O númerode curtidas e compartilhamentos écrescente.

Em junho de 2013, ultrapassamos acasa das mil “curtidas” na Página. Dessetotal, 65,7% do público é feminino e 34,1%,masculino. Com relação à faixa etária,39,5% têm de 25 a 34 anos e 26,3% têmentre 35 e 44 anos. Os municípios que maistêm pessoas curtindo a página são Natal,Mossoró e Parnamirim, seguindo a lógicada população. Entretanto os demaismunicípios também estão representados.

A repercussão do conteúdo dafanpage também é muito abrangente. Em100 dias, de 7 de março a 15 de junho, aspublicações chegaram a alcançar quase 50mil interações em apenas um dia. É ochamado efeito viral – número total depessoas únicas que viram as publicaçõesda página. O interesse varia de acordo comos acontecimentos. Assuntos relacionadosa conquistas salariais invariavelmentecausam mais interesse .

FACEBOOK

recentes com link para o sitee informações de interesseda categoria e relacionadosà atuação do Sindicato.

No Youtube, o canaldo SINTE/RN disponibiliza

todos os programas ExtraClasse TV, além de outrosvídeos relacionados aostrabalhadores em educaçãopública. Além de ser sucesso

nas manhãs de domingo naTV Ponta Negra, oprograma é visto ge-ralmente por mais de 300pessoas por semana nainternet .

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o Estado o governoRosalba vai entrarpara a história comoum dos mais negli-

gentes com o serviço público emais devastador para os saláriosdos seus servidores. Já nomunicípio de Natal, a gestão doprefeito Carlos Eduardo aindaestá patinando, sob o argu-mento do caos administrativoherdado da era Micarla deSousa.

A educação, lideradapelo Sinte-RN, pode anotaralguns fatores que mostram umadiferença de tratamento tantona questão municipal como naestadual. O governo Rosalbafoi um dos poucos do País apagar o Piso Nacional dosSalários para os educadores.Mas parou por aí. Massacrouos demais funcionários, ne-gando-lhes direitos funda-mentais, e congelou direitos dos

N

Poder da luta na educação seamplia além da greve

profissionais da educação, alémde pagar o pior salário do País.

O Sinte-RN caiu emcampo, pressionou, exigiu,denunciou. A reação ne-gativa da Governadora a essasações certamente é um dosprincipais fatores do seurecorde de rejeição popular.(veja quadro)

Na Capital, a primeiraluta na atual gestão foiprotagonizada pelos trabalha-dores da urbana. Con-quistaram apenas 6% dereajuste, depois de enfrentar aprefeitura na Justiça. A exemplodo que ensaiou o governo Ro-salba, o tratamento dado pelaPrefeitura à greve da educaçãofoi diferente. Não sem conflitointerno. Informes de bastidoresmostram que setores fortes daprefeitura queriam detonar agreve da educação. A ideia eranegar tudo e partir para a

Justiça, onde a tendência ésempre contra a greve.

Mas o prefeito e assecretárias Virginia Ferreira eJustina Iva, cederam à ideia denegociação exigida pela cate-goria e também pela deputadaFátima Bezerra, que atuou dire-tamente na busca de soluçãopara o conflito.

A última proposta apre-sentada era pegar ou largar.Para os setores contrários, umanegativa da assembleia seria adesculpa perfeita para se retirarda mesa de negociação e ir paraa queda de braço judicial. Paraa categoria era a oportunidadede garantir o que já haviaavançado ou arriscar tudo ecorrer o risco de repetir o erroda greve passada. Incentivadapela diretoria do Sindicato, acategoria parou.

A greve foi suspensacom uma série de conquistas.Foi a menor greve da históriado Sinte-RN, apenas 13 dias.

Acertou a categoria,através do Sinte-RN, quegarantiu as conquistas e abriua possibilidade de buscar o quenão foi conquistado. Acerta-ram os setores da Prefeitura,que buscaram a negociação ecom isso impediram o desgastepúblico da gestão que se inicia.

Mas é aconselhávelpara a prefeitura de Natal nãoparar por aí, como fez o go-verno Rosalba com o paga-mento do Piso.

Respeitar a educação éhoje o básico do básico paraqualquer gestão que não queiraos mesmos números de po-pularidade dos GovernosRosalba e Micarla de Sousa .

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ÁLI

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Na Capital e no Estado, ação do Sinte-RN produz conquistas ou rejeição popular aos Governantes

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SALA

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s campanhas sala-riais fazem deste

Sindicato umgigante na sua

atuação e representatividade.Apesar da existência delegislação, um campo quepoderia ser favorável a nossaluta, não tem sido fácil fazervaler direitos e assegurarconquistas.

Ao longo dos anos,sucessivas lutas foram feitas.De acordo com o momento,usamos o confronto direto oua pressão política e socialcomo estratégias. Temos,com isso, contado semprecom a participação da comu-nidade escolar, pais e alunosnas passeatas, marchas,assembleias e em visita aoSinte-RN nas sedes estadual,regionais e nos núcleosmunicipais.

Em cada campanha,temos novas reivindicações.Apesar das recorrentes pau-tas, não existe exaustão naluta. Nada faz esse Sindicatodesistir ou capitular frente aosdesafios.

Somos fortes porqueenxergamos além das ne-cessidades imediatas. Somosos anseios de muitos e aesperança que não se frustra.Mesmo que a noite caia semluz, não existirão trevas naslutas, porque temos o direcio-namento, a clareza do eixo eda centralização de cada

A

Somos fortes porqueenxergamos além

campanha educacional esalarial.

O que fundamentacada campanha salarial sãoprincípios e fundamentossociológicos, devendo ter emvista a leitura política, eco-nômica, educacional e éticado que queremos. As cam-panhas não são espontâneas.Se assim fossem, não sabe-ríamos o que fazer quando acorrelação de forcas não é fa-vorável ao projeto em disputa,quando é necessário dialogarcom a sociedade e funda-mentalmente com setores dacategoria, quando falta aleitura correta do momentohistórico.

Nas campanhas, ge-ralmente saem frases de efeito:“Foi uma vitória!”, “Foi umaderrota!” Uma leitura quepoderá ser feita sob diferentesângulos e por diferentesóticas, considerando as dife-rentes concepções que per-meiam no movimento sindical.

Assim as campanhassalariais são fundamentaispara provocar os diferentescontextos. Para buscarmosrespostas e obtermos con-quistas. Para avaliarmos osavanços da nossa luta,(re)fundarmos as relações eenxergarmos os antagonismosexistentes numa sociedade declasse. Ufanismos, arroubos,melodramas não constituemelementos fortalecedores para

a vidasindicalde cadatrabalha-dor(a). Épreciso terdireciona-mento paracada cam-panha salarial.

Comodevemos noscomportar como póscampanhasalarial? Esse dis-cernimento pre-cisa ser feito paraque a nossa luta eorganização declasse não se limitemaos pontos de pautade uma campanhasalarial. O papel doSindicato é adentrarnas concepções, trataras situações de formaideológica, fazer umaleitura de classe e agirdentro de um processo deconstrução de novassituações sociais.

É um equívoco de-fender abordagens quepossam levar a categoria aodesânimo e à apatia. Issoreflete diretamente na possi-bilidade de intervir nosprocessos sociais e só servepara referendar um estado dedireito que não serve à maioriada população .

“O que fundamenta cada campanhasalarial são princípios e fundamentossociológicos, devendo ter em vista a

leitura política, econômica, educacional eética do que queremos.”

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CO

NSC

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CIA

DE

CLA

SSE

muito comum, nocotidiano das rela-ções de trabalho naeducação, ouvir-mos

observações de paixão ou dedesencanto acerca doexercício da profissão. Páginas e mais páginaspoderiam dar conta dediferentes linguagens paradiferentes contextos.Por trás de toda essa lin-guagem, estaria umaideologia. Estariam tambémos que se apoiam na ideologiapara encontrar respostas àescatologia catastrófica quepermeia no horizonte dasrelações de trabalho e deprodução.

As formas nasrelações de trabalho estãoaperfeiçoadas. Os temposmudaram. Mas o novo tempocarrega consigo a mesmanecessidade: desnudar a suaideologia. Na escola, muitas

A Educa Para

É

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vezes, a linguagem é deindiferença aos fatores deordem política, social, cultural,religiosa etc.

Parece ser mais fácilnão mexer no tecido social,embora a ferida sangresempre. Deixar o aluno serum inocente e inofensivoleitor pode trazer comodidadepara aquele momento. Écomo se não existissem asrelações sociais de produção.

A assimilação e acrítica são condições indis-pensáveis para darmos osentido ideológico à nossaprática e tirar a face ocultadas relações de trabalho.Uma campanha salarial dequalquer categoria pro-fissional não é suficiente paraa obtenção de respostasgerais e transformadoras. Elaconsegue responder pontual-mente, porém não mexe coma estrutura social. O

arcabouço continua omesmo.

À margem de muitasoutras formulações, anda aprática pedagógica nas

escolas. A leitura quemuitos fazem da

educação é simpli-ficada. Assumir

uma posturaneutra em rela-

ção a política, cultura,economia é muito mais fácil,dá menos trabalho e acabareduzindo a prática de educarao ensino.

Marx usou a base daargumentação para fundaruma teoria. Deu sustentaçãoà teoria porque apresentouconcretamente algo novopara se contrapor. Commuita sabedoria usou oexistente, não rasgou, fez aleitura por diferentes vetores,deixando o legado à humani-dade.

Esse papel não cabeunicamente à educação. Também não será suficientefazer a crítica a qualquer queseja o modelo educacional, seagirmos de forma neutra ourasgarmos tudo como seesse “tudo” não fosse areferência para o novo

A produção socioló-gica na escola fica muitoabaixo do desejado. Tomarpartido parece oferecerriscos aos profissionais. A

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ação e a ideologia.que e por quê?

Profa. Fátima CardosoCoordenadora Geral do Sinte

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perspectiva do reclamarparece ser muito mais simplesdo que problematizar a nossaprática. É urgente e im-prescindível tirar da nossacabeça a concepção parcialda educação. Quanto maisfazemos educação nessaperspectiva, mais nosausentamos de práticasrevolucionárias.

Assim, paralela-mente corre a vida material.Julgamos desenvolver omundo das ideias, onde lutamcientistas e supersticiosos,progressistas e conser-vadores, ateístas e religiososde esquerda e de direita.

Se assim vemos, épreciso compreender osdiferentes modos de produçãoque têm se sucedido, ainterpretação da sociedade eseus conflitos, a análise dasociedade e a proble-matização entre consciênciae existência.

Há um aspecto im-portante na literatura de Marxorienta os fenômenos sociais.A conceitua de alienação dotrabalho em relação aoproduto do seu trabalho. Éesse conceito que queremostrabalhar, para estabele-cermos em sala de aula umarelação ideológica.

Parece-nos extre-mamente importante proble-matizar essa prática. O futuro

e o presente precisam demulheres e homens quesejam sujeitos de suahistória. Na escola temospossibilidade de tratar daexistência humana sem olado bucólico ou palacianoda vida. Temos a oportu-nidade de lidar comconceitos de classe deforma concreta. Nos nossosencontros de campanhassalariais, de estudos ediscussões temos apossibilidade de pensar econstruir novos paradigmas,estabelecer novos conceitospara novas relações deprodução e de trabalho. Abusca dai d e o l o -gização naeducaçãopermi t i r áque a pro-dução sejado próprioser huma-no.

Suaexistência éreal. Comoé real nocapitalismoque o tra-balho socialse contra-põe a simesmo. Onosso tra-balho é

social. Nossa remuneração éindividual. Não somos tãorentáveis, mas somos apossibilidade de inverter ahistória. A nossa história e detoda a humanidade. Mas EUsomos NÓS na escola e foradela.

Profissionais e alunossão sujeitos sociais. A edu-cação deve ser ideologizada.A ideologia deve ser a declasse. Contamos com vocêspara a construção de outromundo, que nele seja possívela equidade social, a solida-riedade como principio hu-mano .

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POLÍ

TIC

A

É na política partidária que sedecide quem sai ganhando e quem

sai perdendo na sociedadechuva tardou a

chegar no nossoEstado. Até que océu despejasse os

primeiros pingos, a populaçãopadeceu. Reportagens mos-traram as carcaças sedecompondo sobre o pastoesturricado pelo sol incle-

Amente. Alheio a tudo isso, oGoverno Rosalba mostrou-seindiferente ao clamor dopovo. Nenhuma ação pre-ventiva foi feita paraenfrentar um problema quese repete há séculos.

Mas este ano tivemosum fator novo: não houve

saques a supermercados ecaminhões. A fome queatingiu o gado não chegouaos seres humanos. Aangústia foi atenuada porprogramas do GovernoFederal, como o Bolsa-Família.

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Temos aí um exemplode como ações gover-namentais são fundamentaispara problemas crônicos,como a convivência com aseca. Sua presença ou au-sência mudam o ponteiro darealidade social para amiséria ou produção cidadã.

Por trás de tudo isso,está um fator repudiado pelapopulação brasileira: apolítica. Não é para menos.A classe política é uma dasmais desacreditadas do País.Escândalos de corrupção,incompetência e descasofazem parte da rotina dasnotícias.

No entanto, queira-mos ou não, é essa a classeque hoje define se teremosalimento para as pessoas eanimais nos períodos de seca,escola para os nossos filhose direitos para os trabalha-dores. Na verdade, se nóssomos os donos das nossasescolhas, eles são os donosdo poder de facilitar oudificultar a realização dessasescolhas.

É por esse motivoque o Sinte-RN, a CUT,CNTE e todos as entidadesde luta da classe tra-balhadora devem se posi-cionar politicamente. Semmedo. Não adianta nada sedistanciar do debate parti-dário e depois cobrar umaposição a favor dostrabalhadores de umempresário que se elegeupara dar sustentação à classedele.

Os trabalhadores emeducação não são uma ilha.Suas famílias, alunos, colegassão afetados pelas decisõesdos que comandam osdestinos do município, doestado e do país. O aumentodos preços dos alimentos e osofrimento do sertanejo sãoexemplos disso.

A luta que acontecenas ruas e nas escolas devese estender também àsCâmaras, Assembleia ePalácios Governamentais.Precisamos ocupar essesespaços e o primeiro passopara isso é vencer o pre-conceito contra a políticapartidária .

“Não adianta nada se distanciar do debatepartidário e depois cobrar de um empresário

uma posição a favor dos trabalhadores.”

Os grandes "heróis da honestidade" vendidos pela mídia se revelaram ainda mais corruptos. En-tão a ideia é dizer que todo político é igual. Assim, os desonestos ficam "invisiveis" e os honestos, semforça. Desencantado com a política partidária, o povo se afasta do debate. Essa é a estratégia das elitespara que os desonestos e incompetentes se perpetuem no poder.

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16 - Extra Classe I Julho

ESCO

LA P

ÚBL

ICA

“O Conselho de Escola servepara fiscalizar, mobilizar,

deliberar e ser consultivo.”

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17Julho I Extra Classe -

urante a di-t a d u r am i l i t a r ,quando es-

távamos nas ruas,ocupando praças, era

objetivamente para con-quistar a democracia amplae irrestrita. Associávamos aessa luta a democratizaçãona escola. Uma das ban-deiras fortes de nossa luta foia eleição direta para diretore a eleição do ConselhoEscolar como uma instânciaprivilegiada de represen-tação de toda a comunidadeescolar.

As funções do Con-selho determinam o seuperfil. Uma possibilidade detransformar as relações,redundar conceitos, trans-formar a escola numespaço de reflexão eação.

Muitos referen-ciais são esquecidosquando as relações sãode poder e extremamenteautoritárias. O jogo deinteresses passa aprevalecer. Terá sempreo vilão, aquele que deveser julgado e sen-

D

Os Conselhos Escolaressão pilares para agestão democrática

tenciado. As reuniões são,via de regra, para fazer atasde condenação.

Para que serve oConselho de Escola? Severificarmos a lei municipale a estadual, serve parafiscalizar, mobilizar, deliberare ser consultivo. Parece-nosque essa última função nãofunciona.

Temos assistido acenas que merecem análiseprofunda, senão o Conselhode Escola servirá apenaspara ser um delator dos con-flitos não tratados e não re-fletidos pelos conselheiros.

EleiçõesEste ano teremos

eleições nas duas redes deensino. Obviamente a grandedisputa será a eleição dodiretor e vice-diretor, e osConselhos de Escola ficarãoem segundo plano.

É bom lembrar quefoi uma conquista nossa,tanto as eleições quanto osConselhos Escolares. Masestamos deixando à margemo projeto original e criando umparalelo que reduz o Con-

selho à condição de ummero instrumento domomento, pontual e poucooriginal.

A sua composiçãopermite agregar a repre-sentatividade da sociedadecivil e a participação efetivados eleitos/as como sujeitossociais e históricos. Umconceito que vai muito maisalém das rotinas apre-sentadas nas reuniões dosConselhos Escolares.

Direitos sociais ecidadania: um binômio poucofalado nas reuniões dosConselhos Escolares. Ima-gina que estamos numademocracia representativa equeremos outra democracia.

É isso que falamossempre: do autoritarismo dooutro, da falta de soli-dariedade nas relações degrupos e pessoais.

A busca da de-mocratização passa porrecriar os ambientes e osespaços dentro das escolas,com a perspectiva de hu-manizar as diferentesformas de relação. Contudonão existe neutralidade parauma ação política como é oato de agir .

DADADADADA REDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃO

18 - Extra Classe I Julho

Governo Rosalbainsiste em dizerque não negociacom os grevistas

porque não tem dinheiro. Oargumento é a velha lengalengada Lei de ResponsabilidadeFiscal que impede que oGoverno ultrapasse o limite compagamento de pessoal.

Um estudo do DIEESEprova que os argumentos doGoverno estão bem longe daverdade. O fato é que, a cadaano, cresce a quantidade dedinheiro arrecadado peloEstado. Enquanto isso cai oinvestimento no Estado, e a

O

Governo Rosalba arrecada uma montanhade dinheiro, esquece servidores e insiste

em que está no limite da Lei deResponsabilidade Fiscal

Estudo do DIEESE gera o questionamento: para onde está indo o nosso dinheiro?

quantidade de dinheiro usadapara pagar os salários dosservidores está congelada há 10anos.

O DIEESE comparou ogasto de pessoal com a riquezaacumulada no estado (PIB).Praticamente não houvevariação. Em 2002 era 10,94%;em 2012 foi 10,01%. Em relaçãoà despesa total do Estado, odinheiro investido parapagamento dos servidorestambém vem caindo. Em 2002,representava aproximadamente62%. Em 2012, esse percentualera de pouco mais de 53%.

Mas ao mesmo tempoem que fechava a torneira desaída para o salário dosservidores, o Governo abria oencanamento para a entrada dedinheiro. A fonte de recursosde onde sai o pagamento dofuncionalismo só cresceu.Ainda segundo o DIEESE, aReceita Corrente Líquida porhabitante passou de R$ 1 mil e600 , para mais de R$ 2 mil e 800.

Alguém poderia dizerque o Governo abandonou osservidores para investir emoutras áreas do Estado. Ledoengano. Ao mesmo tempo emque se apropria dos reajustes

salariais e direitos que deveriamser destinados aos servidores,o investimento público noGoverno Rosalba é vergo-nhoso.

Em 2011, os investi-mentos ficaram na casa demíseros 3,7%. Em 2012,cambaleou para 4,8%.Comparando com o investi-mento dos governos anterio-res, o Governo Rosalbaconsegue a façanha de ser aindapior. De 2000 pra cá, apenas oano de 2003 teve menosinvestimento público (3,5%)do que nos anos Rosalba.

DADADADADA REDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃO

19Julho I Extra Classe -

A contabilidade ficaainda mais vergonhosa seconsiderarmos o cálculo porbiênios. No biênio 2011/2012,o investimento caiu para 4,32%.O pior desde 2001/2002, algomuito estranho se considerar-mos que a tendência é haveralguma melhora depois doprimeiro ano dos governos.

O DIEESE tambémanalisou a proporção deinvestimentos sobre o PIB.Assim dá pra saber a dimensãodo quanto é investido emrelação ao potencial econômicoestadual e também qual oimpacto dos investimentospúblicos sobre a economia.

O resultado é outravergonha. Os dados mostramque 2011 e 2012 apresentaramtaxas de investimentos emrelação ao PIB de 0,80% e1,08%, respectivamente. Essastaxas estão entre as mais baixasdo período 2000-2012.

Não precisa ser eco-nomista para ver que entroumuito dinheiro nos cofres doGoverno Rosalba e que issonão significou nada para oserviço público e seusservidores ou para obras deinfraestrutura. As contas nãobatem. A grande pergunta é:para onde está indo essamontanha de dinheiro?

Os números estão aípara provar que a desculpa denão pagar os direitos por causada Lei de ResponsabilidadeFiscal é pura balela .

20 - Extra Classe I Julho

ada mais parecidocom um es-querdista fanático,desses que desco-

brem a nefasta presença dopensamento neoliberal atéem mulheres que o re-pudiam, do que um direitistavisceral, que identificapresença comunista in-clusive em ChapeuzinhoVermelho.

Os dois padecem dasíndrome de pânico cons-piratório. O direitista,aquinhoado por uma conjun-tura que lhe é favorável,

envaidece-se com aclaque en-

dinheiradaque o

adulacomo

u m

N dono a seu cão farejador. Oesquerdista, cercado deadversários por todos oslados, julga que a históriaresulta de sua vontade.

O direitista jamaisdefende os pobres e, seeventualmente o faz, é paraque não percebam quãoinsensível ele é. Mas nempensar em vê-lo amigo dedesempregados, agricultoressem terra ou crianças de rua.Ele olha os deserdados pelobinóculo do seu preconceito,enquanto o esquerdistaprefere evitar o contato como pobre e mergulhar naretórica contida nos livros deanálises sociais.

O esquerdista enchea boca de categorias teóricase prefere o aconchego de suabiblioteca a misturar-se comesse pobretariado que nuncachegará a ser vanguarda dahistória.

O direitista adoradesfilar suas ideias nos

salões, brindadoa vinho da me-lhor safra ecercado porgente fina que

enxerga a suaauréola de gênio.

O esquerdista cooptaadeptos, pois não suportaviver sem que um punhadode incautos o encarem comolíder.

O direitista escreve,de preferência, para atacaraqueles que não reconhecemque ele e a verdade são duasentidades numa só natureza.

O esquerdista não sepreocupa apenas em com-bater o sistema, também sedesgasta em tentar minarpolíticos e empresários que,a seu ver, são a encarnaçãodo mal.

O direitista posa deintelectual, empina o nariz aoornar seus discursos comcitações, como a buscar, naautoridade alheia, a muletapara as suas secretasinseguranças. O esquerdistacrê na palavra imutável dosmentores do marxismo e nãoadmite outra hermenêuticaque não a dele. O direitistaconsidera que, apesar damiséria circundante, osistema tem melhorado. Oesquerdista vê, no progresso,avanço imperialista e nãoadmite que seu vizinho possasorrir enquanto uma criançachora de fome na África.

O esquerdista e o direitista

IDEO

LOG

IA

20 - Extra Classe I Julho

21Julho I Extra Classe -

fanáticovisceral

O direitista é de umasubserviência abjeta diantedos áulicos do sistema,políticos poderosos e em-presários de vulto, como seem sua cabeça residisse ateoria que sustenta todo oedifício de empreendimentospráticos que asseguram asupremacia do capital sobrea felicidade geral.

O esquerdista nãosuporta autoridade, exceto aprópria, e quando abre a bocaplagia a si mesmo, já que suasminguadas ideias o obrigama ser repetitivo. O direitistaé emotivo, prepotente, en-vaidecido. O esquerdista éfrio, calculista e soberbo.

O direitista irrita-seaos berros se encontra noarmário a gola da camisa malpassada. Dedicado às gran-des causas, as pequenas coi-sas são o seu tendão de Aqui-les.

O direitista detestafalar em direitos humanos, eé condescendente com atortura. O esquerdista admiteque, uma vez no poder, ostorturados de hoje serão ostorturadores de amanhã.

O direitista esbra-veja por ver tantos esquer-

Por Frei Betto

distas sobreviverem atudo que se fez paraexterminá-los: di-taduras militares,fascismo, nazismo,queda do Muro deBerlim, dificuldade deacesso à mídia etc. Oesquerdista considera odireitista um candidato aofuzilamento.

Direitista e es-querdista – os dois sãoperfeitos idiotas. O direitistapadece da doença senil docapitalismo e o esquerdista,como afirmou Lênin, dadoença infantil do co-munismo.

Embora mineiro,não fico em cima do muro.Sou de esquerda, mas nãoesquerdista. Quero todoscom acesso a pão, paz eprazer, sem que os di-reitistas queiram reservartais direitos a uma minoria,e sem que os esquerdistasqueiram impedir osdireitistas de acesso a todosos direitos – inclusive o deexpressar suas delirantesfobias .Frei Betto é escritor, autor doromance “Minas do Ouro”(Rocco), entre outros livros.http://www.freibetto.org

“O direitista padece da

doença senil do capitalismo,

e o esquerdista, como

afirmou Lênin, da doença

infantil do comunismo. Sou

de esquerda, mas não

esquerdista.”

22 - Extra Classe I Julho

MÍD

IA

o passado, ose n f o r c a m e n t o seram feitos empraça pública. Os

réus eram levados ao cadafalsosob o olhar de centenas depessoas que se aglomeravampara ver o espetáculo. Havia aleitura da sentença. O carrascose encarregava de colocar acorda no pescoço do conde-nado e abrir o alçapão que o fariadespencar da plataforma eagonizar até morrer. O públicodelirava!

O fato de o condenadoser inocente ou culpado poucoimportava. O show de horror erao mais importante. Havia um

doce sabor de vingançapara aqueles que foramvítimas ou temiam oscrimes em geral. Opovo sofrido trans-

feria para aquele condenadotodo o seu ódio peloscriminosos. Voltavam para casamais leves. Vingados. No geral,

N

Rasgando o véudo Big Brother

JudicialDADADADADA REDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃO

22 - Extra Classe I Julho

23Julho I Extra Classe -

não havia reflexão, ques-tionamento, avaliação.

O tempo passou, mudoua forma de julgar, mudou a formade executar a sentença. Mas aplateia continua com ca-racterísticas muito próximas.Recentemente, o Brasil acom-panhou o julgamento do casodo mensalão. Os olhares nãoeram mais de algumas centenas,mas de milhões. Eles nãoprecisaram ir à praça. Puderamacompanhar o caso através datelevisão, revistas e jornais.

Não mais a visão total dacena ao vivo, mas a fraçãofiltrada de acordo com ointeresse do proprietário doveículo de mídia. O julgamentodo mensalão foi alardeado comoo maior da história do Brasil. Acondenação dos réus é pra-ticamente uma unanimidadenacional. O ministro JoaquimBarbosa foi alçado à condiçãode herói incontestável. Oministro Ricardo Lewandovski,o vilão a serviço dos bandidos.Um verdadeiro Big BrotherJudicial.

O interesse pelo julga-mento é compreensível.Ninguém aguenta mais acorrupção e a impunidade noBrasil. Ninguém aguenta maisa farra feita pelos poderososcom o dinheiro público. Erahora de dar um basta à bagaceirageneralizada que tomou contada política nacional. Finalmentealguém fez alguma coisa para darum basta nisso tudo!

Mas será que foi issomesmo? Os chamados “men-saleiros” podem ser realmenteculpados, mas o que a Globo ea Veja não dizem é não houveprovas para a condenação. Emseu livro, “O outro lado domensalão: as contradições deum julgamento político”, ojornalista Paulo Moreira Leiteatua como o desmancha-prazeres que tira de nós acurtição do show da con-denação dos corruptos,obrigando-nos a uma reflexão.

Ele ressalta que asinvestigações da PolíticiaFederal acabaram frustrando asexpectativas políticas dosinteressados na condenação.Não encontraram provas,portanto a condenação dos réusocorreu porque os ministros,

liderados por Joaquim Barbosa,entenderam que não podia serdiferente. Em um país em que aLei afirma que “Todos sãoinocentes até que se prove ocontrário”, o STF determinouque todos são culpados até quese prove a sua inocência.

Pode ser que tenha dadocerto, afinal. Quem sabe oSupremo atirou no queadivinhou e acertou no que nãoviu? Se assim foi, podemos porinstantes esquecer o perigo deum dia também sermoscondenados sem provas ecomemorar. Podemos celebrara possibilidade de que, daquipra frente, os corruptos vão terque pensar duas vezes antes demeter a mão no dinheiro dopovo.

Mas não é bem assim. Amão pesada da JustiçaBrasileira, antes usada pre-ferencialmente para punir ospobres, agora parece abarcartambém os políticos que têmorigem na luta dos trabalha-dores e que não fazem parte doesquema tradicional da política.No julgamento do mensalão, osverdadeiros ricaços do Brasilnão foram tocados.

Três exemplos relata-dos no livro de Paulo MoreiraLeite:

1 - As empresas egrupos econômicos que fizeramcontribuição ao supostoesquema foram estrategica-mente esquecidos;

2) - A CPMI dosCorreios apontou sete em-presas privadas que con-tribuíram com R$ 200 milhõespara as empresas de MarcosValério. Nenhum de seus exe-cutivos foi indiciado;

3) - O deputado Ro-berto Brant (DEM-MG) recebeuR$ 100mil do esquema Valériopara sua campanha eleitoral. Foijulgado e absolvido por seuscolegas parlamentares, e a em-presa que deu a contribuiçãonão foi indiciada.

“As autoridades acu-sadas de corrupção foramjulgadas e condenadas, mas semanteve a velha tolerância emrelação aos possíveis corrup-tores, que têm poder para tentardobrar o Estados aos seusinteresses”, denuncia PauloMoreira Leite. Os políticos dovelho esquema também têm sidopoupados. Os chamados “men-salões” do DEM e do PSDB, porexemplo, continuam em banho-maria.

Desobedecendo àsdeterminações da mídia golpistabrasileira, podemos usar nossacapacidade de reflexão para aseguinte análise: se o Ministro

Joaquim Barbosa errou no seujulgamento, teremos a con-denação de inocentes ou, pelomenos, a aplicação de uma penainjusta em relação ao delitocometido. Se acertou, apenastriscou a superfície da ban-didagem política, já que es-queceu os principais tubarõesque aparecem na listagem depolíticos cassados por corrup-ção, divulgada pelo TSE.Segundo essa lista, as medalhasde ouro, prata e bronze dacorrupção ficam com o DEM, oPMDB e PSDB, nesta ordem. OPT aparece na rabeira, em nonolugar (Veja tabela abaixo).

Independentemente dea Justiça ter sido feita ou não, amídia saboreia sua vitória:conseguiu baixas signi-fica-tivas em seus desafetos polí-ticos e ainda criou a figura deum pretenso herói defensor daética, que lhe serve aospropósitos de dominação.Alheia a tudo isso, grande parteda sociedade continua hip-notizada pelo show, enquantoos antigos corruptos, aquelesque sempre dominaram aeconomia do País, armam seusesquemas às escuras para voltarao poder .

24 - Extra Classe I Julho

BRA

SIL

programa Bolsa-Família tem sidovorazmente criti-cado pela elite

financeira do Brasil.“Bolsa-vagabundo”, “bolsa-esmola”, “bolsa-voto” sãoalguns dos adjetivos por vezesreplicados apressadamentepor pessoas de boa fé.

O fato é que osresultados atestados provamque Bolsa-Família vai muitoalém do assistencialismo. Oprincipal motivo disso é quese trata de um Programa deTransferência Condicional.Ou seja, a transferência derenda está condicionada a umaatitude do beneficiado. Nocaso do Brasil, a condição é amanutenção das crianças naescola.

Dados do Programa,cruzados com dados da Pnade do censo escolar, atestamum substancial aumento dafrequência escolar depois doPrograma, além da ampliaçãode vários indicadores edu-cacionais. Especialistas têmafirmado que, se as escolasconseguirem reter os estu-dantes fazendo com queconcluam o ensino funda-mental, teremos outro País. Eé exatamente isso que vemacontecendo.

OA educação e

Hoje a populaçãobrasileira estuda, em média,apenas sete anos. No ritmodo Bolsa-Família, esse tempoaumentará sensivelmente. Osusuários do Bolsa-Família têmconseguido terminar o ensinofundamental e prosseguem noensino médio. São cerca de 16milhões de crianças, adoles-centes e jovens. Quase 40%do total dos alunos do ensinofundamental. Aqui, no Nor-deste, esse índice chega aalcançar quase metade dasmatrículas.

Outro progresso notá-vel refere-se às taxas deaprovação. Dados do censo daeducação básica indicam queos beneficiários do Bolsa-Família têm aprovaçãosemelhante à média brasileirano ensino fundamental e bemsuperior no ensino médio.Melhor ainda: no Nordeste, elaé maior nos dois níveis deensino.

Os dados mostramque a evasão escolar é menorentre os beneficiários doBolsa-Família, tanto no ensinofundamental quanto no médio.Em resumo, eles estão fre-quentando mais, abando-nando menos e melhorando osíndices de aprovação.

“Se quiser ter prosperidade por um ano, cultive grãos. Por dez, cultive árvores.

DADADADADA REDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃOREDAÇÃO

25Julho I Extra Classe -

mo aspirando para seus filhosa uma trajetória educacionalmaior, exigindo, também,como direito, melhor qua-lidade de ensino e de opor-tunidades.

Mas a vida acontecehoje! Por isso, cabe a nósexigir dos gestores estaduais

a “bolsa-vagabundo”É razoável supor que,

uma vez na escola, elesaproveitam a oportunidadepara seguir uma trajetóriaescolar da qual estavamexcluídos. Para os trabalha-dores em educação é impor-tante a reflexão crítica sobretais dados.

Quem acha que oBolsa-Família é uma criaçãodo PT para se perpetuar nopoder à custa do assis-tencialismo, precisa refletirem um princípio básico: aeducação, venha como vier,será sempre uma ameaça aquem quiser se perpetuar nopoder a todo custo. Se o PTqueria manipular a população,fez exatamente o contrário doque indica a cartilha dacanalhice política.

É claro que a reali-dade educacional brasileiraestá a anos luz de distância doideal. No entanto, o Pro-grama está transformandocrianças de rua em futurosadultos diferentes. Serãopessoas que aprenderam aconviver com as regraspróprias do ambiente escolar:adquiriram hábitos de dis-ciplina, de compartilhamentode aprendizagem com oscolegas, acessando novos

conhecimentos, ampliando oshorizontes culturais.

Portanto, não é fan-tasia dizer que os usuários doBolsa-Família de hoje serão,amanhã, pessoas com outroconceito de educação. Ima-gine milhões de adultos maisescolarizados e por isso mes-

“A educação, venha como vier, será sempre uma ameaça aquem quiser se perpetuar no poder a todo custo.”

Mas para ter sucesso por 100 anos, cultive gente” Confúcio

e municipais políticas inter-setoriais – educação, saúde,desenvolvimento social, entreoutras – criando uma rede deproteção às famílias. Passosfundamentais para garantir odireito de aprender e deconstruir esse novo futuro .

26 - Extra Classe I Julho

Sinte-RN denuncia medida em parceria

inistério Públicodo Estado doRio Grande doNorte (MPE)

recomendou que a titular dasecretaria de Estado daEducação e da Cultura(SEEC), Betânia Ramalho, aconvocação dos 17 servi-dores e professores – de umtotal de 20 – atualmenteafastados para o exercício defunções junto ao SINTE/RN.

A recomendação quepartiu da promotora da

M educação Carla Amico e foiassinada pelo promotor PauloBatista Lopes Neto defineainda que apenas trêsfuncionários podem continuarafastados da SEEC paraexercer funções no Sin-dicato.

Apesar de o déficit devagas no magistério estadualpassar dos 2 mil profissionais,os promotores viram jus-tamente nos profissionais queatuam no Sinte-RN um focodo problema.

Enquanto presta umserviço à intenção doGoverno de minar as forçasdo SINTE-RN o MinistérioPúblico Estadual não parecemuito preocupado com ascentenas de professorescedidos a órgãos alheios àeducação e até mesmo aosque precisam atuar comotécnicos na Secretaria deEducação pela falta deconcurso para preenchimentode vagas no setor.

DEN

ÚN

CIA

27Julho I Extra Classe -

Dirigir o olhar para 17pessoas em meio ao vazio demais de 2 mil vagas, traz alembrança a proibição pelaPromotoria da Educação deque os professores meren-dassem com os alunos.

Para a direção doSindicato a pequenez daspreocupações diante dasmuralhas dos problemasmostra claramente no mínimouma perigosa antipatia aostrabalhadores em educação esuas lideranças.

Caso esse tipo demanobra legal se mantenha,o Sindicato deverá encontraralternativas para se manterfirme na luta em defesa daeducação e dos seustrabalhadores: a transfor-mação do sindicato emfederação. Assim, cada umadas 17 diretorias regionais doSINTE/RN viraria umsindicato e, conforme reza amesma lei usada agora peloMP, as novas entidadesdeverão contar, no mínimo,

com três diretores liberadoscada uma.

A manobra jurídicapode até incomodar, mas nofinal pode representar aindamais força na organização daluta dos trabalhadores emeducação. Caso a propostaseja aprovada, pelo Con-gresso, o número de pro-fessores liberados para a lutasindical passaria dos atuais 17para 51 liberados.

No Rio Grande doNorte a postura do Ministério

perseguidora do Ministério Públicocom Governo Rosalba

Público vem sendo contráriaao que se espera de umainstituição que tem comoobjetivo advogar em defesada sociedade. O irônico éque o ataque do MPE aoSinte-RN ocorreu na mesmaépoca em que o Sindicatosaiu às ruas para pressionaro Congresso Nacional arejeitar a PEC 37, querestringia o poder deinvestigação de promotores eprocuradores do país.

28 - Extra Classe I Julho

MEL

HO

R ID

AD

E

28 - Extra Classe I Julho

29Julho I Extra Classe -

e a hipertensão. No casodos(das) aposentados(as) daeducação, de acordo compesquisa do DIEESE, oproblema de saúde queocorre com maior frequênciaé a pressão alta, causada emgrande parte por falta deexercícios físicos, alimen-tação inadequada e estresse.

O estado com maiorincidência da doença é Goiás,com 60,9% das ocorrências,e o de menor índice é oParaná, alcançando 34,6%.

A atividade física,recomendada por um pro-fissional de educação física,é uma das alternativas maiseficazes para esse tipo dedoença, desde que bemorientada e de acordo com asnecessidades de cada um.“Já vi casos de idosos quecomeçaram a correr e, depoisde seis meses, tiveram quefazer operação no joelho porcausa da falta de

população que maiscresce no Brasil é

a de idosos. Para2025, o IBGE

estima que o Brasil tenhauma população de cerca de32 milhões de pessoas nessafaixa etária. Com a pirâmidedemográfica em trans-formação, a sociedade nãopode deixar de refletir sobreesse novo grupo, até porqueos jovens de hoje serão osidosos de amanhã.

“Compreender oprocesso de envelhecimentoé importante para que aspessoas possam avaliar anecessidade de se adotarcertos hábitos de vida, a fimde interferir positivamentenesse processo”, afirma ogeriatra Mauro Piovisan, doHospital de Clínicas daUniversidade Federal doParaná. São idosas as pessoascom mais de 65 anos nos paísesdesenvolvidos, e com mais de60 nos em desenvolvimento,

ACuide do amanhã

de acordo com padronizaçãoda Organização Mundial deSaúde.

Cient if icamente,sabe-se que o processo deenvelhecimento não pode serdetido. Mas pode serretardado. Alguns vivemmais, mantêm-se muitojovens para a sua idadecronológica e têm umaqualidade de vida melhor doque outros por diversosfatores. Entre eles, ascondições socioeconômicas,culturais, de personalidade, damaneira como veem omundo, de espiritualidade,dos estímulos que recebem.Além disso, há as carac-terísticas de comportamen-tos e predisposições que sãoherdadas geneticamente.

As pessoas sãodiferentes entre si. Seja pelaidade, peso, altura, sexo, corda pele, força seja pela inteli-gência. Um conjunto defatores genéticos interage

com o meio e com as varia-ções do estilo de vida,desenvolvendo comporta-mentos singulares e parti-cularizando as diferençasindividuais. Mas como alongevidade não pode serdiagnosticada genetica-mente, é aconselhável aprevenção durante toda avida. Por meio de mudançascomportamentais, as pessoasque morreriam mais cedoacabam vivendo mais que amédia do tempo de vidahumana, ao corrigir maushábitos, como tabagismo,obesidade, álcool em ex-cesso, isolamento social,inatividade física.

Educadores de olho no co-ração e na pressão

As doenças quemais causam óbitos entreidosos, segundo a geriatraNélia Osório, professora daUniversidade Federal deTocantins, são a cardiopatia

“Cientificamente, sabe-se queo processo de envelhecimentonão pode ser detido. Mas pode

ser retardado.”

Soraya Utsumi

30 - Extra Classe I Julho

desde o nascimento. “Reco-menda-se uma alimentaçãosaudável, não só na velhice,pobre em gorduras e emcarboidratos, e rica emfibras”.

A geriatra NéliaOsório recomenda, antes detudo, que o idoso entenda avelhice: suas perdas, rela-cionadas a fatores biológicos,e ganhos, ligados à expe-riência de vida. “O idoso nãopode ser vítima nem herói, eledeve compreender queparticipa de um processonatural da vida”, enfatiza.“Deve haver prazer mesmocom as dificuldades ana-tômicas, de perda de visão ede audição”. Ela tambémdestaca a importância de terprojetos de vida. “A pessoa

orientação profissional. Épreciso ter cuidado”, afirmaPiovesan.

Depois da pressãoalta, os problemas de colunaestão entre as principaisdificuldades encontradaspelos profissionais da educa-ção aposentados, causadospelo grande número de horaspassadas em posiçõesincômodas. Outras doençasrecorrentes segundo o estu-do, são varizes, devido aolongo tempo em que osdocentes permanecem empé, além da osteoporose eartrose. A perda muscular étambém fator de preocu-pação com o decorrer daidade, como lembra Pio-vesan.

Destacam-se, emmenor incidência, as doençasrespiratórias, muitas vezesprovenientes de alergiasprovocadas pelo pó de giz, eos problemas de voz, peloexcesso de tempo em que oprofessor permanece fa-lando. O estado em que oproblema é mais recorrenteé o Maranhão, totalizando25% das ocorrências entre asdoenças analisadas.

Uma questão de estilo devida

Para Piovesan, cui-dados médicos são essenciaispara envelhecer bem. No diaa dia, um bom sono tambémajuda na prevenção dedoenças. Já a alimentaçãodeve ser algo observado

que não tem projetos de vidajá está morta”.

Usar os medicamen-tos corretamente, equilibraros ambientes emocionais,ampliar a rede de suportesocial. É importante, alémdisso, reduzir situações deansiedade e estresse, paraevitar a depressão, segundoPiovesan, além de otimizar otempo livre, fazendo ativida-des que dão prazer.

Para que sejambaixos os riscos de desen-volverem doenças (e asdificuldades a elas rela-cionadas), assim como paraque sejam altos os níveis defunção física e mental navelhice, é importante atentar-se para hábitos adequados.

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