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Entrevista: Paulo Hartung faz balanço do primeiro ano de mandato e fala de suas expectativas para 2016 Publicação Oficial do Sistema Findes • Nov/Dez 2015 • Distribuição gratuita • nº 321 • IMPRESSO Novo bloco comercial do Pacífico deixa Brasil de fora Comércio exterior em xeque Inovação Mapeamento inédito da indústria criativa no Estado Indústria Como o ES vai superar a maior crise hídrica da história Especial Marcos Guerra analisa cenário e sugere medidas para 2016

Revista Indústria Capixaba 321

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Revista oficial da Federação das Indústria do Estado do Espírito Santo - NOV/DEZ 2015

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  • Entrevista: Paulo Hartung faz balano do primeiro ano de mandato e fala de suas expectativas para 2016

    Publicao Oficial do Sistema Findes Nov/Dez 2015 Distribuio gratuita n 321 IMPRESSO

    Novo bloco comercial do Pacfico deixa Brasil de fora

    Comrcio exterior

    em xeque

    InovaoMapeamento indito da indstria criativa no Estado

    IndstriaComo o ES vai superar a maior crise hdrica da histria

    EspecialMarcos Guerra analisa cenrio e sugere medidas para 2016

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  • 4Expediente

    Indstria Capixaba Findes

    Federao das Indstrias do Estado do Esprito Santo FindesPresidente: Marcos Guerra 1 vice-presidente: Gibson Barcelos ReggianiVice-presidentes: Aristoteles Passos Costa Neto, Benzio Lzaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Elder Elias Giordano Marim, Egidio Malanquini, Houberdam Pessotti, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastio Constantino Dadalto1 diretor administrativo: Jos Augusto Rocha2 diretor administrativo: Srgio Rodrigues da Costa1 diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti2 diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3 diretor financeiro: Flavio Sergio Andrade BertolloDiretores: Almir Jos Gaburro, Atilio Guidini, Elias Cucco Dias, Emerson de Menezes Marely, Ennio Modenesi Pereira II, Jos Carlos Bergamin, Jos Carlos Chamon, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Luiz Henrique Toniato, Loreto Zanotto, Mariluce Polido Dias, Neviton Helmer Gasparini, Ocimar Sfalsin, Ortmio Locatelli Filho, Ricardo Ribeiro Barbosa, Samuel Mendona, Silsio Resende de Barros, Tullio Samorini, Vladimir Rossi

    Conselho Fiscal Titulares: Bruno Moreira Balarini, Ednilson Caniali, Jos Angelo Mendes RambalducciSuplentes: Adenilson Alves da Cruz, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Fbio Tadeu Zanetti

    Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Gibson Barcelos ReggianiSuplentes: Lucas Izoton Vieira, Leonardo Souza Rogerio de Castro

    Superintendente corporativo: Marcelo Ferraz Goggi

    Servio Social da Indstria SesiPresidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes do Ministrio do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano ComperSuplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Orlando Bolsanelo Caliman Representantes das atividades industriaisTitulares: Sebastio Constantino Dadalto, Houberdam Pessotti, Jos Carlos Bergamin, Valkinria Cristina Meirelles BussularSuplentes: Sergio Rodrigues da Costa,Gibson Barcelos Reggiani, Eduardo Dalla Mura do Carmo, Luiz Carlos Azevedo de AlmeidaRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indstriaTitular: Luiz Alberto de CarvalhoSuplente: Lauro Queiroz RabeloSuperintendente: Luis Carlos de Souza Vieira

    Servio Nacional de Aprendizagem Industrial SenaiPresidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Benzio Lzaro, Wilmar Barros Barbosa, Almir Jos Gaburro, Luciano RaizerMouraSuplentes: Ronaldo Soares Azevedo, Neviton Helmer Gasparini, Clara Thais Resende Cardoso Orlandi, Manoel de Souza Pimenta NetoRepresentantes do Ministrio do TrabalhoTitular: Alessandro Luciani Bonzano ComperSuplente: Alcimar das Candeias da SilvaRepresentante do Ministrio da EducaoTitular: aguardando indicao do MECSuplente: Ronaldo Neves CruzRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indstria Titular: Vandercy Soares NetoSuplente: aguardando indicao da UGT Diretor-regional: Luis Carlos de Souza Vieira

    Centro da Indstria no Esprito Santo CindesPresidente: Marcos Guerra 1 vice-presidente: Gibson Barcelos Reggiani2 vice-presidente: Aristoteles Passos Costa Neto3 vice-presidente: Houberdam PessottiDiretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Edmar Lorencini dos Anjos, Altamir Alves Martins, Rogrio Pereira dos Santos, Zilma Bauer Gomes, Alejandro Duenas, Ana Paula Tongo da Silva, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Bruno do Esprito Santo Brunoro, Celso Siqueira Jnior, Eduarda Buaiz, Gervsio Andreo Jnior, Helio de Oliveira Drea, Julio Cesar dos Reis Vasconcelos, Raphael Cassaro Machado.Conselho Consultivo: Oswaldo Vieira Marques, Helcio Rezende Dias, Sergio Rogerio de Castro, Jos Brulio Bassini, Fernando Antonio Vaz, Lucas Izoton Vieira, Marcos GuerraConselho Fiscal: Joaquim da Silva Maia, Gilber Ney Lorenzoni, Hudson Temporim Moreira, Ennio Edmyr Modenesi Pereira, Marcondes Caldeira, Sante Dassie

    Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Esprito Santo IdeiesPresidente do Conselho Tcnico do Ideies: Marcos GuerraMembro representante da Diretoria Plenria da Findes: Egidio MalanquiniMembro representante do Setor Industrial: Benzio Lzaro Membro efetivo representante do Senai-ES:Luis Carlos de Souza VieiraMembro efetivo representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros efetivos:Tullio Samorini, Jos Carlos Chamon, Jos Domingos DepolloRepresentantes do Conselho Fiscal - Membros suplentes:Jos ngelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam PessottiRepresentante da Comunidade CientficaAcadmica e Tcnica: Joo Luiz Vassalo ReisDiretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto

    Instituto Euvaldo Lodi IELDiretor-regional: Marcos GuerraConselheiros: Luis Carlos de Souza Vieira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lcio Flvio Arrivabene, Geraldo Dirio Filho, Snia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Vladimir Rossi, Jos Brulio Bassini, Houberdam Pessotti, Aristoteles Passos Costa Neto e Aureo MameriConselho Fiscal: Egdio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Loreto Zanotto, Rogrio Pereira dos Santos e Srgio Rodrigues da CostaSuperintendente: Fbio Ribeiro Dias

    Instituto Rota Imperial IRIDiretor-geral: Marcos GuerraDiretores: Manoel de Souza Pimenta Neto, Alejandro Duenas, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Vladimir RossiConselho DeliberativoTitulares: Baques Sanna, Alejandro Duenas, Fernando Schneider Kunsch, Maely Coelho, Eustquio Palhares, Roberto Kautsky, Associao Montanhas Capixabas Turismo e Eventos, Instituto Jutta Batista da Silva, Adetur MetropolitanaSuplentes: Jorge Deoczio Uliana, Tullio Samorini, Joo Felcio Scardua, Manoel de Souza Pimenta Neto, Adenilson Alves da Cruz, Tharcicio Pedro Botti, Henrique Dencoli, Helina Cosmo Canal, Consrcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentvel da Regio do Capara, Associao Leopoldinense de Turismo, Agrotures, Leandro Carnielli, Associao Turstica de Pedra Azul, Fundao Mximo ZandonadiMembros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernesto Mosaner Jnior, Aristoteles Passos Costa NetoConselho Fiscal Efetivos: Flavio Sergio Andrade Bertollo,Raphael Cassaro, Edmar dos AnjosSuplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervsio Andreo Jnior

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  • Condomnio do Edifcio Findes (Conef)Presidente do conselho: Marcelo Ferraz Goggi

    Cmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temticos (Consats)Coordenador-geral: Gibson Barcelos Reggiani

    Cmaras Setoriais Industriais Cmara Setorial das Indstrias de Alimentos e BebidasPresidente: Claudio Jos RezendeCmara Setorial das Indstrias de Base e ConstruoPresidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Cmara Setorial da Indstria de Materiais da Construo Presidente: Houberdam PessottiCmara Setorial das Indstrias de Minerao Presidente: Samuel MendonaCmara Setorial da Indstria Moveleira Presidente: Luiz RigoniCmara Setorial da Indstria do VesturioPresidente: Jos Carlos Bergamin

    Conselhos TemticosConselho Temtico de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Paulo Alfonso MenegueliConselho Temtico de Comrcio Exterior (Concex) Presidente: Marclio Rodrigues MachadoConselho Temtico de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: ureo Vianna MameriConselho Temtico de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Sebastio Constantino DadaltoConselho Temtico de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Temtico de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Flavio Sergio Andrade BertolloConselho Temtico de Poltica Industrial e Inovao Tecnolgica (Conptec)Presidente: Franco MachadoConselho Temtico de Relaes do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olvio Marcellini Massa Conselho Temtico de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Jefferson CabralConselho Temtico de Educao (Conedu)Presidente: Luciano Raizer MouraConselho Temtico de Energia (Conerg)Presidente: Nlio Rodrigues BorgesConselho Temtico de Economia Criativa (Conect)Presidente: Jos Carlos Bergamin

    Diretorias e Ncleos RegionaisDiretoria da Findes em Anchieta e regio Vice-presidente institucional da Findes: Fernando Schneider KunschDiretoria da Findes em Aracruz e regio Vice-presidente institucional da Findes: Joo Baptista Depizzol NetoNcleo da Findes em Barra de So Francisco e regioVice-presidente institucional da Findes: no definidoDiretoria da Findes em Cariacica e VianaVice-presidente institucional da Findes: Rogrio Pereira dos Santos Diretoria da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e regio Vice-presidente institucional da Findes: ureo Vianna MameriDiretoria da Findes em Colatina e regio Vice-presidente institucional da Findes: Manoel Antonio GiacominNcleo da Findes em Guau e regio:Vice-presidente institucional da Findes: Bruno Moreira BalariniDiretoria da Findes em Linhares e regio Vice-presidente institucional da Findes: Paulo Joaquim do Nascimento Ncleo da Findes em Nova Vencia e regio Vice-presidente institucional da Findes: Jos Carnieli

    Ncleo da Findes em Santa Maria de Jetib e regioVice-presidente institucional da Findes: Denilson PotratzNcleo da Findes em So Mateus e regio Vice-presidente institucional da Findes: Nerzy Dalla Bernardina Junior Diretoria da Findes em Serra:Vice-presidente institucional da Findes: Jos Carlos ZanotelliNcleo da Findes em Venda Nova do Imigrante e regio Vice-presidente institucional da Findes: Srgio BrambillaDiretoria da Findes em Vila VelhaVice-presidente institucional da Findes: Vladimir RossiDiretoria da Findes em VitriaVice-presidente institucional da Findes: no definido

    Diretores para Assuntos Especficos e das EntidadesDiretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representao Empresarial: Egidio MalanquiniDiretor para Assuntos Tributrios: Leonardo Souza Rogerio de CastroDiretor para Assuntos de Capacitao e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso OrlandiDiretor para Assuntos de Marketing e Comunicao: Eugnio Jos Faria da Fonseca Diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indstria Capixaba:Paulo Roberto Almeida VieiraDiretor para Assuntos de Polticas Pblicas Industriais:Paulo Alexandre Gallis Pereira BaraonaDiretor para Assuntos de Relaes Internacionais:Rodrigo da Costa FonsecaDiretor para Assuntos do IEL:Aristoteles Passos Costa NetoDiretor para Assuntos do Ideies/CAS:Egidio MalanquiniDiretor para Assuntos do Cindes:Aristoteles Passos Costa NetoDiretor para Assuntos do IRI:Adenilson Alves da CruzDiretor para Assuntos do Sesi: Jose Carlos BergaminDiretor para Assuntos do Senai:Benzio Lzaro

    Sindicatos da Findes e respectivos presidentesSinduscon: Aristoteles Passos Costa Neto | Sindipes: Luiz Carlos Azevedo de AlmeidaSincaf: Egidio Malanquini | Sindmadeira: Luiz Henrique ToniatoSindimecnica: Ennio Modenesi Pereira II | Siges: Joo Baptista Depizzol Neto Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso OrlandiSindibebidas: Srgio Rodrigues da Costa | Sindicalados: Altamir Alves Martins Sindifer: Manoel de Souza Pimenta Neto | Sinprocim: Pablo Jos MiclosSindutex: Mariluce Polido Dias | Sindifrio: Elder Elias Giordano MarimSindirepa: Eduardo Dalla Mura do Camo | Sindicopes: Jos Carlos ChamonSindicacau: Gibson Barcelos Reggiani | Sindipedreiras: Loreto Zanotto Sindirochas: Tales Pena Machado | Sincongel: Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Sinvesco: Fbio Tadeu Zanetti | Sindimol: Alvino Pessoti SandisSindmveis: Ortmio Locatelli Filho | Sindimassas: Levi TeschSindiqumicos: Elias Cucco Dias | Sindiolarias: Ednilson CanialiSindinfo: Luciano Raizer Moura| Sindipapel: Glaucio Antunes de Paula Sindiplast: Neviton Helmer Gasparini | Sindibores: Silsio Resende de Barros Sinvel: Delson Assis Cazelli | Sinconsul: Bruno Moreira Balarini Sindilates: Claudio Jos Rezende | Sindipesca: Mauro Lcio Peanha de Almeida Sindividros: Arisson Rodrigues Ferreira | Sinrecicle: Romrio Jos Correa de Arajo

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  • Nesta Edio

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    INDSTRIAEm uma das piores secas de sua histria, o Estado busca superar os efeitos da escassez de gua. Veja como a indstria entendeu esse complicado momento, mobilizou-se e vem sendo destaque no consumo racional dos recursos hdricos, mantendo sua produo sem comprometer o abastecimento.

    Nesta Edio

    CENRIoEstados Unidos, Japo e outros 10 pases assinaram recentemente a Parceria Transpacfico, considerada o maior acordo de livre comrcio dos ltimos 20 anos. Confira o que a aliana realmente significa para a economia internacional e como o Brasil pode perder importantes mercados por estar fora desse importante bloco.

    30INoVAo O Ideies acaba de divulgar o Mapeamento da Indstria Criativa no Esprito Santo, um pioneiro trabalho, que analisou grupo composto por 13 setores da economia. Dividido em quatro captulos, o estudo mostra os detalhes dessa atividade que movimenta cerca de R$ 2 bilhes por ano em terras capixabas.

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    18ENTREVISTAO governador Paulo Hartung fala sobre o difcil momento econmico e poltico do pas, aponta como o Esprito Santo pode atravessar esse perodo de incertezas e aborda as decises que precisam ser tomadas para que o Estado continue crescendo e atraindo investimentos.

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    54 Fatos em Fotos

    56 cursos

    Edio n 321 Nov/Dez 2015

    Conselho Editorial Marcos Guerra, Gibson Barcelos Reggiani, Sebastio Constantino Dadalto, Aristoteles Passos Costa Neto, Luis Carlos de Souza Vieira, Elcio Alves, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Jose Carlos Bergamin, Egidio Malanquini, Benzio Lzaro, Eugnio Jos Faria da Fonseca, Annelise Lima, Fbio Ribeiro Dias, Antonio Fernando Doria Porto, Marcelo Ferraz Goggi, Cintia Dias e Breno Aras.

    Jornalista responsvel Breno Aras (MTB 2933/ES)

    Apoio tcnico Assessoria de Comunicao da Findes Jornalistas: Evelyn Trindade, Fbio Martins, Fernanda Neves, Natlia Magalhes, Rafael Porto e Diego PintoGerente de Marketing: Cintia Dias Coordenao: Breno Aras

    Depto. Comercial URM/Findes Tel: (27) 3334-5791 [email protected]

    Produo Editorial

    Coordenao Editorial: Mrio Fernando Souza Gerente de Produo: Cludia LuzesEditorao: Michel Sabarense e Genison KobeCopidesque: Marcia RodriguesTextos: Fernanda Zandonadi, Gustavo Costa, Ivy Coutinho, Luciene Arajo e Mike FigueiredoFotografia: Jackson Gonalves, Renato Cabrini, fotos cedidas, arquivos do Sistema Findes e Next Editorial Impresso

    Publicao oficial do Sistema Findes Nov/Dez 2015 n 321

    facebook.com/sistemafindes twitter.com/sistemafindes

    Caso de suCessoDe dono de uma pequena farmcia a proprietrio da LukPlast, empresa que referncia no Estado em reciclagem e processamento de produtos plsticos, Joo Batista Duque o empreendedor de destaque desta edio.

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    Gesto De acordo com uma pesquisa do Ipea, a indstria de transformao brasileira registrou queda de 0,8% na sua produtividade entre 2000 e 2009. Para voltar a se desenvolver, o setor deve investir em novas tecnologias, alm de modernizar seus processos operacionais.

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    espeCialO presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, faz uma anlise sobre o ano de 2015 e projeta os desafios a partir de 2016. Em pauta, a inflao, a necessidade de uma reforma poltica, os impactos da falta de lderes e as aes realizadas pela Federao das Indstrias para a retomada do crescimento.

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  • editorial

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    O ano da dicotomia

    Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes

    D icotomia uma palavra de origem grega que representa a diviso de algo em duas partes, geralmente contraditrias. impossvel analisar o ano de 2015 sem considerar as grandes dicotomias da indstria: enquanto o pas sofreu queda acentuada de 7,8% na produo fsica at outubro, o Esprito Santo obteve o melhor resultado nacional, com crescimento de 9,5% no perodo; o dlar alto, que parecia favorecer as exportadoras, encareceu os custos de produo; e a indstria extrativa, com acrscimo de 15,7%, contrastou com a baixa dos setores de alimentos (-8%) e rochas (-4,4%) nos primeiros noves meses.

    No aspecto ambiental, vivemos uma das maiores crises hdricas de nossa histria e fomos surpreendidos pelo acidente com as barragens em Minas Gerais, prejudicando ainda mais a bacia hidrogrfica do Rio Doce que afeta, antes de tudo, a populao local e o meio ambiente. Um ocor-rido para lamentar, analisar minuciosamente e evitar casos semelhantes no futuro. No campo macroeconmico, vimos um Governo Federal incapaz de tirar do papel o to neces-srio ajuste fiscal, resultando em rebaixamentos e descrena. A economia se definha sem um plano de recuperao.

    O momento exige a soluo urgente de questes econ-micas, polticas e institucionais para a retomada do setor produtivo. A indstria de transformao poder representar menos de dois dgitos do Produto Interno Bruto do pas no prximo ano, valor semelhante ao registrado nos anos 40. Em 1985, respondamos por 21,6% do PIB; em 2003, por 16,9%. Sem um Governo de viso empreendedora, que buscasse a criao de novos acordos comerciais e trabalhasse para eliminar entraves que retardam o desenvol-vimento nacional, perdemos uma janela de oportunidades na primeira dcada do sculo.

    preciso desmitificar a viso distorcida criada sobre a iniciativa privada. Um pas sem uma indstria forte no gera renda, no atrai capital estrangeiro e no produz inovao tecnolgica. Um pas grande como o nosso, sem uma inds-tria forte, fragiliza-se perante o mercado internacional. Como consequncia, os nmeros do Caged deste ano revelam nveis histricos de desemprego. Somente no Esprito Santo, mais de 30 mil trabalhadores foram demitidos. Sem compe-titividade em uma economia cada vez mais globalizada, a indstria vem perdendo fora.

    O Sistema Findes tem feito sua parte e vem cumprindo um papel importante no enfrentamento do processo de desindustrializao. Buscamos a ampliao dos Contratos de Competitividade, interiorizamos nossas aes, investimos em qualificao de mo de obra e modernizao de nossas unidades, abrindo espao para a inovao, e temos nos arti-culado, no Esprito Santo e em Braslia, pela reduo da burocracia e pela simplificao tributria. Nosso pas tem no Sistema Indstria um grupo de entidades fortes e organi-zadas, capazes de atuar em prol do crescimento econmico, mas ser preciso que o Governo tambm faa sua parte.

    O ano de 2015, assim como 2014, no deixar saudades. Os gestores que se organizaram, enxugaram gastos, planejaram aes e agiram com cautela enfrentaro 2016 com maior segurana, olhando para um horizonte de dias melhores. No teremos um ano fcil, mas a indstria capi-xaba tem potencial para continuar atraindo novos negcios, diversificando sua produo e inserindo nossas indstrias nas cadeias globais de valor. Com mais competitividade, teremos mais oportunidades para os trabalhadores capixabas.

    Um bom fim de ano e uma boa leitura!

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  • Cenrio

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    N o incio de outubro deste ano, foi celebrado o maior acordo de livre comrcio das ltimas duas dcadas. Batizada de Parceria Transpacfico (TPP, sigla em ingls para Trans Pacific Partnership), a aliana engloba Estados Unidos, Japo e outros 10 pases do Pacfico. Esse grupo responsvel por 40% da produo de riquezas do mundo. Apesar de estar h mais de cinco anos em discusso e ainda necessitar de aprovao de Congressos e Parlamentos das naes envolvidas, o tratado j comea a deixar em alerta as economias exportadoras que no faro parte do bloco.

    A Parceria Transpacfico tem por objetivo fomentar as transaes comerciais entre os seus 12 pases integrantes e garantir desenvolvimento e emprego. O mecanismo mais usual a reduo das tarifas de importao e exportao.

    Ainda no possvel mensurar as perdas para o Esprito Santo, Estado com vocao para o comrcio exterior, mas os nmeros mostram que o pacto ser fortemente sentido nacionalmente. Em 2014, o Brasil exportou para as 12 economias envolvidas US$ 31 bilhes em produtos manufaturados, o que significa 35% de toda a exportao industrial do pas.

    O tratado ainda no est fechado e necessita de apro-vao. Nos Estados Unidos, participante mais forte do TPP, ainda h oposio de sindicatos e membros da bancada do Partido Democrata, de Barack Obama. Tambm junto aos republicanos h uma certa resistncia. Alguns congres-sistas esto cautelosos. Na prtica, isso mostra que ser uma dura batalha para a mudana passar pelo Congresso norte-americano.

    Fronteiras comerciais mais estreitas

    por Fernanda Zandonadi

    Cenrio

    Brasil ficou de fora de parceria que facilita comrcio entre Japo, Estados unidos e outros dez pases

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    Para o presidente da Federao das Indstrias do Esprito Santo (Findes), Marcos Guerra, a Parceria Transpacfico mostra a inteno de se criar uma grande rede de negcios, com entrada e sada de diversas mercadorias, com regras claras e menos burocracia. No podemos ficar isolados no acordo do Mercosul, em que somos a maior economia. preciso estarmos integrados a esse novo conceito de acordo internacional de comrcio. O Esprito Santo tem grande parte de sua economia voltada para o mercado internacional, com um volume significativo de exportaes de minrio de ferro, celulose, ao, rochas ornamentais e commodities agr-colas. O Brasil, de forma geral, precisa se inserir nas cadeias globais de valor, buscando novos acordos bilaterais para diversificar nosso leque de exportaes. No podemos estar merc da variao de preos de produtos especficos no mercado, avalia Marcos Guerra.

    Segundo ele, as iniciativas j tomadas no Brasil ainda so insuficientes, caso do setor automobilstico, que recebe apoio h dcadas, mas busca apenas o mercado argentino. preciso investir na indstria de maior valor agregado, criando caminhos que ampliem nossa competitividade e permitam a entrada de produtos em novos pases com grande potencial de consumo no nos restringindo China.

    Para dar uma ideia do tamanho do problema, segundo a Confederao Nacional da Indstria (CNI), em 2014 o Brasil vendeu para as 12 economias que participam do pacto US$ 31 bilhes em produtos manufaturados, o que corres-pondeu a 35% de toda a sua pauta de exportao industrial. E perder esses mercados pode ser dramtico para o setor produtivo nacional.

    Conforme Marclio Rodrigues Machado, presidente do Conselho Temtico de Comrcio Exterior (Concex) da Findes, se o TPP for implementado, acarretar o fim de tarifas de vrios produtos, como carne de porco, frutas, vinhos, mquinas, produtos minerais e florestais, entre outros. Como um acordo que vai envolver 40% do Produto Interno Bruto (PIB) global, pases como o Brasil, que no fizerem parte dessa parceria, tm muito a perder.

    No signatria do documento, o Brasil pode perder importantes mercados. Um exemplo foi uma reportargem da agncia de notcias Reuters que informou, logo aps a divulgao do acordo, que a Austrlia recebeu uma cota adicional de 65 mil toneladas anuais para exportar acar para os Estados Unidos. O Brasil vendeu para os norte-americanos, em 2014, 22 milhes de toneladas do produto. Apesar da grande diferena entre as negociaes do Brasil e da Austrlia quele mercado, isso mostra que h beneficiamento de um pas em detrimento do outro. Os que devem aderir ao bloco so: Austrlia, Brunei, Canad, Chile, Singapura, Estados Unidos, Japo, Malsia, Mxico, Nova Zelndia, Peru e Vietn. Coreia do Sul, Filipinas, Taiwan e Colmbia tambm estudam seu ingresso.

    O Esprito Santo, em especial, dever ser um dos Estados mais afetados pela reduo da atividade comercial com esses pases, pelo fato de a nossa economia ser muito atrelada ao comrcio internacionalGibson Barcelos Reggiani, 1 vice-presidente da Findes e coordenador-geral das Cmaras Setoriais Industriais

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  • Cenrio

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    Ser muito difcil recolocar os produtos brasi-leiros atingidos pelo pacto TPP, pois ser duro competir com pases que sero contemplados pela eliminao de tarifas. Nenhum setor brasileiro ou capixaba tem a ganhar com essa mudana. Alm de produtividade menor, nossos custos so maiores do que os de muitos de nossos concorrentes, explica Machado. Se no houver uma reduo no custo do capital, uma flexibilizao na legislao traba-lhista e uma reforma tributria com reduo dos impostos e da burocracia governamental no Brasil, ficar muito difcil vender para os pases-membros da TPP, avalia.

    Segundo Gibson Barcelos Reggiani, 1 vice-presidente da Findes e coordenador-geral das Cmaras Setoriais Industriais, o peso das atividades comerciais dos pases do tratado para o Brasil alto. Eles representam 35% da pauta de exportao

    Se no houver uma reduo no custo do capital, uma flexibilizao na legislao trabalhista e uma reforma tributria com reduo

    dos impostos e da burocracia, ficar muito difcil venderMarclio Rodrigues Machado, presidente do Concex da Findes

    Veja quais so os pases participantes e os impactos da Parceria Transpacfico sobre o Brasil:

    Fonte: CNI

    30/09/15

    Pases que aderiram: Austrlia, Brunei, Canad, Chile, Singapura, Estados Unidos, Japo, Malsia, Mxico, Nova Zelndia, Peru e Vietn.

    Pases que podem aderir: Coreia do Sul, Filipinas, Taiwan e Colmbia

    de manufaturados do pas. Alm disso, reforou, h o risco de outros parceiros do grupo aderirem ao acordo de livre comrcio, no caso a China.

    Pelos nmeros, podemos imaginar o tamanho do risco e do isolamento comercial do Brasil. Caso no haja uma ao imediata das autoridades nacionais em estabelecer meca-nismos unilaterais de negociao com esse bloco de livre comrcio, o Brasil vai enfrentar graves problemas comerciais. O Esprito Santo, em especial, dever ser um dos Estados mais afetados pela reduo da atividade comercial com essas naes, pelo fato de a nossa economia ser muito atrelada ao comrcio internacional. O pas deve tomar a iniciativa de sair do isolamento com propostas comerciais entre a Parceria Transpacfico e o Mercosul. Caso o Mercosul no consiga participar em bloco desse acordo, que se faa acordo em separado. O fato que o Brasil no pode continuar se isolando comercialmente.

    Reggiani pondera ainda que os nmeros no esto fechados, ou seja, no existe uma quantificao das perdas econmicas provenientes para o Brasil e para o Esprito Santo, especificamente. Vai depender de nossas aes, mas seguramente a inrcia vai nos levar a resultados bastante ruins. Seria muito bom que a Parceria Transpacfico nos fizesse acordar para a imensa oportunidade com que estamos nos defrontando. Ainda podemos transformar esse risco em bons resultados para o Brasil, analisa.

    Em entrevista Agncia CNI de Notcias, o gerente--executivo de Comrcio Exterior da CNI, Diego Bonomo, afirmou que a Parceria Transpacfico dever adotar a chamada regra da acumulao. Ela permitir que todo insumo ou produto intermedirio que um pas do acordo compre de outro pas do grupo seja considerado made in TPP. Ou seja, se o Mxico comprar um componente

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    Impactos positivos: o pacto coloca uma presso positiva para que Unio Europeia e Mercosul tambm assinem um entendimento comercial

    Impactos negativos: para dar uma ideia de quanto o Brasil pode perder, em 2014, o pas exportou para as 12 economias que fazem parte do pacto US$ 31 bilhes em produtos manufaturados, o que significa 35% de toda a exportao industrial do pas

    inserido em diferentes cadeias produtivas. O Brasil precisa dialogar mais e se aproximar dos grandes acordos comerciais para encontrar novas alternativas.

    PerdasAs perdas para o Brasil e para o Esprito Santo sero altas,

    segundo Machado, e preciso pensar em formas de expandir e facilitar aos empresrios a venda de produtos para o exte-rior. O Brasil precisa rever a sua poltica comercial de modo a fazer uma insero no comrcio global por meio de acordos bilaterais ou regionais com urgncia. Ns precisamos avanar, reduzir barreiras comerciais, protecionismo, importar e exportar mais, de modo que nossas empresas se integrem s cadeias globais de fornecimento. Sem isso, ser muito difcil concorrer no mercado internacional, que tende a ter um enorme crescimento com a TPP.

    Para Marcos Guerra, as mudanas j deveriam estar em curso h dcadas. Os produtos brasileiros hoje possuem acesso privi-legiado a apenas 8% de todo o comrcio global. Considerando nosso amplo litoral e nossa capacidade produtiva, o pas deveria ter desenvolvido um plano de exportaes h dcadas. O TPP muda o eixo de negcios para o Oceano Pacfico, o que afeta diretamente a economia nacional. Parceiros prximos, como Chile, Peru e at mesmo o Mxico, podem priorizar as rela-es comerciais com Japo e Estados Unidos, considerando tambm a menor complexidade burocrtica e tarifria um dos maiores entraves para nossas exportaes.

    Para o presidente da Findes, o Brasil tem fechado alianas fracas nos ltimos anos, com economias piores que as nossas. Devemos buscar parceiros iguais ou melhores que o nosso pas. Falta viso de mercado ao Governo, que parece conduzir a economia pelo vis poltico, priorizando relaes com pases de ideologia parti-dria semelhante.

    Mais otimista, assim que ocorreu a assinatura do TPP, o ministro do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, Armando Monteiro Neto, disse que o pacto coloca uma presso positiva para que Unio Europeia e Mercosul tambm formalizem um entendimento comercial. Em entrevista concedida na ocasio, Monteiro Neto falou que na medida em que os Estados Unidos se fortalecem em uma rea da Amrica do Sul, os europeus precisam responder a isso. Considero que isso vai fortalecer o interesse da Unio Europeia no fechamento do acordo com o Mercosul, colo-cando uma presso positiva sobre esse processo, disse.

    o que fazerPara minimizar os impactos da nova configurao da economia

    global, o empresariado bate na tecla - j gasta, devido repetio sem eco - de que preciso ampliar a competitividade das inds-trias por meio de reformas tributria e trabalhista, flexibilizao das relaes de trabalho e diminuio da burocracia, segundo Guerra. Resta-nos a tarefa de prospectar novos mercados na zona do euro e nos Estados Unidos. Para isso, porm, vital investir em produtos de maior valor agregado, com inovao e tecnologia. Parte do setor de rochas, por exemplo, j percebeu a

    eletrnico da Malsia para fabricar um celular e, em seguida, vender esse celular para os Estados Unidos, o produto ser considerado 100% fabricado localmente, pois no ter insumos de terceiros (pases fora do TPP). Na prtica, essa regra cria um enorme incentivo ao comrcio de bens intermedirios e, por consequncia, s cadeias globais de valor. Se o Brasil for fornecedor de algum desses insumos para os pases do TPP, tender a ser substitudo por outro pas do bloco. Ficaremos ainda mais desconectados das cadeias de valor.

    ChinaH rumores de que a China, um dos grandes

    parceiros comerciais do Brasil, possa entrar em dilogo e fazer parte do bloco. No entanto, a hiptese parece bastante remota. Eu acho muito difcil que a China venha a fazer parte dessa parceria. A China um importante parceiro comercial, mas compra basi-camente commodities do Brasil. Ns precisamos ser mais ousados e vender produtos de maior valor agre-gado para este mercado, explica Machado.

    E com o gigante asitico fora do time, o meca-nismo, que por um lado prejudica o Esprito Santo, por outro pode abrir uma janela de oportunidades, segundo Marcos Guerra. Com a China fora do TPP, podemos ampliar a lista de produtos comercializados com o pas asitico, incluindo ao, celulose, alimentos e outros itens de maior valor agregado na pauta, diversi-ficando as relaes comerciais e indo alm do mercado de commodities.

    Segundo Guerra, o setor extrativo tem registrado crescimento acentuado na produo fsica deste ano, mas as quedas nos preos do minrio de ferro e do barril de petrleo revelam a necessidade de estar

    IND 321.indb 13 08/12/2015 15:53:00

  • Cenrio

    Indstria Capixaba Findes14

    vantagem de vender chapas prontas aos Estados Unidos, em vez de comercializar blocos com a China.

    Segundo ele, o Sistema Findes tem investido no Esprito Santo em aes, intervenes e cursos que ampliam a compe-titividade, com mo de obra cada vez mais qualificada e gestores mais bem preparados para a competio global.

    No campo poltico, cabe ao Governo Federal dialogar, estar presente para discutir os grandes acordos, olhando sempre para alm do Mercosul. Em momentos de crise, preciso ceder para ganhar, criando uma troca, um fluxo de negcios entre os pases. As barreiras protecionistas no podem ser a nica soluo para a economia. urgente que as reformas estruturantes sejam realizadas, eliminando

    entraves, melhorando a infraestrutura e dando reais condies de competio para nossa indstria. S assim poderemos expandir a presena de nossos produtos no mercado internacional.

    E o setor privado, mesmo sem a contrapartida da Unio, j se mobiliza. Diego Bonomo explicou que em 2014 a CNI assinou com a U.S. Chamber of Commerce (Cmara Americana de Comrcio) um acordo para entregar, at o incio de 2016, um relatrio conjunto dos setores privados com um modelo de pacto comercial entre Brasil e Estados Unidos. Esse tipo de iniciativa, que chamamos de exerccio de escopo, j foi feito pela CNI com sua contraparte no Japo, o Keidanren, e divulgado em setembro deste ano. O nosso objetivo esti-mular os governos brasileiro e americano a conduzirem um exerccio semelhante, que funcione como uma pr-negociao. Estados Unidos e Unio Europeia fizeram algo desse tipo, que foi utilizado para lanar as negociaes do TTP. O Brasil precisa ter claro que, por mais difcil que seja, uma negociao com os norte-americanos fundamental para a integrao da indstria brasileira economia mundial e serve, ainda, para esti-mular outros grandes parceiros, como a prpria Unio Europeia, a acelerar a negociao conosco. uma estratgia de fortaleci-mento da nossa posio negociadora.

    No podemos ficar isolados no acordo do Mercosul, em que somos a maior economia. preciso estarmos integrados a esse novo conceito de acordo internacional de comrcio. Marcos Guerra, presidente da Findes

    IND 321.indb 14 08/12/2015 15:53:01

  • Nov/Dez 2015 321 15

    IND 321.indb 15 08/12/2015 15:53:02

  • Artigo

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    V amos fechar o ano com um desempenho na economia pior que o previsto. O agravante que na nossa percepo ainda no chegamos ao fundo do poo. o caso do PIB, que deve encolher novamente em 2016, e da inflao, com estimativa de ultrapassar a meta estabelecida pelo Conselho Monetrio Nacional. O resultado esperado so a ampliao do desemprego e a retrao do consumo interno. Cenrio desanimador, mas que pode ser revertido se avanarmos com as reformas estruturais.

    A sinalizao do mercado de que o cmbio vai se manter desvalorizado. Boa notcia para os exportadores, que devem contribuir para um supervit de US$ 26 bilhes na balana comercial em 2016. As explicaes para essa desvalorizao do dlar decorrem da provvel elevao dos juros pelo banco central norte-americano, como tambm de um possvel rebaixamento das notas de crdito de longo prazo do Brasil pelas agncias de avaliao de risco.

    Enquanto as exportaes so favorecidas com condies cambiais, na outra ponta espera-se impacto negativo sobre o nvel de preos. No tocante inflao, os economistas vm demonstrando preocupao com dominncia fiscal e Teoria Fiscal do Nvel de Preo. Sem aprofundar nos detalhes tcnicos dessas terminologias, chama ateno o risco de perda da eficincia da poltica monetria devido ao descontrole da dvida pblica.

    Por isso, acreditamos que as finanas pblicas federais sero alvo das atenes em 2016. Os resultados foram tmidos este ano. A proposta era de se economizar R$ 50 bilhes, porm estamos encerrando com dficit primrio de quase R$ 120 bilhes (includas despesas com as pedaladas fiscais). O que mais preocupa o fato de as despesas com juros da dvida pblica estarem alcanando o patamar de R$ 500 bilhes neste ano, anulando grande parte do esforo fiscal empreendido.

    A sociedade sinalizou que no deseja arcar com elevao da carga tributria. Ento precisaremos intensificar o debate em torno da eficincia dos gastos pblicos. J que 90% do Oramento federal engessado, ser preciso rever o tamanho do setor pblico. O ideal que se avalie a eficcia das polticas pblicas. A reviso de benefcios sociais est em jogo, porm preciso estudar tambm outras despesas. Por exemplo, o caso de despesas financeiras (operaes swap cambial e servio da dvida pblica), renncias fiscais, subsdios e (por que no discutirmos?) a regressividade do sistema tributrio.

    A retomada do crescimento econmico que desejamos deve avanar em reformas que estimulem os investimentos produtivos. preciso que haja aproximao de empresas, governos e profissionais em torno das solues que ampliem nossa insero competitiva nos mercados internacionais. Claro, os economistas capixabas esto disposio da sociedade e podem ajudar muito nesse debate.

    O cenrio econmico para 2016

    Eduardo rEis araujo presidente do Conselho Regional de Economia do Esprito Santo. Economista e mestre em Economia pela Universidade Federal do Esprito Santo, consultor do Tesouro Estadual

    IND 321.indb 16 08/12/2015 15:53:03

  • Nov/Dez 2015 321 17

    BruNo GarschaGEN dEBatE iNtErVENcioNismo Estatal No pas

    Cientista poltico e escritor, o capixaba Bruno Garschagen palestrou no dia 29 de setembro para lideranas empresariais e polticas, diretores, funcionrios e executivos no auditrio da Findes, em Vitria. Na sua apresentao, Garschagen, que autor do livro Pare de Acreditar no Governo Por que os brasileiros no confiam nos polticos e amam o Estado, fez uma relao direta entre o cresci-mento do Estado e o aumento dos impostos. Toda lei nova que surge aumenta o tamanho do Estado. E quanto maior o Governo, maior a conta que teremos de pagar. Os brasileiros precisam entender que o crescimento do intervencionismo est diretamente ligado ao aumento da carga tributria, explicou. O presidente da Findes em exerccio, Gibson Reggiani, compartilhou o ponto de vista do especialista. O Estado no pode fazer tudo ao mesmo tempo com qualidade. No vivel que o Governo queira substituir a sociedade e tente nos dizer o que d certo ou errado. No precisamos de uma instituio nos tutelando a todo momento, enfatizou.

    E m um encontro que marcou o debate de gargalos e desafios para o setor industrial no Brasil, aconteceu em Vitria, no dia 23 de novembro, a 94 Reunio Nacional do Conselho Temtico de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederao Nacional da Indstria (Coema-CNI). Presidente do Sistema Findes e do Coema, Marcos Guerra, falou sobre a crise hdrica do Esprito Santo.

    No painel de abertura, o foco foram a situao dos rios do Estado e a contaminao da bacia hidrogrfica do Rio Doce aps o rompimento de duas barragens da Samarco. O Esprito Santo vem enfrentando uma das maiores crises hdricas de sua histria e agora fomos surpreendidos pelo acidente em Mariana (MG). um acontecimento trgico e que lamen-tamos, principalmente pelos impactos na fauna do Rio Doce e na qualidade de vida da populao. A empresa dever ser

    Guerra preside evento do Conselho de Meio Ambiente da CNI no ES

    responsabilizada pela falha, mas precisamos refletir acerca do ocor-rido e aprender para evitar novos erros no futuro, falou o presidente.

    Alm de Guerra, estiveram presentes o secretrio estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos, Rodrigo Jdice; o assessor da Agncia Nacional de guas, Volney Zanardi Jnior; e o presidente do Conselho Temtico de Meio Ambiente da Findes, Wilmar Barbosa. Na sequncia do evento, foi reali-zado o painel Financiamento para a Sustentabilidade com representantes dos bancos de Desenvolvimento do Esprito Santo (Bandes), de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), do Nordeste e do Santander. O destaque ficou por conta de linhas de crdito para projetos e aes de desenvolvimento econmico sustentvel. Tambm foram apresentadas propostas brasileiras para a Conveno de Clima da Organizao das Naes Unidas (COP 21-ONU).

    IND 321.indb 17 08/12/2015 15:53:05

  • Artigo

    Indstria Capixaba Findes18

    Entrevista

    Paulo Hartung

    o ano de 2015 no est sendo fcil. A economia do pas, depois de meses e meses de arrasto, jogou a toalha. Tempo de brigas polticas, investigaes, denncias. Nem em pesadelos empresrios poderiam prever tantos revezes, em to pouco tempo. Aqui no Estado, o momento de apertar o cinto, fazer clculos e tentar sair fortalecido de tantas turbulncias. O governador do Esprito Santo, Paulo Hartung, que assumiu o Executivo j em um cenrio difcil, afirma que para adequar as finanas pblicas levou em considerao os ensinamentos do pai e reorganizou despesas. O fim desse quadro pouco tranquilo, diz ele, no previsvel, mas o Estado est conseguindo atravessar o ano com as contas em dia e, melhor, investindo e mantendo investidores. Na entrevista, Hartung fala ainda sobre obras fundamentais que esto saindo do papel e a importncia da educao de qualidade, enumerando ainda os maiores desafios para os prximos anos.

    Seu primeiro ano deste mandato j comeou com o pas imerso em uma forte crise poltica e econmica. Como o senhor analisa este momento e o que est sendo feito no Estado para minimizar os efeitos da crise?

    A crise no surgiu depois da eleio. Isso no verdade. Desde 2011, o crescimento brasileiro desabou. Minha impresso de j tivemos uma pequena recesso no final de 2014. E este ano teremos recesso, assim como possivelmente no ano que vem, o que vai dar uma srie histrica muito dura para a economia e para a rea social. L em 2009, o Governo do Esprito Santo fez uma poltica anticclica. Em 2010, estvamos com nossas aes dentro da normalidade. Mas, depois, somaram-se aos problemas nacionais os problemas locais.

    Aqui, o p fundo no acelerador dos gastos juntou-se a uma re-ceita que j vinha enfraquecendo. Perdemos o Fundap (Fundo de Desenvolvimento das Atividades Porturias), o que impactou a receita dos municpios, e isso se agravou no ano passado por con-ta dos problemas nos royalties de petrleo. Restou-nos, este ano, reorganizar o Oramento do Estado, tirando dele a parte que era fictcia, de mais de R$ 1,3 bilho. Se no fizssemos isso, estaramos com um dficit de execuo oramentria da ordem de R$ 1 bilho.

    O fruto desse ajuste, mesmo diante dessa realidade adversa, que todas as nossas despesas esto rigorosamente em dia, pagas. E ainda conseguimos pagar as despesas feitas em 2014 que estavam em aberto. Mas o cobertor no est curto: est curtssimo. Se olharmos a receita real em alguns meses,

    ela est um pouco menor do que a do ano passado. E as despesas crescem independentemente do que feito, j que h direitos e vantagens dos servidores, e isso impacta a folha. Quer dizer, uma administrao fina. A ginstica fenomenal, mas se olharmos o Brasil hoje, o Esprito Santo j tem um diferencial, porque tomamos as decises certas na hora certa. Ajustamos as despesas, cortamos o custeio da mquina e trabalhamos com equilbrio, com um planejamento slido e gesto intensiva, sem distraes.

    E para os prximos anos, o que podemos esperar? Na sua opinio, a crise ainda vai durar muito?

    Uma hora vamos sair dessa crise. No fcil saber quando isso vai acontecer. Estamos vivendo um 2015 perdido na economia, na gerao de empregos; o pas est regredindo nas conquistas sociais, estamos entrando em 2016 com possibilidade de encolhimento da economia. E o que precisa ser feito? Organizar a economia. Mas para organizar a economia preciso organizar a poltica, e a poltica est muito desorganizada no Brasil, um bate-cabea sem precedentes na sua histria. Precisaremos montar uma agenda para o pas e transformar essa agenda em aes. S assim vamos comear a vislumbrar a sada para essa crise.

    Eu quero fechar esta resposta com um ensinamento que vem do meu saudoso pai: crises passam; umas demoram mais, outras menos, mas passam. O que faz a diferena entre pessoas, famlias, empresas e governos em relao crise como cada um deles sair dela. Os que sarem organizados sero beneficiados no ps-crise; os que sarem desorganizados tero que consertar os erros. Estou trabalhando com uma equipe extraordinria do meu lado, dialogando muito com a sociedade para atravessarmos a crise e sair dela com um Governo organizado. At aqui conseguimos. Vamos convivendo com um brutal desajuste fiscal do pas; com a reorganizao fiscal no Esprito Santo, que est em curso e bem-sucedida at agora; com o barril de petrleo a US$ 40 ou US$ 50, o que influencia diretamente na receita do Estado, por conta dos royalties e das participaes especiais; vamos convivendo com o minrio de ferro a US$ 30 ou US$ 40, depois de ter sido comercializado a US$ 180 a tonelada o que influencia um arranjo produtivo ligado minerao e produo de ao. Vamos convivendo com a economia fraca, com ICMS do comrcio fraco, com um parque industrial enfrentando grandes dificuldades e com o ICMS da indstria caindo desde 2013. Precisamos atravessar essa crise e faremos isso com organizao e responsabilidade.

    O que faz a diferena entre pessoas, famlias, empresas e governos em relao crise como cada um deles sair da crise

    por Fernanda Zandonadi

    IND 321.indb 18 08/12/2015 15:53:07

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    A ginstica fenomenal, mas se olharmos o Brasil hoje, o Esprito Santo j tem um diferencial, porque tomamos as decises certas na hora certa

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  • Artigo

    Indstria Capixaba Findes20

    Entrevista

    Quando temos problemas que no enfrentamos, cada ms que passa fica mais difcil o enfrentamento

    As cidades tambm j sentiram os impactos da turbulncia. Como o Governo est dialogando com os prefeitos a fim de ajudar os municpios a atravessarem essa crise?

    Os prefeitos estiveram aqui, e o conselho que dei foi que eles tm que cuidar do caixa. Quando temos problemas que no enfrentamos, cada ms que passa fica mais difcil o enfrentamento. O Governo est trabalhando para melhorar a arrecadao do Estado, mas no aumentamos impostos, no vendemos dvida ativa, que so papis podres: queremos melhorar a arrecadao sem sufocar a produo. Seno matamos a galinha. Em plena recesso econmica, vamos aumentar alquota de ICMS de energia, como Pernambuco fez? Aumentar ICMS de telefonia, de gasolina, de TV a cabo, como outros Estados fizeram?

    preciso cuidado, seno voc asfixia demais a economia, a arrecadao cai e, pior de tudo, voc dificulta que os empresrios mantenham os empregos no pas e no Estado.

    No incio do ano, os prefeitos me pediram para flexibilizar o Fundo de Desenvolvimento Regional, que eu criei no mandato passado e que financiado com royalties do petrleo. Ele era todo para investimento. Pediram que flexibilizssemos com 50% para custeio. Em fun-o da crise, flexibilizamos. No o melhor, digo de antemo, mas flexibilizamos. Porm, cada um tem que fazer sua parte e te-nho que zelar para que o Estado mantenha seus compromissos em dia. Se no tivssemos nos reorganizado, o Governo no pagaria a folha este ano. Porque dinheiro vinculado, dinheiro de convnio com a Unio, de emprstimo com o BNDES, no paga folha de pagamento. O que paga a folha a receita do Estado.

    Quando eu sa do Governo, deixei uma receita que pagava a folha, pagava o custeio, pagava Poderes e instituies, pagava investimento, e sobrava todo ms. Por isso tnhamos uma poupana de mais de

    R$ 1,5 bilho. Isso dinheiro livre, que voc pode usar para tudo, para pagar pessoal, para pagar uma obra, um custeio. Mas dinheiro vinculado dinheiro carimbado, no paga folha de pagamento.

    Ao lado da crise poltica e econmica, temos a crise hdrica. o Governo anunciou 32 barragens para o norte do Estado. No foi uma soluo tardia?

    muito comum as pessoas darem pedradas depois que aparece um problema que ningum observou com profundidade. No justo. Se o problema hdrico fosse forte no Sudeste, no estaramos to surpresos com o que So Paulo viveu, depois o Rio de Janeiro e depois Minas Gerais, inteira, que era a caixa dgua da regio. E chegou ao Esprito Santo.

    Na campanha eleitoral discutimos temas diversos em muitos debates organizados por vrias instituies. Mas onde discutimos sobre a crise hdrica nesse perodo? Em nenhum debate. Essa era uma questo que no pautava o Esprito Santo. E olha que j tnhamos o Fundgua, que criei no meu ltimo Governo, direcionando uma parte dos royalties para a recuperao de nascentes, cobertura florestal, servios ambientais. Foi um projeto inovador.

    No quero o reconhecimento de que vi sozinho isso. Criei o fundo e achei que era um problema que precisvamos trabalhar. Mas dizer que estvamos enxergando esse problema, no verdade. Esse problema apareceu em dezembro do ano passado, depois das eleies, quando comeou a faltar gua em Guarapari. Pegou a todos de surpresa e no precisamos achar culpados. Precisamos fazer alguma coisa agora. O Governo sozinho no resolve esse problema. Precisamos mudar nossos hbitos e fazer um bom trabalho ambiental.

    A operao que contratamos agora, com o Banco Mundial, integral. O projeto chama-se guas e Paisagens e para recuperar nascentes e a cobertura vegetal. Mas no vai dar resultados do dia para a noite. Construir barragens importante? . Mas So Paulo tem muitas caixas dgua, e elas esto vazias. preciso ir mais longe. Recuperar cobertura vegetal, nascentes, a vegetao. H muito trabalho a fazer, e ele precisa da ajuda de todos os capixabas. A soluo depende de todos ns. Esse desafio veio para ficar e precisa ser enfrentado.

    o Estado tem alguns gargalos de infraestrutura, como o Aeroporto de Vitria e a BR-262. Como esto esses projetos e os demais que podem melhorar a competitividade do Esprito Santo?

    Ns estamos com a obra do aeroporto retomada, mas vai ser uma briga oramento a oramento, ano a ano. Os trabalhos recomearam com recurso pequeno este ano, e a bancada capixaba no Congresso est tentando garantir o oramento para o ano que vem. Estamos trabalhando tambm a BR-262. H um projeto em andamento que vai dizer qual tipo de soluo ser dada para a rodovia, se vai

    IND 321.indb 20 08/12/2015 15:53:10

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    Precisamos de uma agenda para que investidores e empresrios, tanto os daqui quanto os estrangeiros, retomem a confiana no pas

    Para o interior do Estado teremos R$ 60 milhes para terminar obras do programa Caminhos do Campo. Sero 28 trechos em todo o Estado. Dentro das possibilidades, daremos passos.

    Como gestor, quais os maiores desafios que o senhor v para o Brasil nos prximos anos?

    Precisamos de uma agenda para que investidores e empresrios, tanto os daqui quanto os estrangeiros, retomem a confiana no pas. No simplesmente um imposto que tape buracos. O que resolve o problema uma reestruturao fiscal slida. Temos que pensar em mdio e longo prazo, para que quem olhar para o Brasil veja que partimos para um processo de reestruturao slido.

    Temos que modernizar a infraestrutura do pas e tambm a edu-cao bsica, o ensino do Portugus, da Matemtica. Precisamos melhorar o ensino mdio, em que h grande evaso dos jovens. O olhar dos jovens tm de brilhar na escola. o que acontece com a Escola Viva em So Pedro. o que vi no centro do Sistema Fin-des, em Aracruz, quando visitei com o presidente Marcos Guerra. Vi os alunos e professores numa relao bacana, os alunos em volta dos instrutores, com entusiasmo, vontade de aprender.

    Precisamos tambm desburocratizar nosso pas, que tem um se-tor pblico pr-histrico. Ele foi feito para funcionar h 60 anos. Precisamos que Governos estaduais, Federal, cidades, Legislativo, Justia sejam modernizados e flexveis. O ato de comprar e con-tratar no pode ser essa coisa atrasada que temos. O mundo est integrado, em rede. S se estabelece quem tem competitividade. Se o empresrio faz uma mesa em Marilndia, ela precisa ter design, ter qualidade e preo. Tem que ser competitivo. Porque h mesas fabricadas na China, nos Estados Unidos, e que so acessveis ao consumidor. Precisamos de uma agenda que mexa nessas estruturas, na burocracia do pas, na educao. Temos que simplificar as coi-sas e tornar o Brasil um ente competitivo neste mundo integrado.

    A tragdia em Mariana, Minas Gerais, onde uma barragem de rejeitos de minerao da Samarco se rompeu no incio de no-vembro, gerou imensos impactos ambientais em todo o rio Doce, afetando consequentemente tambm importantes cidades do Esprito Santo. o que est sendo feito para minimizar os efeitos dessa tragdia?

    As Advocacias Gerais dos Estados de Minas Gerais e do Es-prito Santo j esto trabalhando juntas. muito importante uma coordenao jurdica conjunta para que possamos organizar o res-sarcimento e a recuperao do rio. Uma segunda ao no sentido de discutir um plano de recuperao de longo prazo e a constitui-o de um fundo, que no precisa ser unitrio, ao qual a empresa causadora do desastre aporte recursos.

    ser uma concesso, uma concesso patrocinada, uma parceria pblico-privada (PPP). Esse estudo vai dar a modelagem da 262. O Governo aceitou trabalhar a rodovia de Vitria a Belo Horizonte, o que d sustentabilidade, pois h reas de execuo caras no trecho do Esprito Santo.

    Tambm estamos trabalhando para melhorar a distribuio de energia do Esprito Santo. No meu primeiro mandato, consegui fazer o linho Ouro Preto/Vitria, depois o linho Mesquita/Viana, agora estamos com plano de um novo linho, Mesquita/Joo Neiva. Alm disso, lutamos por uma subestao de energia para fortalecer o sul do Estado, que est cotada para ser cons-truda em Rio Novo do Sul. At o fim do ano deve ser licitado um linho que liga Linhares a So Mateus, para fortalecer o eixo que engloba So Mateus, Sooretama, Jaguar e Pedro Canrio. Uma outra negociao para melhorar a transmisso de dados para o Esprito Santo, tornando o Estado ainda mais compe-titivo, j que a rede de transmisso de dados foca uma nova economia, a digital, que est em franca expanso. Estamos negociando com o Governo Federal, e o formato da rede vai depender dessa conversa.

    Enfim, um amplo trabalho combinado com trabalhos so-ciais para melhorar a educao, com o Escola Viva. O Estado pode evoluir muito em capital humano.

    Alm disso, a obra da Leste-Oeste est a pleno vapor; j libe-ramos os quatro contratos, e agora tentamos liberar o Contor-no do Mestre lvaro, que est em fase final de licenciamento ambiental e uma obra importante, estruturadora, que solu-ciona o trfego de Carapina. Temos R$ 30 milhes em caixa, dinheiro de convnio com a Unio. Precisamos de mais re-cursos, e nossa bancada est trabalhando nisso. H tambm a obra de Coutinho, na entrada de Castelo, at Cachoeiro do Itapemirim; vamos duplicar aquele trecho. O edital ser lan-ado no final deste ano.

    IND 321.indb 21 08/12/2015 15:53:11

  • Artigo

    Indstria Capixaba Findes22

    indstria em ao

    capixaBa dEstaquE NacioNal do prmio iEl-Es Uma iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi, a entrega do Prmio IEL de Estgio 2015 movimentou jovens talentos em 29 de outubro, em Fortaleza, no Cear. A estudante de Engenharia de Produo Fernanda Luiza Emediato Fernandes, do Esprito Santo, foi a vencedora da na categoria Estagirio Destaque. Esforcei-me muito, mas sei que tem muitas outras pessoas que tambm se esforam diariamente. O mais importante nem o primeiro lugar, mas a valorizao do estgio, disse ela, que trabalha na Cedisa Central de Ao. Fernanda foi para a disputa nacional aps vencer a Etapa Estadual, que aconteceu no dia 30 de setembro e teve Brenda Coronel Valadares e Daniel Coutinho Leite completando o pdio. Nessa etapa local, a Faesa conquistou a categoria Instituio de Ensino Destaque, e a Roca Sanitrios foi a vencedora entre as empresas demandantes de estgio.

    coNVNio amplia compEtitiVidadE da aGroiNdstriaUma parceria firmada entre a Rede Capixaba de Metrologia (RCM) e o Instituto de Defesa Agropecuria e Florestal do Esprito Santo (Idaf-ES) beneficiar agroindstrias do Esprito Santo com o desenvolvimento de produtos e a gerao de novos negcios para os capixabas. A assinatura contou com a presena de executivos, diretores e conselheiros do Sistema Findes e de lideranas estaduais, como o vice-governador do Estado, Csar Colnago, o secretrio de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto, e o diretor-presidente do Idaf, Jos Maria de Abreu Jnior. O acordo prev que laboratrios agropecurios, responsveis por anlises de solo, de tecido vegetal e de fertilizantes, entre outros itens, sejam reconhecidos e credenciados pelas duas instituies. Para o vice-presidente da Findes Benzio Lzaro, o convnio representa evoluo para a indstria. A aproximao entre os setores pblico e privado organiza processos, favorece a certificao e aumenta a confiabilidade e a competitividade dos nossos produtos, frisou.

    prEVENo dE acidENtEs dEstaquE Em FEira

    Com o objetivo de conscientizar empresas e trabalhadores da indstria acerca de acidentes de trabalho, foi realizada entre 6 e 8 de outubro, no Carapina Centro de Eventos, a 2 Feira de Sade e Segurana do Trabalho Prevenir. O presidente do Sindicato das Indstrias Metalrgicas e de Material Eltrico do Esprito Santo (Sindifer-ES), Manoel Pimenta, informou que o Estado ocupa atualmente o 2 lugar no ranking nacional que mede a transparncia em segurana do trabalho nas empresas. O Sistema Findes marcou presena na feira com um estande prprio e diversas aes, como pales-tras e exposio de servios de Sesi-ES, Senai-ES e IEL-ES, alm de equipamentos e unidades mveis. Um dos destaques no evento foi o Prmio Escola Segura Projeto Amadurecer, que reconheceu escolas da rede estadual por aes que estimulam, mobilizam e promovem a educao dos alunos na percepo de riscos e comportamento seguro. Foram premiadas as escolas Clvis Borges Miguel, que fica na Serra, Ewerton Montenegro, de Viana, e Almirante Barroso, em Vitria.

    IND 321.indb 22 08/12/2015 15:53:15

  • IND 321.indb 23 08/12/2015 15:53:16

  • Inovao

    Indstria Capixaba Findes24

    U m dos grandes desafios do Esprito Santo em 2015 superar os efeitos da escassez de gua. O Estado registra uma das piores secas de sua histria, o que vem trazendo impactos para toda a populao urbana e rural. Na economia, quem primeiro sofreu o abalo desse estresse hdrico foi a indstria, que logo se mobilizou e trouxe uma das principais solues para enfrentar o problema.

    Aps o Governo Estadual publicar, em outubro, duas reso-lues de emergncia que restringem a captao de gua em todo o Estado durante o dia e tambm noite em diversos municpios, industriais do extremo norte capixaba, que est entre as regies mais crticas, propuseram acordos comunit-rios para o uso racional do recurso natural, sem comprometer o abastecimento humano e animal e garantindo o funcio-namento da produo industrial neste perodo conturbado.

    Tambm com base nessa proposta, o Executivo editou outras duas resolues, sendo que uma agora serve de modelo para acordos locais em todas as regies em condies severas. O presidente da Findes, Marcos Guerra, considerou a medida necessria e afirmou que a preocupao das inds-trias sempre foi a busca por solues. Temos buscado o dilogo permanente com os rgos ambientais e conver-samos com nossos representantes nos Comits de Bacias Hidrogrficas. Queremos a preservao dos recursos hdricos, com o mximo de eficincia e o mnimo de consumo, afirmou.

    Ele destaca que a produo industrial movimenta a economia e atua dentro da legalidade. No podemos pres-cindir de defender uma atividade to importante para o desenvolvimento do Estado, declarou.

    Empresrios e Federao das Indstrias propem acordos comunitrios para garantir manuteno da produo

    gua escassa pe indstria e sociedade lado a lado

    por Mike Figueiredo

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    como acontece na Bacia do Rio Doce, que sofre com a dimi-nuio do leito de seu principal rio h dcadas. Porm, h algum tempo, a crise hdrica chegou Grande Vitria, com a baixa dos rios Santa Maria e Jucu, o que afeta a populao que representa a maior concentrao demogrfica do Estado.

    Se antes a seca era um problema geograficamente localizado, hoje preciso discutir aes efetivas em toda a extenso territorial do Estado, quer seja com a preservao dos leitos existentes, quer seja com o racionamento nos pontos mais crticos, concluiu.

    As chuvas que chegaram ao Estado ainda no garantem com tranquilidade o abastecimento, e a situao pode piorar nos prximos meses. At agora no tivemos quase nada de chuva, e no vejo quantitativo que possa normalizar o supri-mento de gua para as bacias, alerta o presidente do Conselho Temtico de Meio Ambiente da Findes (Consuma), Wilmar Barros Barbosa. As empresas tm que criar efici-ncia na utilizao, e a populao deve manter o consumo de forma controlada, porque existe uma grande possiblidade de faltar gua, e o que devemos fazer economizar, refora.

    uso sustentvelDe acordo com a legislao vigente no pas, as indstrias

    esto no fim da fila de prioridades para o abastecimento hdrico. Como um dos principais interessados, o segmento industrial precisa continuar organizado para atender neces-sidade do emprego racional de gua e primar pelo reso e pelo reaproveitamento dos efluentes.

    Sueli Tonini explica que as prprias indstrias esto perce-bendo a importncia de se organizar para economizar ainda mais gua nos processos produtivos. Precisamos ampliar o leque dos empreendimentos industriais que seguem a racio-nalizao do uso dos recursos naturais e que sejam bons exemplos para o Estado. Entre as medidas que podem ser adotadas esto o plantio de rvores e a participao ativa nos Comits de Bacias Hidrogrficas, por exemplo, observou.

    No s gua que deve ficar na mira do gasto racional. Marcos Guerra acredita que o debate precisa ser ampliado

    A diretora-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos (Iema), Sueli Passoni Tonini, frisa que a finalidade da poltica de recursos hdricos buscar a gesto compartilhada para a utilizao da gua. impor-tante estimular esse modelo de gesto, para que dentro da bacia hidrogrfica os usurios conversem e, a partir desse acordo, estabeleam o uso racional dos recursos, explicou.

    Segundo ela, a poltica de recursos hdricos tem a tarefa objetiva de controlar as atividades, e a gesto comparti-lhada faz com que os empreendimentos busquem o prprio controle e no comprometam a qualidade do solo, do ar e da gua. A preservao dos recursos naturais inclui preservar tambm os recursos hdricos.

    Guerra comenta que, no Esprito Santo, historicamente, as regies norte e noroeste so muito prejudicadas pela seca,

    gua escassa pe indstria e sociedade lado a lado

    Os capixabas esto aderindo positivamente e tentando encontrar solues para enfrentar a crise hdrica. A sociedade est assumindo a responsabilidade coletiva de gerir os recursos escassos Paulo Paim, diretor-presidente da Agncia Estadual de Recursos Hdricos (Agerh)

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    para o consumo consciente de todos os recursos natu-rais. Precisamos intensificar o reaproveitamento da gua, a gerao de energia em fontes alternativas, evitando tambm a dependncia do setor hidroeltrico. Todos devem unir foras em favor da economia de gua, investindo em tecno-logias sustentveis, programas de gesto eficiente e educao ambiental para a populao, concluiu.

    Desastre no Rio DoceSe a situao j era crtica, ficou ainda mais aguda a partir

    do desastre ambiental provocado pelo rompimento de uma barragem da mineradora Samarco no dia 5 de novembro, em Mariana (MG). A gigantesca onda de lama contendo os rejeitos de minrio chegou ao Rio Doce, tornando a gua, que j era escassa, imprpria para o consumo.

    A regio sofre historicamente com a queda de nvel do rio e agora o quadro ficou ainda mais complicado para a popu-lao e empreendimentos rurais, comerciais e industriais. Todos os municpios que esto na Bacia do Rio Doce tm agravada a situao de escassez de gua. J tomamos

    Fique por dentro das resolues

    Publicadas em 6 de outubro

    Resoluo 005Probe a construo de novos poos escavados, a captao em poos escavados localizados a menos de 300 metros de um corpo hdrico superficial e a perfurao de poos artesianos, exceto quando destinados ao abastecimento humano. O documento tambm recomendou s companhias pblicas e privadas de abastecimento e aos servios autnomos municipais de gua (Saaes) que reduzam o fornecimento para grandes usurios industriais.A resoluo determinou ainda a proibio imediata em todo o Estado, no perodo diurno (entre as 5h e as 18h), das captaes em cursos de gua superficiais destinadas a todo e qualquer uso, exceto para o abastecimento humano.

    Resoluo 006A captao de gua nos municpios que esto em situao extremamente crtica agora tem regras e condies estabelecidas pela Resoluo 006/2015. Nesses locais, a captao hdrica para qualquer outro fim que no seja o abastecimento humano e animal como a utilizao da gua para fins industriais e para irrigao ficou totalmente suspensa, primeiro por 15 dias, prazo depois ampliado para 45 dias. No fim de novembro, a vigncia das resolues foi estendida at 21 de dezembro.

    Publicadas em 15 de outubro

    Resoluo 007Abre espao para que sejam feitos acordos entre os diversos usurios dos mananciais dos municpios em situao extremamente crtica, envolvendo prefeituras, associaes de produtores rurais e Comits de Bacias. Com esses acordos, que precisam ser homologados pela Agerh, tais municpios podero deixar de ser enquadrados como em situao extremamente crtica, e o setor produtivo ter menos restries para captar a gua.Esse acordo rene um conjunto de aes e normas relacionadas aos usos da gua, decididos coletivamente, e que garantiro as condies para o abastecimento humano, enquanto estiver vigorando o cenrio de alerta.

    Resoluo 008Garante o mesmo benefcio da Resoluo 007 s indstrias que fazem captao gua diretamente nos cursos de guas estaduais, desde que elas tambm faam um acordo de cooperao no mbito dos Comits de Bacias, criando condies especficas para o enfrentamento do cenrio de alerta e garantindo o abastecimento para a populao.

    Precisamos ampliar o leque dos empreendimentos industriais que seguem a racionalizao do uso dos recursos naturais e que sejam bons exemplos para o Estado. Sueli Tonini, diretora-presidente do Iema

    Temos buscado o dilogo permanente com os rgos ambientais e conversamos com nossos representantes nos Comits de Bacias Hidrogrficas. Queremos a preservao dos recursos hdricos, com o mximo de eficincia e o mnimo de consumo

    Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

    conhecimento de uma indstria de vesturio que est recor-rendo a caminhes-pipa para o consumo dos funcionrios, informou Wilmar Barbosa.

    O Esprito Santo vem enfrentando uma das maiores crises hdricas de sua histria e agora fomos surpreendidos pelo acidente em Mariana. um acontecimento trgico e

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    Municpios em situao extremamente crticaFique por dentro das resolues

    Acordos comunitrios em operao: Pinheiros e Conceio da Barra Santa Maria de Jetib

    (rio Santa Maria da Vitria)

    Acordos comunitrios em anlise: So Gabriel da Palha (rio So Jos) Bacia do Rio Jucu (Domingos Martins,

    Marechal Floriano, Viana, Cariacica, Guarapari e Vila Velha)

    que lamentamos, principalmente pelos impactos na fauna do Rio Doce e na qualidade de vida da populao, enfatizou o presidente. A empresa dever ser responsabilizada pela falha, mas preci-samos refletir acerca do ocorrido e aprender para evitar novos erros no futuro, detalhou Guerra.

    O presidente da Findes considera que no se deve demonizar a Samarco, mas responsabi-liz-la pelos erros cometidos. Ele afirma que a indstria tem sido essencial para o desenvolvi-mento econmico do Esprito Santo nos ltimos anos. O pas vive um momento grave de desin-dustrializao, com perda de participao do setor no Produto Interno Bruto e reduo dos postos de trabalho. Discursar contra as indstrias frear o crescimento de nossa economia, afetar o emprego e diminuir a gerao de oportunidades para a populao, defendeu.

    Medidas de emergnciaPor causa dos efeitos da estiagem prolon-

    gada, a Agncia Estadual de Recursos Hdricos (Agerh) editou as Resolues 005 e 006/2015, publicadas em 6 de outubro no Dirio Oficial do Estado. A primeira declarou o cenrio de alerta por causa da escassez hdrica, e a segunda priorizou o abastecimento humano e animal em todas as bacias hidrogrficas de domnio esta-dual, estabelecendo uma srie de restries ao uso da gua.

    As medidas foram anunciadas pelo Comit Hdrico Governamental, composto por repre-sentantes da Secretaria da Agricultura (Seag), da Secretaria de Meio Ambiente (Seama), da Cesan e de outros rgos estaduais.

    Aps a reao das indstrias, a Agerh editou duas outras resolues, publicadas em 15 de outubro, e incluiu novas regies de seis municpios na relao de locais em situao extremamente crtica quanto ao abastecimento de gua (veja mapa ao lado). As resolues 007 e 008/2015 estipularam novas regras para incluso e excluso da condio de extrema criticidade, tanto por municpio, quanto por indstrias, valorizando acordos locais firmados.

    Alm disso, as prefeituras receberam a reco-mendao de adaptar, em regime de urgncia, seus cdigos municipais de postura para proibir atividades que desperdiam gua, tais como lavagem de carros, caladas, fachadas, pisos, muros e janelas com o uso de mangueiras; irri-gao de jardins e gramados; resfriamento de telhados com umectao ou sistemas abertos de

    SerraCrrego Chapada Grande (Cidade Nova da Serra)

    EcoporangaCrrego Faco Pinheiros

    Rio Itauninhas

    Santa Teresa e So Roque do CanaRio Santa Maria do Doce

    Vila PavoCrrego Socorro

    Conceio da BarraRio Preto do Norte

    So MateusRio So Mateus

    So Gabriel da PalhaRio So Jos

    Alto Rio NovoCrrego Rio Novo

    Itaguau e ItaranaRio Santa Joana

    PancasCrrego Floresta

    Barra de So FranciscoCrrego Baiano/Crrego Nicolini

    MantenpolisCrrego Santa Luzia/

    Crrego da Ona e Ribeiro Manteninha

    Fonte: Agerh-ES

    troca de calor; lavagem de ruas e avenidas, exceto quando a fonte for o reso de guas residuais tratadas.

    Uma fora-tarefa foi criada para fiscalizar a utilizao hdrica em todas as bacias hidrogrficas e formada por representantes dos Comits de Bacias, da Agerh, do Instituto de Defesa Agropecuria e Florestal (Idaf), do Iema, da Polcia Militar e de prefeituras. O grupo vai verificar nos prprios locais se as resolues esto sendo cumpridas. Em caso de desrespeito, os infratores esto sujeitos a multas de at R$ 268 mil.

    A rpida ao das indstriasAs resolues do Governo Estadual que restringem a captao de gua

    preocuparam os empresrios quanto ao grande impacto que poderiam

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    causar na produo industrial. Afinal, a atividade sustenta boa parte da economia de cada regio onde est instalada.

    A Findes possui representantes em todos os Comits de Bacias Hidrogrficas do Estado. Temos dialogado de forma permanente e apresentado o nvel de eficincia de consumo das indstrias, desmitificando a viso que as pessoas possuem do setor, informou o presidente Marcos Guerra.

    Aps a publicao das resolues, representantes dos muni-cpios de Conceio da Barra e Pinheiros fizeram reunies com o Governo para propor alternativas s restries. O grupo foi liderado pelo vice-presidente institucional da Findes em So Mateus e Regio, Nerzy Dalla Bernardina Jnior, que diretor da Alcon, empresa sediada em Conceio da Barra.

    Mostramos aos representantes dos rgos de controle ambiental do Governo do Estado que a situao poderia ser discutida e propusemos os acordos de cooperao dentro das bacias como sada para o problema, contou Nerzy.

    Para superar a situao e minimizar os impactos econ-micos, os pactos garantem o acesso gua tanto pela populao quanto pelos empreendimentos industriais e comerciais que a captam gua diretamente dos cursos.

    Reso de gua incentivado pela Findes

    Amplos debates tem acontecido na sede do Sistema Findes, em Vitria, sobre a situao dos recursos hdricos estaduais e tambm a respeito das questes jurdicas sobre o uso e o reso da gua pelas indstrias no Esprito Santo.Os seminrios abordaram os aspectos legais ligados ao tema, a situao atual e o futuro para o reso no Estado, alm de um encontro somente para apresentar experincias bem-sucedidas de indstrias que j utilizam essas tecnologias, tanto no Esprito Santo quanto fora daqui.O seminrio faz parte de uma srie de etapas que cumpriremos para buscar as melhores solues nessas questes, garantiu o presidente do Consuma, Wilmar Barros Barbosa, que enfatiza a importncia de se discutir o tema com a apresentao de solues que, inclusive, podem promover uma reduo radical no valor das contas de gua pagas pelas indstrias.

    Nerzy afirma que o acordo de cooperao a melhor soluo para administrar os recursos hdricos e que, se houver apenas a ao dos rgos punitivos, os setores industrial e agropecu-rio saem prejudicados com as multas e outros instrumentos coercitivos, que no estimulam em nada o dilogo entre os usurios locais.

    J h mais de 40 dias o acordo est firmado e operando, e at agora no registamos problemas de falta de gua. O Governo acertou em cheio quando ouviu nossas demandas e aderiu nossa proposta, comemora o dirigente.

    Nossa prioridade buscar acordos e solues que sejam benficos para a populao e para o setor produtivo. Com prudncia e pacincia, podemos encontrar caminhos que garantam a preservao dos recursos hdricos e da atividade econmica em todo o Estado, avaliou Guerra.

    As resolues mais recentes (007 e 008/2015), publicadas em 15 de outubro, permitem ento que os comits de bacia desenvolvam um esquema prprio de racionamento, garantindo que no haja risco para o abaste-cimento humano.

    Os capixabas esto aderindo positivamente e tentando encontrar solues para enfrentar a crise hdrica. A socie-dade est assumindo a responsabilidade coletiva de gerir os recursos escassos, retirando o carter policialesco das resolu-es e colocando os Comits de Bacia como espaos legtimos para que ocorram as discusses e os acordos, considerou o diretor-presidente Paulo Paim.

    Segundo ele, esse cenrio que permite acordos regio-nais muito reconfortante. J estamos com cinco acordos de cooperao comunitria envolvendo o setor industrial em operao ou prestes a serem firmados. Mais do que apenas uma sada da situao crtica, esses pactos apontam para a capacidade de resposta da socie-dade em resolver seus prprios problemas, explicou Paim, que ressalta a participao da Agerh no apoio tcnico elabo-rao das alianas.

    Todos os municpios que esto na bacia do rio Doce tm agravada a situao de escassez de gua. J tomamos conhecimento de uma indstria de vesturio que est recorrendo a caminhes-pipa para o consumo dos funcionrios

    Wilmar Barros Barbosa, presidente do Conselho Temtico de Meio Ambiente da Findes (Consuma)

    Indstria

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    indstria em ao

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    prodFor rEaliza ENcoNtro dE NEGciosDar mais visibilidade demanda existente nas cadeias produtivas locais, colocando frente a frente quem demanda e quem fornece. Com esse objetivo, aconteceu no dia 18 de novembro, no Salo da Indstria, localizado no prdio do Sistema Findes, em Vitria, o 6 Encontro de Negcios do Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificao de Fornecedores (Prodfor). O evento disponibilizou reunies entre fornecedores e representantes das mantenedoras ArcelorMittal (Cariacica e Tubaro), Cesan, Petrobras e Vale, que puderam conhecer melhor suas respectivas ofertas e demandas, bem como os seus ramos de atividades. A abertura do encontro foi feita pelo coordenador-executivo do Prodfor, Luciano Raizer, que falou sobre a relevncia da programao para o fortalecimento do Prodfor. Esse um servio de enorme importncia para aproximar os fornecedores de grandes empresas compradoras do Estado. So encontros breves e dinmicos que podem ser muito bem aproveitados por todos com a gerao de negcios.

    sEmiNrio holaNda - Esprito saNto acoNtEcE Em Vitria Quarto maior investidor estrangeiro no Brasil, com R$ 40 bilhes em 2013 e tambm com um histrico comercial positivo com o Esprito Santo, a Holanda foi destaque em evento realizado pelo Sistema Findes no dia 15 de outubro. Por meio de seu Centro Internacional de Negcios (CIN-ES), a Federao das Indstrias promoveu o seminrio Holanda - Esprito Santo: Desenvolvendo Parcerias. Alm de diversas autoridades e representantes da iniciativa privada daquela economia europeia, esteve presente o embaixador dos Pases Baixos no Brasil, Han Peters. Ocorreram apresentaes do cnsul geral dos Pases Baixos no Rio de Janeiro, Arjen Uijterlinde; do representante comercial no Brasil da empresa holandesa TNO, Laurens Steen; do gerente comercial do Porto Central, Frans Jan Hellenthal; e do especialista em portos, Martin De Jong. Correalizado pelo Consulado do Reino dos Pases Baixos no Esprito Santo e pelo Sebrae-ES, o encontro serviu para viabilizar negcios com empresrios capixabas a partir da apresentao de setores promissores da economia holandesa, como energia, logstica e sustentabilidade. Em 2014, o Esprito Santo exportou para l US$ 2 bilhes e importou US$ 28 milhes.

    capixaBas participam da maior FEira dE alimENtos do muNdo

    Uma comitiva com 13 empresrios capixabas participou em outubro da Feira Anuga, na cidade de Colnia, Alemanha. Os contemplados pelo 3 Prmio Senai de Inovao em Alimentos e Bebidas (Prmio IAB) fizeram parte da caravana, tendo como recompensa pela vitria o custeio do pacote de viagens e credenciais na feira, considerada a maior do mundo no setor de alimentos e bebidas. Contando com o suporte do Centro de Internacional de Negcios da Findes (CIN-ES), do Senai-ES e do Sebrae-ES, a comitiva fez parte do Programa de Misses Empresariais Prospectivas, organizado pela Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negcios (Rede CIN) e coordenado nacionalmente pela Confederao Nacional da Indstria (CNI). A misso empresarial foi feita em parceria com a Agncia Brasileira de Promoo de Exportaes e Investimentos (Apex-Brasil), que trabalha para promover as exportaes de produtos e servios brasileiros, apoiar a interna-cionalizao das empresas e atrair investimentos estrangeiros para o Brasil.

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    E m uma ao indita, o Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Esprito Santo (Ideies) finalizou o Mapeamento da Indstria Criativa no Esprito Santo. Trata-se do primeiro estudo j realizado no Estado sobre esse setor, que composto pelos segmentos de Arquitetura; Artes Cnicas; Audiovisual; Biotecnologia; Design; Editorial; Expresses Culturais; Moda; Msica; Pesquisa e Desenvolvimento; Patrimnio e Artes; Publicidade e Tecnologia da Informao e Comunicao.

    Para a viabilidade do trabalho, a entidade do Sistema Findes criou o ndice Ideies de Concentrao da Indstria Criativa (IndIIC), com base em dados sobre os profissionais criativos e suas respectivas remuneraes mdias extrados de levantamentos realizados em todo o Brasil pela Federao das Indstrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e

    de informaes sobre as empresas criativas capixabas na Classificao Nacional de Atividades Econmicas (CNAE).

    Dividido em quatro captulos, o mapeamento, que avaliou os 78 muncipios do Estado, comea conceituando o que so a economia criativa e a indstria criativa. No primeiro cap-tulo, o contedo mostra que ambos so conceitos recentes, ainda em desenvolvimento, em momentos diferentes, depen-dendo de cada localidade. No segundo captulo, destaca-se a importncia de um conhecimento mais profundo acerca das indstrias criativas, pelo seu grande impacto para o cresci-mento econmico de uma regio.

    No captulo seguinte, o levantamento traz os mapeamentos realizados, em mbito nacional, pela Firjan (A Indstria Criativa no Brasil), pela Fundao de Desenvolvimento Administrativo Fundap (A Indstria Criativa na Cidade

    Ideies realizou um pioneiro mapeamento, que analisou grupo composto por 13 setores

    Indstria criativa no mapa do desenvolvimento

    por Gustavo Costa

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    todos os municpios do Estado. Para que se consiga desen-volver, a indstria criativa em uma localidade seja um pas, estado, municpio ou bairro necessrio sabermos do que se est tratando. Quais so os setores criativos existentes na localidade? Quantos profissionais criativos trabalham nos setores? Quantas indstrias criativas existem? O mapeamento foi importante para responder essas questes. Os resul-tados do estudo contribuiro para a tomada de deciso dos agentes pblicos e econmicos no sentido de criar polticas para o crescimento da indstria criativa e, principalmente, como suporte ao desenvolvimento da indstria tradicional capixaba. Podemos destacar que a maior concentrao dos 13 setores criativos considerados no estudo est no muni-cpio de Vitria, seguido por Vila Velha, Serra, Anchieta, Guarapari, Cachoeiro de Itapemirim, Linhares, Colatina e So Mateus, disse o diretor-executivo do Ideies, Antonio Fernando Doria Porto.

    Segundo o dirigente, a indstria criativa no Esprito Santo vive seu melhor momento e conta com grandes apoiadores. O Governo do Estado tem como um dos projetos priori-trios o desenvolvimento da economia criativa. A Findes criou o Conselho Temtico da Economia Criativa (Conect). E novos sindicatos patronais esto em formao ou j em estgio de regularizao sindical, como os de audiovisual e joias, alm da entrada do segmento de games no Sindicato de Informtica, explicou.

    Para Porto, o Sistema Findes seguir ampliando a relao com a indstria criativa. Destaca-se, por exemplo, o apoio que vem sendo dado s indstrias de games, audiovisual, joias, moda e design, inclusive em processo de ampliao da qualifi-cao profissional por meio de aes do Sesi e Senai do Esprito Santo. Tambm desenvolvemos uma metodologia para arti-culao entre a indstria criativa e a indstria tradicional, um projeto piloto aplicado em pequenas empresas dos

    de So Paulo) e pela Fundao de Economia e Estatstica Siegfried Emanuel Heuser (FEE), em parceria com a Agncia Gacha de Desenvolvimento e Promoo da Inovao (AGDI) do Rio Grande do Sul (A Indstria Criativa no Rio Grande do Sul sntese terica e evidncias empricas). J no ltimo captulo, o estudo apresenta o mapeamento da indstria criativa capixaba em todos os municpios, classifi-cados segundo os resultados do IndIIC.

    O levantamento do Ideies tem ainda seis anexos, que detalham os estudos a respeito de profissionais criativos de acordo com a Classificao Brasileira de Ocupaes (CBOs); os CNAEs das empresas criativas usados no Mapeamento da Indstria Criativa do Esprito Santo; o comparativo dos CNAEs com os outros utilizados pelos mapeamentos efetuados sobre a indstria criativa no Brasil e pela Conferncia sobre o Comrcio e Desenvolvimento das Naes Unidas (Unctad); os setores criativos por municpios, de acordo com a classificao do IndIIC; a metodologia do IndIIC; e a metodologia para o levantamento dos principais setores criativos no Estado.

    Estudo contribuir para tomadas de decises

    O Mapeamento da Indstria Criativa no Esprito Santo lana uma luz sobre a concentrao dos setores analisados em

    Os resultados do estudo contribuiro para a tomada de deciso dos agentes pblicos e econmicos no sentido de criar polticas para o crescimento da indstria criativa - Antonio Fernando Doria Porto, diretor-executivo do Ideies

    Indstria criativa no Esprito Santo

    Indstria criativa na capital Vitria

    1.450empresas criativas

    O IndIIC variou entre 0,008 (Santa Leopoldina) a 8,114 (Vitria), evidenciando que a indstria criativa est distribuda em todos os municpios capixabas, entretanto, em diferentes nveis e intensidades.

    33,7%das empresas criativas

    Contempla todo os

    13 setoresdessa economia

    58,2%da massa salarial da economia criativa

    13.400profissionais em ocupaes criativas

    46,6%dos trabalhadores ativos

    Fonte: Ideies

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    segmentos de confeco, moveleiro e de rochas ornamentais, por intermdio de uma parceria da Findes, do Sesi e do Senai com o Sebrae do Esprito Santo.

    J o diretor para Assuntos do Sesi-ES e presidente do Conect, Jose Carlos Bergamin, acredita que conhecer tecni-camente a indstria criativa fundamental, uma vez que a partir do mapeamento ser possvel buscar polticas asser-tivas para cada grupo que compe o conjunto, com base nas vocaes regionais, capacidade j instalada e criadores identi-ficados. Ele lista o que considera gargalos para essa indstria. Aculturamento do ambiente criativo. preciso entender primeiro o que economia criativa, o que de fato compe essa economia, defendida como a economia do futuro, a sua abrangncia e as suas possibilidades de gerar riqueza para as pessoas diretamente envol-vidas e para a sociedade. Precisa deixar de ser romntica para ser negcio, ter processo, e estratgias de mercado, alm de gesto qualificada, destacou.

    Bergamin enxerga a indstria criativa como negcio com muitas possibilidades de crescimento rpido no Estado, apro-veitando as caractersticas dinmicas do capixaba. Temos a criatividade italiana, com design e gastronomia; e a criatividade afro, no campo artstico. Completaremos com a cultura germ-nica, para colocar todos esses valores dentro da criatividade dos processos para gerar negcios organizados e sustentveis. O assunto ainda muito novo aqui e no mundo. Os primeiros estudos comearam em 1998, na Inglaterra, que o pas mais desen-volvido no tema. Mas a economia criativa uma tima receita de sucesso para os perodos de crise, especialmente para uma economia pequena, mas dinmica, como a do Esprito Santo, falou o diretor. Segundo ele, o mapeamento mostra mais uma vez o compro-misso do Sistema Findes em desenvolver o Estado de modo mais desconcentrado e sem gigantismo, com menos impacto e mais leve.

    A indstria criativa est em pleno crescimento e apresenta alternativas mais baratas e produtivas ou voltadas qualidade de vida - Fred Rischter, CEO da Blue Pixel

    Mapeamento da Indstria Criativa no ES

    Para mais informaes a respeito do Mapeamento da Indstria Criativa no Esprito Santo e do material na ntegra, acesse o site do Sistema Findes (www.sistemafindes.org.br) ou o link issuu.com/sistemafindes (no QRcode ao lado), ou ainda ligue 27 3334.5939.

    Estamos trabalhando para uma indstria em que o compar-tilhamento, as transversalidades, possa proporcionar uma sociedade mais envolvida, produtiva e feliz. O exemplo concreto e claro foi a criao do Conect para dar suporte e ser o centro de convergncia, de condensao dos pensamentos e de difuso norteadora de possibilidades e aes, frisou.

    Para quem atua na indstria criativa, o mapeamento reali-zado pelo Ideies d uma noo mais clara para investimentos, operaes em geral, incentivos e oportunidades. o que observa Fred Rischter, CEO da Blue Pixel. Por um lado, a indstria criativa est em pleno crescimento e apresenta alternativas mais baratas e produtivas ou voltadas qualidade de vida e, portanto, continua sendo uma tima alternativa de investimento. Por outro lado, com o desaquecimento, todos percebem uma diminuio de demanda. Acho que em geral a conta fecha no zero a zero durante este perodo de crise, com expectativa de melhora a curto prazo.

    Para Rischter, preciso haver uma mudana de menta-lidade a favor. A viso local ainda muito contrria a este tipo de atividade. As pessoas no percebem o poten-cial e no entendem como funciona; por consequncia no do importncia nem valor a essas atividades. fcil entender isso, pois a realidade do Brasil todo essa. Ns no somos o Japo ou o