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Revista Joias&Design Março2015

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Revista sobre joias e design

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  • 2 Revista Joias & Design - Maro 2015

    editorial

    Rene Carlos Cruz RodriguesDiretor - Editor Chefe

    Amanda Borges RodriguesDiretora - Editora

    Mrcia PompeiColaboradora

    Livi PiresColaboradora

    Luciana PreussColaboradora

    Keila RedondoColaboradora

    Erika Vanessa de Oliveira AndradeJuliana AroneAssistentes

    Projeto GrficoEquipe Editora Leon

    A Revista Joias & Design no se res-ponsabiliza por eventuais mudanas na programao de pauta, bem como pelas opinies emitidas por colabora-dores, colunistas emitidas em suas edies.O contedo publicado em anncios de total responsabilidade do anun-ciante. Se voc tem alguma crtica, suges-to ou elogio, escreva para o email: [email protected]. Sua opinio muito importante para ns. Se voc designer e quer ver seu trabalho divulgado na revista escreva para: [email protected]

    AnnciosA Joias&Design est abrin-

    do espao para anunciantes. Pre-os de anncios, assim como informaes sobre a revista, se-ro divulgados no site da revista. Caso voc queira anunciar na re-vista escreva para o email:[email protected].

    Editora LeonRua Fortaleza n.244/2 - Recanto Elizabeth - Bragana Paulista - SP - CEP 12903-374Telefone (11)2473-3187

    Uma rede socialespecial para quem cria e produz joias

    Neste ms de maro estamos comemorando o lanamento do site da revista Joias&Design, que ao mesmo tempo uma rede social onde voc pode fazer amigos do setor joalheiro, participar de discusses, obter infor-maes tcnicas, divulgar seus trabalhos e ampliar seu networking.

    Convidamos voc para ser membro de nossa rede social e participar de nossas atividades.

    Alm da rede social, o site da revista permite que voc leia as revistas no site ou baixe as revistas em seu computador.

    Alm dessas atividades esperamos que voc participe das pautas de nossas edies dando sua opinio, fazendo crticas e elogios. Tudo isso servir para aprimorarmos nosso trabalho e alcanar nosso objeto que levar voc informaes tcnicas e de mercado, sobre tudo que envolve o setor joalheiro.

    Esperamos voc em nosso site e rede social. Para ns ser uma grande conquista ter voc como membro da rede social da revista Joias&Design.

    Acesse

    www.revistajoiasdesign.com.br

    Fiquem com Deus! At a prxima!

    Rene Carlos Cruz Rodrigues e Amanda RodriguesEditores

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    Adeguimar Arantes um grande exemplo de sucesso. Alis, um no...vrios. E de diversos prismas! Como cidad, mulher,

    goiana, designer e me! Sua trajetria um exemplo para todos queiniciam no ramo joalheiro. Uma histria de sucesso, alimentada por

    muita dedicao, estudo, trabalho, respeito e admirao pela natureza e, principalmente, amor pelo que faz. Esperamos que voc possa se inspirar na histria de Adeguimar e, ainda, conhecer as peas inditas da coleo

    Caffh do Brazil, uma parceria com a filha Ion Arantes.

    destaque

    Adeguimar Arantesda natureza ao luxo

    Adeguimar formada em Joalhe-ria, Design de Joias e Histria da Joa-lheria pelo Centro de Gemologia de Gois. Suas joias so nicas, produzidas com, no mnimo, dois anos de pesquisa, com conceitos, imagens e projetos registrados de forma individual, em parceria com seu marido, Wilson Moura, ourives e escultor principal da marca. Outra parceria de sucesso com a filha Ion Arantes, com quem desenvolve colees contemporneas.

    Ao pesquisar sobre o trabalho da designer Adeguimar Arantes fi-camos encantados com sua trajet-ria e, como sempre, gostaramos de compartilh-la com vocs, nossos leitores. Essa matria de destaque vem num formato diferente - como entrevista, pois acreditamos que nada melhor do que as palavras de algum de sucesso para incentivar os iniciantes e, at mesmo, os ex-perientes na arte da joalheria.

    Atuando em Caldas Novas, Gois, a designer conta que seu encantamento e interesse pela arte foi adquirido do pai, notvel arteso de metais. Ainda criana comeou seus primeiros esboos, consolidando sua arte atravs dos estudos e da dedicao. Segue a entrevista que fizemos com ela:

    Joias&Design Por quais dificul-dades voc passou no incio de sua

    carreira?Adeguimar - Fui treinada, desde cedo, a enfrentar dificuldades de tal forma que dar a volta por cima - a resilincia de hoje -, sempre foi um modo de vida. Gostaria de rela-tar uma dificuldade mais significativa - que acon-teceu 10 (dez) anos aps meu incio. Esta experien-cia consta do manual do EMPRETEC do SEBRAE, no Brasil, como case, onde os empreendedo-res aprendem com esta situao, ento, imagino

    que seja proveitosa a todos, em especial pelo momento econmico do pas creio que seja relevante pois vivi a joalheria antes do plano real. No auge do caos econmico, acreditei que deveria continuar tra-balhando sem muitos ajustes e foi uma aposta que me levou a perder todos os bens, inclusive os pesso-ais, e ainda ficar no negativo em 25.000 dlares - certamente este fora o momento de maior dificul-dade que passei. Hoje, por expe-rincia, posso afirmar que vender ouro dentro da cultura brasileira de parcelamentos longos - numa infla-o alta - falncia, pois medida que se dispe de um bem que moeda internacional, desejado, raro e com cotao de fora no h lucro

    Esmeralda fraca, brilhantes incolores, linha de algodo vintage, prata com liga de paldio. Reciclada e rodinada.

    Fotos: Editorial e Still de Pedro Wilson MouraModelo: Alessandra Dias

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    que valha, portanto, aconselho o pequeno empreendedor a rever seus conceitos em perodo infla-cionrio, talvez o scambo, permuta, lucro menor vista e toda redu-o de custo no operacional. Per-cebo, tambm, que os meios hoje so mais dinmicos e mais demo-crticos como o mercado on line, atravs de sites, pginas de redes sociais, vitrines em grandes marcas como a solidariium e outras mais...Mas afirmo, com muita clareza e experincia de cinco anos que, no Brasil, ele ainda no flui. Perma-nece no fsico a venda de joias atra-vs da experincia de compra. Mui-tos podem discordar, mas desafio a apresentarem resultados pois no so percebidos, embora eu esteja muito interessada neles. Tenho uma loja virtual e a mantenho, mas o meu retorno fsico.

    Joias&Design Como enfrentou esses desafios?Adeguimar - Mudamos de cidade, inserimos a cultura local regio-nal em nossa joia e passamos a oferec-la ao turista, pois a cultura local no era valorizada, na poca, no estado de Gois. Da, tudo pas-sou a fluir... estudamos, sempre h uma inovao, pesquisas, adequa-o ao mercado, isto tarefa di-ria em nosso ateli e, por fim, tra-balhamos dois anos s para pagar dvidas, pois eram acrescidas de

    juros e tudo o mais. E vivamos desta arte, toda a famlia. Foi um marco divisor de nossa carreira.

    Joias&Design Em que momento voc descobriu que ele-mentos da natureza como sementes, flo-res, razes poderiam compor suas cria-es?Adeguimar - Estes materiais sempre estiveram presen-tes em minha vida, desde a infncia, eu

    os contemplava e sempre os apre-ciei - at mais que os metais. Para mim eles so mais preciosos, acho que contribuem muito para a valo-rizao do meu trabalho, pois me ajudam a validar os sentimentos que expresso em palavras pelo cer-rado de Gois. um jeito suassuna de ser, eu perteno ao cerrado, amo seus frutos, suas guas crista-linas...suas flores, seu cheiro. Aqui meu mundo, meu habitat, a hospi-talidade, as pessoas simples.

    Joias&Design quais as vanta-gens de utilizar esses materiais, em termos de custo, design e processo de trabalho?Adeguimar - Em termos de custo nenhum. No design identidade. As pessoas veem e linkam em meu trabalho e no bioma. O processo artesanal tem trs pilares:

    1 - mtodo tra-dicional de fei-tio.2 - cultura local.3 - produo para venda.

    Sem preencher estes trs requi-sitos, um ofcio no pode ser considerado artesanato.

    Por sermos ganhadores do prmio top 100 de artesanato, em todas as edies, significa que fomos auditados em todas as edies nos tpicos abaixo, in loco e atravs de documentos. Na 3 edio, as 100 unidades produtivas mais competiti-vas no Brasil foram selecionadas de acordo com 11 critrios de mercado:

    - Grau de inovao dos produtos;- Adequao econmica;- Adequao ergonmica dos pos-tos de trabalho;- Adequao ambiental;- Eficincia produtiva;- Adequao cultural;- Embalagem;- Qualidade percebida - valor intan-gvel;- Prticas comerciais;- Responsabilidade social;- Gesto estratgica.

    Coador de tecido usado, gema de obsidia-na, brilhantes incolores, prata com paldio. Reciclada e rodinada.

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    Joias&Design E a questo da responsabilidade social?Adeguimar - Temos vrias aes como modo de vida, sempre estive-mos no voluntariado como famlia, porm, considero a mais abran-gente o fato de sermos multipli-cadores culturais, isso acontece medida que mostro o pas, o estado, o cerrado, a cidade de Cal-das, num foco positivo e duradouro, pois a joia de arte no um item de descarte, pelo menos no vejo o recipiente de coleta seletiva para joias (risos), nunca vi. Ento, consi-dero esta a minha maior contribuio porque todos se beneficiam; os lojistas, os hoteleiros, os outros artistas, os vendedores ambulantes, as cons-trutoras...toda a cadeia, pois tenho conscincia e conhecimento que muitos visitaram, investiram e at a colocaram em seu roteiro turstico, atravs de nosso trabalho.

    Joias&Design Como se inicia e desenvolve seu processo de criao?Adeguimar - So concei-tos reais, a partir de expe-rincias que observamos ou vivemos. Normal-mente, demora dois anos em pesquisas, entrevis-

    tas, fotografias e iconografias para construir-mos uma cole-o e, quando registramos uma, temos mais cinco em estudo. H um meticuloso pla-nejamento e investimento em imagens profissionais, viagens, incur-ses no cer-rado por quil-metros a fio, s

    vezes percorremos mais de 500 km em busca de uma imagem. Espera-mos as pocas da natureza, acom-panhamos as fases, as luas...enfim, quando se v uma joia e um con-ceito nosso, saiba que milhares de horas de trabalho foram dedicadas e de uma equipe mnima de 6 pes-soas, at a embalagem, a comuni-cao, divulgao...tudo estrategi-camente e meticulosamente pen-sado para cada coleo.

    Joias&Design Como esse pro-cesso ocorreu na coleo Caffh do Brazil?Adeguimar - Alm de todo o pro-cesso que falei, essa coleo foi uma proposta de interao e cocria-o do conceito que fora proposto pela fanpage no facebook. Convi-damos os fs a contarem suas his-trias reais com o caf e tivemos relatos magnficos. A ideia era pre-miar a melhor. Embora elegemos como a melhor histria a de Ivan Miglioranza pelo fato dele ter no s degustado, mas por ter produzido caf no Brasil e ser de uma fam-lia produtora que, ainda possui o sitio, e nos enviou imagens...Outras foram muito interessantes e resol-vemos premiar 12 histrias, mas a dele a vencedora.

    As peas que voc viu aqui so inditas da coleo Caffh do Brazil, com exceo do anel verde da abertura da matria.

    isso a pessoal! Esperamos que a histria de Adeguimar traga inspirao e conhecimento.

    Fio de couro rstico tingido com caf so-lvel, brilhante, quartzo fum cabocho,ouro branco.

    Saiba mais em:http://adeguimararantes.com/https://www.facebook.com/pages/Adeguimar-Arantes-ECO-Cultu-ral/169023133206442http://iona.adeguimararantes.com/

  • www.joia-e-arte.com.brtel: 11 5181-7968

    So Paulo - SP - [email protected]

    Com o objetivo de divulgar a fascinante arte da Joalheria e suas especializaes o Atelier Mrcia Pompei oferece diversos cursos.

    A inteno tornar acessvel, a todos os interessados, uma atividade que, at algumas dcadas atrs, era passada de pai para filho.

    O curso tem como objetivo aplicar tcnicas bsicas de Joalheria em projetos desenvolvidos pelos alunos, respeitando o processo criativo de cada um.

    1 aula por semana com durao de 3 horas. Durao mdia de 6 meses. 24 aulas - 72 horas/aula.Com certificado de concluso.

    No h necessidade de experincia anterior. O aluno pode iniciar em qualquer poca do ano. um curso "livre", o atendimento individual por professor e assistentes, as faltas podem ser repostas, assim como os feriados.

    Escola de JoalheriaAtelier Mrcia Pompei

    Curso Bsico de Joalheria

  • 7 Revista Joias&Design - Maro 2015

    capa

    Que todas as mulheres adoram bijuterias todo mundo sabe.Ento, porque nem toda bijuteria vende tanto quanto outras?

    E, porque alguns designers de bijuterias conseguemse destacar e outros nem tanto se, afinal, tudo bijuteria?

    Talento? Habilidade comercial? Nem sempre!Conceito - Design - Look - Moda - esse o principal diferencial.

    Bijuteriaou fashion jewelry

    Rene Rodrigues

    Assim como a arte do ourives e do autor de joias, que transforma o metal precioso e a pedra preciosa em obras de arte, usando tcnicas milenares ou tcnicas pessoais desenvolvidas com a experincia, agregando joia, alm do valor material o valor de sua criao, quero destacar neste arti-go a arte de designers que transfor-mam materiais de menor valor fsico em acessrios pessoais sofisticados, cheios de glamour, vivendo um mo-mento contemporneo onde a criativi-dade se destaca e ganha, a cada dia, mais adeptos e consumidores.

    Da mesma maneira que uma joia demonstra status social, poder finan-ceiro e bom gosto, os adornos sofis-ticados includos na classificao de bijuteria demonstram a identidade, a criatividade e o bom gosto de quem as produz e as usa.

    Pelo que tenho vivido e visto nas passarelas de moda, nos shoppings e nas ruas, estamos vivendo um mo-mento mgico em termos de merca-do (deixando de lado nossos proble-mas polticos e econmicos). Seja a joia, a semi-joia, a bijuteria, como o acessrio pessoal sofisticado, todos tem seu pblico, seus fs e seus con-sumidores.

    Fashion Jewelryum acessriosofisticadoNo h mais preconceitos ou distines. Usa quem quer, compra

    quem pode e consome quem se iden-tifica. assim que eu vejo o mercado de joias ou de adorno pessoais.

    Independente da classificao de mercado que qualquer produto pos-sa ter, o importante saber se existe consumidor para ele. Se esse consu-midor est satisfeito com o produto e se pretende consumir mais desse produto. Isso mercado.

    O aspecto mais interessante des-sa observao que as consumi-doras ou consumidores no querem mais usar uma coisa que imita outra. Elas querem se destacar e mostrar sua verdadeira identidade, tendo or-gulho do que so e fazendo questo de mostrar isso.

    Todo tipo de produto tem seu con-sumidor, desde que ele tenha iden-tidade e atenda as necessidades e valores desse pblico consumidor, independente do material do qual ele feito.

    Com essa viso muito particular do mercado, isto , o que eu penso, quero mostrar para voc o que, na minha opinio, est destacando o tra-balho desses designers audaciosos e competentes.

    Um exemplo da dinmica interna-cional das semi-joias ou bijuterias o termo fashion jewelry. Esse termo sim, traduz o conceito atual: joia de moda.

    Mas, como se chega l? Principal-mente quem est comeando?

    Produzir um adorno pessoal coi-sa fcil e muito simples. At um pe-dao de couro torcido pode se trans-formar em um adorno interessante. No entanto, se esse couro torcido for ide-alizado com estilo e tcnica pode se transformar em uma Fashion Jewelry.

    blog.londonjewelleryschool.co.uk/

  • 8 Revista Joias&Design - Maro 2015

    Este artigo no um manual de sobrevivncia para que produz bijute-rias. Nem de longe pretendo ensinar como fazer peas que vendem, pois isso depende de muitos outros fato-res. A minha proposta mostrar voc caractersticas de mercado, de observao e de conhecimentos que podem agregar valor ao seu trabalho e destac-lo de outros.

    Muita gente acredita que seu tra-balho s ser valorizado se na sua pea houver algumas gramas de ouro ou pedras preciosas. Isso um enga-no! Mesmo uma joia de ouro, cheia de pedras preciosas, mas sem con-ceito, design ou tcnica pode ser no ser valorizada.

    Suponhamos que voc produza bijuterias e as venda para suas ami-gas e amigos. Mas, voc mesmo per-cebe que falta alguma coisa. Voc entra na concorrncia com outras pessoas que fazem a mesma coisa e precisa baixar o preo pois, caso con-trrio, elas no vendem.

    Digamos que, mesmo assim, esse processo aumenta um pouco a sua renda. timo, mas ser que s isso que voc quer? Ser que esse o

    Como chegar l?

    Do alicate bancada

    COLEO PINDORAMA:O ORGULHO DE SER

    BRASILEIRO!

    A brasilidade est em alta e, com esta coleo, Francesca cele-bra a histria do Brasil e faz uma homenagem ao povo mais feliz do mundo.

    A coleo resgata os clssicos da cultura brasileira com materiais, formas e cores tpicas do Brasil. Suas formas e texturas so inspi-radas em diversos elementos da natureza: colares lembram cachos de frutas ou gros de caf e pul-seiras ilustram imagens de plantas exticas como bromlias e coquei-ros. Madreprolas e drusas repro-duzem a luz e os reflexos da lua. Mais uma vez, Francesca Romana Diana traduz em suas peas o jeito brasileiro de ser, com sua ousadia no estilo e capacidade de misturas.

    limite de sua capacidade? Ser que voc no pode ganhar muito mais e ter suas peas destacadas e deseja-das? A est o centro da questo. Co-nhecimento, criatividade, dedicao e muita, mas muita pesquisa.

    Os designers de joias mais expe-rientes entendem bem esse proces-so. Muitas vezes necessrio me-ses de pesquisa e esboos para se chegar ao final de uma coleo que tenha um conceito bem definido, um design adequado ao conceito e uma execuo primorosa que traduza fa-cilmente a ideia do autor e conquiste o desejo do consumidor.

    Francesca Romana Diana, uma das mais famosas designers de biju-teria e fashion jewelry do Brasil e do mundo, mostra em seu site os concei-tos de suas colees. Veja no box ao lado como a coleo Pindorama apresentada no site da designer.

    Conhecimentos das tcnicas, mui-ta e muita pesquisa, definio do con-ceito e, design adaptado ao conceito, o caminho para transformar simples bijuterias em peas desejadas.

    Tanto aqui no Brasil, como no res-to mundo, o processo de montagem de joias, usando apenas algumas fer-ramentas, tem crescido muito. Tem gente fazendo sucesso, destacando suas criaes e ganhando dinheiro com isso. No entanto, necessrio observar que a maioria dessas pes-soas se fundamentam nos princpios bsicos da fashion jewelry: Conceito - Design - Look e Moda.

    Isso mercado. Mas, fatalmente, essas pessoas, em algum momento de sua criao ou execuo se senti-ram limitadas. Sentiram a necessida-de de mais conhecimentos para por no papel a ideia que tem na cabea. Nesse momento, os conhecimentos sobre design de joias faro diferena. Formao nessa rea pode definir o sucesso do produto.

    Em outro momento a ideia clara, o esboo bem definido, mas a execuo

    quer um tratamento ou uma tcnica mais apurada. A, a formao em tcni-cas de joalheria far a diferena.

    Assim como em qualquer profis-so, o designer de joias ou de bijute-ria precisa de formao, conhecimen-tos e tcnica para criar e executar seu trabalho com facilidade e, obter com ele, os resultados comerciais que a criao demonstrou ser possvel. Certamente, aqueles que dedicam seu tempo ao aprendizado adquirem know-how. At a maneira como se pesquisa necessita de tcnica.

    Um exemplo bem definido de co-nhecimento, tcnica e conceito est no trabalho de Beatriz Cominatto que voc pode ver nas prximas pginas. Ela tem formao, se especializou e explorou uma tcnica na qual se transformou em referncia no Brasil. Esse um caminho de sucesso. Mas, necessrio tempo e dedicao.

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    A fora do design namanipulao dos materiais

    Esta pea foi produzida com a tcnica flocadinho, predominando massas em tons de branco, verde, laranja com efeitos pretos.

    Finalizaes em metal na cor pra-ta e cordo de seda preto.

    Esta pea foi produzida com a tc-nica de incluso de gemas de vidro, predominando massa em tom bege claro, com efeitos perolados, doura-dos e envelhecidos. Incluso de duas gemas de vidro na cor mbar escuro espelhado.

    Finalizaes em metal na cor ouro velho e cordo de seda na cor capuc-cino.

    Esta pea foi produzida com a tcnica Skinner Mokume com textu-ra, predominando massas em tons de laranja, lils, verde, branco e preto.

    No pintura, as cores so traba-lhadas com as prprias tonalidades das massas.

    Um bom exemplo da criatividade aplicada ao design, explorando o potencial do material, o da artista plstica Beatriz Cominatto que se especializou na cermica plstica (polymer clay).

    Para quem no conhece, a cer-mica plstica uma massa de mode-lar extremamente verstil que permite criar peas com design e cores sur-preendentes.

    Com mais de 20 anos de experi-ncia no uso da cermica plstica, Beatriz se especializou e desenvol-veu muitas tcnicas, algumas mos-tradas nas imagens desta pgina. realmente incrvel o que ela faz com o polymer clay.

    D para ver que no h limites para o uso da cermica plstica. Isso permite a criao de peas nicas cheias de charme, como podemos ver nas peas criadas por Beatriz. Aqui est o conceito, que comentei sobre Fashion Jewelry.

    Beatriz tornou-se referncia na-cional quando o assunto polymer clay. Ela tambm ministra cursos que ensinam as diferentes tcnicas.

    Para saber mais sobre os cur-sos acesse o link a seguir: www.eduk.com.br/cursos/628-bijuterias--em-ceramica-plastica-polymer--clay?a=elo7&c=blog.

    Beatriz tambm autora do livro Fazendo arte com Cermica Plstica.

    o primeiro livro em portugus

    sobre cermica plstica!So 88 pginas, onde Beatriz

    apresenta 13 projetos completos, onde so empregadas quase 20 tc-nicas diferentes para a criao e exe-cuo de bijuterias at peas decora-tivas e utilitrias.

    Entre outras coisas, encontram--se passo a passos ilustrados das se-guintes tcnicas:

    - Millefiori: rocambole, xadrez, margarida, crisntemo, folha, orqu-dea e caleidoscpio.

    Skinner Blend (degrad)

    Incluso Transferncia de imagem (xerox

    P&B) Falsas superfcies: Couro, mar-

    fim e Paua Shell Aproveitamento de sobras: Mar-

    morizao, Fra i vetri, Espelhado, Moldagem e Dourao.

    So projetos que vo do bsico ao avanado, passando pela teoria e combinao de cores, escolha da massa e seleo de outros materiais e ferramentas.

    Tudo muito ilustrado e impresso em papel couch, com inmeras fo-tos e textos bastante explicativos, di-cas e muito mais!

    O fascinante mundo da cermica plstica encanta porque possvel us-la como hobby, profisso ou um negcio prprio.

    No se esquea! importante co-nhecer a tcnica, pesquisar mercado e desenvolver um estilo.

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    Esta pea foi produzida com a tcnica Vagens Peroladas, predomi-nando massa em tom de bronze, com aplicaes metalizadas nas cores ouro, cobre e prata.

    Pea flexvel, leve, que envolve bem o pescoo de maneira confort-vel.

    Esta pea foi produzida com a tc-nica Textura metalizada, predominan-do massas em tons de coral e creme com aplicaes em dourado.

    Esta pea foi produzida com a tcnica Tde Gel com tinta leo, predominando massa na cor verde perolado com nuances de pintura em amarelo, branco e dourado.

    Finalizaes em metal na cor ouro velho e cordo de seda na cor capuc-cino.

    Conceito e estilo

    No tenho a pretenso de ensinar aqui como desenvolver conceito e estilo, mesmo porque so reas que requerem estudo, mas pretendo abrir seus olhos para a grande necessida-de desse item no processo de criao e execuo de uma joia ou bijuteria.

    Pode-se definir estilo como o que d coeso e significado um objeto. Isso pode ser obtido atravs de uma linguagem visual traduzida pelo tema escolhido e pelo arranjo da imagem propriamente dita.

    Muitas vezes, esse processo se d de forma simples, como no caso da pea ao lado da designer Ann Marie.

    A pea em destaque trata-se de um pingente em filigrana com estilo vintage, onde ela usou vidro como fundo. Ann apaixonada por arte desde sua formao universitria. Segundo ela, seu amor pela arte e pintura leo a levaram para a pai-xo pelas tcnicas manuais em vidro.

    O pingente ao lado, intitulado r-vore da vida chama a ateno e des-perta interesse, pois une o conceito, ao estilo e ao design. O azul em vidro completa o clima.

    No importa se voc designer e autor de joias ou de bijuterias. Em algum momento do seu trabalho, sentir a necessidade de produzir ou criar suas peas com conceito e estilo, pois ver que elas podem traduzir

    o verdadeiro desejo de seu pblico alvo. A entra o profissionalismo acompanhado de resultados.

    O loja de Ann Marie no Etsy, mostra claramente sua preocupao com con-ceito e estilo.www.etsy.com/shop/colorshoppestudio

    Como voc v, Ann tem preocupa-o com o conceito e estilo em cada uma de suas peas. Se ela vende muito ou pouco outra questo. Mas, seu caminho profissional est bem definido.

    Esse processo de definio de conceito e estilo deve ser aplicado a qualquer pea, seja ela uma joia so-fisticada ou uma pea simples de joa-lheria de moda (fashion jewelry).

    Os materiais a serem usados tam-bm esto dirigidos ao pblico alvo do designer.

    A mesma pea intitulada rvore da vida poderia ser produzida em ouro e pedras preciosas que teria seu conceito preservado, talvez apenas com alterao do estilo devido ao uso do metais preciosos e pedras precio-sas, como podemos ver no pingente da Like Necklaces na imagem da pr-xima pgina. Isso que leva a consu-midora a se interessar pela compra.

    Conceito

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    Com muito dinheiro para comprar a pea em ouro ou com menos dinheiro para uma bijuteria. Precisaramos de centenas de pginas para mostrar detalhes sobre conceito e estilo, mas o exemplo da rvore da vida mostra a importncia do conceito. Essa pea poderia ter sido feita apenas com o uso de um alicate e fios de prata. O conceito seria o mesmo. No entanto, o tipo de material usado e a quali-dade da execuo da pea poderiam interferir no estilo, mas com o mesmo conceito.

    Veja no exemplo ao lado. O con-ceito de rvore da vida continua o mesmo, no entanto, a designer Salma Sitara usou a tcnica de fios.

    J na imagem da Jewelry Boom podemos ver o mesmo conceito numa pea feita em ouro.

    Apesar do exemplo simples da rvore da vida, espero ter sido claro com a ideia de conceito. Isso deve ser aplicado em todos os seus trabalhos. Uma pea com histria tem outro n-vel de criao. Assim, no crie uma

    Like Necklaces Jewelry Boom

    Salma Sitara

    pea simplesmente porque acha ela bonitinha. D conceito sua pea.

    Em ouro e pedras preciosas, ou em prata e vidro, uma pea com con-ceito tem maior valor agregado.

    Parece fcil, mas no ! Criar pe-as com conceito requer pesquisa, muito trabalho, tcnica aprimorada na execuo, originalidade e design.

    O principal conceito da rvore da vida est fundamentado no fato de que, segundo a Bblia, a rvore da Vida uma das duas rvores especiais que Deus colocou no centro do jardim chamado den.

    evidente que esse exemplo de conceito bastante simples, mas experimente digitar no Google tree of life jewelry, em Ingls porque os resultados so mais abrangentes, e veja o que acontece. O conceito/tema explorado por muitos designers de joias. Cada uma aplicando seu design ao mesmo conceito.

    O conceito pode ser algo especificamente seu, o que pode agregar ainda mais valor pea. Todavia, esse tipo de conceito, como eu disse anteriormente, deve ser bem fundamentado e bem definido para que seu pblico alvo se identifique com o conceito e o entenda rapidamente.

    EstiloOs estilos no mundo da joalhe-

    ria se misturam com a prpria idade desse mercado. Nos primrdios da humanidade, os seres humanos j utilizavam adornos pessoais para mostrar poder, como o caso de den-tes de animais para mostrar o poder de quem o matou e para se sobres-sair perante outros membros da co-munidade.

    Fatores sociais, econmicos po-lticos, culturais e comportamentais influenciaram e, ainda influenciam, os seres humanos com relao ao esti-lo de preferncia quando se trata de adorno pessoal - seja ele uma joia, bijuteria ou fashion jewelry.

    Esses estilos vo se modificando, se aprimorando conforme surgem novas tecnologias, novos materiais e novas tendncias de moda.

    Tudo tem acontecido de forma bastante democrtica, pois hoje a discriminao muito menor compa-rada com outras pocas e dcadas.

    O punkfashion um bom exem-plo desse processo democrtico. Os anis no estilo rock chic da Delanlex so outro exemplo.

    quase impossvel relacionar todos os estilos, pois eles surgem a

    todo momento em funo de novas tribos ou divises dentro das tribos j existentes.

    Comercialmente isso uma mara-vilha, pois no h limites de formas, ideias ou materiais.

  • 12 Revista Joias&Design - Maro 2015

    Estilo Art Deco Estilo Art Deco Estilo Art Deco

    Design

    Estilo Cltico Estilo Boho Estilo Minimalista

    O conceito bem mais amplo e flexvel do que o design. Como vimos, o tema rvore da vida pode ser usa-do como tema dentro de vrios esti-los. Seja apenas para uma pea ou para uma coleo completa.

    Um conceito pode atender muitos pblicos diferentes, no entanto, preci-sar de um novo design para agradar pblicos diferentes. O caso da r-vore da vida no estilo Cltico pode no agradar o pblico que usa o estilo Boho e muito menos quem adepto ao estilo minimalista.

    Os usurios de joias ou bijuterias, independente de sexo ou idade, pos-suem sua identidade fundamentada em seus valores pessoais, sociais e

    culturais. Assim, procuram se cercar de objetos que fortaleam sua iden-tidade.

    Na joalheria, o design a ferra-

    menta emblemtica que identifica seus consumidores. Voc j ouviu o termo isso a minha cara? Cada consumidor tem isso na cabea.

    Um mesmo estilo pode ainda ter muitos designs diferentes que visam agradar os segmentos desse estilo. Nova-mente - parece simples mais no . necessrio conhecer o pblico para quem voc oferece o seu produto.

    Se voc est comeando no mer-cado de joalheria siga o princpio de que qualquer trabalho profissional re-quer conhecimentos. Isso no signi-fica que voc deve montar um ateli cheio de recursos. Seus conhecimen-tos valem muito mais do que isso. Com eu disse anteriormente, pos-svel criar uma pea de grande valor agregado usando apenas um alicate.

    O design outro aspecto que re-quer conhecimentos pois, sem eles, seu conceito pode ser bom e seu de-sign prejudicado.

    Ningum pode alegar dificuldades para incrementar seus conhecimen-tos sobre design, pois existem muitos cursos, livros e informaes dispon-

    veis na Internet que podem auxiliar nessa empreitada.

    Eu, particularmente associo o de-sign cultura. Ningum consegue aprimorar seus conhecimentos em design se no souber quais foram suas origens e seus processos evo-lutivos. Aconselho a leitura de obras como: Limites do design... de Dijion de Moraes publicado pela Studio No-bel. Design do OBjeto, Gestalt do objeto e Ergonomia do objeto de Joo Gomes Filho publicados pela Escrituras, pois so obras que con-ceituam o design e do viso bem ampla de seu uso. Nenhum deles especfico sobre joalheria, mas todos eles do a viso que se precisa.

    Muitas outras obras, cursos, arti-gos e textos podem auxiliar na difcil tarefa do desenvolvimento do design. Digo difcil porque atender as neces-sidades de um determinado pblico consumidor no fcil.

    Tente aprimorar seus conhecimen-tos sobre design e coloque-os em prtica. Tenho absoluta certeza que sua maneira de ver seu trabalho ser alterada a cada novo conhecimento e o caminho a percorrer ficar cada vez mais claro e definido.

    Veja que os profissionais de su-cesso e destacados levaram dcadas estudando esses aspectos e, na mi-nha opinio, continuaro a estud-los por muito mais tempo.

  • 13 Revista Joias&Design - Maro 2015

    LookA joia de moda ou fashion jewelry

    estar sempre coordenada com o look. Esse um segmento extrema-mente dinmico que exige atualiza-o constante.

    Bina Abling, em seu livro Dese-nho de Moda publicado no Brasil pela Blucher, diz: A moda comea em um pedao de papel, em um ca-derno de anotaes, em um guarda-napo de papel, em um Post-it ou apenas em qualquer coisa que se te-nha mo no momento. Voc ficaria surpreso com o que poderia ser usa-do para motivar sua inspirao.

    Em seu livro, ela descreve a ne-cessidade mnima de domnio do de-senho para representar a ideia que surge a qualquer momento.

    Para quem desenha joias ou joias de moda esse processo se amplia, pois a pea (de adorno) deve ter uni-dade com a pea de vesturio. O uni-verso bem mais amplo e verstil. Pode parecer mais simples, mas no . Acompanhar a moda e, principal-mente o look que est na moda, ta-refa que tambm exige constante atu-alizao dos mecanismos da moda, o que rola nas passarelas e uma ante-na (ou satlite) ligado em novos mate-riais, tecnologias e tendncias.

    Para acompanhar estilistas ne-cessrio conviver com eles.

    Muita gente que produz joias de moda trabalham em conjunto com

    marcas de empresas que produzem moda. Isso facilita o trabalho. um segmento da joalheria que tambm requer especializao. Muitos desig-ners de joias de moda tambm so designers de moda.

    Quando falamos em joia combina-da com o look, importante lembrar que muitos designers de joias tem ha-bilidade e conhecimento de mercado

    suficiente para desenvolver colees que se adaptam ao look da moda. A entra os conhecimentos e especiali-dade do designer.

    Novamente bato na mesma tecla. Se voc pretende ser uma designer de joias de moda, prepare-se para estudar e pesquisar muito. No existe outro caminho.

  • 14 Revista Joias&Design - Maro 2015

    Explorando os materiais

    A bijuteria, fashion jewelry ou joa-lheria de moda tem grande flexibilida-de na explorao de novos materiais. Mesmo assim, necessrio conheci-mento e experincia de bancada para produzir peas como a da Okajewelry, como a que vemos ao lado.

    uma pea em acrlico que exigi-r tcnicas de joalheria na bancada para o seu processo produtivo, desde o corte de materiais, solda para os tu-bos de metal, polimento, furao, etc.

    Note que a pea tem estilo e o conceito est dirigido para a geome-tria, uma conceito bastante usado pe-los designers que exploram materiais como o acrlico, resina, etc.

    Em muitos casos necessrio tc-nicas especiais dependendo do ma-terial usado. O acrlico, por exemplo, depende de pastas especiais para o polimento.

    Observe a pea em estilo tribal da ZOZi- Jewelry De-sign and Metal Crafting nos brincos de couro e pena. Neste caso, a produo tem menor exigncia do traba-lho de bancada. Observe que a combinao de cores est puxada para tonalidades de marrom.

    J nos brincos da Tzain o estilo o mesmo, a cor pre-dominante vermelha com detalhes dourados. Observe que o estilo o mesmo e o design diferenciado.

    O couro um material bastante usado na joalheria de moda.

    Outro exemplo da explorao de materiais o trabalho de Ccile Ber-trand.

    Suas peas so feitas todas em tecido. um exemplo interessante de estilo, principalmente quando se fala em joia de moda. So peas que com-binam facilmente com looks atuais e modernos, esnobando estilo.

    Outro exemplo de estilo associado a um design incrvel a pulseira da Ten Thousands Things produzida em prata e esmalte, tendo como destaque do de-sign um pinho de demolio, encontra-do no Brooklyn com 300 anos de idade.

    Observe na imagem ao lado a com-binao da joia com o look.

    O tamanho da pulseira segue a ten-dncia maxi. Outro exemplo o da direi-ta da Close Up Jewelry onde a madeira torna-se o principal elemento do design.

    A criatividade, aliada ao conceito e estilo, cria peas de grande valor agre-gado.

  • 15 Revista Joias&Design - Maro 2015

    design

    Protegendo meu designsem gastar uma fortuna

    Essa questo preocupa 99,9% dos designers de joias e joalheiros brasileiros.Vemos, hoje, uma festa no que se refere ao direito autoral no nosso setor.

    Mesmo grifes famosas, grandes empresas e joalheiros conceituados,veem suas criaes circulando nas banquinhas de camels em verso bijuteria,

    quando no, nas vitrines do concorrente!!O que se dir dos pequenos? Do profissional autnomo? Do autor de Joias?

    Mas no preciso desanimar. Existem solues!!!

    Quando ouvem o termo Direito Autoral muitos pensam que isso coisa de empresa grande. Acreditam que o investimento alto e inacess-vel aos pequenos, que tambm preci-sam preservar seu direito de criao. Mas no bem assim.

    Assisti algumas palestras, den-tro do prprio IBGM (Instituto Brasi-leiro de Gemas e Metais); pude ler ar-tigos de profissionais especializados em Direito Autoral; j consultei uma advogada que trabalha especifica-mente com isso e aprendi algumas coisinhas.

    O processo entre a criao e a comercializao da joia longo. Existem vrias possibilidades no meio desse caminho, desde a venda direta para o consumidor final at a produo em srie por uma indstria ou a revenda das peas por um co-merciante, enfim. Mas, independente de qual caminho sua joia vai trilhar existem algumas providncias que podem ser tomadas e que so muito baratas e simples.

    1- A primeira, mais rstica e

    simples aquela que est protegida pelo carimbo dos Correios. Isso mes-mo! Numa folha de sulfite deve ser colocado o desenho ou a foto da joia. Nessa mesma folha devem constar o nome do autor e nmero de um docu-mento pessoal (RG ou CPF). Se qui-ser enriquecer o documento podem ser inclusos outros itens da pea:

    metais, gemas, lapidaes, peso, etc. Esse sulfite deve ser colocado num envelope e lacrado. Envie pelos Cor-reios para voc mesmo e no abra!. A data do carimbo dos Correios

    Mrcia Pompei

  • 16 Revista Joias&Design - Maro 2015

    Essas so as formas mais sim-ples e baratas para preservar seu direito de autor.

    importante saber que a joia pode ser protegida legalmente por duas naturezas jurdicas:

    - Registro do Desenho Industrial (protege uma forma nova e original que poder ser produzida industrial-mente, ela no tem apenas um car-ter artstico).

    - Registro de Direito de Autor (protege uma forma de expresso artstica original, no necessrio o requisito de que ela seja fabricada industrialmente).

    A proteo do Desenho Industrial necessita que o desenho seja regis-trado no Instituto Nacional da Pro-priedade Industrial (www.inpi.gov.br) e se d a partir da data do depsito no INPI.

    J a proteo do Direito Autoral se d desde a criao da obra. Por isso a necessidade de provar desde quando voc o autor de um design, e isso pode ser feito pelo carimbo dos Correios ou pela autenticao

    em Cartrio. Alm das formas apre-sentadas aqui existe tambm a possi-bilidade de registro atravs da Escola de Belas Artes da Universidade Fe-deral do Rio de Janeiro EBA/UFRJ (www.eba.ufrj.br)

    Quando o negcio comea a se expandir e as possibilidades de pro-duo em srie comeam a bater na sua porta, sem dvida, ser necess-rio consultar um especialista. Ele est preparado para analisar corretamen-te e avaliar essa relao autor/inds-tria ou autor/comrcio, entre outras. Cada caso um caso e, quando as oportunidades se diversificam, pre-ciso conhecer todos os detalhes le-

    a prova de que a partir daquele dia voc o autor daquele design. Claro que voc vai querer proteger mais de um design. Sendo assim faa uma pequena marca na parte de fora do envelope, a lpis, com um cdigo que voc vai criar para identificar cada design de joia. Se houver necessi-dade de provar que aquela pea co-piada sua, essa carta lacrada pode ser apresentada em juzo onde ser aberta na frente de um juiz que vai atestar o seu direito como autor. simples, barato, mas segundo ad-vogados especialistas uma prova vlida.

    2- A segunda comea da mes-ma forma. Desenho ou foto da joia num sulfite. Inclua o nome do autor, documento pessoal. Esse papel deve ser levado a um Cartrio para que seja autenticado. O carimbo de au-tenticao do Cartrio a prova de que voc o autor daquele design. Voc pode, inclusive, apresentar mais de uma pea nessa folha de sulfite.

    gais para a preservao dos direitos sobre a criao.

    No posso deixar de mencionar a opinio de algum que est envolvida profissionalmente com o setor joa-lheiro h anos: Keila Redondo, jorna-lista especializada em joias e gemas. Keila colaboradora da revista Joias & Design e do portal InfoJoia. Segun-do ela, nada melhor do que publicar, mostrar na mdia o seu trabalho. Quer prova melhor do que sua pea apa-recendo num site, num blog, numa rede social? J est registrado!!! Concordo com Keila. Muita gente se preocupa em expor sua criao com medo da cpia. A cpia existe e vai

  • 17 Revista Joias&Design - Maro 2015

    sempre existir, o que precisamos fa-zer proteger nossa criao de todas as formas e, sem dvida, essa uma delas.

    Gosto de lembrar tambm do que sempre diz Antonio Moreno, joalheiro e professor de joalheria: ... Da onde veio essa ideia viro outras... quem

    copia no tem outra opo a no ser copiar... eu no, eu posso criar, sem-pre e sempre .... Concordo tambm com Moreno, novas ideias podem surgir todos os dias, a criatividade no tem limites.

    Ento, manda o medo pra bem longe, crie muito e proteja suas ideias.

    Mrcia Pompei Atelier Mrcia Pompei www.joia-e-arte.com.br [email protected]

    www.ateliermarciapompei.com.br [email protected]

    www.joalherianatela.com.br [email protected]

    tel.: 55 11 5181-7968 WhatsApp 55 11 96246-2226

  • 19 Revista Joias&Design - Maro 2015

    tudo joia

    De modo que o meu esprito, ganhe um brilho definido...Tempo tempo tempo tempo...E eu espalhe benefcios

    Caetano Veloso, em Orao ao Tempo

    Tempo, tempo, tempo...

    Democrtico e no renovvel, o tempo o mais precioso de todos os recursos. O que fazemos dele deter-mina, em essncia, a nossa prpria existncia. O estadista norte-ame-ricano Benjamin Franklin definiu o tempo como a substncia de que feita a vida. O tempo de todos - po-bres e ricos, jovens e ancios, negros e brancos, poderosos e miserveis acaba quando a prpria vida termina.

    Todos nos queixamos de que ele escasso. Se quase no lemos, por falta de tempo. Se pouco desfru-tamos da companhia dos entes que-ridos, por falta de tempo. Se quase no vamos ao teatro ou ao cinema, ou se deixamos o esporte de lado, a culpa , novamente, do tempo.

    Dizem que ele voa.

    Essa sensao, to real, provavel-mente resulte do fato do tempo ser, sem dvida, um recurso no reno-vvel, que no se recupera. Ele se esvai, independentemente do bom ou do mau uso que fazemos dele. E para desespero geral, ele no pode ser emprestado, comprado, vendido, estocado ou multiplicado. Mas nosso tempo pode e deve ser bem divi-

    dido, ou bem distribudo entre os di-ferentes departamentos de nossas vidas.

    No perder tempo j uma boa forma de ganhar tempo.

    No trabalho, ento, onde tempo dinheiro, devemos ficar atentos para evitarmos uma srie de circunstn-cias que nos fazem chegar ao final do dia com aquela famigerada sensao de que o dia hoje no rendeu nada, embora estejamos pra l de exaustos.

    O telefone: responsvel nmero 1 pelas interrupes, deve ser aten-dido ao primeiro toque. Sempre que possvel, delegue essa tarefa a ou-tra pessoa, que filtre as ligaes. Quem atende deve evitar dizer al, pois no, pronto, sim: basta falar o nome da empresa ou o da prpria pessoa, seguido, quando muito, de um bom dia (ou boa tarde/boa noite). Seja breve, objetivo, evite atividades paralelas de forma a concentrar ple-namente a sua ateno na conver-sa, evitando disperses. Anote tudo, de preferncia num nico caderno,

    agenda ou algum tipo de arquivo eletrnico, fugindo dos papis soltos que invariavelmente desaparecem, fazendo voc perder mais tempo ain-da atrs deles. Destaque um perodo do dia para retornar as ligaes no atendidas, ou para fazer as suas. Tenha sempre mo uma pequena pauta para cada telefonema, assim como todos os dados de que precisa-r para um timo aproveitamento da conversa.

    Reunies: s convoque reunies realmente indispensveis. Sempre que possvel, resolva os problemas de outra maneira. Procure no mar-car ou participar de mais de uma reunio por dia. Se for voc que a estiver convocando, estabelea bem os objetivos da reunio, chame e con-firme a presena das pessoas certas e fundamentais (quanto menos gen-te, melhor). Prepare uma pauta com horrio de incio e trmino, os itens que sero abordados e a seqncia dos mesmos (do mais importante para o menos importante) e tempo de dedicao a cada item. Ao final, anote uma sntese das discusses que aconteceram e as decises que foram tomadas, os responsveis e o prazo pelo cumprimento de cada deciso e a data da prxima reunio (se for o caso). Envie uma cpia para cada uma das pessoas envolvidas.

    Keila Redondo

    Trabalhando o tempo

    Queremos dar as boas vindas nossa amiga e reconhecida profissional, jornalista e escritora do setor joalheiro - Keila Redondo, agora tambm como nossa colaborado-ra. Para no perder tempo... vamos direto ao assunto que Keila traz este ms na sua coluna Tudo Joia.

    Rene Rodrigues - Amanda RodriguesEditores

    Keila Redondo escritora especializada em criao de contedo para a rea de joias e gemas, onde atua h mais de duas dcadas. tambm atriz, diretora de teatro e autora do texto Crnica de Uma Joia Anunciada, teatro-treinamento sobre comunicao para joalheiros. Email - [email protected]

  • 20 Revista Joias&Design - Maro 2015

    Se voc estiver sendo convocado a participar de uma reunio, procure conhecer antecipadamente a pauta e os objetivos da mesma.

    Infinitas prioridades zero: se voc anda tendo que apagar vrios incndios por dia, sinal de que pla-nejou mal e no soube distinguir a tempo entre o urgente e o impor-tante. O importante no realizado em tempo hbil fatalmente ser o urgen-te de amanh. Treinar pessoas, por exemplo, uma atividade importante que, quando adiada, pode desenca-dear resultados desastrosos, como a impossibilidade de delegao de tarefas (outro fator de desperdcio de tempo), ou mesmo a desmotivao da equipe. Acostume-se a fazer uma relao de atividades a serem reali-zadas no dia seguinte ou na semana, classificando-as entre urgentes e importantes, e empenhe-se em se desincumbir tambm das classifica-das como importantes.

    O timo inimigo do bom: em-bora o chamado perfeccionismo soe, a princpio, como atributo posi-tivo, no dia-a-dia pode se tornar um entrave para um fluxo adequado e satisfatrio de produtividade. O per-feccionista tende a se prender em

    detalhes, na essncia, irrelevantes para o resultado final. As vtimas do perfeccionismo trabalham mais horas e geralmente no terminam a tempo, mantendo-se em estado latente de insatisfao para consigo prprio e para com o resto da equipe. Isso quando no desistem no meio do ca-minho, sendo vtimas constantes do cansao provocado pelo peso das ta-refas inacabadas.

    Autoconhecimento e autodisci-plina: saiba observar os perodos da jornada de trabalho nos quais a sua produtividade costuma estar no nvel excelente, e execute, nesses pero-dos, as tarefas que exijam rapidez de raciocnio, criatividade e concentra-o, como diagnosticar problemas e tomar decises importantes. Reserve os perodos em que o seu fluxo de energia no est a todo vapor para atividades rotineiras ou menos im-portantes, como deletar e-mails ou arrumar os seus papis. Organizao ajuda a poupar tempo. Papis que ficam rolando sobre a mesa muito tempo devem ser logo arquivados no cesto de lixo. Se voc se flagrar questionando se determinado papel deve ser guardado ou no, desfaa--se imediatamente dele. Faa do planejamento uma realidade, e no

    apenas um conceito. E, por planejar, entendamos: ter objetivos claramente definidos; analisar se os mesmos so viveis e realistas; identificar poss-veis obstculos e fatores que impe-dem a execuo das metas e definir estratgias e alternativas claras para se chegar a esses objetivos.

    Uma coisa de cada vez: no se atropele. Procure executar uma tare-fa de cada vez. Se for interrompido, retorne a ela assim que possvel, e s sossegue quando se desincumbir dela. Liste suas tarefas pendentes, e v riscando as executadas. Sofis-ticando esse controle, voc pode in-cluir, ao lado da descrio da tarefa, uma coluna com o tempo previsto e outra com o tempo efetivo de execu-o de cada tarefa.

    Internet: e-mails indesejados e desejados em profuso; redes so-ciais com tentadoras opes de lazer, de informao e consumo. A internet uma faca de dois gumes. Quando bem usada, pode economizar tempo e energia, mas tambm pode ser fa-tor de muita disperso. Racionalize e controle o tempo que voc e sua equipe gastam na internet, fazendo dessa rede uma aliada, e no uma inimiga do seu tempo.

    Expanso - Alcance - DirecionamentoControle - Resultado

    Mdia Social a revoluo da comunicao

    A mdia social o maior mecanismode comunicao de todos os tempos.Voc consegue avaliar tudo sobre sua

    participao nas redes sociais, por exemplo,e obter resultados positivos.

    Se no, voc precisa saber mais sobre mdia social. www.editoraleon.com.br

  • 19 Revista Joias&Design - Maro 2015

    (21)99613-5817 / (21) 2556-2518 [email protected]://lucianapreuss.blogspot.com.brhttp://www.atelierlucianapreuss.blogspot.com.br

    Luciana PreussAtelier

    Desenho de JoiasLuciana PreussAtelie

    r

    CursosDesign de Joias Mdulo Bsico e Avanado

    Desenho Tcnico para Joalheria

    Atelier Livre de Desenho

    Ideal para quem est iniciando seus estudos na rea de Design de Joias, com uma introduo s tcnicas de desenho, materiais e processos que compem a idealizao e produo de uma joia.

    Bsico de Design de Joias.

    Espao de discusso e desenvolvimento de formas buscando um estilo pessoal no desenho de joias.

    Ilustrao de JoiasMdulo I e II

    Representao grca da joia.

    Conceitos Criativos para o Desenho de Joias

    Propor exerccios de criao abrangendo as principais temticas em Design de Joias

    Cursos E.A.D. com utilizao do Skype

    Uma boa opo para quem se encontra em outros estados e no tem disponibilidade para vir ao Rio de Janeiro.

  • 22 Revista Joias&Design - Maro 2015

    Em 1477, o Arquiduque Maximiliano, da ustria, pediu a mo de Maria, a Duquesa de Borgonha, com um anel cravado com peque-nos pedaos de diamantes que formavam a letra M. Esse o primeiro registro histrico de um anel de noivado.

    O anel de noivado logo virou costume en-tre a realeza, mas era algo inacessvel para a maioria da populao da Renascena, devi-do ao grande valor dos diamantes na poca.

    Os Anis Posie (Posy, Posey ou Po-esy) eram anis com mensagens ou poemas. O mais comum era que essas mensagens fossem escritas no exterior do anel, embora existissem muitos com mensagens gravadas no interior do aro.

    Nos sculos XV, XVI e XVII, na Ingla-terra e na Frana, os anis Posie eram um dos presentes mais comuns para re-presentar o amor. A grande maioria das

    mensa-gens est em francs, ingls e latim.

    Alguns exemplos de mensagens so: o amor o bastante, a esperana a vida do amor, nunca me esquea, duas al-mas, um corao ou apenas seu. Para quem tem curiosidade, o Museu Ashmole-an, em Oxford, na Inglaterra, possui uma invejvel coleo de Anis Posie.

    Por que usamos os anis de noivado como smbolo de compromisso? Embora haja registros de algo parecido com anis de noivado no Egito

    antigo, o anel de noivado como voc conhece hoje algo umpouco mais novo. A histria comea com o Arquiduque Maximiliano, da

    ustria, em 1477.

    smbologia

    Anis de noivadosmbolo de compromisso

    Livi Pires

    1477 O Primeiro Anel de Noivadoda Histria

    Sculos XV, XVI e XVII Anis PosieSculos XVII e XVIII Rubis e Diamantes

    Durante os sculos XVII e XVIII, diamantes e rubis, tidos como sm-bolo de amor, eram comumente usados em anis de noivado. Um dos estilos mais populares usavam gemas lapidadas em forma de co-rao.

    Liviane Pi-res ourives, designer e de-senhista indus-trial. Desenvol-veu um blog para mostrar o resultado de suas pesqui-sas e histria da joalheria.

    Contato: [email protected]: www.joialerismo.com

    http://talentojoias.com.br/

    www.amsterdamsauer.com.br/http://quazare.com.br/

    www.overstock.com/

    www.ebay.com

  • 23 Revista Joias&Design - Maro 2015

    Antes de 1930, anis de noivado com diamantes eram a exceo regra. Outras pedras como rubis e safiras eram conside-radas mais exticas e, portanto, mais admi-radas. Nessa poca o grupo De Beers criou campanhas que ligavam o diamante ao ro-mance. O conceito, rapidamente, ganhou grande aceitao do pblico. Hoje, anis de noivado e diamantes caminham lado a lado.

    Em 1886, a Tiffany & Co revo-lucionou o mundo das joias quan-do lanou o Tiffany Setting, um anel de noivado com um diamante solitrio cravado com seis garras. Esse design clssico possua seis pequenas garras de platina, que projetavam, absurdamente, o dia-mante para fora do aro. Alm disso, o Tiffany Setting maximizava o bri-lho dos diamantes. Assim, embora simples, esse design genial logo se tornou um padro na indstria das joias.

    1930 O Anel de Noivado Moderno

    O Mito da Vena Amoris

    Anis de Noivado no Brasil

    1886 Tiffany & Coe o Famoso Anel de

    Seis Garras

    Vena Amoris um nome latino que significa A Veia do Amor. A crena popular diz que essa veia liga, diretamente, o corao ao anelar da mo esquerda. Essa teoria, enraizada na cultura ocidental, tida como uma das razes para o uso da aliana ou do anel de noivado no anelar da mo esquer-da. No entanto, vlido mencionar que todos os dedos da mo possuem veias com as mesmas caractersticas da Vena Amoris.

    A biografia do anel de noivado tem pitadas de religio, mitos, campanhas de marketing, realeza e cultura. Embora essa joia tenha se moldado ao lon-go do tempo, trilhou a histria com uma responsabilidade: carregar nossas emoes. No Brasil, as alianas ainda so predominantes nessa tarefa. As-sim, apesar de tradicionais em muitos pases, aqui, o anel de noivado ainda no algo muito comum. Nos ltimos anos, entretanto, a sua popularidade tem crescido bastante.

    www.pinterest.com

  • 24 Revista Joias&Design - Maro 2015

  • 25 Revista Joias&Design - Maro 2015

    De fcil manuseio e resistente, o gabarito de gemas comerciais produzido pela SM Designer uma ferramenta de desenho que rene

    os formatos e tamanhos de pedras mais praticados no Brasil em diversas classificaes: natural, sinttica, strass, zircnia e cristal. Facilita muito

    o trabalho do desenho e a triagem de gemas, modelagem, trabalhos em bancada e outros projetos proporcionando economia de tempo e dinheiro.

    design

    Gabarito de gemas comerciais

    Veja, a seguir, o passo a passo para utilizao do Gabarito de Gemas Comerciais SM-T10.

    1 2 3

    4 5 6

    8 97

    1 - Contorne o crculo.

    4 - Contorne o quadrado.

    5 - Repita o contorno do quadrado agora com vrtices alinhados aos quadrantes.

    7 - Realizar o zigue-zague saindo de um vrtice encostando no crculo e finalizando no vrtice seguinte.

    8 - Finalizao da representao das facetas.

    9 - Contorne a gema com caneta preta e apague o traado a lpis.

    6 - Trace linhas que liguem os vrti-ces ao crculo.

    2 - Marque os quadrantes. 3 - Posicione o quadrado alinhado aos quadrantes.

    Lapidao brilhante

  • 26 Revista Joias&Design - Maro 2015

    10

    1 2 3

    4 5 6

    7 8 9

    10

    Lapidao navete facetada

    1 - Contorne a navete escolhida. 2 - Observe laterais e extremidades do desenho.

    3 - Trace linhas paralelas sem encostar na navete desenhada.

    4 - Resultado dos traos paralelos. 6 - Observe o resultado.

    7 - Trace linhas que liguem os vrti-ces navete.

    8 - Realize o zigue-zague saindo de um vrtice e encostando na parede da navete e, deste ponto, para o vrtice seguinte.

    9 - Contorne com caneta preta e apague o traado lpis.

    10 - Ilustre com a cor desejada, lembrando que com a realizao apenas do contorno da gema e aplicao de luz e sombra temos a representao deste formato na lapidao cabocho.

    5 - Una as linhas paralelas com rgua ou mo livre.

    Na imagem ao lado voc v o esquema de desenho para as lapidaes oval e gota.

    10 - Ilustre com a cor dese-jada, lembrando que com a realizao apenas do con-torno da gema e aplicao de luz e sombra temos a representao deste formato na lapidao cabocho.

  • 27 Revista Joias&Design - Maro 2015

    Lapidao quadrada ou carr

    1 - Contorne o quadrado do tama-nho escolhido.

    2 - Marque os quadrantes. 3 - Observe o desenho.

    4 - Posicione e trace o nmero de quadrados que desejar, lembrando de alinhar com quadrantes demar-cados.

    7 - Contorne a gema com caneta preta e apague o traado a lpis.

    8 - Ilustre com a cor desejada, lem-brando que com a realizao ape-nas do contorno da gema e aplica-o de luz e sombra temos a repre-sentao deste formato na lapida-o cabocho.

    Para adquirir seu gabarito, visite o site:www.smdesignerdejoias.com.br

    5 - Apague os quadrantes. 6 - Ajuste as linhas utilizando o gabarito ou mo livre.

    1 2 3

    4 5 6

    7 8

    Na imagem ao lado voc v o esquema de desenho para as lapidaes octo-gonal e triangular.

    No processo de acabamento voc pode utilizar qualquer tcnica de pintura como guache, marcadores, lpis de cor entre outros processos e recursos de pintura.

  • 28 Revista Joias&Design - Maro 2015

    Desenhobreve histria darepresentao grfica de joias

    Luciana Preuss

    Atravs dos sculos, a joia tem traduzido a necessidade da repre-sentao do homem, expressando seus contedos rituais, simblicos e estticos. Seja entre os egpcios, bizantinos, romanos ou hindus, os objetos preciosos que resistiram no tempo nos permitem delinear uma histria da joia com a contribuio fundamental da documentao atravs dos retratos.

    Luciana Preuss designer e profes-sora de desenho e ilustraes de joias. Mestre em Design. Atuou como professora de Ilustrao de Joias, na PUC-RJ. propriet-ria do Atelier Luciana Preuss, que fundou para se dedicar a pequenos grupos de alunos. autora do livro Desenho Tcni-co de Joias.

    Neste artigo, dividido em duas partes, estarei iniciando minhaparticipao na revista com temas ligados ao desenho de joias,

    suas origens, funes, assim como tcnicas de ilustraocom materiais diversos.

    Ao mesmo tempo, estas ima-gens tambm documentam a fun-o mgica da joia como amuleto, alm de suas funes de smbolo social e ornamento.

    Clouet - Retrato de Elizabeth da ustria, Museu do Louvre, Paris.

    Escola de Fontainebleau: Mulher em sua toalete, Museu de Belas Artes, Dijon - Detalhe

    Retrato de Jane Pemberton, pergaminho montado em carta de jogar, 5,3cm de dimetro, em pendente de ouro com prolas, c.1540. Victoria & Albert Museum.

    Em vrios perodos da histria, as joias possuram, e ainda possuem, vir-tudes talismnicas afastam desgra-as e favorecem virtudes. Nos retratos, especialmente de crianas, encontra-mos muitos exemplos de amuletos.

    Um outro bom exemplo so as representaes de Jesus menino, sempre com colares e pulseiras de coral, um amuleto muito usado na poca (Sc. XV) e, ainda hoje, con-tra o mau olhado. A partir do Sc. XVI j podemos encontrar outros objetivos da representao de uma joia, alm da pintura de retratos: a

    No perodo anterior ao Renas-cimento, por exemplo, observamos ilustraes de joias em pinturas e mosaicos retratando, geralmente, reis ou nobres, difundindo a ima-gem do poder e da posio social.

    desenho

  • 29 Revista Joias&Design - Maro 2015

    Desenho de pendente de ouro amarelo, es-meraldas, prolas e esmalte. Hans Holbein, aquarela, 1533-36, Museu Britnico.

    Nesta poca os grandes artis-tas eram solicitados a produzir de-senhos para toda a sorte de orna-mentos, havendo uma ligao muito prxima entre pintura, escultura e a joalheria.

    Albrect Drer assimilou o estilo de joias italiano, mas sem perder o seu toque pessoal, o mesmo ocor-reu com Hans Holbein que, mesmo tendo trabalhado sob a orientao de Henrique VIII na criao de joias, no podemos dizer que estes tra-balhos pertenceram uma escola inglesa. Mesmo havendo um estilo internacional, no podemos isolar simplesmente as caractersticas de cada pas, pois muitos artistas e ar-tesos no eram nativos dos pases

    em que viviam. Os desenhos de Holbein eram executados por Hans de Antwerpia ( John Anwarpe).

    Podemos encontrar outros exemplos especialmente em Flo-rena que, junto com Veneza, eram as cidades italianas mais importan-tes em produo joalheira, de pin-tores, escultores e arquitetos que foram aprendizes em ourivesaria, como os grandes mestres protegi-dos de Cosimo dei Medici Bru-nelleschi, Ghiberti e Donatello, e tambm como Botticelli, Pollaiuolo, Verrochio e Ghirlandaio.

    A maioria dos mestres citados passou alguns anos de sua juven-tude numa oficina de ourivesaria e o treinamento recebido foi de muita influncia em seu trabalho artstico, como no caso da gravura em metal de Drer. Podemos tambm cons-tatar o poder da guilda dos ourives de Florena e o respeito ao seu tra-balho e sua arte. A tradio florenti-na de perfeio tcnica certamente influenciou estes artistas ainda jo-vens e suas pinturas refletem essa evidncia, nas representaes de joias e ornamentos factveis, que podem ter influenciado artesos em busca de aumentar seu repertrio com elementos retirados destas pinturas.

    Posteriormente, a joalheria foi se subdividindo em diferentes es-pecializaes, e o joalheiro no era

    Hans Holbein, circa 1539, Anne de ClvesAquarela sobre pergaminho numa caixa de marfim

    Artista desconhecido do final do Sc. XVI, Anne Boleyn.

    O Atelier Luciana Preuss fica no Rio de Janeiro. Acesse o blog:http://atelierlucianapreuss.blogspot.com.br/Tel. (21)99613-5817 e (21) [email protected]

    documentao em forma de pin-turas ou gravuras do inventrio de um nobre e estudos para joias sob encomenda. Assim, eram produzi-dos livros ilustrados com as joias de uma princesa, por exemplo, ou eram feitas gravuras e pinturas para uma futura produo da joia. Artis-tas como Albrecht Drer, tem uma grande produo de desenhos de joias feitos com aquarela e bico de pena.

    mais ourives/esmaltador/lapidador simultaneamente. A relao entre pintores e joalheiros se dilui com essa especializao, possibilitan-do uma nova concepo da funo decorativa do ornamento, sem as referncias literrias, histricas ou religiosas do perodo do Renasci-mento.

  • 30 Revista Joias&Design - Maro 2015

    A mistura do anel com pulseira vem de outras culturas e usada h milhares de anos, tambm chamada dehandflower, slave bracelet ou somente panja. Alguns a consideram extravagante, outros adoram.

    Porm, o que no se pode negar, o toque de personalidade que este acessrio capaz de dar num look.E exatamente por isso, que ele aparece nas tendncias 2015. Nesta matria, vamos falar sobre as diferentes

    misturas e um pouquinho da histria dessa pea inusitada.

    tendncia

    Hath Panjaa unio da pulseira com o anel

    Amanda Rodrigues

    www.fusionjewels.com/

    No segredo para ningum que as tendncias de moda so sempre impulsionadas pelas cele-bridades. Os hath panjas esto se tornando muito populares desde que comearam a aparecer nos pulsos e mos dessas celebrida-des, principalmente as americanas. Mas, pesquisando sobre a origem dessa joia, vimos que elas eram fei-tas de cobre e muito usadas no Egi-to e na frica Ocidental para desig-nar aqueles que tinham condio de escravo, da o nome slave bracelet. Tinham uma combinao da pulsei-ra anexada ao anel com um pedao de corrente ou cordo de contas,

    normalmente com pingente sobre o dorso da mo. H controvrsias sobre essa denomina-o, pois al-guns artigos remetem o termo escra-vo ao anel estar preso pulseira, fazendo com que essa conotao diminusse no decorrer dos anos. Tambm pode se referir uma pul-

    seira feita de moedas e usa-da por trafican-tes de escra-vos nigerianos.

    De qualquer forma, esse acessrio , tambm, muito conhecido pelo termo hath pan-ja e por sua tra-dio na ndia e, tambm no Oriente Mdio, onde so utili-zados nos ritu-

    ais de casamento. Essa verso vista, geralmente, como um brace-lete e anis slidos, geralmente com trs ou cinco anis ao invs de um.

    Se tornou popular, na Amrica do Norte na dcada de 20 e des-frutaram, ainda, de um breve res-surgimento na dcada de 70. Nes-sas pocas, o termo flor de mo (hand flower) tambm foi usado para descrev-los em uma tentati-va de evitar as conotaes de sub-servincia e servido. Esses eram, normalmente concebidos em uma forma triangular, feito com a tcnica chainmaille, com contas e corren-tes. Geralmente, tem uma corrente ou fio em torno do dedo, em vez de um anel slido ou ajustvel.

    Histria parte, os designers

  • 31 Revista Joias&Design - Maro 2015

    www.etsy.com - Sincerely Deligthful

    www.etsy.com - Francis FrankASOS

    inventam e criam estilos diferen-tes, utilizando diversos materiais e adaptando o acessrio poca e moda. No Brasil, apareceu na po-ca da novela O clone da emissora Globo e virou febre. Agora, ressur-ge com estilos mais delicados, com correntes finas, pequenas pedras, contas e miangas que podem ser combinados com outros acessrios sem se tornar exagerados.

    o tipo de acessrio que pro-porciona uma incrvel versatilidade no uso dos materiais e das tcni-

    www.snapdeal.com/

    cas. Podem ser simples ou luxuo-sos. Aceitam materiais nobres ou nem tanto. Vai depender do gosto e do bolso. Entretanto, para os desig-ners ou autores de joias um gran-de estimulador da criatividade e do diferencial.

    E, o segredo de estarmos ante-nados com as tendncias, saber o que as mulheres (e os homens tam-bm) esto buscando nesse mundo ecltico da joalheria, para sermos profissionais to versteis quanto os acessrios.

  • 32 Revista Joias&Design - Maro 2015

    Jade um mineral usado desde os tempos pr-histricos, devido sua dureza, era apreciado para confeco de armas e instrumentos. Na China, seu uso fazia parte da fabricao de figuras e smbolos

    religiosos utilizados em cultos aos deuses. Na Amrica Central pr-colombiana, a jade era mais valorizada que o ouro.

    Na joalheria, por volta do sculo XVII, descobriu-se que a jade era perfeita para compor adornos e acessrios.

    gemas

    Jadea pedra dos deuses

    www.etsy.com - Nodeform

    www.overstock.com - Angelina Dandrea

    www.overstock.com - Angelina Dandrea

    O termo jade origina-se do espa-nhol piedra de ijada, que significa pedra para dor do lado. Recebeu esse nome quando os espanhis, exploradores da Amrica Central, viram que os nativos usavam a pe-dra para curar os rins. Os chineses se referem jade como yu, que significa celestial ou imperial, e a tem como pedra dos deuses.

    Na China, a jade considerada to preciosa que h um ditado chi-ns que diz: o ouro valioso; jade inestimvel. Eles acreditam que ela tenha propriedades de fortaleci-mento da sade e da longevidade. Os chineses frequentemente escul-pem a jade em figuras tradicionais que trazem ainda mais significado, tais como drages, que so smbo-los de poder e prosperidade.

    Na Nova Zelndia, a jade tam-bm tem um papel importante. Foi usada por muitos anos na confec-o de armas, formes e anzis.

    Em 1863, foi descoberto, na Frana, que a pedra conhecida como jade composta de duas es-pcies de minerais, que foram de-nominados jadeta e nefrita. Como a distino das duas difcil, o ter-mo jade continua sendo utilizado para as duas formas.

    A jadeta resistente e dura, composta de silicato de sdio e alumnio, em forma de fibras. J a nefrita um silicato de clcio, mag-nsio e ferro, mais resistente que a jadeta, formada em cristais fibro-sos reticulados.

    Sendo mais rara, a jadeta mais valiosa. A jade imperial uma jadeta de um verde impressionan-te, considerada a mais valiosa.

    Tanto a jade como a nefrita tem uma textura bonita, tenacidade e cores, que vo dos tons pastis a

    tons intensos e terrosos e o verde mais conhecido. Na joalheria mui-to utilizada e apreciada.

    No passado, algumas pessoas se encantaram tanto que se torna-ram obcecadas por ela. Durante os sculos, em relatos histricos, a jade aparece com uma importante participao, pois essa obsesso inflamou guerras, como a do Impe-rador Chins Qianlong que era fa-ntico pela gema e invadiu a antiga Birmnia em busca de suas jazidas. A coleo de esculturas, peas e joias da dinastia Qin, a qual faz parte o imperador, conhecida como uma das mais maiores e mais valiosas.

    O valor da jade incentivou, tam-bm, os saques dos tesouros im-periais, por franceses, britnicos e japoneses, alm de aventureiros e bandidos. Ela ainda cativou os ricos e famosos que passaram a cole-cionar peas com a gema -, tudo isso ajudou a levar seu preo s al-turas.

    E todas essas hist-rias geraram a ideia de um livro, ide-alizado por dois jornalis-tas - Adrian

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    Levy e Cathy Scott-Clark, que fi-zeram um estudo ambicioso para mostrar a histria intrigante dessa gema valiosa.

    Em 1997, a Christie vendeu o famoso colar de jade Doubly For-tunate por quase 10 milhes de dlares e, em 2014, esse recorde foi quebrado com a venda do colar Hutton Mdivani, com fecho de rubi da Cartier por mais de 27 milhes de dlares.

    Caractersticasgemolgicas

    Jadeta

    Jade imperial

    Nefrita

    Colar Doubly Fortunate

    Colar Cartier Hutton Mdivani

    michaelvonkrenner.com

    Sistema cristalino: monoclnico, agregados de intercrescimento de delicados grnulos e fibras.Frmula qumica: NaAlSi 2 O6Dureza: 6 1/2 a 7 mohsDensidade: 3,30 - 3,38Transparncia: translcido, opaco.Cor: verde, amarela, branca, aver-melhada, lavanda, cinza e preta.Brilho: de gorduroso a nacarado.Fluorescncia: verde fraca, azul acinzentada.Fratura: frivel.ndice de refrao: 1,652 - 1,688.

    Sistema cristalino: monoclnico, agregados emaranhados de delica-das fibras.Frmula qumica: Ca2 (Mg, Fe)5 (Si 4 O11)2 (OH)2Dureza: 6 a 6 /12 mohsDensidade: 2,90 - 3,03Transparncia: opaco.Cor: verde, amarela, branca, aver-melhada, cinzenta e parda. Com manchas frequentes.Brilho: de gorduroso a nacarado.Fluorescncia: no h.Fratura: frgil, estilhaada.ndice de refrao: 1,600 - 1,627.

    A jadeta apresenta um carac-terstico espectro de absoro na

    A nefrita uma variedade agre-gada fibrosa da srie do mineral actinolita-tremolita, por isso sua es-trutura mais forte que a da jadeta. A maioria delas apresenta manchas e bandas, entretanto, podem ser encontrados exemplares com cores homogneas.

    regio da luz visvel, observado atravs das bordas nas gemas mais opacas. Apresenta um brilho mate nas superfcies de fratura que, quando polido, se torna um brilho gorduroso.

    Os principais depsitos de jade-ta so encontrados em Myanmar (Birmnia), tambm a nica fon-te da jadeta imperial - falaremos mais sobre ela mais adiante. H, tambm, minas no Japo, Canad, Guatemala, Cazaquisto, Rssia, Turquia, Cuba e na Califrnia.

    Os depsitos de nefrita so en-contrados na Nova Zelndia, com muitos exemplares verdes. E, tam-bm, na China, Birmnia, Austrlia, Brasil, Canad, Zimbbue, Rssia, Taiwan e Alaska.

    Variedades de jadeta e nefrita

    uma jadeta encontrada na Birmnia, em Myanmar. Tem uma cor verde esmeralda de translcida a transparente. a variedade mais apreciada e procurada, consequen-temente, a mais cara. Essa cor v-vida se d devido presena de cromo. Alguns exemplares podem apresentar pequenas incluses ne-gras. Em relao ao tamanho, so menores, porm perfeitas.

    A jadeta pura branca. Tanto a jadeta como a nefrita, devido pre-sena de impurezas como por exemplo, ferro e mangans, podem se apre-sentar em diversas cores como j citamos. As cores tendem a ser pastis e opacas, com exceo da jade imperial, que tem um brilho especial e translcida ou semi transparente. As jadetas com cores uniformes so mais valorizadas. No Ocidente, verde esmeralda, espinafre e ma verde so consideradas particularmente valiosas. No Extremo Oriente, por outro lado, o branco puro e o amarelo com um fundo rosa claro, so muito apreciados.

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    Jade albita

    Jade nefrita

    Jades coloridas

    Jade amarela Jade vermelhaJade cinza

    Jade ynan

    regnasjewelry.com

    mijajewelry.com/www.blingjewelry.com

    www.gladstonejewelry.comDesign Gabriella Kiss

    Kenneth Jay Lane

    Duas variedades recebem esse nome. Uma a mescla de jadeta com albita, verde com manchas negras, vem da Birmnia. A outra uma cloromelanita. Composta de kosmoklor, uma material relaciona-do jadeta, combinada com albita, jadeta e outros minerais. A presen-a de clorita, d ela uma cor verde profunda, com veios e pontos ver-des escuros. Tambm encontrada na Birmnia.

    A nefrita constantemente cha-mada somente de jade. As cores so menos delicadas e puras que da jadeta. Vo de verde escuro (com presena de xido de ferro) aos tons pastis (ricos em magn-sio). Podem apresentar manchas, bandas ou serem homogneas. O tom tpico da nefrita o verde slvia ou espinafre. O verde muito escuro aparenta ser preto. Se as fibras da nefrita estiverem alinhadas parale-lamente possvel conseguir um efeito chatoyance (efeito olho de gato, brilho), que no se consegue na jadeta por sua composio gra-nular.

    Esse o nome chins dado ja-deta, devido ao nome da provncia chinesa pela qual a jade era impor-tada da Birmnia. So jadetas de menor qualidade quando compa-radas jade imperial. So encon-tradas no norte da Birmnia em de-psitos secundrios como conglo-merados ou seixos rolados. Apre-sentam-se, tambm, em camadas intercaladas com serpentina.

    www.stanleykorshak.comDesigner Monique Pan

  • 35 Revista Joias&Design - Maro 2015

    Lapidao e Aplicao

    A jade , frequentemente, sub-metida tratamentos. Pode ser branqueada com cido para remo-ver os pigmentos ou manchas. Esse tratamento faz com que a gema se torne mais porosa e mais propensa ruptura, ento, geralmente fei-to um preenchimento das fraturas com um polmero, que melhora a sua aparncia. Esse tratamento ou at um tingimento pode ser verifica-do com um filtro de Chelsea ( um filtro que foi desenvolvido para dis-tinguir esmeraldas puras de imita-es, porm muito usado para ou-tras gemas). Apesar de uma grande quantidade de jade ser tratada, no difcil encontrar jades naturais.

    Cor e TingimentoClassificao

    www.mountainjade.co.nz/

    www.etsy.comDesigner Maya Or

    goldendoor.comDesigner Paula Crevoshay

    www.stoneandstrand.comDesigner Dana Rebecca

    www.donnsaltjade.com/

    Jade branca Jade preta Jade lavanda

    A indstria de jade chinesa uti-liza um sistema de classificao para classific-las, de acordo com a quantidade de melhorias que re-cebeu. Esse sistema descrito em graus - de A a D:

    Grau A - a jadeta no tingida nem preenchida, mas pode ter re-cebido um revestimento, conside-rada estvel.

    Grau B - pode ter sido preenchi-da e branqueada mas no tingida.

    Grau C - tingida e preenchida.Drau D - no uma jade natural.

    A jade extremamente vers-til e pode ser tanto lapidada como esculpida, at mesmo em formas intrincadas. esculpida em uma variedade de figuras tradicionais chinesas, como Budas, ces, dra-ges, morcegos e borboletas mas tambm em formas arredondadas, geomtricas, enfim, ela tem muitas possibilidades que variam de acor-do com o design da pea que a uti-lizar. Outras opes, esculpidas a partir de seixos e cascalhos, so as miangas, em forma de prolas para anis, broches e pingentes. Pulseiras inteiras tambm so fei-tas de jade. A maioria das jades so cortadas em Taiwan, China e Hong Kong.

    O cabocho uma das escolhas preferidas para jade, para os anis, ou em esferas ou discos, para co-lares. Jade ideal para homens e mulheres. Pode ser misturado com outras pedras preciosas, com ouro ou prata. Sua versatilidade to grande que pode ser utilizada em peas com preos acessveis ou em peas sofisticadas e caras.

    Para os homens, os itens mais populares so anis robustos, pren-dedores de gravata, abotoaduras e pingentes. Para as mulheres, a jade pode ser usada como pingentes, colares de contas ou braceletes, pulseiras, anis, brincos e, at, en-feites de cabelo. No Oriente, os pais costumam dar pulseiras de jade para as crianas.

  • 36 Revista Joias&Design - Maro 2015

    Cuidados

    Mitos e lendasNo perodo pr-colombiano, os maias, astecas e olmecas da-

    vam jade importncia maior que ao ouro. Os Maoris da Nova Zelndia entalhavam armas e instrumentos de culto acreditando no poder da gema. No antigo Egito, jade era considerada a pedra do amor, da paz interior, da harmonia e do equilbrio. Por volta de 3000 aC, a jade era conhecida na China como yu, a verda-deira jia. Alm de usada em objetos e figuras de culto, as joias de jade eram usadas pe-los altos membros da famlia imperial.

    Hoje, a jade tambm con-siderada como um smbolo do bem, do belo e do encantador. Na Antiguidade e na Idade Mdia, as pessoas acredita-vam que o cosmos refletido em pedras preciosas, atribuin-do jade as energias de Jpi-ter e Pluto.

    No esoterismo so atribu-dos ela, poderes de cura para doenas renais, que j eram mencionados durante s-culos por curandeiros e pajs.

    www.jadejewelryweb.com

    www.pinterest.com

    A jade um material resistente, porm, deve ser tratada com cuidado para manter seu brilho. Pode ser lavada com gua e sa-bo neutro, deve ser bem enxaguada e seca com um pano macio. Produtos de limpeza e abrasivos no devem ser utilizados. No deve ser usada ao fazer exerccios. E, como outras pedras preciosas, deve ser armaze-nada em caixas de veludo ou cobertas por um pano macio para evitar riscos.

  • 24 Revista Joias & Design - Junho 2014

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