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    PAINEL DAAFRICA

    P u b l i c a o d e E x p e r i n c i a s C o s m o p o l i t a s

    Ano I - N. 1 COGNPOLIS Setembro 2014

    Edio Gratuita

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    QUIZ - Teste seus Conhecimentos sobre a frica

    01. Animais.Quais os animais conhecidos de "os 5 grandes" da frica?

    02. Apartheid.Quais pases atuais tiveram seu territrio sob o regime do apartheid?

    03. Ativista. O filme Cry Freedombaseia-se na vida de qual ativista sul-africano?

    04. Candombl. De onde eram os negros que trouxeram o candombl para o Brasil?

    05. Capitalismo. Qual regio africana pertencia empresa privada e quem era seu dono?

    06. Cidade.Qual a cidade mais populosa da frica?a07. Cinema. Em qual pas localiza-se a 2 maior indstria cinematogrfica do mundo?

    08. Clima.Quais os tipos climticos da frica?

    09. Colnias.Quais foram os 2 nicos pases da frica que no foram colnias?

    10. Diviso. Qual evento "autorizou" a diviso da frica entre pases europeus?

    11. Economia. Qual o pas com maior economia da frica?

    12. Empresa.Qual empresa fundou a cidade do Cabo na frica do Sul?

    13. Extenso. Em termos de tamanho, qual a classificao do continente frente aos demais?14. Fsseis. Qual a idade dos fsseis dos homindeos mais antigos do planeta?

    15. Geografia. Em qual pas se localiza o Cabo da Boa Esperana?

    16. Geopoltica.Quantos pases tem o continente africano hoje?

    17. Gorilas. Quais so os 3 pases conhecidos por abrigarem gorilas das montanhas?

    18. Homindeos.Quais pases concentram o maior nmero de fsseis de homindeos?

    19. Ilha. Qual pas fica na maior ilha da frica?

    20. Imprio Britnico.Quais os pases que tiveram colonizao inglesa na frica?

    21. Libertos. Qual pas africano foi fundado por escravos libertos?

    22. Medicina. Qual pas da frica dispe da Medicina mais avanada?

    23. Menor.Qual o menor pas africano que tambm o menos populoso e o mais rico?

    24. Mudana.Qual o pas mais novo da frica?

    25. Nobel. Qual pas da frica tem o maior nmero de nobelistas da paz?

    26. Obelisco. Quantos obeliscos egpcios encontram-se em Paris e aonde esto?

    27. Pas. Qual o pas mais populoso da frica?

    28. Poder.Qual o lder africano h mais tempo no poder?

    29. Populao. Quanto populao, qual a posio do continente frente aos demais?

    30. Portugus. Quais pases, ex-colnias de Portugal, tem como lngua oficial o Portugus?31. Presidentes. Quantos presidentes negros a frica do Sul j teve?

    32. Regies. Quais so as regies da frica, segundo a ONU?

    33. Religio. H quanto tempo a Etipia se converteu ao cristianismo?

    34. Separatismo. Quais regies buscam serem reconhecidas como pases?

    35. UA.Qual a cidade sede da Unio Africana?

    36. Universidade. Aonde fica a primeira universidade da frica?

    37. Vinho. Quais europeus iniciaram a produo de vinho na frica do Sul, no Sc. XVII?

    (Respostas no verso da contracapa)

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    INTERCMBIOPublicao de Experincias Cosmopolitas

    Ano I N. 1 C Setembro 2014

    SUMRIO

    APRESENAO 3

    AFRICANOLOGIAAfricanofilia Giuliana Costa 5

    COSMOVISO

    Metodologia Autodidata Cosmovisiolgica Amy Bello 11

    EXPERINCIAS EM FRICA

    Entrevista com Malu Lindemann 33

    LINGUSTICA

    Olhares Multifocais sobre a Situao Sociolingustica emMoambique: Reflectindo Criticamente sobre Polticas

    e Prticas Ildio Macaringue 39

    MEDICINA

    Condutas Profilticas na frica: Histria da Sade e Recomendaesao Viajante Fernanda Schveitzer e Ludimila Assis 53

    VIAGENS INTERNACIONAIS

    Entrevista comJudite Joaquim Raul 65

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    INTERCONS Intercmbio Conscienciolgico Internacional

    Instituio sem fins lucrativos voltada conexo das demandas

    internacionais interassistenciais com voluntrios especialistas.

    Facebook: https://www.acebook.com/intercons

    E-mail: [email protected]

    Site: www.interconsglobal.org eleone: (45) 3028.4102

    Expediente

    Editoras:

    Amy Bello e Ktia Arakaki.

    Capa : Matheus Nogueira e Ernani Brito.

    Diagramao: Epgrae Editorial e Grfica Ltda.

    Apoio: CEAEC.

    Patrocnio: V.I.U.

    Foto: Campus CEAEC, Simone Di Domenico, 2011

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    Apresentao

    O Continente Aricano o bero do Homo sapiens e o conceptculo da Humanidade. Estudara prpria procedncia, as razes e origens da civilizao planetria, torna-se tarea prioritria a toda

    conscincia comprometida com a evoluo pessoal e coletiva.

    A rica o neodesafio proposto a todos que reconhecem o compromisso histrico, milenar,assistencial e humanitrio com esse continente. chegado o momento de eetivar o trinmio conhecer--assistir-retribuir.

    Conhecer o Continente Aricano o primeiro desafio. Essa uma das propostas do evento Painelda frica, realizao conjunta da instituio Intercmbio Conscienciolgico Internacional (INER-CONS) e do Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC).

    A publicao que o leitor, ou leitora, tem em mos, rene trabalhos apresentados no painel,acrescidos de outros artigos inditos sobre a rica a partir de dierenciadas perspectivas interdisci-plinares, avorecendo a construo de viso cosmovisiolgica sobre o tema.

    Aricanologia, Cosmoviso, Experimentologia, Lingustica, Sade e Viajologia so algumas dasespecialidades trabalhadas pelos autores nos substanciosos textos publicados nesse nmero da Inter-cmbio,revista de experincias cosmopolitas.

    Assistir o Continente Aricano o segundo desafio, responsabilidade de todas as conscinciaslcidas quanto ao maximecanismo da Reurbanizao Intra e Extrasica em curso na erra. A premn-cia da rica enquanto local prioritrio na atual Era das Reurbanizaes notria se considerarmosas demandas de crescimento inclusivo e a meta de erradicao da pobreza no continente at o ano de2030 (Africa Progress Panel, 2014).

    A dvida histrica com a dispora aricana compulsria atravs do trfico negreiro ainda exigerecomposio, notadamente pela tarea do esclarecimento. A INERCONS est arrecadando undospara a publicao do livro Projectiology, de Waldo Vieira, para distribuio nas bibliotecas do continente.

    Retribuir ao Continente Aricano as oportunidades de vida, de vivncias pretritas (retrovidas)e tambm s uturas ressomas (Pr-Intermissiologia), o terceiro, certamente no o ltimo, grandedesafio. Foi para cumprir esse propsito que fiz o convite aos proessores Ktia Arakaki e Joo Aurlio,coordenadores da INERCONS, em nome do CEAEC, para a realizao conjunta do Painel frica.

    A inspirao para a concepo desse evento surgiu durante a realizao de tcnica pessoal energ-tica dessa autora, denominada tenepes. Aps ter tido a ideia e ao soar o alarme do teleone celular indi-

    cando o trmino da atividade, ao tomar o celular para desligar o sinal sonoro, encontro na tela do onemvel o aplicativo Google Maps ativado, com o mapa do Continente Aricano tomando a totalidadeda tela do aparelho. Mensagem entendida! Convite eito, oi prontamente aceito pela INERCONS,materializado pelo evento e pela presente gescon.

    Votos de produtiva leitura a todos os pesquisadores e pesquisadoras aricanolicos.

    Eliana Manroi

    Jornalista, enciclopedista e Coordenadorada rea cnico-Cientfica do CEAEC.

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    AFRICANOFILIA

    Giuliana Costa

    Registros de viagem, estou seguro, so interessantes na proporo em que o viajante vai, nocomo observador universal, mas com uma busca definida para seu prprio universo.1

    Richard F. Burton

    Objetivo.O presente texto apresenta vivncias pessoais na rica, segundo o paradigma cons-ciencial. Exemplificam-se atos e paraatos ocorridos neste continente, objetivando despertar o interesse,a curiosidade pesquisstica, a quebra de mitos sobre a rica, proporcionado o aumento da cosmovi-so, o universalismo e o sentimento de raternidade com o povo aricano.

    Definio.A africanofilia a capacidade, propriedade, qualidade, vontade ou condio pessoalintraconsciencial de desenvolver o interesse pesquisstico pelo povo, cultura, Histria do continentearicano, com o objetivo interassistencial da tarea do esclarecimento (tares), segundo o paradigmaconscienciolgico.

    Etimologia.A origem do termo frica incerta, talvez do idioma Fencio, afri, nome de triboberbere; habitantes do territrio de Cartago, ou do idioma Latim,Africa,de afri,aros; nome de povopraticamente desconhecido. Apareceu no Sculo II, a.e.c. O elemento de composiofiliaderiva doidioma Grego,philos,amigo; querido; queredor; agradvel; que agrada. Surgiu no Sculo XVIII.

    Profisso. A motivao para ir rica esteve sempre relacionado profisso de geloga. Aolongo de carreira profissional de 13 anos, este tem sido o continente com maior presena, praticamen-te contnua nos ltimos 4 anos, embora no incio caracteriza-se somente por idas e vindas espordicas rica do Sul. No entanto, tal carreira no oi planejada intencionalmente por esta autora. Os atos(proxis inimaginada) orientaram-me a seguir este caminho.

    Autovivncias. A seguir, apresentam-se resumos, apanhados de atos vividos na rica, dispos-tos em 2 perodos: pr e ps conhecimento da Conscienciologia:

    Pr-Conscienciologia (Novembro de 2001 a Agosto de 2009).A primeira viagem ao continen-te aricano oi para a rica do Sul. Esta ase caracterizou-se por indas e vindas a este pas ao longo dequase 8 anos e pelo desconhecimento da Conscienciologia. Durante o intervalo de tempo menciona-do acima, ressaltam-se visitas s seguintes cidades sul-aricanas: Bloemfontein, Centurion, Cidade doCabo, East London, Irene, Johanesburgo, Kimberleye Pretria.

    As viagens Johanesburgo e Kimberleyoram motivadas por eventos profissionais (reunies, vi-sitas e treinamentos). Passeios eram escassos, mas em algumas ocasies tive a oportunidade de visitarparques nacionais e minas de diamantes.

    Parapercepes. Em Fevereiro de 2005, fiquei em Kimberleypor 4 meses. Esta cidade tem tra-dio em diamantes, sendo o primeiro local do planeta a ter mina de diamantes.

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    Kimberley.A atmosera remonta ao Sculo XIX, quando fluxo maior de pessoas teve incio coma descoberta de diamantes. Ao andar pela cidade, percebe-se claramente o holopense daquela poca, re-orado pelos edicios e casas com arquitetura inglesa daquele perodo. A cidade chamada de antasmapor algumas pessoas. Alm disso, oi utilizada para campo de concentrao durante a segunda guerraanglo-ber (1899 1902). O local (para evitar de repetir cidade 3 vezes) permite voltar ao passado,esteja onde estiver. A entrada no Museu do Big Hole, localizado onde antes ora mina de diamantes, pro-

    porciona ao visitante viagem no tempo, ao andar pela rplica da cidade poca da corrida dos diamantes.

    Bloemfontein.Neste perodo, tive a oportunidade de visitar Bloemfontein, cidade vizinha Kim-berley. A cidade conta com inraestrutura melhor e edicios modernos, comparados Kimberley. Porser a capital judiciria da rica do Sul, o holopensene est associado s leis, justia. No entanto,percebe-se ainda energia dierente desta, trazendo mente a sensao de algo parado no tempo (estaenergia poderia estar associada ao campo de concentrao durante a segunda guerra anglo-ber e aomonumento erguido nesta cidade para lembrar crianas e mulheres mortas durante a guerra?).

    Cidade do Cabo.Em viagem de carro, partindo de Kimberleyem direo Cidade do Cabo,

    pude experimentar as variaes no holopensene, as energias de cada local, ao se passar por paisagenscompletamente dierentes: da regio do Karooao Cabo, h uma variedade de rochas e plantas com-pletamente distintas. O maior trajeto da viagem ocorreu em locais de paisagem aberta e plana comausncia de rvores e presena de pequenos arbustos. As poucas cidades ao longo do caminho mos-traram-se pouco populosas e com inraestrutura limitada. Percebia-se energia mais densa, orte, nempositiva nem negativa; dicil definir, mas soava estranha naquele momento.

    Ao me aproximar da regio do Cabo, a energia era totalmente dierente, com presena de mon-tanhas e vegetao abundante. A energia percebida era mais acolhedora, menos densa, talvez propor-cionada pela proximidade do mar ou mesmo pela maior abundncia de energia consciencial. O holo-

    pensene da Cidade do Cabo est associado ao lazer junto Natureza, local propcio para desassimilarenergias. As paisagens do mar com montanhas e vegetao rasteira, caracterizadas por arbustose gramneas, ormam cenrios de tirar o lego. Seguindo da Cidade do Cabo em direo a East London,atravs da Garden Route, o aumento de fitoenergia evidente, por este motivo esta estrada chamadade Rota dos Jardins.

    Johanesburgo.A capital financeira da rica do Sul, Johanesburgo, sempre se apresentou hostile perigosa. O holopensene relacionado violncia e racismo era presente o tempo todo e observado nasatitudes das pessoas, por meio de tratamento seletivo pela cor da pele, ou seja, o apartheidainda per-durava nos relacionamentos interpessoais, apesar de ter sido extinguido oficialmente. Residncia e pr-

    dios comerciais com a presena de guardas ortemente armados, deixavam a sensao de desconortoe insegurana. Alm disso, sentia algo mais por azer, algo estava pendente, uma ligao inexpli-cvel com a rica do Sul, mas no soube avaliar esta sensao. Centurion e Irene, cidades prximas Johanesburgo, caracterizam-se por serem opo de moradia para trabalhadores desta cidade. Noentanto, estive por alguns dias nestes municpios e no recordo de nenhuma parapercepo especfica.O mesmo se aplica Pretria.

    Anlise.Nesta ase, alheia s tcnicas conscienciolgicas, no azia anotaes, muito menostrabalhava as energias. No entanto, estava sempre procura de algo, sempre envolvida com assun-tos msticos, praticando meditao, mas nada respondia s questes relacionadas s parapercepes

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    e parapsiquismo de orma assertiva e clara. Em agosto de 2009, ltima viagem deste perodo, penseino voltar mais rica do Sul, mas estava enganada.

    Do fundo da minha autoconscincia, eu eliminei a ideia, de que h motivo substancial parao vu de mistrio, como o de sis, que ainda encobre parte razovel do Oeste da frica. 2

    Richard F. Burton

    Ps-Conscienciologia (Julho de 2010 a Setembro de 2014).Em meados de maro-abril de2010, conheci a Conscienciologia por meio de pesquisa na internet sobre o tema projeo astral. En-trei em contato com o IIPC (Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia) em BeloHorizonte, MG, municpio onde residia poca.

    Trabalho. Aps este evento, recebi proposta de trabalho para trabalhar em Mali, pas localizado no

    oeste da rica, onde morei por quase 2 anos. Em seguida, morei em Moambique e Mauritnia, ondetrabalho atualmente.

    Parapercepes.Apesar de no saber nada sobre Mali, segui para a cidade de Sadiola, locali-zada no oeste do pas, regio produtora de ouro. O contato ocorrido com a Conscienciologia, algunsmeses antes da viagem, resultou na aquisio de livros conscienciolgicos para ler e estudar enquantoestivesse em Mali.

    Sadiola.Em Sadiola, na vila da mina onde morei, os domingos oram preenchidos com a leiturae estudo desses livros, alm de acompanhar as tertlias online. A prtica diria do estado vibracional con-tribuiu para a sustentabilidade energtica e pensnica, avorecendo ambiente para estudos e pesquisas.

    Holopensene.O holopensene negativo do local reorado pelo uso constante de bebidas al-colicas, associado prostituio e anatismo religioso. Alm disso, o sacricio de animais para rituaisaricanos contribuam ainda mais para o assdio e manuteno do holopensene patolgico. Por algu-mas vezes, percebi nitidamente a presena de consciexes assediadoras e amparadoras tambm. EmMaro de 2012, o golpe de estado em Mali oi evento decisivo para sair do pas. Aps 20 meses no pas,passei perodo no Brasil e Europa, antes de ir para ete, Moambique.

    Verbete.A viagem para o Brasil oi dierente das outras vezes, pois desta vez iria deender o pri-meiro verbete no ertuliarium, no CEAEC, Foz do Iguau, com o ttulo Preconceito.

    Moambique.Continuei estudando a Conscienciologia em Moambique e azendo pesquisascom o trabalho das energias. A presena maior de fitoenergia e proximidade com o alojamento ondemorava, propiciou prticas energticas junto s rvores e mata tpica.

    A vegetao local caracteriza-se por rvores pequenas e troncos finos. A olhagem seca, decor amarela com tons de marrom na poca da seca, as plantas parecem racas, mas s aparncia. Aoexteriorizar e absorver energias junto a essa vegetao percebia energia intensa, orte. A energia te en-

    volve e ao voltar para casa, notava renovao das energias, como se o soma tivesse recebido uma doseextra de energia. O sol orte do local e o solo mais rido podem contribuir para a flora mais resistentee penso isso ser ator para essa vegetao ter mais energia. dierente de mata tropical, onde sente-seenergia mais solta e tem-se a sensao de rescor, desassimilao.

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    Tete.Regio conhecida pela riqueza em carvo. Aps a instalao de mineradoras na regio, houvemigrao intensa de estrangeiros e da populao local, atrados por altos salrios. No entanto, a desco-berta do volume de uma das minas de reservas de carvo ter sido calculado erroneamente, ez a regioperder a credibilidade e confiana, de investidores e trabalhadores. As demisses tiveram incio noprimeiro semestre de 2013 e o boomdo carvo em Moambique estava acabado. As minas de etecontinuam, mas a ebre do carvo passou. As minas de carvo continuam em produo, mas sem os

    holootes de antes. Ao apagar das luzes, deixei ete.Voluntariado.Ao sair de ete, passei uma temporada em Johanesburgo, rica do Sul, volunta-

    riando na Intercmbio Conscienciolgico Internacional. O trabalho voluntrio consistia em pesquisasde locais para uturas atividades da Conscienciologia, possveis locais para instalao de instituioconscienciocntria e campus da Conscienciologia, grficas para impresso de livros e doaes de li-

    vros conscienciolgicos para bibliotecas da rica. Essas atividades ocorreram no perodo de Junhode 2013 a meados de Agosto de 2014.

    Mauritnia.Em Dezembro de 2013, surgiu a oportunidade de trabalhar em outra mina de ouro,desta vez na Mauritnia. Ao chegar na capital, Nouakchott, senti-me bem, como se estivesse retornan-

    do para lugar j conhecido. Apesar da proximidade com Mali, o pas totalmente dierente, a comearpelos trajes tpicos do deserto (bouboue turbante) e a presena de pessoas com traos sicos rabes.A mina, localizada em asiast, no deserto do Saara, chocou-me logo na chegada: senti estar chegandoem outro planeta. Acomodaes idnticas dispostas geometricamente em retngulos idnticos emrea protegida por cerca, passou-me a ideia de campo de concentrao. A ausncia de rvores, vege-tao, pssaros amide e o terreno plano propiciam viso dierente, deixando o cu mais prximo dosolhos. No pude deixar de imaginar o motivo pelo qual os povos antigos do Egito e do oeste da ricadesenvolveram interesse por Astronomia: basta olhar para o cu e saber o motivo. A viso aberta do cue das estrelas permite expandir os pensamentos para alm deste planeta e despertam a curiosidade.Quase todas as noites, o cu mostra a bandeira da Mauritnia: a lua minguante com a estrela prxima,

    no na mesma posio desenhada na bandeira, mas muito parecida.

    Aeroenergia. A presena da aeroenergia muito intensa. Dentre as energias imanentes, esta a menos estvel, e penso por este motivo, influenciar os povos nmades a estar sempre em constantemudana. Em alguns momentos, pude perceber e ver, consciexes usando turbantes, com aparnciatpica do povo do deserto.

    Anlise.As dierenas das experincias na rica antes e depois da Conscienciologia esto naabordagem das vivncias de modo mais amplo, expandindo e ampliando, tanto as pesquisas intercons-ciencias quanto intraconscienciais. O resultado das vivncias pessoais no continente aricano pode serexpresso pelo aumento da curiosidade pesquisstica em todas as reas do conhecimento humano.

    Resumindo alguns pontos das experincias pessoais, segundo o paradigma consciencial, oramelaboradas as tabelas ilustrativas 1, 2 e 3 sobre energias imanentes, parapercepes e breve conscien-ciometria de cada pas visitado no continente aricano.

    Energias imanentes.Os 4 tipos de energia imanente: aeroenergia, fitoenergia, geoenergia e hi-droenergia oram observados em todos os pases aricanos em que estive. No entanto, pude obser-

    var a predominncia maior de determinado tipo de energia imanente em cada local. Para isso, elaboreia tabela 1, dispondo em ordem albetica os pases e cidades, seguidos da(s) respectiva(s) energia(s)dominante(s).

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    abela 1. Energias Imanentes

    Pas Cidades Energia

    frica do Sul

    Cidade do Cabo

    Johanesburgo

    Kimberley

    Hidroenergia; geoenergia; aeroenergia

    Fitoenergia.

    Aeroenergia; geoenergia.

    Mali Sadiola Aeroenergia; ftoenergia.

    Mauritnia Tasiast Aeroenergia.

    Moambique Tete Fitoenergia; hidroenergia.

    A alta de um tipo de energia imanente nesta tabela no significa que ela no esteja presente,

    mas somente que no oi percebida de orma mais intensa. Esta tabela apenas exemplifica experincias

    pessoais ao trabalhar as energias (estado vibracional e exteriorizao de energias) nestes locais, ou

    mesmo, pela abundncia de tipo especfico de energia.

    Parapsiquismo.Dentre as parapercepes mais requentes, pde-se observar a maior ou menorpredominnica de determinado enmeno parapsquico, como indica a tabela 2.

    abela 2. Parapsiquismo

    Pas Cidades Parapercepes

    frica do Sul Johanesburgo Clarividncia; parapsiquismo impressivo.

    Mali Sadiola Clarividncia; catalepsia projetiva.

    Mauritnia Tasiast Clarividncia; parapsiquismo impressivo.

    Moambique Tete Clarividncia; ectoplasmia.

    Conscienciometria.Para ilustrar os traores, traares e traais dos pases aricanos conhecidos,segue breve anlise conscienciomtrica, tendo como base o holopensene e os hbitos locais:

    abela 3. Conscienciometria

    Pas Trafor Trafar / Trafal

    frica do SulAlegria; organizao; poliglotismo; valo-rizam o contato com a Natureza.

    Autovitimizao; falta de verbao; racismo; xe-nofobia.

    Mali Alegria; poliglotismo; respeito cultural.Falta de verbao; idiotismo religioso; nacionalis-mo.

    Mauritnia Alegria; gentileza; poliglotismo.Falta de verbao; ginossomofobia; idiotismoreligioso; intolerncia cultural.

    Moambique Alegria; hospitalidade; poliglotismo. Falta de verbao.

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    Africa under the skin.Fato interessante observado em algumas pessoas e relatados pelas mes-mas a alta, o gosto, a saudade, a vontade de ficar, de estar na rica quando no se est aqui. Essaspessoas, incluindo esta autora, chamam isto deAfrica is under the skin. preciso vir para c para saber,sentir isso na pele, e declaro se isto ocorrer: a rica te pegou! Ou seja, voc descobriu algo que sempreesteve em voc, mas voc ainda no tinha conscincia. E uma vez aqui, voc, muito provavelmente, vairetornar, querendo ou no. At o momento, minhas pesquisas revelaram este ato. Acredito este ato

    estar relacionado energia do continente, algo nico e, tambm a vidas anteriores.

    Crescimento.Ultimamente, tem havido inmeras notcias sobre o crescimento populacionale o desenvolvimento econmico da rica. H muitas empresas estrangeiras, de todos os setores,investindo no continente. Apesar disso, ainda h muito para ser eito nas reas da sade e educao.

    Mitologia.H muitos mitos sobre a rica, perpetuados ao longo de sculos por histrias, fil-mes e literatura. A primeira delas: rica no um pas, um continente. Fome e pobreza , pratica-mente, sinnimo do continente. Sem alar inmeras doenas possveis de se contrair aqui. Sim, h po-breza, ome, doenas na rica, mas h tambm riquezas naturais, culturais e povo muito inteligente.

    interessante observar a ideia das pessoas sobre locais desconhecidos, onde elas no estiveram antese criam mitos injustificveis.

    Desconhecimento. Ao conversar sobre a rica, ainda observo e recebo avisos dignos de riso.Um deles : nossa! Voc vai pegar doena com o ar de l. At o momento, no vi nenhum caso pare-cido com este. Fato interessante: nenhuma dessas pessoas pisou na rica nesta existncia. H simepidemias de doenas, mas tambm h epidemia de doenas no Brasil, Europa e pode acontecer emqualquer lugar. Ao alar dos problemas sociais existentes no Brasil para aricanos, eles no acreditam,pois para eles o Brasil muito desenvolvido.

    Desmitificao.Os mitos sobre a rica somente sero quebrados quando as pessoas vierem

    para c, ajudarem as pessoas (tares), conhecerem o povo e perceberem o quo eles se esoram paraser melhores. No entanto, h muita limitao sinptica, derivada dos idiotismos culturais, msticos,religiosos. A alta de educao e sade contribuem para perpetuar hbitos seculares sem sentido.

    A MITIFICAO DA FRICA, CARREGADA DE NEGATIVISMOS OMAIOR ENTRAVE DA CONSCINCIA INTERESSADA EMAMPLIAR A INTERASSISTENCIALIDADE (TARES) NO CONTINENTE.

    AT QUANDO VOC VAI CONTINUAR COMA MESMA ATITUDE?Bibliografia: Burton,Richard F.; Wanderings in West Africa;624 p.; 6 caps.; 11 cit.; 1 ded.; 5 enu.; 1 fig.; 1 or.; 1 ilus.;

    10 listas; 1 mapa; 1 tab.; 2 vols.; 24 x 16 cm; enc.; pre.; Kessinger Publishing, LLC Legacy Reprints; EUA; 2010 (reimpresso);pginas 4 e 5.

    __________

    Nota 1: exto original: records of travel, I am assured, are interesting in proportion as the traveller goes forth, not a universalobserver, but with a definite pursuit to a small world of his own.

    Nota 2: exto original: from the depths of my self-consciousness I had eliminated an idea, that there is some solid substantialreason for the veil of mystery which, like that of Isis, still shadows the fair proportions of Western Africa.

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    Metodologia Autodidata Cosmovisiolgica:

    Case Continente Africano

    Amy Bello

    RESUMO:Baseada em duas tcnicas mentaissomticas cnica do Cosmogramae a cnica da Anlise-Snteseaplicada Escrita a autora prope aMetodologia Au-todidata Cosmovisiolgicapara aquisio de conhecimento de maneira autodidata,recursiva, em busca da cosmoviso. A metodologia exemplificada com os resultadosdo caseContinente Aricano.

    Palavras Chave: rica; Autodidatismo; Cosmograma; Cosmovisiologia; Escrita;cnicas Mentaissomticas.

    INTRODUO

    Objetivos. O objetivo do artigo apresentar duas tcnicas mentaissomticas cnica do Cos-mograma e a cnica da Anlise-Snteseaplicada Escrita e aMetodologia Autodidata Cosmovisio-lgicadesenvolvida a partir do uso destas duas tcnicas para suprir lacuna pessoal do conhecimento.O artigo exemplifica a aplicao da metodologia com o caseContinente Aricano.

    Pblico-Alvo.Destina-se a pessoas interessadas na aplicao de tcnicas mentaissomticas cos-movisiolgicas para aquisio de conhecimento pelo autodidatismo.

    Estrutura. O artigo est estruturado em 4 sees: cnica do Cosmograma; cnica de Anlise--Sntese aplicada Escrita;Metodologia Autodidata Cosmovisiolgica, Case Continente Aricano;Concluses.

    Metodologia. O contedo apresentado neste artigo baseia-se na autopesquisa da autora durantea aplicao continuada da cnica do Cosmogramapor mais de 1 dcada (2003-2014) e do desenvolvi-mento daMetodologia Autodidata Cosmovisiolgicapara aquisio de conhecimentos sobre o ContinenteAricano (caseContinente Aricano) no perodo compreendido entre janeiro de 2013 e julho de 2014.

    TCNICA DO COSMOGRAMA

    Proposio. A cnica do Cosmograma oi apresentada pelo proessor e pesquisador WaldoVieira na Publicao Boletins da Conscienciologia,Vol. 2 n.1 jan./dez. 2000, com a proposta deser 1 dos 3 instrumentos da Conscienciometriapara a pesquisa da Conscienciologia. Segundo Vieira,o objeto de estudo do Cosmograma a matria, um derivado da energia, [que] constitui os objetos,coisas, realidades unitrias ou atos (enmenos, ocorrncias) do Cosmos.

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    Definio. A cnica do Cosmograma a tcnica de leitura, seleo e anlise de matrias publica-das na mdia nacional e internacional, de todas as inclinaes poltico-partidrias, classificando-as se-gundo o principal tema abordado, de acordo com os princpios multidimensionais da Conscienciologia,objetivando alcanar, a longo prazo, a cosmoviso do holopensene humano e das realidades do Universo,pelo exerccio da associao mxima de ideias, da autocriticidade e da interassistencialidade pessoal.

    Passo-a-passo. A cnica do Cosmograma consiste na aplicao dos seguintes 7 passos, em se-quncia uncional:

    1. Leitura de Jornais e Peridicos: sicos / virtuais.

    2. Seleo de Matrias:importncia consciencial.

    3. Anlise da Matria: elenco; contexto; causas e eeitos; Especialidades da Enciclopdia daConscienciologia; entrelinhas; veracidade; desdobramentos; reerncias.

    4. Classificao Sntese da Matria: materpensene; temas de pesquisa institucional / pessoal.

    5. Arquivamento: sico / virtual; institucional / pessoal; temas de a-z /especialidades-subespe-

    cialidades.6. Armazenamento:

    a. Fsico: espao disponvel; tipo de pastas.

    b. Virtual:computador pessoal / cloud.

    7. Aplicao: debates; docncia; artigos; livros.

    Posturas. A aplicao da tcnica do cosmogramacostuma ser desafiadora para o cosmogramti-co jejuno. Oito posturas so relevantes para o enrentamento de tal desafio, listadas a seguir, em ordemlgica:

    1. Curiosidade. er curiosidade para aproundar-se na anlise da matria, buscando o pano deundo. Muitas vezes isto s conseguido pelo conronto com outras mdias ou pela observao dosdesdobramentos ao longo do tempo.

    2. Benignidade. A postura benigna durante a leitura de atos protagonizados por consrus pro-filtica quanto manuteno do heteroperdoamento e do exerccio da interassistencialidade, dentroda maxiproxis de reurbanizao do planeta.

    3. Tranquilidade.A pressa em acabar (livrar-se da matria) pode produzir quantidade, masa qualidade ficar a desejar. Entretanto, deve-se aceitar as dificuldades iniciais, e dar prosseguimentomesmo na incerteza, pois a segurana s vir com o tempo.

    4. Dinamismo. Aps estabelecer a lista inicial de temas de pesquisa, de preerncia com temasguarda-chuva, estar sempre pronto para adicionar novos temas e alterar a organizao hierrquica dosmesmos. Lema: No ter medo de errar, pois az parte do processo, mas consertar quando detectadoo engano.

    5. Antidispersividade. Por ser tcnica cosmovisiolgica requer medidas antidisperso quantoao volume de inormaes levantadas pela associao de ideias. Sugere-se o uso de memria externa(anotaes organizadas, planilhas de computador) para no se perder no processo.

    6. Motivao. As tareas cosmogramticas envolvem dierentes tipos de aes e talentos. Paraa seleo de artigos basta leitura dinmica; por outro lado, a anlise e classificao do artigo requer

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    leitura concentrada e autorreflexo. Organizar temas requer planejamento da pesquisa, inclusive dasgescons atuais e uturas, enquanto arrumar pastas requer trabalho sico. Observar o mood pessoal nahora de realizar as tareas mantm a motivao no trabalho e a otimizao dos resultados.

    7. Paraperceptibilidade. Observar o extrasico essencial. A leitura ulcro de evocaese oportunidades para o desenvolvimento parapsquico baseado no binmio assdio-interassistncia.

    8. Persistncia. Os resultados pessoais com a aplicao da tcnica do cosmogramaacontecema longo prazo, assim, deve-se insistir, perseverar.

    Trafares. Os traares pessoais ressoam quando se l sobre determinados assuntos. A inflexibi-lidade, o baixo nvel de interassistncia e outros traos podem dificultar a leitura sobre, por exemplo,assuntos anticosmoticos e a srie, aparentemente infindvel e repetitiva, defatos feios e desagradveis.

    Autopesquisa. Prestar ateno e registrar as reaes emocionais durante a leitura e anlise dosartigos instrumento til ao indicar temas de autopesquisa objetivando as reciclagens intraconscien-ciais, a autossuperao de traares e o upgrade do nvel de interassistncia pessoal.

    Tetica. Para a autora, a motivao para manter o continusmo na aplicao assdua da tcnica,ao longo de mais de 1 dcada, oi a constatao dos resultados pessoais gradualmente aueridos, em9 campos principais, listados a seguir em ordem alabtica.

    1. Autoconsciencialidade:autoconhecimento; amadurecimento consciencial.

    2. Autorganizao: mental; ambiente de trabalho.

    3. Escritrio Pessoal: biblioteca; hemeroteca; bancos de dados no computador.

    4. Cultura:ampliao do nmero de linhas de conhecimento de interesse.

    5. Docncia: Fatustica para exemplificar os temas abordados.

    6. Interassistencialidade:empatia; percepo parapsquica; base de assistidos.

    7. Mentalsoma:dicionrio cerebral; qualidade da associao de ideias.

    8. Pesquisa: expertise.

    9. Poliglotismo: proficincia em diversas lnguas.

    TCNICA DA ANLISE-SNTESE APLICADA ESCRITA

    Definio. A tcnica da anlise-sntese aplicada escrita (ASE) consiste na leitura e anlise de1 ou mais artigos ou matrias sobre mesma ocorrncia seguida de escrita de pequeno texto sntesesobre o assunto.

    Objetivo. A ASEvisa desenvolver a habilidade de captar e expressar o materpensene do(s) tex-to(s) lido(s), exercitando assim a autocriticidade, a associao de ideias, a capacidade de sntese (prio-rizao e sequncia) e a escrita retilnea. eficiente erramenta antidispersiva e de fixao da memria,atuando complementarmente tcnica do cosmograma para o desenvolvimento mentalsomtico cos-movisiolgico.

    Pesquisa. A Internet traz atualmente infinitas possibilidades de pesquisa gratuita sobre qual-quer tema. Esto disponveis centenas de bibliotecas virtuais e de jornais online,milhares de artigose blogues e milhes de inormaes postadas nas redes sociais. a era da artura inormacional.

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    Interpretao. Dentro da prouso de inormaes, saber escolher a leitura, interpretar os atos,levantar hipteses e posicionar-se, undamental para debater, esclarecer e gerar neoverpons.

    Escrita. A escrita a orma mais avanada de comunicao do pr-sereno. Viabiliza a diusodas ideias ao maior nmero de pessoas, servindo inclusive qual cpsula do tempo para o prprio autor.Ao promover o exerccio rotineiro da escrita de pequenos textos, a tcnica da anlise-sintese aplicada

    escrita,baseada no autodiscernimento, autocriticidade, cosmoviso e exposio de ideias de maneiraretilnea, atua com eficincia no desenvolvimento da capacidade da boa comunicao escrita do autor.

    METODOLOGIA AUTODIDATA COSMOVISIOLGICA, CASECONTINENTE AFRICANO.

    Motivo. O desenvolvimento da metodologiaautodidata cosmovisiolgicaapresentada nesta seovisou atender ao desafio autoimposto de adquirir conhecimentos sobre o Continente Aricano, a partirdo reconhecimento de compromisso proexolgico nesta regio.

    Cosmograma. Aps este reconhecimento, em 2013, a autora associou-se INERCONS e co-meou a leitura de livros e a coleta de inormaes sobre a rica utilizando a tcnica do cosmograma.

    Facebook. A partir de outubro de 2013 o voluntariado na INERCONS envolveu a implantaoda fan pageda instituio no Facebook (https://www.acebook.com/intercons). O materpensene daINERCONS so as atividades de intercmbio conscienciolgico no mundo, mas o oco principal, nessemomento especfico, o Continente Aricano.

    Metodologia. A demanda da rede social pela introduo requente de matrias, alinhou-se roti-na pessoal diria de leitura de jornais da tcnica do cosmograma.Desta maneira, ocorreu a aplicaoda ASE sobre as matrias relacionadas rica e a publicao no Facebookdos resultados de pesquisa,

    diundindo assim o conhecimento para outras pessoas interessadas no tema, em especial, intermissi-vistas compromissados com o trabalho nesse continente.

    Post.A ttulo de exemplo, eis 16 matriaspostadasno Facebookda INERCONS em ordem cro-nolgica da data de publicao:

    01. 23/10/2013. [Satyagra House ] uma das casas onde Gandhi viveu na rica do Sul (1908-1909), localizada nos arredores de Johanesburgo. A casa chamada Te Kraal, oi projetada pelo arquitetoe amigo Herman Kallenbach. Atualmente um museu e guesthouse. Foto: Giuliana Costa. Detalhesem: http://www.satyagrahahouse.com/en/Museum-Johannesburg-exhibit.

    02. 26/10/2013. COSMOGRAMA (Ramos, Iseu; http://iseu-tribos.blogspot.com.br/2011/05/

    as-9-etnias-da-arica.html?m=1). Rpida descrio e imagens da principais tribos da rica do Sul.03. 14/11/2013. ANICONFLIOLOGIA (AlJazeera; African intellectuals ponder peace pros-

    pects; disponvel em http://www.aljazeera.com/indepth/eatures/2013/11/arican-intellectuals-pon-der-peace-prospects-201311842345894374.html). O Congresso Dynamics of conflict, promises ofrenaissancereuniu intelectuais aricanos em Dohas, de 1-3 de Novembro, para discutirem as dificul-dades para o estabelecimento da Paz no continente.

    04. 02/01/2014. FESA (POR DENRO DA FRICA; Ghat Festival: O Encontro dos uareguesno Norte da rica; disponvel em http://www.pordentrodaarica.com/cultura/ghat-estival-o-encon-tro-dos-tuaregues-no-norte-da-arica; 01/01/2014). Confira as otos do estival de fim-de-ano dos tu-aregues que acontece h 19 anos na cidade de Ghat, sudoeste da Lbia.

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    05. 15/01/2014. COMUNICOLOGIA (CHRISIE, Jackie; Speaking the same Language?; BBC;disponvel em http://www.bbc.co.uk/blogs/bbcmediaaction/posts/Speaking-the-same-language-;13/12/2013). A produtora do programa de rdio Sema Kenya (O Qunia Fala) conta as dificuldadesque encontrou ao convidar participantes para o programa comemorativo dos 50 anos de indepen-dncia do pas. Os convidados nem sempre se sentiam confiantes j que o programa em kiswahili.Apesar dos quenianos aprenderem kiswahili na escola, apenas 40 % domina o idioma. A maioria alaum mnimo de 3 lnguas: a lngua natal, o kiswahili e o ingls, que a lngua ranca para negcios.

    06. 21/01/2014. GOLPES (BBC; Judge raises Nigeria Baby Selling Scam concerns;disponvelem http://www.bbc.co.uk/news/uk-england-london-20082389; 25/10/2012). So muitos os golpes narica. Os mais conhecidos so os scams financeiros da Nigeria via email. Esta notcia, tambm naNigria, mostra esquema para enganar pais desesperados por filhos. Comuns tambm so os golpesromnticos, voltados principalmente para idosos e idosas, aplicados no Facebook e sites de namoroa partir de perfis orjados.

    07. 18/02/2014. EVOLUCIOLOGIA (BAIMA, Cesar; odos Juntos e Misturados; O Glo-bo; disponvel em http://oglobo.globo.com/ciencia/historia/todos-juntos-misturados-11612438 ;

    15/02/2014). Pesquisadores de Oxord, University College of London e Instituto Max Planck de Antro-pologia Evolucionria geram atlas gentico da histria humana de miscigenao (v. http://admixture-map.paintmychromosomes.com/).

    08. 01/03/2014. EXPOSIES (MUSE NAIONAL DE LA MARINE; Le Voyage de lOblis-que : Louxor / Paris (1829-1836); disponvel em http://www.musee-marine.r/le-voyage-de-lobelisque-louxor-paris-1829-1836; acesso em 01/03/2014). De 12 de evereiro a 6 de julho de 2014, no Palaisde Chaillot, rocadro, Paris, a exposio Le Voyage de lObelisque reconta a histria do transportee erguimento do obelisco de Luxor (edificado no reino do Fara Ramss II e doado Frana pelo vicerei do Egito em 1830). O obelisco, que simbolizava um raio de sol petrificado - o ponto de contato

    entre o mundo dos deuses e dos humanos - oi utilizado pelo Rei Luis Felipe para reurbanizar o localda guilhotina, na antiga Praa da Revoluo, renomeada Praa da Concrdia.

    09. 12/03/2014. CONSRU (Le POIN, Arique; Rwanda : Simbikangwa ou la Banalit du Mal;disponvel em http://www.lepoint.r/monde/rwanda-simbikangwa-ou-la-banalite-du-mal-14-02-2014-1791800_24.php; 14/02/2014; Foto: AFP). Segue em Paris o julgamento do ex-premi Pascal Simbikangwapor cmplice no genocdio em Ruanda em 1994. Parecer de psiquiatra o compara a Eichmann e a ba-nalidade do mal definida por Hannah Harendt no julgamento de Nuremberg.

    10. 16/03/2014. CAA (BELL, Alex; Global Protesters call on SA to Ban Canned Lion Hunting;SWRADIO AFRICA; disponvel em http://www.swradioarica.com/2014/03/14/global-protesters-call-

    on-sa-to-ban-canned-lion-hunting/; 14/03/2014). March or Lions o nome do movimento de protestoem rente s embaixadas da rica do Sul em 60 cidades no dia 15/03. Denuncia a prtica do comrcioenlatado da caa aos lees (CACH) em que os animais so criados para serem vistos e acariciados pelosturistas enquanto bebs e posteriormente, j adultos, so transormados em trous de caa.

    11. 05/04/2014. RAADOS: PAZ (ARAB, Sameh M.; Egypt: Ramses the Great, Te PharaohWho Made Peace with his Enemies and the First Peace reaty in History; OUREGYP; disponvelem http://www.touregypt.net/eaturestories/treaty.htm; acesso em 05/04/2014). O primeiro tratadode paz da humanidade j envolvia o Oriente Mdio. O tratado de Jadesh oi assinado entre Ramss II(talvez o maior ara, que governou 67 anos) e Hatusil III (rei dos hititas) c.a.1259 a.e.c. Foi possvelatravs da paz entre R e eshub (os deuses dos 2 povos).

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    12. 23/05/2014. SINCRONICIDADES (MORGAN, Joe; Africa elects First Gay Black MP;GAYSARSNEWS; disponvel em http://www.gaystarnews.com/article/arica-elects-first-gay-black-mp220514; 22/05/2014). Zakhele Mbhele, o 1o parlamentar negro, assumidamente gay, da ricado Sul, toma posse na Assembleia Nacional, no dia 22/05, data em que se comemora na Caliornia oHarvey Milk Day, uma homenagem a Harvey Bernard Milk (Maio 22, 1930 Novembro 27, 1978)o 1opoltico americano, assumidamente gay, a ser eleito para um cargo pblico (1977, San Francisco

    Board o Supervisors). Harvey oi assassinado 11 meses depois.

    13. 30/05/2014. ONOMSICA (INDABA;ABC of Xhosa Names;disponvel em http://www.designindaba.com/news/abc-xhosa-names; 23/05/2014). Artista grfica Tandiwe shabalala apresen-ta o significado de diversos nomes Xhosa (ex. Amandla, Buntu, Chwayita, Daluxolo, Elethu, Fikile...),que surgiram ao final do apartheid quando os pais no precisaram mais dar nomes ingleses para seusfilhos (ex. Knowledge, Margaret, Mavis, Innocentia, Innocent, Jeffrey, Gloria...).

    14. 04/06/2014. ESCAMBO (PAININ, Jason; In Mombasa, Africas First Alternative Curren-cy helps Kenyans fight Poverty; disponvel em http://www.csmonitor.com/World/Arica/2014/0603/In-Mombasa-Arica-s-first-alternative-currency-helps-Kenyans-fight-poverty; 03/06/2014; Foto:

    http://koru.or.ke/bangla-pesa-launch). Em maio de 2013, economista americano Will Ruddick lanoua moeda inormal Bangla-Pesa na avela Bangladesh (20 mil pessoas) prxima a Mombasa, Qunia,estimulando o comrcio entre moradores.

    15. 02/07/2014. CDIGO GRUPAL DE COSMOICA (GLOBO; Petio pede para Face-book excluir Perfil de Caadora de Animais na rica; disponvel em http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/07/peticao-pede-para-acebook-excluir-perfil-de-cacadora-de-animais-na-arica.html ;01/07/2104). Petio com mais de 44 mil assinaturas pede para o Facebook remover o perfil de Ken-dall Jones, 19 anos, que postou otos ao lado de lees, zebras, onas e outros animais abatidos por elaem suas caadas pelo Zimbbue, na rica.

    16. 10/07/2014. URISMO (SPOONER, Samantha; 10 World Heritage Sites in Africa...whi-

    ch youve probably never heard of;disponvel em http://mgarica.com/article/2014-07-06-10-world-heritage-sites-in-aricawhich-youve-probably-never-heard-o/#.U7p9I1dW-V ; 06/07/2014; Foto:Earth ouch, Flickr). A rica possui 129 locais entre os 1000 considerados patrimnios Mundiaispela UNESCO. Este artigo descreve 10 desses locais: 01. assili nAjjer: Arglia; 02. Dja Faunal Reserve:Camares; 03.iya: Etipia; 04. Royal Hill o Ambohimanga: Madagascar; 05. omb o Askia: Mali; 06.Banc dArguin National Park: Mauritnia; 07. Air and nr Natural Reserves: Niger; 08. VredeortDome: South Arica; 09. Archaeological Sites o the Island o Meroe: Egypt; 10. Koutammakou, Lando the Batammariba: Benin.

    Consideraes.Eis 10 consideraes relevantes quanto s publicaes no Facebook, apresenta-

    das em ordem lgica:1. Produo. Em 9 meses de trabalho, oram publicadas mais de 800 matrias, classificadas

    sob mais de 240 temas, dos quais 116 (Anexo 1) tem mais de 1 matria. As ontes de pesquisa citadasincluram 234 sites dierentes (Anexo 2).

    2. Confor. O confor de apresentao dos atos oi estabelecido gradualmente, a partir da ideiainicial de associar as postagens com as leituras de jornais. O fichamento do cosmograma oi simplifi-cado tendo em vista a volatilidade da ateno dos usurios das redes sociais e as limitaes de estilosde onte.

    3. Links.Priorizou-se a incluso de matrias com linkspara disponibilizar ao leitor o acesso sontes de pesquisa.

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    4. Diversidade. Para buscar a iseno quanto compreenso dos atos buscou-se a diversidadede ontes da mdia e o conronto das verses publicadas, por exemplo, pela BBC, RFI, Al Jazeera, a im-prensa portuguesa e a imprensa aricana nos vieses: partido no poder, partido de oposio.

    5. Idiomas. Alm dos idiomas estrangeiros j conhecidos Ingls e Espanhol houve a ne-cessidade de investir na fluncia do Francs, para acessar a mdia da Frana, ex-colonizadora, aindamantendo orte presena comercial e poltica no norte da rica.

    6. Sinaltica. A sinaltica energtica parapsquica oi observada na escolha da matria a publicare o aproundamento de temas especficos.

    7. Fluxo. Seguiu-se nessas ocasies a abertura de caminho mentalsomtico avanado de pes-quisa. A associao de ideias levava escolha rpida, em sucesso, de links,com inormaes impor-tantes para a montagem do quebra-cabeas atolgico.

    8. Banco de Dados. Mesmo quando no publicadas, as inormaes levantadas oram armaze-nadas, gerando banco de dados pessoal de sites, personalidades, eventos histricos, por exemplo, paraposterior pesquisa.

    9. Princpio.Oprincpio dos fatos e parafatos orientarem a pesquisa, de ato, estabeleceu o norteda metodologia.

    10. Tenepes. A regularidade das evocaes rica acarretou mudana no padro da tenepes.A hiptese da leitura direcionada de jornais, online, diria, equivaler segurar o touro pelos chiresquanto tenepes.

    Planilha. Para administrar tal quantidade de atos, envolvendo tantos temas, pases, persona-lidades e momentos histricos, oi criada planilha de acompanhamento das matriaspostadas (data--matria), qual instrumento antidisperso.

    Ciclo.A partir do entrecruzamento das matrias da planilha tornou-se possvel iniciar novociclo de anlise-sntese, 1 nvel acima, de associao de ideias, consolidao e fixao de resultados. Poroutro lado, a viso de conjunto indicou lacunas a suprir e novos temas a pesquisar.

    Curso. Os resultados do ciclo anlise-sntese, 1 nvel acima, so a base do cursofrica em Cos-mograma, em desenvolvimento pela a autora.

    Autoconfirmao.Para a autora, a verbao metodolgica do caseContinente Aricano auto-confirmou a proposta de a aplicao recursiva e sistemtica do ciclo de anlise-snteselevar ao desen-

    volvimento da viso cosmovisiolgica e produo de gescon.

    Megagescons. Exemplos de megagescons cosmovisiolgicas empregando a tcnica do cosmo-gramaso as obras de Vieira, Homo sapiens reurbanisatus e Homo sapiens pacificus.

    CONCLUSES.

    Parapsiquismo. cnicas mentaissomticas predispem oacoplamento com equipex dedicadaao desenvolvimento mentalsomtico das conscins levando ao desenvolvimento da sinaltica energ-tica parapsquica, insights parapsquicos, percepo das sincronicidades, entrada em trilha cognitivaavanada, upgradeno nvel de interassistencialidade e avano da tenepes.

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    Gescon. A Metodologia Autodidata Cosmovisiolgica viabilizou a apreenso de conhecimentoem rea lacunada e a consolidao do mesmo pela escrita sistemtica de snteses, abrindo caminhopara a produo de escrita no crescendo post-artigo-livro.

    O EXERCCIO DAARTICULAO INTELECTUAL NO CICLO ININTERRUPTOLEITURA-ANLISE-SNTESE-ESCRITA-ARQUIVO, BASE DA METODOLOGIAAUTODIDATA COSMOVISIOLGICA, PRESDISPE RUPTURA DA FREN-TE MENTALSOMTICA, PR-REQUISITO DO PARAPSIQUISMO AVANADO.

    Referncias Bibliogrficas:

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    04. Reginato, Romeu;A Ateno na Tcnica do Cosmograma; Artigo; Conscientia; Revista; rimestral; Vol. 11;N. 1; Seo: emas da Conscienciologia;1 E-mail; 17 enus.; 6 res.;Associao Internacional do Centro de Altos Estudos daConscienciologia (CEAEC); Foz do Iguau, PR; Janeiro-Maro, 2007; pginas 39 a 47.

    05. Tornieri,Sandra;Apostila do Curso Formao de Autores Mdulo IV;Associao Internacional do Centro deAltos Estudos da Conscienciologia (CEAEC); Foz do Iguau, PR; 2008; pginas 22 a 28.

    06. Vieira,Waldo;Ateno Dividida; Ato Mentalsomtico; Avano Mentalsomtico; Banco de Dados; CoesoTextual; Cosmoviso Humana; Cosmovisilogo; Curiosidade Pesquisstica; Desembarao Intelectual; Fonte Cognitiva;Heterocriticofilia Intelectual; Interao Anlise-Sntese; Leitura Correta; Magnificao Mentalsomtica; Mundividn-cia; Nutrio Informacional; Omnileitura; Picotagem da Ideias; Pr-Cosmoviso; Princpio Organizador dos Saberes;Prioridade da Escrita; Suporte Mnemnico; & Taxologia do Conhecimento; In: Vieira, Waldo; Org.; Enciclopdia da

    Conscienciologia Digital; 11.034 p.; glos. 2.498 termos (verbetes); 192 microbiografias; 147 tabs.; 191 verbetgraos; 8Ed.Digital; Verso 8.00;Associao Internacional Editares; &Associao Internacional do Centro de Altos Estudos da Conscien-ciologia (CEAEC); Foz do Iguau, PR; 2013; pginas 1.065 a 1069, 1.124 a 1126, 2.149 a 2151, 2.207 a 2211, 2.866 a 2869,3.604 a 3606, 3.610 a 3614, 3.775 a 3.777, 3.934 a 3.936, 5.235 a 5.238, 5.515 a 5.518, 6.162 a 6.164, 6.522 a 6.523, 6.735a 6.737, 7.411 a 7.414, 7.615 a 7.617, 7.702 a 7.705, 8.445 a 8.447, 8.663 a 8.666, 8.843 a 8.846, 8.851 a 8.854, 10.184 a 10.187e 10.829 a 10.293.

    07. Idem; Cosmogram Technique; Artigo;Journal of Conscientiology; Revista; rimestral; Vol. 1; N. 1; 55 citaes;44 enus.; 4 estatsticas; 3 res.; International Academy of Consciousness (IAC); Miami, FL; USA; July, 1998; pginas 3 a 35.

    08. Idem; Dicionrio de Argumentos da Conscienciologia; revisores Equipe de Revisores do Holociclo; 1.572 p.;1 blog; 21 E-mails; 551 enus.; 1 esquema da evoluo consciencial; 18 otos; glos. 650 termos; 19websites; al.; 28,5 x 21,5x 7 cm; enc.;Associao Internacional Editares; Foz do Iguau, PR; 2014; pginas 374 a 376.

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    R I, A 1, N. 1, 2014.

    09. Idem;Dicionrio de Neologismos da Conscienciologia; org. Lourdes Pinheiro; revisores Ernani Brito; et al.; 1.072p.; 1 blog; 21 E-mails; 4.053 enus.; 1facebook; 2 otos; glos. 2.019 termos; 14.100 (termos neolgicos); 1 listagem de neo-logismos; 1 microbiografia; 21websites; 61 res.; 28,5 x 21,5 x 7 cm; enc.;Associao Internacional Editares; Foz do Iguau,PR; 2014; pgina 295.

    10. Idem; Homo sapiens pacificus; revisores Equipe de Revisores do Holociclo; 1.584 p.; 24 sees; 413 caps.; 403abrevs.; 38 E-mails; 434 enus.; 484 estrangeirismos; 1 oto; 37 ilus.; 168 megapensenes trivocabulares; 1 microbiografia; 36tabs.; 15 websites; glos. 241 termos; 25 pinacografias; 103 musicografias; 24 discografias; 20 cenografias; 240 filmes; 9.625res.; al.; geo.; ono.; 29 x 21,5 x 7 cm; enc.; 3 Ed. Gratuita; Associao Internacional do Centro de Altos Estudos da Cons-cienciologia (CEAEC); &Associao Internacional Editares; Foz do Iguau, PR; 2007; pginas 1.064-1.466.

    11. Idem; Homo sapiens reurbanisatus; revisores Equipe de Revisores do Holociclo; 1.584 p.; 24 sees; 479 caps.;139 abrevs.; 12 E-mails; 597 enus.; 413 estrangeirismos; 1 oto; 40 ilus.; 1 microbiografia; 25 tabs.; 4 websites; glos. 241 ter-mos; 3 inogrficos; 102 filmes; 7.665 res.; al.; geo.; ono.; 29 x 21 x 7 cm; enc.; 3 Ed. Gratuita;Associao Internacional doCentro de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC); Foz do Iguau, PR; 2004; pginas 1.123-1.451.

    12. Idem;Tcnica do Cosmograma; Artigo; Boletins da Conscienciologia;Vol. 2; N.1; Anurio; 1 E-mail; 33 enus.;3 res.;Centro de Altos Estudos da Conscincia (CEAEC); Foz do Iguau, PR; Janeiro-Dezembro, 2000; pginas 33 a 52.

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    ANEXO 1 PRINCIPAIS TEMAS CLASSIFICADOS

    01. rica

    02. Agricultura03. gua

    04. Antagonismologia

    05. Anticonflitologia

    06. Antisubumanidade

    07. Arqueologia

    08. Assistencalidade/assistenciologia

    09. Assistencalismo

    10. Autorado

    11. Autoritarismo

    12. Aviao

    13. Belicismo

    14. Bibliografia

    15. Biblioteca

    16. Biografias

    17. Blocos econmicos

    18. Boicote

    19. Caa/caada

    20. Cartografia

    21. Censura22. Cidades

    23. Cinematografia

    24. Comrcio

    25. Comunicologia

    26. Conerncias

    27. Conflitologia

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    28. Cooperao

    29. Corrupciologia

    30. Cosmograma

    31. Criatividade

    32. Criminologia

    33. Cronologias

    34. Cultura/culturologia

    35. Democracia

    36. Desconfiana

    37. Desporto/esporte

    38. Diplomacia

    39. Ditadores/ditadura

    40. Doao

    41. Economia

    42. Educao

    43. Eeitologia

    44. Elencologia

    45. Empreendedorismo

    46. Empresariado/ empresrio

    47. Empresas

    48. Epidemia

    49. Escravatura

    50. Evoluciologia

    51. Exibies/exposies

    52. Fauna

    53. Festa

    54. Filatelia

    55. Filmografia

    56. Fome

    57. Fotografia

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    R I, A 1, N. 1, 2014.

    58. Gemelidade

    59. Genocdio

    60. Geopoltica

    61. Ginossomtica

    62. Grupos

    63. Heurstica

    64. Histria/historiologia

    65. Homoobia

    66. Homossexualismo

    67. Imigrantes/migrantes

    68. Interassistencialidade/interassistenciologia

    69. Intercmbio

    70. Internet

    71. Investimentos

    72. Irracionalidades

    73. Irracionalidade religiosa

    74. Isl/islamismo

    75. Justia

    76. Liderana/lderes

    77. Livro

    78. Mediao

    79. Modismos

    80. Moedas

    81. Monarquia

    82. Museologia83. Msica

    84. Negcios

    85. Nosologia

    86. Operaes

    87. Pases

    88. Palestra

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    89. Paradoxo/paradoxologia

    90. Pareceria

    91. Pena dmorte

    92. Personalidade

    93. Poder

    94. Poligamia

    95. Politicologia

    96. Programas

    97. Projeto

    98. Protesto

    99. Publicaes

    100. Racismo

    101. Reconciliao

    102. Represso

    103. Saude

    104. Sequestro

    105. Surpreendncia

    106. errorismo

    107. este

    108. Te independent

    109. rabalho

    110. radies

    111. ransporte

    112. ratados

    113. urismo

    114. Vacina

    115. Violncia

    116. Voluntariado

    117. Zooconvivialidade

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    ANEXO 2 FONTES DE PESQUISA

    01. A bola

    02. A olha sp03. About

    04. Access gambia

    05. Areaka

    06. Arica 21 digital

    07. Arican arguments

    08. Arican horizons

    09. Arican manager

    10. Arican union

    11. Aricasacountry

    12. Agncia de notcias brasil-rabe

    13. Al jazeera

    14. All arica

    15. Alternet

    16. Amazon

    17. Anda

    18. Angonoticias

    19. Apartheid museum

    20. Bahia noticias

    21. Bbc22. Bbc brasil

    23. Biblioteca nacional de portugal

    24. Biblioteca virtual de cincias humanas

    25. Blackpast

    26. Blogueiras negras

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    R I, A 1, N. 1, 2014.

    27. Boutique.Arte

    28. Brasilturis

    29. Brazilarica

    30. Brookings

    31. Burtoniana

    32. Business day

    33. Cahier dtudes aricaines

    34. Carrington

    35. Catho

    36. Catraca livre

    37. Ceeac

    38. Channel 4

    39. China radio international

    40. Christian post

    41. Crculo angolano intelectual

    42. Cnbc arica

    43. Cnn

    44. Common dreams

    45. Conversa de historiadoras

    46. Correio

    47. Correio 24 horas

    48. Correio do povo

    49. Corrreio do brasil

    50. Csmonitor

    51. Cultura ponto a ponto

    52. Daily mail

    53. Daily nation

    54. Death penalty worlwide

    55. Design indaba

    56. Destak

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    57. Dezeen

    58. Diario de noticias globo

    59. Diario de s paulo

    60. Diario digital

    61. Dominio pblico

    62. Drum connection

    63. Ecowas news today

    64. El mostrador

    65. El pais brasil

    66. Espresso and stroopwael

    67. Euronews

    68. Exame

    69. Expresso

    70. Fao

    71. Fatima missionaria

    72. Fernando nhantumbo

    73. Forbes

    74. France 24

    75. Freeworld publications

    76. Funag (undao alexandre de gusmo)

    77. Gallery ezakwantu

    78. Gaystarnews

    79. Getaway

    80. Ggn

    81. Ghanaweb82. Gi natureza

    83. Giraamania

    84. Gizmodo

    85. Global post

    86. Globo esporte

    87. Goal

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    R I, A 1, N. 1, 2014.

    88. Growth business

    89. Herdeiro de aecio

    90. Histoire pout tous

    91. Historiageografiayfilatelia

    92. How we made in arica

    93. Huffington post

    94. Ibram

    95. Imagens de marca

    96. Imo

    97. Inonet

    98. Instituto cincia hoje

    99. International business times

    100. Isto e

    101. Itapeva times

    102. Jeune arique

    103. Jornal a cidade

    104. Jornal cana

    105. Jornal de negocios

    106. Jornal digital

    107. Jornal do brasil

    108. Jornal st

    109. Jornalismo porto net

    110. La presse

    111. Le figaro

    112. Le monde113. Le monde diplomatique

    114. Le point

    115. Legal.Un

    116. Livenews

    117. Local

    118. Luanda digital

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    28 I P E C

    R I, A 1, N. 1, 2014.

    119. Lusa

    120. Lusomonitor

    121. Mail&guardian

    122. Maka angola

    123. Maps o world

    124. Mercado e eventos

    125. Metropolitan museum o art

    126. Mirror news

    127. Mmaspace

    128. Monitor mercantil

    129. Mr hortons class

    130. Muse national de la marine

    131. National geographic

    132. National museum o arican art

    133. New era

    134. New vision

    135. News watch

    136. Noticias ao minuto

    137. Noticias r7

    138. Ny times

    139. O dia

    140. O estado de s.Paulo

    141. O globo

    142. O mirante

    143. O pais144. Povo

    145. Ocean sole oundation

    146. Ozy

    147. Papermag

    148. Por dentro da arica

    149. Portal anglop

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    R I, A 1, N. 1, 2014.

    150. Portal brasil

    151. Portal da propaganda

    152. Portal guandu

    153. Portugal digital

    154. Portugal gay

    155. Public radio international

    156. Pblico

    157. Qantara

    158. R7 noticias

    159. Radio ergo

    160. Radio onu

    161. Rede angola

    162. Reuters

    163. Reuters brasil

    164. Revista aro

    165. Revista osis

    166. Revista pesquisa apesp

    167. Revista sankoa

    168. Rfi

    169. Ricardo stump

    170. Rimes live

    171. Roberto pascoal

    172. Roger ebert

    173. Royal arican society

    174. Rtp175. Sahara reporters

    176. Sahel sounds

    177. Sangonet

    178. Sanparks

    179. Sapo

    180. Satyagrahouse

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    R I, A 1, N. 1, 2014.

    181. Screen arica

    182. Sgate

    183. Showme

    184. Smithsonian

    185. South arican history online

    186. Sw radio arica

    187. c daily planet

    188. ecmundo

    189. ed

    190. edxeuston

    191. erra

    192. erra magazine

    193. Te arica report

    194. Te comment actory

    195. Te daily telegraph

    196. Te economist

    197. Te guardian

    198. Te long riders guild

    199. Te national

    200. Te red phoenix

    201. Te south arican

    202. Te straits times

    203. Te telegraph

    204. Te verge

    205. Te wall street journal

    206. Tis is arica

    207. imes live

    208. op documentary films

    209. ouregypt

    210. ransparency international

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    I P E C 31

    R I, A 1, N. 1, 2014.

    211. ribuna da bahia

    212. ribuna do norte

    213. v124

    214. v2 rtp

    215. Udcp conflict encyclopedia

    216. Uneca

    217. Unesco

    218. Unmultimedia

    219. Usa today

    220. Usaid

    221. Veja

    222. Ventureburn

    223. Verdade

    224. Vermelho

    225. Voice o america

    226. Voz da russia

    227. Washington post

    228. Washington times

    229. Wikipedia

    230. World news report

    231. World time

    232. Yale.Edu

    233. Youtube

    234. Zulu

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    Foto: Malu Lindemann, 2014.

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    Entrevista com Malu Lindemann

    Entrevistadora: Giuliana Costa

    Duas histrias pessoais de vivncias aricanas: Dar-es-Salaam, anznia e Marrakech, Marrocos.

    I. Introduo e minicurrculo

    Meu nome Maria Lucia Lindemann, Malu, sou brasileira de origem, nasci em ConselheiroLaaiete, Minas Gerais, em 2 de maro de 1967. Uma grande atrao por viagens e pela lngua rance-sa marcou, para resumir, meus anos de adolescncia e jovem adulta. Estudei engenharia qumica naUFRJ mas, sem me projetar nessa carreira, resolvi parar para pensar aceitando um emprego numaempresa rancesa de despoluio de rios (bacia do Rio Doce e Paraba do Sul) em 1991. Dentre di-

    versas experincias nessa empresa, uma srie de sincronicidades me fizeram encontrar o homem queseria meu marido, em 93. Sou casada h 21 anos e temos dois filhos: Tais de 18 e Tomas de 16. Vive-mos tambm em Bordeaux, na Frana, onde me graduei em rancs na Universit Michel MontaigneIII e fiz a Escola de Belas Artes de Bordeaux; em Lisboa, Portugal e em Madrid, na Espanha, ondemoramos atualmente. Alm das responsabilidades amiliares aqui e no Brasil, dedico-me diariamentes tertlias conscienciolgicas onlinee s autopesquisas decorrentes e finalmente, ao estudo da lnguaespanhola para tentar uma vaga na universidade pblica para estudar Psicologia.

    II. Entrevista

    1. Dar-es-Salaam, anznia (fevereiro 1994 a abril 1996)

    Me lembro-me dos meus amiliares e amigos dizendo, brincando, que eu tinha sido enganada,pensando que ia viver em Paris! A verdade que oi uma experincia excepcional. Revalorizamosaquilo que acilmente se banaliza. Percebi que minha vida seria no somente ora do Brasil como emdiversos outros pases e que certa responsabilidade estaria nas minhas mos. No pesei mais conse-qncias, a proposta me atraa. Assim oi. Nosso primeiro posto (diretor de uma Multinacional res-ponsvel por controle de qualidade de exportaes e importaes): Dar es Salaam, capital da anznia.

    Chegamos em Dar em evereiro de 1994. Nessa altura a situao scio-poltica da regio no era

    nada boa. Essa tenso devia-se a problemas ligados aos reugiados de conflitos antigos entre ronteiras(Burundi, Rwanda, anznia e Qunia), tema recorrente em vrios pases da rica (rivalidades entreetnias hutus (maioria) x tutsis (minoria).

    No estou certa de se poder alar de choque cultural imediato. Quanto ao primeiro impacto vi-sual, para um brasileiro de classe mdia que tenha viajado por regies mais desavorecidas no prpriopas, poderia se ver sem maiores traumas naquela paisagem. Alm disso, ramos jovens e curiosose tudo novo parecia, interessantemente desafiador. Mas a verdade que a maneira de uncionar dosaricanos e daquela sociedade ainda tribal logo imps suas diretrizes.

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    Pr a casa em uncionamento levou um certo tempo. No havia televiso, nem internet (noexistia ainda), raramente havia teleone, gua e luz. Essas coisas que, at ento, no tomam mais quealguns minutos para serem resolvidas. A gua, cor de barro, vinha num carro pipa. J havia encon-trado minha primeira atividade! nhamos um gerador de eletricidade diesel que uncionava quasetoda a semana. Com o tempo, o barulho daquela mquina se conundiu com o canto dos autoalantesdas mesquitas anunciando a hora do proeta. Isso era uma verdadeira invaso de domiclio. Ine-

    lizmente no tnhamos escolha. Meu impulso oi no aproundar mais naquele tema e passar paraprxima pgina. Dessa orma, aquela cantoria diria azia parte do pano de undo. Afinal, ramos aliconvidados e como diz o outro, os incomodados que se retirem. De ato essa seria, com o tempo,uma boa divisa! Foi uma das minhas primeiras revalorizaes: a liberdade religiosa e ideolgica exis-tente no Brasil, ainda que de rabo de olho.

    O sistema telonico uncionava por call back. Chamvamos um nmero que nos chamava devolta com uma linha livre. udo seria ormidvel se eles chamassem de volta. No entanto, isso aconte-cia bem raramente. O ax era ento a melhor opo e o adotamos, elizes da vida.

    Uma vez a casa em uncionamento, pude me dedicar ao estudo do swahili, ingls e rancs. Per-cebi que havia muitas mulheres na minha posio, estavam ali para acompanhar seus maridos, estescom contratos de expatriados. Recorrente eram as separaes e os divrcios depois de certo tempo.Podemos imaginar as razes. A criatividade era sem dvida la monnaie dchange(a moeda de troca)antitdio. Uma atividade inusitada acabou surgindo com o tempo. Uma certa mulher, de origem Bel-ga, munida de um savoir fairede costureira, possuidora de contatos com costureiros do Zaire (povobem conhecido pelo talento com tecidos) e com importadora de tecidos indianos e ingleses, criou umagrie e me convidou para ajudar. Conseguamos o material vindo da India, da Inglaterra e do Egito.Outras pessoas vieram participar e criamos momentos de bastante integrao, inclusive com artigosna mdia. Ainda que tenha durado pouco tempo trouxe a todas e todos boas idias para prosseguir.

    A cidade de Dar era bem catica e suja. Na verdade, no me espantava tanto, visto meu prpriopas! Para compensar, os tanzanos eram simpticos e prestativos. Bastava notar que precisvamos dealgo que chegavam sem maiores dificuldades de comunicao. inham um sorriso cil e acolhedor.O tempo sempre podia esperar. No encontrei ningum correndo atrs do relgio. Muito pelo contr-rio. Estavam ali, inteiros naquele momento.

    No me pareceu tampouco que havia ome naquele pas. A terra era rtil e se comia muita ba-nana, milho, batata doce e carne de caa. O ugali, prato tpico base de arinha de milho, empanzinavao povo, sustentando o corpo para todo o dia. Devo dizer que a maioria dos nativos que trabalhava nocentro de Dar, andava cerca de 3h por dia para chegar ao trabalho. Havia um nibus que encurtava

    o trajeto, porm no dava para todos. As bicicletas eram tambm muito bem-vindas.

    No centro, os indianos dominavam o comrcio e os servios, enquanto os aricanos, os am-bulantes e opcionais (assistentes nos portos, carregadores, seguranas, office boys,vendedores, em-pregados domsticos, etc ). Lembro-me de comer batatas doce na brasa elaboradas ali na calada (sepodemos chamar assim) numa lata com carvo em brasa (j vimos esse filme no Rio de Janeiro...).As garraas de gua mineral eram uma desafio. As tampas eram recondicionadas mo e revendidas.Recomendavam-nos beber coca-cola se estivssemos na rua. Com as grandes chuvas, muitas vezes erapreciso decidir rpido: ou desistamos tempo do trajeto ou ficvamos ilhados. Os buracos secos, queat ento passavam desapercebidos, enchiam dgua e cresciam como magia! Isso sempre me chamou

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    ateno. Engoliam os carros mais pequenos e as margens das estradas. Estar ali era ser pau para todaobra. Lembro-me de amarrar nosso pequeno 4x4 a um landcruiserpara ajudar a reboc-lo pois escor-regava sem controle numa encosta com toda a amlia dentro! Cada uma...

    Ento, to rpido quanto mudo de pargrao o pas mergulhou numa grande calamidade. No dia6 de Abril de 1994, o Presidente Juvenal Habyarimana do Rwanda e o Presidente Cyprien Ntaryamira

    do Burundi morreram num desastre de avio. Ironicamente os dois lderes regressavam de uma Con-erncia de Paz em Dar-es-Salaam, que tinha sido convocada para discutir a implementao de umplano de partilha do poder entre os dois pases. Vale lembrar que os dois presidentes eram Hutus, etniamaioritria, 85% da populao da Rwanda. ropas leais ao presidente morto realizaram uma limpezatnica extremamente violenta em represlia. Bastava ser utsipara ter a sentena de morte decretadaa golpes de aco. A questo dos reugiados de Rwanda aumentou ainda mais as tenses, mas a anzniase recusou a participar dos conflitos armados. De maneira que os habitantes no soreram diretamenteameaas blicas. Hoje az 20 anos do genocdio e a populao luta para superar esse trauma. Do nossolado, me perguntava o que exatamente azamos por ali.

    A questo da segurana era realmente necessria. Nossa casa era guardada por um Makonde(populao seminmade do norte da anznia, criadores de gado e grandes guerreiros) chamadoJohn. Seu oco era a deesa da casa e o azia muito bem com seu arco e flecha. Com suas roupas ver-melhas e seus mltiplos colares, dava ao cenrio um toque teatral, quase antagnico. Paralelamentehavia um servio de segurana privada para todo o quarteiro. Amigos alemes tiveram a amlia in-teira assassinada, pois tinham objetos e coisas que atiavam o desejo dos outros. Dessa maneira, nadamais usual, quando queriam algo, matavam quem bloqueasse e se serviam. Era to bsico quanto isso.Quanto mais simples a achada, mais seguros vivamos.

    O instinto era sem dvida o leme daqueles barcos. Viviam conorme os desejos mais ebris. svezes, chegava na recepo da empresa onde trabalhava meu marido e no via mais a uncionria deontem. Perguntava. No era mais surpresa ouvir que a ulana morreu de aids, o beltrano de malria ouque o outro oi transerido. Viviam, um dia de cada vez, entre a morte de uns e outros sem grandestabus. Um contraponto eficaz se abrssemos os olhos.

    Na anznia, de maneira geral, a religio islmica, catlica e judia conviviam em relativa tran-quilidade. Pelo menos no perodo em que vivemos ali. Claro que, em se tratando da rica, haviamagia negra, vudu e outras prtica anmicas. Ns, particularmente, no tivemos contato com essescostumes mais violentos. Convivemos sim com pessoas extremamente parapsquicas que eram videntese conversamos com grande naturalidade a respeito, at demais.

    Nesse sentido, conhecemos uma amlia de azendeiros de origem grega que h muitos anosviviam em Dar-es-Salaam. Eram 5 filhos. Uns sessenta e poucos anos tinha a me, que liderava tudo.A casa dela, pois vivia separada dos outros, era inteiramente decorada e mobiliada com troncos demadeira de todo tipo de rvores. Intrigante. Era clarividente. Bastava olhar para a gente e, com jeito,desvendava nossas vidas discorrendo sobre tudo que percebia com imagem e legenda. As coisas acon-teciam como ela dizia. Umas, ali imediatamente, e outras 10 anos depois, quando nem mais morva-mos na anznia. No era uma figura tranquila, era bastante ansiosa e irrequieta. s vezes, se echavaem sua casa o dia todo e ningum conseguia ouvi-la ou v-la. Os filhos tambm eram sensitivos. Um,caador profissional de lees, muito procurado, dizia que alava com os animais. O outro, um poucoesquizornico, trabalhava na azenda. Uma vez, ouviu latidos de ces, se virou para ns e disse: vo

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    entrar na casa de vocs. Assim, na lata! Alguns minutos depois, ao ouvir um latido distinto, corrigiu: No. Ser no vizinho de vocs. E dito e eito. No preciso contar os detalhes. D para engolir seco!

    A solidariedade azia parte da nossa rotina. Isso era bem especial. Nossas necessidades eramcomuns e visivelmente claras para todos. A ao para o outro se tornava espontnea. Criamos ali bonsamigos com os quais ainda guardamos orte ligao. Judeus, romnios, gregos, suos, holandeses,

    colombianos, argentinos, cubanos, ranceses e uma amlia de brasileiros cujos filhos estudavam naescola rancesa. Como no havia restaurantes, nem cinemas, trocvamos almoos e jantares sempreregados a histrias das mais esdrxulas contadas nas mais diversas lnguas. Alguns eram nativos daanznia, os aricanos brancos; grecos-tanzanenses, eram caadores profissionais. Outro, ainda rome-no-judeu, era de Arusha, cidade aos ps do Kilimandjaro. Era proprietrio de uma mina de tanzanitasnaquela regio (pedra preciosa muito rara, tpica da anznia) e de vez em quando nos regalava comuns pedregulhos. s quintas-eiras havia um programa dierente. Podamos ver filmes ao ar livre (seno chovesse) in the Marines House. Havia hamburgersvindos diretamente dos EUA. Ali conhecamosa situao poltica da regio, novidades do mundo e conversvamos sobre tudo.

    Os safaris(viagem em swahili) nos parques nacionais da anznia como Serengeti, Lake Manyara,Selous e a beleza selvagem daqueles animais livres, as cores do pr do sol na savana, os baobs gigantes,deixaram imagens indelveis nos nossos arquivos mentais. Na ocasio de um saari no parque Selous, noite, durante o jantar , nos surpreendemos com a ausncia de uma colega que descansava em sua tenda.Como estvamos todos muito cansados, comemos rapidamente e omos dormir. No dia seguinte, ela noscontou que um hipoptamo escolheu a entrada da tenda dela para deitar, e ali ficou a noite toda.

    Frequentemente, grupos am escalar o Kilimandjaro e tentar chegar s suas neves eternas (hojederretidas). O percurso era muito bem organizado, com carregadores de mantimentos e at cozinhei-ros especiais. Um pequeno descororto respiratrio costumava acontecer no meio do caminho, mas

    tinham todo o aparato necessrio para remediar e o objetivo era alcanado na maioria das vezes. Osnativos sempre ali atentos e comunicativos. Para aqueles que alavam swahili traduziam as histriasmais singulares contadas pelos tanzanos.

    Enfim, se tudo corresse bem, eram s boas recordaes e aprendizados. Quando muito, um p-nico para nos manter em alerta. No entanto, ainda que sentssemos a rica como um lugar sedutore exuberante, havia uma mistura entre encantamento e algo que no se podia confiar. Uma ameaaiminente. Era o que eu presentia o tempo todo. No ficvamos tranquilos. Mais uma vez, para o ca-rioca habituado a ter olhos nas costas, a tarea no era nova.

    Alguns problemas de sade e acidentes de percurso preocuparam nossas vidas nesse perodo,

    mas oram bem solucionados graas ajuda de mdicos estrangeiros e amigos ali residentes. Nossasada de Dar-es-Salaam se deu em meados de abril de1996 em direo Bordeaux, j com nossa filhaTais, com 3 meses de idade.

    2. Marrakech, Marrocos, maro de 2012

    Para comemorar meu aniversrio omos passar 3 dias em Marrakech, aproveitando o ganchode uma reunio de trabalho do meu marido. Organizei minha bagagem principalmente com meu ma-terial de desenhos ao ar livre e meus livros. Um carn de viagem de Marrocos e o estudo da histria dali

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    poderiam ser boa pedida. Decidi que aria isso me infiltrando no meio daqueles artistas e comerciantese observaria como eles eram, o que pensavam, como uncionavam. Fiquei entusiasmada, e oi o que fiz.

    Instalei-me para tanto, na grande praa no central de Marrakech, mundialmente conhecida,Jeema el Fna. Ali onde ningum dorme, tudo acontece e at as serpentes tem seu espao de expresso.

    Sentei-me num lugar mais isolado e desenhei a praa e toda aquela gente em movimento usan-do as cores de pigmentos locais (souck,mercado local) que havia comprado na vspera. Colei coisas(recortes de cartes postais e de papis manuscritos em rabe, restos de tickets de avio, pedaos demapas, grafismos recolhidos de olders, etc) enchendo algumas pginas. Decidi ento que estava nahora de ousar um pouco mais e avancei no meio da multido. Sentia-me bem.

    Claro, fiquei atenta reao dos muulmanos, bem conhecidos por suas atitudes bruscas e ma-chistas. Ento, para acilitar minha penetrao, sentei ao lado de uma dessas moas que pintam asmos com henna natural atravs de uma seringa sem agulha, maneira indiana. Muitas ganham a vidaazendo isso. Conversei com ela em rancs, se chamava Ftima. Expliquei que tambm era artista e aziacarnets de voyage.E papo vem e vai. Mostrei os desenhos que havia eito e ela ficou entretida. Pergun-tava tudo. Estava encantada e eu com aquela nova situao.

    De repente ela ficou sria e me perguntou quanto eu cobrava. Percebi que a coisa ali era azer ne-gcio. Expliquei que era um caderno de histria de lugares onde estive, no era para vender. Segundomeu pedido, em vez de pintar minha mo, pintou numa pgina desse caderno. Na hora de pagar mepediu um dinheiro (500 dirhams, mais ou menos 40 euros). No aceitei e fiquei brava. A conversacomeou a esquentar e o que acalmou os achos oi a questo de eu tambm ser artista e conhecermuito bem os altos e baixos financeiros, deveramos ser solidrias. Pediu-me desculpas e ficamosamigas. Paguei 50 dirhams ela aceitou, sem reclamar. Disse-me que eu era pior que os berbres(etniaantiga do norte da rica que oi muito prspera, amosos negociantes). No sabia muito bem quem

    eram esses caras, mas fiquei na minha. O importante que estvamos de acordo. Amigos da regio jme haviam alertado em tomar cuidado com os valores pedidos ali na praa.

    Achei que eu tinha conquistado mais alguma horas ali naquelepoint e continuei a desenhar.

    De repente passa uma estrangeira, creio ser inglesa, fica olhando, conversa e me pergunta quan-to era. Mais uma vez vi que a praa tem um eeito bom! Disse que os desenhos no estavam venda.Me pediu que pensasse que voltaria depois. No mesmo instante, um vendedor de cinzeiros (vendiacada um a 10 dirhams e gritava em todas as lnguas) viu a cena. Foi alar com um ulano apontandopara mim, meio agitado. Aparentemente alava mal rancs e o amigo traduzia tudo.

    Continuei no meu papel de artista de praa, com certa apreenso. Vi que minha presena alicausou um certo rebolio. O tal do ulano se aproximou e praticamente me ordenou que mostrassemeus desenhos para eles. Mostrei calmamente mais uma vez todo meu caderno. No sei o que me deu,talvez um certo medo de ficar em silncio, e perguntei se ele conhecia o alabeto. Para qu? oquei noponto raco... O homem explodiu gritando com o amigo em rabe e no entendi nada.

    Mais calmos, o amigo veio me dizer que tinha ficado nervoso porque dizia que esse negciode alabeto no servia para nada, era um grande porcaria, uma tolice, etc. No concordei e mostreiuma outra pgina com caligrafias rabes eitas por um artista que tinha conhecido no dia anterior,na Fundao Omar Yusse. Completei dizendo que tinha pago 100 dirham para ele. Repeti que no,

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    alabeto no intil. Naquele momento os dois amigos se entreolharam mudos. Logo repetiram 100dirhams? Senti minha pele em perigo. O vendedor de cinzeiros me ordenou, com tom de ameaa,que o ensinasse a azer aquilo tudo. Expliquei que no era possvel. inha levado 45 anos para chegarnaquele ponto e que, alm do mais, no sabia alar rabe, mas ele sim. As coisas bvias tomaram ou-tro rumo. Surpreendeu-me. Pena que no entendi o que diziam a seguir, mas, enfim, a mensagem oipassada a trancos e barrancos. A exploso dissipou e fiquei eliz com o eeito que pairava no ar. Ouso

    acreditar que a idia possa ter servido para um ou para outro. Em todo caso, peguei o que era paramim. Arrumei minha coisas e estava indo embora quando o vendedor me gritou (como de hbito)dizendo: InshaAllah!, InshaAllah!

    Vejo como a ignorncia traz arrogncia. Podemos perder muitas oportunidades por pensar quetemos razo ou que sabemos tudo. Espero, de verdade, que o vendedor de cinzeiros tenha dado umpasso a rente, aprendido o alabeto e esteja ganhando melhor sua vida. disso que o povo aricanonecessita, esclarecimento, educao bsica para criar mais autocrtica e azer melhores escolhas. Deato, o que todos precisamos, no ?

    III. Concluso:Como no podia deixar de ser, escrevendo minhas vivncias na anznia 20 anos depois e pon-

    do em palavras o ocorrido na praa Jeema al Fna, fiz despertar percepes adormecidas e surpreen-dentes. Obrigada Ktia Arakaki e Giuliana Costa por complotarem ao meu avor. Sabe l o que serdespertado a partir daqui!

    Hoje, 14 de julho de 2014, levando em conta maior autocrtica recuperada com autopesquisase com o conhecimento da cincia Conscienciologia, penso que h uma casustica bem mais complexaatrs desse percurso de viajante. Sigo minhas pesquisas pessoais e agradeo sempre ao grande amparoque tive durante todos esse anos de viagens internacionais e sobretudo nesse momento. Compartilho

    aqui uma rase, muito ntima, que me acompanha desde o momento que soube da nossa mudanapara rica, ou seja em 1994, que : - No todo mundo que tem uma vida dessas, voc tem ideia dasua misso? odos ns temos um cochicho desses no p do ouvido. Ignorava o contedo proundodessa rase. Admito que continuo ignorando. Com o conceito de programao existencial, essa perguntacriou mltiplas acetas e, admito, fiquei petrificada. O desconhecimento sobre o tema do autoparap-siqusmo intelectual de ato coisa serssima. Pude perceber contraponto valioso com o verbeteAuto-

    parapsiqusmo artstico msticoda proessora Mlu Balona, e aproveito para agradecer pelo seu talentodidtico. Sigo ento com maior discernimento (azendo ora para) e colocando a multidimensiona-lidade no meu dia a dia.Adelante,mas sem atropelarmos a ns mesmos. De ato, temos todos coisaa ensinar. Boas energias para todos ns.

    Madrid, 14 de julho de 2014Maria Lucia Lindemann

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    Olhares Multifocais Sobre a Situao

    Sociolingustica de Moambique:

    Reflectindo Criticamente sobre

    Polticas e Prticas

    Ildio Macaringue1

    RESUMO: Neste trabalho, o oco radica na anlise das polticas lingusticas e dasituao sociolingustica e sociocultural de Moambique decorrente da conflunciade vrias lnguas e culturas para compreender os processos de nativizao/ nacionali-

    zao da lngua portuguesa no pas. Ao longo do trabalho usou-se, com regularidade,o termo nacionalizao tendo em vista evidenciar os processos subjacentes apropria-o do Portugus em Moambique, perspectivando o pressuposto poltico-ideolgicode ser uma lngua oficial e de unidade nacional, lngua de Estado e da nacionalidademoambicana. O interesse em pesquisar a temtica prende-se com as ambivalnciasdas bases epistemolgicas da poltica lingustica do pas que preconizou a oficializa-o do Portugus sem o nacionalizar e nacionalizou as lnguas bantu, tambm desig-nadas lnguas autctones, e que o discurso oficial as tipifica como lnguas nacionais,no obstante estarem ragmentadas geograficamente, ou seja, sem extenso territo-rial nacional, sem as oficializar. Desta eita, pode-se concluir que a actual situaolingustica de Moambique vulgariza a poltica lingustica que preconizou a normaeuropeia como padro no pas, tendo em considerao que a legislao determinaum modelo de alar e os usos da lngua outro modelo, consagrando-se aqui um pro-cesso dicotmico entre o ideal pereito assente na norma como reerncia inclusivae no exclusiva e o real pereito assente nas normas comuns do quotidiano.

    Palavras-chave: Polticas lingusticas, Portugus de Moambique, Nacionalizao,Lngua(gem).

    Introduo

    Moambique, semelhana dos demais pases aricanos, herdou uma poltica lingustica/ cul-tural europeia significativa em decorrncia do processo de colonizao que ormalmente oi chan-celado na Conerncia de Berlim (1884-1885), Alemanha, com a adopo do princpio de ocupaoeectiva do continente aricano que tinha em vista regular a orma como as potncias deviam ocuparos territrios com a salvaguarda da necessidade de respeitar as reas ocupadas anteriormente por ou-tras potncias, acto que mais tarde no se verificou em alguns casos.

    1 Por Ildio Enoque Alredo Macaringue. Mestre em Sociedade, Cultura e Fronteiras pela Universidade Estadual do Oestedo Paran - UNIOESE (Brasil), Ps-graduado (Especializao) em Lngua Portuguesa e Literaturas de Expresso Portu-guesa pela Universidade de Aveiro (Portugal) e Licenciado em Ensino de Portugus pela Universidade Eduardo Mondlane(Moambique). E-mail: [email protected]

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    A Conerncia de Berlim pode ser enquadrada nas consequncias da expanso europeia quese iniciou no sculo XV com destaque para Portugal e Espanha, considerados percursores, pases queoram posteriormente seguidos por Inglaterra, Frana, Blgica, Holanda, Itlia e Alemanha.

    A partilha do continente aricano, que mais tarde veio a ser decisiva no desencadeamentodas duas guerras mundiais (1914-1918; 1939-1945) em uno dos desentendimentos na poltica de

    ocupao colonialista, oi eectuada de orma arbitrria, isto , desordenada. Com isso, no oram res-peitadas as caractersticas peculiares de alguns dos grupos nativos como, por exemplo, etnia, culturae crenas, e houve casos em que povos aliados oram separados e os inimigos juntados, acto que athoje constitui oco de tenso em algumas regies.

    A colonizao europeia contribuiu, igualmente, para o deslocamento das ronteiras lingusti-cas e culturais em rica, tornando-as mais hbridas e complexas, cujo processo acabou impactandodecisivamente nas lnguas e culturas europeias no continente, tornando-as endogeneizadas matrizsociocultural, sociossimblica e poltico-ideolgica das antigas colnias.

    No caso de Moambique, oco de pesquisa, colonizado por Portugal at 1975, ano em que al-canou a independncia, o Portugus oi usado pela metrpole como um mecanismo de dominaocultural, poltico-intelectual e ideolgica, implantando nos dominados afalsa conscinciade que assuas lnguas e culturas eram ineriores para justificar a sua aculturao e os esoros de apagamentoda histria sociocultural dos moambicanos. odavia