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ADMINISTRAÇÃO – SERVIÇOS
ROSECLEI FELTRIN
ESTUDO PARA TRANSFORMAR UMA EMPRESA TRANSPORTADORA EM UMA EMPRESA OPERADORA LOGÍSTICA
CANOAS, 2008
ROSECLEI FELTRIN
ESTUDO PARA TRANSFORMAR UMA EMPRESA TRANSPORTADORA EM UMA EMPRESA OPERADORA LOGÍSTICA
Trabalho de conclusão apresentado à banca examinadora do curso de Administração Serviços do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração – Habilitação em Serviços, sob orientação do Professor Adroaldo Strack.
CANOAS, 2008
2
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, Alfredo Feltrin e
Philomena Dalila Gasparetto Feltrin, in memorian, pelo
exemplo de coragem, força e superação, persistência e
valores como respeito, ética, honestidade e
religiosidade, que os fizeram pessoas íntegras e
honradas, cujos princípios continuam orientando a
minha vida e foram fundamentais para a conclusão deste
trabalho.
3
AGRADECIMENTOS
À Deus:
Agradeço pela força, proteção, saúde, coragem e por permitir que este sonho se tornasse
realidade.
À minha Família:
Aos meus pais, Alfredo e Dalila, in memorian, pelos exemplos deixados;
Ao meu marido, Paulo Roberto, pelo seu apoio, companheirismo, amor e dedicação em
todos os momentos;
Aos meus filhos, Gabriel e Pedro, que com os seus sorrisos me iluminaram e
alegraram nos momentos de dificuldade;
À minha irmã, Renilda, que por inúmeras vezes colaborou no cuidado dos meus filhos
para que eu pudesse estudar com tranqüilidade.
Aos Professores:
Adroaldo Strack, pela dedicação, ensinamentos, profissionalismo na orientação,
sinceridade e qualidade do trabalho. Seu acompanhamento e conhecimento foram
fundamentais para a realização dessa conquista;
Letícia Martins, pela sua paciência, carinho, atenção e alegria. Seus ensinamentos
possibilitaram a concretização deste estudo.
À empresa PLANALTO, em especial ao Sr. Daniel Martin, Gerente Comercial, que
gentilmente se dispôs a colaborar para que este trabalho se realizasse.
Aos amigos e amigas, pela amizade e alegria, que direta ou indiretamente contribuíram
para a realização deste trabalho.
4
RESUMO
A Logística, desde o seu surgimento, vem adquirindo uma importância cada vez maior dentro do cenário econômico mundial. A nova configuração econômica pela qual a nação brasileira está passando, bem como o novo padrão econômico internacional, aliado ao fortalecimento do processo de globalização e a integração política entre as nações, frutos da relação comercial entre os diversos países, têm proporcionado o cenário ideal para a evolução e o crescimento das operações logísticas entre as organizações. Nas últimas três décadas, a matriz de transportes vem sendo mais bem pensada apresentando uma crescente divisão entre os modais, que vem transferindo a carga do modal rodoviário, principalmente para os modais hidroviário e ferroviário. A atual tendência do setor logístico é a terceirização, desta forma, possibilitando que a empresa contratante concentre esforços maiores em seu negócio, enquanto que a empresa contratada possa preocupar-se em prestar serviços - armazenamento, estoque e transporte, atividades básicas de um operador logístico. Acompanhando esta tendência, analisou-se as características de uma empresa transportadora tradicional e de uma empresa operadora logística, bem como foram apresentadas ações que poderão contribuir na evolução da Planalto Encomendas, possibilitando-lhe agregar à sua prática um novo conceito que é o de transformar-se em uma empresa operadora logística.Palavras–chave: Transporte; Logística; Terceirização; Armazenamento; Transportadora Tradicional; Operador Logístico.
ABSTRACT
The Logistics since its appearance has been acquiring a growing importance within the global economic scenario. The new economic configuration in which the Brazilian nation is passing through, as well as the new international economic standard, allied to the strengthening of the process of globalization and political integration among nations, results of the commercial relation between several countries, has been providing the ideal scenery for development and growth of logistical operations between organizations. In the last three decades the way of transport has been more well thought presenting a growing division between its modes, which has been transferring load from the road mode mainly to the hydroroad and railroad modes. The current trend of the logistical sector is outsourcing, thus, allows the contractors to concentrate more on their business, while the contracted company worries about providing services such as warehousing, storage and transportation, basic activities of a logistics operator. Following this trend, were analyzed both the features of a traditional transport company and an operating logistics company as well as were presented actions that will contribute in the development of “Planalto Encomendas” into this new concept which is transforming itself into a logistics operator company.Key–words: transport; Logistics; Outsourcing; Warehousing; Traditional transport company; Logistics operator.
5
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Estados onde a Planalto atua com serviço de entrega...........................................15
Figura 02 – Organograma da empresa Planalto .......................................................................16
Figura 03 – Composição percentual das cargas........................................................................23
Figura 04 – Matriz do transporte atual e futura........................................................................24
Figura 05 – Cronograma de investimentos...............................................................................25
Figura 06 – Prateleira com estoque paletizado.........................................................................37
Figura 07 – Gaveta para pequenas peças..................................................................................37
Figura 08 – Tipos de peletes.....................................................................................................38
Figura 09 – Carrinho de mão....................................................................................................40
Figura 10 – Paleteira manual....................................................................................................40
Figura 11 - Esteira transportadora.............................................................................................41
Figura 12 – Empilhadeira frontal..............................................................................................42
Figura 13 – Fases da logística...................................................................................................48
Figura 14 – Elementos de serviço ao cliente.............................................................................49
Figura 15 – Sistema de informação...........................................................................................53
Figura 16 – A cadeia de suprimentos imediata da empresa......................................................56
Figura 17 – O triângulo do planejamento da cadeia de suprimentos .......................................57
Figura 18 – Atividades logísticas na cadeia de suprimentos....................................................57
Figura 19 – A evolução da logística para a cadeia de suprimentos..........................................58
Figura 20 – Modelo Supply Chain............................................................................................59
Figura 21 – Tipos de operadores segundo o serviço prestado..................................................72
Figura 22 – Evolução da terceirização logística no Brasil........................................................79
Figura 23 – Nível de terceirização logística por grupo de atividade........................................80
Figura 24 – Rastreamento on-line.............................................................................................88
Figura 25 – Código de barras....................................................................................................88
6
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 – Veículos utilizados no transporte rodoviário.......................................................26
Quadro 02 – Função do armazenamento...................................................................................36
Quadro 03 – Funcionalidade e os princípios do transporte.......................................................51
Quadro 04 – Serviços tradicionais X serviços logísticos..........................................................60
Quadro 05 – Composição da análise de dados..........................................................................65
Quadro 06 – Exemplos de operadores logísticos de diferentes origens....................................73
Quadro 07 – Características dos Operadores Logísticos integrados e das Transportadoras de
Serviço Tradicional...................................................................................................................74
Quadro 08 – Motivos para terceirizar.......................................................................................78
Quadro 09 – Estruturação do setor de encomendas da Transportadora Planalto......................90
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................12
2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA..........................................................................................14
2.1 Caracterização da organização........................................................................................14
2.2 Situação problemática......................................................................................................16
2.2.1 Delimitação do problema.................................................................................................18
2.3 Justificativa........................................................................................................................18
3 OBJETIVOS.........................................................................................................................20
3.1 Objetivo geral....................................................................................................................20
3.2 Objetivos específicos.........................................................................................................20
4 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................21
4.1 Transporte.........................................................................................................................21
4.1.1 Histórico do transporte.....................................................................................................21
4.1.2 Conceitos básicos ao transporte.......................................................................................22
4.1.3 Transporte rodoviário.......................................................................................................22
4.1.3.1.Características do transporte rodoviário..............................................................................25
4.1.3.2 Principais equipamentos rodoviários..................................................................................26
4.1.3.3 Vantagens e desvantagens.............................................................................................26
4.1.3.4 Frotas.............................................................................................................................27
4.1.3.4.1 Frota própria...............................................................................................................27
4.1.3.4.2 Frota terceirizada........................................................................................................28
4.1.3.4.3 Frota própria X frota terceirizada.....................................................................................29
4.1.4 Transporte ferroviário......................................................................................................29
4.1.5 Transporte aquaviário......................................................................................................30
4.1.6 Transporte aeroviário.......................................................................................................31
4.1.6.1 Vantagens e desvantagens..............................................................................................31
4.1.7 Transporte dutoviário.......................................................................................................32
4.1.8 Formas de transporte........................................................................................................32
4.1.8.1 Unimodal.......................................................................................................................33
8
4.1.8.2 Sucessivo.......................................................................................................................33
4.1.8.3 Segmentado...................................................................................................................33
4.1.8.4 Multimodal....................................................................................................................33
4.1.8.5 Intermodal.....................................................................................................................34
4.2 Armazenamento................................................................................................................34
4.2.1 Tipos de depósitos ou armazém.......................................................................................35
4.2.2 Funções de um depósito ou armazém.....................................................................................35
4.2.3 Manuseio de materiais.....................................................................................................36
4.2.3.1 Prateleiras......................................................................................................................36
4.2.3.2 Gavetas..........................................................................................................................37
4.2.3.3 Paletes...........................................................................................................................38
4.2.4 Locomoção interna de materiais......................................................................................39
4.2.4.1 Esteiras transportadoras................................................................................................40
4.2.4.2 Empilhadeiras................................................................................................................41
4.2.4.3 Cabos de reboque.............................................................................................................42
4.2.4.4 Veículos de reboque........................................................................................................43
4.2.4.5 Robôs............................................................................................................................43
4.2.5 Cross Docking..................................................................................................................43
4.3 Custos ................................................................................................................................44
4.4 Logística.............................................................................................................................45
4.4.1 Conceitos..........................................................................................................................46
4.4.2 Evolução da logística.......................................................................................................46
4.4.3 Clientes.............................................................................................................................49
4.4.4 Serviços logísticos............................................................................................................50
4.4.5 Estoque.............................................................................................................................51
4.4.6 A Informação no processo logístico.................................................................................52
4.4.6.1 Tipos de informações....................................................................................................52
4.4.7 Roteirização.....................................................................................................................55
4.4.8 Corretores de cargas (Brokers)........................................................................................55
4.4.9 Gestão da cadeia de suprimento - Supply Chain Management........................................55
4.5 Marco teórico.....................................................................................................................60
5 MÉTODO.............................................................................................................................62
5.1 Tipo de característica do estudo......................................................................................62
5.2 Área – alvo e sujeito..........................................................................................................63
9
5.3 Coleta de dados..................................................................................................................64
5.4 Análise de dados................................................................................................................64
6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.........................................................................66
6.1 Identificação do Serviço de uma empresa transportadora e de uma empresa
operadora logística..................................................................................................................66
6.1.1 Empresa transportadora....................................................................................................66
6.1.1.1 Transportadora tradicional............................................................................................67
6.1.1.2 Cenário do mercado .....................................................................................................67
6.1.1.3 Classificação das empresas transportadoras.................................................................68
6.1.1.3.1 Transportadoras comuns..............................................................................................69
6.1.1.3.2 Transportadoras contratadas............................................................................................69
6.1.1.3.3 Transportadoras privadas................................................................................................69
6.1.1.3.4 Transportadoras isentas.................................................................................................70
6.1.2 Empresas de serviços logísticos.......................................................................................70
6.1.2.1 Conceito de empresa operadora de serviço logístico....................................................71
6.1.2.2 Tipos de serviços e a classificação dos operadores logísticos......................................71
6.1.2.2.1 Tipos de serviços logísticos.......................................................................................71
6.1.2.2.2. Classificação das empresas operadoras de logística.................................................73
6.1.2.3 Diferenças do operador logístico para a transportadora tradicional ............................74
6.1.2.4 Atividades de uma empresa de serviço logístico..........................................................76
6.1.2.5 Razões para terceirizar atividades logísticas ................................................................77
6.1.2.6 Terceirização da logística no Brasil..............................................................................78
6.1.2.7 Resultados da terceirização...........................................................................................80
6.1.2.8 Sistema de informação e comunicação nas empresas operadoras de serviços logísticos
81
6.1.2.9 O que se espera para o futuro .......................................................................................82
6.2 Caracterização dos serviços prestados pela Planalto Encomendas..............................82
6.2.1 Transporte na Planalto.....................................................................................................83
6.2.1.1 Vantagens no modal rodoviário para a Empresa Planalto............................................83
6.2.1.2 Desvantagens no modal rodoviário para a Empresa Planalto.......................................83
6.2.1.3 Vantagens do modal aéreo para a Empresa Planalto ...................................................84
6.2.2 A forma de transporte utilizada na Empresa Planalto......................................................84
6.2.3 Frota da Planalto Encomendas.........................................................................................84
6.2.3.1 Vantagem na utilização de frota própria pela Planalto Encomendas............................85
10
6.2.3.2 Vantagem na utilização de frota terceirizada pela Planalto Encomendas.....................85
6.2.3.3 Desvantagem na utilização da frota rodoviária (própria/terceirizada) da Planalto
Encomendas..............................................................................................................................85
6.2.4 Armazenagem e manuseio dos produtos na Planalto Encomendas.................................85
6.2.5 Custos diretos e indiretos da Planalto Encomendas.........................................................86
6.2.6 Tipos de produtos transportados pela Planalto................................................................86
6.2.7 Tipos de tecnologia da informação usadas na Planalto Encomendas..............................87
6.2.8 Supply Chain na Planalto Encomendas............................................................................88
6.2.9 Roteirização da Planalto Encomendas.............................................................................89
6.2.10 A relação da Planalto Encomendas com os seus clientes..............................................89
6.2.11 Estrutura da Planalto Encomendas.................................................................................90
6.3 Identificação dos passos a serem dados pela Planalto Encomendas para alcançar o
status de uma empresa de logística........................................................................................91
6.3.1 Armazenamento...............................................................................................................92
6.3.2 Estoque.............................................................................................................................94
6.3.3 Transporte........................................................................................................................95
6.3.4 Clientes.............................................................................................................................97
6.3.5 Tecnologia........................................................................................................................98
6.3.6 Colaboradores internos....................................................................................................99
7 CONCLUSÃO....................................................................................................................101
REFERÊNCIAS....................................................................................................................103
APÊNDICE A – Roteiro para Entrevista................................................................................107
11
1 INTRODUÇÃO
No início da história da humanidade, o homem transportava os produtos para suprir
suas necessidades de acordo com sua capacidade, ou seja, conforme sua força física
possibilitava. Com o passar do tempo e o surgimento do escambo (forma de comercialização
dos produtos através do sistema de troca-troca) alguns animais passaram a ser domesticados e
utilizados para ampliar a capacidade de transporte. Bem mais tarde, já com o surgimento da
agricultura o homem ampliou, ainda mais, a sua capacidade de transportar cargas com o
invento da roda e a construção de veículos.
No século XX, com a chegada da revolução industrial, a descoberta do aço e outros
avanços tecnológicos, possibilitaram a construção de embarcações para o transporte sobre as
águas, assim como, a construção de aeronaves onde se passou a transportar, também, pela via
aérea. (RODRIGUES, 2007, p. 16).
Hoje, o transporte está diretamente ligado ao desenvolvimento das sociedades
modernas, sendo um instrumento básico para facilitar o desenvolvimento econômico.
A logística, por sua vez, surgiu durante a 2ª guerra mundial onde o seu conceito era a
arte de movimentar exércitos. Nos dias atuais, continua evoluindo com a preocupação de
agregar valor ao produto, aperfeiçoar o fluxo dos materiais e produtos, desde a produção até o
consumidor final, com o menor tempo possível, com o principal objetivo de atender
adequadamente as necessidades do cliente e garantir vantagens competitivas sobre outras
empresas. (RODRIGUES, 2007, p. 31, 157).
Diante deste cenário, este trabalho analisou como a Planalto Encomendas pode
tornar-se uma Empresa de Logística. O segundo capítulo apresenta a definição do problema, a
caracterização da Planalto Transportes e a sua atuação no mercado, bem como a justificativa
em que é explicitado o porquê da Empresa Planalto tornar-se uma Empresa Operadora
Logística.
12
No terceiro capítulo apresentam-se os objetivos geral e específicos, através dos quais é
apresentado o estudo proposto. O referencial teórico exposto no quarto capítulo mostra o que
foi coletado como sendo a base para o passo posterior, no qual foram confrontadas prática e
teoria, assim realizou-se as análises necessárias para a comprovação dos objetivos escolhidos.
No marco teórico, apresentaram-se, resumidamente, os itens de referência teórica de
sustentação do presente trabalho.
A metodologia utilizada para a execução do trabalho apresentada no quinto capítulo
mostra os meios e as formas de coleta do conteúdo para a efetivação da pesquisa, através dos
quais se atingiu os objetivos específicos definidos e respondeu-se a situação problema
colocada no início do estudo ora apresentado.
A apresentação dos resultados está no capítulo seis, que tem por objetivo estabelecer a
ligação entre a teoria e a prática, citando as ações que ampliarão as possibilidades e a
competitividade da Planalto Encomendas neste tão concorrido espaço como empresa
operadora de logística.
Por fim, o capítulo sete traz a conclusão sobre o trabalho e a empresa pesquisada.
13
2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Neste capítulo serão apresentados o histórico da Planalto Transportes, bem como o
descritivo situacional na atualidade. Também, serão apresentadas a situação e delimitação do
problema e a justificativa para a escolha desse enfoque.
2.1 Caracterização da organização
A Planalto Transportes está presente no mercado há quase 60 anos. Iniciou em
novembro de 1948 com apenas um ônibus e fez a sua primeira viagem entre Santo Ângelo e
Santa Maria.
Ao longo de sua história seu crescimento tem sido constante, resultado de uma gestão
familiar firme e conservadora. É uma empresa tipicamente gaúcha, sinônimo de tradição,
segurança, qualidade e solidez.
A Planalto Encomendas, que é um ramo da Planalto Transportes, atua em um setor
bastante competitivo, onde empresas de pequeno e grande porte concorrem de forma acirrada
pelo atendimento a seus clientes. Apesar de ter um perfil de carga ainda muito diversificada,
a Planalto procura direcionar seus esforços para a carga fracionada.
O slogan da Planalto Encomendas é: “Você ligou a Planalto já entregou”.
A Planalto possui licença junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
para transporte de medicamentos. Esta licença contribuiu para o crescimento da empresa e a
tornou especialista em atendimento a laboratórios e distribuidoras de medicamentos, tais
como a Cirúrgica Santa Cruz, Teuto e Dimed. Esta licença, porém, não permite que sejam
transportados juntamente com os medicamentos, mercadorias como alimentos em geral,
14
cigarros, produtos radioativos, tintas em geral, produtos veterinários e defensivos agrícolas.
Esta restrição fez com que a empresa deixasse de atender aos clientes que realizam o
transporte destas mercadorias.
Entre os principais clientes encontram-se: Procomp, Sesc e Gang em Porto Alegre,
Autotrac em Brasília, Sulimagem em Florianópolis, Novafarma em Anápolis e Cifarma em
Goiânia.
Em todos esses segmentos a agilidade e pontualidade são fundamentais. Para isso a
Planalto Encomendas conta com uma frota atual de mais de 300 veículos entre próprios e
terceirizados, atendendo todas as cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além disso,
a empresa possui hoje mais de cem bases espalhadas nos estados da região sul e em outros
cinco estados da região sudeste, centro-oeste e nordeste. Desta forma a Planalto Encomendas
oferece um serviço rápido, ágil, confiável e seguro, sendo o seu grande diferencial
competitivo.
Uma estratégia adotada pela Planalto Encomendas, desde o início de suas operações
no ramo de transporte de encomendas, foi a contratação de representantes. Para que ocorra a
operação de transporte de maneira ágil e eficiente. Além da estrutura própria mantida em
Santa Maria, Porto Alegre, Caxias do Sul, Uruguaiana e Santiago, a empresa conta com uma
rede composta por 108 contratados espalhados pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná, além de cidades como Barreiras, Palmas, Presidente Prudente, Brasília, Goiânia entre
outras que compõem a rota interestadual.
A figura 1 apresenta o mapa dos Estados que a Planalto Encomendas abrange com seu
serviço de entrega.
Figura 1 - Estados onde a Planalto atua com serviço de entregaFonte: Planalto, 2008.
15
A Planalto Encomendas enfrenta uma concorrência acirrada, entre as principais
encontra-se: Braspress, Translovato, São João, TNT Mercúrio e São Miguel. Estas empresas
possuem porte semelhante e atuam nos mesmos segmentos, dividindo o mercado de forma
equilibrada.
A administração da empresa fica localizada em Porto Alegre, diferentemente da
Holding JMT Administração e Participações, localizada em Santa Maria. Atualmente, o
Grupo JMT, holding que administra a Planalto Transportes é uma empresa familiar que possui
1400 funcionários e é formado por 14 empresas que atuam em diversos segmentos, tais como
transporte de passageiros, transporte de cargas, turismo, estações rodoviárias, revenda de
caminhões, agropecuária e mais recentemente, transporte aéreo de passageiros. Hoje o Sr.
Pedro Antonio Teixeira, filho do fundador dirige o grupo.
A seguir o organograma simplificado da empresa Planalto:
Figura 2 - Organograma da empresa PlanaltoFonte: Planalto, 2007.
2.2 Situação problemática
“O clima competitivo e globalizado do século XXI está facilitando o desenvolvimento
de novas técnicas de produção projetadas para aumentar a flexibilidade e a capacidade de
resposta, ao mesmo tempo em que mantém o custo e a qualidade por
unidade.” (BOWERSOX, 2006, p. 31)
Diretor Presidente
Diretor Geral
Auditor
Dir. Exec. Encomendas
Dir. Exec. Tráfego
Gerente ComercialGerente
Operacional Gerente Tráfego
Gerente Escala
Diretora Financeira
Gerente Adm. e Fin.
16
Para continuar competindo e respondendo as exigências do mercado/clientes, os
serviços oferecidos devem se adaptar as inovações.
Segundo Ballou (2006, p. 25):Nas épocas mais antigas da História documentada da humanidade, as mercadorias mais necessárias não eram feitas perto dos lugares nos quais eram mais consumidas. Os povos mais antigos consumiam os produtos em seus lugares de origem [...] a inexistência de sistemas desenvolvidos de transporte e armazenamento, o movimento das mercadorias limitava-se àquilo que a pessoa conseguia fazer por suas próprias forças. Todo esse limitado sistema de transporte-armazenamento normalmente obrigava as pessoas a viver perto das fontes de produção e as limitava ao consumo de uma escassa gama de mercadorias.
Com o passar dos anos, o surgimento das cidades e o deslocamento populacional para
os centros urbanos (especialmente, nas últimas décadas do século XX e início do século XXI)
foram surgindo necessidades. O transporte de bens de consumo é uma dessas necessidades.
Desta forma, a atividade na área da logística ou apenas transporte de encomendas tem
crescido, assim como o número de empresas que prestam este serviço. Para Ballou (2006, p.
25) “as atividades logísticas são a ponte que faz a ligação entre locais de produção e mercados
separados por tempo e distância”.
Como se observa anteriormente, as atividades logísticas foram, durante muitos anos,
exercidas pelos indivíduos.
Hoje, as empresas transportadoras realizam o transporte de cargas e trabalham com
pessoa física e jurídica, enquanto que as empresas de logística direcionam os seus serviços, na
maior parte, para pessoas jurídicas onde concentram um maior volume de negócios e
operações mantendo contratos fixos.
Neste sentido, através da identificação dos conceitos, processos e passos a serem
alcançados, o tema pretende apresentar o que determina a evolução de uma empresa
transportadora para uma empresa de logística.
A melhor forma de continuar atuando na área do transporte, para uma empresa que já
está a mais de meio século neste ramo, é continuar evoluindo em questões como tecnologia e
diversificação dos serviços oferecidos, buscando ser o melhor operador logístico no futuro. A
Planalto Encomendas necessita continuar crescendo e evoluindo, em especial nos serviços,
para garantir mercado e competitividade com outras empresas concorrentes, bem como
responder as necessidades dos clientes que buscam a empresa pela sua tradição e
competência, até hoje demonstrados.
Com os avanços na tecnologia, criaram-se também novas necessidades no mercado
consumidor. Portanto, é necessário dinamizar os serviços oferecidos para responder às
expectativas do cliente que, a cada dia, são mais apuradas pelas possibilidades que vêem
17
surgindo em nível mundial e regional. Diante de tantas opções, os clientes tendem a buscar
quem lhes ofereça mais vantagens por um menor preço.
A Planalto cresce e faz história com seus mais de 1400 funcionários. Hoje, dirigida
pelos filhos do fundador que levam adiante os exemplos deixados por ele. Sendo assim,
buscaremos analisar: Como a Planalto Encomendas pode tornar-se uma Empresa de
Logística?
2.2.1 Delimitação do problema
A Planalto Encomendas é uma das 14 empresas administradas pela Holding1 JMT, que
atuam em diversos setores da sociedade. O foco deste trabalho está direcionado para o Setor
de Encomendas da Planalto Transportes. Com a colaboração do Gerente Comercial, Sr.
Daniel Martin, identificam-se as características da respectiva empresa, neste setor.
2.3 Justificativa
Com a expansão dos mercados, aconteceram transformações na economia mundial.
Estas mudanças, sentidas nas organizações foram sendo traduzidas em novas formas de
estruturação interna, normatizações, melhorias nos processos, inovação tecnológica, redução
no tempo de entrega dos produtos e satisfação do cliente. Com isto, a logística passou a ser
um assunto vital para a sobrevivência das empresas e assim, garantia da necessária
competitividade.
Neste contexto, a Planalto Encomendas vêm se aperfeiçoando através de novas
tecnologias, mudando o conceito de transporte de cargas e, com isso, buscando garantir a fatia
do mercado já conquistada e ampliar o seu espaço nacional e internacional. Vem operando
através de diversas rotas de transferência de mercadorias com ônibus, caminhões e agora,
mais recentemente, com aeronaves destacando-se pela rapidez que proporciona aos seus
clientes, sendo um diferencial em seus negócios.
1 Uma sociedade gestora de participações sociais e uma forma de oligopólio no qual é criada uma empresa para administrar um grupo delas (conglomerado) que se uniu com o intuito de promover o domínio de determinada oferta de produtos e/ou serviços.
18
Considerando que o Operador Logístico se destaca em relação à transportadora
tradicional por oferecer serviço personalizado (customizado) e possuir capacidade de análise e
planejamento logístico a longo prazo, elementos que as organizações levariam em
consideração no ato da contratação, a Planalto Encomendas precisa caminhar neste sentido
para vencer estas barreiras e agregar valor aos seus serviços de transporte.
Desta forma, este trabalho pretende ser útil para que a Planalto Encomendas, através
do levantamento de informações, com a identificação dos conceitos e características, bem
como a identificação dos passos a serem alcançados possa transformar-se em uma empresa
Operadora Logística e expandir o seu serviço no mercado nacional e internacional.
19
3 OBJETIVOS
Neste capítulo serão apresentados os objetivos do trabalho em questão sendo que o
mesmo divide-se em objetivos geral e específicos.
3.1 Objetivo geral
Analisar como a Planalto Encomendas pode tornar-se uma empresa de logística.
3.2 Objetivos específicos
a) Identificar o conceito de uma empresa transportadora e de uma empresa de
logística;
b) Descrever as características da Planalto Encomendas que a identificam como
empresa transportadora;
c) Identificar os passos que deverão ser alcançados para que a Planalto Encomendas
torne-se uma empresa de logística.
20
4 REFERENCIAL TEÓRICO
A seguir será apresentado um breve histórico do transporte de cargas no Brasil, a sua
evolução dentro do processo de logística, assim como a sua importância na cadeia de
suprimentos.
4.1 Transporte
O que é o transporte? Conforme descreve Rodrigues (2007, p. 15) “é o deslocamento
de pessoas de um local para outro”.
4.1.1 Histórico do transporte
Conforme Rodrigues (2007, p. 15), “ao longo do tempo e em decorrência de maiores
dificuldades o homem aprendeu a construir e a aperfeiçoar veículos de diferentes velocidades
e capacidade de cargas”.
Na mesma linha de pensamento, Alvarenga e Novaes (2000, p. 90) expressam que o
transporte além de significar o deslocamento de bens de um ponto para outro na rede
logística, também tem o objetivo de respeitar as restrições de integridade da carga e de
confiabilidade (prazos).
Segundo Caixeta-Filho e Martins (2001, p. 19), o transporte tem papel vital naqueles
elementos considerados prioritários em políticas para o desenvolvimento: exploração de
21
recursos, divisão do trabalho, aumento do valor da terra e produção em larga escala.
Destacam, também, que existe uma relação de reciprocidade entre o desenvolvimento do
transporte e o progresso econômico.
Neste contexto, o transporte permite que sociedades em determinadas regiões tenham
acesso a produtos produzidos fora de seus ambientes. Por este motivo, o transporte tem
importante papel no sentido de romper monopólios e de promover a integração entre as
sociedades que produzem bens diferentes entre si. (CAIXETA-FILHO; MARTINS, 2007, p.
16-17).
No início do século XX as ferrovias se consolidaram como o transporte mais usado no
país, até os anos de 1930. (COSTA apud CAIXETA-FILHO; MARTINS, 2007, p. 26).
Porém, Caixeta-Filho e Martins (2007, p. 28), na seqüência, admitem que com a perda
de competitividade das ferrovias no decorrer do século XX a grande alternativa passou a ser o
canal rodoviário mostrando-se mais adequado com o serviço de porta-a-porta, sem
necessidade de carga e descarga entre origem e destino, transbordo (inevitável nos modais
ferroviários e aéreos), a velocidade e a comodidade.
4.1.2 Conceitos básicos ao transporte
Para Rodrigues (2007, p. 27) um sistema de transporte é constituído pelo modo (via de
transporte), pela forma (relacionamento entre os vários modos de transporte), pelo meio
(elemento transportado) e pelas instalações complementares (terminais de carga).
Segundo Arnold (1999, p. 352), o transporte é um ingrediente essencial para o
desenvolvimento econômico de qualquer área. Reúne as matérias-primas para a produção e
distribui os produtos acabados no mercado. Ajuda no desenvolvimento econômico de áreas
regionais, sendo um dos principais componentes do tecido econômico-social.
4.1.3 Transporte rodoviário
Neste item são apresentados alguns aspectos importantes relacionados ao transporte,
bem como os modais utilizados. Nas figuras 3, 4 e 5 que seguem será evidenciado com maior
22
profundidade o percentual de distribuição dos modais mais utilizados no transporte de carga
no Brasil e seu crescimento ou diminuição conforme investimentos e prospecção atualizada
do governo federal, neste setor.
Na figura 3 observa-se que conforme o gráfico do GEIPOT, apud ANTT de 2000 a
distribuição de utilização dos modais é a seguinte: transporte aéreo – tem a menor
participação com 0,33%; o transporte aquático tem a participação de 13,86% de utilização; já
os dutoviários participam com 4,46%; o transporte ferroviário com 20,86%; e por fim, o
transporte rodoviário, com 60,49%, é o maior índice.
Figura 3 - Composição percentual das cargasFonte: GEIPOT apud ANTT, 2000.
A figura 3 comprova que, exceto o transporte rodoviário os demais modos, ainda,
podem aumentar o seu mercado, pois o nível de utilização é muito baixo.
Para Alvarenga e Novaes (2000, p. 82), o modo rodoviário é o mais expressivo no
transporte de cargas no Brasil, e atinge praticamente todos os pontos do território nacional. Com a
implantação da indústria automobilística na década de 50, e com a pavimentação das principais
rodovias, o modo rodoviário se expandiu de tal forma que hoje domina amplamente o transporte de
mercadorias no país.
A rápida ampliação da infra-estrutura rodoviária explica-se pelo menor custo de implantação
por quilômetro e menor prazo de manutenção. Assim, constituíram-se diversas empresas
transportadoras.
Rodrigues (2007, p. 47), afirma que o transporte rodoviário do Brasil começou com a construção,
em 1926, da Rodovia Rio-São Paulo, única pavimentada até 1940. Até o início da década de 50,
23
Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo Dutoviário
Rodoviário FerroviárioAquaviárioAéreoDutoviário
60,49%
20,86%
13,86%4,46%
0,33%
as rodovias existentes no Brasil eram precaríssimas. No início dos anos 70 ocorreu a conclusão da
conexão rodoviária entre todas as regiões brasileiras e com isso a ocupação de praticamente toda a
malha viária com o transporte pesado, em detrimento de uma matriz de transportes mais racional.
Conforme o Plano Nacional de Logística e Transporte os investimentos, neste setor, em todo o
Brasil mudarão o cenário nacional de utilização dos modais de transporte de carga. Na prospecção do
governo federal nos próximos 17 anos, cumprindo-se o planejamento que está divulgado, os níveis de
transporte rodoviário e ferroviário, praticamente, se igualarão em utilização. O transporte rodoviário
cai de um patamar de 58% em 2005 para 33% em 2025; enquanto o transporte ferroviário cresce de
25% em 2005 para 32% em 2025. Outro transporte que cresce mais de 50% é o aquaviário que, em
2005, tem 13% e em 2025, chega a 29% do total utilizado. Na figura 04 observam-se estas mudanças.
Figura 4 - Matriz do transporte atual e futura do BrasilFonte: Plano, 2008, p. 18.
Este avanço se dará com um forte investimento, do governo federal, nos modais ferroviário,
aquaviário e dutoviário que, conforme apresentado na figura 3 tinham um grande campo de expansão
em 2000.
24
Na figura 5 apresenta-se um cronograma de investimentos para as próximas décadas que
totalizarão R$ 172. 414,00 (milhões de reais).
Figura 5 - Cronograma de investimentosFonte: Plano, 2008, p. 27
Este quadro demonstra uma nova configuração do transporte de cargas no Brasil nas
próximas décadas. Esta nova fase aponta para a necessidade de uma readequação das
empresas de transporte diante deste novo modelo. Por outro lado, é preciso ver este novo fator
não apenas como mais uma barreira a ser vencida, mas como uma nova oportunidade para as
organizações.
4.1.3.1.Características do transporte rodoviário
O transporte rodoviário e um dos mais simples e eficientes dentre seus pares. Conforme
Rodrigues (2007, p. 49) sua única exigência é existirem rodovias. Porém, este modal apresenta um
elevado consumo de combustível (tonelada de óleo diesel por quilometro transportado).
25
4.1.3.2 Principais equipamentos rodoviários
Oficialmente, os veículos utilizados no transporte rodoviário são classificados por sua
capacidade de carga, quantidade e distância entre eixos. Porém, para facilitar a compreensão,
Rodrigues (2007, p. 50-51) os classifica pelas finalidades a que se destinam. Veja o quadro:
Quadro 1 – Veículos utilizados no transporte rodoviário
Caminhão plataforma Transporte de contêineres e cargas de grande volumeCaminhão baú Sua carroceria possui uma estrutura semelhante a dos contêineres, que
protegem das intempéries toda a carga transportada.Caminhão basculhante Transporte de cargas a granelCaminhão aberto Transporte de mercadorias não perecíveis e pequenos volumesCaminhão refrigerado Transporte de gêneros perecíveis com mecanismo próprio de
refrigeraçãoCaminhão tanque A carroceria é um reservatório dividido em tanques, destinados ao
transporte de derivados de petróleo e outros líquidos.Caminhão graneleiro Carroceria adequada para o transporte de graneis sólidosCaminhões especiais Podem ser rebaixados e reforçados para o transporte de carga pesada;
possuir guindaste sobre a carroceria; cegonhas, projetadas para o transporte de automóveis; etc
Semi-reboques Carrocerias, de diversos tipos e tamanhos, para acoplamento a caminhões-trator ou cavalos-mecânicos. Este tipo de equipamento e muito versátil, Já que podem ser desengatados e deixados em um terminal de carga, liberando o cavalo mecânico para prosseguir em outros serviços de transporte.
Treminhões Veículos semelhantes às carretas, formados por cavalos mecânicos, semi-reboques e reboques, portanto compostos de três partes. Não podem transitar em qualquer estrada, em face do seu peso bruto total (cerca de 70 toneladas)
Fonte: Baseado em Rodrigues, 2007, p. 50 - 51.
O quadro anterior apresenta os tipos de caminhões usados no processo logístico e para
que tipos de produto, os mesmos, podem ser utilizados.
4.1.3.3 Vantagens e desvantagens
Como cita Rodrigues (2007, p. 54) as vantagens e desvantagens do transporte
rodoviário podem ser:
26
a) Vantagens:
- maior disponibilidade de vias de acesso,
- possibilita o serviço fracionado porta-a-porta, integrando regiões de difícil acesso,
- embarques e partidas mais rápidas, com entregas rápidas a curta distância,
- favorece os embarques de pequenos lotes,
- facilidade de substituir o veículo em caso de quebra acidente,
- maior rapidez da entrega;
b) Desvantagens:
- maior custo operacional e menor capacidade de carga,
- provoca congestionamentos nas estradas,
- desgasta prematuramente a infra-estrutura da malha rodoviária.
4.1.3.4 Frotas
Está seção abordará os conceitos da Frota própria, da Frota terceirizada e da Frota
própria X frota terceirizada.
4.1.3.4.1 Frota própria
Para Ballou (2006, p. 181) “a principal razão para que uma empresa opte por equipamento
próprio de transporte é a necessidade de proporcionar serviço ao cliente com um nível de
qualidade que nem sempre se consegue a partir da utilização de transportadores contratados”. De
acordo com um levantamento abrangendo 348 empresas com frotas próprias, Ballou (2006)
comprova que as razões que as levaram a optar pela mudança foram: 1) confiabilidade do
serviço; 2) tempos menores do ciclo dos pedidos; 3) capacidade de reação a emergências e 4)
melhoria do contato com o cliente.
• •aS
C,/
<"
27
4.1.3.4.2 Frota terceirizada
Segundo Ballou (2006, p. 559), há empresas que, em vez de serem proprietárias da
capacidade logística total ou de uma estrutura organizacional logística de grande porte, ou ainda, ao
invés de fazerem acordos com outras empresas preferem compartilhar suas capacidades logísticas
com outras companhias, ou contratar atividades logísticas de empresas especializadas no provimento
de tais serviços, as chamadas terceirizadas. Muitas vêm reconhecendo a existência de vantagens
estratégicas e operacionais nessa terceirização da logística.
Entre esses benefícios destacam-se os seguintes:
a) custos reduzidos e menores investimentos de capital;
b) acesso a tecnologias novas e a habilidades gerenciais;
c) vantagens competitivas como a crescente penetração no mercado;
d) acesso incrementado à informação útil para o planejamento;
e) redução dos riscos e incertezas.
De todas essas vantagens, a redução potencial dos custos de transporte/distribuição e a
liberação do nível de investimentos em áreas não centrais do negócio são as principais, vindo a
seguir uma correspondente redução de pessoal. O risco maior para a empresa é a perda do
controle sobre atividades logísticas com prejuízos capazes de anular as vantagens anteriormente
relacionadas.
Para Rodrigues (2006, p. 136) a maior vantagem obtida com a terceirização e a transformação
de ativo imobilizado (frota) em capital, reduzindo os custos com manutenção e seguros, por outro lado
como desvantagem é a entrega na mão de terceiros e o nível do serviço prestado aos clientes, o que
demandará um sistema de controle de qualidade bastante rígido.
Decidir se é melhor realizar a função logística internamente ou buscar outras modalidades
depende de um equilíbrio entre dois fatores: qual é a importância da logística para o sucesso da firma, e
quanto competente é a empresa no gerenciamento da função logística. A estratégia a ser seguida
depende da posição em que a própria empresa se situa.
28
4.1.3.4.3 Frota própria X frota terceirizada
Em decorrência do processo de globalização da economia e o crescente acirramento do
ambiente competitivo, é imprescindível a adoção de estratégias que permitam oferecer soluções
capazes de racionalizar os custos e investir em ganhos de qualidade ao cliente, cada vez mais
exigente. Neste contexto, uma das decisões importantes diz respeito ao transporte, que agrega
custo ao produto final.
Rodrigues (2006, p. 135-136) analisou a estratégia de duas empresas: Souza Cruz - que optou
pela verticalização dos serviços e a Editora Abril – que optou pela terceirização do processo de
distribuição física para se concentrar na qualidade de seu produto.
A primeira empresa necessita que seu produto chegue até seu consumidor, não importa onde
ele esteja, pode ser até nos acampamentos de trabalhadores abrindo estradas no meio da selva. Por
isso, quem lhe dá está garantia é a verticalização do transporte. Entretanto, a segunda empresa entende
que, para gerar competitividade, deve concentrar todos os seus esforços na qualidade do produto,
terceirizando todo o processo de distribuição física através de parceiros especializados em
transportes.
4.1.4 Transporte ferroviário
Conforme Rodrigues (2007, p. 57), entre 1873 e 1889, o Brasil viveu a expansão ferroviária,
que durou até 1930. Nesse período, as ferrovias desempenharam papel decisivo no escoamento
de produtos agrícolas brasileiros -sobretudo o café - do interior para os portos, articulando-se com
a navegação de longo curso.
Rodrigues (2007, p. 58), continua dizendo que: “apesar de ter o custo fixo de implantação
elevado, o transporte ferroviário apresenta custos operacionais mais baratos, oferecendo vantagens
quando há grande quantidade de carga a ser transportada a longas distâncias”.
Para Ballou (2007, p. 127) “a ferrovia é basicamente um transportador lento de matérias-
primas ou manufaturado de baixo valor para longas distâncias”. [...] Ballou apresenta, também, as
duas formas de serviços ferroviários: o transporte regular e o privado. “O transporte regular vende seus
serviços para qualquer usuário, já o transporte privado pertence a um usuário particular que o usa com
29
exclusividade.” A ferrovia oferece alguns serviços especiais, como: a movimentação de granéis,
carvão ou cereais, produtos refrigerados e automóveis.
Segundo Gomes e Ribeiro (2004, p. 91), o transporte ferroviário é utilizado, principalmente,
no deslocamento de grandes massas de produtos homogêneos por longas distâncias, como minério de
ferro, de manganês, carvão mineral, derivados de petróleo e cereais em grão como soja e milho.
4.1.5 Transporte aquaviário
Rodrigues apresenta duas formas de transporte aquaviário: fluviolacustre e marítimo.
Inicialmente, Rodrigues (2007, p. 77), discorre sobre o transporte fluviolacustre que ocorre
nas vias naturais de navegação pelas bacias hidrográficas e lagos brasileiros. Neste primeiro
caso afirma que: “em países de grande dimensão territorial como o Brasil, a utilização das
hidrovias fluviolacustres é fator fundamental para o processo de interiorização e posterior
fixação da população, alargando as fronteiras agrícolas e mineral”. Também, se refere a
economia da mão-de-obra empregada em relação ao utilização do transporte rodoviário. Já,
com relação ao transporte marítimo, Rodrigues (2007, p. 91), afirma que a cabotagem é o
termo que define o transporte marítimo ao longo da costa brasileira, de Rio Grande a Manaus.
Para Ballou (2007, p. 129), o serviço hidroviário apresenta limitações de diversas razões,
entre elas: o usuário deve estar localizado em suas margens ou utilizar outro modal de transporte; ser
mais lento que o transporte ferroviário; e a forte influência das condições meteorológicas como
inundações ou secas que impedem a passagem. Por outro lado considera um transporte com baixas
perdas e danos considerados a outros modais por se tratar de mercadorias de baixo valor, na sua
grande maioria.
Estudos desenvolvidos pelo GEIPOT2 comprovam uma redução de custos na ordem de: 35%
no custo do transporte fluvial sobre o rodoviário. No entanto, tem conseqüência das limitações
impostas pelo curso dos rios, é primordial que a utilização das hidrovias seja integrada ao transporte
multimodal.
2 criado pelo Decreto nº 57.003, de 11 de outubro de 1965, com a denominação de Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes.Com a reestruturação do Setor Transportes no ano de 2001, criou-se o Conselho Nacional de Integração de Política de Transportes Terrestres (CONIT), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT). Com a instalação das Agências reguladoras e do DNIT, o GEIPOT entrou em processo de liquidação.
30
4.1.6 Transporte aeroviário
Conforme Rodrigues (2007, p. 117), “o transporte aéreo comercial teve início no Brasil
em 1927, com a fundação da Viação Aérea Riograndense – Varig”.
É sem dúvida o modal de transporte mais rápido, mas o seu custo tende a ser elevado, pois
tem a eficiência energética reduzida, utiliza instalações sofisticadas (aeroportos) e equipamentos
muito caros, cuja natureza operacional requer manutenção de caráter totalmente preventivo e nunca
corretivo.
Este serviço pode ser oferecido de três diferentes formas:
a) serviços regulares - linhas nacionais ou internacionais para passageiros e cargas, com
freqüência de saídas a períodos regulares e previamente anunciadas;
b) serviços regionais - linhas nacionais de âmbito regional, para passageiros e cargas,
atendendo cidades de médio e pequeno porte fora do eixo das capitais;
c) serviços gerais - outros tipos de serviços aéreos, executados por aeronaves de pequeno
porte, como: táxi aéreo publicidade e propaganda, pulverização sobre plantações, etc.
Tendo em vista as restrições impostas pelo custo muito elevado, o modal aéreo,
apresenta uma tipicidade própria das cargas que a ele devem ser direcionadas: Gêneros
alimentícios e outros bens perecíveis, animais e plantas vivos, equipamentos eletrônicos, bens de alto
valor agregado, jóias e artigos de moda. Todos os casos em que a velocidade de entrega é o ponto
mais importante a ser considerado superando qualquer comparativo de custos.
4.1.6.1 Vantagens e desvantagens
Nesta seção serão apresentadas as vantagens e desvantagens do modal aeroviário.
a) Vantagens:
- rede diversificada de aeroportos, no entorno das grandes metrópoles, o que nem sempre
ocorre com o marítimo,
- velocidade, eficiência e confiabilidade,
- competitividade: A freqüência dos vôos permite altos giros de estoque,
- movimentação altamente mecanizada, reduzindo o índice de avarias,
- atinge regiões inacessíveis para outros modais;
31
b) Desvantagens:
- menor capacidade em peso e volume das cargas,
- não atende aos graneis,
- custo de capital e fretes elevados,
- fortes restrições as cargas perigosas.
Para Ballou (2007, p. 128 - 129), o transporte de carga aérea é significativamente mais caro que
o rodoviário e ferroviário, porém é mais vantajoso em termos de perdas e danos e tempo de
deslocamento bastante reduzido, principalmente nas longas distâncias.
4.1.7 Transporte dutoviário
Esta modalidade de transporte vem se revelando como uma das formas mais
econômicas de transporte para grandes volumes principalmente de óleo, gás natural e
derivados, especialmente quando comparados com os modais rodoviário e ferroviário.
Segundo o site da Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT) o transporte
Dutoviário pode ser dividido em:
a) oleodutos – os produtos transportados são em sua grande maioria: petróleo, óleo
combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta;
b) minerodutos - os produtos transportados são: Sal-gema, Minério de ferro e
concentrado Fosfático;
c) gasodutos, cujo produto transportado é o gás natural. O Gasoduto Brasil-Bolívia
(3150 km de extensão) é um dos maiores do mundo.
Para Gomes e Ribeiro (2004, p. 95), “os dutos constituem um método eficiente no
transporte de líquidos e gases”. Os custos da movimentação são baixos, mas a linha de
produtos atendida é limitada. A movimentação é lenta, porém é compensada pelo fato de o
transporte operar 24 horas por dia todos os dias.
4.1.8 Formas de Transporte
Este item apresenta a definição das formas de transporte e a relação entre si.
32
4.1.8.1 Unimodal
Para Rodrigues (2007, p. 28), “é a forma mais simples de transporte. É quando a carga
é transportada diretamente, utilizando um único veículo, em uma única modalidade e com
apenas um contrato de transporte”.
4.1.8.2 Sucessivo
Segundo Rodrigues (2007, p. 28), “é quando a carga necessita ser transportada por um
ou mais veículo, da mesma modalidade com mais de um contrato de transporte”.
4.1.8.3 Segmentado
Conforme Rodrigues (2007, p. 28), “é quando utiliza veículos diferentes, de uma ou
mais modalidades de transporte, sendo todos os serviços contratados separadamente a
diferentes transportadoras”. Esta forma de transporte é, também, conhecida como intermodal.
4.1.8.4 Multimodal
Como define Rodrigues (2007, p. 28), “é o transporte de mercadorias com um único
contrato de transporte, utilizando pelo menos dois modais. [...] onde o Operador de Transporte
Multimodal é responsável pelo transporte, coleta, composição da carga, armazenagem,
movimentações e entrega ao destinatário”. Ou seja, para que um transporte seja considerado
multimodal é necessário, que:
a) seja realizado, pelo menos, por dois modos de transporte;
b) tenha um único responsável perante o dono da carga (OTM);
c) tenha um único contrato de transporte entre o transportador e o dono da
mercadoria;
33
d) exista um conhecimento único, válido para todo o percurso;
e) uso de cargas unitizadas indivisíveis;
f) inspeções fiscais apenas na origem e no destino, e ainda;
g) o operador de Transporte Multimodal seja responsabilizado pelo armazenamento,
movimentação e entrega ao destinatário.
As vantagens do transporte multimodal, para Rodrigues (2007, p. 129), é que o mesmo alia a
conveniência e simplicidade jurídico-administrativa do transporte unimodal à eficiência econômico-
energética do transporte segmentado, com um único responsável perante o dono da carga.
Segundo o site da Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT, 2008) “o
Transporte Multimodal de Cargas é aquele que, regido por um único contrato, utiliza duas ou
mais modalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é executado sob a
responsabilidade única de um Operador de Transporte Multimodal – OTM”.
4.1.8.5 Intermodal
Segundo Bertaglia (2003, p. 290), transporte intermodal consiste na combinação de
distintos modos de transporte, em que diferentes contratos são efetuados de maneira unilateral
com as diferentes empresas responsáveis pelo transporte.
4.2 Armazenamento
Para Alvarenga e Novaes (2000, p. 120) ao longo do processo logístico, aparecem
fluxos de mercadorias entre pontos diversos da rede. Portanto, neste processo, que podemos
também chamar de pontos de transição de um fluxo para outro, entre manufatura e transferência, ou
entre transferência e distribuição física, surge a necessidade de manter os produtos estocados por certo
período de tempo. Esse tempo de permanência pode ser muito curto, necessário apenas para se
fazer a triagem da mercadoria recém-chegada e reembarcá-la, como também pode ser relativamente longo.
Nesses pontos de interface da rede logística localizam-se os diversos tipos de instalação de
armazenagem.
34
4.2.1 Tipos de depósitos e armazéns
Segundo Alvarenga e Novaes (2000, p. 120) os tipos mais comuns de armazéns, são:
a) depósito voltado à armazenagem e despacho de mercadorias de uma indústria, de uma
grande loja, de uma firma varejista;
b) armazém de insumos ou de matérias-primas, encontrado em grandes indústrias.
Exemplo: numa grande siderúrgica, é necessário receber e estocar matérias-primas
diversas, tais como minério de ferro, carvão siderúrgico e sucata;
c) porto marítimo ou fluvial é uma instalação de armazenagem de interface típica: navios
trazendo e levando cargas que vão sendo carregadas ou descarregadas,
movimentadas dentro do porto, armazenadas enquanto aguardam despacho e outras
providências e, finalmente, escoadas nos modos de transporte terrestre;
d) centro de distribuição destinado a atender os clientes de uma determinada região.
4.2.2 Funções de um depósito ou armazém
O tempo de permanência da mercadoria num depósito ou armazém depende muito dos
objetivos gerais da empresa.
Para Alvarenga e Novaes (2000, p. 120) a estocagem de produtos está relacionada com a
sazonalidade do consumo e a variação de preços no mercado, que leva certos tipos de empresas a
estocarem à espera de melhores níveis de comercialização. Exemplos disto são:
a) as mercadorias consumidas predominantemente no Natal (nozes, panetone);
b) sazonalidade da produção (óleo de soja, cuja produção depende da safra do grão);
c) exportação de soja e outros grãos.
O quadro a seguir apresenta as funções de armazenamento propriamente dita, consolidação e
desconsolidação de cargas.
35
Quadro 2 – Funções do Armazenamento
Armazenagem propriamente dita
É a função mais óbvia. São os casos em que há necessidade de estocar os produtos por um tempo maior ou quando é apenas uma passagem como ocorre nos depósitos de triagem e distribuição.
Consolidação É o processo de juntar as mercadorias vindas de diferentes clientes ou pontos geográficos para formar carregamentos maiores.
Desconsolidação É o processo inverso da consolidação. É onde carregamentos maiores são desmembrados em pequenos lotes para serem despachados a destinos diferentes.
Fonte: Baseado em Alvarenga e Novaes, 2000, p. 120.
Como vimos no quadro 2, as funções do armazenamento são fundamentais para que as cargas
sejam organizadas de forma adequada e para que o pedido chegue ao local certo, no tempo combinado e
dentro das condições necessárias, ou seja, em boas condições atendendo sempre a expectativa do cliente.
4.2.3 Manuseio de materiais
A estocagem e o manuseio de materiais são passos que devem ser considerados concomitantemente. A
estocagem é simplesmente uma parada temporária no fluxo dos materiais e é útil na utilização integral do
espaço e na melhoria da eficiência do manuseio dos materiais. (BALLOU, 2006, p. 389).
4.2.3.1 Prateleiras
Para Ballou (2006, p. 389), “é provável que o mais importante acessório da estocagem seja a
prateleira”. E continua:As prateleiras são repartições, normalmente de metal ou madeira, em que se colocam os produtos. Quando uma ampla variedade de itens em pequenas quantidades precisa ser estocada, empilhar cargas umas sobre as outras é uma prática ineficaz. As prateleiras promovem o empilhamento do chão ao teto, e os itens nas repartições mais altas ou mais baixas são acessíveis por igual, embora os itens com giro maior devam ser colocados perto da parte inferior a fim de reduzir o tempo total de serviço na prateleira. Prateleiras também auxiliam na rotação dos estoques, como, por exemplo, em um sistema de controle de estoque PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair).
A prateleira é uma estrutura projetada para o armazenamento de cargas paletizadas de
qualquer tamanho com acesso direto e individual a cada referência. É Ideal para armazenar,
36
classificar e ordenar todo o tipo de mercadoria a qualquer altura: tambores, bobinas, barris,
contentores, paletes de vários tamanhos, etc. Veja a figura abaixo:
Figura 6 – Prateleira com estoque paletizadoFonte: Esmena, 2008.
Além das preteleiras, tem outros acessórios disponíveis para a estocagem de produtos,
tais como: caixas de repartições, contenedores horizontais e verticais, escaninhos e gavetas. Todos
esses complementos auxiliam na estocagem e manuseio ordenados de produtos de configurações
irregulares e díspares.
4.2.3.2 Gavetas
É um acessório de estocagem para peças pequenas. Na gaveta se possui acesso fácil e
com segurança aos produtos. Comprove observando a figura a seguir:
Figura 7 – Gaveta para pequenas peçasFonte: Eletroradiomak, 2008.
37
A gaveta é utilizada como espaço para o armazenamento de pequenas peças
contribuindo, também, na organização dos componentes e facilitando o acesso aos mesmos
com segurança.
4.2.3.3 Paletes
Segundo Bertaglia (2003, p. 296), o palete é uma plataforma fabricada de metal,
madeira ou fibra, projetado para ser movimentado mecanicamente por meio de empilhadeiras,
paleteiras, guindastes, carrinhos hidráulicos ou veículos similares. Além de unitizar a carga, a
paletização permite empilhamento de palete sobre palete.
As principais vantagens são: à redução de custos nas etapas logísticas de armazenagem,
transporte e movimentação, maior agilidade nos tempos de carga e descarga. No entanto, tem
algumas desvantagens, como: custos dos paletes e paletização, equipamentos necessários para
a sua movimentação, menor aproveitamento por restrições das dimensões do palete, além da
falta de padronização dos veículos de transporte.
O mesmo autor afirma que a experiência tem demonstrado que o palete, apesar das
desvantagens apresentadas, traz benefícios para as empresas que o utilizam (2003, p. 296).
Na figura 8 observam-se dois modelos de paletes fabricados em madeira.
Figura 8 – Tipos de paletesFonte: Alvarenga e Novaes, 2000, p. 124.
38
Na figura 8a é apresentado um pelete com duas entradas e na figura 8b, um palete com
quatro entradas. O segundo permite maior flexibilização no acesso aos garfos das
empilhadeiras e paleteiras.
Segundo Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 346), as paleteiras representam equipamentos
eficazes e de baixo custo para o manuseio geral. São utilizadas nas carga e descarga dos
equipamentos de transporte, separação e acumulação de pedidos e transferência de pequenas cargas
por longas distâncias dentro do armazém. As paleteiras são muito usadas em armazéns do setor
alimentício.
4.2.4 Locomoção interna de materiais
Segundo Ballou (2006, p. 389-390), é enorme a variedade disponível de equipamentos
mecânicos para carga e descarga, separação de pedidos e movimentação das mercadorias no
armazém. O equipamento de movimentação é diferenciado pelo seu grau de uso especializado e
pela extensão da força manual necessária para operá-lo. Existem três categorias de tais equipamentos:
manual, misto e totalmente mecanizado.
a) Manual – equipamentos manuais de manuseio de materiais, como os carrinhos de duas
rodas e as paleteiras de quatro rodas, proporcionam um certo grau de vantagem mecânica
na movimentação dos artigos e requerem tão-somente um modesto investimento. No
entanto, a utilização desses equipamentos é, de certa forma, limitada em função da
capacidade física dos operadores.
A seguir será apresentado, na figura 9, um carrinho de mão com duas rodas. Este
equipamento é muito usado na categoria manual e sua capacidade de carga é de 1.000 Kg. Na figura
10 apresenta-se uma paleteira manual que é um equipamento básico no manuseio de materiais e,
atualmente, sua capacidade de carga chega a 4.500 Kg.
39
Figura 9 – Carrinho de MãoFonte: Ballou, 2006, p. 347.
Figura 10 – Paleteira ManualFonte: Ballou, 2006, p. 347.
b) Misto (com auxílio de energia) – aumenta-se a rapidez e a eficiência do manuseio de
materiais e o rendimento por hora trabalhada. Entre eles incluem-se guindastes, trucks
industriais, elevadores e guinchos; no entanto, o "cavalo de batalha" da indústria é a
empilhadeira mecânica e suas variações.
c) Totalmente mecanizado - com equipamento de manuseio controlado por computador,
códigos de barras e tecnologia de escaneamento. São os sistemas automatizados de
retirada e estocagem. Representam a mais abrangente aplicação de tecnologia entre
todas as alternativas de manuseio de materiais.
4.2.4.1 Esteiras transportadoras
Segundo Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 348), as esteiras transportadoras são
amplamente usadas nas operações de embarque e recebimento, e formam o dispositivo básico para
inúmeros sistemas de separação de pedidos. As esteiras são classificadas de acordo com a energia, a
gravidade e a sua movimentação, por roletes ou correias.
40
Na figura 11 apresenta-se uma esteria transportadora industrial.
Figura 11 – Esteira transportadoraFonte: Montemil, 2008.
As esteiras transportadoras são bastante eficientes, uma vez que somente os produtos são
movimentados, eliminando a necessidade de uma unidade de movimentação em retorno.
4.2.4.2 Empilhadeiras
Para Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 346), as empilhadeiras podem movimentar
cargas de embalagens secundárias, tanto horizontal quanto verticalmente, mas não estão
limitadas ao manuseio de cargas unitizadas (é o processo de agrupamento de embalagens
secundárias em uma unidade física para manuseio ou transporte de materiais). Há vários tipos de
empilhadeira disponíveis, como: empilhadeiras de alcance em altura são capazes de executar
movimentos verticais de até 13 metros; com garras laterais para manuseio de produtos a granel sem
paletes; empilhadeira para operações em corredores estreitos e carregamento lateral. As duas
maiores fontes de energia das empilhadeiras são: o gás propano e a eletricidade.
41
A seguir pode-se observar, na figura 12, uma empilhadeira frontal usada no manuseio do
estoque dentro do armazém.
Figura 12 – Empilhadeira frontalFonte: Alvarenga e Novaes, 2000, p. 164.
A empilhadeira frontal, diferentemente das demais citadas no texto, é a mais comum onde a
carga movimentada é contrabalançada por um contrapeso localizado na parte traseira do
equipamento.
4.2.4.3 Cabos de reboque
Segundo Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 346), os cabos de reboque são
dispositivos de arrasto, tracionados sobre o solo ou em estruturas aéreas. Eles são utilizados para
oferecer força contínua para vagonetas de quatro rodas. A principal vantagem do cabo de reboque é
o seu movimento contínuo. A aplicação mais comum dos cabos de reboque é na separação de
pedidos. Separadores de pedido colocam as mercadorias nas vagonetas de quatro rodas que são
então rebocados para as docas de expedição.
42
4.2.4.4 Veículos de reboque
Para Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 346), “o veículo de reboque é uma unidade
motorizada controlada por um operador; reboca certo número de vagonetas de quatro rodas, que
carregam várias cargas unitizadas”. São usados para facilitar a separação de pedidos. A principal
vantagem desses veículos é sua flexibilidade.
4.2.4.5 Robôs
Conforme Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 349), “o robô é uma máquina que se
assemelha ao ser humano, mas que pode ser programado para executar uma ou uma série de
funções”.
A robótica se popularizou na indústria automobilística no início dos anos 80, por ser uma
máquina que funciona com base em sistemas especializados e que usa a lógica decisória para
direcionar o processo de manuseio e automação de tarefas específicas.
O uso principal da robótica no armazenamento é construir e desmembrar cargas
unitizadas. Os autores, ainda, afirmam que no processo de desmembramento, o robô é
programado para reconhecer padrões de empilhamento em cargas unitizadas e colocar os produtos
na posição devida em uma esteira transportadora. Todavia, na construção de cargas unitizadas, é
o oposto do processo de desmembramento. Um outro uso da robótica no armazenamento ocorre
em ambientes hostis para a atividade humana. Exemplos: manuseio de materiais em áreas de
muito ruído, de materiais perigosos e de operações sob temperaturas extremas, como aquelas para
alimentos congelados.
4.2.5 Cross Docking
Para Bertaglia (2003, p. 265), o cross docking é a movimentação de produtos no centro de
distribuição com o mínimo de manuseio possível. Os produtos chegam no centro de distribuição não
são armazenados como ocorre nas formas convencionais de estocagem. Eles são movimentados
43
diretamente para caminhões estacionados nas áreas de carga (docas) e dali são deslocados
diretamente para os clientes.
Bertaglia continua afirmando que essa prática diminui sensivelmente os custos de
armazenagem e o manuseio dos produtos e a redução do tempo de entrega. Os benefícios
gerados por esse processo podem ser repassados aos consumidores.
O cross docking deve ser aplicado em produtos que tenham tempo de entrega pequeno e
cuja quantidade seja capaz de preencher paletes a fim de se otimizar o porte.
4.3 Custos
Quando falamos em custos logísticos, a primeira idéia que vem à cabeça é o custo com
o frete ou transportes. Apesar de este ser o mais significativo, os custos logísticos não se
resumem somente a isso.
Na logística o valor é manifestado primariamente em termos de tempo e lugar. Os produtos e
serviços não têm valor a menos que estejam em poder dos clientes quando (tempo) e onde (lugar)
eles pretenderem consumi-los. Tudo isto tem um custo. Pode-se identificar custos na
armazenagem, nos estoques, no processamento de pedidos e é claro no transporte.
Para Ricarte (2008), os custos relacionados à armazenagem são aqueles que são
aplicados nas estruturas e condições necessárias para que a empresa possa guardar seus
produtos adequadamente. Faz parte deste tipo de Custo, o aluguel do armazém, os custos com
aquisição de paletes, custo com pessoal do armazém, etc.
Já os custos com estoques são aqueles que são gerados a partir da necessidade de
estocar os materiais, que nada mais é do que o valor que a empresa perde imobilizando o
capital em estoque em vez de aplicar esse valor no mercado financeiro, ganhando a
remuneração dos juros.
Os custos referentes à emissão de pedidos, são aqueles custos relativos ao salário do
comprador, o aluguel do espaço destinado ao setor de compra, os papéis usados na emissão do
pedido, etc.
Refere-se aos custos do transporte como as despesas com fretes que a empresa vê na
nota fiscal ou que já está incluído no preço e todas as demais despesas relacionadas à
movimentação de materiais fora da empresa. Considera, também, os gastos com a depreciação
dos veículos, pneus, combustíveis, custo de oportunidade dos veículos, manutenção, etc.
44
Para oferecer serviços de transporte, qualquer transportadora, independentemente do
meio que utiliza, precisa ter certos elementos básicos. Esses elementos segundo Arnold (2006,
p. 382), são as vias, os terminais e os veículos. As vias são os caminhos nos quais a
transportadora opera; os terminais são lugares onde as transportadoras carregam e
descarregam os produtos; e os veículos são de vários tipos, utilizados em todos os meios de
transportem exceto na tubulação.
Além dos custos relacionados às vias, terminais e veículos, uma transportadora terá
outros custos, como o de manutenção, mão-de-obra, combustível e administração.
Para Gomes e Ribeiro (2004, p. 72) o transporte é uma atividade que representa até
60% dos custos logísticos. São denominados como custos diretos quando relacionados com as
operações: depreciação do veículo, remuneração do capital, salário e gratificações de
motoristas e ajudantes, cobertura de risco (seguro), combustível, lubrificação, pneus,
licenciamento e outras despesas; já os custos indiretos, são: a contabilidade da empresa, o setor
de pessoal e a administração de uma maneira geral. Estes custos podem variar de uma empresa
para outra conforme o tamanho e a estrutura da mesma.
Alvarenga e Novaes (2000, p. 94) afirmam que cerca de 85% (ou mais) do custo
operacional do transporte rodoviário de carga corresponde aos custos diretos, com os custos
indiretos respondendo pelos restantes 15% (ou menos).
Na moderna concepção do Gerenciamento da Cadeia de Suprimento, os Custos
Logísticos devem ser bem dimensionados e controlados, pois se antes a concorrência se
resumia somente entre as empresas, hoje essa concorrência se dá entre as cadeias produtivas.
Será mais competitiva aquela que apresentar melhor qualidade e menor preço para o
consumidor.
4.4 Logística
A seguir trataremos dos conceitos e evolução da logística, do serviço ao cliente, dos
serviços e da informação no processo logístico, do estoque, bem como do transporte através
da roteirização e corretores de cargas.
45
4.4.1 Conceitos
Para Ballou (2006, p. 27), “logística é o processo de planejamento, implantação e
controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde
o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos
clientes”. Esta definição abrange todo o fluxo de trasnformação das mercadorias, desde a
matéria-prima até o seu consumo.
Segundo Panitz (2006, p. 72), logística é a parte do processo de gerenciamento da
cadeia que planeja, implementa, controla o eficiente e efetivo fluxo e armazenagem de bens,
serviços e informações associadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o
objetivo de atender os requisitos do consumidor (Council of Supply Chain Management
Professionals - CSCMP – 2000).
A logística é singular: nunca para! É assim que Bowersox e Closs (2001, p. 20)
afirmam que a logística envolve a integração de informações, transporte, estoque,
armazenamento, manuseio de materiais e embalagens. Completam afirmando que “o objetivo
da logística é tornar disponível produtos e serviços no local onde são necessários, no
momento em que são desejados”.
Após a sua evolução que inicia durante a 2ª guerra mundial e perpassa até os anos
2000, Rodrigues (2007, p. 157), afirma que o conceito de Logística passa a ser: "conjunto de
atividades multidiscisciplinares, direcionadas a agregar valor, otimizando o fluxo de materiais, desde
a fonte produtora até o consumidor final, garantindo o suprimento na quantidade certa, de
maneira adequada, assegurando sua integridade, a um custo razoável, no menor tempo possível e
atendendo a todas as necessidades do cliente".
Conforme Novaes (2001, p. 31), no início a logística era confundida com o transporte
e a armazenagem de produtos; hoje é o ponto nevrálgico da cadeia produtiva integrada,
atuando de acordo com o moderno conceito de Gerenciamento da Cadeia de Suprimento.
4.4.2 Evolução da logística
Segundo Novaes (2007, p. 40-49) o processo de evolução da logística divide-se em
quatro fases. A seguir serão apreentados os tópicos que identificam cada uma delas
convergindo para a última, que é o Supply Chain Management.
46
a) Fase I – Atuação Segmentada:
- após segunda guerra mundial,
- produtos únicos (baixo nível de diferenciação),
- grande produção,
- estoques (palavra-chave – por não ter segurança de periodicidade de consumo),
- lotes econômicos para transportar produtos,
- necessidade de desenvolvimento rápido,
- custo alto para execução dos pedidos;
b) Fase II – Integração Rígida
- crise do petróleo início década 70,
- aumento no preço dos combustíveis e mão de obra,
- custo de transporte crescendo,
- alta concentração urbana em diferentes grandes centros,
- disponibilidade de produtos mais especificados (cor, tamanho, acabamentos),
- aumenta o leque de opções de transporte (intermodalidade),
- introdução dos primeiros computadores,
- surgimento dos primeiros sistemas de programação da produção – MRP;
c) Fase III – Integração Flexível
- final da década de 80,
- satisfação do cliente,
- redução de estoques,
- prazos mais curtos,
- idéia de Kaisen (melhoria contínua, just-in-time, sistema Toyota de produção),
- grande competitividade,
- custos baixos,
- integração Logística – Parcerias,
- uso intensivo da informação e da informática,
- tecnologia do código de barras (aliando os pontos de vendas - PDV),
- desenvolvimento de sistemas de intercâmbio eletrônico de dados – EDI;
d) Fase IV – Integração Estratégica
- ênfase absoluta na satisfação plena do consumidor final,
- operações globalizadas,
- uso do postponement (postergação), visando redução dos prazos e das incertezas
ao longo da cadeia de suprimento,
47
- constituição de empresas virtuais (empresas ágeis),
- logística reversa/logística verde – Processo de recuperação de materiais diversos
(alumínio, plástico, pilha) pela reciclagem,
- uso crescente de compras eletrônicas para redução de estoques,
- supply chain management – Gerenciamento da cadeia de suprimentos: Integração
dos processos industriais e comerciais partindo do consumidor final e indo até os
fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem
valor ao cliente.
O processo de evolução da logística dividido em quatro fases será apresentado na
figura que segue:
1ª fase 2ª fase
3ª fase 4ª fase
Figura 13 – Fases da logísticaFonte: Novaes, 2007, p. 42-49.
Conforme se observou (na figura 13) na primeira fase da logística, o estoque era o
elemento-chave no balanceamento da cadeia de suprimento; na segunda fase, semelhante a
um duto rígido de PVC ligando as partes, já havia uma integração de planejamento entre os
elementos da cadeia de suprimento, mas essa integração ainda não era flexível; a
caracterização pela integração dinâmica e flexível entre os agentes da cadeia de suprimento,
dentro da empresa e fora (com os fornecedores e cliente) aconteceu já na terceira fase; e na
48
quarta e última fase acontece a integração estratégica. Sim, porque nas três fases anteriores a
integração entre os vários agentes da cadeia de suprimento se dava basicamente em termos
físicos e operacionais, como: troca de informações, fluxos de produtos e de dinheiro, acerto de
preços e responsabilidades. Nesta fase, ocorreu um salto qualitativo, as empresas que
participam da cadeia de suprimento passaram a tratar a questão logística de forma estratégica,
ou seja, passaram a buscar soluções novas, usando a logística para ganhar competitividade e
conquistar novos negócios. A logística passou a ser um diferencial de cunho estratégico para
buscar maiores fatias do mercado.
4.4.3 Clientes
Os clientes avaliam as ofertas de qualquer empresa em termos de preço, qualidade e
serviço, e reagem de acordo com as próprias conveniências.
Para Ballou (2006, p. 94), o serviço ao cliente é o processo integral de atendimento do
pedido do cliente. Isso inclui a recepção do pedido, a determinação da forma de pagamento,
seleção e embalagem das mercadorias, embarque, entrega, disposinibilização dos seviços ao
usuário final e acerto de aventuais devoluções do produto.
A figura 14 apresenta os elementos de pré-transação, transação e pós-transação do
serviço ao cliente.
Figura 14 – Elementos do serviço ao clienteFonte Ballou, 2006, p. 95.
Pode-se observar que os elementos de pré-transação propiciam um ambiente favorável
a prestação de um bom serviço; os elementos que resultam na entrega do produto ao cliente
são os de transação; e os elementos de pós-transação representam os serviços necessários para
49
dar suporte ao produto em campo. A soma de todos esses elementos forma o serviço
corporativo ao cliente, pois este reagem de acordo com o conjunto do serviço.
4.4.4 Serviços logísticos
Segundo Novaes (2001, p. 324), o Operador Logístico é o prestador de serviços
logísticos que tem a competência reconhecida em atividades logísticas, desempenhando funções
que podem englobar todo o processo logístico de uma empresa-cliente, ou somente parte dele.
O termo Operador Logístico Integrado, muito usado no Brasil, subentende que essa
organização forneça serviços administrativos e físico-operacionais, ao mesmo tempo. Essa
variedade de atividades oferecidas pelos prestadores de serviços tem se ampliado, com um
número maior de combinações oferecidas aos clientes.
Para Gomes e Ribeiro (2004, p. 76 apud DETONI 2001, p. 324), “o termo operador
logístico de serviços logísticos abarca todo tipo de atividade logística, por mais simples que
seja, não refletindo necessariamente os avanços tecnológicos e operacionais que dão
sustentação ao moderno Supply Chain Management”.
Novaes (2001, p. 325), classifica as atividades logísticas em dois grandes grupos:
logística de suprimento e logística de distribuição. Alguns operadores logísticos se ocupam do
conjunto de atividades relacionadas a um desses dois grupos. Exemplo: A operadora logística
holandesa TNT, é a responsável pela logística de suprimento da moderna fábrica da General
Motors, no Rio Grande do Sul, para a qual dá apoio à produção, trabalhando num sistema
just-in-time. Essa operadora logística executa atividades de natureza diversa, de forma a
assegurar que todos os componentes cheguem a linha de produção no momento certo, sejam os
fabricados dentro do complexo industrial, sejam os que têm origem noutros pontos do país ou
do exterior.
Da mesma forma, Novaes (2001, p. 325) classifica os prestadores de serviços
logísticos como empresas que atuam nas áreas do transporte, armazenagem, embalagem de
produtos, importação, exportação, etc.
As operações logísticas têm mudado de forma significativa nas últimas três décadas.
Para demonstrar estas transformações, no quadro 3, serão apresentados dois elementos
importantes para o bom andamento da logística: funcionalidade e princípios do transporte.
50
Quadro 3 – Funcionalidade e os Princípios do Transporte
Funcionalidade dos transportes Princípios do transporteMovimentação de
produtosArmazenagem de
produtoEconomia de
escalaEconomia de
distânciaMovimentação do inventário, dentro da cadeia de suprimentos, tanto para frente como para trás.
Serve de armazém dos produtos na saída ou na chegada do deslocamento. É um armazenamento temporário.
É o custo por unidade de peso. O custo diminui conforme o aumento do tamanho da carga.
É aquela economia que se refere a diminuição do custo do transporte por unidade do peso conforme aumenta a distância.
Fonte – Baseado em Bowersox, p. 274, 2006.
O quadro 3 apresenta as funções do transporte. Quanto a sua funcionalidade apresenta
dois serviços principais: a movimentação e armazenagem do produto; com relação aos
princípios apresenta, também, dois de fundamental importância econômica que causando
impacto na eficiência dos transportes, que são: economia de escala (custo diminui/aumenta
tamanho carga) e economia de distância (diminui custo por unidade/peso conforme aumenta a
distância).
4.4.5 Estoque
Segundo Alvarenga e Novaes (2000, p. 88), de uma maneira geral os produtos são
estocados em pontos diferentes da cadeia logística, como: (a) no depósito da fabrica, até que
sejam despachados; (b) nos centros distribuídores ou depósitos regionais/locais; (c) nos portos
de destino (clientes, unidades comercializadoras locais, etc.); (d) nos veículos em trânsito.
Conforme Rodrigues (2000, p. 178), as funções básicas da manutenção de estoques são:
(a) garantir disponibilidade imediata de insumos para a produção; (b) atuar como amortecedor durante
o período de ressuprimento; (c) reduzir o custo do transporte, pela aquisição de maiores lotes.
Para Ballou (2006, p. 374), exitem quatro razões básicas para o uso do espaço da estocagem: 1)
redução dos custos de transporte e produção; 2) coordenador oferta e demanda; 3) assessorar no
processo de produção; e, 4) colaborar no processo de comercialização.
51
4.4.6 A Informação no processo logístico
Para realizar uma plena e satisfatória transação comercial, seja entre duas empresas ou
entre uma pessoa física e uma empresa necessita-se de uma troca de informações entre as
partes.
4.4.6.1 Tipos de informações
Novaes (2001, p. 77-78), apresenta quatro grupos principais em que podem ser
classificadas as informações.
a) Informações técnicas – este tipo de informação ocorre na comunicação
comprador-vendedor envolve aspectos técnicos relacionados ao produto;
b) Informações comerciais – são as informações que os compradores buscam
após a definição do produto ou serviço, junto aos diferentes fornecedores
envolvendo preços, prazos de entrega, condições de pagamento, etc;
c) Informações administrativas - após a transação comercial é necessário a troca de
informações entre o comprador e o fornecedor, para proceder o encaminhamento
do pedido, transferência de notas fiscais, faturas e outros documentos,
informações sobre o andamento do processo, etc;
d) Informações projetivas – estão relacionadas com o planejamento das
necessidades futuras das empresas da cadeia de suprimento. Exemplo: o
fornecedor pode acessar diretamente as informações de planejamento, de
vendas e de estoque existentes nas instalações da empresa-cliente.
Para Bowersox e Closs (2001, p. 176), as informações rápidas e precisas são decisivas
para a eficácia de sistemas logísticos. Assim, a Tecnologia da Informação vem ganhando
espaço neste ambiente de competição baseado na otimização do tempo, onde a logística
aparece como fator essencial em nível estratégico, tático e operacional, e os sistemas de
informações logísticos buscam viabilizar soluções completas e integradas para a plena gestão
da cadeia logística.
52
Isto se pode comprovar na figura abaixo onde se apresenta o caminho percorrido pela
informação, do fornecedor ao cliente e vice-versa.
Figura 15 – Sistema de InformaçãoFonte: Monteiro; Bezerra apud Ballou, 2008.
O sistema de informação, apresentado acima, é na prática utilizado pelas empresas
para melhorar o seu desempenho incluindo um custo operacional adequado, processos
logísticos inteligentes e uma maior integração com fornecedores e clientes.
Um dos fatores mais relevantes ao desenvolvimento dos processos administrativos é a
aplicação de tecnologia de informação. Existem, no mercado, alguns tipos de ferramentas que
facilitam e tornam a informação mais aprimorada para aplicação na cadeia de suprimentos,
alguns exemplos destes sistemas são: o código de barras, o Electronic Data Interchange -
EDI, o Efficient Consumer Response - ECR e os ERPs que integram todos os outros.
Monteiro e Bezerra (2008, p. 125), comentam sobre algumas ferramentas integradas
de gestão aplicadas a cadeia de suprimentos.
Warehouse Management System – WMS é o Sistema de Gerenciamento de Armazéns.
É uma tecnologia utilizada em armazéns onde ele integra e processa as informações de
localização de material, controle e utilização da capacidade produtiva de mão-de-obra, além
de emitir relatórios para os mais diversos tipos de acompanhamento e gerenciamento.
Radio Frequency Identification – o RFID identifica via Radio Freqüência e é uma das
mais novas tecnologias de coleta automática de dados. A principal vantagem do uso de
sistemas RFID é realizar a leitura sem o contato como no código de barras. Funciona com
uma antena, um transmissor e um decodificador. Esses componentes interagem através de
53
Fábrica
TransporteArmazenamento
Consumidor
FornecedorTransporte
Armazenamento
Transporte
Transporte
Informação
ondas eletromagnéticas transformando-as em informações capazes de ser processadas por um
computador.
Esse sistema pode ser usado para controle de acesso, controle de tráfego de veículos,
controle de bagagens em aeroportos, controle de containers e ainda em identificação de pallets
Global Positioning System – o Rastreamento de Frotas com Tecnologia GPS é o
processo de monitorar um objeto enquanto ele se move. GPS é um sistema de posicionamento
mundial formado por uma constelação de 24 satélites que apontam a localização de qualquer
corpo sobre a superfície terrestre.
Código de Barras - O sistema surgiu da idéia de se criar um mecanismo de entrada de
dados mais rápida e eficiente. A leitura de código de barras exige que sejam utilizados alguns
aparelhos específicos e que são adotados conforme a necessidade da empresa. Alguns desses
aparelhos são os leitores (caneta ótica, pistola laser, scanner omnidirecional e o leitor
automático de documentos), os decodificadores (decodificador para teclado, decodificador
para interface serial e decodificador para joystick) e impressoras especiais. Existe uma
padronização mundial para a leitura de código de barras. Para cada produto ou objetivo da
identificação existe um tipo de código.
Electronic Data Interchange - o EDI, ou Intercâmbio Eletrônico de Dados é um
sistema que auxilia diretamente, a rotina dos vendedores agilizando o processo de
comunicação com a empresa na transmissão de dados.
Vendor Managed Inventory - VMI ou Estoque Administrado pelo Fornecedor, é uma
ferramenta muito importante principalmente para a cadeia de suprimentos. O principal
objetivo desta técnica é fazer com que o seu fornecedor, através de um sistema de EDI,
verifique a sua real necessidade de produto, no momento certo e na quantidade certa.
Efficient Consumer Response - o ECR, Resposta Eficiente ao Cliente, não é um
sistema e nem é uma técnica, é um conjunto de práticas desenvolvidas em conjunto com
fabricantes, distribuidores e varejistas com o objetivo de obter ganhos por eficiência nas
atividades comerciais e operacionais entre as empresas, prestando assim um serviço de
qualidade ao consumidor final.
De um modo geral, o sucesso da implantação de sistemas logísticos nas empresas e as
vantagens advindas de sua aplicação, dependem do processo de amadurecimento empresarial.
A palavra-chave passa a ser a integração empresarial para obtenção de vantagem competitiva.
54
4.4.7 Roteirização
Com o objetivo de racionalizar o uso da frota rodoviária, atualmente, vem sendo utilizado
um processo de planejamento prévio das entregas, por meio do ordenamento de um roteiro lógico
determinado pela capacidade do veículo transportador, considerando a distância do percurso e o
tempo necessário para a entrega de cada lote.
Para Rodrigues (2007, p. 136), aparentemente a roteirizarão é uma atividade muito simples,
mas quando se é obrigado a considerar inúmeras alternativas, tais como tempo e distância total a
serem percorridos ao longo da rota, capacidade de carga do veículo transportador, quantidade de
entregas por veículo, tempo médio de cada entrega, a análise desse conjunto de variáveis passa
a demandar sistemas informatizados e softwares específicos, utilizando mapas digitais ou sistemas
de coordenadas para apoiar o processo de tomada de decisão.
4.4.8 Corretores de cargas (Brokers)
Segundo Rodrigues (2007, p. 137), são profissionais que se especializam em determinados
tipos de mercadorias, modais de transportes, rotas e freqüências de partidas, condições operacionais
nos pontos de transbordo, fretes, etc., de forma a prestar assessoramento e intermediar as relações
entre os proprietários de carga e os transportadores. Estes profissionais atuam de forma
autônoma ou constituem uma sociedade civil com o fim de promover o agenciamento das cargas,
cobrando comissões sobre os fretes gerados.
4.4.9 Gestão da cadeia de suprimento - supply chain management
A era “Supply Chain” tem cunho estratégico e vigora da década de 80 até os dias de
hoje. Nesse período, a logística é utilizada como fator diferenciador para agregar valor ao
produto, buscando vantagens competitivas em relação aos concorrentes.
Para Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 48), a logística existe no contexto da gestão
da cadeia de suprimento para mover e localizar o inventário de maneira a alcançar os
benefícios desejados de tempo, local e posse, a um custo total mínimo. “É a integração dos
55
processos industriais e comerciais partindo do consumidor final e indo até os fornecedores
iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor ao cliente.”
Segundo Rodrigues (2007, p. 175) “em 1963 foi fundado nos Estados Unidos o Conselho
Nacional de Gerenciamento da Distribuição Física. Seus participantes descobriram algumas
interfaces entre as funções de armazenagem e transporte, passando a integrá-las no gerenciamento da
distribuição física”.
A figura 16 mostra o canal físico de suprimento e o canal físico de distribuição que
respectivamente, dizem respeito à lacuna em tempo e espaço entre as fontes materiais e os
pontos de processamento de uma empresa e à lacuna de tempo e espaço entre os pontos de
processamento e os clientes da empresa.
Figura 16 - A cadeia de suprimento imediata da empresaFonte: Ballou, 2006, p. 30.
Na figura acima, os dois canais apresentam semelhança nas atividades as quais
integram a logística empresarial.
Conforme Ballou (2006, p. 29), a logística/cadeia de suprimento é um conjunto de
atividades funcionais (transporte, controle de estoques, etc.) que se repetem inúmeras vezes ao
longo do canal pela qual matérias–primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos
quais se agrega valor ao consumidor.
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A figura 17 mostra o triângulo do planejamento em relação às principais atividades de
logística/gerenciamento da cadeia de suprimento.
Figura 17 – O triângulo do planejamento da cadeia de suprimentosFonte: Ballou, 2006, p. 45.
No gerenciamento logístico, o planejamento segue um triângulo de decisão primário de
localização, estoque e transporte, sendo que, o serviço aos clientes é o resultado dessas decisões.
Para Novaes (2001, p. 32), um elemento básico para o processo produtivo é o
distanciamento espacial entre a indústria e os mercados consumidores, de um lado, e as
distâncias entre a fábrica e os pontos de origem das matérias-primas e dos componentes
necessários à fabricação dos produtos, de outro.
O composto de atividades da logística empresarial varia de acordo com as empresas. A
figura 18 organiza essas atividades pela ordem mais provável de sua concretização.
Figura 18 - Atividades logísticas na cadeia de suprimentos Fonte: Ballou, 2006, p. 31.
57
A figura 18 apresenta a lista detaIhada no abastecimento fisico e na distribuição física.
Essas atividades compõem a cadeia de suprimento pela ordem mais provável de sua
concretização.
Para Christopher (apud GOMES; RIBEIRO 2004, p. 120), “a cadeia de suprimentos
representa uma rede de organizações, através de ligações, nos dois sentidos, dos diferentes
processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços que são colocados
nas mãos do consumidor final”.
Segundo Gomes e Ribeiro (2004, p. 120) a Gestão da Cadeia de Suprimento é o controle de
materiais, informações e finanças dentro do processo que vai do fornecedor ao consumidor, passando
pelo fabricante, atacadistas e varejistas. A maior meta de qualquer sistema de GCS é reduzir estoques
(com a garantia de que os produtos estarão disponíveis quando necessário). Para isto, Gomes elenca
três fluxos principais:
a) fluxo de produtos;
b) fluxo de informações;
c) fluxo financeiro.
Para Novaes, (2001, p. 35), a logística empresarial evolui muito desde seus primórdios
e vem agregando valor de lugar, de tempo, de qualidade e de informação à cadeia produtiva.
Eliminando do processo tudo o que não tenha valor para o cliente a logística moderna
busca o aumento da eficiência, a melhoria dos serviços, a competição no mercado e a redução
contínua nos custos. Na figura 19 vê-se esta evolução.
Figura 19 - A evolução da logística para a cadeia de suprimentosFonte: Ballou, 2006, p. 30.
58
Na figura 19 se observa o enxugamento das atividades, antes fragmentadas e hoje agrupadas
em subsistemas internos da empresa originando e formatando o novo conceito de logística.
Rodrigues (2007, p. 176) afirma que para a Supply Chain tornar-se uma realidade, é preciso
que haja uma mudança radical na visão de todos os subsistemas internos da empresa relacionados à
Logística, passando a enfocar, não mais um conjunto disperso de fabricantes, transportadores e
distribuidores, mas um sistema integrado, direcionado e gerenciado para efetivamente gerar valor
para o cliente.
Segundo Telles (2004, p. 90 apud WOOD Jr; ZUFFO, 1997), “Supply Chain é uma
evolução do conceito de logística, é responsável pelo gerenciamento do fluxo de toda a cadeia
de suprimentos”.
E continua:Um sistema que envolve todos os elementos de uma cadeia de produção, do fornecedor de matéria-prima até a entrega do produto (ou serviço) pelo comércio varejista (ou pela empresa prestadora de serviços) ao consumidor final, visando à otimização da cadeia de valores como um todo. É responsável pela gestão da cadeia de suprimentos. Essa evolução ocorreu devido à concorrência, que não se dá mais entre empresas, mas entre cadeias. Se essa corrente tiver um elo fraco e partir, compromete toda a cadeia.
Na figura 20 observa-se um conjunto de componentes interligados, que trabalham de
forma coordenada para atingir um objetivo comum.
Figura 20 - Modelo Supply ChainFonte: Telles, 2004, p. 91 apud Wood Jr e Zuffo,1997.
A sincronização perfeita de todas estas atividades, para que tudo funcione bem no
tempo certo, poderá eliminar perdas substanciais, reduzir o capital investido, satisfazer o
cliente e conquistar uma maior fatia do mercado.
59
4.5 Marco teórico
O transporte é o mais importante dos processos logísticos, visto que representa o lado
mais visível nesse processo. É, em última análise, a concretização e resulta na entrega dos
produtos.
Segundo Taboada (2002, p. 2), o setor de transporte contribui com quase 7% do PIB
nacional brasileiro, gerando mais de 3,5 milhões de empregos no país. Para Taboada, a
logística não necessita apenas de um mero deslocamento de cargas de um ponto a outro, é
necessário um conjunto de atividades que permita a movimentação do fluxo dos materiais,
desde um ponto fornecedor até o consumidor, devendo integrar a cadeia de negócios que atua
de forma sincronizada, agregando valores e atendendo às necessidades do mercado.
As mudanças ocorridas no ambiente de negócios, na década de 90, entre elas, a
abertura da economia, sua estabilização e presença marcante de negócios com abrangência
global, exigiram a substituição do antigo modelo de gerenciamento empresarial, baseado na
produtividade, por um novo modelo, baseado na competitividade.
Neste sentido, as vias tradicionais para melhorar a produtividade, a qualidade e os
custos foram se esgotando e surgiu então a logística como uma oportunidade de conseguir
novos ganhos saindo de uma abordagem operacional para uma abordagem estratégica.
Abaixo o quadro apresenta as diferenças entre os serviços baseados em contratos
tradicionais X contratos logísticos, ou seja, do antigo e do novo conceito de logística.
Quadro 4 - Serviços Tradicionais x Serviços Logísticos
Serviços Tradicionais Serviços LogísticosNão personalizados PersonalizadosUnidimensionais: transportes, armazenagem.
Multidimensionais, ligando transporte, armazenagem, controle de estoques, tributos.
Clientes procuram reduzir os custos de transporte
O objetivo é procurar reduzir o custo total, mas buscando um melhor serviço.
Contratos curtos e negociados rapidamente
Contratos longos, definidos pela alta administração após longa negociação.
Experiência específica Experiência abrangente.Arranjos simples Arranjos complexos.Fonte: Villarinho, 2008.
No quadro 4 se percebe o novo estágio de relacionamento com os clientes e as devidas
reestruturações internas necessárias para que isso venha a ocorrer. As diferenças entre
contratos tradicionais de prestação de serviços é o que pressupõem a logística integrada.
60
Hoje, a logística apresenta-se como uma importante ferramenta para a criação de
vantagens competitivas nas organizações. No cenário econômico do Brasil, as organizações
começam a trabalhar em cadeias que agreguem valores aos seus clientes. Esta nova
estruturação e funcionamento das cadeias são conhecidas como Gerenciamento da cadeia de
Suprimento.
61
5 MÉTODO
Este capítulo foi desenvolvido em quatro seções. A primeira abordou o tipo de
característica do estudo. A área-alvo e sujeitos da pesquisa foram apresentados na segunda
seção. Na terceira, foi apresentada a coleta de dados e, por fim, a quarta seção, apresentou a
análise dos dados que foram coletados.
5.1 Tipo de característica do estudo
Para Roesch (1996, p.119; 146), os trabalhos podem ser abordados de forma
quantitativa ou qualitativa. Sendo, a pesquisa qualitativa, apropriada para a avaliação
descritiva, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa ou plano, ou seja,
selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção. A pesquisa qualitativa tem
por objetivo o aprofundar o conhecimento em relação à determinada indagação ou problema.
Conforme Vergara (2007, p. 46-48), as pesquisas podem ser classificadas quanto aos
fins e quanto aos meios.
a) Quanto aos fins, a pesquisa foi exploratória:
- realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado.
Por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que poderão surgir
durante ou ao final da pesquisa;
b) Quanto aos meios, a pesquisa foi bibliográfica, telematizada e de campo:
- bibliográfica - por ser um estudo sistematizado e desenvolvido com base em
material publicado em livros, revistas, jornais e redes eletrônicas, isto é,
materiais acessíveis ao público em geral,
62
- telematizada visto que encontra em Vergara (1998, p. 46), a definição cuja base
refere à busca de informações em meios que combinam o uso de computador e
telecomunicações. A pesquisa na internet é um exemplo, do que foi realizado
neste trabalho,
- pesquisa de campo – é a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou
ocorreu um fenômeno e/ ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Pôde-se
incluir entrevistas, aplicação de questionários, testes e observação.
Tomando por base os conceitos, foi utilizada a pesquisa qualitativa, a fim de que se
analisassem possibilidades e formas que apontassem meios de a Planalto Encomendas tornar-
se uma Empresa Operadora Logística.
5.2 Área – alvo e sujeito
Segundo Roesch (1996, p. 120), o estudo pode estar concentrado em um departamento
da empresa, como geralmente ocorre com propostas que visam a diagnósticos, planos ou
sistemas em determinados setores, ou englobar toda a organização.
A partir desta definição a pesquisa foi realizada junto a Planalto Encomendas,
localizada em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, no setor de encomendas, que é
responsável pelo recolhimento e entrega, nos respectivos destinos, dos produtos coletados.
Para Vergara (2007, p. 53), os sujeitos da pesquisa são as pessoas que fornecem os
dados necessários para a elaboração do estudo. Sendo assim, foi entrevistado o gerente
comercial – Sr. Daniel Martin.
A escolha do gerente comercial para acompanhar e desenvolver a pesquisa junto com
a autora foi determinada tendo em vista a experiência na área e por ser ele o principal
responsável pela venda do serviço prestado pela transportadora.
Por fim, no desenvolvimento dessa pesquisa, o conhecimento do entrevistado
proporcionou dados que enriqueceram o trabalho tornando-o elucidativo.
63
5.3 Coleta de dados
O método foi desenvolvido a partir de uma pesquisa qualitativa e as técnicas de coleta
de dados utilizadas foram feitas a partir de pesquisa bibliográfica (conforme está definido por
Vergara 2007, p. 48 e descrito no item 5.1) e entrevista em profundidade que, segundo
Roesch (2006, p. 159), “é fundamental na pesquisa qualitativa”.
Continua:O seu objetivo primário é entender o significado que os entrevistados atribuem a questões e situações em contextos que não foram estruturados anteriormente a partir das suposições do pesquisador junto aos integrantes da empresa, que terá como objetivo ampliar e enriquecer os dados apresentados, assim como outras informações que forem consideradas importantes para o trabalho.
A partir dos conceitos destacados acima, e para alcançar os objetivos específicos, foi
realizada uma entrevista em profundidade aplicada ao sujeito da pesquisa, conforme citado na
seção 5.2. Utilizou-se um roteiro semi-estruturado (APÊNDICE A), composto por questões
abertas, no qual o principal objetivo foi o de permitir ao entrevistado que expressasse
livremente sua opinião, direcionando-o para aspectos considerados importantes do trabalho.
As questões buscaram responder às necessidades do autor com relação aos temas propostos
nos objetivos específicos.
5.4 Análise de dados
Para Roesch (1996, p. 141), “os dados poderão ser manipulados de várias maneiras”,
entretanto, a literatura permitiu a elaboração das questões do roteiro para a entrevista em
profundidade. Na seqüência, através da análise de conteúdo da pesquisa, a entrevista foi
transcrita e o resultado obtido consta na seção 6.2 onde se apresenta os serviços prestados pela
empresa em questão.
Os dados analisados qualitativamente, considerando o levantamento bibliográfico, a
observação e pesquisa realizada, bem como o resultado dos dois últimos procedimentos
facilitaram a análise e a proposição de ações que contribuirão para que a empresa Planalto
usufrua do levantamento realizado. Nele, buscou-se demonstrar a possibilidade de avanço e
adequação ao mercado através de uma mudança de foco e de um reposicionamento
estratégico.
64
A seguir, apresenta-se o quadro 5 com um resumo das técnicas de coleta e análise que
foram utilizadas para cada objetivo específico.
Quadro 5 - Composição da análise de dados
OBJETIVO ESPECÍFICO 1 TÉCNICA DE COLETA TÉCNICA DE ANÁLISE
a) Identificar o conceito de uma empresa transportadora e de uma empresa de logística;
- Pesquisa bibliográfica e telematizada;
- Leitura exploratória;
OBJETIVO ESPECÍFICO 2 TÉCNICA DE COLETA TÉCNICA DE ANÁLISE
b) Descrever as características da Planalto Encomendas que a identificam como empresa transportadora;
- Pesquisa de campo e observação da rotina de trabalho;- Entrevista em profundidade através de roteiro com o gerente comercial;
- Análise do fluxo pesquisado e observação;
OBJETIVO ESPECÍFICO 3 TÉCNICA DE COLETA TÉCNICA DE ANÁLISE
c) Identificar os passos que deverão ser alcançados para que a Planalto Encomendas torne-se uma Empresa de Logística.
- Pesquisa bibliográfica;- Entrevista.
- Análise dos resultados dos objetivos anteriores;- Leituras exploratórias;
Fonte: Próprio Autor, 2008
65
6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
O presente capítulo versa sobre a identificação do serviço de uma empresa
transportadora e de uma empresa operadora logística e sobre a caracterização dos serviços
prestados pela Planalto Encomendas. Nele, identificam-se os passos a serem dados pela
Planalto, a fim de que possa alcançar o status de uma empresa de logística.
6.1 Identificação do serviço de uma Empresa Transportadora e de uma Empresa Operadora Logística
O conceito de operador logístico é bastante recente, portanto esta seção pretende
esclarecer, a partir dos conceitos e as especificações a seguir, as reais diferenças entre uma
Empresa Transportadora e uma Empresa Operadora Logística.
6.1.1 Empresa transportadora
Neste item, especificamente, tratará dos temas referentes as empresas transportadoras
tradicionais e aos tipos de empresas transportadoras.
66
6.1.1.1 Transportadora tradicional
Considera-se uma transportadora tradicional a empresa de transportes de cargas que
transfere produtos de um ponto para outro, solicitado por alguma organização. Na maioria das
vezes, o contrato é verbal, entre as parte, não existindo um contrato formal. Para Telles (2004,
p. 67), a sua função é coletar o produto, transportar e entregar a mercadoria no local desejado
pelo contratante, dentro de um prazo determinado.
6.1.1.2 Cenário do mercado
Segundo Bertolazzi (1998, p. 37), o transporte rodoviário de cargas (TRC) é
responsável por cerca de 70% do volume de movimentação de mercadorias no Brasil. O TRC
participa com 7 a 8 por cento do Produto Interno Bruto. (ANTHROPOS CONSULTORIA
S/C LTDA, 1988). Porém, a competição acirrada, os custos elevados, clientes exigentes e
outros fatores como a insegurança com o roubo das cargas fazem parte do cenário que as
empresas transportadoras enfrentam. Conforme Neves (TIGERLOG, 2008), para sobreviver e
crescer nesse mercado, as transportadoras têm basicamente duas opções: se especializar cada
vez mais nos serviços de transportes e em seus clientes e se transformar num operador
logístico fornecendo serviços de logística integrada.
E continua:Ambas as opções requerem das transportadoras investimentos em infra-estrutura, pessoas e tecnologia da informação e o seu redirecionamento estratégico. Especializar-se nas atividades de transporte para manter-se competitivo no mercado significa reposicionar-se bem diante do cliente, e também oferecer diferenciais no serviço e no preço. Manter-se vivo nesse mercado sem depender de alianças operacionais com grandes operadores logísticos ou de estratégias radicais de preço é um grande desafio para as Transportadoras.
Ainda, para complementar, Neves (2008), afirma que: “transformar-se num Operador
Logístico deverá ser o caminho natural para todas as grandes e médias empresas de transporte
rodoviário de carga, a médio e longo prazo.
67
6.1.1.3 Classificação das empresas transportadoras
No Brasil, hoje, há três classes de transportadoras: Empresa Transportadora Comercial
(ETC), Empresa de Carga Própria (ECP) e Autônomo (AUT). A partir desta classificação os
governos, na maioria das vezes, consideram a situação legal das transportadoras e limitam a
atuação das mesmas a mercados e serviços específicos para que elas possam operar em
ambientes competitivos e com preços estáveis. Essas restrições denominam-se licença operacional e
fazem parte da autorização legal para o transporte de produtos e commodities entre dois pontos.
(BALLOU apud GOMES e RIBEIRO, 2004, p. 100).
Com relação às empresas de transporte comercial, é possível fazer uma distinção entre
três formas:
a) pequenas empresas - confundem-se com autônomos que, muitas vezes,
possuem mais de um caminhão, caracterizando-se pelo transporte de cargas
inteiras,
b) empresas de médio porte, geralmente trabalham no transporte de cargas
fracionadas, com linhas regionais específicas,
c) empresas de grande porte, caracterizam-se pela ampla rede de pontos em
diversos estados brasileiros.
Quanto aos transportadores de carga própria, pela necessidade que as organizações
têm de garantir regularidade, pontualidade e qualidade nos serviços de transporte de seus
produtos, se observa um aumento na sua participação no conjunto do transporte rodoviário de
cargas.
Quanto à última categoria, os autônomos, dividem-se em três formas:
a) os vinculados a empresas de transporte comercial (ETC);
b) os vinculados a transportadores de carga própria (TCP);
c) os sem vínculo algum.
A partir da perspectiva de licença operacional, existem quatro classes de
transportadas: comuns, contratadas, privadas e isentas.
68
6.1.1.3.1 Transportadoras comuns
O sistema de transporte em geral está fundamentado no serviço da transportadora comum que
oferece transporte eventual e serviços diversos de transporte de cargas individuais.
A responsabilidade dessas transportadoras é prestar serviços ao público a preços justos.
Sua licença operacional permite que elas transportem qualquer commodity, utensílios domésticos
ou computadores, mas limita a região e se a programação será regular ou não. (GOMES;
RIBEIRO, 2004, p. 101).
6.1.1.3.2 Transportadoras contratadas
Estas prestam serviços para clientes específicos. A base de contrato ocorre entre
embarcador, que solicita um serviço de transporte específico a um custo previamente combinado
entre as partes. (GOMES; RIBEIRO, 2004, p. 101).
6.1.1.3.3 Transportadoras privadas
Nesse caso, a firma é proprietária de seus próprios veículos que, a princípio, são frotas
próprias não disponíveis para aluguel nem sujeitas à regulamentação, embora devam agir de
acordo com as legislações que regem a movimentação de mercadorias de alto risco, a segurança
dos funcionários, veículos e outras regulamentações sociais estabelecidas por agências
governamentais - Departamento de Transportes.
A mais importante diferença entre transportador próprio e de prestação de serviço a
terceiros é que, no primeiro caso, a atividade de transporte deve ser resultante do principal negócio da
empresa para que seja qualificado como tal.
Devido à falta de regulamentação, os custos das frotas próprias e transportadoras externas
têm pouca diferença. Por este motivo, várias empresas reduziram suas operações com transporte
próprio e concentraram suas habilidades gerenciais e os recursos na execução de seus negócios.
Além disso, para aumentar a sua competitividade, as empresas passaram a buscar serviços de
69
transportadoras especializadas e com habilidades operacionais especificas. (GOMES; RIBEIRO,
2004, p. 101-102).
6.1.1.3.4 Transportadoras isentas
Transportadoras isentas são empresas que não sofrem restrições de regulamentação
econômica, tendo isenção a determinadas commodities transportadas ou a mercados específicos,
como produtos agrícolas não-processados e matérias-primas do setor extrativista. Quanto a mercados
isentos, estão incluídas áreas localizadas próximas aos aeroportos ou áreas metropolitanas. Essas
transportadoras, tanto quanto as demais, devem obedecer às leis de segurança e ter permissão dos
Estados em que operam e, caso tenham movimentações interestaduais, suas taxas de frete precisam
ser divulgadas.
Os compromissos são assumidos conforme o nível de envolvimento ou compensação
financeira oferecida pelo embarcador à transportadora. As comuns são as que apresentam menor
grau de envolvimento, já que as obrigações se limitam a uma única carga por vez. Os que
envolvem assinatura de contratos têm maior grau de compromisso, pois os acordos se estendem
por um período de seis meses a um ano. Quanto ao grau de envolvimento financeiro, tanto para as
comuns como para as contratadas, dependerá do peso a ser transportado. Em caso de frota própria, o
envolvimento é ainda maior, pois envolve tanto os custos fixos dos equipamentos como as variáveis
operacionais. (GOMES; RIBEIRO, 2004, p. 102).
6.1.2 Empresas de serviços logísticos
Uma Empresa Operadora Logística caracteriza-se por prestar, basicamente, os serviços
de armazenamento, estoque e transporte de forma integrada. Neste sentido, os mesmos serão
descritos a partir dos itens a seguir: os tipos de serviços logísticos, a classificação das
empresas operadoras de logísticas, as atividades de uma empresa de serviço logístico, as
razões para terceirizar as atividades logísticas no Brasil, bem como os resultados obtidos com
a terceirização, o sistema de informação e comunicação dentro da empresa de logística e quais
as perspectivas para o futuro, neste campo.
70
6.1.2.1 Conceito de empresa operadora de serviço logístico
A indústria de operadores logísticos no Brasil é bastante recente. Pode-se dizer que
esta mudança ganhou volume em 1994, a partir da estabilização econômica propiciada pelo
Plano Real, conforme comenta Fleury e Ribeiro (2006, p. 302).
Segundo a Associação Brasileira de Movimentação e Logística (ABML), operador
logístico é uma empresa prestadora de serviços, especializada em gerenciar e executar todas
ou parte das atividades logísticas nas várias fases da cadeia de abastecimento, que agrega
valor aos produtos e serviços de seus clientes e que tenha competência para, no mínimo,
prestar simultaneamente serviços nas três atividades consideradas básicas: gestão de estoques,
armazenagem e gestão de transportes.
Ainda, para complementar, a definição de operador logístico com a contribuição de
Fleury (2000, p. 295), que reforça a característica de integração de todas as atividades de
logística, de uma forma própria a cada cliente. Desta forma, pode-se entender que o operador
logístico deve trabalhar de forma sincronizada na busca da racionalização do custo e tempo do
seu cliente, oferecendo um serviço que agregue valor ao cliente final e que este o perceba.
6.1.2.2 Tipos de serviços e a classificação dos operadores logísticos
Nos itens a seguir serão explicitados os tipos de serviços logísticos, bem como a
classificação dos Operadores Logísticos.
6.1.2.2.1 Tipos de serviços logísticos
Sob o ponto de vista dos tipos de serviços prestados, podem ser classificados, segundo
Novaes (2001 p. 328), em dois grupos básicos: Prestadores de Serviços Logísticos baseados
em ativos e Prestadores de Serviços Logísticos baseados em administração.
a) Prestadores de Serviços Logísticos baseado em ativos, ou seja, empresas que
detêm ou alugam a terceiros ativos tangíveis e oferecem outros serviços logísticos,
como ampliação natural de sua atividade central. É o caso, por exemplo, de uma
71
companhia de armazéns, que pode fornecer serviços de embalagens, etiquetagem
ou montagem final, além dos serviços tradicionalmente ofertados aos clientes;
b) Prestadores de Serviços Logísticos baseados em administração e no tratamento da
informação: são empresas que operam na administração de atividades, e que não
detêm ou alugam ativos tangíveis. Exemplo: uma empresa que fornece aos seus
clientes, recursos humanos e sistemas para administrar toda ou parte de suas
funções logísticas.
Com a identificação dos dois tipos de serviços anteriores, pode-se dizer que juntos
geram um terceiro grupo, denominado híbrido ou integrado, conforme Africk e Calkins
citados por Gomes e Ribeiro (2004, p. 76), e que corresponde aos Prestadores de Serviços
Logísticos que oferecem serviços logísticos físicos e administrativos ao mesmo tempo. São os
grandes operadores logísticos que administram o processo logístico das sociedades comerciais
e industriais, ao mesmo tempo em que oferecem serviços físicos, caracterizados por um alto
grau de personalização dos serviços oferecidos, ou seja, os serviços físicos e administrativos
são combinados de forma a atender às necessidades dos clientes (NOVAES, 2007, p. 287). A
seguir, a figura 21, mostra os vários tipos de operadores.
Figura 21 – Tipos de operadores segundo o serviço prestadoFonte: Novaes, 2007, p. 287.
O prestador de serviço logístico físico tem baixa complexidade administrativa, mas
com ativo altamente especializado; os prestadores de serviço administrativo se caracterizam
pelo baixo comprometimento com ativos e maior complexidade na oferta de serviços
baseados nos recurso humanos; e o prestador de serviço híbrido caracteriza-se pelo alto grau
de personalização dos serviços oferecidos, ou seja, combina os serviços físicos e
administrativos conforme a necessidade do cliente.
72
6.1.2.2.2. Classificação das empresas operadoras de logística
A classificação pode ser baseada na atividade de origem das empresas: transporte,
armazenagem, embalagem de produtos, importação e exportação. Segundo Telles (2004, p. 71
apud FLEURY, 2000), uma análise histórica das empresas de serviços logísticos indica que
são originárias de vários setores, entre estes: da distribuição de produtos, da indústria, de
transportes e de armazenagem. Podemos confirmar isto observando alguns dos mais conhecidos
operadores internacionais, como: a Exel Logistics que teve origem na atividade de
armazenagem, a Carterpillar Logistics, como departamento de logística da Cartepillar,
empresa fabricante de equipamentos pesados e a FedEx, como empresa de entrega expressa.
No quadro abaixo são apresentados alguns exemplos de empresas que a partir da
ampliação dos serviços ou a diversificação do seu negócio atuam como empresas operadoras
de logística.
Quadro 6 - Exemplos de Operadores Logísticos de diferentes origens
Surgidos da Ampliação de Serviços Surgidos da diversificação de negócioExterior Brasil Exterior Brasil
Ryder Columbia Armazéns Federal Express DDF/DanzasRoadway Transp. Americana UPS Cotia Trading
TNT ------------- Cartepillar Marbo/MartinsFriz Company ------------- Mitsui Logistcs ----------------
Exel -------------- --------------- ----------------J.B. Hunt ------------- ------------- -------------Schneider ------------- ------------- -------------
Fonte: Fleury, 2000, p. 135.
No Brasil, atuam algumas empresas prestadoras de logística, como: a distribuição (Marbo
Logística Integrada/Grupo Martins), a manufatura (Portobello Armazéns Gerais
Ltda./Portobello), os serviços de transporte e a armazenagem (Tora Logística/Tora Transportes
e Varig/Variglog).
73
6.1.2.3 Diferenças do operador logístico para a transportadora tradicional
A principal diferença entre o operador logístico e a transportadora tradicional é que no
primeiro existe a coordenação das atividades logísticas de forma integrada. Gomes e Ribeiro
(2004, p. 76 apud FLEURY, 2000) concordam com a existência de diferenças, como pode ser
observado no quadro 7 a seguir:
Quadro 7 – Características dos Operadores Logísticos integrados e das Transportadoras de serviço Tradicional
Transportadora Tradicional Operador Logístico IntegradoOferece serviços genéricos – commodities. Oferece serviços sob medida – personalizados.Tende a se concentrar em uma única atividade
logística: transporte, estoque ou armazenagem.
Oferece múltiplas atividades de forma
integrada: transporte, estoque e
armazenagem.O objetivo da empresa contratante do
serviço é a minimização do custo específico
da atividade contratada.
Os objetivos da contratante são reduzir
os custos totais da logística, melhorar os
serviços e aumentar a flexibilidade.Contratos de serviços tendem a ser de curto a médio
prazo (seis meses a um ano).
Contratos de serviços tendem a ser de longo
prazo (cinco a dez anos).Know-how (conhecimento de causa e experiência)
tende a ser limitado e especializado (transporte,
armazenagem, etc.).
Possui ampla capacitação de análise e
planejamento logístico, assim como de
operação.
Negociações para os contratos tendem a ser rápidos
(semanas) e em nível operacional.
Negociações para contrato tendem a ser longas
(meses) e em alto nível gerencial..Fonte: Fleury, 2000, p. 133.
A maior diferença entre um operador logístico e um prestador de serviço tradicional é
a preocupação de que todos estejam ganhando. O operador logístico está sempre inovando o
seu serviço, buscando uma maior qualidade no serviço prestado. (TELLES, 2004, p. 71).
A seguir Telles (2004, p. 72-74), apresenta algumas diferenças entre um operador
logístico e uma transportadora de serviços tradicionais em nível operacional, tático e
estratégico.
No nível operacional o operador logístico faz o básico, mas também transforma dados
adquiridos junto aos consumidores em informações úteis para o cliente contratante. Pode-se
74
acompanhar toda a carga através do monitoramento via satélite do caminhão tendo a
confirmação, com segurança, da hora exata da entrega do produto ao seu cliente final.
Entretanto, a transportadora de serviço tradicional está preocupada só com sua função isolada
básica. Exemplo disso é quando se contrata um transportador qualquer, adquire-se um serviço
de transporte somente, não se recebe um retorno de como, de que forma e quando o serviço
está sendo feito, só se sabe, de algum problema ou atraso se o cliente reclamar. Não funciona
como um parceiro.
No nível tático, o operador logístico procura realizar um serviço que agrega valor e
relacionamento. É visto como uma parceria que pode durar muito e que ambos tendem a
ganhar. A informação é acessível em todos os canais e um de seus objetivos é a diminuição
dos custos logísticos totais, e não só de sua pequena área de atuação. Por outro lado, a
Transportadora de Serviço Tradicional preocupa-se em desempenhar o que lhe é confiado sem
necessariamente abranger os itens acima descritos, a exemplo: fornecer processos e
informações.
Exemplificando: no controle de estoque, todo o serviço que é realizado e as melhorias
executadas não são divulgadas para que a empresa contratante possa aplicar em outros
setores, a não ser que o prestador de serviço tenha alguma vantagem com isso.
Do ponto de vista estratégico, a contratação do operador logístico é fundamental para
a organização na procura de novos mercados, na redução de custos totais, para perceber
melhor o seu próprio negócio, ter uma maior flexibilidade, agilidade, rapidez, segurança e
competitividade. O operador logístico pode oferecer todas as vantagens que a organização
necessita e manter-se eficiente e eficaz na manutenção e crescimento de seu cliente final,
conceito esse que um prestador de serviço tradicional não tem.
Neste sentido, o operador logístico veio para atender a uma necessidade imposta pelo
mercado consumidor que procura organizações ágeis, que respondam a demanda que pode
surgir a qualquer momento e em qualquer lugar do globo. Essas organizações devem contratar
um operador logístico e adotar uma abordagem inovadora para os serviços logísticos
mantendo e ampliando a sua vantagem competitiva.
75
6.1.2.4 Atividades de uma Empresa de Serviço Logístico
O operador Logístico deve sempre buscar atender as necessidades do cliente. Dentro
desta perspectiva é ele o profissional que vai definir suas funções, tendo sempre a meta de
gerar valor agregado ao serviço e produtos do cliente, diminuindo o seu custo logístico total.
Em sua atribuição profissional constam as ferramentas adequadas para o tipo de serviço que
foi contratado deixando o cliente voltado, tão somente para o objetivo da organização.
Conforme a Associação Brasileira de Movimentação e Logística - ABML as
atividades de uma empresa que presta serviços logísticos, são:
Quanto à estocagem:
a) estabelecer a política de estoques com o cliente;
b) controlar e responsabilizar-se por quantidades, localização e valores do estoque
físico do cliente;
c) Utilizar técnicas modernas para acompanhar a evolução dos estoques em termos de
quantidade e localização;
d) Emitir relatórios periódicos sobre os estoques;
e) Garantir a rastreabilidade dos produtos.
Quanto à armazenagem:
a) Dispor de instalações adequadas com equipamentos de movimentação,
armazenagem e outros,
- De acordo com a legislação e com as regras das entidades legais (corpo de
bombeiros, vigilância sanitária, etc.);
b) Receber e expedir;
c) Realizar controle de qualidade nos processos;
d) Possuir apólice de seguros para instalações e materiais;
e) Cumprir exigências legais.
Quanto à gestão do transporte:
a) Contratar ou realizar transportes;
b) Manter valores de fretes competitivos;
c) Qualificar e homologar transportadoras;
d) Negociar a qualidade do serviço com a transportadora;
e) Conferir e realizar o pagamento de fretes;
f) Medir e controlar o desempenho das transportadoras;
76
g) Emitir relatórios periódicos sobre a qualidade do serviço.
Quanto ao sistema de informação:
a) Dispor de sistemas apropriados [Sistema de Administração de Armazéns – WMS],
com utilização de código de barras, leitoras óticas, rádio freqüência e outros;
b) Estrutura ágil na obtenção e repasse de informações para tomadas de decisões;
c) Relatórios focados nas necessidades dos tomadores de decisões.
6.1.2.5 Razões para terceirizar atividades logísticas
Segundo Gomes e Ribeiro (2004, p. 74 apud DORNIER et al), a maior complexidade dos
sistemas logísticos, denominados sistemas logísticos globais, constitui-se como uma das razões
para haver terceirização na logística.
Para atingir novos mercados e oferecer melhores serviços aos seus clientes, as firmas
estão concentrando seus esforços nas suas atividades centrais, deixando para as empresas
prestadoras de serviços logísticos as demais funções. Além disso, a busca pela redução dos custos
logísticos é uma das principais razões dessa tendência.
Para Fleury (2006, p. 316), “são vários os motivos que levam uma empresa à decisão
de terceirizar parte ou a totalidade de suas operações logísticas”. A terceirização pode
apresentar uma série de ganhos, como: redução de ativos e do custo de mão- de- obra, o
aumento da flexibilidade para modificação de capacidade, o acesso à tecnologia de ponta,
além da possibilidade de se concentrar nas atividades chave e, ainda, pode apoiar a expansão
para novos mercados e o aumento da eficiência operacional e do nível de serviço. Por outro
lado, tem algumas desvantagens que envolvem a possibilidade da empresa perder o controle
da operação, não acompanhar os avanços tecnológicos, correr o risco de piorar seu
desempenho operacional ou mesmo abrir mão de habilidades essenciais para seu sucesso.
Fleury (2006, p. 316), continua citando uma pesquisa executada pelo Centro de
Estudos em Logística onde foram identificados 10 diferentes fatores que podem motivar a
terceirização. Para uma melhor análise estes fatores foram classificados em três grupos em
razão do número de vezes que foram citados pelas empresas pesquisadas. O quadro 8
apresenta os diferentes motivos da terceirização e os grupos a que pertencem.
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Quadro 8 - Motivos para terceirizar
Mais citadosReduzir Custos 83%Focar no Core Business 76%Aumentar a Flexibilidade 68%Reduzir Investimentos em Ativo 67%IntermediáriosAumentar os Níveis de Serviço 57%Aumentar Eficiência Operacional 44%Gerar novas soluções logísticas 35%Menos CitadosMelhorar Tecnologia de Informação 30%Aumentar Controle sobre a Logística 29%Expandir Mercados 22%Fonte: Fleury, 2006, p. 317
O quadro 8 reforça a condição de que a maioria das empresas ainda considera o
processo de terceirização logística muito mais como uma decisão operacional do que
estratégica. Mesmo assim, a maioria das empresas considera sua relação com os operadores
logísticos uma parceria.
6.1.2.6 Terceirização da logística no Brasil
A indústria de provedores de serviços logísticos - PSLs vem crescendo num ritmo
acelerado. Segundo Fleury (2006, p. 314), “a terceirização das atividades logísticas é uma
prática bastante difundida e que vem acompanhando o processo de evolução da logística no
Brasil”. Dados de pesquisa (Centro de Estudo em Logística) mostram que entre 1998 e 2003 o
índice de terceirização logística no país saltou de 41% para 60%, um crescimento de 47%
num período de cinco anos, conforme pode ser comprovado na figura 22 a seguir.
78
Veja como acontece esta evolução:
Figura 22 - Evolução da Terceirização Logística no BrasilFonte: Fleury, 2006, p. 314.
Para medir este índice foram consideradas dez diferentes atividades logísticas,
agrupadas em três classes de serviços, que são:
a) a primeira classe, denominada de atividades básicas, é composta pelo transporte de
suprimento, de transferência e de distribuição, bem como o desembaraço
aduaneiro;
b) a segunda classe, chamada de atividades intermediárias, é composta pelo
gerenciamento de transporte multimodal, milk run (busca do produto diretamente
no fornecedor, de forma programada, atendendo a necessidade de abastecimento) e
armazenagem; e por último;
c) a terceira classe, denominada de atividades sofisticadas, é composta da gestão de
estoques, montagem de kits e projetos logísticos.
Considerando as dez atividades pesquisadas e classificadas acima, atualmente, nas
grandes empresas brasileiras, 60% do seu potencial de terceirização logística já ocorreu.
Este parece ser um índice elevado, mas que pode ser explicado quando se examina, em
detalhes, as atividades mais terceirizadas.
79
Na figura 23 podemos observar mais claramente a relação entre a classe da atividade e
o índice de terceirização.
Figura 23 - Nível de terceirização logística por grupo de atividadesFonte: Fleury, 2006, p. 315.
Enquanto as atividades básicas possuem um índice de terceirização de 92%, nas
atividades intermediárias o índice é de 45%, e nas atividades sofisticadas de apenas 31%. Ou
seja, a terceirização logística nas empresas brasileiras está fortemente baseada em atividades
de transporte e desembaraço aduaneiro, típicas de provedores de serviços básicos. As
atividades mais sofisticadas, típicas de operadores logísticos integrados possuem um menor
índice de terceirização, reflexo provável da pouca idade destes atores no mercado brasileiro.
6.1.2.7 Resultados da Terceirização
Os custos, a qualidade de serviço e a tecnologia da informação são os três aspectos
que levam as empresas brasileiras a decisão de terceirização. Para cada uma delas é possível
identificar a ocorrência de melhorias, conforme revela Fleury (2006, p. 320) a partir de
resultados obtidos com base nas experiências vivenciadas.
80
Das empresas pesquisadas 60% revelaram que a decisão de terceirização resultou em
redução de custos. Já para o aspecto de melhorias na qualidade de serviços foram observadas
em 52% das empresas. E no caso da tecnologia de informação as melhorias observadas foram
menores; apenas 39% das empresas registraram melhorias nesta variável.
Perguntadas sobre o nível geral de satisfação com a decisão de utilizar operadores
logísticos, 81% das empresas se dizem satisfeitas, 10% indiferentes, e apenas 9% afirmaram
sua insatisfação. Fleury considera estes números positivos, principalmente quando
comparados com outras regiões do planeta, como: a América do Norte, a Europa Ocidental, e
a Ásia, onde os índices de satisfação são respectivamente de 89%, 81%, e 89%, ou seja,
bastante semelhantes ao índice observado no Brasil.
6.1.2.8 Sistema de informação e comunicação nas empresas operadoras de serviços logísticos
Como podemos observar a empresa operadora de logística além de integrar as funções
também, de acordo com o tipo e as necessidades dos clientes, tem que adequar os sistemas de
informação e comunicação indispensável à execução do serviço.
O sucesso do operador logístico está na eficaz utilização do sistema de informação.
Para Fleury et al. (2000, p. 287-288) as maiores oportunidades encontram-se nas tecnologias
de informação, que envolvem tanto hardware, quanto software, e têm aplicações tanto no
fluxo de dados e informações quanto nas operações de transporte e armazenagem.
Exemplos mais comuns das tecnologias são os códigos de barras, leitura óptica, rádio
freqüência, EDI, GPS, datawarehouse, roteirizadores, sistemas ERP, sistemas GIS,
simuladores e sistemas de planejamento de redes.
A Tecnologia da Informação que reduz a possibilidade de manipulação ou extorsão das
informações fornecidas ao contratante por parte do contratado e, o envolvimento da alta
administração são dois pontos importantes para o sucesso das parcerias logísticas.
81
6.1.2.9 O que se espera para o futuro
O futuro parece promissor para os operadores logísticos no Brasil. A cada dia que
passa mais empresas, diante do cenário nacional e, obviamente contagiadas pelo cenário
internacional, preparam-se para atuar como operadores logísticos e, por outro lado, as
empresas que não atuam neste setor planejam aumentar suas despesas logísticas com
terceiros.
Considerando as principais atividades com previsão de expansão da terceirização, a
que mais se destaca é a armazenagem, com 40%, seguida por três atividades consideradas
mais sofisticadas, como: desenvolvimento de projetos/soluções logísticas com 31%, gestão de
estoques com 25% e montagem de kits com 23%. Estes números indicam um cenário
favorável aos operadores logísticos mais sofisticados e estruturados, fazendo com que
aumente a indústria de provedores de serviços logísticos no Brasil.
A atividade logística vem crescendo rapidamente nas grandes empresas brasileiras. A
prática de terceirização das atividades logísticas vem acompanhando o desenvolvimento da
logística no país. Essas práticas contribuem para a criação de vantagem competitiva, através
da redução de custos e do aumento da qualidade de serviços, cada vez mais valorizada pelos
clientes.
6.2 Caracterização dos serviços prestados pela Planalto Encomendas
A Planalto Encomendas possui um organograma muito simples. Segundo o seu
Gerente Comercial - Daniel Martin, o grupo responsável pela parte de logística e distribuição
de cargas da empresa é composto por um Diretor da área de encomendas, o Gerente
Comercial e o Gerente Operacional. A equipe, na sua totalidade, é composta por 1188
colaboradores. Os mesmos atuam em diversos setores, tais como: atendimento, assistência
comercial, Marketing, supervisores e vendedores que atuam em outros estados, coleta e
entrega da carga, embarque e desembarque no terminal, expedição e resolução das pendências
referentes à entrega do serviço, entre outros setores. Os funcionários, estão concentrados nas
bases de Porto Alegre, Santa Maria, Caxias do Sul e Uruguaiana. Existem, ainda outras bases,
que são administradas por agentes, que operam o serviço por conta da Planalto.
82
6.2.1 Transporte na Planalto
O modo de transporte mais usado pela Empresa Planalto é o rodoviário e os veículos
utilizados são caminhões, ônibus, carros menores e motos.
Em segundo lugar e, em uma proporção muito menor, está sendo utilizado o modal
aéreo. Dentro do grupo JMT - José Moacyr Teixeira, existe a NHT Linhas Aéreas – Norma
Helga Teixeira com seis aeronaves próprias, de pequeno porte e que fazem o transporte de
documentos (para desembaraço de carga aduaneira) e bagagens de passageiros em toda a
região sul do país. Além da disponibilidade de aeronaves próprias possui uma parceria com a
DHL Express (correio alemão) que permite atender o mercado doméstico, ou seja, mandar
encomendas para todo o país, bem como atende clientes internacionais com envio de cargas
para qualquer lugar do mundo.
6.2.1.1 Vantagens no modal rodoviário para a Empresa Planalto
A vantagem de trabalhar com o modal rodoviário é que, além de ser o mais
popular/comum, tem a maior ramificação pelo país, o menor custo em relação ao aéreo, e
maior rapidez em relação ao ferroviário ou ao fluvial, permitindo que o deslocamento e a
distribuição das cargas ocorram em muito menos tempo.
Por todas essas vantagens o transporte rodoviário é o mais consagrado, o mais
utilizado e o mais demandado pelo mercado consumidor, mantendo-se com mais de 80% da
preferência das empresas. Evidentemente, é o maior espaço para que empresas de transporte,
como a Planalto, possam crescer e demonstrar o seu diferencial, que é a agilidade na entrega e
o atendimento à necessidade do cliente chegando mais cedo no destino desejado.
6.2.1.2 Desvantagens no modal rodoviário para a Empresa Planalto
A desvantagem está no custo de manutenção da frota que, em grande parte é gerado
pelo mau estado de conservação das rodovias; no custo do combustível (diesel) que tem
aumentos constantes; nos pedágios que também reduzem a rentabilidade; no aumento do
83
número de concorrentes no mercado (empresas especializadas em uma determinada região); e
a concorrência desleal onde o cliente paga menos pelo serviço, porém, sem a garantia e a
segurança oferecida numa empresa com a tradição e a credibilidade da empresa-foco.
6.2.1.3 Vantagens do modal aéreo para a Empresa Planalto
O modal aéreo possibilita oferecer ao cliente mais uma opção que faz a diferença no
momento que necessita realizar uma operação com maior agilidade. Uma outra vantagem, não
menos importante, é o transporte de documentos, relevantes em desembaraços aduaneiros e
outras operações. A Planalto utilizando a velocidade do modal aéreo atinge uma maior gama
de necessidades do cliente.
6.2.2 A forma de transporte utilizada na Empresa Planalto
Desde o início da empresa Planalto, mais de 60 anos, ofereceu o modal rodoviário.
Hoje, com mais uma opção, o modal aéreo, passou a trabalhar na forma multimodal.
Conforme define Rodrigues (2007, p. 28), o transporte multimodal ocorre com um único
contrato de transporte, onde o Operador de Transporte é o responsável pela coleta, composição da
carga, armazenagem, movimentações e entrega ao destinatário e tem como vantagens a simplicidade
jurídico-administrativa e a eficiência econômico-energética, com um único responsável perante o
dono da carga.
6.2.3 Frota da Planalto Encomendas
A Planalto Encomendas atende os clientes através de ônibus, caminhões trucados (dois
eixos na parte traseira, maior condição de tonelagem), caminhão toco (possui só um eixo na
parte traseira, um pouco menor com velocidade maior), veículos menores (caminhões de
pequeno porte) e motocicleta. A frota é composta por 500 veículos sendo que 300 são
84
veículos próprios de 200 são terceirizados. No transporte aéreo são utilizadas seis aeronaves
próprias de pequeno porte e mais uma parceria com a DHL Express (correio alemão).
6.2.3.1 Vantagem na utilização de frota própria pela Planalto Encomendas
A vantagem de gerir uma frota própria está relacionada a gestão do horário, do
comprometimento e da manutenção dos veículos, ou seja, a empresa tem o controle sobre
todas as operações e uma redução dos custos já que a execução da tarefa internamente permite
a apropriação do lucro que seria pago ao operador logístico.
6.2.3.2 Vantagem na utilização de frota terceirizada pela Planalto Encomendas
A vantagem com relação aos terceirizados é o alto grau de aproximação, criando com
os mesmos uma fidelização à Planalto, onde o contratado assume a filosofia da contratante e
incorpora no seu jeito de ser o modelo de trabalho da Planalto.
6.2.3.3 Desvantagem na utilização da frota rodoviária (própria/terceirizada) da Planalto Encomendas
O que pode ser desvantagem, que é a contratação de motoristas, tanto num modelo
como noutro, é trabalhado junto à seguradora, que faz os testes para a contratação e atesta
pela idoneidade do contratado. Neste sentido, a carga é 100% assegurada.
6.2.4 Armazenagem e manuseio dos produtos na Planalto Encomendas
A Planalto Encomendas funciona por cross docking, ou seja a carga entra e a carga sai.
Segundo Bertaglia (2003, p. 265), o sistema de cross docking é a movimentação de produtos no
85
terminal de distribuição com a menor manuseio possível. Os produtos chegam no terminal de
distribuição e são movimentados díretamente entre os caminhões na área de carga (docas), não chegam
a ser estocados como geralmente acontece e, logo em seguida são enviados diretamente para os
clientes.
Este modelo, que é utilizado em todas as bases da Planalto Encomendas, traz uma
maior agilidade na entrega do serviço. Como afirma Daniel – gerente comercial: “A carga tem
que ser entregue. A carga não é nossa ela é do cliente. Para isso os veículos funcionam 24
horas. Isto é a distribuição a qual nos propomos trabalhar”.
6.2.5 Custos diretos e indiretos da Planalto Encomendas
Os custos direto são considerados aqueles que a empresa tem para poder funcionar:
que é o gasto com o diesel, os colaboradores (a parte administrativa, financeira, contábil, RH
e fiscal) e as instalações ocupadas pela empresa. Já os custos indiretos são aqueles gastos que
surgem em razão do mercado. Por exemplo: diante de uma grande demanda a contratação de
outros veículos para fazer aquela entrega. Isto ocorre em datas comemorativas, como: Natal e
final de ano.
6.2.6 Tipos de produtos transportados pela Planalto
A Planalto Encomendas é certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) para fazer o transporte de medicamentos. Neste sentido, esta proibida de fazer o
transporte de alguns produtos como pesticidas e inflamáveis, pois os mesmos podem
comprometer a qualidade dos demais produtos. Então, a Planalto está focada para os
segmentos:
a) informática e eletros eletrônicos;
b) autopeças;
c) medicamentos;
d) confecções; e
86
e) órgãos públicos como o Tribunal do Trabalho (TT), Tribunal de Justiça (TJ) e
Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Um exemplo disso é o transporte de todas
as urnas eletrônicas utilizadas nas eleições municipais de 05 de outubro de
2008. Estes órgãos públicos preferem a Planalto Encomendas pela capilaridade
que ela possui no Rio Grande do Sul e pela agilidade com que chega aos
destinos.
6.2.7 Tipos de tecnologia da informação usadas na Planalto Encomendas
A tecnologia da informação é utilizada pelas empresas para melhorar o seu
desempenho, a sua segurança e para garantir uma maior integração com seus clientes.
Segundo Monteiro e Bezerra (2008, p. 125), a aplicação de alguns sistemas como o código de
barras, o EDI, o ECR e os ERPs, facilitam e tornam a informação mais aperfeiçoada para a
aplicação na cadeia de distribuição.
Na empresa Planalto, o uso da tecnologia da informação está relacionada a dois
aspectos importantes da cadeia de distribuição: a segurança e o controle da carga pela
empresa e o cliente.
Quanto à segurança da frota é feito o rastreamento via satélite, através do qual se pode
acompanhar a posição dos veículos, além de um software que possibilita ver qualquer
sinalização de pânico, assalto ou desvio de rota, permitindo assim o contato com o veículo ou
com o posto policial mais próximo. Já em relação ao controle, a tecnologia usada é o
acompanhamento eletrônico e rastreamento on-line de toda a carga que entra na
transportadora. Através da leitura eletrônica os dados ficam armazenados no sistema. O
cliente, por sua vez, tem acesso via a internet e pode tomar conhecimento desde o horário da
coleta até a sua entrega. Estas são as principais ferramentas e a partir delas é disponibilizado,
via internet, as informações necessárias.
87
Nas figuras 24 e 25 observa-se a página da Planalto Encomendas, na internet, e o
código de barras que permitem o acesso on-line pelos clientes.
Figura 24 - Rastreamento on-lineFonte: Planalto, 2008.
Figura 25 – Código de barrasFonte: Planalto, 2008.
Qualquer cliente com o fornecimento do CNPJ/CPF e número da Nota Fiscal pode
localizar a sua encomenda ou carga, fazendo assim o acompanhamento do deslocamento
durante todo o processo.
6.2.8 Supply Chain na Planalto Encomendas
Este processo integrado que abrange as cadeias de suprimento, produção e distribuição
ainda não acontecem na Planalto Encomendas. Conforme o gerente comercial, Daniel Martin,
a integração destas cadeias é para onde a empresa pretende caminhar e, no seu entendimento,
no futuro a concorrência se dará entre cadeias produtivas e não entre transportadores,
fornecedores ou vendedores de materiais. Para Rodrigues (2007, p. 176) a Supply Chain é
realidade quando há uma mudança radical na forma de ver os sistemas internos da empresa
relacionados à Logística. Estes passam a enfocar um sistema integrado, não mais disperso, para
gerar valor ao cliente. Diante disso, Daniel entende que, no momento em que o cliente começar a
ter uma noção de que faz parte do processo, o mesmo, passa a auxiliar a empresa com informações
que contribuem para que o processo aconteça dentro do esperado.
88
6.2.9 Roteirização da Planalto Encomendas
Toda a empresa transportadora ou de logística necessita do uso racionalizado da sua
frota para isso é importante um planejamento prévio das entregas levando em conta o roteiro a
ser percorrido, a capacidade do veículo transportador, bem como a distância e o tempo do
percurso.
Na Planalto Encomendas a roteirização é feita por um centro de controle operacional
que tem como objetivo a organização dos horários de saída e chegada dos veículos, a
quilometragem a ser percorrida e por quais os locais, estes veículos devem estar parando.
Todo este processo é construído com a participação do motorista e do conferente que
conhecem as regiões e propõem o sequenciamento. Para Daniel Martin, a percepção das
pessoas experimentadas que fazem a distribuição da carga é mais eficiente do que a utilização
de um software específico, porém, reconhece que em situações de maior complexidade, com
mais variáveis os softwares são bem-vindos.
6.2.10 A relação da Planalto Encomendas com os seus clientes
Segundo Fleury (2000, p. 56) as empresas contratam pessoas, compram equipamentos,
investem em tecnologia da informação com o objetivo de realizar um projeto logístico capaz
de diferenciá-las. Entregas mais freqüentes, cumprimento de prazos e informação são
atributos cada vez mais valorizados pelo cliente.
A empresa Planalto, por considerar a relação com seus clientes uma vantagem
competitiva, disponibiliza meios para que os mesmos tenham acesso as informações
necessárias. Estes meios, disponibilizados pela Planalto, são o site - em que pode ser
consultado o estágio em que se encontra a carga; uma central de atendimento onde pode-se
buscar a qualquer momento informações sobre a sua encomenda; e, também, um setor
específico que informa ao cliente quando ocorre problemas mais sérios - sinistros, roubos e
quais as providências que serão tomadas para resolver a situação. Para os maiores clientes é
enviado um e-mail automático, diariamente, com todas as informações das entregas e
ocorrências do dia anterior, além disso, é disponibilizado, periodicamente, um relatório
gerencial que informa o desempenho do serviço prestado.
89
6.2.11 Estrutura da Planalto Encomendas
Neste item, será apresentada a estruturação da Planalto Encomendas no que diz
respeito aos seus clientes, concorrentes, vantagem competitiva, área de atuação e quantidades
movimentadas.
Quadro 9 – Estruturação da Planalto Encomendas
CLIENTES – de grande, médio e pequeno porte; tem uma carteira de clientes pulverizada; o fato de não ter grandes contratos faz com que a empresa esteja sempre buscando a manutenção e a reposição dos clientes.
• Os clientes são dos setores de:informática, auto-peças, medicamentos, confecções e Órgãos Públicos.
CONCORRENTES • Empresas que praticam a concorrência desleal;
• Empresas que possuem uma maior abrangência geográfica e uma melhor estrutura;
VANTAGEM COMPETITIVA • Resposta – a fidelização dos clientes ocorre pela qualidade do serviço prestado, pelo atendimento, pelas questões tecnológicas e nível de informação, bem como pela agilidade e rapidez na entrega da carga de forma expressa.
ÁREA DE ATUAÇÃO • A área de atuação é a nível nacional, no entanto, a maior malha de distribuição está no Sul do Brasil;
• Atende a quase 1000 cidades em 8 estados com mais de 100 bases de distribuição;
QUANTIDADES MOVIMENTADAS (ano de 2007)
• 3.500.000 Volumes entregues• 12.000 Volumes por dia• 27.000 Toneladas transportadas• 7.000.000 km rodados• 800.000 CTRC’s
Fonte: próprio autor, 2008.
Considerando que existem grandes barreiras a serem vencidas, e as oportunidades são
muitas, a Planalto Encomendas, está prospectando o mercado no sentido de implementar um
90
ponto avançado de armazenamento ampliando o leque de serviços oferecidos aos seus
clientes. O espaço físico já existe, com toda infra-estrutura permitindo a instalação de
escritórios onde os clientes poderão instalar-se para efetivar as vendas e contar,
evidentemente, com a Planalto para realizar a distribuição da sua carga.
Neste sentido, Daniel Martin, Gerente Comercial da Planalto Encomendas, defende
que haja um modelo híbrido, onde se tenha uma estrutura, com veículos e armazém próprios,
mas que isto não represente a totalidade. Numa emergência, é preciso vislumbrar que possam
ser utilizados parceiros. No seu entendimento, este é o modelo ideal para a empresa seguir e
nele encontra a sinergia necessária para com as prestadoras de serviço. É parâmetro que
agrega valor e visa dar uma solução ao cliente, no que se refere a distribuição e gestão do
estoque.
6.3 Identificação dos passos a serem dados pela Planalto Encomendas para alcançar o status de uma Empresa de Logística
A atividade do operador logístico vem crescendo em número e complexidade apesar
de sua recente história, pois, como vimos anteriormente, a menos de duas décadas chegou ao
Brasil. Neste contexto, as empresas transportadoras tendem a dar um passo importante no
sentido de qualificar os seus serviços respondendo às novas demandas dos clientes,
potencializando assim os ganhos de ambas as partes. Neste item, trataremos especificamente
da perspectiva de transformação da Planalto Encomendas em um operador logístico.
Considerando o serviço prestado pela empresa, neste momento, a fundamentação teórica e a
pesquisa realizada junto ao setor de encomendas, serão propostas ações que, na visão do
autor, levarão à concretização dos resultados de modo efetivo.
O Operador Logístico, segundo a Associação Brasileira de Movimentação e Logística, “é
o fornecedor de serviços logísticos especializado em gerenciar todas as atividades logísticas ou
parte delas”. Surgiu, como já vimos na década de 90 no Brasil, e veio para fortalecer as redes de
relacionamentos e ligar as informações do mercado dentro da cadeia de suprimento. Com essa
mudança de comportamento e foco do mercado, somente sobreviverão as empresas
transportadoras que se adaptarem e buscarem esses novos horizontes.
A Planalto Encomendas tem todas as condições para se transformar em um Operador
Logístico, considerando a vasta experiência no mercado regional, nacional e, agora mais
91
recentemente, internacional. São mais de seis décadas formadoras de tradição e confiabilidade.
Conquistas que derivam, também, do tamanho da sua frota e os serviços oferecidos. Entre eles
estão: a coleta de porta-a-porta, segurança da carga, central de atendimento, equipe bem treinada e
a agilidade na entrega. Todos estes atributos conquistados com esforço e dedicação fizeram da
Planalto uma empresa reconhecida no mercado gaúcho. O fato de tornar-se uma empresa
Operadora Logística agregará valor ao serviço prestado aos clientes, ampliando o leque de
possibilidades, considerando que o Operador Logístico trabalha com três atividades básicas que
são: o controle da estocagem dos produtos, a armazenagem e a gestão do transporte.
O processo de transformação de uma transportadora tradicional para uma Operadora
Logística requer atenção especial em alguns itens indispensáveis para que efetivamente
aconteça tal mudança. Sendo assim, a seguir serão apontados os principais itens que devem
ser trabalhados para que se possa alcançar de forma eficaz esse objetivo.
6.3.1 Armazenamento
O conceito de armazém definido por Novaes (2000, p. 120) é de um ponto de
transição do produto/encomenda de um fluxo para o outro, sendo que o tempo de
permanência no armazém pode ser curto ou longo, dependendo da necessidade do cliente. O
armazém é um centro de controle coordenado e fundamental da cadeia de abastecimento. Não
se resume apenas no espaço físico, mas, também, em redução de tempo de ciclo do pedido
com velocidade e qualidade, evitando ao máximo a possibilidade de ocorrência de erros.
Neste sentido, entendemos que a Planalto Encomendas, para atuar como Operador
Logístico necessitará da locação de um espaço (estrategicamente localizado em um ponto de
fácil acesso, permitindo aos clientes o fácil escoamento de seus estoques, para o
abastecimento do mercado), com a finalidade de montar um centro de distribuição para o
armazenamento de materiais de terceiros. A capacidade do centro de distribuição deverá ser
planejada conforme os produtos com os quais trabalham e a sazonalidade dos mesmos. Além
disso, o espaço deverá contar com docas/plataformas específicas para o atendimento
simultâneo à realização do cross-docking, pois é uma descarga e carga rápidas, e outras docas
para entrada e saída dos produtos, que serão armazenados por mais tempo, facilitando a
consolidação e a desconsolidação das cargas, o que é fundamental para a organização do pedido
dentro do prazo determinado e em boas condições. Trata-se, também, de atender sempre à expectativa
92
do cliente. Junto com isso, será necessário adquirir equipamentos de movimentação e
armazenagem como estantes, empilhadeiras, paletes e outros para organizar os
produtos/encomendas no centro de distribuição. Segundo Ballou (2006, p. 389), “existem três
tipos de equipamentos: manual, misto e totalmente mecanizado”. A utilização de cada um depende,
específicamente, das necessidades e de qual a ênfase será dada ao serviço prestado. E, ainda, o
investimento em novas tecnologias para o gerenciamento do armazém ajudarão a suprir as
necessidades logísticas.
Conforme explica Giné Artero, Gerente Comercial do Centro Logístico Eichenberg &
Transeich, “além do armazenamento, empilhadeiras e mão-de-obra especializada, um
armazém deverá dispor do sistema WMS (Warehouse Management System) que faça todas as
diretrizes de atendimento: o primeiro que chega é o primeiro que sai, endereçamento da
mercadoria, tire relatórios gerenciais, tempo de armazenamento e outras informações
pertinentes aos produtos”.
O sistema WMS é de grande importância ao Operador Logístico porque tem um papel
fundamental na integração de todo o processo da cadeia de suprimento, pois ele centraliza a
distribuição das informações, a localização dos produtos dentro do armazém, a utilização dos
espaços disponíveis e dos recursos de movimentação. É uma ferramenta responsável pelo
gerenciamento de diversas tecnologias tais como: radio freqüência, códigos de barras, redes
locais sem fio e RFID (monitorar o fluxo dos produtos) que são, também, muito importantes
para a execução das atividades operacionais e administrativas dentro do processo de
armazenagem, incluindo o recebimento, inspeção, estocagem, separação, endereçamento,
embalagem, carregamento, expedição, emissão de documentos, inventário, entre outras, que
integradas atendem às necessidades logísticas, maximizando os recursos e minimizando os
desperdícios de tempo e de pessoas.
Com a implantação do WMS significa que a empresa necessitará menos da
intervenção laboral de seus colaboradores nos processos informativo/operacional, uma vez
que o sistema possui capacidade de fazer a interface com outros sistemas e outros tipos de
softwares de gestão. É uma garantia de que as operações serão executadas no tempo
adequado.
93
6.3.2 Estoque
Segundo Ballou (2006, p. 374) existem quatro razões básicas para a estocagem:
redução do custo de transporte e produção, oferta e demanda, ajuda quanto ao processo de
produção e, por último, cooperação na maneira de comercializar.
O estoque está muito ligado ao armazenamento, portanto, considera-se que um dos
primeiros passos a ser dado é a implantação de um sistema de gerenciamento de estoques.
Dessa forma, para que haja o acompanhamento das quantidades, localização, entradas e
saídas, inventário, controle de giro dos produtos, é preciso haver a racionalização dos
serviços. Conforme foi citado anteriormente, um dos sistemas mais completos para que isso
aconteça é o WMS que se ocupa deste gerenciamento, integrando e processando as
informações de localização de materiais com o controle da utilização da capacidade da mão-
de-obra, além de emitir relatórios para diversos tipos de acompanhamentos e gerenciamento.
Além do sistema WMS será necessário planejar a distribuição das mercadorias nas
prateleiras (de preferência verticais para otimizar os espaços), usar os paletes que permitem a
unitização dos espaços, com a leitura do código de barras através da rádio freqüência com as
coletoras manuais, uma área determinada para a separação dos itens solicitados, na quantidade
certa sem prejuízos e dentro do prazo determinado, bem como com a contratação de
funcionário qualificados para a administração e gerenciamento dos estoques e expedição.
Podemos dizer que o espaço físico, os mecanismos de movimentação interna e as
licenças de habilitação da prefeitura e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) para trabalhar com medicamentos e da Sistema de Avaliação de Saúde,
Segurança, Meio Ambiente e Qualidade (SASSMAQ ) para trabalhar com produtos químicos,
enfim, todas as licenças pertinentes de forma geral são imprescindíveis para uma prestação de
serviço com qualidade e segurança com relação aos produtos transportados, assim como
proporciona uma maior credibilidade da empresa operadora da logística e agrega valor ao
serviço prestado.
Outra medida que deve ser considerada na estocagem de qualquer produto é a sua
pericibilidade. Todo o produto/encomenda quando chega ao armazém da empresa operadora
logística deve ser estocado de acordo com as suas características e necessidades de
conservação. O armazenamento adequado requer que sejam conhecidas as formas de
acondicionamento de cada produto para que possam ser criadas as condições necessárias e
exigidas pelas normas legais. Por exemplo, a estocagem de alimentos, medicação e produtos
94
químicos, em geral, são alguns dos itens que requerem um maior controle e cuidado evitando
a contaminação e deteriorização dos mesmos. Em algumas situações é necessária a
manutenção do espaço físico com o controle climático que possibilita conservar os produtos.
Também devem ser observados os controles quanto à identificação (rótulo com data
de validade); a embalagem, a paletização e a unitização no sentido de otimizar o espaço físico
e, em relação a conservação é fundamental que tenha boa ventilação, iluminação adequada
para manejo dos produtos além da limpeza e higienização do armazém,
Ainda, pode-se destacar mais um elemento que deve ser observado no momento da
estocagem que é a garantia de que não haverá desvios ou roubo do estoque. Tudo isso pode
ser evitado se houver sistemas de alarme, câmeras de vídeo para o monitoramento e
conscientização permanente dos colaboradores.
Conforme afirma Bowersox (2008, p. 41), “as necessidades de estoque de uma
empresa dependem da estrutura da rede e do nível desejado de serviço ao cliente”. Desta
forma, conclui-se que a razão de ser do Operador Logístico seja a de permitir que o estoque
agregue as vantagens de posse, tempo e lugar desejado, visando efetivar o objetivo da
contratante, ou seja, fornecer o serviço completo ao cliente mantendo um estoque consistente
com o menor custo possível.
6.3.3 Transporte
Dentro do processo produtivo, desde a compra da matéria-prima até o consumo do
produto acabado, a maior parte do tempo é empregado na movimentação e no estoque do
material. Neste sentido, mais uma vez é necessário contar com a organização e diferenciais
para que a Planalto possa se fortalecer e tornar-se competitiva no mercado.
Guardando a importância do transporte entre os fatores que influenciam o nível de
competitividade de uma empresa operadora logística, pode-se dizer que a frota de caminhões
necessitará de renovação constante acompanhando os novos modelos, adaptada ao tipo de
produto transportado, bem como o aprimoramento com as novas tecnologias como os
sistemas de informação em rede, possibilitando acesso imediato e acompanhamento das
cargas, inclusive pelo cliente, via internet; pelo sistema Blue Bird IBM - computadores de
bordo que registram as principais atividades do caminhão, como velocidades média e máxima
no percurso, arrancadas e freadas bruscas além do desempenho regular do motorista, enfim as
95
ocorrências eventuais que poderão ocasionar prejuízos ou gastos desnecessários com o
caminhão e perdas no tempo de deslocamento da carga de um ponto a outro; e um sistema de
rastreamento por satélite, que confere uma maior segurança à carga transportada por via
rodoviária através do Global Positioning System (GPS) (Rastreamento da Frotas com
Tecnologia) que é o processo de monitoramento de um objeto enquanto ele se move. Este é o
melhor sistema, até o momento, considerando que é posicionado mundialmente, com 24
satélites no espaço, e que aponta a localização de qualquer corpo sobre a superfície terrestre.
Necessitará de uma atenção especial à frota terceirizada, para além das melhorias já
propostas. Poderão ser ampliadas às parcerias com transportadoras que, em casos de
sazonalidade - datas comemorativas e outras – que sejam utilizadas contando com um serviço
personalizado e qualificado, conforme os padrões prestados pela Planalto Encomendas. É
preciso manter a eficiência e o zelo que são primordiais ao nome já constituído como
referência no mercado.
O serviço de transporte por outras modalidades, como o aéreo, que já vem sendo feito,
deverá ser ampliado considerando que a rapidez possibilita a resolução de situações em que o
cliente necessita de uma entrega emergencial, ou produtos de alto valor agregado que não
podem sofrer avarias; o marítimo quando o cliente final está em outro continente; o
ferroviário ou rodo-ferroviário para produtos como commodities transportados para regiões
mais longínquas. Enfim, em todos os modais a preocupação deve ser a de atender à demanda
do cliente com maior aproveitamento, menor custo e maior agilidade no deslocamento da
carga. Estas vantagens darão um melhor resultado a partir do conhecimento e da tecnologia
empregada pela empresa Planalto para poder operar no mercado de logística oferecendo um
frete diferenciado, conforme o tipo de contrato (permanente ou sazonal), prazo de entrega e
especificação de encomenda transportada e através da logística fiscal e desembaraço
aduaneiro da carga, nos casos de importação e exportação, garantindo comodidade no
processo.
No transporte rodoviário, especificamente, outro item que deve ser considerado é a
roteirização. Ter um planejamento prévio das coletas e entregas que determine o itinerário a
ser seguido por aquele veículo. Para Rodrigues (2007, p.136) aparentemente a roteirizarão é uma
atividade muito simples, mas quando se é obrigado a considerar inúmeras alternativas tais como
tempo e capacidade do veículo, tempo médio de cada entrega, quantidade de entregas por
veículo, entre outras variáveis, haverá a necessidade de um sistema específico. É imprescindível
um gerenciamento do transporte que organize, também, a jornada de trabalho dos colaboradores
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(dentro dos padrões que foram contratados) e a emissão e gerenciamento dos conhecimentos
(número que identifica aquela rota).
Os aspectos importantes que devem ser considerados no transporte são: a frota, os
sistemas de comunicação (de preferência com interface no armazenamento) e segurança da
carga e a roteirização.
6.3.4 Clientes
Para Ballou (2006, p. 94), “o serviço ao cliente é o processo integral”. É todo o
processo desde a recepção do pedido, decisão da forma de pagamento, seleção e embalagem
das mercadorias, embarque, entrega e serviço pós-venda como eventuais devoluções do
produto. Assim a nova empresa poderá disponibilizar a infra-estrutura adequada para
instalação de um escritório administrativo dentro do armazém, com acesso aos sistemas de
informações, que possibilite a realização dos procedimentos de venda ao cliente.
Considerando que o cliente é a “pupila dos olhos” do operador logístico, deverão ser criadas
todas as condições para que o mesmo esteja tranqüilo com relação ao serviço prestado e possa
cuidar especificamente do seu negócio e trabalho principal. Assim, as empresas contratam
pessoas, compram equipamentos, selecionam e desenvolvem fornecedores, investem em
tecnologia da informação, em capacitação com o objetivo de colocar em prática um projeto
logístico capaz de diferenciá-las, de criar valor para seus clientes por meio de um serviço de
qualidade superior.
O esforço para cumprir prazos, disponibilizar mercadorias, prestar as informações
sobre os pedidos, também são alguns dos atributos cada vez mais valorizados pelos clientes e
compõem o imenso leque de possibilidades na prestação do serviço logístico. Neste sentido,
comprova-se que o serviço ao cliente é um grande potencial na vantagem competitiva e que
deve ser oferecido antes, durante e após a entrega do serviço. Só assim serão conhecidas as
expectativas do cliente que, dessa forma, poderão ser atendidas. Como diz Fleury (2000, p.
56), “o resultado dos esforços logísticos é o serviço ao cliente”.
Para que haja a captação e a manutenção de clientes é necessário a implementação de
uma estratégia de marketing. Segundo Bowersox (2008, p. 66), “a composição das atividades
do marketing constitui um conjunto de atividades projetadas para atrair clientes, alcançando,
simultaneamente, os objetivos da empresa”. Portanto, o desafio não é captar clientes a
97
qualquer preço, mas adquiri-los inteligentemente, mediante estratégias que permitam
conhecer quem se incorpora na carteira de clientes. Toda a estratégia de captação deve ter
como objetivo a rentabilidade. Em paralelo à estratégia de captação devem haver também as
estratégias de reativação que “despertem” os clientes inativos e permitam “recaptá-los”.
6.3.5 Tecnologia
Além dos sistemas que cuidam do armazenamento (WMS - que emite relatórios, para
tomada de decisão, focados nas necessidades da organização), do estoque e do transporte
(GPS) que são internos é importante ter um sistema de comunicação com o cliente.
Transformar todos os dados recebidos em informações e disponibilizar ao cliente de uma
forma agradável e simplificada todo o processo do deslocamento do seu produto. Um dos
sistemas usados, hoje, é o EDI - Eletronic Data Interchange que pode ser definido com a
transferência eletrônica de dados entre as organizações. Este sistema ajuda a eliminar gaps
(espaços vazios) do processo de comunicação com o cliente e, conseqüentemente, pode
agilizar a prestação do serviço diminuindo significativamente os possíveis problemas.
Outro instrumento importante que deve ser considerado é o Sistema Integrado do
Comércio Exterior (SISCOMEX). É uma ferramenta que permite fazer o registro e o
acompanhamento das exportações, bem como receber mensagens e troca de informações com
os órgãos responsáveis para autorizações e fiscalização. É através deste instrumento que é
exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro.
A implantação de sistemas que possibilitem a formação de indicadores de
desempenho, como o índice de cumprimento dos prazos de entrega, o nível de erros nas
entregas e outros, poderão ser criados mediante cruzamento das informações. É mais um
sistema que poderá ser adquirido, considerando que, a medição e posterior resultado, destes
indicadores, serão elementos de diferenciação competitiva diante do cliente.
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6.3.6 Colaboradores internos
Tendo em vista que a busca pelo aprimoramento e qualidade total são fatores
determinantes da excelência na prestação de serviços, o treinamento e a qualificação de todos
os funcionários deverão ser constantes. Esta formação acompanhará as atualizações do
mercado para que possam responder adequadamente às demandas do cliente. Em especial, os
motoristas necessitarão de um treinamento intenso para conhecer e aprender a manusear o
sistema de computador de bordo e o Global Positioning System (GPS), que é o sistema de
rastreamento da carga. Os colaboradores serão aqueles que apresentarão a imagem da empresa
para o mercado e farão a diferença na hora de vender e entregar o serviço ao cliente.
Com a atuação do conjunto dos colaboradores buscando alcançar objetivos comuns,
melhoram os processos e cria-se uma sinergia no ambiente interno que, com certeza, será
percebido pelo cliente final e, isto tudo, se transformará em velocidade na resposta ao cliente
de forma precisa, ágil e confiável. O incentivo ao desenvolvimento e capacitação funcional
através de seminários internos que qualifiquem e treinem continuamente são fundamentais
para o sucesso e satisfação dos colaboradores.
Na continuidade sugere-se:
a) a criação de um grupo especializado, com conhecimento nas diversas áreas da
logística para desenvolver projetos logísticos e específicos conforme
solicitação do cliente. Este grupo com um grau de conhecimento minucioso
terá a responsabilidade de desenvolver soluções com relação ao transporte,
armazenagem e distribuição, fluxo de informação, layout dos centros de
distribuição e fábrica, bem como outros temas de ordem estratégica para as
organizações;
b) um novo serviço de armazenagem, gerenciamento e digitalização de
documentos. Este novo serviço suprirá uma crescente dificuldade das
organizações em manter e gerenciar grandes volumes de documentos que são
utilizados nas funções administrativas e outras. Também poderá diminuir
custos dos contratantes, pois elimina o espaço físico destinado ao arquivo
destes documentos bem como os gastos com a manutenção dos mesmos. A
forma de armazenamento poderá ser física ou digitalizada e disponibilizada
através de um sistema chamado – Gerenciamento Eletrônico de Documentos
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(GED) (programa que converte o documento do papel, através da
escanerização ou digitalização, em uma imagem eletrônica). Além dos
documentos em papel poderá ser criado um espaço específico para o
armazenamento de CDs, fitas e outros instrumentos eletrônicos, sempre
garantindo a segurança e privacidade do cliente.
Esta nova estrutura necessitará de um espaço físico, tecnologia e pessoal
especializado, tendo em vista o bom atendimento do cliente, a otimização do espaço e a
minimização de um problema que atinge, hoje, uma boa parte das empresas.
100
7 CONCLUSÃO
Com a expansão do mercado mundial e o desenvolvimento de novas tecnologias,
permitindo que o cliente acompanhe todo o processo, desde a confirmação do seu pedido até a
entrega em sua porta, as organizações passaram a necessitar de uma maior agilidade,
flexibilidade, aproveitamento e redução dos custos de todas as suas atividades.
As organizações que se estruturavam de forma vertical deram lugar a outras formas de
organização empresarial, mais enxutas e mais rápidas para responder ao mercado exigente.
Essas novas organizações valorizam o trabalho com alianças estratégicas e em redes de
relacionamentos globais.
O operador logístico surge para responder a essa necessidade do mercado e para
trabalhar em parceria com as organizações que precisam reduzir custos totais e melhorar o
nível de atendimento, com maior rapidez e flexibilidade.
Uma empresa de transporte tradicional para transformar-se num operador logístico
deve buscar os instrumentos e recursos necessários para enfrentar a concorrência acirrada.
Neste sentido, deve ampliar o seu nicho de mercado, saindo do conceito de transportar por
transportar, para um conceito mais amplo de agregação de valor e diferenciação no serviço
prestado. Deve igualmente desenvolver a eficiência no relacionamento interno com o
contratante e a eficácia no relacionamento externo com o consumidor final.
Sabe-se que a vantagem do uso de operadores logísticos por empresas contratantes
está ligada à redução dos riscos de investimentos em áreas que não são o seu foco principal e
o ganho com as riquezas das informações adquiridas, como o acesso às novas tecnologias e
soluções inovadoras no campo da cadeia logística, são as vantagens que a Planalto
Encomendas deverá ter como diferencial para oferecer aos seus clientes e parceiros.
As oportunidades apontadas têm a ver com o enorme potencial do mercado brasileiro
e com a crescente adoção do conceito de logística integrada e Supply Chain Management.
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Neste sentido, percebe-se que o Operador Logístico é peça fundamental na Cadeia de
Suprimento, portanto, as organizações que alcançarem os conceitos de integração, rapidez,
flexibilidade e customização, se manterão competitivas e reconhecidas no mercado.
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APÊNDICE A – Roteiro para Entrevista
1. Nome /Função/ Formação superior: 2. Quantos funcionários há na área de Logística/setor de encomendas? 3. Qual o modo de transporte utilizado (ou quais os modos)? Vantagens e
desvantagens.4. Qual a forma de transporte (unimodal/sucessivo/segmentado/
multimodal/intermodal)?5. Qual o tamanho da frota? (própria ou terceirizada)6. Quais os tipos de caminhões usados?7. Armazenamento (tipo de armazéns/depósitos).8. Como se dá o deslocamento dos produtos (encomendas) dentro da empresa?
(Esteiras, empilhadeiras, robôs, veículos de reboque, paletes, estantes com pequenos itens, cross-docking)
9. Quais os custos diretos e indiretos da transportadora?10. Quais os tipos de produtos transportados? 11. Quais os tipos de tecnologias da informação usadas no processo pela Planalto
Encomendas? (rastreamento de frotas, código de barras, rádio freqüência)12. Roteirização (capacidade de cargas dos veículos/quantidade de entrega/tempo
médio de entrega). Usa algum tipo de softwares?13. Qual é o tratamento que a empresa dá ao cliente? Qual é o nível de informação que
é disponibilizado ao cliente?14. Como está estruturado o setor de encomendas da Planalto Encomendas?- Principais clientes.- Principais concorrentes e que tipo de risco apresentam.- Vantagem competitiva: custo, diferenciação ou flexibilidade- Qual a área de atuação (regional, estadual, nacional e internacional)- Quantidade de carga movimentada diariamente
** Se a Planalto Encomendas tivesse a oportunidade de se transformar em uma empresa operadora de logística qual o tipo de estrutura adotaria?
- Armazenamento 100% espaço próprio. Construiria um depósito com as condições necessárias para o acondicionamento dos produtos transportados conforme a condição de cada produto?
- Montaria apenas um escritório de onde seriam agenciados os serviços logísticos e terceirizaria o espaço para fazer o armazenamento dos produtos?
- Qual a localização do armazém?- Principais clientes.- Área de atuação.
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