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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL | FEVEREIRO - 2015 | ANO LXII • N o 02 | RODEIO 14 NOVIÇOS FAZEM A PRIMEIRA PROFISSÃO 18 NOVIÇOS SÃO ADMITIDOS EM 2015

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Província Franciscana da imaculada conceição do Brasil | FEVEREIRO - 2015 | ANO LXII • No 02 |

RODEIO14 nOvIçOs fazEm a PRImEIRa PROfIssãO18 nOvIçOs sãO aDmItIDOs Em 2015

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Província Franciscana da imaculada conceição do BrasilRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP

www.franciscanos.org.br | [email protected]

Sumário

MensageM do Ministro Provincial “Um novo ano provincial” .......................................................................................................................................................67

ForMaÇÃo PerManente Carta do Ministro Geral por ocasião do Ano da Vida Consagrada. .........................................................70 “A comunicação nossa de cada dia”, de Frei Gustavo Medella ...................................................................72 Encontro dos Irmãos Leigos da Província ..................................................................................................................75 ForMaÇÃo e estUdos Ordenação presbiteral de Frei Antenor Militão: um missionário para Angola ..............................76 Primeira Profissão em Rodeio ..............................................................................................................................................82 Dezoito noviços admitidos em Rodeio ........................................................................................................................88 Postulantado de Kibala: 13 jovens admitidos .........................................................................................................91 Postulantado de Guaratinguetá: 14 jovens admitidos .....................................................................................92 “Ser Padre”, de Frei Neylor Tonin .........................................................................................................................................95

sav Festa da juventude franciscana em Concórdia ......................................................................................................96

Fraternidades Balneário Camboriú: jovens caminham pela paz .............................................................................................101 Jubileus de Frei Carlos e Frei Benjamim ...................................................................................................................102 Frei Jacir celebra jubileu em Forquilhinha ..............................................................................................................104 “Quando as máquinas param...”. Frei Antônio Moser escreve sobre seu acidente ..................105 O Frei do “Stand up paddle” ...............................................................................................................................................106 Frei Walter Hugo recebe título de Cidadão Agudense ................................................................................106 Convento da Penha: reformas na secretaria para acolher melhor ......................................................107 Exposição Franciscana de Presépios: celebração dos 25 anos ..............................................................108 Santuário do Valongo: 375 anos ....................................................................................................................................110 Bispos se encontram em Xaxim ....................................................................................................................................111 Novo livro de Frei Arcângelo Buzzi ..............................................................................................................................111

evangeliZaÇÃo Sefras: Temas da atualidade são abordados em semana de formação ..........................................112 USF realiza gincana solidária e arrecada 8 toneladas em doações ....................................................113 Notícias do Colégio Bom Jesus ......................................................................................................................................114 Angola: Entrevista com Frei José Antônio dos Santos .................................................................................116 Cronologia da Missão de Angola ..................................................................................................................................120 Pelo sétimo ano consecutivo, FAE é a melhor de Curitiba ........................................................................121

FFB Rodeio: 100 anos de fundação das Catequistas Franciscanas ...............................................................122 Falece Frei José Carlos Pedroso ......................................................................................................................................126

agenda ....................................................................................................................................................................................128

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Mensagem

um nOvO anO PROvIncIalCaríssimos confrades, Paz e Bem!

assadas as festas natalinas e as alegrias da virada de mais um ano, e para muitos também

tempo de um merecido descanso, che-gou a hora de retomarmos as nossas atividades e continuarmos o trabalho da nossa santificação no projeto fra-terno de vida e missão de cada frater-nidade.

Este ano, apenas iniciado, promete e exige muito de todos nós! Ele solicita a nossa dedicação diária e permanen-te para continuarmos a responder ao chamado divino na nossa profissão religiosa franciscana; chama a nossa atenção para as grandes convocações da Igreja, da Ordem e da Província (ano da Vida Consagrada, ano do Ca-pítulo Geral e ano de preparação para o Capítulo Provincial); e exige a nossa pronta obediência para darmos nossa valiosa contribuição, pessoal e frater-na, a tudo o que nos for solicitado em vista do crescimento e fortalecimento da qualidade da nossa vida evangélica e a consequente corresponsabilidade na missão evangelizadora.

Se este ano promete muito, é por-que o iniciamos muito bem! Destaco aqui a belíssima celebração de admis-são à Profissão Temporária dos 14 no-viços no último dia 05 de janeiro, em Rodeio. Os frades professandos, com voz forte e decidida, proclamaram o “aqui estou” para seguir mais de per-to o Evangelho e os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo nesta nossa Fra-ternidade. Da mesma forma, também destaco a alegria que o Senhor nos

proporcionou na manhã do último dia 15 de janeiro, novamente em Ro-deio, na leveza e na simplicidade da celebração da admissão dos 18 postu-lantes ao noviciado.

A mesma esperança e alegria se reacende em todos nós na admissão dos nossos vocacionados aos Pos-tulantados: 16 em Quibala e 14 em Guaratinguetá! O Papa Francisco, contudo, na ‘Carta Apostólica às Pes-

soas Consagradas, na proclamação do Ano da Vida Consagrada’, nos re-corda que “abraçar com esperança o futuro” (3º objetivo deste Ano da Vida Consagrada) “não se funda sobre nú-meros ou obras, mas sobre Aquele em quem pusemos a nossa confiança e para ‘quem nada é impossível’. Esta é a esperança que não desilude e que permitirá à vida consagrada continuar a escrever uma grande história no fu-

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Mensagem

nossas casas de formação e de estudos. Coragem, irmãos! Coragem forman-dos e formadores! Todos nós sonha-mos e desejamos corresponder, como Frades Menores, às grandes expecta-tivas do Papa Francisco para a Vida Consagrada: a alegria, o profetismo, a comunhão, a ousadia de sairmos da nossa autorreferencialidade e, final-mente, a resposta “sobre o que pedem Deus e a humanidade de hoje”, a partir do nosso Carisma: Irmãos e Menores em nosso tempo!

Se começamos bem este ano, com o vigor dos nossos jovens que pedi-ram para compartilhar e condividir conosco a forma de vida evangélica a nós confiada por Francisco de Assis (vocação e missão evangelizadora!),

turo, para o qual se deve voltar o nosso olhar, cientes de que é para ele que nos impele o Espírito Santo a fim de conti-nuar a fazer, conosco, grandes coisas”. Nesse sentido, mais uma vez alerto a nossa Fraternidade Provincial a re-vigorarmos em nós mesmos a alma (o ânimo) da nossa própria vocação franciscana, sendo irmãos e fraterni-dades de real anúncio do Evangelho, de acolhimento e acompanhamento dos nossos jovens.

Expresso aqui a minha gratidão a todos os Confrades que exercem este ministério tão sagrado, seja os que estão no Serviço da Animação Vo-cacional (SAV, PVF e FAVs), como os irmãos que estão no permanente serviço da evangelização em todas as

no mesmo vigor e rigor convoco toda a Fraternidade Provincial para alguns acontecimentos e atividades de vital importância neste ano de 2015:

Animação Vocacional e Pastoral de Juventude: Nosso Plano de Evan-gelização, quando pede que devemos “revigorar a animação vocacional”, também apresenta como estratégia “o investimento no trabalho com a juventude”. Passos concretos foram dados pelo SAV e PVF nas Missões dos Jovens (Ituporanga e Concórdia) e nas Caminhadas Franciscanas da Ju-ventude (Guaratinguetá, Santo Amaro da Imperatriz e Angelina). Creio que podemos dar mais e investir com mais ousadia nos nossos jovens em todas as nossas Frentes de Evangelização (foto

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Mensagem

acima, a Caminhada de Concórdia). Ano da Vida Consagrada: Con-

vido cada Irmão e cada Fraternidade a ter presente a Carta Apostólica do Papa Francisco às pessoas consagra-das para a proclamação do ano da Vida Consagrada. Excelente temário para os nossos retiros, encontros for-mativos, revisão do projeto fraterno de vida e missão das fraternidades e redimensionamento do nosso ser--consagrado na missão evangelizado-ra da Igreja.

Capítulo Geral da Ordem dos Frade Menores: Acontecerá de 10 de maio a 07 de junho, em Assis. Em breve enviaremos a todos os irmãos e fraternidades o ‘Instrumento de Trabalho’ do Capítulo Geral, cen-

trado em dois grandes temas: Viver como Irmãos e Viver como Menores.

Secretariado da Evangelização: Que todos nos unamos ao Secretário e aos Coordenadores das cinco Frentes de Evangelização (Missão, Paróquias/Santuários, Comunicação, Educação e Solidariedade). Sonhamos trabalhar com eficácia, num mutirão fraterno, a fim de darmos reais motivações evan-gélicas que justificam a nossa presença nesta ou naquela frente de evangeli-zação, uma vez que ali devemos estar como Irmãos e Menores (tema do Capítulo Geral), homens apaixonados pelo Evangelho e pela causa do Reino de Deus. Desse trabalho deverá nascer o Plano de Evangelização da Província a ser aprovado no próximo Capítulo Provincial!

Reunião de guardiães, coorde-nadores e párocos (Rondinha – 27 a 30 de abril): Além de ser a Assembleia anual e estatutária da Província, nesta reunião desejamos conversar mais se-riamente sobre a nossa frente de Evan-gelização nas Paróquias. Um número significativo de confrades atuam nessa frente de evangelização. E nos pergun-tamos: como aí estamos enquanto fra-des e menores?

Visitação Canônica: Passado o Capítulo Geral, no segundo semestre deste ano teremos a graça e a bênção da visitação canônica. A agenda da visita-ção já foi divulgada. Esta visita canôni-ca requer desde já a nossa preparação. Peço encarecidamente que todas as fraternidades, preferencialmente no primeiro Capítulo Local deste ano, re-visem e atualizem o Projeto Fraterno de Vida e Missão da Fraternidade e, por favor, enviem uma cópia à secre-taria da Província (via e-mail). Peço ainda que deixem atualizado o Livro das Crônicas da Fraternidade, o Livro ‘Termo da Visita Canônica’, livro da celebração de missas.

Os 25 anos de presença em An-gola: A Fundação Imaculada Mãe

de Deus de Angola também merece uma atenção particular neste ano de 2015! Queremos olhar com gratidão os 25 anos de presença, celebrar com paixão o momento presente e abraçar com muita fé e esperança o futuro da Missão. Esta ação de graças exigirá de todos nós reflexão, discernimento, partilha e, principalmente, a paixão missionária tão própria do nosso ca-risma franciscano.

Preparação do Capítulo Provin-cial (Janeiro de 2016): Convido cada confrade a dispor-se com generosi-dade aos trabalhos específicos que a comissão preparatória certamente irá encaminhar a todos, seja em nível pes-soal, de fraternidade e de regional.

Enfim, convido os irmãos guar-diães e coordenadores das fraterni-dades a manter num lugar visível da casa/convento, a agenda da fraternida-de provincial. Que as reuniões e os en-contros formativos da Província sejam priorizados e, por favor, não nos es-queçamos de acrescentar nesta agenda o dever PRIORITÁRIO: as datas dos Capítulos Locais da Fraternidade!

Obrigado a todos! Vamos recome-çar, meus irmãos! Recomeçar com o Evangelho, recomeçar de coração, re-começar com perdão, recomeçar com entusiasmo, recomeçar com alegria, recomeçar na vontade de crescer, reco-meçar no cuidado fraterno, recomeçar na transparência da pobreza, castida-de e obediência, recomeçar no desejo de santificação e recomeçar com um ardente amor e paixão pela evangeli-zação. Que o nosso recomeçar esteja sintonizado por este encorajamento do Papa Francisco: “Prossigamos, re-tomando sempre o nosso caminho com confiança no Senhor”.

E que o Senhor nos abençoe e nos guarde!

Fraternalmente,

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFMMinistro Provincial

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Formação Permanente

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| Comunicações | Fevereiro 2015 |

Formação Permanente

Caríssimos confrades,O Senhor vos dê a Sua paz!

próximo ano, 2015, como notório, será para a Igreja um Ano dedicado à Vida

Consagrada. A fim de responder às expecta-

tivas do Santo Padre Francisco, esse ano desdobrar-se-á segundo um Iti-nerário, cujo início será no dia 29 de novembro próximo e concluir-se-á no dia 02 de fevereiro de 2016.

Como Frades Menores, acolha-mos com alegria o convite do “Se-nhor Papa” e seu desejo de que a celebração da vida consagrada se transforme em renovado testemu-nho de vida evangélica para cada um.

Ao rendermos graças e louvores ao Senhor pelo dom de nossa vo-cação e consagração, manifestemos novamente o desejo e o propósi-to de interiorizar profundamen-te nossa identidade franciscana e vivê-la com sinceridade e alegria, tal como a Regra e as Constituições Gerais a propuseram a cada um de nós, ao abraçá-la por meio da pro-fissão religiosa.

Acolhamos, por isso, com es-pecial gratidão e deixemo-nos in-terpelar e estimular pelo testemu-nho do Santo Padre, que a partir da escolha do nome programático Francisco, propõe à Igreja um esti-lo de vida e mensagens, próprias de nosso Seráfico Pai, a saber, a refe-rência constante ao Evangelho – ou melhor, à “alegria do Evangelho”, que constitui a beleza intrínseca da vida consagrada – a proximi-dade, especialmente, aos pobres e excluídos, a misericórdia, a recon-ciliação, a fraternidade, a essencia-lidade, a simplicidade e o empenho pela paz e pelo cuidado da criação. Esses e outros são aspetos que nós - como já vos escrevi em sintonia

com os confrades do Definitório Geral, por ocasião da Solenidade de S. Francisco de Assis deste ano - devemos, acima de tudo, «seguir o ensinamento e as pegadas de nosso Senhor Jesus Cristo» (Rnb 1,1) vi-ver e, depois, mostrar à Igreja e ao mundo.

O Papa Francisco, com a indi-cação do Ano da Vida Consagrada nos convida, mais uma vez e de maneira mais forte, a novamente consultarmos o núcleo mais pro-fundo de nossa vida, exortando- nos àquela santa “inquietude do coração”, pois só essa pode levar--nos a um renovado encontro pes-soal com o Senhor Jesus.

Queremos acolher a reflexão, o confronto, a experiência eclesial e a oração a respeito da Vida Con-sagrada, a fim de alimentar e enri-quecer o caminho de preparação ao próximo Capítulo Geral que, como sabeis, terá como tema de fundo a vocação fundamental que o Pai S. Francisco nos deixou através do nome que nos deu, Frades Meno-res, ou seja, o convite de viver de maneira autêntica a Fraternidade e a Minoridade em nosso tempo, a fim de sermos verdadeiros irmãos e menores entre a gente e entre os povos de nossa humanidade, hoje. Há uma surpreendente convergên-cia entre os temas centrais do Ano da Vida Consagrada e os que pro-pusemos à nossa reflexão nos Line-amenta em preparação ao Capítulo Geral-2015 da Ordem dos Frades Menores.

«Seguir o ensinamento e as pe-gadas de nosso Senhor Jesus Cris-to» (Rnb 1,1). Essa é nossa Regra e nossa vida! A vida consagrada, de fato, é a «memória viva do modo de existir e agir de Jesus como Ver-bo encarnado diante do Pai e dos irmãos» (VC 22).

Assim Francisco de Assis tor-

nou-se “alter Christus”! «O Seráfi-co Pai S. Francisco foi total trans-parência do Evangelho e viveu o primado de Deus e o primado da vida com o coração, a mente e o corpo voltados essencialmente ao Evangelho: por isso é considerado o Pobrezinho de Assis e o Irmão de todos. Se também nós, hoje, quisermos ser verdadeiros irmãos e autênticos menores, somos cha-mados a passar da aparência e da eficiência à pura e simples trans-parência evangélica» (Carta pela Solenidade de S. Francisco de Assis - 2014).

Irmãos caríssimos, acolhamos com coração grato e disponível este Ano da Vida Consagrada, de-sejado pelo Papa Francisco para toda a Igreja. Unamo-nos de boa vontade às celebrações e a todas as iniciativas que serão tomadas em tal sentido em nossas comunida-des locais, a fim de que tal evento da graça seja também expressão de comunhão eclesial. Vivamos na assídua e confiante oração o pre-sente tempo de preparação ao Ca-pítulo Geral, servindo ao Senhor em pobreza e humildade (cf. Rb 6, 1-3) e implorando sem cessar a graça de seguir fielmente as pega-das de seu Filho dileto e de querer sempre aquilo que Lhe agrada (cf. Ord 7, 50-51).

Amados irmãos, «prometemos grandes coisas, maiores nos são prometidas; observemos aquelas e aspiremos por essas» (2Cel 144, 191), e restituamos tudo ao Senhor, do qual vem todo o bem (cf. Rnb, 17, 17).

No Pai S. Francisco, a todos vós o abraço e a bênção.

Roma, 29 de novembro de 2014Festa de Todos os Santos

da Ordem Franciscana

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onsiderar a Comunicação como elemento transversal da Vocação Evangélica e Missão

Evangelizadora que abraçamos tem seus benefícios e seus riscos. Como este é um texto que pretende motivar nossa Fraternidade Provincial a abra-çar de maneira cada vez mais efetiva e apaixonada a Evangelização da Co-municação, falemos rapidamente dos riscos para depois nos determos com mais atenção e interesse nas potencia-lidades desta forma de compreensão.

tRês POssívEIs RIscOs DE uma vIsãO tRansvERsal1) A generalização que desmobiliza

– Se tudo o que se empreende no esforço evangelizador diz da co-

municação (tudo é comunicação!), o tema acaba se pulverizando em meio às muitas preocupações e de-mandas que fazem parte da rotina da Evangelização. Por isso, em qual-quer frente evangelizadora onde atuarmos, um olhar interessado e comprometido sobre o tema da comunicação e as práticas próprias a este universo vão conferir maior qualidade, credibilidade e abrangên-cia a nosso serviço evangelizador. Preocupar-se com uma comunica-ção efetiva é compromisso de todo aquele que pretende ser um seguidor de Cristo e um servo do Evangelho.

2) A delegação a terceiros que des-compromete – Esta atitude faz lembrar a sina do cachorro de muitos donos que acaba morren-do de inanição, pois cada um fica

esperando que o outro alimente o bichinho. “Comunicação?! Ah, isso não toca nossa vida aqui na Paróquia!”, “Eu não tenho nada a ver com esta história de comu-nicação, pois meu trabalho é na Formação!”, “Já existe uma equipe responsável para trabalhar nes-ta área! Isto é serviço deles!”, são expressões ouvidas com certa fre-quência e que denotam uma visão muito restrita que acaba privando o evangelizador de contemplar um horizonte mais amplo, de fazer chegar mais longe e com maior in-tensidade a mensagem de justiça, amor e paz proposta pelo próprio Deus encarnado. Comunicação é tarefa de todos nós.

3) A falta de comunhão que de-sorganiza – Este risco nasce do

a cOmunIcaçãO nOssa DE caDa DIaFrei Gustavo Wayand Medella

Formação Permanente

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próprio significado do termo co-municação, que traz em si uma multiplicidade de significados. E quando nos fechamos no casulo de nossa própria compreensão, temos a dificuldade de vislumbrar um horizonte comum, na direção do qual poderíamos caminhar juntos, somando forças, aliando talentos e desbravando novas trilhas. Quanto mais organizada for a nossa comu-nicação, tanto mais longe teremos condições de chegar juntos.

sEIs POtEncIalIDaDEs DEsta cOmPREEnsãO1) A consciência que aproxima – So-

mos seres de comunicação. Fomos formados para o encontro, a rela-ção. Desta forma, ter a consciência de que a comunicação faz parte de nossa vida, e investir em uma prá-tica comunicativa de qualidade, nos tornam pessoas mais realiza-das e plenas. O pedido expresso na oração atribuída a São Francisco, “Senhor, fazei que eu procure mais compreender que ser compreendi-do”, parece indicar a direção a ser buscada por quem deseja comu-

nicar-se bem: desarmar-se de pre-conceitos e ir ao encontro do ou-tro, oferecendo o próprio coração manso e compreensivo.

2) A comunhão que compromete – A compreensão da comunicação em sua transversalidade não dimi-nui a força e a importância dos tra-balhos específicos que, enquanto Província, realizamos na área. Um olhar carinhoso, comprometido e interessado se faz urgente de nossa parte para as realidades sob nos-sos cuidados, a saber, as Comuni-cações, o portal franciscanos.org.br, as Fundações Celinauta (Pato Branco, PR) e Frei Rogério (Curiti-banos, SC) a Editora Vozes, o Pro-grama de Rádio Sala Franciscana, a WebTV Franciscanos. Todas são expressões específicas da comuni-cação enquanto área do fazer e do saber e, para levá-las à frente com bom êxito, não podemos abrir mão de uma parceria cada vez mais só-lida e próxima com os leigos e, de nosso lado, também um sério e in-teressado processo de preparação e aprimoramento profissional. Os frades que se dedicam ao cuidado e

à condução destes veículos não são seus proprietários, mas, em nome da fraternidade, exercem a função de cultivar e produzir bons frutos na seara da comunicação.

3) A compreensão que abre novos ca-minhos – Historicamente, a Ordem Franciscana se destacou por con-seguir encontrar caminhos alter-nativos quando os velhos métodos evangelizadores pareciam enfraque-cer ou fracassar. No contexto atual, é quase consenso que a revolução que se espera em relação à vida e à missão da Igreja passa pelo viés da comunicação, especialmente no que diz respeito aos avanços tecnológi-cos, que têm diminuído distâncias, quebrado fronteiras, invertido a ordem social e operado uma ver-dadeira reviravolta no seio da hu-manidade. Mais do que buscar o domínio operacional de cada nova tecnologia que surge, nosso grande desafio é compreender e interagir com as mudanças que este novo cenário opera no coração humano, nos sonhos e projetos das pessoas, que continuam em busca de afeto, comunhão, compreensão, em busca

Formação Permanente

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Formação Permanente

de um sentido para a própria vida. Como partilharmos nossas esco-lhas e convicções e torná-las atraen-tes a nossos contemporâneos?

4) A profissionalização que qualifi-ca – Não se espera que cada frade seja um perito em comunicação, um especialista em produzir textos, programas, sites e outros produtos do ramo. No entanto, é nossa tarefa irrenunciável buscar todos os meios disponíveis para sermos excelentes comunicadores do Evangelho, com-preendendo o ambiente cultural do qual somos parte, falando e escre-vendo com qualidade, expressan-do-nos com clareza e profundidade, primando por uma comunicação que perpasse o testemunho e a expressão da fé nas mais va-riadas lingua-gens. Outra ação necessária é a de buscar-mos a assesso-ria e o contato com profissionais da área, que podem nos ajudar em temas que fogem à nossa área de conhecimento e atuação. Quando falamos em comunicação na Igreja, a boa vontade é elemento funda-mental, mas somente ela não basta. Precisamos de profissionalização.

5) A partilha que fortalece – Uma das palavras de ordem da comunicação em nosso tempo é Compartilhar. O conceito está presente de maneira cotidiana nas redes sociais e demais ambientes da internet. Comparti-lhar é a lógica de Jesus Cristo, o Filho de Deus que se entrega no mistério da Eucaristia, da Cruz, das curas e milagres, do envio em missão. Em nossos trabalhos específicos e diá-rios, em tudo o que fizermos, procu-remos manter de antemão este espí-rito de partilha e cooperação. “Será que este trabalho de divulgação

das virtudes franciscanas não ren-deria uma boa série de TV?”, “Que tal partilharmos este texto sobre a semana santa publicado em nosso site com os catequistas e lideranças de nossa paróquia?”, “Por que não divulgarmos em nossos colégios e universidades a matéria produzida

crescer. Diversos passos práticos já foram dados nesta direção, como os dois encontros provinciais da Frente da Comunicação, as reuni-ões mensais que deram origem a diferentes ações de mútua ajuda, a videoconferência para pensar e planejar o ano de 2015 no que diz

com o Frei de 78 anos que pratica stand up nas praias do Espírito San-to?” e muitas outras são perguntas que devem povoar a rotina de nos-sa comunicação. Quando parti-lhamos, nos tornamos mais fortes.

6) A prática que constrói – A mis-são encanta a vida! À medida que as ideias até aqui expostas forem tomando corpo em ações práticas, nosso entusiasmo pelo fecundo campo da comunicação tende a

respeito à comunicação, o reconhe-cimento da CNBB, concedendo o Prêmio Microfone de Prata ao pro-grama de rádio Sala Franciscana, entre outros. Muito ainda temos por fazer. A certeza maior é que um grande horizonte de esperança se abre à nossa frente. Caminhemos, sem medo, para construirmos jun-tos uma comunicação que produza cada vez mais profundos laços de comunhão.

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Formação Permanente

Caro confrade,Paz e Bem!

Igreja cresce através do teste-munho, não do proselitismo. O testemunho que pode, re-

almente, atrair é aquele associado a atitudes não habituais: generosidade, desapego, sacrifício, esquecimento de si próprio no intuito de ajudar os ou-tros. Eis o testemunho, o “martírio” da Vida Religiosa. Para as pessoas isso “soa como um alerta”. Os religio-sos falam às pessoas com sua vida: “O que está acontecendo? Estas pes-soas estão me dizendo alguma coisa!” (...) A Vida Religiosa deve promover um crescimento na Igreja via atra-ção. (Papa Francisco, diálogo sobre a Vida Religiosa, em 29 de novembro de 2013)

De dois em dois anos vem ocor-rendo o Encontro dos Irmãos Leigos da Conferência dos Frades Menores do Brasil (CFMB), dos quais tem

participado número significativo de Irmãos da Província. O último foi em Lagoa Seca, PB, de 31 de outubro a 3 de novembro de 2013. Na Província, pensa-se em realizar o Encontro de Irmãos também de dois e dois anos, justamente no ano subsequente ao encontro nacional.

Porém, devido a contratempos, não foi possível realizar o encontro dos Irmãos da Província em 2014, que foi remarcado para os dias 12 (chegada) a 15 (almoço) de março deste ano, no seminário de Agudos, SP.

Além dos costumeiros momentos de rica e alegre convivência e de ora-ção, gostaríamos de nos ocupar com a reflexão do tema proposto para o Capítulo Geral da Ordem de maio próximo: Irmãos e menores em nos-so tempo.

Queremos, pois, através desta carta, convidá-lo não somente a par-ticipar do Encontro em março, mas

também a ajudar na preparação, caso você tenha alguma sugestão e con-tribuição que gostaria de fazer. Tente priorizar, por favor, o quanto possí-vel, este importante encontro de nos-sa Formação Permanente.

As inscrições deverão ser feitas até o dia 28 de fevereiro, através do e--mail [email protected].

Despertem o mundo! Sejam tes-temunhos de uma forma diferente de fazer as coisas, de agir, de viver! (...) Os religiosos seguem ao Senhor de forma especial, seguem-no profetica-mente. É este testemunho que espero de vocês. Os religiosos e as religiosas deveriam ser pessoas capazes de des-pertar o mundo”. (Papa Francisco, di-álogo sobre a Vida Religiosa, em 29 de novembro de 2013)

Esperando sua inscrição e partici-pação, com abraço fraterno.

Frei Estêvão Ottenbreitmoderador da Formação Permanente

EncOntRO DOs IRmãOs lEIgOs Da PROvíncIa

cOnvItE

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ORDEnaçãO PREsbItERal DE fREI antEnOR camIlO mIlItãO

um PREsbítERO mIssIOnÁRIO PaRa angOla

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Formação e Estudos

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ão Lourenço (MG) - O mi-neiro Frei Antenor Camilo Militão foi ordenado presbí-

tero pelo bispo franciscano Dom Diamantino Prata de Carvalho, da Diocese de Campanha, no dia 20 de dezembro de 2014, às 10 horas, na Paróquia Santíssima Trindade, em São Lourenço, no Sul de Minas Ge-rais. O novo presbítero da Província da Imaculada Conceição agora já poderá realizar um sonho que vem acalentando há muito tempo: ser

missionário na Missão Franciscana de Angola.

Frei Antenor é mais um voca-cionado do grupo de jovens vo-cacionados que foram preparados pelos frades franciscanos, entre eles o bispo Dom Diamantino, quando estiveram presentes na Paróquia São Lourenço desta cidade por cerca de 80 anos. Na celebração, estavam reu-nidos mais dois filhos da terra: Frei Rodrigo da Silva Santos, que prepa-rou a ordenação durante a semana e foi o comentarista da celebração, e Frei Marcos Prado dos Santos, orde-

nado presbítero recentemente por D. Diamantino.

Além do Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, confrades de Frei Antenor de toda a Província da Imaculada participaram da celebra-ção, assim como sacerdotes e semi-naristas da Diocese de Campanha. A Igreja no bairro de Nossa Senhora de Fátima ficou pequena para essa grande demonstração de carinho pelo ordenando, especialmente dos paroquianos de Amparo (SP) e Gua-ratinguetá (SP), que lotaram dois ônibus para participar da celebração.

MoaCir BeGGo

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Isso porque, em Amparo, Frei Antenor residiu como diácono e atualmente reside no Seminá-rio Frei Galvão de Guaratinguetá.

Frei Antenor teve ao seu lado, na procissão de entrada, a mãe Maria Cândida e o pai Euri-co, que permaneceram com ele até ser chama-do para perto do bispo, depois da liturgia da Palavra, quando teve início o rito da ordenação. Frei Fidêncio apresentou Frei Camilo e deu seu testemunho, em nome da Província da Imacu-lada e do povo de Deus, que ele “era considera-do digno” para o ministério sacerdotal.

Na sua homilia, em seguida, Dom Diaman-tino partiu do evangelho da Anunciação (Lc 1,26-38) para falar do ‘sim’ generoso de Maria a Deus e do ‘sim’ que Frei Antenor estava dando como missionário. “Frei Antenor não se aco-modou e se lança com coragem para realizar a obra evangelizadora que Jesus nos legou”, disse D. Diamantino, confessando ao povo que ele, antes de ser nomeado bispo, iria para Angola como missionário. “Mas veio a nomeação e

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acabei adiando esse desejo”, contou o bispo franciscano, que espera ainda ser missionário na África, já que dei-xará a Diocese de Campanha quan-do completar 75 anos em 2015.

Após a homilia, o rito continuou com o propósito do eleito. Em se-guida, foi cantada a Ladainha de To-dos os Santos, quando Frei Antenor prostrou-se, como sinal de sua total entrega a Deus. Veio, então, o mo-mento central da ordenação com a imposição das mãos e a Prece de Or-denação.

Na sequência, a última parte do rito: unção das mãos, vestição de Frei Antenor com a casula e a estola - ele

teve a ajuda de Frei João Francisco, guardião da Fraternidade de Guara-tinguetá, onde reside, e do Pe. Car-los - e a entrega do cálice e da patena. Num gesto fraterno, representando a acolhida do neo-sacerdote entre os presbíteros, Frei Antenor Camilo recebeu o abraço da paz de D. Dia-mantino, dos seus confrades e dos sacerdotes. Terminou assim o rito de ordenação e Frei Antenor passou a celebrar a Eucaristia pela primeira vez como presbítero.

agRaDEcImEntOs Frei Fidêncio proporcionou um

dos momentos mais emocionantes da celebração ao pedir licença ao novo presbítero para ler um trecho da carta que recebeu dele falando do desejo de ser missionário em Angola: “Neste tempo de graça em preparação para o ministério sacer-dotal, venho com muita confiança em Deus e com humildade pedir ao Senhor Ministro Provincial a graça de liberar-me, abençoar-me e enviar-

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-me para as missões em terras ango-lanas. Confesso que é um desejo que carrego comigo há algum tempo”, revelou Frei Fidêncio.

Segundo o Ministro Provincial, Frei Antenor ainda lhe escreveu: “Quero muito contribuir com a mis-são de Angola, porque sei e tenho plena convicção, não sou eu, pobre

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frade, que está contribuindo com a Missão de Angola, mas minha voca-ção é que vai ganhar muito e vai se enriquecer com essa nova experiên-cia que Deus está me proporcionan-do”.

Ainda disse ao Ministro Provin-cial que sua motivação para ser mis-sionário aconteceu quando ainda era

estudante em Agudos e ouviu de um frade missionário a seguinte frase: “Não encontramos Deus na fartura, na abundância, mas encontramos o Senhor naqueles que são abandona-dos pela sociedade”.

Frei Fidêncio agradeceu cari-nhosamente aos pais pelo “irmão fraterno” que os frades ganhavam e também a seu confrade Dom Dia-mantino, por ordenar Frei Antenor, ao pároco Pe. Ilídio Coelho, que aco-lheu os frades generosamente duran-te a preparação para a ordenação, e à comunidade de São Lourenço, sem-pre muito carinhosa com os frades.

Frei Antenor também agradeceu a todos pelo momento inesquecível que estava vivendo. No final, pediu ao povo que rezasse com ele um Pai Nosso e uma Ave Maria pela família, onde nascem as vocações religiosas.

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manhã do dia 21 de dezem-bro chegou com o calor que marcou toda a semana de

preparação para a ordenação de Frei Antenor Camilo Militão. Neste dia, às 9h30, teve início a Primeira Missa do neopresbítero, que reuniu muitos dos paroquianos que não puderam participar da ordenação e os visitan-tes que vieram para a ocasião.

Frei Antenor demonstrou mui-ta tranquilidade em sua primeira celebração, concelebrada por seus confrades, pelo pároco da Paróquia Santíssima Trindade, Pe. Elídio Coe-lho, e pelo Pe. Antônio Queiroz, con-vidado do neopresbítero para fazer a homilia da celebração.

Pe. Antônio ressaltou a impor-tância da família na vocação da-queles que são escolhidos a serem presbíteros. “Nós conhecemos a ár-vore pelos seus frutos”, ele lembrou, afirmando que fiéis vocações sur-gem onde a família vive os valores cristãos e reza para que Deus lhes guie em sua vida. Esta mensagem também ficou evidente ao recordar a todos a história de São Pio X, que ao ser ordenado bispo, vai mostrar seu anel episcopal à sua simples mãe. Esta, em sua humilde fé, res-pondeu ao seu filho, mostrando seu anel de casamento: “Meu filho, sem este anel aqui, você não teria ganha-do o seu”.

Frei Camilo, em suas palavras finais, agradeceu mais uma vez a

acolhida que teve de Pe. Elídio e da paróquia para que ali pudesse se ordenar. Ressaltou o apoio à prepa-ração para a ordenação no decorrer de toda a semana, e agradeceu pelas orações que as famílias e fiéis eleva-ram a Deus por sua própria vocação.

Esta foi uma semana de mui-tas graças pedidas e alcançadas. A cidade de São Lourenço viu, com alegria, mais um de seus filhos oferecer-se ao serviço da Igreja como presbítero e, neste caso, tam-bém como missionário. Que Deus continue a suscitar novas vocações desta abençoada terra, que já envia, no ano de 2015, dois novos semi-naristas à formação em nossa Pro-víncia! Louvado seja Deus!

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PRImícIas DE fREI antEnOR Frei rodriGo da silva santos

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aos neoprofessos no noviciado são José de Rodeio, o ministro Provincial deixou uma mensagem: “abraçar com esperança o futuro”

RODEIO

PRImEIRa PROfIssãO

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odeio (SC) – Todo ano é assim: a Pri-meira Profissão dos noviços na vida re-ligiosa franciscana se torna uma gran-

de e emocionante celebração. Difícil não se ‘contaminar’ pelo espírito de alegria e comu-nhão que toma conta do Noviciado São José, em Rodeio, na pequena cidade catarinense no Vale do Itajaí. E como lembrou o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, já são 114 anos vivendo este momento celebrativo nessa casa histórica da Província da Imacula-da Conceição.

Desta vez, para fugir um pouco do calor intenso no Vale, a celebração aconteceu às 20 horas na Matriz de São Francisco de Assis. Frades de toda a Província, familiares e a co-munidade de Rodeio marcaram presença nes-te momento único na vida dos catorze jovens noviços – Frei Angelo Fernandes Baratella, Frei David Belineli, Frei Erick de Araújo La-zaro, Frei Heberti Senra Inácio, Frei Leandro Ferreira Silva, Frei Raoni Freitas da Silva, Frei Samuel Santos Soares, Frei Alberto André An-tónio, Frei Crisóstomo Pinto Ngala, Frei Dio-go da Silva Filipe, Frei Gabriel Sapalo Chico, Frei Honorato Salvador Gaspar Gabriel, Frei Paulino Kamussamba Sopindi e Frei Victori-no Chico Tchimuku – que concluíram o “ano de provação” na vida religiosa franciscana.

Frei Fidêncio Vanboemmel presidiu a ce-lebração, tendo como concelebrantes o presi-dente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, Frei José Antônio dos Santos, e o guardião da Fraternidade do Noviciado, Frei Valdir Laurentino. Recordando a mensagem do Papa Francisco para o Ano da Vida Con-sagrada, que está sendo celebrado em 2015, o Ministro Provincial destacou três grandes objetivos que deverão marcar a vida desses novos filhos de São Francisco: olhar com gra-tidão o passado, viver com paixão o presente; e abraçar com esperança o futuro.

“Hoje à noite, aqui em Rodeio, nessa histó-rica casa da Província, nesta histórica casa de Rodeio, nós queremos render graças a Deus e olhar, sempre de novo, com gratidão para essa história de fé e experiência vocacional, de luta e discernimento pessoal, que tantos jovens fi-

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aos neoprofessos no noviciado são José de Rodeio, o ministro Provincial deixou uma mensagem: “abraçar com esperança o futuro”

PRImEIRa PROfIssãO

MoaCir BeGGo

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PEDIDO À fRatERnIDaDEDurante as orações antes do almoço, no domingo (14), os professandos fizeram o pedido à Fraternidade do Noviciado para emitir os votos temporários na Ordem dos Frades Menores. O guardião Frei Val-dir Laurentino presidiu este momento ce-lebrativo e também abençoou os hábitos que os noviços vestirão a partir de agora. Isso porque, quando o noviço ingressa no Noviciado, ele veste um hábito ‘provisório’, adaptado para este início na vida religiosa franciscana. Também estavam presentes o Definidor Frei Germano Guesser e o pre-sidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus, Frei José Antônio dos Santos.

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zeram neste espaço sagrado do No-viciado”, disse Frei Fidêncio.

Para o ministro, o segundo obje-tivo – viver com paixão a data e a ce-lebração de hoje -, é uma forma de todos os frades renovarem também, com paixão, a própria profissão reli-giosa. Mas Frei Fidêncio se concen-trou no terceiro objetivo – abraçar com esperança o futuro – ao moti-var os professandos. Segundo Frei Fidêncio, o Papa lembrou que a es-perança não está nos números, ain-da que para o mundo de hoje 14 no-viços fazerem a Primeira Profissão é um número muito expressivo e im-portante. “A esperança que nós que-remos viver é, sobretudo, o Espírito Santo de Deus que vai nos inspirar a viver com alegria, com paixão, com entusiasmo a nossa própria consa-gração”, disse o Ministro, lembran-do que o Papa falou especialmente aos jovens consagrados, porque, em breve, “sereis chamados a tomar em vossas mãos a liderança da anima-ção provincial, da formação, do ser-viço, da missão”.

Segundo o Ministro Provincial, esses jovens neoprofessos são pro-tagonistas do diálogo com a gera-ção que vai à frente, como os frades

mais idosos da Província presentes na celebração, Frei Abel Schneider, Frei Cássio Vieira de Lima, Frei Anselmo München. “Podeis, em comunhão fraterna, enriquecerem--se com a experiência e a sabedo-ria. Mas, ao mesmo tempo, nos lembra o Papa Francisco, vocês nos provocam a repropor o ideal que conhecemos no início da vida reli-giosa e oferecem, a todos nós, esse ímpeto, essa alegria, essa coragem, esse entusiasmo, a fim de, juntos, construirmos uma vida evangélica”, acrescentou.

Para isso, segundo o Ministro, a liturgia da Palavra do dia oferecia as orientações necessárias, como o seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo no Evangelho. Mas, lembrou Frei Fidêncio, torna-se necessário revestir-se de sentimentos que pas-sam pela dimensão da cruz. “Nos suportarmos como irmãos, como fraternidade, celebrarmos, dia após dia, o perdão das nossas ofensas, das nossas faltas, das nossas omis-sões, amar, ser agradável um ao outro, nos deixarmos envolver pela Palavra de Deus. E como diz a se-gunda leitura, de Tomás de Celano, ‘renunciar a todo amor próprio’. O importante é estarmos atentos às necessidades da fraternidade, de-vemos estar sempre juntos, alimen-tando o projeto fraterno, vivendo o projeto fraterno de vida e missão”, admoestou.

Segundo Frei Fidêncio, a profis-são é estar sempre cheios da graça do Santo Evangelho. “Estar conten-tes quando podemos estar conten-tes, contentes quando podemos tra-balhar com as nossas próprias mãos, estar contentes quando servirmos os leprosos da modernidade e estar contentes quando vamos às perife-rias existenciais. E assim, queridos confrades, irmãos e irmãs, nós es-taremos correspondendo às gran-

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des expectativas que o Papa Francisco alimenta para to-dos os religiosos neste ano dedicado à Vida Consagrada”.

Ele finalizou convidando a todos a viverem essa con-sagração com alegria. “Nada de religiosos tristes, diz o Papa. Devemos ser religiosos felizes, alegres, satisfeitos, contentes. Viveremos, assim, a dimensão profética da nossa vocação de despertar o mundo para as coisas de Deus, despertar o mundo para o Santo Evangelho. Nós seremos peritos em criar comunhão, criar laços frater-nos num mundo tão ferido, tão cheio de fraturas. Nós, assim, teremos a coragem de sairmos um pouco mais de nós mesmos e, de fato, irmos às periferias como nos pede o Papa Francisco. E sempre de novo devemos nos per-guntar: o que Deus, o que o mundo pede de nós, frades menores, hoje? Queridos irmãos, irmãs, nós queremos celebrar com gratidão mais uma página da história do nosso noviciado em Rodeio. Queremos viver, com pai-xão, esse momento presente, a profissão de vocês, e todos juntos queremos, sim, abraçar com esperança o futuro”, concluiu.

O RItODepois da Liturgia da Palavra, o Mestre dos Noviços,

Frei Samuel Ferreira de Lima, fez a chamada de cada um e os apresentou ao Ministro Provincial. Em seguida, Frei Gabriel se dirigiu ao Provincial em nome de todos os noviços: “Pedimos humildemente, Frei Fidêncio Vanbo-emmel e a todos os confrades, que digneis admitir-nos à santa profissão na fraternidade dos Frades Menores”. Frei Fidêncio, então, respondeu: “Bendito seja Deus, que vos escolheu para conosco caminhardes em nova vida”.

Depois da homilia, os professandos se aproximaram do Ministro Provincial e foram interrogados se estavam preparados para se consagrarem a Deus e buscarem a perfeição da caridade segundo a Regra e as Constituições da Ordem Seráfica. Depois, ajoelhados, com as mãos nas mãos do Ministro Provincial fizeram a profissão religio-sa. Em seguida, cada professando assinou o documento da profissão, expressando com isso que a vida passa a ser colocada sob os desígnios de Deus, e cada neoprofesso re-cebeu do Provincial a Regra e as Constituições da Ordem dos Frades Menores. O rito terminou com o abraço da paz dos frades aos neoprofessos num gesto de acolhida e comunhão com a Fraternidade Provincial.

agRaDEcImEntOsFrei Fidêncio agradeceu enfaticamente ao guardião

Frei Valdir Laurentino, na “retaguarda da casa”, e ao Mes-tre dos Noviços, Frei Samuel Ferreira de Lima. Também demonstrou gratidão pela presença dos confrades neste

Os PROfEssanDOs

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Da turma de noviços de 2014 do Noviciado São José, só não fez em Ro-deio a Primeira Profissão na Ordem dos Frades Menores Frei Adriano Cézar de Oliveira. O mineirinho de 23 anos é noviço da Fundação Fran-ciscana de Nossa Senhora de Fátima e sua profissão aconteceu na sede da Fundação, em Uberlândia (MG), no dia 11 de janeiro, às 10 horas, e foi presidida pelo presidente da Funda-

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momento tão significativo da Pro-vínca da Imaculada, especialmen-te dos Definidores Frei Evaristo Spengler e Frei Germano Guesser. E não esqueceu de uma “palavra de carinho” a Frei Diego de Atalino Melo, pelo trabalho como animador vocacional da Província. “Sem esse trabalho não teríamos irmãos nas etapas de formação”.

Frei Fidêncio também falou com gratidão e carinho dos 25 anos da Missão em Angola, agradecendo pelo trabalho ao presidente da Fun-dação Imaculada Mãe de Deus de Angola, Frei José Antônio dos San-tos. “Os frutos estamos vendo aqui com esses sete noviços fazendo a Primeira Profissão”, lembrou. Por último, não esqueceu de agradecer aos familiares dos neoprofessos e à comunidade de Rodeio.

Pelos noviços, falou Frei Cri-sóstomo: “Como neoprofessos sa-bemos da responsabilidade e da etapa que nos espera pela frente”, garantiu. E como já se tornou uma tradição no Noviciado, os noviços brasileiros e angolanos uniram suas vozes num canto em vários dialetos angolanos. Já passava das 22 horas, quando os noviços ainda se volta-ram para a comunidade de Rodeio para agradecer com o canto “Como é bom esperar em ti”.

Desta turma de noviços, Frei Adriano César foi o cerimoniário. Como noviço da Fundação Francis-cana de Nossa Senhora de Fátima, com sede em Uberlândia (MG), ele fará a profissão temporária no dia 11 de janeiro, às 10 horas, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, na sede da Fundação. Ele é o último noviço da Fundação a fazer o Noviciado em Rodeio, uma vez que a Funda-ção Mineira vai se juntar à Custódia do Sagrado Coração de Jesus, de São Paulo. O noviciado será feito, então, na cidade de Catalão (GO).

fREI aDRIanO PROfEssa Em ubERlÂnDIação, Frei Ezimar Alves Pereira. Frei Adriano é natural de Conselheiro La-faiete, Minas Gerais. Filho de uma fa-mília tradicionalmente católica, desde criança participa da Comunidade São Pedro, em Olaria (MG), na Arquidio-cese de Mariana. “Tive uma infância e adolescência bastante inseridas na Comunidade. Por volta dos 15 anos, percebi o chamado e o desejo de se-guir a Cristo mais de perto. Continuei em oração e buscando o discernimen-to”, conta Frei Adriano, que antes de ingressar nos franciscanos, conheceu a Congregação dos Missionários dos Operários, onde cursou o terceiro ano do Ensino Médio e fez o curso de Fi-losofia, concluído em 2012.

“Em 2013, iniciei a minha prepa-ração para ingressar na Ordem Fran-ciscana fazendo o Postulantado Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP)”, ex-plica Frei Adriano, que concluiu com a turma de noviços o “ano da prova-ção e da graça” no último dia 5 de ja-neiro.

Agora, a próxima etapa na forma-ção de Frei Adriano será o curso de Teologia.

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esta manhã (6h30) deste dia 15 de janeiro, em Rodeio, Santa Catarina, foram admi-

tidos ao Noviciado São José dezoito noviços. Partindo de diferentes cida-

DEzOItO nOvIçOs aDmItIDOs Em RODEIODezoito jovens receberam o hábito franciscano das mãos do ministro Provincial frei fidêncio vanboemmel para a experiência de um ano de graça e provação no noviciado de Rodeio

Frei Kaynan CaPPuCCi

des, onze brasileiros e sete angolanos condividiram durante a celebração eucarística o sonho de serem religio-sos e deram o primeiro passo neste longo processo de conversão, cha-mado vida religiosa franciscana.

Após um período de discerni-mento, os jovens fizeram o tão so-nhado pedido de admissão à Pro-víncia Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, representada pelo Ministro Provincial, Frei Fidên-cio Vanboemmel e, com a graça de Deus, foram aceitos.

A celebração foi simples, assim

como é a vida franciscana, mas cheia de significados, permeada de reverên-cias e emocionante pela grandiosidade do passo dado. O assim chamado “Ano da Graça” é tempo onde o jovem culti-va, pouco a pouco, uma maior intimi-dade com Deus, fonte da Vida, e con-sigo mesmo. É um ano onde, acima de tudo, o noviço cria as bases, o elo entre a própria pessoa e a fonte do carisma, que será utilizado para se manter ca-minhando e perfazendo este itinerário durante todo o tempo que Deus, na sua imensa bondade, permitir.

Frei Fidêncio, durante a homilia,

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ressaltou o fato de que estamos abra-çando uma grande família, compos-ta não somente dos frades de Rodeio, mas de irmãos que desenvolvem suas atividades ao redor do mundo. A família franciscana é agraciada por Deus, afinal, ano após ano, re-cebe novos membros, continuidade de uma história de mais de 800 anos,

que teve início com a profunda ex-periência de encontro com o Cristo vivida por São Francisco de Assis.

Durante a celebração, os noviços receberam o hábito franciscano, sím-bolo de penitência da Cruz de Nos-so Senhor. Quando se fala em vida franciscana não se pode esquecer do fato de que nenhum frade pode rea-

lizar algo ou caminhar se não possuir uma intensa vida de oração, se não observar os preceitos evangélicos e, sobretudo, não alimentar o amor fra-terno. Sendo assim, o Ministro Pro-vincial prometeu ajuda no que for preciso – somos uma grande família unida pelo ideal.

Com a graça de Deus, a cele-

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bração contou com a participação de diversos confrades da Província Franciscana da Imaculada Concei-ção do Brasil e também da Fun-dação Imaculada Mãe de Deus de Angola, além do povo de Rodeio. Um fato curioso foi que estavam

presentes os quatro últimos mes-tres do noviciado – Dom Leonar-do Steiner, Frei Valdir Laurentino, Frei Fidêncio Vanboemmel e Frei Samuel Ferreira de Lima - pes-soas que ajudaram a manter viva esta família que os noviços aca-

baram de abraçar nesta manhã. Que Deus dê a perseverança, a

alegria de viver o Evangelho e a co-ragem necessária a todos - o Reino precisa de cada um de nós. Louva-do seja Deus por todas as maravilhas operadas.

quatRO mEstREs

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o dia 25 de janeiro, na co-munidade Nossa Senhora de Fátima, em Kibala, Frei José

Antônio dos Santos presidiu a cele-bração onde 13 jovens postulantes - António Da Silva Manuel, António Monteiro Dos Santos, Bernardo José Cayoya Kandangongo, Bernardo João Cassinda, Daniel Kahuvi Tchitumba Tchikeva, Domingos Kakanda Soma, Elias Hebo Luís, Evaristo Seque Joa-quim, Feliciano Afonso Manuel. Hélder Josué Mateus Domingos, Pe-dro Domingos Mugiba, Pedro Isaías Luísa Vitangui e Simão Cassua Horá-cio - foram admitidos para continuar sua caminhada formativa dentro da Ordem dos Frades Menores.

A celebração foi alegre, regada pelo som dos batuques e cheia de significa-dos para a Fundação Imaculada Mãe

de Deus, pois estamos celebrando os 25 anos de presença nestas terras.

Após a proclamação do Evan-gelho, Frei Alisson Zanetti chamou nominalmente cada postulante. Sem rodeios, todos responderam “Eis-me aqui”. Frei José Antônio, como dele-gado provincial, os recebeu dando a bênção com as seguintes palavras “Olhai, Senhor, para estes jovens que iniciam hoje o postulantado. Aben-çoai o fervor e a disponibilidade com que se inserem em nossa Fraterni-dade. Concedei a eles, que vieram a nós, a graça de descobrirem os valo-res da Vida Religiosa Franciscana e a generosidade de responder ao vosso chamado de perfeição. Dai-lhes imi-tarem a vida de São Francisco, vosso fiel imitador, para experimentarem, na pobreza e humildade evangélica, a Vós que sois o Único Bem”.

A fraternidade do Postulantado

prioriza a alegria da partilha tanto dos trabalhos manuais, como expressão de serviço aos irmãos, como da pró-pria vida, através do diálogo fraterno entre os próprios postulantes e com os frades, além da formação específica para este tempo. E não falta o lazer e a espontaneidade, como gratuidade da própria vida doada por Deus, como passeios, recreios, esportes e encon-tros de convivência.

A equipe formadora ainda não está totalmente composta, pois espera a chegada do mestre Frei Marco An-tônio dos Santos, que generosamente aceitou o chamado de Deus e vem tra-balhar nesta terra de missão.

Frei Alisson, o mestre em exercí-cio, foi transferido para a Fraternida-de São Damião, em Malange. Desde já agradecemos o seu trabalho e gene-rosidade de coração. E que seja aben-çoado em seu novo trabalho.

Os POstulantEs DO JubIlEuFrei aloÍsio Paulo dos santos

angOla

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e bom grado vos acolhemos nesta casa de formação para o tempo do Postulantado.

Aqui, podereis discernir com clare-za a vossa vocação e fazer a experi-ência da nossa vida de fraternidade e minoridade a serviço da Igreja”. Nesta frase, o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, resumiu todo o significado da celebração de Admissão à etapa do Postulantado de catorze jovens realizada nesta quarta-feira (29/1), no Seminário

Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP). O rito de admissão se deu den-

tro da Oração da Tarde, às 18h30, na presença da Fraternidade do Semi-nário, de frades da Província, entre eles o Definidor Frei Mário Tagliari, e religiosas.

Os novos postulantes - André Lentis da Silva, Bruno Rodrigues da Silva, Cristian José de Souza, Fran-cisco Dalilson Pereira Cabral, Jonas Ribeiro da Silva, Lucas Moura Justi-no, Marcos Paulo Bertoldi, Marlon Taxa Pereira Reis da Silva, Odilon Voss, Thiago Augusto dos Santos,

Valcir Brandão de Oliveira Júnior, Wagner da Silva Neves, Wagner Gomes Salomão e Willian Bernardi de Castro – foram chamados, um a um, pelo guardião da Fraternidade, Frei João Francisco da Silva, e apre-sentados ao Ministro Provincial. Em seguida, eles fizeram o pedido de ad-missão a esta etapa do Postulantado, rezaram a oração que São Francisco de Assis fez diante do Crucifixo de São Damião após a sua conversão e, por fim, receberam o Tau e a bênção do Ministro Provincial.

Frei Fidêncio, então, confiou es-

POstulantEs PREPaRam O tERREnO PaRa a gRaça DE DEus

MoaCir BeGGo

guaRatInguEtÁ

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ses jovens ao novo mestre Frei Jorge Lázaro de Souza e ao vice--mestre e guardião da Frater-nidade Frei João Francisco da Silva, que, juntos com a Frater-nidade, ajudarão neste tempo de discernimento.

Citando a parábola do Se-meador, o Ministro Provincial disse que o Evangelho do dia era extremamente iluminador para aquele momento, onde esses jovens abririam o coração para Cristo depositar a boa semente. “O nosso esforço, empenho, será o de permitir que este terreno esteja sempre fértil. O misté-rio da germinação é a graça de Deus. É ela que vai germinar a Palavra. Nesse sentido convido a cada um de vocês, caríssimos postulantes, a fazer deste ano

um lugar onde Deus, através de seu Filho Jesus Cristo, vai depo-sitar a boa semente”, disse o Mi-nistro Provincial.

Um desses desafios nesta etapa da formação é aprender a viver em fraternidade. “A nossa Província ideal não está lá em Santa Catarina, não está lá em Ituporanga. Deixemos isso lá para o Frei Marcos Melo e o Frei Rodrigo Santos. A Província ideal não está na casa Provincial, a Província ideal não está em Petrópolis, a Província ideal não está lá em Angola, mas a Pro-víncia ideal, que vocês querem construir, está aqui em Guara-tinguetá. É aqui que vocês vão construir esse espírito de frater-nidade”, ensinou Frei Fidêncio.

Ele lembrou aos novos pos-

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tulantes que esse processo não deve-rá ser feito com medo, insegurança ou desânimo, mas com muita ale-gria. “O Papa Francisco fala muito dessa dimensão da alegria. Temos de ser religiosos alegres, felizes, por-que nós sabemos Quem estamos seguindo, quem nos chama, quem nos convoca. Viver esse Evangelho na disponibilidade, para estarmos sempre prontos e disponíveis. Às ve-zes precisamos recuar um pouco dos nossos princípios, dos nossos con-ceitos, para entender o que significa viver em comum. Jesus vai dizer que é se colocar em serviço, no seu se-guimento. Vivendo o Evangelho no serviço é fazer bem todas as coisas de cada dia, todas as tarefas cotidia-nas de nossa casa. Se assim fizerem, vocês chegarão bem ao final do Pos-tulantado”, acrescentou, explicando que esta etapa prioriza a formação humana, cristã e franciscana, que já havia se iniciado na etapa anterior: o Aspirantado.

“Nesta etapa queremos nos apri-morar como seres humanos, não mais voltados para dentro de si mes-mos, para projetos pessoais, mas em direção a uma formação humana que se dá fortemente no convívio da vida fraterna”, enfatizou. Ele também destacou que o crescimento do pos-tulante se dará quando ele “crescer rezando em grupo”, seja com a fra-ternidade ou seja com o povo.

Frei Fidêncio agradeceu a Frei Marcos Antônio dos Santos, que agora vai ser Mestre dos Postulantes em Angola. “Vocês vão com a graça de Deus”, disse, também se referindo a Frei Antenor Camilo Militão, que foi ordenado recentemente presbíte-ro e vai ser missionário em Angola.

No final, voltando-se para os pos-tulantes, deixou uma mensagem de esperança. “Não desanimem diante do primeiro desafio. Não tenham medo das primeiras dificuldades.

Resolvam sempre as questões de forma aberta. Vamos fazer com que a Palavra de Deus cresça sempre a partir de nossas potencialidades. E se olharmos ao nosso lado, vamos ver que temos muitas potenciali-dades. Nós, como Comunidade Provincial, estamos ao lado de vo-cês”, recomendou, lembrando que o Mestre e o Vice-Mestre estarão em

sintonia com toda a Fraternidade - Frei Wilson Steiner, Frei Claudino Dal’Mago, Frei Airton da R. Oli-veira e Frei José Clemente Schafas-chek. “Não são os mais santos, gra-ças a Deus. Não são os irmãos mais perfeitos, melhor ainda; porque eles também querem crescer com vocês. Vocês, certamente, vão crescer com eles”, completou.

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SER PADRE é participar de um sacer-dócio que tem a Cristo como o Único e Sumo Sacerdote. O padre é apenas um convidado e é ordenado a ajudá-lo na missão de morrer na cruz e dar seu sangue para a redenção da humanidade. Santo Tomás diz que os padres são ape-nas ministros de Cristo.SER PADRE é ser chamado por um convite de Deus, é ser consagrado pela ação do Espírito Santo e ser enviado por Cristo para pregar o evangelho “a todas as nações, até ao fim do mun-do”. Na expressão redonda de São João Crisóstomo, os padres são: “Chama-

dos! Consagrados! Enviados!”SER PADRE é receber um poder

sagrado que é o próprio poder de Cristo. Tal poder deve ser vivido em união com Cristo que assumiu os nossos sofrimentos e se fez servo

de todos.SER PADRE é semear as promessas

do amor de Deus, libertando os cati-vos, abrindo os olhos dos cegos e lim-

pando a alma humana de suas lepras e imperfeições.SER PADRE é acolher, como Cristo, os pobres, os doentes e os pecadores, levando-lhes o perdão de Deus, a cura de suas enfermidades e avivando neles a chama da esperança num Deus Pai e Providência.

SER PADRE é, mesmo indigno, con-sagrar o Pão e o Vinho, com a graça de oferecê-los aos que O buscam nas

impurezas de suas vidas e na necessi-dade de suas doenças. Ainda segundo Santo Tomás: Na missa, o padre reza em nome da Igreja. Na consagração, age por ordem de Cristo: “Fazei isto em me-mória de mim!”SER PADRE é ser um Bom Pastor, que corre atrás das ovelhinhas perdidas, evi-tando fazer acepção das pessoas e agin-do sempre com compaixão e repassada misericórdia.

SER PADRE é perdoar sempre, em nome de Deus, não importando o peca-do de quem se confessa arrependido.SER PADRE é anunciar o evangelho e a Palavra de Deus, com alma e coração, vi-venciando com emoção a proximidade de Deus nos fiéis.SER PADRE é bater no peito, reconhe-cendo a própria indignidade de repre-sentar o Deus Três Vezes Santo, mesmo sendo três vezes pecador.SER PADRE é fazer do altar o seu leito nupcial. Assim como os casados tem um quarto para suas intimidades, o padre tem, no altar, a sua graça maior e a fonte de sua felicidade.SER PADRE é uma graça imerecida e um privilégio sem par. Outros podem ser filhos de reis, o padre é seguidor en-cantado de Jesus, Rei dos reis. Por isso, não deve se envaidecer com os elogios nem se abater diante de críticas e fracas-sos.SER PADRE é estar a serviço e zelar pe-las ovelhas, sem medo dos lobos.SER PADRE é bom, é muito bom, por-que os grandes amores do padre são Jesus e o povo pelo qual Jesus deu a vida. Padre nenhum deve ter outra ambição nem de-sejar nada mais do que amar a Ele e ao povo que Ele lhe confiou. Qualquer padre deveria sempre pedir perdão por não ser um bom padre e um santo pastor.

TERMINO COM UMA ORAÇÃO: “Ensinai-me, ó Deus, a vos procurar e mostrai-vos quando vos procuro; pois não posso procurar-vos se não me en-sinais, nem encontrar-vos se não vos mostrais. Que desejando, eu vos pro-cure, procurando vos deseje, amando vos encontre, e, encontrando, vos ame”. (Santo Anselmo, Arcebispo de Cantuá-ria, Inglaterra, séc. XII)

sER PaDRE

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Formação e Estudos

Frei Neylor J. Tonin(Reflexão por ocasião dos 50 anos de padre)

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om o tema: “Vai, restaura a minha igreja”, mais de 215 jovens participaram da se-

gunda edição das Missões Francis-canas da Juventude em Concórdia (SC), além dos integrantes de oito comunidades da Paróquia de Nos-sa Senhora do Rosário e das pesso-as que ajudaram na cozinha e no apoio destas Missões.

As atividades começaram na quinta-feira de manhã (22/1), com a chegada dos jovens do Rio de Ja-

fEsta Da JuvEntuDE fRancIscananeiro, São Paulo, Paraná e diversas cidades de Santa Catarina. O salão paroquial recebeu os missionários, com diversos ambientes, como um túnel com frases bíblicas, espaço com almofadas para descanso e dormitório. No palco, uma ima-gem de São Francisco, o Crucifixo de São Damião e o tau com a arte do Frei Dito, símbolo das Missões Franciscanas.

No final da tarde, Frei Die-go Atalino de Melo fez a abertura oficial e, já no final da noite, uma belíssima oração na igreja, orna-

mentada com velas e panos, quan-do a jovem Mariana Rogoski, de 27 anos, fez um depoimento sobre seu afastamento da Igreja num mo-mento de sua vida. No final, Frei Diego fez a unção dos jovens com óleo, simbolizando o envio para as comunidades.

cOnhEcEnDO O lOcal No dia seguinte, após a oração

da manhã, o pároco Frei Evandro Balestrin apresentou aos jovens a cidade de Concórdia. Já o Ministro Provincial da Província da Imacu-

ÉriKa auGusto

cOncóRDIa

SAV

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lada Conceição, Frei Fidêncio Van-boemmel, destacou a importância das Missões no carisma francisca-no, citando o episódio da vida de São Francisco, quando Jesus fala através do crucifixo de São Damião “Vai, restaura a minha igreja”: “A Igreja de Deus não são pedras e ti-jolos. A Igreja de Deus é cada um de nós, e, juntos, formamos as pe-dras vivas”, ensinou, falando da im-portância do discernimento para descobrir o desejo de Deus na vida de cada um. “O sonho de Deus acontece onde a gente pisa, onde eu

fEsta Da JuvEntuDE fRancIscanavivo a minha história”, acrescentou, citando momentos do Papa Fran-cisco durante a Jornada Mundial da Juventude.

À tarde, os jovens ouviram o testemunho de uma jovem presi-diária, Carol, que está cumprindo pena por tráfico de drogas há 4 anos. Seu depoimento serviu como alerta aos jovens.

Essa realidade que Carol con-tou pôde ser vista por um grupo de jovens no Presídio Regional de Concórdia. Um outro grupo fez o plantio de 600 mudas de árvores

no entorno do Rio Queimados. Os responsáveis pela ONG Queima-dos Vivo contaram a história da ONG e a situação do rio hoje e sua importância para a cidade de Con-córdia.

No presídio, os jovens visitaram a ala feminina, os presos em regi-me semiaberto e em regime fecha-do. Foi um momento de emoção e descoberta. Ouvir os presos, suas histórias, levar uma palavra de ca-rinho, conforto e perdão. Foi um momento simples mas transfor-mador. A maior parte dos jovens

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nunca tinha entrado em uma car-ceragem e pôde perceber como um gesto simples pode transformar a vida de uma pessoa.

Para Samuel Cavalcanti do Amaral, de Nilópolis (RJ), as Mis-sões Franciscanas serviram para mostrar a alegria de se colocar à disposição daqueles que mais ne-cessitam. Através de pequenos ges-tos, visitando os encarcerados, cui-dando da natureza, reconstruindo uma igreja, entre tantas ações. “Fo-ram dias de festa, acolhimento, ale-gria, dança, demonstrações de fé e sobretudo muito amor partilhado”, destacou o jovem.

Para Renan Nilson Bacca, de Gaspar (SC), a experiência serviu para se desconectar de um mundo consumista e superficial. “Nestes quatro dias tive a oportunidade de sair deste fluxo e coloquei-me diante de uma experiência diferen-te, forte, que dia após dia foi ga-nhando forma, mostrando um ros-to juvenil, alegre, persistente, que

levou Cristo nos corações de cada morador de Concórdia”, afirmou.

cOmunIDaDEs REcEbEm Os JOvEns mIssIOnÁRIOs

Apenas oito comunidades, das mais de 60 da Paróquia Nossa Se-nhora do Rosário, foram escolhi-das para acolherem os jovens. Frei Jeâ Paulo de Andrade, vigário pa-roquial, ajudou a coordenar e orga-nizar as experiências nos bairros: Nova Brasília, Santa Rita, Nações, Catarina Fontana, Vista Alegre, Pe-trópolis, Natureza/ Poente do Sol e Fragosos.

O bairro Natureza/ Poente do Sol recebeu os jovens com muito entusiasmo e uma queima de fogos. “Quando os jovens viram que havia um pessoal na entrada do bairro es-perando por eles, ficaram muito feli-zes. Para nós foi uma recepção muito simples, mas o modo como eles re-agiram, os sorrisos que eles deram, tornou o momento muito marcante”, afirmou Paula Eliana Gomes.

Os participantes seguiram a pé com a comunidade até o Centro Comunitário, onde foram recebi-dos com um risoto no tacho, um prato típico. Os ministros leigos fa-laram um pouco sobre a realidade local e o Santuário Santa Augusta, que está em construção há 4 anos. De Rossi, ministro leigo, explicou para os jovens sobre a vida de Santa Augusta. Este Santuário é a réplica do Santuário da Itália, a única exis-tente no mundo. A igreja ainda não está terminada, e parte da missão dos jovens foi construir um peque-no jardim na entrada.

No sábado de manhã, os jovens se dividiram em quatro grupos para visitar os enfermos, famí-lias e idosos. À tarde, reuniram-se com a comunidade para ajudar na construção do jardim. Os mais ex-perientes judavam os iniciantes. O jardim ficou pronto com dois can-teiros laterais e um coração com flores. A comunidade se reuniu para a celebração da Palavra à noi-

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te. Após a celebração, Frei Diego Melo abençoou o jardim, aprovado pelos paroquianos.

Para Paula Gomes, essas Mis-sões mudaram a comunidade. “As marcas que esses jovens deixaram vai muito além do jardim que foi feito; eles mudaram a cara da co-munidade, eles fizeram reviver a esperança nos jovens daqui, eles fi-zeram muitas pessoas repensarem o modo como vivem, como agem e falam. Nós nos sentimos pessoas diferentes. Na primeira noite havia uma fogueira com brasas acesas. Os jovens missionários fizeram essa fogueira incendiar”, testemu-nhou a jovem.

nOssa sEnhORa DE lOuRDEs abEnçOOu Os mIssIOnÁRIOs

No domingo (25/1), oito grupos começaram a se dirigir para a gru-ta Nossa Senhora de Lourdes por volta das 4 horas da manhã. Com velas nas mãos, partiram em dire-ção à matriz para a missa de en-

cerramento, enquanto as pessoas se juntavam numa longa procissão, com cantos e orações. No caminho, uma parada em uma paróquia lo-cal para um encontro muito espe-cial: com Cristo Eucarístico. Frei Daniel Dellandrea conduziu a bre-ve adoração, onde os caminhantes puderam descansar e rezar. O gru-po foi em seguida para o hospital São Francisco de Assis. Mais um momento de emoção. Pessoas in-ternadas e seus familiares puderam receber carinho e palavras de con-forto dos jovens missionários. Às 7h30, foram recebidos com alegria e uma calorosa queima de fogos na Matriz.

mIssa maRca O EncERRamEntO Após um tempo de descanso e

o café da manhã, a comunidade e os jovens missionários celebraram juntos a Eucaristia. A missa foi pre-sidida por Frei Fidêncio, que esteve presente durante todo o tempo das Missões, inclusive na caminhada.

Em sua homilia, o Ministro Provincial fez uma releitura da pas-sagem do envio de Jonas à cidade de Nívive (Jn 3,1-5.10). “Levanta-te e vai para a cidade de Concórdia”, parafraseou Frei Fidêncio, afir-mando que esta Paróquia e a maior da Província, com mais de 60 co-munidades. “O foco deste encontro era a missão. Evangelizar do jeito de São Francisco e no apelo que Je-sus fez a Francisco – Vai, reconstrói a minha igreja”.

Frei Fidêncio destacou que esta Igreja, tanto para São Francisco como para os jovens missionários, não é o templo de pedra, mas a Igreja espiritual, sobretudo a mais sofrida. Ele citou a visita ao pre-sídio e a visita ao hospital como locais de encontro com o Cristo naquele que sofre. “A palavra de Deus nos pede uma coisa muito importante: conversão. Conversão significa voltar-se para o Senhor, para Deus. Nós sempre precisamos ser pessoas convertidas. Conver-

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são significa viver a radicalidade do Evangelho, significa perguntar para o Senhor: que queres que eu faça?”, acrescentou Frei Fidêncio.

O Ministro Provincial falou ainda sobre o chamado de Jesus aos apóstolos, e a cada um de nós. “Jesus convoca não apenas missio-nários, mas toda a Igreja. Somos chamados a sermos seguidores de Jesus Cristo!”, afirmou, lembran-do que este chamado não é feito em sala de aula: o aprendizado do Evangelho se dá na ação, no decor-rer da missão. E recordou o pedido do Papa Francisco de sermos uma Igreja em saída. “É no caminho que se faz com o Cristo que nós temos nosso aprendizado. Jesus cada dia nos surpreende. Quando vocês chegaram aqui nem imaginavam o que iria acontecer. E muitas vezes tivemos que nos dobrar diante das surpresas que Jesus foi nos ofere-cendo”, concluiu Frei Fidêncio.

No momento de ação de graças, os jovens foram convidados a co-locar dentro do Tau, símbolo das Missões Franciscanas, o seu nome,

em um pedaço de papel. Este nome ficará para sempre dentro do Tau, como símbolo permanente desta missão.

as mIssõEs Em 2016No final da missa, Frei Diego

informou que a cidade de Cho-pinzinho, no Paraná, receberá as Missões Franciscanas da Juventude em 2016. Então, os jovens de Con-córdia entregaram o Tau para os jovens chopinzinhenses presentes, num momento de muita emoção.

Frei Diego, coordenador do SAV e organizador das Missões Fran-ciscanas, destacou quatro aspectos desta edição: adesão, entusiasmo, vocação missionária e doação. “O envolvimento das comunidades da Paróquia de Concórdia proporcio-nou o bom andamento desta missão. Os jovens deram novo fôlego a estas comunidades, que poderão ainda colher muitos frutos”, destacou Frei Diego, lembrando que no ano passa-do 100 jovens participaram e agora o número mais que dobrou.

Segundo Frei Diego, a desco-

berta do jovem como missionário e evangelizador, a capacidade de doa-ção, a criatividade, tudo isso torna o jovem protagonista. “Os jovens fo-ram levados a conhecer realidades desafiadoras nas periferias”, disse, como a visita ao presídio, ao centro de detenção provisória para meno-res infratores. Houve também uma atenção especial aos jovens surdos da cidade, que através do trabalho de tradução do Frei Jhones Martins, puderam participar de alguns mo-mentos das missões.

A preocupação com o meio ambiente também foi um dos des-taques, segundo o organizador, no plantio das mudas no entorno do Rio Queimados. “A reconstrução da Igreja se dá de diversas manei-ras e existem muitas faces desta Igreja que precisa ser reconstruída, a Igreja da evangelização, a Igreja do ser humano, a Igreja do serviço social, do cuidado com o meio am-biente, entre outras”, concluiu Frei Diego.

Para Frei Fidêncio, o caráter mis-sionário deve estar sempre presente

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Grupo de Jovens Francisca-nos da Paróquia Santa Inês promoveu, na manhã do dia

4 de janeiro, na Praia Central de Bal-neário Camboriú, uma caminhada pela paz. Dezenas de jovens partici-param.

Os jovens fizeram neste dia a lem-brança do Dia Mundial da Paz que aconteceu no dia 1°de janeiro. O Dia Mundial da Paz, inicialmente chama-do simplesmente de Dia da Paz, foi criado pelo Papa Paulo VI, com uma mensagem datada do dia 8 de dezem-bro de 1967, para que o Dia Mundial da Paz fosse celebrado sempre no primeiro dia do ano civil, a partir de 1968, evento que acontece até hoje.

No trajeto da caminhada, os jo-vens, com bandeiras da paz, ento-avam cantos franciscanos e faziam

algumas reflexões sobre o sentindo da paz, recordando São Francisco de Assis, que é reconhecido até por outras religiões e mesmo por não--crentes como homem da paz e da fraternidade universal.

Também durante o percurso, foi destacado que a paz acontece quando fazemos pequenas ações imbuídos do espírito da paz. Não precisamos fazer grandes coisas para testemunharmos a paz. Mas agir em paz.

Esta caminhada também quis conscientizar as pessoas a construí-rem uma sociedade fundada sobre a igual dignidade de todos os seres hu-manos. Francisco de Assis, através da sua simplicidade, nos ensinou a cons-truir uma sociedade que vive em har-monia e justo progresso.

Francisco mesmo dizia: “A paz que

anunciais com a boca, deveis tê-la em vossos corações. Ninguém seja por vós provocado à ira ou ao escândalo, mas todos, por vossa mansidão, se-jam levados à paz, a benignidade e à concórdia. Pois é para isso que fomos chamados: para curar os feridos, rea-nimar os abatidos e trazer de volta os que estão no erro” (cf LTC 58).

Podemos dizer que este dia foi de muita inspiração e motivação, pois, como Francisco exortou seus frades, também nos exortou e nos impulsionou a anunciar a paz e a testemunhá-la com doçura, porque este é o único caminho de comuni-cação para atrair todos os homens e mulheres para a verdadeira paz, bondade e concórdia.

Grupo de Jovens Franciscanos da Paróquia Santa Inês

na vida cristã, mais ainda na vida franciscana, pois no espelhamos no exemplo de Francisco de Assis. “O espírito missionário deve ser a alma de toda a evangelização, e muito particularmente da nossa evangeli-zação franciscana”, afirmou. Para os jovens, a presença do Ministro Pro-vincial durante todo o encontro foi muito marcante. Para Frei Fidêncio, sua presença foi uma resposta à “fe-liz e grande aposta da Província”. E acrescentou: “Fiz-me presente por-que acredito no segundo objetivo específico do nosso Plano de Evan-gelização que é: ‘Revigorar a anima-ção vocacional’, tendo com uma das estratégias o ‘investimento no traba-lho com a juventude’”.

“Vi jovens provenientes de di-versas realidades e regiões da nossa Província (SC, PR, SP e RJ) e senti que todos estavam dispostos a res-ponder ao apelo do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude na noite da Vigília na praia de Co-pacabana, ‘Vai, repara a minha casa’.

Vi jovens atentos e senti que eles mesmos experimentaram a alegria do ‘vencer-se a si mesmo’ quando perceberam as diferentes facetas do mesmo Crucificado em tantas ver-dades nuas e cruas da vida huma-na: misérias, doenças, solidão, ex-periências de perdas, encarcerados, hospitalizados etc.

Vi jovens acreditarem que a nos-sa Igreja deve ser uma ‘Igreja em sa-

ída’. Senti que eles perceberam que o verdadeiro discipulado não se faz em salas de aula, somente com re-flexões de uma catequese abstrata, mas no caminhar com Cristo e ir com Ele a todas as periferias exis-tenciais.”

Frei Fidêncio Vanboemmel dei-xou uma mensagem aos partici-pantes das Missões Franciscanas da Juventude: “Vocês, jovens, são os verdadeiros protagonistas da Igre-ja do futuro. Portanto, acreditem nas potencialidades que carregam no coração. Por favor, não tenham medo de insistir junto aos nossos frades por um espaço na comu-nidade de Fé. Que o Senhor nos abençoe e nos guarde!”

JOvEns camInham PEla Paz Em balnEÁRIO cambORIÚ

Fraternidades

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Fraternidades

o dia 20 de dezembro, Frei Carlos Pierezan e Frei Ben-jamim Ansolin celebraram,

em Concórdia, o jubileu de ouro de ordenação sacerdotal. Filhos desta terra, há exatos cinquenta anos ce-lebravam, no auge do Concílio Vati-cano II, uma missa sincronizada em frente da Igreja Matriz de Concór-dia com outros três companheiros de caminhada: Frei Luiz Dalmago (falecido), Frei Paulo Bonassi (capu-

chinho) e Leonardo Boff (egresso). A Missa de jubileu foi presidi-

da pelo Definidor do Regional Frei Evandro Balestrin. Na homilia fri-sou que o ‘sim’ dado por Maria é um exemplo para o ‘sim’ que o presbítero precisa dar todos os dias, para que se efetive o compromisso com o povo e com Deus. Esse compromisso sacer-dotal foi, de joelhos, renovado pe-los jubilandos. Nos agradecimentos, Frei Carlos lembrou das bases do seu ministério: A família onde recebeu a vocação e o exemplo de oração e a

Eucaristia que é a maior graça que o sacerdote pode conceder às pessoas. Frei Benjamim falou de seu lema de ordenação: “Por fundamento a fé, por ideal a perfeição e por objetivo a gló-ria de Deus e o bem das almas”.

O jubileu dos frades, com a pre-sença do SAV, teve forte apelo voca-cional, na esperança de fazer brotar no coração de mais jovens esse ardor pela vida religiosa e sacerdotal. No dia seguinte, ambos celebraram nas comunidades de origem juntamente com os amigos e familiares.

JubIlEus DE fREI caRlOs E fREI bEnJamImFrei Je Paulo andrade

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Fraternidades

1. Desde o início da criação do mundo Deus tem feito os seus chamados; Chamou Adão que se escondera por estar nu Para dar-lhe e a sua mulher os devidos recados.

2. Foi a desobediência dos 2 que os fez conhecer o bem e o mal E foi também assim que a infelicidade entrou no mundo; E em consequência desta triste e infeliz atitude A humanidade toda mergulhou em um caos profundo.

3. Deus que havia se arrependido de ter criado o homem Voltando atrás não abandonou a obra-prima de sua mão; E na sua imensa e infinita misericórdia de Pai Prometeu dar-lhe, ainda, uma oportunidade de salvação.

4. Chamou Patriarcas, Profetas e Juízes Para reconduzir a Ele o povo afastado; Pois não seria seguindo deuses estrangeiros Que o povo ingrato encontraria o perdão de seu pecado.

5. A promessa de um misericordioso salvador Nós a encontramos no Profeta Isaías Vindo ao mundo Ele seria o “Deus conosco” Conforme uma das muitas profecias.

6. Uma virgem conceberá e dará à luz um filho E Ele será chamado “Emanuel”; Era o que dizia a sábia profecia Para a alegria e esperança de Israel.

7. Um novo Reino seria, daí, implantado Contrapondo-se àquele que já existia; Havia, então, mais paz e justiça Porque seria esta a missão do prometido Messias.

8. Sobre Ele repousará o Espírito do Senhor Espírito de Sabedoria e de Entendimento; E mais ainda o da Prudência e Coragem Para dar à Lei de Deus pleno cumprimento.

9. E não lhe faltariam também o da Ciência e Temor de Deus Que viriam completar os dons do Messias; E para não retê-los só para si Aos que cressem n’Ele, Ele também os daria.

10. Completado que foi o tempo de espera A luz anunciada, então, apareceu; E afugentando as densas trevas do mundo Da sempre Virgem Maria, o Messias, de fato, nasceu.

11. Foi lá em Belém de Judá Que a Graça de Deus se manifestou; Entre hosanas e hinos de glória Veio Aquele que desde sempre nos amou.

12. Tendo-se encarnado o Deus bendito Realizou, com fidelidade, a sua missão no mundo; E como não quisesse trabalhar sozinho Continuou chamando colaboradores com amor profundo.

13. Chama Apóstolos e Discípulos para o seguirem Prepara-os e encorajando-os, os envia; Para ensinar, batizar, abençoar e curar E assim o número de fiéis sempre crescia.

14. Eu também fui um desses por Ele amado Para deixar pai, mãe, casa e irmão; E depois de refletir bem disse o meu “sim”, E aqui estou para cumprir a minha missão.

Frei Benjamim celebra o Jubileu com a Fraternidade de Forquilhinha e Frei Alberto Beckhäuser

DEus chama

Frei Benjamim F. Ansolin

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Fraternidades

“O Sacerdócio é um mistério! Somente a fé nos dá a certeza de sua

existência e de sua grandeza. É dom que Cristo deixou à sua Igreja para que pudesse conti-nuar a exercer sua missão sa-cerdotal, na história, até o fim dos tempos, mediante homens limitados e pecadores”. Estas fo-ram algumas palavras que Frei Benjamim Ansolin dirigiu ao povo e ao homenageado da noi-te: Frei Jacir Antonio Zolet, que celebrou seus 30 anos de vida sacerdotal.

Na noite do dia 20 de janeiro, a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Forquilhinha, celebrou com fé e devoção os 30 anos de Vida Sacerdotal de Frei Jacir. A cruz acompanhada de uma vela e um belíssimo arranjo de flores compuseram o singelo orna-mento preparado para a solene celebração eucarística.

Sob a presidência de Frei Jacir, a celebração eucarística revelou piedosamente o grande mistério da vocação sacerdotal, manifestando o amor de Deus para com os homens na consa-gração do Pão e do Vinho.

Na homilia, Frei Benjamin assegurou que o chamado e a escolha é sempre de Deus, mas a resposta que deve ser livre, gene-rosa, madura e responsável, é tão somente do homem! E o “Sim” deve ser para valer!

“É sempre o Cristo que esco-lhe e chama seus sacerdotes, ain-da que se utilize de pessoas que agem como seus instrumentos

desta escolha, pois todo o pontí-fice é escolhido entre os homens e constituído a favor dos homens como mediador nas coisas que dizem respeito a Deus, para ofe-recer dons e sacrifícios pelos pe-cados (Hb 5,1), pelos seus e pelos do povo”, disse Frei Benjamin.

O Sacerdote é chamado, pre-parado e enviado para pregar o Reino de Deus, para abençoar, perdoar e administrar os Sa-cramentos em favor do povo. É aquele que “recolhe o Sangue que Cristo derramou na cruz”, como diz Santa Terezinha do Menino Jesus.

Sendo homenageado pelos seus confrades e por todos os pa-roquianos, Frei Jacir ouviu toda a assembléia entoar a Consagra-ção a Nossa Senhora, suplicando as incessantes bênçãos e virtudes sobre a vocação deste presbítero.

Agradecendo a todos pela organização e prestígio, Frei Jacir convidou as crianças para rece-berem as bênçãos de Santo An-tônio e, em seguida, abençoou os pães e todos os fiéis com a água benta.

A equipe de coordenação paroquial (CAEP) preparou um delicioso e caprichado coquetel com bolos, salgados e “cavaqui-nhos” (popularmente conhecido como “orelha de gato” ou “cueca virada”) a Frei Jacir, desejando--lhe paz, alegria e perseverança na caminhada!

Que Deus continue derra-mando suas bênçãos e promo-vendo sempre o bem e a paz na vida deste nosso Irmão. E que Maria, Mãe das vocações, con-ceda-lhe sempre a graça da per-severança! Parabéns, Frei Jacir!

fREI JacIR cElEbRa JubIlEu Em fORquIlhInhaFrei JoÃo P. s. de alMeida

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Fraternidades

Para minha surpresa, o Focus 2.0, hidramático, novo, resolveu dar um salto. Logo após a virada da chave, atravessou a rua e derrubou o muro do lado oposto. O mais in-crível é que por “iniciativa própria”, não contente com a violenta batida, o carro engrenou marcha à ré e me deixou no mesmo local da partida.

Tudo isso aconteceu apesar de eu haver pisado no freio e puxado o freio de mão tão logo percebi que havia algo de errado. Traduzindo: brutal falha mecânica na caixa de marcha e ainda por cima o célebre air bag não funcionou. Claro que caberá à montadora dar as devidas explicações e tomar as devidas provi-dências. Nem sei como, mas a única coisa que consegui fazer foi desviar de um poste que ficava ao lado. Fe-lizmente, saí-me com apenas algu-mas escoriações; tanto assim, que ao perceber fumaça no motor soltei o cinto de segurança e saí do carro. Certamente foi meu anjo da guarda que entrou em ação naqueles segun-dos que poderiam ter sido o ponto--final de minha vida, tal a violência do impacto. Perda total do carro e

quanDO as mÁquInas falham...Frei antônio Moser

apenas um susto do motorista e dos vizinhos.

Após um acidente desse tipo pude constatar muitas outras coisas, além dessas de que carros também voam por iniciativa própria e as máquinas também falham, mesmo que novas.

Primeira constatação: solidarie-dade imediata de um grande núme-ro de pessoas, inclusive os donos da

terceira constatação: a prestimo-sidade, tanto dos médicos quanto dos funcionários do hospital. O Dr. Mário Giorgette ficou me contro-lando o tempo todo até a liberação, depois de haver feito uma checa-gem completa de todos os exames. Aliás, não consegui encontrar mi-nha carteira do plano de saúde; mas logo disseram para que eu não me preocupasse, que depois isso seria resolvido.

Uma quarta constatação: nos-sa vida está sempre por um fio. Em vez de estar aqui ao computador, poderia estar sendo conduzido ao cemitério. E mais do que isto: como explicar que na movimentada Rua Quissamã, naquele momento, 10h30 da manhã, não estivesse passando nenhum carro e nenhum pedestre? Logo após o acidente o trânsito ficou intenso... Mais uma vez deve ter sido meu anjo protetor que entrou em ação, mandando os carros descerem mais devagar...

Finalmente, só me resta agrade-cer a solidariedade de todos, inclu-sive da imprensa, que foi muito dis-creta.

empre pensei, er-radamente, que só avião levantasse vôo

e que as máquinas dificil-mente falhavam. Pois, nesta quarta-feira, dia 14 de ja-neiro, descobri que certas máquinas falham e nisso “levantam voo por con-ta própria”. Dei a partida, cuidadosamente, para en-trar na Rua Quissamã, em frente ao número 1.889, TV Canal 10, onde acabara de participar de um programa.

moto e do muro, que calma-mente pediam para que eu não me preocupasse. Uns ofereciam água; outros pe-diam para que me sentasse; outros, se estava precisando de alguma coisa; outros, que eu não deixasse de fazer um check-up completo.

Uma segunda constata-ção: meu pessoal da Editora chegou em poucos minutos e assumiu o comando das operações necessárias: um ficou no local e o outro me levou ao Hospital Unimed.

E aqui aparece uma

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| Comunicações | Fevereiro 2015 |

A Câmara Municipal Agu-dense concedeu a Frei Walter Hugo de Almeida o Título de Cidadão Agudense, no dia 28 de novembro.

Na ocasião, a Sessão Solene inaugurava também o novo prédio da Câmara; foi uma sessão enri-quecida... Multidão de gente ami-ga, Franciscanos da OFS, frades,

funcionários do Seminário.Vão ter um abalo, quando sou-

berem de minha transferência! Ali-ás, depois do carnaval, estarei na nova Casa.

Somando meu tempo de estu-dos, são 28 anos de convivência no Seminário e na cidade!

Grato!Frei Walter Hugo de Almeida

uem visita o Convento da Pe-nha, em Vila Velha, na Gran-de Vitória, e vê o Frei Pedro

aos 78 anos de idade nas vestimentas tradicionais, não imagina que o repre-sentante da igreja tenha um espírito aventureiro e esportista. Responsável por cuidar da parte interna de uma das construções históricas mais co-nhecidas do estado, Frei Pedro des-cobriu há cerca de um mês, a paixão pelo Stand Up Paddle, popularmente conhecido como SUP, modalidade esportiva onde os praticantes utilizam um remo e uma prancha para se loco-moverem sobre o mar.

O religioso contou que já carre-gava esta disposição para a ativida-des físicas há anos e se apaixonou ao ver, nas praias da cidade, as pessoas que curtiam o litoral capixaba sobre a prancha.

“A prática para mim é mais para a saúde, e como eu sou um tipo espor-tista também, sempre na vida fui, e também a criatividade de inovações, experimentar coisas diferentes, eu vi alguém andando assim, tranquila-mente, remando e me deu uma von-tade ‘doida’, e quis aprender”, explicou.

fREI waltER hugO DE almEIDa

cIDaDãO aguDEnsE

O fREI DO ‘stanD uP PaDDlE’

bem. No dia que a gente não sai, que fica dentro de casa, como um dia de chuva que é ruim de sair, aí já sente a diferença”.

A preparação começa antes de entrar no mar, com a colocação dos equipamentos de segurança neces-sários para garantir que tudo corra bem.

E mesmo longe do local da traba-lho, o Frei destaca que a fé e a religio-

sidade se fazem presentes, sem dimi-nuir. “Quando estou indo pra água eu já faço minha oração, quando eu saio de casa também. A intenção é colocar nas mãos de Deus, pensa-mento positivo para de fato estar numa boa, porque você tem que pra-ticar o esporte para ter mais saúde e bem estar na vida”, declarou.

do g1 es, com informações da TV Gazeta ** Com colaboração de Jorge Félix, da TV Gazeta

De acordo com ele, as atividades que desenvolve dentro do Convento, onde cuida da parte inter-na, dos equipamen-tos e dos instrumen-tos musicais, acabam ajudando na prepa-ração do corpo.

Ele explicou que, em alguns dias, che-ga a subir e descer as escadas do pré-dio até cinco vezes, característica que ele compara a uma academia. “E é uma boa. Isso faz muito

Fraternidades

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| Comunicações | Fevereiro 2015 | 107

Fraternidades

epois de um período funcio-nando em local improvisado, a secretaria do Convento vol-

tou para seu espaço definitivo. Po-rém, com nova mobília, piso trocado e outras melhoras importantes reali-zadas no local. A secretaria está no andar superior da antiga “Casa dos Romeiros”, datada de 1651/52; edifi-cação que abriga também o Museu e Sala dos Milagres no andar inferior.

No dia 22 de janeiro, pelas 10h15 da manhã, o guardião do Convento, Frei Valdecir Schwambach, que esta-va com Frei Alberto, Frei Claudius e Frei Pedro, dirigiu algumas palavras aos fiéis e visitantes do Convento. Em suas palavras, o guardião agra-deceu à fraternidade da Penha e aos fiéis pela compreensão em relação aos transtornos que toda obra de reforma traz para a rotina dos traba-lhos, exigindo que todos, sem exce-ção, saibam se adaptar. Agradeceu à Associação dos Amigos do Conven-

REfORmas na sEcREtaRIa PaRa acOlhER mElhORto da Penha – AACP, pois a obra foi executada pelos colaboradores da mesma Associação e, como todos podem perceber, foi um trabalho muito bem feito. Agora reformada, a secretaria poderá desempenhar me-lhor sua vocação: acolher os fiéis e visitantes que vêm ao Convento, des-tacou o guardião. Feitos os agradeci-mentos, seguiu-se a bênção do local.

Junto à secretaria, encontram-se os confessionários e uma pequena

capela. Esse espaço destina-se a to-dos que procuram neste Santuário o Sacramento da Reconciliação. Vale lembrar que o Convento da Penha é sempre muito procurado para con-fissões, praticamente uma referência em todo o Estado do Espírito Santo, recebendo, inclusive, muitas pessoas de outros Estados que com certa fre-quência, vem buscar o Sacramento neste santuário que é chamado de “Santuário do Perdão e da Graça”.

cOnvEntO Da PEnha

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Fraternidades

elebrar o Jubileu de Prata da Exposição Franciscana de Pre-sépios foi ter a certeza de que

a missão iniciada no ano de 1989 continua atual e possui importância para a comunidade franciscana, a igreja local e principalmente para os visitantes. Foi em ambiente simples e decorado com muitas flores para celebrar a festividade que 68 conjun-tos de presépios foram expostos na 25ª Exposição Franciscana de Pre-sépios, do Convento São Francisco, no centro da cidade de São Paulo. Sessenta deles totalmente inéditos, oito conjuntos de edições anteriores foram expostos novamente e uma exposição virtual com fotografias das edições anteriores puderam ser contemplados pelos visitantes. Em cada edição sempre há conjuntos que marcam a mostra. Neste ano, marcou o presépio “Prediletos do Se-nhor”, onde entre a Sagrada Família estão representados os excluídos da sociedade. Houve uma instalação com material hospitalar e remédios que provocaram nas pessoas grandes reflexões. E um presépio numa tenda de circo e carros intitulado de Auto Móvel de Natal. Expor os presépios é, portanto, fazer o anúncio da boa nova de Cristo, seu imenso amor

pela humanidade e também denun-ciar tudo aquilo que é contra a vida. A maioria das pessoas que visitou dizia que ao contemplar estes presé-pios sentiam o verdadeiro espírito do Natal. Na mostra era perceptível que através das belas obras de arte era possível reviver e sentir o Mistério da Encarnação.

Esperada por todos, uma publi-cação comemorativa, que merecida-mente seria justa para a ocasião jubi-lar, mesmo na versão de PDF, o que iria contribuir para democratizar a informação, também daria acesso e conhecimento para um número ain-da maior de pessoas. Uma revista co-memorativa impressa seria formal-mente uma maneira de registrar este evento de tão grande importância no âmbito provincial, assim como tem sido feito em outras datas celebra-tivas, e principalmente importante para o tradicional convento e cidade. Porém, a festa não ficou sem o seu brilho. A exposição teve um público

recorde com mais de 7 mil visitantes, em vinte cinco dias de exposição. Número maior de visitantes que a edição anterior. Pessoas vindas da grande São Paulo, interior, cidade vizinhas, do Brasil e de outros países marcaram presença e prestigiaram a mostra. Pessoas que vieram pela vi-gésima quinta vez compartilharam a alegria de fazerem parte do evento religioso e cultural. Pessoas que esta-vam visitando pela primeira vez dei-xaram registrado que virão a todas as próximas edições. Tanto visitantes experientes como os de primeira via-gem manifestaram sonhar em poder celebrar o próximo jubileu daqui a 25 anos. Este desejo revela a grande-za da importância de nunca deixar de ser realizada a mostra e o quanto ela contribui para o crescimento da religiosidade e da cultura.

Para todos os visitantes sempre fi-cou clara a intenção da curadoria ao longo desses anos: dar a oportunida-de para aqueles que queiram se pre-

EXPOsIçãO fRancIscana DE PREsÉPIOs

cElEbRaçãO DO JubIlEu DE PRataFrei rÓGer Brunorio

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Fraternidades

parar e vivenciar o verdadeiro sen-tido do Natal do Senhor e também dar a oportunidade de apreciar e co-nhecer diversas culturas manifesta-das nos diversos presépios. Durante vinte cinco anos, estiveram à frente da organização da mostra os frades: Pedro Pinheiro, que trabalhou por anos, seguido por Frei Airton (Sone-ca) e Frei Marcos Melo e desde 2010, Frei Róger Brunorio.

A grande maioria dos presépios expostos ao longo desses 25 anos é do acervo da Província que foi se formando ao longo dos anos com a colaboração de muitos frades e ben-feitores. Muitos conjuntos expostos também eram de artistas e de cole-cionadores amigos dos frades. Com um acervo diversificado e significa-tivo e, sobretudo com a experiência positiva da mostra realizada no Con-vento São Francisco, muitas exposi-ções foram inspiradas nela. Algumas fraternidades da nossa Província rea-lizaram e algumas ainda realizam ex-posições com o acervo da nossa co-

leção. Em Santos, no Valongo, já está na 21ª edição. A inspiração também foi para além do território provincial. Outras entidades franciscanas reali-zam exposições há mais de 10 anos. Paróquias diocesanas do Estado de São Paulo e Instituições Culturais (Acervo dos Palácios do Governo do Estado de SP, Secretaria de Cultura de Araraquara - SP, Museu de Arte Sacra de São Sebastião - SP, entre outras), também se inspiraram nesta tradição iniciada pelos frades do Lar-go São Francisco.

Como sempre, os meios de co-municação não deixaram de anun-ciar e reportar sobre os presépios, suas belezas e curiosidades. A expo-sição foi notícia nas rádios e nos jor-nais das TVs Globo, Brasil, Canção Nova, Século XXI, Band e diversos jornais impressos. Notícia também internacional por meio da Revista dos Frades Conventuais do Sacro Convento de Assis, Itália. Na Radio 9 de Julho e na Bandeirantes, além de entrevista com a curadoria, teve

Em virtude dos 25 anos da exposição de presépios nesta fraternidade con-ventual, criou-se um livro para que as pessoas pudessem expressar nele, o que sentiram, o que lhes chamou atenção e o que trouxe de novo para suas vidas ao visitarem a nossa expo-sição. Como testemunha ocular, diria que era notório em seus semblantes que a diversidade cultural dos presé-

Frei JoÃo BunGa oFM

pios aproximava-os daquela cultura neles expressa, bem como das diversas situa-ções sociais que a sociedade enfrenta.

O sentimento de quem visitou os presé-pios ficou expresso em frases como as que estão acima nas imagens.

a sua divulgação por ambos veículos por diversos dias. Nas redes sociais também houve ótima repercussão, sobretudo no Facebook. Os visitan-tes, já que apreciavam com muito gosto, eram estimulados a fazerem a divulgação da mostra em suas redes sociais pessoais com a finalidade de compartilhar e convidar os amigos a visitarem a mostra.

A exposição franciscana de presé-pios certamente tem o seu diferencial. O fato de ser realizada por frades que herdaram a tradição iniciada por São Francisco, em 1223, traz todo cuida-do, delicadeza, arte, cultura e espiri-tualidade que fazem toda diferença, considerando as demais exposições do mesmo tipo realizadas na cidade no período natalino com motivação mais cultural. O ambiente do interior do claustro, a cenografia, os presépios diversificados, feitos de modo artesa-nal ou industrializado, o acolhimento e atenção dispensada pelos frades faz com que a arte belenista esteja intei-ramente a serviço da evangelização. Oxalá, a exposição aconteça assidu-amente nos próximos 25 anos para celebramos o Jubileu de Ouro.

Deixamos também registrado o nosso profundo agradecimento a todos os confrades, parceiros e pa-trocinadores que, neste ano jubilar e também ao longo desses 25 anos, contribuíram para a realização e su-cesso desse evento.

REtORnO caRInhOsO DOs vIsItantEs

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Fraternidades

m dos principais templos franciscanos do Brasil, o San-tuário Santo Antônio do Va-

longo, em Santos, celebrou 375 anos de fundação no dia 26 de janeiro, data também do aniversário da Cidade. Em alusão à data foi celebrada Missa solene na noite de domingo (25), com a inauguração da nova iluminação da fachada, integrando as programação-es oficiais do aniversário de Santos. Como Santo Antônio é um dos mais populares do catolicismo, a fé depo-sitada nele é celebrada no Valongo desde 26 de janeiro de 1640, quando os franciscanos fundaram o templo religioso.

Segundo Frei Rozântimo Antunes Costa, chegar aos 375 anos é resultado de inúmeros sofrimentos e extraordi-nárias vitórias. “Nada se conquista sem luta, garra e sobretudo fé de to-dos aqueles que fizeram essa história, e que hoje são personagens de nossa mais sincera veneração, amizade e agradecimento”, acredita.

“Assim, tendo em vista os 375 anos do Santuário Santo Antônio do Valongo, do qual muito me orgulho de fazer parte, cabe a todos nós tomar consciência desta verdade: as graças que seus filhos receberam têm sua origem no Coração do Senhor – Ele é poderoso; Ele é que demonstrou o poder de seu braço; Ele é que “de bens

saciou os famintos” (Lc. 1,53)”, acres-centa Frei Rozântimo, pedindo que Santo Antônio continue abençoando e intercedendo por toda Baixada San-tista e por esse “longo vale” Valongo.

O Santuário Santo Antônio do Va-longo integra o patrimônio histórico e cultural da Baixada Santista, compon-do o Centro Histórico de Santos. O local é visitado por turistas de toda a parte e é bastante procurado por noi-vos porque Santo Antônio é conhe-cido como o santo casamenteiro. O bairro passa por um momento ímpar de revitalização, com a construção das torres da Petrobras atrás do Santuário e com a pujança do Museu Pelé, inau-gurado no ano passado, à frente do templo religioso. Além disso, a igreja é um dos pontos do roteiro do bonde turístico de Santos.

No Valongo há uma fraternidade composta por três frades da Ordem dos Frades Menores (OFM): Frei André Becker, o reitor, e os vigários Frei Rozântimo Antunes Costa e Frei Hipólito Martendal. Hoje o Valongo, como é carinhosamente conhecido, tem a Paróquia Nossa Senhora da As-sunção, no Morro São Bento, como sua Matriz.

A comunidade eclesial conta com diversas pastorais e a Ordem Fran-ciscana Secular (OFS), que realizam uma série de ações evangelizadoras e sociais, como o cursinho de pré-vesti-bular comunitário Educafro, a coope-rativa de fábrica de vassouras a partir de garrafas pet, a Escola de Informáti-ca e Cidadania (EIC), o Roupeiro de Santa Clara, entre outros.

A exposição de presépios interna-cionais do Valongo é conhecida por pessoas de diversos lugares e chegou a sua 21ª edição, uma verdadeira mos-tra do espírito franciscano de retratar aos povos a chegada de Menino Jesus ao mundo.

Curiosamente, também em janei-ro, dois frades do Santuário comemo-ram aniversário de ordenação. E no mesmo dia. Tanto para Frei André como para Frei Rozântimo, o dia 17 de janeiro ficou marcado como o iní-cio de suas vidas enquanto sacerdotes. Frei André completou 34 anos de sa-cerdócio e Frei Rozântimo, 28.

Ainda na linha das comemora-ções, no próximo dia 4 de fevereiro é a vez da Juventude Franciscana do Valongo soprar velinhas pelo seu 42º aniversário.

375 anOselaine oliveira rodriGues

santuÁRIO DO valOngO

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| Comunicações | Fevereiro 2015 | 111

Fraternidades

a noite de ontem, dia 15, um delicioso jantar marcou a acolhida do novo bis-po diocesano de Chapecó, Dom Ode-

lir José Magri, junto aos Freis Franciscanos da Paróquia São Luiz Gonzaga de Xaxim (SC). Juntamente com Dom Odelir, marcaram pre-sença o Bispo Diocesano de Erechim (RS), Dom José Gislon e o Bispo da Diocese de Caçador, Dom Severino Clasen. Além destes, também estiveram presentes o Vigário Pro-vincial Frei Estêvão Ottenbreit, além de Frei Evandro Balestrin, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, de Concórdia (SC) e De-finidor Provincial na região. Pe. Clair José Lo-vera, Vigário Geral da Diocese de Chapecó, e o Pe. Marlo Tessaro, Coordenador de Pasto-rais da Diocese, também estiveram presentes no jantar.

Foi um momento de espírito fraterno e de acolhida deste que, em nome da Mãe Igreja, assumiu ser o nosso pastor, guia e condutor na fé. Que sua presença nos encha de novo ânimo e vigor, nos encorajando a abraçar e assumir ainda com maior disposição, fé e coragem, a vivência e o anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Bem-vindo, Dom Odelir José Magri em nossa Diocese e Paróquia!

nOvO lIvRO DEfREI aRcÂngElO buzzI

“Os textos elaborados neste li-vro, ‘A filosofia e o cuidado da vida’, não falam do cuidado, pois ele é essencialmente anterior a toda ocu-pação. Aqui nos atemos a algumas ocupações acionadas pelo próprio cuidado da vida, que nos põem na tarefa de não desviá-las de sua intencionalidade primordial, que é de sair, de ir rumo ao mundo, de não negligenciar seu fundamental

modo de ser existencial no mundo, ligado a outras vidas e à suprema, que tem o caráter de mistério por-que em todas se vela e revela”, nos informa em sua introdução Frei Ar-cângelo.

O livro é editado pela Vozes e foi dedicado à memória de Frei Hermó-genes Harada, “confrade e amigo na aprendizagem de ver e pensar o cuidado da vida”, conta o autor.

bIsPOs sE EncOntRam Em XaXImvalnei Brunetto

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| Comunicações | Fevereiro 2015 |112

ara iniciar o ano de 2015, o Sefras promoveu uma se-mana de formação para os

trabalhadores dos serviços de São Paulo. O curso também foi aberto para integrantes de outras organi-zações sociais, e neste ano, contou com um grande número de parti-cipantes.

A Semana de Formação do Sefras aconteceu entre os dias 5 e 9 de janei-ro e a cada dia os participantes estu-daram um tema específico da atua-lidade, de relevância para o trabalho social. Esta proposta de formação anual está em sua 7ª edição e ocorreu no bairro do Belém, na Zona Leste de São Paulo.

hIstóRIcO Da fORmaçãO Esta formação começou há sete

anos e tinha a proposta de formar os educadores sociais do Sefras que atu-

avam na área da infância. Com o pas-sar do tempo esta atividade ganhou outros temas, abriu-se para outros trabalhadores, não só os técnicos, mas também os operacionais e atualmente conta com a participação de outras entidades e interessados no assunto.

“O objetivo é de começar o ano com um processo formativo, a partir de temas que têm relação com o nosso cotidiano e que nos instigam a pensar sobre eles”, contou a supervisora téc-nica do Sefras, Rosângela Pezoti.

nOvOs PaRtIcIPantEs Além dos trabalhadores do Se-

fras e de outras organizações so-ciais, este ano participaram também universitários que se interessaram pelo assunto. Foram temas exclusi-vos para cada dia, o que possibilitou que as pessoas pudessem escolher apenas um dia de formação, caso preferissem. EscOlha cOlEtIva

Evangelização

tEmas Da atualIDaDE sãO abORDaDOs Em

sEmana DE fORmaçãO

Os temas aprofundados nesta formação são apontados pelos pró-prios trabalhadores do Sefras, por meio de uma comissão que organiza este evento, três meses antes.

tEmas Da sEmanaO primeiro dia foi dedicado à

análise de conjuntura. Contou com a presença de Gustavo Moura, mili-tante e economista da Rede Extremo Sul de São Paulo. Ele fez uma análise a partir dos aspectos econômicos e políticos que o Brasil passa neste iní-cio de ano. Moura apontou os pro-cessos e a complexidade da crise.

O segundo dia seguiu o tema da migração. Este período foi assessorado pela assistente social Carla Aguilar que também é coordenadora da Casa de Acolhida para Imigrantes, e do advo-gado, Cleyton Borges, assessor jurídico no mesmo serviço. Eles fizeram uma exposição a respeito da imigração, as causas e o porquê da solidariedade do Sefras para com este público. No perí-odo da tarde, os participantes fizeram uma visita monitorada ao museu do imigrante que é uma referência da imi-gração no estado de São Paulo.

A educadora popular Carolina de Roing, da Rede Extremo Sul, apresen-tou os aspectos da educação popular que podem contribuir para a mudan-ça da realidade dos atendimentos rea-lizados nas organizações sociais.

No penúltimo dia, o assessor Ser-gio Ricardo tratou da mediação de conflitos, por meio de conceitos e técnicas de como abordá-los no co-tidiano com as pessoas que o Sefras atende e, também, nas relações esta-belecidas no dia a dia.

Para encerrar a semana, os par-ticipantes tiveram um dia de visita monitorada no Sistema Cantareira e puderam entender a crise hídrica na cidade de São Paulo, e ainda, como se envolver no debate político desta problemática urbana.

sEfRas

FaBiano viana

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| Comunicações | Fevereiro 2015 | 113

Evangelização

radicionalmente, os co-laboradores e professo-res da Universidade São

Francisco (USF) celebram o espírito natalino brindando as conquistas do ano que termi-na, reunindo entusiasmo para o ano que vai chegar e praticando a solidariedade.

Neste ano, a USF organizou a Gincana Solidária Paz e Bem que, além de integrar os partici-pantes, também despertou em cada um o desejo de ajudar o próximo. Realizada nos quatro campi da Universidade e dividi-dos em equipes, colaboradores e professores, arrecadaram cerca de 5 toneladas de alimentos não perecíveis, aproximadamente, 800 cobertores, além de roupas e produtos de limpeza e higiene. Todo o material arrecadado será destinado às entidades atendi-das pelo Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), organi-zação da Província Francisca-na da Imaculada Conceição do Brasil.

Entidades da mesma Provín-cia Franciscana, USF e Sefras, estimularam mais que a solida-riedade neste final de ano. A par-tir de uma reunião realizada em novembro, conheceram melhor as demandas e possibilidades de cada instituição para planejarem ações e criarem oportunidades que transcendam o assisten-cialismo das doações. Embora essencial para a sobrevivência dos projetos, as arrecadações resolvem uma parte dos proble-mas encontrados junto a estas

comunidades. “Para a comuni-dade acadêmica está sendo uma excelente oportunidade conhe-cer o trabalho realizado pelos frades junto aos diversos públi-cos beneficiados por suas ações. A mobilização para arrecadar e doar os produtos é apenas o ponto de partida para sensibili-zação e desenvolvimento de uma importante parceria que está co-meçando. Para o próximo ano, pretendemos oferecer ao Sefras os nossos conhecimentos acadê-micos por meio da realização de projetos de extensão envolvendo alunos e docentes da universi-dade”, disse a Coordenadora do Núcleo de Extensão Universitá-ria (NEXT) e Diretora do cam-pus de Campinas, Profa. Luciana Rita Stracialano Parada.

Para o reitor da USF, Prof. Hector Escobar, essa impor-tante parceria com o Sefras soma-se à participação do De-partamento de Marketing e Comunicação da USF, junto à Frente de Comunicação da Província, que vem realizando, desde o início de 2013, ações de esforço conjunto e integrado no âmbito da comunicação. “Dessa forma, fortalecemos o pedido do Chanceler da USF e Ministro Provincial, Frei Fidêncio Van-boemmel, de estimular parce-rias entre as diversas entidades da Província, com o objetivo de proporcionar maior coesão en-tre nossos trabalhos, fomentar o espírito de entreajuda e promo-ver a partilha de experiências”, destacou o reitor.

usf REalIza gIncana sOlIDÁRIa E aRREcaDa 8 tOnElaDas Em DOaçõEs

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| Comunicações | Fevereiro 2015 |114

Evangelização

conceito aula decorre de uma compreensão tradicional de educação e, até mesmo, de

uma prática docente que historica-mente veio predominando nos dife-rentes espaços escolares. Trata-se de uma compreensão de educação cujo principal papel da escola consiste na preparação intelectual e moral dos alunos. Nessa concepção de educa-ção, identifica-se o predomínio da

aula em que se privilegiam: a adapta-ção gradativa do aluno ao espaço es-colar; a compreensão da importância de um conjunto de rotinas diárias; os combinados; a contextualização dos conteúdos aos alunos; a proposição de desafios cognitivos (problemas a serem resolvidos via discussão, es-tudo em pequenos grupos, reflexão, associações e descobertas); e a me-diação docente, seja na sondagem dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o conteúdo a ser investigado, seja tanto no acompanhamento do processo de pesquisa, ou na consoli-dação da aprendizagem dos aspectos previstos no plano curricular em rela-ção a cada conteúdo.

Bem outra ainda é a compreensão de uma aula que, segundo o Papa Fran-cisco, não pode prescindir do diálogo entre professor e aluno; de “uma pro-posta educativa que visa o desenvolvi-mento integral da pessoa e que respon-de ao direito de todos a ter acesso ao saber e ao conhecimento”; do “pleno

respeito à liberdade de cada indivíduo”; do “encontro de pessoas de diferentes raças, culturas e Religiões”; da “prepa-ração qualificada dos Educadores”, a ponto de não improvisarem em nada, mas desenvolverem seu trabalho “com seriedade.” Porque, segundo o Papa, “a educação é um ato de amor, é dar vida. E o amor é exigente, pede o empenho dos melhores recursos, despertar a pai-xão e colocar-se a caminho junto com os jovens, com paciência. O educador nas escolas católicas deve ser, antes de tudo muito competente, qualificado, e ao mesmo tempo rico em humanida-de, capaz de estar entre os jovens com estilo pedagógico, para promover o seu crescimento humano e espiritual. Os jovens precisam de uma educação de qualidade juntamente com valores, não só enunciados, mas testemunha-dos. A coerência é um fator indispen-sável na educação dos jovens. Coerên-cia! Não se pode fazer crescer, não se pode educar sem coerência: coerência, testemunho.”

cOlÉgIO bOm JEsus cOnquIsta O mElhOR scORE nO vEstIbulaR Da ufPR

Os alunos concluintes do Ensino Médio do Colégio Bom Jesus fize-ram história na última edição do vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) cujo resultado final veio a ser divulgado em 9 de Janeiro de 2015. Dentre os resulta-dos alcançados, vale destacar os dez primeiros lugares individuais, além de inúmeras outras aprovações dos alunos do Colégio Bom Jesus em diferentes Cursos de Ensino Supe-rior no referido processo seletivo.

A aluna da Unidade Bom Jesus

Centro (Curitiba), Letícia Chaffin Barbosa Peruffo, conquistou 834.850 pontos no curso de Medicina e ob-teve o melhor score entre todos os candidatos do concurso.

nOtícIas DO cOlÉgIO bOm JEsus

Frei Claudino Gilz

O tRabalhO DOcEntE Em sala DE aula: PREPaRaçãO, amOR E cOERêncIa DE vIDa

autoridade do professor que, em sala, executa a função de expor aos alunos explicações de conteúdos a serem absorvidas como verdades absolutas. Explicações essas nem sempre con-textualizadas e ainda a pressupor dos alunos atitudes dóceis, receptivas, de-sempenho exemplar na realização de exercícios e provas. Em síntese, aula é nessa concepção de educação sinôni-mo de exposição docente, recepção passiva da classe de alunos, memori-zação por meio de exercícios, segui-dos de provas.

Bem outra é a compreensão de

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Evangelização

vOlta Às aulas

Depois das merecidas férias, es-tudantes e professores da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus retornam para mais um ano letivo de estudos, pesquisas e apren-dizagens. Em 2015, o ano letivo terá início em três datas diferentes, a saber: 26 de janeiro: Unidades de São Paulo; 9 de fevereiro: Unidades do Paraná, de Santa Catarina e do Rio de Janei-ro; e 12 de fevereiro: Unidades do Rio Grande do Sul.

tEma Da cf-2015“Fraternidade:

Igreja e Sociedade” é o tema da Cam-panha da Frater-nidade de 2015, promovida pela Conferência Na-cional dos Bispos do Brasil (CNBB). E “Eu vim para servir” (cf. Mc

10,45), o lema. A abordagem do tema “Fraternida-

de: Igreja e Sociedade” será já a partir das primeiras semanas de aula um dos conteúdos das aulas de Ensino Religio-so e também das demais disciplinas escolares. Conteúdo esse que requer uma articulação ampla dos saberes docentes para, junto com os alunos, identificar as reflexões e aprendizagens que se mostram oportunas de serem desenvolvidas, tais como:

− Vive-se uma verdadeira mudan-ça de época e não só uma época de mudanças.

− Identifica-se por um lado um agudo relativismo religioso e, por ou-tro, uma tendência a fundamentalis-mos.

− Constata-se que determinadas leis de mercado estão a regular as re-lações humanas, sociais, familiares e religiosas, levando os mais pobres a ficarem sem o mínimo necessário à

dignidade humana (quase metade da riqueza mundial em posse de apenas 1% da população).

– Observa-se crescer a tendência de submissão do social ao econômi-co (uma economia de exclusão e de-sigualdade social); de facilitação ao capital especulativo internacional; de esfacelamento da soberania nacional em face à hegemonia dos blocos re-gionais; da evidência da terra urba-na enquanto objeto de especulação financeira; da oneração tributária na folha de pagamento dos trabalhado-res; de um gradativo aniquilamento de princípios de justiça social a oca-sionar níveis de desigualdades ina-ceitáveis; da exploração midiática ideológica em relação à gravidade da situação ambiental etc.

– Identifica-se que as necessida-des mais elementares da população brasileira não estão mais sendo devi-damente atendidas, a ponto de com-prometer o alcance de uma educação pública de boa qualidade, de acesso à saúde pública, de uma resolução ra-zoável de desafios, tais como mobi-lidade urbana, segurança, habitação, criminalidade, oferta de emprego etc.

Segundo o Papa Francisco, “a edu-cação católica é um dos desafios mais importantes para a Igreja. [...] Efeti-vamente, as escolas e universidades católicas são frequentadas por muitos estudantes não cristãos e inclusive não crentes. As instituições católicas ofere-cem a todos uma proposta educativa que tem como objetivo o desenvol-vimento integral da pessoa, que res-ponde ao direito de todo ser humano a ter acesso ao saber e ao conhecimen-to. Mas estão igualmente chamadas a oferecer a todos, com pleno respeito à liberdade de cada indivíduo e dos mé-todos próprios do entorno escolar, a proposta cristã, quer dizer, Jesus Cristo como sentido da vida, do universo e da história.

Ana Paula Bittencourt Pfeiffer, aluna da Unidade Bom Jesus Canarinhos, em Petrópolis (RJ), é uma jovem de 17 anos, comunicativa e que adora ouvir música, ler e sair com os amigos. Esse é um breve perfil dessa aluna que no dia 13 de Janeiro descobriu que obteve a nota máxima na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014. O feito ad-quire importância pelo fato de o nome de Ana Paula constar numa lista seleta de 250 estudantes, em um universo de 6,2 milhões de candidatos de todo o Brasil, que atingiu os 1.000 pontos possíveis na atividade específica de produção de texto.

Ela disse que estava muito confiante quanto ao resultado da atividade, mas que a nota máxima obtida a surpreendeu. “Eu me preparei muito ao longo do Ensino Médio no Colégio Bom Jesus com simu-lados e tarefas textuais, por isso tive mais tranquilidade no momento de transcrever as ideias para o papel”, disse ela. Para os pais da aluna, Flavio Pfeiffer e Luci Car-valho Bittencourt, a conquista é motivo de orgulho para a família. “A Ana Paula é muito dedicada e tínhamos certeza de um bom desempenho no Enem. Agradece-mos aos professores e gestores do Colégio Bom Jesus que a acompanharam nesse pe-ríodo de formação escolar”.

EstuDantE DO cOlÉgIO bOm JEsus canaRInhOs alcança “nOta 1.000” na REDaçãO DO EnEm

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Evangelização

O presidente da Fundação Ima-culada Mãe de Deus de Angola, Frei José Antô-nio dos Santos, hoje tem como palavra-chave de sua rotina o verbo CONSO-

LIDAR. É com esse pensamento que ele participa da consolidação do belo trabalho missionário da Fundação, ou seja, fazer com que o já foi realiza-do durante estes 25 anos de presença franciscana consiga produzir frutos em terras angolanas. Os frutos, contu-do, são abundantes como se pode ver pelo celeiro vocacional que se tornou a Missão nos últimos anos. Nesta entre-vista, Frei José Antônio fala do passa-do, do presente e do futuro da Missão. Acompanhe!

cOmunIcaçõEs - Que cenário reli-gioso, político e social o sr. encon-trou em Angola quando chegou como missionário há 14 anos?

Frei José Antônio dos Santos - Todo o cenário politico, religioso e social era marcado pela guerra civil, que se estendia já por vários anos, com momentos de maior ou menor intensidade. A guerra destruiu, além

EntREvIsta: fREI JOsÉ antônIO DOs santOs

cOnsOlIDaR

MoaCir BeGGo

a PalavRa quE DEsafIa O PREsIDEntE Da fImDa hOJE

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Evangelização

das estruturas físicas, também mui-to das estruturas familiares, com o constante deslocamento das famílias e, dessa forma, muito das referências culturais. Os vários anos de guerra determinaram a realidade política fortemente marcada pela descon-fiança que impedia qualquer tipo empreendimento e, portanto, difi-cultava o avanço econômico e social do país. As estradas eram precárias, impedindo a livre circulação de mer-cadorias, por vezes até mesmo os produtos mais básicos. O ambiente religioso era bastante intenso. Lem-bro-me de uma prece que era repe-tida ao final de todas as missas e ce-lebrações litúrgicas. Era uma súplica pela paz. O povo repetia aquelas pa-lavras em voz alta e forte. A vibração presente na oração demonstrava a esperança que todos tinham de que, um dia, a paz iria chegar.

cOmunIcaçõEs - O que mudou nes-te tempo?

Frei José - Acredito que é possí-vel afirmar que quase tudo mudou. Saímos de um período marcado pela guerra que destruiu todo o país, para um momento de grandes esperan-ças na reconstrução. Há um avanço muito grande na reforma e amplia-ção das cidades, construção de mo-radias populares, hospitais, escolas etc. Acredito que o grande desafio neste momento é a manutenção de tudo o que está sendo feito. Quando terminou a guerra, o governo suge-riu que a Igreja ajudasse no processo de reconstrução nacional, sobretudo no setor da educação e da saúde. A Igreja realmente tem procurado aju-dar nestas duas áreas. Nossa missão franciscana tem se envolvido nes-te processo, sobretudo, através das escolas paroquiais, que acolhem as crianças e adolescentes mais carentes que, de outra forma, muito possivel-mente, ficariam sem estudar.

cOmunIcaçõEs - Que balanço o sr. faz deste trabalho na missão?

Frei José - O balanço é positivo. Inicialmente, havia muita expectati-va em torno do que fazer e como fa-zer. Fui enviado para a fraternidade do Postulantado (Viana) para ajudar na formação, como vice-mestre dos postulantes. Ao chegar, já pelo meio do caminho, recebi a notícia de que o confrade que estava à frente da fra-ternidade e da formação, havia pedi-do para se retirar da missão e ir para outro projeto missionário da Ordem. Avaliando todo o meu itinerário na missão, acredito que foi o momento mais difícil de todos. Chegar a outro país, recém-saído da formação, e cair dentro desse tipo de situação total-mente inesperada. Ninguém sabia quem iria substituir o confrade. O processo formativo do grupo de pos-tulantes já seguia avançado. A dú-vida pairava no ar. No meu coração meditava e me perguntava: que pai é esse que abandona os filhos em meio ao vendaval. Havia muito boa vonta-de dos frades que permaneceram em ajudar a encontrar uma solução, dar apoio, ajudar, porém, durante quase dois anos, o que aconteceu foi uma sucessão de reajustamentos na fra-ternidade que a tornava inconstante. Mesmo recém-formado, percebia que esse ambiente não ajudava em nada a formação. Finalmente, as coi-sas foram se ajustando e, um novo confrade, já com experiência em formação chegou e ajudou a fazer a transição. Passei estes 6 anos iniciais na fraternidade de Viana. Durante esse tempo de missão, meu progra-ma de trabalho tinha escrito em le-tras bem grandes sobre minha mesa: APRENDIZADO. Queria lembrar sempre que estava ali, naquele mo-mento, mais para aprender do que para ensinar. Algumas coisas me aju-daram muito neste momento: a aco-lhida, a abertura e o espírito fraterno

por parte dos confrades que já esta-vam na missão; a partilha e a ami-zade dos confrades que foram junto comigo para a missão; o Curso para Missionários, oferecido pela Confe-rência Episcopal, que nos apresenta-va um pouco de tudo: oportunidade para conhecer um pouco da cultura, das línguas locais, da organização econômica, política e religiosa, mas, sobretudo, para conhecer outros missionários, recém-chegados de outras congregações e assim par-tilhar expectativas e experiências; a alegria dos nossos formandos e o seu entusiasmo e busca por cultivar a vocação franciscana; os tempos de trabalho pastoral junto às aldeias de Malange, com os frades estudantes, no período pós-guerra. Todas essas experiências ajudaram a conhecer um pouco da realidade de nossa missão. Hoje, a palavra-chave do meu trabalho tem sido CONSOLI-DAR. Ou seja, tentar fazer com que o que já foi realizado durante estes 25 anos consiga produzir frutos e assim, aos poucos, a Fundação vá se con-solidando, cada vez mais, em terras angolanas. Desde quando cheguei a Angola que procuro estudar um pouco da sua história. Comecei com o processo de chegada dos primeiros europeus até o processo de indepen-dência. Depois percebi a necessidade de descobrir um pouco o processo de fixação dos vários povos de origem bantu no território, pois isso nos aju-da a entender um pouco da cultura ou culturas locais. Atualmente tenho pesquisado sobre os outros momen-tos em que houve presença de frades menores ou de algum dos grupos de frades que depois se integraram à OFM. Foram vários os momentos, como podem comprovar algumas ruínas de antigos conventos ou a lista dos bispos da cidade de Luanda, pelo menos 6 eram franciscanos. Alguns vieram diretamente de Portugal, ou-

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tros já eram missionários. Isso indica a presença dos frades. Porém, pouco dessa história foi conservada, mas, conhecê-la nos ajuda a entender o que é necessário fazer para que a pre-sença atual seja realmente duradoura e produza frutos de verdadeira evan-gelização, de promoção da dignidade da pessoa humana.

cOmunIcaçõEs - Hoje, como presi-dente da Fundação, quais os princi-pais desafios da missão?

Frei José - No momento em que nos preparamos para celebrar os 25 anos da atual presença dos fra-des menores em Angola, podemos afirmar que passamos do período de “instalação e reconhecimento” do terreno. Assim, surge o grande desafio que é a consolidação do que foi instalado e reconhecido. Com isso, o maior desafio é ter frades em número suficiente para oferecermos um trabalho na área pastoral e for-mativa de qualidade para que o nos-so serviço de evangelização possa realmente ser o lugar onde o frade menor e todos aqueles que com ele se encontram possam sempre sair realizados em sua missão. Sabemos

que tudo é um construir constante, mas, nos encontramos no momento em que o maior desafio não é so-mente construir, mas manter o que já foi edificado. Não falamos apenas das construções de pedra e cimento, mas, sobretudo da construção espi-ritual da Fundação.

Nossas paróquias cresceram, não em extensão territorial, mas, em nú-mero de pessoas, que passaram a re-sidir nelas por causa do processo de deslocamento das populações que se iniciou logo nos primeiros anos do pós-guerra e vem se intensificando cada vez mais. A paroquia de Malan-ge, por exemplo, há bem pouco tem-po (três ou quatro anos) tinha pou-cas residências. Atualmente, para todo lado que se olha se vê uma nova construção. O mesmo pode ser dito das outras duas paróquias. O Kimbo São Francisco (em Luanda) vê o nú-mero de peregrinos aumentar todos os dias. Antes, recebíamos pessoas da grande Luanda, hoje há fiéis vin-dos mesmo de outras regiões.

Na formação, o número de vo-cacionados tem aumentado. Isso nos ajuda a fazer uma melhor sele-ção inicial. Ou aproveitamos o bom

momento que a graça nos concede ou talvez nos arrependamos depois. Acrescenta-se a isso o fato de que o índice de perseverança tem sido bastante alto. Porém, a inconstância no número de formadores tem sido uma prática. Isso empobrece a nos-sa capacidade de acolher e ajudar no processo de discernimento e anima-ção vocacional. Além disso, as cons-tantes mudanças fazem com que não se gerem experiência e continuidade nos processos formativos. Muitas ve-zes acabamos por experimentar de novo aquilo que o passado já com-provou ser ineficiente.

cOmunIcaçõEs - A Fundação vive um bom momento vocacional, fale sobre esse “celeiro vocacional” na missão.

Frei José - O atual bom momen-to vocacional é resultado do trabalho de todos os frades ao longo destes 25 anos. Outros fatores que também têm contribuído para tal foi o cres-cimento no número de escolas que possibilitam aos jovens terminar o ensino fundamental e, por vezes, o ensino médio e assim estarem aptos a entrar em um seminário ou casa de

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Evangelização

formação. No nosso caso específico, o apoio das religiosas nas regiões onde não temos presença tem sido fundamental. O material vocacional, sobretudo os subsídios impressos contribuem para que os jovens que nos procuram venham já com uma ideia geral sobre o que significa ser frade menor. A criação de uma co-ordenação mais centralizada da Pas-toral Vocacional que ajuda na ani-mação local também tem ajudado a promover mais visitas às famílias etc., algo muito importante na aco-lhida dos jovens vocacionados por aqui.

cOmunIcaçõEs - Por que quis ser missionário?

Frei José - O desejo de ser missio-nário surgiu já no primeiro ano de for-mação, durante o aspirantado. Os pri-meiros frades tinham sido enviados para a missão em Angola havia pouco tempo. Os relatórios, as notícias fala-vam das primeiras experiências, das dificuldades e eram entusiasmantes. Então surgiu a primeira ideia de tam-bém ir para Angola. Essa ideia foi re-forçada durante o tempo de noviciado com a leitura das biografias dos frades que chegaram para a reforma da Pro-víncia. Durante os momentos de me-ditação líamos essas biografias e era um momento onde podíamos viajar até a missão e pensar como tudo tinha

sido e como tudo poderia vir a ser se tomássemos a decisão de seguir para a missão. No último ano da Teologia, conversei com o ministro provincial da época e ele disse que se eu quisesse realmente ir, que escrevesse uma car-ta. Em 8 de dezembro de 2000 recebi a transferência para a missão. Na verda-de, quis ser missionário por acreditar que poderia aprender muito vivendo dentro de uma realidade e cultura diferentes, por acreditar que todos somos chamados a ser missionários e porque tenho claro que o carisma franciscano pode ajudar a construir uma sociedade mais justa e mais fra-terna, sobretudo em um lugar onde a palavra guerra, no passado, era mais usada do que a palavra paz.

cOmunIcaçõEs - Como se deu o seu discernimento vocacional? Por que escolheu ser franciscano?

Frei José - A descoberta da voca-ção religiosa como possibilidade de realização existencial se deu quando ainda era bem criança, no primeiro dia de catequese. A arquidiocese de Niterói, da qual sou originário, vivia um momento de trabalho vocacio-nal bastante intenso, pois, na época, faltavam vocações. Havia um peque-no caderno vocacional e o catequis-ta o usava nos primeiros encontros. Pois bem, o primeiro encontro falava sobre a vocação de Samuel, quando

aos frades. No primeiro encontro com os frades tive a certeza de que queria mesmo ser franciscano. Mui-tos foram os que me ajudaram neste processo de descoberta. Hoje, cada vez que visto o hábito e o vejo cada vez mais velho, desgastado e sur-rado, lembro com carinho de todas essas pessoas e tenho clara a certeza de que foi a melhor e mais acertada decisão que já tomei na vida. Sobre por que escolhi ser franciscano po-deria dizer muitas coisas, mas acho que posso resumir da seguinte ma-neira: nos momentos de alegria ou de dificuldade ser franciscano me re-aliza, me sustenta espiritualmente e me dá forças para continuar a cami-nhada. O modo de vida e o ideal de São Francisco, dos irmãos menores e itinerantes, me fez encontrar sentido para a caminhada.

cOmunIcaçõEs - O que você diria para os frades e leigos que querem se tornar missionários em Angola?

Frei José - Cada um tem a sua própria medida, mas todos podemos doar um pouco de nosso tempo e de nossa vida como frades menores e como cristãos para a missão. Já ti-vemos irmãos que ficaram na mis-são durante dois anos ou até menos e fizeram muito. Até hoje as pessoas têm uma boa lembrança deles. Não importa o tempo que você pode oferecer: um ano, dois, três... a vida inteira. O que importa é ser capaz de fazer algo, sobretudo, neste mo-mento em que a missão cresce. Esse tempo, se bem aproveitado, ajudará a consolidar nossa Fundação mis-sionária. E depois teremos irmãos angolanos que, por si, tocarão a mis-são. É necessário ir sem a pretensão de que resolveremos tudo. Vamos para ajudar a regar as sementes já lançadas em terra boa e com a plena certeza de que fazer crescer é obra do próprio Deus.

Deus chama Sa-muel pelo nome. Naquele dia senti que talvez esse poderia ser meu caminho. Passou muito tempo e uma religiosa catequista fran-ciscana me ques-tionou sobre a possibilidade de ser franciscano e me levou até

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Evangelização

cROnOlOgIa Da mIssãO Em angOla (Iv)199723.01 - Retorno para Angola de Frei Dilson.30.01 - Retorno para Angola de Frei Herme-negildo.- Viagem de Frei Estêvão – Retornou no dia 03.0401-03.04 - 2º Encontro Regional, em Malange. Decisões: escolha dos padroeiros das frater-nidades; locais para a formação distintos dos da missão; decisão do Postulantado em Kiba-la (outubro) e do Aspirantado em Malange.04.06 - Envio missionário de Frei Antônio Mazzuco e Frei Dante Echegaray, em SP/São Francisco, durante a Trezena de Santo Antô-nio.14.06 - Visita canônica de Frei Caetano às fraternidades de Angola.23-25.06 - Capítulo da Missão.25.06 - Dom Benedito Roberto aprova a residência futura das Pequenas Irmãs da Sa-grada Família na missão de Kibala.08.07 - Chegada de Frei Dante a Luanda, vindo do Brasil.02.10 - Chegada de Frei Valdir Nunes Ribei-ro a Kibala.04.10 - Início oficial do Postulantado em Kibala.03.11 - Dom Benedito Roberto aprova a residência das Irmãs Franciscanas da Santís-sima Trindade na missão de Kibala.27.11 - O Congresso Capitular (SP), apro-vou a constituição da missão em “Fundação”, e nomeou Frei Valdir Nunes Ribeiro como presidente e Frei Hermenegildo Pereira como ecônomo.

1998Janeiro - Início da construção da casa do Postulantado/Kibala.01.03 - Viagem de Frei Carlos A. Guimarães.26.04 - Retorno definitivo de Frei Plínio G. da Silva.26.05 - O Definitório Provincial, reunido em Rondinha, promulgou o Decreto de ere-ção e constituição da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA).14.06 - Retorno definitivo de Frei Antônio Mazzucco.- Viagem de Frei Estêvão.18.08 - No Definitório, Frei Estêvão apre-sentou o relato da visita/viagem e as deci-sões tomadas com os missionários:1. a concessão do terreno em Luanda, por parte do Cardeal;2. levantamento de recursos junto à Cúria Geral da Ordem para a construção da casa em Luanda;3. construção do muro em torno do terreno de Luanda;

4. prolongamento – por mais um ano – do estágio de Frei Carlos A. Guimarães.- O Definitório nomeou conselheiros da Fundação: Frei Samuel, Frei Dilson e Frei Genildo.24.08 - Viagem de Frei José Ariovaldo da Silva para ajuda missionária (cursos, aulas, retiros) até 22.11.14.09 - Retorno/férias de Frei Samuel e Frei Hermenegildo.04.10 - Admissão ao Postulantado, em Ki-bala, de mais quatro candidatos: Américo, Silva, Domingos e Agostinho.26.10 a 08.11 - Visita de Frei Vitalino Piaia, Frei Ângelo José Luis, Frei Valdevino Negher-bon e Diác. Pedro.Novembro - Decisão de enviar os três postulantes (Adão, Cândido e Nelson) para fazer o noviciado no Brasil.13.11 - Atentado contra Frei Valdir N. Ribei-ro, em Kibala.- Na manhã do 14.11, levado para Gabe-la, onde é feita a 1ª cirurgia. No dia 15.11, transportado de helicóptero para Luan-da. Dia 17.11, é feita a 2ª cirurgia, perma-necendo na UTI até 19.11.29.11 - Carta de Frei Valdir N. Ribeiro ao Sr. Bispo de Sumbe, comunicando a decisão do Conselho da Fundação de retirar frades, pos-tulantes e irmãs, temporariamente de Kibala (para Luanda).16.12 - Frades, postulantes e irmãs transfe-rem-se para Luanda.

199917.01 - Chegada de Frei Valdir Nunes com os três postulantes para admissão ao novi-ciado em Rodeio. Retorno definitivo de Frei Dante.20.01 - Vestição/admissão dos três noviços angolanos, em Rodeio: Adão Gil de Melo, Cândido Gabriel F. Manuel e Nelson Jaime Cristóvão.27-28.01 - O Definitório Provincial autorizou acolher o pedido para assumir a Paróquia de Luanda.09.03 - Envio missionário de Frei Ângelo Vanazzi, em SP/São Francisco .09-11.03 - O Definitório Provincial aprova projeto de construção em Luanda.15.03 - Viagem de Frei Ângelo Vanazzi, Frei Márcio Terra e Frei Simão Laginski.09.05 - Retorno definitivo de Frei Pedro Caron.30.08 - Acidente com Frei Dilson A. Geremia, na construção em Luanda.05.09 - Retorno de Frei Dilson para trata-mento e cirurgia na VOT/RJ.20.09 - Viagem para Angola: Frei Caetano, Frei Augusto e Frei Valdemiro Wastchuck.

Nesta ocasião foram tomadas algumas deci-sões:1. assumir a nova paróquia no bairro de Pa-lanca;2. o aspirantado funcionará somente em Ma-lange;3. em 2000 se iniciará a construção, em Ma-lange, da casa própria para o aspirantado;4. os três confrades angolanos, após profis-são retornam para Angola e irão cursar a filo-sofia em Zâmbia.23.09 - Profissão solene de Frei Carlos A. Guimarães, no mosteiro das Clarissas, em Lu-anda.Outubro - Retorno definitivo de Frei Si-mão Laginski.04-06.11 - O Definitório autoriza Frei Carlos A. Guimarães a cursar a teologia em Luanda.12.12 - Retorno definitivo de Frei Odorico Decker.

200009.01 - Primeira profissão dos três confra-des angolanos, em Rodeio.17.01 - Retorno para Angola: Frei Dilson, Frei Carlos Guimarães e os confrades ango-lanos. Frei Hermógenes Harada segue com eles, para ajuda missionária em Malange (au-las no Seminário Diocesano) de fevereiro a maio.Janeiro Retorno/férias de Frei Genildo.15.02 - Viagem dos três frades angolanos para Lusaka, na Zâmbia, a fim de iniciar os estudos.25.03 - Ordenação presbiteral e envio mis-sionário de Frei Mário Stein, em Porto União/SC.17.04 - Viagem de Frei Mário Stein e retor-no de Frei Genildo para Angola.30.04 - Criação da nova paróquia São Lu-cas/Palanca e posse de Frei Márcio Terra, como 1º pároco.08.05 - Viagem de Frei Basílio Resende para a visita canônica dos missionários em Angola, entre 08.05 e 21.05.03.07 - Viagem de Frei Caetano, Frei José Clemente Müller e da voluntária de Gaspar, Sra. Claudete Bohn.06-07.07 - Assembleia anual dos frades mis-sionários em Angola.10.07 - Retorno de Frei Hermógenes, com Frei Caetano e José Clemente.11-02.09 - Frei Valdir e Frei Genildo, dele-gados da FIMDA no Capítulo Provincial em Agudos.* O Estatuto da FIMDA foi apresentado no Capítulo Provincial, que o encami-nhou para aprovação do Definitório Provincial.

cONTINuA

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Ministério da Educação (MEC) divulgou, no dia 19 de dezembro de 2014, a clas-

sificação das instituições de ensino superior com base no Índice Geral de Cursos (IGC). Pelo sétimo ano consecutivo, a FAE Centro Universi-tário, que tem como mantenedora a AFESBJ, está com a melhor avaliação entre as instituições universitárias privadas da capital paranaense.

O resultado baseia-se na somató-ria de um corpo docente altamente qualificado, ótima infraestrutura, rigor na aplicação dos projetos didá-tico e pedagógico, além do conheci-mento adquirido pelos alunos, retra-tado no Enade.

Para o reitor da FAE, Frei Nelson José Hillesheim, a conquista é tam-bém reflexo de um projeto realizado ao longo dos últimos anos, chamado FAE 2020, que tem como meta tornar a Instituição referência em educação nacional e internacional até 2020. Os resultados já podem ser percebidos, especialmente com a criação de nú-cleos e serviços voltados aos alunos, como o FAE Incentiva e FAE Con-nect, e também no maior número de ações solidárias e celebrações incen-tivadas pela Pastoral Universitária.

“O resultado dessas atividades e de todo o conjunto de ações do Ensino, aliadas à missão da Instituição, docen-

PElO sÉtImO anO cOnsEcutIvO, faE É a mElhOR DE cuRItIbacom Igc 4, centro universitário está posicionado em primeiro lugar entre as instituições universitárias privadas, segundo a avaliação do mEc

versidades e faculdades, públicas e privadas, a partir de um único indi-cador. A FAE ficou com IGC contí-nuo de 3,26, valor que corresponde ao IGC 4 de uma escala de 1 a 5, se aproximando do nível máximo de qualidade perante o MEC.

O índice é resultado da média ponderada do Conceito Prelimi-nar de Curso (CPC), em combina-ção com o resultado do Enade, que mede o desempenho dos estudantes. A avaliação divulgada é referente ao último triênio e compreende 2.020 instituições.

tes e colaboradores, são diferenciais tanto para a avaliação do MEC como para o reconhecimento empresarial e da sociedade”, afirma o reitor, com a certeza de que a FAE está no caminho certo. “A cada ano a Instituição tem contribuído mais para a sociedade, formando profissionais com virtudes e atitudes, gerando novas lideranças, novos profissionais para o mundo con-temporâneo”, conclui.

EntEnDa O ínDIcE gERal DE cuRsOsO IGC indica o nível de qualida-

de dos centros universitários, uni-

Centro universitário São José dos Pinhais

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FFb

Há cem anos era lançada, na pe-quena Rodeio do Vale do Itajaí (SC), a semente da missão evangelizadora das Irmãs Catequistas Franciscanas. A planta que era para atender às ne-cessidades locais, ganhou o mundo. O carisma das Catequistas Franciscanas atravessou fronteiras e mares e, agora, neste dia 14 de janeiro, retornou a Ro-deio para celebrar a graça das origens. “Hoje, Rodeio não é lugar geográfico. É lugar de encontro, é lugar-fonte!”, disse D. Leonardo Steiner, Bispo Au-xiliar de Brasília e Secretário Geral da CNBB, que presidiu a celebração eu-carística do jubileu às 10 horas.

A festa, contudo, começou logo cedo (8h30). Na localidade chamada

100 anOs DE funDaçãO Da cOngREgaçãO Das catEquIstas fRancIscanas

D. lEOnaRDO Às IRmãs:“sEJam sEmEaDORas Da EsPERança”

MoaCir BeGGo Rodeio 50 (fora do centro) teve início a celebração do jubileu com uma car-reata. Neste lugar, a Congregação deu os primeiros passos com três jovens: Amábile Avosani, Maria Avosani e Liduína Venturi. “A comunidade de Rodeio 50 nos acolheu como acolhera as primeiras fundadoras! Os sinos to-caram, como naquele 14 de janeiro de 1915, chamando o povo para missa! No entrada da Igreja, crianças, jovens,

colonos, irmãs e frades, reconstituí-ram o contexto e a cena do fundan-te ‘sim, para sempre!’”, escreveu Irmã Maria Fachini no site das Congrega-ção.

Após a bênção da placa do cente-nário, a carreata se dirigiu ao centro de Rodeio, tendo entre eles um carro recordando os fundadores e funda-doras, com a presença de parentes próximos das primeiras irmãs. No caminho, apenas uma breve pausa na casa da família Tambosi, que acolheu as ‘mestras’ Maria e Liduína. Na Casa--Mãe, de onde se expandiu o carisma da Congregação, a carreata cresceu para mostrar todo o alcance missio-nário das Catequistas no mundo. Na Vila Italiana, local da celebração, o povo recebeu com alegria o cortejo

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que veio de Rodeio 50.O grande momento no pavilhão

principal não poderia ser diferente. Além do secretário Geral da CNBB, o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel, representando a Pro-víncia Franciscana da Imaculada Conceição, bispos de todo o Brasil, sacerdotes, religiosos, seminaristas se juntaram às irmãs para celebrar este momento histórico.

a cElEbRaçãOAs leituras (Ef 1,3-14 e Lc 1,39-59)

da celebração eucarística destacaram a vocação das Irmãs Catequistas e como disse D. Leonardo, “elas desper-tam as entranhas de nossa vocação e missão”.

O bispo franciscano partiu do Evangelho, quando Maria se pôs a caminho apressadamente para visi-tar sua prima Isabel, e lembrou que o Papa Francisco não se cansa de pe-dir por uma Igreja ‘em saída’. “Pôr-se a caminho, partir, sair, tem sabor de

fonte inesgotável para uma Irmã Catequista Franciscana na celebração dos 100 anos do chamado que se fez caminho. Amábile, Ma-ria e Líduína partiram para não mais voltar. Poderíamos repetir as palavras do Evangelho depois do convite de Jesus a Pedro, Tiago e João: deixando as redes elas seguiram a Jesus. Partiram e estiveram a caminho e coloca-ram a caminho tantas jovens tomadas pela generosidade de servir os pequenos”, disse D. Leonardo.

Segundo o bispo, as irmãs também partiram apressadamente como Maria: com disponibilidade, generosidade. Havia nelas uma jovialidade: passos de mulheres da terra, mas com a sua-vidade de quem leva vida nova, espe-rança, consolo. Sim, eram mulheres ad-miravelmente joviais, gratuitas, como

camponeses que vivem do trabalho de suas terras e do cultivo generoso de uma missão. Apressadamente,

incansáveis, pródigas, generosas. Havia nelas uma agilidade própria de jovens que servem à mesa dos necessitados.

“Colocaram-se a caminho de modo admirável: simples, pobre,

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despojadas, alegres, menores, gra-tuitas! Essa gratuidade as manteve a caminho! Que fonte extraordinária, queridas Irmãs Catequistas: serem impulsionadas, revigoradas, transfor-madas pela gratuidade de servir como catequistas. Poderíamos repetir as pa-lavras do Apóstolo Paulo: “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho vos dou: Cristo Jesus! Uma vida a serviço! Sim, oferecer Jesus, iniciar as pessoas na vida do Reino cordial e gratuita-mente”, acrescentou o Secretário Ge-ral da CNBB.

Ele lembrou que elas foram servir os pequenos: “Ofereceram a vida do Evangelho e o pão da educação. Vi-vendo nas pequenas comunidades, no meio do povo, com o povo, como o povo, sempre a caminho, servindo. Nesse modo de vida, o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo as fez me-nores com os menores. Moraram com os menores na casa dos menores”.

Nesta Ação de Graças, D. Leonar-

do pediu que cada Irmã Catequista Franciscana seja tomada pela santida-de da caridade, do serviço. “A graça e a vida do Evangelho fecunde e trans-forme sua vida. Sejam como Cate-quistas semeadoras da esperança que acreditam na força de uma só semen-te para que nenhum de nossos irmãos e irmãs pobres sinta-se só, abandona-do. Eles possam encontrar na Irmã Catequista aconchego, proximidade, familiaridade, sabedoria, consolo, o caminho de Deus. Sejam terra boa e fértil onde a Palavra de Deus dará muito fruto. Frutos de amor-serviço!”, motivou D. Leonardo.

No momento da profissão de fé, a Ministra Geral Ir. Izaura Souza Cor-deiro chamou ao altar Irmã Maria Os-semer (representando o projeto com os indígenas Guarani-Kaiowá) e Irmã Ana Maria Cerqueira, jovem negra, representando o projeto de educação em Angola. Com este gesto, renovou a consagração, reafirmando o com-

promisso de viver o carisma e, como marco do centenário, o compromisso especial com estes dois projetos.

Ao final da missa houve a entrega de uma lamparina confeccionada por mulheres indígenas do povo Tucano de São Gabriel da Cachoeira (AM), às províncias, representantes das fa-mílias das fundadoras, aos frades e a outras pessoas que acompanharam de perto a Congregação, enquanto se ouvia o canto: “Não deixe a lamparina apagar!”. Também foi distribuída a re-cordação do centenário para todas as pessoas participantes da celebração e as comemorações continuaram com um almoço festivo e uma Tarde Cul-tural.

PROXImIDaDEA Congregação das Irmãs Ca-

tequistas Franciscanas nasceu em 1915, por iniciativa de Frei Polycar-po Schuen, pároco de Rodeio, após ter conversado com Frei Modestino Oecktering, para responder à neces-sidade de educação e catequese nas escolas paroquiais, frequentadas pe-los filhos e filhas dos imigrantes ita-lianos. Por isso, a proximidade com a Província Franciscana da Imaculada Conceição marcou a vida de cente-nas de frades que passaram pelo No-viciado São José de Rodeio, entre eles o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, que representou a

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Província da Imaculada Conceição na celebração.

“A proximidade geográfica entre nossas casas em Rodeio é sinal da proximidade afetiva de quem sonha o mesmo sonho de Vida Evangélica sonhado por Francisco e por tantos irmãos e irmãs que nos precederam. Permaneçamos juntos, corações uni-dos, agradecendo a Deus a graça des-te centenário e pedindo forças para seguirmos em frente, sempre juntos”, observou Frei Fidêncio.

“Desde 1973, quando cheguei em Rodeio para o Noviciado Francisca-no as encontrei ali em sua Casa-Mãe e dali as vi, e silenciosamente acom-panhei, por toda parte deste Brasil e do mundo e me encantei. Mulheres consagradas e engajadas. Abriram em mim a admiração pela Vida Religiosa Feminina e pelo feminino. Reencan-taram em mim a missão e a inserção. Vejo Irmãs Catequistas na Pastoral, na Evangelização, na Missão, na Edu-cação, na Formação, nas Políticas Públicas, na Saúde, nos Movimentos Populares, Além Fronteiras, entre os pobres, nas cidades e comunidades, nas Mídias, na Comunicação e nas mais diversas frentes de trabalho. Elas têm um jeito de viver a Vida Religio-sa Consagrada com poesia e profecia, com alegria e exigência, com presença forte , com fala, escuta e ousadia. Mo-delos vivos para mim de uma Vida

Religiosa possível, de uma Humani-dade possível, de um Deus possível”.

agRaDEcImEntOA Ministra Geral, Irmã Izaura

Souza Cordeiro, não se cansou de agradecer a todos que caminharam com as Irmãs Catequistas neste cente-nário: “Obrigado ao povo de Rodeio e região, que foi a motivação para o nosso surgimento. A necessidade daquele momento histórico possibi-litou-nos nascer, crescer e partilhar nossa história com outras regiões e povos. Obrigado ao povo de todos os lugares onde estivemos e estamos – aos pequeninos, aos mais fragiliza-dos, aos preferidos de Deus, que são a razão da nossa Missão, da nossa opção de vida. Obrigado a todas as pessoas que são parte da nossa his-tória por colaborarem no momento do nascimento, nos primeiros passos da Congregação e por cuidarem para que a Lamparina não se apagasse nas mãos de Amabile, Maria e Liduína e que elas fossem fiéis por toda a vida à missão para a qual foram chamadas e, com fé, partilhassem esta missão, confiando sua continuidade, ao logo deste centenário, a cada irmã cate-quista”, enfatizou Ir. Isaura.

Em nome do povo de Rodeio, o Prefeito Paulo Roberto Weis agrade-ceu o trabalho das irmãs ao longo des-ses cem anos. “Quantas comunidades

receberam o trabalho, a ação das Irmãs Catequistas e tiveram a oportunidade de formar lideranças, as quais atuam nas comunidades mais necessitadas, nas Igrejas, nas Escolas, em diferentes frentes de trabalho. E mais: quantas pessoas na comunidade de Rodeio ti-veram oportunidade de passar pelas mãos de muitas Irmãs Catequistas na sua trajetória escolar e catequética. E isso se repete em muitas partes do nos-so país. A lamparina acesa há cem anos em Rodeio emite raios de luz que atin-gem horizontes cada vez mais distan-tes. Ela é posta cada vez mais alta para iluminar sempre mais além, como o próprio evangelho o pede, que a lâm-pada seja colocada no candeeiro, no alto, a fim de que possa iluminar com uma amplitude maior. Por isso, não somente Rodeio, mas todo o estado de Santa Catarina; não somente o nosso estado, mas o Brasil, não somente o nosso país, mas a América Latina e a África”, completou.

Hoje, as Irmãs Catequistas estão em seis províncias, com fraterni-dades em 22 Estados do Brasil e no Distrito Federal, e em nove países. Desde a década de 1940, as “Mestras” começaram a ser chamadas também de “Irmãs”. Em 1958, fazendo justi-ça à origem franciscana do grupo, o nome foi completado e reconheci-do oficialmente: “Irmãs Catequistas Franciscanas”.

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falEcE O mEstRE Da EsPIRItulIDaDE fRancIscana

s 23h30 do dia 9 de janeiro, a irmã morte visitou o estudioso e mestre da espirituali-dade franciscana e clariana, Frei José Carlos

Corrêa Pedroso. Seu corpo foi velado na Capela do Seminário São Fidelis no Centro de Espiritualidade de Piracicaba. Frei José Carlos vinha lutando contra um câncer e estava internado desde o último dia 30 de dezembro.

Segundo o Provincial dos Capuchinhos, Frei Carlos Silva, ele lutou até o fim. “Eu o visitei recen-temente e ele me disse: ‘ainda estou com esperança’”, contou Frei Carlos. Segundo o Provincial, Frei José Carlos doou sua vida pela espiritualidade francisca-na: “Até o último minuto de sua vida, ele se dedicou a esta missão. Ele dormia, comia, respirava a místi-ca franciscana clariana”, disse Frei Carlos.

Para Frei Carlos, o céu ganha com a sua partida, mas nós ficamos com o legado que ele deixou. “Por onde ele passou, deixou essa marca, que é única. Vi-veu intensamente a vida que abraçou. É um exem-plo para nós”, acrescentou Frei Carlos.

Frei José Carlos é frade capuchinho da Provín-cia Imaculada Conceição dos Capuchinhos de São Paulo (OFMCap). Licenciado em Letras Clássicas pela Pontifícia Universidade de São Paulo, Frei José Carlos nasceu em São Paulo, no dia 14 de agosto de 1931. Fez a primeira profissão na Ordem Francisca-na no dia 8 de janeiro de 1950, há 65 anos. Profes-sou solenemente na Ordem no dia 11 de janeiro de 1953 e foi ordenado presbítero no dia 24 de junho de 1956.

Frei José Carlos era diretor e um dos fundadores do Centro Franciscano de Espiritualidade, em Pi-racicaba, que foi criado em 1990. Além de grande escritor e palestrante, ele foi Definidor Geral da Or-dem Franciscana para América Latina e Grécia por dois sexênios e foi Ministro Provincial também em dois mandatos.

Na entrevista ao site Franciscanos, em 2011, Frei José Carlos Corrêa Pedroso confessou que ocu-pava grande parte de sua vida com São Francisco de Assis e Santa Clara.

Além da série de livros publicados sobre es-

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“A Irmã Morte nos visitou para convidar Frei José Carlos Corrêa Pe-droso, OFMCap, aos 83 anos, para entrar no Paraíso que ele brilhante-mente conquistou! Frei José Carlos fez a sua travessia para a eternida-de, às 23H30 da noite do dia 09 de Janeiro, no Hospital dos Plantado-res de Cana, de Piracicaba, SP. Este frade de olhar profundo e paternal, sereno, amigo, fraterno e amável, foi sempre uma presença necessária na Família Franciscana e Clariana do Brasil. Fundou e organizou o Centro de Espiritualidade Franciscana de Piracicaba, hoje uma referência para os que querem conhecer a Espiritua-lidade, Mística, História e Vida Fran-ciscana e Clariana.

Amou profundamente as Fontes Franciscanas e Clarianas. Traduziu, comentou, divulgou. Foi o primeiro a lançar no Brasil as Fontes Claria-nas. Dedicou toda sua vida à Espiri-tualidade Franciscana. Cuidou com carinho todo empenhado e particu-lar, da Formação Contínua dos seus confrades Capuchinhos, das Irmãs Clarissas, das Congregações Femini-nas e de toda Família Franciscana do Brasil e da América Latina . Desde 1990 trabalhava com ele no Curso

de Mística Franciscana, no antigo CEFEPAL, em Petrópolis e no Curso Franciscano de Verão, em Piracica-ba e São Pedro, SP, e estive com ele em muitas assessorias, encontros, congressos, jornadas e retiros. Um verdadeiro Mestre. Um apaixonado pela causa franciscana. Foi o primei-ro a colocar “on line” a tradução das Fontes Franciscanas.

Organizou com carinho a exce-lente Biblioteca Franciscana do Cen-tro Franciscano de Espiritualidade de Piracicaba. Foi o maior orienta-dor de Retiros Franciscanos do Bra-sil. Acompanhava Irmãos e Irmãs que se preparavam para os Votos. Fa-zia acompanhamento personalizado, capaz de orientar retiro para uma, duas, três e 100 pessoas com a mes-ma vibração. Memoráveis as Noites Franciscanas que criou em Piracica-ba! Dezenas de livros e artigos publi-cados. Traduções e ensaios, legendou filmes e musicais, tudo para fazer São Francisco e Santa Clara mais conhe-cidos, mais amados e mais seguidos. Homem de sonhos e projetos.

Vigor e ternura, segurança e le-veza. Um dos pioneiros na reflexão sobre as relações de gênero, con-cretizou um natural encontro das

potencialidades femininas e mas-culinas à luz do franciscanismo. Foi Definidor Geral da Ordem dos Capuchinhos, Provincial, Guardião, Mestre e sempre um expressivo confrade. Fez a sua passagem para a eternidade em pleno Curso Fran-ciscano de Verão, onde me encontro agora e vamos celebrar com os seus Confrades Capuchinhos, Irmãos e Irmãs das três Ordens, das Famílias Regulares, dos Leigos e Simpatizan-tes do Franciscanismo que a ele de-vem o acesso fácil e rápido às Fontes Franciscanas e Clarianas, mas so-bretudo devem a ele o testemunho transparente de uma vida apaixona-da pela causa de Clara e Francisco. Inteligente, poliglota, grande pro-fessor e pregador, nunca deixou de ser humilde e simples. Uma Presen-ça para Sempre!

Morreu durante o Curso de Ve-rão que ele criou e incrementou, um dos seus grandes amores! Estamos aqui, emocionados, saudosos, po-rém não estamos tristes, pois sua vida conquistou a Eternidade no Amor! Vá em paz, Frei José Carlos Pedroso! Nós vamos continuar a sua Herança! Paz e Bem! (Frei Vitó-rio Mazzuco)

Faleceu na noite do dia 11 de janeiro, D. Alzira Morandi Ri-beiro, mãe de Frei Valdir Nunes

Ribeiro, aos 77 anos de idade. O sepultamento foi no dia 12 de ja-neiro, no Cemitério Bosque da

Paz, de Vargem Grande Paulista - SP. Nossas preces por D. Alzira, Frei Valdir e sua família!

falEcImEntO DE D. alzIRa

Em Águas DE sãO PEDRO, fREI vItóRIO EscREvEu O sEguIntE tEXtO sObRE a mORtE DE sEu amIgO

piritualidade franciscana, das pales-tras e aulas que ministrava, Frei José Carlos se dedicava com muita pai-xão ao Curso Franciscano de Verão, anualmente no mês de janeiro. Ele foi o idealizador do curso em 2008.

“É interessante porque sempre so-nhei alto, mas neste caso (do curso), a realidade ultrapassou o sonho. Es-tou feliz com o andamento do curso como nem esperava”, dizia em 2011.

Na sua ausência neste ano, Frei Vi-

tório Mazzuco está à frente do curso, que visa oferecer a todos os “amigos de São Francisco e Santa Clara”, reli-giosos e leigos, um aprofundamento do carisma francisclariano com con-sistência acadêmica.

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AGENDA 2015Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil(*) As alterações e acréscimos estão destacados

2016janeiro 18 a 26 Capítulo Provincial

Maio16 a 20 Reunião da UCLAF (Cochabamba, Bolívia)

Fevereiro09 a 11 Executiva do SIFEM (São Paulo, Pari)24 a 26 Reunião do Definitório Provincial

Março 02 e 03 Encontro do Regional do Alto Vale do Itajaí e

Planalto Catarinense (Lages)04 e 05 Reunião do Conselho de Evangelização (S. Paulo

- S. Francisco)09 Encontro do Regional São Paulo (Vila Clementino

- SP)09 e 10 Encontro do Regional do Leste Catarinense

(Forquilhinha)09 a 20 Tempo Forte do Definitório Geral09 a 21 1ª etapa do curso de formadores -

SERFE - CFMB (Petrópolis)10 Conselho Diretor do Sefras ( Pari – SP)10 e 11 Assembleia do SAV (Rondinha)12 a 15 Encontro dos Irmãos Leigos (Agudos)16 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Rodeio)16 Encontro do Regional do Vale do Paraíba

(Guaratinguetá)16 Encontro do Regional Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense (Nilópolis-Aparecida)16 Encontro do Regional de Agudos (Bauru)23 Encontro do Regional do Espírito Santo (Projeto

Santa Clara)24 Ordenação diaconal de Frei Douglas Paulo

Machado (Concórdia)24 a 27 Assembleia da CFMB (São José do Rio Preto-SP)

aBril15 a 17 Reunião do Definitório Provincial;18 a 21 Encontro Provincial de Jovens (Guaratinguetá -

Fazenda Esperança)27 a 30 Reunião de guardiães e coordenadores e párocos

(Rondinha)

Maio 02 Profissão solene de Frei Rafael Teixeira do

Nascimento (Niterói – RJ)04 Reunião dos Mestres da Formação05 e 06 Conselho de Formação e Estudos (S. Paulo - S.

Francisco)10 a 07 (jun) Capítulo Geral (Assis)21 e 22 Reunião do Conselho Gestor das Entidades da

Província (Sede Provincial)

junho

16 a 18 Reunião do Definitório Provincial22 a 26 Assembleia do SIFEM (Bacabal)28 a 02/07 Congresso da Comissão Educativa da CFMB

(Curitiba, FAE)29 a 11 2ª etapa do curso de formadores -

SERFE - CFMB (Petrópolis)

julho

13 a 17 Retiro Provincial (Rondinha)

agosto

17 a 21 Retiro e reunião do Definitório Provincial24 a 28 Encontro dos Ecônomos da CFMB, (São Luís, MA)

seteMBro

01 a 04 Assembleia da CFMB (Manaus, AM)04 a 09 Encontro dos Irmãos Leigos OFM, OFMCap e

OFMConv (Agudos)14 Reunião dos Mestres da Formação15 e 16 Conselho de Formação e Estudos (Petrópolis)25 Celebração dos 25 anos da Missão de Angola

outuBro

20 a 22 Reunião do Definitório Provincial26 a 30 Curso de Franciscanismo (Rondinha)

DezeMBro

07 a 08 Jubileus;14 a 17 Reunião do Definitório Provincial