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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CENTRO DE EDUCAÇÃO BIGUAÇU CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ROSÂNGELA DE ARAUJO E SILVA VIABILIDADE DO SUPER SIMPLES: UM ESTUDO DE CASO EM OFICINA MECÂNICA Biguaçu (SC), Julho de 2007.

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO

CENTRO DE EDUCAÇÃO BIGUAÇU

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ROSÂNGELA DE ARAUJO E SILVA

VIABILIDADE DO SUPER SIMPLES: UM ESTUDO DE CASO EM OFICINA

MECÂNICA

Biguaçu (SC), Julho de 2007.

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ROSÂNGELA DE ARAUJO E SILVA

VIABILIDADE DO SUPER SIMPLES: UM ESTUDO DE CASO EM OFICINA

MECÂNICA

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Contábeis na Universidade do Vale do Itajaí, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Murilo Petri

Biguaçu (SC), Abril de 2007.

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ROSÂNGELA DE ARAUJO E SILVA

VIABILIDADE DO SUPER SIMPLES: UM ESTUDO DE CASO EM OFICINA

MECÂNICA

Esta monografia foi apresentada como trabalho de conclusão de curso de Ciências

Contábeis da Universidade do Vale do Itajaí – Biguaçu e aprovada pela banca

constituída pelo orientador e membros abaixo.

Biguaçu,SC 04 Julho de 2007.

_________________________________________

Profº. Sergio Murilo Petri, Dr. Orientador

________________________________________ Profª. Josane Mara Maciel, M.Sc.

Membro de Banca

________________________________________ Profº. José Luiz da Silva, M.Sc.

Membro de Banca

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu padrinho, Jonas, pela minha formação, ao meu esposo Adélcio, pelo seu incentivo e compreensão, a minha filha, Patrícia e ao meu filho Marcos Vinicius que são os meus maiores amores e incentivadores de meus esforços por ter esperança e acreditar em um futuro melhor para todos.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente Agradeço a Deus, que sempre me guiou, que me deu coragem e

força para enfrentar os obstáculos da Vida.

Agradeço a uma pessoa em especial que não pertence mais esse Mundo que em

memória estará sempre em meus pensamentos e em meu coração que foi sempre

pensando nela que consegui alcançar meus objetivos.

Ao orientador e Professor Dr. Sérgio Petri, por sua imensa dedicação e

principalmente pela sua competência que me direcionou para a conclusão deste

trabalho, sempre de forma transparente e atenciosa.

A minha família, aos amigos e colegas que contribuíram dando apoio e incentivo,

sendo de grande importância para essa etapa de minha vida.

Agradeço a Universidade do Vale do Itajaí - Univali e todos os professores por suas

dedicações e conhecimentos no decorrer desses anos, que me ajudaram em meu

crescimento profissional. Em especial ao Professor Silvio Osni Koerich e a

Professora Marisa por terem me incentivado e fazer acreditar em meu potencial, por

este motivo acredito em ter muito sucesso na vida profissional.

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RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de identificar e demonstrar por meio do planejamento tributário, qual a melhor forma de tributação permitida para as oficinas mecânicas, ou seja, demonstrar a viabilidade da opção pelo Simples Nacional para as prestadoras enquadradas como de pequeno porte. Nesta análise o estudo comprova a importância de um planejamento tributário em uma empresa. Para assim poder identificar dentro das limitações da legislação, a opção que aprove o menor desembolso financeiro no recolhimento dos tributos Federais e Municipais. Para tanto será apresentada por meio de pesquisa bibliográfica e procedimentos metodológicos a particularidade fiscal para esse tipo de atividade, bem como os conceitos e a legislação. Para a fundamentação e comprovação da opção tributária que gerou o menor ônus tributário, foram analisados, de acordo com a legislação vigente até o término do trabalho, os dados obtidos de uma oficina mecânica para prestadora de serviço no ano de 2006. Este estudo apresenta uma análise comparativa entre as modalidades do lucro presumido e a mais nova forma de tributação pelo simples nacional. Mediante dos cálculos abordados e identificados verificou-se que a Modalidade do Simples Nacional é a opção mais vantajosa mesmo obtendo um acréscimo no recolhimento do iss.

Palavras Chaves: Planejamento Tributário. Lucro Presumido. Simples Nacional.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS POR PORTE E SETORES DA ECONOMIA....................11

QUADRO 2 - TRIBUTOS SUBSTITUÍDOS PELOS SUPER SIMPLES.........................................................34

QUADRO 3 - PARTILHA DO SIMPLES NACIONAL – SERVIÇOS E LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS..35

QUADRO 4 - VANTAGENS E DESVANTAGENS.......................................................................................51

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - DEMONSTRATIVO DO FATURAMENTO - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO ...................40

TABELA 2 - APURAÇÃO DO PIS - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO......................................................41

TABELA 3 - APURAÇÃO DA COFINS - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO..............................................41

TABELA 4 - BASE DE CÁLCULO IRPJ - TRIMESTRAL - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO..................42

TABELA 5 - APURAÇÃO DO IRPJ - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO....................................................43

TABELA 6 - BASE DE CÁLCULO CSLL - TRIMESTRAL - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO................44

TABELA 7 - APURAÇÃO DO CSLL - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO ..................................................44

TABELA 8 - APURAÇÃO DO ISS - ANO 2006.............................................................................................45

TABELA 9 - RESUMO DOS TRIBUTOS FEDERAIS E MUNICIPAIS - ANO 2006 – MODALIDADE DO LUCRO PRESUMIDO....................................................................................................................................45

TABELA 10 - CÁLCULO DO SIMPLES NACIONAL POR PARTILHA DE TRIBUTO - 2006....................47

TABELA 11 - CÁLCULO DO SIMPLES NACIONAL - 2006.......................................................................48

TABELA 12 - COMPARATIVO DOS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇOES PELO LUCRO PRESUMIDO X SIMPLES NACIONAL –2006.........................................................................................................................49

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................11

1.1 JUSTIFICATIVA ..........................................................................................12

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA......................................................................12

1.3 OBJETIVOS ................................................................................................13

1.3.1 Objetivo Geral.............................................................................................13

1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................13

1.4 SUPOSIÇÕES.............................................................................................14

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO....................................................................14

2. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO.....................................................................16

2.1.1 Elisão..........................................................................................................16

2.1.2 Evasão .......................................................................................................17

2.2 EMPRESA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MECÂNICOS......................18

3. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ...............................................................19

3.1 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA NACIONAL ....................................................19

3.2 TRIBUTO.....................................................................................................20

3.2.1 Impostos.....................................................................................................20

3.2.2 Taxas..........................................................................................................21

3.2.3 Contribuições de Melhorias ........................................................................21

3.2.4 Empréstimos Compulsórios........................................................................22

3.3 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO TRIBUTO ..........................................22

3.3.1 Fato Gerador ..............................................................................................23

3.3.2 Contribuinte ou Responsável......................................................................23

3.3.3 Base De Cálculo.........................................................................................24

3.3.4 Alíquota ......................................................................................................24

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3.3.5 Adicional.....................................................................................................25

4. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ...........................................................................26

4.1 MODALIDADES DE TRIBUTAÇÃO ............................................................26

4.2 MODALIDADE TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO......................26

4.2.1 Apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica.................................28

4.2.2 Apuração da Contribuição Social Sobre O Lucro Líquido ..........................29

4.2.3 Programa de Integração Social ..................................................................29

4.2.4 Contribuição para Financiamento da Seguridade Social............................30

4.2.5 Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza - ISS ..................................30

4.3 MODALIDADE TRIBUTAÇÃO PELO SUPER SIMPLES ............................32

5. METODOLOGIA A SER APLICADA ...............................................................36

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ..........................................................36

5.2 ESTUDO DE CASO ....................................................................................37

5.3 UNIDADE DA ANÁLISE ..............................................................................37

5.3.1 Caracterização da Empresa .......................................................................37

5.3.2 Instrumentos...............................................................................................38

5.3.3 Procedimentos Metodológicos....................................................................38

6. APLICAÇÃO PRÁTICA ...................................................................................39

6.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA.......................................................39

6.2 REGIME DE TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO..........................39

6.2.1 Cálculo do PIS em 2006. ............................................................................40

6.2.2 CÁLCULO DA COFINS EM 2006...............................................................41

6.2.3 Cálculo do IRPJ em 2006...........................................................................42

6.2.4 Cálculo do CSLL em 2006..........................................................................43

6.3 APURAÇÃO DO TRIBUTO PELO SIMPLES NACIONAL ...........................46

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6.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................................................48

6.5 VANTAGENS E DESVANTAGENS ............................................................50

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................52

6.1 GENERALIDADES......................................................................................52

6.2 QUANTO AO ATENDIMENTO DOS OBJETIVOS ......................................53

6.3 LIMITAÇÕES...............................................................................................54

6.4 RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS ...............................54

REFERÊNCIAS ....................................................................................................56

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente cresce os números de micro e pequenos empresários e

juntamente a preocupação pela forma de tributação mais eficaz e correta de ser

utilizada, devido a este motivo pretende-se demonstrar uma melhor forma de

tributação. Conseqüentemente gerando mais empregos e tendo uma maior

satisfação dos empresários.

As empresas são classificadas como micro e pequenas em função do número

de empregados, e a maioria das entidades definidoras estabelece como micro

empresas, aquelas que têm apenas 10 empregados; pequena, até 100, média, até

500; e grande acima de 500 empregados, segundo Iudícibus (2000). Outro critério

de classificação é o do faturamento, a classificação estaria ligada ao volume de

recursos obtidos durante o período de um ano. As pequenas empresas se

organizam na forma de sociedade por cotas, com responsabilidade limitada ou não,

ou sob a forma de sociedades anônimas de capital fechado. Habitualmente a

direção nas pequenas empresas é entregue aos proprietários. A seguir apresenta-se

o Quadro 1 que demonstra a representatividade da micros e pequenas empresas, no

Brasil ela representam 99,20% das empresas segundo IBGE (2000) e o Sebrae

(2003).

Micro Pequena Média Grande Total Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

Indústria 535.143 90,8 44.175 7,5 8.102 1,4 1.622 0,3 589.042 100,0 Comércio 2.213.328 95,5 97.849 4,2 4.676 0,2 2.776 0,1 2.318.629 100,0 Serviços 1.604.135 92,8 102.905 6,0 10.132 0,6 10.302 0,6 1.727.474 100,0 Total 4.352.606 93,9 244.929 5,3 22.910 0,5 14.700 0,3 4.635.145 100,0 QUADRO 1 - DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS POR PORTE E SETORES DA ECONOMIA

FONTE: Elaboração própria a partir de dados IBGE, 2000.

O propósito deste trabalho não é analisar as características ou estrutura

organizacional das Micro e Pequenas Empresas, para definir a melhor forma de

tributação, ou seja, comparar a atual forma de tributação, lucro presumido com a

nova sistemática do Simples Nacional.

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1.1 JUSTIFICATIVA

A escolha do tema deu-se mediante da preocupação entre os empresários

que possuem uma forma de tributação das microempresas e empresas de pequeno

porte, o qual já tributam pelo sistema simplificado, o Simples instituído pela lei.

9317/96. A partir de 1º de julho de 2007 vigorará, um novo sistema de tributação,

criando um sistema único de tributação e unificação dos impostos e contribuições. lei

essa complementar n° 123 de 14 de dezembro de 2006 (DOU DE

15/12/2206).”Supersimples”.

Lei que gera dúvidas quanto à diminuição dos recolhimentos dos tributos.

Todavia pretende-se com este trabalho estudar a melhor forma de tributação para

que o empresário se sinta seguro e satisfeito com o profissional contábil, ou seja

demonstrar a redução na incidência dos tributos, quanto o Simples Nacional e o

Lucro presumido. Está a lei apesar de que até o presente momento ainda não está

regulamentada pelo Comitê Gestor, está gerando muita polêmica e da mesma forma

assustando as organizações, ou seja, gerando dúvidas se realmente está

favorecendo os micro e pequenos empresários.

Pretende-se demonstrar os riscos que a empresa possa obter e não se

enquadrar na nova lei, tendo que se excluir e optar por uma nova forma tributária.

Percebe-se a preocupação dos empresários em recolher os tributários de

forma transparente e eficaz evitando assim uma possível fiscalização e

conseqüentemente gerando as multas acessórias.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Os empresários se encontram descrentes com a nova forma de tributação, ou

seja, não acreditando que beneficiará os pequenos e micros empresários, pois a

Secretaria da Receita Federal já vem desenquadrando empresas do Simples

Federal da mesma forma acontecerá com o Simples Nacional, alguma empresa

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estará impossibilitadas e terá que ter uma incidência de tributos pelo regime do

Lucro Presumido ou até mesmo pelo Real.

• É viável a opção pelo Simples Nacional?

Desta forma as empresas estão sempre em busca de melhorias

principalmente num planejamento Tributário, com isso obtendo uma melhor forma de

tributação dando conseqüência à geração de empregos e evitando uma possível

evasão fiscal e buscando sim uma elisão fiscal.

1.3 OBJETIVOS

Com esta pesquisa pretende-se demonstrar com clareza e transparência uma

melhor forma de tributação para os empresários dos micros e pequenos portes.

1.3.1 Objetivo Geral

Demonstrar se é econômica a opção do Simples Nacional para empresas

prestadoras de serviço como uma oficina mecânica, atualmente enquadrada como

de pequeno porte, tributada pelo Lucro Presumido.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Elaborar o Planejamento tributário federal nas formas de tributação

Lucro Presumido e no Super Simples;

• Apurar por meio de Estudo de Caso a vantagem da opção pelo

Simples Nacional para empresas enquadradas como prestadoras de

serviços em oficinas mecânicas.

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• Destacar vantagens e desvantagem na forma de tributação.

1.4 SUPOSIÇÕES

Por se tratar de um estudo de caso e de uma pesquisa qualitativa optou-se

pela antecipação de algumas suposições, baseadas em material bibliográfico

visando apenas à tentativa de responder os problemas formulados na seção 1.2, ou

seja, apresentar de soluções. Sendo assim supõem-se:

• É viável a utilização do super simples para prestadoras de serviços

mecânico, tornando mais competitivo devido à redução no desembolso

tributário.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho é composto por seis capítulos, sendo estes abordados de

acordo com o descrito a seguir:

No primeiro capítulo apresenta-se uma introdução sobre a temática estudada,

descrevendo o tema e problema da pesquisa, bem como os objetivos traçados e a

suposição.

Já o segundo capítulo aborda a fundamentação teórica sobre o sistema

tributário, apresentando os elementos tributários tais como: a obrigação tributária,

contribuinte e responsável, base de cálculo, alíquota, adicional e as classificações

dos tributos e planejamento tributário, a elisão, evasão.

O terceiro capítulo explicita as modalidades de tributação, ou seja, a de lucro

presumido e o super simples.

O quarto capítulo detalha a metodologia de pesquisa utilizada para realização

do trabalho.

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No quinto, apresenta-se uma aplicação prática do planejamento tributário nas

modalidades de lucro real e lucro presumido.

Finalizando, o sexto capítulo expõe as considerações finais do tema

pesquisado, apresentando e avaliando os objetivos propostos, as limitações

encontradas e apresenta recomendações de acordo com os resultados alcançados,

listando as referências utilizadas na pesquisa.

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2. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

É uma das ferramentas que visam diminuir o pagamento de tributos obtendo

através de análises gerenciais uma antecipação sobre os tributos incidentes,

referente às movimentações operacionais e comerciais. Através deste, ter uma

redução dos seus maiores custos, que são nos dias de hoje os impostos. Para obter

essa elisão fiscal que claro que o planejador terá que ter um bom-senso e seguir as

normas da lei para não cometer um deslize e acabar cometendo uma evasão fiscal.

Pois o planejamento tributário se não estiver bem planejado ele poderá se bom ou

ruim para a empresa.

Na visão de Fabretti (2001, p. 30) tem como definição “o planejamento

tributário preventivo (antes da ocorrência do fato gerador do tributo) produz a elisão

fiscal, ou seja, a redução da carga tributária dentro da legalidade”.

Desta forma entende-se que planejamento tributário está voltado para a

economia de tributos, ou seja, a redução de tributos, provocando o menor

recolhimento dentro do prazo dos fatos geradores. Desta forma oferecendo aos

clientes um planejamento viável para o pagamento de seus tributos.

2.1.1 Elisão

Se o contribuinte pretende diminuir os seus encargos tributários, poderá

fazê-lo legal ou ilegalmente. A maneira legal chama-se elisão fiscal ou economia

legal (planejamento tributário) e a forma ilegal denomina-se sonegação fiscal.

Os arts. 105 e 106 do CTN devem ser respeitados.

Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completo nos termos do artigo 116.

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;

II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:

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a) quando deixe de defini-lo como infração;

b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;

c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam

diminuir o pagamento de tributos. O contribuinte tem o direito de estruturar o seu

negócio da maneira que melhor lhe pareça, procurando a diminuição dos custos de

seu empreendimento, inclusive dos impostos. Se a forma celebrada é jurídica e

lícita, a fazenda pública deve respeitá-la.

A seguir apresenta-se a evasão fiscal.

2.1.2 Evasão

A evasão fiscal se dá através de uma dissimulação na documentação

mediante do fato gerador do tributo.

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.

§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:

I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;

II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;

III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós tratados.

Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Na seção seguinte apresenta-se o que venha a ser uma oficina mecânica,

objeto de estudo neste trabalho de conclusão de curso.

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2.2 EMPRESA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MECÂNICOS

A prestadora de serviços oficina mecânica é geralmente constituída por

pessoas que tenham experiências ou cursos específicos na manutenção de veículos

automotores.

Pelo Sebrae (2007a) a oficina mecânica é uma empresa classificada no setor

terciária da economia, como já apresentou acima o seu ramo de atividade é

prestação de serviços, o seu tipo de negócio é a oficina mecânica, com a prestação

serviços de manutenção preventiva (revisão) e consertos em geral de veículos

automotivos.

A estrutura também segundo o Sebrae (2007b)

A estrutura básica de uma oficina mecânica é bem simples, sendo composta basicamente de duas áreas: uma para o escritório e outra para área operacional (execução dos serviços). Os equipamentos básicos são: equipamentos eletrônicos de lanternagem e mecânica em geral; ferramentas; telefones e fax; computadores; móveis de escritório e da oficina; material de expediente.

Tendo esta estrutura o processo de trabalho resume-se em receber o

automóvel do cliente, identificar qual o problema apresentado ou relatado, informar

ao cliente sobre o problema identificado e definir o orçamento e prazo do serviço,

para aprovação do cliente.

A seguir apresentar-se o capítulo de legislação tributária focando as

modalidades de tributação do Lucro Presumido e o Super Simples.

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3. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

Este capítulo aborda determinados aspectos do Sistema Tributário

Nacional tais como: composição, classificação, definição de tributos e sua

classificação, visando compreender a grande influência dos tributos nas

empresas.

Com a instituição da Lei Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966, no que

se refere ao Código Tributário Nacional, onde o mesmo aborda sobre as leis de

nosso país. Leis essa que são aplicadas pela União, Estados e Municípios,

criando o Sistema Tributário Nacional.

Deve-se mencionar a importância da Constituição Federal de 1988 que “é

a lei máxima, fundamental do Estado de Direito”, “e sobrepõem-se a todas as

normas que eles devem se submeter”.

Conforme a LEI n° 5.172 de 1966 CNT, em seu art. 1, o sistema tributário

está assim definida:

Art. 1º Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965, o sistema tributário nacional e estabelece, com fundamento no artigo 5º, inciso XV, alínea b, da Constituição Federal, as normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, sem prejuízo da respectiva legislação complementar, supletiva ou regulamentar.

Desta forma, o sistema é piramidal, pois a União, Estados e Municípios,

mediante a emissão de leis ordinárias, recebidas diretamente da Constituição,

exercitam as competências e as limitações. (COÊLHO, 2005)

Portanto, todos, devemos obedecer às normas gerais determinadas pelo

Código Tributário Nacional e leis complementares subseqüentes. As leis

complementares da Constituição condicionam as leis federais, estaduais e

municipais nas matérias versadas pelas normas gerais. (COÊLHO, 2005).

3.1 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA NACIONAL

O Conceito ou definição conforme a LEI n° 5.172 de 1966 CNT, em seu art.

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96, dispõe:

Art. 96 A expressão legislação tributária compreende as leis os tratados e convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versam no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

A seguir tratar-se-á dos tributos o qual conecta a contabilidade com a legislação

tributária.

3.2 TRIBUTO

Nesta seção apresentar-se a definição de tributo que consiste no

pagamento em espécie (dinheiro, cheque, etc.) da prestação obrigatória instituída

por Lei e cobrada pelos órgãos competentes.

Segundo Coêlho (2005, p. 454), ao conceituar o tributo no Direito Tributário

brasileiro, “é primoroso e desvela mecânica da imposição tributária”.

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Para que se possa ter um melhor entendimento sobre o tema será

apresentada nas próximas seções a espécie tributária, uma a uma.

3.2.1 Impostos

É uma das espécies de Tributos que independe que qualquer atividade

estatal em relação ao contribuinte. Conforme o art. 16 CTN:

art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Segundo, Fabretti (2001, p.113), imposto “é aquele que, uma vez instituído

por lei, é devido, independentemente de qualquer atividade estatal em relação ao

contribuinte”.

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A seguir apresentar-se-á as taxas na seção seguinte.

3.2.2 Taxas

Segundo o Código de Tributo Nacional no art. 77 e 78, definem-se taxas

como exercício regular do poder de policia ou serviço público prestado:

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. (Vide Ato Complementar nº 34, de 30.1.1967)

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 28.12.1966).

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Segundo Fabretti (2003, p.116), os tributos estão classificados pelo CTN,

por espécie taxa é entende-se “tem como fato gerador o exercício regular do

poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviço público, específico

e divisível, prestado ou colocado à disposição do contribuinte”. A seguir

apresenta-se as contribuições.

3.2.3 Contribu ições de Melhorias

Conforme, o art. 5 do CNT “os tributos são impostos , taxas e contribuição

de melhoria”. De acordo com o art. 81, do CNT, a contribuição se refere em face

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de obra pública que resulte em valorização imobiliária:

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Na compreensão de Fabretti (2003, p.116), as contribuições de melhoria:

“só podem ser cobradas se, em virtude de obra pública, decorrer valorização

imobiliária para o contribuinte”.

Portanto, a contribuição de melhoria deverá ser cobrada, quando o imóvel

do contribuinte for valorizado, por conseqüência de uma obra pública.

3.2.4 Empréstimos Compulsórios

Empréstimo Compulsório é fundamentado de acordo com art.148, da

CF/88, é instituído pela união, mediante lei complementar, para atender a

despesas ou evento extraordinários.

Em relação a tal aspecto, Cassone (2004, p.131), comenta:

Empréstimo compulsório nada mais é do que “empréstimo” (conceito do Código Civil) que deve ser feito obrigatoriamente pelos contribuintes eleitos pela norma impositiva. Se é empréstimo, mesmo que compulsório, deve ser restituído na forma, prazo e espécie previsto pela lei instituidora, sob pena de desnaturá-lo.

Estas despesas extraordinárias podem ser decorrentes de calamidade

pública, de guerra externa ou sua iminência; no caso de investimento público de

caráter urgente e de relevante interesse nacional.

3.3 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO TRIBUTO

Após a conceituação e definição das espécies de tributos, faz-se

necessário elencar os elementos necessários para determinar a incidência do

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tributo, a sua origem ou fato gerador, como é efetuado o calculo, e de quem é a

responsabilidade do recolhimento.

3.3.1 Fato Gerador

Segundo Fabretti (2001, p. 121). Fato gerador “é a concretização da

hipótese de incidência tributária prevista em abstrato na lei, que gera (faz nascer)

a obrigação tributária”.

De acordo com Oliveira (2005, p. 29), fato gerador da obrigação principal “é

a situação definida em lei como necessária e suficiente para sua ocorrência. De

forma mais simples, conceitua-se como o” fato “que gera obrigação de pagar o

tributo”.

Conforme os arts. 114 e 115 do CNT defini-se Fato gerador como:

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.

Fato gerador está vinculado a obrigação principal, ou seja, relaciona-se ao

recolhimento em espécie.

3.3.2 Contribu inte ou Responsável

A definição entre o contribuinte e o responsável de destaca no art. 121 do

CTN:

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:

I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;

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II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.

Contribuinte ou responsável, são os que devem fazer o recolhimento do

valor da obrigação principal e quando houver necessidade apresentar as

obrigações acessórias.

3.3.3 Base De Cálculo

Mediante das determinações legais da Lei Complementar do art. 146 da

Constituição Federal, após a determinação do fato gerador, o responsável define

a base de cálculo do tributo.

Conforme Oliveira (2005, p. 30), base de cálculo “é o valor sobre o qual se

aplica o percentual (ou alíquota) com a finalidade de apurar o montante a ser

recolhido. A base de cálculo, conforme a Constituição Federal, deve ser definida

em lei complementar, estando sua alteração sujeita aos princípios constitucionais

da legalidade (mudança somente por outra lei), da anteriormente (a lei deve estar

vigente antes de iniciada a ocorrência do fato gerador) e da irretroatividade (a

norma não pode atingir fatos passados).”

Segundo Fabretti (2001, p. 123), a base de cálculo “é o valor sobre o qual é

aplicada a alíquota (percentual) para apurar o valor do tributo a apagar”.

Entende-se que a base de cálculo é o valor sobre qual incidirá a alíquota

do tributo.

3.3.4 Alíquota

Alíquota é o percentual definido na legislação que deverá ser aplicada

sobre a base de cálculo do determinado tributo.

Conforme Fabretti (2000, p.123), pode-se entender alíquota como:

O percentual definido em lei que, aplicado sobre a base de cálculo, determina o montante do tributo a ser pago. Sua alteração está sujeita

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aos princípios da legalidade, da irretroatividade e da anterioridade com exceção, quanto a sua anterioridade, dos casos previstos na própria Constituição.

Observa-se que alíquota é o percentual determinado em lei a ser aplicado

sobre a base de cálculo para que se obtenha a importância a ser paga como

tributo, onde deverão seguir todos os Princípios Constitucionais Tributários

quando da alteração ou criação do mesmo.

3.3.5 Adicional

Na visão de Fabretti (2000, p.123) adicional é, “além do imposto devido,

apurado pela aplicação da alíquota sobre a base de cálculo, às vezes a lei

determina o pagamento de mais um imposto, pelo nome de adicional, que incide

sobre determinado valor que ela fixar”.

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4. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Como já tratado rapidamente na seção 3.1 na seção anterior, está seção

apresentará a fundamentação legal para o enquadramento nas modalidade de

Lucro Presumido e o Super Simples que passará a vigorar em 01 de julho de

2007.

4.1 MODALIDADES DE TRIBUTAÇÃO

As modalidades de tributação, as organizações, por determinações legais,

ficam obrigadas a definir um regime de tributação e um enquadramento a nível

federal, para fins de aplicar a legislação fiscal. Assim, definir os impostos federais.

De acordo com a Lei nº. 5.172, de 1966 CTN, em seu art. 44, determina

que: “A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da

renda ou dos proventos tributáveis”.

De forma geral, as empresas ficam obrigadas a optar por um regime

tributário os regimes existentes na legislação tributária brasileira, sendo eles:

Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado e Simples.

Nas seções seguintes abordar-se-á as modalidades a serem comparadas

na presente pesquisa de conclusão de curso.

4.2 MODALIDADE TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO

O lucro presumido é uma forma de tributação simplificada para

determinação da base de cálculo do imposto de renda e da CSLL das pessoas

jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração do lucro

real.O imposto de renda é devido trimestralmente.

Na visão de Oliveira (2005, p. 176) lucro presumido “é uma forma

simplificada de apuração da base de cálculo dos tributos com o Imposto de Renda

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e da contribuição social, restrita aos contribuintes que não estão obrigados ao

regime de apuração de tributação com base no lucro real”.

Higuchi (2006, p.39) conforme o art. 13 da Lei nº 9718/98 recebeu uma

nova redação dada pelo art. 46 da Lei nº 10.637, de 30/12/2002, passando a

dispor que a pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano calendário anterior,

tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais)

ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de

meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses,

poderá optar pelo regime de tributação com base o lucro presumido.

Higuchi. (2006, p. 179) afirma que, a opção pelo lucro presumido não

poderá ser feita pela empresa que:

I – cuja receita total, no ano calendário anterior, seja superior a R$ 48.000.000, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses;

II - cujas atividades sejam de instituições financeiras ou equiparadas;

III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

IV - que autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos á isenção ou redução dos impostos;

V – que no decorrer do ano calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, inclusive mediante de balanço ou balancete de suspensão ou redução do imposto;

VI – cuja atividade seja de “factoring”.

Esta modalidade tem como significado de presumir o lucro, ou seja, a

minha base cálculo está voltada totalmente para o faturamento da empresa.

No que se refere à receita bruta total, cada atividade terá um percentual de

lucratividade, para fins de determinar a presunção do lucro, de acordo com as

considerações adicionais da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da

Pessoa Jurídica (DIPJ/2006) integram a receita total:

a) as receitas da prestação de serviços, da venda de produtos de fabricação própria, da revenda de mercadorias, do transporte de cargas, da industrialização de produtos em que a matéria-prima, o produto intermediário e o material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização, da atividade rural, e de outras atividades compreendidas nos objetivos sociais da pessoa jurídica;

b) as receitas de quaisquer outras fontes não relacionadas diretamente com os objetivos sociais da pessoa jurídica e os ganhos de capital;

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c) os ganhos líquidos obtidos em operações realizadas nos mercados de renda variável;

d) os rendimentos nominais auferidos em aplicações financeiras de renda fixa;

e) a parcela das receitas auferidas nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que exceder ao valor já apropriado na escrituração da empresa, em decorrência dos ajustes dos métodos de preços de transferências.

A seguir apresenta-se a fundamentação legal para apuração do imposto de

renda pessoa jurídica.

4.2.1 Apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica

O lucro presumido será estabelecido ao aplicar sobre a receita bruta total,

apurada em cada trimestre, os percentuais conforme a atividade geradora, de

acordo com o art.518 e 519 do RIR/99; arts. 3º §§ 1º e 2º, e 36, I, da IN SRF nº.

93/97 e considerações adicionais da Declaração de Informações Econômico-

Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ/2006) são aplicados os seguintes percentuais:

I - 1,6% (um inteiro e seis décimos por cento) sobre a receita bruta mensal auferida na revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;

II - 8% (oito por cento) sobre a receita bruta mensal proveniente:

• Da venda de produtos de fabricação própria;

• Da venda de mercadorias adquiridas para revenda;

• Da industrialização de produtos em que a matéria-prima, ou o produto intermediário ou o material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização;

• Da atividade rural;

• De serviços hospitalares;

• Do transporte de cargas;

• De outras atividades não caracterizadas como prestação de serviços;

III - 16% (dezesseis por cento) sobre a receita bruta mensal auferida pela prestação de serviços de transporte, exceto o de cargas;

IV - 32% (trinta e dois por cento) sobre a receita bruta mensal auferida com as atividades de:

• Prestação de serviços pelas sociedades civis, relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada;

• Intermediação de negócios;

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• Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis ou direitos de qualquer natureza;

• Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão-de-obra;

• Prestação de qualquer outra espécie de serviço não mencionada anteriormente.

Segundo Higuchi (2004), a opção pelo lucro presumido será definitiva para

todo o ano-calendário, mediante o pagamento da primeira quota ou quota única

do imposto de renda, sendo vedada à mudança de opção no decorrer do ano ou

no ato de entrega da declaração, assim, nesta opção o imposto de renda e a

contribuição social serão apurados a cada trimestre.

Na seção seguinte apresenta a contribuição social sobre o lucro líquido.

4.2.2 Apuração da Contribu ição Social Sobre O Lucro L íquido

As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido a base de cálculo da

contribuição social sobre o lucro corresponde a 12% sobre a receita bruta do

trimestre cujo resultado será acrescido de ganhos de capital, de rendimentos de

aplicações financeiras e demais receitas e resultado positivos auferidos no

trimestre.

No entanto, o art. 22 da Lei nº. 10.684/2003, dispõe que a partir de

01.09.2003, a base de cálculo das pessoas jurídicas prestadoras de serviços em

geral, de intermediação de negócios e administração, locação ou cessão de bens

imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza, exceto a de serviços hospitalares

e transportes, passará a aplicar o percentual de 32% sobre a receita bruta com a

incidência da alíquota de 9%.

4.2.3 Programa de Integração Social

A contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) foi instituída

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pela Lei Complementar nº. 7, de 7 de Setembro de 1970 e a Lei Complementar

nº. 08, de 3 de Dezembro de 1970, criou a contribuição para o Programa de

Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP).

A aplicação das alíquotas a contribuição para o PIS com base no

faturamento, à alíquota será de 0,65% e a contribuição para PIS/PASEP será

determinada com base na folha de salários, à alíquota de 1%, de acordo com o

art.8º da Lei nº. 9.715/98.

4.2.4 Contribu ição para Financiamento da Seguridade Social

A contribuição para financiamento da seguridade social (COFINS), foi

estabelecida pela Lei Complementar nº. 70, de 30 de dezembro de 1991, será

calculada sobre o valor do faturamento mensal das pessoas jurídicas ou a elas

equiparada.

Higuchi (2004) ressalta que, nem toda pessoa jurídica está sujeita ao

pagamento da COFINS porque há imunidade constitucional do art. 195, da CF,

para as entidades beneficentes de assistência social, que atendam as exigências

estabelecidas em lei, e isenções subjetivas e objetivas concedidas em leis.

Em relação à alíquota até 31 de janeiro de 1999 era de 2%, com a Lei nº.

9.718/98, alterou a alíquota para 3%.

4.2.5 Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza - ISS

Como a Empresa em estudo tem à atividade de Serviços Mecânicos, e

também, dado ao fato que com a nova modalidade de Tributação o “Simples

Nacional” no qual o ISS deverá ser calculado e recolhido obrigatoriamente junto

com os demais tributos como vamos ver mais à frente em detalhe, temos para fim

de apresentar um trabalho com qualidade, que mencionar o que traz a legislação

sobre as Empresas que são tributadas pelo Lucro Presumido, no que diz a

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respeito do recolhimento do ISS.

Segundo a Lei Complementar 116/2003 no seu Art. 1º.

“O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador”.

Sendo assim, mesmo que a Empresa não exerça a atividade com

habitualidade, cabe a esta se for elencada a atividade no Anexo desta Lei, a

contribuição do ISS ao cofre do Município ou do Distrito Federal que o prestador

estiver estabelecido, na falta do estabelecimento, no local de domicilio do

prestador, salvo algumas hipóteses que estão prevista no seu Art. 3º desta lei.

Sobre a base de cálculo a lei no seu art.7º traz:

Art.7º.A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.

§ 1o Quando os serviços descritos pelo subitem 3.04 da lista anexa forem prestados no território de mais de um Município, a base de cálculo será proporcional, conforme o caso, à extensão da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município.

§ 2o Não se incluem na base de cálculo do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza:

I - o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar;

A Lei Complementar 116/2003, menciona e estipula que a alíquota máxima

é de 5%, conforme o seu art. 8º, II, ficando a cargo dos Municípios a

regulamentação do Código Tributário, estipulando as diferenças de alíquotas

aplicadas a cada atividade prestada, que no nosso caso a Lei Complementar

21/2005 de 26/12/2005, no qual instituiu o Código Tributário do Município de São

José, nos descreve no art. 269º, seção VI, que a atividade mencionada na Lista

de Serviço apresentada na Lei de n. 14.02 – Lubrificação, limpeza, lustração,

revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem, manutenção e

conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores,

elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam

sujeitas ao ICMS), a alíquota é de 5%.

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A seguir apresenta-se a legislação para o Super Simples.

4.3 MODALIDADE TRIBUTAÇÃO PELO SUPER SIMPLES

Nesta seção fundamentar-se-á sobre a nova modalidade de tributação, o

supersimples foi instituído pela Lei Complementar n° 123/06, também conhecida

como Lei Complementar do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de

Pequeno Porte, ela veio dar uma nova roupagem, isto é, substituindo a duas Leis

já em vigor a Lei n° 9.841/99 (Estatuto da Microempresa e da Empresa de

Pequeno Porte) e a Lei n° 9.317/96 (Simples Federal).

De acordo com o art 1o e nos seus incisivos Lei Complementar n° 123/06

definem o que venha ser o enquadramento nesta modalidade

Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere:

I – à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias;

II – ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações acessórias;

III – ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão.

A Lei Complementar n° 123/06 define como Microempresa e de Empresa

de Pequeno Porte, como sendo o seguinte:

Art. 3o Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:

I – no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais);

II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou

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inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais).

§ 1o Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.

A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição

de Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte, enquadrada no Art. 3. da Lei

Complementar 123/2006, se ocorrerá em 01-07-2007, sendo irretratável para todo

o ano-calendário. Porém há restrições ou vedações ao ingresso no Simples

Nacional, pois bem não adianta poder ser considerado Microempresa ou EPP, há

ainda vedações em especial as atividades prestadas que conforme o art. 17º. da

Lei Complementar n° . 123/2006:

Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte:

I – que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);

II – que tenha sócio domiciliado no exterior;

III – de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal;

IV – que preste serviço de comunicação;

V – que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa;

VI – que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros;

VII – que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica;

VIII – que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas;

IX – que exerça atividade de importação de combustíveis;

X – que exerça atividade de produção ou venda no atacado de bebidas alcoólicas, cigarros, armas, bem como de outros produtos tributados pelo IPI com alíquota ad valorem superior a 20% (vinte por cento) ou com alíquota específica;

XI – que tenha por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios;

XII – que realize cessão ou locação de mão-de-obra;

XIII – que realize atividade de consultoria;

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XIV – que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis.

As empresas que podem optar pelo enquadramento no supersimples estão

no art 17, no 1º§ da Lei Complementar n° 123/06 estão relacionadas nos incisos

de I à XVIII da referida lei, a seguir lista-se o que se julgou necessário no presente

trabalho, grifando o que se irá buscar.

I – creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental;

II – agência terceirizada de correios;

III – agência de viagem e turismo;

IV – centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga;

V – agência lotérica;

VI – serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus, outros veículos pesados, tratores, máquinas e equ ipamentos agrícolas;

VII – serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores;

Este enquadramento tributário substituirá os seguintes tributos, conforme o

art 13 da Lei Complementar n° 123/06, cabendo o um único recolhimento mensal.

Tributos Sigla

Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica IRPJ

Imposto sobre Produtos Industrializados IPI

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS

Contribuição para o PIS/Pasep, PIS/Pasep

Contribuição para a Seguridade Social

Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação

ICMS

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza ISS

QUADRO 2 - TRIBUTOS SUBSTITUÍDOS PELOS SUPER SIMPLES

Fonte: Adaptado art 13 da Lei Complementar n° 123/06.

O enquadramento a atividade da empresa em estudo que está

demonstrada no art 17º.,1º, no inciso VI, a base de cálculo e alíquotas estão

definidos no art 18, no 5º§, no inciso “II – as atividades de prestação de serviços

previstas nos incisos I a XII do § 1o do art. 17 desta Lei Complementar serão

tributadas na forma do Anexo III desta Lei Complementar”.

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35

Receita Bruta em 12 meses

(em R$)ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP INSS ISS

Até 120.000,00 6,00% 0,00% 0,39% 1,19% 0,00% 2,42% 2,00%

De 120.000,01 a 240.000,00 8,21% 0,00% 0,54% 1,62% 0,00% 3,26% 2,79%

De 240.000,01 a 360.000,00 10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50%

De 360.000,01 a 480.000,00 11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84%

De 480.000,01 a 600.000,00 11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87%

De 600.000,01 a 720.000,00 12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23%

De 720.000,01 a 840.000,00 12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26%

De 840.000,01 a 960.000,00 12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31%

De 960.000,01 a 1.080.000,00 13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00%

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00%

QUADRO 3 - PARTILHA DO SIMPLES NACIONAL – SERVIÇOS E LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS

Fonte: Anexo III da Lei Complementar n° 123/06

Por julgar ter apresentado os elementos para aplicação prática, passa-se a

seguir a metodologia da pesquisa.

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5. METODOLOGIA A SER APLICADA

O processo de pesquisa envolve precisamente teoria e realidade (prática),

em processo de pesquisa procura-se melhorar, aperfeiçoar determinado assunto

cientifico, na monografia procura-se aprofundar em apenas um tema.

Segundo Richardson (1999, p. 22): Método é o caminho ou a maneira para

chegar a determinado fim ou objetivo.

Para Beuren (2003, p. 54): “O rigor científico da pesquisa e a qualidade dos

resultados do estudo dependem da correta definição dos métodos e

procedimentos a serem adotados para a observação e coleta dos dados, a

mensuração das variáveis e as técnicas de análise dos dados”.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Quanto à natureza a pesquisa se realizará por um estudo de caso com o

objetivo de comparar uma empresa cuja atividade principal é de prestadora de

serviço em uma oficina mecânica visando à forma de tributação quanto a

publicação na nova lei Complementar n° 123, no qual se pretende verificar a

viabilidade do “Supersimples”.

Quanto à forma da pesquisa é qualitativa, conforme, Richardson (1999, p.

80), “os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a

complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis,

compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”.

Quanto aos objetivos esta pesquisa é exploratória e descritiva, Gil (1999)

“destaca que a pesquisa exploratória proporciona uma visão geral, aproximativa

de determinado fato“. Para Andrade (2002) “a pesquisa descritiva preocupa-se em

analisar os fatos, registrar-los, distribuir em categorias e explica-los, e o

pesquisador não interfere neles”.

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37

5.2 ESTUDO DE CASO

Será realizado neste trabalho um estudo de caso, fazendo uma análise

tributária de uma empresa de pequeno porte que possui uma tributação pelo

Lucro Presumido, reunindo o maior número de informações possíveis. Está

análise se dará por meio do comparativo do faturamento, assim será verificado a

possível viabilidade ou não da opção do Simples Nacional.

Que segundo Gil (1999, p. 73) “o estudo de caso é caracterizado estudo

profundo e exaustivo de um ou de poucos objetivos, de maneira a permitir

conhecimentos amplos e detalhados do mesmo, tarefa praticamente impossível

mediante os outros tipos de delineamentos considerados”.

Desta forma ressalvo a importância deste método de estudo, que é tendo

perseverança e metas que terá condições de alcançar os objetivos propostos,

tendo relevância e transparência para os problemas que poderá por vim pelo

tema escolhido.

5.3 UNIDADE DA ANÁLISE

A unidade de análise da pesquisa será em uma oficina mecânica para

verificar se é viável ou não mudar a modalidade de tributação pelo SIMPLES

NACIONAL.

5.3.1 Caracterização da Empresa

Será realizado neste trabalho um estudo de caso em um estabelecimento

empresarial de atividade em prestação de serviço em uma única oficina

mecânica, localizada em São José – SC, que atua há 04 anos no mercado de

trabalho.

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38

Este estudo é do tipo comparativo que conforme, Gil (1999, p. 34) “O

método comparativo procede pela investigação de indivíduos, classes, fenômenos

de fatos, com vistas ressaltar as diferenças e similaridades entre eles”.

5.3.2 Instrumentos

Quanto aos procedimentos foram bibliográfico e documental. Para Gil

(1999), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já publicado de

livros, revistas, periódicos e internet. A pesquisa documental para Gil (1999)

baseia-se em materiais que ainda não receberam tratamento analítico ou que

podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.

5.3.3 Procedimentos Metodológ icos

Para implementação da pesquisa serão desenvolvidas as seguintes

etapas:

• Fazer uma pesquisa bibliográfica para a realização da fundamentação teórica;

• Será realizada uma pesquisa no ramo de mecânica para a ilustração da

utilização do estudo de caso.

• Leitura analítica do material bibliográfico para interpretação e fundamentação

teórica da pesquisa.

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6. APLICAÇÃO PRÁTICA

Neste capítulo, a intenção é apresentar a viabilidade de se optar pelo Regime

de Apuração do Simples Nacional, desta forma apresentaremos os cálculos dos

tributos devidos de uma oficina mecânica, utilizando as tributações permitidas pela

legislação Federal e por ser somente Prestadora de Serviço não nos esqueceremos

de mencionar os cálculos do tributo Municipal, aonde será feito uma avaliação entre

a tributação pelo Lucro Presumido e do Simples Nacional, atualmente conhecido

como (Supersimples), como já comentados nos capítulos anteriores.

6.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA

A Oficina Mecânica localiza-se em São José, e presta serviços mecânicos em

automóveis em geral. A prestadora de serviços mecânicos em automóveis, trabalha

com prestação, não envolvendo a compra e a venda das eventuais peças

danificadas ou estragadas, portanto, não havendo a incidência do ICMS, a peça

substituída é repassado o valor direto a revendedor de tal peça.

A seguir apresenta-se as duas modalidades de tributação escolhida para

comparação, o lucro presumido e o super simples (Simples Nacional).

6.2 REGIME DE TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO

Conforme a legislação mencionada no capítulo 3, teremos os tributos

Federais, Pis e a Cofins, calculados em cima da base de cálculo do faturamento dos

serviços prestados mensalmente, enquanto que o IRPJ e a CSLL é trimestralmente

e como base de cálculo o valor acumulado dos serviços prestados no trimestre. E

por ser uma empresa somente prestadora de serviço apresentaremos o cálculo do

ISS mensalmente, conforme legislação Municipal de São José.

Veja a seguir o cálculo dos tributos federais incidentes sobre uma prestadora

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de oficina mecânica, pela tributação do lucro presumido, no qual se apresentará com

base no faturamento do ano de 2006 (Tabela 1).

TABELA 1 - DEMONSTRATIVO DO FATURAMENTO - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO

Meses Receita Prestação de

Serviços Receitas Financeiras Outras Receitas Receita Total

Janeiro 10.503,86 0,00 0,00 10.503,86

Fevereiro 9.132,51 0,00 0,00 9.132,51

Março 9.218,67 0.00 0,00 9.218,67

Abril 7.963,00 0.00 0,00 7.963,00

Maio 11.529,95 0.00 0.00 11.529,95

Junho 19.636,00 0.00 0,00 19.636,00

Julho 24.132,52 0,00 0,00 24.132,52

Agosto 20.794,02 0,00 0,00 20.794,02

Setembro 23.764,82 0,00 0,00 23.764,82

Outubro 16.517,20 0.00 0,00 16.517,20

Novembro 21.225,98 0.00 0,00 21.225,98

Dezembro 19.668.48 0.00 0,00 19.668.48

Total 194.087,01 0.00 0.00 194.087,01

Fonte: Autora

Por meio dos dados apresentados na Tabela 1, demonstraremos os cálculos

do regime de tributação pelo Lucro Presumido, inicialmente teremos o PIS, em

segundo apresentaremos a Cofins, em terceiro o IRPJ e por último encerrando os

tributos Federais demonstraremos o cálculo da CSLL. Não totalmente finalizado

apresentaremos o ISS, tributo Municipal conforme sua legislação.

Desta forma apresenta-se conforme o faturamento exposto acima os cálculos

dos Impostos Federais e Municipais na seqüência deste trabalho.

6.2.1 Cálculo do PIS em 2006.

Quanto à avaliação da contribuição do Programa de Integração Social (PIS)

pelo lucro presumido, deverá ser apurado de forma cumulativa, utilizando como base

de cálculo a totalidade do faturamento, conforme lei descrita na seção 3.2.3 (página

29), já mencionado nesta mesma seção aplica-se uma alíquota de 0,65% sobre esse

faturamento, sobre as retenções previstas em lei não citaremos, pois não cabe para

o objetivo deste estudo.

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TABELA 2 - APURAÇÃO DO PIS - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO

Meses Receita Prestação de

Serviço (R$) Alíquota (% ) PIS a Recolher

Janeiro 10.503,86 0,65% 68,27

Fevereiro 9.132,51 0,65% 59,36

Março 9.218,67 0,65% 59,92

Abril 7.963,00 0,65% 51,76

Maio 11.529,95 0,65% 74,94

Junho 19.636,00 0,65% 127,63

Julho 24.132,52 0,65% 156,86

Agosto 20.794,02 0,65% 135,16

Setembro 23.764,82 0,65% 154,47

Outubro 16.517,20 0,65% 107,36

Novembro 21.225,98 0,65% 137,97

Dezembro 19.668,48 0,65% 127,84

TOTAL 194.087,01 1.261,54 Fonte: Autora

A seguir apresenta-se o cálculo da COFINS com base no faturamento de

2006.

6.2.2 CÁLCULO DA COFINS EM 2006.

Para deliberação dos valores do tributo da Contribuição para Financiamento

da Seguridade Social (Cofins), na Tabela 3.

TABELA 3 - APURAÇÃO DA COFINS - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO

Meses Receita Prestação de

Serviço (R$) Alíquota (% ) COFINS a Recolher

Janeiro 10.503,86 3,00% 315,11

Fevereiro 9.132,51 3,00% 273,98

Março 9.218,67 3,00% 276,56

Abril 7.963,00 3,00% 238,89

Maio 11.529,95 3,00% 345,90

Junho 19.636,00 3,00% 589,08

Julho 24.132,52 3,00% 723,98

Agosto 20.794,02 3,00% 623,82

Setembro 23.764,82 3,00% 712,94

Outubro 16.517,20 3,00% 494,52

Novembro 21.225,98 3,00% 636,78

Dezembro 19.668,48 3,00% 590,05

TOTAL 194.087,01 5.821,61 Fonte: Autora

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A tributação pelo Lucro Presumido pelo qual será calculada sobre o valor do

faturamento mensal conforme a seção 3.2.4 (página 30), seguiu-se da mesma forma

do PIS alterando somente a alíquota para 3%. Como apresentado na Tabela 3.

A seguir apresenta-se o cálculo do imposto de renda de pessoa jurídica com

base no faturamento de 2006.

6.2.3 Cálculo do IRPJ em 2006.

Na Tabela 4 será apurado o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) pela

tributação do Lucro Presumido, lembrando que para alcançar o valor deste

recolhimento é importante ressaltarmos que não utilizaremos a contabilidade, ou

seja, será determinado sobre a receita bruta auferida em cada trimestre, conforme a

legislação apresentada na seção 4.2.1 (página 28), na qual aplicou-se um percentual

de 32% devido a sua atividade de prestadora de serviço em oficina mecânica.

TABELA 4 - BASE DE CÁLCULO IRPJ - TRIMESTRAL - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO

Período Trimestral

Receita Prestação de

Serviços Base Alíquota Percentual (32% )

Receitas Financeiras Outras Receitas Base de Cálculo

Janeiro 10.503,86 0,00 0,00

Fevereiro 9.132,51 0,00 0,00

Março 9.218,67 0,00 0,00

1° Trimestre 28.855,04 28.855,04 9.233,61 0,00 0,00 9.233,61

Abril 7.963,00 0,00 0,00

Maio 11.529,95 0,00 0,00

Junho 19.636,00 0.00 0,00

2° Trimestre 39.128,95 39.128,95 12.521,26 0,00 0,00 12.521,26

Julho 24.132,52 0,00 0,00

Agosto 20.794,02 0,00 0,00

Setembro 23.764,82 0,00 0,00

3° Trimestre 68.691,36 68.691,36 21.981,23 0,00 0,00 21.981,23

Outubro 16.517,20 0,00 0,00

Novembro 21.225,98 0,00 0,00

Dezembro 19.668,48 0,00 0,00

4° Trimestre 57.411,66 57.411,66 18.371,73 0,00 0,00 18.371,73

Total Ano 194.087,01 194.087,01 62.107,83 0,00 0.00 224.196,41

Fonte: Autora

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43

Para obter o valor do recolhimento após a aplicação da presunção dos 32%

vou adquirir uma nova base de cálculo onde conforme a legislação aplicarei uma

alíquota de 15%, com isso terei o valor do imposto devido, como será apresentado

na tabela acima:

Como mencionado anteriormente, após obter a base de cálculo do IRPJ a

cada trimestre, aplica-se a alíquota de 15% para se encontrar o imposto devido,

conforme demonstra na seguinte.

TABELA 5 - APURAÇÃO DO IRPJ - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO

Período Trimestral Base de Cálculo Alíquota (15% ) Adicional do IRPJ (10% ) IRPJ a Pagar

1° Trimestre 9.233,61 1.385,04 0,00 1.385,04

2° Trimestre 12.521,26 1.878,19 0,00 1.878,19

3° Trimestre 21.981,23 3.297,18 0,00 3.297,18

4° Trimestre 18.371,73 2.755,76

0,00 2.755,76

Total dos Trimestres 194.087,01 9.316,17 0,00 9.316,17

Fonte: Autora

A seguir apresenta-se o cálculo da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido

com base no faturamento de 2006.

6.2.4 Cálculo do CSLL em 2006.

Nesta seção apresenta-se o cálculo da contribuição social sobre o lucro

líquido, apesar da nomenclatura, no caso do lucro presumido, seria presunção do do

lucro líquido. A forma de cálculo e semelhante ao que foi feito ao imposto de renda

da pessoa jurídica – IRPJ, na seção anterior.

Finalizando a apuração dos Impostos Federais teremos logo abaixo a Tabela

6, onde obtivemos a demonstração do cálculo da Apuração da Contribuição Social

Sobre o Lucro Líquido (CSLL), o qual possui uma presunção de 32% em cima do

valor total do faturamento ocorridos no trimestre, conforme já descrito na seção4.2.4

(da página 30), seguindo a mesma sistemática do IRPJ, conforme relatado

anteriormente.

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TABELA 6 - BASE DE CÁLCULO CSLL - TRIMESTRAL - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO

Período Trimestral

Receita Prestação de

Serviços Base Alíquota Percentual (32% )

Receitas Financeiras Outras Receitas Base de Cálculo

Janeiro 10.503,86 0,00 0,00

Fevereiro 9.132,51 0,00 0,00

Março 9.218,67 0,00 0,00

1° Trimestre 28.855,04 28.855,04 9.233,61 0,00 0,00 9.233,61

Abril 7.963,00 0,00 0,00

Maio 11.529,95 0,00 0,00

Junho 19.636,00 0.00 0,00

2° Trimestre 39.128,95 39.128,95 12.521,26 0,00 0,00 12.521,26

Julho 24.132,52 0,00 0,00

Agosto 20.794,02 0,00 0,00

Setembro 23.764,82 0,00 0,00

3° Trimestre 68.691,36 68.691,36 21.981,23 0,00 0,00 21.981,23

Outubro 16.517,20 0,00 0,00

Novembro 21.225,98 0,00 0,00

Dezembro 19.668,48 0,00 0,00

4° Trimestre 57.411,66 57.411,66 18.371,73 0,00 0,00 18.371,73

Total Ano 194.087,01 194.087,01 62.107,83 0,00 0.00 224.196,41

Fonte: Autora

Depois de determinada a base de cálculo da CSLL a cada trimestre, aplica-se

a alíquota de 9% para obter-se o valor da CSLL devida, como se visualiza na

Tabela 7.

TABELA 7 - APURAÇÃO DO CSLL - ANO 2006 - LUCRO PRESUMIDO

Período Trimestral Base de Cálculo Alíquota (9% ) Adicional do CSLL (10% ) CSLL a Recolher

1° Trimestre 9.233,61 831,02 0,00 831,02

2° Trimestre 12.521,26 1.126,91 0,00 1.126,91

3° Trimestre 21.981,23 1.978,31 0,00 1.978,31

4° Trimestre 18.371,73 1.653,46 0,00

1.653,46

Total dos Trimestres 194.087,01 5.589,70 0,00 5.589,70

Fonte: Autora

Nesta seção devemos finalmente explanar o valor do Imposto Sobre Serviço

(ISS), imposto que compete aos Municípios e o Distrito Federal. Entretanto temos

como base à prestação de serviço.

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Para tanto iremos aplicar o valor da alíquota que compete à atividade e

exigido pelo município o qual pertence o serviço prestado, que em nosso caso é

determinado pela Prefeitura de São José, conforme sua tabela, uma alíquota de 2%

em cima somente da prestação de serviço.

É importante lembrar que cada Município poderá estipular o valor da alíquota

perante suas atividades, neste caso ressaltamos que poderá haver alterações do

valor da alíquota diante de outros municípios, conforme o que já foi apresentado

pela legislação na seção 4.2.5 (na página 30).

TABELA 8 - APURAÇÃO DO ISS - ANO 2006

Meses Receita de Prestação

de Serviço (R$) Alíquota (% ) ISS a Recolher

Janeiro 10.503,86 2,00% 210,08

Fevereiro 9.132,51 2,00% 182,65

Março 9.218,67 2,00% 184,37

Abril 7.963,00 2,00% 159,26

Maio 11.529,95 2,00% 230.60

Junho 19.636,00 2,00% 392,72

Julho 24.132,52 2,00% 482,65

Agosto 20.794,02 2,00% 415,88

Setembro 23.764,82 2,00% 475,30

Outubro 16.517,20 2,00% 330,34

Novembro 21.225,98 2,00% 424,52

Dezembro 19.668,48 2,00% 393,37

TOTAL 194.087,01 3.881.74 Fonte: Autora

A seguir apresenta-se a Tabela 9, que apresentar a soma dos tributos (PIS,

COFINS, IRPJ, CSLL e ISS) calculados na modalidade de lucro presumido.

TABELA 9 - RESUMO DOS TRIBUTOS FEDERAIS E MUNICIPAIS - ANO 2006 – MODALIDADE DO LUCRO PRESUMIDO

APURAÇÃO DOS TRIBUTOS

PIS COFINS IRPJ CSLL ISS

TOTAL DO RECOLHIMENTO

ANUAL

1.261,54 5.821,61 9.316,17 5.589,70 3.881,74 25.870,76 Fonte: Autora

Por meio deste, foram demonstrados todos os cálculos e os valores dos

tributos Federais e Municipais devidos pela apuração do Lucro Presumido, onde

estes dados serão em seguida comparados com a mais recente tributação do

Simples Nacional, para se examinar qual a mais viável forma de tributação para a

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empresa prestadora de serviço em Oficina Mecânica. Sendo assim, a seguir serão

demonstrados os valores devidos pela modalidade do Supersimples.

A seguir apresentar a modalidade de tributação do Simples Nacional, que

deverá entrar em vigor em 01/07/2007, lembrando que este trabalho baseia-se

somente na legislação que foi publicada em dezembro de 2006.

6.3 APURAÇÃO DO TRIBUTO PELO SIMPLES NACIONAL

A presente seção versará sobre a modalidade de tributação utilizando a Lei

do Simples Nacional ela trata de vários temas (burocracia, mercados, tecnologias,

créditos etc...) que provocam o aumento e a competitividade das Micro e Pequenas

Empresas, sendo assim chamada de Lei Geral, conforme o art 12 que trata como um

Regime Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Micros

e empresas de pequeno porte.

TABELA 10 - CÁLCULO DO SIMPLES NACIONAL POR PARTILHA DE TRIBUTO - 2006

Meses Receita Prestação de Serviços Receita Acumulada Total

janeiro-05 21.720,00

fevereiro-05 21.200,00

março-05 12.800,00

abri l-05 15.140,00

maio-05 15.314,00

junho-05 17.890,00

julho-05 11.786,50

agosto-05 23.500,00

setembro-05 21.150,00

outubro-05 21.500,00

novembro-05 32.071,00

dezembro-05 27.250,00

janeiro-06 10.503,86 219.601,50 8,21%

fevereiro-06 9.132,51 208.905,36 8,21%

março-06 9.218,67 205.237,87 8,21%

abri l-06 7.963,00 199.316,54 8,21%

maio-06 11.529,95 191.965,54 8,21%

junho-06 19.636,00 185.605,49 8,21%

julho-06 24.132,52 193.454,99 8,21%

agosto-06 20.794,02 194.087,51 8,21%

setembro-06 23.764,82 193.731,53 8,21%

outubro-06 16.517,20 195.996,35 8,21%

novembro-06 21.225,98 180.442,55 8,21%

dezembro-06 19.668,48 174.418,53 8,21%

Fonte: Autora

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Sobre a atividade em questão a base de cálculo do tributo é o valor sobre o

qual o contribuinte aplica uma alíquota e encontra o valor devido do tributo. Como se

encontra no art. 18 da Lei e nas tabelas. Em nosso estudo é conforme a Tabela do

Anexo III, que tem início a uma alíquota de 6%, que serão distribuídos das seguintes

formas (0,39% para CSLL; 1,19% para a COFINS; 2,42% para o INSS e 2% para o

ISS) e tem como término uma alíquota de 17,42%, também distribuídos da seguinte

maneira (0,81% para IRPJ; 0,79% para CSLL; 2,42% para a COFINS; 0,57% para

PIS; 7,83% para o INSS e finalmente 5% para o ISS).

Na Tabela 11, visualiza-se ou apresenta-se o cálculo do Simples Nacional

utilizando a alíquotas da partilha do tributos, desta maneira pode-se identificar o

quando da tributação pela modalidade do supersimples está sendo alocado a cada

uma das verbas partilhadas. Nota-se que a soma destas verbas partilhadas

informaram o tributo devido pelos micro ou pequenos empresários, enquadrados nas

faixas.

TABELA 11 - CÁLCULO DO SIMPLES NACIONAL POR PARTILHA DE TRIBUTO - 2006

Meses Receita

Prestação de Serviços

Partilha para IRPJ

0,00%

Partilha para CSLL

0,54%

Partilha para

COFINS 1.62%

Partilha para PI S 0,00%

Partilha para INSS

3,26%

Partilha para I SS 2,79%

Janeiro 10.503,86 - 56,72 170,16 - 342,43 293,06

Fevereiro 9.132,51 - 49,32 147,95 - 297,72 254,80

Março 9.218,67 - 49,78 149,34 - 300,53 257,20

Abril 7.963,00 - 43,00 129,00 - 259,59 222,17

Maio 11.529,95 - 62,26 186,79 - 375,88 321,69

Junho 19.636,00 - 106,03 318,10 - 640,13 547,84

Julho 24.132,52 - 130,32 390,95 - 786,72 673,30

Agosto 20.794,02 - 112,29 336,86 - 677,89 580,15

Setembro 23.764,82 - 128,33 384,99 - 774,73 663,04

Outubro 16.517,20 - 89,19 267,58 - 538,46 460,83

Novembro 21.225,98 - 114,62 343,86 - 691,97 592,20

Dezembro

19.668,48 - 106,21 318,63 - 641,19 548,75

Total 194.087,01 - 1.048,07 3.144,21 - 6.327,24 5.415,03

Fonte: Autora

Para efeito de determinação da alíquota, o contribuinte utilizará a receita bruta

acumulada nos últimos 12 meses, como base no faturamento dos últimos 12 meses

do Ano de 2005, desta empresa de serviços em Mecânica temos o total de R$

241.321,50 (Duzentos e quarenta e um mil trezentos e vinte e um reais e cinqüenta

centavos).

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TABELA 12 - CÁLCULO DO SIMPLES NACIONAL - 2006

Meses Receita Prestação de Serviços Alíquota total do Simples Nacional

Valor mensal do Super Simples

Janeiro 10.503,86 8,21% 862,37

Fevereiro 9.132,51 8,21% 749,78

Março 9.218,67 8,21% 756,85

Abril 7.963,00 8,21% 653,76

Maio 11.529,95 8,21% 946,61

Junho 19.636,00 8,21% 1.612,12

Julho 24.132,52 8,21% 1.981,28

Agosto 20.794,02 8,21% 1.707,19

Setembro 23.764,82 8,21% 1.951,09

Outubro 16.517,20 8,21% 1.356,06

Novembro 21.225,98 8,21% 1.742,65

Dezembro 19.668,48 8,21% 1.614,78

Total 194.087,01 15.934,54 Fonte: Autora

Por meio da coleta destes dados identificamos na 2ª faixa da Tabela no

Anexo III o valor da alíquota no qual apresentará o cálculo do imposto devido

mensalmente, que neste caso deverá ser aplicada uma de 8,21% , que será

distribuídos para os órgãos Competentes que foi apresentado na Tabela 10.

Na Tabela 11, apresenta-se o somatório ou a utilização do percentual (faixa,

alíquota) determinado pelo Anexo III da Lei 126/2006 para empresas prestadoras de

serviços mecânicos.

A seguir apresenta-se a análise dos resultados obtidos com a utilização do

planejamento tributário.

6.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Na presente seção apresenta -se qual a modalidade tributação mais

interessante a ser utilizada pela prestadora de serviços.

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TABELA 13 - COMPARATIVO DOS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇOES PELO LUCRO PRESUMIDO X SIMPLES NACIONAL –2006

MODALIDADES DE TRIBUTAÇÃO TRIBUTOS E

CONTRIBUIÇÕES FEDERAIS E

M UNICI PAIS LUCRO PRESUMIDO SIMPLES NACIONAL

DIFERENÇAS

PIS 1.261,54 0,00 1.261,54

COFINS 5.821,61 3.144,21 2.677,40

IRPJ 9.316,17 0,00 9.316,17

CSLL 5.589,70 1.048,07 4.541,63

INSS 0,00 6.327,24 (6.327,24)

ISS 3.881,74 5.415,03 (1.533,29)

Totais 25.870,76 15.934,54 9.936,22 Fonte: Autora

Analisando os dados na Tabela 12 acima, verifica-se que há um recolhimento

muito inferior pela tributação do Simples Nacional comparado com a apuração feita

pelo Regime de Lucro Presumido, obtendo uma economia tributária na ordem de R$

9.936,22 (nove mil, novecentos e trinta e seis reais e vinte e dois centavos). Deste

modo, foram demonstrados todos os cálculos e os valores dos tributos federais e

Municipais devidos pela modalidade do lucro presumido e pela Nova Sistemática do

Simples Nacional, perante aos serviços de mecânica.

PIS5%

COFINS23%

IRPJ35%

INSS0%

ISS15%

CSLL22%

FIGURA 1 - MODALIDADE DO LUCRO DO PRESUMIDO

Fonte: Autora.

Fazendo uma análise, ou constatação (Figura 1) dos valores totais dos

recolhimentos para cada forma de tributo,equivalente a R$ 25.870,76, foi verificado

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50

que pela Modalidade do Lucro Presumido observou-se um destaque de maior

porcentual igual a 35% (trinta e cinco por cento) do valor total do recolhimento seria

para o IRPJ, bem como 22% para CSLL, 23% para o INSS e 15% para o ISS,

demonstrando assim que o grande volume de tributos está sobre a administração da

Secretaria da Receita Federal (SRF), em seguida pela Previdência Social a e por fim

a e Prefeitura Municipal de São José (PMSJ).

Na Figura 2 a seguir, percebe-se uma redução nos tributos administrado pela

Secretaria da Receita Federal, bem como nos recolhimentos administrados pela

Previdência Social (INSS) e pela Prefeitura Municipal de São José (ISS), gerando

uma economia no valor de 9.936,22 sem contar o valor do dinheiro do tempo.

PIS0%

COFINS20%

IRPJ0%

INSS39%

ISS34%

CSLL7%

FIGURA 2 - MODALIDADE DO SIMPLES NACIONAL

Fonte: Autora.

A seguir lista-se as vantagens e desvantagens neste planejamento tributário.

6.5 VANTAGENS E DESVANTAGENS

Nesta seção destacam-se as vantagens e desvantagens identificadas na

comparação do lucro presumido e o supersimples para a empresa prestadora de

serviços mecânicos.

Verifica-se que a modalidade do Simples Nacional é a forma mais vantajosa,

pois apresentou a menor carga tributária e os tributos que mais contribuíram para

obter esta percepção foram a CSLL e o IRPJ.

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51

Apesar do Tributo Municipal ter tido um acréscimo de 0,79% (zero setenta e

nove por cento) e um valor devido a maior de R$ 1.533,29 (um mil, quinhentos e

trinta e três reais e vinte e nove centavos), perante o faturamento de 2006, ainda

percebe-se que a Nova tributação continua sendo mais vantajosa.

Lucro Presumido Super Simples Modalidades

Descrição Vantagem Desvantagem Vantagem Desvantagem

Tributação Unificada X X

Facilidade de utilização X X

Aplicabilidade X X

Valor da tributação menos X X

Licitação exclusivas para Mês e EPPs X X

QUADRO 4 - VANTAGENS E DESVANTAGENS

Fonte: Autora

A seguir apresenta-se as considerações finais.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo apresenta-se em forma de considerações finais a respeito

do trabalho realizado, alguns objetivos indispensáveis para um sucesso de futuro,

que o contador precisa conhecer com grande profundidade a legislação tributária,

com o objetivo de buscar alternativas legais, menos onerosas para o contribuinte,

ou seja, obter o diferencial para seus clientes através de um planejamento

tributário obtendo uma bela oportunidade para que o contador dê enormes

contribuições às empresas, como, por exemplo, demonstrar a opção de

tributação, a nível federal, em que a carga tributária seja menor.

6.1 GENERALIDADES

Na concretização deste trabalho de conclusão de curso, buscou-se analisar

as formas de tributação, a nível federal e Municipal para uma Oficina mecânica,

com o propósito de demonstrar a melhor forma de modalidade tributária entre o

Lucro Presumido e a Nova Tributação Unificada do Simples Nacional, gerando o

menor ônus para a empresa. Resgatando o problema de pesquisa “É viável a

opção pelo Simples Nacional?”, pode-se observar que o problema de pesquisa foi

resolvido, uma vez que a fundamentação teórica apresentada nos capítulos 2 e 3

fornecem subsídios para aplicação prática, no qual se pode demonstrar os

cálculos e comparações frente as duas modalidades de tributação escolhidas no

presente trabalho de conclusão de curso.

Conclui-se que, a melhor forma de tributação para esta empresa em

análise, é a modalidade do Simples Nacional. É importante lembrar que esta

análise foi desenvolvida somente para esta empresa, onde se orienta a outras

empresas, inclusive com a mesma atividade, elaborar separadamente o

planejamento tributário, pois cada empresa tem suas característica que devem

ser avaliadas na análise tributária. A seguir apresenta-se quanto ao alcance ou

não dos objetivos.

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6.2 QUANTO AO ATENDIMENTO DOS OBJETIVOS

De acordo com o objetivo geral: “Identificar e demonstrar a viabilidade da

opção pelo Simples Nacional (Super Simples) de uma empresa de prestação de

serviço com atividade em oficina mecânica, enquadrada de pequeno porte (EPP)

tributada pelo Lucro Presumido”, pode-se observar no capítulo 6 mais

especificamente na seção 6.2 (na página 39), uma análise comparativa dos

dados, com base nos cálculos apurados nas formas de tributação possíveis de

opção pela empresa em estudo, onde apontou como a forma mais econômica de

tributação a modalidade do lucro Nacional.

Quanto aos objetivos específicos e na seqüência que são apresentados,

consideram-se atendidos:

“Identificar as empresas que podem ser excluir do Simples Nacional”.

Este objetivo específico foi atendido com a explanação do capítulo 3, no

qual se apresentou a Lei 126/2006.

“Elaborar o Planejamento tributário federal nas formas de tributação Lucro

Presumido e no Super Simples”;

O objetivo específico foi atendido no capítulo 6 quando se calculou,

demonstrou e comparou-se as duas modalidade de tributação.

“Apurar por meio de Estudo de Caso a vantagem da opção pelo Simples

Nacional para empresas enquadradas como prestadoras de serviços em

oficina mecânica”.

O objetivo específico foi atendido no capítulo 6 mais especificamente na

seção 6.2, (na página 39) e na 6.3 ( na página 46), quando se calculou e

comparou-se as duas modalidade de tributação.

“Destacar vantagens e desvantagem na forma de tributação”.

O objetivo específico foi atendido no capítulo 6 mais especificamente na

seção 6.5 (na página 50), quando se calculou e comparou-se as duas

modalidade de tributação.

A seguir apresenta-se as limitações da pesquisa.

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54

6.3 LIMITAÇÕES

Neste momento serão descritas as limitações que ocorreram durante a

realização deste trabalho. A idéia é mostrar ao leitor que a pesquisa realizada

teve alguns contratempos que fugiram ao controle do pesquisador.

• O recurso tempo disponibilizado e concentrado prejudica a

elaboração do trabalho;

• Possíveis alterações na legislação tributária, a nível federal, que por

ventura ocorreram durante o processo de pesquisa e não foram

mencionadas;

• Mesmo com incessante busca por referências bibliográficas em

diversas bibliotecas, percebe-se que poucas as tem e quando as

tem são defasadas, não possuindo acervo atualizado para

elaboração desta, o que foi solucionado através da legislação

especifica, porém com poucas citações de autores.

A seguir apresenta-se as recomendações para futuros trabalhos na área de

aplicação desta monografia.

6.4 RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS

Recomenda-se a realização para futuras pesquisas nesta área:

• A verificação sobre a metodologia adotada por outras oficinas

mecânicas, para as que vendem peças e serviços, para verificar

qual a forma mais econômica de tributação.

• Os trabalhos de conclusão de curso deveriam ser apresentados em

congressos ou capítulo de livros para fomentar e divulgar pesquisas

realizadas.

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55

O presente trabalho permitiu que expandisse os horizontes acadêmicos e

profissionais, em termos acadêmico no sentido de desenvolver como se faz

pesquisa, registro e apresentação de forma lógica. Já em termos profissionais de

como se portar ou comportar frentes as adversidades encontradas e que ainda

serão encontradas após a conclusão do curso.

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