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19 | Revista - Hospital de Base 2009 Revista HOSPITAL DE BASE 60 ANOS NA IMPRENSA Ano I nº I - 2009 A A Ano I I I º º I I I 2 2 200 00 009 9 9

revista hospital de base

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60 anos na imprensa

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19 | Revista - Hospital de Base 2009

Revista

HOSPITAL DE BASE

60 ANOSNA IMPRENSA

Ano I nº I - 2009AAAno III ººnº III 222000000999

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Hospital de Base - década de 70

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Hospital de Base fecha contrato internacional e inédito no país

O Hospital de Base é um dos poucos centros médicos do país que é referência em cirurgias cardíacas pediátricas, o que lhe rendeu um acordo inédito no Brasil, que trará conhecimentos e troca de experiências.

O HB foi escolhido entre cinco instituições brasileiras visitadas, em dezembro passado, pela Children’s Heart Link. “O HB foi escolhido por várias razões, entre as quais, porque realiza mais de 150 cirurgias por ano, dispõe de equipe completa e UTI exclusiva para as crianças, com 16 leitos”, explicou o diretor executivo do Hospital de Base, Horácio Ramalho.

O cirurgião cardíaco Ulisses Croti, chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca Pediátrica do hospital, citou também como razões para a escolha, a existência em São José do Rio Preto de uma indústria de produtos cirúrgicos e de uma instituição que oferece amparo às famílias dos pacientes, a Amicc - Casa dos Amigos com Câncer e Cardiopatias.

A Mayo Clinic enviou 14 profi ssionais, entre cirurgiões cardiovasculares, cardiologistas pediátricos, enfermeiros, fi sioterapeutas, infectologistas, anestesistas e outros es-pecialistas.

“É uma troca de experiência fantástica e uma oportuni-dade maravilhosa para as crianças que nascem com mal-formações graves no coração”, disse o cirurgião Ulisses Croti.

O cirurgião Joe Dearani, da Mayo Clinic, disse duran-te a visita que a semana foi extremamente positiva, já que a troca de conhecimentos foi mútua. “As anomalias são praticamente as mesmas, o que diferencia um caso do outro é a maneira com que a cirurgia será conduzida. A semana foi fantástica e aprendemos muito uns com os outros”, ressalta o cirurgião.

Assim como Joe Dearani, a responsável pela instituição Children’s Heart Link, Estelle Brouwer, disse que fi cou sur-presa com o nível dos profi ssionais da instituição e enfati-zou que o contrato, inicialmente de 2 anos, poderá ser prorrogado, inclusive com a ida dos médicos do HB até os Estados Unidos.

As empresas norte-americanas Mayo Clinic e Children’s Heart Link são as novas parceiras do HB em cirurgias cardíacas infantis

Rio Preto terá o maior hospital pediátrico do Brasil

Com um investimento de R$ 30 milhões de reais, o Hos-pital da Criança de Rio Preto, será o maior do Brasil to-talmente direcionado para o atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde, está sendo construído em uma área com mais de 22 mil metros quadrados com 255 leitos, sendo 87 para UTI Neonatal e Pediátrica, 120 para inter-nação, 31 para maternidade e gestação de alto risco e 17 para o berçário.

A direção do HB será responsável pela administração do novo hospital, que terá 10 andares, além de um anexo com outros dois pavimentos. A unidade será referência para todo Brasil, em atendimento, diagnóstico e tratamento de doenças infantis, dentro dos padrões internacionais de qualidade com vistas e uma concepção integral de saúde.

“O hospital é um importante passo para a descentraliza-ção da saúde na Capital. Ele vai levar saúde de qualidade para todo Estado e também para crianças de outros Estados do país”, afi rma o governador do Estado de São Paulo, José Serra.

A obra, que começou a ser construída no segundo semes-tre de 2007, é idealizada há 13 anos e deverá ser entregue em março de 2010.

Projetos futuros

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Dr. Jorge FaresDiretor Administrativo

Em um hospital, às vezes

tem-se a saúde do paciente

em suas mãos, mas sempre

se terá a sua dignidade em

primeiro lugar.

“ “

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É com muita satisfação que concluímos esta revista comemorativa de 6 décadas do HB na imprensa. Depois de muito trabalho e dedi-cação, é hora de entregar a vocês o resultado deste trabalho desenvolvido com muito carinho.

O Hospital de Base é um centro de atendimento hos-pitalar que trata pacientes de alta complexidade de todo o Brasil, sendo refe-rência em diversos procedi-mentos.

Inaugurado ofi cialmente no fi nal da década de 60, sua história teve início na imprensa já em 1949, quan-do o jornal “A notícia” di-vulgou a construção de um novo hospital para a região. O único centro de saúde existente na cidade volta-do ao atendimento de pa-cientes públicos (na época, ainda não existia o Sistema Único de Saúde) era a “San-ta Casa de Misericórdia”, este não suportava mais o número de procuras por atendimento.

Começa então a histó-ria do HB com a imprensa, uma relação pautada por momentos que vão dos de-nuncismos da saúde até a divulgação dos avanços da medicina, hoje, ao alcance de todos.

O HB de Rio Preto sem-pre teve um bom relaciona-mento com a mídia local, nacional e internacional, ampliando esta relação com a instituição de sua as-sessoria de imprensa, que teve várias transformações.

EDITORIAL

Hospital de Base

60 anos na imprensa

• Comissão EditorialArnaldo VieiraKele Catarina PerezLuis Fernando Neves

• Coordenador de publicaçãoArnaldo Vieira

• Editores ChefesKele Catarina PerezLuis Fernando Neves

• Editor AssinanteArnaldo Vieira

• ColaboradoresAllexandre SilvaJaqueline BarrosRoger Goulart

• Suporte de RedaçãoMarcelo GomesSilvia Damacena

• TextosKele Catarina PerezLuis Fernando Neves

• Editores de textosKele Catarina PerezLuis Fernando Neves

• RevisãoKele Catarina PerezLuis Fernando Neves

• Correção de textosMarcelo Gomes

• Projeto Gráfi coKele Catarina PerezLuis Fernando Neves

Edição de arteKele Catarina PerezLuis Fernando NevesRoger Goularte• Montagem editorial, diagramação e tratamento de imagensKele Catarina PerezLuis Fernando NevesRoger Goulart

• Material gráfi coKele Catarina PerezLuis Fernando Neves

• Foto da capaLuis Fernando Neves

• FotosDanilo VieiraKele Catarina PerezLuis Fernando NevesArquivo Hospital de BaseIntermídia Comunicação Empresarial

• Tiragem2.500 exemplares

• PeriodicidadeRevista comemorativa

• OrientaçãoArnaldo Vieira

• ContatoTelefone9171-60669102-9811e-mail: [email protected]

Hospital de Base: orgulho nacional

As notícias do hospital já foram divulgadas por mé-dicos e pela Secretaria de Saúde do Estado, em se-guida, vieram os jornalistas internos e após este perío-do, a prestação de serviços através de empresas espe-cialmente contratadas para este serviço.

Falar sobre saúde não é fácil, pois é uma área que necessita de conhecimento e de muita ética, essa mes-ma ética dentro de um hos-pital é abordada em uma de nossas matérias, pelo jornalista Allexandre Silva.

Além de matérias envol-vendo a história do hospi-tal, as premiações, o tra-balho voluntário e várias conquistas, também lem-braremos as notícias mais lidas e comentadas pela sociedade nestes anos de publicações.

Desejamos a todos uma ótima leitura e que mer-gulhem nesta emocionante história.

Outrossim, desejamos a todos que ninguém te-nha, por momento, a ne-cessidade de ser atendido pela instituição que aqui retratamos mas, quando inevitavelmente chegarem a esta necessidade, que comprovem por si mesmos a excelência e humanidade dos serviços ali prestados e que fazem do HB referência nacional em saúde pública.

Saúde para todos, e uma ótima leitura.

Kele Catarina e Luis Fernando Neves

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“O Hospital de Base de São José do Rio Preto não é apenas uma referência regional. É uma instituição de alta credibilidade em todo o país, atraindo pacientes de diversos Estados, que buscam tratamentos diferenciados e antenados ao que há de mais novo em termos de pesquisa. É um hospital pioneiro numa série de procedimentos e inter-venções, como a primeira cirurgia de sexo feita pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no país. O Hospital de Base é uma das vitrines de São José do Rio Preto no país, contri-buindo de forma decisiva no status da cidade de referência na saúde.”

Hárlen Felix, jornalista

“Já trabalhei em diversas áreas e variados tipo de empresas, mas nenhuma experi-ência foi ou é tão gratifi cante quanto trabalhar no Hospital de Base. Aqui, às vezes se lida com o sofrimento alheio, mas também se recebe o carinho dos pacientes, apenas por você estar fazendo seu trabalho, que é atender com o máximo de atenção todos os usuários do hospital.”

Éder Luis Pavan Pinhabel, 50 anos, assessor técnico administrativo do HB

“Dr. Raul Aguiar, Dr. Domingo Braile, e outros, a Famerp e HB no peito, foi muita questão de raça, luta e amor pela medicina. O HB é um hospital-escola e atende milhares de pessoas com traumas graves todo ano, é um dos centros médicos mais importantes da região. Em algumas épocas vive momentos de super lotação por ser uma das únicas referências em saúde no interior, po-rém batalha diariamente para oferecer um tratamento digno à população”,

Profº Dr. Dr. Hélcio Werneck, o professor mais antigo da instituição, que iniciou suas atividades na Famerp em 1968.

“O HB investe sempre em seus profi ssionais, sua última aquisição foi o direito de usar o UpToDate, um sistema de informação que be-nefi cia médicos, alunos e docentes com informações de novos proce-dimentos e tratamentos atualizados. É muito importante saber que o hospital não para no tempo e procura trazer o que há de melhor para seus usuários e para a equipe médica”.

Dr. Marcelo Lopes, residente da Nefrologia

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O HB por elesOpinião

Mesmo com todas as difi culdades e empecilhos enfrentados ao longo dos anos, o Hospital de Base se tornou referência nacional em todos os seus serviços disponíveis, sendo o único hospital de fundação particular a aten-der também pelo SUS (Sistema Único de Saúde), com a mesma dedicação e seriedade que atende seus pacientes conveniados.

Aos poucos foi conquistando o respeito da população, a admiração de profi ssionais de diversas áreas, o com-prometimento de seus funcionários e a confi ança de seus inúmeros usuários.

“Para a minha vida e de minha família o HB é essencial. Meus fi lhos cresceram sendo atendidos pelos pediatras do hospital, meu esposo fez uma cirurgia há alguns anos atrás e foi extremamente bem cuidado pelos médicos e pela equipe clinica. Minha mãe também fi cou internada no HB pelo SUS e todo acompanhamento necessário foi oferecido, até atendimento psicológico a família eles deixaram a nossa disposição, já que minha mãe estava em estado terminal e veio a falecer dias depois. Sem contar a praticidade de todos os exames solicita-dores poderem ser feitos lá, já que o a HB conta com todos os equipamento necessários.”

Ines Maniere Lopes, 38 anos, modelista

“Eu tinha uma ideia errada quanto ao atendimento pelos SUS no HB, achava que seria mal tratada ou que não receberia os cuidados necessários em meu parto. Fui surpreendida, em todos os momentos os médicos me explicavam os procedimentos que fariam, eles foram muito atenciosos comigo e com o meu fi lho. Fiquei muito satisfeita com o atendimento e a higiene do hospital.”

Dayane Barbosa Akimura, 20 anos, auxiliar contábil , com seu fi lho Ótavio Henrique, que nasceu em dezembro do ano passado no Hospital de Base

“Aceito que falem mal de minha família, mas não admito que falem mal do HB. Aqui é minha casa, é meu chão, é meu conforto. Amo esse hospital”

Sônia Grego, secretária do HB

“O Hospital de Base é fundamental para sustentar esta identidade que Rio Preto criou de ser uma referência médica nacional. Ao chegar à cidade fi quei impressionado com a capacidade que o hospital tem de atender um enorme número de pacientes em diversas especialidades.

Outra coisa que me chama a atenção é o HB como empreendimento, mesmo tendo sido criado há 40 anos, é até hoje referência de mercado. E mais que isso, em breve vai inaugurar outra melhoria para a cidade, o Hospital da Criança.”

Michel Martines Achoâ, 21 anos, publicitário e morador de São José do Rio Preto há 4 anos

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ÍNDICE

Rio Preto: A cidade da medicinaA cidade destaque em tratamentos médicos e cirurgias

HB - 40 anos de fundação e 6 décadas de históriaO Hospital de Base e seus 60 anos na imprensa

HB – assessoria de imprensa e comunicação de resultadosA imagem de uma instituição e aImplantação e contribuição da assessoria de comunicação

Artigo A comunicação hospitalar e a ética

Atendimento com qualidade ecompromisso

Entrevista Dr. Jorge Fares

As principais manchetesFatos que marcaram época

E para você? O que é o HB?Usuários, funcionários, médicos ecomunicadores falam o que o hospitalrepresenta para eles.

Projeto e parceriaHospital da Criança tem inauguração prevista para 2010

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Entrevista Dr. Jorge Fares O diretor administrativo do hospital fala sobre a instituição e os novos projetos

A história da fundação e suas primeiras notícias na imprensa

Hospital de Base fecha

contrato internacional e inédito no

país

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Rio Preto: a cidade da medicina

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Atendimento de qualidade“O SUS que funciona”, este foi

o título da matéria veiculada pela Revista Veja em 11 de março de 1998, que trazia o Hospital de Base de Rio Preto, como um centro de referência em atendimento a usu-ários do Sistema Único de Saúde.

Na matéria a repórter cita que o HB mostra como fazer um bom atendimento gratuito e que cenas encontradas nesta instituição, são difíceis de serem vistas nos demais 7000 hospitais do estado.

No ano de 2009 o HB fi cou en-tre as 20 melhores instituições de atendimentos a usuários deste sistema, mostrando que mantém o perfi l de bom prestador de ser-viços à população, mesmo 11 anos depois da publicação.

HB em rede nacional Você sabe qual é o seu órgão de choque?

Esse foi o tema do programa exibi-do pela Globo, em rede nacional, no dia 17 de abril deste ano, que abor-dou o tratamento de milhares de bra-

sileiros que sofrem com problemas de nervosismo, instabilidade e depressão.

O médico cirurgião João Gomes Netinho, e sua equipe mostraram os diversos tratamentos rea-

lizados no Ambulatório do HB e frisou a cura para estas doenças.Já no programa Domingo Legal, Dr. Jorge Adas Dib, frisou a

qualidade dos serviços prestados pelo hospital em atendimento graves. O programa apresentado por Celso Portiolli exibiu o qua-dro “Aconteceu Comigo”, que relatava o atendimento de emer-gência prestado a um peão na instituição, após cair de um touro e fi car entre a vida e a morte, e sair sem sequelas.

sinervo

OO médsua equippe mo

E ao contrario do que muitas pessoas pensam, o HB não é apenas notícia nos jornais de Rio Preto. Frequentemente ca-sos de pacientes atendidos no Hospital de Base estão em mídias nacionais com grande índice de audiência, além de sites e blogs informativos. Como na manchete ao lado, que além de ter sido publicada no portal ‘G1’ da TV Globo teve repercussão nacional e internacional.

O HB no mundo

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HB na imprensa As principais manchetes

Em 1997, o jornal Diário da Região, noticiava que pacientes viajavam mais de 12 horas, para ser atendi-do no interior de São Paulo, mas especifi camente, no Hospital de Base de Rio Preto, há 450 km da capital paulista.

Os pacientes eram de diversas regiões, entre elas, Goiás, Mato Grosso e Bahia, que não conseguiam dar um atendimento digno a seus usuários.

Saímos do século 19 e entramos no século 20, po-rém o que se nota, é que nada mudou. O HB continua atendendo pacientes de todas as partes do país sendo referência para tratamentos de ponta, e o mais importante, com dignidade.

Muitos ainda se perguntam se a Saúde no país não evoluiu, o que podemos afi rmar é que a demanda de pacientes que procuram atendimentos no HB, não reduziu.

Pacientes de todo o país

Líder, essa era a palavra que destacava o HB em setembro de 2001, quando fi cou em primei-ro lugar no estado, com mais números de trans-plantes de coração, com ênfase na afi rmação de Dr. Marcolino Braile, “Todos os pacientes estão vivos”.

Na época o hospital comemorava 1 ano reali-zando este tipo de procedimento com 11 trans-plantados, hoje, 9 anos depois do início, o HB já realizou mais de 60 transplantes.

Rio Preto é destaque em procedimentos mé-dicos do coração com diversas clínicas e a fa-mosa empresa Braile Biomédica, que exporta válvulas de cirurgias do coração para todo o mundo.

Primeiro no ranking

O Hospital de Base é referência em cirurgia para troca de sexo até hoje. Em maio de 1998 o hospital foi destaque nas mídias de todo o país, como a primeira unidade da região a re-alizar cirurgia de troca de sexo, e a segunda do Brasil, de lá pra cá, o número de pessoas interessadas cresce rapidamente.

Médicos como Dr. Oliane e Dr. Carlos Cury são símbolos deste avanço da medicina no país.

A transexual Guta Silveira, mostrada na ma-téria, leva uma vida normal perante a socieda-de, 11 anos depois da cirurgia, ela mantém fa-mília e busca destaque na política rio-pretense.

Outros transexuais podem comemorar, já que a cirurgia poderá ser oferecida pelo SUS a partir de 2010.

Interesse público, repercussão nacional e destaque para o Hospital de Base em jornais e noticiários, regionais e naciona-is. Muitas notícias envolvendo o hospital e seus pacientes marcaram época e atraíram todos os “olhares” para o HB, entre procedimentos cirúrgicos, atendimentos e descobertas cientifi cas algumas manchetes foram essênciais para a construção da imagem de referência nacional do Hospital de Base.

Primeiro em troca de sexo

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Até a virada do século 19, a cidade de Rio Preto não teve nenhum mé-dico, os atendimentos aos doentes eram realizados pelos curandeiros ou farmacêuticos, entre eles se des-tacaram Benecdito Tavares da Silva e Portífi ro Pimentel que prestavam atendimento e receitavam medica-mentos.

A Câmara da cidade criou um sub-sídio mensal de 100 mil réis em 1898 para atrair um médico que recebe-ria essa quantia para atender a po-pulação mais pobre, com direito de cobrar consultas dos mais abastados.

Hoje a medicina riopretense é destaque internacional, porém as lutas para esta conquista foram intensas entre médicos e políticos

Medicina riopretense: dos curandeiros a centro de referência

Rio Preto e a medicina

Pessoas de várias partes do mundo visi-tam a cidade em busca de atendimento mé-dico de qualidade, que vai desde um trata-mento de alcoolismo até procedimentos de alta complexidade. Destacam-se pesquisas realizadas pelos médicos Roberto Ardito e Oswaldo Grecco, pioneiros em aplicação de células-tronco na área cardíaca.

Rio Preto: a cidade da medicina

São José do Rio Preto está lo-

calizada no norte do estado de São Paulo, há 451 quilômetros d a capital paulista. Com 157 anos, a cidade cresce rapida-mente e apresenta caracterís-ticas de cidade metropolitana. Um dos seus destaques é a saú-de de ponta.

Na última década a taxa de mortalidade infantil caiu 50% na cidade, posicionando-se na frente do índice do estado todo, calculado por cada mil bebês nascidos vivos.

A cidade também apresenta um maior número de leitos de SUS do que o próprio estado, baseado no coefi ciente por nú-mero de habitantes.

Rio Preto destaca-se também pelo grande número de médi-cos, enfermeiro, hospitais e clínicas.

Pelo menos duas centenas de clínicas oferecendo 40 especia-lidades médicas fazem da cida-de um império da medicina.

Esse subsídio atraiu Fileno Fa-ggiani, vindo de Campinas, o pri-meiro médico a clinicar na cidade. Registros afi rmam que o médico che-gou aproximada-mente em 1900, e ocupou posição de destaque na cidade.

Em julho de 1907, o médico Aristi-des Serpa chegou à cidade para che-fi ar o Posto de Higiene, ele começou atendendo na Pharmacia Central, com preços que poucos podiam pa-gar.

Sua chegada a Rio Preto foi essen-cial para o início da saúde pública, pois a maioria dos cidadãos não tinha hábito de limpar quintais ou destinar a água suja nos lugares corretos.

Ele teve difi culdade para imple-mentar regras na saúde local, porém através de multas com preços eleva-dos, ele conseguiu vários destaques, como o destino certo do lixo residen-cial e funeral em caixão adequado.

A vinda de Serpa à cidade propor-cionou também o avanço das obras para inauguração do primeiro hospi-tal da região, conhecido atualmente como Santa Casa de Misericórdia. O hospital foi um pedido no testamen-to do fazendeiro Theodoro Rodrigues de Nazareth, 37 anos, que deixou em sua herança, um pedido para a

doação de seu terreno, no atual bair-ro Boa Vista, para construção de um hospital para atender aos pobres.

A Santa Casa funcionou precaria-mente e sem recursos até 1927, com 18 leitos e médicos prestando servi-ços gratuitamente.

Na década de 40 começou a cons-trução do Hospital das Clínicas, futu-ramente Hospital de Base, já que o único hospital existente na cidade já não tinha mais capacidade de aten-der toda cidade.

Entre lutas e conquistas, hoje a cidade mantém a conquista de 8 hospitais, sendo 3 particulares, e 23 Unidades Básicas da Saúde. O HB é o maior hospital da cidade, com 706 leitos e irá inaugurar em 2010 o Hos-pital da Criança, o maior em especia-lidade infantil do país.

A luta dos médicos riopretenses, da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Rio Preto e de antigos bons polí-ticos fi zeram de Rio Preto referência internacional em medicina de ponta.

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HBHBHospital de Base entre desafi ose glórias, a realização de um sonho

40 anos de fundação e 6 décadas de história

Você Sabia?Você Sabia?

Em 1938, o Dr. José Ar-royo observando as neces-

sidades de São José do Rio Preto, sonhou com um hospi-tal para a cidade semelhan-te com os já existentes em Araraquara. Em 1952, como vereador da cidade, Arroyo

apresentou projeto para a criação de um novo hospital, que não recebeu a atenção devida por parte das lideranças po-líticas rio-pretenses.

No ano seguinte, o também médico Dr.Oscar de Barros Serra Dória uniu médicos em torno da ideia da criação do “Hospital das Clínicas”. Graças ao empenho de outros médi-cos, o projeto do hospital foi aprovado e a doação da Chá-cara Dalafi na deu espaço para a realização do tão sonhado empreendimento.

As obras foram iniciadas no ano 1954 em uma área de 14 mil metros quadrados. Nesta mesma época, Oscar Dória almejava outro projeto para o desenvolvimento da cidade,

História

a criação de uma escola de medicina. Os dois sonhos naquele momento andavam lado a lado

e os empecilhos para o desenvolvimento de ambos os pro-jetos eram cada vez mais presentes. O hospital teve suas obras paradas em 1957 e com isto a criação da faculdade de medicina fi cou mais distante, já que para a concretiza-ção do projeto da faculdade, era necessário que o hospital estivesse pronto para a realização de atividades e aulas à beira do leito.

Foram anos de luta, mas graças ao trabalho árduo dos médicos rio-pretenses e o apoio governamental, tanto o Hospital de Base quanto à faculdade de medicina foram inaugurados na década de 60.

Em funcionamento há pouco mais de 40 anos, o Hospital de Base passou por inúmeras difi culdades antes se tornar a referência médica nacional que é hoje. Devido ao trabalho intenso de médicos, funcionários e demais profi ssionais que desempenham suas funções na instituição, o hospital que era “sonho” tornou-se realidade e hoje marca presença na vida de milhares de pessoas, dentro e fora de Rio Preto.

Quando iniciou suas atividades, o Hospital de Base contava com 30 leitos, mas dez anos depois este número passou para 350. Hoje o HB oferece mais de 700 leitos para seus usuários, sendo 162 destinados para pacientes do convenio HB Saúde.

O HB atende 101 cidades da região, em torno de 1.800 atendimentos diários e em média 800 mil atendimentos por ano.

O “Hospital das Clínicas” teve seu nome subs-tituído e adotado Hospital de Base por ser o hos-pital de aprendizagem dos alunos da FAMERP (Fa-culdade de Medicina de São José do Rio Preto), ou seja, por ser à base de ensino dos alunos da Faculdade de Medicina de Rio Preto.

Neste ano o HB recebeu da Secretaria de Saú-de do Estado o prêmio “Amigo do Meio Ambiente 2009”, pelo serviço exemplar executado na área de lixo hospitalar, cerca de 1 tonelada de lixo con-taminado é esterilizado por dia, evitando a agres-são ao meio ambiente.

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Entrevista com Dr. Jorge FaresEntrevista

Revista HB - O que representa o HB para região e para o país?

Dr. Jorge - Representa o ponto fi -nal, aqui chegam os pacientes mais críticos. É aqui que os pacientes de-positam suas perspectivas de melho-ras. O HB é um centro de referência em várias especialidades para todo o país, e tenho orgulho de ser diretor de um centro de saúde tão importante.

Revista HB - O hospital saiu na re-vista Veja de 1998, como referência no bom atendimento ao usuário do SUS (Sistema Único de Saúde), o hos-pital continua sendo referência?

Dr. Jorge: O SUS daquele ano pra cá se reorganizou, o país estava em uma crise na área da saúde, e muitos hospitais só tinha reclamações, não davam conta da demanda e ainda ge-ravam muita despesa. Nós estávamos bem organizados, atendíamos bem e não dávamos despesas. Hoje não te-mos com negar que há muitos centros que funcionam bem, que se organi-zaram, porém o atendimento do HB sempre estará focado na busca pela excelência.

Revista HB - O que acrescenta a vindo do Hospital da Criança?

Dr. Jorge: Será um acréscimo, pos-sibilitará o crescimento da área pedi-átrica na instituição, mais atendimen-tos, além de novos tratamentos. Isso nos possibilita sermos um centro cada vez mais diferenciado. Um exemplo de um bom trabalho que terá conti-nuidade no HC, será a tão divulgada parceria entre uma empresa norte-americana e nosso hospital nas cirur-gias de coração.

Revista HB - Qual a relação do HB com a imprensa?

Dr. Jorge: Hoje temos um bom rela-cionamento com a imprensa em geral. Teve uma época que o HB saia muito

em coluna social e coluna de inquérito policial, mas hoje temos muitas notí-cias boas, novos procedimentos, prê-mios e conquistas. É importante sair menos matérias de coluna social, já que esse não é o papel da instituição e ser publicadas mais matérias cientí-fi cas, que exalte a qualidade de aten-dimentos e técnicas.

Estamos sempre de portas abertas à imprensa em tudo que é possível, é muito importante esse bom relaciona-mento.

Revista HB - Com tantos anos de casa, qual o vínculo que se cria com a instituição?

Dr. Jorge: Torna-se um segundo lar, uma segunda casa. A gente acaba vi-venciando as lutas e conquistas. Gera aquela ânsia de melhorar sempre, de manter o bem-estar social.

Não tem como não se envolver em todos os processos, quando é pra rir, rimos todos juntos e quando é pra chorar, também choramos juntos.

Revista HB - Qual é a visão da dire-toria na busca pela melhoria constante?

Dr. Jorge: A instituição tem melhorado sempre, vejo com boa expectativa o crescimen-to. Temos pessoas que ba-talham pelo HB, que trazem um verdadeiro amor no peito. É muito importante esta sa-tisfação do colaborador com a instituição, isso nos leva à excelência no atendimento ao usuário.

O diretor Administrativo do HB, Dr. Jorge Fares, concedeu uma entrev-ista para o jornalismo de nossa revista. Entre risos descontraídos e uma rápida conversa, o médico nos revela a imensa satisfação de ser diretor de um hospital tão importante para o país e o bom relacionamento com a imprensa.

Ele graduou-se na Faculdade de Medicina de Rio Preto em 1979 e tra-balha contratado pela instituição desde 1982. Foi 3 vezes eleito como diretor da instituição, batalhando no dia a dia para o reconhecimento deste centro da medicina brasileira. Permaneceu por 13 anos no cargo e assumiu novamente em 2009, quando exerce o mandato até 2012.

Hoje não temos com negar que há muitos centros que

funcionam bem, que se

organizaram, po-rém o atendimento do HB sempre esta-rá focado na busca

pela excelência.

““““

Ao lado, Dr. Jorges Fares supervisiona a reforma do Hospital de Base. Acima recebe o Governador do Estado Dr.José Serra, no HB

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Atendimento com qualidade e compromissoReferência nacional

Inaugurado há mais de 4 décadas, o Hospital de Base de São José do Rio Preto e a Faculdade de Medicina – FA-MERP – não pararam no tempo, muito pelo contrário. Ambos alcançam des-taque na área da Medicina, seja ela em tratamentos de última geração, ou mesmo em trabalhos reconhecidos internacionalmente.

O HB possui mais de 4100 profi s-sionais envolvidos no atendimento de mais de 50 mil pacientes/mês, onde os mesmos podem ser encaminha-dos para o atendimento Ambulatorial (onde concentram todas as especia-lidades e serviços oferecidos pelo HB, realizando consultas, pequenas cirurgias e exames de menor com-plexidade a todos os pacientes en-caminhados pelas cidades de origem pertencentes à DRS XV); Emergência Cirúrgica (com uma equipe da Cirurgia do Trauma, responsável pelo maior volume de cirurgias realizadas pelo serviço); Emergência Clínica (setor de avaliação e tratamento de emergên-cias que não encontrem resolutivida-de em postos de saúde); Emergência Pediátrica (serviço de emergência destinado a crianças de 0 a 13 anos); e Hospital Dia (duas unidades, sendo uma de doenças infecto-parasitárias e outra no setor de Transplante de Medula Óssea).

São mais de 44 especialidades mé-dicas à disposição de 101 municípios, que correspondem a uma população de aproximadamente 1 milhão e meio

Dr. Domingo Marcolino Braile, Cirurgião Cardíaco

Dr. João Roberto Antonio, Dermatologista

Dr. João Gomes Netinho, Proctologista

de habitantes. Além da excelência em números, o HB possui uma das maiores emergências do interior paulista, inau-gurada em 1997, com um atendimento mensal de 10 mil pacientes. Para este setor são encaminhados diariamente casos graves de traumas automobilís-ticos que necessitam de equipe expe-riente e cuidados específi cos.

Os melhores estão aqui

Além da referência

Hospital de Base, a

cidade se destaca por

nomes importantes da

medicina que estão

entre os melhores

médicos do país,

sendo reconhecidos

internacionalmente pe-

los serviços prestados

à saúde.

Além de um centro de conver-gência nacional, o Hospital de Base destaca-se ainda na sua posição de instituição de ensino e hospital-esco-la, além de ser considerado um pólo de referência nacional em todos os seus serviços e procedimentos de alta complexidade, caracterizando-o como o único hospital de fundação particular com gestão fi lantrópica no Estado de São Paulo, a atender ma-joritariamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Motivo de muito orgulho para a ci-dade de São José do Rio Preto é sa-ber que a região é conhecida interna-cionalmente pelos serviços prestados à saúde. Médicos como Dr. Domingo Marcolino Braile, Dr. João Gomes Netinho, Dr. João Roberto Antonio, entre outros, são mencionados cons-tantemente em publicações, convo-cados para seminários, entrevistas, documentários, e muitas vezes são chamados para levar até outros paí-ses o segredo do sucesso alcançado aqui no Brasil.

Além disso, técnicas e serviços oferecidos pelo HB foram destaques nos últimos anos em todo o mundo. Transplantes, cirurgias e atendimen-tos são matérias de nível nacional. Desde o pioneirismo na cirurgia de mudança de sexo até trabalhos com células troncos, o Hospital de Base coloca Rio Preto e o Brasil no mapa mundial, orgulho para nós, orgulho para o país.

12 | Revista - Hospital de Base 2009

Hospital de Base e a Imprensa

Jornal “A Notícia” de 1952 – É a primeira notícia do Hospital de Base que se há registro imprenso. Mas historiadores da cidade de Rio Preto contam que a partir de 1949 já haviam notícias sobre a criação do “Hospital das Clínicas”

As obras do HB foram iniciadas no ano 1954, em uma área de 14 mil metros quadrados, o responsável pelo projeto foi o arquiteto francês Raymond Jehelen, com planta desenhada pelo engenheiro Odair Pacheco Pedroso.

Revista Veja de Março de 1998 – A matéria mostra que o Hospital de Base é um centro de excelên-cia em medicina, que se destaca pela tecnologia de ponta usada nos tratamentos, pelo volume de atendimento e por se manter quase que exclusivamente com dinheiro do SUS (sistema público de saúde).

Ao abrir os jornais, imediatamente os lei-tores “mergulham” em novas informações e acompanham a resolução de casos publica-dos anteriormente, e entre todos os gêne-ros da notícia, há um que está todos os dias presente nas páginas dos jornais. São as ma-térias sobre saúde e o principal personagem destas reportagens é o Hospital de Base de Rio Preto. Mas está história entre o HB e a imprensa não vem de hoje, ela começou há muito tempo, há seis décadas.

A primeira notícia que se há registro impresso foi publicada em 1952, pelo jornal “A Notícia” (ano em que o Dr. José Arroyo apresentou o projeto “Hos-pital das Clínicas” na Câmara Municipal), a nota falava sobre a criação do “Hospital das Clínicas”, uma casa de saúde semelhante a de outras cidades. Historiadores rio-pretenses afi rmam que desde o ano de 1949 a instituição já era citada em publicações como um projeto futuro, almejado por muitos médicos, inclusive pelo Dr. J. Arroyo, “As notícias sobre o HB são publicadas há 60 anos, antes mesmo de se ter o projeto os jornais já publicavam que médicos da cidade queriam criar um hospital.” Conta Allexandre Silva, jor-nalista e historiador.

De lá para cá, o HB esteve diariamente nos jornais de Rio Preto e região e eventualmente em veículos de circulação e exibição nacional. No princípio as publicações relatavam o caminhar das obras, as difi culdades no início dos atendimentos, os novos leitos e etc., mas aos poucos, através da dedicação de médicos e funcionários, as reportagens passaram a abordar o dia-a-dia do hospital, falando dos vários pacientes que por ali passavam, casos excepcio-nais, suas conquistas, barreiras e difi culdades diárias.

Contudo, a instituição e a imprensa sempre tiveram um bom relaciona-mento, um sendo útil ao outro. Os jornais interessados em levar informações novas a cada dia para seus leitores e o hospital querendo mostrar para a população o trabalho de qualidade que exercem.

Muitos usuários do HB acabam conhecendo mais sobre o hospital através dos jornais, como a professora aposentada Idalina Pavani, 73, anos, que diz ter fi cado sabendo das especialidades que o centro médico atende por ter lido nas matérias, “Eu vou lá há muitos anos e não sabia a metade dos servi-ços médicos que o HB oferece, após ter visto uma matéria sobre o hospital no “Globo Repórter” que tive interesse de saber um pouco mais sobre ele e foi nos jornais de Rio Preto que eu pude acompanhar o trabalho do HB para Rio Preto e região.” Completa Idalina.

E esta parceria não para por ai, ela apenas fortalece e agrega novos valo-res, sempre priorizando levar informação de conteúdo e qualidade para seus leitores e usuários do HB.

Revista - Hospital de Base 2009 | 09

Page 10: revista hospital de base

HB – assessoria de imprensa e comunicação de resultados

Artigo

Não é preciso fazer uma longa

pesquisa para detectar que a grande

maioria da população prefere o aten-

dimento do Hospital de Base a outros

hospitais públicos e privados da cida-

de e região.

Embora o corpo profi ssional e

equipamentos disponíveis pela ins-

tituição sejam os principais respon-

sáveis por este fato, a comunicação

feita dentro da instituição foi de

fundamental importância neste pro-

cesso, aparando arestas e ruídos de

comunicação e fazendo com que o

conceito de credibilidade fosse os-

tentado mesmo em face às crises

às quais uma instituição de saúde

constantemente está sujeita.

Se vista por alguns repórteres da

grande imprensa como um cercear

do processo de elaboração de sua

matéria, a presença full time de um

jornalista de comunicação empresa-

rial durante a construção da matéria

agiliza o processo, soluciona proble-

mas, defi ne previamente a linha

que conduzirá a pauta e, sobretudo,

resguarda a imagem do paciente,

respeitando sua individualidade e

privacidade.

Com este acompanhamento, que

deve levar em conta a liberdade de

expressão da imprensa e do jorna-

lista presente na cobertura do fato,

uma série de equívocos são evitados

face a presença constante de um

representante da instituição pronto

para auxiliar nas dúvidas ou corrigir

equívocos cometidos involuntaria-

mente pela equipe.

Elaborar planos de comunicação

e atenção não apenas à imprensa,

mas ao público interno, profi ssio-

nais, funcionários e usuários, foi

outro passo importante com a im-

plementação de um trabalho além

da assessoria de imprensa, mas de

comunicação empresarial completa

que incorporou o marketing, endo-

marketing e ações sócio ambientais

para o contexto social da instituição.

Foi com este trabalho que o HB

conseguiu ao longo de sua história

mais recente modifi car sua visão pe-

rante a comunidade, estreitar laços

de relacionamento com a mesma e,

principalmente, colocar-se na po-

sição de parceiro da imprensa, não

apenas como o alvo que, por muitos

anos, foi alvejado.

A postura e posição proativa de

uma assessoria de imprensa em qual-

quer instituição é de fundamental

importância não apenas para hospi-

tais, mas também para todas as em-

presas que queiram uma aproxima-

ção maior com a comunidade em que

se insere, o público que atende e a

imprensa que a procura, construin-

do assim um ciclo de relacionamento

forte, efi caz e de resultados.

Alexandre Silva

Na foto, o saguão do Hospital de Base por onde passam cerca de 60 mil pacientes por mês

10 | Revista - Hospital de Base 2009

A comunicação hospitalar e a ética

Década de 90. Hospital superlotado e corredores trans-formados em leitos e UTIs improvisadas dão o tom da saúde pública no país. A cidade é São José do Rio Preto, o local, o Hospital de Base, já nesta época, principal centro de aten-dimento regional e estadual em saúde e tratamentos de alta complexidade.

Cenário ainda mais alarmante, a comunicação feita dentro de redes de saúde como esta desrespeitavam não apenas a instituição como serviço, mas, principalmente, o paciente ali encontrado, invadindo a privacidade dos mesmos em momen-tos delicados de dor, morte, acidentes e uma série de motivos que os levaram à instituição.

Equipes de imprensa “invadindo” os corredores, entrevis-tando pacientes e nenhum acompanhamento para este traba-lho era uma realidade constante, o que fazia com que a insti-tuição perdesse totalmente o controle do que se falava sobre ela na mídia e levava a imprensa a informações nem sempre corretas, equivocadas ou, ainda pior, tendenciosas.

Embora o HB já trabalhasse há tempos com uma assessoria de imprensa, foi a partir dos últimos anos que esta atenção dada ao paciente acima mesmo da instituição ganhou vulto. Em especial, uma frase do então superintendente e hoje dire-tor do HB, o médico Jorge Fares, refl ete esta opção ao afi rmar que “...em um hospital, as vezes se tem a saúde do paciente em suas mãos, mas sempre se terá a sua dignidade em primei-ro lugar”.

Trabalhar este conceito com a imprensa e saber dosar qual o limite entre a informação pública e a limitada apenas à fa-mília é um desafi o diário uma vez que grande parte do fl uxo de notas e feed backs dados por uma assessoria se referem a pacientes acidentados, vítimas de violência e outras intem-péries, respondendo por 70% do trabalho de uma assessoria.

Embora uma das linhas de frente mais fáceis de serem tra-balhadas, está é também uma das que exigem maior cuidado uma vez que, embora o fato que tenha levado tal pessoa ao

atendimento hospitalar possa ser público, seu quadro de saú-de e possíveis seqüelas do trauma são de interesse particular dele e sua família. Assim, comunicar a família do interesse da imprensa, ao médico que o atende e fi ltrar as informações que podem ser transmitidas é um processo obrigatório para que a dignidade deste paciente seja mantida em todo o tempo.

Foi apenas a partir desta fi losofi a de trabalho que a insti-tuição deixou aos poucos sua alcunha de “depósito humano” para implantar então seu conceito máximo de humanização, o que faz com que hoje, mesmo atendidos em corredores visto a quase impossibilidade de solucionar o problema da superlo-tação, a comunidade ainda tenha como preferência o atendi-mento do HB a outras instituições de saúde na região.

Alexandre Silva

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