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Proteção às nascentes Há quem esteja fazendo Página 10-11 Javalis em SC Ameaça sem controle Página 16-17 Pombos Praga urbana protegida A REVISTA Nº 159 | Dezembro 2014 | R$ 7,90 8 anos C O M V O C Ê E O M E I O A M B I E N T E

Revista vn#159

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Proteção àsnascentes

Há quem esteja fazendo

Página 10-11

Javalis em SC

Ameaça sem controle

Página 16-17

PombosPraga urbana protegida

A RE

VIST

A

Nº 159 | Dezembro 2014 | R$ 7,90 8anos

CO

M VOCÊ E O MEIO AM

BIENTE

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ContatoRua: Presidente Roosevelt, 344Centro – CEP: 88.504 – 020Lages – Santa CatarinaFone: (49) 9148-4045E-mail: [email protected]

Diretor GeralPaulo Chagas Vargas

Consultoria AmbientalBióloga Ana Clarice Granzotto O. Vargas

Jornalista ResponsávelBetina Pinto - Reg. SC 01940 - JP

Diagramação e Projeto GráficoRevista Vida & Natureza - Caroline Colombo

Tiragem e Impressão2.000 exemplaresGráfica Tipotil

Expediente

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04 Coxilha Rica

Um região abençoada pelas belezas naturais.

09 Catadores

Eles estão se organizando. É uma categoria muito importante.

18 João de barro

O pássaro construtor que provoca admiração.

08 Clínicas Veterinárias

Novas regras do funcionamento delas em 2015.

10 Nascentes

A consciência deve ser da proteção das nascente!

05 Água da Chuva

Se for bem aproveitada tem muita utilidade.

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“A Revista Vida & Natureza circula onde você nem imagina. Mas o importante é que ela sempre está onde o Meio Ambiente mais precisa: em suas mãos”.

Visão“Ser um meio de comunicação referencial seguindo princípios e valores éticos, alcançando

assim, a consciência na preservação da Natureza”.

Índice Missão“Fazer com que todos tenham

oportunidade de obter informações envolvendo o meio

ambiente e atingir a consciência futura”.

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Palavrado Editor

Paulo Chagas

Medida Provisória é vetada

Na sexta-feira (14/11), o presiden-te em exercício, Michel Temer, vetou a emenda do Projeto

de Lei de Conversão nº 15, da Medida Provisória 651/14, que dava a estados e municípios prazos até 2018 para fechar os lixões e até 2016 para elaborar os planos estaduais e municipais de resíduos sólidos. Os planos são requisitos para que estados e municípios recebam dinheiro do governo federal para investir no setor. Diante da nova situação, prefeitos se mo-bilizam e devem propor regras de transi-ção para o fim dos lixões.

Por outro lado, ao vetar a prorroga-ção a ampliação do prazo para o fim dos lixões, Temer disse que

“a prorrogação de prazos, contrariaria o interesse público, por adiar a consolidação de aspecto importante da Política Nacional de Resíduos Sólidos. A imposição de veto decorre de acordo feito no plenário do Se-nado Federal com as lideranças parlamen-tares, que se comprometeram a apresentar alternativa para a solução da questão.”

O esforço da Frente Nacional de Prefeitos será o de buscar soluções para o fechamento

dos lixões e a implantação de aterros sanitários nos municípios que ainda não atenderam às determinações da Política Nacional de Resíduos Sólidos, sanciona-da em 2010. Os prefeitos vão propor ao Ministério do Meio Ambiente regras de transição, em regime excepcional e por adesão, para esses municípios. A ideia é abrir um espaço de diálogo com o governo para encontrar uma solução viável para o problema, em um ambiente de segurança jurídica para os gestores públicos.

Até o momento, a alternativa para as cidades que não cum-priram a meta de destinação

correta dos resíduos sólidos é assinar um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público, que fiscaliza a exe-cução da lei. Os gestores municipais que não se adequaram à política até o prazo estabelecido estão sujeitos a ação civil pública, por improbidade administrativa e crime ambiental.

(Fonte: Agência Brasil)

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Lages

Ao buscar informações so-bre a região denominada de Coxilha Rica não é difícil

encontrar. A região fica na zona rural do município de Lages (SC), sendo a maior em extensão do Estado de Santa Cata-rina. A Coxilha Rica possui cerca de 100 quilômetros de extensão na Serra Cata-rinense. É uma grande planície localiza-da a mais de mil metros acima do nível do mar. A vegetação predominante são as gramíneas e, onde ocorrem re-manescentes de florestas,

a araucária. O nome (Coxilha) dá-se ao fato de a região ser formada por uma planície ondulada a perder de vista.

As propriedades localizadas na Coxilha Rica são prin-cipalmente fazendas desti-

nadas à criação de gado utilizando-se da pastagem natural. A principal ativi-dade econômica desenvolvida na Co-xilha Rica é, portanto, a pecuária. Há séculos cria-se gado na região, que concentra a maior variedade de raças bovinas de corte do Brasil.

Os principais rios que por lá correm são: Pelotas, Peloti-nhas, Penteado, o Lageado

Bonito e o rio Lava-Tudo. O solo da Co-

xilha Rica é pouco profundo, pedregoso, não muito fértil e coberto de gramíneas, que no inverno secam com a geada e com o forte vento minuano vindo do Sul. Uma das primeiras vias terrestres de ligação entre o Sul e o Sudeste do Bra-sil, o Caminho das Tropas, traçado no século XVIII, passava pela Coxilha Rica.

A Coxilha Rica é famosa por sua beleza e exatamente pelo fato de ser cruzada

pelo já mencionado Caminho das

Tropas, via por onde os tropeiros le-vavam gado do Rio Grande do Sul a São Paulo (Sorocaba) e sul de Minas Gerais. E, graças a sua beleza natu-ral e às suas fazendas centenárias, a Coxilha Rica é uma região propícia ao turismo rural.

Os prazeres da Coxilha Rica

Pelos campos da Coxilha Rica a oportunidade de percorrer por fazendas centenárias

onde pode-se comer bem, pousar, e, principalmente passar pelos corredo-

res de taipa (muros de pedra), rios e riachos com águas cristalinas e muitas araucárias centenárias. Uma sensação de ser único na vastidão verde, com seus campos com mais de um milhão de anos de existência.

Entre as rotas para passeios estão o Caminho das Tropas, a rota Aparados da Serra. Há

também os cânions de Santa Catarina, a mais de 1.000 metros na atitude, que dá a impressão, nas cavalgadas, de que se está sobre as nuvens com total natu-

reza. Mas esse visual se encontra na rota de São Joaquim.

Turistas estrangeiros descobriram a Coxilha Rica

Entre as informações, as sur-presas. Pouca gente sabe, mas praticamente todas as

semanas são organizadas cavalga-das programadas com turistas, inclu-sive, estrangeiros vindos de diversos países, como Alemanha, França, In-glaterra, Itália e Bélgica. Impressiona. A Coxilha Rica está sendo descoberta pelo Mundo, e a própria comunidade serrana a desconhece.

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Coxilha Rica: um convite à aventura junto à natureza

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As cavalgadas atraem centenas de turistas durante o ano inteiro

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Fotos Paulo Chagas

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Quem, os responsáveis pelo turismo em Lages possam estimular uma nova forma-

ção visionária sobre a Coxilha, e fazer com que, finalmente, Lages, a Re-gião, Santa Catarina, o Brasil e outros tantos países, possam fazer parte de um turismo prático e reconhecido pela sua própria gente.

Quem mora na Coxilha, aos poucos está se organi-zando. As moradias estão

aptas a receberem, por enquanto, gru-pos de 15 ou 20 pessoas, que tenham passagem curta, exatamente como acontecem nas cavalgadas. Mas, as belíssimas paisagens naturais têm

muito mais a oferecer, além do visual propiciado por homens a cavalo, e ou-tras formas de conduzir o turista pela Coxilha podem ser incentivadas e as-sim criar oportunidades para conhecer locais históricos como a Fazenda São João, com 200 anos de história. As-sim, inúmeras fazendas podem con-tar histórias, de escravos, de nomes ilustres políticos, como Nereu Ramos, entre tantos outros.

A fonte de renda da maioria dessas fazendas é a explo-ração da pecuária. Já algu-

mas infelizmente, estão tomadas pelo pinus, traçando contrastes com o ver-de dos campos naturais. Porém, pes-

soas como o pecuarista Márcio Pam-plona, Aldo Martins, Rafael Lopes, Lúcia Ávila e Tio Beja, estão juntos na luta por mais atenção das autoridades para a Coxilha Rica e transformá-la num recanto opcional ao turismo de forma concreta e perene.

A história pode e será modifi-cada. A Coxilha com todo o seu potencial turístico está

perto de ser redescoberto, e ao mes-mo tempo, ser visto e valorizado por pessoas de longe e de perto.

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Aproveitamento da água da chuva

O verão está chegando e, junto com a estação mais quente do ano, chegam,

também, as corriqueiras e constantes pancadas de chuvas. Mas, esse fenô-meno da natureza pode ser um meio para economizar dinheiro, água contri-buindo para a preservação do o meio ambiente. Para isso, uma empresa es-pecializada em sistemas de aprovei-tamento de água, traz algumas dicas para usar a água que vem do céu.

É possível coletar e reservar a água da chuva por meio de recipientes como baldes

espalhados pelo quintal; as chuvas de verão são fortes e permitem arma-zenam o bom volume de água; outra maneira de coletar a água pluvial é por

meio das calhas, a partir das quais a água pode ser levada por tubulações para um ponto centralizado para arma-zenamento. Mas, independente da for-ma de armazenamento, não se deve guardar a água sem tratamento se não for para uso imediato.

Vale lembrar que esta água não é recomendada para consumo humano, podendo,

preferencialmente, ser usada para fins não potáveis, como, rega de canteiros, irrigação das plantas, limpeza de pisos, calçadas e lavagem de carros.

Quando a residência ou edi-fício possui um sistema de tratamento para aproveita-

mento de água de chuva, esta pode ser também usada para descarga de

banheiros. Neste caso, existem siste-mas de tratamento aos quais a água captada é direcionada e que são cons-tituídos de filtros e de dispositivos de desinfecção da água.

Para aqueles que desejam instalar um sistema de apro-veitamento de águas de

chuva, sugere-se o desenvolvimento de um projeto específico na fase ini-cial de concepção da obra, quando é possível prever o tipo de captação das águas, as tubulações de condu-ção até a central de tratamento, o dimensionamento do reservatório e dessa central. O investimento, para uma residência, considerando, inclu-sive, obras civis e reservatório, fica em torno de quinze mil reais.

• A água da chuva, bem aproveitada, pode ser um bom alívio na conta mensal

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A nota sobre a problemática

da procriação dos javalis em Santa Catarina, especialmente em regiões da Serra e do Oeste, acabou repercutindo. O problema se agrava a cada dia que passa. No campo legal, as autoridades ao invés de ajudar a encontrar alguma alternativa mais condizente com as necessidades, força apenas a aplicação da lei existente, e que, obriga a caça por apenas profissionais registrados. Fora isso, nada mais faz. Creio que é preciso uma ampla discussão entre as comunidades atingidas, entidades representativas, como Faesc, Sindicatos Rurais, Câmaras de Dirigentes Lojistas, Câmaras de Vereadores, Ministério Público, além [e claro, dos representantes da Polícia. Da maneira em que o problema está sendo tratado, não se oferece nenhum resultado. Enquanto isso, a proliferação dos animais cresce e produtores cada vez mais no prejuízo.

Não são poucos os lugares

em que algumas pessoas da comunidade usam para depo-sitar lixo. A imprensa tem registrado seguidamente a vergonha constatada em margens de estradas, inclusive, à que leva à Coxi-lha Rica, caminho para os turistas. A Secretaria do Meio Ambiente tem feito o possível, retirando frequentemente a sujeira deposi-tada por pessoas inconsequentes. Mas não é suficiente. Apesar dos esforços, não se consegue flagrar ninguém. Enquanto isso, as margens das estradas que levam ao interior seguem sendo agredidas com o acúmulo de lixo, sem controle.

Na cidade de Lages a existência de árvores é bastante limitada. O curioso é que, nos projetos

de revitalização de ruas e avenidas, a engenharia não contempla o verde. Basta observar as obras na Av. Duque de Caxias. Nela, não há espaço para plantar sequer uma roseira. Em outra vida, a Emiliano Ramos, onde se constrói a Via Gastronômica, mesmo com o alargamento das calçadas, a inclusão de árvores no proje-to, passou ao largo da contemplação. Tudo muito bonito. Porém, sem harmonia com o verdade da natureza. Em outros pontos, com algumas exceções, há plantio de árvores nos canteiros cen-trais. De resto, uma falta aviltante de verde nas ruas.

Às margens do Rio Carahá,

ao longo da Av. Belizário Ramos, no perímetro urbano da ci-dade de Lages, outra falta de respeito com a natureza pode ser observada na atitude de alguns moradores. Nesta via, apesar da completa poluição do Rio, as árvores existem em abundância, e dão um belo visual. No entanto, o desrespeito está no fato de mo-radores penduraram saquinhos de lixo nos troncos das árvores. Um costume que mostra o quanto há pobreza de espírito conser-vador, especialmente, a falta de educação.

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A reciclagem é o melhor caminho

para que os problemas ambientais sejam amenizados. Qualquer município que invista da área terá resultados positivos. Outro dia a televisão mostrou um exemplo numa cidade do interior de São Paulo, onde 95% da população aderiram à coleta seletiva, deixando o ma-terial em containers móveis nas ruas, e que posteriormente é recolhido pelo serviço de coleta de lixo. Infelizmente, são exemplos isolados. A educação vai precisar trabalhar muito para que as coisas nesse sentido aconteçam de verdade, visando a melhoria da qualidade de vida das pessoas, a partir do controle efetivo do lixo, que, aliás, é forte alternativa de renda.

ASCO

M Lages

DE OLhO NO AMbiENtE

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Clínicas veterinárias terão novas regras

A diferença entre um hospital, uma clínica e um consultó-rio veterinário vai ficar mais

clara, a partir da resolução CFMV 1.015/12. Conforme determina, o fun-cionamento de clínicas veterinárias será submetido a regras mais rígidas. Os novos critérios, estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina Vete-rinária, entram em vigor no dia 15 de janeiro de 2015.

As novas regras definem claramente a diferença en-tre os estabelecimentos e

determina os serviços e a estrutura básica para cada um deles. Um con-sultório veterinário, não poderá re-alizar procedimentos anestésicos e cirúrgicos, e nem fazer internações. A clínica veterinária, que é destinada a consultas e tratamentos clínico-cirúr-gicos, pode haver internações desde que o local funcione por 24 horas com a presença de um médico-veterinário em tempo integral, mesmo que não haja atendimento ao público. Entre as exigências para que os hospitais vete-rinários assegurem assistência cura-

tiva e preventiva aos animais, estão a obrigatoriedade de permaneceram abertos ao público de forma ininter-rupta, com a presença permanente e sob a responsabilidade técnica de um médico-veterinário.

Já nos ambulatórios veteriná-rios, que são as dependên-cias de estabelecimentos

comerciais, de recreação ou de en-sino, há permissão para se realizar somente curativos e exames clínicos exclusivamente nos animais que per-tençam a esses locais.

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• Os estabelecimentos terão de se adequar a partir de janeiro de 2015

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O foco da recente reunião de catadores de materiais recicláveis serranos, em

Lages, foi o de fortalecer o movimento e tirá-los da invisibilidade, a partir da apresentação da importância que a classe representa na sociedade. São pessoas, que atuam normalmente de forma individual, e poucos se dão con-ta do domínio dos atravessadores que pagam em média R$ 1,80 o quilo, e depois revendem com valores acima de R$ 5,00. Eles fazem todo o traba-lho, mas ficam com o lucro mínimo revelou a professora e colaboradora Graciela Alessandra Dela Rocca.

O encontro ainda teve outro grande objetivo, o de ini-ciar um processo de orga-

nização de catadores de resíduos da região da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures), a partir da constituição de cooperativas em 17, dos 18 municípios da entidade. Apenas Lages não faz parte do pro-jeto. O que se pretende é trabalhar com indivíduos em vulnerabilidade social, dando a eles, oportunidade de capacitação e buscar parcerias para a melhoria do ambiente de trabalho. “Se tirarmos os atravessadores eles terão uma nova dinâmica e preços de venda mais justos”, salienta Gra-ciela. O evento foi mais uma das eta-pas para a implementação do Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PIGIRS), na região da Amures.

Atualmente, estão cadastra-dos 76 catadores. Porém, na prática, sabe-se que há

muitos outros mais. No encontro, eles sentiram a capacidade de dialogar e se organizar enquanto categoria. É a chance real da construção de associa-ções de catadores em todos os muni-

cípios, o que pode estabelecer uma cadeia produtiva fortalecendo a ativi-dade econômica, explicou o professor Geraldo Locks, coordenador do ITCP, da Uniplac.

Representantes nacionais

Do encontro ainda participa-ram os representantes da Comissão Nacional dos Ca-

tadores de Materiais Recicláveis em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Dorival dos Santos e Alex Cardoso respectivamente. Conforme explicou Dorival, a luta da classe é para que o Plano Nacional de Resíduos Sólidos possa ser aplicado em todo o Estado de Santa Catarina, e que haja a inclu-são dos catadores num processo de remuneração por toneladas triadas. - “Os municípios poderiam dispensar as licitações e dar espaço para as As-sociações de Catadores, dando a elas a devida importância. Os catadores querem ser vistos como profissionais”, ressalta Dorival.

Plano de Resíduos Sólidos

Homens e mulheres de todas as idades têm participado dos debates para a implan-

tação do Plano Intermunicipal de Ges-tão Integrada de Resíduos Sólidos. A ação tem como metas implantar cinco aterros sanitários de pequeno porte em pontos estratégicos da região. Pre-veem, ainda, pontos de entrega volun-tária, unidades de triagem de resídu-os, local apropriado para disposição de resíduos da saúde.

O projeto terá também, cinco pátios de compostagem e dentre outras ações, visa

desenvolver e adequar continuamen-te um servidor com banco de dados através de Sistema de Informações Geográficas (SIG) para gestão remota de resíduos.

(Texto de Paulo Chagas em colaboração com Oneres Lopes)

• O evento teve a participação da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade do Planalto Catarinense (ITCP-UNIPLAC), e do Consórcio Serra Catarinense

Catadores de resíduos buscam organização jurídica

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Divulgação

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Mais protàs nascen

• Lançado em 23 de dezembro de 2010 o projeto

contempla atividades de diagnóstico, recuperação e proteção de nascentes

ou poços que abastecem a população da região serrana do estado de Santa Catarina.

Dizer que a água é um bem finito soa como repetição, mas que precisa ser entendida a partir de forte consciência, educação e res-

ponsabilidade. É também sabido que o Brasil possui 8% de toda a água doce existente no planeta. Porém, a crise de abastecimento de água já é uma realidade brasileira e os seus efeitos já podem ser observados em diversas localidades, inclusive, em Santa Catarina, especialmente no Oeste.

A Serra Catarinense, por sua vez, é uma das regiões mais privilegiadas. O município de Lages, o maior da Região, não tem no mo-

mento, nenhuma preocupação, embora haja registros de que aos poucos a questão vem se agravando, e que algo precisa ser trabalhado exatamente para garantir abastecimento às gerações futuras. Um dos mecanis-mos para fortalecer a defesa dos recursos hídricos, ganha sustentação a partir do Projeto Nascentes do Futuro, encampado pela Associação dos Municípios da Região Serrana (AMURES). O Projeto é uma das ações ambientais que está sendo desenvolvida en-

tidade visando contemplar os dezoito (18) municípios abrangência da Associação. A AMURES dispõe de in-fraestrutura e pessoal técnico para acompanhamento das atividades de acompanhamento durante a etapa de recuperação de modo a atender o proposto no Projeto. Na fase inicial, não houve o avanço esperado. Entre as alegações a falta de vontade dos proprietários das fon-tes e também do desinteresse dos próprios municípios. Enquanto isso, em tempos de seca, as fontes continu-am secando e prejudicando as atividades e a vida das famílias que vivem na zona rural e dependem da capta-ção de água em fontes ou córregos.

Esforço contínuo aponta resultados

O Projeto Nascentes do Futuro foi criado exa-tamente para garantir a preservação da na-tureza e a qualidade de vida da população

dos seus municípios de abrangência. A recuperação da

zona de proteção imediata das nascentes, auxiliando na manutenção da qualidade e da quantidade de água disponível para o consumo humano das atuais e futuras gerações é indispensável na garantia da água no futuro em muitas propriedades.

Por isso, o desafio de recuperar incontáveis hectares de florestas degradadas em áreas de preservação permanente, onde se situam po-

ços artesianos e nascentes que abastecem cerca de 70 mil habitantes,além de capacitar educadores de escolas da rede pública municipal para desenvolver atividades de educação ambiental com estudantes, são metas sendo alcançadas. Mais de 500 alunos já passaram por capaci-tação. O entendimento é de que se as fontes não forem preservadas, a Serra terá parte do abastecimento com-prometido, principalmente nas propriedades. Além disso, políticas públicas poderiam valorizar os produtores que preservam. O Projeto Nascentes do Futuro justifica-se pela falta de conhecimento dos municípios da área de atuação da AMURES em relação aos seus sistemas de abastecimento de água ofertado à população.

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Mais proteção às nascentes

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zona de proteção imediata das nascentes, auxiliando na manutenção da qualidade e da quantidade de água disponível para o consumo humano das atuais e futuras gerações é indispensável na garantia da água no futuro em muitas propriedades.

Por isso, o desafio de recuperar incontáveis hectares de florestas degradadas em áreas de preservação permanente, onde se situam po-

ços artesianos e nascentes que abastecem cerca de 70 mil habitantes,além de capacitar educadores de escolas da rede pública municipal para desenvolver atividades de educação ambiental com estudantes, são metas sendo alcançadas. Mais de 500 alunos já passaram por capaci-tação. O entendimento é de que se as fontes não forem preservadas, a Serra terá parte do abastecimento com-prometido, principalmente nas propriedades. Além disso, políticas públicas poderiam valorizar os produtores que preservam. O Projeto Nascentes do Futuro justifica-se pela falta de conhecimento dos municípios da área de atuação da AMURES em relação aos seus sistemas de abastecimento de água ofertado à população.

Questões pontuais que preocupam

Por mais que a água na Região Serrana ainda seja considerada abundante, há necessidade de que sejam observadas algumas questões

pontuais, que criam certa preocupação. Entre elas, o fato de que a qualidade da água do Rio Caveiras está compro-metida pela poluição, e ainda, há de se considerar o acú-mulo de água represada em reservatórios de hidrelétricas e PCHs. Nesse caso, o Projeto Nascentes do Futuro entra como forte opção para garantir a sobrevivência das fontes.

O Projeto que hoje conta com a parceria de uma grande empresa, a Tractebel, avança, carac-terizado em momentos distintos. Inicialmente,

a proposta é proteger as nascentes localizadas em áreas degradadas. Numa segunda etapa, o projeto também con-templa a preservação do curso da água, e ainda a preser-vação em conjunto com as agroindústrias, visando além da preservação, o controle da qualidade da água.

O que está sendo feito

Em pelo menos 13 municípios da Amures há um enorme esforço para salvar o maior nú-mero de fontes. Todo o trabalho contempla

um raio de 50 metros ao redor de cada nascente de água, onde não poderá haver acesso algum. Por isso que elas são cercadas. Desta forma o projeto prevê que mais de dez hectares de florestas degradadas em áreas de preservação permanente, onde se situam sete poços artesianos e 13 nascentes que abastecem cerca de 70 mil habitantes em toda região, passarão pelo processo de recomposição natural.

André Bortolotto

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Num raro registro, técnicos da Baesa, conseguiram fotografar um puma (onça

suçuarana ou ainda leão baio), atra-vessando a nado o alagado do Rio Pelotas, na divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, junto à proprieda-de da fazenda da Florestal Gateados, em Campo Belo do Sul, na Serra Ca-tarinense. A foto foi feita a poucos me-tros do animal. A espécie que é uma das mais ameaçadas de extinção, tem nesse ponto da região, um de seus mais fortes redutos.

Não existe criatura mais mí-tica e lendária no Planalto Catarinense e no Brasil,

mais temido que o lobisomem e a mu-la-sem-cabeça, e odiado por pecuaris-tas. Um animal que precisa de carne, muita carne para sobreviver, e por ve-zes faz vítima entre os rebanhos.

O animal

Suçuarana, onça-vermelha, onça-bodeira, mossoroca, leão-baio, leãozinho-de-ca-

ra-suja e Jaguaruna é um mamífero carnívoro da família Felidae e gênero Puma. É o mamífero terrestre com a maior distribuição geográfica no oci-dente, ocorrendo desde a Columbia Britânica, no Canadá, até o extremo sul do Chile, habitando desde florestas densas, até áreas desérticas, com cli-ma tropical ou subártico, exceto a tun-dra. É capaz de sobreviver em áreas extremamente alteradas pelo homem, como pastagens e cultivos agrícolas.

É o maior membro da subfa-mília Felinae, medindo até 155 cm de comprimento,

sem acauda, e pesando até 72 kg, com

porte semelhante ao do leopardo (Pan-thera pardus), sendo o segundo maior felídeo das Américas. Possui coloração variando do cinzento ao marrom-aver-melhado, com a ponta da cauda de cor preta, áreas laterais do focinho e ven-tre de cor brancas. Os filhotes nascem com manchas escuras na pelagem, que geralmente persistem até 14 se-manas de idade. Possui as mais longas patas traseiras dentre os felinos. Vivem em média, entre 7,5 e 9 anos de idade.

É um animal solitário e mais ativo à noite. Alimenta-se predominantemente de cer-

vídeos, mas pode variar a dieta, sendo considerada um predador oportunista. As fêmeas possuem vários estros no ano, possuem uma gestação que dura entre 90 e 96 dias e geralmente nas-cem entre 3 e 4 filhotes, a cada 2 anos, aproximadamente.

O nado do puma• Um leão baio adulto foi flagrado nadando

no alagado do Rio Pelotas, bastante

próximo das pessoas que conseguiram

fazer o registro

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Cidasc comemora 35 anos atuando na defesa sanitária

• O trabalho da Cidasc é reconhecido nacionalmente. Graças a ele, SC é livre da febre aftosa e sem vacinação. Um status invejável.

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Paulo ChagasA Secretaria de Estado da

Agricultura e da Pesca comemora neste dia 27

de novembro o aniversário de 35 anos da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de San-ta Catarina (Cidasc). A Cidasc é uma empresa vinculada à pasta, responsável pelos serviços de de-fesa sanitária animal e vegetal e controle de qualidade dos produtos agropecuários de Santa Catarina.

Criada em 1979, a Com-panhia sucedeu a Co-ordenação de Defesa

Sanitária Animal (Codesa) que exe-cutava as ações de defesa sanitária no Estado. Desde então, a Cidasc trabalha para garantir a excelência sanitária dos rebanhos e lavouras de SC e o resultado coloca o Es-tado como destaque na produção agropecuária e acesso a mercados.

Santa Catarina possui um status sanitário diferencia-do por ser o único Estado

brasileiro livre de febre aftosa sem va-cinação, reconhecido pela Organiza-ção Mundial de Saúde Animal (OIE), o que levou a carne suína catarinen-se para países extremamente exigen-tes e a carne de frango produzida no Estado para países do mundo todo.

“A Cidasc é reconhecida no Brasil e no mundo como uma entidade que presta serviços

de excelência sanitária, o que levou Santa Catarina a conquistar certifica-ções internacionais e a abertura de mercados importantes para a carne suína e carne de frango”, ressalta o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies.

Segundo o secretário Spies, o Eestado busca ainda a certificação como área livre

de peste suína clássica junto a OIE. “Graças ao trabalho da Cidasc e das entidades do setor privado consegui-mos o menor índice de brucelose e tuberculose nos rebanhos bovinos entre todos os estados brasileiros, isso é um diferencial muito importan-te e reconhecido no país e fora dele”. A Cidasc conta com 63 barreiras sa-nitárias com o Paraná, Rio Grande

do Sul e Argentina que controlam a entrada e a saída de produtos agro-pecuários. Santa Catarina possui seis corredores sanitários por onde é permitida a passagem de animais e produtos de origem animal com o uso de lacres aplicados pela Cidasc nas fronteiras. Com 1.948 colaboradores, a Companhia possui um orçamento deR$ 181.103.948,00 e executa as ações de sanidade animal e vegetal.

Ela também executa os serviços de inspeção de produtos de origem ani-

mal, com a finalidade de permitir a comercialização de carne, leite, queijos, mel, ovos, conservas, frios, pescados e fiscaliza estabelecimen-tos que fabricam e comercializam esses produtos.

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Apesar de simbolizarem a Paz, os pombos domésticos (Columba lívia) são conside-

radas pragas urbanas por serem hos-pedeiras de diversos organismos que prejudicam a saúde humana. A espécie é originária da Europa e foi introduzida na América do Sul por volta do século XVII. Os pombos se adaptaram bem ao ambiente urbano. Atingem a matu-ridade sexual com apenas 7 meses de idade e reproduzem-se até cinco vezes por ano, com dois filhotes por vez.

O ambiente urbano contribui muito para sua sobrevivên-cia. Edifícios e monumentos

têm grande quantidade de frestas, bei-rais e saliências que simulam o habitat original destas aves em desfiladeiros e penhascos. A ausência de predadores impede o controle natural da popu-lação. A grande disponibilidade de alimento, em lixo em grãos forneci-dos pelo próprio homem, contri-bui para a rápida reprodução e a sobrevivência de pombos doentes e fracos que seriam eliminados naturalmente.

Em Lages, na Serra Catari-nense, os animais se prolife-ram sem controle. Tornaram-

se verdadeiras pragas sob a proteção da legislação. Boa parte da população ficou assombrada com o que viu em seus telhados, em função da obriga-tória reforma após a chuva de granizo, registrada no dia 13 de outubro. Não foram poucos os forros de edifícios e casas, que estavam infestados com os ninhos e ovos de pombos. Trata-se de outra calamidade, e que, coloca em ris-co a saúde pública da população.

DOENÇAS

Os pombos transmitem várias doe-

nças ao homem, princi-palmente por vias respi-ratórias, por intermédio da inalação das fezes secas depositadas no chão, em beirais, em máquinas. Os piolhos dos pombos também transmitem doenças. Entre as doenças, a toxoplasmose, que pode causar cegueira, aborto e até a morte.

Além disso, podem cau-sar outros problemas.

Suas fezes são acidas e corroem metais, descolorem

pedras, apodrecem madeira e danificam superfícies pintadas. Suas

penas entopem calhas e ralos.

Apesar de causar tantos problemas, a espécie está protegida pela Lei 9605/98

(artigo 29 - parágrafo 30) considera os pombos como animais domesticados. Qualquer ação de controle que provo-que a morte, danos físicos, maus tratos e apreensão, é passível de pena de re-clusão inafiançável de até 5 anos.

Como os pombos não podem ser mortos, o controle é de apenas de repelência, isto é,

deve-se afastar e não matar, que pode ser feita por métodos físicos (com a instalação de barreiras que impeçam o pouso da ave) ou químicos, como o uso de gel repelente, que não mata, mas que o animal não suporta.

• Em Lages, os pombos se proliferam sem controle. Ao pé da letra, é outra calamidade que coloca em risco a saúde da população

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POMbOs DOMéstiCOs: ameaças à saúde pública

O ambiente urbanocontribui muito para sua sobrevivência.

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• As reuniões são mensais. Quase sempre no início de cada mês.

A falta de manejotambém

estimula o corte

ilegal das araucárias

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Manejo da araucária

Recentemente, na reunião do Conselho, no dia 6 de novembro, o prof. André

Hess para explanou sobre manejo de araucária. Inclusive, aspectos históri-cos, e situação de exploração agres-siva em anos anteriores. O objetivo do desenvolvimento das araucárias tratar do consumo, cultivo, manutenção e utilização dos recursos florestais de forma sustentável. Questões atuais de variabilidade genética, caso dos pro-blemas de “consanguinidade”. Para se ter ideia, uma araucária cresce em média 1 cm por ano, podendo chegar a 2 cm ano, em diâmetro. Além disso, é preciso observar os aspectos de flo-restas em termos de competição; ár-vores velhas que não produzem mais; ou mesmo em estágio de necrose; em

situação de alta competição; a rege-neração se torna limitada. O profes-sor André também explanou sobre a metodologia de mensuração de volu-me. Percebendo-se claramente que a competição de árvores em estágio de-generativo torna-se o principal motivo na falta de regeneração das florestas.

Através da Visão 3D super-face é possível verificar os anéis, e com isso men-

surar a idade, pela distância deles, e até mesmo, possíveis problemas que este possa ter sofrido, como stress hí-drico, nutrientes, competição. No Con-selho, os questionamentos ocorrem, para que seja encontrada uma forma de interagir e levar ao conhecimento do CONSEMA, pelo COMDEMA. Em 2015 o assunto deverá tomar corpo. A falta de manejo também estimula o corte ilegal das araucárias

Qualidade do Carahá

Os conselheiros do Comde-ma estão bastante preocu-pados com a questão do

Carahá, enquanto rio, no Município de Lages. Tanto, que na última reu-nião realizada na quinta-feira, dia 4 de dezembro foi apresentado um pro-jeto para tentar melhorar a qualidade da água. O que se pensa é encontrar uma maneira de amenizar a poluição do Rio. Em Lages, as Universidades poderiam dispor de laboratórios para análise, e também de bolsistas para o monitoramento. O projeto faz parte da Bacia do Rio Canoas, onde se pensa fazer o completo monitoramento das bacias. Os conselheiros ressaltam a importância do rio enquanto valor de qualidade da água, deixando claro que toda a comunidade deve abraçar o projeto, pois, precisa de forte participa-ção, principalmente, do Poder Público.

Estudo da Coxilha

A Coxilha Rica tem atraído a atenção de turistas de várias partes do mundo,

especialmente, da Europa. Os con-selheiros também entendem que há necessidade de algo mais se faça para fortalecer a região, com um pro-jeto turístico ampliado. O Secretário de Turismo, Flávio Agustini participou da reunião do Comdema, neste últi-mo dia 4 de dezembro e apontou as dificuldades encontradas para levar o projeto adiante. A escassez de recur-sos é um dos fatores.

Por outro lado, foi informado que uma equipe estrangeira está realizando um estudo

com foco nos pontos turísticos de La-ges, e que passará a ser visível para todo o mundo. No entanto, o apelo é que o próprio Município desenvolva outro trabalho apontando as linhas de atuação; a arqueologia, as potencia-lidades arquitetônicas das fazendas, as taipas, a organização de roteiros, além do inventário do Passo do Rio Pelotinhas, entre outros fatores.

Comdema discute temas de relevância

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Javalis: ENtRE As CEM PiORexóticas invasoras do planeta

Os javalis são animais exóti-cos, invasores. A prolifera-ção descontrolada do animal

em algumas regiões do Estado, tem sido extremamente prejudicial aos produto-res de grãos, especialmente, o milho. Sem alimento suficiente nas florestas que habitam, o milho plantado represen-ta alimento fácil, e farto. Mesmo com a caça autorizada, a proliferação apenas é amenizada. Pelo lado das autoridades há o entendimento de que somente isso, não vai resolver o problema.

Somente na Serra Catarinen-se, conforme relata o coman-dante do Pelotão da Polícia

Ambiental em Lages, capitão Frederick Rambusch, somente em 2014 foram abatidos cerca de 5 mil javalis. Segundo ele são mortos em média de 100 a 150 por final de semana, aproximadamente. Por outro lado, tem muita gente caçan-do sem autorização e com armas sem registro, o que é um problema. “Nosso trabalho é viabilizar a permissão para que mais gente possa caçar e tentar di-minuir a espécie na região. A prioridade é liberar o quanto antes e aliviar a buro-cratização”, salientou o Capitão.

A preocupação em resolver o problema é grande. A suges-tão do Capitão PM é chamar

outros órgãos ligados à questão, como a Secretaria da Agricultura e da Pesca, para um amplo debate. Atualmente, já se ventila a hipótese de simplesmente permitir a caça mediante a apresenta-ção dos documentos da propriedade, RG e CPF, junto à Polícia Ambiental, além das permissões legais, que devem ser buscadas na Polícia Federal. O ofi-cial PM explica ainda que a burocracia e a atenção, estão voltadas mais para os armamentos de fogo.

Burocracia ligada às armas

Desde 2010, existe a portaria estadual 004, que permite a caça de javali. Mas, para a

caça ser permitida é preciso autoriza-ção para transportar a arma, que deve estar registrada. Quem tiver interesse em abater o animal, que destrói lavou-ras com sua força, é preciso levar a documentação na Polícia Ambiental com o pedido de abate, descrevendo o local e o nome de um atirador profis-sional para fazer o serviço.

Depois da polícia permitir o abate, a pessoa precisa le-var o documento para a Po-

lícia Federal ou para o Exército. So-mente associados a clubes de caça e tiro levam a documentação para o Exército. Os dois órgãos examinarão a legalidade da arma. Se tudo tiver certo é emitida a guia de transporte definindo o dia e local que a arma pode transitar legalmente.

Depois disso, o abate pode ser feito. A Polícia Militar Ambiental ressalta que a

carne de javali não pode ser vendida por ser espécie exótica e nem consu-mida, por se tratar de carne de porco e ter possibilidade de causar risco à saúde humana. A Polícia Ambiental verifica, depois do abate, se a carne foi enterrada no local que foi permitida a caça. Por outro lado, embora o pro-blema da diferenciação dos animais existentes deva ser bem observada, a caça não tem atingido os animais silvestres como o cateto, que se en-contra entre as espécies ameaçadas de extinção, e o queixada.

• As autoridades competentes entendem que a caça ao javali em Santa Catarina, ameniza, m

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“Há necessidade de uma ampla discussão entretodas os setores responsáveis, com urgência.”

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Javalis: ENtRE As CEM PiOREs EsPéCiEs

a, mas não resolve o problema

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O problema é sério

A agressividade, a facilidade de adaptação e a ausência de predadores na cadeia natural

levam o javali a figurar na lista das cem piores espécies exóticas invasoras do planeta. Ele é considerado uma praga que tem provocado graves problemas ambientais, sociais e econômicos, onde quer que tenha sido introduzido.

O escape de animais para ambientes naturais provo-cou impactos ambientais,

como a diminuição e morte de diver-sas espécies nativas da flora e da fau-na. O javali é predador de ovos e filho-tes de outras espécies; e, ainda traz o risco de transmissão de doenças para os animais nativos, aceleração do pro-cesso de erosão e o aumento do asso-reamento dos rios.

O javali também pode causar impactos sociais e econô-micos, por meio de ataque a

seres humanos e a animais domésticos, de cruzamentos indevidos com porcos e de destruição de plantações em áre-as agrícolas, além da transmissão de doenças para pessoas e para animais de criação. O produtor de Campo Belo do Sul, na Serra Catarinense, Eduardo Granzotto, decidiu plantar milho, mas já sabe que o prejuízo é certo.

A condição sanitária dessa população ainda é desco-nhecida, razão que justifica

a pesquisa nessa área com vistas à proteção da saúde humana e dos re-banhos domésticos. Uma ameaça sem controle. Pois, estes animais se repro-duzem com facilidade e cruzam com os porcos domésticos. Os produtores rurais estão pedindo socorro!

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Paulo Chagas

Comandante do Pelotão da Polícia Ambiental de Lages capitão Frederick Rambusch

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Diferente dos outros pássaros, o joão-de-barro (Furnarius rufus) atrai a curiosidade

das pessoas, pelo seu característico ninho de barro em forma de forno. Em estado natural prefere os galhos bai-xos de árvores e troncos secos para nidificar, escolhendo pontos que pos-suam boa visibilidade do entorno, mas se não encontra um local adequado, pode nidificar até no chão ou sobre al-guma rocha saliente.

Não há relação direta entre a construção de ninhos e o período reprodutivo. A ave

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“barreirinho”

• O pássaro João-de barro, é uma das aves mais impressionantes do Brasil, exatamente pela maneira que constrói a própria casa.

João Matias

passa quase todo o ano envolvida em construções, às vezes mais de uma ao mesmo tempo, o que pode ser explicado pelo grande índice de per-das de ninhos por invasões de outros animais, acidentes com destruição e intervenção humana, e pela disponi-bilidade de barro fresco, que depende do regime de chuvas.

O casal se reveza na constru-ção do ninho, uma estrutura em formato de forno, com

17 a 30 cm de diâmetro e uma altura de cerca de 20 cm, que pode pesar até 12 kg, embora a média seja de 5 kg. Divide-se em uma base ou plataforma, um vestíbulo estreito e uma câmara in-cubadora mais ampla, arredondada. A entrada tem em geral uma forma elíp-tica ou em crescente. Seu material é o barro, a palha e o esterco fresco. To-dos os anos constroem um ninho novo, mas às vezes podem reformar um an-tigo. Também podem construir mais de um ao mesmo tempo.

Ali a fêmea coloca de 3 a 4 ovos brancos, de casca frá-gil, que pesam de 4 a 7 g e

medem de 27 a 29 mm de comprimen-to por cerca de 21 mm de diâmetro.

A incubação, realizada pelo casal, só inicia consistentemente após a postu-ra do terceiro ovo, levando de 14 a 18 dias. À noite, porém, parece que a in-cubação fica a cargo da fêmea. A taxa de natalidade é muito variável confor-me a região.

Curiosidade

Os filhotes pouco depois de nascerem já apresentam comportamento defensivo,

silvando como cobras e atacando in-trusos com os bicos abertos, mas sem qualquer pontaria efetiva. Ambos os pais os alimentam. No início os adultos permanecem junto dos filhotes para aquecê-los, mas após oito dias de vida os pais vão passando mais tempo fora do ninho. Com 14 dias as crias já trei-nam seu canto, e aos 20 dias deixam o ninho, mas por poucos dias mais os pais ainda os alimentam. Se uma se-gunda postura se realiza na mesma temporada, os juvenis podem ajudar os pais a construir um novo ninho.

(Fonte: Wikipédia)

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