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ANO 3 | EDIÇÃO 16 | FEV -MAR - 2013 IMPRESSO ESPECIAL 991 22 55 307- DR/MG SOC. MINEIRA DE ENGENHEIROS CORREIOS P&D PARA CRIAR NOVOS PRODUTOS | RESPONSALIDADE SOCIAL EMPRESARIAL ENGENHARIA DE INCÊNDIO | MEIO AMBIENTE E MUITO MAIS. RAIO X DAS AGÊNCIAS REGULADORAS: TÉCNICA X POLÍTICA ENTREVISTA Bernardo Figueiredo, presidente da EPL fala sobre investimentos em logística ENGENHEIRA DO ANO Maria das Graças Foster recebe homenagem da SME CHINA X BRASIL Artigo de João Camilo Penna

Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

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Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

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Page 1: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

ANO 3 | EDIÇÃO 16 | FEV -MAR - 2013

IMPRESSO ESPECIAL

991 22 55 307- DR/MG

SOC. MINEIRA DE ENGENHEIROSCORREIOS

P&D PARA CRIAR NOVOS PRODUTOS | RESPONSALIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

ENGENHARIA DE INCÊNDIO | MEIO AMBIENTE E MUITO MAIS.

RAIO X DAS AGÊNCIAS REGULADORAS:TÉCNICA X POLÍTICA

ENTREVISTA

Bernardo Figueiredo,

presidente da EPL fala sobre

investimentos em logística

ENGENHEIRA DO ANO

Maria das Graças

Foster recebe

homenagem da SME

CHINA X BRASIL

Artigo de João

Camilo Penna

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Passados os primeiros

dias de comoção pela

tragédia de Santa Maria

(RS), é hora de uma re-

flexão sobre o episódio

e seus desdobramentos. Muitas análi-

ses foram feitas por especialistas, re-

forçando a sucessão de erros e

omissões que levaram à morte pre-

matura de dezenas de jovens. Neste

momento, muitos dos sobreviventes

seguem internados lutando pela vida

em um leito de hospital.

As marcas dessa tragédia ficarão para

sempre na história do Brasil e da pa-

cata cidade gaúcha, que se transfor-

mou em manchete dos principais

jornais do mundo. Permanecerão

na memória dos brasileiros e estão

como ferida viva no seio das famílias

que perderam seus filhos.

Ao contrário do que possa parecer o

risco de sinistros como esse não está

ou estava localizado, no caso da boate

Kiss, apenas em solo gaúcho, mas en-

contra-se espalhado pelo território

brasileiro. Por negligência, omissão,

ganância ou simples vista grossa, nem

sempre são cumpridas as exigências

legais mínimas contidas nas Normas

Técnicas Brasileiras de engenharia

para a construção e implantação de

empreendimentos com áreas comuns

ou não.

As normas são objetivas e o cumpri-

mento das mesmas constitui uma das

etapas essenciais para se colocar em

funcionamento qualquer estabeleci-

mento seja comercial, residencial, de

lazer ou esportivo. A exigência de um

profissional de engenharia responsável

pela obra é regra e não há exceção.

O uso de novas tecnologias de maté-

rias e de equipamentos, de controle

de acesso em ambientes públicos é

uma prática indispensável em qual-

quer projeto. As ferramentas existem

e precisam ser bem utilizadas. Por-

tanto, não havia e não há ensinamento

necessário no horror vivenciado, em

Santa Maria, para que esse conjunto

de elementos seja observado na base

de projetos de engenharia.

Se isto não ocorre, poderíamos infe-

rir, por outro lado, que a fiscalização

é insuficiente ou inexiste, o que tor-

naria inútil a ideia de bem estar, de

conforto e segurança, porque esta-

ríamos envolvidos em um jogo ab-

surdo de sorte e azar. A vida não

pode ser tratada como peça de um

joguete macabro, mas um campo de

sonho, de esperança, de alegria, de

projetos a serem realizados e que

foram brutalmente interrompidos,

tragados pelas chamas na noite de

Santa Maria.

Além de punição para os responsáveis

pela tragédia no município gaúcho,

acreditamos que a sociedade brasileira

deve exigir o cumprimento e/ou aper-

feiçoamento de instrumentos legais

que estabelecem ou regulamentam as

relações entre aquilo que é de inte-

resse da população e aquilo que é de

interesse e responsabilidade de todos

que participam dessa sociedade, seja

na área pública ou privada.

Em meio à dor, fazemos a defesa in-

transigente de que cada cidadão,

cada família, de que a sociedade não

aceite ver os jovens, adultos ou

crianças terem suas vidas ceifadas

por negligência e descaso.

4

EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE

O cumprimento de normas em respeito à vida

Ailton Ricaldoni Lobo

Presidente da SME

Page 5: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

PARCERIAS INTERNACIONAIS

Garanta-se no mercado: EXECUTIVE MBA Gestão Econômica de Recursos Minerais

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Page 6: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

6

Compromisso com Você!

A Sociedade Mineira de Engenheiros, por meio de sua

equipe, tem desenvolvido uma série de trabalhos para aten-

der cada vez mais e melhor a cada um dos associados.

Em seus 82 anos de existência,

a SME trabalha para integrar,

desenvolver e valorizar a Enge-

nharia, a Arquitetura, a Agronomia

e seus profissionais, contribuindo

para o aprimoramento tecnoló-

gico, científico, sociocultural e

econômico.

Produtos e Serviços

Em nosso site há uma série de produtos e serviços como

cursos, palestras, seminários, eventos e uma extensa gama

de convênios que você poderá desfrutar.

São descontos de até 20% em academias, empresas

automotivas, de artigos de decoração, buffets, clubes,

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Compromisso com o futuro

Aprimoramento profissional e inova-

ção tecnológica também têm sido

uma das grandes bandeiras da SME

para oferecer os melhores produtos

e serviços para você e sua família.

Por meio de nosso site, da revista,

dos eventos e da participação nas

redes sociais, a SME tem se tornado, cada vez mais, um

canal aberto para ouvir suas sugestões e para representar

seu interesse.

Seja um associado da SME

Mais informações: www. sme.org.br - (31) 3292 3962 ou [email protected]

PRESIDENTE Ailton Ricaldoni Lobo

VICE - PRESIDENTESRonaldo José Lima Gusmão

José Luiz Nobre Ribeiro

Victório Duque Semionato

Alexandre Francisco Maia Bueno

Délcio Antônio Duarte

DIRETORESLuiz Felipe de Farias

Diogo de Souza Coimbra

Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz

Marcílio César de Andrade

Alessandro Fernandes Moreira

José Flávio Gomes

Fabiano Soares Panissi

Janaína Maria França dos Anjos

Normando Virgílio Borges Alves

Clemenceau Chiabi Saliba Júnior

SUPERINTENDENTE José Ciro Mota

CONSELHO DELIBERATIVOMarcos Villela de Sant'Anna

Teodomiro Diniz Camargos

Jorge Pereira Raggi

Flavio Marques Lisbôa Campos

Rodrigo Octavio Coutinho Filho

Paulo Safady Simão

José Luiz Gattás Hallak

Alberto Enrique Dávila Bravo

Cláudia Teresa Pereira Pires

Márcio Tadeu Pedrosa

Sílvio Antônio Soares Nazaré

Felix Ricardo Gonçalves Moutinho

Levindo Eduardo Coelho Neto

Fernando Henrique Schuffner Neto

Ivan Ribeiro de Oliveira

CONSELHO FISCALJosé Andrade Neiva

Nilton Andrade Chaves

Carlos Gutemberg Junqueira Alvim

Alexandre Rocha Resende

Wanderley Alvarenga Bastos Júnior

CONSELHO EDITORIAL Ailton Ricaldoni Lobo

Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz

Janaína Maria França dos Anjos

Fabiano Soares Panissi

José Ciro Mota

Ronaldo José Lima Gusmão

Coordenador EditorialRonaldo José Lima Gusmão

Jornalista Responsável Luciana Maria Sampaio Moreira

MG 05203 JP

Projeto Gráfico Blog Comunicação

Marcelo Távora

[email protected]

Av. Bento Simão, 518 | São Bento

Belo Horizonte | Minas Gerais

CEP - 30350-750

(31) 3309 1036 | (31) 9133 8590

Depto. Comercial | Vendas Blog Comunicação

[email protected]

(31) 3309 1036 | (31) 9133 8590

Tiragem 10 mil exemplares | Bimestral

Distribuição GratuitaVia Correios e Instituições parceiras

Publicação | SMESociedade Mineira de Engenheiros

Av. Álvares Cabral, 1600 | 3ºandar

Santo Agostinho

Belo Horizonte | Minas Gerais

CEP - 30170-001

Tel. (31) 3292 3962

[email protected]

Fale conosco Contato [email protected]

ApoioPublicação

Page 7: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

8ENGENHEIRA DO ANO

MARIA DAS GRAÇAS

FOSTER, PRESIDENTE

DA PETROBRAS

14CAPA

AGÊNCIAS REGULADORAS 46

GESTÃO

DJALMA MORAIS ESTÁ

ENTRE OS 30 MELHORES

GESTORES DO MUNDO

32MEIO AMBIENTE

COMITÊS DE

BACIAS HIDROGRÁFICAS

INOVAÇÃO

P&D PARA CRIAR NOVOS

PRODUTOS E SERVIÇOS

36ENTREVISTA

BERNARDO FIGUEIREDO,

PRESIDENTE DA EPL FALA SOBRE

INVESTIMENTOS EM LOGÍSTICA

44

48

RESPONSABILIDADE SOCIAL

ARTIGO SÉRGIO CAVALIERI,

PRESIDENTE DA ALE

34

50SME HISTÓRIA

LEGADO DE PAULO

NEWTON DE PAIVA FERREIRA26

MESTRES DA ENGENHARIA

FREDMARCK

GONÇALVES LEÃO24ENGENHARIA DE INCÊNCIO

O LADO TÉCNICO

DA TRAGÉDIA

52NOVOS ENGENHEIROS

GUSTAVO RIENTE ANDRADE

54 ARTIGO CHINA X BRASIL

JOÃO CAMILO PENNA

SEGURANÇA E TECNOLOGIA

PROTEÇÃO CONTRA

SURTOS DE RAIOS

56 CAUSOS

DE ENGENHARIA

Page 8: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

8

EVENTO | ENGENHEIRO DO ANO 2012

Com aquele tipo de cerimônia calorosa que

só mesmo os mineiros sabem preparar

para seus conterrâneos que estão fora do

Estado, a Sociedade Mineira de Engenhei-

ros (SME) homenageou, no último dia 18 de dezembro,

no Hotel Mercure Lourdes, em Belo Horizonte, a en-

genheira química e presidente da Petrobras, Maria das

Graças Foster com a Medalha Sociedade Mineira de

Engenheiros – Engenheiro do Ano 2012. Pela primeira

vez em três décadas, uma mulher entrou para a seleta

lista de notáveis que tiveram seu trabalho e dedicação

destacados pela Sociedade.

Acompanhada por membros da diretoria da entidade,

pelo ex-presidente da entidade, chanceler da Medalha

e presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho

Neto e pela secretária de Estado de Desenvolvimento

Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck e o

secretário municipal de Serviços Urbanos, Pier Senese

desde a entrada do hotel, a executiva que já foi eleita

a terceira mulher de negócios mais poderosa do

mundo não escondeu a emoção pela homenagem ca-

rinhosa preparada pela SME.

Com auditório lotado, o presidente da SME, Ailton

Ricaldoni, abriu a solenidade agradecendo aos enge-

nheiros que, de forma voluntária, participam dos

trabalhos das Comissões Técnicas da entidade.

“O pensamento do engenheiro e sua criatividade se

manifestam no dia a dia e não apenas nas edificações,

mas em diversas outras áreas da atividade humana,

como a de petróleo e gás, muito bem representada

pela nossa homenageada de hoje, que simboliza o

que a Engenharia tem de melhor”, afirmou.

Maria das Graças Foster recebe a medalha de Engenheiro do Ano 2012Pela primeira vez em 30 anos, uma engenheira recebe a honraria

Page 9: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Repercussões

O chanceler da Medalha Enge-

nheiro do Ano 2012, José da Costa

Carvalho Neto, lembrou que Maria

das Graças Foster construiu uma

carreira robusta na Petrobras, onde

trabalhou em diversos setores.

Com o conhecimento acumulado,

galgou diversas posições de lide-

rança, até ser convidada, pela pre-

sidenta Dilma Rousseff, a ocupar a

presidência da maior empresa bra-

sileira em fevereiro de 2012.

“Ela é focada em resultados, tem

conhecimento técnico, inconteste

liderança e sensível poder de nego-

ciação. Tem o coração maior que a

produção de petróleo da Petro-

bras”, elogiou Costa que agrade-

ceu, ainda, a honra de ter sido o

chanceler da Medalha Engenheira

do Ano 2012, pelo reconhecimento

a Maria das Graças Foster, uma

profissional que, formada para ven-

cer desafios, tem incentivado enge-

nheiros dentro e fora da Petrobras.

Além de engenheira e executiva de

sucesso, Maria das Graças Foster é

uma mulher comum, com família, fi-

lhos, gostos adquiridos ao longo do

tempo, como ir a praia. Torcedora

do Botafogo, ela é figurante da Es-

cola de Samba União da Ilha, que

fica no bairro em que morou du-

rante anos. “É muito bom olhar

pela janela do avião e ver que estou

chegando na minha terra. Belo Ho-

rizonte é a terra de minha mãe, Te-

rezinha e essa homenagem da SME

tem um significado especial para

mim, mineira de Caratinga mas ca-

rioca do Morro do Adeus, no

Complexo do Alemão, depois da

Ilha do Governador e, mais re-

cente, de Copacabana e Ipanema.

Eu costumo dizer que sou uma mi-

neira carioca”, ressaltou.

Ela disse, também, que o seu per-

curso de vida não foi fácil. “Tenho

orgulho das minhas escolhas, uma

delas a de ser engenheira”, desta-

cou a homenageada. Ela dividiu o

reconhecimento da SME com a

equipe de profissionais que a asses-

soram e subsidiam de informações.

Para Maria das Graças Foster, a

empresa tem grandes desafios,

assim como o país, que apesar

das inúmeras políticas sociais e

da estabilidade econômica, ainda

tem muito a avançar. “Eu me sinto

feliz em participar desse período

de mudanças que o país tem ex-

perimentado nos últimos anos”,

analisou.

Ela encerrou o discurso “abrindo

as portas” para que outras enge-

nheiras mineiras, como ela, pos-

sam ingressar na lista de

Engenheiros do Ano da SME. “Será

que, em 30 anos, nenhuma enge-

nheira mereceu essa medalha?

Isso não é possível”, questionou.

José da Costa Carvalho Neto, chanceler

da Medalha e presidente da Eletrobras

Engenheira do Ano e Dorothea

Werneck, Secretária de Estado de

Desenvolvimento Econômico/MG

Homenageada Maria das Graças Foster

e Ailton Ricaldoni, presidente da SME

Olavo Machado, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg)

“Maria das Graças Foster simboliza o nível de qualidade da engenharia brasileira,

reconhecida em todo o mundo por sua excelência. A belíssima carreira que construiu na

Petrobras, onde entrou como estagiária e chegou à presidência, revela a sua dedicação e

compromisso com a profissão. O título de Engenheira do Ano 2012, que lhe foi concedido

pela Sociedade Mineira de Engenheiros, é, portanto, justa e merecida homenagem que a

Federação das Indústrias de Minas Gerais subscreve e aplaude. Parabéns à SME

pela escolha! Parabéns à presidente Graça Foster pela conquista!”

Page 10: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

“Não poderia ser mais oportuna a indicação do nome da Dra. Graça Foster para Engenheiro do

Ano 2012. Mais do que as valiosas contribuições ao campo da Engenharia, a Dra Foster se destaca

por sua atuação brilhante e decisiva para o desenvolvimento da indústria de gás natural no Brasil

e, notadamente, em Minas Gerais, tendo sido homenageada, em 2011, no aniversário de 25 anos

de fundação da nossa Gasmig”.

José Carlos de Mattos, presidente da Gasmig

“Eu achei que a Sociedade Mineira de Engenheiros está de parabéns por

homenagear engenheira mineira que milita há muitos anos na Petrobras

e que, pelo seu valor, mostrou que pode ocupar o cargo de presidente

da maior empresa do Brasil. Outra felicidade da SME foi ter indicado o

José da Costa para ser o chanceler da Medalha. Foi uma noite memorável!

A diretoria da SME está de parabéns.”

Tarcio Primo Belém Barbosa, ex-presidente da SME, ex-presidente do

CREA-MG, ex-secretário de Obras Públicas e atualmente presidente AAEMG-UFMG

“A SME foi muito feliz ao escolher a Graça Foster como Engenheira do ANO 2012. É uma profissional

que engrandece a nossa classe. Pessoa de notável capacidade de planejamento, execução e obtenção

de resultados. Conheço e acompanho de perto sua carreira há cerca de dez anos. Atualmente preside a

Petrobras, a maior empresa da América Latina, onde está resgatando os conceitos mais puros da engenharia:

planejamento, engenhosidade, controles, produtividade, qualidade, segurança, padronização. Com certeza

será muito bem sucedida e os resultados aparecerão em pouco tempo.”

Sérgio Cavalieri, presidente do Grupo Ale,

“Foi importante a escolha da presidente da Petrobras para este prêmio:

se há no Brasil uma mulher que mereceu esta homenagem é ela, pela

sua história de luta, determinação e competência. O seu discurso foi o

de uma verdadeira estadista: focado, envolvente e objetivo. Penso, ainda,

que a presença dela em Belo Horizonte poderia ter sido mais divulgada,

pois merecia mais destaque na mídia e no público empresarial pelo que

ela representa para o Brasil como técnica, executiva e mulher.”

Flávio Campos , presidente Leme Engenharia e vice-presidente da SME

“Entregou o livro da historia da engenharia para ela. Falar da nobreza da

premiação que a SME tem feito e as indicações são pessoas que tem grande contribuição para

MG e para o Brasil como um todo. Louvando a iniciativa da SME. Incentivo para alunos da enge-

nharia porque a Petrobras representa para o Brasil e a aspiração dos alunos, uma das pos-

sibilidades mais cobiçadas é ingressar na Petrobras pelo que representa para o país e

desenvolvimento da carreira do aluno.”

Benjamin Rodrigues Menezes, diretor da escola de engenharia da UFMG

“Desde que Maria das Graças Foster assumiu o comando da Petrobras,

no início de 2012, ela já mostrou que não lhe faltam coragem, determi-

nação, conhecimento e foco para lidar com a complexidade desde gigante

que é a Petrobras. Existe muita coisa a ser feita, com benefícios impor-

tantes para o Brasil. Fico feliz de, neste momento de transformação e

evolução, uma engenheira como nós estar à frente da empresa da qual

a Mendes Júnior tem sido parceira importante há décadas. Nós,

engenheiros, estamos sempre focados em fazer acontecer, em aplicar conhecimento e inteligência

na obtenção de grandes resultados. É o que a Petrobras e o Brasil precisam. É o que Maria das

Graças Foster está fazendo.”

J. Murillo Valle Mendes, presidente da Mendes Júnior e

Engenheiro do Ano pela SME em 2009

Site

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or

Eco

nôm

ico

Page 11: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição
Page 12: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Patrocínio

La via Jentzsch, Ana Rosa Lourenço, João Lourenço,

Andréia Mohallem e Tarik Mohallem

Ederson Bustamante, Raimundo Fernandes,

Antônio Lombardo e Hélio Nonato

Levindo Coelho,

José da Costa, Mariana CoelhoMurilo Mendes

e Roberto Braga

Regina Marinho e

Roberto Marinho

Fabiano Panissi, Alexandre

Resende e Bayron Drumond

José Ciro Mota, Marcelo Mota,

Aurélia Sica, Wagner Almeida BarbosaWedson Luiz, Luciana

Sampaio e Marcelo Távora

Daniel Marinho

e Michelly Girundi

José Carlos de Matos, Paulo

Henrique e Rodrigo Coutinho

A solenidade teve a participação de lideranças empresarias e políticas, engenheiros, formadores de opinião e diretores da SME

ENGENHEIRO DO ANO 2012SME

Page 13: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Ronaldo Gusmão, Ailton Ricaldoni, Jalmelice Luz,

Fabiano Panissi, José Luiz Nobre Ribeiro e Alexandre Resende

Aloisio Vasconcelos, Victório

Seminonato e Murilo Mendes

Ailton Ricaldoni, Fabio Tito,

Marcos Carvalhaes, José da Costa

Antônia Sônia Cardoso, Maria das

Graças Foster e Janaina França

Maria Luiza Pimenta,

Adalberto Resende e Ronaldo Gusmão

André Martins Carvalho, Paulete

Martins e Antônio Humberto

Sérgio Cavalieri

e Werner Rohlfs

Antônia Sônia Cardoso,

André Luiz e Angela Menin

Marcelo Mota, Maria das Graças

Foster e Ciro Mota

Breno Assis e Cássia Milanez

Maria das Graças Foster

e Alexandre Resende

Maria Eugênia Valente, Heloisa Paiva, Isis Carvalho,

Ana Elisa Lobo, Numa Jentzsch, Regina Coelho

Eduardo Mota, Marcos Jeber,

Fábio Dutra e Jairo de Jesus

Ronaldo Gusmão,

Alexandre Resende e Sérgio Cavalieri

Olavo Machado, Lucas Gerken, Felipe Mota,

Aloisio Vasconcelos

Murilo Mendes e

Ailton Ricaldoni

Page 14: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

14

Como acontece anualmente, o

Sistema de Informações de

Defesa do Consumidor (Sindec),

que reúne dados coletados pelos

Procons de 23 Estados e também

do Distrito Federal, acaba de divul-

gar o ranking dos setores que mais

receberam reclamações em 2012.

Das 2,3 milhões de queixas regis-

tradas em todo o país, 19,7% a

mais que no ano anterior, mais

uma vez, a telefonia celular, ser-

viço público explorado pela inicia-

tiva privada, foi o mais “lembrado”

pelos consumidores brasileiros

com 172.119 reclamações, ou

9,17% do total.

Em uma típica relação de “amor

e ódio” , a Agência Nacional

de Telecomunicações (Anatel),

responsável pela regulamentação

e fiscalização do serviço, tanto

castiga quanto absolve as quatro

empresas que exploram o setor –

Claro, Oi, Tim e Vivo – mediante

promessas de investimentos e

ampliações de redes que, pela

constância na lista dos serviços

mais criticados há muitos anos,

ainda não se tornaram realidade.

Da mesma forma, às vésperas da

Copa do Mundo, o atraso nas obras

do setor energético podem resultar

em apagões nas capitais que

sediarão a competição. E a Agência

Nacional de Energia Elétrica

(Aneel), nesses casos? Basta apenas

detectar a existência de problemas?

Como solucioná-los a tempo?

A qualidade e a gestão da malha

rodoviária brasileira e dos aero-

portos, também são problemas

que o país pretende solucionar

recorrendo às concessões a

iniciativa privada. O processo,

conduzido pela ANTT, está acelerado.

Criadas no governo Fernando

Henrique, entre dezembro de 1996

e setembro de 2001, para garantir

a estabilidade regulatória dos ser-

viços públicos concedidos pelo go-

verno federal à iniciativa privada

como telefonia, energia e transpor-

tes, as agências reguladoras per-

deram autonomia, transparência

e, consequentemente, credibili-

dade nos últimos anos, passando

a moeda de troca política que, na

maioria das vezes, não avalia os

reflexos e riscos para a popula-

ção. Falta de recursos, terceiriza-

ção da mão de obra, mudanças

nas regras de aprovação dos

novos diretores e o lobby agres-

sivo dos setores regulamentados

estão entre os fatores que expli-

cam essa “mudança de curso”.

Antes de ser empossado como o

primeiro presidente da Agência

Nacional de Transporte Terrestre

(ANTT), engenheiro civil com

mestrado em Economia, José Ale-

xandre Nogueira Resende, rece-

beu a incumbência do Palácio do

Planalto de fazer o esboço da lei

que criou a agência, em 2002. Em

seis anos no cargo, ele teve a

oportunidade conhecer, também,

o trabalho executado pela ANEEL,

CAPA | AGÊNCIAS REGULADORAS

Serviços em crise, atuação técnica comprometida

Page 15: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

da ANTAQ e da ANP e de experi-

mentar, de perto, a pressão exer-

cida pelos concessionários para

driblar a fiscalização e as multas, ou

seja, a regulamentação. “Minha sa-

batina, no Senado, durou cinco

horas e eu não sabia o que seria

perguntado ou por quem. Atual-

mente, essa cerimônia que avaliaria

o notório saber do candidato, es-

colhido de acordo com o seu cur-

rículo vitae, foi transformada em

uma apresentação formal, com rá-

pida aprovação”, comenta.

Para ele, a agência reguladora,

hoje, não segue as diretrizes ini-

ciais de regular e fiscalizar os con-

tratos de concessões do poder

público para a iniciativa privada.

“O princípio básico da agência é

regular esses setores que são ex-

plorados por poucos players e,

por isso, não são autocompetiti-

vos por si só”, resume. No setor

de transportes, como há apenas

uma Rodovia Presidente Dutra

para ligar São Paulo e Rio de

Janeiro, existe uma relação típica

de monopólio, o que deve ser

combatido, assim como a for-

mação de cartéis e os abusos do

poder econômico.

De acordo com o engenheiro,

conceder e privatizar são a

mesma coisa. No final, o ganho

será para o poder federal, mas

durante a validade de contratos

que são de longo prazo – entre

20 e 35 anos – é preciso fazer

ajustes de acordo com a dinâ-

mica do mercado e demanda

pelo serviço. Por isso, a indepen-

dência das agências é essencial,

do ponto de vista técnico e tam-

bém político. “O regulador tem

que fiscalizar muito bem. Essa

estrutura tem que ser muito

bem montada”, afirma.

Segundo Resende, nos primeiros

anos de funcionamento, as agências

faziam regulamentações que,

antes de serem votadas e aprova-

das por diretorias colegiadas, pas-

savam por audiências públicas.

A ideia era mesmo reduzir a par-

ticipação do Estado em todas as

decisões, principalmente aquelas

de caráter técnico.

Durante o governo de Luis Inácio

Lula da Silva houve a mudança

ideológica no conceito dessas

entidades. “Parece que o Partido

dos Trabalhadores (PT) não acei-

tava muito bem a ideia de agências

independentes, como se isso re-

presentasse a perda de poder do

executivo”, aponta.

A criação de outros órgãos e de

aparelhos políticos anexos para

tratar dos mesmos problemas

resultou no enfraquecimento da

atuação das agências e da sua

credibilidade. “É preciso refun-

dar as agencias reguladoras”,

recomenda.

José Alexandre Nogueira Resende, ex-presidente da

ANTT, engenheiro civil com mestrado em Economia,

recebeu a incumbência do Palácio do Planalto de

fazer o esboço da lei que criou a agência, em 2002

Page 16: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

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Ele não tem críticas em relação à

composição do corpo técnico das

agências reguladoras. Resende

defende os funcionários con-

cursados pela qualificação que

apresentam. Com a estabilidade

do cargo, têm maior autonomia

para atuar, diferente dos muitos

contratados.

Geralmente, o corpo técnico é

composto por engenheiros, eco-

nomistas e advogados, em uma di-

visão de 30% para cada categoria,

cada um com uma atribuição

complementar. Afinal, o que está

em jogo são contratos.

Apesar dos problemas estrutu-

rais, o engenheiro defende as

agências reguladoras. “Antes da

criação da ANTT era o Departa-

mento Nacional de Estradas de

Rodagem (DNER), que aplicava as

multas. Só que elas não eram

pagas porque o procedimento era

juridicamente questionado sob o

argumento de que não havia direito

de defesa. Na minha época, tive-

mos um corpo jurídico para criar

resoluções a esse respeito e os

fiscais tinham autoridade para

multar, notificar a autuar, mas tudo

com base legal, de acordo com os

contratos”, argumenta.

No “olho do furacão” quando se

fala em melhoria da infraestrutura

brasileira, a agência é coordenada

por funcionário público, ex-treina-

dor de um time de basquete e

três funcionários de carreira da

ANTT.

Graduado em Engenharia Elétrica,

mas com bagagem acumulada na

área de Telecomunicações e Infor-

mática, o ex-presidente da Agên-

cia Nacional de Telecomunicações

(Anatel), Pedro Jaime Ziller de

Araújo, também é um defensor

das agências reguladoras, embora

reconheça que há muitos proble-

mas a serem resolvidos para que

elas atuem de acordo com suas

atribuições originais.

Ele ficou no cargo por um ano e

depois foi conselheiro da agência.

“Quando entrei, em janeiro de

2004, não tínhamos funcionários

concursados. Aqueles que estavam

lá eram “emprestados da Telebrás”,

recorda. Para o engenheiro, o que

garante a independência das agên-

cias é a autonomia dos técnicos.

Araújo deixou a Anatel no final do

governo Lula e percebeu que,

desde então, houve avanços, como

o incentivo à competição do

setor, rigor na fiscalização mas

ainda há falhas a serem corrigidas.

“A agência precisa se desenvolver

melhor para forçar as empresas a

prestarem melhores serviços

de telefonia para usuários”, reco-

nhece.

Os últimos trabalhos do enge-

nheiro à frente da Anatel foram

sobre portabilidade e sobre a

separação da banda larga da

concessão, uma questão que

prejudica a atuação da agência

CAPA | AGÊNCIAS REGULADORAS

Pedro Jaime Ziller de Araújo, engenheiro elétricista,

mas com bagagem acumulada na área de Telecomu-

nicações e Informática, ex-presidente da Anatel,

também é um defensor das agências reguladoras

Page 17: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

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porque, quando há mistura,

mais complexos são os contra-

tos e o controle dos serviços

fica dificultado, já que não é

possível saber o montante que

está sendo investido em uma

área ou em outra, ou se há,

realmente, aportes já realiza-

dos, conforme acordado entre

as partes.

Atualmente a Agência possui 496

servidores com formação em

engenharia de um total de

1.583 servidores, ou seja, os

engenheiros correspondem a

31,33% do quadro total. O Con-

selho Diretor, composto por

cinco profissionais, dos quais

dois engenheiros, dois advoga-

dos e um economista.

O currículo do ex-presidente da

Sociedade Mineira de Engenhei-

ros (SME), ex-presidente da

Eletrobras e da subsidiária fran-

cesa Alstom, focada nos setores

de energia e transportes e, ainda,

funcionário da Companhia Ener-

gética de Minas Gerais (Cemig)

por uma década, da qual seis

anos como engenheiro e quatro

ocupando cargos de gestão,

engenheiro Aloísio Vasconcelos,

o credencia para falar sobre as

agências reguladoras sob outro

enfoque, o de regulado.

“Sempre fui defensor das agên-

cias reguladoras porque elas são

autônomas, ou pelo menos deve-

riam ser. A agência trabalha para

a sociedade e não é um órgão

vinculado ao governo”, defende.

Para o engenheiro, a atuação

das diretorias colegiadas é es-

sencial para que as agências

realmente consigam cumprir a

sua função primordial, que é

regular o mercado. “Os enge-

nheiros são os mais habilitados

para gerenciar. O engenheiro é

eclético e vê todos os ângulos

de um problema e, por isso,

pode sugerir soluções”, enfatiza.

Na China que é o grande mo-

delo para o mundo hoje em

desenvolvimento, a maioria

dos ministros são engenhei-

ros. No Brasil, infelizmente,

não há muitos engenheiros no

primeiro escalão do governo.

Nas agências, “é claro que

isso não é obrigatório” aque-

las que têm engenheiros apre-

sentam melhores resultados.

Para fechar a discussão, uma

frase de efeito. “As agências são

iguais àquele remédio que tem

contra-indicações. Ruim com

elas, pior sem elas”, conclui.

Aloísio Vasconcelos é

ex-presidente da SME,

ex-presidente da Eletrobras e da Alstom

“As agências são iguais àquele remédio

que tem contra-indicações. Ruim com elas, pior sem elas”

Page 18: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

18

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)

Atualmente a agência possui 496 servidores com for-

mação em engenharia de um total de 1583 servidores,

31,33% do quadro total. O Conselho Diretor da agência

tem mandato de cinco anos.

Presidente do Conselho Diretor – João Batista de Re-

zende é economista com mestrado em Economia pela

PUC-SP.

Conselheiro - Jarbas José Valente é engenheiro

eletrônico e de telecomunicações graduado pela UnB,

é especialista em análise de sistemas, em comunicação

de dados e em marketing de serviços e, ainda, diversos

cursos internacionais.

Conselheiro - Marcelo Bechara de Souza Hobaika é ad-

vogado pós- graduado em Direito da Economia e da

Empresa (FGV) e especialista em Direito de Tecnologia.

Conselheiro - Roberto Pinto Martins é engenheiro

eletricista pela UnB com mestrado em Engenharia

Elétrica na área de concentração da Computação

Gráfica (Unicamp).

Conselheiro - Rodrigo Zerbone Loureiro é advogado

pela (UFES) e servidor de carreira, tendo sido especia-

lista em políticas públicas e gestão governamental do

poder executivo federal desde 2006.

Agência Nacional de Transportes Aquaviários(ANTAQ)

Com 191 funcionários terceirizados, a agência tem,

hoje, 58 engenheiros que não atuam, necessaria-

mente, na sua atividade.

Diretor-geral substituto - Pedro Brito, economista,

graduado pela UFCE e mestre em Administração

Financeira pela Coordenação dos Programas de

Pós-Graduação de Engenharia (COPPE) da UFRJ.

Foi ministro de estado da Secretaria de Portos da

Presidência da República, de maio de 2007 a janeiro

de 2011, e ministro de estado da Integração Nacio-

nal, de março de 2006 a março de 2007, onde tam-

bém exerceu as funções de chefe de gabinete e

secretário executivo, de abril de 2004 e março de

2006.

Diretor - Fernando José de Pádua Costa Fonseca,

engenheiro civil pela Escola de Engenharia do Triân-

gulo Mineiro, com sede em Uberaba tem Especiali-

zação em Engenharia Econômica pela AEUDF MBA

em Regulação e Concessão de Serviços Públicos

(FGV); Gestão Ambiental no Setor Transportes –

Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB,

MBA em Defesa da Concorrência, CADE–FGV.

Diretor Interino – Mário Povia, advogado, pertence

a quadro efetivo da Agência e é especialista em regula-

ção de serviços aquaviários.

Quem é quemnas agências reguladoras

CAPA | AGÊNCIAS REGULADORAS

Page 19: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)

Dos servidores concursados, que totalizam 533, 154

são graduados em Engenharia, ou seja, 29% do

total. Em janeiro foi realizado concurso público para

preenchimento de 152 vagas

Diretora Geral – Magda Maria de Regina Cham-

briard é engenheira civil pela UFRJ e pós graduada

em Engenharia Química pela mesma instituição e

em Engenharia de Reservatórios e Avaliação de

Formações, pela Universidade Corporativa da

Petrobras.

Diretor – Helder Queiroz Pinto Jr. é economista pela

UFRJ com mestrado em Planejamento Energético pela

mesma instituição e doutorado pelo Instituto de

Economia e Política de Energia da Universidade

de Grenoble (França).

Diretor – Florival Rodrigues de Carvalho é engenheiro

químico pela UFPE com especialização em Engenharia

de Segurança, mestrado e doutorado em Engenharia

Química pela Unicamp.

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

Diretor geral - Nelson Hubner é engenheiro eletricista

formado na UFF, com pós-graduação em Matemática.

Foi ministro interino de Minas e Energia por oito

meses, entre 2007 e 2008 e também secretário-execu-

tivo da ex-titular Dilma Rousseff entre 2005 e 2007,

como chefe de gabinete (2003 a 2005) e como as-

sessor do Departamento de Política Energética

(2002). Na ANEEL, foi assistente da Superintendência

de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade (SFE) de

2000 a 2001.

Diretor - Edvaldo Santana, é graduado em Engenharia

Elétrica pela PUC-RJ. Mestre e doutor em Engenharia

da Produção pela UFSC e professor licenciado da

mesma instituição.Atua na ANEEL desde 2000, no

cargo de superintendente de Estudos Econômicos de

Mercado. Doutor em Engenharia da Produção

trabalhou durante 17 anos na Eletrosul nas áreas de

engenharia, planejamento e financeira.

Diretor - Romeu Rufino é formado em Ciências Con-

tábeis e pós-graduado em Contabilidade Gerencial pela

Fundação Getúlio Vargas (FGV), atuou durante 15 anos

na área econômica e financeira como contador e

assistente da diretoria da Eletronorte. Foi audi-

tor durante cinco anos na PriceWaterhouse Auditores

Independentes.

Diretor - Julião Coelho é advogado e procurador do

Distrito Federal. Atuou como Procurador Federal junto

à ANEEL entre agosto de 2002 e novembro de 2004.

Entre 2005 e 2009 atuou como advogado em questões

de Direito de Energia Elétrica.

Diretor - André Pepitone é engenheiro civil com espe-

cialização em Geotecnia. Está na Agência desde 2000,

onde trabalhou nas áreas de concessões e autorizações

da geração e estudos econômicos de mercado. A partir

de 2005, passou a ocupar cargo efetivo de Especialista

em Regulação.

Agência Nacional de Transportes Terrestes(ANTT)

Diretor geral em Exercício - Ivo Borges de Lima

é graduado em Serviço Social com pós-graduação em

Comunicação Social pelo CEUB. Foi assessor parla-

mentar e secretário de Trabalho do Distrito Federal no

governo de Maria Abadia (PSDB) em 2006.

Diretor - Jorge Luiz Macedo Bastos - administrador de

empresas com pós-graduação em Gestão de Negócios

(FGV), era diretor da equipe de basquete Universo, que

pertencia ao ex-senador Wellington Salgado em 2010,

quando seu nome foi indicado para o cargo.

Diretora Interina - Ana Patrizia onçalves Lira é servi-

dora da ANTT desde 2002 é pós-graduada em Direito

Tributário pela Escola Superior de Advocacia (ESA) e

em Regulação de Transportes Terrestres pela UFRJ.

Diretor Interino - Carlos Fernando do Nascimento é

servidor de carreira da ANTT desde 2006, é advogado,

especialista em Direito Administrativo e Processo

Administrativo pela Universidade Cândido Mendes e

em Regulação de Transportes Terrestres pela UFRJ.

Diretora Interina - Natália Marcassa de Souza é ser-

vidora de carreira da ANTT desde 2006, é mestre

em Economia pela Universidade Federal de Santa

Catarina (UFSC), possui especialização em Transportes

Terrestres pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

(UFRJ) e é bacharel em Economia pela Universidade

Estadual de Londrina (UEL-PR).

Page 20: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

20

Agência Nacional das Águas (ANA)

Diretor-presidente - Vicente Andreu Guillo é

estatístico, foi Secretário Nacional de Recursos

Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do

Meio Ambiente. Funcionário de carreira da

Companhia Paulista de Força e Luz, presidiu

ainda a Usina Termoelétrica Nova Piratininga

Ltda. e secretário de Desenvolvimento Urbano

e Meio Ambiente de Campinas.

Diretor - João Gi lber to Lotufo Conejo é

engenheiro civil com especialização em hidráulica

e mestre em Engenharia Hidráulica

Diretor - Dalvino Troccoli Franca é arquiteto pela

UFPe, tem longa experiência no setor urbano e em

atividades de natureza multidisciplinar como gestão

dos recursos hídricos, preservação ambiental

e promoção do desenvolvimento rural.

Diretor - Paulo Lopes Varella Neto é geólogo pela

UFRN com especializaão em Hidrologia Subterrâ-

nea pela Universidade Politécnica de Barcelona.

Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)

Entre os servidores concursados, excluindo-se

aqueles cedidos a outros órgãos, existem atualmente

cerca de 330 engenheiros, o que corresponde a

aproximadamente 30% do total.

Diretor –presidente - Marcelo Pacheco dos Gua-

ranys é graduado em Direito e em Ciências Econô-

micas, é mestre em Direito Público pela UNB e

especialista em Direito Econômico e das Empresas

pela FGV.

Diretor de Operações de Aeronaves - Carlos

Eduardo Magalhães da Silveira Pellegrino é Oficial-

Aviador pela Academia da Força Aérea-AFA

é graduado em Análise de Sistemas pela PUC-RJ

e em Engenharia Eletrônica pelo ITA. É mestre em

Ciências Aeroespaciais pela UNIFA.

Diretor de Aeronavegabilidade - Cláudio Passos

Simão é oficial engenheiro da FAB, pelo CPORAER

de São José dos Campos-SP e graduado em

Engenharia Aeronáutica pelo ITA, está no seu

segundo mandato nessa diretoria.

Diretor de Regulação Econômica - Ricardo Sérgio

Maia Bezerra é advogado graduado pelo UDF e em

Administração de Empresas pelo Centro de Ensino

Unificado de Brasília (CEUB), tem pós-graduação

em Gestão da Aviação Civil pela UnB.

Diretor de Infraestrutura Aeroportuária - Rubens

Carlos Vieira é advogado. Foi corregedor-geral

da ANAC entre 2006 e 2010, é procurador da

Fazenda Nacional e professor de Direito Admi-

nistrativo da Universidade Federal de Rondônia

(UNIR) e da FACIC/SP. Tem, ainda, mestrando em

Direito Administrativo na PUC/SP.

Agência Nacional de Saúde (ANS)

O diretor-presidente (interino) e diretor e Normas

e Habilitação dos Produtosda agência é o médico

cardiologista André Longo.

O diretor de Fiscalização, Diretor de Gestão (inte-

rino) é o advogado e procurador federal Eduardo

Sales.

Diretor de Desenvolvimento Setorial, Diretor de

Normas e Habilitação das Operadoras (interino) -

Bruno Sobral é engenheiro civil pela UnB, onde tam-

bém fez o mestrado em Economia. Ele completou o

MBA na Georgetown University, nos Estados Uni-

dos, em 2009. É servidor da carreira de especialista

em Políticas Públicas e Gestão Governamental do

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

desde 1998.

Agência Nacional do Cinema (Ancine)

Não há engenheiros na composição da diretoria da

agência.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa)

Não há engenheiros na composição da diretoria da

agência.

GESTÃO | AGÊNCIAS REGULADORAS

Page 21: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição
Page 22: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

22

CARREIRA | AGÊNCIAS REGULADORAS

Ao que tudo indica, o governo fe-

deral resolveu investir mais nas

agências reguladoras. Neste ano,

haverá pelo menos três possibilida-

des de ingresso, via concurso pú-

blico, para esses órgãos.

A Agência Nacional de Transpor-

tes Terrestres (ANTT) abriu 63

vagas para especialistas em regu-

lação de serviços de transportes

terrestres e 17 vagas para analista

administrativo (nível superior),

com salários que variam entre

R$ 9.623,20 a R$ 10.019,20.

A Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (Anvisa) também pre-

tende cobrir 100 postos para

especialista em regulação e vigi-

lância sanitária e outros 20 para

analista administrativo (nível su-

perior), com os mesmos valores

salariais.

Durante este ano, quatro agên-

cias reguladoras devem realizar

concursos. A Agência Nacional

do Cinema (Ancine), vai abrir

62 vagas para analista adminis-

trativo e especialista em regula-

ção (nível superior), com salário

de R$ 10 mil.

A Agência Nacional de Saúde Su-

plementar (ANS), que regula os pla-

nos de saúde, vai ofercer 26 vagas

para especialista em regulação de

saúde suplementar e 31 para ana-

lista administrativo (nível superior),

com salário de R$ 10 mil.

"Os engenheiros interessados

devem ter em mente, no entanto,

que podem não trabalhar em suasá-

reas de origem. E essa já é umaprá-

tica vigente nas agências. Na Agência

Nacional de Transportes Aquaviários

(ANTAQ), por exemplo, há 58 en-

genheiros de diversas especialidades

que atuam em outros cargos."

A Agência Nacional de Aviação

Civil (ANAC) é outro exemplo de

agência na qual os engenheiros

nem sempre atuam na sua carreira

de origem. Criada em 2005 para

substituir o Departamento Nacio-

nal de Aviação Civil, tem a difícil

função de regular e fiscalizar as ati-

vidades de um setor que, embalado

pela estabilidade econômica brasi-

leira, tem experimentado demanda

maior que a oferta dos serviços.

A ANAC possui em sua carreira 4

cargos: Técnico Administrativo,

Analista Administrativo, Técnico

em Regulação e Especialista em

Regulação. Apenas para o último,

em algumas especialidades, é

obrigatória a formação em Enge-

nharia. No momento, entre os

servidores, excluindo os que

foram cedidos a outros órgãos,

há cerca de 330 profissionais da

área, o que corresponde a cerca

de 30% do total.

Deles, 155 estão lotados na

Superintendência de Aeronave-

gabilidade (SAR), 64 na Superin-

tendência de Infraestrutura e

63 na Superintendência de Segu-

rança Operacional (SSO). O

restante está dividido em ou-

tros 12 setores da ANAC.

Na Agência Nacional do Petróleo,

Gás Natural e Biocombustíveis

(ANP), que realizou concurso nos

primeiros dias de janeiro para 152

novos postos, as oportunidades são

inicialmente para engenheiros e

geólogos com especialização nessa

área. Atualmente, dos 533 concur-

sados, 154 são graduados em Enge-

nharia, ou seja, 29% do total, o que

segue a média nacional.

Agências reguladoras promovem concursos públicos em 2013

Page 23: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

DESENVOLVIMENTO. HÁ 7 DÉCADAS ESSA É A NOSSA MARCA.Neste ano comemoramos 71 anos de trabalho e compromisso com o desenvolvimento do Brasil

A partir do sonho de visionários dos anos 40, marcamos a história da industrialização do Paíscom a pavimentação da estrada do crescimento.

Hoje, somos um complexo siderúrgico integrado, moderno e competitivo, que atua em toda a cadeia produtiva do aço e nos segmentos de mineração, logística, cimento e energia, nos mercados europeu e norte-americano.

Orgulhosa de carregar as cores da bandeira brasileira e contar com a força e a dedicação de milhares de homens e mulheres, nos tornamos um negócio sustentável e estamos entre as empresas que mais investem no País.

CSN: 71 anos e muita história pela frente

SIDERURGIA | Volta Redonda - RJ MINERAÇÃO | Congonhas - MG

LOGÍSTICA | Salgueiro - PEENERGIA | Igarapava - SPCIMENTO | Arcos - MG

www.csn.com.br

Page 24: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

MESTRES DA ENGENHARIA | FREDMARCK GONÇALVES LEÃO

Além de formar estudantes de Engenharia durante

mais de 40 anos, o professor Fredmarck Gonçalves

Leão, 81 anos, engenheiro eletricista e mecânico

pelo antigo Instituto Eletrotécnico de Itajubá, hoje

ainda atua na Universidade Federal de Itajubá, em

1957 é parte da história de duas das mais impor-

tantes e conceituadas instituições de ensino supe-

rior do sul do Estado.

Ele entrou na sala de aula pela primeira vez em

1954, para dar aula de Matemática no antigo cien-

tífico do Instituto Moderno de Educação e Ensino,

em Santa Rita do Sapucaí, já extinto. Estudante uni-

versitário, aproveitou a oportunidade para ganhar

experiência.

Depois de formado e de atuar profissionalmente

como engenheiro, Fredmarck Leão fez o exame de

suficiência do Ministério da Educação e Cultura em

1959.

Como professor, não mediu esforços para ensinar.

“Sempre tive ótimo relacionamento com os alunos

e sempre procurei levar para a sala de aula as ino-

vações e novas tecnologias”, destaca.

Habilidade para ensinar e conhecimento andaram

juntos na trajetória do professor que deu aulas em

diversas disciplinas e para variados cursos de

Engenharia. Entre elas, Oficinas de Tecnologia

Mecânica e Instalações Mecânicas, Mecânica

Aplicada e Tecnologia I.

O professor também lecionou “Materiais e Processos”

na EFEI e mais uma vez fundador da disciplina

“Química” dos cursos de Engenharia Elétrica do

Instituto Nacional de Telecomunicações de Santa

Rita do Sapucaí (Inatel) e da mesma disciplina, para

a Faculdade de Engenharia Civil de Itajubá, atual

Centro Universitário de Itajubá, mantido pela

Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá (FEPI).

Mas a sua vocação não se restringiu às aulas.

Além de professor fundador e ex-diretor do

INATEL, entre 1966 e 1970, o engenheiro tor-

nou-se membro da Comissão de Especialistas do

Ensino de Engenharia (CEEENG) do Ministério

da Educação (SESU-MEC), o que rendeu contri-

buições preciosas para diversas instituições

universitárias brasileiras.

24

Da formação de novosprofissionais até a qualificaçãodos cursos de Engenharia

Page 25: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Aposentado desde 1999, ele continua a ser lem-

brado pelos engenheiros e instituições nas quais le-

cionou. “Presidi mais de 20 formaturas e escrevi um

juramento para os formandos”, comenta. A sua

preocupação com a qualidade dos profissionais re-

sultou no “Decálogo Desejado ao Perfil do Futuro

Engenheiro” que lista as características que aqueles

que ingressam na carreira devem observar.

“Eu acho que a Engenharia é importante para a

sociedade porque 70% do Produto Interno

Bruto (PIB) passa pelas Engenharias e áreas

afins. É por isso que é preciso que eles tenham

conhecimento técnico, competência e ética pois

só assim farão projetos bem elaborados que não

impactem o meio ambiente ou prejudiquem as

pessoas”, enfatiza.

Essa é a lição que ele daria aos jovens professo-

res de Engenharia, que têm a responsabilidade

de formar – e bem - homens e mulheres que

vão construir o Brasil.

25

““ E u acho que a Engenharia é importante para a sociedadeporque 70% do PIB passa pelas Engenharias e áreas afins. É por isso que é preciso que eles tenham conhecimentotécnico, competência e ética pois só assim farão projetos bem elaborados que não impactem o meio ambiente

ouprejudiquem as pessoas

Professor Fredmarck

Gonçalves Leão, 81 anos,

engenheiro eletricista e

mecânico pelo antigo

Instituto Eletrotécnico

pela Universidade Federal

de Itajubá

Page 26: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

SME HISTÓRIA – PAULO NEWTON DE PAIVA FERREIRA

26

Foram os ex-colegas do curso de

Engenharia Civil da Escola de En-

genharia da Universidade Federal

de Minas Gerais (UFMG), onde se

graduou em 1968, que apresenta-

ram Paulo Newton de Paiva Fer-

reira à Sociedade Mineira dos

Engenheiros (SME). “Eu não per-

tencia aos quadros da SME e, por

essa razão, não frequentava seu

ambiente ou participava de suas

atividades e programação”, lembra.

Mas os tempos de abertura polí-

tica do Brasil também envolviam

os engenheiros que, na década de

1980, se reuniam para discutir es-

tratégias para o fortalecimento

das entidades de classe para

reafirmar vocações tradicionais

como a cidadania e a defesa dos

interesses da sociedade.

“Nas reuniões, concluímos que

seria indispensável estabelecer

uma pauta de trabalho, cobrindo

todos os espaços nos quais po-

deríamos ter voz, visão e estra-

tégias adotadas pela SME para a

auxiliar o Brasil a redefinir o seu

caminho nos âmbitos municipal,

estadual e federal”, resgata.

A liderança de Paulo Newton de

Paiva Ferreira foi reconhecida

pelos demais e, em 1983, ele foi

eleito presidente da SME para

um mandato de dois anos. “Não

sei a que atribuir a minha eleição,

mas quando se iniciou o processo

eleitoral, fui agradavelmente sur-

preendido pela indicação do meu

nome, ao lado de companheiros

abnegados e comprometidos”,

afirma.

Ser a “cabeça” da gestão de uma

entidade de classe, naquele mo-

mento, configurou-se como um

grande desafio para o enge-

nheiro que desenvolveu diversos

projetos, cada um com a sua im-

portância para o que a SME pre-

tendia. “Eu posso falar que o

principal conceito da nossa ges-

tão foi o de “casa aberta”, com

auditório, salas de reuniões e de-

mais espaços acessíveis para

qualquer órgão ou entidade li-

gada a Engenharia, como forma

de incentivo para que os profis-

sionais se unissem para discutir

e/ou analisar problemas e propor

soluções”, avalia.

O resultado desses encontros

pode ser comprovado de diver-

sas formas. De acordo com Paulo

Newton Ferreira, muitos sindica-

tos tiveram origem ali, durante

reuniões realizadas na sede da

SME. Da mesma forma, entidades

já fundadas, tiveram ali, espaço

para se fortalecer e participar

ativamente do processo de aber-

tura política do Brasil. A reaber-

tura do restaurante foi outro

passo importante para propor-

cionar reuniões que homenagea-

ram autoridades merecedoras

do respeito dos engenheiros.

Presidir uma instituição tradicio-

nal como a SME, para o enge-

nheiro, foi uma experiência de

vida fantástica. “Em primeiro

lugar, não carrego piano sozinho.

Experimente abrir um pedacinho

e você verá como mais gente se

aproxima para ajudar, principal-

mente se entenderem a impor-

tância da mudança em curso”,

destaca.

Durante 36 anos, Paulo Ferreira

foi presidente do Centro Uni-

versitário Newton Paiva, ven-

dido há alguns anos. Ele também

foi militante do Sinduscon-MG e

do Sicepot-MG. Afastado do

setor, o engenheiro percebe a

pujança da atividade para a qual

se formou, bem como perspec-

tivas positivas.

Page 27: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição
Page 28: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Na Plenária Solene que ocorreu,

em dezembro de 2012, ao final

do exercício anual e em come-

moração do Dia do Engenheiro,

o presidente do Crea-MG,

Jobson Nogueira de Andrade,

prestou homenagem aos conse-

lheiros da entidade que obtive-

rem maior pontuação no

exercício de suas atribuições pela

seriedade e compromisso. Dois dos homenageados são membros

efetivos da SME: engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, Silvio

Piroli, que preside a Comissão Técnica de Engenharia de Segurança

e o engenheiro Mecânico Ro-

naldo Emílio Simi que represen-

tam a SME junto ao Crea-MG. Foi

entregue aos homenageados uma

placa comemorativa de “Conse-

lheiro Destaque 2012” em que o

Crea-MG reconhece o envolvi-

mento e a participação ativa dos

conselheiros em prol do desen-

volvimento das áreas profissionais.

Na sessão plenária solene foi realizada no dia 6 de dezembro de

2012.

28

A Mendes Júnior assinou, em janeiro, um novo contrato para as

obras de Integração do São Francisco. A empresa será responsável

por um trecho de aproximadamente 130 km, desde a cidade

de Cabrobó (PE) até Jati (CE). Entre as atividades, estão a execução

de três barragens, dois diques, 21 pontes, seis tomadas d´água, canais

de condução, galerias, passarelas, um túnel e a embocadura do canal

no rio São Francisco.

Com duração prevista de 30 meses, o projeto terá em seu pico

cerca de 1.600 empregados.

Além desta obra, a Mendes Júnior é responsável pelo Lote 8

da Integração, onde já está em andamento a construção de

três estações de bombeamento.

Amaro Guatimosim, diretor da Mendes Júnior, e Fernando

Bezerra, Ministro da Integração Nacional, assinam contrato

para mais uma etapa de obras da Integração do São Francisco

Mendes Júnior conquista novo contrato nas obras de Integração do São Francisco

Os integrantes da bancada da SME que par-

ticipam das Câmaras Especializadas do

CREA-MG fizeram a primeira reunião deste

ano para definir calendários e atividades. A

reunião presidida pelo engenheiro Clemen-

ceau Chiabi Saliba Júnior e contou com a

participação dos engenheiros Dilvar Oliva

Salles, Flávio de Azevedo Carvalho, Marcus

de Resende Kfoury, Marita Arêas de Souza

Tavares, Ronaldo Emílio Simi, Hélio Nonato

de Oliveira e Waldir de Castro Drumond.

As Câmaras são instâncias deliberativas que

representam um espaço especializado para

que os profissionais e as empresas se infor-

mem, tirem dúvidas e resolvam todas as

pendências no exercício de suas profissões

e atividades. Elas têm por finalidade apreciar

e julgar os assuntos relacionados à fiscali-

zação do exercício profissional e sugerir

medidas para o aperfeiçoamento das ativi-

dades do Conselho Regional, constituindo

a primeira instância de julgamento no âm-

bito de sua jurisdição.

O Instituto de Educação Continuada (INBEC/MG) está com ins-

crições abertas para dois cursos de pós-graduação lato sensu:

MBA em Construções Sustentáveis e MBA em Infraestrutura de

Transportes e Rodovias. Os cursos de 480 horas serão ministra-

dos em quatro módulos com aulas presenciais. Por meio de con-

vênio, os associados da SME poderão ter desconto de 25% nos

nossos cursos de especialização e 15% nos cursos de aperfeiçoa-

mento. As inscrições podem ser feitas pela internet no endereço

eletrônico: http://www.inbec.com.br/mg.

Bancada

Jobson Andrade e Silvio Piroli

Homenageados

Cursos

Jobson Andrade e Ronaldo Emílio Simi

Page 29: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

29

Reunião EPL

Os membros do Conselho Consultivo da Empresa de Pla-

nejamento e Logística (EPL) participaram da primeira reu-

nião de 2013 com o presidente da estatal Bernardo

Figueiredo, realizada na sede da SME, no início de janeiro.

O ponto principal do encontro foi sobre quais as contri-

buições que as entidades poderão oferecer nos projetos

de infraestrutura no Brasil. Bernardo Figueiredo disse que

é preciso mudar as condições da engenharia no Brasil, co-

locando um padrão de qualidade nas construções e rever-

tendo a situação de investimentos em infraestrutura.

A EPL foi criada pela presidente da República, Dilma Rous-

seff, em dezembro de 2012, para reorganizar e definir a lo-

gística de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias

brasileiras. Participaram da reunião o presidente da SME,

Ailton Ricaldoni Lobo; Francis Bogossian, presidente do

Clube de Engenharia do Rio de Janeiro; Jaime Sunye Neto,

presidente do Instituto de Engenharia do Paraná; Renato

Pavan, diretor do Instituto de Engenharia de São Paulo; o

engenheiro e assessor da EPL, Alessandro Pacheco; Hebert

Urbano Resende e Jaime Garcia Rubi, representantes da

Indra Brasil; Geraldo Dirceu de Oliveira, presidente da Co-

missão Técnica de Transportes da SME; José Ciro Mota, su-

perintendente da SME; Maurício Fernandes, assessor do

Crea-MG; Dirceu Carneiro Leão, membro da Comissão de

Transportes e Alexandre Rocha Resende, integrante do

Conselho Fiscal da SME. A próxima reunião está prevista

para o final de fevereiro e deverá ser realizada ou no Rio

de Janeiro ou em Brasília.

O Ministério da Integração Nacional

assinou um acordo para prevenção de

desastres naturais com a Agência de

Cooperação Internacional do Japão

(Jica). Com o objetivo de prevenir e

minimizar os efeitos causados por de-

sastres naturais, a ação compreende

a transmissão de novas técnicas utili-

zadas pelos japoneses na prevenção

de catástrofes para aprimorar a atua-

ção da Defesa Civil. Outros ministé-

rios, como o da Ciência, Tecnologia e

Inovação (MCT), das Cidades e das

Relações Exteriores (MRE), integram

o acordo. Segundo o combinado, o

projeto-piloto beneficiará os municí-

pios de Nova Friburgo e Petrópolis,

no Rio de Janeiro, e de Blumenau, em

Santa Catarina, por um período de

quatro anos. As cidades foram sele-

cionadas com base em critérios téc-

nicos, como impacto socioeconômico

do desastre e capacidade de execu-

ção. Também foram considerados ris-

cos de enxurradas e deslizamentos.

Desastres naturais

O incêndio que matou dezenas de pessoas na boate

Kiss, em Santa Maria (RS), levou a Prefeitura de Belo

Horizonte a mudar o procedimento para a concessão

de alvarás. Desde 30 de janeiro de 2013, os interes-

sados em obter o documento para uma boate, casa

de show ou outra atividade de alto risco que exija Es-

tudo de Impacto de Vizinhança (EIV) deverão apre-

sentar um Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros

(AVCB). A exigência do documento está prevista em

Minas Gerais desde 2002, mas somente após a tragé-

dia a prefeitura baixou decreto para que a lei estadual

seja cumprida na capital. Até então, a concessão do Alvará de Localização e Fun-

cionamento (ALF) para estabelecimentos com atividade de risco exigia apenas

um laudo técnico para sistema de prevenção e combate a incêndio e pânico ela-

borado e assinado por um profissional habilitado.

Concessão de alvará Mineirão pronto

Após reforma, o Mineirão é o se-

gundo estádio brasileiro a ser

inaugurado para os jogos da

Copa do Mundo de 2014. A obra

iniciada em 2010 para adequar a

arena aos critérios da Fifa custou

cerca de R$ 670 milhões. O pro-

jeto básico de arquitetura é do

escritório Gustavo Penna Arqui-

teto & Associados e o escritório

BCMF Arquitetos assina o pro-

jeto executivo. A obra incluiu a

cobertura, novos assentos e ou-

tras adequações internas do Mi-

neirão, além da construção de

uma esplanada com capacidade

para 65 mil pessoas, onde fun-

ciona o estacionamento e área de

serviços do estádio, e de uma pas-

sarela de 15 metros de extensão

até o Mineirinho.

Participe envie notícias e novidades para: [email protected]

Page 30: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

30

ART | A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ENGENHEIRO

De acordo com a Lei Federal 6496, de 07 de

dezembro de 1977, todo contrato para prestação

de serviços por engenheiro,

agrônomo, geógrafo e meteo-

rologista, seja ele profissional

autônomo ou com vínculo

empregatício, está sujeito à

Anotação de Responsabili-

dade Técnica - ART.

O documento deve ser

preenchido e assinado pelo

profissional e pelo seu contra-

tante, para registro no Conse-

lho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA

da região onde os serviços serão executados.

Além de ser uma necessidade legal, o profissional,

ao registrar os projetos de sua autoria no CREA

ao longo da carreira, forma um acervo técnico de

propriedade legal, reconhecido

pelas empresas na análise de

seu currículo.

Parte da taxa recolhida para o

registro da ART é destinada à

entidade de classe escolhida

por opção do profissional,

para aplicação em projetos de

valorização da profissão e do

profissional e de outras ativi-

dades associadas às suas ativi-

dades. O formulário para preenchimento dos

dados está disponível no site do CREA-MG, mas

o registro pode ser feito pela internet.

ART-0086

LEMBRE-SE! Ao preencher o campo

“entidade de classe” na ART,escolha a SME através do

código 0086. Assim, você ajuda aSME a representar a engenharia

e oferecer os melhorescursos, serviços, convênios

e produtos para você.

Page 31: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Acreditar, empreender e inovar.Somos o Grupo Orguel, transpondo montanhas, crescendo pelo Brasil.

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Especializado na fabricação, venda e locação de equipamentos e

serviços para construção, indústria e mineração, o Grupo Orguel já

conta 49 anos de história, investindo continuamente em inovação

para atender aos mais diversos setores do mercado.

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ção de equipam

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Page 32: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

3232

MEIO AMBIENTE | SUSTENTABILIDADE

Inscrições para o processo eleitoral

dos Comitês de Bacias Hidrográficas

do Estado já estão abertas

Entidades da sociedade civil,

como é o caso da Sociedade

Mineira de Engenheiros (SME),

podem se inscrever para parti-

cipar do processo eleitoral

promovido pela primeira vez

em 2013, pelo governo do

Estado, para a escolha dos

representantes dos Comitês

de Bacias Hidrográficas (CBH).

De acordo com o Instituto Mi-

neiro de Gestão das Águas -

IGAM/SISEMA, são 35 comitês

que vão renovar seus membros

até junho deste ano, para o

mandato de 2013-2017. O

processo envolve 2.500 con-

selheiros. A eleição só não

acontecerá no Comitê da Bacia

Hidrográfica Verde Grande, que

engloba municípios baianos, e

que, por isso, segue delibera-

ções nacionais.

As vagas serão divididas entre

representantes do poder

público estadual, do poder

público municipal, dos usuários

de recursos hídricos (indústria,

mineração etc) e de entidades

da sociedade civil, cuja atuação

esteja relacionada aos recursos

hídricos. Os Comitês são

formados, portanto, por con-

selheiros eleitos de forma de-

mocrática e nomeados pelo

governador, com a responsa-

bilidade pela gestão local das

águas.

É importante ressaltar que o

número de vagas e o calendário

eleitoral, como o período de

inscrição, variam para os 35 co-

mitês e estão especificados em

seus respectivos editais de con-

vocação para as eleições. Mas

todos devem encerrar o pro-

cesso eleitoral em junho de

2013, conforme Deliberação

Normativa do Conselho Esta-

dual de Recursos Hídricos nº

30/2009. Já foram publicados

33 editais.

Comitês

O Estado de Minas Gerais pos-

sui 36 comitês de bacias hidro-

gráficas, um para cada unidade

de planejamento e gestão de

recursos hídricos do Estado

(UPGRH), que é a divisão

territorial adotada no Estado

para a gestão das águas. Todos

os 853 municípios mineiros

estão na área de abrangência

de uma ou mais UPGRHs. Isso

acontece porque a área de um

município pode estar inserida

em mais de uma bacia, em fun-

ção da hidrografia. Por exem-

plo: o município de Contagem

abrange as bacias dos rios das

Eva

ndro

Rodney

Page 33: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

3333

Velhas e Paraopeba, uma vez que o município

tem divisores de água em seu território (morros

e serras). Para visualizar o mapa de UPGRHs do

Estado, acesse http://comites.igam.mg.gov.br/uni-

dades-de-planejamento.

Competências

Os Comitês de Bacias são organismos de Es-

tado, com poder de decisão local no que tange

a gestão das águas. Eles são compostos por re-

presentantes do poder público estadual, do

poder público municipal, dos usuários de recur-

sos hídricos e de entidades da sociedade civil.

Ressalta-se que todos os órgãos representados

nos comitês têm o mesmo peso e são co-res-

ponsáveis e parceiros na gestão participativa

das águas.

Entre as principais competências dos comitês

estão: julgar, em primeira instância administra-

tiva, os conflitos relacionados ao uso da água na

bacia; aprovar a outorga dos direitos de uso de

recursos hídricos para empreendimentos de

grande porte e com potencial poluidor e esta-

belecer mecanismos de cobrança pelo uso da

água, sugerindo valores a serem cobrados e

aprovando planos de aplicação de recursos

oriundos da cobrança.

Eva

ndro

Rodney

Page 34: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Empresainveste em P&Dpara criar novosprodutos e serviços

34

MERCADO DE TRABALHO | INOVAÇÃO

Inovação não é apenas um

conceito, mas a oportunidade de

negócios que, ao longo que

quase 11 anos de atividades, tem

garantido não apenas a sobrevi-

vência mas a ampliação do Insti-

tuto de Inovação, hoje, Grupo

Instituto de Inovação.

De acordo com o sócio-fundador

Alexandre Alves, o Instituto de

Inovação foi criado inicialmente

para reduzir o espaço entre os

pesquisadores e o setor produ-

tivo. Naquele momento, em 2002,

quando pouco se falava em ino-

vação, os empreendedores se

associaram a pesquisadores e a

empresas nascentes para gerir

os negócios e/ou captar recursos

junto às linhas disponíveis.

Mas o negócio evoluiu. Hoje, o

Grupo Instituto de Inovação

tem outras frentes de negócios.

A primeira empresa é a Inventta,

especializada em consultoria

para a inovação. A unidade de

gestão de fundos, (Inseed), inte-

gra o consórcio do maior fundo

de capital semente do Brasil, o

Fundo Criatec, com R$ 100 milhões

de capital comprometido.

A empresa coordena estruturas

regionais para prospecção, in-

vestimento, gestão de empresas

investidas e desinvestimento da

carteira. “Somos especializados

em investimentos e assessoria

financeira para empresas em es-

tágios iniciais, com perfil inovador

e elevado potencial de cresci-

mento”, ressalta Alexandre.

Além de abrir horizontes para

pesquisadores e empresas que

já descobriram a importância da

inovação, o Grupo Instituto Ino-

vação também é oportunidade

para engenheiros que, de al-

guma forma, queiram ingressar

nesse segmento. De acordo

com o empresário, a habilidade

Page 35: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

35

de “engenheirar” é fundamental no processo de

desenvolvimento e divulgação do conceito de

inovação para o mundo. “A engenharia se tornou

campo vasto para esses profissionais, das mais di-

ferentes especialidades”, afirma.

Em quase 11 anos, o Inovação implementou mais

de dez projetos, alguns como acionista direto e ou-

tros através da Inseed e, ainda, iniciativas que usa-

ram a Inventta. Entre eles, Alves destaca a empresa

de biotecnologia Ecovev. Há também a Rizoflora,

que atua no segmento de nanotecnologia.

Para 2013, há novos projetos. Afinal, quem trabalha

com inovação sabe que, sem ela as possibilidades

de crescimento ficam comprometidas em algum

momento. “Teremos o novo Fundo de Investimento

em Participações na Área de Inovação e Meio Am-

biente (Fima), a escola de inovação, Tropos e, ainda,

apoio à constituição de uma entidade sem fins lu-

crativos para desenvolvimento de atividades junto

a instituições de ciência e tecnologia”, listou.

O mais importante, em tudo isso, é continuar di-

vulgando o conceito de inovação no país, para

todos os setores econômicos e também para a so-

ciedade, para a qual tais soluções são pensadas e

transformadas em produtos e/ou serviços.

Para Alves, alcançar o posto de oitava economia

mundial com o atual patamar de inovação confi-

gura-se como um gargalo para o país. A expecta-

tiva é de que o Brasil se consolide como player

mundial também nesse segmento de negócios, am-

pliando o movimento neste início de século,

quando centros de P&D têm se instalado em

novos parques tecnológicos.

O futuro da empresa depende da inovação, um pro-

cesso em constante construção. De acordo com o

empresário, há espaço para realizar ainda mais a

missão de ser ponte que une ideias e oportunida-

des, projetos e negócios rentáveis, desejo de inovar

e equipes afinadas, para transformar o mundo para

o bem e sua concretização.

Alexandre Alves,

sócio do Instituto de Inovação

“O Instituto de Inovação

foi criado inicialmente

para reduzir o espaço

entre os pesquisadores

e o setor produtivo”

““

Page 36: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

A mais nova estatal brasileira, a Empresa de Plane-

jamento e Logística (EPL), criada para estruturar e

qualificar, por meio de estudos e pesquisas, o pro-

cesso de planejamento integrado de logística no

país tem manifestado o interesse na participação

ativa dos engenheiros brasileiros nesse que é um

dos mais aguardados projetos públicos para o país.

Em nove de janeiro, o presidente da companhia,

ex-diretor da Agência Nacional de Transportes

Terrestres (ANTT) e economista Bernardo Figuei-

redo, reuniu-se com dirigentes de diversas entida-

des que representam os engenheiros brasileiros e

com membros da Comissão Técnica de Transportes

da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), em

Belo Horizonte para enfatizar que a colaboração

técnica das entidades é imprescindível para que o

governo federal possa, de fato, construir um

projeto logístico sustentável capaz de dar suporte

ao crescimento do país nos próximos cinco anos.

“Queremos que essas entidades que são tão im-

portantes para o Brasil e precursoras do Conselho

Federal de Engenharia (Confea) pensem juntas.

Temos que mudar o tratamento que as questões

de Engenharia têm no país. Será que é o Tribunal

de Contas da União (TCU) que define o padrão de

uma obra de Engenharia? Fazer mais com menos

recursos, penso, só transigindo a qualidade e isso

não é mais possível”.

Nesta entrevista, Figueiredo fala sobre os planos

nacionais de logística definidos para o país a partir

de 2013, e também sobre a retomada do modal

ferroviário, para gerar competitividade para a

economia nacional.

36

ENTREVISTA | BERNARDO FIGUEIREDO

O Programa de Investimentos em Logística foi criado para solucionar

problemas estruturais como a falta de integração de diferentes modais

EPL pretende mudar o tratamento queas questões de Engenharia têm no país

Bernardo Figueiredo, economista

presidente da EPL e ex-diretor

da Agência Nacional de Transportes

Terrestres (ANTT)

Dilg

ulg

ção S

ME

Page 37: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

MENDES JÚNIOR.HÁ 60 ANOSCRESCENDOCOM AS PESSOAS.

Coragem, determinação, conhecimento e a capacidade

de lidar com a complexidade são características das

pessoas que constroem a história da Mendes Júnior.

Essa é a nossa essência e, por isso, contribuímos com

grandes resultados para o desenvolvimento do Brasil.

GREC

ODES

IGN

www.mendesjunior.com.br

TAB

R-A

RA

CR

UZ

(ES)

Page 38: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

O Programa de Investimentos em Logística, lançado

pela presidenta Dilma Rousseff em 2012, pretende

solucionar problemas estruturais do Brasil, como

infraestrutura e a falta de planejamento logístico

capaz de integrar os modais disponíveis – rodoviá-

rio, portos e aeroportos. O plano também vai

investir na malha ferroviária.

Temos um programa muito agressivo de investimento

a ser contratado em 2013. Temos R$ 220 bilhões

em aportes para os próximos cinco anos, para

portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. Esse

montante será contratado em 2013.

Um dos destaques é a construção de 10 mil km de

ferrovias e a concessão de 7,5 mil km para a iniciativa

privada. Esse investimento é fundamental porque a

questão logística, hoje, não se restringe ao modal

rodoviário. Os caminhões que circulam pelas estradas

do país são muito antigos, com idade média de 18 anos.

A produtividade depende da infraestrutura. A ideia é

duplicar todos os principais eixos rodoviários do Bra-

sil nos próximos cinco anos e construir malha ferro-

viária moderna para tirar a carga do caminhão que,

na longa distância, é pouco competitivo. Na longa

distância, a ferrovia é a forma mais barata de trans-

porte.

Quais os desafios de mudar a cultura logística do país?

Eu defendo Juscelino Kubsticheck no que ele fez.

Naquele momento, a década de 1950, a rodovia era

o transporte mais moderno e competitivo.

O JK tinha visão de que o Brasil tinha que interio-

rizar o desenvolvimento e isso não seria feito com

ferrovias. A forma mais racional, eficiente e moderna,

naquele momento, era a rodovia.

Agora, o erro que o país cometeu e não adianta

olhar para trás para encontrar culpados, é que não

foi feito um sistema de transportes integrado.

A ferrovia foi abandonada e achou-se que, com as

rodovias, tudo estava resolvido. Nos anos 70, com

o primeiro choque do petróleo, o problema foi

diagnosticado e foram feitos diversos estudos para

modernização da malha ferroviária do Brasil. Só que

isso não saiu do papel.

A principal questão hoje é mudar a matriz de

transporte, criar condições de ter um transporte

mais barato e sustentável a longo prazo. Hoje, a

malha ferroviária em operação está nas mãos de

monopólios que não atendem à demanda nacional.

Então, esse Programa consiste na construção da

malha ferroviária moderna. Até maio, vamos

contratar a construção dos 10 mil km de ferrovias

e até abril, a concessão do trecho de 7,5 mil km.

A EPL não vai parar por aí. Vamos estudar o passo

seguinte porque o Brasil não precisa só de 10 mil

km de ferrovias, mas de muito mais que isso.

Até julho o programa vai estar todo contratado e

queremos ter outro, no final do ano, para manter

o país investindo todo ano para zerar o passivo e

deixar de reclamar do passado.

Como estão os outros modais, na sua avaliação?

Quando se faz ferrovia, é preciso olhar se os portos

têm capacidade de receber a mercadoria transpor-

tada, por exemplo.

Hoje, o transporte aéreo de carga é muito pobre, em-

bora existam mercadorias para as quais o esse modal

é mais competitivo, como é o caso dos eletroeletrô-

nicos e demais produtos de alto valor agregado. Os

nossos aeroportos não tem estrutura para receber

cargas, sem falar nos problemas diários enfrentados

pelos passageiros que usam esse serviço. Temos que

olhar os aeroportos nessas duas frentes.

38

CoOm

ENTREVISTA | BERNARDO FIGUEIREDO

Page 39: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Com tanta coisa poluindo o meio ambiente, tinha que existir um combustível mais limpo.O gás natural da Gasmig une desenvolvimento e preservação do meio ambiente: move indústrias, carros, pessoas. Tudo isso sem poluir. Gás Natural. Invisível e essencial.

Page 40: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

A ideia é começar a olhar a lo-

gística de forma integrada para mon-

tar a melhor rede de atendimento.

Por isso, os investimentos do go-

verno de Minas Gerais têm caráter

complementar aos do governo

federal. São articulados o que é

muito positivo.

Minas Gerais, pela sua loca-

lização estratégica, vai rece-

ber investimentos?

Dos 10 mil metros de ferrovias

que serão construídos a partir

de 2014, entre 2 mil e 3 mil vão

passar por Minas Gerais, com

aporte de R$ 30 bilhões. Uma

delas vai ligar Belo Horizonte a

Salvador e Recife e a outra vai

sair de Lucas do Rio Verde, no

Mato Grosso, passando por

P a racatu e Unaí , Corinto,

Ipatinga, para fazer a ligação

com a ferrovia Vitória-Rio.

Ao cruzarem com outras linhas,

Minas terá ligação também com

as outras regiões do país, como

a Norte e sul.

E Belo Horizonte nesse projeto

ferroviário?

O projeto, para Belo Horizonte,

é fazer com que a ferrovia possa

atravessar a capital. A solução

passa pela liberação da linha

ferroviárias dentro de BH para

um programa de transporte

metropolitano de passageiros e

encaminhar soluções para o

transporte de cargas na RMBH.

Essa nova malha ferroviária vai

permitir que as indústrias trans-

portem seus produtos para

todas as regiões do país. Minas

Gerais vai passar a ter ligação

moderna ferroviária onde o

trem desempenha velocidade

de 70 a 80 km/h. Hoje a veloci-

dade não passa de 20 km/h.

A promessa do governo federal

é de que o sistema ferroviário

será mais competitivo.

O transporte de mercadorias vai

ficar mais competitivo. As ferro-

vias não terão um operador mo-

nopolista e o serviço será

prestado pela iniciativa privada

que será a empreendedora,

construtora e responsável pela

operação do sistema.

40

ENTREVISTA | BERNARDO FIGUEIREDO

Page 41: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

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MarMarco co legleggalal -- comcompetpete êncência ia proprofi sfi ssiosionalparpara oa oo dedesensenvolvolvimvimentento no naciacionanan l.

Page 42: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

42

ENTREVISTA | BERNARDO FIGUEIREDO

Na prática, os investidores que quiserem se habilitar

para operar o sistema, participarão de processo de

licitação. Em contrapartida, o governo federal ga-

rante para o investidor que vai vender 100% da ca-

pacidade de circulação nas ferrovias. A EPL já está

fazendo a contratação do licenciamento ambiental

dos empreendimentos. Os estudos estarão adianta-

dos em 2014, quando as obras começarem.

No primeiro momento, para divulgar o sistema, vão

comprar toda a capacidade de circulação para ofe-

recer o menor preço para o mercado. O que sobrar,

o governo vai bancar porque, dessa forma, cria um

estímulo para o uso do modal ferroviário. Com o

aumento da produção, o sistema vai ser tornar au-

tossustentável.

Como os engenheiros entram nesse projeto?

Em todos os estágios, desde a confecção dos proje-

tos e definição de custos até a manutenção e gestão

da malha ferroviária brasileira. Diferente do que se

diz, não se formam profissionais para estoque, para

ficarem “na prateleira” até que sejam necessários.

Hoje, os engenheiros têm excelentes oportunidades

de carreira na área de Transportes do setor público.

O nosso projeto tem R$ 220 bilhões para investir e

não temos profissionais disponíveis. De início, vamos

tirar os aposentados de casa, reciclar os engenheiros

que não têm a qualificação necessária e, ainda, mo-

vimentar a mão de obra que está subutilizada.

Temos que lembrar, também, que há muitos enge-

nheiros atuando em outros segmentos econômicos

como o financeiro, por exemplo. Projetos como

esse, de logística, abrem oportunidades reais de car-

reira para os profissionais nas áreas de projeto,

construção, manutenção, operação e

planejamento/gestão. Temos a possibilidade, ainda, de

importar mão de obra.

Da mesma forma, a indústria nacional também vai se

preparar para as próximas demandas, já que inicial-

mente, vamos importar trilhos. O raciocínio serve para

locomotivas, vagões, sistemas de gestão etc.

Temos que lembrar, também, que há muitos engenheiros atuando em outros

segmentos econômicos como o financeiro, por exemplo. Projetos como

esse, de logística, abrem oportunidades reais de carreira para os profissionais

nas áreas de projeto, construção, manutenção, operação e planeja-

mento/gestão. Temos a possibilidade, ainda, de importar mão de obra.

Page 43: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição
Page 44: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

44

Atualmente os empresários estão

buscando uma nova maneira de ad-

ministrar, não somente restrita a

visão financeira, mas também voltada

para a responsabilidade social. O

valor econômico aliado a criação de

valor social, é um novo conceito que

está se formando nas empresas. A

Responsabilidade Social Empresarial

é a forma de gerir as empresas de

maneira a criar uma sinergia com re-

lação a todas as partes interessadas

e envolvidas, assim como os grupos

que se relacionam com a empresa, a

fim de colaborar efetivamente com

o desenvolvimento econômico, so-

cial, cultural, pessoal e espiritual das

pessoas que compõem estes grupos

de interesse. O conceito atual é

muito amplo e envolve os chamados

stakeholders diretos ou convencio-

nais, funcionários e suas famílias,

clientes, fornecedores, comunidade,

investidores, governo, gerações futu-

ras, meio ambiente, concorrentes, e

ainda os não convencionais como

ONGs, mídia e redes sociais.

Responsabilidade Social não é ajudar

entidades assistenciais e divulgar o

marketing desta ajuda, nem manter

programa de voluntariado dentro

das empresas. É uma tarefa dos acio-

nistas e dos principais executivos,

que não pode ser delegada, pois

deles devem emanar esta forma de

gestão, esta postura empresarial que

atinge todos da organização e passe

a fazer parte do DNA da empresa,

que terá esta prática como uma es-

tratégia empresarial e não como

função de exigências legais. A em-

presa que atua desta forma é reco-

nhecida e admirada por todos os

públicos como uma organização que

pratica o bem e que sabe equilibrar

a necessidade do lucro com as ne-

cessidades da sociedade e do desen-

volvimento social. As empresas têm

um papel insubstituível nas comuni-

dades que é o de gerar a máxima ri-

queza sem causar prejuízos, ao

contrário, a riqueza criada deve be-

neficiar as próprias pessoas destas

comunidades. A engenharia é a ciên-

cia de inventar, engenhar, edificar e

construir condições melhores para

o ser humano, e quando ela não

cumpre este papel está falhando

com seu princípio e propósitos mais

básicos, daí a íntima relação com a

Responsabilidade Social Empresarial.

É fundamental para a engenharia de-

senvolver uma visão sistêmica do

mundo onde ela se reconheça como

agente de transformação social.

As empresas e a Responsabilidade

Social Empresarial não podem pres-

cindir da engenharia e a engenharia

não deve atuar sem as práticas da

Responsabilidade Social Empresarial.

Um grande desafio no qual a enge-

nharia pode contribuir de forma de-

cisiva, é na melhoria no nível de vida

das pessoas, reduzindo a disparidade

e promovendo a inclusão social, sem

comprometer as gerações futuras.

Trata-se do maior desafio que a hu-

manidade já enfrentou, pois, mesmo

com cerca de 20% das 7 bilhões de

pessoas que habitam o planeta

abaixo da linha da pobreza, o nível

total de consumo já é insustentável

para a natureza. Hoje os seres hu-

manos já demandam mais recursos

naturais que o planeta é capaz de su-

prir, e se todas as pessoas tivessem

o padrão de consumo dos norte

americanos seriam necessárias três

terras para suprir os insumos neces-

sários para a vida.

ENGENHARIA | RESPONSABILIDADE SOCIAL

Responsabilidade Social e Engenharia

Page 45: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

45

Como promover a inclusão de mais

1,4 bilhão de pessoas? Primeiro é

necessário a conscientização huma-

nitária e individual. Não podemos

mais seguir adiante com níveis ver-

gonhosos de exclusão social, de dis-

crepância de renda, da falta de

oportunidades, de qualidade de vida

desumanas e vergonhosas de um

grande contingente de pessoas

sobre a terra. Não é possível que tão

poucos tenham tanta abundância e

ainda gastem com bens supérfluos,

exaurindo os recursos naturais des-

necessariamente, sacando contra o

futuro e contra sua própria descen-

dência, enquanto uma grande parcela

não tem quase nada para atender

suas mínimas necessidades materiais

e de sobrevivência.

Para as empresas é também uma

questão de pensamento estratégico,

pois, para sobreviverem, precisam

do reconhecimento da sociedade

como entidades amigas do mundo,

admiradas, para as quais a sociedade

concederá a licença social para ope-

rarem, para continuarem existindo.

Nós engenheiros aos abraçarmos

esta carreira concordamos em aten-

der a estes dois quesitos. Primeiro,

o moral e ético da nossa profissão

atuando em prol do ser humano,

pela sua qualidade de vida, bem

estar, crescimento pessoal, intelec-

tual, cultural e espiritual. Segundo,

com nossa inteligência e com os co-

nhecimentos da engenharia sermos

capazes de pesquisar, “engenheirar”,

inventar, projetar, produzir, distribuir

bens e serviços em larga escala, com

tecnologia, custo cada vez mais bai-

xos e acessíveis ao maior número

de pessoas, com máxima produtivi-

dade, menor uso de recursos natu-

rais, de energia, gerando o menor

impacto ambiental, exercitando a

engenharia na sua plenitude da

criatividade e compromisso com a

eficiência.

A engenharia é sem dúvida uma das

atividades capazes de resolver os

problemas sociais da humanidade e

os problemas ambientais do planeta.

A Responsabilidade Social Empresa-

rial depende em boa parte de nós

engenheiros, pois as empresas só

conseguirão atuar dentro desta

nova maneira de agir se baseadas

em valores e inovação. A Responsa-

bilidade Social Empresarial depende

da boa prática da engenharia, tem-

perada com uma visão humanizada

do mundo, da sensibilidade do pro-

pósito social do trabalho do enge-

nheiro, pois a engenharia pela

engenharia é vazia, como o sonho

sem ação, apenas um devaneio.

Sérgio Cavalieri é engenheiro Civil,

presidente do Conselho da ALE Combustíveis e

presidente da ADCE/MG e Brasil

A Responsabilidade Social Empresarial depende em

boa parte de nós engenheiros, pois as empresas só conseguirão atuar dentro desta nova maneira

de agir se baseadas em valores e inovação.

““

Page 46: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Diz o ditado popular

que um raio não

cai duas vezes no

mesmo lugar. Mas,

essa máxima não vale para o Brasil

que tem a maior incidência do fe-

nômeno no mundo. Caem em solo

brasileiro cerca de 50 milhões de

descargas elétricas atmosféricas

por ano, segundo dados do Insti-

tuto Nacional de Pesquisas Espa-

ciais (INPE). Há a observação de

que este número está crescendo e

deve triplicar nos próximos anos

devido a fatores como a intensa ur-

banização e as alterações climáticas.

Embora o fenômeno do raio seja

bastante conhecido, estudado e até

previsível, ainda é atribuído a ele

(raio) a culpa por acontecimentos

bem terrenos: apagões que geram

prejuízos de toda ordem e a

queima de aparelhos eletrodomés-

ticos. A saída apontada em orien-

tações técnicas para evitar esses

supostos malefícios das descargas

elétricas seria simples, mais da

ordem do senso comum. Quando

o tempo literalmente fechar, com a

formação de nuvens pesadas

(Cumulonimbus na melhor tradu-

ção científica. Do Latim: Cumulusque significa "acúmulo" e Nimbusque significa nuvem.) à população

caberia apenas desligar as tomadas,

privando-se, por exemplo, do úl-

timo capítulo daquela novela imper-

dível, de uma bebida gelada ou de

uma boa ducha.

Contudo, essas perdas e descon-

fortos poderiam ser reduzidos a

praticamente zero com a desmis-

tificação do fenômeno que teve

sua natureza elétrica descoberta,

no século XVIII, por Benjamin

Francklin, mas que ainda produz

muito fascínio. Os estudos avança-

ram muito ao longo dos séculos.

Atualmente, os mais variados ins-

trumentos, como câmeras digitais

de alta velocidade, detectores de

radiação eletromagnética são utili-

zados na pesquisa desse fenômeno

atmosférico.

De acordo com o meteorologista

Ruibran dos Reis, diretor regional do

Instituto ClimaTempo, o fenômeno é

detectado com até 72 horas de an-

tecedência. O monitoramento das

áreas mais atingidas em tempo real

permite ao Instituto Nacional de

Meteorologia (INMET) o envio de

alertas até três horas antes das des-

cargas elétricas ocorrerem para que

as medidas de proteção sejam acio-

nadas. A principal delas é a blindagem

do sistema elétrico, bem como das

residências, com tecnologia de pro-

teção eletromagnética eficiente, os

para-raios. São equipamentos contra

os efeitos térmicos, mecânicos e elé-

tricos associados às descargas elétricas.

46

Empresa mineira produz tecnologiade proteção contrasurtos de raios

SEGURANÇA | TECNOLOGIA

Ruibran dos Reis, diretor regional

do Instituto ClimaTempo/MG

Page 47: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Ruibran dos Reis lembra que em pesquisa realizada

durante dez anos e, nos levantamentos que vem efe-

tuando, a Região Metropolitana de Belo Horizonte

(RMBH) é uma das mais atingidas por raios muito

em função da intensa urbanização, em que a concen-

tração de concreto e de estruturas metálicas nas

construções criam condições propícias para a fre-

quência do fenômeno. A alternativa, diz o especia-

lista, é buscar a proteção.

Em recentes episódios de interrupção de energia no país,

os chamados apagões, a presidenta Dilma Rousseff não

poupou críticas aos que apregoam o poder quase mítico,

contra o qual nada se pode fazer, que os raios teriam. De

maneira enfática e irônica diz que em caso de apagão a

“falha é humana” e que é preciso proteger o sistema para

evitar prejuízos calculados em mais de um bilhão de reais.

Como ciência e o bem estar devem andar juntos, são

grandes também os avanços de tecnologias para pro-

teção de possíveis efeitos danosos associados às des-

cargas elétricas. Em Minas, a empresa Clamper

especializada na pesquisa, desenvolvimento e fabricação

de DPS – Dispositivos de Proteção contra Surtos elé-

tricos está lançando no mercado novos modelos de

para raios para uso residencial e corporativo. São esta-

bilizadores de energia que, em caso de pico de luz ou

surto elétrico, a eletricidade é desviada ou amenizada,

impedindo que o equipamento eletrônico, seja ele re-

sidencial ou comercial, estrague.

O diretor técnico da Clamper, Wagner Almeida Bar-

bosa, informa que o mix da empresa conta com mais

de 300 modelos de produtos destinados a interrom-

per os surtos. Dois outros equipamentos estão em

desenvolvimento, um deles uma espécie de para raio

que será colocado no mercado a preço acessível. “O

produto é de fácil instalação e protege as residências”,

afirma o diretor. O outro é um dispositivo ligado à

internet, que além de proteger a residência, monitora

a voltagem que circula na casa. “O usuário pode fazer

o monitoramento via computador ou de um aparelho

celular”, explica. O novos modelos de para raios da

Clamper, que é líder no segmento de proteção de

equipamentos contra sobretensões elétricas transitó-

rias, chegam ao mercado, no primeiro trimestre deste

ano, com certificação do Instituto Nacional de Metro-

logia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

Declarações da presidenta da República, Dilma Rousseff, de-

pois de seguidos apagões que atingiram vários Estados, em

2012, em que descartou a existência de uma crise de energia

no país, atribuindo os apagões à falha humana. A declaração

foi feita em encontro de fim de ano com jornalistas, no

Palácio do Planalto.

"Acho ridículo dizer que o Brasil corre risco de racionamento de energia"

Dilma criticou a tentativa de

colocar a culpa em fenômenos

naturais, como raios.

"No dia que falarem que houve

interrupção de energia porque caiuum

raio, vocês gargalhem."

"Raio cai todo dia. Um raio não pode desligar

o sistema. Se cai, é falha humana. Não é sério

dizer que o sistema caiu por causa de um raio".

Sobre a proteção do sistema de

distribuição de energia:

"Tem que ser resistente ao raio, isolar e recuperar.

Tem que ter bloqueio, estar blindado".

Avaliação da presidente de um apagão que

atingiu o Aeroporto Internacional Tom

Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro, em de-

zembro passado, provocando atrasos em

19 voos.

"No Galeão, foram duas coisas: falha

humana, porque deveriam ter trocado o

ar condicionado que estava velho, e so-

brecarga, por causa da temperatura alta".

Dilma disse que é preciso se antecipar e

adequaros equipamentos para possíveis

riscos.

"Planejar é isso."

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Page 48: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

48

Os incêndios sempre estiveram entre

as catástrofes mais desafiantes de todos

os tempos. Contam com nossa inércia

e descaso para ceifar vidas sem piedade.

Dessa vez, as vítimas foram os jovens

de Santa Maria (RS). Mas, antes, muitos

outros sucumbiram às suas armadilhas.

A sociedade se revolta. Quer nomear

culpados e trazê-los a julgamento pú-

blico. Embora mereça respeito a dor

dos que perderam filhos e amigos, ne-

nhuma intenção, verdadeira ou bravata,

será capaz de aplacar a fúria das chamas.

Contra a surpresa do fogo, é preciso

usar de vigilância. Não uma vigilância que

impeça o sono, mas aquela que se infiltra

nas regras de convívio e se materializa

em rotinas de aprovação de projetos e

de concessão de alvarás e licenças.

Não devem ser meros atos burocráti-

cos, diluídos na responsabilidade de

bombeiros raros e prefeituras muitas,

porque eles criam o que agora se que-

brou: a ilusão de segurança. A vigilância

não prescinde da educação, especial-

mente da cívica, que responsabiliza cada

um pela segurança de todos.

Mas, a segurança oficial das normas não

basta: é também ilusão de segurança,

porque as normas técnicas existentes,

muitas vezes, carecem de bases justa-

mente técnicas.

O esforço de normalização da segu-

rança contra incêndio empenhado

pelos corpos de bombeiros merece re-

conhecimento público, mas existe uma

engenharia de incêndio, ou uma ciência

dos incêndios, que não lhes está ao al-

cance e que é pujante em outros países.

No Brasil, tem inexpressivo lugar nas

academias. Apenas o foco da proteção

passiva de estruturas merece estudos,

ainda não avançados, em várias univer-

sidades e em um laboratório da Univer-

sidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Dessa ciência, emanam novas tecno-

logias e métodos de projeto, que tor-

nam as edificações materialmente

mais seguras.

Muitos vão dizer o que faltou à boate

Kiss. Pode ser que tudo o que digam

tenha mesmo faltado, mas o principal

antecede esse fatídico evento: são estu-

dos brasileiros de comportamento hu-

mano em pânico; pesquisas brasileiras

de reação ao fogo de materiais; estudos

brasileiros da densidade de ocupação

das edificações e de sua carga de incên-

dio; pesquisas brasileiras de planos efe-

tivos de escape em condições de pânico.

Bombeiros têm lutado por isso e para

efetivar a normalização técnica. Mas o

atendimento de nenhuma norma pres-

critiva brasileira, sejam elas oficiais ou

convencionais, como as da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),

pode dar à edificação a segurança que

projetos responsáveis de engenharia de

incêndio proporcionam.

Nesse momento de consternação, pen-

semos em nossas centenas de escolas,

boates, cinemas, shoppings, estádios e

edifícios: todos vivem a doce ilusão de

segurança. É necessário fazer algo mais

que nomear culpados pós-tragédia; é

necessário viabilizar novos centros de

pesquisa em engenharia de incêndio.

O país, como os seus vizinhos, não

tem um só cone calorímetro, equipa-

mento que está para o engenheiro de

incêndio como o microscópio está

para o biólogo. É preciso repensar as

bases legais do trabalho de prevenção

dos bombeiros, ao mesmo tempo em

que é urgente flexibilizar os projetos

de edificações, dando vez à engenharia

de incêndio.

Infelizmente, em todo o mundo, as re-

voluções da engenharia de incêndio se

iniciaram após grandes tragédias. O epi-

sódio do edifício Joelma, em 1974, deu

início ao movimento por uma normali-

zação ampla da segurança contra incên-

dio no Brasil; que seja aprofundado com

a boate Kiss de Santa Maria.

Antonio Maria Claret, 57, pós-doutor

em engenharia de incêndio pela Univer-

sidade de Lund (Suécia), é professor da

Universidade Federal de Ouro Preto -

UFOP

O lado técnico da tragédiaMenosprezada no Brasil, a engenharia de incêndio oferece uma segurança a edificações de que nenhuma norma técnica é capaz

Fonte

- F

olh

a de S

ão P

aulo

ARTIGO | ENGENHARIA DE INCÊNDIO

Page 49: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

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Fonte

- F

olh

a de S

ão P

aulo

Page 50: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

50

ENERGIA | GESTÃO

Djalma de Morais, presidente da Cemig está entre os 30 melhores gestores do mundo

Há 14 anos à frente da

Companhia Energé-

tica de Minas Gerais

(Cemig), o enge-

nheiro mineiro de

Comunicações pelo Instituto Militar

de Engenharia (IME), Djalma Bastos de

Morais ocupa a 26ª posição do ranking

da revista Havard Business Review, que

mediu a performance de presidentes de

empresas e CEOs de todo o mundo.

Além dele, outros nove executivos

brasileiros figuram na mesma listagem.

A inclusão de Djalma Morais no ran-

king acontece em um momento desa-

fiador para a companhia, que, de

acordo com o executivo, está se pre-

parando para mais um processo de

adequação, desta vez, motivado pela

Medida Provisória (MP) nº 579, que

prorroga as concessões do setor elé-

trico e, ainda, reduz a conta de luz,

conforme determinação da presidente

da República, Dilma Rousseff. O plano

de expansão continua a ser prioridade

para em 2013, com novas aquisições.

“Esse reconhecimento é consequên-

cia de uma empresa bem adminis-

trada. Temos grande preocupação

com a qualidade da gestão, dos servi-

ços que prestamos à sociedade”, en-

fatiza o executivo, para quem não há

uma característica particular que jus-

tifique a presença do seu nome no

ranking. Para ele, o mérito é das diver-

sas gestões que já passaram pela

Cemig. “Eu acredito que o governo do

Estado, enquanto controlador da

companhia, fez uma boa aposta”,

aponta. Ainda conforme Morais, a qua-

lidade técnica dos profissionais e ges-

tores e a forma profissional como o

executivo estadual participa da gestão

são fatores que também explicam o

sucesso alcançado pela companhia

junto ao mercado e ao consumidor

dos serviços prestados. O segundo

controlador da Cemig é o grupo An-

drade Gutierrez.

Além de figurar no Índice Dow Jones

de Sustentabilidade (DJSI) desde a sua

criação, em 1999, a empresa é uma das

mais admiradas de Minas Gerais e do

Brasil, com um projeto de cresci-

mento que agrega valor ao seu patri-

mônio, priorizando o cuidado com o

meio ambiente, a remuneração dos in-

vestidores e a valorização dos traba-

lhadores para oferecer um serviço de

excelência para a sociedade. “Assim

como a empresa, a sua administração

tem evoluído.Vamos continuar expan-

dindo a Cemig neste ano”, afirma.

Cemig

A Cemig é um dos mais sólidos e im-

portantes grupos do segmento de

energia elétrica do Brasil, participando

em mais de 100 empresas, além de

consórcios e fundo de participações.

Companhia de capital aberto contro-

lada pelo Governo do Estado de

Minas Gerais, possui 114 mil acionis-

tas em 44 países. Suas ações são ne-

gociadas nas Bolsas de Valores de São

Paulo, Nova York e Madri.

O Grupo Cemig é reconhecido tam-

bém pela sua dimensão e competên-

cia técnica, sendo considerado a

maior empresa integrada do setor de

energia elétrica do Brasil. Em Minas

Gerais, responde por 96% da área de

concessão, com mais de 7 milhões de

consumidores, em 774 municípios. É,

ainda, a maior fornecedora de energia

para clientes livres do País, com 25%

do mercado, e um dos maiores gru-

pos geradores, responsável pela ope-

ração de 65 usinas, com capacidade

instalada de 6.925 megawatts.

A atuação da Cemig estende-se a 22

estados brasileiros, além do Distrito

Federal, e ao Chile, com a operação

de uma linha de transmissão em con-

sórcio com a Alusa. Tornou-se contro-

ladora da Light, ampliando

participação na distribuidora que

atende o Rio de Janeiro e outras ci-

dades fluminenses. Também possui

participação em empresas transmis-

soras de energia elétrica (TBE e

Taesa), investimentos no segmento de

gás natural (Gasmig), telecomunica-

ções (Cemig Telecom) e eficiência

energética (Efficientia).

Seguindo a política de investimentos

em alternativas energéticas, a Cemig

adquiriu participação acionária em

três parques eólicos da Energimp S.A.

(Impsa), com capacidade instalada de

99,6 megawatts, no Ceará. Essa aqui-

sição veio resgatar o pioneirismo da

Companhia que, em 1994, construiu a

primeira usina eólica com geração co-

mercial no Brasil. A Empresa também

investe em outras fontes renováveis,

como biomassa, pequenas centrais hi-

drelétricas, energia solar e projetos de

cogeração.

Page 51: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Ranking divulgado em janeiro deste ano comprova que a Cemig está no caminho certo

Djalma Bastos de Morais é engenheiro de

Comunicações pelo Instituto Militar de

Engenharia – IME. Durante sua carreira,

ocupou posições de destaque em grandes

corporações. Foi ainda ministro de Estado

das Comunicações de 1993/1994.

Em 1995, assumiu a vice-presidência da

Petrobras Distribuidora S. A., cargo

ocupado até 1999, quando assumiu a

presidência da Cemig.

A partir de 1999, quando assumiu a pre-

sidência, a Companhia passou por uma

completa reestruturação, tornando-se

um grupo formado por mais de 100

sociedades e 16 consórcios. Atualmente,

a Cemig é a maior distribuidora de

energia elétrica do País e está presente

em 23 estados brasileiros, além de operar

uma linha de transmissão no Chile.

Em 2011, ele foi agraciado pela Sociedade

Mineira de Engenheiros com a Medalha

Lucas Lopes.

Page 52: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

52

Engenheiro civil graduado pela Uni-

versidade Federal de Minas Gerais

(UFMG) e sócio-diretor da Transi-

tus Engenharia de Transporte Ltda,

empresa do Grupo Tectran especia-

lizada em transporte regional e

logística, Gustavo Riente de An-

drade, 29 anos, foi um dos premia-

dos na 17ª edição do Prêmio SME

de Ciência e Tecnologia, realizado

em 2007.

O trabalho “Modelo Integrador

para Desenvolvimento e Gestão

Rodoviária Calibrado para as Con-

dições Brasileiras” foi o resultado

de um projeto de pesquisa que ele

propôs à universidade, na forma de

projeto de iniciação cientifica, com

bolsa concedida pelo CNPq. O

mesmo projeto também recebeu

da UFMG/CNPq o Prêmio por Re-

levância Acadêmica (2008). Foi por

meio desse tipo de iniciativa que o

engenheiro tem desenvolvido

habilidades importantes para os

profissionais da área como a capa-

cidade de engenhar, projetar e criar

soluções ou novas alternativas para

as sempre caóticas áreas de trânsito

e mobilidade urbana.

Mas esse gosto pela pesquisa come-

çou antes do ingresso na universi-

dade. Em 2004 e 2005, ele foi o

vencedor estadual do Desafio Se-

bare, jogo de empresas promovido

no Brasil e América Latina pelo

Serviço Brasileiro de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas

(SEBRAE) e COPOE-UFMG e o

sétimo e segundo lugares na etapa

nacional, respectivamente.

“Após a conclusão do mestrado,

em 2012, a dissertação que teve

como tema a engenharia de trans-

porte e tráfego foi premiada pela

Confederação Nacional do Trans-

porte (CNT) com o Prêmio CNT

de Produção Acadêmica. De volta

ao trabalho, no Grupo Tectran,

outro projeto, desenvolvido por

Gustavo de Andrade e sua equipe,

intitulado Calibration of the Hourly

Flow-Frequency Distribution Model

Used by HDM-4, venceu o “HDM-

4 User Group Competition“

(www.hdmglobal.com), concurso de

artigos técnicos e científicos pro-

movido pelo HDM Global, consór-

cio internacional baseado na

Inglaterra e França que gerencia o

modelo Highway Development &

Management, idealizado e finan-

ciado pelo Banco Mundial desde a

década de 60 para auxiliar países

em desenvolvimento na formulação

de estratégias, programas e proje-

tos em rodovias.

“O prêmio SME representou um

incentivo à iniciativa e ao esforço

despendido no projeto”, recorda-

se. Naquele ano, o Modelo Inte-

Engenheiro investe empesquisa para o aprimoramentoprofissional contínuo

NOVOS ENGENHEIROS | GUSTAVO RIENTE ANDRADE

Page 53: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

53

grador foi aplicado como parte da

metodologia usada pelo Plano Estra-

tégico de Transporte de Minas Ge-

rais (PELT MG), desenvolvido para o

Governo do Estado pelo Grupo

Tectran, em parceria com a Funda-

ção Instituto de Pesquisas Econômi-

cas (FIPE-USP), o que comprova que

pesquisa e desenvolvimento, quando

bem conduzidos, tem aplicação prá-

tica, em soluções para o dia a dia.

Após retornar do mestrado, o enge-

nheiro passou a coordenar o serviços

de consultoria para dar suporte à

montagem do Escritório do PELT

(EPELT), um novo órgão dentro da Se-

cretaria de Transportes e Obras Pú-

blicas (SETOP), com o objetivo de

sistematizar a metodologia do PELT e

do Modelo Integrador nos processos

de planejamento e tomada de decisão

do estágio. A conclusão desses traba-

lhos está prevista ainda para este ano.

À frente da Transitus, Gustavo

Andrade atua nos setores público e

privado, em projetos e estudos em

transporte multimodal e dentro do

mercado de concessões, especial-

mente no segmento rodoviário.

“A vontade de empreender veio na-

turalmente, a partir do crescimento

dentro do Grupo Tectran e do inte-

resse pelo dinamismo do mundo

corporativo. Destaco também o

papel do Desafio Sebrae na minha

formação como universitário, que

ajudou a despertar o interesse pelo

mundo dos negócios e do empreen-

dedorismo”, explica.

Gustavo de Andrade não esconde a

paixão que tem pela Engenharia. Ao

atuar como pesquisador e também

como empreendedor da área, ele

reafirma que o seu interesse é inato.

“Meus brinquedos prediletos na in-

fância era o Lego e o jogo Sim City.

Também pesou muito a carreira de

sucesso do meu pai como enge-

nheiro, ainda que ele sempre tenha

reafirmado que eu era livre para es-

colher a minha profissão”, considera.

O futuro passa pela empresa e pela

melhoria contínua dos projetos

desenvolvidos para fidelizar a

clientela. Mas o engenheiro nem

cogita a hipótese de parar de

estudar. “Acredito que a ligação

entre o conhecimento e a boa prá-

tica é e sempre importante”, aponta.

Casado há um ano, ele ainda não

tem filhos. Nas horas de lazer, de-

dica-se à família e aos amigos. Nos

finais de semana, gosta de ficar em

casa com a esposa e de cuidar do

aquário marinho de 400 litros.

Livros, filmes e jogos eletrônicos

também estão entre suas diversões

preferidas.

O currículo de

Gustavo é recheado

de prêmios e ele

quer novos desafios!

Page 54: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

A China, grande e profunda, em 4 mil

anos de história registrada, passou por

invasões, fomes, humilhações e retoma-

das. Como bambus, os chineses vergam

e voltam. Em 18 dos últimos 20 séculos,

foi a maior economia do mundo, logo

voltará a ser a primeira em PIB, mas não

em poder. Hoje, é a segunda, com 12%

do PIB e 20% da população mundial em

território da grandeza dos EUA e na

mesma faixa de latitudes.

Não buscam os chineses colônias, conten-

tam-se com comércio mundial e investi-

mento externo. Seguem os ensinamentos

de aprendizado e harmonia, de Confúcio,

e da constatação de que o poder baseia-

se em recursos econômicos e científico-

tecnológicos. Crescem com visão milenar

e esperança sem ânsia. Realizam trabalhos

coletivos superando tempos de vida indi-

vidual. O Partido Comunista pratica socia-

lismo chinês, um quase capitalismo.

Planejam ir de uma economia de baixos

salários para uma de alta tecnologia.

Presente no Conselho de Segurança da

ONU e na Organização Mundial do Comér-

cio (OMC), a China tem o maior comércio,

US$ 3 trilhões. Cresceu de 7% na indústria

mundial em 2000 para 17% em 2011,

enquanto o Brasil ficou parado em 1,7%.

São características da China: um governo

autocrático, mão de obra em grande

quantidade, escala de produção, inovação,

ciência e tecnologia, atração de capitais

estrangeiros, boa infraestrutura, grande

crescimento, excesso de Estado, má

distribuição de renda, desemprego, um

filho por casal, corrupção e poluição.

Desvaloriza a moeda em até 25%, atrai

capital, inclusive pela busca de salário

baixo. Investiu fora US$ 250 bilhões e

recebeu US$150 bilhões. Falta água. In-

veste muito com sua mão de obra na

África, onde o Brasil emprega africanos

e leva a Embrapa.

Em 2011, exportamos-lhe US$ 44 bi-

lhões, 88% em minérios e produtos bási-

cos; enquanto importamos US$ 30 bilhões,

sendo 60% de manufaturados. O preço

médio da exportação à China é de US$

120/tonelada, e aos EUA é US$ 800/to-

nelada. Colonialismo chinês! A China in-

vestiu no Brasil cerca de US$ 49 bilhões.

São características do Brasil: democracia,

legislação não competitiva e sem atenção

à ciência e tecnologia. A China, por sua

vez, tem apenas um partido político,

legislação competitiva, inovação, desen-

volvimento científico. A China crescia

mais de 10% ao ano, hoje, entre 6% e 7%.

O Brasil, de 1900 a 1980, teve um dos

melhores crescimentos do mundo e a

China vivia em revoluções. Em 1981 o

Brasil entrou em baixo crescimento e a

China acelerou. De 1994 a 2002, o Brasil

crescia media da América Latina, 2,3%

ao ano. De 2003 a 2010, a 3,8% ao ano;

a AL, a 4,8%. Em 2012, o Brasil a 1%, e a

AL, a 3,2%.

O Brasil tem 8,550mil km², 195milhões

de habitantes, 1,6 engenheiros por 10 mil

habitantes. PIB de US$ 2,5trilhões. Tribu-

tos, 37% do PIB. Poupança, 18% do PIB,

PIB per capita US$ 12.800, e 38 minis-

tros, nomeados por indicações políticas.

A China tem 9,6 mil km², 1,33 bilhão de

habitantes, 4,6 engenheiros por cada 10

mil habitantes. PIB de US$ 8,8 trilhões. Tri-

butos representam 24% do PIB, a pou-

pança é de 45%do PIB; e o PIB per capita,

US$5.800. Tem 22 ministros, com cientis-

tas e engenheiros. Frase do empresário

Aguinaldo Diniz: “Queria ver preços de

têxteis chineses, se produzidos no Brasil!”

A China, com superávit em conta-cor-

rente e reservas de US$ 3,2 trilhões,

preocupa-se com o abismo fiscal dos

EUA, que arrecada US$ 3 trilhões e gasta

US$ 4,2 trilhões ao ano – déficit 8% do

PIB –; emite moeda e desvaloriza o dólar.

A China investe reservas, compra ativos

e commodities, agrega valor, exporta a

baixo preço, sofre ações antidumping.

Indústrias daqui, sob impostos altos, moeda

valorizada e custo Brasil, ao competir com

custos chineses e moeda desvalorizada,

perdem mercado interno e em terceiros

países, umas fecham ou vão para lá.

Na China, a indústria de transformação

atinge 40% do PIB. No Brasil, ela caiu,

em tendência mundial, de 25% do PIB a

13% em 2011; a sua exportação caiu.

Na expansão industrial entre 2011 e

2012, o Brasil é o 25º dos emergentes.

Cabe ao governo desvalorizar o real,

prestigiar a defesa comercial, reduzir a

despesa publica e a tributação, com dimi-

nuição da pressão inflacionaria; e prover

mais infraestrutura. Cabe ao empresário

a competitividade interna.

O governo chinês quer liderança, harmo-

nia e poder brando. Espera-se que cuide

do meio ambiente. Hoje, EUA e China,

inebriados, apoiam-se mutuamente em

um consumismo ameaçador. Já com

grande reserva, a China volta ao mercado

interno pobre. Investimentos caem de

48% do PIB para 34% em 2025, o con-

sumo vai de 52% do PIB para 66%. Listou

em 2012 produtos que poderá comprar

daqui. Para competir no mundo, lem-

bremo-nos de que “o conhecimento vem

da práxis”. Dialoguemos e negociemos

com a China e outros países, com o FMI

e a OMC, sobre desvalorizações e distor-

ções no comércio exterior. Façamos o

que nos cabe para maior produtividade e

a competitividade que dela deriva.

54

ARTIGO | JOÃO CAMILO PENNA

Lições da China para competir

João Camilo

Penna,engenheiro,

ex-presidente

da Cemig,

ex-ministro

da Indústria

e Comércio

Page 55: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Somos o que construímos

www.paranasa.com.br

Há 40 anos a Paranasa atua no segmento da construção civil indus-trial. Toda essa experiência colocou a empresa entre as maiores cons-trutoras do país neste setor, sempre com foco nos pilares da respon-sabilidade econômica, ambiental e social. Como marca registrada, a Paranasa procura superar as expectativas dos clientes combinando engenharia de qualidade com soluções modernas e inteligentes, numa política constante de aperfeiçoamento técnico com custos competitivos.

LF/ M

erca

do

Merca

do/ F

LF

Page 56: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

56Par ticipe e envie seu “causo” para jornal [email protected]

Na década de 40, dois cariocas se aventuraram a

vir de carro até Itajubá para prestar o famoso ves-

tibular do Instituto Eletrotécnico de Itajubá – IEI,

hoje Universidade Federal de Itajubá - Unifei.

Como sempre, em época de muita chuva. Pas-

seando pela cidade, chegaram à entrada da chá-

cara do Prof. João Luiz, onde atolaram o carro.

Chamaram, então, um senhor que se encontrava

nas proximidades:

- Ó seu Zé! Dê uma empurradinha aqui! - E o seu

Zé disse: Esperem aí! Vou apanhar uma enxada

para raspar o barro, a fim de aumentar o atrito

para que o carro saia com maior facilidade.

Os vestibulandos deram boas gargalhadas, fazendo

chacotas daquele homem tão simplório. Ao

desatolarem o carro, após a raspagem do barro

e sem a necessidade de empurrá-lo, os jovens lhe

deram algumas moedas, recomendando-lhe que

com elas tomasse algumas pingas e comprasse

uma enxada nova. Humildemente, seu Zé colocou

as moedas no bolsinho do surrado colete.

No dia seguinte, logo cedo, teve início a prova oral

de Física daquele vestibular. O examinador

principal era quem? Exatamente aquele homem

simplório e ninguém menos que o Prof. João Luiz

Carneiro Rennó, agora vestido elegantemente

com seu terno e colete, gravata e abotoaduras.

Ao chamar um dos concorrentes constatou ser

ele um dos que ocupavam o carro atolado na vés-

pera, que entretanto não o reconheceu devido à

mudança de sua indumentária. Como o exame era

vago, sem sorteio de questões, formulou a ele

uma pergunta bem cabeluda sobre “atrito”, mas o

coitado do examinado nem abriu a boca. Depois

de alguma espera, como nada saía mesmo, enfiou

a mão no bolso do colete tirando aquelas moedas

- que eram para a pinga e a enxada nova – di-

zendo-lhe:

- Tome essas moedas, volte para sua casa, compre

livros de Física, estude bastante “atrito” e retorne

no próximo ano quando lhe farei perguntas sobre

o mesmo tema, um pouco mais difíceis, é claro!

Seu colega, percebendo o que se passava, sumiu.

E até hoje não se sabe do paradeiro desses dois

cariocas.

História enviada pela Engenheira Marita Arêas de Souza Tavares,que foi aluna do Prof. João Luiz Rennó.

Fórmula do Atrito

ACONTECEU EM UM EXAME VESTIBULAR

CAUSOS DA ENGENHARIA

Page 57: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Petrobras e AG Óleo e Gás.Abastecendo o Brasil de soluções.

A Andrade Gutierrez se orgulha de dizer que a parceria entre a AG Óleo e Gás e

a Petrobras possibilitou a realização de diversos projetos importantes para o

desenvolvimento do Brasil, como o Gasoduto Urucu-Coari-Manaus, a Refi naria Gabriel

Passos (Regap) e a Refi naria de Paulínia (Replan). Por isso, hoje a AG faz questão de

agradecer à Petrobras pela confi ança depositada em cada uma destas obras. E reafi rma

sua crença de que esta parceria ainda tem muito a contribuir com o crescimento do País.

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Page 59: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição
Page 60: Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

Onde tem aço Gerdau, tem a realização de um sonho.

www.gerdau.com

A Gerdau vibra junto com os brasileiros quando entrega uma nova obra. Participar da construção de estádios de futebol, fornecendo desde vergalhões até telas para concreto, é capacitar o país para sediar grandes eventos e conquistar o sonho de novas vitór ias.

Todo mundo tem um sonho. O da Gerdau é tornar o seu possível.