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Revista NPI – Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Volume II Número 2 2007 1 REVISTA NPI NÚCLEO DE PESQUISA INTERDISCIPLINAR http://www.fmr.edu.br/npi.html ENDEREÇO POSTAL Faculdade Marechal Rondon FMR Endereço: Estr. Vicinal Dr. Nilo Lisboa Chayasco, 5000 - Chácara Saltinho, São Manuel - SP, 18650-000 Telefone: (14) 3842-2000 FAC São Roque Rua Sotero de Souza, 104 Centro, São Roque SP, Brasil. Telefone: (11) 4719-9300 EQUIPE EDITORIAL Editor Chefe: Prof. Dr. Anselmo Jose Spadotto [email protected] Diretor Acadêmico: Prof. Jefferson Capeletti - [email protected] Suporte Técnico: Kleber Aparecido Rossi - [email protected]

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Revista NPI – Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Volume II Número 2 2007

1

REVISTA NPI – NÚCLEO DE PESQUISA INTERDISCIPLINAR

http://www.fmr.edu.br/npi.html

ENDEREÇO POSTAL

Faculdade Marechal Rondon – FMR

Endereço: Estr. Vicinal Dr. Nilo Lisboa Chayasco, 5000 - Chácara Saltinho, São

Manuel - SP, 18650-000 Telefone: (14) 3842-2000

FAC São Roque Rua Sotero de Souza, 104 – Centro, São Roque – SP, Brasil.

Telefone: (11) 4719-9300

EQUIPE EDITORIAL Editor Chefe: Prof. Dr. Anselmo Jose Spadotto – [email protected] Diretor Acadêmico: Prof. Jefferson Capeletti - [email protected] Suporte Técnico: Kleber Aparecido Rossi - [email protected]

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SUMÁRIO

ANÁLISE DA VULNERABILIDADE À OXIDAÇÃO LIPÍDICA EM MANTEIGAS COM VARIAÇÃO DE TEMPERATURA DE ARMAZENAMENTO: ESTUDO INICIAL Clóvis José Vezotto, Rafael A de Lima Dálio 03 - 06 AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ANÁLISE DE PERIGOS E PONTO CRÍTICO DE CONTROLE (APPCC) EM FRIGORÍFICOS DE MÉDIO PORTE NO ESTADO DE SÃO PAULO Luiz Carlos Venturine, Mário A. Melillo 07 - 09 EMPRESA BIOLÓGICA: UMA PROPOSTA PARA A AGROINDÚSTRIA BRASILEIRA Dener Gustavo de Albuquerque, Evandro Carlos Fernandes, Geraldo Galendi Júnior 10 - 11 EMPRESA QUÂNTICA: UMA PROPOSTA PARA A AGROINDÚSTRIA BRASILEIRA Jaqueline Oliveira S. Alvarenga, André Alvarenga, Nilton César Carraro, Cláudio Augusto Garbi 12 - 13 ESTUDO DA MICROBIOLOGIA DO SOLO: COMPOSTAGEM ORGÂNICA E VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM ASSUNTOS AMBIENTAIS Robson Fernando Pereira 14 - 15 INTERFERÊNCIA TÉRMICA NA CONSERVAÇÃO DE LEITE DE VENDA A VAREJO NA CIDADE DE BOTUCATU: ESTUDO INICIAL Mário Luiz de Medeiros, Beatriz Bento de Jesus 16 - 19 REVISÃO DE LITERATURA SOBRE A INFLUÊNCIA DOS RITMOS ASTRONÔMICOS NA AGRICULTURA Pedro Jovchelevich 20 - 25 SEGURANÇA ALIMENTAR E SEU ASPECTO LEGAL NO COMÉRCIO DA CARNE NO BRASIL Bruna Reale Ambrozin, Ricardo J Severino, Eliane C Rodrigues 26 - 28

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ANÁLISE DA VULNERABILIDADE À OXIDAÇÃO LIPÍDICA EM MANTEIGAS COM

VARIAÇÃO DE TEMPERATURA DE ARMAZENAMENTO: ESTUDO INICIAL1

Clóvis José Vezotto, Rafael A de Lima Dálio

Faculdade Marechal Rondon

INTRODUÇÃO

A manteiga deveria ser acondicionada em materiais resistentes às

gorduras e impermeáveis à luz, como também às substâncias com odores estranhos,

e deveria ser protegida da umidade. Uma vez acondicionada, a manteiga é mantida

em refrigeração a 4,0 oC durante um curto período de tempo, mas deve ser congelada

a –25 oC se precisar ser armazenada por um período mais longo. Outras indicações

técnicas dão conta que a temperatura mínima de armazenamento não deve exceder a

16,0 oC. A manteiga, de um modo geral, é um produto altamente susceptível à

oxidação lipídica. Este produto de origem animal, apresenta uma curta vida em

prateleira face à oxidação lipídica que o torna inadequado para consumo após 60 dias,

a partir da data de fabricação. As normativas legais estão dentro do MAPA.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi o de analisar manteigas armazenadas para

consumo em relação à sua vulnerabilidade de oxidação em face de possíveis

elevações de temperatura de armazenamento.

MATERIAIS E MÉTODOS

O delineamento adotado para a escolha dos estabelecimentos comerciais

foi casualizado, em uma região determinada do Estado de São Paulo.

Medidas de temperatura foram tomadas nos entrepostos de

armazenamento, ao longo do dia, e com intervalos regulares. O período experimental

foi de 9 dias, consecutivos. Os dados foram analisados no programa Microcal Origin

4.1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados mostraram discrepância entre as temperaturas de

armazenamento sugeridas em trabalhos técnicos, ou seja, na revisão bibliográfica

foram encontrados valores de 4,0 oC a 16,0 oC. Neste atual trabalho, a temperatura

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variou entre 4,8 oC a 15,2 oC. Em face de altas temperaturas comparadas com as

temperaturas próprias ao armazenamento, infere-se que o índice de peróxido aumente

ao longo do tempo, sendo acompanhado pela intensificação do ranço. Também, nesse

estado constatado de armazenamento, a oxidação lipídica acabaria tornando a

manteiga inadequada para consumo após 60 dias a partir da data de fabricação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mesmo considerando-se as maiores temperaturas como as máximas de

armazenamento, observou-se que houve uma significante variação entre as

temperaturas de armazenamento nos diferentes locais de depósito. Outros trabalhos

deverão ser realizados para complementar este experimento.

BIBLIOGRAFIA:

BATALHA, M. O. (Coord.) Gestão agroindustrial. São Paulo : Atlas, 1997, vol. 1)

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AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ANÁLISE DE PERIGOS E PONTO CRÍTICO DE

CONTROLE (APPCC) EM FRIGORÍFICOS DE MÉDIO PORTE NO ESTADO DE SÃO

PAULO: ESTUDO INICIAL

Luiz Carlos Venturine, Mário A. Melillo

Faculdade Marechal Rondon

INTRODUÇÃO

Dentro da Tecnologia de Produtos de Origem Animal, o sistema de Análise

de Perigos e Ponto Crítico de Controle (APPCC) se apóia em vários princípios,

destacando-se como os mais importantes a identificação de perigos e de pontos

críticos de controle (PCCs), somando-se com o estabelecimento dos procedimentos

de monitoramento dos PCCs.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi o de analisar pontos críticos de controle em

pequenos frigoríficos dentro das sete etapas do fundamento do Sistema de Análise de

Perigos e Pontos Críticos de Controle.

MATERIAIS E MÉTODOS

O delineamento adotado para a escolha dos frigoríficos foi em blocos ao

acaso, na área central da região Centro Oeste do Estado de São Paulo, sendo o

experimento realizado em 2006. Foram utilizados fluxogramas de obtenção de corte

de carne bovina e realizadas verificações dos pontos críticos.

Os procedimentos estavam de acordo com as exigências estabelecidas

pela Portaria no 46 de 10 de fevereiro de 1998 do MAPA (e anteriores), e com a

Resolução n. 002, de 08 de março de 1999, do DIPOA.

Tomou-se como base os seguintes fundamentos:

a) A análise de todos os perigos e riscos envolvidos no empreendimento e nos

processos;

b) A identificação dos pontos críticos que precisam ser controlados;

c) O estabelecimento dos limites críticos para cada um dos perigos;

d) O estabelecimento de procedimentos de monitoramento;

e) A definição de ações corretivas a serem aplicadas;

f) A manutenção de registros contínuos sobre todos os dados do processo

(rastreabilidade);

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g) A implementação de mecanismos de averiguação final.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O APPCC depende em muito da própria empresa. Nos casos observados,

apenas o transporte, estocagem e expedição foram considerados como PCCs. A

alegação técnica para tal procedimento foi a de que o controle de temperatura e tempo

de resfriamento são fatores de difícil manipulação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados mostraram que, nas condições deste experimento, os

frigoríficos visitados apresentaram resultados satisfatórios em relação à

implementação do APPC. Também, em função da Tecnologia de Produtos de Origem

Animal, puderam ser classificados como dentro dos bons procedimentos técnicos.

BIBLIOGRAFIA

ANUALPEC 2006: Anuário da Pecuária Brasileira: São Paulo: Instituto FNP, 2006.

340 p.

BATALHA, M. O. (Coord.) Gestão agroindustrial. São Paulo : Atlas, 1997, vol. 1)

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SOUZA, C. C. de. Agronegócio, diagnósticos e tendências. São Paulo: Série

BM&F. 2002.

SPADOTTO, A. J.; SILVEIRA, A. C.; FURLAN, L. R.; ARRIGONI, M. B.; COSTA, C.;

OLIVEIRA, H. N.; PARRÉ, C. Avaliação da silagem de milho das variedades granífera

e forrageira no desempenho de bovinos das raças Nelore e Canchim em regime de

confinamento. Journal of the Brazilian Society of Animal Science, v.25, p.1-12,

1996.

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EMPRESA BIOLÓGICA: UMA PROPOSTA PARA A AGROINDÚSTRIA

BRASILEIRA

Dener Gustavo de Albuquerque, Evandro Carlos Fernandes, Geraldo Galendi Júnior

Faculdade Marechal Rondon

INTRODUÇÃO

O conceito ou a idéia de empresa biológica advém de tentativas dos

profissionais da área administrativa de desenvolver novos métodos para a

administração empresarial. O termo “empresa biológica” refere-se, assim, as tentativas

de copiar processos e estruturas naturais biológicas que tem funcionado com sucesso

por tempos imemoráveis. Nesse sentido, um dos pontos observados foi e de que não

se pode isolar a mudança, sabendo-se que tudo que ocorre interna e externamente

afeta toda uma organização. Os organismos vivos conseguiram sobreviver às

mudanças com sucesso, mesmo em um alto grau de complexidade, e a idéia de

empresa biológica é “fazê-la” a semelhança de um ser vivo. É importante ressaltar que

essa é uma linha da moderna administração de empresas. Palavras-chave:

Agroindústria, biológica, organização.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi o de estudar e realizar comparações entre um

modelo de agroindústria convencional com um modelo de empresa biológica, a partir

de simulações coordenadas.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foram revisados materiais básicos sobre a organização de empresas

agroindustriais nacionais convencionais. A partir dessa revisão ampla, aplicou-se uma

metodologia de pesquisa que adaptou os fundamentos da Biologia para diversos

níveis de comparação. O levantamento dos dados foi realizado pelo método de

pesquisa classificado como exploratório e envolveu os procedimentos de levantamento

bibliográfico e pesquisa documental (Gil, 2002). Simulações foram realizadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados mostraram que a agroindústria nacional (em particular as

pequenas e médias) não possui uma destacada cultura organizacional voltada para

mudanças, tendo dificuldades de adaptações. O olhar para a empresa como uma

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máquina, formada de peças separadas é um ponto de vista que está sendo

ultrapassado, porém, a agroindústria nacional, em termos gerais, ainda não está

conseguindo coordenar esse novo nodo de administração empresarial.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O recente avanço na Ciência tem motivado novas pesquisas em muitas

áreas, inclusive na administração de empresas. Em muitos casos, os modelos naturais

biológicos têm se mostrado superior aos modelos mecanicistas e cartesianos. Para as

condições deste experimento, administração da agroindústria nacional precisa

incorporar esses novos avanços da Ciência.

BIBLIOGRAFIA

BARBOSA, Ricardo Rodrigues. Inteligência Empresarial: uma avaliação de fontes de

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Ciência da Informação, Belo Horizonte, v.3, n.6, dezembro de 2002.

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GALBRATH, John Kenneth. A Era da Incerteza. Tradução por F. R. NICKELSEN. 9

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EMPRESA QUÂNTICA: UMA PROPOSTA PARA A AGROINDÚSTRIA BRASILEIRA

Jaqueline Oliveira S. Alvarenga, André Alvarenga, Nilton César Carraro, Cláudio

Augusto Gorbi

Faculdade marechal Rondon

INTRODUÇÃO

Nos seus mais recentes avanços, a Ciência tem demonstrado que existe

interação entre os mais diversos fenômenos naturais e artificiais e, em particular, entre

os mais diversos ramos do conhecimento humano. Assim, uma das áreas científicas

que tem permitido ao homem entender esse fenômeno interativo é o da Física

Quântica. Até há pouco tempo, porém, dizer-se que as empresas tinham o que

aprender com a área da Física era um grande ponto de discórdia. Hoje, para as

empresas mais evoluídas, essa é uma realidade. Observou-se, assim, que fenômenos

sociais e empresariais poderiam ser explicados pela Física Quântica, surgindo,

mesmo, a denominação “empresa quântica”, denominação essa já consagrada nos

países e empresas mais avançadas.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi o de estudar e realizar comparações entre um

modelo de agroindústria convencional com um modelo quântico, a partir de simulações

coordenadas.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foram revisados materiais básicos sobre a organização de empresas

agroindustriais nacionais convencionais. A partir dessa revisão ampla, aplicou-se uma

metodologia de pesquisa que adaptou os fundamentos da Física Quântica para

diversos níveis de comparação. O levantamento dos dados foi realizado pelo método

de pesquisa classificado como exploratório e envolveu os procedimentos de

levantamento bibliográfico e pesquisa documental (Gil, 2002). Simulações foram

realizadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A estrutura rígida de organização encontrada nas agroindústrias

convencionais foi superada por uma maior flexibilidade das estruturas quânticas.

Enquanto as empresas quânticas se ajustavam com maior facilidade a diversas

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13

situações de mercado, as agroindústrias convencionais, muitas vezes chegavam a

impasses administrativos ou operacionais de mercado. Fenômenos de mercado como

o da dualidade, puderam ser tratadas pela Empresa Quântica com mais facilidades,

além desta ter podido operar com mais facilidades nas incertezas do mercado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma Empresa Quântica parece estar mais adequada ao modelo atual de

desenvolvimento e estrutura mundial, funcionando com maior flexibilidade e

dinamismo. Também, no atual quadro de incertezas, o “mundo das incertezas” como é

chamado, uma Empresa Quântica pode ter maior chance de sucesso.

BIBLIOGRAFIA

GALBRATH, John Kenneth. A Era da Incerteza. Tradução por F. R. NICKELSEN. 9ª

edição. São

Paulo : Pioneira, 1998. 382 p.

LUHMANN, Niklas. A Nova Teoria dos Sistemas. Trad. Eva Machado Barbosa

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ESTUDO DA MICROBIOLOGIA DO SOLO: COMPOSTAGEM ORGÂNICA E

VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM ASSUNTOS AMBIENTAIS

Robson Fernando Pereira

Faculdade Marechal Rondon

INTRODUÇÃO

Estudos de microbiologia abrangem, também, trabalhos com

compostagem e processos ambientais, e é fundamental para o estabelecimento de

normas legais. A compostagem é um processo copiado de processos naturais de

regeneração de solos, onde o produto, o composto, deveria ser constituído de tal

forma que mais rapidamente se integrasse nos processos biológicos naturais. Todo

esse processo envolve uma população bastante heterogênea de microrganismos,

bactérias, fungos e actinomicetos. A fase de degradação ativa é necessariamente

termofílica, pois envolve a ação de microrganismos termófilos, aqueles ativos a altas

temperaturas, aumentando a eficiência do processo e eliminando microrganismos

patogênicos.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a temperatura de compostagem

orgânica nos 30 dias iniciais, inferindo observações quanto ao comportamento dos

microrganismos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Quatro montes de uma mistura de forragem e esterco bovino, de natureza

orgânica, foram preparados na proporção de 3:1 e deixados para fermentar ao relento.

Através de um censor de haste longa, mediu-se a temperatura em dias alternados,

durante um período de 30 dias. Os dados foram analisados no programa Microcal

Origin 4.1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados mostraram que, no período experimental, a temperatura

média foi de 43,0±2,1 o C em 16 medidas. As maiores temperaturas foram logo nos

três primeiros dias, caindo ao longo dos dias restantes. Isso pode indicar que a ação

de microrganismos termófilos ocorreu logo no início do processo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ação quase imediata dos microrganismos termófilos, leva a se

considerar que o início das operações de compostagem é crucial ao processo como

um todo. Portanto, a qualidade final, ou seja, o composto depende de um bom preparo

dos materiais, como homogeneidade, umidade e aeração.

BIBLIOGRAFIA

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INTERFERÊNCIA TÉRMICA NA CONSERVAÇÃO DE LEITE DE VENDA A VAREJO

NA CIDADE DE BOTUCATU: ESTUDO INICIAL

Mário Luiz de Medeiros, Beatriz Bento de Jesus

INTRODUÇÃO

A Tecnologia de Produtos de Origem de Animal envolve trabalhos que vão desde o

preparo de recepção da matéria-prima até o momento do consumo. Ainda, alguns

autores consideram que, já na própria produção animal, estão inclusas algumas

características do produto que vai ser processado. Nesse sentido, o próprio aspecto

da segurança alimentar está envolvido.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi o de avaliar como está sendo armazenado o leite que

está disponibilizado ao consumidor, em relação à temperatura de armazenamento.

MATERIAIS E MÉTODOS

Através de um delineamento casualisado, foram tomadas as temperaturas de

armazenamento em pontos de vendas de leite resfriado no Município de Botucatu/SP.

Foram comparadas as temperaturas de armazenamento ou normatizadas pelo MAPA

(TA) com as temperaturas medidas através de um termômetro digital de haste longa

(TM), nos horários de 09:00, 11:00, 13:00, 15:00 e 18:00 horas. Os dados foram

analisados no programa Microcal Origin 4.1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O leite embalado em “saquinhos”, segundo as normas técnicas e legais deverá ser

armazenado a uma temperatura máxima (TA) de 10,0 o C. Porém, encontraram-se

temperaturas medidas (TM) superiores à recomendada, chegando em uma das

medidas ao valor de 13,5 o C. Não foram encontradas, em nível estatístico

significativo, as condições ideais de armazenamento. Considerando-se o leite como

um produto altamente perecível, inclusive por ser muito susceptível a perdas

nutricionais, entende-se que instrumentos de controle de temperatura de

armazenamento de produtos de origem animal deveriam ser colocados em prática, em

casos idênticos. Nesse sentido, não basta se considerar a tecnologia de produtos de

origem animal, no caso o leite em particular, como sendo aquela que envolve somente

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os processos de industrialização, mas toda a cadeia produtiva até o momento do

consumo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na região determinada por este experimento, foi possível estabelecer-se que o leite

em saquinhos não está sendo armazenado nas condições recomendadas pelas

normas técnicas. Outros trabalhos deverão ser realizados para complementar este

experimento.

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REVISÃO DE LITERATURA SOBRE A INFLUÊNCIA DOS RITMOS

ASTRONÔMICOS NA AGRICULTURA

Pedro Jovchelevich

Associação Biodinâmica

INTRODUÇÃO

Hoje em dia, com a maior parte das pessoas vivendo nas cidades,

poucos ainda conhecem alguma constelação no céu. A história das grandes

civilizações do passado (egípcios, babilônios, gregos, incas, astecas, etc) mostra a

importância dos ritmos astronômicos, não apenas na agricultura, mas em todas

atividades cotidianas. Os sacerdotes detinham o conhecimento destes ritmos e

orientavam o povo no seu dia a dia (MATSUURA, 1996). Este conhecimento foi

desaparecendo, e atualmente, ainda se verificam resquícios na sabedoria camponesa

no uso das fases da lua na agricultura, silvicultura e manejo animal (RIVERA, 2005).

A agricultura biodinâmica,desenvolvida por Rudolf Steiner em 1924,

revaloriza este conhecimento popular e o amplia, incorporando os outros ritmos da lua

e movimento dos planetas relacionados com as atividades agrícolas em geral.No seu

Curso Agrícola , STEINER fala da influência cósmica na vida aqui na Terra. Aborda a

qualidade dos vários planetas,Lua e Sol e suas relações com o solo,plantas e animais.

Logo na primeira conferência do curso agrícola, STEINER diz: “ não há

compreensão alguma da vida vegetal, a menos que se considere em que forma que

tudo que esta sobre a terra é em realidade somente um reflexo do que ocorre no

cosmos”. Ele diz que o Homem esta como que emancipado destas influências(o ciclo

menstrual da mulher segue o ritmo das fases da lua, mas o período não coincide com

o fenômeno m si) e o animal um meio termo. Steiner se reporta a uma classificação

proveniente de um antigo saber instintivo, onde considerava-se o Sol e a Lua como

planetas, então teríamos: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno(todos

estes visíveis a olho nu). As civilizações antigas não conheciam Netuno, Urano e

Plutão,que foram descobertos depois do desenvolvimento de instrumentos óticos mais

sofisticados( a partir do século XIX).

Ainda na 1 Conf. Steiner diz “ ...que a vida das plantas anuais em suas limitações a

períodos de vida breves, tem relação com os planetas que tem órbitas breves”, no

caso seria a Lua, Mercúrio e Vênus. Enquanto que “... aquilo que transcende a vida

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passageira, que rodeia as árvores com córtex, que lhe dá persistência, é algo que se

relaciona com forças planetárias que tem órbitas prolongadas”, no caso Marte, Saturno

e Júpiter.

No movimento biodinâmico internacional, o calendário

astronômico/agrícola mais conhecido é o editado atualmente pela agricultora Maria

Thun, o qual é traduzido para várias línguas. Ela tem pesquisado de maneira mais

prática estas interações há quase 50 anos.

Nesta linha há pesquisadores que trabalharam com o tema de modo

científico, como Helmut Spiess. Durante seis anos fez várias semeaduras seqüenciais

de diferentes hortaliças e cereais e averiguou muitas interações. Mas na literatura

mundial há poucos trabalhos a respeito.

No Brasil, o professor da ESALQ Salim Simão defendeu sua tese de

doutorado neste tema há 50 anos atrás (SIMÃO, 1953), mas, a metodologia se

prendeu apenas a semeaduras em datas exatas do início das fases da lua, isto é

apenas quatro datas/mês.

REVISÃO DE LITERATURA

Kolisko apud Simão (1953) aceita como possível a influencia da lua na

fase de germinação das sementes . Para ervilha , couve, alface, feijão, e tomate indica

como momento mais favorável para a semeadura , dois dias antes da lua cheia. Assim

também para nabo, beterraba e cenoura .E ressalta que a influencia lunar só é

efetivamente completa se houver chuva ou regas durante o período de vegetação.

Simão (1953) em seu estudo sobre a influencia das fases da lua sobre a

produtividade de hortaliças usando apenas o dia de mudança da lua na

avaliação,concluiu que não houve influencia e quando houve alguma alteração foi

atribuída à variação de temperatura e fotoperiodismo. Tal trabalho busca tecer

conclusões muito abrangentes, porém, parte de uma experimentação pontual e

limitada.

Palmer (1974) estudou o ritmo biológico de diversos organismos marinhos.

Citando Brown and Chow (1973), fala de um experimento com feijão(Phaseolus

vulgaris), no qual as suas sementes secas que estavam estocadas em câmara fria são

imersas em água por 4 horas, todos dias ao meio dia por 2/3 do ano. Foram usadas

158 mil sementes e avaliado o incremento de peso. Como resultado notou- se uma

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relação da proporção de água nas sementes com o ritmo sinódico da lua(fases), sendo

que o ganho de peso é maior um dia antes da Lua cheia.

Spiess (1994) estudou a influência da Lua em várias plantas (rabanete,

centeio, cenoura, feijão e batata) por seis anos e notou a influência de vários ritmos no

rendimento destas culturas. Cenouras semeadas antes da lua cheia e na constelação

de Virgem teve maior produtividade. Enquanto que batata cultivada antes da lua cheia

teve menores produções enquanto que altas produções foram conseguidas com o

plantio feito próximo ao perigeo lunar . A produtividade do rabanete depende do ritmo

anomalístico e tropical da lua. No centeio as fases da lua maior influenciaram a

germinação das plantas. O ritmo tropical da lua influenciou o feijão.

Goldstein (2000) encontrou resultados em experimento nos EUA, em

relação à influência das fases da lua sobre o rendimento da cenoura. Quando plantou

um dia antes da Lua cheia gerou o efeito mais positivo, causando um aumento de 15%

na produtividade (11,5 t/há). Esse aumento percentual foi estatisticamente significativo

em p=1%. O plantio durante a lua nova pareceu reduzir a produtividade por 12%

(10,9t/ha), mas o nível de significância foi p=11%. O plantio durante a lua decrescente

reduziu 17% da produtividade (9,7t/ha). Esse contraste foi significativo em p=2%.

Lobreiro (2003) analisou a relação entre data de inseminação artificial e

sexo da cria de gado de leite com o ritmo anomalístico. A partir de 7 anos de

informação registrada em uma fazenda e de dados da ocorrência do perigeo lunar (

momento da lua mais próxima da Terra ) ,e apogeu (momento da lua mais próxima da

Terra no ciclo de 28 dias ) ele notou uma tendência de maior nascimentos de machos

próximo ao Apogeu e de fêmeas , próximo a data do perigeo , Principalmente quando

a inseminação ocorreu exatamente num dia de perigeo ou de apogeo.

Sixel (2003) , abordando a utilização do Calendário Agrícola cita Franz

Rulni como pioneiro nesta área no Movimento Biodinâmico .A partir de indicações

retiradas do Curso Agrícola de R. STEINER(1988) preferencialmente nas fases da lua

e com ênfase em semeadura e plantio em épocas de ascendência .Os dias de nodos

deveriam ser evitados por serem negativos para as plantas e o preparo do solo

deveria ser realizados em épocas de descendência.

Harald meller (2004), relata a descoberta em 1993 , do mais antigo disco

celeste conhecido. Data de 1600 a.C. e foi encontrado na colina Mittelberg na

Alemanha. Este disco de cobre com indicações astronômicas em ouro , vem sendo

estudado por astrônomos ,e descobriu-se que este indicava o movimento do sol entre

os Solstícios de Verão e Inverno , mostrando a época em que terminavam as geadas

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na região pela posição do nascimento do Sol em determinada colina , vista no

horizonte.

Elliott (2004) enumera vários estudos científicos ,mostrando a relação das

fases da Lua com o comportamento de animais ; principalmente aquáticos . Fala que

graças aos raios de luz da Lua que incidem sobre as moléculas do ar da atmosfera

terrestre e dispersados formam-se uma rede lê luz polarizada que serve de guia aos

besouros africanos Scarabeus zambezianos no momento de levar para a toca as

bolotas de esterco de antílope que eles coletam para se alimentar, sem se chocarem

uns com os outros. Nas noites sem luar eles não saem em busca de alimento.

Também relata que os Caranguejos-reais da América do Norte se acasalam nas luas

nova e cheia em maio e junho; Peixes-rei Leuresthes tenuis lançam-se à praia para se

reproduzir na Califórnia algumas noites após as luas cheia ou nova entre fevereiro e

setembro e ainda Pólipos coralinos, na Grande Barreira de Corais, se reproduzem

após a lua cheia de outubro e novembro.

Bueno & junior (2005) estudaram a padrão de atividade de animais

roedores em relação com as fases da lua no ambiente de Cerrado da Estação

Ecológica de Itirapina-SP. Notaram que algumas espécies destes animais evitam sair

na época da Lua cheia, pois a intensidade luminosa nestes momentos pode facilitar

sua captura por predadores noturnos, como a coruja suindara e lobo guará. Na Lua

nova o roedor Calomys tener foi capturado em numero quase o dobro que na Lua

cheia, em média durante 1 ano de observação.

Rivera (2005) editou um livro partindo do resgate de anos de conhecimento

popular sistematizado sobre a influencia das fases da lua na agricultura em diferentes

países da América Latina, inclusive o Brasil. Explica sua ação pelo aumento da

luminosidade , atuação sobre o fluxo da seiva das plantas, registra a influência sobre

culturas anuais e perenes ;nos tratos culturais e adubação. De maneira geral divide

essa ação em dois grandes períodos :

Período extensivo águas acima – 3 dias antes da lua crescente até 3 dias após a lua

cheia; 3 dias após a lua nova.

Período extensivo águas abaixo – 3 dias antes da lua minguante até Isto é

, não considera o conceito tradicional de fases, mas indica que o impulso se inicia em

torno de 3 dias antes de uma fase durando até 3 dias após a fase seguinte. Por

exemplo , para plantio de raízes (cenoura ) recomenda o período extensivo de águas

abaixo ; para tomate , período de águas acima.

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SEGURANÇA ALIMENTAR E SEU ASPECTO LEGAL NO COMÉRCIO DA CARNE

NO BRASIL

Bruna Reale Ambrozin, Ricardo J Severino, Eliane C Rodrigues

Faculdade Marechal Rondon

INTRODUÇÃO

Com o advento do crescimento do conhecimento humano nas ciências,

muitos métodos qualitativos e quantitativos foram desenvolvidos resultando em

impacto direto sobre a Ciência Jurídica. Nesse sentido, a área jurídica não pode mais

ignorar que certos métodos analíticos podem esclarecer certos pontos da atividade

humana, inclusive podendo mudar certas decisões antes intocadas. Os exemplos

disso estão espalhados pelo mundo, bastando citar que quantidades de certos

produtos tóxicos eram admissíveis nos alimentos, mas hoje não o são mais.

Sendo assim, definidos com mais clareza os aspectos técnicos que

servirão de base para o aprimoramento das leis, cabe ser abordado o tema

fiscalização. Como se sabe, não adianta para um país ter leis avançadas, com

substancial embasamento técnico, se elas não forem aplicadas com a devida

destreza. Desse modo, paralelamente aos aspectos jurídicos, a fiscalização deveria ter

condições para se impor, preparando o caminho para uma eventual ação jurídica.

O comércio da carne, e em particular da carne bovina, tem sido um dos

grandes vilões do Brasil. A prática do comércio da carne clandestina, hoje ainda muito

aceita popularmente, tem afetado a saúde do povo e onerado os cofres públicos, tanto

como em se tratando de impostos não recolhidos como na saúde pública. O atual

momento que vive o Brasil com o aparecimento de vários pontos de febre aftosa, e

com as possíveis graves consequências que isso pode levar, o tema deste trabalho

torna-se ainda mais importante.

O objetivo deste trabalho foi o de relacionar alguns aspectos relativos à

legislação com a segurança alimentar no Brasil, em particular no comércio da carne.

DESENVOLVIMENTO

O tema segurança alimentar, apesar de não muito conhecido mesmo por

muitos operadores do direito, é tratado na atual Constituição Brasileira: O seu artigo

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200, inciso VI, relata que ao sistema único de saúde compete, além de outras

atribuições e nos termos da lei, fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o

controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano.

Apesar das mudanças que estão ocorrendo em prol de uma melhor segurança

alimentar, através de um conjunto de idéias consagradas na Constituição Federal e

nas Leis Orgânicas da Saúde (Lei Federal nº 8.080/90 e 8.142/90), a população não

está informada a esse respeito e não tem quem a ajude a possuir de fato esse direito.

Não basta a existência das leis sem o expresso cumprimento dos seus ditames. O

exercício de cidadania do brasileiro está castrado na sua dinâmica, o que é mais difícil

de se diagnosticar. Se há evolução na consecução das leis brasileiras, por outro lado a

sua aplicação está defeituosa.

Existem alguns exemplos de leis favoráveis ao consumidor quanto à

defesa do seu direito a uma alimentação segura. Inicia-se com o próprio Código Penal

no seu artigo 272 que esclarece, inclusive, quanto a redução do valor nutritivo de um

alimento. A Lei no 8.078/90 do Código de Defesa do Consumidor constitui-se em um

importante diploma quanto às normas sanitárias. Já as Leis 8.080/90 e 9.712/98,

constituem-se em fortes instrumentos na repressão da irregularidade na segurança

alimentar. Também, é importante dizer que a aplicação da medida penal correrá em

tempo único com as outras medidas repressoras, em processo crime, por configurar

crime contra a saúde pública.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos aspectos observados neste trabalho, constatou-se que existem

interessantes normas legais para dar suporte à fiscalização para a comercialização da

carne no Brasil. Porém, paralelamente às leis, o preparo dos operadores da lei e a

conscientização do cidadão são elementos fundamentais no processo da evolução da

segurança alimentar no Brasil.

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