36

revista square 7

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Técnica, Agricultura, diversão

Citation preview

Page 1: revista square 7
Page 2: revista square 7

Mudar é um verbo interessante, mas preferimos evoluir. Transformar o que já é bom em melhor ainda, fazendo mais e melhor. Pensando assim, realizamos pequenas mudanças, porém, mantendo a mesma proposta da revista – de ser sempre o mais fidedignamente possível um porta-voz da agricultura, refletindo as movimentações do mercado, os avanços da pesquisa, a evolução tecnológica e os anseios do setor.Mas nossa preocupação em Fazer Mais pela Conectividade dos leitores nos levou a identificar alguns assuntos interessantes para ingressarem na revista, e assim foram criadas mais três colunas, que apresentamos nesta edição: Grão Brasil, para contar um pouco a história das revendas; Praça das Viagens, voltada ao turismo agrícola; e Praça da Cultura, aberta a todos que também queiram compartilhar seus gostos e prazeres. Esperamos que apreciem nossas novidades e participem. Afinal, boas idéias são para ser compartilhadas!

F M Cazer ais pela onectividade

Page 3: revista square 7

37 Seja bem-vindo!

Ponto de Partida A nova aquarela do Brasil18

A equação perfeita05Praçados Insetos

Uma rede de eficiênciaEncontro Marcado 28

e x p e d i e n t e

Ano 4 - nº 7julho2008

RedaçãoAlfapress Comunicações Ltda.

Jornalista ResponsávelInês Costa - MTb 28.685 [email protected] Fone (19) 3232-0050

Direção de Arte e Projeto GráficoVIA B ComunicaçãoFone (19) 3295-5466

Foto de capa

RevisãoMarília Cotomacci

Fotolito e ImpressãoMargraf

Tiragem2.500 exemplares

Photo.com

FMC Square é uma publicação semestral da área de Marketing da FMC Agricultural Products Av. Dr. José Bonifácio Coutinho Nogueira, 1501º andar - 13091-611 - Campinas - SP(19) 3735-4400 - www.fmcagricola.com.br

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista. Por falta de espaço não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação por e-mail: [email protected]

FMC Agricultural Products

Diretor Presidente América Latina

Antonio Carlos Zem

Diretor Comercial, Marketing &

DesenvolvimentoVicente Gôngora

Time de Marketing e P&DAdner Pozzobon Bruno FrossardCarlos Fabri Gustavo Canato Leandro Garcia Luiz Diego SilveiraLuiz Felipe Thomaz Marcus Brites

Coordenadora de ComunicaçãoFernanda Teixeira

Maria Paula LuporiniPaulo QueirozRenato Nivoloni Ricardo Werlang Santiago Bosch Cabral

13 Jogada de mestre

30Entre Amigos O melhor dos sons

Banco de Craques 35 Com garra e fé

su

ri

o

As aparências enganam09Praça dasPlantas Daninhas

Tradição e modernidade na medida certa26Grão Brasil

32 Rio Verde - Cenário perfeito do desenvolvimento agrícola

Praça das Viagens

Praça da Cultura

Page 4: revista square 7

aros amigos,C

CA

RT

A

AO

L

EI

TO

R

Zem em recente premiação feita pela ABMR&A

(Associação Brasileira de Marketing Rural &

Agronegócio), que destacou a FMC por sua atuação

ética no mercado rural e do agronegócio e o elegeu

como o Profissional do Período 2007/2008É com grande orgulho que apresentamos nesta edição a nova

campanha publicitária institucional da FMC, veiculada em revistas

e jornais de todo o país, como muitos já devem ter tido a

oportunidade de ver.

Não por acaso lançamos a campanha neste momento que

representa um marco para a companhia. Acabamos de romper a

barreira dos US$ 350 milhões anuais, diga-se de passagem, num

mercado cíclico – de altos e baixos – , no qual, todavia, vimos

conseguindo nos manter em destaque, comprovando a forte

vocação agrícola de uma empresa que fez história na agricultura

brasileira nos 35 anos em que está presente no país.

A campanha procura demonstrar exatamente isso. Nossa

trajetória e nosso jeito de ser e de fazer as coisas, diferenciando-

nos por sermos ágeis e dinâmicos – uma empresa focada em ouvir

e se antecipar às necessidades dos clientes e no resultado dos

negócios, com especial atenção aos aspectos social e ambiental.

Que busca se destacar por meio de investimentos em pesquisa,

novas tecnologias e segurança, mas, principalmente, em pessoas

motivadas e predispostas a inovar e se superar.

Tudo isso foi traduzido em poucas palavras, ou melhor, em três

letras: FMC, uma sigla que, ao longo dos anos, se tornou

sinônimo de excelência. Por isso, de uma maneira

muito feliz, pudemos fazer essa associação dos

nossos princípios ao nome da companhia,

buscando significado para aquilo que somos:

uma empresa que está Fazendo Mais pelo

Campo, pelo cliente, pelo controle, pelas

culturas foco da nossa atuação, pelos

colaboradores, pelo conhecimento...

Muito mais do que simples palavras, esse é

o valor da nossa equipe e uma realidade

dentro da FMC, que sabe que ainda há

muito mais para se fazer. Estou certo de

que um belo futuro nos espera, com a

firme crença de que o mercado – que se

encontra num momento eufórico – irá

crescer. E nós, ainda mais!

Certamente teremos riscos e

oportunidades e o balanço será

claramente favorável ao nosso

negócio. Somos muito bons e

podemos ser melhores.

Antonio Carlos ZemDiretor Presidente América Latina

Foto

: D

ivulg

ação

4

SQ

UA

RE

FMC

Page 5: revista square 7

os sistemas de produção agrícola, o manejo das “pragas” é um componente

importante para o sucesso do negócio. A constante dinâmica das populações de

insetos e ácaros nas lavouras propicia a presença das “pragas agrícolas” (insetos Ne ácaros com potencial de ocasionar danos econômicos para a cultura) e dos

denominados “inimigos naturais” (insetos e aracnídeos com o potencial de redução

populacional das “pragas”), sendo as populações destes influenciadas por diferentes

fatores, como a geografia, topografia, condições climáticas (temperatura, umidade,

luminosidade, precipitação e ventos) e manejos adotados na cultura (época de plantio,

espaçamento, adubação, tratos culturais, defensivos utilizados). Os manejos mais viáveis

envolvem a utilização de alguns conceitos que têm por objetivo a racionalização de

recursos e energia e a menor agressão ao ambiente e aos “inimigos naturais”.

Considerando esta questão, foi encontrada a equação perfeita com o desenvolvimento do

conceito de Manejo Integrado de Pragas (MIP), sistema que “no contexto associa o

ambiente e a dinâmica populacional da espécie, utiliza todas as técnicas apropriadas e

métodos de forma tão compatível quanto possível e mantém a população da praga em

níveis abaixo daqueles capazes de causar dano econômico” (FAO).

Os fundamentos, tanto do Controle Integrado como do Manejo Integrado de Pragas,

baseiam-se em quatro conceitos: na exploração do controle pelos “inimigos naturais”, na

observação dos níveis de tolerância das plantas aos danos causados pelas pragas, no

monitoramento das populações para tomadas de decisão e na biologia e ecologia da

cultura e de suas pragas.

Outro ponto importante quanto à população de “pragas” é sua elevada habilidade de se

adaptar a diferentes agentes de controle. Uma das formas de adaptação é o surgimento

da resistência dos insetos e ácaros aos inseticidas e acaricidas, respectivamente. O

manejo da resistência envolve um esforço interdisciplinar com o objetivo de prevenir,

retardar ou reverter a evolução da resistência a “pragas”.

Por Ricardo Werlang

A equaçãoperfeita

PR

A

DO

S I

NS

ET

OS

5

SQ

UA

RE

FMC

Bicudo

Pulgão

Ácaro

Percevejo

Mosca-branca

Spodoptera

Lagarta-curuquerê

Lagarta-da-maçã

Page 6: revista square 7

6

SQ

UA

RE

FMC

A sustentabilidade do sistema de produção depende da

adoção de manejos de resistência eficazes, assumindo

grande importância nos sistemas de produção. A estratégia

de manejo da resistência foi dividida em três grupos por

Georghiou (1983), sendo estes: manejo por moderação,

manejo por saturação e manejo por ataque múltiplo. O

princípio básico no manejo por moderação está na redução

da pressão de seleção para preservar os indivíduos

susceptíveis em uma determinada população. O manejo por

saturação tem por objetivo reduzir o valor adaptativo dos

indivíduos resistentes através do uso de sinergistas

juntamente com os inseticidas ou acaricidas, ou mesmo de

altas dosagens do produto. Já o manejo por ataque múltiplo

envolve a utilização de dois ou mais produtos, com modos

de ação distintos, em rotação ou mistura.

A resistência dos insetos à ação dos inseticidas pode ocorrer

de diferentes formas. Entretanto, pode-se dividir em quatro

grupos distintos de mecanismos de resistência. São eles:

resistência metabólica – é o mecanismo de resistência mais

comum e envolve o sistema enzimático; resistência no local

de ação – é o segundo mecanismo de resistência mais

comum e envolve alterações no local de ação dos

inseticidas; redução da penetração e absorção do inseticida;

e mecanismos comportamentais. A resistência aos

inseticidas carbamatos está relacionada principalmente à

modificação do local de ação, acetilcolinesterase modificada

– MACE (Tabela 1), ocorrendo também relatos de

resistência metabólica como ação de esterases. A

resistência aos inseticidas moduladores de canais de sódio

está relacionada principalmente à mutação na seqüência de

aminoácidos que codificam as estruturas de regulação de

cargas nos canais de sódio da membrana celular (kdr), que

estão relacionados com a redução da sensibilidade desses

canais à ação do inseticida, ocorrendo também relatos de

resistência metabólica como ação de esterases e

monoxigenases.

Resumo de resultados de eficácia de manejos com

Talisman no controle de pragas na cultura do

algodão. Compilação de trabalhos realizados nas

safras 2005/2006; 2006/2007 e 2007/2008. NT:

número de trabalhos.

Pseudoplusia includens Heliothis virescens

Spodoptera frugiperdae S.eridanea

Spodoptera frugiperdae S.eridanea

Controle >90%Controle 80% a 90%

37%63%

25% 75%

10%

50%

40% 83%

17%

Aphis gossypii

Dysdercus spp., Euchistusheros, Nezara viridula

Tetranychus urticae

4%36%

7%

53%

100%

22%33%

45%

NT

: 28

NT

: 11

NT

: 9Bemisia sp.

Anthonomus grandis

Alabama argillacea

19%

13%37%

31%

7% 66%27%

4%22%

74%

NT

: 16

NT

: 15

NT

: 23

NT

: 19

NT

: 16

NT

: 20

NT

: 6

Controle 70% a 80%Controle inadequado

Figura 1:

Segurança e praticidadeO Talisman é um inseticida que age ligando-se à enzima

acetilcolinesterase, inibindo a sua atividade normal, que é a

de degradar as moléculas do neurotransmissor excitatório

– acetilcolina – após a transmissão de um impulso nervoso.

Quando o Talisman está ligado à enzima

acetilcolinesterase, esta fica inativa, resultando em

acúmulo de acetilcolina na fenda sináptica, causando

hiperexcitabilidade do sistema nervoso central devido à

transmissão contínua e descontrolada de impulsos

nervosos. Ocasionando os sintomas de intoxicação que

incluem tremores, convulsões, colapso do sistema nervoso

central e morte do inseto.

O produto também age como inseticida modulador de

canais de sódio, interagindo com os canais de sódio

distribuídos ao longo do axônio, prolongando ou impedindo

o fechamento normal dos mesmos após a transmissão do

impulso nervoso e, desta forma, permitindo um fluxo

excessivo de íons Na++ para o interior da célula nervosa.

Ocasionando os sintomas de intoxicação como tremores,

hiperexcitabilidade, perda de postura locomotora, paralisia

e morte. Talisman possui algumas características

Page 7: revista square 7

Metabo-lismo

Localde ação

Espécie Local Referência BibliográficaEste

rase

P450 m

onoxig

enase

*kdr

**M

ACE

Piretróides

Carbamatos

Helicoverpa armigeraAnopheles funestusBemisia tabaciMyzus persicaeMyzus persicaeCulex pipiens quinquefasciatusBlattella germanicaSpodoptera lituraBemisia tabaciDrosophila melanogasterHelicoverpa armigeraHelicoverpa armigera

Anopheles funestusMyzus persicaePlutella xytellaSpodoptera lituraSpodoptera frugiperdaSpodoptera frugiperda

PaquistãoGanaTurquiaItáliaNova ZelândiaEUAAlemanhaChinaGréciaInglaterraFrançaÁfrica

GanaNova ZelândiaCoréiaChinaEUAEUA

Ahmad, M. 2008Okoye, P.N., et al. 2008Erdogan, C., et al. 2008Van Toor, R.F., et al. 2007Hardtone,M.C., et al. 2007Limoee, M., et al. 2006Huang, S., Han, Z., 2006Roditakis, E., Tsagkarakou,A., Vontas, J., 2006Usherwood, P.N.R., et al. 2005Buès, R., Bouvierand, J.C., Boudinhon, L., 2005Martin, T., et al. 2003

Okoye, P.N., et al. 2007Van Toor, R.F., et al. 2007Dae-Weon Lee et al. 2006Huang, S., Han, Z., 2006Yu, S.J., 2005Yu, S.J. Nguyen, S.N., Abo-Elghar, G.E., 2003

Principais mecanismos de resistência para os inseticidas piretróides e carbamatos.

*kdr: mutação na seqüência de aminoácidos que codificam as estruturas de

regulamentação de cargas nos canais de sódio da membrana celular, que estão

relacionados com a redução da sensibilidade dos canais à ação de

piretróides.**MACE: Acetilcolinesterase modificada.

Tabela 1:

específicas que conferem benefícios como: ausência do

grupo ciano – proporcionando baixo grau de irritabilidade

dérmica; presença do grupo bifenil – proporcionando maior

estabilidade da molécula; e presença do grupo trifluoro –

que, juntamente com a presença do grupo bifenil,

proporciona maior espectro de controle de ácaros, pulgões

e pragas de solo.

A utilização do produto proporciona maior segurança no

manejo da resistência de insetos aos inseticidas, por ser

constituído de dois grupos de inseticidas que possuem

diferentes modos de ação e mecanismos de resistência nos

insetos distintos.

Talisman possui eficácia no controle de amplo espectro de

pragas na cultura do algodão, como: Aphis gossypii

(pulgão), Bemisia sp. (mosca-branca), Dysdercus spp.

(percevejo-manchador), Euchistus herus (percevejo-

marrom), Nezara viridula (percevejo-verde), Anthonomus

grandis (bicudo), Tetranychus urticae (ácaro-rajado),

Alabama argillacea (lagarta-curuquerê), Pseudoplusia

includens (lagarta-falsa-medideira), Heliothis virescens

(lagarta-da-maçã), Spodoptera frugiperda e Spodoptera

eridanea (lagarta-spodoptera), Pectinophora gossypiela

(lagarta-rosada) (Figura 1).

O inseticida destaca-se na elevada eficácia no controle de

percevejos, bicudo, lagarta-curuquerê, lagarta-falsa-

medideira, lagarta-da-maçã, lagarta-spodoptera e lagarta-

rosada. Apresentando excelente controle de pulgões na cultura

do algodoeiro, com eficácia superior a 80% em 60% dos

campos estudados no período de 2005 a 2008 (Figura 1).

Talisman possui controle de adultos de mosca-branca,

demonstrando eficácia de controle superior a 80% em 68%

dos campos estudados. Este inseticida possui excelente

controle de ácaro-rajado, proporcionando controle superior a

80% em 78% dos campos estudados. Outra praga importante

na cultura do algodoeiro é o ácaro-branco

(Polyphagotarsonemus latus); este pode ser eficientemente

controlado na cultura com Talisman em manejo com

abamectina (6 g ha-1 de i.a.) (Figura 2). Este manejo

proporciona maior nível de eficácia e residual de controle,

sendo semelhante ao diafentiuron, tanto para o ácaro-branco

como para o ácaro-rajado (Figuras 2 e 3).

A elevada eficácia de controle de amplo espectro de pragas na

cultura do algodoeiro proporciona segurança e praticidade no

manejo de pragas nesta cultura com o inseticida Talisman,

agregando um manejo adequado de resistência de insetos aos

inseticidas.

7

SQ

UA

RE

FMC

Page 8: revista square 7

8

SQ

UA

RE

FMC

Resultados médios de controle de Polyphagotarsonemus latus (Ácaro-branco) avaliando-se a presença nas plantas

de algodoeiro, Rio Verde-GO, 2008. *Médias seguidas pelas mesmas letras no mesmo intervalo de avaliação não

diferem entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5% de significância. **CV: coeficiente de variação (%).

***Presença na Testemunha (%) avaliando-se a presença ou ausência de ácaros em 25 plantas por parcela.

Resultados médios de controle de Tetranychus urticae (Ácaro-rajado) avaliando-se a presença nas plantas de

algodoeiro, São Desidério-BA, 2008. *Médias seguidas pelas mesmas letras no mesmo intervalo de avaliação não

diferem entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5% de significância. **CV: coeficiente de variação (%).

***Presença na Testemunha (%) avaliando-se a presença ou ausência de ácaros em 25 plantas por parcela.

1009080706050403020100

a a

a a

a a a a a

Contr

ole

(%)

Abamectina (9 g i.a./ha)

Talisman (200 g i.a./ha)

Diafentiuron (250 g i.a./ha)

Talisman (200 g i.a./ha)+Abamectina (6 g i.a./ha)

**CV% 47 33 24 25 36 37

Presença naTestemunha (%)***

42 47 49 51 43 48

Figura 2:

1009080706050403020100

Contr

ole

(%)

1DAA 4DAA 7DAA 10DAA 15DAA

**CV% 20 19 16 17 16

Presença naTestemunha (%)***

62 60 64 58 65

Figura 3:

b b

1DAA 3DAA 5DAA 7DAA 10DAA 15DAA

a

a*

a

b

a

b

a

b

b

a

b

b bb

b

a

a

a

*a b

c b b b b

a

a a

a a

a a

a a

a a a a

a

a

a

a

b

*a b

Dias após a aplicação

Dias após a aplicação

Ricardo Werlang

Coordenador de Desenvolvimento

de Produtos e Mercados da FMC

Page 9: revista square 7

ssim como nem tudo que reluz é ouro, às vezes podemos nos

deixar enganar por outras falsas aparências. É o caso do

branqueamento nas folhas de cana-de-açúcar provocado pelo Auso de herbicidas. É importante lembrar que, na natureza, que é sábia,

tudo tem o seu tempo, e os bons resultados nem sempre são evidentes.

Saber esperar é uma virtude, principalmente nos dias atuais, em que

tudo passa a uma velocidade estonteante. Na cana-de-açúcar, cultura

que tem um ciclo de pelo menos 12 meses, é somente após esse período

que se pode medir o grau de produtividade da safra. Porém, o efeito de

branqueamento nas folhas em dias subseqüentes à aplicação de alguns

herbicidas, feita logo após o plantio ou no corte da cana, tem gerado

dúvidas nos produtores e alguns, precipitados, se perguntam se isso não

causa redução na produtividade agrícola da cana.

A resposta para esse questionamento está no estudo apresentado neste

artigo, que demonstra a reversão desse efeito em até 30 dias após a

aplicação. O branqueamento decorre da ação fitotóxica do produto nessa

cultura, que não é totalmente imune aos herbicidas.

O grau de fitotoxicação depende de vários fatores, dentre os quais a dose

do herbicida, o tipo de solo e o estágio de desenvolvimento da cultura.

Outro fator de extrema importância em relação aos sintomas de

fitotoxicação é a tolerância varietal, em que se observa diferença entre as

cultivares comerciais.

Entre os herbicidas recomendados para a cana-de-açúcar estão o GAMIT

e o SINERGE EC. O primeiro atua bloqueando a biossíntese de todos os

diterpenos, resultando na perda de carotenóides e outros compostos, e o

segundo também atua bloqueando o fluxo de elétrons entre os

fotossistemas. A aplicação desses herbicidas, portanto, causa uma

paralisação do crescimento das plantas, pela destruição da clorofila e

bloqueio da fotossíntese.

Nesse contexto, foi testada a hipótese de o GAMIT e o SINERGE EC terem

efeitos fitotóxicos em cana-de-açúcar a ponto de comprometer a sua

produtividade.

Branqueamento nas folhas de cana-de-

açúcar provocado pelo uso de herbicidas é

totalmente revertido em poucos dias sem afetar

a produtividade

PorLauricio Endres

Renan Cantalice de SouzaVilma Marques Ferreira

Geraldo Veríssimo de S. Barbosa

Asaparênciasenganam

PR

A

DA

S P

LA

NT

AS

D

AN

IN

HA

S

Asaparênciasenganam

Asaparênciasenganam

Ilusão d

e ó

tica - o

s c

írculo

s p

are

cem

se m

over.

9

SQ

UA

RE

FMC

Page 10: revista square 7

Foram montados dois campos experimentais em locais com

diferentes texturas e fertilidade de solo. Foram utilizadas três

variedades de cana-de-açúcar, RB855113, RB92579 e SP79-

1011, e duas doses dos herbicidas GAMIT (1 ou 2 l/ha-1) e

SINERGE EC (3 ou 6 l/ha-1). Essas doses representam a

recomendação e o dobro da recomendação do fabricante,

respectivamente. As ervas daninhas do tratamento controle

foram eliminadas por capina. Cada tratamento foi aplicado

sobre quatro parcelas de 17 fileiras de 6 m de cana-de-açúcar

(Figura 1).

Aos 14 meses após o plantio (12 meses após a aplicação dos herbicidas) foram realizadas a pesagem dos colmos e a análise tecnológica - PC, brix, pureza, fibra, ATR e TPH (Figura 4).

Aos 3, 7, 14 e 30 dias após a aplicação dos herbicidas, foram avaliados o teor de

clorofila (Figura 2) e o rendimento quântico

potencial do fotossistema II (Fv/Fm) (Figura 3).

Material e Métodos

1 Aplicação de herbicidas GAMIT e SINERGE EC entre linhas da cana-de-açúcar em 60 dias após o plantio.

Avaliação da capacidade fotossintética potencial da cana-de-açúcar após a aplicação dos herbicidas, por meio de um fluorômetro (ADC, UK).

Pesagem e amostragem das parcelas para avaliação de parâmetros de produtividade.

Estimativa do teor de clorofila da cana-de-açúcar após a aplicação dos herbicidas, por meio de um SPAD-502 (Minolta, Japão).

4

3

2

10

SQ

UA

RE

FMC

Page 11: revista square 7

Sintomas de branqueamento da cana-de-açúcar em 7 dias após a aplicação de SINERGE EC 6 l/ha-1.

Os herbicidas GAMIT e SINERGE EC diminuíram os

teores dos pigmentos em relação às plantas não

tratadas, independentemente do local em que se

realizou o ensaio e das variedades (Figuras 5 e 6).

A aplicação dos herbicidas fez com que houvesse um

branqueamento nas folhas, que foi totalmente

revertido em 30 dias após a aplicação (Figura 7).

Resultados

Do mesmo modo, os herbicidas causaram um

decréscimo da eficiência quântica potencial,

prejudicando, dessa forma, a atividade fotossintética

da cana-de-açúcar nos primeiros 15 dias após a

aplicação (Figura 8). No entanto, o fotossistema se

recuperou totalmente após 15 DAA.

Dias após a aplicação dos herbicidas

Dias após a aplicação dos herbicidas

6

7 Campo experimental em 30 dias após a aplicação dos herbicidas GAMIT ou SINERGE EC.

Teor de clorofila de cana-de-açúcar após aplicação dos herbicidas GAMIT e SINERGE EC.

8

Eficiência quântica potencial (Fv/Fm) de cana-de-açúcar após a aplicação de herbicidas.

5

11

SQ

UA

RE

FMC

Page 12: revista square 7

12

SQ

UA

RE

FMC

Tabela 1. Rendimento agroindustrial de cana-de-açúcar em 14 meses após o plantio (12 meses após submetidas à aplicação de herbicidas). TCH, tonelada de cana por hectare; ATR, açúcar total recuperado; TAH, total de açúcar por hectare.

A avaliação de produtividade da cana-de-açúcar em 12 meses após a aplicação

dos herbicidas mostrou que esses não causaram quaisquer danos à

produtividade agrícola e industrial nas três variedades estudadas.

*nã

o d

ife

rem

en

tre

si p

elo

Te

ste

F (

P<

0,0

5).

Tratamento

Professor M.Sc., Estatística

Lauricio Endres

Engenheiro agrônomo, doutor em

Fisiologia Vegetal, professor do

Centro de Ciências Agrárias,

Universidade Federal de Alagoas

([email protected])

Renan Cantalice de Souza

Vilma Marques Ferreira

Professora doutora em

Fisiologia Vegetal

Engenheiro agrônomo, mestrando

em Produção Vegetal

Geraldo Veríssimode Souza Barbosa

A análise do conjunto dos resultados mostra que as três

variedades estudadas sofrem um estresse pela aplicação dos

herbicidas. Esse estresse pode ser visto pelo branqueamento das

folhas e também pelo desarranjo do aparato fotossintético, que

pode provocar uma redução transitória do crescimento da cana-

de-açúcar. No entanto, em nenhuma das três variedades

estudadas houve qualquer alteração nos parâmetros de

produtividade.

A produção agrícola dos cereais, como milho, arroz, trigo, etc.,

depende de um bom crescimento das plantas e de uma plena

floração e frutificação, que é a fase mais sensível dessas culturas a

fatores ambientais. Qualquer estresse durante essa fase pode

ocasionar grandes perdas de produtividade, apesar de todo o ciclo

de cultivo ter ocorrido normalmente até a floração. Na cana-de-

açúcar, ao contrário, a produtividade depende do acúmulo de

biomassa durante todo o ciclo vegetativo. Sendo assim, um curto

período de estresse, como, por exemplo, a aplicação desses

herbicidas, não leva a perdas significativas da produção.

A aplicação de GAMIT e SINERGE EC fez com que a cana-de-

açúcar sofresse um estresse por 15 a 30 dias em parte de suas

folhas, que pôde ser visto pelo branqueamento e pela redução da

atividade fotossintética. No entanto, como a cultura tem um ciclo

muito longo, de pelo menos 12 meses, esse estresse não afeta a

produtividade da cultura, mesmo quando aplicado o dobro da

recomendação do fabricante.

12

SQ

UA

RE

FMC

Page 13: revista square 7

PR

A

DA

S P

LA

NT

AS

D

AN

IN

HA

S

amos considerar alguns aspectos importantes no

estabelecimento de estratégias de manejo de

plantas daninhas. É sabido que essa medida é Vfundamental para qualquer sistema de produção vegetal,

sendo o uso de herbicidas fundamentado principalmente no

grau de economia e na praticidade proporcionados no

manejo. É notório também que os avanços da agricultura

atual têm levado à criação de sistemas produtivos com

níveis de sofisticação que, de modo geral, requerem o uso

de herbicidas seletivos e de pós-emergência (Ide, 1998).

Podemos citar o desenvolvimento da soja tolerante a

glyphosate, em que o herbicida utilizado fornece um amplo

controle das espécies quando comparado ao sistema

tradicional (Nolte & Young, 2002).

Fazendo-se um paralelo com o jogo, a tecnologia em

questão pode ser considerada um conjunto de excelentes

cartas que o produtor tem nas mãos, oferecendo-lhe um

leque de possibilidades de escolhas das estratégias no

controle das plantas daninhas. Em se tratando de soja, cujo

controle de plantas daninhas é uma técnica indispensável –

já que podem causar perdas significativas na produtividade

da cultura –, há diversas vantagens na utilização dessa

tecnologia, sendo as principais: amplo espectro de controle

de plantas daninhas anuais e perenes (o herbicida não

apresenta residual e não é volátil), flexibilidade de aplicação

e de dose (pode ser aplicada com herbicidas residuais),

facilidade de aplicação, manejo de plantas daninhas

resistentes a outros mecanismos de ação e redução de

custos (Jezovsek, 2000, Pengue, 2000).

Porém, há conceitos básicos no manejo de plantas daninhas

que deverão ser considerados e não esquecidos face à

flexibilidade que a tecnologia oferece, a fim de que o

benefício da tecnologia e, acima de tudo, a rentabilidade do

produtor sejam atingidos e garantidos.

PorLuís Henrique Penckowski

Jogada de mestreCom boas escolhas, produtor pode

virar o jogo contra as plantas daninhas

13

SQ

UA

RE

FMC

Page 14: revista square 7

Com a flexibilidade da tecnologia Roundup Ready,

conceitos como as épocas de dessecação das coberturas

para o plantio da soja não estão sendo respeitados pelos

produtores e em algumas regiões do Brasil a dessecação

deixou de ser realizada. A idéia – equivocada – é a de que

se poderia economizar no herbicida e no custo de aplicação

sem efeito sobre a produtividade da soja. Mas é preciso

lembrar que existem períodos de dessecação a serem

obedecidos não somente para garantir a produtividade,

como também para facilitar o manejo de plantas daninhas

na pós-emergência da soja. Pelo exposto acima, as

operações de dessecação em plantio direto, antes do

plantio das culturas, seja de soja transgênica ou da

convencional, devem ser feitas de modo eficiente para o

sucesso no controle das plantas daninhas e a obtenção de

elevadas produtividades. Vários autores, estudando a

influência da época de dessecação sobre a produtividade

da soja, concluíram que a época de dessecação depende

da cobertura a ser manejada. Trabalhos realizados no

Brasil demonstraram que dessecações sobre aveia-preta e

azevém devem ser realizadas preferencialmente entre 14 e

21 dias antes do plantio; já sobre resteva de trigo esse

período pode ser menor: desde 7 dias antes do plantio,

como em algumas condições, até o dia do plantio.

Dessecações realizadas muito próximas do plantio ou após

o plantio, quando na presença de muita massa vegetal,

causam perda de produtividade e dificuldade no controle

de plantas daninhas em pós-emergência.

É importante destacar que as dessecações realizadas

antecipadamente necessitam, na maioria das situações, de

uma complementação na véspera do plantio, para eliminar

plantas daninhas emergidas antes da soja. Experimentos

realizados na Fundação ABC (Penckowski & Podolan, 2006)

concluem que a complementação da dessecação na

véspera do plantio facilita o controle em pós-emergência

das plantas daninhas, pois uma única aplicação de

glyphosate entre 35 e 42 dias após a emergência da soja

(DAE) é suficiente para garantir controles superiores a

99% (Figura 1). Aplicações de glyphosate em estádios

muito precoces da soja apresentaram controles

insuficientes devido à reinfestação das plantas daninhas, o

que levaria à necessidade de uma segunda aplicação de

glyphosate. Porém, a não-complementação da dessecação

na véspera do plantio para o controle de plantas daninhas

emergidas antes da soja dificulta o controle em pós-

emergência da soja, sendo que na maioria dos casos os

níveis de controle atingidos com a aplicação de glyphosate

foram muito abaixo do aceitável, independente da época

de aplicação em pós-emergência (Figura 1).

Trabalhos realizados na Fundação ABC, na região dos Campos

Gerais do Paraná (Penckowski & Podolan, 2006), nos quais foi

avaliada a influência do controle das plantas daninhas recém-

emergidas no momento do plantio (complementação da

dessecação) sobre a época de controle das plantas daninhas

em pós-emergência da soja, concluíram que:

I.) A época de controle em pós-emergência é

significativamente influenciada pela complementação ou

não da dessecação no dia do plantio.

II.) Quando a complementação da dessecação é realizada,

uma única aplicação de glyphosate entre 28 e 42 dias após

a emergência da soja (DAE) é suficiente para garantir as

melhores produtividades (Figura 2).

III.) Quando a dessecação não é realizada, as perdas de

produtividade causadas pela matocompetição são lineares.

As melhores produtividades só são obtidas quanto mais

precoce é realizado o controle na pós-emergência, o que

irá resultar em mais uma aplicação de glyphosate para

complementar essa aplicação precoce (Figura 2). Na

maioria das situações em que a aplicação de glyphosate

ocorre na pós-emergência precoce da soja, esta necessita

de complementação, pois há emergência de um novo fluxo

de plantas daninhas.

Efeito da época de aplicação de glyphosate na pós-emergência (Dias após a emergência da soja) sobre a produtividade da soja em função da complementação da dessecação de pré-plantio. Penckowski & Podolan, Fundação ABC, 2007. Média de 3 experimentos.

Figura 2

Pro

du

tivi

dad

e (k

g/

ha)

Época de controle (DAE)

5000

4000

3000

2000

1000

07 14 21 28 35 42 56 70 84 98 112 126 140

2506

33263202

3636

4176

4178

44454192

28752519

2134

874

574

Sem Dessecação

Com Dessecação

Figura 1

% C

on

tro

le

Época de Aplicação Glyphosate

100

80

60

40

20

07 14 21 28 35 42

22

4449

51 58

76 85 99 99

4650

38

Efeito da época de aplicação de glyphosate na pós-emergência (Dias após a emergência da soja) no controle de plantas daninhas em função da complementação da dessecação de pré-plantio ( sem complementação da dessecação, com complementação da dessecação). Penckowski & Podolan, Fundação ABC, 2007. Média de 3 experimentos.

----------

2y= -1,9375x -215,03 + 3673,82R=0,97**

2y=-2,20x +31,17x-3,869R2=0,69**

2y=-0,30x +1,98x+47,25R2=0,20**

14

SQ

UA

RE

FMC

Page 15: revista square 7

15

SQ

UA

RE

FMC

Estratégia de aplicação única de glyphosate no manejo de plantas

daninhas em soja tolerante ao glyphosate. Penckowski & Podolan,

Fundação ABC, 2007.

Para Zagonel et al. (2002), deve-se ter conhecimento do

período de interferência das plantas daninhas sobre a cultura,

proporcionando subsídios importantes para medida de

controle. Para Deen et al. (2002), o momento de aplicação do

herbicida é crítico para obter um ótimo controle de plantas

daninhas e o máximo retorno econômico. Em experimentos

conduzidos pelo autor, foram identificadas duas estratégias de

controle: uma com alta pressão de plantas daninhas, sendo

necessárias duas aplicações, e outra com baixa pressão, em

que é necessária uma única aplicação no terceiro trifólio.

A soja tolerante ao glyphosate oferece uma nova

alternativa de manejo de plantas daninhas, que consiste na

aplicação do herbicida tanto na dessecação como na pós-

emergência da cultura. Um dos grandes diferenciais no

manejo de plantas daninhas é a flexibilidade que o produtor

tem em aplicar o herbicida sem, em algumas situações, se

preocupar com estádio de desenvolvimento das plantas

daninhas e da cultura.

Porém, é cada vez mais comum o questionamento de

produtores e técnicos em relação ao controle de plantas

daninhas em soja RR, principalmente quanto ao número de

aplicações de glyphosate na pós-emergência (aplicação

seqüencial ou única) e à melhor época de realizar o controle

ou até quanto a misturas de herbicidas. A definição da

estratégia de controle das plantas daninhas em pós-

emergência depende de alguns fatores importantes, como

Estratégia de aplicação seqüencial de glyphosate no manejo de plantas

daninhas em soja tolerante ao glyphosate. Penckowski & Podolan,

Fundação ABC, 2007.

Estratégia no manejo de plantas daninhas utilizando herbicidas

residuais no momento do plantio e a complementação com glyphosate na pós-emergência da soja tolerante ao glyphosate. Penckowski & Podolan,

Fundação ABC, 2007.

Figura 3

Figura 4

Figura 5

Estratégias de controle

Plantio

Plantio

Plantio

Cobertura14-21 DAP

Cobertura14-21 DAP

Cobertura14-21 DAP

Dessecação

Aplicação 28-35 DAE

Aplicação 20-30 DAE

Intervalos 20-28 dias

7-14 DAE 28-35 DAE

Dessecação

Dessecação

Complementação

Complementação

Dessecação+(Residuais)

tipo de infestação (baixa, média ou alta), espécies e estádio

das plantas daninhas a serem controladas, e, não menos

importante, também deve ser considerado o tamanho das

propriedades, como o parque de máquinas do produtor.

Utilizando uma única aplicação de

glyphosate em pós-emergência

A estratégia de uma única aplicação de glyphosate na pós-

emergência será realizada normalmente em situações de

média e baixa infestação e quando a maioria das plantas

daninhas não for de difícil controle, como as espécies de

corda-de-viola, trapoerabas, erva-quente e poaia-branca.

A dose a ser aplicada de glyphosate nessa situação será

baseada nas espécies a serem controladas, sendo que a

época de aplicação mais adequada será entre 28 e 35 dias

após a emergência da soja (DAE), desde que a

complementação da dessecação seja realizada na véspera

ou no dia do plantio, quando da presença de plantas

daninhas emergidas antes da soja (Figura 3).

Caso a complementação da dessecação no dia do plantio

não seja realizada para o controle de plantas daninhas já

emergidas, a época de controle em pós-emergência é

antecipada para evitar perdas por matocompetição. A

aplicação de glyphosate em estádios muito precoces da soja

irá requerer uma segunda aplicação entre 20 e 30 dias após

a primeira aplicação.

Page 16: revista square 7

Utilizando outros herbicidas

Com a introdução da soja transgênica resistente ao

glyphosate, o uso desse produto se tornou possível durante

todo o ciclo da cultura, o que promoveu alterações em

relação às tendências verificadas na comunidade infestante

até então. Como conseqüência, já se observa uma mudança

da flora infestante, com a seleção de plantas daninhas

tolerantes a este herbicida, como as trapoerabas, corda-de-

viola, além de erva-quente, erva-de-touro, poaia-branca,

erva-de-santa-luzia e outras. Além disso, o uso continuado

de um único produto é sabidamente um erro que foi

cometido no passado e deve ser evitado ou minimizado para

impedir a seleção de plantas daninhas resistentes ao

glyphosate, risco já constatado com o azevém (Lolium

multiflorum) e a buva (Conyza bonariensis e Conyza

canadensis) no Brasil (Carvalho, 2006).

Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, que já cultivam

soja tolerante há mais de dez anos, mostraram que uma

única aplicação de glyphosate na soja tolerante não controla

eficientemente algumas plantas daninhas durante a fase de

desenvolvimento da cultura. A razão deve-se ao fato de o

produto não apresentar ação residual, permitindo a

emergência de novos fluxos, e também pela presença de

plantas daninhas tolerantes e resistentes, o que demanda

outras estratégias de controle. Sendo assim, aplicações

adicionais de glyphosate, misturas de tanque com outros

produtos ou utilização de herbicidas residuais são

necessárias (Johnson et al., 2002).

Pensando nessas condições, foram conduzidos, nos últimos

quatro anos, experimentos na Fundação ABC (Penckowski &

Podolan, 2006), avaliando misturas de herbicidas

latifolicidas pós-emergentes com glyphosate no intuito de

verificar melhora de controle de algumas espécies

tolerantes ao glyphosate. Porém, ao término dos trabalhos,

verificou-se que a mistura de herbicidas latifolicidas, na

maioria dos casos, não resultou em melhores controles e

que, dependendo das misturas, o controle de algumas

espécies susceptíveis ao glyphosate foi inferior com a

aplicação somente de glyphosate. Outro ponto que merece

destaque é que a seletividade dos herbicidas convencionais,

quando em mistura com glyphosate, apresenta

fitotoxicidade acentuada na soja RR, o que pode resultar em

Aplicação seqüencial de glyphosate

em pós-emergência

A aplicação seqüencial de glyphosate na pós-emergência

será uma estratégia interessante em situações de alta

infestação, para evitar perdas de produtividade causadas

pela matocompetição e/ou para facilitar o controle de

plantas daninhas tolerantes ao glyphosate, como corda-de-

viola, trapoeraba (Commelina benghalensis), erva-quente e

poaia-branca. A dose a ser aplicada de glyphosate nessa

situação será baseada principalmente nas espécies a serem

controladas, sendo que a época de aplicação mais adequada

será nos estádios mais precoces das plantas daninhas e da

soja, sendo a primeira aplicação realizada entre 7 e 14 DAE

e a segunda aplicação entre 28 e 35 DAE, desde que a

complementação da dessecação seja realizada na véspera

ou no dia do plantio (Figura 4).

16

SQ

UA

RE

FMC

Page 17: revista square 7

Luís Henrique Penckowski

Engenheiro agrônomo, mestre em agronomia

e coordenador de Pesquisa do Setor

de Herbologia da Fundação ABC

Contagem de plantas daninhas (plantas.m-2) 17 dias após a aplicação dos tratamentos utilizados no dia da semeadura (— Glyphosate — Glyphosate+Sulfentrazone) Penckowski & Podolan, Fundação ABC, Castro - PR, 2007.

IPOGR (Ipomoea hederifolia) GALPA (Galinsoga parviflora) BIDPI (Bidens pilosa) EPHHL (Euphorbia heterophylla) NICPH (Nicandra physaloides) SIDRH (Sida rhombifolia) BRAPL (Brachiaria plantaginea)

Mas antes de fazer qualquer aposta, é sempre importante

lembrar que a escolha das estratégias é fundamental para o

sucesso. No controle das plantas daninhas, uma boa escolha

deverá ser feita sempre considerando critérios econômicos,

técnicos e ambientais. Fazendo uso das informações

disponíveis, a estratégia possibilitará que essa tecnologia de

controle de plantas daninhas seja utilizada de forma racional

e sustentável por um longo período; caso contrário, essa

tecnologia estará sendo subutilizada e o seu futuro, bem

como de novas que estão surgindo, estará ameaçado.

Portanto, bom jogo e bons resultados!

Figura6

perdas de produtividade e dificuldades no manejo de

plantas daninhas, pois com a fitotoxicidade dessas misturas

o controle cultural promovido pela cultura através do

fechamento mais rápido das entrelinhas é retardado.

Porém, outra estratégia no manejo de plantas daninhas é a

utilização de herbicidas residuais, como, por exemplo,

Sulfentrazone no dia do plantio (plante e aplique). A adição

de um herbicida residual no dia do plantio apresenta

algumas vantagens em relação às misturas de glyphosate

com pós-emergentes.

A aplicação do herbicida residual no dia do plantio e a

complementação com uma única aplicação de glyphosate é

uma estratégia interessante no manejo de plantas daninhas

em soja RR, principalmente em situações de altas

infestações, para evitar perdas de produtividade causada

pela matocompetição inicial. Esta estratégia também

poderá ser utilizada em situações em que o produtor não

tenha condições de realizar a aplicação seqüencial de

glyphosate, seja pelo parque de máquinas (pulverizadores)

insuficiente ou pelo tamanho das propriedades (Figura 5).

Pedersen (2006) também observou que o controle precoce

é extremamente importante para a produção bem-sucedida

da soja, pois as plantas daninhas competem diretamente

por nutrientes, umidade e luz, além de abrigar insetos e

doenças, interferindo na colheita.

A escolha do herbicida residual está baseada no espectro de

controle que este possui, alvo a ser controlado,

características como solubilidade e condições de aplicação

como quantidade de palha, física de solo e condições

climáticas, fatores que devem ser levados em consideração

para explorar a performance destes herbicidas pré-

emergentes como uma estratégia eficaz e racional. A

aplicação de glyphosate na pós-emergência em

complementação ao tratamento residual se dará em torno

de 28 DAE (depende do herbicida residual utilizado). É

também pertinente destacar que essa estratégia mantém a

seletividade sobre a soja, ao contrário das misturas com

outros herbicidas na pós-emergência, que apresentam

fitotoxicidade sobre a cultura. Outra observação importante

é que os herbicidas residuais, entre eles o Sulfentrazone,

não precisariam, na maioria dos casos, ser utilizados nas

doses cheias do rótulo, pois o usuário necessitará de

residual curto (20 a 30 dias) devido à complementação do

glyphosate na pós-emergência.

Dentre as vantagens desta estratégia, está o manejo na

prevenção de biótipos de plantas daninhas resistentes ao

glyphosate. A adição de herbicidas com outros mecanismos

de ação será parte importante no manejo da resistência de

biótipos, como no manejo para prevenir o aparecimento de

novos casos de plantas daninhas resistentes. É importante

lembrar que já existem casos de plantas daninhas

resistentes ao glyphosate no Brasil, como o azevém e a

buva. Com a entrada de outras culturas resistentes ao

mesmo herbicida, será de grande importância o

estabelecimento de estratégias de controle para garantir a

sustentabilidade não só da tecnologia, como do glyphosate.

Na Figura 6 é possível observar a diminuição no fluxo de

emergência de algumas plantas daninhas com a utilização

de herbicidas residuais. Essa redução não só diminuiu a

pressão de seleção sobre as plantas daninhas, como

facilitou o controle do glyphosate na pós-emergência.

0

30

9

87

31 35

83

41

2719

9 60

81

100

80

60

40

20

IPOGR GALPA BIDPI EPHHL NICPH SIDRH BRAPL

17

SQ

UA

RE

FMC

Page 18: revista square 7

PO

NT

O

DE

ID

AP

AR

T

Brasil lindo e trigueiro, terra do samba e do

pandeiro, como o mundo aprendeu a conhecer, já Onão é o mesmo. Hoje, temos produtos nacionais

que despertam bem mais a atenção. Não é para menos. A

aquarela “pintada” por Ary Barroso data de 1939.

Vão-se quase 70 anos. Naquela época, entre outras grandes

inovações que marcaram o século XX, dava-se início à linha

de montagem e à produção em massa de veículos

motorizados e outros bens, o que tornou o automóvel o

mais importante meio de transporte e mudou a face do

mundo.

Se durante os séculos XVI a XIX o verdadeiro motor das

expansões marítimas e das atividades econômicas era a

busca do ouro, a partir de 1859, com a descoberta do

petróleo, começa a grande corrida atrás do “ouro negro”,

que se tornou o principal produto estratégico do mundo

moderno. Estamos, neste início do século XXI, diante de um

novo cenário, em que o aquecimento global, a perspectiva

de escassez de combustíveis de origem fóssil e a

instabilidade política nos países produtores de petróleo se

impõem como uma condição para o estabelecimento do

etanol como novo produto-alvo da cobiça humana.

E é nesse cenário que se pinta a nova aquarela do Brasil,

pioneiro e único país que conta com uma das tecnologias

mais avançadas do mundo para a produção de biodiesel e

etanol. A maior amostra de que estamos no centro da cena

política dessa mudança histórica são os recentes ataques

recebidos pelo biocombustível brasileiro – até bem pouco

tempo visto como grande alternativa aos problemas já

citados anteriormente, agora, acusado de ser o causador do

encarecimento mundial de alimentos.

Provas em contrário não faltam. Se falarmos em percentual

de área plantada, dos 20,2% ocupados por lavouras

diversas em terras aráveis do território brasileiro, o espaço

ocupado pela plantação de cana para o etanol representa

1%, ou ínfimos 3,6 milhões de um total de 355 milhões de

hectares. Os outros quase 70 milhões de hectares de área

plantada são ocupados por soja (21 milhões), milho (14,4),

cana-de-açúcar (7,2), feijão, arroz e outras culturas.

Portanto, há ainda 80% de terras agricultáveis a serem

exploradas, sem que se coloquem em risco as áreas de

floresta. Tem mais. A produtividade do etanol brasileiro é

altíssima: são produzidos 7.500 litros por hectare. Para

efeito de comparação, na mesma área plantada de milho

nos Estados Unidos, são produzidos 3.000 litros de etanol.*

Seja qualquer o motivo que esteja levando a tais ofensivas

vindas da Europa e mais diretamente do relator especial da

ONU para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler, e

reforçadas por Robert Zoellick, presidente do Banco

Mundial, é imperativo, neste momento e daqui para a frente,

A novaaquarela do BrasilPor Luiz Carlos Corrêa Carvalho

* F

onte

: Rev

ista

Vej

a, e

diçã

o 2

058,

17, 3

0/04

/200

8S

QU

AR

E

18 F M C

Page 19: revista square 7

19

SQ

UA

RE

FMC

É imperativo que o Brasil se posicione e realize um forte

trabalho de esclarecimento e divulgação do produto

nacional e busque parceiros, expandindo a iniciativa para o

mercado latino-americano

Desfazendo mitos

Entre

outros obstáculos

importantes, as tendências e as

ações dos países desenvolvidos são a de

preservar o tamanho de seu mercado interno

face a suas possibilidades internas de oferta. Para

isso se utilizam de tarifas de importação ou de ameaças

de um modelo de certificação muito limitante; criam uma

onda de desinformação, com más notícias sobre o etanol e o

biodiesel, não apenas na questão alimento versus

combustível, mas responsabilizando-os pela derrubada da

Amazônia, problemas de corrosão em motores, ciclo de vida

de energia negativo, subvalorizando o seqüestro de CO, 2

etc.; também contam negativamente a falta de

referências internacionais ao etanol e a dificuldade

de se ter liquidez nos mercados futuros. Porém,

há fatos que derrubam tais argumentos,

como observaremos nas páginas

seguintes:

19

SQ

UA

RE

FMC

Page 20: revista square 7

... um dos grandes desafios a serem alcançados é a caracterização definitiva do etanol como commodity...

que o Brasil se posicione e

realize um forte trabalho de

esclarecimento e divulgação do

produto nacional e busque

parceiros, expandindo a

iniciativa para o mercado latino-

americano. Nesse sentido, um dos

grandes desafios a serem alcançados

é a caracterização definitiva do etanol

como commodity, passo fundamental

para a conquista de novos mercados.

A nova Lei de Energia dos EUA foi um divisor

de águas extraordinário, determinando as

metas obrigatórias de uso do etanol nos volumes

de 15 bilhões de galões em 2015 (60 bilhões de litros) e

de 32 bilhões de galões em 2022 (132 bilhões de litros).

Pelo lado brasileiro, além dos obrigatórios 25% de álcool

anidro na gasolina, o crescimento excepcional dos carros

flexíveis com o uso do etanol levará a aumentos de sua

demanda interna em torno de 3 bilhões de litros ao ano,

ou cerca de 1 bilhão de galões/ano; são esses dois países,

talvez, os dois com fantásticos mercados internos e

enorme capacidade de ofertar etanol.

Enquanto vem se observando importante crescimento da

demanda global de etanol, o mercado internacional cresce

em taxas menores em face de limitações de produção

(tipo Europa), de problemas internos (Ásia, África) ou de

falta de atitude (América Central, Caribe e América do

Sul), que reduzem o potencial desse mercado. É preciso

estar consciente de que as Américas são, sem dúvida, o

passo inicial a ser seguido por ações, já em força-tarefa

Brasil–EUA, em outros continentes, principalmente Ásia e

Europa.

Curva do Aprendizado: Brasil6 3Produção Acumulada de Etanol (10 m)

3Cu

sto

de p

rodu

ção

- ca

na (

US$

/t)

e et

anol

(U

S$/m

)

6Produção Acumulada de Cana (10tc)

Cana-de-AçúcarCusto de Produção de Etanol (excluindo ração animal)Variação esperada dos custos de produção de cana em 2020Variação esperada dos custos de produção de etanol em 2020

Fonte: Van den Wall Bake, Junginger, enviado para publicação em 2007

10 20 40 80 160 320 640 1280

800

400

200

40

20

10

1000 2000 4000 8000 16000 32000

Etanol

Cana

PR = 0.81 0.02

2020

PR = 0.68 0.03

2020

US$ 10 US$ 8

~US$ 150

~US$ 110

20

SQ

UA

RE

FMC

Page 21: revista square 7

A poluição local e regional e seus impactos na qualidade de vida das populações.

O grave problema da segurança energética dos países e sua dependência do petróleo e do gás natural;

A necessidade da redução das emissões dos gases do efeito estufa, salientadas pelo uso das energias fósseis;

A grande ruptura tecnológica dos veículos

no Brasil mudou a importância dos produtos

derivados da cana-de-açúcar face às novas

realidades econômico-socioambientais, como conseqüência de alguns

fatores-chave:

Conhecer as barreiras e as oportunidades aos investimentos e ao produto brasileiro, assim como o desenvolvimento dos países das Américas, é, de fato, importante ao produtor brasileiro.

Biocombustíveis X AlimentosUm balanço das áreas de produção agrícola no Brasil,

assim como das áreas de conservação, cidades, lagos e

rios, mostra o espetacular espaço para a expansão da

agricultura brasileira, sem avançar em florestas.

A oposição à opção etanol vem atualmente principalmente

do mercado europeu, buscando minar outras regiões e

utilizando-se de entidades globais como a ONU, a FAO, o

FMI, o Banco Mundial e outros. Tudo indica que, de

forma aética, as grandes organizações de alimentos

buscam criar um clima “food x fuel”, apoiadas

por Companhias de Petróleo, OPEP e

alguns países interessados.

Somente com um esforço concentrado e em força-

tarefa, poderemos obter a sonhada integração das

Américas em torno do etanol. Para tanto, será preciso

coordenação dos governos federal e estadual e dos

produtores, além dos agentes e todos os elos da

cadeia produtiva do etanol, para viabilizar as questões

que envolvem a produção de etanol.

Estes foram alguns dos objetivos da Bionergy Alliance

(BEA), iniciativa da FMC Agricultural Products, que

reuniu empresários e especialistas do setor em um

evento pela América Central e do qual participei. O

encontro suscitou importantes reflexões sobre este

mercado, dentre as quais destaco algumas que, no

meu entendimento, se convertem em um

conhecimento essencial sobre a questão: gerar

informações, em formato de comunicação aos

consumidores dos países, é trabalho prioritário. Essas

informações irão desde a sustentabilidade da produção

às externalidades positivas do etanol no uso, passando

pela quebra dos mitos que atrapalham essa evolução.

Também de igual importância – vital e urgente – é

realizar um trabalho no campo das relações

internacionais, com atuação nos países e,

principalmente, nas grandes entidades internacionais.

sotim odne z af s e D

21

SQ

UA

RE

FMC

Page 22: revista square 7

Cana-de-açúcar na Amazônia

A enorme distância entre a região

canavieira e a Floresta Amazônica

reforça a inviabilidade econômica de

produção da cultura naquela região, além de haver áreas

potencialmente produtivas para a expansão da cana-de-açúcar

sobre pastagens e outras regiões, com e sem irrigação.

Além disso, aos que em suas análises superficiais apontam a

derrubada da Amazônia, fica uma constatação: as florestas na

Europa, no ano 1650, eram 2,7% do global, enquanto no Brasil

eram 12%; hoje a Europa tem 0,1% e o Brasil, 28,3%!!!

Outros mitos a serem desfeitos dizem respeito à

corrosão de motores, produtividade e custos,

monocultura da cana, colheita e queima e

recursos humanos.

sotim odnezafseD

Às perspectivas muito positivas do mercado global para

açúcar, etanol e energia elétrica, chocam-se ou criam-se

novas questões de origem da sustentabilidade do

processo de produção e de uso, para as quais é preciso

ter uma série de aspectos que levem à evolução setorial:

Abertura dos mercados internacionais aos biocombustíveis, classificando-os como produtos ambientais para os quais não haja

tarifas de importação;

Efetivo trabalho privado na certificação dos biocombustíveis para efeito do mercado;

Pesquisa & Desenvolvimento visando competitividade em ambiente de sustentabilidade comprovada, em todas as

áreas da cadeia produtiva setorial;

Atenção com o modelo de produção e os seus impactos econômico-sociais;

Oportunidades excelentes a toda a cadeia produtiva do etanol no Brasil, tanto para o mercado interno quanto para as exportações de

bens de capital, máquinas e equipamentos agrícolas, insumos modernos, veículos, etanol e serviços.

Aprendizado sobre o etanolO Brasil tem, de fato, um histórico muito interessante no

desenvolvimento de fontes renováveis de energia. Tanto no que

diz respeito às hidroelétricas, como na biomassa cana-de-

açúcar, houve resposta quando houve políticas públicas

condizentes com o objetivo de oferta e de demanda.

Do período militar, ficou a experiência bem-sucedida na questão

energética, seja eletricidade ou etanol; a partir da

redemocratização do país, com a dura transição para

restabelecer as condições do reequilíbrio da economia brasileira,

há que se olhar para questões atuais e futuras com a experiência

do passado.

Há estudos conduzidos tanto no Brasil como no exterior a

respeito da curva de aprendizado do etanol no Brasil. Os ganhos

de eficiência e a redução dos custos foram, de fato,

impressionantes.

Recente estudo conduzido na Holanda pelos grupos do

Copernicus Institute e Utrech University aponta para

perspectivas fabulosas ao etanol brasileiro.

A história do desenvolvimento global do mercado de açúcar e de

etanol está baseada em protecionismos via medidas como

barreiras econômicas e elevados subsídios internos, nos países

industrializados, grandes consumidores.

Essa realidade de política agrícola fechada tem feito o açúcar

mostrar uma das mais altas volatilidades como commodity

agrícola, além de gerar impactos econômico-sociais relevantes

para os países em desenvolvimento no mundo tropical,

exportadores do produto. Afinal, o mercado livre internacional

representa 37% da oferta total. No caso do etanol, são 10%.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho

Diretor da Canaplan

22

SQ

UA

RE

FMC

Page 23: revista square 7

A Bioenergy Alliance (BEA) foi uma iniciativa promovida pela

FMC envolvendo os dois maiores produtores e líderes

tecnológicos do mundo – Brasil e Estados Unidos –, que

deverão responder em 2008 por cerca de 80% da produção

mundial de etanol. Os eventos da BEA foram realizados em

Miami, Cidade do México e Cidade da Guatemala, considera-

dos mercados potenciais para a expansão de negócios do

setor sucroalcooleiro na América Central.

Em formato de palestras, os eventos se deram entre os dias

6 e 11 de abril e reuniram os principais empresários e

autoridades em etanol das Américas, contando ainda com a

presença dos Ministérios da Agricultura e das Relações

Exteriores do Brasil e da Petrobras. O Banco Interamericano

de Desenvolvimento (BID), autor de diversos estudos sobre

as oportunidades em etanol, também marcou presença no

evento.

Foi discutida não apenas a questão de oportunidades de

investimento e comércio entre os dois líderes em etanol,

mas também as possibilidades de negócios com os países da

América Central.

O evento antecedeu um momento crucial para o etanol

brasileiro, meados de abril, exatamente quando sofria suas

piores investidas, o que serviu de alerta para a urgência que

se tem de uma ação conjunta, que possa desfazer os mitos

criados em torno da produção do etanol e, ao mesmo tempo,

aproveitar as oportunidades crescentes desse mercado.

Uma das presenças mais significativas do evento, o ex-

ministro da Agricultura Roberto Rodrigues curvou-se sobre a

análise dos mitos criados sobre a cultura da cana-de-açúcar,

desfazendo-os com base em dados e estudos. Lembrou

ainda que, do ponto de vista da tecnologia, os grandes

esforços estarão concentrados no meio ambiente, na

biotecnologia e na agroenergia, abrindo uma grande cortina

de oportunidades para o mundo tropical, ou seja: as

Américas Central e do Sul e a África, que se mostram como

os naturalmente grandes potenciais exportadores de

alimentos e de energia para o mundo.

Como conclusão de sua apresentação, frisou que, para se

criar o mercado, algumas medidas serão fundamentais, tais

como: mais países exportarem etanol; mistura compulsória

de etanol na gasolina; eliminação dos mitos; estratégias

locais e globais; ter o Brasil a liderança no campo das

energias renováveis.

Álcool coloridoIgualmente de grande relevância foi a participação de

Roberto Giannetti da Fonseca, fundador da Comissão

Interamericana do Etanol, diretor do Departamento de

Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP e

sócio da Ethanol Trading. Também ex-ministro da

Agricultura, Giannetti falou sobre os impactos do E85 (carro

flexível norte-americano) no consumo do etanol nos EUA e

das chances para as exportações brasileiras. Giannetti

apresentou uma estratégia de preservação da produção

interna para atender blends e para que a expansão do E85

seja feita também com etanol importado do Brasil, que seria

colorido especialmente para ser diferenciado.

Encerrando o encontro, a BEA contou com a participação de

Jeb Bush, ex-governador do estado norte-americano da

Flórida e presidente da Comissão Interamericana do Etanol,

que apresentou uma visão de clara liberalização comercial

do etanol. Sendo o estado da Flórida considerado “porta de

entrada” da América Latina para os EUA, sobretudo em

virtude da logística, sua adesão é estratégica, pois a

importação de etanol do Brasil, e ainda dos países da

América Central, seria facilitada. Neste ponto, reafirma-se a

importância do notável avanço do etanol também no México

e na América Central.

Ao final, os assessores de Jeb Bush, juntamente com o ex-

ministro Roberto Rodrigues (FGV), da Comissão Hemisférica

do Etanol, fizeram as seguintes avaliações:

O Brasil e seus produtores precisam parar de pensar como agricultores e sim pensarem como produtores de energia, de petróleo!;

Bioenergy AllianceA aliança do setor sucroalcooleiro

É preciso lutar, urgentemente, para criar demanda e não somente gerar oferta;

Educação: o consumidor não tem idéia do que é o etanol e isso é arma para os opositores;

Reputação: isso é de um valor infinito! Onde está a Marca Etanol? Onde está a Marca Brasileira do Etanol da Cana-de-Açúcar?;

Não se deve falar de independência energética, e sim de segurança energética;

Nos salões dos Conselhos Deliberativos das Multinacionais de Petróleo, não pensam que o etanol vai substituir a gasolina... Será complemento ou aditivo, até 20%!! Afinal, E10 não precisa de infra-estrutura.

23

SQ

UA

RE

FMC

Page 24: revista square 7

GR

ÃO

B

RA

SI

L

Por João Marcelo Dumoncel

Tradição e modernidadena medida certa

Mat ir z

lia l a rinhoFi l Sa d nha Ma

Matr zi

F l a Pl a imi i na b

Filial Santa Bárbara do SulÁrea Experimental

Foto

s: D

ivulg

ação

26

SQ

UA

RE

FMC

Page 25: revista square 7

m 1954 meu pai, João Osório Dumoncel, iniciou, num

trabalho pioneiro, o plantio de trigo no noroeste

gaúcho, surgindo aí a semente do que seria, no futuro, Ea Três Tentos. Criada em 1995, a empresa já nasceu com

tradição agrícola, conquistada nesses quase quarenta anos de

experiência no campo, e ao mesmo tempo moderna. Além da

produção de grãos, passou a desenvolver negócios na

produção de sementes, recebimento e comercialização de

grãos, defensivos e fertilizantes. De lá para cá, já se

passaram 13 anos e, mesmo com os olhos voltados para o

futuro, gosto de fazer uma regressão no tempo para

potencializar a evolução da nossa empresa e buscar a

sustentabilidade e o crescimento do nosso negócio, por meio

de uma performance excelente de mercado.

O que entendo por excelência? A resposta a essa pergunta,

basicamente, está embutida nas nossas missão e visão:

“Trabalhar na produção, industrialização e comercialização de

produtos agrícolas, prestando assessoria técnica e comercial

numa permanente relação de confiança”, de maneira a

“sermos uma empresa de soluções no agronegócio”.

É com esta filosofia e com a nossa tradição agrícola que

buscamos alcançar a excelência a que me referi

anteriormente. Nessa busca, há um grande peso para o

relacionamento com os produtores, com quem procuramos

estabelecer uma parceria duradoura e de confiança mútua.

De nossa parte, oferecemos produtos e serviços da mais alta

qualidade, tanto dentro quanto fora da porteira. Ou seja:

fornecemos todos os insumos para a lavoura e recebemos,

estocamos, comercializamos e fazemos todo o trabalho de

logística dos grãos de soja, milho e trigo. Oferecemos

também a mais alta tecnologia em defensivos agrícolas e

fertilizantes, com atendimento especializado, técnicos

capacitados para a assistência a campo e linhas completas de

herbicidas, fungicidas e inseticidas. Revendendo produtos de

alta performance, priorizamos a assistência técnica e o pós-

venda, com o conceito de produto ampliado.

Com estruturas modernas, facilitamos e agilizamos a entrega

da produção por parte dos agricultores, mantendo os

produtos armazenados dentro dos mais altos padrões de

qualidade. Temos, atualmente, 11 pontos de recebimento,

com estrutura ágil e de fácil acesso. Além disso, repassamos

todas as informações do mercado para manter nossos

clientes atualizados e preparados para fazer o melhor

negócio. Por meio desse canal de comunicação ainda é

possível obter informações com foco em logística, desvio

ferroviário, operações na bolsa de Chicago (CBOT),

protegendo a empresa e os clientes da volatilidade do

mercado.

Estamos embasados no Rio Grande do Sul, mas atuamos

também em Mato Grosso, por meio de nossa coligada Quatro

Ventos Agroindustriais S.A., com unidades em Sorriso e Feliz

Natal. Nossas unidades de beneficiamento de sementes,

recebimento de grãos e comercialização de insumos estão

localizadas nos municípios de Santa Bárbara do Sul, onde fica

a sede da empresa, e em Ibirubá, Saldanha Marinho,

Panambi, Ijuí, Chiapeta, Pejuçara e Coronel Barros, todas no

estado gaúcho.

Estamos trabalhando com a FMC desde o início das

atividades da Três Tentos. Na realidade foi a FMC a

nossa primeira fornecedora de agroquímicos. Nessa

caminhada enfrentamos inúmeras dificuldades, mas

também obtivemos muitas vitórias juntos. Destaco

os trabalhos com Pounce e Boral, nos anos 90, e, em

especial, atualmente a consolidação do Talstar como

o principal inseticida da nossa linha, entre outros.

Tudo isso fez com que os nossos negócios tivessem

um crescimento sustentável ao longo desses anos.

Sem dúvida alguma, se hoje a Três Tentos tem um

bom posicionamento de mercado em nossa região,

devemos parte disso aos produtos da FMC e,

principalmente, ao alinhamento que sempre tivemos

com as pessoas que fazem e representam a FMC aqui

no campo. Uma empresa com excelente portfólio,

com uma política séria e agressiva de negócios e

conduzida por pessoas comprometidas com o

sucesso da agricultura é uma receita infalível de

sucesso, e essa é a FMC na nossa visão.

Parcerias quefazem a diferença

...mesmo com os olhos voltados para o futuro,

gosto de fazer uma regressão no tempo para

potencializar a evolução da nossa empresa...

João Marcelo Dumoncel

Diretor da Três Tentos

Agroindustrial Ltda.

27

SQ

UA

RE

FMC

Page 26: revista square 7

EN

CO

NT

RO

M

AR

CA

DO

Por Marty Kisluk

Não há ‘tamanho único’, por isso as divisões de Global Innovation e Supply Chain estão trabalhando de forma customizada para

atender a todas as necessidades específicas dos nossos clientes, lavouras e geografias

Uma redede eficiência

28

SQ

UA

RE

FMC

Page 27: revista square 7

liderança da Global Innovation, meu mais recente

desafio, me empolga muito porque tenho grande

afinidade com a tecnologia, mas também porque Aacredito na vital necessidade de oferecer soluções únicas

aos produtores, para que, por sua vez, eles possam fornecer

alimentos, fibras e energia para um mundo muito exigente e

carente.

A razão de combinarmos a liderança das áreas de Global

Innovation e Supply Chain está na ligação inerente que

existe entre a criação de um produto novo e inovador e a

produção e a entrega dele a custos altamente competitivos,

de forma a maximizar valor para os nossos clientes.

O nosso compromisso com os produtores brasileiros é o de

fornecer produtos mais eficazes e uma carteira mais ampla

neste mercado cada vez mais sobrecarregado de escolhas.

Para atingir essa meta, criaremos, desenvolveremos e

entregaremos as tecnologias para garantir que os nossos

clientes tenham as ferramentas de manejo de pragas mais

eficientes e seguras para a produção das suas lavouras. À

medida que a agricultura brasileira se torna uma parte cada

vez mais importante do suprimento global de alimentos,

fibras e biocombustíveis, apresentaremos soluções que

permitirão aos nossos clientes produzirem lavouras de

maior qualidade pelo valor esperado. Dirigimos a nossa

pesquisa para criar, enquanto que a nossa cadeia de

suprimentos é voltada para a entrega de soluções de

produtos para atender a todas as necessidades específicas

dos nossos clientes, lavouras e geografias no Brasil. Não

existe o chamado “tamanho único” quando se trata das

necessidades dos clientes.

Este departamento de suprimentos que lidero na FMC

Agricultural Products atua em nível mundial. Intitulado

Global Supply Chain (GSC), tem a responsabilidade de

fornecer produtos de alta qualidade aos nossos clientes,

onde quer que eles sejam necessários, em qualquer parte

do mundo e nas quantidades exigidas, e, ao mesmo tempo,

temos o compromisso de proteger as pessoas, as

comunidades e o meio ambiente. Isso inclui matérias-

primas e aquisição de produtos, ingredientes ativos e

fabricação de fórmulas, desenvolvimento de tecnologia,

logística/transporte e distribuição de produtos, além do

processamento de pedidos e atendimento ao cliente. É uma

rede global formada por pessoas altamente capacitadas,

trabalhando nas áreas de Strategic Sourcing, FMC

Agricultural Products International (FMCAPI), Operações da

América do Norte, Estratégia GSC, Tecnologia Analítica e

Processos, e Planejamento GSC.

A Global Innovation Organization (GIO) é responsável

principalmente pela geração de produtos proprietários e

diferenciados de alto valor, para atingir um crescimento

sustentável e lucrativo. Foca também no crescimento do

nosso negócio básico, criando soluções únicas para os

nossos clientes, usando tecnologias existentes, que

chamamos de Inovação de Mercado. E ainda registramos

criativamente esses produtos e defendemos os produtos

existentes no campo regulatório.

A GIO engloba as áreas de Desenvolvimento de Tecnologia

de Produtos, Marketing Estratégico e Aquisição de

Tecnologia e Licenciamento, GSC Inovação e

Comercialização, Suporte Regulatório e Científico e

Estratégia de Inovação. Como desafios temos, primeira-

mente, e mais importante, que criar um local de trabalho

livre de incidentes e ferimentos e de assegurar o suprimento

adequado à alta demanda por produtos químicos para a

agricultura. Temos ainda pela frente o desafio de fazer os

ajustes necessários às capacidades, organizações e recursos

em Global Innovation (Inovação Global) para acelerar a

aquisição e o desenvolvimento de tecnologias, para obter

mais Inovação de Produtos, além de continuar fazendo a

defesa agressiva e criativa dos seus produtos existentes e

posições de mercado e de capturar oportunidades de

crescimento no curto prazo.

É sempre um desafio aumentar a visibilidade sobre a

demanda futura, para que possamos oferecer precisamente

o que os clientes precisam, onde e quando precisam e ao

menor custo possível. Isso exigirá uma conexão singular da

nossa organização no Brasil com a rede global de suprimen-

tos. O resultado esperado é a melhoria dos serviços

prestados aos nossos clientes, além de conseguir vantagens

competitivas e maiores lucros para a APG.

Temos que nos ajustar e nos adaptar às condições de

constantes mudanças e é por essa razão que acrescentamos

mais velocidade e agilidade nas operações das áreas de

Innovation e Supply Chain. O objetivo aqui é aumentar a

velocidade e a eficiência com as quais usamos as tecnologi-

as existentes para implementar soluções inovadoras, além

de gerar um fluxo regular de soluções proprietárias,

diferenciadas e de alto valor para os nossos clientes.

O sucesso que a FMC traz aos nossos clientes, colaboradores

e acionistas será em grande parte determinado pela nossa

habilidade em atrair, reter e desenvolver gente talentosa.

Essas metas e desafios das áreas de Innovation e Supply

Chain proporcionam uma excelente oportunidade para todos

os colaboradores ao redor do mundo. Esse é o papel mais

importante e fundamental da minha função, e eu estou

absolutamente comprometido a realizar essa tarefa de

forma ímpar.

Marty Kisluk

Diretor de Global Innovation da FMC,

engenheiro e administrador de empresas

que passou por diversos departamentos,

continentes e culturas nos seus 30 anos na APG

29

SQ

UA

RE

FMC

Page 28: revista square 7

odo mundo tem um objeto de desejo, mas poucos

têm a ousadia de levar uma paixão às últimas

conseqüências. Eu tive. E, sinceramente, foi um dos Tmais valiosos investimentos pessoais que já fiz. Não falo

em relação a valores, pois, hão de concordar comigo,

paixão não tem preço! E a minha é pela tecnologia em

áudio, que pode me proporcionar o melhor som do mundo.

Falando aos apaixonados – há quem seja aficionado por

motos, carros antigos, barcos, obras de arte, miniaturas,

canetas, isqueiros, enfim... –, que certamente irão me

entender, compartilho o orgulho de possuir em minha casa

um estúdio de áudio compatível a de um George Lucas.

Exagero? Garanto que não. Minha reverência ao mundo

mágico do som chegou ao limite da perfeição, podemos

dizer, ao estado de arte.

Falando àqueles que gostam de música – que apreciam

mesmo, e não apenas se contentam em distrair os ouvidos

–, basta explicar que a simples experiência de ouvir um CD

de jazz produz uma sensação de encantamento como se

estivéssemos sendo transportados para dentro do

espetáculo, podendo ouvir o som de cada instrumento, as

nuances da música, num realismo e fidelidade absolutos e,

por isso mesmo, emocionantes. É uma experiência lúdica

única, que somente um sistema de alta performance

poderá lhe permitir.

Para muitos, isso pode não significar muita coisa, mas se

você gosta verdadeiramente de música e é a emoção que

você busca, aceite o meu conselho: arrume um bom

engenheiro de áudio, como fiz, e corra atrás da sua

paixão, conquiste o direito de ouvir um som puro, preciso,

fiel. Seu ouvido agradecerá, mas certamente será a sua

alma a maior beneficiária.

O sistema que implantei no meu estúdio reflete essa

maneira de pensar, desde o mais simples equipamento

até o cuidado com a “decoração”, que coloco entre aspas,

pois a escolha dos móveis, acessórios, cortinas, tapete,

teto, revestimento das paredes, iluminação foi toda feita

pelo seu aspecto funcional, ou seja, visando tirar o

máximo do sistema e melhorar a acústica, e não apenas

obter um ambiente bonito e harmônico, que também não

deixou de ser um critério.

O resultado é a perfeição. Leigos podem não se dar conta,

mas conhecedores, como uma famosa dupla sertaneja

que visitou minha casa, são unânimes em reconhecer

que, muito além de um lugar para ouvir música, sou o

feliz proprietário de um paraíso de áudio particular, que se

presta a uma finalidade: me proporcionar o prazer de

usufruir as boas sensações que a música nos provoca.

Para mim, que desde criança tenho alma musical – toco

bateria, possuo uma coleção de instrumentos musicais e

sou verdadeiramente apaixonado por esta arte –, essa é

uma grande conquista, um sonho realizado. É bom

chegar em casa e saber que posso ter, literalmente, (boa)

música para os meus ouvidos.

Luiz Rossi

Diretor da AgRoss, distribuidora de produtos agropecuários

com sede em Campinas e filiais em Barretos e Pompéia, no

estado de São Paulo, Pouso Alegre e Conselheiro Lafaiete, em

Minas Gerais, Apucarana, no Paraná, e Recife, em Pernambuco

Luiz Rossi e a família

ao lado da caixa de som BW (série única)

Por Luiz Rossi

30

SQ

UA

RE

FMC

EN

TR

E A

MI

GO

S

Page 29: revista square 7

Quando o Luiz chegou à nossa empresa, tudo o que ele tinha visto

no mercado eram soluções que não geravam o encantamento

desejado por ele. O que ele queria era exatamente o realismo na

reprodução do sistema de áudio e vídeo. Como um bom conhece-

dor de música, foi muito tranqüilo mostrar a ele que o investimen-

to deveria ser feito majoritariamente na cadeia do áudio, mas sem

descuidar da imagem do sistema. Aqui vemos que a definição do

escopo é fundamental para o processo.

O que se nota hoje no mercado, de uma forma geral, é que o áudio

é muito maltratado no país. Costumo dizer que desde o pamonhei-

ro até a megacasa de shows oferecem uma qualidade de áudio

bastante precária. Por conta disso, basta qualquer pessoa ter

contato com um bom sistema de áudio para notar a diferença. Isso

responde à pergunta de muitos que devem estar pensando: “Será

que tenho ouvido para tudo isso?”. Faça um teste você mesmo!

Edsel Jorge Jr.

Engenheiro de áudio, especialista em som

e ex-colaborador da revista 4 Rodas e

diretor da Universound, em Campinas-SP

Palavra de especialistaMas como se consegue o tal realismo do som? Pense

que um sistema é como se fosse uma corrente com

vários elos. Ela se rompe no mais fraco. Portanto,

todo cuidado é pouco na correta definição dos

equipamentos dessa corrente imaginária, pois o

resultado será dado pelo pior elo dessa corrente.

Nesses mais de 30 anos de mercado (como consumi-

dor e como profissional da área) aprendi que a

atenção aos detalhes faz toda a diferença. Um

exemplo disso? O cabeamento do sistema, algo que

ninguém repara, mas que tem toda uma importância.

Portanto, meu conselho a todos que querem entrar

neste maravilhoso mundo das sensações é procurar

um especialista, assim como tínhamos antigamente

os médicos de família. Boa sorte!

Detalhe da lã

de vidro que

fica sob a tela

de projeção

Painel de madeira

acústico: apesar da

beleza plástica,

pois produz

grande efeito

decorativo,

sua função é

difundir o som

refletido pelo

painel

EquipamentosPara montar um estúdio similar ao de Luiz Rossi, você vai precisar dos

seguintes equipamentos, todos importados dos Estados Unidos e da Europa:

- Projetor com tecnologia DLP para alta definição (HDTV) (projetor adaptado

para os sinais de vídeo de melhor qualidade atualmente);

- Tela de projeção elétrica tensionada (o tensionamento evita o

enrugamento da tela);

- DVD player com saída de alta definição (ele consegue converter DVDs

comuns para imagens de alta definição);

- Processador de áudio e vídeo (é o coração do sistema, onde acontece todo

o processamento de sons e imagens);

- Amplificadores (neles os sinais de baixa intensidade vindos do processador

ganham potência que será aplicada em todas as caixas, sem perda de

qualidade);

- Cabos de interligação (com a utilização de materiais nobres como a prata e

a colocação dos amplificadores próximo às caixas acústicas, consegue-se

minimizar as perdas na passagem da corrente elétrica entre os

equipamentos);

- Caixas acústicas com alto-falantes de kevlar e tweeters de diamante;

- Alto-falantes de kevlar (material rígido e leve usado em coletes à prova de

bala, cascos de barco, na Fórmula 1, o kevlar oferece a um alto-falante a

capacidade de distinguir as menores frações na reprodução do som);

- Tweeter de diamante (o uso deste material confere ao tweeter a

reprodução dos sons agudos além dos limites de audição, uma necessidade

para as mídias de alta definição hoje no mercado);

- Caixas BW (série única): 80% dos estúdios que gravam música erudita no

mundo usam essas caixas.

31

SQ

UA

RE

FMC

Page 30: revista square 7

PR

A

DA

S V

IA

GE

NS

Cenário perfeito do desenvolvimento agrícola

Cerrado é um lugar de rara beleza, com destinos

que impressionam pelas paisagens onduladas, os Ocânions e as altas cascadas, e, onde se sabe, tem

um dos maiores índices de produtividade agrícola do

mundo. Encravada nesse pedaço de terra, onde há cerca de

30 anos não se enxergava a menor possibilidade para o

desenvolvimento da agricultura, está a goiana Rio Verde,

hoje o maior produtor de grãos do estado e um dos

destaques do país em exportação.

Foram imigrantes norte-americanos que, ao se instalarem

em Rio Verde em 1969, encantados com a oportunidade dos

valores das terras, deram início a esse boom agrícola no

município, atraindo, ao longo do tempo, outros empreende-

dores de diversas partes do país e do mundo. Atualmente, a

população de mais de 130 mil habitantes é composta Foto

: Ric

ard

o C

anêdo

32

SQ

UA

RE

FMC

Page 31: revista square 7

Ao visitar Rio Verde a negócios, vale a pena dedicar um

tempinho para conhecer as inúmeras cachoeiras da região.

Para os adeptos da prática de esportes radicais, como rapel

e canoagem, não faltam opções, mas há também progra-

mas mais lights, como os lagos, perfeitos para banho, ou

simplesmente apreciar o visual das inúmeras cachoeiras,

entre elas as da Pitanga, Água Limpa ou a de São Tomás,

com suas águas volumosas, três quedas d’água e milhares

de pedras coloridas, uma das mais visitadas pelos turistas.

O município possui ainda um rico patrimônio histórico,

cultural e religioso na área urbana, construído em seus 157

anos de história.

Na hora do lazer

A cidade fica a 220 km de Goiânia, capital do Estado, e a

420 km de Brasília, DF. Sua topografia é plana levemen-

te ondulada e o clima apresenta duas

estações bem definidas: uma seca (de

maio a outubro) e outra chuvosa (de

novembro a abril).

Localização

também por colônias de holandeses e russos, além de

paulistas e gaúchos, formando um grande mosaico cultural

e de conhecimentos agrícolas, com os maquinários,

tecnologias, recursos e experiências que trouxeram

consigo.

O resultado dessa mistura também se vê nas lavouras, com

uma produção diversificada de milho, sorgo, algodão, arroz,

feijão e outros vegetais, além da soja, que, efetivamente,

fez com que Rio Verde se tornasse a cidade que mais cresce

no Centro-Oeste brasileiro, atraindo agroindústrias e

colocando-a na agenda do turismo de negócios. Lá também

são realizadas a Tecnoshow Comigo e a Exposição

Agropecuária (segunda maior feira nacional de Gado

Nelore, que recebe cerca de 100 mil visitantes), entre

outros eventos do agronegócio, mantendo sempre lotada a

rede hoteleira, composta por mais de 30 hotéis, além de

pousadas e estâncias. Tamanha demanda atraiu para a

cidade inclusive um grande grupo hoteleiro que atua no

país, prestes a se instalar no município.

Rio Verde conta ainda com uma tradicional festa junina,

chamada Arraial das Abóboras, que, com duração de cinco

dias, recebe cerca de 50 mil pessoas de todo o país para

conferirem o concurso de quadrilhas (estilizada e tradicio-

nal) e saborearem, nas barraquinhas, quitutes próprios das

festas juninas e as delícias da cozinha típica de Goiás. Por

sinal, a gastronomia é um capítulo à parte. A culinária

goiana tem grande influência indígena e entre os pratos

mais comuns estão arroz com pequi (árvore própria do

cerrado), pamonha, peixe na telha, galinhada e guariroba

(palmito com gosto amargo). Nesse quesito, Rio Verde

oferece boas opções de restaurantes e bares para os

turistas.

Goiânia

Brasília

Rio Verde

Santo Antônio da Barra

Montevidiu

Aparecida do Rio Doce

Castelândia

Santa Helena de Goiás

Cachoeira da Água Limpa

Foto

: AI/

Pre

feitura

Munic

ipal de R

io V

erd

e

33

SQ

UA

RE

FMC

Page 32: revista square 7

t vratia o s si ta up ri ísc tn ii cr oP s

Tecnoshow Comigo

O evento, que integrava a Agrishow até o ano

passado, teve sua primeira edição em abril deste

ano, com grande sucesso de público e resultados de

negócios.

Abril

Rally dos Sertões: etapa em Rio Verde

Este ano ocorreu a passagem inédita do Rally dos Sertões

pelo Sudoeste Goiano, em Rio Verde, em evento realizado

em junho.

Foto

: D

ivulg

ação

Exposição Agropecuária/Rodeio em

Touros

Outro grande evento que movimenta Rio Verde é o Rodeio

em Touros, que acontece dentro da Exposição

Agropecuária. A cidade é tetracampeã do troféu Arena de

Ouro, como o Melhor Rodeio em Touro do País. O evento

acontece todo mês de julho, dentro da Exposição

Agropecuária.

Exposição de Carros Antigos “Bons

Tempos”

A exposição de carros antigos é promovida no mês de

agosto pelo Hotel Bons Tempos e atrai expositores de

várias partes do Brasil, apresentando em média 70 carros.

Julho

Agosto

Foto

: Ric

ard

o C

anêdo

Serra Caiapônia (na região de

Rio Verde)

Arraial das Abóboras

O Arraial das Abóboras é um evento anual,

que ocorre no mês de junho. Resgata a

cultura, valoriza e difunde o folclore,

destacando as danças típicas das quadrilhas

juninas, além de estimular o intercâmbio

cultural dos municípios e estados vizinhos, uma vez que se

realiza o Concurso Nacional de Grupos de Quadrilhas

Juninas.

Junho

Fonte: Assessoria de Imprensa Prefeitura Municipal de Rio Verde

Colaboraram com esta matéria o Supervisor de Vendas Ricardo

Canêdo - Regional Grãos Super e o RTC Fabiano Alves - Regional

Grãos CerradoFoto

: A.I

. Pre

feitura

Munic

ipal de R

io V

erd

e

Foto

: Caeta

no B

arr

eira

34

SQ

UA

RE

FMC

Page 33: revista square 7

BA

NC

O

DE

CR

AQ

UE

S

PorMauro Naves

9 de junho de 1958. A data é histórica para o

futebol brasileiro. Nesse dia, em Estocolmo, na 2Suécia, o Brasil conquistou pela primeira vez uma

Copa do Mundo. Era o início da série que levaria o país,

44 anos depois, a se tornar o único pentacampeão do

mundo. Era o fim do nosso complexo de inferioridade

nesse esporte, ou, como escreveu o dramaturgo Nelson

Rodrigues, o fim do nosso complexo de vira-latas.

A idéia de que nossa seleção andava com a auto-estima

em baixa tinha fundamento. Afinal pesava ainda sobre

ela a desastrosa derrota para o Uruguai, em pleno

Maracanã, na final da Copa de 50, e uma participação

pífia na de 54, na Suíça. Como então acreditar que em 58

seria diferente? Mas foi. E pra se conseguir isso houve um

planejamento sério, profissional. Pela primeira vez foi

montada uma comissão técnica completa, incluindo-se

nela novidades como, por exemplo, um dentista, um

psicólogo e até um cozinheiro para fazer o feijão com

arroz com "sabor brasileiro".

Com garrae fé

A verdadeira história da Copa de 1958

35

SQ

UA

RE

FMC

Page 34: revista square 7

Jornalista esportivo da

Rede Globo de Televisão

Mauro Naves

À frente dessa comissão, um homem de visão e com

autoridade: Paulo Machado de Carvalho, que seria

conhecido depois como o “marechal da vitória” e que

receberia como maior homenagem ceder o nome para o

estádio do Pacaembu, em São Paulo. Ao receber de João

Havellange, presidente da então CBD (Confederação

Brasileira de Desportos), o convite para chefiar a

delegação, coube ao Dr. Paulo – como ele era tratado –

montar toda a programação e exigir dos jogadores um

regime de dedicação e concentração até então não

colocado em prática na seleção.

Há quem assegure que, durante os 27 dias em que a

delegação permaneceu na Suécia, o Dr. Paulo não

dormiu um minuto sequer, preocupado em evitar que as

maravilhosas loiras escandinavas “tirassem” a

concentração e a força física de nossos craques. Em

entrevista recente, Pelé admitiu que não arrumou

nenhuma namoradinha por lá e que, assustado, até

virou o rosto e rezou dois “pai-nossos” quando deu de

cara com uma loira fazendo topless à beira de um lago

que havia próximo à concentração. Pra quem tinha 17

anos e vinha de Bauru, aquilo era o fim do mundo. Mais

experiente, Garrincha talvez não tenha rezado. Mas vale

lembrar que só um ano depois, numa excursão com o

Botafogo, e já não tão vigiado assim, o atacante

arrumou uma namorada por lá, com quem, por sinal,

teve um filho.

Mas as preocupações do chefe da delegação iam muito

além de apenas evitar as escapadelas noturnas da

concentração. Um momento de atuação marcante dele

ocorreu nas vésperas da final contra a Suécia. Até ali os

dois países haviam disputado a Copa com a mesma cor

de camisa: amarela. Houve, então, um sorteio. E o Brasil

perdeu. Teria que usar o azul. E agora? Mudar a camisa

que vinha dando sorte? A camisa que levou o time até a

final? Preocupado com o que pensariam os mais

supersticiosos, Dr. Paulo reuniu os jogadores e, omitindo

a estória do sorteio, disse a eles que a escolha havia sido

dele. E que daria sorte porque azul era a cor do manto

de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil.

O mundo todo sabe que foi mesmo uma final abençoada:

o Brasil ganhou por cinco a dois, com shows de Pelé e

Garrincha. Cinqüenta anos depois dessa primeira

conquista, estive na Suécia entrevistando jogadores da

seleção sueca e torcedores que estiveram no estádio

Rassunda naquela gloriosa tarde de 29 de junho. E de

todos, sem exceção, ouvi rasgados elogios àquele grupo

de craques brasileiros.

O encantamento com o futebol jogado pelo Brasil foi tanto

que pode ser definido na frase dita na época por George

Raynor, técnico da seleção sueca: “O time brasileiro era

tão bom que eu tinha medo de começar a torcer por ele”.

29 de junho de 1958. Na Suécia ninguém se esquece

dessa data. Os brasileiros deveriam fazer o mesmo.

Na próxima edição gostaríamos de aproveitar este espaço para matar a curiosidade de nossos leitores. O que você gostaria de saber sobre a vida pessoal ou a carreira de qualquer ídolo do esporte brasileiro? Mande a pergunta para [email protected] e confira a resposta aqui na próxima edição da FMC Square. Até lá!!

O azul daria sorte, porque era a cor do

manto de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira

do Brasil

Pergunte ao seu ídolo

36

SQ

UA

RE

FMC

Page 35: revista square 7

PR

A

DA

C

UL

TU

RA

Shogun, de James Clavell´sO principal motivo para eu indicar este livro foi a sua

capacidade de me prender a atenção. Eu li as suas mais de

mil páginas em 26 horas ininterruptas.

É um livro de ficção "histórico", que trata da exploração do

Japão no final do século 16 pelos portugueses, holandeses,

espanhóis e ingleses, tendo como principais personagens o

major-piloto (anjin-san) inglês Blackthorne, do navio

holandês Erasmus, naufragado nas costas do Japão durante

a guerra civil, e o Shogun (título máximo do feudalismo

japonês) Toronaga, de quem se aproxima e aos poucos

recebe treinamento de samurai. Nesse meio tempo, se

apaixona por uma linda mulher que se divide entre dois

modos de vida, duas formas de amor... O romance mostra o

choque cultural entre ocidentais e orientais, envolvendo

paixão, conflito, ambição e disputa pelo poder.

Trata-se de um livro magnífico cuja história é claramente a

inspiração para o filme “O último Samurai”, estrelado por

Tom Cruise, sendo, porém, muito superior a este. Enfim, é

um clássico que merece estar na sua estante!

Sérgio NogueiraGerente Grupo Uirapuru

Leitura

Dreamland - Madeleine PeyrouxMencionada a palavra jazz, você logo busca na memória

enfadonhas horas de espera nas ante-salas odontológicas ou

então um elevador cheio a caminho do 29º andar? Dispa-se

deste preconceito e atentamente deixe o jazz lhe ser apresenta-

do por Madeleine Peyroux. Abençoada pelas divas do gênero –

comprova-se isso com a incrível semelhança do seu timbre vocal

com o de Billy Holliday –, essa franco-americana é um exemplo

das novas cantoras de jazz que conseguiram trazer inovações ao

estilo preservando sua essência.

No CD chamado "Dreamland" não há espaço para intermináveis

solos de baixo acústico, mas sim para arranjos que primam pela

simplicidade e permitem a Madeleine expor seu talento,

cantando tanto em inglês como em francês.

Recheado de generosidade, o jazz de Madeleine admite faixas

com voz e violão, influências de blues e de música francesa da

década de 60, que são combinados na medida exata para nos

proporcionar um álbum irretocável, onde, faixa a faixa, nos

sentimos surpreendidos.

Cosmopolita como sua criadora, “Dreamland” preenche desde

uma solitária viagem de carro a tema de novela, e sugiro aqui

que preencha também um espaço na sua discoteca.

Aproveitem Madeleine Peyroux!

Ivan MorenoGerente de Demanda & Customer Service

Música

Como um encontro de amigos, este é o espaço ideal

para a troca de experiências e impressões sobre

assuntos que todo mundo adora conversar. Viu um

filme e gostou? Leu um livro imperdível? Conte pra

gente! Com certeza sua opinião terá muito valor.

A nova coluna Praça da Cultura é aberta a todos que

apreciam artes como a música, o cinema, a literatura

e também a arte de degustar um bom vinho.

Portanto, fique à vontade, este espaço é seu. E, para

nós, será um prazer tê-lo por aqui.

Este espaço é seu.Sejabemvindo!

-

37

SQ

UA

RE

FMC

Page 36: revista square 7

Desafiando gigantesGosto deste filme porque ele traz uma reflexão muito

boa para as nossas vidas pessoal e profissional.

Consegue despertar em nós o desejo de influenciar o

próprio caminho através das nossas atitudes.

O filme conta a história de um treinador de futebol

americano de uma escola que nunca tinha conseguido

levar o time a uma final do campeonato nacional. A

pressão por resultados desencadeou problemas

pessoais e profissionais quase insuperáveis, vindo a

comprometer o seu trabalho, quando passa pela sua

cabeça desistir de tudo. Nesse momento surge alguém

que começa a instigá-lo a mudar os seus conceitos

sobre fé e família. É por meio dessa mudança que ele

descobre a força da perseverança para conseguir

vencer. A mensagem que fica é: “nunca desista, nunca

volte atrás em seus objetivos, nunca perca a fé”.

Vejam, vale a pena!

Este eu degustei e recomendoIndicar um vinho é algo bastante comprometedor. A

preferência por um determinado vinho é sempre uma

escolha muito pessoal. Vale sempre repetir que o melhor

vinho é aquele que a gente gosta. Todavia, considerando

que o mundo dos vinhos nos permite sempre novas

descobertas, gostaria de compartilhar esse conhecimento

com os amigos, leitores desta revista, recomendando um

vinho chileno que me chamou muito a atenção. Estou

falando do tinto Anakena Cabernet Sauvignon Reserva -

Safra 2005. Um vinho expressivo, complexo, saboroso e

persistente. Este varietal produzido 100% com uvas

Cabernet Sauvignon cultivadas nos vinhedos próprios da

Viña Anakena, estabelecida no Valle de Rapel, junto à

Cordilheira dos Andes, no Chile, foi envelhecido em barril de

carvalho francês por 12 meses, o que o tornou generoso ao

paladar, com taninos redondos e uma estrutura equilibrada

na boca. A Anakena é uma vinícola relativamente jovem,

fundada em 1998, mas cujos vinhos estão se mostrando

muito interessantes, com várias premiações internacionais

e – o que sempre é bom para nós consumidores – com um

bom custo-benefício. Embora as indicações e avaliações de

vinhos nos auxiliem na escolha do vinho que queremos

beber, estas são apenas meras referências para elegermos o

vinho com o qual mais nos identificamos. O que vale mesmo

é descobrirmos em cada vinho algo novo, excitante e

prazeroso, que nos motive sempre a aprendermos, a cada

taça degustada, um pouco mais sobre essa maravilhosa e

histórica bebida.

Para participar, entre em contato pelo e-mail [email protected]

Werner TiedeSLC Agrícola S.A.

Alexandre BarretoGerente ComercialNordeste Atacado

Vinho

Filme

F M C 38

SQ

UA

RE