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HOMENAGEM AO PROFESSOR DOUTOR LUCIANO LOURENçO RISCOS - ASSOCIAçãO PORTUGUESA DE RISCOS, PREVENçãO E SEGURANçA GEOGRAFIA, RISCOS E PROTEçãO CIVIL VOLUME 1 Coordenadores: Adélia Nunes António Amaro António Vieira Fátima Velez de Castro Fernando Félix

Risco ambiental de poluição por microplásticos: a

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HomenaGem ao Professor Doutor

luciano lourenço

riscos - associação PortuGuesa De riscos, Prevenção e seGurança

GeoGrafia, riscose Proteção civil

volume 1

coordenadores:adélia nunes

antónio amaroantónio vieira

fátima velez de castrofernando félix

GeoGrafia, riscos

e Proteção civilHOMENAGEM AO PROFESSOR DOUTOR

LUCIANO LOURENÇO

RISCOS - Associação Portuguesa de Riscos,Prevenção e Segurança

VOLUME 1

Coordenadores:Adélia Nunes

António AmaroAntónio Vieira

Fátima Velez de CastroFernando Félix

Ficha Técnica

Título: Geografia, Riscos e Proteção Civil.Homenagem ao Professor Doutor Luciano Lourenço.Volume 1

Edição: RISCOS - Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança

Coordenação: Adélia Nunes, António Amaro, António Vieira, Fátima Velez de Castro e Fernando Félix

Capa e contracapa: Fernando Félix

Concepção gráfica e paginação: Fernando Félix

Impressão: Simões & Linhares, Lda.

ISBN: 978-989-9053-03-8 ISBN digital: 978-989-9053-04-5

DOI: https://doi.org/10.34037/978-989-9053-04-5_1.1

Depósito Legal: 487456/21

1.ª Edição

Os trabalhos apresentados são da responsabilidade dos Autores.

Parceiros

DePGeoTUrDeParTamenTo De GeoGrafiae TUrismo

Este trabalho é Financiado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projeto “UIDB/GEO/04084/2020”.This work is Financed by National Funds through the FCT - Foundation for Science and Technology under the project “UIDB/GEO/04084/2020”.

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Luciano Lourenço na Sessão de Abertura do X Encontro Nacional de Riscos e II Jornadas Técnicas da Federação dos Bombeiros do Distrito de Viseu, a 28 de maio de 2016.

Fotografia dos arquivos da RISCOS - Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança, 2021.

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Caricatura de Luciano Lourenço, da autoria de Zé Oliveira, em 2009.

Fotografia cedida por Maria da Graça Lourenço, 2021.

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Luciano Lourenço com sua família, no centro de Santa Cruz,Ilha da Graciosa (Açores), 1992.

Fotografia cedida por Maria da Graça Lourenço, 2021.

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Abdelghani HouariAbdelhak El-fengourAbília Lomba Melo Cracel RodriguesAdélia NunesAdriana Aparecida Bianchi AzevedoAdriano José Nave PereiraAida Correia Gouveia Aida Maria Santos Sousa Aissa El BouzidiAlbano FigueiredoAlbano José Ribeiro de AlmeidaAlberto GomesAlberto Maia e CostaAlbino TavaresAlexander DueñasAlexandre O. TavaresAline Silva de OliveiraAmadeu Lemos da SilvaAmélia Silvestre Batista Amílcar FalcãoAna C. Meira CastroAna Caroline RoyerAna Clara Celestino BelchiorAna GonçalvesAna Margarida Prata Bernardo Ana Maria Cortez VazAna Maria Rodrigues Monteiro de SousaAna MonteiroAna Patrícia Rodrigues CerejoAna Paula SantanaAna Ramos PereiraAna Sancha BatistaAna Teresa Peixinho

TábUla GraTUlaTória

Anabela Azevedo DalotAnabela EstudanteAnabela Santos BotoAnabella VazÂngela SantosÂngela SilvaAnselmo Casimiro Ramos GonçalvesAntenora Maria da Mata SiqueiraAntónio Alberto Teixeira GomesAntónio Alves-da-SilvaAntónio Avelino Batista VieiraAntónio Betâmio de AlmeidaAntónio Campar de AlmeidaAntónio Carlos VitteAntónio Dinis FerreiraAntonio Duarte AmarAntónio José Bento GonçalvesAntónio Manuel Ribeiro SimõesAntónio MartinsAntónio Saraiva LopesAquiles MarreirosArthur ValencioArtur José Gonçalves GomesAurélio da Silva Carvalho

Beatriz FidalgoBruno Martins

Carla CaroçaCarla Margarida F. RosaCarla SouzaCarlos Fernando Batista Ferreira de CastroCarlos Filipe C. Veiga Pereira

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Carlos Manuel Monteiro DuarteCarlos PintoCarlos SousaCarmen Celine MartinsCarmen Diego GonçalvesCármen FerreiraCarolina Davide AlvesCarolina Ribeiro CamposClara FerreiraClaudete MoreiriaCláudia CostaCristina Maria Rodrigues FerreiraCristina Queirós

Danilo Corral-De-WittDelfina Maria Ameixoeiro PimentelDiana Filipa Alves FreireDiego SilvaDina Maria da Conceição Almeida Diogo MartinhoDuarte Nuno CaldeiraDulce Maria FrancoDyego Freitas Rocha

Eduarda Marques da CostaEduardo Jorge Pontes de Albuquerque FariaEduardo Manuel Gonçalves DuarteEduardo Sousa de AzevedoEliana Marta Barbosa de MoraisElsa PachecoElvira Moreira CortêsEmanuel de CastroEmília Amélia Ferreira Serens Eunice Adelaide N. de Carvalho DionísioEurídice Alencastro

Tábula Gratulatória

Eusébio ReisEzequiel Correia

Fábio Pimentel BarcellosFantina TedimFátima Loureiro de MatosFátima Velez de CastroFelícia FonsecaFernanda CravidãoFernanda Zanella AlvesFernando CorreiaFernando de Freitas CoroadoFernando Granja-MartinsFernando Manuel Nunes da Silva FerreiraFernando PassosFilipe PereiraFillipe Tamiozzo Pereira TorresFilomena MarquesFlávio NunesFrancisca Cardoso da Silva LimaFrancisca Leiliane Sousa de OliveiraFrancisco CostaFrancisco Díaz-Fierros ViqueiraFrancisco Soares de Oliveira

Georgina Maria Marques da Costa Giovanni LaneveGlória PereiraGraça Maria Ramos de Oliveira Greice Martins Gomes

Hanifa El MotakiHélder LopesHelena MadureiraHelena Maria Fernandez

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Helena Maria N. QuaresmaHudson Rodrigues Lima

Inês Amorim LeitãoIsabel DinisIsabel Maria Rodrigues PintoIsabel Pedroso de LimaIsilda paixão Valente Monteiro

Jaime Carlos Marta SoaresJaime Marta SoaresJanete OliveiraJoão L. M. Pedroso de LimaJoão Lima Sant’Anna NetoJoão Luís J. FernandesJoão PinhoJoão Santos BaptistaJoão VerdeJoão Victor Gonçalves da Silva PereiraJoaquim FarguellJoaquim PatriarcaJoaquim Sande SilvaJorge CostaJorge LageJorge Luis P. Oliveira-CostaJorge Mataix-SoleraJorge Olcina CantosJorge PaivaJosé Afonso TeixeiraJosé Alberto PereiraJosé Alberto Vieira Rio FernandesJosé António Gil OliveiraJosé António Oliveira DiasJosé Carlos Cidade OliveiraJosé Eduardo Ventura

José GasparJosé GouveiaJosé LúcioJosé Luís ZêzereJosé Manuel Duarte da CostaJosé Manuel MendesJosé Maria Oliveira FerreiraJosé PauloJosé Pedro LopesJosé Pedro Santos RiosJosé Simão Antunes do CarmoJosé Teixeira

Kátia Regina Góes SouzaKillian S. Lima

Laura SoaresLicínia Maria Andrade de MatosLígia MateusLuana Fernandes dos Santos AzeredoLúcio José Sobral da CunhaLuís MendesLuis NeriLuís SilveiraLuiz AlvesLutiane Queiroz de Almeida

Manuel RainhaManuel RibeiroMarcelo FragosoMarcos FrancosMargarida QueirósMaria Amélia Folhas Serens María Augusta Fernández MorenoMaria Beatriz Marques

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Maria da Conceição F. Ferreira Maria da Glória de Jesus Bento Maia de CarvalhoMaria da Graça Fernandes LourençoMaria da Graça PereiraMaria da Luz Silva JorgeMaria Dalila ReisMaria de Fátima Costa da Silva M. CruzMaria de Fátima Mangas Maria de Lourdes Marques PizarroMaria do Carmo Branquinho Ferreira DiasMaria do Céu Dias Moreira da SilvaMaria Dulce Pereira CostaMaria Gabriela Vieira SantosMaria Helena Mesquita PinaMaria Isabel Viegas CardosoMaria José CaldeiraMaria José Leitão Barroso RoxoMaria José VenturaMaria Lucinda FonsecaMaria Manuel Proença F. de AlmeidaMaria Manuela Ferreira SantosMaria Manuela Ferreira Saraiva Maria Manuela Tavares da Silva LopesMaria Margarida D’Almeida GonçalvesMaria PachecoMaria Silvia Barroso P. Ferreira da SilvaMário TalaiaMário ValeMiguel Castillo SotoMiguel PadeiroMohammed El-FengourMônica Arruda ZuffiMónica BritoMostafa Hmamouchi

Natália VaraNeide P. AreiaNelson MileuNey Roberto Vattimo BruckNicole Françoise Devy VaretaNorberto SantosNorma ValencioNoura RassamNuno Marques da CostaNuno NevesNuno R. G. Nunes Guiomar

Odete Maria Mendes Vaz RosaOrlando Simões

Pamela Matlack-KleinPatrícia de Araújo RomãoPatrícia FerreiraPaula Cristina Santos GonçalvesPaula RemoaldoPaulo CarvalhoPaulo José Vaz Rainha MateusPaulo LemosPaulo M. FernandesPaulo Mateus Paulo Nuno NossaPaulo SimõesPedro ChamuscaPedro Pinto SantosPedro Saloio

Rafaello BergonseRaquel MeloRaúl Salas González

Tábula Gratulatória

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Renato Frederico FerreiraRicardo AlmendraRita de Cássia Martins de SousaRomero BandeiraRomeu Gerardo JorgeRui CamposRui JacintoRui Jorge Gama FernandesRui Morais FernandesRui Pedro Julião

Salvador AlmeidaSandra Maria Domingues Santos O. MadeiraSandra OliveiraSara FariaSara GandraSílvia Monteiro FonsecaSofia BernardinoSofia SantosSónia CunhaSusete Maria Lopes de Araújo

Tiago Martins de OliveiraTiago Miguel Ferreira

Tiago OliveiraTomás de FigueiredoTupac Borges Petrillo

Ulisses de Andrade Lima

Valerio PampanoniVanessa Policarpo RibeiroVicente de Paulo da SilvaVirgínia Maria Barata TelesVítor Martins PrimoVittorio Leonea

Wendson Dantas de Araújo Medeiros

Xavier Úbeda

Yolanda Hernández PeñaYounes El AlamiYvette Veyret

Zeineddine NouaceurZulimar Hernández

TesTemunho de um serrano

[…] Eu sou lá dos montesQue medem o céuSou das frias serras onde primeiro o Sol nasceuE onde os rios ainda são apenas fontes […]

Branquinho da Fonseca Litoral-Revista Mensal de Cultura, nº3, Agosto-Setembro de 1944, 265-267.

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Intervenção na tomada de posse como Professor Catedrático(Sala do Senado, 24 de abril de 2018)

Magnífico ReitorSenhoras e Senhores Vice-ReitoresPrezados colegasCaros estudantes

Senhores FuncionáriosEstimados familiares e amigosMinhas senhoras e meus senhores

A tradição académica, que tenho o gosto de honrar, impõe que nesta circunstância lhes dirija algumas breves palavras, não só porque tal nos foi expressamente solicitado, mas também porque não me saberei alongar, pois, sendo natural das serras de xisto, que bem ou mal estudei e para onde me retiro, sempre que tenho oportunidade para tal, e se, como dizem os geógrafos, “o homem modifica o meio” e “o meio condiciona os homens”, certamente eu terei ficado indelevelmente marcado pelas paisagens serranas, pelo que, talvez por isso, seja “homem de poucas falas”, provavelmente porque no erudito dizer de Goethe: Os montes são mestres mudos e fazem discípulos calados.

Posto isto, as minhas primeiras palavras, são de saudação e cumprimento a todos aqueles que nos honraram com a sua presença nesta cerimónia.

As seguintes, serão de agradecimento a todos quantos, de alguma forma, contribuíram para que este significativo momento da minha vida tivesse sido possível:

• A Deus, por me ter permitido chegar até aqui. Com efeito, como diz a sabedoria popular: “O homem põe e Deus dispõe”;

• Aos meus pais, aqui presentes em espírito, pelos muitos sacrifícios que fizeram para que eu pudesse estudar. Sem esse seu esforço, não estaria hoje aqui, pelo que não posso deixar de invocar a sua memória e recordando-os, agradeço também às gentes humildes e hospitaleiras das serras da Cordilheira Central pela forma cordial como sempre me receberam e ainda continuam a acarinhar-me. Bem-haja!

• À minha esposa e ao meu filho, a quem roubei muitas horas de franco e terno convívio familiar, estar-lhes-ei eternamente grato pelo seu incondicional apoio às minhas atividades académicas;

• À minha irmã mais velha, a quem devo ter retomado os estudos, na ponta final do serviço militar obrigatório e, depois, o seu posterior apoio, que se revelou fundamental para a conclusão do ensino secundário e para a entrada na Universidade, apoio que nunca esquecerei;

• A todos os meus familiares e amigos, que sempre me incentivaram e, muito em especial, àqueles que hoje se encontram aqui presentes, deixo o meu sentido muito obrigado.

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O meu agradecimento é também extensivo aos:• Caros colegas que me apoiaram ao longo de todos estes anos, pois sem a sua

prestimosa ajuda não poderia ter chegado até aqui;• Aos senhores funcionários, colaboradores sempre muito dedicados, que me

acompanharam e incentivaram durante esta caminhada;• Aos estudantes, que ao longo de quase quarenta anos, me ajudaram a crescer e

a atualizar, em especial aos jovens investigadores que, sucessivamente, e com muita dedicação, me foram acompanhando ao longo da carreira;

• A todos os presentes, muito agradeço o vosso apoio e a vossa presença!

Concluo com um excerto da poesia de Branquinho da Fonseca, que reza assim:

[…]

Eu sou lá dos montesQue medem o céuSou das frias serras onde primeiro o Sol nasceuE onde os rios ainda são apenas fontes

Sou de onde as árvores falamA língua que eu conheçoOnde de mim sei tudoE do resto me esqueço

Lá, tenho olhar de estrelas a luzirE tenho voz de guardador de rebanhos,Passos de quem só desce para subir,Mãos sem perdas nem ganhos.

[…]

Branquinho da Fonseca Litoral-Revista Mensal de Cultura, nº3, Agosto-Setembro de 1944, 265-267.

Intervenção na tomada de posse como Professor Catedrático(Sala do Senado, 24 de abril de 2018)

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Os pais de Luciano Lourenço, Cristiano Lourenço e Aurora de Jesus Fernandes, em 1945.

Fotografia cedida por Maria da Graça Lourenço,2021.

Luciano Lourenço, em criança, 1954.

Fotografia cedida por Maria da Graça Lourenço, 2021.

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O jovem escuteiro, 1967.

Fotografia cedida por Maria da Graça Lourenço, 2021.

No cumprimento do Serviço Militar, 1972.

Fotografia cedida por Maria da Graça Lourenço, 2021.

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Momentos de convívio, num jantar de curso, 1978.

Fotografia cedida por Maria da Graça Lourenço, 2021.

Enquanto estudante, participando em viagens de estudo, de 1976 a 1979.

Fotografia cedida por Maria da Graça Lourenço, 2021.

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Na preparação da tese de Doutoramento, 1986.

Fotografia cedida por Maria da Graça Lourenço, 2021.

A aguardar pelos resultados das provas de Doutoramento, realizadas a 23/01/1997.

Fotografia cedida por Maria da Graça Lourenço, 2021.

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Grupo da Imposição de Insígnias, a 12/07/2003.

Fotografia cedida por Maria da Graça Lourenço, 2021.

Imposição de Insígnias, a 12/07/2003.

Fotografia cedida por Maria da Graça Lourenço, 2021.

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Tomada de posse como Professor Catedrático, a 24/04/2018.

Fotografias cedidas por Fátima Velez de Castro, 2021.

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Prefácio

No decurso da sua longa e ativa carreira académica, o Professor Luciano Lourenço desenvolveu uma intensa atividade de interação e cooperação com instituições, grupos de investigação, profissionais de diversas áreas de atividade e do conhecimento, em estreita associação à sua atividade científica e docente, mas também consequência do seu caráter beirão e da sua personalidade carateristicamente interventiva e socializadora.

Não é, por isso, de estranhar que a este convite de homenagem ao Professor Luciano Lourenço se tenha associado tão elevado número de colegas, de várias áreas científicas, que com ele colaboraram ao longo de várias décadas, bem como as diversas instituições com as quais se relacionou, quer assumindo cargos de gestão, quer estabelecendo relações de trabalho, e que quiseram deixar o testemunho de profissionalismo e cooperação desenvolvido.

Com efeito, a presente obra, constituída por dois volumes, para além de diversas mensagens congratulatórias de instituições e pessoas com quem o Professor Luciano Lourenço estabeleceu algum tipo de colaboração, reúne um vasto conjunto de textos versando temáticas intimamente relacionadas com as áreas nas quais desenvolveu uma investigação e produção mais significativa.

Assim, esta obra integra 83 textos, elaborados por mais de 170 autores de 11 nacionalidades (Portugal, Brasil, Marrocos, Espanha, Itália, França, Equador, Canadá, Chile, Colômbia e Estados Unidos da América) distribuídas por três continentes, oriundos de diversas áreas científicas.

O primeiro volume, na sua primeira parte intitulada “A Geografia Física e os Riscos. Interfaces entre as alterações da paisagem e a dinâmica ambiental”, integra 21 textos, versando, na globalidade, um conjunto diversificado de temas no âmbito dos riscos, sob uma perspetiva eminentemente geográfica, mais especificamente da Geografia Física ou de áreas com íntima relação com esta.

Assim, os primeiros nove textos debruçam-se sobre a dinâmica fluvial ou litoral, analisando essencialmente as questões relacionadas com os riscos que lhes estão relacionados. O primeiro texto, da autoria de Diana Freire e José Antunes do Carmo, analisa as cheias do rio Mondego, propondo soluções ambientalmente e economicamente mais sustentáveis para o setor do açude-ponte de Coimbra. António Alves-da-Silva e Pamela Matlack-Klein refletem sobre as variações recentes do nível do mar, e as relações e consequências que aportam para o litoral, no que aos riscos diz respeito. Francisco Costa apresenta a “A importância do arquivo da Agência Portuguesa do Ambiente para o estudo das cheias no rio Ave” ao longo do século XX, identificando, por exemplo, os eventos climáticos e hidrológicos registados ao longo desse período na bacia hidrográfica

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do Ave e impactes nas infraestruturas hídricas. Tupac Petrillo apresenta um caso de aplicação de estruturas em gabião como forma de recuperação pontual de sistemas hidrológicos. Jorge Olcina reflete sobre a redução do risco de inundação no contexto do ordenamento do território, analisando a evolução desta problemática em Espanha, concretizando com alguns exemplos. Zeineddine Nouaceur aborda a problemática das mudanças climáticas e o aumento das inundações em território mediterrâneo francês, enquanto que Younes El Alami e colaboradores identificam e cartografam as zonas inundáveis no Rife meridional, considerando a realidade dos riscos e perspetivas de gestão na área em estudo. Por seu turno Wendson Medeiros analisa os riscos naturais na zona costeira adjacente à foz do rio Apodi-Mossoró, no Nordeste do Brasil, com o objetivo de apoiar a gestão municipal em matéria de riscos. Rui Fernandes, Alberto Gomes e José Teixeira analisam a evolução da restinga do Cabedelo, na foz do rio Douro, trazendo novos dados para uma análise topo-hidrográfica mais rigorosa. Ana Monteiro e colaboradores abordam a problemática das alterações climáticas e das recentes estratégias europeias direcionadas ao cumprimento das metas de neutralidade climática. Alexander Dueñas, Danilo Corral e María Augusta Fernández Moreno apresentam uma aplicação destinada ao cálculo do risco sísmico.

Segue-se um conjunto de textos direcionadas para as problemáticas de índole geomorfológica. Salvador Almeida analisa a ocorrência de instabilidade geomorfológica na Escarpa da Serra do Pilar, durante muito tempo ocupada por edificações clandestinas, e a sua reabilitação e renaturalização, ocorrida nas últimas décadas. Carla Caroça faz uma breve sistematização de riscos geológicos (onde inclui, por exemplo, os riscos geomorfológicos). Paulo Lemos e Cláudia Costa analisam a erosão hídrica no concelho de Idanha-a-Nova, identificando a ocorrência de processos de degradação dos solos. Bruno Martins, Adélia Nunes e Ana Castro analisam os fatores de controlo da evolução de ravinas e, num segundo texto, em colaboração com Cármen Ferreira, propõem medidas de mitigação e controlo de ravinamento.

Inês Leitão e António Ferreira analisam o risco ambiental de poluição por microplásticos. Isabel Lima, Carmen Martins e João Lima debruçam-se sobre os problemas de escassez de água e regime hídrico na Ilha de Santiago, em Cabo Verde. Isabel Lima, Romeu Jorge e João Lima avaliam a ocorrência de riscos na orizicultura com recurso a deteção remota.

Jorge Oliveira-Costa explora diversos métodos de pesquisa em Geografia Física, apoiando-se nas lições de experiência proporcionadas pelo Professor Luciano Lourenço. Por fim, Ney Bruck e Greice Gomes propõem uma reflexão em torno da etimologia, apoiando-se na obra do Professor Luciano Lourenço.

Prefácio

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A segunda parte do primeiro volume aborda os desafios de uma sociedade em mudança, tendo em conta temas de Geografia Humana, Turismo e Educação, em estreita relação com as ciências cindínicas.

João Luís J. Fernandes, José Lúcio, Filomena Marques, Fátima Velez de Castro e Ana Maria Cortez Vaz propõem a análise do tema da “casa”, explorando a dimensão do domocídio e dos sem-abrigo, tanto em termos concetuais como a partir de uma abordagem geográfica na ótica dos riscos sociais. Miguel Padeiro e Maria Beatriz Marques tratam a questão do envelhecimento e das crises associadas, propondo esta última autora uma possibilidade de mitigação, a partir da atuação das bibliotecas móveis. Paulo Nuno Nossa, Fernanda Cravidão e João Lima Sant’Anna Neto trazem trabalhos na área da saúde e dos riscos, em abordagens atuais como é o caso da pandemia COVID19, das alterações climáticas e da vulnerabilidade socioespacial. O tema da resiliência, da perceção analítica dos riscos, da paisagem, da ecologia e da dimensão tecnológica das ciências cindínicas é-nos dada a conhecer por autores como Yvette Veyret, Kátia Regina Góes Souza, Yolanda Hernández Peña, Antonio Carlos Vitte Hudson Rodrigues Lima, Vicente de Paulo da Silva, Orlando Simões e Isabel Dinis. Estes investigadores discutem investigação realizada que ajuda a pensar os riscos antrópicos a partir de um panóptico social que parte da relação complexa e ambígua entre o ser humano e a natureza.

Numa outra parte, Eliana Marta Barbosa de Morais, Patrícia de Araújo Romão, Laura Soares, Elsa Pacheco, Carla Juscélia de Oliveira Souza, Patrícia Ferreira e Janete Oliveira apresentam textos que dão destaque à educação para os riscos, assim como Anabella Vaz e Anabela Estudante introduzem a relação disciplinar entre a Geografia e a Fisico-Química para a compreensão dos fenómenos cindínicos.

A Geografia e o Turismo entrecruzam-se nesta segunda parte do volume um, com os textos de Rui Jacinto, Paulo Carvalho, Luiz Alves, Ulisses de Andrade Lima, Francisca Cardoso da Silva Lima, Norberto Santos, Rita de Cássia Martins de Sousa, Mônica Arruda Zuff, Paula Remoaldo e Hélder Lopes, onde são abordados temas diversos que vão desde a paisagem literária e cultural, à pesca e às comunidades tradicionais, à cultura do vinho, até à perceção turística. Norma Valencio e Arthur Valencio refletem sobre a ética científica colaborativa e o legado de um geógrafo, neste caso o homenageado desta obra.

A terceira parte, do segundo volume de homenagem ao Doutor Luciano Lourenço, reúne dezanove textos, de investigadores de norte a sul do país e de várias outras nacionalidades, cujo interesse se foca na problemática dos incêndios florestais e na preservação e sustentabilidade da floresta. Com efeito, praticamente desde o início da sua carreira que Luciano Lourenço se interessou pela análise dos fatores desencadeantes e consequências geográficas dos incêndios florestais, tendo-se assumido, como referem

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António Bento Gonçalves e António Vieira, logo no primeiro dos textos, como pioneiro e grande impulsionador do estudo de incêndios florestais, o que permitiu colocar a Geografia ao lado de outras ciências que desde cedo foram reconhecidas como fundamentais no estudo desta temática. Neste texto, os autores percorrem e sistematizam os principais trabalhos de investigação realizados nos últimos 35 anos, assim como o seu percurso em cargos de administração pública, sempre em ligação direta com os incêndios florestais.

Porque os incêndios florestais são fenómenos que ocorrem em praticamente todas as latitudes, embora se assumam como um dos principais riscos em áreas de clima mediterrâneo, onde se integra o território nacional, em cuja recorrência, severidade e impactes têm vindo a aumentar, tem-se verificado uma crescente necessidade de os estudar numa perspetiva holística e multidisciplinar, patente na diversidade de abordagens presentes nos textos reunidos. Assim, Fantina Tedim, Vittorio Leone, Ângela Silva e Fernando Correia apresentam uma reflexão sobre a influência da comunicação e da preparação na redução do risco, a partir da análise dos incêndios extremos de 2017, em Portugal, e 2018, na Grécia, ambos com consequência extramente gravosas. Por sua vez, Fillipe Tamiozzo Pereira Torres estuda as relações entre ocorrências de incêndios florestais e as alterações no uso e cobertura do solo, no Alto Minho, em Portugal, no intuito de fornecer pistas para novas políticas de ordenamento do território. No texto “Is native forest an alternative to prevent wildfires in the WUI in Central Portugal?”, de Aline Silva de Oliveira, Joaquim Sande Silva, José Gaspar, Nuno R. G. Nunes Guiomar e Paulo M. Fernandes, são apresentados cenários de simulação espacial do comportamento do fogo para avaliar se a cobertura florestal de folhosas tem um efeito positivo na prevenção de incêndios florestais. Os resultados sugerem que a presença de folhosas nativas é capaz de reduzir a intensidade do fogo e a velocidade de propagação, em média, até 20 e 8 vezes.

O trabalho seguinte, de Sandra Oliveira, Rafaello Bergonse, Pedro Pinto Santos, Ana Gonçalves, Raquel Melo e José Luís Zêzere faz a “Avaliação de Risco de Incêndio Rural à escala local na região Centro de Portugal”, integrando três dimensões: perigosidade, exposição e vulnerabilidade social, defendendo que as estratégias de redução de risco devem ser ajustadas de acordo com a relevância de cada dimensão.

Sob o tema “Identificação de unidades cartográficas de intervenção prioritária pós incêndio florestal na Serra de Monchique”, Filipe Pereira, Fernando Granja-Martins e Helena Maria Fernandez, mapeiam as áreas prioritárias de intervenção no intuito de mitigar os processos de degradação do solo, subsequentes à passagem do fogo. De facto, a investigação dos impactes dos incêndios florestais sobre os solos, sobretudo relacionados com a ação de processos erosivos, em Portugal, temática abordado no texto apresentado

Prefácio

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por António Vieira e António Bento-Gonçalves, além de fazer uma breve análise do contributo dos geógrafos portugueses para o estudo da erosão dos solos, na sequência de incêndios florestais, destaca o trabalho desenvolvido pelo homenageado, neste livro, e investigadores que com ele colaboraram no avanço da compreensão destes fenómenos, suas consequências e identificação e avaliação de técnicas e estratégias para a sua mitigação.

Também interessados na avaliação dos impactes do fogo sobre o solo, Felícia Fonseca, Diego Silva, Zulimar Hernández, Ana Caroline Royer, Tomás de Figueiredo apresentam um texto sobre a “Dinâmica do armazenamento de carbono em áreas de matos de montanha: efeito do fogo controlado” onde analisam a variação temporal do carbono, na sequência da aplicação de um fogo controlado. Igualmente, preocupados com a degradação dos recursos naturais, em particular do solo e da água, na região montanhosa do norte de Marrocos, Hanifa El Motaki, Abdelhak El-fengour e Aissa El Bouzidi apresentam e discutem “Sessenta anos de projetos de desenvolvimento e combate à degradação do meio ambiente e dos recursos naturais em áreas áridas e semi-áridas das montanhas do Rife em Marrocos”.

De autores internacionais são, também, os três textos que se seguem. O primeiro aborda os “Grandes incendios forestales en España y alteraciones de su regimen en las últimas décadas” (Xavier Úbeda, Jorge Mataix-Solera, Marcos Francos e Joaquim Farguell); o segundo apresenta uma revisão do contributo das imagens de satélite no apoio à avaliação do impacte ambiental de incêndios florestais (Review of satellite based support to forest fire environmental impact assessment: the example of Arischia (Italy) forest fire, Giovanni Laneve e Valerio Pampanoni) e o terceiro analisa as “Adaptaciones de los programas de prevención contra incendios forestales en Chile, ante un escenario cambio climático” (Miguel Castillo Soto).

O último texto, com foco na problemática dos incêndios, tem como intuito avaliar a perceção que a população do Sabugal tem sobre algumas medidas previstas no âmbito do Programa de Transformação da Paisagem, o qual visa aumentar a resiliência de territórios suscetíveis a incêndios florestais. É da autoria de Diogo Martinho, Diogo Antunes, Pedro Saloio, Carlos Pinto e Adélia Nunes.

As florestas constituem, sem dúvida, um dos sistemas ecológicos mais importantes na promoção de funções ecossistémicas e no fornecimento de serviços à sociedade. Três dos textos que se seguem analisam o “Impacto de agentes de distúrbio nos serviços dos ecossistemas em povoamentos de pinheiro bravo na Serra da Lousã” (Raúl Salas González e Beatriz Fidalgo), avaliam a perceção da população relativamente aos serviços e riscos que a floresta do Município da Mortágua apresenta (Lígia Mateus, Adélia Nunes, Albano Figueiredo e António Campar de Almeida) e, por último, discutem-se os impactes das plantações de eucaliptos, na Península Ibérica, sobre os recurso hídricos (Francisco Díaz-Fierros).

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O texto de Paulo Simões foca-se na importância do “Marketing Territorial na Sustentabilidade Económica e Ambiental: o caso da Mata do Buçaco”, defendendo o incontestável potencial que esta mata detém para responder a novas conceções da prática turística decorrentes da alteração nos hábitos de consumo.

Esta terceira parte, do segundo volume de homenagem ao Doutor Luciano Lourenço, não podia encerrar da melhor forma, com o texto “A Biogeografia da cor”, da autoria de Jorge Paiva, onde de forma primorosa nos transporta pela Geografia das cores dos seres vivos presentes na natureza, à escala global.

A quarta e última parte desta obra debruça-se sobre a “Proteção Civil e Segurança Comunitária. Caminhos a percorrer” e reúne 19 trabalhos.

Enquanto pilar inequívoco da Segurança Nacional, a relevância da Proteção Civil e da sua organização multinível e plurissectorial é por demais evidente no quadro da sociedade de risco, dominada, cada vez mais, por um potencial de ameaças contemporâneas imprevisíveis, e de enorme complexidade e promotoras de um sentimento coletivo de insegurança e incerteza, como é o caso, por exemplo, do surto pandémico global COVID 19.

É neste contexto de crescente complexidade e múltiplas variantes dos diferentes fenómenos físicos e sociais, que cada vez mais se faz sentir não só, a imperiosa necessidade de maior articulação dos agentes de proteção civil e demais entidades com o especial dever de colaboração, mas também a evidência de qualificar e especializar os recursos humanos, sem esquecer o imprescindível robustecimento e consolidação das práticas de investigação e desenvolvimento.

Nesta perspetiva, reconhecendo o Governo através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 157-A/2017, de 27 de outubro, que “Portugal enfrenta um problema estrutural de ordenamento do território, que o fenómeno das alterações climáticas vem revelando constituir uma grave ameaça à segurança das populações e ao potencial de desenvolvimento económico e social do país” e considerando ainda os trágicos acidentes de julho e outubro/2017, iniciou-se uma reforma do modelo de proteção civil (que se deseja efetiva e autentica), baseada em três grandes princípios:

• Aproximação entre prevenção e combate;• Reforço da profissionalização e capacitação do sistema;• E o princípio da especialização, através da progressiva segmentação de meios

vocacionados para a proteção das pessoas e bens – missão primeira da proteção civil – e para a gestão dos fogos rurais, a qual exige uma intervenção altamente especializada.

Por outro lado, as Resoluções do Conselho de Ministros números 159/2017 e 160/2017 de 30 de outubro e sobretudo a Resolução n.º 176/2018 de 18 de dezembro focalizaram-se no reforço do papel da formação “enquanto instrumento estratégico de modernização e transformação de proteção civil, através do estabelecimento e organização de áreas estratégicas de intervenção”.

Prefácio

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Posteriormente, a nova Lei Orgânica da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANEPC) aprovada pelo Decreto-Lei n.º 45/2019, de 1 de abril, especifica no artigo 10º que “compete á ANEPC coordenar a rede nacional de formação e investigação em proteção civil”.

E muito recentemente, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 24/2021, de 22 de março de 2021, procede-se “à reforma do modelo de ensino e formação em proteção civil” criando-se para esse efeito um grupo de trabalho que estude a “reformulação do modelo de governança e de organização da Escola Nacional de Bombeiros e da oferta de ensino e formação profissionais nas áreas dos bombeiros e da proteção civil, em articulação com a oferta de ensino superior” através da criação de um consórcio de instituições de ensino superior que desenvolvam atividade de formação ou investigação nas áreas relevantes para a proteção civil.

Todo este afã legislativo reconhece que a dimensão técnica e cientifica é hoje um pilar essencial do desenvolvimento das atividades de emergência e proteção civil, no sentido de:

• Aperfeiçoar as competências dos diferentes agentes do sistema nacional de proteção civil potenciando a sua atuação autónoma e eficaz;

• Definir um planeamento estratégico e tático da intervenção em proteção civil e criando uma plataforma comum de valores e uma razão de ser partilhada por todos os agentes, no que toca à intervenção em situações de acidentes graves e catástrofes;

• Dar passos significativos para a criação de uma nova cultura de gestão em proteção civil e, em particular, modelos de liderança e de coordenação adequados ao funcionamento do sistema.

Nesta linha, os trabalhos académicos apresentados nesta última parte contribuem para potenciar a dimensão científica e técnica do sistema, debruçando-se predominantemente, quer sobre a concetualização, governação e redução dos riscos nos vários domínios da segurança comunitária, quer sobre a gestão do “stress” e segurança ocupacional nos agentes de proteção civil em especial do seu principal agente – os corpos de bombeiros.

Enfim, estes dois volumes, aqui sinteticamente descritos, refletem os grandes temas que nortearam o seu trabalho de investigação, centrado na Geografia, nos Riscos e na Proteção Civil.

É, pois, nossa expectativa que esta singela homenagem esteja à altura do homenageado, sabendo, no entanto, que o Professor Luciano Lourenço é maior que a sua própria obra!

Adélia NunesAntónio AmaroAntónio VieiraFátima Velez de CastroFernando Félix

A GEOGRAFIA FÍSICA E OS RISCOS

Interfaces entre as alterações da paisagem e a dinâmica ambiental

Luciano Lourenço a realizar levantamento microtopográfico, 12/07/1989.

Fotografia cedida por Maria da Graça Lourenço, 2021.

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Risco ambiental de poluição por microplásticos: a importância da análise de distribuição espacial

Inês Amorim Leitão1,2

ORCID: 0000-0001-9376-2511 [email protected]ónio Dinis Ferreira2

ORCID: 0000-0001-5686-9192 [email protected]

1 Wageningen University & Research, Wageningen Institute for Environment and Climate Research, Soil Physics and Land Management Group (Netherlands)

2 Instituto Politécnico de Coimbra, Escola Superior Agrária de Coimbra, Centro de Estudos de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade, Departamento de Ambiente e Sociedade (Portugal)

Resumo

A poluição antropogénica é um problema mundial que contribui para a degradação dos ecossistemas, com impactos na saúde humana. Poluentes emergentes como os microplásticos devem ser estudados, dado o fraco conhecimento existente e o difícil controlo da sua entrada e ocorrência no meio ambiente. De forma a conhecer o nível de poluição de microplásticos em determinado local, torna-se importante conectá-lo a diferentes níveis de uso do solo e, consequentemente, a diferentes fontes. O presente trabalho avalia o risco da ocorrência de microplásticos em diferentes tipos de usos do solo de acordo com eventos passados e possíveis fontes. A representação e análise espacial em larga escala assume um papel relevante na ligação e controlo das fontes e meios de transporte de microplásticos.

Palavras-chave: Microplásticos, fontes, transporte, usos do solo.

Abstract

Environmental risk of microplastic pollution - the importance of spatial distribution analysis. Anthropogenic pollution is a worldwide problem that contributes to the degradation of ecosystems, with significant impacts on human health. Emerging pollutants such as microplastics must be studied, given the weak existing knowledge and the difficult control of their entry and occurrence in the environment. To know the level of microplastic pollution in a given location, it is important to connect it to different levels of land use and, consequently, to different sources. The present work evaluates the risk of microplastics occurring in different types of land uses according to past events and possible sources. Large-scale spatial representation and analysis plays an important role in linking and controlling sources and pathways of microplasticst.

Keywords: Microplastics. sources, pathways, land-uses.

DOI: https://doi.org/10.34037/978-989-9053-04-5_1.1_17

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Introdução

A poluição, descrita como a introdução de uma substância no meio ambiente com efeitos negativos no seu equilíbrio, tornou-se um grave problema sobretudo nas áreas urbanas e ex-ploradas (Chen et al., 2016; Ferreira et al., 2016). A Organização Mundial da Saúde estimou que, nos países em desenvolvimento, o aumento da poluição urbana resulta em mais de 2 milhões de mortes por ano, para além do aumento dos casos de doenças respiratórias (WHO, 2014). Também a agricultura representa uma forte fonte de poluição para o solo, mas so-bretudo para a água, dados os produtos como pesticidas e fertilizantes aplicados nas culturas (Ukaogo et al., 2020). As áreas verdes representam os maiores reguladores e filtros naturais de poluição (Burkhard et al., 2014), através da retenção de sedimentos e poluentes pela vegeta-ção, por meio de intercetação e filtragem de água, diminuindo consequentemente também o escoamento superficial (Moruzzi et al., 2020). Apesar do seu papel fundamental nas cidades, os espaços verdes como parques e florestas urbanos parecem apresentar, contudo, um menor potencial para regular a poluição, face aos localizados distante das cidades (Leitão et al., 2019).

Um dos grupos de poluentes atualmente mais problemáticos inclui os emergentes, como os micropoluentes, uma vez que são mal compreendidos e, consequentemente, mal controlados no meio ambiente (EC, 2020). Os microplásticos (MPs) são um exemplo de micropoluentes recentemente reconhecidos como uma ameaça ambiental (EC, 2020), sendo definidos como as partículas sólidas de plástico com comprimento menor que 5 mm, que provêm da degradação de objetos de plástico maiores (Arthur et al., 2009). Este poluente tem sido encontrado em diferentes áreas do meio ambiente devido ao aumento da produção e aplicação global de plásticos (Diretiva da UE 2019/904; Wang et al., 2020), podendo entrar por diversas vias de exposição no corpo humano (Boudreau et al., 2011; Wang et al., 2020). Ao nível da saúde humana, os riscos atuais da ingestão de MPs ainda não são claros, apesar de se preverem futuros danos associados a uma carga crónica acumulativa (Prata et al., 2021a). Contrariamente, os riscos para o solo e respetivos organismos, assim como para as plantas já estão identificados (O’connor et al., 2019; Li et al., 2020), assim como para o funcionamento dos ecossistemas, podendo levar ao risco de inundação ou erosão, e consequentemente ao aumento da dispersão de patogéneos (Prata et al., 2020a).

As fontes de MPs tais como estradas, indústrias, aterros ou atividade agrícola (Wang et al., 2020; Corradini et al., 2021) e as vias difusas como vento, chuva, escoamento e erosão (Müller et al., 2020; Waldschläger et al., 2020) precisam ser estudados com especial atenção. Diferentes níveis de uso e exploração do solo e distribuições de uso do solo representam diferentes distribuições de fontes e meios de transporte de MPs. Neste contexto, o presente trabalho

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avalia e representa espacialmente o risco de ocorrência de MPs no município de Coimbra de acordo com o uso do solo e possíveis fontes. Esta análise espacial surge como um importante ponto de partida para prever o estado da poluição por MPs no município de Coimbra e controlar as suas entradas e transportes, bem como para planear possíveis formas de atuar.

Metodologia

Área de estudo

O presente estudo é realizado no município de Coimbra (319,4 km²), localizado na região centro de Portugal e atravessado pelo rio Mondego (fig. 1). Esta área contém 143.396 habitantes, distribuídos por núcleos urbanos de densidade variável entre 134 hab/km² e 2020 hab/km² (INE, 2012). Coimbra apresenta um clima mediterrâneo, de acordo com a classificação climática Köppen-Geiger (Kottek et al., 2006). Este município tem verões quentes e secos, tornando a vegetação suscetível a incêndios (ICNF, 2016). Os invernos são frios e chuvosos, muitas vezes com chuvas curtas e intensas que provocam alguns episódios de inundação (Paiva, 2006; Fernandez et al., 2018). Estas tornam-se condições ideais para o aumento da vulnerabilidade dos solos das áreas ardidas à ocorrência de erosão, e o seu consequente arrastamento pelos cursos de água (Gouveia e Lourenço, 2013).

De acordo com a cartografia do uso e ocupação do solo de 2018 (fig. 1), cerca de metade do concelho de Coimbra é ocupado por florestas (48%), seguindo-se as áreas agrícolas (30%) e superfícies artificiais (18%). Com uma menor percentagem de ocupação, surgem os matos (~2%), as pastagens (~1%) e as massas de água superficiais (~1%). Os espaços descobertos e com pouca vegetação são quase inexistentes, bem como as zonas húmidas, representadas em Coimbra pelo Paul de Arzila.

Avaliação da ocorrência de Microplásticos

O risco da ocorrência de MPs no município de Coimbra será avaliado de acordo com (1) a abundância de MPs em distintos tipos de uso do solo segundo diferentes fontes bibliográficas (Tabela I), e (2) fontes de MPs específicas existentes no município de Coimbra, tais como estradas, áreas em construção, atividades industriais, hospitais, estações de tratamento de águas residuais e lixeiras.

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Fig. 1 - Localização geográfica e uso do solo no município de Coimbra (adaptado de SNIG, 2019).

Tabela I – Abundância de microplásticos em diferentes usos do solo.

Uso do solo Local Abundância (média de partículas/kg) Referência

Territórios artificializados Coimbra, Portugal 66666 Leitão et al., 2021Agricultura Shanghai, China 320 Zhang et al., 2018Agricultura Chile 306 Corradini et al., 2021Pastagens Chile 184 Corradini et al., 2021Pastagens México 3500 Álvarez-Lopeztello et al., 2021Florestas Shanghai, China 14360 Zhang e Liu, 2018Florestas Coimbra, Portugal 10666 Leitão et al., 2021Matos Chile 2 Corradini et al., 2021Matos Coimbra, Portugal 9466 Leitão et al., 2021

Zonas húmidas Washington DC, USA 1270 Helcoski et al., 2020Zonas húmidas Jiangxi, China 263 Liu et al., 2019

Massas de água superficiais Mondego, Portugal 20 Leitão et al., 2021Massas de água superficiais Douro, Portugal 231 Prata et al., 2021b

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Trabalhos desenvolvidos em Portugal tiveram prioridade. Quando existentes, são considerados dois trabalhos que contemplem o mesmo uso do solo, sendo calculada uma média dos valores da abundância de MPs. Não existem estudos que considerem a ocorrência de MPs em espaços descobertos ou com pouca vegetação, pelo que para este uso do solo será considerado o valor dos matos.

O risco de ocorrência de MPs será quantificado no intervalo de valores 1-6, significando 1 muito baixo e 6 muito elevado risco de ocorrência de partículas de MPs (Tabela II). A cada uso do solo será atribuído um valor, de acordo com o valor médio de abundância de MPs calculado. As fontes de MPs são associadas a um risco máximo. Esta informação será mapeada no município de Coimbra.

Espaços Risco

Massas de água superficiais 2

Agricultura 2

Zonas húmidas 3

Pastagens 3

Matos 3

Florestas 4

Territórios artificializados 5

Fontes de MPs 6

Tabela II - Quantificação do risco de ocorrência de microplásticos.

Resultados

Risco de ocorrência de microplásticos

As concentrações de zonas com diferentes níveis de risco de ocorrência de MPs são notórias ao longo do município de Coimbra (fig. 2). O risco elevado de ocorrência de MPs concentra-se fortemente no centro urbano de Coimbra, com alguma dispersão para norte e sul. Nas periferias do município e sobretudo a montante do rio Mondego, existe um risco médio alto de ocorrência de MPs ligado às zonas florestais. Contrariamente, a jusante do rio mondego existe um risco mais baixo de ocorrência de MPs associado aos grandes espaços agrícolas do Baixo Mondego.

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Discussão

Controlo de fontes e transportes de microplásticos

O risco da ocorrência de MPs existe ao longo de todo o município de Coimbra, embora distintos locais estejam associados a diferentes níveis de poluição deste elemento, e consequentemente diferentes impactos no ecossistema. De facto, as partículas de MPs têm vindo a ser encontradas em diferentes ambientes, desde urbanos, a agrícolas e mesmo em espaços verdes ou massas de água (Corradini et al., 2021).

As fontes de MPs existentes no ambiente envolvente, bem como os diferentes graus de exploração do solo, levam a distintos níveis de poluição por MPs. As maiores fontes de MPs identificadas são urbanas, uma vez que fazem parte de espaços artificiais altamente alterados e habitados pelo homem (Waldschläger et al., 2020), contudo, também a aplicação de lamas originárias das ETARs tem vindo a representar uma relevante fonte de MPs, sobretudo em áreas agrícolas (Corradini et al., 2019). Contrariamente, as florestas são espaços naturais

Fig. 2 - Risco de ocorrência de microplásticos no município de Coimbra.

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muitas vezes afastados de fontes de MPs, como é o caso de alguns dos espaços representados no município de Coimbra (Fig. 1), e que ainda assim têm vindo a apresentar elevados níveis de MPs possivelmente provenientes de locais distantes. As massas de água são consideradas o uso do solo com um menor risco de ocorrência de MPs por kg, contudo, representam uma via de transporte dos mesmos (Waldschläger et al., 2020).

Os meios de transporte de MPs assumem um papel crucial na dispersão de MPs das suas fontes para os seus destinos finais. Assim como as massas de água (ex. rios), o vento, a deposição atmosférica, precipitação, erosão ou escoamento superficial/inundações são identificados como meios de transporte de MPs (Leitão et al., 2021; Waldschläger et al., 2020). Sendo considerados fenómenos naturais, o seu controlo é maioritariamente difícil ou impossível, embora existam medidas mitigadoras para reduzir a vulnerabilidade de determinadas situações de erosão ou inundação (Fernandez et al., 2018; Gouveia e Lourenço, 2013). Pelo contrário, a ocorrência de MPs pode ser controlada na respetiva fonte através da limitação do uso de plásticos, assim como através da remoção de MPs de fontes como as lamas a serem aplicadas em culturas agrícolas ou da água a ser utilizada para rega dos mesmos espaços ou de parques e jardins (Iyare et al., 2020). Contudo, apesar de existirem atualmente medidas com o intuito de limitar o uso de plásticos (EC, 2018), o controlo da qualidade da água e respetivos tratamentos pelas estações de tratamentos de água e águas residuais não inclui os MPs, visto não ser obrigatório por legislação. Deste modo, torna-se pertinente pensar formas de controlar a poluição por MPs no meio ambiente e incluí-las em legislação.

Necessidade de estudos futuros

O grupo de poluentes MPs tem vindo a causar um maior grau de preocupação nos últimos anos (Akdogan e Guven, 2019). Os estudos de quantificação da ocorrência de MPs focam-se maioritariamente em ambiente aquático e sobretudo marinho, pelo que o número de estudos que envolvem MPs em ambiente terrestre é reduzido, focando-se a maioria em áreas agrícolas devido à aplicação de lamas (Corradini et al., 2019). A evidência de MPs em espaços verdes e urbanos é pouco conhecida. Também o transporte de MPs entre solo, água e atmosfera, e as respetivas interações ambientais permanece mal compreendidos (Akdogan e Guven, 2019).

Considerando a variabilidade na distribuição e gestão de usos do solo, torna-se pertinente conhecer a distribuição espacial de MPs num local específico de acordo com a sua exploração, bem como a sua ligação com a localização das fontes de MPs, através de diferentes meios de transporte. Neste sentido, tomando o exemplo do município de Coimbra, a ocorrência de

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MPs nos diversos usos do solo deve ser quantificada considerando localizações com distintos riscos de poluição por este poluente (fig. 2), condições meteorológicas e sazonais. Nas mesmas condições, meios de transporte de MPs como fluxos hidrológicos de precipitação e escoamento superficial, bem como deposição atmosférica seca e vento devem também ser analisados, assim como a linha de água principal a montante e jusante e os seus afluentes em diferentes sub-bacias hidrográficas. De modo a conhecer a ligação a possíveis fontes de MPs, a caracterização dos tipos de MPs extraídos de cada local deve ser conhecida

Uma vez chegados ao destino final em ambiente terrestre, é importante conhecer a capacidade do solo para reter os MPs e purificar a água que atingirá o nível subterrâneo. As áreas verdes são um bom exemplo, uma vez que são considerados filtros naturais (Burkhard et al., 2014). Tão importante é perceber a capacidade de remediação do solo face a este poluente (Sarker et al., 2020). Como um suporte, torna-se ainda relevante conhecer e avaliar possíveis soluções e recomendações para gerir, planear e governar diferentes tipos de uso do solo a fim de melhorar o problema de poluição por MPs.

Conclusão

Os MPs estão presentes em diferentes tipos de ecossistema e meios ambientais. O município de Coimbra apresenta diferentes níveis de risco de poluição por MPs, de acordo com o uso do solo e a localização de fontes de MPs. A análise espacial do risco da ocorrência de MPs representa um ponto de partida para conhecer a sua ligação com possíveis fontes e meios de transporte de MPs. Estudos futuros devem ser pensados, para uma melhor compreensão da ocorrência de MPs em diferentes ambientes. De forma a conhecer a origem dos MPs, a exploração e gestão local deve ser considerada, assim como os meios de transporte de diferentes tipos de MPs e as respetivas interações solo-água-ar. À exceção da redução do uso de plásticos, poucas são as soluções apresentadas para reduzir a ocorrência de MPs no meio ambiente. O controlo de MPs deve ser considerado em legislação. Possíveis soluções naturais tais como a purificação da água através do solo e a posterior remediação do solo, assim como recomendações de gestão e planeamento territorial devem ser analisadas.

Agradecimentos

O presente trabalho é apoiado pelo projeto de investigação SFRH/BD/146413/2019, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e União Europeia (UE).

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Inês Amorim Leitão e António Dinis FerreiraRisco ambiental de poluição por microplásticos - a importância da análise de distribuição espacial

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GeoGrafia, riscos

e Proteção civil

HomenaGem ao Professor doutor luciano lourençovolume 1

indice

Tábula Gratulatória .............................................................................................. 11Testemunho de um Serrano .................................................................................. 17

Intervenção na tomada de posse como Professor Catedrático ................................ 19Prefácio ..................................................................................................................... 33

MENSAGENS INSTITUCIONAIS ...................................................................... 41Mensagem do Magnífico Reitor da Universidade de Coimbra ............................. 42Mensagem do Diretor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra ........ 43Mensagem do Director do Departamento de Geografia e Turismo e Presidente da Associação Portuguesa de Geomorfólogoss ...................................................... 44Mensagem da Coordenadora Científica do CEGOT ............................................ 47Mensagem do Diretor Nacional de Prevenção e Gestão de Riscos, ANEPC ......... 48Mensagem do Presidente da Direção da Escola Nacioanl de Bombeiros ................ 49Mensagem do Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses ............................. 50Mensagem do Presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores ..... 53Mensagem do Presidente da PAFO .......................................................................... 54Mensagem do Diretor do Departamento de Gestão de Fogos Rurais, ICNF ........ 56Mensagem do Presidente da Associação Portuguesa de Geógrafos ......................... 58Mensagem do Presidente do Conselho Diretivo da AGIF ..................................... 59Mensagem do Vogal do Conselho Diretivo da AGIF ........................................... 60Mensagem do Presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil ....... 62Mensagem Ex-vogal da Direção da Escola Nacional de Bombeiros ........................ 64Mensagem do Presidente da Assembleia-Geral da RISCOS .................................. 66Mensagem do Secretário da Assembleia-Geral RISCOS ........................................ 68

A GEOGRAFIA FÍSICA E OS RISCOS.Interfaces entre as alterações da paisagem e a dinâmica ambiental ............. 71

As cheias do rio Mondego e as soluções que tardam a implementar ......................... 73Diana Filipa Alves Freire e José Simão Antunes do Carmo

As variações recentes do nível do mar e o risco no litoral .......................................... 97António Alves-da-Silva e Pamela Matlack-Klein

692

A importância do arquivo da Agência Portuguesa do Ambiente para o estudo das

cheias no rio Ave ...................................................................................................... 115Francisco Costa

A aplicação de gabiões em sistemas de meandros: um caso de recuperação

pontual de área degradada ....................................................................................... 127Tupac Borges Petrillo

La reducción del riesgo de inundación mediante la ordenación del territorio:

evolución y avances en España. Algunos ejemplos ................................................... 137Jorge Olcina Cantos

Changement climatique et inondations dans l’espace méditerranéen français ......... 161Zeineddine Nouaceur

Cartographie des zones inondables dans le Rif méridional : Réalité des risques et

perspectives de gestion à Aïn Aïcha (Province de Taounate, Maroc septentrional) .... 177Younes El Alami, Noura Rassam, Mostafa Hmamouchi, Mohammed El-Fengour and Abdelghani Houari

Processos perigosos na zona costeira adjacente à foz do rio Apodi-Mossoró,

Nordeste do Brasil ................................................................................................... 195Wendson Dantas de Araújo Medeiros

Quantificação das mudanças recentes na forma e volume da restinga do

Cabedelo, foz do rio Douro ..................................................................................... 205Rui Morais Fernandes, Alberto Gomes e José Teixeira

Na adaptação aos riscos climáticos é preciso pensar pequeno .................................. 217Ana Monteiro, Helena Madureira, Carlos Sousa e Maria Pacheco

Aplicación para cálculo del riesgo sísmico de un sitio específico ............................. 227Alexander Dueñas, Danilo Corral y María Augusta Fernández Moreno

A Escarpa da Serra do Pilar, ontem, hoje e o futuro ................................................. 239Salvador Almeida

Riscos Geológicos – Alguns exemplos em Portugal ................................................. 253Carla CaroçaErosão Hídrica dos Solos: o caso particular de Idanha-a-Nova (Castelo Branco) .... 263Paulo Lemos e Cláudia CostaFatores de controlo da evolução das ravinas em ambiente Mediterrâneo ................. 275Bruno Martins, Adélia Nunes e Ana C. Meira Castro

GeoGrafia, riscose Proteção civil

HomenaGem ao Professor doutor luciano lourenço

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HomenaGem ao Professor doutor luciano lourençovolume 1

Medidas de mitigação e controlo de ravinamento: Um estudo de caso das ravinas

de Seirós (Norte de Portugal) ................................................................................... 287Bruno Martins, Cármen Ferreira, Adélia Nunes e Ana C. Meira Castro

Risco ambiental de poluição por microplásticos: a importância da análise de

distribuição espacial ................................................................................................ 297Inês Amorim Leitão e António Dinis Ferreira

Risks of water scarcity and regime in Santiago Island (Cape Verde) .......................... 307Isabel Pedroso de Lima, Carmen Celine Martins e João L. M. Pedroso de Lima

Remote sensing based tools to assess risk in rice agriculture ................................... 317Isabel Pedroso de Lima, Romeu Gerardo Jorge e João L. M. Pedroso de Lima

Métodos da Pesquisa em Geografia Física: Lições da Experiência com o Professor

Luciano Lourenço ................................................................................................... 327Jorge Luis P. Oliveira-CostaUma questão sobre etimologia [ao Professor Luciano Lourenço] ............................ 355Ney Roberto Vattimo Bruck e Greice Martins Gomes

A GEOGRAFIA HUMANA, O TURISMO, A EDUCAÇÃO E OS RISCOS Desafios de uma sociedade em mudança .............................. 363

A casa e o risco - entre a insegurança, o domocídio e a instrumentalização geopolítica ..... 365João Luís J. Fernandes

A problemática dos sem-abrigo: conceito(s) e dinâmicas de causalidade .................. 383José Lúcio e Filomena Marques

“Tanta casa sem gente, tanta gente sem casa”. A geografia dos sem-abrigo na

ótica dos riscos sociais .............................................................................................. 395Fátima Velez de Castro e Ana Maria Cortez Vaz

Envelhecimento e crises ........................................................................................... 411Miguel Padeiro

Envelhecimento e solidão: o papel das bibliotecas móveis na mitigação de riscos sociais ... 421Maria Beatriz Marques

A Geografia e os territórios de risco: contributos para a compreensão da difusão da COVID 19 à escala global ....................................................................................... 439Paulo Nuno Nossa e Fernanda Cravidão

694

Riscos climáticos, saúde pública e a vulnerabilidade socioespacial no Brasil ............. 455João Lima Sant’Anna Neto

De la résilience à la résilience urbaine ...................................................................... 467Yvette Veyret

Metodologia de análise de risco tecnológico na borda litorânea do Parque

Estadual do Cunhambebe na Serra do Mar – Região da Costa Verde – RJ .............. 483Kátia Regina Góes Souza

Percepciones e imaginarios sobre la naturaleza elementos esenciales para la

gestión del riesgo ..................................................................................................... 493Yolanda Hernández Peña

Breves considerações sobre as relações entre a valorização do espaço, o consumo da

natureza e a fragilidade Ambiental no litoral norte do estado de São Paulo, Brasil ..... 505Antonio Carlos Vitte

Geografia e movimento ecológico profundo: uma alternativa aos estudos dos riscos ... 519Hudson Rodrigues Lima e Vicente de Paulo da Silva

Riscos e resiliência em produtos do território: o caso do queijo “Serra da Estrela” ... 533Orlando Simões e Isabel Dinis

Geografia e Riscos: problematizações do espaço urbano para a aprendizagem na

Educação Básica ...................................................................................................... 543Eliana Marta Barbosa de Morais e Patrícia de Araújo Romão

Educação para uma ‘sociedade de risco’: ensinar e aprender a (con)viver com os

perigos e desastres .................................................................................................... 553Laura Soares e Elsa Pacheco

Contribuições de pesquisas brasileiras sobre riscos, ensino de geografia e educação ... 573Carla Juscélia de Oliveira Souza, Patrícia Ferreira e Janete Oliveira

Geografia e Físico-Química uma colaboração imprescindível para a compreensão do Risco ... 583Anabella Vaz e Anabela Estudante

Legendas à procura dum mapa: a propósito da geografia e do imaginário

geográfico de Mia Couto ......................................................................................... 595Rui Jacinto

Paisagem Protegida da Serra da Lousã: uma proposta de valorização da paisagem cultural ... 607Paulo Carvalho e Luiz Alves

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HomenaGem ao Professor doutor luciano lourenço

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GeoGrafia, riscos

e Proteção civil

HomenaGem ao Professor doutor luciano lourençovolume 1

Fragmentação em Território de Pesca: o declínio da pesca artesanal marinha em

Barra Grande, Cajueiro da Praia-PI ........................................................................ 617Ulisses de Andrade Lima e Francisca Cardoso da Silva Lima

A cultura do vinho em Portugal. Pelos caminhos da vitivinicultura ........................ 629Norberto Santos

Turismo e políticas públicas no Brasil: o lugar das comunidades tradicionais .......... 643Rita de Cássia Martins de Sousa e Mônica Arruda Zuff

Abordagens metodológicas na investigação sobre percepção dos residentes em

relação ao turismo ................................................................................................... 655Paula Remoaldo e Hélder LopesPor uma ética científica colaborativa: o legado de um geógrafo ............................... 679Norma Valencio e Arthur Valencio

Luciano Lourenço intervindo no VII Encontro Nacional de Riscos e II Fórum ISCIA, Aveiro, 19 de abril de 2012.

Fotografia dos arquivos da RISCOS - Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança, 2021.

Impressão:Simões & Linhares, Lda.

Rua do Fetal, Lote 53020-923 Coimbra

Telefone: (0351) 239 084 200 | E-Mail: [email protected]: https://www.simoeselinhares.pt

Setembro de 2021

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HomenaGem ao Professor Doutor

luciano lourenço

riscos - associação PortuGuesa De riscos, Prevenção e seGurança

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volume 1

coordenadores:adélia nunes

antónio amaroantónio vieira

fátima velez de castrofernando félix