2
8/3/13 Folha de S.Paulo - Equilíbrio e Saúde - Maioria dos consumidores lê rótulo de alimento, mas parte deles não entende - 03/08/2013 tools.folha.com.br/print?url=http%3A%2F%2Fwww1.folha.uol.com.br%2Fequilibrioesaude%2F2013%2F08%2F1321029-maioria-dos-consumidores-le-rotulo-d… 1/2 03/08/2013 - 03h16 Maioria dos consumidores lê rótulo de alimento, mas parte deles não entende JOHANNA NUBLAT DE BRASÍLIA Três biscoitos recheados de uma marca tradicional têm 141 calorias, 6 g de gorduras totais e 78 mg de sódio, suprindo, respectivamente, 7%, 11% e 3% da dieta média estabelecida para um adulto. Esse tipo de informação desperta o interesse da maioria dos consumidores, segundo pesquisa realizada pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). No entanto, parte significativa do público não entende plenamente o que está escrito. Foram ouvidas 807 mulheres --principais responsáveis pelas compras dos alimentos-- com idades entre 20 e 65 anos, de todas as faixas de renda, em Porto Alegre, São Paulo, Goiânia e Salvador. Um pouco mais de seis em dez mulheres disse ler, sempre ou às vezes, a tabela nutricional nos rótulos. Dessas que leem, 40% entendem os dados só parcialmente ou muito pouco ou não entendem o que está lá descrito. "Apesar de a informação ser procurada, ela ainda é de difícil entendimento pelos consumidores", avalia Ana Paula Bortoletto, nutricionista e pesquisadora do Idec. Os indicadores mais populares entre as consumidoras, aponta o levantamento, são a quantidade de calorias, proteínas, sódio e carboidratos. ALERTAS Para Antônio Augusto, coordenador da unidade técnica do CFN (Conselho Federal de Nutricionistas), a inclusão das informações nutricionais nos rótulos de alimentos foi um avanço. No entanto, afirma, é preciso dar "um salto de qualidade" no setor, o que poderia ser feito, por exemplo, por meio de uma campanha de esclarecimento à população. "O indivíduo observa que o alimento supre 25% da recomendação diária de uma substância numa dose, mas não tem noção do que é isso. Pode até parecer pouco, mas vai atingir 100% se ele comer quatro doses." O Idec defende uma abordagem mais ousada, com a inclusão de alertas nas embalagens de produtos com altos teores de açúcares, sal ou gorduras. Outra possibilidade é o uso

Rotulos de alimentos pi

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Rotulos de alimentos pi

8/3/13 Folha de S.Paulo - Equilíbrio e Saúde - Maioria dos consumidores lê rótulo de alimento, mas parte deles não entende - 03/08/2013

tools.folha.com.br/print?url=http%3A%2F%2Fwww1.folha.uol.com.br%2Fequilibrioesaude%2F2013%2F08%2F1321029-maioria-dos-consumidores-le-rotulo-d… 1/2

03/08/2013 - 03h16

Maioria dos consumidores lê rótulo dealimento, mas parte deles não entende

JOHANNA NUBLATDE BRASÍLIA

Três biscoitos recheados de uma marca tradicional têm 141 calorias, 6 g de gordurastotais e 78 mg de sódio, suprindo, respectivamente, 7%, 11% e 3% da dieta médiaestabelecida para um adulto.

Esse tipo de informação desperta o interesse da maioria dos consumidores, segundopesquisa realizada pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). No entanto,parte significativa do público não entende plenamente o que está escrito.

Foram ouvidas 807 mulheres --principais responsáveis pelas compras dos alimentos--com idades entre 20 e 65 anos, de todas as faixas de renda, em Porto Alegre, São Paulo,Goiânia e Salvador.

Um pouco mais de seis em dez mulheres disse ler, sempre ou às vezes, a tabelanutricional nos rótulos. Dessas que leem, 40% entendem os dados só parcialmente oumuito pouco ou não entendem o que está lá descrito.

"Apesar de a informação ser procurada, ela ainda é de difícil entendimento pelosconsumidores", avalia Ana Paula Bortoletto, nutricionista e pesquisadora do Idec.

Os indicadores mais populares entre as consumidoras, aponta o levantamento, são aquantidade de calorias, proteínas, sódio e carboidratos.

ALERTAS

Para Antônio Augusto, coordenador da unidade técnica do CFN (Conselho Federal deNutricionistas), a inclusão das informações nutricionais nos rótulos de alimentos foi umavanço.

No entanto, afirma, é preciso dar "um salto de qualidade" no setor, o que poderia ser feito,por exemplo, por meio de uma campanha de esclarecimento à população.

"O indivíduo observa que o alimento supre 25% da recomendação diária de umasubstância numa dose, mas não tem noção do que é isso. Pode até parecer pouco, masvai atingir 100% se ele comer quatro doses."

O Idec defende uma abordagem mais ousada, com a inclusão de alertas nas embalagensde produtos com altos teores de açúcares, sal ou gorduras. Outra possibilidade é o uso

Page 2: Rotulos de alimentos pi

8/3/13 Folha de S.Paulo - Equilíbrio e Saúde - Maioria dos consumidores lê rótulo de alimento, mas parte deles não entende - 03/08/2013

tools.folha.com.br/print?url=http%3A%2F%2Fwww1.folha.uol.com.br%2Fequilibrioesaude%2F2013%2F08%2F1321029-maioria-dos-consumidores-le-rotulo-d… 2/2

de cores que sinalizem claramente produtos que devem ser consumidos com cautela.

Para 78% das entrevistadas, as informações nutricionais ficariam mais compreensíveisse fosse adotado um modelo de gradação de cores, a depender do percentual desubstâncias como sódio e gordura (o chamado "semáforo nutricional").

E 96% delas declararam que frases de alerta ajudariam na escolha dos alimentos maissaudáveis.

A rotulagem, no Brasil, segue acordos do Mercosul. Desde 2006, é obrigatório imprimirinformações nutricionais em todos os alimentos.

Antonia Aquino, gerente de produtos especiais da Anvisa (Agência Nacional de VigilânciaSanitária), relativiza a vantagem da inclusão de frases de alerta.

"É preciso pensar na alimentação de forma global. Você não pode tornar um alimento ovilão."

Segundo Aquino, já foi solicitada, na esfera do Mercosul, a discussão da revisão dasnormas.

"Acho que o Mercosul trabalhará mais a visualização da informação nutricional,possivelmente com aumento da letra e critérios para uma melhor visibilidade do rótulo."

Endereço da página:

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/08/1321029-maioria-dos-consumidores-le-rotulo-de-alimento-mas-parte-deles-nao-entende.shtml

Copyright Folha de S. Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo destapágina em qualquer meio de comunicaçao, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha de S.

Paulo.