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Leonidas Verneque Guedes editorial novo membro 42 leceu a Sua igreja (São Mateus 16: 18), sendo esse o plano de Deus no Novo Testamento de prover a oportunidade de encontrar os cristãos para exortá- los, instruí-los e dar-lhes o crescimento espiritual. A palavra que os escritores do Novo Testamento usaram para des- crever a igreja foi “eklesia”, que signifi- ca, assembléia, reunião, dos que saíram do mundo para seguirem Jesus Cristo. E Deus já fez planos para o futu- ro. Ele quer perpetuar esses encontros com Seus filhos, quando criar novo céu e nova terra, por ser essa uma peculiaridade de Sua própria natureza. Isaías o profeta evangélico do Velho Testamento descrevendo a Nova Ter- ra, o lar do redimidos, nos fala, “Pois eis que Eu crio novos céus e nova ter- ra;... e acontecerá que desde uma lua nova até a outra, e desde um Sábado até o outro, virá toda carne a adorar perante Mim, diz o Senhor”. (Isaías 65: 17 e 23). No livro do Apocalipse Deus, atra- vés do apóstolo João, falou de muitos desses grandes festivais quando a igre- ja triunfante estiver afinal no lar. Assim, pois, como candidatos do reino celestial, amigos de Deus, que tem prazer em comungar com Ele e sociabilizar com os demais irmãos em Cristo que tem a mesma fé, sejamos de Deus encontrar-se com Adão e Eva regularmente. “E, ouvindo a voz do Senhor Deus que passeava no jardim à tardinha, escondeu-se o homem e a mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. Mas chamou o Senhor Deus o homem e perguntou- lhe: Onde estás?” (Gênesis 3:8-9). Deus sente necessidade de comun- gar com suas criaturas porque “Ele é amor” (I João 4:8) e o amor só existe quando é comungado. Lendo a história de Abraão e dos patriarcas vemos como Deus buscava encontrar-Se regularmente com Seus filhos nesse período da história, exor- tando-os e instruindo-os, para que andassem sempre na vereda de Seus eternos ideais. Mais tarde quando Deus libertou os filhos de Israel do Egito, atra- vés de Moisés Ele reve- lou outra vez de muitas maneiras que queria ter encontros regu- lares com seus filhos estabelecendo as san- tas convocações, para instruí-los, orientá-los no bom caminho. Quando afinal Jesus veio ao mundo, estabe- O declínio na frequência aos encon- tros da congregação leva o membro ao enfraquecimento na fé que é o primei- ro passo para a apostasia. Cada mem- bro que tem o desejo de ter uma viva experiência cristã não pode negligen- ciar os cultos da igreja. O apóstolo Paulo que foi o maior fundador de novas congregações no império romano e que trouxe milha- res de judeus e gentios aos pés de Jesus, declarou essa verdade aos que participavam da igreja cristã do pri- meiro século, “ mantenhamos inaba- lável a confissão de nossa esperança, porque fiel é Aquele que fez a promes- sa; e consideremo-nos uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não abandonando a nos- sa congregação, como é costume de alguns, antes admoestemo-nos uns aos outros; e tanto mais, quando vedes que se vai aproximando aquele dia.” Hebreus 10: 23-25. Um Plano de Deus Deus sempre teve o propósito de inte- ragir regularmente com Suas criaturas. Sendo Ele a fonte de vida, Sua presen- ça seria o meio de preservar a vida em Suas criaturas. “Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens.” São João 1: 4. No jardim do Éden, era costume Foto: L&F

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Leonidas Verneque Guedes

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leceu a Sua igreja (São Mateus 16: 18), sendo esse o plano de Deus no Novo Testamento de prover a oportunidade de encontrar os cristãos para exortá-los, instruí-los e dar-lhes o crescimento espiritual. A palavra que os escritores do Novo Testamento usaram para des-crever a igreja foi “eklesia”, que signifi-ca, assembléia, reunião, dos que saíram do mundo para seguirem Jesus Cristo.

E Deus já fez planos para o futu-ro. Ele quer perpetuar esses encontros com Seus filhos, quando criar novo céu e nova terra, por ser essa uma peculiaridade de Sua própria natureza. Isaías o profeta evangélico do Velho Testamento descrevendo a Nova Ter-ra, o lar do redimidos, nos fala, “Pois eis que Eu crio novos céus e nova ter-ra;... e acontecerá que desde uma lua nova até a outra, e desde um Sábado até o outro, virá toda carne a adorar perante Mim, diz o Senhor”. (Isaías 65: 17 e 23).

No livro do Apocalipse Deus, atra-vés do apóstolo João, falou de muitos desses grandes festivais quando a igre-ja triunfante estiver afinal no lar.

Assim, pois, como candidatos do reino celestial, amigos de Deus, que tem prazer em comungar com Ele e sociabilizar com os demais irmãos em Cristo que tem a mesma fé, sejamos

de Deus encontrar-se com Adão e Eva regularmente. “E, ouvindo a voz do Senhor Deus que passeava no jardim à tardinha, escondeu-se o homem e a mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. Mas chamou o Senhor Deus o homem e perguntou-lhe: Onde estás?” (Gênesis 3:8-9).

Deus sente necessidade de comun-gar com suas criaturas porque “Ele é amor” (I João 4:8) e o amor só existe quando é comungado.

Lendo a história de Abraão e dos patriarcas vemos como Deus buscava encontrar-Se regularmente com Seus filhos nesse período da história, exor-tando-os e instruindo-os, para que andassem sempre na vereda de Seus eternos ideais.

Mais tarde quando Deus libertou os filhos de Israel do Egito, atra-vés de Moisés Ele reve-lou outra vez de muitas maneiras que queria ter encontros regu-lares com seus filhos estabelecendo as san-tas convocações, para instruí-los, orientá-los no bom caminho.

Quando afinal Jesus veio ao mundo, estabe-

O declínio na frequência aos encon-tros da congregação leva o membro ao enfraquecimento na fé que é o primei-ro passo para a apostasia. Cada mem-bro que tem o desejo de ter uma viva experiência cristã não pode negligen-ciar os cultos da igreja.

O apóstolo Paulo que foi o maior fundador de novas congregações no império romano e que trouxe milha-res de judeus e gentios aos pés de Jesus, declarou essa verdade aos que participavam da igreja cristã do pri-meiro século, “ mantenhamos inaba-lável a confissão de nossa esperança, porque fiel é Aquele que fez a promes-sa; e consideremo-nos uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não abandonando a nos-sa congregação, como é costume de alguns, antes admoestemo-nos uns aos outros; e tanto mais, quando vedes que se vai aproximando aquele dia.” Hebreus 10: 23-25.

Um Plano de Deus Deus sempre teve o propósito de inte-ragir regularmente com Suas criaturas. Sendo Ele a fonte de vida, Sua presen-ça seria o meio de preservar a vida em Suas criaturas. “Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens.” São João 1: 4.

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frequentadores regulares das reuniões da igreja de Jesus Cristo, o nosso ama-do Salvador. Essa prática dará firme-za e alegria ao caminharmos juntos rumo à Canaã Celestial

O Que é um Culto de Adoração?Há alguns elementos que são funda-mentais nesses encontros de Deus com o Seu povo, que não podem ser des-conhecidos pelos adoradores. A igreja não é uma casa de espetáculo mais um lugar de encontro. Ali Deus se encon-tra com seus filhos e quer ouvi-los e ser ouvido. Portanto nesses encontros com Deus, o crente não é um espec-tador, mas participante. Deus nos fala mediante a exposição de Sua Palavra e mediante a presença do Espírito San-to, e nos ouve quando oramos, damos nossas ofertas, cantamos e comunga-mos com Ele.

Em simples palavras, nossos cultos incluem adoração, comunhão, confis-são, gratidão. São esses os elementos básicos no processo desse relaciona-mento renovador que Deus quer man-ter com Seu povo hoje.

Se desenvolvermos o hábito de irmos à casa de Deus com regularida-de, certamente em nossa experiência cristã irá num crescente e chegaremos a ponto de dizer como o salmista, “Ale-grei-me quando me disseram: Vamos a casa do Senhor” (Salmos 122: 1).

Para Obter o Máximo das Reuniões da Igreja1. Procure chegar sempre antes de a

reunião começar.2. Se vista de modo apropriado para

esses encontros com Deus.3. Porte-se reverentemente no recinto

sagrado.4. Desenvolva uma atitude positiva

diante de tudo o que é apresentado na igreja. Não preste atenção nos deslizes que ocorrem vez por outra nas partes apresentadas.

5. Lembre-se que Deus usa instru-mentos imperfeitos para falar ao seu coração.

6. Participe ativamente prestando atenção em tudo o que é feito. Diga um amém quando sente que a pes-soa que ora, canta ou prega, expres-sou aquela gratidão ou pedido que é relevante para você.

7. Quando terminar a reunião, procu-re conservar a bênção recebida em seu coração o tempo mais longo possível.

8. Alimente no seu coração o desejo de voltar à igreja para encontrar-se de novo seu Deus e seus irmãos em Cristo.

A Casa de Deus é o melhor lugar do mundo porque nela encontramos Jesus Cristo, Aquele que tanto nos amou ao ponto de dar Sua vida por nós. ◆

Joel Sarli, é pastor jubilado, reside em Lavras, MG.

Antes de jubilar-se, atuava como Secretário Ministerial

Associado da Conferência Geral da Igreja Adventista em

Columbia Pike, Silver Spring, MD - USA.

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Permanecendo na igreja de

CristoComo ser vitorioso em meio às provas dos últimos dias

comportamento

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Ao ser batizado, você passou a fazer parte da Igreja Adven-tista do Sétimo Dia. Temos,

portanto, uma missão especial dada por Deus, definida na profecia (Ap. 12 e 14). Por isso somos o povo rema-nescente de Deus – para pregarmos a todos os seres humanos as verda-des estabelecidas por Ele. Uma delas é: todos os que O aceitam como Sal-vador e Senhor de suas vidas, devem obedecer aos mandamentos de Deus, incluindo a santificação do sábado (Ap. 14:12). Outra verdade é que Jesus breve voltará para acabar definitiva-mente com o pecado e suas terríveis conseqüências. Assim, ao conviver-mos com os nossos irmãos em Cristo, precisamos nos unir na vida cristã e na pregação das mensagens de adver-tência ao mundo.

Contudo, a Bíblia nos adverte sobre algumas realidades que sempre preci-samos ter em mente. Uma delas é que temos um inimigo comum: Satanás. Ele quer nos enganar a fim de nos levar para a perdição, e para que isso não aconteça, devemos estudar dedi-cadamente a Palavra de Deus e nos manter em oração fervorosa como auxílio para nossa vida (Mat. 6:33). Além disso, Deus transmitiu mensa-gens específicas para os adventistas, através de Sua mensageira, Ellen G. White, que nos auxiliam na identifi-cação dessas estratégias do mal.

Quando olharmos para a realida-

de da vida cristã, às vezes podere-mos conhecer algumas pessoas que, embora se decla-rando nossos irmãos de fé, vivem de maneira muito diferente do equilíbrio ensinado na Palavra de Deus. Alguns são muito liberais, do tipo “nada tem problema”. Pensam que “só o que importa é o coração”. Vão a cinemas, consomem café, assistem shows de músicos mundanos, vestem-se inde-centemente e atitudes semelhantes.

Outros são muito rígidos, do tipo “tudo é pecaminoso”. Roupa bem comprida, alimentação muito rigorosa, maneiras estritas de orar, afastamento do lazer e da recreação, demonstração de superioridade e orgulho espiritual, podem ser encontrados em suas atitu-des. Portanto, você poderá se defrontar com esses extremos, ou do mundanis-mo ou do fanatismo. O que possuem em comum é que de um ou outro modo criticam quem não vive ou concorda com suas idéias e procedimentos.

Por que isso? Como pode acontecer? Para que possamos entender o que

ocorre, leiamos a Biblia, em Mateus 13:24-30. Ali Jesus contou uma pará-bola, ou seja, uma ilustração tirada de eventos do dia-a-dia. Jesus contou que um homem semeou trigo em seu cam-po e o inimigo dele semeou joio. Joio (ou cizânia) é uma planta semelhante

ao trigo, mas é uma erva daninha e pode inclusive ser venenosa. Quando os servos perguntaram se podiam arrancar o joio, o dono da plantação não permi-tiu naquele momento, a fim de que o trigo não fosse arrancado jun-to. E ficaria assim para sempre? O joio junto com o trigo? Não, pois no verso 30 Jesus disse claramente: “deixai-os crescer juntos até a colheita, e, no tem-po da colheita, direi aos ceifeiros: ajun-tai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro.” O joio será separa-do do trigo. E isso acontece primeiro. Depois o trigo será recolhido. Portan-to, na igreja haverá o trigo e o joio, até que o joio seja separado. Lembre-se sempre de uma coisa: a presença do joio não tira o valor e nem acaba com a presença do trigo. A Igreja terá em seu meio pessoas que fazem parte do joio, mas a sua presença não anula nem tira o valor dos verdadeiros seguidores de Jesus, representados pelo trigo.

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O que Jesus expressou na parábo-la faz parte de um processo necessário para purificar o povo remanescente de Deus, a Sua Igreja. Vivemos num pla-neta que possui problemas reais, e o seu maior problema é o pecado. A solução para o pecado é a volta de Jesus. A fim de que o remanescente de Deus este-ja preparado para o retorno de Cristo, haverá um processo de purificação cha-mado de sacudidura. Nela, a sujeira do mundanismo, do fanatismo e das falsas teorias será tirada do meio do povo de Deus, ficando somente o grão puro.

Vejamos o que diz Amós 9:9: “Por-que eis que darei ordens e sacudirei a casa de Israel entre todas as nações, assim como se sacode trigo no crivo, sem que caia na terra um só grão”. Nesse texto, a sacudidura é compara-da ao peneiramento, onde o grão de cereal é colocado no crivo, ou peneira, e é sacudido de um lado para o outro, sendo que a sujeira sai e o grão fica. Guarde bem este conceito simples, mas de grande profundidade e signi-ficado: na sacudidura ou peneiramen-to, a sujeira sai e o grão permanece. Esta idéia é reafirmada nos escritos de Ellen G. White, como podemos ler em Testemunhos para a Igreja, 1:429-432: “Vi que estamos agora no tempo da sacudidura. [...] O povo de Deus será peneirado assim como o trigo é sacu-dido na peneira, até que toda a palha seja separada dos puros grãos”.

Como permanecer sendo grão? Pois ninguém que aceita a Jesus como Salvador e Senhor e passa a ser um adventista quer fazer parte da sujei-ra. Para isso, várias advertências nos foram dadas para que, nesta época, não sejamos enganados e possamos

ficar firmes ao lado da Verdade e com o povo remanescente de Deus. Veja-mos algumas delas.

Quando aparecerem pessoas com idéias de que possuem uma “nova luz” ou uma “verdade diferente” e que não foi aceita pela Igreja, saiba que “Deus não esqueceu o Seu povo, escolhendo um homem isolado aqui e outro ali, como os únicos dignos de que lhes confie a verdade. Não dá a um homem luz contrária à estabelecida fé do corpo de crentes. Em toda reforma, surgiram homens pretendendo isso.” Por isso, “ninguém confie em si mesmo, como se Deus lhe houvesse conferido luz espe-cial acima de seus irmãos. Cristo é repre-sentado como habitando em Seu povo.” Testemunhos Seletos, vol II pág. 103.

Outros podem inclusive solicitar que lhes entreguem os dízimos, a fim de disseminar a sua mensagem que não conta com o apoio da Igreja, mas somos advertidos que “os que estão levando esta mensagem errada,[...] negligenciam a obra que Deus lhes determinou fazer, estão em oposição à organização, opõem-se à clara ordem de Deus pronunciada por Malaquias com relação a trazer todos os dízimos ao tesouro da casa de Deus, e imagi-nam ter uma obra a fazer no sentido de advertir aqueles a quem Deus esco-lheu para levar avante Sua mensagem de verdade.” A Igreja Remanescente, 49

Havendo qualquer dúvida, pergun-te ao pastor de sua igreja, que pode-rá lhe ajudar nessas questões, pois o Redentor do mundo não sanciona a experiência e o exercício em assuntos religiosos independentemente de Sua igreja reconhecida e organizada.

Por isso tenha sempre em mente

que não haverá um “remanescente do remanescente”. O povo remanes-cente é a Igreja Adventista do Séti-mo Dia. A sujeira é que sairá. Para uma determinada pessoa que esta-va defendendo a idéia que do meio da igreja surgiria um povo mais san-to que seria o remanescente, Ellen White advertiu que esse conceito era diabólico, dizendo de forma clara: “Tomais passagens dos Testemunhos que falam do fim do tempo da gra-ça, da sacudidura do povo de Deus, e falais da saída dentre esse povo de um outro povo mais puro, santo, que surgirá. Ora, tudo isso agrada ao ini-migo. [...] Aceitassem muitos os pon-tos de vista que avançais, e falassem e agissem baseados nisso, e veríamos uma das maiores exibições de fana-tismo jamais testemunhadas entre os adventistas do sétimo dia. Isso é o que Satanás quer.” Mensagens Escolhi-das, vol I pág. 179.

Não fique preocupado, pois a sacu-didura purificará a Igreja e cada um de nós, a sujeira sairá, mas o menor e mais frágil grão de cereal, que se apega a Deus e a sua Igreja, não cairá, pois temos a seguinte promessa: “O povo de Deus será testado e provado. [...] O presente é um tempo de limpe-za e purificação, um tempo de guerra e provação. A casa de Israel está sen-do peneirada, do mesmo modo como o trigo é peneirado numa peneira. A palha deve ser removida e isso reque-rerá um trabalho preciso para separar a palha dos grãos de cereal. Os olhos discernidores de Deus detectarão as menores partículas de palha, e mesmo assim Ele não deixará cair no chão o menor grão de cereal.” “Testimony to the Church”, Review and Herald, 26 de novembro de 1861, 205-206. ◆

Heraldo Vander Lopes, é pastor e doutor em

teologia pastoral, atualmente atua como Secretário

Ministerial da Igreja Adventista para o Sul do Estado

no Espírito Santo, Cariacica – ES. Foto

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Como diferenciar o que é falso do verdadeiro? Aqui vão algu-

mas estratégias usadas pelos falsos ensinadores, conforme

advertidas na Bíblia e na Orientação Profética:

1° passo – Para ganhar a confiança, ensinam o que é

verdadeiro (Mateus 7:15). Como muitos deles são, aparen-

temente, adventistas como nós, trabalham com fatos como

a necessidade de darmos um bom testemunho em nossa

maneira de vestir, alimentar, ouvir, assistir, orar, etc.

2° passo – Depois, passam a ensinar os extremos do que

é verdadeiro (II João 8-9). Quem não se veste, alimenta, ora

ou participa com eles está em “pecado” ou apostasia. Os

escritos de Ellen White passam a ser apresentados de forma

desequilibrada, enfatizando as declarações mais fortes e

ocultando os textos equilibrados a respeito do assunto.

3° passo – A partir daí distorcem a verdade (Atos 20:30),

gerando divisões na igreja. Aqueles que na igreja não pen-

sam, vivem ou ensinam como eles passam a ser vistos como

“apostatados”, incluindo toda a igreja, membros, ministé-

rio e organização. Pedem e recebem ofertas para divulgar

os ensinos.

4º passo - Rejeitam claramente a orientação da Igre-

ja e do Ministério Adventista, não se submetendo às suas

orientações, não aceitando o que a Bíblia ensina a esse

respeito (Hebreus 13:17), nem o que os ensinos de Ellen

White falam claramente sobre obedecer “a voz da Igreja”,

“o veredicto da Igreja ” e a “autoridade da Igreja” (Teste-munhos para a Igreja 4:19).

5° passo – Passam claramente a ensinar a mentira (II

Timóteo 4:3-4). Entre suas mentiras está que a igreja está

em apostasia e que os que pensam e se unem a eles são os

“remanescentes do remanescente”. Por isso só seus livros,

DVD’s, músicas e adeptos é que são “sem mácula”. O que

vier da Organização Adventista , dos pastores, bem como,

dos irmãos que não concordam com eles está “corrompi-

do” ou “apostatado”. Apesar de serem os causadores da

desunião, qualquer orientação por parte da Igreja a respeito

deles é difamada como sendo “perseguição”

6° passo – Contrariando a ordem clara de Deus em Mala-

quias 3:10, bem como dos escritos de Ellen White sobre

os dízimos serem entregues à Igreja Adventista do Sétimo

Dia organizada (A Igreja Remanescente, 49), alguns pas-

sam a pedir e a receber dízimos, formando organizações

separadas da Igreja.

PARA nãO CAIR:

1) Estude mais a Bíblia, a lição da

Escola Sabatina e os escritos

de Ellen G. White. Envol-

va-se nas programações,

cultos e atividades mis-

sionárias (Testemu-nhos para a Igreja

5:332).

2) Cuide mais

de sua vida,

e ore mais

pelas pesso-

as. Lembre-se

que a salvação é indi-

vidual e nem todos crescem

ou se desenvolvem da mesma manei-

ra (Testemunhos Seletos 1:44).

3) Tenha em mente que na sacudidura o grão fica e a

sujeira sai (Amós 9:9). não surgirá um povo mais puro

e santo que sairá de dentro da Igreja Adventista, pois a

sujeira mundana e a sujeira fanática, das falsas teorias, é

que sairão (Mensagens Escolhidas 1:179). O povo rema-

nescente é a Igreja Adventista do Sétimo Dia, compa-

rado ao “trigo” da “parábola do joio e do trigo” (Mateus

13:24-30). O “joio” no meio dela foi semeado pelo “ini-

migo” e corresponde àqueles que não permanecerão por

se apegarem ao mundanismo ou ao extremismo.

4) Em caso de dúvida, pergunte ao seu pastor, ele poderá

lhe esclarecer melhor (Hebreus 13:17).

5) não receba em sua casa, nem perca tempo com esse tipo

de conversa. Obedeça a Bíblia: “Se alguém vem ter con-

vosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa,

nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe

dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más (II

João 10-11).”

6) não guarde mágoas, amarguras ou ressentimentos de

ninguém, incluindo pastores, Organizações Adventistas

e irmãos de igreja. O coração amargurado tende para o

lado das falsas teorias quando elas aparecem (Testemu-nhos para Ministros,112). Se puder, converse diretamen-

te com quem lhe magoou (Mateus 18:15) e, resolvendo

ou não a situação, siga Jesus: “Pai, perdoa-lhes, porque

não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).

Como saber se determinado material ou movimento são ou não são de grupos separatistas?

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Parabéns pela sua decisão! Você está nascendoComo uma semente que germina, você foi “regenerado não de semente corruptível, mas de incorruptível, median-te a palavra de Deus”. I Pedro 1:23

Ricardo afastou sua cadeira da mesa do escritório para olhar através da janela para o tráfego louco daquela grande cidade. Ele estava com um sentimento o qual não podia definir. Sentia-se vazio e insatisfeito. Aparentemente não havia razão para isso. Ele tinha uma bela carreira, estava em boa forma física, bom casamento, lindas crianças e dinhei-ro. Então, por que esse descontentamento? Estaria lhe fal-tando algo? Sim. Faltava algo. Ele tinha uma “boa vida,”, mas faltava-lhe a “vida abundante.” Essa “vida abundan-te” é o que Jesus disse que Ele veio para dar a você (João 10:10). Essa vida extra é a única que traz contentamento, felicidade e realização pessoal.

Como obter essa nova vida? I João 5:11 a 13Como você deve recebê-lo? João 1:12

As dificuldades da nova vidaComo uma planta empurrando o torrão de terra para nas-cer, assim você precisa “suportar com perseverança a prova-ção” a fim de ser “maduro e completo.” Tiago 1:12 e 4

Ana era uma nova cristã. Ela tinha nascido de novo,

Tornando um discípulo

ou pelo menos ela pensava assim. As coisas iam bem por algum tempo; ela se sentia mais feliz do que antes. Então, semanas depois, a vida começou a apresentar dificulda-des. Na escola as amigas começaram a zombar de sua fé, chamando-a de “santa.” Por algum tempo ela aguentou pacientemente; até que a pressão aumentou. Perdendo o controle, ela gritou e falou mal. Justamente como fazia antes de ser batizada. À noite, ela se sentia miserável. Sentia que havia representado mal ao seu Senhor; mas por quê? E o que fazer agora?

Você é como bebê recém-nascido na família de Deus. Você vive num ambiente carregado de tentações, tem uma natureza acostumada ao pecado e ainda tem um inimigo, Satanás. Esse inimigo tentou destruir Jesus quando ele era um bebê, e tentou também, depois do Seu batismo, no deserto da tentação. Por isso, os seus problemas não ter-minaram. Ao iniciar sua nova vida cristã, você pode espe-rar problemas. Você terá momentos bons e ruins. Satanás dobrará seus esforços para desanimá-la e destruir sua fé.

Qual é o segredo de uma vida cristã de sucesso? João 15:4Que promessa de Deus lhe garante a vitória? I Coríntios 10:13Que outra promessa é dada caso você seja vencido pela tentação? I João 1:9

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nutrindo para crescerAssim como a água nutre a planta em terra seca, a Palavra de Deus, a “água da vida,” é o alimento espiritual do novo cristão. João 4:14

“Eu estou muito preocupada com o meu bebê,” disse uma jovem mãe. “Ele não quer comer, só dormir o dia inteiro.”

“Mas isso é ótimo,” disse outra mãe sorrindo. “Eles dor-mem mais do que comem, mas logo irá acordar à noite e chorará descontroladamente por leite.”

Achamos graça com a preocupação dessa mãe com o seu filho que não queria comer; mas também entendemos como ela se sentia, porque todo mundo sabe que bebês pre-cisam se alimentar regularmente para sobreviver e crescer. Igualmente, novos cristãos precisam comer com regulari-dade ou morrerão.

A Palavra de Deus é o alimento para o cristão, e se você não comer, não crescerá. Além de ajudar o bebê a cres-cer fisicamente, o momento da amamentação providencia uma oportunidade de estabelecer relacionamentos entre os pais e o bebe. O mesmo acontece com o cristão. O tempo gasto com a Bíblia fortalecerá seu relacionamento com o Pai celeste.

Qual deve ser a sua dieta? Mateus 4:4

Por que necessitamos da Palavra de Deus? I Pedro 2:2

Aprendendo a falarComo uma planta que se inclina para o sol, você necessita do “sol da justiça.” Malaquias 4:2

As primeiras palavras de uma criança é um evento importante para uma família. O pai orgulhoso se gaba: “Sua primeira palavra foi pa-pa”! Ou a mãe conta eufórica que naquela manhã ela disse “ma-ma.” Você é um bebê na família de Deus e Sua família está ainda mais interessada em suas primeiras palavras. O Pai celeste Se alegra quando você começa a falar com Ele. Oração é o nome dessa comu-nicação. E ela deve ser tão natural quanto o “abrir o cora-ção a Deus como a um amigo.” Caminho a Cristo, 93.

O que Deus fará quando você orar a Ele? Jeremias 29:12 e 13Algumas orações não são respondidas da maneira que gostaríamos. Por que? Tiago 4:3Ao falar com Deus, você pode:• louvá-Lo (Daniel 2:23)• agradecê-Lo (Daniel 2:23; Efésios 5:20)• confessar seus pecados a Ele (Salmos 32:5; 51:3)• pedir perdão e purificação (Salmos 32:5; 51:1

a 4, 10)• pedir que Sua vontade seja feita (Mateus 6:10)• pedir por necessidades da vida (Mateus 6:11)• pedir poder para vencer tentações (Mateus 6:13;

26:41)• pedir sabedoria (Tiago 1:5)• pedir algo para seus amigos (Jó 42:10) • orar pelos seus inimigos (Lucas 23:33 e 34)

Faça exercíciosComo o pólen espalhado pelos pés das abelhas. Assim os cristãos devem espalhar as sementes, indo “por toda parte pregando a palavra.” Atos 8:4

Crianças recém nascidas começam a se mover o mais rápido possível: arrastando, engatinhando, assentando, ficando em pé e dando os primeiros passos. Isso é natural para elas. De igual maneira, será natural para você, como um novo membro, exercitar a sua fé através do testemu-nho a outros a respeito de Jesus. “A força se desenvolve pelo exercício; a atividade é a própria condição de vida... o homem que se recusa a exercitar seus membros, em breve perde a capacidade de usá-los. Assim, o cristão que não usa as faculdades que Deus lhe deu, não só deixa de crescer em Cristo, como também perde a força que já possuía.” Cami-nho a Cristo, 80 e 81.Fo

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Qual a grande comissão ou a ordem que Jesus nos dei-xou? Mateus 28:19 e 20A quem e onde devemos como discípulos, inicialmente ir? Atos 1:8A quem André deu o seu primeiro testemunho acerca de Jesus? João 1:41

Você está crescendo. Como saber?Assim como uma árvore produz frutas, “quem permanece em Mim, e Eu nele, esse dá muito fruto.” João 15:5

Um pequeno garoto ganhou uma competição intitu-lada “Quem eu gostaria de ser,” de um jornal americano. A personalidade que ele escolheu foi a do famoso evan-gelista Billy Graham. Billy escreveu a seguinte carta para o menino, Dan Fotsch: “Eu estou muito honrado por ter sido escolhido por você como alguém que deseja imitar. Faz alguns anos atrás eu também escolhi um Homem a quem queria imitar. Tenho falhado miseravelmente em muitas ocasiões, mas tenho orado com todo o meu coração para que eu continue a crescer e ser como Jesus.”

Quais são os frutos desse crescimento? Gálatas 5:22 e 23Que processo de adição fortalecerá o seu crescimento espiritual? II Pedro 1:5 a 7

O que essas qualidades farão em sua vida? II Pedro 1:8

Crescendo em gruposComo árvores agrupadas em um pomar, o povo de Deus estará “todos reunidos no mesmo lugar.” Atos 2:1

Imagine um bebê esquecido num berço de um hospital, abandonado para crescer sozinho. Enfermeiras silenciosas trocariam suas fraldas ou colocariam uma mamadeira em sua boca; mas não haveria mimos, conversas, sorrisos e afagos. Não haveria avós, tias, ou parentes para admirá-lo. Ele teria o melhor berço, limpeza e cuidados médicos. Mas nada de companheirismo com parentes. Provavelmente ele não sobreviva ou ficaria psicologicamente afetado. Para crescer, precisa de amor e cuidados, bem como, de afeto e alimento. Da mesma maneira, o novo cristão precisa de companheirismo em um grupo de outros cristãos.

Onde os cristãos devem crescer juntos? Hebreus 10:25Além do templo, ou igreja, que outro ambiente é indis-pensável para o seu crescimento? Mateus 18:20Qual é o propósito dos vários dons ou talentos na igre-ja? Efésios 4:11 a 13

A igreja não é uma coleção de pessoas perfeitas, mas um grupo de pessoas em crescimento. Desfrute do com-panheirismo e amizade com outros cristãos também em crescimento, mas lembre-se de que o único modelo a ser imitado é Jesus Cristo.

Então, o que significa ser um discípulo de Jesus? Signi-fica que:1. Você nasceu de novo: pela graça de Deus e através da

fé em Jesus. 2. Você é um bebê espiritual: que tropeça e cai na medida

em que aprende a andar. Mas Jesus o levanta, perdoa, e o coloca de pé novamente.

3. Você terá fome e sede: Suas necessidades espirituais serão satisfeitas através do estudo da Bíblia cada dia.

4. Você aprenderá a falar: com Deus através da oração particular e em grupos.

5. Você aprenderá a andar: usando seus dons e testemu-nhando a outros de Jesus.

6. Você aprenderá a obedecer: a obediência será a evidên-cia de sua maturidade.

7. Você crescerá entre amigos: nos pequenos grupos e na comunidade da igreja verdadeira.

Não pare aqui... continue crescendo! O desejo de Deus para você é: “Ora, o Deus de toda graça, que em Cristo vos chamou à Sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, Ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, forti-ficar e fundamentar.” I Pedro 5:10 ◆

Emílio Abdala, é pastor e Doutor em teologia pastoral, atualmente é professor

de teologia e Diretor do Instituto de Crescimento de Igreja na Faculdade

Adventista da Bahia, Cachoeira - BA.

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A qui uma comparação em tabela das atitudes típicas de um membro de igreja e do outro lado as de um discípulo.

MEMBRO DISCíPULO

Espera pães e peixes Vai pescar

Luta: crescer Luta: reproduzir

Espera acontecer Faz acontecer

Espera ser servido Ousa servir

Gosta de afago pastoral Gosta de treinamento pastoral

Entrega parte de seus rendimentos Entrega a vida

Pode cair na rotina Sai de 1 aventura espiritual p/ entrar noutra

Espera que lhe dêem uma tarefa Busca tarefas

Murmura e reclama Obedece, se sacrifica e nega a si mesmo.

É condicionado pelas circunstâncias É condicionado pela própria decisão

Reclama que ninguém o visita Tem seu próprio programa de visitas

Está disposto a somar Está disposto a multiplicar

no século 21 estão transtornados pelo mundo no século 1º transtornaram o mundo

É forte como soldado na trincheira É forte como soldado invasor

Cuida das estacas de sua tenda Amplia a área de sua tenda

Estabelece hábitos Rompe moldes

Sonha e exige a igreja ideal Entrega-se e esforça-se pela igreja real

Meta: ganhar o Céu Meta: ganhar outros para o Céu

Maduro, se torna discípulo Maduro: assume ministérios

Prega o evangelho Faz discípulos para Jesus

Gosta de campanhas Vive em campanhas

Espera um reavivamento É parte do reavivamento

Espera que a vida lhe dê uma almofada Está preparado para uma cruz

Palavra preferida: “Tomara!” Expressão preferida: “Eis-me aqui!”

É valioso É indispensável

Berndt Dietrich Wolter, é pastor e atualmente professor de teologia, Diretor do Instituto de Missões

e Crescimento de Igreja UNASP Engenheiro Coelho SP.

Membro ou discípuloB e r n d t D i e t r i c h Wo l t e r

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A Igreja Adventista do Sétimo Dia é um movimento profé-tico. Ela tem uma visão clara

do futuro. Essa visão é resultado de sua compreensão das predições bíblicas. As profecias revelam o futuro não para satisfação de uma curiosidade huma-na, mas para proporcionar uma visão panorâmica do tempo e de como os acontecimentos se encaminham para o final da história do pecado e o início do Reino de Deus.

Diante dessa realidade e desse sentido profético da Igreja, que postura o adven-tista deve ter perante os acontecimentos que parecem sugerir o fim do mundo ou grandes mudanças mundiais?

Muitas pessoas sinceras e bem-intencionadas, entre elas, adventis-

A certeza da vinda de CristoComo os adventistas se relacionam com os acontecimentos proféticos

tas e de outras denominações cristãs, têm estudado as profecias e compa-rado as mesmas com os fatos mun-diais, extraindo daí grande expectati-va acerca do fim dos tempos. No final do século passado, como em outras épocas, alguns chegaram a fazer cál-culos proféticos e até a marcar datas para segunda vinda de Cristo. Como as interpretações estavam equivoca-das e Jesus não veio, esses movimen-tos terminaram produzindo frustra-ção e desânimo espiritual. Com que objetivo Deus revela o futuro através das profecias e que tipo de certeza nós podemos ter a partir do estudo das mesmas e da observação dos aconte-cimentos mundiais?

Va n d e r l e i D o r n e l e s d a S i l v a

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A certeza da vinda de CristoComo os adventistas se relacionam com os acontecimentos proféticos

Nos últimos anos, alguns aconteci-mentos chamaram a atenção de cren-tes atentos às profecias. No plano glo-bal, citamos a incidência da fome no mundo, a intensificação de terremo-tos e tremores de terra, o aquecimen-to global, as mudanças climáticas, a abertura do Órion (crida por alguns). Num plano menos global, nos últimos 20 anos, houve a queda do comunis-mo como um regime político no Leste Europeu, a intensificação das relações entre catolicismo e os Estados Unidos, o ataque às torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, os tsu-namis na Ásia, a guerra do Ocidente contra o terrorismo, o surgimento de uma direita conservadora congregan-do a maioria das igrejas norte-ame-ricanas, entre outros. Esses aconteci-mentos parecem se ajustar ao plano profético e às expectativas de um clí-max escatológico.

Será que eles devem ser vistos pelo adventista como anúncios do fim do mundo? Diante dessa questão, deve-mos nos lembrar porque Deus revela o futuro.

A Bíblia diz claramente que só o Deus criador dos céus e da terra, o Deus Onisciente, pode revelar o futu-ro (Dn 2:11, 28 e 47). Ele o faz por intermédio dos profetas. “Se entre vós há profeta, eu, o Senhor, a ele me manifestarei em visão” (Nm 12:6). Quando revela o futuro, Deus tem em mente proporcionar segurança e proteção para aqueles que o servem e nEle confiam. Ele mesmo diz: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis segu-ros. Crede nos seus profetas e prospe-rareis” (II Cr 20:20). O mais essencial de tudo que Deus revela do futuro é o plano e a promessa do estabeleci-mento de um reino eterno, perfeito, o “reino de Deus”, que será entregue ao seu povo (Dn 2:44).

Na revelação do futuro, Deus se comunica, na maioria das vezes por intermédio de visões simbólicas, mas Ele também fala em linguagem dire-ta. Tanto nos símbolos quanto na fala direta, Deus revela o futuro através de “sinais”. Os textos especializados nessa revelação do futuro e do fim de todas as coisas são os livros de Daniel

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e Apocalipse, Mateus 24 e correlatos em Marcos e Lucas, os quais são cha-mados de “profecias apocalípticas”.

Os sinais foram dados com dois objetivos básicos. Primeiro, prevenir o povo de Deus acerca do engano e de imitações da obra de Deus com o objetivo de desviar os crentes. Jesus respondeu à pergunta dos discípulos acerca do fim, afirmando: “Vede que ninguém vos engane” (Mt 24:4). Em segundo lugar, Deus revela o futuro para que, ao se cumprirem, os fatos revelados sirvam de sinal da brevida-de do tempo. Depois de citar guerras, fome, terremotos e apostasia como sinais do fim, Jesus disse: “Quando virdes acontecer estas coisas, saiba que está próximo o reino de Deus” (Lc 21:31). Mas o mesmo Jesus enfatizou diante da expectativa dos discípulos de terem um tempo determinado para o fim, que “a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mt 24:36).

Enquanto falava dos sinais, tanto no relato de Mateus quanto de Lucas, Jesus deu grande ênfase ao risco de os crentes sinceros serem surpreendidos na segunda vinda. Depois de falar dos sinais do fim, o mestre apresentou a parábola das virgens, que termina com

o imperativo: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt 25:13). Lucas registra o imperativo da vigi-lância, destacando que a embriaguez e as preocupações “desta vida” não permitem uma atitude mental atenta aos sinais, e acrescenta: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando” (Lc 21:34 a 36).

Essas orientações de Cristo demons-tram a necessidade de estudarmos as profecias a fim de conhecermos o tem-po, desvendarmos as estratégias engana-doras e fugirmos delas, mas sobretudo, para mantermos uma atitude de vigi-lância. Vigiar é acompanhar os acon-tecimentos à luz das profecias a fim de sabermos que Ele vem e quando virá.

Embora não possamos saber o dia e a hora, e se soubéssemos isso seria para nossa perdição provavelmente, Jesus afirmou que podemos “saber” que está próximo (Mt 24:33 e Lc 21:31). Nesse caso, os acontecimentos que cumprem os sinais são marcas que indicam que o mundo está caminhando exatamente na linha revelada por Deus, de modo que cada fato, embora nunca possa sinalizar uma data, produz a certeza de que Ele vem. Assim, mais do que dizer quando (data) Ele vem, as profe-cias servem para nos dar a certeza e a convicção de que Ele vem mesmo.

As profecias de Daniel e Apoca-lipse delineiam um quadro proféti-co final em que as forças do dragão estarão unidas numa coalizão contra aqueles que “guardam os mandamen-tos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap 12:17). Nesse confronto, de um lado estarão os perseguidores, que receberam o sinal da apostasia (Ap 13:16), liderados pelos movimentos religiosos que não guardam os man-damentos divinos (Ap 13 e 16:13 e 14); e do outro, os perseguidos, que têm o selo do “Deus vivo” (Ap 7:3, 14:1, Ex 31:12 a 16, Ez 20:12 e 20). Esse confronto se tornará uma realida-de mediante a aliança dos dois pode-res apresentados em Apocalipse 13, o poder da igreja que mudou a lei de Deus e o poder político imperial que “parece cordeiro, mas fala como dra-gão” (Ap 13:11).

Todos os fatos que, de alguma for-ma, apontam para esse conflito final, devem ser objeto da atenção do estu-dioso vigilante das profecias. Mas é preciso ter em mente que os sinais não revelam a data. Ao contrário disso, eles foram dados para que, mediante seu cumprimento, o povo de Deus for-taleça a esperança e ganhe confiança de que logo virá o Senhor. ◆

Vanderlei Dorneles da Silva, atualmente é professor

de teologia e comunicação social no UNASP,

Engenheiro Coelho - SP.

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DEFInIÇÕES DE VInTE E UM DOnS DO ESPíRITORelacionamos abaixo definições baseadas nos serviços do tabernáculo e templo, bem como conceitos mais antigos encontrados no novo testamento precedentes de alguns dos mais comuns dos dons que nós vemos e admiramos na igreja (corpo de cristo). Estão relacionados de tal modo a evitar qualquer sugestão de ordem de importância:

ADMInISTRAÇãO: O dom do Espírito que concebe e supervisiona planos para o trabalho de Deus, trazendo progresso à causa e condições (materiais e humanas) para que sejam administrados.

MÚSICA: É o dom para compor, adaptar, arranjar, reger, e apresentar músicas que louvem e exaltem a Deus. Este dom coopera com os demais dons, embelezando a pregação, o serviço e o processo ensino/aprendizado na igreja e na vida diária. Procura auxiliar nas diversas decisões na vida com Jesus, convidando, inspirando, motivando e cativando.

COnHECIMEnTO: O dom concedido pelo Espírito capacitando o crente a reter conhecimento. Geralmente está (ou deveria estar) associado ao dom de ensino.

DISCERnIMEnTO: É o dom de perceber o espírito que move as pessoas. Por “intuição” (Espírito Santo) percebe o estado espiritual de outros e ministra conforme a necessidade. Associado ao dom de exortação.

EnSInO: O dom para conceder instrução espiritual às pessoas (membros de igreja ou não) de modo que o evangelho seja compreendido e seguido, promovendo crescimento espiritual e unidade na fé.

CURA e SAÚDE: É o dom de entender o funcionamento do corpo humano, discernir doenças, aplicar tratamentos e ajudar o doente a cuidar de seu corpo

para que tenha saúde. Pode estar associado ao dom de milagres.

EVAnGELISMO: O dom do Espírito para compartilhar o Evangelho e ver os descrentes se encontrarem com Jesus, unindo-se como membros responsáveis à igreja.

EXORTAÇãO: O dom do Espírito que traz conforto, encorajamento e instrução àqueles que precisam de alguma ajuda, cura interior e nos relacionamentos. Ouvir e aconselhar oportunamente é a marca deste dom.

FÉ: O dom do Espírito para reclamar as promessas de Deus com inabalável confiança de que serão cumpridas. Está baseado num profundo conhecimento de Deus e de seu modo de agir encontrado na Bíblia.

HOSPITALIDADE: O dom do Espírito para acolher o abandonado e necessitado, fazendo com que cada pessoa sinta-se querida e confortável. Habilidade de amar e servir desinteressadamente.

ORAÇãO InTERCESSÓRIA: Pessoas são chamadas para se importar e interceder em oração por outras, por atividades internas e externas à igreja. É o dom de apoio ao evangelismo e ao pastorado.

LIBERALIDADE: O dom do Espírito para dar liberalmente, com alegria, e com regularidade às necessidades da igreja e de indivíduos. Todos são chamados a dar, mas o dom capacita para mais.

LIDERAnÇA: É o dom de envolver pessoas em uma visão, estabelecer objetivos, desenvolver estratégias para alcançá-los e vê-los realizados para a edificação da igreja; trazendo crescimento do reino de Deus.

MISERICÓRDIA/SOCORRO: O dom do Espírito para se ter sensibilidade aos sentimentos e necessidades dos outros, dando-lhes auxilio que traz conforto e cura.

MISSIOnÁRIO/APOSTOLADO: É o dom para compartilhar o Evangelho de maneira eficaz noutro país, adaptando-se com espontaneidade e facilidade á diferentes culturas, climas e circunstâncias. Muitas vezes está associado ao dom de línguas.

PASTORAL: O dom do Espírito para ministrar, tanto direta como indiretamente, a todas as necessidades de cada membro da congregação e a pessoas que necessitem ser pastoreadas. Está ligado com o dom de exortação, da palavra, da sabedoria, da misericórdia e da liderança (entre outros).

PROFECIA: É o dom através do qual o Espírito transmite conselhos e instruções para a igreja por meio de visões e sonhos. Deus manifesta a Sua vontade através deste dom (Amós 3:7) para um grupo menor ou para a igreja como um todo. A inspiração profética pode ser usada por Deus como e quando Lhe apraz.

SABEDORIA: Dom que habilita para o entendimento de pessoas e/ou a igreja em partes e como um todo em sua complexidade, trazendo solução para problemas, libertação, harmonia, progresso e crescimento.

LínGUAS: É o dom pelo qual o Espírito capacita pessoas a falarem outras línguas, quer seja facilitando o aprendizado, quer habilitando a comunicação quando houver necessidade. Associado ao dom de missão.

CRIATIVIDADE ARTíSTICA: É o dom de Deus para criar, restaurar, e distribuir na igreja peças artísticas, quer sejam quadros, arranjos com plantas, combinação de cores e materiais que propiciem beleza e inspirem a adoração.

HABILIDADE MAnUAL: Dom de servir nas coisas pequenas, que não aparecem

e são reputados como trabalho. ◆

Berndt Dietrich Wolter, é pastor e atualmente

professor de teologia, Diretor do Instituto de Missões e

Crescimento de Igreja UNASP Engenheiro Coelho SP.

Descubra seu domA d a p t a d o p o r : B e r n d t D i e t r i c h Wo l t e r

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A lguns pensamentos sobre os dons precisam ser trazi-dos à tona:

• Todo crente, batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo tem um dom ou mais. (At. 2:38)

• Busque seus dons em oração e dedicação a Deus. Ele quer que cada crente conheça o seu dom (ns) para a plenitude e satis-fação na vida do crente, desenvolvimento de uma identidade mais profunda e serviço à causa de Deus e ao próximo.

• Esteja disposto a colocar os seus dons a serviço de Deus.• Estude sobre os dons e saiba que satisfação, realização,

paz e alegria acompanham o exercício dos dons.• O recebimento do (s) dom (ns) já consiste em um cha-

mado de Deus. Entendemos o batismo como sendo a demonstração pública do novo nascimento pelo qual colocamos a vida em ordem com Deus, mas também entendemos o batismo como sendo a primeira ordena-ção para o serviço.

• A combinação de dons espirituais já aponta para certo ministério. Ex.: alguém que tenha o dom do conhecimen-to associado ao dom do ensino (mestre) deve com certeza se empenhar em algum ministério de ensino da Palavra.

• Não precisa ter medo de fazer erros. Como Ellen White

Refletindo sobre os donsA d a p t a d o p o r : B e r n d t D i e t r i c h Wo l t e r

diz: “é melhor cometermos erros ao tentar avançar a cau-sa do Senhor, do que esperar até que todas as circunstân-cias excluam qualquer possibilidade de erro.” A.S., 229.

• Permanecemos com os nossos dons por toda a vida, pois estão intimamente ligados à nossa estrutura de perso-nalidade. Ninguém precisa deixar de investir tempo e busca de capacitação em seus dons por temer mudanças bruscas. Pode ser que ao longo da vida Deus nos mostre algo que ainda não havíamos descoberto, mas mudanças bruscas não vão ocorrer.

• O sacerdócio de todos os crentes está intimamente ligado aos dons distribuídos entre os crentes (I Pe.2:9)

• Há diferentes maneiras de descobrir os dons. Nunca a tentativa de fazer experiências é deixada fora desta des-coberta. Um teste pode auxiliar, a opinião de irmãos e irmãs mais maduros na fé ajuda, mas é apenas no exercí-cio dos dons, na prática, ao se lançar pela fé ao serviço do Senhor que vem a convicção, o chamado e o ministério planejado por Deus para a sua vida. ◆

Berndt Dietrich Wolter, é pastor e atualmente professor de teologia, Diretor do

Instituto de Missões e Crescimento de Igreja UNASP Engenheiro Coelho SP.

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Separamos algumas citações da Bíblia e dos escritos de Ellen White sobre o assunto.

“Se bem que nossa ‘Pátria está nos céus, donde também esperamos o Salvador’ (Filip. 3:20), estamos ainda no mun-do e como parte integrante da sociedade humana, devemos partilhar com nosso semelhante certas responsabilidades nos problemas comuns da vida”. Os membros têm o direito de votar se escolhem fazê-lo, mas a Igreja deve manter-se distante da política.

(A) Devemos sempre votar “do lado da temperança e da virtude.”

(B) Caso vote, “mantende secreto vosso voto. Não acheis ser vosso dever insistir com todo mundo para fazer como fazeis.”

(C) Devemos nos manter afastados das disputas e cor-rupção política.

Se a política fosse praticada “pura”, não teríamos argu-mentos contra ela. Mas devemos concordar que a políti-ca, como geralmente conhecida, tornou-se um sinônimo para demagogia, um sistema de uso de influência pessoal, uma cobertura para a cavilação (Fraude), com os políticos tendo geralmente um desejo ardente pelo gabinete e suas vantagens e legisladores movidos pôr apenas um motivo, a perspectiva da reeleição. Review and Herald, 15 de julho de 1884. 11 de agosto de 1896.

“O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políti-cas. Não podemos com segurança tomar parte em nenhum plano político. Deixai os assuntos políticos em paz. É um engano de vossa parte o ligar vossos interesses com qual-quer partido político, dar o vosso voto com eles ou pôr eles.” Obreiros Evangélicos, 391 a 393.

Notem que não exclui o voto. Se votarmos, deve ser pelas qualidades do candidato não pôr causa do partido. Porém é evidente que as questões políticas não devem ser

O adventista e a políticaI g r e j a A d v e n t i s t a d o S é t i m o D i a

trazidas para nossas Igrejas, tampouco devem a fascinação, disputa e excitamento políticos absorver nosso tempo e atenção.

Não devemos votar em homens que irão empregar sua influência para reprimir a liberdade religiosa, pois assim fazendo, somos participantes nos pecados que eles comen-tem enquanto investidos desses cargos. Os cristãos não usa-rão distintivos políticos. Fundamentos da Educação Cristã, 475 a 484.

Amparados pelos princípios religiosos, podeis atingir qualquer altura que desejardes. Note que o atingir qual-quer altura deve estar amparada pelos princípios religiosos. Você pode ir na política até onde ela não afeta os princí-pios bíblicos, até onde não quebre nenhuma das doutrinas puras. Quando a política começa afetar minha vida espi-ritual, tenho que voltar para Deus. (Ver Fundamentos da Educação Cristã, 82 e 83; Mensagens aos Jovens, 36 e 37)

Nossa filosofia com respeito a política do mundo se baseia sobre os princípios estabelecidos nas Escrituras, expresso nos textos seguintes:

1. Daniel 2:212. Daniel 5:213. Daniel 4:17 e 254. Mateus 22:165. João 19:116. Rom. 13:177. Tim. 2:1 a 38. Tito 3:19. Rom. 13:1 a 7

10. II Pedro 2:13 a 1711. Atos 5:28 e 29 ◆

Secretaria da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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“Então a linguagem da alma será:

Senhor, toma meu coração; pois não o posso dar.

É Tua propriedade. Conserva-o puro;

pois não posso conservá-lo para Ti.

Salva-me a despeito de mim mesmo,

tão fraco e tão dessemelhante de Cristo.

Molda-me, forma-me

e eleva-me a uma atmosfera pura e santa,

onde a rica corrente de Teu amor

possa fluir por minha alma.”

Parábolas de Jesus, 159. E. G. White.