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Revista Tche Campeiro Edição 09

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Revista Tche Campeiro Edição 09

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15Acad. VidaAtiva CDS

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24Rafael Saraiva

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PALCO

TABLADO

MESA DESOM

WCM

WCF

Patronagem

Inviolável

Rodrigo Bauer

Rodrigo Bauer

Rodrigo Bauer

Rodrigo Bauer

Rodrigo Bauer

Rodrigo Bauer

Cabanha Pagliosa

(Kiko)Cabanha Pagliosa

(Kiko)

Agrotiquinho Buiú

Gallus Restaurante

Auto Eletrica Borsatto

Sitio Potinga

Renato Renato

Evandro Ribas

Preto Kaiser

TRD CAVALOS CRIOULOS

Romário

Retibra Giocar Caminhões

Patolux

Fazenda Lontras

Cooper-tradição

Fazenda Lontras

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Editorial

José Leozir Lira GarciaDiretor Executivo

Revista Tchê Campeiro

Buenas amigos

Você tem em suas mãos a décima edição da nossa Revista Tchê Campeiro. Desde a primeira edição, temos levado até você amigo leitor, através de nossas páginas, a genuína cultura gaúcha, seja com histórias antigas ou com acontecimentos recentes. Nosso objetivo maior é veicular um conteúdo que de fato contribua no reconhecimento da essência de todos nós.

Nossa equipe está muito contente com o resultado do nosso trabalho, principalmente pelas manifestações de carinho que temos recebido da parte de nossos leitores que estão se multiplicando numa velocidade impressionante. São pessoas de todas as querências. Nossa revista já esta presente em todos os Estados do nosso País. Temos recebido ligações e e-mails de lugares tão distantes que sequer imaginávamos que lá estivesse presente o gauchismo. Estamos do Rio Grande do Sul ao Acre! Também temos assinantes no Rio Grande do Norte e Tocantins, além de algumas cidades no exterior. Isso pra nós é motivo de grande orgulho saber que nosso trabalho e, acima de tudo, a tradição alcança tantas pessoas.

Mas Bueno! Continuaremos trabalhando para que cada vez mais tenhamos êxito na nossa empreitada que é de levar a bandeira do tradicionalismo a todos, conhecedores ou não das nossas raízes. Seja no Brasil ou no exterior. E nesta edição trazemos na capa “OS MONARCAS” uma justa homenagem ao conjunto que este ano completam 45 anos de carreira, o grupo que manteve por mais tempo a mesma formação. Leia na íntegra nesta edição, esta e outras histórias. Boa leitura!

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Índice

Luiz Carlos

SOCIAL

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TONICO ABDALACampeiro de Fato

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Cadeia Produtivado Milho Agronegócioo

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VALMOR FELIPEVoz do rodeio

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DANTE RAMON LADEsMA

Acordes do Campo

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EsPECIAL FAZENDA FLOREsTA

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ANTONIO VIETERReferência

18 Raça: Blonde D’Aquintaine26 Pro Consumo48 Invernada Artística52 Universo Crioulo54 Culinária64 Ao Pé do Fogo68 Poemas e Payadas78 Retrato do Mês80 Saúde Animal84 A Casco e Braço86 Humor88 Tropeirismo82 Artesania Crioula98 Curiosidades102 Dicionário Campeiro

33 Mateada em Mariópolis

34 Aniversário dos Gauchinhos

36 CTG Querência Faroupilha

38 Convenção de Inverno da Sicredi

40 Bom Sucesso do Sul

28X LEILÃO FAZENDAsANTA TECLA

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COPA DO LAÇO E LEILÃO AMIGOsDO CRIOULO

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EXPEDIENTEDiretor Executivo:

José Leozir Lira Garcia

Jornalista Responsável:Ari Ignácio de Lima (DRT-PR 7279)

Editor / Colunista:Vinicius Roncaglio

Elizeu CollaresDimitri BordignonAntonio Martins

Joaquim Osório RibasDiego Funari

CentauroJorge do Nascimento

PatoagroLuis Felipe Araujo

TibesFlavio Bertan

Administrativo:José Leozir Lira Garcia

Diagramação e Criação:Evandro Luiz Melo

VSI Comunicação (46) 3025-5489

Impressão e Acabamentos:

CONTATOS:(46) 3262-3910

Rua Cel. Jose Alipio Nascimento Souza, 123 CentroCep 85555-000 - Palmas - PR

www.revistatchecampeiro.com.brwww.revistatchecampeiro.blogspot.com

Orkut: Revista Tchê [email protected]@revistatchecampeiro.com.br

Elizeu: (46) 8412-7722 - 9926 1929Leo: (46) 8411-7676

INFORMAÇÕES COMERCIAIS:Tiragem: 5000 exemplares

Circulação NacionalEditada Mensalmente

Distribuição em Bancas e Agropecuárias

Gostaria de dizer em poucas palavras o que a Revista Tchê Campeiro tem me proporcionado: Conhecimento sobre saúde animal, o qual ajuda muito na propriedade que temos; Conhe-cimento sobre a musica nativista a qual antes ouvia através do radio mas nem atenção dava por não conhecer os cantores nem suas histórias, sem contar as outras colunas as quais to-dos aqui em casa somos fãs ! Muito obrigado pelo rico conteú-do que trazem a cada edição !Fabiano Terres – Xaxim - sC

Para mim, a Revista Tchê Campeiro, é um exemplo de função e trabalho. No meu curso de veterinária necessita estar bem informado, meu pai é assinante da revista sempre que posso levo de Palmas – PR alguns exemplares para meus amigos de Curitiba – PR, para eles também ficarem informados sobre as novidades, e saberem mais sobre o mundo tradicionalista o qual a Revista retrata tão bem ! Um baita abraço a todos !Guilherme Andrade serpa - Medicina Veterinária PUC – PR - Curitiba – PR

Fui apresentada a “Tchê Campeiro!” por um amigo. A cada edi-ção me impressiono com a credibilidade e a riqueza dos con-teúdos, que valorizam o universo campeiro e suas tradições. Parabenizo a equipe pelo excelente trabalho que vem desen-volvendo. Abraço !Lara Cardozo santana – Curitiba - Paraná Buenas gurizada... Através dos amigos de rodeio tive o contato com vocês e de primeira mão venho parabenizá-los pela ini-ciativa pois são poucos os que tem essa proposta de ser uma ferramenta de midia para promover a interatividade de infor-mações sobre a vida campeira e as atualidades do mundo tradicionalista. Estamos sempre acompanhando os aconteci-mentos do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina através da Revista Tchê Campeiro, obrigado por toda essa integração. Parabéns a equipe !João Gabriel Fontana – Lajes – sC

Para nós da do curso de medicina veterinária a Revista Tchê Campeiro veio para somar, pois como possui a Coluna de saú-de animal que traz numa linguagem clara informações sobre a veterinária, sem contar que possui informações sobre nossa vivencia campeira do dia a dia e de lambuja fala muito da mú-sica Nativista. Parabéns e abraço a todos!Rafael Nascimento - Medicina Veterinária PUC – PR - Curitiba – PR

Este espaço é dedicado a opinião do nosso leitor. Suas cartas,e-mails e contatos são muito importantes para nós. Envie-nossua mensagem para: [email protected]

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Antonio Carlos Abdallaescendente de Sírio Libanês, Antonio Carlos Abdalla é o entrevistado deste mês da coluna Campeiro de Fato. Ele revela detalhes da lida no campo, de sua vida marcada de histórias, de muitas lutas, dificuldades e prosperidade.

Antonio Carlos Abdalla é filho de Rachid Ab-dalla e Maria da Luz Motta Abdalla. É o único homem entre as cinco irmãs. “Tonico”, como é mais conhecido, nasceu na fazenda Guarita, município de Palmas, no dia 12 de janeiro de 1936.

Sua infância foi marcada pelas obrigações que chegaram muito cedo e a educação que seus pais lhe de-ram. Lembra do respeito que tinham pelos familiares e amigos e o quanto isso foi essencial em sua formação. E lamenta a falta disso tudo hoje em dia. Tonico morou na fazenda até os 14 anos de idade, quando foi trabalhar na laminadora e serraria que era do seu pai. Sr Rachid. A família sempre trabalhou com pecuária, mas como as florestas de pinheiro araucária eram vastas na região de Palmas, seu pai decidiu inves-tir neste novo negócio. Comprou cinco mil pinheiros e

montou a serraria. Tonico lembra que nesta época, teve que assumir grandes responsabilidades. e não esquece do caminhão Chevrolet 51, o qual aprendeu a dirigir aos 14 anos.

Trabalhou na serraria até os 19 anos, quando foi servir o Exército Brasileiro, após cumprir um ano no quartel, estava pronto para seguir adiante. A partir disso começou a lidar com a pecuária, atividade que se esten-de até os dias de hoje. Recorda também que ganhou de seu pai um cavalo, uma mula e 20 bois. Teve que arrendar as terras do Sr. Luiz Batista e morar com o cunhado, na fazenda Fundo Grande, ao lado de seu arrendamento. Em quatro anos, Tonico já tinha 200 cabeças de bois. Por outro lado, encerrava seu contrato de arrenda-mento, então teve que arrendar as terras de seu cunhado Luiz Batista e foi morar na fazenda Fundo Grande. Foi en-tão que decidiu se casar em meados de 1963 com Maria da Luz Araújo Abdalla. Ele vendeu os bois, construiu uma casa em Palmas e foi morar com a sogra na Fazenda Re-creio. O casal teve três filhos: Jozé Luis Abdalla, Tarcisio Anibal Araújo Abdalla e Evandro Araújo Abdalla.

DPor Diego Furnari

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A vida prosseguiu sempre na lida com o gado. Uma nova etapa foi marcada pela parceria com o cunhado, compadre e grande amigo: Antônio Araújo Santos. A socie-dade durou anos e com bons frutos, os amigos arrendaram várias fazendas e até compraram algumas. “Épocas de gran-des negócios” recorda ao destacar que “tudo isso só na lida com o gado”. Entre as várias histórias reveladas durante a entrevista vamos nos deter numa em que os fatos são mar-cados com fotos. Foi a compra da primeira fazenda em socie-dade com o amigo Antônio. Trata-se da Fazenda do Capão, comprada do Sr. Otavio Marcondes. Na época a negociação foi feita, grande parte, na troca por pinheiros, também entra-ram 200 vacas da raça Caracu que o Sr. Otavio deixava nas terras. Tonico lembra também que não conseguiram achar touros Caracu para colocar na vacada, sendo assim, optaram por colocar touros da raça Charolês. Também foi feita uma grande tropeada, com 500 cabeças de gado para compor os campos da Fazenda recém comprada, para a marcação do gado eles tinham a própria marca da sociedade.

E, assim a vida foi seguindo. Muito trabalho pesa-do do dia-a-dia, mas compensador, pois se via a constante evolução do gado. Em 1981 faleceu sua esposa e assim au-mentaram suas responsabilidades, como a de cuidar de seus filhos. Tonico lembra que teve que 8 contratar uma encarre-gada para cuidar dos filhos mais novos enquanto trabalhava, explica. E o trabalho foi ficando mais árduo, porque passava o dia na lida da fazenda e tinha de voltar para a casa na cida-de para ver os filhos.

Em 1984, surgiu uma nova fase na sua vida. Co-nheceu e casou-se com Reni Defaveri. Deste matrimonio teve mais um filho: Henrique Defaveri Abdalla. Reni já ti-nha uma filha: Taís Defaveri.

Tonico, agora sem a sociedade com o amigo Antonio, experimenta uma nova empreitada na parceria com os filhos. Novos tempos, novos rumos. E como tudo muda na vida, na pecuária não é diferente. No final da década de 90, a família passa por momentos difíceis. “O gado estava em baixa, foram dias de muita frustração”, re-corda Tonico. Por outro lado, explica que foram momen-tos de colocar a cabeça no lugar e começar a pensar em diversificar a exploração das atividades econômicas na fazenda.

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Foi aí que decidiram apostar nas lavouras o que, na verdade, não era o que seu Tonico queria. Não escondeu a decepção ao ver os tratores abrirem os campos até então dedicados à pecuária, para o cultivo de plantas como milho e soja. Passou por períodos de depressão por ver tudo transformado, mas foi a medida certa: acompanhar a evolução para a sobrevivência e ex-pansão dos negócios. “Na realidade as mudanças foram pra melhor”, reconhece. Em 2001 foi morar na Fazenda do Capão, onde permanece até hoje. O profissionalismo adotado na gestão impri-miu um grande ritmo de desenvolvimento na fazenda. Desenvolvimento que conferimos in loco. Tudo está vol-tado para a produção e comercialização de gado para o abate industrial. Lá se produz novilhos precoces que saem direto para o frigorífico, em torno de Seissentos animais por ano. As áreas da fazenda são todas piqueteadas com pastagem de primeira qualidade para o gado. Pasta-gem que também é utilizada para o Pré-Secado: silagem de capim, consorciando trevo com aveia, que também é é utilizada para alimentação do gado na entre safra. O produto é muito utilizado na região, eles vendem para terceiros e usam o alimento para o próprio rebanho, principalmente para o gado leiteiro, outra importante fonte de renda administrada pelo filho Henrique Abdalla.

Com o passar dos anos, Seu Tonico e os filhos foram acompanhando a tecnologia disponível no mer-cado. Foi o que constatamos na fazenda, tem todo o ma-quinário necessário para a lida com a pecuária moderna. Houve a adaptação, a evolução, sem tirar o gosto do tra-balho com o gado, paixão de ontem, de hoje, enfim, da vida de Antônio Carlos Abdalla, carinhosamente chama-do de Tonico.

Tonico acompanhando o gado pelo Vau do despraido.

Lidando com as 200 vacas Caracu.

Tourada Charolês

Jolindo Santos, Antonio Araújo e Tonico Abdalla.

Sr. Rachid Abdalla.

Sr. Tonicio e Antonio, primeira lida na Fazenda do Capão.

Av. Nossa Senhora da Luz, 1336 - Centro - Clevelandia - PR(46) 3252-1229 - [email protected]

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Cadeia Produtiva do MilhoPor Patoagro

De uma forma simplificada, Cadeia Produtiva pode ser definida como um conjunto de elementos (empresas ou sis-temas) que interagem entre si no processo produtivo visando ofertar produtos ou serviços ao mercado consumidor.

A globalização exige um aprimoramento deste con-ceito, em virtude da evolução dos mercados consumidores, res-saltando ainda mais a importância do consumidor final, que está mais exigente em produtos com qualidade e quantidades com-patíveis com as suas necessidades e a preços competitivos.

O uso de novas tecnologias nos processos de produ-ção e a importância de analisar os fluxos e encadeamentos dos produtos, construindo o caminho seguido por um determinado produto dentro do sistema de produção - transformação - distri-buição e fluxos que a ele estão ligados, considerando os meca-nismos de regulação.

Modelo Geral de uma cadeia produtiva do setor agropecuário.

Fornecedores de insumos: Empresas com a finalidade de ofertar insumos para produção, tais como: calcário, fertilizantes, semen-tes, defensivos, máquinas, implementos agrícolas e tecnologias.

Agricultores: Fazem uso da terra (Unidades de Produção – fa-zendas, sítios) e dos insumos para a produção das commodities: oleaginosas, cereais, madeira, carne, entre outras.

Processadores; São as Agroindústrias, que podem (a) pré-be-neficiar – como as empresas que fazem a limpeza, secagem e armazenagem de grãos; (b) beneficiar – empresas que fazem a padronização e empacotamento do produto como: arroz, feijão, amendoim, milho pipoca; (c) Transformar – Plantas que proces-sam produtos in-natura transformando em produto acabado, a exemplo do óleo de soja, cereal matinal, farinhas, suco de laranja, álcool, açúcar. Comerciantes: Atacadistas são grandes distribuidores que abastecem as grandes redes de supermercados, postos de vendas e ate mesmo mercados exteriores. Já os Varejistas têm a função de comercialização dos produtos junto ao consumidor final.

Mercado Consumidor: Público alvo de toda a cadeia de produção, momento da comercialização e grupo constituído por grupos diferenciados de consumidores. Podendo ser domés-tico, quando localizado no país, ou externo quando em outros países.

Tipos de cadeias produtivas

Com base nos componentes que a integram e no seu estágio atual de desenvolvimento, as cadeias produtivas podem ser classificadas como: Completa: quando todos os elos estão presentes (for-necedores de insumos, sistemas produtivos, agroindústrias, co-mercialização atacadista e varejista e consumidores finais); Incompleta: quando está ausente um ou mais dos elos acima mencionados. Integrada: é uma cadeia cujo produto se constitui em insumo para outra cadeia, como é o caso do milho para as ca-deias produtivas de leite, frango e suínos.

Análise das Cadeias produtivas Podemos dividir esta análise de prospecção tecnoló-gica em duas grandes etapas: A análise diagnóstica: pesquisa-se a situação e desempenho pas-sado e atual da cadeia produtiva.

2. A análise prognóstica: pesquisa-se o comportamento futu-ro da cadeia produtiva é investigado, aplicando-se técnicas de prospecção ou de estudo do futuro.

Cadeia Produtiva do Milho

A cadeia produtiva do milho é um dos principais seg-mentos econômicos do agronegócio brasileiro. Ao considerar-mos apenas a produção primária, o milho responde por 35 % da produção nacional de grãos. Constitui também o insumo básico para as cadeias produtivas de aves e suínos, sendo estes setores extremamente competitivos no mercado internacional e gran-des geradores de receita, via exportação.

O Aumento da produtividade e busca da redução dos custos de produção tornando o Brasil competitivo no mercado internacio-nal, são bases para tornar a cadeia produtiva do milho mais orga-nizada e melhor coordenada visando atender a necessidade de um novo fornecedor de milho para o mundo atendendo assim a crescente demanda pelo cereal devido a alta do consumo para alimentação e produção de etanol.

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II) Fluxo de Materiais;

O sucesso da cadeia produtiva de milho no Brasil vai depender da eficiência da coordenação envolvendo todos os agentes que com-põem a cadeia, bem como as estruturas de apoio em pesquisa e desenvolvimento, logística, crédito, entre outros.

III) Fluxo de Comercialização;

Cadeia Produtiva do Milho

Insumos Produção Indústria / Transformação Comércio

Maltodextrina

Dextrose

Xarope/Frutose/Glicose

Farinha Pré-cozida

Grits,Rêmolas,Farinhas, Fubás, Cremes

Flocos de Milho Pré-cozidos

Álcool

Farelo Peletizado

Óleo Refinado

Via úmida Via seca

Milho verde

Produção Agrícola

Canjica

Armazéns Graneleiros

Grão Seco

Silagem

Processo Industrial

Máquinas, equipamentos implementos e

ferramentas Agrí colas

Substratos, corretivos, adubos, fertilizantes,

biofertilizantes e condicionadores de

solo

Equipamentos de Irrigação

Defensivos agrícolas

Sementes

Amido Industrial

Dextrina

Amido Alimentício

Glúten

Fibras

Farelo de germe

Óleo

Industria moageira

Cadeia Produtiva de Carne, leite e ovos

Atacado/ Varejo Interno

Industria de Ração Animal

Setor Extração Mineral

Industria de bebida

Industria Cosmética e Farmacêutica

Industria Alimentícia CONSUMI DOR

F I NAL

Fonte: Baseado em Guimarães, 2001

Do suprimento de milho, (produção interna mais Importações) o produtor rural responde por 98,5% sendo que este utiliza 33% para consumo na propriedade como forma de alimentação ani-mal e humana.

O excedente, 65,5% é comercializado via cooperativas, cerealis-tas ou diretamente no mercado de lotes para as indústrias de ração, moageira, exportação e aproximadamente 1% são nego-ciados via mercado futuro (derivativos), no mercado de lotes a comercialização apresenta uma perda média de 3% do produto.

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IV – Mundo: Produção e consumo de milho: (em milhões de toneladas)

Fonte: World Agricultural Supply and Demand Estimates – USDA (*) Estimativa (**) Projeção

O consumo de milho no mundo, safra 10/11 será maior que a oferta e de forma ainda mais acentuada que nas safras de 05/06 e 06/07 quando também superou a oferta, promovendo as-sim a manutenção de preços altos mesmo com crescimento na produção. Para a safra 11/12 a previsão de aumento de consumo acima da oferta se mantém forçando a utilização das reservas.

V – Brasil: produção e consumo de milho; (em milhões de to-neladas)

FONTE: CONAB - Levantamento: Julho/2011.

O Brasil apresenta um quadro diferenciado em relação às médias mundiais, com um crescimento da produção suprindo a demanda, gerando excedente para manutenção dos estoques e possibilitando a exportação. Atingindo uma produtividade média de 4.200 Kg/ha, baixa se comparada com os principais produtores que chega a ser mais de 10.000 kg/há, necessita melhorar este indicador.

VI – Brasil: Produção por Região e Mesorregião – safra 10/11

Fonte: CONAB – levantamento: julho/2011

A região sul composta por Rio Grande do Sul, Santa Catari-na e Paraná, é responsável por 38% da produção e se confi-gura como a principal produtora de milho para o Brasil, sen-do que o estado do Paraná responde por 22% seguido por Mato Grosso com 13% da produção nacional deste cereal.

VII – Preços médios nominais recebidos pelos produto-res no estado do Paraná período de 2007 a 2011.

FONTE: SEAB/PR - DERAL/DEB

Os preços pagos aos produtores no estado do Paraná apresen-taram um crescimento na ordem de 48 % no preço médio de janeiro a julho de 2011 que foi de R$ 22,76 em comparação a média de 2010 de R$ 15,40. Porém tem se mantido pratica-mente estável em 2011, apresentando tendência de queda em longo prazo. VIII – Priorizações para o setor:

O mercado brasileiro por ser regido pela oferta e demanda doméstica não possui posição de competitividade no mercado externo, seja por meio do próprio grão ou de seus derivados.

Adoção de liderança em custos é uma estratégia a ser adotada visando o segmento de commodities, custos estes decorrentes da baixa produtividade, e o não uso de tecnologia disponível.

O Brasil possui um importante estoque de terras e possibilidade de ganho em produção, abundancia em águas e mão-de-obra barata que podem tornar o país em um grande exportador de milho.

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A biotecnologia é uma das possibilidades que apre-senta soluções para o presente e dita tendências de futuro, materiais com potencial genético produtivo, tolerantes a seca, a herbicida, resistência a insetos, aliadas a melhor eficiência no uso dos fertilizantes e promovendo a combinação das tecno-logias, proporcionará ao empresário rural um controle mais efetivo em todo o ciclo da cultura, com facilidade de manejo, redução dos custos de controle obtendo maior produtividade com melhor qualidade de grãos e maior rentabilidade.

Imagem 1 : Milho gene-ticamente modificado – Tolerante a lagarta do cartucho.

Imagem 2 : Milho atacado pela lagarta do cartucho.

Fonte: Syngenta

A adoção dessas tecnologias exige também o atendimento das normas estabelecidas pelos órgãos go-vernamentais.

A Adoção de “Áreas de Refúgio”, plantio de milho convencional na mesma época do plantio do milho gene-ticamente modificado para evitar o surgimento de insetos resistentes, mantendo a eficiência do controle.

A área de refúgio deve corresponder a no míni-mo 10% da área e para melhor resultado, ser plantado em blocos evitando a mistura das sementes modificadas com as convencionais, sendo que as áreas de refúgio devem ser pulverizadas com inseticida específico quando o nível de dano econômico for atingido.

Texto: Luis Antonio Alves de Matos

Analista de agronegócio

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BLONDE D’AQUITAINEPor Luiz Felipe Araujo

ORIGEM:

A Raça Blonde D’Aquitaine é uma raça de corte moderna especializada na produção de carne que foi criada na França na déca-da de 60 e vem rapidamente se estendendo pelo mundo todo, graças as suas excepcio-

nais características de produção de carne, mesmo em condições adversas. É uma raça de grande porte, que apresenta várias características desejadas para o fim a que se destina. Foi formada no Sudoeste da França, na região dos Montes Pirineus, em terrenos pedregosos e de pastagens muito pobres, o que lhe confere, bons cas-cos e muita rusticidade, suportando tanto os períodos de frio intenso quanto altas temperaturas, o que é muito comum naquela região.

CARACTERÍsTICAs:

Entraram na formação do Blonde D’Aquitaine animais selecionados e adaptados à região há séculos e que, no passado, tinham como função a tração animal, o que garantiu ao Blonde a sua característica de animal musculoso e com pequena camada de gordura, produ-zindo assim uma carcaça de excepcional rendimento (a maior que se tem notícia), exatamente as características mais procuradas pela indústria de carne, especialmente para exportação.Pela própria origem de animal de tração o Blonde tem uma ossatura fina, porém muito forte e correta que alia-da a um couro fino e leve, um pequeno volume abdomi-nal em relação ao seu tamanho e o corpo muito com-prido, justifica o altíssimo rendimento de carcaça. Sua coloração clara e pelagem curta são adequadas às con-dições do Brasil, não permitindo a infestação por bernes, moscas e carrapatos.

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CRIAÇÃO NO BRAsIL: No Brasil o Blonde foi introduzido em 1972

na exposição de Esteio/RS com dois touros trazidos da

França e que ficaram no Sul do País sendo ultilizados em

cruzamentos. Anos mais tarde foram feitas as primeiras

importações de animais puros de ambos os sexos, o que

permitiu a formação do rebanho puro hoje existente no

Brasil. Existem rebanhos de animais puros em, pratica-

mente todos os estados brasileiros e vários empreendi-

mentos que utilizam o Blonde em cruzamento industrial

com excelentes resultados. O sucesso destes criatórios se

deve ao fato de que:

a) as principais características da raça, como formação,

tamanho, comprimento, capacidade de ganho de peso,

alta taxa de conversão alimentar e excepcional rendi-

mento de carcaça, são características de grande herda-

bilidade, sendo transmitida a seus descendentes mesmo

numa primeira geração de cruzamento. A raça Blonde

D’Aquitaine tem sido utilizada no mundo inteiro em cru-

zamentos industriais como uma melhoradora de outras

raças.

b) as qualidades da carne do Blonde D’Aquitaine são as

mais procuradas nos mercados dos países desenvolvi-

dos, e mesmo no Brasil, elevando o valor dos produtos

Blonde abatidos em alguns frigoríficos que pagam um

extra por novilhos de cruza Blonde.

c) das raças europeias de grande porte, o Blonde é a

raça que menos problema de parto apresenta, graças a

uma importante característica de conformação de seus

bezerros, os quais têm o corpo bastante longo e fino. O

detalhe interessante é que os bezerros só começam a

desenvolver a musculatura característica da raça de uma

a duas semanas após o nascimento. Esta característica é

de extrema importância para animais criados em regime

extensivo onde a observação dos nascimentos não pode

ser feita continuamente.

d) as vacas são boas produtoras de leite, porém sem ex-

cesso que possa desencadear problemas ao bezerro ou

ao seu próprio úbere e com tetas finas, o que permite ao

bezerro mamar imediatamente após o nascimento sem

necessidade de auxílio.

19Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 20: Revista Tche Campeiro Edição 09

São poucos os selecionadores da raça no Bra-

sil e o rebanho de elite ainda pequeno para as necessi-

dades brasileiras. Porém, criadores fundamentados em

experiências comprovadas, estão iniciando em quase

todas as regiões do país criatórios de plantéis puros e in-

tensificando o cruzamento industrial nelore/blonde.

A Associação Brasileira dos Criadores de Blon-

de, suas afiliadas como a Associação Sul Brasileira de

Criadores de Blonde e a ABACO – Associação dos Cria-

dores de Blonde D’Aquitaine do Centro-Oeste e diversos

núcleos que estão se forman-

do em vários estados, estão

firmemente empenhadas em au-

mentar a oferta de animais, pro-

movendo um maior número de

eventos, possibilitando que novos

criadores possam ter acesso a ani-

mais dessa raça – puros e mesti-

ços – contribuindo assim, para a

melhoria da qualidade e produti-

vidade do rebanho nacional. No-

ta-se também, a movimentação

de grande número de pecuaristas

tradicionais e novos, que estão

realizando seguidas importações

de animais puros, sêmen e em-

briões da França, Canadá, Holan-

da e Estados Unidos, países que

hoje possuem a maior população

mundial de gado Blonde.

As tradicionais centrais de produção de sêmen

e embriões do país voltam seus interesses para a raça

Blonde, bem como verifica-se grande incremento, nota-

damente, no Centro Oeste, no surgimento de laborató-

rios e centrais especializados na produção de embriões

e sêmen da raça Blonde, possibilitando desta forma

colocar a disposição do maior plantel de gado nelore a

melhor, mais rápida e produtiva opção para cruzamento

industrial.

20

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Page 22: Revista Tche Campeiro Edição 09

NPor Elizeu Collares

VALMOR FELIPEossa Voz do Rodeio desta edição é médico veterinário e pós graduado em bovinocultura de leite. Desde guri, junto com o avô Antônio Viganó (in memoriam) está envolvido com a

lida de campo. Trata-se de Valmor Felipe Junior que é natural de Campo Erê - Santa Catarina, mas atualmente mora em Marmeleiro – Paraná. Sua primeira participação em um rodeio se deu aos 14 anos de idade em Chopinzi-nho – PR, na modalidade guri. “Fui incentivado pelo meu irmão Cristiano José Felipe, já falecido”, recorda Valmor que narra há sete anos e, se depender de sua vontade, vai se estender por toda a vida. Concilia sua atividade na medicina veterinária com a de narrador. Atua, em média, em quinze rodeios por ano.

E tudo começou com uma brincadeira no CTG Laçando a Tradição de Marmeleiro. Nos finais de sema-na a gurizada se reunia, treinavam laço e gineteada com uma tropa de mulas do Seu José Teles, conhecido pelo apelido de Zé das Éguas, o então capataz do CTG . Certo dia, Fabio Tesser, um de seus amigos, levou o som com microfone e a gurizada começou a “narrar” os treinos de laço e as gineteadas. Valmor começou a gostar da brin-cadeira e foi se dedicando cada vez mais. Não faltava nos treinos. Os parceiros foram lhe incentivando e ajudando. O Sr Carlitos Huppes e o Sr. João Canof tiveram um papel importante para ele buscar seu espaço nos rodeios.

Sua primeira oportunidade foi no CTG Recanto dos Tropeiros de Salgado Filho - PR. Isso aconteceu lá em 2003. O narrador Ademir Morgam de Nova Prata do Iguaçu – PR, lhe oportunizou narrar a equipe de laço adulto do CTG Laçando a Tradição de Marmeleiro PR, 9ª Região. Desde então, começou a buscar conhecimentos no meio, observar e fazer amizades com os narradores, aos quais passou a pedir opiniões e assim, tentando melhorar cada vez mais seu trabalho como narrador. E, logo depois, estava em seu primeiro rodeio como nar-rador oficial no município de Renascença- PR, no CTG Renascendo a Tradição do patrão Bonetti, o primeiro a

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confiar no seu trabalho e a quem Valmor é grato até hoje. Depois disso, já narrou em rodeios nos Estados de Santa Catarina, Rio grande do Sul e Paraná. Participou de qua-tro seleções campeiras do Estado do Paraná. E a cada novo rodeio mais experiência acumulada. Em 2006, ao narrar em Pato Branco - PR, se aconselhou já com o re-nomado narrador Milton Redivo de Palotina - PR, que pertence a 10ª região do MTG. “Ele conversou comigo, me deu algumas dicas e, a partir delas, mudei algumas coisas que só vieram a melhorar meu trabalho”, confes-sa. Valmor acredita que o fato de ser laçador facilita a o trabalho de narrador.

Um dos segre-dos está no apoio que re-cebe de quem está muito próximo. É da primeira prenda do rancho, sua companheira de todas as horas. “Ela é esposa, ami-ga e a principal crítica. Me ajuda muito conversando comigo sobre meu de-sempenho no microfone. Gosto de receber criticas que venham a melhorar meu trabalho na festa campeira”, reconhece. Ou-tro importante incentivo à sua atividade de narrador é o convite para retornar para outros rodeios onde já trabalhou. Destaca também que é prazeiroso caminhar entre os acampamentos em um rodeio e os amigos de bombacha lhe chamarem pelo nome. Muitas as ve-zes pessoas que nem conhece, entre as quais, crianças: “Animador mesmo são as crianças. Também gosto de conversar com narradores mais experientes e ouvir suas opiniões sobre meu trabalho. Mas algo que me inspira e motiva é o surgimento de novas oportunidades para narrar”, destaca.

Na vida dos narradores sempre acontecem fa-tos que marcam definitivamente suas vidas. Para Valmor foi em 2009, quando por ocasião de uma homenagem

prestada à dois jovens que integravam o CTG Lançando a Tradição de Marmeleiro - PR. Fernando Zago e seu ir-mão Cristiano José Felipe morreram vítimas de acidente automobilístico. “ Foi num domingo a tarde. Colocaram os cavaleiros dentro da mangueira de laço, formando um circulo onde em seguida largaram uma rés sozinha ima-ginando que os homenageados estariam laçando. Falo isso e fico com os olhos cheios d’água. Quando foi a vez da homenagem ao meu irmão foi largada a rés e os ami-gos Sadi, Leonardo, Fernando, Tiago e Leandro levaram

o cavalo (o qual tem 23 anos hoje e ainda está comigo) que meu irmão laçava e o largaram encilhado no meio da mangueira... Foi muito emocionante”, conta com lá-grimas nos olhos.

O crescimento do movimento tradicionalista é publico e notório. Para o narrador deve-se ter cuidado com este falto. “Não devemos deixar o dinheiro ser o pri-meiro objeto dos rodeios ou de qualquer evento alusivo ao tradicionalismo” pondera. De acordo com Valmor, no Estado de Santa Catarina percebe-se o aumento consi-derável do número de equipes de laço nos rodeios, com inscrições bem mais em conta se comparadas com algu-mas regiões de Estados vizinhos.

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Page 24: Revista Tche Campeiro Edição 09

Ou seja, muito desse aumento de integrantes

e de participantes deve-se a questão econômica mes-

mo. Para o narrador, os outros Estados deveriam seguir

o exemplo catarinense. Ele entende que nos rodeios o

negócio existe e não deixa de ser legítimo, como a venda

da pilcha, arreios, cavalos e todas as coisas envolvidas na

festa campeira, porque isso gera empregos diretos e in-

diretos e ajuda as pessoas. “Mas nunca devemos esque-

cer a chama do tradicionalismo e o que o movimento

gaúcho representa. Lendo esta definição cada leitor irá

tirar sua própria opinião: se é possível negócio e tradi-

cionalismo andarem juntos”, pondera.

Agora já com alguma experiência na narração,

Valmor procura sempre colocar o microfone a disposi-

ção dos parceiros, porque acredita que aprende com eles.

“Desde aquele que esta começando até o mais experien-

te, eles sempre nos ensinam” destaca. Para os narradores

que estão começando Valmor dá alguns conselhos: “cada

um deve procurar ser regional, ter personalidade, ser

quem é mesmo e jamais esquecer a cultura gaúcha”, e

recomenda aos amigos o livro de Eron Vaz Mattos - Aqui

Memorial em Olhos D´Água.

Crente na divindade, Valmor deixa uma man-

sagem aos leitores. “Primeiro acreditar muito em DEUS

e agradecer por cada dia de vida”, aconselha ao mesmo

tempo que rende graças a Tchê Campeiro por ter aberto

este espaço para os narradores.

E para encerrar cita uma frase de Eron Vaz Mat-

tos, com a qual diz se identificar: “Aqui, a felicidade não

tem anéis nos dedos nem diplomas nas paredes, mas se

tem olhos na alma capazes de interpretar as parábolas

da natureza porque sabemos que o canto matinal dos

bem-te-vis é, na verdade, um diálogo com Deus”. Cita ain-

da frase do índio Atahualpa Yupanqui:“O homem come-

ça a valer quando aprende a entender e respeitar a terra

onde pisa”, e finaliza dizendo “o que me falta na garganta

me sobra no coração”.

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SALAMEPor Família Percisi

1* O feitio do salame começa pela carneada do porco como já mostramos na 1ª edição. Mas vamos deixar bem claro que para este abate, existe algumas diferenciações, porque o animal abatido será todo ele para o feitio de Salame.

2* Geralmente o animal escolhido é de grande porte, no caso de nossa matéria, a porca escolhida já estava sendo preparada para isso, o animal foi confinado no chiquei-rão com 6 meses de trato com puro milho seco e tam-bém trava-se com milho fermentado, este porco pesava 250 Kg.

3* Depois de todo o processo feito da carneação, começa os cortes ou como se fala por aqui, tira-se as pranchas, para melhor fazer o desossamento, (retirar a carne do osso), depois de todo este trabalho, a carne vai para o moedor.

4* Após a carne moída sem restrição de pedaços ele é postada em uma mesa grande para acrescentar o tempe-ro. O tempero muitas vezes varia de região para região, no nosso caso foram estes: depois de pesado a carne acrescenta 3% da quantidade calculada, em sal branco

fino., mistura-se vinho branco seco, suco de alho moído, 1 xícara de açúcar (para melhor soltar a carne da tripa), nós-noscada, pimenta em pó e canela em pó a gosto.

5* Depois de todo o tra-balho de temperar a car-ne, vem o momento de muita importância neste processo, que é a sova da carne, após sovar bem a carne tem que ter pelo menos duas horas de des-canso para melhor pegar o gosto do tempero. Feito isso pega-se esta carne coloca nos canhões (ma-quina pra encher as tripas com a carne).

6* Quando termina este procedimento pega-se as vol-tas de salame e pendura-se em varas de madeira, para começar a defumação, e diga-se de passagem que a de-fumação é feita com madeira especial (com galhos de pi-nheiros ou com galhos de guaviroveira) em fumaça cal-ma por três dias, e mais 15 dias no mínimo para secar o Salame. Apôs todos estes processo e só sentar e apreciar com um bom vinho este delicioso salame.

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Revista Tchê Campeiro es-

teve presente na Cabanha

Santa Tecla, em Abelardo Luz/

SC, no dia 16/07/2011 onde

aconteceu o X Leilão Charolês e Crioulo.

Na sua 10ª edição, o tradicio-

nal Leilão Charolês e Crioulo da Fazen-

da Santa Tecla trouxe novidades como

sempre, uma delas muito importante, a

avaliação através de marcadores mole-

culares, uma ferramenta importante na

hora da escolha do animal.

X LEILÃO CHAROLÊS E CRIOULO DA FAZENDA SANTA TECLA

A

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O evento teve inicio às 9:30 com a apresenta-

ção dos animais, às 12h a fazenda ofereceu um almoço

aos criadores presentes e logo após deu-se o início do

leilão.

Na pista desfilaram, liberalmente à venda, uma

oferta formada por 34 touros Charolês PO Rústicos, os já

famosos “touros Charolês Funcionais”, originários de li-

nhagens norte-americanas, e mais três novilhas Charolês

PO Rústicas, que consagraram o exitoso projeto Charo-

lês Futuro e Grandeza, desenvolvido pela ABC Charolês

em todo o Brasil. Para completar a oferta, foram leiloados

também sete Potros Crioulos, todos xucros, com excelen-

tes condições de pagamento.

Tendo esse ano como cenário a propriedade

do criador, selecionador e ex presidente da Associação

Brasileira de Criadores de Charolês (ABCCharolês), Dr.

Jamil Deud Júnior, a Fazenda Santa Tecla representa mais

de quatro décadas de tradição e melhoramento genéti-

co na raça Charolês em Abelardo Luz.

Seu leilão anual de reprodutores é sinônimo

de tradição com alta qualidade, alcançando natural des-

taque nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande

do Sul. Segundo o realizador Jamil Deud Junior, o leilão

que estava sob o comando da leiloeira Pampa Remates

superou as expectativas, contando com um total de 23

compradores, os quais adquiriram praticamente todos

os animais.

O faturamento total do leilão foi de R$

261.300,00. De acordo com os organizadores, esta média

de venda dos touros é a maior dentro da raça Charolês.

“Mais uma vez a Santa Tecla sendo pioneira. Desta

vez com os Marcadores Moleculares - quem investe,

quem tem ousadia e quem usa tecnologia colhe os fru-

tos logo ali adiante”.

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1ª GRANDE MATEADA EM MARIÓPOLIS A equipe da Revista Tchê Campeiro esteve em Mariópolis/PR para acompanhar a 1º Grande Mateada. O evento faz parte da comemoração do aniversário de 51 anos do município. Entre as festividades, estiveram pre-sentes os grupos Canto Catarina e embalo Galponeiro, com participação especial de Leo Carreiro, Pedro Gaitei-ro e a dupla Sollano e Roberto.

Durante o evento, também se apresentaram diversos talentos, tanto da cidade, como da região, com seus devidos instrumentos musicais. Ao final, o resulta-

do foi totalmente positivo, superando a expectativa dos organizadores Gilson Gubert (Gaucho) Solange Bellan e Adair (Bicho do Mato), e como de costume, a Revista Tchê Campeiro se fez presente e pode acompanhar de perto mais uma vez esses talentos regionais.

Vale também destacar que a erva da 1º Grande Mateada foi doada pela Indústria de erva Mate L. Durli com erva mate Boqueirão, e que a população só precisou levar a cuia e a garrafa térmica.

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Aniversario dos Gauchinhos Icaro e Italo No dia 07 de Julho de 2011 os gauchinhos Icaro e Italo completaram 04 aninhos. A comemoração foi no dia 10 de Julho de 2011. Os gaúchos e gauchinhos foram recepcionados na sede campestre do clube União de Palmas, onde todos se divertiram a valer em um ambiente de fazendinha, com muitos brinquedos, do-cinhos sem falar no churrasco gaúcho. E também um ponei para a criançada sen-tirem-se na fazenda.

Os aniversariantes Icaro e Italo juntamente com seus pais Léo e Cris agradecem através da Revista Tchê Cam-peiro a todos os convidados.

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O CTG Querência Farroupilha promoveu nos dias 23 e 24, sua primeira Festa Campeira, (mini rodeio). O Evento contou com a presença de outros municípios de Santa Cata-rina e Paraná. A festa campeira fez parte da programação do aniversário dos 53 anos de emancipação do município de Abelardo Luz.

O evento teve início no sábado dia 23, com atra-ção diferenciada, que foi o “laço em vaca mecânica”, com a participação dos CTGs que fazem parte da comarca de Abe-lardo luz: CTG Querência Farroupilha, CTG Cancela da Amiza-de, CTG Lenço Branco, CTG Poncho Verde e CTG Herança de Guapo. Classificação: - 1º e 2º lugar: Eduardo de Campo e Kauê Ghelen/CTG Que-rência Farroupilha. Também receberam premiação os me-lhores classificados de cada CTG participante da copa co-marca.

Classificação laço com o gado:- Laço Quarteto:. 1º lugar- CTG Sementes do Rio Grande/Clevelândia-PR. 2º lugar- CTG Querência Farroupilha/Abelardo Luz-SC

- Laço Dupla 53 anos Emancipação Político Administrativo de Abelardo Luz:. 1º lugar- CTG Sementes do Rio Grande/Clevelândia-PR. Tai-rone Bodaneze e Luciano Silva;. 2º lugar- CTG Querência Farroupilha/Abelardo Luz-SC. Gui-lherme Cavassini e Eduardo Papini. Nesta programação o CTG Querência Farroupilha ficou responsável somente pela parte campeira. Já o almo-ço, copa e lanches ficou a cargo da APAE de Abelardo Luz.

O CTG Querência Farroupilha, agradece a todos os CTGs e pessoas que prestigiaram o evento. Aos patroci-nadores e administração municipal que colaboraram para que esta festa se tornasse uma realidade.Parabéns Abelardo Luz pelos seus 53 anos de emancipação!Parabéns a todas as pessoas, entidades e a administração municipal que acreditaram mais uma vez em nossa entida-de que é o CTG Querência Farroupilha.

Agradecimentos a Rádio Liberdade e Jornal O Falcão de Abelardo Luz.

Franciele Zilli

CTG Querência Farroupilha presente nas festividades de 53 anos de Abelardo Luz

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Rações e acessorios para Pet shop

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CONVENÇÃO DE INVERNO DA sICREDI sÃO CRIsTÓVÃO

No dia 23 de julho no CTG

Tarca Nativista em Pato Branco, foi

realizado a Convenção de Inverno

da Sicredi São Cristóvão com o tema

“Tradições e Culturas Gaúchas”, parti-

ciparam do evento mais de 150 pes-

soas.

Os Colaboradores da Uni-

dade Palmas foram patrocinados

com trajes gaúchos pela Revista

Tchê Campeiro. Durante o evento, os

Colaboradores de Palmas apresenta-

ram uma dança típica gaúcha onde

conquistaram o 2º lugar. A Sicredi

São Cristóvão e a Revista Tchê Cam-

peiro parabenizam a equipe pela

conquista, parabéns.

38Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

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Assessoria

Há poucos quilômetros de Pato Branco, existe um lugar calmo, com uma população acolhedora, e que espera os visitantes do Sudoeste para conhecer suas belezas naturais. Bom Sucesso do Sul, cidade com pouco mais de 3.000 habitantes, é um município organizado e que está de braços abertos para o turismo, principalmente o turismo rural e o religioso. Lá, através de um projeto de incentivo ao turismo, desenvolvido pela administração do prefeito Elson Munaretto, os visitantes serão bem recebidos e, com toda certeza, gostarão de voltar uma segunda vez.

Um dos grandes atrativos turísticos do município é o monumento Cristo de Luz, localizado próximo ao centro da cidade, e que recebe visitantes diários para orar ou então pagar promessas e contemplar a obra

da natureza existente no local. A imagem do filho do criador foi construída no topo de uma colina e lá de cima é possível ter uma visão privilegiada do vale e também da cidade de Bom Sucesso do Sul. Também na cidade, os visitantes podem conhecer e passar momentos agradáveis no Parque dos Anjos ou na galeria dos Pioneiros, cuja história dos colonizadores e do município estão fixadas no Portal da Cidade.

Turismo Rural e Religioso

No interior do município, os visitantes podem sentir o cheiro do mato e a brisa leve, ter aquela sensação saudosista da casa da vovó, ou também passar horas agradáveis com os amigos em momentos de oração. A Gruta Nossa Senhora de Lourdes, por exemplo, é um ótimo lugar para recepcionar os amigos, seja para meditar ou fazer aquele churrasco de domingo.

Portal e Galeria dos Pioneiros Shows Gruta Nossa Senhora de Lourdes

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O prefeito Elson Munaretto lembra que a gruta, por sua essência, foi descoberta pelos colonizadores da região e já, há muitos anos atrás, servia de abrigo para cavaleiros vindos de outras regiões do Estado, de Santa Catarina, e Rio Grande do Sul. “Se já naquele tempo, quando a gruta tinha uma estrutura pequena, servia de abrigo para viajantes, imagina agora que nós fizemos reformas, construímos churrasqueiras, um centro de eventos amplo, e investimos no embelezamento do local e na revitalização da gruta encravada na rocha onde encontra-se a imagem de Nossa Senhora de Lourdes“, considerou.

Gastronomia

Se o turismo rural e religioso está presente nas atividades do município durante todo o ano, é na comemoração do aniversário, no primeiro final de semana de dezembro, que o município recebe a maior quantidade de turista. Aproximadamente 5.000 pessoas, todos os anos, participam da Festa do Leitão Desossado na Grelha, prato típico de Bom Sucesso do Sul que já conquistou milhares de paladares.

Outra grande novidade na área de gastronomia é a inauguração do Restaurante Parque dos Anjos, que começou a funcionar, agora, no mês de agosto. O restaurante, lembra o prefeito, é mais uma opção de turismo no município. “Além de servir almoços e jantares diariamente, e ter uma privilegiada vista para o lago do Parque dos Anjos, o restaurante também será ponto de venda de produtos produzidos pela agroindústria do nosso município, como salames, queijos, vinhos, cucas, bolachas, geléias e cachaças”, finalizou o prefeito.

Eventos

Além dos eventos gastronômicos desenvolvidos em Bom Sucesso do Sul, o município coloca a disposição dos turistas, outras atrações turísticas. Eventos como a Exposul – Exposição da Indústria do Comércio e da Agropecuária, o Festibom – Festival Regional da Interpretação da Canção Popular e Sertaneja, o Natal de Luz e Shows.

Para melhorar ainda mais a recepção dos visitantes o município está implantando o Parque Municipal de Exposições e um Centro de Eventos com 6.000 Mt2 de área coberta.

Natal de Luz.

Festa do Leitão Desossado na Grelha EXPOSUL

Parque dos Anjos e Centro de Eventos. Cristo da Luz FESTIBOM

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2º Copa de Laço e 2º Leilão Amigos do Crioulo Aconteceu durante os dias 05,06 e 07 de agosto

de 2011 a 2º Copa de Laço e 2º Leilão Amigos do Crioulo

no C.T.G. Campos de Palmas em Palmas-PR, evento que

foi organizado por André Tonial, João Francisco Reis,

João Maria Reis Neto, Luiz Henrique Ribas, Sady Loureiro

Neto e Vinícius Roncaglio, para promover a raça crioula

na região, e a equipe da revista Tchê Campeiro! esteve

presente neste grande evento para contar um pouco do

que aconteceu durante esses 3 dias de festa.

No dia 05 houve uma concentração de cavalos

crioulos onde foram marcados 7 cavalos e após isso

algumas modalidades de laço comprido.

No dia 06 logo pela manhã deu-se início a copa de laço,

onde cada participante jogava 10 armadas e essas eram

divididas em três forças, A,B,C.

Força A 08 á 10 – 1º Edivaldo dos Santos (R$2.000,00) /

2º Vilmar Cunha (R$500,00)

Força B 04 á 07 – 1º e 2º Luciano, Paulo, Felipe, Alceu

(R$700,00).

Força C 01 á 03 – 1º Anísio Vosnei Jr. (R$200,00) / 2º

Guilherme Cavacini (R$100,00)

Dodge da Renascença - Selo da Raça. Lote comercializado por R$ 16.0000 - Divisa do Rosal

Leilão: João Maria, Rafael, João Francisco, Sady Neto, André, Luiz e Vinícius Jurandir Araujo com seu animal Entreveiro Palmense, recebendoo Prêmio do Laço da marca

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O evento concentrou mais de 130 cavalos da raça

crioula, um número bastante expressivo. Contou também

com um numero grande de público e de participantes.

Houve também o criolaço da ABCCC classificatório para

Eteio-RS onde foram escritos 44 duplas e o primeiro

lugar ficou com jurandir araujo e marcos ferrari.

Na noite desse mesmo dia aconteceu o 2º Leilão

Amigos do Crioulo, onde foram ofertados 14 animais,

mais coberturas, uma grande oportunidade para adquirir

um cavalo crioulo, pois os animas comercializados no

leilão deste ano concorrem em 2012 uma moto 0 km no

laço da marca, este ano o grande felizardo foi Jurandir

Araújo que em 2010 adquiriu no 1º Leilão Amigos do

Crioulo o animal Entreveiro Palmense, do criatório de

João Francisco Reis. Após a solenidade de entrega de

prêmios e o leiolão deu-se início a um grande show

sertanejo com a dupla João Marcio e Fabiano.

No domingo, dia 07 continuaram-se as disputas

do laço e por volta das 21:00 o encerramento deste

grande evento que ficará marcado na história de Palmas,

região e na raça crioula.

Os organizadores do evento André, João,

João Maria, Luiz, Sady Neto e Vinícius, agradecem

primeiramente a Deus por tudo ter ocorrido dentro do

planejado, pela festa ter sido um sucesso, ao público,

aos patrocinadores e apoiadores, aos participantes, a

equipe Tchê Campeiro!, aos narradores, Andrimar, Wilian

e Quinho por terem prestigiado este evento.

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O CTG Recordando os Pagos de Francisco Beltrão, sediou nos dias 16 e 17 de Julho de 2011 o 2º Rodeio Artístico Nacional e a 6ª Etapa do Circuíto de Classificação ao FEPART/2011. As provas foram realiza-das dependências do Parque de Exposição Jaime Ca-net Junior. O evento tradicionalista que reuniu CTGs de todo o Paraná e Santa Catarina, teve a participação de 57 grupos e 288 participantes nas categorias individuais, número que superou as expectativas, segundo a comis-são organizadora. A programação começou no sábado

II RODEIO ARTÍSTICO NACIONAL 6ª ETAPA DO CIRCUITO DE CLASSIFICAÇ AO FEPART/2011

FRANCISCO BELTRÃO – PRpela manhã, com a recepção dos CTGs participantes; às 13h tiveram início as apresentações artísticas que se es-tenderam até a noite. No domingo, os trabalhos foram reiniciados bem cedo e prosseguiram até as 19 h, quan-do aconteceu o encerramento e a entrega da premiação. O 2º Rodeio Artístico Nacional do CTG Recordando os Pagos e 6ª Etapa Classificatória para FEPART/2011, foram realizados baseados no regulamento geral do MTG do Paraná, FEPART e normas gerais do Festival.

CAUsO GAUCHEsCO DE GALPÃO1º Lugar - CTG RECORDANDO OS PAGOS GILMAR DELLA BETA2º lugar - CTG TARCA NATIVISTA ADRIANO SABAKEVISKI3º Lugar - CTG RINCÃO VERDE JOSÉ ERNESTO TAVARES

DECLAMAÇÃO PEÃO MIRIM1º Lugar - CTG TARCA NATIVISTA GABRIEL LUIZ CAVASAN BORGES2º Lugar - CTG FOGO DE CHAO RAFAEL MILDEMBERGER CASANOVA3º Lugar - CTG TARCA NATIVISTA CHRISTIAN MARTIGNONI ANZOLIN

DECLAMAÇÃO PRENDA MIRIM1º Lugar - CTG FOGO DE CHAO GABRIELA OLIVEIRA SILVA2º Lugar - CTG FOGO DE CHAO ANA RITA TOSSULINI RITA3º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO LETICIA MEIER DA ROCHA

DECLAMAÇÃO PEÃO JUVENIL1º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO VINICIUS SALVADOR MACHADO2º Lugar - CTG TARCA NATIVISTA BRUNO HENRIQUE DE OLIVEIRA3º Lugar - CTG RECORDANDO OS PAGOS CICERO BARBIERI JUNIOR

DECLAMAÇÃO PRENDA JUVENIL1º Lugar - CTG FOGO DE CHAO RAFAELA APARECIDA GROSSKO2º Lugar - CTG FOGO DE CHAO BARBARA GARCIA PACHECO3º Lugar - CTG TARCA NATIVISTA HELOISA MARCHESI

DECLAMAÇÃO PEÃO VETERANO 1º Lugar - CTG RECORDANDO OS PAGOS GILMAR DELLA BETA2º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO ANTONIO D’ AVILA (TONINHO AVILA)3º Lugar - CTG TARCA NATIVISTA CLAIR JOSÉ MARAFON

DECLAMAÇÃO PRENDA VETERANA 1º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO ANTONIA JOANA PIVETTA TABORDA2º Lugar - CTG FOGO DE CHAO KIARA MILDEMBERGER LIMBERGER

DECLAMAÇÃO PEÃO ADULTO1º Lugar - CTG TARCA NATIVISTA LUIZ OTÁVIO TRINDADE DE FREITAS2º Lugar - PORTEIRA ABERTA LUCAS ÁVILA DE OLIVEIRA3º Lugar - CTG FOGO DE CHAO EDIMAR DE FREITAS

Classificação:

48Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 49: Revista Tche Campeiro Edição 09

DECLAMAÇÃO PRENDA ADULTA1º Lugar - CTG FOGO DE CHAO DANIELI CRISTINE DE OLIVEIRA2º Lugar - CTG LAÇOS DA AMIZADE TATIANE DE RAMOS3º Lugar - CTG ESTANCIA COLORADA KELLY VANESSA MEOTTI

GAITA PIANO MIRIM1º Lugar - CTG AMIZADE SEM FRONTEIRA JONHATAN NEZZI2º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO VITOR ARRUDA DA SILVA3º Lugar - CTG LAÇANDO A TRADIÇÃO IGOR GUSTAVO TOGNON

GAITA PIANO JUVENIL1º Lugar - CTG AMIZADE SEM FRONTEIRA JOSE WILSON SOARES DO NASCIMENTO2º Lugar - CTG AMIZADE SEM FRONTEIRA LEONARDO SOARES DO NASCIMENTO3º Lugar - CTG AMIZADE SEM FRONTEIRA CAROLINE TODERO DA SILVA

GAITA PIANO ADULTO1º Lugar - CTG CHAMA CRIOULA GABRIEL RONSONI WOINARSK TEIXEIRA

GAITA PIANO VETERANO 1º Lugar - CTG RODEIO DA TRADIÇÃO CARLI TORRES2º Lugar - CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO IRNO JOÃO CASTOLDI 3º Lugar - CTG TARCA NATIVISTA RADIMIR ODLEN COMIN

GAITA DE BOTÃO MIRIM ATÉ 8 BAIXOs1º Lugar - CTG SENTINELA DOS PAMPAS LUCAS SCHOELER2º Lugar - CTG RODEIO DA TRADIÇÃO ANA CAROLINE MARTINAZZO

GAITA DE BOTÃO JUVENIL ATÉ 8 BAIXOs1º Lugar - CTG SENTINELA DOS PAMPAS MARYANNE FRANCESCON2º Lugar - CTG PORTEIRA NOVA GABRIELA GLESSE3º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO NICOLAS GUILHERME AVILA DE SOUZA

GAITA DE BOTÃO ADULTO ATÉ 8 BAIXOs1º Lugar - CTG SINUELO DA FRONTEIRA LUIZ FELIPE GASPARETTO2º Lugar - CTG PORTEIRA NOVA GUSTAVO HENRIQUE BIFF

GAITA DE BOTÃO MIRIM + DE 8 BAIXOs1º Lugar - CTG RODEIO DA TRADIÇÃO VICTOR JADOSKI RODRIGUES2º Lugar - CTG SENTINELA DOS PAMPAS LUCAS SCHOELER3º Lugar - CTG RECORDANDO OS PAGOS JOÃO PEDRO DE OLIVEIRA CLUZENI

GAITA DE BOTÃO JUVENIL + DE 8 BAIXOs1º Lugar - CTG SENTINELA DOS PAMPAS MARYANNE FRANCESCON2º Lugar - CTG PORTEIRA NOVA GABRIELA GLESSE3º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO NICOLAS GUILHERME AVILA DE SOUZA

GAITA DE BOTÃO ADULTO + DE 8 BAIXOs1º Lugar - CTG SINUELO DA FRONTEIRA LUIZ FELIPE GASPARETTO2º Lugar - CTG PORTEIRA NOVA GUSTAVO HENRIQUE BIFF

GAITA DE BOTÃO VETERANO + DE 8 BAIXOs1º Lugar - CTG RECORDANDO OS PAGOS EDENIR HONOFRE KLOCHINSKI2º Lugar - CTG SENTINELA DA FRONTEIRA ALFREDO ZANARDI

VIOLÃO INFANTO-JUVENIL1º Lugar - CTG TARCA NATIVISTA JOSE LUIZ C. ZANELLA2º Lugar - CTG CHAMA CRIOULA FELIPE BONATO3º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO GIOVANI TEDESCHI

VIOLÃO ADULTO 1º Lugar - CTG RINCÃO VERDE ALEXANDRE GRECO PORTÍLIO2º Lugar - CTG SINUELO DA FRONTEIRA LUIZ FELIPE GASPARETTO3º Lugar - CTG RINCÃO VERDE JOÃO MILTON WALTER TAVARES

49Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 50: Revista Tche Campeiro Edição 09

TROVA MI MAIOR DE GAVETÃO1º Lugar - CTG SENTINELA DA FRONTEIRA JOSE OLIVIO HEMANN2º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO ANTONIO D’ AVILA (TONINHO AVILA)

TROVA MARTELO 1º Lugar - CTG SENTINELA DA FRONTEIRA JOSE OLIVIO HEMANN2º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO ANTONIO D’ AVILA (TONINHO AVILA)

INTERPRETE sOLIsTA VOCAL PRENDA MIRIM1º Lugar - CTG FOGO DE CHAO ANA RITA TOSSULINI RITA2º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO GIOVANA DA COSTA DE PROENÇA3º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO EDUARDA BREDA BILHAN

INTERPRETE sOLIsTA VOCAL PEÃO MIRIM1º Lugar - CTG TARCA NATIVISTA GABRIEL LUIZ CAVASAN BORGES2º Lugar - CTG AMIZADE SEM FRONTEIRA PEDRO LIBARDONI MICHANOSKI3º Lugar - CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO LUCAS GABRIEL DA SILVA KOERICH

INTERPRETE sOLIsTA VOCAL PRENDA JUVENIL1º Lugar - CTG RECORDANDO OS PAGOS GABRIELA FRIZZO COSTA2º Lugar - CTG AMIZADE SEM FRONTEIRA HELOISA LIBARDONI MICHANOSKI3º Lugar - CTG TARCA NATIVISTA ARIELA AMORIN IGNACIO DE LIMA

INTERPRETE sOLIsTA VOCAL PEÃO JUVENIL1º Lugar - CTG RODEIO DA TRADIÇÃO PATRICK CLAZER SALAPATA2º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO NICOLAS GUILHERME AVILA DE SOUZA3º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO GIOVANI TEDESCHI

INTERPRETE sOLIsTA VOCAL PRENDA ADULTA1º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO GISELA LIMA DA COSTA2º Lugar - CTG UNIÃO VILA VELHA FRANCINE DE CÁSSIA BATISTA3º Lugar - CTG FOGO DE CHAO KRISLEY MOTTA SANTOS

INTERPRETE sOLIsTA VOCAL PEÃO ADULTO1º Lugar - CTG ESTANCIA COLORADA RAFAEL MACHADO SANTOS2º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO LEONARDO LOURENÇO3º Lugar - CTG RODEIO DA TRADIÇÃO BERNARDO DE LIMA

INTERPRETE sOLIsTA VOCAL PRENDA VETERANA 1° Lugar - CTG CHARRUA SOFIA GOULART DE MEDEIROS DAMIAN2º Lugar - CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO WAGNEIA MARIA DA SILVA

INTERPRETE sOLIsTA VOCAL PEÃO VETERANO1º Lugar - CTG LAÇOS DA AMIZADE PAULO CESAR JARUTAIS2º Lugar - CTG RODEIO DA TRADIÇÃO ROGÉRIO MATEUS ORO3º Lugar - CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO IRNO JOÃO CASTOLDI

CHULA - MIRIM1º Lugar - CTG FOGO DE CHAO LEONARDO KRUGER DA SILVA PEREIRA2º Lugar- CTG FOGO DE CHAO ANDRÉ GUSTAVO P. PARTEKA

CHULA – JUVENIL1º Lugar - CTG FOGO DE CHAO LUCAS ALMEIDA LIMBERGER2º Lugar - CTG RODEIO DA TRADIÇÃO PATRYCK NUNES AMARO

CHULA – ADULTO1º Lugar - CTG FOGO DE CHAO CAIO VINICIUS SOUZA MAYER2º Lugar - CTG RODEIO DA TRADIÇÃO ANDRÉ RIBEIRO3º Lugar - CTG PORTEIRA DOS MUNICIPIOS EDERSON JOSE DA SILVA

CHULA – VETERANO1º Lugar - CTG VINTE DE SETEMBRO MARCELO CONCHE ANSELMO

50 Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 51: Revista Tche Campeiro Edição 09

51Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

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Morfologia do Cavalo Crioulo Nesta edição vamos falar sobre o tipo de cava-lo que buscamos ou seja o que chamamos de morfolo-gia, a busca da morfologia ideal não é simplesmente a beleza estética deste animal, mas sim o equilíbrio entre a beleza e a conformação que este animal tenha para que o mesmo efetue as manobras com mais facilidade, abaixo falarei parte a parte do que queremos no nosso cavalo crioulo.

TIPICIDADE

O primeiro quesito de avaliação do nosso animal é a tipi-cidade, ou seja, um animal que represente com bastante fidelidade a raça com que selecionamos, um cavalo que passa por nossa frente ou a 100m e temos a capacidade de definir que é um cavalo crioulo, fatores a serem leva-dos em consideração para fazermos uma boa avaliação de tipicidade da raça. Cabeça Adornos (Franja e cola) Estrutura óssea Boletos Quartelas

RETANGULARIDADE

Este é outro fator bastante importante de ava-liação e seleção do cavalo crioulo, retangularidade signi-fica o animal que tenha mais comprimento em relação a sua alçada, ou seja um cavalo que seja realmente um re-tângulo, mas também devemos levar em consideração e termos muito cuidado para não primarmos pelos exces-sos, ou seja aqueles animais extremamente compridos, os quais certamente terão problemas graves de linha superior.

EQUILIBRIO

Um cavalo crioulo é como uma pessoa, se tiver

equilíbrio e harmonia será um individuo bonito, no cava-

lo crioulo levamos em conta para avaliarmos equilíbrio,

aquele animal que dividido em três partes tenha equilí-

brio em seu conjunto, ou seja sua frente, seu meio e seu

posterior.

A frente seria avaliada da cernelha para a fren-

te ate a cabeça, o meio seria da cernelha até a virilha e o

posterior seria da virilha ate a cola, não necessariamen-

te este animal deve ter a mesma medida ou seja 1m de

frente, 1 m de lombo e 1 m de posterior, mas sim uma

avaliação visual de equilíbrio, onde este conjunto não

doa em nossos olhos.

PROFUNDIDADE DE COsTELA

Esta avaliação foi um problema cultural muito

grave no passado, ou seja aquela confusão ou engano

que se tinham, quando se dizia que o cavalo crioulo de-

veria ser perto do chão, realmente buscamos um cavalo

perto do chão, mas o cavalo perto do chão não neces-

sariamente deve ser um petiço e sim aquele cavalo que

tenha mais de 50% de corpo do que de luz, este avalia-

ção se faz da seguinte forma, o cavalo deve ter da cerne-

lha ao externo mais de 50% do que do externo ao chão,

esse sim seria o que chamamos de cavalo perto do chão,

como exemplo citarei 3 cavalos com morfologia alta e

que não são petiços, mas sim cavalos perto do chão.

Por Jorge do Nascimento

52

Page 53: Revista Tche Campeiro Edição 09

Butiá Olodum alçada 1,46 morfologia 8

Largo da 3J alçada 1,47 morfologia 7,8

Viragro Rio tinto alçada 1,465 morfologia 8,8

Então com estes animais exemplificam bem o

que realmente é um cavalo perto do chão.

APRUMOs

Sempre dizemos que os aprumos e a estrutura

de um animal deve ser importante tanto quanto a fun-

dação seria para um prédio, pois não nos adianta termos

um cavalo com um estrutura corporal impressionante

e com bastante volume e musculatura se este não seja

bem aprumado, a avaliação de animal com bons apru-

mos, seria aquele animal que visto de frente ou de trás

seria com uma mesa, de frente enchergariamos só as

mãos e as patas ficariam escondidas atrás da linha das

mãos, e de trás enchergariamos as patas e as mãos fica-

riam escondidas atrás das patas, assim como lateralmen-

te teriam bons alinhamentos.

Na próxima edição falarei mais sobre as partes

mais direcionadas das avaliações (cabeça, pescoço, linha

superior...)

Medidas para confirmação de um cavalo crioulo

ALÇADA TÓRAX* CANELA*

Min Max Min Min

MACHOS 1,40 1,50 1,68 0,18

FEMEAS 1,38 1,50 1,70 0,175

CASTRADO 1,38 1,50 1,68 0,18

Não existe Maximo estabelecido

Noticias

Assembléia libera inseminação artificial e transferência de embriões.

Foi um sucesso a classificatória ao Freio de Ouro em Pato Branco, e também a 2ª Copa de Laço e leilão Amigos do Crioulo de Palmas. Em poucos dias estaremos na maior prova de seleção de cavalos, o Freio de Ouro.

Curiosidades

Por que a prova em 21 dias?

Estas provas foram criadas pelos tropeiros, os quais tinham suas tropas com tempo estimado de entrega e retorno em torno de 21 dias, onde pegavam ani-mais para aumentar seus rendimentos, do-mando na tropa, então no dia da chegada da tropa este animal já deveria estar redomão e ser apresentado ao proprietário para receber a meia doma.

53Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 54: Revista Tche Campeiro Edição 09

Cola GaitaPara 5 pessoasBueno, vamos aos ingredientes:

- 2 kg de espinhaço de ovelha cortado em pedaços;- 1 kg de costela cortada em pedaços;;- 2 kg de Mandioca (aipim) - 6 dentes de alho amassado para temperar as carnes- Sal a gosto

Preparo

- Tempere a carne algumas horas antes do preparo.- Em uma panela grande, cozinhe a mandioca. Quando a água ferver, despeje a água, e complete a panela no-vamente com água fria, dando um choque térmico na mandioca para que ele se abra. Retorne ao fogo e cozi-nhe com um pouco de sal até ficar macio.- Em uma panela grande (de preferência de ferro), frite as carnes até dourar. Na medida em que o suco das carnes for secando, vá acrescentando um pouco de água para que elas cozinhem por dentro e amoleçam.- Quando a costela e o espinhaço estiverem macios, es-corra a mandioca e misture às carnes!Prontito !- Sirva com arroz branco e salada de tomate e verduras.

54Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 55: Revista Tche Campeiro Edição 09

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w.v

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ra.c

om

.br

Page 56: Revista Tche Campeiro Edição 09

om Jesus, serra do Rio Grande do Sul, viu nas-cer no final dos anos 60 um conjunto musical que iria conquistar não só o Estado e o País, mas outras regiões do planeta com a música regional gaúcha. Trata-se do Conjunto Os Ser-

ranos que teve origem com os acordeonistas Edson Be-cker Dutra e Frutuoso Luis de Araújo. Gravaram o primei-ro disco, um compacto duplo, em 1969. Eles chegaram até a gravadora Copacabana através do grande acordio-nista Honeyde Bertussi, que escreveu uma carta de reco-mendação, atestando à gravadora a qualidade dos filhos de Bom Jesus. No primeiro disco tiveram destaques o chote Minha Querência, em homenagem a terra natal, e a valsa Suspiro de uma Saudade. Com este trabalho iniciava a carreira que já dura 42 anos com a produção de 27 discos inéditos, dois DVDs e dezenas de prêmios e reconhecimentos públicos. Em 2009, o Grupo concorreu ao Grammy Latino 2009 na categoria de Álbum de Mú-sica Regional ou de Raízes Brasileiras com o DVD Os Ser-ranos - 40 anos Sempre Gaúchos! Conquistou três discos de ouro, com os trabalhos: Isto é Os Serranos, Bandeira dos Fortes e Os Serranos Interpretam Sucessos Gaúchos. Para contar um pouco dessa rica e vitoriosa carreira, a Tchê Campeiro buscou informações com o ad-vogado, acordeonista, compositor, cantor e líder do gru-po, Edson Backer Dutra. E começa com um detalhe in-

teressante – a transição de dupla para Os Serranos: “Isso se deu com a entrada e a visão de meu irmão Everton, o qual já participava, como guitarrista, de um Conjunto Musical de Jovem Guarda em Caxias, chamado primeira-mente The Gooses e depois Os Deltas”, relata Edson.

Mas, se tem um tema que é defendido por to-dos do conjunto, como uma espécie de identidade, é o respeito a origem. Está, e permanece, diretamente rela-cionada com a lida campeira. “Nossa origem é campeira mesmo, haja vista o fato de que nossos dois avós eram fazendeiros. Daí, nas férias, sempre estávamos com eles nas fazendas. Aprendemos a lida campeira, tal qual ela é” destaca. Sobre o despertar para a música, o relato é muito interessante. O pai dos irmãos Dutra não era um exímio instrumentista. “Meu pai, ensaiou alguns acordes de bandoneon, instrumento que se toca muito na Argen-tina e Uruguai. Ele aprendeu um pouco, quando serviu o Exército, na fronteira do Rio Grande”, conta. Em relação a carreira dos filhos, no início não via a possibilidade com entusiasmo. “Meu pai não queria que fôssemos estu-

B

UM CONJUNTO QUE sE ORGULHA DE sER E PERMANECER GAúCHO!

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Page 57: Revista Tche Campeiro Edição 09

dar música. Minha mãe, me matriculou às escondidas na escola de música e depois dele me ouvir tocar, se en-tusiasmou e, no mesmo dia, me presenteou com uma gaita nova. Desde então, se converteu no meu maior fã e admirador. A partir dis-so, insistiu e apoiou todos os meus irmãos para que

aprendessem música. Ele adora esta arte”, revela. Sobre o exemplo musical teria muita influência no futuro profis-sional, destaca Os Irmãos Bertussi e Dupla Mirim.

Paralelo à música, Edson buscou formação no direito. Atuou como advogado entre 1976 e 1986, nas áreas civil e criminal, fazendo, inclusive, alguns júris no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “Em determinado momento de minha carreira, perdi meu colega Dr. Luis Geraldo Moraes de Oliveira, por um infarto. Diante des-te infortúnio, tive de assumir mais de 200 processos que estavam sob a responsabilidade dele. Até tentei levar adiante, somando os dele com os meus (117). Mas, ficou impossível, ainda mais que, naquela época, já atuávamos em grande escala com OS SERRANOS”, explica. Nestes mais de quarenta anos de estrada, por circunstâncias diversas, Os Serranos tiveram que mudar seus componentes. Nestes processos de escolha de no-vos integrantes o desafio é manter o nível do quadro de artistas, missão que parece ter sido vencida a cada perío-do de renovação. “ Não foi e não é fácil manter a qualida-de musical que sempre tivemos nos SERRANOS. Todavia, por nossa experiência e visão, temos conseguido isso”, poderá Edson que explica os critérios que são levados em conta: “A substituição tem de obedecer a critérios

pessoais e profissionais. Evidentemente que o dado ar-tístico também é fundamental. A experiência conta mui-to. A única exceção que tivemos em nossos quadros, foi quando incluímos o Walter Jeger Junior – Kico – pela pri-meira vez no Conjunto. Na época, ele tinha tão somen-te 19 anos. Pouquíssima experiência, mas já tinha bom talento e um potencial que se sobressaia da média. Daí, acreditamos nisso e deu certo”.

Aí, questionamos como foi a aquisição do grande acordeonista Daneil Hack. É que tínhamos a in-formação que se deu de forma inusitada, que tinha sido a partir de uma visita que o Edson fez a uma agência bancária, onde o músico trabalhava. Sem rodeios ele nos contou como foi: “...foi assim mesmo. Fomos tocar em Montenegro e alguém me levou até a agência do Banco do Brasil e depois da visita, me apresentaram o rapaz. Ali, o conheci. Mas nem tocou para mim, pois não era local adequado. Depois, houve mais aproximações, mas nunca nos envolvemos musicalmente. Posteriormente, já o vi e ouvi atuando e brilhando como acordeonista do Grupo Quero-Quero. Daí, a avaliação já foi outra”, detalha. Com o

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Page 58: Revista Tche Campeiro Edição 09

conhecimento do potencial do instrumentista e a neces-sidade para preencher uma lacuna no conjunto, a con-tratação se deu de forma natural, sem atropelos. “Como eu precisava de outro colega no setor, tendo ainda a ava-liação e indicação do maestro Oscar dos Reis, professor do Daniel, e contando com a vontade e o interesse dele, não foi difícil conversarmos e viabilizarmos a entrada dele nos Serranos. Mas esta transição foi feita com ética, com transparência, pois mesmo depois dele ter dito ao seu diretor artístico que tinha interesse em atuar conos-co, ainda atuou por lá, mais de um ano”, justifica Edson que, sem sombra de dúvidas, é um dos artistas mais ínte-gros pessoal e profissionalmente da música brasileira.

Ao ser indagado sobre os Centros de Tradições Gaúchas, espalhados por todo o Brasil e em muitos países mundo afora, o líder dos Serranos destaca a importância deles na defesa e difusão dos valores. “Nestes centros de cultura, ainda encontramos a ética, a moral, a decência, bons casamentos, respeito, fraternas amizades. Resumo: é um ambiente sadio e feliz daqueles pais que criam seus filhos com boa passagem nas invernadas artísticas e no circuito tradicionalista. Vejo um ótimo futuro para quem freqüenta os CTGs, pois com estes valores, não tenho dú-vidas que serão verdadeiros cidadãos” garante.

Além de gaiteiro dos mais afamados, Edson é um exímio compositor com mais de 150 músicas grava-das. Para ele, não há momento específico que seja pro-pício à composição. “A inspiração é variada, mas quase sempre com temas ligados à cultura gaúcha”. explica.

Os Serranos foram, são e certamente sempre serão destaques nos eventos que contribuíram, e muito, para a valorização da música regional gaúcha, que são os festivais nativistas. Essa exposição positiva do conjun-to e do próprio Edson como compositor e integrante do grupo, fica claro em seu relato: “Participamos em 1980 do maior e pioneiro Festival, a Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana. Na ocasião, ganhamos cinco prêmios, inclu-sive o prêmio maior, a Calhandra de Ouro, com a música VETERANO, ao lado do amigo Leopoldo Rassier. Depois, concorri como compositor, em 1981, com CAPÃO DE MATO, ganhando o prêmio da ecologia. Em 1982, ganha-mos novamente o Festival com a música TERTÚLIA, jun-tamente com o colega Leonardo. Depois disso, somente eu participei de um Festival – CANTE UMA CANÇÃO EM VACARIA – juntamente com uns colegas advogados. Na ocasião, ganhamos o Festival, com a música SERRANO, SIM SENHOR, mais tarde regravada por nosso Conjunto e é uma música referencial para nós e para todos que moram nas serras gaúcha e catarinense”, conta.

A obra cultural que representa as mais de qua-tro décadas de estrada, põe Os Serranos numa condição de conjunto nacional e internacional. Eles foram pionei-ros na gravação e intercâmbio musical com os países do Mercosul com o CD MERCOSUL DE CANÇÕES, no qual interpretaram, além de músicas gaúchas brasileiras, can-ções “gauchas” da Argentina, Uruguai e Paraguai, junta-mente com consagrados artistas destes países. Mas o galope internacional deles não parou no Sul da América,

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Page 59: Revista Tche Campeiro Edição 09

não! Também foi para o hemisfério norte. E com muito sucesso! “Também estivemos por duas vezes nos USA, em 2003 e 2005, com ótimas apresentações em cidades como: Miami, Newark, Boston e Washington. Por lá, fize-mos mais sucesso do que importante dupla Sertaneja e também de uma conhecidíssima cantora baiana que, por ética, não revelo os nomes. Mas isso mostra a força de nossa música e de nossa história”, destaca. Além de ir aos locais mais remotos fisicamente para animar fandan-gos e fazer shows, e através dos meios como CD e DVD, os filhos de Bom Jesus lançaram mão de um poderoso instrumento de comunicação: o rádio. Em 2004, sob a liderança do Edson, criaram o programa “Encontro com Os Serranos” que é rodado, inclu-sive, em outros países. “É um ótimo espaço para levarmos nossa música e mensagens aos milhares de ouvintes que temos. Começamos com trin-ta e poucas emissoras. Hoje, já chegamos a mais de 180, inclu-sive com rádios na Argentina, Uruguai, Paraguai e no Japão”, comemora. Infelizmente, nem to-dos os conjuntos ou cantores gaúchos que mantém o pé fin-cado na cepa da autenticidade, como fazem Os Serranos, con-seguem alçar vôos tão altos como os citados acima. Mas as conquistas descritas aqui, são vetores que impulsionam o

otimismo em relação ao potencial da música regional do sul do Brasil. “A música gaúcha cresce a olhos vistos. Um dia ainda será reconhecida em todo o país. Lutamos e lu-taremos por isso. Pois ela tem inegável valor e qualidade. Não perde para qualquer outro gênero musical”, garante Edson.

Fazer sucesso sem perder a identidade e, ao mesmo tempo, acompanhar as novidades culturais e tecnológicas exige de qualquer artista ou conjunto mui-ta disciplina, personalidade, maturidade e respeito, vir-tudes que parecem fazer morada na vida dos integran-tes dos Serranos. Afinal, estar na estrada a maior parte do tempo de suas vidas com pessoas que não eram, mas passaram a fazer parte da família, exige superação permanente e, para isso, a compreensão é fundamen-tal. “Nossa relação com os colegas é ótima. Na estrada é divertido e muito salutar nossa convivência, inclusive com o pessoal da técnica”, revela Edson ao explicar que, por questões de praticidade, não fazem a bóia, preferem comer em restaurantes. Porém, tem coisas que não se en-contram na beira da estrada: é o caso do chimarrão. Por isso, Os Serranos mantém em seu quadro, especialistas no assunto. “Chimarrão muitos fazem, mas os melhores são feitos pelo Toco, meu irmão e pelo Daniel. Ótimos mates....”, reconhece.

59Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 60: Revista Tche Campeiro Edição 09

Edson Dutra, acordeão e voz solo.

Nasceu em Bom Jesus –

RS, no dia 19 de fevereiro

de l952. Com sete anos,

começou seus estudos

de acordeão, solfejo, teo-

ria musical e história da

música, no Conservató-

rio Musical Carlos Gomes

de Bom Jesus, vindo a se

formar em 9 de dezem-

bro de l965. Em l968 e 69

cursou especialização em

acordeão, solfejo e teoria

musical no Conservatório Musical Rossini, de Caxias do

Sul, RS, com o grande mestre Eleonardo Caffi. Em 1976,

formou-se na faculdade de Direito e atuou como advo-

gado, atuando nas áreas cível e criminal, com escritório

próprio no centro de Porto Alegre, de 1977 a 1987, sem

abandonar suas atividades artísticas. Está entre os artis-

tas que mais receberam homenagens por seus feitos em

defesa da cultura e tradicionalismo gaúcho. Entre os re-

conhecimentos citamos:

- Título de Cidadão Joaquinense, da Câmara de Verea-

dores e do Poder Executivo de São Joaquim, SC, por ter

composto e gravado a música SERRANO DE SÃO JOA-

QUIM, em 1974.

- troféu José Gomes de Souza, música ecológica, no Fes-

tival Califórnia da Canção de Uruguaiana, em 1981, com

a composição CAPÃO DE MATO.

- diploma de Honra ao Mérito, da Assembléia Legislativa

de Santa Catarina, por serviços prestados à cultura da-

quele estado, em 3 de setembro de l993.

- Troféu Anita Garibaldi, do MTG de Santa Catarina, em 3

de setembro de l993.

- título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, da Câ-

mara Municipal de Vereadores, por serviços prestados à

cultura Rio-Grandense, em 10 de dezembro de l996.

Everton Dutra (Toco), baixo e vocal.Natural de Bom Jesus - RS. Nasceu em 1953. Estudou música no CONSERVA-TÓRIO MUSICAL CARLOS GOMES em sua terra natal, iniciando primeiramente ao acordeão, participando da invernada artística do CTG Presilha do Rio Gran-de, de Bom Jesus, ao lado do irmão Edson e, depois, passou a tocar violão elé-trico. Antes de ingressar nos SERRANOS, atuou

como guitarrista em dois conjuntos melódicos - Red Hot Coal, de Bom Jesus e,mais tarde, em Caxias do Sul, no conjunto Os Deltas. Só mais tarde, quando Valmir Pinhei-ro ingressou o conjunto, tocando guitarra, é que Everton passou a tocar contra-baixo, instrumento que executa até hoje. Cursou duas faculdades, Física e Engenharia Elétrica, embora não chegasse a concluir nenhuma, pre-ferindo mesmo, o caminho da música e da administração dos Serranos.

Walter Jeger Junior (Kiko), voz solo e vocal.Natural de Canoas - RS. Começou a carreira musical em 1984, tocando con-tra-baixo no conjun-to “Os Tahãs”. Depois, passou a tocar em alguns bares de Por-to Alegre. Mais tarde, por quatro meses, integrou o grupo Gaudérios do Vale. Em abril de 1987, foi convidado a integrar “ Os Serranos “, na função de cantor. Gravou 3 discos, sendo um de ouro - Bandeira dos Fortes e conquistando vários prêmios como: Troféu Lupicínio Rodrigues e outros. Em final de 1992 se desligou dos Serranos para fundar o Grupo Can-deeiro, com o qual gravou 4 CD’s; nesta época, participou

O Grupo Os serranos

60Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 61: Revista Tche Campeiro Edição 09

de duas edições do Festival Ronco do Bugio, ganhando os dois primeiros lugares com o Grupo e, em ambos, o troféu de melhor intérprete. Em meados de 1998, voltou a integrar o conjunto Os Serranos e já gravando um CD que foi recorde de vendas: Os Serranos interpretam su-cessos gaúchos - mais um disco de ouro para a carreira. Atua também como contra-baixista e guitarrista, depen-do da extensão da jornada artística.

Daniel Hack, acordeão e vocal.Nasceu em Montenegro - RS - em 16 de janeiro de 1973. Iniciou seus estudos de acordeão, em 1986, na FUNDARTE, uma concei-tuada escola de música do Rio Grande do Sul. Ainda em Montenegro, integrou os grupos Garotos do Sul e Umuarama. Em 1990, parti-cipou de uma turnê pela Eu-ropa (Áustria, Hungria, Polô-

nia, Tchecoslováquia, Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental), acompanhando o Grupo de Danças do Coral 25 de Julho. Ainda em 1990, mudou-se para Porto Alegre e começou a atuar no grupo Os Matreiros. Em seguida, transfere-se ao Grupo Quero-Quero, onde permaneceu durante seis anos e gravou quatro Cds, entre eles: “Lá vem o Rio Grande a Cavalo”, que teve grande êxito. Em 1997, passa a integrar o Conjunto Musical Os Serranos, onde já gravou sete CDs: Criado em Galpão, Os Serranos Interpretam Sucessos Gaúchos I, De Bem com a Vida, Va-nera Vanera, Os Serranos Interpretam Sucessos Gaúchos II, “Serrano, Sim Senhor” e Os Serranos na Expointer.

Anderson Ribeiro (Tanaka), baixo e voz.Nasceu em Caxias do Sul no dia 28/10/1975. Desde me-nino se viu envolvido no meio musical, uma vez que seu pai, Rui Barbosa, tocava no con-junto Os Caudilhos. Ander-son desde cedo viajava junto. Em 1992, iniciou sua carreira musical profissional, fazendo parte no novo conjunto de seu pai o Grupo Calhandra de Curitiba. Em 1993, fixou resi-

dência em Cascavel - PR, onde começou a tocar no Gru-po Gaitaço. Em 1996, ingressou no conjunto Candeeiro, de Porto Alegre, onde esteve até maio de 2000. Em Ju-nho de 2000, passou a integrar o Conjunto Musical Os Serranos, na condição de contrabaixista, cantor solo e vocalista. Tem estúdio de gravações em Farroupilha - RS - onde realiza produções artísticas. Cândido Mendes Júnior, bateria.Nasceu no dia 30 de janeiro de 1980, na cidade de Lagoa Vermelha/RS. Despertou interesse pelo ritmo logo cedo,

batucando nas panelas da mãe; Aos 13 anos já participa-va de uma torcida organizada, onde aconteceu o seu primei-ro contato com os tambores... (sua primeira paixão). De uma família humilde, com seu tra-balho, conseguiu comprar sua primeira bateria..., Auto-dida-ta no instrumento, começou

a tocar bailes com conjuntos da região, entre os quais: Grupo Campeirada, Maturino e Grupo, Luz do Luar, Re-prise, Átomos de Cristal, Flor - i –Paz, Grupo Fronteira, Banda Viagem e Tchê Sarandeio. Já gravou mais de 30 CDs com diversos artistas. Em 2001, ingressou no Gru-po Reponte, onde ficou conhecido no meio gaúcho. Em março de 2004, passou a integrar o Conjunto Musical Os Serranos. Tem estúdio de gravações na cidade de Farrou-pilha onde faz produções artísticas. Alex Morais, guitarra, violão e voz.Nasceu em Florianópolis, no dia 14 de maio de 1976. Começou a aprender violão com seu pai, desde cedo. Mais tarde, passou a tocar no conjunto de seu pai; Por conta própria, passou do violão para a guitarra, instrumento que toca até hoje. Passou por diversos conjuntos, dentre os quais Grupo Bailanta, Grupo Minuano e Grupo Candieiro; Gravou inú-meros discos com os conjuntos citados e outros artistas, na condição de convidado especial. Integra OS SERRA-NOS desde 2001. Participou de todas as gravações dos Serranos, desde que está em seu quadro de artistas, in-clusive do CD/DVD - OS SERRANOS NA EXPOINTER.

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O delegado fala ao depoente: - O senhor foi intima-do para depor sobre a violenta briga acontecida ontem no seu armazém, lá no interior de São Borja . Cinco mortos, oito feridos, uma barbaridade...

- No meu bolicho, seu delegado? Quem sou eu para ter ar-mazém? Armazém é do turco Salim, que foi mascate. Por sinal que...

- Não desvie do assunto. Como e porque começou a briga?

- Bueno, pos então, historiemo a coisa. Domingo, como o senhor sabe, o meu bolicho fica de gente que nem corvo em carniça de vaca atolada. O doutor entende: peonada no más, loucos por um trago, por uma charla sobre china. A minha canha é da pura, não batizo com água de poço como o turco Salim. Que por sinal...

- Continue, continue, deixe o turco em paz.

- Pos, então, bamo reto que nem goela de joão-grande. Tavam uns trinta home tomando umas que outras, uns mascando salame pra enganar o bucho, quando chegou o Taio Feio. O senhor sabe, o índio é mais metido que dedo em nariz de piá; deu um planchaço de adaga no balcão e perguntou se havia home no bolicho. Todo mundo coçou as bolas. Home tem bola, o senhor sabe. O Lautério - que não é flor de cheirar com pouca venta - disse que era com ele mesmo; deu de mão numa tranca e rachou a cabeça do Taio Feio. Um contraparente do Taio Feio não gostou do brinquedo e sentou a argola do mango no Lautério. Pe-

gou no olho - lá nele - e o Lautério saiu ganiçando como cusco que levou água fervendo pelo lombo. Um amigo do Lautério se botou no contraparente do Taio - que já tava batendo a perninha - e enfiou palmo e meio de ferro bran-co no sovaco do cujo, que lhe chamam Pé de Sarna.

Um irmão do Sarna, chateado com aquilo, pegou um peso de cinco quilos da balança e achatou a cabeça do homem que faqueou o Sarna. Os óio saltaram, seu doutor! E eu só olhando, achando tudo aquilo um tempo perdido. Um primo do homem do ferro branco rebuscou um ma-chado no galpão e golpeou o irmão do Sarna. Errou a cabe-ça, só conseguiu atorar o braço do vivente. Aí eu fui ficando nervoso, puxei meu berro pro mole da barriga, pronto pra um quero. Meu bolicho é casa de respeito, seu delegado, e a brincadeira já tava ficando pesada. Mas bueno, foi enton-ces que o Miguelão se alevantou do banco, palmeou uma carneadeira, chegou por trás do homem do machado, pé que te pé, grudou ele pelas melena e degolou o vivente num talho, a coisa mais linda! O sangue jorrou longe como mijada de cuiúdo. Aí eu e mais uns outros - tudo home de respeito - se arevoltemo com aquilo. Brinquedo tem hora, o senhor não acha?

- Acho, sim. Mas e ai?

- Pois, como lhe disse, nós se arevoltemo e saquemo os ta-lher. E foi aí que começou a briga, seu delegado...

Aparício Silva Rillo

O começo da brigaPor Dimitri

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Dante Ramon LadesmaPor Cleverson Ramão Marques Pinto.

Quando Dante Ramon Ledesma rasqueia no

violão com aquela batida característica, faz-se imedia-

tamente um silêncio. Então ele começa a falar “Eu gos-

to que todos ouçam o meu canto mas eu gosto mais de

cantar para o peão de estância, para os pobres da cidade

grande, para as mães que perderam seus filhos no terror

do estado... quando canto para os poderosos é pra que

eles ouçam a voz dos humildes...” e aí começa a cantar o

silencio é tão pesado que se pode cortar com uma faca.

Lhes digo que naquele castelhano, se fundem

todas as vozes da terra gaúcha do pampa a cordilheira.

Dante Ramom Ledesma nasceu em Rio Cuarto,

na província de Córdoba, Argentina, naturalizado brasi-

leiro desde 1978.

Cantor desde os 5 anos, formou-se em So-

ciologia pela Universidade de Córdoba, antes de ser

perseguido. Jovem integrante da ONG Carismáticos, de

origem católica, venceu no famoso Festival de Cosquin

na categoria juvenil com a canção Memória del Che. No

ano de sua naturalização, a ditadura civil-militar argenti-

na perseguiu todos aqueles que militavam na juventude

carismática, dando-os como subversivos. Desde então

Dante Ramon, que começava a aparecer no canto popu-

lar argentino, vive no Rio Grande do Sul. Na sua carreira

artística, já constam 19 CDs gravados e 3 DVDs. Conquis-

tou nove discos de ouro e mais de três milhões de cópias

vendidas. Sua biografia consta que em mais de 30 anos

de carreira, sete mil espectáculos foram realizados em

todo o Brasil e América Latina.

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A musica:

Orelhano, aquele que não tem marcas (na ore-lha), diz-se também das pessoas que não dependem de patrão. No ano de 1987, Dante Ledesma levantou o público da 5ª Tertúlia de Santa Maria com a composição “Orelhano”, a qual acabou por tornar-se um clássico do cancioneiro gauchesco, musica esta que tocou incansá-veis vezes nas rádios de todo o país. Sendo lembrada até hoje como um ícone da musica gaucha. OrelhanoComposição: Mário Eleú Silva

Orelhano

Composição: Mário Eleú Silva/Dante Ramon Ledesma

Tom: G#Do lado de Uruguaiana, venya viajando para los pagos de Santa Maria,sentado junto al negro de la gaitaum paisano de bombacha, alpargata yboina negra, no se sabia de donde era, pero quando le pedieran laindentidade, respondió despacito: Me identifico com la paz, y vengo acantar para o sú bandera.

Eb7Orelhano, de marca e sinal AbFulano de tal, de charlas campeiras Eb7Mesclando fronteiras, retrata na estampa AbRigores do pampa e serenas maneiras

Eb7Orelhano, brasileiro, argentino

AbCastelhano, campesino, gaúchos de nascimento Ab7 Db AbSão tranças de um mesmo tento, sustentando a um ideal Eb7 AbSem sentir a marca quente, nem o peso do buçal

C7 Fm(Orelhano, ao paisano de tua estampa C7 FmNão se pede passaporte, nestes caminhos do pampa Db AbOrelhano, ao paisano de tua estampa Eb7 AbNão se pede passaporte, nestes caminhos do pampa)Int.Ab Eb7 Db Ab Cm Bbm Eb7 Ab

Eb7Orelhano, se hojes vives embretado AbProcurando um descampado nesta gaúcha nação Ab7 Db AbE aquele traço de união que nos prende lado a lado Eb7 AbComo um laço enrodilhado, à espera da ocasião Eb7Orelhano, vem lutar no meu costado AbNum pampa sem aramado, soprado pelo minuano Eb7Repontar a liberdade, que acenava tão faceira AbNas cores de uma bandeira, levantada no passado

( )( ) Db Eb7 Ab

Tu podes copiar a cifra no site; http://www.cifras.com.br/cifra/dante-ramon-ledesma/orelhano

Dica do colunista: Esta música fica buenacha tocada com dois violões sendo que um base e um dedilhado ao fun-do. Se fores principiante não tente imitar o cantor, toque a sua maneira, que com paciência terás bons resultados.Gracias a todos.

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Francisco Ribeiro de SouzaPor Dimitri

Francisco Ribeiro de Souza nasceu em 23/01/1956, em Contendas, São Francisco de Paula, RS, e reside em Porto Alegre. Advoga-do, poeta com 11 livros editados, foi Presi-dente da Estância da Poesia Crioula e Patrão

do Grupo Tradicionalista Fraternidade Gaúcha, da maço-naria. Compositor com mais de 300 letras gravadas, com destaque para as canções “Brasil de Bombachas” e “Gaú-chos do Litoral”, tem um CD editado pela Gravadora ACIT com suas composições mais conhecidas. Tem, também, lançado um CD com poesias maçônicas/gauchescas in-titulado “Um Gaudério na Irmandade”. Artista Plástico com temáticas sulinas, editou um livro de cartuns gau-chescos. Coordenador Geral da Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula e do Festival Ronco do Bugio (em 4 edi-ções). Jurado em dezenas de festivais poéticos/musicais. Fundador dos grupos de cavalgadas Cavaleiros da Neve e Irmãos do Estribo, recebeu da ORCAV (Ordem dos Ca-valeiros) o Título de Cavaleiro Riograndense. Recebeu a comenda de Aluno Destaque Cultural dos 50 Anos das Escolas CENECISTAS no Rio Grande do Sul.

É autor do blog do Léo ribeiro onde se encon-tram variedades sobre a cultura gaúcha como um todo, falando com sabedoria sobre cavalgadas, rodeios, festi-vais e encontros de poetas e payadores.

Partilhando Meus Minguados

A tinta e pena vou tecer meu inventário

pois ninguém sabe o porvir de um novo dia

e quero tudo como as contas de um rosário

sem entreveiro com Pai Nosso e Ave Maria.

O bem maior que compõe tão parca herança

é minha honra que nunca saiu dos trilhos.

Mas quanto a isto tenho a alma leve e mansa

pois este dote já deixei para os meus filhos.

O meu cavalo, mouro negro de confiança,

se por acaso ele não for antes de mim,

quero que fique pro andar só de criança,

que morra livre pisoteando os alecrins.

Meu poncho-pátria de baeta colorada,

rancho e tapume no rigor das invernias,

fica em regalo para que a minha amada

sinta no pano meu calor nas noites frias.

As homenagens que ganhei por fazer versos

podem deixar pelos fundos de um galpão.

Depois de um tempo em outro plano do universo

das poesias que rimei nem lembrarão.

Este meu corpo não enterrem a sete palmos!

Que me incinerem como um índio, como um monge...

Que deixem as cinzas num lugar bonito e calmo

aonde o vento há de soprá-las pra bem longe.

Léo Ribeiro

Francisco e o Mouro

A

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EspecialFAZENDA FLORESTA

Dona Yaya , com sua antiga

maquina de costura.

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Dona Yaya – Maria Luiza Mendes Araújo

Uma história de vida, de luta, trabalho e per-sistência pelos seus ideais. Foi o que encontramos na Fa-zenda Floresta. E nos deparamos com Dona “Yaya”, Maria Luiza Mendes Araújo, que nasceu no dia 22 de setem-bro de 1925, na antiga fazenda Fortaleza, município de Palmas. “Yaya” é a mais nova entre os oito filhos de Domingos Ferreira Mendes e Francisca Ribas Mendes (Dona Nenê). “Era uma época difícil”, conta Dona “Yaya”. Seus pais não tinham condições financeiras para poder criá--la. Então, contaram com a ajuda dos padrinhos Teodoro Maciel e Dalva Ribas Maciel, para dar formação à afilhada. Ela foi morar com eles na Fazenda Amparo, no município de Caçador, em Santa Catarina.

Aos 11 anos, Dona “Yaya” retorna à Palmas para morar com os pais. Com a memória afiada, ela começa a relembrar alguns fatos da época de criança. Conta que ali onde estávamos fazendo a entrevista era a última casa de Palmas. O local chamava-se “chacrinha” e pertencia a sua mãe (casa situada abaixo onde hoje está o Colégio Estadual Dom Carlos). Era uma casa coberta com “taboi-nha” de madeira, sistema muito utilizado no passado. Ela estudou até os 15 anos e só parou porque não tinha con-tinuação para o estudo.

Até se casar, Dona “Yaya” foi morar na fazenda Fortaleza que era de seus pais. Trabalhava parelho com a peonada. “A vida não era fácil”, confessa. Para ter o que vestir e o que comer a família tinha que arregaçar as mangas e ir para o trabalho diário. Daquela época, Dona “Yaya” lembra com carinho do avô Zeferino. “Este sim era um homem forte, de muita lida”, recorda. Lembra também que o acompanhava nas viagens e que adorava a companhia do avô que já tinha 80 anos. Ambos viaja-vam dois dias a cavalo para chegar até o município de Taquara Verde, em Santa Catarina. O tempo passou e, Dona “Yaya” casou-se com o Sr. João Santos Araújo. Teve quatro filhos: Sergio, Ceres (in memoriam), João (in memoriam) e Dione; cinco netos e cinco bisnetos. Nos primeiros oito anos o casal morou na fazenda Três Irmãos, numa casa que as janelas não tinham vidro, eram de madeira. Lembra que não havia luz e dos fortes ventos que assustavam a todos. Porém, o grande momento de sua trajetória foi quando seu mari-do resolveu ter o seu próprio negócio e decidiu comprar a Fazenda Floresta em 1966. Foram cinco anos de bata-lha, de puro trabalho em defesa da vida. No momento em que conversávamos, senti sua emoção em contar todos os deta-lhes daquele tempo, da construção de uma vida nova. O inicio se deu com a ajuda dos irmãos José Antonio e Dorival (Tio Vava). Emprestaram 140 bois de quatro anos (de cada um deles) para concretizar a compra da fazenda. O casal não ti-nha peões porque não podia pagar, por isso, dona “Yaya” tinha que ir pra lida.

Tia Loi, Tia Cota, Vô Zaferino, Terezinha e Dona Yaya.

Foto Antiga Fazenda Floresta. Ao lado parede antiga com quaze 1 metro..

Sede Histórica, da fazenda Floresta

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“Uma verdadeira peleia”, conta. Marcava o gado e, por várias vezes teve que retirar algumas reis que estavam atoladas no banhado. Yaya conta também, que para poder comer alguma verdura, ela e marido tinham que abrir as próprias lavouras, eram dias e mais dias no cabo da enxada.

Também não esquece das roçadas dos vassou-rais que tinha ao redor da casa, sem contar as diversas reformas e benfeitorias na fazenda. Além de tudo isso, tinham que dar atenção para os filhos que ainda eram crianças. “Um verdadeiro trabalho de formiga”, recorda. Depois de cinco anos a situação começou a melhorar. Construíram um novo galpão, contrataram peões e o grande marco da melhoria da vida naquele período foi a compra do primeiro carro. “Meu marido nem sabia diri-gir”, recorda. Mas isso não foi empecilho para a realização do sonho. As dificuldades foram superadas e a família já podia desfrutar de muitos benefícios, sem nunca deixar o trabalho de lado. “Yaya” lembra também, que não per-diam bailes. “Eram poucos e tínhamos que aproveitar. Era momento de fazer vestido novo, vestido longo”, recorda com saudades. Vieram anos e mais anos e a luta nunca parou, mas agora com os filhos encaminhados, a vida ficou mais fácil. Os netos começavam a chegar para a alegria dos avós e em 1992 falece o marido. Um baque grande na família, mas Dona “Yaya” com pulso firme seguiu na ad-ministração da fazenda. O tempo avançou, e com ele o cansaço, então foi hora de nossa entrevistada passar a administração para os descendentes. Estes dão seqüên-cia ao trabalho com o objetivo de levar adiante a história da família em tempos modernos, mas com o mesmo brio, coragem e fé que sustentaram a luta dos antepassados.

Fazenda FlorestaUma relíquia histórica nos campos A Fazenda Floresta está localizada na divisa dos Estados de Santa Catarina e Paraná, na zona do Con-testado, região que já pertenceu ao município de Palmas e que foi cedida ao Estado de Santa Catarina. Área mar-cada pelas belas paisagens de pastos verdes nativos, cór-regos, rios, cachoeiras e ventos fortes constantes. Por situar-se na divisa do Paraná com Santa Catarina, foi ponto estratégico durante o período do tro-peirismo. Pertenceu a Antonio de Sá Camargo, Barão e Visconde de Guarapuava, um dos grandes tropeiros do Paraná.

Quando foi adquirido por Pedro de Araújo em 1904, a Fazenda Floresta possuía 3.100 alqueires que fo-ram sendo divididos entre seus herdeiros. Atualmente, são mais de duas dezenas de proprietários na área.

Quatro gerações de Dona Yaya. Mangueira de pedra.

Sr. João Com seu cavalo Tordilho.

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Em 1966, a fazenda foi vendida a João Santos Araújo e permanece até hoje com a família. A sede da Fazenda Floresta é um casarão de pedra construída ainda pelos escravos. Suas paredes es-pessas e seus amplos ambientes perfazem, aproximada-mente, 580m2. Não se sabe ao certo o ano de sua cons-trução. No reboco, feito em uma de suas reformas, consta o ano de 1918.

Fazenda na atualidade

Hoje a Fazenda Floresta encontra-se em ple-no desenvolvimento, com o passar do tempo a fazenda imprimiu profissionalismo na gestão dos negócios. Há quatro anos está sendo administrada por Lucas Araujo Camargo, neto de Dona Yaya, que conta com a ajuda de seu irmão Rafael Camargo, ambos com a supervisão da mãe, Dione Araújo Camargo. A fazenda sofreu várias alterações que trouxe-ram mais eficiência e funcionalidade às lidas diárias, com boa parte da área dedicada à lavoura, onde no inverno é cultivada a pastagem para o gado. A pecuária na fazenda é um ponto forte e exemplar na região. Tem ampla infra-estrutura física, o que garante um adequado manejo técnico para todo tipo de lida. Os novos administradores adotaram o cru-zamento industrial, com tourada das raças Angus e Bra-ford. Também tem criação de ovelhas, para render carne para o consumo na fazenda e a produção de pelego. Outro potencial que está sendo explorado pelos proprietários é o vento constante que sopra nos Campos de Palmas, estão instalados na Fazenda Floresta seis aerogeradores. Além de produzir energia elétrica, os geradores são uma verdadeira atração turística. Neste sentido, os administradores já projetam um futuro prós-pero para a exploração também do chamado turismo ru-ral. Todo o trabalho vai ser integrado às atividades finan-ceiras que já estão sendo desenvolvidas, mas com um detalhe importante: a valorização da história que se re-vela na sede da Fazenda Floresta. A construção tem pare-des feitas de pedras com quase um metro de largura. Em seu interior, o passado se desnuda nos móveis de época e outros detalhes que nos fazem voltar ao tempo de nos-sos avós e bisavós. No campo, lembranças da rusticidade para desenvolver a pecuária no passado, e também se mantém as centenárias mangueiras de pedra, que fazem ao redor da sede um cenário cinematográfico.

Paisagem com vista da fazenda Floresta.

Paisagem com vista aos aerogeradores.

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Por Tibes

RENO CARAMORI É CIDADÃO HONORÁRIO DE CAÇADOR - sC

Sob os aplausos do público, o deputado estadual Reno Luiz Caramori adentrou o Plenário Osvaldo José Go-mez, na noite sexta-feira dia 29/07/2011para receber da Câ-mara Municipal o Título de Cidadão Honorário de Caçador. A homenagem foi entregue pelo prefeito Imar Rocha e pela presidente da Casa Legislativa, Sirley Tibes Ceccatto.

Além desta honraria, homenagens de entidades de vários segmentos foram realizadas, juntamente com a apresentação de um vídeo, contendo depoimentos de au-toridades e amigos Autora da indicação, a presidente Sirley Tibes Ceccatto enalteceu o currículo do homenageado e sua trajetória na vida pública. Para ela, Reno, desde cedo, firmou um compromisso contínuo com o futuro e o desenvolvi-mento de Caçador, com ideologia forte e sensível às neces-sidades dos menos afortunados. “Este caminho passou a ser assumido com mais responsabilidade quando se tornou, aos 31 anos, o mais jovem prefeito desta cidade. Para ser prefeito é preciso ter ousadia e visão de futuro e foi isso que Reno Caramori mostrou quando assumiu este cargo”, afirmou. Sirley ainda lembrou a trajetória do homenageado como parlamentar a partir de 1991, onde, para ela, Reno desbra-vou a representatividade no Município, ocupando o mere-cido espaço e seguindo sucessivamente este compromisso até então.

O primo, Sandoval Caramori, falou em nome da família. Destacou a simplicidade do homenageado e o seu compromisso com a sociedade catarinense. Lembrou da atuação de Reno como prefeito de Caçador e como parla-mentar, ressaltando a sua vitalidade durante todo este perío-do. “Sou testemunha dos momentos de força do deputado Reno, que dá importância às coisas simples, mas briga forte quando os assuntos envolvem a sociedade caçadorense e catarinense sempre com o mesmo entusiasmo. Para a nossa família a sua atuação como homem público e como ser hu-mano é motivo de orgulho”, enaltece. Em nome dos Cidadãos Honorários de Caçador, Ardelino Grando, ex-prefeito municipal, também relembrou da trajetória de Caramori. Dentre os fatos destacados, citou a sua vitória nas urnas na década de 70, do trabalho nas es-tradas do interior com a participação do Exército, dos Jogos Abertos no município em 1978, na gestão de Reno. “Foi e é um grande homem público, que merece este reconheci-mento de Caçador por tudo o que já fez”. “Espero continuar retribuindo Caçador com ações” .

Ao fazer uso da palavra, o homenageado da noite fez questão de cumprimentar os amigos de longa data e os familiares, aos autores da preposição, Sirley Ceccato e Itacir Fioreze, assim como os demais vereadores pela aprovação.

Para Reno, homenagens como esta lhe motiva a trabalhar ainda mais na defesa de Caçador. “Adotei esta Ter-ra em 1964, aqui fiz amigos, constitui família e iniciei minha vida pública. Só tenho a agradecer a todos os vereadores pela lembrança, espero continuar retribuindo Caçador com ações, afirmou.

Reno quando prefeito

de Caçador em 1978.

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Relembrando sua trajetória desde o ingresso na política, o deputado foi autêntico em dizer que, na época em que governou Caçador, focou em ações que possibilita-ram a retirada de crianças das ruas e promoveu um suporte alimentar a elas. “Não tapei os buracos na Avenida, mas dei uma atenção especial às nossas criancinhas: faria tudo de novo”.

Bandeiras atuais como os Bombeiros Voluntários e a vinda da Udesc para Caçador também foram apresenta-das.

Também esteve presente Dr. Gilberto

Seleme presidente da (UNIARP) Uni-

versidade Alto vale do rio do peixe de

Caçador SC. Ele elogiou muito a revista

Tchê campeiro recomendou para out-

ras pessoas que estavam no local e vai

assinar a revista para por na biblioteca

da universidade.

Presidente da Camara Sirley Ceccatto e Prefeito Imar rocha Sessão da Câmara Municipal de Caçador.

Coquetel

Coquetel Reno e Sandoval Caramori

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O cãozinho gaudério é o amigo insepa-

rável da Esther que nesta foto esta acompanhada

pelos gêmeos Icaro e Italo .

Esther é filha de Francine e Sandro Ma-

ciel, uma família inteira apaixonada por rodeio

crioulo, a começar pelo cãozinho que ao lado de

Esther esta sempre chamando a atenção nos ro-

deios, com sua “pilcha canina”. Na região sudoeste

já é figura conhecida pela gauchada, como “cão-

zinho gauderio.”

Parabenizamos a esta família e prin-

cipalmente a Esther por esta prova de amor ao

tradicionalismo levando sempre seu amiguinho “

pilchadito”.

Esther Maciel

A reunião mensal da Avercam aconteceu na sexta feira dia 29 de Julho no Restaurante Piccoli às margens da BR 153.

A Avercam e a Pfizer trouxeram o veterinário e professor Jorge Bangel da UFRS (Universidade federal do Rio Grande do Sul), que descreveu através de imagens, com muita sabedoria e competência, as Doenças da Reprodução como IBR e BVD, Leptospirose em bovinos, suas conseqüências. Doenças infecciosas Reprodutivas e Respiratórias, a Bru-celose, como reconhecer se há no rebanho, e como tratar.

Os representantes da Pfizer se colocaram a disposição para fazer diagnósticos nas propriedades dos associados, sem custo.

Dia 28 de agosto a Avercam levará seus associados num passeio para a Expointer, retornando dia 30.

Estamos reivindicando junto às autoridades e respon-sáveis o tema Segurança e Telefonia móvel na região. Re-presentantes de vários segmentos da sociedade, inclusive da Avercam, irão dia 09, terça-feira a Florianópolis para uma audiência com o governador do Estado Raimundo Colom-bo e o Secretário De Segurança Pública de Santa Catarina.

A batalha pela segurança e telefonia móvel na região continua até atingirmos o objetivo.

Edione Terezinha Cavallet SantosPresidente da Avercam

ASS

OCI

AÇÃO DOS VERDES CAMPO

SAVERCAMAVERCAM

Notícias da Avercam

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AINFLUENZA EQÜINA

influenza eqüina é uma doença viral altamen-te contagiosa, causada por um vírus Ortomy-xovíru do gênero influenza tipo A1 e A2. Ela também é conhecida como gripe ou tosse cavalar que assemelha-se à gripe humana,

sendo em muitos países considerada a enfermidade res-piratória mais importante da espécie, sem predileção por raça ou sexo, em geral afeta animais de 1 a 3 anos, mas podendo também ocorrer em qualquer idade. Além dos eqüinos, são sensíveis também os asininos e muares.

EPIDEMIOLOGIA

A transmissão do ví-rus da influenza dá-se por aerossóis, através da inalação de perdigotos contendo o vírus, o qual é eliminado principalmente pela tosse a partir dos en-fermos. As epidemias sur-gem quando um ou mais animais são introduzidos em uma nova população suscetí-vel.

sINAIs CLÍNICOs

O período de incubação é, normalmente, de 1-3 dias, mas pode variar de 18 horas até 7 dias. O apare-cimento dos sinais é explosivo sendo eles: febre, calafrio, respiração acelerada, tosse, perda de apetite, lacrimeja-mento, corrimento nasal e ocular, inflamação da gargan-ta, diarréia fétida e nos garanhões podem apresentar in-flamação dos testículos sendo que o vírus pode alojar-se no sêmen por muito tempo.

DIAGNOsTICO

O diagnóstico e realizado por exame clinico, e também por sorologia pareada para demonstrar um au-mento dos níveis de anticorpos o que evidenciaria não só o contato com o vírus, mas também sua infecção. Dentre os diagnósticos diferenciais, deve ter cuidado para não confundir com a Rinopneumonite Eqüina, causada pelo Herpesvirus Eqüino, e o garrotilho causado pelo agente Streptococcus equi.

TRATAMENTO

Após a confirmação do diagnóstico de influen-za, o médico veterinário prescreverá um tratamento indi-vidualizado para cada animal afetado. Em geral, recomen-da-se: Isolamento – todo animal afetado, ou com suspeita de influenza, deve ser mantido isolado dos sadios, para dimi-nuir ao máximo a propagação da doença. Quando ocorre epidemia de influenza em haras ou hípicas, pode ser ne-cessário estabelecer uma área de quarentena.Repouso – todo cavalo acometido por influenza, mesmo que os sintomas sejam leves, deverá ter a atividade de treinamentos suspensa até a plena recuperação, durante um período mínimo de 14 dias, para evitar sequelas per-manentes nos pulmões.

Medicação - é sintomática de acordo com as necessidades do animal, podendo incluir, por exemplo:• Antitérmicos– Para o controle da febre• Soroterapia com complexo multivitamínico e antitóxico reidratação e reforço do metabolismo, ajudando a com-bater os sintomas da doença.• Broncodilatores e mucolíticos para aliviar os sintomas respiratórios e aperfeiçoar a eliminação da secreção pul-monar, diminuindo o risco de seqüelas e acelerando a cura.

CONTROLE E PROFILAXIA

Vacinas contra a Influenza Eqüina são ampla-mente utilizadas na rotina de cavalos competidores. Os protocolos de vacinação são recomendado duas doses, com intervalo de 3 a 6 semanas, seguida de uma outra dose 6 meses após e, a partir de então uma dose anual.

Por Centauro

80Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 81: Revista Tche Campeiro Edição 09

SÍNDROMES REPRODUTIVAS NOS BOVINOSPor Centauro

NPARTE 1 – RINOTRAQUEÍTE INFECCIOsA BOVINA (IBR)

os dias de hoje a criação de bovinos, seja ela para obtenção de leite ou de carne, depende muito de uma boa eficiência reprodutiva do rebanho. Esta eficiência muita vezes é preju-dicada por doenças virais e bacterianas que

acometem os animais, causando aborto e morte embrio-nária. Nesta primeira parte do capítulo, sobre “Síndromes Reprodutivas Bovina”, falaremos sobre a doença Rinotra-queíte Infecciosa Bovina (IBR).

A Rinotraquíte Infecciosa Bovina (IBR), também conhecida como “Doença do Nariz Vermelho” é causada por um Herpesvírus, está presente em plantéis bovinos de todo o mundo. A incidência da doença no rebanho varia conforme o tipo de exploração, sendo a forma in-tensiva onde ocorre a maior incidência da doença, de-vido ao contato direto dos animais, transmitindo o vírus através de secreções nasais, oculares, vaginais, sêmen e tecidos fetais.

A IBR, acomete animais de todas as idade, independente de sexo, apresentan-do diferentes formas de sintomas, como problemas respirató-rios e reprodutivos. O animal após infecta-do, permanecerá com o vírus pelo resto da vida.

A forma repro-dutiva ou genital, é maior causadora de

prejuízos dentro da atividade, devido a ocorrência de va-ginite, aborto, morte embrionária (precoce, antes de 14 dias e tardia 15 a 42 dias de gestação) e repetição de cio, levando a aumento no intervalo entre partos e um declí-

nio na produção de leite e no número de bezerros nascidos.

Em casos onde não há morte embrioná-ria ou aborto, há o nasci-mento de bezerros fra-cos, que podem morrer após os primeiros dias de vida.

Nos machos a doença se manifesta, apresentando lesões em pênis e prepúcio, sendo assim, um importante disseminador do vírus.Porém o diagnostico de-finitivo da IBR, se dá atra-

Figura 1 e 2: Infecções Respiratórias

vés de exame sorológico, feito em laboratório.

Se tratando de uma doença viral, não há tratamento ca-paz de matar o vírus, apenas deve ser tratado as infec-ções secundarias causadas por bactérias que se aprovei-tam da queda de imunidade do animal. Então melhor forma de combate, se dá pela vacinação preventiva dos bovinos.

A vacinação deverá ser anual em todas as fê-meas com idade reprodutiva e machos reprodutores. Em casos mais graves, recomenda-se a vacinação semestral. Lembrando que todo animal que recebe a primeira dose da vacina, deverá receber uma segunda dose 21 a 30 dias após a primeira.

Figura 3: Vaginite

Figura 4: Aborto

81Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 82: Revista Tche Campeiro Edição 09

Nesse espaço, vamos abordar diversos assuntos

na área ambiental, tecnologias, informações, tudo para o

leitor ficar informado sobre as mudanças ambientais.

Primeiramente irei fazer um breve resumo so-

bre a PAIM CONSULTORIA AMBIENTAL.

Paim Consultoria Ambiental, voltada para a

problemática ambiental foi criada em abril de 2009. O es-

critório desenvolve projetos na área ambiental e florestal,

buscando tecnologias e soluções que proporcionem o

desenvolvimento de atividades econômicas pautadas na

sustentabilidade ambiental.

A Paim Ambiental possui uma equipe de profis-

sionais experientes qualificados (especialistas e mestres)

Biólogo, Engº Agrônomo, Técnico Florestal e Assessoria

Jurídica. Assim, em cada trabalho, o escritório apresenta

uma equipe integrada e adaptada às especificidades de

cada atividade e às exigências do cliente.

Atuamos nas seguintes áreas: Georreferencia-

mento de Imóveis Rurais, Levantamento Topográfico,

Averbação da Reserva Legal, Desmembramento de Gle-

bas Rurais, Inventário e Manejo Florestal, Projeto de Recu-

peração de Área Degradada, Reflorestamento Comercial,

Licenciamento Ambiental, Licenciamento Florestal, Con-

trole de Pragas em Florestas Plantadas, Defesa Ambiental,

Laudo e Parecer Pericial, Sistema DOF e etc.

Conhecemos um pouco sobre nosso trabalho, agora vamos à prosa;

Conversando com alguns produtores rurais vem à tona a curiosidade “e o novo código florestal?” Ven-do a repercussão sobre as mudanças no Código Florestal, percebi a busca para entender sobre o assunto.Vamos entender o que é Reserva Legal, é a área dentro de cada imóvel rural que deve ser mantida com a vegetação original. Em nosso bioma (Mata Atlântica) o mínimo é de 20 % da área.

Abrange outra dúvida dos proprietários rurais, “e quem não tem os 20% de reserva legal o que faz?” Nes-se caso a Compensação Ambiental, mecanismo, previsto por lei, pelo qual o proprietário pode recuperar sua re-serva legal (RL), comprando uma área coberta com vege-tação natural em outro local, ao invés de arrancar suas plantações para fazê-lo dentro do seu próprio imóvel. Isso irá alterar no Novo Código Florestal que relata, até quatro módulos rurais não será exigido a reposição da Reserva Legal.

As APPs( Áreas de Preservação Permanentes) são áreas de grande importância ecológica, cobertas ou não por vegetação nativa, que têm como função preser-var os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geo-lógica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar da população. Como exemplos de APP estão às áreas de mananciais, as encostas com mais de 45 graus de declividade, os man-guezais e as matas ciliares.

Page 83: Revista Tche Campeiro Edição 09

Fonte: folha.com

O Código Florestal atual relata a largura mínima para rios ou de qualquer curso d’água, exemplo: de 30 metros para os cursos d’água menos de 10 m a 50 m de largura.

Segundo o Novo Código Florestal o texto re-duz para 15 metros a largura das APPs.O objetivo é re-solver o problema da aplicação da lei em imóveis muito pequenos e com muitos cursos d’ água.

O texto regulariza as áreas com plantios consol-idados em APP, como o objetivo de evitar plantios antigos feito em encostas como uva, maça e o pinus continuem ilegais, podendo ser cortados para o cumprimento da lei. Obviamente o texto causa alguns conflitos e di-vergem opiniões sobre o assunto. Para maiores esclarecimentos entre em contato: (46) 8409.1210 Visite nosso website: www.paimambiental7.webnode.com.br

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Page 84: Revista Tche Campeiro Edição 09

OS CAINGANGUES DE PALMASPor Prof. Joaquim Osório Ribas

Esses indí-

genas, a princípio,

eram conhecidos co-

-mo “Coroados”, dado

o costume de corta-

rem os cabelos como

os frades francisca-

nos. Denominação

que não agradava

aos índios de Palmas,

por ser dada também

aos Botocudos, seus

inimigos.

Os Caingangues eram nômades, percorren-

do os sertões paranaenses e catarinenses. O episódio

do ataque contra a comitiva de Pedro Siqueira Cor-

tes, no sertão de Joinvile, pelo Cacique Condá, revela

a extensão das caminhadas empreendidas por esses

silvícolas.

Os campos de Palmas constituíam um asilo

seguro para as populações que há três séculos so-

friam a sanha cruel do conquistador branco. Os indí-

genas procuram, a todo custo , ocultar dos brancos a

existência desses dadivosos campos, mais tarde des-

pertadores da cobiça geral. Com a fundação de Gua-

rapuava, os colonizadores tiveram notícia da existên-

cia da magnífica região ao sul do Iguaçu, onde existia

trajetória mais fácil para tingir os campos de São Pe-

dro do Rio Grande do Sul.

Atanagildo Pinto Martins guiado pelo índio

caingangue Iongong foi encarregado de chefiar a

expedição de Guarapuava em demanda das Missões

do Sul. Entretanto o guia indígena, habilmente, con-

venceu o chefe de a expedição a seguir pelo oriente,

a fim de evitar o perigo da multidão de índios selva-

gens que ocupava o sertão, atravessando pela ponta

ocidental dos campos de Palmas.

Apopulação indígena que ocupou o territó-

rio palmense antes da presença do homem

branco deixou marcas profundas na for-

mação cultural de nosso povo. Transcrevo

a seguir o belíssimo texto escrito pelo Dr.

Alvir Riesenberg, na década de 1960, e, que me foi

gentilmente cedido na ocasião. Escreveu Alvir Rie-

senberg:

“Após a destruição das reduções guaranis,

no Século XVII, parte da nação Guarani, transpôs o

Goio-Covó (Iguaçu), ocupando os sertões palmenses.

Adotou a denominação de “Caingang”, Isto é, gente

do mato.

Por quase dois séculos essa grande família

ocupou, pacificamente, o altiplano palmense desfru-

tando as delícias de um soberbo “habitat”, de uma

paisagem fresca, arvorecente, luminosa, onde a al-

ternância de campos maravilhosos com imponentes

florestas proporciona muitos meios de subsistência.

O clima da região é salubérrimo e inúmeros rios tri-

butários do Iguaçu fertilizam suas terras. Ali abunda-

va a caça, as frutas e a pesca, proporcionando condi-

ções de vida ao aborígene.

84Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 85: Revista Tche Campeiro Edição 09

Finalmente no ano de 1836 para uns e

1839 para outros, caiu o poderio absoluto exer-

cido pelas hordas Caingangues sobre os campos

palmenses. Foi quando Pedro Siqueira Cortes, num

dos mais emocionantes lances da intrepidez e he-

roísmo do bandeirante brasileiro, encerrou o ciclo

de mais de três séculos de conquistas levadas a

efeito por uma raça de super-homens.

A primeira preocupação do homem bran-

co foi procurar a aliança com o índio, fator prima-

cial no assegurar o domínio da região repleta de

selvagens bravios.

O primeiro chefe a se conquistar foi Con-

dá e em seguida Viri, o primeiro chefe do aldea-

mento de Palmas e o segundo Campo-Êre.

Os selvagens aldeados em Palmas, ini-

migos de outros selvagens, constituíam pode-

roso apoio aos fazendeiros. Durante a noite de

04.03.1843, terrível ameaça pairou sobre a popu-

lação branca da aldeia palmense na iminência de

uma destruição total pela numerosa horda co-

mandada por Paibang Vaitom, cujo objetivo era

o extermínio dos fongs (cristãos) num assalto de-

cisivo. Somente pela fidelidade e astúcia de Viri a

população foi salva.

O cacique Condá, formidável e temido

entre os seus, foi levado até a presença do Gover-

nador da Província de São Paulo, onde seus feitos

foram exaltados. Os caciques Viri e Condá asse-

guraram a tranquilidade dos fazendeiros e traba-

lharam ativamente para a catequese das hordas

selvagens. Foram os aproximadores do branco

catequizador das tribos selvagens e os guardiões

dos fazendeiros.”

(Texto escrito por Alvir Riesenberg)

85Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 86: Revista Tche Campeiro Edição 09

O Gaúcho que nunca tinha visto o mar chega em Copaca-

bana e se espanta.

-Barbaridade Tchê, que açudão (Açude é um lago).

Nisso um Carioca metido a besta tenta tirar uma da cara do

gaúcho.

-Não é tão grande.

-Posso Atravessar a Nado?

-Pode sim senhor-responde o carioca.

-Mas?!?!? E Essas cuecas que esses indio estão usando?

-Isso aqui nós chamamos de sunga, o Sr. pode tirar a sua

calça e entrar, não precisa ter vergonha.

Então o Gaúcho tirou a bombacha e ficou só de sambacan-

ção. entrou na água e começou a nadar.

nisso veio uma onda e outra e mais outra e ele começou a

se afogar.

Os salva vidas pularam na água e foram salvá-lo, porém, por

um descuido, ficou aparecendo a Guasca dele, que ia mais

ou menos até o joelho.

Um dos salva vidas viu e ficou apavorado com o tamanho.

Então o gaudério, meio tonto ainda do susto, olha para o

salva vidas e pergunta:

-O Que foi Tchê, o teu não encolhe quando molha?

86Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 87: Revista Tche Campeiro Edição 09

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os últimos 30 anos do século XVIII (anos 1701/1800), enquanto parte da Capitania iniciava a cultura da cana, intensificou-se ou-tra atividade rendosa: o comércio de mulas, então o mais utilizado meio de transporte

de cargas.

No lombo de mulas transportava-se de gêne-ros alimentícios para as minas de ouro de Goiás, Mato Grosso ou Minas Gerais, ao sal para criação de gado de corte nas fazendas de Itapetininga e Itapeva, ou sobre mulas desciam aos portos de mar de Santos e Ubatuba as produções de açúcar, aguardente e fumo.

Nesses tempos, era impensável outra meio de transporte de mercadorias, dada a precariedade das vias de comunicação: pequenas picadas abertas a facão, em meio às densas matas que, quando muito, deixavam pas-sar esses animais, um a um. Vem daí a procura dos mua-res e seu alto preço de mercado. Sorocaba transformou-se no mais efervescen-te entreposto de compra e venda de animais, e era para aquela cidade que afluíam mineradores, plantadores de cana, peões e todo tipo de gente ligada a esse comér-cio: de seleiros a domadores, de ferreiros a fornecedores

de gêneros. Instalou-se ali a conhecida Feira de Muares não domestica-das, estrategicamente colocada a meio cami-nho entre os campos do sul e as plantações de cana de Campinas e Itú ou das minas de ouro das Gerais e Goiás. “Esses animais provêm da Pro-víncia do Rio Grande do Sul e são trazidos a Soro-caba em numerosas tropas por mercadores do Sul. Essas tropas (manadas de bestas bravas) poem-se em marcha pelos meses de setembro e outubro, na ocasião em que as pastagens começam a reverdecer. Vários mercadores transportam suas tropas sem nenhuma interrupção, e as mesmas chegam a Sorocaba pelos meses de janeiro, fe-vereiro e março...”

Esse caminho de tropas bravas começava em Viamão, passava por Lajes, hoje cidade do Estado de San-ta Catarina, e ingressava num território deserto de gente, largo por sessenta léguas, onde nenhuma venda, pouso ou residência existiam. Conhecido como o Sertão de La-jes, esse estreito caminho das tropas era inteiramente coberto por matas. Era o terror dos tropeiros, entre ou-tras coisas por ser desprovido de pastagens, devendo ser, portanto, varado de uma única empreitada. Cruzava de Lajes a Lapa, oficialmente, Vila Nova do Príncipe, ainda pertencente à Província de São Paulo, em 1820. Por essa razão havia tropeiros que invernavam todo um ano ao redor de Lajes e, só então, decidiam-se atravessar esse imenso deserto coberto de matas, até os campos de Curitiba. Dali buscava atingir Itapeva (Faxina), Itapetinin-ga e, finalmente, Sorocaba.

Atividade rendosa, cada mula alcançava, no ano de 1820, o preço de 3$500 réis, ao ser vendida em Sorocaba. Mas, desse preço, o dono da manada de bes-tas ficava com muito pouco. A maior parte ficava com os

Tropeiros da SerraPor Tibes

NNa última fase do tropeirismo do

século XX (gado de corte) boiada

desce a rua Moraes Barros.

88Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 89: Revista Tche Campeiro Edição 09

governos das duas Províncias, do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Pouco antes de sair do Rio Grande, as tropas eram contadas, em Santa Vitória, na divisa com São Paulo (A Capitania e, depois, Província de S. Paulo, englobava nessa época os territórios que seriam Santa Catarina e Paraná, algum tempo depois). Ali os mercadores rece-biam uma guia de permissão de trânsito. O responsável pela tropa assinava, então, um documento, obrigando-se a pagar o imposto em Sorocaba. Do preço obtido em Sorocaba, por cada mula vendida, 1$000 voltavam para a Província do Rio Gran-de do Sul. Os 2$500 restantes eram recolhidos, também, pelo governo paulista: 1$250 a título de imposto direto e, os outros 1$250 réis ficavam retidos por três anos e eram, após esse tempo, entregues ao vendedor, dono das bes-tas.

A composição desses impostos advinha de dois outros impostos em vigor. Um deles teve seu es-tabelecimento quando do terremoto de Lisboa (1755) e, originalmente pretendeu reunir recursos para reedi-ficar a Alfândega da capital do reino, destruída durante aquele terremoto. A Alfândega foi reconstruída, mas o imposto não foi extinto. Posteriormente seu rendimen-to foi utilizado para pagamento dos oficiais de tropa de segunda linha e obras públicas. Por ele os mercadores eram obrigados a recolher aos cofres da Coroa: 320 rs por uma besta, 200 rs por um cavalo e 100 rs por uma cabe-ça de gado vacum. Outro deles foi o Imposto chamado Direitos do Rio Negro. Mais pesado, foi estabelecido para aumento das rendas públicas, no ano de 1747. Consistia em fazer os mercadores pagarem 2$500 reis por cada besta, 2$000 por cada cavalo e 960 por cada égua, que se criavam além dos limites da Província.

Para uma economia que vivia sendo transpor-tada em lombo de mula, o valor dos impostos era uma carga excessiva. Mesmo assim, a quantidade de animais que foi negociada pela Feira de Sorocaba aumentou constantemente, saltando de 3.860 bestas em 1793, para 20 mil em 1813, 30 mil em 1818 e 32.747 em 1838. Foi nesse espaço de tempo que os mercado-res de tropas, procurando fugir aos negócios diretos na Feira, para não pagar os impostos paulistas, vararam o

O Tropeiro: bico de pena

de Vinícius Aloise

Rio Paranapanema, em algum ponto não guar-necido e longe do cami-nho principal, e pegaram uma daquelas trilhas que levavam ao alto da Serra de Botucatu. Cruzavam as terras de Pardinho, então inexistente, e alcançavam os terrenos do que é hoje a cidade de Botucatu, onde arranchavam. Des-cansados, rumavam para Minas Gerais, alcançada através de estradas pre-cárias, que rumavam para

São Carlos e depois para Franca do Imperador. Então, chegava a vez de pagarem os impostos mineiros.Foi esse movimento de ida, de Minas ao Rio Grande do Sul, e vice-versa, que o vereador Capitão José Gomes Pi-nheiro julgou necessário citar na Câmara de Itapetininga, em 1845, ao defender a elevação do povoado de Botuca-tu à condição de Freguesia: a Freguesia estabelecida no lugar, com seus representantes e funcionários, serviria “... para se obstarem aos extravios de animais do comercio que por lá passam, pois a dita Capela está na estrada que segue para Minas Gerais”.

Preocupado com a evasão de recursos, o Go-verno Provincial Paulista instalou um Posto de Controle, que passou a ser conhecido como Tranca de Ferro, obs-truindo esse caminho usado no contrabando de muares. Construiu-o à frente de onde despontava a trilha que es-calava a Serra, já no alto, onde nos dias de hoje são terras do município de Pardinho e colocou ali um funcionário, um soldado e uma casa.

89Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 90: Revista Tche Campeiro Edição 09

600 cabeçasmachos e fêmeas

cruzas Charolês X AngusAzebuados

e Convidados

Realização

:

LEILÃO

CHAROLÊS

ANGUS

CHAROLÊS

ANGUSee

machos e fêmeasmachos e fêmeas

Gado Geral

Cruzas

Charolês - Angus

Azebuados

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Pato Branco • PRParque de Exposições Ulisses ViganóParque de Exposições Ulisses Viganó

18/09/2011

Page 91: Revista Tche Campeiro Edição 09

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Page 92: Revista Tche Campeiro Edição 09

A

Antonio VieterENTRE TECLADOS E BOTÕES – A MISSÃO DE RECRIAR HARMONIA

Por Ari Ignacio de Lima

os 67 anos, a Referência desta edição,

não perdeu o pique para o trabalho. Aliás,

está melhor que no início. Ele passa o tem-

po todo em casa, onde mantém sua ofici-

na de consertos de gaitas. Trata-se do lu-

thier (profissional que conserta instrumentos musicais)

Antonio Viater, que nasceu em Campos Novos, em Santa

Catarina, mas escolheu Pato Branco, no Paraná, para vi-

ver e criar família. Hoje, sua casa é cheia de instrumentos

musicais. São gaitas de botões e pianadas de várias ta-

manhos e marcas. Tem mais de uma dezena delas, raras,

as quais foi adquirindo ao longo do tempo que se dedi-

ca na reparação desses instrumentos musicais. Por suas

mãos, já passaram mais de quinhentos instrumentos

para reforma completa e mais de mil se contadas aque-

las que foram trazidas apenas para serem afinadas.

Explica que não há muita diferença entre

consertar gaita ponto e de teclado. A diferença está no

número de palhetas nos baixos para serem afinadas ou

consertadas. Em função disso, as de botão, com menos

baixos, são recuperadas ou afinadas mais rápido. Mas, a

média para deixar um acordeom pronto é de duas sema-

nas. A afinação é mais rápida.

Seu Antônio é o mais novo de uma família de

oito irmãos. Em sua casa o pai e os irmãos mais velhos

tinham viola e cavaquinho. Instrumentos que aprendeu

Acima: Concentração ao mexer na gaita.

À esquerda: Atento aos detalhes .

92Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 93: Revista Tche Campeiro Edição 09

ainda no tempo de guri. Antes de ir para o exército ser-

viu em Rio Negro, trabalhou numa serraria e lá tinha um

amigo que tocava gaita. “Nós animávamos fandangos e

festas familiares. Ele na gaita e eu no violão. Aí, ele me

emprestou a gaita. Aprendi um pouco, mas gostava mes-

mo era da viola”, confessa. Antes de vir para Pato Branco,

onde buscou emprego de motorista para puxar madei-

ra, chegou a comprar uma gaita. Mas resolveu mudar de

profissão. Fez curso de eletroeletrônica. Trabalhava no

conserto de monitores, rádios, gravadores, vitrolas, en-

fim, aparelhos eletroeletrônicos. Antes de ir morar em

Cascavel, cidade onde ficou três anos, criou algo que iria

dar outro rumo a sua vida. Harmonizou sua aguçada afi-

nação para a música com o conhecimento adquirido em

eletrônica e inventou um aparelho pelo sistema eletrôni-

co de freqüência para afinar gaita. “Com esse invento eu

afino por padrão. Não há erro no que eu faço”, garante. Ele

nem chegou a patentear. Nem foi necessário, pois o apa-

relho é único. É difícil encontrar outra pessoa que saiba

usá-lo com eficiência como seu inventor.

Seu Antônio recebe gaitas para arrumar de

várias regiões do Brasil. “Vem gaita do Mato Grosso, de

São Paulo, Santa Catarina

e Rio Grande do Sul”, reve-

la. As que mais necessitam

de conserto, segundo sua

experiência, são as de 80 e

120 baixos. E não há mar-

cas, nacional ou importa-

da, isenta de problemas.

Mas para o luthier não há

tempo feio. Não tem ins-

trumento sem reparo no

sistema que adotou. “Com

a precisão do aparelho

que inventei e a habili-

dade que adquiri nestes

anos, não conheço outro

por perto que faça o servi-

ço que faço”, desafia.

Casado com Dona Iria Lúcia, parceira de todas

as horas, seu Antônio parece não ter seguidores nesta

missão de reinventar a harmonia para os instrumentos

musicais. “Tenho dois filhos. Um homem e uma mulher.

Meu filho toca um pouco de teclado. Minha filha toca cla-

rinete por partitura, mas tem um ouvido muito aguçado.

Se não fossem suas outras atividades profissionais, com

certeza, ela teria sucesso como instrumentista”, acredita.

Seu Antônio e seu invento para afinar gaita.

As gaitas pianadas dão mais serviço.

93Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 94: Revista Tche Campeiro Edição 09

Toda a gaita consertada, o teste necessário.

Quando sobra tempo, ele puxa a gaita.

Com suas relíquias.

Algumas das gaitas do Seu Antônio.

Mas é pouco provável que venha, no futuro,

sentar-se à frente do seu invento para afinar e consertar

gaita. Enquanto isso, seu Antônio continua com a missão

de harmonizar os acordeons para produzirem sons de

qualidade. Dias atrás, passou por Pato Branco o gaiteiro

Gilberto Monteiro, um dos melhores instrumentistas do

país no que se refere a gaita ponto. O músico buscava

um profissional para dar jeito na sua “oito baixos” que

andava meio sofrida pelos ofícios da lida. E logo ficou

sabendo que aqui em Pato Branco tinha um profissional

que entendia do riscado. Foi prontamente atendido e

saiu satisfeito com o serviço prestado. Tanto é que, Mon-

teiro, o autor da Milonga para as Missões, imortalizada

por Renato Borguetti, fez elogios públicos à seu Antônio

no palco do SESC, onde se apresentou. Então, não há du-

vidas: quando o assunto é consertar gaita, Seu Antônio

Vieter é Referência...

94Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

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Page 96: Revista Tche Campeiro Edição 09

JOÃO MONTEIRO - ARTE EM COURO CRU

ginete que amansa xucros ou monta aporrea-

dos, o guasqueiro que transa tentos, o guitar-

reiro com seus bordoneios, os poetas e paya-

dores com seus versos que contam histórias

e retratam a vida com cheiro de terra e jeito de campo,

os músicos e tantos outros que fazem cultura com seu

trabalho ou sua arte, ali-

mentam não apenas seus

prazeres mas formam um

ciclo que movimentam a

economia, e matem viva a

alma de um povo.

O orgulho de ser gaú-

cho o apego às coisas do

campo, o cultivo as tra-

dições. São essas razões

que formam esses artistas

mantenedores da cultura

e identidade regional. E

não poderia ser diferente

com Joao Paulo Monteiro

gaúcho natural de Passo

Fundo, que tem em seu

trabalho de guasqueiro

uma maneira de cultivar a

tradição gaúcha de fato.

Desde cedo, sua avó Fanir Pujol Monteiro

contava causos de lidas com guasqueria, pois tinha um

compadre chamado Nativo, o compadre Nativo era um

abilidoso guasqueiro, produzia peças de couro cru para

o uso, foi onde Joao teve seu primeiro contato com esta

Por. Elizeu Collares

O

96Revista Tchê Campeiro - Agosto de 2011

Page 97: Revista Tche Campeiro Edição 09

arte tão bela como ele mesmo se refere.Por interesse

próprio, aos 8 anos de idade começou a lidar com couro

e depois foi aprendendo com um amigo que tem grande

consideração chamado Cristiano Walter.

Animado com o seu desenvolvimento, que se-

gundo ele tem de haver o interesse mas é um Dom divi-

no João produziu o seu primeiro trabalho uma bainha

de faca confeccionada á um amigo chamado Anderson

Beck, o qual tem até hoje e emociona João cada vez que

ve a peça.

O fascínio pelo gauchismo se uniu ao gosto

pela arte e fez de João Monteiro um artesão de mão

cheia. Começandoa buscar singularidade em suas peças,

e de boca em boca hoje já tem uma carteira de clientes

que a cada dia aumenta, gra-

ças a seu esforçado trabalho.

Hoje além da divulgação

através de indicações João

possui uma parceria com a

Correaria La Crioula da cida-

de de Pato Branco PR onde

expõe e produz suas peças,

além disso possui um blog

na internet, onde expõe fo-

tos de seu trabalho e conta-

tos, para que mais pessoas

conheçam seu trabalho.

Mas tchê, te digo,

como é lindo ver nossa cultu-

ra funcionando.

Pois bueno, veja al-

guns trabalhos do gaúcho:

joaoguasqueiro.blogspot.com

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PELAGENSALAZÃO É a pelagem em que o pêlo do corpo, crina, cauda e mem-bros apresentam a mesma to-nalidade.

ALAZÃO TOSTADO É a pelagem em que a tona-lidade é homogênea, seme-lhante à borra do café. A crina, cauda e membros apresen-tam a mesma tonalidade do resto do corpo. Esta pelagem pode ser confundida com o preto ou zaino quando, ao sol, apresenta reflexos para o vermelho. BAIO O animal apresenta a pela-gem de fundo preta ou alazã e tem que apresentar lista de burro ao longo do dorso, ini-ciando-se nas cruzes e termi-nando na inserção da cauda, podendo ter as extremidades e cauda da mesma cor do cor-po.

BAIO AMARILHO É aquela de tom creme ou amarelo ouro, apresentando a crina e a cauda obrigatoria-mente brancas e os membros com a mesma tonalidade do corpo.

CASTANHO O animal apresenta pelagem “avermelhada” com as extremidades pretas - crina, cauda e membros.

CREMELO Seu pêo pode ser branco ou creme bem claro, crina e cau-da brancas, pele cor-de-rosa ou rosada por todo o corpo e olhos azuis

LOBUNO É a pelagem acinzentada ou esfumaçada e que, por esse motivo, é também conheci-da como pêlo de rato e deve apresentar as extremidades pretas.

PERLINOÉ a pelagem creme bem clara ou branca, pele rosa ou rosea-da, crina, cauda e extremida-des normalmente têm uma tonalidade mais escura, cobre ou laranja e olhos azuis. PRETO É a pelagem em que o pêlo do corpo, crina, cauda e membros apresentam a mesma tonalidade.

ROSILHO É a pelagem básica castanha ou alazã, com grande infil-tração de pêlos brancos pelo corpo, com incidência maior nos flancos e virilhas.

TORDILHO É a pelagem que apresenta a cor básica, com infiltração progressiva de pêlos brancos e de uma maneira homogê-nea em todo o corpo.

ZAINO É a pelagem em que pêlos pretos e castanhos se entre-meiam, dando uma tonalida-de geral escura, com regiões como bochechas, axilas, flan-cos e virilhas com tonalidade amareladas, bem mais claras que as demais partes do cor-po.

Por. Antonio Martins

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Atorá: cortar.

Boleá: jogar, entrar.

Chumaço: conjunto de alguma coisa.

Calavera - Indivíduo velhaco, caloteiro, caborteiro, vaga-bundo, tonto, tratante.

Cola-fina - Fatiota, roupa de gene da cidade; gente da ci-dade.

Cusco - Cão pequeno, cão fraldeiro, cão de raça ordinária. O mesmo que guaipeca.

Fatiota - Conjunto de roupas do homem: calça, colete e paletó.

Indrupi: enganar.

Inticá: provocar.

Invaretado: nervoso.

Luitá: brigar.

Moirão – Tronco de madeira que segura a cer cerca em pé, pode ser roliço ou quadrado.

Palanque – O mesmo que moirão, pode segurar a cerca ou ser no meio da mangueira.Patiá: ser enganado, pagar de bobo..

Pestiado: com alguma doença.

Pozá: dormir em algum lugar.

Pinho – Violão.

Pingo – O mesmo que flete ou cavalo..

Poncho - Espécie de capa de pano de lã, de forma retan-gular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, por onde se enfia a cabeça. É feito geralmente de pano azul, com forro de baeta vermelha. É o agasalho tradicio-nal do gaúcho do campo. Na cama de pelegos, serve de coberta. A cavalo, resguarda o cavaleiro da chuva e do frio.

Queima-Bucha - Curta distância. Um tiro a queima-bucha é o que é dado de tão perto que a caça fica chamuscada de pólvora.

Rinso: sabão em pó.

Sóga: corda.

Tranco - Passo largo, firme e seguro, do cavalo ou do homem.

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