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Revista Lugar de Notícias - Edição 12

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A edição de aniversário da revista Lugar de Notícias traz como tema principal o problema da mobilidade urbana em Cachoeiro de Itapemirim. Especialistas no tema debatem soluções para a cidade se tornar sustentável no trânsito.

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Aos nossos leitores

Cartas para a redação

Erramos

Opiniões, sugestões e comentários:

Revista Lugar de NotíciasPraça Jerônimo Monteiro, 57 - Ed. San Pablo,

5º andar, sala 507 - CentroCEP: 29300-170

Cachoeiro de Itapemirim - ES

E-mail: [email protected] 3518-7114

Por questão de espaço, as cartas poderão serpublicadas resumidamente e deverão conter o nome completo, endereço e número do telefone do autor.

Participe.

Aqui é o seu lugar!

A foto da receita da berinjela árabefoi feita pelo Studio 75 ("Sabores", Edição 11, pág. 40).

No Facebook: Revista Lugar de NotíciasNo site: www.lugardenoticias.com.br

GUILHERME GOMES DE SOUZADiretor de redação

A construção para ser bem es-tável precisa de uma boa base. Não se constrói uma estrutura num piscar de olhos. É preciso planeja-mento e, sobretudo, determinação. Enfrentar um mundo avesso a mu-dança de paradigma quando se encontra facilmente construções feitas com bases frágeis e apenas maquiadas, revela o quanto se pode comprometer o futuro. Quem dá bola para planejamentos e meio ambiente sustentável quando há a praia, a balada, bastante bebida e o clientelismo? Ainda se tem a sa-tisfação de responder: Muita gente. Por isso, Lugar de Notícias completa 1 ano de conteúdo comprometido com informação dosada de exclusi-vidade e conhecimento. Certamente quem esteve nesta Revista durante este primeiro ano, seja na forma de matérias ou anúncios, participou de um projeto de futuro e de compro-metimento com a vida. Parabéns!

A matéria de capa desta edição traduz muito bem as más conse-quências da falta de planejamen-

to. Tem um ditado popular que diz “quando a cabeça não pensa, o corpo paga”. Não se pensou o futuro da cidade. O imediatismo falou mais alto. E o que se vê hoje? O corpo pagando. E a culpa? Cer-tamente não é da atual administra-ção nem dos que estão vivos neste momento. Mas pode-se começar. Nada adianta ter boas ideias se não programá-las de forma sábia e consciente para que sejam efetiva-das. Cidades como Cachoeiro de Itapemirim (ES) ainda são conside-radas do interior, mas já demons-tram a monstruosidade da opção por imediatismo. Talvez no futuro, muito embora não vivos para ver, não serão necessários escrever edi-toriais como este. Para tanto, é pre-ciso começar e priorizar. Mudança de paradigma está perfeitamente dentro do comprometimento com a verdade. O momento é de brindar, mas antes, precisamos socorrer os náufragos. Aqui é o seu lugar de comprometimento com a vida. Não tem limites para vagas.

6 Meu pé de carambolapor Mônica Perim

7 Calendário Ambiental

7 Sabores

8 Proibição ou Compensação?por Victor Castro

9 Memóriaspor Sandro Mancini

10 Maria-sem-vergonhapor Claudia Sabadini

12 Sustentabilidade desde a infância!por Léo Alves

14 Tem Jeito?20 Ar-condicionado por computador

22 Depoimentos - 1 ano Lugar de Notícias

26 Seu Lugarpor Guilherme Gomes de Souza

28 Especial Monumento Natural do Itabira

30 Produtor de leite poderá ter dias melhores

32 Vitrine

34 O Futuro do Trabalho –Impacto dos novos acontecimento

por Wéliton Roger Altoé

36 Caos Fundiáriopor Xico Graziano

38 O criminoso "de menor" e aquestão da maioridade penal

por Rivair Carlos

40 Giro Ambiental

41 Floresta Nacional de Pacotubarecebe12 mil mudas da Foz

CAPAFoto: Guilherme Gomes

de Souza

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PUBLICAÇÃO MENSAL

LUGAR DE NOTICIAS LTDA - MECNPJ: 17.276.669/0001-03

Praça Jerônimo Monteiro, 57 - CentroEd. San Pablo, 5º andar - Sala 507

Cachoeiro de Itapemirim - ESCEP 29300-17028 3518-7114

O conteúdo das matérias e artigos assinados, bem como as publicidades e os anúncios, são

de inteira responsabilidade de seus autores.

EQUIPE LUGAR DE NOTÍCIASDIRETOR DE REDAÇÃO

Guilherme Gomes de Souza

COMERCIAL E ASSINATURAS Márcia Leal (28) 9935-6584

(28) [email protected]

JORNALISTASara MoreiraMTb 2753-ES

[email protected]

REVISÃOSara Moreira

FOTOGRAFIAMárcia Leal

DIAGRAMAÇÃO E ARTEAlessandro Souza

IMPRESSÃOGrafitusa

Vitória (ES)(27) 3434-2200

COLUNISTAS E COLABORADORES

Carlos de Andrade Junior, Cláudia Sabadini, Felipe Carreiro, Léo Alves, Luan Faitanin Volpato, Mônica

Perim, Rivair Carlos de Moura, Sandro Mancini, Victor Castro, Wéliton Altoé, William Rocha Souza e

Xico Graziano.

Lugar de Notícias representa mudança de paradigma

Edição12 1Ano

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Quando li Meu Pé de Laran-ja Lima, de José Mauro de Vasconcelos, a frase que mais me marcou foi a de

Zezé falando para seu pai: “Já corta-ram, Papai, faz mais de uma sema-na que cortaram o meu pé de laranja lima”. E foi como o menino levado do livro que me senti quando cortaram meu pé de carambola, que na verda-de não é meu uma vez que moro em uma casa alugada, mas vou compar-tilhar com vocês essa história.

Mudei há quase quatro anos para um prédio no bairro Indepen-dência, com uma bonita fachada. Uma residência perto da escola das meninas era tudo o que eu precisa-va na época e, embora fosse bem antiga, todos nos apaixonamos pela nova moradia. Na parte da frente há uma sala de estar, um quarto e uma varanda com ganchos, onde penduramos uma colorida rede e relaxamos nas muitas noites quen-tes ou nas raras noites frias de Ca-choeiro. Um longo corredor liga a sala à copa e à cozinha, cada qual com uma báscula. No quintal dos fundos, um frondoso pé de caram-bola enfeitava a báscula da copa, e nos presenteava todo final de ano com grandes e deliciosos frutos.

MÔNICA PERIMEngenheira Química da Foz do Brasil, Presidente da

ABES-ES e Conselheira do CRQ-21ª Região

No final de 2011 a árvore estava carregada com muitas carambolas pequenas e verdes. A expectativa era de uma boa colheita, mimo para ami-gos e familiares, como fazíamos todos os anos. Mas um dia, ao chegar em casa para almoçar, vi através da bás-cula da copa somente as paredes sem reboco dos prédios vizinhos: a árvo-re havia sido podada a cerca de dois metros do chão. Fiquei tão triste e cha-teada que comecei a chorar, e tive de aguentar a gozação de minha família porque eu não chorei nos casamentos das duas filhas mais velhas, ocorridos

em meados de 2011, mas chorava pelo pé de carambola cortado.

Racionalmente entendi os motivos que levaram ao drástico corte: o pé de carambola estava derrubando o muro da divisa e deixava completa-mente sombreado nosso úmido quin-tal, mas me senti muito mal quando

Meu pé de carambola

"Fiquei tão triste e chateada que comecei a chorar, e tive de aguentar a gozação de minha

família porque eu não chorei nos casamentos das duas filhas mais velhas, ocorridos em meados de

2011, mas chorava pelo pé de carambola cortado".

vi aquele monte de galhos cheios de pequenas carambolas penduradas a se despedirem de mim. Para piorar meu estado de espírito, a visão da báscula da copa perdeu as belas to-nalidades que variavam do verde li-mão até o verde bandeira para uma melancólica tonalidade ocre, pois os prédios vizinhos debruçados sobre nosso quintal não possuem acaba-mento, deixando as lajotas expostas, semelhante a algumas favelas que só vejo na televisão e revistas.

Depois de semanas aparentemente morto, percebi o pé de carambola se recuperando, estendendo seus ramos tímidos, a princípio, como que implo-rando para o deixarem viver. Fingi que não o via nesse despentar lento, mas permanente. Hoje, mais de um ano depois de sua poda, percebo a força das folhas que começam a aparecer por detrás do tanque da área de servi-ços, já começando a encobrir as feias lajotas dos prédios vizinhos.

Vou fazer algumas mudas dessa árvore, pois sei que uma carambo-la grande e doce não é tão fácil de ser achada, e que esse pé de caram-bola, pela sua resiliência, merece e precisa ser preservado, aqui ou em qualquer outro lugar onde haja es-paço para sua existência.

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Proibição ou Compensação?

Toda conduta social que repre-sente um dano concreto ou iminente à coletividade, sem atingir diretamente liberda-

des individuais de terceiros, é passível de compensação. Essa é a premissa pela qual, creio eu, devemos rejeitar a crescente onda de ilicitude que vem tomando conta das condutas sociais, submetidas que são, progressivamen-te, a novas e injustificadas proibições.

Tudo hoje é ilícito, tudo é proibido.Há sujeitos irresponsáveis que di-

rigem em vias públicas a velocidades muito acima do recomendável, geral-mente embriagados (no real sentido do termo) ou sob efeito de drogas ilíci-tas. Então, qual a solução apresentada pelo Estado? Criminalizar a conduta de dirigir sob efeito do álcool, mesmo para aqueles que bebem moderada-mente e dirigem dentro da velocidade recomendada nas vias públicas.

Nossas crianças têm sido vítimas da má alimentação propagada em suas casas e mesmo nas escolas, sen-do assim atingidas pelos males da obesidade e afins. Então, qual a so-lução apresentada pelo Estado? Proi-

bir a veiculação de propagandas de biscoito recheado, redes de fast food, refrigerantes, etc, no rádio e na televi-são (concessões públicas, que sejam).

O cigarro comprovadamente mata, mas ainda há pessoas que não conseguem se livrar do vício. Então, qual a solução apresentada pelo Es-tado? Proibir os bares e restaurantes privados de abrirem espaços para fu-mantes, ou os comerciantes de sequer

abrirem um estabelecimento específi-co para a degustação (!) do tabaco.

Tudo hoje é ilícito, tudo é proibido.Ao invés de se criminalizar/proibir

condutas sociais em nome de uma

suposta tutela estatal ao bem-estar coletivo, sugiro que cada uma dessas condutas, entre outras que vêm sendo objeto da patrulha do politicamente correto, possa ser objeto de compen-sação por seus agentes.

O sujeito está com uma determina-da taxa de álcool no sangue ao diri-gir, mas conseguiu passar no teste dos reflexos (aquele da bolinha, que até hoje é utilizado nos estados mais libe-rais dos EUA)? Então ele paga um de-terminado seguro, preventivo, e pode seguir caminho.

Propagandas de doces e refrige-rantes (e não só essas) podem indu-zir nossas crianças ao consumismo nocivo? Então sobre elas deve recair uma taxa extra destinada à educação alimentar das crianças nas escolas e demais espaços públicos.

O comerciante tem clientes taba-gistas de 20, 30 anos em seu estabe-lecimento, e não quer perdê-los para uma nova lei idiota? Então que se au-mente o seguro por acidente de tra-balho dos seus garçons, ou se obrigue o comerciante a fornecer-lhes equi-pamentos de segurança adequados, para que eles não tenham que aspirar a fumaça do tabaco.

O que não podemos é, em nome de um bem-estar coletivo, impor proi-bições a tudo que julgamos ser nocivo à sociedade – retirando do indivíduo o direito de escolher e de arcar com o ônus de suas escolhas. Porque se a compensação nos conduz a uma reflexão sobre custo e benefício, a proibição nos conduz única e exclusi-vamente para a cadeia – ou para a marginalidade.

Temos visto, pelo jogo do bicho, a prostituição e os CD´s/DVD´s piratas, que proibir por proibir não garante a extinção social da conduta, mas sua submissão a outros crimes (ou crimi-nosos) muito piores.

Proibir não é o caminho. Para tudo na vida, deve haver escolhas.

VICtOR CAStROAdvogado e autor do blog "Paladinos da Liberdade"

(www.artousosvic.blogspot.com)

"O que não podemos é, em nome de um bem-estar coletivo, impor

proibições a tudo que julgamos ser nocivo à sociedade – retirando do

indivíduo o direito de escolher e de arcar com o ônus de suas escolhas.

Porque se a compensação nos conduz a uma reflexão sobre custo e benefício, a proibição nos conduz

única e exclusivamente para a cadeia – ou para a marginalidade".

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CláudiaSabadini

Maria-sem-vergonha

"Determinada flor é, em primeiro lugar, uma renúncia a todas as outras flores. E, no entanto, só com esta

condição é bela" (Antoine de Saint-Exupéry).

Assim como versos e canções, há flores que nos acompa-nham por toda a vida. Nas fo-tos da infância elas estão lá na

escadaria que leva à casa de meus avós. São vermelhas, rosas e brancas. Uns a chamam de Beijinho outros de Maria- sem-vergonha. Beijinho, talvez, porque seja delicada e graciosa, e Maria-sem--vergonha porque é uma florzinha in-sistente, que surge espontaneamente e cresce sem muitos cuidados e atenções. É uma flor, diríamos, muito independen-te. Acho que por isso gosto tanto dela.

Esta florzinha de aparência frágil, quem diria, gosta de umidade e calor. Talvez por isso seja comum vê-las nos canteiros e jardins de Cachoeiro de Ita-pemirim. Mas, ainda que menos exigen-te que outras flores, a Maria-sem-vergo-nha (ou Beijinho, se preferir) precisa de um olhar generoso e cuidadoso para ficar bonita o ano todo. Por conta do ca-lor excessivo, pode murchar e perder seu encanto, necessitando de um replantio. Coisa que ela aceita numa boa.

Tanta facilidade no cultivo resultou

numa desvalorização desta florzinha tão linda, que acabou com um nome um tanto depreciativo. Nada que suas singelas pétalas não resolvam. Imagi-ne um canteiro de Beijinhos coloridos a enfeitar a casa o ano inteiro?

Confesso que minha predileção tem raiz na infância. Minha avó pater-na, D. Zulmira, as cultivava perto da escada da casa e em latas de alumínio reaproveitadas. E ai de quem catasse uma! Sempre havia um neto desobe-

diente levando uma carreira da avó. Coisa boba, mas que vez ou outra me lembro quando subo estas escadas e vejo o beijinho da Vó Zulmira resistindo ao tempo, ao calor e à ausência dela.

Não escolhi esta flor para amar. Quando eu cheguei ela já estava lá, sen-do plantada, replantada, regada, cuida-da. Uma florzinha insistente, resistente e que não desiste. E uma outra vantagem: de fácil convivência com outras flores. Além de linda, é muito humilde.

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Jornalista e Escritora

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LÉO ALVESGraduando em Jornalismo, diretor, escritor e representante do Grupo Cultural ETC

Sustentabilidade desde a infância!

Sabe aquelas traquinagens da infância? Tive várias! Mas mui-tas delas já demonstravam o quanto podíamos explorar a ci-

dade e as belezas naturais do municí-pio de Muqui e da região sul capixaba de maneira criativa e empreendedora. Morava com meus avós numa casa em frente ao Rio Muqui, um rio que hoje é extremamente poluído e sem alternativas públicas de enfrentamen-to ao problema. No bairro há muitas árvores e uma aura natural herdada das florestas e das montanhas que nos cercam. Tudo isso me inspirou para que, junto com um grupo de amigos, criássemos uma associação. Veja só! Tínhamos 10 ou 12 anos de idade, e já nos envolvíamos com assuntos de gente grande!

A liberdade que eu tinha na in-fância foi importante porque pos-sibilitou que eu tivesse ideias sem medo e que eu as colocasse em prá-tica, mesmo que de forma modesta ou frustrada. Ter crescido numa ci-

dade pequena foi essencial para a minha formação. Uma experiência que quero repetir com meus filhos. Muqui pode não ser a melhor cidade para badalação, para megaeventos modernos, mas é a cidade que me inspira e que me dá tranquilidade. Será para sempre a cidade berço, não só da minha vida, mas da mi-nha liberdade. E foi assim que as brincadeiras criadas com os amigos na pequena rua sem saída foram ficando cada vez mais sérias. Na pré-adolescência, com o surgimen-to da ACN (Associação de Cultiva-ção da Natureza), procurávamos incentivar, pelo menos ao longo do bairro, a preservação da natureza e alertar sobre o desperdício da água. Promovíamos eventos e, inclusive, festas para angariar fundos para a associação. De início foi meio difí-cil e frustrante. O lucro era pouco e quase ninguém aparecia, mas com o tempo as coisas foram tomando for-ma e proporções gigantescas.

"Muqui pode não ser a melhor cidade para badalação, para

megaeventos modernos, mas é a cidade que me inspira e que me dá

tranquilidade. Será para sempre a cidade berço, não só da minha vida, mas da minha liberdade. E foi assim que as brincadeiras

criadas com os amigos na pequena rua sem saída foram ficando cada

vez mais sérias".

Lembro-me bem quando me sub-metia a subir, sem medo, num palco improvisado com uma mesa de ma-deira coberta por um lençol para falar num microfone, também improvisado, anunciando as ideias da associação e as atrações da festinha. A última festa aconteceu na adolescência e home-nageou um dos integrantes que, na época, estava adoentado. Planejamos uma linda festa. Jamais havíamos

visto a nossa pequena rua sem saída tão cheia de gente. A “Festa da Ami-zade”, como foi chamada, celebrou a união do nosso grupo e a nossa demonstração de carinho com nosso amigo e parceiro. Dias depois ele se foi. Sentimos muitas saudades. A ACN não morreu, mas pouco a pouco foi encerrando seus trabalhos, pois, afi-nal, crescíamos e nossas ambições pessoais foram mudando. Para selar tudo aquilo que vivemos, decidimos imortalizar “Floresta Encantada”. O teatro ecológico que, volta e meia, era apresentado nos eventos da ACN vi-rou um filme feito com câmera digital. Iniciava-se, assim, o meu primeiro e rústico trabalho audiovisual gravado durante o ano de 2006 e 2007.

E foi daí em diante que o amor pelo audiovisual foi falando mais alto, mas a liberdade, o contato e o respei-to pela natureza continuam. E o que fala mais alto, hoje, é a minha fé de que tenhamos políticas e projetos de preservação natural cada vez mais in-tensos e ativos, proporcionando que nós, seres humanos, tenhamos espa-ços de inspiração cada vez mais sau-dáveis e verdes.

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Em contato com a natureza desde pequeno, Lucas Leal brinca com uma pequena fonte de água potável em Cachoeiro de Itapemirim

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Sente-se, por favor, vamos conversar. O assunto é sério e, provavelmente, você se queixa quase todos os dias, quando volta para casa depois de um longo dia de tra-balho, ou quando vai para qualquer lugar. Se vai de carro ou motocicleta, em algum momento do percurso há de ter paciência e combustível no tanque. Se vai parar o ve-ículo, muitas vezes, nem o dinheiro guar-dado para o rotativo dá jeito em virtude da quantidade de vagas. Se vai de ônibus, você é igualmente corajoso, pois prova-velmente vai em pé, espremido e, muitas vezes, atrasado. Se vai de bicicleta, é um guerreiro entre o tráfego intenso e a topo-grafia da cidade. E se vai a pé, meu ami-go, parabéns: você é um sobrevivente das calçadas abarrotadas de veículos - ou da falta delas.

Um dos grandes desafios para as cida-des do século 21 é, sem dúvida, a mobili-dade urbana sustentável. Isso significa um ir e vir de forma plena, respeitando o es-paço destinado a cada um e o meio am-biente. Trata-se de um grande dilema para os governos e a sociedade civil, pois exige mudanças na gestão pública e nas formas de governança, além dos atuais padrões de conforto da população.

Segundo o arquiteto e urbanista Carlos Leite, autor do livro "Cidades Sustentáveis,

Cidades Inteligentes", a cidade sustentável deve buscar novos modelos de funciona-mento, gestão e crescimento, diferentes daqueles praticados principalmente no sé-culo 20, o de "expansão com esgotamen-to". "Acredito que o desenvolvimento urba-no sustentável impõe o desafio de refazer a cidade existente, reinventando-a. De modo inteligente e inclusivo”, argumenta o autor.

Composta por 200 mil habitantes e uma frota de 91 mil veículos licenciados (de acordo com dados do Ciretran), milhares de outros veículos circulam diariamente por Cachoeiro de Itapemirim, que é cortada por rodovias estaduais e serve de passa-gem obrigatória entre municípios, princi-palmente em direção ao litoral.

É nítido que algo precisa ser feito e ur-gente. A solução depende, sim, do poder público, que como você poderá conferir na reportagem, afirma ter projetos. Mas cabe a nós, população cobrar resultados práticos e a real resolução dos problemas em prol das pessoas - e não de interesses políticos ou privados. Como mídia que somos, pro-curamos os dois lados - o de quem deve fazer e o de quem espera que se faça. Afi-nal, o trânsito das nossas cidades também mede a nossa qualidade de vida, um im-portante indicador socioeconômico. Vamos aos fatos.

TEM JEITO?Como solucionar a mobilidade urbana na maior cidade do Sul do Espírito Santo?

Cachoeiro de Itapemirim precisa colocar em prática um audacioso plano em busca de uma cidade mais sustentável, antes que a situação se aprofunde ainda mais para o caos. E a

população precisa saber disso, colaborar e cobrar.

REPORTAGEM: Sara Moreira

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FOTOS: Márcia Leal

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Uma cidade motorizadaBasta permanecer algumas horas em Cachoei-

ro de Itapemirim para perceber que a cidade é feita para veículos motorizados. Tanto que os congestio-namentos são cada vez mais frequentes nos horários de pico e o pedestre perde espaço nas calçadas, que são ocupadas por estacionamentos irregulares de ci-dadãos que não fazem questão de cumprir a lei. E percebe-se que estacionar na cidade é outra aven-tura, já que o número de locais já é insuficiente pelo aumento da frota.

"Em relação à mobilidade urbana, temos quatro grandes desafios: a topografia da cidade, o aumento de veículos, o uso inadequado dos passeios públicos e a concentração dos principais serviços no centro da cidade", afirmou Cidinei Rodrigues Nunes, secretário de Desenvolvimento Urbano.

Vários urbanistas concordam que a solução é ti-rar alguns serviços oferecidos no centro da cidade e fortalecê-los nos bairros, desviando, assim, o fluxo intenso dos veículos. Ou seja, bairros que oferecem opções de saúde, serviços bancários e acesso ao po-der público. E o centro da cidade se tornaria o ponto de encontro da população. Comércio forte e opções de lazer para a troca de experiências das pessoas.

Em sessão realizada na Câmara de Vereadores no dia 26 de março, o prefeito Carlos Casteglione sinalizou a intenção da mudança da sede da prefei-tura para o atual parque de exposições, no bairro Aeroporto. “São projetos para o futuro, que trarão desenvolvimento ao bairro”, disse. O texto pode ser conferido no próprio site do Legislativo.

“Nós temos projetos, sim, de fortalecimento dos bairros. Mas ainda estamos na fase de estudos”, en-fatizou Nunes.

Quanto aos estacionamentos irregulares e insufi-cientes – são 550 vagas de estacionamento rotativo, onde cobra-se R$ 2 a hora - , o secretário de Desen-volvimento Urbano afirmou que a fiscalização é forte e de modo preventivo. “Principalmente na região cen-tral. Temos projetos de construção de edifícios-gara-gem, principalmente nos bairros Amarelo e Indepen-dência, para diminuir os estacionamentos nas ruas e melhorar o tráfego”, afirmou Nunes, que, mais uma vez, não deu uma data para a prática dos projetos, mas informou que a partir de maio ou junho “grandes mudanças serão feitas”.

Terminal de ônibus na Avenida Beira Rio

O dilema do transporte públicoA polêmica é grande. Apenas uma empresa de

ônibus de transporte coletivo opera em Cachoeiro de Itapemirim. O monopólio já foi tema de grandes debates, principalmente em épocas eleitorais. En-quanto isso, os usuários sofrem com as linhas con-gestionadas, algumas com poucos horários disponí-veis, a superlotação e a falta de estrutura em alguns pontos de espera.

Cidade sustentável que se preze deve priorizar esse tipo de transporte. Mais ônibus, mais conforto, faz com que as pessoas deixem os carros nas garagens e op-tem por esse sistema, diminuindo, assim, as emissões de gases que causam o efeito estufa. Até mesmo por-que é melhor se dispor de um ônibus em boas condi-ções do que ter que dirigir, se indispor no tráfego, dar voltas em torno dos bairros na tentativa de encontrar estacionamento, gastar combustível e correr o risco de ter o veículo roubado.

“Posso afirmar que o contrato com a empresa ter-mina em 2015 e abriremos concorrência, para outras empresas participarem. Queremos, ainda, implantar terminais de ônibus em direção ao centro. E no centro, a pessoa embarca em outro em direção aos bairros, pagando apenas uma passagem. Também está con-cluída a 1ª etapa do estudo para melhorar os pontos de embarque e desembarque e a implantação de cor-redores exclusivos na rua 25 de Março e na Avenida Beira Rio”, afirmou o Secretário.

O relevo e suas bicicletasCidade crescida entre montanhas, Cachoeiro de

Itapemirim, na linguagem mais popular, "é morro puro". Mesmo assim, há quem utilize a bicicleta como meio de transporte, como afirma o fotógrafo e ciclista Fabrício Simonato:

"Andar de bicicleta em Cachoeiro é uma sensação de aventura e medo ao mesmo tempo. De aventura pelo fato de andar nas ruas irregulares, cheias de des-níveis nos asfaltos, parecendo uma estrada de chão ou até mesmo uma trilha. E de medo, pelo fato de o trân-sito estar muito caótico, e as pessoas não respeitarem muito os ciclistas. Claro que, como existe motoqueiro e motociclista, existe também ciclista e quem usa bici-cleta. A grande diferença é que os verdadeiros ciclistas se preocupam ao máximo com a segurança, usando capacete, luvas, roupas próprias, faróis e sinalizadores luminosos na bicicleta, e os que usam a bicicleta, não se preocupam muito com isso.

Poucos são os motorista que respeitam o ciclista, pois o dia-a-dia de todos é tão estressante que de uma forma ou de outra acaba-se desforrando em cima de alguém, sempre o mais frágil".

O secretário de Desenvolvimento Urbano afirmou que a possibilidade do uso da bicicleta na cidade não deve ser descartada. "Apesar de Cachoeiro ter uma to-pografia complicada, estamos construindo algumas ci-clovias, como a da orla do bairro Rubem Braga. E há projetos de construção nos bairros Bela Vista, Boa Vista e Ruy Pinto Bandeira", disse Cidinei Rodrigues Nunes, que enfatizou: "No centro da cidade, é preciso diminuir a quantidade de carros, deslocando o trânsito para outros bairros, para pensarmos em ciclovia para essa região".

Opinião

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Imprudência dos dois lados. E o pedestre, como fica?

Infelizmente, atitudes erradas são vistas ao longo das cidades, grandes ou pequenas. E em Cachoeiro, predo-mina o ato de estacionar em cima da calçada, prejudi-cando a segurança dos pedestres, que se veem obrigados a aventurar-se no tráfego para cumprir o trajeto. Muitas vezes, o mau exemplo vem até mesmo de quem deveria servir como modelo de respeito às leis. Durante a pro-dução desta reportagem, flagramos um carro oficial da Prefeitura da cidade estacionado em cima da calçada de um restaurante, em uma rodovia de fluxo constante de carros e caminhões pesados. O detalhe é que a poucos metros, estava o estacionamento gratuito do próprio esta-belecimento comercial – praticamente vazio.

“Nossos funcionários são muito bem orientados. Fatos assim são casos isolados, não é comum, mas tomaremos providências”, argumentou o secretário de Desenvolvi-mento Urbano, Cidinei Rodrigues Nunes.

A Assessoria de Comunicação do município informou que 20 agentes de trânsito ficam nas ruas da cidade. Será que esse número é suficiente?

O secretário enfatizou, ainda, que há estudos mape-ando todo o espaço público, além da fiscalização das cal-çadas e das construções de imóveis, que devem construir calçadas cidadãs.

A primeira foto mostra carros e uma motocicleta estacionados na calçada da Avenida Lacerda de Aguiar; abaixo, carro da própria prefeitura estacionado na mesma avenida

À esquerda,Cidinei Rodrigues Nunes, secretário de Desenvolvimento Urbano de Cachoeiro. Ao lado, Emilene Rovetta, presidente do Conselho do Plano Diretor Municipal (CPDM).

"O conceito de cidade sustentável é amplo e precisa ser adaptado à realidade de

cada cidade. Cachoeiro é referência como polo de comércio e serviços, tem expressão

nacional quando o assunto é mármore e granito e tratamento de água e esgoto,

possui áreas verdes preservadas e vocação para o agroturismo nos distritos. Por meio

da participação ampla dos conselhos municipais, estamos criando um ambiente cada

vez mais positivo para a cidade sustentável que desejamos" - Carlos Casteglione,

prefeito de Cachoeiro de Itapemirim.

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Plano Diretor Municipal X Expansão imobiliária

Criado em 2006, o Plano Diretor Municipal (PDM) de Ca-choeiro de Itapemirim tem como objetivo uma série de soluções para a mobilidade urbana da cidade. Composto de vários ar-tigos e seções, especificamente o Artigo 161 trata de algumas soluções para o trânsito do município.

"Estamos falando em aplicação de regras de afastamentos, larguras de vias dos loteamentos novos, vagas de estaciona-mento, previsão de áreas de embarque e desembarque, carga e descarga de mercadorias hoje exigidos por lei e que antes não havia previsão legal", afirmou Emilene Rovetta, presidente do Conselho do Plano Diretor Municipal (CPDM), formado por representantes do poder público, da sociedade civil e privada.

Mas, se o PDM foi criado há sete anos, por que a situação da cidade não muda e a mobilidade urbana está cada vez mais caótica? Especialistas e pessoas que participaram do Conselho de criação do Plano afirmam que a causa foi a ocorrência de várias alterações ao longo dos anos em benefício de interesses particulares - muitos deles em prol da expansão imobiliária, sem ter feito sequer um estudo de impacto de vizinhança, cau-

O PDM de Cachoeiro está disponível neste link do site da prefeitura: http://www.cachoeiro.es.gov.br/site1. php?pag_site CIDADE&id=PDM.

Fique atento

Opinião

PDM: mudanças por interesses gerou descrédito

Ex-integrante do Conselho do PDM, o advogado

Higner Mansur afirma ter se cansado do Plano, que já

sofreu 16 modificações ao longo dos anos.

"São mudanças que não foram feitas para a so-

ciedade, mas atendendo a interesses empresariais. A

essência se perdeu". Ele acredita que a solução está

na própria população. "Se a sociedade se mobilizar, ninguém segura", afirmou Mansur, que também en-

Curitiba: décadas de prática

A capital paranaense é considerada uma cidade mo-delo de projetos de dão certo. Mesmo assim, a cidade cresce cada vez mais, e as linhas de ônibus e o tráfe-go intenso já estão complicando a vida dos curitibanos. Agora, a prefeitura local estuda a implantação de linhas de metrô para conter esse problema.

Porém, saiba o que já deu certo na cidade:• Se tornou uma vitrine de urbanismo ecológico e

humano, com melhorias contínuas, ao longo dos últimos 38 anos, nas condições sociais, econômicas e ambien-tais da cidade e de seus moradores;

• Se tornou a mais sustentável das cidades, no pro-cesso de provar que a aplicação de uma estratégia com valores fortes e foco em sistemas integrados podem aproveitar as ações de de planejamento para atender serviços de objetivos estratégicos comuns;

• 70% do lixo da cidade são reciclados;• Moradores que vivem em favelas têm acesso a pro-

gramas sociais e serviços de saúde financiados por pro-gramas de reciclagem;

Pontos de embarque nos ônibus curitibanos

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OpiniãoFalta técnica e vontade política

Engenheira Civil e Engenheira de Transportes, a cachoeirense Raquel Borges já participou de Conselhos de Planos Diretores em outras cida-des brasileiras e colaborou para a construção do Conselho em Cacho-eiro de Itapemirim. Em sua opinião, o Plano Diretor Municipal foi bem formulado, mas é preciso ter vonta-de política e uma parte técnica.

“Cachoeiro é uma cidade com uma geografia que dificulta. Do que precisamos para o problema ser resolvido? De viadutos, túneis e vontade política. A longo prazo, precisamos tirar as rodovias estadu-ais de dentro da cidade

através da construção de anéis. E isso tem que ser urgente. Será preciso fa-zer, é claro, um estudo de diagnóstico para ver a viabilidade técnica e finan-ceira, além da aprovação da popula-ção, pois são obras longas.

Uma outra solução é a retirada do centro da cidade de serviços que captam pessoas, como clínicas, secre-tarias, a própria prefeitura, etc. Fazer uma área administrativa para esses serviços; aí, o comércio vai se forta-lecer no centro. Isso tem que ser fei-to agora para a melhora vir a longo prazo.

Outro ponto que precisa ser me-lhorado é a fiscalização, que não te-mos. São carros estacionados em fila

dupla, construções irregulares, a cons-trução das calçadas cidadãs por parte da população.

Por fim, é preciso educação, para resultados também a longo prazo. E a consciência que o governante é pago por nós, nós somos o patrão”.

• A cidade tem 200 quilômetros de ciclovias e 52 m² de área verde por habitante (quase um quinto da cidade é parque e voluntários plantaram 1,5 milhões de árvores ao longo das ruas);

• Existem, ao todo, 385 linhas de ônibus, 29 terminais e 351 estações “tubo” que circulam por 81 quilômetros de canaletas exclusivas. Os ônibus são responsáveis por dois milhões de viagens por dias úteis;

• O sucesso do sistema público de transporte tem in-fluenciado diretamente em bons resultados na qualidade de ar local;

• O tráfego de automóveis diminuiu em 30%, mesmo com o crescimento da população (o número de habitan-tes dobrou) e com a cidade possuindo o maior índice de donos de carros per capita do Brasil;

• Grande parte do centro da cidade é uma zona vi-brante para pedestres;

• A renda per capita é 66% superior à média brasi-leira;

• A taxa de crescimento econômico da cidade dos úl-timos 30 anos é de 7,1%, superior à média nacional de 4,2%.

(Fonte: Cidades Sustentáveis.org)

Trevo da Ilha da Luz, em Cachoeiro de Itapemirim

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sando consequências alarmantes para a população.E por falar em expansão imobiliária, é cada vez mais

crescente o número de construções, principalmente nos bairros Gilberto Machado e Independência. Muitos limites não estão sendo respeitados, seja pelo número de pavimen-tos (como foi o caso recente do embargo à construção de um prédio que ofuscava a Igreja Nosso Senhor dos Passos, Patrimônio Cultural do Estado) ou pelo respeito ao limite de calçadas.

De acordo com Nunes, estudos estão sendo feitos para reduzir a quantidade de pavimentos - ou gabaritos - das construções, e aumentar em outros bairros, como BNH, Co-ramara e Jardim Itapemirim. "Queremos estimular o cresci-mento em outros bairros", afirmou.

fatizou que todas as propostas de alteração na lei foram sancio-nadas pelo Executivo. "Ou seja, o próprio município aprova essas mudanças que não atendem à população", afirmou e prosseguiu:

"Nunca vi nada dar certo, cuidando-se apenas de minorar as consequências. Quando se quer solução, temos que ir às causas, pois consequências são apenas consequências. A causa dos nos-sos problemas de trânsito (e de outros problemas mais sérios) é a péssima ou a inexistente gestão urbanística, atual e de tempos passados, depois que Cachoeiro se transformou numa pequena metrópole.

Quando há problemas no trânsito, significa dizer que alguém errou ou foi incompetente em administrar a cidade urbanistica-mente (nos nossos dias, diria que o PDM é uma imensa colcha de retalhos, muito bonito na hora de ser feito, com festas e reuniões participativas, sem nenhuma visão do futuro, sem nenhum res-peito pelo passado. Simplificando: sem respeito a nada, a não ser ao mercado).

Por essas razões, tenho muita dificuldade de discutir trânsito - só o trânsito - , já que o problema extrapola a ele em muito. Se a cidade tivesse uma boa gestão urbanística, quase não teria problema de trânsito. Mas, como vão as coisas, é melhor sentar à beira da calçada e chorar, enquanto se vê o trânsito não passar. Simples assim".

Page 11: Revista Lugar de Notícias - Edição 12

Ar-condicionado por computadorFDCI implanta sistema que gera grande economia de energia, contribuindo para o meio ambiente

por Sara Moreira

Imagine não se preocupar em ser o último a sair da sala e ter que desligar o ar-condicionado. Muita gente se esquece, mas em

breve, os alunos e funcionários da Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim (FDCI) não precisa-rão mais lembrar a tarefa.

A faculdade está prestes a lançar um moderno sistema que vai geren-ciar e comandar por computador o funcionamento dos 50 aparelhos de ar-condicionado da instituição. Ou seja, se não tem ninguém na sala, o aparelho é desligado pelo sistema.

"A ideia surgiu e chegou à realida-de por necessidade. Houve, em 2009, algumas divergências com a conces-sionária de energia e notamos que a solução para o gerenciamento do uso de energia passa, necessariamente, por uma abordagem jurídico-admi-

Funcionamento

nistrativa e operacional", explicou o Diretor Humberto Dias Viana.

O diagnóstico e o projeto de efi-ciência foram elaborados pelo en-genheiro Sebastião de Paula Coura, que tem em seu currículo uma exten-sa gama de serviços na área, como o Programa de Modernização do Setor de Saneamento (PMSS) do Ministério das Cidades. Por se tratar de Funda-ção sem fins lucrativos, os investimen-tos foram feitos através do Programa de Eficiência Energética (PEE) em con-vênio com a concessionária do muni-cípio no valor de R$ 128 mil.

Mas a economia com o sistema será maior. Estima-se que a faculda-de economize cerca de R$ 50 mil por ano. "Diversos itens que pagávamos já estão sendo evitados com a implanta-ção do projeto manualmente através do treinamento e instruções do corpo

O sistema de computador vai mo-nitorar e comandar o funcionamento dos aparelhos de ar-condicionado. Assim, eles serão utilizados de modo mais otimizado, economizando em consumo e controlando a demanda.

"Para se ter uma ideia, a FDCI chegou a pagar por picos de 180 kW. Com o controle manual, que é feito pelos próprios funcionários, temos controlado em 140 kW. Com o sis-tema automático, a expectativa é de retirarmos pelo menos mais 40 kW. Além disso, ele 'medirá' a energia tal qual a concessionária, permitindo que erros de faturamento sejam iden-tificados rapidamente, pois permitirá

de funcionários", afirmou Viana.

a emissão de relatórios sobre o uso de cada aparelho. Será possível sa-ber quando e por quanto tempo cada ar-condicionado é utilizado, o que evitará a oneração por má utilização ou má contratação com a concessio-

"O que a maioria dos consumidores não sabe, e a concessio-nária não os alerta, é que o modo como a energia é usada inter-fere no preço final. Ou seja, é possível realizar o mesmo trabalho com menos energia ou até mesmo com a mesma quantidade de energia, mas com melhor preço. Além disso, o sistema de fatu-ramento da concessionária não é perfeito, e cada consumidor tem que verificar o seu. No caso da faculdade, o que influencia mais na conta é a demanda, e não o consumo" - Humberto Dias Viana, Diretor da FDCI".

nária", disse o Diretor.O sistema está em fase final de ins-

talação dos equipamentos, e, uma vez interligados, o engenheiro responsá-vel pela programação irá à instituição para os testes e a ativação.

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O diretor Humberto Dias Viana mostra a central de gerenciamento, que vai monitorar todos os aparelhos da instituição

Cada fio representa um ar-condicionado com a devida identificação da sala

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LUGAR DE NOTÍCIAS: 1 ANO CONTRIBUINDO COM O ESPAÇO EM QUE VIVEMOS!

Felicitamos e parabenizamos toda a equipe da Revista Lugar de Notícias pela qualidade com que nos entrega, todos os meses, reportagens inéditas e relevantes a respeito do que se destaca na área ambiental em nossa região. Valorizamos especialmente a disponibilidade do conteúdo completo no site e no Facebook, ampliando muito mais a comunicação.

Além de ser um elo de informação por excelência, promover a integração entre as pessoas e oferecer ao leitor uma visão privilegiada dos valores de sua sociedade, em apenas um ano de circulação, a revista Lugar de Notícias já é um dos principais meios de comunicação do Esta-do do Espírito Santo. Como colunista, sinto-me honrado em fazer parte desta família que é a Revista Lugar de Notícias! Parabéns ao diretor Guilherme Gomes de Souza e toda sua equipe.

E eles chegaram à 12ª edição! Passou muito rápido. Tão rápido que quando chego à última página, quero sempre mais. A revista é uma ode ao Espírito Santo. Uma verdadeira homena-gem à nossa história e às nossas paisagens. Aos que querem conhecer os encantos dessa terra, Lugar de Notícias é o guia. Feita com profissionalismo, verdade e amor à terra, é o roteiro que veio para nos mostrar que realmente o Espírito Santo, além de belo e promissor, é um estado de espírito. Parabenizo a toda equipe e agradeço por nos presentearem com cada nova edição.

Parabenizo a Revista Lugar de Notícias pelo primeiro ano de atuação com competência no segmento a que se propõe. A revista espelha a conjunção qualitativa imbuída de credibilidade, responsabilidade social e sustentável. Fico contente de ter sido lembrado pela direção da revista para ser a capa do primeiro exemplar, em maio de 2012, intitulada "O plantador de árvores", que deu início a esta bela trajetória exitosa. Desejo ao Guilherme Gomes de Souza e à equipe de trabalho, muitos novos anos ricos em realizações e alegrias, com grandes projetos e êxitos. Estas são minhas palavras! Um abraço.

Os assuntos relativos ao meio ambiente ganham cada vez mais espaço em nosso cotidiano. E quanto maior for a proximidade da abordagem que é dada ao tema em relação à realidade do município, da cidade em que vivemos, mais clara é a mensagem que chega aos cidadãos. Assim, a revista Lugar de Notícias desempenha um relevante papel na conscientização dos ca-choeirenses quanto à temática ambiental e à importância da sustentabilidade, além de divulgar nossas riquezas e belezas naturais.

Ademar PossebonJornalista e proprietário da Contatus Comunicação - Unidade de Negócios Sul

Parabenizo toda a equipe da Revista Lugar de Notícias por este primeiro aniversário. Que muitos outros venham, que os leitores se multipliquem e que a temática ambiental seja cada vez mais pautada nas salas de aula, nas conversas entre amigos, nas redações de jornais e revistas e na elaboração das políticas públicas. Esta revista contribui nesse sentido, com abordagem de temas diversificados e esclarecedores de forma didática, possibilitando um entendimento rápido e eficaz.

Cláudio Denicoli Diretor Presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema)

O surgimento dessa revista especializada em meio ambiente veio contribuir para a cons-cientização e informação da sustentabilidade tão necessária nos dias atuais. Esse é um as-sunto de extrema importância, que afeta diretamente a todos nós. Parabéns pela passagem desse 1º ano de existência. Revista Lugar de Notícias "com qualidade".Um novo jeito de ver a vida!

Humberto Viana Diretor da Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim (FDCI)

A Revista Lugar de Notícias se consolida como um importante veículo de comunicação fo-cado no meio ambiente e parceira do homem do campo, trazendo matérias educativas e de relevância para o cidadão sobre temas como sustentabilidade, preservação ambiental, entre outros. Parabéns pelo seu primeiro ano de circulação.

José Onofre Lopes Presidente Cooperativa Selita

A revista Lugar de Notícias já ocupa um LUGAR muito bacana no meu cotidiano e, por que não (sendo um pouco sentimental), no meu coração também. Ela não só dá lugar para NOTÍCIAS, mas abre espaço para reflexões e trocas de conhecimento que proporcionam a aproximação da comunidade com a realidade ambiental e cultural da região. Tenho muito orgulho em participar da construção da publicação e convido a todos que se tornem peças desta colcha de retalhos cercada de informações e diálogo. Aplaudo de pé ao primeiro ano da revista, estendendo aos seus colaboradores, equipe técnica e editor-chefe pelo trabalho que desempenham. Parabéns, pra gente! Léo Alves

Jornalista, Diretor, Escritor e colunista da revista

A Revista Lugar de Notícias cumpre o importante papel de informar, divulgar e destacar iniciativas e ações voltadas para o meio ambiente e sustentabilidade, temas cada vez mais em debate nos governos e na sociedade. Sabemos que a questão ambiental é um grande desafio no País, por isso, as reflexões propostas pela revista são relevantes para buscarmos soluções a médio e longo prazos, que protejam a natureza e evitem tragédias, contamina-ções e a poluição. No ano passado, propomos e conseguimos aprovar a Lei 9.941/2012, que regulamenta o descarte de lixo tecnológico no Estado. Uma contribuição para as fu-turas gerações e para o lugar em que vivemos, um Estado de belezas naturais únicas e de grande potencial turístico e econômico. Parabéns à equipe da Revista Lugar de Notícias pelo excelente trabalho e por levar o Espírito Santo para várias regiões do País!

Glauber Coelho Deputado Estadual

Alexandre GaspariniSubsecretário de Ciência e Tecnologia de Cachoeiro de Itapemirim e colaborador da revista

Ângela Goulart Artista plástica

Camilo Cola Deputado Federal

Carlos Casteglione Prefeito de Cachoeiro de Itapemirim

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Page 13: Revista Lugar de Notícias - Edição 12

LUGAR DE NOTÍCIAS: 1 ANO CONTRIBUINDO COM O ESPAÇO EM QUE VIVEMOS!

Acompanhei e apoiei as etapas de criação da Revista Lugar de Notícias durante cerca de dois anos. De repente, Guilherme entrou na minha sala e me pediu para escrever um ar-tigo para o primeiro número da revista. Passado o susto, decidi não escrever nada técnico e coloquei minha alma nesse projeto. Deu certo e agora, com orgulho, comemoramos um ano de vitórias e sucessos!

Acredito que a revista Lugar de Notícias se transformou em um divisor de águas (literalmente) na comunicação impressa sul capixaba. A revista consegue trazer a tona temas fundamentais para nossa existência, com uma abordagem criativa, além de um conteúdo primoroso.

A Revista Lugar de Notícias ocupa um lugar muito importante na comunicação da Sustentabi-lidade. Sua relevância não se restringe ao Sul do Estado do Espírito Santo, mas aqui é ainda maior por fazer circular com qualidade (inclusive na Internet) as informações mais importantes a respeito do que temos e do que desenvolvemos de melhor na área ambiental.

A preservação do meio ambiente sempre foi uma das premissas do setor de rochas ornamen-tais. Afinal, é da natureza que sai essa riqueza que movimenta a economia do Espírito Santo e conquista o mercado do Brasil e do mundo. Desse modo, desenvolver a atividade de mineração de forma sustentável é nosso dever. O Sindirochas busca orientar, apoiar e informar o empresá-rio do setor e há um ano conta com mais uma fonte de informação: a Revista Lugar de Notícias, totalmente voltada para a área ambiental. Parabéns a toda equipe que trabalha para buscar as informações mais relevantes e colocá-las à disposição da sociedade.

Fazer parte de uma revista como a Lugar de Notícias, que traz uma temática diferenciada e cheia de conteúdo, me deixa muito feliz. E a página Memórias ajuda a humanizar ainda mais a publicação. Um pequeno pedaço da lembrança nos causa a saudade, que fica aqui guardado nestas páginas de Memórias. Parabéns à revista Lugar de Notícias!

Mônica Perim Engenheira Química, Presidente da ABES-ES, Conselheira da CRQ (21 região) e colunista da revista

Relutei muito tempo em ter um blog. No campo das Humanidades, sempre aceitei o senso comum de que vale mais o argumento de autoridade (quem fala) do que propriamente o argumento usado (o que se fala) - mas será que isso está correto? Meu ingresso no Obser-vador Político, em 2011, mudou esse paradigma para mim, e pude dialogar com outras ideias, outros argumentos, mesmo complementares aos meus. Foi no OP que conheci Gui-lherme Souza, colega de trabalho e um dos fundadores da Lugar de Notícias. E a ideia da revista era exatamente essa: conciliar as pautas local e geral, democratizar o acesso à voz no debate, problematizar o todo a partir das (diferentes) partes. Um ano da Lugar de Notí-cias demonstra que esse objetivo foi alcançado. E torcemos para que mais e mais edições venham a reforçar essa conquista, e ampliar o alcance das plúrimas vozes que compõem este projeto. Parabéns a todos.

Toda a Equipe do Escritório de Advocacia Altoé Advocare prima pelo respeito ao meio ambiente, pela prática da justiça, e pela busca incessante por novos métodos de trabalho, produtos e serviços que atendam ao nosso compromisso social. Esse compromisso social está ligado à vida, à liberdade e ao meio ambiente. Escrever artigos para a Revista Lugar de Noticias desde o seu primeiro exemplar, e contribuir com o seu sucesso e crescimento, é algo que nos traz imensa alegria e satisfação. A liberdade na criação dos textos, e a clara sensação de poder contribuir para uma sociedade mais justa, se coaduna com a missão da nossa empresa. Tudo isso, faz pairar uma inequívoca sensação de que estamos dissemi-nando informações fundamentais para a melhoria da vida dos leitores. Obrigado “Lugar de Noticias” por nos proporcionar essas agradáveis emoções.

No mundo da moderna comunicação, estar bem informado é fundamental. Ler a revista Lu-gar de Notícias garante esse valor cidadão, essencial na democracia contemporânea. Além do conteúdo, me agrada a linguagem, o estilo da revista, que atrai a leitura. Parabéns!

Victor Castro Advogado, blogueiro e colunista da revista

Wéliton Roger AltoéAdvogado, Sócio proprietário da Altoé Advocare

Advogados Associados e colunista da revista

Xico Graziano Agrônomo, ex-secretário de Agricultura, ex-secretário do

Meio Ambiente do Estado de São Paulo e colunista da revista

Raquel Marques Editora Chefe da TV Gazeta Sul

Rosa Malena Gomes CarvalhoResponsável pela Comunicação da Foz

Unidade Cachoeiro de Itapemirim (empresa da Organização Odebrecht)

Samuel MendonçaPresidente do Sindirochas (Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais do Espírito Santo)

Sandro Mancini Design Gráfico e colaborador da página "Memórias"

Comunicação com o Meio Ambiente

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Page 14: Revista Lugar de Notícias - Edição 12

Foram gastos quase R$ 25 milhões com as obras iniciadas em 2005 para construção do posto fiscal São José do Carmo, em Mimoso do Sul, mas que sequer saíram da fase de terraplana-gem. Esta é a informação do Ministério Público, que investiga supostas irregularidades de oito envolvidos.

MILHõES GASTOS EM OBRA

PLANOS DE SAúDE

Os planos de saúde no Brasil terão 48 horas, no máximo, para justificar por que negaram atendimento a um cliente, segundo a nova regra da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). As operadoras terão que pagar R$ 30 mil de multa caso não cumpram a medida. Só em 2012 foram registrados 57.509 ca-sos de recusa indevida, 40% mais que 2011.

VEREADORES DE NOVA VENéCIA DÃO EXEMPLO

Vereadores de Nova Venécia, norte do ES, dão exemplo e aprovam ficha limpa mais restrita para o município. Por una-nimidade de votos, os vereadores aprovaram o Projeto de Lei nº 19/2013, que impede que os cidadãos inelegíveis ocupem cargos em comissão ou funções gratificadas tanto no Executivo quanto no Legislativo local.O Projeto de Lei foi enviado à Câmara pelo prefeito Lubiana Barrigueira (PSB), após indicação do vereador Antonio Emílio (PRP), líder de seu governo na Casa. A indicação foi ratificada por todos os outros parlamentares.

TERMINAL MARÍTIMO EM ITAPEMIRIM

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) realizou, no dia 11 de abril, em Itapemirim, uma audiên-cia pública para debater o projeto de instalação de um terminal marítimo em Itaoca. Na ocasião, foi apresentado à sociedade o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projeto, contendo as análises sobre os impactos previstos em função do empreen-dimento que a Itaoca Offshore pretende instalar na região. As belezas naturais marítimas do sul do Estado estão diminuindo a cada ano.

SAL QUE ABASTECE O PAÍS PREJUDICA O MEIO AMBIENTE

O Ibama multou 35 empresas de atividade salineira no litoral norte do Rio Grande do Norte, de onde sai a maior produção de sal do país. A ação resultou em 112 multas, que ultrapas-saram os R$ 80 milhões, 19 áreas embargadas e 45 notifica-ções para apresentação de documentos. Uma das principais atividades econômicas do Rio Grande do Norte, a extração de sal vem, historicamente, avançando sobre áreas naturais, muitas vezes, sem qualquer tipo de licença ou autorização. Ao ampliar seus tanques para aumentar a produção, as em-presas salineiras fecham rios e gamboas; desmatam, afogam ou soterram manguezais e também lançam efluentes tóxicos. O Escritório do Ibama de Cachoeiro de Itapemirim participou da ação, por meio de um agente enviado especialmente para a Operação.

DESTAQUE PARA ONDAS DO MAR

O Governo do Estado do Espírito Santo instituiu a I Semana Estadual de Energia, que foi realizada no início de abril, quan-do também ocorreu o VI Fórum Capixaba de Energia com o propósito de discutir e estimular o uso eficiente e sustentável de energia para todos os segmentos da sociedade capixaba. Com a I Semana Estadual de Energia, o Espírito Santo passou a ter maior visibilidade nacional, e certamente atrairá mais investimentos e projetará as instituições parceiras do projeto, além de contribuir para a sustentabilidade e inclusão social.As fontes alternativas de energia mais uma vez foi destaque, sobretudo com relação a energia das ondas, trabalho apre-sentado por alunos da Universidade Vila Velha (UVV). Trata--se do aproveitamento das ondas oceânicas. É uma energia "limpa", isto é, sem quaisquer custos para o ambiente. O prin-cípio de funcionamento dessa importante fonte de energia foi demonstrado de forma clara e eficaz, revelando para o país que instituições acadêmicas nacionais estão atentas.

CARVÃO AMBIENTALMENTE CORRETO

A Vale desenvolveu um projeto inédito no Brasil que transforma dormentes usados da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) em carvão vegetal de alta qualidade, vendido a siderúrgicas. Até então, a destinação sustentável desse material limitava-se ao uso como peças de decoração, pavimentação e mourão para cercas, um mercado ainda muito restrito diante da ge-ração anual deste material. Outra solução era a incineração total (destruição) do material através de empresas terceirizadas especializadas nesse tipo de processo.

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Monumento Natural ItabiraESPECIAL

Zoneamento

Esta é a quinta e última parte do especial que Lugar de Notícias traz com exclusividade sobre o documento resultado

do Plano de Manejo do Itabira, em Cachoeiro de Itapemirim (ES). A parte final apresenta o trecho da Unidade de Conservação (UC) e da Zona de Amortecimento (ZA).

O Plano de Manejo do Monumento Natural do Itabira foi aprovado em audiência pública realizada no dia 2 de abril e contou com a presença de 109 participantes, entre autoridades, técnicos, proprietários, agricultores e lideranças.

Ao longo de nossas edições, você pôde conhecer a história da cidade que abriga o monumento, a fauna, a flora e as trilhas que podem ser abertas aos visitantes.

A Unidade de Conservação do Itabira foi criada pela Lei 6.177, de 3 de dezembro de 2008. O documento, resultado do Plano de Manejo da Unidade, foi desenvolvido por profissionais da empresa Visão Ambiental Consultoria, liderada pelo Engenheiro Agrônomo Caio Ferreira Valente, além do Conselho Consultivo do Itabira (por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente), do Historiador Diego de Pinho e da Cientista Social Alexandra Silva Valente de Pinho.

O planejamento da Área do Mo-numento Natural do Itabira visa o es-tabelecimento de normas de manejo daquela área, objeto do diagnóstico da Unidade de Conservação (UC) e de sua Zona de Amortecimento (ZA), este realizado mediante levantamentos, pesquisas e dados existentes.

Posicionado como o principal ins-trumento de gestão que integra um Plano de Manejo por definir um orde-namento geográfico da UC, estabelece os usos diferenciados para cada zona,

de forma a conciliar a exuberância ambiental com seu uso de forma sus-tentável, harmônica e eficaz.

Os levantamentos e estudos tive-ram como áreas estabelecidas pelo Conselho Consultivo do Monumen-to Natural do Itabira em Unidade de Conservação (450,18 ha) e Zona de Amortecimento (853,61 ha).

Eis a identificação das possíveis zo-nas a serem criadas e suas caracterís-ticas de preservação e ocupação:

Zona Primitiva de Preservação dos Recursos Naturais (ZPPRN)-

Definida como aquela onde os ecossistemas remanescentes apresentam mínima intervenção humana ou alto grau de conservação e relevante valor para ecologia da paisagem, destinada à preservação da diversidade local da flora e fauna, bem como dos recursos hídricos e das belezas cênicas, composta e situada nos fragmentos florestais que totalizam 530,8 ha de vegetação nativa na UC e sua ZA.

As áreas antrópicas que estive-rem incluídas nesta zona não po-derão ser ampliadas e deverão ser

tomadas medidas para a imediata adequação ambiental da proprie-dade rural, e tem como objetivo o de preservar os recursos naturais e viabilizar atividades científicas e de educação ambiental com cará-ter conservacionista.

Zona de Conservação dos Re-cursos Naturais (ZCRN) - Defi-nida como aquela onde os ecossis-temas remanescentes apresentam de baixa a média intervenção humana, bom estado de conservação, onde o uso sustentável dos recursos naturais deverá seguir normas estabelecidas no plano de manejo, sendo esta delimitada pelas áreas internas dos 450,18 ha da UC.

Zona de Uso Controlado (ZUC) - Definida como áreas de infraestruturas (estradas, redes elé-tricas, dentre outras) já instaladas onde a atividade de manutenção das mesmas precisa ser regulada, tendo como objetivo o ordenamen-to das atividades de manutenção das faixas de domínios com um mí-nimo de impacto de fragmentação na paisagem e um mínimo de con-taminação dos recursos hídricos e do solo.

Zona de Ocupação Contro-lada (ZOC) - Definida como áreas que possuem alto nível de alteração do ambiente natural, com menores possibilidades de preservação, além de apresentarem condições favorá-veis à expansão das áreas urbanas já consolidadas, delimitada por áreas antrópicas já existentes ao longo das estradas (residências, clubes, áreas de lazer, dentre outras), podendo ser in-cluídas nesta zona as áreas urbanas ou de expansão urbana estabelecida pelo Plano Diretor Municipal ou leis municipais de uso e ocupação do solo, desde que situadas dentro da Zona de Amortecimento.

Tem como objetivos o crescimento

ordenado das áreas urbanas situadas dentro da Zona de Amortecimento. A transformação de área rural em área urbana ou de expansão urbana para a construção de residências familiares será exigida autorização da SEMMA ouvido o CMMA e o CCMNI.

Zona de Consolidação da Ocupação (ZCO) - Definida como uma zona destinada à harmo-nização das áreas já habitadas e a agropecuária com a paisagem natu-ral, regulamentando o seu paisagis-mo e garantindo a qualidade de vida das comunidades. Tem como obje-tivo a manutenção do uso do solo atual com harmonização das áreas já urbanizadas com a paisagem na-tural e regularização daquelas não adequadas, e o desenvolvimento e melhoria de práticas adequadas de turismo rural e ecológico, atividades artesanais e agroindústria caseira.

Zona de Expansão da Ocu-pação (ZEO) - Definida como zona destinada à ocupação ou construção de moradias, estando associada a áreas alteradas e antrópicas, com previsão deum planejamento urbano e paisagístico adequado, garantindo a qualidade de vida da comunidade e a sustentabilida-de dos ecossistemas naturais.

Fazem parte desta zona as áreas ocupadas com pastagens e com vege-tação em estágio inicial de regenera-ção, e áreas em expansão urbana.

Zona de Uso Especial (ZUE) - É composta por áreas necessárias à

administração, manutenção e serviços da Unidade de Conservação, abran-gendo habitações, oficinas e outros. Esta área deve ser controlada de for-ma a não conflitar com seu caráter natural e deve localizar-se, sempre que possível, na periferia da Unida-de de Conservação, com o objetivo a instalação do espaço físico da admi-nistração e dos serviços de portaria, atendimento a visitantes, residências, alojamentos e laboratórios, para rece-ber funcionários e pesquisadores.

Zona de Recuperação (ZR) - Definida com as áreas que se encon-tram em processo de erosão, sendo delimitadas pelas áreas degradadas dentro da UC, seja por exploração de recursos minerais ou por exploração inadequada do solo por atividades agropecuárias. Tem como objetivo a re-cuperação das áreas degradadas den-tro da UC, e como normas de recupera-ção das áreas degradadas, deverão ser realizadas com projetos técnicos.

Zona de Uso Sustentável (ZUS) - Definida como áreas passíveis de utilização para atividades agropecu-árias, sendo permitidos outros usos an-trópicos desde que devidamente regula-mentados e licenciados. Trata-se de zona onde a atividade antrópica já causou sensível descaracterização no ambiente natural. Tem como objetivos o uso sus-tentável dos recursos naturais; a adoção de práticas de conservação do solo e água; a adoção de práticas pecuárias sustentáveis; a implantação de sistemas agroflorestais e a agricultura orgânica.

Para rever todas as reportagens do Especial, acesse o nosso site:

www. lugardenot ic ias .com.br.

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Definição dos limites da região. (Imagens Google Earth)

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Page 16: Revista Lugar de Notícias - Edição 12

Produtor de leite poderá ter dias melhoresAcordo prevê investimento de US$ 2,3 milhões e meta de exportar até o final de 2014 mais de US$ 82 milhões de leite e derivados, que poderá tirar o produtor da pior crise enfrentada pelo setor em médio prazo

A última vez que o produtor de leite teve melhores condições de produzir neste país foi em 2008, quando o preço pago

ao produtor atingiu patamares melho-res e o preço da ração era razoavel-mente acessível. O preço pago ao pro-dutor chegou próximo de um real, ao passo que o saco de soja de 60 quilos custava, em média, R$ 38,00 (a soja é um alimento elementar na produção de leite por causa da proteína).

De lá para cá muita coisa mudou. Nunca o setor experimentou crises tão profundas. “Vou parar de tirar leite”, é a frase mais comum ouvida até por produtores mais tradicionais. Não é para menos. Atualmente o lei-te está bem abaixo do preço pratica-do em 2008, a soja já ultrapassou R$ 80,00, a mão de obra subiu e sumiu. Os medicamentos utilizados tiveram altas estrondosas.

Depois de massacrar o setor com a permissão de importações, o governo mudou o discurso e quer exportar leite e derivados. Com isso, o produtor poderá ter dias de glória e ter o mercado rea-quecido. Sobretudo o pequeno produtor, a quem o país deve muitas satisfações.

Ser produtor de leite significa, aci-ma de tudo, uma opção de vida. “Não paramos em feriados e faça chuva,

Para piorar, o governo abriu a im-portação para as redes de supermer-cados, que compram o produto em países que subsidiam o leite. “Além do mais, o leite importado não tem nossa qualidade, que é muito boa”, afirma o presidente da Cooperativa Selita, José Onofre, a maior e mais importante co-operativa do Espírito Santo, que agre-ga mais de 2 mil cooperados, em sua grande maioria, pequeno produtor.

Exportação

faça sol temos que estar no curral to-dos os dias”, salienta o produtor De-merval Ribeiro, do município de Caste-lo (ES), que trabalha com sua família e mais um funcionário. “Antes o dinheiro do leite sobrava para comprar alguma coisa para dentro de casa, hoje mal dá para sobreviver”, lamenta.

Mas o setor começa a tomar novos rumos, mesmo que o produtor esteja escaldado e cético. Entretanto, para promover a exportação de leite, o Mi-nistério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a Agência Brasileira de Pro-moção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Organização das Co-operativas Brasileiras (OCB) firmaram convênio. O acordo prevê investimento de R$ 2,3 milhões e meta de exportar até o final de 2014 mais de US$ 82 mi-lhões de leite e derivados. A expectati-va do governo é que, em uma década, a exportação de leite, queijos, mantei-

por Guilherme Gomes de Souza

ga e demais derivados chegue a R$ 1 bilhão, superando os valores de 2008.

O governo vai disponibilizar mon-tante de R$ 1,9 milhão e a OCB arcará com R$ 372 mil. Após dois anos, po-derão ser investidos novos valores. Por meio do convênio, deverá ser conce-dido crédito subsidiado aos produtores para aquisição de 3,6 mil itens, como tratores, ordenhadeiras e resfriadores. O crédito será disponibilizado dentro do Programa Pronaf Mais Alimentos, com cobrança de juros de 2% ao ano. Contudo, o que mais interessa ao pro-dutor de leite de verdade não é fazer dívida, mas ter preços justos.

"A importância do setor coopera-tivista foi amplamente considerada. Caberá à OCB estimular a adesão do setor, que é muito capilarizado, e à Apex-Brasil promover os produtos no exterior, colocando frente a frente ven-dedor e comprador", destaca Rogério Bellini, diretor de Negócios da agên-cia. Serão convidados a visitar o Brasil importadores, jornalistas e formadores de opinião estrangeiros para conhecer o trabalho do setor e fazer negócios. Os mercados mais visados são: An-gola, Arábia Saudita, Argélia, China,

Egito, Emirados Árabes, Iraque e Ve-nezuela. O governo deverá ampliar a assistência técnica aos produtores.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, destacou que a iniciativa beneficia a agricultura fami-liar, que responde por 58% da produ-ção nacional de leite. O setor de lác-teos emprega 4,7 milhões de pessoas, sendo 4,3 milhões no campo. Para o presidente da OCB, Márcio de Freitas, o sistema cooperativo "existe com a função de ajudar o empreendedor, e não de atrapalhar".

Segundo Freitas, as cooperativas

facilitam ao produtor fechar negó-cios. "A cadeia tem que estar orga-nizada para que todos os elos da corrente estejam próximos de suas forças, envolvendo o produtor, a in-dústria, a cooperativa e a estrutura comercial, com a logística do mer-cado", completa.

Se isso se concretizar, se prepare o produtor capixaba para receber vi-sitantes que levam muito em conta o meio ambiente e a sustentabilidade da atividade. A forma como o produ-tor trata o corpo hídrico, isto é, suas nascentes e rios, terão muito peso.

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Produtor rural mostra entusiasmo dentro do sistema de piquete

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Novo projeto de educação ambiental da Foz

Uma nova ferramenta de trabalho para atrair a atenção dos alunos foi apresentada a diretores e pedagogos deescolas municipais de Cachoeiro de Itapemirim. A novidade é uma iniciativa da Foz do Brasil para auxiliar osprofessores a desenvolverem valores de consciência ambiental de maneira divertida e eficaz. As revistas em

quadrinhos falam sobre sustentabilidade e já começaram a ser distribuídas. Escolas estaduais de ensino fundamental e privadas também participam do projeto. Os professores vão receber capacitação para utilizar o material.

Posse monsenhor

rômulo ZagottoNa Missa de posse do Monsenhor ANTÔNIO RÔMULO ZAGOTTO, na Paróquia Santo Antônio de Pádua, em Rio Novo do Sul, ANETE FARDIM, CIRLENE AMBOSS e DIONE TEIXEIRArepresentaram bem os amigos do monsenhor efiéis da querida Cachoeiro. Na ocasião, presentestambém na emocionante solenidade, que contou com grande número de fiéis e de padres da região Sul do Estado, o Bispo Diocesano de Cachoeiro, Dom DARIO CAMPOS, que presidiu a celebraçãoe deu posse a Monsenhor RÔMULO, a família ZAGOTTO, o deputado federal CAMILO COLA, o prefeito de Cachoeiro CARLOS CASTEGLIONE, a primeira dama AUXILIADORA ZAMPIROLLI e o deputado estadual RODRIGO COELHO.

Vitrinewww.assinesuasky.com.br

Foto: Vitrine

Foto: Divulgação

ACISCI BEM

representadaA ACISCI congrega atividades docomércio, indústria e serviço, em

defesa de seus interesses, através do processo associativista, buscandosempre a qualidade, integridade,

competência e responsabilidade social, contribuindo com o fortalecimento do comércio local e com o progresso de Cachoeiro. No registro, a associaçãomuito bem representada pelo diretorde Comércio, JUAREZ MONTEIRO

ALBERNAZ, o atuante presidente RUBERVAL DA SILVA ROCHAe o vice-presidente FRANCISCO

CARLOS MONTOVANELLI.

Mulheres que arrasam

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21- Importadas dacapital do Estadopara somar com abeleza da mulhercachoeirense:a enfermeiraEVELISEGONÇALVES e a fisioterapeuta MIRELLADOS SANTOS.

2- A ZASTRAS,localizada no 3º piso

do Shopping Sul,que tem a frente as

empresárias RACHELECHEIBUB e ÉRIKA CHEIBUB DALTO, oferece um conceito

super diferenciadoao mercado de

entretenimento infantil.

Foto: Álbum de família

Pólo Sul Capixaba (28) 3521-4200

Foto: Vitrine

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wÉLItON ROGER ALtOÉAdvogado e Sócio Proprietário na Empresa Altoé Advocare Advogados Associados

O Futuro do Trabalho –Impacto dos novos acontecimentos

O mês de março e os pri-meiros dias de abril re-servaram acontecimentos importantes para o nosso

futuro. Pensei em escrever sobre mui-tas coisas, mas é incontestável que as mudanças trazidas pela PEC das Do-mésticas impactou a todos os brasilei-ros, especialmente as empresas.

Estou envolvido em Negociações Coletivas no ES e MG; foram criadas novas legislações e regras para deso-neração; foram instituídos benefícios para os caminhoneiros autônomos; etc., mas nada é mais impactante do que as mudanças culturais e sociais introduzidas pela novíssima legisla-ção das domésticas. E a sua empresa (aquela que você trabalha ou que você é sócio) sofrerá com essa lei? Será que o governo federal e os congressistas têm noção dos efeitos da PEC das Do-mésticas no mercado de trabalho e na economia? Não, não têm. Na verda-de, eles parecem viver em outro país.

De acordo com a Lei, manter

uma empregada doméstica, com di-reitos mínimos, custaria mais de R$ 1.000,00 (um mil reais). Contudo, se ela precisar fazer uma hora extra, terá de descansar 15 minutos antes de começar (art. 384 da CLT); Se você precisa de muitas horas extras, ela

não pode exceder mais que duas ho-ras diariamente; Se dorme ou não no emprego, ela terá de ficar 11 horas sem trabalhar depois de encerrada uma jornada, ter um intervalo de 24 horas consecutivas por semana, pre-ferencialmente aos domingos, e uma

hora ininterrupta e integral de descan-so para refeição.

Se ela demorar mais de dez minu-tos para entrar no serviço, trocar de roupa ou tomar banho na hora da saída, esse tempo será contado como hora extra; Se ela dorme no quarto com uma criança ou um doente, terá de ser remunerada com adicional no-turno e eventualmente hora extra por estar à disposição daquela pessoa; Se você tiver de compensar em outro dia as horas a mais que ela trabalhou no dia anterior (banco de horas), isso tem de ser previamente negociado com o sindicato das domésticas; Se você concede à sua empregada um plano de saúde e ela se acidentar e for apo-sentada por invalidez, o plano terá de ser mantido pelo resto da vida.

Se, para melhor controle do seu de-sempenho, você estabelecer metas e ta-refas diárias que sua empregada consi-dere exageradas, ela pode processá-lo por danos morais; E se você não pagar a indenização que o juiz determinar, ele

penhorará (online) o saldo da sua conta bancária - sem prévio aviso.

Tudo isso está na lei e na jurispru-dência. E há muito mais. “Engessaram” também as relações com as empre-gadas domésticas, é uma pena. No país inteiro, não se fala noutra coisa. A apreensão é geral. Os políticos já perceberam o desconforto e a irritação causados pelo impensado ato. Muitos já reformulam o seu cálculo eleitoral: se ganharam a simpatia das emprega-das, perderam o apoio dos milhões de eleitores que não podem prescindir dos serviços de uma babá ou de um cuida-dor de idoso. A irritação é geral. A esse grupo se juntarão as empregadas que serão dispensadas.

Convenhamos, a execução do atual cipoal trabalhista já é difícil nas empre-sas. O que dizer das famílias, que não dispõem de contador, departamen-to de pessoal e assessoria jurídica? A nova lei, além de encarecer os serviços (que já estão caros), vai mudar o re-lacionamento entre empregada e em-pregador, que, de confiável e amisto-so, passará a burocrático e conflituoso.

Em médio prazo, vai sobrar em-

pregada doméstica, porque muitos empregadores não terão condições de cumprir a nova lei. Na empresa, quando há um aumento de custo, o empresário o repassa ao preço ou o retira do lucro. O empregador domés-tico não tem como fazer isso, porque geralmente é empregado e vive de sa-lário, que não é elástico.

Ou seja, na pretensão de melho-rar a vida das empregadas domésti-cas, nossos legisladores deixaram de

lado o que é mais prioritário no mo-mento presente, que é a formalização dos 5 milhões de brasileiras que não contam sequer com as proteções atu-ais. Será que aumentando os direitos e criando tanta insegurança elas vão ser protegidas? Penso que não. Muitas serão forçadas a trabalhar como dia-ristas, sem registro em carteira. E pior,

as empresas estão correndo um altís-simo risco de suas empregadas mães serem obrigadas a abandonarem os empregos e projetos de carreiras para tomarem conta do lar.

Entre os 7 milhões de domésticas do país, muitas são empregadas de um lado e patroas do outro. Con-tratam pessoas para tomar conta de seus filhos e de suas casas enquanto trabalham fora. A informalidade é da ordem de 75% no setor. Quantas mulheres empregadas, e que ganham menos de R$ 2.000,00 (dois mil re-ais) mensais, irão se dispor a manter o emprego, para pagar a quase tota-lidade de seus vencimentos para a sua empregada doméstica ? Existem algu-mas soluções como o trabalho por tempo parcial (part-time – art. 58 da CLT), e o pagamento de salário por hora. Contudo, os riscos são imensos. Não se justifica a troca. As empresas perderão mão-de-obra qualificada, e se não bastassem todos os desafios do empresário, resta mais essa “ba-tata quente” que foi jogada em suas mãos. Por que nossos representantes políticos insistem em não planejar?

"Em médio prazo, vai sobrar empregada doméstica, porque muitos empregadores não terão condições de cumprir a nova lei. Na empresa, quando há um aumento de custo, o empresário o repassa ao preço

ou o retira do lucro. O empregador doméstico não tem como fazer isso, porque geralmente é empregado e vive de salário, que não é elástico".

"A nova lei, além de encarecer os serviços (que já estão caros), vai mudar o relacionamento entre empregada e empregador, que,

de confiável e amistoso, passará a burocrático e conflituoso".

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XICO GRAZIANOEngenheiro Agrônomo, Mestre em Economia Agrária e Doutor em Administração

Caos fundiário

Excelente reportagem de Rol-dão Arruda, publicada em O Estado de S. Paulo tempos atrás, indica algo impossível

no cadastro de terras do País: o so-matório de área dos imóveis rurais ultrapassa em 600 mil quilômetros quadrados a própria superfície do território nacional. A falha é escan-dalosa e o assunto, antigo.

Dele tratei ao apresentar, em 1989, minha tese, intitulada A Ver-dade da Terra, de doutorado em Administração na FGV-SP. Nela mos-trei, modestamente, haver um resí-duo sujo nas estatísticas agrárias do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Em outubro de 1985, o governo liderado por José Sarney acabara de lançar o Plano Nacional de Re-forma Agrária, estabelecendo uma meta de beneficiar, em 15 anos, um contingente de 7,1 milhões de famí-lias, das quais 1,4 milhão recebe-ria seu pedaço de terra até 1989. A empreitada exigia ousadia total. Re-

conquistada a democracia, porém, tudo parecia ser possível.

O ponto de partida para o assenta-mento rural prometido residia no fabu-loso estoque de terras dominado pelos latifúndios. Estimava-se no Incra que metade do território nacional, cerca de 410 milhões de hectares, estava ocio-sa. Terra de exploração que se trans-formaria em terra de trabalho, assim dizia o mais famoso slogan agrarista. Espetáculo da ilusão agrarista.

Deu, óbvio, tudo errado. Ao final do governo Sarney, desapropriados mesmo haviam sido apenas cerca de 8 milhões de hectares, distribuídos entre pouco mais de 50 mil famílias. Cen-tenas de processos dependiam de trâ-mites burocráticos ou judiciais. Porém, ainda que todas as pendências fossem de pronto resolvidas, menos de 1% da meta de assentamentos teria sido atin-gida. Fracassara redondamente a re-forma agrária da Nova República.

O fiasco foi creditado às forças conservadoras, comandadas pelos latifundiários. Participante ativo desse

processo, como mem-bro da equipe dirigen-te do Incra, em Brasí-lia, não me convenci facilmente de tal ar-gumento. Julguei que as objeções políticas haviam sido superes-timadas na explicação do ocorrido. O buraco estava mais embaixo.

Minha tese, que vi-rou livro (A Tragédia da Terra, 1991), mostrou serem equivocadas as estatísticas cadastrais do Incra. Inexistia, na verdade, aquele fan-tástico volume de terras a serem desapropria-das. Tratavam-se, isso sim, de enormes áre-

as que, embora oficialmente declara-das ao órgão oficial, raramente eram localizadas na realidade. Denominei tais imóveis de "latifúndios fantasmas": amedrontavam a sociedade, mas só valiam no papel.

Tudo indicava ser a grilagem de terras responsável pelos enganos. Áreas extensas eram registradas com documentação precária, para depois facilitar a sua venda. Noutros casos, antigas possessões haviam sido re-gularizadas, divididas, capitalizadas, mas permaneciam cadastradas como originalmente estavam. Não se lim-pava o cadastro original. Em meu trabalho acadêmico destaquei várias dessas áreas, com sua localização e seu tamanho. Somente no Estado de São Paulo identifiquei 11 "latifúndios fantasmas", jamais encontrados nas vistorias in loco. O caos fundiário era certamente mais grave nas demais regiões do País, menos estabelecidas burocraticamente.

Essa é a razão por que ainda hoje, conforme descobriu o jornalista Rol-dão Arruda, em 1.354 municípios

brasileiros as terras cadastradas no Incra superam sua área territorial. La-dário, em Mato Grosso do Sul, puxa a lista da incongruência fundiária: a soma de seus imóveis rurais ultrapas-sa dez vezes a superfície municipal. Nem mágica explica.

Minha conclusão, formulada há 25 anos, foi chocante: as estatísticas enganadoras do Incra permitiram fa-bricar uma ilusão - ainda persistente na sociedade - de que seria fácil fazer a reforma agrária, bastando "vontade política" para executá-la.

Quando publiquei minha tese de doutorado, que repercutiu em entre-vista nas páginas amarelas da revista Veja, a esquerda dogmática expulsou--me de sua turma. Tecnicamente, os entendidos pouco discordavam de mim. Mas achavam que, inoportuna-mente, eu dera munição à famigera-da "direita". Alguns me acusaram de capitular ante o latifúndio. Bobagem.

Eu simplesmente defendia, como até hoje o faço, a ideia de que a modernização capitalista da agri-cultura exigia uma reorientação nas

ideias agrárias herdadas do pas-sado colonialista, que cultivavam a utopia socialista. Nada de perma-necer, como Dom Quixote, lutando contra quimeras. Cazuza cantava: "A tua piscina está cheia de ratos/ tuas ideias não correspondem aos fatos" (em O Tempo não Para).

Muito se fez, desde então, para aprimorar o sistema cadastral do Incra. Durante o governo de Fer-nando Henrique Cardoso, medidas saneadoras - legislativas, jurídicas e administrativas - conseguiram de-letar cerca de 90 milhões de hec-tares, comprovadamente grilados,

especialmente no Norte. Mas nunca, verdadeiramente, o Incra enfrentou esse problema pra valer. Por moti-vos, lamentavelmente, ideológicos.

Trazer credibilidade ao cadastro fundiário do País pressupõe moder-nizar o Incra. Carcomido pela velha ideologia, aparelhado por grupelhos políticos, tornou-se palco de dispu-tas entre grupelhos, afugentando o profissionalismo que o projetou. Tornou-se burocratizado, lento. Os agricultores que o digam: um sim-ples registro dos limites geográficos da fazenda, referenciados por saté-lite, demora anos para ser concedi-do. Fora as notícias sobre propinas, que todos conhecem, mas receiam denunciar, temendo ser retaliados pelas mãos dos invasores de terras.

Chegou a hora da verdade para o Incra. A histórica instituição não se pode contentar com essa inoperân-cia, caindo em descrédito por nem saber sequer quanto de terra o Bra-sil possui. Ou redescobre sua fun-ção, empurrando a modernidade no campo, ou fecha as portas.

Em 2009, a Agência Brasil registrou uma família que vive acampada em canto da aldeia em Amambai (MS), enquanto aguarda o reconhecimento do direito à área da fazenda vizinha. Foto: Valter Campanato/ABr

"Essa é a razão por que ainda hoje, conforme descobriu o jornalista

Roldão Arruda, em 1.354 municípios brasileiros as terras cadastradas no Incra superam sua área territorial.

Ladário, em Mato Grosso do Sul, puxa a lista da incongruência fundiária:

a soma de seus imóveis rurais ultrapassa dez vezes a superfície municipal. Nem mágica explical".

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RIVAIR CARLOS DE MOURA Advogado, Sociólogo, Mestre Em Gestão Universitária,

Especialista em Sociologia, Direito Civil e Processual Civil

O criminoso "de menor" e aquestão da maioridade penal

Qual cobra venenosa pode ser mais mortal: a “de menor” tamanho ou a maior? Será que a cobra

ainda “adolescente” não representa o mesmo perigo de uma cobra adul-ta, mais experiente? Ao que se saiba, consta que as cobras menores são mais mortais, pois têm mais veneno. Mas de qualquer jeito, ambas repre-sentam muito perigo, ambas podem causar a morte, e, dependendo da situação, ambas devem ser elimina-das. Só que as cobras, sejam “de me-nor” ou “de maior”, não matam para roubar dinheiro para comprar droga, não assaltam e não cometem crimes de maior ou menor dimensão.

E apesar de todo o perigo que re-presentam, as cobras, mesmo as “de menor”, têm contribuído e vão contri-buir ainda mais para a cura de várias doenças graves e salvar muitas vidas. Cientistas de Harvard, nos Estados Unidos, descobriram que um dos com-ponentes do veneno da cobra, uma proteína chamada quistrina, é capaz de impedir a formação de coágulos sanguíneos. Com tal descoberta, o ve-neno da cobra poderá ser um eficaz remédio no socorro aos infartados.

E tem mais: o veneno da daboia, encontrada no sudeste da Ásia, é uti-lizado para controlar a hemorragia dos hemofílicos. O veneno da casca-vel brasileira tem uma substância que poderá ser uma alternativa à morfina para o tratamento das dores de pa-cientes com câncer, com a vantagem de ser mais duradouro o seu efeito analgésico e sem causar dependên-cia. E ainda: o veneno das cobras pode ser uma eficaz cola cirúrgica, substituindo os pontos e fechando o corte mais rapidamente, diminuindo as possibilidades de cicatriz.

Pois bem, uma cobra “de menor”, apesar de todo o perigo que represen-

ta, pode ser uma grande contribuição para salvar vidas. Os exemplos acima foram só alguns, para não se alongar tanto. E que utilidade tem para a socie-dade o menor assassino, o menor tra-ficante, o menor assaltante, para quem a vida do ser humano nada significa?

Todos os dias se têm notícias de crimes bárbaros cometidos por me-nores, protegidos por uma lei (com “l” minúsculo mesmo) que não repre-senta qualquer ameaça no sentido de coibir o crime, eis que o “de menor”, quando “apreendido”, não sofre, nem de longe, a reprimenda que merece-ria sofrer, considerando a gravidade dos crimes de comete. Tomei conhe-

cimento enquanto escrevia este texto, da notícia de que um menor de 15 anos, o qual, após ter atirado no ros-to de uma pessoa, voltou e atirou nas costas, matando a vítima que estava nos braços da mãe, que o socorria.

Infelizmente, a idade mínima para maioridade penal em nosso país é de dezoito anos e foi estabelecida pelo Estatuto da Criança e do Adolescen-te com base em orientação da ONU. Entretanto, cumpre ressaltar que, na época em que foi decidida tal idade, as pessoas de dezoito anos eram mui-to mais ingênuas, pode-se dizer mais “crianças” do que nos dias de hoje. Atualmente, um jovem de dezesseis anos, considerado como relativamen-te capaz, tem poderes para trabalhar e, inclusive, escolher seus governan-tes. E por que não pode ser conside-rado penalmente responsável?

Em outros países a maioridade pe-nal varia dos seis aos dezoito, sendo que a maioria deles adota idade bem inferior a dezoito anos. Nos Estados Unidos, alguns estados fixaram a ida-

de mínima entre seis e doze anos. Os demais estados americanos seguem o direito consuetudinário. Na Austrália, Kuwait, Bangladesh, Índia, África do Sul, Paquistão, Myanmar (ex-Birmânia), Tailândia, Nigéria, Sudão, Tanzânia, Suíça e Trinidad e Tobago a maiori-dade penal é aos sete anos. A maio-ridade penal começa aos oito anos na Líbia, Quênia, Indonésia e na Escócia. No Iraque, na Etiópia e nas Filipinas, a maioridade penal se dá aos nove anos. A questão do sexo é diferencial para a fixação da maioridade penal no Irã, sendo aos nove anos para mulhe-res e quinze anos para homens.

A maioridade penal começa aos dez anos na Inglaterra, País de Ga-les, Malásia, no Nepal e Ucrânia. Na Turquia, começa aos onze anos. No Equador, Uganda, Israel, Marrocos, Coréia do Sul, Líbano, Grécia, Cana-dá e Holanda a maioridade penal co-meça aos doze anos. Em Israel, Nova Zelândia, Uzbequistão, Argélia, Espa-nha, França e Polônia, a maioridade penal se dá aos treze anos.

Aos quatorze anos, tem-se a maio-ridade penal na Áustria, Rússia, Alema-nha, China, Japão, Vietnã, Itália e Ar-

mênia. Na Dinamarca, Noruega, Egito, Suécia e Finlândia, a maioridade penal é fixada aos quinze anos. Na Argen-tina, Chile, Cuba e Portugal, a maiori-dade penal é estabelecida a partir dos dezesseis anos. E na Polônia, a maiori-dade penal começa aos dezessete anos.

Como se vê, na maioria dos países já se tem consciência de que indivíduos entre doze e dezoito anos sabem muito bem o que estão fazendo, têm ciência do que é certo ou errado e por isso a maioridade penal para eles começa bem cedo. No Brasil, todo dia ocorrem inúmeros assassinatos praticados por adolescentes, alguns com requintes de crueldade. E quando esses assassinos são pegos, a pena que sofrem é míni-ma, considerando a barbaridade que cometeram. ISSO TEM QUE MUDAR!

Já passou da hora de alterar o Có-digo Penal Brasileiro no sentido de di-

minuir a maioridade penal. A situação é tão séria que o Senado divulgou em 23/10/2012 o resultado de uma pes-quisa realizada pela sua Secretaria de Opinião Pública, indicando que 89% da população brasileira é a favor de diminuir a maioridade penal e só 7% concordam com a regra vigente (18 anos). E como prova de que o brasi-leiro não aguenta mais ouvir notícias de crimes praticados por menores que não vão parar na cadeia, os dados da referida pesquisa mostram que 20% dos brasileiros acham que a lei deveria permitir a prisão das pessoas a qualquer idade, 16% acham que a maioridade penal deveria começar aos 12 anos, 18% entendem que tal deveria ocorrer aos 14 anos e 35% disseram que 16 anos é a idade míni-ma que alguém deve ter para ir preso.

Destarte, o Senado já tem dados suficientes para a votação do PLS nº 236/2012, que trata do assunto em questão, ou seja, a opinião pública já se manifestou dizendo que chega de impu-nidade. Se o menor de 16 anos é consi-derado consciente e maduro para votar, deve ser também considerado adulto para responder pelos crimes que cometer.

"A situação é tão séria que o Senado divulgou em 23/10/2012 o resultado

de uma pesquisa realizada pela sua Secretaria de Opinião Pública, indicando que 89% da população brasileira é a favor de diminuir a

maioridade penal e só 7% concordam com a regra vigente (18 anos)."

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Poluição do ar já é um dos maiores perigos à saúde

Setor de Moda e Vestuário pode ter certificado sustentável

Greenpeace lança campanha de mobilidade urbana

Rio de Janeiro: multa para quem jogar lixo no chão

Telhado verde pode ser obrigatório em Curitiba

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um alerta em abril pedindo uma ação global eficiente para a redução da poluição do ar - já considerado um dos maio-res perigos à saúde humana, principalmente no Sul da Ásia, na África Subsaariana e no Sudeste Asiático.

"Estima-se que existam 3,5 milhões de mortes prematuras causadas todo ano pela poluição do ar doméstico, e 3,3 milhões de mortes todo o ano causadas pela poluição atmosférica", afirmou Maria Neira, Diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) criou o selo chamado "Qual". Trata-se de um certificado de qualidade e sustentabilidade da indústria têxtil e da moda, que atesta o grau de comprometimento destas empresas com as questões ambien-tais e trabalhistas (cumprimento da legislação e aversão ao trabalho infantil e escravizado).

O Selo Verde Qual é voluntário e as empresas interessadas a se submeter ao processo de certificação sustentável devem procurar a Abit. Atualmente, três empresas já possuem o selo e outras estão em avaliação. Para saber mais, acesse o site: www.seloqual.com.br.

No dia 10 de abril, o Greenpeace lançou uma campanha nacional que debate a mobilidade urbana nas cidades. Intitulado "#Cadê o Plano de Mobilidade Urbana?", a campanha pretende reivindicar transparência das decisões do governo e a conscienti-zação dos hábitos da população.

Segundo o texto da campanha, as cidades com mais de 20 mil habitantes devem elaborar de forma participativa planos de mobilidade urbana que garantam acessibili-dade e priorizem o pedestre, o uso da bicicleta e do transporte coletivo. Mais informa-ções de como participar ativamente estão no site: www.greenpeace.com.br/cade.

Em abril, a prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que a partir de julho, o cida-dão que jogar lixo no chão será multado. O valor vai variar entre R$ 157,00 - para materiais com tamanho igual ou inferior a uma lata de cerveja - e R$ 500,00 para objetos maiores que 1 metro cúbico. Para resíduos que ultrapassarem a dimensão de uma lata de cerveja, porém menores que 1 metro cúbico, o valor será de R$ 380,00.

A Guarda Municipal, responsável pela fiscalização, registrará em um palmtop o CPF da pessoa. Se o indivíduo se negar a fornecê-lo, será encaminhado à delegacia. Além da multa, a pessoa correrá o risco de ter o título protestado pela prefeitura, ocasionan-do em dificuldades para pedir empréstimo ou fazer compras parceladas no varejo.

Um Projeto de Lei (PL) em Curitiba (PR) propõe novos projetos de edificações resi-denciais ou comercial, que tenham mais de três unidades agrupadas verticalmente, devem prever a construção de um telhado verde na cobertura. A proposta foi apre-sentada pelo vereador Professor Galdino à Câmara Municipal.

A PL ainda define que a vegetação usada seja, preferencialmente, nativa, além de exigir pouca quantidade de água, para que não sirva de habitat para o mosquito transmissor da dengue. Já se sabe que o telhado verde reduz a poluição do ar, as ilhas de calor e facilita a drenagem da água da chuva, ajudando a evitar as enchen-tes, proporcionando conforto térmico e isolamento acústico.

O projeto já foi aprovado pela Comissão de Legislação, Justiça e Redação e, agora, segue para análise da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Para virar Lei, ele ainda deve ser votado no plenário da Câmara Municipal de Curitiba e sancionado pelo prefeito da cidade.

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