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Caderno TécnicoAdesão ao Sistema Integrado

de Gestão Ambiental

Porto Alegre2009

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SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO AMBIENTAL

Governo do Estado do Rio Grande do Sul

Yeda Rorato CrusiusGovernadora

Secretaria Estadual do Meio Ambiente

Berfran RosadoSecretário de Estado

Edição

Projeto Responsabilidade Ambiental: Mudando Conceitos e Atitudes

Fotos

Pedro GonçalvesArquivo Sema/PCMARS (cap. 4)

Organizadores

Niro Afonso PieperCoordenador do Sistema Integrado de Gestão Ambiental - SIGA/RS

Maria Elisabete Farias FerreiraCoordenadora do Programa Pró-Mar-de-Dentro

André Alberto WittTécnico Ambiental do SIGA/RS

Produção Gráfica

Exclamação

Impressão

Gráfica Noschang

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 6 1.1. Gestão Ambiental ......................................................................................................................... 6 1.2. Evolução da Gestão Ambiental no Rio Grande do Sul ................................................................. 8

2. SISTEMAS AMBIENTAIS ..................................................................................................................... 12 2.1. Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA ....................................................................... 13 2.2. O Sistema Estadual - Sistema Estadual de Proteção Ambiental - SISEPRA ............................. 14 2.3. SISMUMA – Sistema Municipal de Meio Ambiente .................................................................... 17 2.3.1 Competências e Atribuições do SISMUMA ....................................................................... 17 2.3.2 Estrutura Básica do SISMUMA 21 ..................................................................................... 18

3. A BASE LEGAL DA COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL .......... 20 3.1. Atividades consideradas como de impacto local e sujeitas ao licenciamento municipal ............ 22 3.2. Atividades e Empreendimentos Abrangidos pelo Impacto Ambiental Local ............................... 24 3.3. Impacto Ambiental Local ............................................................................................................. 25 3.4. Atividades e Empreendimentos Considerados como Impacto Ambiental Local ......................... 27 3.5. Regime de Colaboração – Necessidade de Cooperação e Integração ...................................... 27

4. A QUALIFICAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NO CONSEMA ....................................................................... 30 4.1. O Processo de Verificação das Qualificações Mínimas dos Municípios .................................... 30 4.2. Os Requisitos/Documentos para a Qualificação ........................................................................ 31 4.2.1 Fundo Municipal de Meio Ambiente .................................................................................. 31 4.2.2 Conselho Municipal de Meio Ambiente ............................................................................. 32 4.2.3 Legislação Municipal Disciplinando o Licenciamento Ambiental ...................................... 36 4.2.3.1 Legislação sobre o Licenciamento Ambiental ....................................................... 36 4.2.3.2 A Instituição de Sanções Administrativas .............................................................. 38 4.2.3.3 Legislação sobre as Taxas de Licenciamento Ambiental ...................................... 39 4.2.4 Equipe Técnica ................................................................................................................. 41 4.2.4.1 Profissionais Responsáveis pelo Licenciamento (e Florestal) e pela Fiscalização Ambiental ............................................................................................ 42 4.2.4.2 Equipe Multidisciplinar ............................................................................................ 42 4.2.4.3 Estrutura Voltada à Proteção Ambiental ................................................................. 43 4.2.5 Legislação Urbanística: Plano Diretor ou Lei de Diretrizes Urbanas ................................. 44 4.2.5.1 Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável .................................................... 45 4.2.5.2 Lei de Diretrizes Urbanas ....................................................................................... 47 4.2.5.3 Outras Considerações sobre a Legislação Urbanística ......................................... 47 4.2.6 Plano Ambiental ................................................................................................................. 49

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5. ELABORAÇÃO DO PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL ........................................................................ 52 5.1. Aspectos Jurídicos do Plano Ambiental ...................................................................................... 52 5.2. Conteúdo Técnico ....................................................................................................................... 52 5.3. Organização do Plano Ambiental - Estrutura Básica .................................................................. 52 5.3.1 Introdução ......................................................................................................................... 53 5.3.2 Situação Geográfica e Considerações Históricas ............................................................. 53 5.3.3 Estrutura Político-Administrativa ........................................................................................ 53 5.3.4 Legislação Ambiental Municipal ......................................................................................... 54 5.3.5 Diagnóstico do Meio Natural – Fatores Abióticos .............................................................. 54 5.3.6 Diagnóstico do Meio Natural – Fatores Bióticos ................................................................ 55 5.3.7 Diagnóstico Sócio-econômico ........................................................................................... 56 5.3.8 Diagnóstico-Relatório ou Priorização de Problemas Ambientais (Impactos Negativos) .... 59 5.3.9 Mapeamento Ambiental ..................................................................................................... 59 5.3.10 Zoneamento Ambiental .................................................................................................... 61 5.3.11 Programas e Projetos Ambientais .................................................................................... 63 5.3.12 Consulta Pública .............................................................................................................. 65

6. SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS ............................................................................................... 68 6.1. Resultados obtidos com a implantação do SIGA-RS ................................................................. 68 6.1.1 Benefícios .......................................................................................................................... 68 6.1.2 Indicadores ........................................................................................................................ 68 6.2. Desafios para a Continuidade: Proteção Ambiental Descentralizada e de Qualidade ............... 70 6.2.1 Programa de Adesão ao SIGA-RS .................................................................................... 70

7. EXTRATOS DA LEGISLAÇÃO SOBRE POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO ................... 72 7.1. Constituição Federal/88, art. 182, dispõe sobre a importância do Plano Diretor ....................... 72 7.2. Constituição Estadual, arts. 176 e 177 ....................................................................................... 72 7.3. Estatuto da Cidade - Lei Federal 10.257/01, de 10 de julho de 2001, art. 2º ............................. 73 7.4. Estatuto da Cidade - Lei Federal 10.257/01, de 10 de julho de 2001, arts. 39 a 41 .................. 74 7.5. Lei Estadual 10.116/94, de 23 de março de 1994, artigos 2º e 10º ............................................ 74 7.6. Código Estadual do Meio Ambiente – Lei Est. nº 11.520/00, arts. 16 a 18 e 136...................... 75 7.7. Resoluções do CONSEMA ......................................................................................................... 76 7.7.1. Resolução CONSEMA nº. 167/2007 ................................................................................ 76 7.7.2. Resolução CONSEMA nº. 011, de 17 de novembro de 2000 ........................................... 81 7.7.3. Resolução CONSEMA nº. 102, de 24 de maio de 2005 ................................................... 84

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INTRODUÇÃO

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Caderno TéCniCo - adesão ao sisTema inTegrado de gesTão ambienTal

sisTema inTegrado de gesTão ambienTal – seCreTaria esTadual do meio ambienTe 6

1. INTRODUÇÃO

Os Municípios sempre detiveram competência e atribuições voltadas à urbanização e gestão do território, mas a competência do controle ambiental representa campo de atuação mais recente no âmbito local. Apesar de a competência municipal para a realização do licenciamento ambiental ser inequívoca desde a vigência da Constituição de 1988, o exercício dessa competência não foi pleno desde então, passando a ser exercido com mais intensidade, especialmente no Rio Grande do Sul, a partir do ano de 2000.

Desde então, o Estado estimulou e proporcionou condições para os municípios gaúchos assumirem a gestão ambiental compartilhada, sendo atualmente (setembro de 2009) 228 os muni-cípios qualificados pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA.

O propósito desta publicação é o de fornecer aos gestores municipais informações básicas sobre as diretrizes político-administrativas e técnicas voltadas ao atendimento da legislação am-biental, bem como oferecer subsídios técnicos à suplementação da legislação relativa à gestão ambiental municipal. Outros objetivos são os de promover sugestões em relação à estrutura ad-ministrativa do órgão ambiental local, definição das principais áreas de intervenção e atualização sobre as alterações mais recentes da legislação.

A Secretaria do Meio Ambiente e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler – FEPAM mantêm estruturas de apoio e assessoramento aos municípios com técnicos que se dedicam à participação nas câmaras técnicas e em reuniões pertinentes e no apoio aos de-mais órgãos públicos estaduais e federais com interface com a área ambiental. Estes técnicos de-dicam-se principalmente à orientação às administrações municipais sobre os critérios e requisitos para obter a chancela do Conselho Estadual do Meio Ambiente para a realização do licenciamento dos empreendimentos e atividades de impacto ambiental local.

1.1. Gestão Ambiental

Os conceitos atuais de meio ambiente e os preceitos na sua gestão são atitudes recentes em nosso país, tanto que os recursos ambientais eram tratados isoladamente de outros fatores.

A partir da década de 60, os governos comprometem-se a proteger o meio ambiente, utilizar racionalmente os recursos e a conservar os recursos da biosfera, adotando várias convenções internacionais, assinando acordos e pactos de responsabilidade entre países. Após a participação

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brasileira na Conferência das Nações Unidas para o Ambiente Humano, em 1972, em Estocolmo, é que medidas mais efetivas foram tomadas no país. Na conferência foi proclamada como forma ideal de planejamento ambiental aquela que associasse a prudência ecológica às ações pró-desenvol-vimento, ou seja, o eco-desenvolvimento. Os países participantes, a maioria em desenvolvimento, conseguiram aprovar a declaração de que o subdesenvolvimento é uma das principais causas da poluição no mundo atual, devendo o controle ambiental passar por decisões e atitudes de erradica-ção da pobreza no mundo. Dentre os 25 princípios fundamentais que norteiam as ações internacio-nais na área ambiental aprovados pode-se citar a valorização do homem dentro do ambiente como ser que transforma, mas que depende dele para sobreviver.

Em 1981, através da Lei Federal nº 6.938/81, de 31 de agosto de 1981, foi aprovada a Políti-ca Nacional do Meio Ambiente, criado o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e instituí-dos o Cadastro Técnico Federal de Atividades (CTFA), os instrumentos de defesa do meio ambiente e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), órgão máximo na gestão ambiental no Brasil.

As ações mais significativas de preservação e conservação do patrimônio natural, histórico e artístico no período republicano brasileiro foram a criação de Parques Nacionais e de Áreas Prote-gidas, o estabelecimento de normas para a proteção dos animais e a instituição do Código Florestal Brasileiro - Lei Federal nº 4.771/65. Em 2000 surgiu a Lei Federal nº 9.985, que estabeleceu o Sis-tema Nacional de Unidades de Conservação, regulamentada pelo Decreto nº 4.340/2002.

O grande avanço na área ambiental deu-se com o advento da Constituição Federal de 1988, que dedicou capítulo específico ao meio ambiente, dividindo a responsabilidade de “proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas” entre os três níveis governamen-tais - União, Estado, Distrito Federal e Municípios e a sociedade (art. 225). Com a da promulgação Constituição Cidadã houve o estabelecimento de competências legais aos entes federados e mo-dificou-se o comportamento da sociedade na busca mais efetiva da atuação dos órgãos públicos. Outro grande impulso foi a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio–92 (ECO92), realizada no Rio de Janeiro, na qual participaram 170 nações, com o estabelecimento de objetivos como a identificação de estratégias regionais e globais para ações referentes às principais questões ambientais, da promoção do desenvolvimento sustentado e da eliminação da pobreza nos países em desenvolvimento. Um dos resultados do encontro foi a Agenda 21, documento indicativo das ações a serem desenvolvidas pelos signatários dos princípios contidos na Carta do Rio.

Os mecanismos e instrumentos necessários à gestão ainda não estão plenamente aperfeiço-ados e as estruturas governamentais voltadas a atender a preservação dos recursos naturais ainda não é a prioridade nas ações governamentais. No entanto, a necessidade cada vez mais premente de esforços para conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a proteção dos recursos natu-rais, visando garantir a manutenção da qualidade de vida, a integridade ecológica e a eqüidade

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social, pressupostos interdependentes para a sustentabilidade das comunidades, vêm fortalecendo os sistemas ambientais, inclusive os locais, cujos efeitos afetam diretamente a qualidade dos recur-sos naturais.

O implemento da gestão local proporcionará maior eficácia na solução dos problemas am-bientais, pela mudança de concepção e pela consciência de que as atividades e empreendimentos modificadores do ambiente e causadores de impactos com maior controle levará à garantia do “am-biente saudável para as presentes e futuras gerações”.

1.2. Evolução da Gestão Ambiental no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul teve um papel pioneiro, através da atuação da sociedade civil, na discussão de problemas ambientais que começaram a emergir num cenário de intensa promoção da industrialização. Associações de proteção ambiental, grupos estudantis e outras organizações civis, técnicos e militantes, em episódios como os casos da Boregaard, implantação do Pólo Petro-químico, Maré Vermelha e outros, tiveram participações que podem ser consideradas como marcos nacionais. Na década de 70, foi criada a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre, sendo o primeiro município brasileiro a capacitar-se para a gestão de seu ambiente, mesma época em que o Governo Estadual deu os primeiros passos criando a Coordenadoria do Controle do Equi-líbrio Ecológico, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde e Meio Ambiente (1979), mais tarde transformada em Departamento do Meio Ambiente. Aos poucos os governos se organizaram para cumprir o papel constitucional de gestão compartilhada.

A Constituição Estadual reitera a atuação conjunta dos três entes da Federação na busca de solução e/ou minimização das destas questões cada vez mais urgentes.

Em 1990, através da Lei Estadual nº 9.077, foi criada a Fundação Estadual de Proteção Am-biental Henrique Luis Roessler – FEPAM. E, em 1999, pela Lei Estadual nº 11.362, foi organizada a primeira secretaria com atribuições específicas para a área ambiental em nosso Estado, denomi-nada Secretaria do Meio Ambiente – SEMA, vindo a reunir o Departamento de Recursos Naturais Renováveis, da Secretaria da Agricultura e Abastecimento e a Divisão de Recursos Hídricos, da Secretaria de Obras. A Fundação Zoobotânica e a FEPAM foram vinculadas à SEMA e, além disso, passaram a ser administrados pela nova Secretaria instituída os Programas Pró-Guaíba e Pró-Mar-de-Dentro.

As políticas ambientais, durante muitos anos, eram centralizadas nos órgãos estaduais e federais. De fato, o sistema ambiental municipal só foi reconhecido após a Constituição Federal de 1988. O envolvimento das administrações municipais começou a incorporar-se ao cotidiano das administrações locais a partir de 1995, quando um número significativo de Municípios colocou entre suas prioridades a área ambiental. Essa postura, gerada pela iniciativa de alguns prefeitos e pela

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participação de segmentos locais, fez com que entre 1995 e 1997 onze municípios gaúchos pas-sassem assumiram a Gestão e Licenciamento Ambiental, por convênio com a FEPAM. Da mesma forma, mais de 300 municípios firmaram e executaram Convênios para efetuarem o licenciamento ambiental de atividades agrossilvipastoris do Programa PRONAF que, para receberem recursos federais, necessitavam do devido licenciamento ambiental.

O Rio Grande do Sul, sob firme convicção de que a gestão ambiental compartilhada entre Municípios, Estado e União proporciona a construção conjunta e articulada de instrumentos de planejamento e gestão estruturantes, passou a estimular e a proporcionar condições para os muni-cípios gaúchos assumirem a gestão ambiental local.

O Governo do Estado impulsionou fortemente a descentralização do meio ambiente no Esta-do, a ponto de ser reconhecido como o sistema modelar de compartilhamento da gestão ambiental. Tanto que já são 228 os municípios qualificados pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente para a realização de licenciamento ambiental (agosto de 2009), não chegando a trezentos em todo o ter-ritório nacional. Vários Estados brasileiros têm implantado a descentralização da gestão ambiental tendo o Rio Grande do Sul como referência, o que também demonstra a vanguarda do Governo gaúcho sobre o tema.

O estabelecimento destas parcerias, consideradas as especificidades locais e regionais, e observados princípios mínimos de regulação da descentralização e desconcentração, dá efetivida-de ao desdobramento da política ambiental e gera distribuição mais eqüitativa dos benefícios às regiões geopolíticas. A continuidade, o acompanhamento e avaliação permanentes e a cooperação entre os órgãos possibilita uma gestão responsável e de qualidade.

Incluem-se na articulação estadual entre os entes o gerenciamento de Bacias Hidrográficas e a elaboração de Planos Diretores integrados.

A legislação é fundamental na modificação e modernização das ações de proteção ambien-tal, outro objetivo do presente conjunto de orientações. A criação de legislação municipal produz a organização e o fortalecimento dos sistemas municipais de meio ambiente, instrumentos de gestão mais adequados às peculiaridades regionais, compartilhamento de competências, participação e mobilização social e financiamento do sistema ambiental. A auto-suficiência do sistema municipal e a instituição de fundos ambientais locais, determinada pela legislação, também são produtos esti-mulados e uma realidade no Estado.

No processo de aperfeiçoamento da gestão ambiental, cabe ressaltar a participação efetiva da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul - FAMURS, que colabora para que o compartilhamento torne-se efetivo e eficaz. Nesse sentido, pode-se citar a criação do Con-selho de Dirigentes do Meio Ambiente – CONDIMMA, a participação na elaboração do arcabouço

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legal do Sistema Estadual de Proteção Ambiental – SISEPRA, a composição da Comissão Tripartite Estadual e o oferecimento de capacitação aos gestores e técnicos ambientais em conjunto com o Estado.

Para que a atuação conjunta e permanente da União, Estado e Municípios seja efetiva, con-forme preconizam os arts. 23 e 225 da Constituição Brasileira, algumas providências ainda são necessárias, como por exemplo, a melhor regulação da cooperação. A municipalização, entretanto, vem tornando mais presente a obrigação constitucionalmente posta, pois no âmbito municipal há maior facilidade de, com eficácia, disponibilizar-se imediatamente medidas preventivas ou corre-tivas na busca do desenvolvimento sustentável: utilização dos recursos naturais sem esgotá-los, com maior garantia de que estejam disponíveis às futuras gerações.

No entanto, as administrações municipais deverão ser convictas de que assumir a gestão ambiental significa internalizar conceitos e mecanismos de controle sustentáveis nos órgãos de governo local, para fazer frente às pressões sobre o meio ambiente resultantes das atividades modificadoras. Implementar um sistema próprio de controle ambiental envolve aspectos legais, institucionais, técnicos e operacionais e atende às exigências de ações eficazes para atender as finalidades ambientais.

O dilema da concentração da competência nas mãos do Estado, com grande demanda para atender, ou descentralizar, com risco de excessiva fragmentação da gestão ambiental foi superado, a partir da confiança nos órgãos municipais.

A participação do poder público estadual, por sua vez, com licenciamento e fiscalização dos empreendimentos, de forma sistêmica e compartilhada, e a tutela à implantação dos sistemas muni-cipais, evitará a adoção de procedimentos que desencadeiem o efeito da fragmentação. A fragmen-tação deve ser combatida, tanto em nível institucional, científico e ambiental, pois são interdepen-dentes e inter-relacionados os fenômenos físicos, biológicos, sociais e culturais, opondo-se à visão compartimentada tradicional estabelecida por parte da ciência moderna. Isso exige a formulação de um novo paradigma e uma rede de conceitos, principalmente quanto aos aspectos individuais e sociais das instituições, resultando uma descentralização articulada.

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SISTEMASAMBIENTAIS

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2. SISTEMAS AMBIENTAIS

A competência para o Licenciamento Ambiental está prevista na Constituição Federal como sendo comum à União, aos Estados, Distrito Federal e aos Municípios.

A atuação hegemônica dos Estados decorre de fatores estruturais e de condições históricas. Um acordo político-institucional no sentido da implementação de políticas públicas, especialmente no que diz respeito à questão das competências, se reflete no ordenamento jurídico, por “organi-zar” a competência comum entre os entes federados na gestão ambiental, no vácuo deixado pela ausência de regulamentação do § único do artigo 23 da Constituição Federal. Esse verdadeiro patrimônio da sociedade gaúcha é reconhecido como modelar pelo Ministério do Meio Ambiente, que vem trazendo à política de preservação ambiental a continuidade garantida nos resultados e potencializando o exercício do poder de polícia administrativa.

Essa organização atribui aos órgãos ambientais, no Estado do Rio Grande do Sul, obedeci-das as Leis de política especificas (de meio ambiente, de recursos hídricos e florestais) e as dispo-sições da Resolução nº 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, as seguintes competências principais:

a) à FEPAM o licenciamento de empreendimento e atividades de impacto regional, elenca-dos no Artigo 5º;

b) ao DEFAP/SEMA a responsabilidade pelo gerenciamento da flora, cabendo-lhe autorizar a supressão de vegetação nativa;

c) ao DRH/SEMA a responsabilidade pela outorga de uso de água;

d) aos municípios, após a devida verificação das qualificações pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA, o licenciamento das atividades consideradas como de im-pacto local, discriminadas na Resolução nº 102/2005 do Conselho Estadual; por dele-gação, conforme previsão no artigo 6º da Resolução 237/97 e atendidos os requisitos estabelecidos pela própria FEPAM, podem ainda firmar Convênios para a ampliação da competência no licenciamento ambiental, devendo demonstrar que possuem recursos materiais e humanos adequados; atualmente Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Lajea-do, Novo Hamburgo, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Santana do Livramento, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Uruguaiana mantém convênio com a FEPAM;

e) ao IBAMA a atuação nas atividades e empreendimentos de que trata o artigo 4º da Resolução CONAMA 237/97, em função de sua localização ou da extensão da área do impacto causado.

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2.1. Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA

A Lei Federal nº 6.938/81 instituiu no Brasil a Política Nacional do Meio Ambiente, estabe-lecendo o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. Dentre os seus órgãos integrantes, o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, órgão consultivo e deliberativo, com o objetivo de estabelecer diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio am-biente ecologicamente equilibrado e essencial à qualidade de vida.

O SISNAMA é constituído por órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e pelas Fundações, instituídas pelo Poder Público responsáveis pela gestão am-biental. Atualmente, após sucessivos ajustes legais, o SISNAMA tem a seguinte estrutura:

a) Órgão Superior: O Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais;

b) Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA;

c) Órgão Central: Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governa-mentais fixadas para o meio ambiente;

d) Órgãos Executores: o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis – IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMbio, com a finalidade de executar e fazer executar, como órgãos federais, a política e diretrizes go-vernamentais fixadas para o meio ambiente;

e) Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal direta e in-direta, as fundações instituídas pelo Poder Público, cujas atividades estejam associadas às de proteção da qualidade ambiental ou àquelas que disciplinam o uso dos recursos ambientais, bem como os órgãos e entidades estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental;

f) Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscaliza-ção ambiental, nas suas respectivas jurisdições.

Os órgãos federais, estaduais e locais são contemplados no SISNAMA, o que o torna um sistema descentralizado, objetivando articular e fazer interagir as diversas esferas do governo para a promoção de uma gestão ambiental compartilhada.

Por isso, passados mais de vinte e cinco anos, há de se questionar se há razão para eventual desarticulação e falta de interação nos três níveis de poder, visto que, na prática, ainda se verificam

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a sobreposição de ações e algumas dificuldades quanto aos papéis e competências, associadas principalmente à insuficiência de capacitação e informação.

As Comissões Tripartites, compostas por representações paritárias dos órgãos e entidades ambientais da Federação, são as instâncias criadas para a articulação dos órgãos federais, es-taduais e municipais de meio ambiente e outras organizações da sociedade para a promoção da gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes federados. A Comissão Tripartite Estadual tem a mesma composição e incumbências da nacional, com representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA e IBAMA), das entidades estaduais de meio ambiente (SEMA e FEPAM) e das municipais (Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente – ANAMMA e Federação das Associações de Municípios - FAMURS).

2.2. O Sistema Estadual - Sistema Estadual de Proteção Ambiental - SISEPRA

A participação da sociedade no Sistema Estadual dá-se por meio do Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA, do Conselho de Recursos Hídricos – CRH, da Conferência Estadual do Meio Ambiente – CONFEMA, dos Comitês de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas e dos Conselhos e das Conferências Municipais de Meio Ambiente.

O Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA foi criado pela Lei Estadual nº 10.330, de 27 de dezembro de 1994, e é composto por 29 entidades, sendo quatorze representantes do poder público e quinze da sociedade civil, sendo cinco delas organizações não-governamentais ambientais constituídas há mais de um ano.

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente, criada pela Lei Estadual nº 11.362, de 29 de julho de 1999, para atuar como órgão central do Sistema Ambiental do Estado, responsável pela política ambiental do Rio Grande do Sul. Pelo Anexo da Lei Estadual 12.697, de 04 de maio de 2007, que dispõe sobre a estrutura administrativa do Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Sul, são competências da Secretaria do Meio Ambiente:

a) atuação como órgão central do Sistema de Proteção Ambiental do Estado;

b) recuperação, proteção e preservação ambiental no âmbito das ações do Governo do Esta-do;

c) monitoramento da qualidade do meio ambiente e gerenciamento adequado dos recursos ambientais;

d) atuação como órgão de integração do Sistema de Recursos Hídricos do Estado;

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e) política estadual de saneamento ambiental, entendendo-se como tal o conjunto de ações que conservam e melhoram as condições do meio ambiente;

f) políticas de preservação e conservação de biodiversidade e de valorização das comunida-des tradicionais;

g) normatização, fiscalização e licenciamento das atividades e/ou empreendimentos consi-derados efetiva ou potencialmente causadores de degradação ambiental, de forma direta ou indireta;

h) participação no desenvolvimento da política estadual de biotecnologia, engenharia genéti-ca e substâncias perigosas, com vista a evitar impactos ambientais;

i) política de educação ambiental;

j) política florestal do Estado, como órgão florestal; e

k) desenvolvimento do Sistema Estadual de Unidades de Conservação.

Cumpre destacar que na reestruturação, com a criação da Secretaria de Habitação, Sanea-mento e Desenvolvimento Urbano e a da Secretaria Extraordinária de Recursos Hídricos e Uso Múl-tiplos da Água, algumas das atribuições passaram a ser exercidas ou compartilhadas com aquelas Secretarias, das quais destacamos a “promoção do desenvolvimento e coordenação da política de saneamento ambiental, entendendo-se como tal o conjunto de ações que tendem a conservar e melhorar as condições do meio ambiente, em benefício da saúde”, a “participação no desenvol-vimento da política estadual de biotecnologia, engenharia genética e substâncias perigosas, com vistas aos possíveis impactos ambientais” e a “atuação como órgão de integração do sistema es-tadual de recursos hídricos, em consonância com a legislação vigente, bem como coordenação de programas de desenvolvimento sustentável de bacias hidrográficas”.

A Secretaria do Meio Ambiente vem implantando quadro próprio de pessoal, passando a contar com uma estrutura mais permanente, com número de servidores mais adequado à deman-da crescente por serviços ambientais e à necessidade de resposta mais imediata em virtude do agravamento da qualidade ambiental. Seu planejamento se dá por meio de programas incluídos no Plano Plurianual - Gestão Ambiental Integrada, Proteção dos Recursos Naturais e Qualidade e Controle Ambientais. Desenvolve o Programa Pró-Guaíba, que objetiva garantir o desenvolvimento sócio-ambiental da Região Hidrográfica do Guaíba, o Pró-Mar-de-Dentro, voltado à Região Hidro-gráfica do Litoral, o Projeto de Conservação da Mata Atlântica, os Fóruns de Produção Mais Limpa e de Mudanças Climáticas, além do Sistema Integrado de Gestão Ambiental - SIGA-RS, objeto dessa publicação.

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Sabidamente, a atuação hegemônica dos Estados decorre de fatores estruturais e de condi-ções históricas. Neste sentido, foi implantado no Estado um acordo político-institucional no sentido da implementação e gestão de políticas públicas, no que diz respeito à questão das competências, se reflete no ordenamento jurídico que dá aos órgãos ambientais no Rio Grande do Sul as seguin-tes atribuições:

• FEPAM – Licenciamento de atividades potencial ou efetivamente poluidoras elencadas no Artigo 5º da Resolução CONAMA nº 237/97; o maior volume de solicitações;

• Municípios – após a devida verificação das qualificações pelo CONSEMA, licenciamento das atividades consideradas como de impacto local, elencadas na Resolução CONSEMA 102/05.

o Os municípios podem ainda firmar Convênios para o licenciamento ambiental de outros empreendimentos, para os quais demonstrar possuir recursos ma-teriais e humanos adequados, conforme o disposto no Artigo 6º da Resolução CONAMA nº 237/97 e atendidos os requisitos estabelecidos pela própria FE-PAM. Atualmente Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Lajeado, Novo Ham-burgo, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Santana do Livramento, São Leopoldo e Uruguaiana mantém convênio com a FEPAM.

• DEFAP/SEMA - é responsável pelo gerenciamento da flora no Estado do RS, cabendo-lhe autorizar a supressão de vegetação nativa; esse instrumento deve acompanhar o pe-dido de Licenciamento, quando associado ao projeto houver necessidade de supressão ou o empreendimento atingir Área de Preservação Permanente – APP.

• DRH/SEMA - é responsável pela outorga de uso de água no Estado; nos licenciamen-tos ambientais - Licenciamento de atividades que envolvem irrigação, por exemplo – manifesta-se do ponto de vista quantitativo, restando ao órgão licenciador a análise dos aspectos qualitativos.

• IBAMA – atua mais pontualmente nas atividades e empreendimentos elencados no artigo 4º da Resolução CONAMA 237/97, quer em função de sua localização, quer em razão da exten-são da área do impacto causado; parte de sua competência encontra-se delegada ao Estado.

Sua atuação, no Plano Plurianual 2008-2011 se dá por meio dos programas Gestão Am-biental Integrada, Proteção dos Recursos Naturais e Qualidade e Controle Ambientais. A SEMA desenvolve, dentre outros programas e projetos, o Pró-Guaíba, o Pró-Mar-de-Dentro, o Projeto de Conservação da Mata Atlântica e o Projeto RS Biodiversidade, e o Sistema Integrado de Gestão Ambiental – SIGA/RS, cada um objetivando garantir o desenvolvimento sócioambiental de regiões, biomas ou temas específicos.

A participação da sociedade dá-se por meio do Conselho Estadual do Meio Ambiente – CON-SEMA – do Conselho de Recursos Hídricos – CRH; da Conferência Estadual do Meio Ambiente

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– CONFEMA e dos Comitês de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas e dos Conselhos e Confe-rências Municipais de Meio Ambiente.

2.3. SISMUMA – Sistema Municipal de Meio Ambiente

2.3.1. Competências e Atribuições do SISMUMA

O Sistema Municipal de Meio Ambiente deverá ter como atribuições o planejamento, imple-mentação, execução e controle da Política Ambiental no âmbito local, bem como o monitoramento e a fiscalização do meio ambiente, visando preservar o seu equilíbrio e os atributos essenciais à sadia qualidade de vida e promover o desenvolvimento sustentável. O objetivo imediato da atua-ção deverá ser o de organizar, coordenar e integrar as ações dos diferentes órgãos e entidades da administração pública, direta e indireta, observados os princípios e normas gerais expressas nas legislações pertinentes.

A Política Municipal de Meio Ambiente, organizada na forma de um Sistema Municipal, deve-rá contar com os seguintes instrumentos:

• Conselho Municipal de Meio Ambiente;• Fundo Municipal do Meio Ambiente;• Legislação municipal de proteção ambiental, incluindo Plano Diretor ou Lei de Diretrizes

Urbanas;• Zoneamento Ambiental que leve em conta as atividades produtivas ou projetadas, em

conformidade com o Plano Diretor ou Lei de Diretrizes Urbanas.

A Política Municipal de Meio Ambiente deverá contemplar ainda os demais instrumentos preconizados na Lei Federal:

• Avaliação de impactos ambientais;• Análise de riscos;• Fiscalização, controle e monitoramento;• Pesquisa científica e capacitação tecnológica;• Educação ambiental;• Licenciamento ambiental em suas diferentes formas, bem como as autorizações e per-

missões;• Acordos, convênios, consórcios e outros mecanismos associados de gerenciamento de

recursos ambientais;• Sanções;• Estímulos e incentivos.

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2.3.2. Estrutura Básica do SISMUMA

A Composição do Sistema Municipal de Meio Ambiente deverá conter:

• O Órgão Ambiental Municipal - a Secretaria, Departamento, Diretoria, Assessoria ou Nú-cleo de Meio Ambiente do município responsável pelo meio ambiente, como órgão central de execução das atividades pertinentes à área;

• Os órgãos responsáveis pela gestão dos recursos ambientais, preservação e conserva-ção do meio ambiente e execução da fiscalização das normas de proteção ambiental, também como órgãos executores.

• As demais Secretarias Municipais e organismos da administração direta e indireta, as ins-tituições governamentais e não-governamentais com atuação no município, cujas ações interferirão na conformação da paisagem, nos padrões de apropriação e uso, conserva-ção, preservação e pesquisa dos recursos ambientais, como órgãos de apoio;

• O Conselho Municipal do Meio Ambiente - órgão superior do Sistema, de caráter delibe-rativo e consultivo, responsável pela aprovação e acompanhamento da implementação da Política Municipal do Meio Ambiente e dos demais planos afetos à área;

• O Fundo Municipal de Meio Ambiente - órgão de captação e de gerenciamento dos recur-sos financeiros alocados para o meio ambiente.

O Sistema Municipal deverá buscar incansavelmente a integração do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Fundo Municipal de Meio Ambiente e Órgão Ambiental Municipal e a sua interação com os demais setores afins e entidades do município. O Sistema poderá congregar entidades e fundações responsáveis pela pesquisa em recursos naturais, proteção e melhoria da qualidade ambiental, pelo planejamento, controle, fiscalização das atividades que afetam o meio ambiente e aplicação das normas a ele pertinentes, e as organizações não-governamentais.

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A BASE LEGAL DA COMPETÊNCIA DOS

MUNICÍPIOS

NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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3. A BASE LEGAL DA COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

A chancela do CONSEMA para qualificar os Municípios a compartilhar a gestão ambiental no Rio Grande do Sul obedece a base legal que materializa o princípio da cooperação.

A Constituição Federal de 1988 prevê:

“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.§ 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:..................IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de sig-nificativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publi-cidade;V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.”

É competência comum da União, Estados e Municípios a proteção do meio ambiente e o li-cenciamento ambiental. O regime é de colaboração, existindo a necessidade de integração dos sis-temas ambientais e dos órgãos responsáveis pelo meio ambiente, nos diferentes níveis de governo.

“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: [...]“VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas”.

A competência municipal pelo licenciamento ambiental, no entanto, está limitada às ativida-des e empreendimentos considerados como de impacto ambiental local e àquelas delegadas por convênio firmado com os órgãos ambientais.

O conceito resulta da observância da legislação ambiental, tendo em vista que as atividades “cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios” devem ser licenciadas pelo Estado, de acordo com o artigo 5º, III, da Resolução CONAMA nº 237/1997.

Também a Lei Estadual nº 11.520/2000 – Código Estadual do Meio Ambiente estabelece:

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“Art. 69. Caberá aos municípios o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades con-sideradas como de impacto local, bem como aquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio.”

Da mesma forma a Resolução CONAMA nº 237/1997:

“Art. 6º. Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instru-mento legal ou convênio.”

A competência comum, com análise de qualificações pelo CONSEMA, está em consonância com o federalismo cooperativo vigente. Essa cooperação é mais necessária e latente no trato das questões ambientais em vista do tipo de bem a ser protegido, que é de uso comum de todos. A rea-valiação do sistema no CONSEMA, com aprovação da Resolução nº 167/2007, seguiu a conclusão do parecer aprovado pelo plenário em 29 de novembro de 2006, que transcrevemos:

“Em todo o relato emergem as seguintes posições esta Secretaria de Estado, que, portanto, a partir desse momento passam a ser as posições deste Conselho Estadual de Meio ambiente. Item 1 – O pleno conhecimento de que aos municípios incumbe o dever de promover a gestão e o licen-ciamento ambiental na sua esfera de jurisdição por força da Constituição cidadã; 2 – A convicção inarredável de que o Estado deve promover a capacitação, a qualificação e o assessoramento aos municípios através dos critérios e ações pré-ordenadas, apuradas pelas resoluções do CONSEMA; 3 – A necessidade de reavaliação dos resultados alcançados pelos municípios a partir do monito-ramento e controle das ações elencadas nos planos ambiental para efeito de instrumentalização dos processos de cooperação e informação essenciais à eficácia do SISEPRA; 4 – A constatação que com o processo de qualificação e sua conseqüente normatização padece de falhas e deve ser aperfeiçoado. Enfim, não restam dúvida de que o Estado deve perseguir o objetivo de contribuir nesse processo de capacitação e responsabilização, disparando instrumentos que despertem aos administradores municipais a consciência ecológica e o completo exercício de suas competências constitucionais.”

A complexidade dos procedimentos no licenciamento ambiental, um dos instrumentos da gestão ambiental que o Município passa a assumir, a proteção ao meio ambiente, de interesse de toda a coletividade, e a busca da garantia de direito constitucional fundamental, justificam também a apreciação pelo CONSEMA sobre a qualificação dos municípios, verificando o atendimento de requisitos mínimos.

Justamente pelos efeitos dessa caracterização, que leva ao que é conhecido auto-licencia-mento (quando o ente da Federação licencia suas próprias atividades), cresce a importância do compartilhamento verdadeiro, de todas as informações ambientais, dando vazão ao princípio da proteção integral ao bem difuso meio ambiente.

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O regime, portanto, não pode ser outro senão o da colaboração, existindo a necessidade de integração dos sistemas ambientais e a articulação entre os órgãos responsáveis pelo meio am-biente nos diferentes níveis de governo.

A alteração mais drástica da nova resolução, em consonância com o que se tratou até aqui, sobre competência municipal, foi abolição da desabilitação de municípios após obterem a chancela do Conselho, medida que estava em desacordo com a divisão de competências, sendo mais apro-priado para um sistema de delegações. O uso indevido do instrumento licenciamento ambiental, por qualquer órgão ambiental, pode e deve ser coibido por outros mecanismos existentes e pelas instituições a que competem o controle externo, como os Tribunais de Contas, Ministério Público e conselhos profissionais.

É oportuno lembrar, também, que licenciamento e fiscalização são apenas alguns dos instru-mentos da política ambiental em qualquer esfera governamental, que podem impulsionar as ações no implemento de outros, como monitoramento, zoneamento, sistemas de informações e educação ambiental.

3.1. Atividades consideradas como de impacto local e sujeitas ao licenciamento municipal

Meio ambiente compreende a natureza e as modificações que nela vem introduzindo o ser humano. O art. 3º, inciso I, da Lei nº 6.938/81, define meio ambiente como “o conjunto de condi-ções, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

Impacto ambiental pode ser definido como a alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem as saudáveis condições de vida, inclusive, para as futuras gerações. Pode-se, então, afirmar que o impacto am-biental local é aquele em que a alteração se restringe aos limites do município.

Assim, para fins de licenciamento ambiental, “IMPACTO AMBIENTAL LOCAL” é qualquer alteração direta (ou seja, decorrente de uma única relação de causa e efeito) das propriedades físi-cas, químicas e biológicas do meio ambiente, que afetem: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e/ou a qualidade dos recursos ambientais, dentro dos limites do Município.

Atualmente tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei Complementar nº 12, de 2003, que regulamentará o art. 23 da Constituição Federal, fixando normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção

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do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das flores-tas, da fauna e da flora, que, possivelmente virá a estabelecer também parâmetros mais precisos na legislação federal a respeito da competência dos entes da federação quanto ao combate à po-luição, ou seja, quanto ao licenciamento ambiental.

A Resolução nº 102/2005 do CONSEMA, alterada pelas Resoluções nº 110/2005, nº 111/2005 e nº168/2007, trata da enumeração das atividades consideradas de impacto local e seus padrões de impacto potencial. As atividades listadas na Resolução nº 102/2005 são, no Rio Grande do Sul, consideradas atividades de impacto local e, portanto, sujeitas ao licenciamento ambiental no âmbito municipal, obedecidos o regramento, o rito e toda a legislação em vigor.

Embora a Resolução nº 237/97 elenque em seu Anexo I as atividades e empreendimentos considerados potencial ou efetivamente poluidoras, e, pois, passíveis de licenciamento ambiental, certo é que tal relação não é taxativa, mas tão somente exemplificativa, conforme se pode ver no próprio parágrafo 2º do artigo 2º, que assim expressa:

“Artigo 2º – A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreen-dimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.”(...)Parágrafo 2º – Caberá ao órgão ambiental competente definir os critérios de exigibilidade, o deta-lhamento e a complementação do Anexo I, levando em consideração as especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras características do empreendimento ou atividade”.

Tal se dá em razão de que o meio ambiente é algo extremamente dinâmico, surgindo, a todo momento, novas descobertas acerca dos recursos naturais e de suas utilidades para a humanida-de, sem falar em tecnologias constantemente desenvolvidas não só para sua exploração, como para a atenuação dos efeitos perversos que tais usos podem vir a causar.

Impacto ambiental local pode ser ligeiramente definido como aquele em que as alteração no ambiente decorrentes da atividade humana se restringe aos limites do município. O conceito de impacto local é de suma importância para a divisão das competências entre os entes federados e resulta da observância da legislação ambiental.

O Estado, no entanto, se julgar conveniente, pode delegar outras atividades e empreendi-mentos de sua competência, como de fato o faz a uma dezena de Municípios. Neste caso, a de-legação requer a firmatura de Convênio em que podem ser avençados, entre outras obrigações, acerca da cobrança e repasse de parte das taxas ambientais e prestação de contas, por exemplo.

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A competência municipal pelo licenciamento ambiental, portanto, está limitada às atividades e empreendimentos considerados como de impacto ambiental local (Resolução nº 102/2005 e suas alterações) e àquelas delegadas por convênio firmado com os órgãos ambientais. Importante des-tacar que o “interesse local” e “impacto ambiental local” se confundem; a competência municipal originária (impacto local), por isso, não pode ser confundia com “delegação de competência”.

Tão delimitada é a atividade ou competência municipal que a solicitação de licenciamento de ampliação que implicar em ultrapassagem dos portes previstos na Resolução 102/2005, o procedi-mento retorna à competência estadual, conforme artigo 8º da Resolução nº 167/2007.

Ainda que a regra seja o licenciamento pelos Estados-membros, cada qual com a sua com-petência conforme exposto acima, dúvida recorrente nos órgãos ambientais, nos órgãos de controle da administração pública, e até nos de jurisdição está no critério para a definição da competência. Enfatiza-se que a definição utilizada pelas Resoluções é o impacto ambiental decorrente da ativi-dade a ser desenvolvida, tendo a sua abrangência e magnitude do potencial poluidor como carac-terizador do interesse (local, regional ou nacional), não sendo levado em conta a dominialidade do bem. Não há espaço para essa discussão, sob pena de não ser respeitado o ordenamento jurídico posto.

3.2. Atividades e Empreendimentos Abrangidos pelo Impacto Ambiental Local

A enumeração dos empreendimentos e atividades considerados como impacto local já foi elencado pela Resolução nº 05/98 do Conselho Estadual de Meio Ambiente. Atualmente, a Reso-lução que disciplina a matéria é a Resolução nº 102/2005 com as alterações e inclusões efetuadas pelas Resoluções 110/2005, 111/2005 e 168/2007, sendo esses empreendimentos e as atividades passíveis de licenciamento municipal1.

Tendo em conta o poder/dever, o licenciamento dessas atividades é municipal, atuando o Estado nelas apenas pelo princípio da supletividade, por inércia, omissão, do Município.

O compartilhamento da gestão ambiental, incluído o licenciamento ambiental, está previsto na Constituição Federal de 1988, que no seu artigo n° 23, prevê a competência material da prote-ção ao meio ambiente, do combate à poluição e da preservação das florestas, fauna e flora para todos os entes federativos, além de outras, como proteção aos bens de valor cultural e registro, acompanhamento e fiscalização de concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios.

1. A Resolução nº 237/97 do CONAMA e a Resolução nº102/2005 do CONSEMA, alterada pelas Resoluções nº 110/2005, nº 111/2005 e nº168/2007, constam em anexo.

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É competência comum da União, Estados, Distrito Federal e dos Municípios a proteção do meio ambiente e o licenciamento ambiental.

“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

[...]

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas”.

[...]

“Parágrafo único. Lei complementar fixará normas para a cooperação entre a União e os Estados,

o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar

em âmbito nacional.”

Enquanto lei complementar que regule o compartilhamento, prevista no parágrafo único do art. 23 da Constituição, não seja aprovada, a competência formal do Município é aquela prevista no art. 30, que dispõe especificamente sobre a competência municipal, quais sejam: legislar sobre assuntos de interesse local e suplementar a legislação federal e estadual no que couber.

A falta da regulamentação, no entanto, não impediu a descentralização, uma vez que a Re-solução CONAMA nº 237/1997, em seu art. 6º claramente atribui ao Município competência pelo licenciamento pelo licenciamento dos empreendimentos e atividades de impacto ambiental local, prevendo ainda a possibilidade de ampliar a competência pela delegação.

Também a Lei Estadual nº 11.520/2000, que institui o Código Estadual do Meio Ambiente, no art. 69, atribui ao Município competência pelo licenciamento dos empreendimentos e atividades consideradas como impacto local e daquelas delegadas.

O que deve ser mais do que claro, e para isso também não é necessária qualquer lei com-plementar, é que o licenciamento ambiental se dá em um único nível de competência, devendo os demais entes manifestar-se de maneira não vinculante.

A nosso ver, a maior inversão dessa regra dá-se pela vigência da Lei da Mata Atlântica – Lei Federal nº 11.418/2006, que centraliza, na maioria dos casos, a autorização para a supressão de vegetação, mesmo quando decorrente de licenciamento, nos entes federal e estadual.

Dois aspectos importantes a considerar: a) o “interesse local” e o “impacto ambiental local” referidos na legislação podem ser considerados sinônimos, pois confundem-se; b) não confundir, porém, “competência municipal” com “delegação de competência”.

3.3. Impacto Ambiental Local

O meio ambiente compreende a natureza e as modificações nela produzidas ser humano. O inciso I do art. 3º da Lei nº 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente - define meio ambiente como “conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

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O impacto ambiental pode ser definido como a alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem as saudáveis condições de vida, inclusive, para as futuras gerações.

O conceito resulta da observância da legislação ambiental, tendo em vista que as atividades “cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios” devem ser licenciadas pelo Estado, de acordo com o artigo 5º, III, da Resolução CONAMA nº 237/1997.

Assim, para os fins de licenciamento ambiental, “impacto ambiental local” é a alteração direta (ou seja, decorrente de uma única relação de causa e efeito) das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, que afetem: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e/ou a qualidade dos recursos ambientais, nos limites do Município.

Tem-se, então, que o impacto ambiental local é aquele em que a alteração restringe-se aos limites de um município. Não sendo a apuração desse impacto absoluta, teve importância o uso da expressão “considerados” como impacto local pelo legislador, valendo a listagem das tipologias mais como convenção que delimita a competência de um e outro ente da Federação. No Rio Gran-de do Sul, são considerados como de impacto local os empreendimentos e atividades elencados na Resolução nº 102/2005, do Conselho Estadual do Meio Ambiente.

As atividades e empreendimentos considerados como de impacto ambiental local não são delegadas pelo Estado, pois dele não é a competência, como visto acima. Aliás, não sendo do Estado tal competência, poder-se-ia dizer que desde a vigência da Resolução 237/97 e do Código Estadual do Meio Ambiente, o Estado atua em empreendimentos de impacto local apenas supleti-vamente.

O Estado, no entanto, se julgar conveniente, pode delegar outras atividades e empreendi-mentos de sua competência, como de fato o faz a uma dezena de Municípios. Neste caso, a dele-gação requer a firmatura de Convênio em que podem ser avençados, entre outras obrigações, o repasse de parte das taxas ambientais e prestação de contas, por exemplo.

A competência municipal pelo licenciamento ambiental, portanto, está limitada às atividades e empreendimentos considerados como de impacto ambiental local (Resolução nº 102/2005 e suas alterações) e àquelas delegadas por convênio firmado com os órgãos ambientais.

Tão delimitada é a atividade ou competência municipal que a solicitação de licenciamento de ampliação que implicarem na ultrapassagem dos portes previstos na Resolução 102/05, o procedi-mento retorna à competência estadual, conforme § 2º do artigo 1º da Resolução.

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Ainda que a regra seja o licenciamento pelos Estados-membros, cada qual com a sua com-petência conforme exposto acima, dúvida recorrente nos órgãos ambientais, nos órgãos de controle da administração pública, e até nos de jurisdição está no critério para a definição da competência. Enfatiza-se que a definição utilizada pelas Resoluções é o impacto ambiental decorrente da ativi-dade a ser desenvolvida, tendo a sua abrangência e magnitude como caracterizador do interesse (local, regional ou nacional), não sendo levado em conta a dominialidade do bem, não havendo es-paço para discussão nesse aspecto, sob pena de não ser respeitado o ordenamento jurídico posto.

3.4. Atividades e Empreendimentos Considerados como Impacto Ambiental Local

A enumeração dos empreendimentos e atividades considerados como impacto local já foi elencado pela Resolução nº 05/98 do Conselho Estadual de Meio Ambiente. Atualmente a Resolu-ção que disciplina a matéria é a Resolução nº 102/2005 com as alterações e inclusões efetuadas pelas Resoluções 110/2005, 111/2005 e 168/2007, sendo esses empreendimentos e as atividades passíveis de licenciamento municipal.

Tendo em conta o poder/dever, o licenciamento dessas atividades é municipal, atuando o Estado nelas pelo princípio da supletividade, por inércia (ou omissão) do Município.

A definição das atividades consideradas de impacto local, como já foi dito, leva em consi-deração os padrões de impacto potencial (porte e potencial poluidor). Por isso mesmo, da maior importância a utilização por todos os órgãos ambientais (princípios de cooperação e colabora-ção, afora a padronização) da Resolução nº 01/95 do Conselho de Administração da FEPAM, que diferenciou os empreendimentos/atividades passíveis de licenciamento ambiental no Estado do Rio Grande do Sul por essas duas variáveis: porte do empreendimento (mínimo, pequeno, médio, grande e excepcional) e potencial poluidor (pequeno, médio e grande), resultando em centenas de tipologias, agrupadas em ramos de atividade.

As taxas ambientais, nos municípios, também são calculadas pelo cruzamento das duas va-riáveis: porte e potencial poluidor; a utilização da referida Resolução serve ainda para dimensionar o valor da taxa a ser recolhida quando a competência municipal abarcar mais de uma faixa/porte.

3.5. Regime de Colaboração – Necessidade de Cooperação e Integração

Justamente pelos efeitos dessa caracterização, que leva ao que é conhecido auto-licencia-mento (quando o ente da Federação licencia suas próprias atividades), cresce a importância do compartilhamento verdadeiro de todas as informações ambientais, dando vazão ao princípio da proteção integral ao bem difuso meio ambiente.

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O regime, portanto, não pode ser outro senão o da colaboração, existindo a necessidade de integração dos sistemas ambientais e a articulação entre os órgãos responsáveis pelo meio am-biente nos diferentes níveis de governo.

No Estado do Rio Grande do Sul, além do arcabouço jurídico estabelecido e de freqüentes treinamentos conjuntos, há experiências exitosas de atuação conjunta, tanto em licenciamento am-biental, quanto em fiscalização integrada. Na fiscalização, podemos citar as atividades do Plano Operacional de Controle do Projeto de Conservação da Mata Atlântica e as da Força-Tarefa de Recuperação do Rio dos Sinos.

Várias outras iniciativas podem ser citadas, como a atividade integrada com o meio universi-tário no Vale do Taquari, nos primórdios da descentralização, a atividade de cooperação desenvolvi-da na Associação dos Municípios do Nordeste (AMUNOR) e as de compatibilização e padronização de legislação e procedimentos desenvolvidos na Associação dos Municípios do Alto Jacuí (AMAJA).

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A QUALIFICAÇÃO DOS MUNICÍPIOS

NO CONSEMA

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4. A QUALIFICAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NO CONSEMA

4.1. O Processo de Verificação das Qualificações Mínimas dos Municípios

Conforme o ordenamento jurídico vigente, a deliberação sobre a qualificação, ou não, de Município dá-se no Conselho Estadual do Meio Ambiente.

No entanto, considerados a competência comum da União, Estados e Municípios, a orga-nização do Sistema Estadual do Meio Ambiente (SISEPRA), os objetivos do Sistema Integrado de Gestão Ambiental no alcance da cooperação preconizada, a normalização das competências pelo CONAMA e CONSEMA, os princípios da precaução, da prevenção, do desenvolvimento sustenta-do, e, principalmente, o da cooperação, a análise preliminar à deliberação do CONSEMA sobre as qualificações dos Municípios para responsabilizarem-se pelos licenciamentos ambientais de im-pacto local é realizada pela Secretaria do Meio Ambiente, que inclusive instituiu uma comissão permanente para a análise dos processos, denominada Comissão de Municipalização da Gestão Ambiental.

A necessidade da “qualificação” junto ao Conselho Estadual do Meio Ambiente decorre do fato de a gestão ambiental, em especial o licenciamento, envolver processos técnicos complexos, a proteção ao meio ambiente ser de interesse da coletividade e da responsabilidade de todos na ga-rantia de direito constitucional fundamental. Além disso, a avaliação pela SEMA e pelo CONSEMA proporciona segurança, unicidade, padronização e coerência aos procedimentos.

A manifestação favorável e a homologação pelo CONSEMA dependem do atendimento dos requisitos estabelecidos nas Resoluções nº 167/2007 e nº 011/2000, do Conselho Estadual do Meio Ambiente, que disciplinam, respectivamente, os requisitos para os municípios exercerem o licencia-mento ambiental e do plano ambiental.

Antes da deliberação do CONSEMA, a Comissão de Municipalização da Gestão Ambien-tal, formada por técnicos da Secretaria e suas vinculadas, analisa e recomenda a qualificação do Município ao CONSEMA, onde antes da deliberação pelo plenário, é debatido na Câmara Técnica Permanente de Gestão Compartilhada Estado/Município. Nestas reuniões, é comum a participação dos representantes dos Municípios, oportunizando o esclarecimento de aspectos da gestão local e de todo o documental apresentado. A deliberação final sobre a qualificação ocorre em plenário do Conselho Estadual do Meio Ambiente, resultando a deliberação em Resolução, que é devidamente publicada no Diário Oficial do Estado.

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Portanto, o Município interessado em ingressar no Sistema Integrado de Gestão Ambiental (SIGA-RS), ou seja, queira obter a chancela do Conselho Estadual para a realização do licen-ciamento ambiental local, deverá encaminhar a documentação ao SIGA-RS/SEMA (protocolar na SEMA) que comprove que dispõe dos requisitos previstos na Resolução 167/2007. Uma Central de Atendimento realiza o atendimento aos que buscam integração ao programa, prestando orienta-ções administrativas e jurídicas sobre a elaboração do conjunto de documentos que devem compor o processo administrativo tendente à verificação das qualificações mínimas para a gestão ambien-tal e ao licenciamento ambiental das atividades de impacto local, baseando-se em pareceres da Assessoria Jurídica e apoiada em pareceres dos membros da Comissão, orientando ainda as mu-nicipalidades sobre providências necessárias para a eventual complementação e/ou correção da documentação. Importante salientar que o encaminhamento de documentos complementares deve reportar o número do processo original.

4.2. Os Requisitos/Documentos para a Qualificação

As orientações contidas no presente capítulo decorrem da legislação vigente e analisada an-teriormente, mas também são fruto da atuação junto ao Conselho e aos Municípios, constando mui-tas vezes de observações práticas visando a não repetição de deficiências de processos anteriores.

4.2.1. Fundo Municipal de Meio Ambiente

O Fundo Municipal do Meio Ambiente deve ser instituído por Lei Municipal.

Os recursos devem permitir a viabilidade do financiamento do Sistema Municipal de Meio Ambiente. As receitas do Fundo deverão contemplar: dotações orçamentárias; produto das multas impostas por infrações à legislação ambiental; contribuições, subvenções e auxílios; os convênios, contratos e acordos celebrados; doações; os rendimentos da aplicação de seus valores; recursos provenientes de transferências; produtos oriundos da venda de publicações e promoções; recursos decorrentes de operações de crédito; restituições por serviços executados de recomposição de áreas degradadas; e outros recursos.

São recursos vinculados, há afetação, ou seja, é relevante o destino do produto da sua ar-recadação, não podendo ser livremente utilizados pela administração municipal. Por isso, o Fundo Municipal do Meio Ambiente deverá ter sua administração no órgão local de meio ambiente, ou seja, pela Secretaria ou órgão municipal ao qual incumba a proteção ambiental.

Assim, os recursos do Fundo poderão serão aplicados em programas e projetos nas seguin-tes áreas: recomposição de áreas degradadas; conservação e aproveitamento econômico, racio-nal e sustentável, dos recursos naturais existentes; educação ambiental; controle e fiscalização

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ambiental; custeio de funcionamento do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, dentre outras.

As taxas ambientais, entretanto, não devem reverter, ao menos integralmente, ao Fundo, pois paga-se taxa sabendo que o seu montante será utilizado para a recomposição do custo do ser-viço público específico e divisível prestado ou disponibilizado ou pelo exercício do poder de polícia concreto, ou seja o objeto de sua arrecadação será destinado para o custeio da atuação da estru-tura voltada a sua arrecadação, e não exclusivamente os programas ambientais previstos no plano de aplicação do Fundo. O posicionamento exposto acima é controverso, e será mais explicitado no tópico sobre taxas ambientais.

Ressalte-se que o Conselho Municipal de Meio Ambiente aprova o Plano de Aplicação, por meio do qual também fiscaliza a aplicação dos recursos através da prestação de contas, não ha-vendo necessidade de manifestação a cada despesa. No Plano de Aplicação devem ser priorizados os programas e projetos previstos no Plano Ambiental, os estabelecidos na política municipal de meio ambiente e aqueles de interesse do próprio Conselho.

4.2.2. Conselho Municipal do Meio Ambiente

A Resolução CONSEMA nº 167/2007 estipula requisitos para o Conselho ambiental munici-pal nos seguintes termos:

“Art. 1º - ...§ 1º - A qualificação de que trata o caput observará:...b) a implantação e funcionamento de Conselho Municipal de Meio Ambiente, com caráter delibera-tivo e consultivo, tendo em sua composição, no mínimo, 50% de entidades não governamentais”

(grifo nosso).

A Resolução CONAMA nº 237/97 também impõe o implemento de instrumentos para que os entes federados exerçam a competência licenciatória, ainda que em número menor que a resolução estadual. O art. 20 da Resolução CONAMA dá nota essencial aos conselhos ambientais, qual seja a importância da efetiva participação da sociedade.

“Art. 20 - Os entes federados, para exercerem suas competências licenciatórias, deverão ter imple-mentados os Conselhos de Meio Ambiente, com caráter deliberativo e participação social e, ainda,

possuir em seus quadros ou à sua disposição profissionais legalmente habilitados.”

Destacamos das resoluções vigentes, primeiro que a expressão “entidades não governa-mentais” não dá margem à nomeação de organização que não esteja regularmente constituída, pois não se encaixaria com precisão no conceito de entidade.

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Na resolução do CONAMA, por sua vez, há a valorização do princípio da participação social, do Princípio Democrático do Direito Ambiental.

Paulo de Bessa Antunes afirma (in: Direito Ambiental, 1999, 3ª ed.) o Princípio Democrático do Direito Ambiental, segundo o qual este ramo do Direito “é um direito que tem uma das vertentes de sua origem nos movimentos reivindicatórios dos cidadãos”. Acrescenta ainda que “o princípio democrático é aquele que assegura aos cidadãos o direito pleno de participar na elaboração das políticas públicas ambientais”. Aprofundando mais a matéria expõe o autor que “dentre as fon-tes materiais do Direito Ambiental podemos encontrar o movimento dos cidadãos por uma melhor qualidade de vida; contra os riscos efetivos decorrentes determinados produtos e práticas etc”, seguindo-se a análise histórica do movimento ambientalista.

O professor Paulo Affonso Leme Machado trata com clareza (in: Direito Ambiental Brasilei-ro, 2007, 15ª ed.) do princípio da participação, uma das notas características da segunda metade do século XX, afirmando que “a participação popular, visando a conservação do meio ambiente, insere-se num quadro mais amplo da participação diante dos interesses difusos e coletivos da sociedade”. A possibilidade do partilhamento na gestão dos interesses da coletividade faz as asso-ciações ambientais, enfim todas as organizações não-governamentais, tratarem de interesses que transcendem o simples interesse de seus associados.

Mais adiante, o mesmo autor declara que “é essencial que essas entidades sejam independen-tes, não sendo nem criadas pelos governos, nem por eles manipuladas”. A participação também não escapou à Agenda 21, que propala a independência como atributo essencial e condição prévia à partici-pação genuína (item 27, § 1º). Paulo Affonso Leme Machado, ainda, registra a tendência de as próprias organizações não-governamentais elegerem seus representantes para os conselhos, “sem que os go-vernos interfiram nessa eleição”. O Conselho deve ser composto por entidades e órgãos, com paridade na composição, devendo, no mínimo 50% de seus membros serem de entidades não governamentais.

Neste diapasão, estabelecidos os elementos propedêuticos para uma hermenêutica (tópico-sistemática) do Direito, analisemos participações que colidem com esses e outros princípios.

A designação de representante do Poder Legislativo para integrar Conselho Municipal de qualquer natureza constitui inconstitucionalidade, pois afronta o consagrado princípio da separação dos poderes, positivado nos termos do art. 2º da Constituição Federal e do artigo 5º da Constituição Estadual, pois é “vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições, e ao cidadão investido em um deles, exercer função em outro, salvo nos casos previstos”.

Igualmente, o § 2º do art. 5º da Carta Estadual, não deixa qualquer dúvida que não é lícito ao chefe de um poder designar membro de outro poder e, tampouco, é permitido que membro de um Poder exerça cargo em outro, salvo os casos previstos no próprio texto constitucional.

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Há que se ressaltar que não se trata de mera impropriedade, mas de verdadeira afronta ao dispositivo constitucional.

O Conselho Municipal de Meio Ambiente, como de resto qualquer conselho municipal, muito embora goze de autonomia e independência, é vinculado, por exigência legal, ao Poder Executivo. Tanto é que somente o Executivo pode ter a iniciativa de projeto de lei criando conselhos. Tal pro-posição pelo Poder Legislativo constitui vício de iniciativa, configurando também uma inconstitucio-nalidade.

A Carta Estadual, ao ressalvar “os casos previstos nesta Constituição”, refere o acúmulo de cargo eletivo no legislativo, no caso de vereador, com um cargo de carreira, servidor estável, no Executivo e, ainda, aos cargos de confiança que o vereador pode assumir, desde que, neste caso, se licencie do Legislativo.

Neste sentido é pedagógico o ensinamento do Tribunal de Justiça do Estado ao julgar ADIn nº 10.556-0 – TP, contra inclusão de vereador em conselho municipal, cuja ementa passamos a transcrever:

“VEREADOR – Participação em conselho deliberativo instituído por lei municipal. Inadmissibilidade. Violação do princípio da independência dos poderes. Afronta à vedação do exercício de funções simultâneas em mais de um poder. Representação de inconstitucionalidade acolhida. Aplicação e inteligência dos arts. 2º e 5º, § 2º da Constituição Estadual.”

Portanto, a composição de Conselho Municipal de Meio Ambiente não poderá incluir repre-sentante do Poder Legislativo, pois, neste caso, estaria o ato eivado de inconstitucionalidade, o que poderia implicar a nulidade de qualquer deliberação do Conselho. Pode, contudo, vereador ser representante de entidade que não a Câmara Municipal, investido que estará, então, de outra representação.

As entidades com assento no Conselho devem possuir especial interesse pelos assuntos lo-cais, de preferência sede ou representação fixa no município, e caracterizar-se como órgão público ou entidade regularmente constituída (Estatutos registrados em Cartório).

Caso o Município entenda pertinente a participação das autarquias sui generis (Ordem dos Advogados do Brasil, por exemplo), saiba que a Assessoria Jurídica vinha se posicionado contra-riamente, ainda que o Conselho Estadual as tenha tolerado. Um dos motivos era, sem dúvida, que tais instituições podem vir a ser demandadas para solucionar ou orientar eventuais litígios no órgão ambiental ou no colegiado. Caso o Município pretenda manter ou incluir tais entidades no seu Con-selho, no mínimo, deverá providenciar a anuência formal do órgão, com demonstração do interesse peculiar, nominar na lei de criação a unidade regional ou subsecção que deterá a representação e, para fins de obter ou manter a paridade entre os órgãos públicos e as entidades representativas

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da sociedade, contabilizá-los como entidade não-governamental (Parecer PGE nº 14972, de 14 de janeiro de 2009).

Órgãos ou autarquias da administração pública, municipal, estadual ou federal (Brigada Mi-litar e CORSAN, por exemplo), se membros do Conselho, devem ser incluídos entre as entidades governamentais. A EMATER, por sua vez, pela sua personalidade jurídica, deverá ser arrolada en-tre as entidades da sociedade civil.

Empresas privadas de modo algum poderão integrar o Conselho, nem pessoas jurídicas de natureza empresarial, como bancos ou consultorias ambientais, nem mesmo as cooperativas, pois todas estas organizações, se não visam diretamente o lucro, têm interesse econômico como finalidade.

Também é vedada a participação no Conselho Municipal de Meio Ambiente de outro conse-lho municipal, como de resto de qualquer órgão colegiado (comitê de bacia hidrográfica, por exem-plo), pois colegiados não mantém interesses singulares. A participação provavelmente também redundaria em dupla representação de determinadas organizações da sociedade.

Há outros vícios comuns nas indicações de representantes dos Conselhos. A renovação ou substituição de entidades definidas pelo próprio Conselho; nesses casos, há mais que um vício, mas uma impossibilidade, pois o Conselho não poderá indicar seus próprios membros, basta que se pense em como se realizaria a primeira reunião? Outra é a indicação genérica de segmentos da sociedade (sindicatos, clubes de serviços, associações de moradores, clubes de mães, organiza-ções ambientalistas não-governamentais etc.), sem a devida especificação.

Desejável, prudente e de maior segurança jurídica é nominação expressa das entidades a compor o Conselho. Não sendo esta a solução local, que ao menos se defina com clareza a forma de escolha de cada uma das representações a integrarem o colegiado, mantendo a definição da entidade que representará o segmento com o próprio segmento, sem qualquer interferência do Po-der Executivo, do Conselho ou de conselheiro que ao segmento não pertença, de preferência em fóruns organizados para esse fim. Aliás, essa alternativa, a organização de fóruns específicos para cada segmento com assento, indubitavelmente mais se coaduna à prática democrática do que a expressa nominação na lei instituidora do colegiado, que afasta definitivamente todas as entidades que não figurarem quando da aprovação pelo Parlamento.

Vício maior seria o excepcional poder discricionário do Chefe do Poder Executivo em nome-ar entidades cuja estipulação não é determinada em lei de constituição do Conselho. Para evitar a arbitrariedade e o excessivo poder de um ou de outro, do Prefeito ou do próprio Conselho, toda a normatização deve ser consubstanciada na lei municipal. É o que se deduz de tudo o é explicitado, de cunho científico e jurídico, a respeito de representatividade e formação de colegiados.

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O Conselho deverá ter caráter deliberativo e consultivo. Portanto, não poderá ser atribuído ao Conselho o caráter de “assessoramento à administração pública”, o que denotaria subordinação. A subordinação ao Executivo Municipal deverá ser abolida da legislação inclusive por expressões como “vinculado ao Poder Executivo” ou “que responde diretamente ao Gabinete do Prefeito”, etc. Esta providência representará o fortalecimento das instâncias de participação e controle social nas políticas públicas ambientais municipais.

Por fim, nomeação dos conselheiros dá-se por ato próprio do Poder Executivo. O ato próprio deverá reproduzir com fidedignidade a composição prevista na respectiva lei de criação do Conse-lho. Tanto na Lei como o ato próprio (Portaria) devem constar claramente as representações, com denominação completa das entidades, grafadas como registrados (p.ex. Associação Civil Amigos do Verde, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de …), sem abreviaturas.

Estatutos ou outros documentos necessários a completa qualificação das entidades (das menos conhecidas) podem ser necessários para a verificação dos requisitos tratados no presente capítulo, fazendo-se necessária a juntada de documentos.

Documentos importantes a serem disponibilizados são os que comprovam a implantação e o funcionamento do Conselho, podendo ser cópia de ata(s) de reunião(ões). Adiante se verá que necessária a apresentação da ata da reunião em que houve a aprovação do Plano Ambiental.

4.2.3. Legislação Municipal Disciplinando o Licenciamento Ambiental

Assim dispõe a Resolução do CONSEMA sobre a legislação municipal mínima necessária:

“Art. 1º - ...§ 1º - A qualificação de que trata o caput observará:...e) a existência de legislação própria disciplinando o licenciamento ambiental e as sanções adminis-trativas pelo seu descumprimento”.

A legislação ambiental municipal sobre o licenciamento ambiental deve atender pelo menos três quesitos, quais sejam: a) a disciplina do procedimento do licenciamento como a definição da tipologias, fases, prazos, etc; b) a instituição das taxas de licenciamento ambiental, e c) as sanções administrativas pelo descumprimento da disciplina do licenciamento. Portanto, o Município deve aprovar leis que disci-plinem o licenciamento ambiental, as taxas a serem cobradas e as sanções administrativas.

4.2.3.1. Legislação sobre o Licenciamento Ambiental

Quanto à disciplina do licenciamento a legislação municipal deve, no mínimo, prever suas fases (Licença Previa, Licença de Instalação e Licença de Operação), o rito, prazos etc, e os empre-

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endimentos e atividades consideradas como de impacto ambiental local, sujeitos ao licenciamento ambiental no órgão local.

Os empreendimentos e atividades sujeitos ao licenciamento ambiental estão previstos na Resolução 237/97 do CONAMA e considerados como de impacto local no Estado são as elencados na Resolução 102/2005 do CONSEMA, cuja listagem de tipologias foi alterada pelas Resoluções nºs 110/2005, 111/2005 e 168/2007. A lista das tipologias dos empreendimentos ou atividades con-sideradas como de impacto local constate nos Anexos da Resolução CONSEMA nº 102/2005 foi proposta e aprovada em acordo com o parágrafo único do art. 69 da Lei Estadual 11.520/2000 (Có-digo Estadual do Meio Ambiente).

Pensa-se que a remissão correta a ser feita pela legislação municipal deva ser a seguinte: Artigo: Ficam sujeitos ao licenciamento ambiental no órgão local de meio ambiente a construção, instalação, ampliação e o funcionamento de empreendimentos e atividades utilizadoras de recur-sos ambientais, considerados efetivos ou potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, e que sejam considerados de impacto local pela legislação aplicável. Parágrafo: Integram as atividades e empreendimentos de que trata o caput, as elencadas na Resolução nº 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente e Resolução nº 102/2005 do Conselho Estadual do Meio Ambiente, com as alterações introduzidas pelas Resolu-ções nºs 110/2005, 111/2005 e 168/2007, e de todas as que passarem a ser enquadradas como de impacto ambiental local por outras Resoluções. Digno de referência que já está em tramitação nova alteração na Resolução 102/2005, com alteração de portes para a as criações de animais e matadouros e a inclusão de licenciamento para a silvicultura até determinados portes.

Como a alteração mais recente no tocante à matéria é a inclusão de atividades de mineração como impacto local, inclusive os municípios habilitados/qualificados há mais tempo devem provi-denciar a inclusão delas na legislação municipal, bem como a adequação da equipe técnica às no-vas competências com a contratação ou disposição de profissionais como geólogo ou engenheiro de minas.

A legislação municipal pode sujeitar outros empreendimentos e atividades ao licenciamen-to pelo órgão ambiental, sobretudo em tipologias do ramo dos serviços, ignorado pela Resolução 237/97 do CONAMA, desde que seus efeitos sejam eminentemente locais, incluindo, por exemplo, um segundo anexo à Lei municipal que liste atividades como: a) as estações de rádio-base de telefonia móvel; b) caixas de distribuição de telefonia fixa; c) antenas de radiodifusão; c) campus universitários e centros de eventos (de grande circulação); d) hospitais, clínicas médicas, odontoló-gicas e veterinárias; e) Canis, gatis e outros criatórios; f) padarias, restaurantes, hotéis e pousadas; g) oficinas mecânicas e postos de lavagem de veículos.

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Importante frisar que a Resolução 102/2005 substituiu a Resolução 05/98, que, portanto, não deve ser mais referida na legislação municipal.

Outro aspecto importante é que a disciplina completa se dá pela adoção dos parâmetros de portes da Resolução nº 01/95 da FEPAM, que diferencia os empreendimentos e atividades por duas variáveis referentes ao porte do (mínimo, pequeno, médio, grande e excepcional) e ao seu potencial poluidor (pequeno, médio e grande), resultando em mais de 600 (seiscentas) tipologias, agrupadas em ramos de atividade; os custos para análise dos respectivos projetos (taxas) também são calculados pelo cruzamento das duas variáveis.

As atividades de supressão de vegetação nativa e manejo florestal foram incluídas como impacto local pela Resolução 111/2005. Com a vigência da Lei Federal n° 11.428/2006 (Lei da Mata Atlântica), porém, a autorização de corte e supressão, no Bioma da Mata Atlântica, passaram à competência e obrigação do ente federado Estado, prejudicando a aplicação das Resoluções que tratavam do tema no Rio Grande do Sul, ao menos nos municípios abrangidos pelo Bioma. Por isso, o Estado vem dele-gando essas atribuições aos municípios com o estabelecimento de Convênio que fortalece e aperfeiçoa o Sistema Estadual de Proteção Ambiental – SISEPRA, através do (re)credenciamento dos municípios para implantação da gestão florestal, voltando os mesmos a atuar em atividades em que antes incidiam pela força das Resoluções. Estão aptos a firmatura do Convênio todos os municípios qualificados junto ao CONSEMA para a realização do licenciamento do impacto local, pois essa qualificação, por si só, demonstra a existência de estrutura e equipe compatíveis com essas obrigações.

É importante observar que, caso se a solicitação de licenciamento, mesmo de ampliação, implicar na ultrapassagem dos portes previstos na Resolução 102/05, o procedimento é de compe-tência do Estado, conforme o parágrafo 2º do artigo 1º da Resolução 167/2007.

4.2.3.2. A Instituição de Sanções Administrativas

A competência legislativa municipal no campo das sanções e penalidades restringe-se às sanções administrativas, pois a competência por legislar sobre o direito civil e penal é privativa da União (art. 22, I, CF/88).

As sanções administrativas previstas na Lei de Crimes Ambientais – Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 – são a advertência, multa simples e diária, apreensão de animais, pro-dutos, instrumentos, equipamentos e veículos utilizados na infração, destruição ou inutilização de produto, suspensão de venda e fabricação de produto, embargo de obra ou atividade, demolição de obra, suspensão parcial ou total de atividades e restritiva de direitos.

A legislação municipal pode estabelecer as sanções e penalidades pelo descumprimento da disciplina ambiental na própria lei ou adotar expressamente a legislação federal ou estadual. Neste

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caso, deverá aprovar lei municipal que expresse claramente quais leis adotará. Importante frisar que as penalidades às infrações ambientais contidas nas normas federais e estaduais não podem ser atenuadas pela lei municipal, dentre as quais destacamos: a) Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; b) Decretos Federais nº 6.514, de 22 de julho de 2008, e nº 6.686, de 10 de de-zembro de 2008; c) Lei Estadual nº 11.520, de 03 de agosto de 2000, em especial o art. 99; d) Lei Estadual nº 11.877, de 26 de dezembro de 2002.

A legislação sobre sanções administrativas deve abranger o procedimento administrativo para a apuração destas infrações. Subsídio importante para a normatização da ação fiscalizatória municipal pode ser a Portaria nº 65/2008 da FEPAM, que disciplina a especificação e das sanções aplicáveis às condutas lesivas ao meio ambiente, o procedimento administrativo e critérios para o cálculo das multas pecuniárias.

4.2.3.3. Legislação sobre as Taxas de Licenciamento Ambiental

Na instituição de taxas de licenciamento ambiental a serem cobradas deve ser observada a limitação ao impacto local.

Os valores a serem cobrados poderão ser inferiores às taxas estaduais, inclusive pelo princí-pio peculiar destes tributos, que devem equivaler aos custos de sua cobrança. As taxas ambientais são calculadas pelo cruzamento de duas variáveis, porte e potencial poluidor, ou seja, pela utiliza-ção de Resolução da FEPAM já referida.

Atentar também para princípios constitucionais e de legislação específica sobre o tema, es-pecialmente os que tratam dos limites ao poder de tributar, com possíveis conseqüências no plano da validade. Em primeiro lugar, a instituição da taxa de licenciamento ambiental deve observar os princípios da legalidade e da anualidade/ou anterioridade (art. 150, CF/88). Também não podem ser ofendidos a técnica legislativa e o preceito constitucional contido no § 6º do art. 150 da Carta Magna, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993. Portanto, tal não poderá dar-se por Decreto do Poder Executivo, nem mesmo a definição de atividade como sujeita a licenciamen-to, que tem como conseqüência a incidência de taxa e, pelo princípio constitucional da legalidade tributária, é vedada a exigência de tributo sem lei que o estabeleça.

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”[...]§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido median-te lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g”(grifo nosso).

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Pelo dispositivo constitucional, que trata da instituição de tributos, não se pode conceder subsídio isenção ou reduzir base de cálculo em meio à lei que trate de matéria diversa. É o princípio da exclusividade da lei tributária. Sugere-se que a instituição da taxa de licenciamento ambiental se dê pela alteração, com inclusão de tributo, fato gerador e outros requisitos no Código Tributário Municipal.

Outro princípio a ser atentado na instituição da taxa de licenciamento ambiental é a afetação, a destinação do produto da arrecadação para o custeio, no caso, do serviço público específico e divisível prestado: a taxa é de licenciamento ambiental e os custos da prestação destes servi-ços é que devem ser suportados pela arrecadação da taxa correspondente. E mais, este custeio é precisamente o parâmetro para a fixação de seus valores, pois do contrário, resultaria, quando excedente, o desvirtuamento da destinação, e na insuficiência, a necessidade de investimento de recursos não vinculados, com origem nos impostos, em detrimento de outras demandas.

Oportuno o posicionamento do Supremo Tribunal Federal a esse respeito, no relatório do Eminente Senhor Ministro Carlos Ayres Britto, no voto vencedor da Ação Direta de Inconstituciona-lidade nº 3.643-2 – RJ, com citação à doutrina de jurista gaúcho:

“21. Acresce que, diferentemente dos impostos, o fato gerador da taxa é sempre uma concreta e específica atividade estatal perante o contribuinte. No caso, atividade que o Estado-delegante de-sempenha (...). Restando claro que o fundamento lógico e ético da exação mediante taxa é financiar as despesas estatais com o desempenho de uma necessária atividade de vigilância, orientação e correição sobre o modo pelo qual o agente delegado operacionaliza a serventia sob os seus imedia-tos cuidados. Daí lecionar Leandro Paulsen que:”

(...)

Nas taxas, pois, há dupla vinculação: o fato gerador é vinculado à atividade estatal e, também, necessariamen-

te, o produto da arrecadação terá de ser vinculado à atividade que justifica a própria instituição do tributo”Há dificul-dade de prever com precisão a correspondência entre as receitas de taxas de licenciamento e as despesas com o serviço prestado, o que não desautoriza a aplicação da regra.

Embora controversos os posicionamentos a respeito da matéria, a destinação das taxas ambientais, ainda que sejam recursos vinculados, não devem ser fonte de receita do Fundo Mu-nicipal de Meio Ambiente. Primeiro, porque, há vedação de aplicação de recursos de Fundos na remuneração de pessoal e, segundo, porque a inclusão de “projetos de controle e fiscalização am-biental” dependem, à evidência, da aprovação no “Plano de Aplicação de Recursos”, competência do Conselho Municipal. Explica-se: a eventual exclusão do projeto com objetivo de manter estrutura de licenciamento ambiental – órgão ambiental local – do “Plano de Aplicação de Recursos”, por priorização de outras demandas pelo Conselho, inviabilizaria a prestação do serviço e a própria co-brança da taxa. Para que tal não ocorra, de melhor dinamismo e correção das contas municipais a

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destinação do produto da arrecadação para o caixa da Prefeitura e a sua contabilização tal que per-mita a segregação e aplicação no custeio da máquina do órgão ambiental, via orçamento anual, e a possibilidade da conferência do contribuinte e cidadão da correspondência entre receita e despesa.

4.2.4. Equipe Técnica

O licenciamento ambiental é um processo complexo que necessita de uma diversidade de análises balizadas em profundo conhecimento técnico e ampla experiência na área ambiental. Des-ta forma, é fundamental que o quadro técnico seja composto por profissionais qualificados, expe-rientes e habilitados a concluir e decidir sobre a concessão ou não dos licenciamentos requeridos.

Pela dicção da Resolução nº 167/2007, verifica-se que são três os requisitos para a compo-sição de equipe técnica municipal: a) responsável pelo licenciamento; b) responsável pela fiscaliza-ção; c) equipe multidisciplinar.

Vejamos:

“§ 1º - A qualificação de que trata o caput observará:[...]c) a organização de órgão municipal do meio ambiente, com quadro de profissionais legalmente habilitados para a realização do licenciamento ambiental, próprio ou à disposição, emitindo a devida Anotação de Responsabilidade Técnica (ART);d) possuir servidores municipais com competência para o exercício da fiscalização ambiental;[...]§ 2º - Os responsáveis pelo licenciamento e pela fiscalização ambiental deverão integrar os qua-dros do Município, devidamente designados pelo Chefe do Poder Executivo”(grifo nosso).

No processo de qualificação do órgão ambiental municipal junto ao CONSEMA, deve ser demonstrada a existência de equipe técnica multidisciplinar que possibilite a análise dos projetos de licenciamento ambiental da sua competência e florestal a ser delegada. Essa multidisciplinaridade, se não alcançada no próprio órgão ambiental municipal, deve restar demonstrada pela disposição dos profissionais por formas diversas, como por exemplo, a cedência de servidores por outros ór-gãos ou secretarias do Município, a contratação de serviços terceirizados junto a consultorias pri-vadas, fundações universitárias ou agências de desenvolvimento, ou a constituição de consórcios intermunicipais e associações municipais.

A demonstração da disposição dos profissionais se dará conforme o vínculo e qualificação de cada componente da equipe: documentos relativos a nomeação, rol de atribuições legais e capacitação profissional dos que integram os quadros de servidores efetivos e comissionados; e documentos relativos às cedências ou contratos, estatutos e quadros das empresas e demais pro-fissionais à disposição.

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4.2.4.1. Profissionais Responsáveis pelo Licenciamento (e Florestal) e pela Fiscalização Ambiental

Os responsáveis, ou responsável, pelo licenciamento ambiental deverão atender aos seguintes requisitos: a) integrar os quadros do Município, compreendidos os quadros efetivos ou comissionados; b) ter qualificação técnica compatível com a atribuição, qual seja, o registro em conselho profissional (CRBio, CREA, CRQ, CRMV ou outros); c) formação em nível superior, decorrente da necessidade de concluir e decidir sobre projetos de responsabilidade de seus pares, também com formação nesse nível.

Não há, pela Resolução do CONSEMA, exigência de formação técnica e superior para o exercício da fiscalização ambiental. Desejável, entretanto, que os nomeados ou designados para a função detenham conhecimentos técnicos mínimos, e recomendável que sejam servidores concur-sados e que possuam formação acadêmica técnica. Tendo em vista a responsabilidade e comple-xidade da atividade a ser desenvolvida, imprescindível a formação secundária.

Portanto, os atos próprios, normalmente Portarias, de nomeação e/ou designação desses técnicos responsáveis deverão conter os nomes completos, formação profissional, forma de vín-culo, número de matrícula, cargo que ocupam, registro profissional e função a ser desempenhada. Para o licenciamento ambiental, se não forem expressas as atribuições legais, acrescer à docu-mentação as devidas Anotações de Responsabilidade Técnica (ART´s).

4.2.4.2. Equipe Multidisciplinar

A composição de equipe técnica multidisciplinar que possibilite a análise dos processos re-lativos aos diversos tipos de licenciamento ambiental é fundamental. Além de responsável pelo licenciamento e fiscalização ambiental, expressamente previstos na Resolução, a equipe deve ser dimensionada em função da vocação, demanda por licenciamento e fragilidades dos recursos natu-rais a serem protegidos. A equipe mínima no órgão ambiental é aquela que atenda à demanda po-tencial de licenciamentos no órgão local determinada pela correlação das tipologias consideradas como de impacto local e empreendimentos previsíveis nos respectivos Municípios.

Municípios, inicialmente, podem não dispor dos recursos humanos necessários e adequados para o bom desempenho das funções técnicas decorrentes da competência pelo licenciamento ambiental, sendo necessária a busca de alternativas para viabilizar o órgão ambiental local. O mu-nicípio poderá obter a equipe técnica especializada através da contratação de serviços de junto a consultorias privadas ou fundações universitárias, ou pela cooperação técnica com Universidades e agências de desenvolvimento. A especialização e multidisciplinaridade disponível no órgão ambien-tal municipal devem restar demonstradas pelos serviços de terceiros, cooperações, convênios, ou cedência de servidores de outros órgãos ou secretarias municipais, racionalizando as contratações, tendo presente também os preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal.

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Ao final, deve constar da documentação a relação de profissionais que componham a equipe técnica de apoio ao licenciamento, com seus respectivos vínculos e qualificações, como documen-tos das cedências, instrumentos das contratações ou cooperações, e os estatutos (quando for o caso) e os respectivos quadros de profissionais postos à disposição por cada uma das instituições parceiras.

Também a constituição de consórcios intermunicipais ou as Associações de Municípios pode-rão ser alternativas para a formação de equipes técnicas multidisciplinares. A experiência está sen-do desenvolvida em várias regiões de municípios gaúchos. As associações intermunicipais têm sido alternativa para fazer frente aos custos, muitas vezes elevados, de empreendimentos relacionados à área ambiental. Tradicionalmente, os municípios tratam seus problemas de forma isolada, mas a resolução cooperada de soluções relacionadas ao meio ambiente e à educação, por exemplo, produz a otimização de recursos humanos e financeiros. O Consórcio Intermunicipal é uma forma de associação entre Municípios para atender interesses comuns, que possibilita ações conjuntas e assegura serviços às populações, que isoladamente o Município não lograria alcançar. O CONSE-MA inclusive incluiu expressamente a possibilidade de mútuo de servidores como alternativa aos requisitos da Resolução 167/2007 (Resolução CONSEMA nº 199/2008).

À equipe multidisciplinar de apoio, e principalmente aos contratados, caberão análises e pareceres técnicos, os estudos e vistorias, a cujas conclusões os responsáveis pelo licenciamento podem ser vinculados pelas próprias portarias de designação, ou que fundamentem claramente a sua tomada de decisão, evitando que se desviem demais de conclusões e estudos contidos nos processos ao emitir as licenças. Importante destacar que o ato administrativo de conceder licença ambiental é competência privativa e responsabilidade do poder público, não podendo ser delegado a terceiros: a equipe multidisciplinar recomenda à administração municipal a conveniência da con-cessão ou não de licença nos procedimentos licenciatórios analisados e o órgão ambiental decide e expede a licença.

4.2.4.3. Estrutura Voltada à Proteção Ambiental

A unidade de meio ambiente implantada no nível municipal será o órgão local de meio am-biente de que trata a legislação, devendo a estrutura organizacional administrativa refletir as vo-cações e características do Município, como a área territorial, a população e a caracterização dos principais problemas ambientais.

O órgão executor poderá ser uma divisão ou departamento, embora seja desejável uma Se-cretaria. No entanto, a estrutura voltada à proteção ambiental na administração pública municipal e suas atribuições deverão estar claramente demonstradas através da legislação e da descrição no Plano Ambiental.

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Dentre os esforços para a estruturação do órgão local, fundamental a qualificação dos recur-sos humanos que atuam ou irão atuar no órgão ambiental, com capacitação e ânimo de permanên-cia, evitando que a descontinuidade administrativa interfira nas atribuições legais.

O órgão ambiental também tem importante função no diagnóstico e planejamento municipal, com estabelecimento de prioridades como o controle da poluição, disposição de resíduos, emissões e efluentes e na atuação junto aos interferentes locais e os diversos setores da administração local, gerando integração vertical e horizontal das secretarias e demais órgãos públicos e implemento da política de meio ambiente e outros compromissos com a comunidade.

4.2.5. Legislação Urbanística: Plano Diretor ou Lei de Diretrizes Urbanas

Além do crescimento da população, a sua concentração nas zonas urbanas, leva à necessidade cada vez maior do ordenamento territorial e do planejamento dos espaços urbanos. As questões am-bientais e os efeitos da população parecem afetar mais diretamente essa parcela da população e deve-rão ser resolvidas com planejamento da ocupação do solo e medidas de proteção e controle ambiental.

A política de desenvolvimento urbano, a ser executada pelo Poder Público Municipal, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem estar de seus habitantes. O planejamento urbano desempenhará seu papel se estimular o processo de desenvolvimento, ordenar a expansão urbana e se intervier nos aspectos políticos, sociais, econô-micos e administrativos que afetam a vida do Município e determinam sua evolução.

A competência municipal em matéria de ordenamento territorial e urbanístico é constitucio-nalmente assegurada: o inciso VIII do art. 30 da Constituição Federal cuida da promoção, pelo Município, do adequado ordenamento territorial, muito embora deva observar a legislação federal e estadual editadas no exercício da competência concorrente.

O Município poderá utilizar instrumentos normativos, de caráter executivo, como o Plano Diretor e normas de parcelamento, uso e ocupação do solo. Estes, porém, não poderão violar a norma constitucional que exige cooperação entre os entes federados no trato da proteção do meio ambiente e do patrimônio paisagístico, das paisagens naturais notáveis e do combate à poluição, pois as limitações urbanísticas são de competência simultânea das três entidades estatais (União, Estados-membros e Municípios) porque a todos eles interessa a planificação físico-social do terri-tório, visando salvaguardar e preservar interesses que se sobrepõem aos meramente locais. Cabe, sim, que as esferas colaborem no planejamento integrado do desenvolvimento econômico e social, tendo em vista a saúde, a segurança e o bem estar da população.

O art. 182 da Constituição Federal, o art. 177 da Constituição Estadual e o art. 41 do Estatuto das Cidades obrigam a elaboração de Plano Diretor para os seguintes municípios: a) com mais de

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20.000 habitantes; b) integrantes da região metropolitana e das aglomerações urbanas; c) onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos como parcelamento compulsório e pro-gressividade tributária para promover o adequado aproveitamento do solo urbano; d) integrantes de áreas de especial interesse turístico; e) inseridos na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. Os demais Municí-pios deverão elaborar leis de diretrizes gerais de ocupação do território que garantam as funções sociais da cidade e da propriedade.

O Plano Diretor, ou a Lei de Diretrizes Urbanas, também é requisito para qualificação previs-to na Resolução nº 167/2007 do CONSEMA.

4.2.5.1. Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável

O Plano Diretor é o principal instrumento legal da política de desenvolvimento municipal e da expansão urbana, visando obter da propriedade urbana (e rural) o cumprimento de sua função social. Nele são estabelecidos objetivos a serem atingidos no longo prazo, que envolvem empreen-dimentos de maior alcance e impacto e cujas decisões englobam diversas gestões administrativas.

Pode, muitas vezes, representar a integração de planos formulados e implementados ao longo do tempo pelo Município, mas, mais do que isso, como norma básica deve nortear todo o planejamento dos empreendimentos públicos e privados no território municipal.

O Plano Diretor deve condicionar o processo de desenvolvimento local através de diretrizes básicas para a formulação de planos, programas, projetos e obras, evitar a ocupação desordenada do espaço urbano e rural e apontar critérios para a definição de áreas de destino de resíduos e ou-tras atividades que afetem a qualidade de vida da população. As diretrizes do Plano Diretor devem ser compatibilizadas com as normas gerais fixadas em Leis federais e estaduais sobre desenvolvi-mento urbano, habitação, saneamento básico e transportes (CF, art. 21, incisos XIX a XXI; art. 22, incisos I, IV e XII e art. 24, I e § 1º; e Lei Federal 10.257/2000).

Como conteúdo mínimo do Plano Diretor, na área ambiental, conforme Lei Federal nº 10.257/2000 – Estatuto das Cidades e Lei Estadual nº 10.116/94 - Lei do Parcelamento do Solo, destaca-se:

a) delimitação da zona urbana e das áreas urbanas não edificadas, subutilizadas ou não utilizadas onde será aplicado o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;

b) autorização para a transferência do direito de construir e a fixação de coeficiente básico de aproveitamento;

c) alteração do uso do solo mediante contrapartida;

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d) ordenação de intervenções, por operações consorciadas, objetivando alcançar transfor-mações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental;

e) estimativa da população existente e projetada;

f) delimitação das áreas de proteção e preservação permanente;

g) delimitação dos conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, arquitetônico, artístico, pai-sagístico, arqueológico, paleontológico e científico;

h) delimitação de áreas próprias à implantação de atividades geradoras de tráfego pesado;

i) delimitação de áreas destinadas à implantação de atividades com alto potencial poluidor definido de acordo com os padrões de controle de qualidade ambiental;

j) identificação de áreas impróprias à ocupação urbana;

k) dispositivos de adequação da ocupação do solo à infra-estrutura urbana existente;

l) previsão de implantação e distribuição de equipamentos urbanos e comunitários;

m) hierarquização e normatização do sistema viário;

n) dispositivos de controle do uso, ocupação e parcelamento do solo urbano e da edificação, que assegurem condições de salubridade, conforto, segurança e proteção ambiental;

o) atividades permitidas ou cujo licenciamento esteja sujeito a aprovação especial.

Na elaboração do Plano Diretor devem ser contemplados os seguintes tópicos:

a) o zoneamento urbano, respeitadas as áreas de preservação permanente e a legislação ambiental;

b) áreas para ocupação urbana, expansão urbana e localização preferencial das atividades econômicas: comércio, indústria, serviços; definição de usos urbanos nas zonas rurais (indústrias);

c) os índices de ocupação e/ou construção, recuos, altura das edificações, e projeção da densidade populacional, máxima e mínima, em face da infra-estrutura urbana já implan-tada e de acordo com as áreas públicas disponíveis e a capacidade de oferta de sanea-mento e abastecimento;

d) sistema viário e de transportes (ferrovias, rodovias, portos, aeroportos);

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e) fixação dos recuos viários em zonas rurais;

f) sistemas de drenagem;

g) restrição ao uso de recursos naturais;

h) áreas de preservação ambiental: mananciais, solo, matas, topos de morro;

i) preservação do Patrimônio Histórico e Ambiental;

j) níveis e padrões admissíveis de poluição ambiental em relação aos recursos naturais.

Outros aspectos previstos no Estatuto das Cidades a serem observados na elaboração e implementação do Plano Diretor:

a) a realização de Audiências Públicas (§ 4º do art. 40);

b) a revisão, pelo menos a cada dez anos, da legislação urbanística (§ 3º do art. 40);

c) englobar o território do Município como um todo (§ 2º do art. 40) e considerar a integração das atividades e equipamentos urbanos e rurais (art. 10 da Lei Estadual nº 10.116/94).

4.2.5.2. Lei de Diretrizes Urbanas

O Plano Diretor é instrumento fundamental de desenvolvimento dos municípios. Por isso, é desejável que todos os Municípios, independentemente de sua população ou localização, instituís-sem plano diretor de desenvolvimento sustentável.

Os Municípios dispensados da obrigação de instituir Plano Diretor, devem, porém, estabe-lecer diretrizes urbanas – Lei de Diretrizes Urbanas, conforme estabelecido no art. 182 da Consti-tuição Federal, no art. 177 da Constituição Estadual, na Lei Federal nº10.257/2001 - Estatuto das Cidades e nos arts. 6º e 10 da Lei Estadual nº 10.116/94.

Para a aprovação de Lei de Diretrizes Urbanas também são necessárias audiências públicas para garantir a diretriz do Estatuto das Cidades que prevê a gestão democrática na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano.

4.2.5.3. Outras Considerações sobre a Legislação Urbanística

A elaboração dos instrumentos de planejamento territorial deverá considerar todas as dispo-sições do art. 182 do Constituição Federal, arts. 176 e 177 da Constituição Estadual e arts. 2º, 39 e 40 da Lei Federal 10.257/2001, pois sua ausência pode ser perniciosa ao equilíbrio e proteção am-

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biental e ao exercício do licenciamento ambiental. Da legislação infraconstitucional pertinente que devem ser integralmente atendidas se ainda as seguintes normas: a) Lei Estadual nº 10.116/94, arts. 2º e 10º; b) Código Estadual do Meio Ambiente – Lei Estadual nº 11.520/00, arts. 16 a 18 e 136.

Embora não concordemos com a profusão de planos municipais impostos pela legislação federal e estadual, outras legislações com característica de planejamento da urbe, são arroladas e, por certo, são importantes à gestão ambiental municipal, tais como:

a) Planos de Saneamento Básico ou Plano Municipal de Saneamento Básico - art. 9º, I da Lei Federal 11.445/2007, Lei Estadual nº 11.520/94 e art. 7º, VII, da Lei Estadual nº 12.037/2003;

b) Plano Municipal de Saúde – art. 4º, III, do Decreto Estadual nº 39.582/99;

c) Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável - art. 14 do Decreto Federal nº 3.508/2000;

d) Planos Municipais de Gerenciamento Costeiro – § 2º do art. 4º da Lei Federal nº 7.661/88 e art. 8º do Decreto Federal nº 5.300/2004;

e) Plano de Intervenção da Orla Marítima - art. 32 do Decreto Federal nº 5.300/2004;

f) Plano Municipal de Uso do Solo – art. 19, I do Decreto Federal nº 99.274/90;

g) Planos Rodoviários Municipais - § 1º do art. 12 da Lei Federal nº 5.917/73;

h) Plano Municipal de Conservação da Mata Atlântica – art. 38 da Lei Federal 11.418/2006;

i) Plano Municipal de redução de emissão de poluentes por veículos automotores - art. 12 da Lei Federal nº 8.723/93;

j) Plano de Controle de Poluição por Veículos em Uso – art. 12 da Lei Federal nº 8.723/93 e art. 1º da Resolução nº 18/95 do CONAMA;

k) Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – art. 5º da Resolu-ção nº 307/2002 do CONAMA;

l) Plano de Emergência e plano de contingência da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas e Plano de Emergência Individual – art. 2º, XIX e XX da Lei Federal 9.966/2000 e art. 2º, XVII e XVIII, do Decreto Federal nº 4.136/2002 e Resolução nº 293/2001 do CONAMA;

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m) Plano Municipal de Arruamento – art. 150 do Decreto Estadual nº 23.430/74;

n) Cadastro de poços profundos e de poços rasos perfurados - art. 134 da Lei Estadual nº 11.520/94;

o) Sistema de Dados e informações sobre a gestão florestal – Resolução nº 379 do CONA-MA;

p) Resíduos Sólidos – art. 3º da Lei Estadual nº 9.921/93;

q) Transportes – art. 6º da Lei Federal 10.233/2001

4.2.6. Plano Ambiental

O Plano Ambiental é um dos requisitos para qualificação para a gestão ambiental municipal. Abordaremos neste tópico requisitos legais e indispensáveis à validade do Plano Ambiental pre-vistos nas Resoluções do CONSEMA: a previsão de consulta pública, a aprovação do plano pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente e a abrangência dos programas e projetos (Resoluções nºs 011/2000 e 167/2007).

Um requisito formal do Plano Ambiental é o processo de consulta pública, para a sua aprova-ção, alteração ou para o licenciamento de empreendimentos de relevante impacto ambiental, como elemento constitutivo do próprio Plano (Resolução nº 011/2000).

O Plano Ambiental deverá ser devidamente aprovado em reunião do Conselho de Meio Am-biente Local (Resolução nº 167/2007 do CONSEMA). Constitui requisito para qualificação para a gestão ambiental municipal a ata, resolução ou outro documento que comprove a sua aprovação. A aprovação do Plano Ambiental pelo Conselho prevista nada impede que venha a ser instituído como lei municipal.

“§ 1º - A qualificação de que trata o caput observará:

[...]

g) Plano Ambiental, aprovado pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, de acor-do com as características locais e regionais.”

Conforme a Resolução nº 011/2000 do CONSEMA, do Plano Ambiental deve constar, como elemento constitutivo, a previsão de consulta pública, sendo entendida que essa consulta se impõe para a sua alteração e atualização e, quiçá, para o licenciamento de empreendimentos de relevante impacto ambiental. Além do processo de consulta pública, o Anexo da Resolução estabelece que o

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Plano Ambiental deva ser elaborado levando em consideração os objetivos das políticas e sistemas nacional, estadual e municipal de meio ambiente, compatível com a qualidade ambiental fixados na legislação, conter inventário dos usos presentes dos recursos ambientais locais, estabelecer meca-nismos de controle e monitoramento e fiscalização ambiental, fixar de metas e prazos para alcançá-las. A estrutura programática de cada um dos projetos ambientais de ve apresentar os seguintes elementos: objetivos, metodologia utilizada, plano de trabalho, recursos alo cados, cronograma de implantação e resultados esperados.

O conteúdo técnico do Plano Ambiental será abordado em tópico específico.

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ELABORAÇÃO DO PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL

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5. ELABORAÇÃO DO PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL

5.1. Aspectos Jurídicos do Plano Ambiental

Os aspectos legais relativos ao Plano Ambiental Municipal foram abordados no capítulo 04.

5.2. Conteúdo Técnico

As diretrizes para o Plano Ambiental Municipal são estabelecidas na Resolução 011/2000 do CONSEMA. A sua elaboração deverá contemplar as fases de diagnóstico, prognóstico e definição dos Programas e Projetos prioritários.

O diagnóstico objetiva o reconhecimento da situação ambiental, das características do terri-tório do município e da região, consideradas a vocação sócio-econômica, cultural e ambiental.

O Plano deverá ter como base as informações, dados estatísticos, descrições e caracteriza-ções relativas ao meio ambiente do território municipal. O diagnóstico deverá enfocar os aspectos quantitativos e qualitativos dos recursos ambientais, o planejamento, controle e monitoramento do meio ambiente, com o objetivo de melhoria da qualidade ambiental, o inventário dos usos presentes dos recursos ambientais locais e dos conflitos resultantes e a projeção dos usos e disponibilidades de recursos ambientais e os conflitos potenciais.

Permite a organização administrativa e operacional que garanta a integração e comprometimento dos diversos segmentos da Administração Municipal, o planejamento visando a proteção, a recuperação e o uso ecologicamente sustentável do meio ambiente, com medidas previamente definidas voltadas ao controle e monitoramento das atividades efetiva e potencialmente causadoras de degradação ambiental ou utilizadores de recursos ambientais. Além de fundamentar o planejamento das políticas de gestão ambiental, o Plano serve como fonte referencial para o licenciamento das atividades de impacto local.

As metas estabelecidas nos Planos Ambientais poderão servir de base para o exercício da fiscalização do Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado, Câmara de Vereadores e Conse-lho Municipal de Meio Ambiente quanto à implantação da política municipal de meio ambiente.

5.3. Organização do Plano Ambiental - Estrutura Básica

A seguir será apresentada sugestão quanto aos tópicos em que o plano ambiental pode ser dividido, com comentários a cada assunto a ser abordado, na seqüência em que frequentemente são apresentados.

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5.3.1. Introdução

Histórico sobre o contexto da elaboração do Plano, seus objetivos, referencial legal e teórico e a metodologia utilizada na elaboração. Pode conter também relato sobre a atuação do órgão ambiental antes da existência do planejamento formal ou da revisão do Plano Ambiental, a base legal para a atuação do órgão ambiental municipal e a articulação com outros órgãos e esferas de governo.

5.3.2. Situação Geográfica e Considerações Históricas

Traçar um perfil com informações gerais sobre a localização (Associação de Municípios, CO-REDE, bacias hidrográficas, consórcios e outras divisões regionais que o Município integra), aces-sibilidade (principais rodovias, hidrovias e aeroportos), alguns aspectos físicos (extensão territorial, a divisão administrativa (distritos), áreas urbanas descentralizadas) e demográficos (densidade, população urbana e rural, estrutura etária, expectativa de vida, taxas de crescimento etc) e indica-dores sociais e de desenvolvimento humano.

Também aspectos históricos, como a origem da formação do(s) povoado(s) e as origens étni-cas, impulsos na evolução histórica e econômica, emancipação etc.

5.3.3. Estrutura Político-Administrativa

A descrição deve conter informações básicas sobre a administração como dados da Prefei-tura, número de servidores e colaboradores e forma de atuação voltada ou com interface com a área ambiental, fluxo de procedimentos e relação com os setores de vigilância sanitária, educação, saúde ou de expedição de alvarás de funcionamento e localização de estabelecimentos e/ou edifi-cações etc.

O destaque deve ser da estrutura político-administrativa voltada ao meio ambiente, explicitan-do como a administração pública prestará os serviços voltados à preservação e controle ambiental (recursos humanos, equipamentos, etc), mas toda a estrutura de vigilância em saúde, de obras públicas deve estar retratada. A legislação sobre o sistema e órgão municipal do meio ambiente, poderá ser mencionada e apresentada como anexo.

Apresentar a organização, por meio de organograma e as atribuições dos órgãos e das ins-tituições envolvidas na formulação e gestão das políticas ambientais municipais, isto é, das secre-tarias, departamentos, conselhos e outros órgãos relacionados, especialmente dos que mantém interface com o saneamento ambiental. Pela influência exercida e participação na condução da política ambiental, toda a infra-estrutura nas áreas de educação, saúde, saneamento, energia, co-municações, transporte e outras atividades devem ser descritas.

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A estrutura administrativa do Poder Executivo (lei) deve ser apresentada ou descrita, com maior detalhamento para a Secretaria ou autarquia que abriga o órgão ambiental. Quanto ao órgão ambiental, informar a subdivisão em departamentos ou divisões, a estrutura de recursos humanos alocados ou à disposição e a respectiva formação e qualificação, e a disponibilidade de recursos materiais, como prédios, veículos, sistemas de informática etc.

Também podem ser elencados dados sobre o Poder Legislativo, organizações sociais, or-ganizações não-governamentais ambientalistas, a existência de repartições federais e estaduais, contingentes do Comando Ambiental da Brigada Militar e repartições do Ministério Público e do Poder Judiciário.

5.3.4. Legislação Ambiental Municipal

No processo de qualificação toda a legislação ambiental deve ser apresentada. No entanto, o Plano Ambiental pode conter os princípios básicos da política municipal de meio ambiente e a lista das principais leis que disciplinam a relação dos empreendedores com o meio ambiente.

5.3.5. Diagnóstico do Meio Natural – Fatores Abióticos

O diagnóstico ambiental servirá para caracterizar, da forma mais completa possível, todos os ecossistemas e recursos naturais ocorrentes no território municipal, incluindo a identificação de seus usos presentes, e potenciais e limitações ao uso dos recursos naturais.

Para a realização do diagnóstico é imprescindível a revisão bibliográfica ampla e consulta ou realização de inventários e levantamento de dados relacionados com os temas.

Sugerem-se os seguintes tópicos em relação aos fatores abióticos. Em toda a descrição temática é importante a indicação da classificação técnica em que se enquadram os recursos ocorrentes no território municipal.

• Clima: Classificação, temperaturas e amplitude térmica, regime pluviométrico, ventos pre-dominantes etc.

• Geologia: Principais formações geológicas e constituição das formações ocorrentes no ter-ritório do município.

• Pedologia: A classificação (unidades e classes) e composição dos solos; os usos potenciais e limitações ao uso na agropecuária e na estabilidade de construções, etc. As características das unidades de solos identificadas, suas potencialidades e restrições de uso são de extre-ma relevância para o planejamento de ações de desenvolvimento sustentável.

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• Geomorfologia: As formas topográficas, as características do relevo, as bacias e direção da drenagem, escalas clinográficas, insolação, altitudes, etc.

• Hidrologia: As bacias hidrográficas, regiões hidrográficas e aqüíferos para os quais as águas do território contribuem; a existência e localização de cursos d’água e de águas sub-terrâneas; as áreas alagáveis, barragens e canais artificiais; estudos sobra a disponibilidade nos mananciais e a demanda hídrica; estudos sobre a água subterrânea; análise situacional, quantitativa e qualitativa, de usos (projetos hidrelétricos, lazer, captação e lançamentos) e restrições dos recursos hídricos.

É de relevância a localização e nominação dos principais cursos e lâminas d’água e os impactos relevantes sobre os recursos hídricos, indicados pontualmente se possível.

Demonstrar a forma de participação dos organismos do Município nos respectivos Comitês de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica, assim como informações relativas aos Comitês dos o Município poderia participar, se para eles existe Plano de Bacia e enquadra-mento aprovado no Conselho de Recursos Hídricos (ou em andamento).

O planejamento de uso dos recursos hídricos (usos consuntivos e não consuntivos) no planejamento municipal deve atender a legislação, as diretivas dos Conselhos e as previsões dos Planos de Bacia.

Discorrer também sobre a regularidade dos empreendimentos no âmbito do Município quanto à reserva e outorga do uso da água.

• Uso do Solo: Dividido em usos no meio urbano e rural, incluindo os usos e ocupações irre-gulares e os conflitos da aplicação da legislação ambiental.

• Qualidade do Ar: Indicação de fontes de contaminação fixas e móveis, potenciais compo-nentes e controle e monitoramento disponíveis ou previstos.

5.3.6. Diagnóstico do Meio Natural – Fatores Bióticos

Como o enfoque do plano é ambiental, a descrição da biodiversidade original, a essência desse planejamento é o levantamento dos principais ecossistemas existentes e a descrição da flora e da fauna silvestre e seus componentes associados, como a presença de espécies exóticas da fauna e flora e o estado de conservação dos habitats.

As listas de flora e fauna devem conter a denominação popular e científica, organizada pela taxonomia (ordem, família, gênero-espécie) e destaque para as espécies vulneráveis, ameaçadas, raras ou endêmicas. Para obter informações sobre status de conservação devem ser consultados

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os Decretos Estaduais nº 42.099/2002 (flora) e nº 41.672/2002 (fauna). A fonte de obtenção dos da-dos também é de suma importância. Recentes estudos técnicos agregaram conhecimentos sobre a distribuição da biodiversidade gaúcha, os quais estão disponíveis no site http://www.fepam.rs.gov.br/biblioteca/zoneam_silvic.asp.

• Vegetação: A descrição das principais formações fitogeográficas e fitoecológicas; classifi-cação e listagem das principais espécies, usos presentes e potenciais. Como base para a projeção de usos, deve ser retratada a cobertura florestal atual, distribuindo-a conforme os estágios sucessionais e indicando a ocorrência de áreas cobertas por espécies exóticas, plantadas ou associadas.

Incluir diagnóstico sobre as Áreas Protegidas: Áreas de Preservação Permanente, Uni-dades de Conservação de Proteção Integral e de Uso Sustentável municipais, estaduais e federais, Reservas Particulares de Preservação da Natureza, a Reserva Legal; incentivos à formação e a identificação de áreas com potencial para a implantação de unidades de conservação (Lei Federal nº 9.985/2000 – SNUC, Decreto Estadual das RPPN´s), estado de conservação e principais conflitos, além de aspectos sobre a arborização urbana.

• Fauna: composição e distribuição das espécies nos vários níveis de classificação, distribui-ção no território e dinâmica populacional, etc.

5.3.7. Diagnóstico Sócio-econômico

Apresentar dados qualitativos e quantitativos das principais atividades sócio-econômicas e culturais, descrição dos meios e efeitos da ação antrópica, dos mecanismos voltados à preserva-ção dos recursos e ao controle da atividade econômica e dos serviços públicos em prol da saúde e bem-estar dos habitantes.

• Serviços Públicos: Apresentar a estrutura da administração pública, incluindo a adminis-tração direta, indireta e concedida e da iniciativa privada voltada à prestação de serviços de saúde, educação, transporte, trânsito etc, com números profissionais, população atendida, especialidades e campanhas em andamento.

• Diagnóstico dos Serviços de Saneamento Ambiental

A organização desse tópico pode seguir as vertentes de planejamento previstas na Política Nacional de Saneamento (Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007) – abas-tecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem. Pode ser baseado no Plano de Saneamento ou servir como esboço para esse plano específico. O diagnóstico deve conter os indicadores sociais, de saúde e saneamento, a forma de prestação (execução direta, concedida ou individual) e a avaliação desses serviços públicos.

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Abastecimento de água: concessões, captação, tratamento, distribuição, mananciais, so-luções alternativas (associações, consórcios, soluções individuais), avaliação do serviço e indicadores de qualidade, população atendida por cada solução, regularidade ambiental, etc.

Drenagem: macrodrenagem, obras contra enchentes e assoreamento, microdrenagem ur-bana, etc.

Esgotamento Sanitário: Contemplar os sistemas/serviços de coleta, transporte, tratamento e lançamento dos efluentes, a população atendida, o controle e fiscalização exercidos e a forma de concessão; se for o caso, dividir o diagnóstico entre zonas urbanas e rurais, des-crever as soluções alternativas, especialmente quanto aos equipamentos utilizados para o tratamento.

Sistema de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: especificar por zonas urbanas e rurais, pois frequentemente diferentes as soluções e a periodicidade do recolhimento. Contemplar a existência de aterros (classificação) e centrais de triagem, descrição da coleta, transporte e tratamento e sua responsabilidade (informar contratos, características dos veículos de co-leta e transporte e licenças de operação), a periodicidade do recolhimento, volumes médios produzidos, o controle e a fiscalização, a existência ou não de coleta seletiva, realização de compostagem etc.

Resíduos e Efluentes Industriais: informar a existência de aterros, o volume produzido, a forma de disposição, mesmo daqueles resíduos cuja responsabilidade seja do gerador, e o controle e fiscalização exercidos; abordar também o tratamento dos efluentes líquidos gera-dos, tratados e lançados.

Resíduos Especiais: soluções para os resíduos dos serviços de saúde (infectantes, quími-cos, radioativos, perfuro-cortantes) e perigosos (tintas, combustíveis, eletroeletrônicos, foto-gráficos, pneus) nos geradores públicos e privados, a coleta, transporte e destinação (con-tratos e licenças); resíduos da construção, reforma e demolição (construção civil), atentando para o disposto na Resolução CONAMA nº 307/2002; importante diagnosticar as fontes gera-doras, tais como: clínicas odontológicas, clínicas veterinárias, clinicas médicas, consultórios médicos, clínicas de cirurgia plástica, clinicas oncológicas, laboratórios de análises clínicas, serviços de radiodiagnóstico, farmácias, drogarias, acupunturistas, tatuadores, funerárias, necrotérios etc.

Resíduos Rurais/Agroquímicos: tipos e sistemas de coleta, entrega voluntária, logística re-versa e tríplice lavagem, áreas impactadas por disposição inadequada, empresas ou centrais de triagem para recuperação e reciclagem atuantes.

• Principais Atividades Econômicas

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Base do diagnóstico sócio-econômico é a incorporação das informações sobre as atividades desenvolvidas no Município e em que intensidade e porção do território são desenvolvidas. Os prin-cipais temas a merecerem o diagnóstico preciso são:

Agricultura: tipos de culturas permanentes e temporárias, quantidades produzidas, áreas plantadas, perfil fundiário e números de trabalhadores nos estabelecimentos, sistemas e tec-nologia de produção utilizados, indicadores de produtividade, irrigação e locais de captação, culturas orgânicas, etc.

Pecuária: os rebanhos das principais criações, os sistemas de produção e de tratamento de dejetos e o nível de diversificação/associação com outras atividades.

Silvicultura e aquacultura: quando relevantes, descrição dos tipos de culturas, áreas e volu-mes de produção

Extrativismo/mineração/pesca: tipos de atividades, volumes e localização.

Indústria: quantidades e portes das atividades do setor secundário, divididos por ramos.

Setor terciário: instalações comerciais, de serviços, inclusive de saúde, subdivididas em ra-mos.

De extrema importância o diagnóstico da atividade agropecuária, industrial, comercial e de serviços, inclusive quanto ao tratamento dados às emissões de poluentes e destinação de resíduos e a adequação e regularização ambiental. O diagnóstico da produção será a base de informações sobre o potencial de empreendimentos e atividades que requerem o licenciamento ambiental.

• Assentamentos urbanos e rurais - Grande parte dos impactos e problemas ambientais decorre da ocupação de áreas indevidas (áreas de risco). Assim, os assentamentos urbanos (regulares e irregulares) e os efeitos da urbanização, e os assentamentos rurais, devem ser bem diagnosticados e espacializados, como forma de planejar as soluções urbanísticas e de prevenir o bom planejamento de ocupação do território.

• Patrimônio arqueológico, histórico e cultural – relação do patrimônio com o meio ambien-te, nível de conservação e tombamento, associação histórica com as atividades econômicas, gastronomia e modo de vida da população etc.

• Turismo, esporte e lazer – descrever as principais atividades de turismo e lazer, paisagens naturais relevantes, pontos de turismo natural e de atividades ecológicas, feiras, eventos e congresso

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5.3.8. Diagnóstico-Relatório ou Priorização de Problemas Ambientais (Impactos Ne-gativos)

Concluído o diagnóstico, é prático, para fins de planejamento das ações corretivas, a elabo-ração de um quadro (resumo) dos problemas ambientais, ou seja, dos impacto presentes e poten-ciais levantados.

Trata-se da apresentação de um levantamento comentado de todos os impactos diagnostica-dos, sejam eles problemas atuais, degradação decorrente de atividades antrópicas mais remotas, ou de potenciais fontes de poluição prognosticadas, independentemente das ações já desenvolvi-das ou em desenvolvimento e da responsabilidade direta ou não da administração pública.

O diagnóstico da poluição dos recursos naturais deverá abordar a poluição hídrica, do solos, atmosférica, sonora ou a direta sobre fauna e flora. Exemplos: resíduos domésticos, industriais e hospitalares, efluentes líquidos industriais, esgotos domésticos, resíduos de mineração, emissões aéreas, resíduos e embalagens vazias de agrotóxicos, efluentes da criação de animais, assorea-mento de rios, desmatamento, queimadas, desertificação, erosão, caça e pesca ilegais, etc. Outros temas também devem ser abordados, como a qualidade da água para consumo humano e os im-pactos sobre suas fontes, a degradação decorrente de mineração em lavras ativas ou abandona-das, a captação de água para todos os fins, enfim, o grau de adequação e regularização ambiental em cada uma dessas áreas.

A partir do quadro-resumo há como estabelecer responsáveis pelas cargas, recursos afe-tados, custos das ações corretivas necessárias e ordem de prioridade para a busca de soluções, bases para a elaboração de programas e projetos a serem incluídos no Plano Ambiental.

5.3.9. Mapeamento Ambiental

Mapas e cartas geográficas são instrumentos importantes em qualquer tipo de planejamento territorial. Assim, o mapeamento servirá como instrumento do planejamento e ferramenta para o licenciamento ambiental, atividades básicas na gestão ambiental do Município. Através do mape-amento temático o Município terá condições de elaborar o seu Zoneamento Ecológico Econômico.

A Lei Estadual nº. 10.116/94 (Lei do Desenvolvimento Urbano) e a Lei Federal nº. 10.257/01 (Estatuto das Cidades) determinam que os Municípios deverão elaborar Planos Diretores ou Leis de Diretrizes Gerais de Ocupação do Território, delimitando, em todo o território (zonas urbanas e zona rural), as zonas que apresentam características ambientais homogêneas, com as aptidões de uso, as restrições específicas e o manejo adequado para cada uma das zonas.

Para uma gestão ambiental qualificada, portanto, o município deverá elaborar mapas temáti-cos, que representem a espacialização do diagnóstico realizado.

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Sugerem-se os seguintes conjuntos de mapas temáticos:

a) Político-Administrativo, contendo os limites municipais, a malha viária, as zonas urbanas e as área de interesse público, como unidades de conservação, distritos industriais, do patrimônio cultural e os sítios arqueológicos, e outros acidentes geográficos relevantes.

b) Hidrográfico, contendo os principais corpos hídricos e sua denominação, para boa visua-lização das calhas de drenagem, é importante que contenha as curvas de nível ou outra forma de representação do relevo.

c) Vegetação, evidenciando a cobertura vegetal, com distinção entre a vegetação nativa (classificação e estágios) e a vegetação exótica, e as Unidades de Conservação (parques, reser-vas, áreas de proteção e outras).

d) Geomorfologia: tantas representações quantas consideradas suficientes para bem repre-sentar a hipsometria, a clinografia, a insolação e outros aspectos relevantes, sendo ideal uma representação tridimensional. Em separado, a representação da geologia, quando no Município ocorrer mais de uma formação.

e) Mapa de Solos: por classes de solos. Em separado, a representação da geologia, quando no Município ocorrer mais de uma formação.

f) Uso e Ocupação do Solo: uso na zona rural (vegetação nativa, florestamentos, pastagens, lavouras perenes e anuais, etc) e as manchas urbanas; na mesma ou outra carta devem ser repre-sentados os conflitos de uso por restrições do zoneamento ou que infrinjam a legislação vigente, como ocupação irregular de áreas de preservação permanente.

A escala dos mapas deverá possibilitar o devido planejamento e gestão ambiental, sendo que o mapeamento com escala inferior a 1:50.000 não é adequada para tal fim.

Para que os mapas e/ou cartas geográficas cumpram as normas técnicas vigentes, devem conter ainda as seguintes informações: Titulo do mapa/carta, coordenadas geográficas, escala utili-zada, rosa dos ventos, legendas, base e ano da base cartográfica, autor e data de elaboração, etc. As imagens aéreas ou de satélite também deverão atender os critérios acima.

Os mapas/cartas que contiverem as curvas de nível devem conter as distâncias entre as curvas e as cotas dos principais topos.

Alguns recursos cartográficos estão disponíveis nos seguintes órgãos: METROPLAN, Secre-taria de Estado da Agricultura e Abastecimento, EMATER, Comitês de Bacias, Pró-Guaíba, FEPAM, Fundação Zoobotânica, IBGE, INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e nos laboratórios ou setores de sensoriamento remoto, geoprocessamento ou cartografia das Universidades. Na

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SEMA estão disponíveis o Inventário Florestal Contínuo do RS, elaborado pela Universidade Fede-ral de Santa Maria (www.ufsm.br/ifers) e o Mapa Hidrológico do Estado do Rio Grande do Sul, em escala 1:1.000.000, e respectivo relatório final (www.sema.rs.gov.br/sema/html/hidrogeologico/).

Outras fontes podem ser os relatórios de estudos de impacto ambiental (EIA-RIMA), prepara-dos para empreendimentos de grande porte na região, contêm também podem conter outros dados relevantes georrefenciados.

As Cartas do Exército, na escala 1:50.000, apresentam a topografia, a vegetação, a hidro-grafia e alguns elementos da infra-estrutura e das atividades socioeconômicas, porém, não são completas, nem atualizadas. Caso sejam utilizadas, devem ser complementadas com a inclusão dos principais elementos do diagnóstico ambiental.

5.3.10. Zoneamento Ambiental

Planejamento ambiental é o “processo político, tecnológico, constitucional, jurídico e educati-vo, através do qual o homem e a sociedade deverão tomar as melhores alternativas de transforma-ção; por outro lado, para avaliar os níveis de comprometimento das ações antrópicas visando definir as intervenções e os manejos às especificidades dos ambientes para preservar os ecossistemas e conservar o ambiente sadio, em benefício das gerações futuras” (Hurtado & Acunha, in SILVA, Teresa).

O papel do planejamento ambiental é voltado essencialmente ao ordenamento do território, consistindo na formulação e programação de ajustes, prevenção e controle das transformações ambientais, para administrar as contradições entre as dimensões ecológicas, sociais e econômicas. Inclui, sobretudo, a identificação e a conciliação dos conflitos surgidos entre estes objetivos sociais, econômicos e geopolíticos e as limitações naturais identificadas.

A consecução dos objetivos do planejamento requer o conhecimento técnico para a boa de-finição das diversidades ecológicas e suas dinâmicas, potencialidades e limitações, das tendências de transformação, da avaliação das ações antrópicas existentes e previstas, tudo visando definir in-tervenções e o melhor manejo aos ambientes a serem intervindos. Veja-se que há requisitos técni-cos, prescindindo do conhecimento acumulado das ciências, para o planejamento refletir a situação diagnosticada, considerar indicadores ambientais e projetar adequadamente as futuras alternativas de solução a serem adotadas.

O planejamento ambiental preconizado nas Resoluções do CONSEMA inclui o Zoneamen-to Ambiental, como pode ser deduzido da interpretação da legislação: o zoneamento ambiental foi declarado como instrumento de planejamento e gestão pelo inciso II do art. 9º da Lei Federal 6.938/81 – Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, ao lado de outros instrumentos, como os

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estudos e relatórios de impacto ambiental e o gerenciamento de bacias hidrográficas; resoluções posteriores do CONAMA mencionam a expressão zoneamento ambiental, sem precisar escopo e limites; o Código Estadual do Meio Ambiente estabelece como instrumentos da Política Estadual do Meio Ambiente, dentre outros, o zoneamento ecológico e o zoneamento das atividades produ-tivas (incisos IV e VII do art. 15); a Resolução nº 011/2000 prevê que o Plano Ambiental “deverá enfocar os objetivos, instrumentos e cronograma de implementação das medidas a serem adotadas para controle, correção e monitoramento das atividades efetiva ou potencialmente causadoras de degradação ambiental ou utilizadoras de recursos ambientais previamente definidos”.

O zoneamento ambiental pode ser considerado como a integração sistemática multidiscipli-nar da análise ambiental ao planejamento do uso do solo, com o objetivo de definir a gestão dos recursos ambientais. Representa a espacialização da questão ambiental, levando em conta todos os temas das dimensões natural e socioeconômica. Como resultado da análise dos atributos e da qualidade dos sistemas ambientais, compatibiliza os interesses da preservação da biodiversidade e dos recursos naturais através da indicação de manejos adequados a manter a qualidade ambiental, a produtividade dos ecossistemas e a melhoria da qualidade de vida.

O zoneamento ambiental funciona como uma ferramenta para alcançar os objetivos de pre-venir, controlar ou monitorar os impactos ambientais e prever os rebatimentos sobre a sociedade. Deve ser, portanto, conseqüência do planejamento, pois o subsidia fornecendo diretrizes ambien-tais a serem compatibilizadas com as demais políticas públicas: agrícola, industrial, urbana, ener-gética etc.

Percebe-se que a finalidade do instrumento zoneamento ambiental, na defesa feita por Te-resa C. Silva, em que baseamos a adaptação supra, em muito se aproxima dos objetivos de um plano ambiental. Por isso, a melhor interpretação que se pode extrair é a de que o zoneamento é exatamente a fase intermediária entre o diagnóstico ambiental, ou o aperfeiçoamento deste, e a proposição de programas e projetos adequados ao zoneamento alcançado com metodologia, fun-damentação técnica/teórica e participação social.

Aliás, a própria consecução do zoneamento ambiental, se não elaborado concomitantemen-te ao plano ambiental, prescindiria das fases de: a) diagnóstico espacial, ou seja, o funcionamento dos subsistemas naturais e econômicos; b) prognóstico de tendências de transformações, danos ambientais e conflitos sociais decorrentes de usos inadequados; c) e da busca de soluções, pela seleção de alternativas de acordo com a capacidade de suporte dos ambientes, espacializadas com apoio em diretrizes ambientais e perspectivas das comunidades.

Consiste em dividir o território em parcelas homogêneas nas quais se autorizam determina-das atividades ou interditam-se outras. A homogeneidade das parcelas será obtida pelos atributos e propriedades geológicas, geomorfológicas, pedológicas, fitoecológicas, faunísticas, climáticas,

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hidrológicas e dos agentes e fatores socioeconômicos e políticos conhecidos através de indicado-res para cada um dos temas.

O objetivo diz com a proteção da qualidade de vida, implicando no estabelecimento de cri-térios legais e regulamentares para que as determinadas parcelas sejam utilizadas segundo os critérios capazes de viabilizar o combate à poluição preestabelecidos, que se tornam obrigatórios, tanto aos particulares como à administração pública.

O diagnóstico ambiental seguido de zoneamento gera um produto cartográfico que espa-cializa as variáveis do conhecimento e projeta no território potencialidades e limitações. Permite a interpretação das tendências de mudanças e de recomendações de alternativas de usos específi-cos visando a produção econômica, conservação e preservação ambiental, orientando a ocupação urbana e rural, o aproveitamento e exploração dos recursos, a recuperação de áreas degradadas e a administração dos sistemas hídricos.

A escala adequada é induzida pelo nível de conhecimento pretendido, a dimensão e complexida-de do território e pelas condições e adensamento dos dados conhecidos (escala mínima de 1:50000).

A classificação mais simplificada das zonas prevista é a da Lei Federal nº 6.803/80, que pre-vê zonas de uso estritamente industrial, zonas de uso predominantemente industrial, zonas de uso diversificado e zonas de reserva ambiental. Esta classificação é mais urbanística, porém, sabe-se que o zoneamento vai além, pois deve atingir as zonas rurais e prever ou restringir as atividades agrícolas conforme as fragilidades ou potencialidades das parcelas do território para esses usos, sendo admitida, no mínimo, a seguinte classificação: áreas de preservação, zona de alta restrição, zonas de média restrição e zonas de baixa restrição.

5.3.11. Programas e Projetos Ambientais

Podemos afirmar que é ponto fundamental do plano ambiental. Programas devem ser elabo-rados para operacionalizar as estratégicas e soluções para a minimização e prevenção de todos os problemas e impactos ambientais identificados no diagnóstico do Plano.

Programa - Conjunto de projetos homogêneos, integrados e temporários com uma finalidade comum entre eles. Os programas, geralmente, são referenciados a ações não perenes, mas conti-nuados, como programas sociais, educacionais, institucionais, promocionais políticos, com prazos pré-determinados e envolvendo um conjunto de parceiros, diferentemente dos projetos, que são esforços temporários empreendidos para alcançar um objetivo específico e único motivado pela demanda particular de uma entidade.

Projetos são conjuntos de atividades orientadas para o alcance de objetivos específicos den-tro de um prazo e de um orçamento determinados. O ponto de partida para a definição da contribui-

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ção de um projeto para a solução de determinado problema diz respeito à resposta à hipótese de, se implementado, certos resultados serão alcançados; então corretamente planejado.

O projeto é o instrumento básico para a análise e avaliação de uma requisição de recur-sos. No plano de trabalho serão definidas as atividades a serem executadas, com vistas a atingir os resultados almejados, e a previsão de recursos (humanos, materiais, tempo) necessários para implantá-las. A justificativa para o implemento de um projeto não são os recursos, mas os benefí-cios e os produtos a serem obtidos e sua contribuição para o desenvolvimento socioeconômico do município.

Os desdobramentos dos programas em subprogramas, projetos e subprojetos, consistem em planos de trabalho das atividades programadas, com início e fim pré-estabelecidos, envolvendo re-cursos humanos, técnicos e logísticos, com a finalidade de realizar as metas ambientais. Exemplos de programas ambientais: Programa de Gestão de Resíduos Sólidos: Projeto de Implantação de Coleta de Lixo Seletiva, Projeto de Educação Ambiental para a Separação Doméstica do Lixo; Pro-grama de Conservação da Flora: Projeto de Arborização Urbana, Projeto de Áreas Protegidas, etc.

A estrutura programática dos programas e projetos deve conter os seguintes elementos e detalhamento: título, objetivos, justificativa, metodologia para execução, executores, origem dos recursos alocados, cronograma e resultados esperados e/ou já obtidos.

Visando a proteção, manutenção e recuperação da qualidade ambiental os programas e pro-jetos devem enfocar as seguintes tipologias:

Projetos de Controle Ambiental: os projetos de controle ambiental devem considerar a re-alidade de cada município, evidenciando as principais atividades efetiva ou potencialmente cau-sadoras de degradação ambiental, procurando definir estratégias para sua redução ou contenção através de instrumentos de planejamento e controle. Exemplos: controle de vetores e zoonoses, epidemiológicos, campanhas de saúde, programa de saneamento ambiental, coleta seletiva etc.

Projetos de Monitoramento e Fiscalização Ambiental: consiste na avaliação periódica das variáveis ambientais de cada município, elaborando base de dados compatível com o Sistema Es-tadual de Registros, Cadastros e Informações. No monitoramento e fiscalização ambiental deverão ser observados os regramentos previstos na legislação e nos procedimentos normatizados. Exem-plos: gerenciamento de resíduos e efluentes, recolhimento de resíduos perigosos, destinação das embalagens vazias de agrotóxicos, cadastro, licenciamento e fiscalização das fontes poluidoras, regularização de atividades poluidoras e poços etc.

Projetos de Manejo Ambiental: os projetos de manejo ambiental devem enfocar procedimen-tos de manejo ecologicamente sustentável do meio ambiente, priorizando a utilização de técnicas e instrumentos voltados à efetiva proteção de áreas naturais, de preservação permanente e de

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relevante interesse ambiental. Exemplos: agricultura familiar, unidades de conservação, bancos de mudas e sementes nativas, arborização urbana, florestamento, reflorestamento e recuperação ou adensamento de mata ciliar, pagamento por serviços ambientais etc.

Educação Ambiental: os programas e projetos ambientais deverão contemplar ações de edu-cação ambiental integrada. A mesma consiste em estabelecer procedimentos e mecanismos de planejamento entre o setor de meio ambiente da administração municipal e as escolas, ONG’s e demais instituições de educação formal, não-formal e informal, possibilitando o desenvolvimento de Programas e Projetos conjuntos voltados à efetiva proteção das condições sócio-ambientais em áreas naturais, de preservação permanente e de relevante interesse ambiental, bem como do ambiente construído. Exemplos: qualificação e capacitação de recursos humanos, educação ambiental formal e não-formal, catadores, paisagísticos e de praças e jardins, educação e saúde, agentes mirins etc.

5.3.12. Consulta Pública

Deverá constar dentre as conclusões a previsão de CONSULTA PÚBLICA para a alteração ou revisão do Plano Ambiental e para a discussão junto à população, sempre que houver necessi-dade, de questões relativas a licenciamentos de relevante impacto local ou programas e projetos ambientais.

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SITUAÇÃO ATUAL

E PERSPECTIVAS

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6. SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS

A gestão ambiental compartilhada Estado/Municípios já tem mais de dez anos de história.

Em junho de 2003, foi criado o Sistema Integrado de Gestão Ambiental, que concentra a interlocução com os órgãos municipais de meio ambiente, divulga os requisitos necessários ao exercício da gestão ambiental, sobretudo, do licenciamento ambiental dos empreendimentos e ati-vidades considerados como impacto local e, especialmente, capacitou os técnicos municipais para assumirem junto com o Estado a tarefa de proteção dos recursos naturais.

Os orçamentos anuais, desde então, têm alocado recursos humanos, materiais e financeiros específicos para a implementação da descentralização com qualidade e a boa orientação e capaci-tação dos gestores e técnicos municipais.

6.1. Resultados obtidos com a implantação do SIGA-RS

6.1.1. Benefícios

As prefeituras são beneficiárias diretas, pela possibilidade do exercício pleno da polícia ad-ministrativa na área ambiental, tal qual previsto nos mandamentos constitucionais (Constituição Federal e Estadual).

Os reflexos estão sendo sentidos pelos empreendedores na agilização dos processos de licenciamentos de menor impacto, liberando os órgãos estaduais para as análises dos grandes em-preendimentos, mais complexos, e de maior impacto ambiental. A ampliação da rede de controle e fiscalização dos empreendimentos potencialmente poluidores, por sua vez, levam à preservação e conservação dos recursos naturais.

6.1.2. Indicadores

O mais antigo indicador é o número de Municípios habilitados pelo CONSEMA. Até 2002, a gestão compartilhada atingia 48 dos municípios gaúchos. Atualmente são 228 os municípios qua-lificados pelo CONSEMA para realizar o licenciamento de impacto local. Os empreendimentos de uma parcela correspondente a 73% da população gaúcha já podem ser atestados como regulares no tocante à observância de condicionantes e restrições pelos órgãos ambientais dos próprios mu-nicípios.

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Tabela 1 – Situação dos Municípios por faixas de população

Categoria (população) População Municípios % População % Município

até 5.000 307.113 99

72,48 45,97

5.000 - 25.000 1.007.619 75

25.000 - 50.000 633.479 19

50.000 - 100.000 1.281.593 19

Acima de 100.000 4.536.716 16

TOTAL 7.666.520 228

Gráfico 1: Municípios qualificados por ano

Outros indicativos de evolução são o expressivo número de mais de 25 mil licenças/ano ex-pedidas pelos municípios qualificados (ano-base 2008) e a capacitação periódica de milhares de técnicos e gestores ambientais municipais.

10

37

29

2022

33 32

28

17

0

5

10

15

20

25

30

35

40

N° d

e m

unic

ípio

s

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Ano de Qualificação

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6.2. Desafios para a Continuidade: Proteção Ambiental Descentralizada e de Qualidade

Um dos princípios da administração aplicáveis à gestão ambiental é o da melhoria contínua. Ainda que já esteja repercutindo como experiência positiva no Brasil devido aos números alcan-çados, a SEMA quer qualificar ainda mais o processo de descentralização, principalmente porque centenas de municípios ainda não se manifestaram sobre a adesão ao Sistema. Registre-se que aproximadamente uma centena de processos encontra-se em análise.

Visando consolidar os instrumentos para a gestão ambiental municipal, o atendimento à parcela de municípios remanescente e a universalização do licenciamento no âmbito municipal, o Governo do Estado lançou no primeiro semestre de 2009 o Programa de Adesão ao SIGA-RS.

6.2.1. Programa de Adesão ao SIGA-RS

Trata-se de estímulo à descentralização do licenciamento e fiscalização ambiental, com transferência de recursos para a criação de estruturas voltadas ao controle e preservação ambien-tal, especialmente para a elaboração de instrumentos de planejamento, como Planos Ambientais e Planos Diretores para os municípios gaúchos que ainda não os dispõem. Essas ações, caracteriza-das como execução descentralizada da política estadual do meio ambiente, estão previstas no Pla-no Plurianual 2008-2011 do Governo do Estado, no Programa GESTÃO AMBIENTAL INTEGRADA – Ação “Promoção do Sistema Integrado de Gestão Ambiental, através da qualificação e aplicação dos instrumentos da Política de Meio Ambiente”, e os recursos serão os alocados nos Orçamentos Anuais de 2009 e 2010.

Constará como compromissos dos conveniados a organização do órgão ambiental nos mol-des da Resolução nº 167/2007 do CONSEMA, atendendo a todos os requisitos nela previstos, além do uso exclusivo dos recursos na criação da legislação e estrutura para implantação ou na aquisição de bens destinados ao controle ambiental exercido no âmbito local, com prioridades: a) Elaboração de Planos Ambientais, Leis de Diretrizes Urbanas e legislação complementar: não sen-do suficientes os recursos para todos os instrumentos, dentre estes, deverá ser priorizado o Plano Ambiental e a legislação urbanística, nesta ordem; b) aquisição de bens para estruturar o órgão ambiental local.

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EXTRATOS DA LEGISLAÇÃO

SOBRE POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO

URBANO

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7. EXTRATOS DA LEGISLAÇÃO SOBRE POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

7.1. Constituição Federal/88, art. 182, dispõe sobre a importância do Plano Diretor

“Art. 182 – A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, confor-me diretrizes gerais fixadas em lei, têm por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento da cidade e garantir o bem estar de seus habitantes.§1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.§2º - A propriedade urbana cumpre a sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.§3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.§4º - É facultado ao Poder Publico Municipal, mediante lei especifica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:l – parcelamento ou edificação compulsórios;ll – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;lll – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, e su-cessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

7.2. Constituição Estadual, arts. 176 e 177

”Art. 176 – Os Municípios definirão o planejamento e a ordenação de usos, atividades e funções de interesse local, visando a:l – melhorar a qualidade de vida nas cidades;ll – promover a definição e a realização da função social da propriedade urbana;lll – promover a ordenação territorial, integrando as diversas atividades e funções urbanas;lV – prevenir e corrigir as distorções do crescimento urbano;V – promover a recuperação dos bolsões de favelamento, sua integração e articulação com a malha urbana;Vl – integrar as atividades urbanas e rurais;Vll – distribuir os benefícios e encargos do processo de desenvolvimento das cidades, inibindo a especulação imobiliária, os vazios urbanos e a excessiva concentração urbana;Vlll – impedir as agressões ao meio ambiente, estimulando ações preventivas e corretivas;IX – promover a integração, racionalização e otimização da infra-estrutura urbana básica, priorizan-do os aglomerados de maior densidade populacional e as populações de menor renda;X – preservar os sítios, as edificações e os monumentos de valor histórico artístico e cultural;Xl – promover o desenvolvimento econômico local;Xll – preservar as zonas de proteção de aeródromos, incluindo-as no planejamento e ordenação referidos no caput.Art. 177 – Os planos diretores, obrigatórios para cidades com mais de vinte mil habitantes e para todos os Municípios integrantes da região metropolitana e das aglomerações urbanas, além de con-templar os aspectos de interesse local e respeitar a vocação ecológica, serão compatibilizados com as diretrizes do planejamento do desenvolvimento regional.§ 1º - Os demais Municípios deverão elaborar diretrizes gerais de ocupação do território que garan-tam, através de lei, as funções sociais da cidade e da propriedade.

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§ 2º - A ampliação de áreas urbanas ou de expansão urbana deverá ser acompanhada do respectivo zoneamento de usos e regimento urbanístico.§ 3º - Lei estadual instituirá os critérios e requisitos mínimos para a definição e delimitação de áreas urbanas e de expansão urbana, bem como as diretrizes e normas gerais de parcelamento do solo para fins urbanos.§ 4º - Todo parcelamento do solo para fins urbanos deverá ser inserido em área urbana ou de ex-pansão urbana definida em lei municipal.§ 5º - Os Municípios assegurarão a participação das entidades comunitárias, legalmente constitu-ídas, na definição do plano diretor e das diretrizes gerais de ocupação do território, bem como na elaboração e implementação dos planos, programas e projetos que lhe sejam concernentes.

7.3. Estatuto da Cidade - Lei Federal 10.257/01, de 10 de julho de 2001, art. 2º

“Art. 2º - A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:l - Garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;ll – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;lll – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no proces-so de urbanização, em atendimento ao interesse social;lV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influencia, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;Vl – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:a utilização inadequada dos imóveis urbanos;a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infra-estrutura urbana;a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente;a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização;a deterioração das áreas urbanizadas;a poluição e a degradação ambiental;Vll – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o desen-volvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influência.Vlll – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compa-tíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território sob sua área de influência;IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;X – adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos gastos públi-cos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais;XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de imó-veis urbanos.XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;XIII – audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos processos de implanta-ção de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambien-te natural ou construído, o conforto ou a segurança da população;

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XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda me-diante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionais;XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de empreendimen-tos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o interesse social.

7.4. Estatuto da Cidade - Lei Federal 10.257/01, de 10 de julho de 2001, arts. 39 a 41

Art. 39. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades eco-nômicas, respeitadas as diretrizes previstas no art. 2º desta Lei.Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é instrumento básico da política de desenvolvi-mento e expansão urbana.§ 1º O plano diretor é parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas.§ 2º O plano diretor deverá englobar o território do Município como um todo.§ 3º A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez anos.§ 4º No processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de sua implementação, os Pode-res Legislativo e Executivo municipais garantirão:I – a promoção de audiências públicas e debates com a participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade;II – a publicidade quanto aos documentos e informações produzidos;III – o acesso de qualquer interessado aos documentos e informações produzidos.§ 5º (VETADO)”

7.5. Lei Estadual 10.116/94, de 23 de março de 1994, artigos 2º e 10º

“Art. 2º - Na promoção do desenvolvimento urbano serão observadas, pelo Estado e municípios, as seguintes diretrizes:I – ordenação do território e da rede estadual de cidades;II – integração urbano-regional;III – integração e complementação das atividades rurais e urbanas;IV – integração das ações de órgãos e entidades federais, estaduais e municipais;V – programas e projetos de interesse comum a mais de um município;VI – ordenação da expansão dos núcleos urbanos;VII – prevenção e correção das distorções do crescimento urbano;VIII – adequação da propriedade imobiliária à sua função social;IX – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente e do patrimônio natural e cultural;X – controle do uso e ocupação do solo de modo a evitar;proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;ociosidade, subutilização ou não utilização do solo edificável;densidades inadequadas aos equipamentos urbanos e comunitários instalados ou previstos;deterioração das áreas urbanizadas;possibilidade de desastres naturais;XI – definição dos dispositivos de controle das edificações o do parcelamento do solo nas áreas urbana e de expansão urbana;XII – adoção de padrões de equipamentos urbanos e comunitária consentâneos com a realidade sócio-econômica local e regional;

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XIII – adoção de mecanismos de participação popular e comunitária no processo de desenvolvimen-to urbano;XIV – estímulo à participação da iniciativa privada na urbanização de áreas de interesse social ou de interesse especial.”............................................“Art. 10 – O plano diretor e as diretrizes gerais e ocupação do território, instrumentos básicos da po-lítica de desenvolvimento urbano, deverão considerar a integração das atividades e equipamentos urbanos e rurais, o meio ambiente municipal e conter, no mínimo:I – a estimativa da população existente e projetada para um período determinado;II – a delimitação da zona urbana;III – a delimitação das áreas de proteção e preservação permanente que serão, no mínimo, aquelas definidas na legislação federal e estadual;IV – a delimitação dos conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, arquitetônico, artístico, paisagís-tico, arqueológico, paleontológico e cientifico.V – a delimitação de áreas próprias à implantação de atividades geradoras de trafego pesado;VI – a delimitação de áreas destinadas à implantação de atividades com alto potencial poluidor defi-nido de acordo com os padrões de controle de qualidade ambiental estabelecidos pelas autoridades competentes;VII – a identificação de áreas impróprias à ocupação urbana;VIII – a identificação das áreas urbanas não edificadas, subutilizadas ou não utilizadas, para a apli-cação de instrumentos que visem ao seu adequado aproveitamento;IX – os dispositivos de adequação da ocupação do solo à infra-estrutura urbana existente ou prevista;X – a previsão de implantação e distribuição espacial de equipamentos urbanos e comunitários;XI – a hierarquização e normatização do sistema viário;XII – os dispositivos de controle do uso, ocupação e parcelamento do solo urbano e da edificação, que assegurem condições de salubridade, conforto, segurança e proteção ambiental;XIII – as normas e os critérios definidores das atividades permitidas ou cujo licenciamento esteja sujeito à aprovação especial.Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:I - com mais de vinte mil habitantes;II - integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;III - onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4º do art. 182 da Constituição Federal;IV - integrantes de áreas de especial interesse turístico;V - inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.§ 1º No caso da realização de empreendimentos ou atividades enquadrados no inciso V do caput, os recursos técnicos e financeiros para a elaboração do plano diretor estarão inseridos entre as medidas de compensação adotadas.§ 2º No caso de cidades com mais de quinhentos mil habitantes, deverá ser elaborado um plano de transporte urbano integrado, compatível com o plano diretor ou nele inserido”.

7.6. Código Estadual do Meio Ambiente – Lei Est. nº 11.520/00, arts. 16 a 18 e 136

“Art. 16 – Os programas governamentais de âmbito estadual ou municipal destinados à recupera-ção econômica, incentivo à produção ou exportação, desenvolvimento industrial, agropecuário ou mineral, geração de energia e outros que envolvam múltiplos empreendimentos e intervenções no meio ambiente, em especial aqueles de grande abrangência temporal ou espacial, deverão obri-gatoriamente incluir avaliação prévia das repercussões ambientais, inclusive com a realização de audiências publicas, em toda sua área de influencia e a curto, médio e longo prazos, indicando as medidas mitigadoras e compensatórias respectivas e os responsáveis por sua implementação.Parágrafo único – incluem-se entre os programas referidos no “caput” deste artigo os planos direto-res municipais, planos de bacia hidrográfica e planos de desenvolvimento regional.

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Art. 17 – O planejamento ambiental tem por objetivos:I – produzir subsídios à formulação da Política Estadual de Controle do Meio Ambiente;II – articular os aspectos ambientais dos vários planos, programas e ações previstas na Constituição do Estado, em especial relacionados com:Localização industrial;Manejo do solo agrícola;Uso dos recursos minerais;Aproveitamento dos recursos energéticos;Aproveitamento dos recursos hídricos;Saneamento básico;Reflorestamento;Gerenciamento costeiro;Desenvolvimento das regiões metropolitanas, aglomerações e microrregiões;Patrimônio cultural, estadual, especialmente os conjuntos urbanos e sítios valor ecológico;Proteção preventiva à saúde;Desenvolvimento cientifico e tecnológico.III – elaborar planos para as Unidades de Conservação, espaços territoriais especialmente protegi-das ou para áreas com problemas ambientais específicos;IV – elaborar programas especiais com vista à integração das ações com outros sistemas de gestão e áreas da administração direta e indireta do Estado, União e municípios, especialmente saneamen-to básico, recursos hídricos, saúde e desenvolvimento urbano e regional;V – estabelecer, com apoio dos órgãos técnicos competentes, as condições e critérios para definir e implementar o Zoneamento Ambiental do Estado;VI – prover a manutenção, preservação e recuperação da qualidade físico-química e biológica dos recursos ambientais;VII – criar, demarcar, garantir e manter as Unidades de Conservação, áreas de sítios históricos, arqueológicos, espeleológicos, de patrimônio cultural artístico e paisagístico e de ecoturismo;VIII – incluir os aspectos ambientais no planejamento da matriz energética do Estado;IX – reavaliar a política de transportes do Estado, adequando-a aos objetivos da Política Ambiental.Art. 18 – O planejamento ambiental terá como unidades de referência as bacias hidrográficas e será executado pelo Sistema Estadual de Proteção Ambiental – SISEPRA, através dos seguintes instrumentos:I – gerenciamento das bacias hidrográficas;II – institucionalização dos comitês de bacias, cujas propostas deverão ser embasadas na participa-ção e discussão com as comunidades atingidas e beneficiadas;III – compatibilização dos planos regionais de desenvolvimento com as diretrizes ambientais da região, emanadas do Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA;IV – realização do diagnóstico ambiental e Zoneamento Ambiental do Estado.Parágrafo único – Os Planos Diretores Municipais deverão atender aos dispositivos previstos neste Código. ............................................Art. 136 – Na elaboração de Planos Diretores e outros instrumentos de planejamento urbano deve-rão ser indicados:I – a posição dos lençóis de águas subterrâneas vulneráveis;II – as áreas reservadas para o tratamento e o destino final das águas residuárias e dos resíduos sólidos, quando couber.Parágrafo único – O órgão ambiental deverá manifestar-se sobre as áreas reservadas mencionadas no inciso II deste artigo, observada a legislação vigente.

7.7. Resoluções do CONSEMA

7.7.1 Resolução CONSEMA nº. 167/2007

O Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA, no uso de suas atribuições, que lhe confere a Lei nº 10.330, de 27 de dezembro de 1.994, e

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Considerando:

O disposto na Constituição Federal 1988, em especial nos artigos 23, 30 e 225, no Código Estadual do Meio Ambiente – Lei nº 11.520/00, em especial no artigo 55 e seguintes, e no artigo 6° da Resolução nº 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA;

A necessidade de consolidar o sistema de licenciamento ambiental como instru-mento de gestão da Política Ambiental Estadual, visando o desenvolvimento sustentável;

A necessidade de integrar a atuação e a troca de informações entre os órgãos executores do Sistema Estadual do Meio Ambiente - SISEPRA, na implementação da Política Ambiental Estadual;

A necessidade de ordenar o compartilhamento da Gestão Ambiental, definir atividades e em-preendimentos considerados como de impacto local e de estabelecer critérios para a verificação da qualificação dos Municípios para o exercício do Licenciamento Ambiental;

O efetivo exercício do poder de polícia ambiental pelos Municípios;

Resolve:

DAS QUALIFICAÇÕES DOS MUNICÍPIOS

Art. 1° - Os Municípios, para o exercício do licenciamento ambiental das atividades conside-radas como de impacto local deverão demonstrar as qualificações mínimas junto à Secretaria Esta-dual do Meio Ambiente - SEMA, que encaminhará o procedimento administrativo para a deliberação do Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA.

§ 1º - A qualificação de que trata o caput observará:

a) a implantação de Fundo Municipal de Meio Ambiente;

b) a implantação e funcionamento de Conselho Municipal de Meio Ambiente, com caráter deliberativo e consultivo, tendo em sua composição, no mínimo, 50% de entidades não governamentais;

c) a organização de órgão municipal do meio ambiente, com quadro de profissionais legal-mente habilitados para a realização do licenciamento ambiental, próprio ou à disposição, emitindo a devida Anotação de Responsabilidade Técnica (ART);

d) possuir servidores municipais com competência para o exercício da fiscalização ambiental;

e) a existência de legislação própria disciplinando o licenciamento ambiental e as sanções administrativas pelo seu descumprimento;

f) Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, para Municípios com população superior a 20.000 habitantes e demais situações previstas no art. 177 da Constituição Estadual, ou Lei de Diretrizes Urbanas para os demais;

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g) Plano Ambiental, aprovado pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, de acordo com as características locais e regionais.

§ 2º - Os responsáveis pelo licenciamento e pela fiscalização ambiental deverão integrar os quadros do Município, devidamente designados pelo Chefe do Poder Executivo.

§ 3º. A documentação comprobatória da verificação das qualificações do Município será ana-lisada na SEMA, que a encaminhará ao CONSEMA com parecer da Comissão de Municipalização da Gestão Ambiental acerca do cumprimento dos requisitos mínimos.

§ 4º - O CONSEMA deliberará, após manifestação da Câmara Técnica permanente específi-ca, sobre o atendimento ou não pelo Município das qualificações para a realização do licenciamento ambiental.

§ 5º - As decisões sobre a qualificação ou não do Município, em qualquer instância decisória, será fundamentada nos requisitos mínimos previstos nesta Resolução e na legislação pertinente.

§ 6º - Para fins do disposto no na alínea ‘c’ do § 1º deste artigo será aceito, para fins de quali-ficação para o licenciamento ambiental de atividades de impacto local, que os Municípios atuem em cooperação, por meio de convênios, contratos de programa, consórcios públicos ou outros instru-mentos congêneres previstos na legislação vigente, visando ao aproveitamento recíproco dos servi-dores, integrantes de seus quadros técnicos, nas atividades de licenciamento ambiental, devendo:

I - apresentar as seguintes informações e documentos no procedimento de qualificação:

a) identificação dos municípios pactuantes, representados pelos Chefes dos Executivos, ou servidor com delegação formal de competência para tal finalidade;

b) caracterização do objeto pactuado e finalidade específica de licenciamento ambiental de atividades de impacto local, especificando os profissionais e suas qualificações, integran-tes dos quadros de servidores públicos, independente de ocuparem cargos de provimento efetivo ou não;

c) prazo para o cumprimento do objeto e sua finalidade, de conveniência mútua, admitidas renovações, celebrando-se os respectivos aditivos;

d) a compensação dos demais recursos aplicados na consecução do objeto pactuado;

e) critérios e procedimentos técnico-administrativos padronizados para avaliação das ativida-des de licenciamento;

f) cópia dos instrumentos que estabeleçam a atuação cooperada ou consorciada;

II – comunicar ao CONSEMA as alterações que ocorrerem nos instrumentos de cooperação ou de consórcio; (redação dada pela Resolução nº 199/2008)

§ 7º. Os municípios com ampliação de competência, por delegação do Estado, não poderão celebrar parceria com outros municípios para o licenciamento ambiental das atividades objeto de

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delegação, ressalvada a anuência formal do Estado no instrumento de pactuação (redação dada pela Resolução nº 199/2008).

Art. 2º - O Município iniciará o licenciamento ambiental após a publicação da Re-solução que expressa a deliberação sobre as qualificações de que trata o artigo anterior.

§ 1º - Os órgãos estaduais deixarão, a partir de então, de protocolizar solicitações de licen-ciamento relativas a empreendimentos e atividades consideradas de impacto local, sem prejuízo da competência supletiva.

§ 2º - Os órgãos estaduais deixarão também de protocolizar as solicitações referidas no pa-rágrafo anterior de empreendimentos localizados:

a) em municípios com mais de 50 mil habitantes, em 18 meses;b) nos demais municípios, em 24 meses.

Art. 3º - A SEMA informará ao CONSEMA, semestralmente, os Municípios cuja documen-tação encontra-se em análise há mais de 6 (seis) meses e os itens que motivaram a retenção do encaminhamento.

Art. 4º - Os Municípios qualificados para o licenciamento das atividades consideradas como de impacto local por Resolução do Conselho e que não atenderam os requisitos exigidos no § 1º do art. 1º dessa Resolução, deverão fazê-lo em até 180 dias após a publicação desta Resolução.

DA GESTÃO AMBIENTAL COMPARTILHADA

Art. 5º - Os Municípios deverão disponibilizar à SEMA, em meio magnético, em sistema compatível com o da SEMA, a qualificação do licenciado e dados sobre o empreendimento ou atividade licenciada, o nome e a formação dos profissionais que participaram da análise do processo do licenciamento ambiental, diferenciando-as por atividade, porte e grau de poluição, bem como o cumprimento das metas estabelecidas nos Programas e Projetos de seu Plano Ambiental.

§ 1º - As informações relativas ao exercício anterior deverão ser disponibilizadas pelos Mu-nicípios até 31 de março, e a SEMA apresentará relatório da gestão dos Municípios até 31 de julho de cada ano.

§ 2º - Caberá a Comissão de Municipalização da Gestão Ambiental da SEMA a elaboração dos formulários a serem preenchidos pelo Município, devendo tais informações integrar o Sistema Estadual de Registros, Cadastros e Informações Ambientais.

§ 3º - Os formulários deverão ser progressivamente substituídos por meios eletrônicos de trans-ferência e disponibilização instantânea das informações.

Art. 6º - Nos termos da Lei Estadual nº 11.520/2000, o Município dará publicidade às licenças emitidas.

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ATIVIDADES E EMPREENDIMENTOS CONSIDERADOS COMO IMPACTO LOCAL Art. 7° - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União e

do Estado, quando couber:

a) o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades considerados como de im-pacto local;

b) a autorização para o manejo florestal, respeitados os limites estabelecidos;

c) a gestão do uso de recursos naturais de baixo impacto ambiental.

§ 1º – O órgão ambiental estadual proporá listas de empreendimentos e atividades que aten-dam os requisitos previstos no caput, fixando os respectivos portes que lhes caracterizam como de impacto local e estabelecendo, quando o caso, requisitos especiais para o exercício da competên-cia.

§ 2º – Também serão consideradas como de impacto local as atividades e empreendimentos, não elencadas em legislação federal e estadual como tipologias cujo licenciamento é exigível nos respectivos órgãos ambientais, ressalvada a superveniência de disposição legal.

§ 3º – O Estado poderá dispensar, editando o ato competente, a anuência do órgão estadual aos licenciamentos dos empreendimentos e atividades de que trata este artigo, sendo nulos os re-alizados sem a dispensa, anuência ou convalidação.

§ 4º - A emissão, pelos Municípios, dos documentos autorizatórios de manejo florestal ob-servará as instruções dos órgãos florestais federal e estadual e somente poderão ser fornecidos a empresas que estiverem em dia com o Cadastro Florestal Estadual e isentos de quaisquer débitos.

§ 5º – Os Municípios emitirão as licenças ambientais estabelecidas na legislação federal (LP, LI e LO), podendo ser admitido um único processo de licenciamento para pequenos empreendi-mentos e atividades similares e vizinhos ou para aqueles integrantes de planos de desenvolvimento aprovados previamente pelo órgão competente, desde que definida a responsabilidade legal pelo conjunto de empreendimentos ou atividades.

Art. 8° - Quando a ampliação de empreendimentos e atividades já licenciados pelo órgão municipal de meio ambiente ultrapassar os portes de impacto local indicados, a competência do li-cenciamento ambiental retorna ao Estado, podendo ser delegada ao Município pelo órgão Estadual de Meio Ambiente.

Art. 9° - Quando houver dúvida quanto ao ente federativo competente para a realização de licenciamento ambiental, caberá ao CONSEMA, ouvida a Comissão Tripartite do Estado, deliberará sobre o caso.

Parágrafo único – A licença ou ato administrativo em discussão somente será desconstituída após a deliberação.

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DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 10 - O descumprimento do disposto nesta Resolução sujeitará o Município às san-ções previstas na legislação ambiental, podendo o CONSEMA expedir moções admonitórias.

Art. 11 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, em especial a Resolução CONSEMA n° 04/2000.

Porto Alegre, 19 de outubro de 2007.

Carlos Otaviano Brenner de Moraes Presidente do CONSEMA

DOE 22/10/2007

7.7.2 Resolução CONSEMA N.º 011, de 17 de novembro de 2000

Estabelece diretrizes para o Plano Ambiental Municipal, nos termos da Resolução Consema 04/2000.

Art. 1º - Esta Resolução estabelece as diretrizes para o Plano Ambiental Municipal, dispostas no anexo desta, conforme determina a Resolução CONSEMA n.º 004/2000.

Art. 2.º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3.º - Revogam-se as disposições em contrário.

Porto Alegre, 17 de novembro de 2000.

Claudio LangonePresidente do Consema

Nilvo Luiz Alves da SilvaDiretor-presidente da FEPAM

ANEXO I

PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL

Como forma de garantir a integração e comprometimento dos diversos segmentos da Admi-nistração Municipal visando o planejamento, a proteção, a recuperação e ao uso ecologicamente sustentável do meio ambiente, as seguintes orientações básicas foram organizadas, possibilitando a elaboração de Planos Ambientais municipais e regionais, permitindo a organização administrativa e operacional de ações voltadas ao controle e monitoramento das atividades efetiva ou potencial-mente causadoras de degradação ambiental.

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Para os fins previstos neste regulamento, adotam-se os conceitos estabelecidos na Lei Es-tadual nº. 11.520, de 03 de agosto de 2000, que institui o Código Estadual do Meio Ambiente, entendendo-se por:

- meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, quí-mica e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;

- degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características do meio am-biente;

- poluição: toda e qualquer alteração dos padrões de qualidade e da disponibilidade dos re-cursos ambientais e naturais, resultantes de atividades ou de qualquer forma de matéria ou energia que, direta ou indiretamente, mediata ou imediatamente:

a) prejudique a saúde, a segurança e o bem-estar das populações ou que possam vir a com-prometer seus valores culturais;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) comprometam as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

e) alterem desfavoravelmente o patrimônio genético e cultural ( histórico, arqueológico, pale-ontológico, turístico, paisagístico e artístico);

f) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;

g) criem condições inadequadas de uso do meio ambiente para fins públicos, domésticos, agropecuários, industriais, comerciais, recreativos e outros;

-poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;

-recursos ambientais: recursos ambientais: os componentes da biosfera necessários à ma-nutenção do equilíbrio e da qualidade do meio ambiente associada à qualidade de vida e à proteção do patrimônio cultural (histórico, arqueológico, paleontológico, artístico, paisagístico e turístico), passíveis ou não de utilização econômica;

-plano ambiental: é o conjunto de medidas administrativas e operacionais para implementa-ção da política ambiental local e regional, enfocando programas e projetos voltados à proteção e recuperação do meio ambiente.

-projetos ambientais: consistem em um conjunto de atividades programadas, com início e fim preestabelecidos, envolvendo recursos humanos, técnicos e logísticos, com a finalidade de realizar, pelo menos uma meta ambiental, otimizando os efeitos das manifestações dos fenômenos a ela vinculados.

licenciamento ambiental: procedimento administrativo de natureza autorizatória, pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação, a operação e a desati-vação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva

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ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

- licença ambiental: instrumento da Política Estadual de Meio Ambiente, decorrente do exer-cício do Poder de Polícia Ambiental, cuja natureza jurídica é autorizatória;

- estudos ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais re-lacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, pla-no e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.

- impacto ambiental supra-municipal: é todo e qualquer impacto ambiental que afete direta-mente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais muni-cípios de uma ou mais regiões.

I - São elementos constitutivos do Plano Ambiental:

a) considerar os objetivos da Política Estadual de Proteção Ambiental e do Sistema Estadual de Proteção Ambiental – SISEPRA, conforme a Lei Estadual nº. 10.330/94, de 27 de de-zembro de 1994, em metas a serem alcançadas e em prazos definidos pelos municípios;

b) ênfase nos aspectos quantitativos e qualitativos de planejamento, controle e monitoramen-to do meio ambiente, de forma compatível com os objetivos de melhoria da qualidade am-biental, previstos em Lei e definidos a partir das propostas apresentadas pelos municípios;

c) inventário dos usos presentes dos recursos ambientais locais e dos conflitos resultantes;

d) projeção dos usos e das disponibilidades de recursos ambientais e os conflitos potenciais;

e) processo de consulta pública.

II - Estrutura e Organização do Plano Ambiental:

O Plano Ambiental deverá enfocar os objetivos, instrumentos e cronograma de implementa-ção das medidas a serem adotadas para controle, correção e monitoramento das atividades efetiva ou potencialmente causadoras de degradação ambiental ou utilizadoras de recursos ambientais previamente definidos.

O Plano Ambiental deverá contemplar em sua elaboração as fases de diagnóstico, definição dos Programas e Projetos prioritários e do cronograma de implantação, de acordo com as caracterís-ticas de cada município e região, considerando sua vocação sócio-econômica, cultural e ambiental.

Os projetos ambientais a serem elaborados visando a proteção, manutenção e recuperação da qualidade ambiental devem enfocar, pelo menos as seguintes tipologias: projetos de controle ambiental; projetos de monitoramento ambiental e projetos de manejo ambiental.

A estrutura programática dos projetos ambientais deve, ainda, apresentar os seguintes ele-mentos: objetivos do projeto; metodologia utilizada; plano de trabalho; equipe alocada; cronograma de implantação e resultados esperados.

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Projetos de Controle Ambiental: os projetos de controle ambiental devem considerar a re-alidade de cada município, evidenciando as principais atividades efetiva ou potencialmente cau-sadoras de degradação ambiental, procurando definir estratégias para sua redução ou contenção através de instrumentos de planejamento e controle.

b) Projetos de Monitoramento e Fiscalização Ambiental: consiste na avaliação periódica das variáveis ambientais de cada município, elaborando base de dados compatível com o Sis-tema Estadual de Registros, Cadastros e Informações. No monitoramento e fiscalização ambiental deverão ser observados os regramentos previstos na legislação e nos procedi-mentos normatizados.

c) Projetos de Manejo Ambiental: os projetos de manejo ambiental devem enfocar procedi-mentos de manejo ecologicamente sustentável do meio ambiente, priorizando a utilização de técnicas e instrumentos voltados à efetiva proteção de áreas naturais, de preservação permanente e de relevante interesse ambiental.

d) Educação Ambiental: os programas e projetos ambientais deverão contemplar ações de educação ambiental integrada. A mesma consiste em estabelecer procedimentos e meca-nismos de planejamento entre o setor de meio ambiente da administração municipal e as escolas, ONG’s e demais instituições de educação formal, não-formal e informal, possibi-litando o desenvolvimento de Programas e Projetos conjuntos voltados à efetiva proteção das condições sócio-ambientais em áreas naturais, de preservação permanente e de rele-vante interesse ambiental, bem como do ambiente construído.

7.7.3 Resolução CONSEMA N.º 102, de 24 maio de 2005

(Incluídas as alterações aprovadas pelas Resoluções CONSEMA 110/2005, 111/2005 e 168/2007)

Dispõe sobre os critérios para o exercício da competência do Licenciamento Ambiental Mu-nicipal, no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul

O Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA, no uso de suas atribuições, que lhe confere a Lei n.º 10.330, de 27 de dezembro de 1.994, e

Considerando:

A necessidade de definir as atividades e empreendimentos de impacto local, citados no art. 69 e seu parágrafo único da Lei Estadual n° 11.520/2000 e art. 6° da Resolução n.º 237/97 do Con-selho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA;

A necessidade de consolidar o sistema de licenciamento ambiental como instrumento de gestão da Política Ambiental Estadual, visando o desenvolvimento sustentável;

A necessidade de integrar a atuação dos órgãos executores do Sistema Estadual do Meio Ambiente – SISEPRA, na implementação da Política Ambiental Estadual.

Resolve:

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Art. 1º - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União e do Estado, quando couber, o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades relaciona-das no Anexo Único, parte integrante desta Resolução, onde, também, estão fixados os respectivos portes, que lhes caracterizam como de impacto local.

Parágrafo 1º - os municípios, para o exercício da competência do licenciamento ambiental previsto neste artigo, deverão estar cumprindo a Resolução n° 04/2000, ou a que vier substituí-la.

Parágrafo 2º - quando a ampliação de empreendimentos e atividades já licenciados pelo órgão municipal de meio ambiente ultrapassarem os portes de impacto local, indicados no Anexo Único, a competência do licenciamento ambiental retorna ao Estado, podendo esta ser delegada ao Município por delegação de competência do Órgão Estadual de Meio Ambiente.

Art.3º Fica estabelecido que havendo manifestação de conselheiro ou entidades com assen-to neste conselho, a presente resolução poderá ser alterada após um ano a contar da publicação e,caso não houver manifestação, a mesma continua em vigor por tempo indeterminado.

Art. 4.º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, em especial a Resolução CONSEMA n° 005/98.

Porto Alegre, 24 de maio de 2005.Valtemir Bruno GoldmeierPresidente do CONSEMA

Código de ramo Atividades Unidade de

Medida Porte Potencial Graduação

Resolução CONSEMA

110,00 Atividades Agropecuárias

111,00 Irrigação

111,30 Irrigação Superficial Área Irrigada (ha) <= 50 ALTO111,40 Irrigação por Aspersão/Localizada Área Irrigada (ha) <= 50 MÉDIO111,60 Drenagem Agrícola Área drenada (ha) <= 5 MÉDIO111,91 Barragem/Açude para Irrigação Área alagada (ha) <= 5 ALTO

112,00 Criação de animais de pequeno porte

112,10 Criação de aves

112,11 Criação de Aves de Corte nº. de cabeças <= 36.000 MÉDIO112,12 Criação de Aves de Postura nº. de cabeças <= 60.000 MÉDIO112,13 Criação de Matrizes e Ovos nº. de cabeças <= 36.000 MÉDIO

112,14 Incubatório Pintos/Mês < = 100.000 MÉDIO

112,20 Criação de outros animais

112,21 Cunicultura e outros nº. de cabeças <= 3.000 MÉDIO

114,00 Criação de animais de médio porte (confinado)

114,20 Criação de suínos – com manejo de dejetos líquidos

114,21 Criação de Suínos - Ciclo Completo com Sistema de Manejo de Dejetos Líquidos nº. de matrizes <= 50 ALTO

114,22 Criação de Suínos - Unidade Produtora de Leitões até 21 dias - com Sistema de Manejo de Dejetos Líquidos nº. de matrizes <= 280 ALTO

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Caderno TéCniCo - adesão ao sisTema inTegrado de gesTão ambienTal

sisTema inTegrado de gesTão ambienTal – seCreTaria esTadual do meio ambienTe 86

114,23 Criação de Suínos - Unidade de Produtora de Leitões até 63 dias - com Sistema de Manejo de Dejetos Líquidos nº. de matrizes <= 200 ALTO

114,24 Criação de Suínos - Terminação - com Sistema de Manejo de Dejetos Líquidos nº. de cabeças <= 500 ALTO

114,25 Criação de Suínos - Creche - com Sistema de Manejo de Dejetos Líquidos nº. de cabeças <= 2.000 ALTO

114,30 Criação de suínos - com manejo de dejetos sobre “camas”

114,31 Criação de Suínos - Ciclo Completo - com Sistema de Manejo de Dejetos Sobre “Camas” nº. de matrizes <= 75 MÉDIO

114,32 Criação de Suínos - Unidade Produtora de Leitões até 21 dias - com Sistema de Manejo de Dejetos Sobre “Camas” nº. de matrizes <= 420 MÉDIO

114,33 Criação de Suínos - Unidade de Produtora de Leitões até 63 dias - com Sistema de Manejo de Dejetos Sobre “Camas” nº. de matrizes <= 300 MÉDIO

114,34 Criação de Suínos - Terminação - com Sistema de Manejo de Dejetos Sobre “Camas” nº. de cabeças <= 750 MÉDIO

114,35 Criação de Suínos - Creche - com Sistema de Manejo de Dejetos Sobre “Camas” nº. de cabeças <= 3.000 MÉDIO

116,00 Criação de animais de grande porte (confinado)

116,10 Criação de Bovinos Confinados nº. de cabeças <= 200 ALTO116,20 Criação de outros Animais de Grande Porte Confinados nº. de cabeças <= 200 ALTO

117,00 Criação de animais de grande porte (semi-extensivo)

117,10 Criação de Bovinos (Semi-extensivo) Nº. de cabeças <= 200 ALTO

119,00 Piscicultura

119,20 Piscicultura sistema intensivo para engorda

119,21 Piscicultura de Espécies Nativas para Engorda (Sistema Intensivo) Área alagada (ha) <= 5 BAIXO

119,22 Piscicultura de Espécies Exóticas para Engorda (Sistema Intensivo) Área alagada (ha) <= 5 MÉDIO

119,30 Piscicultura sistema semi-intensivo

119,31 Piscicultura de Espécies Nativas(Sistema Semi-Intensivo) Área alagada (ha) <= 5 BAIXO

119,32 Piscicultura de Espécies Exóticas (Sistema Semi-Intensivo) Área alagada (ha) <= 5 MÉDIO

119,40 Piscicultura sistema extensivo

119,41 Piscicultura de Espécies Nativas (Sistema Extensivo) Área alagada (ha) <= 5 BAIXO119,42 Piscicultura de Espécies Exóticas(Sistema Extensivo) Área alagada (ha) <= 5 MÉDIO

Atividades de Mineração

510,00 Pesquisa MineralÁrea Requerida ao DNPM em Hectares (Há)

<= 100 MÉDIO Res. 168/2007

520,00 Recuperação de Áreas Mineradas Área Total em Hectares (Há) <= 2,0 MÉDIO Res. 168/2007

532,61 Lavra de Granitos Para Uso Imediato na Construção Civil - a Céu Aberto, sem Britagem e com Recuperação de Área Degradada

Área Requerida ao DNPM em Hectares (Ha)

<=2,0 MÉDIO Res. 168/2007

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Caderno TéCniCo - adesão ao sisTema inTegrado de gesTão ambienTal

sisTema inTegrado de gesTão ambienTal – seCreTaria esTadual do meio ambienTe 87

532,62Lavra de Basaltos Para Uso Imediato na Construção Civil - a Céu Aberto, sem Beneficiamento, sem Britagem e com Recuperação de Área Degradada

Área Requerida ap DNPM em Hectares (Ha)

<=2,0 MÉDIO Res. 168/2007

532,63Lavra de Arenito Para Uso Imediato na Construção Civil - a Céu Aberto, com Beneficiamento, e com Recuperação de Área Degradada

Área Requerida ao DNPM em Hectares (Ha)

<=2,0 MÉDIO Res. 168/2007

532,71Lavra Artesanal de Granitos Para Uso Imediato na Construção Civil - a Céu Aberto, com Beneficiamento, sem Britagem e com Recuperação de Área Degradada

Área Requerida ao DNPM em Hectares (Ha)

<=2,0 MÉDIO Res. 168/2007

532,72Lavra Artesanal de Basalto Para Uso Imediato na Construção Civil - a Céu Aberto, com Beneficiamento, sem Britagem e com Recuperação de Área Degradada

Área Requerida ao DNPM em Hectares (Ha)

<=2,0 MÉDIO Res. 168/2007

534,30 Lavra de Saibro - a Céu Aberto, sem Beneficiamento, Fora de Recurso Hídrico e com recuperação de Área Degradada

Área Requerida ao DNPM em Hectares (Ha)

<=2,0 MÉDIO Res. 168/2007

534,40 Lavra de Argila - a Céu Aberto, sem Beneficiamento, Fora de Recurso Hídrico e com Recuperação de Área Degradada

Área Requerida ao DNPM em Hectares (Ha)

<=2,0 MÉDIO Res. 168/2007

1000,00 Indústria de Minerais Não- Metálicos

1010,00 Beneficiamento de minerais não-metálicos

1010,10 Beneficiamento de minerais não metálicos, com tingimento Área Útil (m2 <= 250 ALTO

1010,20 Beneficiamento de minerais não metálicos, sem tingimento Área Útil (m2) <= 40.000 MÉDIO

1020,00 Fabricação de cal virgem/hidratada ou extinta Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1030,00 Fabricação de telhas/ tijolos/ outros artigos de barro cozido

1030,10 Fabricação de telhas/tijolos/outros artigos de barro cozido, com tingimento Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1030,20 Fabricação de telhas/tijolos/outros artigos de barro cozido, sem tingimento Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

1040,00 Fabricação de material cerâmico

1040,10 Fabricação de material cerâmico em geral Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO1040,20 Fabricação de Artefatos de porcelana Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO1040,30 Fabricação de Material refratário Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1050,00 Fabricação de cimento/ clínquer

1051,00 Fabricação de peças/ornatos/estruturas/pré-moldados de cimento, concreto, gesso Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

1052,00 Fabricação de argamassa Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO1053,00 Usina de Produção de Concreto Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

1060,00 Fabricação de vidro e cristal

1061,00 Fabricação de lã de vidro

1061,20 Fabricação de artefatos de fibra de vidro Área Útil (m2) <= 250 ALTO1062,00 Fabricação de espelhos Área Útil (m2) <= 2000 ALTO

1100,00 Indústria Metalúrgica Básica

1120,00 Fabricação de produtos metalúrgicos

1121,00 Fabricação de estruturas/ artefatos/recipientes/outros metálicos

1121,10 Fabricação de estruturas/ artefatos/ recipientes/ outros metálicos, com tratamento de superfície e com pintura Área Útil (m2) <= 250 ALTO

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Caderno TéCniCo - adesão ao sisTema inTegrado de gesTão ambienTal

sisTema inTegrado de gesTão ambienTal – seCreTaria esTadual do meio ambienTe 88

1121,20 Fabricação de estruturas/ artefatos/ recipientes/ outros metálicos, com tratamento de superfície e sem pintura Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1121,30Fabricação de estruturas/ artefatos/ recipientes/ outros metálicos, sem tratamento de superfície e com pintura (exceto a pincel)

Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1121,40 Fabricação de estruturas/ artefatos/ recipientes/ outros metálicos, sem tratamento de superfície e com pintura a pincel Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1121,50 Fabricação de estruturas/ artefatos/ recipientes/ outros metálicos, sem tratamento de superfície e sem pintura Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

1123,00 Funilaria, estamparia e latoaria

1123,10 Funilaria, estamparia e latoaria, com tratamento de superfície e com pintura Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1123,20 Funilaria, estamparia e latoaria, com tratamento de superfície e sem pintura Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1123,30 Funilaria, estamparia e latoaria, sem tratamento de superfície e com pintura (exceto a pincel) Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1123,40 Funilaria, estamparia e latoaria, sem tratamento de superfície e com pintura a pincel Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1123,50 Funilaria, estamparia e latoaria, sem tratamento de superfície e sem pintura Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

1124,00 Fabricação de telas de arame e artefatos de aramados

1124,10 Fabricação de telas de arame e artefatos de aramados, com tratamento de superfície e com pintura Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1124,20 Fabricação de telas de arame e artefatos de aramados, com tratamento de superfície e sem pintura Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1124,30 Fabricação de telas de arame e artefatos de aramados, sem tratamento de superfície e com pintura ( exceto a pincel ) Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1124,40 Fabricação de telas de arame e artefatos de aramados, sem tratamento de superfície e com pintura a pincel Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1124,50 Fabricação de telas de arame e artefatos de aramados, Sem tratamento de superfície e sem pintura Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

1125,00 Fabricação de artigos de cutelaria e ferramentas manuais

1125,10 Fabricação de artigos de cutelaria e ferramentas manuais, com tratamento de superfície e com pintura Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1125,20 Fabricação de artigos de cutelaria e ferramentas manuais, com tratamento de superfície e sem pintura Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1125,30 Fabricação de artigos de cutelaria e ferramentas manuais, sem tratamento de superfície e com pintura (exceto a pincel) Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1125,40 Fabricação de artigos de cutelaria e ferramentas manuais, sem tratamento de superfície e com pintura a pincel Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1125,50 Fabricação de artigos de cutelaria e ferramentas manuais, sem tratamento de superfície e sem pintura Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

1200,00 Indústria Mecânica

1210,00 Fabricação de máquinas e aparelhos

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Caderno TéCniCo - adesão ao sisTema inTegrado de gesTão ambienTal

sisTema inTegrado de gesTão ambienTal – seCreTaria esTadual do meio ambienTe 89

1210,30 Fabricação de maquinas e aparelhos, com tratamento superfície inclusive tratamento térmico, sem fundição e sem pintura Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1210,40 Fabricação de maquinas e aparelhos, com tratamento superfície inclusive tratamento térmico, sem fundição e com pintura Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1210,60 Fabricação de maquinas e aparelhos, sem tratamento superfície inclusive tratamento térmico, sem fundição e com pintura Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1210,80 Fabricação de maquinas e aparelhos, sem tratamento superfície inclusive tratamento térmico, sem fundição e sem pintura Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

1220,00 Fabricação de utensílios, peças e acessórios

1220,30Fabricação de utensílios, pecas e acessórios, com tratamento superfície inclusive tratamento térmico, sem fundição e sem pintura

Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1220,40Fabricação de utensílios, pecas e acessórios, com tratamento superfície inclusive tratamento térmico, sem fundição e com pintura

Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1220,60Fabricação de utensílios, pecas e acessórios, sem tratamento superfície inclusive tratamento térmico, sem fundição e com pintura

Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1220,80Fabricação de utensílios, pecas e acessórios, sem tratamento superfície inclusive tratamento térmico, sem fundição e sem pintura

Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

1300,00 Industria de Material Elétrico, Eletrônico, Comunicações

1310,00 Fabricação de material elétrico-eletrônico/ equipamentos p/ comunicação/ informática

1310,10 Fabricação de material elétrico- eletrônico/equipamentos para comunicação/informática, com tratamento superfície Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1310,20 Fabricação de material elétrico - eletrônico/equipamentos para comunicação/informática, sem tratamento superfície Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1330,00 Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos

1330,10 Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos, com tratamento de superfície Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1330,20 Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos, sem tratamento de superfície Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1400,00 Indústria de Material de Transporte

1410,00 Fabricação, montagem e reparação de veículos

1411,00 Rodoviários

1411,10 Fabricação, montagem e reparação de automóveis/camionetes (inclusive cabine dupla) Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO

1411,20 Fabricação, montagem e reparação de caminhões, ônibus Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO

1411,30 Fabricação, montagem e reparação de motos, bicicletas, triciclos, etc. Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO

1411,40 Fabricação, montagem e reparação de reboques e/ou traillers Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO

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Caderno TéCniCo - adesão ao sisTema inTegrado de gesTão ambienTal

sisTema inTegrado de gesTão ambienTal – seCreTaria esTadual do meio ambienTe 90

1414,00 Hidroviários

1414,10 Fabricação, montagem e reparação de embarcações/ estruturas flutuantes Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO

1414,20 Fabricação, montagem e reparação de barcos de fibra de vidro Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO

1500,00 Indústria de Madeira

1510,00 Serraria e desdobramento da madeira Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1520,00 Beneficiamento e/ou tratamento de madeira

1520,20 Secagem de madeira Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1530,00 Fabricação de placas/ chapas madeira aglomerada/ prensada/ compensada Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1540,00 Fabricação de artefatos/ estruturas de madeira (exceto móveis) Área Útil (m2) <=2.000 MÉDIO

1540,10 Fabricação de artefatos de cortiça Área Útil (m2) <= 2.000 BAIXO

1540,20 Fabricação de artefatos de bambu/ vime/ junco/ palha trançada (exceto móveis) Área Útil (m2) Todo BAIXO

1600,00 Indústria de Móveis

1610,00 Fabricação de móveis de madeira/ bambu/ vime/ junco

1611,00 Com acessórios de metal

1611,10Fabricação de moveis de madeira/ bambu/ vime/ junco, com acessórios de metal, com tratamento de superfície e com pintura (exceto a pincel)

Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1611,20 Fabricação de moveis de madeira/ bambu/ vime/ junco, com acessórios de metal, com tratamento de superfície e sem pintura Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1611,30Fabricação de moveis de madeira/ bambu/ vime/ junco, com acessórios de metal, sem tratamento de superfície e com pintura (exceto a pincel)

Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1611,40Fabricação de moveis de madeira/ bambu/ vime/ junco, com acessórios de metal, sem tratamento de superfície e com pintura a pincel

Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1612,00 Sem acessórios de metal

1612,10 Fabricação de moveis de madeira/ bambu/ vime/ junco, sem acessórios de metal, com pintura (exceto a pincel) Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1612,20 Fabricação de moveis de madeira/ bambu/ vime/ junco, sem acessórios de metal, com pintura a pincel Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1612,30 Fabricação de moveis de madeira/ bambu/ vime/ junco, sem acessórios de metal, sem pintura Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

1620,00 Fabricação de móveis de metal

1620,10 Fabricação de moveis de metal, com tratamento de superfície e com pintura Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1620,20 Fabricação de moveis de metal, com tratamento de superfície e sem pintura Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1620,30 Fabricação de moveis de metal, sem tratamento de superfície e com pintura Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1620,40 Fabricação de moveis de metal, sem tratamento de superfície e sem pintura Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

1630,00 Fabricação de móveis moldados de material plástico

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Caderno TéCniCo - adesão ao sisTema inTegrado de gesTão ambienTal

sisTema inTegrado de gesTão ambienTal – seCreTaria esTadual do meio ambienTe 91

1630,10 Fabricação de moveis moldados de material plástico, com tratamento de superfície Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1630,20 Fabricação de moveis moldados de material plástico, sem tratamento de superfície Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

1640,00 Fabricação de estofados e colchões

1640,10 Fabricação de colchões Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO1640,20 Fabricação de estofados Área Útil (m2) <= 2.000 BAIXO

1700,00 Indústria de Papel e Celulose

1721,00 Fabricação de artefatos de papel/ papelão/ cartolina/ cartão

1721,10 Fabricação de artefatos de papel/papelão/cartolina/ cartão, com operações MOLHADAS Área Útil (m2) <= 250 ALTO

1721,20 Com operações secas

1721,21 Fabricação de artefatos de papel/ papelão/ cartolina/ cartão, com operações SECAS, com impressão gráfica Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1721,22 Fabricação de artefatos de papel/ papelão/ cartolina/ cartão, com operações SECAS, sem impressão gráfica Área Útil (m2) Todo BAIXO

1800,00 Indústria da Borracha

1820,20 Fabricação laminados e fios de borracha Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1820,30 Fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de borracha, inclusive látex Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1840,00 Recondicionamento de pneumáticos Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

1900,00 Indústria de Couros e Peles

1910,00 Secagem e salga de couros e peles (somente zona rural) - A Área Útil (m2) Todo MÉDIO

1940,00 Fabricação de artefatos diversos de couros e peles (exceto calçado) Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2000,00 Indústria Química

2020,00 Fabricação de produtos químicos Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO

2020,30 Fabricação de produtos de limpeza/ polimento/ desinfetantes Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2021,00 Fracionamento de produtos químicos Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2066,00 Produção de óleo/ gordura/ cera vegetal/ animal/ óleo essencial vegetal e outros produtos da destilação da madeira Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO

2080,10 Fabricação de tinta Com processamento à seco Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2100,00 Indústria de Produtos Farmacêuticos e Veterinários

2110,00 Fabricação de produtos farmacêuticos Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO2110,10 Fabricação de produtos de higiene pessoal descartáveis Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2120,00 Fabricação de produtos veterinários Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO

2200,00 Indústria de Perfumarias, Sabões e Velas

2210,00 Fabricação de produtos de perfumaria Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2210,10 Fabricação de cosméticos Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2220,00 Fabricação de sabões

2220,10 Fabricação de sabões, com extração de lanolina Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO2220,20 Fabricação de sabões, sem extração de lanolina Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2230,00 Fabricação de detergentes Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2240,00 Fabricação de velas Área Útil (m2) <= 40.000 BAIXO

2300,00 Indústria de Produtos de Matéria Plástica

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Caderno TéCniCo - adesão ao sisTema inTegrado de gesTão ambienTal

sisTema inTegrado de gesTão ambienTal – seCreTaria esTadual do meio ambienTe 92

2310,00 Fabricação de artefatos de material plástico

2310,10 Fabricação de artefatos de material plástico, Com tratamento de superfície Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2310,20 Fabricação de artefatos de material plástico, sem tratamento de superfície Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2310,21 Fabricação de artefatos de material plástico, sem tratamento de superfície, com impressão gráfica Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2310,22 Fabricação de artefatos de material plástico, sem tratamento de superfície, sem impressão gráfica Área Útil (m2) <= 2.000 BAIXO

2320,00 Fabricação de canos, tubos e conexões plásticas Área Útil (m2) <= 10.000 BAIXO2330,00 Fabricação de artefatos de acrílico Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO2340,00 Fabricação de laminados plásticos Área Útil (m2) <= 10.000 BAIXO

2400,00 Indústria Têxtil

2420,00 Fiação e/ou tecelagem

2420,10 Fiação e/ou tecelagem com tingimento Área Útil (m2) <= 250 ALTO2420,20 Fiação e/ou tecelagem sem tingimento Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

2440,00 Fabricação de estopa, material para estofamento, recuperação de resíduo têxtil Área Útil (m2) <= 10.000 BAIXO

2500,00 Indústria do Calçado/ Vestuário/ Artefatos de Tecidos

2510,00 Fabricação de calçados Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2511,00 Fabricação de artefatos/ componentes para calçados

2511,10 Fabricação de artefatos/componentes para calcados, com tratamento de superfície Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2511,20 Fabricação de artefatos/componentes para calcados, sem tratamento de superfície Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2512,00 Atelier de calçados Área Útil (m2) Todo BAIXO

2520,00 Confecções

2520,10 Fabricação de vestuário Área Útil (m2) <= 40.000 BAIXO

2520,11 Fabricação de roupas cirúrgicas e profissionais descartáveis Área Útil (m2) <= 40.000 MÉDIO

2520,12 malharia (somente confecção) Área Útil (m2) <= 40.000 BAIXO

2520,20 Fabricação de colchas, acolchoados e outros artigos de decoração em tecido Área Útil (m2) <= 40.000 BAIXO

2530,00 Fabricação de artefatos de tecidos

2530,10 Fabricação de artefatos de tecido, com tingimento Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO2530,20 Fabricação de artefatos de tecido, sem tingimento Área Útil (m2) <= 40.000 BAIXO2540,00 Tingimento de roupa/ peça/ artefatos de tecido Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO

2550,00 Estamparia/ outro acabamento em roupa/ peca/ tecidos/ artefatos de tecido, exceto tingimento Área Útil (m2) <= 40.000 BAIXO

2600,00 Indústria de Produtos Alimentares

2610,00 Beneficiamento de grãos

2611,00 Secagem

2611,10 Secagem de arroz Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2611,20 Secagem de outros grãos Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2612,00 Moagem de grãos Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2612,10 Moinho de trigo e/ou milho Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2612,20 Moinho de outros grãos Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2613,00 Torrefação e moagem

2613,10 Torrefação e moagem de café Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

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Caderno TéCniCo - adesão ao sisTema inTegrado de gesTão ambienTal

sisTema inTegrado de gesTão ambienTal – seCreTaria esTadual do meio ambienTe 93

2614,00 Engenhos

2614,10 Engenho de arroz

2614,11 Engenho de arroz com parboilização Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO2614,12 Engenho de arroz sem parboilização Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2615,00 Outras operações de beneficiamento de grãos Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2620,00 Fabricação de produtos de origem animal

2621,00 Matadouros/ abatedouros

2621,10 Matadouros/ abatedouros de bovinos

2621,11 Matadouro de bovinos com fabricação de embutidos ou industrialização de carnes Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2621,12 Matadouro de bovinos sem fabricação de embutidos ou industrialização de carnes Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2621,20 Matadouros/ abatedouros de suínos

2621,21 Matadouro de suínos com fabricação de embutidos ou industrialização de carnes Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2621,22 Matadouro de suínos sem fabricação de embutidos ou industrialização de carnes Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2621,30 Matadouros/ abatedouros de aves e/ou coelhos

2621,31 Abatedouro de aves e/ou coelhos com fabricação de embutidos ou industrialização de carnes Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2621,32 Abatedouro de aves e/ou coelhos sem fabricação de embutidos ou industrialização de carnes Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2621,40 Matadouros/ abatedouros de bovinos e suínos

2621,41 Matadouro de bovinos e suínos com fabricação de embutidos ou industrialização de carnes Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2621,42 Matadouro de bovinos e suínos sem fabricação de embutidos ou industrialização de carnes Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2621,50 Matadouros/ abatedouros de outros animais

2621,51 Matadouro de outros animais com fabricação de embutidos ou industrialização de carnes Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2621,52 Matadouro de outros animais sem fabricação de embutidos ou industrialização de carnes Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2622,00 Processamento de produtos de abate

2622,10 Fabricação de derivados de origem animal e frigoríficos sem abate Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2622,20 Fabricação de embutidos Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2622,30 Preparação de conservas de carne Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2622,40 Produção de banha e gorduras animais comestíveis Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO2622,50 Beneficiamento de tripas animais Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2623,00 Fabricação de ração balanceada/ farinha de osso/ pena/ alimentos para animais

2623,10 Fabricação de ração balanceada/ farinha de osso/ pena/ alimentos para animais, com cozimento e/ou com digestão Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2623,20Fabricação de ração balanceada/ farinha de osso/ pena/ alimentos para animais, sem cozimento e/ou sem digestão (somente mistura)

Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2624,00 Pescado

2624,10 Preparação pescado/fabricação de conservas de pescado Área Útil (m2) <= 250 ALTO

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Caderno TéCniCo - adesão ao sisTema inTegrado de gesTão ambienTal

sisTema inTegrado de gesTão ambienTal – seCreTaria esTadual do meio ambienTe 94

2624,20 Salgamento de pescado Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2625,00 Laticínios

2625,10 Beneficiamento e industrialização de leite e seus derivados Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2625,20 Fabricação de queijos Área Útil (m2) <= 250 ALTO2625,30 Preparação de leite, inclusive pasteurização Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2625,40 Posto de resfriamento de leite Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2630,00 Açucar e doces

2631,00 Fabricação/ refinação de açucar

2631,10 Fabricação de açúcar refinado Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2632,00 Fabricação de doces

2632,10 Fabricação de doces em pasta, cristalizados, em barra Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2632,20 Fabricação de sorvetes/ bolos e tortas geladas/ coberturas Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2632,30 Fabricação de balas/ caramelos/ pastilhas/ dropes/ bombons/ chocolates/ gomas Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2640,00 Fabricação de massas alimentícias (inclusive pães), bolachas e biscoitos Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2650,00 Fabricação de condimentos/ temperos/ fermentos

2651,00 Fabricação de condimentos Área Útil (m2) <= 40.000 BAIXO

2652,00 Fabricação de temperos

2652,10 Fabricação de vinagre Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2652,20 Preparação de sal de cozinha Área Útil (m2) <= 40.000 BAIXO2653,00 Fabricação de fermentos e leveduras Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO2660,00 Fabricação de conservas, exceto de carne e pescado Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO

2670,00 Fabricação de proteína

2670,10 Fabricação de proteína texturizada e hidrolizada de soja Área Útil (m2) <= 250 ALTO2670,20 Fabricação de proteína texturizada de soja Área Útil (m2) <= 250 ALTO2670,30 Fabricação de proteína hidrolizada de soja Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2680,00 Seleção/ lavagem/ pasteurização ovos/ frutas/ legumes

2680,10 Seleção e lavagem de ovos Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO2680,20 Seleção e lavagem de frutas Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO2680,30 Lavagem de legumes e/ou verduras Área Útil (m2) <= 10.000 BAIXO2680,40 Pasteurização de ovo liquido Área Útil (m2) <= 10.000 MÉDIO

2690,00 Fabricação de produtos alimentares diversos

2691,00 Preparação de refeições industriais Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2692,00 Erva/ chá

2692,10 Fabricação de erva-mate Área Útil (m2) <= 10.000 BAIXO2692,20 Fabricação de chás e ervas para infusão Área Útil (m2) <= 40.000 BAIXO2693,00 Fabricação de produtos derivados da mandioca Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2694,00 refino/ preparação de óleo/ gordura vegetal/ animal/ manteiga de cacau Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2695,00 Fabricação de gelatina Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2696,00 Fabricação de outros produtos alimentares não especificados Área Útil (m2) <=2.000 MÉDIO

2700,00 Indústria de Bebidas

2710,00 Fabricação de bebidas alcoólicas

2710,10 Fabricação de Cerveja/chope/malte Área Útil (m2) <= 250 ALTO

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2710,20 Fabricação de Vinhos Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2710,21 Cantina rural (produção de até 180.000l/ano) Área Útil (m2) Todo BAIXO2710,30 Fabricação de Aguardente/licores/outros destilados Área Útil (m2) <= 250 ALTO2710,40 Fabricação de outras bebidas alcóolicas Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2720,00 Fabricação de bebidas não alcoólicas

2720,10 Fabricação de refrigerantes Área Útil (m2) <= 250 ALTO2720,20 Concentradoras de suco de frutas Área Útil (m2) <= 250 ALTO2720,30 Fabricação de outras bebidas não alcóolicas Área Útil (m2) <= 250 ALTO

2730,00 Engarrafamento de bebidas INCLUSIVE engarrafamento e gaseificação água mineral com ou sem lavagem de garrafas Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2800,00 Indústria do Fumo

2810,00 Preparação do fumo/ fabricação de cigarro/ charuto/ cigarrilhas/ etc. Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2820,00 Conservação do fumo Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

2900,00 Indústria Editorial e Gráfica

2910,00 Confecção de material impresso Área Útil (m2) <= 250 MÉDIO

3000,00 Indústrias Diversas

3001,00 Fabricação de jóias/ bijuterias

3001,10 Fabricação de jóias/bijuterias, Com tratamento de superfície Área Útil (m2) <= 250 ALTO

3001,20 Fabricação de jóias/bijuterias, Sem tratamento de superfície Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

3002,00 Fabricação de enfeites diversos

3002,10 Fabricação de enfeites diversos, Com tratamento de superfície Área Útil (m2) <= 250 ALTO

3002,20 Fabricação de enfeites diversos, Sem tratamento de superfície Área Útil (m2) <= 2.000 BAIXO

3003,00 Fabricação de aparelhos e instrumentos, exceto do ramo metal-mecânico

3003,10 Fabricação de instrumentos de precisão não elétricos Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

3003,20 Fabricação de aparelhos p/uso médico, odontológico e cirúrgico Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

3003,21 Fabricação de aparelhos ortopédicos Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

3003,30 Fabricação de aparelhos e materiais fotográficos e/ou cinematográficos Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

3003,40 Fabricação de Instrumentos musicais e fitas magnéticas Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

3003,41 Indústria fonográfica Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO3003,50 Fabricação de extintores Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO

3003,60 Fabricação de outros aparelhos e instrumentos não especificados Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

3004,00 Fabricação de escovas, pincéis, vassouras, etc. Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO3005,00 Fabricação de cordas/cordões e cabos Área Útil (m2) <= 10.000 BAIXO3006,00 Fabricação de gelo (exceto gelo seco) Área Útil (m2) <= 10.000 BAIXO

3007,00 Lavanderia industrial

3007,10 Lavanderia Industrial para roupas e artefatos industriais Área Útil (m2) <=250 ALTO

3007,20 Lavanderia Industrial para roupas e artefatos de uso doméstico Área Útil (m2) <= 2.000 ALTO

3008,00 Fabricação de artigos esportivos Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

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3009,00 Laboratório de testes de processos/produtos industriais Área Útil (m2) <= 2.000 MÉDIO

3010,00 Serviços de tratamento de superfície

3010,10 Serviços de galvanoplastia Área Útil (m2) <= 250 ALTO

3010,20 Serviços de fosfatização/ anodização/ decapagem/ etc., exceto galvanoplastia Área Útil (m2) <= 250 ALTO

3011,00 Serviços de usinagem Área Útil (m2) <= 250 ALTO

3100,00 Resíduo Sólido Industrial

3120,00 Classe II

3123,00 Beneficiamento de Resíduo Sólido Classe II Quantidade total de resíduos (T/mês) <= 35 MÉDIO Res. 111/2005

3124,00 Armazenamento ou comércio de Resíduo Sólido Industrial Classe II (inclusive sucateiros) Área Útil (m2) <= 5.000 MÉDIO

3125,00 Classificação/seleção de Resíduo Sólido Industrial Classe II Área Útil (m2) <= 5.000 MÉDIO

3130,00 Classe III

3132,00 Beneficiamento de Resíduo Sólido industrial classe III Volume total de resíduos (m3/mês) Todo BAIXO

3133,00 Armazenamento ou comercialização de Resíduo Sólido industrial classe III (inclusive sucateiros e desmanche de veículos) Área Útil (m2) Todo BAIXO

3134,00 Classificação/seleção de Resíduo Sólido industrial classe III Área Útil (m2) Todo BAIXO

3135,00 Reciclagem de Resíduo Sólido industrial classe III Volume total de resíduos (m3/mês) Todo BAIXO

3136,00 Recuperação de área degradada por Resíduo Sólido industrial classe III Área Útil (m2) Todo BAIXO

3136,10 Monitoramento de área degradada por Resíduo Sólido industrial classe III Área Útil (m2) Todo BAIXO

3400,00 Atividades Diversas/ Obras Civis

3410,00 Atividades diversas

3411,00 Berçário micro-empresa Área Útil (m2) Todo BAIXO3412,00 Cemitérios Área Total (ha) <= 2 BAIXO

3414,00 Parcelamento do solo para fins residenciais

3414,10 Loteamento residencial

3414,11 Condomínio unifamiliar Loteamento residencial Área Total (ha) <= 5 MÉDIO

3414,12Condomínio plurifamiliar

Área Total (Ha) <= 5 MÉDIORes. 111/2005

Loteamento residencial Res. 111/20053414,20 Sítios de lazer Área Total (ha) <= 5 MÉDIO3414,30 Desmembramento Área Total (ha) <= 5 MÉDIO

3450,00 Obras civis

3451,10 Rodovias de domínio municipal Comprimento (km Todo ALTO3454,00 Metropolitanos Comprimento (km) <= 10 ALTO3457,00 Obras de urbanização (muros/calçadão/acessos/etc.) Área Total(ha) <= 5 MÉDIO Res. 111/20053459,00 Diques (exceto de atividades agropecuárias) Comprimento (km) <= 10 ALTO

3462,00 Canais para drenagem (exceto de atividades agropecuárias) Comprimento (km) <= 10 ALTO

3463,10 Canalização de cursos d’água em área urbana Comprimento (km) <= 2 ALTO

3464,00 Obras de arte -

3464,10 Pontes Comprimento (km) <= 0,1 MÉDIO3464,20 Viaduto Comprimento (km) <= 0,1 MÉDIO

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sisTema inTegrado de gesTão ambienTal – seCreTaria esTadual do meio ambienTe 97

3500,00 Serviços de Utilidade

3510,00 Energia elétrica

3510,10 Produção de energia termelétrica (usina termelétrica) Potência (MW) <= 0,5 ALTO3510,20 Transmissão de energia elétrica Comprimento (km) <= 20 MÉDIO

3511,00 Água

3511,10 Sistema abastecimento de água (Q > 20% vazão fonte abastecimento)

P o p u l a ç ã o atendida (nº. hab.) <= 50.000 MÉDIO

3511,20 Estação de tratamento de água (Q > 20% vazão fonte abastecimento)

P o p u l a ç ã o atendida(nº. hab.) <= 50.000 ALTO

3514,00

3514,10 Limpeza de Canais Urbanos Km <= 2 ALTO Res. 111/2005

3514,10 Desassoreamento de Cursos d´água Correntes (Limpeza ou Dragagem)-exceto de atividades agropecuárias Métros Lineares <=500 ALTO Res. 168/2007

3540,00 Resíduo sólido urbano e de serviços de saúde

3545,00 Classificação/Seleção de Resíduos Sólidos Urbanos Área Útil (m2) Todo MÉDIO

4700,00 Transportes, Terminais e Depósitos

4720,00 Portos e similares

4720,10 Atracadouros Comprimento (km) <= 0,1 MÉDIO4720,20 Marinas Área Útil (m2) <= 250 MÉDIO4720,30 Ancoradouros Comprimento (km) <= 0,05 MÉDIO

4730,00 Terminais

4730,10 Heliportos Área Útil (m2) Todo MÉDIO4730,20 Teleféricos Comprimento (km) <= 0,05 MÉDIO

4750,00 Depósitos

4750,10 Depósitos de Produtos Químicos (sem manipulação, inclusive depósitos de GLP em butijões) Área Útil (m2) <=2.000 MÉDIO

6110,00 Turismo -

6111,00 Complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos Área Total (ha) <= 5 MÉDIO

6112,00 Pistas de corrida

6112,10 Autódromo Área Total (ha) <= 5 MÉDIO6112,20 Kartódromo Área Total (ha) <= 5 MÉDIO6112,30 Pista de Motocross Área Total (ha) <= 5 MÉDIO

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CARDOSO DE SOUZA, Maria Lúcia. Municipalização da Gestão Ambiental. Análise Compa-rativa do Processo de Descentralização nos Estados da Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, CDS/UNB, 2003, 187 p.LEUZINGER, Márcia D. & GRAF, Ana Cláudia B. O Tratamento Constitucional do Meio Am-biente: Repartição de Competências em Matéria Ambiental, disponível em pge.sp.gov.br/cen-trodeestudos/bibliotecavirtual/congresso/ztese17.htmLOURES, Flavia T. R. A implementação do Direito à Informação Ambiental, disponível em www.milare.adv.br/artigos/idia.htmMILARÉ, Edis. Direito do Ambiente. Doutrina, Jurisprudência, Glossário. 4ª ed. rev., atual. e ampl., São Paulo, Revista dos Tribunais, 2005Procuradoria-Geral do Estado. Pareceres. Disponível em www.pge.rs.gov.br/pareceresPrograma Nacional de Capacitação dos Gestores Ambientais e Conselheiros do SISNAMA/RS, publicação independente, Porto Alegre, SEMA/FAMURS, 2006Projeto Integrado de Aprimoramento do Licenciamento e do Sistema de Informações Ambien-tais do Rio Grande do Sul – PNMA II, FEPAM, Porto Alegre, 2ª ed., 2006SILVA, Tereza C. da. Demandas de Instrumentos de Gestão Ambiental. Zoneamento Ambien-tal. IBAMA/MMA, 1997.STEIGLEDER, Annelise M. Roteiro de Estudos. Direito Ambiental.

LEGISLAÇÃO RELACIONADA:

Lei Federal nº 4.771/65, de 15 de setembro de 1965 - Institui o Código Florestal Federal Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 – Política Nacional do Meio AmbienteLei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 – Lei de Crimes Ambientais - Sanções pe-

nais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambienteLei Federal nº 9.985/2000, de 18 de julho de 2000 – Sistema Nacional de Unidades de Con-

servação Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto das Cidades / Diretrizes Gerais da

Política UrbanaLei Federal nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006 – Lei de Proteção da Vegetação Nativa

do Bioma Mata AtlânticaLei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007 - Diretrizes Nacionais para o Saneamento

Básico Decreto Federal nº 4.340/2002, de 22 de agosto de 2002 – regulamenta o Sistema Nacional

de Unidades de Conservação

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sisTema inTegrado de gesTão ambienTal – seCreTaria esTadual do meio ambienTe 99

Decreto Federal nº 6.514, de 22 de julho de 2008 – Regulamenta a Lei de Crimes Ambientais e estabelece Sanções administrativas e processo administrativo para sua apuração (alterado pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008)

Decreto Federal nº 6.660, de 21 de novembro de 2008 – regulamenta dispositivos da Lei da Mata Atlântica

Lei Estadual nº 9.519, de 21 de janeiro de 1992 – Código Florestal EstadualLei Estadual nº 10.116, de 23 de março de 1994 - Lei Do Desenvolvimento Urbano Lei Estadual nº 10.330, de 27 de dezembro de 1994 – Sistema Estadual de Proteção AmbientalLei Estadual nº 11.038, de 27 de dezembro de 1994 – Parcela do Produto da Arrecadação do

Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) pertencentes aos municí-pios

Lei Estadual nº 11.877, de 26 de dezembro de 2002 - Penalidades ambientaisLei Estadual nº 9.077, de 04 de junho de 1990 - Cria a Fundação Estadual de Proteção Am-

biental Henrique Luis Roessler – FEPAM Lei Estadual nº 11.362, de 29 de julho de 1999 – Cria a Secretaria do Meio AmbienteLei Estadual nº 11.520, de 03 de agosto de 2000 – Institui o Código Estadual do Meio Am-

biente e Cria a Sistema Estadual de Proteção AmbientalLei Estadual nº 12.037, de 19 de dezembro de 2003 - Política Estadual de Saneamento Lei Estadual 12.697, de 04 de maio de 2007 - Estrutura Administrativa do Poder Executivo do

Estado do Rio Grande do SulDecreto Estadual nº 42.099/2002 – Espécies Ameaçadas da Flora no Estado do Rio Grande

do SulDecreto Estadual nº 41.672/2002 – Espécies Ameaçadas da Fauna no Estado do Rio Grande

do Sul Resolução nº 237 do CONAMA, de 19 de dezembro de 1997 – Licenciamento AmbientalResolução nº 387 do CONAMA, de 27 de dezembro de 2006 – Licenciamento Ambiental de

Projetos de Assentamentos de Reforma AgráriaResolução CONSEMA nº 006/99, de 08 de outubro de 1999 – Fiscalização AmbientalResolução CONSEMA nº 011/2000, de 17 de novembro de 2000 – Diretrizes para a Elabora-

ção do Plano Ambiental Resolução CONSEMA nº 084/2004, de 17 de dezembro de 2004 – Licenciamento Ambiental

por Sistemas Integrados de ProduçãoResolução CONSEMA nº 102/2005, de 24 de maio de 2005 – Define atividades e empreen-

dimentos considerados como de impacto localResolução CONSEMA nº 167/2007, de 23 de outubro de 2007 – Requisitos para a Qualifica-

ção de Municípios para o Licenciamento AmbientalResolução nº 01/95 do Conselho de Administração da FEPAM – Tipologias e Tabelas de Re-

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sisTema inTegrado de gesTão ambienTal – seCreTaria esTadual do meio ambienTe 100

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