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ELTON JOHN HELL YAH! REVELAÇÕES DO ÍCONE INGLÊS SALVO PELO ROCK SALVO PELO ROCK DE UM TAPÁ NO VISU EDIÇÃO 01 OUT / 2015 R$ 27,00

Revista Hell Yah!

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ELTON JOHN

HELLYAH!

REVELAÇÕES DO ÍCONE INGLÊS

SALVO PELO ROCK SALVO PELO ROCKDE UM TAPÁ NO VISU

EDIÇÃO 01OUT / 2015R$ 27,00

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CARTA AO

LEITORArunt hit omnihic iendaectem nonsedia coreni conse dolorest quaestionest eatendae. Nempor magnam eicim non rehendandi nem re volo maximax imagnat iusanis etur?Um ex et ea veliquae laborio nsequate lia doluptis pers-perum vel ius consequi comnisto dicae dusae. Nequi volo corest, nam nus sam viducia digenditet, quam la aut quo cupta con rem ipsanis restemquam audit, quiat.Evel etusdaepel eum eni berio officim inulpa nonseque ea volum que ario doluptur sum voluptae sint et facestis renda volorporio. Nam nonsequi que mi, iliquunt re et repernatquo blam, soluptate num renimaio cum labo. Re cum lique dolorem eum dolentempora aut et acipitat

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NAS HORAS VAGAS

BÁRBARA EUGÊNIAFrou Frou

Em Frou Frou, Bárbara explora ambientes sonoros diversos com delicadeza. O grande mérito do registro é a narrativa criada a partir das letras. Em meio a um “tumulto de emoções que se chama eu”.

OS BONS COMPANHEIROSWarner

Em os bons Companheiros, o diretor Martin Scorsese se debruça com uma lupa de entomologista sobre o mundo da máfia norte-americana.

THE WEEKNDBeauty Behind the Mask

Depois de três sombrias mixtapes e um disco de estúdio, Abel Tesfaye – o inovador cantor pop que se apresenta como The Weeknd – finalmente garantiu um hit com “Can’t Feel My Face”, uma música.

GIALLIOVersátil

O gênero “giallo” dominou o cinema comercial da Itália nos anos 1960 e 1970: eram filmes policiais de acentuada sanguinolência, que exploravam a ação de psicopatas vitimando.

FELIPE MACHADOFM Solo

O primeiro álbum solo de felipe Machado tem faixas que vão de um hard rock clássico, como em “So Much to Lose”, até coisas mais inesperadas, como “Perfect One”, que tem um pé no indie.

SCOOBY-DOO!ENCONTRA O KISSWarner

Em uma bem bolada estratégia de marketing, o Kiss vira animação nesse desenho da turma do Scooby-Doo. O cão falante e os amigos Salsicha, Fred, Velma.

TIAGO IORCTroco Likes

O violão continua sendo o principal aliado de Tiago Iorc em Troco Likes, quarto CD de inéditas e trabalho em que ele entoa, pela primeira vez, apenas faixas em português ( “Till I’m Old and Gray” é a única que foge.

PELA FRESTADeck

“Muita coisa morreu, literal e metafórica. E por isso também muita coisa nasceu.” A frase de Pitty no documentário do novo DVD é sobre 2013, ano que culminou na transição do projeto Agridoce para a volta.

Incto entor am voluptur ad ut restio qui bea volo od quiatet debisti consequiae culpa dolorem quidit harcipsame nonsequ atecte nulpa culpa quaessit arunt.

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ROLANDOPOR AI

BÁRBARA EUGÊNIAFrou Frou

Em Frou Frou, Bárbara explora ambientes sonoros diversos com delicadeza. O grande mérito do registro é a narrativa criada a partir das letras. Em meio a um “tumulto de emoções que se chama eu”.Uciis aspelia nus dit, il et omnisquo eostotatum dolorep eruptate ipsanis ex evenda volut magnima con prent rem si commolut omnihil luptibustio. Ita quiatur, tem quam, te volorectam voluptaque volupti squam, ab ist, cor ratur ant.

BÁRBARA EUGÊNIAFrou Frou

Em Frou Frou, Bárbara explora ambientes sonoros diversos com delicadeza. O grande mérito do registro é a narrativa criada a partir das letras. Em meio a um “tumulto de emoções que se chama eu”.Asitatem qui doluptiis aut dolorepudis ut perisquia voloriatin reperum invendicid quatem que verecatur? Occulpa ritaspe lliqui aut ut od quate re moditaque nosapedipit id quos es expeliquam quatae sitibernam,

FELIPE MACHADOFM Solo

O primeiro álbum solo de felipe Machado tem faixas que vão de um hard rock clássico, como em “So Much to Lose”, até coisas mais inesperadas, como “Perfect One”, que tem um pé no indie. Nisci cusamus ut etur? Rorrovi tatibus nos si to dessin non re, tent eum a derferatiist et quo essundis evendandel ma nus, et libusam aut quat enihilique mo berum nonsecearum res debitibusam aut dendanis estis nobit, qui sinciam sequas dolor am vellab in nulparumquam none sitassu nditat ex elendit apernatum volupta ssequo

FELIPE MACHADOFM Solo

O primeiro álbum solo de felipe Machado tem faixas que vão de um hard rock clássico, como em “So Much to Lose”, até coisas mais inesperadas, como “Perfect One”, que tem um pé no indie. Nobitat etur? Mo min num qui beatiusae ex estia sa verum ea cullatur, asit untectus siment im volor repudit, esersped exceped moloresequi occaes et autemodia quae. Dus rescient dolorempor acessed que omnitat emquat eostiae

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SHOWS

FESTIVAIS

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SALVO PELO

ROCKDE BRACOS DADOS COM O LADO

SELVAGEM DA VIDA NA MÚSICA,

THIAGO PETHIT FINALMENTE

ENCONTROU SEU LUGAR.

por CARLOS SARTORI

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Sem cair em uma vala comum, o músico fl erta com os clichês de astro do rock: no palco, encarna uma mistura híbrida de ícones como Lou Reed, David Bowie, Mick Jagger, Nick Cave, Tom Waits e Iggy Pop. O lado ator de Pethit é essencial quando ele está diante de uma plateia. Também por isso, ele costuma buscar no cinema, no teatro e na literatura inspiração para a construção dos projetos que toca. Já trabalhou com artistas de várias frentes, entre eles a atriz Alice Braga, as cantoras Mallu Magalhães e Cida Moreira e o ator Joe Dallesandro, ex-queridinho de Andy Warhol.

A história com Dallesandro, que chegou a ser considerado um dos homens mais bonitos do mundo na década de 1970, daria um roteiro. Homenageado na canção “Walk on the Wild Side”, de Lou Reed, Dallesandro se encontrou com Pethit em Los Angeles, graças ao polêmico e ousado clipe que o brasileiro gravou para a música “Moon”, com direção de Heitor Dhalia. Nele, Pethit, como coadjuvante, interpreta um garoto de programa.

“O Joe viu, gostou e me procurou. Foram seis meses conversando virtualmente e três encontros pessoais. Situações de filmes de Andy Warhol: bizarras, nonsense, loucas”, ele divaga. O resultado da parceria está na abertura do mais recente disco. “Na introdução, o Joe fala que as pessoas precisam de um rock star com pés no chão, que seja superestrela do rock, mas que esteja caminhando na mesma rua que elas.”

A verve roqueira e a mudança entre o início da carreira e a atual postura de Pethit seriam estratégia de marketing ou estilo de vida? A resposta vem de maneira indireta, mas sem hesitação. “Posso dizer com a boca cheia que o mercado musical no Brasil é machista”, brada. “Eu me apresentei como um cantor supersensível, bonitinho, sussurrando, mas que não cantava samba, não era gênio como o Chico Buarque, não se escondia. Eu era um cara que queria se mostrar. Pronto! Era um problema de mercado: uma bicha no mercado. ‘Uma figura que não cabe para a gente vender, porque não vai ter espaço’.”

Meio cambaleante, Thiago Pethit adentra o escritório de sua assessoria de imprensa, em São Paulo, com cara de quem acordou há pouco. Quase precisou desmarcar a entrevista. “Achei que estava com dengue”, explica o músico, com a cabeça adornada por um chapéu negro à la Bob Dylan. Embora de início ainda pareça combalido por uma forte gripe, a disposição de Pethit não demora a mudar: bem articulado, o paulistano de 29 anos exibe humor refinado e não se esquiva de qualquer que seja o tema.

Nem da política, por exemplo. Dois meses após o show de lançamento do disco Rock’n’roll Sugar Darling, em que ele definitivamente abraça o rock, e no dia seguinte aos protestos de 15 de março, contra o governo de Dilma Rousse- , Pethit não se vê representado nas ruas. “O Brasil não é decadente e sem elegância, é ‘demodê’”, analisa. “A gente tem dois polos, o de sexta [13 de março] e o de domingo [15 de março]. Ninguém apresentou um caminho diferente.”

Em um espaço de quatro anos, Pethit lançou três discos: Berlim, Texas (2010), Estrela Decadente (2012) e Rock’n’roll..., que saiu no final de 2014. Ele começou a gravar quando o compartilhamento de faixas pela internet já era uma realidade. “Isso me pilhou muito para fazer música, porque sem nenhum esforço ela vai chegando aos lugares”, acredita. O cantor, compositor e guitarrista já se apresentou fora do Brasil – diz ter fãs na Turquia e na Argentina – e planeja se aventurar com calma em uma carreira internacional. Mas Pethit sabe que trafega em um espaço que, ainda que já tenha ultrapassado as barreiras do mercado independente, permanece alguns passos distante da aceitação em massa. Não é, para ele, um problema. Chegar ao ponto em que está hoje já foi um desafio.

O prêmio na categoria Aposta MTV, no finado Video Music Brasil, em 2010, representou um ponto de virada na trajetória de Pethit. “Foi um choque. Eu só tinha ouvido que não daria certo – e o prêmio vinha do voto do público. Pensei que o mercado estava muito errado. Aí vieram várias bandas iguais depois”, ele ironiza. “Se hoje surge um artista fazendo um disco igual ao Rock’n’roll..., eu vou ter que repensar as estratégias.”

Foi um choque.Eu só tinha ouvido

que não daria certo.[diz Thiago Pethit]

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ACORDESVERDES E AMARELOS

NO BRASIL, O ROCK COMECOU

TIMIDAMENTE NOS ANOS 1950,

MAS ACABOU AMADURECENDO E

GANHANDO CARA PRÓPRIA

por CARLOS SARTORI

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Roqueiro brasileiro sempre teve cara de bandido”, sentenciou Rita Lee em “Ôrra Meu!”, canção que ela gravou em 1979. Talvez Rita tenha exagerado ao afirmar que quem fazia rock no Brasil invariavelmente flertava

com os limites da lei, e, embora nem sempre tenha sido uma jornada fácil ou muito lógica, em quase 60 anos os praticantes do gênero no país não desanimaram e construíram uma identidade musical própria.

Nos Estados Unidos, o rock and roll surgiu na metade da década de 1950 como algo orgânico, uma junção de várias vertentes das músicas negra e branca. Aqui, ele veio inicialmente como um modismo dançante importado.

Havia ainda, é claro, a questão da língua. No começo, cantar em português era dureza. A primeira gravação de um rock em nossa terra foi justamente de uma cover (em inglês) da histórica canção “Rock Around the Clock”, de Bill Haley & His Comets – apesar de, no selo do disco de 78 rotações, o título estar traduzido como “Ronda das Horas”. O irônico é que o ato não veio de nenhum roqueiro em potencial: a honra coube a Nora Ney, intérprete de sambas-canções e músicas de fossa.

O caminho para a aceitação do ritmo demandou tempo e paciência. A bossa nova dominava o mercado e tinha forte apelo junto aos jovens mais sofisticados, que consideravam o rock coisa de suburbano inculto. Pioneiros, como os irmãos Celly e Tony Campello, Sergio Murilo, Ronnie Cord, Demétrius e Carlos Gonzaga, se viravam como podiam, gravando de forma barata, mas entusiasmada, versões de canções estrangeiras. A produção era Todincipiente e o ritmo também tinha como adversários o bolero e a música italiana, que, por incrível que pareça, eram vendidos como “música jovem”.

A situação começou a mudar a partir de 1964, com o impacto cultural causado pelos Beatles. Todos os países ocidentais e capitalistas tiveram algum movimento similar à beatlemania. No Brasil, o papel foi destinado no ano seguinte à turma da Jovem Guarda ou do Iê-Iê- -Iê, como chamavam os contemporâneos. O recorte estético sonoro e visual dos nossos músicos passava pela Inglaterra, mas a Jovem Guarda possuía uma brejeirice e uma inocência que eram tipicamente brasileiras. As elites culturais massacraram o movimento, afirmando que as canções tinham letras ingênuas e harmonias simplórias. Hoje, a Jovem Guarda exerce um apelo nostálgico, mas em sua época foi fundamental para cimentar o status da cultura jovem no país. Tocar guitarra elétrica passou a ser algo normal e desejado, e um movimento que tinha na linha de frente Roberto e Erasmo Carlos não poderia ser chamado de banal.

As guitarras e os amplificadores haviam chegado para ficar, mas existia quem não acreditasse nisso, como aqueles que participaram da famigerada passeata contra a guitarra elétrica, ocorrida em São Paulo, em 1967. Um fato curioso é que, fazendo o papel de gaiato, lá estava justamente o futuro tropicalista Gilberto Gil.

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ELTONjohn

por AUSTIN SCAGGS

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johnEM CONVERSA REVELADORA, O MÚSICO FALA

SOBRE SER PAI, DISCUTE O PRECONCEITO E

RECORDA AS DÉCADAS DE 70 E 80, ALÉM DE

CELEBRAR O BOM MOMENTO COM O DISCO THE

UNION, GRAVADO COM LEON RUSSELL

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Vestido com um paletó preto folgado,

Leon era o cara,

com detalhes dourados e óculos de lentes amareladas, Elton John me convida para entrar em seu apartamento de Los Angeles e me apresenta a família: David Furnish, seu parceiro há 17 anos, vestido com um roupão de banho às 10 da manhã, e seus dois cocker spaniels, Marilyn e Arthur. Encolhido em um carrinho está o novo membro, o filhinho deles, Zachary Jackson Levon Furnish-John, que tinha chegado apenas nove dias antes, por meio de uma barriga de aluguel, no Natal. “Ele disparou para fora”, diz Elton, olhando para o filho com ar de adoração. “Parecia uma cena de O Sentido da Vida, de Monty Python. O obstetra teve que segurar.” Segundo ele, tornar-se pai foi “a sensação mais incrível”. Elton, que geralmente é bem impressionável, orgulha-se de ter cortado o cordão umbilical: “Parece uma lula!”

Elton tem este imóvel em West Hollywood há três anos. As paredes estão cobertas com arte contemporânea e fotos icônicas. “Não há nada que eu colecione com mais paixão do que fotografia”, diz ele, que também junta peças de porcelana e vidro e argolas de guardanapo. Em sua principal residência nos Estados Unidos, em Atlanta, demoraria horas para dar uma olhada em suas coleções. Elton também tem propriedades no sul da França, em Londres e em Veneza - e 14 hectares de terras em Old Windsor, na Inglaterra.

Passando a pilha de 1,5 metro de altura de presentes de bebê, o apartamento se abre em uma ampl a ala de estar. Não há poluição no ar de Los Angeles nesta manhã, e a janela virada para o leste oferece vista límpida para o pico nevado do Mount Baldy, a quase 100 quilômetros de distância. Elton aponta para o Sunset Boulevard, para um anúncio gigantesco da animação Gnomeu e Julieta, que ele e Furnish produziram. O filme estreia este mês no Brasil e sua trilha é recheada de canções de John. Perto dali, mais para o sul, fica o clube Troubadour, onde o músico fez duas apresentações lendárias em 1970 e deu início à sua carreira nos Estados Unidos, causando grande sensação. “Eu nunca passo por aquele lugar sem pensar nisso”, diz. Ao longo dos últimos 40 anos - com 35 álbuns de estúdio e incontáveis singles, colaborações e compilações de sucessos -, Elton John vendeu mais de 250 milhões de álbuns, inserindo-se assim na lista dos dez artistas que mais venderam na história.

Em sua segunda noite no Troubadour, ele olhou do palco e viu seu herói, o pianista Leon Russell, no meio do público. “Leon era o cara”, diz. “Eu tive muitas influências no piano: Allen Toussaint, Ian Stewart, Booker T., Little Richard, Fats [diz Elton John]

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Leon era o cara,

Domino, Garth Hudson, Jimmy Smith, Jerry Lee Lewis... Mas eu queria ser Leon. Ele tinha tocado em tudo que eu adorava: Delaney and Bonnie, todos os discos de Phil Spector, gravações com Frank Sinatra e a Wrecking Crew. Ele passava aquele clima country, mas com rockabilly e gospel e soul, tudo misturado.” Russell, em seu auge comercial, levou Elton para fazer turnê com ele no início da década de 1970. Mas, pouco depois disso, eles perderam contato.

Em dezembro de 2008, Elton participou de Spectacle, o programa de variedades musicais conduzido por Elvis Costello, em que ele discorreu longamente sobre Russell, que não via e com quem não tinha falado havia 38 anos. Um mês depois, teve a ideia de voltar a fazer música com seu herói, que mal estava conseguindo sobreviver. “Ele estava fazendo turnê só para colocar comida na mesa, tocando em lugares pequenos e perdendo o respeito próprio”, diz Elton.

A dupla foi para um estúdio em Los Angeles com o produtor T Bone Burnett e o parceiro de composição de Elton havia 44 anos, Bernie Taupin. The Union é a volta de Elton às suas raízes country e soul, e as letras de Taupin revisitam o imaginário do Oeste Selvagem de Tumbleweed Connection, o triunfo que criaram em 1970. Na última faixa de The Union, “In The Hands of Angels”, Russell agradece Elton por fazer sua carreira reviver. “Eu pensei: O que posso dar para um sujeito que tem seis casas e dez vezes tudo?”, diz Russell. “A única coisa que eu podia dar a ele era uma canção.”

“No último terço da minha vida, quero fazer os álbuns que tiver vontade”, diz Elton. Aos 63 anos, ele continua fazendo mais de cem shows por ano, além de cuidar de uma empresa de gerenciamento de artistas e de sua fundação contra a Aids, que já arrecadou mais de US$ 220 milhões desde 1992 e beneficia programas em 55 países.

Ao longo de quatro horas, Elton falou sobre The Union e os altos e baixos do superestrelato. Ele estava acomodado em um sofá em L que tinha por cima um quadro de Juang Yi Hi de um lado e, do outro, uma fotografia em papel brilhante de Steven Klein, de um modelo masculino usando sunga. Sir Elton senta sempre em postura perfeita de pianista.

Onde está o piano?

Não tenho nenhum aqui. Tenho pianos em Windsor e em Atlanta, mas não gosto muito de pianos. Eles medem quase três metros, ocupam muito espaço, e eu nunca toco. Ser pianista no palco é a maior frustração - é por isso que eu era tão acrobático no começo. Aprendi com Little Richard, Fats Domino e Jerry Lee Lewis como conseguir um pouco de atenção. Fats costumava empurrar o piano pelo palco com a barriga. Eu sempre quis ser alguém como Jimi Hendrix - dá para fazer um monte de coisas com uma guitarra. O que se pode fazer com um piano? Você pode enfeitá-lo, pular em cima ou se deitar em baixo.

No ano passado, você fez mais de 100 shows. Por que trabalha tanto?

Eu tenho amor incondicional pelo que eu faço. E, desde que fiquei sóbrio [em 1990], cada show é uma ocasião absolutamente prazerosa para mim. Não que não fosse prazeroso antes, mas eu posso descer do palco para a minha vida maravilhosa, com David na minha vida, e equilíbrio. E o público. Eu aprecio a plateia muito mais agora que consigo enxergar as pessoas. Eu fiz cirurgia corretiva nos olhos há oito anos, e agora consigo enxergar os rostos e os cartazes e os discos que as pessoas erguem. Dizem que os Stones estão velhos demais e deveriam parar. Quer dizer, você consegue imaginar chegar para Keith [Richards] e dizer: “Pare de tocar guitarra”? Alguém ia dizer isso a Muddy Waters? É tipo: “Vá se foder!” Eu faço 110, 120 shows por ano. Faço o show com banda, o show com Leon, o show com Billy Joel, o show solo de Elton, o show Elton/Ray Cooper, o show Elton/orquestra. No ano passado, eu toquei mais de 80 músicas diferentes. Eu nunca fico entediado. Sou agitado. Igual ao Jack White. Adoro gente assim. Ele sempre está fazendo alguma coisa. E Brandon Flowers, Elvis Costello e Dave Grohl. Nós deveríamos montar uma banda. Vamos nos chamar de Fidgets [agitados]. Eu vou tocar teclado.

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Você leu a autobiografia de Keith Richards?

Não li. Parte de mim quer ler, mas outra parte faz parecer que isso só vai me levar de volta a coisas ligadas a drogas. Eu fiquei meio desestimulado quando soube da coisa do pênis de Mick [Jagger]. Sou um grande fã de Mick. Se eu falasse que Bernie Taupin é um filho da puta desgraçado e tem pau pequeno, ele provavelmente nunca mais iria falar comigo. Ele não é um filho da puta desgraçado e não tem pau pequeno - acho que não, nunca vi. É tipo: por que fazer isso? Principalmente com uma pessoa com quem você tem uma relação de trabalho.

Como anda sua relação com Bernie Taupin?

Nós nunca tivemos qualquer discussão sobre música, e acho que também nunca tivemos nenhuma discussão pessoal. Houve vezes em que eu me comportei muito mal, e ele foi muito conciso, dizendo que não aprovava. Quando passamos um tempo separados [no final da década de 1970], ficou um certo mal-estar no ar. Acho que nós dois nos sentimos um pouco culpados. Eu me orgulho muito de nunca termos falado mal um do outro. E nunca escrevemos uma música no mesmo recinto. Eu nunca, jamais sinto qualquer diferença em escrever uma música agora ou quando estava escrevendo “Your Song”, em 1969. Eu ainda sinto a mesma alegria ao dizer: “Bernie, escute isto”.

Qual foi a primeira música que você tocou para seu filho Zachary?

Nós voltamos para cá dois dias depois que ele nasceu, e eu coloquei para tocar músicas de Natal do King’s College Choir em Cambridge, e ele estava no meu colo. Era “Hark! The Herald Angels Sing”, e eu não aguentei. Chorei e chorei e chorei.

Ele já tem um iPod?

Tem. Mas nós colocamos versões tipo canção de ninar de músicas de Led Zeppelin, Bob Marley e Beatles. Dedicated to the One I Love, de Linda Ronstadt, Tapestry, de Carole King, Greatest Hits, de James Taylor e Simon and Garfunkel e Kate Bush, porque nós a adoramos muito. E também um pouco de Chopin e Mozart.

Você acompanha a música moderna e disse há pouco tempo que “os compositores de hoje são bem ruins”. Deve haver alguém por aí de quem você gosta...

Eu gosto de bandas que construíram sua reputação ao vivo. Bandas de verdade, como Vampire Weekend, Arcade Fire e Black Keys. Nós tocamos com uma banda em um especial com T Bone, a Punch Brothers, e eu quero fazer um álbum com eles. São fantásticos, a melhor banda de jam que eu já vi. A produção de Jon Brion é incrível.

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Para mim, eles são a novidade mais emocionante. É para onde eu quero ir.

Você tocou piano e cantou em “All of the Lights”, de Kanye West. Como isso aconteceu?

A gente se cruzou em Honolulu em janeiro do ano passado. Ele é um gênio absurdo. Ele é uma cruza de Miles Davis com Frank Zappa. 808s & Heartbreak é o álbum mais sensual desde What’s Going On. Ele tocou para nós a faixa “All of the Lights” e foi maravilhoso. Tipo: “Uau, isto aqui é diferente”. Quer dizer, ele fez sample de Bon Iver! Essa é a genialidade dele. O álbum novo dele é uma obra-prima.

Você se vê em Lady Gaga?

Todo artista tem um período de cinco anos em que tudo que faz dá certo, e daí você trabalha com a adrenalina. Foi o que aconteceu comigo de 70 a 75. A gente fazia dois álbuns por ano pelo menos, singles separados, lados B, entrevistas de rádio e televisão, turnês... e nunca era trabalho. Era só alegria, no auge da criatividade. É um período mágico. É por isso que Gaga está passando. Eu ouvi o álbum novo, é fantástico. O primeiro single, “Born This Way”, é o hino que vai substituir “I Will Survive”. Nem consigo imaginar em como vai ser enorme.

Em junho de 2010, você tocou no casamento do [radialista conservador] Rush Limbaugh. Como você quebrou o gelo com aquele público?

Eu subi no palco e disse: “Aposto que vocês estão se perguntando que porra eu estou fazendo aqui”. Não dava para acreditar que eu tinha sido contratado para tocar. Achei que era piada. Eu tive uma conversa com ele antes, e ele disse: “Eu não sou antigay, eu quero que você venha, traga David”. O meu objetivo é que Rush diga: “Eu apoio as uniões civis”, e se eu ligasse para ele agora acho que talvez ele concordasse. Ele foi uma das primeiras pessoas a nos dar parabéns pelo bebê. Aquele casamento foi o maior público de republicanos para o qual eu já toquei - Clarence Thomas estava lá -, e certamente foi a melhor plateia do ano. Eles foram ótimos, porra.

Você recebeu US$ 1 milhão e também muitas críticas. O que passou na sua cabeça ao aceitar?

Eu sabia que todo mundo ia querer a minha cabeça por causa disso, e foi o que aconteceu. Eu compreendo por quê. Mas fiz minha lição de casa primeiro. Eu não ia jogar fora 40 anos de tentar fazer coisas boas simplesmente embolsando um monte de dinheiro e fugindo. A única maneira de se resolver qualquer coisa é por meio da comunicação, plantando sementes. E nos Estados Unidos há muita divisão. Eu quero derrubar muros e construir pontes. Eu provavelmente sou o homossexual mais famoso do mundo, e adoro esse fato. Com isso, eu tenho uma responsabilidade, e eu às vezes incomodo outros homossexuais quando toco no casamento de Rush Limbaugh e faço outras coisas do tipo. Mas eu tento fazer o que acredito que seja certo.

Bernie Taupin me disse que The Union é “com certeza a melhor coisa que fizemos nos últimos 30 anos, caramba”. Você concorda?

Acho que sim. Estávamos no lugar certo, tentando ressuscitar uma pessoa que adoramos. E com a experiência de T Bone e as letras maravilhosas de Bernie, e tocando ao vivo no estúdio... Tenho muito orgulho do disco. Vendemos 300 mil exemplares sem tocar no rádio, e esperamos chegar a disco de ouro.

No programa Spectacle, de Elvis Costello, você falou de Leon Russell no pretérito, como se ele estivesse morto ou desaparecido. Qual tinha sido a última vez que você Eu não sabia o que ele estava fazendo. Tinha visto o nome dele por aí, tocando em clubes pequenos, mas não falava com ele desde 1971 ou 72, quando toquei no Fillmore East. Eu me sentia muito triste por ter perdido o contato com ele, por ele obviamente estar passando por uma fase ruim - porque quando você vê que alguém está tocando no Coach House [casa de shows em Los Angeles], dá para ver que a pessoa não está ganhando muito dinheiro.

Eu tenho amor incondicional pelo que eu faco.

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Você bebia antigamente?

Um pouco. Eu bebia um pouco de vinho, mas não muito. Eu nunca fui de beber muito até começar a cheirar, daí eu bebia só para fazer o pó baixar.

Recentemente, você disse a Lily Allen que “ainda seria capaz de cheirar muito mais” do que ela. Naquela época, você era um aspirador?

Na década de 80, era sim. George Harrison costumava dizer: “Vá com calma no pó da marcha”. Eu passei muitas noitadas com os meus contemporâneos. Eu me lembro de estar com George às 8 da manhã [risos]. O sol estava nascendo, então eu disse: “Sabe o quê? Que tal você tocar ‘Here Comes the Sun’ [Lá vem o sol]?”. E ele tocou! E foi demais! Às vezes era divertido, era um afrodisíaco para mim. Mas, nas duas últimas semanas, eu estava usando sozinho no meu quarto. O pó despertava o lado negro da minha alma.

Você cheirava no palco?

Não durante os shows, mas antes dos shows. Eu não sabia estar fora do palco, então eu trabalhava o tempo todo. Foi o meu trabalho que me salvou. Eu continuava subindo no palco, e só Deus sabe como eu soava. Mas, pelo menos, eu estava lá fazendo discos e tocando. Até 1990, a minha vida era só a minha carreira.

Você recebeu um voto de confiança de John Lennon na entrevista lendária que ele deu à Rolling Stone em 1970.

Onde vocês se conheceram?

Eu visitei John quando ele estava fazendo um vídeo na Capitol. Eu estava bem nervoso, mas John foi tão simpático e doce, e depois ele me convidou para tocar em “Whatever Gets You Thru the Night”. Durante um ou dois anos, nós andamos muito juntos. Nós dávamos tanta risada, tínhamos tantas conversas ótimas, usávamos tantas drogas...

Ele prometeu que, se essa música chegasse ao número 1, faria um show com você. E chegou. Como foi esperar a apresentação com John no Madison Square Garden em 1974?

Antes, o John viu um show em Boston em que eu estava o mais espalhafatoso possível. Eu voltei para o bis com uma roupinha que era um biquíni de caixa de chocolate [risos]. Fazia anos que ele não ia a um show, e ficou surpreso com todas as luzes e o som. Ele ficou tipo: “Agora as coisas são assim, é?” No Garden, nós ensaiamos e ficou ótimo, mas ele estava fisicamente doente antes do show - fazia muito tempo que não subia em um palco. Yoko foi ao show e levou uma gardênia para ele - nunca vou me esquecer disso. E nunca vou me esquecer da recepção que ele teve naquela noite. Tipo oito minutos de aplausos de sacudir

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o chão. Ele ficou emocionado de verdade. Nós saímos todos naquela noite, fomos ao hotel Pierre, e foi a reconciliação dele com Yoko. Uma noite fantástica. Depois disso, nunca mais o vi muito, e também não precisava ver. Ele tinha voltado com a mulher que amava, estava feliz de verdade.

Tantos amigos seus tiveram fim trágico... Onde você estava quando John Lennon foi morto?

Eu estava na Austrália, no avião de Brisbane para Melbourne. Quando nós pousamos, pediram para o grupo de Elton John ficar no avião, e eu pensei imediatamente: “É a minha avó”, porque ela era idosa. Quando disseram que tinha sido John, eu nem conseguia acreditar. Fomos à catedral em Melbourne no exato momento em que fizeram a vigília em Nova York. Cantamos hinos e choramos. Foi um momento cheio de emoção. John realmente tocou a minha alma. Isso já aconteceu tanto na minha vida. Com John, com Gianni [Versace], com a princesa Diana, e com a minha amiga Linda Stein. Quatro dos meus amigos foram assassinados. John era tão adorável. Quando eu penso nele, lembro-me de como o John foi agradável com a minha mãe e o meu pai - quer dizer, ele os levou ao aeroporto. Eu me lembro de ir a um restaurante russo em Nova York, e quando John foi ao banheiro meu pai colocou a dentadura dele na bebida de John. Nós não parávamos de rir.

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+ A PRIMEIRA simboliza o início da carreira, nos anos 1950 e 1960, com muitos flashes na cola dos reis do “Yeah Yeah Yeah”. Destaque para o relógio com pulseira em couro, semelhante às alças das câmeras fotográficas usadas na época, além do visor com anel giratório, como é o ajuste de foco das lentes.

+ A SEGUNDA linha, conta um pouco do período psicodélico do grupo, o qual juntava os melhores acordes com letras de impacto e amores utópicos. Nas hastes dos óculos, as roupas usadas nas capas dos discos são a inspiração da cartela de cores. O modelo “Lucy in the Sky with Diamonds” tem a inscrição do nome da canção e o desenho de uma pedra de diamante e é composto por cristais Swarovski.

+ A TERCEIRA linha explora a parte mais zen da carreira dos Beatles. À época, fim dos anos 1960, eles se aproximaram do guru indiano Maharishi Mahesh Yogi, o que contribuiu para o desenvolvimento espiritual da banda. Dessa inspiração, surgiram, por exemplo, gravações de mantras nas hastes dos óculos. Há também modelos solares em acetato que imitam madeira, com referência à guitarra de madeira usada por Paul McCartney, no período.

THE BEATLES COLLECTIONINSPIRADOS NO QUARTETO DE LIVERPOOL, MODELOS COMEÇAM A SER VENDIDOS EM 19 DE OUTUBRO

Chillibeans - Beatles Collection

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+ Os produtos já estão disponíveis com preços que variam entre R$ 139, 90 (Vashtie Soccer Jersey) e R$ 499,90 (Trinomic R$698).

N + VASHTIE KOLAEM PARCERIA COM A PUMA, PEÇAS EXPLORAM CENA UNDERGROUND DA CIDADE

Diretora criativa da PUMA, a multi-artista Vashtie Kola se une a empresa para lançar uma coleção que exalta a relação da nova-iorquina de 34 anos com a cena underground da cidade.

Importante figura no meio artístico de Nova York, Vashtie simboliza a intersecção de talento e cultura, reforçando que a cidade é a referência para fomentar mentes criativas.

Entre as peças de destaque da nova colaboração com a PUMA está a clássica silhueta Trinomic R698, que foi reinventada e ganhou ares futuristas graças ao efeito líquido do tom dourado escolhido por ela. A PUMA e a Vasthie ainda trazem vestidos-camisa “Vashtie Soccer Jersey”, uma peça-chave do estilo dos anos 1990 mais atual do que nunca com estampas esportivas e tons neutros como branco, cinza e preto.

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