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Revista Visão Rural

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Edição 08 - Outubro e Novembro de 2011

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borracTodos precisam se unir no combate ao

Foi a temperatura aumentar um pouco que os borrachudos

apareceram. O problema, antes res-trito aos interiores dos municípios, invadiu os centros e todos sofrem com esse inseto. Mas, os agricultores, que precisam trabalhar ao ar livre são os mais prejudicados. Na produção leiteira o borrachudo também é um grande inimigo.

O borrachudo sempre existiu na na-tureza, mas sua proliferação se intensi-ficou com uma “ajudinha” do homem, com a criação de animais domésticos, a instalação de áreas agrícolas próxi-mas de rios e a retirada da mata ciliar, que atua como barreira física contra os borrachudos adultos.

Os borrachudos são mais frequentes pertos de rios e córregos, pois ele pre-cisa de água corrente para procriar e sobreviver. O esterco e o esgoto que vazam para os rios propiciam alimento para os filhotes.

O gerente de Agricultura da Secre-taria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Braço do Norte, Mário Jorge Danielski, coloca que a Secretaria de Agricultura do Estado, através do secretário João Rodrigues, garantiu a distribuição de um larvicida biológico,

que precisa ser aplicado nos córregos. Uma reunião discutiu a melhor manei-ra de intensificar o combate. “Todos precisam se engajar”, relata o gerente. Para que o borrachudo deixe de ser um grande problema é preciso atenção dos órgãos governamentais e também de toda população.

Em Santa Catarina, há 35 espécies de borrachudos catalogadas, mas somente duas ou três se alimentam de sangue humano (apenas as fêmeas necessitam de sangue, para a matura-ção dos ovos).

A principal espécie encontrada no Estado é a Simulium (C.) pertinax. O ciclo de vida varia conforme as tem-peraturas da água e do ambiente. A 25°C, é de 35 dias, em média. Cada fêmea põe em média 237 ovos, mas o número pode chegar a 500. A postura geralmente é feita em folhas suspen-sas e parcialmente cobertas por uma fina lâmina de água corrente ou sobre pedras úmidas. A larva se alimenta de bactérias, fito e zooplâncton, minerais e partículas de matéria orgânica que podem ter origem em esterco, dejetos humanos, restos de cozinha e vegetais. A pupa permanece embaixo da água até se tornar adulta e emergir.

“Todos precisam se engajar”Mário Jorge Danielski,

gerente de Agricultura da

SDR de Braço do Norte

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hudo

- Não jogar lixo na água;- Limpar córregos e rios, retirando entulhos, folhas e galhos

onde as larvas se abrigam;- Evitar o lançamento de dejetos orgânicos nos córregos e

manter as áreas de criação de animais longe desses locais;- Preservar e recuperar a mata ciliar para evitar dispersão dos

insetos para outras áreas e garantir a preservação de pássaros e insetos que se alimentam dos borrachudos;

- Manter a água dos córregos povoada com cascudos. Esse peixe atua no controle biológico dos borrachudos.

Dicas para evitar a proliferação Proteja-se- Para evitar picadas, o ideal é

usar roupas compridas e, nas esta-ções mais quentes, recomenda-se usar repelentes ou cremes perfu-mados nas partes descobertas do corpo, como mãos, pernas e pés;

- O plantio de capim citronela próximo às residências e o uso de repelentes à base da planta são al-ternativas para afastar o inseto.

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Parente do capim-limão, a citronela cresce espontaneamente em clareiras, à beira de rios e em locais úmidos. Em Santa Catarina, é encontrada em várias propriedades rurais e pode ser cultivada no litoral, no Vale do Itajaí e no Extremo Oeste. Ela tolera os solos muito argilosos e mal drenados, não encharcados, mas não resiste a geadas. A espécie raramente floresce no Estado e, mesmo assim, as sementes não são férteis, por isso a multiplicação deve ser feita a partir da divisão de touceiras.

Citronela é uma opção natural para afastar os insetos

O incômodo provocado pelos mosquitos pode ser resolvido de forma

simples e com soluções caseiras, aproveitando as propriedades da citronela. Essa planta aromática, uma gramínea perene originária do sudoeste da Ásia, já se tornou co-mum em Santa Catarina. As folhas fornecem um óleo essencial utilizado na fabricação de repelentes, aroma-tizadores de ambientes, detergentes, perfumes, sabonetes, cremes e outros cosméticos.

A planta repele mosquitos, bor-rachudos, traças e formigas. O óleo essencial tem efeito repelente sobre o Aedes aegypti (transmissor da dengue) e também sobre mosquitos como o Anopheles dirus e o Culex quinquefasciatus. Alguns pesquisa-dores afirmam que o óleo de citrone-la afasta também besouros, baratas e fungos.

Essa ação se deve a substâncias como o citronelal, o geraniol e o limoneno, presentes no óleo. “A detecção da citronela é ativada pelas proteínas dos poros do inseto, conhecidas como canais de recepto-res transientes de potencial. Quando esses receptores moleculares são ativados, enviam mensagens quími-cas ao cérebro do inseto, resultando em uma reação de aversão”, explica Antonio Amaury Silva Junior, pes-quisador da Epagri/Estação Experi-mental de Itajaí.

Não é preciso gastar dinheiro para aproveitar os benefícios dessa planta. Soluções simples e ecológicas podem ser adotadas sem sair de casa:

- Para afastar mosquitos em ambientes fechados, colha duas ou três folhas, corte-as em pequenos pedaços com uma tesoura e coloque-os em pires. Distribua os recipientes pelos ambientes da casa para espalhar a essência.

- Deixe macerar 200 gramas de folhas secas e rasuradas de citronela em 1 litro de álcool com concentração de 70% durante 10 dias em um frasco tampado e escuro. A cada dois dias, agite a mistura. Após a maceração, passe o líquido por um filtro de papel ou pano limpo e o acondicione em um recipiente hermético. O produto, que tem validade de dois anos, pode ser usado em pulverizadores domés-ticos, velas aromáticas, tochas para pescaria, difusores, cremes dermatológicos, sachês e pout-porris.

- Mantenha uma muda em um vaso dentro de casa e, sempre que quiser, corte um pedaço de uma das folhas para que a essência se espalhe mais.

- Para evitar picadas de mosquitos, amasse e esfregue uma folha de citronela nos braços e nas pernas.

- Ferva algumas folhas e faça uma espécie de chá para usar na limpeza de pisos.- As folhas podem ser queimadas em incensórios domésticos ou utilizadas em

difusores elétricos.- A espécie é eficiente para evitar a erosão e pode ser plantada em encostas,

barrancos, valas de drenagem, margens de rios e lagoas e em áreas ciliares.

ONDE ENCONTRAR

PARA FAZER EM CASA

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A região do Vale do Braço do Norte tem uma grande produção de suínos. A suinocultura é responsável por grande parte da economia

da Região, mas sempre foi muito criticada pela poluição. Com o passar do tempo se buscou novas tecnologias para que a atividade se tornasse ambientalmente viável. Em função da própria legislação, são crescentes as exigências quanto aos critérios de manejo de dejetos.

Algumas propriedades da Região estão apostando em instalações de biodigestores, que capturam os gases formados nos dejetos de animais, sendo que o Metano é o principal gás produzido, há também a produção do Dióxido de Carbono, esses gases são chamados de gases de efeito estufa, que provocam a elevação da tempe-ratura do planeta. Com o biodigestor esses gases são queimados, e ainda podem gerar a energia a ser usada na granja e até mesmo na propriedade rural. Outra opção é usar esses gases para fazer o aquecimento das granjas. Uma maneira de diminuir a poluição do meio ambiente e ainda reduzir os gastos de energia na propriedade.

O engenheiro agrônomo e produtor Fernando Heide-mann Esser, possui um biodigestor nas granjas de suínos,

na comunidade de Rio Pequeno, em Grão Pará. A granja é de ciclo completo e com 600 matrizes. Há cerca de três anos Fernando foi procurado pela empresa EcoBio Car-bon, que propôs uma parceria na qual o produtor cederia o local para a instalação do biodigestor e a empresa seria a responsável pela instalação. “O lucro da empresa se daria através da venda de créditos de carbono e ainda repassariam uma parte para nós produtores, sendo assim, não teríamos custo nenhum”, explica Fernando.

Perante essas condições e ainda sabendo que só tinha a ganhar, com a possibilidade de aproveitar o gás para a geração de energia Fernando resolveu fazer a parceria e há mais ou menos um ano e meio o biodigestor funciona na propriedade.

O produtor aponta duas vantagens principais. “Uma delas foi que não teve mais o cheiro, que na verdade não é da granja, mas sim da fermentação dos dejetos. Esse gás que forma o cheiro fica capturado dentro do balão e depois é queimado”, coloca o produtor. Outra vantagem apontada por Fernando é a qualidade do biofertilizante. O dejeto de suíno, já é normalmente usado para fertilizar pastagens e lavouras, mas ao passar pelo biodigestor se torna ainda mais eficiente. Os dejetos produzidos nas

A instalação de um biodigestor traz vários benefícios para o produtor entre eles está a possibilidade de gerar energia

suinocultura e meio Biodigestores ajudam a harmonizar relação entre

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ambientegranjas da família Esser, após passar pelo biodigestor, são usados pela própria família, que possui pastagem, por vizinhos e por diversas famílias da Região, que mesmo morando mais longe optam por buscar o biofer-tilizante. “Depois do biodigestor a procura foi maior e de mais longe”, concorda Fernando.

Na questão ambiental o produtor acredita que o dejeto líquido ainda é o grande problema, mas o biodigestor traz um ganho ambiental muito grande por diminuir a inges-tão de gases tóxicos na atmosfera. Segundo Fernando a instalação do biodigestor ajuda no licenciamento am-biental. “Todo órgão ambiental gosta quando o produtor está investindo, mas ainda se olha muito a destinação dos dejetos”, completa.

Fernando já tem planos para a instalação de um gerador de energia na granja e no próximo inverno já pretende fazer o aquecimento da maternidade com o biogás. “Ainda não fizemos nenhum investimento porque queríamos primeiro fazer uma análise, para saber qual o montante que podemos investir. Saber qual a média de produção no inverno e no verão”, relata Fernando. E para os novos projetos o produtor pretende instalar um biodigestor com recursos próprios.

Fernando já tem planos para a instalação de um gerador de energia na granja e no próximo inverno já pretende fazer o aquecimento da maternidade com o biogás

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O biodigestor é um tanque protegido do contato com o ar atmosférico, onde a ma-

téria orgânica contida nos efluentes é meta-bolizada por bactérias anaeróbias (que se desenvolvem em ambiente sem oxigênio). Neste processo, os subprodutos obtidos são o gás (Biogás), uma parte sólida que

decanta no fundo do tanque (biofertilizan-te), e uma parte líquida que corresponde

ao efluente mineralizado (tratado).O Biogás é um gás inflamável produzido por microorganismos, quando matérias orgânicas são fermentadas dentro de

determinados limites de temperatura, teor de umidade e acidez, em um ambiente

impermeável ao ar.impermeável ao ar.

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A empresa EcoBio Carbon, que foi a responsável pela ins-talação do biodigestor na propriedade de Fernando, trabalha com a geração de crédito de carbono. Com o Protocolo de Kyoto, que prevê medidas contra o aquecimento global, foi criado o crédito de carbono, uma espécie de moeda am-biental, que pode ser conseguida por diversos meios através de projetos que diminuam a poluição. Na região do Vale do Braço do Norte a melhor maneira de gerar esses créditos foi encontrada na suinocultura. “Nós geramos, os créditos de carbono, na suinocultura, capturando o gás metano e trans-formando ele em Dióxido de Carbono (CO2), fazendo essa redução de efeito estufa”, explica Mauricio Perin. O Metano é 21 vezes mais poluente do que o CO2.

A empresa instala o biodigestor para o produtor através de todo um projeto, forma um lote e encaminha para validação na Organização das Nações Unidas (ONU) e no Ministério das Ciências e Tecnologias (MCT), esse processo de validação do projeto demora em torno de um ano e meio.

Geração de Créditos de Carbono

O que é um biodigestor

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VantagensEntre as vantagens de uma propriedade que

possui o biodigestor para uma que não possui está a redução do odor, tão característico da suinocultura. Mais facilidade para adquirir o licenciamento am-biental. A possibilidade de geração de energia para o uso na propriedade e até para a venda para a rede, nesse caso é preciso que a granja seja de grande porte. O uso do gás para o aquecimento da granja no inverno. A produção de biofertilizantes, usados para pastagens e lavouras e com grande quantidade de nutrientes. “O biodigestor traz alguns benefícios para o produtor, primeiro é agregação de renda com o adubo orgânico que tem quantidades de nutrientes muito grandes, que o produtor só encontraria em adubos químicos, comprados em agropecuárias. Além de trabalhar a questão ambiental, tudo que está sendo produzido ganha um destino correto. Isso é sustentabilidade”, completa Fabrício Wernke.

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A carne suína é deliciosa e pode ser a base de uma infi nidade de pratos. Mas, muitos mitos cercam essa

deliciosa carne. O que poucos sabem, é que de meados da década de 80 até hoje, o suíno perdeu 31 % de

sua gordura, 14 % de calorias e 10 % de colesterol e sua carne tornou-se saudável e muito saborosa.

A carne suína disponível atualmente não merece os conceitos errôneos de que é gordurosa e faz mal à saúde.

Ao contrário, trata-se de um alimento nutritivo e saboroso, muito equilibrado em sua composição e, que pela

sua abundância em vitaminas e minerais, deveria ocupar um maior espaço na mesa do consumidor brasileiro.

Na nossa Região encontram-se uma grande quantidade de produtores de suínos, consumindo essa carne esta-

remos ainda ajudando a economia regional.

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Ingredientes:

- 1quilo de bife de pernil;

- 1 vidro pequeno de champignon;

- 200 gramas de catupiry;

- 270 gramas de ricota;

- Cheiro verde;

- Sal e pimenta;

- 200 gramas de uvas passas;

- 100 gramas de presunto.

Modo de fazer: Corte o pernil em fatias tipo bife. Bata para

que fi quem mais fi nas e largas. Recorte as bordas para que fi quem

mais regulares. Tempere e reserve. Pique os retalhos da carne su-

ína, o presunto e as passas escorridas. Junte o catupiry e a ricota,

misturando bem. Coloque uma porção do recheio em cada fatia

de carne e feche o bife com o auxilio de palitos. Numa frigideira,

frite-os até que fi quem bem dourados de ambos os lados. Sirva

a seguir, acompanhado de arroz branco. Decore o prato com pi-

mentões verdes, amarelos e vermelhos e champignon.

Ingredientes:

- 8 bistecas;

- 3 colheres (chá) de sal;

- 3 dentes de alho amassados;

- ½ xícara de cebola ralada;

- 1 colher (chá) de pimenta do reino branca amassada;

- 1 colher (chá) de pimenta do reino preta amassada;

- Farinha de trigo para empanar;

- 8 batatas médias.

Modo de fazer: Tempere as bistecas com sal, o alho, a cebola e

as pimentas, apertando-as contra a carne até fi carem grudadas.

Empane as bistecas com a farinha de trigo. Frite-as em óleo. Sirva

com batatas cozidas e chucrute em conserva.

Ingredientes:

- 1 quilo de bisteca de suíno;

- 6 colheres (sopa) de suco de limão;

- 4 cubinhos de caldo de carne;

- 4 colheres (sopa) de óleo;

- 1 cebola média picadinha;

- 3 tomates (sem pele e sem sementes) picados;

- 500 gramas de aipim ou mandioquinha em rodelas;

- 2 colheres (sobremesa) de salsa picadinha.

Modo de fazer: Tempere as bistecas com o suco de limão e

o caldo de carne dissolvido em duas colheres de água fervente.

Deixe tomar gosto por 1 hora. Frite as bistecas no óleo dourando

os dois lados. Junte as cebolas, os tomates, 1 xícara (chá) de água

fervente e o aipim. Tampe a panela e cozinhe em fogo baixo até

o aipim fi car macio (cerca de 10 minutos). Polvilhe com a salsa.

Ingredientes:

- 1 quilo de costeletas de suíno;

- 1 colher (chá) de sal;

- Suco de 1 limão;

- Pimenta do reino a gosto;

- 2 colheres (sopa) de óleo;

- 1 lata de creme de leite;

- 3 gemas;

- 1 colher (sopa) de farinha de trigo;

- 2 colheres (sopa) de queijo ralado tipo parmesão;

- 1 colher (chá) de sal.

Modo de fazer: Tempere as costeletas com limão, pimenta

do reino, sal. Deixe tomar gosto. Frite no óleo quente, deixando

dourar os dois lados. Retire e coloque sobre papel absorvente.

Misture o creme de leite com o restante dos ingredientes. Unte

uma forma. Coloque as costeletas uma ao lado da outra e cubra-as

com creme. Asse em forno médio por 15 minutos.

Bife de pernil recheado

Bisteca à moda Alemã

Costeletas com queijo

Fonte: ACCS

Bisteca com aipim ou mandioquinha

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Temperatura: A previsão é de temperatura próxima a média clima-tológica no trimestre, tendendo abaixo da média no início da estação, por influência de massas de ar frio que ainda devem chegar com frequencia ao Estado, deixando as temperaturas mínimas mais baixas com chance de geada tardia, especialmente no Planalto Sul. Em novembro e dezembro, a tendência é de elevação gradativa da temperatura.

O período de inverno foi bastante chuvoso, mas a previsão da equipe da Epa-

gri/Ciram para os meses de outubro, novembro e dezembro é de diminuição e irregularidade da chuva, com relação ao observado nos meses de inverno, com volumes abaixo da média climatológica em Santa Catarina. Esse indicativo está associado ao retorno da La Niña nos próximos meses, o qual influencia o regi-me de chuva no Estado com diminuição dos volumes e má distribuição no tempo e no espaço.

Em outubro, a chuva ainda deve ocorrer com mais frequencia no Es-tado, lembrando que esse é um mês caracterizado por elevados totais de precipitação (média mensal de 210 a 280 mm no Oeste e Meio-Oeste, e de 140 a 180 mm do Planalto ao Litoral), e neste ano de 2011 o volume de chu-va deve ficar próximo desses valores médios.

Em novembro, o volume de chuva mensal diminui em relação ao período setembro-outubro (média mensal fica em torno de 130 a 180 mm no Estado). Em dezembro, a média mensal fica em torno de 140 a 200 mm. Neste ano, espera-se totais menores nos meses de novembro e dezembro.

Em primaveras de La Niña, como esta, normalmente as frentes frias passam por Santa Catarina com pouca atividade chuvosa e deslocamento rápi-do pelo Estado, e as instabilidades, que se deslocam do Paraguai em direção ao Estado, são menos intensas. É claro que eventos de temporais com ventania e granizo podem ocorrer, mas devem ser menos frequentes. Ainda assim ressalta-se que, episódios de chuva intensa, em curto espaço de tempo, podem ocorrer em qualquer época do ano, resultando em totais de chuva acima da média climatológica mensal, em alguns municípios ou regiões.

O engenheiro agrônomo Osvaldo Vieira dos Santos, do Crédito Rural da Epagri, em Florianópolis, explica que de modo geral as culturas produzidas em Santa Catarina são de primavera-verão e o excesso de chuvas ocorreu no inver-no, portanto, tem impacto na produção agropecuária, sim, mas um pouco menor. “No caso do Sul do Estado, cuja cultura principal é o arroz, creio que o excesso de chuvas ocorridos neste ano tenha im-pactado muito pouco as perdas de arroz, pois estávamos na entre-safra”, explica Osvaldo.

O engenheiro agrônomo explica que houve perdas em decorrência do excesso de chuvas ocorridos no Estado e que levaram 100 municípios a decretarem situação de emergência, sendo 10 estado de calamidade pública. Foi produzido um relatório de estimativas, cujas perdas maiores ocorreram nas culturas do fumo, das hortaliças, das plantas ornamentais, da cultura do milho, além de perdas de bovinos de leite, de corte.

Osvaldo explica que de um modo geral, pode-se dizer que a enchente de setembro causou perdas signifi-cativas no Estado, sendo:

- Estimativas de perdas de culturas no Estado: R$ 58,5 milhões;

- Estimativas de perdas de pecuária no Estado: R$ 4,6 milhões;

- Estimativas de perdas de infraes-trutura na área rural no Estado: R$ 7,8 milhões.

Excesso de chuva trouxe prejuízos para Santa CatarinaApós inverno chuvoso

primavera será mais seca

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Muitas vezes o agricultor sofre com o odor que fica em suas

mãos, após passar o dia todo em seu trabalho, em contato com os animais. Para deixar o ambiente em sua casa e seu próprio corpo com um aroma agradável há vários produtos disponíveis no mercado, que podem oferecer um conforto a mais para quem trabalha pesado no dia a dia.

Na Shamah, em Braço do Norte, é possí-vel encontrar produtos para o corpo e para a casa. Entre eles há os sabonetes líquidos neutralizadores de odores, especiais para tirar odores mais fortes das mãos, como de

cebola, alho, peixe e também de contato com animais. “Es-sas sabonetes pos-suem uma concen-tração muito alta de

glicerina e por isso são especiais para tirar cheiros fortes das mãos”, explica Hélia Kulkamp Pereira Volpato.

Na loja também pode ser encontrado vários outros produtos para o corpo, como esfoliantes, sabonetes, cremes, enfim tudo que você precisa para cuidar bem de seu corpo.

A linha para a casa também é bastante diversificada, entre eles podemos citar o neutralizador de odores, que tira cheiros desagradáveis de dentro de casa, sem deixar um perfume forte, apenas uma leve fragrância deixando o ambiente agradável. Além, de produtos que agradam a todos os olfatos e que podem ser usados por toda a casa.

A Shamah também é uma ótima opção para quem deseja presentear. Na loja há diversas opções, são lindos kits e dos mais variados preços. É possível en-contrar pequenas lembranças no valor de R$ 10,00 até kits sofisticados em valores mais altos. Com a chegada do fim do ano a Shamah é uma ótima opção para a compra de presentes.

Mercado de cosméticos ofereceprodutos para o bem estar da família rural

vezes o odo

mãos, após passar o dia tem contato com os anambiente em sua casacom um aroma agradádisponíveis no mercadum conforto a maispesado no dia a dia.

Na Shamah, em Brvel encontrar produtoa casa. Entre eles háneutralizadores de otirar odores mais for

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Ação Ambiental

Projeto da Afubra já recolheu 91.686 litros de óleo saturadoParceria é com escolas e municípios dos três estados do Sul do Brasil

Em fevereiro de 2009, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), por meio do Projeto Verde é Vida e da equipe de Bionergia, lançou um projeto-piloto de recolhimento de óleo saturado com escolas da Região de Atuação Santa Cruz do Sul, Camaquã e São Lourenço do Sul e Canguçu. Passados dois anos e meio, o Projeto de Recolhimento de Óleo Saturado abrange o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, num total de 63 municípios e 354 escolas. Até a metade do mês de julho, já haviam sido recolhidos 91.686 litros de óleo saturado.

O projeto desenvolve-se da seguinte forma: por meio de um termo de coo-peração entre a Afubra e o município, este cadastra as escolas que estejam interessadas em participar do trabalho. A escola recolhe o óleo saturado e, com o auxílio do município, reúne em um local, de onde a Afubra recolhe e o transforma em biodiesel. Além de dar um destino correto ao óleo, a escola recebe um prêmio financeiro de R$ 0,50 por litro e pode trocar o seu cheque, entregue a cada fim de ano, por mercadorias na Agro-Comercial Afubra.

Para a entidade, que desenvolve diversas atividades de cunho ambien-tal e educacional, o Projeto contribui

na preservação do meio ambiente, educa as pessoas ao correto destino do óleo de fritura e auxilia as escolas, já que o pagamento é realizado apenas para os educandários. “A comunidade pode entregar o óleo na Afubra mas não receberá a bonificação. Inclusive, orientamos as pessoas para que en-treguem seu óleo a uma escola de sua preferência”, explica o técnico agrícola Nataniél Maria Sampaio, responsável técnico do Projeto.

Todo o óleo recolhido é levado ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimen-to para Diversificação da Agricultura Familiar, propriedade da Afubra, loca-lizada no município de Rio Pardo/RS, onde também se realiza a Expoagro Afubra. Lá, no Pavilhão da Agroener-gia, por meio de uma miniusina, o óleo é transformado em biodiesel e usado pela frota da entidade. O local também serve para estágios curriculares de es-colas técnicas e universidades, além de treinamento e aulas práticas em cursos específicos da área. Até o momento, seis alunos já realizaram seus estágios e 120 estudantes realizaram aulas práticas.

Os municípios e escolas interessados em fazer parte do programa podem entrar em contato com a Afubra, pelo e-mail [email protected], pelo telefone (51) 3713-7740 ou nas filiais.

Como coletar o óleoO óleo saturado deve ser ar-

mazenado em garrafas tipo pet, limpas, secas, transparentes e

sem rótulo. Ao armazenar o óleo saturado em garrafa pet, este

deverá estar filtrado previamente de forma a eliminar materiais

sólidos e também estar isento de água. Sugere-se como filtro, coa-dor de café, esponja de espuma, meia de nylon, tecido ou outro

mecanismo eficiente.

A filial da Afubra de Tubarão participa do Projeto de Recolhi-mento de Óleo Saturado desde

2011. Até o momento, integram os trabalhos duas escolas de Urus-sanga que já enviaram 350 litros de óleo para Santa Cruz do Sul.

Números

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Material- 5 litros de óleo de cozinha usado;- 2 litros de água;- 200 mililitros de amaciante;- 1 quilo de soda cáustica em escama.

PreparoColoque a soda em escamas no fundo de um balde cuidadosamente.

Coloque, com cuidado, a água fervendo e mexa até diluir todas as escamas da soda. Adicione o óleo e mexa. Adicione o amaciante e mexa novamente. Jogue a mistura numa fôrma e espere secar. Corte o sabão em barras.

Atenção: A soda cáustica pode causar queimaduras na pele. O ideal é usar luvas e utensílios de madeira ou plástico para preparar a mistura.

Mat- 5 - 2 - 2- 1

PrepCo

Coloda soJoguJogu

Ateusar

O óleo de cozinha usado é um problema para a natureza, muitas pessoas não sabem o que fazer com o resíduo, uma solução é transformá-lo em

sabão. Assim, além de não poluir a natureza a dona de casa ainda economiza com a compra de sabão para a lavagem da louça e da roupa. Essa simples atitu-de pode contribuir para diminuir o aquecimento global, já que a decomposição do óleo de cozinha emite metano na atmosfera. O metano é um dos principais gases que causam o efeito estufa, que contribui para o aquecimento da terra.

Além disso, um litro de óleo contamina 1 milhão de litros de água - o suficien-te para uma pessoa usar durante 14 anos. Isso acontece porque o óleo impede a troca de oxigênio e mata todos os seres vivos como plantas, peixes e microor-ganismos. E ele também impermeabiliza o solo contribuindo para as enchentes.

Receita de sabão feito a partir do óleo de cozinha

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Jersey e Holandesa são as raças que mais se adaptam a Região

Ao passarmos pelas propriedades rurais de toda região Sul de Santa Catarina podemos observar

que duas raças de vacas predominam nas pastagens. São elas a Jersey e Holandesa. A raça Jersey se adapta melhor ao relevo acidentado, já a Holandesa, maior do que a Jer-sey precisa de um terreno um pouco mais reto.

Mas, em todo o Mundo existem diversas raças de gados de leite.

Jersey- Origem: é ori-

ginário da peque-na ilha de Jersey, formada há sécu-los, pelo cruza-mento de animais provenientes da Normandia e da Bretanha. É uma raça criada em quase todo o mundo, inclusive no Brasil.

- Características: apresentam uma estatura baixa, de 115 a 120 cm nas vacas. O úbere é quadrado, bem irrigado, volumoso, com tetas pequenas e espaçadas. Seu leite é o mais apreciado para a produção de manteiga. Produz em média 3.300 quilos de leite com 5,0% de gordura. É a mais precoce das vacas leiteiras. Em geral a primeira cobertura é feita dos 15 aos 18 meses de idade. Sua longevidade é também bastante grande. Nas regiões tropicais mostra elevada tolerância ao calor. É popular em quase todos os países produtores de lacticínios. No Brasil, aclima-se com

facilidade na maioria dos estados.

Holandesa- Origem: ori-

ginária dos Países Baixos a raça Ho-landesa é o resul-tado de uma série de cruzamentos entre bovinos de diversas regiões da Europa.

- Características: a raça Holandesa é universalmente conhecida como a de maior potencial para produção de leite. Apresenta pelagem branca e preta ou branca e vermelha. Seu úbere possui grande capacidade e boa conformação. As novilhas podem ter sua primeira cria por volta dos dois anos de idade. Os bezerros nascem com 38 quilos em média.

Ayrshire- Or igem: a

raça Ayrshire é proveniente da Escócia, descen-de do gado dos condados de Ayr e Lanark. No me-lhoramento da raça, que se ini-

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ciou em 1750, a Ayrshire recebeu sangue de várias raças especializadas, entre elas o Holandês. É criada na Escócia, Irlanda e arredores de algumas cidades inglesas, Estados Unidos, entre outros países pelo mundo.

- Características: a aptidão dominante da raça Ayr-shire é leiteira, sua pelagem é malhada de vermelho, bem definido. Produz em média 3,900 quilos de leite por lacta-ção. Seu leite apresenta matéria seca alta, sendo próprio à fabricação de queijos. Na Grã-Bretanha, sua produção é praticamente destinada para a produção de queijos.

Pardo suíça- Or igem: o

gado Pardo Suí-ço, constitui uma das raças bovinas mais antigas. Teve origem 1800 anos antes de Cristo. É proveniente do sudeste da Suíça, sendo disseminada em todos os países vizinhos.

- Características: de pelagem parda clara a cinzenta escura, as vacas Pardo Suíças apresentam ventre desen-volvido, sustentando um úbere típico de gado leiteiro, com tetas de tamanho médio, bem colocadas. A aptidão predominante é a leiteira, mas também possui uma boa capacidade para produção de carne. As novilhas são cobertas aos dois anos e meio. Nos cruzamentos, trans-mite com grande fidelidade seus atributos, sendo às vezes difícil distinguir um animal 3/4 de um puro, não só pela conformação e pelagem como também pelas aptidões econômicas. Linhagens específicas para carne estão sendo desenvolvidas produzindo resultados satisfatórios.

Girolando- Origem: para a formação do Girolando é usado 5/8 ho-

landês mais 3/8 Gir, onde é possível conjugar a rusticidade

do Gir e a produ-ção do Holandês, adicionando ain-da características desejáveis das duas raças em um único tipo de ani-mal, atribuindo um desempenho econômico muito satisfatório. Estes cruzamentos surgiram em meados da década de 40.

- Características: responsável por 80% do leite produ-zido no Brasil, é evidente, a afinidade do Girolando com o tipo de exploração, propriedades, mercado e o produtor nacional. O bezerra Girolando ao nascer pesa em média 35 quilos. A docilidade de sua mãe juntamente com outras qualidades maternais, torna sua raça a mais utilizada como receptora de embrião em nosso País.

Gir Leiteiro- Origem: a

raça Gir é prove-niente da Índia, ao sul da penín-sula de Catiavar e l a r g a m e n t e criada no interior do continente. É uma raça mista, produtora de carne e com boa aptidão leiteira.

- Características: no passado, muitos criadores de-ram importância exclusiva a caracteres raciais, de menor importância econômica; depois, evoluíram para a seleção de rebanhos e linhagens dotados de maior capacidade produtiva, tanto para carne como para leite. As qualidades leiteiras das vacas são bastante pronunciadas. Tenta-se a seleção de uma variedade leiteira. Em alguns rebanhos

1919

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20

a produção é regular em regime de meia estabulação. São vantajosos cruzamentos do Gir com raças leiteira mais especializadas, como, por exemplo, a Holandesa. O bezerro é pequeno, mas muito resistente.

Guernsey- Origem: é originário da ilha de Guernsey. Admite-se

a hipótese de que seja deri-vado do cruza-mento do gado Bretão com o Normando. O Guernsey é um gado que goza de muita popu-laridade, tendo sido exportado para a Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Brasil e outros países.

- Características: a vaca Guernsey possui uma conformação tipicamente leiteira. Com um úbere grande, bem conformado e irrigado, é especializada na produção de leite gordo, por isso, classificada como raça manteigueira. É considerada mais rústica que a Jersey. Sua longevidade é notável, servindo na reprodução até avançada idade. Nos cruzamentos revela grande prepo-tência na transmissão de suas qualidades. Sua criação tem sido recomendada ao lado de vacas de leite magro para operar misturas de compensação.

Normando- Origem: é uma raça bastante antiga, originária na

Normandia, na França. Seu melhoramento e livros de registros são relativamente recentes.

- Características: a raça Normanda possui aptidão

predominante para o leite. Sua pelagem é malhada com fundo do amarelo claro até o escuro. As novilhas dão a primeira cria entre dois anos e meio a três anos de idade e os machos começam a servir em torno de 12 meses de idade. Ao nascer, os bezerros pesam em média 45 quilos. Os animais da raça Normanda não se desenvolveram bem no Brasil. Possui temperamento dócil e é indicada para fazendas mistas, em regime de meia estabulação. No cruzamento com raças zebuinas, o gado Normando dá mestiços rústicos, de crescimento rápido, pesados, produtores de carne de boa qualidade.

Pitangueiras- Origem: por volta da Segunda Guerra Mundial, o

Grupo Anglo, empresa de destaque na criação de bovi-nos ao redor do mundo iniciou um processo de criação de uma raça híbrida entre Taurinos e Zebuínos. O Red Poll, considerado uma raça de dupla aptidão, cruzado com o indiano Guzerá, que já havia passado por um melhoramento genético visando a produção de leite. Os produtos 5/8 Red Poll e 3/8 Guzerá, cruzados com animais com o mesmo grau de sangue, deram origem aos bi-mestiços Pitangueiras. O nome da raça veio da cidade de Pitangueiras, próximo de Ribeirão Preto onde foi desenvolvido, tradição do meio pecuário.

- Características: o gado Pitangueiras se caracte-riza pela pelagem vermelha uniforme. È geneticamente mocho e apto para a dupla aptidão (carne e leite). Ao nascer os machos pesam cerca de 35 quilos e as fêmeas 33 quilos, chegando aos 12 meses com 220 quilos e 205 quilos respectivamente. Os novilhos destinados ao abate atingem cerca de 450 quilos aos três anos, em regime de pasto. A média de produção de leite em grandes rebanhos é de 10 a 15 quilos por dia. O leite é bastante rico em gordura, com 4 a 5 % de gordura, herança do Guzerá. A média em 300 dias de lactação por animal gira em torno de 4 mil a 5 mil quilos de leite.

Fonte: http://www.vivernocampo.com.br/pecuaria/pecuedeleiteracas.htm

2020

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212121

Medicina Veterinária nas Escolas

Acadêmicos do Curso de Medicina Ve-terinária do UNIBAVE estiveram nos dias 30 de setembro e 07 de outubro em duas escolas de educação básica do município de Orleans, Escola Barriga Verde e Escola Costa Carneiro, desenvolvendo o projeto Saúde e Bem estar Animal.

A atividade tem como proposta educa-cional o objetivo de conscientização das crianças sobre a importância da posse responsável de animais, medidas que proporcionem a redução da população de cães e gatos abandonados, bem como a propagação de zoonoses no município.

“Nossa meta é continuar desenvolven-do esse projeto nas escolas de Orleans e região para que as crianças, cada vez mais, se conscientizem e sejam parceiras do curso na divulgação dos temas discutidos nas palestras”, concluiu Profª. Miryan Cruz Debiasi, assessora pedagógica do curso que acompanhou e orientou os acadêmicos nessa realização.

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2222

O 1° Encontro Sul Catarinense de Ovi-nocultores, aconteceu na proprieda-de de Matias e Timóteo Weber na

comunidade de Bom Retiro, em São Ludgero, no dia 5 de outubro, para integrar os dois núcle-os de ovinocultores existentes na região - um da Região de Tubarão presidido por Matias Weber e o outro que envolve as regiões de Criciúma e Araranguá, presidido por Laênio Leal.

Na ovinocultura o trabalho sempre foi realizado separadamente por cada núcleo. Agora os dois núcleos se unem para traçar um planejamento conjunto para os próximos anos. “No encontro tivemos duas palestras sendo a primeira com o médico veterinário, especialista em ovinocultura da Estação Experimental da Epagri em Lages, Volney Ávila, que tratou sobre as perspectivas da ovinocultura em Santa Cata-rina”, informou o médico veterinário da Epagri de Braço do Norte, Lúcio Teixeira de Souza, revelando que a segunda apresentação ficou por conta do engenheiro agrônomo e criador em Bom Retiro, José Volni da Costa que apre-sentou o dia a dia do ovinocultor, abordando as dificuldades e soluções de problemas.

Na sequência foi realizado uma discussão em grupo com os participantes, no sentido de avaliar os trabalhos realizados atualmente, discutir os entraves da atividade, bem como traçar um plano conjunto de avanço da ovi-nocultura no Sul do Estado. Os produtores foram unânimes em valorizar e solicitar apoio constante da Epagri junto aos produtores em toda a região sul, fortalecendo a necessidade de um profissional à disposição dos criadores, sendo referenciado a existência de um especia-

lista em ovinocultura na região que já atende o setor, liberado para atuação em ambos núcleos de ovinocultores.

O grupo encaminhou no planejamento uma excursão a propriedade de José Volni em Bom Retiro, para visitação a fim de observar o plano forrageiro, animais e instalações, entre outros aspectos. A excursão está prevista para a primeira semana de dezembro de 2011, que contou com o apoio do prefeito, presente ao encontro, que vai viabilizar um ônibus de 40 lugares para a participação de produtores e técnicos das três regiões do Sul Cata-rinense.

No encerramento do encontro foi servido al-moço à base de carne de cordeiro para todos os participantes. “Ainda este ano, no dia 19 de novem-bro acontecerá em Braço do Norte o 5º Cordeiraço, que reunirá produtores, técnicos e apreciadores da saborosa carne ovina, onde será servido somente carne de cordeiro”, lembra o mé-dico veterinário e responsável pelo projeto pecuária, Marcelo Pedroso, informando que este trabalho faz parte do Projeto Pecuária na UGT8, que envolve as regiões de Tubarão, Criciúma e Araranguá, que objetiva a produ-ção de carne, leite e lã à base de pasto, com atuação nas áreas de bovinocultura de leite e corte, ovinocultura e caprinocultura.

Ovinocultores se reúnem em São Ludgero

Grupo encaminhou no planejamento uma excursão a propriedade de José Volni em

Bom Retiro, para visitação a fim de observar o plano forrageiro,

animais e instalações, entre outros aspectos

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Para prevenir mastite estes são os 3 principais manejos de ordenha

Lava-se os tetos se estiver sujo

de barro ou esterco, se for so poeira

seca não precisa usar água. Então

tira-se os 3 jatos.

Como a eliminação dos primeiros jatos envia os sinais mais

fortes ao cérebro para a liberação da ocitocina, ela é definitiva no

processo da descida do leite. Contudo, a eliminação dos primei-

ros jatos oferece uma oportunidade fácil e prática para os orde-

nhadores detectarem o leite anormal (grumos e coágulos),mastite

clínica. Bom também para se certificar de que qualquer leite

anormal não será misturado ao resto da produção de leite. Então

eliminar 3-4 jatos de leite de cada teto. A eliminação dos primeiro

jatos oferecer alguns benefícios imediatos à qualidade do leite,

com esta eliminação de jatos, podem diminuir minutos dos

tempos de ordenha e melhorar a contagem de células somáticas

(devido a detecção precoce da mastite.

Tira-se os 3 jatos de cada

teto, ai sim usa-se um pré-

diiping no teto, vai desinfetar

o canal do teto, e os tetos

por fora matando bactérias, e fungos que causam a mastite.ex-

espumante de ácido lático.

Obs: depois do uso, o copo aplicador sem retorno deve ser

lavado o seu bocal na água aquente.

Em uma imersão simples 75-90% da superfície do teto deve

ser coberta com o desinfetante, e este deve permanecer no teto

por no mínimo 20-30 segundos. O pré-dipping é um dos meios

mais efetivos de diminuição das infecções intramamárias de-

correntes de patógenos ambientais no teto, e ele elimina o uso

de água no procedimento de preparação (e,sempre que se usar

água durante o procedimento de preparação do úbere, haverá,

definitivamente, uma chance de aumento da mastite ambiental.

Ao secar os tetos com uma

toalha individual, remove-se

o desinfetante do teto. Os

ordenhadores devem secar

completamente cada teto removendo o desinfetante com um

movimento giratório da toalha de cima para baixo. Depois, de-

vem virar a toalha e, com o lado limpo, esfregar a ponta do teto,

certificando-se de que esta parte fique limpa. A extremidade do

teto(ponta) é uma das áreas mais críticas da vaca e a mais sus-

cetível à entrada de bactérias e à mastite ambiental. É essencial

que os ordenhadores prestem atenção especial na limpeza desta

área para que ela fique pronta para a saída do leite.

Lembre-se, se ficar sujeira na superfície do teto após a seca-

gem, ela acabará no tanque de leite, afetando enormemente a

contagem de bactérias e aumentando as chances de infecções

por mastite.

tirar 3 jatos

1Pré-dipping2

Secagem3

Reuniao realizada em 6 de outubro de 2011

no Pesque Pague Borguete. Participaram as linhas de Genoario,

Dionei e Marino.

ASSUNT0S: INSTRUÇÃO

NORMATIVA 51- LEI DO LEITE- MINISTÉRIO

DA AGRICULTURA - MANEJO

REPRODUTIVO - MELHORAMENTO

GENÉTICO

Produtor descarte o leite com resíduos de qualquer tipo de medicação (antibióticos, remédio de vermes, carrapato, entre outros). Pois a Indústria de Laticínios não pode utilizar este tipo de leite para fazer seus produtos (Instrução Normativa 51) Obs.: Qualquer dúvida chame o técnico da empresa.

Cuidados com uso de medicações

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2424

Onde a atividade está ganhando e onde está perdendo espaço?

Cepea

A produção de leite no Brasil cresceu, em média, 4% ao ano entre 1999 e 2009, de acordo

com dados da Pesquisa da Pecuária Muni-cipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Algumas bacias leiteiras, entretanto, estão "disparando". Entre as cem maiores mesorregiões produtoras, o centro--sul paranaense obteve o maior crescimento médio, de 18% ao ano, seguido pelo oeste maranhense, com 14% a.a., sertão pernam-bucano, agreste pernambucano e sudoeste paranaense, os três com 13% a.a.

Por outro lado, em algumas regiões antes tradicionais, a produção leiteira vem perden-do espaço, como é o caso de Ribeirão Preto (SP), que registra queda de 4% ao ano na produção de leite entre 1999 e 2009, Cam-

pinas e Vale do Paraíba Paulista, ambos com recuo de 2% a.a. A principal questão é: o que vem ocorrendo nessas regiões para impulsionar ou retrair a atividade leiteira?

Em alguns casos, o avanço de determina-da cultura acaba proporcionando aumento da demanda por terra, insumos e mão-de--obra, tornando os custos mais elevados de uma forma geral. Nesse sentido, o produtor de leite que não for eficiente acaba deixando a atividade. Este cenário vem sendo obser-vado nos últimos anos no estado de São Paulo, especialmente com a expansão da cana-de-açúcar. Entre 1999 e 2009, houve recuo de 17% da produção leiteira paulista.

No Sul do País, a situação é diferente. Enquanto a produção brasileira aumentou 53%, a do Sul avançou expressivos 95% no

período em análise. Os ganhos de produ-tividade têm proporcionado rentabilidade favorável ao pecuarista leiteiro, resultando em avanço da atividade na região. Desde 2007, a principal mesorregião produtora de leite do País é o noroeste rio-grandense, que representou 8% da produção nacional em 2009, segundo o IBGE, e teve crescimento médio de 7% ao ano no período analisa-do. Outro avanço considerável é visto no oeste catarinense, que passou de 7º maior produtor em 1999 para 3º em 2009, com incremento médio de 12% a.a.

No Norte e no Nordeste do Brasil, o im-pulso da renda per capita - e com isso da demanda - tem atraído diversas indústrias do setor leiteiro para as regiões. O Nordeste foi a segunda região onde a produção leiteira

Ritmo de crescimento da produção entre 1999 e 2009 de alguma mesorregiãos brasileiras - média anual

Fonte: IBGE (Pesquisa da Pecuária Municipal)/Elaborado pelo Cepea.Nota: As 16 mesorregiões apresentadas representaram 50% da produção brasileira de leite em 2009.

Font

e: h

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www.

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poin

t.com

.br

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Fonte: IBGE / Elaborado pelo Cepea.* O percentual refere-se à participação do leite de cada mesorregião no total produzido pelo Brasil em 2009.Notas:1- O número ao lado de cada região refere-se à sua posição no mapa acima; 2- O ritmo de crescimento da produção de café considera as somas a cada dois anos, devido à bienalidade da cafeicultura.

mais cresceu entre 1999 e 2009 (87%), seguido pelo Norte (75%), ambos acima do aumento nacional. Na região Norte, o destaque é Rondônia. A mesorregião leste rondoniense já é a décima principal bacia leiteira do País.

O mapa abaixo mostra as principais mesorregiões produtoras de leite e algumas onde a produção vem crescendo de forma acelerada, bem acima do ritmo da produção nacional. Nota-se que as mesorregiões com maior crescimento da produção leiteira estão no Sul e em algumas regiões de fronteira, que vêm obtendo cada vez mais expressividade na produção de leite.

Por outro lado, algumas mesorregiões de Minas Ge-rais e Goiás apresentaram crescimento abaixo ou pró-ximo à média nacional (4% ao ano). Já em São Paulo, as principais bacias leiteiras apresentaram, em média, taxa nula ou negativa na produção de leite. Os quadros apresentados nesta matéria mostram a comparação do ritmo de crescimento da produção leiteira com as principais atividades de cada mesorregião.

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A avicultura é muito forte em Santa Catarina, que é o segundo maior produtor de aves do Brasil Santa

Catarina também é o Estado que mais exporta. O faturamento é de mais de 1 bilhão de dóla-res em vendas externas e o volume anual de abates é de aproximadamente 700 milhões de aves. O Estado reúne 13.000 avicultores, dos quais 10 mil são integrados às agroindústrias. O setor emprega diretamente 40 mil pessoas e, indiretamente, mais 80 mil.

Para alguns agricultores a avicultura também se tornou a alternativa no momento em que precisaram trocar de atividade. No momento atual os fumicultores passam por grandes di-

2727

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ficuldades e com planejamento e investimento a avicultura pode ser tornar a alternativa.

O produtor Antônio Duarte Rinaldi tomou essa decisão há alguns anos e de fumicultor passou a ser avicultor. Atualmente possui oito granjas, sendo quatro na comunidade de Rio Novo, em Orleans e mais quatro em Barro Branco, no município de Lauro Müller. Antônio conta com

a ajuda dos filhos Antônio Marcos Margheti Rinaldi, Mônica Margheti Rinaldi, Débora Margheti Rinaldi e Adriano Margheti Rinaldi, além de funcionários nos ser-viços do dia a dia. As granjas Rinaldi possuem cerca de 59 mil aves e pro-duzem aproximadamente 45 mil ovos

férteis ao dia.O principal fator para a mudança de

atividade foi a dependência que a fumi-cultura possui do clima. “O fumo depende

os 30 dias do mês do clima, já a avicultura não, se chover os trabalhos são realiza-

dos”, explica o avicultor. “Muitos agricultores que trabalhavam

com o fumo estão migran-do para a avicultura”, completa Antônio Mar-

cos Margheti Rinaldi.Com a mudança de atividade Antônio conseguiu

melhorar a renda familiar, mas para isso investiu bastante e deixou os aviários bem equipados. “Com a avicultura foi melhor, mas investi bastante, na fumicultura havia pouco investimento”, relata. E Antônio conta que é preciso sempre estar se atualizando e modernizando a granja. O avicultor explica que o custo para montar um aviário é alto e se aproxima dos R$ 300 mil.

Ele produz ovos férteis e entrega para a Seara, a preocupação com a sanidade é constante. O cuida-do é enorme. A circulação de carros e de animais domésticos é proibida ao redor das granjas. Todos que entram nas granjas precisam tomar banho antes, todo esse cuidado para oferecer um produto de qualidade. A maior preocupação é em relação as doenças, sendo que as principais são salmonela, MS e MG. Para Antônio o momento da avicultura é favorável, já que o consumo é bastante grande.

Quem também precisou mudar de atividade e optou pela avicultura foi Ivo Ricken, de Rio Fortuna. A mudança ocorreu entre 2008 e 2009. Ivo pôde aproveitar grande parte da estrutura da granja de suínos para receber os frangos e poucas adaptações precisaram ser feitas, esse foi um dos

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município de Lauro Müller. Ana ajuda dos filhos Antônio

Rinaldi, Mônica MarghetMargheti Rinaldi e ARinaldi, além de funcviços do dia a dia. Apossuem cerca de 59duzem aproximadam

férteis ao dia.O principal fator par

atividade foi a dependêcultura possui do clima. “

os 30 dias do mês do climnão, se chover os traba

dos”, explica o aagricultores

com o fumdo paracomple

Antônio Marcos Margheti Rinaldi, trabalha nas granjas da família onde a preocupação com a sanidade é constante

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motivos para a escolha da avicultura como nova atividade na propriedade. Atualmente são aproximadamente 10 mil aves de postura. Sendo cerca de 750 dúzias de ovos ao dia, entregues para a empresa Agromeürer.

Os maiores cuidados no manejo diário, de acordo com Ivo, são em relação ao calor no verão, já que os frangos são sensíveis as altas tempera-turas e no inverno o segredo é manter a quantidade de luz adequada. “As galinhas precisam de 16 horas de luz ao dia, esse é o segredo”, coloca Ivo.

A propriedade de Ivo é diversificada e a bovinocultura de leite também ga-nhou espaço e investimentos no mo-mento em que a suinocultura precisou ser deixada de lado. A avicultura e a bovinocultura de leite se completam. Já que o esterco produzido no aviário vira adubo orgânico e fertiliza a pasta-gem. Para manter a propriedade Ivo, conta com a ajuda da esposa Valdete Schulter Ricken e dos filhos Luiz Hen-rique Ricken e Natalia Ricken.

Ivo pôde aproveitar grande parte da estrutura

da granja de suínos para receber os frangos

e poucas adaptações precisaram ser feitas

Nesta entrevista, o presidente da Associação Cata-rinense de Avicultura (ACAV), Clever Pirola

Ávila, fala sobre as perspectivas de modernização da atividade avícola e sobre os fatores que contribuem para o Estado se destacar em volume de exportação.

PRESIDENTE DA ACAV FALA SOBRE A ATUAL SITUAÇÃO DO SETOR EM SANTA CATARINA

Quais são as principais demandas no setor avícola?Ávila- As principais demandas envolvem planejamento de

longo prazo, pelo menos até 2050, focado na infraestrutura do Estado (ferrovias, rodovias, portos, aeroportos), sanidade animal, linha de crédito para produtores, alinhamento fiscal e postos avançados de adidos agrícolas nos países importadores, entre outros.

Qual seria o investimento necessário para moderni-zar o setor avícola catarinense?

Ávila- Acredito que Santa Catarina deve caminhar para uma linha de parcerias público-privadas.

Qual foi a proposta apresentada pela Associação Ca-tarinense de Avicultura (ACAV) ao governo Estadual?

Ávila- Apresentamos nosso Plano Estratégico 2050, visando um alinhamento e comprometimento de todos no longo prazo. Não podemos ficar pensando em apenas quatro anos (de acordo

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com o mandato político). Os empresários necessitam ter uma visão de maior perí-odo. Não se faz agronegócio competitivo desta forma. Precisamos entender que Santa Catarina tem aspectos positivos, tais como sanidade animal, vocação para produção e qualidade. Entretanto, temos alguns desafios, como custo logís-tico superior, custo de matérias primas superiores. Só podemos mitigar estas desvantagens trabalhando em conjunto: agroindústria, produtores, empresários e governo.

Para quais países o produto é enviado e qual é a demanda interna do produto no Estado?

Ávila- Santa Catarina está habilitada a exportar para mais de 120 países. Como nos demais estados do Brasil, o consumo é crescente em função basicamente da saudabilidade do produto e presença constante nos pontos de venda.

Qual é o custo de produção e como é calculado?

Ávila- O custo fundamentalmente está vinculado ao valor de matérias pri-mas: milho, soja, óleo e farelo de soja e no custo logístico (terrestre e marítimo, energia e mão de obra).

Quais são os principais fatores que contribuem para o Estado se destacar em quantidade e volume exportado?

Ávila- A origem da agroindústria brasi-leira está em Santa Catarina. Os maiores grupos estão sediados aqui. Certamente destacamos a saúde animal com o fator chave de sucesso. É importante continu-armos com a crescente evolução neste aspecto.

O setor está investindo em algu-ma área específica?

Ávila- Neste momento, investimos em automatização em função do apagão de mão de obra.

Qual é a sua avaliação sobre as questões envolvendo a sanidade das granjas?

Ávila- Santa Catarina é líder na linha de saúde animal. Precisamos continuar inovando com os controles aplicados, reforço nas barreiras interestaduais e internacionais, atualização dos bancos de dados dos animais alojados e a ras-treabilidade completa de toda a cadeia produtiva.

Como o setor está se portando em relação as demandas ambientais?

Ávila- O setor está sempre se atualizan-do de acordo com a legislação ambiental vigente e, certamente, isso é uma das prioridades setoriais.

Um amplo estudo conjunto da Organização para Cooperação e De-senvolvimento Econômico (OCDE) e da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) prevê que, na próxima década, have-rá preços elevados e grande volati-lidade internacional, e o Brasil será um dos países mais beneficiados. O senhor concorda?

Ávila – Certamente o Brasil terá a preferência desta fatia disponível, pelos aspectos da oferta brasileira, qualidade, bem estar animal, aspectos ambientais e sociais.

Como fazer para estimular o aumento da produção global e re-duzir a volatilidade nos mercados de commodities agrícolas, que nos últimos anos elevaram índices inflacionários e chegaram a provo-car protestos nas ruas de diversos países?

Ávila – O caminho será fazer melhor com menos. Isto através do repensar a produção, reduzir o desperdício, reuso dos recursos naturais e reciclagem dos resíduos gerados.

Santa Catarina é líder na linha de saúde animal. Precisamos continu-ar inovando com os

controles aplicados, reforço nas barreiras interestaduais e interna-cionais, atualização dos bancos de dados dos animais alojados e a rastreabilidade completa de toda a cadeia produtiva". Clever Pirola

Ávila, presidente da Associação

Catarinense de Avicultura

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Como fazer baixar os preços de muitas commo-dities básicas para a produção de alimentos, que se mantêm em patamares mais elevados tanto em termos nominal como real se comparados aos da década anterior?

Ávila – A relação universal oferta-demanda prevalece na economia e somente estas variáveis alteradas podem impactar em preços.

A FAO prevê que, em média e em termos reais, de-verão subir até 50% os preços das carnes e 20% os preços dos cereais nos próximos anos. A avicultura brasileira abocanhará esses ganhos?

Ávila – Certamente a avicultura manterá sua liderança de crescimento pelos aspectos de ciclo produtivo reduzido, saudabilidade e competitividade.

Os custos da produção agrícola estão em crescimen-to e a produtividade em queda: como resolver isso?

Ávila – A meu ver a produtividade não está em queda, observamos ano a ano a evolução genética, novos métodos de manejo, melhoria do bem estar animal e a evolução da

saúde animal. E são estes aspectos que podem minimizar os custos produtivos.

O crescimento populacional e o aumento da renda em grandes emergentes como China e Índia continu-arão a sustentar as compras de arroz, carne, lácteos, óleos vegetais e açúcar no mercado mundial?

Ávila – Não somente o crescimento populacional propiciará, como também o acesso ao consumo das classes mais pobres.

Quanto crescerá a produção agrícola como respos-ta natural dos produtores aos atuais preços elevados?

Ávila – A produção só crescerá se for viável economica-mente e/ou através dos permanentes subsídios governamen-tais mundo afora.

Como o Brasil vai desarmar a armadilha da inflação (real sobrevalorizado e perda de competitividade)?

Ávila – Novamente, entendo que a produtividade está au-mentando. O aumento da relação comercial entre os países, prevalecendo os acordos na OMC, e observando a vocação produtiva de cada região ajudará no controle da inflação.

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Entrevista

João Rodrigues"Secretário de Agricultura e Pesca de Santa CatarinaO Brasil é um país agrícola e em Santa Catarina a

situação não é diferente. No Vale do Braço do Norte a suinocultura e o gado de leite são os grandes des-taques. Para o secretário de Agricultura e Pesca de Santa Catarina, João Rodrigues, as duas atividades contribuem bastante na arrecadação do Estado. Ele coloca que o crescimento da bovinocultura de leite é importante e que em breve a bacia leiteira da Região será a segunda maior de Santa Catarina, perdendo apenas para o Oeste.

Visão Rural – Quais os principais investimen-tos do Governo do Estado na Agricultura? João Rodrigues - Traçamos um plano de metas, desenvol-vemos as ações e apresentamos os principais projetos, dentre eles nós temos o Juro Zero Agricultura, que são R$ 100 milhões a disposição da Agricultura Familiar, junto aos técnicos da Epagri em cada município, os valores que estão a disposição são de até R$ 50 mil, que o agricultor vai captar junto ao Banco do Brasil com o Sicoob, com juros pagos pelo Estado, com oito anos para pagar e dois anos de carência e permite ao agricultor comprar vacas de leite, equipamentos, outros animais, é o maior programa para a agricultura de um estado no Brasil.

Além disso, nós temos o SC Rural, que está traba-lhando com 189 milhões de dólares, recursos para a construção de 500 agroindústrias familiares, com investimento de R$ 300 mil cada uma, boa parte delas serão direcionadas vocacionalmente de acordo com a região, quem define são os técnicos, juntamente com os produtores rurais.

Temos também o Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR), onde financiamos direto ao produtor, através de projetos apresentados pela Epagri.

O produtor conta ainda com toda a estrutura da Cidasc e Epagri, são mais de 4 mil funcionários que prestam serviços, em todos os municípios nós estamos presentes.

Créditos Rurais estão a disposição dos agricultores

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Visão Rural – A suinocultura sofre com altos e baixos, em que o Estado pode colaborar para a estabilização da atividade? João Rodrigues – No momento estamos em busca de novos mercados, estamos trabalhando intensamente junto ao Governo do Estado para que o mercado japonês possa fazer investimentos no Estado, com a compra de suínos, se isso ocorrer e acredito que isso vá ocorrer, nós teremos a redenção da suinocultura, ou seja, ela atravessa altos e baixos por uma questão de mercado, o mercado interno está saturado, para poder melhorar substan-cialmente tem que ser vendido no mercado externo e é isso que nós estamos fazendo. Há uma expectativa muito boa quanto ao mercado japonês.

Visão Rural – E os mercados chinês e russo? João Rodrigues - O mercado chinês ainda não se consolidou, ele aprovou, mas ainda não comprou, pode comprar a qualquer momento, mas não há previsão. Já o mercado japonês já está previamente aprovado e tem a intenção de comprar porque precisa.

Os embargos da Rússia são por uma questão comer-cial e não por problemas na agroindústria catarinense, então ela embarga e compra e por isso os altos e baixos, a aposta maior é manter o mercado russo, tentar reabri--lo na sua totalidade, mas o mercado japonês consome muito mais do que nós produzimos.

Visão Rural – O mercado leiteiro catarinense sofre com a concorrência com países do Mer-cosul. Há algo que possa ser feito pelo Estado? João Rodrigues - Nós, não podemos legislar nas rela-ções internacionais, é uma questão Federal, o Governo Federal que pode criar uma barreira, há uma concor-

rência desleal, tanto no leite, como no arroz, quanto em outros produtos que até a China está exportando para o Brasil. Nós conseguimos nos manter e praticar um bom preço em Santa Catarina em razão do mercado, mas o leite sempre vem oscilando no preço e isso acontece quando entra demais do mercado argentino e também do Uruguai, o custo de produção lá é muito mais barato do que aqui.

Visão Rural – A fumicultura tem enfrentado muitas barreiras, o que o Estado pode fazer para ajudar o fumicultor? João Rodrigues - Nós temos um embate muito grande com a Anvisa, que está tentando a toda forma acabar com a produção do fumo, ela quer combater os fumantes punindo o produtor. É mais ou menos a história do marido traído, a mulher traía o cidadão no sofá da sala, ele tirou o sofá achan-do que iria acabar com o problema, e é isso que a Anvisa está fazendo entre aspas, ela acha que aca-bando com o produtor de fumo ela vai reduzir o número de fumantes. Muito pelo contrário, 40% do fumo consumindo em Santa Catarina vem do Paraguai, não paga imposto, não gera empregos e traz a doença, pelo menos o cigarro brasileiro paga imposto, gera emprego e subsidia as despesas da saúde, então é um problema grave.

A secretaria de Agricultura está fazendo o que: esta-mos intensificando os trabalhos junto com os técnicos da Epagri para tentar substituir o fumo por outra atividade, mas isso depende do produtor, mas é difícil encontrar outra atividade que remunere tão bem quanto ao fumo.

Os embargos da Rússia são

por uma questão comercial

e não por problemas na

agroindústria catarinense

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Carlos Geraldo Rodrigues JuniorTécnico AgropecuárioE-Mail: [email protected]

Saber PlanejarAtualmente as empresas apostam num ma-

rketing verde, onde sua principal propaganda é que são sustentáveis. Com isso elas conseguem exportar, ter uma maior aceitação no mercado e principalmente estar preservando o futuro para as novas gerações não agredindo o meio ambiente. Para o setor agrícola não é diferente as empresas integradoras estão indo pelo mes-mo caminho, exigindo de seus fornecedores a licença ambiental de operação para poderem estar comprando seus produtos. Outro garga-lo que esta prejudicando quem não possui as devidas licenças é a questão do crédito rural, desde o inicio do ano para liberação do crédito é necessário que o produtor rural apresente essa documentação.

Esse processo de licenciamento não é rápido e simples, quando se apresenta um projeto para esta finalidade o produtor tem que estar em dia com a legislação ambiental, possuir um

programa de manejo dos dejetos adequado a sua atividade, tudo isso tem que ser feito por um profissional habilitado que acompanhe a propriedade durante todo o período de vigência da licença. Um dos grandes problemas encon-trados em nossa Região é o enquadramento na legislação ambiental de muitos produtores, que possuem suas instalações em área de APP. Para estes produtores também há um caminho para adequação ambiental de sua propriedade, sendo um processo um pouco mais burocrático.

Não a mais como fugir desta questão ambiental, todos terão que adequar-se para poder continuar produzindo e competitivo no mercado, sempre que for começar um proces-so de licenciamento procure um profissional de sua confiança que irá lhe dar todo suporte necessário. A planejar projetos agropecuários disponibiliza todo este suporte ao produtor fazendo o acompanhamento da propriedade.

Licenciamento Ambiental

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Curiosidades

Na comunidade de Rio das Furnas, em Orleans, mora a família de Afonso Meürer Kuehlkamp. A terra é fértil e não é raro a família ser surpreendida. A última vez foi no fim do inverno. Em uma bana-neira cresceram quatro cachos de banana. Uma surpresa para todos. Alguns até duvidaram que o fato fosse verdade. Para que os mais curiosos pudessem verificar com os próprios olhos Afonso decidiu não cortar nenhum cacho e apenas os passarinhos puderam se deliciar com as bananas. No local havia bananeiras com dois, três e quatro cachos, uma raridade.

Só que essa não foi a primeira vez que algo curioso acon-tece na propriedade. Lá, já foi colhida uma batata doce de aproximadamente 10kg800g e também uma beterraba de mais ou menos 2 quilos.

Afonso conta com a ajuda da esposa Adelaide Petersen Kuehlkamp e dos filhos André, Vando e Marcos Kuehlkamp. A atividade principal é o gado leiteiro e para complementar a renda eles fazem mourões de concretos.

Bananeira comquatro cachos

Maior queijo de minas padrão do Brasil

Fonte: RankBrasil

O maior queijo de minas padrão, que entra para o RankBrasil em 2011 foi produzido pela cidade de Ipanema, em Minas Gerais. Foram utilizados 12 mil litros de leite, resultando em um queijo de 1.305 quilos, 59 centímetros de altura e 175 centímetros de diâmetro.

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Idade do Cão Idade Humana1 ano 15 anos2 anos 24 anos3 anos 28 anos4 anos 32 anos5 anos 36 anos6 anos 40 anos7 anos 44 anos8 anos 48 anos9 anos 52 anos10 anos 56 anos11 anos 60 anos12 anos 64 anos13 anos 68 anos14 anos 72 anos15 anos 76 anos16 anos 80 anos17 anos 84 anos18 anos 88 anos19 anos 92 anos20 anos 96 anos21 anos 100 anos22 anos 104 anos23 anos 108 anos

Pelo tamanho gigante do queijo, 15 pessoas trabalharam com o apoio de um guindaste, para transportar o alimento do local onde foi feito até o caminhão, que levou ao evento. O alimento foi aprovado por uma multidão que passou pela festa.

Convencionou-se dizer que cada ano canino corresponde a sete anos da idade do homem. Mas será que um cão de 15 anos teria mesmo 105 anos? Essa correlação não é muito precisa. Não existe uma tabela exata, pois a idade do cão varia com inúmeros fatores. Por exemplo: raças grandes ou gigantes vivem menos tempo, ou seja, nove anos para um dobermann representam muito mais idade do que para um poodle. As raças pequenas, sabidamente, têm longevidade maior.

Você já deve ter visto um cão de 10 anos que aparente ter bem menos idade. Como no homem, alguns indivíduos tardam a envelhe-cer, enquanto outros parecem ter envelhecido precocemente. A alimentação, prevenção de doenças e cuidados com o animal irão influenciar em sua saúde e aparência, embora, em alguns casos, esses fatores não sejam determinantes. Mesmo extremamente cuidado, não há como retardar o envelhecimento dos animais.

O conhecimento da idade do cão em relação à idade humana nos ajuda a entender melhor o comportamen-to de nossos animais. Para termos uma idéia aproxi-mada dessa relação, podemos usar a tabela abaixo. Como já foi explicado, ela é apenas uma base para você determinar a idade do seu cão. Agora é só tirar a dúvida: será que ele está mais conservado do que você?

Mande sua curiosidade

para nós!contato@revistavisãorural.com.br

ou ligue 3653-1849

12 anos 64 anos13 anos 68 anos14 anos 72 anos15 anos 76 anos16 anos 80 anos17 anos 84 anos18 anos 88 anos19 anos 92 anos20 anos 96 anos21 anos 100 anos22 anos 104 anos23 anos 108 anos

Você já deve ter visto um cão de 10 anos que aparente ter bem menos idade. Como nohomem, alguns indivíduos tardam a envelhe-cer, enquanto outros parecem ter envelhecido precocemente. A alimentação, prevenção dedoenças e cuidados com o animal irão influenciar em sua saúde e aparência, embora, em alguns casos, esses fatores não sejam determinantes. Mesmo extremamente cuidado, não há como retardar o envelhecimento dos animais.

O conhecimento da idade do cão em relação à idadehumana nos ajuda a entender melhor o comportamen-to de nossos animais. Para termos uma idéia aproxi-mada dessa relação, podemos usar a tabela abaixo.Como já foi explicado, ela é apenas uma base para você determinar a idade do seu cão. Agora é só tirar a dúvida: será que ele está mais conservado do que você?

Fonte: Webanimal

A verdadeira idade dos cachorros

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Giro AgropecuárioDiogo Schotten BeckerGestor em Agronegócio eAcadêmico de [email protected]

Com a redução da mão de obra nas áreas rurais é eminente que existe a necessidade de moder-nização da infraestrutura nestes locais. E não podemos levar em consideração apenas este fator, se faz necessário também pelo fato de termos que ter ganhos em escala, do contrário não temos como competir, é preciso saber que quem estipula o preço dos nossos produtos é o mercado, o con-sumidor diz quanto que pode pagar, e nós como produtores podemos agir na única variável que esta sob o nosso controle, o custo de produção.

Quando falamos em modernização não po-demos pensar somente num computador ou no melhor trator existente no mercado, modernização pode ser o simples fato de automatizar a água para os terneiros, não mais precisando ir abrir uma torneira e colocar a água manualmente para estes animais. Isto gera o desperdício de um artigo de luxo: a mão de obra. Além do mais este tempo poderia ser gasto com outros serviços mais impor-

tantes tais como, limpeza do ambiente, vacinação dos animais entre outros, fica ai a dica é neces-sário aproveitarmos melhor o nosso tempo, do contrário irá passar dias e anos e continuaremos reclamando que não dá tempo para fazer nada. Portanto, parem uma hora por semana e reflitam, o que eu posso fazer para melhorar a minha pro-priedade. Onde estão os gargalos, onde eu estou trabalhando mais tempo, e nesse local é neces-sário trabalhar tanto tempo assim? Se eu realizar algumas modificações não irei economizar mais tempo? Vale lembrar este tempo de sobra pode ser aproveitado com a família e amigos.

Não podemos também deixar de lado o aperfei-çoamento, devemos buscar incessantemente cur-sos, palestras e seminários para que haja a difusão de conhecimento, para que possamos profissiona-lizar ainda mais a atividade. Com efetiva redução de custo. Somente nós podemos melhorar nosso ambiente de trabalho.

A necessidade da tecnifi cação nas propriedades rurais

"Portanto, parem uma hora por semana e reflitam, o que eu posso fazer para melhorar a minha propriedade"

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Uma série de iniciativas vem modificando o dia a dia dos agricultores de São João do Sul. Uma delas é a busca por alternativas de agregação de valor aos produtos das propriedades e, nesse aspecto o traba-lho desencadeado pela extensionista rural Leonirce Beninca consiste em visitar agricultores interessados em legalizar pequenas agroindústrias.

“Procuramos, em conjunto com a vigilância sanitá-ria e a inspeção municipal, levar os conhecimentos ne-cessários às boas práticas de produção e à legalização destes empreendimentos”, explica Leonirce. Prova de que esta discussão está gerando frutos, foi a presença de 110 agricultores no 1º Seminário Municipal de Associativismo e Cooperativismo, que foi realizado na tarde do dia 25 de agosto, com o apoio da prefeitura e com recursos do programa SC Rural.

Na pauta estava a demonstração do modelo imple-

mentado em Concórdia, que foi apresentado pelos extensionistas da Epagri Osvaldir Dalbello e Diane Franz, e o depoimento de cooperativas atuantes na região de Araranguá.

“Nós que produ-zimos leite, temos interesse em montar uma cooperativa para receber mais sobre o produto. Este semi-nário nos ajudou a esclarecer várias dúvi-das e vamos continuar discutindo se seria viável e como fazer”, afirma a agricultora Vanessa Libano Alexandre da comunidade de Vila São José.

São João do Sul investe no associativismo e cooperativismo

Fonte: Epagri

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Produtos homeopáticos ganham cada vez mais espaço

A homeopatia não é uma técni-ca nova, mas foi nos últimos anos que começou a ser mais

difundida entre os produtores da Região. É uma alternativa de tratamento, que possui algumas vantagens. Muitos pro-dutores em principio apresentam certa resistência, mas quem decide testar acaba incluindo a homeopatia no seu dia a dia.

No caso de gados leiteiros, os produtos homeopáticos mais usados são para o combate da mamite, de parasitas, como vermes e carrapatos, e também para diminuir o stress do animal. “É um pro-duto natural e totalmente sem resíduos, melhorando a qualidade do leite”, explica o técnico agrícola Kleber Duessmann.

A homeopatia pode ser usada de forma curativa, mas o ideal é usá-la de forma preventiva, assim o animal aumenta a sua resistência e está mais preparado para enfrentar possíveis doenças. Entre as vantagens da homeopatia para o produtor está o baixo custo. De acordo com o ven-dedor Jedson Lehmkuhl, um tratamento com um animal já acometido da doença, as doses precisarão ser maiores, enquanto se for usar o medicamento homeopático como prevenção a dosagem é mínima e o tratamento se torna barato. “Para tratar um animal de forma preventiva contra a parasitose, o produtor vai gastar R$ 28,00 ao ano, se esse tratamento passar para curativo o valor a ser gasto é mais alto”,

completa Jedson.Outra vantagem é o aumento na qua-

lidade do leite, sem citar que sem estar doente o animal consegue produzir mais leite.

O produtor Erivaldo Kons Jasper e sua esposa Kátia Effting Schlickmann Jasper, trabalham com a produção de leite, em sua propriedade, na comunidade de Rio Cachoerinhas, em Grão Pará. Eles usam a homeopatia para o combate da mamite, aprovam e recomendam. “Começamos com a homeopatia há alguns anos, para-mos por algum tempo e no ano passado voltamos a usar e percebemos que vale a pena e recomendamos, quem quer usar é um bom produto”, relata o casal. Kátia conta que os casos de mamite são muito raros na propriedade. Já Erivaldo relata que já está pensando em utilizar a homeopatia para o combate de carrapatos e vermes.

O casal passou a investir no gado lei-teiro no ano de 2000. Com o 13° salário compraram três vacas e iniciaram a produção, com o passar do tempo foram investindo em melhorias e atualmente possuem 46 animais, sendo que 17 estão lactação. Para Erivaldo as grandes van-tagens da homeopatia são a diminuição da mamite e o retorno financeiro, já que o leite de qualidade tem um valor maior. Para ele o produto se paga.

Erivaldo Kons Jasper e sua esposa Kátia Effting Schlickmann Jasper, trabalham com a produção de leite utilizando a homeopatia

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- Equilíbrio animal: o caráter energético da terapêutica homeo-pática confere aos animais trata-dos a redução do stress. Animais criados em condições de pouco stress desenvolvem melhor suas potencialidades de produção com qualidade;

- Facilidade de administra-ção: o medicamento homeopá-tico é administrado por via oral, podendo ser colocado na água, ração ou sal mineral possibilitando assim, administração fácil, de forma que os animais não são submetidos a contenção e traumas, como pela aplicação de injeções;

- Inexistência de resíduos: os produtos dos animais tratados com homeopatia não apresentam resíduos, motivo pelo qual ela é utilizada em modelos orgânicos de produção;

- Ausência de contaminação do meio ambiente: a homeopatia não representa risco de contami-nação, como o dos parasiticidas usados nos banhos de bovinos que, à semelhança de outras substâncias para controle de parasitas, contami-nam água, plantas e solo. Essa con-

taminação altera o meio ambiente, reduzindo os insetos endêmicos que auxiliam no controle biológico de pragas.

O zootecnista da Orgânica Homeopatia Veterinária, Alexan-dre Marcos Matiello, conta que a homeopatia é um método tera-pêutico que surgiu há aproxima-damente 200 anos com o médico alemão Christian Friederich Samuel Hahnemann. O interesse do médico por esta terapêutica surgiu pelo fato de ter perdido um grande amigo e paciente seu, não podendo tê-lo curado por meio da medicina pra-ticada há época. Diante deste fato Hahnemann abandona a clínica médica e busca viver através da tradução de livros, como fazia antes de tornar-se médico.

Em uma de suas traduções traba-lhava a obra de Willian Cüllen, que cita o emprego da quina (Chincho-na officinalis) para o tratamento da malária. Fascinado, e ao mesmo tempo intrigado com tal citação, provou a quina em si mesmo, e constatou que os efeitos produzidos pela intoxicação com tal substância eram muito similares aos encon-

A homeopatia é uma alternativa para produtores que buscam

oferecer um produto de qualidade

Vantagens da utilização da homeopatia nos rebanhos

Para Erivaldo as grandes vantagens da homeopatia

são a diminuição da mamite e o retorno

financeiro, já que o leite de qualidade tem um valor maior. Para ele o

produto se paga.

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trados nos enfermos de malária. Foi então que obteve o insight precursor da filosofia homeopática, pois já conhecia dos aforismos de Hipócrates a máxima “similia similibus curantur”, cujo significado é “os semelhantes se curam pelos semelhantes”.

A homeopatia é calcada em quatro pilares:• Experimentação no homem são;• Lei da semelhança;• Princípios das doses mínimas;• Uso do medicamento único.Para que se conheçam os possíveis sintomas capazes de

serem despertados por um medicamento, é preciso que este seja testado, experimentado em um ser humano ou animal sadio, isto é descrito no primeiro pilar da homeopatia. O segundo pilar diz que a doença pode ser curada por um agente capaz de produzir um mal semelhante à enfermida-de. O terceiro pilar sustenta o princípio das doses mínimas. Para que o medicamento possa apresentar um mínimo de reações adversas (efeitos indesejáveis), se faz necessário que a dose empregada seja a menor possível. Porém, se simples-mente formos diminuindo a dose, chegaremos a um limite onde o medicamento não mais faz efeito. Por esta razão a homeopatia utiliza-se de medicamentos dinamizados.

Os medicamentos homeopáticos são utilizados em doses infinitesimais, mas não são simplesmente diluições. A cada etapa de diluição, os medicamentos homeopáticos sofrem um processo de sucussão (o frasco contendo o medica-mento é vigorosamente agitado, batendo-se diversas vezes contra um anteparo, ritmicamente, o que permite liberar a energia medicamentosa da solução. Quanto maior o grau de

dinamização de um medicamento, maior será a sua energia medicamentosa.

O quarto pilar diz que a homeopatia sempre individualiza o paciente, isto é, torna-se necessário produzir medicamen-tos conforme a moléstia e a reação de cada ser que a utiliza.

Os medicamentos homeopáticos são formulados a partir de matérias primas de origens animal, vegetal e mineral e apresentam no rótulo o nome do medicamento, escrito em latim, seguido de um número e letras maiúsculas D (deci-mal), CH (centesimal de Hahnemann) ou LM (Cinquenta Milesimal)). Estes números e letras indicam qual a potência e número de dinamizações à que este medicamento foi sub-metido. Sua apresentação é na forma líquida (álcool etílico ou água destilada) ou sólida (sacarose ou lactose).

A resposta do medicamento homeopático está dire-tamente relacionada com a forma de armazenamento e administração. O medicamento deve ser armazenado longe de fontes de calor excessivo, longe de materiais elétricos (motores, resfriadores), em locais secos ou livres de umidade e longe de odores fortes (venenos, desinfetantes).

A administração deve ser feita via doses individuais ou através de mistura no mineral ou ração que o animal está consumindo.

“A terapêutica homeopática traz ótimos resultados para produção animal e perante os anseios da comunidade, que procuram cada vez mais, alimentos livres de agrotóxicos e de medicamentos químicos – “produção ecologicamente correta” – a mesma torna-se uma ferramenta de elevado valor, por não deixar resíduos nos alimentos produzidos”, finaliza o zootecnista.

“É um produto natural e totalmente sem resíduos, melhorando a qualidade do leite”, explica o técnico agrícola Kleber Duessmann.

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A preparação do medicamento ho-meopático obedece a normas precisas e definidas pelas diversas farmacopéias (tratados sobre a composição e prepara-ção de medicamentos) homeopáticas, a partir das orientações básicas enuncia-das por Hahnemann já em 1810, na pri-meira edição do Organon. No Brasil, a Farmacopéia Homeopática Brasileira foi oficializada pelo Governo Federal atra-vés do Decreto nº 78.841, de 25.11.76, revista e complementada em 1977 pelo Ministério da Saúde.

Resumidamente, a preparação do me-dicamento homeopático se processa em duas etapas, diluição e dinamização, que conferem a potência de cada medica-mento. A etapa de diluição (ou trituração em lactose, para as substâncias insolú-veis em água ou no álcool) consiste em dissolver uma quantidade da substância pura medicamentosa em quantidades determinadas de cada veículo (1:10 na escala decimal e 1:100 na escala cen-tesimal, a mais usada). O veículo mais empregado consiste numa solução de água e álcool, comumente numa diluição de 70%. A etapa de dinamização consis-te numa sequência de 100 movimentos verticais de agitação da mistura, ou sucussões, que conferem a cada prepara-ção diluída uma potência específica.

Após a preparação líquida individual de cada medicamento, é feita a mistura com os outros componentes da fórmula, depois o líquido é misturado à sacarose e fica secando. Quanto estiver seco, o produto é triturado, pesado e embalado.

Como se prepara o medicamento homeopático

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Jovens estão engajados na Agricultura Familiar

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A Agricultura Familiar vem a cada dia se consolidando mais, os jovens, filhos de produtores rurais estão se

interessando pelos negócios da família e buscam, através do conhecimento, agregar valores na pro-priedade. Isso será fundamental para enfrentar a concorrência, devido ao aprimoramento que o agronegócio e as indústrias estão fazendo em busca de ocupar esse espaço, que hoje é da Agricultura Familiar.

Por isso, a gestão da propriedade e a busca de novas tecnologias serão essenciais para o sucesso das pequenas propriedades, da mesma forma a diversificação das atividades de trabalhos reali-zados será de fundamental importância.

A gestão bem aplicada funciona como o termômetro para se avaliar o desempenho da propriedade, se a propriedade está sendo efi-ciente, ou para identificar onde precisa melhorar para obter maiores lucros. A diversificação das atividades nas propriedades traz mais opções e segurança ao agricultor, diferente do que acon-tece quando se tem uma única cultura. “Ter mais que uma atividade na propriedade ajuda até mes-mo na hora de negociar com os compradores,

porque eles não são mais os únicos a garantirem a renda da propriedade. Não é mais como no tempo em que plantávamos fumo, única opção de renda”, relata o jovem Dejone Mohr.

Outro exemplo bem sucedido na juventude rural é Evandro Boeing, que após passar pelo Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural (Cedejor), elaborou e implementou o seu projeto de diversificação das atividades em sua proprie-dade. Evandro também é atuante na organização sindical no coletivo municipal de juventude do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Fa-miliar (Sintraf) de Rio Fortuna e também com a organização produtiva, sendo um dos dirigentes da Cooperfamília.

O jovem Israel de Souza, do município de Grão Pará, está em formação no Cedejor e conta que através disso conheceu varias orga-nizações, como a Cresol, a Cooperfamília, o Sintraf e coletivo de jovens do Sintraf. “Com essas organizações, ajudamos a realizar a 1ª Conferência Municipal da Juventude, onde le-vantamos as dificuldades que os jovens de Grão Para enfrentam, como a inclusão digital, falta de espaços para esporte e lazer, especificamente

nas comunidades do interior, e uma educação voltada para realidade do Município”, destaca.

Reinaldo Guilherme de Souza é morador de Rio Fortuna e também é interessado em realizar ações que possam melhorar o seu futuro. “Par-ticipamos em Rio Fortuna de um evento muito importante para a juventude a 1ª Conferência Municipal da Juventude. Sabemos da impor-tância desse momento, por isso já vínhamos levantando essa bandeira desde o inicio do ano, dentro do coletivo de jovens do Sintraf”, coloca. Reinaldo explica que é um momento onde os jovens têm espaço para defender os seus direitos e encaminhar propostas, que possam virar políticas públicas. “Dentro desse contexto, surgiram pautas muito importantes como o funcionamento do Plano da Juventude, elaborado em 2007, foi um trabalho excelente que levantou as necessidades e oportunidades da juventude riofortunense”.

Reinaldo ainda lembra que Rio Fortuna é um dos únicos municípios que tem um Conselho e um Departamento da Juventude, resultante do movimento dos jovens e das entidades do Município.

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Ao lado do produtor Por Cláudio Weber e Maicon Cesconetto do Laticínios Da Rolt

9. Mergulhe imediatamente os tetos em solução de limpeza:

Molhe ou pulverize os tetos imediatamente após retirar

o conjunto de ordenha. Use uma solução de limpeza

aprovada.A limpeza esporádica é menos eficiente. O su-

cesso no controle de doenças e bactérias somente ocorre

com uma limpeza regular dos tetos.

10. Limpe os equipamentos de ordenha após a ordenha:

*Imediatamente após a ordenha enxaguar o sistema de

ordenha com água morna 40 graus para tirar os restos de

leite. Esta água não deve circular.

*Circular por 5-10 minutos uma solução com detergente

alcalino clorado com temperatura da água 75 graus. Nesta

etapa serão removidas a gordura, lactose e proteína do leite.

*Uma vez por semana (ou diariamente) circular por 5

minutos uma solução de detergente ácido, com tempe-

ratura da água 40 graus. Nesta etapa serão removidos os

minerais do leite.

*Enxaguar novamente para retirar os resíduos de

detergente. Drene a tubulação e deixe secar. Remova as

unidades de ordenha da cuba de lavagem ou dos jateado-

res e deixe os secar.

*Antes do início da ordenha circular pelo equipamento

solução sanitizante. Esta ação irá reduzir para níveis míni-

mos permitidos de bactérias.

É importante lembrar que a limpeza só será perfeita se a

solução que circula tiver 4 aspectos importantes:tempo de

circulação, temperatura ideal, concentração de produto e

agitação no sistema.

11. O resfriamento evita a multiplicação de bactérias:

Quanto mais rápido o leite for resfriado, menor a multipli-

cação de bactérias. Por isso que com ordenhas canalizadas e

resfriadores a granel, se consegue melhor qualidade.

12. Faça regularmente a manutenção da planta de ordenha:

Sempre troque os insufladores e mangueiras conforme reco-

mendado. Mantenha vácuo e pulsadores sempre regulados

PARA SE PRODUZIR

1. Monitore a saúde do úbere regular-

mente: Verifique a saúde do úbere com o

Teste de Mastite Califórnia uma vez por

mês (CMT). Anote os resultados de cada

vaca. Nunca entregue o leite de vacas cujo

teste mostrou uma reação positiva.

2. Planeje a sequência da ordenha: Inicie

a ordenha com as vacas mais jovens e mais

saudáveis. Então ordenhe as vacas mais

velhas. Termine a ordenha com as vacas

que estão em tratamento, cujo leite não será

entregue ao laticínio.

3. Sempre retire os primeiros jatos de

leite: Nunca espirre leite no chão. Tire

dois ou três jatos de leite de cada teto em

uma caneca de prova. Examine se o leite

está com floculações, alterações de cor ou

consistência. Leite com mudanças visíveis

na composição nunca devem ser entregues

ao laticínio.

4. Limpe cuidadosamente os tetos:

*Limpe e desinfete os tetos antes da orde-

nha. Utilize somente sanitizantes aprovados

e apropriados. Utilize papel toalha descar-

tável para o úbere. Atenção! Nunca utilize a

mesma toalha de úbere para mais de uma

vaca. Tetos muito sujos são limpos primei-

ramente com bastante água morna. Seque

bem cuidadosamente o úbere e os tetos.

*Nunca inicie os procedimentos de orde-

nha com a limpeza dos tetos! O resultado

é que os germes que crescem no canal dos

tetos podem entrar no úbere. Sempre inicie

retirando os dois ou três jatos de leite antes

de limpar os tetos!

5. Verifique o vácuo da

ordenha:

O vácuo ideal é especifica-

do pelo fabricante. Sempre

verifique o vácuo antes da

ordenha. A taxa e a razão

do pulsador precisam estar

dentro dos padrões.

6. Coloque o conjunto de

ordenha imediatamente após

a preparação do úbere:

Evite a entrada de

ar.Verifique o posicionamen-

to do conjunto de ordenha.

Alinhe as mangueiras.Limpe

as unidades externamente.

7. Evite a sobreordenha:

Acompanhe o processo de

ordenha. Os indicadores de

vazão de leite são úteis. As

máquinas de ordenha com

extratores reduzem os efeitos

negativos da sobreordenha.

Não faça nada a mais durante

a ordenha.

8. Não deixe leite residual:

Retire o conjunto de

ordenha após o fechamento

do vácuo. Retire as quatro

teteiras ao mesmo tempo.

De preferência desinfete o

conjunto em uma solução

sanitizante antes de colocar

em outra vaca.

LEITE DE QUALIDADE

DA ORDENHA A ORDENHA DA ORDENHAANTES DURANTE DEPOIS

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MERCADO AGRÍCOLA

Em apenas cinco anos, o Brasil se tornou o maior produtor de grãos transgênicos do mundo, ficando atrás somente dos EUA. No período, o País aprovou 33 semen-tes geneticamente modificadas.

A aprovação dos grãos transgênicos ganhou força após a criação da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) em 2005. Atualmente, o órgão leva menos de um ano para liberar a produção comercial de produtos geneticamente modificados.

“O Brasil vive um novo mo¬¬mento desde 2005. A CTNBio tem feito um trabalho exemplar na avaliação e liberação de sementes seguras para o consumidor e o meio ambiente”, disse a diretora-executiva do CIB, Adriana Brondani. De acordo com a diretora, o Brasil é referência hoje em transgênicos não somente pelas rápidas aprovações, mas também por ter um marco regulatório estruturado.

Na Europa, boa parte dos países que compõem a zona do euro importam organismos geneticamente modifi-cados, mas proíbem seu cultivo. No Brasil, apesar do cultivo liberado, a CTNBio vem sendo fortemente ques-tionada por pesquisadores e organizações que defendem o ambiente e os direitos dos consumidores sob alegação da falta de rigor científico e descumprimento de exigência legais.

A CTNBio já está acostumada a “preconceitos e equívo-cos relacionados à ciência por entidades da sociedade civil e por profissionais dos órgãos de imprensa”, respondeu o presidente da comissão, Edilson Paiva, que afirma estar do lado do avanço da biotecnologia.

As liberações ocorridas nos últimos cinco anos permiti-ram que 50 milhões de hectares destinados à produção de grãos no país fossem cobertas por transgênicos, o que im-plica maior controle no combate as pragas do campo, mas não necessariamente redução de custos para o produtor.

Fonte: Notícias Agrícolas // Ana Paula Pereira

Brasil já é 2º maior produtor de transgênicos do mundo

O presidente da Comissão de Arroz da Farsul e presi-dente da Câmara Setorial Nacional do Arroz do MAPA, Francisco Schradong, afirmou que o apoio do Governo Federal para que o país batesse mais um recorde nas exportações de arroz beneficiado foi imprescindível. No mês de setembro foram vendidos para o mercado externo 232 mil toneladas do cereal. “A ajuda do Governo que colocou os prêmios necessários dentro dos mecanismos de venda, foi importante para que atingíssemos os valores alcançados e que deverão permitir, ainda na entressafra, uma recuperação de preços pagos ao produtor”, acres-centa Schardong. A comercialização, entre os meses de março a setembro, já ultrapassou a marca de 1.1 milhão de toneladas, com média de 157 mil toneladas por mês, podendo superar 1.8 milhão de toneladas.

ArrozOs preços do arroz em casca seguiram firmes no início

de outubro no mercado gaúcho, de acordo com dados do Cepea. Na parcial do mês (entre 30 de setembro e 10 de outubro), o Indicador do Arroz Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&FBovespa (Rio Grande do Sul, 58 grãos inteiros) registrou ligeira alta de 0,97%, fechando a R$ 24,01/sc na segunda-feira, 10. Orizicultores do estado seguiram retraídos na semana passada, fazendo com que os preços seguissem firmes. O receio de compra por parte das indústrias, no entanto, limitou o movimento de alta das médias regionais e, conseqüentemente, da média estadual.

Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br

Exportação

Fonte: Agrolink com informações de assessoria

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Faturamento RegionalAs estimativas regionais mostram aumentos expressivos do VBP

no Centro-Oeste (34%), Nordeste (17,4%), Sudeste (8%) e Sul (7,6 %). Nestas regiões, os resultados se devem ao bom desempenho de la-vouras como o algodão, milho, soja, café e cana-de-açúcar. Nos esta-dos do Nordeste, os resultados positivos são decorrência também da produção de frutas como banana e uva. A única região que apresen-ta redução no valor bruto é o Norte. O valor atual de R$ 7,1 bilhões é 5,4% menor se comparado ao mesmo período do ano passado.

Saiba maisElaborado pela Assessoria de Gestão Estratégica desde 1997, o

Valor Bruto da Produção é calculado com base na produção e nos preços praticados no mercado das 20 maiores lavouras do Brasil. Para realizar o estudo, são utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O VBP é correspondente à renda dentro da propriedade e consi-dera as plantações de soja, cana-de-açúcar, uva, amendoim, milho, café, arroz, algodão, banana, batata-inglesa, cebola, feijão, fumo, mandioca, pimenta-do-reino, trigo, tomate, cacau, laranja e mamona.

Mensalmente, o Ministério da Agricultura divulga a estimativa do valor da produção agrícola para o ano corrente. Esse valor pode ser corrigido, de acordo com as alterações de preço e a previsão de safra anunciados ao longo do ano.

Milh

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Produtores de milho devem responder aos bons preços e sinalização de boa rentabilidade com expansão da área neste ano-safra. Porém, agora, os preços passaram a ter reflexos mais fortes das oscilações externas, o que tem resultado em quedas desde o final de agosto, segundo levantamentos do Cepea. Assim, o ritmo de negociações diminuiu nos últimos dias, uma vez que compradores apostam em novas baixas. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas-SP; valores a prazo são convertidos para à vista pela taxa de desconto CDI) caiu 1,04% entre 3 e 10 de outubro, fechando a R$ 31,41/saca de 60 kg na segunda-feira. Se considerada a taxa de desconto NPR, na região de Campinas o preço médio à vista foi de R$ 30,86/sc de 60 kg na segunda-feira, cedendo 0,93% no mesmo período. Segundo a Conab, a previsão de cultivo na safra de verão está entre 8,25 e 8,5 milhões de hectares, um intervalo que representa de 4,2% a 7,2% de crescimento sobre a temporada anterior. Fo

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Maior aumento real foi do algodão, seguido da uva, café e milho

Valor Bruto da Produção alcança R$ 205 bilhões

O faturamento bruto das 20 principais lavouras do Brasil previsto para 2011 é de R$ 205 bilhões. Os novos números foram obtidos com base nas informações da safra de setembro e mostram um aumento de 12,1 % em relação ao ano de 2010, quando o valor bruto da produção (VBP) foi R$ 182,8 bilhões.

As lavouras que apresentaram maior aumento no faturamento em 2011 foram as de algodão (111,2 %), uva (45,2 %), café (37,2 %), milho (30,4 %), soja (13,2 %) e laranja (8,2 %). A cana-de-açúcar não teve crescimento expressivo se comparado ao valor de 2010, mas apresentou resultados recordes neste ano, alcançando um VBP de R$ 34,4 bilhões. Café, cana-de-açúcar, laranja, milho e soja representam 72 % do valor total das lavouras deste ano.

No caso da cebola, batata inglesa e trigo, os resultados da renda em 2011 são inferiores aos de 2010. A cebola, com VBP de R$ 826,4 milhões, teve redução de 59%; a batata inglesa, com queda de 24,5%, alcançou R$ 2,9 bilhões; e o trigo em grão teve baixa de 17,8%, atingindo faturamento bruto de R$ 2,2 bilhões. A redução de valor para esses produtos é resultado de produções mais baixas em relação a 2010 e, principalmente, de elevadas reduções dos preços ao produtor. Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Débora Bazeggio

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