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Rumo aos EUA: um guia para quem quer estudar fora (Cassia Moraes)

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Apesar de ter sido aprovada num processo seletivo rigoroso numa das melhores universidades do mundo, por muito pouco não consegui arrecadar a quantia que eu precisava para estudar nos EUA. Hoje o Brasil é uma das maiores economias do mundo, mas estamos atrás de muitos países no quesito educação e ainda há poucas bolsas e incentivos para jovens talentos estudarem nas melhores faculdades. Dessa forma, no e-book "Rumo aos EUA: um guia para quem quer estudar fora", eu conto um pouco sobre a minha trajetória até Columbia com o intuito de ajudar outros jovens brasileiros a buscarem os seus sonhos. O e-book faz parte da campanha de crowdfunding que eu lancei ano passado e será distribuído gratuitamente. Boa leitura!

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Table of ContentsPrefácio

Introdução

Capítulo 1: Por que estudar nos EUA?

Capítulo 2: O processo de candidatura

Capítulo 3: Passei! E agora?

Links Utéis

Epílogo

Sobre a autora

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Prefácio

Reconhecer e valorizar a própria história, assumir as escolhas quefazemos e enfrentar os obstáculos para alcançar aquilo que desejamos eque trás realização às nossas vidas é uma das coisas mais corajosas quealguém pode fazer.

Lançar-se a escrever um livro aos 23 anos, expondo fragilidades epartilhando informações cruciais, que podem ser de extremaimportância a muitos jovens em situação similar, ou situação diferente, éum ato de coragem, bem como todo o percurso que neste livro vaisendo descrito.

A trajetória da vida profissional não é algo linear e Cassia mostra muitobem isso, do centro de sua juventude, o que torna este livro ainda maissurpreendente. As trajetórias profissionais são marcadas porimprevisibilidade, acúmulo de informações, conhecimentos, contatos eexperiências, mais ou menos conscientes, que determinam um conjuntode escolhas. É sobre escolhas e a forma como se processam essasescolhas e algumas de suas consequências, na forma de um exemplovivo, entre outras coisas, que trata este livro.

Cassia conseguiu, nas linhas que se seguem, expressar o que muitosjovens devem sentir nos seus momentos de dúvida perante as escolhasprofissionais, as primeiras e as seguintes, bem como aquilo que poucose pode ver até não ter tomado efetivamente as vias de um caminho. E,com muita generosidade, criou um material incrível que é ao mesmotempo rico e acessível, para aquele que, como ela, deseja se lançaràquilo que mais pulsa no seu íntimo.

Por tudo isso é uma leitura que recomendo. Para os jovens diria que éuma leitura obrigatória, para os não tão jovens, que pode ser um convitepara reativar boas memórias ou, quem sabe, a chama que permite trilharcaminhos ainda não trilhados, mas que não cansam de se desejar.

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Por fim, as linhas deste livro acabam sendo, além de um guia para oestudante que deseja estudar nos Estados Unidos, um convite para quecada um possa se lançar ao seu futuro, trilhando cada pedacinho dopresente, por mais difícil, desafiador, incongruente ou impossível quepossa parecer, seja qual for o momento em que você se encontra.

Eva Chaska Tesch

Diretora de Desenvolvimento da EduKar S.A.

www.edukar.net

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Introdução

Eu nunca imaginei que estaria escrevendo o meu primeiro livro aos 23anos. De certa forma, esse fato sintetiza o que estudar fora pode mudarna sua vida: Você será obrigado a ultrapassar os seus limites. Não seráum processo fácil, mas com certeza vale a pena! Se alguém dissessepara mim há dez anos atrás, quando eu ainda estava na oitava série, quehoje estaria fazendo mestrado em uma das melhores universidades dosEstados Unidos e do mundo, morando em Nova York e convivendodiariamente com pessoas dos mais diferentes lugares, eu provavelmentedaria risada. Mas hoje isso é uma realidade e, o mais incrível de tudo, éque é apenas o começo. No entanto, chegar até aqui não foi uma tarefafácil, mas com certeza teria sido menos difícil se eu soubesse algumascoisas antes. E são essas dicas que ninguém me deu que gostaria decompartilhar com vocês nas próximas páginas. Boa leitura!

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Capítulo 1: Por que estudar nos EUA?

1.1 Minha história

Low Library – Columbia University – Abril 2013

Sempre que converso com pessoas que estão na faculdade, oudecidindo que curso irão fazer, me perguntam: Como você descobriu oque você gosta? Como você decidiu o que queria estudar e com o quequeria trabalhar?

Em um mundo onde há tantas opções, tantos cursos para se fazer,tantos caminhos para se trilhar, é natural que nós, jovens, fiquemosconfusos. Mas essa confusão é exacerbada por um medo inconsciente: Ese eu escolher errado? Por algum motivo, quando estamos começandonossa jornada na universidade, achamos que estamos em um jogo de

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tudo ou nada, acreditando que uma escolha errada hoje determinará umfracasso irreparável no futuro. Felizmente, a vida funciona da maneiraoposta: Apenas tentando e, eventualmente, errando é quedescobriremos o que gostamos de verdade, o que fazemos bem, o quetemos que melhorar. E a parte boa é que, com o passar do tempo, aofazermos essas mesmas perguntas, as respostas podem ser diferentes.

Se não sabemos ao certo o que queremos fazer depois de formados,normalmente já temos uma ideia do que gostamos e fazemos bemquando estamos no ensino médio. Só que às vezes, negligenciamos esseconhecimento para nos adequarmos a padrões, para satisfazermos asaspirações da nossa família, e tantas outras desculpas que nos damospara não assumirmos as rédeas da nossa vida. Mais uma vez, se issoaconteceu com você, a boa notícia é que ainda dá tempo de mudar! Sevocê está passando por esse dilema agora, meu conselho seria: Tenha acoragem de seguir a sua intuição.

O preço a ser pago por negligenciar os seus sonhos é ficar preso a umavida que não te traz satisfação, na qual você tentará compensar suasfrustrações com produtos e status, criando desculpas por ter desistidodaquilo que queria e, inconscientemente, tentando convencer outraspessoas a fazerem o mesmo. Se hoje parece menos seguro ir atrás doque te faz feliz, posso garantir que esse esforço valerá a pena. Por isso,quando alguém te desmotivar dizendo “Isso é impossível!” ou “A vida éassim!”, preste atenção: Essa pessoa muito provavelmente foidesmotivada quando tinha a sua idade e esse é um ciclo vicioso. Cabe avocê decidir se quer entrar nele ou não.

Por que a introdução acima? Porque mais difícil do que descobrir o quete motiva, é ter coragem para escolher o caminho menos convencional, emuitas vezes mais difícil, que te levará a chegar lá. E esse caminho édiferente para cada um, cabe a você fazer o seu. Quando eu estava mepreparando para o vestibular, decidi que queria entrar numauniversidade pública. Seguindo os conselhos dos professores, quediziam que eu escrevia bem, resolvi prestar Jornalismo. Inicialmente, eusó iria prestar a FUVEST.

Naquela época, nem me passou pela cabeça fazer um curso degraduação fora do Brasil, já que nunca ninguém tinha me mostrado queaquilo era uma possibilidade e eu não conhecia ninguém que tinha ido.

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Mas tive a chance de fazer um intercâmbio de 2 meses no Canadá antesde começar o terceiro ano do ensino médio. Foi a primeira vez que saido país e, aos 16 anos, fui sozinha. Sem dúvida, essa experiência foifundamental para ampliar os meus horizontes e me motivou a buscar,no futuro, uma profissão que me permitisse conhecer novos lugares enovas culturas.

Mas perto das provas, resolvi pesquisar outras faculdades públicas deSão Paulo e decidi prestar também a UNESP. Até aí tudo bem. Antes depreencher jornalismo na inscrição, resolvi olhar o “Guia do Estudante” dafaculdade. Por algum motivo, não me impressionei muito com adescrição sobre o curso de Jornalismo e continuei folheando o manual,até chegar no curso de Relações Internacionais. Não lembro o queestava escrito, mas era algo sobre analisar outros países, uma propostamultidisciplinar, coisas que pareciam interessantes. Na foto, estudantesde roupa social discutindo sobre um mapa. Sem pensar muito, decidiprestar esse curso, já que na época eu pensava em ser correspondenteinternacional. No final, eu não passei na segunda fase da USP(Jornalismo) e passei na UNESP (Relações Internacionais).

Voltando a esse episódio, algumas coisas podem ser ressaltadas: (1) Eujá tinha uma ideia do que eu gostava: escrever, política, história... Masesses gostos poderiam me levar a diversas escolhas, como Jornalismo eRelações Internacionais, entre outros cursos; (2) Nem sempre as coisasacontecem como planejamos: correr atrás do que queremos nãosignifica ser inflexível, ou achar que os nossos planos são o únicocaminho possível. Muitas vezes, o norte que estipulamos é apenas umprimeiro passo que levará a caminhos antes ocultos; (3) Às vezestomamos uma decisão importante por impulso, o que não significa quesomos inconsequentes. Muitas vezes essas acabam sendo as decisõesmais acertadas de nossas vidas!; e (4) No meu caso, tive a sorte e adoreio curso de Relações Internacionais. Contudo, as coisas nem sempreacontecem assim: muitas vezes teremos que voltar atrás e reverescolhas feitas no passado.

Mas isso foi há 7 anos atrás. Na época, não foi assim que eu vi as coisas.Passei um bom tempo remoendo o fato de não ter passado na minhaprimeira opção. Não por uma paixão pelo Jornalismo em si, mas simpelo orgulho ferido por não ter passado e pelo medo, que eu negava, de

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mudar de cidade – e de vida. Naquela época, me parecia maisconfortável me matricular no cursinho e tentar novamente passar naminha primeira opção, estudar perto de casa, perto da família e dosmeus amigos. Mas foi justamente um grande amigo que me disse parafazer o contrário: ir para Marília e ver se eu gostava do curso. Se nãogostasse, dava tempo de voltar e entrar no cursinho depois. E foi issoque, a contragosto, acabei fazendo. Hoje, vejo que eu não poderia terfeito escolha melhor!

Voltando aos fatos relatados no início desse capítulo: eu não planejavaser correspondente internacional? Como foi que mudei de ideia? Naverdade, não cheguei a mudar de ideia. Não descarto essa possibilidade,quem sabe? Eu até cheguei a participar de uma semana de treinamentona Folha de São Paulo depois de formada. O que aconteceu é que onovo meio no qual me inseria – o meio universitário – me fez ver outraspossibilidades e acabei trilhando outro caminho. É aquela coisa sobrenão ser inflexível, que eu comentei anteriormente. Para descobrir que euqueria trabalhar com cooperação internacional na área de meioambiente, por exemplo, foi preciso percorrer um longo trajeto.

A minha primeira ideia de projeto de pesquisa foi sobre a Venezuela e anova esquerda latino-americana. Foram diversos cursos, eventos,conversas, leituras e fatos aleatórios que me levaram ao interesse porquestões ambientais. Posteriormente, por questões ambientais deabrangência global, como as mudanças climáticas. Finalmente, pelacooperação internacional na área e o papel do Brasil nesse processo.Eventos posteriores, que eu comentarei adiante, adicionaram outrostemas de interesse e preferências profissionais, que certamentemudarão com o passar dos anos.

É natural que a maioria dos jovens ainda não saiba ao certo com o quequerem trabalhar no futuro, ou qual é a área que eles realmente seinteressam. Não há uma fórmula pronta para "descobrir" o que vocêquer fazer, qual a profissão que te interessa mais, as possibilidades sãomuitas e vários caminhos podem te levar ao lugar que você procura.Mas uma coisa é certa: tentar coisas diferentes pode ser muitoimportante nesse processo. Por exemplo, nos primeiros anos defaculdade, frequente grupos de estudos diferentes, leia textos dediversas áreas, experimente! Lembro de ter participado de grupos de

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estudo sobre direitos humanos, os BRICs, organizações internacionais,entre outros. Por mais que eu não atue em todas essas áreas hoje, esseconhecimento não foi em vão e também me ajudou a descobrir aquilocom o que eu realmente queria trabalhar. Com o tempo, vocêprovavelmente terá identificado quais áreas te interessam mais. E essabusca te fará conhecer pessoas e ideias novas, que poderão seressenciais no futuro.

Lembro que nos primeiros meses de curso eu me sentia desafiada pelosmeus colegas. Praticamente todos eram mais velhos, tinham maisexperiências e falavam mais idiomas que eu. Desde então, eu aprendi ame cercar de pessoas que me desafiassem. E posso garantir que eu nãoteria feito muito do que eu fiz se não fossem essas pessoas, que memostraram, através do exemplo próprio, que eu poderia ir mais longe. Eisso fez com que eu ampliasse meu universo de possibilidades,chegando hoje a estudar em Columbia, o que eu imaginaria serimpossível há menos de dois anos atrás.

Agora vamos assumir que você já sabe o que quer fazer. Aí é que vem aparte mais difícil: como chegar lá? Como tantos outros jovens, eu saí dafaculdade com um objetivo profissional mais ou menos delineado.Queria trabalhar com cooperação internacional, política e questõessocioambientais. Para isso, cogitava ONGs, organizações internacionais,ou algum cargo no governo. Em todos esses casos, a falta de experiênciade trabalho foi um empecilho, e os meses seguintes à minha formaturaforam bem estressantes. A maioria das universidades brasileiras nãoacompanha seus alunos no processo de colocação profissional, e agrande parte dos egressos dos cursos de graduação encontradificuldades nessa importante fase da vida. Nunca é demais ressaltar aimportância da flexibilidade: Não é porque você não conseguiu o quequeria de primeira, que você não irá conseguir futuramente. Éimportante saber aproveitar outras oportunidades que a vida coloca noseu caminho.

Meu primeiro emprego foi no setor privado. Me candidatei para umavaga na área de Responsabilidade Socioambiental (RSA) em uma dasmaiores empresas do Brasil, mas devido aos meus conhecimentos deeconomia, inglês, entre outros fatores, fui chamada para uma vaga naárea Financeira. Apesar de ser algo bem diferente do que eu estava

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buscando, aceitei a proposta e aprendi muito. Ao mesmo tempo em quetrabalhava, fui voluntária em diversos projetos do terceiro setor na áreaambiental, o que fez com que eu não me distanciasse daquilo que jásabia ser o meu objetivo de longo-prazo. Por causa desses projetos, emmarço de 2012 fui selecionada para participar da Conferência “Transiçãopara uma Nova Economia”, em Harvard. E foi aí que a minha jornada atéa Ivy League começou...

Harvard – Cambridge – Março 2012

Acho que foi a notícia mais emocionante da minha vida (até então)! Oesforço de anos começava a dar seus primeiros frutos. Durante os diasda Conferência, participei de discussões incríveis sobre alguns dosprincipais desafios que a humanidade enfrenta. Conheci muita genteinteressante, com projetos brilhantes, ouvi ideias inovadoras e, aomesmo tempo, percebi que não estava em posição de inferioridade.Muito pelo contrário, ao longo dos debates pude trazer uma perspectivadiferente, baseada na minha vivência como brasileira. Saí de lá com asesperanças renovadas, acreditando que, maior do que o desafio queenfrentamos hoje, é a vontade de mudar.

Muita coisa aconteceu depois desse evento, algumas das quais serão

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relatadas aqui posteriormente. Mas uma coisa nunca mais saiu daminha cabeça: “These are ideas whose time has come” (Estas são idéiascujo tempo chegou) – A mudança da sociedade para patamares maissustentáveis, éticos e justos é a luta do nosso tempo. Sem dúvidas, foimuito inspirador conhecer outras pessoas que estão trabalhando paraconstruir o mundo de amanhã. E, pela primeira vez, o sonho de estudarem uma das melhores universidades do mundo deixava de ser algo tãodistante. Inicialmente, porém, meu plano era fazer apenas um curso decurta duração (summer course) durante as férias.

Deixei para pensar sobre isso depois, já que no momento eu tinha umoutro sonho para realizar: Participar da Conferência das Nações Unidassobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). A maior Conferênciamundial já realizada sobre temas socioambientais seria sediada no Riode Janeiro no mesmo ano, e eu sabia que não podia perder aoportunidade de participar desse evento histórico, mas só não sabiacomo ainda. Tentei diversas vias e, através de contatos que fiz naConferência de Harvard, consegui uma vaga para ser voluntária na PeaceChild International, ONG que estava organizando uma coalizão para aRio+20 composta por mais de 100 ONGs. Dessa forma, consegui minhacredencial para participar do evento oficial. Também me inscrevi para oYouth Blast – o evento oficial da Rio+20 para jovens – e fui selecionada.Por fim, fui convidada para o café-da-manhã oficial do Banco Mundialpara discutir os temas da Conferência com jovens lideranças.

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Rio+20 – Junho 2012

Ao longo do evento, ajudei a organizar 24 atividades, conheci muitagente e voltei com a certeza de que era isso que eu queria fazer ao longoda minha carreira. E estava chegando a hora de transformar o que atéentão era trabalho voluntário na minha profissão. Foi aí que a ideia deestudar fora voltou reforçada. Percebi que fazer um mestrado nosEstados Unidos poderia ser a porta de entrada para a carreira que eusonhava. Cerca de um mês antes do prazo da primeira universidade queeu queria prestar, decidi preparar os documentos necessários. Emalgumas semanas, prestei os exames exigidos (TOEFL e GRE), conseguias três cartas de recomendação que eu precisava, preparei os meusessays e, é claro, escolhi quais programas e quais faculdades eu iriaprestar!

Normalmente, recomenda-se que você separe uns seis meses para fazertodo esse processo, mas eu sentia que aquela era a hora certa – e queeu não podia deixar para o ano que vem. Na mesma época, recebi oedital do programa de formação acadêmica da Missão do Brasil Junto àONU, um programa de três meses no qual os selecionados podemacompanhar a atuação da diplomacia brasileira na sede das NaçõesUnidas, em Nova York. Me candidatei para a área de desenvolvimento

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sustentável e achava que já tinha sido eliminada do processo quando,meses depois, eu recebo um e-mail do coordenador do programamarcando uma entrevista para a mesma semana. Fiz a entrevista e,quando eu chegava à Florianópolis para o Réveillon, recebi um e-maildizendo que eu tinha sido aprovada e começaria em fevereiro!

Sede da ONU – Nova York – Fevereiro 2013

Eu sabia que era uma oportunidade única. E eu também sabia que euteria que sair da minha zona de conforto caso eu a aceitasse, já que avaga era temporária e eu não tinha ideia de quais seriam meus próximospassos. Mas quando você quer conquistar grandes coisas, você tem quearriscar e seguir caminhos que a maioria das pessoas evitaria. Largueium emprego estável, com oportunidades de crescimento, para trabalharpor três meses com aquilo que eu sempre sonhei. Fui para Nova Yorksem saber o que seria da minha vida quando, e se, eu voltasse. Hoje vejoque tomei a decisão certa, e que minha coragem foi recompensada: Fuiaprovada em todas as faculdades nas quais eu tive tempo de mencionaressa experiência na application (Columbia, American University e NYU)!Fora tudo o que eu aprendi, e as pessoas que eu conheci enquantotrabalhei lá.

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Foi enquanto eu ainda estava em Nova York, numa sexta-feira(15/03/2013), que eu recebi uma notícia que iria mudar a minha vidapara sempre: a Admissions Decision de Columbia e, com ela, meupassaporte para me juntar a alguns dos melhores profissionais deRelações Internacionais e Administração Pública do mundo. Lembro domomento que eu recebi a notícia como se fosse ontem. Eu estava naAssembleia Geral das Nações Unidas, no primeiro evento do grupo queirá decidir as metas da ONU para o desenvolvimento sustentável – AsSDGs (Sustainable Development Goals). Já estávamos no final da reuniãoda manhã e eu tinha recebido uma mensagem de colegas da Missão doBrasil perguntando onde iríamos almoçar. Aproveitei para conferir omeu e-mail e vi que, no intervalo de menos de meia hora, tinha saído aresposta de Princeton e de Columbia. Abri a de Princeton primeiro, ondeeu havia me candidatado para o MPA (Master in Public Affairs) e aresposta foi negativa. Como prestei poucos cursos, fiquei com medo denão passar em nenhum deles naquele momento.

Reuni forças e fui conferir o e-mail de Columbia, que direcionava paraoutro site para ver a resposta. Depois de umas quatro tentativas (nãolembrava a minha senha), consegui abrir o arquivo e li: "I am pleased tooffer you admission to the Master of International Affairs..." (Tenho oprazer de lhe oferecer admissão ao Mestrado em RelaçõesInternacionais...). Lembro de ter lido aquela frase umas cinco vezes antesde continuar a ler a carta, só para ter certeza de que eu não tinhaentendido errado. Foi uma emoção muito estranha: uma mistura defelicidade, por ter conseguido, com preocupação, por não ter conseguidobolsa para o primeiro ano. Mas uma coisa era cera: A minha vida nuncamais seria a mesma!

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Nesse ponto, a falta de informação à respeito do processo seletivonorte-americano por pouco não me impediu de realizar o meu sonho.Por pura ignorância, eu achava que o mais difícil era ser aprovada. Comoeu iria imaginar que isso era apenas o começo? Nos Estados Unidos,cada faculdade tem uma política própria com relação à concessão debolsas de estudo. No caso da SIPA (School of International and PublicAffairs), por exemplo, apenas 15% dos aprovados conseguem bolsa noprimeiro ano. A maior parte do auxílio estudantil é concedida nosegundo ano de curso, e apenas para parte dos alunos que possuemuma média mais alta (GPA acima de 3,40). O que todas as melhoresfaculdades americanas têm em comum, no entanto, são as altíssimasmensalidades, o que faz com que uma grande parcela de seusestudantes dependam de empréstimos e bolsas de estudo paraviabilizarem seu curso.

Por mais que eu tenha lido e procurado informações sobre estudar nosEUA, em nenhum lugar mencionava que o prazo para inscrições dasbolsas de estudo lá termina antes da divulgação dos aprovados. Emoutras palavras, a maior parte dos programas de bolsa americanos exigeque você se inscreva antes de saber se foi aprovado ou não. Entãoquando eu comecei a procurar bolsas de estudo, já tinha perdidopraticamente todos os prazos. Muitos jovens que vão estudar nos EUA

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conseguem apoio em seus países, mas o Brasil ainda tem poucosprogramas voltados para quem quer estudar fora. Até o final de 2013, ogoverno brasileiro não tinha nenhum programa voltado para mestradono exterior, e o recém-criado Ciências sem Fronteiras não oferece bolsaspara cursos de humanas. Algumas Fundações privadas (veja a lista deoportunidades disponíveis na seção Links Úteis) apoiam jovens que vãoestudar fora, mas o auxílio concedido ainda é muito pouco para acrescente demanda.

Entre todas as oportunidades de bolsa de estudos disponíveis no Brasil,eu me candidatei aos únicos dois programas para os quais eu eraelegível. Embora eu tenha sido aprovada para outras fases, não fuiselecionada no final. No dia que eu recebi a notícia de que não tinhasido selecionada para o último desses programas, meu mundo caiu e eupensei que não havia mais esperanças de estudar em Columbia. Outrodetalhe pouco comentado é que, para conseguir o visto de estudantenos EUA, você precisa comprovar que já tem toda a quantia necessáriapara cobrir as despesas do primeiro ano – e em ativos líquidos. Emsuma, você precisa ter todo o dinheiro exigido antes de entrar com opedido para conseguir visto. E sem nenhuma bolsa de estudos, eu nãoconseguiria cumprir esse critério.

A essa altura, eu estava vendo meios de conseguir estudar em outra dasuniversidades que eu também tinha sido aprovada, para a qual euconsegui uma bolsa parcial. Mas sempre que eu pensava no assunto, osonho de estudar em Columbia falava mais alto e eu não conseguia meconformar com a minha situação. Foi quando eu fiquei sabendo dacampanha que o músico Marcus Toscano fez para arrecadar a quantiaque ele precisava para fazer o mestrado no exterior através docrowdfunding. O crowdfunding é uma plataforma de financiamentocoletivo na qual diversas pessoas podem contribuir com alguma quantiapara viabilizar um projeto – no caso os estudos no exterior. Depois deconversar com o Marcus, decidi lançar a minha campanha também etentar arrecadar a quantia que faltava em um mês e meio. Ao longodesse tempo, conheci diversas pessoas que me ajudaram, não só comcontribuições, mas com indicações e palavras de incentivo. Como eutinha pouco tempo e a quantia era alta, também procurei grandesempresas.

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Mas o tempo ia passando e eu ainda estava longe de arrecadar tudo oque eu precisava. Foram dias de muita ansiedade, e a cada nova manhão sonho de estudar em Columbia ficava mais distante. Na últimasemana de junho (2013), decidi que eu iria entrar em contato com aoutra universidade e aceitar a proposta deles. Um dia antes de fazer essecontato final, fui a um evento e comentei a minha situação com ospalestrantes. É incrível como uma escolha aparentemente banal podemudar a sua vida para sempre. Se eu não tivesse ido a esse evento, e porpouco eu não fui porque estava chovendo e eu estava atrasada edesanimada depois de meses de buscas, eu não teria conseguido osrecursos necessários para viabilizar o meu sonho. No dia seguinte, umdos palestrantes me mandou uma mensagem comentando que umamigo dele trabalhava num projeto novo, que talvez pudesse me ajudar.

Esse projeto era a EduKar, que ajuda os jovens selecionados a investiremnos estudos e na carreira de uma forma inovadora. Por ser umaparceria, e não um empréstimo, não há o conceito de dívida. Um dosmaiores impedimentos para financiar os estudos no exterior, além dasaltas taxas de juros no Brasil, é o fato de que não há modalidades quepermitam iniciar o pagamento das parcelas depois que você se forma.Como os mestrados profissionais nos EUA (MBA, MIA, MPA, entre outros)exigem dedicação em tempo integral, não é possível trabalhar enquantovocê estuda, o que impossibilita o pagamento de parcelas ao longo docurso. Sem contar que a quantia máxima financiada pelos bancosbrasileiros não chega nem a um oitavo do que você precisa para pagaras despesas de um mestrado nas faculdades mais renomadas dosEstados Unidos.

No caso da EduKar, os estudantes associados pagam o suportedisponibilizado depois de se formarem, destinando uma porcentagemde seus rendimentos à empresa por um tempo determinado, sendo queos detalhes são acordados previamente entre ambas as partes. Nomesmo dia eu liguei para a EduKar e contei a minha situação. Eles játinham fechado o processo daquele semestre, mas mesmo assimtoparam marcar uma reunião comigo na semana seguinte. No primeirodia de julho, me reuni de manhã com a equipe deles, que me explicoumais sobre o projeto e me entrevistou. Cientes da urgência que eu tinhaem dar entrada nos documentos do visto, eles me ligaram no mesmodia para informar que a diretoria e os acionistas da empresa

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conversaram e decidiram que iriam me apoiar. Como se diz aqui noBrasil, eu tinha conseguido “nos 45 do segundo tempo”!

Mas não era tão fácil assim: O prazo para aceitar a minha vaga emColumbia, e fazer o depósito inicial, era 1º de maio: Já tinha passado doismeses! No dia seguinte, liguei para Columbia para informar que eu tinhaconseguido a quantia que faltava, e o Escritório de Admissões permitiuque eu mantivesse a minha vaga. Eu tinha conseguido, contra todas asexpectativas! E foi assim que eu consegui realizar o meu sonho deestudar em uma das melhores faculdades do mundo. Foi uma longa edifícil caminhada, e muita coisa poderia ter sido evitada caso eu tivessetido mais orientação ao longo do processo.

1.2 Vantagens de estudar nos Estados Unidos

Muito além de melhorar o inglês e colocar uma experiência internacionalno currículo, estudar nos EUA proporciona diversas oportunidades dedesenvolvimento pessoal e profissional:

Networking e desenvolvimento profissionalNas faculdades norte-americanas, normalmente existe um escritóriodedicado apenas ao desenvolvimento profissional dos alunos. Ao longodo ano todo, a faculdade oferece palestras sobre temas ligados àcarreira, como preparação para entrevistas, oportunidades em diferentessetores, entre outros. Também é comum ter diversas sessões derecrutamento durante o ano letivo, nas quais empresas, agênciasgovernamentais, organizações internacionais, e mais diversosempregadores divulgam oportunidades de estágio e trabalho nas suasinstituições.

A cultura de networking não se restringe só a um escritório, mas permeiatodo o ambiente de ensino nos EUA. É comum professores auxiliaremalunos a conseguirem estágios ou empregos, e os próprios estudantestrocam experiências e contatos entre si. No caso das faculdades maisrenomadas, robustas redes de ex-alunos (alumni) fazem com que você

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continue se conectando com a faculdade mesmo depois de formado,através de eventos, grupos e diálogo com outros ex-alunos. No caso daSIPA (School of International and Public Affairs), essa rede é compostapor mais de 18.000 ex-alunos de mais de 156 países, sendo uma fonteriquíssima para troca de experiências e networking. Finalmente, essesescritórios auxiliam os alunos com atendimento individual para revisãode currículos, preparação para entrevistas, coaching e dicas em geral, eesses serviços continuam à disposição mesmo depois que você seforma.

RigorNo Brasil, coisas como colar numa prova são comuns no sistemaeducacional, inclusive no ensino superior. Já nos EUA, não tem conversa:Se você colar, você é expulso da faculdade, e outras infrações ao códigode ética também são severamente punidas. O rigor das faculdadesnorte-americanas não se aplica só ao regulamento, mas espera-se que oaluno leia a lista de textos indicada pelo curso e participe ativamentedos debates da aula. Se no dia-a-dia o ritmo já é muito intenso, nassemanas de provas a carga de estudos aumenta ainda mais. Para se teruma ideia, durante essas semanas, a biblioteca da SIPA fica aberta até às4:30 da manhã, sendo que outras bibliotecas de Columbia chegam afuncionar 24 horas! Como eu já comentei, bolsas de estudo sãoessenciais para muitos alunos, e um bom desempenho acadêmico (porexemplo, um GPA acima de 3.4) é um dos requisitos para se candidataraos auxílios oferecidos pela faculdade. Por esse motivo, o comitê deadmissões das faculdades mais concorridas busca applications quedemonstrem a capacidade do candidato lidar com o stress. Administrara carga do mestrado nessas faculdades não é uma tarefa fácil, ecaracterísticas como organização, responsabilidade e capacidade detrabalhar sobre pressão são essenciais para quem quer estudar nessasinstituições. Mas todo esforço tem sua recompensa: no final, vocêsentirá que está se superando a cada semestre!

OportunidadesEstudar em uma das melhores universidades da sua área (Clique aquipara acessar alguns rankings) proporciona oportunidades incríveis. O

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curso de Relações Internacionais, por exemplo, é tachado como umcurso muito teórico no Brasil. Mas estudar RI em Columbia é umaexperiência totalmente diferente: Você não se restringe ao estudo dasteorias na sala de aula, mas pode participar de reuniões oficiais da ONU,conversar com diplomatas de países diferentes e fazer cursos comprofessores que possuem anos de carreira na área. Tudo isso ajuda a terum treinamento acadêmico muito bom, mas que também é voltado paraos desafios da prática. Além dos recursos oferecidos pelo seu mestrado,você também pode fazer cursos em outras escolas e aproveitar o que afaculdade oferece para toda sua comunidade. Como a minha área deconcentração é meio ambiente, eu posso fazer cursos na escola deengenharia, na escola de direito, na Business School, entre outras, foraos diversos eventos multidisciplinares organizados ao longo do ano. E afaculdade ainda incentiva os alunos a participarem de diversosconcursos, como o Hult Prize, que concede um prêmio de até $1.000.000para o projeto vencedor! No final, todas essas experiências farão comque você se diferencie no mercado e cresça como pessoa e comoprofissional.

EstágiosNo Brasil, boa parte dos alunos usam as férias para descansar, viajar oufazer intercâmbio. Já nos EUA, é muito comum usar esse tempo paraadquirir experiência profissional, mesmo que não remunerada. Estágioscostumam ser obrigatórios, inclusive em alguns cursos de pós-graduação. Esse costume ajuda os estudantes a conhecerem melhor asorganizações que eles pretendem trabalhar no futuro, além deacrescentar mais experiência ao currículo de quem está começando. Emmuitos casos, os estagiários são efetivados depois de formados, ouconseguem um emprego através de indicações dos lugares ondetrabalharam. Esses estágios também podem ser feitos ao longo do anoletivo. Por isso, na hora de escolher as universidades que você iráprestar, é importante observar as características das cidades nas quaiselas estão localizadas. O fato de Columbia ficar em Nova York, porexemplo, aumenta ainda mais as oportunidades disponíveis, e é comumque os alunos estagiem em grandes organizações como a ONU, aHuman Rights Watch ou o JP Morgan.

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Crescimento PessoalSeja para fazer um intercâmbio de curto prazo, ou um mestrado, estudarfora faz com que você saia da sua zona de conforto e,consequentemente, cresça. Tarefas como administrar suas contas ebuscar recursos para financiar o seu curso, bem como os desafios de seadaptar a outro país são muito enriquecedoras. Não importa qual é asua profissão, saber lidar com outras culturas é uma competência queestá em alta em um mundo cada vez mais globalizado. E estudar emoutro país te ajuda a desenvolver essa e outras competências, comoresiliência, tolerância e flexibilidade.

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Capítulo 2: O processo de candidatura

O primeiro passo para se candidatar a um curso no exterior é pesquisaras opções disponíveis. A minha dica é que você olhe os rankings dasmelhores faculdades na sua área, converse com quem já foi estudarfora, leia matérias a respeito, etc. Depois dessa sondagem inicial, vocêdeve se perguntar: Qual é o meu objetivo? O que eu quero ganhar comessa experiência? Mesmo entre as melhores faculdades do mundo, hámuitas diferenças entre os programas com relação ao tamanho, cidade,foco, oportunidades e auxílio financeiro. Por isso, é importante refletirinicialmente sobre o que você está procurando. No meu caso, eu queriafazer um mestrado que me permitisse estudar e trabalhar com questõesinternacionais na área ambiental. Dessa forma, prestei mestrados naárea de administração pública, relações internacionais e ciênciaambiental.

Em cada faculdade, programas diferentes eram mais adequados ao queeu estava buscando. Eu me esforcei tanto para conseguir financiar omeu curso em Columbia porque a instituição era a que mais seencaixava às minhas demandas. Além de oferecer um treinamentosólido em áreas como economia, finanças e política internacional, oMaster of International Affairs na SIPA possui um currículo flexível, quepermite que o aluno se foque nas áreas com as quais ele pretendetrabalhar no futuro. Para finalizar, a proximidade com o Earth Institute,um dos maiores centros de pesquisa na área socioambiental do mundo,e com a ONU foram atributos decisivos para que eu fizesse a minhaescolha. Depois que você traçar os seus objetivos, é hora de pesquisaros diversos programas disponíveis na área e escolher aqueles que maisse encaixam no que você procura. Para se organizar melhor, eu sugiroque você crie um arquivo ou uma planilha no Excel com as principaisinformações dos programas escolhidos: prazo para inscrição,documentos exigidos, link para a application, etc. Confira dicas para cadaetapa da application nas próximas seções e boa sorte!

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2.1 Testes de proficiência em inglês

TOEFL (Test of English as a Foreign Language)O TOEFL é o teste de proficiência em inglês mais comum, aceito pormais de 9.000 universidades e agências em mais de 130 países. Para finsacadêmicos, exige-se um score de no máximo dois anos, então éimportante se programar para evitar que o teste perca a validade. Oexame custa $210,00 e possui mais de uma modalidade: a mais comumé o TOEFL internet-based test (iBT), que é aplicado em diversos centrosespalhados pelo mundo. O teste é dividido em quarto seções: Reading(60–80 minutos / 36–56 perguntas), Listening (60–90 minutos / 34–51perguntas), Speaking (20 minutos / 6 perguntas) e Writing (50 minutos / 2redações). Cada uma dessas seções vale 30 pontos, somando 120 pontosno final. Outra modalidade é o paper-based TOEFL (TOEFL PBT), que éaplicado em áreas onde o TOEFL iBT não está disponível. A principaldiferença entre os dois testes é que o paper-based TOEFL não possui aseção de Speaking.

A preparação para o TOEFL deve ser uma das primeiras etapas naapplication para um curso no exterior. A pesquisa inicial mencionada noinício desse capítulo é essencial, já que cada curso estabelece um scoremínimo para admissão. Se você pretende fazer uma pós-graduação emuma das melhores universidades dos EUA, a média exigida gira em tornode 100/120. Na SIPA, por exemplo, o mínimo é 100/120, mas para scoresinferiores a 110/120 um curso de inglês no verão é obrigatório. Vocêdeve selecionar a sua estratégia de estudo de acordo com as exigênciasdos programas que você escolheu e com o seu conhecimento doidioma. Faça um teste para simular o seu desempenho e foque nashabilidades que você precisa treinar mais. A ETS, empresa que aplica oTOEFL, oferece alguns materiais gratuitos para estudar para o teste(clique nos links abaixo para acessar os downloads):

• TOEFL Test Prep Planner (PDF);

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• TOEFL® Resources: An Overview for Students (Flash);

• TOEFL iBT Quick Prep;

• TOEFL iBT Test Sample Questions.

Você também pode comprar livros e outros materiais para se prepararna loja da ETS.

* IELTS (International English Language Testing System):O IELTS é administrado pelo British Council e a nota é dada em umaescala de 0 a 9. Ao contrário do TOEFL, o IELTS não possui um prazo devalidade. Mesmo assim, as universidades geralmente pedem o score deum teste feito há no máximo dois anos, então é importante se informara respeito. O exame custa R$ 440,00 e é dividido em dois módulos (paramais informações obre a estrutura de cada módulo, clique aqui): (1)Academic Module; e (2) General Training. O score mínimo exigido pelasmelhores universidades costuma ser 7.0/9.0. Como a maioria dosprogramas aceita tanto o TOEFL quanto o IELTS, decidir entre os doisexames é uma escolha pessoal – estude os dois testes e veja com qualvocê se identifica mais. A escolha do país de destino também podeinfluenciar a sua decisão, já que o IELTS é mais comum na Europa,enquanto o TOEFL é mais usado nos EUA. O British Council tambémoferece recursos gratuitos para você se preparar para o exame:

• Free IELTS practice tests;

• Free IELTS practice activities and resources.

Você também pode comprar livros preparatórios oficiais clicando aqui.

2.2 GRE/GMAT

O próximo passo rumo à uma pós-graduação nos Estados Unidos são os25

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Standardized Tests. De acordo com o seu objetivo, você terá queescolher entre o GRE (Graduate Record Examinations) ou o GMAT(Graduate Management Admission Test). Alguns programas não exigemesses testes para estudantes internacionais, por isso é importantepesquisar os requisitos dos programas escolhidos. No caso dasinstituições que aceitam tanto o GRE quanto o GMAT, a escolha entre osexames fica a critério do candidato. O GMAT costuma ser exigido pelosprogramas de MBA, enquanto o GRE é um teste mais geral, e é aceito pordiversos programas de pós-graduação.

O GRE custa $185, dura cerca de 3 horas e 45 minutos e é composto portrês seções: (1) Raciocínio Verbal (130–170); (2) Raciocínio Quantitativo(130–170); e (3) Redação Analítica (0-6). Para estudantes internacionais, aseção de raciocínio quantitativo é a mais importante, já que ashabilidades gramaticais já são avaliadas pelo TOEFL. Normalmente, asuniversidades não estabelecem uma nota mínima para o GRE.Entretanto, algumas disponibilizam o desempenho dos alunosaprovados (clique aqui para ver o desempenho dos candidatosaprovados em Princeton em 2013). Confira abaixo materiais para sepreparar para o exame:

• Verbal Reasoning Question Types;

• Quantitative Reasoning Question Types;

• Introduction to the Analytical Writing Measure;

• Preparation for the Computer-based GRE (POWERPREP);

• Practice Book for the Paper-based GRE;

• Math Review for the GRE;

• Mathematical Conventions for the GRE;

• Graduate Record Examinations;

• ScoreItNow! - Online Writing Practice Service.

Embora o score do GRE não seja eliminatório durante o processo deseleção, ele é uma parte importante da application. Normalmente, o GREé mais importante para quem tem menos experiência de trabalho, ou

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notas não tão altas em matérias quantitativas na graduação. Se você nãocursou matérias como estatística, economia e matemática na graduação,o GRE pode ser a única forma de atestar o seu raciocínio quantitativopara o Comitê de Admissões. Dessa maneira, o melhor é se preparar omáximo possível para ter uma boa nota.

Como eu decidi enviar a minha application de última hora, tive apenasuma semana para me preparar para o teste. A minha nota poderia tersido maior se eu tivesse estudado mais, e eu quase desisti de mecandidatar em 2012 por não ter conseguido a nota que eu queria. Mas,como eu disse, a nota do GRE não é eliminatória – se você não conseguirum score muito alto, é possível compensar através da sua experiência detrabalho, notas altas em matérias quantitativas ao longo da graduação ecartas de recomendação que comprovem a sua habilidade quantitativa.O GRE também é usado como critério para a concessão de bolsas deestudo no primeiro ano da faculdade. Então se você precisa de auxílioestudantil (como a maioria dos estudantes), é importante ter umaatenção redobrada a essa etapa do processo.

O GMAT custa $250, dura 3 horas e 30 minutos e avalia competênciascomo escrita analítica, raciocínio integrado e análises quantitativas everbais. Mais detalhes sobre cada seção do exame estão disponíveisaqui. Confira abaixo materiais para se preparar para a prova:

• GMAT Preparation Checklist;

• The GMAT Prep Timeline;

• GMAT Handbook;

• GMAT Paper Tests;

• Free GMATPrep Software;

• The Official Guide for GMAT Review, 13th Edition;

• GMAT Write;

• GMAT Focus Online Quantitative Diagnostic Tool;

• The Official Guide for GMAT Quantitative Review, 2nd Edition;

• The Official Guide for GMAT Verbal Review, 2nd Edition.

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O score necessário vai depender do programa para o qual você irá secandidatar. Por exemplo, o score médio dos alunos aprovados para aturma de 2015 do MBA de Harvard foi 730/800 (nota mínima 550 e notamáxima 780).

2.3 Essays

Os Essays – redações exigidas durante o processo para se candidatar aprogramas de pós-graduação nos EUA – são a parte mais importante daapplication. O tema varia de acordo com a faculdade escolhida, ealgumas exigem mais de um essay. Basicamente, o essay (ou personalstatement) é uma redação de cerca de 600-1.000 palavras na qual vocêdescreverá experiências passadas, metas para o futuro e como estudarna faculdade escolhida te ajudará a alcançar os seus objetivos. Já quemuitos programas de pós-graduação não fazem entrevistas durante oprocesso de seleção, o essay é uma oportunidade para os candidatosmostrarem quem são e porque devem ser selecionados. Pode parecersimples, mas escrever um bom essay exige tempo e planejamento.Como foi mencionado antes, fazer uma pós-graduação nos EUA é umgrande investimento de tempo, esforço e dinheiro, então é importanteque você reflita inicialmente sobre os motivos que te levaram à essaescolha.

Também é importante ressaltar que o Comitê de Admissão lerá diversosessays, então você deve encontrar uma maneira de se destacar entre osdemais. O primeiro parágrafo é muito importante e deve instigar ointeresse do avaliador. Fuja de fórmulas prontas e fáceis, mas semexageros. O objetivo nessa fase da avaliação é contar uma história sobrevocê, a qual deve ser coerente com os outros documentos apresentados.Por exemplo, não adianta falar que você tem muita experiência em umaárea se o seu currículo não sustentar o que estiver escrito, ou apontaruma qualidade sua que nenhuma carta de recomendação mencione.Outro erro muito comum é focar só na parte profissional, apenasreafirmando aquilo que já consta no seu currículo. Os avaliadores lerãotodos os seus documentos, e o objetivo do essay é acrescentarinformações que não são mencionadas em outras partes da application.

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Você pode – e deve – citar algumas informações contidas no seucurrículo, mas lembre-se de acrescentar experiências pessoais paraenriquecer a narrativa e ilustrar habilidades que você possui.

Ao longo do texto, você pode mencionar:

• Eventos e mudanças que foram importantes na sua vida;

• Pessoas, livros e viagens que te inspiraram;

• Conquistas e sonhos;

• Os maiores desafios da sua vida e como você lidou com eles;

• Quais são as suas metas para o futuro;

• Experiências em áreas relacionadas ao curso que você quer fazer;

• Atividades extracurriculares;

• Fatos que ilustrem habilidades suas, como liderança, resiliência,organização, entre outras.

Erros comuns são: linguagem informal, erros de ortografia, compartilharfatos muito pessoais, dar desculpas inapropriadas para pontos fracos(ex: notas baixas), escrever o nome da escola errada, entre outros.Depois de finalizar o seu essay, peça a opinião de amigos, professores,colegas de trabalho e revise cuidadosamente para evitar errosgramaticais. Se possível, peça o feedback de alguém que estude nos EUAou faça parte do programa para o qual você está se candidatando.

Mais informações:

• Questions to Ask Yourself Before Writing Your Graduate AdmissionsEssay

• Overview of the Graduate Admissions Essay

• What Do Graduate Schools Want?

• Graduate School Admissions Essay Checklist

• 7 Common Admissions Essay Mistakes29

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• FAQs for Writing Your Graduate Admissions Essay

• How to Organize and Write Your Graduate Admissions Essay

• Why do Grad School Applications Require an Admissions Essay?

• Graduate Admissions Essay Dos and Don'ts

2.4 Cartas de recomendação

O processo de admissão em uma universidade americana é muitocompetitivo. Por isso, o candidato deverá submeter cartas derecomendação junto com os seus documentos. O número de cartasexigido varia de acordo com o curso, podendo chegar até três nasapplications para pós-graduação. Essas cartas devem ser enviadas porpessoas que possam avaliar o desempenho profissional e acadêmico docandidato, como professores e supervisores. Esses documentos sãoessenciais para uma application bem sucedida e funcionam como umaconfirmação do que foi mencionado nos documentos anteriores. Nessafase do processo seletivo, o Comitê de Admissão busca indícios quecomprovem que o candidato está preparado para iniciar uma pós-graduação no exterior. Algumas das características buscadas são:liderança, responsabilidade, resiliência, ambição, bom desempenhoprofissional e acadêmico, motivação, entre outras.

Ao requisitar uma carta de recomendação, é importante escolher alguémque realmente conheça o seu trabalho. O tamanho padrão é cerca deuma página a uma página e meia e, como o essay, uma boa carta derecomendação relatará fatos que comprovem as afirmações feitas sobreo candidato. Não adianta dizer que o aluno é proativo se o professor nãocitar nenhuma experiência que demonstre isso. Dessa forma, é uma boaideia debater o documento com as pessoas que irão te recomendar. Umbom ponto de partida é enviar os seus outros documentos para quevocês possam construir uma boa application juntos!

Não há regras rígidas sobre como você deve distribuir as suas cartas.Uma recomendação, porém, é que ao menos duas cartas venham deprofessores se o candidato possui menos de três anos de experiência

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profissional. Para pessoas com três anos ou mais de experiênciaprofissional, é mais indicado enviar ao menos duas cartas escritas porpessoas que possam comentar seu desempenho no trabalho, comosupervisores, coordenadores e colegas. Pessoas que trabalham há maistempo não precisam enviar cartas de professores se não quiserem.

Alguns pontos que podem ser citados nas cartas de recomendação são:

• A relação entre você e a pessoa que está escrevendo a carta.

• Quais características e habilidades distinguem o candidato dos demaisalunos/funcionários?

• Como você classificaria o candidato? Ele foi um dos melhores alunos?Um dos mais criativos? Ele é um dos funcionários mais dedicados dodepartamento?

• Pontos mencionados no essay e no currículo do candidato.

• Fatos que demostrem a maturidade do candidato e porque ele estápreparado para fazer uma pós no exterior.

• Comentar o desempenho acadêmico e profissional do candidato.

• Mencionar experiências e habilidades que podem compensar pontosfracos do candidato, como notas baixas no GRE.

• Por que o aluno é um bom candidato para a pós-graduação? Escreverbem, boa oratória, experiência com pesquisa e conhecimentosrelacionados a área escolhida são algumas das características buscadaspelos avaliadores.

É possível que algumas universidades entrem em contato com aspessoas que enviarem as suas cartas de recomendação. Não esqueça demanter os seus recomendadores informados sobre o resultado das suasapplications!

Mais informações:

• GSAS Guide for Teaching Fellows on Writing Letters ofRecommendation

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• Sample Letters of Recommendation

• Letters of Recommendation: Examples

• Recommendation Letters - Business School Recommendations

• Recommendation Letter FAQ

• Business School Recommendation Letter Tips

• Writing Letters of Recommendation

• Letters of Reference

2.5 cv/Résumé e Writing Samples

Outro documento importante na application para universidadesamericanas é o currículo do candidato. Normalmente, as universidadesestipulam um limite de quatro páginas, um espaço maior do que o doscurrículos convencionais. Isso porque os avaliadores consideram não sóa experiência profissional e acadêmica do candidato, mas tambématividades extracurriculares, como participação em centros acadêmicos,empresas juniores, ONGs, projetos voluntários, entre outras. O Comitêde Admissões busca candidatos proativos, atuantes em suascomunidades e que se destaquem dos demais. Por isso, o currículofornece as bases nas quais você irá construir o seu essay. Você podedemonstrar como as atividades do seu currículo estão relacionadas comos seus planos para o futuro e o programa de pós-graduação escolhido.

Se você for um career changer (alguém que decidiu fazer uma pós-graduação para mudar o rumo de sua carreira), uma alternativa émostrar como as habilidades adquiridas até então podem te auxiliar nanova carreira. Em outros casos, você pode indicar trabalhos voluntáriosna área, ainda que sua experiência profissional seja em outro setor.Algumas universidades também pedem um currículo extra focado emhabilidades específicas, como análise quantitativa e conhecimento deidiomas. Também pode ser requisitado um writing sample; isto é, umpequeno artigo seu sobre o tema que você pretende trabalhar nomestrado. Como os critérios variam de acordo com a instituição

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selecionada, é importante ler atentamente as exigências de cada uma.

2.6 Bolsas de estudo

Pode parecer estranho para nós, brasileiros, mas o prazo para secandidatar às bolsas de estudo nos EUA é anterior à divulgação daaprovação nas universidades. Na maioria dos programas, você irásubmeter uma application separada para concorrer às bolsas de estudofornecidas pela instituição. Mas há muitas bolsas fornecidas por outrasinstituições, então o candidato deve pesquisar essas outrasoportunidades antes mesmo de receber a decisão das universidades.Como eu mencionei no capítulo introdutório desse E-book, eu não sabiadisso na época que eu estava enviando as minhas applications àsuniversidades. Logo, quando eu recebi a notícia da minha aprovação,praticamente todos os prazos das bolsas externas já tinham passado!Não deixe para depois também, financiar os custos é um dos principaisdesafios de cursar uma pós-graduação no exterior. Veja algumasinstituições que oferecem auxílio financeiro na seção “Links Úteis”.

2.7 Dicas gerais

1. O processo seletivo para uma universidade americana é mais amplodo que o das universidades brasileiras. As notas dos exames (GRE,GMAT, entre outros) são importantes, mas são apenas uma parte daapplication. Um candidato ideal é aquele que possui boas notas aolongo da graduação, um histórico de atividades extracurriculares, algunsanos de experiência de trabalho, bons scores nos exames de admissão ecartas de recomendação que demonstrem um potencial acima damédia. Por fim, o essay deve relacionar todas as característicasmencionadas acima e mostrar para o Comitê de Admissão quais são osobjetivos pessoais e profissionais do candidato. É comum, porém, que o

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candidato possua pontos fracos em sua application. Se esse for o seucaso, busque compensar esses pontos nos outros componentes doprocesso seletivo. Por exemplo, uma nota baixa na parte quantitativa doGRE muitas vezes pode ser compensada por notas boas em matériasquantitativas ao longo da graduação, bem como com experiênciasprofissionais que ressaltem as habilidades quantitativas do candidato.

2. Uma application bem sucedida é aquela que fornece aos avaliadoresum bom retrato do candidato. Para compor uma narrativa coerente aolongo dos documentos exigidos, em primeiro lugar é necessário quevocê reflita a respeito dos seus objetivos pessoais e profissionais. Umbom começo é selecionar experiências que marcaram a sua vida erefletir sobre suas qualidades e seus defeitos. Como você chegou atéaqui? Aonde você quer chegar? Como estudar fora pode te ajudar aatingir os seus objetivos?

3. Nos programas de pós-graduação, as universidades americanasprocuram pessoas que saibam aonde querem chegar. Por isso, costuma-se exigir alguns anos de experiência de trabalho para se candidatar aalguns mestrados nos EUA. Por mais que uma pequena parcela dosaprovados não tenha experiência profissional, eu não aconselho quevocê se candidate logo após terminar a graduação. Trabalhar por aomenos dois anos antes de se candidatar fortalecerá a sua application,além de te ajudar a refletir melhor sobre a carreira que você almeja.

4. Fuja do “Complexo de vira-lata”: Ao iniciar a sua application, mostre omelhor de si! As universidades americanas buscam aumentar o númerode alunos brasileiros, o que é reflexo de um interesse crescente pelopaís. Durante esse meu primeiro semestre em Columbia, eventos epalestras sobre o Brasil ocorriam quase que semanalmente, e hádiversos cursos focados no nosso país. Dessa forma, demonstrar quevocê conhece e quer contribuir para o avanço do Brasil é um diferencial!

5. Faça uma boa pesquisa sobre cada universidade. Essays bemsucedidos são aqueles que demonstram conhecimento sobre a

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instituição escolhida. Mencione as características do curso que teinteressam mais, professores com os quais você gostaria de trabalhar eos motivos pelos quais você escolheu aquela faculdade. Por mais quevocê tenha um essay padrão, não esqueça de adaptá-lo a cadaapplication. Uma boa fonte para entender melhor o que os avaliadoresbuscam é o Admissions Blog das próprias faculdades. Além disso, écomum que elas publiquem perfis de alunos e ex-alunos, que tambémfornecem uma ideia sobre as características das pessoas que sãoaprovadas nos seus cursos.

6. Peça feedback. Nem sempre aquilo que você quer dizer está claropara o leitor. Portanto, peça a opinião de amigos, colegas, familiares,professores e quem mais puder te ajudar. Revise também questõesgramaticais e confira pequenos detalhes, como por exemplo se vocêestá endereçando os documentos à faculdade correta. Afinal, você nãoquer deixar de ser aprovado por descuidos desse tipo, né?

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Capítulo 3: Passei! E agora?

Se você foi aprovado em uma universidade americana, parabéns!Comemore essa grande conquista, mas saiba que a sua jornada estáapenas começando...

3.1 A escolha da universidade

A maioria dos candidatos envia applications para mais de umauniversidade. Dessa maneira, pode ser que você seja aprovado em maisde uma instituição – e tenha a difícil tarefa de escolher para onde ir.Nesse momento, ter feito uma boa pesquisa sobre as faculdades para asquais você se candidatou pode facilitar a sua escolha. É comum quevocê já tenha algumas faculdades preferidas entre as que você secandidatou. Assim, a dúvida será maior se você passou nos programasque você queria mais. Como escolher? Eu sugiro que, antes de tomar asua decisão, você reveja o currículo de cada curso, os cursos disponíveis,os institutos de pesquisa da universidade, as vantagens de cada cidade,tire dúvidas com quem está cursando os programas, enfim, junte omáximo de informação possível para tomar a melhor decisão.

Outros critérios também devem ser considerados, como custo de vida, opreço da tuition (mensalidade) e bolsas de estudo oferecidas. Às vezesum curso pode ser a sua segunda opção, mas o fato de a faculdade teconceder uma boa bolsa de estudos pode fazer com que você o escolha.Não há uma fórmula pronta para decidir entre os cursos que você foraprovado. Se houver uma diferença entre os custos, mas uma dasfaculdades for aquela que você sempre quis estudar, vale a pena seesforçar mais para viabilizar o seu sonho. Você terá cerca de um mêspara fazer a sua escolha, depois é hora de iniciar os preparativos para oinício das aulas!

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3.2 Preparativos

O primeiro passo é aceitar a sua oferta de admissão. Entretanto, issodeve ser feito apenas depois que você já fez a sua escolha. Nos EstadosUnidos, não é bem visto aceitar a oferta de várias faculdades, já que vocêestará segurando as vagas de candidatos que ficaram na lista de espera.Se houver a possibilidade de você aceitar outra oferta posteriormente,uma boa ideia é avisar a faculdade que você se comprometeu a cursar.Desistências motivadas por aprovações tardias em outra universidadeou resultados de bolsas de estudos são justificáveis, enquanto aceitardiversas ofertas e deixar para decidir depois não é. Além da questãoética, há também um custo: Ao aceitar a sua oferta, você terá que fazerum depósito (cerca de $400 a $1000) que não é devolvido caso vocêdesista. Se você se matricular no curso, o valor do depósito édescontado da tuition a ser paga no primeiro semestre.

A segunda etapa é enviar os documentos oficiais, como o seu históricoescolar e o resultados do TOEFL e GRE (ou GMAT). No caso dos exames,você tem o direito de escolher algumas universidades para enviar osresultados oficiais sem custo quando você se inscreve. Caso você decidaenviar seu score para outras instituições posteriormente, será cobradauma taxa para cada score enviado. Depois, você tem que ativar o seuperfil na universidade, para poder se registrar para os cursos, criar suaconta de email no sistema, entre outras atividades administrativas.

Antes de viajar, você também vai precisar tirar o seu visto de estudante.A sua categoria vai depender do tipo de curso que você irá fazer (pós-graduação, inglês, etc) e se você vai patrocinado por uma empresa ounão. Uma das exigências é comprovar que você possui recursosfinanceiros para estudar nos EUA. Em termos práticos, isso significacomprovar que você possui, em ativos líquidos (saldo em conta corrente,investimentos, ações, títulos, fundos em conta poupança, fundos mútuose comprovantes de depósito) o valor necessário para cobrir as despesasdo primeiro ano de curso. As despesas estimadas são fornecidas pelaprópria universidade.

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Para comprovar essa quantia, valem não apenas os seus recursos, mastambém recursos de familiares, bolsas de estudo, patrocínio deempresas, etc., desde que os responsáveis por esses recursos assinemum documento se comprometendo a te auxiliarem financeiramente aolongo do curso. Antes de dar entrada no visto, é preciso enviar osdocumentos que a faculdade requisita para emitir o I-20 (no caso dacategoria de visto F-1) ou o DS-2019 (no caso da categoria de visto J-1). Auniversidade também pode exigir cursos preparatórios (inglês,matemática, entre outros) antes das aulas começarem. Por fim, ospreparativos finais incluem tomar as vacinas exigidas (ou providenciarcomprovante de vacinação caso você já as tenha tomado) e alugar umapartamento ou quarto na nova cidade.

Algumas universidades oferecem moradia estudantil, e normalmentevocê pode requisitar um quarto em um formulário específico. Caso a suafaculdade não ofereça essa opção, ou você não seja contemplado, ossites abaixo são um bom ponto de partida para começar a busca pormoradia:

- Airbnb;

- Craigslist;

- Sublet.com.

Depois de finalizar todos os preparativos, é hora de iniciar uma novafase em sua vida. Boa sorte!

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Links Utéis

Dicas para e oportunidades para quem quer estudar fora

• Alumni

• Daquiprafora

• EducationUSA

• Estudar Fora

• Getting into Grad School

• Petersons

Bolsas de estudo e auxílio financeiro

- American Association of University Women (AAUW)

- Banco Mundial

- Brazilian-American Chamber of Commerce

- CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

- Ciência sem Fronteiras

- CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico eTecnológico)

- EduKar

- FAPEAL – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas

- FAPEMIG – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais

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- FAPERGS – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grandedo Sul

- FAPERJ – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro

- FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

- Fastweb

- Fundação Estudar

- Fundação Lemann

- Fulbright

- Harvard Kennedy School Directory of External Scholarships

- International Scholarships

- Instituto Ling

- OEA - Organização dos Estados Americanos

- Scholarships.com

- SIPA Directory of External Fellowship Opportunities

- Yale Outside Scholarships

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Epílogo

07 de setembro de 2013

Ontem fez duas semanas que eu estou em Nova York! Apesar de parecerpouco tempo, já deu para ter uma ideia de como é a vida de GraduateStudent aqui em Columbia. A primeira semana é uma semana deorientação, na qual aprendemos mais sobre o curso, as áreas deconcentração e especialização disponíveis e diversas ferramentas que aSIPA (School of International and Public Affairs) e Columbia oferecem.Além da parte acadêmica, pudemos perceber o quanto o networking évalorizado por aqui: todas as noites tivemos algum evento para conhecermelhor nossos colegas. Uma das coisas que mais me surpreendeu foi adiversidade do corpo estudantil! Tenho colegas que vieram do exército equerem estudar questões relacionadas à segurança internacional,

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colegas que trabalham em Ministérios de países diferentes, colegas quetrabalharam vários anos com desafios relacionados ao desenvolvimentona ONU e outras organizações internacionais, só para citar algunsexemplos. Essa semana, tive as minhas primeiras aulas e aproveitei paraorganizar minha nova “casa”. Seguem algumas impressões iniciaisdesses primeiros dias por aqui:

1) Aqui ninguém “segura a sua mão”: Essa foi uma das expressões queeu mais ouvi na semana de orientação. A SIPA é uma escola de RelaçõesInternacionais e Administração Pública enorme! Sem contar os cursosoferecidos por outras escolas de Columbia, a SIPA oferece cerca de 400cursos por semestre e possui mais de 100 Grupos de Estudantes. Alémdisso, há diversos eventos ao longo do ano, Conferências, projetos depesquisa, oportunidades de estágio, entre outras atividades. É naturalque você fique perdido no meio de tanta coisa, mas espera-se que vocêseja capaz de se organizar e controlar a sua trajetória ao longo do curso.Há diversas estruturas para te apoiarem nesse processo, mas ninguémfará nada por você. Coisas do tipo “Ah, mas eu não vi que o trabalho erapra hoje” não são aceitáveis e é sua responsabilidade controlar questõesacadêmicas e profissionais.

2) A faculdade é aberta às iniciativas dos alunos: Você quer abrir umgrupo de estudos novo? Propor uma pesquisa? Organizar um evento?Aqui há espaço (e financiamento) para essas e outras iniciativasproposta pelos alunos. Os professores também são abertos à discussãoe a novas ideias, e a grande maioria disponibiliza algumas horas nasemana para atender os alunos.

3) Você tem que aprender a lidar com diversidade cultural: A maioria dasmaiores universidades dos EUA possuem estudantes de diversos países.A minha turma, por exemplo, é composta por pessoas de 59 países!Lidar com gente de lugares e costumes tão diferentes é um desafio.Coisas que você tem como certas no seu país nem sempre são umcostume em outros lugares. Para facilitar a vida, vale adotar um pouco oestilo pragmático americano: vá direto ao ponto! No Brasil, normalmente

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se faz muitos rodeios para se falar algo, o que pode confundir a maioriadas pessoas de fora. Sobre o tema, vale a leitura do guia feito pela TheEconomist.

18 de setembro de 2013

Se as primeiras duas semanas em Columbia foram mais introdutórias,na última semana o ritmo começou a acelerar (ainda mais). Tempo é umdos recursos mais escassos (juntamente com dinheiro, pelo menos namaioria dos casos) na vida de um Grad Student nos EUA. A triste – eirrefutável – realidade é: você não vai conseguir ir a todos oseventos/atividades oferecidos pela faculdade, nem fazer todos os cursosque tem interessam (com qualidade) em dois anos. Dessa forma, saberadministrar seu tempo é essencial para aproveitar o máximo possível,dentro do seu limite. Nesse primeiro semestre, eu estou fazendo “só” 4c u r s o s : Conceptual Foundations of International Politics,Microeconomics, Science for Sustainable Development e SustainabilityManagement. Mas se somar todas as aulas (alguns cursos tem duasaulas + uma aula obrigatória de discussão) dá mais de 8 aulas por

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semana! Mais o laboratório de matemática até o fim do mês, e todos osmil eventos extras que a faculdade oferece...

Na segunda, tive a primeira aula de Conceptual Foundations ofInternational Politics. A cada semana, um professor diferente deColumbia irá ministrar a aula sobre o tema de sua especialidade. Entreos convidados, nada menos que Joseph Stiglitz (Nobel em Economia) eJeffrey Sachs (Diretor do Earth Institute e Assessor Especial do Secretário-Geral da ONU Ban Ki-moon). Além das aula principais, uma sessãomenor de discussão faz parte do programa. Nos Estados Unidos, espera-se que você leia todos os textos sugeridos, já que normalmente cerca demetade da aula é debate.

Na terça, eu e cerca de 15 alunos mais a Diretora do Programa co-curricular da ONU na SIPA almoçamos com o Embaixador da Suíça paraas Nações Unidas. Durante duas horas, tivemos a oportunidade dediscutir o Conselho de Segurança da ONU e a crise da Síria, aprendendomais sobre a perspectiva de outro país. Eventos como esse sãocorriqueiros no calendário da faculdade e o próximo almoço será com oEmbaixador da Turquia!

Quarta, tive aula de Ciência para o Desenvolvimento Sustentável com oProfessor Jonh Mutter, diretor do Doutorado em DesenvolvimentoSustentável de Columbia. O conteúdo da aula focou em temas comomecânica quântica (sim, você não leu errado e eu não decidi mudar parao mestrado de engenharia) aplicada à climatologia. A noite, fui para aaula de Sustainability Management, que é ministrada pelo ProfessorSteven Cohen, especialista em administração pública e meio ambiente eDiretor Executivo do Earth Institute.

Quinta, além do Laboratório de matemática, participei do evento dosGlobal Centers de Columbia. Espalhados pelo mundo, os centrospromovem oportunidades de intercâmbio estudantil e de professores,colocação profissional, promoção de eventos e cursos, entre outrasatividades. Esse ano, foi aberto o Global Center do Brasil, no Rio deJaneiro, o que reflete o interesse que Columbia tem pelo nosso país,sendo uma das únicas faculdades americanas que tem um centro noBrasil, além de um departamento específico para estudar o país.

Sexta aproveitei para tirar o atraso das leituras e me preparar para oRetreat do fim de semana. Eu passei sábado e domingo com os alunos

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do Programa co-curricular da ONU, além da Diretora do programaElisabeth Lindenmayer e convidados: Na SIPA é comum as diversasconcentrações e grupos passarem um fim de semana em um “Retreat”,para que os alunos possam se conhecer melhor. Esse fim de semana,discutimos os diversos conflitos da África e do Oriente Médio, suassemelhanças e particularidades, bem como o papel da comunidadeinternacional. A foto acima é do meu grupo (East Africa) e o grupo doOriente Médio, que foram escolhidos como as melhores apresentações.O prêmio será um almoço exclusivo com a equipe da ONU que trabalhana região que nós apresentamos!

Pode parecer muita coisa, mais essa foi apenas uma semana comumaqui na SIPA. E essa semana não vai ser muito diferente: Além das aulas,leituras e eventos da SIPA, amanhã começam as reuniões do UN Inter-Agency Network on Youth Development (IANYD), evento convocado peloSecretário-Geral para avaliar as políticas da ONU para juventude. Cercade 100 jovens do mundo todo estarão presentes, além de funcionáriosde diversas agências da ONU!

20 de março de 2014

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Spring break! Finalmente tenho tempo para fazer as edições finais do e-book. Muita coisa aconteceu desde o dia em que eu recebi a minha Cartade Admissão de Columbia, há um ano atrás. Tecnicamente, já concluitrês-quartos do meu primeiro ano de mestrado e estou iniciando ospreparativos para o meu field placement. Algumas coisas queaconteceram nesse tempo:

(1) Eu mudei de programa dentro da SIPA. Originalmente, fui aprovadano Master of International Affairs (MIA) com concentração em Energia eMeio Ambiente mas, no início desse ano, mudei para o Master of PublicAdministration in Development Practice (MPA-DP). Esse é um programanovo em parceria com o Earth Institute, cujo objetivo é formarprofissionais capacitados para lidar com os desafios ligados aodesenvolvimento sustentável. O currículo do programa é interdisciplinare busca fornecer as competências necessárias para entender diversostemas importantes para a promoção do desenvolvimento, tais comoprodução de alimentos, saúde pública, economia, ecologia einfraestrutura. Além de contar com os recursos da SIPA e do EarthInstitute, o MPA-DP de Columbia faz parte de uma rede global que contacom 25 universidades em seis continentes.

(2) Esse semestre, estou trabalhando como assistente na United NationsSustainable Development Solutions Network (SDSN), rede criada peloSecretário-Geral da ONU Ban Ki-moon e dirigida pelo professor JeffreySachs. O objetivo da organização é mobilizar conhecimento científico etécnico das universidades, sociedade civil e setor privado para reuniriniciativas que promovam o desenvolvimento sustentável em âmbitolocal, nacional e global. Atualmente, estou apoiando o estabelecimentoda SDSN Brasil e a iniciativa para Cidades Sustentáveis. Uma dasvantagens de estudar nos Estados Unidos é justamente ter acesso avárias oportunidades profissionais em organizações internacionais,empresas multinacionais e ONGs globais.

(3) Com relação às associações de estudantes que eu mencionei, estouna diretoria da Columbia University Coalition for SustainableDevelopment (CUCSD), que visa a integrar os diversos programas de pós-graduação e graduação da universidade, bem como suas iniciativas dedesenvolvimento sustentável. Além de atividades sociais, organizaremos

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alguns painéis ao longo do ano. Uma das minhas funções naorganização é coordenar a delegação que enviaremos para a COP 20,Conferência anual da ONU sobre mudanças climáticas, que esse anoserá realizada em Lima. Eventos futuros já estão sendo planejados emparceria com professores e outras universidades, e a delegação enviadaà Lima deverá continuar seus trabalhos rumo à Conferência do Climaque será realizada em Paris ano que vem.

(4) Nesse momento, já estou começando os preparativos para o meufield placement em junho. O MPA-DP exige que os alunos passem trêsmeses trabalhando em projetos no campo, para que eles possamadquirir mais experiência prática. Essa semana, tive que decidir entre umprojeto do World Economic Forum de sustentabilidade na agricultura, naTanzânia, e uma consultoria sobre cidades sustentáveis e adaptação àsmudanças climáticas em Moçambique. Irei com uma colega paraMoçambique e, nos próximos dias, iniciaremos a elaboração do projetocom o apoio de professores.

Esses meses em Columbia foram muitos intensos, muitas leituras,eventos, trabalhos... Mas, ao mesmo tempo, estou certa de que valeu apena todo o esforço para chegar até aqui! Tenho aprendido muito e,hoje, tenho acesso à oportunidades com as quais eu nem sonhava háum ano atrás. Espero que as experiências compartilhadas nesse e-bookte ajudem a também correr atrás do seu sonho, seja ele qual for!

Continuarei compartilhando experiências, dicas e textos no meu blog -http://www.cassiamoraes.com - e na minha página no Facebook -http://www.facebook.com/RumoaosEUA.

Boa sorte!

Cassia

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Sobre a autora

Meu nome é Cassia, tenho 24 anos e venho trabalhando comcooperação internacional para o desenvolvimento sustentável. Desdepequena, me interesso por causas sociais e, depois de me formar emRelações Internacionais na graduação, esse interesse cresceu ainda maise se transformou em trabalhos que eu venho realizando na área. Depoisde finalizar o curso em Relações Internacionais na UNESP, trabalhei naárea ambiental e econômica no setor privado, público (Missão do Brasiljunto à ONU) e voluntariamente em ONGs nacionais e internacionais.Atualmente faço parte da equipe da United Nations SustainableDevelopment Solutions Network (SDSN).

Hoje, meu maior objetivo é mostrar que a preservação ambiental não sópode como também deve andar junto com a erradicação da pobreza – eque o Brasil pode ser um dos grandes líderes nesse processo. Por isso,tenho pesquisado sobre cooperação internacional para resolução dedesafios socioambientais, sobretudo questões relacionadas àsmudanças climáticas, à erradicação da pobreza e à segurança alimentar.

Esse livro é um dos resultados da minha campanha de crowdfundingpara estudar em Columbia. Depois de meses de trabalho e divulgação,

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consegui realizar mais um sonho e, atualmente, estou em Nova Yorkcursando o Master of Public Administration in Development Practice naColumbia University, uma das 10 melhores escolas de RelaçõesInternacionais do mundo!

Blog: http://www.cassiamoraes.com

Página no Facebook: http://www.facebook.com/RumoaosEUA

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