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Revista ponto

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Revista realizada por Yasmin Guimaraes sobre produçao propria.

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Ponto

Revista

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Alguma coisa e nada

A ação salientada em uma percepção

Mas anal, tudo é gerado por uma ação? a principio sim e existe algo maior ainda que é o ato pensante, aquilo que muni a vontade de um fazer para um m.TTudo começa por meio de uma vontade e uma curiosidade, onde o artista precisa ex-plorar de modo a descobrir, o processo gera reexões e novas descobertas. O que im-porta é agir, seja escrevendo uma ideia ou desenha-la como projeto ou qualquer outro meio que se opte para criar. Após algumas experiências em que estive presente para a construção de algo aos olhos de alguém, obtive certa experiência que nenhuma obra ao ser criada em uma determinada solidão pode me favorecer, alguém que acompanha o seu gesto, munido pelo sentimento do instante, é algo nu e cru quase, onde não há camadas de tinta que possa percorrer ou apagar. É É como desenhar em público, ao se desenhar se estende o pensamento, é uma con-tinuação do p ensamento, e realizar uma ação é como desenhar a meu ver, onde se desenha com gestos utilizando algo de matéria ou não. A pintura a meu ver pode explanar a subjetividade com que o artista realiza seus atos para uma construção, quando rero a matéria a cito como um material que se opte para constituir um pensamento em Arte. A imagem como documento? Obra? A imagem fotográca se insere como um registro de uma ação, O resgate de um olhar direto e despretensioso e de temáticas muitas vezes banais, onde às vezes situ-ações são criadas ou encontradas, de certo modo transformando a um olhar de onde se está. Aquilo que ca é anotação de um instante, aquilo que se esvai com o tempo como o ar da bexiga, é permanecido por meio de um olhar.

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E de certa maneira são os objetos que cercam meu corpo, e reetem a ação possível de meu corpo sobre eles. Ao se observar uma pintura, se olha e se imagina como o artista fez determinada coisa, como foi o gesto e se aprecia um primor técnico que salta os olhos, uma objetividade onde possa existir uma mimese, beleza como regra e destreza como re-curso. Nas diferentes etapas do trabalho pictórico, a percepção do processo de construção da pintura prevalece sobre a representação que é feita por meio dela. E ao fruir uma imagem fotográca se observa o como também porém por um outro víeis, ao invés de apreciar o que a mão do artista foi capaz de fazer se obtém a curiosidade de como tal objeto ou tal situação se encontrou naquele determinado momento, e a técnica perde importância e passa a ser considerada uma mera solução para um problema de representação. Por meio da fotograa a matéria cotidiana, é denotada de uma carga visual e de possibili-dades imaginarias que vão além de sua função trivial, sendo um modo prático de se xar a observação, e também o meio pelo qual entra em jogo registros visuais.Percorrendo esse trajeto, portanto ca claro que a minha ação a principio não é o mais im-portante na feitura das obras, o que me interessa é o resíduo dessa ação, que passa a ser uma construção.CComo na obra Janela, em que se recorta um quadrado em uma folha de arvore, uma in-terferência de algo como a reconstrução do mundo natural, uma certa ironia e no senso de humor, registrando um resíduo de uma ação. O que ca ou o que insiro, seja a folha que recorto um quadrado, remetendo a ações da Land Arte, porém com um viés pictórico devido ao titulo, ou quando insiro uma pétala de tecido com um alnete em uma deter-minada planta. A sutileza dessa ação percorre a obra em todo o momento desde o instan-te em que é realizada até o tempo em que ela se desfaz.Sendo a fotograa um modo prático de xar a observação e também o meio pelo qual entra esse jogo entre registros visuais. E diferentemente da pintura, que se indaga o como e por quem foi feita aquela obra, a pergunta passa a ser: como foi que aquele objeto acabou chegando aqui ?

Janela, 2012

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As fotograas muitas vezes podem ser inseridas em um contexto de natureza morta, compreen-dendo objetos comuns e reunidos e xados em composiçoes e combinaçoes insolitas. A imagem preserva a realidade da coisa que está sendo descrita , mas seu tema é conceitual-mente alterado por causa da maneira como os objetos são representados.

O impossível, 2013

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A arte pode ser composta por jogos impossíveis e imaginativos, quer seja na fotograa, pintur a ou escultura, onde se propõe uma viagem conceitual divertida. A principio o objeto e a insta-lação em si era de grande importância, mas a imagem passou a ser de grande relevância , antes um registro funcional de seu processo de trabalho , e foi ampliando e passando a ocupar lugar como obra.

sem titulo, 201’3

As fotograas partem de uma familiaridade com as coisas que se ve no cotidiano e nos convi-da a uma reexão sobre a maneira como enxergamos e experimentamos o ambiente, onde de modo sutil se tenta transformar , certa percepção da vida diária.

Yasmin Guimarães