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Revista lubes em foco - edicao 51

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Edição 51 - Revista ÇLubes em Foco Outubro / novembro 2015 A revista do negócio de lubrificantes

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EM FOCOA revista do negócio de lubrificantesA revista do negócio de lubrificantes

Out/Nov 15Ano IX • nº 51Publicação Bimestral

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Bright Stock: desafios e alternativas Redução da demanda de Grupo I pressiona refinarias e impacta o equilíbrio de mercado para esse produto especial.

Grupo II pode gerar efeito colateral A utilização de básicos com maior resistência à oxidação pode gerar verniz em óleos de turbina, conforme condição de operação.

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ImpressãoGrafitto Gráfica e Editora Ltda.

Publicidade e AssinaturasAntonio Carlos Moésia de Carvalho(5521) 2224-0625 R [email protected]

Tiragem4.000 exemplares

E-mail dos leitores e [email protected]

RedaçãoTatiana Fontenelle

Layout e EditoraçãoAntônio Luiz Souza Machado da Cunha

Diretor de ArteGustavo Eduardo Zamboni

CapaAntônio Luiz Souza Machado da Cunha

RevisãoAngela Belmiro

Editor ChefePedro Nelson A. Belmiro

EditorialA crise financeira tem sido assunto obrigatório no meio empresarial e, praticamente, em todos os segmentos de mercado.

Com algumas exceções, as empresas têm sentido no bolso, ou melhor, em seus fluxos de caixas, o movimento inflacionário de uma economia vacilante, que penaliza o setor industrial como consequência de um processo recessivo. As atitudes de cada empresário para enfrentar a crise variam de acordo com suas crenças e valores e, principalmente, com seus receios diante da necessidade de inovar e desenvolver a criatividade. Cortar custos é essencial e todos devem fazê-lo, mas focar o fio do bisturi na região mais adequada, para que somente a gordura seja retirada em primeiro lugar, é uma tarefa que exige muito conhecimento, coragem e determinação. As dificuldades começam pela definição de quais atividades realmente significam “custos” e como alocar as despesas correspondentes. Ocorrem, nesse ponto, interessantes discussões administrativas de características teóricas e também práticas, visando ao melhor entendimento para diferenciar um investimento em atividade não produtiva de custo desnecessário.

A comunicação, em seus vários aspectos, é um exemplo bem típico dessa discussão. Deixar de anunciar ou de divulgar mais frequentemente sua marca pode trazer para uma empresa um alívio momentâneo de seu fluxo de caixa e até uma sensação de estar economizando recursos, porém as consequências virão, com certeza, a médio e longo prazo, quando os produtos dessa empresa forem esquecidos pelo consumidor e sua marca perder a força de mercado. Os meios de comunicação também precisam se reciclar e inovar para atender à demanda por mais velocidade e amplitude da comunicação. A mídia eletrônica tem características próprias e muito eficazes para divulgar a informação de forma rápida e abrangente e deve ser utilizada por todos os segmentos. Entretanto, quando se trata de informações técnicas e especializadas, o cuidado com a confiabilidade e segurança deve ser muito maior. Dessa forma, o grupo especializado da Editora Onze vem desenvolvendo, nos últimos meses, produtos que possam realmente atender às necessidades de seus colaboradores e leitores, e assim ouvir o mercado e a ele retornar com as informações mais relevantes e precisas, conforme sua necessidade de conhecimento. Os produtos como o Portal da Internet, o Guia Nacional de Lubrificantes e as notícias periódicas chegam na hora certa para dar os veículos adequados e a parceria no sucesso aos empresários que entendem a comunicação com um investimento importante.

Os Editores

Publicado por: EDITORA ONZE LTDA.Rua da Glória 366 - sala 1101 - parte CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - BrasilTel.: (5521) 2224-0625e-mail: [email protected]

Conselho EditorialAntonio Carlos Moésia de CarvalhoErnani Filgueiras de CarvalhoGustavo Eduardo ZamboniPedro Nelson Abicalil Belmiro

Diretor ComercialAntonio Carlos Moésia de Carvalho

Jornalista Responsável Angela Maria A. Belmiro - reg. 19.544-90-69

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A mais nova tecnologia de aditivos da Chevron Oronite para motocicletas foi formulado para atender às mais recentes espeficicações da JASO T903:2011 MA2, assegurando robusta proteção da transmissão e durabilidade da embreagem. OLOA 22021 é qualificado no nivel API SN, garantindo excelente controle de depositos, prevenção à formação de borra, provendo ainda superior resistencia à oxidação. Todos estes beneficios somados garantem uma condução suave enquanto protegem seu motor, sistema de transmissão e meio ambiente. Para informações adicionais, por favor contatem seu representante local ou visite www.OroniteMCO.com.

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Sumário

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Capitalismo ConscienteArtigo internacional sobre a proposta de uma visão holística para o sistema empresarial como um todo.

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Marketing: Custo ou Investimento?Um ensaio sobre a importância da Comunicação em tempos difíceis, com foco na indústria brasileira de lubrificantes.

Bright Stock: desafios e alternativas modernasComentários especializados do consultor técnico internacional, Dr. Ernest Henderson, sobre a situação mundial desse produto.

Mudança é a realidadeA visão de especialista da ICIS sobre a volatilidade que deverá continuar a definir o mercado de óleos básicos.

Contaminação por águaEspecialista fala da importância de se detectar corretamente e eliminar a água presenta no sistema.

Grupo II em óleos de turbinas pode gerar vernizEstudo mostra que novas técnicas para a detecção de verniz em óleos de turbinas são necessárias.

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24Mercado em FocoPesquisa da Editora Onze apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes e sua evolução no ano.

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Programação de Eventos30

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E xiste uma diferença muito grande entre uma área de marketing que se posiciona como despesa e entrega resultados intangíveis e outra, que ao contrário, é um investimento

para trazer mais resultados de negócios. De todas as formas, qualquer ação de Marketing realizada por uma empresa, independente de se posicionar como despesa ou investimento, tem a intenção de trazer benefícios para o negócio.

É inegável que a crise político-econômica brasileira tem afetado todos os segmentos, prin-cipalmente o setor de petróleo e derivados. Os efeitos da redução dos investimentos e contratos de terceirização pela Petrobras têm sido catastró-ficos para muitas empresas e até mesmo cidades que orbitavam em torno daquela que já foi a maior empresa da América Latina.

A redução da atividade industrial do país, principalmente no setor de veículos automotores, impacta diretamente o mercado de óleos e graxas lubrificantes, quando se observa o cenário com-parativo com anos anteriores, e a pequena, mas ainda esperançosa perspectiva de crescimento, que ainda poderia existir no horizonte, há cerca de dois anos. Também vale lembrar que a redução

de mais de 25% na venda de veículos em 2015 corresponde a uma entrada de cerca de 2,5 mi-lhões de unidades no mercado, que irão consumir derivados de petróleo.

A queda geral no volume de vendas no ano foi uma realidade, e a inflação e o dólar em alta são fatores bastante desafiadores para o produtor nacional. Entretanto, o que também não se pode negar é que o Brasil ainda possui um mercado de lubrificantes altamente dinâmico, que se posicio-na entre os seis maiores do mundo, representan-do mais da metade do volume comercializado na América do Sul. A tecnologia de novas máquinas e motores e a crescente renovação da frota nacional indicam ainda que óleos de melhor qualidade se-rão cada vez mais recomendados pelos fabrican-tes de veículos e pelas indústrias do país.

Os desafios para a indústria brasileira de lubrificantes

Especialistas do setor entendem que há uma grande margem para a recuperação e o cres-cimento, tão logo o país inicie também sua reto-mada de equilíbrio. Segundo o editor da revista Lubes em Foco e Coordenador da Comissão de

Por: Tatiana Fontenelle

Marketing: Custo ou Investimento?

Em tempos difíceis, comunicar é preciso!

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Lubrificantes do IBP, Pedro Nelson Belmiro, é mui-to importante para as empresas estar atentas às inovações tecnológicas e ao posicionamento de suas marcas, uma vez que os movimentos de mer-cado, tanto técnicos como comerciais e de legis-lação, produzem um dinamismo muito interessante que deve ser acompanhado de perto: “Os óleos de maior qualidade estão ocupando o mercado, com viscosidades mais baixas e níveis de desempenho elevados, e os novos consumidores estão ficando mais informados. Assim sendo, é importante para o produtor não só possuir óleos de qualidade, como também marcar sua presença na cabeça do consumidor, como uma empresa confiável e de alto nível técnico”, lembra Belmiro.

Por tratar-se de um mercado bem especiali-zado, e por vezes não compreendido pelo cidadão leigo, existe a necessidade de se desenvolver uma área de Marketing com um foco bem definido, pois as grandes oportunidades para os participantes da cadeia produtiva de lubrificantes na mídia comum ficam extremamente onerosas, e, nitidamente em al-guns segmentos, como o industrial, podem não atin-gir o público específico com a eficiência esperada.

De acordo com o Diretor Comercial da Editora Onze, Antonio Carlos Moésia, o mercado brasileiro tem uma grande necessidade de mídias específi-cas que possam atender a todos os interessados,

com uma visão setorial e com um foco definido: “No caso dos lubrificantes, muitas empresas ain-da não têm a oportunidade de serem encontradas diretamente por seus clientes, e também é impor-tante a interrelação entre fornecedores de mate-riais, embalagens e prestadores de serviços com produtores de óleos básicos, aditivos e óleos aca-bados”, afirma Moésia.

Estar alcançável e disponível ao cliente certo nos períodos difíceis da Economia é uma prática que poderá fazer a diferença lá na frente, quando a empresa estiver bem consolidada, para desfru-tar do crescimento do mercado confortavelmente e em boa posição. Essa foi a visão da Editora Onze, que já produz uma revista de referência dentro e fora do país, e sentiu a necessidade de ampliar sua área de atuação, para atender a uma demanda de informações com a finalidade específica de auxi-liar a todos os participantes da cadeia produtiva. O consultor Geraldo Rios afirma, a partir de suas experiências em empresas multinacionais de lubri-ficantes e aditivos, que a efetividade da informação está no foco e na amplitude que o veículo de mídia oferece: “O mercado brasileiro ainda carece de um guia eficaz, em que as empresas se apresentem a mais de dez mil indústrias e também entre si, para facilitar a realização de seus negócios. Por isso, é louvável a proposta do GNLubes de contemplar

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onze segmentos de mercado com a oportunidade de serem encontrados pelos mais diversos clientes em todo o país”, concorda Rios.

Investir em Comunicação e Marketing em tem-pos de crise já é uma das regras da administração moderna, pois é a hora em que surgem os melhores negócios e também a oportunidade de ampliar a busca por novos clientes. Mas, também é a hora de ser seletivo nas escolhas e na efetividade de seus resultados, bem como na forma de comunicação. Segundo Gustavo Zamboni, diretor da Editora Onze, não basta colocar uma página de internet no ar, ou encher de informações um veículo que não está devidamente amparado por uma divulgação eficaz. “É de extrema importância conhecermos bem os mecanismos de pesquisa orgânica e dos motores da internet, bem como acompanharmos de perto os relatórios específicos para as correções neces-sárias. Ao colocarmos um Portal de Lubrificantes no ar, publicarmos informações relevantes do setor ou elaborarmos um guia de negócios, temos que

ter a certeza de que serão intensamente acessados e contar com o apoio constante de consultoria es-pecializada em mídias digitais, para dinamizar os processos envolvidos”, conclui Zamboni.

De fato, é justamente em tempos difíceis que a empresa precisa tomar decisões inovadoras e colocar em prática uma competência fundamental: a criatividade! Mesmo que os investimentos sejam baixos, é necessário que se saiba como buscar fer-ramentas com o melhor custo/benefício, descons-truindo a imagem do marketing como “gerador de custos”, e entendendo o seu investimento como contribuição para os resultados da empresa.

Tatiana Fontenelle é Jornalista pós-

graduada em telejornalismo

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A ideia do capitalismo consciente vai muito além de ser “virtuoso” ou buscar “fazer bem fazendo o bem”. Cria inteiramente uma nova superestru-tura para o negócio e as razões para ele existir.

Os quatro princípios do capitalismo consciente são inter-ligados e colocados sobre uma base de conhecimento existente a respeito de liderança e gestão. Eles são cons-truídos sobre o trabalho acadêmico relativo ao propósito, gerenciamento de stakeholders, liderança e cultura:

• Objetivo Superior: Negócios podem e devem ser fei-tos com um propósito maior em mente, e não apenas com vista a maximizar os lucros. Um senso de obrigação da fi-nalidade cria um extraordinário grau de engajamento para todas as partes interessadas e catalisa a geração e libe-ração de quantidades enormes de energia organizacional.

• Orientação para partes interessadas: Empresas Conscientes são explicitamente gerenciadas para o be-nefício simultâneo de todos os seus intervenientes, repre-sentados pelo acrônimo SPICE, que significa Sociedade, Parceiros, Investidores, Clientes e Empregados. Uma empresa consciente alinha os interesses de todas as partes interessadas, de modo que o que é bom para um é bom para todos. A sociedade está listada primeiro por uma razão importante: as empresas devem garantir que estão do lado “certo” da sociedade, ou seja, que têm um impacto líquido positivo no mundo.

• Liderança Consciente: Impulsionados principal-mente pelo serviço do propósito da firma, e não por po-der ou dinheiro, os líderes conscientes são levados a motivar, desenvolver e inspirar pessoas, não por meio de comando e controle.

• Cultura Consciente: Capturada na sigla TACTILE: Trust, Authenticity, Caring, Transparency, Integrity, Learning, and Empowerment (Verdade, Autenticidade,

Inquietação, Transparência, Integridade, Aprendizado e Empoderamento), a palavra “tátil” também sugere que as culturas dessas empresas são muito tangíveis para suas partes interessadas, bem como para observadores exter-nos; você pode sentir a diferença quando entra em uma empresa consciente, em contraste com uma que é pura-mente impulsionada por um lucro e de execução apenas para o benefício dos acionistas.

Esses quatro elementos do capitalismo consciente se reforçam mutuamente e descrevem uma perspectiva abrangente sobre os sistemas de negócios, muito mais rica e complexa do que metáforas de máquinas tradicio-nais. Em nossa pesquisa, descobrimos que as empresas que aderiram a esses princípios superaram o mercado em uma proporção de 9 para 1 durante um período de dez anos (1111 % contra 123% para o S&P 500). Além da riqueza financeira, essas empresas também criaram muitos outros tipos de riqueza social: funcionários muitos mais comprometidos e realizados, clientes fiéis e de con-fiança, fornecedores inovadores e lucrativos, comunida-des prósperas e ambientalmente saudáveis etc.

As respostas às críticas

As principais crítica que ouvimos são de que o capitalismo consciente não é universalmente aplicá-vel; parece funcionar principalmente para empresas que vendem produtos caros para clientes conscientes da saúde. Outros modelos de negócios são igualmen-te válidos; há muitos exemplos de empresas que têm sido muito bem sucedidas sem praticar capitalismo consciente. Por exemplo, muitas empresas de suces-so tratam seus empregados mal, pagam altos salários aos CEOs, centram-se essencialmente na produção de

Por: Dr. Raj Sisodia

Capitalismo Consciente:

Um jeito melhor de ganhar

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grandes produtos, terceirizam a produção para reduzir os custos do trabalho e/ou demitir funcionários para be-neficiar os acionistas.

O capitalismo consciente não advoga em favor do comportamento “virtuoso” por si, e o desempenho superior das empresas conscientes não é uma conse-quência direta de suas atuações mais virtuosas. Pelo contrário, é porque elas agem de forma mais sensata. Essas empresas têm reconhecido os verdadeiros moto-res da criação de valor nas empresas contemporâneas, e têm aproveitado o poder prático de um propósito mais elevado e os níveis extraordinários de engajamento dos funcionários, o que é possível quando as paixões pes-soais são alinhadas com o objeto social. Sua consci-ência superior lhes permite ver as interdependências existentes em todas as partes interessadas e possibilita extrair sinergias das situações. Essas empresas criam duradouras e cativantes culturas que lhes permitem continuar operando dessa forma mesmo depois de seus fundadores saírem da cena. Seus líderes focam na construção de grandes organizações, que têm ine-rentemente auto-organização, automotivação e auto-gestão. Eles não são dependentes da liderança caris-mática de indivíduos particulares.

Concordamos que as estratégias de negócios es-peciais ou modelos de negócios são, por si só, insus-tentáveis. No entanto, o capitalismo consciente não é uma estratégia de negócio ou modelo de negócio. É uma filosofia abrangente de fazer negócios. A filosofia é um bom pensamento que pode ser amplamente apli-cável e de longa duração. Naturalmente não somos tão arrogantes de presumir que o caminho que temos defi-nido para o capitalismo consciente é a palavra final. O que oferecemos é uma definição dinâmica, algo que vai evoluir à medida que nossa consciência cresce.

A empresa que usa apenas incentivos financeiros sozinha para atrair e motivar um CEO terá exatamente o que paga para ele: um CEO motivado principalmente por dinheiro. Nossa crença firme é que esses líderes são inerentemente incapazes de inspirar seus funcionários a atingir níveis extraordinários de engajamento, criativida-

de e desempenho. Os líderes mais eficazes são aqueles que transcendem o interesse próprio e são motivados principalmente por finalidade e serviço para as pessoas.

Não acreditamos que uma empresa que trata seus funcionários de forma injusta possa prosperar no longo prazo, no mundo transparente e incrivelmente conectado que agora habitamos. Bons funcionários têm uma escolha e, ao longo do tempo, vão migrar para empresas que não oferecem apenas a justiça, mas, o mais importante, é a oportunidade de definir o significado e propósito do seu trabalho. As empresas não podem oferecer atrativos, pro-dutos inovadores, se não têm empregados contratados e fornecedores de alta qualidade. As empresas Apple, E-Bay, Microsoft, Facebook e H&M estão se movendo gradualmente para uma forma mais consciente de ser. Também vão nessa direção outras empresas como a Wal-Mart, McDonalds, General Electric e Procter & Gamble.

Muitas empresas terceirizam a produção para lo-cais de baixos salários como forma de reduzir custos, e muitas demitem funcionários para melhorar seu desem-penho financeiro. A nossa experiência com empresas conscientes é muito diferente. Os clientes estão cada vez mais conscientes de que há boas e más maneiras para reduzir custos. Empresas conscientes reduzem seus custos e oferecem preços atraentes aos clientes, eliminando gastos desnecessários, não poressionando seus empregados ou fornecedores.

Não há nada de intrinsecamente ruim sobre a ter-ceirização. Se isso for feito de forma consciente, ela cria oportunidades em partes menos desenvolvidas do mundo e ajuda a tirar as pessoas da pobreza. No entanto, se for feita puramente para reduzir os custos sem levar em conta as suas consequências humanas, é sem dúvida prejudicial.

Quanto ao declínio das vendas, as empresas cons-cientes não reverterão essa situação automaticamente para as demissões, a fim de reduzir os custos. Na re-cente crise econômica dos EUA, as empresas cons-cientes como The Container Store e REI fizeram isso por meio de operações com um sentido de sacrifício compartilhado. Apesar de quedas acentuadas nas ven-das, elas escolheram proteger os empregos e pagar os seus funcionários mais vulneráveis: aqueles que traba-lham em tempo parcial. Essas empresas têm emergido da recessão com culturas mais fortes e um senso de propósito comum mais profundo do que tinham antes.

O capitalismo consciente não é um bem de luxo que só está acessível a um seleto grupo. Em nossa pesquisa, deparamos com inúmeras empresas que

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oferecem altos níveis de acessibilidade aos clientes ao praticar os princípios do capitalismo consciente, exem-plos que incluem Costco, Southwest Airlines, JetBlue, Trader Joe e IKEA. Empresas conscientes que estão posicionados em um ponto mais elevado no espectro de preços ainda oferecem grande valor para os clien-tes, por causa da qualidade de suas ofertas e o nível de experiência de serviço que fornecem, como Whole Foods, The Container Store e Starbucks.

Repensando o Capitalismo

A contribuição única do capitalismo consciente é uma abordagem mais arraigada e holística. Ele difere de outros movimentos porque é explicitamente enraiza-do em uma mudança evolutiva em curso desde o início da humanidade, mudança para níveis mais elevados de consciência. Destina-se também a sintetizar as raízes ideológicas amplas do capitalismo com a profundidade pessoal de grandes tradições de sabedoria do mundo.

As empresas criam e destroem muitos tipos de ri-queza e bem-estar. Muitas geram riqueza financeira à custa do bem-estar social, cultural, ambiental, intelectu-

Dr. Raj Sisodia é professor de

Marketing na Universidade de Bentley

nos EUA, autor de sete livros e

mais de 100 artigos acadêmicos.

Atua como membro do Conselho de

Administração da Mastek.

al, físico e espiritual. Elas estão extraindo valor, em vez de criar valor. O capitalismo consciente é sobre fazer negócio com um espectro de efeitos positivos, não ter um efeito positivo principal e muitos efeitos colaterais negativos. Empresas conscientes gastam dinheiro onde podem fazer a diferença. Não perdem dinheiro em pu-blicidade desnecessária, promoções enigmáticas e alta rotatividade de funcionários e fornecedores. Elas fazem um impacto líquido positivo sobre o mundo. Acreditamos que essa é a melhor maneira de vencer e que as em-presas que aderem aos princípios do capitalismo cons-ciente vão, a longo prazo, superar outras empresas em múltiplas dimensões, inclusive financeira, além de terem um maior impacto benéfico sobre o mundo em geral.

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O Bright Stock é um componente especial que tem sido parte fundamental do kit de ferramen-tas de óleos básicos do formulador de lubrifi-cantes, por décadas, para produzir uma va-

riedade de óleos automotivos e industriais. Ele é espesso, tem a aparência de mel e é produzido a partir do gasóleo pesado de vácuo ou resíduo de vácuo, a partir de uma refinaria utilizando o processo de extração por solvente (Grupo I), que requer um processamento especial para remover a fração de Bright Stock pesado dos asfaltenos, também presentes na matéria prima utilizada.

Nem todas as refinarias do Grupo I produzem Bright Stock, portanto a sua disponibilidade pode ser limitada. Ao longo das duas últimas décadas, a indústria automotiva con-tinua a buscar óleos básicos com melhor desempenho, que empregam tecnologia de hidroprocessamento para produ-zir a qualidade dos grupos II e III, em detrimento do Bright Stock. Essa mudança está em curso e continuará a exercer pressão sobre as refinarias do grupo I restantes, para aten-der às necessidades do mercado. Portanto, é importante entender a utilização do Bright Stock, a sua disponibilidade futura e as alternativas existentes.

A demanda global atual para o Bright Stock é estima-da pelas empresas IHS e Kline em 4 milhões de toneladas. A oferta se encontra um pouco em equilíbrio, embora a ausência de “excesso de oferta” tenha pressionado forte-mente os preços, que já ultrapassam os dos óleos básicos de qualidade premium do grupo III. Ao longo dos próximos anos, a demanda por Bright Stock permanecerá um pouco estável, com talvez um ligeiro declínio global, com o cresci-mento em algumas áreas de produtos sendo compensado por reduções em outras áreas. Tanto a IHS como a Kline es-timaram um desequilíbrio entre oferta e demanda do Bright Stock, em 2020, da ordem de 800 mil toneladas, ou quase 20% da demanda atual. Isso proporciona um dilema para a indústria de lubrificantes.

Felizmente, a indústria aprendeu ao longo dos anos a se adaptar às mudanças. O mesmo se aplicará ao Bright Stock. A Figura 1 fornece uma visão geral das aplicações

atuais, incluindo óleos automotivos, de transmissão, indus-triais e especiais, cada um dos quais exigindo uma análise separada para se determinar o impacto de longo prazo do declínio de fornecimento do Bright Stock.

Os óleos para motores atualmente representam, apro-ximadamente, 21% da demanda de Bright Stock. A procura varia consideravelmente por região, sendo que as regiões em desenvolvimento mostram um maior apetite por esse produto, o que coincide com requisitos de desempenho mais baixos e uma utilização acima do normal de óleos mo-nograu, comparada à de óleos multigraus. Alguns exemplos incluem o Oriente Médio, África e partes da Ásia-Pacífico, Europa Central/Oriental e América Central/Sul. Felizmente, a demanda na área automotiva continua a declinar, de acor-do com as mudanças da indústria, em relação ao aumento do uso de óleos de motor multigraus, visando à economia de combustível. Esses lubrificantes usam óleos básicos de mais baixa viscosidade e não Bright Stock. Foram os óleos para carros de passageiros que provocaram essa transição, embora os óleos de motores pesados também estejam se-guindo uma direção similar.

A demanda de Bright Stock está sendo mais afetada na área automotiva pelas legislações regionais, que estão estabelecendo padrões mínimos de desempenho, favore-cendo o uso de óleos de motor multiviscosos e uma redução resultante no uso de Bright Stock. O exemplo mais recente está na Arábia Saudita, onde o padrão de desempenho míni-mo para óleos de motores pesados API CH-4 em breve será

Por: Dr. H. Ernest Henderson

Bright Stock

Motores Diesel PesadoAutomóveisDois TemposEngrenagens Automotivas e IndustriaisMotores EstacionáriosGraxasProcessoIndustrialOutros

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10%

10%

Figura 1 - Aplicações para o Bright Stock

Desafios e alternativas para equilíbrio da demanda

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implementado. Uma vez que os óleos monograu não são projetados para esse nível de desempenho, o resultado será uma mudança significativa na demanda para serviços pesa-dos de SAE 30, 40 e 50 para SAE 15W-40. A longo prazo, se for eliminado o uso de 20% de Bright Stock na área de óleos automotivo, isso deixará para a indústria cerca de 800 mil toneladas, em relação à demanda atual. Isso equivale à es-cassez prevista até 2020. Assim, a indústria de lubrificantes através de sua busca de melhor desempenho está reequili-brando o balanço entre oferta e demanda de Bright Stock.

Um outra linha de produtos que é importante para o consumo de Bright Stock é a de óleos de transmissão, tanto para aplicações automotivas como para industriais, e repre-senta cerca de 30% de sua demanda. Na área automotiva, a indústria assistirá a uma mudança continua na viscosidade, passando dos óleos SAE 90, SAE 140 e SAE 250 para os multiviscosos pesados, em que a demanda por Bright Stock permanece, embora a taxas reduzidas. Óleos de engrena-gens multiviscosos também podem ser produzidos utilizan-do uma combinação de um básico mais leve do Grupo I ou Grupo II com um modificador de viscosidade ou agente es-pessante. Isso deve fornecer aos formuladores a opção de direcionar suas necessidades de Bright Stock para aqueles produtos em que as alternativas podem ser limitantes.

Óleos industriais representam uma outra área impor-tante para o uso de Bright Stock, pois suas propriedades viscométricas básicas refletem aquelas de um grau ISO 460, enquanto os óleos 600N (seja grupo I ou grupo II) se equivalem a um ISO 100. Dessa forma, permite formular es-ses graus de viscosidade ISO entre esses dois valores de referência, ou seja, incluindo ISO 150 , 220 e 320. O Bright Stock, no entanto, às vezes é usado quando não é real-mente necessário. Isso é particularmente verdadeiro com as empresas que o produzem e também têm um negócio de lubrificantes acabados. Nesse caso, providências são normalmente tomadas para consumir todos os óleos bási-cos refinados, sempre que possível, quando o suprimento externo não é uma opção. Portanto, flexibilidade de formu-lação torna-se um aspecto fundamental da gestão de ofer-ta e demanda interna, que pode criar um desnecessário excesso de demanda por Bright Stock.

Um exemplo é mostrado na Figura 2, em que várias combinações de óleos básicos são disponibilizadas para formular um óleo industrial ISO 68.

Bright Stock pode ser usado com algumas dessas com-binações, e as empresas podem ampliar o seu uso quando a oferta for mais elevada do que o normal. Embora isso faça sentido para uma gestão interna, uma melhor utilização des-

sa matéria-prima, em declínio e altamente valorizada, para um fornecimento externo, pode proporcionar mais uma opor-tunidade para reduzir a demanda global da indústria, com base em princípios de boa gestão das matérias-primas.

Uma das preocupações com o abastecimento de Bright Stock é o impacto de uma demanda crescente dos básicos de grupo II e III, e o excesso de capacidade produ-tiva resultante no mercado. O grupo I já não é aceitável em muitas aplicações de produtos, e seu papel global está em declínio. Com o excesso de capacidade e margens reduzi-das provocadas pelos menores custos do petróleo, as con-dições de se manterem refinarias mais velhas e menores de grupo I estão sob pressão considerável. Tem havido muitos anúncios de fechamento de plantas de grupo I, algumas das quais produzem Bright Stock. Se essa tendência continuar, a disponibilidade de Bright Stock continuará a declinar, exi-gindo mais correções de curso na indústria de lubrificantes.

Felizmente, existem alguns sinais de esperança nes-sa nuvem escura de suprimento. Por exemplo, a empresa Luberef está nos estágios finais de um projeto para introduzir óleos básicos do grupo II em sua refinaria Yanbu KSA (Arábia Saudita), em meados de 2016. O local já possui uma planta de grupo I, e, em vez de desligar sua produção, a Luberef usou a oportunidade para equipar o trem de processamento para aumentar a produção de Bright Stock em 110%, visan-do atender tanto às demandas regionais como à exportação.

A Ergon Refining é outra empresa que está usando essa oportunidade para investir e introduzir um novo Bright Stock, a partir de sua refinaria de Vicksburg MS (EUA), tam-bém em meados de 2016. O aspecto intrigante dessa ex-pansão é a produção de um óleo básico consideravelmente mais pesado com excelentes propriedades de cor. A visco-sidade mais alta pode ser usada para expandir o portfólio de produtos com graus de viscosidade que podem ser for-mulados com desde o ISO de 460 ao ISO 680, chegando

Figura 2 - Opções de formulação para um óleo industrial ISO 68

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até mesmo ao ISO 1000. Se graus de viscosidade mais pe-sados não são necessários, o novo Bright Stock pode ser misturado com um básico de viscosidade mais baixa e mais rentável, de grupos I ou II, para atingir a viscosidade de um Bright Stock normal. Essa opção oferece uma oportunidade de redução de custos, enquanto reduz a demanda, o que representa uma outra forma de correção de rumo para esse mercado específico com escassez de oferta projetada.

Se o manejo adequado das formulações combinado com o declínio gradual do uso de Bright Stock em pro-dutos importantes continuar, o déficit projetado pode ser gerenciável. Independentemente disso, ainda existem vá-rias alternativas para substituir esse básico. Cada opção requer uma avaliação das necessidades de desempenho, custo e oportunidades de mercado. Uma opção é a utili-zação de modificadores de viscosidade ou espessantes combinados com um básico de baixa viscosidade para simular as propriedades da viscométricas do Bright Stock, que já foi anteriormente citada na discussão sobre óleo de engrenagem automotiva.

Com óleos industriais, algumas aplicações requerem apenas viscosidade como uma característica de desem-penho. Nesses casos, o Bright Stock naftênico pode ser considerado. Um aspecto adicional com a utilização de naftênicos é a capacidade de melhorar as características de solubilidade consistentes com o grupo I, quando mistu-rados a um óleo básico, quer seja do grupo II ou do grupo III. O uso de um básico mais pesado com Bright Stock tam-bém pode reduzir a demanda.

A Tabela 1 fornece um exemplo de várias combinações de óleos básicos para atingir um grau de viscosidade ISO 220. Este exercício foca apenas os óleos básicos, uma vez que as taxas de tratamento dos aditivos são pequenas e não afetam significativamente a viscometria dos óleos acabados.

Podemos observar na tabela, que, à medida que a mis-tura evolui para a utilização de básicos mais pesados (mistura A x mistura B x mistura C), a quan-tidade de Bright Stock é cons-tantemente reduzida. Isto é ain-da mais impactado pelo uso do Bright Stock Pesado, mostrando que a demanda pode ser redu-zida em até 60%, quando a sele-ção correta dos componentes da mistura é feita (ou seja, mistura D contra mistura A). Cada exemplo terá de ser devidamente analisa-

do para determinar a eficácia do custo; no entanto, uma vez que os óleos básicos de mais baixa viscosidade são tipica-mente mais baratos do que o Bright Stock, qualquer oportu-nidade de reduzir o uso de Bright Stock deve fornecer uma solução de custo eficaz.

Até agora, as únicas ferramentas que temos usado para tratar de uma projeção de escassez de Bright Stock no futuro têm sido uma indústria de lubrificantes em meio à mudança e algum senso comum sob uma perspectiva de formulação. Agora, vamos olhar para algumas alternativas para esse produto.

A primeira consideração é sobre os poliisobutilenos (PIBs). Eles são de alto peso molecular e representam a espinha dorsal para muitos dispersantes para combustí-veis e lubrificantes. São atualmente utilizados em aplica-ções de motores pequenos, em que proporcionam uma queima limpa, baixa emissão de fumaça e boas proprie-dades de lubricidade. Os PIBs têm boas características de Índice de Viscosidade, embora a solvência possa ser comprometida, em relação ao Bright Stock, em concentra-ções elevadas. Poliisobutilenos têm sido comercializados como uma alternativa ao Bright Stock, quando misturados com um 600N de grupo II. Isso foi particularmente verda-deiro em 2011, quando quase todo tipo de óleo básico era escasso em algum ponto no tempo.

A disponibilidade atual de PIB pode ser limitada, e a economia como um substituto do Bright Stock precisa ser bem calculada; no entanto, se um maior desempenho puder ser demonstrado, seria uma boa oportunidade para posicio-ná-lo como um produto premium com uma proposta de valor.

Outras opções de produtos com alta viscosidade in-cluem a família dos sintéticos. As Polialfaolefinas (PAO), os polialquilenoglicóis (PAG) e os naftenos alquilados (AN) oferecem características únicas de desempenho que irão elevar o desempenho de um óleo pesado anteriormente for-

Mistura A

Composição % Bright Stock + 500-HC Grupo II

Bright Stock + S600N Grupo I

Bright Stock + S700N Grupo I

Bright Stock Pesado + S700N Grupo I

Mistura B Mistura C Mistura D

Bright Stock

Bright Stock Pesado

S600N Grupo I

S700N Grupo I

500-HC Grupo II

PropriedadeVisc. Cin.@ 40°C, cSt

58.0

-

-

-

42.0

220.0

49.25

-

50.75

-

-

220.0

34.76

-

-

65.24

-

220.0

-

23.0

-

77.0

-

220.0

Tabela 1 - Opções de mistura para óleo industrial ISO 220

Page 15: Revista lubes em foco - edicao 51

15

uma necessidade do que um “querer”, a redução de dispo-nibilidade projetada pode ser gerenciada.

Quando existe escassez, há opções de custo eficaz a considerar. Ao mesmo tempo, existem oportunidades para elevar o desempenho do produto e colocar produtos premium no mercado. Quando o desempenho ou o valor alcançado no mercado não puderem ser justificados, en-tão é hora de rever a estratégia relativa ao produto e à for-mulação, e sair das áreas em que um retorno adequado não pode ser alcançado.

No final, a previsão global para o Bright Stock pode ser promissora, pois há muitas aplicações em que o seu valor e benefícios de desempenho podem ser capturados, enquanto a escassez pode ser gerenciada por meio de es-colhas adequadas de óleos básicos e de formulação, para combinar as várias alternativas àquelas aplicações em que valor e desempenho podem voltar a serem alcançados.

Dr. Harry Ernest Henderson é o presidente

da K & E Petroleum Consulting LLC e

consultor internacional para óleos básicos

e GTL, incluindo fabricação, aplicação e

cadeia de suprimentos.

mulado com Bright Stock. Melhoria da estabilidade térmica e oxidativa e da eficiência energética são as principais ca-racterísticas que esses produtos sintéticos podem oferecer, proporcionando assim uma maior faixa de operação, que é importante com os mais recentes equipamentos de alta velo-cidade com capacidades reduzidas, aumento da circulação de óleo e altas temperaturas de operação. Sintéticos são ide-ais para ambientes agressivos, e os seus benefícios devem ser incorporados no cálculo do valor do produto final.

É importante compreender o valor do Bright Stock ao avaliar cada aplicação e formulação alternativa. Não se es-pera que a demanda prevista mude significativamente ao longo dos próximos cinco anos, já que a redução do uso na área automotiva será compensada pelo crescimento nas áreas dos óleos industriais e de engrenagens.

Com o declínio da produção de grupo I e potenciais encerramentos de atividades de refino, poderia se chegar imediatamente à conclusão de que haverá uma redução na oferta e um cenário de “desgraça e melancolia” para o Bright Stock. No entanto, a própria indústria está em processo de reequilíbrio de demanda, reduzindo seu consumo em áreas--chave. Ao mesmo tempo, se as empresas se concentrarem em usar o Bright Stock naquelas aplicações em que há mais

Page 16: Revista lubes em foco - edicao 51

16

Por: Judith Taylor

Mudança é a Realidade

A volatilidade do mercado de básicos é um efeito que pode continuar

Não é segredo para qualquer observador do mercado norte-americano de óleos básicos que existe um sistema dinâmico em meio a uma mudança significativa. A mudança está

ocorrendo rapidamente em todo o sistema, por causa da pressão dos requerimentos regulatórios, tanto os existentes como os que estão para chegar.

A produção e o consumo de básicos do Grupo I es-tão encolhendo à medida que a demanda pelos óleos de grupos II, II+ e III aumenta, para atender a normas am-bientais e regulatórias cada vez mais rigorosas. Os pa-drões ambientais irão definir, em 2017, o futuro da qualida-de dos óleos básicos. O grupo II já é um fator dominante nos mercados dos EUA e Américas, causando impacto significativo em outras regiões importantes também, en-quanto os grupos II+ e III estão próximos no horizonte.

O gráfico 1 a seguir mostra um exemplo de um cronograma de agendamento de testes do Instituto Americano de Petroleo (API), que define o caminho para os padrões de óleo de motor especificados para atender às metas ambientais e de emissões em 2017.

Mudanças baseadas nas novas tecnologias e mu-danças regulatórias estão acontecendo em âmbito glo-bal, mas estão afetando as regiões de formas diferen-tes, porque os fundamentos da relação oferta/demanda podem variar dependendo da região, ao lado de dife-renças significativas nos tipos de veículos e dos usos preferidos pelos motoristas nas Américas, na Europa, Ásia e outros lugares.

Durante vários anos, o advento do grupo II e seu subsequente impacto esperado nos óleos básicos do

grupo I ocuparam um grande espaço nas discussões. Então, o impacto chegou. Talvez pudéssemos marcar uma data em meados de 2014, porque existem razões para atrelar esse impacto à entrada em operação da planta do óleo da Chevron (PBOP), em Pascagoula.

Essa marca pode ser colocada com um grau razo-ável de precisão, porque a abertura oficial da PBOP foi uma declaração enfática de crença, por essa empre-sa, na necessidade de produção de óleos básicos de Grupo II nas Américas.

O mercado de óleos básicos, em 2015, foi mar-cado por estar no meio do impacto desse aumento de produção, tendo ainda os grupos I e II que lidar com os efeitos do excesso de oferta nos graus leves e supri-mento restrito nas viscosidades mais altas.

O gráfico da ICIS (figura 1) mostra a diferença de preço entre um grupo I de grau leve e grupo I de grau pesado, no mercado spot doméstico.

Desenvolvimento do teste

Definição da matriz de testes

Aceitação do teste na matriz

Execução da matriz de testes

Aceitação do teste pela ASTM

Demonstração técnica em motor

Aprovação da especificação GF-6A

Primeiro licenciamento do API

jan/2012 a jun/2014

jan/2012 a abr/2014

jan/2013 a maio/2014

Jun/2014 a nov/2014

out/2014 a mar/2015

abr/ 2015 a jan/ 2016

jan/ 2016 a abr/ 2016

1 de janeiro de 2017Gráfico 1

Page 17: Revista lubes em foco - edicao 51

17

Toda a situação é agravada pela derrocada e volatilidade dos preços no setor de petróleo bruto e do gasóleo de vácuo associado (VGO).

O gráfico da ICIS seguinte (figu-ra 2) traça as tendências de preços, os gasóleos de vácuo de alto e de baixo teor de enxofre e do óleo com-bustível de 3%.

O mergulho do preço do petró-leo bruto triturou as economias das Américas e as economias globais. Enquanto a economia dos EUA se saía melhor do que a maioria, 2015 não foi um ano que tenha oferecido muita coisa a comemorar. Pior foi para ou-tras economias das Américas, como o Brasil, o gigante sul-americano, conti-nuando a lutar com encolhimento de oportunidades e volatilidade nas flutuações cambiais, e a Venezuela, em uma situação que se torna cada vez mais preocupante.

As condições econômicas escorregadias na co-munidade global travaram as oportunidades de expor-tação para os produtores de óleos básicos da costa do Golfo dos EUA, no segundo semestre do ano, de-sacelerando com a falta de apetite do Brasil para os básicos de Grupo II e a redução da demanda da Índia e da África também.

Os óleos básicos naftênicos não escaparam das dores da queda dos preços do petró-leo bruto e dos tensos fatores de de-manda no exterior. Os preços desses óleos caíram acentuadamente no ter-ceiro trimestre, uma vez que os produ-tores procuraram lidar com os efeitos da queda nos preços do petróleo e a perda de fornecimento de graus leves parafínicos, competindo com alguns graus na linha naftênica. A maioria dos graus perdeu cerca de 17 a 25 centa-vos de dólar por galão, com os graus leves tendo a maior redução de preço nos negócios feitos no mercado interno dos EUA.

E ainda não é o fim! Muito pelo contrário. Mudança é a palavra que de-fine hoje o mercado de óleos básicos das Américas.

Não é apenas uma questão de a produção de óle-os do grupo I recuar contra o domínio do grupo II nas Américas. Os grupos II+ e III estão em um horizonte próximo, ainda um pouco embaçado pelas incertezas envolvidas. Esses óleos básicos estão vindo para a frente de batalha, e assim também virão as polialfaole-finas (PAO). As novas formulações vão precisar deles para atender aos requisitos das especificações moder-nas. O grupo II poderá muito bem enfrentar mudanças tão dinâmicas como aquelas enfrentadas pelo grupo I hoje, com o advento do Grupo III e outros no mercado.

Base Oils Group I SN150 FOB USG Spot 2-6 WeekBase Oils Group I SN500/550 FOB USG Spot 2-6 Week

4

USD

/US

gal

Nov 14 Jan 15 Mar 15 Mai 15 Jul 15 Set 15

3

2

Figura 1

Fuel Oil Paraffinic 3% FOB USG Spot 2-6 weeksGasoil High-Sulphur Vacuum FOB USG Spot Active MonthGasoil Low-Sulphur Vacuum FOB USG Spot Active Month

2,5

1,5

0,5

USD

/US

gal

Nov 14 Jan 15 Mar 15 Mai 15 Jul 15 Set 15

Figura 2

Page 18: Revista lubes em foco - edicao 51

18

Judith Taylor é a Editora Sênior da ICIS responsável pelo mercado

petroquímico, incluindo óleos básicos. Especialista em dinâmica de

preços e logística.

Mudanças sem precedentes estão vindo para óleos de motor, na forma de rápida evolução de novas e vigorosas especificações. Essa tendência global está ditando o ritmo no mercado de óleos básicos, à medida que as especificações API buscam encontrar processos técnicos e misturar formulações para atender às próximas mudanças nos óleos de motor para automóveis de passageiros (PCMOs) e pe-sados a diesel (HDD).

Conforme afirma Bruce Royan da Infineum, a indústria está assumindo desafios significativos promovidos pela necessidade de entregar simulta-neamente uma nova geração de óleos para motores de automóveis de pas-sageiros em ambos os lados do Atlântico.

Na América do Norte, há uma atividade em desenvolvimento de testes para ILSAC GF-6, uma especificação automotiva para a área de PCMO. A especificação GF-6 destina-se a:

6 Aumentar a economia de combustível; 6 Melhorar a robustez do óleo; 6 Expandir a eficiência energética; 6 Melhorar a proteção contra o desgaste; 6 Reduzir a aeração do motor

Na Europa, a ACEA (Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis) também está atualizando as sequências europeias, que são um conjunto de protocolos, com a expectativa de que novas categorias para óleos básicos de menores graus de viscosidade devam ser incluídas. De acordo com Royan, essas sequências se combinam para apresentar um conjunto de alterações que são os mais complexos e caros desenvolvimen-tos de categorias na história da indústria.

Não é exagero dizer que o mercado global de óleo básico encontra--se em um período de mudança histórica. Essa perspectiva é sustentada pelos próprios itens que servem de base às mudanças observadas em 2015: um esforço global em direção à eficácia ambiental; regulamen-tos que visam impor rigorosos protocolos ambientais e de desempenho; novos projetos de motor; pacotes de aditivos inovadores para projetar o desempenho em diferentes tipos de óleo básico; e a progressão para bases de qualidade premium para atingir as metas.

E, por fim, a indústria está lidando com essas mudanças durante um período crítico de baixos preços do petróleo bruto, que podem ou não ofe-recer aos refinadores um nível aceitável de margem, mas que certamente provoca a volatilidade no mercado de óleos básicos.

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Page 19: Revista lubes em foco - edicao 51

19

A reformulação dos óleos para turbinas, de modo a obter maior estabilidade à oxidação a partir da substituição dos óleos básicos grupo I para o grupo II, gerou um efeito colateral

indesejado. Essas novas formulações mostraram-se susceptíveis à formação de verniz e seus precursores em determinadas condições de operação.

Em decorrência desse fato, constituiu-se um desafio na predição das reais condições do óleo lubrificante em uso e da subsequente formação de depósitos, principalmente em razão dos resultados menos confiáveis dos ensaios tradicionais para a predição da formação de verniz e seus precursores e, simultaneamente, da exigência de operação de turbinas sob condições severas e ininterruptas, ten-do em vista obter a maior eficiência e produtividade possível desses equipamentos.

A limitação das análises tradicionais de rotina, relacionada à detecção da maioria dos produtos po-lares submicrométricos resultantes da própria degra-dação do lubrificante, é uma das razões para a ocor-rência de tais predições com menor confiabilidade. Uma outra causa importante deve-se à aplicação das atuais formulações dos óleos para turbinas que não apresentam degradação linear, tornando desafiadora a predição de quando o lubrificante começará a for-mar os depósitos rapidamente.

Essa não linearidade da degradação dos lubri-ficantes é uma característica dos óleos modernos para turbinas relacionada aos seguintes parâmetros: seleção dos antioxidantes, solubilidade e estabilida-de à oxidação dos óleos básicos grupo II. Uma vez que os antioxidantes são deteriorados, esses óleos tornam-se mais susceptíveis à oxidação e, conse-quentemente, a produzir verniz de forma drástica. Portanto, a maioria dos testes tradicionais de análise de óleo não evidenciam, com a predição adequada, quando o lubrificante começará a se degradar rapi-damente e a formar verniz.

Existem algumas técnicas de mitigação, como a fil-tragem eletrostática ou por filtros de profundidade, que são aplicadas para casos extremos de formação de ver-niz. No entanto, a prevenção da formação de verniz em superfícies metálicas segue como a indicação a ser rea-lizada, em primeiro lugar, com um propósito de aumentar a confiabilidade da operação e evitar maiores custos, tanto de mitigação em relação ao consumo de óleo lu-

Por: Igor Ferreira Di Renna Santos e Antonio Traverso

Novas Técnicas Para a Detecção de Verniz em

Óleos para TurbinasBásicos do Grupo II podem produzir

efeito colateral com formação de verniz

Page 20: Revista lubes em foco - edicao 51

20

brificante quanto ao de indisponibilidade operacional, ou até mesmo da ocorrência de falha catastrófica.

Para que esse propósito seja alcançado, a não confiabilidade das técnicas tradicionais de predição da degradação do lubrificante e, também, da formação de verniz será fundamentada adiante nos ensaios Total Acid Number (TAN), Rotating Pressure Vessel Oxidation Test (RPVOT) e Contagem de Partículas. De forma com-plementar, será indicada a utilização de novos métodos de predição como: Membrane Patch Colorimetry (MPC), Remaining Useful Life Evaluation Routine (RULER) e Ultra Centrifuge.

Descrição das análises usuais

Assim como os laboratórios de vanguarda, os prin-cipais especialistas estão desenvolvendo uma série de pesquisas em que há uma concordância sobre os mé-todos tradicionais utilizados para a análise de óleo para turbina. Para esses métodos, os resultados não são evi-dentes para que exista uma predição da real condição do lubrificante e, também, sobre a respectiva degrada-ção e formação de verniz. Nesse sentido, os resultados dos métodos tradicionais a seguir são os mais discuti-dos na predição de óleos para turbinas.

Total Acid Number (TAN)

O número de acidez total representa o nível de aci-dez do óleo, por meio da aferição da quantidade de base que é requerida para a neutralização dos ácidos contidos no óleo, aplicando-se a titulação com um rea-gente básico hidróxido de potássio (KOH). Os resulta-dos são reportados em massa de KOH, em miligramas, que é requerida para neutralizar um grama de óleo que está sendo testado. A norma ASTM D4378 (In service Monitoring of Mineral Turbine Oils for Steam and Gas Turbines) recomenda o aumento de 0,3 a 0,4 mg KOH/g como valor limite de alerta para óleos novos e, a partir desses valores, qualquer aumento significante no resul-

tado do número de acidez total deve ser investigado, devido à existência da não linearidade da degradação dos óleos modernos para turbinas.

Recentemente, estão sendo demonstrados casos nos quais são encontrados um potencial para formação de verniz, sem alteração no resultado do TAN e, além disso, destacam-se significativos problemas relaciona-dos ao verniz quando constatado o aumento do número de acidez, pois há a formação de outros precursores que não são ácidos.

Esse teste fornece resultados com limitada pre-cisão (±40% de reprodutibilidade segundo a norma ASTM), susceptível à inconstância e variabilidade dos operadores. Também não é recomendado comparar resultados entre diferentes operadores ou laboratórios.

Rotating Pressure Vessel Oxidation Test (RPVOT)

O Rotating Pressure Vessel Oxidation Test (RPVOT– ASTM D2272) é um ensaio que mensura a estabilidade à oxidação de um óleo em operação. Esse método não é proposto para comparar dois óleos novos ou quimi-camente diferentes e, segundo a norma ASTM D4378, definiu-se que 25% do valor RPVOT de um óleo novo é o limite inferior. Quando for obtido esse resultado, a substituição do óleo deverá ser indicada.

Frequentemente, o resultado do RPVOT não esta-belece uma relação direta com a performance real dos óleos modernos para turbinas, devido à aplicação de inerentes antioxidantes fornecedores de altos valores para o RPVOT que, ao mesmo tempo, são responsá-veis pela formação de grandes quantidades de insolú-veis diretamente correlacionados à formação de verniz. Assim, o uso desses antioxidantes contribui tanto para o alto valor RPVOT, como para o aumento dos proble-mas relacionados ao verniz em turbinas a gás e a vapor.

Além desse motivo, os valores do RPVOT podem estar fortemente influenciados pela adição de certos ti-pos de inibidores de corrosão e metal pacifiers. Esses aditivos ocultam os efeitos do catalizador de bobina de fio de cobre, fornecendo resultados alterados e que in-dicam falsamente as propriedades dos antioxidantes do fluido. Usualmente, muitas formulações de óleos para turbina possuem uma queda acentuada dos va-lores de RPVOT durante o primeiro ano de serviço, por causa da degradação desses inibidores de corrosão.

A reprodutibilidade do RPVOT é muito pequena acima de 1000 minutos, não sendo recomendada pela

Page 21: Revista lubes em foco - edicao 51

21

ASTM. A maioria dos óleos comercialmente disponíveis para turbinas comportam-se dessa forma e, em alguns casos, muito acima dos 1000 minutos. Em decorrência dessa situação, não existe uma concordância sobre o ponto final do teste, ainda que a ASTM determine o ponto final como sendo o tempo decorrido na queda de 175 KPa em relação à pressão máxima.

Contagem de partículas

A contaminação por partículas pode ser mensu-rada por meio de dois métodos: o primeiro consiste na passagem do óleo por um feixe de luz, levando em con-sideração que qualquer material que intercepte o feixe é contabilizado como uma partícula; o segundo método é aplicado através da passagem do óleo por uma malha de tela calibrada que, essencialmente, captura partícu-las duras. Caso exista uma diferença significante entre os resultados dos dois métodos, deve-se à presença de água, contaminantes suaves ou insolúveis.

A ineficiência da aplicação dos contadores de partícu-las é referente à dimensão dos contaminantes, pois existe o predomínio de contaminantes insolúveis que são menores que 1 mícron e, notavelmente, são de tamanhos inferiores ao limite de detecção dos contadores de partículas.

Descrição dos novos métodos

Tendo em vista o aumento da confiabilidade da análise de óleos para turbinas, indica-se que a rotina de testes seja contemplada pelos métodos mais adotados recentemente e que serão tratados a seguir, de modo a consolidar a relevância e, inclusive, a respectiva indis-pensabilidade para uma predição adequada.

Ultra Centrifuge

A realização da ultracentrifugação tem como obje-tivo detectar as primeiras partículas insolúveis da degra-dação do óleo que, devido ao tamanho submicrométrico, não são identificadas no detector de partículas. Uma pe-quena amostra de óleo, não diluída, é colocada em um tubo especial de teste para ser centrifugada entre 17.500 e 20.000 RPM durante 30 minutos. Devido à força gravi-tacional experimentada durante a ultracentrifugação, tais partículas são concentradas no final do tubo.

Os resultados desse teste são reportados em uma escala de 1 a 8, em que os valores 4 e 5 sinalizam

para um princípio de potencial para formação de ver-niz. As classificações 5 e 6 indicam uma condição de dubiedade em relação à condição do óleo em serviço e, consequentemente, uma necessidade de maior fre-quência de amostragem e monitoramento. A indicação de uma forte tendência para formação de verniz é ex-pressada pelas classificações 7 e 8.

Remaining Useful Life Evaluation Routine (RULER Test)

O RULER Test é fundamentado por quatro normas ASTM (D7590, D6971, D6810 e D7527) para monitorar os antioxidantes e, individualmente, determinar o per-centual de antioxidantes remanescentes por meio da comparação com os resultados de uma amostra de óleo novo de referência. Esse método não é influencia-do por outros componentes de aditivos que adulteram os resultados, diferentemente do FTIR (“Fourier trans-form infrared spectroscopy”).

A metodologia do RULER Test consiste na aplica-ção da voltametria de varredura linear para, com rapi-dez e acurácia, mensurar a degradação relacionada aos antioxidantes a base de fenol e amina aromática, que são os antioxidantes primários aplicados na maio-ria dos óleos industriais e para turbinas.

Membrane Patch Colorimetry (MPC)

Atualmente, os laboratórios de vanguarda estão priorizando este método que, além de ser aplicável em laboratório, também é válido para testes em campo. O procedimento, normatizado pela ASTM D7843, consiste na extração de contaminantes solúveis de uma amostra de óleo de turbina em serviço, que é realizada em uma membrana de nitrocelulose de 47mm de diâmetro e 0,45μm de diâmetro médio de poros. A cor no fragmen-to de membrana é analisada por um espectrômetro, sendo o resultado reportado por um valor ΔE no sistema de cores subtrativas CIE LAB e, conforme o resultado, é indicado um potencial de formação de verniz.

Testes complementares: MPC e Ruler Test

Os métodos Membrane Patch Colorimetry e RULER Test são complementares. O RULER Test é responsável por identificar a degradação dos antioxidantes e provi-denciar um alarme crítico quando for iniciada a degra-

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22

dação exponencial do óleo e. Complementarmente, a indicação do potencial de formação dos produtos des-sa degradação é referente ao MPC.

Esses dois testes são apropriados para uma pre-dição da formação de depósitos em lubrificantes com formulação moderna e, simultaneamente, providenciam a oportunidade de uma ação proativa. A Figura 1 de-monstra a aplicação complementar desses dois testes.

Técnicas de mitigação de verniz

Uma vez que o óleo em operação encontra-se no nível saturado e, portanto, susceptível à deposição de verniz, torna-se relevante a aplicação de técnicas de mitigação. O objetivo dessa intervenção é reverter a sa-turação e, até mesmo, proceder à remoção do verniz. Em seguida, será apresentada a essência das princi-pais técnicas disponíveis para o embate contra o verniz e seus precursores.

Electrostatic Liquid Cleaners (ELC)

Esta técnica de mitigação utiliza a força eletrostáti-ca com a finalidade de atrair os contaminantes polares. Realiza-se o bombeamento do óleo para o equipamen-to ELC e, por meio da passagem do óleo através de sucessivos anodos e catodos, decorre a eletroforese, processo pelo qual as partículas que estão carregadas negativamente são atraídas para a zona positiva de re-moção e, ao mesmo tempo, as partículas dotadas de carregamento positivo são atraídas para a zona nega-tiva de remoção. O processo de dieletroforese aconte-ce simultaneamente, em que as partículas neutras são atraídas pela deformação do campo elétrico.

A Filtragem Eletrostática é sensitiva à presença de água e, acima de 500 ppm, a eficiência da separação eletrostática torna-se inferior devendo atentar-se para a aplicação sob pequenas vazões. Apesar dessas limita-ções, a aplicação não degrada os aditivos que foram adicionados ao óleo e, efetivamente, remove os conta-minantes submicrométricos, incluindo os produtos inso-lúveis da degradação do óleo.

Balanced charge agglomeration (BCA)

Este processo consiste na aglomeração de partí-culas contaminantes por atração eletrostática que, de-vido ao aumento de tamanho, podem ser removidas por filtros convencionais. O processo BCA™ Sub-micron Purification é patenteado pela ISOPur Fluid Technologies, Inc. e, assim como o método anterior, é sensitivo à pre-sença de água e de outros contaminantes condutores.

Primeiramente, o fluido contaminado é forçado a passar por dois percursos distintos, em que uma série de eletrodos são responsáveis por carregar as partícu-las positivamente em um percurso e negativamente no outro. Em seguida, as correntes de fluido são recom-binadas com a imposição de fluxo turbulento e, assim, os contaminantes ionizados são atraídos devido à dife-rença de carga, aumentando de tamanho por meio da aglomeração de partículas. Consequentemente, essa aglomeração constitui-se em tamanho micrométrico, permitindo que as partículas contaminantes sejam pas-síveis de remoção por filtros convencionais absolutos.

Depth Media Filters (DM)

O filtro de profundidade é adequado para remover partículas em suspensão com até 3 µm de tamanho apro-ximadamente. Em contrapartida, muitos desses meios fil-trantes são construídos com materiais polares de celulose e, nesses casos, os produtos polares da degradação do óleo são atraídos devido à natureza polar e, posteriormen-te, são adsorvidos nas fibras.

A aplicação dos filtros de profundidade constitui uma técnica que, além de ser simples e economicamente rele-vante, é efetiva para a remoção de partículas contaminan-tes polares em suspensão. Diferentemente das aplicações das técnicas eletrostáticas, os filtros de profundidade são aplicáveis perante uma larga escala de vazão, desde pe-quenas vazões (<5gpm) até altas vazões (>50gpm).

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23

Igor Ferreira Di Renna Santos é Engenheiro

Mecânico e aluno do programa de Pós-

Graduação em Engenharia Mecânica da

Universidade Federal Fluminense

Electrophysical separation process (ESP)

A tecnologia ESP da Fluitec consiste na seleção de um meio filtrante customizado para adsorver, ou re-agir, com os contaminantes orgânicos específicos, sem afetar os componentes químicos dos aditivos.

Em decorrência da formação diferenciada dos contaminantes para cada óleo em operação, a aplica-ção de um meio filtrante especializado é responsável por um aumento de performance deste processo de mi-tigação. Comparativamente com as técnicas anteriores, esta técnica de mitigação provém uma performance su-perior quando utilizada corretamente.

Conclusão

As novas formulações de óleos para turbinas for-necem maiores benefícios em performance; no entanto, a irrefutável susceptibilidade para formação de verniz é uma adversidade indesejada dessas formulações mo-dernas. Além disso, devido à não linearidade da degra-dação, as técnicas tradicionais de análise de óleo não são suficientes para uma predição adequada.

Em decorrência da necessidade de aprimorar a rotina de ensaios, foram desenvolvidos novos métodos como: Ultra Centrifuge, RULER Test e Membrane Patch Colorimetry. A aplicação desses métodos constitui um grande avanço para o aumento da confiabilidade da predição da formação de verniz e, ainda que inevitavel-mente seja necessário executar uma das técnicas de mi-tigação, o enorme custo evitado devido a uma troca de carga do lubrificante, ou a uma eventual indisponibilida-de operacional, ou, até mesmo, por uma falha catastrófi-ca da turbina, é indiscutivelmente importante.

Antonio Traverso Júnior é engenheiro

e Consultor Sênior de Lubrificantes da

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Page 24: Revista lubes em foco - edicao 51

24

Muito se comenta sobre a contaminação de óleos lubrificantes por material particula-do sólido e seu efeito sobre a vida útil dos equipamentos mecânicos móveis e indus-

triais. É bem sabido que a melhoria no nível geral de limpeza dos óleos lubrificantes, medido pelo Código de Contaminação Sólida ISO 4406:1999, pode resultar em aumentos substanciais na vida útil de componen-tes móveis sensíveis, como bombas de palhetas e pis-tões, servo-válvulas utilizados em sistemas hidráulicos, bem como de mancais de deslizamento e de elemen-tos rolantes. São gastos pelas empresas, anualmente, volumes consideráveis de recursos em sistemas de fil-tração de óleos lubrificantes, na tentativa de reduzir a contaminação por material particulado sólido, havendo, com esse investimento, sensível redução nas falhas de equipamentos móveis e industriais, somente pela me-lhoria do nível geral de limpeza dos óleos lubrificantes.

É fato, no entanto, que, em algumas condições de operação e ambientes, a contaminação dos óleos lu-brificantes por água é mais insidiosa que a de material particulado sólido, e essa situação, com certa frequên-cia, é negligenciada como causa primária de avarias catastróficas de equipamentos industriais e móveis.

A água pode estar presente nos óleos lubrificantes em três fases ou estados. O primeiro estado, conheci-do como água dissolvida, é caracterizado por molécu-las individuais de água dispersas por todo o volume de óleo lubrificante. Água dissolvida em óleo lubrificante é comparável à umidade presente no ar atmosférico em um dia úmido – sabemos que a água está presente, mas, como ela está dispersa molécula a molécula, é peque-na demais para ser vista a olho nu. Por essa razão, um óleo lubrificante pode conter quantidade significativa de água dissolvida sem nenhuma indicação visível de sua

Por: Marcos Thadeu G. Lobo

Efeitos da Contaminação dos Óleos Lubrificantes

por Água

Foto 1 – Óleo lubrificante contaminado por material particulado sólido

Foto 2 – Condensação de umidade em redutor de velocidades

Page 25: Revista lubes em foco - edicao 51

25

presença. A maioria dos óleos lubrificantes industriais, tais como fluidos hidráulicos, óleos para turbinas etc., podem suportar de 200 ppm – 600 ppm (0,02% - 0,06%) de água no estado dissolvido, dependendo da tempera-tura e do estado de envelhecimento do óleo lubrificante. Óleos lubrificantes envelhecidos (oxidados) podem su-portar três a quatro vezes mais água no estado dissolvi-do que óleos lubrificantes novos.

Uma vez que a quantidade de água excedeu o ní-vel máximo para permanecer dissolvida, o óleo lubrifi-cante fica saturado. Nesse ponto, a água fica suspensa no óleo lubrificante em forma de gotículas e é conhecida como emulsão. Esse fato é similar a um nevoeiro que se forma em um dia frio de inverno. Nesse caso, a quanti-dade de umidade no ar excedeu o Ponto de Saturação, resultando em uma suspensão de pequenas gotículas de umidade que chamamos de cerração . Em um óleo lubrificante, esse “nevoeiro” é frequentemente conheci-do como névoa, e diz-se que o óleo lubrificante, nessa situação, está com aspecto turvo ou com turbidez.

Em um sistema de lubrificação, os dois estados mais danosos são a água livre e a água emulsificada. Em mancais de deslizamento, por exemplo, a incom-pressibilidade da água em relação ao óleo lubrifican-te pode resultar em uma perda do filme hidrodinâmi-co da película de óleo lubrificante que, por sua vez, levará ao desgaste prematuro. Pequenas quantida-des de água (ex: 1%) podem reduzir a expectativa de vida de um mancal de deslizamento em 90%. Para mancais de elementos rolantes, a situação é bastante pior. A água livre ou emulsificada não somente des-truirá a resistência do filme de óleo lubrificante como também, nas elevadas temperaturas e pressões ge-radas na zona de carga de um mancal de elementos rolantes, poderá gerar uma vaporização instantânea (flash) levando ao desgaste erosivo.

Sob certas condições, moléculas de água po-dem ser rompidas em seus constituintes, átomos de hidrogênio e de oxigênio, como resultado das altas pressões geradas na zona de carga de mancais de elementos rolantes. Em face de seu tamanho relati-vamente pequeno, os íons de hidrogênio produzidos nesse processo podem absorver-se pela superfície das pistas dos mancais de rolamento resultando em um fenômeno conhecido como fragilização por hidro-gênio (embrittlement), uma mudança sub-superficial na metalurgia no metal da pista.

A fragilização por hidrogênio (embrittlement) leva o material da pista do mancal de rolamento a tornar-se frágil ou quebradiço e propenso a apresentar fraturas abaixo da superfície da pista. Quando essas fraturas sub-superficiais se espalham para a superfície, os re-sultados podem ser pittings e escamações.

Pelos efeitos causados, a presença de água livre ou emulsionada é muito mais danosa em comparação à da água dissolvida e o proceder sábio é manter os ní-veis de umidade nos óleos lubrificantes bem abaixo do Ponto de Saturação. Para a maioria dos óleos lubrifican-tes em serviço, isso significa manter a contaminação por umidade entre 100 ppm - 300 ppm e, dependendo do tipo do óleo lubrificante e da temperatura, em níveis mais baixos. Contudo, mesmo mantendo-se os níveis de umidade na faixa de 100 ppm – 300 ppm, danos significativos podem ocorrer nos elementos de máqui-

Foto 3 – Estados da água no óleo lubrificante: dissolvida, emulsionada e livre

Foto 4 – Vida remanescente de mancal de rolamento x conteúdo de água

Foto 5 – Fragilização por hidrogênio (embrittlement) de pista de mancal de rolamento

Page 26: Revista lubes em foco - edicao 51

26

nas que estiverem operando com óleos lubrificantes com esses teores de contaminação por água. A bem da verdade, pode-se dizer que não existem níveis tole-ráveis de contaminação por água, e todos os esforços razoáveis devem ser realizados para que se mantenha a contaminação dos óleos lubrificantes por água tão pequena quanto possível.

A presença de água no óleo lubrificante não ape-nas tem um efeito danoso direto aos componentes mó-veis do equipamento, como também envelhece preco-cemente o óleo lubrificante. Óleos lubrificantes conta-minados com água podem se oxidar dez vezes mais rapidamente, conforme o teor de água presente, e ter encurtada drasticamente a sua vida útil, particularmen-te se estiverem presentes metais que possam catalisar o processo, tais como cobre, chumbo e estanho. Certos tipos de óleos lubrificantes sintéticos, tais como ésteres fosfatados e ésteres dibásicos, são conhecidos por re-agir com a água, o que provoca a sua degradação e formação de compostos ácidos.

Não apenas o óleo básico pode ser afetado pela contaminação por água. Certos aditivos como os an-tidesgaste (AW) e extrema pressão (EP), que contém enxôfre em sua composição, como os antioxidantes fenólicos, são prontamente hidrolizados pela água, re-sultando tanto na depleção desses aditivos como na formação de compostos ácidos que podem causar desgaste corrosivo, particularmente em componentes mecânicos contendo metais macios, como o Babbitt, usados em mancais planos, assim como em peças de bronze e latão. Outros aditivos como os agentes demul-sificantes, detergentes e inibidores de ferrugem podem

ser arrastados pela água, se a contaminação for exces-siva, resultando em formação de borras e sedimentos, obstrução de filtros de óleo lubrificante e reduzida de-mulsibilidade óleo/água.

Para se controlar os níveis de umidade presentes nos óleos lubrificantes, devemos ter disponíveis meios para detectar a sua presença. Existem vários testes em que se pode mensurar o nível de água existente em óleos lubrificantes, variando de testes bastante simples e baratos até os mais complexos e caros, que podem quantificar a água em ppm (mg/kg).

O ensaio mais básico para detecção de água em óleos lubrificantes é o Teste da Crepitação. Nesse teste, uma chapa metálica é aquecida a 130ºC, e uma peque-na gota de óleo lubrificante é colocada em seu centro. Qualquer umidade presente no óleo lubrificante é acu-sada através do número de bolhas observadas, à me-dida que a água se vaporiza. Dependendo do tipo de óleo lubrificante, se poucas e relativamente pequenas bolhas se apresentam, isso indica a presença de, apro-ximadamente, 500 ppm – 1000 ppm (0,05% - 0,1%) de água. Maior número de bolhas com tamanhos maiores podem indicar, aproximadamente, de 1000 ppm – 2000 ppm (0,1% - 0,2%) de água, ao passo que sons de cre-pitação audíveis indicarão níveis de umidade acima de 2000 ppm (0,2%). O Teste da Crepitação é sensível, no entanto, apenas à água livre e à água emulsificada.

Outro teste simples para detecção da presença de umidade em óleos lubrificantes e que pode ser re-alizado pelos próprios usuários é o uso de uma célula de pressão em que a amostra é preparada com um reagente químico (hidreto de cálcio), colocada em um receptáculo e agitada vigorosamente. A mudança

Foto 6 – Óleo lubrificante contaminado por material particulado sólido

Foto 7 – Formação de borra em turbina hidráulica

Page 27: Revista lubes em foco - edicao 51

27

Fischer para evitar interferências causadas por aditivos EP e AW sulfurosos.

Qualquer que seja o método usado para deter-minar os níveis de água em óleos lubrificantes, fato é que a água é importante causa na falha dos óleos lubrificantes, nas falhas de componentes mecânicos e na redução da confiabilidade dos equipamentos me-cânicos. Como qualquer outro tipo de contaminante, é importante não apenas reconhecer a sua presença como, também, tomar iniciativas para controlar ou eli-minar o seu ingresso nos equipamentos mecânicos. Caso seja possível, os níveis de água nos óleos lubrifi-cantes presentes em equipamentos mecânicos devem ser mantidos abaixo do Ponto de Saturação, fazendo--se esforços para manter os níveis tão baixos quanto possível. A instalação de filtros dessecantes em respi-radouros, a melhoria de retentores, o uso de carros de filtração com elementos filtrantes dessecantes, sepa-radoras-centrifugadoras ou unidades de desidratação a vácuo reduzirão bastante o nível de água nos óleos lubrificantes e aumentarão sobremaneira tanto a vida útil dos óleos lubrificantes como dos equipamentos mecânicos lubrificados por eles.

da pressão dentro da célula é monitorada para deter-minar se água na forma livre está presente. O custo desse ensaio é relativamente baixo, embora devam ser considerados os custos dos reagentes bem como problemas relacionados à segurança e saúde no ma-nuseio dos reagentes.

O método mais apurado para se determinar a quantidade de água livre, emulsificada e dis-solvida em uma amostra de óleo lubrificante é o ensaio de umidade Karl Fischer. Quando usado corretamente, o teste de Karl Fischer é capaz

de quantificar níveis de água tão baixos quanto 10 ppm (0,001%) e deve ser o método preferido quando concentrações mais exatas de água necessitam ser conhe-cidas. Porém, cuida-do deve ser tomado ao usar o método de Karl

Foto 8 – Teste da Crepitação

Foto 9 – Célula de pressão utilizando hidreto de cálcio

Foto 10 – Ensaio de umi-dade por Karl Fischer

Foto 11 – Unidade de desidratação de óleo lubrificante a vácuo

Marcos Thadeu Giacomini Lobo é Engenheiro

Mecânico e Consultor Técnico em

Lubrificação da Petrobras Distribuidora S.A.

Page 28: Revista lubes em foco - edicao 51

28

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350

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Mil m3

SUL SUDESTE NORTE NORDESTE CENTRO OESTE0

70

193.971 181.197

530.566

78.246 74.635

149.033153.752

109.745 105.344

2014

2015

560

508.531

Total de lubrificantes por região

SUL SUDESTE NORTE NORDESTE CENTRO OESTE

2014

2015

0

300

350

250

200

150

100

50

147.204 138.996

327.756

62.38560.127

114.449 108.351

79.84483.797

Mil m3 Lubrificantes automotivos por região

306.452

0

25

50

75

35.50939.480

34.40436.011

20.857 20.804

Mil m3

200

175

150

125

100

SUL SUDESTE NORTE NORDESTE CENTRO OESTE

2014

2015

185.682 186.538

13.581 12.399

Lubrificantes industriais por região

Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2015/2014 por região (período jan-out)

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.

Análise comparativa por produtos

Mil m3

0

600

700

500

800

400

300

200

100

2014

2015

IND

US

TRIA

IS

291.261

AU

TOM

OTI

VOS

735.591693.771

294.003

GR

AX

AS

(t)

33.70936.686

O mercado em foco

O mercado brasileiro de lubrificantes no 1º semestre de 2015

LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao 1º semestre de 2015, fruto de pesquisa realizada pela Editora Onze junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números de todos os produtores.

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras e Pesquisa Lubes em Foco

Óleos Básicos: Mercado Total: 628.649 m3

Produção Local: 444.730 m3

Refinarias: 332.648 m3

Rerrefino: 112.082 m3

Importação: 219.600 m3

Exportação: 35.700 m3

Mercado Total Óleos Lubrificantes: 694.000 m3

Produção Local: 698.000 m3

Automotivos: 487.900 m3Industriais: 210.100 m3

Importação de óleos acabados: 11.500 m3Exportação de óleos acabados: 15.500 m3

Mercado Total Graxas: 25.500 t

* Não considerados óleos brancos, isolantes e a classificação “outros”.Obs: Os óleos de transmissão, de engrenagens e os óleos básicos ven-didos à indústria estão incluídos no grupo dos industriais

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29

Cosan/Mobil

PetronasIpiranga

BRChevron

Outros

ShellIngrax

19,3%

16,6%

14,5%13,8%

12,0%

8,3%

7,5%

8,0%BR

IpirangaMobilShellChevronPetronasCastrolYPFTotal Lubrif.outros

26,0%

13,8%

13,6%8,7%

8,4%

8,2%

2,1%1,9%

1,7%

15,5%

Participação de Mercado de Graxas1º Sementre de 2015

Participação de Mercado de óleos 1º Sementre de 2015

NOTA: Os dados de mercado correspondentes a anos anteriores podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.

Page 30: Revista lubes em foco - edicao 51

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Programação de Eventos

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para [email protected], e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.

CursosData Evento

2016

A ser definidoAbril, 4

Lubrificantes e Lubrificação - Rio de Janeiro: www.ibp.org.br/cursosAnálise de Falhas e Soluções de Problemas de Equipamentos Mecânicos - Rio de Janeiro: www.ibp.org.br/cursos

Nacionais

Internacionais Data Evento

2016

Fevereiro, 17 a 19Março, 8 a 11Abril, 16 a 19Maio, 15 a 19Outubro, 17 a 20

20th.ICIS World Base Oil & Lubricants Conference - Londres, Inglaterra : http://www.icisworldbaseoils.comFuels and Lubes Week 2016 - Cingapura: www.fuelsandlubes.com/flweek/28th. ELGI Annual General Meeting - Veneza - Itália: www.elgi.org71st.STLE Annual Meeting & Exhibition - Las Vegas, EUA: www.stle.orgILMA Annual Meeting 2015 - Boca Raton, Flórida, EUA - www.ilma.org/events

Data Evento

2016

Abril, 25 a 29Maio, 17 e 18Junho, 14 e 15

23º Agrishow 2016- Ribeirão Preto. São Paulo: www.congresso-fenabrave.com.br6º Seminário de Laboratório - Rio de Janeiro: www.ibp.org.br6º Encontro com o Mercado - América do Sul - Rio de Janeiro - RJ; www.lubes.com.br

Page 31: Revista lubes em foco - edicao 51

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O Maior Evento de Lubrificantes da América do Sul

14 e 15 de junho de 2016

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